ANO XI - Nº 424
Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia
27 DE MAIO A 03 DE JUNHO/2021 SERRA/ES
Distribuição Gratuita
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
Cientistas descobrem anticorpos que podem ser a chave para a vacina contra HIV
8 Varie a salada tradicional do dia a dia com uma deliciosa salada de atum prática Pág. 8 JORGE PACHECO
8 Bolsonaro ameaça usar Forças Armadas se País não normalizar Pág. 5
ANA MARIA IENCARELLI 8 Todos somos responsáveis
e praticamos por ação ou omissão na prática diária e banalizada de Violência contra Mulheres e Crianças
Pág. 10
HAROLDO CORDEIRO FILHO
8 Apicultura desponta como ótima alternativa para os produtores familiares de Fundão Pág. 12
NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA
8 O feminismo consciente fala sobre respeito e igualdade entre todos nós, independente de gênero
©SHUTTERSTOCK
Pág. 11
ANA LUCIA 8 Esta semana temos uma
história de superação. Tenho certeza que muitos leitores irão se identi car Pág. 16
Clássico da luta antirracista é relançado Pág. 16
Crianças que convivem com a natureza têm menos risco de desenvolver TDAH, indica estudo
FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC
Pág. 16
Descobertos anticorpos capazes de neutralizar o HIV. Estudo pode ser a chave para a vacina contra o vírus
Pág. 9
Da casca do arroz, a matéria-prima para tijolos mais sustentáveis ©DIVULGAÇÃO
Estudantes abandonam as aulas na pandemia Pág. 4
Tartaruga considerada extinta há 100 anos é encontrada em Galápagos ©DIVULGAÇÃO/PARQUE NACIONAL GALÁPAGOS
A descoberta surpreendente foi anunciada nesta quarta-feira (25) e divulgada pelo El Heraldo de México. A tartaruga fêmea foi encontrada e retirada da ilha por uma equipe do PNG em 2019 mas não era possível saber a qual espécie ela pertencia Pág. 15
“Xiii, não lembro"
O tijolo feito da mistura da argila com a cinza de arroz perde umidade mais facilmente, o que agiliza o processo de secagem e permite aumentar o volume de produção Pág. 6
É normal esquecer as coisas à medida que envelhecemos?
Air France realiza voo com óleo de cozinha usado Pág. 6
Sim, é natural car mais esquecido com o tempo. As falhas, ou lapsos, de memória começam por volta dos 30 anos e aumentam gradativamente a cada década
Homem cego volta a enxergar parcialmente após terapia genética inédita
©ISTOCK
Pág. 11
Pág. 15
2 MEIO AMBIENTE
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Iniciativa recupera lorestas de mangue degradadas O projeto prevê recuperação de 12 hectares de manguezais já impactados, incluindo oferta de assistência técnica e engajamento social, beneficiando diretamente em torno de 1,6 mil pessoas ©GETTY IMAGES
Com cerca de oito mil qui lômet ros qu adrados de vegetação nativa na zona costeira do Pará, Maranhão e Amapá, os manguezais da Amazônia representam a maior faixa contínua desse ecossistema em todo o mundo. E constituem campo fértil para o casamento entre a ciência e o conhecimento tradicional, com o desenvolvimento de pesquisas acadêmicas capazes de resultar no uso sustentável pelas populações que dependem desse ambiente nas atividades de renda, cultura e lazer. No Pará, orestas de mangue em locais já degradados começaram a ser recuperadas, com a contribuição da ciência, pelas ações do projeto “Mangues da Amazônia” — iniciativa realizada pelo Instituto Peabiru e pela Associação Sarambuí, em parceria com o Laboratório de Ecologia de Manguezal (Lama), da Universidade Federal do Pará (UFPA), com patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental. “Na Amazônia, os manguezais, berço da biodiversidade marinha
e fonte de renda à pesca e extrativismo, estão em bom nível d e c o n s e r v a ç ã o c o mp a r at i v a m e nt e a o s d o Nordeste e Sudeste”, a rma o pesquisador Marcus Fernandes, co ordenador do L ama. No entanto, há riscos como a retirada de madeira sem critérios ambientais, além da captura predatória de caranguejo e pressões do desmatamento e queimadas em terra rme do entorno. O projeto prevê recuperação de 12 hectares de manguezais já impactados, incluindo oferta de assistência técnica e engajamento social, bene ciando diretamente em torno de 1,6 mil pessoas, entre os 6 mil comunitários mobilizados em três reservas extrativistas dos municípios de Augusto Corrêa, Bragança e Tracuateua, no Pará. Em dois anos, o plano é realizar o plantio de 60 mil mudas das três espécies de árvores de mangue dominantes na região, com construção de viveiro e monitoramento. Em paralelo, serão desenvolvidas pesquisas
Camaleão Furcifer labordi
cientí cas em diferentes campos, com destaque para os estudos destinados a preencher lacunas no conhecimento sobre o papel dos manguezais nas mudanças climáticas. “Queremos entender como o re orestamento de áreas degradadas in uencia o balanço de carbono”, revela Fernandes, ao l e mbr ar qu e, e m ge r a l, o s manguezais da Amazônia retêm grande quantidade de matéria orgânica no solo e biomassa das árvores, de porte bem mais alto em comp araç ão às demais
regiões do País. “Queremos dar visibilidade a essas áreas amazônicas com base na ciência, for t a le cendo a organização social e a qualidade de vida de comunidades locais, guardiãs dos mangues como fonte de segurança alimentar e renda”, a rma João Meirelles Filho, diretor do Instituto Peabiru, em Belém. Os manguezais fornecem serviços ecossistêmicos essenciais à humanidade: além da regulação climática e da
d ive rs i d a d e bi ol ó g i c a , s ã o espaços de lazer e fontes de conhecimento tradicionais. “Nosso objetivo foi primeiro mapear esses ser viços com participação das comunidades, para depois propor estratégias de conser vação baseadas no conhecimento tradicional”, ressalta a pesquisadora Indira Eyzaguirre, coordenadora de estudos cientí cos transversais aos temas apoiados pelo projeto Mangues da Amazônia. Entre as pesquisas acadêmicas
pre vistas estão as anális es destinadas a propor novas regras de uso sustentável dos manguezais, tanto para o plano de manejo do mangue branco — espécie de árvore cortada para fazer currais de pesca e outros ns — como para a captura do caranguejo-uçá, explorado em níveis possivelmente acima dos limites de suporte para venda em diversas regiões do País. Ao reunir mais de 30 pesquisadores, com a produção de teses de mestrado e d o u t o r a d o, o L a m a / U F PA desenvolverá estudos de apoio do projeto Mangues da Amazônia também em temas sociais e culturais, a exemplo da transmissão dos saberes da pesca do caranguejo-uçá entre geraçõ es nas comunidades tradicionais do Nordeste paraense. Na região, outra pesquisa analisará os mecanismos legais para a concessão do seguro defeso a esses pescadores, além de estudos para mapeamento das expressões artístico-culturais associadas aos manguezais.
Diabos-da-tasmânia se Onça-pintada de santuário britânico dá reproduzem à luz um lhote raro naturalmente pela primeira vez em anos, na Austrália ©DIVULGAÇÃO/BIG CAT SANCTUARY
Um santuário para grandes felinos localizado no condado de Kent, na Inglaterra, teve uma agradável surpresa recentemente quando uma de suas onçaspintadas deu à luz um lhote fêmea de características inusitadas. A notícia foi repercutida pelo UOL na segunda-feira (24). A pequena veio com todos os pelos pretos, o que é muito raro: só 10% das onças têm a aparência escura diferenciada, com o restante possuindo a típica pelagem amarela-dourada com manchas pretas.
No caso da lhotinha, que foi apelidada de “Baby”, o aspecto singular foi possivelmente puxado do pai, que também é uma onça-preta. E m e nt re v i s t a a o j o r n a l britânico Daily Mail, Briony
Smith, que é a curadora do santuário onde a pequena veio ao mundo, contou sobre como foi o nascimento: “Na manhã de 6 de abril, pudemos ver que Keira [a mãe] estava inquieta e agitada e sabíamos que ela havia começado a entrar em trabalho de parto. Esta linda garotinha nas ceu às 11h10 e tem s e fortalecido desde então", disse ela, também conforme repercutido pelo UOL. Ainda de acordo com a especialista, as onças-pintadas estão perto de entrar na lista de espécies em risco de extinção, assim melhor contextualizando a importância de Baby.
©GETTY IMAGES
Após a instauração de um programa para salvar espécies am e a ç a d a s d e e x t i n ç ã o, a Austrália continental anunciou que espécimes dos diabos-dat asmânia s e repro duziram naturalmente em uma reserva selvagem, em Barrington Tops, perto de Sydney. Conforme repercutiu o G1, a espécie, em estado selvagem, despareceu do país há cerca de três mil anos, por isso a notícia da procriação dos marsupiais foi recebida com alegria por grupos de preservação ambiental ao redor do mundo. “Ficávamos observando-os de longe até que chegou a hora de agir para con rmar o nascimento dos nossos primeiros lhotes selvagens. Foi
um grande momento!”, disse Tim Faulkner, presidente da Aussie Ark. Quase um ano depois que 26 diab os-da-t asmânia foram reintroduzidos em área protegida pelas autoridades, a Aussie Ark revelou que sete ilhotes nasceram e estão em perfeito estado.
Por enquanto, os animais foram soltos em uma área cercada na reserva natural, onde há mais segurança para que eles s o b re v i v a m . No f u t u ro, a introdução da espécie será em um habitat desprotegido, para que eles aprendam a viver naturalmente.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
Filiado ao Sindijores
CNPJ: 18.129.008/0001-18
"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"
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Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores
CULTURA 3
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Como os antigos faziam Curta narra o sonho de um menino que viu uma sem asfalto? A primeira rua asfaltada surgiu em Paris, no século 19. Antes dela, todavia, as estradas pareciam ser muito menos convidativas ©MUSEU METROPOLITANO DE ARTE/CREATIVE COMMONS/WIKIMEDIA COMMONS
partida de futebol ao vivo no Maracanã
Dirigida pelo norte-americano Alec Cutter, a produção, narrada por Seu Jorge, promete emocionar com a dura realidade enfrentada pelo menino de 10 anos que vive na favela da Mangueira ©DIVULGAÇÃO/@CSIOANDREASI
A
s primeiras vias da história foram feitas por animais de manada, como búfalos, zebras e elefantes. Era sobre essas trilhas que os homens pré-históricos caminhavam, evitando topadas, escorregões ou pisar em cobras escondidas na vegetação. E m Ur, n o at u a l Ir a q u e , surgiram as primeiras estradas parecidas com as que conhecemos, em 4 mil a.C. Eram feitas com calçamento de pedra. Os romanos foram os maiores empreiteiros: abriram mais de 85 mil km de estradas. Sim, “todos os caminhos levavam a Roma”. Vinte e nove g randes v i as convergiam para a capital. Na Ásia, chineses e persas competiam com um sistema quase tão avançado. O motivo era, principalmente, bélico:
impérios precisavam deslocar grandes exércitos. Mesmo assim, até o século 18, essas vias eram cheias de buracos e irregularidades. Quando necessária, a pavimentação era feita com blocos de pedra ou madeira, tijolos, cascalho e areia, todos misturados com água para dar liga. O engenheiro escocês John Metcalfe modernizou o processo de construção de estradas e, apesar de cego, pavimentou quase 290 km ao longo da carreira. Em 1787, John McAdam desenvolveu um método que consistia em usar uma camada de peças de pedra quebrada e compactada coberta por uma s up e r f í c i e d e p e d re g u l h o s menores. Era mais barato, mas retinha água da chuva e sujeira, como excrementos de cavalos.
FOTO: REPRODUÇÃO
Baudelaire, ao falar sobre as ruas de Paris, menciona o “lodaçal de macadame” com repugnância. O asfalto, uma substância natural também chamado de betume, é usado pelo homem desde 3 mil a.C., especialmente p ar a ve d a ç ã o. E m 1 8 2 4 , a Avenida Champs-Elysées, em Paris, foi uma das pioneiras no uso do asfalto no solo — misturado com pedras e agregadores que se solidificavam como s e foss em blo cos de concreto. Um cruzamento do macadame com o betume. As estradas francesas também passaram a usar esses blocos como revestimento. O asfalto recebeu impulso final em 1896, quando Nova York passou a usá-lo como padrão de cobertura em suas ruas.
De uma das muitas casas na favela da Mangueira, no Rio de Janeiro, o pequeno Nando, de 10 anos, observa o imponente Maracanã. Suntuoso, o estádio representa uma paixão e um sonho do menino, que nunca viu uma partida de futebol ao vivo. Essa é a história contada pelo c u r t a - m e t r a g e m ' Na n d o ' , dirigido pelo norte-americano Alec Cutter. Com quase seis minutos de duração, a produção traz a “esperança e a beleza que existem em uma criança cercada p or u m a du r a re a l i d a d e”, segundo revelou Alec. Narrado por Seu Jorge, o curta tem uma narrativa poética dividida em três partes, fazendo referência aos estágios de metamorfose de uma borboleta, que “representa o sonho de Nando, cercado pela dura realidade de seu casulo”, de acordo com a produção. O diretor do curta, inclusive, lembra que, p or culpa da violência nas favelas, as próprias filmagens acabaram pre ju d i c a d a s . “D u r a nt e a produção, tivemos que pausar ou cancelar as gravações em sete
Diretor Alec gravando o pequeno Nando tiroteios entre cartéis rivais e a polícia. Para nós, foi um choque de realidade. Para Nando, era algo 'normal'”. Por isso, Alec também lembra que o filme, protagonizado pelo verdadeiro Nando, o pequeno Luís Fernando Fernandes, nunca foi apenas sobre futebol. “É sobre garantir o sentimento de esperança para uma criança cuja visão de mundo foi confinada, além de iluminar a beleza e os sonhos das pessoas que vivem em comunidades”. “Desde quando eu era pequeno, o Brasil e seu futebol sempre ocuparam um lugar muito especial em meu coração”, narrou o diretor. “Eu espero que esse filme e a história de Nando
(AVENTURAS NA HISTÓRIA)
de retribuir ao País e ao esporte que eu amo". Gravado entre 2019 e 2020, bem antes da pandemia, o curta sobre o menino de apenas 10 anos ainda conta com a produção de Igal Albala e com a produção executiva de Dani Alves, o jogador do São Paulo Futebol Clube, John Brennan e Thiago Slovinski. “Já p ar t icip ei de muit as partidas oficiais no Estádio do Ma r a c a n ã e a d or a r i a qu e crianças como o Nando tivessem a oportunidade de se sentir parte desse ambiente”, comentou Dani Alves. “Espero que este filme possa mostrar que a alma do futebol está no seu melhor quando crianças como Nando podem senti-la”. O c ur ta terá sua estreia mundial em Nova York, na 20ª edição do Festival de Cinema de Tribeca, em junho de 2021, evento no qual a produção ainda concorre na categoria de Melhor Curta-Metragem Documental. Em seguida, 'Nando' deve ser levado para um circuito de outros festivais sediados entre o final de 2021 e o início de 2022.
Obra sobre "Choro" é relançada em comemoração aos 150 Foto Antiga do ES anos do estilo musical LUCIANO DANIEL
diferentes ocasiões, devido aos
possam ser uma pequena forma
©SILVEIRA FILHO/FOTOS ANTIGAS DE CIDADES CAPIXABAS ESPÍRITO SANTO/FACEBOOK
“Choro — Do quintal ao Municipal”, de Henrique Cazes, aborda a criação do gênero durante o Brasil Colonial ©DIVULGAÇÃO/EDITORA 34
Criado durante o Brasil Colonial, o gênero musical choro completa, este ano, 150 anos. Conhecido popularmente como chorinho, o estilo é marcado pelo uso de instrumentos típicos, como piano, violão de sete cordas, violão tenor, bandolim, cavaquinho, flauta, flautim, clarinete, clarone, saxofones, trompete, trombone, bombardino, tuba, pandeiro, reco-reco e caixeta. De acordo com o portal G1, embora este gênero esteja em desenvolvimento desde os anos de 1840, ele surgiu oficialmente por volta da década de 1870, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Os primeiros conjuntos surgiram nos quintais dos subúrbios cariocas, e logo estabeleceu a música da virada do século 19 para o século 20. Mais tarde, com
a popularização do rádio, o estilo ganhou destaque nacional. Sua história é contada na obra “C h o r o — D o q u i n t a l a o M u n i c i p a l ”, l a n ç a d a originalmente em 1998, pela Editora 34. A nova edição, recém-lançada pela mesma editora, conta com um novo posfácio, chamado "150 anos e muito futuro pela frente".
E s c r i t o p e l o a r r a nj a d o r, compositor e produtor musical carioca Henrique Cazes, o livro trata-se de uma discografia completa do gênero musical que completa 150 anos em 2021. “C h o r o — D o q u i n t a l a o M u n i c i p a l ”, é u m l i v r o fundamental para todos os admirados da música brasileira e, claro, da história nacional.
Antiga ponte de Anchieta nas décadas de 70 e 80
4 EDUCAÇÃO
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Pesquisa mostra que maioria dos professores deseja opinar sobre políticas educacionais O relatório Vozes Docentes abordou cinco eixos: Participação dos Professores, Recuperação de Defasagem, Saúde Mental e Clima Escolar, Formação de Professores e Currículo ©GETTY IMAGES
O que pensam os professores sobre participação na criação de políticas públicas educacionais ou sobre saúde mental e clima escolar? Visando um papel mais ativo dos professores, seria do interesse deles dar sua opinião a respeito de abordagens ou implementação de currículos? A pesquisa Vozes Docentes, realizada pela C onectando Saberes, ouviu mais de oito mil professores da rede municipal de ensino de 90 municípios espalhados pelo Brasil e constatou que, dentre os respondentes, 39% a rmaram que poderiam dedicar 1h de trabalho não remunerado para participar das políticas públicas de seu município. Essa participação é percebida pelos professores como uma forma de valorização. “Como estamos num cenário de restrição scal, temos poucos recursos. É uma oportunidade muito legal que as secretarias têm, através dessa participação, que não é custosa, de fazer com que os professores se sintam valorizados. Acho que a participação talvez seja a grande
descoberta da pesquisa”, aponta Tomaz Vicente, cofundador da Catálise — Impacto Social a v ár i a s m ã o s , e mpre s a qu e também atuou na elaboração da pesquisa. A pesquisa apontou que 97% dos respondentes se considerariam valorizados se participassem da formulação de
políticas públicas. Dentre os respondentes, 77% a rmaram que ajudariam a formular as políticas educacionais do seu município sem serem remunerados. “Nós professores queremos ouvir e opinar. Estamos com essa disposição de colocar nossa opinião, sinalizando à gestão
atual nossas ideias”, destacou a professora Daniele Pereira, coordenadora pedagógica da S e cret ar ia Municip a l de Educação de Castro, no Paraná. Daniele participou tanto respondendo a pesquisa, quanto colaborando na disseminação dela em sua rede de ensino. A coordenadora aponta que os
professores são a gura mais importante no contato direto com os alunos e, portanto, possuem “reais condições” para opinar sobre diferentes situações. To m a z d e s t a c a q u e e s s a p ar t i c ip a ç ã o é i mp or t ante justamente porque os professores, por estarem na sala de aula no dia a dia, são capazes de contribuir de maneira e caz com ideias e sugestões efetivas. “Por que não deixar o professor decidir algumas questões que afetam diretamente eles, como a formação, por exemplo? Ou c om o av a l i a r o s a lu n o s ? ”, comenta. Entre os principais desa os encontrados na rotina pro ssional dos educadores, o relatório destacou que eles enfrentam di culdades para avaliar os estudantes. Durante o ensino remoto, 42% dos respondentes destacaram que encontraram uma limitação na
hora de avaliar os estudantes. “A avaliação já é por si só ampla e muito difícil de realizar de uma forma correta, principalmente na pandemia. Temos desde o aluno que tem o celular e a internet, aos que não tem celular, que moram na zona rural e vivem uma realidade totalmente diferente”, aponta a professora Daniele. O fato de não conseguirem ver os alunos é também um fator que di culta a avaliação e atrapalha que o professor observe se o a lu n o e s t á ou n ã o compreendendo os conteúdos. Segundo Tomaz, a di culdade de avaliar a distância também contribui para ampliar a sensação do professor de que os estudantes tiveram prejuízos na sua aprendizagem. Essa percepção também é potencializada pela falta de acesso e pela desigualdade tecnológica.
Estudantes abandonam as aulas na pandemia ©PIXABAY/DIVULGAÇÃO
Um pesquisa da Rede Nossa São Pau l o e m p a rc e r i a c om o Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), divulgada nesta terça-feira (25), revelou que 21% dos paulistanos — ou um em cada cinco — declaram que alguma criança ou adoles cente p elo qu a l s ão responsáveis desistiu ou abandonou as aulas por causa da pandemia do novo coronavírus. Di culdade de acesso às aulas (57%), falta de equipamentos necessários (38%) e a falta de concentração (34%) são os três principais motivos da d e s i s t ê n c i a o u a b a n d o n o,
c o n c o r d a m q u e o acompanhamento das aulas remotas por parte de estudantes e professores foi adequado, 46% acham que foi parcialmente adequado e 24% consideram que não foi adequado. As principais di culdades neste contexto apontadas por mães, pais e responsáveis, em relação ao ensino remoto são a falta de internet adequada ou a velocidade da internet insu ciente, mencionada por 45% das pessoas; a di culdade em manter os lhos concentrados e interessados durante as aulas, sendo
segundo os entrevistados. Ainda s obre ensino remoto, 22%
mencionada por 39%; e a falta de equipamentos adequados, citada
por 32%. O impacto das aulas virtuais na educação é nítido: 81% dos responsáveis concordam totalmente ou em parte que estudantes tiveram di culdade emocionais/psicológicas durante o período de isolamento social; 79% concordam totalmente ou em parte que estudantes tiveram di culdades com infraestrutura/espaço; 76% concordam totalmente ou em parte que estudantes tiveram di culdade para acessar as aulas transmitidas pela internet; 69% concordam totalmente ou em parte que estudantes tiveram di culdades com o uso de equipamentos; 68% concordam totalmente ou em parte que estudantes tiveram di culdades para acessar as aulas transmitidas pela TV ou rádio; 62% concordam totalmente ou em parte que os materiais didáticos e a metodologia do ensino remoto foram adequadas. Já para alunas e alunos, o aumento da desigualdade (52%), piora no aprendizado (48%) e evasão escolar (39%) são os principais impactos da pandemia. Para pro ssionais da
e duc aç ão, p or sua ve z, os principais impactos apontados são: maior desinteresse de estudantes durante a aula (45%); d e m i s s õ e s ( 3 5 % ; ) adoecimento/problemas de saúde (34%); redução de salários (34%;) aumento de cobranças/press õ es (33%;) desvalorização do trabalho (31%;) e aumento de jornada de trabalho (23%). Em relação às medidas adot adas para combater o impacto da pandemia na educação, 64% consideram que o fechamento das escolas foi uma medida adequada e 26%
consideram que não foi adequada; 56% consideram que as aulas remotas foi uma medida adequada e 34% consideram que não foi adequada. Ainda, a maioria (59%) considera inadequada a retomada das aulas presenciais nas creches e escolas e 33% consideram adequada. Sobre a retomada das aulas presenciais, 86% concordam total ou parcialmente que o risco de contágio ainda é muito alto; 84% concordam total ou parcialmente que as di culdades de conexão com a internet i m p o s s i b i l i t a m o acompanhamento adequado das
aulas; 81% concordam total ou parcialmente que as escolas não têm estrutura para garantir que as crianças e pro ssionais da educação não sejam contaminadas(os) durante as aulas presenciais; 77% concordam total ou parcialmente que aulas remotas têm qualidade muito inferior; e 66% concordam total ou parcialmente que estudantes em casa di cultam o trabalho de mães e pais. A pesquisa ouviu 800 pessoas com mais de 16 anos, entre os dias 12 e 29 de abril, em todas as regiões da cidade de São Paulo.
POLÍTICA 5
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Jorge
Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista
Pacheco
jorgepachecoindio@hotmail.com
Guedes, disse que o governo pode prorrogar o auxílio emergencial, caso a pandemia da Covid-19 se agrave no país e o programa de imunização não atinja níveis su cientes para a maior parte da população. Pelo prazo atual, o benefício será pago até julho.
©REUTERS/ADRIANO MACHADO
Vacina não segura terceira onda se não houver uso de máscara e distanciamento físico, diz Dimas Covas
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, a rmou nesta quinta-feira à CPI da Covid que as vacinas não teriam conseguido evitar a segunda onda de infecções e nem terão o poder de evitar uma terceira onda se não estiverem combinadas com o uso das chamadas m e d i d a s n ã o f ar m a c ol ó g i c a s d e proteção, como o uso de máscaras e o distanciamento físico entre pessoas. A declarações de Covas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado ocorrem na semana em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello participaram, sem utilizarem máscaras, de manifestação com grande concentração de pessoas, evento citado e criticado por alguns senadores na comissão. Covas argumentou que a vacina é uma medida de combate à pandemia que ajuda, mas é um processo demorado e pode não impedir a transmissão do vírus, ainda que previna casos graves da doença e mortes. Na avaliação de Covas, a pandemia deve persistir ao longo deste ano e possivelmente até o início de 2022. Ele lembrou das novas variantes em circulação.
AJUFE
©MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
Guedes: auxílio emergencial pode ser renovado se pandemia continuar
Segundo o ministro, já existe uma proposta de emenda à Constituição (PEC) aprovada no ano passado, que permite o aumento de gastos para cobrir as necessidades de combate e re exos da pandemia e, por meio dela, é possível estender o pagamento, como foi feito para este ano. “Se Deus quiser, teremos dias melhores à frente e vamos celebrar também o m dessa doença, mas o auxílio emergencial é uma arma que nós temos e pode, sim, ser renovado. Se, ao contrário do que e s p e r a m o s , a d o e n ç a c o nt i nu a r fustigando, e as mortes continuam elevadas, a vacina, por alguma razão não está chegando, tem que renovar, vamos ter que renovar”, a rmou Guedes, ao participar hoje (27) do encontro Diálogos com a Indústria, realizado em um hotel de Brasília, pela Coalizão Indústria, que conta com a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) e congrega 15 entidades. Ap e s a r d i s s o, n ã o é c o m e s t a possibilidade que o governo está trabalhando neste momento, disse o ministro. “Não é a nossa expectativa hoje. A expectativa é que está avançando a imunização, mas vamos observar. O auxílio é uma ferramenta para uma camada de proteção e, sim, que tem que ser renovado. Hoje achamos que, se a vacinação em massa progride, pode ser que não seja necessário [ampliar o pagamento do auxílio]”, a rmou. Para Guedes, a resposta para se vai haver ou não a prorrogação do auxílio emergencial é a pandemia e o ritmo de
©FACEBOOK/@JORNALNACIONAL/DIVULGAÇÃO/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
“O fato mais fundamental sobre as ideias da esquerda política é que eles não funcionam. Portanto, não devemos ficar surpresos ao encontrar a esquerda concentrada nas instituições onde as ideias não têm de trabalhar para sobreviver”, Thomas Sowell (economista norte-americano, crítico social, filósofo político e autor)
até o nal de julho, tivermos vacinado 60%, 70% da população e com 100% da população idosa vacinada, onde está a maior parte da incidência de óbitos. Se nós atingirmos o controle da pandemia através da imunização, porque antes era a ideia de imunização de rebanho, não se falava em vacina, nunca se falou em vacina, teste em massa, quando a doença chegou, depois é que foram se desenvolvendo estes armamentos adicionais. Desenvolveu-se a vacina e começou a busca pela vacina”, informou, acrescentando que, além dos percentuais mais elevados de vacinação, vai ser considerada a queda nos casos de óbitos com retorno aos níveis registrados no m da primeira onda entre 100 e 300 por dia. ©UESLEI MARCELINO/REUTERS
ameaçar usar as Forças Armadas contra políticas de restrição de circulação adotadas nos Estados, dessa vez em um discurso durante almoço em um quartel em São Gabriel da Cachoeira (AM). Falando a militares que servem no município - o mais ao nor te do Amazonas, em região de fronteira com Colômbia e Venezuela, em meio à oresta amazônica, Bolsonaro não citou diretamente as medidas e a atuação dos governos estaduais, mas repetiu a cobrança de "volta à normalidade", ignorando a pandemia de covid-19 e os mais de 450 mil mortos no País. "Mais do que obrigação e dever, tenho certeza que vocês agirão dentro das quatro linhas da Constituição, se necessário for", disse. "Espero que não seja necessário, que a gente parta para
"Na política estamos polarizados. Cada um pode fazer o seu juízo sobre quem é o melhor ou o menos ruim. Mas eu duvido que, no fundo, quem porventura zer uma análise do que aconteceu no Brasil nos últimos 20 anos, que essa pessoa erre no ano que vem", a rmou. "O que queremos é paz, queremos progresso e acima de tudo, liberdade. A gente sabe que esse último desejo passa por vocês. Vocês que decidem em qualquer lugar do mundo como aquele povo vai viver." Bolsonaro está em São Gabriel da Cachoeira para, o cialmente, inaugurar uma ponte construída pelo Exército no rio igarapé Ya-Mirim. De madeira, com 18 metros de comprimento e apenas seis de largura, a ponte ca em uma estrada de terra a 85 quilômetros da área urbana de São Gabriel da Cachoeira. De acordo com líderes ianomâmis, as t r ib os foram infor mad as de que Bolsonaro iria visitar uma das aldeias na terra indígena, que ca próxima, mas o Palácio do Planalto não con rmou a visita, especialmente depois de protestos. O presidente constantemente critica o tamanho da área ianomâmi, que tem 96,6 mil km².
CPI usa serviço de checagem da Globo contra bolsonaristas “Hoje é fácil dizer que o governo não viu isso e aquilo. Na verdade, o Brasil inteiro foi para as eleições. Se a classe política achasse que a doença estava aí, rme e forte ainda, ela tinha adiado as eleições. Havia uma convicção de que a doença estava arrefecendo. Aconteceram as eleições, depois vieram as festas de m de ano, as festas dos mais jovens”, destacou.
Bolsonaro ameaça usar Forças Armadas se País não normalizar Presidente não citou diretamente a atuação dos governos estaduais, mas repetiu a cobrança de "volta à normalidade", ignorando a pandemia
normalidade. Não estamos nela ainda, estamos longe dela. Mas ninguém pode acusar o atual presidente de ser uma pessoa que não seja democrática que não respeita as leis e que não haja dentro da Constituição." Bolsonaro tem repetido que tem um decreto pronto para "fazer valer a Constituição". O texto, preparado pelo advogado-geral da União, André Mendonça, pretende impedir que governadores implementem medidas de restrição de circ ulação, como fechamentos de lojas ou toque de recolher. Até agora, no entanto, não foi editado. O presidente repetiu, também, que está nas mãos dos militares a liberdade no País, uma a rmação que já causou malestar em outras vezes quando falada por ele. Dessa vez, ainda deu um tom mais político ao citar a eleição presidencial de 2022, em que pretende disputar a reeleição.
Informações servem para confrontar dados apresentados por depoentes e senadores aliados de Bolsonaro Na tarde desta quinta-feira (27), o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros, e o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues, comentaram a respeito do uso de serviços de checagem de informações nos trabalhos do grupo que apura supostas irregularidades e omissões no enfrentamento da crise sanitária no País. Ambos citaram a TV Globo e o Estadão (parceiro do Terra) como fontes con áveis usadas para rebater eventuais imprecisões ou mentiras ditas nos depoimentos das testemunhas e por senadores que fazem as perguntas. O Grupo Globo possui o serviço de checagem 'Fato ou Fake', frequentemente citado em telejornais. O jornal O Estado de S. Paulo tem o 'Estadão Veri ca', que faz “desmonte de boatos”.
Eduardo Leite 'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES O ministro da Economia, Paulo
vacinação. “Se nós tivermos vencendo o combate, a vacinação em massa e, mais,
O presidente Jair Bolsonaro voltou a
6 TECNOLOGIA
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Da casca do arroz, a Air France realiza matéria-prima para voo com óleo de tijolos mais sustentáveis cozinha usado A adesão de 15% da cinza da casca de arroz na produção de uma indústria de cerâmica poupou mensalmente uma média de 300 a 350 metros cúbicos de argila virgem ©DIVULGAÇÃO
O Airbus A350 movido a biocombustível viajou da França ao Canadá ©DANIEL ELEDUT/UNSPLASH
Uma iniciativa que une as indústrias de arroz e cerâmica. À primeira vista, o cenário pode parecer incomum. No entanto, um projeto-piloto no sul de Santa Catarina tem provado que a parceria pode, muito bem, gerar resultados extremamente positivos e, o melhor de tudo, sustentáveis. Em parceria com a Cerâmica Guarezi e com o apoio do Si nd i c ato d a Indú st r i a d e Cerâmica Vermelha de Morro da F u m a ç a ( S i n d i c e r- M F ) , a Fumacense Alimentos iniciou m ai s u m a a ç ã o v i s an d o o reaproveitamento máximo de resíduos de seu processo produtivo. Agora, a cinza originada da queima da casca de arroz virou matéria-prima para a composição de tijolos. A Fu m a c e ns e A l i m e nt o s possui uma usina termelétrica própria, que produz energia elétrica por meio da queima da casca do arroz que seria descartada. Desse processo, resta a cinza originada da incineração. Parte dessas cinzas já é re ut i l i z a d a p or i ndúst r i as siderúrgica e cimenteira de
diferentes estados do Brasil, mas até então, em torno de 20% do resíduo ainda sobrava. Até que, cerca de um ano atrás, com objetivo de reutilizar também essa quantidade restante e por conta da quantidade de sílica existente nas cinzas, iniciaram-se os testes de aplicação do resíduo, juntamente com a argila, na composição de tijolos. Após diversos estudos, chegou-se à conclusão de que, com 15% de cinza na mistura, os tijolos caram mais leves, sem perder sua resistência. Atualmente, 20% das cinzas geradas pela usina da Fumacense Alimentos são destinados ao projeto. Porém, conforme o coordenador da Central Termelétrica da empresa, Lucas Tezza, a ideia é aumentar essa quantidade para, pelo menos, 50% do montante total. “Pra se ter uma noção do impacto, em um único mês, destinamos uma média de 70 toneladas de cinza da casca de arroz para a composição de tijolos. Algo de extrema importância para os pilares de sustentabilidade da empresa,
uma vez que, com esse projeto, conseguimos ter o rastreio de todo o resíduo originado do nosso processo de produção”, completa Tezza. Além de conseguir um destino sustentável para toda a cinza produzida pela usina termelétrica em questão, quando avaliada pelos olhos da indústria cerâmica, a iniciativa também gera impactos muito positivos para o meio ambiente. Isso porque, segundo o sóciopropr i e t á r i o d a C e r â m i c a Guarezi, Júnior Guarezi, com a adesão de 15% da cinza da casca de arroz na produção, a empresa deixou de extrair, mensalmente, uma média de 300 a 350 metros cúbicos de argila virgem. “Além disso, ganhamos velocidade no processo como um todo, porque, com a cinza, a mistura perde umidade mais facilmente, o que agiliza o processo de secagem. Assim, cons equentemente, conseguimos aumentar o volume de produção em aproximadamente 300 toneladas de produto acabado por mês”, naliza.
O uso de biocombustíveis em vo o s c ome rc i ais j á é u ma realidade, mas a opção escolhida pela Air France-KLM foi inusitada. A companhia aérea saiu de Paris, na França, rumo a Montreal, no Canadá, usando óleo de cozinha residual. O voo 342 decolou do aerop or to Charles de Gaulle com uma mistura de 16% de combustível sustentável. Foi o primeiro voo de longa distância movido a combustível sustentável da empresa, mas, dentro da Europa, em fevereiro, já havia realizado um voo de Amsterdã (Holanda) a Madri (Espanha). Para garantir a segurança, o óleo de cozinha usado é re nado para atender exatamente às mesmas especi cações técnicas d o qu e ro s e ne t r a d i c i ona l. “Mostramos que a maior parte da solução está na inovação tecnológica”, a rmou o ministro dos transportes da França, JeanBaptiste Djebbari. A empresa aérea anunciou que a mistura de querosene e óleo de cozinha usado será adotado o cialmente a partir de setembro. Os primeiros voos serão entre Paris e Amsterdã. Segundo a agência Reuters, a
partir de 2022, os voos que p ar t i re m d a Fr an ç a s e r ã o obrigados a usar ao menos 1% de combustível sustentável. Apesar de não parecer muito, a meta é mais ambiciosa do que as propostas da União Europeia de chegar a 2% até 2025 e 5% até 2030. Além do desa o cientí co e tecnológico, ainda há o empecilho econômico. A Air France calcula que tal mistura gera um custo adicional de 4€ por passageiro. Para o valor ser competitivo é preciso que toda a indústria passe a adotar as opções ecológicas. Estima-se que o setor de aviação contribua com 2% das emissões totais de gases de efeito estufa no planeta. A indústria vem estudando possibilidades
para reduzir suas emissões poluentes e o combustível de óleo de cozinha da Air France integra os testes de fontes alternativas. Entretanto, para organizações ambientais, apenas a adoção de combustíveis não será su ciente para cumprir as metas climáticas. É preciso também reduzir o tráfego aéreo. Na França, um projeto de lei busca proibir voos curtos. A ideia é tirar de circulação os voos que podem ser trocados por uma viagem de trem de menos de duas horas e meia. Com sistema ferroviário bem desenvolvido, o trem já é usado para realizar muitas viagens no país. De todo modo, a medida, por enquanto, afetou apenas algumas rotas de voo.
Inteligência artificial projeta animação Óculos da Amazon cantando rap ganham versão escura ©GETTY IMAGES
e com filtro de luz azul ©AMAZON/DIVULGAÇÃO
A Amazon apresentou duas novas versões do Echo Frames, os ó c ulos da empresa que apresentam a assistente pessoal Alexa embutida. Segundo a empresa, ambas são resultados de sugestões enviadas pela comunidade, especialmente por parte de usuários que gostaram do produto, mas não precisam usar óculos de grau. As duas novas variantes são óculos escuros (com ou sem lentes espelhadas), voltados para
uso em ambientes externos, e com ltro de luz azul, que reduz os impactos na visão de muitas horas olhando para telas de c o m p u t a d o r o u c e l u l a r, especialmente durante a noite. São várias as funções dos óculos inteligentes: graças ao recurso de assistente pessoal, é possível pedir para a Alexa an ot ar l e mbre t e s , c o l o c ar alarmes, fazer pesquisas de estabelecimentos próximos e controlar o seu dispositivo de
música, caso você esteja fazendo exercícios. A venda dos modelos escuros começou na terça-feira (18), enquanto a versão com ltro para luz azul inicia em 9 de junho. Ambas estarão disponíveis somente na armação na cor preta, sendo que o preço é o mesmo do modelo tradicional: US$ 269,99 — R$ 1,4 mil em conversão direta de moeda. O cialmente, o produto não é vendido no Brasil.
A tecnologia avança conforme os anos e traz consigo debates sobre valor. Assim como diversos lmes de ação, seria a tecnologia algo que pode ser considerado inerentemente bom ou inerentemente mau? O tema divide opiniões e um vídeo de animação com inteligência arti cial fazendo rap usando vozes sintetizadas e de maneira inusitada repercutiu bastante.
O vídeo é um trabalho da Replica — uma startup de inteligência arti cial — que realiza conteúdos interessantes com fala sintética. A empresa contou que um funcionário descobriu como capturar áudio ao vivo de si mesmo fazendo rap e transferir “o tempo, a cadência e a energia de sua apresentação para uma de nossas vozes de inteligência arti cial”.
Além disso, adicionou um p ou c o d e an i m a ç ã o 3 D, renderização e pronto, este vídeo é o resultado. O recurso é uma integração a ser anunciada na GDC em julho deste ano, entre as ferramentas de síntese de voz. Assim, qualquer pessoa será capaz de “criar diálogos com sincronização labial para jogos e lmes, e até mesmo rap”, de acordo com a Replica.
CIÊNCIA 7
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Pegada de estegossauro Espécie rara de peixe é deixada há 100 milhões encontrada em Madagascar de anos Descoberta impressiona, afinal, espécie podia alcançar nove metros de comprimento e pesar até sete toneladas
Os celacantos eram considerados extintos até o final da década de 1930 e foram vistos poucas vezes nos últimos anos ©WIKIMEDIA COMMONS/DANIEL JOLIVET
©DIVULGAÇÃO/UNIVERSIDADE DE QUEENSLAND/KAITOGE
Grandes quadrúpedes herbívoros, os estegossauros são conhecidos por terem possuído as costas arredondadas, membros posteriores mais longos que os anteriores, além, é claro, a enorme cauda pontiaguda erguida ao ar, com placas largas e verticais nas suas costas. Por e ss as c ar a c te r íst i c as singulares, vestígios da espécie podem ser encontrados com maior facilidade por arqueólogos. Os primeiros registros fósseis da espécie dão conta do período da Guerra dos Ossos, entre 1877 e 1892. O dino foi originalmente nomeado pelo paleontólogo Othniel Charles Marsh, em 1877, no livro "A new order of extinct Reptilia (Stegosauria) from the Jurassic of the Rocky Mountains". Seus restos foram encontrados no norte da cidade colorada de Morrison, nos Estados Unidos. Desde então, diversos outros achados sobre a espécie vêm sendo feitos ao longo dos anos. O mais recente deles, publicado em fevereiro deste ano na revista cientí ca Palaios, dá conta de uma pegada de estegossauro encontrada na China. Além do tamanho, outra peculiaridade sobre o rastro impressiona. Na ocasião, a pesquisadora Lida Xing, que é professora associada da Universidade de Geociências da China, encontrou uma p egada da espécie que foi formada há cerca de 100 milhões de anos. O achado foi feito na cidade chinesa de Xinjiang. Estudos anteriores, como o feito pelo
paleontólogo omas R. Holtz Jr., publicado em 2012, aponta que os estegossauros podiam alcançar nove metros de comprimento. Além disso, eles podiam pesar entre 5,3 e sete toneladas. Mas o achado de Lida traz uma nova visão sobre o dino. A nal, a pegada que ela encontrou tinha apenas 5,7 centímetros de comprimento — o que fez os pesquisadores acreditarem que o estegossauro que deixou o rastro tinha o tamanho aproximado de um gato. “Esta é a menor pegada de estegossauro conhecida no mundo”, a rmou a pesquisadora em um comunicado o cial. “Ela se diferencia de outras pegadas de estegossauro encontradas na região, que mediam até 30 centímetros, e é diferente de rastros encontrados em lugares como Broome, no oeste da Austrália, que podem ter até 80 centímetros", completou o pesquisador da Universidade de Q ue ensland, da Aust rá lia, Anthony Romilio. De acordo com o estudo, a pequena pegada tem características semelhantes às de outras pegadas de estegossauro, com três impressões curtas, largas e arredondadas. No e nt anto, o s p e s qu is a d ore s descobriram que a impressão não era alongada como as impressões dinos maiores da espécie que foram encontrados em outros locais, o que sugere que aquele jovem estegossauro t i n h a u m c omp or t am e nt o diferente. "Os estegossauros
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FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
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normalmente andam com os calcanhares no chão, assim como os humanos, mas de quatro, o que cria pegadas longas", explica Romilio. "A pequena trilha mostra que este dinossauro est ava s e movendo com o calcanhar levantado do chão, assim como um pássaro ou gato faz hoje. Nós só vimos marcas curtas como essa nos casos em que dinossauros andaram sobre duas pernas". A descoberta levou Xing a apontar que os lhotes da espécie podiam andar "nas pontas dos pés" quando ainda jovens. "Isso poderia ser possível, pois essa é a condição ancestral e é a postura da maioria dos dinossauros; mas o estegossauro também pode ter passado a colocar o calcanhar no chão à medida que envelheceu", explicou. "Um conjunto completo de rastros dessas pequenas pegadas nos daria a resposta para essa pergunta, mas infelizmente só temos uma única p egada”, lamentou a professora associada da Universidade de Geociências da China. Agora, a missão dos pesquisadores, que contam com a ajuda de especialistas dos Estados Unidos e da Alemanha, é de encontrar outros lugares que possam ter registros da espécie. “Agora que nosso estudo identi cou nove lugares diferentes que têm rastros de dinossauros nesta localidade, vamos olhar ainda mais de perto para ver se podemos encontrar mais dessas pequenas pegadas", concluiu Lida Xing.
Em Madagascar, no Oceano Índico, pescadores encontraram um habitat desconhecido que pode abrigar uma população de peixes celacantos, considerados extintos até 1938. A espécie é datada em 420 milhões de anos, da época da Pré-História, como informou o Daily Mail. Os celacantos são raríssimos de se encontrar, sendo que apenas algumas vezes na última década o peixe foi visto, em lugares como a Indonésia e África do Sul. Pesando 90 quilos, o animal pode alcançar até 2 metros de comprimento, e vivem em uma área profunda, de 100 a 500 metros. Os pescadores alegaram que os celacantos foram capturados por acaso quando eles tentavam pescar tubarões. Devido a capacidade de alta inserção da rede, o equipamento conseguiu
chegar até onde os p eixes estavam escondidos. Um estudo de Andrew Cooke, divulgado no South African Journal of Science, explicou que “o advento de redes de emalhar de inserção profunda, ou jarifa, para a captura de tubarões, impulsionado pela demanda por barbatanas de tubarão e óleo da China em meados de 1980, resultou em uma explosão de c aptu r a s d e c e l a c ant o e m
Madagascar e outros países do Ocidente Oceano Índico”. No entanto, ao que parece, os peixes continuam em Madagascar, o local ainda pode se tornar um “epicentro” da esp écie. A descob er ta dos animais no país africano pode resultar na criação de centros de pesquisa e conservação dos celacantos, que integram a lista d o s bi c h o s a m e a ç a d o s d e extinção.
Rússia quer ir a Júpiter com espaçonave movida a energia nuclear ©GERALD EICHSTÄDT & SEAN DORAN/CC BY-NC-AS/NASA/JPL-CALTECH/SwRI/MSSS
A Roscosmos, agência espacial da Rússia, anunciou que está planejando uma viagem espacial interplanetária pra lá de audaciosa. Os russos querem usar uma espaçonave movida a energ i a nucle ar p ara uma viagem até Júpiter, com escalas na Lua e em Vênus. O módulo de energia, batizado de Zeus, será projetado para gerar energia su ciente para impulsionar c arg a s p e s a d a s n o e s p a ç o profundo e pode ser entendida como uma usina nuclear móvel. Uma série de países estuda soluções tecnológicas baseadas em energia nuclear para encurtar viagens espaciais. Atualmente, as espaçonaves dependem de energia solar ou da força da gravidade para acelerar. Porém, isso signi ca que uma viagem de ida e volta a Marte, por exemplo, pode levar mais de três anos. De acordo com a Nasa, a energia nuclear pode reduzir este tempo em até um ano. O s E s t a d o s Un i d o s , p or exemplo, pretendem colocar uma usina nuclear com um reator de 10 quilowatts na Lua já em 2027. Contudo, a Nasa enviou apenas um reator nuclear para o espaço até hoje, em um
satélite lançado em 1965. Apesar de rovers como o Curiosity e o Perseverance serem movidos a energia nuclear, eles não usam um reator. Por sua vez, a Rússia já colocou nada menos que 30 reatores no espaço desde os tempos da antiga União Soviética. No entanto, o módulo Zeus entraria para mudar o jogo, já que usaria um reator de 500 quilowatts para ir de um planet a a outro, segundo informações da agência estatal de notícias russa, Sputnik. O itinerário da missão prevê que a espaçonave se aproxime da Lua, siga em direção a Vênus,
onde poderá usar a gravidade do planeta para mudar sua direção, e vá até Júpiter, que é seu destino nal. Com isso, a espaçonave poderá conservar seu combustível. Com essa estratégia, a missão seria realizada em quatro anos e dois meses, segundo o diretor executivo de programas de longo prazo e ciência da Roscosmos, Alexander Bloshenko. O diretor também declarou que a agência e a Academia Russa de Ciências estão trabalhando para calcular a trajetória do voo e a quantidade de peso que a nave poderá carregar. A missão russa pode ser, em última análise, uma precursora para uma nova fronteira nos voos espaciais. Além do módulo Zeus, a Rússia também está projetando uma estação espacial que usa a mesma tecnologia de energia nuclear, relata o Science Alert.
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8 BEM-ESTAR
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Alcaçuz: benefícios, usos e possíveis riscos Descubra as propriedades medicinais do alcaçuz e confira os benefícios que pode proporcionar à saúde ©DIVULGAÇÃO
Salada de atum prática e saborosa ©GUIA DA COZINHA
estômago, reduzir a in amação e tratar problemas respiratórios. Com o tempo, a raiz de alcaçuz passou a ser usada para tratar azia, re uxo ácido, ondas de c a l o r, t o s s e e i n f e c ç õ e s bacterianas e virais. É possível encontrá-la na forma de cápsulas e suplementos líquidos. Além disso, o chá de alcaçuz a l i v i a d ore s d e g ar g ant a , enquanto os géis tópicos tratam doenças de pele como acne ou eczema. Embora contenha centenas de compostos vegetais, o principal composto ativo da raiz de alcaçuz é a glicirrizina, responsável pelo sabor doce e pelas propriedades antioxidantes, antiin amatórias e antimicrobianas. No entanto, a glicirrizina também está associada a muitos dos efeitos adversos da raiz de alcaçuz. Como resultado, alguns produtos usam alcaçuz deglicirrizinada, ou seja, sem o composto. Benefícios do alcaçuz: auxilia no tratamento de problemas de pele; reduz re uxo ácido e indigestão; pode ajudar a tratar úlceras pépticas; pode ter propriedades anticâncer; pode aliviar os sintomas de doenças respiratórias; pode proteger contra cáries: a raiz de alcaçuz pode ajudar a proteger contra bactérias causadoras de cáries; au x i l i a n o t r at am e nt o d e hepatite C. Consumir muito alcaçuz
durante a gravidez pode afetar n e g a t i v a m e n t e o desenvolvimento do cérebro do s eu b eb ê. Em um estudo, crianças nascidas de mães que comeram grandes quantidades de produtos de alcaçuz contendo glicirrizina durante a gravidez eram mais propensas a ter problemas cerebrais mais tarde na vida. Portanto, as mulheres grávidas devem evitar suplementos de alcaçuz e limitar a ingest ão de a lc aç uz em alimentos e bebidas. A dosagem adequada de alcaçuz depende da condição que precisa ser tratada. No entanto, as pessoas nunca devem consumir quantidades excessivas de alcaçuz na forma de alimentos ou suplementos. Os suplementos de alcaçuz estão disponíveis sem a glicirrizina, na forma de alcaçuz deglicirrizinado (DGL). A Organização Mundial da Saúde (OMS) a rma que um limite de 100 miligramas por dia de Fonte Con ável de ácido glicirrízico seria “improvável de causar efeitos adversos na maioria dos adultos”. No entanto, muitos doces e suplementos não listam a quantidade exata de ácido glicirrízico no produto. Essa falta de informações detalhadas torna a overdose uma possibilidade, especialmente para crianças que comem muito doce de alcaçuz por longos períodos.
Konjac, o alimento sem carboidrato e com baixo teor calórico De origem asiática, o Konjac tem presença garantida nas refeições de pessoas que desejam perder peso sem abrir mão de comidas saborosas Apelidado de "miojo milagroso", o konjac despertou curiosidade há pouco mais de
Nutricionista - CRN:14100665
oito anos quando a chef inglesa Nigella Lawson surgiu bem mais magra e atribuiu os resultados ao
alimento. Mas, antes de se popularizar, o tubérculo já era apreciado pelos japoneses que
V
arie a salada tradicional do dia a dia com uma d e l i c i o s a s a l a d a d e atu m prática. O preparo é muito simples e le va ap enas 10 minutinhos para car pronta!
Sal a gosto Modo de preparo Para o molho, misture todos os ingredientes em uma tigela e reserve. Em uma travessa,
disponha o ovo de codorna, a beterraba, a abobrinha, o tomate, a muçarela e o atum. Sirva regada pelo molho. Fonte: Terra
Ingredientes 10 ovos de codorna cozidos e cortados no meio 1 beterraba ralada 1 abobrinha ralada 2 tomates sem sementes picados 2 xícaras (chá) de queijo muçarela picado 2 latas de atum sólido escorrido Molho ½ xícara (chá) de azeite 2 colheres (sopa) de vinagre ½ xícara (chá) de hortelã picada
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE
O alcaçuz (Glycyrrhiza glabra ou Glycyrrhiza uralensis) é uma planta utilizada há milhares de anos na medicina popular e tradicional chinesa para tratar uma variedade de doenças. Embora tenha efeitos medicinais, pesquisas cientí cas dão suporte somente a alguns de seus usos — e vale ressaltar que o consumo pode não ser seguro para todos. De sabor doce, o alcaçuz também é popular como adoçante natural e os fabricantes às vezes o usam para mascarar o sabor desagradável de alguns medicamentos. O alcaçuz está disponível em muitas formas, incluindo chás de ervas, doces, cápsulas de ervas secas e extrato líquido. A medicina tradicional acredita que a raiz de alcaçuz seja capaz de tratar uma série de problemas de saúde, incluindo bronquite, constipação, azia, úlcera gástrica, eczema e cólicas menstruais. Embora o uso seja seguro na maior parte dos casos, consumo excessivo pode levar a efeitos colaterais graves e até envenenamento, de acordo com estudos. Na medicina tradicional chinesa, a raiz de alcaçuz é conhecida como gan zao. Na medicina ayur védica, é chamado de mulethi ou seu nome sânscrito yashtimadhu. O alcaçuz é uma erva nativa de algumas regiões da Europa e da Ásia. A raiz, us ada como remédio, contém glicirrizina, também chamada de ácido glicirrízico, que pode causar efeitos adversos quando ingerida em grandes quantidades. O uso medicinal de alcaçuz remonta ao antigo Egito, onde a raiz era transformada em uma bebida doce para os faraós. Além disso, tem histórico de uso como medicamento na China, no Oriente Médio e na Grécia Antiga para aliviar dores de
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
usavam a planta que dá origem à massa na produção de um chá. Por possuir como componente principal a glucomanan, bra que auxilia na redução dos níveis d e c ol e ste rol e mel hor a a sensibilidade à insulina, ele promove saciedade facilitando a perda de peso. Livre de glúten, sódio e de gorduras, essa opção de alimento vem conquistando, cada vez mais, médicos, nutricionistas e adeptos de uma alimentação s au d áv e l . a m a r a G a m a , fundadora e CEO da Konjac Massa MF, a rma que a massa também é bastante consumida por veganos, atletas e praticantes das dietas low carb e cetogênica. "Além da questão da ajuda no emagrecimento, o konjac possui um papel importante na redução do índice glicêmico. Isso, junto de funções nutricionais não pres entes nas tradicionais massas de farinha branca e glúten, fez com que a massa de origem asiática encantasse
muitas pessoas", explica a executiva. Entre os diversos benefícios, o vegetal é considerado o alimento natural mais rico em bras por possuir 64% do componente em sua composição. Isso permite que ele ajude a regular a digestão lenta e eliminar toxinas. Além disso, por possuir baixo índice glicêmico, ele reduz o aumento da insulina e, portanto, regula o m e t a b o l i s m o e o armazenamento de gordura. Ampliando a possibilidade de pratos com massa de konjac e com o objetivo de oferecer às pessoas uma alimentação que foge das restrições de dietas,
estão os produtos da Konjac Massa MF, marca pioneira na produção de alimentos low carb. Com sete diferentes tipos de massa em seu catálogo, sendo eles fettuccine, cabelo de anjo, espaguete, penne, noodles, lasanha e arroz, a Konjac Massa MF possui um sabor neutro e textura "al dente". "Eles são feitos com três ingredientes (água p u r i c a d a , b r a d e av e i a biológica e a farinha biológica do konjac) e contam apenas com nove calorias em cada 100 gramas, sendo livres de glúten, sódio, açúcar, lactose e qualquer produto de origem animal", acrescenta amara. Repleto de b enef ícios, o produto ainda possibilita o consumo de pratos considerados vilões em uma dieta saudável. "É grati cante permitir o consumo de alimentos com baixo teor calórico e rico em sabor, quando acrescentado temperos e molho a gosto. Desta forma, ca cada vez mais claro o porquê o konjac tem se tornado um queridinho nos pratos dos brasileiros", naliza a CEO.
SAÚDE 9
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Pesquisadores desenvolvem projeto para tratar dores crônicas com tecnologia de jogos de VR ©SHUTTERSTOCK
Até 50% da população do Reino Unido sofre com dores crônicas. Por isso, um grupo de pesquisadores da Universidade de East Anglia (UEA) está desenvolvendo um projeto para checar se a realidade virtual pode ajudar no tratamento e alívio das dores causadas por diversos fatores e doenças. O projeto futurístico usará uma tecnologia fornecida por um fone
de ouvido de VR (Virtual Reality) — fones usados em jogos de realidade virtual — que funcionará como uma “interface cérebro-computador”, onde as
p e ss o as s e r ã o e ns i na d as a controlar os elementos do jogo usando apenas o poder da mente. Para o Dr. Jordan Tsigarides, da Escola de Medicina de Norwich da UEA e médico de reumatologia do Norfolk and Norwich University Hospital, a realidade virtual oferece uma experiência imersiva e interativa aos usuários e, muitas vezes, transformadora, já que ativa e
impulsiona diversos sinais no cérebro. “A VR parece inundar o cérebro com uma in nidade de sinais audiovisuais, envolvendo os sentidos e desviando a atenção
do cérebro do processamento dos sinais de dor”, explica o médico. “No momento, há evidências de que a VR pode diminuir signi cativamente a dor aguda das pessoas. O que estamos procurando descobrir é se esse tipo de tecnologia pode ser usado para ajudar as pessoas que sofrem de dor crônica também”. O estudo está sendo desenvolvido em parceria com a Orbital Innovations e, juntos, eles criaram um programa de VR especí co para pacientes com dores crônicas causadas por síndrome de bromialgia e dor crônica após uma artroplastia total do joelho. O protótipo será testado em pacientes recrutados do NNUH e Addenbrookes com ajuda dos departamentos de Reumatologia, Ortopedia e Tratamento da Dor. “A Orbital Innovations tem trabalhado no desenvolvimento de uma tecnologia de realidade virtual, que oferecerá uma forma de mitigar os efeitos da dor crônica. Este projeto inovador de colaboração com a UEA abrirá novos caminhos em explorar totalmente as oportunidades empolgantes que esta tecnologia oferecerá aos pacientes no futuro”, disse Peter Brady, CEO
da Orbital Innovations. Para o reumatologista Tsigarides, o tratamento pode ser uma “intervenção futura”, visto que “pouco menos de 28 milhões de adultos no Reino Unido sofrem de dor crônica” causando uma epidemia de opioides — fármacos utilizados no tratamento das dores com efeitos similares com a da mor na. O intuito é que a realidade virtual transporte o paciente para outras dimensões, despertando sensações e, enquanto isso acontece, os pesquisadores coletam dados sobre a tecnologia na mente dos jogadores. “Os mundos virtuais que criamos têm como objetivo transportar os pacientes para
ambientes naturalistas e envolventes, seja viajando por um rio frio e nevado ou plantando em uma oresta quente e luxuriante. Por meio da VR, pretendemos envolver os pacientes por meio de desa os e jogos interativos, com o objetivo de entender mais sobre como essa tecnologia pode reiniciar as redes de dor do cérebro”. O p e s q u i s a d o r e reumatologista, que está esperançoso com o projeto, ainda acrescenta que, para muitos, a possibilidade pode parecer distante, mas que nos dias de hoje temos tecnologia su ciente para avançar cada vez mais quando o assunto é saúde. “Mover coisas com sua mente
parece algo saído diretamente de um lme de cção cientí ca, mas com a tecnologia de hoje, as interfaces cérebro-computador estão sendo cada vez mais usadas na pesquisa em saúde. Nós acreditamos que essa empolgante inovação, aliada à experiência imersiva do VR, vai aprimorar o alívio das dores quando se usa apenas o VR”, nalizou. No Brasil, de acordo com um relatório publicado em 2018 pela Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED) e divulgado pela Agência Brasil, ao menos 37% da população brasileira, ou 60 milhões de pessoas, relatam sentir dor de forma crônica, aquela que persiste por mais de três meses.
Cientistas descobrem anticorpos que podem ser a chave para a vacina contra HIV ©ISTOCK
Pesquisadores do Instituto de Vacina Humana da Universidade Duke (DHVI, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, detectaram anticorpos capazes de neutralizar o vírus HIV. A descoberta foi publicada na revista cientí ca Cell e pode ajudar no desenvolvimento de vacinas contra o vírus da aids. Segundo o diretor do DHVI, Barton Haynes, coautor do estudo, “esses novos anticorpos têm um formato especial e podem ser e cazes contra uma variedade de
patógenos”. Uma célu la de defes a encontrada tanto em macacos quanto em humanos foi descrita pelos especialistas como a responsável pela produção de anticorpos antiglicanos, que se ligam a um revestimento de açúcares na camada externa do vírus HIV, impedindo a infecção. Tais açúcares são chamados glicanos, daí a classi cação dos anticorpos como antiglicanos. Os glicanos compõem mais de 50% da camada exterior do vírus.
Há tempos, cientistas procuram u m mo d o d e i nv a l i d ar t a l estrutura, fazendo com que células do sistema imune, os linfócitos B, possam produzir outros anticorpos para neutralizar o agente infeccioso. E é justamente esse o mecanismo desencadeado pelo grupo de antiglicanos recémdescobertos, que ganharam o nome de Anticorpos Reativos ao Glicano Dimerizado com Fab (FDG), em tradução livre. “Na verdade, esses anticorpos são muito mais comuns nas células s a n g u í n e a s d o qu e out ro s anticorpos neutralizantes que visam regiões especí cas da c a m a d a e x t e r n a d o H I V ”, explicou Wi lton Wi l liams, primeiro autor do estudo, em entrevista à Revista Galileu. O problema é que os açúcares do HIV se parecem muito com os glicanos do hospedeiro e funcionam como um “escudo” para o vírus da aids. Isso faz com que o agente infeccioso se confunda com parte de sua
“vítima”, e não pareça de fato uma ame a ç a . D e a c ord o c om a pesquisa, porém, os antiglicanos c o n s e g u e m c o m b at e r e s s e funcionamento destrutivo. Para comprovar a tese, a equipe de cientistas is olou vários anticorpos FDG e analisou as suas estruturas, percebendo que as substâncias em muito se assemelham com outro antiglicano que combate o HIV: o 2G12, descoberto há 24 anos. Os formatos dos anticorpos do FDG e dos 2G12 permitem que eles se xem em uma porção especí ca dos açúcares do vírus. Outra descoberta positiva do estudo é que esses mesmos antiglicanos também são capazes de se ligar ao fungo candida albicans, causador da candidíase na região genital, que normalmente acontece devido ao enfraquecimento do sistema imunológico ou uso prolongado de remédios que podem alterar a microbiota genital, como antibióticos e antifúngicos, por exemplo.
Além disso, os anticorpos recém-descobertos podem se conectar a outros vírus, além do HIV, incluindo o SARS-CoV-2, c au s a d or d a c ov i d - 1 9 . No
entanto, são necessários mais estudos para melhor compreender como essa função p o d e r i a s e r e x p l or a d a e m benefício da nossa saúde.
10 Criança hoje, Criança amanhã
27 DE MAIO A 03 DE JUNHO/2021
ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
A Violê ncia contra a Mulher e a Criança. Suas diversas formas, cada vez mais naturalizadas — Parte IX Todos somos responsáveis e praticamos por ação ou omissão na prática diária e banalizada de Violência contra Mulheres e Crianças ©DREAMSTIME
A
Violência Vicária. Em tempos de relativização da verdade, que vem sendo igualada à mentira, sem nenhum pudor ou es cr úpulo, é muito fácil
outra é louca. Se com marcas visíveis, olho roxo, costela quebrada, laceração de vísceras, hematomas diversos, provas materiais, não é abalado o
desquali car a Voz de uma Criança, e/ou a Voz de uma Mulher. Uma mente, fantasia, a
convencimento de Operadores de Justiça que seguem o dogma da “mãe alienadora”, e agora
tamb ém o novo dogma da “implantação de falsas memórias” na Criança, como fazer com que haja a ESCUTA dessas Vozes que clamam por VIDA? Escutar sem pre c on c e ito s , e s c ut ar s e m prejulgamentos, escutar sem inquirição, só escutar. Por que d amos ouv ido, levianamente, a termos i mp or t a d o s , s e m bus c ar a Etiologia Cientí ca dessas invenções? E, quando não têm cienti cidade, assim mesmo, um lobby contratado consegue manter a falsa a rmação. É o caso da alienação parental, da falsa memória, da comunicação com o s m o r t o s p a r a “ s a r a r ”, judicialmente, os casos de abuso sexual intrafamiliar. Se a mãe não aceitar passar por mais essa série de violações, culminando com seu pedido de perdão, de joelhos, ao agressor, ela e a Criança serão submetidas à Privação Materna Judicial. Todos somos responsáveis e praticamos por ação ou omissão na prática diária e banalizada de Violência contra Mulheres e Crianças. Estamos compactuando com a Violência Institucional da interdição do exercício da maternidade para mães que fazem uma denúncia de abuso sexual ou de violência doméstica contra. Hoje já está bene ciando também genitores negligentes, genitores mal ou não pagadores de pensão alimentícia da Criança/Adolescente, instituindo que a Criança perca a mãe e a mãe perca a Criança. Toda a Ciência que fundamenta as Teorias do Desenvolvimento Infantojuvenil foi jogada no lixo.
A artimanha jurídica é tão re nada, com o apoio da Sociedade, que a Mãe se tornou um instrumento de Violência contra a Criança. A “mãe contagotas”. A Criança falou, a mãe denunciou, a Criança foi entregue para o abusador, e a mãe perdeu a guarda e foi afastada. Num segundo tempo, após um período de afastamento total, que pode durar alguns meses ou muitos anos, é concedido a esta Mãe o benefício de duas visitas por mês, vigiada de perto por alguém pago pelo genitor. Se conseguirmos nos colocar no lugar dessa Criança, de três, qu at ro, s eis anos, vamos dimensionar o que ela sente. Ela reuniu toda a coragem que tinha e falou para a mãe o que o genitor fazia no corpo dela. A Mãe prometeu que não ia continuar acontecendo. A Criança acreditou na Mãe. Falou para três, cinco, nove psicólogas em
Ação de Busca e Apreensão. A nal, a Mãe, perigosíssima, é alienadora, concluíram. Foi morar com seu abusador. Um dia, ainda nem sabe precisar o tempo depois porque ainda está aprendendo a diferença entre amanhã e ontem, a Mãe aparece, ca um pouquinho e não lhe leva com ela. É a mãe que continua a deixá-la com seu algoz. Só lhe resta a adaptação ao abuso e a desastrosa Retratação. É aqui que, insisto, cabe a ret irada for ma l da Mãe já retirada pela justiça. Dizer “não” à continuidade da tortura do lho/a é legítimo. Sair da justiça, se negar a perpetuar como instrumento de tortura contra a Criança, entregar formalmente a responsabilidade da Criança ao E s t a d o , a c r e s c i d o d e At a Notarial, não é desistir da maternidade. Ao contrário, é um Ato de Amor Materno. Nesse lastro de barbaridades, surge uma “solução para o processo”. Mas o que leva a justiça a eleger uma técnica NÃO cient í ca, p ara br incar de “s o l u c i o n a r ” p r o c e s s o s criminais? De um lado, a justiça exige provas materiais para o Estupro de Vulnerável. Na outra ponta, para fazer de conta que resolveu uma denúncia de crime intrafamiliar, essa mesma justiça corrobora e autoriza uma seita que evoca mortos em comunic aç ão de v ibraçõ es morfogenéticas (???), seguindo a ordem do amor (???), encontrando entre esses antepassados de várias gerações a s c e nd e nte s , o ve rd a d e i ro culpado pelo estupro da criança. Cu lp a e o D olo s ão assim igualados. E o autor, o que, efetivamente, cometeu o Estupro, é , d e v i d a m e n t e ,
©ISTOCKPHOTO
menina, 15 anos, foi m o r t a a p au l a d a s , retirada de uma festa. O suspeito, o ex-namorado, 25 anos, casado e pai de outra criança. Outra mulher foi morta a tiros quando estava com amigos comemorando alguma coisa. Na mesma noite, na mesma cidade. Caso isolado? Não, corriqueiro. Mulheres são assassinadas em c ur va cres cente. L ei, a do Feminicídio, belíssima, completa. Mas a Cultura da Vi o l ê n c i a a Vu l n e r áv e i s é estrutural. Crianças morrem porque “caíram da cama”. Sendo esta uma forma de violência que deixa marcas, às vezes, até a assinatura do autor, não devemos desconsiderar que temos as outras formas de violência que são invisíveis em critérios de materialidade. A Violência Sexual do Abuso Intrafamiliar, a Vi o l ê n c i a Ps i c o l ó g i c a , a Violência Moral, a Violência P a t r i m o n i a l , a Vi o l ê n c i a Institucional, e a Violência Vicária, aquela que é “nomeado”, por procuração silenciosa, o executor. De nida por falas como “eu não vou tocar um dedo em você, vou atingir o que mais você se importa, seu lho”, ou “eu não vou lhe matar, vou fazer você se suicidar”, a Violência Vicária elege um agente condutor da agressividade entre a própria f a m í l i a ou a s i n s t it u i ç õ e s encarregadas da proteção de vulneráveis, deixando garantida ainda a desresponsabilização. A inversão de fatos, de ações, de conceitos cientí cos que neste trajeto, perdem sua credibilidade cientí ca, ocupa o protagonismo do modus operandi. É fundamental, para estabelecer este cenário, que se promova uma confusão de ideias que apenas mudam de lado. São os mesmos termos, o mesmo raciocínio em So sma. Está estabelecida a
“estudos” revitimizantes. Mas quem se importa com isso. O Juiz ou Juíza deu uma ordem para que ela fosse presa por um PM em
desresp onsabilizado. Ao contrário, ele é enaltecido, e a vítima punida com a humilhação.
COMPORTAMENTO 11
27 DE MAIO A 03 DE JUNHO/2021
Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial
Feminismo nosso de cada dia
importante nisso! Quando falo em feminismo, particularmente, n ã o e s t o u m e re f e r i n d o à agressividade ou à rotulação generalizada de 'os homens' são maus. Nada disso... Feminismo não é a imposição do feminino, não é a anulação do masculino, nem a diminuição de i mp o r t â n c i a d o s h o m e n s . Feminismo é um movimento que busca a valorização da mulher, a igualdade de direitos e o reconhecimento respeitoso das diferenças. E acho até que a palavra
machismo deveria se referir à qualidade e importância do masculino, e não o contrário. Porém a história não foi boazinha com as mulheres. E quando falo isso, não excluo muitos homens que sofreram suas mazelas, porque muitos deles já sofreram opressões vindas da mesma fonte: um masculino doente. A força bruta tomou o lugar da doçura e vulnerabilidade, a sensibilidade passou a ser vista como fraqueza. E, num mundo onde era matar ou morrer, essa
força foi superestimada. A doença masculina começou a se manifestar em violência, opressão e abusos. E, sim, homens também sofreram e sofrem com isso. Aqu e l e s qu e n ã o t i n h am inclinação para a guerra, eram violentados, humilhados e agredidos. As mulheres então, eram tidas à força e molestadas de todas as formas. O 'macho' passou a ser visto como o mais forte, o opressor, o tirano. Mas é claro que, nem todos os homens eram ou são assim. O que determina isso são os valores, a índole, a personalidade de cada um. Por isso, sou contra a generalização. A carapuça não serve em todos. E se pensar ao contrário, se as mulheres fossem as fortes, não seriam elas as dominadoras? Quando vejo atitudes extremas, discursos cheios de ódio de mulheres contra os homens, penso que talvez essa história fosse escrita diferente. E o feminismo seria o agressivo, o opressor. Tudo parte da visão de mundo que nos é passada. Pe s s o a s f e r i d a s t e n d e m a transmitir suas dores e mostrar a face mais aterrorizante das
coisas. Mulheres que sofreram abuso na infância, tendem a ter uma imagem deturpada do mas c u lino. D es envolvem problemas sexuais, pânico, bloqueios, raiva. E, quando não conseguem curar essa ferida, transmitem esse ponto de vista machucado à suas amigas, lhas e netas. Muito similar ao que acontece com mulheres que cresceram vendo suas mães serem submissas ou violentadas por seus pares. Ou mesmo aquelas que sentiram rejeição paterna ou ausência afetiva dos pais. E isso tudo acontece aos homens também. A obrigação de cumprir um 'papel social', de ser o forte, também é passada por seus pais e avôs. Muitas vezes de forma agressiva ou violenta. Hom e n s t a m b é m s of re m abusos, e não só por outros homens. Mulheres também estupram. É horrível né, mas é verdade. E, justamente por isso, digo que o problema não está no gênero. Está na índole, na personalidade de cada pessoa. Somos frutos de aprendizados e experiências. Manifestamos hoje, as crenças que foram instauradas
em nossa infância. Agimos e reagimos ao mundo, conforme nossas dores e prazeres nos ensinaram. O feminismo está em mim e está em você. Porque o feminismo não luta somente pela v a l o r i z a ç ã o d a mu l h e r. O feminismo consciente fala sobre respeito e igualdade entre todos nós, independente de gênero. Ele resgata a sensibilidade que nos dá a força de sermos humanos, de
amar ao próximo, de querer bem. Luta, inclusive, pela liberdade do homem em não ser um opressor. E esse é para mim, um mundo ideal. Esse em que sonho viver e quero que meus lhos vivam. Um mundo onde se pode ser quem desejar, sem precisar tirar o que é do outro ou ser mais que o outro para se sentir importante. Onde nenhuma força seja exercida para causar dor na vida dos outros. Igualdade e respeito, a todos!
©PIXABAY
N
machismo é empregada erroneamente, se pensarmos dessa forma, herança de uma crença coletiva instaurada. O
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em adianta dizer que essa luta não é sua. Mesmo se você for homem. Aliás, você é parte
"Xiii, não lembro". É normal esquecer as coisas à medida que envelhecemos? ©ISTOCK
Sim, é natural car mais esquecido com o tempo. As falhas, ou lapsos, de memória começam por volta dos 30 anos e aumentam gradativamente a cada década. Isso tem a ver com a morte dos neurônios, principalmente da área préf rontal do cérebro. Agora, quando a perda cognitiva ocorre de forma acelerada, é percebida principalmente em idosos e prejudica não apenas memória, como atenção, comportamento, movimento, linguagem e outras funções, é sinal de que há algo errado, sendo necessária a avaliação de um médico para descobrir a causa e tratá-la. "O problema pode ter a ver com efeito colateral de remédios, de ciência de alguma vitamina, como B12, aumento da pressão intracraniana", explica Natan Chehter, geriatra da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da A Bene cência Portuguesa de São Paulo. "S e não for isso, investigamos a presença de tumores e doenças como Alzheimer, Parkinson, corpos de Lewy (LBD), demência frontotemporal (DFT) e outras, como as vasculares, decorrentes d e u m AVC g r an d e ou d e pequenos infartos na cabeça",
complementa. Além de não ser abrupto, o processo de esquecimento nor ma l, rel acionado ao envelhecimento natural do cérebro, tem sintomas discretos. Para começar, o grau da perda de memória é sempre leve, passageiro e não representa perigos reais, di culdades e dependência para desempenhar ações rot ineiras (cozin har, s e autolocalizar, dirigir, tomar medicações). "É muito mais comum a pessoa car desatenta, um pouco devagar no raciocínio e sentir certa di culdade em lembrar palavras, nomes e fatos recentes", informa Fábio Porto, neurologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Ta m b é m é n o r m a l n ã o conseguir dividir o foco entre duas tarefas ao mesmo tempo, como assistir TV e conversar simultaneamente. A pessoa pode se queixar de perda de memória, quando na verdade a questão é dé cit de atenção. Ela não fabricou lembranças porque nem se concentrou. Além disso, as habilidades cognitivas s ão diferentes de pessoa para pessoa e
a velocidade de processamento também e ela pode car mais lenta não só devido ao envelhecimento, como pelo excesso de informações, ansiedade, tensão, estresse e grau de complexidade do assunto. Para fortalecer a memória e evitar sua perda é importante praticar atividades f ísicas, caprichar na interação social, tratar doenças crônicas, dormir bem, manter uma dieta saudável, evitar vício em álcool e cigarro e levar uma vida mais positiva e descontraída. Sim, alegria e animação ajudam a memória, segundo um estudo publicado este ano no periódico Psychological Science. "Desa ar o cérebro e mantê-lo
na ativa também é imprescindível. Na prática, isso signi ca trabalhar rotinas e aprendizados novos para criar uma reserva cognitiva", r e c o m e n d a Yu r i B u s i n , psicólogo, mestre e doutor em neurociência do comportamento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e diretor do Centro de Atenção à Saúde Mental — Equilíbrio (Casme). Vale aprender novas línguas e músicas; repetir e somar números de placas de carros, telefones, datas de aniversário; anotar em uma agenda as coisas importantes que estudou; buscar passatempos que demandem concentração e criatividade, c om o p a l av r a s c r u z a d a s e
desenho; jogar xadrez e baralho; pensar antes de dormir na ordem das tarefas que realizou no dia. Até andar com o corpo para trás por cerca de dez metros pode contribuir para se ter uma memória melhor, sugere outro estudo, da Universidade de Roehampton, na Inglaterra. Agora, quando é diagnosticada uma doença, principalmente neurodegenerativa como o Alzheimer, prevalente após os 65 anos, e a memória já falha a ponto de a pessoa confundir passado e presente e não se lembrar de lu g a re s e e nt e s próx i m o s , convers as e compromiss os importantes, entram em cena os t r a t a m e n t o s . Po r é m , v a l e ressaltar que nem toda perda estabiliza ou melhora e quando se torna irreversível é possível apenas retardar sua progressão. "Os remé dios ajudam no desempenho diário, diminuem os sintomas como agressividade, sonolência, apatia. Mas são ganhos temporários, porque as demências não têm cura e chega uma hora que progridem independente de tratamento", es clarece o geriatra Natan Chehter. "Essa é uma situação difícil para todos, pois apesar de a pessoa parecer bem sicamente, sua
mente já não é a mesma. Por isso, é importante logo no início dos sintomas não só procurar ajuda médica, como os familiares se ajudarem, apoiarem sempre o doente e também o acompanharem nos programas e tratamentos para se acostumarem a essa nova realidade", recomenda o psicólogo Yuri Busin. Tem mais. Baseado em suas experiências de consultório, o neurologista Fábio Porto alerta para que a família e os cuidadores não forcem o paciente dementado a se lembrar de acontecimentos esquecidos, pois essa pressão não ajuda, pelo contrário, causa frustração, ainda mais se for um idoso com idade avançada. "É a mesma coisa que pedir para um paraplégico se levantar e andar, não é algo simples. Não tem a ver com falta de vontade ou esforço e não adianta perguntar repetidamente. Para a pessoa é como se fosse a primeira vez. Então, precisamos falar abertamente sobre problemas de memória para educar a sociedade e não tem que ser tabu como era no passado, quando o Alzheimer era tratado como qualquer demência senil a m de se evitar estigmas", diz Fábio.
12 OLHAR DE UMA LENTE
27 DE MAIO A 03 DE JUNHO/2021
HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Fundão, grande produtor capixaba de mel N
sendo árdua desde que fundamos a associação, são quase vinte anos que procuramos nos organizar e
terra, nós, seres humanos, teríamos, no máximo, três ou quatro anos de vida”, isso porque 70% dos alimentos
©HAROLDO CORDEIRO FILHO
os últimos anos a apicultura vem se tor nando uma ótima alternativa para os
e s t r u t u r a . Te m o s conhecimento disso porque estamos sempre participando de reuniões ministradas pelo Serviço de Apoio ao Micro e Pequeno Empreendedor (Sebrae)”, completa. Como suporte ao trabalho desenvolvido, a fundação conta com parcerias importantes da Suzano e do
administração e eu acredito na seriedade dessa nova gestão”, esclarece. Procurado pela nossa rep or tagem, o prefeito Gilmar se colocou à disposição da associação e de todos os produtores de mel município. “Estamos de olhos bem abertos para a produção de mel, vamos buscar recursos para
com a associação para ver qu ais as out ras necessidades. Vamos trazer o Sebrae para o processo e fazer com que o mel se torne mais ainda uma referência para o município... Ele será atrelado ao ecoturismo, como vem acontecendo de forma satisfatória em outros municípios”, declarou o prefeito. ©DIVULGAÇÃO
que a população mundial consome, as abelhas são as responsáveis por eles... Entraríamos em colapso com o extermínio delas”, alerta. André explica ainda que muitos não sabem, mas Fundão é referência, no Estado, na produção de mel. “Os dezesseis apicultores associados à Fundamel, produzem, em média, 40 toneladas/ano e, se incluirmos os não associados, posso dizer que a produção anual chega a 100 toneladas. Os municípios de São Mateus, Muqui e outros já criaram a
Galpão — bairros Campestre I e II Estaleiro Jurong, empresas que dão consultoria técnica para produção e cedem áreas para criação de novos apiários. “O nosso projeto de produção de rainhas é patrocinado pelo Estaleiro
melhorar toda cadeia p r o d u t i v a d o s e t o r. A participação do município como indutor é importante, queremos dar condições aos produtores de modo geral com vias de acesso
Outro a se manifestar foi Rafael Palauro, secretário de Agricultura, Transporte e Serviços Urbanos, que se d iss e a d m i r a d o c om o trabalho desenvolvido pelos apicultores do município. TATI BELING
©HAROLDO CORDEIRO FILHO
ter reconhecimento do poder público municipal, mas, infelizmente, só recebemos não como r e s p o s t a”, d e s a b a f a o apicultor. Acrescentando que a grande di culdade enfrentada é a falta de conhecimento dos gestores sobre o processo de produção de mel e o retorno econômico que traz para a agricultura. “Nosso município tem um potencial fantástico para o plantio de café e a abelha tem uma importância enorme no processo de polinização. Albert Einsten já dizia que “se a abelha
©HAROLDO CORDEIRO FILHO
produtores familiares de vários municípios do Estado e no município de Fundão não é diferente. Há anos, o município vem se mantendo no topo da produção de mel no ranking capixaba, mesmo com todo o desinteresse e a falta de apoio do poder público, a atividade surpreende. Apesar de tudo, a apicultura pode se tornar uma das principais atividades de diversi cação agrícola no município. Essa a rmação é de André Antônio Lopes, um dos fundadores da Associação dos Apicultores de Fundão
Rafael Palauro, Gilmar e André
André Manuseando colmeias (Fundamel). “A batalha vem
desaparecesse da face da
Casa do Mel, com excelente
Jurong, é um projeto que está em fase embrionária, são três anos de trabalho, mas vamos chegar no nível de excelência. Já tivemos reunião com o prefeito Gilmar B orges e ele já sinalizou que essa questão faz parte do projeto da atual
melhoradas e outras benfeitorias. O município tem um galpão nos bairros Campestre I e II e parte dele pode se tornar uma unidade de envasamento, estocagem e comercialização do produto. A partir desse movimento, vamos sentar
“Não podemos car somente na produção de café e de banana, precisamos expandir as culturas, e a apicultura pode ser mais uma opção. O caminho é esse e a cadeia produtiva de mel terá todo apoio dessa nova gestão”, con rmou.
BRASIL 13
27 DE MAIO A 03 DE JUNHO/2021
A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Luciano Machado (PV)
Sérgio Majeski (PSB) LUCAS SILVA/ALES
Deputado Luciano Machado apresenta PL que obriga afixação de cartazes em combate ao abuso e exploração de crianças e adolescentes Com a nalidade de combater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes e ampliar a divulgação de disque denúncia, o deputado estadual Luciano Machado (PV) apresentou esta semana na Assembleia Legislativa o projeto de lei nº 207/2021. A iniciativa visa a xar cartazes em todo o estado divulgando o serviço de disque denúncia — o Disque 100 — referente a crimes, em diversos espaços públicos e privados. Empresas de comércio varejista de brinquedos e artigos recreativos; Parques de diversões temáticos; Brinquedotecas e locais do tipo em estabelecimentos comerciais e residenciais, entre outros locais. "A mensagem a ser disseminada através dos cartazes reforça a campanha: Abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes são crimes e os cartazes com dizeres e informando o número para denunciar podem ser um instrumento para a vítima se pronunciar, se atentar. E os locais determinados a receberem foram escolhidos justamente por serem de grande circulação desse público-alvo", ressalta o deputado.
Projeto permite enquadramento de jornalista como microempreendedor individual O Projeto de Lei Complementar 30/21, do Senado, permite a jornalistas serem incluídos no Simples Nacional como microempreendedores individuais (MEI). Atualmente, os jornalistas já podem constituir microempresas ou pequenas empresas e se enquadrar no Simples Nacional. Contudo, eles não fazem parte das categorias dos microempreendedores individuais, que têm acesso a regras mais bené cas do que as do Simples, como enquadramento simpli cado e carga tributária reduzida. Segundo o autor do projeto, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), a realidade do mercado de trabalho mostra que a maior parte dos jornalistas tem r e n d i m e n t o s e q u i v a l e nt e s a o s d e ©EMÍLIA SILBERSTEIN/UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA microempreendedores individuais, com receita anual de até R$ 81 mil. Os microempreendedores individuais fazem um recolhimento de impostos de forma simpli cada, em valores xos, hoje em torno de R$ 50 mensais. Também estão isentos de tributos federais, como Imposto sobre Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Co ns) e Contribuição para o PIS/Pasep. “A equivalência do jornalista ao microempresário individual trata-se de providência de equidade. A realidade do mercado de trabalho da atividade jornalística é a de abundância de atividades autônomas, chamadas de freelancer. Nessa condição, o jornalista, não raro, se torna empresário de si mesmo e, assim, passa a empreender em diversas frentes e mídias para garantir sua renda”, justi ca Veneziano.
Aprovada emenda de Rose que beneficia uso de ganho de venda de imóvel na compra de outro ©SP IMÓVEIS
O plenário do S e n a d o aprovou, em sessão remota nesta quartafeira (26), emenda da senadora Rose de Freitas (MDB-ES) o projeto de lei
BRASIL ESCOLA/UOL
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
Majeski defende reforma administrativa começando pela elite dos Poderes O deputado Sérgio Majeski (PSB) fez duras críticas à reforma administrativa — a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, que tramita na Câmara Federal. O parlamentar destacou que a proposta não é fruto de um diagnóstico sobre a situação atual e pode prejudicar os servidores com salários mais baixos, como professores e policiais. “Para uma mudança dessas, primeiro, faz-se um amplo diagnóstico para ver onde estão os problemas, onde estamos gastando muito e gastando mal. A reforma administrativa que tramita no Congresso trata de férias, estabilidade, en m, mas não se sabe se realmente resolve o problema. No setor público, infelizmente, os que menos ganham são os que mais trabalham, e aqui cito os professores e os policiais. Não dá para jogar a conta da reforma administrativa para os servidores, em especial os que mais trabalham, porque não são eles os que mais gastam”, disse o parlamentar. Majeski também falou que a instância legislativa precisa dar sua contribuição. “Para fazer uma reforma administrativa nós precisamos olhar para o teto. Existe uma diferença enorme entre os que mais ganham e os que menos ganham. Precisamos começar essa reforma pelo topo do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Para se ter uma ideia, o orçamento do Legislativo Federal é de R$ 12 bilhões, isso é quase o PIB de um estado como Roraima e o Acre, por exemplo. O orçamento da nossa Assembleia Legislativa é de mais de R$ 200 milhões. Temos que cortar na própria carne”, defendeu o parlamentar.
Reforma tributária precisa sair neste ano, diz Pacheco após reunião com Lira e Guedes REPRODUÇÃO/TV SENADO
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a rmou nesta segunda-feira (24) q u e o L e g i s l at i v o e o Executivo concordam com a ideia de que a reforma tributária precisa sair ainda este ano. A avaliação foi feita após Pacheco se reunir com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o
ministro da Economia, Paulo Guedes. “No encontro desta segunda-feira,24, com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, tivemos um consenso de que a reforma tributária é fundamental, urgente, e de que precisamos simpli car o sistema de arrecadação, mas sem gerar aumento de carga tributária para os contribuintes brasileiros”, disse Pacheco. O presidente do Senado registrou que a reforma tributária será votada na forma de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e projetos de lei, com sintonia entre Câmara e Senado. Ele ressaltou que no encontro também se discutiu a necessidade de um novo Re s (que é um programa de recuperação scal). “Parte da reforma será da incumbência do Senado Federal, inclusive a discussão constitucional. Reforma constitucional em matéria tributária caberá ao Senado tramitar, assim como também o programa de regularização tributária, um novo Re s, para poder proteger pessoas físicas e jurídicas nessa regularização tributária. A Câmara dos Deputados cará incumbida de uma série de projetos de iniciativa do Poder Executivo que discutam a base do imposto de renda, de IPI, Pis e Co ns”, acrescentou. Para Pacheco, há consenso entre o Congresso e o governo federal de que a reforma tributária é urgente e precisa ser abrangente. “Há uma comunhão de esforços entre as duas Casas, devidamente alinhadas com o Poder Executivo, para que possa haver a mais ampla possível reforma tributária no Brasil”, a rmou o presidente do Senado. suspendendo, até 31 de dezembro deste ano, a taxação do uso dos ganhos da venda de um imóvel na compra de outro depois de seis meses. Pela legislação atual, o contribuinte que vende um imóvel tem até seis meses para comprar outro sem ter de pagar imposto. Acima de seis meses, recolhe ao Fisco federal 15% sobre a diferença de preço entre o imóvel vendido e o comprado, percentual que é a taxação do chamado “ganho de capital”. Rose justi cou sua emenda argumentando que os efeitos adversos da pandemia se estenderam este ano. E a expectativa do decreto reconhecendo o estado de calamidade pública pela covid-19 era de dezembro de 2020. “Infelizmente, ainda persistem e tendem a continuar até o nal deste ano e, portanto, é coerente atualizar até 31 de dezembro de 2021 a suspensão do prazo para gozo do benefício de isenção”, diz a justi cação.
FNDE repassou mais de R$ 3,9 bilhões à educação no primeiro quadrimestre de 2021 Os investimentos foram realizados por meio de programas da educação básica e superior O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) é uma autarquia federal responsável pela execução de políticas educacionais do Ministério da Educação (MEC). A m de garantir uma educação de qualidade para todo Brasil, o FNDE se tornou parceiro de todos os estados, municípios e Distrito Federal. Somente durante o primeiro quadrimestre de 2021, o FNDE realizou o repasse de mais de R$ 3,9 bilhões às instituições contempladas pelas ações do MEC e do Fundo. Por intermédio do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) foram entregues mais de 127 milhões de livros e exemplares às escolas de educação básica. Foram atendidas, nesse primeiro quadrimestre, 130.321 escolas, totalizando um investimento de R$ 1,11 bilhão. O FNDE também atendeu, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), mais de 40 milhões de estudantes em 150 mil escolas. Oferecendo 50 milhões de refeições diárias, o investimento total entre janeiro e abril deste ano foi de R$ 1,5 bilhão. O Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE), outra ação do MEC em parceria com o FNDE, recebeu R$ 211,1 milhões em recursos do Fundo, que foram distribuídos a 5.147 municípios e bene ciaram 4,2 milhões de estudantes. Além disso, também foram investidos R$ 210,5 milhões no PDDE Básico e Emergencial, recurso que bene ciou 48.189 escolas brasileiras; e R$ 74,5 milhões, que foram repassados pelo FNDE por meio do programa Caminho da Escola, com 1.346 ônibus entregues e 92 municípios bene ciados. Por m, no primeiro quadrimestre de 2021, o FNDE: Concluiu 162 obras, sendo 61 do Proinfância; Repassou R$ 113,3 milhões por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR); Investiu mais de R$ 703,9 milhões no Financiamento Estudantil (Fies); e Formalizou 20 mil novos contratos..
Comissão Especial de Inquérito para apurar possíveis irregularidades da Cesan e Ambiental
Os vereadores serranos pleiteiam a instauração de CEI para apuração do cumprimento de contrato do segmento de Saneamento celebrado entre a Concessionária de Saneamento Ambiental Serra S/A e a Companhia Espírito-santense de Saneamento — CESAN do Estado do Espírito Santo para Concessão Administrativa para a ampliação, manutenção e operação do Sistema de Esgotamento Sanitário do Município de Serra, baseado nas inúmeras reclamações de munícipes quanto a má qualidade na execução dos serviços de reparos nas redes de esgoto e recapeamento asfáltico nos locais onde já ocorreram as intervenções promovidas pela Concessionária, bem como a morosidade na implantação, ampliação e/ou melhoria na e ciência das ETEs no município.
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Bairro da Alemanha quer banir carros das ruas
Kickboxing ©HAROLDO CORDEIRO FILHO
©ADEPT/KARRES EM BRANDS/REPRODUÇÃO/FAST COMPANY
Um novo bairro planejado no subúrbio fora de Hamburgo, na A l e m an h a , te m u m a nov a proposta de mobilidade urbana: tirar os carros das ruas. Os moradores poderão dirigir, mas não será possível estacionar nas vias públicas, conta a Fast Company. Assim, a maioria das pessoas provavelmente optará por nem usar automóveis. O novo bairro contará com sete mil casas e cinco mil escritórios no que atualmente são terras agrícolas. A área ca próxima a uma estação de trem que leva passageiros ao centro de Hamburgo em menos de 15 minutos. “Não é um bairro sem carros, mas é uma rua sem estacionamento”, disse Darius Reznek, sócio-gerente da Karres en Brands, empresa de design holandesa que está trabalhando com a companhia dinamarquesa A d e p t n o p r o j e t o, à F a s t Company. “Portanto, não haverá carros estacionados na rua. Basicamente, não queremos que os carros de nam a aparência das ruas. Queremos respeitar os pedestres e o espaço público, e não deixá-los entupidos de estacionamento”. Existem construções mais antigas na área, feitas na década de 1970, mas são apenas residenciais. A ideia do novo bairro é construir também escolas, lojas e escritórios onde os residentes podem ir a pé ou de bicicleta em poucos minutos. Um 'círculo verde' em forma de parque será construído ao redor da vizinhança. “As ruas se tornam muito mais recreativas e
são usadas como uma espécie de sala de estar compartilhada [em vez] de apenas dar lugar a carros”, diz Martin Laursen, sóciofundador da Adept. As pessoas que optarem por continuar dirigindo poderão usar estacionamentos da região, que terão espaços térreos com outras funções, desde academias a hortas urbanas. Mas a distância até essas garagens será grande e, na maioria dos casos, será mais fácil evitar os carros nesse subúrbio da Alemanha. Bairro sustentável Já foi dito também que a área será neutra em termos de energia e, quando o desenvolvimento começar em alguns anos, os e d i f í c i o s us ar ã o a mel hor tecnologia disponível na época. Sistema de canais, telhados verdes e outros espaços verdes que podem absorver água para
proteger os edifícios quando chover serão feitos, por se tratar de uma área propensa a inundações. A expectativa é que o empreendimento seja inaugurado em apenas quatro anos, em 2025. Mas todo o projeto não deve car pronto antes de 2040. Nessa época, é possível que os moradores do bairro já estejam usando carros elétricos. Mas o plano urb ano das empresas vai além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O objetivo é mostrar como o espaço público das ruas pode ser usado de forma diferente. Reznek diz que carros não são necessariamente uma coisa ruim. “Eles apenas determinaram, um pouco demais, a aparência de nossos bairros nas últimas décadas, e queríamos mudar isso”.
Adival Júnior, professor de kickboxing, em determinados horários dá aula no calçadão de Jardim Camburi, em dupla ou trio, falou sobre as características da modalidade para o Fatos & Notícias. O esporte é praticado com movimentos de socos, chutes e joelhadas e o round dura entre dois a três minutos. A modalidade vem sendo difundida como forma recreativa, não como luta em si e trabalha o corpo todo, sendo uma boa opção para quem corre de academia.
“As aulas são tanto para a l ong ame nto, t r ab a l ho d e mobilidade e aquecimento, mas sempre agregadas à luta... Vai de acordo com o objetivo do aluno. Têm alunos que buscam mais a parte da luta, aprender a técnica, que é também uma forma de autodefesa, e tem a galera que busca mais como atividade, perder peso e buscar uma válvula de escape, desestressar mesmo. Oportuniza você fazer uma atividade física de forma lúdica, é bem bacana”, disse o professor. Para Maria Eduarda, estudante
de Direito, falou que o kickboxing é uma forma de desestressar, “eu que passo o dia estudando, co ansiosa para chegar o dia de treinar para aliviar a mente”, a rma. O Ki ckb ox i ng su rg iu na década de 70, nos Estados Unidos, quando os caratecas tradicionais estavam cansados d a s c omp e t i ç õ e s q u e n ã o permitiam um contato pleno, e começaram a adaptar protetores de pé e mão para que os contatos fossem permitidos, só que com pouco risco de lesão.
Município mineiro é palco de achados envolvendo fósseis de dinossauro A transmissão será no canal da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas
©ADIVULGAÇÃO/PALEOARTISTA/RODOLFO NOGUEIRA
De acordo com informações publicadas pelo jornal Estado de Minas, um bloco de arenito calcífero contendo fósseis de dinossauros foi encontrado em área que pertence à empresa de mineração, em Minas Gerais. A descoberta foi feita após escavações no local, que ca a cerca de 50 quilômetros de Uberaba. De acordo com a
reportagem, os fósseis em questão datam entre 70 e 66 milhões de anos. Agora, o material foi encaminhado para o Museu dos Dinossauros de Peirópolis, no distrito rural de Uberaba. A Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) a rmou que contou com muita ajuda para realizar o achado,
além de uma equipe de especialistas, a comunidade local também foi valiosa na expedição, principalmente para transportar o material recolhido. De acordo com o técnico em paleontologia, Paulo Macedo, acredita-se que o maior dos fósseis encontrado na região seja o fragmento de um fêmur de um dinossauro da família dos Abelissauros, conhecidos por serem carnívoros e também pelo grande porte. “O abelissauro possuía um crânio grande e leve que poderia ultrapassar 80 centímetros de comprimento, possibilitando mover a cabeça com facilidade, isso aliado às pernas musculosas, que o transformavam em um terrível predador”, revelou o pesquisador.
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COTIDIANO 15
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Ilhas de calor são mais prejudiciais para pessoas negras, aponta estudo ©OLEKSANDR DIBROVA/FOTOLIA
Pesquisadores da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos, concluíram que as ilhas de calor afetam mais as pessoas negras em comparação com as branc as. Us ando d ados de temperatura fornecidos pelo gove r n o e o ú lt i m o c e ns o realizado nos EUA, os cientistas descobriram que, em quase todas as grandes áreas urbanas, os bairros com mais moradores negros possuíam maior número de ilhas de calor. Os resultados surpreenderam até mesmo os autores do estudo, que encontraram essas disparidades em 169 das 175 maiores regiões metropolitanas d o s E s t a d o s Un i d o s . “ E u esperava ver que as pessoas negras tinham uma exposição maior ao efeito da ilha de calor, talvez na maioria das cidades”, disse o professor de economia ambiental da Universidade Estadual do Arizona, Glenn Sheriff, ao Phys.org. As ilhas de calor podem ser de nidas como locais sem litoral,
Homem cego volta a enxergar parcialmente após terapia genética inédita ©ISTOCK
em geral, carregados de concreto, com pouca ou nenhuma área com grama natural, árvores ou arbustos. Por essas características, essas áreas costumam atrair e reter mais calor que as áreas mais arborizadas ou litorâneas. Essas ilhas têm sido usadas pelos pesquisadores como um substituto para a exposição ao calor extremo para ns de pesquisa. “A física por trás da ilha de calor urbana signi ca que os maiores au m e nt o s d e t e mp e r at u r a
ocorrem nas partes centrais das áreas urbanas”, disse Ken Kunel, cientista sênior da Administ ração O ce ânica e Atmosférica Nacional, que não fez parte do estudo. Pessoas que vivem próximo a ilhas de calor podem enfrentar dias mais quentes, noites com menor resfriamento e ar mais poluído. Essas condições podem contribuir para mortes e doenças relacionadas ao calor, como derrames, di culdade respiratória, câimbras e exaustão.
Uma terapia genética conseguiu fazer com que um homem cego voltasse a enxergar de forma parcial. Esse é o primeiro caso conhecido desse tratamento sendo aplicado e tendo um resultado positivo em uma pessoa sem visão. O paciente, de 58 anos, sofria de retinite pigmentosa, uma doença hereditária que leva à perda da visão progressiva devido a mutações que causam danos nas células fotorreceptoras sensíveis à luz na retina. A condição é considerada bastante rara e afeta cerca de dois milhões de pessoas no mundo inteiro, s egundo estimativas. A terapia genética pode ajudar os portadores dessa condição a recuperarem a visão. É importante ressaltar, no entanto, que o tratamento ainda está em estágio inicial e só deve começar a ser aplicado com mais frequência daqui a alguns anos.
O homem cego que voltou a ver tinha a capacidade de diferenciar a luz. Ou seja, não era capaz de enxergar, mas podia saber se estava em um local claro ou escuro. Com o tratamento, ele foi capaz de voltar a ver com um de seus olhos. A técnica é chamada de restauração optogenética e usa um combinação de terapia gênica e pulsos de luz estimulando o olho. Apesar de não ser novo, é a primeira vez que o método é utilizado para recuperar a visão de um paciente com doença neurodegenerativa. “Apresentamos a primeira evidência de que a injeção de um vetor de terapia gênica de expressão de sensor optogenético combinada com o uso de óculos estimulantes de luz pode restaurar parcialmente a função visual em um paciente que tinha uma acuidade visual de apenas percepção de luz”, diz
o estudo. No estudo, o homem cego recebeu uma injeção intravítrea com um vírus adenoassociado em seu olho com pior visão. O objetivo foi infectar o tecido do olho com um vírus bené co, cheio de proteínas sensíveis à luz, que reagiram ao tratamento com pulsos de luz. “Os óculos estimuladores de luz c apturam imagens do mundo visual usando uma c âmera neuromór c a que detecta mudanças de intensidade, pixel a pixel, como eventos distintos”, completaram ainda os pesquisadores. “Posteriormente, o paciente testemun hou uma g rande melhora nas atividades visuais diárias, como detectar um prato, caneca ou telefone, encontrar um móvel em um quarto ou detectar uma porta em um corredor, mas apenas com o uso dos óculos”, nalizaram.
Áreas aparentemente estéreis, no Saara Ocidental e no Sahel, revelaram algo surpreendente. Imagens de satélite agraram que cerca de 1,8 bilhão de ár vores vem crescendo na re g i ã o. D e a c ord o c om o profess or de ge og ra a d a Universidade de Copenhagen e principal autor da pesquisa, Martin Brandt, certamente e x i s t e m v a s t a s áre a s s e m árvores, mas entre as dunas de are i a é p o s s íve l o b s e r v ar algumas árvores crescendo. A pesquisa fornece aos p e s q u i s a d o re s d a d o s q u e podem ajudar a orientar os esforços p ara comb ater o desmatamento. “Para preservação, restauração, mudanças climáticas e assim por diante, dados como este são muito importantes para estabelecer uma linha de base”, a rma Jesse Meyer, um programador do
Goddard Space Flight Center da Nasa que trabalhou na pesquisa. “Em um ano, dois ou dez, o estudo pode ser repetido para veri car se os esforços para revitalizar e reduzir o desmatamento foram e cazes ou não”, diss e ele em um comunicado à imprensa da Nasa. Em áreas mais arborizadas aparecem com mais clareza nas imagens de satélite, mesmo em baixa resolução, e são facilmente distinguíveis. Mas em regiões onde o verde é reduzido, as imagens de satélite podem ter di culdades em detectar árvores individuais ou mesmo em pequenos grupos. Mesmo com a disponibilidade de imagens em alta resolução, contar árvores individuais, especialmente em vastas áreas do território, é uma tarefa quase impossível. Por isso, Brandt e sua equipe encontraram uma
solução. Eles estão usando um pro g r ama d e c omput a d or dotado de aprendizagem profunda (Deep Learning, em inglês) para fazer o trabalho por eles. A pesquisa, publicada na revista Nature, cobriu uma área de 1,3 milhão de quilômetros quadrados e analisou mais de 11 mil imagens. A técnica sugere que futuramente seja possível m ap e ar a l o c a l i z a ç ã o e o tamanho de cada árvore em todo o mundo. Isso ajudaria a determinar quanto carbono está s endo ar mazenado ness es locais. Mas, por enquanto, é cedo para dizer se uma contagem precisa da vida de cada árvore afetará a forma como entendemos as mudanças climáticas e sua aceleração, de acordo com Brandt. O que ele deseja agora é usar a técnica em outros lugares, para mapear mais árvores.
Tartaruga considerada extinta há 100 anos é encontrada em Galápagos Estudo descobre milhões de árvores despontando nos desertos ©DIVULGAÇÃO/PARQUE NACIONAL GALÁPAGOS
.Uma tartaruga que se acreditava estar extinta há 100 anos foi identi cada por pesquisadores do Parque Nacional de Galápagos (PNG) na Ilha Fernandina, l o c a l i z a d a n o arqu ip é l a go Ga láp agos, no E quador. A descoberta surpreendente foi anunciada nesta quarta-feira (25) e divulgada pelo El Heraldo de México. A tartaruga fêmea foi encontrada e retirada da ilha por uma equipe do PNG em 2019, mas não era possível saber a qual
espécie ela pertencia. O animal foi então submetido a estudos genéticos para identi car sua origem, realizados pela Universidade de Yale, nos EUA. Os estudiosos compararam as amostras recentes com as de o u t r o a n i m a l , u m m a c h o, coletadas em 1906, durante uma expedição da Academia de Ciências da Califórnia. Assim, os resultados mostraram que a tartaruga gigante era da mesma
espécie que havia "desaparecido" da ilha Fernandina. Em comunicado, o Equador con rmou que a espécie encontrada já era considerada extinta pela comunidade cientí ca. "Acreditava-se extinta há mais de 100 anos! Recon rmamos sua existência. A tartaruga da espécie Chelonoidis phantasticus foi encontrada em #Galápagos", disse Gustavo Marique, ministro do Meio Ambiente. O diretor do Parque Nacional de Galápagos, Danny Rueda, também comentou sobre a descoberta valiosa. "Esta descoberta, sem dúvida, renova nossa esperança de recuperação desta espécie, a m de evitar um destino similar ao de George, o Solitário". Ele ainda acrescentou que uma grande expedição investigará o local no segundo semestre de 2021.
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ANA LUCIA Ana Lucia Bernardo Cordeiro Professora
METAMORFOSE ©DIVULGAÇÃO
O
lá pessoal, para todos nós um relato de superação. Tenho certeza que muitos leitores irão se espelhar ou, de alguma forma, se identi car com minha história. Essa aí segurando os balões na foto sou eu, a Mila. Eu s o u a s s i m , e x t r av a g a nt e . Embora, no último ano, a depressão tenha me deixado um pouco pra baixo. Desde pequena sempre fui encantada por vitrines. E nessa fase da minha vida não poderia ser diferente: encontrei alento no mundo da moda! Abri a loja também como uma terapia. Colocar as cores que estão dentro de mim para que todos possam ver é uma das formas que encontrei de entregar ao mundo o que eu quero receber. Para alguns pode parecer arriscado mudar, quem dirá se lançar num novo ramo, mas, hoje, me sinto con ante em dizer: a METAMORFOSE foi
uma das melhores coisas que me aconteceu. Só hoje, depois de uma longa caminhada, eu consigo ressigni car tudo que senti. E para que eu pudesse traduzir a ess ência dess a coleção para vocês, tive de passar por uma caminhada
difícil e dolorosa. E só depois de mu i t o t e mp o e u c o n s i g o reconhecer o quanto ela foi essencial para o meu desenvolvimento. Isso porque as mudanças representaram, para mim, uma oportunidade de costurar os retalhos, de cuidar das minhas feridas e
Clássico da luta antirracista é relançado Livro “A (des)educação do negro”, de Carter G. Woodson, ganha prefácio do rapper Emicida
traçar meus caminhos. São delas que tiro minhas FORÇAS. E eu só consigo me dar conta do quanto os processos esmagadores pelos quais passei me FORTIFICARAM, quando chegam horas como essas, em que consigo vir aqui colocar pra fora tudo que passei! Poder vir aqui hoje pra compartilhar com vocês um dos resultados da minha METAMORFOSE é uma das coisas que mais tem me dado alegria nos últimos dias. Hoje anuncio, para que vocês recebam e acolham, o lançamento da minha primeira c o l e ç ã o au t o r a l : METAMORFOSE! Para que vocês possam sentir as inspirações da nova coleção By Mila: busquei referências em tudo que me fascina no mundo da moda. E cada peça possui o nome de uma mulher que foi catalisadora da metamorfose pela qual passei.
Crianças que convivem com a natureza têm menos risco de desenvolver TDAH, indica estudo
©REPRODUÇÃO INTERNET
Livro publicado pela primeira vez em 1993, A (des)educação do negro, do historiador estadunidense Car ter G. Wo o d s o n , a c a b a d e s e r relançado pela editora Edipro e conta com prefácio do rapper e escritor Emicida. Woodson, lho de escravos, é considerado o pai da história negra nos EUA. Trabalhou em minas de carvão antes de se graduar na Universidade de Chicago e é o segundo negro dos EUA a obter um Ph.D. pela Universidade Harvard, na qual também lecionou. “Os 'negros educados' têm a
atitude de desprezo em relação ao próprio povo porque em suas escolas, bem como nas escolas mistas, os negros são ensinados a admirar os hebreus, os gregos, os latinos e os teutônicos e a desprezar os africanos”, página 13. Relato pessoal do rapper No prefácio, Emicida re c ord a d e u m e pis ó d i o constrangedor quando era aluno da educação básica. Os estudantes tinham que levar informações sobre a origem de sua família e ele falou que suas
avós possivelmente eram da África. Sua professora o repreendeu e lhe perguntou quem era a pessoa branca da família. Com muito esforço lembrou de sua bisavó materna, tida como branca. “Quando a mencionei, disse também que talvez ela fosse p or tugues a, não p or ter qualquer evidência sobre isso, mas porque me veio o nome de Por tuga l na cab e ça. A professora sorriu carinhosamente e disse: 'Tá vendo como você também tem uma origem bonita como todos os outros?”.
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Pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, descobriram que o contato com a natureza pode ser um forte aliado contra distúrbios de comportamento em crianças, como o Transtorno de Dé cit de Atenç ão e Hip erat iv id ade (TDAH). A pesquisa, que foi publicada no periódico cientí co Environmental Health Perspectives, analisou 814 mil indivíduos nascidos no país entre os anos de 1992 e 2007, além de diagnósticos para o distúrbio em crianças a partir dos cinco anos, no período de 1997 a 2016. Embora uma das causas mais c o mu n s d o T DA H s e j a a predisposição genética, outros fatores, como o estresse, podem in uenciar na evolução do transtorno. De acordo com o estudo, um dos maiores já feitos sobre o tema, crianças que viveram em áreas com pouca vegetação tiveram um risco maior de desenvolver TDAH, em comparação àquelas que cresceram cercadas de extensa
área verde. Malene ygesen, uma das autoras do estudo, a rmou à Agência Einstein: “Nossos achados mostram que crianças expostas a ambientes com menos vegetação durante a primeira infância — até os cinco anos — possuem maior risco de receber um diagnóstico para TDAH”. Durante o período do estudo, 3 , 6 5 % d a s p e s s o a s f or a m diagnosticadas com TDAH. Os cientistas também zeram uso do chamado Índice de Ve g e t a ç ã o d a D i f e r e n ç a Normalizada (NDVI, na sigla em inglês), que mede quão verdes são os arredores de uma deter minada cas a, atr ibui pontuações aos espaços. Entre os locais analisados, a pontuação variava de -0,58 a 0,8, em que o menor valor representa uma vegetação escassa, como aquela encontrada nas grandes cidades, e o maior indica uma vegetação mais rica, como nas orestas, áreas rurais e parques urbanos.
Assim, a equipe de pesquisadores descobriu que, para uma diminuição de 0,1 ponto no NDVI, o risco de desenvolvimento de TDAH aument ava em 3%. “Os mecanismos básicos dos benefícios dos espaços verdes sobre a saúde mental ainda não s ã o i nt e i r a m e nt e compreendidos, mas diferentes caminhos foram sugeridos”, diz o estudo. Uma das razões para isso está na teoria da restauração de atenção. De acordo com a tese, sintomas como di culdade de concentração e estresse — que intensi cam o distúrbio — podem ser reduzidos a partir do contato com a natureza. Espaços verdes colaboram para a diminuição dos níveis de poluição sonora e atmosférica, tanto em razão de uma menor circulação de veículos m ot or i z a d o s q u a nt o p e l o processo de fotossíntese realizado pelas plantas, por meio do qual elas absorvem o gás carbônico do ar. Segundo os pesquisadores, o excesso de estímulos causados pela poluição pode aumentar a irritação e o estresse nas
crianças. Importante destacar que não se deve dispensar os tratamentos convencionais e a consulta a especialistas.