Jornal Fatos & Notícias 428

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ANO XI - Nº 428 24 A 30 DE JUNHO/2021 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

©TONY FEDER/GETTY IMAGES

8 Que tal um aconchego nos dias frios? Para se manter aquecido as sopas são ótimas opções Pág. 8 JORGE PACHECO

8 De obras em avenidas a

praia arti cial: Euclério quer dar "nova cara" à Cariacica dos 131 anos Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI

8 Temos leis belíssimas para combater os assassinatos de mulheres, mas elas não conseguem diminuir as formas de violência tipi cadas Pág. 10

HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Entidades e ex-ministro

comemoram a saída de Ricardo Salles do comando do Meio Ambiente Pág. 12

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA

8 Uma separação dói. Porém,

car junto, em muitas situações, pode doer muito também Pág. 11

FELIPE BRETAS

8 A dica dessa semana é

um suspense policial com Chris Rock, Samuel L. Jackson e Max Minghella Pág. 3

Coalas podem entrar em ameaça de extinção na Austrália

Endometriose atinge uma em cada dez mulheres no mundo, mas ainda é tabu Pág. 9

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

A população desses animais em NSW diminuiu entre 33% e 61% desde 2001 e pelo menos 6.400 foram mortos nos incêndios florestais

Mitos afastam alunos da matemática. Como a escola pode virar o jogo? Pág. 4

Comer chocolate em determinados horários pode trazer benefícios, indica estudo

Fábrica de vinho fenícia de dois mil anos é encontrada no Líbano

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Pág. 16

©WINE/REPRODUÇÃO

Metallica anuncia nova versão de "The Black Álbum" para setembro ©SPOTIFY

Novo antibiótico contra 'superbactérias' entra em ensaios clínicos

O suco, com o caule e as cascas da fruta, era coletado e canalizado para um grande recipiente, onde os lotes prensados eram fermentados em vinho Pág. 7

Fenômeno que deixa a neve rosa se intensica Infecções de bactérias resistentes e preocupa cientistas Robôs eliminam a antibióticos ervas daninhas podem matar até com eletricidade 10 milhões de e sem pessoas até 2050, agrotóxicos diz OMS Pág. 15

Considerado um dos discos icônicos dos anos 1990 e um dos álbuns mais bem-sucedidos comercialmente de todos os tempos, Black Album chegou ao mercado em 1991 pela Vertigo Records e rapidamente se tornou o álbum nº 1 em 10 mercados, incluindo uma sequência de quatro semanas no topo das paradas de álbuns dos EUA Pág. 15

©SHUTTERSTOCK

Pág. 9

Pág. 6


2 MEIO AMBIENTE

24 A 30 DE JUNHO/2021

Quase extinta, ave gigante ameaça transição energética na Índia A região onde vive o pássaro raro é também o local ideal para projetos eólicos e solares ©SAKET SUNDRIA/BLOOMBERG

A grande abetarda indiana é digna de pena. O majestoso pássaro ameaçado de extinção é enorme e faz manobras lentas. Sua visão frontal é limitada e a ave olha para o chão quando sobrevoa as pastagens planas do oeste da Índia. Por isso, a espécie frequentemente se choca com linhas de transmissão de eletricidade. Quem também merece pena ultimamente são os desenvolvedores de projetos de energia renovável no país. A região onde vive o pássaro raro é também o local ideal para projetos eólicos e solares. Na tentativa de impedir que as abetardas se choquem com linhas de transmissão, uma decisão da Suprema Corte exige que as linhas em grande parte da região sejam enterradas. As empresas argumentam que isso acarretaria US$ 4 bilhões em despesas adicionais e prejudicaria projetos já

autorizados que somam quase 20 gigawatts de energia solar e eólica. O esforço para salvar a abetarda também coloca em risco uma causa ambiental ainda maior. Segundo as empresas, a iniciativa pode prejudicar o alcance das metas climáticas da Índia, que dependem bastante da disponibilidade de terras planas — como o local onde vive a abetarda — para instalação de painéis solares e turbinas eólicas. “Toda a indústria renovável, especialmente a solar, pode ser paralisada”, disse Parag Sharma, CEO da O2 Power, que está construindo uma fazenda solar de 780 megawatts na cidade de Jais a lmer. “Não é p ossível encontrar terrenos com tanta facilidade em nenhum outro lugar do país”. A decisão judicial de abril decorre de uma petição apresentada em 2019 pelo ativista M.K. Ranjitsinh Jhala. Os juízes

Camaleão Furcifer labordi

b as e aram a ordem em um relatório do Instituto de Vida S e l v a g e m d a Ín d i a , ó r g ã o governamental que concluiu que “a menos que a mortalidade nas linhas de energia seja mitigada com urgência, a extinção das abetardas é uma certeza”. O tribunal decidiu que todas as linhas de baixa tensão, incluindo as já existentes, precisam ser enterradas. O problema, segundo

as empresas de energia, é que o tribunal foi muito além da prescrição do relatório. Enquanto o instituto recomendou enterrar cabos na região onde a maioria das aves vive, o tribunal também pediu ação em habitats potenciais, expandindo a área de proteção e o custo para as empresas. A grande abetarda indiana é uma das criaturas voadoras mais

pesadas do planeta. A espécie tem cerca de um metro de altura, envergadura de dois metros e quase 18 quilos, mais que o dobro do tamanho de um pavão. O pássaro se assusta facilmente e faz ninhos no solo. Antigamente, era visto em 11 estados do país, mas hoje se restringe principalmente ao Rajastão. Uma pesquisa do Instituto de Vida Selvagem da Índia que

cobriu 80 quilômetros de linhas de transmissão que cruzam a reg i ão do des er to de ar encontrou quatro abetardas mortas em apenas um ano devido a o s o s , i n clu i n d o a l g u ns conectados a turbinas eólicas. O estudo descobriu que os pássaros morreram pelo impacto da colisão ou eletrocutados. Além dos os de transmissão, a rápida conversão de pastos em projetos agrícolas ou industriais e a baixa taxa de reprodução da espécie, que bota um ovo a cada um ou dois anos, contribuem para a queda no número de abetardas. “Essas aves estão à beira da extinção e agora con nadas a uma área muito pequena. Salvar esse ecossistema também deve ser parte das nossas metas c l i m á t i c a s ”, d i s s e S r e e j a C h a k r a b o r t y, a d v o g a d a ambiental na cidade de Bengaluru.

Coalas podem entrar Brasileiro vence prêmio em ameaça de extinção internacional por projeto na Austrália para salvar botos ©DAVID CLODE/UNSPLASH

de maiores proteções se quiserem sobreviver no futuro”. “Os coalas viviam no o da navalha antes dos incêndios, com números em declínio acentuado devido ao desmatamento, seca, doenças, batidas de carros e ataques de cães. Os incêndios orestais foram a gota d'água, atingindo o coração das populações de coalas que já lutavam e seu habitat crítico”, completou. A população desses animais em NSW diminuiu entre 33% e 61% desde 2001 e pelo menos 6.400 foram mortos nos incêndios orestais. Coalas podem ser extintos no estado até 2050, a menos que uma ação urgente seja tomada. Após o pedido do comitê de espécies

Tido como um dos mais importantes prêmios internacionais de preservação ambiental, o Whitley Award deste ano contemplou o brasileiro Pedro Fruet pelo projeto intitulado “Construindo pontes para incentivar a coexistência com o boto-deLahille no sul do Brasil”. Ele recebeu 40 mil libras — cerca de 286 mil reais — da fundação britânica Whitley Fund for Nature. Pedro fundou uma ONG ambiental chamada Kaosa, em Rio Grande (RS), no ano de 2007. A instituição visa atuar de maneira local, promovendo a conscientização de moradores, empresas e do poder público. Os botos-de-Lahille tornaram-se personagens importantes para a ONG por estarem ameaçados de

extinção. Eles existem apenas no B r a s i l , n o Ur u g u a i e n a Argentina e estima-se que sua população seja de 600 indivíduos atualmente. Os esforços da ONG para salvar esses animais estão concentrados no Estuário da Lagoa dos Patos — a maior laguna costeira do Atlântico Sul Ocidental. Os ambientalistas lutam para que a pesca no local s ej a re a lizad a de maneira sustentável. Através da captura

©REPRODUÇÃO/FACEBOOK/@ONGKAOSA

Os coalas poderão ser listados como ameaçados de extinção em Queensland, New South Wales (NSW) e no Território da Capital da Austrália, depois que os incêndios orestais entre 2019 e 2020 destruíram habitats e populações que já lutavam por sobrevivência. Um painel federal de especialistas em espécies ameaçadas recomendou que o status do marsupial seja atualizado de vulnerável para ameaçado de extinção em cada uma das três regiões, de acordo com e Guardian. Josey Sharrad, do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal, falou sobre a mudança de status: “Isso con rma nossos temores de que os coalas estão em vias de extinção e precisam

ameaçadas para trocar o status do marsupial nas três regiões australianas, o painel deve dar o seu parecer nal ao ministro do meio ambiente até 30 de outubro. Josey disse que um plano nacional de recuperação do coala está atrasado. “Pedimos aos governos que tomem medidas imediatas para enfrentar as principais ameaças que levam a espécie à extinção”, disse. No início deste ano, o governo federal anunciou um plano de $ 18 milhões para ajudar a proteger o animal nativo, mas críticos da medida disseram que isso não foi o su ciente. A Humane Society International, que se juntou com o Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal e o WWF para pedir a mudança de status do animal, diss e que uma implementação rápida pode ser a última esperança para a diminuição da população. O Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal também faz o trabalho de resgate, reabilitação e soltura dos coalas na natureza, “plantando árvores de eucalipto para fornecer habitat e pesquisando os efeitos dos incêndios orestais nas populações de coalas”.

acidental, a pesca predatória é responsável por pelo menos 40% das mortes de botos-de-Lahille naquela região. "Ao proteger os botos-deLahille nós podemos proteger todo o ecossistema e melhorar a vida das comunidades costeiras", acredita Pedro. Neste ano, outros seis ambientalistas for am c ont e mpl a d o s p e l o Whitley Award. Seus projetos atuam nos seguintes países: África do Sul, Índia, Nigéria, Argentina e Quênia. Em 2020, duas brasileiras saíram vencedoras: Gabriela Rezende e Patrícia Medici. Ambas trabalham no Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Patrícia com antas e Gabriela com micos-leões-pretos. Até hoje, dez brasileiros já foram contemplados pelo prêmio.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

Filiado ao Sindijores

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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília

Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


CULTURA 3

24 A 30 DE JUNHO/2021

Como era a vida

antes das escovas de dentes

A primeira escova, ou algo parecido com ela, foi encontrada em uma tumba de cinco mil anos. Desde então, nossa higiene bucal foi evoluindo no decorrer dos anos ©MUSEU DA CIÊNCIA DE LONDRES/WIKIMEDIA COMMONS

FELIPE BRETAS Jornalista DICA DA SEMANA

Espiral — O Legado de Jogos Mortais Suspense policial com Chris Rock, Samuel L. Jackson e Max Minghella ©DIVULGAÇÃO/PARIS FILMES

FOTO: REPRODUÇÃO

O

Escova usada por Napoleão Bonaparte, militar, líder político e imperador francês

S

em a escova de dentes, não havia romântico que não resistisse a um beijo de bom dia, um afago, um carinho, um beijinho... e aquela carninha que restou de refeições anteriores. Porém, algum egípcio notou esse problema e criou a primeira escova de que se tem notícia, encontrada numa tumba de cinco mil anos. Na verdade, era um pequeno ramo de planta que foi desfiado até as fibras ap are c e re m — el a s e r am esfregadas nos dentes para limpá-los. O mau hálito deve ter incomodado os povos antigos. Tanto que outras alternativas para auxiliar na higiene bucal foram criadas com o passar dos anos. Além dos dedos, de folhas e de gravetos, pequenas varetas com a ponta amassada também eram utilizadas para limpar os

dentes. D i o cl e s d e C ar i sto, u m médico grego do século 4 a.C., deixou escrito um documento em que recomendava a seus clientes que todas as manhãs colocassem uma fina camada de hortelã pulverizada nos dentes e nas gengivas e a esfregasse com os dedos para remover restos de alimentos. Já os romanos limpavam seus dentes com um pó bem diferente — os ingredientes eram cinzas de ossos e dentes de animais, er vas e areia. A importância da escovação já era tão grande que os aristocratas tinham escravos apenas para limpar seus dentes. Na Idade Média, as escovas ainda não haviam evoluído muito, mas as pastas de dentes já tinham melhorado bastante. Nessa época, eram preparadas à base de ervas aromáticas, como

a sálvia. Mas, para eliminar o mau hálito, eram recomendados bochechos com urina. A escova de dentes de cerdas só foi inventada em 1498, pelos chineses. Porém, além do fato de serem muito caras — e, por isso, famílias inteiras terem que dividir uma peça — eram feitas de pelos de porcos atados a pedaços de bambus ou ossos. Com a umidade, os pelos da pele dos bichos mofavam e enchiam a boca de fungos. O problema só seria resolvido em 1938, nos Estados Unidos, com o surgimento de cerdas de náilon. Na Segunda Guerra Mundial, os soldados americanos eram obrigados a usar a escova de dentes. E, de lá para cá, ela só foi se aperfeiçoando.

filme Espiral — O Legado de Jogos Mortais estreou no último dia 17 nos cinemas como o longa de terror mais aguardado do ano, mas está longe disso. O filme é um suspense policial bem 'basicão' mesmo, e falha completamente a o te nt ar c r i ar cl i m a s d e suspense e medo, porém quase todo o filme se passa no período diurno, tirando totalmente a credibilidade para as cenas de susto que vêm logo em seguida. Com roteiro de Pete Goldfinger, Josh Stolberg e dirigido por Darren Lynn Bousman, a trama que representa o 9º filme da franquia Jogos Mortais faz diversas

referências aos filmes anteriores sem impacto algum. O suspense, protagonizado por Chris Rock, conta também c om n i ng u é m m e n o s qu e Samuel L. Jackson, que, sem sombra de dúvidas, é o melhor personagem do filme. Ele faz a linha de um ex-policial bruto, ignorante, que pode estourar a qualquer momento. Tem uma função muito importante na trama por ser pai do personagem principal. Já Chris Rock chega a causar ner vos o com sua p éssima atuação, faltam-lhe recursos em cenas mais dramáticas, como as de tortura. Deixando claro que o seu forte é a comédia, gênero que domina muito bem.

SINOPSE Não recomendado para menores de 18 anos

Em Espiral — O Legado de Jogos Mortais, o detetive Ezekiel "Zeke" Banks (Chris Rock) se une ao seu parceiro novato Willem (Max Minghella) para desvendar uma série de assassinatos terríveis que estão acontecendo na cidade. Durante as investigações, Zeke acaba se envolvendo no mórbido jogo do assassino. Ele percebe que o serial killer é um imitador determinado a seguir os passos do assassino Jigsaw.

Refinada poesia entre nós LUCIANO DANIEL

A obra da americana Louise Glück, Nobel de Literatura em 2020, chega ao Brasil em um volume que reúne seus trabalhos mais recentes e joga luzes sobre as memórias da infância ©DIVULGAÇÃO

(AVENTURAS NA HISTÓRIA)

Foto Antiga do ES ©EDIVALDO MACHADO LIMA/FOTOS ANTIGAS DE CIDADES CAPIXABAS ESPÍRITO SANTO/FACEBOOK

Quando era criança, Louise Glück brincava de fazer concursos para eleger o poema mais bonito do mundo, mas sempre mudava de ideia. No discurso da cerimônia em que recebeu o Nobel de literatura, no ano passado, ela nalmente anunciou o vencedor: em sua opinião, é “O Garotinho Negro”, de William Blake. No mundo real, a americana é que levou o prêmio. Ela recebeu o Nobel “por sua voz poética inconfundível que, com austera beleza, transforma a existência i nd iv i du a l e m u n ive rs a l”, segundo a Academia Sueca. Foi

Construção da ponte sobre Rio Itaúnas — Conceição da Barra — ES — 1948

O ponto alto do filme, pra mim, são, sem dúvidas, os últimos quinze minutos, nos quais acontece uma sequência de mistério e o verdadeiro vilão se revela. Mesmo assim, sem choque algum, pois conseguimos deduzir quem é o criminoso ao longo da história, mas vale pela ação: o último ato d e t o r t u r a e e nt r e g a d o s personagens. O filme está nos cinemas capixabas. E aí? Vai arriscar assistir?

apenas o ápice da carreira de uma autora agraciada com os principais prêmios do mundo, do Pulitzer ao National Book Award. O desejo de tornar universal um sentimento pessoal, ou seja, compartilhar o que está dentro de si, mas pertence a todos, sempre foi um dos grandes desa os da literatura. Inspirada por cânones da língua inglesa, como William Shakespeare, Wi l liam Bla ke e Emi ly Dickinson, Louise troca belas metáforas por lembranças precisas, além da releitura de mitos e temas clássicos. Em seus

poemas não há a matemática parnasiana ou qualquer traço de formalidade excessiva: seus versos são soltos e livres, disfarçados de conversas do dia a dia, como se, ao escrever, ela estivesse revivendo uma memória da qual tem saudade. “Acredito que, ao me conceder esse prêmio, a Academia Sueca está escolhendo homenagear a voz íntima e privada, algo que a expressão pública pode às vezes ocultar e esconder, mas nunca substituir”, a rmou. A obra de Louise chega ao Brasil pela primeira vez em uma edição que reúne seus três trabalhos mais recentes: “Averno” (2006), baseado no mito de Perséfone, sobre o sequestro de uma deusa; “Uma Vida no Interior” (2009), ab ord ando a histór i a dos moradores de uma pequena cidade e seus laços com a n atu re z a ; e “Noit e F i e l e Virtuosa” (2014), que trata do envelhecimento e da proximidade da morte. A novaiorquina de 78 anos escreve sobre experiências comuns a todos nós, como no último verso de “Solstício de Verão”: “Você vai deixar a vila onde nasceu/e em outro lugar vai enriquecer e conhecer o poder/mas para sempre lamentará algo que cou para trás/mesmo sem saber o que é/até que voltará para buscá-lo”.


4 EDUCAÇÃO

24 A 30 DE JUNHO/2021

Mitos afastam alunos da matemática. Como a escola pode virar o jogo? Especialistas refletem sobre em que momento da trajetória escolar as crianças começam a acreditar que não conseguem aprender matemática e como mudar esse cenário ©ISTOCK

“Eu sou de humanas, e não de exatas”. Provavelmente, você já deve ter ouvido ou até mesmo repetido essa frase em algum momento da vida. Por trás de uma expressão que se tornou p opu l ar, qu a s e c om o u m a justi cativa para driblar a falta de interesse em lidar com questões matemáticas, é comum também surgirem ideias equivocadas de que é preciso ter dom ou pensar rápido para aprender matemática. E a consequência desse mito, claro, também se re ete no desempenho escolar de crianças e jovens no País: apenas 5% dos estudantes chegam ao nal do ensino médio com aprendizado a d e qu a d o e m m ate m át i c a , segundo a edição de 2019 do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Sete em

cada dez estudantes brasileiros de 15 anos não possuem nível básico de matemática conforme dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). O pensamento de que apenas algumas pessoas podem aprender matemática, apesar de presente no imaginário de alguns brasileiros, contraria o que dizem as pesquisas de neurociência e ciências da aprendizagem, ao demonstrarem que o cérebro cresce e se modi ca, possibilitando inúmeros aprendizados ao longo da vida. Mas, se está cienti camente comprovado que todos podem dominar a matemática em altos níveis, em que momento da trajetória escolar as crianças começam a adquirir ansiedade matemática? O que acontece na sala de aula para diminuir a

con ança delas? Para a professora do ensino médio Annelise Maymone, que também atua com a formação de professores no estado do Ceará e em cursos superiores de pedagogia e matemática, não existe uma resposta única para essa pergunta, já que cada criança tem uma jornada. “Não acho que existe um momento especí co em que todas as crianças começam a ter di culdade em matemática. Isso pode acontecer na educação infantil, no fundamental e no ensino médio”, a rma. No entanto, ela reconhece que existem pontos de atenção que devem ser considerados pelos educadores ao longo da trajetória escolar. Entre eles, Annelise destaca tanto a construção de bases na educação infantil quanto a

transição entre etapas, principalmente dos anos iniciais para os nais do ensino fundamental, quando os estudantes passam a lidar com muitas mudanças na rotina escolar”. Antes, eles tinham aquela professora que conhecia e acompanhava todas as di culdades. Agora, a partir do sexto ano, tem um professor de matemática que tem menos tempo com essa criança”, explica. Associados a todos esses pontos de atenção, também entram na lista a forma como a matemática é apresentada aos estudantes, de modo pouco

visual e conectado com a vida, a transição dos conteúdos do campo concreto para o abstrato e até mesmo situações em que a criança foi exposta, em casa ou na sala de aula, que reduziram o seu nível de con ança. A diretora pedagógica do In s t itut o S i d ar t a , C l áu d i a Siqueira, também reforça alguns pontos de atenção, como a própria construção histórica e social do lugar em que a matemática ocupa dentro de uma sala de aula. “O que vimos dentro da pesquisa da Rachel Lotan [professora e pesquisadora da Universidade de Stanford, nos

E s t a d o s Un i d o s ] , é q u e a matemática, historicamente, é o que dá maior status dentro de uma sala de aula”, a rma. Por esse mot ivo, muit as ve zes, os estudantes começam a acreditar que apenas alguns são capazes de lidar com questões matemáticas ou pensam que quem é bom em matemática é mais inteligente. Ela também chama a atenção para a necessidade de re etir sobre os tempos e espaços dentro da escola. “Quando pensamos em tempos e espaços, são os tempos e espaços dessa aprendizagem, e foi normalizado que matemática é velocidade. Isso tem feito com que meninas a partir de nove anos comecem a acreditar que não são boas em matemática”, aponta, ao também expor a situação de gênero que está presente nesse cenário. Por outro lado, a falta de abertura e mudança de mentalidade para entender que a matemática é, sim, para todos, traz muitos prejuízos para a sociedade. “Perdemos possibilidades de crescimento, criatividade e desenvolvimento de cidadãos plenos”, conclui.

Aulas presenciais voltam Educação nanceira para todos os níveis da no Brasil ganhará reforço nas Educação no ES ©ASCOM SEDU

O governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Sedu), autorizou, a partir desta segunda-feira (21), o retorno das aulas presenciais em todos os níveis de escolaridade, independente do nível de risco p ar a o novo c oron av í r u s (covid-19) em que os municípios estão inseridos. Portanto, voltam para a sala de aula, os estudantes do Ensino Fundamental II, Ensino Médio, Superior e Técnico. As aulas do E n s i n o Fu n d a m e nt a l I e Educação Infantil já estavam autorizadas a retornarem de forma presencial. O secretário de Estado da Educação Vítor de Ângelo lembrou que já havia sido

autorizado a volta das aulas presenciais em outros momentos, mas no risco baixo e moderado. “Essa é a primeira vez que nós autorizamos a volta, também, no risco alto. A partir desta segunda-feira, todas as etapas de ensino da Educação

Básica estão autorizadas a voltar e, na Rede Estadual, voltamos com o Fundamental 1, 2 e o Ensino Médio”, disse. Vítor de Ângelo também ressaltou a importância do cumprimento dos protocolos sanitários previstos nas portarias publicadas entre Sedu e Secretaria da Saúde. “Algumas escolas continuam com o revezamento, ou seja, com o ensino híbrido, e é claro, com todos os protocolos sanitários já conhecidos”. A decisão da retomada das aulas presencias em todos os municípios foi impulsionada devido à vacinação da primeira dose da vacina contra a covid19 para todos os pro ssionais da Educação do Estado.

próximas semanas O Ministério da Educação (MEC), em parceria com a C o m i s s ã o d e Va l o r e s Mobiliários (CVM), promoverá um curso de educação nanceira aos professores das redes pública e privada de ensino do Brasil. A formação visa oferecer conhecimentos básicos sobre nanças pessoais de forma interligada às disciplinas da grade curricular dos estudantes. A expectativa inicial é capacitar, em três anos, 500 mil professores que poderão levar o tema a mais de 25 milhões de estudantes. O diretor de Formação Docente e Valorização dos Pro ssionais da Educação do MEC, Renato Brito, a rma que o acordo entre o Ministério e a CVM está previsto para ser assinado em julho deste ano. A formação será oferecida de forma virtual e gratuita, e poderá ser realizada por todos os pro ssionais que atuam na e d u c a ç ã o b á s i c a , independentemente de sua licenciatura. “A educação nanceira vai para além de um professor que é licenciado em matemática. Um professor de matemática pode

não est ar cap acit ado p ara trabalhar com educação nanceira, p or exemplo. Quando falamos em formação continuada, é porque o professor já nalizou a sua licenciatura, às vezes nem é licenciado em matemática, mas se vê no papel em que precisa trabalhar com educação nanceira na escola, então vamos possibilitar que ele obtenha essa formação. O grande forte aqui é essa formação voltada para a educação básica, que tem um senso de urgência muito grande”, disse Renato Brito. Renato ressalta ainda que o MEC não vai interferir na autonomia das redes municipais e estaduais. O MEC e a CVM proporcionarão o acesso de todos os professores da rede pública e privada, além de acompanhar e conceder certi cação aos pro ssionais que re a lizarem o c urs o. Ness e sentido, a parceria também objetiva monitorar e avaliar os resultados da formação. Brito a rma, portanto, que o MEC não ditará as regras, mas sim fará o papel de escutar as escolas para e nt e n d e r a s n e c e s s i d a d e s

apresentadas. A formação, que tem a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como referência, deve ser implementada a partir do segundo semestre deste ano. Os anos nais do ensino fundamental serão os primeiros fo cos da for mação. Jos é A l e x an d re Va s c o, superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores (SOI) da CVM, e o diretor Renato Brito, justi cam essa priorização apresentando o fato de que os anos nais do ensino fundamental possuem o maior índice de evasão. “A educação nanceira é uma competência fundamental para formar poupadores e permitir o crescimento em bases sólidas do número de investidores no Brasil. Sendo tão essencial ao cidadão, deve ter início o mais cedo possível, preferencialmente na escola, como recomenda a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A iniciativa con gura uma oportunidade única de disseminar o tema nas salas de au l a brasi leiras”, a r ma o superintendente da CVM.


POLÍTICA 5

24 A 30 DE JUNHO/2021

Jorge

Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco

jorgepachecoindio@hotmail.com

“O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas covardias do quotidiano, tudo isto contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental que consiste em estar no mundo e não ver o mundo, ou só ver dele o que, em cada momento, for suscetível de servir os nossos interesses//O Bem e o Mal não existem em si mesmos, cada um é somente a ausência do outro”, José Saramago será 100% nanciado pelo governo ao longo de 2021. Nos próximos meses, segundo ele, a ideia é buscar a adesão de empresas interess adas, que pagar iam uma

©DIVULGAÇÃO/MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

Quem é Joaquim Álvaro Pereira Leite, novo ministro do Meio Ambiente

continuam na empresa. São eles: Jorge Nóbrega e Marcelo Soares. Os que não estão mais na Globo, são: Carlos Henrique Schroder e Rossana Fontenele. Caso sejam condenados, tanto a emissora quanto os prestadores poderão pagar multa.

©DIVULGAÇÃO GLOBO

Pré-candidato, Doria intensificará agenda de viagens pelo Brasil As prévias do PSDB para as eleições presidenciais foram marcadas para o dia 21 de novembro deste ano

Renovação do auxílio emergencial por mais três meses pode ser anunciada, diz Guedes O presidente Jair Bolsonaro deve anunciar nesta semana a renovação do auxílio emergencial por três meses, a rmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quarta-feira (23). Em evento com representantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Guedes também disse que o programa de treinamento de jovens dentro das empresas que está sendo formulado pela equipe econômica

complementação da bolsa aos jovens bene ciados. “Nós renovamos o BEM, renovamos também o auxílio emergencial. Isso vai até 31 de julho, e agora o presidente deve anunciar, talvez ainda nesta semana, mais três meses de auxílio emergencial”, disse Guedes. Sobre o novo programa do Bônus de Inclusão Produtiva, Guedes reiterou que a ideia é capacitar 2 milhões de jovens. O governo pagará de 250 reais a 300 reais aos participantes, que receberiam ©REUTERS/ADRIANO MACHADO

Substituto de Ricardo Salles, que pediu exoneração na tarde desta quarta-feira (24), Joaquim Alvaro Pereira Leite é o novo ministro do Meio Ambiente nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O primeiro cargo do novo ministro na pasta foi exercido entre julho de 2019 e abril de 2020, no Departamento Florestal. No mesmo mês, ele assumiu a che a da Secretaria de Florestas e Desenvolvimento Sustentável, que foi substituída em setembro do ano passado pela da Amazônia e Serviços Ambientais, onde estava até o momento. Antes de ingressar no ministério do Meio Ambiente, Pereira Leite foi conselheiro por mais de 20 anos da Sociedade Rural Brasileira (SRB), uma das organizações que representam o setor agropecuário, entre 1996 e 2019. A entidade apoia a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), conhecida como “Bancada Ruralista” no Congresso, com mais de 200 deputados federais e senadores. Pereira L eite é For mado em Administração de Empresas pela Universidade de Marília (Unimar-SP), com metrado no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper-SP). O novo ministro do Meio Ambiente também atuou na iniciativa privada, como diretor operacional e coordenador de auditoria da MRPL Consultoria, diretor geral da empresa do ramo farmoquímico Neobrax, consultor administ rat ivo da Suplic y C afés Especiais, diretor da Lot Incorporações, e também proprietário administrador da Fazenda Alvorada, de produção de café.

O governador João Doria (PSDB), um dos quatro postulantes ao cargo de candidato à Presidência da República pelo PSDB, começará a visitar o Brasil a partir do próximo mês. A informação foi con rmada pelo próprio governador após coletiva de imprensa para tratar da pandemia no estado de São Paulo. O presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, disse que as visitas se darão aos ns de semana, para que o governador possa seguir com as ações de combate à pandemia nos outros dias. “O governador João Doria está focado no governo de SP, na imunização da população e nas ações de investimentos. Aos nais de semana deverá ter agendas em outros estados dialogando com o

AJUFE

treinamento no ambiente de trabalho. A idei a é que empres as faç am um pagamento equivalente, mas o ministro a rmou que neste ano o custo cará integralmente com o governo.

Receita Federal acusa Globo de crime tributário A Receita Federal analisou diversos contratos PJ (pessoa jurídica) da Rede Globo, e concluiu que a empresa tem indícios de crime tributário. Segundo o Notícias da TV, a Receita encaminhou uma “representação scal para ns penais” contra a emissora ao Ministério Público. Em sua defesa, a Globo diz que todos os contratos estão dentro da lei, e que está ciente de que qualquer empresa é sujeita à scalização, mas que entrará com o direito de defesa. O documento enviado ao MP acusa que os prestadores de serviço atuaram “em conluio com a Globo” a m de forjar uma relação de trabalho para pagar menos impostos. Quatro diretores da emissora foram citados no documento, dos quais dois

p ar t ido.", diss e em resp ost a à reportagem. As prévias do PSDB foram marcadas para o dia 21 de novembro deste ano. Em caso de segundo turno, haverá uma segunda votação no dia 28 do mesmo mês. Além de João Doria, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também con rmou que disputará as pré v i as . O ut ro s d ois nome s s ã o aventados: Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus e Tasso Jereissati, senador pelo Ceará. ©CNN BRASIL

Randolfe, hoje só elogios, já chamou Renan de 'grande inimigo da República’ Após renunciar para escapar de escândalo de corrupção, Renan foi duramente atacado por Randolfe ©AGÊNCIA SENADO

Na política, a conveniência e a hipocrisia imperam, inclusive sobre os que se dizem irredutíveis em questões de “princípios”. Vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) hoje é só elogios ao colega relator Renan Calheiros (MDB-AL), mas o conceito já foi outro. Em 2013, Renan voltou a disputar a presidência do Senado após renunciar para escapar de mais um escândalo de corrupção. Na ocasião, Randolfe disse que o “grande inimigo da República era o uso privado da coisa pública”. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder. Em 2019, Randolfe foi o grande defensor da proposta de voto aberto na eleição para presidente do Senado, para inviabilizar Renan Calheiros. Renan incentivou Kátia Abreu a tirar Alcolumbre da cadeira de presidente aos gritos de: “tira ele daí”. Randolfe não titubeou: “É o fundo do poço”. Atualmente, Randolfe defende Renan e debocha da Justiça. Chamou a decisão que o afastava da relatoria de “liminar cloroquina, sem e cácia”. Renan renunciou à presidência após escândalo com denúncias de que uma empreiteira pagava pensão para uma lha tida fora do casamento.

De obras em avenidas a praia artificial: Euclério quer dar "nova cara" à Cariacica dos 131 anos No dia do aniversário da cidade, prefeito detalha as principais obras

que serão realizadas nos próximos anos Há quem diga que Cariacica é tão especial que tem até duas datas de a n i v e r s á r i o. A e m a n c i p a ç ã o d o município foi em dezembro de 1890. Entretanto, por in uência da Igreja Católica, o aniversário também é celebrado no Dia de São João Batista: 24 de junho. Então, para todos os efeitos, Cariacica comemora 131 anos nesta quinta-feira (24). Com um passado de desa os e superação, o município busca, segundo o prefeito Euclério Sampaio (DEM), um futuro consistente na rota do desenvolvimento. Para isso, a prefeitura aposta na realização de obras para dar “ n o v a c a r a” à c i d a d e , c o m o a revitalização da Avenida Expedido Garcia, em Campo Grande, e da Avenida Amér ic a, no b air ro Jardim América. O trecho é cortado por um valão e motivo de reclamações por parte dos moradores, principalmente quando chove. Também está na agenda de obras da cidade melhorias na BR 262 após a conclusão da municipalização do trecho. “Nós vamos fazer uma pista com passagem de dois níveis para acabar com os sinais, e humanizá-la para ser a principal avenida do município de Cariacica e um cartão postal da cidade”, garantiu o prefeito. Euclério ainda busca alavancar o número de grandes empresas no município, potencializando novos investimentos. Neste sentido, ele sancionou projeto de lei para garantir benefícios scais a companhias que se instalarem em Cariacica. "Já temos mais de 20 empreendimentos vindo para a cidade. Tem empresas grandes, a nível nacional”, adiantou. Um a d a s pr i nc ip ai s nov i d a d e s anunciada recentemente foi a revitalização do Porto de Santana, com a instalação de uma praia arti cial e quiosques. “Vamos apostar nessa obra ©PREFEITURA DE CARIACICA/CLÁUDIO POSTAY

que é um sonho antigo da população. E não é só turismo, é valorização da área, é geração de emprego, é um centro gastronômico, é a valorização da nossa cidade e um sonho do povo”. Sem criticar gestões passadas, o prefeito defende a união para avançar nos projetos para a cidade. "Hoje eu tenho a união do governador, de senadores, de deputados federais, de todos os deputados estaduais de Cariacica e muitos de fora. Com isso, anunciaremos a maior entrega de convênios e anúncios de obras da história da nossa cidade, com seis meses de gestão".

Eduardo Leite 'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES


6 TECNOLOGIA

24 A 30 DE JUNHO/2021

Robô vai limpar oceanos Novo laser de Israel é capaz de derrubar com inteligência drones artificial Razer e ClearBot se unem para projetar robô que limpa oceanos com produção e comercialização em larga escala

O MoD de Israel conclui com sucesso sua primeira série de testes de interceptação empregando um sistema a laser de alta potência aerotransportado ©MINISTÉRIO DA DEFESA DE ISRAEL

©REPRODUÇÃO/RAZER

A cada ano, cerca de 11 milhões de toneladas de plástico chegam aos oceanos. O material é uma das grandes ameaças ambientais e soluções para diminuir a produção e aumentar a coleta e d e s t i n a ç ã o s u s t e nt áv e l d e p l á s t i c o s ã o u r g e nt e s . A ClearBot está trabalhando na busca por soluções com projetos de robôs que utilizam inteligência arti cial (IA) para identi car diferentes tipos de resíduos plásticos marinhos e coletar informações sobre esses poluentes nos oceanos, protegendo a vida aquática. Os robôs são programados para coletar estes resíduos, que posteriormente serão descartados de forma responsável. “A ClearBot tem uma IA única e t e c n o l o g i a av a n ç a d a d e machine learning que permitirão e capacitarão governos e organizações de todo o mundo a ampliarem seus esforços de sustentabilidade”, a rma Patricia Liu, diretora da Razer, empresa de produtos para o universo g a m e r q u e a nu n c i ou u m a parceria com a ClearBot no desenvolvimento dos robôs. “Pedimos a outras startups inovadoras que procurem a Razer em busca de oportunidades de colaboração enquanto nos empenhamos para tornar o mundo um lugar mais seguro para as gerações futuras”, pede Patricia Liu Engenheiros e designers da Razer estão trabalhando para transformar um protótipo em um produto que possa ser produzido e comercializado em larga escala. Com a parceria, o

design do robô evoluiu para um mo delo mais inteligente e e ciente. A nova versão do robe é totalmente automatizada e equipada com recursos de ponta de IA e machine learning. Com estes recursos, o equipamento é capaz de detectar plásticos marinhos em até dois metros de distância mesmo em águas agitadas e coletar até 250 kg de plásticos em apenas um ciclo, funcionando com energia solar. “Com o novo modelo de robô, estamos con antes para ampliar nosso alcance globalmente a m de proteger as águas marinhas, começando com parceiros como os operadores de portos marítimos na Ásia e ONGs que já manifestaram interesse no projeto”, explica Sidhant Gupta, CEO da ClearBot. Para impulsionar a participação da comunidade, a ClearBot lançou um programa de coleta de dados sobre resíduos plásticos marinhos: é possível enviar fotos de resíduos plásticos marinhos encontrados em águas abertas para o site da ClearBot. A equipe de pesquisa e design irá adicionar essas informações ao banco de dados existente da

ClearBot para ajudar a melhorar o algoritmo de detecção de resíduos do robô. Par a s ab e r m ai s s o bre a ClearB ot ou par ticipar do programa, acesse o site clearbot.org. Além da ClearBot, a Razer tem uma parceria com a Conservation International e u m a m a s c o t e d e Sustentabilidade, com alguns produtos. Parte da venda de produtos com a Sneki Snek é revertida para o plantio de árvores. A iniciativa começou com uma meta de proteção de 100 mil árvores, mas já superou a marca de 300 mil. A marca anunciou que a parceria e os produtos Sneki Snek tem agora a meta de um milhão de árvores. A cada 100 mil árvores alcançadas, um novo produto da linha é lançado. Já foram lançados o boneco de pelúcia da mascote, uma almofada para cabeça, uma máscara de olhos e um tapete. O próximo lançamento serão as pantufas. Os produtos são feitos de materiais 100% reciclados e, no momento, não estão disponíveis para consumidores residentes no Brasil.

Militares das Forças de Defesa de Is r a e l ( I D F ) z e r a m u m a demonstração do poder de fogo de seu mais novo e poderoso laser, que é capaz de derrubar drones. A tecnologia capaz de abater aeronaves não tripuladas é inovadora para as forças israelenses, que estão entre as mais bem equipadas e treinadas do mundo, por conta disso, foi divulgado um vídeo que mostrou tudo que o novo equipamento é capaz de fazer. O sistema de armas a laser de alta potência foi acoplado a um avião, que poderia disparar contra drones enquanto os dois viajavam pelo ar. Nas imagens, que foram divulgadas pela conta o cial da Elbit Systems, empresa r e s p o n s áv e l p e l o

desenvolvimento da arma, é p ossível visualizar o las er abrindo buracos em drones, causando queimaduras e, posteriormente, a queda das aeronaves. Em entrevista ao e Jerusalem Post, o Brigadeiro-General e c h e f e d e p e s q u i s a m i l it a r i s r a e l e n s e , Ya n i v R o t e m , de clarou que o las er de ve funcionar em qualquer condição climática, apesar de não haver nenhuma informação sobre como frio ou calor extremos poderiam afetar o funcionamento do equipamento. Até o momento, o equipamento pode disparar contra um drone a uma distância de um quilômetro, porém, Rotem quer aumentar essa capacidade para 20

quilômetros nos próximos anos. De acordo com o Ministério da Defesa de Israel, esse tipo de arma é uma forma de reduzir os custos de suas incursões militares, que, em sua maioria, têm como alvo a Palestina. Atualmente, Israel conta com o chamado “Domo de Ferro”, um sistema antimísseis que intercepta projéteis que são enviados para o lado israelense da Faixa de Gaza. Porém, uma alternativa aos palestinos tem sido o uso de drones de baixo custo para tentar dar uma resposta às ofensivas israelenses, o uso de lasers pode ser mais viável economicamente em comparação com o lançamento de mísseis para parar essas pequenas aeronaves.

Amazon compra mil caminhões “dirigidos por robôs” para agilizar entregas ©PLUS/BUSINESSWIRE

Robôs agricultores eliminam ervas daninhas sem agrotóxicos Em um campo na Inglaterra, três hectares por dia, coletando robôs receberam uma missão: dados que são, então, usados por encontrar e eliminar er vas Dick, um robô de “cuidado de daninhas com eletricidade antes plantações”, para eliminar ervas daninhas. Em seguida, é a vez do do plantio de sementes. Os robôs — chamados de Tom, robô Harry plantar sementes no D i c k e H a r r y — f o r a m solo livre de ervas daninhas. Usando o sistema completo, desenvolvidos pela Small Robot Company para livrar o solo ©SMALL ROBOT COMPANY de ervas daninhas indesejadas com o mínimo de uso de produtos químicos e maquinário pesado. A startup tem trabalhado em seus herbicidas autônomos desde 2017 e, em abril deste ano, lançou uma vez instalado e o Tom, seu primeiro robô funcionando, os agricultores comercial que agora está podem reduzir os custos em 40% operacional em três fazendas no e o uso de produtos químicos em Reino Unido. Os demais robôs até 95%, segundo a empresa. De ainda estão em fase de protótipo, acordo com a Organização das em testes. Nações Unidas para Agricultura O robô Tom pode escanear 20 e Alimentação, seis milhões de

toneladas métricas de pesticidas foram comercializadas globalmente em 2018, avaliadas em US $ 38 bilhões. “Nosso sistema permite que os agricultores salvem seus solos exauridos e danificados por produtos químicos”, disse Ben Scott-Robinson, cofundador e CEO da Small Robot. A Small Robot espera lançar seu sistema completo de robôs até 2023. O s er viço s erá oferecido a um preço de cerca de US$ 568 por hectare (cerca de R$ 2,9 mil). Inicialmente, o cliente receberá o robô de monitoramento. Os robôs de remoção e plantio serão entregues apenas quando os dados mostrarem que eles são realmente necessários.

Além de testar robôs de entrega, a Amazon agora está considerando investir pesado em caminhões sem motoristas. A gigante do comércio eletrônico comprou 1.000 sistemas de direção autônoma da Plus.ai, startup com sede na Califórnia que trabalha com inteligência arti cial (AI) e robotização de veículos. De acordo com a Bloomberg, a Amazon está tão interessada na tecnologia que também está considerando comprar uma participação de 20% da Plus – um movimento que pode inovar ainda mais em como a empresa realiza a entrega dos seus produtos ao redor do mundo. A “garantia” dá à Amazon o direito de comprar ações da Plus a um preço xo de US$ 0,46647 cada por um período de tempo especi cado, o que equivale a cerca de 20% das ações em circulação antes da fusão planejada com a SPAC Hennessy

Capital Investment Corp. A junção das empresas tem como objetivo ingressar na bolsa de valores, mas contornando o procedimento burocrático de oferta pública inicial (IPO). Com o apoio da Sequoia Capital, da China, a startup desenvolve tecnologias de direção autônoma para caminhões desde 2016, quando foi fundada por um grupo de ex-alunos da Universidade de Stanford. A Plus é nanciada por investidores de várias empresas ch i ne s as , c omo a Shang hai Automotive Industry Corp, a GSR Ve n t u r e s M a n a g e m e n t e a t r a n s p o r t a d o r a Fu l l Tr u c k Alliance. Além disso, a startup colabora com a fabricante europeia Iveco e com a Cummins na criação de um sistema que introduza perfeitamente a tecnologia de piloto automático em caminhões movidos a gás natural. Com a entrada da Amazon, a

Plus espera receber cerca de US$ 500 milhões, incluindo US$ 150 milhões de uma oferta PIPE (investimento privado em ações públicas). Ao todo, o negócio fará com que a startup seja avaliada no mercado em, aproximadamente, US$ 3,3 bilhões. Uma das maiores empresas do mundo, a Amazon está obcecada por caminhões-robô há anos. Desde 2019, a empresa sediada em Seattle transporta alguns produtos e m t r a n s p or t e s aut ôn om o s projetadas pela startup Embark. E embora a tecnologia tenha falhado em grande parte de sua campanha publicitária inicial, especialistas (e a empresa) continuam otimistas com o surgimento iminente de veículos sem motorista (e sem defeitos). Caso o negócio com a Plus for aprovado, seria o exemplo mais recente da Amazon apostando na tecnologia de veículos autônomos. Além de Embark, a gigante do ecommerce já investiu US$ 500 milhões na Aurora, startup de direção autônoma do ex-chefe da divisão de “carros sem motorista” do Google, além da empresa de vans elétricas Rivian. Em 2020, a Amazon ainda adquiriu a Zoox, uma startup que está desenvolvendo o próprio veículo autônomo com a nalidade de um ser viço comercial de carona compartilhada, tal qual o Uber.


CIÊNCIA 7

24 A 30 DE JUNHO/2021

Fósseis de rinoceronte ancestral explicam mistério do maior mamífero terrestre

Fábrica de vinho fenícia de dois mil anos é encontrada no Líbano

Pesquisadores descobriram como a espécie recém-descoberta "Paraceratherium linxiaense" se dispersou pela Ásia há 26,5 milhões de anos

A prensa mais antiga encontrada no país era usada pelos antigos fenícios para fabricar safras

©CHEN YU/REUTERS

Há 26,5 milhões de anos, o maior mamífero terrestre de todos os t e mp o s v a g av a p e l a Ás i a . Ancestral gigante dos rinocerontes, a criatura da e s p é c i e re c é m - d e s c o b e r t a Paraceratherium linxiaense se dispersou por China, Mongólia, Cazaquistão e Paquistão. Como isso aconteceu era, até então, um mistério, mas pesquisadores na lmente desvendarem a questão. Para descobrirem como ocorreu a dispersão da espécie e de outros animais do gênero Paraceratherium, os estudiosos liderados p ela Academia Chinesa de Ciências analisaram o crânio e a mandíbula de um P.linxiaense, assim como duas vértebras torácicas de outro indivíduo. Suas descobertas foram publicadas nesta quintafeira (17) no jornal cientí co Communications Biology. Os fósseis foram recuperados

em maio de 2015, na Bacia Linxia, na China, em depósitos do período Oligoceno Superior, que teve início há cerca de 36 milhões de anos. O local ca na fronteira nordeste do Planalto Tibetano. Já se supunha que o lar de longa data do P. linxiaense era a Ásia Central. Todavia, a primeira espécie de Paraceratherium já encontrada, P. bugtiense, viveu no que é hoje o oeste do Paquistão. Intrigados por essa aparente contradição, os pesquisadores tentaram descobrir como o rinoceronte da e s p é c i e re c é m - d e s c o b e r t a chegou ao subcontinente indiano. Os experts notaram que P. linxiaense é, na verdade, uma espécie derivada do P. bugtiense. Tanto que ela herdou o pescoço comprido do grupo paquistanês de rinocerontes. O gênero Paraceratherium se diversi cou bastante, distribuindo-se pelo

planalto mongol, no noroeste da China, assim como na área ao norte do planalto tibetano até o Cazaquistão. Os rinocerontes gigantes Par a c e r at h e r iu m a s s i m s e moveram p or mi l hares de quilômetros entre a Ásia Central e o subcontinente indiano entre 30 milhões e 35 milhões de anos atrás. Em entrevista à National Geographic, o líder do estudo, Tao Deng, explicou que as condições tropicais da época permitiram que o rinoceronte gigante fosse até a Ásia, o que implica que a região tibetana ainda não era elevada como um planalto. Existem evidências geológicas para essa hipótese, que a rma que a área do planalto tibetano ainda tinha algumas partes baixas até cerca de 25 milhões de anos atrás. Os rinocerontes do gênero Paraceratherium dispersaram desse modo suas características curiosas, rami cando-se em várias espécies na região. Esses animais não tinham chifres e se alimentavam de ores, que colhiam a uma altura equivalente ao terceiro ou quarto andar de um prédio. Um adulto médio tinha mais de cinco metros de altura e um pescoço de quase dois metros. P. linxiaense estava entre as últimas espécies desses gigantes, chamados de paraceratérios.

©PROJETO ARQUEOLÓGICO TELL EL-BURAK/O.BRUDERER

Há cerca de 2.600 anos a.C., os povos fenícios habitavam ao longo da costa do Mar Mediterrâneo, onde atualmente é o território do Líbano, ao norte de Israel e da Síria. R e c e nt e m e nt e , s e g u n d o o P hy s . o r g , o s a r q u e ó l o g o s encontraram restos de construções antigas que reforçam a cultura que esses povos tinham de fabricar vinho. Foi no sítio arqueológico de Tell el-Burak, a cerca de oito quilômetros ao sul da cidade de Sidon, que eles encontraram um lagar (local onde é pisado os frutos para separar a parte líquida da massa sólida na produção de vinho), feito de uma mistura de gesso a partir de cal e fragmentos de cerâmica triturada, perto de quatro casas de tijolos de barro — possivelmente dos vinicultores da época. O lagar ainda era constituído por dois compartimentos de

onde as uvas eram pisadas, e o depósito inferior para retenção. Estima-se que ele poderia sustentar até 1.200 galões de suco de uva. Em artigo publicado pela r e v i s t a A n t i q u i t y, o s pesquisadores declararam que os fenícios que viviam naquele assentamento provavelmente traziam as uvas colhidas nas p r ox i m i d a d e s p a r a s e r e m pisoteadas na fábrica de vinho. Então, o suco, com o caule e as

PRECISÃO

Contabilidade

canalizado para um grande recipiente, onde os lotes prensados eram fermentados em vinho. Em análises históricas feitas anteriormente, já foram comprovados de que o vinho dos fenícios também era comercializado para outros territórios através do Mediterrâneo, o que fez crescer a ancestralidade que a bebida possui até hoje. No século VII a.C., a cidade de Sidon fazia parte das rotas de comércio marítimo do mediterrâneo oriental, então o vinho produzido pelos fenícios foi passado para a Europa e o Norte da África. Além de estabelecerem a tradição da bebida, eles também usaram suas habilidades em vidro e tinturaria para confeccionar roupas com o suco de uva, colorindo as vestes da realeza mesopotâmica. Devido ao trabalho puramente braçal, os fenícios caram conhecidos como “povo roxo” pelos gregos pela maneira como a pele dos trabalhadores eram manchadas pelo extrato.

Peixe considerado extinto (27) 3228-4068 junto aos dinossauros instiga pesquisadores Fazendeiro acha placa retenção separados: o superior

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

O ano de 2021 foi marcado por uma instigante pesquisa. Acontece que um peixe dado como extinto ao lado dos antigos d i n o s s a u r o s , h á aproximadamente 66 milhões de anos, foi detectado com vida em 1938. Estamos falando do curioso celacanto, q u e v e m surpreendendo estudiosos da área. Conforme divulgado pela agência de notícias Reuters, as pesquisas recentes informaram que o animal tem vida útil cinco vezes maior do que era imaginado anteriormente. A pesquisa, divulgada na revista Current Biology, mostra que esses animais, que existem atualmente na Terra, podem viver por até cem anos. Mas não é

Os resultados presentes no estudo foram possíveis após análises nos anéis de crescimento anuais que estão nas escamas do animal. Assim fora possível identi car a idade. O método de pesquisa muito se assemelha com uma tática usada por ©PINTEREST outros pesquisadores. "Assim como é feita a leitura de anéis de árvores", diz Kélig Mahé, da instituição oceanográ ca francesa Ifremer, que é biólogo marinho e pesquisador do estudo divulgado animal. recentemente. Quanto ao ritmo de Quanto ao seu lugar atual na desenvolvimento e crescimento, Terra, os peixes curiosos podem a pesquisa relata que o peixe atingir profundidades de até 800 acaba atingindo um ritmo lento, quando comparado com outros. metros no oceano. Para se ter Para se ter ideia, a maturidade ideia do tamanho, as fêmeas sexual no celacanto pode ser podem chegar até dois metros de comprimento e pesar 110 quilos. alcançada até os 55 anos. só isso. Além do tempo de vida inesperado, os pesquisadores também descobriram que as fêmeas são capazes de carregar os lhotes durante cinco anos, ou seja, é o tempo de gestação mais longevo já detectado em um

BOB BEHNKEN

cascas da fruta, era coletado e

de 2,6 mil anos erguida por faraó egípcio O Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito anunciou nesta segunda-feira (21) a identi cação de uma placa de pedra que tem ao menos 2,6 mil anos e contém inúmeros hieróglifos. A revista Galileu repercutiu as informações da descoberta. Como informou o ministério, o artefato, feito de arenito, foi encontrado ao acaso por um fazendeiro da cidade de Ismaília, no Egito. Ele estava preparando seu terreno para uma plantação quando se deparou com a grande placa de 2,3 metros de altura e 45 centímetros de espessura.

Os arqueólogos responsáveis pela análise do objeto relataram que o fazendeiro entregou-o ao Museu de Antiguidades de Ismaília, a nordeste da capital egípcia. O Museu de Antiguidades está guardando a placa atualmente. O artefato foi construído durante a Época Baixa do Antigo Egito. Acreditase que o faraó egípcio Apriés tenha ordenado que seus súditos erguessem a placa, que é apenas uma das muitas levantadas ao longo do seu reinado, entre 589 a.C. e 570 a.C. Em uma nota, publicada na página do Facebook do M i n i s t é r i o d o Tu r i s m o, o

secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mostafa Waziry, argumentou que as placas foram erguidas principalmente ao leste do Egito, quando campanhas militares de seu governo foram feitas na região. Segundo os especialistas, a placa está inscrita por hieróglifos que preenchem 15 linhas em toda a estrutura. Existem desenhos especí cos, como um disco solar a l a d o qu e, c om o e x pl i c ou Waziry, representava o deus do Sol Rá. Outra representação está relacionada ao faraó Apriés, que governou durante a 26ª Dinastia.


8 BEM-ESTAR

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GABRIELA MESSNER ARESI Plogging, a técnica que OLIVEIRA ajuda o físico e o meio Sopa de grão-de-bico ambiente Nutricionista - CRN:14100665

Recolher o lixo durante o percurso: chamada de plogging, a atividade incentiva a abandonar o sedentarismo e cuidar melhor do meio ambiente ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

Em 2015, na Suécia, o ambientalista Erik Ahlström uniu a ideia de limpar um ambiente ao exercício físico, batizando a atividade de plogging — a palavra é a junção dos termos plocka upp (que, em sueco, signi ca "p egar") e jogging (corrida em ritmo moderado). O plogging, portanto, é um exercício simples: basta sair para caminhar ou correr e recolher o lixo pelo caminho. A motivação principal é cuidar do meio ambiente, mas essa ideia pode ser o início de uma prática regular de exercícios. "Acredito que o p l o g g i n g p o d e i n c e nt i v a r principalmente quem é sedentário, como se fosse uma 'justi cativa' para começar uma atividade", destaca a educadora física Patrícia Mello. Antes de sair por aí pegando garrafas, latas e outros objetos do chão, é fundamental tomar alguns cuidados para evitar dores no dia seguinte ou lesões. "O plogging baseia-se primordialmente em recolher lixo durante o percurso enquanto se corre, e isso envolve um movimento básico e comum a todos: o agachamento. Agachar é, sem dúvida, o agente potencializador do plogging e o praticante deve ter orientação ou certa consciência corporal para não realizar o movimento de forma incorreta", avisa Patrícia. Quem já pratica outros tipos de exercícios, portanto, pode ter uma facilidade maior com o plogging, já que provavelmente está habituado a movimentos como corrida, agachamento e levantamento de carga. Mas caso a pessoa seja sedentária, o ideal é consultar um pro ssional para receber as orientações básicas. Além disso, é preciso também ter

©GUIA DA COZINHA

cuidado com o modo como ele será coletado é carregado. "Pode parecer inofensivo, mas carregar dois ou três quilos com a mão esquerda, por exemplo, vai fazer com que todo o corpo tenha que contrabalancear o lado oposto sem peso", explica a educadora física. Assim, leve s a c o l a s re t o r n áv e i s e s t i l o mochila (para colocar nas costas), evitando coletar peso demais, ou distribua os objetos em cada mão. "Minha sugestão é que seja uma atividade planejada, decidindo a rota a ser seguida e montando as estações ou pontos de parada para deixar o sacos com o que foi coletado", recomenda a pro ssional. Em locais como praças, parques e bairros pequenos, é possível realizar vários percursos de ida e volta até uma lata de lixo - assim, a criatividade para a prática do plogging também pode ser explorada. Outra recomendação dos pro ssionais de educação física é calçar um bom tênis, uma vez que o local escolhido para a atividade pode ter o terreno a c i d e nt a d o. Ne ss e c a s o, a consciência corporal também faz a diferença, para evitar quedas e/ou lesões por movimentos inadequados. No plogging, há dois benefícios em uma única atividade:

enquanto a motivação por deixar um determinado ambiente limpo estimula a prática de exercícios, o fato de recolher o lixo enquanto se movimenta t amb é m p o d e d e sp e r t ar a c on s c i ê n c i a a m bi e nt a l n o praticante em diversos outros momentos do dia a dia. A engenheira ambiental Maria Constantino, idealizadora do b l o g M a r i a Vi r o u E c o , é praticante de plogging e já tinha o hábito de pegar o lixo que encontrava no chão enquanto caminhava, mesmo antes de saber que havia um nome para isso. "Eu acho que incentiva sim a prática de exercício, justamente porque além de você sentir que está fazendo a sua parte, está também se exercitando. Então você se conecta e sente que sua missão de cuidar do meio ambiente está sendo cumprida", a rma. Para ela, o ato de recolher pode despertar desde a atenção da pessoa para o ambiente (que, antes, não era visto como um local sujo) até o incômodo em gerar lixo e fazer com que os hábitos de consumo sejam repensados. "As pessoas às vezes podem pensar que sair recolhendo por aí não fará diferença nenhuma para a nossa sociedade, mas é justamente ações locais que fazem uma mudança global", relata Maria.

O frio pode causar ou aumentar dores articulares? É verdade ou mentira que existe uma relação direta entre a baixa temperatura e as dores articulares? A estação mais fria do ano chegou (21 de junho) ao hemisfério sul, fazendo as temperaturas caírem e, com isso, muitas pessoas sofrem

para aquecer os dias frios

com dores nas articulações e nos pés. Essas dores e alterações musculoesqueléticas sentidas durante os períodos de tempo frio ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

sempre foram motivos de dúvida e discussão. Mas a nal, o frio piora realmente as dores articulares? A resposta é sim. Apesar de não termos dados comprovados e resposta única para ess a quest ão, existem algumas teorias que tentam explicar por que sentimos mais dores no frio. Segundo o médico ortopedista Dr. Raul Carlos Barbosa, um dos principais causadores é a contração muscular. "Frente ao frio nosso organismo leva a contraturas musculares, que podem ocorrer de forma espasmódica (intensa),

A

s sopas funcionam como um aconchego para os dias de temperaturas baixas, pois são quentinhas e nutritivas! Que tal preparar uma sopa de grão-debico bem colorida para o almoço ou para o jantar? Saiba como fazer essa delícia.

de pressão, junte a cenoura e o louro. Cubra com água e cozinhe por 15 minutos depois de iniciada a pressão. Desligue e deixe a pressão sair naturalmente. Em outra panela, em fogo médio, frite a calabresa no óleo

até dourar. Despeje o grão-debico cozido, adicione o cheiroverde, tempere com sal, pimenta e cozinhe por cinco minutos ou até encorpar. Sirva. Rendimento: 8 porções

Fonte: Terra

Ingredientes 2 cenouras em rodelas Sal e pimenta-do-reino a gosto 2 folhas de louro 2 gomos de linguiça calabresa em rodelas 1 pacote de grão-de-bico (500g) 2 colheres (sopa) de óleo ½ xícara (chá) de cheiro-verde picado Modo de preparo Coloque o grão-de-bico em uma tigela, cubra com água e deixe de molho por seis horas. Escorra, coloque em uma panela s e n d o p or s i s ó u m c au s a importante de dores", explica o especialista em pé e tornozelo. Outra alteração comum com a redução da temperatura é a vasoconstrição periférica, ou seja a contração dos músculos lisos das paredes dos vasos sanguíneos, que pode levar a uma piora do uxo sanguíneo e, por conseguinte, levar a alterações periféricas, principalmente se o paciente já tiver alguma doença de base ou alteração prévia da perfusão sanguínea dos membros inferiores. A resposta dolorosa ao frio é ainda mais comum em indivíduos que possuem algum processo in amatório crônico, como artrite, tendinites, etc. "No caso de pacientes que possuem alterações degenerativas em articulações, os espasmos em resposta ao frio levam à compressão/mobilização das

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

articulações já doentes que também podem levar à dor. É importante ressaltar que, nesses pacientes, uma musculatura pode apresentar uma redução do tempo de resposta reduzindo seu efeito protetor sobre as articulações, também cursando com dor", explica Dr. Raul. Outro fator de risco que vale a pena ser mencionado é para pacientes que costumam praticar corridas e/ou caminhadas. Esse tipo de esporão costuma aparecer na sola do pés em função do acúmulo de cálcio, criando um pequeno osso no calcanhar. As baixas temperaturas podem intensi car o problema, por conta da vasoconstrição. Portanto, a chegada de frentes frias como a que enfrentaremos no Brasil de junho a setembro, seria malé ca para quem trata de lesões ortopédicas. "A artrite, por exemplo, é uma das doenças que

mais provo ca dores com a mudança do tempo", esclarece o or t op e d i s t a , D r. He n r i qu e Mansur. Pa r a p r e v e n ç ã o d a s d o r e s articulares causadas pelo inverno, medidas simples como manter os pés aquecidos, realizar a qu e c i m e nt o s p ar a i n i c i ar atividades físicas, evitar mudanças bruscas de treinamento e uma rotina de alongamentos podem prevenir piora dos quadros dolorosos e até o surgimento de novas lesões. "Em caso de dor persistente procure seu ortopedista pois existem medidas terapêuticas, medicações e suporte sioterápico para ajudar no tratamento de possíveis quadros dolorosos", recomenda Dr. Raul. Em relação às dores nos pés, o Dr. Mansur aconselha a utilização de sapatos confortáveis para garantir o b e m - e s t ar d o s m e mbro s durante a estação mais fria do ano. "Calçados adequados é o principal cuidado recomendado para manter a saúde dos pés, seja no inverno ou em qualquer outra estação do ano. Calçados que respeitem o formato do pé, que não tenham o salto muito alto, que não tenham o bico muito no, é importante também ter um amortecimento e uma palmilha um pouco mais grossa", naliza o médico ortopedista.


SAÚDE 9

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Endometriose atinge uma em cada dez mulheres no mundo, mas ainda é tabu ©ISTOCK

Ela diz respeito a quase 200 milhões de mulheres no mundo, mas ainda é tabu há muito tempo. A endometriose, doença crônica relacionada à menstruação, está começando a ser levada a sério pelas autoridades, graças às vozes de muitas das afetadas. Deambulação médica, medo e desamparo. Foi o que sentiu por muito tempo Lorena García, uma espanhola de 30 anos com endometriose, doença que atinge uma em cada dez mulheres no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Tudo começou há mais de dez anos, quando, de repente, García sentiu fortes dores durante a menstruação. Aí começou a jornada que a levou a visitar uma dúzia de médicos, muitos dos quais disseram que era normal. "Os médicos olham para você de cima, tratam você como louca e, às vezes, até dizem que você está histérica... Foi um inferno. Eu me senti muito sozinha", explicou à AFP. Essa doença é causada pela migração de células do endométrio, uma mucosa que

reveste o interior do útero, para o exterior da cavidade uterina. Mas, ao se mover, essas células geram lesões, ou até cistos, que podem ser muito dolorosos e causar esterilidade. Até o momento, não existe um tratamento de nitivo, por falta de pesquisas cientí cas, dizem vários especialistas à AFP. "Durante séculos, pensou-se que

era normal que as mulheres sofressem durante a menstruação, o que explica o atraso considerável que temos n e ss a d o e n ç a " , e x pl i c ou a d i r e t o r a - g e r a l d a Wo r l d Endometriosis Society (WES), Lone Hummelshoj. Em 1997, essa consultora fundou a Sociedade Dinamarquesa de Endometriose,

projeto que permitiu ao país nórdico adotar, cinco anos depois e de forma pioneira, medidas de combate à enfermidade. A iniciativa teve eco em outros países. A Austrália lançou um plano nacional em 2017, e a França lançou uma estratégia dois anos depois. No Reino Unido, os casos graves de endometriose são

tratados em centros especializados desde 2013. Esses planos nacionais são a resposta para a libertação da voz das mulheres. Na França, a ginecologista Chrysoula Zacharopoulou lançou uma primeira campanha de conscientização em 2016. "Foi uma tarefa difícil porque partimos do zero. Tudo tinha que ser feito", recordou Zacharopoulou, agora responsável pela estratégia nacional. Paralelamente, várias mulheres famosas começaram a falar sobre o assunto, como a estilista e autora de "It" Alexa Chung, ou a modelo Chrissy Teigen. Em março de 2018, a atriz de "Girls" Lena Dunham revelou que fez uma ablação do útero na esperança de acabar com anos de endometriose. O que a torna difícil de detectar e tratar é que existem várias formas de endometriose, desde as assintomáticas e relativamente dolorosas, até as extremamente graves. É o caso de Anne (cujo nome foi alterado), uma francesa de 43 anos que, ap ós oito

operações, uma delas de ablação do útero, ainda não consegue ver o m do túnel. Enxaqueca, cansaço, dores pélvicas... A mulher, que se apoia em uma bengala, teve de desistir da carreira acadêmica e tem uma vida pessoal "quebrada" pela doença. "A endometriose me destruiu. Desde o início da doença, não tenho tido trégua, tem sido ininterrupta. E os médicos ainda não sabem o que é, ne m c omo me aju d ar a melhorar", lamentou. Nos piores momentos de crise, ela tem ideias suicidas. Um caso que não é único, s egundo Caroline Law, pesquisadora da Un ive rs i d a d e d e Mont for t (Leicester), que junto com outros cientistas dirigiu um estudo de referência sobre o impacto da doença na saúde mental das mulheres. "Depressão, impotência, culpa pela ideia de não poder dar à luz... A doença tem consequências dramáticas na saúde mental da mulher", garante a especialista.

Minicápsulas de cannabis Novo antibiótico podem ajudar a tratar contra doenças neurológicas ‘superbactérias' entra ©GINA COLEMAN/WEEDMAPS

Um grupo de pesquisadores da Curtin University descobriu que a i n g e s t ã o d e m i nú s c u l a s cápsulas de cannabis é mais bem absorvida pelo corpo e pode ajudar a tratar doenças neurológicas, como Alzheimer, esclerose múltipla e lesões cerebrais traumáticas. O estudo foi publicado na revista Plos One e está sendo nanciado pela Zelira erapeutics. De acordo com o Medical Xpress, os testes foram feitos em camundongos que possuíam distúrbios e que receberam as doses na forma líquida e em minicápsulas. Os pequenos comprimidos foram criados pela equipe com o intuito de ajudar na entrega do canabidiol ao organismo, que devido ao ácido do estômago di culta a absorção quando administrado via oral. “O canabidiol é encontrado na cannabis medicinal e é um remédio natural popular para pessoas que vivem com doenças

neurológicas e metabólicas. Devido às limitações de absorção, nosso objetivo foi projetar e testar um novo método de entrega de drogas”, disse o pesquisador principal do estudo, professor Associado do Curtin Health Innovation Research Institute (CHIRI) e da Escola de Saúde da População da Curtin University, Ryu Takechi. “Nossa equipe foi capaz de melhorar signi cativamente a absorção e entrega cerebral de canabidiol, administrando-o em uma nova forma de microcápsula, em combinação com um ácido biliar de ocorrência natural. Com esta nova forma encapsulada, fomos capazes de melhorar a distribuição de canabidiol pelo cérebro em 40 vezes em modelos animais e também protegemos a droga da oxidação e degradação pela luz, o que ajuda a estender a vida útil do produto”, explicou o pesquisador.

Assim, segundo o professor, as descobertas vão ajudar no apoio do uso clínico da cannabis medicinal no tratamento de distúrbios neurológicos. “Neste e s tu d o, f om o s c ap a z e s d e mostrar pela primeira vez que um ácido biliar realmente aumentou a absorção e retenção de canabidiol dentro do cérebro. Isso mostra que os ácidos biliares podem ser usados para aumentar a entrega de canabidiol quando tomado por via oral, particularmente no tratamento de distúrbios neurológicos”, disse Takechi, ressaltando que mais estudos serão necessários até o uso em humanos, mas que os resultados atuais já trazem uma boa perspectiva. Para o CEO da Zelira erap eut ics, Dr. Olud are Odumosu, o projeto não só irá ajudar no tratamento, como irá reduzir custos e garantir segurança aos pacientes. “A nova tecnologia de encapsulamento p a r e c e m e l h o r a r signi cativamente a e ciência com a qual os medicamentos à base de canabinoides podem ser administrados ao cérebro. Isso poderia levar a melhorias na e c á c i a d a s t e r ap i a s c o m canabinoides para tratar distúrbios neurológicos, reduzindo custos e aumentando a s e g u r a n ç a”, a r m o u o executivo.

em ensaios clínicos ©ISTOCK

Um novo antibiótico, com o nome provisório de QPX9003 e que busca atender uma necessidade médica urgente, que é o combate às superbactérias, entrou em testes clínicos de Fase 1. A droga candidata foi descoberta por pesquisadores da Un i ve r s i d a d e Mon a s h , n a Austrália, e os ensaios estão sendo realizados nos Estados Unidos. Agora, resta saber se elas realmente serão e cazes contra esses micro-organismos que causam infecções e são r e s i s t e nt e s a a nt i b i ó t i c o s conhecidos. Os testes foram iniciados pela empresa biofarmacêutica norteamericana Qpex Biopharma, que trabalhou em colaboração com a Monash para impulsionar o desenvolvimento clínico do medicamento. O QPX9003 foi descoberto por cientistas do Instituto de Ciências Far macêut ic as de Monash ( M I P S ) e d o In s t i t u t o d e Descobertas em Biomedicina (BDI). A droga é uma polimixina sintética de última geração de aplicação intravenosa para o tratamento de infecções por

superbactérias Gram-negativas. Ap esar dos resultados preliminares animadores, é preciso cautela, já que nenhuma nova polimixina foi aprovada desde que a polimixina B e a colistina foram aceitos e se tornaram disponíveis, o que aconteceu no nal da década de 1950. As superbactérias Gramnegativas já são consideradas uma crise de saúde global, podendo causar infecções graves na corrente sanguínea e no trato urinário, além de pneumonia, p e r iton ite e me n i ng ite. A Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a declarar que novos antibióticos que sejam

e cazes contra as superbactérias são urgentemente necessários, já que essas infecções bacterianas podem ter o potencial de matar até 10 milhões de pessoas até 2050. “Esta é uma conquista notável para nossa equipe, levar um medicamento desde o conceito para a clínica”, declarou o professor da Monash, Jian Li, ao Medical Xpress. “O QPX9003 mostra uma segurança e e cácia signi cativamente melhoradas em relação aos antibióticos polimixina usados atualmente em estudos pré-clínicos, em particular para infecções pulmonares”, completou o pesquisador.


10 Criança hoje, Criança amanhã

24 A 30 DE JUNHO/2021

ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

A Violê ncia contra a Mulher e a Criança. Suas diversas formas, cada vez mais naturalizadas — Parte XIII Temos leis belíssimas — como a Lei Maria da Penha, por exemplo, — para combater os assassinatos de mulheres, mas elas não conseguem diminuir as formas de violência tipicadas

E

©THALES FERREIRA

A música brasileira já tratou (e continua tratando) as mulheres de forma pejorativa e, muitas vezes, com incitações à violência

doenças mentais a Mulheres que ousam contrariar um desses dogmas pro cessuais agora estabelecidos. A Violência da Ausência de Políticas Públicas que abrigasse e acolhesse Mulheres e Crianças, é uma lacuna que desampara no

segue um calvário. Primeiro, a Mulher/Mãe tem que convencer o balcão de uma delegacia policial de que quer fazer a denúncia, em seguida, de que está falando a verdade, e depois, de que está cumprindo sua obrigação cidadã. As pegadinhas

©SHUTTERSTOCK/STEGWORKZ

screvemos, por 12 semanas, capítulos sobre as diversas formas de Violência cont ra a Mulher/Mãe e a Criança. A Violência Física, com suas evidências, não tem sido reconhecida, apesar das marcas visíveis. Os outros quatro tipos de Violências, a S exual, a Psicológ ic a, a Mora l e a Patrimonial, apesar de preencherem uma extensa dimensão, não contemplam as outras inúmeras formas de violência, tendo como principal a Violência Vicária, protagonizada pelo Estado. Instalou-se uma Violência Verbal Virtual onde palavrões e insultos são correntes e banalizados. A linguagem e a comunicação se tornaram de baixo calão para um dos polos da sociedade partida. A ideologia política crê que isso é uma justi cativa, totalmente plausível. Crê. E segue ofendendo quem pensa diferente de seus dogmas. Neologismos e So smas brotam sem nenhum outro critério, além do objetivo de calar, amordaçar e destruir a mulher que denuncia, como reza o Art. 13 do ECA. Assim, predadores

virtuais fazem estragos, atacando a moral e atribuindo

lugar da devida proteção, uma ilusão. O rito de uma denúncia

durante o Boletim vêm em cascata. Duvidar da voz da

mulher é de praxe, e, para isso, confrontar e trazer detalhes como contradições, funciona muito bem para desencorajá-la e intimidá-la. Muitas, desistem, quando se trata de violência física contra elas. E decidem car mais um tempo aguentando as dores dos socos e pontapés. Mas até quando a denúncia é buscada numa Delegacia de Mulheres, onde, em princípio, o pessoal foi capacitado, já escutamos recusa de Boletim porque o investigador não estava vendo manchas na pele escura de uma Mulher/Mãe, que conseguiu escapar com seus dois lhos da fúria do marido/pai, gritando que ia matá-la. A pele escura não mostra hematomas e contusões da mesma maneira que as peles mais claras. E, assim, essa Mulher cou na calçada da Delegacia de Mulheres, até que, por interferência de uma rede de conhecimento, foi atendida. Não podia voltar para casa, não foi acreditada pela Instituição em sua própria voz e de suas Crianças, precisou ser referendada para ser escutada. O Direito à Proteção não pode e não deve estar na dependência de outra pessoa que con ra crédito ao relato, ao choro, as marcas visíveis e invisíveis. A Violência Legislativa, outra evidência, se faz presente por ação ou omiss ão. Aliás, a omissão está incluída, expressamente, no Artigo 5º do

ECA. Mas, parece que temos uma atração por escrever leis, mas não temos o hábito de seguilas. A Cultura da Transgressão, pequena, média, grande, silenciosa ou explícita, corre em nossas veias. Temos leis belíssimas! A Lei Maria da Penha, por exemplo, de nº 11.340/2006. Para combater os assassinatos de mulheres, foi escrita e promulgada a Lei do Feminicídio, de nº 13.104/2015. Mas, a Lei Maria da Penha não conseguiu diminuir as cinco formas de violências ali tipi cadas. Assim como os Feminicídios aumentam em proporções geométricas depois da Lei do Feminicídio, evidenciando, portanto, a nossa

Cultura da Transgressão. Leis são formuladas no auge de uma comoção social: Lei Bernardo, e agora lei Henry. São exemplos. No entanto, o comportamento de perversidade não é, sequer, arranhado. Ao contrário, parece se constituir num desa o a ser vencido pelos predadores a que

ela se destina a combater. Além disso, Leis também são e s c r it a s e v ot a d a s p a r a o favorecimento de um grupo de propósito escuso ou perverso. Basta contratar um bom lobby. É simples. Mas essa foi, ao longo da História da Humanidade, a estratégia usada para dar licença a perversidades que passam a ser legais. Elabora-se uma lei, e a per versidade passa a ser legalizada. O colonialismo extrativista era legalizado. O Comércio Internacional de Escravos, era legalizado. O Apartheid, era legalizado. O Holocausto, que matou mais de seis milhões de pessoas, era legalizado. A lei de alienação parental legalizou a Privação Materna Judicial, a Violência Doméstica, o abuso sexual i n c e s t u o s o, f a c i l i t a n d o a pornogra a infantil internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, apresentou o Relatório Anual ao Conselho de S e g u r an ç a d a ON U s o bre Crianças e con itos armados, que abrangem assassinatos, mutilações, e abuso sexual de Cr i anç as, que ap ont a que violações foram cometidas contra 19.370 Crianças. Foram 8.520 Crianças utilizadas como soldados, sem contar com os nossos soldados do trá co. Sabemos que essa contagem está sub, sub, subnot i cada s e considerada a tragédia diária de crianças e adolescentes mortos em con itos urbanos entre transgressores de vários s e g m e nto s s o c i ai s , e p e l a ausência de números con áveis destas mortes. Somando-se a estas baixas, temos um número estratosférico de Crianças e

Adolescentes vítimas de abusos sexuais intrafamiliares. Estes números vergon hos os s ão invisíveis e invisibilizados pela lei de alienação parental. As C r i a n ç a s br a s i l e i r a s , vítimas de violência armada, violência física e violência sexual, não chegam à ONU.


COMPORTAMENTO 11

24 A 30 DE JUNHO/2021

Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial

Separar ou não, eis a questão ©FREEPIK

U

ma separação dói, isso é fato. Porém, car junto, em muit as situações, pode doer muito também. O que nos cabe é assumir a própria vida, encarando a escolha que fazemos e buscando a felicidade! Essa escolha pode ser a de manter a relação, entendendo que virão muitos desa os, que o outro não vai mudar simplesmente porque queremos e que poderão haver muitas situações desconfortáveis. Ou a escolha pode ser de terminar a relação, encarar o sofrimento temporário, viver o luto, se adaptar à nova vida e saber que tudo bem também! Seja qual for a decisão, é preciso assumir e deixar de mimimi, sem car ruminando e se queixando de coisas que já sabia que aconteceriam. O que percebo é que muitas pessoas estão presas a padrões e vieses que as impedem de tomar a melhor decisão para suas vidas. Muitas vezes, o estigma religioso impede que um casamento de dissolva, pela culpa. Outrora, o medo de car sozinho ou ainda, os lhos acabam carregando o peso de manter um casal unido,

porque seus pais querem manter uma imagem de família perfeita. E sabe quem sofre mais? Exatamente, os próprios lhos. Imagina que essas crianças se tornarão adultos que terão como padrão o relacionamento fracassado dos pais ou se sentirão sempre responsáveis por salvar a vida de alguém e repetirão o mesmo sofrimento em seus relacionamentos! E quando essa família perfeita é só uma imagem e, nos bastidores, há distanciamento, discussões, tristeza, opressão ou até mesmo violência, o preço a se pagar é alto demais, não acha? A dor do término é como um luto. Os

sonhos que se desfazem, a história que foi vivida, a família que terá nova con guração... porém, vislumbrar um futuro mais livre, com alegria e tranquilidade, pode aquecer a alma. Passar anos em dúvida quer dizer que a escolha já foi feita. Quando queremos algo, a certeza é clara. Quando duvidamos ou não sabemos se realmente está valendo a pena, no nosso íntimo já tomamos a decisão, mas algo nos impede de agir. E aí é que precisamos prestar atenção aos padrões emocionais e essas crenças que podem estar gerando e prolongando o sofrimento.

Pense lá no início do relacionamento. Se alguém te p e r g u nt a s s e p or qu e v o c ê escolheu aquela pessoa ou por que a ama, provavelmente você diria que ela é legal, é bonita, te faz sentir bem... O que você não sabe é que, de alguma forma, a pessoa com quem a gente se relaciona, traz uma r e p r e s e nt a ç ã o p a r a n o s s o cérebro. Ela nos faz querer estar com ela, não por que ela é legal ou por que é bonita. Mas por que ela nos dá os meios para reviver as emoções padronizadas. Sejam elas, positivas ou negativas. Ela nos ajuda a seguir um script, que foi aprendido em nossa infância ou crescimento. Ou seja, seu cérebro sabe que aquela pessoa vai garantir que seus padrões emocionais sejam correspondidos. Lembra o que falei sobre os lhos? Isso cabe a você também. Você aprendeu com seus pais sobre o que é um rel a c i oname nto, c omo é o comportamento de um homem ou de uma mulher na relação e como cada um se sente nela. E aí é só o script se repetindo, mesmo que doa e te faça sofrer. E é nesse ponto que muitas pessoas

não conseguem tomar a decisão do término, por que ou elas têm a necessidade de manter aquele padrão aprendido ou seguir as crenças que foram instauradas como: é pecado se separar, tem que suportar tudo por amor, separação é fracasso... e acabam presas em si mesmas, sem nem saber o porquê! Importante saber que os lhos não querem pais juntos, eles querem pais felizes! É importante tentar fazer dar certo? Claro!

verdadeiramente. Mas isso não pode custar anos da sua vida. Busque o autoconhecimento e um bom terapeuta para te ajudar a entender o que acontece aí dentro e construir uma estrada mais orida e livre! E lembre-s e: assuma su a escolha sem dor, culpas ou culpados. No nal, o que importa mesmo, para cada um de nós, é buscar a própria felicidade, sem tentar ser salvador da vida dos outros, muito menos ser algoz da ©PIXABAY

Principalmente se existe amor. Faça tudo que estiver ao seu alcance e se dedique a mudar de verdade, ceder e amar

própria vida. Seja qual for o caminho a ser trilhado, ele pode ser de amizade, carinho e respeito.

"O que é imortal não morre no final?", como seria se fôssemos eternos? eu" antes do m inevitável. Parece algo um tanto trágico,

de urgência de querer realizar o máximo de coisas com a pessoa

mas faz sentido se encararmos a morte como algo necessário para nos provocar perante a vida, nos mobilizar a ir em busca ou identi car nossos desejos e encontrar sentido nas experiências, que teriam diferenças em termos de tom e de s ens o de urgência quando desassociadas da nossa consciência sobre a morte. A nossa relação com o tempo também seria diferente. Sabe aquela coisa de não deixar para amanhã o que você pode fazer hoje? Com "amanhãs" in nitos, não teríamos nenhum motivo para nos apressarmos em fazer algo ou resolver um problema. Isso vale para coisas mais práticas, como consertar aquele defeito na sua casa ou começar uma faculdade, como também nas relações que temos com outras pessoas. Se apaixonar, por exemplo, seria possível, mas perderia aquela gostosa sensação

amada. Certamente teria menos graça. O mesmo vale na hora de encontrar os amigos, algo que sempre poderia " car para depois". A tendência é nos tornarmos pessoas mais fechadas e menos expostas a tudo de bom e de ruim que o convívio social causa. Além da questão de desenvolvimento social, essa nova relação com o tempo também afetaria outro aspecto: a evolução cientí ca e tecnológica. A nal, por que avançar em ritmo acelerado e tentar tornar a nossa vida melhor hoje se teremos todo o tempo do mundo? Religião anda de mãos dadas com a vida e a morte. Para muitas pessoas, acaba sendo um conforto acreditar que há seres superiores gerenciando tudo que acontece "aqui embaixo". Ou, ainda, que a morte não signi ca um simples m, mas sim uma

©ESTÚDIO REIMBOCA/UOL

O que faria se soubesse que a morte nunca chegaria para você? Responder a essa pergunta pode ser difícil já que, como diz o ditado, a única certeza que temos na vida é a de que um dia nós vamos morrer. Por mais que a ideia de bater as botas não seja lá muito confortante, ela acaba sendo fundamental em vários aspectos e, grosso modo, permite que muitas coisas boas aconteçam. Mas e se esse ciclo de vida e morte simplesmente acabasse? Como seria se nós, seres humanos, fôssemos imortais? Ac re d it e : i s s o t r a r i a m a i s problemas do que benefícios. De todos os animais que vivem no nosso planeta, apenas os humanos têm a consciência de que, um dia, a sua passagem pela Terra chegará ao m. A ideia da nitude da vida pode ser aterrorizante, mas faz com que a humanidade progrida. Essa consciência, claro, surge aos poucos no decorrer da vida, mas é fundamental para que tenhamos um senso de urgência para realizações. O tema é recorrente na loso a e abordado por pensadores que vão de Sócrates aos alemães Friedrich Nietzsche e Martin Heidegger. Esse último, inclusive, de ne o homem como um "ser que caminha para a morte" e que, nessa marcha rumo ao m, o melhor a se fazer é se esforçar para encontrar o seu "verdadeiro

passagem, uma troca de ciclo, e que não há sentido em pensar nisso. Tr a z e n d o e s s a r e l a ç ã o terapêutica das religiões, ca o questionamento: fossem os humanos imortais, faria sentido cultuar deuses ou acreditar em seres superiores? S erá que teríamos instituições que, mais do que dar esse tipo de conforto e orientação às pessoas, também acabam ditando costumes ao de nirem o que é certo e errado — e, em alguns momentos, é capaz de provocar comportamentos extremos que d e s a g u a m e m desentendimentos, con itos e guerras? Isso não quer dizer que um mundo com pessoas imortais e,

por conta disso, sem religião seria melhor ou pior. Certamente, porém, seria diferente. Fora essas questões psicológicas e losó cas, a imortalidade dos humanos traria consequências, digamos, mais práticas. E quem mais sofreria com isso seriam nosso planeta e os outros seres que o habitam. De acordo com o repositório de dados "e World Counts" — que, por sua vez, se baseia em dados da Organização das Nações Unidas —, cerca de 385 mil bebês nascem todos os dias, o que dá algo em torno de 140 milhões de novos humanos chegando à Terra todo ano. Por sua vez, em situações normais, algo em torno de 150 mil pessoas morrem todos os dias. Sem

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mortes para balancear essa conta, obviamente enfrentaríamos um crescimento populacional em grande escala. Considerando que a maioria dos problemas ambientais que temos hoje em dia é provocado pela atividade humana, o que inclui de mudanças climáticas a extinção de espécies, aumentar de forma exponencial o número de pessoas que habitam o planeta certamente acabaria em uma catástrofe. Recursos dos mais variados tipos são nitos e, uma vez esgotados, seria impossível garantir uma vida minimamente decente tanto para humanos quanto para outros seres vivos. No m, seríamos seres imortais, mas sem um lugar para viver.


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Ricardo Salles sai do Ministério do Meio Ambiente Entidades e ex-ministro comemoram a saída de Ricardo Salles do comando do Meio Ambiente

D

emissão foi pedida nesta quarta-feira, após reunião com o presidente Jair Bolsonaro. À frente do Meio Ambiente há mais de dois anos disse ter respeitado as orientações de manter e qui líbr io ent re desenvolvimento econômico e cuidado com o meio ambiente. Quem assumiu a pasta foi Joaquim Álvaro Pereira Leite. Muito conhecido no meio ruralista, integrou a Sociedade Rural Brasileira por 23 anos, tendo ocupado diversos cargos diretivos na entidade. Antes de integrar a secretaria da Amazônia, atuou também como Secretário de Florestas e Desenvolvimento Sustentável no próprio Ministério do Meio Ambiente. O novo ministro tem formação em administração de empresas pela Universidade de Marília ( Un i m a r ) e M BA p e l o Instituto de Ensino e Pesquisa

©REUTERS

(Insper).

Entidades e exministro comemoram a saída de Ricardo Salles do comando do Meio Ambiente A WWF a rmou que o governo troca "seis por meia dúzia". A ONG a rma que Álvaro Pereira chegou ao governo em 2019 a promessa de atrair recursos para a área ambient a l, p or meio de programas de Pagamento por Serviços Ambientais e venda de créditos de carbono por desmatamento evitado. Carlos Minc, ex-ministro do Meio Ambiente, avalia que Salles "foi tarde", mas que seu afastamento do ministério não é su ciente. "Há que tomar medidas como desatar braços do Ibama e do ICMBio, destravar o Fundo Amazônia, retirar garimpeiros ilegais de terras indígenas e combater as

q u e i m a d a s e o desmatamento, que aumentarão com a estação seca". Para Márcio Astrini, s e c re t ár i o - e xe c ut ivo d o

Observatório do Clima, Salles só deixará saudades para "os madeireiros ilegais, grileiros e destruidores da oresta". O Greenpeace a rmou que o país não poderia ter mais à frente o Ministério do Meio Ambiente alguém que, "de forma intencional e deliberada, agia contra a própria pasta e estava trazendo grandes danos ao País". A ONG acredita que a

circulam duas hipóteses principais sobre a saída às pressas de Salles do Ministério. A primeira aponta que a demissão de Ricardo Salles seria consequência do avanço das investigações contra o ministro, que teria produzido “uma leva de novas provas” que poderia atingir o presidente, Bolsonaro, que teria sido alertado sobre o risco.

que a denúncia é de que o presidente estaria ciente do caso. Na véspera de sua demissão, Bolsonaro elogiava Salles em evento, como se não houvesse exp ectativa da saída do mesmo. “Prezado Ricardo Salles, você faz parte dessa história. O casamento da Agricultura com o Meio Ambiente foi quase perfeito. Parabéns, Ricardo Salles. Não TATI BELING

©REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

estratégia do governo para a agenda ambiental não deve mudar acham que o governo vai seguir tentando avançar na desregulamentação da proteção ambiental e dos povos indígenas. S egundo O Eco, nos bastidores e nas redes sociais

A outra hipótese é de que a exoneração de Salles foi uma cortina de fumaça para o escândalo da compra superfaturada da Covaxin, vacina produzida na Índia, pelo governo que veio à tona recentemente e que pode respingar em Bolsonaro, já

é fácil ocupar o seu ministério. Por vezes, a herança é apenas uma penca de processos. A gente lamenta como somos tratados por alguns poucos desse outro poder que é muito importante p a r a t o d o s n ó s”, d i s s e Bolsonaro.


BRASIL 13

24 A 30 DE JUNHO/2021

A semana em Brasília S e no Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

PICTURES/GETTY IMAGES

Marcos do Val (Podemos) SÉRGIO BERNARDO/JC IMAGEM

Empresas descumprem prazos de Termos de Compromisso Ambiental Conforme Instituto Estadual de Meio Ambiente, Vale e ArcelorMittal extrapolaram prazos para cumprimento de metas previstas em Termos de Compromisso Ambiental (TCAs)

Presidente retira veto ao projeto que incluída quatro municípios capixabas na Sudene Após o presidente Jair Bolsonaro vetar, nessa quarta-feira (23), o projeto de lei que incluía 78 municípios de Minas Gerais e quatro do Espírito Santo — Itarana, Itaguaçu, Aracruz e Governador Lindenberg — na área da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), o senador Marcos do Val iniciou uma série de conversas com o presidente para reverter a situação. Com acesso direto e nutrindo boa relação com o presidente da república, o parlamentar argumentou sobre a importância que a inclusão terá para o desenvolvimento do Espírito Santo e conseguiu a retirada do veto. “Com essa conquista, haverá incentivos à instalação de indústrias e empresas na região, favorecendo a ge r a ç ã o d e e mpre go e re nd a e c ont r ibu i nd o p ar a o desenvolvimento de todo o Espírito Santo”, a rmou Do Val.

Aprovadas regras para gratuidade no transporte Ales acatou proposta do governo que regulamenta o benefício para idosos, crianças e pessoas com deficiência em linhas intermunicipais ©GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Os deputados aprovaram, na sessão ordinária desta quarta-feira (23), o Projeto de Lei Complementar (PLC) 10/2021, que regulamenta a gratuidade no transporte rodoviário intermunicipal para idosos, crianças e pessoas com de ciência. A medida foi acatada com uma sugestão feita por Sérgio Majeski (PSB) para que o benefício fosse estendido também para ônibus da linha executiva (mais cara), além da convencional prevista no texto original. Gandini (Cidadania) foi o relator da proposta na reunião conjunta das comissões de Justiça, Defesa do Consumidor, Mobilidade Urbana, Cidadania e Finanças. Inicialmente ele rejeitou a emenda do socialista, defendendo que o projeto governamental garantia o benefício em outros tipos de linhas caso a convencional não existisse. No entanto, o relator acabou cedendo diante de apelos feitos por parlamentares. Majeski argumentou que em alguns municípios mais distantes há poucas linhas convencionais disponíveis e em horário ruins, o que poderia prejudicar o deslocamento dos grupos bene ciados pela gratuidade.

©SERPRO

Câmara aprova MP que simplifica abertura e funcionamento de empresas

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (23) a Medida Provisória 1040/21, que faz várias mudanças na

A Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (Ales) se reuniu nesta quarta-feira (23), de maneira virtual, para analisar o cumprimento dos Termos de Compromisso Ambiental (TCAs) celebrados entre Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), governo do Estado e as empresas ArcelorMittal e Vale. O objetivo dos TCAs 35 e 36/2018 é promover o controle de emissões atmosféricas das mineradoras, melhorando a qualidade do ar da Grande Vitória. Os acordos foram assinados em setembro de 2018, já tendo sido encerrados os prazos das metas de curto prazo, estando agora no período de cumprimento das ações de médio e longo prazo. O acompanhamento dessas metas é feito por um comitê, que já aponta que algumas das condicionantes não vêm sendo cumpridas. “O comitê de acompanhamento do TCA que tem a competência, no aspecto das metas para o TCA, de tratar alguma sanção”, a rmou o diretor do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), Alaimar Fiuza. Vale ©GLOBO.COM

Das 48 metas celebradas com a Vale, 19 já estão com prazo expirado. A diretora técnica do Iema, Caroline Machado, explicou que três dessas condicionantes deixaram de ser contabilizadas no médio e curto prazo. “Duas foram convertidas em diretrizes, a M-21 e a M-31. Já a M17 passou a compor as metas de longo prazo, tendo então pro Iema validar 16 metas”, disse. ©BRASIL MINING SITE ArcelorMittal Já para a ArcelorMittal foram estabelecidas 131 metas, das quais 81 já tiveram o prazo de cumprimento vencido. Desse total, 52 estão sendo cumpridas, 19 estão em análise e outras dez foram consideradas não cumpridas pelo órgão scalizador e atualmente estão em reanálise. “É interessante a gente falar que dessas dez em reanálise, que a gente identi cou não conformidade, a empresa apresentou proposição de complementação dos planos de ação. Nove dessas estão em análise de prorrogação de prazo, por conta da ampliação de projetos que não constavam inicialmente como previstos e passaram a constar por conta da identi cação de uma não conformidade”, explicou a diretora técnica do Iema.

Juntos SOS ES Ambiental

E

Comissão aprova projeto que reserva 10% de vagas em universidades federais para pessoas com deficiência ©CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

A Comissão dos Direitos das Pessoas com De ciência da Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (22), proposta que reserva para pessoas com de ciência 10% das vagas nos concursos seletivos para ingresso em cursos das instituições federais de ensino superior e de ensino técnico de nível médio. O texto acrescenta a medida à Lei de Cotas nas Universidades. Em vigor desde 2012, a lei reservou 50% das vagas de cursos em universidades federais e institutos federais para estudantes que concluíram o ensino médio em escolas públicas. O Projeto de Lei 1527/19 é do deputado Léo Moraes (Pode-RO) e foi aprovado na comissão com parecer favorável da relatora, deputada Drª Soraya Manato (PSLES). Originalmente, o projeto previa cota de 5%, mas a relatora decidiu apresentar um substitutivo dobrando o percentual. “A educação não é inclusiva apenas porque dá oportunidades de convivência com o diferente. Ela o é também porque promove oportunidades para que pessoas com de ciências desenvolvam seu potencial intelectual, ampliem sua participação cidadã e suas oportunidades de inclusão pro ssional”, disse Manato. O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado agora pelas comissões de Educação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

O presidente da organização Juntos SOS ES Ambiental, Eraylton Moreschi, questionou dados de emissão de poluentes apresentados pela mineradora Vale e solicitou ao gestor do Iema que noti que a empresa sobre a divulgação desses dados. “Em respeito à sociedade capixaba, que o senhor solicite à Vale que pare com a divulgação dessas informações. Se elas não são certi cadas, não são acreditadas, elas estão induzindo a sociedade de que eles estão reduzindo as emissões e tem uma série de questionamentos a serem respondidos”, nalizou.

legislação a m de eliminar exigências e simpli car a abertura e o funcionamento de empresas, buscando melhorar o chamado “ambiente de negócios”. Uma das inovações é a emissão automática, sem avaliação humana, de licenças e alvarás de funcionamento para atividades consideradas de risco médio. Enquanto estados, Distrito Federal e municípios não enviarem suas classi cações para uma rede integrada valerá a classi cação federal. Segundo o parecer preliminar do relator, deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP), em vez da validade indeterminada prevista no texto original, as licenças e alvarás serão válidos enquanto atendidas as condições e requisitos de sua emissão. A matéria será enviada ao Senado.

Violência contra o idoso

É CRIME

denuncie!


14 GERAL

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Tamanho das pupilas pode estar relacionado às diferenças de inteligência entre indivíduos

Beber café diariamente reduz o risco de morrer por doenças no fígado ©GETTY IMAGES/ISTOCK

Conexão entre o tamanho da pupila e o QI provavelmente reside dentro do cérebro ©SHUTTERSTOCK

Estudo feito pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA, indica que o tamanho das pupilas está “intimamente ligado” às diferenças de inteligência entre indivíduos. De acordo com a pesquisa, as pupilas maiores podem estar correlacionadas à inteligência superior, como sugerido em testes que mediram habi lid ades de racio cínio, memória e atenção. Os pesquisadores envolvidos no estudo a rmam que a relação da inteligência com o tamanho da pupila é tão pronunciada, que pode ser observada a olhos nus, sem quaisquer instrumentos cientí cos adicionais. Ou seja, qualquer um pode ser capaz de saber quem obteve maior ou menor nota em testes cognitivos apenas olhando para seus olhos. De acordo com o site IFL Science, essa conexão entre o tamanho da pupila e a capacidade cognitiva foi notada pela primeira vez em tarefas de m e m ór i a , o l h a n d o p a r a a dilatação das pupilas como sinais de esforço mental. Os estudos envolveram mais de 500 pessoas entre 18 e 35 anos da área de Atlanta, EUA. Para medir os tamanhos da pupila dos voluntários, os pesquisadores utilizaram rastreadores oculares, que usam uma câmera e um computador para capturar a luz, re etindo a pupila e a córnea. Conforme explicado pelos cientistas, os diâmetros das pupilas variam, normalmente, de dois a oito milímetros. Para determinar esses dados, eles zeram medições dos voluntários em repouso, quando eles estavam olhando para uma tela em branco por alguns minutos. Outra parte do experimento

envolveu aplicar aos participantes uma série de testes cognitivos que avaliaram a “inteligência uida” (capacidade de raciocinar quando confrontados com novos problemas), a “capacidade de memória de trabalho” (quão bem as pessoas poderiam lembrar informações ao longo do tempo) e o “controle de atenção” (a capacidade de manter a atenção focada mesmo sendo distraída). As conclusões da pesquisa foram de que ter um tamanho maior de pupila de linha de base estava relacionado a ter maior inteligência uida, mais controle d e ate n ç ã o e ai n d a m ai or capacidade de memória de trabalho, embora em menor grau. De acordo com Jason Tsukahara, principal autor do estudo, “é importante considerar que o que foi encontrado é uma correlação, que não deve ser

Segundo a pesquisa, a conexão entre o tamanho da pupila e o QI provavelmente reside dentro do cérebro. O tamanho da pupila foi previamente conectado ao lócus coeruleus, uma parte do cérebro responsável por sintetizar o hormônio e neurotransmissor norepinefrina (noradrenalina), que mobiliza o cérebro e o corpo para a ação. A atividade no lócus coeruleus afeta nossa percepção, atenção, memória e processos de aprendizagem. Segundo os autores, essa região do cérebro “também ajuda a manter uma organização saudável da atividade cerebral para que regiões cerebrais distantes possam trabalhar juntas para realizar tarefas e objetivos desa adores”. Por ser tão importante, a perda de função no lócus coeruleus tem sido associada a condições como doença de Alzheimer, Parkinson, depressão clínica e transtorno do dé cit de atenção com hiperatividade (TDAH). Os pesquisadores a rmam ainda que pessoas que têm pupilas maiores em um estado de repouso, como olhar para uma tela de computador em branco, t ê m “m a i o r r e g u l a ç ã o d a atividade pelo lócus coeruleus”, o que leva a um melhor desempenho cognitivo. Mais pesquisas são necessárias, no entanto, para realmente

O café pode ser um importante aliado na hora de evitar mortes por doenças hepáticas. Um estudo da Universidade de Southampton, no Reino Unido, concluiu que tomar entre três e q u at r o x í c a r a s d a b e b i d a diariamente reduz o risco de desenvolver doenças crônicas relacionadas ao fígado. Os resultados mostram que, quem ingere café, possui 21% menos chances de desenvolver doença hepática crônica, 20% menos risco de contrair uma doença hepática gordurosa e ainda 49% menos chances de morrer por conta de uma doença hepática. Todos os dados são

quando comparados com pessoas que não tomam a bebida. “O café é amplamente acessível e os benefícios que vemos no nosso estudo podem signi car que pode oferecer um potencial tratamento preventivo para doenças crônicas do fígado. Isso é especialmente valioso em países de baixo rendimento e com pior acesso à saúde, onde o f ard o d a d o e nç a he p át i c a crônica é maior”, explica o Oliver Kennedy, autor do estudo e professor na Universidade de Southampton, em nota divulgada pela instituição. Os autores estudaram os dados

do UK Biobank em 495.585 participantes com consumo conhecido de café, que foram acompanhados por uma média de 10,7 anos para monitorar quem desenvolveu doença hepática crônica e doenças hepáticas relacionadas. De todos os participantes incluídos no estudo, 78% (384.818) consumiam café moído ou instantâneo com cafeína ou descafeinado, enquanto 22% (109.767) não bebiam nenhum tipo de café. Apesar dos bons resultados, os autores do estudo reforçam que não foram levados em conta mudanças na quantidade de café consumido pelos participantes durante os 10 anos e os dados são baseados na coleta feita quando eles entraram na pesquisa. Além d i s s o, a m a i o r p a r t e d o s voluntários são brancos e de classe econômica mais elevada, então os resultados podem ser diferentes em outros grupos étnicos e socioeconômicos. A intenção, no futuro, é ampliar o alcance do estudo.

Os primeiros meses de 2021 demonstram grandes avanços na implementação do Novo Ensino Médio A transmissão será no canal da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas

©GETTY IMAGES/ISTOCK

confundida com causalidade”. Ou seja, trata-se de um estudo observacional, sem comprovada relação de causa e efeito.

entender o motivo pelo qual ter pupilas maiores está relacionado com maior inteligência.

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES

Coordenada pelo Ministério da Educação (MEC) em articulação com as secretarias de educação, com o Conselho Nacional de E du c a ç ã o ( C N E ) e c om o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), a implementação do Novo Ensino Médio tem apresentado grandes avanços nos primeiros meses de 2021. Até o momento, 11 Unidades Federativas (UFs) já concluíram a (re)escrita dos seus referenciais c u r r i c u l are s , c on for me as normativas do Novo Ensino Mé dio, submetendo-os à aprovação e/ou homologação dos seus respectivos conselhos de educação. O feito também representa o apoio do MEC às secretarias de educação e o atingimento de mais uma meta prevista no Acordo do Empréstimo, rmado entre o Governo Federal e o B an c o Int e r n a c i on a l p ar a R e c o n s t r u ç ã o e Desenvolvimento (Bird), que também apoia a Reforma do Ensino Médio. Em função dos resultados alcançados, o Governo Federal

receberá uma parcela de 10 m i l hõ e s d e d ól are s , v a l or estabelecido com o Bird pelo cumprimento dessa meta. O desembolso é fruto do atingimento da primeira meta do Indicador Vinculado ao Desembolso nº 04, prevista no Acordo do Empréstimo. O Indicador aponta o quantitativo de UFs que concluíram a (re)escrita do referencial curricular e tiveram aprovação e/ou homologação pelos respectivos conselhos de educação, conforme a Lei nº 13.415/2017. As 11 UFs que atingiram a referida meta são: A m ap á ; D i s t r i t o Fe d e r a l ;

Espírito Santo; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; Minas Gerais; Paraíba; Pernambuco; Santa Catarina; Sergipe; e São Paulo. O MEC, por meio da composição da equipe técnica, tem ampliado o apoio aos estados e ao Distrito Federal para fortalecer a implementação do Novo Ensino Médio. A expectativa é de que até o m do primeiro semestre, 15 UFs tenham seus referenciais curriculares aprovados e/ou homologados e, até outubro deste ano, as demais, contemplando as 27 UFs.


COTIDIANO 15

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Jovens devem sair das Metallica anuncia telas antes de dormir, nova versão de "The Black Álbum" para diz pesquisa ©ISTOCK

Uma nova pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade do Oregon (UO) para a Fundação Nacional do Sono, dos Estados Unidos, apontou que jovens alunos do ensino médio devem s a i r d a f re nt e d a s t e l a s d e smartphones, laptops e tablets antes de dormir. De acordo com os pesquisadores, dormir pouco depois de usar esses dispositivos pode diminuir a qualidade do sono e deixar os adolescentes mais cansados no dia seguinte. Para chegar a esses resultados, os acadêmicos estudaram os efeitos do tempo de tela na hora de dormir entre 345 adolescentes, com idades entre 12 e 14 anos, durante um período de seis meses. Segundo eles, o uso de dispositivos eletrônicos antes de ir para a cama não só interrompe o sono, mas também dá um efeito “bidirecional”, já que os jovens sem sono acabam usando mais esses aparelhos justamente por não conseguirem dormir. “Isso cria um ciclo vicioso em que o envolvimento no uso da mídia na hora de dormir pode resultar em um sono de má qualidade, o que, com o tempo, aumenta o uso da mídia na hora de dormir”, declarou a professora do D e p a r t a m e n t o d e

©REPRODUÇÃO TWITTER

Aconselhamento em Psicologia e Serviços Humanos da UO, Atika Khurana, ao Medical Xpress. “Apenas ter acesso a dispositivos de mídia baseados em tela nos quartos tem sido associado à má qualidade e quantidade do sono entre os adolescentes. O que com o tempo pode resultar em di culdades no controle da atenção”, completou a autora principal do estudo, Heather Leonard. Segundo ela, o acesso a dispositivos era quase generalizado, com três em cada quatro voluntários relatando ter acesso exclusivo a um smartphone. “Isso é muito alto para alunos do ensino médio, mas consistente com as tendências nacionais”,

disse Khurana. “E é difícil para os pais lidar com isso por causa da pressão dos colegas”. Segundo a pesquisa, jovens com acesso a dispositivos de mídia em seus quartos são mais propensos ao uso de mídia na hora de dormir, o que pode causar prejuízos ao seu sono e à sua saúde, já que o tempo gasto scrollando a tela ou enviando mensagens poderia ter sido gasto dormindo. Além disso, assistir a vídeos pode superestimular o cérebro dos jovens em um momento em que eles deveriam estar desacelerando. Os alunos que caram em frente às telas antes de dormir relataram ter tido mais sonolência durante o dia, além de maior di culdade em manter a atenção.

Fenômeno que deixa a neve rosa se intensica e preocupa cientistas Cientistas franceses notaram que a proliferação de algas está se tornando muito mais visível do que antes — possivelmente devido ao aquecimento global acelerado ©BOB GIBBONS/ALAMY

O “sang de glacier”, ou “sangue glaciar”, tem sido observado há séculos. À medida que a primavera vai indo embora e o verão se aproxima, a neve dos Alpes Franceses começa a ganhar cores que vão do vermelho, passam pelo laranja e chegam ao rosa-claro. A coloração vem de algas que mudam de aspecto para se protegerem dos raios ultravioletas do sol. Mas nos últimos anos esses habitats observaram um aumento na proliferação dessas algas. Estudos preliminares publicados na revista Frontiers in Plant Science mostram que esse aumento pode estar relacionado com as mudanças climáticas. Os cientistas apontam que as algas consomem dióxido de carbono e que, portanto, o aumento nos níveis de CO₂ na atmosfera pode ser o motivo pelo qual elas estão

setembro

prosperando tanto. Além de ter suas causas relacionadas com o aquecimento do planeta, o agravamento do fenômeno pode trazer consequências nesse sentido. Isso porque a cor branca da neve e do gelo faz com que eles re itam para a atmosfera boa parte dos raios solares que incidem sobre esses ambientes.

Mas com a mudança de cor, a neve deixa de re etir parte dos raios solares, e altera um dos sistemas naturais que ajuda a resfriar as temperaturas na Terra. Quando os raios do sol deixam de ser re etidos, eles passam a ser absorvidos, fazendo com que a neve se aqueça mais rapidamente e acelerando o derretimento nessas zonas geladas.

O Metallica anunciou nesta terça-feira (22) a reedição comemorativa do álbum clássico e Black Album, que contará com dois lançamentos marcantes, ambos no dia 10 de setembro pela Universal Music, via Blackened Recordings. Considerado um dos discos icônicos dos anos 1990 e um dos álbuns mais bem-sucedidos comercialmente de todos os tempos, Black Album chegou ao mercado em 1991 pela Vertigo Records e rapidamente se tornou o álbum nº 1 em 10 mercados, incluindo uma sequência de quatro semanas no topo das paradas de álbuns dos EUA, impulsionados por singles como Enter Sandman, e Unforgiven, Nothing Else matters, Wherever I May Roam e Sad But True. e Black Album também entrou na seleta lista dos 500 Melhores Álbuns de Todos os Tempos da revista Rolling Stone e se tornou o álbum mais vendido da história com base nos relatórios da Niels en Soundscan, superando todos os lançamentos em to dos os gêneros nas últimas três décadas. Outro fato que mostra a espetacular performance comercial que o Metallica conquistou com e Black

Album, foi a conquista de 16 Discos de Platina nos EUA. O outro lançamento é o disco e Metallica Blacklist, que celebra a in uência duradoura deste marco musical como um dos projetos mais ambiciosos já concebidos pela equipe do Metallica: mais de 50 artistas sem precedentes, que abrangem uma gama inacreditavelmente vasta de gêneros, gerações, culturas, continentes e muito mais, cada um contribuindo com uma interpretação única de sua faixa favorita do e Black Album. e Metallica Blacklist oferece novas dimensões do disco cuja atração gravitacional primeiro atraiu o mainstream para o Metallica — e fornece novos insights sobre o apelo universal e atemporal que o mantem no topo: a in uência que essas 12 músicas tiveram sobre fãs e músicos de todos os gêneros. As 53 faixas do álbum encontram cantores, artistas countr y, eletrônicos e hip-hop compartilhando seu amor por essas músicas ao lado de punk rockers, indies, ícones do rock, metal, world music e muitos, muitos mais … e para mais de 50 boas causas: a receita de cada venda, download ou stream será dividida igualmente entre as

instituições de caridade da escolha do artista e para a All Within My Hands Foundation, do Metallica. A coletânea uma homenagem adequada e ilimitada, que apresenta bandas que dividiram os palcos com o Metallica ao lado de artistas que são mais jovens do que o álbum original. É uma reunião verdadeiramente impressionante, um encontro místico de músicos, dezenas dos quais têm pouco ou nada em comum além da paixão compartilhada pela música que os uniu neste tributo: 1 Álbum. 1 2 Mú s i c a s . 5 3 A r t i s t a s . Possibilidades Ilimitadas. Blacklist estará disponível em variados formatos, incluindo digital e físico. Mais informações em metallica.com. As p r é - v e n d a s r e c e b e r ã o instantaneamente a versão de Miley Cyrus de Nothing Else Matters, com WATT, Elton John, Yo-Yo Ma, Robert Trujillo e Chad Smith, e a interpretação do astro da música latina Juanes para Enter Sandman. e Black Album (Remastered) estará disponível em várias con gurações, que podem ser conferidas no site o cial da banda em metallica.com.


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Medo do escuro? Estudo mostra onde os “monstros” estão escondidos no cérebro ©PINTEREST

Comer chocolate em determinados horários pode trazer benefícios, indica estudo Pós-menopausa: ingestão de chocolate em determinados horários pode trazer benefícios ©SHUTTERSTOCK

O medo é uma resposta comum à escuridão, especialmente em crianças. Agora, os cientistas da Universid ade Monash, em Melbourne, na Austrália, acham que podem ter descoberto os mecanismos cerebrais por trás disso, que têm origem em algumas áreas do cérebro em particular. A seção da amígdala do cérebro é responsável por processar a emoção e regular nossa resposta ao medo, e o novo estudo destaca como a atividade cerebral nessa região muda quando somos expostos à luz e à escuridão. “A luz, comparada com a escuridão, suprime a atividade na a m í g d a l a ”, e x p l i c a m o s pesquisadores em artigo publicado na PLOS One. “A exposição moderada à luz resultou em maior supressão da atividade da amígdala do que luz fraca”, detalham os cientistas. Além do mais, a presença de luz parece fortalecer a ligação entre a amígdala e o córtex pré-frontal ventromedial, outra parte do cérebro associada ao controle de nossa sensação de medo. Nesta nova pesquisa, varreduras cerebrais feitas em 23

pessoas foram analisadas à medida que eram expostas a períodos de 30 segundos de iluminação fraca e moderada, bem como à escuridão. Os exames duraram cerca de 30 minutos no total. A i lu m i n a ç ã o m o d e r a d a causou uma “redução signi cativa” na atividade da amígdala, com a iluminação fraca causando uma redução menor. Houve também uma maior “conectividade funcional” entre a amígdala e o córtex préfrontal ventromedial durante os momentos em que as luzes estavam acesas. Em outras palavras, a luz pode manter os centros de gerenciamento do medo do nosso cérebro em operação, com base nessa pequena amostra de voluntários. “Precisaremos de mais dados para descobrir o que exatamente está acontecendo, mas as desconexões entre essas áreas do cérebro foram anteriormente associadas à a n s i e d a d e ”, d i z e m o s pesquisadores. Os cientistas acrescentam que esses efeitos podem contribuir para os efeitos de elevação do

humor da luz, por meio de uma redução do afeto negativo relacionado ao medo e do processamento aprimorado da emoção negativa. A conexão entre luz, escuridão e atividade no cérebro está bem estabelecida: mudanças na luz nos ajudam a saber quando dormir, têm um impacto em nossos níveis de alerta e podem afetar nosso humor também. É possível que ser capaz de controlar a exposição à luz — algo que só fomos capazes de fazer muito recentemente em nossa história evolutiva — seja uma forma de lidar com essa f o b i a e m p a r t i c u l a r. O s tratamentos de fototerapia já são amplamente usados para doenças como a depressão, e m b o r a o s c i e nt i s t a s n ã o entendam totalmente como ou por que funcionam. A chave pode estar nas chamadas células ganglionares d a re t i na i nt r i ns e c ame nte fotossensíveis (ipRGCs), que captam a luz dos olhos e a transmitem para diferentes partes do cérebro. A próxima etapa é aprender mais sobre como eles interagem com a amígdala. “Trabalhos adicionais serão necessários para começar a entender a contribuição única de diferentes subconjuntos de ipRGCs e outros fotorreceptores, tanto para os aspectos visuais quanto não visuais das respostas à l u z ”, c o n c l u e m o s pesquisadores.

Tomar banho todos os dias faz mal para a saúde Você é do tipo de pessoa que toma um ou dois banhos todos os dias da semana? Pois saiba que provavelmente você está se lavando muito mais do que o ne cess ár io. Ap es ar de não existirem muitos estudos sobre a frequência que você deve se banhar, banhos regulares são prejudiciais para a sua saúde, seu cheiro e até mesmo para o equilíbrio da vida em seu corpo. Ao u t i l i z a r m o s x a m p u s , sabonetes e outros apetrechos

para lavarmos o corpo, estamos diretamente afetando um sistema complexo que ainda não entendemos inteiramente: o microbioma humano. Um estudo norte-americano feito com membros da aldeia Ya n o m a m i n a A m a z ô n i a descobriu que a pele, boca e fezes dos indígenas hospedavam o mais rico complemento de bactérias em qualquer população humana examinada até aquele ponto - um complemento que

incluía espécies com resistência antibiótica, apesar de nenhum terem tido contato conhecido com antibióticos. Como nenhum experimento conseguiu reunir pessoas dispostas a passarem tanto tempo sem tomar banho para realizar maiores análises, não há dados concretos sobre esse caso. Sendo assim, o ideal por agora seria tentar reduzir os banhos para quantidades mais mo deradas e méto dos que agridam menos a pele.

Um novo estudo realizado pela equipe da Divisão de Sono e Distúrbios Circadianos e Departamentos de Medicina e Neurologia, do Brigham and Women's Hospital, de Havard (EUA), descobriu que a ingestão de chocolate em determinados horários do dia por mulheres na pós-menopausa pode ser bené ca, já que ajuda na queima de gordura e na queda dos níveis de açúcar no sangue. As informações são do Medical Xpress. E m p arc e r i a c om pesquisadores da Universidade de Murcia, na Espanha, o grupo acompanhou 19 mulheres na pós-menopausa que consumiram por 14 dias 100g de chocolate ao leite uma hora depois de acordar e uma hora antes de dormir. Para ns de comparação, também foram assistidas mulheres que não consumiram o doce. O esperado é que a receita colaborasse para o ganho de peso, no entanto, de acordo com os resultados da pesquisa, p u b l i c a d a n o  e FA S E B Journal, o inverso aconteceu. “Nossas descobertas destacam que não apenas 'o que', mas também 'quando' comemos pode impactar os mecanismos siológ icos envolv idos na regulação do peso corporal”, disse Frank AJL Scheer, Ph.D., Neurocientista, e um dos autores

do estudo. Segundo os resultados, a ingestão do chocolate uma hora após acordar ou uma hora antes de dormir não levou ao ganho de peso e in uenciou na fome, apetite, sono, na microbiota — s o m a d e t o d o s o s m i c rorg an is mo s d o c or p o humano — e outros. O consumo na parte da manhã ajudou a queimar gordura e reduzir os níveis de glicose no sangue, já na parte da noite ele ajudou o metabolismo na hora do repouso, que também teve efeito na prática de exercícios na manhã seguinte. Para os pesquisadores, o resultado signi ca que o momento do dia em que comemos é

consideravelmente relevante já que interfere diretamente no balanço energético e metabolismo do corpo, sendo então o horário da refeição um fator relevante no controle de peso. “Noss os volunt ár ios não g an h ar am p e s o ap e s ar d o aumento da ingestão calórica. Nossos resultados mostram que o chocolate reduziu a ingestão de energia ad libitum, consistente com a redução observada na fome, apetite e desejo por doces demonstrada em estudos a n t e r i o r e s ”, d i s s e M a r t a Garaulet, cientista Ph.D. que também ajudou a desenvolver o estudo.


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