Jornal Fatos & Notícias 430

Page 1

ANO XI - Nº 430 08 A 15 DE JULHO/2021 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

8 Depois das refeições sempre bate aquela vontade de comer um docinho? Que tal um pavê limão com chocolate branco? Pág. 8 JORGE PACHECO

8 Tortura Nunca Mais quer

impeachment e Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI

8 Quando pensamos na

importância do Cuidado Materno, não estamos desconsiderando o cuidado Paterno Pág. 10

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 Em seis meses de gestão,

Fundão começa a mostrar cara nova Pág. 12

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA

8 Tudo que conseguimos

enxergar aqui fora é porque lá dentro já está explodindo Pág. 11

FELIPE BRETAS

8 A dica dessa semana é a

estreia da quarta e última temporada da série Atypical, na Net ix Pág. 3

©DENIS FERREIRA NETTO/SEDEST

Desmatamento na Amazônia está matando a maior águia do mundo de fome

Cidade mineira adota tarifa zero no transporte público Pág. 16

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

Resfriado: combata nos primeiros sintomas e evite desconforto Pág. 15 Descoberta espécie de planta que não produz clorofila

Reconhecida como a maior espécie de águia do mundo as harpias na Amazônia estão ameaçadas

©UNIVERSIDADE DE OXFORD

Pág. 2

Brasileiro cria máquina que pode plantar quatro mil árvores por hora ©DIVULGAÇÃO/FOREST BOT

Destilador solar torna potável água salgada e poluída ©LEXUS DESIGN AWARD

Chamada de “Forest Bot”, a máquina planta, rega e fertiliza as mudas de forma automatizada e o desenvolvimento da máquina veio da necessidade da empresa em plantar mudas de diferentes espécies em locais específicos de forma rápida e barata Pág. 6

Destilador solar pode ser montado em 30 minutos e é capaz de produzir cerca de 18 litros de água puricada por dia Pág. 6

Nova espécie de planta ismia sitimeriamiae descoberta na selva da Malásia corre risco de extinção depois que os javalis destruíram sua única localização conhecida Pág. 7

Pesquisas sobre o cenário educacional mostram 2021 ainda difícil e repetem alertas Pág. 4

Anabolizantes podem gerar um desastre irreversível Pág. 9


2 MEIO AMBIENTE

08 A 15 DE JULHO/2021

Desmatamento na Amazônia está matando a maior águia do mundo de fome A ave pode alcançar dimensões que fazem dela a maior águia do mundo e o desmatamento pode levar o animal à extinção ©GETTY IMAGES

O impacto direto que o desmatamento pode provocar sobre o equilíbrio ecológico em um ecossistema ou região pode ser trágico e precisamente ilustrado pelo caso das harpias na Amazônia. Reconhecida como a maior espécie de águia do mundo, capaz de alcançar até sete quilos e medir dois metros de envergadura e um metro de comprimento, essa ave con he cida no Brasi l como gavião-real se encontra ameaçada pela queda considerável na oferta de presas para que seus lhotes possam ser alimentados — em quadro mostrado por pesquisa recentemente publicada na revista Nature, e conduzida por cientistas ligados à Universidade de KwaZulu-Natal, na África do Sul — e trazido ao público em reportagem original do jornal El País. Os lhotes do gavião-real se alimentam primordialmente de

bichos-preguiça, macacos-prego e outros pequenos animais que

vivem nas copas das árvores, mas, segundo Everton Miranda,

primeiro autor da pesquisa, a ameaça de extinção da espécie surge quando o desmatamento supera 50% do habitat dos animais — impactando assim especialmente a saúde dos lhotes. Segundo Miranda, ao longo do período da pesquisa alguns lhotes de harpia se alimentavam somente a cada 15 dias, em quadro que levou muitos animais à morte. O desmatamento, portanto, faz Camaleão Furcifer desaparecer esses animais das labordi ár vores e, assim, afeta a alimentação das harpias — mas não somente: o quadro ilustrado evidentemente se aplica a todos os outros animais da região desmatada. A pesquisa estudou 16 ninhos ativos em partes da Amazônia nas quais o desmatamento provocou perdas entre zero e 85% de seus habitats — os animais não buscaram mudar de dieta, e professor da Escola de Ciências continuaram atrás dos alimentos da Vida, na Universidade, e na copa das árvores. Segundo o

estudo, não há alternativas aptas ou su cientes para que os animais encontrem outras presas ou fontes de alimento nas regiões: nas áreas em que o desmatamento afetou mais de 70%, as aves sequer conseguem, em muitos casos, fazer seus ninhos. A situação é emergencial, já que somente em 2020 a Amazônia brasileira desmatou cerca de 11.088 quilômetros de oresta com árvores, um aumento de 95% em relação ao ano anterior. A pesquisa con rma ser urgente a interrupção do corte das árvores, bem como o fornecimento de alimentos controlados para os lhotes nas áreas em que o desmatamento já afetou mais de 50% da oresta — da mesma forma, é imperativo que o governo controle e impeça o desmatamento ilegal, ou serão poucos e velozes os dias contados da maior espécie de águia do mundo.

Menor tamanduá do Cientistas apontam como enfrentar a crise climática mundo vive no Brasil e a perda de biodiversidade O tamanduaí é o menor de todos os tamanduás, apresentam cerca de 55 cm e pesam apenas 300 gramas, e são ameaçado principalmente devido ao desmatamento e a incêndios orestais ©KARINA THEODORO MOLINA

E x i s t e m q u at r o e s p é c i e s conhecidas de tamanduá; o tamanduá-do-norte, o tamanduaí, o tamanduá-mirim e o tamanduá-bandeira. O tamanduá-bandeira é o maior deles, e é também o mais conhecido. Já tamanduaí é a menor espécie, sendo o menor tamanduá do mundo. Também conhecido como tamanduá-cigarra ou tamanduá-seda, o Cyclopes didactylus é um pequeno animal aborícola que pode ser encontrado em vários lugares da América Latina. Embora seja um animal muito curioso, é muito difícil de ser encontrado, porque é minúsculo e vive no topo das árvores. Ele mede não mais que 30 centímetros e tem apenas 300 gramas. Com uma pelagem marromacastanhada, esta é a única espécie de Cyclopes com listras escuras dorsais e ventrais c l a r a m e nt e m a r c a d a s . O tamanduaí alimenta- se principalmente de pequenos insetos que encontra nas árvores durante a noite, e costuma dormir durante o dia. Pesquisadores diferenciam os tamanduás principalmente pelo número de dedos das patas dianteiras. Os mirins têm

quatro dedos (“tetradáctila”, do latim), o bandeira tem três (“tridáctila”) e o tamanduaí, dois (“didáctila”). O tamanduaí habita as orestas tropicais. A baixa taxa metabólica desta espécie e sua capacidade reduzida para termorregulação, limita sua distribuição para as orestas abaixo de 1.500m. A subpopulação do nordeste de C. didactylus é restrita a oresta tropical úmida de terras baixas e mangues. O tamanduaí não é capaz de sobreviver em plantações de cana-de-açúcar e culturas agrícolas que, com o passar do tempo estão substituindo a vegetação original de seu habitat. Este pequeno animal é principalmente ameaçado por

que o desmat amento e a incêndios orestais destroem seu habitat. Um fato curioso sobre este p e qu e n o an i m a l é qu e o tamanduaí toma uma postura defensiva quando se sente ameaçado, erguendo-se sob suas patas posteriores, que estão sempre agarradas a algum apoio, e enrolando sua cauda seguramente a este apoio, formando uma espécie de tripé. Com as patas frontais e suas fortes garras posicionados próximos à face do animal, ele exiona o corpo para frente e, e embora as patas dianteiras encontrem-se suspensas, o animal não perde o equilíbrio e se mantém rme. Esta é uma forma do pequeno animal intimidar possíveis predadores.

Cientistas pedem aos líderes mundiais para enfrentarem de maneira conjunta a mudança climática e a perda da biodiversidade. O apelo é resultante de um workshop virtual realizado, durante quatro dias, em dezembro de 2020, pelo Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) e pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O encontro, que reuniu 50 dos maiores especialistas mundiais em biodiversidade e clima, deu origem a um relatório divulgado no último mês. O documento conclui que as políticas anteriores enfrentaram a perda de biodiversidade e a mudança climática de forma independente uma da outra. Ta m b é m a r g u m e n t a q u e abordar as sinergias entre ambas, ao mesmo tempo em que

considera seus impactos sociais, oferece a oportunidade de maximizar os benefícios e atingir as metas de desenvolvimento global. “A terra e o oceano já estão fazendo muito — absorvendo quase 50% do CO₂ das emissões humanas — mas a natureza não pode fazer tudo. Uma mudança transformadora em todas as partes da sociedade e de nossa economia é necessária para estabilizar nosso clima, deter a perda da biodiversidade e traçar um caminho para o futuro sustentável que desejamos. Isto ©KYLE DIAS/UNSPLASH

também exigirá que enfrentemos ambas as crises em conjunto, de formas complementares”, a rma Ana Ma r í a He r n á n d e z S a l g a r, presidente do IPBES. O relatório aponta caminhos para resolver essas crises interrelacionadas, mas é preciso mudar paradigmas para que se tenha mudanças concretas. “A evidência é clara: um futuro global sustentável para as pessoas e para a natureza ainda é alcançável, mas requer uma mudança transformadora com ações rápidas e de longo alcance de um tipo nunca antes tentado. A solução de alguns dos fortes e aparentemente ine vitáveis compromissos entre clima e biodiversidade implicará uma profunda mudança coletiva de valores individuais e compartilhados relativos à natureza — como o afastamento da concepção de progresso econômico baseado unicamente no crescimento do PIB”, diz Hans-OttoPörtner, climatologista do IPCC.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

Filiado ao Sindijores

CNPJ: 18.129.008/0001-18

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília

Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


CULTURA 3

08 A 15 DE JULHO/2021

Por que devemos FELIPE BRETAS abolir o termo 'judiar' do nosso ATYPICAL vocabulário Jornalista

DICA DA SEMANA

Quarta e última temporada da série estreia nesta sexta feira, 09 de julho, na Netflix ©DIVULGAÇÃO/NETFLIX

A origem antissemita da palavra nos leva de volta a um dos momentos mais sombrios da humanidade ©GETTY IMAGES

FOTO: REPRODUÇÃO

P

C

onforme evoluímos como sociedade, práticas que antes eram vistas como normais e aceitáveis, hoje já são encaradas de modo hostil. Nessa lista de atitudes politicamente incorretas, não podemos esquecer alguns termos e expressões que 'envelheceram mal'. Assim como a palavra 'denegrir', fortemente associada à depreciação dos negros, não é tão bem aceita em tempos atuais, outras peças do nosso v o c a bu l á r i o, q u e p a re c e m inofensivas, carregam com si u m a o r i g e m , n o m í n i m o, controversa. O dicionário brasileiro define ' j u d i a r ' c o m o : m a l t r a t a r, atormentar, zombar, fazer sofrer. A princípio, para muitos, o termo pode parecer banal como outro qualquer, mas devemos olhar mais a fundo. A palavra é composta por 'judeu' e o sufixo 'iar', trazendo consigo uma carga ofensiva que nos remonta a um período sombrio do século 20. Apesar de não ter nascido no século 20 e, muito menos, na Segunda Guerra, de fato o

antissemitismo se tornou mais forte e popular nessa época. O preconceito contra judeus levou à morte de milhões de pessoas, nos terríveis campos de concentração da Alemanha Nazista, como o de Auschwitz. Basta uma pequena análise para notar que a palavra 'judiar' faz referência ao tratamento desumano que os judeus sofreram durante o Holocausto. Logo, alguém que judia de outro ser humano está tratando esta pessoa como os judeus foram t r a t a d o s . Mu i t o a n t e s d a implosão da guerra, o tratamento feroz contra os judeus já estava estabelecido em meio aos povos de diferentes partes do mundo. “O mais terrível são as versões das acusações de assassinato ritual, ofensa fantasiosa em que judeus continuam a crucificar v e r s õ e s d e C r i s t o, d e p o i s disseminadas na Idade Média. Começou cedo a apresentação dos judeus como vampiros religiosos, que têm de torturar crianças, crucificá-las e despejar seu sangue. Isso persiste”, disse Simon Schama, historiador

britânico, em entrevista ao site Época em 2005. Dentre muitas minorias, no entanto, os judeus se destacavam p or su as he r anç as e v i d as economicamente promissoras, algo visto como uma ameaça. Hannah Arendt, filósofa alemã, explica que “o antissemitismo alcançou o seu clímax quando os judeus haviam, de modo análogo, perdido as funções públicas e a influência, e quando nada lhes restava senão sua riqueza”. Reproduzir o termo 'judiar' é perpetuar uma ideia errônea de que um povo deve sofrer por conta de suas crenças religiosas. Assim, maltratar alguém é saudar os momentos de horror que milhões foram submetidos. A melhor solução talvez seja substituir a expressão por outras que possuem um significado semelhante: ao invés de 'judiar', use sinônimos. Prefira 'maltratar', 'importunar', 'provocar'. Gestos simples que ajudam a manter a memória de um tempo marcado pela intolerância e o respeito pelas vidas ceifadas no passado.

ara quem gosta de uma série sem apelo sexual, leve, divertida e bem gostosa de assistir, estreia, nessa sexta feira (09), a quarta e última temporada de Atypical. Um drama familiar que acompanha a jornada do jovem Sam, um garoto diagnosticado com transtorno do espectro autista, protagonizado pelo brilhante ator Keir Gilchrist, que, sem dúvidas, brilha em seu melhor papel. Atypical é uma série bem divertida, com uma narrativa atual, bem desenvolvida, com um toque de comédia, e, apesar de abordar o tema do autismo, que ainda não vemos muito nas produções cinematográficas, o roteiro não romantiza o assunto, muito menos transforma a

trama em algo sensível demais. Tudo executado na medida certa! Com episódios não tão longos, deixa a experiência de assistir ainda melhor. Nas duas temporadas anteriores, acompanhamos o Sam em várias jornadas de sua vida. Em seu primeiro re l a c i on am e nto c om u m a garota, vimos ele lidar com as expectativas que uma relação a dois gera, diversos desafios em s e u t r ab a l ho e na e s c ol a , principalmente. Afinal, ele é só um garoto na adolescência. E, apesar de ser um jovem autista, ele não tem medo de realizar seus objetivos, e deseja se tornar cada vez mais independente. Entretanto, a produção criada por Robia Rashid vai muito além disso, ao abordar questões em

cada membro da família de Sam. Sua irmã Casey (Brigette LundyPaine), que apesar de namorar um garoto, desenvolve um sentimento por uma menina ao iniciar em um novo colégio. Embaralhando toda a história de Casey. Os pais de Sam entram em crise conjugal após diversos acontecimentos, o que faz com que eles se afastem, colocando a relação à prova, mas não tão distantes, por terem que lidar com várias questões envolvendo seus filhos. Nesta quarta temporada, acredito que podemos esperar uma trama cheia de tomadas de decisões por parte de todos os membros da família, além de novos desafios. Sam sonha em fazer faculdade e, no final da terceira temporada, deixou claro essa vontade. Morando junto de s e u mel hor am i go Z a h i d, veremos novos desdobramentos que influenciarão a história. Com certeza o público pode esperar um final, no mínimo, interessante desta última parte da jornada de Sam. A temporada final de Atypical estreia nesta sexta-feira (09) na Netflix. Bora assistir! LUCIANO DANIEL

I Festival Barroco do Foto Antiga do ES Espírito Santo (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

©INSTAGRAM/HISTÓRIA CAPICHABA/ACERVO GAROTO

Entrega dos Chocolates Garoto em 1960. Na direção, o conhecido motorista da fábrica, Laureci Rodrigues

De 12 a 24 de julho acontecerá o I Festival Barroco do Espírito S a n t o, t r a z e n d o d i v e r s a s atrações com várias atividades on-line como recitais, concertos, ensaios abertos, Master classes, palestras, mesasredondas, recitais, um livro e uma homenagem ao cravista Roberto de Regina. Além disso, para algumas atividades o festival admitirá um público presencial restrito, de acordo com as regras sanitárias vigentes. O objetivo principal do fe s t i v a l , qu e e s t á e m s u a primeira edição, é despertar o interesse e a curiosidade dos s e us p ar t i c ip ante s p ar a a

chamada música historicamente informada. O seu formato contará com um público presencial bastante reduzidos e terá todas as suas atividades transmitidas de forma on-line nas plataformas da Associação Cultural Ricardina Stamato (Acris). Participam do festival os professores Sérgio Dias, Marcus Held, Carlo Arruda, Pedro Persone, Victor Lucas Bento, Mário Assef e vários outros. O Festival terá ainda, no dia 15 de ju l ho, às 20 horas, uma homenagem ao grande cravista Roberto de Regina, um dos precursores do Movimento de

música antiga no Brasil. O evento é realizado pela Acris, com o apoio da Lei Aldir Blanc, da Secretaria da Cultura (Secult), do Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Especial da Cultura e a parceria do Centro Cultural Sesi. A cerimônia de abertura do evento acontecerá no dia 12 de julho, às 20 horas, no Centro Cultural Sesi, em Vitória, com transmissão ao vivo, seguida da apresentação da orquestra “A Trupe Barroca”, sob a regência do maestro Sérgio Dias, tendo como solistas o cravista Carlo Arruda e traversista Lúcia Melo.


4 EDUCAÇÃO

08 A 15 DE JULHO/2021

Pesquisas sobre o cenário educacional mostram 2021 ainda difícil e repetem alertas ©HALBERGMAN/GETTY IMAGES

Entender o cenário da educação no Brasil e no mundo é o que possibilita que ações mais efetivas sejam realizadas. Após um ano de paralisação quase que total das aulas presenciais, em 2021, a educação continua a sentir os efeitos da pandemia este ano. A ONG Human Rights Watch lançou recentemente um relatório a partir de entrevistas realizadas entre abril de 2020 e abril de 2021. Os resultados são mu i t o s e m e l h a nt e s a o s j á previstos em outras pesquisas, mas de uma perspectiva mais global. Entre eles, está a diminuição do acesso à educação neste período, com crianças recebendo pouca ou nenhuma educação. Em grande parte, isso se deve a di culdades de conexão e ao fechamento das escolas. Alguns pontos alarmantes são levantados pela pesquisa. Em certos países, crianças não retornaram à escola quando foi possível porque ou começaram a trabalhar ou se casaram. O

relatório aponta ainda questões além das relacionadas à conectividade ou modelos de aprendizagem. Acessibilidade, pobreza extrema e viver longe de grandes cidades também foram fatores apontados como di cultantes para o acesso dessas crianças à educação. As sugestões apontadas pela ONG envolvem um comprometimento árduo com a educação a m de solucionar problemas ocasionados pela pandemia. Como estratégias sugeridas aos governos, o texto aponta que o fechamento das escolas deve ocorrer apenas qu a n d o n ã o h ou v e r out r a p o s s i b i l i d a d e . Ta m b é m é primordial garantir que as crianças recebam educação adequada, sobretudo aquelas que possuem algum tipo de de ciência. Em 2020, entre os pontos que mais di cultaram o processo de ensino e aprendizagem nas escolas, destacam-se a conectividade e a infraestrutura.

E a luta por acesso à internet continua neste ano letivo. A pesquisa realizada pela União Na c i ona l d o s D i r i ge nte s Mu n i c ip ais d e E du c a ç ã o (Undime), com apoio de Itaú Social e Fundo das Nações Un i d a s p a r a a I n f â n c i a (Unicef), revelou que 78,6% das redes entrevistadas apontaram algum tipo de problema de conexão. Foram ouvidos 3.672 municípios. Outro dado, também relacionado à conectividade, foi que 95,3% dos respondentes informaram que as at i v i d a d e s d e 2 0 2 0 f o r a m majoritariamente concentradas e m m at e r i a i s i mp re s s o s e WhatsApp. 3% dos estudantes entre seis e 18 anos estão fora da escola. É o qu e ap ont a o rel atór i o d e percepção de famílias e estudantes em relação ao ensino remoto realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, DataFolha, Fundação Lemann e Itaú Social.

O que soa alarmante neste estudo é que 2% desses alunos têm a possibilidade de não retornar à sala de aula. Outro destaque é que houve migração do ensino privado para o público neste período. Por volta de 800 mil crianças e adolescentes saíram de escolas particulares e ingressaram em escolas públicas. As áreas rurais concentram a maior porcentagem de pessoas que, mesmo recebendo atividades, não avançaram nos estudos e indicaram não se sentir motivados a continuar estudando (51%, contra 39% de estudantes de áreas urbanas). Dentro da parcela considerada como estudantes em risco, esse número chegou a 40% em

contraposição aos 26% observados no início da pandemia. O recebimento de atividades via WhatsApp segue em alta, representando 79% dos que responderam à pesquisa. Houve um retrocesso ou estagnação quando se trata de índices de alfabetização. Metade dos que estão em processo de alfabetização continuaram no mesmo patamar onde já estavam ou “desaprenderam” o que já sabiam. A percepção sobre o desempenho escolar também caiu. Antes 86% consideravam o desempenho escolar bom ou ótimo. Esse número foi reduzido para 59%, sendo este tópico um

dos principais pontos de preocupação para os responsáveis. A pesquisa também aborda di culdades na aprendizagem e rotina, relação com as famílias e crença no propósito da educação. A segunda edição do relatório nacional que tenta traçar um panorama de como estão os jovens brasileiros durante a pandemia de covid19 entrevistou 68 mil pessoas de todas as regiões do país e traz novos dados sobre saúde m e nt a l , re n d a e t r a b a l h o, educação e vida pública. Os dados da pesquisa servem como norteadores no momento de pensar estratégias de enfrentamento dos impactos causados pela pandemia. Dentre as descobertas da pesquisa, há fatores relacionados à ocupação, por exemplo, indicando que a proporção de jovens que não trabalham nem estudam aumentou, indo de 10% em 2020 para 16% em 2021. Outros dados também revelam que o principal ato de autocuidado dos jovens é fazer exercícios físicos, e seis a cada 10 respondentes a rmaram já ter passado por algum quadro de ansiedade.

Oito em cada 10 adolescentes Projeto Cecília em Casa já presenciaram violência recebe inscrições até o escolar dia 11 de julho ©ENVATO ELEMENTS

Casos de violência escolar já foram vistos por oito em cada 10 adolescentes entre 12 e 19 anos. Já nas redes sociais, o número é maior : nove em cada 10 adolescentes disseram ter visto s itu a ç õ e s d e v i o l ê n c i a n o ambiente virtual. É o que aponta uma pesquisa do Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, formado pela Ass emblei a L eg isl at iva do Estado de São Paulo (Alesp), governo estadual e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com a participação de 747 adolescentes na Grande São Paulo no começo deste ano. Além das redes sociais e das escolas, os bairros e as ruas são os principais espaços em que a violência é recorrententemente presenciada por adolescentes.

Outros ambientes, como de atendimento a adolescentes, têm menos registros de violência, segundo a pesquisa. De acordo com a pesquisa, entre mulheres e a população LGBTQIA+, é mais recorrente citarem a própria casa como ambiente de violência frequente c o m a d o l e s c e nt e s . Pa r a a presidente do comitê, a deputada Marina Helou (Rede), é preciso esforço colet ivo do p o der público e da sociedade civil para assegurar a criação de políticas de prevenção de violência e homicídios de adolescentes no Estado. “Apenas no estado de São Paulo, em média, morrem 400 adolescentes — de 10 a 19 anos — vítimas de mortes violentas letais intencionais todos os anos.

De 2014 ao nal do primeiro trimestre de 2020, 3.562 adolescentes tiveram suas vidas perdidas por crimes de hom i c í d i o, l e s ã o c or p or a l seguida de morte, latrocínio e morte decorrente de intervenção policial. Prevenir essas mortes é possível”, diz Marina Helou. A parlamentar desta ainda a importância de garantir segurança aos adolescentes. “Não p o demos deixar as múltiplas violências paralisarem os jovens, fazendo com que eles deixem de se desenvolver e de aproveitar oportunidades. Estar na escola ou acessar um serviço de saúde ou assistência deveria ser sempre sinônimo de proteção”. A proteção à vida dos adolescentes demanda esforços conjuntos, por isso, o Poder Legislativo, o Executivo, o Judiciário e a sociedade civil são atores estratégicos na garantia desse direito. O comitê, segundo os membros, é uma oportunidade para que essas entidades assumam suas responsabilidades e se tornem protagonistas na construção de uma agenda de prevenção à morte e a violência de adolescentes paulistas.

Escolas públicas de todo o País têm até o próximo dia 11 para se inscreverem no Projeto Cecília em Casa, um programa de extensão cientí ca oferecido a distância pelos três departamentos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). O projeto, que nasceu em 2019, leva a ciência de fronteira até as escolas de forma a atingir a parcela de estudantes que talvez nunca tivesse a oportunidade de ouvir falar ou se aprofundar sobre o assunto. D e a c o r d o c o m a coordenadora do Cecília em Casa, astrônoma Elysandra Figueredo Cypriano, as escolas sorteadas deverão organizar turmas com o mínimo de 20 e o máximo de 40 alunos. Cada turma deverá ser acompanhada por até dois professores, que carão responsáveis pela organização e por fomentar a participação ativa dos estudantes. “O Projeto Cecília é uma proposta de ensino não formal, no qual normalmente vamos às escolas nas periferias, em áreas

participantes. “A p e s a r d e o s t ó p i c o s trabalhados no Cecília serem associados à Base Nacional Comum Curricular, também há um per l que normalmente não é atingindo nas escolas, que é a ciência de fronteira, a ©TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL ciência atual. Levamos esse viés mais moderno e motivador da ciência não s ó p a r a at r a i r j ov e n s cientistas, mas mostrar a ciência e como ela é feita, valorizando o processo cientí co para essa garot ad a que est á em interrompemos as atividades estágio de formação, ajudando presenciais e passamos a fazer o também no desenvolvimento da #CecíliaEmCasa, que está dando cidadania”, disse Elysandra. certo e deve se manter”, explicou De acordo com o cronograma Elysandra Figueredo. do #CeciliaEmCasa para o O material ca disponível ao segundo semestre, após o nal longo das duas semanas de das inscrições, no dia 11 de julho, duração do curso, com os no dia 13 serão sorteadas as conteúdos acessados por senha e v a g a s e a s e s c o l a s d e v e m exclusivos para as es colas con rmar sua participação até as durante a evolução do programa. 23h59 do dia 18. No dia 19, será Depois da conclusão do projeto, publicada a convocação da lista todos receberão certi cado de de espera, se houver desistência. participação. Os estudantes e Os interessados em ocupar as professores são orientados por vagas remanescentes devem alunos de graduação e pós- con rmar até as 23h59 do dia 23. graduação, além de monitores No dia 9 de agosto, as atividades que cam disponíveis durante serão iniciadas, e no dia 26 todo o dia para dialogar com os encerra-se essa etapa do projeto. de vulnerabilidade social e locais com mais di culdade de acesso aos temas que envolvem as três áreas do departamento, pensando na questão da sustentabilidade do planeta. C o m a p a n d e m i a ,


POLÍTICA 5

08 A 15 DE JULHO/2021

Jorge

Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco

jorgepachecoindio@hotmail.com

“O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive// Nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos quando fazemos. Nos dias que não fazemos, apenas duramos//O não ter respeito a alguns, é procurar, como a morte, a universal destruição de todos//Os exemplos dos tempos passados costumam ser as regras e documentos para os presentes e futuros ”, Padre Antônio Vieira “Com um governo dominado por militares, sem nenhuma transparência, que desrespeita a liberdade de imprensa. Além de não responder aos questionamentos dos jornalistas diante de denúncias contra o governo, o presidente ofende e persegue os jornalistas e os veículos de comunicação. O próprio governo dissemina ódio e fake news em grande escala”, disse. S e m c o nt a r q u e , s e g u n d o e l e , Bolsonaro apoia e instiga grupos golpistas, que defendem intervenção militar, fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). A lém diss o, est imu l a a perseguição a quem pensam diferente do grupo que está no poder. Por isso, Ariel não descarta o risco de um golpe caso Bolsonaro seja derrotado nas eleições. “Ele tem orquestrado isso com as Forças Armadas federais e as polícias mi lit ares est adu ais. Por iss o, as instituições de Estado, partidos e entidades da sociedade civil precisam estar organizadas e atuando numa frente em defesa da democracia e da c i v i l i z a ç ã o. C o n t r a a b a r b á r i e , representada por Bolsonaro e seus

tenho acesso, não conheço o conteúdo e não foi feita perícia”.

©ALAN SANTOS/PR

Ex-cunhada liga Bolsonaro ao esquema de rachadinhas na Câmara Federal

Tortura Nunca Mais quer impeachment e Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional ©PÁGINA PESSOAL/FACEBOOK

AJUFE

Presidente do grupo, Ariel de Castro Alves diz que Bolsonaro tem de ser levado a corte internacional por genocídio. O apoio a ações pelo imp e achment do presidente Jair Bolsonaro e de sua ida ao banco dos réus em cortes internacionais estão entre as prioridades da gestão do Grupo Tortura Nunca Mais, que tomou posse na última semana. “Temos de apoiar as iniciativas que visem, além do impeachment, a levar o presidente brasileiro ao banco d o s r é u s d o Tr i b u n a l P e n a l Internacional”, disse à RBA o novo presidente da entidade, Ariel de Castro Alves. Segundo Ariel, Bolsonaro tem de ser julgado no Tribunal Penal Internacional, já que o genocídio é crime de lesa humanidade. “Ele promoveu genocídio de brasileiros, principalmente de idosos e pobres, com expedientes como a corrupção e o negacionismo”, a rmou. Ariel é advogado conhecido por atuação em movimentos de direitos humanos, no Movimento de Meninos e Meninas de Rua e na defesa da criança e do adolescente. Pare ele, a gestão do governo Bolsonaro na pandemia foi “premeditada”, e teve mais preocupação com as “contas públicas” do que com a vida dos brasileiros. Sobretudo “idosos, pessoas com de ciência bene ciárias da Previdência e dos pobres, bene ciários de programas sociais”.

apoiadores”.

Bolsonaro volta a colocar eleições em xeque: sem nada provar, diz que Aécio derrotou Dilma em 2014 O presidente Bolsonaro ao defender o voto impresso nas eleições de 2022, na quarta-feira (7), disse que, sem o

ter problemas. Porque algum lado pode não aceitar o resultado. Este algum lado, obviamente, é o nosso lado, pode não aceitar o resultado", disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, soltou uma nota para rebater o chefe do Executivo. Bolsonaro fez a defesa do voto auditável, rea rmou que apresentaria provas de que houve fraudes nas eleições de 2014 e 2018 e a rmou que, na disputa entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), foi o tucano quem venceu o pleito. "O nosso levantamento aqui, né, o nosso levantamento, feito por gente que entende do assunto, que esteve presente lá dentro, acompanhou toda a votação, ele garante que sim [Aécio foi eleito]". "E o que eu vi, eu não sou técnico em informática, mas o que eu vi, está comprovado, no meu entender, a fraude em 2014. O Aécio foi eleito em 2014", disse o presidente, sem apresentar nenhuma evidência —naquele disputa Dilma Rousseff (PT) foi reeleita com 52% dos votos, ante 48% do tucano Aécio, com vantagem de cerca de 3,5 milhões de votos. Na c o nv e r s a c o m d e b at e d o r e s simpáticos a ele, Bolsonaro disse que "a democracia se vê ameaçada por alguns

©REUTERS

Gravações inéditas obtidas pela colunista do UOL, Juliana Dal Piva, mostram que o presidente Bolsonaro pode ter vínculos diretos com o esquema das rachadinhas, no qual assessores parlamentares devolvem parte dos salários que recebem. Nas gravações, a siculturista Andrea Siqueira Valle, excunhada do presidente Jair Bolsonaro, conta que ele demitiu um irmão dela chamado André Siqueira Valle, porque ele se recusou a entregar a maior parte do salário de assessor do então deputado federal. Bolsonaro demitiu assessor chamado André Siqueira Valle, porque ele se recusou a entregar a maior parte do salário. A declaração da ex-cunhada é o primeiro indício de envolvimento direto de Bolsonaro em um esquema ilegal de entrega de salários, conhecido como rachadinha, dentro de seu próprio gabinete no período em que foi deputado federal. Ele ocupou o mandato de parlamentar na Câmara dos Deputados entre os anos de 1991 e 2018. Andrea e André são irmãos de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda mulher do presidente. Em gravações inéditas, Andrea contou que Bolsonaro exigia grande parte dos salários dos parentes da companheira que foram nomeados nos gabinetes da família Bolsonaro. Segundo Andrea, Bolsonaro chegou a retirar um familiar dela do esquema por não entregar o valor combinado, quase 90% do salário. Ela foi a primeira dos 18 p are nte s d a s e g u nd a mu l he r d o presidente que foram nomeados em um dos três gabinetes da família Bolsonaro (Jair, Carlos e Flávio) no período de 1998 a 2018. Ao ser informado sobre as gravações de Andrea Siqueira Valle que ligam Bolsonaro às rachadinhas, o advogado Frederick Wassef, que representa o presidente, negou ilegalidades e disse q u e e x i s t e u m a a nt e c i p a ç ã o d a campanha eleitoral de 2022. Wassef a rmou à coluna de Juliana Dal Piva que os fatos narrados por Andrea “são narrativas de fatos inverídicos, inexistentes, jamais existiu qualquer esquema de rachadinha no gabinete do deputado Jair Bolsonaro ou de qualquer de seus lhos”. Ele disse que se trata de uma “gravação clandestina à qual não

Em 26 de junho, 11 partidos se uniram contra o voto impresso —PSDB, MDB, PP, DEM, Solidariedade, PL, PSL, Cidadania, Republicanos, PSD e Avante. Os ministros do STF Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Dias Toffoli se reuniram em café da manhã em 30 de junho com lideranças partidárias, que expressaram a eles seu apoio ao voto eletrônico e refutaram a adoção de medidas para viabilizar o voto impresso em 2022. No nal de junho, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão, deu 15 dias para que o presidente Bolsonaro apresente as provas que diz ter sobre uma suposta fraude no sistema eletrônico de votação nas eleições de 2018. O magistrado, que integra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), editou uma portaria para estabelecer que todas as autoridades que relatem inconformidades no processo eleitoral cam obrigadas a apresentar elementos nesse sentido em 15 dias. No texto, Salomão cita Bolsonaro, Cabo Daciolo, que foi candidato a presidente no último pleito pelo Patriota, e o deputado estadual Oscar Castello Branco (PSL-SP) e determina que os três sejam noti cados para que comprovem suas críticas às urnas eletrônicas. Salomão também mandou instaurar um procedimento administrativo para apurar a existência ou não de elementos concretos que possam ter comprometido as eleições de 2018 e 2020. “A grande preocupação realmente não é perder no voto [a eleição presidencial], é p e rd e r na f r au d e. E nt ã o, e ss a possibilidade de fraude no segundo turno, talvez até no primeiro, é concreta. Isso só pode acontecer por fraude, não por voto, estou convencido”. ©REPRODUÇÃO

artifício, um dos lados da disputa qu e s t i on ar i a o re s u lt a d o e qu e, "obviamente", este seria o lado dele. "Eles vão arranjar problemas para o ano que vem. Se este método continuar aí, sem, inclusive, a contagem pública, eles vão

de toga que perderam a noção de até onde vai [sic] os seus deveres, os seus direitos" e acusou o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, de ser contra o voto impresso por interesses próprios.

'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES


6 TECNOLOGIA

08 A 15 DE JULHO/2021

Startup Relativity Space amplia estrutura de impressão 3D de foguetes ©RELATIVITY SPACE/DIVULGAÇÃO

A startup Relativity Space anunciou a ampliação de sua estrutura de impressão 3D de foguetes Terran, con rmando a aquisição de um terreno de quase 93 mil metros quadrados (m²) para ampliar a sua linha de produção. O local ca no Centro Comercial Goodman, em Long Beach, Califórnia. A empresa — que participa de uma rodada de investimentos recentemente anunciada, na casa dos US$ 650 milhões (pouco mais de R$ 3,3 bilhões) — con rmou que o local servia como linha de fabricação de aviões militares da Boeing: o último avião C-17 foi produzido lá em 2015. Agora, a área vai englobar um distrito comercial próprio ao lado do aeroporto de Long Beach. A Relativity Space tornou-se conhecida no ramo das empresas de produção espacial pela linha de foguetes espaciais Terran 1, feitos por meio de impressão 3D por meio dos aparelhos conhecidos como “Stargate Pr i nte rs” ( “ i mpre s s or a s stargate”, em inglês). Além de ampliar a produção deste foguete, a linha reutilizável “Terran R”, recentemente anunciada, também será

Chamada de “Forest Bot”, a máquina planta, rega e fertiliza as mudas de forma automatizada ©DIVULGAÇÃO/FOREST BOT

fabricada na nova instalação. A ideia da empresa é a ser “a disruptora” do processo de fabricação de foguetes, que nor ma lmente exige c ustos altíssimos e o uso de partes não reutilizáveis. Recentemente, a Relativity Space fechou contrato com a Força Aére a nor teamericana para uso de uma nova bas e de lançamento, em Vandenberg, sul da Califórnia. De acordo com comunicado d iv u l g a d o p e l a e mpre s a e assinado por seu CEO e

fundador, Tim Ellis, a aquisição é

“essencial para a escalada de nosso programa Terran R”, ao mesmo tempo que permite à empresa “recrutar talentos inigualáveis na região de Long Beach para se juntarem a nós em nossa missão”. Com a aquisição da nova estrutura, a Relativity Space espera criar mais 2 mil vagas de emprego a serem preenchidas gradualmente nos próximos anos. Atualmente, a empresa conta com pouco mais de 400 funcionários contratados — além de terceirizados temporários. A Relativity Space foi fundada há cinco anos e, dentre seus investidores primários, conta com o empresário e apresentador do programa “Shark Tank”, Mark Cuban.

Destilador solar torna potável água salgada e poluída Destilador solar pode ser montado em 30 minutos e é capaz de produzir cerca de 18 litros de água puricada por dia ©LEXUS DESIGN AWARD

O arquiteto e designer neozelandês Henr y Glogau desenvolveu um destilador que purifica a água usando energia solar e pode ser montado com materiais de baixo custo e de fácil acesso. O Portable Solar Distiller consiste em uma lona de plástico de duas camadas suspensa no topo de uma estrutura de suporte simples de bambu que pode ser facilmente montado e transportado. Cada lona circular possui 2,4 metros de diâmetro e pode gerar 18 litros de água purificada por dia. Glogau espera que o design facilmente implantável possa ajudar a fornecer água potável para pessoas que vivem em assentamentos informais —

Brasileiro cria máquina que pode plantar quatro mil árvores por hora

atualmente um bilhão de pessoas no mundo vivem nesta situação. De acordo com o designer, isso é e s p e c i a l m e nt e i mp or t ant e porque essas comunidades sentirão os impactos das mudanças climáticas de forma mais aguda. O arquiteto e designer se formou recentemente na Royal D a n i s h Ac a d e my, e m Copenhagen, Dinamarca. Em seu mestrado especializou-se em Arquitetura em Ambientes Extremos, onde explorou os desafios globais presentes e futuros em expedições a diversos locais. “Com os desafios que enfrentaremos no futuro próximo, precisamos de uma

inf raestr utura de recursos resilientes e autônoma para democratizar o acesso”, disse ele ao site Dezeen. O designer desenvolveu uma versão pré-fabricada que pode ser montada em 30 minutos, porém, ele também disponibilizou instruções sobre como construir o destilador com a ajuda de materiais locais mais acessíveis, usando uma garrafa de plástico como funil e duas mantas de plástico costuradas juntas para a lona. “Eu queria criar um sistema modular, que pudesse ser construído de diferentes maneiras ou materiais com base no contexto e nas necessidades do usuário”, disse Glogau. O projeto foi selecionado entre 2.000 inscrições de 66 países para ganhar o prêmio Lexus Design Award de 2021, que convidou os participantes a “projetar para um amanhã melhor”. ©LEXUS DESIGN AWARD

A empresa Mahogany Roraima desenvolveu uma máquina 100% automática, com capacidade para plantar mudas de espécies diversas numa velocidade de 13km/h — ou 20 hectares a cada três horas e meia. Chamada de “Forest Bot”, a máquina planta, rega e fertiliza as mudas de árvores de forma automatizada e ainda levanta dados do plantio, como localização. O desenvolvimento da máquina veio da necessidade da empresa em plantar mudas de diferentes espécies em locais especí cos de forma rápida e barata. “Em uma oresta, cada árvore deve ocupar um lugar especí co para que ela cresça e se desenvolva e, plantando manualmente, é muito mais difícil colocar cada árvore em s e u l u g a r ”, d i z M a r c e l l o Gu i mar ã e s , pre s i d e nte d o Conselho Administrativo da empresa. Segundo ele, graças à máquina, a Mahogany tem condições de

plantar 16 mil árvores em apenas três horas e meia (ou 4.571 árvores por hora), com só três operadores. “Com dez máquinas poderíamos plantar 200 hectares de oresta a cada três horas e meia. Em um ciclo de 24 horas, p o d e r í amo s pl ant ar 1 . 2 0 0 hectares por dia ou 438.000 hectares por ano usando apenas d e z m á q u i n a s ”, c a l c u l a Guimarães. Com 100 máquinas, então, em apenas 14 anos seria possível plantar um trilhão de árvores que, segundo cientistas, seriam su cientes para conter o problema de emissão de gases que causam o efeito estufa no planeta. “Atualmente, as maiores plantações de oresta do mundo somam uma média de plantio de 42 milhões de árvores por ano. Neste ritmo, demoraria 23 mil anos para atingir o número de p l a n t i o s n e c e s s á r i o s ”, exempli ca o empresário. As máquinas terão um sistema de autocondução, ou seja, a

máquina movimenta-se sozinha sem auxílio humano, operação ro b o t i z a d a d e s u a t a re f a , orientação por GPS, inteligência arti cial e análise da imagem 3D dos objetos, registro de todas as ações no banco de dados do m á q u i n a , c o m geoprocessamento e transferência de dados para a nuvem (assim que conectada a uma rede internet), controle de todas as ações por soware, sistema de autoteste automático, ve r i c a ç ã o autom át i c a d a qualidade da tarefa executada, entre outros sistemas. De acordo com Marcello, a única di culdade de um plantio em massa — a produção de mud as em l arga es c a l a — poderia ser solucionada com a i nst a l a ç ã o d e v ive i ro s e m diversos estados ao mesmo tempo, mesclando a produção em 50% de espécies nativas e 50% de exóticas. “A j u d a r i a a r e s o l v e r o problema de corte de árvores nat ivas no f uturo, p orque estaríamos plantando espécies que podem ser cortadas também. As nativas permaneceriam no local, formando as novas orestas e, as exóticas, anos após o plantio, poderiam ser cortadas para a indústria madeireira. Resolveríamos, assim, dois problemas: o ambiental, que requer urgência em plantar orestas, e o de extração ilegal de m a d e i r a ”, d i z M a r c e l l o Guimarães.

Vision Urbanaut, o carro sustentável ©MINI/DIVULGAÇÃO

A Mini e o BMW Group estão mirando um futuro mais sustentável na mobilidade e, para deixar claro a visão, apresentaram um novo modelo conceito: Vision Urbanaut. O veículo ganhou uma versão física cerca de nove meses depois de ser apresentado em formato digital. Com um estilo totalmente green e pró-meio ambiente, o automóvel foi desenvolvido com uma série de materiais recicláveis, sendo estes também renováveis. De acordo com as marcas durante a apresentação em Munique, na Alemanha, o objetivo do conceito é representar o uso inteligente do espaço para as necessidades das futuras cidades e estilos de vida. Para isso, o carro possui o “Momentos Mini”, que reúne experiências que os usuários gostariam de ter a bordo em uma plataforma digital facilitadora, para direção em cidades e estradas e ainda outros aspectos básicos, como som e iluminação. “O Vision Urbanaut cobre todos

os ângulos sensoriais na criação da experiência perfeita a bordo”, a rma a marca em release à imprensa. Como parte da experiência sensorial, um elemento-chave do design de interiores é a abordagem cuidadosamente aprimorada para fragrância e som. Músicas foram desenvolvidas para os m o m e nt o s C h i l l , Vi b e e Wanderlust. No primeiro, por exemplo, o veículo envolve o usuário em paisagens sonoras sutis de uma oresta, promovendo relaxamento. Já nos outros dois estilos, a trilha sonora é composta por sons

especiais, que podem ser tocadas dentro e fora do veículo. Várias áreas do veículo reúnem os mundos analógico e digital em “uma experiência nova e intimista”. A abordagem é chamada de “amor analógico, conexão digital”, que cria um nível tecnológico adicional embaixo das superfícies comuns, como, por exemplo, na mesa dentro do veículo — que inicia os “momentos Mini” quando o Token é colocado em uma das ranhuras — na lâmpada com display OLED e nas matrizes de LED no interior, na frente e atrás das extremidades do carro.


CIÊNCIA 7

08 A 15 DE JULHO/2021

Cientistas encontram misteriosos dentes de tubarão de 80 milhões de anos em Jerusalém Pesquisadores encontraram em Jerusalém, além de em dois outros lugares em Israel, fósseis de dentes de tubarão pertencentes ao período imediatamente posterior à morte do rei Salomão ©PIXABAY/SIMONE G. MOREIRA

Cientistas encontraram restos de dentes de tubarão de 80 milhões de anos na Cidade de Davi, em Jerusalém, relatou o portal Phys.org. Os fósseis foram encontrados enterrados, juntos com espinhas de peixe jogadas fora como resíduos alimentares, em material usado para encher um porão que, mais tarde, foi transformado em uma grande casa, há 2.900 anos, na Idade do Bronze. Atualmente ela está na povoação palestina de Silwan. "Estes fósseis não estão em seu ambiente original, por isso foram movidos. Eles eram provavelmente valiosos para alguém, nós simplesmente não sabemos o porquê, ou por que itens semelhantes foram encontrados em mais de um lugar em Israel", disse omas

Tu e t k e n , d o I n s t i t u t o d e Geociências da Universidade de Mainz, Alemanha, durante a Conferência Goldschmidt. O pesquisador rejeita que os dentes de tubarão sejam restos de comida, depois que um revisor do artigo apontou que a espécie de tubarão estava extinta há pelo menos 66 milhões de anos. Uma análise das amostras, feita através de estrôncio e isótopos de oxigênio, difração de raios X e análise de elementos vestigiais, indicou uma idade de 80 milhões de anos, contemporânea dos dinossauros. Além disso, no local dos dentes foram encontradas centenas de bulas, o que sugere são ligação à classe governante ou administrativa. "Mais do que isso, eles não foram simplesmente

removidos do leito rochoso sob o local, mas provavelmente foram transportados de longe, possivelmente do Negev, a pelo menos 80 km de distância, onde são encontrados fósseis similares", apontou Tuetken. Desde esta pesquisa, cujos resultados foram publicados na revista Frontiers in Ecology and Evolution, a equipe encontrou fósseis de dentes de tubarão em outros lugares de Israel, em Maresha e Miqne, que provavelmente também foram desenterrados e removidos de seus locais de origem. Ap e s a r d e o s c i e n t i s t a s teorizarem que se trataria do trabalho de colecionadores milenares, a falta de informação, bem como a existência de "um mercado para os dentes de tubarão" ainda hoje, impede que se tire uma conclusão de nitiva sobre a natureza do achado. " E s t e foi u m p e r í o d o d e riquezas na Corte Judaica. No entanto, é muito fácil juntar dois e dois para obter cinco. Provavelmente nunca teremos certeza", conclui Tuetken, em referência ao período datado logo a seguir à morte do rei Salomão.

Descoberta na Índia misteriosa cidade antiga que 'morreu' há 2.000 anos Os pesquisadores sugeriram a hipótese de que o assentamento, fundado há cerca de 4.000 anos, pertenceu à civilização Odisha ©PIXABAY/SARANGIB

Uma equipe de arqueólogos indianos encontrou restos de um antigo assentamento que existiu entre 4.000 e 2.000 anos atrás e deixou de existir por razões ainda não estabelecidas, informa e Hindu. As escavações foram realizadas de março a maio pelo Instituto de Estudos Marítimos e do Sudeste Asiático de Odisha (OIMSEAS, na sigla em inglês). O local das escavações se situa no povoamento de Durgadevi, entre os rios Sona e Burahabalang. No sítio préhistórico os arqueólogos descobriram os restos de um assentamento bastante grande, que tinha forma circular e era rodeado por uma muralha. A cronologia de sua existência foi determinada em três etapas: o período Calcolítico (de 2000 a 1000 a.C.), a Idade do Ferro (de 1000 a 400 a.C.) e o período histórico inicial da Índia (de 400 a 200 a.C.). O estudo destes restos permitiu colocar a hipótese de

qu e a c i d a d e, f u nd a d a há aproximadamente 4.000 anos, pertenceu à civilização Odisha, mas os cientistas ainda têm que descobrir as razões por que "morreu" esse assentamento. As descobertas indicam que a população local tinha uma agricultura desenvolvida e utilizava tecnologias avançadas. Os especialistas revelaram canais que se estendiam desde o norte e sul até a cidade. Acredita-se que, juntamente com um foss o natural, fazia parte de um antigo sistema de gestão da água que foi criado durante a construção da

localidade, isto é, cerca de 4.000 anos atrás. Os arqueólogos conseguiram desenterrar os alicerces de uma d a s c a s a s , c uj a for m a e r a redonda e seu chão era feito de barro vermelho. Foram encontrados também restos de pratos de cerâmica e cobre decorados com diversos adornos. As escavações também localizaram muitos artefatos da Idade do Ferro e períodos históricos posteriores, que incluem cerâmica, pregos, pontas de setas, brincos de terracota, pulseiras, entre outros.

Descoberta espécie de Cetro de 4,4 mil anos é planta que não produz descoberto na Finlândia clorofila

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

"Eu vi muitas coisas extraordinárias em meu trabalho como arqueólogo de pântanos, mas a descoberta desta estatueta me deixou tot a lmente s em palavras e me deu arrepios", a r mou o arque ólogo Satu Koivisto sobre uma descoberta que é assunto de uma pesquisa publicada na revista cientí ca Antiquity, de junho. O que os pesquisadores descobriram na região de Järvensuo, próxima a um lago no sudoeste da Finlândia os impressionou. Trata-se de um pedaço de madeira que aparentemente fora esculpido para se parecer com uma cobra há pelo menos 4.400 anos. Koivisto, que é doutorando na Universidade de Turku, na Finlândia, juntou-se ao arqueólogo Antti Lahelma, da Universidade de Helsinque e coautor do estudo, para desenvolver o artigo sobre o bastão. A principal hipótese sugerida por eles é a de que o pedaço de madeira pode ter sido usado por um xamã para objetivos místicos. No ar t igo, os cient ist as escreveram que a estatueta é

©PIXABAY/GLADY

©DIVULGAÇÃO/SATU KOIVISTO/ANTIQUITY

“muito naturalista” e que se assemelha a “cobra (Natrix natrix) ou uma víbora europeia (Vipera berus) no ato de escorregar ou nadar para longe”. Com relação ao t am an ho, o b a st ã o te m 5 3 centímetros de comprimento e 2,5 cm de espessura, como relatou o p or t a l L ives cience, e foi esculpido em apenas um pedaço BOB BEHNKEN d e m a d e i r a . E l a apre s e nt a detalhes impressionantes, principalmente sua ponta, em que é possível observar a tentativa de talhar a boca de uma cobra. P a r a S o n j a Hu k a n t a i v a l , pesquisadora em Folclorística Nórdica da Universidade Åbo Akademi, que não está envolvida na pesquisa, a hipótese do bastão ter sido moldado para se parecer

com uma víbora é mais correta “devido ao formato de sua cabeça, corpo curto e cauda distinguível". A cientista apontou ainda que é notável que o animal tenha sido repres entado p elos antigos habitantes da região. "Isso é interessante, já que a víbora tem um papel importante na religião e na magia popular [histórica] mu ito p o ste r i or”, e x pl i c ou Hukantaival. Além da hipótese principal de a descoberta ter sido um bastão usado por um xamã, os arqueólogos também acreditam que é possível que o pedaço de madeira tenha sido uma estatueta decorativa. Outros pesquisadores apontaram para a teoria de tal objeto ter sido uma oferenda.

Uma nova espécie de planta do gênero ismia foi descoberta nas selvas tropicais da Malásia. A espécie corre risco de extinção depois que os javalis destruíram sua única localização conhecida. Ta l c o m o o u t r o s 8 6 r e p r e s e nt a nt e s d o g ê n e r o ismia, a nova planta não produz cloro la e se alimenta de substâncias que absorve de fungos associados a raízes de plantas verdes. A única parte visível da planta é a or, que surge por um breve tempo e frequentemente debaixo de folhada, segundo estudo publicado na revista PhytoKeys. Os primeiros espécimes do organismo foram vistos em 2019 pelo fotógrafo Dome Nikong. Os

exemplares que viu Nikong cresciam perto de um caminho turístico popular na montanha Gunung Sarut, no leste da península de Malaca. Quando voltou à zona com uma equipe de botânicos, em fevereiro de 2020, eles encontraram apenas uma planta. Outro espécime foi encontrado em dezembro de 2020. No entanto, o material obtido foi su ciente para que os cientistas determinassem que se tratava de uma espécie nova. "Descobriram que tem uma or laranja única e p ar t ic u l ar, semelhante a uma lanter na,

com pilares que contêm a chamada 'mitra', uma estrutura semelhante a guarda-chuvas, cuja função é um mistério", segundo comunicado da Universidade de Oxford. A forma da or é tão incomum que levanta questões de como se poliniza, a rmou um dos autores do estudo, Chris orogood. Em honra da mãe de Nikong, Siti Meriam, a planta foi nomeada ismia sitimeriamiae. Como a planta foi vista apenas duas vezes, os cientistas a descrevem como uma espécie em perigo crítico. "Além disso, de acordo com as obser vações recentes do s e g u n d o a u t o r, a ú n i c a localização conhecida da planta foi destruída pela atividade de javalis, o que signi ca que a espécie agora corre um risco considerável de extinção", a rmam os autores.


8 BEM-ESTAR

08 A 15 DE JULHO/2021

GABRIELA MESSNER ARESI Colina, o nutriente que OLIVEIRA ajuda na concentração Pavê de limão com e no rendimento chocolate branco Nutricionista - CRN:14100665

Vitamina do complexo B possui propriedades hepatoprotetoras e neuroprotetoras, a colina tem benefícios para todos, de grávidas a atletas! ©PINTEREST

©GUIA DA COZINHA

Você já ouviu falar em colina? Esse nutriente é a nova febre do mercado, pois possui benefícios essenciais para o corpo. Além de melhorar a concentração, é muito utilizada por atletas que bus c am a mel hora de su a performance. A v it am i n a , qu e e s t á s e tornando cada vez mais conhecida pelos seus benefícios, pode ser encontrada nos ovos de galinha, no fígado do frango, na semente de linhaça, na quinoa em ocos e nas amêndoas. A nutricionista Lívia Pauliez conta como ela tem papel importante para nossa saúde. "A colina é uma vitamina do complexo B (B8) e apresenta diferentes funções no nosso organismo. Ela aju d a a pre v e n i r d o e n ç a s hepáticas, pois apresenta papel

importante no transporte de gordura para fora do fígado", explica. A pro ssional, que é formada pela USP de Ribeirão Preto, destaca também que os benefícios da colina não se restringem aos atletas. "É uma vitamina que tem benefícios para a gestante também, uma vez que desempenha importante função na formação do tubo neural do bebê", ressalta. O nutriente se tornou c o n h e c i d o p o r s e r mu i t o utilizado por atletas, ao promover melhoras no rendimento em competidores de práticas esportivas de longa duração, como maratonas e triatlos. "A colina atua na produção e otimização do óxido nítrico, um vasodilatador que

aumenta o uxo de oxigênio e nu t r i e nt e s n o s mú s c u l o s , mel hor and o a re sp o st a , a performance e a recuperação", conta a especialista. A dose recomendada diária da colina varia de acordo com o sexo e idade, no entanto, em média a ingestão é de 550mg para homens e 425mg para mulheres. Para Lívia, a reposição do nutriente é necessária quando o consumo diário não é atingido por meio da alimentação. "A suplementação por meio de bebidas é uma estratégia que utilizamos com diversos nutrientes, como é o caso das proteínas. No caso da colina também pode ser interessante", avalia.

Banho com a água muito quente traz malefícios para a pele Saiba como evitar os danos que a alta temperatura da água provoca no corpo — e sem passar frio no chuveiro ©ISTOCK

D

epois das refeições sempre bate aquela vontade de comer um docinho? Então as sobremesas com limão são uma ótima pedida por terem um sabor mais leve do que as outras, além de renderem deliciosas combinações e serem versáteis. Por isso, que tal escolher a sua fruta favorita e fazer uma sobremesa fácil e saborosa!

Modo de preparo B at a n o l i qu i d i c a d or a gelatina dissolvida conforme as instruções da embalagem, o leite condensado e o suco até car homogêneo. Junte o chocolate derretido, o creme de leite e bata até homogeneizar. Reserve na geladeira. Em um refratário

Ingredientes ½ envelope de gelatina em pó sem sabor 1 lata de leite condensado 1 lata de suco de limão concentrado (use a lata de leite condensado vazia para medir) 200g de chocolate branco picado 1 lata de creme de leite 1 pacote de biscoito champanhe (150g) 1 xícara (chá) de leite 2 colheres (sopa) de açúcar Chantilly e raspas de casca de limão para decorar Começou o inverno, a estação mais fria do ano e, até o dia 22 de setembro, shorts, blusas de mangas curtas, vestidos e bermudas, serão substituídos por meias, calças, blusas de frio, touca e luvas. Fora essa mudança, basta essa época chegar para a temperatura da água do banho também mudar e car mais quente — e quente até demais. Apesar de ser relaxante e trazer um confor to momentâneo, tomar banho com a temperatura da água muito elevada pode ser prejudicial ao corpo. Isso porque nesta estação a pele costuma car mais seca (é possível perceber pelas rachaduras nos lábios), e a água quente ajuda a ressecar ainda mais, pois afeta a barreira cutânea. Explicando de maneira

médio, intercale camadas de biscoito umedecido no leite misturado com o açúcar e de creme de limão, terminando em creme. Cubra com chantilly, com raspas de limão e leve à geladeira por quatro horas antes de servir. Rendimento: 6 porções Fonte: Terra

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

simpli cada o impacto da água q u e nt e n a p e l e , o m é d i c o dermatologista Rafael Soares, associa o banho à lavagem de louça. "A água em temperatura elevada têm maior capacidade detergente. Pense em uma panela muito engordurada, o qual é difícil de lavar com água fria, mas quando usada água quente ca mais fácil. Para nossa pele, a água do banho vai remover a gordura de proteção, levando ao ressecamento e à irritação. Isso pode ser um problema ainda maior para pessoas que têm doenças de pele, como dermatite atópica", conta. A dermatite atópica é uma in amação cutânea que provoca coceira e irritação na pele. Tratase também de uma doença crônica, desenvolvida na infância

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068

e que deve ser acompanhada por um médico especializado por anos. Tomar banho quente também pode desencadear alergias, isso porque "a água vai dilatar demais os poros da pele, fazendo com que substâncias irritativas ou alérgicas penetrem com maior facilidade. Por exemplo, os resíduos que cam nas roupas, como: s ab õ es, amaci antes, perfumes, cremes que entrarão em contato direto com a pele logo após o banho", completa Rafael Soares. Em todos os casos, o recomendável é que para o banho, a água esteja mais para morna e que o tempo não seja longo. Abaixo há três dicas para proteger e cuidar da pele nesse inverno durante e após o banho. 1) Procure usar sabonetes neutros ou sabonetes líquidos que contenham substâncias hidratantes, porque ajuda a manter a umidade da pele. 2) Após o banho, aplique o hidratante no cor p o ainda úmido, que contenham ingredientes como glicerina e a manteiga de karité. 3) Hidrate a pele duas vezes ao dia para preservar a umidade e associe com os óleos antes e depois do banho.


SAÚDE 9

08 A 15 DE JULHO/2021

Estudo aponta estruturas cerebrais que podem ajudar no combate ao câncer no cérebro

Em vez de 'corpo perfeito', anabolizantes podem gerar um desastre irreversível que ressalta que o clitóris aumentado, a atro a das mamas e a voz grave continuarão pelo resto da vida da mulher. Claro que muitos desses hormônios, se receitados por um médico para um efeito especí co em uma dose controlada, não c aus ar ã o e ss e s e fe ito s no paciente.

©SHUTTERSTOCK

Um novo estudo publicado na revista Nature Communications descobriu que pacientes com câncer cerebral possuem um tipo de estrutura de linfonodos próximas ao tumor que pode ajudar no ataque contra as células cancerígenas. Além disso, após teste em camundongos, foi constatado que a imunoterapia potencializa a formação dessas estruturas. Linfonodos são estruturas que ltram substâncias nocivas. Eles contêm células do sistema imunológico que ajudam a combater infecções ao atacar e transportar as células ruins pelo líquido linfático. De acordo com o Medical Xpress, o tumor cerebral, também chamado de glioma, é um dos piores d i a g n ó s t i c o s qu e s e p o d e receber, pela localização do tumor ser de difícil acesso tanto para cirurgias, como para o nosso próprio sistema imunológico, e por não alcançar as células ruins por causa das barreiras que formam o cérebro. No entanto, os pesquisadores da Universidade de Uppsala descobriram que existem estruturas semelhantes aos linfonodos no cérebro de pessoas que possuem o câncer cerebral, onde os linfócitos T — responsáveis por matar as células cancerígenas — podem ser ativados com mais facilidade. “Foi extremamente emocionante descobrir a presença de estruturas

semelhantes a linfonodos em pacientes com glioma. Essas estruturas são conhecidas como estruturas linfoides terciárias (TLS) e não são encontradas em indivíduos saudáveis. Elas têm todos os componentes n e c e s s ár i o s p ar a ap oi ar a ativação de linfócitos no local, o que signi ca que eles podem ter um efeito positivo na resposta imune antitumoral”, explicou Alessandra Vaccaro, Ph.D. estudante do Departamento de Imunologia, Genética e Patologia e uma das autoras do estudo. Além disso, a equipe percebeu que a formação das chamadas estruturas linfoides terciárias (TLS) também pode ser induzida através do tratamento com imunoterapia — um tratamento com anticorpos que fortalece o sistema imunológico. O tratamento foi testado em ratos de laboratório portadores de glioma e os resultados apontaram dados promissores intensi cando as TLS e se formando bem perto dos tumores.

“A p r e n d e r q u e a s imunoterapias podem modular a formação de estruturas linfoides terciárias no cérebro oferece oportunidades empolgantes para encontrar novas maneiras de regular a resposta imune antitumoral no glioma”, disse Anna Dimberg, que liderou o estudo. A pesquisa abre caminhos para ainda mais novas opções de tratamento de imunoterapia, muito usada nas últimas décadas contra o câncer. No entanto, além de ser um tratamento de alto custo, muitas formas, como essa do estudo (aCD40), estão em fase de testes clínicos. No caso da aCD40, apesar dos bons re s u lt a d o s n a i n du ç ã o d e linfonodos terciários, ela inibiu a capacidade dos linfócitos T de matar o tumor. Portanto, o estudo apresenta os diversos efeitos do tratamento com a imunoterapia, além de revelar que o tratamento pode modular a formação de TLS, abrindo para futuras oportunidades de regular a resposta imune.

Para atingir um corpo musculoso ou emagrecer de forma rápida, algumas pessoas apelam para o uso de hormônios que têm efeito anabolizante. Além de perigosos para esse tipo de uso por trazerem graves d a n o s à s aú d e , a f a m o s a “bomba” também prejudica a aparência das mulheres. Segundo a endocrinologista e doutora pela Universidade de São Paulo, Lorena Lima Amato, os hormônios sintéticos são vistos como a única saída para atingir um padrão de corpo “ i d e a l ”. “A s s o c i a d o s à p r o p a g a ç ã o c o n s t a nt e d e imagens de corpos perfeitos com porcentagem mínima de gordura e a grande di culdade de obter esse padrão 'somente' com dieta e atividade física, os hormônios acabam surgindo como uma opção tentadora de alcançar esses objetivos”, diz. “Ainda não existe forma segura na utilização de hormônios para ns estéticos. Para quem quer aumentar massa magra e muscular, o melhor caminho é alimentação equilibrada e a atividade física, principalmente as aeróbicas”, completa Lorena. Dentre os efeitos adversos do uso dos anabolizantes em

mulheres estão: engrossamento da voz, infertilidade, ir regu lar idade menst r ua l, diminuição das mamas, aumento do clitóris e hirsutismo (aumento de pelos no corpo e na face). Muitos desses problemas são visuais, ou seja, conseguimos identi car essas mudanças na aparência. Mas, e os efeitos internos desses hormônios? “Os malefícios dependem muito da via de administração e da dose utilizada. Se utilizados via oral, muitos podem levar a diversos padrões de lesões no f ígado. S e inj et áveis ou transdérmicos, pode haver involução da glândula mamária, alteração no per l de colesterol e suas consequências deletérias na saúde cardiovascular, além de anovulação e consequente infertilidade”, explica Lorena. Mesmo assim, alguns desses efeitos colaterais podem ser revertidos caso o paciente interrompa o uso dos anab olizantes. “Dentre os efeitos que podem ser revertidos estão o excesso de acne, a piora de alguns aspectos de exames l a b o r at o r i a i s ( c o l e s t e r o l , enzimas hepáticas), a anovulação e consequente infertilidade”, conta a médica,

Confira os usos recomendados. Esteroides anabolizantes (testosterona): deveriam ser us a d o s p ar a home ns c om hipogonadismo, tanto congênito quanto o adquirido por diversas causas, inclusive em decorrência do envelhecimento e síndrome metabólica. Também pode ser indicado em algumas situações especí cas para mulheres na pós-menopausa com transtorno do desejo sexual hipoativo, em outras palavras, mulheres na pós-menopausa que sentem-se com baixa libido. Hormônio do crescimento (Growth Hormone ou GH): indicado para quem tem alguma doença que leve à de ciência ou algum grau de resistência à ação desse hormônio. São situações infrequentes como genéticas, ou quando adquiridas por lesão na g lându la que o pro duz, a hipó se. Crianças com baixa estatura signi cativa também têm indicação de uso. Insulina: também tem efeito anabólico, no entanto seu uso deve ser feito apenas para p a c i e nt e s d i a b é t i c o s q u e tenham algum grau de de ciência na produção desse hormônio.

Exame de sangue que pode detectar 50 tipos de câncer é aprovado ©HUSH NAIDOO/UNSPLASH

Até hoje o rastreamento do câncer necessitava de consultas individuais e uma série de exames, o que não apenas di culta o diagnóstico, como o retarda, diminuindo as chances de cura de um paciente. Mas a boa notícia é que, com a ajuda da tecnologia, um exame de sangue simples que pode detectar até 50 tipos de câncer acaba de ser aprovado e em breve fará parte do check up médico das pessoas. Destinado principalmente às pessoas com mais de 50 anos, a facilidade e e cácia do exame p o d e m aj u d a r a d e t e c t a r cânceres de difícil diagnóstico quando eles estão em seus

estágios iniciais, como o de ovário, cérebro, pescoço e pâncreas. Desenvolvido pela empresa de biotecnologia norteamericana Graal, os testes para o

desenvolvimento do exame envolviam pequenos v a z a m e nt o s d o D NA d o s tumores na corrente sanguínea. Mais de três mil pessoas foram

testadas e o exame conseguiu detectar o câncer em seus estágios iniciais, em média, com 18% de precisão, enquanto os estágios mais avançados em 93%. As taxas de detecção mais bemsucedidas foram encontradas em tumores não sólidos, ou s ej a, f ígado, p âncre as e esôfago. Resultado de uma parceria da Graal com o NHS — sistema de saúde britânico, o chefe de câncer do NHS Peter Johnson comemora: “Este último estudo fornece mais evidências de que exames de sangue como este podem ajudar o NHS a cumprir sua ambiciosa

meta de encontrar três quartos dos cânceres em um estágio

inicial, quando eles têm a maior chance de cura”.


10 Criança hoje, Criança amanhã

08 A 15 DE JULHO/2021

ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Direito à Mã e x Direito ao Romance — Parte II Quando pensamos na importância do Cuidado Materno, não estamos desconsiderando o cuidado Paterno ©ISTOCK

O

D i re it o à Mã e , determinado pela Natureza aos mamíferos, tem sido violado entre os humanos, por parte de sua própria evolução. Afastamo-nos da Natureza crendo que estamos e volu i nd o. D e s c ob e r t as , tecnologia, a menina dos olhos da modernidade. O pensamento serve ao progresso, mas também serve ao ret ro cess o. Q uando buscamos desculpas, manipulamos e distorcemos o que de Natureza existe dentro de nós, nos tornamos mais vulneráveis e regredimos. A amamentação, por exemplo, frequentemente, entra em cena. Já foi condenada por falsos argumentos da estética feminina, que funcionava como uma cortina de fumaça do marketing para a introdução dos leites em pó. Já saiu desta condenação e se instalou como uma tirania, propagando uma ansiedade complementar para todas as mulheres, em momento tão delicado de início da maternidade. E , m a i s r e c e nt e m e nt e , apareceu vestida de falso moralismo, provocando uma discussão sobre a amamentação em público, com tentativas de repressão. Por que será que aquele momento de sólida ligação entre duas pessoas, quadro da quase indissolubilidade silenciosa mãe-bebê, encanta e incomoda, ao mesmo tempo? Desculpas também são ditas em nome de uma alegação acusatória contra a mãe, que levam ao afastamento e ao desmame traumático. Pessoas pensantes, ou melhor, que de ver iam s er p ens antes, engolem esses malabarismos do discurso que acusa a mãe de alienação parental. E o

desmame abrupto acontece por ordem judicial, com o

argumento negligente de que aquele bebê não precisa mais d o l e it e m at e r n o. E , a o Desmame Judicial, segue-se a Privação Materna Judicial. A lei da Natureza tem sido violada. Quando pensamos na importância do Cuidado Materno, não estamos desconsiderando o cuidado Paterno. A qualidade do Cuidado com nossos lhotes é o que vai garantir uma boa estruturação de caráter. Mãe e pai têm suas funções fundamentais no desenvolvimento saudável da Criança. Mas, na Primeira Infância, é a Maternagem que ocupa o maior espaço. No entanto, não devemos cair no equívoco de achar que uma mulher que criou seu lho sozinha, pode se intitular de mãe e pai dele. Ela será sempre a mãe dele, e isso é mais saudável do que pensar que ocupa o lugar do pai ausente. Crianças, lhas de mães solo,

irão procurar identi cações com outras guras masculinas

e isso é possível e saudável. Facilitada pelo vínculo víscero-afetivo desde o início da vida intrauterina, a relação mãe-bebê pós-nascimento, vai se construindo dentro de uma proximidade física e afetiva

é a capacitação na Empatia, trazida pela mãe, que transformam esse primitivismo em comportamento humano, e, depois, em responsabilidade s o c i a l. A c ap a c i d a d e d e

convidando seu pequeno a tentar se sentir no lugar do outro. O pai, também pode trazer a dimensão do resultado daquele “ataque”, em geral, trazendo a lei, o “isso não pode fazer”. A tentativa de

mental da Criança. Ao mesmo tempo, essa nova dimensão, ao dar vida ao caminhãozinho, autoriza a criança a liberar o imaginário. É o Direito ao Romance. A capacidade de fantasiar irá construir a capacidade criativa. É a licença à poesia, à pintura, à música, à arte, companhias para a vida toda. É na poesia que nos mantemos nesse imaginário tão necessário à saúde mental. Criando imagens e metáforas, nos alimentamos de mundos nutritivos. No entanto, não devemos confundir a facilidade de uma Criança de brincar com o imaginário, que ela não sabe distinguir fantasia de realidade. Ela não sente vergonha social de conversar com seu bichinho de pelúcia ou até de encenar uma história com objetos que passam a ser personagens, numa sala de espera. Com competência e presteza voltam à realidade. Aos três anos a Criança já é capaz de administrar essa diferenciação. É quando aparece a frase que é muito ©ISTOCK

que estimula o crescimento da C r i anç a . É ne ste c amp o fundado pelo vínculo visceral, que antecede a comunicação verbal, que é dada a partida do desenvolvimento saudável. Nascemos egoístas e imediatistas. Alguns permanecem perto disso. Mas

Empatia é introduzida quando as descargas de frustração e raiva se expressam em comportamentos agressivos contra os outros. Ao quebrar o brinquedo ou bater no amiguinho, é a mãe que traz o romance, traz a compaixão pelo que sofreu o ataque,

levar a Criança ao sentir como o outro vem no comentário, predominantemente, materno: “ai! Ficou dodói! Vamos dar um beijinho!” e o acolhimento ao agredido, que seja o amiguinho ou o caminhãozinho quebrado, vai ser inserido na atividade

dita por elas: “verdade verdadeira, mãe”. Em nome da necessidade de Mãe, da saúde mental que depende desse cuidado materno, devemos cuidar para que Mães não faltem a Crianças.

©ISTO


COMPORTAMENTO 11

08 A 15 DE JULHO/2021

Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial

O problema não é o problema E

©PIXABAY

nxaqueca, depressão, ansiedade, compulsão... todo problema percebido, é só a ponta do iceberg! Quando os con itos emo cionais s e tor nam um problema físico ou mental, já é a ponta da linha de um longo carretel embolado. E o que está por dentro disso tudo é, literalmente, um emaranhado de emoções, memórias e aprendizados.

©FREEPIK

in uência massiva na construção de nossa personalidade e nosso cérebro já está se moldando conforme as informações que ele vai recebendo. E isso se dá de acordo com a percepção individual do que acontece. Já percebeu como os lhos, mesmo nascidos e criados pelos mesmos pais, são totalmente diferentes uns dos outros? Isso porque, além de a mulher ser d i f e r e nt e e e s t a r v i v e n d o

Desde o ventre de nossas mães, estamos absorvendo aspectos do ambiente à nossa volta, principalmente dela mesma, a mãe. A maneira como ela se sente enquanto estamos ali dentro, tem

momentos diferentes, em cada gestação, a percepção individual de cada um é única. E até os gêmeos têm personalidades e c r e n ç a s d i f e r e nt e s , n ã o é

verdade? Imagine dois bebês dentro do útero, distraídos, de boa lá dentro e, de repente, a mãe leva um susto. A percepção dos dois vai ser diferente. Enquanto ela quica e o útero se contrai, um pode levar um susto igual ao da mãe e o outro não, um pode ter medo e o outro não. Isso é só um exemplo para que você entenda como o ambiente in uencia em nosso aprendizado. Perceba que situações como essa acontecem o tempo inteiro. Seja um susto da mãe durante a gestação, seja a tristeza que ela sentia constantemente, seja o medo na hora do parto. Tudo está impactando o tempo todo e nós absorvemos. É claro que existem as emoções boas e momentos felizes, que estão construindo aprendizados também. Mas quando falamos sobre os con itos emocionais, traumas e todo o aprendizado con itante que se forma durante nossa vida, entendemos que os problemas desse aspecto, advêm de situações repetitivas ou impactantes. Agora veja, se essa mesma

mulher em uma gestação estava em depressão ou com problemas no relacionamento, sofrendo constantemente e numa outra gestação ela já se sentia melhor, passava mais tempo feliz e tranquila, o aprendizado dessas crianças vai ser diferente, certo? Essa mulher vai transmitir emoções completamente diferentes para os bebês, vai lidar com eles e lhes criar de forma diferente, conforme sua disponibilidade e qualidade emocional. A criança está se desenvolvendo e além de toda informação já percebida por ela no útero, as experiências do lado de fora irão consolidar seus

padrões emocionais e aprendizado. Assim construímos as bases da nossa estrutura emocional e mental. Tudo aquilo que hoje representamos faz parte de toda nossa vivência. Aprendemos a nos perceber, a nos enxergar, a enxergar o mundo e as situações que vivemos, medindo cada detalhe a partir dos nossos aprendizados. É claro que não se limita apenas à in uência da mãe, apesar de ser a mais importante, mas o pai, a família, os amigos, as informações externas e todas as experiências vividas farão parte disso. E sempre é pela maneira que

assimilamos e percebemos o que acontece conosco. Por isso, as pessoas desenvolvem os con itos. São fragmentos de memórias ligadas a emoções, que se repetem em vários eventos e formam o aprendizado. Sensação de inferioridade, vergonha e medo, dependência emocional, agressividade, compulsão, vícios, estado depressivo... tudo que conseguimos enxergar aqui fora é porque lá dentro já está explodindo. E é exatamente em nosso corpo que isso tudo se manifesta, só procuramos dar nomes para que seja compreendido socialmente. Mas se tratam de sensações, ou seja, a percepção individual que temos s obre as coisas que vivemos. E por isso não adianta dizer para uma pessoa ansiosa para respirar e se acalmar. Ela sabe que isso pode ajudar, ela não quer sentir aquilo pode ter certeza. Mas ela não consegue! Está em seu corpo e é ali que ela pode perceber como se manifesta todo seu conteúdo emocional e mental. O problema não é o problema, isso é muito mais profundo.

Escuro, fantasmas: quais os medos mais comuns em crianças e como ajudá-las convencer os pais a desmarcar um compromisso "porque o trânsito vai car ruim". Em geral, os medos mais comuns conforme faixa etária/etapa do desenvolvimento são: De zero a seis meses: perda de apoio, quedas, barulhos intensos; De sete a 12 meses: pessoas estranhas, separação dos pais; De dois a cinco anos: separação dos pais, barulhos estranhos, escuro, mudanças ambientais. Algumas crianças podem sentir medo de objetos grandes, máscaras e animais; De seis a oito anos: seres sobrenaturais, lesões corporais, escuro, trovoadas, ladrões; De nove a 12 anos: desempenho e s c o l a r, l e s õ e s c o r p o r a i s , aparência física, escuro, morte, futuro; De 13 a 18 anos: falha social, sexualidade. Os me d o s e xc e ss ivo s s ã o bastante comuns em crianças pequenas, mas costumam ser transitórios e apenas levemente prejudiciais e, assim, são considerados apropriados ao estágio de desenvolvimento. É fundamental frisar que, desde o início da pandemia, em 2020, temores diferentes e até inéditos surgiram em todas as idades, principalmente entre as crianças. Houve uma mudança de comportamento social que trouxe o medo de perder o ambiente escolar, os colegas de classe e de parentes que tiveram que se distanciar, além do pavor de adoecer, de morrer ou de car

sozinho se os pais morrerem. O medo constante da morte se tornou mais evidente. Muitos pais desenvolveram também novos medos, gerando inseguranças nos lhos, principalmente no que se refere a perdas nanceiras. Nesse contexto, uma atitude fundamental para ajudar os pequenos a enfrentarem seus receios e apreensões é conversar

desvalorizada. A outra ação negativa é reforçar a relevância do medo, contribuindo para a sua ampli cação e manutenção. Se os pais agem assim, tão vulneráveis, com quem os lhos poderão contar? Em suma, não os trate com indiferença, ironia ou superproteção. Para ajudar crianças e adolescentes a lidarem com seus

©ISTOCK

O medo é uma sensação instintiva e natural do s er humano que serve como defesa e proteção frente à uma ameaça real ou imaginária. Apesar de nos provocar desagrado, sem ele estaríamos vulneráveis. Ao longo da nossa história, todos nós experimentamos — seja por questões emocionais, experiências anteriores ou fatores cognitivos — algum tipo de medo, mas a infância é a fase em que suas manifestações são mais evidentes, pois a criança está aprendendo como a vida é e a lidar com suas emoções. C a d a e s t á g i o d o desenvolvimento — que não tem a ver, necessariamente, com idade cronológica, mas sim com o ritmo próprio de cada um — envolve um medo diferente, que pode ser expressado por choro, silêncio, resistência e ações desesperadas. É o caso da criança, por exemplo, que se debate ou foge correndo do consultório médico com pavor de injeção ou vacina. As meninas relatam mais frequentemente os seus medos do que os meninos e quase todas as crianças exibem uma reação de evitamento face ao objeto ou à situação temida. Os adolescentes conseguem verbalizar mais o que sentem, mas é comum que às vezes tenham vergonha e, por isso, adotem sinais indiretos. Exemplo? Um garoto ou uma garota que detesta chuva e tenta

de um modo maduro, sempre levando em conta a idade da crianças, mas de uma forma esclarecedora e que não dê chance para que a imaginação crie "monstros" maiores. Segundo especialistas, é preciso evitar duas condutas extremas. A primeira é desvalorizar a situação, interpretando-a como normal e passageira, independentemente do grau de sofrimento associado, às vezes em tom jocoso. Isso só au m e nt a o s of r i m e nt o e a insegurança da criança, que se sente desrespeitada e

medos, é preciso validá-los. O mesmo acontece com as reações. Porém, os pais devem assegurar que o medo faz parte da vida, que todos têm e que a melhor forma de enfrentá-lo é entender de onde vem e como conseguir racionalizá-lo. Acolher o medo implica ainda em mostrar que ele não pode reger a vida. Uma atitude producente é ajudar a encontrar soluções para enfrentar a situação ou objeto temido. Se criança precisa se sentir protegida para dormir no escuro, não há problema algum

em levar para a cama o bichinho de pelúcia preferido que vai "protegê-la". Ajudar a esclarecer situações, explicando que barulhos como os dos ponteiros do relógio só são percebidos em ambientes silenciosos, e int ro duzir g radu a lmente a situação temida, como ajudar a criança a passar a mão no pelo do cachorro, também são estratégias que devem ser colocadas em prática pouco a pouco e que podem funcionar. Não se deve estimular o evitamento excessivo, mas também ninguém deveria forçar o enfrentamento mais do que aquela criança consegue dar conta. Uma recomendação importante é demonstrar empatia. Frases como "na sua idade eu também tinha medo, hoje não tenho mais", "você está com medo e tudo bem", "estou ao seu lado" ou "você está com medo, mas quem não estaria na sua situação?" acalmam e transmitem conforto, além da sensação de que a criança pode contar com o pai ou a mãe para lidar com a di culdade. Em excesso, o medo pode se converter em fobia e se revelar de modo psicossomático por meio de sinais como dor de cabeça ou de estômago, diarreia e reações agressivas. É importante avaliar o grau de prejuízo e a duração do medo, ansiedade ou esquiva, e se ele é típico para o estágio do desenvolvimento particular da

criança. Se durar mais de seis meses, com prejuízos à rotina e ao funcionamento da criança, requer acompanhamento. O tratamento depende da idade e da gravidade, p o dendo reunir psicoterapia e uso de medicação para ansiedade. A idade comum de surgimento de uma fobia, que também pode ocorrer devido a uma experiência traumática, situa-se entre 7 e 11 anos, com a média aproximadamente aos 10 anos. Outra situação que merece atenção é quando o medo é desproporcional ao objeto ou à etapa do desenvolvimento em que a criança está. É incomum, p or exemplo, que um préadolescente tenha um medo muito grande de car no escuro, diferentemente de uma criança de quatro anos. A nal, ele possui recursos cognitivos para se acalmar sozinho e atribuir um julgamento ao que é real e ao que é imaginado. O medo, de modo geral, vira objeto de preocupação quando começa a atrapalhar as atividades da criança como ir à escola, brincar, dormir e fazer amigos ou passa a di cultar o desempenho esperado para a idade. Por outro lado, a falta de medo pode ser um problema quando a criança se coloca em risco, como querer atravessar a rua sozinho, pular de lugares altos, entre outros, e também deve ser alvo de uma conversa com o pediatra.


12 OLHAR DE UMA LENTE

08 A 15 DE JULHO/2021

HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Em seis meses de gestão, Fundão começa a mostrar cara nova Afinal, era por falta de recurso, descaso ou incompetência que o município estava estagnado? ©HAROLDO CORDEIRO FILHO

O

S e r i a f a lt a d e re c u rs o ou descaso? Ou seria incompetência mesmo? Não estou me referindo a grandes obras, mas aos serviços básicos e e ss e n c i ai s c om o l i mp e z a , nivelamento de ruas, ou seja, zelo com as comunidades e o principal, uma gestão humanizada, buscando sempre

o bem comum. Sabemos que há muito por se fazer, as di culdades são muitas, mas a realidade vem mostrando um cenário bem diferente, uma cidade mais limpa, ruas com serviços de compactação, praias limpas e iluminação pública melhorada, ou seja, cidadãos mais satisfeitos.

©VEREADOR AÉLCIO PEIXOTO

município de Fundão está cando de cara nova, fruto do primeiro semestre de trabalho desenvolvido pela dupla Gilmar e Murilo. Como frequentador da orla do município há 20 anos, sempre me perguntei o porquê as obrigações públicas no município não aconteciam...

Gilmar Borges e Murilo Coutinho (Pref. e vice-prefeito) Como a dupla bem diz “E s t a m o s t r a l h a n d o p a r a Fundão ter dias melhores no futuro”, e isso é tão verdade que, n o n a l d o m ê s p a s s a d o, anunciaram à nossa reportagem, o início das obras de melhorias na estrada que liga o município de Santa Leopoldina ao distrito de Timbuí. Segundo os gestores, é

uma obra de competência do Estado, do Departamento de Edi cações e de Rodovias do Estado do Espírito Santo (DER) que, depois de pronta, trará economia aos produtores rurais daquela região no escoamento de suas produções e para as pessoas, que poderão viajar com mais segurança para as praias do litoral fundãoense.

Agora, quanto à pergunta no início da matéria, posso responder catedraticamente que, assim como Fundão, as coisas não aconteciam ou não acontecem em outros mu n i c ípi o s , p e l a f a lt a d e compromisso e corrupção sistêmica, instalada na grande maioria das prefeituras Brasil a fora, infelizmente.

Obras do Cmei da Grande Bairro serão retomadas TATI BELING

©DIVULGAÇÃO

Mônico Rosa, junto com o secretário de Educação, Alessandro Bermudes, numa reunião para tratarem da retomada da obra do Cmei Regional da

Grande Bairro de Fátima. Os secretários se posicionaram dizendo que irão dar início às obras no mês de agosto. Houve um ajuste

técnico, mas o cronograma será seguido por completo para atender a todas as crianças da comunidade. ©JEAN LIPPAUS/BF

N

a tarde de terça-feira (06), o

p r e s i d e n t e d a comunidade de Carapina I, Alb er to Alvarenga

Neto, se reuniu com o secretário de Obras da Serra, Halpher Luiggi


BRASIL 13

08 A 15 DE JULHO/2021

A semana em Brasília S e no Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

NAJARA ARAÚJO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Eleita presidente da CMO, Rose assegura a aprovação de um Orçamento fiscal que atenderá os interesses sociais dos cidadãos

E

Paulo Guedes admite mudanças na proposta original da reforma administrativa ©GUSTAVO SALES/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Ao assumir a presidência da Comissão de Orçamento, senadora registra feito histórico de primeira mulher a comandá-la por duas vezes ©MARCOS BRANDÃO/SENADO FEDERAL

Retomada da economia após Covid exigirá apoio ao setor de serviços, diz Henrique Meirelles

A senadora Rose de Freitas (MDB-ES) foi eleita nesta quarta-feira (7) por aclamação, presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), assegurando a aprovação de um Orçamento scal para 2022 que atenda às necessidades do país e aos interesses sociais dos cidadãos brasileiros. Ela enfatizou que a prioridade da CMO será votar “a favor do Brasil”, sem contemplar interesses pessoais e de grupos. “A razão de eu estar aqui é o povo brasileiro. Não chegaria ao Senado se não fosse o comprometimento com o povo do Brasil”, declarou. A senadora registrou um feito histórico, ressaltado pela senadora Simone Tebet (MDB-MS) na reunião de instalação da CMO: é a primeira mulher a assumir por duas vezes o comando da Comissão, que já havia presidido em 2015, na ocasião também um fato inédito. “Não iremos construir uma peça de cção, como costumava ocorrer”, salientou. Elegeu educação, agricultura e ciência e tecnologia como prioridades nas destinações dos recursos da União no próximo ano. Rose garantiu que irá atuar com “diálogo, motivação, dedicação e trabalho árduo” na condução das discussões e votações do que considera ser a mais importante comissão do Congresso, porque, na sua visão, aprovar matérias orçamentárias é uma das missões mais relevantes do Parlamento. No Congresso, Rose é esperança de entregar o Orçamento "no tempo certo", resultado que conseguiu em sua primeira passagem pela CMO, em 2015, e e ciência rara no Parlamento. Inclusive, Rose já agendou reunião na noite desta quarta com o ministro da Economia, Paulo Guedes. "Vamos acelerar o passo para entregar o Orçamento", a rmou a parlamentar. Foi também na primeira passagem de Rose pela CMO a implantação da emenda de bancada impositiva, de modo que os parlamentares pudessem identi car os principais gargalos de seus estados e garantirem as obras no Orçamento. Outro momento marcante da senadora como presidente da CMO foi ter emplacado, após mais de 10 anos de espera, o recurso, de R$ 523,5 milhões, para a construção do novo aeroporto de Vitória. Trabalhos - A primeira tarefa da CMO, integrada por 30 deputados e 11 senadores, será a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Entre outras nalidades, a LDO estabelece metas e prioridades, xa o montante de recursos que o governo pretende economizar; traça regras, proibições e limites para as despesas dos três Poderes; autoriza o aumento das despesas com pessoal; regulamenta as transferências a entes públicos e privados. A LDO de 2022 estima um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,5% em 2022, uma in ação de 3,5%, uma taxa de câmbio média de R$ 5,15 e a taxa básica de juros média (Selic) de 4,74%. O relator da LDO na Comissão Mista de Orçamento é o deputado Juscelino Filho (DEM-MA), enquanto caberá ao deputado Hugo Leal (PSD-RJ) relatar a Lei Orçamentária da União, cujo prazo de envio ao Congresso pelo governo vence em 31 de agosto próximo.

Taxa de ocupação hoteleira apresenta recuperação no segundo trimestre de 2021 Os municípios de Vitória, Vila Velha e Serra registram aumento expressivo na Taxa de Ocupação Hoteleira no segundo trimestre deste ano. O município da Serra é destaque com um aumento de

O secretário de Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles, defendeu nesta quinta-feira (8), programas especí cos para o setor de serviços e a atração de investidores estrangeiros como estratégias para a retomada econômica do País após a pandemia do novo coronavírus. “O setor de serviços é o maior empregador da economia”, justi cou Meirelles. “A atração de recursos internacionais é fundamental, temos feito isso com sucesso em São Paulo”, continuou o secretário. Como a Covid-19 afetou todos os países, lembrou, há dinheiro parado em fundos, à espera de oportunidades. Meirelles participou de evento no Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes) da Câmara dos Deputados. O encontro foi coordenado pelos deputados Da Vitória (Cidadania-ES) e Francisco Jr. (PSD-GO), relatores de estudo intitulado “Retomada econômica e geração de emprego e renda no póspandemia”. Para Francisco Jr., a discussão desses temas é urgente. “O próximo biênio será um período de nidor para o futuro do País”, analisou o deputado. “O mundo e o Brasil não serão os mesmos depois da pandemia e, assim, as soluções não deverão ser as mesmas, precisamos atualizar métodos e práticas”, ressaltou. Francisco Jr. e Meirelles concordaram com a necessidade de reestruturação da economia por meio de reformas. Ambos apoiaram a simpli cação do sistema tributário, e Meirelles defendeu a versão dos secretários estaduais da Fazenda, que cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) em substituição a ICMS e ISS. Meirelles disse ainda que o controle das contas públicas continuará importante. Ele foi ministro da Fazenda no governo Temer, quando foi adotada a regra do teto de gastos (Emenda Constitucional 95/16), e presidente do Banco Central na gestão Lula, período marcado por oito anos seguidos de superávit primário. O debate com Meirelles foi o primeiro evento no âmbito desse novo estudo do Cedes. O objetivo é propor a atualização das leis para de nir o papel do Estado, da iniciativa privada e das organizações sociais nas estratégias e nas ações para recuperação da economia e geração de emprego e renda no póspandemia. O evento contou com a presença dos deputados General Peternelli (PSL-SP) e Antonio Brito (PSD-BA), além do secretário da Saúde do Estado de Goiás, Ismael Alexandrino. Houve também a participação de representantes de entidades, de órgãos federais e do público por meio de plataformas digitais e do e-Democracia. O Cedes é um órgão técnico consultivo da Câmara dos Deputados dedicado a análise, discussão e prospecção de temas de caráter inovador ou com potencial de transformar as realidades econômica, política e social do País. O colegiado é composto por 23 parlamentares e conta com apoio da Consultoria Legislativa.

473%, se comparado ao mesmo período de 2020, um re exo da melhora na situação da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) no Espírito Santo, o que vem possibilitando a retomada da economia do turismo. Os dados completos estão disponíveis no Observatório do Turismo. Os resultados animam o setor e demonstram que, aos poucos, com todos os cuidados referentes à prevenção da Covid-19, as atividades estão sendo retomadas. “Com o avanço na vacinação, acreditamos que a cada nova pesquisa os números re etirão a retomada da economia do turismo, o que é muito positivo e animador para o setor”, destaca a secretária de Estado de Turismo, Lenise Loureiro. Em Vitória, na comparação do mês de junho do ano passado com o mesmo período de 2021, houve crescimento positivo na taxa de ocupação hoteleira superior a 186%. Em abril deste ano, foi registrado 29,4% de ocupação nos meios de hospedagem, na Capital. Maio apresentou 45,9% na taxa de ocupação e o resultado do mês de junho demonstra crescimento igual a 54,1%. Da mesma forma, o município de Vila Velha revela crescimento positivo na ocupação hoteleira, considerando os meses de abril, maio e junho de 2021, sendo as taxas, respectivamente, de 36,1%, 45,7% e 53,0%, o que evidencia tendência de aumento na utilização dos serviços hoteleiros. Ainda em 2021, constata-se a tendência de aumento na taxa de ocupação, levando-se em conta os relatórios dos meses de abril (23,6%), maio (38,2%) e junho (49,3%).

Relator quer retirar da reforma artigos que permitem a ampliação de cargos comissionados no Executivo O ministro da Economia, Paulo Guedes, concordou com algumas mudanças que o relator, deputado Arthur Oliveira Maia (DEMBA), pretende fazer na proposta de reforma administrativa (PEC 32/20). Guedes compareceu presencialmente nesta quarta/feira (7) na comissão especial da Câmara sobre o tema, no último dia para a apresentação de emendas parlamentares à proposta original do governo federal. Uma das mudanças sugeridas pelo relator é quanto à adoção do conceito de carreiras exclusivas de Estado, em vez da expressão “típicas de Estado”. Guedes lembrou que existem cerca de 270 carreiras no serviço público e citou algumas que considera exclusivas. “Embaixador, membros das Forças Armadas, do Judiciário e do Legislativo: são Poderes ou carreiras típicas. E, mais do que típicas, exclusivas. Então, são realmente especiais e, por isso, temos que garantir que os serviços também sejam de alta qualidade. Nós não mandamos [o texto] dizendo que é a carreira A ou B: isso vai ser de nido pelo próprio Congresso”, explicou. Ao a rmar que “não há dogmatismo” do governo quanto à reforma, o ministro também disse concordar com a retirada de artigos que levem à ampliação dos cargos comissionados no serviço público. O relator Arthur Oliveira Maia justi cou a mudança. “As pessoas, muitas vezes, cam fazendo analogias com casos que acontecem na política brasileira, em que A ou B faz indicações de cargo de con ança para malversar com o dinheiro público: isso aqui realmente é um ponto que estará fora do nosso relatório”, ressaltou. Em quase cinco horas de debates, Paulo Guedes negou a intenção de fragilizar o serviço público e garantiu que não se referia aos servidores quando usou expressões como “granada no bolso” e “parasitas”. Também a rmou que o governo tem um “pacto pela preservação dos direitos adquiridos” dos atuais servidores, mas com foco na adoção de novas tecnologias para, segundo ele, modernizar e melhorar a qualidade dos serviços. “A minha visão era de uma reforma realmente radical, mas, quando você chega aqui, você vai ver que é um mundo que tem suas regras e ordenamentos. Então, você começa a compreender que não precisa mexer no passado. É recalibrar o futuro: então, se você botar tecnologia, o número de atendimentos vai aumentar muito e o salário pode ser maior porque a produtividade está maior”, ponderou. O ministro da Economia concordou que a estabilidade dá segurança na atuação do servidor público, mas defendeu padrões especí cos de avaliação para cada carreira. “Nós garantimos a estabilidade de todo o funcionalismo que existe hoje, mas queremos construir, em cima dessa base, um regime ainda melhor. Agora, não basta o jovem fazer o concurso e, no dia seguinte, ter a estabilidade. Ele vai ser avaliado e, então, cada carreira exclusiva de Estado vai dizer o método de avaliação. E aí vamos redesenhar essa carreira exclusiva de Estado”. Ao lado do ministro, o relator Arthur Oliveira Maia adiantou que seu parecer sobre a reforma administrativa deve focar mais na melhoria do serviço público do que em “eventuais economias scais”. Também pretende privilegiar mais “a gestão de desempenho do que a avaliação de desempenho”. Segundo Maia, isso vai permitir “visão estratégica da organização administrativa e do desenvolvimento do servidor”. O relator ainda sinalizou o caminho que pretende tomar em relação à regulamentação do regime jurídico do serviço público. “Nós temos que avançar em relação ao Regime Jurídico Único e penso que é ruim termos vários regimes jurídicos. Para isso, temos que tratar com muito cuidado qual vai ser o regime do contrato por tempo determinado, aprimorar essa questão do vínculo de experiência e incentivar, no âmbito da reforma, uma política de liderança”, a rmou. Para obter as informações completas sobre a taxa de ocupação hoteleira no 2º trimestre dos anos de 2019 a 2021, basta acessar o link: https://observatoriodoturismo.es.gov.br/taxa-ocupacaohoteleira


14 GERAL

08 A 15 DE JULHO/2021

Primeiro edifício brasileiro climatizado com energia do solo está em construção

Anticorpos podem ser os responsáveis pelos sintomas da fibromialgia

Nomeada CICS Living Lab, a edificação é desdobramento de uma pesquisa de doutorado conduzida na USP de São Carlos com apoio da Fapesp. Prédio será usado pela Escola Politécnica para testar novas tecnologias sustentáveis

©SHUTTERSTOCK

©FLICKR/ CC BY-NC-SA 2.0

O Brasil terá em breve um prédio que usa energia do solo para climatizar seus ambientes. O feito inédito é desdobramento de uma pesquisa realizada na Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (EESC-USP), que avaliou o uso das fundações de edifícios como meio para a troca de energia térmica entre o prédio e o subsolo. A experiência internacional com o uso dessa tecnologia, baseada em energia geotérmica, te m re l at a d o c ons i d e r áve l e c on om i a n o c on s u m o d e energia para climatização, tanto n o a q u e c i m e nt o c o m o n o resfriamento. A expectativa com a implementação desse sistema é de que as desp es as com o consumo de energia elétrica por aparelhos de ar-condicionado sejam reduzidas. Nomeada CICS Living Lab, a edi cação brasileira já começou a ser construída na Escola Politécnica (Poli-USP), em São Paulo. O desempenho dessa tecnologia nas condições de clima e solo foi avaliado na tese de doutorado da pesquisadora aise Morais, da EESC-USP. A investigação está vinculada a estudos que começaram em 2014, por meio de um projeto apoiado pela Fapesp e coordenado pela professora Cristina de Hollanda Cavalcanti Tsuha. Em entrevista à Assessoria de Comunicação da EESC-USP, Morais explica que a energia geotérmica é aquela encontrada dentro da crosta terrestre, no solo, nas rochas ou mesmo na água, sendo identi cada pela temperatura. Essa energia pode ser transferida para a superfície por processos de troca térmica a

partir das fundações da edi cação. “A temperatura da região que vai desde a camada super cial da crosta terrestre até algumas centenas de metros de profundidade é resultado das interações naturais que ocorrem entre o ambiente externo e o interior da crosta. Assim, o solo funciona como uma espécie de bateria ou reservatório de energia t é r m i c a ”, d e s c r e v e a pesquisadora. O sistema capta ou rejeita calor do solo por meio das estacas que compõem a própria fundação do edifício. Essas estacas cam enterradas e, por estarem em contato direto com o subsolo, possuem uma grande área de contato para a troca térmica. Por meio de tubos instalados no seu interior e com a ajuda de um uido, a energia térmica é levada até a superfície, onde uma bomba geotérmica faz a troca de calor entre o subsolo e os ambientes do prédio. “Nos testes, usamos água potável como uido para a troca

de calor entre a fundação e o subsolo. A bomba troca calor com a água a partir de um outro uido refrigerante que circula em seu interior. Essa troca é feita de forma contínua e repetitiva até que a temperatura desejada para o ambiente seja alcançada”, relata a pesquisadora. O sistema de aproveitamento de energia geotérmica pode ser aplicado em todos os tipos de edifícios. Antes disso, porém, é preciso conhecer as propriedades térmicas do subsolo daquela localidade e analisar as condições de clima e demanda térmica da edi cação. A tese de Morais venceu o Prêmio Costa Nunes da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica como melhor tese de doutorado do biênio 2018-2019. O edifício será usado pela PoliUSP como um “laboratório vivo”, onde novas tecnologias sustentáveis e materiais inéditos serão testados. As obras estão paralisadas atualmente por conta da pandemia, mas devem ser retomadas assim que possível.

Uma pesquisa realizada no Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King's College de Londres, em parceria com a Universidade de Liverpool e o Instituto Karolinska, apontou que os sintomas sentidos em pacientes qu e p o s s u e m brom i a l g i a podem ser causados por ações dos anticorpos. A nova descoberta sobre a bromialgia foi publicada na revista cientí ca Journal of Clinical Investigation e classi caria a síndrome como uma doença do sistema imunológico, o que abre as portas para pesquisas a m de procurar entender como combater os

anticorpos responsáveis pela disfunção imunológica. Para realização da pesquisa, os cientistas usaram dois grupos de camundongos. O pr imeiro recebeu anticorpos de pacientes com bromialgia e apresentaram sintomas relatados por pacientes da síndrome, como perda de força nos membros e maior sensibilidade ao frio. Já o s egundo gr up o, que recebeu anticorpos de pessoas que não foram diagnosticadas com a doença, não apresentaram n e n hu m t i p o d e s i nt o m a . Semanas depois, quando o primeiro grupo já não tinha mais os anticorpos no corpo, eles se recuperaram dos sintomas. Com

isso, foi possível a rmar que os anticorpos dos próprios pacientes podem agir como um dos pr incipais fatores que causam os sintomas da doença. “Tínhamos um conhecimento limitado da doença. O tratamento para a síndrome da bromialgia era focado em exercícios aeróbicos suaves, drogas para o manejo da dor e terapias psicológicas, embora nada se mostrasse e caz para a maioria dos pacientes. Isso agora vai mudar”, disse o líder da pesquisa, David Andersson, ao informar que com a descoberta será possível buscar novos tratamentos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a bromialgia afeta 2,5% da população mundial e é mais comum entre pessoas de 30 e 50 anos, além de estar mais presente nas mulheres. Estima-se que entre 70 e 90% dos pacientes da enfermidade sejam do grupo feminino.

Arquiteto inaugura prédio sustentável em Taiwan capaz de ltrar poluição do ar A transmissão será no canal da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas

©DIVULGAÇÃO

C on he c i d o p el o s proj e to s ousados, o arquiteto belga Vincent Callebaut acaba de inaugurar um prédio capaz de ltrar a poluição do ar em Taiwan. Localizado na capital Taipei, a torre do condomínio de 21 andares possui uma forma sinuosa inspirada na estrutura de dupla hélice do DNA, e será concluída ainda este ano. “A torre apresenta um conceito pioneiro de construção ecológica residencial sustentável que v is a limit ar a p egad a ecológica de seus habitantes”, e x pl i c a C a l l eb aut s obre o projeto, que começou em 2013 no movimentado distrito de Xinyi, em Taipei. Apelidado de Tao Zhu Yin Yuan, o edifício possui sistema de reutilização de água da chuva, painéis solares no telhado, iluminação e ventilação natural e foi concebido para reduzir as pegadas ambientais individuais dos habitantes que vivem dentro dos 40 apartamentos de luxo da t o r r e . Ap e s a r d a e s t é t i c a atraente, os edifícios

ultramodernos adornados com vegetação, presentes sobretudo na Ásia, possuem um papel ainda mais importante: reduzir os custos de energia ao mesmo tempo que eliminam a poluição do ar. Somente no Tao Zhu Yin Yuan, mais de 23 mil árvores e arbustos serão plantados no telhado, fachada e varandas da torre, bem como em alguns espaços públicos internos. Todo este verde conseguirá absorver 130 toneladas de emissões de dióxido

de carbono a cada ano. Isso é aproximadamente a mesma quantidade de emissões anuais pro du z i d a s p or 2 7 c ar ro s médios. Agora você já pode imaginar se todos os novos edifícios construídos a partir de agora tivessem estas mesmas características, não é mesmo? A vegetação do prédio se estenderá até o nível da rua, onde os residentes e locais poderão desfrutar de jardins públicos e x u b e r a nt e s e pr a ç a s q u e oferecem uma pausa da agitação predominantemente cinza de Taipei. “Por mais estranhos e futuristas que possam parecer, o cerne de todos os meus projetos é uma tentativa de abordar a ameaça real que as cidades representam para a humanidade e nosso equilíbrio ecológico”, disse Callebaut à CNN. “Quero dar esperança para um amanhã melhor”.


COTIDIANO 15

08 A 15 DE JULHO/2021

Startup brasileira ensina Resfriado: combata mandarim a 36 mil nos primeiros alunos em cinco anos sintomas e evite desconforto ©GETTY IMAGES

Aprender um idioma geralmente está na lista de desejos das pessoas. Seja por que é importante para o trabalho, para facilitar uma viagem ou mesmo por que o som parece lindo. Hoje, o mandarim, idioma da China, é o segundo idioma mais falado no mundo por não nativos — cando só atrás do inglês. Na onda do sucesso da língua, a startup brasileira de ensino de mandarim, Pula Muralha — fruto de um canal do YouTube de sucesso — o maior comandado por uma chinesa — tem curso gratuito do idioma. Desde 2016, a empresa oferece o maior curso on-line de mandarim do País, e já atendeu, no módulo inicial gratuito, de 28 dias, cerca de 36 mil alunos. O número dos matriculados nos módulos seguintes é de cerca de seis mil, um número elevado se comparado a outros cursos de idiomas tradicionais. Um estudo da Universidade de

D u ss el d or f, n a A l e m an h a , aponta a língua como terceira no ranking, à frente de idiomas tradicionais como espanhol e alemão. Dados do HSK (Exame d e p ro c i ê n c i a e m l í n g u a chinesa) apontam que, só em 2019, foram sete milhões de pessoas prestando o exame. Já o s d a d o s d o Ins t itut o Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE), mostram que s ome nte 5 % d a p opu l a ç ã o brasileira têm conhecimento da língua inglesa, sendo que menos de 3% são uentes. Mas, em termos de busca pelo aprendizado, a busca por cursos de idiomas na modalidade EAD cresceu 59% em 2020 — e a expectativa é que a estimativa de crescimento em inscrições nesses cursos em 2021 gire em torno de 40%. Um dos fatores que impacta neste aumento é o cenário atual de desemprego e a busca por turbinar o currículo. A edtech 'Pula Muralha' é

comandada pelo casal Si Liao (“Chinesa da China mesmo”, como ela gosta de se apresentar) e Lucas Brandt. O curso chega a quase 380 municípios do País e do mundo. Ana Paula, que nalizou recentemente sua graduação em jornalismo, e optou por estudar chinês no nal de 2020, entrou no curso por uma questão pro ssional. Na empresa em que trabalha atualmente, ela lida com um público vasto, e percebeu que aprendendo uma nova língua, essa comunicação interna poderia facilitar o seu lado. Para Ana Paula, “o mandarim abre muitas portas, não só no me rc a d o d e t r ab a l ho, mas também na graduação, mestrados, viagens, amplia o nosso leque de opções”. A China tende a se tornar a maior economia do mundo muito em breve e, com isso, suas principais fontes empresariais estarão infundadas por todo o território mundial, que já é um movimento que podemos perceber. Além disso, o país oriental é o maior parceiro comercial do Brasil no momento. Com a atenção dada a China depois da popularização do TikTok e também por conta da pandemia, a busca pelo aprendizado de chinês aumentou muito — só em 2020, a Pula Mura l ha cres ceu 140% e duplicou o número de alunos durante o ano.

Saiba o que é preciso para fortalecer sua saúde e como combater o avanço do vírus do resfriado caso apresente os primeiros sintomas ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

Com a chegada do inverno, as temperaturas cam cada vez mais baixas e o tempo mais seco, contribuindo para aumentar a incidência de resfriado. O contágio pode acontecer pelo ar ou pelo contato físico e crianças e pessoas com baixa imunidade são mais vulneráveis à infecção pelos vírus do resfriado. De acordo com a Associação A m e r i c an a d o P u l m ã o, o resfriado comum é causado por mais de 200 vírus diferentes e adultos podem ter de dois a quatro episódios de resfriado por ano. Os rinovírus são responsáveis por 20% a 40% das infecções e representam 40% de todo o tempo perdido no trabalho e 30% de toda a ausência escolar. Os sintomas dos resfriados aparecem dois ou três dias após a exposição ao vírus. Segundo a Dra. Patricia Canineu, gerente médica da P&G Health, os sinais mais comuns são coriza, leve cansaço, espirros, tosse, dor ou

coceira na garganta, lacrimejamento, dor no corpo e febre baixa de curta duração. Não existe vacina contra o resfriado, mas algumas medidas simples podem ajudar a prevenir o contágio ao cuidar bem da sua imunidade por meio de uma alimentação saudável e um bom sono. "É importante consumir alimentos ricos em vitamina C, como frutas ácidas, couve e brócolis, beber bastante água para hidratar as vias aéreas e lave as mãos com água e sabão com frequência", orienta a

especialista. Além disso, outros cuidados como colocar bacias e toalhas molhadas nos ambientes para torná-los mais úmidos ou utilizar o umidi cador de ar e agasalhar-se bem ao sair de casa também ajudam a prevenir o resfriado. Por m, vale reforçar que maus hábitos, como uma vida sedentária e o consumo de cigarros, baixa nossas imunidades e favorece a entrada de vírus, incluindo o que causa o resfriado.

Lenda de Cunhã e Marupiara ©REPRODUÇÃO/PORTAL AMAZÔNIA

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES

O pterossauro que vivia em árvores Fóssil chinês revela que animal tinha membros dianteiros semelhantes às mãos de primatas, com dois dedos longos e um polegar opositor Um fóssil com 160 milhões de anos descoberto em Liaoning, no nordeste da China, pertence a uma nova espécie de pterossauro, que vem despertando muita curiosidade. Batizado de Kunpengopterus antipollicatus, o réptil voador tinha porte pequeno (cerca de 85 centímetros) e membros dianteiros que se assemelham às mãos de primatas, com dois dedos longos e um polegar op o s itor. Por c au s a d e ss a característica anatômica, acabou apelidado de “macacodáctilo” (dedos de macaco). Esse é o registro mais antigo de polegar opositor verdadeiro em pterossauros, uma adaptação

típica de animais que vivem em árvores e presente em primatas,

©CHUANG ZHAO

roedores, marsupiais, pererecas e camaleões. Uma análise por

tomogra a do fóssil revelou aind a out ros det a l hes que con rmam os hábitos ar b or í c ol a s d o an i m a l d o Período Jurássico (Current Biology, 12 de abril). O trabalho da equipe internacional de paleontólogos foi liderado por Xuanyu Zhou, da Universidade de Geociências da China, e Rodrigo Pêgas, da Universidade Federal do ABC. A dupla identi cou o fóssil, então recém-coletado, em uma visita ao Museu de Pterossauros de B e ipi a o, n a C h i n a . “L o go notamos a importância do material e pedimos permissão para estudá-lo”, lembra o coautor brasileiro.

Existia na selva amazônica um casal indígena que morava próximo a um lago. Ela era a Cunhã e ele o Marupiara. Cunhã cuidava da casa e ele gostava de pescar e caçar pela oresta repleta de animais e peixes deliciosos. O casal era muito feliz, eles se amavam e se cuidavam muito. Sempre que podia Marupiara convidava Cunhã para passear pela oresta. Um dia o sol estava bonito e ele a convidou para ir pescar. Ela, feliz por poder car ao lado do amado, aceitou prontamente. Mas algo inesperado aconteceu. Eis que o céu s e fe cha rapidamente enquanto eles pescavam no meio do lago. Marupiara cou assustado com a força da natureza. Vendo o céu negro e o vento aumentando rapidamente pediu que Cunhã o ajudasse a levar a canoa para a margem da

oresta. No entanto, a margem do rio estava muito longe e eles teriam que remar muito. Eles remavam rapidamente, mas, com a fúria das águas, os remos caíram na água. Cunhã se d e s e s p e rou e , abr a ç a d a a Marupiara, perguntava a ele: - O que será de nós, Maru, querido? - Sossega, mulher, sossega. Eu estou aqui e nada de mal vai acontecer.

Reservas: (27) 99961-8422

Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br

O céu rugia furioso, cortado pelos grandes raios e, abraçada ao marido, Cunhã rezava e pedia a Tupã que os protegesse. No entanto, a tempestade tornavase cada vez mais violenta e, mesmo assim, o barco conseguiu chegar até a margem. O casal tocou o chão e cou abraçado. Ele, cheio de medo, mas com muito amor, tentava proteger a amada da água e dos raios. Era tarde, porém. Um raio enorme os atingiu e o casal morreu de forma fulminante. A natureza, no entanto, cúmplice daquele amor, transformou Cunhã na palmeira uricuri, planta cheia de graça e que enfeita as matas amazônicas. Ele se fez apuí, cipó bonito que a abraça. Assim, em memória do casal que morava junto ao lago, sempre unidos estão a uricuri e apuí, representando Cunhã e Marupiara que, mesmo na desgraça, nunca se separaram.


16 GERAL

08 A 15 DE JULHO/2021

Cidade mineira adota Exercícios físicos ajudam no tarifa zero no transporte público tratamento de crianças com autismo Moradores de Caeté, na Grande Belo Horizonte, podem usar ônibus de graça

©LIGHTSPRING/SHUTTERSTOCK ©PREFEITURA DE CAETÉ/DIVULGAÇÃO

A 60 km de Belo Horizonte, Caeté é a mais nova cidade brasileira a adotar a gratuidade no transporte público. O modelo começou na última quinta-feira (1º) e será testado por seis meses — podendo ser implementado de forma de nitiva. O projeto aprovado pela Câmara garante que os moradores possam usar as seis linhas de ônibus, que atendem o município, sem tirar um tostão do bolso. Antes, a passagem era de R$ 4. O custeio veio em forma de subsídio de R$ 90 mil por mês à e m p r e s a Tr a n s c o l C a e t é , concessionária de transporte que opera na cidade e cogitou encerrar a prestação de serviço após relatar di culdades nanceiras. A Transcol a rma que transportava, em média, 55 mil passageiros por mês. Com a pandemia, o número caiu para 18 mil. A queda no número de passageiros se re ete na queda de arrecadação. O valor do subsídio, proposto p ela gestão municipal, foi adequado à capacidade orçamentária tendo em vista que foi realizado previamente um estudo de impacto nanceiro. Além disso, segundo o prefeito da cidade, Lucas C oelho Ferreira, Caeté já gastava em

torno de R$ 30 mil com vale transporte. À Tr a n s c o l c a b e r á disponibilizar o sistema de c ont ro l e d e p a s s a g e i ro s e quilometragem, respeitar horários e itinerários de nidos, além de prestar contas sobre o uso dos recursos municipais. A medida vai garantir o direito ao transporte público à população. Para moradores em situações economicamente vulneráveis, a catraca, muitas vezes, limita o acesso a outros d i re ito s b á s i c o s , c omo a o hospital, à escola e até na saída para procura de emprego. O passe livre também é uma maneira de desestimular o uso de veículos privados e, consequentemente, melhorar o congestionamento e a qualidade

do ar na cidade. O incentivo ao transporte público coletivo pode ser uma política pública para drástica redução das emissões poluentes nas cidades. Por enquanto, a gratuidade valerá até dezembro. Enquanto isso, a prefeitura já elabora um novo projeto de lei para manter a tarifa zero de nitivamente. Com população estimada de 45 mil habitantes, Caeté é a segunda cidade da região metropolitana de Belo Horizonte a adotar a tarifa zero. A primeira delas foi Itatiaiuçu que implementou a gratuidade em 2015. Recentemente, a cidade de Assis, no interior de São Paulo, também passou a disponibilizar ônibus de graça. Neste último caso, a medida valerá enquanto durar a pandemia.

Um estudo da Universidade de Jiaozuo, na China, apontou que a prática contínua de exercícios físicos pode melhorar signi cativamente as habilidades motoras de crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA). Os pesquisadores passaram a observar 24 crianças escolhidas aleatoriamente para avaliar a apre n d i z a g e m d e g r a n d e s habilidades motoras musculares e se o autismo pode in uenciar nas funções motoras básicas. Durante o estudo, as crianças foram separadas em dois grupos: experimental e controle. No primeiro, estavam as crianças que participaram do tratamento com exercícios físicos, enquanto o outro grupo foi utilizado para

comparação e só tiveram aulas regulares. As crianças foram avaliadas antes, durante e depois do estudo e como resultado foi possível notar uma diferença nas habilidades motoras, aquelas crianças do grupo experimental que passaram pela intervenção da pesquisa demonstraram uma melhora signi cativa. De acordo com a pesquisa, também foi notado que as habilidades motoras do grupo experimental melhoraram em diversos aspectos após as 12 semanas de análise, além de ser possível analisar que os exercícios físicos contribuíram para melhora do autocuidado das crianças com autismo. Segundo o jornal O Globo,

parcialmente avaliados por ativistas em conjunto com acadêmicos e encontraram, até o momento, uma redução de 60% na matéria orgânica e 25% nos m e t a i s p e s a d o s p r e s e nt e s naquela parte do rio, embora novas avaliações estejam pendentes. Para garantir a quantidade da mistura necessária para as ações de despoluição, a H₂O realiza campanhas de coleta de cascas de ovos e pretende recolher pelo menos quatro toneladas deste m a t e r i a l o r g â n i c o. O r i o Santiago faz parte da bacia Lerma-Chapala-Santiago e é considerado o segundo mais longo do país. Ele nasce no estado central do México e deságua no Lago Chapala, no oeste do país. A previsão é que, em agosto, as áreas próximas ao rio Santiago recebam valas preenchidas por um total de cerca de 12 toneladas

da mistura, esperando que em menos de um ano os primeiros resultados comecem a ser vistos. Outra medida adotada pelos ambientalistas são campanhas de re orestamento no entorno

Cascas de ovos são matéria-prima para despoluir rio no México ©FRANCISCO GUASCO

de um metro de largura por 10 metros de profundidade e ©FRANCISCO GUASCO

O rio Santiago tem 170 quilômetros de extensão e é um dos mais importantes do México. É também um dos mais poluídos do país. Para recuperar suas águas, a organização ambientalista H₂O está usando uma tecnologia inovadora que envolve cascas de ovos e alguns elementos químicos como ferramentas. A mistura de casca de ovo, óxido de magnésio e o óxido de cálcio penetra no solo e ajuda na remoção de resíduos fecais e metais pesados. “Abrimos valas

colocamos esta mistura. Quando chove, os metais são absorvidos e o s m i ne r ais re c up e r a d o s”, explica o ativista Bernardo Galán que está trabalhando no projeto de despoluição do rio. Segundo Bernardo, o processo é capaz de absorver até 70% da matéria orgânica e até 20% dos metais pesados, como o chumbo e o mercúrio. Essa técnica foi utilizada no ano passado para intervir em sete poços de água na cidade de Lerma, no centro do Estado do México, onde nasce o rio Santiago. Os resultados foram

pesquisadores ressaltaram que os dois grupos se desenvolveram durante a fase de teste, mas o grupo experimental apresentou um desenvolvimento maior, indicando que a intervenção melhora efetivamente a função motora. Robôs ajudam a integrar crianças com autismo à sociedade A professora Catherine So Wing-chee, de Hong Kong, escolheu a missão de ajudar na integração de crianças autistas à sociedade. A metodologia, desenvolvida após anos de pesquisas no departamento de psicolog ia e ducaciona l da Universidade Chinesa, utiliza robôs para trabalhar a linguagem e o desenvolvimento cognitivo de meninos e meninas com idade entre três e 18 anos. O programa educacional, criado por Catherine em 2015, chama-se Robot for Autism Behavioral Intervention (Robô p a r a i n t e r v e n ç ã o comportamental no autismo, ou RABI na sigla em inglês) e já ajudou mais de 1.200 crianças. O grande objetivo é capacitar e desenvolver a con ança dos participantes para que eles consigam viver situações sociais com mais t ranqui lid ade e também entender as questões emocionais que in uenciam os comportamentos. do rio para limpar naturalmente o subsolo de metais pesados e acelerar a biodegradação da c a s c a d o ov o, g a r a nt i n d o melhores resultados.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.