Jornal Fatos & Notícias 432

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ANO XI - Nº 432 22 A 29 DE JULHO/2021 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

8 Você já experimentou o pavê

Após 20 anos de extinção, filhotes de ararinhas-azuis nascem no Brasil

salgado? Se você cou curioso, tente essa receita saborosa, de pavê de bacalhau Pág. 8

JORGE PACHECO

8 Tribunal de Justiça do ES

absolve tenente-coronel acusado de participar da greve da PM Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI

8 Lamentável termos deixado uma falácia se tornar um dogma, que não existe, mas destrói tanto HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 O parlamento que investiga Pág. 10

supostos desvios do governo federal é o mesmo que aprovou os R$ 5,7 bilhões do fundo eleitoral Pág. 12

FELIPE BRETAS

8 A dica dessa semana é o belíssimo lme Nomadland, que emociona o espectador Pág. 3 FERNANDO MOREIRA

8 Os impactos da pandemia

sobre o trabalho e os trabalhadores no Brasil e no mundo Pág. 16

©DIVULGAÇÃO/ICMBIO

Orquestra Sinfônica do Espírito Santo volta aos palcos em julho Pág. 15

Ilha que eliminou relógio quer ser reconhecida como 1ª 'zona livre sem tempo'

FOTO: JOEL SARTORE/NATIONAL GEOGRAPHIC

Pág. 16

A ararinha-azul está extinta em seu habitat natural

©SHUTTERSTOCK

©COLEÇÃO DO MUSEU BRITÂNICO

Pág. 2

Comunidades rurais da Guatemala constroem escolas com tijolos ecológicos

©HUG IT FORWARD

Desenvolver atividades é importante para um envelhecimento saudável

Inscrição rupestre de 2.500 anos de último rei da Babilônia descoberta na Arábia Saudita

Arqueólogos na Arábia Saudita descobriram as maiores inscrições em pedra no reino que representam o rei babilônico Nabonido na cidade de Hail, no norte do país Pág. 7

Austrália e Coreia do Sul podem inspirar plano brasileiro de avaliação Pág. 4

De acordo com o Medical Xpress, os participantes foram questionados sobre atividades sociais, físicas (saúde), sobre foco cognitivo (palavras cruzadas, leitura e gestão financeira), gestão doméstica, autocuidado (corpo, descanso/cochilo, alimentação e visitas ao médico), atividades produtivas (ajudar os outros e ser voluntário) e de lazer (assistir TV e ouvir música) Pág. 8

Há mais de dez anos, diferentes comunidades rurais guatemaltecas construíram 116 escolas de ensino infantil com o auxílio da ONG Hug It Forward' Pág. 15

Tratamento pode fazer câncer de mama regredir seis vezes mais rápido Pág. 14


2 MEIO AMBIENTE

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Aquecimento global está fazendo ilhotes de falcão “cometerem suicídio” Aquecimento global está fazendo com que filhotes do animal saltem em direção à morte para escapar do calor ©KEN GRIFFITHS/SHUTTERSTOCK

Mais uma para a conta do aquecimento global: por toda a região que contempla o Oregon e a Califórnia, nos EUA, lhotes de falcão estão pulando de seus ninhos antes de aprenderem a voar, no intuito de escaparem do calor intenso, de acordo com diversos cientistas e especialistas em conservação animal. O problema não é exclusivo dos falcões, embora pareça ser a espécie mais reincidente — em um volume que vem deixando e nt i d a d e s d e c o n s e r v a ç ã o preocupadas. Uma delas, falando ao Washington Post, disse que registrou “três meses de pássaros em três dias”, referindo-se à quantidade de animais mortos pela queda ou que tiveram que passar por eutanásia por causa dela. A região citada vem sendo acometida por ondas fortes de calor, incêndios orestais e até mesmo uma tempestade de gelo

— sinal de como o volume de eventos climáticos extremos está afetando o seu curso natural. De acordo com B ob Sallinger, diretor de cons er vação da Po r t l a n d Au d u b o n , e s s a s situações deveriam servir de alerta para as pessoas. “Eu acho que esses eventos, na verdade, ser vem como um d e s p e r t a r ”, d i s s e e l e a o Wa s h i n g t o n P o s t . “ O aquecimento global está entre nós, e os impactos que ele traz estão cada vez mais evidentes”. Ele ainda completou, dizendo que “o mais assustador, para mim, na qualidade de alguém que vem trabalhando com a conservação de pássaros há décadas, é o fato de que esses e ventos anor mais est ão s e tornando mais e mais comuns. Eles ocorrem a um ritmo acelerado. E ninguém compreende por completo os resultados disso”.

Camaleão Furcifer labordi

No céu e no mar Além dos pássaros, o ambiente marinho também vem enfrentando problemas similares: na região noroeste do Oceano Pací co, cientistas identi caram mais de um bilhão de criaturas marítimas mortas

em decorrência de ondas incomuns de calor. A área contempla o litoral dos Estados Unidos e parte da região costeira do Canadá. Segundo especialistas que falaram ao New York Times, as cenas são incômodas até para os mais experientes no campo:

Após 20 anos de extinção, lhotes de ararinhas-azuis nascem no Brasil

Anta nasce em reserva onde espécie estava extinta há mais de 100 anos

A ararinha-azul está extinta em seu habitat natural ©DIVULGAÇÃO/ICMBIO

de Vida Silvestre da Ararinha Azul, em Curaçá (BA). O município está localizado a 594 quilômetros de Salvador, no extremo norte da Bahia. O nascimento dos lhotes foi possível por meio de um prog rama de repro dução, envolvendo Brasil e parceiros internacionais, que vem trabalhando para reintrodução da espécie na natureza. Repatriados da Associação para a C on s e r v a ç ã o d e Pap a g ai o s Ame açados (ACTP), uma associação alemã que detinha grande número de espécies da ararinha-azul, dos 52 animais que vieram para o País, 14 deles estão

Um lhote de anta nascido livre foi visto na semana passada na Reserva Ecológica de Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Os pesquisadores da reserva comemoram o fato, pois as antas foram extintas no estado do Rio há mais de 100 anos devido à caça predatória e ao desmatamento. Sua reintrodução na reserva teve início em 2018 com a soltura de três animais. O lhote de cerca de seis meses foi agrado passeando com a sua mãe na oresta pelo sistema de monitoramento, realizado de forma remota por meio de “armadilhas fotográ cas”. Esse sistema é fundamental para os p es quis adores que, assim, podem acompanhar e avaliar a condição dos animais. O novo

morador é lhote de Flora e Júpiter, antas reintroduzidas na natureza em 2018, vindas do Parque Ecológico Klabin, no Paraná. Este é o segundo lhote de anta nascido livre na reserva o que, para os pesquisadores, representa a con rmação de que o processo de reintrodução da espécie na região está sendo bem-sucedido. O primeiro lhote nascido livre foi no ano passado. “O nascimento de um novo lhote é sinal de que a reintrodução está no caminho certo. A equipe cou muito feliz e torce para que todo ano sejamos surpreendidos com o nascimento de novos lhotes”, comemorou o professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e coordenador do projeto, Maron Galliez.

©JOÃO PEDRO STUTZ/PROJETO GUAPIAÇU/DIREITOS RESERVADOS

Três lhotes de ararinhas-azuis nasceram na região da Caatinga baiana 20 anos após espécie ser declarada extinta no País. Eles são fruto de um casal que veio entre 52 e x e mp l a re s re p at r i a d o s d a Alemanha no ano passado. O primeiro lhote de ararinha-azul nasceu em 13 de abril, os irmãos nasceram em 6 e 9 de junho. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conser vação da Biodiversidade (ICMBio), a ararinha-azul é considerada extinta no Brasil desde os anos 2000. De lá para cá, são registradas cerca de 160 ararinhas em cativeiros privados. De acordo com a analista ambiental e responsável pela Área Te m á t i c a d e P e s q u i s a , Monitoramento e Manejo do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) ICMBio Juazeiro, Camile Lugarini, as ararinhas-azuis devem ser reintroduzidas na natureza. A previsão é que isso aconteça no interior do Refúgio

em pares dispostos em um recinto para reprodução. "O acordo foi estabelecido entre ICMBio e ACTP em 2019 para construção de um centro de re pro du ç ã o n o i nte r i or d o Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha Azul, unidade de conservação federal criada em 2018 para abranger a população a ser reintroduzida", explicou Lugarini. A t u a l m e n t e s ã o aproximadamente 240 animais dessa espécie no mundo e todos estão em cativeiro. Segundo a analista do ICMBio, entre 2019 e 2 0 2 0 for am re g i s t r a d o s 1 8 n a s c i m e nt o s n o c r i a d o u r o Fazenda Cachoeira, em Minas Gerais. "Mas este é o primeiro nas cimento na sua áre a de ocorrência histórica, [na Bahia]. Os animais em cativeiro estão na Alemanha, Bélgica e Singapura. No Brasil, existem dois criadouros: um em Minas Gerais e outro na área de distribuição original, que é o norte da Bahia", a rmou.

mexilhões “cozinhados” dentro de seus cascos, estrelas do mar completamente desidratadas e cardumes inteiros de salmão com di culdade de nadar em águas de rio mais aquecidas que o normal. “Parece até uma cena daqueles lmes pós-apocalípticos”, disse Christopher Harley, biólogo

marinho da Universidade de Colúmbia Britânica, ao jornal. A situação é corroborada por experts da Universidade de Queensland, na Austrália, que citam um evento ocorrido há milhões de anos, quando espécies marítimas de todo tipo passaram a evitar os mares da região da linha do Equador: “q u a n d o a m e s m a c o i s a aconteceu há 252 milhões de anos, 90% de todas as espécies marinhas morreram”, disseram os especialistas. Todos eles concordam que, espécie por espécie, os números podem até ser baixos, mas o problema, na verdade, contempla todos em algum grau: a progressão do calor fora de época nos EUA penetrou a temporada de reprodução de diversos animais — além dos já citados falcões, lebres-assobiadoras e alguns tipos de sapos também podem ser afetados.

Em abril, uma parceria do Projeto Guapiaçu com o Projeto Antropopausa, apoiado pelo National Geographic Society, ampliou a área de monitoramento. Hoje, são 38 os p ontos de monitoramento espalhados pela reserva e por áreas do entorno. “Nossa meta é continuar reintroduzindo antas na oresta para que, assim, tenhamos segurança que estamos estabelecendo uma população viável, que não precisa da intervenção humana para se alimentar”, a rmou Galliez, que destacou que essa espécie favorece a dispersão de sementes, o que auxilia na regeneração das orestas. Nas próximas semanas, a reserva de Guapiaçu receberá três novas antas que iniciarão o processo de aclimatação e soltura na oresta, como ocorreu no ano passado com a anta Jasmim, nascida em cativeiro e que hoje vive livre na oresta. Os novos três moradores também nasceram em cativeiro, em uma mesma família (pai, mãe e lha de dois anos), na Bahia. Seus nomes, assim como o do novo lhote, serão escolhidos pelas crianças das escolas da região.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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CULTURA 3

22 A 29 DE JULHO/2021

Independência ou morte: FELIPE BRETAS A história e curiosidades sobre uma das obras mais Nomadland — um belíssimo famosas do País filme que faz uma reflexão Jornalista

DICA DA SEMANA

Uma visão altamente romantizada — de um momento subestimado ©COLEÇÃO MUSEU PAULISTA/WIKIMEDIA COMMONS

sobre a vida

Nomadland causa um olhar sobre nós mesmo e as conexões necessárias em nossas vidas ©REPRODUÇÃO/IMDB

FOTO: REPRODUÇÃO

V

ocê provavelmente se lembra do professor do ensino médio fazendo chacota com a Independência do Brasil. No mais fatídico dia deste País, o futuro imperador estava com diarreia, montado numa mula e com as botas sujas de lama. Tudo verdade. Quando o pintor acadêmico Pe d r o A m é r i c o r e c e b e u a encomenda da família real, ele abusou de licença poética. Exceto pelo imperador brandindo sua espada e gritando, tudo no colossal Independência ou Morte é invenção do artista. Pedro Américo transformou uma cena trivial e provavelmente bem feia num épico de batalha — colocando um regimento inteiro vestido em uniformes de gala, prestes a combater, alguns até em posição de combate, com seus cavalos em movimento. Era certamente a forma como a monarquia brasileira, invicta nas guerras que havia travado até então, preferia ser representada. Mas, como o quadro, era mais pompa e circunstância que

realidade: no ano seguinte à conclusão da obra, o imperador seria deposto num golpe militar. O Museu da Independência (Museu Paulista), para o qual havia sido encomendado, só seria aberto em 1895, já durante a República. Ainda que o quadro certamente não retrate a vida real, ele é verdadeiro de certa forma. O que Dom Pedro fez, seja lá como se sentisse dos intestinos, foi realmente um gesto heroico: ao ouvir que a monarquia portuguesa o havia tirado do cargo de regente do Brasil, ele imediatamente declarou guerra. Não há outra interpretação para suas palavras — que, aliás, s ã o u m d o s d e s af i o s m ai s corajosos da história militar mundial. O pintor localizou a cena em frente a uma casinha rural — e tal casinha existia ao lado do terreno onde se estava construindo o Museu Paulista. A dita “Casa do Grito” existe ainda hoje. Mas, nu ma i ron i a h istór i c a , foi reformada para parecer com a do

quadro. Provavelmente não estava lá no dia do grito: o documento mais recente dela data de 1884, época da construção do museu. Havia, no máximo, 14 homens na Guarda de Honra do imperador e, certamente eles não estavam usando os uniformes de gala da pintura, nem, se estivessem, pareceriam tão bem após dias subindo a serra, em meio a lama e mato. O movimento e o pó subindo de seus cascos também são artificiais, como se os animais estivessem agitados, em plena batalha. É fácil deixar passar o próprio Rio Ipiranga esquecido na parte mais baixa do quadro. Isso porque não é algo que daria para romantizar: ele era um mero córrego, com uma “margem plácida” a centímetros da outra. Hoje é um pouco mais largo, mas por um péssimo motivo: o volume extra vem do esgoto jogado nele. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

Foto Antiga do ES ©FÁBIO PIRAJÁ/GRUPO MEMÓRIA CAPIXABA/FACEBOOK

Empresa de Ônibus Capixaba — Viação Águia Branca

Q

uando decidi ir aos cinemas assistir ao f i l m e No m a d l a n d , muito por conta da brilhante atriz Frances McDormand — protagonista da produção e vencedora do Oscar de melhor atriz deste ano — imaginei que seria um filme muito bom, mas não excelente como é! Muito merecido todos os prêmios que recebeu. Não à toa, o longa le vou outros principais prêmios da academia como de melhor filme, melhor diretora, levando seis estatuetas no total. Voltando ao cinema, fiquei encantado com a quantidade de pessoas que comprou ingressos para assistir ao filme. Já sentado na poltrona, não parava de entrar gente na sala. Indo ao cinema quase todas as semanas, desde sua reabertura, não tinha visto ainda tantas pessoas prestigiando um filme. Mesmo antes da pandemia não era assim. Acredito que isso se deve muito às plataformas de streaming, que lançam conteúdo a todo momento, fazendo com que as pessoas deixem de ir cada vez mais aos cinemas. Lembro de ouvir a seguinte frase dentro da sala, “silêncio que já vai começar”, ô coisa boa de se ouvir! Então o filme começou... Frances McDormand está impecável nesse filme, numa belíssima atuação, mostrando todo seu já reconhecido potencial como atriz, com poucos diálogos em cena. Que entrega no personagem! Um mergulho dentro de sua própria

força como mulher. A trama mistura ficção com realidade e consegue traduzir a falta de compaixão das pessoas em ajudar uns aos outros, do c u i d a d o c om o out ro, d e compartilhar ideias e mantimentos, em prol de um mundo mais justo, humano. Onde o exagero e a extravagância pouco importam. Não é o TER que nos faz um ser humano melhor e, sim, o SER. Quem somos nós? Cada um precisa encontrar a força que habita dentro de si, o que te fortalece, o que você gosta, o que não te faz bem. A produção é um olhar intimista, que nos faz ol har p ara dent ro de nós mesmos. Baseado no livro escrito por Jessica Bruder, a diretora do longa, Chloé Zhao, traz um olhar sensível, com uma narrativa que mostra a vivência da personagem Fern, vivida por Frances, em meio à situação precária e de extrema necessidade, contrapondo com uma fotografia incrível. A trama se desenvolve a partir da crise econômica que atinge em cheio a personagem de McDormand. Na casa dos 60 anos, a personagem se vê diante de um enorme desafio desencadeado com a morte do marido e do colapso econômico que a atingem em cheio. Nesse momento, Fern se vê completamente sem destino, mas com uma vontade de viver gigante dentro de si. Quando sua cidade desaparece do mapa, ela embarca numa van para viver como uma nômade, passando

pelo oeste norte-americano, ao mesmo tempo que ainda carrega o luto, já que não consegue superar a morte de seu marido. Dentre empregos temporários e contratempos, ela faz amigos e descobertas no meio do caminho. Nessa parte do filme, Chloé consegue mostrar bem a necessidade da personagem de se encontrar em meio ao caos da cidade. Fern não tem opção, a não ser seguir a diante com sua vida, e criar novas conexões é importante. O longa, através das histórias de nômades reais — que vivem viajando pelo país, longe do capitalismo, buscando maneiras de aproveitar a vida dentro de suas próprias raízes — cria uma conexão com o público, causando uma reflexão em cada um sobre a vida. Minha dica da semana é, assim que tiver oportunidade de ir ao cinema, vá! A experiência é única, o som, a tela, as pessoas, as reações, são coisas que conseguimos vivenciar apenas lá. Para mim, é um lugar mágico e transformador. Nomadland ainda está nos cinemas e vale muito a pena assistir. LUCIANO DANIEL

SINOPSE E m No m a d l a n d , ap ó s o colapso econômico de uma cidade na zona rural de Nevada, nos Estados Unidos, Fern (Frances McDormand), uma mulher de 60 anos, entra em sua van e parte para a estrada sozinha, vivenciando diversas experiências.

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES


4 EDUCAÇÃO

22 A 29 DE JULHO/2021

Universidades brasileiras são classificadas no ranking de melhores universidades do mundo Das dez universidades que compõem o top 10 da edição 2021 do ranking latino-americano do Times Higher Education (THE), quatro são universidades federais brasileiras

Austrália e Coreia do Sul podem inspirar plano brasileiro de avaliação

©THINKSTOCK

As universidades brasileiras foram as instituições de ensino superior que mais marcaram presença na edição 2021 do ranking latino-americano do Times Higher Education (THE), um dos principais indicadores de educação superior do mundo. Essa edição classi cou 177 universidades de 13 países latino-americanos, sendo o Brasil o País mais representado na lista, com 67 universidades. No ranking das 10 melhores u n ive rs i d a d e s , qu at ro s ã o universidades federais brasileiras, sendo elas: a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); a Universidade Federal do Rio Grande do Sul ( U F R G S ) ; a Un i v e r s i d a d e Federal de São Paulo (Unifesp); e a Universidade Federal do Rio de

Países fizeram mudanças no processo de avaliação; entrega de resultados deve ir além de rankings, dizem especialistas

Janeiro (UFRJ), que caram em 5 º , 8 º , 9 º e 1 0 º l u g a r, respectivamente. O THE é um dos rankings mais respeitados do mundo, que avalia universidades ao redor do mundo e se baseia em critérios como o ensino, a pesquisa, a transferência de conhecimento e

a visão internacional. Além das universidades federais, outras três universidades brasileiras foram classi cadas no top 10: a Universidade de São Paulo (USP) em 2º lugar; a Universidade de Campinas (Unicamp) em 3º lugar; e a PUCRio em 7º lugar.

Ministro da Educação defende retorno das aulas presenciais ©REUTERS/PILAR OLIVARES/DIREITOS RESERVADOS

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, defendeu, na terçafe i r a ( 2 0 ) , o re tor no d o s estudantes às aulas presenciais nas escolas. Ribeiro fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e T V e a rmou que a medida não pode ser mais adiada. “Quero conclamá-los ao retorno às aulas presenciais. O Brasil não pode continuar com as escolas fechadas, gerando impactos negativos neste e nas futuras gerações”, disse. O ministro citou ainda que estudos de organismos internacionais mostram que o

fechamento de escolas provoca consequências devastadoras para os alunos, como perda de aprendizagem, do progresso do

“Brasil não pode continuar com escolas fechadas", Milton Ribeiro conhecimento e o aumento do abandono escolar. “Vários países retornaram às

aulas presenciais ainda em 2020, quando sequer havia previsão de vacinação. O uso de álcool gel, a utilização de máscaras e o distanciamento social são medidas que o mundo está utilizando com sucesso”, comentou. Segundo o ministro, a decisão sobre o fechamento e abertura das escolas não é do governo federal e o retorno pode ser feito com restrições sanitárias nas instituições de ensino básico e superior. O ministro disse que a pasta investiu mais de R$ 1,7 bilhão para o enfrentamento da cov id-19 nas es col as públicas. “O Ministério da Educação não pode determinar o retorno presencial das aulas, caso contrário, eu já teria determinado”, a rmou. Ribeiro também disse que solicitou ao Ministério da Saúde a priorização de todos os pro ssionais da educação básica na vacinação contra a covid-19.

Experiências internacionais podem inspirar o Brasil a promover reformas em seu sistema de avaliação para tornálo mais moderno e conectado às mudanças curriculares. Elas foram apresentadas em um seminário realizado pelo Estadão, Fundação Lemann e Instituto Natura. O evento discutiu as principais conclusões do relatório Reforma da Avaliação Nacional: Principais considerações sobre o Brasil, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para George Bethell, diretor da Anglia Assessment do Reino Unido e consultor da OCDE no relatório sobre o Brasil, a reformulação de avaliações nacionais, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), demanda trabalho para a elaboração de itens e exige recursos nanceiros, além de tempo. A Austrália venceu essas barreiras em 2016: o país de niu, com apoio de especialistas, exatamente como a avaliação se alinharia com o currículo. O trabalho é importante, diz Bethell, para que professores e alunos saibam que o currículo será re etido na prova. De forma semelhante ao que ocorre no Brasil, as autoridades estaduais e territoriais australianas têm autonomia para decidir como implementar o currículo nacional. Portanto, era

importante que avaliações não só medissem a aprendizagem em relação aos objetivos nacionais, m a s t amb é m aju d a s s e m a monitorar a implementação do currículo em todo o país. Outro ponto no processo de reformulação das avaliações diz respeito a como entregar e usar os resultados, para melhorar a aprendizagem nas escolas. Um exemplo citado no relatório da OCDE é o da Coreia do Sul. O país tem um mecanismo de prestação de contas formal. Após identi car escolas com mais alunos abaixo do nível básico de d e s e mp e n h o m e d i d o p e l a avaliação nacional, o governo estabelece apoio por três anos a esses colégios. "O governo local re s e r v a n a n c i a m e nt o d o Ministério central para desenvolver uma estratégia de melhoria para ajudar essas escolas", diz Caitlyn Guthrie, analista de Políticas do Diretório de Educação e Competências da OCDE.

'Rankings muitas vezes não explicam nada' Para Maria Helena Guimarães, presidente do Conselho Nacional de Educação, é preciso que as avaliações no Brasil "tenham menos o papel de organizar rankings, que muitas vezes não explicam nada, e sejam usadas na formação continuada de professores". Caitlyn diz que é comum que dados obtidos nas provas s ej am us ados p ara ranquear escolas ou redes. O pro b l e m a é qu e e s s a s classi cações muitas vezes comparam situações não comparáveis, como escolas de áreas ricas com pobres. Sobre isso, Bethell pondera que os rankings serão feitos - seja pelos jornais ou pelos pais dos alunos — e é difícil impedi-los. "O ponto mais importante é que a i n f o r m a ç ã o s e j a contextualizada", a rmou no evento.

Educação municipal de Guaçuí inicia simulados para avaliação de alunos O objetivo é mensurar se as habilidades e as competências estão sendo atingidas pelos estudantes de cada ano ©COMUNICAÇÃO GUAÇUÍ

estão sendo atingidas pelos e s t u d a n t e s d e c a d a a n o, e trabalhar as fragilidades identi cadas. As avaliações foram disponibilizadas totalmente online, utilizando os recursos digitais e equipamentos disponíveis nas escolas.

A rede municipal de ensino de Guaçuí iniciou, na segunda-feira (19), a aplicação de simulados

com os alunos dos 6° aos 9° anos. O objetivo é mensurar se as habilidades e as competências


POLÍTICA 5

22 A 29 DE JULHO/2021

Jorge

Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco

jorgepachecoindio@hotmail.com

“A diferença fundamental entre Direita e Esquerda é que a Direita acredita cegamente em tudo que lhe ensinaram, e a Esquerda acredita cegamente em tudo que ensina ”, Millôr Fernandes — desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista brasileiro ©REUTERS/UESLEI MARCELINO

saíram às ruas para protestar contra o regime comunista. Poucas vezes ocorreram reações desse porte desde que a ditadura foi implantada, em 1959. A

©ROQUE DE SÁ

Mãe de Ciro Nogueira pode assumir vaga no Senado

A revolta chega a Cuba Ilha é sacudida pelas maiores manifestações desde 1994; as novas gerações acham que o mundo comunista não faz mais sentido Após anos de silêncio, os cubanos

ilha foi sacudida a partir de 11 de julho por levantes na capital Havana e em out ras 40 cidades. Em p ar te, as manifestações se parecem com outras da América Latina, lideradas por jovens. A diferença está na ferocidade do governo, que reprimiu os manifestantes com bastante violência: mais de 170 pessoas foram detidas até o dia 14, inclusive jornalistas, e muita gente levou surras aplicadas por guardas armados com ©YAMIL LAGE

Com a ida do senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) para o comando da Casa Civil sua vaga no Senado cará em família. Eliane Nogueira, mãe do parlamentar, é sua primeira-suplente e deve ocupar o posto com o afastamento do titular para integrar a equipe ministerial. Aos 72 anos, Eliane não tem trajetória política e estreará como parlamentar quando o movimento político de reforma ministerial for sacramentado pelo presidente Jair Bolsonaro. É prática comum entre os senadores indicarem parentes para ocupar suas suplências. Assim, se forem nomeados para cargos como de ministro de Estado ou de secretário, ou se decidirem disputar uma eleição para o Executivo, por exemplo, preservam a vaga no Senado com algum parente de extrema con ança. Outros três senadores também têm p arentes como suplentes. C hico Rodrigues (DEM-RR), conhecido por ter sido agrado, durante operação da Polícia Federal contra desvios na Saúde, com R$ 33 mil escondidos na cueca, tem o lho Pedro Rodrigues como suplente. Já o senador Davi Alcolumbre (DEMAP), ex-presidente da Casa, tem o irmão Josiel como suplente. E Eduardo Braga (MDB-AM) tem a mulher, Sandra Braga, como sua substituta imediata. Exemplos como esse se acumulam nas últimas décadas no Legislativo. Um caso famoso é o do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, que tinha o lho ACM Júnior como suplente e deixou-lhe a vaga quando renunciou ao mandato em 2001. Um projeto do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) veda a presença de parentes como suplentes de senadores, mas a proposta do parlamentar da Rede ainda tramita na a Casa. Se a mãe de Ciro Nogueira não quiser assumir a vaga, o segundo-suplente é o ex-prefeito de Picos Gil Paraibano, esse, sim, um político veterano.

atenção para a posição ambígua do governo americano, que ainda não retirou as sanções adicionais impostas pelo ex-presidente Donald Trump, em 2018. O republicano reverteu uma abertura histórica proposta pelo expresidente Barack Obama. Trump tomou as medidas para atrair o apoio do voto conservador cubano-americano no Estado da Flórida. Elas não enfraqueceram a ditadura, mas penalizaram a população ao cortar as viagens de americanos e restringir as remessas de dinheiro feitas por parentes. “Não há nada que indique que Biden retirará as sanções de Trump. Ele não prometeu isso na campanha. Embora Tr u m p s e j a u m p e r s o n a g e m radicalmente antiCuba, Biden vem de uma tradição ideológica que também aumentou as sanções à ilha em outros governos, como o de Bill Clinton”, diz Joana Salém Vasconcelos, doutora em história econômica pela USP. A exceção foi justamente Obama, que reabriu a embaixada dos EUA em Havana e permitiu o turismo de americanos. Além das sanções de Trump, Cuba ainda sofre com o embargo americano de 1962, um resquício da Guerra Fria que na opinião de especialistas é contraproducente. Analistas consideram que o regime cubano, que tem um grande aparato de

AJUFE

cassetetes. As imagens da violência rodaram o mundo e foram exibidas no site Cubanet, da oposição em Miami (EUA). Os protestos foram maiores que em 1994, quando Cuba foi assolada por uma grande fome após o colapso da União Soviética. Naquela ocasião, refugiados fugiram em massa utilizando barcos. Já a revolta atual foi potencializada pela situação calamitosa da economia cubana, que caiu 11% em 2020 e deve retrair mais 3% em 2021. A pandemia da covid-19 paralisou o turismo, um dos p oucos setores dinâmicos da economia, que funciona como um ímã para atrair dólares e euros. Com as viagens interrompidas já no 1º trimestre de 2020, secou a principal fonte de renda para milhões de cubanos, que vivem desse segmento e dos poucos negócios privados permitidos pelo governo na ilha: restaurantes, bares e serviços de táxi. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, que sucedeu Raul Castro este ano, acusou os Estados Unidos de incitarem as manifestações. As alegações não têm fundamento, e são usadas há décadas como cortina de f u m a ç a p a r a j u s t i c a r o at r a s o e conômico caus ado p elo reg ime anacrônico que impede a competição e o desenvolvimento. Mas chamaram a

repressão e possui um serviço de espionagem enraizado entre a população, tem condições de superar esta onda de protestos. Para con rmar essa tese, a ditadura cortou a internet e impediu o acesso a aplicativos de mensagens como o WhatsApp. Por outro lado, para muitos jovens cubanos o apelo ao consumo e às mudanças é bastante forte. É uma geração que nasceu após o colapso soviético em 1991 e, por isso, não viveu a prosperidade arti cial de quando Moscou bancava o regime. Conhece os aspectos positivos do capitalismo por meio das redes sociais. A nova geração associa a ideia da liberdade com a de consumo. Para os jovens, em grande medida, o mundo comunista revolucionário não faz sentido. Além disso, os laços afetivos da época da Revolução Cubana estão desaparecendo entre os exilados na Flórida e os seus parentes que caram na ilha. O passar das décadas só evidenciou o óbvio: a necessidade de uma abertura política e econômica.

solicitação não atendeu a requisitos técnicos para ser analisada A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia rejeitou nesta quarta-feira (21) um mandado de segurança movido por petistas que buscava obrigar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a analisar um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Na decisão, Cármen Lúcia disse que o pedido não atendeu a requisitos técnicos para ser analisado. Ainda assim, a ministra considerou que não havia qualquer omissão do presidente da Câmara que precisava ser apreciada pelo Poder Judiciário. Em outras ocasiões, o STF também entendeu não ser necessário obrigar Lira a apreciar os mais de 100 pedidos de impeachment de Bolsonaro. Essa é uma prerrogativa exclusiva do presidente da Câmara. Lira foi eleito para o comando da Câmara no início do ano contando com apoio explícito de Bolsonaro.

Tribunal de Justiça do ES absolve tenente-coronel acusado de participar da greve da PM Carlos Alberto Foresti já havia sido inocentado, em primeira instância, em março do ano passado, mas Ministério Público Estadual recorreu da decisão O tenente-coronel da Polícia Militar do Espírito Santo, Carlos Alberto Foresti, acusado de incitar a greve da corporação, em 2017, foi absolvido, em segunda instância, pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJES). A decisão foi proferida nesta quarta-feira (21). O julgamento em primeira instância ocorreu em março do ano passado, e

Foresti foi absolvido. No entanto, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) recorreu da decisão. Ao analisar o recurso, o relator do caso no Tribunal de Justiça, desembargador Adalto Tristão, manteve a decisão e foi acompanhado pelos colegas. "Eu não tenho dúvida em manter a absolvição do acusado, e assim nego provimento ao recurso, mantendo a absolvição da Auditoria Militar", destacou o relator, em seu voto. Em suas redes sociais, o tenente-coronel comemorou o resultado do julgamento. "Meu muito obrigado. O que foi provado foi o seguinte: que eu saí em defesa da nossa tropa, da nossa família policial militar", a rmou Foresti, em vídeo postado. O tenente-coronel é acusado de cometer crimes previstos no Código Penal Militar durante a greve da Polícia Militar, em fevereiro de 2017. Em 21 dias de paralisação, foram cometidos mais de 200 assassinatos em todo o estado. Entre os crimes atribuídos a Foresti estão: incitar desobediência, indisciplina e prática de crime militar, além de desrespeitar superior diante de outro militar. O advogado Luiz Antônio Tardin, responsável pela defesa de Foresti, a rma que o tenente-coronel estava sob efeito de um surto. "Ele estava respondendo ainda como chefe do Ciodes, quando abriram um áudio no Ciodes, em que dois policiais estavam sendo alvejados em Flexal, clamando pela vida deles. E o coronel, a partir do momento em que ouviu esse áudio, entrou em surto", relatou Tardin. "Ele desceu para poder pegar a arma dele, colocar a vestimenta e ir para as ruas. Seguraram ele, chamaram a ambulância e o levaram para o HPM, para fazer tratamento psiquiátrico mesmo", completou. ©DIVULGAÇÃO

Ministra nega pedido que obrigava Lira a avaliar impeachment Cármen Lúcia justificou que a

'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES


6 TECNOLOGIA

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Tesla Semi, caminhão elétrico está prestes a entrar em produção

China desenvolve aeronave que viaja o mundo em uma hora ©REPRODUÇÃO

©DIVULGAÇÃO/TESLA

Após anos de atrasos, a Tesla está nalmente prestes a iniciar a produção do Semi, seu caminhão totalmente elétrico. A informação foi con rmada por fontes da montadora ao site Electrek, que revelaram que a linha de produção do motor está pronta e a preparação para a montagem geral do veículo está passando pela fase nal antes de iniciar os trabalhos. Embora já existam alguns caminhões elétricos na estrada — como os modelos FH, FM e FMX da Volvo — nenhum deles t e m a s e s p e c i c a ç õ e s qu e permitem o transporte de carga de forma tão segura (classe 8, um dos mais altos para a categoria, segundo ACT Research) como o Tesla Semi. Lançada em 2017 como conceito, a montadora de Elon Musk a rmou na época que as versões de produção do caminhão elétrico, com capacidade de 80 mil libras, seruam comercializadas em opções com autonomia de 480 km e 800 km por US$ 150 mil (R$ 787 mil) e US$ 180 mil (R$ 945 mil), respectivamente. O veículo também teria o menor custo de operação de qualquer caminhão, tor nand o - o e x t re mame nte

atrativo em uma indústria onde cada centavo conta. Quando foi revelado, a Tesla disse que o Semi chegaria ao mercado em 2019 e começou a aceitar reser vas de muitas empresas que buscavam eletri car frotas, incluindo gigantes como PepsiCo, Walmart e empresas de frotas dos Estados Unidos (EUA). O lançamento foi adiado para 2020, que se tornou 2021. Porém, agora as coisas estão realmente começando a andar, de fato. Em março deste ano, o Electrek divulgou com exclusividade que a Tesla estava construindo uma linha de produção para o Semi em uma nova área próxima ao Gigafactory de Nevada. O plano da marca de elétricos é produzir cinco caminhões por semana até

o m de 2021. Aos funcionários em e-mail recente, também obtido pelo site de notícias s obre veículos elétricos, Musk a rmou que “era a hora de trazer o Tesla Semi para a linha de montagem de volume” e indicou que o caminhão entraria em produção “este ano” com algumas entregas aos clientes, mas sem divulgar nenhum cronograma ou detalhes sobre a produção planejada. Ainda de acordo com as fontes ao Electrek, a Tesla planeja usar os primeiros caminhões para as próprias operações na Califórnia e em Ontário, no Canadá, mas alguns detentores de reservas de longa data também já devem receber exemplares este ano — s e g u n d o r u m ore s , s e r i a a PepsiCo, que já garantiu 15 unidades do Semi. Eletri car a indústria de caminhões teria um impacto enorme sobre as emissões, mas em uma indústria altamente competitiva onde cada centavo por quilômetro é crucial, as decisões geralmente são tomadas a passos lentos. De qualquer forma, todo o setor está de olho no próximo passo da Tesla.

Um voo de Recife, capital de Pernambuco, até São Paulo dura cerca de três horas. Mas, imagine que em um terço desse tempo você seja capaz de viajar o mundo? É o que a China tenta fazer. Na busca de aeronaves cada vez mais rápidas, o gigante asiático desenvolve há dois anos um modelo capaz de atingir seis vezes a velocidade do som. O cronograma do projeto, realizado pelo Instituto de Tecnologia de Pequim e pelo Instituto de Engenharia de Sistemas de Naves Espaciais, prevê que o transporte pode começar a operar em 14 anos, no ano de 2035. A aeronave poderá transportar até dez pessoas para qualquer lugar do planeta, no intervalo de uma hora. Em mais dez anos, 2045, a ideia é transportar 100 pessoas. A superaeronave chinesa se chama Starry Sky-2. Os detalhes do projeto de 2018 mostram um modelo com 45 metros, um terço

maior do que um Boeing 737700, avião com mais de 10 mil unidades pelo mundo que realiza voos com cerca de 150 pessoas dentro. Além do comprimento, o veículo da China tem asas em delta, similares aos do antigo avião comercial supersônico de passageiros Concorde. A diferença, porém, são as asas para cima. O Starr y Sky-2 também tem dois motores na parte superior da fuselagem. Os pesquisadores chineses testam modelos aerodinâmicos no espaço. A ideia é avaliar o desempenho da aeronave em

altas altitudes. Os testes são altamente necessários, principalmente por causa dos desa os impostos pela velocidade superior a cinco vezes a velocidade do som, ou hipersônica. Outro detalhe observado, naquele momento do projeto, é que a potente aeronave tem áreas sujeitas picos de calor e pressão. Isso torna uma proteção extra necessária, porque o Starry Sky2 pode chegar a uma velocidade de 7.300 km/h. Um avião a jato comercial, por exemplo, pode alcançar 900 km/h.

"Palácio nos Trilhos": conheça o trem luxuoso de R$ 1,8 bi feito com vidro Conceito com vidro tecnológico, que pode car opaco e projetar cenários personalizados, veículo é uma criação do designer francês Thierry Gaugain ©REPRODUÇÃO/CNN

China constrói trem de levitação magnética mais rápido do mundo ©REUTERS/STRINGER

A China apresentou seu novo trem de levitação magnética, que pode atingir a velocidade inédita de 600 quilômetros por hora. Sua característica principal é o coxim magnético, que reduz o ruído e evita que toque a superfície do trilho ao viajar. O trem pode levar entre dois e 10 vagões, cada um com capacidade para mais de 100 passageiros, segundo Ding Sansan, engenheiro chefe do projeto. Em 20 de julho, o primeiro sistema de transporte Maglev de alta velocidade do mundo, de 600 km/h, foi lançado com sucesso em Qingdao, China. Com a velocidade máxima

projetada de 600 km/h, este sistema desenvolvido internamente torna o trem Maglev o veículo terrestre mais rápido do mundo. Ele também ressaltou que o trem é a melhor solução para as viagens de longa distância, de

1.500 quilômetros, e adicionou que pre enche a l ac una de velocidade entre a aviação e os trens de alta velocidade. O projeto do trem foi lançado em 2016 e, em junho de 2020, foi realizando um teste com êxito.

A experiência da viagem pode ser mais interessante do que o destino em si. Esse é um dos pensamentos por trás da criação do designer francês ierry Gaugain, que desenvolveu um projeto até então chamado de “Palácio nos Trilhos”. Conhecido por criar o conceito de iates luxuosos, dessa vez o artista investiu em terra rme para a sua nova concepção. Com 14 vagões, o veículo tem 400 metros de comprimento e tem como intuito oferecer aos viajantes experiências únicas durante o trajeto. Ou melhor, trajetos. Isso porque o trem, que alcança até 160 km/h e tem ocupação para até 18 hóspedes, teria também a capacidade de se dividir ao meio, oferecendo duas opções de destino. A ideia, segundo ierr y

Gaugain à “CNN Travel”, é que o projeto possa funcionar na Europa e nas Américas. A ideia é que o veículo seja comprado por um único proprietário, ou seja, não é um trem público. “O proprietário que imaginamos é alguém que esteja ciente da singularidade do trem e entenda que não falamos apenas de transporte”, disse ierry. “Viajar não é uma questão de velocidade. É uma questão de aproveitar o tempo, porque o tempo é o único tesouro que

temos”. Um dos grandes destaques do veículo é a sua construção feita por meio de um vidro tecnológico, que pode se tornar transparente ou opaco. S e escolhida a segunda opção, os viajantes poderão reproduzir o cenário o cenário desejado nas paredes do trem, em vez da paisagem natural da viagem. “O t rem é um p a lco”, explica Gaugain à “CNN”. “Você pode mudar a luz, a estação ou o ritmo para mudar sua relação com o tempo”. O projeto do “Palácio nos Trilhos” ainda não foi comprado. Por ser ambicioso, o trem, segundo o designer, levaria uma média de três anos para ser construído e custaria aproximadamente US$ 350 milhões, aproximadamente R$ 1,8 bilhão.


CIÊNCIA 7

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Mais de 90% do DNA humano não é 'nosso', revela estudo Pesquisadores apontam que apenas 7% de todo o DNA humano na Terra pertence exclusivamente aos humanos e que uma proporção ainda inferior é compartilhada entre todos os humanos modernos ©AP PHOTO/MARTIN MEISSNER

Restos de capela dominicana do século XVII são encontrados no Peru Entre os objetos recuperados, destacam-se azulejos sevilhanos que decoravam as paredes e os pisos da propriedade, encontrados praticamente intactos ©GOVERNO DE LIMA

O DNA único aos humanos apenas totaliza 7% de nosso genoma, um número baixo, que indica que temos mais em comum com nossos parentes pré-históricos do que se a c re d it av a ant e r i or m e nt e , a rmam cientistas. "Essa é uma porcentagem bem pequena", disse Nathan Schaefer, biólogo de computação da Universidade da Califórnia, EUA, e coautor do estudo publicado na revista Science Advances, à agência norte-americana Associated Press (AP). "Este tipo de descoberta é a razão pela qual os cientistas estão se afastando do pensamento de que nós, humanos, somos tão vast amente diferentes dos

neandertais", comentou. O objetivo do estudo era determinar quais partes do DNA humano são especí cas das pessoas modernas. Os pesquisadores examinaram 279 amostras de DNA de pessoas atuais, juntamente com o DNA dos restos mortais de neandertais e denisovanos, datados entre 40.000 e 50.000 anos atrás. Uma parte ainda menor dos genes humanos pertence exclusivamente às pessoas que vivem hoje no mundo — 1,5%. Somente este extrato de nosso DNA contém infor maçõ es valiosas sobre características distintivas da humanidade moderna, que é "na verdade uma

espécie muito jovem". "Podemos dizer que essas regiões do genoma são altamente enriquecidas por genes que têm a ver com o desenvolvimento neural e a função cerebral", disse Richard Green, biólogo computacional da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, e coautor da pesquisa, à AP. Joshua Akey, que publicou em 2014 um estudo que mostrava a presença de DNA neandertal nos humanos modernos, concordou que a mais recente pesquisa sublinha "que na verdade somos uma espécie muito nova". "Não h á m u i t o t e m p o , compartilhávamos o planeta com outras linhagens humanas".

Durante os trabalhos de reconstrução de uma antiga praça da cidade de Lima, capital do Peru, foram desenterrados os restos de uma capela do início do século XVII, construída pelos dominicanos, segundo as autoridades locais. De acordo com o município de Lima, os restos da antiga capela da portaria de San Juan Macías, pertencente a um convento, foram encontrados a um metro d e prof u nd i d a d e, du r ante trabalhos de restauração na praça da França, localizada no

centro da cidade, no marco do Programa de Recuperação do Centro Histórico de Lima. Entre os vestígios arqueológicos encontrados durante as escavações foram destacados, além da argamassa original, azulejos sevilhanos decorando as paredes e pisos da propriedade. Além disso, os pesquisadores encontraram restos de porcelanas, fragmentos de diferentes tipos de cerâmica produzida nos séculos XVII e XVIII, bem como candelabros, tinteiros e garrafas, entre outros

objetos. A capela foi construída em 1606 pela Ordem dos Dominicanos ou dos Pregadores, a primeira a chegar no Peru em 1531, junto ao conquistador Francisco Pizarro, e fazia parte de um centro dedicado ao retiro espiritual. Ao longo dos 400 anos que esteve em pé, a capela foi utilizada com diversos propósitos até que nalmente foi demolida em meados do século XX.

Inscrição rupestre de 2.500 anos de último rei Descoberta na Sibéria da Babilônia descoberta presa de mamute de na Arábia Saudita 15 mil anos ©COLEÇÃO DO MUSEU BRITÂNICO

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

"Arqueólogos da Comissão do Patrimônio Saudita encontraram inscrições rupestres fascinantes na região de Hail [no norte da Arábia Saudita] que retratam o rei babilônico Nabonido", informaram autoridades na semana passada, relata portal Al Arabiya News. As inscrições datam de meados do século VI a.C. e retratam o rei Nabonido da Babilônia segurando um cetro e cercado

por símbolos religiosos, aponta comissão. Detalha-se ainda que a descoberta fornece "mais BOB BEHNKEN

evidências do papel histórico do Reino [Saudita] como berço de c i v i l i z a ç õ e s n a Pe n í n s u l a Arábica". As inscrições são compostas por aproximadamente 26 linhas de texto, o que as torna a mais extensa gravura encontrada na Arábia Saudita. O objeto foi descoberto na área de al-Hait, onde há vários locais antigos e monumentos incluindo castelos, fortalezas e instalações de água.

©CC BY 2.0/TYLER INGRAM

Arqueólogos russos desenterraram uma presa de mamute com mais de um metro de comprimento e de aproximadamente 15 mil anos de idade. O objeto foi encontrado durante escavações arqueológicas em um assentamento do período paleolítico localizado perto da c i d a d e d e Kr as noy arsk na Sibéria. "No assentamento da época paleolítica Afontova Gora foi descoberta uma presa de mamute de comprimento superior a um metro", disse à Sputnik Timofei K l y u c h n i k o v, u m d o s responsáveis pelas escavações, notando que descobertas deste tipo são bastante raras. Especialista informou que a

pre s a foi e n c ont r a d a u m a semana atrás, e atualmente está em processo de conservação, uma vez que, devido à idade, o estado do artefato é muito frágil. As escavações arqueológicas no referido local começaram em 1884. Ao longo de um período de mais de 100 anos, pesquisadores

descobriram uma grande quantidade de artefatos, em particular ferramentas de pedra e oss o e oss os de animais e humanos. Foram descobertas evidências que indicam que os humanos domesticaram o cão há cerca de 15.000-17.000 anos.


8 BEM-ESTAR

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Desenvolver atividades é importante para um envelhecimento saudável ©SHUTTERSTOCK

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665

Pavê salgado de bacalhau ©GUIA DA COZINHA

Um novo artigo publicado no Journal of Gerontology Series B — Psychological Sciences and Social Sciences apontou que socializar e estar engajado em atividades cotidianas é fundamental para um envelhecimento saudável. O e s t u d o, d e s e nv o l v i d o p o r pesquisadores internacionais e liderado pela Flinders University, também observou que as atividades mais signi cativas e desa adoras provocam maior conexão emocional. “Permanecer engajado em at iv i d a d e s s i g n i c at iv a s à medida que envelhecemos é uma parte importante do envelhecimento saudável”, disse o prof e s s or As s o c i a d o d a Universidade Flinders Tim Windsor. Para chegar à conclusão, a equipe entrevistou e estudou as atividades de 73 idosos com idade média de 89 anos e avaliaram as emoções positivas deles quando relatavam as atividades mais signi cativas — as que mais gostavam de fazer. De acordo com o Medical Xpress, os participantes foram

questionados sobre atividades sociais, físicas(saúde), sobre foco cognitivo (palavras cruzadas, leitura e gestão nanceira), gestão doméstica, autocuidado ( c or p o, d e s c an s o / c o c h i l o, alimentação e visitas ao médico), atividades produtivas (ajudar os outros e ser voluntário) e de lazer (assistir TV e ouvir música). Segundo a professora emérita da Flinders University, Mary Luszcz, que liderou o Australian Longitudinal Study of Aging, “ao todo, não importa o que as pessoas escolheram, os entrevistados expressaram uma forte conexão emocional com at iv i d a d e s qu e ai n d a l h e s apresentam desa os alcançáveis”. Em Adelaide, na Austrália, um clube de tênis de mesa recebe idosos que praticam regularmente o esporte e, ao mesmo tempo em que se exercitam, se relacionam e se divertem. Segundo Rod Nankivell, que supervisiona o Grupo de Tênis de Mesa da Igreja Batista de Blackwood Hills, “a diversão e o companheirismo é evidente a cada manhã que jogamos”. “Não temos competições, mas

temos alguns membros que jogam competitivamente e alguns membros que estão sendo treinados”, conta o supervisor, acrescentando que um dos membros era um ex-jogador pro ssional e recentemente foi diagnosticado com doença de Parkinson. Outro jogador, que completou de 80 anos recentemente, já passou por duas trocas de qu a d r i l e a i n d a j o g a c om entusiasmo e louvor. O tênis de mesa é uma atividade que envolve a coordenação da mão e olho, queima calorias, e também melhora a acuidade mental. Uma curiosidade é que jogadores e x p e r i e nte s s ã o a lt ame nte quali cados também na criação e na resolução de quebracabeças, que envolve os mesmos atributos exigidos pelo esporte. “Alguns dos passatempos mais interessantes e desa adores podem ser baratos ou gratuitos, e é importante continuarmos a ser exíveis nas atividades que escolhemos e nos adaptarmos de forma que possamos usar nossos pontos fortes sem sobrecarregar nossos recursos”, ressaltou Windsor.

Quatro razões para espantar o frio e praticar exercícios físicos Com a proximidade das Olimpíadas de Tóquio, no Japão, assistir a uma sequência de grandes esportes como basquete, ginástica artística, atletismo, v ô l e i , c i c l i s m o e ©ISTOCK canoagem, dentre outros, pode ser um ótimo estímulo para incentivar a prática de esportes diariamente. Entretanto, enquanto o Japão está no auge da estação de verão, no Brasil, o i nv e r n o j á c h e g o u provocando mudanças nos hábitos com temperaturas bem mais baixas principalmente no Sul e Sudeste do País. E essa mudança de clima pode afetar a disposição de fazer

exercícios físicos. A cama quente e a sensação de preguiça justi cam essa diminuição na vontade de se exercitar. Mas vale lembrar que

praticar exercícios físicos no inverno pode trazer muitos benefícios, como: · Queime mais calorias: ao se exercitar em um clima frio, o

corpo humano é obrigado a ajustar a temperatura corporal, para que as células aumentem o consumo energético e transforme em calor, para carmos aquecidos. Isso resultará em uma s i g n i c at i v a p e rd a calórica · Melhore a saúde do seu coração: à medida que você pratica um exercício físico, o seu coração trabalha constantemente para bombear sangue su ciente para suportar o seu ritmo físico. Ou seja, uma ótima forma de manter seu coração ativo e saudável; · Sinta o bem-estar emocional e

C

amada de creme, camada de bolacha, camada de creme… todos já experimentaram o sabor surpreendente de um pavê doce, seja ele de chocolate, morango, doce de leite ou qualquer outro. Mas, e quanto ao pavê salgado, você já experimentou? Essa delícia um tanto inusitada também é bastante popular, isso graças ao seu sabor único e modo de preparo fácil. Se você cou curioso, abaixo você encontrará uma receita saborosa, de pavê de bacalhau.

trigo 2 xícaras (chá) de leite Sal e noz-moscada a gosto Cobertura 1 copo de requeijão cremoso (200g) Azeitonas e folhas de salsa para decorar Modo de preparo Bata no liquidi cador os ingredientes do creme, coloque em uma panela, leve ao fogo médio para engrossar e cozinhe por três minutos. Deixe esfriar.

Em uma panela, refogue a cebola no azeite, acrescente o bacalhau e as azeitonas. Retire do fogo, junte a salsa e deixe esfriar. Forre uma fôrma de bolo inglês de 31cmX12cm com papelalumínio e reserve. Na fôrma, alterne camadas de pão, de creme e de refogado, terminando em pão. Leve à geladeira por três horas. Desenforme sobre o prato de servir, cubra com o requeijão e decore com azeitonas e folhas de salsa. Rendimento: 8 porções Fonte: Terra

Ingredientes 1 pacote de pão de fôrma sem casca Recheio 1 cebola fatiada 2 colheres (sopa) azeite 400g de bacalhau dessalgado e des ado ½ xícara (chá) de azeitonas pretas picadas 2 colheres (sopa) de salsa picada

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

Creme 2 colheres (sopa) de margarina 2 colheres (sopa) de farinha de mental: praticar uma atividade física auxilia na produção e liberação dos chamados hormônios do “prazer”, tais como: dopamina, serotonina, endor na e ocitocina. Essa união é capaz de proporcionar um bem-estar emocional e mental, tão importantes em um momento como o atual, de pandemia. · Durma melhor: um esporte praticado de forma regular e

constante é capaz de proporcionar uma noite de sono bem dormida e ainda melhorar a qualidade de vida. Vale destacar que, além das d i c a s a c i m a , a pr át i c a d e exercícios físicos no inverno é uma das melhores formas para fortalecer o sistema imunológico, pois a exposição ao frio pode balancear o número de leucó citos e g ranu ló citos,

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068

responsáveis pelo funcionamento adequado do nosso sistema de defesa. Se não for possível encarar o frio para se exercitar, não tem problema! Exercite-se dentro de casa, com o auxílio dos móveis – sofá, cadeira, dentre outros. “É muito importante que as pessoas se conscientizem das possibilidades e benefícios da realização de exercícios no frio. Podemos vencer o frio e a preguiça em prol da qualidade de vida e bem-estar”, a rma o clínico geral, Renan Conde. Por m, lembre-se sempre de, durante os exercícios, manter-se aquecido com roupas adequadas e especí cas para atividades ao ar livre, além do uso da máscara e, sempre, respirar pelo nariz. Isso pre v i n e c ont r a a p o s s í ve l infe cção p elo coronavír us (Covid-19) e evita o ressecamento das vias aéreas devido ao contato com ar mais frio.


SAÚDE 9

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Cafeína não aumenta o risco de desenvolver arritmia, aponta novo estudo ©GETTY IMAGES

Para a alegria daqueles que amam um cafezinho e devido a problemas cardíacos evitam a bebida, um novo estudo indica que a cafeína não aumenta o risco de des envolver ar r it mia — aceleração nos batimentos do coração de forma descompassada. O artigo, publicado na segundafeira (19) no JAMA Internal Medicine, apontou ainda que a ingestão de algumas xícaras de café pode, na verdade, reduzir — um pouco — o risco. “Não vemos evidências para esta recomendação ampla de evitar café ou cafeína”, disse o coautor do estudo, Dr. Gregory Marcus, chefe associado de cardiologia de pesquisas da Universidade da Califórnia, em São Francisco. “Pode haver alguns indivíduos onde a cafeína é o gatilho, mas acho que a evidência crescente é que esses casos são realmente muito raros”. Segundo o Medical Xpress, o café é uma das bebidas mais amadas e consumidas no mundo, mas devido suas propriedades estimulantes ao corpo, muitos médicos alertam pacientes com

problemas cardíacos para evitar a bebida, a m de que ela não impulsione e energize de forma sobrecarregada o coração. Entretanto, de acordo com os resultados da pesquisa, não há ligação entre a cafeína e os distúrbios do ritmo cardíaco, mesmo quando há fatores genéticos que podem in uenciar a maneira como os indivíduos metabolizam a cafeína. Além disso, foi constatado também que cada xícara adicional de café que uma pessoa bebe diariamente pode reduzir o risco de arritmia em cerca de 3%. “A maioria das pessoas, mesmo aquelas com arritmias, deve poder desfrutar de sua xícara de café, e talvez haja algumas pessoas para as quais a cafeína ou o café possam realmente ajudar a reduzir o risco”, disse Marcus. Para entender se havia ou não a relação de cafeína com a arritmia, o s c i e nt i s t a s a n a l i s a r a m e acompanharam a longo prazo dados de mais de 386 mil pessoas. Em cinco anos, cerca de 17 mil p e s s o a s d e nt re e s s e g r up o desenvolveram um problema de

r i t m o c a r d í a c o . To d o s o s participantes foram questionados sobre o consumo de café no início do estudo e as respostas foram usadas para relacionar a ingestão de cafeína com a probabilidade de desenvolver um ritmo cardíaco anormal no futuro. “Não conseguimos encontrar nenhuma evidência em nível populacional de que aqueles que consumiram mais café ou aqueles expostos a mais cafeína experimentaram um risco

elevado de arritmias”, explicou Marcus. O profess or ass o ci ado de medicina cardiovascular da Universidade de WisconsinMa d i s on , D r. Z a c h a r y Goldberger, acrescenta ainda que “há absolutamente algum dogma infundado de que o café pode causar arritmias.” No entanto, o médico alerta que mesmo sem conexão com a arritmia, os benefícios da cafeína contra a doença são muito pequenos.

“Acho que o resultado nal, com base nessas descobertas, é que o café pode não causar arritmias, mas também não protege necessariamente contra elas”, disse Goldberger. De acordo com o Dr. Gregory Marcus, muitas pesquisas ainda são necessárias para entender como o café pode afetar na saúde do coração, bem como seus possíveis benefícios. Porém, já é sabido que os grãos possuem efeitos anti-in amatórios e que a

in amação pode contribuir para problemas de ritmo cardíaco. A cafeína pode também dar energia a algumas pessoas e assim impulsioná-las a serem mais ativas sicamente, o que pode reduzir o risco de arritmia. O médico acrescenta que, aos próprios pacientes ele recomenda uma xícara de café, mas ressalta juntamente com o colega, Goldberger, que podem existir pessoas que não respondem bem a o c afé , s e n d o n e c e s s ár i a s avaliação médica de cada caso. “Se um paciente chega à clínica com palpitações ou sintomas de arritmia e pergunta se a cafeína ou o café desempenham algum papel, trata-se de uma discussão p e r s o n a l i z a d a ”, e x p l i c a Goldberger. “Se um paciente relata palpitações que parecem estar relacionadas com café ou bebidas com cafeína, esses dados não nos dão a licença para dizer a eles para não tentarem limitar o café. Mas acho que poderíamos dizer ao nosso paciente que o café não leva as pessoas sob maior risco de distúrbios do ritmo cardíaco”.

Risco de ter depressão diminui com melhor qualidade do sono, diz estudo ©ISTOCK

Uma pesquisa, que reuniu dados de mais de 800 mil pessoas, concluiu que a cada hora que uma pessoa matutina acorda mais cedo, seu risco de desenvolver depressão grave poderia ser reduzido em 23%. Os autores estudaram especi camente como era a relação entre ser matutino e desenvolver depressão, usando um banco de dados genéticos do Reino Unido. Com uma técnica de genética estatística chamada randomização mendeliana, estimaram s e a p ess oa era matutina ou não. Publicado na Jama Psychiatry e desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Colorado Boulder e do Broad Institute of MIT and Harvard, esse é um trabalho importante, segundo a professora Cláudia Moreno, da Faculdade de Saúde Pública da USP, porque fornece dados quantitativos para avaliar melhor os riscos associados à falta de sono. A interpretação dos resultados poderia ser extrapolada para populações com características similares às de áreas urbana que participaram do estudo. E eles acendem um a ler t a p ara a

sofrem tanto com o dormir e acordar cedo ou muito tarde. Essas características são determinadas geneticamente e sofrem in uência de alguns fatores ambientais, como a exposição à luz, o fotoperíodo (número de horas de luz natural existente em um dia) e também da vida social da pessoa. A quebra desse ciclo, com a inversão dos ritmos biológicos, não está relacionada somente à depressão, que foi o foco do estudo. Outras pesquisas mostram evidências dos riscos para a saúde em trabalhadores de turno, por exemplo, por conta das restrições de sono.

questão da manutenção do ritmo biológico e dos impactos da falta de sono para a saúde. "É importante a gente pensar que, se você ca sem comer, sem beber água, você morre. Mas você também morre se você car sem dormir. E não demora muito. Dependemos, de fato, do sono para viver", alerta a professora, que é especialista em estudos do sono.

Espécie humana é diurna As funções do organismo são sequenciais e seguem o chamado ritmo circadiano. Quando as pessoas vão dormir, o hormônio melatonina aumenta, deixando de ser produzido no momento do despertar. C omeça então a liberação de cortisol, responsável pelo estado de alerta, que vai se esvaindo até que haja novamente o início de liberação de

melatonina, preparando o corpo para o descanso. Essas funções são um preparatório para o organismo dormir à noite e car acordado durante o dia, porque a espécie humana é diurna. Mas há uma pequena variação, chamada de cronotipo: há pessoas mais matutinas — que foram o foco do estudo — vespertinas e ainda aquelas intermediárias, que não

Inversão crônica do ritmo biológico pode causar outras doenças "A principal evidência dessas alterações vem de pessoas que tentam inverter essa relação que a gente tem com o claro e o escuro", explica a professora, quando as pessoas cam acordadas durante a noite, o período escuro, e tentam dormir durante o dia. "Já sabemos, por exemplo, que esse sono diurno é menor em pelo menos duas horas em média para

as pessoas que trabalham à noite". Uma série de doenças está associada à inversão prolongada do dia e da noite, o que altera o ciclo natural de sono. Caso isso ocorra cronicamente, aumentam as chances de des envolver problemas gastrointestinais, cardiovasculares, câncer de próstata nos homens e câncer de mama nas mulheres. "O risco aumenta muito, dependendo das características e do tempo dessa inversão", diz a professora, com efeitos diferenciados em quem passa uma noite acordada ou em quem passa vários anos com a rotina desregulada. No caso de gestantes que trabalham à noite, a desregulação do ciclo natural de sono pode estar associada a abortos espontâneos e à diminuição do peso do bebê ao nascer. São riscos associados ao trabalho noturno, como explica Cláudia: "Quando conseguirmos divulgar isso para a população e as pessoas começarem a prestar um pouco mais de atenção nas necessidades delas, vamos conseguir dizer, por exemplo, que gestante não deveria trabalhar à noite".


10 Criança hoje, Criança amanhã

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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Você sabe o que é a “lei de alienaçã o parental?” —Parte II Lamentável termos deixado uma falácia se tornar um dogma, que não existe, mas destrói tanto

C

ontinuando a dar ciência do que realmente é o termo alienação parental, e a decorrente lei de alienação parental, vamos transcrever mais algumas aberrações e s c r i t a s p o r G a r d n e r, o i nv e n t o r d o t e r m o p a r a defender a Pe do lia, e genitores denunciados por abuso sexual intrafamiliar, praticados contra crianças e a d o l e s c e nt e s . C o n s i d e ro importante ter conhecimento da fonte. Poucos leram o autor dessa e nge n h o c a p ar a s e r v i r a genitores delituosos e criminosos. Gardner escreveu em seu livro “True and falses accusations of Child Sex abuse” (“Acusações verdadeiras e falsas de abuso sexual infantil”, em tradução livre), à página 549: “As crianças mais velhas podem ser ajudadas a compreender que os encontros sexuais entre um adulto e uma c r i a n ç a n ã o s ã o universalmente considerados atos condenáveis. À criança pode ser dito sobre outras sociedades em que tal comportamento foi e é considerado normal. A criança pode ser ajudada a apreciar a s ab e dor ia de Ham let, de Shakespeare, que disse: 'Nada é bom ou mau, mas o pensamento é que o torna bom ou mau'”. E continua, à página 572, do mesmo livro: “Em tais discussões, a criança tem que ser ajudada a compreender que temos em nossa sociedade uma atitude punitiva e moralista, exageradamente, sobre encontroas sexuais adultocriança”. Gardner defende que os terapeutas devem ajudar a genitora de uma cr i anç a molestada pelo pai, a superar sua raiva contra o marido por

abusar sexualmente do lho deles. Ele recomenda que o

©REPRODUÇÃO/YOUTUBE

abusador não deve ser afastado da criança e da casa, mantendo a criança ligada ao abusador, página 549. “Se a mãe reagiu ao abuso de uma maneira h i s t é r i c a , o u u s a d o, e m seguida, como desculpa para uma campanha de difamação do pai, o terapeuta deve tentar demover que sua histeria contribua para o sentimento da criança de que um crime hediondo foi cometido, e, assim diminuir a probabilidade de qualquer tipo de aproximação com o pai”. À página 585, ele escreve: “se sua sexualidade aumentou, pode diminuir a necessidade de seu marido de buscar em sua lha a grati cação sexual”. E na mesma página ele dá uma instrução aos terapeutas dessas mães que descobriram que o marido molesta seu lho ou lha: “Deve-se incentivar a mãe a superar qualquer inibição que ela pode ter em relação ao uso dos vibradores”. ©JOANA BERWANGER/SUL21

E continua: “Sua própria culpa d i m i nu i nd o a o l ongo d a masturbação, fará com que seja mais fácil para ela incentivar essa prática em sua lha, quando justi cado”.

Gardner, que não tinha nenhuma formação em

Richard Gardner, pedófilo e criador da Síndrome da Alienação Parental [SAP]

Psiquiatria e, menos ainda, em Psicanálise, tinha um p e ns am e nto d e c or re ç ã o severa. Era a exposição massiva a cenas de abuso que ele propõe como “tratamento psicológico”

pessoa, repetidas vezes, num cubículo com 200 baratas. É evidente a total ignorância dele sobre a dinâmica do trauma, e, especialmente, a ignorância sobre tratamento

(???). Isso mesmo. Levar à exaustão para naturalizar. Ele escreve à página 541 que os terapeutas de crianças v ít i m a s d e a bu s o s e x u a l incestuoso devem fazer o tratamento delas sentando-se ao lado para assistirem juntos, criança e terapeuta, a tas cassete de vídeo (era a mídia de sua ép o ca) de abus os de crianças. Assim vai se dar a dessensibilização do trauma. A criança, ao assistir a tantos vídeos, deve ser levada a concluir que abuso sexual é algo comum, e, naturalizando, o trauma desaparecerá. Isto equivale a propor tratar uma fobia de baratas, trancando a

psicológico. Esta ideia de exaustão por repetição perpassa vários pontos de suas teses escritas em seus livros. Quando propõe que a criança que revela um abuso sexual intrafamiliar seja levada à exaustão com vários dep oimentos, p orque ele a rma que nenhuma criança sustenta por muitos depoimentos o relato do abuso. Isso é verdade. E, isso é seguido, rigorosamente, pelo judiciário e operadores forenses. Ou seja, a criança deve ser obrigada a repetir sua história muitas vezes, o que se constitui uma revitimização da criança, e, cansada, exausta de repetir e

não ser acreditada, passa a esmaecer o relato, o que vem a ser interpretado como sendo o “pegar na mentira”. Posto que a criança é vista como mentirosa quando relata um abuso sexual intrafamiliar. O intrigante é que quando o abuso é extrafamiliar, a criança não está mentindo, ela só é mentirosa se está falando do pai, do avô, do tio, do padrasto socioafetivo, principalmente, se é o pai o protagonista do abuso. Também na instrução sobre a “terapia da ameaça”, exercida em audiências e, até por procuração, pelo próprio advogado da mãe denunciante, a repetição da ameaça de perda da guarda do lho ou lha, leva à exaustão. O medo toma lugar da coragem de, sendo mulher, denunciar um homem. Medo. Muito medo. Precisamos pensar que se u m a m ã e re c u a e a s s i n a acórdãos infames, em nome de

não perder completamente a convivência com a criança, bradada muitas vezes pelo magistrado maior em tom de Poder absoluto, podemos tentar empatizar com o medo que a criança sente diante de pessoas estranhas que duvidam da sua Voz. Lamentável termos deixado uma falácia se tornar um dogma, que não existe, mas destrói tanto. Mas, voltamos às perguntas que não querem calar: por que a insistência em dar espaço para uma tese, que se constituiu numa lei no Brasil, tese inventada por um médico que escreveu essas, e muitas outras, aberrações? Por que a Revogação dessa lei, que está sendo encaminhada, tem provocado tanta violência por parte de quem quer que a lei continue? Por que a violência tem sido uma arma tão perversa contra quem busca a razoabilidade perdida?


COMPORTAMENTO 11

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Papai Noel, fadas: faz mal inventar e desmentir para criança que existem? ©ISTOCK

deve ser analisada dentro de um contexto, e não isoladamente. Toda criança, lá pelos seus quatro anos, depois de ter aprendido a falar o básico e se comunicar, inaugura a fase da fantasia. Esse é um período em que a imaginação está à solta e meninos e meninas passam a inventar historinhas para interagir e brincar com os coleguinhas, primos, irmãos e aprender sobre o mundo, mesmo que inicialmente de forma lúdica, possibilitando externalizar também suas emoções. Então, é n or m a l qu e a c re d ite m e m praticamente tudo. Quanto aos pais e outros adultos, eles não devem tolher ou recriminar os lhos por isso. Pelo contrário, é muito importante que eles pass em p or ess as experiências desenvolvedoras. "Dessa forma, não é obrigatório que ao inventar mitos, os pais estejam criando um problema — para os lhos e para si. É preciso compreender como se fosse um romance, uma novela, um lme", informa Wimer Bottura Junior, psiquiatra com especialização em psiquiatria infantil pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Se não quiserem participar, ou não se sentirem seguros para "entrar em cena", os cuidadores da criança podem então mudar o foco e iniciar outro passatempo e, caso ela insista, por exemplo, em ir ao "parque dos dinossauros", tratar o pedido com

A tecnologia tem se superado tanto, principalmente direcionada a lmes e TV, que se até os adultos se surpreendem com a qualidade dos resultados obtidos, o que esperar das crianças? Dinossauros que se movimentam, caçam e rugem como os que existiam há 65 m i l h õ e s d e an o s e g u r a s populares como Papai Noel, Homem-Aranha e coelhinho da Páscoa igualmente muito evoluídos para os padrões de 30, 40 anos atrás. Atualmente, o bom velhinho usa até internet. Mas e quando além dos impactos visuais e de todo o resto que os acompanha (brinquedos, datas comemorativas, narrativas, atrações temáticas) os pais reforçam para seus lhos que tudo isso é de verdade —mesmo não sendo — e passado algum tempo desmentem? Qual o efeito no psicológico e emocional dos p e quenos? Mel hor nem s e envolver no assunto? E o que fazer se a criança passar a questionar os pais e levar suas fantasias a sério? De acordo com os especialistas, primeiro é preciso compreender que a vida é feita de fases, que em geral se cumprem naturalmente. Segundo que numa relação entre pais e lhos, que é contínua, dúvidas, questionamentos e di culdades estarão presentes o tempo todo, de ambos os lados e, principalmente, quando se experimenta algo pela primeira vez. Por último, toda situação

espontaneidade e descontração, oferecendo até a possibilidade de se conhecer um parque parecido. Já o encontro com o Papai Noel pode ocorrer no shopping ou em casa e com o Homem-Aranha na festa de aniversário. Só não é indicado ignorar, negar ou fazer piada do que ela conta com empolgação e considera real. A crença em seres fantasiosos pode se manter até entre seis e oito anos de idade. A percepção de que eles só existem no cinema, nos gibis ou dão as caras apenas em eventos infantis está ligada ao também natural processo de maturação cognitiva e distinção entre subjetividade e realidade. Em conformidade, a segurança emocional da criança se aprimora e, pelo contato com os de sua geração, suas inclinações mudam para outros assuntos ou amenizam. O desprendimento é progressivo e não deve ser apressado com comentários, críticas ou restrições ao consumo de brinquedos, lmes, tudo o que remeta à fantasia. Bottura lembra que, muitas vezes, os adultos censuram, mas não percebem que também tendem a acreditar em seres cienti camente irreais. Assim, a intervenção precoce pode causar até mais prejuízos e a criança, se notar essa incoerência dos pais, até deixar de acreditar no que eles dizem. Isso não signi ca, no entanto, que os adultos não possam incentivar a desconstrução da

fantasia que ajudaram a criar ou reforçar. "Indo devagar, de forma sutil, natural e lúdica, podem começar a mostrar o que não existe. Só não pode ser abrupto, tipo uma quebra de enredo, para não causar alguma dor emocional, ou desilusão nos lhos, principalmente com os pais", revela Gabriela Luxo, psicóloga, mestre e doutora em distúrbios do desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP). Agora, se uma criança em idade para distinguir cção de realidade mantém a ideia xa de que seres fantasiosos existem, não aceita ser contrariada e quando isso ocorre se isola, faz birra e não busca outro tipo de

assunto, é preciso que os pais se atentem e, suspeitando de algo errado, que conversem com a escola para saber sobre seu c o m p o r t a m e n t o e relacionamento com outras crianças e que encaminhem o caso para o pediatra e psicólogo/psiquiatra. Pode se tratar de transtorno, mas também alguma di culdade para se relacionar, expor e lidar com as próprias emoções e dúvidas; falta de atenção e sentimento de incompreensão, embora os pais façam tudo, mas não percebam outras necessidades que não estão sendo supridas. "Para as crianças é mais difícil, por exemplo, carem afastadas de quem se tem afeto e

de compreender isso, o que exige dos adultos um esforço maior em sua direção", ressalta Larissa Menezes, psicóloga da Clínica Personal, da Central Nacional Unimed em Salvador (BA). Mas também é preciso cuidado para não se problematizar todo e qualquer episódio pequeno. É natural que crianças reproduzam algo que tenham visto, queiram defender seus pontos de vista e testem os pais de vez em quando. Por isso, antes de se dizer "sim" ou "não" para os pequenos, processe as informações dadas por eles. Isso signi ca conversar sobre o que gostam e têm aprendido no dia a dia e fazer perguntas que os levem a re etir sobre o que dizem.

Transtorno Depressivo Infantil, entenda o que leva uma criança a ter depressão Psiquiatra explica os sinais e os principais sintomas dessa doença quanto menor é a idade, maior é a di culdade que a criança tem de descrever os seus sentimentos, ou seja, de reconhecê-los e colocá-

explica.

los em palavras. "Com essa di culdade de se expressar, em geral, é comum que a criança s om at i z e o pro bl e m a , p or exemplo, se queixando de dores n o c o r p o, c o m o d o r e s n o abdômen ou de cabeça, camu ando os reais sintomas",

única, e sim uma variedade de fatores, incluindo, no geral, fatores genéticos e ambientais. O histórico de ambiente familiar desestruturado, abusos, privações ou perdas familiares vivenciadas muito cedo são grandes colaboradores para a

Sinais e sintomas A depressão não possui causa

depressão infantil. Segundo Dossi, dores no corpo, xixi na cama com frequência, irritabilidade, perda do prazer

©SHUTTERSTOCK

A depressão infantil é uma realidade muito presente na vida dos jovens, porém é pouco d i s c ut i d a n o s d i a s atu ai s . Quando alguém está com crises de choro, dores no cor p o, constantes apertos no peito e se isolando das pessoas ao seu redor, é bom car de olho, porque embora não seja tão comum quanto a depressão em adultos, as crianças também sofrem com o distúrbio, e, ao menor sinal, precisam ser diagnosticadas e tratadas adequadamente. Não há um consenso entre os especialistas sobre a idade em que a depressão se inicia nas crianças, mas estudos mostram que o índice de depressão infantil no Brasil varia entre 0,2% a 7,5% para jovens com menos de 14 anos. Porém, é no início da adolescência, entre os 12 e 15 anos, que a fase é mais crítica, podendo, inclusive, surgir com o risco potencial de suicídio. De acordo com Priscila Dossi, médica psiquiatra com especialização em infância e adolescência pela Unicamp,

em brincar, isolamento social, variações de peso, di culdades de concentração, cansaço e medo excessivos, são alguns dos achados mais comuns. Diagnóstico Tr a t a n d o - s e d e j o v e n s , o

diagnóstico é mais dif ícil, dependendo também da idade e da maturidade da criança como facilitadores. Todavia, alguns comportamentos podem indicar sinais de depressão não sendo de nitivos, mas servindo de auxílio, como, por exemplo, a birra, natural em certa idade, ou à irritabilidade que também pode aparecer. A psiquiatra explica que o diagnóstico é clínico, muitas vezes sendo feito por meio de uma avaliação interdisciplinar com diferentes pro ssionais, dentre eles o psiquiatra infantil e o psicólogo, podendo também

haver medidas que possam envolver a família. Tratamento O tratamento, em geral, envolve terapia, que pode abranger, além da criança, a família e o ambiente escolar. A médica ainda explica que, caso necessário, o uso de medicamentos também pode fazer parte do tratamento, mas sempre com prescrição e acompanhamento de um psiquiatra infantil. Lembre-se: se você notar esses sinais em alguma criança, não os ignore! Procure por ajuda antes que o quadro evolua.


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

CPI da Covid-19. Mais uma falácia? Inacreditavelmente, o mesmo parlamento que investiga supostos atrasos e pagamentos superfaturados do governo federal, ajudou a aprovar os R$ 5,7 bilhões para o fundo eleitoral

Q

u e vê m o c or re nd o mortes durante esse período de pandemia, isso é fato inegável. Perder um ente querido não é nada fácil e não quero que me vejam como uma pessoa fria e insensível ao lerem este texto. A nal, sei muito bem o que é perder alguém da família, não p or cov id, mas p or out ra enfermidade que ceifa vidas em todo mundo e a todo momento, o câncer.

©SECOM AM

Omar Aziz (PSD), guarda uma tradição em desviar recursos públicos. Aziz ainda deve respostas sobre como as autoridades não devem agir na saúde pública. A esposa dele, a deputada Nejmi Aziz (PSD), e os irmãos do senador já foram presos, em 2019, por acusação de desvio de verbas públicas da saúde na maior operação da história da Polícia Federal (PF) no estado amazonense. Organizações da sociedade civil

E m i n ê n c i a Pa r d a , q u e s e estenderam até os dias atuais. Naquele ano, quando Aziz já ocupava uma das vagas no Senado Federal e dois anos após r e nu n c i a r a o g ov e r n o d o Amazonas, investigadores da Maus Caminhos descobriram desvios milionários na saúde estadual. Em entrevista ao site Brasil de Fato, o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, médico Mário Viana, sem citar

©AGÊNCIA SENADO

Nejmi e Omar Aziz, e o casal José e Edilene Melo, que foi preso na Operação Maus Caminhos

Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Ranan Calheiros avaliam que ter o senador Aziz na presidência da CPI é, no mínimo, amoral. Não causa surpresa que, uma vez indicado para presidir a CPI da Pandemia, Omar Aziz tenha dito em entrevista no dia 16 de abril: “Não tem governo, seja de direita, centro ou esquerda, que não tenha cometido equívocos nessa pandemia”. Em 2016, o Ministério Público Fe d e r a l ( M PF ) e a PF no

©ESTADÃO CONTEÚDO

A conjuntura política atual nos faz pensar e repensar e, como pro ssional da comunicação, não posso deixar de manifestarme diante do circo montado na esquina do Senado Federal chamado “CPI da Covid-19”. Idealizada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para investigar a grave crise s anit ár i a no Amazonas e, também, supostas omissões e irregularidades nas ações do

Governo do Amazonas suspeito de corrupção durante a pandemia governo federal. O Amazonas, estado que teve c om o g ov e r n a d or, n o quadriênio 2015/2018, o presidente da comissão senador

Amazonas iniciaram a Operação Maus Caminhos, que se desdobrou nas operações Custo Polít ico, E st ado de Emergência, Cashback, Vertex e

diretamente o nome do senador Omar Aziz, a rma que a CPI da Pandemia está contaminada desde a origem. “A gente já vê que as escolhas são sim parciais e não imparciais. Então, infelizmente, como médico e cidadão, não espero muito dessa CPI. Eles [os senadores] têm as responsabilidades; infelizmente isso é o retrato do País. A gente perde a oportunidade de ver uma investigação profunda que pudesse realmente apontar os desvios de recursos que, com certeza, foram cometidos em nome da pandemia e do claro sacrifício de vidas de vários brasileiros e de pais e mães de família que deixaram órfãos, desestruturando as famílias e a população brasileira”, disse Viana. Se a nalidade de uma C omiss ão Parl ament ar de Inquérito é apurar, me faço a seguinte pergunta: por que governadores e prefeitos ainda não foram convidados ou convocados a sentarem na cadeira dos depoentes?

Acreditando em narrativas muito mais comprometedoras e relevantes para a comissão e à sociedade, precisamos saber, também, o destino dos bilhões de reais repassados pelo governo federal aos Estados e Municípios. Talvez, com essa estratégia, a CPI chegaria mais rápido aos responsáveis pelos milhares de óbitos, do que simplesmente disparar a metralhadora em um único alvo, o presidente Jair Bolsonaro... Seria o efeito das eleições de 2022? Querer atribuir ao governo federal a falta de hospitais, de remédios e de médicos e, cons equentemente, das mortes noticiadas, visto que muitas, con rmadamente, foram colocadas na conta do coronavírus pelos governadores, é briga de vira-latas por um pedaço de lé mignon, chamado poder, concordam comigo? Esse discurso de genocídio é muito raso, uma vez que o cerne da questão é mais profundo. A discussão mínima que deveria haver é por que ao invés de investir em escolas e hospitais padrões Fifa, foram investidas vultosas somas de reais em estádios, muitos dos quais não passam de elefantes brancos hoje. Para ser ter uma ideia, somente de 2014 a 2016 — era do governo petista — optou-se por sediar dois eventos de magnitude

mundial, a Copa do Mundo que nos custou nada mais nada menos do que R$ 25,5 bilhões e a XXXI Olimpíada, que aconteceu no Rio de Janeiro, com o custo estimado em R$ 38,7 bilhões. Perceberam para onde nossos hospitais, remédios, médicos e equipamentos, que deveriam estar atendendo à população nos dias de hoje foram parar? Quanto ao futuro, bom, o futuro será fruto do que zermos hoje e um dos deveres de casa são as necessárias

Mundial, sobre ambiente de negócios, o País ocupa a posição 184 entre 190 países no quesito “pagamento de impostos”, que é d e 3 3 % . No ss as e mpre s as gastam, em média, 1.501 horas por ano para pagar todos os impostos, contra 256 horas na Colômbia e 139 horas na França. Não sou de polarizar minhas opiniões, mas luto i n c e s s a nt e m e nt e , c o m o a maioria da população, por uma política que deveria revelar senso de justiça, imparcialidade, TATI BELING

©PINTEREST/DIVULGAÇÃO

FUNDO ELEITORAL reformas estr uturantes na administração pública, na Justiça e na tributária. Na administrativa, aprimorar e reduzir custos, a máquina está e n f e r r u j a d a e , consequentemente, emperrada; na jurídica, que hoje tem um estoque de quase 80 milhões de processos judiciais, resultando e m h i s t ór i c a i ns e g u r an ç a jurídica e descrença no Poder Judiciário e, por último, a tributária que, segundo o Banco

isenção e neutralidade. Que punam os verdadeiros culpados, eu disse, os verdadeiros culpados, dos mais de 500 mil óbitos! “Mas mudando de pau para cavaco, inacreditavelmente, o mesmo parlamento que investiga supostos atrasos e pagamentos superfaturados do governo federal, ajudou a aprovar os R$ 5,7 bilhões para o fundo eleitoral... Teta farta para os partidos, você não acha?”.


BRASIL 13

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A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

ACERVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Votação sobre o voto impresso fica para depois do recesso parlamentar

Presidente indica Augusto Aras Lira volta a para PGR defender discussão na Câmara sobre o regime semipresiden

©AGÊNCIA BRASIL/EBC

©GAZETA DO POVO

cialista Segundo ele, objetivo é reduzir instabilidade política; se aprovada, a mudança ocorreria a partir de 2026

A reunião do última dia 16, da comissão especial criada pela Câmara dos Deputados para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19, que torna o voto impresso obrigatório, foi encerrada sem a votação do parecer. Esse desfecho veio após muitas discussões. O presidente da comissão especial, deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), decidiu atender o pedido do relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR), por mais prazo para incorporar sugestões em novo substitutivo. A próxima reunião do colegiado foi marcada para o dia 5 de agosto, depois do recesso parlamentar. A reunião extraordinária foi convocada após requerimento do deputado Hildo Rocha (MDB-MA) e outros 20 parlamentares, protocolado na quinta-feira (15) à tarde. Na última madrugada, o Plenário da Câmara chegou analisar sugestão que suspenderia a reunião, mas não houve votos su cientes para aprovação. Segundo Hildo Rocha, as eleições gerais em 2022 não permitem mudanças. “Não tem mais tempo para a Justiça Eleitoral, sei pela experiência de mais de 20 anos de vida pública. Fiz esta autoconvocação não foi à toa, e outros colegas apoiaram, porque o presidente já adiou a votação duas vezes”, explicou. Os parlamentares mais próximos do governo Bolsonaro tentaram adiar a votação logo no início da reunião, enquanto a maioria criada no colegiado após várias trocas de integrantes insistia na análise da proposta. Um requerimento para retirada de pauta acabou rejeitado por 22 votos a 12. A deputada Bia Kicis (PSL-DF), autora da PEC, aproveitou quedas de conexão durante a sessão semipresencial para defender o texto. “A tecnologia falha, os equipamentos falham”, advertiu. Segundo o presidente Paulo Eduardo Martins, houve tentativas de invasão da videoconferência, contornadas pelos técnicos. Bia Kicis, Filipe Barros e o líder da bancada do PSL, deputado Vitor Hugo (GO), aproveitaram para fazer críticas a setores da Justiça Eleitoral, os quais acusaram de interferir nos trabalhos. A deputada Caroline de Toni (PSL-SC) argumentou ainda que as falhas durante a reunião semipresencial poderiam levar à anulação. Na versão original apresentada pela deputada Bia Kicis, a proposta determina que, em processos de votação e apuração das eleições, dos plebiscitos e dos referendos, independentemente do meio empregado para o registro do voto, será “obrigatória a expedição de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor”. Já um substitutivo apresentado no nal de junho por Filipe Barros exige a adoção de um tipo de urna eletrônica que permita a impressão do registro do voto. Essa espécie de cédula em papel será então depositada em recipiente indevassável, assegurada a conferência pelo eleitor, mas sem qualquer contato manual. Ainda segundo o relator, a apuração se dará após a votação e ainda nas seções eleitorais, por meio de equipamento automatizado para contagem dos registros dos votos, aptos à veri cação visual. Para garantir o sigilo do voto, será proibido o uso de qualquer elemento de identi cação do eleitor na cédula impressa. Até agora, foram apresentados quatro votos em separado. Dois, capitaneados pelos deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Fernanda Melchionna (Psol-RS), são contrários a mudanças nas regras atuais. Os outros, dos deputados Pompeo de Mattos (PDTRS) e Paulo Ganime (Novo-RJ), apoiam algumas alterações. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu em debate na Câmara o sistema de votação eletrônica adotado no País em 1996. Para ele, “é seguro, transparente e, sobretudo, auditável”. Além disso, rea rmou que nunca houve fraude comprovada nas urnas eletrônicas. No último dia 10, os presidentes de oito partidos (Cidadania, DEM, MDB, Novo, PSDB, PSL, PV e Solidariedade) divulgaram nota em defesa do sistema de votação eletrônica. O gesto foi tido como reação ao presidente Jair Bolsonaro, que dois dias antes, como em ocasiões anteriores, defendera o voto impresso.

Câmara priorizou recuperação econômica e combate à pandemia no primeiro semestre

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a rmou, no último dia 19, em uma rede social que não há temas que não possam ser discutidos. “Esse foi um dos meus compromissos de campanha à presidência da Casa, que mantenho com muita honra e compromisso público”, disse. “Podemos, sim, discutir o semipresidencialismo, que só valeria para as eleições de 2026, como qualquer outra ideia que diminua a instabilidade crônica que o Brasil vive há muito tempo”, continuou o presidente da Câmara. “Esse é o nosso trabalho, essa é a nossa obrigação.” Outro compromisso de campanha, destacou Arthur Lira, foi o de prestigiar e dar importância aos órgãos colegiados, como o que reúne os líderes partidários. “Acabou a época de projetos esquecidos nas gavetas. E o semipresidencialismo é mais um desses”, disse. “Surgiu antes da crise atual. Não é invenção minha”. Arthur Lira a rmou ainda que, como presidente da Câmara dos Deputados, estimula o debate e a busca de soluções para os problemas do País. “É o que continuarei a fazer em cada dia do meu mandato”, a rmou. Questionado sobre a abertura do processo de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, Arthur Lira havia a rmado que o País não pode viver instabilidades políticas a cada eleição. Na ocasião, ele sugeriu que a Câmara dos Deputados comece a debater a possibilidade de instaurar, a partir de 2026, um sistema semipresidencialista, de forma a evitar crises institucionais de rupturas no País. Segundo Arthur Lira, a comissão especial que debate a reforma política (PEC 125/11) poderá analisar essa ideia. A previsão, segundo o presidente, é que o relatório seja votado pelo Plenário a partir do dia 4 de agosto. Na avaliação de Lira, há um descompasso entre a Constituição (que foi redigida com o pressuposto de que o regime seria parlamentarista) e o governo (que é presidencialista) e, portanto, uma solução seria adotar novo sistema político. ©REVISTA OESTE

Senadores defendem veto ao Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões Senadores como Carlos Viana (PSD-MG), Alessandro Vieira (CidadaniaSE) e Lasier Martins (Podemos-RS) defendem o veto presidencial aos R$ 5,7 bilhões destinados ao Fundo Eleitoral. Esse valor está previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), recentemente aprovada pelo Congresso Nacional.

O presidente Jair Bolsonaro enviou mensagem ao Senado em que o cializa a indicação do atual procurador-geral da República, Augusto Aras, para um novo mandato de dois anos à frente do órgão. O despacho presidencial foi publicado nesta quarta (21) no Diário O cial da União. O pedido de recondução ainda precisa ser aprovado pelos senadores, que vão sabatinar Aras na Comissão de Constituição e Justiça e votar a indicação em sessão plenária do Senado.

Na volta do recesso, Senado deve votar indicação de André Mendonça ao STF ©MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

Está nas mãos do Senado a decisão sobre o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A indicação do nome do advogado-geral da União, André Mendonça, foi o cializada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 13 de julho. Agora, caberá aos senadores, após a volta do recesso parlamentar, sabatinar o indicado e decidir se ele ocupará o posto. Se aprovado pelos senadores, Mendonça vai ocupar a vaga do ministro Marco Aurélio Mello, aposentado compulsoriamente neste mês, ao completar 75 anos de idade. A indicação de Mendonça é a segunda feita por Bolsonaro — a primeira foi a do ministro Nunes Marques, em 2020 — e deve ser a última a ser feita neste governo, já que as próximas aposentadorias compulsórias só estão previstas para 2023. Se tiver o nome aprovado, Mendonça, que tem 48 anos, poderá car no STF por 27 anos, até se aposentar. A indicação já foi enviada ao Senado, mas ainda precisa ser lida em Plenário. Depois, o indicado terá que passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ). A última sabatina para esse cargo, do ministro do STF Nunes Marques, durou dez horas. O parecer, aprovado ou rejeitado pela CCJ, seguirá para o Plenário, que decidirá sobre a indicação. Para que o nome seja aprovado, são necessários os votos da maioria absoluta, ou seja, de pelos menos 41 senadores. Os votos, tanto na comissão quando no Plenário, são secretos. Doutor em Direito, Mendonça fez sua carreira no serviço público como advogado da União e também atuou como ministro da Justiça no governo de Bolsonaro. Na sabatina, assim como ocorreu com Nunes Marques, devem ser temas recorrentes a posição do indicado sobre prisão em segunda instância, foro privilegiado e a Lava Jato.

A Câmara dos Deputados aprovou várias medidas de combate à pandemia de Covid-19 no primeiro semestre deste ano, como a autorização para laboratórios veterinários fabricarem a vacina (PL 1343/21), prioridade na entrega de oxigênio hospitalar (PL 1077/21), regras para a quebra de patente de medicamentos (PL 12/21) e incentivo tributário a pesquisas para enfrentar a pandemia (PL 1208/21). Reservas: (27) 99961-8422 No total, foram aprovados 70 projetos de lei ordinária, seis projetos de lei complementar, 24 medidas provisórias, duas propostas de emenda à Constituição, quatro projetos de decreto legislativo e seis projetos de resolução. A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou, em caráter conclusivo, outros 10 projetos neste semestre. Oito deles já haviam sido aprovados pelo Senado e foram enviados para sanção presidencial, e dois foram encaminhados para votação no Senado. Foram realizadas 77 sessões de votação do Plenário e três sessões extraordinárias (comissões gerais, quando o Plenário se reúne para debater assuntos de interesse nacional).

Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br


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Tratamento pode Museu inspirado em geometria do fazer câncer de universo é mama regredir inaugurado na seis vezes mais China rápido ©DIVULGAÇÃO

Proposta é defendida por técnicos da USP e de Harvard ©SHUTTERSTOCK

Um composto encontrado por pesquisadores da Universidade de São Paulo e de Harvard, nos Estados Unidos, pode acelerar em até seis vezes a regressão do tipo mais agressivo do câncer de mama. O tratamento inclui uma etapa antes da quimioterapia com o uso de droga identi cada, a qual enf raquece as células tumorais. O trabalho foi publicado na Science Signaling, revista cientí ca distribuída pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS). “Nós levantamos 192 compostos, que estavam em uma biblioteca de compostos, de drogas, do laboratório. A gente já sabia onde esses compostos iam operar no metabolismo da célula. Testamos para veri car qual deles atingia a célula especi camente do triplo-negativo”, disse Vinícius Guimarães Ferreira, pósdoutorando do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e um dos autores da pesquisa. Triplo-negativo é como se chama o tipo mais severo de câncer de mama. Na universidade nor teamericana, Ferreira foi supervisionado pelo professor Anthony Letai, especialista na avaliação de mecanismos que levam as células tumorais à morte. “Ele trabalha com a seguinte visão: “eu não quero necessariamente encontrar um composto que sozinho mata a célula, mas eu quero buscar um composto que deixa a célula mais próxima de morrer”, explicou.

De acordo com os pesquisadores, ao deixar o tratamento contra o tumor mais e ciente, reduz-se o tempo que o paciente estará sujeito aos efeitos colaterais dos medicamentos tóxicos utilizados na quimioterapia. “É como se fosse um barranco, você empurra a célula perto do barranco para entrar o quimioterápico e dar a q u e l e ú l t i m o e m p u r r ã o”, comparou Ferreira. A primeira parte do estudo analisou os compostos disponíveis para encontrar a molécula ideal. “No nal, a gente encontrou alguns que eram os mais promissores e fomos para o modelo animal”, indicou o pesquisador. As drogas que deixaram os tumores mais vulneráveis foram testadas em camundongos com câncer de

mama. O teste durou 21 dias e mostrou resultados animadores: usando apenas quimioterápico, houve regressão de 10%. No tratamento combinado, o tumor diminuiu 60%. “A terapia foi 500% mais e caz”. Os pesquisadores destacam que, conforme dados da Sociedade Americana de Câncer, o c ân c e r d e m am a t r ipl o negativo é responsável por cerca de 10% a 15% dos cânceres de mama e é mais comum em mulheres com menos de 40 anos. É um tipo de câncer que cresce mais rápido, tendo opções de tratamento limitado. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o País deve ter cerca de 66 mil novos casos de câncer de mama por ano entre 2020 e 2022.

design — capturar essa Mu s e u d e As t ron om i a d e A China segue sua ambição complexidade”, explicou Wong, Xangai. A companhia venceu o espacial também com em entrevista à CNN concurso, em 2014, para realizar construções terrestres. Na Internacional. o projeto do SAM. omas J. ú lt ima s ext a-feira (16), o Três arcos t ransmitem a Wong foi designer-chefe do Shangai Astronomy Museum geometria dos cosmos, o Oculus, museu. (SAM), ou Museu de a Esfera e a Cúpula Invertida. O pro ssional disse que a Astronomia de Xangai, foi Eles são instrumentos inspiração para o museu na inaugurado na maior cidade do astronômicos usados para China veio do “problema dos país. Ele é o maior museu de rastrear, respectivamente, os três corpos”. Essa é uma questão astronomia do mundo. movimentos do Sol, da Lua e das não resolvida da física clássica. A O equipamento tem 39 mil estrelas. Dentro, eles abrigam proposta, originária do estudo metros quadrados (ou 3,6 atrações para os visitantes. da mecânica celeste, tem como campos de futebol) e conta com No O c u los f unciona um objetivo estudar as órbitas de um planetário e um telescópio relógio solar. Ele ca logo na três corpos, sujeitos apenas às solar de 24 metros de altura. entrada. Há tamb ém um atrações gravitacionais entre A lém, é cl aro, de re ceb er planetário submerso, com a eles. exposições. O museu ainda parte inferior emergindo do teto, “A razão pela qual pensamos conta com uma arquitetura para criar a ilusão de ausência de que o problema dos três corpos inspirada nas órbitas dos corpos peso. O museu abriga uma interessante porque énesta um quarta-feira celestes e na geometria do daera A transmissão será no canal Sedu Digital no éYouTube, (07),ainda às 14 horas cúpula gigante de vidro no topo conjunto complexo de órbitas. universo, sem nenhum ângulo do átrio central. Uma rampa em São relacionamentos dinâmicos, reto. espiral faz com que o visitante em oposição a um círculo A empresa de arquitetura olhe em direção ao ápice, para simples ao redor do centro. E Ennead Architects que ver o céu sem barreiras. isso fazia parte da intenção do desenvolveu a estrutura do

Minivaca chama a atenção em Bangladesh ©DIVULGAÇÃO/VÍDEO/YOUTUBE

Em Bangladesh, um animal curioso tem atraído visitantes em plena pandemia do novo coronavírus, assim violando as restrições impostas. Se trata de Rani, que tomou as manchetes após car conhecida como a 'menor vaca do mundo'. Sendo encontrada no interior de Bangladesh, ela chama a atenção das pessoas. Com seus 51 centímetros de altura e 66 de comprimento, todos os olhares se voltaram para o peculiar animal. Seus donos explicam que o animal tem 26 quilos e pode até ser mesmo carregado nos braços. Contudo, vale destacar que Rani ainda não conta com o título o cial fornecido pelo Guinness World Records, o famos o livro que avalia e reconhece recordes ao redor do mundo.

"Estamos muito con antes de que esta será a menor", explica Mohammad Salim, que atualmente atua como executivo na Shikor Agro Industries. Embora já inscrita, o título atual é de Manikyam, que vive em Kerala, na Índia, e tem 61cm de altura, quando fora analisada pelo Guiness no ano de 2014. Sajedul Islam, que é veterinário do governo local, explicou que a altura do animal é resultado do

que chamamos de endogomia. Ou seja, quando existem inúmeros cruzamentos da raça. Ele também relata que não é muito provável que Rani que maior que isso, como as vacas da fazenda. "Ela come menos do que as outras vacas, nunca dá problema e é muito especial para mim", explica o dono de Rani, Mohammad Mamun, durante conversa com a Reuters.


COTIDIANO 15

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Em que o cérebro pensa Comunidades rurais durante o sono? da Guatemala Dormimos em média um terço do nosso tempo. Mas o que o cérebro faz durante essas longas horas? Usando uma abordagem de inteligência arti cial capaz de decodi car a atividade cerebral durante o sono, cientistas da Un i v e r s i d a d e d e G e n e b r a (Suíça,) conseguiram vislumbrar o que pensamos quando d or m i m o s . S e u e stu d o foi publicado na revista Nature Communications. Ao combinar imagens de ressonância magnética funcional (fMRI) e eletroencefalogra a

“Para descobrir quais regiões do cérebro são ativadas durante o sono, e para decifrar como essas regiões nos permitem consolidar nossa memória, desenvolvemos um decodi cador capaz de decifrar a atividade do cérebro no sono profundo e a que corresponde”, explicou Virginie Sterpenich, pesquisadora do laboratório da professora Sophie Schwartz no Departamento de Ne u r o c i ê n c i a s B á s i c a s d a Fac uldade de Medicina da Universidade de Genebra e investigadora principal deste ©PIKREPO

(EEG), a equipe da Universidade de Genebra fornece evidências s e m pre c e d e nte s d e qu e o trabalho de separar as milhares de informações processadas durante o dia ocorre durante o sono profundo. De fato, nesse momento, o cérebro, que não recebe mais estímulos externos, pode avaliar todas essas memórias para reter apenas as mais úteis. Para isso, estabelece um diálogo interno entre suas diferentes regiões. Além disso, associar uma recompensa a uma informação especí ca estimula o cérebro a memorizá-la em longo prazo. Os resultados abrem pela primeira vez uma janela para a mente humana durante o sono. Na ausência de ferramentas capazes de traduzir a atividade cerebral, o conteúdo de nossos pensamentos enquanto estamos adormecidos permanece inacessível. No entanto, sabemos que o sono desempenha um papel importante na consolidação da memória e no controle emocional: quando dormimos, nosso cérebro reativa o rastro da memória construída durante o dia e nos ajuda a regular nossas emoções.

e s t u d o . “ E m p a r t i c u l a r, queríamos ver até que ponto as emoções positivas desempenham um papel neste processo”. Durante o sono profundo, o hipocampo (estrutura do lobo temporal que armazena traços temporários de eventos recentes) envia de volta ao córtex cerebral as informações que armazenou durante o dia. Estabelece-se um diálogo que permite a consolidação da memória ao repetir os acontecimentos do dia e, portanto, reforça o vínculo entre os neurônios. Para conduzirem o exp er imento, os cient ist as c ol o c ar am volu nt ár i o s e m ressonância magnética no início da noite e os zeram jogar dois videogames. Um era um jogo de reconhecimento facial; o outro, um labirinto 3D de onde a saída deve ser encontrada. Esses jogos foram escolhidos porque ativam regiões cerebrais muito diferentes e, portanto, são mais fáceis de distinguir nas imagens de ressonância magnética. Além disso, os jogos eram manipulados sem o conhecimento dos voluntários,

de forma que apenas um dos dois j ogos pudess e s er vencido (metade dos voluntários venceu um e a outra metade venceu o segundo), de modo que o cérebro associasse o jogo vencido a uma emoção positiva. Os voluntários então dormiram no aparelho de ressonância magnética por uma ou duas horas — a duração de um ciclo de sono — e sua atividade cerebral f oi re g i s t r a d a n ov a m e nt e . “ C o m b i n a m o s eletroencefalograma (EEG), que mede os estados de sono, e ressonância magnética funcional, que tira uma foto da atividade cerebral a cada dois segundos, e então usamos um 'decodi cador neuronal' para d e t e r m i n ar s e a at i v i d a d e cerebral observada durante o período de jogo reaparecia espontaneamente durante o sono”, explicou Sophie Schwartz. C omp ar and o i mage ns d e ressonância magnética das fases de vigília e sono, os cientistas observaram que, durante o sono profundo, os padrões de ativação do cérebro eram muito semelhantes aos registrados durante a fase de jogo. “E, muito claramente, o cérebro reviveu o jogo ganho e não o jogo perdido ao reativar as regiões usadas durante a vigília. Assim que você vai dormir, a atividade cerebral muda. Gradualmente, nossos voluntários começaram a 'pensar' nos dois jogos novamente, e quase exclusivamente sobre o jogo que ganharam quando entraram em um sono profundo”, disse Virginie Sterpenich. Dois dias depois, os voluntários realizaram um teste de memória: reconhecer todas as faces do jogo, por um lado, e encontrar o ponto de partida do labirinto, por outro. Aqui, novamente, quanto mais as regiões do cérebro relacionadas ao jogo foram ativadas durante o s ono, mel hores foram os desempenhos da memória. Assim, a memória associada à recompensa é maior quando é reativada espontaneamente durante o sono. Com este trabalho, a equipe de Genebra abre uma nova perspectiva no estudo do cérebro adormecido e do incrível trabalho que ele realiza todas as noites.

constroem escolas com tijolos ecológicos ©HUG IT FORWARD

Nã o h á dúv i d a d e qu e a educação é um dos pilares fundamentais da nossa sociedade, mas quando não há re c urs os su cientes p ara construir escolas, milhares de crianças são afetadas por não terem acesso a espaços de aprendizagem e, infelizmente, crescem sem poder estudar. Diante dessa situação, uma organização sem ns lucrativos chamada 'Hug It Forward', f u nd a d a p or Z a ch B a l l e, Heenal Rajani e Joshua Talmon em 2009, foi fundada na Guatemala para ajudar comunidades de baixa renda a construir escolas feitas com garrafas plásticas e outros materiais recicláveis. Há mais de dez anos, diferentes comunidades rurais guatemaltecas construíram 116 escolas de ensino infantil com o auxílio da ONG, bene ciando não só milhares de crianças, m a s t a m b é m of e re c e n d o infraestrutura desenvolvida a partir de uma alternativa sustentável de reciclagem de resíduos. Os proj etos de

construção das escolas são administrados pelas próprias comunidades rurais e, após a conclusão do processo de inscrição, elas devem coletar pelo menos 6.500 garrafas de plástico e outros materiais recicláveis. Posteriormente, recebem a ajuda da Hug It Forward e a prefeitura local paga as despesas dos pedreiros que participam da construção da obra. Daí em diante, ergue-se as fundações, pilares e vigas de concreto armado, enquanto as paredes são feitas com 'eco tijolos' à base de materiais reciclados, tornando-se uma opção mais barata de construir do que as escolas 'tradicionais'. Ao nal, o projeto gera um

sentimento de orgulho e de posse para as comunidades, que participam ativamente de todo o trabalho de construção. Por m, o Ministér io da Educação da Guatemala é responsável pela contratação de professores. Por outro lado, a ONG 'Hug It For ward' t a mb é m prom ov e out r a s práticas de sustentabilidade p a r a a u m e n t a r a conscientização sobre o lixo na Guatemala e em outros países. “Nosso objetivo é compartilhar essas soluções criativas (como os eco tijolos de PET) para que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo possa criar sua própr i a e s c ol a , on d e for necessário”.

Orquestra Sinfônica do Espírito Santo voltou aos palcos em julho ©ASCOM SECULT

Uma boa notícia para os fãs da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses). Os tão esperados concertos vão voltar a acontecer presencialmente, a partir do próximo dia 25 deste mês. As apresentações serão divididas entre a Casa da Música Sônia Cabral e o Teatro Glória, no Centro Cultural Sesc Glória, ambos no Centro de Vitória, além do Teatro Universitário, na Un i v e r s i d a d e F e d e r a l d o Espírito Santo (Ufes) — Campus Goiabeiras, e o Parque Botânico da Vale, em Jardim Camburi. Na expectativa de cada vez mais pessoas vacinadas e com a segurança de seguir todos os

protocolos sanitários da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do governo do Estado do Espírito Santo, o retorno da orquestra aos palcos é uma grande conquista. “Estamos muito felizes e empolgados com a possibilidade de voltarmos a fazer música presencialmente e d e re ve r o no ss o públ i c o q u e r i d o”, a r m a H e l d e r Trefzger, maestro da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo. S e g u n d o e l e , He l d e r, inicialmente as apresentações serão feitas por grupos da própria orquestra, como quartetos, quintetos e os mais

variados conjuntos. “Pouco a pouco, teremos a participação de grupos maiores, tanto de cordas quanto de metais e percussão. A nossa expectativa é que, até o nal do ano, as apresentações já sejam feitas com a orquestra completa, com cordas, sopros e percussão, seguindo sempre as orientações do Mapa de Risco e os protocolos sanitários”, enfatiza Helder. O maestro destaca ainda a participação dos músicos na montagem dos grupos e na elaboração do repertório, que s e g u n d o e l e , c o u mu i t o variado, oferecendo ao público um amplo painel de composições de diferentes períodos e estilos. “Com o retorno aos palcos, esperamos que a emoção volte a tocar os corações do público da Oses e que a música faça cada vez mais parte do cotidiano dos capixabas”, completa Helder Trefzger.


16 GERAL

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FERNANDO MOREIRA Analista de Sistemas, Bacharel em Psicologia e Pós-graduado em Neuropsicologia

Os impactos da pandemia sobre o trabalho e os trabalhadores no Brasil e no mundo ©PINTEREST

A

pandemia causada pelo vírus SARS-COV2 (covid-19) mudou a forma como muita gente se relaciona com o trabalho. Os impactos causados podem ser irreversíveis em diversos casos, p a r a m e l h o r o u p i o r, a s mudanças alcançam dimensões que vão desde o próprio fato de estar empregado até as questões psicológicas dos trabalhadores, ou ainda sobre o declínio e a as c e ns ã o d e d e te r m i na d as pro ssões. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), espera-se que, em 2021, cerca de 100 milhões de empregos apresentem dé cit, esse é o número equivalente à quantidade de ocupações em tempo integral, pois nesta estimativa foram consideradas também as reduções nas cargas horárias de trabalho. O nível de desemprego em 2022 de acordo com o relatório, “Perspectivas Sociais e do Emprego no Mundo: Tendências 2021", publicado pela OIT, poderá atingir a marca de 205 milhões em todo o planeta, o que corresponde a uma taxa de 5,7%. Esta taxa, desconsiderando o período da pandemia, foi observada pela última vez há oito anos. E m p a r c e r i a c o m pesquisadores da Universidade d e Va l ê n c i a ( E s p a n h a ) , o Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), juntamente com

a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o Hospital das C l í n i c a s d e Por t o A l e g re , publicou o artigo intitulado “Depressão e Ansiedade entre trabalhadores essenciais do Brasil e da Espanha durante a Pandemia de Covid-19: uma pesquisa pela Web (Depression and Anxiety Among Essential Workers From Brazil And Spain During e Covid-19 Pandemic: a websurvey)”, aceito na revista cientí ca Journal of Medical Internet Research. Este estudo demonstrou que 47,3% dos trabalhadores, entrevistados do Brasil e na Espanha, são afetados por sintomas de ansiedade e depressão.

Além disso, a pesquisa aponta que 44,3% apresentaram uso abusivo de bebida alcoólica e 42,9% desenvolveram alterações no sono. Os pesquisadores destacaram que o estilo de vida conta muito nesses dados, pois as chances de um pro ssional apresentar depressão e ansiedade pode aumentar em até oito vezes quando se tem hábitos não saudáveis. Para avaliar o estilo de vida, foram considerados fatores relacionados à nutrição, uso de substâncias, atividades físicas, gerenciamento do estresse, sono, apoio social e exposição ao ambiente externo. Os determinantes sociais como as questões socioeconômicas e as

iniquidades em saúde, podem explicar as diferenças entre o nú me ro d e afe t a d o s p el o s sintomas psicológ icos dos trabalhadores do Brasil (55%) e Espanha (23%). “É preciso que se tenha atenção redobrada à saúde mental dos trabalhadores em locais onde se agregam múltiplos problemas sociais e de saúde. Segundo a teoria de sindemias (proposta por Merrill Singer nos anos 90), a presença dessas situações simultaneamente age de forma sinérgica, aumentando o risco de problemas de saúde, tanto física quanto mental”, declara Raquel Brandini de Boni, médica participante da pesquisa, em publicação sobre o estudo no

portal da Fiocruz. Outro ponto relacionado aos impactos causados pela covid-19 sobre os trabalhadores, inclui a variação na valorização entre as pro ssões. De acordo com o relatório “O Futuro do Trabalho” elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, pro ssionais da área de Tecnologia de Informação (TI) tendem a ser os mais procurados nos próximos cinco anos. Isso devido às urgências que o mundo apresentou na automatização, virtualização e disponibilização de serviços no meio digital. “É perceptível que os pro ssionais de TI estão sendo bastante valorizados, resultado de uma demanda alta ao mesmo tempo em que a ofer ta de pro ssionais permaneceu estável. O mercado está aquecido, com muitas contratações e aumentos expressivos de salário, enquanto outros setores da economia sofrem. Com a normalização do home office a fronteira geográ ca foi quebrada, o que tende a equiparar os salários ao redor do Brasil. Esse movimento fez com que as empresas se antecipassem, olhando para dentro de casa e aumentando benefícios e salários para evitar a perda de pro ssionais e do conhecimento. Também houve expansão de projetos para melhoria do dia a dia das áreas, visando ao bemestar das pessoas. O dólar alto e o inglês como segunda língua é um

fator que contribui ainda mais para essa tendência, com muitos trabalhadores sendo contratados por empresas estrangeiras em regime home office. Quem decidiu seguir carreira na TI está colhendo os frutos agora, um segmento que era muito criticado nas escolas nos anos 2000, enquanto as engenharias eram muito mais bem-vistas dentro das exatas”, declara Társis Pedrada Cardoso, analista de Sistemas Sênior na empresa m u l t i n a c i o n a l Ac c e n t u r e , considerada a maior empresa de consultoria em TI do mundo. Por outro lado, alguns setores apresentaram quedas extremamente signi cativas na produtividade. No Brasil, por exemplo, houve grande impacto nas áreas relacionadas às atividades artísticas, transportes, serviços de alojamento, setor automotivo, entre outros. Estes dados foram divulgados pelo Ministério da Economia em setembro do ano passado. Dado este contexto, cabe aos trabalhadores estar atentos às mudanças frequentes no meio corporativo, aproveitando as oportunidades e o momento que vivemos, buscando o aprendizado contínuo através de cursos de formação e especialização, sem deixar de lado os fatores relacionados à s aú d e , f u n d a m e nt a i s p a r a manter o funcionamento do corpo e da mente em equilíbrio com as atividades laborais.

Ilha que eliminou relógio quer ser reconhecida como 1ª 'zona livre sem tempo' ©GETTY IMAGES

O tempo não passa na ilha de S o m m a r ø y, n o n o r t e d a Noruega — ou não ao menos como no resto do planeta: enquanto nos acostumamos a organizar nossas vidas com a passagem dos dias imposta pelo nascer e o pôr do sol, por lá o ano é dividido diferente, com um dia que dura meses seguido de uma noite igualmente sem m. Não é por acaso, portanto, que recentemente a ilha tentou se tornar o primeiro local do mundo a abolir a contagem, e se

tornar a primeira “zona livre” de tempo no planeta. A localização ao extremo norte do planeta cria em Sommarøy uma condição temporal efetivamente singular e extrema: entre 18 de maio até 26 de julho o sol simplesmente não se põe, “um dia” que dura 69 dias no total. Naturalmente que a população precisa se adaptar a tal realidade, e isso inclui não dividir a vida pela noite e o dia da mesma forma que faz o resto do mundo — segundo m or a d ore s , é n or m a l ve r crianças brincando na rua ou

pessoas realizando tarefas domésticas em horários que, no resto do mundo, seriam de plena madrugada. Quando chega o inverno, porém, a situação se inverte, e entre Novembro e Janeiro o sol simplesmente não nasce e tudo permanece escuro por mais de dois meses. Foi por isso que, em 2019, os cerca de 350 moradores da ilha se reuniram para assinar uma petição pedindo ao parlamento norueguês que reconhecesse o local como “zona livre” de tempo — seria, disseram, simplesmente reconhecer algo que já ocorre na região. O cialmente a função da petição era de permitir exibilizar e adaptar o funcionamento de escolas e trabalhos à realidade local, mas muita gente viu o pedido como uma notícia falsa ou simplesmente uma e caz jogada de marketing: um jeito de tornar a região em notícia e atrair mais

turistas para Sommarøy. Seja como for, uma coisa é real na ilha: o sol de fato por quase 70

dias não se põe, e quem quiser sair para nadar às quatro da manhã vai encontrar o vizinho

pintando a casa ou cortando a grama em pleno sol da madrugada.


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