Jornal Fatos & Notícias 436

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ANO XI - Nº 436 19 A 26 DE AGOSTO/2021 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

Inteligência Artificial pode detectar Alzheimer anos antes de aparecimento dos sintomas ©SHUTTERSTOCK

Uma equipe liderada pela professora Zoe Kourtzi, da Universidade de Cambridge e do Instituto Alan Turing, desenvolveu ferramentas de Inteligência Artificial que podem detectar a doença de Alzheimer em pacientes em um estágio muito inicial

Pág. 9

Pesquisa brasileira está próxima de encontrar planeta similar à Terra

O estudo conduzido majoritariamente por pesquisadores brasileiros, que foi aceito para publicação no Astronomical Journal, mostra que estamos mais perto de descobrir planetas similares à Terra Pág. 7

8 Quer uma receita deliciosa e rapidinha? Em 30 minutos você prepara o saboroso arroz cremoso com casquinha Pág. 8

JORGE PACHECO

8 Doria anuncia Rodrigo

Maia para secretaria do governo de SP Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI

8 Crianças são espancadas até

a morte. Quando serão todos os implicados nas mortes dessas Crianças serão responsabilizados ? Pág. 10

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 Na série de entrevistas com

o prefeito da Serra. Vidigal fala sobre o desenvolvimento do turismo no município Pág. 12

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA 8 A mudança só acontece de

dentro para fora, do emocional para o racional Pág. 11

Abelhas zangadas produzem veneno melhor Pág. 7

Embraer mostra detalhes sobre avião a hidrogênio Pág. 6

Boa Vista e Rio Branco se tornam cenários do novo livro da 'Turma da Mônica' ©DIVULGAÇÃO

©JOSH MORE/DIVULGAÇÃO

©GETTY IMAGES

Conheça o curioso e amigável macaco-da-noite ou jupará

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

O jupará tem ampla distribuição geográca em toda a Amazônia, porém pode ser encontrada na Mata Atlântica litorânea do leste do Brasil Pág. 2

Personagens de Maurício de Sousa visitam pontos turísticos no recém-lançado livro 'Turma da Mônica pelo Brasil — Capitais' Pág. 3

Artista cria mini Ferrari de madeira

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2 MEIO AMBIENTE

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Conheça o curioso e amigável macaco-da-noite ou jupará O jupará tem ampla distribuição geográfica em toda a Amazônia, porém pode ser encontrada na Mata Atlântica litorânea do leste do Brasil ©LUCIANO CANDISANI/DIVULGAÇÃO

"O macaco-da-noite, ou jupará, é um animal da família Procyonidae, a mesma família dos quatis e dos guaxinins. São animais de atividade noturna e com hábito arborícola, que ocorrem em orestas fechadas e com dossel alto (entre 20 e 30m de altura de copa). É um mamífero considerado de pequeno porte, com tamanho médio de 58cm de comprimento de corpo e 48cm de cauda preênsil, ou seja, uma cauda que ajuda a pendurar e manter a estabilidade nos galhos das árvores, funcionando como um quinto membro. Com relação a dieta, o jupará é essencialmente frugívoro, ou seja, se alimenta de frutos, mas

pode ser visto se alimentando ocasionalmente de insetos e pequenos vertebrados. Por se alimentar de frutos, tem um importante papel como dispersor de sementes, ajudando no re orestamento das espécies de plantas das quais ele se alimenta. Alimentam-se também de néctar e mel, com a ajuda da língua que é longa e exível, esse hábito faz com que o jupará também seja conhecido popularmente como urso-domel. O jupará tem ampla distribuição geográ ca em toda a Amazônia, porém pode ser encontrada na Mata Atlântica litorânea do leste do Brasil. Não existem dados precisos de

densidade populacional para a espécie na Amazônia, mas a espécie parece abundante e tem registros de ocorrência mesmo em ambientes antropizados.

Porém, apesar de ser considerado abundante atualmente, essa situação pode mudar devido a várias ameaças que espécie vem sofrendo.

Por ser um animal arborícola e utilizar o dossel alto das árvores de oresta conservada como habitat, o jupará é ameaçado principalmente pela destruição em larga escala da Florestas Amazônica. Além disso, oFurcifer jupará é tra cado para Camaleão o comércio ilegal de animais labordi silvestres, sendo vendido como pet. Em alguns lugares, as populações estão ameaçadas devido a doenças contraídas de animais domésticos, como raiva e leishmaniose (mas não precisa se preocupar, que não é passada por eles para os seres humanos!). Na Amazônia ainda sofre a caça ilegal para o consumo de carne e também é abatido devido a crenças

populares: Algumas comunidades acreditam que o jupará ataque a garganta das pessoas adormecidas, sugando o seu sangue até a morte. Entretanto, já vimos que o jupará não passa de um comedor de frutos e sugador de néctar, e nosso sangue nada tem a ver com nenhum desses alimentos, então essa informação não passa de um mito que deve ser derrubado. Os juparás devem fazer parte da nossa cultura como os animais maravilhosos e de fundamental importância que eles são para o bom funcionamento do ambiente em que habitam.

Tem que preservar! Floresta amazônica, pela Mangues captam até primeira vez, mostra cinco vezes mais CO₂ sinais de esgotamento do que orestas

De acordo com o pesquisador Carlos Nobre, a floresta não consegue mais remover o gás carbônico da atmosfera ©WIKIMEDIA COMMONS

©MATT CURNOCK/OCEAN IMAGE BANK

Essenciais para proteger áreas c o ste i r as d e te mp e st a d e s , tsunamis e do aumento do nível do mar, os mangues também têm outra função ambiental importantíssima, desconhecida por muitos: a absorção de CO₂. Segundo o Pnuma, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, eles são capazes de retirar da atmosfera até cinco vezes mais carbono do que as orestas. Um valor imensurável para o combate às mudanças climáticas — que, no entanto, não é valorizado pelos

governos locais. A esmagadora maioria das iniciativas voltadas ao combate ao aquecimento global consideram apenas a proteção de orestas. Como consequência, de acordo com a

ONU, os mangues estão desaparecendo do planeta em uma velocidade assustadora e nunca antes vista na história. No sudeste da Ásia, por exemplo, já não existem m a i s 8 0 % d o s manguezais. Um dos grandes motivos é a poluição plástica. Isso porque, por ser barreira natural entre a c o st a e a ág u a , o s mangues acabam retendo o plástico que é descartado incorretamente no meio ambiente. Quando sacos de lixo e outros artigos cam presos nas suas raízes, acabam por privá-los de oxigênio, o que leva à sua morte.

O desmatamento na oresta amazônica atingiu índices superiores a 30%, apresentando uma grande alteração no clima, principalmente na estação seca, que são nos meses de agosto, setembro e outubro. Com isso, a estação cou mais seca, mais quente e mais longa, representando um período de grande estresse para a oresta. Essas regiões apresentaram uma emissão de carbono dez vezes maior que as regiões com desmatamento inferior a 20%. Um estudo, que t raz o resultado de nove anos de p e s qu is as , publ i c a d o na revista Nature, mostra que as queimadas foram provocadas pelo homem e não por causas naturais. O p es quis ador Carlos Nobre, do Instituto Naciona l de Pes quis as Espaciais (Inpe) e do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, especialista nas áreas de mudanças climáticas e Amazônia, alerta que, pela primeira vez, a oresta mostra

sinais de esgotamento e não consegue mais remover o gás carbônico da atmosfera. O artigo Amazônia como fonte de carbono ligada ao desmatamento e mudanças climáticas traz o estudo desenvolvido pelo Inpe, com participação de diversos cientistas, institutos e universidades brasileiras e estrangeiras. O resultado desse estudo mostra que a Amazônia está se encaminhando para uma savana, de acordo com o alerta feito pelo especialista ainda em 1990, no qual aponta para uma Amazônia com menos

biodiversidade. “O pior é que o quadro é irreversível, principalmente na região sul d a A m a z ôn i a , mu d an d o radicalmente a fauna e a ora dos ecossistemas terrestre e a q u át i c o, q u e d e v e m s e transformar em uma savana tropical degradada”. Países como Peru, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa e Suriname, que também cam na região sul, não correm tanto risco quanto o Brasil justamente porque se bene ciam de uma incidência de chuva muito grande, o que acaba protegendo de alguma forma a oresta.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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CULTURA 3

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Como surgiram as Martinho da Vila lança biografia de Noel Rosa férias? Antes dos 30 dias previstos em nossa Constituição, funcionários de diversas camadas sociais tinham poucos dias de calmaria

©DIVULGAÇÃO/EDITORA LAZULI

1924, por meio de um projeto da Comissão de Legislação Social do Congresso para funcionários de indústrias, comércio e bancos. Em 31 de dezembro do ano seguinte, o direito de todos os trabalhadores urbanos brasileiros a férias anuais foi instituído. Dez anos depois, as férias foram incluídas na C onstituição. Em 1943, acabaram ampliadas para os atuais 30 dias por ano. FOTO: REPRODUÇÃO

Boa Vista e Rio Branco se tornam cenários do novo livro da ‘Turma da Mônica' ©DIVULGAÇÃO

de Sousa Produções, por sua beleza, organização e pelos belos pontos turísticos. A ideia do livro é que a criançada aprenda um pouco sobre a cultura, tradições e a história de cada estado visitado. "O livro mostra para a criança a diversidade do nosso País, propondo valorizar e resgatar a cultura e tradições de cada região", disse Sidney Gusman, editor do livro. A primeira parada foi em Rio Branco, capital do Acre, um importante estado da região Norte. "A turma cou encantada com a cidade e, principalmente,

c o m o M e r c a d o Ve l h o . Construído há mais de 90 anos, o mercado conta com bares, lojas, artesanatos e cafés, entre muitas outras coisas", conta o livro. " Q u an d o o s p e rs on age ns chegaram em Boa Vista, foram brincar na Praça das Águas, bem em frente à placa "Eu amo Boa Vista". Como estava quente, Bidu aproveitou a água que respingava da fonte para se refrescar. Cascão abriu seu guarda-chuva e cou admirando tudo longe da água. A turma também conheceu o teatro municipal, principal ponto turístico e cultural da cidade. Uma obra tão grandiosa que cou até difícil encontrar os personagens no local", diz a publicação. O livro é um aprendizado de brincadeiras, que incentiva as crianças leitoras a encontrar a turminha entre a multidão de cada capital. O mais interessante é que os pais, ao adquirirem o livro, personalizam a história com a participação do lho. Ao acessar a plataforma, só inserir o nome da criança e as características físicas que o livro chega tendo a criança como protagonista da história. Além de Boa Vista, as capitais que zeram parte dessa aventura foram São Paulo (SP), Rio Branco (AC), Maceió (AL), São Luís (MA), Florianópolis (SC) e Brasília (DF).

A Lazuli Editora apresenta dois lançamentos em e-book e impresso para o mês de setembro, com pré-vendas disponíveis e escritos por Martinho da Vila. A série de títulos é destinada para jovens leitores e leva o nome de “Martinho Conta...”. O cantor, compositor e escritor narra a curta trajetória do sambista Noel Rosa(1910-1937), um dos mais importantes nomes da música popular brasileira e relata, com sua saborosa prosa poética, a trajetória de Agenor de Oliveira (1908-1980), Cartola. Os títulos estarão disponíveis a partir de 16 de s e te mbro e j á p o d e m s e r adquiridos na pré-venda. Em “Martinho Conta Noel”, o autor parte de um cenário ficcional, a Escola de Música Dona Marta, para apresentar o compositor de Com que roupa para as novas gerações. É na sala de aula, através da voz dos professores Manoélio Medeiros, de violão, e D ona Mar t a, docente de teoria e história da música brasileira, que os préadolescentes da turma conhecem o itinerário de Noel Rosa, o poeta da Vila Isabel, bairro onde viveu. Por meio da elegante e suave prosa de Martinho, a narrativa

adentra pelas experiências que marcaram o Noel: a lesão facial, adquirida ao nascer e que pre ju d i c ar i a s e u s h ábito s alimentares ao longo da vida, as dificuldades do período em que estudou no religioso Colégio São Bento (era um brincalhão indisciplinado, relata o autor) e o gosto pela música, que o impulsionou a compor e tocar de forma autodidata — ou "de ouvido". A poética e o humor presentes nas composições de Noel Rosa, os diversos amores e a intensa vida boemia no Rio de Janeiro do começo do século 20 também possuem espaço na publicação, e são temas do olhar analítico do autor, na medida em que os estudantes fazem os questionamentos próprios a respeito do homenageado. Já e m “Mar t i n h o C ont a C a r t o l a”, Vi l a n a r r a u m a historiazinha minibiografia, segundo suas palavras, partindo d a s or i g e n s d o s ambi s t a , nascido no bairro do Catete. Está na obra, também, a história que precedeu o carinhoso apelido recebido pelo autor de "As rosas não falam". Adolescente, trabalhando como pintor, precisava proteger a cabeça dos respingos da tinta quando teve a ideia de

improvisar um chapéu alto, feito com toalhas. Assim, nascia uma das alcunhas mais famosas do cenário cultural do País. O livro revela ao público, ainda, momentos únicos da vida no Rio de Janeiro do século passado, como a fundação da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, antes um bloco de carnaval i mprov i s a d o p or am i g o s . Movido pela boemia na juventude, Cartola foi um dos criadores da agremiação, e p ar t i c ip ou at iv ame nte d a escolha das cores verde e rosa para representar a icônica entidade carnavalesca. Passeando pelos morros da capital fluminense e seguindo os a lt o s e b a i x o s p e s s o a i s e profissionais vividos pelo compositor de "Preciso me encontrar", o escritor constrói imagens singelas da vida do músico, como a descoberta do violão, o casamento com Dona Zica (pseudônimo da também sambista Euzébia Silva do Nascimento) e a consagração como músico popular, enquanto enaltece, também, os demais nomes notáveis do samba l i g a d o s à v i d a e o br a d o homenageado. LUCIANO DANIEL

Foto Antiga do ES ©EMANUEL NUNES/FOTOS ANTIGAS E FOTOS CONTEXTUALIZADAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO/FACEBOOK

feira, os judeus observavam o sabá, mas períodos extensos de folga não eram comuns. Até mesmo a ideia do fim de semana, dois dias inteiros para ócio, independentemente de credo, surgiu apenas com o fim da economia sustentada na lavoura. O primeiro país a conceder férias anuais aos trabalhadores foi a Inglaterra, em 1872. No Brasil, as férias de 15 dias por ano foram aprovadas em

(AVENTURAS NA HISTÓRIA)

Pontos turísticos das cidades nortistas de Boa Vista e Rio Branco são cenário das novas aventuras da Turma da Mônica. O livro recém-lançado "Turma da Mônica pelo Brasil — Capitais" mostra os famosos personagens criados por Maurício de Sousa se divertindo na Praça das Águas e no Teatro Municipal, em Boa Vista, e no Novo Mercado Velho e na Ponte Juscelino Kubitschek, em Rio Branco, durante uma viagem pelo País em um balão mágico. A capital de Roraima chamou a atenção dos editores da Maurício

Coleção “Martinho Conta...” é destinada aos jovens leitores e revisita a biografia de importantes personagens do samba

©GETTY IMAGES

N

o campo ou na cidade, a sociedade sempre se organizou em torno de atividades produtivas. Mas, assim como as horas dedicadas ao trabalho, períodos separados para atividades recreativas existem há muito tempo. Como conceito organizado, deriva do calendário religioso romano — os dias para descanso eram chamados de feriae, ou férias. Como os romanos celebravam mais de 100 feriados religiosos, dias dedicados a banquetes e celebrações aos deuses, os dias de trabalho eram, ironicamente, chamados de dies vacantes, ou dias vazios. Com a ascensão do cristianismo, a ideia de guardar um dia da semana foi ainda mais disseminada, já que o domingo era reservado para reflexão e pre c e s . Mu it as t r a d i ç õ e s religiosas reservam um dia ao descanso. Enquanto os muçulmanos tiravam a sexta-

e Cartola

Serra Sede, anos 60 — Igreja Nossa Senhora da Conceição. Construída em 1556, finalizada em 1769 e ampliada no final da década de 30, ganhando as torres laterais


4 EDUCAÇÃO

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Vitória realiza formação Como melhorar com professores de a participação Música dos estudantes nas discussões em sala de aula Seme promove formação com o tema "Diálogos musicais: rodas de conversa sobre o fortalecimento da música no contexto educacional" ©GETTY IMAGES

Professores podem criar uma sala de aula com abordagem centrada no aluno, garantindo que todos tenham a chance de contribuir ©GETTY IMAGES/ISTOCK

Com o objetivo de promover momentos de diálogos e trocas de experiências entre os professores de música que atuam na rede pública de Vitória, a S e cret ar i a Municip a l de Educação (Seme), por meio da Gerência de Formação e Desenvolvimento em Educação (GFDE), iniciará, nesta quintafeira (19), uma formação com o tema “Diálogos musicais: rodas de conversa sobre o fortalecimento da música no contexto educacional”. O primeiro encontro será uma “Roda de Conversa” entre os professores e equipe da Seme, no Parque Natura l Municip a l Chácara Von Schilgen, no bairro

S ant a Hel e n a . Um a d a s atividades da formação será elaborar uma produção musical e m v í d e o, f e i t a p o r c a d a professor com estudantes e crianças da rede municipal de ensino. Além das atividades virtuais, serão três encontros formativos presenciais, em dois turnos, nos dias 25 de agosto, 15 de setembro, 06 de outubro, além de duas atividades assíncronas, totalizando carga horária de 32 horas. São, ao todo, 30 professores de música que atuam no Ensino Fundamental e na Educação Infantil de Vitória. Par a p ar t i c ip ar, é pre c i s o preencher o formulário

disponível com a direção das unidades de ensino. “Esse projeto de formação tem como foco proporcionar espaço para a busca coletiva de condições para ampliação e aprofundamento no desenvolvimento do trabalho p e d agóg ico que envolve a música. Nossas escolas contam com pro ssionais formados em música atuando como professores dinamizadores de Arte e professores de Música, respectivamente, promovendo uma busca de soluções conjuntas para diversos desa os que surgem no cotidiano escolar”, destacou Truman Vieira, gerente da GFDE.

Todo professor quer que cada um de seus alunos se sinta ouvido e valorizado em sala de aula, com todos participando das discussões. Em alguns anos, a dinâmica funciona magicamente. Em outros, deve-se trabalhar mais para apoiar as vozes relutantes e mo derar as p ers ona lid ades dominantes, a m de cr iar conversas equitativas. Pesquisas identi cam duas dimensões da participação em s a l a de au l a: uma var i a de interativa a não interativa e a outra de autoritária a dialógica. Eles se combinam para criar quatro tipos de conversas em sala de aula. Em uma sala de aula equitativa, geramos conversa dialógica-

interativa, o que signi ca que toda a tu r ma e st á p e ns and o e m conjunto, tornando seu pensamento visível, construindo conhecimento e compreensão e acessando o conhecimento prévio. Is s o é s i g n i c at i v a m e nt e diferente da dimensão nãointerativo-autoritária, no qual o professor está ensinando informações a partir de um ponto de vista, ou da não interativadialógica, em que só o professor fala, porém compartilha diferentes perspectivas. Finalmente, com a autoritáriainterativa, muitos alunos falam, mas é evidente que há apenas uma resposta ou perspectiva correta. Esforçar-se por uma conversa

dialógica-interativa traz muitos benefícios para o processo de aprendizagem. Os alunos envolvidos na socialização da aprendizagem compreendem os conceitos em um nível mais complexo, uma vez que estão mentalmente envolvidos no processo de aprendizagem ativa. A conversa interativa-dialógica envolve os alunos, exige que a c e s s e m u m c on h e c i m e nt o a n t e r i o r, s i n t e t i z e m s u a compreensão, articulem de forma concisa e e caz e elaborem por meio da assimilação de novos conhecimentos. Além disso, quando os alunos contribuem para a experiência coletiva da sala de aula, isso os motiva e envolve, criando um sentimento de pertencimento, bem como a satisfação de serem valorizados por seus pensamentos e ideias. Eles acabam se tornando integrantes valiosos da experiência de aprendizagem em sala de aula. Aqui estão algumas estratégias para criar uma cultura na qual todas as vozes e perspectivas são representadas para maximizar o processamento de nível superior de todos os alunos.

Professora dá aula de Estudantes criam sistema de anatomia com roupa que energia sustentável mostra o corpo por dentro ©TWITTER/@MIKEMORATINOS

Todo mundo tem ou teve um professor muito legal que fazia o possível e o impossível pra tornar o conteúdo das aulas menos chato. Os alunos da professora espanhola Verónica Duque certamente vão levá-la na memória para o resto da vida por conta disso. Isso porque ela arrumou um jeito bastante inusitado — e muito didático — para ensinar anatomia para sua turma: usar uma roupa especial que mostra como são todos os órg ã o s i nte r no s d o c or p o humano. “Eu dou aula há 15 anos. Um dia, estava na internet, quando vi uma propaganda dessa roupa de banho à venda na AliExpress”, lembra a professora. “Eu sei o quanto é difícil para as crianças

entenderem como os órgãos cam dispostos dentro do corpo, então achei que valia a pena tentar”, contou, em entrevista ao “Bored Panda”. Verónica é professora de ciências sociais e da natureza, espanhol e inglês do ensino fundamental. As imagens da aula de anatomia nada

convencional foram parar na internet por conta de uma publicação feita por seu marido, Michael. “Estou muito orgulhoso desta mulher cheia de ideias que eu tenho a sorte de chamar de esposa”, escreveu o p arceiro de Verónica. “As crianças foram à loucura. Viva Verónica!”, celebrou.

A l u n o s d o e n s i n o m é d i o bioma amazônico. “O projeto estudos para viabilização do desenvolveram uma fonte de estimulou o grupo a pensar em prot ót ip o d e u m k it p ar a energia sustentável e baixo custo soluções para problemas reais e montagem da microusina. Os alunos concluíram o curso b a s e a d a n o p o t e n c i a l envolveu conceitos importantes h i d r o g r á c o d a r e g i ã o para o aprendizado técnico técnico de eletrônica em 2020 e amazônica. A iniciativa, voltada como geração de eletricidade, c o n t i n u a m t r a b a l h a n d o , sobretudo, no aperfeiçoamento aos ribeirinhos de Rondônia, faz física e mecânica de uidos”. A saber, na primeira fase do do projeto de microusina. parte do Trabalho de Conclusão Segundo Vinícius Motta, de Curso (TCC) de três ©REVISTA EDUCAÇÃO o foco agora é aperfeiçoar jovens do curso técnico de o kit para torná-lo viável e l e t rôn i c a d a E s c ol a comercialmente. Técnica Estadual (Etec) “Estimamos que o B ento Quirino, de equipamento tenha um Campinas, SP: Brenno de custo aproximado de R$ Oliveira, Gabriel Serrano 800, mas continuamos e Vinícius Motta, sob pesquisando formas para orientação dos reduzir ainda mais esse professores Regina K a w a k a m i e M a r c o s Brenno de Oliveira, Gabriel Serrano e Vinícius Motta custo”. Entre as possibilidades Almeida. O professor da disciplina de TCC foram feitas pesquisa para baratear o preço, os alunos TCC, Marcelus Guirardello, bibliográ ca e entrevistas com ap ostam, p or exemplo, na explica que o objetivo foi moradores da região que não produção do gerador de energia apre s e nt ar u m s iste ma d e estão integrados ao sistema de em impressora 3D. Mais uma geração de energia aproveitando geração e transmissão de energia s o l u ç ã o s u s t e n t á v e l d o s o grande volume de água dos rios elétrica (Sistema Interligado estudantes que pode melhorar a caudalosos que fazem parte do Nacional — SIN). A segunda fase vida dos ribeirinhos e do planeta. do trabalho se concentrou nos


POLÍTICA 5

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Jorge

Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco

jorgepachecoindio@hotmail.com

“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes”, Winston Churchill ©REPRODUÇÃO

manter as medidas de exibilização no Estado. Em seu primeiro discurso como liado ao PSDB, Tomás se emocionou ao falar do pai. “Acompanhei a trajetória do meu pai desde muito pequeno, quando ele passou pela Assembleia Legislativa, pela Câmara, secretário do Meio Ambiente, vice–prefeito a convite do João, e depois prefeito. A gente sabe que a trajetória dele seria muito mais longa, mas infelizmente ele nos deixou. O legado ca para todos nós. A gente sempre falava sobre política. Ele era um amigo, uma pessoa muito especial”, disse o lho de Bruno Covas. Doria, por sua vez, praticamente “lançou” Tomás candidato à prefeitura de São Paulo. “Aqui está sentado um futuro prefeito da capital de SP: Tomás Covas. Ele está trabalhando duplamente conosco. Estuda de manhã e ca das 15h até 23h. Se a mãe dele não me der uma chicotada, mas em mim do que você, Tomás, nós vamos em frente”, disse Doria em sua fala. Em seguida, o governador emendou: “Tomás está aprendendo gestão. A partir de 21 anos, você já sabe que pode ser candidato”. Segundo a assessoria do Palácio dos Bandeirantes, Tomás Covas está fazendo um estágio itinerante no governo paulista e a ideia é que ele passe pelas principais secretarias. Em entrevista na saída do evento, Doria disse que os seus adversários nas prévias são “amigos” que estarão unidos contra Lula e Bolsonaro e exaltou o apoio declarado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao seu nome.

Doria anuncia Rodrigo Maia para secretaria do governo de SP ©MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quinta-feira (19) que o deputado federal Rodrigo Maia (sem partido/RJ) será o responsável pela Secretaria de Projetos e Ações Estratégicas do Estado. A publicação o cial será realizada nesta sexta-feira (20). Segundo nota divulgada pelo governo, Maia trabalhará para “agilizar os projetos de desestatização, acelerando as parcerias público-privadas e as concessões em andamento”. “A experiência do Rodrigo Maia à frente da Câmara fortaleceu nele a capacidade de dialogar com governos, sociedade civil e s etor pro dut ivo, com e ciênci a e credibilidade. Todas as reformas que passaram sob sua liderança só foram possíveis por causa do diálogo, do senso de urgência e do olhar estratégico de quem sabe o que é verdadeiramente importante para o país”, diz Doria em comunicado. Maia e Doria se aproximaram durante o período que o deputado era presidente da Câmara e se uniram nas críticas à gestão da pandemia de covid-19 do presidente Jair Bolsonaro. Em junho deste ano, o congressista foi expulso do seu partido, o Democratas, por se desentender com o presidente da sigla, ACM Neto, durante a campanha para seu sucessor na Câmara.

TRE rejeita recursos e cassa definitivamente mandato do prefeito de Itapemirim AJUFE

O Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) rejeitou, na noite desta quarta-feira (18), os últimos recursos impetrados pelo prefeito de Itapemirim (sul do Estado), iago Peçanha Lopes (Republicanos), e de seu vice, Nilton Santos, do mesmo partido, cassando de nitivamente o mandato de ambos, por unanimidade. No último dia 13, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia rejeitado outro recurso. Com a decisão, assumirá a prefeitura o presidente da Câmara, José de Lima (PDT). A posse do prefeito substituto depende da publicação do acórdão e os trâmites administrativos para a convocação de nova eleição pela Justiça Eleitoral. "A partir de agora, o processo de cassação passa à fase de trânsito em julgado", explica a advogada Larissa Meleipe, destacando que ainda cabe um recurso por parte do prefeito, mas "fora do cargo". A advogada representa a coligação "Nosso povo, nossa missão, unidos por um Itapemirim melhor", que reuniu os partidos Avante, DEM, PSD e Podemos, cujo candidato foi o Dr. Antônio, derrotado pelo prefeito cassado por 1,5 mil

Tomás Covas se filia ao PSDB, em evento com Doria e aglomeração

(18) sua cha de liação no PSDB em um evento que reuniu cerca de 300 tucanos — e causou aglomeração em uma casa de shows sem janelas na capital paulista. No discurso mais exaltado da noite, Doria, que foi recebido no palco ao lado de Tomás com fogos de artifício e ao som de uma bateria de escola de samba, exaltou as prévias presidenciais do PSDB, atacou o presidente Jair Bolsonaro e o PT e minimizou o excesso de participantes no evento. “Não estamos mais em quarentena em São Paulo. Estamos em um período de obediência ao uso de máscara e ao distanciamento, mas já não estamos em quarentena”, a rmou. A manifestação ocorreu após o governo paulista dissolver o Centro de Contingência do Coronavírus depois de

Câmara aprova em 2º turno volta das coligações; veja como votaram os deputados do ES Maioria dos parlamentares do Estado votou a favor de texto que restringe alcance de decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as eleições Por 347 votos a 135, a Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno nesta terça-feira (17) a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma eleitoral. O texto traz de volta as coligações entre partidos nas disputas proporcionais e restringe o alcance de decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as eleições. Dentre os capixabas, votaram a favor Amaro Neto (Republicanos); Soraya Manato (PSL); Evair de Melo (PP); Lauriete (PSC); Helder Salomão (PT); Norma Ayub (DEM); e Ted Conti (PSB). Apenas Felipe Rigoni (PSB) e Da Vitória (Cidadania) votaram contra a medida. O deputado Neucimar Fraga (PSD) não votou. A proposta segue para o Senado, onde também precisará ser aprovada em dois

turnos até outubro e deve encontrar resistências. A disposição dos senadores em não dar seguimento à proposta promete ser mais uma fonte de atrito entre as duas casas. As coligações proporcionais foram extintas pelo Congresso em 2017, e as eleições de vereadores em 2020 foram as únicas realizadas sob a vigência da regra. TSE O texto aprovado pela Câmara dos Deputados limita a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e até do Supremo Tribunal Federal (STF) no processo eleitoral, a partir das disputas de 2022. Caso essa versão seja mantida, qualquer decisão das duas Cortes só poderá começar a valer se tiver sido aprovada um ano antes das eleições, respeitando a regra da anualidade. Se essa norma estivesse em vigor em 2020, a reserva de recursos do Fundo Eleitoral e do horário de propaganda no rádio e na TV para candidatos negros não teria valido nas eleições municipais daquele ano, por exemplo. Em setembro de 2020, o ministro do STF Ricardo Lewandowski decidiu que a regra deveria valer para as eleições municipais ocorridas em 15 de novembro. O plenário do tribunal manteve o entendimento, apesar dos protestos dos partidos.

Bolsonaro assume que precisa se entender com governadores "É o que vai fazer o Brasil melhor", afirmou o presidente sobre o assunto durante entrega de máquinas agrícolas em Cuiabá ©REUTERS

©REPRODUÇÃO/FOLHA DO ES

©REPRODUÇÃO TWITTER

Uma semana após completar 16 anos e receber como “presente” do governador João Doria (PSDB) um estágio no Palácio dos Bandeirantes, o estudante do ensino médio Tomás Covas, lho do ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas (morto em maio), assinou na noite de quarta-feira

votos, de 26,9 mil ao todo. A cassação de iago Peçanha e do vice Nilton Santos foi de nida em fevereiro deste ano pelo juiz Romilton Alves Vieira, mas os dois permaneciam no cargo. Em junho passado, o TRE manteve a decisão e determinou novas eleições no município. Desta vez, foram rejeitados os embargos de declaração, que pretendiam modi car o julgamento. Além da perda do mandato, o prefeito eleito ca inelegível pelo período de oito anos e terá que pagar uma multa de 25 mil Unidades Fiscais de Referência (U r). Essas penas não se aplicam ao vice. Segundo os autos, houve "abuso de poder tanto na modalidade excesso, quanto na modalidade desvio", decorrente da "utilização da administração pública para promoção de interesses pessoais". A decisão se baseou nas contratações irregulares de servidores efetivados no período eleitoral do ano passado. A cassação do mandato do prefeito e do seu vice é resultante ainda de denúncias sobre uso indevido de meio de comunicação social e de dinheiro público. Nessa segunda-feira (16), o Tribunal de Contas do Estado suspendeu aumento salarial dos servidores contratados. iago Peçanha cumpriu mandato-tampão com o afastamento do prefeito eleito Luciano Paiva, do qual era vice. Ele foi reeleito em 2020, mas o primeiro mandato de gestão foi marcado por denúncias e con itos com a Câmara de Vereadores, que em 2019 chegou a decretar o afastamento das funções pelo prazo de 90 dias, decisão anulada posteriormente por meio de recurso judicial.

O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta quinta-feira (19) a importância de seu entendimento com governadores e prefeitos. "É o que vai fazer o Brasil melhor", a rmou, durante entrega de máquinas agrícolas a comunidades indígenas em Cuiabá, capital de Mato Grosso. Contudo, o chefe do Executivo

criticou um suposto "processo de perda de liberdade" no País. "De onde menos esperávamos controle de liberdade, é de onde está vindo", disse, sem citar diretamente o Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro tem travado embates com a Corte, que subiu o tom da resposta às ameaças do presidente de suspensão das eleições de 2022 e às fake news propagadas por alguns aliados. A base bolsonarista fala em erosão das liberdades individuais, citando como exemplo a prisão do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, por ameaças a ministros do Supremo e à democracia. Por isso, convocou uma manifestação para o dia 7 de setembro, quando o País comemora o Dia da independência. "O povo quer liberdade, que estamos perdendo", a rmou o chefe do Executivo, reiterando que, nesse dia, estará "onde o povo estiver", mas garantindo que o movimento será pací co. Se, por um lado, está em pé de guerra com o Supremo e alguns governadores, sobretudo desde a adoção de medidas de isolamento social por parte dos Executivos estaduais, Bolsonaro exaltou sua atual relação com o Congresso Nacional. "Aos poucos, estamos ganhando c o n a n ç a d o Pa r l a m e nt o, v a m o s mudando velhas práticas", destacou. Apesar da boa relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o dirigente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tem oferecido resistência a algumas pautas do governo e respondido a alguns ataques do líder do Palácio do Planalto a outros poderes. Ainda durante o evento em Cuiabá, Bolsonaro fez críticas a multas aplicadas a produtores rurais. "Seja quem for, não tem cabimento", declarou. "O Estado não pode atrapalhar quem quer produzir. Quanto menos Estado, mais desenvolvimento". Como m o s t r o u o Estadão/Broadcast, a área de gestão de multas ambientais do Ibama sofreu uma paralisia completa durante a gestão de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente. Acompanhavam Bolsonaro no evento a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o ministro do Turismo, Gilson Machado e o presidente da Funai, Marcelo Xavier. O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, também estava presente e discursou às lideranças indígenas alinhadas ao governo, como o líder da etnia Paresi, Arnaldo Zunizakae.

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6 TECNOLOGIA

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Embraer mostra Ponte futurista detalhes sobre avião impressa em 3D é a hidrogênio sustentável e Novo avião da Embraer terá os motores posicionados na cauda da aeronave ©EMBRAER/DIVULGAÇÃO

dispensa aço e cimento ©STUDIO NAARO

A fabricante de aviões brasileira Embraer divulgou novas imagens e deu detalhes sobre sua mais nova aeronave, na última sexta-feira (13). O modelo é um turboélice que será voltado para a aviação regional, e entre as principais novidades anunciadas estão a posição dos motores do avião, que serão instalados na cauda da aeronave, e a possibilidade de abastecimento com hidrogênio. O novo turboélice da Embraer deverá comportar entre 50 e 90 p ass age i ro s , s e m c ont ar a tripulação, e, com o crescimento do setor de aviação regional, é uma das principais apostas da fabricante brasileira para o futuro. A Embraer ainda não divulgou uma data o cial para o lançamento do avião, e além diss o, não informou s e as i m a ge ns apre s e nt a d a s s ã o conceituais ou nais. A intenção da Embraer é substituir as aeronaves usadas atualmente na aviação regional, que são modelos turboélice mais

antigos e que são bastante criticados pelos passageiros por serem apertados e barulhentos, c o m o o s E R J, d a p r ó p r i a Embraer, e os CRJ, da canadense Bombardier, dois projetos da década de 1990, por um modelo mais confortável e silencioso. Em entrevista à revista Aero Magazine, o vice-presidente sênior de Engenharia, Te c n o l o g i a e E s t r a t é g i a Corporativa da Embraer, Luís Carlos Affonso, disse que a ideia dos motores montados na cauda da aeronave proporcionarão uma cabine mais silenciosa e um desempenho semelhante aos dos aviões a jato, que são o que há de mais mo d e r no na av i a ç ã o comercial. Segundo estudos da empresa, montar os propulsores na cauda da aeronave está diretamente ligado ao tipo de combustível planejado pela companhia. A Embraer pretende usar o hidrogênio líquido para abastecer o avião, o que exige um posicionamento diferente dos

tanques de combustível do avião, processo que é facilitado por motores traseiros. Além de reduzir o ruído interno, os motores na cauda proporcionam um desenho aerodinâmico mais minimalista, principalmente nas asas. A previsão é que o novo turboélice da Embraer tenha um custo até 15% menor por passageiro em comparação com os modelos atuais, além de realizar os trajetos em até 80% do tempo, contudo, esses dados ainda podem mudar com base no avanço do projeto. Hoje, o turboélice ainda está em fase de avaliação de mercado e passando por estudos técnicos. Porém, segundo o presidenteexecutivo da Embraer, Francisco Gomes Neto, o projeto tem sido visto com bons olhos pelo mercado, principalmente pelas companhias aéreas dos Estados Unidos, por conta disso, o avião pode ser lançado já nos próximos meses, mas ainda sem uma data exata para isso.

Reino Unido vai testar estrada elétrica para caminhões O governo do Reino Unido anunciou um investimento de 20 milhões de libras esterlinas para acelerar a transição do transporte rodoviário de mercadorias para “emissões zero”. Entre os projetos a serem testados, está em análise um estudo de viabilidade para construir estradas elétricas, isto é, que recarrega a bateria dos veículos em movimento. O plano é testar a te c nol o g i a d a Si e me ns Mobility, já usada em outros países, em que caminhões são anexados a cabos aéreos nas estradas para rodar usando eletricidade. A lógica é semelhante ao usado em ônibus trólebus: os veículos estão conectados a uma fonte elétrica que o impulsiona. Cada veículo também será equipado com

bateria, de modo que poderá se desprender dos fios e chegar até o destino sem emitir gases poluentes. A tecnologia, batizada de eHighways, possibilita “reduzir o uso de combustíveis fósseis e os custos operacionais de caminhões, eliminando ao

mesmo tempo as emissões locais, como CO₂ e óxidos de nitrogênio”, afirma a companhia Siemens. Um estudo de nove meses investigará a viabilidade deste sistema em quilômetros de

extensão, que ligará um porto, um centro de logística e um aeroporto no norte da Inglaterra. O f i n a n c i a m e nt o p a r a o projeto será concedido a um consórcio de negócios formado pela Siemens Mobility, Scania, Costain, The Center for S u s t a i n a b l e R o a d F r e i g ht (Cambridge University e ©SIEMENS Heriot-Watt University), ARUP, Milne Research, SPL Powerlines, CI Planning, BOX ENERGI e Possible. O investimento integra o Plano de Descarbonização do Transporte apoiado por meio da agência governamental Innovate UK. Além disso, também serão testados caminhões com célula de combustível a hidrogênio verde na Escócia.

Não é preciso ser engenheiro para saber que pontes são geralmente feitas de concreto e vigas de ferro ou aço para sustentação. Essa é uma regra básica, porém, que pode cair por terra graças a uma invenção capaz de revolucionar o setor da construção civil. Uma equipe composta por integrantes da Zaha Hadid Architects, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurich) e do Block Research Group decidiu remover todos os tipos de apoios e materiais tradicionais para construir uma ponte arqueada para pedestres com aproximadamente 12m x 16m. O mais incrível é que ela não leva nada de concreto verdadeiro e mesmo assim se mantém rme. Apesar do formato futurista, o método empregado na ponte seguiu os padrões clássicos da construção, com alvenaria estrutural e blocos angulares dispostos no formato arqueado. Os materiais de concreto foram criados arti cialmente e impressos em 3D com ângulos especí cos, em vez do tradicional formato horizontal padrão. Esse conhecimento matemático faz com que a ponte se mantenha forte, mesmo sem as vigas de concreto armado ou as colunas de sustentação. O formato curvo associado aos blocos angulares transferem a

carga para as bases da estrutura e isso deixa a ponte estável. Não foi revelado qual peso máximo a estrutura aguentaria, mas é bem provável que a técnica possa ser replicada para criações ainda maiores. Devido ao design, a "armação" de concreto arti cial usa bem menos material do que uma ponte tradicional. Por não ser xa, ela pode ser desmontada e remontada em outro local, além de utilizar materiais recicláveis. “Este méto do precis o de impressão em concreto 3D nos permite combinar os princípios d a c on s t r u ç ã o a b o b a d a d a tradicional com a fabricação digital de concreto para usar o m at e r i a l ap e n a s o n d e f o r estruturalmente necessário, sem produzir resíduos”, disse o professor da ETH, Philippe Block, em entrevista ao site Futurity. O concreto é uma das indústrias que mais emite dióxido de carbono (CO₂) no mundo. S egundo dados e x p o s t o s p e l o Fu t u r i t y, a produção é responsável por 8% de todas as emissões de carbono na atmosfera, o que representa

2,8 bilhões de toneladas por ano, conforme a Yale Environment 360. C om o s eu largo us o na construção de edifícios, casas, viadutos e pontes, não há nenhuma previsão na redução do uso deste material — pelo contrário, ele só ca atrás da água em quantidade consumida anualmente. Se os estudos com o concreto fabricado em laboratório evoluírem, esse índice de poluição poderia ser reduzido consideravelmente. A l é m d i s s o, o c o n c r e t o tradicional destrói o verde das cidades e contribui para o aquecimento da “selva de pedra”. A fabricação de uma versão mais sustentável poderia contribuir para minimizar esse impacto, além de poder tornar, em médio ou longo prazo, as obras mais baratas. Por enqu anto, s ó c ab e à sociedade observar maravilhada a essa incrível construção. Porém, como há arquitetos e engenheiros envolvidos, não é de se espantar se pontes ou passarelas similares surgirem em um futuro não muito distante.

Samsung lança smart monitor de 24'' com Tizen no Brasil ©SAMSUNG

Na última terça-feira (17), a Samsung lançou uma nova categoria de monitores da marca. O Smart Monitor M5 se destaca por oferecer uma solução para trabalho e entretenimento, uma vez que é equipado com o sistema operacional das TVs da marca, o Tizen. O painel plano é um IPS de 24 polegadas com HDR10, resolução FullHD e taxa de atualização máxima de 60 Hz. Ele oferece a opção de ser usado com apoio na mesa, mas também tem furação VESA para pendurar na parede. Kauê Melo, diretor da divisão de B2B e monitores da empresa, reforça que o produto não é um 2

em 1 e também não é uma TV. Isso porque ele não tem todas as funcionalidades de um televisor, mas tem a intenção de ser um monitor que eng lob e mais recursos para consumidores exigentes com novas demandas e que vivem entre a home e o office. Além da possibilidade de visualizar conteúdos de plataformas como Prime Video, HBO, Net ix e YouTube sem a necessidade de um PC, o monitor "faz tudo" tem controle remoto e alto-falantes de 5 W de potência cada. Para usuários de aparelhos da Apple, o Samsung Smart Monitor M5 é o primeiro monitor do mundo compatível com a tecnologia Air Play 2, mas

também é possível conectar smartphones Android usando o Tap View. Para quem pensa em usar o produto para trabalho, as opções de conectividade são amplas: é possível ligar um computador ao monitor sem cabo via Miracast, trabalhar com o Microso Office 365 on-line, usar o monitor para acessar remotamente seu computador e conectar USB para teclado e mouse na própria tela. Em conversa com o TecMundo, Marina Correia, gerente de produto da Samsung Brasil, explicou que o conforto visual também é uma preocupação da marca, já que as pessoas passam mu it o t e mp o n a f re nt e d e monitores. Para melhorar a experiência, o Smart Monitor conta com recursos como Flicker Free, que cancela a trepidação; Eye Saver Mode, que reduz a emissão da luz azul; e o brilho da tela, o qual se adapta à iluminação do ambiente automaticamente.


CIÊNCIA 7

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Abelhas zangadas produzem veneno melhor Veneno desses insetos é tratamento ecaz para doenças degenerativas e infecciosas ©DOMÍNIO PÚBLICO

Pesquisadores da Universidade Curtin (Austrália) revelaram como fatores comportamentais e ecológicos in uenciam a qualidade do veneno de abelha. Ess e veneno é um pro duto amplamente conhecido por seu tratamento e caz para doenças degenerativas e infecciosas, como Parkinson e osteoartrite. O estudo analisou pela primeira vez a diversidade de proteínas no veneno de abelha produzida pela abelha ocidental no ecossistema da árvore marri, no sudoeste da Austrália. Os resultados foram publicados na revista PLOS ONE. A pesquisadora principal, Drª Daniela Scaccabarozzi, da Escola de Ciências Moleculares e da Vida d a Un i v e r s i d a d e C u r t i n e c ons u lt or a d e p e s qu i s a n o ChemCentre, disse que a pesquisa seria um benefício substancial para a saúde humana e para o lucrativo negócio da apicultura, em que o veneno de abelha está sendo vendido por até US$ 300 por grama. “Descobrimos que existem 99 proteínas de veneno de abelha, das quais cerca de um terço foi

identi cada anteriormente. Quanto mais proteínas forem encontradas no veneno, maior será o potencial de qualidade e efeito”, disse a Drª Scaccabarozzi. “Para entender a diversidade de proteínas do veneno de abelha e descobrir quais condutores afe t ar am iss o, a e qu ip e d e pesquisa multidisciplinar analisou uma série de fatores, incluindo os padrões de comportamento das abelhas”, p r o s s e g u i u e l a . “ Um f at o r comportamental interessante foi revelado pela associação entre abelhas dóceis e ativas. Curiosamente, descobrimos que as 'abelhas zangadas' que reagiam intensamente aos nossos dispositivos de estimulação produziam um veneno mais rico e denso em proteínas”. “A quantidade total de veneno liberado pelas abelhas depende da secreção de feromônios de alarme que induz outras abelhas a reagir agressivamente por ferroada. Isso pode ser resultado de mudanças na genética que podem provocar agressão nas abelhas”. Scaccabarozzi a rmou que a

equipe também con rmou que a temperatura impactou a composição proteica do veneno de abelha. “Altas temperaturas podem ser prejudiciais para a atividade das abelhas dentro e fora das colônias. Das 25 colmeias testadas, descobrimos que os locais com temperaturas mais altas registravam menor produção de veneno. Isso atendeu à nossa expectativa de que fatores sazonais causam uma mudança no per l de proteína do veneno de abelha. O intervalo ideal para alta diversidade de proteínas varia de 33 a 36 graus Celsius”. Outras descobertas também revelaram que a localização geográ ca teve um impacto na comp osição do veneno das abelhas, bem como em qual estágio as ores estavam durante a colheita quando foram c on s u m i d a s p e l a s a b e l h a s . Scaccabarozzi disse que novas pesquisas ajudariam os apicultores a coletar uma qualidade padronizada de veneno para atender à crescente demanda em campos clínicos e terapêuticos, bem como ajudar a projetar estratégias econômicas para a colheita de veneno de abelha para garantir sua posição no mercado global. O veneno de abelha de abelhas domesticadas (Apis mellifera ligustica) foi coletado durante a estação de oração de Corymbia calophylla (marri) em 25 colmeias perto de Harvey, no sudoeste da Austrália.

DNA de hominídeo é mais evidente na população Filipina, dizem cientistas ©NATURAL HISTORY MUSEUM/REPRODUÇÃO

O DNA do “homem denisovano” ou “hominídeo denisovano” está presente em maior evidência na população das Filipinas, segundo novo estudo publicado por especialistas no jornal C u r r e n t B i o l o g y. Especi camente, o grupo étnico c o n h e c i d o c o m o “A y t a Magbukon” foi o que apresentou a maior conservação do DNA histórico. Cientistas determinaram, em repetidas ocasiões, que o homem denisovano se relacionou com o homem moderno há milhares de anos, e essa relação gerou uma preservação de parte de seu código genético nas populações atuais. Anteriormente, porém, pensava-se que eram os residentes das regiões altas de Papua-Nova Guiné que concentravam a maior parte dessa informação biológica — o novo estudo revela que não é bem assim. “Nós concluímos essa observação mesmo considerando que os 'Ayta Magbukon' foram recentemente incluídos nos grupos biológicos pertinentes ao extremo asiático — que trazem pouca ancestralidade denisovana, que lhes é bastante diluída”, disse Maximilian Larena, da

Universidade de Uppsala, na Suécia. “Se levarmos em conta a ancestralidade biológica dos 'Ayta Magbukon', o percentual de DNA do homem denisovano pode ser até 46% maior do que o que é visto em australianos e papuásios”. O estudo visava analisar profundamente a história da população lipina. Para isso, Larena e sua equipe atuaram na busca por informações de 2,3 milhões de genótipos, relacionados a 118 grupos étnicos das Filipinas. Isso foi possível graças a uma parceria entre a Universidade de Uppsala, a Comissão Nacional de Cultura e Artes das Filipinas (NCCA) e diversas comunidades nativas, universidades locais e entidades governamentais e não governamentais. O documento mostrou que a população “Ayta Magbukon” apresenta o mais alto nível de c on c e nt r a ç ã o d o DNA d o hominídeo denisovano não

apenas das Filipinas, mas do mundo todo. Aliado à descoberta do homo luzonensis na região, em 2007, a conclusão é a de que o DNA denisovano gerou diversas espécies arcaicas de hominídeos antes da chegada do homem moderno, e esses grupos tinham relação genética direta. “Entretanto”, disse Mattias Jakobsson, coautor do estudo, “alguns grupos se misturaram de forma mínima e apenas com os imigrantes mais recentes. Por esse motivo, os 'Ayta Magbukon' retiveram a maior parte dos tratos arcaicos e caram com o maior volume de ancestralidade denisovana do mundo”. O estudo agora servirá como base para novas pesquisas de mapeamento genético, com a expectativa de obter respostas mais detalhadas sobre a in uência de tratos genéticos arcaicos na adaptação da nossa espécie.

Pesquisa brasileira está próxima de encontrar Pesquisadores brasileiros planeta similar à Terra descobrem duas espécies de dinossauros na China

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Rochas fossilizadas de mais de 120 milhões de anos, encontradas na província chinesa autônoma de Xinjiang, abrigam os restos de duas novas espécies de dinoss auros s auróp o des. A descoberta foi feita por uma equipe de pesquisadores brasileiros e publicada na última quinta-feira (12) na Nature Scienti c Reports. Através de uma série de vértebras cervicais médias e posteriores articuladas, a equipe constatou que o Silutitan sinensis possui ligações com os Euhelopus, uma espécie chinesa muito mais antiga. Esse 'parentesco' aconteceu por meio de um período evolutivo muito recente, explica a pesquisadora Kamilla Bandeira, do Museu Nacional/UFRJ, uma das autoras do estudo. Já a outra espécie, o Hamititan xinjiangensis, foi encontrada por meio de uma s equência de vértebras caudais anteriores articuladas, o que os ligou ao

©GETTY IMAGES

©DIVULGAÇÃO/MUSEU NACIONAL/ILUSTRAÇÃO DE MAURÍLIO OLIVEIRA

grupo dos Titanosauridae — uma espécie rara na Ásia, mas muito BOB BEHNKEN comum no Brasil e na América do Sul. Segundo Bandeira, o achado da espécie “mostra uma combinação incomum de características, especialmente para titanossauros”, explica em nota publicada pelo Museu Nacional. D e a c ord o c om A l e x a n d e r K e l l n e r, p a l e o n t ó l o g o e coordenador brasileiro do estudo, as descobertas "são particularmente importantes por serem de uma área onde grandes

vertebrados, como dinossauros, não foram registrados até esse momento". A descoberta se deu por meio de uma parceria cooperativa, que existe desde 2004, entre o Museu Nacional/UFRJ e o Institute of Vertebrate Paleontology and Paleoanthropology (IVPP) de Pequim. Segundo o TecMundo, a colaboração já resultou em mais de vinte trabalhos. Paleontólogos do Beijing Museum of Natural History e do Hami Museum também zeram parte do novo estudo.

O estudo conduzido majoritariamente por pesquisadores brasileiros que foi aceito para publicação no Astronomical Journal mostra que estamos mais perto de descobrir planetas similares à Terra, segundo o jornal Folha de São Paulo. Tendo como primeiro autor Yuri Netto, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), o trabalho tem por objetivo testar a p r e c i s ã o d o E s p r e s s o, instrumento que busca análogos terrestres, como exoplanetas com a mesma

massa da Terra, em uma órbita similar com uma estrela como o Sol. O espectrógrafo está i n s t a l a d o n o V L T, u m telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO) no Chile. Pelo método de medição de velocidade utilizado, seria preciso atingir uma precisão de 10 cm/s. O espectrógrafo antecessor, o Harps, instalado em La Silla, no Chile, tem precisão de 1 m/s. Portanto, o estudo espera melhorar em dez vezes as medidas e, a essa altura, isso já é quase possível. Os pesquisadores já conduziram, durante 60 noites, 24 observações da estrela HIP

11915, que foi escolhida por ser um gêmeo solar que tem um planeta análogo a Júpiter, descoberto por brasileiros com o Harps em 2015. O astro está localizado a 175 anos-luz da Terra na constelação da Baleia. O tempo utilizado até agora para as medições ainda é muito limitado, já que, para con rmar a detecção, o planeta precisa completar ao menos uma volta inteira ao redor da estrela. Para um análogo perfeito da Terra, isso precisaria de cerca de 360 dias. Com as observações feitas até esse momento, é possível que o Espresso consiga atingir a m e d i ç ã o n e c e s s ár i a p ar a comprovar o estudo. A estrela HIP 11915 continua em evidência e, com as similaridades com o Sistema Solar, tem chances de ser o que os cientistas procuram há muito tempo: um planeta similar ao nosso e, talvez, habitável.


8 BEM-ESTAR

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Cochilos curtos não melhoram efeitos da Arroz cremoso com privação de sono, casquinha indica estudo

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665

©GUIA DA COZINHA

Tirar uma soneca de 30 minutos ou uma hora é melhor do que passar a noite em claro, mas está longe de ter os mesmos efeitos de uma boa noite de sono, mostrou pesquisa com 275 participantes ©PEXELS/MARCUS AURELIUS

Uma soneca de meia-hora durante o dia é su ciente para restaurar os danos de uma noite maldormida? Segundo um novo estudo liderado pelo Laboratório de Sono e Aprendizagem da Un ive rs i d a d e E st a du a l d o Michigan (MSU), nos Estados Unidos, a resposta é não. Na verdade, nem um cochilo de uma hora seria capaz de fazê-lo. Publicada recentemente no periódico cientí co SLEEP, a pesquisa avaliou o efeito de cochilos com duração de 30 ou 60 minutos em 275 participantes. Os voluntários, todos em idade universitária, foram convidados a completar tarefas cognitivas em uma noite no Laboratório de Sono e Aprendizagem da MSU. Em seguida, foram divididos aleatoriamente em três grupos: o primeiro foi enviado para casa para dormir; o segundo permaneceu no laboratório durante a noite, mas teve a oportunidade de tirar uma soneca de 30 ou 60 minutos; e o terceiro foi privado de qualquer ocasião de cochilo. Na manhã seguinte, todos os participantes repetiram as tarefas cognitivas no local. As atividades mediram a atenção psicomotora — tarefa de vigilância psicomotora (PVT) — e as noções de espaço (UNRAVEL, na sigla em inglês) do grupo, de forma a mapear a sua capacidade de completar uma série de etapas em uma ordem especí ca sem pulá-las ou

repeti-las, mesmo depois de serem interrompidos. Ao m dos testes, os pesquisadores observaram que, embora o grupo que tirou sonecas tenha obtido vantagens em relação ao que passou a noite e m c l a r o, a m b o s t i v e r a m desempenhos mais baixos nas duas tarefas em comparação aos colegas que foram para casa e passaram por todas as etapas do sono, sobretudo a fase de ondas lentas (SWS), que é o estágio de transição entre o sono leve e o muito profundo, considerado essencial para formar e reter memórias. “Queríamos sab er s e um cochilo durante o período de privação atenuaria esses dé cits e descobrimos que cochilos curtos d e 3 0 ou 6 0 m i nut o s n ã o most raram nen hum efeito mensurável”, avalia Kimberly Fenn, professora associada da MSU e autora do estudo, em comunicado. “No entanto, cada aumento de 10 minutos no SWS reduziu os erros após as interrupções em cerca de 4%”, pondera a diretora do

Laboratório de Sono e Aprendizagem. Para os pesquisadores, as diferenças observadas entre o grupo que foi privado de sono e os participantes que cochilaram sugerem que sonecas mais longas do que as testadas podem ser necessárias para causar diferenças signi cativas nos dé cits de cognição. Ao mesmo t e mp o, c o n s i d e r a m q u e a redução de 4% no dé cit daqueles que cochilaram “pode potencialmente salvar vidas”, considerando o ofício de pro ssionais como cirurgiões, policiais ou motoristas de caminhão, que demandam altos níveis de atenção e coordenação motora. “Interpretamos esses efeitos em termos do papel do SWS em aliviar a pressão do sono e facilitar a consolidação da memória”, diz o estudo, que é apontado como um dos primeiros a medir a e cácia de cochilos mais curtos. “Indivíduos que obtiveram mais SWS tenderam a apresentar erros reduzidos em ambas as tarefas. No entanto, eles ainda apresentaram desempenho pior do que os participantes que d o r m i a m”, a l e r t a F e n n , ressaltando um fato reforçado há d é c a d a s p e l a c omu n i d a d e cientí ca: um cochilo, independente de sua duração, é incapaz de substituir uma boa noite de sono.

Como a insônia atrapalha a nossa memória ©DEPOSITPHOTOS

Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, quando ratos estão privados de sono, há um

aumento na atividade dos neurônios inibitórios no hipocampo. Essa área no cérebro é responsável pelo

processamento e armazenamento de novas m e m ór i a s , re l at ar am o s pesquisadores. Ou seja, esses resultados apontam que para garantir o armazenamento de novas informações antes de uma prova, por exemplo, é mais vantajoso ter uma boa noite de sono do que passar a madrugada tentando decorar novas informações. Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores precisaram analisar pesquisas

E

sta receita é deliciosa e rapidinha! Em 30 minutos você prepara o saboroso arroz cremoso com casquinha. Seja para o almoço ou para o jantar, o arroz cremoso é sucesso garantido! Experimente essa sensação!

Modo de preparo Em uma vasilha, misture o arroz, a ervilha, o presunto, o pimentão, a cenoura, o creme de leite e tempere com sal e pimenta a gosto. D esp ej e em um refratário e cubra com a

Fonte: Terra

Ingredientes 3 xícaras (chá) de arroz branco cozido 1 lata de ervilha escorrida ⅓ de xícara (chá) de presunto em cubos ½ pimentão vermelho em cubos 1 cenoura ralada 1 lata de creme de leite Sal e pimenta-do-reino a gosto ½ xícara (chá) de queijo muçarela ralado 4 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado 4 colheres (sopa) de farinha de rosca

anteriores e realizar testes. Outros estudos já haviam mostrado que há uma janela de tempo sensível, algumas horas após o aprendizado, que os ratos precisam dormir para consolidar totalmente essa memória. Nesse tempo, a atividade neuronal de ve permanecer inalterada no hipocampo para que a transcrição e tradução do RNA ocorram normalmente dentro dos neurônios. Assim, os estudos foram re a lizados p ara ana lis ar p o s s íve i s mu d an ç a s n a s atividades dos neurônios e as alterações na tradução de

mu ç arel a . Polv i l he c om o parmesão, a farinha de rosca e leve ao forno alto, preaquecido, por 15 minutos para gratinar. Sirva em seguida. Rendimento: 4 porções

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

proteínas. Primeiro analisouse as atividades dos neurônios do hipocampo quando os ratos tinham medo. O resultado foi um aumento de atividades em uma parte do hipocampo onde as memórias começam a se formar. Depois, quando os ratos foram privados de sono, observou-se que as atividades diminuíram em todo o hipocampo. Assim, as memórias dos ratos foram interrompidas. Os pesquisadores ainda sequenciaram o RNA dos ratos para entender como os neurônios reagem com a privação de sono e quando

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068

dormem livremente. Assim, identi caram como imitar o mecanismo inibitório, interrompendo a atividade do hipocampo e a consolidação da memória. Os resultados do estudo foram divulgados no Proceedings of the National Academy of Sciences. E m d i s tú r bi o s c om o o A l z h e i m e r, e m q u e a s di culdades para dormir são comuns, pode haver uma relação entre o mecanismo siológico descrito e a perda de memória com o tempo. Os pesquisadores ressaltam que esse sistema também tem função de proteção do neurônio ou uma reação adaptativa contra memórias estressantes. Há quem utilize a privação do sono após um evento traumático na tentativa de pre ve n i r a s í n d rom e d e estresse pós-traumático. O estudo abre as portas para uma investigação mais profunda sobre a relação das atividades dos neurônios excitatórios e inibitórios que afetam a memória, bem como esses mecanismos são utilizados no sono REM e não REM.


SAÚDE 9

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Novo exame de sangue Pesquisadores melhora o rastreamento brasileiros desenvolvem do câncer de próstata vacina para proteger ©GETTY IMAGES

Pesquisadores do Karolinska Institutet, localizado na Suécia, relataram que a ressonância magnética pode melhorar o rastreamento do câncer de próstata. O grupo de pesquisa publicou um estudo que mostra que a adição de um novo teste de sangue, o teste pode reduzir o número de ressonâncias magnéticas realizadas em ⅓, ao mesmo tempo em que evita a detecção de menores tumores de risco. “No geral, nossos estudos mostram que identi camos as ferramentas necessárias para realizar um rastreamento e caz e seguro do câncer de próstata. Depois de muitos anos de debate e pesquisa, é fantástico poder apresentar conhecimentos que podem melhorar os cuidados de saúde para homens “, disse Tobias Nordström, professor associado de urologia do Departamento de Ciências

Clínicas do Danderyd Hospital no Karolinska Institutet, responsável pelo estudo. Os métodos de triagem atuais c ombi n a d o s c om bi óp s i a s tradicionais resultam em biópsias desnecessárias e na detecção de vários tumores menores de baixo risco. Sendo assim, nenhum país, exceto a Lituânia, optou por introduzir um prog rama naciona l de rastreamento do câncer de próstata, já que os benefícios não superam as desvantagens. Em 2021, os resultados do estudo foram apresentados no e New England Journal of Medicine, indicando que o sobrediagnóstico poderia ser reduzido substituindo as biópsias de próstata tradicionais por imagens de ressonância magnética (MRI) e biópsias direcionadas. “A d i s p o n i b i l i d a d e d e ressonância magnética na área

de saúde será um fator limitante. Agora mostramos que um novo exame de sangue como complemento da ressonância magnética pode reduzir em um terço o número de ressonâncias magnéticas realizadas”, explicou Ma r t i n E k lu n d , prof e s s or associado do Departamento de Epidemiologia Médica e Bioestatística do Karolinska Institutet. O estudo foi conduzido entre 2018 e 2021 com 12.750 participantes do sexo masculino do Condado de Estocolmo. Eles forneceram uma amostra de sangue inicial para análise usando o novo teste. Homens com resultados de teste mostrando níveis elevados foram selecionados aleatoriamente para biópsias tradicionais ou ressonância magnética. No gr upo de ress onância mag nét ica, as bi óp s i a s for am re a l i z a d a s estritamente em tumores suspeitos identi cados por ressonância magnética. “O uso separado do teste e da ressonância magnética já se mostrou e caz em termos de custo. Agora analisamos a relação custo-benefício quando essas ferramentas são combinadas e em breve apresentaremos resultados emocionantes dessa análise”, concluiu Tobias Nordström.

mães e bebês dos efeitos da cocaína ©PINTEREST

Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tenta, desde 2013, desenvolver um método capaz de proteger a saúde de mães e bebês que sofrem com o uso da cocaína durante a gestação. Os pesquisadores conseguiram desenvolver uma espécie de vacina anticocaína que é capaz de evitar problemas como préeclâmpsia grave, aborto espontâneo e parto prematuro com complicações, nas gestantes usuárias de cocaína. O imunizante está em fase de estudo pré-clínica. Já nos bebês que sofrem a consequência do uso de drogas, a vacina pode impedir malformações, síndrome de abstinência no recém-nascido e prevenção de baixo peso no nascimento. “Os resultados são de grande relevância cientí ca,

já que não existe nenhum t r at a m e nt o ap r ov a d o p o r agências reguladoras mundiais p a r a e s s e m”, a r m o u o professor do Departamento de Saúde Mental (SAM) da Faculdade de Medicina da UFMG, Frederico Garcia. Os pesquisadores responsáveis pelo novo medicamento apontam, com base em estudos cientí cos, que apenas 25% das mães dependentes de cocaína conseguem interromper o uso da droga na gestação, o que aumenta ainda mais a necessidade e importância da pesquisa. Até o momento os pesquisadores utilizaram ratos de laboratório para entender como a vacina criada pode agir no combate aos efeitos da cocaína. Quando comparado com o uso da droga, o

imunizante foi capaz de produzir de quatro a seis vezes mais anticorpos. Nas ratas grávidas, foi possível notar a diminuição da passagem de cocaína para o cérebro da mãe e para os fetos, pela placenta. Os anticor p os t amb ém foram i d e nt i c a d o s no l e ite d o s a n i m a i s l a c t a nt e s . Fo r a m testados 26 animais, metade utilizando o medicamento e a outra metade placebo. Quando comparado com as ratas que receberam o placebo, o grupo imunizado durante a gestação ganhou mais peso gestacional e apresentou uma ninhada maior. Os lhotes de mães vacinadas também apresentaram o IgG anticocaína até o sétimo dia após o desmame e apresentaram efeitos locomotores e desinibitórios da cocaína mais baixos.

Inteligência Artificial pode detectar Alzheimer anos antes de aparecimento dos sintomas, dizem cientistas ©SHUTTERSTOCK

Um a e qu ip e l i d e r a d a p el a professora Zoe Kourtzi, da Universidade de Cambridge e do I n s t i t u t o A l a n Tu r i n g , desenvolveu ferramentas de Inteligência Arti cial que podem detectar a doença de Alzheimer em pacientes em um estágio muito inicial. Usando varreduras cerebrais de 80 pacientes que d e s e nv o l v e r a m d o e n ç a d e Alzheimer, o algoritmo dessas m á q u i n a s d e ap r e n d i z a d o aprendeu a detectar mudanças estruturais no cérebro. Quando combinado com os resultados de testes de memória padrão, o algoritmo foi capaz de fornecer uma pontuação de prognóstico — ou seja, a probabilidade de o indivíduo ter a enfermidade. As demências são caracterizadas pelo acúmulo de diferentes tipos de proteínas no cérebro, que dani cam o tecido cerebral e levam ao declínio cognitivo. No caso da doença de Alzheimer, essas proteínas incluem a beta-amiloide, que forma 'placas', aglomerando-se entre os neurônios e afetando sua função. Mu d an ç a s m ol e c u l are s e

celulares no cérebro geralmente começam muitos anos antes de qualquer sintoma ocorrer. O diagnóstico de demência pode levar muitos meses ou até anos. Normalmente, requer diversas c on s u lt a s m é d i c a s e p o d e envolver uma série de exames de TC, PET e MRI, bem como punções invasivas de madeira. Segundo o site Medical Xpress, para os pacientes que apresentam comprometimento cognitivo leve — sinais de p erda de memória ou problemas com a linguagem ou percepção visual/espacial — o algoritmo foi superior a 80% de precisão na previsão dos indivíduos que desenvolveram a doença de Alzheimer. Também foi capaz de prever a rapidez com que sua cognição diminuirá com o tempo. “Treinamos algoritmos de aprendizado de máquina para detectar os primeiros sinais de demência apenas procurando padrões de perda de massa cinzenta — essencialmente, desgaste — no cérebro”, disse Kourtzi. “Quando combinamos isso com o padrão testes de memória, podemos prever se um

i n d i v í du o apre s e nt ar á u m declínio mais lento ou mais rápido em sua cognição”. Segundo a pesquisadora, a equipe conseguiu identi car até alguns pacientes que ainda não apresentavam sintomas, mas desenvolveram Alzheimer. Embora o algoritmo tenha sido criado para procurar sinais da doença de Alzheimer, a equipe agora está adaptando-o para reconhecer diferentes formas de demência, cada uma com seu próprio padrão característico de perda de volume. Timothy Rittman, do Departamento de Neurociências Clínicas e consultor do

Addenbrooke's Hospital, da Universidade de Cambridge, está conduzindo um estudo para veri car se essa abordagem é útil e m u m a m b i e n t e c l í n i c o. “Mostramos que essa abordagem funciona em um ambiente de pesquisa — agora precisamos testá-la em um ambiente do 'mundo real'”, disse.

De acordo com Rittman, a detecção precoce da demência é importante por várias razões. “Quando os pacientes começam a ter problemas de memória e cognitivos, é compreensível que seja um momento muito difícil. S e r c ap a z d e for ne c e r u m diagnóstico preciso lhes dá c l a re z a e , d e p e n d e n d o d o

diagnóstico, pode aliviar suas mentes ou ajudá-los e seus entes queridos a colocar preparativos em andamento a longo prazo”. Atualmente, existem poucos medicamentos disponíveis para ajudar a tratar a demência. Acredita-se que uma das razões pelas quais os ensaios clínicos geralmente falham seja porque, uma vez que o paciente tenha desenvolvido os sintomas, pode ser tarde demais para fazer uma grande diferença. Ter a capacidade de identi car indivíduos em um estágio muito inicial pode, portanto, ajudar os pesquisadores a desenvolver novos medicamentos. Se o teste for bem-sucedido, o algoritmo pode ser implementado para milhares de pacientes que sofrem com essas condições.


10 Criança hoje, Criança amanhã

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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

A Violê ncia das Instituiçõ es e dos Pro issionais — Parte II As Crianças são espancadas até a morte, como o Henry. Por medo, egoísmo, ou conivência, sua mãe repetia a velha justicativa de “caiu da cama”, que aparece até quando a vítima tem apenas dois meses ©REPRODUÇÃO/PORTAL G1

A

ósseas eram frequentes, mas sempre mudando de Hospital.

Mas a alegação de “caiu da cama” não chamou atenção de nenhum pro ssional. Somente nesta sétima vez, um médico suspeitou e internou a bebê. Foi tarde demais. Quantas Palomas e Henrys. Quantos Bernardos, quantas Isabellas quantas Joannas. E quantas outras crianças precisaremos contar até que a Proteção e o Cuidado com responsabilidade se tornem efetivos? E quantos adultos c o n t i n u a r ã o n ã o responsabilizados por essas violências contra a Criança? Não falamos em penalizar aqueles que, por negligência ou por conivência, deixam de impedir esses processos de escalada de violências. Como todos os tipos de violências, elas seguem uma curva crescente em intensidade e frequência. Portanto, o início é s e m p r e “ p e r d o a d o” p e l o entorno, porque parece ser leve, por vezes começam pela via verbal e mudam para a forma física. Tão grande e nociva quanto a violência que marca concretamente, é a violência cometida por pro ssionais que

fazem de seu instrumental teórico um arsenal de armas. O

u s o d e “e x p l i c a ç õ e s” pseudoteóricas fere, corta, mata. O instrumental da psicanálise, com seu conceito de inconsciente, tão importante no tratamento psicológico, tem sido pervertido por pessoas sem a devida formação. É inacreditável se deparar com alegações, por exemplo, de alienação parental da mãe, um

Assim também, a introdução de técnicas acientí cas, criadas p or p e s s o a s qu e n ã o t ê m formação psicológica, técnicas que se assemelham mais a seitas do que a qualquer outra coisa, onde é preciso ter a crença de que os mortos antepassados da mãe, é que produzem os comportamentos violentos ou sexuais de pais contra os lhos

d e “ p r o s s i o n a l t o t a l ”, investigador e juiz, sob o registro de um número de Conselho Regional de Psicologia, condenam essas crianças à Privação Materna Judicial, patrocinando o Maternicídio. É a venda de uma solução mágica sem nenhuma consistência teórica. A verdade do fato atual perde, totalmente, o sentido. O

falsa memória, vai passar a produzir, sofrimento ou, no mínimo, confusão mental. Estamos nos referindo é claro, ao adulto porque a criança não tem p ossibilidade de aceitar a introdução de uma falsa memória de um trauma. Como já dissemos várias vezes, o funcionamento da cognição e da memória na criança só se faz por r a c i o c í n i o c on c re t o, p e l a experiência. Portanto, só o adulto é suscetível à introdução de uma lembrança traumática não ocorrida, criando assim uma dependência ao pro ssional, que, então, promete tratá-lo. Por outro lado, não raro encontramos sentenças judiciais onde o Operador determina tratamento psiquiátrico ou mesmo, internação compulsória para a mãe, desprezando Perícias Médicas capacitadas em troca de laudos de achismos, sem ter nenhuma competência. Ou, determinam cerceamento do Direito de ir e vir, ou de participação de redes sociais, tornando a mãe uma prisioneira, mesmo que não tenha havido crime, sem sustentação no código penal.

dogma em grande moda, que estaria sendo praticada com crianças de oito meses de idade, de um ano, antes mesmo da aquisição da linguagem. É chocante ouvir de uma intitulada psicanalista a a rmação de que há alienação parental inconsciente, para incriminar uma mãe ainda grávida.

pequenos, ou suas mães. São teses que anunciam a vingança desses mortos, a retaliação a que ninguém escapa, e que se transmite em sucessivas gerações caso o perdão e o acolhimento total não sejam concedidos ao agressor violento. E, investidos de uma autoridade ctícia, escreverem laudos sentenciais, num quase delírio

presumido, o imaginado por estes pro ssionais, é o que prevalece. Há ainda a violência praticada pelo pro ssional que, a rma um trauma que o paciente não tem nenhuma lembrança. Mas para isso, o pro ssional lança mão do c onc e ito d e i nc ons c i e nte, garantido que aconteceu algo que, com esta implantação dessa

As Instituições que deveriam prot e g e r e s e g u i r a s l e i s , condenam a parte que fez a denúncia e o suspeito denunciado, é protegido e isento de qualquer responsabilidade, ganhando de prêmio, a criança. Q u a n d o s e r ã o responsabilizados todos os implicados nas mortes dessas Crianças?

©MAGNO BORGES/32xSP

s Inst ituiçõ es têm protagonizado estragos a Mulheres e Crianças. O descrédito na p a l av r a d e s s a p o p u l a ç ã o, mulheres e crianças, desde a negação de Registro de Ocorrência em Delegacia da Mulher sob a alegação de que o agente não estava vendo as “marcas” na pele escura da mulher desesperada, com os dois lhos em choro, que já não poderiam voltar para casa porque ela tinha sido jurada de m or te p e l o m ar i d o, até a consumação do Feminicídio de uma Juíza de Direito em frente a suas três lhas com 16 facadas desferidas pelo ex-marido, a desproteção de Mulheres e Crianças é uma evidência mostrada a cada estatística publicada. As Crianças são espancadas até a morte, como o Henry. Por medo, egoísmo, ou conivência, sua mãe repetia a velha justi cativa de “caiu da cama”, que aparece até quando a vítima tem apenas dois meses, e ainda não tem desenvolvimento motor para se virar na cama. E, esse “cair da cama” é engolido pelas equipes médicas que atendem as urgências pediátricas. Esse é um tema que não é abordado nas Faculdades de Medicina e Enfermagem. Henry já tinha sido levado a uma urgência meses antes de sua morte por espancamento. Joanna Marcenal, 11 anos atrás, primeira vítima fatal da lei de alienação parental, também tinha sido levada à urgência, possivelmente, já em estado semicomatoso. Mas não foi internada, voltou com seu genitor que tinha ganho sua Gu a rd a Un i l at e r a l , c om afastamento total da mãe em decisão judicial. Há alguns anos, uma Paloma, nove meses, morria de fratura de base crânio e outras lesões. Era a 7ª vez que sua mãe recorria a um serviço de urgência, fraturas


COMPORTAMENTO 11

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NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial

O ser emocional A

o contrário do que a maioria de nós pensa, o ser humano não é um ser racional. Somos, em suma, seres emocionais. Mesmo que (e apesar de) utilizemos nossa capacidade cognitiva, ela sempre está sob o comando de algo muito maior: nossas emoções. E aí quando percebemos que o livre arbítrio é ilusório, entendemos o motivo de tantas insatisfações no decorrer da vida. Isso porque utilizamos nossa cognição a m de justi car decisões e pensamentos. Mas esses, são sempre baseados em percepções emocionais que geram aprendizado e padrões comportamentais em nossas vidas.

E nt ã o t o d o p e n s a m e nt o, julgamento, decisão, justi cativa, crença, desejo e dor que

©FREEPIK

sofrimento nela e em sua vida, sabe que poderia ir passear, visitar os parentes, pensar em 'coisas positivas', fazer um exercício, conscientemente ela não quer sofrer! Mas ela não consegue agir de outra maneira e essa cobrança pode elevar ainda mais o quadro, fazendo com que ela se sinta incapaz ou inferior as outras pessoas, porque não consegue mudar o comportamento.

experimentamos foram aprendidos por nós. E mesmo com o desejo de fazer diferente quando isso nos gera sofrimento, não conseguimos. A força de vontade não basta para que a ação seja diferente, porque ela já foi padronizada e automatizada pelo seu cérebro. E é principalmente em nosso meio familiar que são estabelecidas as crenças mais fortes e os padrões mais predominantes. Somos lhos do meio, isso é inquestionável. E aprendemos muito mais pelo que presenciamos e percebemos, do que pelo que nos é dito. Por isso, não adianta um pai ou uma mãe dizerem para seu lho ser feliz, se ele crescer

presenciando brigas, vendo a expressão de tristeza estampada em seus rostos e sofrer com a

dentro da gente aparece e que não conseguimos explicar o que é ou de onde vem, não adiant a empurrar pra dentro e simplesmente não pensar. Ela permanecerá ali, crescendo e retornando cada vez mais forte. É p r e c i s o c u i d a r, t r a t a r, transformar! E a partir do momento em que eliminamos a necessidade de manter o sofrimento, começamos realmente a ser mais ©FREEPIK

au s ê n c i a a f e t i v a d o s s e u s genitores. Quando adulto, ele vai correr atrás de algo desconhecido. Ele não aprendeu o que era essa tal felicidade ou como vivenciá-la verdadeiramente! E o con ito cresce, gerando sofrimento. Uma parte dele quer viver uma vida mais abundante, leve e feliz. Observa lá fora e sabe que pode fazer diferente e ter uma vida melhor. Mas por mais que exista força de vontade, ele não consegue. O que comanda sua vida não é o seu desejo

r a c i on a l , é o apre n d i z a d o emocional, o script de vida que foi escrito durante seu desenvolvimento. Is s o tu d o e s t á e m n o s s o cérebro. São as memórias, sinapses, conexões e redes neurais que se estabeleceram, gerando o aprendizado implícito. E a força que exerce sobre nós, é além do controlável racionalmente. Basta se pensar em uma pessoa com depressão, por exemplo. Essa pessoa sabe que aquelas sensações estão gerando

Por isso é tão importante a auto observação e o cuidado da saúde mental e emocional. As emoções se expressam constantemente em nosso corpo e em nossos pensamentos e é perceptível a qualidade com eles se manifestam. Quando essa 'coisa ruim'

donos de nossas escolhas. Nosso emocional curado, nos permite ir em direção àquilo que desejamos, sem que as culpas, crenças negativas e padrões limitantes se tornem obstáculos. A mudança só acontece de dentro para fora, do emocional para o racional.

Dois terços dos casais começam relacionamento a partir de amizade Dos quase 1,9 mil universitários e adultos ouvidos por pesquisadoras do Canadá, 68% viram uma amizade se transformar na relação amorosa atual ou mais recente ©WOMANIZER WOW TECH/UNSPLASH

Se você já transformou uma amizade em relacionamento amoroso (ou está considerando isso), saiba que não é a única pessoa a alterar o rótulo da relação. De acordo com um estudo publicado no periódico S o c i a l Ps y c h o l o g i c a l a n d Personality Science, 68% das pessoas iniciaram seu relacionamento atual ou mais recente a partir de uma amizade. " Po d e mo s te r u ma b o a compreensão de como estranhos se atraem um ao outro e começam a namorar, mas não é assim que a maioria dos relacionamentos começam", diz, em comunicado, a autora principal do estudo, Danu Anthony Stinson, professora de psicologia da Universidade de Victoria, no Canadá. Os resultados foram obtidos a p ar t i r d e d a d o s d e 1 . 8 9 7 universitários e adultos no país, e não houve variações signi cativas entre gênero, nível de escolaridade ou grupos étnicos. Junto a Stinson, Jessica

desenvolver um relacionamento romântico, deixando para trás outras opções como festas ou p el a inter net. A p es quis a também se debruçou sobre a quantidade de estudos anteriores já feitos sobre o assunto e descobriu que aproximadamente 75% deles se concentram em investigar aspectos de romances que começaram entre estranhos, enquanto somente 8% são focados em romances desenvolvidos a par tir de amizades. Na opinião de Stinson, a Reservas: (27) 99961-8422

Cameron e Lisa Hoplock, ambas pesquisadoras da também canadense Universidade de Manitoba, constataram que o número foi ainda maior entre jovens na faixa dos 20 anos e pessoas da comunidade LGBQIA+, grupos em que o índice chegou a 85%.

Entre os estudantes universitários, as amizades duraram cerca de um a dois anos antes de virarem um relacionamento romântico, embora a maioria das pessoas tenha relatado que não sentia atração nem tinha intenções românticas no início da

aproximação. Para Stinson, a du r a ç ã o d a am i z a d e pré romance indica que os casais eram genuinamente amigos (ou amigas) antes de se envolverem amorosamente. Quase metade dos universitários classi cou a amizade como o melhor jeito de

Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br

descoberta tem potencial de forçar as pessoas a revisitar noções de amor e amizade, muitas vezes ensinados como tipos de relacionamento formados de maneiras diferentes e que atendem a necessidades distintas. "Nossa pesquisa sugere que as linhas entre amizade e romance estão embaçadas", observa a professora. “Acho que isso nos força a repensar nossas suposições sobre o que faz uma boa amizade, mas também o que faz um bom relacionamento romântico".


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Turismo na Serra está estagnado ©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

N

população o bem-estar, uma vez que você acaba ampliando a autoestima dessa população”, a rma. O prefeito pontua ainda que, na década de 90, a Serra era uma

©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

a terceira entrevista sobre os desa os e projetos essenciais em setores econômicos estruturantes da cidade, o prefeito, Sérgio Vidigal, disse

cidade estritamente industrial, mas que com a diversi cação no planejamento estratégico, hoje, tem um setor de comércio e serviços com muito mais peso na composição do PIB e na geração de emprego do que a própria indústria e o setor turístico. “É um setor que ainda está adormecido no município, mas, para despertá-lo, precisamos trabalhar muito no fortalecimento dos nossos ativos ambientais que são

©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

Lagoa Juara

Para o prefeito, não se pode fazer turismo sem fortalecer e divulgar a história e a cultura. “As igrejas dos Reis Magos, São João Batista de Carapina e a Nossa Senhora da Conceição e Queimados, todas patrimônio religiosos e históricos, são importantes para a Serra e para o Brasil, a nal, estamos falando de história”, enfatizou. Vidigal sabe que o turismo necessita de infraestrutura, por isso, em parceria com o governo do Estado, está executando a obra do Contorno de Jacaraípe, “q u e é e x t r e m a m e n t e

na nova gestão o fortalecimento da nossa economia e têm algumas áreas que a cidade, assim como o Espírito Santo, ainda não foram exploradas de maneira pro ssional e uma delas é o turismo, um setor e x t re m am e nte at r a e nte e interessante porque, além de empregos, ele também preserva o meio ambiente e traz para a

fundamentais para o processo. A Serra é muito rica de ativos ambientais e, se olharmos mundialmente, podemos ver que podemos preservar e usálos como instrumentos de geração de riquezas para a cidade”, assegura. “A Serra tem um rico complexo lacunar, a A PA M e s t r e Á l v a r o, u m potencial para o agroturismo e

©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

Igreja dos Reis Magos

estar ciente das di culdades enfrentadas pelo setor turístico e que, nos próximos meses, com algumas inaugurações e implementações de projetos, o segmento será oxigenado. Questionado sobre a insatisfação dos empresários do setor que, segundo eles, está num sono profundo. Vidigal explicou quais estratégias empregará para despertar o seguimento no município. “A gente colocou como proposta ©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

importante para que a gente possa atrair o turista, sem con itá-lo com o movimento normal da cidade, já que a Rodovia ES/010 passa dentro de Jacaraípe, cortando quase que todo litoral da Serra”, diz. Outro ponto citado pelo prefeito foi a segurança, que ele considera muito importante para atrair turistas. “Não conseguiremos impulsionar o turismo sem garantir segurança para àqueles que vêm usufruir dos nossos atrativos. Sempre tenho dito, 'como vou fazer alguém andar no calçadão de Jacaraípe se nem o morador tem a segurança de andar no calçadão?'”, questiona.

24 quilômetros de litoral, com praias lindíssimas. Entendemos que devemos focar nesses ativos ambientais e na nossa história e c u ltura, que t amb ém s ão riquíssimas”, acrescenta.

de segurança integrado estará s endo implement ado nos próximos meses, são investimentos importantes para fortalecermos o

Trilha/APA Mestre Álvaro

Metropolitana tem quase dois milhões de habitantes e a pandemia nos mostrou que estávamos com o olhar muito para fora e pouco para dentro. As p e ss o a s c ome ç ar am a valorizar as belezas naturais que a cidade ou a região tem e, por isso, estamos focando, também, nos Circuitos do Agroturismo, já que o município disponibiliza de uma extensa zona rural”, cita. “Nos próximos dias serão entregues a obra da ligação de Pitanga, que vai dar acesso ao setor gastronômico da região e vamos viabilizar drenagem e pavimentação, tal como foi feito no Circuito de Muribeca. Faremos investimentos nas regiões de Cascata, que vai para Queimados e Putiri, que são regiões estratégicas para o agroturismo também. O fortalecimento do turismo local será muito importante. Além dos ativos ambientais, temos b and a de congo, blo cos carnavalescos de rua, sem contar com o nosso patrimônio histórico e religioso, tudo isso potencializa o setor”, enaltece. Vidigal conclui a rmando que o turismo “é o setor mais penalizado nesse período de pandemia, principalmente o da área de eventos e, para amenizar as di culdades, porque sabemos que são grandes, estamos encaminhando para a Câmara um pacote propondo redução de alíquota sobre o Imposto Sobre Ser viços (ISSQN) para o setor hoteleiro, pois, além de bene ciar o esporte, a cultura e eventos, atrairá novos investidores para a cidade”, naliza. TATI BELING

“Para isso, foi ampliado o efetivo da guarda e estamos aumentando o investimento em videomonitoramento. O cerco

seguimento num todo. Quando f a l a m o s d e tu r i s m o, n ã o estamos falando somente de pessoas que vêm de outros estados, nossa Região

Circuito Guaranhuns


BRASIL 13

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A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

Câmara aprova projeto sobre tarifas para micro e minigeradores de energia ©PORTAL SOLAR

Senado aprova projeto de Rose que Indicações de Majeski impede posse ou porte de arma de destacam qualidade do ar e fogo a agressor de mulher, criança proteção de manguezais ou idoso

©LEONARDO SILVEIRA/PMV

Medida endurece o Estatuto do Desarmamento e determina a imediata comunicação aos órgãos envolvidos no cadastro e registro de armas de fogo ©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (18) projeto que estabelece uma transição para a cobrança de encargos e tarifas de uso dos sistemas de distribuição por parte dos micro e minigeradores de energia elétrica. A proposta (PL 5829/19), de autoria do deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), será enviada ao Senado. O texto aprovado em Plenário é o substitutivo do relator, deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG). Segundo o texto, até 2045 os micro e minigeradores já existentes pagarão os componentes da tarifa somente sobre a diferença, se positiva, entre o consumido e o gerado de forma alternativa e injetado na rede de distribuição, como ocorre hoje. A regra valerá ainda para consumidores que pedirem acesso à distribuidora, por meio do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE), em até 12 meses da publicação da futura lei. Para contar com o benefício, esses novos geradores terão prazos para iniciar a injeção de energia no sistema, contados do parecer favorável da distribuidora: 120 dias para microgeradores; 12 meses para minigeradores de fonte solar; e 30 meses para minigeradores das demais fontes.

Câmara aprova inclusão automática de famílias de baixa renda na tarifa social de energia ©CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Agressores de mulheres, idosos ou crianças serão impedidos de manter a posse ou adquirir arma de fogo quando forem denunciados. A medida, que endurece o Estatuto do Desarmamento, está prevista no PL 1419, de 2019, da senadora Rose de Freitas (MDB-ES), aprovado por unanimidade nesta quarta-feira (18) no Senado, na forma de um substitutivo apresentado pela relatora da proposta, senadora Leila Barros (Cidadania-DF). O PL da senadora capixaba veda a aquisição, porte ou posse de arma de fogo em caso de condenação criminal transitada em julgado. Além disso, o texto determina a imediata comunicação aos órgãos envolvidos no cadastro e no registro de armas de fogo, antes mesmo de o crime chegar ao conhecimento do Poder Judiciário. Na justi cação da proposta, Rose ressalta que os crimes de violência doméstica “tendem a aumentar em frequência e intensidade, de modo que a proteção da vítima deve sempre estar um passo à frente do agressor. Exatamente por isso se faz necessário impedir que o indivíduo que cometa qualquer forma de violência doméstica e familiar adquira arma de fogo”. Caso o agressor seja servidor público que utilize arma de fogo no desempenho de suas funções, o órgão a que é subordinado deverá ser comunicado cando o superior imediato responsável pelo cumprimento da determinação judicial. Os direitos trabalhistas do servidor deverão ser preservados. Substitutivo – Favorável ao projeto de Rose, a relatora, senadora Leila, propôs a aprovação de um substitutivo para incluir ao projeto original outra providência que considerou importante: aplicação de medida cautelar aos casos de violência contra a mulher, criança ou idoso, prevista nos PLs 1866 e 1946.

Curso e emprego para superar a violência doméstica na Serra ©PREFEITURA DE MARABÁ

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1106/20, do deputado André Ferreira (PSC-PE), que simpli ca a inscrição no programa de tarifa social da conta de energia. A proposta, que segue para sanção, prevê a inscrição automática de famílias de baixa renda incluídas no Cadastro Único nas regras da Tarifa Social de Energia Elétrica. O Poder Executivo e as concessionárias, permissionárias e autorizadas de serviço público de distribuição de energia elétrica também deverão atualizar a relação de cadastrados. O Cadastro Único tem quase 77 milhões de registros ativos de brasileiros em situação de pobreza. "Estamos fazendo uma distribuição de renda. O projeto vai reduzir em 65% a conta de energia para mais de 12 milhões de brasileiros", estima André Ferreira. "Sabemos que muita gente que estava no Cadastro Único desconhecia este direito." Ele destacou que a proposta foi sugerida pelo prefeito de Jaboatão dos Guararapes (PE). O relator, deputado Léo Moraes (Pode-RO), elogiou a proposta. "É um dos projetos mais importantes deste ano. Vai atender milhões de pessoas quando a in ação galopa e falta comida", comentou. O deputado Otoni de Paula (PSC-RJ) destacou que a redução na conta de luz será de 65% para os bene ciados. "As pessoas não se cadastram por não conhecer o benefício ou não ter tempo", analisou. Já o deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP) avalia que a burocracia segrega a população para ter acesso a este benefício. O deputado General Peternelli (PSL-SP) a rmou que a proposta segue o objetivo do governo de diminuir as desigualdades. "É importante que o governo federal, estados e municípios interajam os bancos de dados sociais para atender a todos os necessitados. Além da tarifa de energia, poderemos conceder outros benefícios". O PL 1106/20 já tinha sido aprovado pela Câmara em abril do ano

A dependência nanceira é muitas vezes o motivo pelo qual mulheres cam presas em relações de violência. Para enfrentar essa realidade, mulheres serranas vítimas de violência doméstica estão fazendo uma capacitação pro ssional já de olho em vagas ofertadas por indústrias. O objetivo é inserir essas pessoas no mercado de trabalho após o término do curso. As 35 serranas estão fazendo a quali cação de operadora de ponte rolante. O curso tem carga de 40 horas e capacita as mulheres a executarem atividades de operação de ponte rolante, seguindo normas e procedimentos técnicos, de saúde, segurança do trabalho, meio ambiente e qualidade. Terminadas as aulas, elas recebem certi cado. A ação faz parte do programa "Encoraja Elas", parceira da Findes, Senai, Sesi e Prefeitura da Serra. Depois de quali cadas, as pessoas serão encaminhadas para empresas que farão a seleção das pro ssionais. As contratantes poderão receber o selo "Conta Comigo", fornecido pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres da Serra (Seppom) para locais que empreguem mulheres que sofreram violência. A titular da Seppom, Gracimeri Gaviorno, explica que aquelas mulheres que não forem contratadas imediatamente após o curso, carão cadastradas em uma plataforma do grupo Sesi Senai onde outras empresas poderão aproveitálas em outras vagas de emprego. passado, mas o Senado fez modi cações no projeto. O relatório de Léo Moraes rejeitou parte do texto que estendia a tarifa social para moradores de empreendimentos habitacionais de interesse social, como o programa Casa Verde e Amarela ou outros projetos municipais e estaduais. "Seria dado tratamento diferente para consumidores situados na mesma faixa de renda familiar", argumentou o relator. "A medida comprometeria o foco do programa, causando expressiva elevação de custo. O programa da tarifa social de energia é custeado por subsídios cruzados, e isso poderia encarecer as tarifas de energia." No entanto, Léo Moraes manteve o texto do Senado que modi cava o início da vigência da nova lei para 120 dias após a data de sua publicação. A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) defendeu a ampliação para moradores de habitação de interesse social conforme o texto do Senado. "Pessoas vivem de forma precária e têm de escolher entre o feijão e o gás”.

O deputado estadual Sérgio Majeski (PSB) apresentou Indicação para o governo do Estado requerer às empresas ArcelorMittal e Vale S/A a contratação do Núcleo de Qualidade do Ar da Ufes para a realização de estudo de caracterização e quanti cação das partículas sedimentadas no ar da região da Grande Vitória nos anos de 2021 e 2022. O objetivo é comprovar a e cácia das medidas implantadas nos Termos de Compromisso Ambiental (TCAs) e das demais melhorias realizadas desde 2009 para diminuir os níveis de poluição. A Indicação orienta ainda que o governo do Estado determine à Vale S/A que seja dada ciência à população se as informações divulgadas nas propagandas sobre a redução da emissão de poeira foram previamente atestadas pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). A outra Indicação apresentada pelo deputado Sérgio Majeski ao governo do Estado trata da preservação dos manguezais no estado do Espírito Santo. Levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves, divulgado em 2020, aponta que a área total de manguezal no território capixaba é de 8.687 hectares, cerca de 121 hectares (ha) menor que o registrado na década de 1970. O maior impacto foi constatado em Vitória, com a perda de quase 40ha. As orientações do parlamentar à administração estadual são para a criação do Fórum Capixaba de Proteção Permanente do Manguezal Capixaba; a realização de estudos pelas secretarias de Estado sobre as áreas que fazem parte do manguezal da Região Metropolitana da Grande Vitória, objetivando desapropriações para criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral; e outras providências em conjunto com os municípios da Grande Vitória e da costa capixaba para a promoção de ações em defesa do manguezal. Além da Capital, Anchieta, Aracruz, Cariacica, Conceição da Barra, Fundão, Guarapari, Itapemirim, Linhares, Marataízes, Piúma, Presidente Kennedy, São Mateus, Serra e Vila Velha são os outros municípios que possuem área de manguezal.

Marcelo Santos comemora consulta pública sobre transporte aquaviário A partir desta sexta-feira (20), o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) vai realizar de forma on-line uma consulta pública para o projeto de retorno do aquaviário. A implantação do novo modal de transporte é um apelo recorrente do mandato do deputado estadual, Marcelo Santos (Podemos), que comemorou a abertura da pesquisa como mais um passo para a construção efetiva dos terminais. “Faço questão de destacar que estive presente em todos os momentos para defender o retorno do transporte aquaviário. O sistema que será integrado ao Transcol, vai possibilitar que os cidadãos capixabas tenham mais conforto e segurança ao realizar as viagens, seja para ir ao trabalho ou apenas para lazer. Por isso, a participação de toda a população na consulta é extremamente importante”, comentou o parlamentar. A Comissão de Infraestrutura (Coinfra/ES), que é presidida pelo deputado Marcelo Santos, promoveu diversos debates sobre o assunto para alinhar as ações necessárias e garantir a qualidade das estruturas aos passageiros/ usuários do transporte. A melhoria da mobilidade urbana e o desenvolvimento socioeconômico da Região Metropolitana da Grande Vitória são os argumentos de quem defende o retorno do sistema. “A construção do primeiro terminal do sistema hidroviário será em Cariacica, um sonho antigo de todos nós, que está cada vez mais próximo da realidade. É um orgulho imenso fazer parte dessa história, quero enfatizar que a opinião de cada cariaciquense é fundamental para colaborar com o desenvolvimento da nossa cidade. Mas, atenção, a pesquisa estará disponível até o dia 3 de setembro”, ressaltou o deputado. Para participar da consulta pública, é necessário acessar o site do Iema, onde será disponibilizado o estudo do licenciamento ambiental e um formulário, onde os cidadãos poderão enviar as contribuições ou as dúvidas. Os quatro pontos de embarque e desembarque serão no Porto de Santana, em Cariacica; Prainha, em Vila Velha; e na Enseada do Suá e Centro, em Vitória.


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Estresse pós-traumático Artista cria mini pode estar ligado a luto Ferrari 250 GTO não superado, diz pesquisa de madeira ©GETTY IMAGES/ISTOCK

Uma pesquisa da Associação A m e r i c an a d e Ps i c ol o g i a aponta que os sobreviventes de traumas tendem a sofrer de estresse pós-traumáticos após perderem um parente ou amigo querido. De acordo com a pesquisa, o problema pode anteceder a di culdade em superar a fase de luto. “O luto é uma resp ost a normal à perda de alguém próximo, mas perdas traumáticas podem prejudicar gravemente os sobreviventes p o r a n o s ”, a r m o u a pesquisadora do C entro Norueguês para Estudos de

Violência e Estresse Traumático, Kristin Alve Glad. A pesquisadora aponta que o estudo deixa claro que tratar sobreviventes de trauma, além de identi car o estresse póstraumático no início pode evitar um luto complicado, já que em muitos casos os sintomas podem se intensi car com o passar do tempo. Os responsáveis pela pesquisa entrevistaram 275 sobreviventes de um ataque terrorista na Noruega em 2011. Foram realizadas três entrevistas, uma após quatro meses do atentado, outra 14

meses depois e a última com mais de 30 meses do acontecido. De todos os participantes, 256 perderam amigos próximos no ataque, seis perderam um membro da família e 13 tiveram que lidar com a morte de um amigo próximo e um membro da família simultaneamente. A p es quis a most rou que os participantes que relataram sintomas de estresse póstraumático também eram mais prop e n s o s a d e s e nv o l v e r sintomas de luto complicado. “Luto complicado foi de nido como um anseio intenso e persistente, saudade e tristeza, geralmente acompanhados por p ens amentos ou imagens insistentes do falecido e um sentimento de descrença ou incapacidade de aceitar a dolorosa realidade da morte da pessoa”, diz a pesquisa. De acordo com o estudo, os sintomas de estresse póstraumático podem prever o desenvolvimento de um processo de luto complicado, o que pode ajudar médicos a desenvolveram tratamentos que visam evitar o problema em pessoas enlutadas.

©ND WOODWORKING

Lançada em 1962 e com apenas 33 unidades produzidas, a Ferrari 250 GTO marcou época (lançando o visual “Speed Racer” dos supercarros dos anos 60) e é um dos modelos clássicos mais disputados do mundo. Em 2018, um veículo foi vendido por US$ 70 milhões (R$ 368,31 mi). Sonhar, porém, é pra todo mundo. E o inventor vietnamita Tr u o n g Va n D a o d e c i d i u presentear seu lho com uma versão em escala (mas na qual cabe um adulto) do bólido. Ele levou meros 70 dias para fazer, e buscou se atentar a cada detalhe da carcaça original. A criação vai nascendo aos poucos. A base é um chassi com

um motor elétrico feito pelo próprio Dao, com suspensão e mecanismos completos, lembrando um kart elétrico. Sobre isso, baterias, direção, a base da cabine. A madeira é colocada em cima, uma carroça rústica.

criação, chegando en m ao emblema da Ferrari. No lugar do vermelho, vai o verniz — o marceneiro, a nal, não quer esconder o material de seu talento. Que ele próprio testa pelas ruas de Hanoi, espremido com o lho ainda pequeno no outro banco. No nal, ele “troca” o carrinho por uma Mercedes Classe B de verdade, com alguém que aparece o provocando no começo do vídeo. Truong Van Dao não fez só a Ferrari GTO 250 de madeira. Em seu canal do YouTube, também aparecem modelos de brinquedo e outros esportivos

Serras e lixas vão esculpindo e dando a forma reconhecível à

tamanho mini. Tudo pelo lho. Ou por uma Mercedes.

Prédio é projetado para recuperar orestas queimadas A transmissão será no canal da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas

©ALBERTO RONCELLI/DESIGNBOOM

Parece surreal um arranha-céu conseguir ajudar na regeneração de orestas queimadas, mas o arquiteto Alberto Roncelli provou que é plausível. Regenera, localizado no centro de um ecossistema destruído, é um projeto que visa espalhar nutrientes e sementes através dos ventos e ser um abrigo temporário para pássaros e animais de pequeno porte. Ele ainda acompanha todas as fases, desde o território seco até a sua recuperação total. Através da erosão de sua própria estrutura e, consequentemente, da sua dissolução que a construção se transforma e se espalha no ambiente. Além disso, durante os estágios iniciais, um laboratório no nível inferior é dedicado a experimentar, monitorar e pesquisar o processo e progresso da região. Nas etapas seguintes, os animais e plantas de pequeno e médio porte podem se estabelecer em torno do edifício

— enquanto a oresta está no processo de crescimento e regeneração. Ap r e s e n t a n d o u m n o v o ©ALBERTO RONCELLI/DESIGNBOOM

paradigma, Regenera sugere a possibilidade de programar e d ive rs i c ar c a d a p ar te d a estrutura, de nindo, assim, um

ciclo de vida determinado pela erosão e transformação constante. A escolha de materiais e volui no ato de misturar substâncias que a região necessita, lidando com o paradoxo do sistema e da precariedade. O planejamento demanda domínios de togeogra a, químicos, meteorologistas, engenheiros e biólogos, envolvidos para entender as necessidades de cada território morto. Roncelli criou uma nova forma de relacionar arquitetura e natureza, estrutura e ecossistema, tempo e erosão, arranha-céus e orestas.


COTIDIANO 15

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Moléculas podem prevenir Grandes empresas o envelhecimento de pele agrícolas estão causado pela exposição fazendo uma do sol ©SHUTTERSTOCK

cidade inteira afundar

©COI

Em Corcoran, eles usam mais água do que a chuva substitui

Duas novas moléculas que geram pequenas quantidades de sulfeto de hidrogênio gasoso impedem o envelhecimento da pele após a exposição aos raios ultravioleta da luz solar. Isso porque as queimaduras solares são uma das principais causas do envelhecimento de pele e um fator de risco para o câncer, entre outros problemas. Uma equipe de pesquisa fez progressos no sentido de ser capaz de reverter ou atrasar esse dano pela primeira vez. O estudo foi conduzido pelos professores Matt Whiteman e Uraiwan Panich, que expôs as células da pele humana adulta e a pele de camundongos à radiação ultravioleta (UVA), que é a parte da luz solar natural que dani ca a pele desprotegida.

Esses raios fazem com que a pele envelheça prematuramente ao ativar as enzimas que corroem o colágeno natural, fazendo com que se perca elasticidade e acidez, resultando em rugas, podendo até levar a mutações que podem contribuir para alguns tipos de câncer de pele. A pesquisa abre o caminho para uma nova maneira de proteger as camadas mais profundas da pele usando dois compostos inventados na Universidade de Exeter: AP39 e AP123. Nos experimentos, os compostos não protegeram a pele da mesma forma que os cremes solares tradicionais previnem as queimaduras solares, mas, em vez disso, penetraram na pele para corrigir como a produção e o uso de energia das células da pele

foram desativados pela exposição aos raios. Os compostos usados neste estudo demonstraram ter efeitos impressionantes na redução da in amação da pele e danos após qu e i m a du r a s . A l é m d i s s o, impediram o envelhecimento das células da pele humana em experimentos com tubos de ensaio. D e a c ord o c om Ur a i w a n Panich, “o resultado foi a ativação de dois mecanismos de proteção. Um é uma proteína que controla o número de mitocôndrias dentro das células e regula o equilíbrio de energia. E o outro que ativa um conjunto de genes protetores que atenuam os danos do UVA na pele”. C omplement ando, Matt Whiteman explicou que as “moléculas penetram nas células e visam especi camente as mitocôndrias onde são ne cess ár i as”, protegendo e evitando os tecidos destruição. Sendo assim, se torna cada vez mais possível “reduzir problemas de pele relacionados à idade, além de ser útil em outras c o n d i ç õ e s d e c o r r e nt e s d o processo de envelhecimento”. A observação mais importante foi que os compostos apenas regulavam a produção de energia na pele exposta aos raios. Isso sugere uma nova abordagem para tratar a pele que já foi dani cada pela radiação ultravioleta e pode reverter, bem como limitar, esse dano.

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES

Sacos cheios de algodão As mudanças climáticas trarão uma série de consequências, sendo que uma delas é a seca em alguns locais. Mas para a cidade de Corcoran, na Califórnia, as coisas podem ser ainda mais graves, o Município tem na agricultura sua principal fonte de receitas e já há alguns anos tem usado água retirada do subsolo para irrigar plantações, e isso está fazendo a cidade afundar. O afundamento de Corcoran, que ostenta o título de “capital agrícola da Califórnia”, não era algo esperado pelos agricultores da região e tem acontecido em um ritmo bastante acelerado. Ao longo dos anos, a cidade já afundou o equivalente a uma casa de dois andares, segundo dados do Departamento de Recursos Hídricos da Califórnia. O problema em si já era grave, mas com a Califórnia sofrendo bastante com secas prolongadas nos últimos anos, o processo

tem se intensi cado. Com menos chuvas, é necessário que os agricultores bombeiem mais água do subsolo para irrigar suas plantações. Quanto mais água é retirada do subsolo, mais rápido a cidade afunda. Para tentar reduzir os efeitos desse círculo vicioso, o governo local tem imposto restrições aos agricultores da área em relação ao uso de água retirada do subsolo aos agricultores da área. Mas existe um problema aí: quem ut i liza qu ant id ades relevantes de água, que provocam a aceleração do afundamento da cidade, não são os agricultores, mas grandes empresas agrícolas. Para essas empresas, é fácil não respeitar as restrições governamentais, já que elas são as maiores empregadoras da reg i ão e p oucos cid ad ãos denunciam os abusos praticados por elas. Segundo Raul Atilano, um morador local que foi ouvido pela agência de notícias

France Presse, as pessoas têm medo de perderem seus empregos se falarem contra as empresas. Histórias de substâncias retiradas do subsolo que causam afundamentos não são tão incomuns e existem até mesmo aqui no Brasil. Na cidade de Maceió, capital de Alagoas, a extração de sal-gema do subsolo, matéria-prima importante para a produção de plást ico, tem caus ado o afundamento de alguns bairros, o que fez com que essas áreas precisassem ser evacuadas. Até o momento, estima-se que mais de 50 mil residências, que incluem casas e prédios residenciais e comerciais de três bairros bastante populosos da capital alagoana [Pinheiro, Mutange e Bebedouro] tenham sido atingidas, um número que ainda pode crescer, já que a extração de sal-gema pela empresa petroquímica Braskem ainda não foi paralisada.


16 GERAL

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Filho favorito existe, mas isso não é sinônimo de falta de amor Estudo mostrou que geralmente existe, sim, um lho preferido ©ISTOCK

Ter ou não um lho favorito ge r a l me nte é u m t abu e m qualquer família. Os lhos costumam dizer que sim, existe um favorito (e geralmente ele é sempre o irmão), enquanto os pais pacientemente repetem que todos são tratados iguais (mesmo quando isso não é verdade — o que é bastante comum). O favoritismo de um ou outro lho é um tema sempre delicado e que envolve, muitas vezes, mágoas acumuladas de anos de c o nv i v ê n c i a . " As r e l a ç õ e s familiares podem ser bastante difíceis pois envolvem não só momentos de afeto, mas de ruptura também", explica Dorli Kamkhagi, psicóloga clínica e coordenadora de Grupos da Maturidade do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). O lho mais velho que recebe outro mais novo, por exemplo, vai sentir ciúme da atenção que perdeu, enquanto o mais novo vai exigir a atenção que necessita. É uma adaptação que pode ser difícil para todos. A questão ca ainda mais complicada quando os pais se ve e m c on f us o s d i ante d o s sentimentos com cada lho. "Eles cam divididos, acham que estão traindo e sentem uma 'culpa' por estarem vivendo aquele laço de forma intensa com o outro lho", a rma a especialista. Mas é importante lembrar que cada indivíduo é único e, portanto, cada relação construída também é diferente.

Há ainda outro asp ec to importante que é o da competitividade entre irmãos, um sentimento em que os lhos "lutam" pela atenção para serem os preferidos — algo totalmente normal e esperado dentro do desenvolvimento familiar e psíquico de qualquer pessoa. Nesse sentido, o discurso de que não existe um favorito tenta criar um ambiente de paci cação das relações. "É como se os pais tentassem apaziguar aquela disputa dizendo que ambos são tratados igualitariamente", explica Bárbara Santos, psicóloga e psicanalist a na Holiste Psiquiatria, em Salvador (BA). Mas, obviamente, como toda relação é diferente, esse discurso não se sustenta no dia a dia e muitos pais, de fato, acabam preferindo um lho ao outro —

mesmo que nunca admitam isso. É o que diz um estudo long itudina l (ou s ej a, que acompanhou os indivíduos por um longo período de tempo) feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos E st a d o s Un i d o s . For am e nt re v i s t a d o s 3 8 4 p a i s d e adolescentes irmãos durante três anos. Na pesquisa, 70% dos pais e 74% das mães a rmaram que tratam um dos lhos de forma preferencial. A maioria das mães admitiu que trata melhor as lhas, enquanto a maioria dos pais disse que a preferência é direcionada aos lhos. O curioso é que o estudo também revelou que, independente de idade ou ordem de nascimento, todos os irmãos disseram que têm certeza que o outro é tratado melhor

pelos pais —dando a entender que esse favorecimento também é, em parte, uma percepção comum entre irmãos. Como o próprio estudo comprovou, sim, é bastante Alexiaque um dos pais ou comum ambos, de forma consciente ou Debacker não, acabem favorecendo um dos Espinoso lhos. Mas é importante dizer que isso não é errado — ao contrário, é bastante natural. Isso porque os pais podem ter mais a nidade com um lho por questões de personalidade, por exemplo. O momento de vida dos pais em que o nascimento aconteceu e até mesmo as expectativas sobre como seria viver aquela relação com um lho ou uma lha também são fatores que podem in uenciar na forma como tratamos os lhos. "Nada disso é errado e é preciso

que os pais saiam desse lugar de culpa e aprendam a viver isso de forma natural. A nidade não é necessariamente a mesma coisa que amor", a rma Bárbara Santos. Há ainda o favorecimento que envolve necessidades especí cas. Um lho doente, um bebê recém-nascido ou até uma criança que tenha necessidades especiais vai precisar de mais atenção dos pais. Aqui, como em outros casos, o importante é que a situação seja explicada para a criança, que costuma entender a realidade da família e até apoia os pais nas tarefas, quando estes permitem que ela seja incluída nas atividades. De cara, o mais comum é acharmos que o lho preterido é o que mais sofre. E isso não é de todo errado, a nal, os s ent imentos de carência e rejeição, especialmente quando vividos na infância, podem facilmente se transformar em traumas que serão carregados para o resto da vida em relacionamentos futuros. Nesse caso, o lho que busca mais atenção pode se transformar naquele "faz tudo", que coloca os pais acima de suas necessidades pessoais em busca de reconhecimento, o que nem sempre virá. Mas esse indivíduo também pode sentir que tem mais liberdade para viver de forma mais autêntica, sem a expectativa que os pais depositam para o lho favorito. "Nem sempre precisa ser algo negativo", a rma Santos.

Por outro lado, o lho preferido pode se ver em di culdades justamente por ter que viver uma vida perfeita pouco sustentável na realidade, levando a muita frustração. "Ele pode se sentir aprisionado por um ideal que nunca vai conseguir atingir, e aí acaba fazendo escolhas com base nisso", acredita Kamkhagi. Ok, toda família terá sempre um favorito. Mas quando é que isso deixa de ser uma característica e se torna um problema? De acordo com os e sp e c i a l ist as ouv i d o s p el a rep or t agem, a me dida é o sofrimento causado por essa preferência. "Se um dos lhos ou ambos passam a sentir desconforto nessa relação, quando as relações familiares estão empobrecidas e até os irmãos estão em desarmonia, é hora de conversar", a rma Santos. Nesse c as o, a c onve rs a p o d e s e r mediada por um especialista que ajude a ressigni car as mágoas e reconstruir os laços. Os pais que se sentem culpados por acharem que preferem um lho ao outro também devem procurar ajuda para conversar a respeito — especialmente as mães, que sempre sofrem com as cobranças excessivas de seu papel. "A maternidade não é perfeita e é impossível amar a todos da mesma forma", explica a psicóloga. Falar sobre isso, em um espaço sem julgamentos, ajuda a se libertar dessa culpa e a viver de forma mais leve as relações familiares.

Ginásio de esportes em Bali é inteiramente feito em bambu ©TOMMASO RIVA

A estrutura surpreendeu por ser pioneira em unir técnica, design e leveza

O escritório Ibuku projetou um ginásio de esportes inteiramente feito em bambu para a Green School Bali, instituição de ensino privada que promove a sustentabilidade por meio da

aprendizagem em um ambiente natural. A estrutura surpreendeu por ser pioneira em unir técnica, design e leveza. Chamado de e Arc (O Arco, em português), o edifício de 760

metros quadrados serve como uma cobertura protetora para a quadra poliesportiva da escola. A construção foi projetada em colaboração com o arquiteto especialista em bambu Jörg

Stamm e a empresa de engenharia estrutural Atelier One. Segundo o site de arquitetura, A r c h D a i l y, o p r o j e t o é totalmente sem precedentes: “Uma estrutura inédita que não é apenas uma incrível peça de arquitetura de bambu, mas servirá como referência em estruturas leves como um todo”. A forma orgânica e o sistema estrutural do edifício foram inspirados nos sistemas naturais, em particular a maneira como nossas costelas são mantidas no lugar pela tensão de uma camada externa de músculo e pele. A estrutura ultraleve é formada por arcos de bambu que s u s t e nt a m a c o b e r t u r a d e formato orgânico. Os arcos possuem 14 metros de altura e são conectados por uma segunda trama que se curva em duas

direções para criar assim uma estrutura robusta e tensionada. Vários meses de pesquisa e desenvolvimento levaram à criação de uma solução geométrica precisa que permitiu que o edifício tivesse um vão interno de 19 metros de extensão usando uma quantidade mínima de material. Os vãos abaixo do arco permitem que a brisa passe, proporcionando ventilação

natural. As aberturas no teto do telhado também permitem que o ar quente escape, mantendo o edifício sempre fresco. A Green School tem construído edifícios de bambu em seu campus em Bali, Indonésia, desde que foi fundada em 2008. A escola agora também opera na Nova Zelândia, na África do Sul e no México. Na Tailândia também foi construído um centro esportivo inteiramente feito em bambu.


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