Jornal Fatos & Notícias 437

Page 1

ANO XI - Nº 437 26 A 31 DE AGOSTO/2021 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

Pantanal perde 74% da água e Brasil está secando ©SILAS LIMA/CAMPO GRANDE NEWS

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

8 Quer uma receita deliciosa e vegetariana? A opção perfeita é o macarrão com legumes salteados Pág. 8

JORGE PACHECO

8 Casagrande se junta a

governadores e pede reunião com Bolsonaro para reduzir tensão entre os Poderes Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI

8 Os feminicídios são diários. Mas há um grupo de pessoas que critica a lei Maria da Penha, emitindo opiniões de descrédito nas mulheres Pág. 10

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 Sede da Casa da Cultura de

Fundão sob ameaça após uma obra irregular, segundo subsecretário Pág. 12

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA 8 É dentro da família que os

principais padrões e comportamentos são aprendidos Pág. 11

Por que algumas pessoas não agradecem e não se desculpam

Pág. 11

Todos os biomas apresentaram perdas, mas a situação mais preocupante é a do Pantanal, com redução de 74% da superfície de água. Nas últimas três décadas, o Brasil vem ficando cada vez mais seco Pág. 2

Chipre inaugura museu subaquático que busca preservar vida marinha ©REPRODUÇÃO TWITTER/MUSAN

Esculturas do artista Jason deCaires Taylor formam uma floresta submersa projetada para atrair animais e incentivar a conservação de espécies do Mar Mediterrâneo Pág. 16

Conheça o rosto de Gufan, o paranaense de dois mil anos

Consumo excessivo de álcool entre adolescentes prejudica vasos sanguíneos Pág. 9 Mudança climática põe em risco um bilhão de crianças no mundo ©IOM 2021/TRIFFIN NTORE

©CÍCERO MORAES

A ossada do indígena foi descoberta durante uma escavação em 1954 e sua reconstrução facial impressionante revelou detalhes sobre o povo que habitou a região no passado Pág. 7

Escola na província de Bujumbura, Burundi, completamente inundada pelas cheias Pág. 15

Viaduto vegetado ganha câmeras e tem primeiro registro de uso por animais no RJ Pág. 2


2 MEIO AMBIENTE

26 A 31 DE AGOSTO/2021

Pantanal perde 74% da água desde 1985, e pesquisadores dizem que Brasil está secando Azevedo. Não é para menos. O pico de área de superfície de água ocorreu em 1991 e, desde então, ca clara a tendência de perda. Considerando todo o período analisado, desde 1985, a redução ca na casa de 7,6%. Segundo os dados do MapBiomas Água, há tendências de perda de água em oito das 12 regiões hidrográ cas do País. A Amazônia, desde 1985, teve uma leve oscilação positiva de 0,5%. Mas, tomando como ponto de partida 1991, a perda é de 13%. Na C aatinga, a queda da superfície de água cou em 15%; no Cerrado, em 5,5%; no Pampa, em 0,4%; e na Mata Atlântica, em 4,6%, todos com referência no pico, em 1991. Mas a situação mais crítica é a do Pantanal, ironicamente, um bioma caracterizado por ser alagadiço. Ele perdeu 74% de sua superfície de água desde 1985 e 71% desde 1991. Segundo Cássio Bernardino, coordenador de projetos do WWF-Brasil, em áreas em que em 1985 seria possível ver espelhos d'água, hoje

são encontradas zonas secas. Apesar da queda em todo o período, nos últimos dez anos o processo cou mais acentuado, diz o especialista.

que as chamas podem ganhar no Pantanal. Em meio a um período amplamente seco, mais de 20% do bioma queimou, levando também a perdas de fauna na

“Isso afeta toda a dinâmica do bioma”, a rma Bernardino. Ele ressalta que a água no Pantanal é u m e l e m e nt o q u e aj u d a a controlar incêndios. Com a diminuição da área alagada e mais temporadas sem chuva, a matéria orgânica vai cando mais seca e mais propensa ao fogo. Em 2019, grandes incêndios na Amazônia chamaram a atenção do mundo. Em 2020, cou clara a potência

região, prejuízos para proprietários rurais e ainda o potencial de problemas respiratórios atrelados à fumaça das queimadas. Um cruzamento curioso entre fogo e redução da superfície de água pode ser vista nos dados das novas ferramentas do MapBiomas. Corumbá, de 1985 a 2020, foi a cidade no Brasil com o maior número de queimadas e também o que mais perdeu água.

©MAYKE TOSCANO/SECOM-MT

Nas últimas três décadas, o Brasil vem cando cada vez mais seco. O País, de 1991 até 2020, perdeu cerca de 15,7% da superfície de água que possuía, o equivalente a 3,1 milhões de hectares. Todos os biomas apresentaram perdas, mas a situação mais preocupante é a do Pantanal, com redução de 74% da superfície de água. Os dados são provenientes do MapBiomas Água, ferramenta do MapBiomas que acaba de ser lançada. A partir de imagens de satélites Landsat, em pixels de 30m por 30m, e com auxílio de inteligência arti cial, os pesquisadores conseguiram mapear a dinâmica mensal e anual dos corpos d'água super ciais do Brasil, desde 1985. “O Brasil está secando”, resume Tasso Azevedo, coordenador do Map Bi om a s . “É re a l m e nt e impressionante”. O dado encontrado foi tão surpreendente que os pesquisadores do MapBiomas repetiram diversas vezes as veri cações dos modelos para con rmar o que era visto, conta

Viaduto vegetado ganha câmeras e tem primeiro registro de uso por animais no RJ ©REPRODUÇÃO/ASSOCIAÇÃO MICO-LEÃO-DOURADO

Câmeras de monitoramento da Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) zeram o primeiro registro da passagem de animais pelo viaduto vegetado, localizado na BR-101, em Silva Jardim, no interior do Rio de Janeiro. O viaduto vegetado, que foi inaugurado em agosto de 2020, é o primeiro construído em uma rodovia federal. O projeto é considerado um marco da conservação da biodiversidade no País. As câmeras de monitoramento foram instaladas no dia 3 de agosto deste ano, segundo a associação. Mas o primeiro registro de passagem de animais aconteceu no dia 10, quando dois c a c h or ro s - d o - m at o f or a m agrados caminhando entre as

mudas de árvores plantadas. Já no dia 14, a câmera fez um novo agrante. Desta vez, um cachor ro-do-mato aparece andando sozinho pelo viaduto. As t u b u l a ç õ e s p r e t a s q u e aparecem nas imagens são do sistema de irrigação do espaço. Uma das imagens foi divulgada nas redes sociais da entidade na última sexta-feira (20). Para o secretário-executivo da Associação Mico-Leão-Dourado

(AMLD), Luís Paulo Ferraz, a “visita” representa um marco para o projeto. “Estamos muito felizes! Essa é uma notícia animadora, encorajadora e que mostra que estamos no caminho certo e que esta pode ser uma alternativa muito importante para a redução de impactos ambientais em rodovias no Brasil”. O trecho onde o viaduto se encontra, no km 218 da BR-101, foi escolhido para a construção após mapeamento que i d e nt i c ou o s l o c ai s m ai s sensíveis ambientalmente e com altos índices de atropelamento de animais. As obras começaram em 2018 e foram concluídas no m de julho do ano passado pela Arteris Fluminense, concessionária que administra a rodovia. O espaço recebeu o plantio de mudas nativas da Mata Atlântica.

O MapBiomas Fogo, lançado na semana passada, mostra que 20% do País já queimaram nas últimas décadas. Os dois líderes na perda de superfície de água são Mato Grosso do Sul (queda de 57%) e Mato Grosso (queda de quase 53%). Mas o que pode explicar um desaparecimento tão massivo de água no Pantanal e no Brasil, como um todo, nas últimas décadas? Azevedo a rma que o MapBiomas Água foi feito para gerar dados passíveis de serem Camaleão Furcifer usados em pesquisas que possam labordi ajudar a responder a essa e outras questões. Mas, mesmo assim, há pontos que podem ajudar na compreensão da situação. O primeiro deles é a crise climática, que provoca a expansão dos períodos secos e chuvas mais concentradas em um curto período de tempo. O relatório do Painel Intergovernamental de Mudança d o C l i m a ( I P C C ) l an ç a d o recentemente mostra que esse processo deve se intensi car e aponta a urgência em ações para

reduzir drasticamente a emissão de gases estufa. O segundo ponto destacado pelo coordenador do MapBiomas é o desmatamento da Amazônia. “Antes a gente tinha muito receio de falar isso, mas eu não tenho mais dúvida. O desmatamento na Amazônia está reduzindo a quantidade de água na própria Amazônia e no Centro-Sul”, a rma Azevedo. “O desmatamento na Amazônia está provocando uma redução de chuva”. A destruição na Amazônia também in uencia a situação do Pantanal, segundo Bernardino, pesquisador do WWF-Brasil. “A Amazônia tem papel fundamental para a chuva na América do Sul. Esse grande sistema que ajudava a regular a precipitação foi impactado”, diz Bernardino. No caso do Pantanal e de outras regiões do País, a expansão da fronteira agrícola, que usa os recursos hídricos e faz intervenções, também pode ter contribuído para a situação.

Ponto mais alto da Groenlândia registra chuva pela primeira vez na história ©MAHLERSILVAN/UNSPLASH

Pela primeira vez na história foi registrada uma chuva intermitente no ponto mais alto do manto de gelo da Groenlândia. A área ca 3.216 metros acima do nível do mar e a chuva caiu por 13 horas seguidas, no dia 14 de agosto. As temperaturas também chamaram a atenção, permanecendo acima de zero por cerca de nove horas. O relato vem da Estação Summit, da National Science Foundation, que monitora o clima do Ártico e as mudanças no gelo e tem funcionado o ano todo desde 1989. De acordo com o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos EUA, não há registros de chuvas anteriores nesse local e essa é a terceira vez, em menos de uma década, em que a temperatura cou acima do ponto de congelamento da água e a precipitação envolveu neve úmida. Os eventos anteriores ocorreram em 2012 e 2019. As temperaturas excepcionais foram acompanhadas pelo nível de chuva sem precedentes.

Cientistas estimam que em um dia a Groenlândia recebeu cerca de sete bilhões de toneladas de água, o que representa cerca de um quarto do que é esperado para todo o ano. Não está claro quanto caiu no pico mais alto. Segundo reportagem publicada no jornal e Washignton Post, como isso nunca aconteceu antes, a estação não estava equipada com pluviômetro. Os relatórios apontam, no entanto, que a chuva pode ter um efeito importante no manto de gelo, contribuindo para o seu degelo. A extensão do derretimento no dia 14 de agosto

atingiu um pico de 872.000 quilômetros quadrados, retornando a níveis moderados apenas em 16 de agosto. “Na maior parte do manto de gelo, a água derretida (ou a chuva que ca nas partes superiores da camada de gelo) se in ltra na neve e volta a congelar; no entanto, em áreas com gelo nu e com neve saturada de água, perto da costa, a água derretida (e a chuva) é escoada, resultando na perda de massa do manto de gelo”, explicam os cientistas do Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

Filiado ao Sindijores

CNPJ: 18.129.008/0001-18

"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

Circulação: Grande Vitória, interior e Brasília

Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


CULTURA 3

26 A 31 DE AGOSTO/2021

Piscadelas, tosses e 7º Festival Cine.Ema

escarradas: como as abre inscrições de pessoas flertavam Concurso Cultural no passado para escolas Muito antes das cantadas, as regras de etiqueta dos séculos 17 ao 19 traçavam bons modos bastante curiosos para o galanteio

Cine.Ema realiza concurso entre os meses de agosto e setembro deste ano, com premiações para alunos, professores e escolas

©CREATIVE COMMONS/WIKIMEDIA COMMONS ©JOW RODD

FOTO: REPRODUÇÃO

Tela 'Namoro', de Bartolomeo Pinelli

N

a Idade Moderna, erotismo designava “o que tivesse relação c o m o a m o r ”. C o m o e s s a definição se materializaria na prática? Há registros de estratégias de sedução que soariam pouco familiares e mesmo pueris aos olhos de hoje. É o caso do chamado “namoro de bufarinheiro”, descrito por Júlio Dantas, como uma prática bastante comum em Portugal e, talvez, no Brasil, ao menos nas grandes cidades. Em resumo, c on s i s t i a e m p a s s a re m o s homens a distribuir piscadelas e a fazerem gestos sutis com as mãos e bocas para as mulheres que se postavam à janela, em dias de procissão, como se fossem eles bufarinheiros a anunciar seus produtos. É também o caso do “namoro de escarrinho”, costume lusobrasileiro dos séculos 17 e 18, no qual o enamorado punha-se embaixo da janela da moça e não dizia nada, limitando-se a fungar à maneira de gente resfriada. Caso a declaração fosse correspondida, seguia-se uma cadeia de tosses, assoar de narizes e cuspidelas. Práticas bizarras Escapa-nos, sobremaneira, o ap e l o s e dut or q u e o s t a i s “escarrinhos” poderiam ter naquele tempo, mas sabe-se que, até hoje, no interior do País, o namoro à janela das moças não desapareceu de todo. É difícil, de certa forma, desfazer-se dos costumes. Documentos remanescentes das visitas da Inquisição, preocupadas com as moralidades de nossos ancestrais, revelam, por exemplo, a existência de “palavras de requebros e amores” e a “beijos e abraços”, sugerindo prelúdios eróticos e carícias entre amantes. Atos sexuais incluíam toques e afagos, implicando na erotização das mãos e da boca. “Chupar a língua”, “enfiar a língua na boca”, segundo os mesmos

documentos, não era incomum. Os processos revelam que alguns sedutores iam direto ao ponto: “pegar nos peitos” e “apalpar as partes pudentes” era queixa constante de mulheres seduzidas. Flertes escondidos Processos de sodomia masculina revelam, por exemplo, amantes que “andavam ombro a ombro”, abraçavam-se, trocavam presentes e penteavam-se os cabelos mutuamente à vista de vizinhos, desafiando a Inquisição, sua grande inimiga. Arroubos não foram incomuns; beijos roubados e fur tivas bolinações eram práticas usuais regadas a propostas lascivas e palavras amatórias. Alguns toques podiam ser tímidos, escondendo confessados desejos. Rostos e mãos levemente roçados por dedos ávidos ou mãos apertando outras. Fazer cócegas na palma da mão e pôr a mão sobre o coração para dizer o querer bem era parte da gramática amorosa. Em algumas ocasiões, eram os pés que agiam ligeiros a alisarem outros pés. Alguns afagos eram apenas esboçados, anunciando a vontade de outros mais ousados, enquanto se elogiava a formosura da mulher. Para a religião Enqu anto literatos como Gregório de Matos davam vazão aos sentimentos eróticos, a catequese se impunha a toda a sociedade colonial. Para os religiosos da época, a agenda era urgente e se resumia em uma só: c i v i l i z a r, e d u c a n d o n o s princípios cristãos. No casamento todo o cuidado era pouco. Normas regiam as práticas dos casados. Até para ter relações sexuais, as pessoas não se despiam. As mulheres levantavam as saias ou as camisas e os homens abaixavam as calças e ceroulas. Mesmo nos processos de sedução e defloramento que guardam nossos arquivos vê-se que os amantes não tiravam a

roupa durante o ato. Um exemplo, em Parati, Rio de Janeiro, no início do século 19: “E que ele testemunha presenciara e vira a ofendida e o réu estarem no mato juntos e unidos um por cima do outro a fazerem movimento com o corpo, e que ele testemunha vendo este ato, voltou sem dar a perceber a ninguém”. Nem uma palavra sobre despirs e . As p r át i c a s a m o ro s a s , contudo, eram rigidamente controladas. Toda atividade sexual extraconjugal e com outro fim que não a procriação era condenada. Manobras contraceptivas ou abortivas não eram admitidas. Gentilezas e cortesias A noção de debitum conjugale, uma dívida ou dever que os esposos tinham que pagar, quando sexualmente re qu is it a d o s , tor na - s e l e i. Associava-se o prazer exclusivamente à ejaculação e, por isso, era “permitido” aos maridos prolongarem o coito com carícias, recorrendo até a masturbação da parceira, a fim de que ela “emitisse a semente”, justificando a finalidade do ato sexual. Ao ser definido como uma conduta racional e regulada em oposição à paixão dos amantes, o c o m é r c i o c o nj u g a l s ó e r a permitido em tempos locais oportunos. Consideravam-se impróprios os dias de jejum e festas religiosas, o tempo da menstruação, a quarentena após o parto, os períodos de gravidez e amamentação. Sobre o papel da mulher durante o coito, fazia-se eco aos conselhos de Aristóteles: que nenhuma mulher desejasse o lugar de amante de seu marido. Isso queria dizer que a esposa não de via demonstrar nenhum c on h e c i m e nto s obre s e xo. Somente casta e pura ela seria desejada. Sua ingenuidade seria prova de sua honradez. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

O 7º Festival Nacional de Cinema Ambiental do Espírito Santo, o Cine.Ema, está com as inscrições abertas, até 17 de setembro, para o Concurso Cultural de produção de Vídeo, Fotografia e Texto Criativo, voltado às Escolas Públicas l o c a l i z a d as na re g i ã o d as Montanhas, Aracruz e do Frade e a Freira. Inscrições e regulamento estão disponíveis em www.cineema.com.br. Com premiações para t rab a l hos pro duzidos p or estudantes, bem como para professores e escolas mais participativas, o concurso selecionará fotografias feitas por dispositivo de celular, com vídeos de um minuto e textos l i v re s qu e a b ord e m m e i o ambiente e agreguem ao tema “O que a natureza nos ensina'', pensado a partir da temática desta 7ª edição “A natureza é a nossa escola”. Podem se inscrever alunos do

Ensino Fundamental II e Ensino Médio de Escolas Públicas Municipais e Estaduais de 13 municípios capixabas: Afonso Cláudio, Aracruz, Brejetuba, Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Itapemirim, Laranja da Terra, Marechal Floriano, Rio Novo do Sul, Venda Nova do Imigrante e Vargem Alta. O objetivo da ação é conectar pessoas às questões ambientais, buscando despertar o senso

crítico, estético e ambiental dos participantes que produzirão conteúdos sobre a natureza ao seu redor, a partir do uso de ferramentas comuns, como celular, tablet, entre outros. O importante é dar asas à imaginação e criatividade. O festival Cine.Ema realiza ações de educação ambiental voltada às comunidades que margeiam patrimônios naturais e mostras de cinema, com exibição de curtas ambientais. Conta com o patrocínio da Decolores, Imetame e do Grupo Águia Branca, em parceria com a Reserva Águia Branca. É uma realização da Caju Produções e d a S e cret ar i a E sp e ci a l d a Cultura, do Ministério do Turismo — Governo Federal. Mais informações no site: www.jornalfatosenoticias.com. br. LUCIANO DANIEL

Foto Antiga do ES ©IVAN ERLER/FOTOS ANTIGAS E FOTOS CONTEXTUALIZADAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO/FACEBOOK

Rua Sete — Centro. A nossa antiga rodoviária — Praça Misael Pena — Parque Moscoso (foto de 1967)


4 EDUCAÇÃO

26 A 31 DE AGOSTO/2021

Educação infantil tem mais de 1.900 vagas disponíveis para a população de Vitória

Pesquisa mostra que 72% dos professores enfrentam problemas de saúde mental Falta de estrutura educacional, conhecimento das ferramentas digitais e sobrecarga na rotina escolar agravou estado de saúde mental dos professores ©ANDREY ZHURAVLEV/GETTY IMAGES/ISTOCK

Em Vitória, os centros municipais de educação infantil (Cmeis) atendem crianças de seis meses a cinco anos de idade ©DIVULGAÇÃO PMV

A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. Em Vitória, os centros municipais de e ducação infant i l (Cmeis) atendem crianças de seis meses a cinco anos de idade, que estão tendo os primeiros contatos com a escola. As famílias da capital que estejam em busca de uma vaga, devem se dirigir à unidade de ensino mais próxima de cada e fazer o cadastro: são 1.961 vagas em todas as regiões do município. São 1.305 vagas para crianças em idade de creche, ou seja, para turmas dos grupos 1, 2, 3 e 4. E há ainda 656 vagas disponíveis para pré-escola, que são as turmas dos grupos 5 e 6. Atualmente, são 15.810 crianças matriculadas na educação infantil da capital. Para 2022, a S ecretaria Municipal de Educação (Seme) ainda está realizando o

planejamento do uxo escolar. O quantitativo de novas vagas será publicado na portaria de matrículas, prevista para o nal de novembro. “Zerar a la de espera na educação infantil é um dos compromissos da gestão. Para isso, é necessário que as famílias pro curem a rede, façam o cadastro, para que a Secretaria de Educação saiba qual a real demanda em cada região de Vitória. Por conta da pandemia, muitas famílias deixaram de procurar o Cmei. Mesmo que a vaga não seja para agora, de início imediato, a orientação é que o cadastro seja feito”, orientou a secretária de Educação de Vitória, Juliana Rohsner. O cadastro para solicitação de vagas na rede municipal de ensino ca aberto o ano inteiro,

na capital. As famílias devem procurar o centro municipal de educação infantil mais próximo de sua casa e fazer o registro da demanda por vaga a qualquer tempo. É preciso levar documento de identidade do adulto que for fazer a solicitação (mãe, pai ou responsável), além da certidão de nascimento e da carteira de vacinação da criança, bem como o comprovante de residência. A ordem de prioridade para a vaga solicitada é de nida a partir do endereço apresentado no comprovante de residência da família. A indicação é sempre para a unidade de ensino mais próxima, mas a família pode indicar outras unidades de ensino de interesse, que entrarão como prioridade média ou baixa, dependendo da distância, no cadastro realizado.

Escolas aplicam Avaliação da Fluência em Leitura A Avaliação da Fluência em Leitura 2021, do Programa de Alfabetização em Regime de Colaboração (PARC), está sendo aplicada pelas escolas para os alunos do 2º ano do ensino fundamental. A avaliação teve início no dia 16 de agosto e segue até o próximo dia 10 de setembro. O objetivo é aferir o desempenho dos estudantes n o p r o c e s s o d e aprendizagem do código alfabético da Língua Portuguesa, aspecto fundamental para a alfabetização e o desenvolvimento da compreensão de textos escritos. A diretora Cláudia Lopes Javarini, da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Barão do Rio Branco, de Vila Velha, falou sobre a avaliação. “É um importante instrumento para identi car o desempenho dos nossos estudantes, na leitura

divulgação dos resultados, será possível identi car o nível de uência em que cada estudante se encontra, de modo que sejam desenvolvidas ações que cons olidem o pro cess o de ©ASCOM SEDU alfabetização. Estão sendo avaliados aproximadamente 40 mil alunos, cerca de 1.600 escolas municipais e estaduais. A Avaliação da Fluência em Leitura é uma das ações previstas no Programa de Alfabetização em Regime de Colaboração (PARC) 2021, instituído no Espírito Santo, a p ar t ir do Pac to p el a Aprendizagem no Espírito Santo (Paes), que é uma intuito de garantir que todos os iniciativa do governo do Estado, alunos da rede sejam avaliados. com o objetivo de fortalecer a Assim, a escola será capaz de aprendizagem das crianças desde desenvolver ações pedagógicas a Educação Infantil até as séries especí cas e de atingir o sucesso nais do Ensino Fundamental, no processo de alfabetização, que desenvolvida a par tir do é a formação de leitores uentes”, estabelecimento de um regime disse. de colaboração entre o Estado e Após a aplicação da avaliação e as redes municipais de ensino. de palavras e textos, que é parte importantíssima no processo de alfabetização. A escola incentiva e chama os alunos a comparecer e participar, contando com o apoio e parceria da família, no

Muito se olhou para os professores durante a pandemia. Muito se elogiou a capacidade deles de superação das adversidades e a persistência em dar aulas. Fosse do jeito que fosse, eles não deixaram de comparecer em nenhum momento nesses últimos dezesseis meses. Segundo estudo recente da Unicef Brasil, 79% dos alunos assistiram aula pelo WhatsApp neste período e isto só foi possível porque professores da rede, cerca de 2,6 milhões, passaram horas do dia fotografando páginas de apostilha de atividades para mandar aos alunos, além de gravar pequenos vídeos com explicações de conteúdo, entre tantas outras coisas. Sem contar nos que foram bater na porta do aluno que não aparecia ou não dava sinais de fumaça. Os esforços foram estrondosos e o reconhecimento foi — e é — notável, tanto por parte das famílias dos alunos quanto da sociedade civil de forma geral. Mas é também incontestável a pressão que estes pro ssionais têm sofrido com todos os desa os que a pandemia impôs. Não à toa, 72% teve a saúde mental afetada e precisou buscar apoio, segundo pesquisa realizada com 9.557 pro ssionais pela Nova Escola. A classe de trabalhadores, que é uma das que mais sofre do chamado Burnout — síndrome de esgotamento físico e mental — ainda enfrenta as angústias, os medos e as ansiedades por uma pandemia tão cheia de incertezas e que não se encerra no momento em que as aulas retornam ao formato presencial. Os calendários das escolas exigem uma maleabilidade de todos. Das famílias que reorganizam com o leva-e-traz nem sempre diário e os horários alternativos de entrada e saída, da gest ã o es col ar que pre cis a exibilizar planejamentos e, cl aro, d o s profe ss ore s qu e enfrentam as incertezas de ambos os lados somadas ao contexto próprio de cada um.

O resultado é um número alto de professores com problemas de saúde mental. Entre os fatores apontados está a dupla jornada, a falta de formação no ambiente remoto, o excesso de atividades e a insegurança do futuro. As mulheres, que representam 85% da classe, apresentaram um maior nível de estresse por conta da jornada extra com casa e lhos. Os responsáveis por resgatar muitos alunos da depressão, ansiedade e do estresse, se viram mergulhados no mesmo mar sem m. E quem tanto cuidou, também precisou ser cuidado — o que era de se imaginar. Nas escolas privadas, o apoio e suporte vieram mais rápidos. A Escola Vera Cruz, por exemplo, organizou uma jornada de cursos e formações para que os professores, e também coordenadores, pudessem se familiarizar com metodologias digitais, além do próprio ambiente e as ferramentas mais especí cas. O mesmo aconteceu no Colégio Santa Cruz, ambas na capital paulista. Ana Paula Gaspar, assessora de tecnologia educacional da escola Vera Cruz, conta que, em uma semana, a equipe dela organizou junto, à gestão escolar, um plano de contingência. "Quando a escola fechou totalmente ano p a s s a d o, j á t í n h am o s u m a estrutura de apoio desenhada com equipes de atendimento e ações de suporte de tecnologia educacional". A escola também criou uma Jornada Digital que continua aberta e disponível a qualquer outra escola. Em um semestre, zeram mais de cinco mil atendimentos individuais de equipes. Com recursos nanceiros e equipamentos tecnológicos, es col as como o Ve ra Cr uz conseguiram rapidamente responder a uma demanda que era emergencial, mas mesmo sendo uma das queixas dos professores não foi o su ciente. Professores precisavam — e precisam — de apoio emocional,

de escuta. De um espaço para que possam ser cuidados. Principalmente porque a demanda de trabalho é tamanha, que o esgotamento parece ser inexaurível. No estado de São Paulo, o projeto Saúde Mental na Escola, em parceria com o Instituto Ame Sua Mente, envolveu 10 escolas estaduais com ações de sensibilização e rodas de acolhimento sobre as questões que envolveram a promoção da saúde mental, considerando o contexto crítico do início da pandemia e o momento delicado que os educadores se encontravam em meio a tantos desa os. Foram mais de 3.200 pro ssionais atendidos. 97,5% deles dizem que o programa o ajudou a lidar com a própria saúde mental. 95% acharam útil ou extremamente útil para compreender o impacto da pandemia e desenvolver estratégias de autocuidado, e outros 92,5% compreenderam a importância para vida pessoal. Professores sentiram — e sentem — medo. E para que a gente tenha, na ponta, alunos saudáveis, com capacidades plenas e integrais de aprendizado, é preciso cuidar deste sujeito que também cuida. O atendimento integral aos professores deve ser um olhar constante dentro das práticas educacionais e programas de formação continuada. É preciso pensar que, para além do intele c tu a l, profess ores carregam um corpo físico e emocional que também precisam de atenção e cuidado. Eles se esgotam e têm os limites pessoais. Professores choram e isto está longe de ser uma frase piegas. É pra que a gente não esqueça de que na frente da sala de aula existe um ser humano capaz de sentir emoções e sensações como todos nós. A vulnerabilidade é intrínseca.


POLÍTICA 5

26 A 31 DE AGOSTO/2021

Jorge

Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco

jorgepachecoindio@hotmail.com

“Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira... Quando se vê, já terminou o ano... Quando se vê, já passaram-se 50 anos! Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo”, Mário Quintana ©REUTERS/ADRIANO MACHADO

©REUTERS

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 a partir do dia 15 de setembro em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos. Na segundafeira (23), o secretário-executivo da Pasta, Rodrigo Cruz, antecipou, em entrevista ao Papo do Editor, do Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a aplicação da dose de reforço come ç ar i a em me ados de setembro. Também a partir de 15 de setembro, o ministério vai reduzir o intervalo da aplicação da segunda dose dos imunizantes da P zer e Astrazeneca das atuais 12 semanas para oito semanas. A decisão foi tomada em reunião do ministério na noite desta terça-feira, 24, e anunciada pelo ministro logo depois do encontro em conversa com jornalistas. De acordo com o ministro, no dia 10 de setembro, a pasta nalizará a distribuição de imunizantes para a aplicação da primeira dose em toda a população brasileira com mais de 18 anos, o que abre espaço para a antecipação e o reforço vacinal anunciado. A partir do dia 15 de setembro, serão enviadas aos Estados as doses de reforço para os imunossuprimidos — pessoas com câncer ou transplantados, por exemplo — que tenham tomado a segunda dose há pelo menos 28 dias e de idosos com mais de 70 anos que tenham tomado a segunda há pelo menos seis meses. A aplicação nos idosos seguirá ordem cronológica, do mais velho para o novo. A Saúde aguarda a conclusão de um estudo para decidir como será a aplicação da terceira dose em pro ssionais de saúde e pessoas com menos de 70 anos. O Ministério da Saúde estudará ainda a possibilidade de imunização cruzada entre as vacinas da Astrazeneca e P zer, mas isso será feito somente em caso de necessidade.

©REUTERS/ADRIANO MACHADO

Comandante do Exército manifesta compromisso com estabilidade e tranquilidade

modelo Fiat Toro Endurance 2.0, não houve retorno por parte da equipe do Executivo municipal.

Sob gritos de "Bolsonaro 2022", presidente diz querer férias Para apoiadores, presidente relembrou que ainda não tem um partido para concorrer novamente à Presidência da República

Em meio a gritos de apoiadores pela permanência na cadeira do Executivo, o presidente Jair Bolsonaro disse, rindo, que quer tirar férias. Questionado sobre liação ao Patriotas para concorrer nas eleições de 2022, Bolsonaro, no entanto, relembrou que ainda não tem um partido para concorrer novamente à Presidência

Casagrande se junta a governadores e pede reunião com Bolsonaro para reduzir tensão entre os Poderes Sugestão foi tratada como uma espécie de tentativa final de restabelecer alguma normalidade no País

da República. Desde 2019, Bolsonaro tenta construir a sigla Aliança Pelo Brasil, quando decidiu deixar o partido pelo qual se elegeu, o PSL, após desavenças com o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar. O projeto para criação da sigla, no entanto, não obteve as assinaturas necessárias para sua criação. Ainda assim, a Aliança Pelo Brasil a rmou, na segunda-feira (23), no Twitter, que montará tendas, na Avenida Paulista, em São Paulo — durante as manifestações de 7 de setembro, para recolher assinaturas para criação do partido. Bolsonaro tem negociado liação com várias siglas, como Progressistas, Patriota, PTB e até mesmo o PRTB, legenda do vice-presidente Hamilton Mourão.

Ferraço entra com representação no MP-ES contra Victor Coelho O deputado estadual eodorico de Assis Ferraço (DEM) ingressou, no último dia 16, com representação de 15 páginas no Ministério Público contra o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim-ES, Victor Coelho (PSB). O objeto da petição pede i nve st i g a ç ã o d e sup o sto s ato s d e corrupção na contratação da empresa SQL que teria vencido licitação direcionada ©FOLHA DO ES

Queiroga anuncia 3ª dose para imunossuprimidos e idosos acima de 70 anos

O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, disse em discurso durante cerimônia do Dia do Soldado, nesta quarta-feira (25), que a força terrestre está comprometida com os anseios da sociedade brasileira por tranquilidade e estabilidade. “O momento desta justa homenagem aos soldados, que muito contribuíram e contribuem para a unidade e a grandeza do Brasil, nos motiva a rea rmar o compromisso com os valores mais nobres da pátria e com a sociedade brasileira em seus anseios de tranquilidade, estabilidade e desenvolvimento”, disse o comandante. O discurso do comandante do Exército vem em um momento de tensão entre os Poderes no qual o presidente Jair Bolsonaro, apoiadores e auxiliares próximos, como o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Augusto Heleno, falam em “poder moderador” das Forças Armadas, tese rejeitada em decisão liminar do ministro Luiz Fux, atualmente presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro esteve presente na cerimônia do Dia do Soldado, realizado no QuartelGeneral do Exército em Brasília, e havia a expectativa de que ele discursasse, o que acabou por não ocorrer. Frequentemente o presidente, que foi capitão do Exército antes de entrar na política elegendo-se v e r e a d o r p e l o R i o d e Ja n e i r o e , posteriormente, deputado federal antes de sua vitória na eleição presidencial de 2018, menciona seu vínculo com as Forças Armadas e também a rma com frequência que são os militares que AJUFE garantem a democracia e a liberdade. Irritado com decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) desfavoráveis a ele e a apoiadores e em meio a uma campanha de ataques sem fundamento contra o sistema eletrônico de votação, Bolsonaro disse recentemente que poderia atuar fora das quatro linhas da Constituição.

com ajuda do diretor administrativo da Cesan, Weidson Ferreira, resultando o "serviço" no valor extorsivo do IPTU do Município. Ferraço, na representação ao MP, detalha o modus operandi do prefeito e seus assessores para a carta marcada, inclusive, citando como exemplo a suspensão do cerco eletrônico do DetranES no valor de R$ 140 milhões, colocando c omo s i m i l ar ato s d e i l e g a l i d a d e praticados pela Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim. O parlamentar chega a mencionar que o secretário da Fazenda foi substituído a mando de Weindson para consagrar a operação de R$ 12 milhões em favor da SQL. Ferraço não poupa em denúncias praticadas pelo prefeito Victor Coelho e cita direcionamento da empresa Trilhos para vencer R$ 17 milhões de obras de tapa-buraco mesmo gurando em terceira colocação. O método é o mesmo, sempre

desclassi car as empresas primeiras colocadas. Também imputa ao diretor da Cesan o controle desses certames em conluio com o prefeito e apoio logístico com secretários indicados pelo esquema de poder do PSB.

Em tempos difíceis, prefeito prioriza a compra de um carro de luxo para seu gabinete ©RAEL SÉRGIO/RÁDIO CULTURA FM CASTELO 101,7

O prefeito Elieser Rabello (MDB), comprou um carro de luxo para seu gabinete em Vargem Alta. Apesar de estarmos vivendo um período “nefasto” da pandemia, alguns agentes públicos ainda não aprenderam a gravidade da situação. Ao invés de comprar um carro popular ou continuar utilizando o veículo modelo Onix 2018, o prefeito solicitou, no valor de R$ 148 mil, a compra de um carro para o seu gabinete. Moradores e comerciantes ouvidos pela reportagem do portal campeão NC, que não quiseram se identi car, defendem que os recursos sejam investidos no que realmente sejam necessários. “Penso que o momento em que estamos passando em todo o País, a compra de um automóvel para o gabinete do prefeito é dispensável. Temos que priorizar projetos que estejam voltados para a população”, disse um comerciante de Vargem Alta. "Está precisando melhorar estrada, melhorar a saúde também, e o prefeito gastando esse dinheiro à toa", conta em tom de revolta, uma moradora do distrito de Jaciguá. Em contado com a assessoria de impressa da prefeitura para explicar aos munícipes sobre a compra deste veículo

O governador Renato Casagrande se juntou a outros 24 governadores para propor ao presidente e aos outros chefes de Poderes uma espécie de reunião de paci cação e de normalização institucional do País. No encontro do Fórum dos Governadores, realizado em Brasília — com a maioria dos presentes participando de forma virtual — não faltaram críticas ao comportamento de Bolsonaro e houve unanimidade sobre a avaliação de que o clima de instabilidade política é prejudicial para todos. A ideia de um manifesto formal contra o presidente, no entanto, dividiu opiniões, especialmente porque poderia apenas ampliar o clima de instabilidade, sem resolver a situação. Para sair do impasse e nã o d e i x ar d e mand ar u ma cl ar a mensagem de insatisfação ao presidente, a ideia de marcar uma agenda com Bolsonaro e com os outros representantes de Poderes foi proposta pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). A sugestão foi tratada como uma espécie de tentativa nal de restabelecer alguma normalidade no País e que poderá servir para que Bolsonaro tenha uma espécie de "saída honrosa" para recuar dos ataques que vem fazendo contra ministros do Supremo Tribunal Federal e das suas ameaças às eleições do próximo ano. "Acho que temos de estabelecer que este é um país que tem eleitores do PT, do PSB, do MDB. Mas todos nós trabalhamos com uma única coisa: o bem-estar comum. O bem-estar da população e em especial da mais carente. Então, quando queremos levar essa conversa para o presidente é porque aqui não tem ninguém nem contra, nem a favor dele. Somos a favor de um país que merece, sim, um tratamento melhor das suas instituições para que a gente entre numa normalidade", disse o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). "Nós vamos nos colocar à disposição de um diálogo. Agora, o diálogo também depende da outra parte. Não se faz um diálogo se não tiver um outro interlocutor. A gente espera que o presidente, até pelo nível da situação a que o Brasil chegou nesse momento, das disputas institucionais, tenha essa atenção com os governadores", acrescentou Ibaneis, que tem boa relação com Bolsonaro. ©GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES


6 TECNOLOGIA

26 A 31 DE AGOSTO/2021

95% das cidades brasileiras já possuem telhados solares para produção de eletricidade

Eco-hotel flutuante vai gerar a própria eletricidade girando lentamente

©SHUTTERSTOCK

Em 2012, quase nenhum brasileiro saberia dizer o que é um painel fotovoltaico ou nem imaginar como essa tecnologia poderia trazer uma tão desejada economia nas altas contas de luz. Hoje, nove anos depois da criação da geração distribuída, mais de 95% dos 5.568 municípios do Brasil já possuem pelo menos um consumidor equipado com um kit de energia solar. De acordo com a Absolar, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, os sistemas de energia solar já se encontram presentes em mais de 5.300 cidades em todas as regiões do País. Movidos unicamente pela luz do sol, os geradores encontraram terreno fértil em um país de clima tropical e com algumas das tarifas energéticas mais caras do mundo. Assim, não demorou para que a tecnologia, que começou como item de luxo, logo conquistasse uma rápida popularização em todo o Brasil, da mesma forma como já ocorria em outros países.

©ECO FLOATING HOTEL/HAYRI ATAK ARCHITECTURAL DESIGN STUDIO

Especialmente com a forte queda mundial nos preços dos equipamentos fotovoltaicos, que foi de 83% entre 2010 e 2018, conforme os dados da Bloomberg New Energy Finance (BNEF). No Brasil, destaca-se também a grande oferta de linhas d e n a n c i a m e nt o s p a r a a instalação de energia solar, as quais chegam a cobrir 100% do projeto. Isto é, equipamentos e instalação. O resultado foi um crescimento exponencial no número de micros e minigeradores de energia solar fotovoltaica instalados no Brasil, e que segue em expansão. De acordo com os dados da Aneel, a Agência Nacional de

Energia Elétrica, o País possui hoje mais de 541 mil projetos fotovoltaicos conectados à rede. Somente neste ano, já foram mais de 152 mil novos sistemas instalados por consumidores que deram um basta aos preços das distribuidoras e seus reajustes anuais. Agora, com a já histórica crise hídrica puxando nova in ação nas contas de luz dos brasileiros, a tendência é que os painéis fotovoltaicos continuem sua expansão no País. Segundo a estimativa do Governo Federal feita em seu Plano Decenal de Energia, até 2030 o Brasil poderá atingir três milhões de consumidores com geração própria de energia.

O Eco Floating Hotel promete ser um tipo inovador de h o s p e d a ge m . C r i a d o p e l o escritório de arquitetura turco Hayri Atak Architectural Design Studio (HAADS), o projeto é ambicioso e pretende produzir toda a energia necessária para o seu funcionamento fazendo a estrutura girar. É isso mesmo: se tudo der certo, o hotel, de 152 quartos e 35

mil metros quadrados, vai levar 24 horas para dar uma volta inteira sobre o seu próprio eixo e, assim, produzir energia sustentável su ciente para o seu abastecimento. Por enquanto, o hotel ainda está em fase de estudos técnicos e é improvável que ele abra antes de 2025. A ideia é que a primeira localização seja no Catar. Como ele será construído sobre bases

utuantes, haverá a possibilidade de movê-lo para outro lugar depois de estrear na costa do país árabe. Os hóspedes vão conseguir acessar o hotel de carro por meio de um píer utuante. Também haverá um cais para quem quiser chegar de barco e um heliponto para os que es colherem o helicóptero como meio de transporte. Entre as atrações, o projeto inclui piscinas cobertas e ao ar livre, quadra de minigolfe, academia, saunas e spas. O processo de geração de energia acontece por meio de 55 módulos de turbinas eólicas a c omp an h a d a s d e p ai n é i s solares que podem gerar 25kW de energia por módulo.

O que (não) esperar do Optimus, o robô Ecranoplano humanoide anunciado Aquas, mistura pela Tesla de barco e planador, chegará ao mercado em 2024

A multinacional RDC Aqualines anunciou que está desenvolvendo um ecranoplano — um veículo aquático com capacidade de planagem — para uso comercial e previsão de chegada ao mercado em 2024. Batizado de Aquas, o modal terá espaço para doze passageiros e velocidade máxima de 200 km/h, com discussão entre motor elétrico ou hidrogênio. A construção deste veículo está ocorrendo na Espanha, com o tamanho total de 22,4 metros, e autonomia máxima de 600 km com carga completa. O veículo terá um motor de 600 cavalos de potência e velocidade de cruzeiro de 180 km/h. A autonomia do Aquas faz com que seus principais usos futuros estejam destinados a translados de curto alcance, como no setor turístico ou transporte interurbano. Entretanto, sua capacidade de carga também

veículo e a superfície forma uma espécie de bolsão de ar comprimido, que o mantém no alto. A tecnologia foi desenvolvida nos anos 50 pelo engenheiro naval soviete Alexeev Rostislav Evgenievich, que utilizou estas mecânicas para elaborar veículos que planavam sobre a superfície ©DIVULGAÇÃO/RDC AQUALINES da água. Na época, os transportes foram batizados de “Monstros do Mar Cáspio” pela i ntel i gê nc i a nor te americana, por seu formato largo e movimentação em alta velocidade. É importante notar que é justamente o elétrica. mesmo efeito solo que diferencia Para quem está surpreso com a um ecranoplano de um forma inusitada do veículo, é hidroavião — que consegue importante entender que o decolar, aterrissar e amerrissar Aquas, tal como outros (pousar na água) com auxílio do e cranopl anos, p ossui uma motor. No caso do Aquas, as asas aerodinâmica que aproveita o passam a aproveitar o empuxo “efeito solo”. A medida em que para levantar o veículo a partir de acelera, a camada de ar entre o 68 km/h. capacita o ecranoplano para auxílio em missões de resgate. A RDC Aqualines anunciou que possui planos de desenvolver um e cranopl ano menor, o Aquas-Bike, uma motinho aquática elétrica com capacidade levar até três pessoas e alcançar 110 km/h. Quase a mesma velocidade de uma scooter

©TESLA/DIVULGAÇÃO

Na última quinta-feira (19), a Tesla realizou seu anual circuito de palestras para recr utar talentos e apresentar as novas tecnologias da marca. Este ano, o tema do evento foi Dia da Inteligência Arti cial. Elon Musk, CEO d a empres a, aproveitou a conferência para anunciar o Tesla Bot, também conhecido como Optimus: um robô humanoide idealizado pela montadora. De acordo com o bilionário, o robô serviria como um auxiliar para os humanos. Ele poderia substituir uma pessoa em tarefas perigosas, repetitivas ou simplesmente entediantes, como fazer compras no mercado. O Optimus seria equipado com inteligência arti cial, sendo capaz de responder a comandos de voz de seus proprietários. Perceba que usamos serviria e poderia — porque o robô nem começou a sair do papel. A promessa é furada, mas vamos entender a proposta antes de chegar neste ponto. O carrochefe da Tesla são, literalmente, os automóveis elétricos. Além disso, a empresa também aposta em carros autônomos — ou seja, que não precisam de um motorista. Os sensores aplicados no robô seriam os mesmos já utilizados nos veículos da empresa. O Optimus também teria diversas câmeras distribuídas pelos seus 173 centímetros de altura, além de 40 atuadores eletromecânicos que permitem o movimento da máquina. Ele também conta com

uma tela no local em que seria sua face, como a de um computador ou celular, que deve ser utilizada para transmitir mensagens. De acordo com Elon Musk, o trabalho físico se tornará uma escolha para os humanos. Os robôs tomarão frente e, como saída para o desemprego, o bilionário falou sobre a atribuição de uma renda básica universal. Se você já jogou o game Detroit: Become Human, em que robôs ganham consciência humana, pode car um pouco apreensivo com as novidades. Essa é, inclusive, uma preocupação do próprio Elon Musk, que chegou a dizer, no passado, que uma possível revolução das máquinas poderia levar a uma 3ª Guerra Mundial. Mesmo assim, o empresário falou durante a apresentação que o Optimus será amigável, e explicou que o robô é projetado p ara que s eu propr iet ár io humano consiga dominá-lo ou fugir dele, caso necessário. A m á qu i n a t e r i a v e l o c i d a d e máxima de oito quilômetros por

hora e seria fraca o su ciente para ser contida. Para ter uma noção, Musk diz que o robô pesará 57 quilos e suportará cargas de até 20 quilos. Melhor prevenir do que remediar. "Os nossos carros são como robôs em rodas", disse o empresário. "Faz sentido colocar isso em uma forma humanoide. Nós também somos bons em f a z e r s e ns ore s , b at e r i a s e atuadores". Elon Musk anunciou que o primeiro protótipo do Tesla Bot estará pronto em 2022, mas é melhor manter as expectativas baixas. Durante a palestra, não houve nenhum demonstrativo do Optimus, mas sim a exibição de um dançarino vestido de robô que, diga-se de passagem, só tornou toda a palestra ainda mais bizarra. Além disso, as promessas de Musk em seus circuitos de palestras são conhecidas por não serem cumpridas: o histórico vai desde telhas solares nunca aplicadas até uma grande frota de “robotáxis” autônomos que não entrou em circulação.


CIÊNCIA 7

26 A 31 DE AGOSTO/2021

Conheça o rosto de A intrigante inscrição Gufan, o paranaense deixada pelo último rei da Babilônia de dois mil anos A ossada do indígena foi descoberta durante uma escavação em 1954 e sua reconstrução facial impressionante revelou detalhes sobre o povo que habitou a região no passado

©DIVULGAÇÃO/SAUDI PRESS AGENCY

©CÍCERO MORAES

Em 1954, uma escavação feita no sítio arqueológico localizado em Pr udentóp olis, no Paraná, revelou uma ossada extremamente antiga. Na época, durante a pesquisa feita na paleoaldeia em Estirão Comprido, dois pesquisadores zeram uma descoberta importante. Oldemar Blasi e Fernando Altenfelder Silva foram pioneiros na arque olog ia p aranaens e e, inclusive, brasileira, como relatou a Gazeta do Povo. Ao longo dos anos, outros restos mortais também foram encontrados durante trabalhos feitos no município. Mas aquele primeiro esqueleto acabou se tornando a estrela do sítio arqueológico. Hoje, ele está no Mus e u Par ana e ns e, é conhecido como Gufan e foi protagonista de uma exposição de realidade virtual que apresentava sua face em uma reconstrução facial em 3D. Foi a partir do crânio descoberto durante a escavação durante a década de 50 e muito conhecimento arqueológico obtido por meio de mais de 60 anos de pesquisa que o designer

Cícero Moraes, especializado em reconstrução facial forense, conseguiu dar rosto à gura que viveu há mais de dois mil anos. Imp or tantes dados como ancestralidade, etnia, faixa etária, sexo, imagens dos restos mortais em vários ângulos, entre outras, foram colhidas por Claudia Inês Parellada, parte do Setor de Arqueologia do Museu Paranaense e uma das mentoras da iniciativa. Em 2017, quando a instituição estava dando luz ao projeto, em p arc e r i a c om as e mpre s as Beenoculus e Azuris, a pesquisadora brincou: “Estamos revivendo a face desse homem que morreu dois mil anos atrás. Não é uma máquina do tempo, mas estamos quase lá”. Moraes pôde dar rosto a Gufan, o paranaense de dois mil anos, por meio da fotogrametria, uma técnica que consegue informações por meio de imagens, neste caso, as do crânio que foi escavado no Paraná. Ele também usou programas de escaneamento 3D de fotogra as. “A partir deste crânio, nós zemos uma re const r ução

No último mês, arqueólogos descobriram o mais longo texto cuneiforme já encontrado na Arábia Saudita, que apresentava figuras possivelmente religiosas

utilizando duas tecnologias”, e x p l i c a o d e s i g n e r. “ Um a estatística, que são alturas em determinadas regiões do rosto que foram levantadas em cima de s eres hu mano s v ivo s e d a ancestralidade compatível com o Gufan e, por outro lado, nós zemos uma modelagem anatômica”, completa. Com a reconstrução facial, foi possível observar pela primeira vez o rosto de uma pessoa que viveu no território que ainda viria a ser o Paraná. Ele é ancestral das duas maiores etnias do estado, os Kaingang e os Xokleng, e é um homem ProtoJê. Gufan morava em regiões que c ont av am c om o pi n he i ro Araucária e fazia parte de um povo ceramista e agricultor, via G1. Os indígenas ainda eram donos de uma engenharia capaz de desenvolver construções subterrâneas e geralmente pescavam. No entanto, a alimentação não contava com muita proteína animal; na verdade, eles comiam muito mais grãos e vegetais, visto que cultivavam er va-mate, abóbora, pinhão e milho. Além d iss o, t amb é m pro du z i am hidromel. A partir das análises feitas no esqueleto encontrado na região, os pesquisadores puderam chegar à conclusão de que o paranaense de dois mil anos provavelmente morreu entre os seus 20 e 30 anos após uma picada de cobra ou depois de ter comido um alimento estragado.

Nabonido foi o último a governar a Babilônia, enorme império que, durante o seu auge, se estendeu pelos territórios que iam do G olfo Pérsico até o Mar Mediterrâneo. Durante grande parte de seu reinado, o rei viveu na Arábia Saudita, o que até hoje não tem uma explicação clara para especialistas. Como ressalta o portal LiveScience, existem historiadores que destacam as divergências entre Nabonido e os sacerdotes e o ciais da Babilônia para esclarecer a longa estadia do governante na região que viria a car conhecida como o país do Oriente Médio. Ele reinou a civilização entre 556 e 539 a.C., antes de perdê-la para Ciro da Pérsia. Embora esse seja um mistério histórico que ainda não foi desvendado, a Arábia Saudita possibilitou uma série de d e s c o b e r t a s arqu e ol ó g i c a s relacionadas ao governo do último rei da Babilônia nos últimos séculos. Uma delas foi, inclusive, feita no último mês, anunciada pela C omissão S a u d i t a p a r a Tu r i s m o e Patrimônio Nacional no dia 13 de julho. Pesquisadores descobriram uma inscrição de 2.550 anos deixada em nome do rei Nabonido. O impressionante achado surpreendeu a comunidade cientí ca e foi repercutido ao redor do mundo, especialmente pela possibilidade de trazer novas informações sobre o período.

A região de Al Hait, no norte da Arábia Saudita, é conhecida por guardar uma série de locais ant i g o s , e nt re mu it o s qu e remont am ao p er ío do que Nabonido reinava na Babilônia. Já foram encontradas instalações de água, artes rupestres, restos de fortalezas, obeliscos, inscrições e muitos outros vestígios históricos. No p a s s a d o, o l o c a l e r a conhecido como Fadak e possui registros arqueológicos de períodos distintos, que vão desde o primeiro milênio a.C. até o começo da era islâmica, como relatou o portal SmithSonian. Hoje, a região ca na cidade de Hail e tem “grande importância”, segundo os especialistas informaram pelo Twitter. A mais recente descoberta foi feita em uma pedra de basalto no mesmo sítio arqueológico. Segundo o Ministério da Cultura da Arábia Saudita, trata-se da inscrição cuneiforme mais longa já encontrada no país até agora, com 26 linhas de texto que foram assinadas em nome do rei Nabonido.

Além da extensa passagem, a pedra mostra algumas gravuras no topo que apresentam o próprio governante babilônico segurando um cetro e outras guras interessantes, que ainda estão sendo examinadas por uma e qu ip e d e e sp e c i a l ist as . A descoberta foi feita recentemente, então as conclusões ainda são poucas. Os arqueólogos destacam uma c obr a , o s ol, u ma or e a re pre s e nt a ç ã o d e u m a lu a crescente que foram cravadas no local há pelo menos 2.550 anos. Acredita-se que as gravuras tenham signi cado religioso e que estejam relacionadas ao reinado do último governante da Babilônia, possivelmente dando detalhes sobre o período histórico. Como ressalta o jornal britânico Daily Mail, alguns cientistas ressaltam a p o ss ibi l i d a d e d as i mage ns estarem ligadas às divindades do panteão mesopotâmico, como a estrela de Ishtar, o disco alado do deus sol Shamash e o crescente da divindade lunar Sin.

Amuleto de deusa egípcia Besouro raro é é encontrado na Espanha encontrado em parque da

Espanha ©PIXABAY/FOTOBLEND

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Madri con rmou a presença inédita de um exemplar da espécie Chilotomina oberthuri, um raro besouro do qual não havia registros documentais anteriormente nesta região. De acordo com o portal 20 minutos, trata-se de uma espécie de inseto, endêmico da Península Ibérica, av i s t a d o e m u m g a l h o d e espinheiro branco, em Arganda del Rey, a apenas 50 metros do Parque Regional do Sudeste. A descoberta do raro besouro, que foi descrito pela primeira vez em 1876 pelo francês Édouard Lefèvre, foi possível graças a uma equipe composta por membros da Direção Geral de Biodiversidade e técnicos de Botânica, Cartogra a e

BOB BEHNKEN

Entomologia do Serviço de Conservação e Gestão do Parque Regional do Sudeste. Acredita-se que possa existir uma população muito pequena da espécie ligada ao espinheiro branco, onde este inseto é geralmente encontrado. Os insetos coleópteros como o

Chilotomina oberthuri incluem diversos besouros, escaravelhos e outros. O ins eto ident i c ado na Espanha é um macho e foi depositado nas coleções de Entomologia do Museu Nacional de Ciências Naturais, para estudos futuros.

Uma equipe de arqueólogos encontrou um amuleto e contas de um colar da deusa egípcia Hat hor no C e r ro d e S an Vi c e n t e , e m S a l a m a n c a (Castela e Leão, Espanha), informaram as fontes locais, no ú lt i mo d om i ngo ( 2 2 ) . Hathor era a deusa da fertilidade e do amor no Antigo Egito, e este achado arqueológico deverá ter cerca de três mil anos. A descoberta foi feita por uma equipe de arqueólogos da Universidade de Salamanca e da Câmara Municipal de Salamanca, sendo o resultado de um conjunto de trabalhos arqueológicos que tiveram início na década de 1990, informa a mídia local. Os especialistas estimam que as peças tenham sido fabricadas perto de 1.000 a.C. no Antigo

Os especialistas acreditam que os objetos milenares chegaram at r a v é s d e c o m e r c i a nt e s fenícios que pro c uravam "trocar produtos com os povos indígenas desta área", um e n cl ave c om e rc i a l mu ito ©PIXABAY/IMORDAF importante na Península Ibérica nessa época. Geralmente, este tipo de amuletos ou guras são encontrados em necrópoles, mas esta descoberta ocorreu na casa de uma entidade importante desse tempo, destacando pela sua cor azul, alguém que poderia ter sido um uma característica encontrada importante comerciante de nas contas desenterradas. metais. "O fato de terem sido O a r q u e ó l o g o C a r l o s encontrados nesta casa pode Macarro, explica que os objetos mostrar que o proprietário e m c a u s a r e e t e m " o teria uma posição econômica e intercâmbio comercial que social importante, porque seria ocorreu no início da Idade do o ú n i c o qu e p o d e r i a t e r Ferro — entre 900 a.C. e 400 n e g o c i a d o e s t a s p e ç a s " , a.C. — na Península Ibérica". explicou Macarro. Egito ou nas fábricas fenícias desse tempo. O material utilizado para sua fabricação foi uma cerâmica de qu ar t z o c on he c i d a c omo "fayenza", utilizada pelo povo egípcio em seu artesanato e se


8 BEM-ESTAR

26 A 31 DE AGOSTO/2021

Metabolismo não desacelera após os Macarrão com 20 anos, então por legumes salteados que ganhamos peso?

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665

©GUIA DA COZINHA

©SHUTTERSTOCK

Um estudo recente, publicado na PubMed, descobriu que o nosso metabolismo não desacelera após os 20 anos, como sempre se acreditou, sendo, inclusive, um motivo para justi car o ganho de p es o. D e acordo com os resultados da pesquisa, divulgada pelo e Conversation, nosso gasto de energia metabólico permanece estável dos 20 até os 60 anos. Então por que engordamos? A equipe realizou testes a m de comparação com 6.400 pessoas de 29 países, desde o nascimento até 95 anos de idade. O estudo mediu o gasto de energia com um método de calorimetria, um tipo de marc ador que ident i c a a rapidez e capacidade de processamento do corpo. Segundo os dados coletados, o metabolismo aumentou do nascimento até um ano de vida, depois diminuiu gradativamente até os 20 anos e se manteve estável até os 60 — mesmo em fase de gestação –, tendo uma queda considerável somente a partir dessa idade. Os resultados permaneceram os mesmo quando os cientistas também consideraram diferentes fatores que podem afetar o metabolismo, como atividade

física e composição corporal (quanta gordura ou músculos uma pessoa tinha e quanto pesava). Então o que causa o aumento de peso? O motivo não foi considerado no estudo, mas é sabido que a ingerir mais energia do que se consome no dia a dia é uma das causas do aumento de peso. O metabolismo é afetado por muitos fatores como a quantidade de alimentos que ingerimos, quanta atividade física realizamos, o peso e se temos muitos músculos. Quando o consumo de alimentos é maior do que o nosso corpo precisa ele usa os carboidratos e proteínas como combustível e passa a armazenar toda a gordura a mais — causando o ganho de peso. As recomendações nacionais para o controle de peso são feitas usando dados sobre gasto de energia ao invés de ingestão de energia, considerando idade e atividade física. No entanto, as recomendações podem causar confusão, pois usa um valor médio padrão, ou seja, o que funciona para um pode não funcionar para outros. Além disso, as medições em pesquisas e ap l i c at i v o s n e m s e mpre

recebem dados assertivos sobre o que ou em que quantidade exata a pessoa está “ingerindo energia”, bem como as informações a respeito do peso, altura e etc. O estudo ent ão tor na-s e promissor por destacar que as necessidades de energia não parecem mudar drasticamente ao longo da vida de um adulto, portanto, essas descobertas podem ser úteis para ajustar nossas recomendações atuais para as necessidades de energia e sua ingestão de forma p e r s on a l i z a d a , b e m c om o compreender o metabolismo para tratar de forma mais personalizada doenças, como obesidade, diabetes, cardíacas e, até alguns tipos de câncer. Contudo, é indiscutível e de extrema importância manter-se ativo sicamente e ter uma alimentação saudável se quiser controlar o ganho de peso. Mesmo que, algumas medições e padrões não sejam certeiros, é recomendável registrar a ingestão de energia (alimentos) a m de ter um parâmetro, mesmo que aproximável, do valor energético consumido. Até porque, de acordo com o estudo, não é o seu metabolismo o único responsável pelo aumento do ponteiro na balança.

Três plantas comestíveis que quase toda calçada tem ©MATO NO PRATO

Nas zonas urbanas é bem comum ver plantas nascendo espontaneamente em rachaduras de asfalto, canteiros esquecidos ou

em frestas de calçadas. São plantas rústicas que resistem ao solo pobre, à ausência de terra e se adaptam ao clima extremo das

cidades. O que a maioria não sabe, é que muitas dessas plantas são plantas alimentícias não convencionais (PANCs), ou seja, comestíveis. “Essas plantas se alastram porque têm sementes que são adoradas pelo polinizadores (insetos), ou porque têm mecanismos reprodutivos que são supere cientes. Existem centenas de plantas que são de baixo porte, plantas rasteiras, que são tão pequenininhas que acabamos pisando nelas por aí. Já outras não são tão pequenas, mas como estamos acostumados a caminhar

Q

uer aprender a preparar um prato delicioso, completo e fácil? Então conheça esta receita de macarrão com legumes salteados! É a opção perfeita para quem tem pouco tempo para cozinhar, mas não quer abrir mão de uma refeição caseira saborosa. E o melhor de tudo é que o macarrão com legumes salteados é vegetariano, logo, não leva carne.

soja (shoyu) 1 colher (sopa) de óleo de gergelim 4 colheres (sopa) de cebolinha fatiada Modo de preparo Cozinhe o macarrão conforme as instruções da embalagem. Escorra e reserve. Aqueça uma frigideira grande e larga com o azeite e a manteiga, em fogo médio, junte a cenoura, a couve-

or e refogue por três minutos. Adicione o brócolis, a ervilha, o repolho e refogue em fogo alto por cinco minutos. Tempere com a pimenta e o sal. Adicione o macarrão cozido, o óleo de gergelim e a cebolinha. Frite em fogo alto, mexendo por dois minutos. Despeje em uma travessa e sirva. Rendimento: 5 porções Fonte: Terra

Ingredientes 1 pacote de macarrão tipo espaguete (500g) Sal e pimenta-do-reino a gosto 4 colheres (sopa) de azeite 2 colheres (sopa) de manteiga 1 cenoura fatiada na na diagonal 1 xícara (chá) de buquês de couve- or 1 xícara (chá) de buquês de brócolis 1 xícara (chá) de ervilha-torta em pedaços 1 xícara (chá) de repolho fatiado no ¼ de xícara (chá) de molho de sem prestar muita atenção, elas acabam passando despercebidas”, diz B eatriz C ar valho, do empreendimento social Mato no Prato. Beatriz fez uma lista de três plantas comestíveis possíveis de serem encontradas em quase todas as calçadas do Brasil. Major-Gomes (Talinum paniculatum e Talinum triangulare) Major-Gomes, João-Gomes, Caruru, B eldroegão… É comestível, nutritiva, suculenta e deliciosa. Ela tem em média 23% de proteína em matéria seca, e tem

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

carac ter íst icas nut r icionais parecidas com a Ora-pro-nobis. Pode ser consumida em saladas, como recheio de tortas, panquecas, omeletes e pães. E pode substituir a couve nos sucos verdes. Beldroega (Portulaca oleracea) É da família das Portulacas, sendo a mais comum a Por tu l ac a oleracea ( ores amarelas) e a Portulaca umbraticola (folhas coloridas). É rica em ferro e cálcio. Suas folhas devem ser consumidas cozidas ou branqueadas, devido ao excesso de oxalato, que pode

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068

ser prejudicial à saúde. É importante que a gente observe se a folha é achatada, pois pode ser confundida com a onze-horas (folhas pontiagudas, cilíndricas) que não é comestível. Pode ser usada em sopas, refogados, molhos para massas e até mesmo em chás. Suas sementes podem substituir a chia e o gergelim. Caruru (Amaranthus SPP) Também conhecida como Bredo. Existem dezenas de espécies de caruru, algumas delas são plantas rasteiras (Amaranthus de exus) e outras atingem um pouco mais de altura (Amaranthus viridis). A l g u m a s apre s e nt am c ore s aver mel hadas (Amarant hus cruentus) e outras são mais coloridas (Amaranthus hybridus). Existem espécies que apresentam espinhos (Amaranthus spinosus). Dê preferência para consumir as espécies sem espinhos, e sempre consuma a planta cozida ou branqueada. Dos talos há receitas de panquecas, tortas, bolos e pastéis, e as suas sementes são e x t re m a m e nt e nut r it i v a s e saborosas, podendo ser acrescentadas à massa de pão, ao arroz e a vitaminas.


SAÚDE 9

26 A 31 DE AGOSTO/2021

Fotoimunoterapia é nova Consumo excessivo aposta para tratamento de álcool entre de aids adolescentes prejudica vasos sanguíneos ©SHUTTERSTOCK

A fotoimunoterapia é a nova aposta de combate ao vírus HIV, causador da aids. A técnica trouxe resultados promissores, segundo pesquisa feita pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP), mas ainda precisa de estudos aprofundados em animais e pessoas, uma vez que testes foram feitos apenas em laboratório. A ideia geral da pesquisa é usar a técnica de forma complementar aos já utilizados medicamentos retrovirais. O termo fotoimunoterapia é uma combinação das técnicas “fotodinâmica” e “imunoterapia”. A pr imeira cor resp onde à administração de uma droga fotossensibilizante (sensível à luz) e sua respectiva ativação por meio da sua exposição a uma luz com comprimento de onda especí co.

Já a imunoterapia é o nome dado ao tratamento que tem como principal objetivo potencializar o sistema imunológico de um indivíduo de forma que ele consiga combater infecções e outras doenças — muito utilizada em tratamentos para certos tipos de câncer. A pesquisa, liderada pelo professor e cientista Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, do Grupo de Óptica do instituto, utiliza anticorpos com fotossensibilizadores que se conectam às células infectadas pelo vírus HIV e também ao vírus circulante — responsável por novas infecções. Ao serem submetidas a um determinado tipo de luz, as moléculas fotossensibilizadores geram radicais livre em grande quantidade que, por sua vez, matam a célula-alvo e inativam o vírus circulante. Guimarães

explica que a técnica pode ser utilizada em conjunto com drogas retrovirais — os famosos coquetéis — para potencializar o tratamento, uma vez que os medicamentos servem apenas para manter o vírus circulante no sangue zero — o que impede que a doença seja disseminada, mas não a elimina do organismo afetado. “Q u an d o tom am o s e s s a s drogas, basicamente eliminamos o vírus que está circulante no sangue, mas elas atuam muito pouco nas células infectadas, que estão estocadas em algum lugar do nosso organismo”, disse. Para o estudioso, a técnica é ainda mais promissora quando se analisa a atuação dela nas células do corpo, porque ela atua diretamente no vírus e nas células infectadas, ou seja, não afeta “nenhuma outra parte do corpo senão as células que estão doentes e o vírus”, completa. Ainda segundo Guimarães, ao fazer a terapia conjunta (entre técnica e medicamentos) podese reduzir a dose dos retrovirais — o que é uma vitória para pacientes positivos que precisam se medicar o resto da vida para manter a saúde estável. Os testes realizados em laboratório foram capazes de inativar o vírus e suas três mutações, que são as mais predominantes na América do Norte, Europa e Brasil.

©ISTOCK

Um estudo apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia 2021 mostrou que o consumo de bebidas alcoólicas no período entre adolescência e juventude está associado com o aparecimento de aterosclerose, um endurecimento das paredes arteriais e considerado um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. A análise foi feita por pesquisadores da Universidade College London, na Inglaterra, que notaram um aumento gradativo — ou seja, quanto mais o indivíduo bebe, maior é o aumento na rigidez arterial. Hugo Walford, estudante de Medicina da universidade e autor do estudo, reforçou que o problema não foi explicado por outros fatores que predispõem para doenças cardíacas, sugerindo que o excesso de bebida consumido durante essa fase da vida tem impacto direto na saúde cardiovascular do organismo. A redução na elasticidade dos vasos sanguíneos é um processo natural que acontece com o envelhecimento do corpo e aumenta o risco de doenças cardíacas e AVC. Mas o processo pode ser acelerado por alguns comportamentos como fumar e beber em excesso. O estudo analis ou 1.655 participantes entre 17 e 24 anos

— faixa etária considerada "crítica", pois é quando os adolescentes comumente começam a beber e a fumar com mais frequência; O consumo de álcool foi veri cado e classi cado como "nunca", "médio" (até quatro drinques em um saída) e "alto" (mais de cinco drinques em uma saída); O fumo também foi categorizado como "nunca", "ex-fumantes", "médio" (menos de 10 cigarros por dia) e "alto" (10 ou mais cigarros por dia); A elasticidade das artérias foi avaliada por um método não invasivo e con ável; Os pesquisadores também ajustaram os resultados de acordo com idade, gênero e condição socioeconômica, além de considerarem o Índice de Massa Corpórea (IMC), pressão arterial e índices de colesterol, glicemia e in amação dos indiv íduos de 24 anos; O resultado mostrou que a rigidez arterial aumentou em média 10,3% dos 17 aos 24 anos, com

um aumento ligeiramente maior entre as mulheres; O aumento da rigidez acompanhou o aumento da pontuação médica no consumo de álcool, mas não seguiu o aumento da pontuação do tabagismo com exceção das mulheres. Noitadas regadas a bebidas alcoólicas são uma realidade para muitos adolescentes e estudantes de universidades — uma faixa etária que costuma acre dit ar est ar imune aos problemas de saúde que costumam aparecer com o avançar da idade, como as doenças cardiovasculares. No entanto, os pesquisadores a rmam que o estudo mostra como esses comportamentos de risco, mesmo durante a juve ntu d e, p o d e m te r u m impacto importante na saúde, acelerando o processo natural de endurecimento das artérias e au m e nt a n d o o r i s c o p a r a doenças cardíacas e AVC no futuro.

Tumor cerebral maligno é impresso em 3D pela primeira vez ©VERONICA HUGHES

Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv reproduziram um tumor cerebral maligno (glioblastoma ativo e viável) usando uma impressora 3D. O tumor em bioimpress ão 3D inclui um s iste ma c ompl e xo d e tub o s semelhantes a vasos sanguíneos através dos quais as células e os me d i c ame nto s p o d e m u i r, simulando um tumor real. Liderado pela professora Ronit Satchi-Fainaro, o estudo foi desenvolvido pela aluna de pósdoutorado Lena Neufeld junto a outros pesquisadores da equipe de Satchi-Fainaro, e publicado na revista cientí ca Science Advances. Os modelos bioimpressos em 3D são baseados em amostras retiradas diretamente das salas de c i r u rg i a d o C e nt ro Mé d i c o S o u r a s k y d e Te l Av i v. “ O glioblastoma é o câncer mais letal

do sistema ner voso central, responsável pela maioria das doenças malignas do cérebro”, diz Satchi-Fainaro. “Em um estudo anterior, identi camos uma proteína chamada P-Selectina, produzida quando as células c anceros as de g liobl astoma encontram microglia — células do sistema imunológico do cérebro. Descobrimos que essa proteína é responsável por uma falha na microglia, fazendo com que elas apoiem em vez de atacar as células cancerosas mortais, ajudando a propagação do câncer”. Satchi-Fainaro explica que, no entanto, a proteína foi identi cada em tumores removidos durante a cirurgia, mas não em células de glioblastoma cultivadas em placas de plástico 2D no laboratório. “A razão é que o câncer, como todos os tecidos, se comporta de maneira muito diferente em uma superfície de plástico do que no corpo

humano. Aproximadamente 90% de todas as drogas experimentais falham no estágio clínico porque o sucesso alcançado no laboratório não é reproduzido nos pacientes”. Foi pensando em resolver esse problema que a equipe de pesquisa criou o primeiro modelo impresso em 3D de um tumor de glioblastoma, que inclui tecido canceroso rodeado por matriz extracelular, que se comunica com seu microambiente por meio de vasos sanguíneos funcionais. “Não são apenas as células cancerosas”, explica SatchiFainaro. “São também as células do microambiente no cérebro; os astrócitos, microglia e vasos sanguíneos conectados a um sistema micro uídico — ou seja, um sistema que nos permite entregar substâncias como células sanguíneas e drogas para a réplica do tumor”.

De acordo com o site Medical Xpress, a pesquisadora explicou que cada modelo é impresso em um biorreator projetado em laboratório, usando um hidrogel reproduzido da matriz extracelular retirada do paciente, simulando assim o próprio tecido. “As propriedades f ísicas e mecânicas do cérebro são diferentes das de outros órgãos, como p ele, mama ou oss o”, esclarece Satchi-Fainaro. “O tecido mamário consiste principalmente em gordura, o tecido ósseo é principalmente cálcio. Ou seja, cada tecido tem suas próprias características, que afetam o comp or t amento d as célu l as cancerosas e como elas respondem aos medicamentos. O cultivo de todos os tipos de câncer em superfícies de plástico idênticas não é uma simulação ideal do ambiente clínico”.


10 Criança hoje, Criança amanhã

26 A 31 DE AGOSTO/2021

ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

A Violê ncia das Instituiçõ es e dos Pro issionais — Parte III Os Feminicídios são diários. Mas há um grupo de pessoas que critica a lei Maria da Penha, emitindo opiniões de descrédito nas mulheres ©REDE BRASIL ATUAL

N

Por que será que é tão difícil de ser escutado e respeitado? E que

importância tem para a formação dos lhos, meninas e meninos. No entanto, além da di culdade do não dito por uma Mulher a um Homem, temos uma outra forma de não entre duas Mulheres, que não se importa com o respeito. Muito pelo contrário. Parece-me que está atrelado a uma experiência d e pr a z e r p e l o Po d e r e m esmagar uma gura feminina. Diria mesmo que, p o s s i v e l m e nt e , t r a z e n d o, merecidamente, Freud à baila, transborda de uma relação ressentida e/ou oprimida com o feminino. Estou sempre me indagando sobre as Mulheres que dizem nãos poderosos e perversos a outras mulheres. Temos visto isso se repetir como a repetição das 16 facadas. Parece que não se conformam com a força de uma outra, e p a r t e m p a r a d e s t r u i r. E , destroem. Estou me referindo a pro ssionais que usam, com crueldade, alguns

conhecimentos psicológicos, distorcendo e destorcendo

conceitos e, até mesmo, o senso comum. Sem nenhum compromisso com a verdade n e m c om a C i ê n c i a , s e m nenhuma sensibilidade pela situação da Criança e de sua mãe, são capazes de

sexual intrafamiliar faz pensar que estamos ressuscitando o mito de que o psicólogo, olho no olho descobre o que o outro está pensando, ou, se o outro está mentindo. Olhando o/a psicólogo/a adivinha se houve

in ltrada constelação familiar, sempre seguida de a rmações de bons resultados porque a Mulher não volta mais para reclamar. No lugar de enxergar que a justiça perdeu todo o sentido quando a obrigou a

ou não abuso, ignorando toda a dinâmica cientí ca da relação abusado/abusador. Olhando. É inacreditável que esta a rmação, baseada no olho nu, tenha tamanho grau de convencimento de Magistrados. Vale também exercer um Poder opressor ao lançar mão de seitas que humilham e quebram o Princípio básico de con dencialidade, como a

pedir perdão de joelhos para seu agressor, aquele que lhe deixou muitas vezes seu olho roxo ou lhe quebrou algumas costelas, que a decepção com a Instituição que deveria protegêla ou a seu lho que agora é obrigado a conviver com seu abusador, esses “pro ssionais” criam o entendimento de que, para o que apelidam de “pesquisa”, o resultado é exitoso

porque a Mulher/Mãe não volta mais. Seguindo esta seita, a corrente de amor não pode ser quebrada, o agressor violento ou estuprador perverso não podem sair do “seio da família”. A nal, o agressor e o estuprador são apenas veículos de um antepassado morto da linhagem da mãe, sempre da Mulher, que, ele sim, era violento e pedó lo. E esse antepassado é descoberto pelo constelador, ali, naquela s e ss ã o e s oté r i c a . Os s e u s descendentes nem tinham conhecimento desse portador de comportamento criminoso. Outra expressão do olhômetro do/a psicólogo/a. Assim, ca tudo resolvido. Encontra-se um autor morto, num passado que pode atingir cinco, seis, sete gerações em ascendência, para o crime atual. A d e s re s p ons abi l i z a ç ã o é sacramentada. A do autor. A do pro ssional que “viu” o verdadeiro autor, o morto. Engana-se a céu aberto. Somos coniventes com a enganação. Na Pensilvânia foram 647 Crianças mortas até que se zesse uma lei de proteção com a Revogação da

©ARQUIVO PESSOAL/O GLOBO

o nosso imaginário, temos uma tendência a associar o olho roxo, os hematomas pelo corpo nas partes externas à roupa, o dente quebrado, ao resultado de uma violência contra a Mulher. E, se a vítima for uma Criança, as marcas na pele se misturam com uma pretensa desculpa que se abriga no sistema disciplinar, nos limites educacionais, ou com a esfarrapada desculpa de que a Criança caiu da cama. Recentemente, assistimos nos noticiários essa explicação sobre os 23 machucados de um menino que, por duas ocasiões, com um mês de intervalo entre uma e outra, que ele teria caído da cama. E, na segunda vez, o cair da cama provocou o óbito dessa Criança. Os Feminicídios são diários. Mas há um grupo de pessoas que critica a lei Maria da Penha, emitindo opiniões de descrédito nas mulheres. Hoje mais um Feminicídio veio a público. Por ter recusado fazer sexo com o companheiro naquele momento, foram 16 facadas, na frente do lho de quase dois anos, à semelhança da Juíza Viviane, também na frente de suas três lhas p equenas, também com 16 facadas. Seria 16 um número cabalístico? Não creio nessas crendices. Talvez seja o número do movimento repetitivo de cada perfuração, que leva ao cansaço muscular do braço masculino. Movimento repetitivo de perfuração que extravasa a ira de uma frustração, de uma negação. O já consagrado “não se conformou com o m do relacionamento”. Legitimamente, vemos crescer a campanha do “não é não”. Uma tentativa de fundar uma Cultura de Resp eito à vontade da Mulher, que pode ser letal. Mas, indispensável em tempos atuais. Coragem e força para sustentar o não, sem que isso se torne um rompimento. É apenas um não.

“interpretar” ao bel prazer, preceitos e princípios cientí cos que deveriam ter sido memorizados, que se tornam armas letais. Monetizando o exercício da pro ssão, falsi cam e inventam So smas aberrantes. São muitos e muitos laudos psicológicos plenos de achismos. O olhômetro usado na acareação entre a Criança e o suspeito de práticas de abuso

lei de enganação. A lei de alienação parental mata. A lei de alienação parental oferece um enorme edredom que abriga criminosos e pro ssionais violentos. De Joanna Marcenal a Henry, quantas Crianças foram vítimas da perversidade de adultos que precisam de momentos de prazer de um Poder Absoluto?


COMPORTAMENTO 11

26 A 31 DE AGOSTO/2021

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial

O tal do amor pelos iguais ©FREEPIK

adquirido durante sua evolução é qu as e inst int ivo nos s eres humanos, até hoje. E, por isso, não raro, as pessoas vivem em con ito interno, que é o verdadeiro combate das partes dentro de si. Partes essas que são as representações internas que temos dos aprendizados colhidos em nosso desenvolvimento dentro do núcleo familiar, principalmente. É dentro da família que os principais padrões e comportamentos são aprendidos. Nossa primeira referência de semelhantes, o grupo ao qual pertencemos. É ali que aprendemos quem somos, como olhar para nós mesmos, o que é amor, o que é ser uma família... aprendemos a lidar com o dinheiro, a nos colocar na sociedade, como é estar dentro de cada papel social... aprendemos o que é um casamento, como tratar

os diferentes, en m, todas as bases para o nosso desenvolvimento. Por exemplo, imagine uma pessoa que empreende, começa a ganhar dinheiro, se tornar mais próspera e acaba desistindo ou falindo, e está sempre recomeçando, nunca conseguindo se estabilizar ou alcançar aquele patamar que almeja. Esse foi o caso de um dos meus clientes. Por mais que se esforçasse para

realizar e se manter nas metas nanceiras que almejava, sempre acontecia alguma coisa que o fazia perder quase tudo. Ele não conseguia manter o padrão que buscava. Durante a terapia, uma das associações que encontramos foi com o nível social que a família dele tinha. Ele cresceu vendo seu pai trabalhando muito mais do que gostaria, se sentindo sobrecarregado e frustrado, porque se esforçava tanto e ganhava tão pouco. Não tinham uma casa boa, muitas vezes dependiam da ajuda da avó, que também não tinha muitos bens, e sempre ouvia as queixas da sua mãe e do seu pai em relação ao dinheiro. S e g u i nd o o pr i nc ípi o d o sacrifício por amor aos iguais, de alguma forma, ele dava um jeito de se manter naquele mesmo p a d r ã o qu e s e tor n ou su a referência. Ele não se permitia ter mais sucesso na vida, do que seus semelhantes tiveram.

Internamente, emocionalmente falando, o seu aprendizado era de que a vida era difícil, que o dinheiro era escasso e a abu n d ân c i a n an c e i r a e r a impossível. Em seu relato, ele dizia que toda vez que começava a ganhar muito dinheiro, uma sensação incômoda brotava dentro dele, como se fosse culpa. E isso fazia com que suas escolhas começassem a sabotar o que havia conquistado.

desejamos que fossem diferentes, não conseguimos! A necessidade de seguir o script, permanecer dentro do padrão, se manter no que é familiar, é muito maior que a força de vontade. É uma necessidade emocional, o aprendizado interpretado por nosso cérebro. Olhar para si. Observar sua história. Identi car padrões. Perceber suas emoções. Isso é imprescindível para que você

Ou seja, uma parte dele, que desejava ter sucesso e conforto, se confrontava com aquela parte que desejava continuar 'sendo aceita' pelos iguais. E esse aprendizado, esse processo adaptativo, fala muito mais alto que o desejo racional, a força de vontade. É por isso que tantas vezes nos vemos em uma situação, agindo, sentindo e pensando coisas que não gostaríamos e, por mais que

possa sair do roteiro! E a partir do momento que você consegue identi car qual é o ciclo que se repete e as emoções que te atrapalham, dá o primeiro passo para se tornar verdadeiramente, dono e senhor do seu destino. O próximo passo é tratar esse con ito, fazer a reintegração das partes aí dentro e dissociar alguns aprendizados que não estão te permitindo chegar onde deseja, através da terapia.

©FREEPIK

Q

uantas vezes você já se percebeu agindo igualzinho a sua mãe ou seu pai? Talvez um jeito de falar ou rir, talvez um hábito, um jeito de temperar a comida! Ou talvez, se já prestou muita atenção, já p erceb eu um comportamento, um mesmo padrão que se apresenta na vida deles acontecendo na sua. Um dos meus professores, por quem tenho uma profunda admiração, Rafael Kraisch, nos ensina, em sua metodologia, que um dos preceitos que nós, seres humanos, seguimos é o sacrifício por amor aos iguais. E isso vai muito além de simplesmente repetir um mesmo tique que, porventura, nossos pais tenham. Se trata daquilo que a gente não vê, pelo menos por uma longa parte da jornada, mas que f at i d i c am e nt e g u i a n o s s a s escolhas, pensamentos e emoções. O funcionamento do cérebro humano hoje é muito semelhante ao mesmo cérebro de 10 mil anos atrás, onde o homem, que não era aceito na tribo, virava comida de predador. Num processo de adaptação contínua, o cérebro 'entendeu' que, para sobreviver, precisava permanecer com os seus. E, para pertencer àquele núcleo, o homem precisava ser o mais parecido possível com o meio. Esse aprendizado

Por que algumas pessoas não agradecem e não se desculpam Pessoas assim podem ser insensíveis, imaturas, ingratas, prepotentes, narcisistas e até psicopatas ©ISTOCK

Seja por segurar o elevador, ceder a vez na la do s u p e r m e r c a d o, e m p r e s t a r alguma coisa ou relevar um esbarrão acidental, todo mundo espera de volta alguma gentileza do outro, como no mínimo um "obrigado" ou um pedido de desculpas. Não há nada de errado em esperar por isso. O ser humano se desenvolve socialmente e só evoluiu e se manteve até hoje como espécie dominante no planeta por conta dessa característica de precisar do outro. Portanto, nesse sentido, quem não retribui uma gentileza ou um favor e não se desculpa por ter cometido algo que muito ou pouco tenha prejudicado o outro é que "destoa" do que se espera do viver em sociedade. "Ah, mas tanta gente se comporta assim", alguns argumentam. Realmente, e esse padrão se repete em d i fe re nte s ge r a ç õ e s e te m acompanhado o aumento

populacional, tanto que vem impulsionando a ciência a estudar o assunto. Em 2016, p or exemplo, pesquisadores das Universidades de Berlim, Haifa e Montreal, respectivamente em Alemanha, Israel e Canadá, decidiram investigar se as pessoas estão realmente mais "incivilizadas" e —pasmem — os resultados sugeriram que sim. Publicada no periódico Europe's Journal of Psychology, a pesquisa com mais de 100 voluntários revelou que todos tendiam a não se importar tanto com suas grosseiras ou reconhecê-las, mas não agiam igual com as dos outros. Se já não bastassem ser maleducadas, algumas pessoas também podem ser insensíveis, imaturas, ingratas, prepotentes, narcisistas e até psicopatas. "Nunc a s e des c u lp ar ou agradecer são fortes indícios de transtorno de personalidade. Na visão de alguém assim, os outros

é que estão errados, são inferiores, indignos e têm por obrigação fazer tudo por eles", aponta Marina Vasconcellos, psicóloga e terapeuta pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Claro que não dá para generalizar, cada caso deve ser avaliado individualmente. Por isso, podem ser levantadas algumas hipóteses, num contexto em que a p essoa percebe a situação, mas, de

alguma forma, não reage ou responde para se desculpar ou agradecer: rigidez excessiva, inibição, mágoa, negação do que fez ou de que precisa de algo. Nessas condições, embora possa não expressar, sente culpa, vergonha e outros efeitos na relação com o outro. Por fa lt a de inteligênci a emocional, para um sujeito que não gosta de se desculpar ou agradecer, fazer isso pode ser interpretado como um ato de

submissão, ou de se aceitar uma culpa ou dependência do outro. A ideia de ter que estabelecer algum tipo de aproximação ou vínculo com quem não se quer por perto também pode passar pela cabeça e, às vezes, por obrigação de se desculpar ou agradecer, cria-se até raiva e falase mal do outro pelas costas. Se colocar no lugar de alguém e ter responsabilidade sobre o que faz são requisitos fundamentais para um convívio saudável, mas não apenas válidos como um lembrete para quem demonstra com atitudes rudes e explícitas não se importar com isso. Quando há interação com um indivíduo indiferente, também é pre c is o s e p e rg u nt ar s e o problema para ele agir assim pode não estar em nós, em querer barganhar algo em troca, ou se mostrar superior e o dono da verdade. Seu interlocutor, mesmo que e r ron e am e nt e , p o d e e s t ar

reagindo a isso. De acordo com Elisa Teixeira, psicóloga líder do Hospital Português, de Salvador (BA), não é porque alguém fez ou deu tanto que deve receber de volta na mesma intensidade, isso não seria uma ajuda genuína, de boa vontade. Por essa lógica, também não caberia cobrar ou exigir do outro desculpas. "A expectativa aumentada de retribuição pode, sim, ser um problema. De fato, é comum a frustração quanto à reação do outro em relação à reciprocidade, quando a expectativa é elevada. A dimensão dela deve ser sempre levada em consideração, com a possibilidade de se tratar em terapia a 'demanda por reconhecimento e reciprocidade'", acrescenta a psicóloga, lembrando também que nem todo gesto é traduzido em palavras e é preciso se atentar a isso.


12 OLHAR DE UMA LENTE

26 A 31 DE AGOSTO/2021

HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

É preciso preservar a nossa cultura “A cultura de um povo é o seu maior patrimônio. Preservá-la é resgatar a história, perpetuar valores, é permitir que as novas gerações não vivam sob as trevas do anonimato”, pensador Nildo Lage ©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

informo que, até o nal de outubro deste ano, o Casarão e nt r ar á e m pro c e ss o d e restauração, fruto de uma parceria entre o município e o

©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

cansada e envelhecida, o sobrado foi construído no nal do século 19, na antiga fazenda Taquaraçu, na época de propriedade do pioneiro

Fábio Samora

Esporte e Cultura. Apesar da sua aparência

que é público precisa passar pelo trâmite burocrático e

governo de Estado”, explicou Samora. O subsecretário disse ainda ©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

Cândido Vieira que, em seguida, foi adquirido em leilão no início do século 20 pela família Agostini. Obtido pelo município no nal da década de 70, o prédio foi restaurado em 1985 e 1986 p a r a f u n c i o n a m e nt o d e museu e como espaço para eventos culturais. Em entrevista à coluna 'Olhar de uma Lente', o subsecretário, Fábio Samora, a rmou que a área cultural sempre foi bem-vista pelo atual prefeito, Gilmar Borges, t a n t o q u e , “e s t a m o s trabalhando em projetos que envolvem o cinas de teatro, dança, música e abrimos processo de licitação para aquisição de instrumentos musicais. Os editais de contratação de o cineiros vão demorar um pouquinho, mas vão sair, é assim mesmo, tudo

©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

em conjunto com o prazer, quando bem trabalhados, pode se tornar algo que faça parte da vida e do cotidiano de todo um povo, ou seja, a identidade cultural está na essência de cada pessoa, e isso é passado de geração para geração, respeitando sempre o que a sociedade tem de mais valioso que é a sua música, sua literatura, seus costumes, sua culinária, suas festas tradicionais e sua arquitetura. Por esses e tantos outros motivos, me vejo na obrigação de externar minha preocupação com o Casarão mais singelo e elegante de Fundão, onde funciona a Casa da Cultura Mário Matos Pe re i r a . L o c a l i z a d o na avenida marginal da BR-101, o Casarão Agostini abriga o Museu da cidade e a Secretaria Mu n i c i p a l d e Tu r i s m o,

terraplanagem. No distrito de Praia Grande, o campo do Jo a r i p e t e r á s u a s o b r a s retomadas e, na s ede, o prefeito fez uma parceria muito bacana com o Comercial Futebol Clube, onde a administração passou a ser de competência da prefeitura e lá será implementado um amplo projeto esportivo”, a rma. Ainda na área esportiva a municipalidade está encampando o projeto das escolinhas de atletas. “Vamos acolher alunos de oito aos 17 anos. Essas crianças e jovens terão acesso a exames médicos e a todo apoio psicossocial com palestras. Ou seja, todo suporte do município será disponibilizado para essas crianças e suas famílias e, como esporte não tem idade, tivemos reunião com os grupos de terceira idade de Praia Grande, de Timbuí e da sede. Todo o suporte que a

que, fora do eixo cultural, o esporte está sendo agraciado com algumas ações da administração municipal. “Uma delas é a drenagem e a construção de uma pista de atletismo no campo de Timbuí e, no antigo campo do Cruzeiro, será feita

incomodando, e muito, a pasta. Segundo ele, trata-se de uma invasão da área do Casarão Agostini por parte do propr ie t ár i o d o Hotel e Restaurante Casarão. “A Casa da Cultura Mauro Mattos Pereira foi invadida pelos proprietários do Hotel e Restaurante Casarão, em 2013, na gestão da prefeita Maria Dulce”, denuncia. Samora considera a reforma d o Ho t e l e R e s t au r a nt e Casarão uma grave agressão à cultura do município, vilipendiando a lei de prote ç ã o a o Pat r i môn i o Tombado. “O então secretário

©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

N

ão é novidade para nenhum gestor público que a cultura traz para a sociedade conhecimento e acesso a ele,

prefeitura oferecer nas áreas da cultura e do esporte, se pudermos incluir a terceira id ade, faremos”, explic a Samora. Ao longo da entrevista, Fábio Samora fez questão de chamar a atenção para uma situação que vem

restaurante, instaladas na área invadida, jogando fuligens contra as paredes do patrimônio. E x iste u m pro c e ss o — movido pelo Conselho de Cultura — que se encontra no Ministério Público (MP) estadual sob a Ação Civil Pública: Nº 000102496.2014.8.08.0059 — Requerente: Ministério Público do ES e um processo administrativo que se encontra na Secretaria de Desenvolvimento do município. Procurado pela nossa reportagem, o Dr. Bertoldo,

TATI BELING

de Desenvolvimento e Obras, Anderson Cleyton, e o então s e c r e t á r i o d e Tu r i s m o , Benedito de Jesus Pimentel, foram coniventes. Ainda conforme o subsecretário, durante várias vezes o Conselho Estadual de Cultura tentou, com os donos da obra e com a prefeitura de Fundão, a paralização da reforma, mas não obteve sucesso. A altura d o Ho t e l e R e s t au r a nt e i nte r fe re na e sté t i c a d o Casarão Agostini e, para complicar, invadiram um metro da área do Casarão Agostini e na rua que ca atrás do casarão. Outra agressão cotidiana é o funcionamento diário das chaminés que c omp õ e m a c o z i n h a d o

representante jurídico do estabelecimento citado pelo subsecretário Fábio Samora, disse que as denúncias não pro ce dem. “Não houve invasão de divisa, até porque não houve execução de obra nova e, sim, reformas com levantamentos de paredes sobre as existentes. O projeto de regularização das reformas realizadas foi aprovado pela Secretaria de Obras da prefeitura e os proprietários dos estabelecimentos têm todos os documentos, atestando correta demarcação das extremidades da obra em relação à Casa da Cultura”, defendeu o advogado.


BRASIL 13

26 A 31 DE AGOSTO/2021

A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

Prazo para escolher o material didático do PNLD 2022 terminará na segundafeira (30)

Na comemoração de 100 anos da cidade, senadora Rose anuncia quatro obras para Colatina

©DIVULGAÇÃO

©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO ©MEC

Terminará, na próxima segunda-feira (30), o prazo para a escolha dos livros e materiais didáticos da educação infantil para o ano de 2022. Os professores e gestores das escolas públicas terão até o início da próxima semana para acessar o Guia Digital do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) e escolher as obras. A escolha deverá ser realizada por meio do Sistema PDDE Interativo/Simec. As escolas estaduais e municipais que ainda não tenham acesso ao sistema devem solicitá-lo à Secretaria de Educação. No caso das escolas federais, o acesso deverá ser autorizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Todos os detalhes estão no passo a passo para escolha do PNLD 2022. Pela primeira vez, o PNLD distribuirá obras da educação infantil para estudantes e professores das escolas públicas de todo o País. Esta edição traz um ciclo próprio que inclui materiais para estudantes, professores e gestores. A grande novidade ca por conta dos livros didáticos direcionados aos estudantes da préescola. A distribuição do material pelo PNLD busca assegurar o desenvolvimento social e cognitivo dos indivíduos, fundamental para a promoção da igualdade de oportunidades educacionais, conforme disposto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O FNDE coordena a aquisição e distribuição, que chega para cerca de 30 milhões de estudantes de toda a educação básica, tornando o PNLD um dos maiores programas de distribuição de livros do mundo. O programa é destinado a avaliar e a disponibilizar obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros materiais de apoio à prática educativa, regular e gratuita, para a rede pública.

Era dia de festa em Colatina, no último domingo (22), e a senadora Rose de Freitas (MDB-ES) fez jus ao momento do município. Na solenidade de comemoração de 100 anos da cidade, ela anunciou quatro obras essenciais para estruturar a “Princesa do Norte”. A primeira anunciada, com recurso já no Orçamento da União, foi o enrocamento com pavimentação asfáltica no lado norte do Rio Doce, na sede do município. A segunda foi a tão esperada Terceira Ponte de Colatina, cujo investimento contará com parte do caixa do governo do Estado e parte direcionado pela bancada federal. Além disso, Rose divulgou a duplicação da BR-259, de João Neiva a Colatina, bem como a construção do novo aeroporto de Linhares. A senadora, presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso, tem articulado fortemente esses investimentos ao lado da bancada e junto ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que deve visitar o Estado novamente em breve. “Eu não consigo sair desse caminho (da política), enquanto vejo uma rua sem estar calçada, um hospital que não funciona e as obras que tanto são necessárias para a população sem estarem concluídas. Eu estou em Brasília para carregar a pasta dos municípios, para onde precisar”, a rmou Rose durante a solenidade. O prefeito do município, Guerino Balestrassi, enalteceu a senadora Rose pelo anúncio das obras. “Estou aqui, Rose, para agradecer novamente por tudo o que você fez no passado e o que pode proporcionar estando lá como ordenadora do nosso Orçamento (na presidência da CMO). Isso é fundamental”, concluiu. A senadora foi homenageada na comemoração dos 100 anos de Colatina. Dos representantes da Câmara da cidade, ela recebeu uma placa com o título de cidadã colatinense. “Uma pessoa que sempre lutou por Colatina, tem amor e carinho pelo município. Então, hoje Colatina ganha mais uma lha. Parabéns, Rose, contamos com você”, agradeceu o vereador Dario Rudio, durante a entrega da placa.

Felipe Rigoni se reúne com ministro da Infraestrutura para falar sobre a BR-101 Norte ©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

O deputado federal Felipe Rigoni se reuniu, na última terça-feira (24), com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. O encontro teve como principal objetivo o ©ACERVO/PMS diálogo sobre obras realizadas em todo Espírito Santo, como a duplicação da BR 101 Norte. A agenda também contou com a participação de demais parlamentares membros da bancada capixaba. “Tarcísio é um excelente gestor e está totalmente aberto ao diálogo. A duplicação da BR 101 está bem próxima de conseguir a licença junto ao Ibama e vamos resolver um grande problema do Norte do Estado. O número de acidentes é altíssimo. Com a duplicação, vamos conseguir salvar vidas e melhorar o uxo do trânsito”, disse Rigoni. Além de discutir a duplicação da pista, a reunião tratou sobre o contorno do Mestre Álvaro. A expectativa é de que as obras sejam concluídas no ano que vem. Já o contorno de Linhares segue na espera da licença prévia para que seja iniciado. As previsões são boas e tudo deve ser feito em conjunto com as duplicações da BR 101. “O contorno de Linhares também é fundamental para região Norte. Estão abertas as inscrições para os cursos gratuitos do programa Estamos na luta para que a proposta possa seguir em frente. O diálogo com o “Quali car ES”, do governo do Estado. São 695 vagas disponíveis ministério segue sendo muito positivo e tenho certeza que vamos avançar com para a Serra, para cursos presenciais nas áreas de serviços, o tema”, concluiu Rigoni. informática, saúde, comércio e administração, com aulas realizadas de manhã, de tarde ou à noite. Há vagas para o público geral e outras horários das aulas. exclusivas para mulheres, no âmbito do programa “Quali car Cada candidato pode fazer até dois cursos diferentes. Para a matrícula, é Mulher”. necessário apresentar a cópia simples do documento original com foto Para se inscrever para as vagas gerais, basta morar na Serra, ser (identidade, carteira de trabalho ou carteira de habilitação), cadastro de alfabetizado, ter CPF e mais de 16 anos (exceto para os cursos da pessoa física (CPF) e cópia simples ou original de comprovante de residência, área da saúde, com idade mínima de 18 anos). Os requisitos são os apenas para conferência. mesmos para as vagas do “Quali car Mulher”, com a diferença de “O município da Serra é o que mais gera emprego no Espírito Santo, mas que são exclusivas para pessoas do sexo feminino. estamos buscando quali car nossos munícipes para que eles ocupem esses As inscrições devem ser feitas pela internet até o dia 31 de agosto, empregos gerados na cidade. Ações como a Quali car ES são importantes e por meio do link https://quali cares.es.gov.br/quali car-esnós estamos de portas abertas para recebê-los nos nossos equipamentos presencial-2021-3a-oferta-serra, para as vagas gerais, e pelo públicos, para que a gente seja não só o município que mais gera emprego, mas e n d e r e ç o que seja também o que mais quali ca e mais emprega pro ssionais da própria https://quali cares.es.gov.br/Not%C3%ADcia/quali car-escidade”, explica o secretário-adjunto de Trabalho, Emprego e Renda da Serra, presencial-mulher-2021-3a-oferta-serra, para o "Quali car Renato Ribeiro. Mulher". Nos dois campos, também é possível ver os locais e

Inscrições abertas para cursos de graça na Serra

Indicações de Majeski priorizam melhorias em escolas estaduais

O deputado estadual Sérgio Majeski (PSB) teve aprovado na Assembleia Legislativa um conjunto de indicações ao governo do Estado orientando melhorias em escolas da Rede Pública Estadual. As necessidades foram identi cadas nas visitas técnicas regulares que o parlamentar realiza desde 2015. Ao todo, Majeski já foi ver de perto a realidade de 277 unidades. “É um trabalho que realizamos desde o início do primeiro mandato, para conhecer a realidade das escolas, propor melhorias e cobrar para que os pro ssionais da educação e os alunos tenham a estrutura necessária no dia a dia do ambiente escolar. É sempre importante lembrar que Educação é investimento”, destaca Majeski. Para a escola estadual Germano André Lube, localizada no município da Serra, a indicação aprovada contempla a realização de reparos na cobertura da quadra de esportes, climatização das salas de aula, melhor acesso à internet e modernização do auditório. Localizada no município de Vila Velha, a escola Domingos José Martins é uma unidade de Ensino Fundamental que atende cerca de 270 crianças. A indicação de Majeski orienta a construção de quadra de esportes, criação de laboratório de informática, adequação da sala de recursos e climatização. Cinco escolas da Rede Estadual de Ensino, localizadas no município de Vitória, também constam nas indicações do deputado Majeski ao governo do Estado para a realização de melhorias. Para a escola estadual Hildebrando Lucas, localizada em Maruípe, a indicação contempla prioritariamente investimentos em acessibilidade, climatização e isolamento acústico das salas de aula, para amenizar o barulho constante provocado pelo trânsito de veículos na avenida que passa ao lado da escola. Já para a escola Maria Ortiz, no Centro de Vitória, a indicação orienta a aquisição do terreno ao lado da unidade para a construção da tão sonhada quadra de esportes. Na Praia do Canto, com cerca de 1.100 alunos, a escola Irmã Maria Horta é uma das mais tradicionais da Capital e funciona nos três períodos, com a oferta do Ensino Médio. O próprio Majeski foi professor na unidade e a indicação aprovada é para uma reforma completa, com modernização. Escola exclusiva para Ensino Médio Pro ssionalizante, a Arnulpho Mattos, em Bairro República, possui 18 turmas no período matutino e outras 18 turmas no vespertino. Com a indicação, Majeski orienta a ampliação da oferta de vagas no período noturno e a modernização dos equipamentos dos cursos técnicos. E para a escola Almirante Barroso, de Goiabeiras, dentre outras melhorias necessárias, a indicação contempla reforma na quadra de esportes e climatização.

Casagrande sanciona lei de autoria do deputado Luciano Machado ©ELLEN CAMPANHARO/ALES

Sancionado Projeto de Lei do deputado estadual Luciano Machado (PV) que institui 2 de abril como Dia Estadual em Memória dos Cidadãos que Faleceram em Virtude da Covid19 e de Homenagem aos Pro ssionais da Saúde no Estado. Agora, a Lei Estadual nº 11.364 de 29 de outubro de 2020 passa a vigorar no calendário capixaba. A escolha do dia 2 de abril faz referência ao primeiro registro de morte con rmada por covid-19 no Espírito Santo, no município da Serra. "Uma data que ca registrada para que possamos resgatar a memória daqueles foram e sempre estarão vivos em nosso coração. E também em respeito às famílias que caram com a dor e a saudade", destaca Machado.


14 GERAL

26 A 31 DE AGOSTO/2021

Tipos de compostos Os estados malucos da consciência podem tratar a entre estar esquistossomose, acordado e doença do verme dormindo parasita ©ISTOCK

©UNIVERSIDADE BETHESDA/DIVULGAÇÃO

Um novo e mais e caz tratamento para a esquistossomose pode estar disponível depois que os pesquisadores descobriram uma série de novos compostos de d ro g a s qu e s ã o a lt am e nt e e cazes contra as três principais espécies de vermes parasitas que causam a doença, de acordo com uma nova pesquisa. A pesquisa foi conduzida pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM) e pela empresa de descoberta de medicamentos Salvensis. Os candidatos a medicamentos estão agora sendo explorados p elo Merck Global Health Institute como um novo tratamento potencial para a esquistossomose humana. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a e s qu i s t o s s om o s e , t amb é m conhecida como Bilharzia, afeta quase 240 milhões de pessoas em todo o mundo, e mais de 700 milhões vivem em áreas endêmicas. A infecção ocorre quando as pessoas entram em c o nt at o c o m a á g u a d o c e contendo as lar vas dos esquistossomos por meio de natação, lavagem e coleta de água para beber. As larvas penetram na pele humana e os vermes amadurecem dentro dos vasos sanguíneos do corpo e colocam

corpo a esses ovos causa in amação e danos a vários órgãos, principalmente o fígado, os pulmões, o intestino e a bexiga. A D r a . H e l e n a H e l m b y, professora associada da LSHTM e autora do estudo, explicou que “a es quistoss omos e é uma doença grave que afeta principalmente populações em países de baixa renda. Atualmente o único tratamento é o praziquantel, que em altas doses é e caz contra vermes adultos, mas não contra vermes juvenis, portanto, é necessário repetir o tratamento”. A Dra. Beatrice Greco, Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento e Acesso do Merck Global Health I n s t i t u t e , d i s s e q u e “e s t e programa de pesquisa emocionante é essencial para o portfólio global de medicamentos para a

ovos que cam presos nos tecidos do corpo. A reação do

esquistossomose e, se for bemsucedido, pode desempenhar

um papel importante no controle da doença”. Eles identi caram uma série de novos candidatos a drogas promissores que foram altamente e cazes contra vermes adultos e juvenis como uma dose única aproximadamente 10 vezes menor do que a necessária para o praziquantel, para o qual a OMS recomenda uma dose de 40mg/kg. Todos os compostos tiveram um bom per l de segurança, podem ser feitos em relativamente poucas etapas e foram e cazes contra as três espécies de esquistossomos adultos que causam a maioria das doenças humanas. O Dr. Helmby acrescentou que por mais que este seja um passo empolgante para a eliminação da esquistossomose, esses compostos ainda precisam passar por mais testes e ensaios clínicos. “Como eles são ativos contra os v e r m e s m a i s j ov e n s , h á a perspectiva tentadora de não apenas um novo tratamento para a e s qu i sto ss omo s e, m a s o primeiro a curar também após uma única dos e”, indicou. Ademais, os pesquisadores reconhecem as limitações do estudo, incluindo a necessidade de desenvolver e testar esses compostos quanto à sua e cácia em humanos.

Os sonhos podem ser bem atividade cerebral ligada ao b e m q u e K a  a e s c r e v e u estranhos. Neles é possível voar, pensamento re exivo diminui, clássicos desse jeito, porém car animais podem falar, pessoas enquanto as ondas ligadas às sem sono faz muito mal para a que nunca vimos aparecem sensações físicas aumentam, o saúde. Na verdade, pesquisas dizendo coisas. Tudo bem que pode causar as alucinações. com ratos já descobriram que o diferente da realidade em que A questão é que, como esse n o s s o c é re bro d e s l i g a d e v i v e m o s qu a n d o e s t a m o s estado é muito rápido, a maioria qualquer jeito se a gente não for acordados. Há um mundo entre das pessoas não dá muita dormir, nem que seja uma parte por vez. o real e o dos sonhos, com coisas importância para isso. Já re p arou qu e, qu and o As alucinações costumam ainda mais malucas: o estado acontecer mais em quem sofre v i r a m o s u m a n o i t e o u hipnagógico. Assim como dia não vira noite de narcolepsia, uma doença rara dormimos muito mal, é comum do nada, nosso cérebro também que faz as pessoas caírem no f a z e r a s c o i s a s “m e i o n o não desliga instantaneamente sono em momentos totalmente automático” e até esquecer do quando vamos dormir. O estado aleatórios. Nesse processo, o que zemos? Isso porque nosso hipnagógico é esse “crepúsculo cérebro dos narcolépticos cérebro simplesmente desativa da consciência”. Você, talvez, podem car “presos” no estado algumas regiões que não estão nunca tenha reparado nele, já h i p n a g ó g i c o e c a u s a r sendo utilizadas no momento. O nome disso é “sono local” e ele que ele dura poucos segundos, alucinações horríveis. Artistas que não tinham é bem perigoso, já que pode mas é comum ter alucinações e observar sensações muito mais n a r c o l e p s i a j á t e n t a r a m comprometer nossos re exos A transmissão será nosonho, canal da“Sedu (07), às 14 ou a concentração emhoras tarefas e s t iDigital m u l ano r ”YouTube, o e s t nesta a d o quarta-feira bizarras que qualquer h i p n a g ó g i c o p a r a t e r a s importantes, como dirigir, por durante esse estado. A ciência está começando a alucinações e usá-las como exemplo. Além disso, aquele momento estudar o estado hipnagógico combustível para a criatividade. m a i s a f u n d o . M a s , e m É assim que Salvador Dali tinha em que nossos olhos vão quase e x p e r i ê n c i a s , p e s s o a s j á idei as p ara su as pinturas fechando, mesmo que a gente relataram estarem “colocando surrealistas, por exemplo. Edgar tente mantê-los abertos — isso um cavalo num estojo de Allan Poe e omas Edison quando não damos aquela violino” ou ouvindo um urso também são casos famosos de “pescada” sentados mesmo — pessoas que tiravam pequenos são chamados microssono. falar. Conforme vamos caindo “nos cochilos para estimular a Você pode não perceber ou não braços de Morfeu”, o nosso cérebro vai “desligando” pouco a pouco. Um grupo de pesquisadores observou que é exatamente quando a atividade cerebral está cando mais padronizada que as alucinações hipnagógicas acontecem, ao contrário do que se poderia pensar. A hipótese é que o a d m it i r, m a s s e u c é re bro cérebro desconstrói os padrões e hipnagogia. A técnica de Franz Kaa era colocou você para dormir por ideias do mundo real antes de diferente: ele deixava de dormir alguns segundos, já que ele não cairmos no sono de vez. É possível observar que a para entrar em um estado de suporta car totalmente sem sonho, mas acordado. Tudo sono.


COTIDIANO 15

26 A 31 DE AGOSTO/2021

Brasileira entra para o Hall Mudança climática da Fama das Mulheres põe em risco um Cientistas da ONU Bióloga sul-mato-grossense Neiva Guedes criou e executa há 30 anos um projeto que ajudou a tirar a arara-azul da lista de animais em extinção ©INSTITUTO ARARA AZUL/DIVULGAÇÃO

Foi nos anos 80 que Neiva Guedes, recém-formada em Biologia, avistou pela primeira vez uma arara-azul — no mesmo dia em que descobriu que seus netos, indiscutivelmente, não teriam a mesma oportunidade, uma vez que a espécie, 100% brasileira, est ava fadada a desaparecer. O mix de sentimentos que sentiu naquele dia foi o que de niu o destino de Neiva dali para frente: ela decidiu dedicar sua vida a evitar a extinção das araras-azuis — e, 30 anos depois, conseguiu! A bióloga foi a campo, estudou o comportamento das aves, se aproximou da comunidade e entendeu que, os dois principais fatores que contribuíam para o m das araras-azuis na natureza eram a caça ilegal — para serem vendidas como aves de estimação — e o desmatamento, uma vez

que essas aves se reproduziam apenas quando encontravam boas cavidades naturais nos troncos das árvores, que estavam cada vez mais sendo derrubadas. Consciente do problema, Neiva

então fundou o Instituto Arara Azul, fez um belíssimo trabalho para conscientização e envolvimento da comunidade, desenvolveu técnica para instalar na natureza ninhos arti cias em condições perfeitas para as araras-azuis se reproduzirem e, cerca de três décadas depois, assistiu ao que muitos julgavam como impossível quando começou o trabalho: a espécie sair, o cialmente, da lista de animais em extinção. Ainda há muito trabalho a ser feito — sobretudo no que diz respeito ao impacto das mudanças climáticas na vida das araras-azuis — mas o legado que Neiva construiu até aqui é inegável e garantiu à bióloga, entre outros reconhecimentos, um lugar muito especial no hall da fama das Meninas e Mulheres Cientistas da ONU Mulheres.

Autora brasileira busca mesclar literatura infantil e questões sociais ©DIVULGAÇÃO/CLB PRODUÇÕES

Lançada em 2020, pela editora CLB Produções, a obra "Quatro histórias de amor para pequenos leitores", da renomada escritora brasileira Cléo Busatto, retrata questões sociais atreladas à narrativas infantis. A partir de uma linguagem simples e envolvente, a autora apresenta ao público infantojuvenil importantes debates sociais, como pobreza, fome, abandono e nomadismo. A partir de uma de um formato de prosa poética, que se interligam no decorrer do livro, a mediadora de leitura busca inovar técnicas e estruturas literárias. Isto é, ao longo da narrativa, os personagens que até então parecem ser independentes, cruzam

suas histórias, e juntos buscam o apoio um do outro. Em cada página, os leitores irão se deparar com outras questões que fazem parte do dia a dia, c om o d e l i c a d e z a , re l a ç õ e s humanas, ternura, afetos e muito mais. Esta memorável obra conta, ainda, com belas ilustrações do premiado ilustrador carioca Mateus Rios.

bilhão de crianças no mundo

Unicef lança 1ª análise dos riscos climáticos sob a perspectiva dos menores de idade ©ONU MULHERES/MOHAMMAD RAKIBUL HASAN

As crianças vivendo em países como Guiné-Bissau, Chade, Nigéria e República CentroAfricana têm mais risco de sofrer os impactos da mu d an ç a cl i m át i c a , qu e ameaçam sua saúde, educação e proteção. Esta é uma das conclusões de um estudo lançado pelo Unicef no último dia 20. “A Crise Climática é uma Crise dos Direitos da Criança” é a primeira análise compreensiva desses riscos sob a perspectiva das crianças. O Unicef avalia a situação de vários países, levando em conta ciclones, ondas de calor e o acesso dos menores a serviços essenciais. Segundo a agência, cerca de um bilhão de crianças (quase metade do total de menores de idade no mundo) moram em uma das 33 nações classi cadas de “risco extremamente alto”. Essas crianças estão expostas a “uma combinação fatal de choques ambientais e climáticos, com uma vulnerabilidade alta devido à falta de serviços de água e de saneamento, cuidados de saúde e acesso à educação”. A diretora-executiva do Unicef declarou que “pela

primeira vez, existe uma noção completa de onde e como as crianças estão vulneráveis à mudança climática”. Henrietta Fore a rma que os direitos dos menores estão sob risco, já que cam sem acesso a ar limpo, à água potável, à alimentação, à habitação e à educação, além do risco de serem exploradas”. O relatório do Unicef traz também o Índice de Risco Climático das Crianças, que revela: · 240 milhões de crianças estão altamente expostas a enchentes costeiras; · 400 milhões estão altamente expostas a ciclones; · 600 milhões de menores estão altamente expostos a doenças transmitidas por vetores; · 815 milhões de crianças estão altamente expostas à poluição causada por chumbo; · 820 milhões de crianças estão altamente expostas a ondas de calor; · 920 milhões de crianças estão altamente expostas à escassez de água; · 1 bilhão de crianças estão

altamente expostas a grandes níveis de poluição do ar. O relatório revela também que os 33 países onde o risco para as crianças é alto, na verdade produzem apenas 9% das emissões globais de CO₂. Por outro lado, 10 nações que mais emitem dióxido de carbono são responsáveis por 70% das emissões globais. Mas apenas em um desses países, os impactos da mudança climática são muito altos para as crianças. O Unicef lembra que, na comparação com os adultos, as crianças têm menos chances de s obre viver a eventos extremos do clima e são mais suscetíveis a químicos tóxicos, a mudanças de temperatura e a doenças. O Unicef está pedindo aos governos e empresas para aumentarem os investimentos da adaptação climática; para reduzirem as emissões de gases de efeito estufa e para fornecerem às crianças educação sobre o clima, para que possam estar adaptadas e preparadas para os efeitos da mudança climática.


16 GERAL

26 A 31 DE AGOSTO/2021

Seis milhões de crianças estão com sobrepeso no Brasil ©ISTOCK

De acordo com dados coletados pelo Ministério da Saúde, seis milhões de crianças estão com sobrepeso no Brasil. Entre elas, 15% são crianças de até cinco anos e 31% estão na faixa de cinco a nove anos, considerando também os adolescentes. Segundo a pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP), Maria Alvim, já e é sabido que a obesidade é um problema de saúde pública global, entretanto, para crianças as consequências são ainda maiores. “Aumenta o risco de doenças crônicas precocemente, como diabetes, distúrbios de sono, hipertensão e até alguns tipos de câncer”, explicou a especialista ao site de notícias Meio Norte. “São doenças que a gente só discutia com adultos. Temos visto, no entanto, que isso acontece com crianças e pode resultar também no adoecimento precoce e até na mortalidade precoce, por conta dos excessos, e em uma redução n a q u a l i d a d e d e v i d a ”, acrescentou ainda a pesquisadora. O alto número de crianças com problemas de obesidade chamou atenção do governo, que lançou no início de agosto a Campanha Naciona l de Pre venção à Obesidade Infantil. O Ministério da Saúde autorizou o valor de R$ 90 milhões voltados para ações de combate ao problema e, assim,

instituiu a Estratégia Nacional de Pre venção e Atenção à Obesidade Infantil (Projeta). A pasta também liberou o apoio nanceiro para cidades de até 3 0 m i l h abit ante s qu e registraram sobrepeso em mais de 15% das crianças menores de 10 anos. Segundo informações da Agência Brasil, a intenção é que com o valor os municípios consigam promover hábitos saudáveis. “É muito pouco. Nós queremos mais. Para isso vamos trabalhar para alocar os recursos do orçamento de Saúde. Se não c onte mpl ar mo s a Ate nç ã o Primária à Saúde de forma adequada, vai cair nos nossos hospitais e vamos ter que botar recursos lá e é muito mais difícil”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na cerimônia de lançamento.

O valor autorizado via portaria foi concedido em três parcelas de R$ 31,9 milhões, durante três anos. At rel ado à c amp an ha, Queiroga ressaltou que a pandemia piorou um quadro já ruim, já que com o distanciamento social, bem como o isolamento, o ganho de peso foi impulsionado pela falta d e “d e s l o c a m e n t o a t i v o , exercícios físicos, interação com outras crianças e aumentou m u i t o o t e m p o d e t e l a”. Completando a fala do ministro, Alvin orienta que “os pais devem incentivar esse gasto de energia e se for fora de casa que seja cons ciente com más cara e álcool”. Corroborando ainda com Queiroga, um estudo divulgado pela SuperAwesome, empresa

americana de tecnologia em mídia digit al, re velou que crianças entre seis e 12 anos passaram cerca de 50% do tempo de quarentena em frente às telas. Em relação ao consumo habitual, o levantamento indicou ainda que o tempo gasto em celulares, computadores e TV aumentou até três vezes mais. Outros pontos observados a partir de outras vertentes da obesidade infantil são as classes sociais e o bullying, como fator Alexia potencializador. Apesar do Debacker aumento de peso entre crianças Espinoso ter sido em todas as faixas salariais, segundo o conselho scal da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, as classes C, D e E tiveram, cada uma, um crescimento de cinco pontos percentuais no nível de obesidade, sendo a classe C a

representada da maior parte obesa da população (23%). “As classes socioeconômicas mais baixas são mais suscetíveis às propagandas dos alimentos. As pessoas têm menos noção do p r e j u í z o ”, e x p l i c o u a pesquisadora. Com relação ao bullying, a psicopedagoga Wania Emerich Burmester disse estar bem emocionalmente e sicamente

também é importante no caso das crianças, principalmente porque isso também afeta seu aprendizado na es col a. “A obesidade afeta a autoestima da criança e isso com certeza afeta a aprendizagem. A nal, o aluno ca mais inibido, pergunta menos, já que quer se expor menos”, a rmou a psicóloga ao Meio Norte. Além disso, o não tratamento piora a situação, que vira uma bola de neve e acarreta “perdas em todos os âmbitos, e, conforme isso vai cando mais intenso, é mais difícil lidar, vai aumentando a ansiedade e ela não consegue se controlar”. Para Emerich campanhas de conscientização contra o bulling dentro das escolas deveriam ser feitas. “Ter rodas de conversas, um diálogo bem estabelecido dentro das escolas, que os alunos possam falar sobre as suas ansiedades, questões e angústias. Isso acaba mostrando que todo mundo tem o seu ponto fraco e p r o b l e m a s ”, s u g e r i u a especialista.

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES

Chipre inaugura museu subaquático que busca preservar vida marinha Esculturas do artista Jason deCaires Taylor formam uma floresta submersa projetada para atrair animais e incentivar a conservação de espécies do Mar Mediterrâneo ©REPRODUÇÃO TWITTER/MUSAN

No fundo do Mar Mediterrâneo, na região da praia de Pernera, em Chipre, estão localizadas as 93 obras de arte que integram o Museu da Escultura Subaquática Ayia Napa (Musan). Distribuídas ao longo de 170 metros, as criações podem ser apreciadas em visitas com duração de uma hora realizadas por scuba diving, para aqueles que têm o certi cado de mergulhador, ou snorkeling, no caso dos espectadores menos experientes. A exposição é fruto de uma parceria entre o município de Ayia Na p a , o D e p a r t a m e n t o d e Pescaria e Pesquisa Marinha e o Ministério do Turismo de Chipre,

Reservas: (27) 99961-8422

Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br

e ocupa uma área afetada pela sobrepesca e pela degradação do habitat. Por isso, as instalações artísticas foram pensadas para permitir o crescimento de corais, atrair peixes e, futuramente, servir como lar para os animais. A autoria das obras é do artista britânico Jason deCaires Taylor, que já trabalhou com museus subaquáticos no México, nas Bahamas e na França. Desta vez, em Chipre, ele fez grandes esculturas de pessoas e plantas a partir de materiais com pH neutro que não impactam negativamente o meio ambiente. “Elas foram projetadas para deixar que o crescimento natural

aconteça no substrato”, explicou Taylor, em entrevista à CNN Internacional. “Logo após cinco ou seis dias, consegui ver uma na camada de algas na cabeça das esculturas, que já estavam cheias de peixes jovens”. Ao criar uma oresta subaquática aberta para visitação, o objetivo do Musan é transformar a maneira como nos relacionamos com o ambiente m a r i n h o . “A p e n a s p o r chamarmos esse espaço de museu já estamos alterando nossos valores, criando um espaço onde devemos conservar as coisas e utilizar os objetos para educar os indivíduos”, disse Taylor, em vídeo publicado pelo Departamento de Pescaria e Pesquisa Marinha. Entre as 93 obras da exposição, destacam-se estátuas de crianças com câmeras (que podem ser vistas no vídeo abaixo). Segundo o artista britânico, a ideia é inspirar as p e ss o as a e n xe rg are m a realidade preocupante na qual o planeta se encontra devido às mudanças climáticas impulsionadas por ações humanas, além de simbolizar a informação que podemos utilizar

como ferramenta para mudar nossas atitudes. O investimento para viabilizar o projeto foi de um milhão de euros (cerca de R$ 6,3 milhões). Para o prefeito Christos Zannettou, trata-se de um importante legado da cidade e um tesouro nacional. “O m u s e u c o n t é m m u i t o s simbolismos sobre a alienação dos

humanos perante o meio ambiente, a relação entre diferentes gerações e as mudanças climáticas”, declarou em 31 de julho, durante o e vento de abertura. Tamb é m n a i n au g u r a ç ã o, Marina Argyrou, do Departamento de Pescaria e Pesquisa Marinha, a rmou que as

esculturas irão abrigar contribuir para o desenvolvimento da biodiversidade da região. “O museu subaquático será uma experiência visual e ecológica. Tenho certeza de que isso irá aproximar as pessoas do ambiente marinho, da conservação e da proteção desse ecossistema”, comentou.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.