Jornal Fatos & Notícias 439

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ANO XI - Nº 439 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 09 A 16 DE SETEMBRO/2021 SERRA/ES Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

Pandemia causa impactos na alfabetização de crianças ©ISTOCKPHOTO

8 Que tal preparar uma

deliciosa taça cremosa de pêssego, uma sobremesa muito fácil de fazer Pág. 8

JORGE PACHECO

8 Temer con rma atuação

em nota de Bolsonaro: "Bom ao País" Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI

8 É a exploração sexual

intrafamiliar que alimenta o mercado de pornogra a internacional infantil Pág. 10

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 Após discursos de

Bolsonaro, deputados divergem sobre os limites da democracia Pág. 12

NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA 8 Já percebeu quantos existem aí dentro de você? Não somos um, somos uma legião Pág. 11

Cientistas afirmam ter descoberto forma de reverter o envelhecimento das células Pág. 16

Pelo PNE, Brasil deve zerar taxa de analfabetismo até 2024. São 11 milhões de pessoas analfabetas

Consumir cannabis pode dobrar o risco de ataque cardíaco Pág. 9

Pág. 4

©RHENERGISE

Colinas do Reino Unido podem ser usadas para gerar e armazenar energia hidrelétrica de forma sustentável Pág. 6

Pesquisadores criam nanogerador que acende lâmpadas com Sinais de rádio do espaço caminhada profundo Pág. 2

©ETH/DIVULGAÇÃO

Startup cria sistema que transforma colinas em grandes baterias

Anta brasileira é fundamental para salvar as florestas do País

Gráco detalha a absorção da caminhada pelo chão de madeira, com o nanogerador inserido entre as tábuas para a geração de eletricidade Pág. 6

podem vir de um tipo raro de estrela Pág. 7


2 MEIO AMBIENTE

09 A 16 DE SETEMBRO/2021

Rompimento da barragem em Mariana elevou em até cinco vezes níveis de fósforo do estuário do Rio Doce Contaminante presente no local está acima do permitido pela legislação brasileira; danos ambientais são percebidos até os dias de hoje, seis anos após o rompimento da barragem do Fundão, em Minas Gerais ©BJÖRN FORENIUS/GETTY IMAGES/ISTOCK

Em 2017 (dois anos após o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, Minas Gerais), os níveis de fósforo dissolvidos em água presentes no e stu ár i o d o R i o D o c e, e m Regência (ES), ultrapassaram em cinco vezes os permitidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). As informações fazem parte do doutorado de Hermano Melo de Queiroz, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP. Um artigo, com mais detalhes do estudo, foi publicado no último mês de janeiro no Journal of Environmental Management. Considerada uma das maiores tragédias ambientais do Brasil, a barragem do Fundão (de propriedade da empresa Samarco

e controlada pelas empresas Vale e BHP Billiton) se rompeu em novembro de 2015 e despejou cerca de 50 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos de minério de ferro por 600 quilômetros (km) rio abaixo, além de provocar a morte de 19 pessoas. O óxido de ferro é um mineral naturalmente presente em vários tipos de solo e é o principal c o mp o n e nt e d o s r e s í d u o s liberados pela quebra da barragem. A grande preocupação dos pesquisadores é que esse mineral tem grande a nidade com o fósforo. Quando esses dois elementos se encontram, ocorre um processo geoquímico que traz consequências sérias ao meio ambiente. “Nessa interação, o fósforo é dissolvido e imediatamente liberado para o ecossistema”, explica Queiroz.

Até chegarem ao estuário, os rejeitos passaram por diversas cidades, fazendas e vilas, d e i x and o u ma d e g r a d a ç ã o ambiental de cerca de 240 hectares de mata atlântica. Quanto mais se deslocavam, mais reações químicas eram observadas. “Podemos imaginar que o óxido de ferro agiu como uma esponja, pegando todo esse fósforo ao longo do caminho e o

Anta brasileira é fundamental para salvar as orestas do País ©JOÃO MARCOS ROSA/NITRO

Patrícia Médici é uma das personagens do projeto Mulheres na C onser vação, verdadeiras heroínas que dedicam a vida a salvar espécies ameaçadas. E Patrícia escolheu trabalhar pela conservação da anta, este animal pouco c o n h e c i d o, e r r o n e a m e n t e associado à falta de inteligência e que é fundamental para os biomas onde está presente. De acordo com a Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (Incab), uma oresta sem antas é uma oresta que corre grande perigo de extinção. Isso porque a anta é também conhecida como “jardineira das orestas”, já que se alimenta de diversos frutos e percorre longas distâncias,

espalhando sementes em suas fezes por onde anda. Por isso, os ambientes onde as antas tenham desaparecido encontram-se vulneráveis e empobrecido em termos de biodiversidade. “A anta é a jardineira das nossas orestas e exerce um papel crítico para a conservação das mesmas. Adicionalmente, é uma verdadeira heroína, lutando para sobreviver em áreas

extremamente degradadas. A espécie ainda persiste nessas paisagens antropizadas, mas seu papel na renovação orestal e manutenção da biodiversidade vem sendo bastante comprometido”, explica Patrícia, que é coordenadora da Incab. Iniciativa do IPÊ — Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), a Incab-IPÊ começou sua história há 25 anos, com pesquisas sobre a anta em 1996, no Parque Estadual Morro do Diabo, no Pontal do Paranapanema, São Paulo. Ali, foram estruturadas as bases de pesquisa sobre a anta na Mata Atlântica, onde a principal ameaça para a espécie é a perda e fragmentação de habitat. Em 2008, a Incab expandiu suas a ç õ e s p a r a o Pa nt a n a l d a Nhecolândia, no Mato Grosso do Su l, u m l o c a l c om m e n o s ameaças atuantes e onde as antas encontram-se em um estado de conservação menos ameaçado.

despejando na bacia do Rio Doce”. Os dados da pesquisa de Queiroz atualizam os dados até 2019, mas, de acordo com o p e s q u i s a d o r, m a t e r i a i s contaminantes ainda chegam ao local. “O volume liberado pelo desastre continua espalhado ao longo desses 600 quilômetros”, a rma. “Em 2015, por exemplo, os rej eitos for mavam uma

camada de três centímetros, aproximadamente; atualmente, a camada chega a 40cm”. “Nossos resultados indicam que os óxidos de ferro estão funcionando como uma fonte contínua de fósforo para o ecossistema estuarino, que podem aumentar o risco de eutro zação da bacia h i d r o g r á c a ”, a l e r t a o pesquisador. Queiroz realizou sua tese em Camaleão Furcifer 2017, ou seja, dois anos após o labordi rompimento da barragem. O pesquisador foi até o estuário e coletou amostras de solo e de água com o objetivo de avaliar os prejuízos ambientais causados pelo acúmulo de fósforo no local ao longo do tempo. “Nossos resultados indicam que os óxidos de ferro estão funcionando como uma fonte contínua de fósforo para o ecossistema estuarino, que

podem aumentar o risco de eutro zação da bacia h i d r o g r á c a ”, a l e r t a o pesquisador. Eutro zação é o processo que desencadeia a produção excessiva de plantas aquáticas (em especial, algas), resultando em um esgotamento do oxigênio na água e a morte de diversos animais, como peixes. “Os resultados indicaram essa alta a nidade do ferro com o fósforo”, enfatiza Queiroz. Todo esse processo foi importante para fazer um primeiro diagnóstico do que estava acontecendo por lá. Segundo dados do Ministério P ú b l i c o Fe d e r a l ( M P F ) , o desastre de Mariana afetou 41 cidades entre Minas Gerais e o Espírito Santo, degradou 241 hectares de Mata Atlântica, além de matar o equivalente a 14 toneladas de peixes.

Novo peixe é descoberto nas águas do rio Mamanguape, na Caatinga paraibana ©TELTON RAMOS

Pesquisadores descobriram uma nova espécie de peixe no interior da Paraíba. O batismo da espécie foi feito ao som de forró e samba, com uma homenagem a Jackson d o Pand e i ro [ 1 9 1 9 - 1 9 8 2 ] , compositor brasileiro natural do município de Alagoa Grande, situada na bacia do rio Mamanguape, uma das localidades onde o Parotocinclus jacksoni foi encontrado. O pequeno peixe pertence ao grupo dos cascudos, também chamados de limpa-vidros, devido a sua bocarra em formato de ventosa. Um indivíduo adulto pode medir até 4,1 centímetros, menor que a palma da mão humana. O peixe, de coloração acinzentada, possui características singulares, como a ausência de manchas arredondadas, típicas em outras espécies da região, e a presença das pontas da nadadeira caudal transparentes. Além da coleta feita em Alagoa Grande que rendeu o batismo cientí co-musical, o P. jacksoni também foi coletado em outros seis municípios paraibanos na bacia do rio Mamanguape, com uma área de ocorrência que os pesquisadores calculam em 118km². Curiosamente, apesar da bacia estar localizada na área

de transição entre biomas, com uma porção em domínio da C aat inga e out ra na Mat a Atlântica, o pequeno jacksoni aparenta ser um típico catingueiro, uma vez que a espécie foi encontrada apenas do lado da Caatinga da bacia. Além disso, ocorre sempre em áreas de correnteza, que são o habitat típico deste tipo de peixe. “Esses peixes são chamados de cascudos, chupa-pedras ou limpa-vidros porque têm a boca ventral que forma uma ventosa e normalmente esses peixes são encontrados só em áreas de correnteza, onde têm muita pedra, nas quais eles conseguem se xar com a boca e ali mesmo eles vão se alimentando do lodo das pedras. Por isso que uma ameaça ao grupo desses peixes são, por exemplo, as barragens, porque são estruturas que fazem a água deixar de correr e a água

parada pode afetar as populações destes peixes, que são adaptados às áreas de correnteza”, explica Te l t o n R a m o s , u m d o s p es quisadores p or trás da descoberta do P. jacksoni e um dos autores do ar tigo que descreve a espécie, publicado no periódico cientí co Journal of Fish Biology. Apesar da potencial ameaça citada por Telton, os próprios pesquisadores reconhecem que o atual estado de conservação do P. j a c k s o n i n ã o p a r e c e preocupante. O gênero Parotocinclus, ao qual pertence o jacksoni, é o mais diverso da família dos cascudos (Loricariidae), com 14 espécies descritas apenas na última década. Apenas nos cursos de água doce da região nordeste há 21 espécies do gênero reconhecidas pela ciência.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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CULTURA 3

09 A 16 DE SETEMBRO/2021

Durante séculos, Conheça a história das a calça comprida Icamiabas, as era exclusividade guerreiras Amazonas masculina As mulheres guerreiras Icamiabas não tinham marido e não deixavam homens se aproximarem de suas tabas (casas). Manejavam o arco e a echa com muita precisão e tinham a lua como sua protetora ©ROLAND STERVEN

Peça, antes exclusividade masculina, foi assumida pelas mulheres na luta por igualdade ©JOEMAN EMPIRE/CREATIVE COMMONS/WIKIMEDIA COMMONS

FOTO: REPRODUÇÃO

Ilustração de mulheres no século 18

R

oupas sempre foram s í m b o l o d e pertencimento de classe e status econômico. Até hoje, um olhar atento é capaz de adivinhar muito sobre uma pessoa de acordo com o modo como ela se veste. Mas o vestuário tem implicações mais profundas. Mostra disso é o que foi praticado por muitos séculos pelo sexismo masculino, que sempre tentou controlar as mu l heres, deter minando, inclusive, a maneira como elas deveriam se vestir. E, nesse contexto, a calça comprida é o melhor símbolo da opressão machista sobre as mulheres. Sob essa tentativa de controlar como a s mu l he re s s e ve st i am , o evidente desejo de esconder a sensualidade dos corpos femininos. Para se ter uma ideia, em 1881, eram tantas as peças que compunham um único traje feminino, que na Inglaterra a Liga das Reformistas pela Roupa Racional estipulou que as roupas

de baixo deveriam pesar no máximo 3 quilos. A despeito da pressão, a História sempre foi pontuada por mulheres dispostas a reclamar pela igualdade dos direitos. Ne s s a l u t a , t r o c a r s a i a s , anáguas, combinações, espartilhos e anquinhas pelas calças compridas foi, sim, uma conquista que transitou muito além da estética, carregando-se de significados sociais e políticos. Em 1836, a escritora francesa Aurore Dupin foi a primeira a e nt r ar no s s a l õ e s d a a lt a sociedade de calças. Nessa época, as mulheres deformavam o corpo usando espartilhos para acentuar a cintura. Já Aurore — que havia abandonado o marido, o barão Casemiro Dudevant — usava smoking como traje de festa. Para completar a atitude transgressora, surgia com um charuto na mão e o amante a tiracolo. Quando Aurore descobriu a praticidade das calças

masculinas, levou a brincadeira para o campo das letras, passando a assinar suas obras com o pseudônimo de George Sand. Suas heroínas sofriam, como a autora, em aventuras amorosas e questionavam o direito de ser mulher. Aurore namorou homens famosos, como o compositor Frédéric Chopin. Em uma at itude t amb ém isolada e irreverente, em 1850, a advogada Amelia Bloomer achou que as calças combinavam mais com o mundo que se urbanizava velozmente e aderiu a uma espécie de pantalona curta. O t raj e foi t ão explorado no figurino da advogada que ficou conhecido como calça Bloomer. A popularização da calça feminina aconteceu depois da Segunda Guerra pelas mãos da estilista francesa Coco Chanel. Ela desenvolveu roupas para mulheres que precisavam sair às ruas para trabalhar, mas sem nunca perder a elegância. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

Foto Antiga do ES ©VITRINECAPIXABA.BLOGSPOT.COM

Muitas lendas amazônicas mexem com o imaginário coletivo e são repassadas ao longo das gerações. Uma dessas lendas conta a história das Icamiabas, guerreiras indígenas conhecidas também como amazonas. O Portal Amazônia traz a história dessas guerreiras que viviam em tribos isoladas e sem a presença de homens. Não se sabe até que ponto a histór i a d as Ic ami ab as s e mistura com a ficção, sendo moldadas por lendas e pela visão eurocêntrica dos povos indígenas. A história tem sua origem na lenda grega das amazonas e foi devido a elas que batizaram o estado do Amazonas e a selva amazônica. Origens Na lenda, as Icamiabas eram mulheres altas, musculosas, de pele clara, cabelos compridos e negros, foram encontradas quando expedicionários esp an hóis, liderados p elo espanhol Francisco Orellana, chegaram, em 1542, à região que hoje é conhecida por Amazônia. Eram conhecidas pelos povos indígenas como icamiabas, mas devido aos seus costumes, logo foram associadas às guerreiras amazonas, da mitologia grega.

Ritual Você já deve ter ouvido falar no muiraquitã, amuleto em forma de animal, geralmente feito com minerais como a nefrita. Esse amuleto também está relacionado à lenda das icamiabas. Como essas guerreiras não tinham maridos e não deixavam homens se aproximar, uma vez por ano elas recebiam os guerreiros Guacaris. Preparavam um banquete à beira do rio e, quando a lua estava cheia, iam at é a á g u a e d e r r u b av a m perfumes para tomar um banho purificador. Ap ó s o b an h o, f a z i am muiraquitãs e davam os amuletos aos seus parceiros para dar sorte ou então eram colocados em tranças no cabelo das noivas, casamento no qual só era feito naquele período de fertilidade e para a procriação. Depois de meses, nasciam várias crianças: se fosse um menino, era entregue aos guerreiros para criá-lo; se fosse uma menina, as icamiabas a criavam. Origem de Nhamundá A história do município de Nhamundá, distante 382 quilômetros de Manaus, está ligada aos atos heroicos descritos das índias icamiabas.

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A localidade guarda o acontecimento histórico, o encontro entre espanhóis e grandes índias guerreiras. O embate na expedição de Orellana, em viagem pelo Amazonas e o encontro do lugar místico de mulheres, foi relatado por Frei Gaspar de Carvajal. Na narrativa, as mulheres guerreiras da tribo vencem os exploradores, onde hoje está localizado Nhamundá, embora muitas tenham sido mortas. Icamiabas hoje Com um grande legado de empoderamento feminino, a lenda inspirou alguns desenhos televisivos, como "As Icamiabas" produzido pela TV Cultura. A produção paraense traz aventuras protagonizadas pelas personagens: Iuna, Laci, Conori e T hy n i , q u at r o m e n i n a s indígenas inspiradas nas lendas das guerreiras amazonas. Outra animação é a "Icamiabas na Amazônia de Pedra", série de Otoniel Oliveira e pro duzid a p elo E stúdio Iluminuras, que também é prot agonizada p or quatro super-heroínas indígenas que salvam a cidade de criaturas do folclore nacional. Também são conhecidas como as "Meninas Superpoderosas da Amazônia". LUCIANO DANIEL


4 EDUCAÇÃO

09 A 16 DE SETEMBRO/2021

MEC promoverá a 2ª Pandemia causa impactos edição do curso Educação na alfabetização de de Surdos em Tempos de crianças Pandemia Pelo PNE, Brasil deve zerar taxa de analfabetismo até 2024

O curso visa promover a formação continuada de professores que atuam ou desejam atuar na educação de surdos

©KAJAKIKI/ISTOCKPHOTO

©AGÊNCIA EDUCA MAIS BRASIL

O Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia (Faced/UFU), promoverá a segunda edição do curso de aperfeiçoamento Educação de Surdos em Tempos de Pandemia. As inscrições foram abertas nesta quarta-feira (08) e seguem até o dia 25/09. O curso foi elaborado com o intuito de promover a formação continuada de professores que atuam ou que desejam atuar

futuramente na educação de surdos, instrumentalizando-os para a investigação de fundamentos, princípios e prát icas p e dagóg icas mais apropriadas aos estudantes surdos da educação básica nas demandas de oferta do ensino escolar remoto em todo o Brasil. Foram disponibilizadas mil vagas destinadas aos professores de todo o Brasil. A formação possui duração prevista de seis me s e s , s e nd o i n i c i a d a e m outubro de 2021 e nalizada em março de 2022, totalizando 180

horas de carga horária total. As au l a s d o c u rs o s e r ã o realizadas virtualmente por meio da plataforma Moodle CEAD da UFU, e serão disponibilizadas de segunda-feira a domingo, com horário ilimitado para serem acessadas de acordo com a disponibilidade do cursista. Será obr igatór io ter um acess o semanal de oito horas. Além disso, os cursistas deverão acessar os materiais d i s p on i bi l i z a d o s , e s tu d ar, interagir e realizar as atividades propostas.

Senai abre inscrições para o Grand Prix de inovação ©SENAI/DIVULGAÇÃO

Estão abertas as inscrições para a edição 2021 do Grand Pr i x S e n ai d e In ov a ç ã o, competição gratuita em que estudantes do ensino médio, de cursos técnicos, de quali cação e de aprendizagem, tecnólogos e universitários têm até 72 horas para pensarem soluções para desa os da indústria, prop o s t o s p or e mpre s a s parceiras. R e a l i z a d a p el o S e r v i ç o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a competição deste ano será via online, envolvendo projetos relacionados com as

tecnologias de informação e comunicação. Nela, times formados por grupos de três a cinco pessoas com idade a partir de 16 anos deverão criar, desenvolver e prototipar sua ideia.

As inscrições poderão ser feitas até 13 de outubro na p á g i n a d o G P : http://www.portaldaindustria. com.br/senai/canais/grandprix-de-inovacao/. Segundo os organizadores, o GP é uma oportunidade para que estudantes dos ensinos público e privado vivenciem desa os do setor produtivo, de forma a aproximá-los das grandes indústrias. Entre as parcerias do Senai na edição deste ano estão as empresas Google e Cisco.

No Brasil, 11 milhões de pessoas são analfabetas. São pessoas de 15 anos ou mais que, pelos critérios do Instituto Brasileiro d e G e o g r a a e E st at íst i c a (IBGE), não são capazes de ler e escrever nem ao menos um bilhete simples. Pelo Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, que estabelece o que deve ser feito para melhorar a educação no País até 2024, desde o ensino infantil até a pósgraduação, o Brasil deve zerar a taxa de analfabetismo até 2024. No Dia Mundial da Alfabetização, celebrado nesta quarta-feira (8), professores que trabalham com a alfabetização de crianças falaram sobre os impactos da pandemia na etapa de ensino e sobre a rotina de seus trabalhos. O professor do terceiro ano do ensino fundamental da Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá, no Distrito Federal, Mateus Fernandes de Oliveira diz que ainda não conseguiu parar para sentir o cansaço que todo o período de pandemia causou até aqui. Nos últimos 18 meses, ele precisou lidar com diversas situações, incluindo famílias de estudantes com fome. Foi preciso que a escola se organizasse para distribuir cestas básicas nas casas dos alunos. "A gente estava falando de falta de alimentos em casa. Famílias passando por necessidades. Não era possível cobrar de uma família que estava preocupada com alimentação que desenvolvesse um processo de escolarização em um momento como este. A gente entendeu que a escola pública, como parte do Estado, tem responsabilidade social. O Estado deveria cuidar das necessidades básicas, mas não estava dando conta. A escola teve que se mobilizar". Enquanto a escola esteve fechada, o professor chegou até mesmo a visitar os estudantes pessoalmente, levar para eles as atividades e veri car como

estavam. A maior parte dos alunos não tinha acesso à internet e acabava não participando das aulas on-line. Agora a escola voltou em um modelo híbrido, intercalando ensino presencial e ensino remoto. Oliveira percebe que as desigualdades se acentuaram. Aqueles alunos que vêm de um contexto familiar em que a leitura faz parte do cotidiano, em que há livros e revistas em casa, chegam agora ao terceiro ano do fundamental sabendo ler e escrever. Aqueles que moram em casas com pouca ou nenhuma leitura, às vezes sem mães e pais alfabetizados, acabam tendo um conhecimento aquém do esperado para crianças com oito ou nove anos de idade. "Não dá para considerar este ano como só este ano. É pensar este ano e o seguinte como duas coisas contínuas, porque senão a gente se exaspera e atropela os processos. Atropela o tempo de entender o que a gente sentiu e o que está sentindo e de perceber que caminhos pode trilhar. A gente pode acabar até gerando o contrário do que gostaria. Em princípio, é preciso ter calma e, ao mesmo tempo, saber que não temos tempo a perder". Em Corumbá (MS), foi com cachorrinhas que a professora da Escola Municipal Almirante Ta m a n d a r é , S ô n i a B a y s , conquistou os alunos e conseguiu medir o que eles haviam aprendido em um ano de pandemia. Ela dá aula para o primeiro ano do ensino fundamental, estudantes de seis anos, que estão começando a ser alfabetizados. "Queria fazer algo mais lúdico. Acredito que as crianças são penalizadas por estar longe da escola. Criança em fase de alfabetização precisa da escola", diz. Diante das di culdades de ensinar a distância e por meio de tecnologias, ela gravou um vídeo apre s e nt an d o o s própr i o s animais de estimação e pediu

que os pais estimulassem os lhos a fazer o mesmo com seus bichinhos. "Na fase da alfabetização, a criança precisa de oralidade. Ela fala e depois transfere para o papel. É preciso estimular essa espontaneidade, essa fala das crianças". Ao pequeno grupo que estava sendo atendido presencialmente em horários especiais na escola, ela pediu que desenhasse e, se soubesse, escrevesse os nomes dos animais. Foi assim que avaliou o que os alunos sabiam e aquilo em que tinham di culdades. Com base nas atividades desenvolvidas com as crianças, surgiu o trabalho Alfabetização e Infância em Te m p o s d e P a n d e m i a , apresentado em agosto no 5º Congresso Brasileiro de Alfabetização. A maior parte dos alunos de S ônia está em situação de vulnerabilidade. Não é raro que as famílias tenham apenas um celular com acesso limitado à internet. A estratégia, muitas vezes, durante mais de um ano de pandemia, era mandar vídeos por WhatsApp, para que os responsáveis baixassem usando a internet do trabalho e, depois, mostrassem para as crianças. No ano passado, ela chegou a conhecer os alunos pessoalmente, antes do fechamento das escolas por causa da pandemia. A turma desse ano, no entanto, era uma lista com 23 nomes e contatos. Sônia fez questão de entrar em contato com cada um por ligação e convers ar com a lunos e famílias. A logística não foi simples, alguns estudantes precisaram ir para uma área com wi- aberto, para receber a videochamada. A escola foi retomando aos poucos o ensino presencial. Primeiro, apenas uma vez por semana para atender aos alunos que não tinham acesso a aulas remotas. Agora, a escola voltou às aulas presenciais em esquema de revezamento, com turmas reduzidas. "Os professores, cada um de uma série, selecionaram os conteúdos que seriam prioritários, que seriam essenciais. Não vamos ter como dar conta de tudo. Estamos focando em leitura e escrita", diz e acrescenta: "Os alunos não perderam o ano, eles ganharam a vida. Se antes já tínhamos dé cit de aprendizagem, agora também temos, ainda maior. Teremos que redobrar o trabalho para vencer isso".


POLÍTICA 5

09 A 16 DE SETEMBRO/2021

Jorge

Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco

jorgepachecoindio@hotmail.com

Interina Luzimara Fernandes

“A voz do povo é a voz de Deus. Com Deus e com o povo venceremos, a serviço da Pátria, e o nome político da Pátria será uma Constituição que perpetue a unidade de sua Geografia, com a substância de sua História, a esperança de seu futuro e que exorcize a maldição da injustiça social”, Ulysses Guimarães ©DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Temer confirma atuação em nota de Bolsonaro: "Bom ao País"

entrega de um documento ao senador Rodrigo Pacheco e até o momento infelizmente não tivemos êxito nisso. Permanecemos no aguardo de ser recebido pelo mesmo. Talvez existam algumas questões. Quanto tempo vai durar? Já antecipo:

©ADRIANO MACHADO/REUTERS

Logo após a divulgação da carta à nação em que o presidente Jair

Nos atos de 7 de s etembro, B olsonaro chamou Moraes de canalha e declarou que não mais respeitaria qualquer decisão vinda do gabinete do ministro, o que poderia con gurar crime de responsabilidade, conforme alertou

Bolsonaro tentou recuar de sua postura beligerante em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF), o e x - p r e s i d e n t e M i c h e l Te m e r con rmou que participou ativamente da produção do documento e se disse convencido de uma mudança de postura por parte do chefe do Palácio do Planalto. Em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, Temer esclareceu que foi a Brasília em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) hoje cedo, a convite de Bolsonaro, após fazer ponderações sobre a crise institucional ao presidente na noite de ontem e dizer, por telefone, que era preciso paci car o País. "Eu vim, trouxe um esboço de uma declaração, submeti a ele durante o almoço. Ele fez uma pequena observação", a rmou o expresidente. "Penso que causou boa repercussão e que ele Bolsonaro se convenceu, de nitivamente, que esse é o melhor caminho. Acho que foi bom para o País", acrescentou. Temer disse que também telefonou para o ministro Alexandre de Moraes, do STF, hoje o principal desafeto do presidente. "Ministro Alexandre não tem nada pessoal contra o presidente nem contra ninguém. Ele me disse que decidia juridicamente e qualquer contestação deveria vir pela via peticional", contou o ex-presidente na entrevista. "Ambos dizem que querem trabalhar pelo Brasil." Moraes foi ministro da Justiça de Temer e foi indicado por ele para o STF.

ontem o presidente do STF, Luiz Fux. A nota da presidência da República veio um dia após a reação de Fux. Moraes passou a ser o inimigo número 1 do Planalto depois de incluir Bolsonaro no inquérito das fake news. AJUFE

Caminhoneiros se reúnem com Bolsonaro e mantêm protestos Após reunião com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, caminhoneiros indicaram que devem continuar mobilizados até serem recebidos pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEMMG). Pacheco é pressionado por caminhoneiros bolsonaristas a avaliar pedido para abertura de processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), principal alvo de Bolsonaro na Corte. Dois dias após os atos antidemocráticos de 7 de Setembro, caminhoneiros que são a favor do governo ainda promovem manifestações em rodovias de 13 Estados nesta quinta-feira, 9, mas a Polícia Ro doviár ia Fe dera l conseguiu zerar bloqueios nas estradas. As pautas são as levantadas por Bolsonaro, com ênfase nas críticas ao STF e nos pedidos pela destituição de Moraes. "A gente estabeleceu uma pauta de

nós estamos aguardando sermos recebidos pelo senador Rodrigo Pacheco. Até que isso seja realizado estamos mobilizados em todo o Brasil", a rmou disse Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como 'Chicão Caminhoneiro', que disse não ser possível adiantar quais reivindicações estarão no documento destinado a Pacheco. Tanto Chicão como o outro transportador autônomo que falou com jornalistas após a reunião a rmaram que Bolsonaro não lhes f e z n e n hu m p e d i d o. O nt e m , pressionado pelo temor do efeito das paralisações na economia, Bolsonaro circulou um áudio pedindo que os c am i n hone i ro s l ib e r a ss e m a s rodovias. "O presidente não nos pediu nada. Nós estamos aqui numa visita de cortesia, visto que viemos ao Senado. Infelizmente até o momento não pudemos ser recebidos, e como estamos mobilizados aqui aproveitamos a oportunidade de

estar com o presidente, que foi muito cordial. E estamos avançando no sentido de construir uma agenda que seja positiva para todo o povo brasileiro", disse Chicão. Presente na reunião, a deputada e aliada de Bolsonaro Carla Zambelli (PSL-SP) a rmou que o presidente "não controla o movimento", mas que teria repetido sua preocupação com "os mais vulneráveis" diante das paralisações nas rodovias. "O presidente externou para eles a preocupação com os mais vulneráveis na questão da paralisação, e foi ouvido por eles, e a voz deles na verdade é a voz do povo brasileiro", disse a deputada. Caminhoneiro do Mato Grosso, Cleomar Araújo a rmou que a pauta dos manifestantes "sempre foi o STF via Senado". "Nossa pauta nunca foi com o presidente, nossa pauta sempre foi STF via Senado. O Senado teria obrigação de atender e tentar r e s o l v e r a n o s s a q u e s t ã o. A insatisfação do povo brasileiro com o judiciário. Seria isso", disse Araújo. Chicão Caminhoneiro declarou ainda que as mobilizações não têm relação com o preço atual dos combustíveis. "Estamos mobilizados pelo direito de lib erd ade, de express ão, manifestação. O povo infelizmente está sendo impedido de se posicionar em muitas questões e precisamos que isso mude, que a Constituição seja respeitada", disse.

PL proíbe pessoas condenadas por violência

contra mulher a exercerem cargos públicos municipais de Guarapari A Câmara de Guarapari aprovou o Projeto de Lei n°104/2021, que proíbe a nomeação de pessoas que já tenham sido condenadas por crimes sexuais e por violência doméstica, para exercerem qualquer cargo efetivo e comissionado, f unçõ es de con ança e cargos de designação temporária, em todo o âmbito da Administração Pública Direta e Indiret a do Município de Guarapari. A autoria do PL é da vereadora Kamilla Rocha que também integra a C omissão Permanente de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher, como membro. A matéria agora segue para sanção do Poder Executivo. “Nossa proposição veda apenas a nomeação de servidores que foram condenados e sentenciados, e cujos processos judiciais já tenham transitado em julgado, não sendo possível a admissão de mais nenhum recurso jurídico. Esta vedação se aplica aos casos de crimes contra a dignidade sexual previstos no Título VI do Código Penal Brasileiro; e crimes de v i o l ê n c i a c o nt r a a mu l h e r, tipi cados na Lei Federal nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 [Lei Maria da Penha]”, explicou Kamilla Rocha. ©REPRODUÇÃO

'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES


6 TECNOLOGIA

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Maior avião executivo do Pesquisadores criam mundo bate recordes de nanogerador que acende lâmpadas velocidade ©DIVULGAÇÃO/GULFSTREAM

O G700, da Gulfstream, considerado o maior avião executivo do mundo, bateu dois recordes de velocidade transatlântica. No primeiro voo comercial do G700, de Savannah, na Geórgia, a Doha, no Qatar, ele se tornou o maior jato executivo do mundo a fazer o trajeto de 12.428 quilômetros (6.711 milhas náuticas), sem escalas, a 1.086 km/h (velocidade Mach 0,88), em 13 horas e 16 minutos. Antes de retornar para Savannah, a aeronave estabeleceu o outro recorde a voar de Doha a Paris, na França, voando 5.468 quilômetros (2.953 milhas náuticas) a uma velocidade média de 1.110 km/h (Mach 0,90) por 6 horas e 15 minutos. Mark Burns, presidente da Gulfstream, disse que o voo foi “excepcionalmente bem”, observando que o G700 viajou usando uma mistura de combustível de aviação de baixas emissões (SAF). O G700, da Gulfstream, tem um alcance máximo de 13.890

©ETH/DIVULGAÇÃO

quilômetros (7.500 milhas náuticas) a 1.041 km/h (Mach 0,85). O avião equipado com dois motores Rolls-Royce Pearl 700 tem a maior cabine da aviação executiva. “A aeronave não só provou sua capacidade de velocidade e distância. A cabine totalmente equipada também está recebendo ótimas críticas por seu tamanho, ambiente, qualidade e exibilidade impressionantes”, disse Burns. O primeiro anúncio do avião foi feito pela Gulfstream em 2019. Agora, o primeiro cliente será o Qatar Airways Group, que pagará US$ 78 milhões (cerca de R$ 403,7 milhões) pela aeronave que tem como concorrentes o

Falcon 10X, da Dassault, e o Global 7500, da Bombardier. O Qatar Executive opera sete Gulfstream G650ERs e espera a e nt r e g a d e m a i s o i t o n o s próximos dez meses. A empresa também tem três Bombardier Global 5000s, um Global XRS e um Airbus A319CJ. “O Qatar Executive cresceu exponencialmente durante a pandemia de covid-19. A média mens a l de horas de blo co reservadas cresceu 76% ano a ano e as consultas de reservas aumentaram em mais de 100%”, a rmou Akbar Al Baker, CEO do Qatar Airways Group, em um comunicado.

Startup cria sistema que transforma colinas em grandes baterias ©RHENERGISE

Segundo a Bloomberg New Energy Finance, o mercado global de armazenamento de energia precisa crescer 100 vezes o seu tamanho atual. Isso porque para apoiar o crescente sistema de geração de energia renovável, será necessário muito mais armazenamento de energia. Uma equipe de engenheiros britânicos da startup RheEnergise chegou a uma solução de armazenamento de energia de baixo custo, eficiente em termos de energia e com b a i x o i mp a c t o a m b i e nt a l . Chamada High-Density Hydro, ela utiliza a gravidade das colinas e encostas para gerar energia. O sistema utiliza uma das formas mais antigas de armazenamento de energia, como em uma usina hidrelétrica que bombeia água colina acima quando a energia é barata e a libera quando necessário para girar turbinas e gerar mais eletricidade. A diferença é que em vez de usar água, a

com caminhada

RheEnergise criou um fluido 2,5 vezes mais denso do que a água. Desta forma, ele pode fornecer proporcionalmente 2,5 vezes mais energia, sendo muito mais eficiente quando comparado a um sistema convencional de energia hidrelétrica de baixa densidade, como os que já operam em diversas partes da Europa. O líquido chamado HighDensity Fluid R-19 (patenteado pela empresa) é bombeado através de tubos subterrâneos morro acima e, quando é necessário gerar energia, ele é liberado novamente por tubos subterrâneos em declive, produzindo energia por meio de turbinas hidráulicas. O líquido segue para tanques de armazenamento enterrados no subsolo, criando um ciclo fechado e contínuo. Uma grande vantagem da

tecnologia é que ela pode operar em pequenas colinas, sem a necessidade de montanhas íngremes, já que requer menor inclinação para funcionar de forma sustentável e rentável. Segundo uma análise da empresa, existem cerca de 9,5 mil colinas somente no Reino Unido onde poderiam ser feitas instalações. Já na Europa, a estimativa é que existam 80 mil locais que poderiam receber a estrutura, e mais de 160 mil na África. Os idealizadores garantem que o sistema HD Hydro será mais rápido de construir e mais fácil de manter e, portanto, terá menor custo. “O armazenamento de energia, como nosso sistema HD Hydro, permitirá o aumento da implantação de geração eólica e solar para alcançar a transição de energia; as renováveis, por serem intermitentes, requerem soluções de armazenamento flexíveis, eficientes e de baixo custo”, disse Stephen Crosher, CEO da empresa. A RheEnergise pretende ter seu primeiro sistema comercial operando em 2024 e mais de 100 sistemas na próxima década.

Cientistas do Eidgenössische Technische Hochschule (ETH) e do Laboratório de Federal de Ciências Materiais e Tecnologia da Suíça desenvolveram um nanogerador acoplado a um chão de madeira, que permite o acúmulo e transmissão de energia derivada da caminhada para acionar pequenos dispositivos. O paper do material foi publicado no jornal Matter. Montado da forma mais direta possível — fazendo um “sanduíche” onde eletrodos são inseridos entre duas tábuas de madeira, com as tábuas em si s endo re vest idas p or uma camada de silicone e nanocristais embarcados, os especialistas criaram um material capaz de transmitir energia com até 80 vezes mais e ciência — em testes, passos simples sobre o chão foram su cientes para acender uma lâmpada LED. Se você estranhou o fato de “madeira” — que é eletricamente isolante — e “energia” estarem na mesma frase, você não está sozinho. Entretanto, os

pesquisadores basearam seu trabalho na reprodução controlada do chamado “efeito triboelétrico”, ou seja, quando um material ca eletrizado após entrar em contato com outro. “A madeira é, basicamente, t r i b on e ut r a”, d i s s e Gu i d o Panzarasa, líder do grupo de pesquisa e professor da ETH, em Zurique. “Isso signi ca que ela não tem nenhuma tendência de adquirir ou perder elétrons. Isso limita a habilidade do material de gerar eletricidade, então o desa o foi o de criar uma versão da madeira que fosse capaz de at r a i r e s s e s e l é t r o n s”, e l e explicou. Aí é que entrou a camada de silicone que mencionamos. Especi camente, a substância us ada no re vest imento da madeira se chama “Dimetil polissiloxano” — “PDMS”, na sigla em inglês — em um lado de uma das tábuas, enquanto a outra tinha cristais chamados “ZIF-8” (ou “zeolitic imidazolate framework-8”). O primeiro tem a l t a c ap a c i d a d e d e at r a i r elétrons, enquanto o segundo perde elétrons com facilidade.

A madeira escolhida não seguiu muitas especi cações, mas os cientistas deram preferência para a pícea (ou pinho alemão), um tipo de madeira comumente usada em projetos de construção civil na Europa. “O nosso foco foi demonstrar a p o ss ibi l i d a d e d e a lte r ar a madeira com procedimentos relativamente amigáveis ao ambiente, para torná-la triboelétrica”, disse Panzarasa. “O pinho alemão é barato e fácil d e a c h a r, a l é m d e t e r propriedades mecânicas favoráveis. A abordagem para tornar esse conjunto funcional é na verdade bem simples, e pode ser escalada para níveis industriais com um pouco de engenharia criativa”. Segundo ele, a expectativa é que seu trabalho seja usado na construção de projetos como casas inteligentes de forma mais sustent ável, p or meio dos nanogeradores. O uso da madeira em construções do tipo também ajudaria no alívio do consumo de dióxido de carbono (CO₂), reduzindo o despejo d e s s e g á s n a at m o s f e r a e au x i l i a n d o o c o nt r o l e d o aquecimento global. Antes disso, porém, Panzarasa e sua equipe querem pesquisar revestimentos mais ecologicamente amigáveis que o silicone aplicado: “Ainda que tenhamos nos concentrado em pesquisa básica, eventualmente, o trabalho que zemos deve levar a aplicações práticas no mundo real”, disse o cientista. “O objetivo nal é compreender o potencial da madeira além do que já conhecemos sobre ela, permitindo-lhe novas propriedades para construções inteligentes no futuro”.

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068


CIÊNCIA 7

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Manuscritos medievais sobre lenda do Rei Arthur podem mudar interpretação da história Em julho deste ano, um grupo de pesquisadores lançou um livro que explora diversas descobertas feitas a partir do artefato

Sinais de rádio do espaço profundo podem vir de um tipo raro de estrela

©DIVULGAÇÃO/DON HOOPER/ARQUIVO PESSOAL

Em julho de 2021, um time britânico de pesquisadores das universidades de Bristol e Durham publicou o livro "e Bristol Merlin: Revealing the Secrets of a Medieval Fragment" (Ou, em tradução livre, "O Merlin de Bristol: Revelando os Segredos de um Fragmento Medieval"), que aborda os achados de um intrigante estudo feito por eles. Segundo repercutido pela revista Galileu, a obra tem como objeto de foco um grupo de sete manuscritos medievais que foram descobertos em meados de 2019 na cidade de Bristol, Inglaterra. Os artefatos, que

continham diversos trechos ilegíveis por conta do efeito do tempo, falavam sobre a mágica lenda do Rei Arthur e de seu guia, o mago Merlin. Eles foram analisados pela equipe com o auxílio da tecnologia de imagem multiespectral, que faz fotogra as a partir de diferentes comprimentos de onda eletromagnética. Um asp ec to que chamou at e n ç ã o a re s p e it o d e s s e s documentos históricos, então, foi sua idade: os papéis eram datados do período entre os anos 1250 e 1275. Seu local de origem, por sua vez, era a França. “A maioria dos manuscritos do

texto que se sabe ter estado na Inglaterra medieval foi composta depois de 1275, então este é um exemplo especialmente antigo (...), especialmente daqueles que encontraram seu caminho da Inglaterra à França na Idade Média”, explicou Leah Tether, uma das envolvidas na pesquisa, em comunicado publicado na Phys Org. O livro lançado pelos especialistas, que ainda não possui uma edição em português, revela alguns detalhes da história do Rei Arthur, mas de uma maneira diferente da que conhecemos — o que abre espaço para que novas interpretações sejam feitas. O ferimento in igido na coxa do Rei Claudas, por exemplo, que era o adversário do protagonista, poderia ter sido na verdade apenas uma metáfora para a sensação de imponência, s egundo esp e c u l ado p elos pesquisadores, uma vez que neste manuscrito mais antigo ele não está presente.

Fóssil de tubarão com dentes em forma de pétala é encontrado na China ©YANG DINGHUA

BOB BEHNKEN

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Fósseis de um tubarão da espécie Petalodus ohioenesis, que viveu há 290 milhões de anos e tinha dentes em formato de pétala, foram encontrados em formações rochosas da cidade de Yangquan, na China. Esta é a primeira vez que a espécie foi achada no país e a descoberta foi descrita em artigo publicado na edição de agosto da revista cientí ca Acta Geologica Sinica. A espécie do animal pôde ser de nida graças ao formato dos setes dentes encontrados em Ya n g q u a n : s e u s c í n g u l o s (protuberâncias na coroa do dente) são verticalmente

estreitos e suas raízes são muito mais longas do que as vistas em

outras espécies. Além disso, o estudo também observou que o

©SHUTTERSTOCK

Em 2018, astrônomos descobriram um evento conhecido como “FRB” — ou “disparo rápido de rádio”, na sigla em inglês — que pensaram ser emitido por um sistema de estrelas binário. Entretanto, um novo estudo publicado na Nature descartou essa ideia, descartou essa possibilidade, admitindo em seu lugar algo ainda mais raro. O chamado “FRB 20180916B” emite os sinais de rádio uma vez a cada 16 dias, e segundo a p es quis adora Inés PastorMarazuela, uma astrofísica da Universidade de Amsterdã, o emissor destes sinais pode ser um magnetar, um tipo muito raro de estrela de nêutrons, tida como o ímã mais poderoso do universo. Antigamente, pensava-se no sistema binário — um onde uma estrela age em conjunto com outra estrela — pelo seu efeito “na cor” dos sinais de rádio, de acordo com as suas frequências: no que tange à luz visível, ondas mais curtas são azuis, enquanto ondas mais longas são vermelhas. Se a fonte dos sinais emitidos pelo “FRB 20180916B” fosse um sistema de estrelas binário, a expectativa de pesquisas anteriores era a de que poderosos ventos estelares carregados de partículas energéticas deveriam deixar escapar mais luz azul e, ao mesmo tempo, bloquear mais ou toda a luz vermelha. “Esses modelos pareciam ser os cenários mais prováveis antes do nosso estudo”, disse PastorMarazuela, que, junto de sua equipe, decidiu colocar essa tese à prova, combinando análises de dois dos maiores telescópios do

mundo — o LOFAR (LowFrequency Array) e o WSRT (Westerbork Synthesis Radio Telescope), ambos localizados na Holanda. Com um, eles programaram análises de luz azul, enquanto o outro veri cou a luz vermelha, mas ambos estavam operando ao mesmo tempo. O resultado: dois dias de luz azul, e três dias de luz vermelha, desmentindo pesquisas anteriores por completo já que a obser vação descartava a hipótese de um sistema de estrelas binário. Um magnetar, p oré m , c ab e r i a d e nt ro d a observação, de acordo com Pastor-Marazuela. Só há um problema com essa hipótese: historicamente, os magnetares são conhecidos por seus giros nu m e ro s o s , g r a ç a s a u m a velocidade avançada de rotação. Um objeto desse tipo, emitindo sinais a cada 16 dias, implicaria e m u m a r o t a ç ã o consideravelmente lenta — algo inédito até hoje. Estudar os FRBs é uma parte importante da astronomia: a grosso modo, um único disparo deles consegue dispensar mais energia em milésimos de segundo do que o Sol faria em um século. Entretanto, o nome “disparo rápido” não vem à toa: eles ocorrem e somem, literalmente, em um piscar de olhos. Então nosso

conhecimento sobre eles é bem raso. A natureza cíclica do “FRB 20180916B”, no entanto, nos dá um espaço maior para observarmos e estudarmos o fenômeno, e o novo estudo sugere que alguns desses disparos possam ser livres de qualquer material nas p r ox i m i d a d e s , c o m o u m a nuvem densa de elétrons, que poderia ofuscar as cores observadas. Sinais tão puros podem ajudar pesquisadores com uma dor de cabeça cientí ca que existe há tempos: a localização de metade da matéria bariônica do universo. “Bariônica”, vale lembrar, é a matéria observável do espaço. Feita de partículas chamadas “bárions”, é ela quem faz estrelas, planetas e galáxias. Entretanto, apenas cerca de 50% dela foi observada por nós até hoje. Os FRBs, argumentam os cientistas, podem ajudar nisso: conforme os sinais passam por nuvens de matéria bariônica, especula-se que as luzes azuis quem mais presas que as vermelhas. Ao avaliar a diferença de tempo com o que as luzes vermelhas e azuis chegam na Terra, é possível estimar por quantas nuvens bariônicas os FRBs passaram em seu caminho. O estudo está sendo avaliado pelos seus congêneres para con rmação da hipótese.

P. ohioenesis tem coroas no formato de pétalas e raízes na forma de língua. A pesquisa também indica que a grande arcada dentária do tubarão e seus dentes a ados com numerosos e nos sulcos verticais foram adaptados para morder e cortar tecidos moles. Outra caraterística curiosa é que cristas horizontais cercavam as bases da coroa dos dentes e podiam ajudam a evitar que as presas escapassem da mordida, uma vez que essa anatomia aumentava a fricção entre o

dente e o tecido mole abocanhado. Com esse per l, os pesquisadores acreditam que os P. ohio enesis eram p eixes semelhantes a tubarões, que viviam uma vida predatória e provavelmente estavam no topo da cadeia alimentar dos oceanos do Paleozoico tardio. Estima-se que eles tinham de três a cinco metros de comprimento. Além disso, fósseis dessa espécie já foram encontrados em diversas regiões do Hemisfério Norte, inclusive na Europa e na

América do Norte. "A dispersão bem-sucedida do Petalodus — da Euramérica para o bloco do Norte da China — ao longo do oceano Paleo-Tétis indicou que Pet alo dus já p ô de ter a capacidade de migrar através do oceano e pôde ser um predador de topo com forte capacidade de nadar", a rma Gai Zhikun, coautor do artigo e pesquisador do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia d a Ac a d e m i a C h i n e s a d e Ciências, em nota à imprensa.


8 BEM-ESTAR

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Café também serve de suplemento, redutor de gorduras e celulite O café, além de ser uma bebida superpopular, ainda pode ser utilizado para ajudar no tratamento contra a queda de cabelo

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665

Taça cremosa de pêssego

©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

1) Queda de Cabelo A cafeína presente no café, bastante conhecida pela sua ação termogênica foi estudada na redução da queda de cabelo em pacientes com alopecia de p adrão androgenét ico. D e acordo com a especialista, o produto estimulou o crescimento dos os e reduziu os fatores envolvidos na queda c ap i l a r. E s s e e s t í mu l o a o crescimento dos cabelos parece estar relacionado ao aumento da produção endógena de fatores de crescimento responsáveis pela regulação do crescimento e queda capilar. "O mecanismo de ação apre s e nt a d o p e l a c a f e í n a , mostrou que o ativo, pode ser um coadjuvante no tratamento do problema que acomete homens e mulheres e que tem sido uma queixa frequente no período da pandemia", destaca Leandra.

©GUIA DA COZINHA

2) Celulite Desde muito tempo o efeito da cafeína nos quadros de celulite é conhecido. A substância tem a capacidade de favorecer a circulação sanguínea na pele e, com iss o, p otencia liza a drenagem e o controle do quadro. Porém, hoje em dia existem versões mais so sticadas qu e p o d e m mel hor ar e ss e resultado. "É o caso da nanocafeína. Com o tamanho de partícula muito pequena, a forma nano otimiza a permeação cutânea, levando o ativo exclusivamente onde ele t e m q u e a t u a r. A n o v a apre s e nt a ç ã o d a c afe í na é pro du z i d a n o Br a s i l, c om tecnologia gerada em nossas universidades e pode ser veiculada em géis, cremes e loções", aponta. 3) Redução de gordura O último ponto citado pela farmacêutica é o grão de café verde. Segundo ela, ele possui como principais constituintes a cafeína, a teobromina e teo lina, os taninos e avonoides e o ácido clorogênico. "O último, combinado com a cafeína, pode diminuir a acumulação de gorduras nas células. Além disso, o ácido feruloilquínico e o ácido neoclorogênico aumentam a at i v i d a d e d e u m a e n z i m a responsável pela oxidação de gordura no fígado" ressalta. Ainda conforme a especialista, estudos apontam que o ácido clorogênico do café verde pode

reduzir a absorção de glicose no intestino e contribui para o controle dos níveis de açúcar no sangue. "Dessa forma, o grão de café verde pode prevenir o acúmulo subsequente de gordura corporal, e contribuir para a liberação e decomposição d e t r i g l i c é r i d e s d o te c i d o adiposo", acrescenta. 4) Suplementação Leandra de Sá também lembra que a cafeína cou popular entre os atletas. Isso porque pode reduzir os efeitos do cansaço, aumentar o estado de alerta, aumentar a força de contração muscular, diminuir a fadiga muscular, estimular a diurese, e entre outras vantagens, o que, teoricamente, favorece o emagrecimento. "Ela pode ser adquirida na forma manipulada em cápsulas ou shakes. E é recomendado que o uso do suplemento de cafeína s e j a f e i t o c o m , aproximadamente, 30 minutos d e a nt e c e d ê n c i a , n o c a s o daqueles que praticam treinos". Dessa forma, de acordo com ela, a cafeína terá tempo su ciente para começar a agir no corpo e gerar os efeitos desejados. Mas atenção, a prescrição da cafeína deve ser realizada e acompanhada por médico ou nutricionista. Isso porque o consumo excessivo dessa substância pode causar danos à saúde. "Ela também é contraindicada para gestantes, lactantes e cardíacos", conclui.

Dietas saudáveis estão associadas a uma melhora na saúde mental Vários tipos de dietas saudáveis foram associadas a uma melhor saúde mental e bem-estar, e com isso, destacando a necessidade de mais estratégias para alertar as famílias sobre má alimentação, de acordo com um novo estudo. A pesquisa foi liderada pelo

Murdoch Children's Research Institute e descobriu que dietas ricas em alimentos in amatórios foram associadas a uma piora no bem-estar mental em crianças de 11 a 12 anos, com efeitos semelhantes observados em seus pais.

S endo assim, alimentos altamente processados, incluindo aqueles ricos em açúcar ou sal, são conhecidos por causar in amação e afetar negativamente a saúde física. Por outro lado, a equipe também encontrou uma ligação entre

S

obremesa na taça é uma ótima opção para quem quer impressionar seus convidados e costuma ser doces lindos e fáceis de fazer. Então, que tal preparar uma deliciosa taça cremosa de pêssego ainda hoje? Agrade sua família ou guarde a receita para uma ocasião especial! Ingredientes 1 pacote de pó para gelatina sabor pêssego 1 xícara (chá) de açúcar ½ xícara (chá) de água 1 lata de pêssego em calda escorrido em cubos (450g) Creme chantilly comprado pronto para decorar Calda para sor vete sabor caramelo para decorar Creme 1 pacote de pó para preparo de pudim sabor baunilha 1 lata de leite condensado 1 xícara (chá) de leite 2 gemas 1 caixa de creme de leite (200ml)

essas dietas, um marcador sanguíneo in amatório chamado GlycA e o bem-estar mental. Os pesquisadores examinaram a a s s o c i a ç ã o e nt r e d i e t a s saudáveis e in amatórias e bemestar mental em mais de 1,7 mil australianos de 11 a 12 anos de ©ANTONINA VLASOVA/SHUTTERSTOCK

O café é uma bebida quase nacional. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), nove em c ad a de z brasileiros com mais de 15 anos consomem o grão. A ingestão de café pode trazer inúmeros benefícios, além do aumento de energia, quando consumido em quantidades moderadas (até 4 xícaras/dia). "Isso acontece porque o grão é rico em nut r i e nt e s s au d áv e i s , q u e auxiliam na redução de problemas cardíacos, risco de diabetes e câncer, e ainda, favorece o emagrecimento, ajuda n a r e s p i r a ç ã o, m e l h o r a a memória e entre outros ganhos", ap ont a o nut ról o go A l l an Ferreira, do Hospital Anchieta de Brasília. Mas você sabia que o café pode i r mu ito a l é m d a b e bi d a ? Pensando nisso, a farmacêutica e consultora da Farmacotécnica, Leandra Sá de Lima, trouxe outras formas de se usar o café e obter vantagens com o fruto. Con ra!

Modo de preparo Prep are a gelat ina s ab or pêssego seguindo as instruções da embalagem e reserve na geladeira. Despeje o açúcar e a água em uma panela grossa e leve ao fogo baixo, mexendo sempre até obter um caramelo douradoclaro. Acrescente o pêssego e cozinhe por três minutos. Divida entre as taças. Bata no liquidi cador o pó para pudim, o leite condensado, o leite e as

g e m a s a t é h o m o g e n e i z a r. Despeje em uma panela e leve ao fogo baixo, mexendo sempre até engrossar. Tire do fogo e misture o creme de leite. Despeje nas taças sobre os pêssegos. Cubra com a gelatina reservada e leve à geladeira por quatro horas ou até rmar. Decore com chantilly e calda de caramelo e sirva. Rendimento: 5 porções Fonte: Terra

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

idade e seus pais, participando do Child Health Checkpoint Study. De acordo com a Dra. Kate Lycett, havia a necessidade de introduzir novas medidas de política pública, como novas restrições à publicidade de fast food e aumento de impostos

sobre alimentos processados com alto teor de gordura e açúcar. Ela comentou que a pesquisa demonstra mais uma razão convincente para reduzir com urgência as dietas in amatórias no início da vida, já que “dietas com alto teor de açúcar e sal e saúde mental precária são duas preocupações sociais urgentes”. “Este tipo de estudo nos dá uma boa ideia sobre o que pode estar acontecendo, mas para realmente testar se é necessário, precisamos realizar testes de inter venção no nível da população. Isso estabeleceria a causa, informaria as políticas de nível comunitário para reduzir dietas in amatórias e benefícios d o b e m - e s t a r m e n t a l ”, complementou.


SAÚDE 9

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Droga experimental pode reduzir a frequência da enxaqueca ©ISTOCK

Consumir cannabis pode dobrar o risco de ataque cardíaco ©SHUTTERSTOCK

Um novo me d i c ame nto experimental se mostrou e c i e nt e n a pre ve n ç ã o d e e n x a q u e c a s . O At o g e p a nt reduziu pela metade os dias de enxaqueca dos pacientes ao longo de 12 semanas de tratamento, sem causar efeitos colaterais graves. O Ato ge p ant f u nc i on a bl o qu e an d o o s re c e pt ore s celulares para CGRP, uma pequena proteína que é liberada pelo nervo trigêmeo durante as crises de enxaqueca. Acredita-se que ela desempenhe um papel

fundamental na geração da dor da enxaqueca. Para o estudo, os pesquisadores recrutaram mais de 900 pacientes com enxaqueca e os distribuíram aleatoriamente em um de quatro grupos: um grupo recebeu comprimidos de placebo (inativos), enquanto os outros três receberam diferentes doses de Atogepant. Ao longo de 12 semanas, os p a c i e nt e s q u e t o m a r a m o medicamento viram uma redução maior em suas enxaquecas em comparação com

o grupo do placebo. Em média, passaram de sete para oito dias de "enxaqueca" por mês, para três a quatro dias. Dos pacientes que receberam a dose de medicação mais alta, 61% tiveram pelo menos uma queda de 50% nos dias mensais de enxaqueca ao longo de três meses. Quanto aos efeitos colaterais, os problemas mais comuns foram prisão de ventre e náuseas, que afetaram cerca de 15% dos pacientes com a dose mais alta.

Fumar, vaporizar ou comer iguarias com cannabis dobrou a probabilidade de infarto em adultos com menos de 45 anos que relataram terem utilizado o psicoativo recentemente. Essa relação foi ainda mais forte entre os usuários frequentes, de acordo com uma nova pesquisa do Canadian Medical Association Journal (CMAJ). “Essa associação foi consistente em diferentes formas d e c on s u m o d e c a n n a bi s , incluindo tabagismo, vaporização e outros métodos, como comestíveis. Isso sugere que nenhum método de consumo é mais seguro do que outro a este respeito”, explicou Dr. Karim Ladha, um cientista clínico da Unity Health Toronto. Daí a relevância deste estudo transversal, que examinou não ap e n a s a f re qu ê n c i a , m a s também o método de consumo

de cannabis. Os pesquisadores analisaram os dados de 33.173 mil adultos com idades entre 18 e 44 anos de um levantamento conduzido pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) entre os anos de 2017 e 2018. Além disso, para esta pesquisa, foram excluídas as pessoas que apresentaram um alto risco de sofrer um ataque cardíaco por conta da idade. Dentro do recorte analisado, 17% das pessoas disseram ter feito uso de cannabis nos últimos 30 dias. Do total de analisados, o infarto do miocárdio foi relatado por 1,3% de usuários de cannabis (61 de 4.610) e 0,8% não usuários (240 de 28.563). É verdade que os usuários de cannabis eram mais propensos a ser do sexo masculino, fumar cigarros, usar cigarros

eletrônicos (vape) e ser grandes consumidores de álcool. Esses comportamentos por si só poderiam ter contribuído para o aumento na probabilidade de um episódio de infarto. Porém, esses e outros fatores de risco para ataque cardíaco foram ajustados nessa análise. “Com a recente legalização e descriminalização, o uso de cannabis está aumentando em jovens adultos na América do Nor te, e n ã o c on he c e mo s totalmente seus efeitos na saúde cardiovascular”, concluiu o Dr. Karim Ladha. Os pesquisadores alertam que o estudo fornece informações sobre a existência de uma relação entre o uso de cannabis e infarto. No ent anto, o me canismo biológico que estabelece essa ligação ainda é uma incógnita.

Pâncreas artificial pode proteger as células e insulina ©SHUTTERSTOCK

Mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas com diabetes, uma doença na qual as células produtoras de insulina no pâncreas são destruídas pelo sistema i mu n o l ó g i c o. Atu a l m e nt e , existem vários métodos de tratamento novos e emergentes para o diabetes tipo 1, incluindo d i sp o s it ivo s d e macroencapsulação (MEDs), que protegem as células de ataques enquanto permitem que os nutrientes entrem e saiam para que as células possam continuar a sobreviver. Porém, os MEDs possuem várias limitações e aumentar a escala dos dispositivos para uso em humanos é um desa o. Uma equipe de pesquisadores projetou um MED com

convecção aprimorada, que pode abranger células com os nutrientes de que precisam e melhorar também a capacidade de carga celular, enquanto aumenta a sobrevivência e a sensibilidade à glicose e secreção de insulina oportuna. “Graças aos avanços recentes, estamos cada vez mais perto de ter uma fonte ilimitada de células

semelhantes a β que podem responder à glicose secretando insulina, mas o próximo desa o é colocar essas células no corpo de uma forma minimamente invasiva e terá longevidade com função máxima “, explicou o autor Jeff Karp. Isso porque os dispositivos são dependentes da difusão, já que os nutrientes se difundem pela

membrana externa do dispositivo e apenas algumas células podem receber nutrientes e oxigênio e, por sua vez, secretar insulina. Então, a tecnologia foi projetada para fornecer nutrientes por meio de um uxo contínuo de uido para as células encapsuladas. “A a p l i c a ç ã o d e i l h o t a s derivadas de células-tronco para

tratar diabetes autoimune ou tipo 1 agora chegou ao ponto de encontrar um método para proteger as células da rejeição imunológica e maximizar sua sobrevivência e função após o transplante”, disse o outro autor, Doug Melton. Além disso, o dispositivo oferece vantagens sobre as bombas de insulina convencionais e permite que as células secretem insulina sob demanda e parem rapidamente de secretar insulina conforme os níveis de glicose no sangue diminuem. “Devido à sua capacidade de resposta, este dispositivo e uma nova abordagem de uxo aprimorado podem ser particularmente úteis para diabéticos 'frágeis', pessoas cujo

diabetes resulta em oscilações imprevisíveis nos níveis de açúcar no sangue”, acrescentou Eoin O'Cearbhaill. A equipe observa orientações que precisarão ser seguidas para levar o dispositivo à clínica, incluindo o aumento da capacidade de carga da célula e a otimização do sistema de uxo para uso humano. “No geral, e s s e s re s u lt a d o s d e s t a c am vantagens signi cativas sobre os dispositivos baseados em difusão existentes, incluindo melhor s o b r e v i v ê n c i a c e l u l a r, encapsulamento broso reduzido que pode comprometer a funcionalidade ao longo do tempo e taxas de ativação e desativação mais rápidas para a secreção de insulina”, concluiu Karp.


10 Criança hoje, Criança amanhã

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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

A Violê ncia das Instituiçõ es e dos Pro issionais — Parte V É a Exploração Sexual Intrafamiliar que alimenta o mercado de Pornograa Internacional Infantil, que movimenta bilhões de dólares ©REPRODUÇÃO INTERNET

P

passando pelos olhares, que induzem a Criança à cena do abuso. Porque só isso já começa a lhe proporcionar o prazer que está em busca no abuso sexual de uma Criança. Não é a sexualidade nem o prazer sexual que ele busca. É o prazer do Poder Absoluto, da opressão, da dominação. Não se sustenta nenhum mínimo traço de sensualidade provocativa no corpo de um bebê, disforme, desprovido de sexualidade para a satisfação de um adulto. Mas, sabemos que os vídeos, caseiros, por sinal, de estupros de bebês alcançam preços muito valiosos. Digo vídeo caseiro porque bebês não são aliciados na internet, bebês não são seduzidos pelo pedó lo do shopping, bebês não recebem valores pelas participações em vídeos pornográ cos. É a Exploração Sexual Intrafamiliar que alimenta o m e r c a d o d e Po r n o g r a a Internacional Infantil, que movimenta bilhões de dólares. Interessante obser var também que as tais infundadas, porquanto impossíveis segundo as teorias do desenvolvimento

verdadeiras linguagens, compostas de palavras a gestos,

infantil, implantações de falsas memórias, só acontecem na

esfera familiar. Quando o abusador é extrafamiliar, a Criança tem crédito, não há falsas memórias, a justiça busca o abusador. Ta m b é m i n t e r e s s a n t e observar que a Lei de alienação parental que reveste 100% das defesas de pais suspeitos ou con rmados de práticas de abuso sexual contra seus lhos pequenos, se circunscreve às camadas da sociedade que têm mais recursos nanceiros para pagar advogados e seguir em processos que perduram por oito, 12, 15 anos, até que a infância daquela Criança acabe. É uma lei classista, usada pelas classes mais abastadas, de um certo ponto de vista, classes dominantes sobre as outras classes, para completar o combo das violências, a violência patrimonial, sofrida pelas mães denunciantes. Nas Comunidades e Periferias, a justiça paralela “resolve” e o Estado não se interessa para “proteger” as Crianças do que é vendido como o horror da mãe alienadora. Nas favelas, não existem mães alienadoras, não existe inversão de guarda, não existe Privação Materna Judicial, a condição “sine qua n on” d a l e i d e a l i e n a ç ã o parental, para a efetivação do propósito de proteção dos pais delituosos e criminosos. Em que momento nos perdemos do bom senso? Técnicos que emitem laudos, criticavam e apontavam pontos de risco para a Criança nesse termo que se pretendeu teórico, status que nunca alcançou pelas As s o c i a ç õ e s Mé d i c a s , d e

Psiquiatria e de Psicologia. No entanto, este termo encantou Associações de Direito que, mesmo sem a devida comprovação cientí ca, o tornaram um dogma. Hoje escutamos membros dessas associações a rmarem que existe até alienação parental i n c o n s c i e nt e d a m ã e , o u práticas alienadoras durante o p er ío do gest aciona l ou o

Parental — Realidades que a Justiça insiste em não ver”, 2ª Edição, 2010, sob a C o o r d e n a ç ã o d a Desembargadora Maria Berenice Dias, em seu capítulo “Incesto e o Mito da Família F e l i z ”, a D out a Desembargadora escreve sobre a possibilidade de haver uma falsa denúncia de abuso sexual intrafamiliar, o que pode ser

período de lactação, antes da aquisição da fala. Parece-me bem inundada de cção essa ideia de que durante a vida intrauterina ou na lactação, uma mãe possa fazer uma campanha de afastamento do feto/bebê em relação ao pai. O que moveria uma mudança de entendimento da dinâmica familiar na ocorrência de crimes contra a integridade da Criança? No livro “Incesto e Alienação

verdade. Aliás, os dados de pesquisa apontam para índices que variam entre 0,5% a 4,5%, variação de resultado nos diversos estudos realizados. Mas, paradoxalmente, encontramos uma a rmação espalhada por uma psicóloga, intitulada perita judicial, que 80% das denúncias de abuso sexual são falsas. Essa pessoa, s em nen huma s ombra de cienti cidade, conseguiu, por lobby, e não estudo, tornar esse

termo, alienação parental, um dogma. Ela escreve à página 171 do referido livro: “Nos processos que envolvem abuso sexual, a alegação de que se trata de alienação parental tornou-se argumento de defesa. Invocada como excludente de criminalidade, o abusador é ab s o l v i d o e o s e pi s ó d i o s i n c e s t u o s o s p e r s i s t e m .” Concordo inteiramente. A reconhecida jurista p o r t u g u e s a , Ma r i a C l a r a S o t t o m a y o r, e s c r e v e n a Publicação Julgar, nº13, página 86, no artigo “Uma análise crítica da síndrome de alienação parental e os riscos da sua utilização nos tribunais de família”: “como estereótipo do abuso verdadeiro, a mãe que se cala; e como estereótipo do abus o fals o, a mãe que denuncia”. E aí o paradoxo irritante: “se o crime é autêntico, não se denuncia; se se denuncia, é falso. Esta conclusão retira às leis penais que consideram o crime de abuso sexual de crianças, como crime público, o seu objetivo, pois se a mãe e a criança se calam, o crime continua; se denunciam, a denúncia funciona como prova

©GETTY IMAGES/ISTOCK

ro ssionais que carreiam Instituições deveriam ter a Criança como compromiss o. Mas, infelizmente, nem sempre encontramos a atitude de Prioridade para com a Criança. Encontramos muita incoerência descomprometida, até mesmo com posições já assumidas anteriormente. A “mudança de lado” não é rara quando se trata da lei de alienação parental. Algumas vezes porque se toma conhecimento da realidade do propósito da lei, e outras vezes porque mesmo sabendo desses propósitos, em pontos de vista defendidos publicamente, eles são abandonados e passa-se a canonizar a lei. Ela goza de caracterização de um dogma de fé. Ve m o s q u e d e f e s a s s ã o originadas em a rmações sem fundamentação teórica, nem mesmo fundamentação de bom senso. Defender que vínculos afetivos com seu abusador d e ve m s e r pre s e r v a d o s a qualquer custo, ap enas favorecem a identi cação com aquela gura de autoridade afetiva que facilitará o surgimento de uma nova gura agressora. A identi cação promove a repetição de comportamentos. E vínculos afetivos podem, e o são, ser transferidos para outras guras que cumprirão, assim, esse processo formador. Portanto, tentar convencer que um vínculo afetivo irá transpor o comportamento transgressor de um abusador, que é habitual para com aquela Criança, é, no mínimo, ingênuo demais. A simples presença, mesmo que por vídeo, desorganiza a mente da Criança que foi, ou é vítima de abusos sexuais. Já é uma revitimização. É preciso não menosprezar a capacidade de codi car dos abusadores. Eles criam

de mentira”. Esta é mais uma forma de Violência Vicária, que empurra a mãe denunciante para uma saga de Processos, a começar pela acusação criminal da denunciação caluniosa. O ut r a v i o l ê n c i a qu e t e m condenado inúmeras mães. E tudo, sob o “segredo de justiça”, portanto, sem a possibilidade da tomada de conhecimento de todos. Essa garantia de sombra legal, oculta estas violências.


COMPORTAMENTO 11

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NÁGELA ISA CARNEIRO SIRQUEIRA Hipnoterapeuta / Mentora Gestacional Cel.: (27) 99947-8786 Instagram: @nagelaisa.oficial

N

ão, não é uma passagem bíblica, muito menos estou falando de esquizofrenia ou obsessão... Já percebeu quantos existem aí dentro de você? É

demonstra pra qualquer pessoa, certo? A sua forma de se expressar com seu parceiro ou com seus lhos é igual? Com sua mãe e suas amigas? É como se representássemos papéis ©FREEPIK

simples ver! Você é a mesma pessoa quando está no trabalho e quando está em casa com sua família, ou talvez com seus amigos e na academia? Existem partes que você não

gente fala sobre qualquer coisa e outras com quem a gente não consegue se abrir. Com algumas somos sérios e formais e com outras rimos e falamos bobeira. Para algumas a gente mostra só a parte legalzinha e com outras a gente deixa os monstros aparecerem... Sem falar aquelas vozes que cam na mente! Essas sim, são as maiores in uenciadoras do nosso comportamento, emoções, decisões, reações, personalidade... elas controlam tudo! Simplesmente porque representam as suas verdades internas. E, em muitos momentos, elas entram em con ito. Essas partes representam os aprendizados. Veja, uma mente em con ito

está em luta interna. É como se fosse aquelas representações dos desenhos, onde tem um diabinho falando de um lado e um anjinho de outro. Mas são muitos mais! Em momentos corriqueiros, como esses comportamentos em ambientes diferentes, pode-se observar, por exemplo, quando há uma conversa e você pensa em falar uma bobeira, brincar, mas se retrai, porque pensa e ca com vergonha. Ou quando você vai sair e quer usar determinada roupa, mas pensa em como vai ser vista. Até mesmo quando sente vontade de fazer alguma coisa, mas pensa 'no que vão pensar' de você. Acontecem diálogos internos aí. Essas são as partes! E elas são parte do que papai ou mamãe

diferentes em cada ambiente e com cada pessoa que nos relacionamos. Algumas conhecem uma parte engraçada e sem vergonha, têm aquelas pessoas com quem a

©FREEPIK

Não somos um, somos uma legião

representam aí dentro, os irmãos, tios, avós, professores, amigos... enquanto vo cê cres ce e s e desenvolve, o seu aprendizado é com seus iguais, no convívio familiar e social. E parte do processo adaptativo é 'se encaixar'. E, por baixo disso tudo, está você. Escondida atrás do que mamãe achava certo, do que papai fazia. Do que o professor ensinou, do que a igreja prega. Do que você deseja para si mesma, do que a sociedade te fez acreditar ser o certo... C om o n ã o e nt r ar e m con ito quando os pensamentos se misturam e você luta convulsivamente

com eles aí dentro? Você ali, tentando encontrar o caminho que vai te levar à felicidade plena, à satisfação pessoal, ao alívio, mas tantas partes apontando caminhos diferentes... Observar a vida, o des envolv imento, as b as es emocionais, as referências de aprendizado, é imprescindível para encontrar a real essência aí dentro. A que está por trás de todos os aprendizados e que te impedem de viver aquilo que você realmente deseja, mas não consegue. Autoconhecimento e terapia! A combinação perfeita para a liberdade!

Seu amigo tem ciúmes de você? O que pode explicar o comportamento de alguém que prejudica (com fofocas, intrigas) a relação de outras duas pessoas para se manter como a melhor amiga/con dente de uma? Ou que busca informações "exclusivas" sobre com quem se relaciona, antes que se espalhem, para depois se vangloriar, por ter sido a primeira a ser avisada, ou a alertar e ajudar? Em uníssono, os especialistas que estudam e atendem no dia a dia casos comportamentais complexos, dos mais variados, concordam que, embora não existam regras quando se trata de subjetividade, situações como as exempli cadas sugerem que indivíduos que agem dessa forma estão em busca de atenção e reconhecimento por alguma falta ou incômodo emocional. "Excluir rivais para monopolizar relações pode trazer a ilusão de que se elimina quaisquer sentimentos difíceis de se lidar, como ciúmes, inveja e baixa autoestima. Também tem a ver com necessidades de comprovação e disputa de afeto e aceit ação, p ois há muit a insegurança de não atender expectativas e ser rejeitado pelas pessoas do convívio no qual está inserido", aponta Marli Cunha, psicóloga clínica e hospitalar do Hospital Casa de Saúde Guarujá

(HCSG). Algumas pessoas, por experiências de exclusão ou rejeição na infância, principalmente pelos próprios pais, acabam utilizando a partir daí mecanismos de defesa para não se sentirem de fora. Apresentam "di culdades de triangulação". "Então, numa relação a três, com amigos, irmãos, buscam a exclusão de um

O problema por trás desse recurso para obter destaque e atenção e assim apaziguar sentimentos negativos e alcançar um equilíbrio interno é que se sua utilização for muito recorrente acaba por estabelecer também um padrão comportamental e de pensamento vicioso e socialmente reprovável. Com o tempo, essas pessoas podem buscar aprovação por meio de

oportunismo e mau-caratismo. "Mas vai depender dos sentimentos envolvidos e de como essa pessoa utiliza as informações, se visa ganhos secundários e faz isso com consciência. Mas, em geral, é i nv o l u nt á r i o, p o r q u e e s t á buscando excesso de atenção", comenta Luiz Scocca, psiquiatra pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP ©ISTOCK

deles para garantir que não sejam elas excluídas", esclarece Gabriela Malzyner, psicóloga e psicanalista do Meniá Centro de Prevenção, em São Paulo.

status e car egocêntricas ou, para se satisfazerem, seduzir e prejudicar os outros. São características que se relacionam também com

(HC-FMUSP) e da Associação Americana de Psiquiatria (APA). Se as atitudes quase se c o n f u n d e m c o m a personalidade, pode ser que por

trás haja algum transtorno sério, como narcisista, histriônico e Borderline, em que a obsessão por notoriedade é uma das características marcantes e que compartilham, assim como i n s t a b i l i d a d e d e hu m o r e impulsividade, afetando a forma de pensar, perceber o mundo e se relacionar com os outros. Nessas condições, se a pessoa cruzar com alguém que questione seu comportamento de forma inesperada, que se comporte exatamente igual a ela ou tenha uma presença tão marcante e que sobressaia a sua, a situação pode se agravar e afetar os dois lados. "Para o patológico, atenção é vital e sua falta pode signi car até um nal trágico", a rma Leide Batista psicóloga pela Faculdade Castro Alves e com experiência pelo Hospital da Cidade (HC), em Salvador (BA). Traduzindo, como para essa mente conturbada tudo o que esbarra em suas questões mal resolvidas é encarado como ameaça, ela pode tentar se defender e, às vezes, até com atitudes agressivas e vingativas, ainda mais se envolvida em uma discussão, acusada e desmascarada publicamente ou ignorada. Se por m suas ações não obtiverem êxito e s eu sofrimento não for revertido e até a u m e n t a r, p o d e l e v á - l a à

depressão e, ao extremo, suicídio, adverte Scocca. "Ao buscar estabelecer limites, devemos lidar de forma neutra e não confrontar, ainda mais em família, pelo grau de envolvimento afetivo e possibilidade de con ito direto", informa Cunha, acrescentando que sua sugestão ainda pode ser adaptada para ambientes corporativos, com a vantagem de neles haver setores próprios para lidar com as diferenças individuais, como RH. Nesse contexto, não hesite em pedir ajuda, denunciar abus os e solicitar transferências de área. Agora, não obtendo sucesso em nenhuma das iniciativas e mais, percebendo falta de caráter, manipulações, reações nocivas, constrangimentos e prejuízos nas relações que só aumentam, o melhor é se afastar ou estabelecer distanciamento afetivo. "O transtorno de personalidade narcisista tem algumas características em comum com a psicopatia, como a ausência de empatia. Não é fácil lidar, então a gente precisa se precaver e isso inclui não con ar, dividir o menos possível de coisas, não entrar em disputa e deixar que pensem o que quiser", conclui Marina Vasconcellos, psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Após discursos de Bolsonaro, deputados divergem sobre os limites da democracia ©FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

O

c a mp o s p o l ít i c o s p a r a avançar no processo de impeachment do presidente. Já a presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, deputada Bia Kicis (PSLDF), disse por meio das redes sociais que, mesmo pedindo o fechamento do STF e a destituição de ministros da C or te, as manifestações pró-governo de 7 de setembro não podem ser tachadas de antidemocráticas. “Não existe manifestação antidemocrática sem violência. O direito à manifestação pací ca é uma g a r a nt i a f u n d a m e nt a l , cláusula pétrea da C onst itu i ç ã o. E m u ma democracia pode-se pedir até liberação das drogas e fazer marcha satanista que o S T F g a r a n t e”, d i s s e a deputada.

Ato da oposição no

TATI BELING

Após as manifestações, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo

o i mp e a ch m e nt . Até o momento, PSDB, Solidariedade e PDT já

Ramos (PL-AM), disse em entrevista à imprensa que as falas de Bolsonaro nos atos de 7 de Setembro devem levar mais partidos a apoiar

admitiram convocar reuniõ es inter nas p ara debater o assunto. O líder do PT, deputado B o h n G a s s ( P T- R S ) ,

©ROBERTO PARIZOTTI/FOTOS PÚBLICAS

s dis c urs os do presidente Jair Bolsonaro em Brasília e em São Paulo ontem, durante atos convocados por ele para o Dia da Independência, despertaram opiniões divergentes de deputados federais em relação aos limites da democracia. Diante de milhares de apoiadores, que seguravam cartazes pedindo a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), intervenção militar e a criminalização do comunismo, B ols onaro voltou a defender o sistema de voto impresso, que já foi rejeitado pela Câmara, e subiu o tom do discurso ao fazer ameaças ao STF e a membros da Corte, em especial ao ministro Alexandre de Moraes. O presidente disse que não vai mais cumprir decisões de Moraes, que é relator do i n q u é r it o q u e apu r a a divulgação de informações falsas. “Os ataques e ameaças de Bolsonaro contra a democracia passaram de todos os limites, e temos o dever de afastá-lo do cargo”, disse por meio das redes sociais o líder da Minoria na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSBRJ). Ele destacou que B olsonaro "agrediu um ministro do STF, atacou o Poder Judiciário, desa ou o Poder Legislativo, colocou s ob susp eita o sistema eleitoral e ameaçou atropelar a vontade soberana do povo ao dizer que só sai morto ou preso do poder”. Molon disse ainda estar dialogando com p ar t i d o s d e d i fe re nt e s

Vale do Anhangabaú, em São Paulo Impeachment

t amb é m u s ou a s re d e s sociais para dizer que o partido reunirá as bancadas da Câmara e do Senado para ampliar conversas com partidos de centro sobre o impeachment do presidente da República. "Os atos bolsonaristas de hoje [7 de s etembro] não deixam nenhuma dúvida: o presidente é conivente com atos antidemocráticos. E isso é crime. Simples assim”, publicou. Integrante da base do governo na C âmara, o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) publicou nota nas redes sociais dizendo que é preciso combater "as narrativas do STF, da grande m í d i a e d a op o s i ç ã o " . Segundo ele, "as m an i fe s t a ç õ e s d e 7 d e setembro foram pela liberdade de expressão e c ont r a me d i d as

inconstitucionais tomadas por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)". Para o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), "falar que os atos pela liberdade foram antidemocráticos é dizer que democracia não precisa de povo”. "S em d i n h e i r o, s e m p a r t i d o p olítico, sem grande imprensa, sem universidade, sem sindicato, mas sempre ao lado do povo. E ainda há quem diga que isto é um ato antidemocrático”, publicou o deputado no Twitter. Segundo Luiza Erundina (Psol-SP), "as reais necessidades do povo brasileiro são: vacina no braço, comida no prato e o impeachment do Bolsonaro. O Brasil da fome, do desemprego, da in ação e da crise hídrica tem pressa”.


BRASIL 13

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A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

Senadores participam de missão à Amazônia ©ROMÉRIO CUNHA/VPR

Assembleia barra propostas de Comissões debatem violência Majeski que beneficiavam idosos e contra mulheres indígenas pessoas com deficiência

©MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

©PIXABAY

Na condição de presidente do Parlamento Amazônico (Parlamaz), que integra nove países da região, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) participa de viagem à Amazônia Oriental, em missão do Conselho Nacional da Amazônia Legal (Cnal), liderado pelo vice-presidente da República, general Hamilton Mourão. O objetivo da missão diplomática, que teve início nesta quarta-feira (8), é mostrar as ações do governo federal para proteger, preservar e desenvolver a região. A missão conta ainda com a participação de diplomatas, parlamentares, representantes do governo federal e jornalistas. Participam também da missão os embaixadores do Japão, Espanha, União Europeia, Angola, Paraguai, França, Índia, Uruguai, Reino Unido e Suíça; a secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Maria Alexandre Moreira Lopez; a presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CRE), senadora Kátia Abreu (PP-TO), e representantes dos ministérios de Minas e Energia, Meio Ambiente, Relações Exteriores e Ciência, Tecnologia e Inovações. A programação prossegue até sexta (10) e está concentrada nas cidades de Parauapebas, Altamira, Medicilândia e Belém, onde a ocupação humana está consolidada e grandes projetos de mineração e infraestrutura convivem com ações de proteção ambiental e de expansão da bioeconomia. Estão previstos sobrevoos às Operações da Vale e à Floresta Nacional dos Carajás além de visita ao complexo mineiro da cidade. Os integrantes da comitiva também vão conhecer o Parque Zoobotânico, sobrevoar a Volta Grande do Xingu e visitar as instalações da usina hidroelétrica de Belo Monte. A agenda inclui ainda visitas à fábrica da Gencau, ao Museu Emílio Goeldi e ao Instituto Evandro Chagas, primeira instituição cienti ca da região amazônica. Preservação O Parlamaz elegeu quatro temas principais para ns de acompanhamento e diplomacia parlamentar: monitoramento genômico do coronavírus na região amazônica por meio de cooperação dos institutos nacionais de higiene; acompanhamento do acesso a vacinas e insumos de saúde relacionados à covid; realização de congresso ou seminário para debater o desenvolvimento sustentável da região; e monitoramento da preservação da Amazônia. Na avaliação de Nelsinho Trad, participar da missão diplomática amplia o horizonte de ações do Parlamaz diante dos desa os e do potencial da região. "Teremos uma visão in loco do que realmente acontece na Amazônia. Conhecimento necessário para medidas que possam assegurar a proteção efetiva do meio ambiente e da população local. Precisamos demonstrar as ações do Brasil para o controle e proteção do bioma. A Amazônia tem voz e representatividade, o Parlamento Amazônico está vivo. Cabe a nós, representantes do povo, unirmos esforços pelo desenvolvimento sustentável e proteção das populações desse território”, conclui Nelsinho Trad. Esta é a segunda etapa de iniciativa do Cnal para apresentar a Amazônia brasileira. Em 2020, Nelsinho Trad participou também da viagem ao lado ocidental, com visita às cidades de Manaus, São Gabriel da Cachoeira e Maturacá, no estado do Amazonas.

Projeto exige placa com informações sobre contrato de licitação em canteiro de obras ©CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

O Projeto de Lei 1901/21 determina que as placas colocadas em locais de obras licitadas pelo poder público deverão incluir informações sobre o órgão

Semana ruim para as pessoas com de ciência e idosos nas votações de projetos na Assembleia Legislativa (Ales). Numa mesma sessão, duas propostas do deputado estadual Sérgio Majeski (PSB) que favoreciam gratuidade no transporte coletivo rodoviário foram derrotadas em Plenário. Por 17 votos a sete, os deputados con rmaram o veto do governo do Estado à emenda do deputado Sergio Majeski (PSB) que garantia gratuidade para idosos e pessoas com de ciência em mais linhas e horários nos ônibus intermunicipais. Pela proposta do parlamentar, aprovada no Projeto de Lei Complementar (PLC) 10/2021, os ônibus classi cados como convencionais e executivos deveriam garantir a reserva de duas vagas gratuitas para idosos e duas vagas gratuitas para pessoas com de ciência. Entretanto o Governo do Estado vetou o artigo que regulamentava a proposta, mantendo o benefício apenas nos ônibus convencionais, e a maioria dos deputados acompanhou o veto. “Em vários municípios capixabas a quantidade de ônibus executivos é bem maior que a de convencionais. E há casos que só existe uma linha convencional. Nesse veto há uma maldade imensa com as pessoas com de ciência e com os idosos, que exclui direitos. A procuradoria da Ales fez parecer pela rejeição do veto, em junho o projeto foi aprovado aqui na Ales por unanimidade e agora como se justi ca o veto? Pressão das empresas?”, desabafa Majeski.

Pessoas com visão monocular Mesmo com pareceres de constitucionalidade das Comissões de Justiça e de Saúde da Ales, por 16 votos a nove, os deputados arquivaram o Projeto de Lei Complementar nº 18/2018, do deputado Sergio Majeski, que garantia gratuidade às pessoas com visão monocular no transporte coletivo do Sistema Transcol. A proposta assegurava aqui no Espírito Santo parte dos direitos estabelecidos pela Lei Federal que classi ca a visão monocular como de ciência sensorial, do tipo visual, para todos os efeitos legais.

As comissões de Direitos Humanos e Minorias; e de Defesa dos Direitos da Mulher promoveram debate nesta quinta-feira (9) sobre violações e violências contra as mulheres indígenas no Brasil. O debate foi solicitado pelas deputadas Joenia Wapichana (Rede-RR) e Erika Kokay (PT-DF). Para solicitar o debate, as deputadas citaram a realização nesta semana da 2ª Marcha Nacional de Mulheres Indígenas, em Brasília, em um cenário de intensi cação de violências contra os povos indígenas e também especi camente contra as mulheres indígenas. No mês de agosto foram assassinadas Daiane Griá, adolescente do povo Kaingang, de 14 anos, da Terra Indígena Guarita, no município de Redentora no Rio Grande do Sul e Raissa Silva, criança indígena de 11 anos do povo Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, lembram as deputadas. "A violência contra a mulher, em todas as suas formas, é inaceitável e seu aumento no contexto indígena é motivo de alerta", dizem elas, no requerimento em que solicitam a realização da audiência. Foram convidados, entre outros, representantes do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga); da ONU Mulheres Brasil e do Ministério Público Federal.

Bolsonaro veta projeto que permitia união de partidos políticos em federações ©ROBERTO JAYME/ASCOM/TSE

Governo edita medida provisória que limita remoção de conteúdos de redes sociais O presidente Jair Bolsonaro editou medida provisória que altera regras de moderação de conteúdo e de per s em redes sociais. A MP 1068/21 impede que as redes sociais cancelem per s ou retirem do ar conteúdos que consideram ferir seus termos de serviço sem justi cativa, exceto para casos de “justa causa”, como nudez, pedo lia ou terrorismo. A MP também considera justa causa a inadimplência do usuário, o cumprimento de determinação judicial e a incitação de atos de ameaça ou violência, entre outros. O provedor de redes sociais será obrigado a noti car o usuário, identi cando a medida adotada e apresentando a motivação da decisão de moderação e as informações sobre prazos, canais eletrônicos de comunicação e procedimentos para a contestação e a eventual revisão da decisão. responsável pela contratação e o valor da dotação orçamentária utilizada. O texto tramita na Câmara dos Deputados. As placas também deverão identi car o contrato, a duração da obra e a data estimada de conclusão. A rma que não cumprir estas regras poderá car sem poder contratar com órgãos públicos pelo tempo de 3 a 6 anos. A proposta altera a nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos, em vigor desde abril. Atualmente, os canteiros das obras devem ostentar placas informando sobre os responsáveis pela construção ou reforma, pública ou privada. Autor do projeto, o deputado Dr. Jaziel (PL-CE) a rma que as placas colocadas em obras feitas com recursos públicos devem ter informações extras, para facilitar o controle pela população. “Com estes elementos, qualquer interessado poderá efetivar o pleno e necessário controle sobre os recursos públicos empregados”, disse. O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

O presidente Jair Bolsonaro vetou o projeto de lei que permite aos partidos políticos se unirem em uma federação a m de atuarem como uma só legenda nas eleições e na legislatura. O veto integral foi publicado na edição desta quarta-feira (8) do Diário O cial da União. O texto vetado aplicava à federação de partidos todas as normas previstas para os partidos políticos nas eleições, como escolha de candidatos, propaganda eleitoral e arrecadação de recursos para campanhas, além da delidade partidária durante o mandato. O projeto foi aprovado com o objetivo de ajudar os partidos menores a alcançarem a cláusula de barreira, regra legal que limita a atuação de legendas que não obtém determinada porcentagem de votos para o Congresso. Pelo texto vetado, a cláusula seria calculada para a federação como um todo e não para cada partido individualmente. O projeto (PL 2522/15) foi aprovado na Câmara dos Deputados no mês passado. A proposta é oriunda do Senado, onde foi aprovada em 2015. Na mensagem de veto publicada, Bolsonaro a rmou que as novas regras inaugurariam um formato com características análogas à das coligações partidárias, que estão proibidas pela Emenda Constitucional 97. Segundo Bolsonaro, a emenda constitucional visou reduzir a fragmentação partidária, aprimorando o sistema representativo. “Assim, a possibilidade da federação partidária iria na contramão deste processo, o que contraria interesse público”, completou. O veto presidencial será analisado agora pelo Congresso Nacional, em sessão a ser marcada. Os deputados e senadores podem manter o veto ou derrubá-lo, restaurando o projeto, que assim se torna lei.


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Pesquisa brasileira aponta que idosos bebem acima do recomendado após os 60

A nossa visão corresponde com a vida real? Estudo mostra as diferenças ©SHUTTERSTOCK

©ISTOCK

Um estudo feito no Departamento de Psicobiologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) — campus São Paulo, revelou um alto número de idosos com consumo de risco quando o assunto é álcool. O estudo, publicado em dois periódicos (Substance Use & Misuse e BMJ Open), analisou o rápido envelhecimento da população brasileira e propôs intervenções a serem feitas para lidar com o consumo de bebida alcoólica em um padrão considerado de risco entre pessoas acima dos 60 anos — um tema pouco abordado no mundo todo, de acordo com psicóloga Tassiane de Paula, primeira autora do estudo. O "consumo de risco" é considerado a ingestão de sete ou mais doses por semana ou quatro ou mais doses por ocasião para mulheres; e 14 ou mais doses por semana ou cinco ou mais doses p or o c asi ão p ara homens. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma dose equivale a aproximadamente 350ml de cerveja, 150 ml de vinho ou 40 ml de uma bebida destilada. "Há maior di culdade na metabolização do álcool e portanto maior sensibilidade aos efeitos do álcool pela população idosa", explicou a especialista. "É importante que os idosos saibam que mesmo uma latinha de cerveja por dia, por exemplo, já pode causar problemas como risco de queda, interações medicamentosas ou até agravar a lgum problema de s aúde crônico", alerta. Para Cleusa Ferri, psiquiatra, professora do Departamento de Psicobiologia e orientadora do projeto, também é importante lembrar que há diversos fatores que facilitam o consumo de

álcool entre idosos. "Muitos estão aposentados e têm mais disponibilidade para situações em que irão beber, como fazer um churrasco", explica. O projeto de pesquisa, então, nasceu da ideia de desenvolver uma proposta de intervenção breve e de baixo custo para ajudar a esclarecer os mitos envolvendo esse consumo e auxiliar na redução dele entre os idosos. "C om a p opu l aç ão idos a aumentando no Brasil e no mundo todo, é fundamental entender esse contexto para pensar em estratégias de orientação e redução de consumo de álcool nesse público, que continua a beber mesmo após envelhecer", acredita a pesquisadora. Para estimar a prevalência dos padrões de consumo de álcool da população geral idosa, o estudo

realizou uma análise dos dados contidos no Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros — ELSI Brasil, com uma amostra de 5.432 brasileiros acima de 60

anos. Já para avaliar os padrões de consumo de álcool em idosos da atenção primária, foram utilizados dados da triagem inicial do ensaio clínico realizado em sete Unidades Básicas de Saúde (UBSs) com 503 participantes. Em ambos, foram identi cados fatores sociodemográ cos, comportamentais e de condições de saúde associados aos diferentes padrões de consumo de álcool. Os resultados mostraram que um em cada quatro brasileiros (23,7%) com 60 anos ou mais consome álcool atualmente, s e n d o q u e 6 , 7 % (aproximadamente dois milhõ es) relat am ter feito consumo de várias doses em uma ocasião no último mês, e 3,8% (mais de um milhão de brasileiros acima de 60 anos) consumiram em uma semana típica quantidades que podem colocar a sua saúde em risco. O consumo de álcool foi mais comum na região Sudeste e na atenção primária comparada à população idosa geral. Em ambas as populações (geral e na atenção primária), os homens relataram maior consumo de álcool, bem como os mais jovens e aqueles com maior escolaridade.

que as linhas pareciam iguais. Isso porque quando eles tiraram uma foto e foram questionados por quanto tempo eles apareceram na imagem, suas respostas mudaram. No entanto, quando foram questionados novamente sobre sua própria visão, eles voltaram à resposta original. O estudo sugere que mesmo quando os participantes são conscientes de como uma imagem 2D de sua visão pode parecer, eles tratam a entrada sensorial de maneira diferente. O autor principal, Dr. Steven Samuel, professor de psicologia na Universidade de Plymouth, d i s s e q u e “é c o m p l e x o e emocionante descobrir como cada um de nós vê e visualiza coisas diferentes — e o fato de A transmissão será no canal da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas que metade de nossa população de estudo não pensava em 2D foi (27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 uma descoberta muito SANTA TERESA — ES interessante”.

As pessoas estão acostumadas a ver o mundo que é em 3D só que em versão 2D, seja na arte, na fotogra a ou no cinema. Porém, ao fecharmos os olhos, como é possível visualizar as coisas que já vimos? Um novo estudo liderado pelas Universidades de Plymouth e Essex investigou essa questão e descobriu que muitos adultos resistem a imaginar sua própria visão como se fosse uma imagem plana. Sendo assim, os resultados

surgiram quando os pesquisadores mostraram a 58 adultos duas linhas em uma p are d e , amb a s d o m e s m o comprimento, porém, uma estava mais perto do participante e parecia visualmente mais longa. Apesar da instrução para basear seus julgamentos especi camente na aparência, ou seja, a linha mais próxima deve ser mais longa, cerca de metade dos participantes julgou

Novo livro de John Green, analisa a profundidade da vida humana ©GETTY IMAGES

Recém-lançado no Brasil, pela Editora Intrínseca, o livro 'Antropoceno: notas sobre a vida na terra', de John Green, analisa a prof u n d i d a d e d o s s e re s humanos e avalia, ainda, as variáveis da vida humana. Considerado um dos maiores escritores da atualidade, John Green é autor de grandes obras, como 'Alasca?', 'A culpa é das estrelas', 'Tartarugas até lá embaixo' e muitas outras. 'Antropoceno: notas sobre a vida na terra' trata-se do livro de estreia de não cção do renomado escritor. Nesta obra, ele apresenta re exões profundas sobre a vida humana. “Uma análise da humanidade: como crescemos, como

construímos, como destruímos e como enxergamos a nós mesmos. Muitas obras se saíram bem na tarefa de transformar o pessoal em universal, mas essa também transforma o universal em pessoal”, analisou o Library Journal. Esta obra foi escrita durante o

período da pandemia da covid19. Portanto, para o People tratase de um "livro perfeito para o momento que estamos vivendo". “O que Green realmente quer nos dizer com essas inesperadas histórias é que há muito para se amar no mundo e que esse amor vale a pena”, avaliou o NPR.com


COTIDIANO 15

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Gás do riso pode ajudar Pau-rosa: o xador pacientes com de perfume da depressão resistentes oresta amazônica a medicamentos ©DIVULGAÇÃO

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Mais de 264 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão diagnosticada. Destes, entre 10 e 30% não conseguem encontrar alívio mesmo após o tratamento com antidepressivos. Agora, um novo estudo indica que gás do riso pode ser usado para ajudar essa parcela da população com depressão. Um artigo publicado recentemente na Science Translational Medicine diz que o gás do riso foi usado em um ensaio clínico em estágio inicial conduzido por pesquisadores da Universidade de Chicago e da Escola de Medicina da Universidade de Washington. Os resultados iniciais indicam que a inalação da mistura de oxigênio e óxido nitroso melhorou signi cativamente os sintomas de depressão quando comparado com paciente que não usaram o método e que são resistentes ao tratamento com antidepressivos. “O óxido nitroso (gás do riso)

na concentração inalada de 50% demonstrou melhorar os sintomas depressivos em pacientes com depressão maior resistente ao tratamento (TRMD). Não se sabe se uma concentração mais baixa de óxido nitroso 25% fornece e cácia e persistência semelhantes dos efeitos

antidepressivos, ao mesmo tempo que reduz o risco de efeitos colaterais adversos”, diz um trecho da pesquisa. O ensaio ainda é inicial e o relatório ainda explica que são necessárias mais pesquisas para concluir se o gás do riso pode ser us a d o no t r at ame nto p ar a depressão de forma e caz.

Xpeng, rival chinesa da Tesla, apresenta o Voyager X2, seu “carro voador” ©SHUTTERSTOCK

fortemente inspirada no rival) do Tesla Model 3. O X2 é um “carro voador” de quinta geração da Xpeng Huitian, subsidiária da marca homônima. Em uma publicação no Weibo, o presidente e CEO da Xpeng, He Xiaopeng, mostrou um vídeo de 1min30s com o veículo em ação.

A Xpeng, fabricante chinesa de veículos elétricos, apresentou no Salão do Automóvel de Chengdu os primeiros detalhes de seu “carro voador”, o Voyager X2. Durante o evento, a montadora revelou que o veículo já está sendo testado na China em altas altitudes.

Tecnicamente, o X2 se trata de uma aeronave elétrica do tipo VTOL (sigla em inglês para decolagem e pouso vertical). Mas a Xpeng se refere a ele como um “carro voador” porque o veículo compartilha o mesmo design do sedã P7 — uma espécie de versão mais barata (e

Encontrado na Floresta Amazônica, o pau-rosa (Aniba rosaeodora) é uma árvore que pode atingir até 30 metros de altura, com troncos de dois metros de diâmetro. Também conhecida como pau-rosamulatinho, pau-rosa-itaúba e pau-rosa-imbaúba, essa espécime produz um óleo que é

utilizado como essência na fórmula de vários perfumes na Europa e nos Estados Unidos, principalmente na fabricação do perfume Chanel Nº5. "Até pouco tempo, o óleo do paurosa era usado como xador. É um dos segredos dos perfumes franceses", a rmou Ari Hidalgo. Sua exploração começou na

década de 1920, quando o produto chegou a ser o terceiro colocado em exportações da Amazônia, cando atrás apenas da borracha e da castanha. Estima-se que, entre 1937 e 2002, dois milhões de árvores foram derrubadas em cerca de 10 milhões de hectares da Florest a Amazônica. Para extrair o óleo, é preciso derrubar uma das árvores da espécime para então, picotar seu tronco e fervê-lo em uma caldeira para que o óleo evapore com a água e condense. E 1992, o pau-rosa entrou para a lista de espécies ameaçadas do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Re c urs os Naturais (Ibama) e também está incluída nas listas o ciais de espécies em extinção na C olômbia e no Suriname. Anteriormente, a árvore era encontrada em toda a Amazônia, mas, hoje em dia, é possível encontrá-la apenas nos municípios de Parintins, Maués, Presidente Figueiredo e Nova Aripuanã, no Amazonas. Recentemente, a produção sustentável do plantio da árvore de pau-rosa vem se tornando uma alternativa para impulsionar a economia do estado do Amazonas e utilizada como fonte de renda para os pequenos produtores.


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Por que tem gente que odeia brigar ou discutir? Evitar conitos faz mal? ©GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO

Se por um lado tem quem goste de ver e encarar discussões, por outro há quem pre ra manter distância de atritos ou interações que possam levar à discórdia. São aquelas pessoas que di cilmente reagem quando são provocadas p ar a d eb ate r d e te r m i na d o assunto, que choram ou então saem do ambiente antes mesmo que o des entendimento s e estabeleça. Essa ação de esquiva e de evitar o perigo pode ser c ons i d e r a d a u m a i n i bi ç ã o comportamental, que tem como objetivo não se expor a nenhuma ameaça. As origens para atitudes de fuga e evitação podem variar muito, indo desde a vontade de não desagradar o outro (por precisar sempre da sua aprovação) até não querer ser visto como alguém agressivo que não tem auto c ont rol e. O ut r a r a z ã o bastante recorrente é o medo de ser julgado ou a percepção de ser avaliado, a ponto de preferir se calar, ainda que discorde do que foi dito. Escolher não participar de discussões é extremamente legítimo e pode ser indicado quando existe um desejo ou necessidade de se poupar. Mas é preciso estar atento se esse comportamento é recorrente, se gera uma sensação de amedrontamento e de repressão que impede a pessoa de se posicionar diante das adversidades. Os debates fazem parte das relações humanas e são fundamentais para a expansão da consciência —individual e coletiva. Além de ser um jeito de ampliar a visão de mundo, participar de

diálogos con itantes é um i mp o r t a nt e c a m i n h o p a r a conseguir diversi car o pensamento. Sem estímulos e re exões que nos fazem entrar em contato com a diferença e a pluralidade, camos mais rígidos e limitados, com sérias di culdades de negociar pontos de vista. Faz parte inclusive de um avanço civilizatório, como p o n t u a Vi n i c i u s D a r r i b a , psicanalista e professor do Inst ituto de Psicolog i a d a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). "Tanto pelo aspecto social quanto político, é saudável participar de interações em que haja a contraposição de p osicionamentos. Most ra inclusive um amadurecimento da sociedade. Vemos hoje como a falta de condições em conseguir debater e entender o outro pode ser prejudicial para as relações nas mais diferentes esferas". O docente lembra que a fuga e a não defesa das próprias posições muitas vezes não são escolhas conscientes. "Na fantasia do sujeito, o embate é algo impossível de suportar, a ponto de não aguentar fazer parte da cena que envolve determinado tema ou interlocutor. Isso surge a partir de afetos e sentimentos que travam a pessoa. Só de imaginar, ela já sente ansiedade e angústia, e mesmo sem saber a razão, experimenta o desejo de querer fugir", detalha. Na avaliação do psicólogo e professor doutor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUC-Campinas, Wanderlei Oliveira, o que tem di cultado o estabelecimento de discussões

Dalva, no 3º lugar do pódio

m ai s prove ito s a s é o fo c o excessivo nos aspectos emocionais. "Considero que a análise dos fenômenos ou das experiências estão tendo menos importância, já que constantemente as falas e as ideias se voltam para questões pessoais. Sobram ataques aos indivíduos, suas subjetividades e singularidades, o que só agrava o medo de se colocar num debate." Isso reforça a percepção de ju l g am e nt o e m re l a ç ã o à s capacidades individuais, o que praticamente torna o sujeito como alvo principal de argumentação no embate. Muitas pessoas não conseguem se expor por medo ou falta de habilidades sociais. Mas a causa para evitar con itos pode estar ligada com a ansiedade. Como explicava Freud, um dos pr i n c ip ai s s i nt om a s d e s s a emoção, que se manifesta frente ao perigo potencial, é a inibição comportamental. "No caso da espécie humana, frequentemente se traduz em uma esquiva, que não permite ao indivíduo nem experienciar a ameaça", a rma

M i l e n a d e B a r r o s Vi a n a , psicóloga e professora associada, livre docente, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Essa defensiva está ligada com um pensamento de "e se": e se eu for mal avaliado, reprovado, julgado etc. "O sujeito se antecipa e evita qualquer manifestação para não criar a chance de ser criticado ou virar motivo de chacota. Dentre as experiências de vida, é um comportamento comum àqueles que foram muito protegidos e não aprenderam a lidar com contextos desa adores ou estressantes", declara a docente. Alexia Lucia Novaes, professora do Debacker Programa de Pós-Graduação em Espinoso Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lista outras possibilidades que levam alguém a querer distância de embates. "Existem casos nos quais a pessoa catastro za as consequências de um con ito e não se expõe para minimizar os riscos. Pode acontecer também de lhos que crescem com pais verbalizando que discutir é feio e ar r is cado, ou ent ão, que

aprendem por modelação e imitam comportamentos de esquiva que presenciaram desde a infância". Ainda é possível que a origem para fugir de con itos esteja em situações traumáticas vividas ou assistidas pela pessoa em determinado momento da vida, ou simplesmente seja uma questão de temp eramento. "Abrange uma tendência inata a ser mais passivo, ao aceitar a opinião ou decisão do outro sem questionar, e depois até sentir raiva de si mesmo por não ter se posicionado. Ou então de ser agressivo, e por não ter controle dos impulsos e saber que pode haver consequências negativas, pre fe r i r n ã o s e e nvolve r " , complementa a professora da UFRJ. A psicóloga Lucia Novaes lembra que a empatia é f u n d am e nt a l e m qu a l qu e r relação e deve ser praticada pelos interlocutores interessados em construir um debate proveitoso. "Você pode mostrar sua opinião começando a dizer que entende o pensamento do outro, mas que

possui uma visão diferente." Os desentendimentos geralmente ocorrem quando alguém é muito rígido em suas convicções e deseja convencer a todos de que suas ideias são as únicas corretas. Não é raro que essa postura seja a c omp a n h a d a d e p a l av r a s ofensivas e críticas desnecessárias devido à di culdade em lidar com as diferenças, o que atrapalha qualquer tentativa de compreensão do próximo. Dessa forma, o tom agressivo costuma gerar reações de defesa ou ataque, e afasta as chances de novas visões ou interpretações serem alcançadas. O ideal é que seja uma fala assertiva, rme no posicionamento e respeitosa. "Se eu avalio que o interlocutor é alguém receptivo a ideias, aberto a pensar e a ouvir, e não responde com agressividade, justamente porque entende que discussões fazem par te do crescimento individual e coletivo, não há motivos para fugir dessa circunstância", reforça Wanderlei Oliveira. O professor da PUC-Campinas recomenda que além de analisar as posturas dos participantes, outro passo importante antes de iniciar qualquer argumentação é reconhecer qual o repertório que possuo sobre o tema e se tenho a contribuir com o debate. "É tentar identi car se você tem familiaridade com as bases ou fundamentos cientí cos que constituem determinado assunto, ou se a sua participação s e r á ap o i a d a s o m e nt e e m achismos ou em frases de efeito", destaca.

Cientistas afirmam ter descoberto forma de reverter o envelhecimento das células ©SHUTTERSTOCK

Uma equipe de cientistas do I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a Technion-Israel a r ma ter descoberto uma maneira de re ver ter o envel he cimento natural das células do sistema imunológico, e com isso, tornar os idosos muito mais resistentes

ao novo coronavírus e outras infecções. Os pesquisadores identi caram a via molecular que o corpo humano usa para criar células B, de acordo com o e Jerusalem Post. Sendo assim, o sistema imunológico usa para

identi car e produzir anticorpos contra novos patógenos. O trabalho aponta para um futuro no qual os idosos possam lutar contra os patógenos tão bem quanto as gerações mais jovens, desfrutando de melhor saúde até a velhice. Isso porque as

células B vivem pouco tempo antes de morrer e são convertidas em células B de memória de longa duração (MBC), que seu sistema imunológico usa como uma espécie de registro de infecções anteriores. Então, se uma célula B morrer antes de se tornar um MBC, ela será substituída por uma nova. Por outro lado, essa produção de células é interrompida quando há mais MBCs ocupando espaço, de acordo com o estudo, tornando mais difícil para o sistema imunológico de uma pessoa mais velha aprender a se defender de novos patógenos como o coronavírus. “Quando você é jovem, você tem células jovens, e as células jovens têm uma capacidade muito diversa de reconhecer qualquer coisa [patogênica] que entra em seu corpo”, disse o pesquisador Doron Melamed do Technion-Israel. Com o objetivo de encontrar uma maneira de enganar o corpo

e fazê-lo produzir novas células B, os pesquisadores investigaram uma das maneiras pelas quais o corpo reabastece naturalmente seu suprimento. Pacientes em t r at am e nt o p ar a e s c l e ro s e múltipla tiveram seus estoques de MBC esgotados, momento em qu e s e u c or p o c om e ç ou a produzir novas células B rapidamente. Além disso, a equipe identi cou os hormônios

especí cos que interromperam a produção de células B novamente, uma vez que os estoques foram repostos, e percebeu que a desativação do hormônio resulta na produção de células B extras à esquerda e à direita. Em seguida, eles esperam transformar esse truque hormonal em um novo tratamento rejuvenescedor para o s i d o s o s e imunocomprometidos.


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