Jornal Fatos & Notícias 442

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ANO XI - Nº 442 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 01 A 07 DE OUTUBRO/2021 SERRA/ES Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

Pesquisadores acham ninhos da saíraapunhalada no ES

8 Experimente esta receita

de tabule de arroz preto para uma refeição leve e refrescante Pág. 8

JORGE PACHECO

8 Prefeito de São Mateus é

preso dois dias após de fazer showmício com Casagrande Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI

8 Na formação do caráter

de uma criança é preciso que seja bem nítida a diferença entre mentira e verdade Pág. 10

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 Pedestres e ciclistas

sofrem com imprudência e falta de educação de alguns motoristas em Bairro de Fátima Pág. 12

©CIRO ALBANO/SAVE BRASIL

Dormir mal influencia na fome e aumenta consumo de alimentos mais calóricos

Pág. 11

A região centro-sul serrana do Espírito Santo abriga importantes remanescentes de Mata Atlântica, onde vive uma grande diversidade de plantas e animais, entre elas a saíra-apunhala, espécie de extrema raridade e restrita a matas bem preservadas. A região é considerada pela BirdLife International e SAVE Brasil como uma 'Área Importante para a Conservação das Aves' de atuação prioritária, sendo habitada por mais de 250 espécies de aves, seis globalmente ameaçadas de extinção Pág. 2

Iniciativa brasileira prevê primeiro plano nacional antirracista do mundo Pág. 4

©AMAZON/DIVULGAÇÃO

Robozinho Astro marca a entrada da Amazon no segmento de robótica doméstica Pág. 6

©WIKIMEDIA COMMONS

Alexa, da Beelzebufo, o 'sapo do capeta' gigante, benefícios Amazon, virou capaz de devorar dinossauros bebês do óleo de robô e agora alho pode andar pela casa Brincar com Ele impressionava não apenas pelo seu tamanho, mas também pela força destruidora de suas mandíbulas

Pág. 8

Pág. 7

outras crianças ajuda a desenvolver saúde mental e física Pág. 8


2 MEIO AMBIENTE

01 A 07 DE OUTUBRO/2021

Pesquisadores acham ninhos da saíraapunhalada no ES A saíra-apunhalada é uma das aves mais ameaçadas do mundo, sendo a sua população estimada em 11 indivíduos, por isso, garantir a segurança dos dois ninhos encontrados é a missão dos pesquisadores, que lutam para garantir a sobrevivência da espécie ©ALEX MESQUITA/IMD

Com uma população de apenas 11 indivíduos maduros, a saíraapunhalada é considerada uma das aves mais ameaçadas do mundo e, por isso, também uma das mais raras. Seu habitat é restrito a uma faixa de Mata At l ânt i c a d e a lt itu d e d e aproximadamente 400 hectares nas montanhas do Espírito Santo e, desde 2016, pesquisadores atuam para garantir a sobrevivência da espécie. Uma das estratégias adotadas pela equipe do Instituto Marcos Daniel (IMD), que coordena o programa de conservação da ave, é identi car e proteger os ninhos das saíras-apunhaladas. Em 2020, um único nin ho foi encontrado e protegido pelos pesquisadores para garantir o sucesso reprodutivo. Deu certo e mais dois lhotes de saíra n a s c e r am e s e ju nt ar am à

pequena população da ave. Neste ano, dois ninhos foram encontrados e os cientistas irão repetir a fórmula bem-sucedida da vigília constante para garantir que outros lhotes se somem ao bando. A ecologia reprodutiva da saíra-apunhalada (Nemosia rourei) não facilita muito a expansão populacional. A ave constrói seu ninho uma única vez p or ano, entre s etembro e dezembro, e todos os membros do bando (de cinco a s eis indivíduos) se unem para cuidar juntos de um único ninho por vez. Com isso, cada bando produz um único ninho por ano, que gera apenas dois lhotes. Ou seja, a taxa de crescimento populacional da espécie é bem lenta e cada indivíduo conta. Por isso, os pesquisadores do IMD comemoraram a descoberta de

dois ninhos da espécie. É a primeira vez que a equipe registra um ninho em cada uma das áreas de ocorrência, um na Reserva Biológica Augusto Ruschi, no município de Santa Teresa, e outro na Mata de Caetés, divisa entre os municípios de Castelo e Vargem Alta. Para garantir que os preciosos

ninhos e lhotes estarão a salvo de predadores e outras ameaças, inclusive humanas, os pesquisadores montaram uma vigília que seguirá ininterrupta ao lado de cada um dos ninhos. Quando os lhotes deixarem o ninho, a equipe continuará de olho através do monitoramento diário do bando até a próxima

temporada reprodutiva, na primavera seguinte. “É um trabalho árduo, feito dia a dia por pessoas extremamente apaixonadas pela proteção das espécies ameaçadas e especialmente dessa que é a única ave que só existe aqui no Espírito Santo. Furcifer Se não conseguirmos Camaleão r e v e r t e labordi r s u a s i t u a ç ã o, e l a desaparecerá do planeta”, alerta Marcelo Renan de Deus Santos, coordenador-geral do Programa d e C ons e r v a ç ã o d a S aí r a Apunhalada (PCSA) e presidente do IMD. Apesar de lento, é de ninho em ninho e lhote em lhote que os pesquisadores esperam aumentar a população de saíraapunhalada e salvá-la da extinção. “Se a gente conseguir garantir que esses dois indivíduos que nas cem na temporada reprodutiva

sobrevivam, com o passar do tempo vamos começar a ter o aumento populacional, principalmente se esses bandos começarem a aumentar e se dividirem, porque aí vamos começar a ter mais ninhos simultaneamente. O fundamental em termos de ação direta é essa proteção dos ninhos e garantia da proteção da espécie. Nós temos uma equipe de 16 biólogos para conseguir acompanhar as aves e monitorar os ninhos. É um trabalho intenso, com um resultado que a gente entende que é pequeno e de longo prazo, que exige muita perseverança, porque é de dois em dois lhotes que eles vão chegar em 200 e garantir a s obre v ivê nc i a d a e sp é c i e”, explicou Marcelo em entrevista dada em maio deste ano.

Cerrado é considerado Ações humanas fazem bioma com potencial para Austrália perder 30% agricultura sustentável de seus coalas nos ©REPRODUÇÃO

Muitas vezes considerado um ecossistema com pouca importância, em comparação com orestas úmidas brasileiras, como Mat a At l ânt ic a e Amazônia, o Cerrado é, na verdade, extremamente abundante em biodiversidade. A fauna e a ora do bioma são riquíssimas, reunindo mais de 11 mil espécies de plantas nativas, 199 espécies de mamíferos e 837 espécies de pássaros. Também é lá que nascem três das maiores bacias hidrográ cas da América do Sul, rendendo ao Cerrado o apelido de “caixa d'água” da região. A abundância natural, no entanto, leva muitos a explorarem o bioma de forma insustentável. Responsável por 60% de toda a produção de grãos do Brasil, o Cerrado foi vítima de quase um

terço dos desmatamentos que aconteceram no País no ano de 2020. Para chamar a atenção para a importância da conservação da região, no mês de setembro — n ã o p o r a c a s o, q u a n d o é comemorado o Dia Nacional do Cerrado — o Banco Mundial declarou que ele é considerado o bioma com maior potencial para agr ic ultura sustent ável do mundo e que o FIP, seu Programa de Investimento Florestal, atua incansavelmente para proteger a

região. Por meio de parceria rmada com o governo brasileiro em 2011, o Banco Mundial gerencia recursos investidos em fundos de conservação, do qual participam bancos internacionais, em prol do Cerrado. Para a especialista sênior em Meio Ambiente da instituição, Bernardete Lange, tal parceria facilita diálogos e torna mais e ciente a gestão do programa, “somando esforços para a conservação do Cerrado”. Entre outros benefícios da iniciativa, ela citou o desenvolvimento e divulgação de dados signi cativos sobre o d e s mat ame nto, o r is c o d e incêndios orestais e a emissão de gases de efeito estufa no Cerrado, usados para pautar as ações de conservação. A parceria termina no nal de 2021, no entanto, segundo Lange, o Banco Mundial pretende continuar com outros projetos do FIP voltados à proteção do Cerrado nos próximos anos.

últimos três anos ©SHUTTERSTOCK

Segundo relatório divulgado pela Australian Koala Foundation (Fundação Australiana Coala, em tradução livre), a Austrália perdeu cerca de 30% de seus coalas nos últimos três anos, em razão de fatores como seca, incêndios orestais e derrubada de árvores por incorporadores. De 80 mil animais existentes em 2018, a organização não governamental estima que restaram, aproximadamente, 58 mil. O pior declínio foi registrado no estado de New South Wales, onde os números caíram 41%. De acordo com Deborah Tabart, presidente da entidade, “os declínios são bastante dramáticos”. Não houve tendências de alta em nenhuma parte do país, segundo o levantamento, que aponta que somente uma região tem mais de cinco mil desses animais, e em algumas regiões foram estimadas com apenas cinco ou dez deles. Tabart acredita que o país precisa de uma lei de proteção dos coalas. “Só acho que a ação agora é imperativa. Sei que pode soar como uma história

interminável de escassez e destruição, mas esses números estão certos. E eles provavelmente são piores”, lamentou a gestora à agência Reuters. O relatório aponta que o declínio em New South Wales provavelmente se acelerou depois que enormes áreas de oresta foram devastadas por incêndios orestais no nal de 2019 e no início de 2020, mas algumas dessas áreas já não tinham coalas. “O que nos preocupa são lugares como o oeste de New South Wales, onde a seca dos últimos dez anos acabou de ter e s s e e f e it o c u mu l at i v o — sistemas uviais completamente secos por anos, eucaliptos vermelhos, que são vitais para os

coalas, mortos”, disse Tabart. Em junho, o governo australiano pediu à sociedade i d e i as s obre u m pl ano d e recuperação nacional para New South Wales, Queensland e o território da capital australiana ao redor de Canberra. Na ocasião, as autoridades questionaram se o status de proteção da espécie ameaçada deveria ser elevado de “vulnerável” para “em perigo”. Para Tabart, os vilões mais ameaçadores aos coalas, no m om e nt o, s ã o a s g r a n d e s companhias de construção civil. “A c h o q u e t o d o m u n d o entendeu, temos que mudar. Mas, se essas escavadeiras continuarem funcionando, eu realmente temo pelos coalas”.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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CULTURA 3

01 A 07 DE OUTUBRO/2021

A origem das expressões Artista autodidata busca reconhecimento para populares seus desenhos De ‘quebrar o galho’ até ‘enfiar o pé na jaca, criadas há décadas e reproduzidas incessantemente por gerações, tais frases nasceram das mais inusitadas maneiras

©ROZANA CÂNDIDO

©DIVULGAÇÃO/PIXABAY/PEXELS

1. "Maria vai com as outras" De acordo com o pesquisador Brasil Gerson, autor de História das Ruas do Rio, a expressão tem origem no início do século 19, com a vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro. A mãe do rei João VI, a rainha Maria I, costumava passear às margens do rio Carioca, no antigo bairro de Águas Férreas. Ac ont e c e qu e Mar i a I e r a conhecida por sua insanidade mental (manifestada após a morte do filho e da Revolução Francesa), tanto que era tratada como “A Louca”. Como ela ia passear levada pelas mãos de suas damas de companhia, o povo dizia: “Maria vai com as outras”. 2. "A cobra vai fumar" Surgiu como slogan da Força E x p e d i c i on ár i a Br a s i l e i r a , constituída em 1943 para lutar na Europa, durante a Segunda Guerra. Era uma resposta à descrente opinião pública da época, que dizia que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra. A partida para a Itália só ocorreu em junho de 1944. Mas o ceticismo pairava no ar desde 1942, quando o pre s i d e nte G e tú l i o Varg a s anunciou que o Brasil não se limitaria ao fornecimento de materiais nem à expedição de contingentes simbólicos. Além de adotar o irônico slogan, a FEB editou um periódico que se chamava '...E a Cobra Fumou!'. 3. "Quebrar o galho" Quando alguém nos ajuda a resolver um problema, dizemos que essa pessoa nos "quebrou um galho". Existem duas versões diferentes para explicar a origem desse regionalismo tão usado no Brasil. Um dos significados da palavra galho é “conjunto de riachos que se reúnem para formar um rio”. Assim, para os viajantes, “quebrar um galho” significa abrir um caminho em um afluente de rio para

desembocar de forma mais rápida no rio principal. 4. "Dor de cotovelo" A expressão, incorporada pelos dicionários de língua portuguesa, se difundiu graças ao sambista Lupicínio Rodrigues. Lupe, como era conhecido, foi um mulherengo incorrigível, que usou suas diversas desilusões amorosas como inspiração para c o m p o r. E l e c o s t u m a v a classificar sua dor de cotovelo em três categorias, conforme a intensidade: a federal, que acabava em um porre; a estadual, suportável; e a municipal, que não rendia sequer um samba. Praticamente todos os sambas de Lupe mencionavam a tal 'dor'. 5. "Enfiar o pé na jaca" Não é nenhum segredo que enfiar o pé na jaca quer dizer tomar uma carraspana, ficar de pileque, ser um borrachão. Ainda que em algum lugar alguém deva ter enfiado o pé na grudenta e descomunal fruta, a origem da expressão não tem nada a ver com algo que você possa comprar na feira livre. Originalmente era ''enfiar o pé no jacá”, com acento. "Jacá" vem do tupi "aya'ka" e era um cesto feito de bambu ou cipó. Ele era usado preso no lombo de animais de transporte de carga no Brasil colonial, entre os séculos 17 e 18. Em suas viagens, quando os tropeiros paravam em bodegas de beira de estrada e exageravam na bebida, na hora de subir de volta no burrico, quem saía trançando as pernas podia enfiar o pé no jacá, passando o maior vexame, ultraje, opróbrio, carão. 6. "Com os burros n'água" Designada quando alguém faz esforço para conseguir algo e se dá mal, a frase vem dos tempos do Brasil colonial, que, entre os séculos 17 e 18, viu a necessidade de escoar ouro, cacau e café entre o Sul e o Sudeste e adotou a ideia dos colonizadores espanhóis, que transportavam entre a Bolívia e o Panamá cargas sobre burros ou mulas. Era comum os condutores das tropas enfrentarem caminhos torturantes. Muitas vezes davam, literalmente, com os burros n'água — em travessias alagadas onde os animais morriam afogados. Como o dono da mercadoria arcava com o dano, a locução passou a ser empregada sempre que alguém leva a pior. 7. "As paredes têm ouvido" Tanto ocidentais quanto orientais concordam com a expressão que alerta para os perigos de sermos escutados sem saber. O dito existe, nessa mesma forma, em

línguas como alemão, francês e chinês. Sua origem remonta a um antigo provérbio persa que dizia: “As paredes têm ratos, e ratos têm ouvidos”. Um dos primeiros registros de provérbio semelhante em inglês aparece no clássico medieval 'The Canterbury Tales', escrito por Geoffrey Saucer entre 1387 e 1400. Saucer descreve algo como “aquele campo tinha olhos, e a madeira tinha ouvidos”. A expressão ganhou um sentido quase literal, que pode ser testemunhado até hoje em castelos medievais e, principalmente, palácios renascentistas. Muitos deles — como o Palácio dos Doges, em Veneza, Itália — escondem dutos e ab er turas p elas p are des, construídas na época para possibilitar a audição, em outras salas, de encontros políticos a portas fechadas. FOTO: REPRODUÇÃO

8. "Fazer uma vaquinha" O ato de juntar algumas pessoas para coletar um dinheirinho passou a ser conhecido como “fazer uma vaquinha” no século 20 por causa do futebol. Nas décadas de 20 e 30, quase nenhum jogador de futebol ganhava salário — luxo só garantido aos atletas do Vasco da Gama. Nesses tempos bicudos, muitas vezes a própria torcida reunia-se a fim de arrecadar, entre si, um “prêmio” para agraciar os craques. A grana era paga de acordo com o resultado obtido em campo. Os valores dessas “bolsas” associavam-se aos números do jogo do bicho, l ote r i a c r i a d a no s f i ns d o Império. Se arrecadassem 5 mil réis, por exemplo, chamavam o prêmio de “um cachorro”, já que 5 é o número do cachorro no jogo. Dez-mil réis eram “um coelho”. Quinze mil réis, “um jacaré”. Vinte mil, “um peru”. Vinte e cinco mil, o prêmio máximo, era chamado de “uma vaca”. Nascia a expressão “fazer uma vaquinha”. 9. "Segurar vela" Quando não existiam as lâmpadas — que podiam ser alimentadas por óleo de baleia ou gás — as velas eram a principal fonte de luz. Por isso, na Idade Média, os iniciantes em todo tipo de trabalho braçal seguravam velas para que os mais experientes enxergassem o que faziam. Em teatros e outros lugares que funcionavam à noite, por exemplo, havia garotos acendedores de vela. Em francês, uma das explicações da expressão (“tenir la chandelle”) se refere a criados que eram obrigados a segurar os candeeiros durante as relações sexuais de seus patrões e se manter virados de costas para não ver o que acontecia. Entre 1500 e 1600, “segurar vela” passou a significar “ajudar em uma p osição sub ordinada, desconfortável”. Com o tempo, serviu para designar a amante de um triângulo amoroso, e, mais recentemente, o amigo solteiro que acompanha um casal. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

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LUCIANO DANIEL

Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br

Foto Antiga do ES ©EMANUEL NUNES/FACEBOOK PORTAL CAPIXABA

D

esde antes do século 16, a humanid ade conta com registros de frases cujos significados vão muito além do literal. Criados das mais distintas maneiras, muitos destes ditados resistiram ao passar das décadas e, hoje, têm significados bastante singulares. De um conceito da Idade Média, até um rumor da corte portuguesa, algumas das expressões que conhecemos atualmente têm curiosas origens. Confira de onde vieram dez frases populares que mudaram, ou não, de significado com os anos.

Autodidata, a artista Rozana Cândido, 56 anos de idade, moradora do estado de Goiás, enviou para nossa redação imagens dos trabalhos que desenvolve nos momentos livres. Mãe de cinco filhos e avó de três crianças, estudou até a quarta série primária e diz que, desde criança, sempre teve interesse pelas artes. Na fase adulta, aos 50 anos, encontrou o amor p elo desenho e tem desenvolvido o seu talento desde então. Apesar de achar sua arte am a d or a , o s d e s e n ho s d e Rozana são verdadeiras obras. “Não me julgo uma artista, mesmo porque meus trabalhos são amadores e sem v i s i bi l i d a d e”, af i r m a c om humildade. Mas como dizia Fernando Pessoa, “A arte é a autoexpressão lutando para ser absoluta”.

RETA DA PENHA, VITÓRIA, ANOS 80


4 EDUCAÇÃO

01 A 07 DE OUTUBRO/2021

Iniciativa brasileira prevê Projeto reúne dados públicos primeiro plano nacional e facilita pesquisa sobre desigualdades na educação antirracista do mundo Proposta formulada por seis organizações sociais está entre as dez nalistas do Desao de Equidade Racial 2030, da Fundação W.K. Kellogg

Ferramenta interativa lançada pelo Cenpec permite cruzamentos de informações referentes à educação básica brasileira ©LANA STOCK

©FREEPIK

Noventa milhões de dólares em soluções para ajudar a desatar os nós de grandes questões sociais no mundo. Este será o investimento da Fundação W.K. Kellogg, dividido entre cinco projetos vencedores do Desa o de Equidade Racial 2030. O programa internacional, que busca apoiar “ideias revolucionárias para garantir um futuro de condições igualitárias a crianças, famílias e comunidades em todo o planeta”, acaba de divulgar dez nalistas. Entre eles, está a proposta brasileira para implantar o primeiro sistema de educação pública antirracista do mundo. O projeto é idealizado por seis organizações: ActionAid, Ação Educativa, C a m p a n h a Na c i o n a l p e l o Direito à Educação, C o ord e n a ç ã o Na c i on a l d e Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Geledés Instituto da Mulher Negra e UNEafro Brasil. “Especialmente neste momento tão delicado para a agenda de direitos humanos no Brasil, é uma conquista de

magnitude imensurável, um reconhecimento histórico da produção dos movimentos negros e de educação na construção das diretrizes de uma educação antirracista”, a rma a coordenadora de Educação e Pesquisa do Geledés Instituto da Mu l her Neg ra, Suelaine Carneiro. A s el e ç ã o na l, e nt re as inscrições de 72 países, levou cinco meses e envolveu quatro eixos: o caráter revolucionário, o critério equitativo, a ousadia e ser realizável. O plano nacional de educação antirracista sugerido pelo grupo brasileiro prevê a

apuração de dados para a criação de pesquisa e estudos, além da mobilização de parlamentares e organizações da sociedade civil na luta pela igualdade racial. “Cada um desses dez nalistas, visionários, representa um profundo compromisso com a comunidade e a liderança locais. Estamos orgulhosos de estabelecer parcerias e revelar suas soluções ousadas e revolucionárias para promover a equidade racial na próxima década”, a rma a presidente e CEO da Fundação W.K. Kellogg, La June Montgomery Tabron.

A China se afasta cada vez mais do inglês e do mundo Cresce na China o movimento contra a língua inglesa e contra a inuência ocidental em geral, algo que muitos chineses veem como um distanciamento de sua abertura para o mundo ©JIALUN DENG/THE NEW YORK TIMES

Q u a n d o e r a e s t u d a nt e d a Faculdade de Direito da Universidade de Pequim em 1978, Li Keqiang mantinha os dois bolsos de sua jaqueta recheados de papéis manuscritos. Segundo um excolega de classe, uma palavra em inglês era escrita de um lado e a

versão chinesa correspondente, do outro. Li, agora primeiroministro da China, fazia parte da mania chinesa de aprender inglês. Uma revista chamada "Learning English" vendeu meio milhão de assinaturas naquele ano. Em 1982, cerca de dez milhões de famílias chinesas —

quase o equivalente ao número de chineses proprietários de um aparelho de TV na época — a s s i s t i r am a " Fol l ow Me " , programa de ensino de inglês da BBC com frases como: "Qual é seu nome?" "Meu nome é Jane." É difícil exagerar o papel que o inglês desempenhou na mudança do cenário social, cultural, econômico e político da China. A língua é quase sinônimo de reformas e políticas de abertura no país, que transformaram uma nação empobrecida e fechada na segunda maior economia do mundo. Por isso, foi um choque para muita gente quando as autoridades educacionais em Xangai, a cidade mais cosmopolita do país, no mês passado proibiram as escolas

Navegar pelos dados do Censo Escolar e cruzar informações sobre os contextos de estudantes, escolas e territórios com os números de reprovação, distorção idade-série e abandono escolar. Esses são alguns recortes possíveis da ferramenta interativa “Painel de desigualdades educacionais no Brasil”, lançada pelo Centro de Estudos e Pes quis as em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Dados detalhados sobre a formação inicial dos mais de 2,1 milhões de professores do país também estão disponíveis na plataforma, que tem por objetivo organizar o acesso às informações públicas sobre educação básica. O Painel reúne os estudos de 2015 a 2020 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) sobre o Censo Escolar. Um espaço para o compartilhamento das pesquisas re a l i z a d a s n a p l at a f or m a ,

intitulado “Comunidade de ações para a equidade”, será disponibilizado em breve. “O Painel tem um papel de ser educativo, ou seja, de sensibilizar e apoiar famílias, estudantes, professores, além de toda a sociedade, na construção de ações de enfrentamento dessas desigualdades educacionais”, explica o diretor de pesquisa e avaliação do Cenpec, Romualdo Portela de Oliveira. E m 2 0 2 0 , e s t i m a - s e qu e 342.806 estudantes deixaram de frequentar a escola, sendo 294.254 das regiões urbanas. A maior incidência está no ensino médio: 69,9%. A equipe ressalta, contudo, o fato de algumas redes terem optado por prolongar o ano letivo até 2021 — ou seja, nem todas as situações de abandono escolar foram informadas na pesquisa. Quando se busca, por exemplo, a distorção série-idade nos últimos cinco anos, veri ca-se queda nos percentuais em quase

primárias locais de realizar exames nais de língua inglesa. Em linhas gerais, as autoridades chinesas dizem estar diminuindo a carga de trabalho dos alunos em meio a um esforço para aliviar os encargos sobre as famílias e os pais. Mesmo assim, muitos chineses interessados em inglês não podem deixar de ver a decisão de Xangai como uma medida contra a língua e contra a in uência ocidental em geral — e mais um passo no distanciamento da abertura para o mundo. Muitos chamam o fenômeno de "marcha à ré", ou o Grande Salto para Trás da China, alusão à desastrosa campanha de industrialização do m dos anos 1950 que resultou na pior fome criada pelo homem em toda a história da humanidade. No ano passado, a autoridade educacional chinesa proibiu as escolas primárias e secundárias de usar livros didáticos do exterior. Um conselheiro do governo recomendou este ano que o vestibular anual do país parasse de testar o inglês. Novas restrições recentes a empresas de aulas particulares extraescolares, que ensinam inglês há anos, as

prejudicaram. Livros escritos em inglês ou traduzidos também são desencorajados nas universidades, especialmente em assuntos mais sensíveis, como jornalismo e estudos constitucionais, segundo professores que falaram sob a condição de anonimato. Três deles reclamaram que a qualidade dos livros didáticos autorizados pelo governo foi prejudicada porque alguns autores foram escolhidos por sua antiguidade e lealdade partidárias, e não por suas quali cações acadêmicas. O presidente da prestigiada Universidade Tsinghua, em Pequim, foi criticado alguns meses atrás por ter enviado a cada novo aluno uma cópia em chinês de "O Velho e o Mar", de Ernest Hemingway. Ele escreveu em uma carta que queria que os a lu no s apre nd e ss e m a te r coragem e perseverança. Alguns u s u á r i o s d e re d e s s o c i a i s qu e st i onar am p or qu e foi escolhida a obra de um autor americano, ou por que os alunos não foram encorajados a estudar para a ascensão da China. Em alguns casos, a ortodoxia

todo Brasil, com exceção dos e s t a d o s d e R or ai m a ( c om aumento de 9,9%) e de Santa Catarina (com crescimento de 6 , 3 % ) . E m 2 0 2 0 , e nt re o s 5.807.374 estudantes que fazem parte desse grupo, 21,6% não haviam declarado sua raça. “O racismo é um fenômeno tão forte e tão entranhado na sociedade brasileira que muitas vezes não é reconhecido como tal. Um exemplo da di culdade do enfrentamento ao racismo se expressa no número de estudantes que não declararam sua raça/cor”, analisam os pesquisadores do Cenpec. De acordo com a presidente do Conselho de Administração do Cenpec, Anna Helena A lt e n f e l d e r, a f e r r a m e nt a possibilita o entendimento do contexto histórico. “Quando trazemos dados como o dos alunos, de sexo, raça e outros marcadores sociais, queremos olhar para essas informações de d e s i g u a l d a d e p ar a , ass i m , e nt e n d e r q u a i s c a m i n h o s podemos seguir”, a rma. Con ra, a seguir, a íntegra do webinário de apresentação do Painel, que reuniu, além da equipe do Cenpec, o ex-ministro da educação e atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine, e a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, especialista em educação e relações étnicoraciais, Petronilha B. Gonçalves e Silva.

do Partido Comunista está substituindo textos estrangeiros. As escolas primárias em Xangai podem não estar realizando testes de inglês, mas um novo livro didático sobre "os pensamentos de Xi Jinping sobre o socialismo com características chinesas para uma nova era" será leitura obrigatória nas escolas de ensino fundamental e médio da cidade a partir deste mês. Cada aluno é obrigado a fazer uma aula semanal por semestre. O Partido Comunista está i nt e n s i c a n d o o c o nt r o l e ideológico e a propaganda nacionalista, esforço que poderia voltar o relógio para 1950 e 1960, quando o país era fechado para g rande p ar te do mundo e campanhas políticas afetavam o crescimento econômico. Um ensaio nacionalista amplamente divulgado recentemente pela mídia o cial chinesa citou "os ataques bárbaros e ferozes que os EUA começaram a fazer contra a China". O inglês perdeu um pouco de seu brilho depois da crise nanceira de 2008. Aparentemente, Xi Jinping, o líder supremo da China, não fala a língua.


POLÍTICA 5

01 A 07 DE OUTUBRO/2021

Jorge

Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco

jorgepachecoindio@hotmail.com

Interina Luzimara Fernandes

“A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano// O melhor governo é aquele em que há o menor número de homens inúteis”, Voltaire — filósofo do Iluminismo, um dos principais inspiradores da Revolução Francesa ©REPRODUÇÃO INTERNET

Prefeito é preso dois dias após de fazer showmício com Casagrande Junto à vice-governadora, Jacqueline Moraes (PSB), e Daniel do Açaí, Casagrande promoveu campanha antecipada em São Mateus, na ocasião foram distribuídos bonés com a inscrição “Casão”

fatos relacionados aos demais loteamentos que a denunciada representava.

contagem em dobro dos votos dados a candidatos negros, índios e mulheres para efeito da distribuição dos recursos dos fundos partidário e eleitoral nas eleições de 2022 a 2030. A medida também abre uma possibilidade para deputados e vereadores não perderem o mandato se deixarem os partidos, desde que haja

Senado vota projeto que torna CPF único número de identificação

©FOLHAES

anuência das legendas para essa saída. Além disso, ca prevista a mudança na data das posses de presidente da República e governadores. No caso do primeiro, a posse será no dia 5 de janeiro, e no dos governadores, no dia seguinte, 6 de janeiro. Essa mudança valerá a partir da eleição de 2026. Para o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a reforma é “enxuta, mas com preceitos que contribuem para o equilíbrio da atividade política brasileira”. "No nal das contas, o entendimento do Senado Federal foi um entendimento de que o sistema eleitoral deveria e deve ser aquele que estabelecemos em 2017: o sistema proporcional, sem coligações partidárias, com cláusula de desempenho que façam que os partidos AJUFE

©WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

possam funcionar e ter acesso ao fundo partidário, tempo de TV e rádio, desde que cumpram determinadas metas ao longo do tempo. Primeira eleição federal com ess a reg ra é est a de 2022", argumentou o parlamentar. Outro trecho mantido foi a possibilidade de realização de plebiscitos municipais durante o processo eleitoral. A ideia é utilizar a estr utura já dispensada nas eleições em plebiscitos que sejam necessários em determinado município. Medida semelhante é empregada, por exemplo, nas eleições dos Estados Unidos.

PEC da reforma eleitoral é promulgada no Congresso O Congresso Nacional promulgou, na terça-feira (28), a reforma eleitoral estabelecida pela Emenda Constitucional 111. As novas regras já serão aplicadas a partir das eleições de 2022. Aprovada no Senado na semana passada, entre os principais pontos está a

Ex-prefeito de Rio Bananal denunciado por fraudes no licenciamento de imóveis O Ministério Público do Estado do

Juízes Alexandre Farina e Carlos Gutmann se apresentam à polícia após liminares serem cassadas Os magistrados chegaram ao Quartel da Polícia Militar, em Maruípe, no final da tarde desta terça-feira. Eles são suspeitos de

©REPRODUÇÃO

No último sábado (25), o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), realizou um showmício na Orla de Guriri, em São Mateus, com apoio do prefeito Daniel do Açaí (PSDB) e da vicegovernadora Jacqueline Moraes. Usando bonés com a inscrição "Casão", os políticos promoveram, literalmente, campanha fora de hora para a reeleição do governador. O suvenir foi distribuído a todos os presentes no evento de entrega de obras pelo governo do Estado. Entretanto, três dias depois (28), o prefeito Daniel do Açaí, aliado do socialista, foi preso na operação de agrada pela polícia federal que desbaratou a quadrilha que agia no m u n i c í p i o, a p r e e n d e n d o, a t é o momento, cerca de R$ 1 milhão em espécie escondidos pelo chefe do Executivo local. Não é de hoje que governador do Estado vem passando por problemas 'escandalosos'. Casagrande tem vivido dias difíceis ultimamente, com vários aliados sendo investigados, além de assessores envolvidos e denunciados pelo Ministério Público por corrupção, como o caso Pen Drive, um dos maiores escândalos da história do Estado do Espírito Santo. Além, de secretários — de sua intimidade e con ança — envolvidos, diretamente, em improbidades escabrosas. O prefeito de São Mateus já foi cassado por abuso do poder econômico, durante o primeiro mandato (entre 2017 e 2020), em função da distribuição de água mineral no município durante o período eleitoral. Em 2019, ele foi absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Rio Bananal, ajuizou denúncia em desfavor do exprefeito Felismino Ardizzon (PSB) e da ex-servidora pública municipal Elza Maria Scuassante, pelos crimes de corrupção passiva, extravio de documento público e crimes contra a ordem tributária. Ambos são acusados de integrar um esquema ilícito de avaliação, licenciamento e regularização de empreendimentos imobiliários no município. A servidora atualmente está presa no Centro de Detenção Provisória de Colatina. Mesmo sem ter formação para avaliar loteamentos, a servidora realizava a análise de todos os empreendimentos e trabalhava no setor tributário da Prefeitura de Rio Bananal. Em paralelo, ela possui um comércio de licenciamento e regularização de empreendimentos. A rma presta serviços de consultoria em regularização de loteamentos, avaliação e averbação de imóveis, escritura de lotes e terrenos, elaboração de projetos, pedido de certidão de habite-se e outras atividades a ns. Dessa forma, com a anuência do então prefeito, a servidora licenciava somente os empreendimentos de seus clientes e di cultava ou impedia a liberação de empreendimentos das pessoas que não contratavam a empresa dela. A servidora utilizava o cargo no município de Rio Bananal para deixar passar os empreendimentos dos seus clientes, sem atender as disposições legais, regularizando esses imóveis por meio de decretos editados pelo exprefeito. O s f at o s f o r a m ap u r a d o s p e l a Operação “By Pass”, de agrada pelo MPES, por meio da Promotoria de Justiça de Rio Bananal, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Norte), do Grupo de Apoio aos Promotores (GAP) e do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do Ministério Público. No decorrer das apurações, foi cumprido no dia 15 de setembro deste ano o mandado de prisão preventiva em desfavor da s e r v i d or a , n a s e g u n d a e t ap a d a Operação By Pass. O MPES salienta na denúncia que as atividades ilícitas descritas inclusive causam prejuízos à atividade ministerial e judicial, porque foram ajuizadas diversas ações civis públicas para coibir loteamentos irregulares e clandestinos, enquanto a denunciada utilizava o cargo público para aprovar empreendimentos do seu interesse, sem atender a legislação. Segundo informações do Ministério Público do ES, as apurações do caso continuam e o MPES investiga ainda os

O Senado aprovou, nesta terça-feira (28), em votação simbólica, o projeto de lei que estabelece que o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) será o “número único e su ciente” para identi cação do cidadão em todos os bancos de dados do poder público. O relator do projeto, senador Esperidião Amin (PP-SC), acatou duas emendas apresentadas ao texto e, com a mudança, o texto retorna à Câmara dos Deputados para nova análise. Amim explicou que o projeto não invalida os demais documentos de identi cação. “O objetivo da proposição é estabelecer um único número ao cidadão para que ele possa ter acesso aos seus prontuários no Sistema Único de Saúde [SUS]; aos sistemas de assistência e previdência social, tais como Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada e registros no INSS; às informações scais e tributárias; ao exercício das obrigações políticas, como alistamento eleitoral e voto”, disse. Pelo texto aprovado no Senado, o número de inscrição no CPF deverá constar nos cadastros e nos documentos de órgãos públicos, no registro civil de pessoas naturais ou nos conselhos pro ssionais, como certidões de nascimento, casamento ou óbito; no Documento Nacional de Identi cação (DNI); no Número de Identi cação do Trabalhador (NIT); no registro no Programa de Integração Social (PIS) ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep); no Cartão Nacional de Saúde; no título de eleitor; na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS); na Carteira Nacional de Habilitação (CNH); no certi cado militar ; na carteira pro ssional; e em “outros certi cados de registro e números de ins crição

e as entidades federais, estaduais, distritais e municipais ou serviços públicos delegados, o cidadão terá que apresentar apenas o CPF, ou outro documento que contenha o número de seu CPF, “dispensada a apresentação de qualquer outro documento”. O mesmo valerá para cadastros, formulários, sistemas e outros instrumentos exigidos dos usuários para a prestação de serviço público. O relator retirou do texto, ao acatar emenda de senadores, a previsão de que estados, municípios e Distrito Federal poderiam exigir outros números do cidadão em casos excepcionais.

©ARQUIVO/EBC

existentes em bases de dados públicas federais, estaduais, distritais e municipais”. Os novos documentos emitidos ou reemitidos por órgãos públicos ou por conselhos pro ssionais terão como número de identi cação o mesmo número de inscrição no CPF. O projeto determina que, para ter acesso a informações e serviços, para o exercício de direitos e obrigações ou para a obtenção de benefícios perante os órgãos

venda de sentença no Estado Após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) cassar as liminares que lhes garantiam a soltura, os juízes Alexandre Farina e Carlos Alexandre Gutmann se apresentaram à polícia, no nal da tarde da última terça-feira (28). Farina chegou ao Quartel da Polícia Militar, em Maruípe, Vitória, pouco antes das 18 horas. A defesa de Gutmann con rmou, por volta das 18h30, que ele também havia chegado ao Quartel. Os dois são suspeitos de envolvimento em um suposto esquema de venda de sentença no Espírito Santo. Por meio de nota, a advogada Larah Brahim, que integra a defesa de Alexandre Farina, informou que o magistrado se apresentou voluntariamente, na tarde de terça-feira, no Quartel da Polícia Militar, onde continua à disposição da Justiça. "Segundo a defesa, não há fatos novos que ensejem a prisão de Farina, e o tempo que ele permaneceu em liberdade demonstrou a desnecessidade do cárcere, tendo em vista que não foi violada nenhuma medida cautelar a ele imposta anteriormente. A defesa agora trabalha no recurso", informa a nota. Os juízes foram afastados e tiveram a prisão decretada em julho deste ano. No nal da manhã de segunda-feira (27), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou o mérito dos habeas corpus que haviam sido apresentados pelas defesas dos dois juízes, no início de agosto. Com a negativa em relação aos habeas corpus, foram cassadas as liminares anteriormente deferidas pela Corte que, na ép o ca, p ossibilit aram que os magistrados deixassem a prisão.

'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES


6 TECNOLOGIA

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Alexa, da Amazon, virou Airbus vai desenvolver tecnologia de asa robô e agora pode dobrável para aviões andar pela casa Robozinho Astro marca a entrada da Amazon no segmento de robótica doméstica

comerciais ©AIRBUS

©DIVULGAÇÃO/AMAZON

A Amazon anunciou nesta terçafeira (28) novos dispositivos e serviços para seu ecossistema de automação. A empresa mostrou novidades nas áreas de privacidade, a nova Echo Show 15, semelhante a um "quadro de avisos", e o seu primeiro robô doméstico, o Astro. O foco dos lançamentos da Amazon foi ampliar o universo da assistente de voz Alexa e direcionar, ainda mais, seus produtos para construir uma casa inteligente — de uma forma ou de outra, a assistente esteve em todos os aparelhos apresentados na transmissão online para jornalistas. A estrela do evento foi o robozinho Astro, que marca a entrada da Amazon no segmento d e ro b ót i c a d om é s t i c a . O bichinho é bem próximo de uma Echo Show com rodas. Com uma tela — que inclusive exibe uma carinha quando não está em

l i g a ç ã o — o As t ro re c e b e comandos, já que está integrado à Alexa, e pode percorrer a casa fazendo o monitoramento de animais domésticos, por meio de câmeras na tela e uma lente periscópio (com uma haste que regula altura). O robô também faz videochamadas, identi ca sons — de latido ou objetos quebrando, por exemplo — tem reconhecimento facial, com aviso de possíveis 'estranhos' na

casa e também está integrado ao Alexa Together, uma ferramenta lançada pela empresa também no evento, que funciona como um serviço de assinatura com funções de monitoramento de idosos e pessoas com algum tipo de demanda de cuidado extensivo. Sem data para chegar ao mercado fora dos EUA, o Astro deve aparecer nas prateleiras americanas até o nal deste ano por US$1 mil.

CityAirbus NextGen: Airbus apresenta sua nova versão para um táxi voador elétrico ©AIRBUS

Em 2019, a gigante Airbus levou ao ar dois protótipos para um mesmo conceito: um táxi voador urbano e elétrico, inicialmente pilotado, mas eventualmente autônomo. O CityAirbus e o Vahana fizeram 242 testes totalizando 1000 km, até a empresa decidir unir os dois na nova fase, que deve ser a final: o CityAirbus NextGen. Apesar do nome, o veículo é b em mais parecido com o Vahana. É, como esse, um avião VTOL, enquanto o CityAirbus original era um quadricóptero. Diferente do Vahana, no lugar de suas asas rotacionarem entre a decolagem e o voo horizontal, apenas os motores o fazem. A ideia é entregar um veículo relativamente modesto, para uso em massa: o CityAirbus

NextGen deve ter um alcance limitado a 80 km/h e velocidade máxima de 120 km/h. Pouco para um avião, mas ainda vence qualquer carro preso no trânsito fácil, fácil. O som também deve ser limitado a um máximo de 65 dB em voo cruzeiro e 70 dB ao d e c o l ar ou p ou s ar. Is s o é equivalente, respectivamente, ao som de uma conversa alta e de um aspirador de pó. “Estamos numa missão para cocriar um mercado inteiramente novo, que integre de forma sustentável a mobilidade aérea urbana nas cidades, ao mesmo tempo em que respeita as questões ambientais e sociais”, disse Bruno Even, CEO da Airbus Hel i c opte rs , a sub s i d i ár i a

responsável pelo projeto. “A Airbus está convencida de que os verdadeiros desafios são tanto sobre integração urbana, aceitação do público e gerenciamento automatizado de tráfego aéreo, quanto sobre tecnologia de veículos e modelos de negócios. Nós construímos todos os recursos para oferecer um serviço seguro, sustentável e totalmente integrado à sociedade”. “O C i t y A i r b u s Ne x t G e n combina o melhor dos dois mundos com a nova arquitetura atingindo o equilíbrio certo entre pairar e voar para a frente. O protótipo está abrindo caminho para a certificação esperada por volta de 2025”, conclui. A ideia é que o NexGen comece testes de voo em 2023.

A Airbus divulgou detalhes de um programa para desenvolver avanços signi cativos em sua tecnologia aerodinâmica, entre eles uma asa “dobrável” capaz de ajustar seu formato automaticamente em voo. De acordo com a empresa europeia, a asa — descrita como de “extraalta-performance” — seria c omp at í v e l c om q u a l q u e r propulsão ou con guração de aeronave. Ela também é uma forma de reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO₂) em futuras aeronaves. Isso inclui o primeiro avião comercial com emissão zero, cujo lançamento

está previsto para 2035. “A A i r b u s e s t á s e m p r e investigando soluções paralelas e complementares, como infraestrutura, operação de voo e estrutura da aeronave”, explica a diretora técnica da companhia, Sabine Klauke, em comunicado à imprensa. “C om este d e m o n s t r a d o r [ av i ã o q u e abrigará a asa dobrável], faremos avanços signi cativos na tecnologia de controle ativo por meio de pesquisas e testes aplicados de várias tecnologias inspiradas na biomimética”. Projeto será desenvolvido por

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068

subsidiária da Airbus A Airbus deve testar vários elementos para aperfeiçoar o controle ativo da asa dobrável. Isso inclui spoilers ou aletas extras que se adaptam de acordo c om o u xo d e ar ( mu ito semelhantes aos utilizados no aerofólio dianteiro de um carro de Fórmula 1), sensores de rajada e bordas de fuga multifuncionais que modi carão a superfície da asa. O projeto incluirá testes usando um Cessna Citation VII — a Airbus não especi cou quando o projeto terá início. O avião demonstrador cará hospedado na subsidiária da Airbus, a Airbus UpNext, que desenvolve tecnologias futuras para construir aeronaves experimentais em grande escala. A ideia da empresa é avaliar, amadurecer e validar novos produtos e serviços potenciais que envolvam avanços tecnológicos radicais. O novo programa fará parte ainda do projeto “Wings of Tomorrow”, da Airbus, que visa desenvolver novos métodos de fabricação para componentes aerodinâmicos como aps e spoilers. A meta do projeto é criar peças de asas de forma mais e ciente e econômica.

Empresa japonesa desenvolve colchão 'gamer' ©BAUHUTTE/DIVULGAÇÃO

Quando observamos a linha “gamer”, podemos encontrar diversos produtos e para gostos bem variados. Porém, acreditamos que nenhum desses se compara ao que a companhia Bauhutte está oferecendo para este público: colchões. De acordo com informações da revista Famitsu, o colchão em questão vem com a promessa de oferecer uma boa noite de sono após um dia inteiro de jogatina. Para este produto, a Bauhutte fez uma parceria com a Nishikawa, uma fabricante de colchões com mais de quatro séculos de experiência no assunto, para

garantir a entrega de um item de qualidade. Para os interessados, a companhia oferece o produto em três tamanhos: solteiro, semicasal e casal. Os preços

pedidos por cada um deles variam entre US$ 256 e US$ 391, respectivamente (sem taxas ou adição de impostos, aproximadamente R$ 1.392 e R$ 2.126).


CIÊNCIA 7

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Beelzebufo, o 'sapo do Pesquisa liderada por capeta' gigante, capaz brasileiro descobre

de devorar dinossauros 461 novos objetos no sistema solar bebês

©SHUTTERSTOCK

Ele impressionava não apenas pelo seu tamanho, mas também pela força destruidora de suas mandíbulas ©WIKIMEDIA COMMONS

Há 68 milhões de anos, viveu um anfíbio gigante para os padrões atuais, que tinha uma boca de aproximadamente 15 centímetros de largura. Era o Beelzebufo, chamado por vezes de "sapo do capeta". Ele, que é a maior espécie de sapo a já ter existido, tinha o porte de um cachorro pequeno, com 40 centímetros de altura e por volta de 4,5 kg. O anfíbio viveu na Ilha de Madagascar durante a Era Mesozóica, e os estudos sobre ele são relativamente recentes. Is s o p oi s , ap e s ar d e s u a existência já ser especulada por especialistas da área, apenas foi possível encontrar um fóssil no ano de 2008, o que foi divulgado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Segundo descrito já na época, o Beelzebufo seria um "sapo com atitude", sem medo de atacar seres menores que passassem por ele. Seu método de caça

consistiria em fazer "emboscadas". Conforme divulgado pelo periódico cientí co Scienti c Reports em 2017, o animal não também não era só tamanho: a potência de sua mordida era surreal, alcançando 2200 N (que é a unidade de medida de força), de forma que esse ser era capaz de causar mais estrago do que um pitbull atualmente. “Por c ont a d e t o d a e s s a potência na mandíbula, Beelzebufo era capaz de predar dinossauros jovens com quem dividia seu ambiente”, a rmou Marc Jones, um dos especialistas envolvidos na pesquisa em 2017. Para descobrirem qual exatamente era a força da boca do anfíbio extinto, os cientistas examinaram a potência das espécies atuais mais próximas ao sapo do demônio. O animal mais próximo que temos do anfíbio gigante nos dias atuais é o Ceratophrys ornata,

um anfíbio que vive na região da Argentina e do Brasil, e é apelidado de "sapo pacman" por conta do tamanho de sua boca. Eles mediram as dimensões desses animais, e estabeleceram uma relação com a força de sua mordida, que pode chegar a 500 N (o que já não é pouca coisa, aliás). "É como a pressão de ter 50 litros de água equilibrados na ponta de seu dedo”, comparou Kristopher Lappin no artigo, “Muitas pessoas acham os sapos pacman hilários por causa de suas cabeças grandes e corpos gordos e redondos. No entanto, esses predadores nos deram uma rara oportunidade de aprender algo mais sobre a biologia de uma enorme rã extinta". Essas proporções foram posteriormente aplicadas para o tamanho único do Beelzebufo, gerando os números que citamos mais acima, de 2200 N de potência na mandíbula. “Esta é a primeira vez que a força de mordida foi medida em um s ap o. E, fa l ando p or experiência própria, os sapos pacman têm uma mordida impressionante e tendem a não se soltar. A mordida de um grande Beelzebufo teria sido notável, de nitivamente não é algo que eu gostaria de experimentar em primeira mão", c onclu iu L appi n , s e g u nd o repercutido pelo site da Universidade de Adelaide.

Cientistas descobrem origem genética do povo etrusco, que 'desapareceu' com os romanos Cientistas encontraram evidências de que os etruscos, que viviam na península italiana, não eram de origem asiática, e rejeitaram a versão de que vinham do Mediterrâneo oriental ©CC BY 2.0/FLICKR.COM/HERMAN PIJERS

BOB BEHNKEN

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

O povo etrusco é geneticamente muito próximo do povo italiano, concluíram paleogeneticistas que analisaram o DNA de 82 indivíduos da Etrúria e do sul da Itália que viveram entre 800 a.C. e 1.000 d.C., disseram cientistas em comunicado da Universidade de Florença, Itália. Os etruscos foram uma c iv i l i z a ç ã o qu e h abitou a península central dos Apeninos,

a atual Itália, no primeiro

milênio a.C. As inscrições mais

O cientista brasileiro Pedro Bernardinelli, que integra o grupo de pesquisa multinacional Dark Energy Survey (DES), coordenou um estudo que possibilitou a descoberta de 461 novos objetos no Sistema Solar, que podem ajudar no entendimento da formação e evolução do nosso sistema. B e r nard i nel l i é Ph . D no D ep ar t amento de Físic a e Astronomia da Universidade da Pennsylvania (UPenn), e liderou a pesquisa cujas observações levaram seis anos, começando em 2013 e terminando em 2019. Para descobrir esses objetos, eles tiveram que reprocessar todas imagens captadas e registradas no DES de uma mesma região ao longo de várias épocas, de modo a identi car a órbita desses novos objetos. São milhares e milhares de gigabytes, e o

resultado desse trabalho começou a dar frutos recentemente. Nesse processo, Pedro também identi cou o maior cometa já visto, conhecido como: C/2014 U N 2 71 , ou B er nard i nel l i Bernstein em homenagem a ele e seu orientador, que também participou da descoberta junto com os demais membros da colaboração DES. Vale ressaltar que o programa de pesquisa DES investiga o papel da energia escura, que atua na expansão acelerada do nosso universo. Os pesquisadores utilizaram o Telescópio Blanco, de quatro metros, do Observatório Interamericano de Cerro Tololo (CTIO), no Chile, com o objetivo inicial de medir a taxa de expansão cósmica. Entretanto, ao observar o céu, isso também permitiu novas

descobertas, como as de objetos transnetunianos, ou seja, pequenos corpos gelados que orbitam o Sol e estão além do planeta Netuno. Com essa nova descoberta, o número de objetos transnetunianos conhecidos passa para quase quatro mil! Mas por que estudar esses objetos pode nos ajudar a compreender o nosso Sistema Solar? Há suspeitas de que os objetos transnetunianos são remanescentes da formação do nosso sistema, sendo assim, podemos entender a origem de su a cr i aç ão. A lém diss o, funcionam como sinalizadores da gravidade no sistema solar e podem indicar a existência de um nono planeta no sistema solar, mas isso é uma outra história…

antigas conhecidas no etrusco, que era um idioma não europeu isolado, datam do século VIII a.C. As cidades etruscas, apesar de serem unidas por uma língua comum e ideias religiosas, nunca formaram um Estado uni cado. A origem dos etruscos sempre foi controversa. Alguns pesquisadores acreditam que os etruscos se formaram através de ondas de migração do Mediterrâneo Oriental, da Europa Central e da região ao norte do mar Negro, que foi sugerida p or Heró doto, geógrafo e historiador grego. De acordo com o historiador Dionísio de Halicarnasso, os e t r u s c o s e r a m d e or i g e m i n d í g e n a . N e s t e c a s o, o s arqueólogos os associam à cultura mais antiga do m da Idade do Bronze e do início da Idade do Ferro no norte e centro da Itália. A versão da origem autóctone dos etruscos foi sempre sujeita a considerável dúvida. Os cientistas associam o aparecimento de elementos asiáticos com "uma mudança ge n é t i c a e m l arg a e s c a l a , resultante da mistura com populações do leste do Mediterrâneo, que provavelmente incluiu escravos e soldados realocados através do

Império Romano". Os etruscos "compartilham um passado genético com os latinos que habitam as áreas ao redor de Roma, com uma grande proporção de seus per s genéticos provenientes de ascendência relacionada à estepe que chegaram à região durante a Idade do Bronze", diz declaração da Universidade de Florença, Itália. A língua desaparecida dos etruscos permanece um mistério, devido a não ser de origem indo-europeia. Foram os nativos das estepes eurasiáticas que a trouxeram e a ajudaram a se espalhar e se desenvolver em territórios europeus. "Este aspecto continua intrigante e requer mais pesquisas arqueológicas, históricas e linguísticas. Ele também aponta para um processo mais complexo de formação da população

italiana", dizem os pesquisadores do estudo publicado na revista Science Advances. Embora tenham governado o mar por algum tempo, os etruscos preferiram se estabelecer nas colinas próximas aos rios. Nada sobreviveu de seus assentamentos, construídos de madeira, mas restam paredes de pedra e numerosos enterros. Ac r e d i t a - s e q u e m u i t o s costumes, incluindo lutas de g l adi adores e cor r id as de carruagem, têm raízes etruscas, embora as culturas deles e dos romanos sejam conhecidas por serem diferentes. Os etruscos perderam completamente sua posição dominante com a expansão da in uência romana, apesar de seus descendentes serem os primeiros governadores de Roma.


8 BEM-ESTAR

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Brincar com outras crianças ajuda a Tabule de arroz desenvolver saúde preto mental e física GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665

©GUIA DA COZINHA

©DISOBEYART/ISTOCK

Toda criança precisa brincar. Este, inclusive, é um direito garantido por lei — consta, por exemplo, na Declaração Universal dos Direitos da Criança, da Organização das Nações Unidas (ONU), na Constituição Brasileira, no E s t atut o d a C r i an ç a e d o Adolescente (ECA) e no Marco Legal da Primeira Infância. O fato é que a brincadeira é uma parte fundamental da aprendizagem e do desenvolvimento físico e mental dos pequenos, sobretudo quando é explorada com outras crianças. Isso começa a acontecer por volta dos dois anos de idade. Antes, no geral, o universo dos pequenos se resume aos pais ou responsáveis, e é basicamente só com eles que interagem e brincam. Mas, a partir daí, quando entram na fase prée s c o l a r, s e u s m u n d o s s e expandem e a relação com os

pares entra na equação, elevando signi cativamente os benefícios do brincar. Roberto Santoro, coordenador do Grupo de Trabalho de Saúde Mental da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que o processo de desenvolvimento de meninos e meninas depende da troca com as pessoas. "É apenas na interação e na ação que eles se desenvolvem e aprendem. A primeira infância (do zero aos seis anos) é o período em que o cérebro está em formação e ele é particularmente sensível às in uências do ambiente". Nesse contexto, as

brincadeiras têm papel central, pois permitem que as crianças tenham novas experiências, adquiram habilidades e façam descobertas. A pediatra Ana Paula Scoleze Ferrer Barreto, coordenadora do Ambulatório d e Pe d i a t r i a d o Desenvolvimento e Comportamento do Instituto da Criança (ICr) do Hospital das C l í n i c a s d a Fa c u l d a d e d e Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), pontua que, quando elas acontecem dentro de um contexto social, sendo realizadas com outras crianças, seus ganhos são muito maiores.

Óleo de alho: para que serve e benefícios Óleo de alho pode ser adicionado a alimentos e possui propriedades farmacológicas O óleo de alho é considerado suplemento alimentar e produto toterápico pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Como ele não é um medicamento toterápico, não precisa passar por diversos testes para que seja recomendado como alternativa para algum tipo de tratamento. Mesmo assim, o óleo de alho contém uma bula que o consumidor deve seguir à risca.

O alho faz parte da vida de quase todos os brasileiros, principalmente na culinária. A espécie allium sativum (nome cient í co p ara o a l ho) é originária da Ásia Central, pertencente à família das liliáceas. Outros nomes conhecidos do tempero são alho-de-horta, alho-manso ou alho-hortense. Além de ser popular, o alho é largamente utilizado na culinária e de fácil acesso, mas o que pouca gente

sabe é que ele possui propriedades terapêuticas e farmacológicas graças ao seu composto ativo chamado alicina. Dentre suas principais ações e benefícios, estão: antibacteriana; antioxidante; brinolítica; anticoagulante; diurética; preventiva com relação a arteriosclerose e doenças cardiovasculares e no tratamento de colesterol alto. Graças às suas diversas propriedades, o alho possui

E

xperimente a receita de tabule de arroz preto para uma refeição leve e refrescante, tanto no almoço quanto no jantar. Fácil de fazer e supersaboroso, esse prato é a receita que você precisava para inovar nas refeições do dia a dia! Além disso, o arroz preto é ótimo para a sua saúde: contribui na redução do colesterol e é rico em vitaminas! E, como se não pudesse car melhor, o tabule de arroz preto ca pronto em apenas 10 minutos. Con ra! Ingredientes do tabule de arroz preto ½ maço de alface crespa 2 xícaras (chá) de arroz preto cozido al dente ½ xícara (chá) de trigo para quibe hidratado 4 tomates sem pele e sem sementes em cubos 2 pepinos em cubos

1 cebola em cubos 1 xícara (chá) de hortelã picada Suco de 2 limões Pimenta-síria, sal e azeite a gosto Modo de preparo Em uma travessa grande, disponha as folhas de alface

lavadas. Misture os ingredientes restantes e tempere com limão, pimenta, sal e azeite. Arrume o tabule por cima das folhas de alface. Sirva gelado. Rendimento: 6 porções Fonte: Terra

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

uma larga escala de aplicações, p ara que o óle o de a l ho como em problemas de pele mantenha suas vantagens, ele (acne), infecções do trato deve passar por um processo urinário, micoses, doenças de extração a frio, em que a r e s p i r a t ó r i a s ( a s m a e temperatura é controlada, bronquite), dores de cabeça, evitando a degradação dos dores de dente, diarreias e até princípios ativos. As cápsulas de óleo de alho devem, diabetes. O óleo de alho ainda serve obrigatoriamente, apresentar para tratar: infecções cutâneas; de três a cinco miligramas de queda de cabelo; caspa; ©RODNAE PRODUCTIONS/PEXELS dor de garganta; colesterol alto; problemas cardiovasculares; declínio cognitivo; câncer; i n fe c ç õ e s d e ou v i d o ; imunidade; saúde óssea em mulheres; resistência ao exercício; repelente de mosquitos; feridas e diabetes. alicina. Para que o a l ho e s eus Existem inúmeras vantagens derivados, como o óleo de alho, ao utilizar o óleo de alho, mas é mantenham seus efeitos, eles s e mp re b o m l e m b r a r d e não podem ser aquecidos. A veri car a composição e se partir do momento em que o certi car de que a quantidade alho sofre aquecimento, as presente de alicina está nos moléculas consideradas padrões estipulados. Também princípios ativos se “quebram”, é fundamental observar se não perdendo algumas há presença de conservantes propriedades. Dessa maneira, que possam ser malé cos à

saúde, como os parabenos. Um estudo publicado pela Fitoterapy Journal mostrou que o alho possui propriedades antifúngicas contra cândida, malassezia e dermató tos. Outro estudo publicado pelo Journal Nutrition concluiu que o alho previne o câncer de pele devido à alta concentração de toquímicos. O óleo de alho feito em casa não tem as m e s m a s propriedades do óleo de alho puro. Mas você pode fazer uma versão para adicionar aos alimentos. Para isso, descasque três dentes de alho cru e deixe repousarem na quantidade equivalente a um copo de óleo vegetal como azeite, óleo de coco, óleo de semente de uva, entre outros; durante 30 dias em um recipiente de vidro bem escuro. Depois coe e coloque o óleo de alho na geladeira para melhor conservação.


SAÚDE 9

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Fiocruz desenvolve teste Nova forma de diálise melhora a qualidade molecular para de vida, indica estudo diagnosticar lepra precocemente ©SHUTTERSTOCK

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) a rmou que a incidência de hanseníase — doença popularmente conhecida como lepra — diminuiu em todo o mundo, mas aind a s ão diagnosticados cerca de 200 mil pacientes todos os anos. Cerca de 80% destes diagnósticos acontecem na Índia, no Brasil e na Indonésia. O Brasil é onde está localizada a segunda maior incidência de lepra, com cerca de 27 mil pacientes por ano. Fato que motivou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a criar um teste de detecção precoce da doença. O laboratório desenvolveu um teste de detecção molecular

(PCR) que é capaz de detectar a lepra antes que o paciente apres ente les õ es cutâneas. Denominado como “Kit NAT Hanseníase”, o novo teste já foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Até então, não havia testes diagnósticos de hanseníase considerados padrão-ouro. É um marco colocar este exame à d i s p o s i ç ã o d e p opu l a ç õ e s vulneráveis, que são as que mais desenvolvem a doença e carecem de avanços tecnológicos”, disse Milton Ozório Moraes, chefe do Laboratório de Hanseníase do Instituto Oswaldo Cruz. De acordo com a Fiocruz, este é o primeiro teste molecular

comercial desenvolvido no Brasil para detectar a lepra. A instituição ainda relata que, devido à falta de um exame con ável, cerca de dois mil pacientes recebem diagnóstico tardio no País, quando tratamento já não é mais capaz de evitar lesões neurológicas. Atualmente, o Sistema Único d e S aú d e ( SU S ) ofe re c e o tratamento para lepra, mas o líder da pesquisa sobre o novo exame espera que o Ministério da Saúde aprove que a Fiocruz seja responsável por disponibilizar os testes para os postos de saúde de todo o País.

Uma equipe de pesquisa de um hospital do Lawson Health Research Institute descobriu que a diálise expandida, que é um novo método que remove uma gama mais ampla de toxinas do nosso corpo, pode melhorar a qualidade de vida em pacientes com a doença renal crônica e que ainda lutam com os efeitos colaterais de diálise tradicional. Através de um ensaio clínico l i d e r a d o p e l o D r. C h r i s McIntyre, que é do London Health Sciences Centre (LHSC) e c i e nt ist a d a L aw s on , o s pacientes de diálise receberam a diálise expandida por um novo dialisador feito pela Baxter International Inc. O dialisador tem poros feitos com precisão que permitem que produtos químicos tóxicos sejam ltrados do sangue enquanto retêm moléculas essenciais como a albumina. “Os produtos químicos que agora podem ser ltrados podem causar i n am a ç ã o, d e s nut r i ç ã o e acúmulo de resíduos”, disse o Dr.

McIntyre. A hipótese é que essas moléculas maiores que o dialisador é capaz de ltrar estejam associadas a in amação, doenças cardiovasculares e sintomas crônicos como fadiga. Um dos participante, Robert Wahby, possui doença renal crônica e está nesse processo há cerca de cinco anos. “Eu esperava que experimentar este novo dialisador ajudasse a me livrar de alguns dos meus sintomas. Meu apetite estava baixo, eu estava um pouco fraco

e esperava dormir melhor”, contou ele sobre os sintomas. O estudo foi realizado ao longo de três meses e com 28 pacientes. Além de receber o tratamento de diálise expandido, os participantes foram monitorados p or meio do aplicativo London Evaluation of Illness (LEVIL), desenvolvido pelo Dr. McIntyre. “Um dos nossos grandes desa os de pesquisa é medir a qualidade de vida na diálise”, explicou o Dr. McIntyre. De acordo com ele, as “medidas convencionais levam tempo e podem não ser tão precisas, então, ao fazer perguntas por meio do aplicativo todos os dias, pudemos ter uma ideia real de como os pacientes estavam se sentindo”. Através do aplicativo, a equipe determinou que os pacientes que tinham pior qualidade de vida no início do estudo melhoraram de forma signi cativa nas áreas de bem-estar geral, energia e sono após cerca de quatro a oito semanas de diálise expandida.

Pesquisadores desenvolvem exame de sangue capaz de detectar Alzheimer ©SHUTTERSTOCK

Uma equipe da Empa e do Hospital Cantonal, da Suíça, está desenvolvendo uma nova e menos invasiva forma de diagnosticar a doença de Alzheimer. O estudo piloto, que foi publicado na Science Advances e teve sucesso já nos primeiros resultados, criou um exame de sangue que permitirá um diagnóstico con ável usando microscopia de força atômica (AFM). De acordo com informações do medical Xpress, nos métodos atuais, o exame é feito a partir da determinação da quantidade total dos uidos responsáveis pelo desenvolvimento da doença neurodegenerativa: peptídeos beta-amiloides e proteínas tau. No entanto, elas não permitem a

visualização de diferenças na forma e condição dos acúmulos de proteínas. Peter Nirmalraj, físico e um dos autores da pesquisa, se propôs então a detectar não apenas a

presença das proteínas suspeitas, mas também a determinar sua forma e variáveis, bem como suas quantidades. O novo método permite a observação em escala

nanométrica no sangue e não destrói a estrutura e morfologia das proteínas. Foram analisadas 50 amostras de sangue pacientes com e sem Alzheimer. Para manter a delidade na

interpretação dos dados, não foram revelados aos cientistas as pessoas que tinham ou não a doença. “Essa era a única maneira de garantir que a interpretação dos dados permanecesse objetiva”, explicou Nirmalraj. Nos resultados, os especialistas foram capazes de identi car um padrão que combinava com o estágio da doença nos pacientes: pessoas com doença de Alzheimer tinham grandes quantidades de bras de proteína compostas de peptídeos betaamiloides e proteínas tau. Nas pessoas saudáveis, as bras se apresentaram em menor quantidade. Segundo a equipe, isso prova a viabilidade da análise de sangue usando a tecnologia AFM e

possibilita novas abordagens em diagnóstico e terapia. “Se um exame de s angue con ável pudesse ser desenvolvido com base neste método, as pessoas com suspeita de Alzheimer seriam poupadas da desagradável punção do canal vertebral para poderem diagnosticar a doença d e f o r m a c o n áv e l”, d i s s e Nirmalraj. No entanto, o grupo ressalta que há um grande período até que o e x am e p o s s a s e r disponibilizado em hospitais. Pa r a o p r ó x i m o p a s s o, o s especialistas ainda pretendem aprofundar os estudos usando dados para identi car estágios da d o e n ç a e re a l i z ar an á l i s e s químicas.


10 Criança hoje, Criança amanhã

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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Injustiça e Ecolalia: Jeferson, mais Lú cia, mais Regina... Para nã o dizer que nã o falei de lores — Parte II Não estou me referindo à criatividade linguística, à arte de fabricar metáforas, às invenções poéticas, que tanto nos ajudam na dureza da vida. Estou tocando nos desvios que baseiam os casos dos Jefersons, das Lúcias, das Reginas, e tantos outros, vítimas de inversões de propósito

E

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lembra como era irritante ter o outro a ecoar tudo o que era dito. Como todas as brincadeiras, talvez tenha outros nomes em outros cantos do Brasil. Mas o que está acontecendo não é brincadeira. A Deturpação Semântica ataca o pensamento lógico que assola a comunicação com um arremedo do que é o seu eco. Teses nascem sem nenhum compromisso com a lógica, apesar de imitá-la num copiar/colar que prima pelo caráter de ps eudo. Mas, reivindica o lugar cientí co. Um mosaico de cacos tirados da tese de outros campos que estudaram, pesquisaram, seguiram os rigores dos critérios c i e nt í c o s . C o m o s e u m a maquiagem de pseudociência fosse. No entanto, propagada como se fosse de verdade. Aliás, mentira e verdade têm

Você brincou na infância de “remendar”, como chamávamos, o colega? Era uma brincadeira que irritava, mas que exigia muita atenção para pegar uma palavra mal pronunciada, ou uma pergunta que conseguia quebrar a repetição monótona

hoje tamanha proximidade que se tornaram, praticamente, uma equação, embalada pela super cialidade vazia, ou pela desonestidade intelectual. Aqui também, temos di culdade em distinguir quem repete teses absurdas por desconhecimento,

difícil discernimento. Não estou me referindo à criatividade linguística, à arte de fabricar metáforas, às invenções

trazendo uma resposta e, assim, inverter o jogo. Quem brincou

por ignorância, de quem repete por má-fé. Outra equação de

poéticas, que tanto nos ajudam na dureza da vida. A arte de fazer pinturas com letras, nos salvam em momentos agoniantes. Estou tocando nos desvios que baseiam os casos dos Jefersons, das Lúcias, das Reginas, e tantos outros, vítimas de inversões de propósito. Quando falamos em desonestidade, logo associamos àquela monetária. Mas a desonestidade intelectual é, igualmente, nociva, principalmente quando se trata da formação de Criança. Na formação do caráter de uma Criança é preciso que seja bem nítida a diferença entre mentira e verdade. O mundo vir tual oferece o imediatismo, anulando os processos que trazem as

etapas, o tempo. Este foi abolido, e não reduzido. É um click que leva a tempos e espaços sem que haja inter valo. Esta é uma mentira que deve ser corrigida para que a criança aprenda a esperar, a percorrer os diversos processos da vida. No entanto, há um tempo injusto com a criança: o tempo judicial. A infância acaba e os processos de família continuam, não dando crédito à voz da criança, escrita como Sujeito de Direito, mas, na realidade, recebendo a alcunha de mentirosa. Encontramos mentiras em vários pontos a que submetemos

que induzem ao erro de conclusão por conta de operadores de justiça pouco ou nada comprometidos com a Criança e com a verdade. Além da mudança de critério, e n c o nt r a m o s mu d a n ç a d e posicionamento técnico que deixa transparecer, talvez, um motivo nanceiro mais promissor, apontando para a falta de coerência. Mas isso não é notado. Assim como também não é notado que se a rme consequências impossíveis de ocorrer, porquanto pertencem a outra esfera. Re ro-me aqui às

resultante de estudos cientí cos, que consta da Cartilha “Abuso Sexual — Mitos e Realidade”, publicada p ela Ass o ciação Brasileira Multipro ssional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia, 2002). Também a a rmação de que a “implantação de falsas memórias” foi provada por pesquisas não corresponde à verdade. Não há pesquisa sobre falsa memória sobre a ocorrência de abuso sexual na infância, pelo óbvio. Não é possível in igir um sofrimento, o convencimento de que aconteceu um abuso, só para medir a ocorrência. E, por ser um tema especí co, não é cientí co fazer uma generalização a partir de um convencimento de um passeio ou um sorvete diferente. Estas tentativas de implantar uma falsa memória com uma história do cotidiano, não u lt r ap ass am o s 1 5 % c omo resultado, demonstrando que a Criança apresenta uma resistência ao convencimento de falsa memória. A corrupção intelectual está se banalizando. Em um vale tudo desenfreado, assistimos formas silenciosas de violências perpetradas contra a Criança. Não é correto. Nem possível para o pleno des envolvimento saudável de nossas Crianças. A invasão de Ecolalia

nossas Crianças. A rmações maldosamente inventadas para encobrir a verdade de crimes contra a Criança, ou So smas

consequências da prática de alienação parental da mãe, por exemplo, que foram usurpadas da lista de comportamentos

argumentativa é uma retórica vazia, desconectada de sentido. Uma arma contra o pensamento lógico construtivo.

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stá ocorrendo um fenômeno que se torna cada vez mais enlouquecedor à medida que vai se alastrando e se banalizando. É um ataque ao pensamento, aos argumentos e, quando se trata de tema técnico, somos surpreendidos por uma espécie de ecolalia, sintoma frequente nos quadros psicopatológicos da ordem do grupo das psicoses. Mas, essa ecolalia do discurso corrente não se refere a indício de psicopatologia. As falas, em especial as que se pretendem “teóricas”, estão cada vez mais parecidas com uma colcha de retalhos onde a linha do pensamento muda de critério sem a menor cerimônia. Além da mudança de critério, há mudança de signi cado, neologismos são criados, por vezes, sem nenhuma preocupação com a etimologia.


COMPORTAMENTO 11

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Nossas memórias mais antigas são de quando temos cerca de dois anos e meio de idade Estudo do Canadá revisou centenas de dados e artigos prévios para entender como nossa percepção sobre as primeiras lembranças mudam com o tempo ©GETTY IMAGES

outras pessoas. Dessa forma, as histórias de família mantêm a acessibilidade da memória ao longo do tempo e também au m e nt am a c o e rê n c i a d a narrativa, incluindo a cronologia dos acontecimentos, seu tema e seu grau de emoção. Histórias mais coerentes são lembradas melhor. Os Maori adultos têm as primeiras memórias da infância (dois anos e meio) mais desenvolvidas de qualquer sociedade estudada até agora, graças ao estilo altamente elaborado dos pais Maori de contar histórias de família. A a adolescência. Na verdade, as mudanças no desenvolvimento dos processos básicos da memória foram apresentadas como uma explicação para a amnésia infantil, e é uma das melhores teorias que temos até agora. Esses processos básicos envolvem várias regiões do cérebro e incluem formar, manter e, p oster ior mente, recuperar a memória. O hipocampo, considerado responsável pela formação das memórias, continua se desenvolvendo, pelo menos, até os sete anos. Sabemos que o limite típico para a compensação da amnésia infantil — três anos e meio — muda com a idade. Crianças e adolescentes têm memórias mais antigas do que os adultos. Isso sugere que o problema pode estar menos em formar memórias do que em mantê-las. Mas essa não parece ser toda a h i s t ó r i a . O u t r o f at o r q u e sabemos que desempenha um papel é a linguagem. De um a seis anos, as crianças progridem do estágio de fala de uma palavra

para se tornarem uentes em sua(s) língua(s) nativa(s), então há mudanças importantes em su a habi l i d a d e ve r b a l qu e coincidem com o período de amnésia da infância. Isso inclui o us o do pretér ito, p a l av ras relacionadas à memória, como “ l e m b r a r ” e “e s q u e c e r ”, e pronomes pessoais, sendo o “meu” um dos favoritos. É verdade, até certo ponto, que a capacidade de uma criança de verbalizar sobre um evento no momento em que aconteceu pre d i z o qu ã o b e m e l a s e lembrará dele meses ou anos depois. Um grupo de laboratório conduziu este trabalho entrevistando crianças trazidas aos departamentos de acidentes e emergências por ferimentos comuns na infância. Crianças com mais de 26 meses, que na época sabiam verbalizar sobre o acontecimento, relembraram até cinco anos depois, enquanto as menores de 26 meses, que não sabiam falar sobre o assunto, pouco ou nada lembravam. Isso sugere que as memórias préverbais são perdidas se não forem

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A maioria de nós não tem nenhuma memória dos primeiros três a quatro anos de nossas vidas — na verdade, tendemos a lembrar muito pouco da vida antes dos sete anos. E quando tentamos pensar em nossas primeiras memórias, muitas vezes não ca claro se são reais ou apenas lembranças baseadas em fotos ou histórias contadas a nós por outras pessoas. O fenômeno, conhecido como “amnésia infantil”, vem intrigando psicólogos há mais de um século — e ainda não o entendemos completamente. À primeira vista, pode parecer que o motivo pelo qual não nos lembramos de ser bebês é porque bebês e crianças pequenas não têm uma memória totalmente desenvolvida. Mas bebês de apenas seis meses podem formar tanto memórias de curto prazo que duram minutos quanto memórias de longo prazo que duram semanas, se não meses. Em um estudo, crianças de seis meses que aprenderam a pressionar uma alavanca para operar um trem de brinquedo se lembraram de como realizar essa ação por duas a três semanas depois de terem visto o brinquedo pela última vez. Por outro lado, os pré-escolares podem se lembrar de eventos que datam de anos atrás. É discutível se as memórias de longo prazo nesta idade precoce são v e r d a d e i r a m e n t e autobiográ cas, isto é, eventos pessoalmente relevantes que ocorreram em um tempo e lugar especí cos. É claro que as capacidades de memória nessas idades não são semelhantes às dos adultos — elas continuam a amadurecer até

traduzidas para a linguagem. No entanto, a maioria das pesquisas sobre o papel da linguagem enfoca uma forma particular de expressão chamada narrativa e sua função social. Quando os pais relembram eventos passados com crianças muito pequenas, eles, implicitamente, lhes ensinam habilidades narrativas — que tipos de eventos são importantes para lembrar e como estruturar a conversa sobre eles de uma forma que os outros possam entender. Ao contrário de simplesmente recontar informações para ns factuais, a reminiscência gira em tor no da f unção s o cial de compartilhar experiências com

reminiscência tem diferentes funções sociais em diferentes culturas, o que contribui para variações culturais na quantidade, qualidade e tempo das primeiras memórias autobiográ cas. Adultos em culturas que valorizam a autonomia (América do Norte, Europa Ocidental) tendem a relatar mais cedo e mais memórias da infância do que adultos em culturas que valorizam o relacionamento (Ásia, África). Isso é previsto por diferenças culturais no estilo de reminiscência dos pais. Em culturas que promovem autoconceitos mais autônomos, a

reminiscência dos pais concentra-se mais nas experiências, preferências e sentimentos individuais das crianças, e menos em suas relações com outras pessoas, rotinas sociais e padrões de comportamento. Por exemplo, uma criança americana pode se lembrar de ter recebido uma estrela dourada na pré-escola, enquanto uma criança chinesa p o de s e lembrar da class e aprendendo uma música especí ca na pré-escola. Embora ainda haja coisas que não entendemos sobre a amnésia infantil, os pesquisadores estão fazendo prog ress os. Por exemplo, existem mais estudos longitudinais prospectivos que acompanham indivíduos desde a infância até o futuro. Isso ajuda a fornecer relatos precisos de eventos, o que é melhor do que pedir retrospectivamente a adolescentes ou adultos que se lembrem de eventos passados que não foram documentados. Além disso, à medida que a neurociência progride, sem dúvida haverá mais estudos relacionando o desenvolvimento do cérebro ao desenvolvimento da memória. Isso deve nos ajudar a desenvolver outras medidas de memória além de relatos verbais. Nesse ínterim, é importante lembrar que, mesmo que não possamos nos lembrar e x pl i c it ame nte d e e ve nto s especí cos de quando éramos muito jovens, seu acúmulo, no entanto, deixa rastros duradouros que in uenciam noss o comp or t amento. Os primeiros anos de vida são paradoxalmente esquecíveis, mas poderosos na formação dos adultos que nos tornamos.

Dormir mal influencia na fome e aumenta consumo de alimentos mais calóricos Análise contou com a rotina de quase 20 mil norte-americanos,

Estadual de Ohio, nos EUA, descobriu que dormir menos que o recomendado acaba aumenta as nossas chances de ingerir comidas mais calóricas. Eles observaram uma ligação entre não dormir pelo menos sete horas por noite e comer lanches com mais carboidratos, açúcar, gorduras e cafeína.

com idades entre 20 e 60 anos, participantes de 2007 a 2018 da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição dos EUA. O trabalho coletou as recordações alimentares das últimas 24 horas das pessoas, incluindo detalhes sobre o que foi ingerido e a que horas. “Existe um mecanismo

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Um e s t u d o r e a l i z a d o p o r pesquisadores da Universidade

cerebral responsável pelo sistema de recompensas. Quando dormimos mal e pouco, temos u m a a lt e r a ç ã o n e s t a áre a . Quando há esta desregulação, o nosso corpo entende que 'merecemos' comer mais para conseguir as energias necessárias para continuarmos acordados. É aí que surge a vontade de comer coisas pouco nutritivas e muito calóricas, como um hambúrguer, um s or vete”, diss e Andre a B a c e l a r, p r e s i d e n t e d a Associação Brasileira do Sono. Desta forma, os participantes foram divididos em grupos com os que cumpriram ou não as recomendações de dormir pelo menos sete horas ou mais por noite. O próximo passo foi os cientistas usarem o banco de dados do Departamento de

Agricultura dos Estados Unidos para estimar a ingestão de nutrientes relacionada aos lanches, além de separar em alguns grupos de alimentos. Logo em seguida, a equipe criou três intervalos de tempo para a hora da alimentação: de 2h as 11h59 (manhã); de 12h as 17h59 (tarde); e 18h as 1h59 (noite). A análise mostrou que 95,5% das pessoas começou pelo menos um lanche por dia, sendo que mais de 50% das calorias de todos os participantes estavam em categorias que incluíam refrigerantes, bebidas energéticas, bat at as f r it as, biscoitos e doces. Os resultados mostraram que os voluntários que dormiam menos de sete horas por noite eram mais propensos a comerem

um lanche da manhã, seja ao longo da madrugada ou durante a primeira parte do dia. Além disso, ingeriram uma quantidade maior de lanche e cuja composição tinha menor valor nutricional. O corpo humano possui dois hormônios responsáveis pela sensação de fome e saciedade: a grelina e a leptina, respectivamente. Enquanto o

primeiro é um peptídeo encontrado nas células do estômago, o qual induz o apetite, o segundo está nas células adiposas e reduz a vontade de comer. Portanto, dormir pouco afeta o bom funcionamento desses hormônios, impactando com a forma que o corpo continua se alimentando, aumentando assim a fome e o peso da pessoa.


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Avenida em Bairro de Fátima vira palco de rachas e alta velocidade Pedestres e ciclistas sofrem com imprudência e falta de educação de alguns motoristas e motociclistas na avenida mais movimentada do bairro ©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

T

de corrida. Carlos Humberto, comerciante e morador do bairro disse que as avenidas são muito perigosas “temos escolas, creches e um colégio de ensino médio na redondeza, cujas calçadas são utilizadas pelos alunos. As autoridades precisam rever os atuais conceitos de mobilidade urbana. Em países humanizados as pessoas estão sempre em primeiro plano, mas,

Para Cristina Margon, que há três anos instalou sua assessoria contábil na avenida José Rato, é comum ver acidentes entre carros e atropelamentos. “O Bairro de Fátima é uma área urbana, tenho vista para a rua e vejo crianças, idosos, portadores de de ciências e trabalhadores transitando diariamente aqui e s endo obrigados a conviver com o

©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

r afe g ar p or r u a s e avenidas de Bairro de Fátima tem se tornado uma atividade de risco para ciclistas e pedestres, pois os automóveis e as motocicletas que movimentam diariamente a malha viária do bairro o fazem, quase sempre em alta velocidade. Até que alguns motoristas são educados, mas a grande maioria é imprudente.

Semáforo da av. Amazonas (Hélio Ferraz)

no nosso País, os investimentos são em viadutos e alargamento

p e r i g o a t o d o i n s t a n t e”, denuncia.

conjunto Carapina I há mais de qu a re nt a a n o s , s e i qu e o problema está nos dois semáforos existentes e aos quais os motoristas não respeitam. Precisamos de faixas elevadas e, tenho certeza, que isso é de c o n h e c i m e n t o d a administ raç ão municip a l. P r e c i s a m i n s t a l a r, c o m urgência, mais duas faixas e l e v a d a s n o s lu g a re s d o s semáforos que não têm nenhuma efetividade. Acredito

de ruas e avenidas para os automóveis, cadê as ciclovias?”, questiona.

Eu, Haroldo Cordeiro Filho, colunista do Fatos & Notícias, ciclista esportivo e morador do

ser uma necessidade ambiental e social a diminuição de carros nas ruas, a bolha dos

Estas são algumas das di culdades enfrentadas por quem usa as avenidas José Rato e Amazonas para ir e vir. Isso ocorre por, talvez, falta de scalização dos setores de trânsito do município ou da falta de atenção da administração pública? O que sabemos é que, cada dia que passa, essas vias estão mais perigosas. Os rachas e os acidentes envolvendo carros, motos e transeuntes vêm se tornando cada vez mais frequente nos últimos anos. Localizadas na grande Bairro de Fátima, essas pistas são de importância incalculável para o uxo de automóveis que, todos os dias, se espremem para chegar aos seus destinos nas empresas e nos polos comerciais do município e da capital, Vitória. Segundo os comerciantes, as avenidas são verdadeiras pistas

©REPRODUÇÃO

Única faixa elevada das avenidas

automóve i s s e romp e u, o consumo desenfreado é mera ignorância e comodidade. Acredito ainda que o carro usado para a compra no supermercado ou lazer não causa grandes prejuízos. O absurdo é ter milhões de pessoas indo de carro para o trabalho todo dia, para os mesmos destinos e a mesma hora... Nosso modelo de mobilidade urbana é míope e arcaico, os tempos são outros. Se tivéssemos um investimento sério em transporte público de qualidade e oferta de ciclovias, i nte g r an d o to d a a re g i ã o metropolitana, teríamos todos esses problemas minimizados ou até mesmo extintos. Essa situação é preocupante, pois, segundo a Associação Nacional dos Detrans (AND), o número de carros não para de crescer no País, já são mais de 4 5 , 5 m i l h õ e s d e ve í c u l o s circulando e poluindo nosso meio ambiente, é um automóvel para 4,4 habitantes, fora os outros veículos automotores. O século dos automóveis passou, cou no passado, vivemos dias diferentes, não precisamos de viadutos e alargamento de ruas porque são paliativos, e sua e ciência se esgota com cinco e, no máximo, ou 10 anos... Precisamos mesmo é generalizar o uso da bicicleta,

especialmente a elétrica, com implantação de ciclovias e investimentos em transportes coletivos e alternativos. Nessa linha de raciocínio, vou um pouco além, cadê nosso aquaviário? É inconcebível que essa obra ainda não tenha saído do papel! A Grande Vitória é cercada de água e há quantos anos a população está refém do transporte rodoviário? Sabemos que o lobby é forte, seja por pressão política de empreiteiras e montadoras. Procurada pela nossa reportagem, a Associação de Moradores do C onjunto Carapina I, através do vicepresidente, Jean Carlos Lipaus, diss e que o s e cret ár io de Infraestrutura da Serra, Ralpher Luiggi, esteve no bairro há alguns meses para ver a necessidade de se instalar a primeira faixa elevada (o que foi feito), e informou ainda que seria iniciado um estudo para possível instalação de outras três ou quatro faixas elevadas nas avenidas José Rato e Amazonas. A comunidade e todos os que precisam utilizar essas vias esperam que as medidas sejam tomadas antes que alguma tragédia aconteça com um inocente e que a segurança de pedestres, ciclistas e até mesmo de motoristas e motociclistas seja prioridade. TATI BELING


BRASIL 13

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A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

Fim da imunidade parlamentar

O País vem, há décadas, mergulhado em escândalos de corrupção e, como é do conhecimento de todos, a cada dia mais denúncias vão aparecendo, o cidadão honesto que paga seus impostos já não consegue conviver com isto, além disso, há um grande descrédito para o País, seja por meio da população — que já não vê a solução para tanta roubalheira — como também, perante a outros países, empresários, etc. A imunidade parlamentar foi concebida para dar proteção a deputados, senadores, mas, infelizmente, no Brasil, está sendo utilizada para acobertar práticas de crimes, já que por motivos óbvios, estes se escondem por trás da prerrogativa da função para cometer crimes e não serem punidos, como sabemos que, também, não é de hoje, em quase toda a sua totalidade, os corruptos conseguem se livrar de processos já que têm foro privilegiado. A Constituição Federal de 1988 reza, no seu Artigo 5º, que "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.

Serra vai distribuir 65 mil Kits Alimentação Escolar recheados de alimentos naturais ©JANSEN LUBE/ACERVO-PMS

Os estudantes matriculados na rede municipal de ensino da S er ra cont am c o m u m cardápio rico em nutrientes, formulado por uma equipe de nutricionistas e repleto de alimentos saudáveis, como frutas, verduras, legumes e muito mais. Para garantir que essa alimentação seja continuada em casa, enquanto as aulas totalmente presenciais não são retomadas, os alunos da rede municipal vão receber mais um Kit Alimentação Escolar. O novo kit traz uma novidade. Ele é composto por itens de hortifrúti como chuchu, batata-doce, batata-inglesa, inhame, beterraba, cebola, alho e banana-prata, adquiridos da Agricultura Familiar. A distribuição dos alimentos começa nesta quinta-feira (30) e vai contemplar mais de 65 mil crianças e adolescentes, durante o período de ensino em formato híbrido. Na primeira remessa, serão distribuídas cerca de 140 toneladas de alimentos saudáveis nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), distribuídos em 35 mil kits iniciais. A outra parte dos alimentos será entregue mediante solicitação das unidades de ensino, por se tratar de produtos perecíveis. O secretário de Educação da Serra, Alessandro Bermudes, destaca que a distribuição dos kits continuará seguindo as medidas de segurança sanitária, por conta da pandemia. “É importante ressaltar que, para evitar aglomerações, as unidades de ensino da Serra farão a divulgação às famílias e organizarão a entrega em escalas”, explica Alessandro Bermudes. A nutricionista e gerente de alimentação escolar da Serra, Jéssika Butcovsky, fala sobre a importância da distribuição desses alimentos. “É necessário garantir a alimentação das nossas crianças e adolescentes também neste período de ensino em formato híbrido, já que com o revezamento eles não estão frequentando a escola todas as semanas, e consequentemente não têm acesso à merenda escolar”, esclarece.

Prêmio Nacional Zilda Arns pela Defesa e Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa

Voto Impresso Auditável ©PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO

Um relatório da Polícia Federal re comendou a ado ç ão do voto impresso e a transferência para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de tarefas executadas por empresas terceirizadas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Trechos do documento foram divulgados na segunda-feira (27) pelo senador Esp eridião Amin (PP-SC), que presidiu uma sessão temática sobre a apuração e a totalização dos votos nas eleições. O relatório da Polícia Federal foi encaminhado à corte eleitoral em outubro de 2018, quatro meses depois de uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) tornar sem efeito um artigo da reforma eleitoral (Lei 13.165, de 2015) que previa a impressão do voto. O texto assinado por três peritos federais recomenda “que sejam envidados todos os esforços para que possa existir o voto impresso para ns de auditoria”. Amin obteve uma cópia parcial do documento, que faz um total de 14 recomendações ao TSE. Trechos considerados con denciais pela Polícia Federal foram encobertos com tarjas pretas. Segundo o parlamentar, nem mesmo presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) tiveram acesso ao documento. Para o senador, a eventual migração de rotinas administrados por empresas terceirizadas do TSE para a Abin tornaria o processo eleitoral “chapa-branca”. O diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Luís Flávio Zampronha, informou que a instituição foi convidada pelo TSE para avaliar a segurança do sistema utilizado nas eleições. Ele disse que a recomendação especí ca sobre o voto impresso foi resultado de uma “análise técnica” dos peritos. “Mas se trata de um documento opinativo. Não tem o poder de vincular as novas medidas adotadas pelo TSE”, disse Zampronha. Esperidião Amin chegou a anunciar que tornaria pública a íntegra do documento. Mas o juiz auxiliar da Presidência do TSE, Sandro Nunes Vieira, comprometeu-se a enviar o cialmente cópia do relatório ao Colégio de Presidentes dos TREs (Coptrel). “Como o documento foi colocado como con dencial, nós enviamos a todos aqueles presidentes que pediram cópia. Mas não enviamos de antemão. O processo é sigiloso, e não vamos car oferecendo cópias às pessoas”, justi cou Vieira. Sobre a eventual migração de “módulos e rotinas” de terceirizadas do TSE para a Abin, Sandro Nunes Vieira disse que a recomendação da Polícia Federal não foi acolhida. O juiz informou que o trabalho das empresas privadas é coordenado por servidores públicos concursados. “A empresa atua na mão de obra, mas toda a inteligência do processo é feita por servidores de carreira. O protagonismo é do TSE, e não da terceirizada”, disse. O objetivo original da sessão temática era debater uma resolução do TSE que centralizou em Brasília a divulgação dos resultados das eleições para governador, vice-governador, senador, deputado federal e estadual. A mudança, implantada no primeiro turno das eleições de 2020 com base nas recomendações da Polícia Federal, sofreu críticas de representantes dos TREs. Segundo eles, a medida provocou atrasos e retirou indevidamente atribuições da justiça eleitoral nos estados. Para o presidente do TRE de Santa Catarina, desembargador Fernando Carione, a totalização dos votos em Brasília provocou “afunilamento processual” e deixou a justiça eleitoral nos estados “à mercê dos tempos operacionais do TSE”. “É inquestionável a competência legal privativa dos TREs para fazer a totalização dos resultados nais das eleições. Não me parece possível ao TSE, seja por meio de diretriz técnica ou mesmo resolução ou instrução normativa, modi car as disposições contidas no Código Eleitoral sem afronta à Constituição. Este relatório formulado por peritos da Polícia Federal jamais nos foi disponibilizado. Qual a razão do sigilo?”, questionou. O presidente do TRE de Roraima e do Coptrel, desembargador Leonardo Pache Cupello, disse que o tema “é sem dúvida controverso”. Para ele, “o normal” seria que a apuração e a totalização dos votos se dessem nos estados. “Deveria ocorrer como ocorreu nas eleições anteriores. O resultado já saia imediatamente. Entretanto, vivemos um momento diferente. Nós dos TREs deveríamos ter tomado conhecimento dessa totalização com uma certa antecipação. Houve o atraso, e se tornou preocupante. Os TREs estávamos preparados para divulgar imediatamente a totalização dos votos”, a rmou. Esperidião Amin também criticou o atraso na totalização dos votos no primeiro turno de 2020. “O TSE optou pela centralização, sob o argumento de que a nova rotina envolveria estrutura mais con ável. Há, no entanto, pontos controversos. As eleições de 2018, com apuração descentralizada nos TREs, transcorreram sem qualquer incidente. O pleito de 2020, centralizado no TSE, sofreu com atrasos não usuais, tampouco justi cáveis”, disse.

A Sociedade Monsenhor Alonso, de Vitória, recebeu nesta quarta-feira (29), em cerimônia o cial da Câmara dos Deputados, o Prêmio Nacional Zilda Arns pela Defesa e Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa. A instituição foi uma dentre as cinco agraciadas de 33 indicações em nível nacional. A indicação foi feita pela deputada federal Norma Ayub. A instituição receberá a premiação ao lado de outros importantes nomes do trabalho social no País, como o padre Júlio Lancellotti (SP) e as obras sociais Irmã Dulce (BA). A transmissão da cerimônia foi feita pelo canal o cial da Câmara, no YouTube.

Governador Casagrande veta distribuição de absorventes nas Rose analisa destinação de R$ 120 milhões em 2022 para novas pesquisas da Fiocruz ©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), a senadora Rose de Freitas (MDB-ES), indicou grandes possibilidades de destinar no orçamento da União de 2022, cujo projeto de lei tramita na Comissão, recursos da ordem de R$ 120 milhões para novas pesquisas sobre vacinas e medicamentos. O aceno foi feito em audiência nesta terça-feira (28), no Senado, à presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. As verbas serão aplicadas na construção do Centro NBA-3 Primatas Não Humanos, previsto no programa de desenvolvimento cientí co e tecnológico da Fiocruz e considerado fundamental para novas pesquisas. “A Fiocruz é uma referência cientí ca mundial, que tem desempenhado um papel crucial no combate à pandemia da covid19, terá todo o apoio da CMO nas suas necessidades de recursos, uma vez que estaremos preservando a vida e a saúde de milhões de brasileiros”, declarou Rose de Freitas. A Fiocruz explica que pelas semelhanças siológicas e bioquímicas com os seres humanos, os macacos são considerados excelentes modelos experimentais em doenças infectocontagiosas. Suscetíveis a inúmeras doenças que acometem o homem, são fundamentais para que o sucesso ou a falha de vacinas e medicamentos possa ser clinicamente avaliado. A Fundação tem um criatório de macacos, licenciado pelo Ibama, e todos os projetos que realiza com os primatas são previamente submetidos à Comissão de Ética no Uso de Animais da própria Fiocruz. Nísia Trindade Lima fez a Rose de Freitas um relato rápido das ações da Fiocruz, o maior fornecedor de vacinas contra a covid-19 ao Plano Nacional de Imunização, destacando haverem sido entregues ao Ministério da Saúde, até agora, 101 milhões de doses. Informou, ainda, que, a partir de novembro, a Fiocruz inicia a produção de 100 milhões de doses de vacinas com a tecnologia transferida pela empresa biofarmacêutica AstraZeneca. Não necessitará mais, portanto, importar o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) usado na produção.

Licença para obras do trecho Norte da BR 101 vai ser liberada até o final de semana ©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Um dos grandes entraves para duplicação da BR 101 deve, en m, s er s olucionado. A licença-prévia do trecho Norte até a reserva de Sooretama deve sair no nal da semana. É o que garante o deputado federal Felipe Rigoni. Nesta terça-feira (28), o parlamentar se reuniu com o presidente do ICMBio, Fernando Lourencini e com o presidente do Ibama, Estevam Fortunato. “Essa é uma luta de anos e com muito diálogo conseguimos avançar. Hoje eu tive essa grande notícia após muito diálogo com os órgãos responsáveis. Agora a obra não tem mais motivo para esperar e deve começar urgentemente. Será um avanço muito importante para o Norte do Estado”, disse Rigoni. Dados da Polícia Rodoviária Federal mostram que até o dia 31 de maio deste ano, 772 acidentes foram registrados, com 37 vítimas fatais. Já no trecho Sul, o número de vítimas foi de 16. “Precisamos zelar pela vida das pessoas. A duplicação da pista vai prevenir diversos acidentes. Quantas famílias perderam entes queridos com o perigo das estradas. Espero que as obras possam começar o quanto antes. Agora não tem mais nenhum empecilho”, nalizou Rigoni.


14 GERAL

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Ganhei, mas não levei Dinossauro com Saiba o que fazer quando a ação trabalhista não é paga. Advogado Leonardo Ribeiro orienta trabalhadores que, como o ex-funcionário do cantor Netinho de Paula, tiveram seus direitos reconhecidos, mas não receberam os valores determinados pela Justiça do Trabalho ©CLOVES LOUZADA

O cantor Netinho de Paula, ex-vocalista do grupo Negritude Jr., foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar cerca de R$ 66 mil referente a passivos trabalhistas ao exfuncionário de seu Instituto Casa da Gente, o analista José de Jesus Oliveira. Só que, em entrevista ao Jornal O Dia, o pro ssional a rma que ainda não recebeu os valores determinados, isso desde 2011. O advogado trabalhista Leonardo Ribeiro explica que esse é u m pro b l e m a q u e t e m solução, mas requer atenção do autor da ação. “Para não causar a situação de 'ganhei, mas não levei', o procedimento trabalhista na fase de execução utiliza

diversos meios para garantir ao autor da ação o

“armadura de espinhos” é descoberto na África ©SHUTTERSTOCK

Leonardo Ribeiro

recebimento do crédito. Dentre eles, a inscrição em sistemas eletrônicos como o Bacenjud e Renajud, que p o s s i b i l i t a m a o Po d e r Ju d i c i ár i o e n c am i n h ar requisição de transferência de valores ao autor do processo”, explica o jurista.

Além disso, é possível solicitar também a

despersonalidade da personalidade jurídica, indica Leonardo. Neste re c urs o, os s ó cios d a empresa devedora passam a responder pela dívida trabalhista como pessoa física. Assim, os bens e valores das contas de pessoa física passam a ser considerados para pagamento do crédito do pro cess o. “É p ossível veri car se os sócios mudaram a titularidade de patrimônio para fraudar a execução da dívida”, alerta. Validade da ação O advogado Leonardo Ribeiro alerta sobre o prazo de prescrição intercorrente, para não carem sem receber os valores. “Quando a ação ca por dois anos sem movimento durante a fase de execução, ocorre o arquivamento do processo e o autor não pode mais protestar o crédito. Por isso, é importante estar sempre peticionando ao juiz responsável a cobrança desses valores”, orienta. De toda forma, Leonardo indica também o protesto da dívida em cartório por meio da C er t idão de Dívida Trabalhista.

Um novo exemplar de anquilossauro — um dinossauro com uma armadura de espinhos — foi descoberto no Marrocos, na África, por cientistas do Museu Britânico de História Nacional. O fóssil foi chamado de “Spicomellus afer” e deve ter vivido em torno de 150 milhões de anos atrás — efetivamente, esse pode ser um dos mais velhos anquilossauros. A descoberta veio com uma novidade peculiar, segundo os cientistas: normalmente, a carapaça protetora dos anquilossauros vem da própria pele. No caso do Spicomellus a f e r, p o r é m , o s e s p i n h o s projetados para fora do corpo estão fundidos às costelas do animal — algo inédito não apenas nessa espécie, mas em praticamente todos os dinossauros que contam com alguma proteção externa. Dinossauros com armaduras

de espinhos ou outras con gurações não são uma novidade: estegossauros tinham leiras de proteção ao longo das costas, paquicefalossauros tinham uma espécie de domo ósseo na cabeça que usavam para proteção e ataque, tricerátops tinham seus famosos chifres — anquilossauros normais traziam um casco similar ao de uma tartaruga, que os protegia nas costas e laterais. Somente essa nova espécie — a primeira do tipo a ser encontrada em solo africano — é quem conta com essa diferença em relação aos seus congêneres: “o espécime apresenta uma costela com armadura dermal fundida à superfície dorsal, uma morfologia sem precedentes entre vertebrados extintos ou existentes”, diz trecho do estudo publicado no jornal Nature Ecology and Evolution. “Quando o fóssil chegou para

nós, pensávamos se tratar de uma parte de um estegossauro, já que também encontramos um no mesmo local”, disse a Dra. Susannah CR Maidment, do musei. “Só que não existe um estegossauro com esse tipo de armadura”. Especulações variadas já vêm sendo posicionadas: há quem pense que esse anquilossauro em particular é um tipo de desvio evolucionário e que não tenha dado origem a novas espécies do tipo, enquanto outros pensam se tratar de uma versão primária do anquilossauro como o conhecemos, já que o fóssil do dinossauro africano, segundo os cientistas, é um pouco mais velho do que outros esqueletos escavados. A expectativa é que as escavações no local ajudem a desvendar mais detalhes sobre essa espécie, até agora, única.

A animação "Ainbo — A Guerreira da Amazônia" ganhará as telas do cinema A transmissão será no canal da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas

Não é de hoje que a Amazônia chama a atenção do cinema. Quando pensamos em obras cinematográ cas feitas na região temos Tainá — Um a Av e n t u r a n a Amazônia (2001), Amazônia (2014) e Anaconda (1997) como exemplos clássicos dos audiovisuais. Já no caso das animações, o grande sucesso Rio 2 (2014) se ambienta na Amazônia. Entretanto, ele não será o único representante da região amazônica. Com data de estreia marcada para hoje (30 de setembro), "Ainbo — A Guerreira da Amazônia" conta a história de uma jovem garota que nasceu e cresceu nas profundezas da selva amazônica na aldeia de Candamo. Um dia ela descobre que sua terra natal está sendo ameaçada e percebe que há

outros humanos, além de seu povo, no mundo. Usando a ajuda de seus guias espirituais, o tatu

em uma jornada para buscar a ajuda do mais poderoso Espírito Materno da Amazônia, a t a r t a r u g a " Mo t e l o ©DIVULGAÇÃO Mama". Enquanto ela luta para salvar seu paraíso contra a ganância e a exploração ilegal da mineração de ouro, ela também briga para reverter a destruição e o mal i m i n e n t e d o "Yacaruna", o demônio mais sombrio que vive na Amazônia. Guiada pelo espírito de sua mãe, Ainbo está determinada a salvar sua terra e seu povo antes que seja tarde demais. A animação tem duração de 84 minutos e traz uma crítica à exploração ilegal da oresta, onde alerta para os perigos que podem acontecer caso não haja a magricelo "Dillo" e a anta conservação do ambiente. corpulenta "Vaca", ela embarca


COTIDIANO 15

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Estudo brasileiro alerta Jovem venezuelana sobre suicídio também que vive em Minas ser cometido por Gerais é uma das crianças vencedoras de concurso global do Acnur BR A pesquisa mostrou que as crianças que se suicidaram tinham, em sua maioria, nove anos e eram brancas do sexo masculino ©BLSCKSTATION/GETTY IMAGES

Projeto "Juntos pelo Esporte", desenvolvido pela Agência da ONU para Refugiados, Acnur, contou com participação de mais de 1,6 mil jovens refugiados e locais do mundo; vencedora busca proteção internacional no Brasil após agravamento da crise na Venezuela ©ALDEIAS INFANTIS/REGINA MARIA

Setembro Amarelo é conhecido como o mês de prevenção ao suicídio e, dolorosamente, o ato de tirar a própria vida também acomete o público infantil. É o que mostra o estudo "Violência autoprovocada na infância e na adolescência", realizado pela Fiocruz com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento C i e n t í c o e Te c n o l ó g i c o (CNPq), que identi cou 15.702 noti cações de atendimentos a jovens com comportamentos suicidas, no intervalo de 2011 a 2014. O levantamento analisou dados de Sistemas de Informação de Saúde e entrevistou 18 adolescentes com traços suicidas, das cidades de Porto Alegre (RS) e Dourados (MS). Identi cou-se que o per l predominante dos jovens que tentaram tirar a própria vida tem de 15 a 19 anos, é do sexo feminino e etnia branca. O estudo também pontua que, assim como ocorre em casos de abuso infantil, o local mais recorrente em que os suicídios acontecem é em casa, por meio de intoxicação ou envenenamento. Já em relação aos adolescentes que precisaram passar por internações clínicas devido à

tentativa de suicídio, o estudo mostrou que foram 12.060 ocorrências relatadas entre os anos de 2007 e 2016, com vítimas, principalmente, do sexo feminino. Para o público

infantil, as taxas são menores, mas não menos preocupantes. Entre 2006 a 2017, 58 óbitos infantis causados por suicídio foram identi cados no Brasil, em que as vítimas tinham, em sua maioria, nove anos, eram do sexo masculino e cor de pele branca. Diferente dos meios usados pelos mais velhos, as crianças tiraram a própria vida

por enforcamento. Já a autointoxicação aparece como a principal causa das 1.994 i n t e r n a ç õ e s p o r comportamentos suicidas, que acontecerem no mesmo

intervalo de tempo analisado e faixa etária. De acordo com Joviana Avanci, do Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) — em nota sobre o levantamento — ter conhecimento sobre esses dados é reconhecer os indícios de su i c í d i o e m c r i an ç a s qu e a c ab am s e c on c re t i z an d o quando chegam à adolescência e à vida adulta. O per l traçado na pesquisa também mostra que tais ocorrências tendem a acontecer quando o público infantil está inserido em lares vulneráveis. " As f a m í l i a s p e s q u i s a d a s revelam histórias familiares de rejeições, maus-tratos físicos, agressões verbais, violência sexual, uso de álcool e drogas", ressalta o levantamento. Fatores externos também podem contribuir para a tentativa de tirar a própria vida, como bullying e pressão escolares, obesidade e até mesmo interações problemáticas nas redes sociais.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, premiou jovens no Concurso de Arte da Juventude com Refugiados, que celebra o poder do esporte para unir as pessoas. Dentre os cinco designs escolhidos para estampar bolas de futebol pelo concurso “Bola dos Sonhos”, está a venezuelana Skarly de Jesus. Mais de 1.600 jovens artistas de 100 países enviaram desenhos e artes para serem estampadas em bolas de futebol relacionados ao tema “Juntos pelo Esporte”. Um terço dos participantes foi composto por pessoas refugiadas, solicitantes da condição de refugiado ou pessoas deslocadas internamente. Atualmente, a jovem venezuelana de 12 anos mora em Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, com sua mãe, avó e irmão mais novo. A família chegou ao Brasil em setembro de 2020, em busca de proteção internacional devido ao agravamento da crise política, econômica e social na Venezuela.

Skarly cou s ab endo d a existência do projeto na Aldeias Infantis SOS Brasil de Juiz Fora, ONG parceira da Acnur, que trabalha na acolhida e integração de famílias venezuelanas. Ela morou por três meses no centro de acolhida da Aldeias e foi incentivada pelos colaboradores a participar do concurso. A jovem a rma que seu desenho representa a união no esporte, felicidade e emoção. Ela revela também ter sentido muita alegria ao saber que seu desenho tinha sido um dos escolhidos. Skarly está matriculada em uma escola da re d e pú b l i c a d a c i d a d e e começou a aprender português ainda no centro de acolhida. O Representante da Acnur no Brasil, Jose Egas, a rma que atividades artísticas e esportivas destinadas aos jovens e s t i mu l a m a c o nv i v ê n c i a pací ca entre quem chega e quem j á est á ins er ido no ambiente de convívio social. Egas reforça que artes e esportes são vias de criar vínculos sociais e d e d e s e nv o l v i m e nt o d e habilidades. Em depoimento,

ele lembra que estas atividades são ferramentas positivas para empoderar as comunidades de refugiados, ajudando a fortalecer a coesão social e vivências que promovem produtivas trocas. O p r o j e t o “ Ju n t o s p e l o Esporte” foi idealizado para contemplar a participação de jovens que foram forçados a deixar suas casas por causa da guerra, violações de direitos humanos e perseguições, tendo no esporte uma ferramenta que os faz se sentirem incluídos e protegidos. As bolas de futebol serão produzidas em parceria com a Alive and Kicking, uma fabricante sem ns lucrativos que promove iniciativas inclusivas por meio do esporte. As bolas serão vendidas on-line no site da empresa a partir de outubro. Para c ad a b ol a vendida, uma fração será doada para programas da Acnur que oferecem aos refugiados acesso a instalações esportivas e equipamentos.

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES


16 GERAL

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A personalidade começa a ser formada no primeiro mês de vida, diz estudo A pesquisa estadunidense identificou diferenças significativas na atividade cerebral relacionada ao temperamento em recém-nascidos ©CATHERINE DELAHAYE/GETTY IMAGES

A nal, quais características comportamentais nascem com a gente e quais adquirimos ao longo da vida? Foi em busca destas respostas que um estudo norte-americano coletou dados de s etent a e cinco re cémnascidos com até um mês de idade. O resultado foi publicado na revista cientí ca Frontiers in Psychiatry e trouxe luz para uma

questão intrigante: a origem dos nossos traços de personalidade e os fatores que de nem o nosso comportamento. A pesquisa foi realizada através da observação e comparação entre as atividades cerebrais dos recém-nascidos a m de identi car o temperamento c omp or t ame nt a l d el e s e a existência de características inatas — os tais traços de

personalidade que não dependem de aprendizado ou de exp eriência pré via — e as respostas foram surpreendentes. O estudo constatou diferenças signi cativas no funcionamento cerebral dos recém-nascidos em cada uma das três redes funcionais divididas p elos pesquisadores: FPN, ligada a comportamentos de orientação (facilidade em se tranquilizar,

por exemplo); DMN, referente às emoções negativas (tristeza ou medo); e o HIN, conectada às emoções positivas (sorrisos ou felicidade). Iss o aju d ou a map e ar as diferenças individuais no temperamento dos bebês. "A variabilidade na conectividade da rede cerebral funcional tem Alexia sido associada a diferenças Debacker individuais em traços cognitivos, afetivos e comportamentais em Espinoso

adultos", a rma a pesquisa. Ao constatar que as conexões cerebrais que atuam na área comportamental e cognitiva humana existem desde o nascimento, a pesquisa inédita abre as portas para uma análise mais complexa sobre aspectos relacionados à individualidade e ao desenvolvimento de uma personalidade. Ou seja, se antes pensávamos que os bebês eram "folhas em branco", este estudo

mostra que algo da personalidade já está ali no recém-nascido. "Estas descobertas lançam uma nov a lu z s obre a s or i ge ns cerebrais das diferenças individuais nos traços comportamentais e, portanto, representam uma nova abordagem viável para investigar as trajetórias de neurodesenvolvimento típico e atípico" diz o estudo.

Emergência climática eleva ansiedade e freia desejo de jovens brasileiros por filhos ©GETTY IMAGES

Para quase metade dos jovens brasileiros os impactos das mu d a n ç a s c l i m át i c a s e a s apocalípticas possibilidades ambientais do futuro causam hesitação em relação ao desejo ou ao planejamento de terem lhos. Esse é um dos muitos dados que uma pesquisa nanciada pela plataforma Avaaz e realizada em parceria com diversas instituições de ensino de todo o mundo revelou: o índice no Brasil, de 48% de jovens que a rmaram ter dúvidas sobre lhos por conta da emergência climática, é o mais alto entre

todos os países participantes do estudo, e consideravelmente a c i m a d a m é d i a mu n d i a l , registrada em 39%. Intitulada “Vozes dos jovens s obre ansiedade climática, traição governamental e dano moral: um fenômeno global”, uma pesquisa contou com a participação de 10 mil pessoas entre 16 e 25 anos, e tratou do tema ambiental também em seu sentido político. O mesmo temor ambiental faz com que 42% dos jovens australianos hesitem em ter lhos: no Reino Unido o índice é de 38% e, nos EUA, de

36%. Além do Brasil, participaram d a p e s q u i s a Au s t r á l i a , E s t a d o s Un i d o s , R e i n o Un i d o, Í n d i a , Ni g é r i a , Filipinas, Finlândia, Portugal e França, para um cálculo em larga escala das diversas ansiedades ambientais entre os jovens. E os números não deixam dúvidas sobre o impacto emocional do já g r av e q u a d r o c o n c r e t o ecológico: segundo o estudo, 75% dos jovens veem o futuro como

assustador, 65% acreditam que os governos estão fracassando no ©GETTY IMAGES

combate ao aquecimento global, 83% a rmam que a humanidade

não cuida do planeta, 55% acreditam que terão menos oportunidades que seus pais — além dos já citados 39% que a rmaram não ter certeza se terão lhos. Pa r a a l é m d a a mp l a ansiedade sobre o tema, outros dados especí cos d o s j ove ns br as i l e i ro s demonstram uma gravidade da situação: 79% dos jovens do Brasil acreditam que o governo falha com eles, 92% acreditam que a

humanidade falhou no cuidado do planeta, e 86% pensam que o futuro é uma ideia assustadora. “O estresse psicológico que afeta a saúde e o bem-estar pode ser interpretado como moralmente prejudicial e injusto. É urgente ampliar as pesquisas e também a capacidade de resposta governamental”, diz o texto da pesquisa, realizada pela Avaaz junto de pesquisas de instituições como a NYU, Stanford, Oxford e mais — e publicada na revista cientí ca Lancet.


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