ANO XI - Nº 444 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 14 A 21 DE OUTUBRO/2021 SERRA/ES Distribuição Gratuita
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
'Precisamos acordar para a iminente crise da água', alerta secretário-geral de Arquiteta cria meteorologia da ONU projeto inovador de 8
Para a semana, a dica é
uma receita de dar água na boca: arroz com frango e quiabo Pág. 8
JORGE PACHECO
8 Ciro fala em conspiração
de Lula por impeachment de Dilma, que o acusa de mentir Pág. 5
ANA MARIA IENCARELLI 8 Quem conhece uma
Criança que perde o pai ou a mãe para a morte, sabe do que está sendo tratado aqui Pág. 10
HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Publicados pelo Senado,
pan etos revelam embates da época da Independência e trazem lição para o Brasil de hoje Pág. 12
ANA LUCIA
8 Hoje vou falar da
importância dos auxiliares de serviços gerais Pág. 14
©MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
escola destinada a empoderar meninas na Índia Pág. 4
Enchentes se tonarão mais comuns; cidades devem se planejar para lidar com eventos climáticos extremos Pág. 2
Crianças 'palhaças' são mais inteligentes? Estudo responde ©DIVULGAÇÃO/BYD Pág. 11
Brasil terá primeira fábrica Legado de Augusto Ruschi ganha livro flutuante movida a energia em português e inglês embarcação, solar do mundo Aconhecida por Pág. 8
©ISTOCKPHOTO
De acordo com um estudo publicado em uma revista especializada em estudos sobre o humor, pesquisadores apontaram que, na idade escolar, a capacidade de criar piadas está intimamente ligada à chamada inteligência geral
Conheça a kombucha e os seus benefícios
Balsa-Açaí, irá circular nas calhas dos rios amazonenses Pág. 6
Livro “Ruschi: o guardião da oresta” será lançado em live, no canal da Secult no YouTube, no próximo dia 19 de outubro Pág. 16
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2 MEIO AMBIENTE
14 A 21 DE OUTUBRO/2021
Expedição vai até o extremo norte da Bahia para estudar preguiças-de-coleira O intuito da jornada é ampliar o olhar para outra área, diz a professora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e coordenadora do Instituto Tamanduá, Flávia Miranda, que lidera a viagem ©ADRIANO GAMBARINI
Uma expedição inédita para estudar as preguiças-de-coleira (Bradypus torquatus) acontece desde o dia 30 de setembro, quando a equipe formada por sete pessoas iniciou viagem rumo a Sergipe, extremo norte da distribuição da espécie. Ainda pouco conhecida e endêmica ao Brasil, ou seja, só existe em solo brasileiro, mais especi camente na Mata Atlântica costeira do Sudeste e do Nordeste, no trecho entre Sergipe e o Rio de Janeiro. Pesquisadores querem coletar dados genéticos de uma população que vive no estado sergipano, ponto mais ao norte de ocorrência da preguiça, e que nunca foi estudada. Os dados coletados serão comparados com as informações já conhecidas das espécies que vivem na região da Praia do Forte, em Mata de São João, na
Bahia. Com isso, os estudiosos pretendem resolver um mistério: essa espécie do extremo norte é a mesma da encontrada na parte mais ao sul? Os pesquisadores descon am que o Rio Paraguaçu, curso de água que banha o estado da Bahia, esteja separando essas populações, causando uma incerteza taxonômica. “Não sabemos se elas chegam a pertencer à mesma espécie, se há diferença taxonômica ou siológica. Não temos nenhum registro dos indivíduos dessa l o c a l i d a d e”, a r m a F l á v i a Miranda, professora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e coordenadora do Instituto Tamanduá. A preguiça de coleira é uma espécie ameaçada de extinção, classi cada então como “Vulnerável” pela lista vermelha da União Internacional para
Camaleão Furcifer labordi
C o n s e r v a ç ã o d a Nat u r e z a (IUCN) e pela lista nacional, feita pelo ICMBio. Por habitar uma área severamente fragmentada, sofre um declínio de ocupação e qualidade de habitat. Assim como os tamanduás e tatus, ela pertence a uma ordem
muito antiga, com mais de 65 milhões de anos e são animais exclusivos da América Latina, além de possuírem enorme importância evolutiva. Para a coordenadora, isso justi ca todo o esforço de conservação e, para isso, falta estudo e divulgação da
espécie. A expedição Atrás de novas informações que possam embasar iniciativas para a preservação da preguiça de coleira, além de estudar a própria espécie, o Projeto Preguiça de Coleira vem há mais de dois anos
mapeando espécimes por toda a região da Reserva Sapiranga. Na Praia do Forte, localizada na Reserva, os estudos consistem em levantamentos de densidade populacional: é feita a captura dos animais para coleta de amostra biológica, que será usada para inspeção de saúde. Nela, são feitos diversos exames e análise genética, além da instalação de um rádio para o monitoramento da área de vida, uso de espaço e dieta. Agora, com a nova expedição, será possível estudar a espécie em outra região e aumentar o campo de análise. Para isso, a equipe pretende viajar até Sergipe. A jornada começou na região de Mata de São João, onde caram, do dia 30 de setembro a 2 de outubro, catalogando os animais existentes na região da Reserva Sapiranga.
Sapos-arlequins: as joias da floresta ameaçadas por uma doença mortal
'Precisamos acordar para a iminente crise da água', alerta secretário-geral de meteorologia da ONU
estilos de vida únicos, anfíbios estão entre os animais mais extraordinários da Terra, e, entre eles, os sapos-arlequins se destacam por suas incríveis cores", disse Luís Fernando Marin da Fonte, coordenador da Iniciativa de Sobrevivência Atelopus (ASI). Segundo ele, os sapos-arlequins devem ser protegidos não apenas por sua beleza e singularidade, mas também por seu valor intrínseco e sua importância biológica, ecológica e até cultural. "Nas últimas décadas, muitas espécies de sapos-arlequins s o f r e r a m g r av e s d e c l í n i o s populacionais e extinções em toda a sua distribuição. Hoje, das 94 espécies de sapos-arlequins avaliadas pela IUCN, 83% estão ameaçadas de extinção, e cerca de 40% das espécies de Atelopus desapareceram de seus habitats conhecidos e não são vistas desde o início dos anos 2000, apesar de esforços especí cos para encontrá-las.
Enchentes se tonarão mais comuns; cidades devem se planejar para lidar com eventos climáticos extremos
C ons i d e r a d o s a s j oi a s d a s orestas e riachos da Amazônia, os sapos-arlequins, que compõem o gênero Atelopus, chamam atenção com suas cores vibrantes e impressionantes, que vão do laranja, verde, dourado, azul, preto, marrom, roxo e até rosa. No Brasil são registradas três espécies desse gênero: Atelopus manauensis, espécie recémdescrita no ano de 2020, que está restrita a uma pequena região de planícies no entorno de Manaus; Atelopus hoogmoedi, que ocorre nos estados do Pará, Amazonas, Amapá e Roraima; e Atelopus f r a n c i s c u s , q u e o c or re n o Oiapoque, no Amapá. Os arlequins são considerados ameaçados pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis (B d), c aus ador d a quitridiomicose, doença letal responsável pelo declínio de anfíbios em todo o mundo.
Emb ora o B d s eja, provavelmente, o principal catalisador desses declínios, uma série de outras ameaças está contribuindo com as quedas no número de sapos-arlequins. Entre as ameaças estão a destruição e a degradação do habitat, como resultado da agricultura, pecuária, exploração madeireira, mineração e desenvolvimento de infraestrutura; a introdução de espécies invasoras; poluição; coleta ilegal para o comércio de animais; e os efeitos das mudanças climáticas. "Com suas belas canções e
©LUZIMARA FERNANDES/F&N
A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) publicou seu relatório anual um que estudo aponta que o planeta vive em uma “iminente” crise hídrica. O tema principal do relatório “e State of Climate Services 2021: Water” é o chamado estresse hídrico: o planeta passa por um aumento de demanda hídrica, mas as fontes de água doce estão se esgotando. A OMM, que é ligada a Organização das Nações Unidas (ONU), pediu para que os países atu e m u rge nt e m e nt e p ar a reduzir as emissões de carbono e tenham um projeto para conter a crise hídrica. “No ano passado, assistimos a uma continuação de eventos extremos relacionados com a água. Em toda a Ásia, chuvas extremas causaram inundações m a c i ç a s n o Jap ã o, C h i n a , Indonésia, Nepal, Paquistão e Índia. Milhões de pessoas foram deslocadas e centenas foram mortas. Mas não é apenas no mundo em desenvolvimento que as inundações causam grandes transtornos. Inundações catastró cas na Europa causaram centenas de mortes e
danos generalizados”, a rmou o s ecret ár io-geral da OMM, Petteri Taalas, em entrevista coletiva. O relatório a rma que os desastres relacionados com enchentes aumentaram 134% entre 2000 e 2020 em uma comparação com as duas décadas anteriores. Além disso, secas aumentaram em 29% no mesmo período. O documento também aponta que, daqui a 19 anos, cinco bilhões de pessoas estarão em situação de estresse hídrico, ou seja, mais da metade da população global viverá em insegurança de acesso à água (vale lembrar que as estimativas a rmam que o planeta abrigará nove bilhões de seres humanos em 2050).
Segundo os dados levantados na pesquisa, houve um aumento de 7% na umidade da atmosfera. Isso signi ca que as chuvas se intensi carão e que as cidades precisam estar prontas para lidar com ess as chuvas e que é necessário um esforço global para melhorar a infraestrutura dos polos urbanos. “Precisamos acordar para a iminente crise da água. O aumento das temperaturas está mudando os níveis de precipitação globais e regionais, criando transformações nos padrões de chuva e distorcendo as colheitas da agricultura. Tudo isso causará um impacto enorme na nossa segurança alimentar, na nossa saúde e no bem-estar da humanidade”.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
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CULTURA 3
14 A 21 DE OUTUBRO/2021
Como fazíamos antes Escritor africano da brilhantina? Abdulrazak Gurnah Antes da chegada do produto que deixava os topetes impecáveis, os vaidosos usavam até cocô de pombo no cabelo ©DOMÍNIO PÚBLICO/CREATIVE COMMOMS/WIKIMEDIA COMMNOS
leva o Nobel de Literatura 2021 O escritor tanzaniano, radicado no Reino Unido desde o final da década de 1960, leva o prêmio mais importante das letras universais ©DIVULGAÇÃO BLOOMSBURY PUBLISHING/PRINGLE
FOTO: REPRODUÇÃO
Anúncio sueco de produtos para cabelo dos anos 1905 e 1906
A
psicologia talvez nunca explique o mecanismo mental que nos faz festejar um determinado penteado como a melhor expressão estética possível do couro cabeludo, enquanto a moda que era considerada o máximo até o dia anterior passa a ser criticada imediatamente como ridícula e de mau gosto. Mas moda não se discute. E talvez uma das vogas mais marcantes para os cabelos tenha sido a de deixá-los bem assentados e com um aspecto de molhados, o que era c ons e g u i d o c om o s m ai s variados produtos, alguns dos quais seriam considerados até mesmo repugnantes hoje em dia. Gorduras vegetais, como azeite de oliva e de palma, foram populares para aqueles interessados no look molhado. Mas havia ingredientes mais inusitados: uma receita europeia, desenvolvida em torno de 1300, recomendava misturar gordura de lagarto e fezes de pombo e aplicá-los sobre as madeixas revoltas. Na África, usava-se uma mistura de gordura animal com mel ou ocre, para dar cor. Na Ásia, os elaborados penteados da nobreza eram erguidos com o auxílio de pentes e uma pomada à base de cera. Na América do Norte, a substância mais popular era o óleo de urso, refinado a partir da gordura do
animal. O uso das pomadas comerciais se popularizou em meados de 1800, mas foi no início do século 20 que ingredientes como goma de petróleo e cera de abelhas substituíram a gordura animal. Em 1900, o perfumista Edouard Pinaudintroduziu um novo produto à sua linha de cosméticos capilares, chamado Brillantine, a brilhantina. O óleo perfumado deixava o cabelo ou bigodes com aspecto molhado e permitia modelálos. Alguns anos mais tarde, em 1929, o Brylcreem foi criado na Grã-Bretanha. O creme se tornou tão popular que, na Segunda Guerra Mundial, um tubo era incluído no kit de cuidados pessoais dos soldados. Foi na década de 50, no entanto, que a brilhantina explodiu. Os topetes de Elvis Presley e James Dean serviram de inspiração para uma tribo de jovens chamados de greasers (engordurados). O estilo foi relembrado no musical Grease, e m q u e J o h n Tr a v o l t a protagoniza um jovem que ouve rock'n'roll e esculpe cuidadosamente o cabelo. No Brasil, um dos produtos mais populares era o Gumex. A goma vinha pronta ou em pó solúvel em água. Precisava ser aplicada rapidamente, pois logo endurecia. O bordão do produto, o non sequitur “Dura lex sed lex, no cabelo só
Gumex”, ou, “A lei é dura, mas é a lei, no cabelo...” foi criado pelo compositor Ary Barroso, em uma partida de futebol financiada pela marca. Por causa do asp ecto gorduros o, g ír ias como “engomadinho” e “lambido” foram associadas aos penteados. A brilhantina foi utilizada em larga escala até meados dos anos 60, quando os topetes elaborados caíram em desuso e produtos menos densos, à base de gel ou água, a substituíram. Mas, quando se trata de moda, não se deve nunca desconsiderar algo que esteve em voga no passado. Uma prova disso? O costume de usar produtos gordurosos para assentar e dar volume aos cabelos. O uso de óleos, cremes e pomadas para modelar as madeixas e providenciar brilho data de pelo menos 3,5 mil anos atrás, época em que os antigos egípcios aplicavam gordura an i m a l n o s c a c h o s , p ar a garantir sua fixação. E esses cuidados iam além de garantir uma boa figura no dia a dia e miravam a eternidade: a substância foi encontrada em diversas múmias — afinal, se queria causar uma boa impressão ao chegar ao além. Acredita-se que, em algumas múmias, o corpo tenha sido escalpelado e o cabelo preparado separadamente.
Abdulrazak Gurnah sabe muito bem sobre os temas a que se debruça. Autor de dez obras, lançadas entre 1987 e 2020, o escritor nascido em uma das ilhas de Zanzibar, em 1948, chegou como exilado à Inglaterra na década de 60. Sob o regime do então presidente Abeid Karume, começou um período de perseguição aos cidadãos de origem árabe na recém-proclamada República da Tanzânia. Por fazer parte de uma das minorias sob opressão, aos 18 anos deixou a família em sua terra natal para iniciar uma vida nova no Reino Unido. Agora, o escritor e ex-refugiado tem seu trabalho das últimas três décadas reconhecido ao ser premiado com o Nobel de Literatura. O anúncio da escolha do nome de Gurnah foi feito na última quinta-feira (07), pela Royal Swedish Academy. “O Prêmio Nobel de Literatura 2021 foi conce dido a Ab du lraza k Gurnah por sua penetração intransigente e compassiva dos efeitos do colonialismo e do destino do refugiado no abismo entre as culturas e os continentes”, declarou o comitê da academia. Além dos dez livros, o escritor publicou ainda várias histórias curtas. Apesar do suaíli ser sua língua mãe, quando começou sua carreira profissional, adotou o inglês em seus textos. Infelizmente, sua obra ainda não foi traduzida para o português. “Em to do o s eu trabalho, Gurnah se esforçou para evitar a nostalgia onipresente de uma África pré-colonial mais primitiva. A sua formação é uma ilha culturalmente diversificada no Oceano Índico, com uma história de tráfico de escravos e
várias formas de opressão sob várias potências coloniais — portuguesas, indianas, árabes, alemãs e britânicas — e com ligações comerciais com todo o mundo. Zanzibar era uma sociedade cosmopolita antes da globalização”, destaca Anders Olsson, presidente do Comitê do Nobel. Ainda segundo ele, a dedicação do escritor à verdade e sua aversão à simplificação são impressionantes. “Isso pode torná-lo sombrio e intransigente, ao mesmo tempo que segue o destino dos indivíduos com grande compaixão e comprometimento inf lexível. S eus romances recuam de descrições estereotipadas e abrem nosso olhar para uma África Oriental culturalmente diversificada, desconhecida para muitos em outras partes do mundo. No universo literário de Gurnah, tudo está mudando — memórias, nomes, identidades. Um a e x p l or a ç ã o s e m f i m movida pela paixão intelectual está presente em todos os seus livros, e igualmente proeminente agora, em Afterlives [mais recente livro], como quando ele começou a escrever como um refugiado de 21 anos”. Ao receber o telefonema sobre a premiação em sua casa, na
Inglaterra, Gurnah revelou que n u m p r i m e i r o m o m e n t o, demorou a acreditar que fosse verdade. “Achei que fosse uma brincadeira. Há muita especulação semanas antes, ou às vezes meses antes do anúncio oficial, sobre quem são os indicados, então não era algo que estava em minha mente. Eu estava pensando, quem vai ganhar? Estou honrado por receber este prêmio e me juntar aos escritores que me precederam nesta lista. Estou extremamente feliz e muito orgulhoso”. Dos 118 escritores premiados desde a fundação do prêmio Nob el, ap enas qu at ro s ão negros, incluindo Gurnah. Três deles são homens e há apenas uma mulher. A cerimônia de entrega dos prêmios acontece sempre em 10 de dezembro, aniversário da morte do seu idealizador, o industrial e filantropo sueco Alfred Nobel (1833-1896). As indicações ao Nobel podem ser feitas por algumas pessoas específicas, membros de alguns órgãos e entidades, parlamentares, professores universitários, acadêmicos e exrecebedores do título, mas a lista completa com o nome dos nomeados é sempre mantida em segredo por 50 anos. LUCIANO DANIEL
Foto Antiga do ES
(AVENTURAS NA HISTÓRIA) ©MUSEU DA FOTOGRAFIA DOCMENTAL DE CARIACICA/FOTOS ANTIGAS DE CIDADES CAPIXABAS ESPÍRITO SANTO/FACEBOOK
Reservas: (27) 99961-8422
Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br
Trecho da BR 262 em Campo Grande, próximo ao Posto Valentim, Cariacica, ES — 1982
4 EDUCAÇÃO
14 A 21 DE OUTUBRO/2021
Arquiteta cria projeto inovador de escola destinada a empoderar meninas na Índia rural
Diagnóstico da dislexia não pode ser confundido com falta de ensino, diz especialista ©WERTHER SANTANA/ESTADÃO
Como parte de um projeto para equipar e apoiar comunidades em todo o mundo, o espaço possui diversos elementos multifuncionais ©VINAY PANJWANIi/DEZEEN
Com o objetivo de promover a paridade de gênero e empoderar as mulheres, a organização sem n s l u c r a t i v o s C I T TA Foundation colaborou com a arquiteta Diana Kellogg para realizar uma escola só para meninas no coração da paisagem árida do deserto de Rajasthan, na Índia. O edifício monumental forma a primeira parte do centro GYAAN, o projeto de três fases do CITTA para fornecer uma es cola para meninas, uma cooperativa de mulheres e um espaço para exposições de arte e performance. A escola oval é a primeira estrutura a ser concluída e foi projetada para receber 400 alunas do jardim de infância ao 10º ano, que aprenderão habilidades de alfabetização, bem como técnicas artesanais tradicionais exclusivas da região. A escola para meninas R aj k u m a r i R at n av at i e s t á localizada no deserto rural de Jaisalmer, no norte da Índia. Sem nenhum outro prédio à vista, a nova escola se destaca como um monumento e suas curvas suaves
dão as boas-vindas às alunas. A arquiteta Diana Kellogg moldou o edifício em um formato oval como um aceno aos símbolos universais da força feminina e para ecoar as formas curvilíneas dos fortes locais. A escola foi construída por artesãos locais — muitas vezes os pais das meninas — usando arenito local cortado à mão, que acomoda a nova intervenção no ambiente natural. As paredes do parapeito reinterpretam as telas de privacidade tradicionais e hospedam uma série curva de painéis solares, que alimentam os ventiladores e a iluminação. O projeto também incorpora
técnicas antigas de coleta de água para maximizar a água da chuva e reciclar a água suja. O programa inclui salas de aula, um centro de informática e um amplo terraço. O almoço será fornecido e também há um ônibus que levará as meninas para a escola das aldeias vizinhas. Graças a este novo edifício e à colaboração entre a fundação CITTA e os arquitetos Diana Kellogg, as meninas que vivem abaixo da linha da pobreza em Jaisalmer rural terão acesso à educação, liberdade econômica e autonomia pessoal.
Na última semana, diversas instituições realizaram eventos para discutir sobre os Transtornos Especí cos da Aprendizagem (TEAp). Principalmente da dislexia. Esse t ip o de TEAp inquiet a educadores, uma vez que, para eles, o diagnóstico não pode ser confundido com a falta de oportunidade que a criança ou adolescente tem de aprender. Por isso, é preciso atenção, principalmente na rede pública, em como as desigualdades afetam a aprendizagem de infantis em situação de vulnerabilidade. O alerta da educadora Anna Helena Altenfelder, presidente do conselho do Cenpec, recai s obre a c ompl e x i d a d e e a delicadeza da dispensa excessiva desses laudos. Além dos
problemas do alunado, falta estrutura na escola, formação de professores e uma rede de apoio para o trabalho pedagógico em sala de aula em muitas cidades e estados para maior e ciência na identi cação dessas fragilidades. No último dia 3, uma reportagem de o Estadão mostrou que um terço dos pais e responsáveis precisa viajar, até para outros Estados, em busca de um diagnóstico, seja por falta de pro ssionais ou redes de saúde p r e c á r i a s p a r a o acompanhamento especializado onde vivem. A média de gastos mensal é de 800 reais por família, conforme levantamento do Instituto ABCD em parceria com o Cisco do Brasil e o Instituto IT Mídia. "Há cer t a di c u ldade de trabalhar com crianças que vêm
de contextos vulneráveis. Se formos usar parâmetros com crianças de nível mais elevado, acaba criando uma confusão de aprendizado", pontua Anna Helena, e faz a analogia: "o transtorno é de aprendizagem ou de ensinagem?". A educadora defende que se o aluno não teve a interação em quantidade ou qualidade para desenvolver as habilidades e competências, é papel da escola trabalhar nessa questão para minimizar os impactos. Para a presidente do Cenpec, é diferente o trabalho de alfabetização de crianças oriundas de famílias com maior poder aquisitivo, com pais já letrados. O distanciamento de milhares de crianças por quase um ano e meio da escola, durante a suspensão das aulas presenciais por conta da covid, deverá ter impactos na alfabetização. Por isso, é preciso maior atenção na defesa simplesmente clínica para superar essas di culdades de letramento. "O diagnóstico de dislexia é bastante especí co e complexo. É preciso cuidado até para que não tenhamos por aí uma 'pandemia de dislexia'".
Sistema de Ensino Aprende Brasil: inovação e formação Professor cumprimenta cada continuada aluno de forma individualizada e de acordo com suas personalidades Muitas vezes, o empenho de um professor em dar atenção aos alunos pode ser tão importante qu anto su a c ap acid ade de ensinar. Afinal, quando os e s t u d a nt e s s e s e nt e m importantes e conseguem se conectar com o professor, a aula flui muito melhor. É o que mostra Barry White Jr., professor da quinto ano na escola Ashley Park PreK-8 School, na Carolina do Norte (EUA). Todos os dias, Barr y cumprimenta os alunos de forma elaborada com um aperto de mão especial desenvolvido de
estudantes animados antes de começar a aula e daria a eles energia para aprender. O hábito começou no ano passado com apenas uma a luna. B ar r y ©REPRODUÇÃO FACEBOOK tinha criado um aperto de mão especial para ela e a menina esperava sempre do lado de fora d a au l a p ara c umpr iment á-lo. Depois, o professor passou a fazer novos cumprimentos sala, segundo contou ao Yahoo personalizados com outros N e w s ! . D e a c o r d o c o m o alunos e a ideia se espalhou até professor, isso deixaria os contagiar a turma inteira. acordo com a personalidade de c a d a u m . To d o s r e c e b e m individualmente o seu aperto de mão antes mesmo de entrar na
Do momento em que uma criança segura um lápis pela primeira vez às grandes descobertas da ciência mundial, cada passo guarda em si mesmo a marca inapagável da educação. Apresentar à criança o universo e, ao mesmo tempo, chamar sua atenção para os microuniversos nele contidos, é tarefa que professores e equipes pedagógicas abraçam com dedicação e carinho. Esse esforço precisa ser ainda mais fértil no ensino público. Pres ente em mais de 200 municípios brasileiros, o Sistema
de Ensino da Editora Aprende Brasil atende hoje a mais de 290 mil estudantes em 1,6 mil escolas municipais de todo o País. Além do material didático completo e contemporâneo, estão incluídos avaliações, sistema de mon itor ame nto, ass e ss or i a pedagógica, ambiente virtual de aprendizagem e formação continuada aos professores. Nos últimos seis meses, foram mais de 3,4 mil horas de treinamento s obre os mais diversos temas relacionados às práticas pedagógicas, como
estratégias didáticas, organização do trabalho pedagógico e inclusão. Para a gerente de marketing e produto do Aprende Brasil, Damila Bonato, investir na formação docente e incorporar novas formas de ensinar é uma missão. “Temos um compromisso com uma educação transformadora, que vai levar o país a posições sociais e econômicas melhores. Acreditamos que é por meio da educação que as crianças podem ter um futuro melhor”, destaca a gerente.
POLÍTICA 5
14 A 21 DE OUTUBRO/2021
Jorge
Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista
Pacheco
jorgepachecoindio@hotmail.com
Interina Luzimara Fernandes
©DIVULGAÇÃO
Após a rmar, em entrevista ao Estadão Notícias, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria participado de uma conspiração pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016, o presidenciável Ciro Gomes (PDT-CE) foi duramente criticado pela expresidente nas redes sociais. A petista disse que o político do Ceará "mente de maneira descarada" e insinuou que ele usa suas objeções ao Partido dos Trabalhadores como tática para ganhar popularidade. "O problema, para ele, é que usa este método há muito tempo e continua há quase uma década com apenas um dígito nas pesquisas", escreveu Dilma. Em resposta, o pedetista chamou a expresidente de "incompetente, inapetente e presunçosa" e disse que errou ao ser contra seu impeachment. Em entrevista ao podcast Estadão Notícias, Ciro lembrou que nomes com os quais Lula ensaia uma reaproximação política hoje, como os emedebistas Renan Calheiros e Eunício Oliveira, patrocinaram a deposição de Dilma, tratada pelo PT como golpe. "Eu atuei contra o impeachment e quem fez o golpe foi o Senado Federal. Quem presidiu o Senado? Renan Calheiros. Quem liderou o MDB nessa investida? O Eunício Oliveira. Com quem o Lula está hoje?", contextualizou. "Hoje eu estou seguro que o Lula conspirou pelo impeachment da Dilma, estou seguro", declarou. O ex-governador do Ceará disse ainda que chegou a escrever, a pedido de Dilma, um documento com cerca de 15 páginas, e o entregou a um "camarada" do petista, que, por sua vez, "jogou fora e não aplicou nada". Ciro salientou que não entendia as movimentações do partido durante as negociações para barrar o impeachment e lembrou que seu irmão, o senador Cid Gomes (PDT-CE), chegou a questionar se de fato aqueles que se diziam aliados de Dilma queriam impedir sua deposição do cargo. "O meu irmão, que também estava lutando [contra o impeachment], me chamou e falou assim: 'Será que esses caras querem impedir o impeachment?'. Agora estou seguro que eles estavam colaborando pelo impeachment da Dilma, porque nas eleições de 2018 o Lula estava com o Renan Calheiros e queria que eu me envolvesse nisso, eu que fui para as ruas, e era muito impopular defender a Dilma. Agora os amigos do peito são eles? Nunca mais", completou. Em resposta, Dilma endureceu o tom contra o presidenciável no Twitter e disse que sua declaração seria parte de uma estratégia para driblar a sua falta de voto
nas urnas. "Ciro Gomes está tentando de todas as formas reagir à sua baixa aprovação popular. Mais uma vez, mente de maneira descarada, mergulhando no fundo do poço", disse a ex-presidente. C i r o r e s p o n d e u n o Tw i t t e r a publicação de Dilma e disse nunca ter mentido na vida. "Mas errei algumas vezes", completou. "Uma delas quando lutei contra o impeachment de uma das pessoas mais incompetentes, inapetentes e presunçosas que já passaram pela presidência. Claro que estou falando de você, Dilma".
Uso de máscara será obrigatório até o fim do ano no ES, diz secretário Uma importante barreira física que deverá continuar fazendo parte da rotina dos capixabas pelo menos até o m de 2021. De acordo com o secretário estadual de saúde, Nésio Fernandes, suspender o uso de máscaras neste momento seria um "equívoco sanitário". "Nós precisamos persistir no uso das máscaras e é um equívoco sanitário neste momento levantar a obrigatoriedade do uso das máscaras", a rmou o secretário. Ainda segundo Nésio Fernandes, a manutenção do uso de máscaras não cará restrita ao ano de 2021, mas poderá também ser estendida para o próximo ano em algumas situações especí cas. "Nós não devemos suspender a utilização das máscaras este ano no Espírito Santo, tampouco no próximo ano em algumas atividades, em lugares fechados, como por exemplo em visitas a asilos", a rmou. Nésio reforçou que a obrigatoriedade do uso do acessório de segurança permanece vigente no Espírito Santo, já que não há evidências que comprovem que a suspensão traria benefícios ao controle da pandemia. "Nós vamos persistir com o uso das AJUFE
©REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS
Ciro fala em conspiração de Lula por impeachment de Dilma, que o acusa de mentir
máscaras. Não é adequado nesse momento, não há evidências que sustentem que a redução da barreira física seja oportuna para o controle da pandemia no nosso país", disse. O secretário ainda a rmou que apesar de muitas pessoas ainda usarem a máscara de forma incorreta — ou negligenciarem o uso — a e cácia dos acessórios no combate à doença é de conhecimento de todos. "Nós temos indisciplinas no uso das máscaras, coisas que a gente observa na população. Sem dúvida nenhuma as máscaras são uma barreira física tanto para aqueles que não estão infectados para que não se infectem, quanto para aqueles que estão infectados, especialmente nas formas assintomáticas ou nas etapas présintomáticas, para que não transmitam para outras pessoas", nalizou.
‘Senadores deveriam indenizar o Brasil por recursos gastos na CPI', diz Janaína Nas redes sociais, deputada reprovou a conduta dos congressistas que integram a comissão ©NEWTON SANTOS/FLICKR
A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) criticou na última quarta-feira (6) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. De acordo com ela, “vivemos uma situação tão ridícula, que é difícil acreditar que seja verdade”. Em uma longa sequência de publicaçõ es nas re des s o ciais, a parlamentar reprovou a postura dos senadores por se colocarem contra o chamado “tratamento precoce” durante a crise sanitária. “Em meio a uma pandemia, médicos DEVEM tentar TUDO contra o inimigo desconhecido”. Segundo Janaína, “é fácil, agora, olhar para trás e dizer que os medicamentos não funcionam”. A jurista responsável pelo pedido de impeachment contra Dilma Rousseff (PT) desa ou jornalistas a “perguntar aos senadores que tiveram covid como foi o tratamento deles”. Por m, concluiu que os congressistas do colegiado “deveriam indenizar o Brasil pelos recursos gastos com essa CPI”.
[Braga], mas me meter com política eu não vou”, declarou. Na sexta-feira (8), o relator da investigação, senador Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou o cancelamento do evento de homenagem a vítimas da doença, para o qual a mãe de Paulo Gustavo havia sido convidada. Ainda na entrevista, ao comentar sobre a recusa à cerimônia, ela a rmou que o ato não seria aprovado pelo lho se ele estivesse em vida. Déa Lúcia também direcionou críticas a Calheiros. “Se aparecer [um candidato], vou para as redes sociais. Mas bater palma para Renan Calheiros? Só se eu fosse muito louca. Só se fosse para o Paulo Gustavo ressuscitar e dizer: 'Mãe, vou dar na sua cara'”, acrescentou. Déa também revelou que foi convidada para ser candidata ao Senado Federal, mas não disse por qual partido. Ela a rmou não estar interessada na carreira política e revelou descrença com os resultados da CPI. “Como usam o nome dele [Paulo Gu s t av o ] . É i mpre s s i on a nt e . S e precisarem de mim para uma campanha séria, para crianças e para idosos, eu vou. Pode me telefonar. Para política, não. Achei que seria uma CPI séria, mas não foi. Não vai dar em nada, vai acabar em pizza”, nalizou.
Mercado aéreo brasileiro ganhou três companhias durante pandemia No mesmo período, apenas uma empresa informou que não vai mais operar no País
©AFP/ARQUIVOS
“Errar é humano. Culpar outra pessoa é política//É verdade que existem vários idiotas no Congresso. Mas os idiotas constituem boa parte da população e merecem estar bem representados”, Hubert Humphrey Jr. — 38º vice-presidente dos Estados Unidos
deve analisar o pleito da Eastern Airlines. Em que pese o saldo positivo com a entrada dessas companhias, o setor ainda não recuperou os patamares prépandemia, principalmente em relação a voos internacionais. Com relação a voos domésticos, a projeção é que o uxo retorne durante a alta temporada de verão, entre dezembro e janeiro.
Igreja católica hondurenha pede que não se vote em traficantes de drogas nas eleições de novembro A Igreja Católica hondurenha pediu nesta quarta-feira (13) aos eleitores que não votassem em tra cantes de drogas e corruptos nas eleições gerais de 28 de novembro, para “reconquistar o Estado de direito”. “Escolha candidatos que não estejam manchados pela corrupção, crime organizado e trá co de drogas”, exigiram os 13 bispos da in uente Conferência Episcopal, em mensagem à população hondurenha. “Além da militância política que muitos professam e além das preferências e
©PEDRO BONATTO/FLICKR
Mãe de Paulo Gustavo recusa ida à CPI: “Só se eu fosse louca” Déa Lúcia criticou o uso do nome do filho para narrativas políticas Déa Lúcia, de 74 anos, mãe do ator Paulo Gustavo, falecido em maio após complicações da covid-19, fez críticas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Segundo ela, usam o nome do lho para “fazer política”. Déa também se recusou a participar do e n c e r r a m e nt o d o s t r a b a l h o s d o colegiado. As falas foram proferidas em entrevista ao jornal O Globo. “Não vou participar de jeito nenhum. Essa CPI virou uma CPI política, comandada por Renan Calheiros e Omar Aziz. Você acha que é séria e que vai dar em alguma coisa? Já estão em ano eleitoral. Não vou me prestar a isso. Vou fazer meus discursos no momento certo, nas minhas redes, e como z no Criança Esperança e no programa da Ana Maria
Durante a crise sanitária provocada pela covid-19, o Brasil ganhou três companhias aéreas e perdeu uma, segundo informações divulgadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De março de 2020 até o presente momento, o órgão aprovou a entrada da e mpre s a It ap e m i r i m ( p ar a vo o s domésticos) e das companhias Southern Air e Sky Airline Peru (para voos internacionais). Por outro lado, a Alitalia deixará de operar no próximo dia 15. A expectativa da agência é fazer a avaliação dos pedidos de atuação no país em voos domésticos de outras três empresas: Nella Linhas Aéreas, Regional Linhas Aéreas e Asa Linhas Aéreas. No destino internacional, a Anac também ©TV GLOBO/REPRODUÇÃO
simpatias pessoais, existe o dever moral e a obrigação patriótica de recuperar o Estado de direito”, acrescentou o documento. Honduras foi classi cada como “narcoestado” em um julgamento contra o ex-deputado do governante Partido Nacional (PN, de direita), Juan Antonio “Tony” Hernández, irmão do presidente Juan Orlando Hernández, no Tribunal do Distrito Sul de Nova York. “Tony” Hernández foi condenado à prisão perpétua em março de 2021 como tra cante de drogas em “grande escala”. No julgamento, o presidente testemunhou rejeitando as acusações e as atribuindo a uma vingança dos tra cantes por perseguir os cartéis de drogas. “O Estado de direito é o caminho essencial que nos levará a reabilitar a democracia”, conclamaram os bispos. Exortaram os partidos políticos a “estabelecerem alianças sobre princípios que garantam um projeto nacional” e os candidatos a apresentarem “um plano sério, pensado, raciocinado e bem fundamentado que responda aos graves problemas atuais”.
'SERESTA DE TODOS OS TEMPOS' — COM JORGE PACHECO E SEUS CONVIDADOS ESPECIAIS SEXTAS-FEIRAS, ÀS 20 HORAS — WEBRADIOCENTENARIOFC – SERRA–ES
6 TECNOLOGIA
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Brasil terá primeira fábrica Empresa desenvolve flutuante movida a energia telha feita 100% solar do mundo com plástico reciclado A embarcação conhecida por Balsa-Açaí irá circular nas calhas dos rios amazonenses ©DIVULGAÇÃO/BYD
A embarcação conhecida por Balsa-Açaí, movida a energia solar, possui um escopo de funcionamento totalmente sustentável. A estrutura será coberta por módulos solares e terá capacidade de processar 20 toneladas de frutos e 12 toneladas de polpa congelada por dia, além de armazenar 300 toneladas em sua câmara frigorí ca. O projeto inovador de autoria da Transportes Bertolini tem tecnologia brasileira e irá circular nas calhas dos rios Solimões, Japurá, Juruá, Purus e Madeira. Para se manter em funcionamento, a embarcação conta com 675 painéis solares
que cobrem a estrutura de dois mil metros quadrados. Parte da energia gerada pelos painéis solares é utilizada para alimentar toda a fábrica e o restante, somado à energia produzida por geradores complementares a diesel, é armazenado em baterias para uso posterior. O proj eto contou com o sistema de armazenamento da fabricante de baterias brasileira BYD, utilizando 64 unidades BBox, ideal para sistemas off-grid, com capacidade de 883kWh de armazenamento. “O projeto da balsa (…) é uma conquista mundial inédita para o setor fotovolt ai c o e d e armazenamento, já que se trata
do maior projeto da BYD com baterias de lítio b-box off-grid do mundo”, disse Marcelo Taborda, Gerente de Vendas da BYD. Além disso, a unidade conta com uma Estação de Tratamento de E uentes (ETE), capaz de tratar 15 mil litros de rejeito por hora, em que a água devolvida ao rio será de qualidade superior quando comparada à captada para utilização na fábrica. Outro ponto importante para a comunidade local, é que a fábrica irá contribuir para o aumento da renda das comunidades ribeirinhas em até 300% — alcançando os R$ 5 milhões anuais. Com a criação de 50 empregos diretos, a Bertolini também irá comprar o açaí diretamente de fornecedores inseridos nestas comunidades, eliminando a necessidade de um atravessador. O investimento total do projeto é de aproximadamente R$ 20 milhões e a balsa está nas últimas fases de desenvolvimento.
Atualmente a empresa retira do meio ambiente cerca de 150 toneladas de plástico por mês ©DIVULGAÇÃO
Uma empresa brasileira situada no Rio de Janeiro desenvolveu uma telha 100% produzida a partir de resíduos plásticos reciclados como garrafas e embalagens. A Telite retira cerca de 150 toneladas de plástico por mês somente para a produção de suas telhas coloniais plásticas. A empresa de Leonardo Retto começou em 2013 como um negócio familiar onde produzia telhas de bra de vidro. O empresário passou a estudar s o b r e i n o v a ç ã o e sustentabilidade e suas pesquisas o levaram à elaboração de uma telha colonial plástica feita a partir de insumos descartáveis que entram em um processo de reciclagem. O tipo de plástico utilizado na produção é o polietileno de alta densidade. As telhas produzidas saem da fábrica com cerca de 5.5kg. Elas possuem uma variedade de cores e têm 4mm de espessura. Os resíduos coletados para a reciclagem passam a ser rastreados desde a saída do local de retirada até a venda da telha
produzida. Após a coleta, eles são encaminhados à fábrica da Telite e recebem um QR Code que armazena as informações na nuvem. O mesmo QR code é impresso nas telhas, é possível acompanhar todo o processo de reciclagem, saber quantas telhas foram produzidas, quem comprou e onde elas foram instaladas. Apesar de utilizar apenas o plástico para a produção das telhas, a Telite também passou a investir na cadeia de reciclagem de out ros mater i ais como papelão, vidro e metal. Para isso, desenvolveu um aplicativo com base na tecnologia blockchain que conecta consumidores, estabelecimentos comerciais, condomínios e indústria. Com o programa de logística reversa, o fornecedor se cadastra no aplicativo desenvolvido pela empresa e solicita a retirada dos
resíduos destinados à coleta. A cada retirada ele acumula pontos que podem ser convertidos em dinheiro. Ao atingir vinte mil pontos, o resgate pode ser solicitado diretamente pelo aplicativo, que converte os pontos em dinheiro e realiza a transferência via Pix. Os materiais recebidos são fotografados e têm os dados inseridos na plataforma, que gera um QR Code, com ele é possível rastrear todo o processo de transformação do resíduo. A empresa ainda emite créditos de logística reversa de neutralização de carbono. A empresa está testando a tecnologia aplicada para captação de luz solar através de pastilhas de grafeno, acopladas às telhas, o que vai permitir que cada placa de telha tenha cap acidade p ara gerar até 150Kwh por mês.
Tênis é fabricado com serragem, garrafas, cascas de arroz e fibras de bambu EUA já perderam Produção de calçado infantil usa matérias primas mais sustentáveis e materiais reaproveitados da fábrica ©DIVULGAÇÃO/BIBI
O novo lançamento de calçado infantil da Bibi chegou às lojas no início de novembro e tem como proposta a utilização de matérias-primas sustentáveis e reaproveitáveis. Chamado de Bibi Eco, o tênis infantil tem entre as matérias-primas garrafas PET, serragem, cascas de arroz, além de outros materiais reaproveitados da linha de produção da fábrica. Com cor neutra, o Bibi Eco tem o solado é fabricado em TR transparente com serragem e o cabedal produzido a partir de garrafas PET. O processo de colagem é feito com cola base de água, assim como em todas as
linhas. Disponível na numeração do 25 ao 32, o tênis é fácil de calçar, graças a um engate produzido com matéria-prima composta em 20% por cascas de arroz e
PRECISÃO
Contabilidade (27) 3228-4068
tiras de PVC renovável de fibras de bambu. A lingueta é preenchida com resíduos reaproveitados de diversos materiais gerados no processo produtivo da empresa. Para marcar o lançamento, a marca criou espaços exclusivos dentro das lojas com materiais recicláveis e garrafas PET, dando visibilidade aos componentes do produto e reforçando junto aos cl i e nte s a i mp or t ân c i a d a destinação correta dos resíduos. As garrafas PET usadas pela Bibi são compradas da ONG Cata-Tudo Recicla, de São Paulo. Além disso, após a ação, todos os materiais dos pontos de vendas da Bibi serão recolhidos pela empresa e destinados corretamente, para que se transformem em novos materiais e insumos.
batalha na esfera da inteligência artificial para a China, diz exchefe do Pentágono ©AP PHOTO/MARTIN MEISSNER
É provável que, no espaço de uma década, a China, agora a segunda maior economia do mundo, domine muitas das principais tecnologias emergentes, particularmente a inteligência artificial, biologia sintética e genética, de acordo com as avaliações dos serviços secretos ocidentais. Nicolas Chaillan, diretor de
software do Departamento de D e f e s a d o s E UA q u e recentemente renunciou ao cargo em protesto contra o ritmo lento da transformação tecnológica no Exército dos EUA, disse em entrevista ao jornal Financial Times que a incapacidade de responder ao avanço da China coloca os EUA em risco.
"Não temos nenhuma chance de lutar contra a China nos próximos 15 a 20 anos. Neste momento, já é um negócio fechado; em minha opinião, já acabou", disse Chaillan, acrescentando que a China está pronta para dominar o futuro do mundo, controlando tudo, desde narrativas da mídia até geopolítica. O ex-diretor de software observou ainda que as defesas cibernéticas em alguns departamentos do governo dos EUA estavam no "nível do jardim d e i n f ân c i a " . A l é m d i s s o, Chaillan criticou a relutância do Google em trabalhar com o Pentágono na área de inteligência ar tif icial e os extensos debates sobre a ética da IA nos EUA.
CIÊNCIA 7
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Manguezal de mais de Pesquisadores descobrem no Tibete 120 mil anos descoberto no México gravuras e pinturas rupestres de civilização misteriosa
Uma equipe de pesquisa mexicana e norte-americana descobriu uma antiga oresta de mangue de mais de 120 mil anos no coração da península de Yucatan, no sudeste do México, comunicou a Universidade de San Diego, nos EUA ©LISA LARSEN/PIXABAY
Pesquisa revela tesouro misterioso na área do lago Namtso no Tibete ©NELLY KOVALCHUK/STOCK
Uma expedição de pesquisa cientí ca descobriu misteriosos artefatos de uma cultura nômade pr i m it iv a na áre a d o l ago Namtso, localizado no norte do planalto do Tibete, também conhecido como planalto Qinghai-Tibete. O lago se situa em uma altitude de 4.730 metros e tem uma área de superfície de 2.020 quilômetros quadrados. Namtso, que signi ca "o lago do céu" em tibetano, não é apenas um famoso destino turístico, mas é também uma área importante de pesquisa, avança CGTN. Desde o início da expedição que começou no mês de agosto, a equipe tem realizado um estudo abrangente e sistemático de pinturas e gravuras rupestres na região despovoada do norte do Tibete em Namtso e suas áreas vizinhas. Evidências substanciais revelaram as abundantes implicações históricas dos
intercâmbios entre os nômades do planalto e outros grupos étnicos. "Descobrimos recentemente que os estilos de muitas pinturas rupestres não só contêm [elementos] de cultura tibetana primitiva, mas também da [etnia] han primitiva, e além disso descobrimos inscrições de caracteres chineses", disse o professor Tang Huisheng, do Departamento de Arqueologia da Escola de História e Cultura da Universidade Normal de Hebei e diretor do Centro
Internacional de Datação de Arte Rupestre. Especialistas também descobriram muitos fragmentos de antigas ferramentas de pedra, túmulos de pedra e locais de sacrifício no norte do Tibete, que são de grande importância para o entendimento da cultura nômade no norte do Tibete. Cientistas realizaram o primeiro trabalho de datação cientí ca de pinturas rupestres na ilha Zhaxi — um famoso destino turístico de Namtso.
Fósseis de possível Titanossauro são encontrados em rodovia no interior de São Paulo ©PIXABAY/DARIUSZ SANKOWSKI
BOB BEHNKEN
FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Durante obras de ampliação da Rodovia Rachid Rayes (SP-333) em São Paulo, foram encontrados fósseis de dinossauro, informou o diretor do Museu de Paleontologia de Marília, William Nava. Nava disse ao portal G1 que a
descoberta inclui um provável fêmur de um Titanossauro, encontrado a cinco metros de profundidade no dia 24 de setembro, e fragmentos de outras partes do esqueleto do animal. "São fragmentos de costelas que, associadas aos fósseis
encontrados na sexta-feira, dão uma ideia de que provavelmente hav i a no lo c a l mais oss os fossilizados que acabaram revelados pelos tratores [...] Isso con rma nossa convicção de que a atual região de Marília foi habitada por diversos dinossauros, principalmente os Titanossauros, herbívoros de pescoço e cauda longos", a rmou Nava. Esta não é a primeira vez que um fóssil de dinossauro é encontrado no local, já que, há alguns mes es, t amb ém foi localizado um fêmur na Rodovia Leonor Mendes de Barros (SP333), entre as cidades de Marília e Júlio Mesquita.
De acordo com os estudos publicados recentemente na revista PNAS, este achado inacreditável está localizado nas margens do rio San Pedro Mártir, que se estende desde a selva de El Petén, na Guatemala, até a região de Balancán, no estado mexicano de Tabasco. Liderados por pesquisadores de toda a Universidade da Califórnia e por pesquisadores do México, o estudo binacional integra dados genéticos, geológicos e de vegetação com modelagem do nível do mar, proporcionando um primeiro vislumbre de um antigo ecossistema costeiro. Embora outros estudos tenham encontrado manguezais fossilizados longe da costa
marinha, esta é a primeira vez que um ecossistema desta natureza é encontrado em todo seu esplendor e tão longe do mar. Ta i s c a r a c t e r í s t i c a s surpreenderam os acadêmicos, uma vez que os espécimes do mangue-vermelho, Rhizophora mangle, assim como outras espécies identi cadas pelos cientistas, se caracterizam por se propagarem melhor em águas salobras ou estuarinas. Após analisar os resultados dos testes genéticos, dados geológicos da área e amostras de vegetação coletadas, os pesquisadores integraram as informações em um modelo computadorizado que recria os níveis do mar, descobrindo que os manguezais de San Pedro
atingiram sua localização atual durante o ú lt imo p er ío do interglacial. Isto signi ca que atingiram sua posição há 125 mil anos, tendo cado isolados à medida que os oceanos recuavam durante esse período. Os pesquisadores disseram que ainda há muito por descobrir sobre como as espécies neste ecossistema se adaptaram a diferentes condições ambientais nos últimos mais de 100 mil anos. O estudo dessas adaptações no passado nos ajudará a entender melhor as condições futuras de um clima em mudança. Além de fornecer informações sobre o avanço e o recuo dos oceanos na última era glacial, os autores obser vam que sua pesquisa pode lançar uma nova luz sobre o conhecimento dos pro cess os ad apt at ivos d as espécies sob condições climáticas em mudança. De igual modo, também pode ajudar a prever possíveis cenários para "a subida relativa do nível do mar, enquanto que as mudanças climáticas avançam em um mundo dominado pelo homem".
Descoberta raríssima: achado fóssil de urso-d'água conservado em âmbar de 16 milhões de anos Em um novo estudo publicado na última quarta-feira (6) pesquisadores a rmaram ter descoberto um fóssil de 16 milhões de anos de um tardígrado em um pedaço de âmbar na República Dominicana. Anteriormente só tinham sido descobertos dois fósseis dessas microscópicas criaturas invertebradas, a rma o portal CBS News. Estes animais microscópicos de oito patas estão entre as criaturas mais resistentes da Terra, com a capacidade de sobreviver décadas sem qualquer fonte de alimentos, sendo capazes de suportar temperaturas extremas e até mesmo sobreviver no vácuo espacial. Encontrar um fóssil de tardígrado é um acontecimento que ocorre uma vez em geração, disse Phil Barden, um dos
pesquisadores, em comunicado divulgado pelo Instituto de Tecnologia de Nova Jersey. Na quarta-feira apresentamos o Paradoryphoribius chronocaribbeus, novo fóssil de tardígrado conser vado em ©CC BY-SA 3.0/ADITYA SAINIARYA/URSO-D'ÁGUA
âmbar, datado do Mioceno e encontrado na República Dominicana. "O que é notável é que os tardígrados são uma linhagem antiga onipresente, que presenciou tudo na Terra, desde a extinção dos dinossauros até a colonização terrestre das plantas. No entanto, eles são como uma linhagem fantasma
para os paleontólogos, com quase nenhum registro fóssil. Encontrar quaisquer fragmentos fósseis de tardígrados é um momento empolgante, pois podemos empiricamente ver a su a prog ress ão at ravés d a h i s t ó r i a d a Te r r a " , d i s s e cientista. A referida descoberta é o primeiro fóssil de tardígrado a ser recuperado do Cenozoico — era geológica que se iniciou há cerca de 66 milhões de anos até a atualidade. A nova espécie foi nomeada de Paradoryphoribius chronocaribbeus. Além disso, este fóssil recém-descoberto é o que tem melhor qualidade de visualização até a data. Os cientistas foram capazes de obser var detalhadamente a criatura minúscula, vendo partes de sua boca e suas garras, que são 20 a 30 vezes mais nas do que um cabelo humano.
8 BEM-ESTAR
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GABRIELA MESSNER ARESI Kombucha: conheça OLIVEIRA seis benefícios do chá Arroz com frango probiótico e quiabo Nutricionista - CRN:14100665
Bebida que virou a queridinha das redes sociais tem boas vantagens para a saúde
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3 - Funciona como um antibiótico natural De acordo com a especialista, a kombucha possui inúmeras "bactérias do bem" em sua composição. Fator que auxilia no combate de microrganismos mal-intencionados e responsáveis por infecções e intoxicações alimentares.
Não é de hoje que a kombucha virou uma das bebidas mais populares da internet, principalmente entre as pessoas que buscam um estilo de vida mais saudável. A procura por hábitos melhores, inclusive, se revela uma tendência cada vez mais evidente entre as pessoas. Principalmente no atual momento, onde o avanço da vacinação contra a covid-19, aos poucos, devolve atividades que caram no passado. As pessoas, no geral, também estão mais ativas e buscando fortalecer o organismo. E é aí que entra a kombucha, uma bebida probiótica de origem chinesa. Segundo Ju Fuscaldo, aromoterapeuta e especialista em chás, o produto é feito a partir da fermentação S.C.O.B.Y, colônia de bactérias e leveduras que proporcionam ao organismo diversos benefícios. "A kombucha produz enzimas que auxiliam na digestão e tem vitaminas do complexo B e K, provenientes para o processo metabólico dos microrganismos. Outro ponto importante é que seu consumo regular faz com que os tecidos recebam mais oxigênio e a partir daí consigam produzir mais energia" conta a especialista. Para facilitar o entendimento, Fuscaldo elencou os seis
principais benefícios do chá. Con ra: 1 - Fortalece o sistema imunológico "Por ser uma bebida probiótica e com ação antioxidante é um ótimo complemento para a dieta detox. Auxilia na imunidade do corpo, pois deixa o organismo menos suscetível a doenças. Além de melhora na ingestão e absorção de nutrientes que combatem a ação de radicais livres contra o envelhecimento precoce", a rma. 2 - Kombucha é um estimulante natural "Como possui o ferro, que é liberado durante o processo de fe r me nt a ç ã o, a c ab a s e nd o responsável por melhorar o transporte de oxigênio no sangue. Tamb ém tem uma pequena quantidade de cafeína, o que faz dela um estimulante para a produção de energia no nosso organismo", revela Fuscaldo.
4 - Kombucha alivia inflamações "Uma dieta rica em fermentados, como a Kombucha, contribui de forma marcante para a redução de 19 compostos in amatórios, entre eles a interleucina-6, que tende a desencadear diabetes tipo 2 e a artrite reumatoide", a rma Fuscaldo. 5 - Melhora as articulações "Entre os nutrientes encontrados no produto está a glucosamina, responsável pela produção do ácido hialurônico, que previne a dor nas articulações e consegue preservar justamente a produção do colágeno", conta. 6. Facilita a digestão "Os micro-organismos presentes na fermentação da Kombucha ajudam na saúde intestinal, evitando incômodos, como a prisão de ventre e a diarreia. Ela produz enzimas que combatem o mal-estar digestivo", naliza Fuscaldo.
F
rango é um ingrediente riquíssimo em proteína, já o quiabo é um vegetal incrível para a saúde, com poucas calorias ele ainda ajuda a regular a quantidade de açúcar no sangue. Por isso, a junção desses dois ingredientes, além de saborosa, é bastante bené ca ao organismo. Essa combinação de frango com quiabo pode ser realizada de diversas maneiras, todas elas deliciosas. Seja preparado na panela de pressão para facilitar sua vida, frito ou até mesmo cozido, o frango com quiabo é uma ótima opção de refeição. Quer saber como preparar um frango com quiabo de dar água na boca? Essa até a criançada vai querer provar. Ingredientes 2 cubos de caldo de galinha 1 litro de água quente ½ cebola picada em cubos pequenos 2 colheres (sopa) de óleo
1 colher (sobremesa) de açafrão 2 coxas cortadas ao meio Sal a gosto 2 sobrecoxas cortadas ao meio 300g de quiabo cortado em três 2 xícaras (chá) de arroz cru lavado e escorrido Modo de preparo Dilua o caldo de galinha na água e deixe ferver. Em uma
Fonte: Terra
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
©JEXO/UNSPLASH
Como pequenos hábitos matinais podem transformar sua vida Muitas vezes sabemos o que queremos fazer, temos a clareza mental necessária para ir em busca de nossos objetivos, mas nos falta motivação. Ou ainda, levamos uma vida tão desregrada, que criar uma mudança positiva parece algo improvável. Mas a verdade é que, se não há movimento não há progresso — ou seja: a mudança sempre precisa começar de dentro para fora, através de nós. E neste sentido, nada mais e caz do que estabelecer novos hábitos. Como pontua Charles Duhigg — autor do best-seller 'O Poder do
Hábito' e ganhador do Prêmio Pulitzer, os hábitos possuem um impacto direto na obtenção do sucesso — sejam eles pessoais ou pro ssionais. Por isso, hoje falaremos sobre a importância de criar uma rotina matinal simples e como isso pode transformar sua vida. A primeira coisa que você precisa compreender é que, a maneira como começamos o dia impacta todo o resto dele. Ao acordar atrasado e perder a hora, você provavelmente terá di culdades em honrar todos os seus compromissos ao longo do
dia. Ao acordar mal-humorado e sem inspiração, seu dia também não será o mesmo. E para que não quemos reféns das circunstâncias, a maneira mais e caz de garantir a estabilidade necessária para que possamos conquistar as metas é através dos hábitos matinais. A sua rotina quem cria é você, o importante é manter os rituais diariamente — mesmo que no início seja difícil, para que eles se tornem parte de você. Através dessa disciplina, você conquistará coisas inimagináveis e deixará de se sentir vítima do
panela, refogue a cebola no óleo, coloque o frango e frite até car dourado. Adicione o arroz, frite mais um pouco e misture o açafrão, sal e o quiabo. Coloque água fer vente até cobrir o refogado. Deixe cozinhar em fogo médio até secar e os ingredientes estarem macios. Sirva em seguida. Rendimento: 6 porções
ambiente. Quando temos isso claro em nós, nada ultrapassa nosso propósito. Veja abaixo algumas dicas de como criar uma rotina matinal simples e transformadora: · Acorde na mesma hora todos os dias; · Comece o dia se exercitando e de preferência em jejum; · Tome um banho imediatamente depois dos
exercícios; · Arrume sua cama; · Vista-se mesmo se você zer home office; · Tome seu café da manhã. Coma pelo menos uma fruta; · Antes de começar a trabalhar, tenha o hábito de listar todas as coisas pelas quais você é grato; · Saia para trabalhar ou ligue o computador e comece a trabalhar.
Pode até parecer simples demais — e é. Mas ao criar uma rotina matinal, você estará no controle de sua própria vida, o que te dará con ança. E é exatamente essa con ança que vai te impulsionar a ir atrás de suas conquistas com amor próprio e a criar a vida que você sempre mereceu viver. Comece agora, mesmo se parecer difícil!
SAÚDE 9
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Poluição do ar aumenta Poneiterapia pode auxiliar crianças risco de diabetes internadas para gestacional tratamento de câncer
Estudo aponta relação entre a diabetes gestacional e a exposição à poluição do ar ©SHUTTERSTOCK
Mulheres grávidas expostas à poluição do ar têm mais risco de desenvolver diabetes mellitus gestacional. Isso é o que aponta um estudo conduzido pela Universidade da Califórnia, e publicado na edição de setembro da revista Environment International. Normalmente, a diabetes gestacional está associada a um maior risco de problemas de saúde de curto e longo prazo, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Além disso, mães que desenvolvem esse quadro podem ter maior risco de parto prematuro, e seus lhos podem ter mais chances de terem autismo infantil e obesidade adulta. Embora a causa do diabetes gestacional não seja clara, pesquisas anteriores apontaram a história familiar, a idade e a obesidade como fatores de risco comuns. No entanto, segundo o recente estudo, fatores ambientais também podem desempenhar um papel muito maior do que se pensava anteriormente na saúde da mulher grávida, especialmente em relação à diabetes gestacional. “Há um interesse crescente em compreender o papel potencial dos fatores ambient ais no desencadeamento da diabetes gestacional”, declarou Jun Wu, P h D, p r o f e s s o r d e s a ú d e ambiental e ocupacional no Programa UCI em Saúde Pública e autor correspondente do
estudo. Segundo Wu, “descobertas limitadas têm ass o ciado a exposição à poluição do ar com o risco; no entanto, nenhum estudo anterior explorou sistematicamente os efeitos conjuntos de misturas complexas de poluição do ar sobre a condição”. Foram utilizadas informações de registros de saúde eletrônicos em nível individual de um banco de dados da Kaiser Permanente de quase 396 mil gestações de 2008 a 2018 para determinar os efeitos da exposição a misturas de poluentes do ar. De posse dos dados, os pesquisadores realizaram uma análise estatística das concentrações médias mensais de partículas nas e poluentes gasosos do ar. Os resultados mostraram que as exposições ao dióxido de nitrogênio e partículas em suspensão foram associadas a um risco aumentado de diabetes gestacional. Segundo o MedicalXpress, a equipe também descobriu que as mães hispânicas e com
sobrepeso ou obesas apresentaram um risco desproporcionalmente maior de desenvolver a doença. Para reduzir as chances de diabetes gestacional, especialmente entre grupos demográ cos de risco no sul da Califórnia, onde foi feita a pesquisa, são necessários regulamentos mais rígidos de qualidade do ar, uso de ltros e puri cadores de ar, rastreamento precoce do diabetes gestacional e estilos de vida saudáveis. “Os resultados do estudo irão preencher lacunas críticas na literatura e ajudar a resolver algumas das inconsistências nos achados epidemiológicos sobre as causas do diabetes gestacional”, disse Wu. “Estudos futuros são necessários para examinar os efeitos conjuntos de vários estressores, incluindo fatores ambientais e sociais, sobre esse e outros resultados adversos da gravidez, e estudar outras regiões onde os níveis de poluentes atmosféricos e composições diferem do estudo atual”.
Amigdalite é mais comum em crianças e pode gerar grande desconforto No fundo da garganta há duas estruturas arredondadas. São as amígdalas, que ajudam o organismo a se proteger de vírus
e bactérias que entram pela boca ou nariz. Quando in amam, tem-se o quadro de amigdalite, que pode gerar bastante
desconforto. Dor de garganta, febre, di c uldade para engolir e aumento dos gânglios são alguns
©ZEYNEPKAYA/ISTOCK
O Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci), braço hemato-oncológico do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospit al das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, está levando alegria aos seus pacientes infantis com equinos: a poneiterapia. Kátia Regina de Oliveira, enfermeira e coordenadora administrativa do Itaci, comenta ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição essa parceria com a Sociedade Hípica Paulista, que promove a visita mensal de animais às crianças internadas e que potencializa a recuperação desses pacientes. D e a c ord o c om Kát i a , a parceria surgiu a partir da vontade de um paciente de UTI em conhecer mais sobre cavalos e por intermédio de uma médica do instituto, que conhecia amigos na Sociedade Hípica Paulista e que conseguiu uma primeira visita. "Depois, a coordenadora da hípica entrou em contato e sugeriu a visita de pôneis aos pacientes no hospital", descreve. Para re a lizar a p arcer i a, segundo a coordenadora, foi preciso entrar em contato com a comissão de infecção hospitalar, ana l is ar o e sp a ç o e m qu e aconteceriam os encontros e registrar o Itaci na Secretaria da Agricultura, para comprovar que o ambiente não tinha outros
contaminantes. "Então, nós começamos a fazer as visitas que s ã o me ns ais . Já z e mo s a primeira e agora elas acontecem mensalmente", explica. Kátia revela que são transportados dois pôneis até o local e que as crianças são selecionadas de acordo com as condições em que se encontram. "Eles penteiam, montam nos pôneis, dão comida e passam ali meia hora com os equinos", comenta. Durante as visitas, seis crianças podem conhecer os animais, tanto para evitar estresse nos bichos quanto cansaço nas crianças. "Nossos pacientes cam muito tempo internados, então, eles precisam de alguma coisa para ver o ambiente exterior", destaca a enfermeira, ao comentar a importância das visitas durante esse período de internação e como elas podem ©ISTOCK
dos sintomas. Como a doença é provocada por agentes infecciosos, a prevenção passa pela higienização constante das mãos, especialmente antes de tocar as vias áreas superiores. Gotículas de saliva, espirro, beijo e o compartilhamento de copos ou talheres também favorecem a amigdalite. Crianças tendem a desenvolver mais o problema até os sete anos de idade, segundo Marcos Luiz Antunes, professor do D e p a r t a m e n t o d e Otorrinolaringologia e Cirurgia de C ab e ç a e Pes co ço d a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "O sistema imunológico ainda está se formando", esclarece. Ainda de acordo com o especialista,
pacientes imunodeprimidos também são mais suscetíveis. Ao identi car a condição, o primeiro passo é investigar se o causador foi um vírus ou uma bactéria. O tratamento muda conforme o agente infeccioso. Quando provocada por vírus, a infecção pode atingir as amígdalas e a faringe. Nesses casos, não raro são receitados analgésicos e anti-in amatórios. Nas amigdalites causadas por uma invasão bacteriana — as mais comuns são as do tipo estreptococos — costuma haver dor mais intensa, febre alta e a presença de pus na garganta, embora os pacientes não apresentem sintomas nasais. O tratamento inclui antibióticos e analgésicos. Em casos
trazer resultados positivos na recuperação. Outras atividades que acompanhavam as crianças i nt e r n a d a s , c om o o s c ã e s terapeutas e os Doutores da Alegria, passaram a ser virtuais. "Mesmo durante a pandemia, eles mantiveram essas atividades, mas não é a mesma coisa", analisa Kátia. Ela também explica que o instituto comporta 38 leitos, sendo 13 de terapia intensiva, 17 de enfermaria e oito de transplante de medula óssea. "Todos os pacientes cam em quartos individuais e os que mais sofrem são os que estão em leitos de transplante de medula óssea, porque o rigor do isolamento é maior e por isso essa preocupação em fazer essa atividade com pôneis para que as crianças aptas possam participar", naliza.
recorrentes, a imunoterapia também pode ser usada. De acordo com Raul Zanini, otorrinolaringologista e professor da Universidade Santo Amaro (Unisa), o acúmulo de restos de alimentos no interior da cavidade bucal, além de gerar mau hálito, pode favorecer as infecções nas amígdalas. "Re uxo, inalantes químicos e o uso de drogas também", completa. Alguns critérios são avaliados para a indicação da cirurgia, como o sucesso ou falência das terapias anteriores. Quando tratamentos convencionais — antibióticos, anti-in amatórios e outros remédios — não fazem mais o efeito desejado, é sugerido retirá-las. A cirurgia também deve ser levada em consideração quando há infecções de repetição. Sofrer mais de sete ocorrências em um ano indica que a operação é um b o m c a m i n h o. E m procedimentos emergenciais, a retirada ocorre quando há um abscesso formando muito pus ao redor do órgão. É feita, então, uma drenagem da secreção.
10 Criança hoje, Criança amanhã
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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
Dia das Crianças! E os 130 mil... ©BRUNNA MANCUSO/CNN BRASIL
M
de colocá-la a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. Mas, os 130 mil órfãos da covid-19 me maltratam. Quem vai garantir os Direitos Fundamentais dessas Crianças e Adolescentes? Vale ressaltar que os pais são os mantenedores de seus lhos. Na ausência deles, há que se garantir, minimamente, a sobrevivência básica. Não vi nenhum pequeno traço de RESPONSABILIDADE DEVIDA para com esses
Criança, que ainda nem acedeu à noção de morte de maneira completa, esta é a
vivência da amputação de um ou mais membros. Uma mutilação irreparável que
que é para o bem dela, sem que consiga alcançar esse “bem”. Por que estudar? Por que tomar banho? Por que comer cenoura e espinafre? Por que ir dormir quando ainda quer brincar mais? Por que cumprimentar outros adultos que mal conhece? Tudo isso, e muito mais, lhe é repetido diariamente. Mas, somos obrigados a ouvir que mães programam a cabeça de seus lhos para que eles rejeitem o pai, só por vingancinha. Como será que essas mães conseguem implantar esse chip, se nem o
Criança. E, enquanto indivíduo em formação, portanto, vulnerável, é dever de TODOS proporcionar as condições que proporcionem seu pleno desenvolvimento. E, a nossa Carta Magna nos determina: “Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à Criança e ao Adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à s aúde, à a liment aç ão, à e d u c a ç ã o , a o l a z e r, à pro ssionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à lib erdade e ao convívio familiar e comunitária, além
órfãos. Nada. Diria mesmo que essa é mais uma forma de v i o l ê n c i a t r a n s p a r e nt e , avassaladora em suas sequelas irreversíveis. Quem conhece uma Criança que perde o pai ou a mãe para a morte, sabe do que está sendo tratado aqui. Ter a vida do pai interrompida quando ainda se é Criança é muito doloroso. Ter a mãe subtraída quando se tem poucos anos, é o desamparo absoluto. Muitas entre essas Crianças tiveram pai e mãe retirados abruptamente por um vírus invisível. Para a
marca com uma sombra sempre à espreita. Onde está o Estado? Onde
Adolescentes. Na próxima semana daremos continuidade às re exões sobre a Injustiça e a Ecolalia. Mais um jovem está preso há 11 dias sob acusação de ser lho de um tra cante que já está preso. O “ponto” é que o pai do jovem, músico de uma Igreja e funcionário com t rab a l ho regu l ar, tem o mesmo nome do tra cante que é pai de outro jovem. Não foi olhado o nº de CPF, nem a liação do pai, os avós do garoto que tem 21 anos, que está esperando o nal do feriadão para que seja apreciado seu pedido de Habeas Corpus. Estamos mesmo cumprindo nossas leis? E que leis são feitas para serem obedecidas? Como explicar para as Crianças e Adolescentes que a
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que é repetido diuturnamente é decorado? Qual seria essa mágica? É a tal da “implantação de falsas memórias”, propagada como tendo p es quis as “comprobatórias”, o que não consta, cienti camente. Nesse ponto caímos naquela e q u a ç ã o : pseudociência/Ciência, mentira/verdade. O Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, reza em seus Artigos 3º, 4º, 5º, e 7º, todos entre muitos outros, pelos Direitos Fundamentais, pela Proteção Integral da
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as, e as mais de 130 mil crianças órfãs da covid19? Precoce orfandade. Será que são mesmo 130 mil? Mais? Menos? Onde estão? Quem são? Como passaram o Primeiro Dia das Crianças sem seus pais, sem suas mães? Mas, e as Crianças que estão sob o Regime de Privação Materna Judicial pela lei de alienação parental? Parece que são mais de cinco mil. Ni ng u é m s ab e t amb é m . Foram ent regues a s eus agressores como punição à Mãe que denunciou abuso s e x u a l i nt r a f a m i l i a r ou violência doméstica. Mas, e as Crianças que estão em situação de “insegurança alimentar”? Nome bonito para dizer da fome. Uma comida para o Dia da Criança. Um brinquedo? O imaginário está com fome. É melhor não gastar energia com sonho. Ser Criança é uma beleza! Não é tão fácil quanto parece, vida de Criança, para a Criança, é muito dura. E falamos de condições normais. Ter que crescer e perder os privilégios dos pequenininhos. Todos os dias buscar novas respostas sobre o mundo, todos os dias ter que cumprir o que adultos dizem
está a nossa reponsabilidade? O que podemos fazer? São mais de 130 mil Crianças e
Justiça é para todos? Mesmo assim, há justos na Justiça.
COMPORTAMENTO 11
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Beijo mantém a chama acesa e outros vínculos O beijo desempenha várias funções em um relacionamento ©ISTOCK
diz Renata Ferreira Sgobbi, neurocientista e pesquisadora do Laboratório de Neuroanatomia & Neuropsicobiologia (LNN) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP). A especialista destaca os principais neurotransmissores que são estimulados pelo beijo: · Dopamina: responsável pela sensação de prazer, bem-estar, desejo, alegria. Ela ativa o sistema de recompensa, sendo importante para a formação de laços e, especialmente, por fazer d o am or u m a e x p e r i ê n c i a grati cante; · Serotonina: responsável pela excitação e otimismo; · Epinefrina: responsável por aumentar a frequência cardíaca; · Ocitocina: também conhecida como "hormônio do amor", tem propriedades calmantes, responsável pela sensação de afeto e con ança. O amor, o carinho e a atração são validados por meio das ações,
e o beijo é uma das representações de afeto. "A partir dele geramos uma cascata de substâncias neurais que nos promove sensações de prazer, cultivando sentimentos nobres como o amor", explica Lorena Bochenek, neurologista, psicóloga e psicanalista da AmorSaúde (GO), rede de clínicas parceira do Cartão de Todos. "Freud já descreveu que somos feitos por zonas erógenas, e uma parte essencial da nossa construção da subjetividade é determinada por uma fase oral, na qual conhecemos o mundo pela boca", diz. A neurologista da AmorSaúde destaca um dos trabalhos da neurocientista Wendy Hill, da Lafayette College (EUA). Nele, os especialistas avaliaram quinze casais, com idades entre 18 e 22 anos. Os voluntários foram divididos em dois grupos: no primeiro, o beijo era liberado e no segundo, apenas as mãos podiam car entrelaçadas. Ao nal do estudo, os especialistas avaliaram que o cortisol (hormônio do estresse)
diminuiu no corpo dos participantes do primeiro grupo. Já a ocitocina aumentou na corrente sanguínea. Li Li Min, pesquisador, professor titular e chefe de Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Un i v e r s i d a d e E s t a d u a l d e Campinas (Unicamp) ressalta ainda a importância do sistema límbico, localizado em regiões especí cas do cérebro, como o hipotálamo, que está associado ao comportamento e às emoções. "Quando damos um beijo dentro
isso, o beijo pode provocar sensações como prazer, coração acelerado, calafrios, calor, entre outras. Ve j a a l g u n s e s t í m u l o s provocados pelo beijo: · Emocionais: ligados ao prazer, relaxamento, carinho, bem-estar, atenção, euforia, fortalecimento de vínculos, alívio da ansiedade e estresse; · Orgânico: ocorre uma troca intensa de estímulos sensoriais associados à capacidade inconsciente de coletar
realizado pelos pesquisadores R af a el Wl o d arsk i e R obi n Dunbar, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, o beijo, de forma inconsciente, pode desempenhar um papel signi cativo no processo de avaliação do parceiro e na manutenção do relacionamento. Em todos os contextos, o beijo demonstra algum tipo de afeto. Mas existem diferenças i mp or t ant e s e nt re o b e ij o familiar, social, romântico e até mesmo erótico. Normalmente, todos os tipos são carregados de
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Prazer, carinho e cumplicidade são alguns dos sentimentos mais comuns quando o assunto é beijo. O ato de beijar é uma forma de concretizar e transformar em algo visível aquilo que sentimos. O beijo sofreu várias modi cações ao longo dos séculos. Hoje, a forma como o conhecemos faz parte da nossa cultura, mas há outras comunidades nas quais ele não têm as mesmas características — embora se faça presente por meio de outros gestos. O beijo é tão importante que conta, inclusive, com uma ciência própria para estudá-lo, chamada de lematologia. Ela é responsável por investigar o ato em diversos aspectos, como c omp or t am e nt ai s , s o c i ai s , ne u rol ó g i c o s , s i ol ó g i c o s , histórico. No quesito siológico, o beijo ativa os sentidos como o olfato, paladar e tato, pois os lábios possuem uma série de te r m i n a ç õ e s n e r vo s a s qu e tornam a região mais sensível ao toque. In uenciado pelas experiências pessoais de cada um, o beijo é capaz de enviar diversos sinais para uma área especí ca do cérebro que causa a liberação de substâncias químicas i mp o r t a nt e s c h a m a d a s d e neurotransmissores. Eles são os "mensageiros da informação" e in uenciam diretamente na forma como nos sentimos e pensamos. "Porém, os efeitos que sentimos e a intensidade dependem do tipo de neurotransmissor e dos neurônios sobre os quais atuam",
de um contexto emocional, esse sistema ativa um circuito dentro do cérebro que é a via do prazer e recompensa", diz Min, acrescentando que o sistema límbico ajuda a reger o comportamento humano. De acordo com Bochenek, o corpo todo tem um potencial erótico, mas algumas áreas (como a boca) são predestinadas a estimular melhor a libido. Por
informações importantes sobre a outra pessoa; · Físico: beijar movimenta vários músculos do corpo, além de melhorar a pressão sanguínea. "Por meio desse gesto, corpo e cérebro possibilitam à pessoa perceber a compatibilidade no relacionamento", avalia Leticia Andrade, psicóloga na clínica Affetos (PE). Segundo um estudo
signi cados e ligados a bons sentimentos. Por isso ele é muito importante para manter os laços afetivos entre as pessoas, não só em relações amorosas. "O beijo t r a z c on for to, c on anç a e sensação de plenitude. Portanto, é o meio ideal para estabelecer vínculos de união, amor e de desejo", conclui a neurologista e psicóloga da AmorSaúde.
Crianças 'palhaças' são mais inteligentes? Estudo responde ©SHUTTERSTOCK
Não é incomum que humoristas digam em entrevistas que faziam piadas na escola, mas não tinham problemas de aprendizagem. Pessoalmente, eu já ouvi esse tipo de resposta algumas vezes. Mas uma nova pesquisa aponta que isso pode ter uma explicação cientí ca. De acordo com um estudo publicado em uma revista especializada em estudos sobre o h u m o r, p e s q u i s a d o r e s ap ont ar am qu e , n a i d a d e escolar, a capacidade de criar piadas está intimamente ligada à chamada inteligência geral. Ou seja, quem tem facilidade em fazer piadas, retém melhor informações. “Estávamos particularmente interessados na qualidade do humor feito por crianças, mas avaliado por adultos”, declarou o pesquisador da Universidade de Anadolu, na Turquia, Ugur Sak. De acordo com o professor, esse deve ser um ponto de atenção para pais e professores na
costumam usar o humor para propósitos diferentes do que os adultos. Enquanto na maturidade, seu uso é mais v o l t a d o p a r a u m entretenimento raso, para as crianças, ele é mais uma ferramenta para aceitação dos colegas. S e g u n d o Ug u r S a k , o s resultados não de vem s er usados apenas para relativizar a indisciplina de alguns alunos. De acordo com o professor, o estudo pode ser uma nova forma de medir o progresso de alunos em idade escolar e, até mesmo, criar mecanismos para facilitar a aprendizagem. observação das crianças. Para determinar quais crianças eram mais engraçadas e, potencialmente inteligentes, os pesquisadores pediram para que cartunistas e instrutores de “e d u c a ç ã o p e l o h u m o r ” classi cassem as legendas que 217 alunos escreveram para uma série de dez desenhos
animados. A partir de critérios objetivos, como valor cômico, relevância e conexão com a atualidade, foi notado que os alunos com maior habilidade de raciocínio verbal, além de medidas mais gerais de inteligência, tendiam a ser os que faziam mais piadas dentro de sala de aula.
“Pais e professores devem estar cientes de que se seus lhos ou alunos costumam fazer humor de boa qualidade, é altamente provável que eles tenham uma inteligência extraordinária”, disse o pesquisador em um comunicado à imprensa. A pesquisa também apontou que as crianças em idade escolar
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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Publicados pelo Senado, panfletos revelam embates da época da Independência e trazem lição para o Brasil de hoje ©REPRODUÇÃO
O
depois que o rei D. João VI, que vivia no Brasil, foi obrigado pelo Parlamento português a retornar para a Europa. O rei havia trocado Lisboa pelo Rio de Janeiro em 1808, para fugir de Napoleão Bonaparte. Desde
Senado acaba de reunir num livro os originais de 20 pan etos históricos que foram escritos, publicados e distribuídos há 200 anos, em ©REPRODUÇÃO/VOZES DO BRASIL
então, o Brasil não era mais uma mera colônia, mas sim a sede do Reino. Ao forçar a volta de D. João VI, o Parlamento português esperava devolver o poder a Portugal e reduzir o Brasil à velha condição subalterna. Houve províncias brasileiras que de pronto aderiram ao projeto de recolonização. Esse desejo foi particularmente forte no Grão-Pará, no Maranhão, no Piauí e na Bahia, que preferiam
independente. Para que seu projeto de Brasil vingasse, D. Pedro contou com o apoio decisivo do Rio de Janeiro, que não aceitava ser rebaixado de capital do Reino a capital da Colônia, e das vizinhas Minas Gerais e São Paulo. Em 1822, após o célebre Dia do Fico, o príncipe deixou o Rio e percorreu essas duas províncias costurando a aliança política necessária para a independência. É por essa razão que ele se encontrava em São Paulo no dia 7 de setembro, quando emitiu o brado retumbante às margens do Riacho do Ipiranga. Por bem ou por mal, todas as
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meio ao processo da Independência do Brasil. Produzidos entre 1821 e 1824 e hoje amarelados pelo tempo, os papéis revelam que, ao contrário do que se costuma acreditar, o movimento político contra Portugal liderado pelo príncipe D. Pedro (que só se tornaria D. Pedro I após a Independência) nada teve de simples, consensual, pací co ou previsível. Naquele momento, diferentes projetos de Brasil estavam postos sobre a mesa. A transformação da América portuguesa num país independente, governado por uma cabeça coroada e com governo centralizado no Rio de Janeiro foi apenas um dos projetos concorrentes — o que conseguiu vingar. Os defensores desse e dos demais projetos recorreram não apenas às armas, mas também às ideias. Eles com frequência lançaram mão dos pan etos com o intuito de espalhar s eus argumentos, recrutar militantes, conquistar a opinião pública e fazer seu respectivo ideal sair vitorioso naquela encruzilhada política. Esses 20 pan etos históricos compõem o livro Vozes do Brasil – A linguagem política na Independência, organizado por uma equipe de historiadoras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e publicado pelas Edições do Senado Federal. O livro em papel pode ser comprado no site da Livraria do Senado. A versão digital está disponível na página da Biblioteca do Senado para ser baixada gratuitamente. A publicação de Vozes do Brasil foi a primeira de uma série de atividades organizadas pelo Senado para a celebração dos 200 anos da Indep endência. A programação comemorativa continuará pelos próximos 11 meses, até o dia 7 de setembro de 2022. Em 1821, os diversos projetos de Brasil se apresentaram de forma clara na arena pública,
recorreu ao argumento do medo. Ele escreveu que, se o reino lusobrasileiro se partisse, o Brasil independente não disporia de forças militares su cientes para impedir insurreições escravas. Segundo ele, o país poderia se transformar num novo Haiti, onde poucos anos antes os negros tomaram o poder dos c o l o n i z a d o re s f r a n c e s e s e aboliram a escravidão. Reprovando a atitude de D. Pedro de ter expulsado do Rio de Janeiro tropas portuguesas favoráveis à recolonização do Brasil, o pan etista argumentou: “Quem há de agora manter a boa ordem, fazer respeitar o direito de propriedade e decoro das famílias contra os sediciosos? Que segurança tem Vossa Alteza Real em ter tropa que o auxilie em uma terra onde o número dos mulatos e pretos é muito maior que o número de brancos? Poderão eles conseguir a sua liberdade sem dominarem os mesmos brancos?”. O desejo de união com Portugal nutrido pelas quatro províncias do Nor te tem explicação. Os comerciantes do Grão-Pará, do Maranhão e do Piauí negociavam (e lucravam) muito mais com Lisboa do que
subordinar-se a Lisboa a sujeitarse ao Rio de Janeiro. Um pan eto datado de junho de 1822 (às vésperas do grito do Ipiranga) defende explicitamente essa ideia. O autor do texto é o português Ignácio José Corrêa Drumond, que vivia no Brasil. Dirigindo-se a D. Pedro, então príncipe regente, o pan etista recomendou-lhe que abandonasse o barco dos separatistas: “[Eu] já dava a conhecer a Vossa Alteza Real que no Brasil existia um partido de rebelião qu e c ons pi r ar i a c ont r a o s europeus e contra os bons brasileiros, tendo por principal objeto a desligação dos dois reinos. Essa ruinosa intriga tem sido a causa dos desgraçados acontecimentos do Brasil. As seduções dos ambiciosos e loucos revolucionários estão comprometendo a Vossa Alteza Real”. No pan eto, Drumond
com o Rio de Janeiro. Isso porque, em razão das correntes marítimas, as viagens de Belém ou São Luís para a foz do Rio Tejo eram mais rápidas do que para a Baía de Guanabara. No caso da província da Bahia, a elite local nutria rancor pela elite carioca. Os baianos das classes abastadas desejavam recuperar pelo menos parte do prestígio e do poder que haviam perdido no século anterior, quando o Marquês de Pombal transferiu a capital colonial de Salvador para o Rio de Janeiro. Outro projeto que se apres entou nos temp os da Independência, também revelado pelos pan etos contidos em Vozes do Brasil, foi o daqueles que não queriam a subordinação a Lisboa nem ao Rio de Janeiro. Os advogados mais radicais dessa ideia foram os pernambucanos. Para eles, a sua província deveria separar-se tanto de Portugal quanto do restante do Brasil e transformar-se numa república
demais províncias acabaram aderindo ao projeto vitorioso de D. Pedro. A maioria delas aceitou o predomínio do Rio de Janeiro por meio da negociação política. Algumas só passaram a fazer parte do Império do Brasil depois de terem sido derrotadas nas armas. A historiadora Lúcia Bastos, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), uma das pesquisadoras pioneiras no estudo dos pan etos da Independência, explica que esse tipo de material histórico passou quase dois séculos abandonado em arquivos públicos, coleções particulares e até sebos, para só se transformar em fonte de pesquisa acadêmica nos últimos 30 anos. “Até algum tempo atrás, apenas os documentos o ciais eram considerados fontes históricas con áveis, p or terem sido produzidos pela elite. Felizmente hoje se reconhece a importância de outros tipos de material. Os pan etos revelam muito, e não
apenas sobre o processo de independência, mas também sobre a sociedade da época”. De acordo com ela, os pan etos que o Senado publica agora interessam tanto aos historiadores quanto aos professores e alunos dos colégios do país. Todos os pan etos são acompanhados de textos introdutórios que os contextualizam, o que permite que sejam trabalhados em sala de aula. Os textos são de fácil leitura, já que a gra a do século 19 se assemelha bastante à atual. Os originais dos 20 pan etos contidos no livro Vozes do Brasil estão desde 1916 nos Estados Unidos, o que di cultava o acesso dos pesquisadores. Os papéis pertencem à Biblioteca Oliveira Lima, localizada na Universidade Católica da América, em Washington. O livro é resultado de uma parceria rmada entre a Biblioteca Oliveira Lima e o Senado — por meio da Comissão Curadora dos 200 Anos da Independência, presidida pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Pan etos de cunho político já haviam circulado no Brasil muito antes da época de D. Pedro, em movimentos como a Incon dência Mineira (1789), a Conjuração Baiana (1798) e a R e v o l u ç ã o Pe r n a m b u c a n a (1817). No processo da independência, contudo, eles surgiram simultaneamente em várias cidades da América portuguesa. Foi a primeira vez que o debate político deixou de ser localizado e se espraiou por todo o território brasileiro. Não havia regra. Os textos podiam ser curtos ou extensos, eruditos ou mal escritos, em prosa ou verso, laudatórios ou caluniosos, assinados ou anônimos. Os pan etos eram distribuídos de mão em mão ou então pregados com cera de abelha em postes e portas de casas, igrejas e mercearias. A informação circulava com velocidade. Um pan eto que defendia determinada posição podia ser rebatido poucos dias depois por outro pan eto com uma ideia diferente. Como a sociedade era majoritariamente
analfabeta, os papéis também eram lidos em voz alta em festas públicas, saraus domésticos, tabernas, teatros e até prostíbulos. As ideias chegavam inclusive aos grupos politicamente marginalizados, como os de escravos, indígenas e mulheres. Movidos pelas ideias divulgadas em pan etos, grupos negros chegaram a pegar em armas acreditando que a In d e p e n d ê n c i a — p o r s e r considerada sinônimo de liberdade — levaria à abolição da escravidão. Uma das organizadoras do livro Vozes do Brasil, a historiadora Marcela Telles, da UFMG, diz que os pan etos mostram que, ao contrário do que por vezes se ensina na escola, a história não é feita apenas por alguns “heróis”, e a sociedade não é uma mera espectadora: — O p r o c e s s o d a independência não foi decidido somente por guras como D. Pedro e José Bonifácio. Quando observamos esse processo mais de perto por meio dos pan etos, conseguimos ver que pessoas de todo tipo participaram e in uíram nos rumos daquele Brasil que estava nascendo, desde políticos, funcionários públicos e comerciantes até mulheres e escravizados, passando por padres e militares. Outra organizadora da obra, a historiadora Heloisa Starling, também da UFMG, avalia que os pan etos, mesmo tendo sido escritos dois séculos atrás, trazem uma lição importante para os brasileiros de hoje: “Pela leitura dos panetos, vemos que não estava escrito nas estrelas que a independência desembocaria naquele Brasil monárquico, unitário e escravocrata governado por D. Pedro I. Foi uma opção, já que muitos outros caminhos possíveis haviam sido apresentados. Isso signica que nós, como cidadãos, não podemos car calados. Temos que nos mexer, nos manifestar, protestar, mostrar o país que queremos ser e também o que não queremos ser. Quando não agimos, alguém acaba agindo por nós, com o risco de ser contra os nossos próprios interesses. Os panetos da Independência, em resumo, mostram que o futuro é escolha e não cai do céu”. TATI BELING
BRASIL 13
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A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
Senado vai debater a situação Majeski solicita retorno das da Amazônia e sua influência sessões exclusivamente nas negociações presenciais internacionais O deputado estadual Sérgio
Juntos SOS ES — Iema mal aparelhado ©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO/DIVULGAÇÃO ©TATI BELING/ALES
©FELIPE WERNECK/IBAMA
O Senado vai realizar sessão temática de debate sobre a Amazônia, sua importância para o desenvolvimento sustentável do país e o re exo da política ambiental para os negócios internacionais. A reunião, que será na próxima quarta-feira (20), a partir das 9h30, foi sugerida pela senadora Kátia Abreu (PP-TO) e mais sete senadores. A senadora alega no requerimento que tanto a União Europeia como a China, dois dos principais parceiros internacionais do Brasil, já sinalizaram que vão exigir, para manutenção ou avanço dos seus negócios internos e internacionais, os padrões de sustentabilidade. Para a senadora, é fundamental que o Senado marque posição quanto ao tema, já que a questão ambiental tem sido, segundo ela, o óbice da parte europeia à aprovação do tratado União Europeia-Mercosul de livre comércio. “O Pacto Ecológico Europeu e a introdução do 'principio verde' como princípio geral do direito contratual chinês, com o novo Código Civil, em vigência desde 1º de janeiro de 2021, sinalizam com clareza hialina a necessidade de os atores econômicos internacionais se adaptarem ao novo paradigma ambiental, sem o que perderão competitividade em relação a outros atores que decidirem calibrar suas ações de acordo com a demanda do mercado”, diz. De acordo com o Ministério da Economia, a relação comercial com a China gerou ao Brasil saldo positivo de US$ 35,4 bilhões em 2020. Já em relação ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, o tratado está em negociação há duas décadas e foi nalizado em junho de 2019. No entanto, sua vigência depende da aprovação do documento nos Parlamentos dos países envolvidos, inclusive os europeus. Alguns deles apontam o desmatamento da Amazônia como barreira a formalização do acordo.
Líder do governo espera que relatório final da CPI não se limite a apontar culpados ©JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO
O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) disse que sempre defendeu que a investigação se pautasse por critérios técnicos, sem a interferência de viés político. Em pronunciamento, nesta quarta-feira (13), o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) fez algumas ponderações sobre a fase nal da CPI da Pandemia. Ele esclareceu que, no início da Comissão de Inquérito, sempre defendeu que o processo de investigação se pautasse por critérios técnicos, sem a interferência de viés político, e que os membros atuassem “dentro dos limites constitucionais”. “Não faltaram apelos para que o equilíbrio e o exercício do consenso fossem a tônica dos trabalhos, visando combater os excessos de toda ordem e, sobretudo, as radicalizações que nos conduzem, unicamente, ao caminho da criminalização, frustrando a oportunidade de apontar, também, os aperfeiçoamentos necessários, para quali car o enfrentamento do Estado brasileiro, em caso de futuras emergências de saúde, como a que
Majeski (PSB) formalizou à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa solicitação para que todas as sessões de trabalho (ordinárias e extraordinárias) dos parlamentares passem a ser realizadas exclusivamente de forma presencial. Desde o ano passado, por conta da pandemia, as sessões e votações são realizadas de m o d o v i r t u a l e , posteriormente, híbrido, qu ando é fac u lt ado aos deput ados p ar t icip arem presencialmente no Plenário ou remotamente. “Todos os deputados estaduais já completaram o ciclo recomendado de imunização e a maioria já retomou as agendas nos gabinetes e externas, principalmente, de modo presencial participando de reuniões, inaugurações e outras atividades e no mesmo ritmo de antes da pandemia. As sessões virtuais e híbridas foram opções essenciais para a retomada dos trabalhos da Assembleia enquanto a vacinação ainda não havia avançado, mas agora o panorama atual de imunização da população capixaba já garante maior segurança. Além disso, as escolas estaduais retornarão com as aulas presenciais obrigatoriamente, sem o rodízio de alunos”, justi ca Majeski. O m do rodízio dos alunos nas escolas da Rede Pública Estadual foi anunciado na última sexta-feira (01). De acordo com o governo do Estado, as atividades das mais de 400 unidades de ensino voltarão a ser presenciais, a partir de segunda-feira (11), sendo permitida as aulas remotas apenas aos alunos com laudo médico. Já em Brasília, a Câmara Federal retomará os trabalhos em formato presencial de votações a partir do dia 18 de outubro.
O ambientalista Eraylton Moreschi, presidente da Juntos SOS ES Ambiental, informou que a Proposta de Revisão do Conselho Estadual de Meio Ambiente — Consema, Resolução 02/2016, que de ne a tipologia das atividades ou empreendimentos considerados de impactos ambientais locais, está sendo acompanhada de lupa pela Juntos SOS ES. Moreschi disse ainda que nas reuniões da Câmara Técnica de Políticas Públicas as demais entidades derrubaram a maioria dos pareceres do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos — Iema, e a JUNTOS foi a única entidade a deliberar aprovando 100% dos pareceres do IEMA pelo princípio da prevenção e da garantia de impactos locais. “Derrubaram os pareceres do Iema e, por isso, já estamos elaborando um pedido de vista, que será apresentado em plenária ©MARINHA DO BRASIL
experimentamos nesse período”, declarou. Bezerra, que é líder do governo, ressaltou que está na expectativa de que o relatório nal a ser apresentado pela CPI pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) possa levar em consideração as experiências de outras nações, a m de que todos consigam perceber que a crise sanitária ocorreu em momentos diferentes e teve repercussões distintas, o que levou alguns países a terem mais ou menos êxito no início da pandemia. “Espero que o desfecho da CPI da Pandemia não se reduza a apontar culpados, mas garantir uma compreensão precisa dos sucessos e fracassos até o momento, para que essas lições cruciais que aprendemos possam ser usadas na construção de um futuro melhor”.
Discussão em Plenário do ICMS sobre combustíveis aponta vilões da alta de preços ©PABLO VALADARES/CÂMARA DOS DEPUTADOS
D u r a nt e a d i s c u s s ã o d a proposta de alteração no cálculo do ICMS sobre combustíveis, deputados apontaram diferentes motivos para a alta dos combustíveis: dólar, política de preços, carga tributária e falta de investimento em re narias foram alguns dos “vilões” indicados pelos parlamentares. Para diminuir o preço ao consumidor, o Projeto de Lei Complementar 11/20 altera a base de cálculo, xando um valor. Atualmente, o tributo é calculado a partir do preço médio, revisto a cada 15 dias de acordo com pesquisa de preços nos postos. Autor do projeto, o deputado Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT) apontou a alta carga tributária que pesa no bolso do consumidor. “Temos uma carga tributária de 36% do PIB. A maior parte do impacto é na pessoa humilde, em que o preço do combustível impacta em tudo, como o custo do frete”, disse. Ele a rmou ainda que é preciso rever medidas econômicas e a política de preços da Petrobras. “Esse projeto é somente o primeiro passo, mas é um passo glorioso”. A estimativa feita pelo relator da proposta, deputado Dr. Jaziel (PL-CE), é que o texto vai reduzir o preço nal em cerca 8% para a gasolina comum, 7% para o etanol e 3,7% para o diesel. “Atendendo à demanda da sociedade, que tem sofrido com a escalada dos preços dos combustíveis, nosso substitutivo efetivamente promove signi cativa redução do preço desses produtos,
do Consema, para conseguirmos a aprovação de acordo com as recomendações do Iema”. A JUNTOS demandará de forma regimental à Câmara Técnica, que estenda ao governador Renato Casagrande recomendações pelo fortalecimento da equipe de licenciamento do IEMA, já que uma das grandes queixas dos municípios e da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente — Anamma, é que o quadro técnico de licenciamento do Iema é insu ciente... e está afetando o desenvolvimento econômico e social dos municípios. Não é porque o Iema não está fazendo a parte dele que vai passar a responsabilidade para os municípios. Um setor de tamanha importância, mas que na grande maioria dos municípios, não conta com o mínimo de condições para funcionar, ou seja, não atendem as recomendações estabelecidas no Art. 3° da resolução que trata DA ESTRUTURA DO SISTEMA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE para apresentar um trabalho de excelência à sociedade capixaba”, concluiu Moreschi.
colaborando, ainda, para a contenção da in ação”, a rmou. Para ele, não atuar na diminuição dos preços dos combustíveis seria uma “grande perda de oportunidade” da Câmara em um momento em que a população sofre com reajustes frequentes dos combustíveis. Dr. Jaziel a rmou que, apesar da oscilação do preço do barril do petróleo e do dólar, o ICMS tem impacto no preço nal do combustível. “Nós entendemos que cada um tem que dar sua parcela de contribuição. Os governadores não perdem porque os valores estão sendo calculados quando o preço do barril está alto, os cálculos estão feitos no máximo”, explicou. O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) também a rmou que os governadores não perderão recursos, já que estão arrecadando muito mais do que o previsto em razão do aumento do preço do combustível. Ele criticou, no entanto, a desvalorização do real como política econômica e a rmou que a alteração do ICMS vai “estancar” o aumento do combustível. “A desvalorização diminui o poder de compra do brasileiro e gera aumento da pobreza daqueles que têm seu patrimônio em real”, disse.
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ANA LUCIA Estresse pode causar infarto e AVC em A importância dos pessoas jovens auxiliares de serviços gerais Ana Lucia Bernardo Cordeiro Professora
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Sim, o estresse pode causar infarto. É o que diz um estudo publicado pela revista cientí ca Circulation. De acordo com os pesquisadores, a exposição constante e crônica a situações estressantes e o acúmulo de cortisol, substância liberada pelo organismo em momentos cr ít icos, p o de favore cer o desenvolvimento de problemas cardiovasculares — como AVC e infarto — mesmo em pessoas jovens e saudáveis. Para evitar que isso ocorra, primeiro, é necessário entender o que é o estresse e como evitar que situações de tensão virem uma rotina. De acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein, tudo isso não passa de um mecanismo siológico de defesa desenvolvido por nossos ancestrais em tempos remotos. O estresse funciona como uma espécie de alerta enviado pelo cérebro para o restante do corpo. Faz com que o coração e a respiração acelerem, enviando mais sangue para os músculos e nos deixando prontos para enfrentar situações de perigo e confronto. Porém, com o passar dos séculos e com a evolução da sociedade humana, di cilmente precisamos fugir de animais ferozes e nos prepararmos para a caça. O problema é que momentos de tensão, como a pressão por resultados, con itos familiares, medo e ansiedade, continuam ativando mecanismos de defesa e deixando as pessoas em estado de alerta e estresse. Mas, ao contrário dos nossos antepassados, essa carga extra não é liberada em fugas e combates exaustivos. Dessa
maneira, o estresse começa a ser acumulado pelo organismo e isso pode se tornar um grave problema. O con namento que a pandemia de covid-19 obrigou as pessoas a realizarem agravou ainda mais esse cenário. Além da quarentena, a ansiedade causada por incertezas e o medo de contrair o vírus, ou perder alguma pessoa querida para a doença, completa o perigoso pacote de estresse. "Quem não se entristeceu é porque não sente empatia e isso é até preocupante. Vivemos um momento de depressão coletiva. Só não podemos car paralisados diante dos
problemas. Temos que buscar alternativas porque se não os problemas vão aumentando. Gerenciar o estresse é a saída", a rma a psicóloga Carine Lopes. Um g u i a d i v u l g a d o p e l a Organização Mundial de Saúde (OMS), indica que que a prática de atividades físicas regulares auxilia na prevenção e no enf rentamento do estresse gerado pela pandemia. Segundo a entidade, manter o corpo ativo e cultivar uma alimentação balanceada todos os dias, são as chaves para combater os transtornos psicológicos gerados pelo con namento. Transformar o esporte em um refúgio emocional, além de combater o estresse, também é uma ótima maneira de proporcionar inúmeros outros benefícios para a mente e o corpo. "A principal forma de conseguir controlar a crise é desviar a atenção dos sintomas assim que eles aparecem com o objetivo de evitar o ag r av ame nto " , c ompl e t a a também psicóloga, Christiane Valle.
©SHUTTERSTOCK
Olá pessoal,
H
oje vou falar dos pro ssionais de serviços gerais, essenciais para o bom funcionamento das empresas, das cidades... Para se destacar no mercado de trabalho, o bom auxiliar deve respeitar e valorizar a própria função. Possuir boa capacidade física e disposição, ser ágil, gostar de servir e ajudar, ser proativo, ter uma grande ajuda. Porém, é um de quatro garrafas de café, iniciativa e organização, não ser serviço cansativo, que exige receber o pão, varrer e passar acomodado ao executar suas muito de quem o realiza. Por pano, lavar exatamente seis tarefas. isso, creio que o trabalhador banheiros, tirar pó, higienizar Entre suas responsabilidade dessa área deveria ser melhor todas as salas com álcool, tirar estão ajudar no planejamento, remunerado. folhas do gramado, ligar o arprestar suporte no controle e na Essa é a minha opinião. Quero condicionado de todas as salas e, programação da produção, deixar claro aqui, que em ao nal, recolher o lixo de cada monitorar estoque de materiais, momento algum conversei com cesto. servir e/ou repor lanches. a pessoa que substituí. Dei sorte de ser uma empresa Cabe ao auxiliar manter o local Mas quero compartilhar com com pessoas boas, educadas, d e t r ab a l h o org an i z a d o e vocês que essa experiência foi amigáveis, respeitosas e higienizado. Na verdade, esta válida demais para mim e acho solidárias. Para mim, foi uma parece uma tarefa fácil, mas que todos deveriam passar por experiência totalmente positiva posso garantir que não é. E falo algo assim, pelo menos uma vez (exceto pelo sobe-desce de isso de conhecimento próprio, na vida. Pois, além de passar a escadas), mas, no m, dei conta. pois passei um mês exercendo a valorizar esses pro ssionais, Ufa! função de auxiliar de serviços passei a respeitar muito mais as O salário de um auxiliar de gerais. Nos primeiros dias pessoas que dedicam tanto amor serviços gerais gira em torno de consegui levar numa boa. Mas, para servir. Pretendo continuar R$ 1.300,00 brutos (descontamgente! Creia, á uma tarefa árdua. nesse caminho de descobertas e se 6% da passagem e o INSS). Na A transmissão no canal (07), àsdesa 14 horas Para começar, oserá horário de daeSedu o meu próximo o será m p r eDigital s a , nno a qYouTube, u a l p r enesta s t e i quarta-feira chegada é feito uma hora antes experimentar um dia de gari. serviços, recebe-se um tíquetedos demais funcionários. Assim Aguardem essa proeza! alimentação no valor de R$ que chegava, tinha que dar conta 748,00, o que, na minha visão, é
Como identicar a ansiedade em adolescentes? A ansiedade é comum, e o seu tratamento pode ser e caz. Recentemente, o rastreamento da ansiedade foi recomendado para meninas adolescentes a partir dos 13 anos de idade. Estudo recente teve como objetivo avaliar as evidências sobre a acurácia do teste de rastreamento de ansiedade na atenção primária à criança e ao adolescente, e também avaliar a e cácia do tratamento dos indivíduos identi cados por meio da triagem. No estudo, foram pesquisados o PubMed, a biblioteca Cochrane e referências a estudos potencialmente elegíveis citados em outros artigos. Os estudos de triagem foram incluídos se tivessem sido conduzidos na atenção primária ou em uma população semelhante e empregassem um padrão de referência com base nos critérios do DSM. Dois estudos de triagem (um
com baixo risco de viés e um com alto risco de viés) e um estudo de tratamento com baixo ©GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO
risco de viés foram incluídos. O estudo de triagem com baixo risco de viés relatou
sensibilidade de 56% e especi cidade de 80%. O estudo de tratamento concluiu que a t e r ap i a c o g n i t i v o comportamental individual é e caz para adolescentes com fobia social detectada. O levantamento concluiu que existem lacunas signi cativas nas evidências relacionadas ao rastreamento da ansiedade no ambiente de atenção primária.
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Cientistas descobrem Arquitetura maia abordagem promissora inspira projeto de contra cânceres estação de trem sanguíneos no México ©SHUTTERSTOCK
Pesquisadores de duas universidades dos E st ados Unidos conseguiram demonstrar como diferentes mutações que afetam um processo celular podem ter ligação com o surgimento de cânceres sanguíneos. O estudo pode estabelecer um novo alvo para medicamentos que tratem esses tumores. A pesquisa, que foi publicada na edição de outubro do Cancer Discover, descobriu que essas mutações podem produzir uma ve rs ã o a lte r nat iv a d e u ma proteína criada por um gene conhecido como GNAS. Essa proteína é utilizada em medicamentos contra outros tipos de câncer nos EUA. Por conta disso, os pesquisadores
acreditam que esse pode ser um bom caminho para o des envolvimento de novos medicamentos para tratamentos de cânceres sanguíneos. A abordagem é promissora principalmente para o tratamento da síndrome mielodisplásica (SMD). A SMD é um tipo raro de câncer sanguíneo, seu diagnóstico é bastante preocupante, já que não existem tratamentos e cazes contra ele. Contudo, as mutações i nv e s t i g a d a s n e s t e e s t u d o também são encontradas em outros tipos de câncer, o que pode ampliar a possibilidade de aplicação deste achado. De acordo com o coautor do estudo, o professor associado de ciências oncológicas do Instituto
de Câncer e Tisch, Eirini Papapetrou, este é o primeiro estudo a descobrir que essas proteínas modi cadas podem tornar células cancerosas vulneráveis a um tratamento com i n i b i d o r e s d e M E K . “A descoberta de que podemos tentar usar inibidores da proteína MEK neste tip o de câncer também é a primeira, e nossas descobertas também apoiam o desenvolvimento futuro de d r o g a s ”, c o m p l e t o u o pesquisador. Para chegar a esses resultados, a equipe de Papapetrou gerou modelos de mutações usando células-tronco, com o objetivo de estudá-las em um contexto genético e siológico. As células foram transformadas em progenitoras hematopoiéticas, que são relevantes em cânceres sanguíneos. Em seguida, foram realizadas observações conhecidas como análise de splicing e ligação de RNA. “Este trabalho integra modelos isogênicos de doença com análises de RNA de ponta para convergir para um novo alvo para MDS”, declarou o coautor do estudo, Gene Yeo. A partir dessas análises, a equipe foi capaz de identi car alvos de alta con ança e identi cação do o condutor da doença. Segundo a equipe, as células responsáveis pelo MDS do modelo se tornaram mais sensíveis ao tratamento com inibidores de MEK.
©AIDIA STUDIO
Uma nova estação na cidade m e x i c a n a d e Tu l u m , n a península de Yucatán, está sendo construída utilizando técnicas retiradas do antigo manual maia. A estação irá atender uma nova linha ferroviária de 1.525 km criada para a cidade, que ca localizada ao longo da Riviera Maia, no Caribe mexicano. O escritório Aidia Studio foi o responsável pelo projeto, que teve como ponto de partida desenvolver um projeto sustentável que trouxesse com ele uma narrativa sobre as qualidades da arquitetura maia pré-hispânica através do uso de luz, sombras, padrões, materiais e vegetação. Segundo os arquitetos, um dos elementos-chave era minimizar a pegada da estação, criando um projeto com menos impacto espacial. Então, depois de explorar diferentes con gurações, foi adotada uma pegada em forma de olho, mais ampla no centro, onde as funções principais convergem em um esquema mais compacto, conectando diversos andares
com circ u lação ver t ica l e apresentando um grande salão inundado de luz e ventilação natural. Outra prioridade importante durante o processo de design foi a exp eriência do usuário, faci lidade de mobi lidade, orientação e a presença de luz natural. A con guração linear da estação e a simetria naturalmente ajudam, isso foi auxiliado pela geometria do telhado que intuitivamente navega os usuários em direção ao centro da estação. O clima na península de Yucatán é tropical com chuvas e muita umidade no verão, para lidar com esse clima extremo, os arquitetos previram uma grande cobertura de treliça aberta, envidraçada em locais estratégicos, possibilitando espaços públicos semiabertos que funcionem sem ventilação mecânica. A luz do sol que penetra pelo telhado, projeta padrões geométricos complexos nas paredes e pisos da estação, um jogo de luzes e sombras viajando pelo espaço e evocando d i f e r e nt e s s e n s a ç õ e s n o s
usuários. O projeto utilizou técnicas passivas de arquitetura para criar um desenho que bloqueia o sol excessivo, porém permite que ele entre em horários mais frescos, como pela manhã e ao nal da tarde. Essa estratégia negocia a quantidade de exposição à radiação e a quantidade de luz natural que entra na estação. A geometria aerodinâmica do telhado promove a sucção da brisa do mar e canaliza-a através da estação. Esta é a chave para criar uma atmosfera confortável para os usuários sem a necessidade de ventilação mecânica. A estrutura do telhado é uma grade de aço revestida com painéis de concreto reforçado com bra de vidro na parte superior e painéis de madeira laminada abaixo. Os motivos resultantes em ambos os lados externo e interno trazem a referência dos padrões geométricos tradicionais maias. “Ao longo da jornada de design, nosso objetivo foi infundir a e st a ç ã o c om a l g u mas d as características mais conhecidas da Arquitetura Maia; simetria, monumentalidade, alinhamento geométrico e o uso de calcário são atrações constantes na arquitetura maia. Como tal, tentamos honrar essa herança resgatando aquela mesma qualidade espacial apenas reinterpretada de uma forma contemporânea”, diz o site do escritório.
Cápsulas de café usadas Brasileiros prometem viram bicicletas para revolucionar indústria estudantes na África ©DIVULGAÇÃO
Quando o assunto são resíduos, umas das maiores pragas desta década são as cápsulas de café. Práticas pra quem está a m de tomar a bebida, elas dão uma dor de cabeça e tanto depois de consumidas. Isso porque, por misturarem plástico e alumínio em sua composição, não são nada fáceis de reciclar. Na Alemanha, teve até cidade proibindo a compra e consumo do produto! Mas a Nespresso, que não é
boba nem nada, trouxe uma solução de reaproveitamento para as cápsulas de café que produz. Em parceria com a fabricante de bikes Vélosophy, ela desenvolveu uma tecnologia que permite utilizar o resíduo para confeccionar bicicletas. O modelo foi batizado de RE:CYCLE! Pra cada exemplar da magrela são utilizadas 300 cápsulas usadas de café. Matériaprima é o que não falta, né? O
design da bicicleta — que custa 1.290 euros — também faz referência à reciclagem nos pequenos detalhes. Seu sino, por exemplo, imita uma cápsula e sua cesta possui dois porta-copos, xados também com imitações do produto. Mas o mais legal não é isso: a c a d a b i c i c l e t a R E : C YC L E vendida, a fabricante se compromete a doar outra para uma menina, em idade escolar, que vive em situação de vulnerabilidade em um país em desenvolvimento. Segundo a Vélosophy, ela é a única marca de bikes do mundo a adotar uma iniciativa assim, que garante um aumento de 30% na permanência de meninas na escola e um crescimento de 60% em seu rendimento em sala de aula.
têxtil com algodão cultivado com 78% menos água e sem agrotóxicos Luciano Bueno é paulista e constr uiu sua car reira na indústria têxtil. Paula Elbl é acriana e mestre em Modi cações Genéticas em Plantas. O que deu da união desses dois feras? A startup Galy, que desenvolveu in vitro uma bra de algodão sustentável, capaz de ser cultivada em qualquer lugar do mundo, independente de condições climáticas, e de forma muito m e n o s a g re s s iv a a o m e i o
ambiente. A cultura desenvolvida pelos brasileiros demanda 78% menos água e 81% menos terra para ser cultivada, gera 80% menos emissões e cresce 10 vezes mais rápido, sem o uso de qualquer tipo de agrotóxico no processo — resolvendo de uma só vez vários grandes desa os da indústria têxtil atualmente. Com sede em Boston, nos Estados Unidos, e um campo de estudos em Holambra (SP), aqui
no Brasil, a startup já fornece seu algodão in vitro sustentável para grandes marcas do universo da moda, tais como Ikea e Gucci, e trabalha para ganhar cada vez mais escala. O grande sonho de Luciano e Paula é "produzir t on e l a d a s d e a l g o d ã o e m laboratórios espalhados por todo o mundo, revolucionando de uma vez só a indústria têxtil, a agricultura e a comunidade cientí ca".
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Guaraná e açaí podem Legado de Augusto Ruschi ganha livro em português desacelerar o e inglês envelhecimento da pele Livro “Ruschi: o guardião da oresta” será lançado em live, no canal da Secult no YouTube, no próximo dia 19 de outubro
©ASCOM SECULT
Cientista brasileira constatou que os frutos amazônicos também favorecem o processo de cicatrização cutânea ©ARQUIVO/FAPEAM
Mais do que compor o cardápio de quem busca por energia e disposição, o guaraná e o açaí também podem ser grandes aliados da beleza. Isso porque uma pesquisa inédita realizada no Amazonas, pela doutora Ednea Ribeiro, descobriu que um extrato combinado dos dois frutos favorece a desaceleração do envelhecimento da pele e ainda oferece benefícios diretos para feridas de difícil cicatrização. Para chegar à descoberta, o trabalho cientí co utilizou resíduos do pó do açaí e da semente do guaraná, frutos nativos da oresta amazônica. "O conjunto dos resultados apontou que o extrato combinado desses frutos possui grande efeito cicatrizante, com potencial aplicação no tratamento de feridas crônicas e também da brose e cicatrizes patológicas (hipertró cas)", a rmou Ednea. Segundo a cientista, muitos f r uto s ama z ôn i c o s p o d e m auxiliar na saúde e na longevidade humana, e representam um enorme potencial econômico. Em sua pesquisa, ela também conduziu análises complementares onde combinava óleos de copaíba e andiroba, ingredientes que já são ampl ame nte ut i l i z a d o s n a indústria de dermocosméticos. A di culdade em regenerar feridas é um drama comum v i v i d o e s p e c i a l m e nt e p o r pacientes idosos. Isso acontece porque o processo de envel he cimento diminui a capacidade regenerativa das células e, consequentemente, di culta a cicatrização de feridas, como explica Ednea Ribeiro.
"O envelhecimento biológico tem um profundo impacto na pele, que é o maior órgão do nosso corpo. Ele leva a uma desestruturação da pele e, com isto, idosos acabam desenvolvendo uma série de disfunções, incluindo maior di culdade de cicatrização e regeneração", aponta a especialista. De acordo com a pesquisadora, muito além da questão estética, a p e l e t amb é m d e s e mp e n h a funções essenciais para a preservação da saúde, protegendo contra os raios ultravioletas (UV), evitando infecções por microrganismos e regulando a nossa temperatura corporal. A exposição provocada por ferimentos não cicatrizados torna o corpo mais vulnerável a
microrganismos malé cos, representando um grande risco em casos de lesões severas.
Portanto, o composto de açaí e guaraná pode ser uma nova aposta importante para ajudar na cicatrização cutânea de forma mais efetiva. Emb ora p oss a b ene c i ar pessoas que sofrem com feridas crônicas, outro grande benefício do extrato combinado de açaí e guaraná está na sua ação contra o envelhecimento da pele. Dessa forma, o composto pode ser utilizado em uma série de produtos cosméticos, mais voltados para o segmento de beleza e cuidados diários. Além do potencial econômico, a cientista ressalta que a pesquisa também promove atenção sobre produtos que são descartados incorretamente pela indústria. "Esses resultados são inovadores e abrem a possibilidade para o uso deste material, que hoje não tem valor econômico agregado, e é um problema ambiental no seu descar te pela indústria de cosméticos e dermatológicos", diz. As descobertas da pesquisa foram publicadas em um capítulo de um livro internacional intitulado "Analysis of the Effect of an Andiroba, Copaíba and Guaraná Combination on in Vitro and in Vivo Scar Models. A Closer Look at Fibroblasts". A obra foi
publicada em 2020, pela Nova Science Publishers, de Nova York.
EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA PARA ELEIÇÃO E POSSE DA NOVA DIRETORIA DA AFRES - ASSOCIAÇÃO DE FRESCOBOL DO ESPIRITO SANTO
Convocamos os diretores, conselho fiscal e demais interessados a participarem da assembleia extraordinária para eleição e posse da nova diretoria da AFRES- Associação de Frescobol do Espírito Santo. A assembleia será realizada no dia 22 de outubro de 2021 - Sexta feira, às 19 horas, na sede da associação situada a Rua dos Pintassilgos n° 6 - Bairro Eurico Salles – Serra/ES. Serra, 14 de outubro de 2021 Comissão organizadora AFRES – Associação de Frescobol do Espírito Santo CNPJ 41.391.795/0001-93
No próximo dia 19, às 18h30, acontece o lançamento do livro “Ruschi: o guardião da oresta”, ao vivo, no canal da Secult no YouTube. Coordenado pelo editor Antônio de Pádua Gurgel, a publicação fala da vida do grande cientista Augusto Ruschi e, sobretudo, resgata a obra do pesquisador, que lhe valeu o título de “Patrono da ecologia no Brasil”. Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e p e s q u i s a d o r d o Mu s e u Nacional, Augusto Ruschi cou mais conhecido como especialista em beija- ores, mas a atuação dele se estendeu por d i v e r s a s á r e a s . Ta m b é m contribuiu para a cura de inúmeras do enças, para o combate a diversas pragas agrícolas e à implantação de estações e reservas ecológicas, assim como parques e museus dedicados à natureza. O pesquisador foi um dos primeiros a denunciar o desmatamento na Amazônia e Alexia
em outras regiões do Brasil. Empreendeu 259 excursões cientí cas em todo o mundo, anotando informações e registrando tudo em fotogra as. Além do cuidado com que fazia o trabalho, Ruschi era movido por uma intensa paixão pela defesa do meio ambiente, chegando a se armar com uma espingarda para defender uma área de preservação onde se pretendia implantar uma fábrica de palmito. Devido a tudo isso, foi condecorado pela Rainha Elizabeth II. O livro foi editado em português e inglês, com formato colorido e amplamente
ilustrado. Viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o projeto foi apoiado p elo Gr up o Autog lass, Biancogres e Secretaria da Cultura (Secult). O j or na list a B ar tolomeu Boeno de Freitas escreveu o texto inicial do livro, que teve t amb ém a col ab oraç ão de Gabriel Ruschi, neto do biografado, e de Leonardo Merçon, do Instituto Últimos Refúgios. Mais informações no site www.paduagurgel.com.br ou diret amente com Antonio Gurgel, pelo e-mail apaduagurgel@terra.com.br.
Debacker Espinoso
Tempo ruim realmente afeta sua internet?
Têm dias que tudo parece dar errado, e a internet teima em não funcionar, sobretudo em dias chuvos os ou com grandes mudanças climáticas. Nesses m o m e nt o s , é c o mu m n o s questionarmos se o tempo ruim realmente exerce algum tipo de in uência na conexão que temos dentro de casa. A nal, qual é o real efeito do mau tempo (chuva, n e ve ou at é m e s m o c a l or extremo) na instabilidade da internet? Por mais direta que essa pergunta seja, ela exige um grau de entendimento a respeito das conexões de rede. Portanto, vamos entender um pouco mais dos diferentes tipos de instalação de internet e como cada uma delas reage às mudanças no tempo. C aso a sua internet seja proveniente de um roteador de Wi - F i i nst a l a d o e m u m escritório, dentro de casa ou em algum estabelecimento fechado, é pouquíssimo provável que
qualquer coisa que aconteça do lado de fora tenha algum efeito na estabilidade da conexão. A única exceção aconteceria por causa da umidade, a qual é muito mais difícil de controlar do que a chuva. Quando o ar está muito úmido, o sinal de rede encontra maiores di culdades para s er enviado, o que consequentemente resulta em uma internet devagar e, consequentemente, estressante. Porém, um simples dia úmido não costuma ser o su ciente para causar grandes estragos. Na maioria das vezes, os grandes problemas acontecem em dias muito quentes, fazendo o roteador superaquecer e perder um pouco da capacidade de propagar o Wi-Fi. Se a sua internet funciona a cabo ou a satélite, então as chances do mau tempo terem afetado a estabilidade da sua conexão são um pouco maiores. Ondas de satélites têm
di culdade em se propagar por meio de barreiras sólidas, como árvores, prédios ou até mesmo chuva — especialmente por sua densidade. Para os usuários de cabos, as altas temperaturas causam problemas semelhantes ao que acontece com o roteador de WiFi. Por exemplo, é comum que temperaturas altas ou chuvas fortes provoquem danos nos c a b o s e i mp o s s i b i l i t e m a chegada da rede. Sendo assim, tempestades estão de certa forma relacionadas com a conexão de internet, mas tudo depende do modelo que você está usando. Na maioria dos casos, o fator que mais provoca instabilidade de rede durante dias de chuvas é a quantidade de pessoas usando a mesma conexão. Com mais gente dentro de casa, é provável que a sua internet não esteja conseguindo dar conta do recado e apresente um pouco de lentidão por algum momento.