Jornal Fatos & Notícias 448

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Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia ANO XI - Nº 448 11 A 18 DE NOVEMBRO/2021 SERRA/ES

Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

Brasil perde 15% de praias e dunas nos últimos 36 anos

8 Cansado de comer frango sempre do mesmo jeito? Então, que tal preparar sobrecoxa empanada com creme de cebola Pág. 8 JORGE PACHECO

8

À Justiça, Petrobras admite corrupção que o PT sempre negou Pág. 5

ANA MARIA IENCARELLI

8

A tese da Constelação Familiar é protagonizada por um objetivo vingativo, de retaliação Pág. 10

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 Proposta que altera

Constituição para permitir trabalho aos 14 anos provoca polêmica na CCJ Pág. 12

SindBares/Abrasel no ES e Senac promovem capacitação gratuita para profissionais em busca de recolocação no mercado Vacina contra HPV reduz taxas de câncer de Levantamento do MapBiomas mostra que pressão imobiliária, ocupação colo de útero por empreendimentos e baixa proteção a esses ambientes são principais em 87% ©GETTY IMAGES/ISTOCK

Pág. 14

Pág. 15

motivos para redução

Guerra bíblica: estudo reconstrói ataque assírio a Laquis ocorrido há quase três mil anos

Pág. 2

Brasil registra primeiro caso de bebê com cauda ©REPRODUÇÃO/JOURNAL OF PEDRATRIC SURGERY CASE REPORTS

©YOSEF GARFINKEL

Arqueólogos revelaram como o exército do rei Senaqueribe construiu uma rampa de cerco maciça que lhes permitiu conquistar a cidade há quase três milênios Pág. 7

A criança deu seu primeiro olá para o mundo em janeiro, no Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza (CE), e intrigou os médicos da unidade Pág. 9

Ambiente seguro ajuda a prevenir transtorno de identidade em crianças Pág. 11

Gel produzido do Gengibre amargo evita amputações em diabéticos Pág. 9

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2 MEIO AMBIENTE

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Redução das praias e dunas no Brasil foi de 15% nos últimos 36 anos Levantamento do MapBiomas mostra que pressão imobiliária, ocupação por empreendimentos e baixa proteção a esses ambientes são principais motivos para redução ©DUDA MENEGASSI/((O))ECO

Entre 1985 e 2020, o Brasil perdeu 15% de sua cobertura de praias, dunas e areais, o equivalente a cerca de 70 mil hectares ou duas vezes o tamanho da cidade de Belo Horizonte. Os dados levantados pelo MapBiomas a partir de imagens de s atélite ap ont am que a cobertura deste tipo de superfície arenosa foi reduzida para 382 mil hectares em 2020, contra os 451 mil existentes em 1985. Entre os motivos da diminuição estão o avanço de empreendimentos aquícolas e salineiros, e a pressão imobiliária sobre esses ambientes. As áreas de aquicultura — composta por lagos arti ciais para cultivo de peixes e frutos do mar — e salicultura — para exploração de sal — aumentaram

O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses ajuda a proteger um dos maiores campos de dunas do País em 39% nos últimos 36 anos. A área ocupada pelos setores se expandiu de 36 mil hectares, em 1985, para 59 mil em 2020. A produção de sal no Brasil está concentrada nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, que lideram em número as áreas de salinas e tanques aquícolas no

País, com 82% do total existente no Brasil. Chama atenção ainda que parte da atividade (8%) ocorre dentro de unidades de conservação. A revegetação do topo das dunas e a expansão de espécies invasoras também colaboraram para redução dos ambientes

arenosos, conforme apresentado pela equipe do MapBiomas. Um exemplo desta dinâmica de mudança de uso do solo pode ser vista no Rio Grande do Sul, onde os pinheiros têm avançado sobre campos de dunas em locais onde as orestas plantadas fazem fronteira com as dunas.

Os pesquisadores também destacam a baixa proteção destes tipos de ambiente, essenciais para o controle da erosão costeira e preservação da faixa litorânea. Das 2.544 unidades de conservação brasileiras, apenas 340 (13%) protegem a zona costeiraFurcifer brasileira. Nelas está Camaleão garantida a proteção de 40% dos labordi ambientes de dunas, praias e areais do Brasil. “Por conta do Parque Nacional de Lençóis Maranhenses e da Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses, o Maranhão lidera na proteção de dunas/praias e manguezais, respectivamente”, a rma Pedro Wal r, coordenador geral do tema zona costeira do MapBiomas. O estado protege a quase totalidade (98%) de suas

praias, dunas e areais, 96% de seus apicuns (áreas salinizadas desprovidas de vegetação) e 86% dos seus manguezais. “Portanto, o Maranhão é o estado com maior extensão de ambientes costeiros protegidos por UCs do País e um dos mais conservados”, acrescenta Pedro. O Maranhão é justamente o estado com maior extensão de praias, dunas e areais, com 101.565 hectares, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 97.395 hectares. Juntos, os dois estados concentram mais da metade (52%) destes ambientes do país. O terceiro colocado é o Ceará, com 54.608 hectares, seguido por outros dois estados da região nordeste: a Bahia, com 38.881 hectares, e o Rio Grande do Norte, com 35.870.

Peruanos se mobilizam Trilhas e aventuras para salvar tartarugas P na Amazônia Por Haroldo Cordeiro Filho

©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

edra da Pirâmide, localizada na parte leste do medalhão Metre Álvaro, município da Serra, Estado do Espírito Santo, possui cinco mirantes naturais que proporcionam vista panorâmica do oceano atlântico e algumas cidades litorâneas ao sul e ao norte da Grande Vitória. Com aproximadamente 400 metros de altitude, a pedra é pouco visitada e, devido à sua

depredação do habitat também representa um risco à espécie, classi cada hoje como quase

©HAPLOCHROMIS/WIKIMEDIA COMMONS

Milhares de lhotes de tartaruga estão sendo devolvidos à natureza na Amazônia peruana,

numa mobilização que visa preservar as chamadas taricayas — que é como os peruanos se referem à espécie Podocnemis uni lis. No Brasil, elas são conhecidas como tracajás. Consumir sua carne já foi uma tradição entre os povos amazônicos e essa prática ocorre até hoje, mesmo que ilegalmente. Além disso, as tracajás também comercializadas como animais d e e st i ma ç ã o. Por m , a

ameaçada (NT). N o Pe r u , o t r a b a l h o d e preservação desses animais engloba regiões como a Reserva Nacional Pacaya Samiria e o Parque Nacional Alto Purus. De acordo com o Servicio Nacional de Áreas Naturales Protegidas (SERNANP), órgão peruano de preservação, ambientalistas já organizaram 43 grupos de manejo que contam com o envolvimento de quase 500

famílias ribeirinhas. Essas p ess o as est ão diret amente envolvidas no cuidado com milhares de lhotes criados em cativeiro, que são periodicamente devolvidos à natureza. Em conjunto, o SERNANP, o Ministério do Meio Ambiente do Peru, a instituição Profonanpe (Fondo Ambiental del Peru) e o comitê de gestão da Reserva Nacional Pacaya Samir ia lançaram a campanha Apadrina Uma Taricaya, que funciona como uma vaquinha virtual para manter o projeto vivo. “Ser parte desta experiência me emocionou até as lágrimas, porque me dou conta de que sim, podemos gerar verdadeiras m u d a n ç a s ”, d i z Z s a Z s a Frayssinet, peruana que cria conteúdo sobre viagens na internet e que dividiu com seus seguidores a experiência de participar do Festival de la Tortuga de Agua Dulce — a liberação dos lhotes na natureza.

Haroldo Cordeiro Filho altitude, considerada de fácil

©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

Conhecida como taricaya no Peru e como tracajá no Brasil, a espécie Podocnemis unilis é classicada como quase ameaçada

©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

acesso, é propícia para quem

trilhas e montanhismo. E acreditem, vale muito a pena, pois a paisagem conta com uma ora exuberante e com presença de animais silvestres como cobras, tatus, macacos das espécies prego e bugio, aves e muitas quedas d'água. Se você se aventurar por lá, não se esqueça de levar uma sacola para recolher o lixo produzido e é importante estar sempre acompanhado por um guia... O resto, é só aventura!! Guia Marcos Santana — ©HAROLDO CORDEIRO FILHO/F&N

pretende iniciar a prática de

996439804.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

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CULTURA 3

11 A 18 DE NOVEMBRO/2021

COMO ERA A VIDA Cartas em tupi do século 17 ganham tradução inédita e expõem guerra colonial entre Portugal e Holanda

ANTES DA REFRIGERAÇÃO?

©ARQUIVO PESSOAL/EDUARDO NAVARRO

No passado, enquanto as geladeiras ainda não existiam, iranianos inventaram uma câmara que preservava alimentos naturalmente ©RUSSELL LEE

FOTO: REPRODUÇÃO

F

oi mais de um século e nt re a i nve n ç ã o d a refrigeração artificial, pelo norte-americano Jacob Perkins, e sua massificação — que, no Brasil, só aconteceu nos anos 1950. Antes disso, durante séculos, tudo que fosse fresco tinha que ser consumido rapidinho. Mas havia formas de burlar a tendência das bactérias de assaltar a despensa mais rápido que as pessoas. A mais antiga são as conservas — produtos curados ao Sol, salgados, fermentados ou defumados, como bacalhau, queijos e salames, que datam da Pré-História. E também sua versão doce, as compotas e geleias. Ess es méto dos cr iam um ambiente em que as bactérias têm dificuldade de se reproduzir, fazendo com que algo que

duraria dias se preserve por meses ou anos. Conservas eram a única forma de preservar frutas ou carnes até o inverno, e a humanidade acabou pegando gosto, tanto que estão aí até hoje, depois de perderem a função prática original. Havia também o salitre — quando misturado à água, ele causa uma reação endotérmica, que absorve calor e gela o líquido. O método já era conhecido na Roma Antiga e foi redescoberto na Renascença, mas usado apenas para esfriar garrafas de vinho. Bastante caro, o salitre passou a ser usado na produção da pólvora a partir da Idade Média. Havia, por fim, o método natural. Coletava-se neve das montanhas ou blocos de gelo de lagos e rios congelados. Isso era estocado em câmaras isoladas

com serragem ou debaixo da terra, e podia durar meses. Foi assim que os italianos inventaram o sorvete ainda em meados do século 16. Na Pérsia, havia os yakhchal, grandes câmaras com um sistema de ventilação especial que permitia, em pleno deserto, armazenar gelo, produzido no próprio local durante o inverno. Vender gelo, inclusive, era um grande negócio do século 19, quando empresas norteamericanas traziam blocos tirados de seus lagos e rios para o Brasil, Índia e outros países tropicais, onde eram armazenados em caixas domésticas de madeira. Com a refrigeração industrial moderna, no início do século 20, os blocos passaram a ser produzidos localmente, até a adoção da geladeira. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

Foto Antiga do ES

Pela primeira vez na história, uma série de cartas datadas do ano de 1645 e trocadas entre pessoas indígenas durante o período da invasão holandesa no nordeste do Brasil, foi traduzida do idioma tupi para o p or tuguês. C oncluída p or Eduardo Navarro, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo ( U SP ) , a t r a du ç ã o re v e l a diálogos entre indígenas potiguares em lados opostos da Insurreição Pernambucana, batalha travada entre portugueses e holandeses, que contou com a adesão dos povos locais — indígenas protestantes ao lado dos holandeses que invadiam o nordeste do País, e outros que lutaram em defesa dos portugueses. Os diálogos registrados nas correspondências envolvem personagens centrais da Insurreição, principalmente Felipe Camarão, chefe dos indígenas que lutaram ao lado de Portugal, em troca com seus parentes Pedro Poti e Antônio Paraupaba, indígenas protestantes, que posicionaramse na batalha do lado holandês. “Por que faço guerra com gente de nosso sangue, se vocês são os verdadeiros habitantes desta terra? Será que falta compaixão para com nossa gente?”, perguntou Camarão, em um dos trechos destacados em reportagem do site G1. “Não pensem que se poupa a vida dos potiguaras, da gente nossa, por

esses terem sido feitos chefes. Não pensem que os holandeses livram vocês de nós. Somente a vida deles é poupada”, afirma o chefe, que pedia que seus parentes deixassem o apoio aos holandeses na batalha. As correspondências já são estudadas desde o século XIX, e o própr io Navar ro te ve o primeiro contato com as cartas ainda nos anos 1990, mas a tradução se fez enfim possível a partir de um dicionário do idioma Tupi publicado pelo professor em 2013. Navarro trabalhou com reproduções em microfilme dos documentos originais, guardados na Biblioteca Real de Haia, na Holanda, e teve como primeira dificuldade a tarefa de decifrar a letra e a ortografia das cartas. Por s e t rat ar de idioma originalmente só falado, as p r i m e i r a s r e p r e s e nt a ç õ e s e s c r i t a s d o Tu p i f o r a m desenvolvidas pelos jesuítas, e documentos escritos pelos próprios indígenas são extremamente raros. Em outro trecho, Camarão comenta sobre um dilema que ainda hoje é central no debate

LUCIANO DANIEL

'Vila Sésamo': Curiosidades sobre o programa infantil Há 52 anos, o programa infantil ia ao ar pela primeira vez nos EUA; no Brasil, estreou na tela da TV Cultura em 1972

©EDIVALDO MACHADO DE LIMA/FOTOS ANTIGAS DE CIDADES CAPIXABAS ESPÍRITO SANTO/FACEBOOK

NOVA VENÉCIA — 1964

colonial: o desaparecimento de ritos e culturas originárias por conta da invasão europeia — no caso, a dominação holandesa na região da Caatinga. “Nossas antigas terras, nossos velhos ritos, nossos parentes paraibanos, os de Cupaguaó, os de Uruburema, os de Jareroí, os de Guiratiamim, todos os antigos filhos dos habitantes da Caatinga, tudo e todos estão sob as leis dos insensatos holandeses, assim como seu corpo e sua alma também estão”, diz o chefe, em uma das cartas. Ainda que as respostas não ten ham sido pres er vad as, através de um resumo realizado por um pastor holandês, foi v e r i f i c a d o q u e Po t i t e r i a dis cord ado de C amarão, afirmando que os portugueses não mereciam apoio, por terem escravizado e violentado os indígenas. “É a primeira vez que essa história é contada pela pena dos índios, e está ali o lado dos vencidos”, afirmou Navarro. A tradução completa e inédita será publicada em breve pelo Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, de Belém, no Pará.

Na quarta-feira (10), fez 52 anos que o programa infantil 'Vila Sésamo' foi ao ar pela primeira vez. A atração, de origem norteamericana, foi adaptada para o Brasil e estreou no País em 12 de outubro de 1972, no Dia das Crianças, na tela da TV Cultura. Veja abaixo cinco curiosidades sobre 'Vila Sésamo'. D i fe re nte d e su a ve rs ã o original dos EUA, chamada de

“Bi g Bi rd”, o p e rs onage m principal da atração, o pássaro Garibaldo, era azul ao invés de amarelo. A mudança de coloração aconteceu porque no começo dos anos 70 a maioria dos televisores dos brasileiros ainda funcionava nas cores preto e branco. A alteração na cor melhoraria a visualização do pássaro, que seria visto em tons de cinza.

De acordo com o escritor Rodrigo Bernardes, as crianças que atuavam no programa vinham de famílias carentes. Elas participavam da produção sendo elas mesmas nas gravações, sem seguir nenhum roteiro. A estrela brasileira do cinema e TV Sônia Braga, fez parte da primeira geração de Vila Sésamo na televisão brasileira. Este foi um dos primeiros papéis dela nas telinhas. Sônia interpretava a Professorinha Ana Maria. Pelo papel, ela ganhou o 'Prêmio Helena Silveira' na categoria de 'Revelação Feminina'. Jim Hanson, criador do “Big Bird”, já chegou a afirmar que o Garibaldo brasileiro, interpretado pelo ator Laerte Morrone, era “o mais divertido das produções mundiais”.


4 EDUCAÇÃO

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Abertas inscrições para Especialistas apontam o Curso de caminhos para recuperar Aperfeiçoamento em a educação do País Educação de Surdos em Perspectiva Bilíngue ©PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO

©REPRODUÇÃO

Estão abertas as inscrições para o Curso de Aperfeiçoamento em Educação de Surdos em Perspectiva Bilíngue: teoria à prática de ensino. O curso está sendo promovido pelo Governo Federal, por meio da Secretaria de Modalidades Especializadas (Semesp) do Ministério da Educação (MEC), com o intuito de capacitar pro ssionais da educação acerca dos fundamentos da educação de surdos na perspectiva do ensino bilíngue. A formação foi desenvolvida em parceria com a Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia (Faced/UFU) e a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, com o apoio da Diretoria de Políticas de

Educação Bilíngue de Surdos (Dipebs/Semesp). O curso tem carga horária de 360 horas e é composto por sete módulos. São eles: EaD Moodle; Formação teórica; Formação Prática I; Formação Prática II; Formação Prática III; Formação Prática Intensiva; e EXTRA: Aula de Libras — Sinais básico de contextualização escolar.

O curso será ofertado em modelo remoto. Todo o material poderá ser acessado por meio da plataforma Moodle. A previsão para concluir a formação é de 12 meses, com início em dezembro de 2021. Os interessados terão até o dia 1º de dezembro para preencherem o formulário de inscrição.

Penitenciária realiza concurso de arte e humaniza espaço escolar ©ASCOM SEDU

O 1°Concurso de Desenho e Projeto Humanização do Espaço Escolar contou com a participação de cerca de 40 alunos. A iniciativa, idealizada pelos professores Merian Souza da Penha Jacob, Karen Annes Antunes, Rodrigo Gomes da Vitória e a pedagoga Sílvia Lima, envolveu os internos em um concurso de arte e pintura. A revitalização do ambiente escolar foi realizada pelos próprios alunos. Eles foram responsáveis por preparar as tintas, lixar as paredes, desenhar, pintar e limpar o ambiente. “As habilidades artísticas devem ser

incentivadas, pois evidencia e potencializa as boas experiências de vida do indivíduo. É uma forma de ocupar o reeducando, uma fonte de distração que aumenta sua autoestima. É a chance de mostrar a ele que existe a esperança de um amanhã melhor, além das grades que o separam do mundo exterior”, destacou a professora Merian Souza. Para o diretor da Penitenciária Regional de Linhares, Vinícius de Mendonça Narcizo, projetos como o desenvolvido na escola são fundamentais para a ressocialização dos apenados.

“Na nossa unidade, temos horta, projetos de marcenaria, cabelereiro, rádio, incentivo à leitura e à música. Essa foi mais uma iniciativa que abraçamos pelo potencial de envolver os participantes em uma re exão q u e e s t i m u l a o autoconhecimento. O ambiente cou mais agradável com essas artes. Houve muita interação durante o concurso e o resultado é e x t re m a m e nt e p o s it i v o. Apoiamos todas as ações que permitam o desenvolvimento de habilidades dos internos e que contribuam com seu futuro póscárcere”, reforçou Narcizo. O interno Kaíque Adão, que cursa o 3º ano do Ensino Médio, disse que são ofertadas oportunidades para todos os apenados e que está contente por p ar t i c ip ar d o proj e to qu e permitiu descobrir na pintura um talento que se orgulha.

Especialistas, participantes de audiência pública promovida pelo Senado, apontaram alguns caminhos que poderão ajudar o País a sup erar os efeitos perversos da pandemia da covid19 na educação. Na avaliação dos expositores, as de ciências acumuladas mostram não só a desigualdade no ensino do País, mas a necessidade de inclusão social e de revisão do formato adotado para aprendizagem. Na avaliação da diretora-geral do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Cláudia Costin, antes de tudo é necessário ao poder público, às famílias e a todos envolvidos no processo educativo do País, des envolver o “s entido de u r g ê n c i a” n o r e s g a t e d a s aprendizagens perdidas. “Vamos parar de mascarar a realidade. Sim, muitas aprendizagens foram perdidas em um ano e meio de escolas fechadas”, alertou a diretora da FGV. Ela acredita que todas as apre n d i z a g e n s p o d e m s e r resgatadas. “Mas isso requer esforços”. Segundo Cláudia Costin, um passo importante a ser dado é o de tornar as escolas “espaços de aprendizagem colaborativa e de planejamento colaborativo”. “Professor aprende mais com o u t r o p r o f e s s o r ”, d i s s e , enfatizando que isso só será possível se o país “acabar com essa história de professores darem aulas em três ou quatro escolas diferentes”, o que, para ela, inviabiliza o foco na solução dos problemas nas instituições

de ensino. Cláudia Costin foi enfática ao defender que as escolas passem a funcionar em tempo integral e em turno único, a exemplo do que já é praticado em vários outros países. “Aulas se dão em turno único de até 9 horas. Pre c i s amo s av anç ar ne ss a direção, com professores tendo dedicação exclusiva a uma única escola, de forma a não carem rodando em escolas. Professores precisam de tempo para um certo estudo dirigido e para uma certa orientação àqueles alunos que não têm ambiente em casa para recuperar a aprendizagem”. Ela disse que as salas de leitura tendem, a partir das constatações nesses tempos de pandemia, a serem mais do que bibliotecas, transformando-se em espaços de multimédia. “ L a b o r at ó r i o s e q u i p a d o s , porque não há como ter ensino s i g n i c at ivo s e m experimentação”, defende. A diretora da FGV ressaltou que a defesa do ensino integral é ainda mais fundamental se for levado em conta que a educação brasileira não estava bem antes mesmo de a pandemia chegar, em especial com relação à alfabetização. Segundo ela, “54,73% dos estudantes acima dos 8 anos estão em níveis insu cientes de leitura, o que indica que provavelmente a abordagem, embora bonita e poética, não estava dando certo”. “Além disso, apenas 10,8% dos jovens do terceiro ano do ensino médio aprenderam o su ciente em matemática; e 37,1% em português. Metade dos jovens brasileiros de 15 anos não têm

nível básico em pro ciência em leitura e interpretação de texto, o que é fundamental para qualquer pro ssão e para o exercício da cidadania”, acres centou. E defendeu que não basta melhorar a aprendizagem, mas q u e “é i m p o r t a n t e q u e a d e s i g u a l d a d e e du c a c i on a l brasileira, que já é muito grande, não cresça mais ainda, mas que diminua”. Cláudia Costin disse que alguns avanços foram obtidos na história recente do País, o que, segundo ela, pode ser visto com otimismo. “Não há só dados de copo meio vazio. Há dados de copo meio cheio também. Houve avanços no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica [Ideb], índice que mede a qualidade da educação no fundamental 1 a cada edição do S i s t e m a d e Av a l i a ç ã o d a Educação Básica [Saeb] desde 2005. A gente vem melhorando, ainda que em um ritmo que eu gostaria que fosse mais acelerado”, disse. Ela acrescenta que no fundamental 2 o País apresentou melhoras nas últimas cinco edições. “E na edição de 2019 demos um salto no ensino médio. Melhoramos por dois motivos. Um deles, por causa das melhoras que foram sendo progressivamente introduzidas no ensino fundamental”, disse e citou medidas como a de colocar um ano a mais no fundamental e a de passar a aliar a apre nd i z age m c om out r a s medidas. “A expansão das es col as em vár ios est ados também ajudou a melhorar”. A especialista disse que o país está em um “patamar baixo” no ensino médio, já que nem todos conseguem acessá-lo ou concluílo. Ela, no entanto, vê alguns sinais positivos com relação a essa etapa de aprendizagem. “Em 2020, por exemplo, 69% dos jovens de 19 anos tinham concluído o ensino médio, o que é uma evolução na comparação com 2012, quando eram apenas 52%”.

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES


POLÍTICA 5

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Jorge

Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista

Pacheco

jorgepachecoindio@hotmail.com

Interina Luzimara Fernandes

“A gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado//A lembrança só dói quando fresca. Depois de curtida é um consolo. Falam que o tempo apaga tudo. Tempo não apaga, tempo adormece”, Rachel de Queiroz favor do Instituto Raízes

À Justiça, Petrobras admite corrupção que o PT sempre negou

Provas vazadas mostram que a empresa já atuava como vencedora antes de ganhar, contratando pessoas com as bênçãos da vice, Jaqueline Moraes. Print de WhatsApp e documentos comprovam

Em recurso contra Palocci, estatal reconhece 'existência de um esquema de corrupção'

©FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

A Petrobras ingressou na Justiça para

O Instituto concorrente levou os fatos ao Tribunal de Contas ao ter acesso às provas da fraude licitatória. A legou, em resumo, quebra d a igualdade entre os concorrentes, por meio do suposto trá co de in uência da vice de Casagrande. Na denúncia ao Tribunal, distribuída ao Conselheiro Rodrigo Chamoun, o instituto concorrente cita nominalmente a vice Jaqueline de Moraes como personagem que "vinha atuando ativamente no procedimento licitatório em questão". (Fonte: folhadoes.com)

Mostra “falsa” Amedeo Modigliani: 10 anos depois, e o mistério continua no Governo do PSB

Vice de Casagrande interfere em licitação a

AJUFE

A reunião extraordinária do Conselho Estadual de Cultura (CEC) foi solicitada em outubro pelo Fórum Permanente das Entidades Culturais do Espírito Santo. A ideia era pedir pressionar o Instituto Sincades a explicar o funcionamento da entidade quanto à parceria com a Secult. Participaram cerca de 80 pessoas. Amparado no Contrato de Competitividade nº 15, desde 2008 o Sincades patrocina projetos s o cio c ulturais capixabas. Mas s e desconhece os critérios de escolha dos projetos. Ninguém sabe ainda como é gerido a espécie de “fundo cultural” do Sincades”. Como se vê, personagens daquela época continuam em evidência no governo atual, como Tyago Hoffman, que hoje é o secretário de Desenvolvimento do Estado para manipular processos de investidores que vêm para o Estado em sua jornada para chegar à Assembleia Legislativa como deputado. Outro que se vê é Durval Uliana, que era gerenteexecutivo do Sindicato e que, talvez como prêmio, ganhou o posto de secretário de Estado de Turismo no atual governo. Durou pouco, sabe-se lá porque, e hoje ocupa um cargo de terceiro escalão pelas bandas da Agricultura. Na época, o Instituto Sincades admitiu que havia faturado R$ 53 milhões em quatro anos e vertido R$ 27 milhões para a cultura. Quase a metade disso, para a tal mostra do artista italiano — com obras f a l s a s . O S é c u l o D i á r i o, p oré m , demonstrou uma outra realidade: “Em 2011, o setor atacadista capixaba pagou R$ 1,1 bilhão em ICMS. O fundo do Sincades é composto por 10% desse mont ante. Há uma relação entre benefício scal e contrapartida cultural, a qual Moro e Uliana tentaram transformar num gesto de abnegação cultural”. Na ocasião em que o Conselho Estadual de Cultura (CEC) convocou a reunião de “esclarecimento”. O cineasta Sérgio Medeiros quis entender, conforme relato do Século Diário, a relação entre o Instituto Sincades e a Rede Gazeta, através da Premium, empresa de marketing promocional da Rede Gazeta. Através de patrocínio ou parceria com o Instituto Sincades, a Premium realizou espetáculos como A Bela e a Fera (entre 1º e 4 de outubro de 2009) e O Mágico de Oz (entre 7 e 9 de outubro de 2011). E o Sincades con rmou: “O evento é da Rede”. Está esclarecido. Ah, sim, é preciso dizer que o Cais das Artes, um prédio quadrado que ocupa um nobre espaço na Praça do Papa, na Enseada do Suá, idealizado e iniciado pelo governo de Paulo Hartung em 2008 e

bem. Instituto e governo saíram do auditório do Sindifer sem sof rer constrangimentos. Presentes à mesa, o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades), Idalberto Moro, e o gerente-executivo do Instituto Sincades, Dur val Uliana, certamente não esperavam uma reunião tão confortável.

está com suas obras paralisadas há 10 anos, já tendo consumido mais de R$ 100 milhões em recursos públicos. De lá para cá passaram-se dois governos de Renato Casagrande e outro de Paulo Hartung, criador do projeto, e até agora nada. Como se vê, são dois governantes que gostam de artes (Fonte: folhadoes.com)

©FOLHA DO ES

PT nega No mês passado, conforme noticiado pelo Conexão Política, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, voltou a rea rmar a versão da sigla sobre os escândalos de corrupção descobertos pela força-tarefa da Lava Jato. De acordo com ela, “não houve corrupção sistêmica” na companhia, apenas “atos ilícitos” praticados por “alguns” que delataram ou se autoincriminaram. “A Petrobras é uma empresa de capital aberto, opera inclusive na Bolsa de Valores de Nova York, e esses contratos estavam corretos. Portanto, não houve desvio de dinheiro da Petrobras. Isso é importante dizer, porque uma mentira ca sendo repetida e vai criando nas pessoas a ideia que não deve ser criada”, justi cou.

que o Instituto Raízes nem sequer disfarçou que o certame estava direcionado e que recebia informações privilegiadas. ©FOLHA DO ES

interromper a prescrição de processos contra Antônio Palocci. Como se sabe, o ex-ministro é responsável pela delação das mesadas e mordomias do expresidente Lula da Silva (PT) nanciadas por empreiteiras que superfaturavam contratos na petroleira. Em seu pedido, a estatal deseja obter prazo maior para cobrar do delator o ressarcimento pela roubalheira. A manifestação da companhia, no entanto, é um duro golpe na narrativa petista que tenta apagar a corrupção na empresa pública. “Dentre os diversos delitos i d e nt i c a d o s , f o i c o mp r ov a d a a existência de um esquema de corrupção por meio do qual empreiteiras cartelizadas e empresas privadas não integrantes do cartel, contratadas para a exe c ução de obras da Pet robras, acordavam o pagamento de um percentual dos valores dos contratos como propina, em troca do beneplácito de diretores e empregados de alto escalão à consecução de interesses das pessoas jurídicas junto à esta companhia estatal”, a rma a Petrobras em trecho da petição. “Esses recursos eram recebidos por operadores nanceiros — pro ssionais dedicados à lavagem do dinheiro — a mando dos ex-diretores e ex-empregados d a Pe t robr as qu e, e m s e g u i d a , promoviam a repartição do dinheiro entre os próprios agentes públicos, partidos políticos e agentes políticos”, acrescenta a Petrobras, de acordo com informações da coluna Radar.

O atual governo de Renato Casagrande (PSB) está chegando ao seu último ano, sem que alguns fatos do governo anterior (2011/2014) sejam explicados. Como exemplo, os aproximadamente R$ 10 milhões de dinheiro público investido para nanciar uma mostra internacional

Cultura que, na época, era comandada pelo controverso Maurício Silva, cuja maior credencial, como se vê hoje na espinha dorsal do governo, era ser liado ao partido do governador. Diz lá o texto o cial, do mês de outubro de 2011: “O Espírito Santo entrou de nitivamente no circuito das grandes mostras internacionais e terá a honra de ser o primeiro Estado do Brasil a receber a exposição inédita "Modigliani: Imagens de uma vida", composta por obras do artista italiano Amedeo Modigliani. A mostra gratuita será aberta ao público na próxima terça-feira (18), a partir das 9 horas, e prossegue no Palácio Anchieta até o dia 18 de dezembro”. E acrescenta: “A exposição conta com 188 obras e traz 12 pinturas em óleo originais, e cinco esculturas em bronze, além de pinturas de outros artistas de sua é p o c a , f o t o g r a a s , d o c u m e nt o s , desenhos, telas de amigos e lmes. Todo o acervo vem do Instituto Modigliani, situado em Roma, e foi montado com uma concepção inédita, que irá traçar o panorama da vida e obra de Modigliani”. Ocorre que um ano depois, em 19 de dezembro de 2012, os assinantes da Agência Folha divulgavam uma notícia bombástica, que a grande imprensa capixaba, com seu caixa abarrotado por gordas verbas publicitárias do Governo, fez de conta que não viu. Dizia a notícia: “Depois de uma investigação que durou mais de dois anos, a polícia italiana decretou hoje a prisão de Christian Parisot, diretor dos Archives Legales Amedeo Modigliani, e de Matteo Vignapiano, ambos acusados de falsi car e vender no mercado obras do artista italiano Amedeo Modigliani. Essas notícias já invadiam o segundo governo do PSB, que estava começando em 2017, mas ninguém também nem se lembrou que as mesmas obras foram expostas no Estado a preço de alguns milhões tirados do bolso do contribuinte, através de recursos da Sedu e da Secult e de renúncia scal em favor do Instituto Sincades, que há um bom tempo vem se envolvendo em negócios suspeitos, mas sempre blindados pelas autoridades públicas, como publicou na época o portal Século Diário. Informava o Século Diário em sua edição de 25 de janeiro de 2013 que, “nas guras dos secretários de Estado da Cultura, Maurício Silva, de Desenvolvimento, Nery De Rossi, e de Governo Tyago Hoffmann, armou-se um campo para blindar o Instituto Sincades que, deveria elucidar a parceria mantida com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult). A blindagem funcionou muito

Isso viola abertamente as normas da concorrência. Antes mesmo de terminar a licitação, prints dessas conversas mostram o dono do Instituto, Ailton Pereira, já recrutando funcionários na base eleitoral da vice, em Flexal, Cariacica.

com obras falsi cadas do artista italiano Amedeo Modigliani. Na época, o governo do PSB comemorou a mostra como a inclusão do Espírito Santo no circuito internacional das grandes exposições. Isso está lá até hoje no site da Secretaria de Estado da


6 TECNOLOGIA

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Embraer apresenta Copo comestível de conceitos de aviões café substitui comerciais elétricos descartáveis ©DIVULGAÇÃO/EMBRAER

A Embraer anunciou os conceitos do que deverão ser os primeiros aviões comerciais elétricos desenvolvidos pela fabricante brasileira. A nova série de aeronaves, batizada de Energia, fará parte da meta comercial da empresa de atingir emissão zero de carbono até 2050. A montadora apresentou seus aviões diretamente de sua sede, em São José dos Campos, São Paulo. Os produtos correspondem a quatro séries de aeronaves limpas — elétricos,

movidos a hidrogênio, turbinas duplas movida a gás e híbridos. No momento os conceitos estão s e n d o d e s e nv o l v i d o s c o m empresas de tecnologia de combustível de pequeno e médio porte, bem como universidades e outras parceiras da Embraer. Ainda não há estimativa de um plano de desenvolvimento destas aeronaves. Para a Embraer, o objetivo de desenvolvimento é desenvolver novas tecnologias para aviões elétricos, primeiro em aeronaves

de pequeno porte, para então, adaptar a modelos maiores. “Nós vemos nosso papel como desenvolvedor de novas t e c n o l o g i a s p a r a aj u d a r a indústria a alcançar seus alvos de sustentabilidade”, a rma o vicepre s i d e nte d e E nge n h ar i a , Te c n o l o g i a e E s t r a t é g i a Corporativa da Embraer, Luís Carlos Affonso. “Não existe solução única ou fácil para chegar à emissão zero. Novas tecnologias e suas inf raest r uturas de sup or te chegarão com o passar do tempo. Estamos trabalhando agora para re nar os primeiros conceitos de aviões, os que podem começar a reduzir emissões agora”, conclui. No momento, a empresa está fazendo avanços em sua tecnologia de combustível aéreo sustentável (SAF). Os compostos atuais misturam camelina e canade-açúcar para a produção de biodiesel. A Embraer planeja ter todas as suas aeronaves compatíveis com o produto até 2030.

Hotel no espaço: vila foi projetada para turismo lunar O espaço possui uma abordagem recreativa e de pesquisa planejada para as próximas duas ou três décadas ©MAHDI EGHBALI AMLASHI/DESIGNBOOM

Já olhou para o céu a noite e pensou: hum, gostaria de passar umas férias ali? Bem, com a nova corrida espacial buscando formas de levar pessoas para o espaço sideral para turismo, talvez esse dia chegue antes do que você pensa. Existem até quem já esteja planejando as acomodações! Mahdi Eghbali Amlashi imaginou uma vila futurística que terá capacidade para aceitar 100 pessoas em períodos de tempo limitados. O número inclui pesquisadores, turistas, engenheiros de várias ciências, entre outros na faixa etária de 18-60 anos com condições físicas favoráveis. As ilustrações, feitas pelo designer, mostram sua visão e descrevem como serão as várias funções e programas. O projeto inclui uma área de palco onde as pessoas podem se

Startup na Austrália desenvolve copinho à base de biscoito que resiste a bebidas quentes e frias ©GOOD EDI

Beber um cafezinho e após o último gole saborear o próprio copo. Esta é a proposta da startup australiana Good Edi, responsável por desenvolver copos comestíveis. O produto é feito de aveia, grãos e outros ingredientes naturais. O negócio surgiu como uma alternativa de redução à produção de lixo gerado pelos copos descartáveis de café disponibilizados “para viagem”. A ideia foi das amigas Aniyo Rahebi e Catherine Hutchins, que se uniram nesta empreitada após mais de uma década de experiência pro ssional em embalagem e processamento de alimentos. Foram necessários 18 meses de desenvolvimento para se chegar ao copo à base de

comestível resistisse a líquidos quentes. Com apoio de nanciamento coletivo, as ideias e pesquisas saíram do papel. O copo pode manter sua forma por várias horas e é projetado para suportar

Reservas: (27) 99961-8422

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biscoito. O mais difícil, segundo elas, foi garantir que o copo

uma bebida quente por até 45 minutos sem perder a crocância.

Além disso, o copinho é livre de sabores arti ciais ou conservantes e produzido 100% com ingredientes livres de origem animal. Ap esar de pensado para ser consumido, o copo se quebrará naturalmente se for descartado. O copo Good-Edi ganhou o primeiro lugar no Programa Hatch Accelerator do Taronga Zoo, que apoia a inovação destinada a enfrentar os desa os ambientais urgentes. O prêmio garantiu o principal subsídio de nanciamento. Em seguida veio o bem sucedido nanciamento coletivo, baseado em recompensas e, por m, a dupla ainda realizou uma rodada de nanciamento inicial que atraiu investidores.

Carros voadores fazem corrida de arrancada na Austrália ©REPRODUÇÃO/ALAUDA RACING

encontrar e se reunir para diversos ns, uma sala de jogos de realidade virtual de movimento, uma academia solo inteligente com um treinador virtual privado, um restaurante operado por um robô com acesso vertical para a cozinha do andar de baixo e prateleiras verticais para plantio hidropônico. Devido à possibilidade de chuvas de meteoros e radiação solar, e a falta de atmosfera na

superfície da lua, este hotel está localizado a uma profundidade de 80 metros abaixo do tubo de lava que está conectado à sup erf ície da lua p or um claraboia. Por causa do alto custo de transporte de materiais da terra para a lua, a construção deste complexo será feita por métodos de impressão 3D usando solo lunar e robôs de m at e r i a i s n at i v o s . C o m o resultado, de acordo com as questões levantadas, o estabelecimento na lua pode ser um grande passo no início da viagem interplanetária, extração de recursos extraterrestres e melhoria da qualidade de vida da próxima geração de humanos.

A startup australiana Alauda Racing iniciou oficialmente uma competição de arrancadas com o Airspeeder, seu modelo de carro elétrico voador. A corrida foi realizada em um deserto da Aust rá li a e envolveu du as equipes. Segundo a empresa, essa s erá a pr imeira de muit as competições do tipo. Na corrida de arrancadas, os carros voadores elétricos, do modelo Airspeeder Mk3, aceleraram por um traçado predeterminado desenhado no deserto. Durante a corrida, os carros

voadores atingiram velocidades de mais de 150 quilômetros por hora. Os veículos não foram tripulados por questões de segurança. Com isso, o controle foi feito por pilotos que estavam no solo. Poré m , a A l au d a R a c i ng pretende organizar corridas com carros voadores pilotados por humanos já em um futuro próximo. Para a empresa, esse pode ser o futuro do automobilismo. Com o sucesso da primeira corrida, agora a Alauda Racing pretende

organizar um torneio inteiro chamado EXA, que deve colocar várias equipes disputando umas contra as outras. A empresa, inclusive, já divulgou um teaser do evento que está por vir. E m p a r a l e l o, a e m p r e s a trabalha para desenvolver o Mk4, que deve ser seu primeiro carro voador de corrida pilotado por humanos, que deve chegar já em 2022. O modelo deve ser capaz de acelerar de 0 a 100 quilômetros por hora em apenas 2,3 segundos, pesando apenas 100 quilos. Para garantir a integridade dos humanos, a Alauda Racing busca usar o LiDAR e outras tecnologias de radar para criar “campos de força virtuais” ao redor de cada um dos carros. A tecnologia pode fazer com que os carros se aproximem do que é o automobilismo em terra firme.


CIÊNCIA 7

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Guerra bíblica: estudo Fóssil de possível reconstrói ataque titanossauro é assírio a Laquis ocorrido achado no Maranhão há quase três mil anos Ossos do animal foram encontrados em bom estado de conservação durante as escavações de uma ferrovia, em Davinópolis

Arqueólogos revelaram como o exército do rei Senaqueribe construiu uma rampa de cerco maciça que lhes permitiu conquistar a cidade há quase três milênios

©GIOVANI T. VIECILI/AMAI FOTOGRAFIA

O fóssil de um possível titanossauro foi encontrado no Ma r a n h ã o e p o d e r e v e l a r vestígios sobre a passagem dos saurópodes no Brasil, no período Cretáceo. O achado ocorreu em Davinópolis, na região Sudoeste do estado. A primeira escavação ocorreu no mês de abril, durante a construção de uma ferrovia que deve fazer a ligação com a cidade de Sumaré (SP). Já a retirada dos fósseis aconteceu no mês de junho. O funcionários da ferrovia ent raram em cont ato com pesquisadores e o professor e paleontólogo Elver Luiz Mayer, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), foi quem enviou equipes ao local. Na região, foram encontrados um fêmur de mais de 1,5 metro, pés e mãos, costelas, além de vértebras do animal. "Encontramos o material bem concentrado, uma densidade de fóss eis em um área muito pequena. Não dá pra dizer que são do mesmo animal, mas como não encontramos pedaços iguais, então há indicativos de que é possível que seja do mesmo

Pesquisador Leonardo Kerber deita ao lado de osso encontrado no MA para mostrar o tamanho: 1,5 metro surpresa, além de representar um g a n h o p a r a o p at r i m ô n i o histórico do Brasil e do mundo", a rmou Homero Rech, gerente de engenharia da Brado, empresa que realiza as obras na ferrovia. No Maran hão, ess e é o primeiro fóssil de dinossauro encontrado na região de D av inóp olis, mas não é o primeiro titanossauro encontrado no estado. A mesma espécie já teve fóssil encontrado na Ilha do Cajual, perto da cidade de Alcântara. Portanto, se con rmado, a descoberta de mais vestígios desse grupo de dinossauros abre caminho para o entendimento da evolução desses animais no Maranhão e

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068 dinossauro", a rmou o professor. “ Te r a p o s s i b i l i d a d e d e encontrar um registro como esse em uma área tão importante para a Companhia é uma grande

no Brasil. "Já encontramos fósseis de titanossauro na região da Ilha do Cajual, que ca próximo a São Luís, com 97 a 95 milhões de

anos, coletados nos anos 90. Mas a d e s c ob e r t a é s e mpre d e pedaços pequenos, quebrados e isolados. Esse de Davinópolis possui membros encontrados mais próximos e mais preservados", a rmou o paleontólogo da Universidade Federal do Maranhão, Manuel Alfredo. O titanossauro faz parte do gênero de dinossauros saurópodes, que já estavam na Terra há cerca de 163 milhões de anos, segundo os cientistas. No caso da possível espécie encontrada em Davinópolis, o tamanho estimado é de 18 metros de comprimento. "Os titanossauros viviam em manadas e pesavam até mais de 40 toneladas. São caracterizados por terem pescoço longo, cabeça pequena, e herbívoros. Podiam atingir a altura de até oito metros, e o comprimento excedia os 20 metros", explica Manuel Alfredo. Todos os ossos encontrados em Davinópolis foram encaminhados para a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, onde continuarão sendo analisados pelas equipes do professor Elver Luiz. "Nesse momento, estamos na etapa de preparação no laboratório, fazendo a limpeza, separando o que é rocha e o que é osso. Depois vamos remontar os pedacinhos. Vai levar um bom tempo. Esse achado é muito importante para a formação de novos pesquisadores, e vamos trabalhar para fazer a divulgação cientí ca", concluiu Elver Luiz.

Nasa compartilha foto de 'lado oculto' de Plutão iluminado pelo seu maior satélite BOB BEHNKEN

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

©YOSEF GARFINKEL

foi feita de pedras com cerca de 6,5 kg cada uma. Para obter tal quantidade de pedras em um curto período de tempo, o exército provavelmente extraiuas de um local o mais próximo possível da extremidade inferior da rampa. "Em Laquis, há de fato um penhasco exposto de rocha local exatamente no ponto onde se esperaria que estivesse", contou Gar nkel. As pedras teriam sido transportadas por chamadas correntes humanas, passado de homem para homem à mão. Com quatro cadeias humanas trabalhando em paralelo, em turnos de 24 horas, os pesquisadores calcularam que diariamente cerca de 160.000 pedras teriam sido transportadas e colocadas, possivelmente concluindo a construção em apenas 25 dias. Na fase nal, foram colocadas vigas de madeira em cima das pedras, onde máquinas de guerra (aríetes), pesando até uma tonelada, foram posicionadas. Por meio de um enorme tronco de madeira com uma ponta de metal golpearam as muralhas, balançando o tronco para a frente e para trás, como um pêndulo. Os autores sugerem que o tronco era suspenso por correntes de metal, em vez de cordas que rapidamente se desgastam. Apoiando esta teoria, os arqueólogos contaram ter encontrado uma corrente de ferro no topo da rampa.

Há cerca de 2.700 anos, o rei assírio Senaqueribe conquistou a cidade judaica de Laquis em uma das batalhas melhor documentadas da história antiga, como descrito na Bíblia, em registros assírios e até mesmo em obras de arte que sobreviveram até hoje. Um grupo de arqueólogos americanos e israelenses agora lançou mais luz sobre essa guerra dramática, descrevendo em p ar t ic u l ar como as t rop as conquistadoras construíram a rampa de cerco para capturar a cidade. Os resultados de seu estudo, que combinou a análise de fontes bíblicas e históricas com a pesquisa dos restos arqueológicos, foram recentemente publicados na re v i s t a O x ford Jou r n a l of Archaeology. Entre os principais autores do estudo estão o professor Yosef Gar nkel e a Dra. Madeleine Mumcuoglu, do Instituto de Arqueologia da Universidade

Hebraica de Jerusalém, e os professores Jon W. Carroll e Michael Pytlik da Universidade Oakland, nos EUA, cujo trabalho foi destacado na terça-feira (9) pela Universidade Hebraica, segundo escreveu o e Times of Israel. O estudo concluiu que os assírios, che ados pelo rei Senaqueribe, muito provavelmente recolheram três milhões de pedras de uma pedreira perto da cidade, que se localizava no topo de uma colina com vista para a planície da Judei a. Em um pro cess o excepcionalmente ordenado, o exército construiu uma enorme rampa que permitiu transportar os aríetes até as defesas da cidade, q u e b r a n d o a s mu r a l h a s e resultando na completa destruição de Laquis. A rampa em Laquis é a maior rampa de cerco do Oriente Médio e a única estrutura assíria deste tipo que sobreviveu. Conforme os cálculos, a rampa

A e q u i p e d a s o n d a Ne w s Horizons da Nasa captou fotos da parte do terreno de Plutão que não era diretamente iluminada pela luz solar — o que a equipe chama de "lado oculto" de Plutão. Em julho de 2015, o ap arel ho p ass ou p e r to d o hemisfério sul do planeta anão. Pesquisadores montaram uma imagem com base em 360 fotos feitas naquela época. Na imagem pode ser observada uma parte da paisagem de Plutão q u e n ã o e r a d i r e t a m e n t e iluminada pela luz s ol ar, mas era iluminada pelos raios re etidos do seu maior satélite, o Caronte, por isso a equipe denominou esta região de "lado oculto" de Plutão, informa comunicado da Nasa. Cientistas conseguiram observar a região entre o polo sul de Plutão e seu equador. Eles consideram que lá pode haver

determinar que a região sul do planeta anão é coberta de material escuro, contrastando fortemente com a superfície mais clara do hemisfério norte. Quando essa passagem foi conduzida, do seu ponto de obs er vação a s onda Ne w Horizons foi capaz de observar principalmente o hemisfério sul de Plutão, grande parte do qual est ava em ©NASA/JHUAPL/SWRI transição para a escuridão sazonal de inverno — algo muito parecido com os invernos escuros do Ártico e da Antártica na Terra, só que em Plutão cada estação dura 62 anos terrestres. Iluminada pelo Sol distante, a A equipe sugere que durante a atmosfera opaca de Plutão estação de verão o gelo de azoto e poderia ser vista como um anel metano no sul pode ter se de luz brilhante em torno do lado sublimado em vapor e partículas oculto de Plutão. No entanto, os da neblina escura desceram cientistas conseguiram sobre a região. depósitos de gelos de azoto ou metano. A luz de re etida de Caronte era tão brilhante quanto à luz da Lua na Terra em fase de quar to cres cente, ou s eja, quando o ângulo Terra–Lua–Sol é de 90 graus, de modo que vemos apenas cerca de metade do disco lunar. Mas reconstruir os detalhes da fotogra a não era tarefa fácil.


8 BEM-ESTAR

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Artrose: prática de atividades físicas Sobrecoxa empanada com creme de cebola pode reduzir dores

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665

©GUIA DA COZINHA

Especialista revela quais atividades físicas são benéficas para o paciente de artrose ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

A artrose é uma doença articular degenerativa que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas. As estruturas mais atingidas são a s ar t i c u l a ç õ e s d a s m ã o s , joelhos, coxofemorais (ligação da coxa com o quadril) a coluna. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a artrose é uma doença que não tem cura. Por conta disso, o seu tratamento baseia-se em sessões de sioterapia, ingestão de remédios anti-in amatórios, analgésicos e atividades físicas. Quanto a prática de exercícios no tratamento da artrose, é fundamental consultar um médico especialista para saber o estágio da doença e em que condições o indivíduo poderá

praticar as atividades. Mas, no geral, o esporte é um grande aliado no tratamento, já que melhora o desempenho funcional das juntas e traz s e ns a ç ã o d e b e m - e st ar a o paciente. "Os últimos estudos têm mostrado que os exercícios reduzem as dores, aumentam a sensação de bem-estar, trazem realização pessoal e qualidade de vida. Os pacientes evitam as consequências do estilo sedentário, como obesidade, problemas cardíacos e diabetes", conta o Dr. Marco Aurélio Neves, ortopedista e traumatologista. Além de diminuir o uso de fármacos, incluir a prática esportiva no tratamento de artrose pode ajudar a fortalecer a

musculatura. O ortopedista Marco Aurélio Neves recomenda atividades funcionais, Pilates, yoga, ciclismo, natação, hidroginástica e até dança. No entanto o médico alerta para a busca de uma análise de c a d a c a s o d e a r t ro s e . " É recomendável fazer uma avaliação médica da condição das estruturas ósseas do seu corpo, antes de continuar a fazer um esporte ou mesmo antes de começar a se exercitar", pondera. Ainda de acordo com Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) há atividades de trabalho e desportivas em que, os mov imentos intens amente repetitivos, podem causar danos articulares a médio ou curto prazo. "Quem pratica esportes sem se preparar previamente, sem orientação e com volume e intensidade acima da capacidade, tem riscos enormes de acelerar a degradação da cartilagem. O que faz a artrose aparecer mais rápido na sua vida — ou mesmo avançar", naliza o ortopedista.

C

ansado de comer frango sempre do mesmo jeito? Então, que tal preparar uma receita diferente para variar o cardápio do dia a dia? Essa sobrecoxa empanada com creme de cebola é muito fácil de fazer! Com poucos passos você cria um prato delicioso para agradar a família toda. O melhor: a receita ca pronta em apenas uma hora e é muito saborosa. O que você está esperando para provar? Faça esse prato no almoço em família durante a semana ou até mesmo em um jantar diferente nos dias de folga. Con ra! Ingredientes ½ xícara (chá) de maionese 2 dentes de alho amassados 1,5kg de sobrecoxa de frango desossada ½ xícara (chá) de farinha de milho 1 pacote de pó para creme de cebola (68g)

diminuir e prevenir o aparecimento

alumínio e leve ao forno médio, preaquecido, por 20 minutos. Retire o papel e asse por mais 20 minutos ou até dourar. Sirva em seguida, se desejar, a receita pode ser acompanhada de salada verde, tomate-cereja e arroz branco. Rendimento: 6 porções Fonte: Terra

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

Estrias: como

Modo de preparo Em uma tigela, misture a maionese com o alho e passe o frango por esta mistura. Em um prato fundo, misture a farinha com o pó para creme de cebola, passe os pedaços de frango pela mistura e arrume em um refratário. Cubra com papel-

Dermatologista revela dicas preciosas para se livrar do incômodo Estrias são cicatrizes. Marquinhas brancas ou avermelhadas que aparecem, muitas vezes, sem que a gente perceba. Elas são o fruto do rompimento de bras da pele. Fenômeno que ocorre por diversos motivos, como sobrepeso ou até mesmo pelo ganho de massa muscular muito rápido. "Os pacientes mais submet idos s ão: o que s e encontram em fase de crescimento, com aumento excessivo dos músculos por exercícios físicos exagerados; colocação de próteses (de mamas ou glúteo, por exemplo)

sob a pele; gravidez; obesidade; uso prolongado de corticosteroides tópicos, orais ou injetáveis", a rma a dermatologista, Dra. Bárbara Carneiro. Independente da coloração ou do tamanho, elas não oferecem nenhum tipo de problema para a saúde. No entanto, é comum que algumas pessoas sintam um incômodo estético com as estrias e queiram eliminá-las a todo custo. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, essas cicatrizes são comuns em mulheres e homens de qualquer idade. "As estrias se formam

quando ocorre o rompimento das bras colágenas e elásticas da pele, formando cicatrizes. Em geral, elas aparecem em áreas onde a pele tenha sofrido um e s t i r am e nt o e xc e s s i vo ou abrupto", aponta a médica. Como já foi dito, o excesso de peso é um dos principais fatores que aumentam as chances de estrias aparecerem. A gordura corporal aumenta o diâmetro do organismo e pode provocar o estiramento da pele. Por isso, uma das principais maneiras de evitar o desenvolvimento das marquinhas e manter um estilo de vida saudável, com atividades físicas regulares e boa

alimentação. Dessa maneira, di cilmente o sobrepeso se manifestará. Além disso, a Dr. Carneiro ainda separou outras maneiras de evitar o aparecimento de estrias. Con ra: Evitar ganho de peso em excess o, mantendo uma alimentação balanceada; Hidratar a pele, com a ingestão hídrica adequada; Praticar atividade física; Investir em alimentos ricos em vitamina C; Realizar massagens, como a

drenagem linfática, por exemplo. Mesmo seguindo todos os passos de prevenção, ainda assim, as estrias podem aparecer — geralmente, por fatores genéticos. O importante, nessa hora, é ser rápido e procurar tratamento enquanto as marquinhas ainda estão avermelhadas. "As estrias vermelhas, como ainda não passaram por um processo de cicatrização, são bem mais simples de serem tratadas, possuindo chance de

remoção quase total. Já as estrias brancas são antigas, não estão mais em in amação. Por isso, são mais difíceis de serem eliminadas", analisa a Dra. Carneiro. Porém, a especialista ressalta que as estrias — de todas as cores — podem ser tratadas e amenizada. Con ra os principais métodos que diminuem as marquinhas: peeling com ácido retinóico; jato de plasma; lasers como etherea ou CO₂ fracionado; microagulhamento; carboxiterapia.


SAÚDE 9

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Gel produzido do Gengibre amargo evita amputações em diabéticos O hidrogel curou cerca de 95% de úlceras nos pés do paciente, durante um tratamento terapêutico que durou 53 dias

Brasil registra primeiro caso de bebê com cauda

©DIVULGAÇÃO

Um pesquisador do Instituto Na c i on a l d e Pe s qu i s a s d a Amazônia (Inpa) desenvolveu um hidrogel à base de gengibre amargo, capaz de e vitar amputações das extremidades em pacientes diabéticos. A ideia foi produzida pelo pesquisador Carlos Cleomir de Souza Pinheiro, que possui doutorado em biotecnologia e recursos naturais e em parceria com a Un i v e r s i d a d e E s t a du a l d e C ampi n a s ( Un i c amp ) , a Faculdade de Medicina do ABC, a Universidade Federal do Amazonas, a Universidade do Estado do Amazonas e a Fu n d a ç ã o d e C ont ro l e d a Oncologia do Estado do Amazonas. O extrato do gengibre amargo tem potencial cicatrizante, antiin amatório, citotóxico para células necrosadas, microbiano, analgésico e vasodilatador. O processo do gel se desenvolveu há cerca de 20 anos e foi testado em 27 pacientes diabéticos que sofriam com úlceras nos pés, com agravamento para amputação. Os primeiros testes do hidrogel de gengibre amargo com humanos foram feitos durante 90 dias, em pacientes diabéticos com indicação de amputação da Unidade Básica de Saúde José Amazonas Palhano, no bairro São José 2, Zona Leste de Manaus. O resultado curou pelo menos 95% das úlceras nos pés em um tratamento terapêutico que durou 53 dias, destacando que esse teste fez parte da dissertação de mestrado em biologia urbana do enfermeiro Maurício Ladeia, orientado por ele. O hidrogel

©REPRODUÇÃO/JOURNAL OF PEDRATRIC SURGERY CASE REPORTS

p o d e a j u d a r, t a m b é m , n a cicatrização de úlceras causadas por outras doenças, como o câncer. Para produção do medicamento, Carlos criou a Biozer da Amazônia, empresa incubada no Inpa, a m, não só de produzir o gengibre amargo, como de possibilitar a chegada do hidrogel ao mercado. Diabetes O diabetes é uma doença metabólica caracterizada pela incapacidade do organismo de processar a glicose de maneira rápida ou su ciente. Apesar de necessária à vida, a glicose em excesso na corrente sanguínea pode causar danos aos rins, cegueira e levar à amputação dos membros inferiores. A doença se divide entre os tipos 1 e 2. No primeiro caso, o diabetes se relaciona ao sistema imunológico e costuma ser identi cado na infância ou adolescência. As células imunológicas acabam atacando outras, entre elas, as responsáveis pela sintetização da insulina. Já o

diabetes tipo 2 se caracteriza pela produção insu ciente ou inexistente de insulina, fazendo com que o organismo não seja capaz de controlar o nível de açúcar no sangue. No Brasil, a estimativa é de que 90% dos casos de diabetes sejam do tipo 2. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 11 pessoas no mundo é diabética. Em 2014, as estatísticas da OMS apontavam para 422 milhões de diabéticos, um aumento de 290% em relação a 1980. No Brasil, o diagnóstico entre 2006 e 2016 passou de 5,5% para 8,9% da população, um aumento de 61,8%. Os dados nacionais da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) apontam ai n d a qu e a t e n d ê n c i a d e crescimento é observada em todo o mundo, in uenciada por fatores como mudanças nos hábitos alimentares, prática de atividades físicas e envelhecimento da população.

espinhal oculto. Con rmou-se que não haveria prejuízo à criança com a remoção da cauda, possibilitando então a cirurgia. Os médicos acreditam que o corpo estranho se trata da persistência da cauda embrionária do feto, que se forma entre a 4ª e 6ª semana de

gestação e desaparece ao nal da 8ª semana.

Não é possível con rmar o que levou o corpo da criança a manter a cauda até o momento do nascimento. Em entrevista ao portal UOL, o cirurgião pediátrico Humberto Forte, ressaltou a importância do estudo, já que existem apenas 40 casos do tipo descrito em toda a literatura médica. “Não podemos a rmar que é o primeiro caso ocorrido no Brasil, mas foi o primeiro caso publicado. A importância desse artigo para a ciência médica brasileira é trazer ao c on h e c i m e nt o d e t o d o s a patologia dessas crianças e mostrar nossa experiência e expertise no cuidado delas”, disse o médico. O bebê que foi objeto de estudo passa bem e não terá nenhum problema pela remoção da cauda. A criança será acomp an had a p el a e quip e médica semestralmente para assegurar sua saúde e bem-estar.

©REPRODUÇÃO/EPTV

Pele de tilápia usada em cirurgia de crianças com deformidades nos dedos Procedimento inédito foi feito no Sobrapar em parte de pesquisa conduzida pela Universidade Federal do Ceará Tratamentos com pele de tilápia contra queimaduras já são usados há algum tempo. No entanto, agora a Universidade Federal do Ceará (UFC) está encontrando novos usos para o

Um artigo publicado no Journal of Pe di at r ic Surger y C as e Reports relata o caso de um bebê brasileiro que nasceu com uma cauda de 12 centímetros. A criança deu seu primeiro olá para o mundo em janeiro, no Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza (CE), e intrigou os médicos da unidade. O bebê, que nasceu prematuro com 35 semanas, havia deixado a barriga da mãe com uma cauda composta por tecido conjuntivo e gordura. O p aciente foi submetido a uma cirurgia para remoção da espécie de cauda humana. No entanto, antes de realizar o procedimento, a equipe médica responsável precisou analisar uma série de exames para averiguar a segurança e riscos do procedimento. No primeiro momento, foi necessário checar se a cauda não se tratava de outras patologias, como medula espinhal ancorada ou disra smo

material e a técnica começou a s e r u s a d a n a re c up e r a ç ã o c i r ú rg i c a d e c r i an ç a s qu e nasceram com síndrome de Apert, que faz com que os dedos dos pés ou das mãos quem

grudados. Em parceria com o Hospital Sobrapar, de Campinas (SP), três crianças com idades entre três e seis anos estão recebendo, de forma bem-sucedida, o

tratamento. A expectativa é que outras sete crianças passem pelo me s mo pro c e d i me nto no s próximos meses. De acordo com a UFC, após passar pela op eraç ão, o p ós-cir úrg ico envolve uma troca constante de curativos, o que torna esse processo desconfortável. Considerando que muitas vezes são necessárias mais de uma cirurgia, o procedimento é ainda mais difícil. A nova técnica então utiliza pele de tilápia no local dos

curativos, da mesma forma como já acontece com vítimas de queimaduras. A pele, além de precisar ser trocada com menos frequência do que um curativo comum, ela ainda ajuda a transferir colágeno para o paciente, o que ajuda na recuperação. “Normalmente, quando há a separação dos dedos, ca uma área cruenta e o tratamento com a pele de tilápia permitiu a preparação do leito receptor para enxertia com a pele humana.

Essa preparação promoveu uma melhor retenção do enxerto de p e l e hu m a n a ( d o própr i o paciente) total ou parcial com diminuição do número de curativos e provável ganho de duas a quatro semanas no processo nal de cicatrização dos dedos”, diz o cirurgião plástico Cássio Eduardo Raposo, vice-presidente do Hospital Sobrapar. O médico Edmar Maciel, que também trabalha na pesquisa, disse que foi constatada uma redução de 50% no número de curativos além de uma melhora nos dedos que receberam o enxerto e uma diminuição nos custos do tratamento. A pele de tilápia começou a ser usada em pacientes com queimaduras e hoje também é adotada na recuperação de outros procedimentos cirúrgicos, como de redesignação sexual. O estudo da UFC segue em andamento.


10 Criança hoje, Criança amanhã

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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Constelaçã o Familiar: Logo, animais sã o estrelas! — Parte I Ursa Maior é uma constelação, Constelação é um grupo de estrelas, Logo, animais são estrelas. ©ISTOCKPHOTO

O

chamadas por ele de “ordens do amor”. Com essa base, ca determinado também, sem se saber quais os critérios usados, que todo “con ito”, leia-se crime intrafamiliar, é motivado pela quebra de uma dessas “leis”, de uma dessas “ordens do amor”. Ou

técnica, pretensamente, psicológica. Como pode acontecer tamanha aceitação de uma tese pelo sistema judiciário onde é exigida materialidade de provas em prática de abuso sexual ou em violência física, pois a voz da

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Pensamento Mágico de So smas nas Instituições tem sido observado em proporções que só aconteciam na Idade Média. Seitas e cção cientí ca fazem parte, entre nós, do cotidiano do Direito, o alcunhado Direito Sistêmico, da Justiça, em 16 Estados da Federação, e do Sistema Único de Saúde (SUS) autorizado pelo Ministério da Saúde. Ciência? Ética? Validação C i e n t í c a ? At r i b u i ç ã o d e Competência? Responsabilidade Pro ssional? Respeito à Dor Emocional? Respeito ao Princípio da Con dencialidade? Essa técnica de cção cientí ca — mais uma nessa área dos crimes intrafamiliares — não te m n e n hu m re s qu í c i o d e nenhuma dessas coisas. Sua Etiologia aponta para mais uma expressão de xeno lia. Nós reverenciamos muito tudo que vem do “estrangeiro”. Inventada por um alemão que foi padre, observou tribos zulus, estudou Teologia, Filoso a e Educação, abandonou o sacerdócio, mas

falta, justamente, o ltro social para dizer verdades que se tornam, muitas vezes, inconvenientes, deixa uma ponta de dúvida quanto a boa ou má intenção pro ssional. A tese da Constelação Familiar é protagonizada por um objetivo vingativo, de retaliação. Toda a recomendação é voltada para o medo dessa vingança e a punição pelo não acolhimento irrestrito do agressor. Assim, precisamos considerar que os mortos sempre nos deixam um certo desconforto, quando lhes são atribuídas atividades vivas. Esse

operadores de Justiça, incluindo os Juízes, que tanto apreciam as cenas cênicas, que, movidas à magia, executam, muito f requentemente, um clima catártico de grande intensidade. Muito choro, abraços, beijos, toques, e uma solução mágica com a sensacional descoberta do verdadeiro culpado. Aquele tataravô que era estuprador, ou aquele tio tetravô que era violento. Como o constelador descobriu? Pelas vibrações morfogenéticas por ele recebidas no campo magnético que ele demarcou na sala, compartilhada por diversas famílias. O Princípio Pétreo da Con dencialidade é reduzido a um compromisso assinado de não se falar sobre o ocorrido naquela catarse para outras pessoas. Compromisso num papel. Garantia de con dencialidade? Mas como exigir que pessoas vindas de diversos campos, que fazem um cursinho de algumas horas, onde não há nenhum prérequisito para se tornar um constelador, tenham alguma noção da importância da garantia do sigilo? Interessante o contraste com o ritual jurídico, que pune, ferozmente, quem “viola o segredo de justiça”. Para se tornar um constelador, aquele que tem o dom mágico de receber comunicação de mortos, incluindo a con ssão de crimes

formação universitária qualquer, ou nem isso. E essa pessoa, com o título auferido por um grupo que m i n i s t r a e s s e “c u r s o” d e constelador, traz a “solução” do incesto, da violência contra a Mulher, em formato de Julgador Vicário. O Julgamento, tarefa penosa e sofrida exercida por um Juiz, é entregue, por procuração, ao constelador. E é o legítimo Operador do Julgamento que desquali ca o instituto da Medida Protetiva, Lei 11.340/2006, daquelas “Mu l h e r e s d o o l h o r o x o”, convidando-as a “constelarem” com os seus agressores, desresp eit ando, assim, a distância estabelecida pela também Justiça, para que seja cumprido o ritual do perdão aos infratores, de preferência de joelhos. C onstel aç ão, subst ant ivo coletivo que se refere a um grupo de estrelas, pode ser uma ilusão de ótica. Talvez as estrelas que vemos juntas formando um desenho de uma gura, estejam a milhares de anos-luz umas das out ras. Mas a constel aç ão f a m i l i a r, c ç ã o c i e n t í c a alimentada por uma superstição sobre os mortos, legitima a desresponsabilização. O tataravô não pode ser punido. No entanto, o medo de contrariá-lo alimenta a extinção do dolo e abençoa o crime intrafamiliar, travestido

que nem mesmo a família tinha conhecimento, pode ter uma

em simples con ito.

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manteve fortes ligações com rituais de religiosidade. Inventou essa teatralização de crimes intrafamiliares que, em sua Seita, são minimizados para a categoria de con itos. Foi agraciado, ou se autoagraciou, fundador de uma psicoterapia, sem nunca ter tido contato cientí co com a Ciência da Psicologia. Em sua crença, Hellinger, este inventor, diz que toda família é constituída por uma única “alma” que abrange todo o grupo. E que esse sistema, a família, é regido por três “leis”,

seja, quando alguém pratica uma violência intrafamiliar, física ou sexual, esse membro da família não pode ser afastado do grupo, porque isso signi ca romper um “elo da cadeia do amor”, o que passaria a ser transmitido por “vibrações morfogenéticas” a gerações e gerações de d e s c e n d e nt e s . O aut or d a violência atual, estaria apenas cumprindo a retaliação pelo antepassado que seria o “verdadeiro autor” do crime, chamado de con ito nessa

Criança e da Mulher não tem credibilidade? Uma é mentirosa, e a outra é louca. Encontramos, em posts de psicóloga que defende abusador, um nariz de Pinóquio colocado numa gura de Criança para satirizar. Pessoa de notório saber, segundo o Conselho Regional de Psicologia. Espantoso o desconhecimento sobre o desenvolvimento infantil cognitivo e afetivo que tantos pro ssionais exibem, chancelados pelo Conselho da Classe. Não saber que à Criança

caldo de medo atinge a todos, leigos, requerentes, requeridos,


COMPORTAMENTO 11

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Ambiente seguro ajuda a prevenir transtorno de identidade em crianças ©ISTOCK

O transtorno dissociativo de identidade (TDI), retratado em obras como O Médico e o Monstro, escrita em 1886 por Robert Louis Stevenson, e lmes como As três faces de Eva, dirigido por Nunnally Johnson em 1957, e Fragmentado, de M. Ni g ht S hy am a l an , 2 0 1 6 , é caracterizado pela alteração da personalidade de um indivíduo, que se comporta como se fosse uma ou mais pessoas diferentes. Segundo a especialista em p s i c o l o g i a c l í n i c a Va l é r i a Barbieri, professora do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filoso a, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, geralmente são manifestados até 10 estados diferentes no máximo, embora seja possível a existência de até 100 identidades. Mas lembra que a prevenção desses quadros é a melhor alternativa e pode ser obtida com o acolhimento das crianças quando vivenciam momentos traumáticos. O surgimento do distúrbio está relacionado a traumas sofridos na infância, como abuso físico e sexual, negligência e experiências traumáticas como guerras, terrorismo, p r o c e d i m e nt o s m é d i c o s e cirúrgicos invasivos na infância. A explicação, destaca Valéria, é que as crianças "não nascem com identidade integrada", sendo esse

um processo que acontece ao longo do desenvolvimento. Logo, em ambientes abusivos, os pequenos encontram di culdade em "juntar" as experiências, pensamentos e sentimentos vivenciados. Assim, o indivíduo que sofre de TDI se percebe incapaz de superar situações estressantes, de sobrecarga emocional ou na presença de sintomas severos de depressão, raiva e estimulação sexual, permitindo inconscientemente "que outra identidade apareça para lidar com a situação de ansiedade" vivida naquele momento. Devido à descontinuidade da identidade, a amnésia pode acompanhar o paciente: "De re p e nte, a p e ss o a p o d e s e descobrir em um lugar, sem se lembrar como ela foi até lá", exempli ca Valéria. Repentinas mudanças nos hábitos alimentares, opiniões e no estilo de vestir-se também são sintomas do TDI, além de ansiedade, depressão, distúrbios somáticos e convulsões. São possíveis ainda alucinações visuais e auditivas, fobias, us o de subst âncias psicoativas, despersonalização, desrealização e alguns comportamentos de automutilação. "Existe um risco de suicídio importante, principalmente quando uma das personalidades

faz uma tentativa de suicídio e a outra não se lembra disso e não se sente suicida", alerta a psicóloga. O T DI é m ai s c omu m e m mulheres, e ainda pode assumir a forma de possessão, "como se o indivíduo fosse possuído por uma entidade ou espírito". No entanto, diferencia-se dos "estados de possessão religiosa", adianta a especialista, pois no transtorno a "possessão acontece de forma involuntária, ela é angustiante e ocorre em momentos e lugares que não são compatíveis com as normas da religião e da cultura". Segundo Valéria, crianças com TDI raramente apresentam sobreposição da identidade, mas costumam ter problemas de concentração, apego e brincadeiras que expressam experiências traumáticas. O diagnóstico do TDI é feito por meio de entrevistas clínicas profundas e testes psicológicos com o paciente. Mas, adianta a professora, não se trata de um diagnóstico de fácil reconhecimento, p ois suas características se assemelham a de outros transtornos mentais, como de TEPT (estresse póstraumático), ansiedade, depressão, transtornos psicóticos, transtorno bipolar e o transtorno de personalidade Borderline (TPB). Muitas vezes, conta, não ca

evidente a presença de diferentes estados de identidade durante o processo de diagnóstico, já que a manifestação varia em função do estresse, condições emocionais e resiliência do indivíduo. Ainda assim, clínicos devem car atentos a possíveis alterações no "senso de si mesmo do paciente, seu domínio próprio" e presença de amnésias. Sobre a prevalência da morbidade, em um estudo publ i c a d o p el o Jou r n a l of Psychiatric Research, realizado com 658 participantes adultos entre 2002 e 2004, no New York State Psychiatric Institute, na C o l u m b i a U n i v e r s i t y, o s pesquisadores observaram a incidência de 1,5% do transtorno dissociativo de identidade. No entanto, ainda existem incertezas sobre a quantidade exata de

pessoas que sofrem com a condição. Já o tratamento do TDI, conta Valéria, acontece em dois eixos: a medicação e a psicoterapia. Os medicamentos auxiliam no c o nt r o l e d o s s i nt o m a s d a depressão, ansiedade, i mp u l s i v i d a d e e a b u s o d e substâncias. No entanto, por não serem capazes de eliminar ou reduzir o t r anstor no, é ne c e ss ár i a a psicoterapia, que pode ajudar a estabilizar o paciente, garantir sua segurança e o auxiliar na reconexão e integração de sua identidade. Enfatiza a especialista a possibilidade de uma das identidades do indivíduo não aderir ao tratamento medicamentoso, o que compromete a e cácia dos fármacos, apontando para a

importância do apoio familiar. Ainda assim, garante a professora que a prevenção do TDI é a melhor alternativa. Para o desenvolvimento de uma identidade integrada é preciso "oferecer um ambiente seguro e estável para a criança" e "ajudá-la no processo de integração da sua identidade quando ela é pequena". A criança precisa compreender que, mesmo com variação de sentimentos e emoções, "ela permanece sendo sempre a mesma pessoa". Ao lado do emp en ho fami li ar, Va lér i a acredita ser fundamental que "políticas públicas dirigidas à proteção da infância, da maternidade, da paternidade" possam promover o apoio à família.

Ciúme demais indica necessidade de tratamento psicológico ©GETTY IMAGES

Todo mundo experimenta, em menor ou maior grau, algum tipo de ciúme ao longo da vida. É fácil, por exemplo, perceber como as crianças o demonstram em relação aos pais ou aos amiguinhos. Trata-se de uma emoção que qualquer pessoa pode sentir quando percebe a ameaça de perder algo que lhe é muito valioso. "O ciúme tem a ver com processos vinculativos. O medo de ser abandonado ou trocado faz parte da natureza humana e é algo normal. A intensidade do ciúme, porém, depende de fatores como personalidade, mecanismos biológicos, autocon ança e vivências", comenta Henrique Bottura, diretor clínico do Instituto de Psiquiatria Paulista, em São Paulo (SP), e colaborador do ambulatório de impulsividade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPqHCFMUSP). São essas condições, também, que podem tornar o ciúme disfuncional. Segundo o p s i qu i at r a E du ard o Pe r i n , pesquisador do Centro de Assistência, Ensino e Pesquisa em Transtornos do Espectro O b s e s s i v o - C o mp u l s i v o d a Universidade Federal de São Paulo (CenTOC-Unifesp), o ciúme ultrapassa os limites de

uma emoção normal e, em certo ponto, saudável, quando começa a interferir na capacidade de concentração e disposição da pessoa, afetando não só a relação afetiva como o trabalho, os estudos e a vida social. "Quadros patológicos tendem a índices elevados de depressão e ansiedade e até suicídio", alerta ele, que também atua como terapeuta sexual pelo Instituto Paulista de Sexualidade (Inpasex). Segundo Hélio Malka Y Negri, psicólogo clínico da plataforma on-line Vittude no Nordeste, quando há o entendimento da exclusividade em uma relação, é normal que se sinta ciúmes em situações que pareçam ameaçadoras a essa

e xclus iv i d a d e. " Poré m , o relacionamento se torna tóxico quando prejudica não apenas o envolvimento, mas também o outro, seja por uma tentativa obsessiva de controle, pela crença superestimada sobre a in delidade do parceiro ou por pensamentos paranoicos e sem fundamentos, podendo chegar ao descontrole agressivo. É uma situação que causa extremo sofrimento aos envolvidos e é capaz de destruir as relações", explica. Ainda conforme Negri, se o ciúme for realmente patológico, ou seja, com o comprometimento severo da capacidade do indivíduo de dialogar interna e externamente, não é facilmente resolvido com diálogos nem com

mudanças de comportamento. "As circunstâncias tendem a se agravar com o tempo, caso o problema não seja tratado com seriedade, preferencialmente com a ajuda de um psicólogo, que ajudará a pessoa a entender seus anseios e crenças", diz. De acordo com Marina Va s c o n c e l l o s , p s i c ó l o g a e terapeuta familiar e de casal pela Unifesp, os ciumentos patológicos precisam procurar auxílio o quanto antes, pois "não têm paz". "São pessoas em permanente estado de tensão e preocupação, que criam ou procuram situações que alimentam a emoção nociva. Não dor mem direito, p orque o cérebro 'não para', e levam uma vida regada a con itos", aponta.

Vasconcellos trabalha como psicóloga voluntária do ambulatório de impulsividade do IPq-HCFMUSP e relata que o primeiro passo para tratar o quadro é ajudar o paciente no controle dos sintomas, como os pensamentos obsessivos. "Os medicamentos antidepressivos auxiliam na estabilização do humor e da ansiedade e formam um complemento à terapia", conta. Já Lilian Fiorelli, ginecologista especialista em sexualidade feminina e uroginecologia pela USP, avisa que em muitos casos a pessoa não se dá conta da gravidade da própria situação. "São os amigos ou familiares que pontuam o comportamento disfuncional e sugerem a busca p or ajuda esp ecializada. É importante aceitar esse feedback, pois o ciúme patológico impede a v i s ã o cl ar a e obj e t iv a d o s sentimentos e dos fatos", a rma. É fundamental que o indivíduo pratique o autoconhecimento

para tentar conhecer, analisar e gerenciar suas emoções. "A psicoterapia é uma ferramenta poderosíssima nesse sentido, mas existem formas alternativas, como meditação, arteterapia, musicoterapia, hipnoterapia ou qualquer outra técnica que permita à pessoa se conectar consigo mesma para catalisar seus sentimentos e harmonizar o seu estado de saúde", indica Negri. Para Viviane Tavares Pessoa, psicóloga da plataforma on-line Telavita, que atua em Feira de Santana (BA), é válido entender que esse tipo de ciúme tóxico não aparece do nada. "O ciúme é uma característica humana, porém, p ess o as com des e qui líbr io emocional, desordem do desenvolvimento psicossexual e um conjunto de pro cess os experienciados na vida pela pessoa ciumenta, pode chegar ao ponto de estar em um ciclo doentio e de relacionamento abusivo", fala.


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Proposta que altera Constituição para permitir trabalho aos 14 anos provoca polêmica na CCJ Entre essas outras propostas, está uma que permite que maiores de 14 anos possam trabalhar com a autorização dos pais

P

artidos de oposição obstruíram as votações na Comissão de C onst ituiç ão e Just iç a d a Câmara dos Deputados nesta semana. Um dos objetivos foi evitar a votação da proposta de emenda à Constituição que autoriza os adolescentes a partir de 14 anos de idade a rmar contrato de trabalho sob regime de tempo parcial (PEC 18/11). Hoje, de acordo com a Constituição, os jovens com 14 e 15 anos só podem trabalhar na condição de aprendizes. A proposta tem parecer pela admissibilidade do relator, d e p u t a d o Pau l o E d u a r d o Martins (PSC-PR). Ele também recomendou a aprovação de outras seis PECs que tramitam apensadas à principal, para

©GOODLUZ

adolescência. Tem que ter muito óleo de peroba para dizer que é a favor da criança e do adolescente e votar a favor da tramitação de PECs como essa. Aqui, na PEC 18, tem inconstitucionalidade agrante. O princípio do não retrocesso social, que está na Constituição de 1988, é rasgado, é vilipendiado. E não é só um não retrocesso com relação a 1988, vocês estão voltando para o início do século 19", disse. Segundo a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), outras propostas em benefício de crianças e adolescentes seriam mais bené cas à sociedade. “Como alguém que vem da periferia, que estudou em escola pública, que teve que trabalhar desde os sete anos, eu quero

©NAJARA ARAÚJO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Deputado Paulo Eduardo Martins TATI BELING

Críticas às propostas A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) foi uma das parlamentares a comandar a obstrução. “Nós estamos aqui discutindo um dos piores ataques à infância e à

dizer com todas as letras: o que nossos jovens e crianças

Clandestinidade Já o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) a rma que a ideia é regulamentar uma prática que é necessária para muitas famílias. “Hoje, o que acontece é que a c r i an ç a , qu an d o t e m qu e complementar a renda dos pais, porque tem muitos pais que não c ons e g u e m t r ab a l ho s qu e possam suprir a necessidade de

casa, vão para a clandestinidade, vão para o sinal vender bala, vai fazer malabarismo, às vezes até se prostitui”, disse. Para o deputado Giovani Cherini (PL-RS), por outro lado,

trabalhar. Ele vai ser um cidadão de bem, vai aprender os valores do trabalho”, a rmou. A Comissão de Constituição e Just i ç a te m nov a re u n i ã o deliberativa marcada para esta

©GETTY IMAGES

tramitar em conjunto. Entre essas outras propostas, está uma que permite que maiores de 14 anos possam trabalhar com a autorização dos pais (PEC 274/13). Outra, que menores de 18 e maiores de 14 trabalhem, porém desde que estejam frequentando regularmente a escola (PEC 108/15). Há, ainda, proposta que permite o trabalho já a partir dos 13 anos de idade (PEC 2/20).

precisam é de uma lei da aprendizagem que de fato funcione. É de oportunidades na educação, de uma educação verdadeiramente integral. É de esporte, cultura, arte, oportunidades que lhes permitam quebrar o ciclo da pobreza, sonhar, e sonhar sem limites”, observou.

©GUSTAVO SALES/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Deputada Fernanda Melchionna o trabalho desde cedo ajuda a formar cidadãos melhores. “Matar e roubar com 14 anos, matar e roubar com 15 anos, matar e roubar com 16 anos, pode. Somente aqueles que são a favor da desgraça, da bandidagem, é que podem imaginar que uma criança, um jovem com 14 anos não possa

quinta-feira (11). Se as p r o p o s t a s q u e t r at a m d a permissão de trabalho a adolescentes forem aprovadas lá, elas seguem para a análise de uma comissão especial. Depois, o Plenário da Câmara ainda precisa bater o martelo sobre o tema, em dois turnos de votação. Fonte: Agência Câmara de Notícias


BRASIL 13

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A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

Mudança do clima — Aprovado Majeski indica aumento no auxílioprojeto que atualiza legislação ao alimentação do Estado e ajustes nas Acordo de Jayme Campos defende remunerações do magistério aprovação do fundo de estabilização O deputado estadual para regular preços do petróleo Sérgio Majeski (PSB) ©MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

E m pronunciamento, n a qu a r t a - f e i r a (10), o senador Jayme C amp os ( D E M - M T ) re ss a ltou qu e a escalada dos preços dos combustíveis cobrados pela Petrobras é motivo de preocupação para todos os brasileiros. Ele argumentou que esses constantes e signi cativos aumentos nos últimos meses se devem à “ utuação do câmbio e aos preços do petróleo no mercado internacional”. O senador enfatizou, também, que as altas descontroladas dos preços dos combustíveis interferem negativamente na economia nacional, pois causam grandes impactos no orçamento da classe trabalhadora, além de atingir todo setor empresarial e a renda das famílias brasileiras. “Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE) referentes à in ação acumulada nos últimos doze meses, a variação nos preços dos combustíveis de veículos chegou a 45%”, declarou. Diante da situação, disse que o Senado não pode car apenas como espectador de um problema que encarece desenfreadamente os preços desses insumos essenciais à economia do País. Por isso, apelou para que a Casa [Senado] se empenhe e discuta o projeto de lei, de sua autoria (PL 1.582/2021), que institui o fundo de estabilização de preços de petróleo (Fepetro), com a nalidade de constituir fonte de recursos para programas e projetos que contribuam para a estabilização dos preços no mercado de petróleo e de gás natural. “Penso que o Parlamento pode — e deve — disponibilizar e fornecer instrumentos para que o governo federal, por meio do Ministério de Minas e Energia, possa, nalmente, conter as utuações dos preços desses produtos no mercado doméstico. Dessa forma, vamos contribuir para proteger o consumidor, reduzir os custos do setor produtivo e aliviar a pressão nanceira sobre a renda da família brasileira”.

Especialistas defendem Política Nacional de Recursos Hídricos para lidar com falta de chuvas

Comissão aprova proposta que unifica cadastros fiscais da União e dos entes federativos ©LUCAS S. COSTA/ALES

apresentou quatro propostas ao Governo do Estado para correções nos pagamentos de auxílios e salários dos ser vidores públicos estaduais. As indicações do parlamentar tratam do aumento do valor do auxílio-alimentação dos servidores do Executivo Estadual, a ampliação do Bônus Desempenho, a inclusão dos pro ssionais da educação que recebem pelo regime de vencimento no reajuste do magistério e o retorno dos 3% de aumento na mudança de referência na carreira dos servidores da Rede Estadual de Ensino. “São demandas muito pertinentes que constatamos recorrentemente e o Governo do Estado precisa observar com muito cuidado. Podemos mencionar exemplos de professores da Rede Estadual que recebem apenas R$ 170 por mês de vale alimentação. Comparando com os poderes Legislativo e Judiciário, o ticket do Executivo é baixíssimo. Conselheiros do Tribunal de Contas, procuradores do Ministério Público e magistrados recebem cerca de R$ 2,3 mil e aqui para os servidores da Assembleia é de quase R$ 1,5 mil. Destacamos ainda que o pagamento do Bônus Desempenho precisa ser referente à carga horária efetivamente trabalhada e excluir cerca de 10 mil servidores que recebem por vencimento, a maior parte de aposentados, do aumento do magistério não reconhece os valorosos serviços prestados à sociedade por esses pro ssionais”, ressalta Majeski. O reajuste no valor do auxílio-alimentação dos servidores do Poder Executivo Estadual é tratado por Majeski na Indicação 7893/2021. Na justi cativa, o parlamentar enfatiza que o valor referência de R$ 300,00 pago atualmente, após o último aumento em 2018, deveria ser de ao menos R$ 360,00 apenas com a correção das perdas in acionárias. Já a concessão de até 25% de reajuste também no salário dos servidores do magistério que recebem por regime de vencimento é o tema da Indicação 7894/2021. Recentemente foi aprovada a reestruturação do Plano de Carreira do magistério, com o aumento para 23 mil servidores que recebem por regime de subsídio, mas aproximadamente 10 mil servidores (ativa e aposentados) não foram contemplados na lei. “Apresentamos também indicação para retornar os 3% de aumento quando o servidor muda de referência na tabela de subsídios do magistério. Com a nova lei, mesmo com reajuste nos valores, o aumento por mudança caiu para 2%”, destaca Majeski. E a Indicação 7895/2021 solicita que seja considerada a carga horária especial (CHE) dos professores efetivos da Rede no momento de contabilizar o pagamento do Bônus Desempenho, uma vez que o propósito principal da boni cação é reconhecer o trabalho dos pro ssionais.

©ERNESTO DE SOUZA/ED. GLOBO

A maior parte dos debatedores convidados pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados para falar sobre a crise hídrica apontou que a edição da Medida Provisória 1055/21 não foi a melhor solução para enfrentar as consequências das mudanças no regime de chuvas no País nos últimos anos. A MP, editada pelo governo, criou um grupo formado por seis ministérios para adotar medidas emergenciais, mas acabou perdendo a validade sem ter sido votada pelo Congresso. Os participantes da audiência pública defenderam, como instrumento mais adequado de enfrentamento ao problema, a Lei 9.433/97, que criou a Política Nacional de Recursos Hídricos. Para especialistas, como o professor de Recursos Hídricos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Jerson Kelman, que já foi diretor da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), é importante analisar os vários usos da água. Também foi salientada, durante a audiência pública, a importância de associar a crise hídrica a questões ambientais. O secretário-executivo do Observatório de Governança de Água (OGA), rede que reúne instituições públicas, privadas e ONGs, explicou que a mudança nas chuvas, aliada ao desmatamento registrado em todos os biomas, afeta diretamente as reservas hídricas. “Quando você tem algum tipo de cobertura vegetal, orestal, essa in ltração da água no solo chega a 50%. Quando não tem, o índice chega a, no máximo, 15%”, informou. Para Luiz Barata, ex-diretor geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), é preciso levar em conta também a vertente econômica, já que, segundo ele, o País tem uma das maiores tarifas de energia elétrica do mundo. Ele sugere a recomposição dos reservatórios com o uso de energias renováveis. “A população vai

Lira diz que aprovação da PEC dos Precatórios garante Auxílio Brasil de R$ 400 ©IMPRENSA 24H

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quartafeira (10) que os 323 deputados que votaram sim à PEC dos Precatórios votaram sim pelo Auxílio Brasil de R$ 400, votaram sim pela repactuação das dívidas dos municípios e votaram sim pela possibilidade de prorrogação da desoneração da folha de pagamentos, que garantirá milhares de empregos. "Ontem tivemos uma demonstração de responsabilidade scal e social do Plenário da Câmara dos Deputados", a rmou Lira, em suas redes sociais. A Câmara aprovou na terça-feira (9), em dois turnos de votação, a PEC dos Precatórios (PEC 23/21, do Poder Executivo), que limita o valor de despesas anuais com precatórios, corrige seus valores exclusivamente pela Taxa Selic e muda a forma de calcular o teto de gastos. A matéria será enviada ao Senado. De acordo com o texto aprovado, do relator Hugo Motta (Republicanos-PB), o limite das despesas com precatórios valerá até o m do regime de teto de gastos (2036). Para o próximo ano, esse limite será encontrado com a aplicação do IPCA acumulado ao valor pago em 2016 (R$ 30,3 bilhões). A estimativa é que o teto seja de R$ 44,5 bilhões em 2022. enfrentar novas altas nos custos de energia a partir do ano que vem, seja pela correção das tarifas ou pelo pagamento dos empréstimos. A saída é reconhecer que o modelo que nós temos hoje está exaurido”, declarou. Cada vez que se tenta resolver o problema por meio da inclusão de térmicas no sistema, piorase a situação, tanto na ótica ambiental quanto na econômica, uma vez que a fonte é mais cara do que outras”.

©CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei Complementar (PLP) 144/20, que uni ca os cadastros scais da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. O texto insere dispositivos na Lei 5.172/66, que trata do sistema tributário nacional. O parecer do relator, deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), foi favorável. “A racionalização da exigência das obrigações acessórias tem sido não apenas uma demanda recorrente da sociedade e do setor produtivo, mas também um pleito de órgãos representativos dos entes subnacionais”, a rmou. “A superposição de cadastros scais decorre de uma realidade que já não existe há décadas, de operações na sede física do estabelecimento”, disse Kataguiri. “No contexto atual, serviços e mercadorias de maior valor econômico tendem a ser preponderantemente digitais e circulam instantaneamente pelo território.” Pelo texto, caberá à União manter cadastro scal nacional das pessoas naturais e jurídicas, em ambiente digital único, destinado à escrituração contábil ou scal de interesse da Fazenda Pública dos diferentes entes federativos. “Isso é o mínimo necessário para conferir alguma racionalidade ao atual quadro de desordem tributária, sem interferir na autonomia dos estados e dos municípios”, disseram os autores da proposta, os deputados do Novo Paulo Ganime (RJ) e Adriana Ventura (SP). O projeto ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário.

Plínio Valério crítica países ricos e diz que COP26 não apresenta soluções ©MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

Em pronunciamento nesta quarta-feira (10), o senador Plínio Valério (PSDB-AM) disse terem sido realizados 26 encontros sobre a Conferência do Clima (COP26), da Organização das Nações Unidas (ONU), mas que, até o momento, nenhuma efetiva medida foi tomada que de fato “auxiliasse os brasileiros” na preservação das orestas. Para o senador, o que se tem visto são atitudes pouco signi cativas por parte das nações mais ricas. Em sua opinião, tudo não passa de discursos “exibicionistas e hipócritas”, que, durante as conferências, servem para “iniciativas improdutivas” que pouco contribuíram para o enfrentamento dos problemas ambientais. “É o que venho mostrando nesta tribuna no que se refere à nossa Amazônia. Tenho exposto a hipocrisia que marca a grande maioria das iniciativas nacionais e, principalmente, internacionais, voltadas para a nossa Amazônia. A todas eles, particularmente às ligadas a nações de primeiro mundo, se poderia aplicar com toda propriedade o ditado: 'façam o que digo, mas não façam o que eu faço”, declarou.

Comissão aprova projeto que incentiva venda de produtos da agricultura familiar A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1118/19, que obriga os estabelecimentos comerciais a adotar medidas que incentivem o consumo de produtos provenientes da agricultura familiar e de empreendimentos familiares rurais. Segundo o texto, esses produtos podem ser ofertados em local especí co da loja, com identi cação clara e destacada da sua procedência. O projeto foi relatado pelo deputado Geninho Zuliani (DEM-SP). Ele recomendou a aprovação do substitutivo da Comissão de Defesa do Consumidor, que analisou a matéria em 2019. A proposta original previa medidas como o uso de selo de identi cação dos produtos e punição para o estabelecimento infrator. O substitutivo, no entanto, não contém esses pontos. Para o relator, o texto conseguiu harmonizar o incentivo à agricultura familiar com a realidade comercial de supermercados e hipermercados. Zuliani destacou ainda a relevância do projeto. “A agricultura familiar tem um importante papel na geração de renda em pequenas cidades”, disse.O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).


14 GERAL

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Capacitação de consultores Ranking de funcionários? tutores para a Clínica de Não pode! Prática é Negócios considerada vexatória pelo TST

Será aberta nova turma de capacitação de profissionais de Administração entre os dias 18 e 20 de novembro ©DIVULGAÇÃO

Com mais de 120 atendimentos, o projeto “Clínica de Negócios” — coordenado pela Câmara Temática de Empreendedorismo e Inspiração do C ons el ho Regional de Administração do Espírito Santo (CRA-ES) tem auxiliado micro e pequenas empresas na recuperação de seus negócios pós-pandemia. Com a elevada procura por parte de empresários e pro ssionais liberais, o Conselho irá abrir um novo curso de capacitação gratuita de pro ssionais entre os dias 18 e 20 de novembro, para conhecerem a metodologia ut i l i z a d a no pro g r ama d e consultoria já consolidado. Os administradores e consultores voluntários Gláucio Siqueira e Rodrigo de Souza Ribeiro participam mais uma vez do curso para orientar sobre as ferramentas especí cas que contribuirão para a atividade de consultoria on-line, que será prestada depois às empresas. Entre o conteúdo, está o papel do tutor na consultoria; as técnicas de consultoria; recursos do zoom e a aprendizagem do soware da consultoria. “São técnicas primordiais para oferecermos uma consultoria na C l í n i c a d e Ne g ó c i o s c om excelência auxiliando os registrados”, a rma o presidente

Leonardo Ribeiro, advogado trabalhista, destaca que a pena pode levar até a detenção e multa

©FREEPIK

do CRA-ES, o administrador Maurílio José Inês. O Coordenador da Câmara Temática de Empreendedorismo e In s p i r a ç ã o d o C R A- E S , administrador Gláucio Siqueira

— um dos facilitadores da capacitação — conta que o projeto voluntário entra agora em uma nova fase. “Vamos estender a capacitação para a

formação educacional, ou seja, o projeto agora fará parte da formação dos estudantes de a d m i n i s t r a ç ã o”, g a r a n t e Siqueira. O curso terá carga horária total de oito horas, divididas em três encontros on-line realizados através da plataforma Zoom Meeting, entre os dias 18 e 20 de novembro (de quinta a sábado), sendo quinta e sexta-feira, das 19h30 às 21h30 e sábado, das 8h às 12h. As inscrições serão realizadas no período de 9 a 18 de novembro de 2021, através do link www.craes.org.br/evento. Realizada a inscrição, o Instituto de Administração do Espírito Santo (IAES) encaminhará a con rmação, link do curso e demais informações para o email cadastrado. O curso terá 100 vagas e é gratuito e após a conclusão será enviado certi cado de participação.

SindBares/Abrasel e Senac promovem capacitação gratuita para profissionais em busca de recolocação no mercado ©AGÊNCIA SANITÁRIA DE BRASÍLIA/REPRDOUÇÃO

O último trimestre do ano é um período importante para o setor de bares e restaurantes e a perspectiva é de contratações, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abras el). O levantamento apurou que quase um terço dos empresários do setor (31%) pretende contratar na reta nal do ano e essa parte e n f re nt a d i c u l d a d e p ar a recrutar mão de obra de qualidade. D e a c ord o c om o

le vant amento da entidade representativa, um em cada cinco (20%) dos entrevistados relataram estar com di culdade para recrutar mão de obra. Diante desse cenário o Sindicato de Bares, Restaurantes e Similares do Espírito Santo (SindBares) rmou parceria com o Senac-ES para a r e a l i z a ç ã o d o Wo r k s h o p Gr atu ito “Q u a l i d a d e no atendimento em Serviços de Bares e Restaurantes", nos dias 6 e 8 de dezembro, no auditório do

Senac, em Vitória. “Esse é um movimento importante para o nosso setor, aliando a necessidade de mão de obra do mercado com a capacitação de pro ssionais em bus c a de re colo c aç ão. No encerramento do treinamento vamos promover um meeting entre empresários que estão contratando com os participantes do curso, uma ação bené ca com foco na geração de renda e emprego”, destaca. Os conteúdos terão como foco a qualidade no atendimento e acolhimento, ética pro ssional, apresentação pessoal e trabalho em equipe no salão. Ao nal do curso os participantes serão inscritos no Banco de Oportunidades para, em momento oportuno, serem acionados e participarem de processo seletivo nos restaurantes associados.

A intranet de um banco de Minas Gerais virou prova de uma situação de assédio moral vivenciado pelos funcionários do local. As cobranças de metas se tornaram constrangedoras por meio de ranking divulgado pela entidade nanceira com os melhores e piores, gerando terror e medo de perder o emprego. Uma das bancárias recorreu à Justiça e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª Região majorou a indenização de R$ 50 mil a título de reparação, decisão mantida pelo ministro Dezena da Silva, do Tribunal Superior do Trabalho (TST). O advogado Leonardo Ribeiro, membro da Comissão de Direito do Trabalho da OABES, explica que a prática, que

sobrecarregar o empregado de tarefas inúteis, sonegar-lhe informações e ngir que não o vê, cujo efeito é o direito à indenização por dano moral”, ©CLOVES LOUZADA explica. Vale destacar que o Código Penal protege o trabalhador contra assédio moral no Art. 146-A. A pena é de detenção, de A transmissão será no canal da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira 14 horas três meses (07), a umàsano, e multa. “A n t e s d e j u d i c i a l i z a r, é importante que o funcionário sinalize o setor de RH da empresa a ocorrência de práticas constrangedoras, buscando resolver os atritos de forma mais p ací ca. No ent anto, s e a conduta de exposição e cobrança vexatória persistir, o trabalhador deve acionar o sindicato representativo da classe ou da Justiça do Trabalho. A defesa de sua honra e dignidade é direito do trabalhador e dever do visando forçar sua demissão ou pode ser considerada vexatória, e m p r e g a d o r ”, d e s t a c a o apressar sua dispensa por meio é uma maneira de assédio moral advogado. de métodos que resultem em no trabalho.

Leonardo Ribeiro

“Entende-se como assédio moral no trabalho a tortura psicológica, destinada a golpear a autoestima do empregado,


COTIDIANO 15

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Vacina contra HPV reduz Há milhares de anos, taxas de câncer de colo Terra pode ter sido de útero em 87% devastada por dilúvios gigantescos

No Brasil, a imunização com a vacina bivalente contra HPV é recomendada para meninas de nove a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos ©REUTERS/STEPHANE MAHE

©SHUTTERSTOCK

Enquanto os benefícios da vacinação cont ra covid-19 começam a emergir, é preciso estar consciente sobre outros imunizantes já desenvolvidos e que possuem resultados importantes para quem mantém sua carteirinha atualizada. É o caso da proteção contra o HPV, necessária para a prevenção contra o câncer de colo de útero, como mostra um estudo recente em que se comprovou a redução em até 87% da taxa de incidência da doença por meio da imunização. A p es quis a public ad a no periódico cientí co e Lancet, no dia 3 de novembro, analisou a base de dados de evidência do câncer de colo de útero — incluindo sua vers ão mais a g r e s s i v a — e m mu l h e r e s

britânicas de 20 a 64 anos, entre os anos 2006 e 2019. No Reino Unido, a vacina bivalente contra HPV passou a ser administrada para meninas de 12 e 13 anos a

partir de 2008, além do país ter se engajado em atualizar a carteirinha das mais velhas de 14 a 18 anos até 2010. Com a ampla faixa etária imunizada, percebeu-se que quanto mais cedo a vacina for aplicada, maior é a redução nas taxas de câncer de colo de útero. A diminuição das chances de desenvolver a doença foi de 34% para as adolescentes entre 16 e 18 anos, 62% para as de 14 a 16 anos e 87% para as mais novas, de 12 e 13 anos. Já quando falamos sobre a incidência da versão mais grave da doença, chamada CIN3, a vacinação é ainda mais efetiva em preveni-la. O imunizante fez com que jovens de 16 a 18 anos tivessem 39% menos de chances d e d e s e n v o l v e r o c â n c e r,

enquanto que esta taxa sobe para 75% entre as de 14 e 16 anos e para 97% entre as de 12 e 13 anos. "Estimamos que em 30 de junho de 2019 havia 448 menos câncer

de colo de útero do que o esperado e 17.235 menos casos de CIN3 do que o aguardado em grupos vacinados na Inglaterra", destaca o estudo. O papilomavírus humano (HPV) é uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns e pode ser potencialmente prevenida com a v a c i n a ç ã o. At u a l m e n t e , a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem dois imunizantes aprovados em território brasileiro: o quadrivalente, que protege o público contra o HPV 6, 11, 16 e 18 e o bivalente, o qual garante proteção contra o HPV 16 e 18. A implementação apenas da vacina bivalente no Sistema Único de Saúde (SUS) aconteceu em 2014, sendo recomendada para garotas de nove a 13 anos de idade - faixa etária em que há menos contato com o vírus por meio de relações sexuais e o imunizante tende a ser mais e fe t i v o. Trê s an o s d e p oi s , adolescentes de 14 anos passaram a ser incluídas na recomendação, além da ampliação da vacina para garotos de 11 a 14 anos. O Ministério da Saúde ainda informa que o esquema vacinal contra o HPV é composto por duas doses ao ano, em que a segunda é recebida após seis meses da primeira.

Milhares de anos atrás, a Terra pode ter sofrido com diversos dilúvios gigantescos que despejavam mais de 30 centímetros de chuva em apenas algumas horas. Os p e s qu i s a d ore s d o e stu d o, publicado na revista Nature, remodelaram o clima desde o início do planeta, quando a temperatura estaria em torno de 47ºC. Eles chegaram à conclusão que os períodos de seca eram rapidamente substituídos por grandes tempestades. De acordo com a equipe, este ciclo é um “estado atmosférico novo e completamente inesperado”. Além de melhorar nossa compreensão do passado e futuro da Terra, ele também pode aprimorar nossas observações de planetas fora do nosso Sistema Solar. “Se você olhar para uma grande porção dos trópicos hoje, sempre está chovendo em algum lugar”, diz o cientista climático Jacob Seeley, da Universidade de Harvard em Massachusetts. “Mas descobrimos que em climas extremamente quentes, pode haver vários dias sem chuva em qualquer lugar ao longo de uma grande parte do oceano. Então, de repente, uma grande tempestade irrompe em quase todo o domínio, despejando uma quantidade enorme de chuva. Então tudo ca quieto

por alguns dias e o ciclo se repete”, completou. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores zeram várias simulações de temperaturas. Em uma delas, os cientistas aumentaram a temperatura em até 130ºC mais quente do que a Terra naquele período. Estes saltos de temperatura criam uma “camada de inibição” — uma camada próxima à superfície da Terra causada pelo vapor de água atmosférico aquecido, que evita que as nuvens convectivas subam e formem nuvens de chuva. Ao mesmo tempo, porém, a perda de calor para o espaço causa a formação de nuvens na atmosfera superior. A chuva que essas nuvens causam evapora antes mesmo de atingir a superfície, justamente por causa d o c a l o r e x c e s s i v o. E s s a evaporação acaba quebrando a camada de inibição, desencadeando estes dilúvios que podem durar horas. “É como carregar uma bateria enorme”, diz Seeley. “Você tem

uma tonelada de resfriamento a l t o n a at m o s f e r a e u m a tonelada de e vap oração e aquecimento perto da superfície, separados por essa barreira”. “Se algo conseguir romper essa barreira e permitir que o calor e a umidade da superfície invadam a atmosfera fria superior, isso causará uma e n o r m e t e m p e s t a d e ”, acrescentou. Em uma das simulações, os pesquisadores observaram mais chuva em seis horas do que o produzido por alguns ciclones tropicais nos EUA em vários dias. Ou seja, é muita água caindo do céu. “Este estudo revelou uma nova física rica em um clima que é apenas um pouco diferente da Terra atual, de uma perspectiva planetária”, a rma o cientista ambiental R o b i n Wo r d s w o r t h , d a Universidade de Harvard. “Isso levanta grandes questões sobre a evolução do clima da Terra e de outros planetas que vamos trabalhar por muitos anos”, concluiu.

Escolas começam a receber recursos financeiros Ações para integrar as famílias no contexto escolar já podem ser executadas ©FABIANE DE PAULA/DIÁRIO DO NORDESTE

Na s e g u n d a - f e i r a ( 0 8 ) , o Ministério da Educação (MEC) iniciou a transferência de recursos nanceiros para as escolas públicas que aderiram ao Programa Educação e Família e tiveram seus planos de ação aprovados. Os recurs os p ermitem a implementação das atividades que as escolas planejaram para envolver as famílias na vida escolar e construção do projeto de vida dos estudantes. A transferência ocorreu por meio do Programa Dinheiro Direto

na Escola (PDDE) e totalizará R$ 16 milhões, que serão distribuídos para 5.755 escolas participantes. Esse é o primeiro eixo estratégico previsto no regulamento do Programa. Os demais eixos referem-se à formação de pro ssionais da educação e familiares, ao fortalecimento do Conselho Escolar e à divulgação do aplicativo Clique Escola, cuja nova

versão será lançada em breve com a ampliação de dados educacionais e outras funcionalidades. O objetivo do Programa Educação e Família é promover melhorias na educação brasileira por meio da participação ativa dos pais e familiares. De acordo com o diretor de Formação Docente e Valorização de Pro ssionais da E duc aç ão, R enato Br ito, “quando a família oferece suporte e presença, o estudante se sente motivado e não desiste. Com isso, os pro ssionais da educação e a família irão ajudálo a construir um projeto de vida”.


16 GERAL

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Plantas invasoras que ameaçam a conservação da Caatinga Espécies invasoras competem por espaço e nutrientes com espécies nativas e ameaçam a sobrevivência de espécies endêmicas do mais brasileiro dos biomas ©HAMANDA PINHEIRO

espaço, água e um lugar ao sol (ou à sombra, dependendo da espécie). O que as invasoras

©HAMANDA PINHEIRO

Muit as p ess o as s ab em a de nição de uma espécie invasora. Aquela que, por algum

Flores da Algaroba

motivo (geralmente associado aos humanos) expande sua distribuição para além da sua origem nativa e consegue se estabelecer, competindo com as espécies nativas por nutrientes, área de vida e reprodução. No meio do caminho, alteram o ambiente e o funcionamento dos ecossistemas de tal forma que o fenômeno ganhou nome e gura entre os cinco principais fatores antrópicos que ameaçam a biodiversidade, junto com as mudanças climáticas, superexploração, conversão de habitats e poluição. O que muita gente ignora é o papel invasor das plantas nesse processo e como elas podem alterar todo o ecossistema, de forma tão sutil ao ponto de não terem políticas públicas e cientes para travar esse processo. Plantas competem entre si por

fazem é se valer de uma característica sua (ser mais generalista, mais resistente ou pela ausência de predadores) para tomar conta do lugar, empurrando as nativas para a extinção. Em um bioma como a Caatinga — que sofre há muito com a perda de cobertura vegetal, agricultura intensiva, pasto e um elevado número de infraestruturas humanas — a invasão biológica por plantas possui um elevado potencial de causar sérios danos à conservação da Caatinga. Aqui, entendemos conservação como uma ciência interdisciplinar que e n v o l v e a s p e c t o s socioambientais para proteção da biodiversidade e que é afetada d i r e t a m e nt e p e l a i nv a s ã o biológica. Apesar de haver muitas plantas invasoras na Caatinga, irei focar

nas três que considero as mais ameaçadoras para a conservação da biodiversidade do bioma, uma vez que estão amplamente distribuídas na Caatinga e que possuem um alto poder de i nv as ibi l i d a d e ( e m out ro s termos, de invadir), sendo assim r e p o r t a d a s c o m o transformadoras de ecossistemas naturais devido a s u a c ap a c i d a d e d e c au s a r monodominância, ou seja, ter suas populações dominantes no ambiente e afetar a estrutura da vegetação nativa como: Cryptostegia madagascariensis Bojer, Prosopis juli ora (Sw) DC) e Parkinsonia aculeata L. C. madagascariensis, conhecida como boca-de-leão, é

Caatinga. Dentre as espécies mais ameaçadas por essa invasora está a Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore, a Carnaúba, uma palmeira endêmica do nordeste brasileiro e que possui grande relevância socioeconômica para região, devido a extração do pó das folhas para comercialização nacional e internacional da famosa “Cera da Carnaúba”. A boca-de-leão consegue facilmente escalar a palmeira encobrir sua copa e causar a morte de milhares de Carnaúbas, provocando impactos sociais e ecológicos. N o c a s o d e P. j u l i o r a , conhecida como Algaroba, se trata de uma espécie arbórea ©HAMANDA PINHEIRO

Alexia Debacker Espinoso

Flor boca-de-leão

uma espécie arbustivatrepadeira nativa de Madagascar que consegue se reproduzir rapidamente e competir por espaço, luz solar e nutrientes com as plantas nativas da

nativa do Per u, altamente resistente a ambientes secos e com elevada capacidade de repro dução, comumente encontrada próxima a corpos hídricos, onde consegue

Flor bocade-leão

estabelecer densas populações, competir e extinguir localmente as espécies nativas na Caatinga, c a u s a n d o u m a monodominância. Além disso, essa espécie possui uma alta capacidade de captação de água do solo, reduzindo os recursos hídricos do solo para outras espécies nativas da Caatinga. Apesar disso, a Algaroba é uma planta muito apreciada pela população devido ao uso da madeira, forrageio para animais, cercas vivas, dentre outros, o que pode facilitar ainda mais o seu processo de invasão na Caatinga. Po r ú l t i m o, P. a c u l e at a , conhecida como Turco, é uma espécie arbustiva nativa de regiões semiáridas da América Tropica l, que cons egue s e e s t a b e l e c e r e m ambi e nt e s próximos a açudes e lagoas, onde se reproduz e domina áreas de C a at i n g a , p r i n c i p a l m e nt e aquelas mais antropizadas. O Turco tem uma alta capacidade

de produção e germinação de sementes, além de reduzir a densidade e composição de orística nos bancos de sementes nativas dos solos da Caatinga. As plantas invasoras mencionadas acima causam sérias ameaças à conservação da biodiversidade da Caatinga e, apesar de já existirem pesquisas cientí cas que comprovam tais impactos, ainda há poucas políticas públicas e cientes que visem o manejo dessas espécies, considerando seus aspectos sociais, econômicos e ecológicos. As plantas invasoras estão alterando as funções dos e c o s s i s t e m a s , c au s a n d o a extinção de espécies nativas e gerando grandes impactos econômicos para a sociedade em um ritmo elevado. Se não houver ações para o controle e recuperação de áreas invadidas, a conservação da biodiversidade da Caatinga estará cada vez mais distante.

Alzheimer: pesquisa descobre os motivos do avanço da doença no cérebro ©ISTOCK

regiões do cérebro e matam as células, causando grandes danos ao órgão com o passar dos anos. Esse acúmulo causa a degeneração e a perda da memória. A diferença é que pesquisas anteriores, que usaram como base o avanço do Alzheimer em animais, concluíram que, assim

Uma nova pesquisa pode ajudar a entender como o Alzheimer atinge o cérebro humano. De acordo com o estudo publicado na Science Ad v a n c e s , u m g r u p o d e p r o t e í n a s t ó x i c a s at i n g e precocemente algumas regiões do cérebro ao longo de décadas e os resultados mostram que esse processo é responsável pelo declínio cognitivo associado à doença. Os cientistas da Universidade d e C ambr i d ge, no R e i no Unido, foram os primeiros a utilizarem dados do cérebro

humano para quanti car a velo cidade do avanço da degeneração molecular de pacientes com Alzheimer. Para isso, foram necessárias 400 am o s t r a s d e c é re bro s d e pessoas que morreram com a doença e a tomogra a de outras 100 que convivem com a condição. Por conta desses dados, foi possível rastrear as proteínas no cérebro e o avanço delas nos pacientes com a doença. À AFP, o q u í m i c o G e o r g Me i s l , principal autor do estudo e professor de Cambridge, disse

que duas coisas foram fundamentais para a realização dessa pesquisa. “Uma foram os dados muito detalhados obtidos por PET (Tomogra a por Emissão de Pósitrons) e vários conjuntos de dados que reunimos, e a outra são modelos m at e m át i c o s qu e desenvolvemos nos últimos d e z a n o s ”, e x p l i c o u o especialista. Pacientes com a doença sofrem com o acúmulo de duas proteínas: tau e beta-amiloide. A m b a s s e a c u mu l a m e m

como o câncer, essas proteínas se juntavam em um local e depois se espalhavam para o resto do cérebro. O novo estudo i n d i c a qu e , ap e s ar d i s s o acontecer em alguns casos, não é determinante para o avanço da doença. “Uma vez que temos essas sementes, pequenos pedaços

de agregados p or to do o cérebro, elas simplesmente se multiplicam e esse processo controla a velocidade”, disse Meisl. “Talvez se pudermos melhorar esse processo um p ou c o, p o ss amo s at r as ar signi cativamente o início de uma doença grave”, completou ainda.


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