Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia ANO XI - Nº 449 18 A 25 DE NOVEMBRO/2021 SERRA/ES
Distribuição Gratuita
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
Técnica mais segura para transplante de célula-tronco é Consciência Negra: cinco desenvolvida livros para 8 As festas de nal de ano
estão aí. Que tal fazer um incrível chocotone de prestígio? Pág. 8
JORGE PACHECO 8 Gandini abre fogo contra
contra Casagrande que não quer investigar "companheiro" Pág. 5
ANA MARIA IENCARELLI
8 A proposta da Constelação Familiar está acomodada num espírito que busca retaliação por gerações e gerações Pág. 10
HAROLDO CORDEIRO FILHO 8 Ação de Majeski provoca noti cação do Tribunal de Contas a órgãos do Governo por abandono do Cais das Artes Pág. 12
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refletir sobre o tema Pág. 3
um grupo de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, desenvolveu um método de transplante de células-tronco que não requer radiação ou quimioterapia Pág. 9
UFF desenvolve barco autônomo para monitorar poluição das águas ©DIVULGAÇÃO/ESTEBAN CLUA
A princípio, o piloto automático será embarcado em um catamarã elétrico movido a energia solar Pág. 15
Árvores Solares são instaladas em SP ©DIVULGAÇÃO/ENEL
Como o sal afeta o fluxo sanguíneo do nosso cérebro? Pág. 9
Evento da USP explica a carreira de cientista para meninas Pág. 4
Como lidar com Equipamentos capturam idosos teimosos a energia solar e e 'rebeldes' que convertem em energia elétrica, podendo servir se colocam como fonte de em perigo? carregamento via USB Acesse o nosso portal: www.jornalfatosenoticias.com.br Pág. 6
Pág. 11
2 MEIO AMBIENTE
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Herdeiras das abelhas selvagens britânicas são encontradas em Woodstock Acreditava-se que essa subespécie, conhecida como abelha-europeia, teria sido eliminada por doenças e espécies invasoras há anos, mas, recentemente, foram vistas prosperando nas antigas orestas da região ©SOPA IMAGES/GETTY IMAGES
Milhares de raras abelhas da oresta que parecem ser os últimos descendentes selvagens da população de abelhas nativas da Grã-Bretanha foram descobertas nas antigas orestas do Palácio de Blenheim, na c i d a d e d e Wo o d s t o c k , n a Inglaterra. A subespécie recémdescoberta de abelha melífera, ou abelha-europeia, é menor, mais peluda e mais escura do que as abelhas encontradas em colmeias manejadas e acredita-se que essas características estejam relacionadas às abelhas silvestres indígenas que estiveram presentes no interior da Inglaterra por séculos. Até agora, presumia-se que todas essas abelhas haviam sido completamente exterminadas por doenças e pela competição de
espécies importadas. Embora as colônias de abelhas selvagens — geralmente criadas por enxames de abelhas não nativas que deixaram uma colmeia nas proximidades — sejam ocasionalmente encontradas no R e i n o Un i d o, n ã o h av i a nenhuma evidência de que colônias autossustentáveis de abelhas nativas ainda existissem no país — e nenhum registro de subespécies selvagens no Palácio de Blenheim. F i l ip e S a l b any, u m conservacionista de abelhas que encontrou 50 colônias de abelhas r ar a s n a propr i e d a d e re a l a rmou ao Guardian: "Estas abelhas são bastante singulares por viverem em ninhos com cavidades muito pequenas, como as abelhas têm feito por milhões de anos. Mesmo com a presença
do ácaro varroa, um parasita que se alimenta e ataca as abelhas, elas estão conseguindo sobreviver", explica. Este parasita chegou à GrãBretanha em 1992 e dizimou a população de abelhas do Reino Unido. Salbany acredita que as abelhas que encontrou tiveram
que evoluir para sobreviver. Excepcionalmente, as abelhas enxameiam com várias rainhas — até nove em alguns casos — para garantir a sobrevivência da colônia. “Uma abelha selvagem que se adaptou ao ambiente é chamada de ecótipo, e esta abelha pode ser um ecótipo muito
precioso - a primeira abelha selvagem totalmente adaptada para viver na oresta de carvalhos", a rma Salbany. Os resultados das amostras de DNA retiradas das abelhas são esperados nas próximas três a quatro semanas, mas espera-se de que irá mostrar que as abelhas que foram descobertas sejam Camaleão Furciferde uma espécie descendentes labordi nativa antiga. Um dos ninhos que encontrados tinha pelo menos 200 anos e estima-se que as abelhas vivam na propriedade Blenheim, que remonta à Idade Média, há “alguns” séculos. Excepcionalmente, eles construíram seus ninhos em cavidades de árvores com um quarto do tamanho de uma colmeia normal, a 15 a 20 metros do solo, e apesar de vários
levantamentos ecológicos ao longo dos anos, “ninguém sabia que eles existiam”. As entradas para os ninhos normalmente têm um diâmetro inferior a 5cm. As orestas do Palácia também se tornaram um paraíso da biodiversidade por conta da pouca interação humana, já não estão abertas aos visitantes e não há plantio ou jardinagem. Como resultado, as abelhas cam extremamente relaxadas e ele n ã o p r e c i s a u s a r n e n hu m equipamento de proteção ao redor delas. No total, cerca de 800 mil abelhas selvagens foram descobertas, reforçando o valor das antigas orestas do Reino Unido e dando esperança e motivação para o futuro das espécies.
O Rio Tâmisa renasce Trilhas e aventuras Por Haroldo Cordeiro Filho
Trechos "biologicamente mortos" do famoso rio britânico atraem de focas a cavalos-marinhos
©HAROLDO FILHO/F&N
, a aventura da semana foi feita em outros pontos do medalhão Mestre Álvaro, uma trilha de mais de 13 quilômetros, percorridos por mim e os trilheiros Capixaba e Igor, além é claro, do guia Marcos Santana (99643-9804), entre subidas e descidas a caminhada foi um pouco cansativa mas, no m, valeu a pena, como sempre. Como já disse, na “Trilha e Av e nt u r a s” d a s e m a n a
É
Um dos símbolos britânicos, o Rio Tâmisa, com seus 346 quilômetros que serpenteiam o sul da Inglaterra, atravessando Londres, já foi um dos rios mais poluídos do mundo, a ponto de ser considerado "biologicamente morto" em alguns de seus trechos. Seis décadas após o atestado de óbito e depois de um bocado de trabalho árduo para sua recuperação, essas áreas dão sinais de vida novamente. É o que aponta um novo relatório da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL, sigla em inglês), que analisa as tendências ambientais observadas no rio nos últimos 64 anos. Segundo o instituto, os dados trouxeram sinais "brilhantes" da melhora das condições no rio, com aumento de uma variedade de espécies de pássaros, mamíferos marinhos e habitats naturais, incluindo áreas pantanosas que ajudam a capturar CO₂ da atmosfera. O cenário é bem diferente daquele que levou os cientistas a declararem partes do Tâmisa mortas no ano de 1957, quando
e l e e s t av a d e v a s t a d o p e l a poluição e os animais mal conseguiam sobreviver. Agora, cavalos-marinhos, enguias, tubarões e até focas foram encontrados vivendo em canais antes considerados inóspitos. O renascimento é resultado de mais de 20 anos de projetos de despoluição, coleta e tratamento e esgoto nas regiões do entorno, e também de revegetação das várzeas do rio. Ainda há muito a melhorar. Apesar de ganhos positivos em indicadores de qualidade, como concentrações de oxigênio dissolvido (OD) e de fósforo, que podem afetar a mortandade de p e i x e s , f oi o b s e r v a d o u m aumento na concentração de nitratos, que afetam negativamente a qualidade da
água e da vida selvagem, além de produtos químicos que não são monitorados regularmente. A expectativa é que com a conclusão das obras do ames Tideway Tunnel, novo sistema conhecido como o novo superesgoto de Londres, previsto para 2025, as condições gerais do rio apresentem melhoras signi cativas. Além da poluição, o relatório também destacou como ponto de preocupação a crise climática e consequências como o aumento das temperaturas das águas e do nível do mar. "Se vamos enfrentar a emergência climática, a natureza precisa estar no centro de nossa solução, tanto para desacelerar o ritmo das mudanças futuras quanto para se adaptar às mu d an ç a s qu e j á e s t am o s presenciando", destacou James Brand, da agência ambiental do R e i n o Un i d o. Na l i s t a d e prioridades nessa frente, além de s olu ç õ e s te c nol ó g i c as , el e defende o uso de soluções baseadas na natureza, como a restauração de habitats, que bene ciam a biodiversidade e protegem contra os extremos do clima.
hidromassagem. Por m, desfrutamos de um
©HAROLDO FILHO/F&N
©SOCIEDADE ZOOLÓGICA DE LONDRES
passada, em função do período de chuvas, o que não falta é queda d'água e até mesmo cachoeiras com até 10 metros de queda. Marcos S ant ana , g u i a - mor d o s trilheiros, fez a rapaziada andar muito, mas presenteou os que não conheciam a trilha com vistas de mirantes naturais de tirar o fôlego e banhos em quedas com direito até mesmo a uma
cafezinho na queda Caideira de Cachorro e uma parada na cachoeira de Pitanga, verdadeiros espetáculos da mamãe natureza. Ah, aos aventureiros menos desavisados, quero lembrar que é muito importante sempre levar uma sacolinha para recolher o lixo produzido, de não fazer fogueira e muito menos fazer barulho, a natureza agradece. Até a próxima “Trilhas e Aventuras”! ©HAROLDO FILHO/F&N
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"
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CULTURA 3
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De banguela a Consciência Negra: cinco
livros para refletir sobre caçamba: palavras o tema
que usamos e foram originadas na África Conheça a origem de algumas das palavras que utilizamos em nosso cotidiano ©PAULA P. REZENDE
FOTO: REPRODUÇÃO
A
língua portuguesa no Brasil foi enriquecida com termos que se originaram tanto a partir de línguas indígenas quanto africanas. Algumas delas mantiveram seu significado inicial, enquanto outras foram adaptadas com o tempo e seguem ativas em nosso vocabulário até os presentes dias. Aqui vão seis palavras muito utilizadas em nosso cotidiano que foram trazidas, no passado, por pessoas negras escravizadas. São elas: 1. Banguela O termo que se refere a uma pessoa sem dentes tem origem na época da escravidão. Conforme relembrou a revista Recreio, era comum que muitos dos escravizados que vinham da região de Benguela, em Angola, arrancassem alguns de seus dentes. Logo, passou-se a associar o local de origem dessas pessoas a
essa característica. 2. Moleque Esta é outra palavra trazida pelos escravizados ao Brasil e que ainda hoje falamos sem sabermos de sua origem. Muleke, assim como hoje, é o termo utilizado para se referir aos meninos mais novos. 3. Quindim Originalmente Kendê, este termo dava nome a um doce da culinária africana que era uma espécie de pudim feito à base de milho ou mandio ca. Hoje, conhecemos como quindim uma receita feita com gemas de ovos, açúcar e coco ralado. 4. Caçamba O termo original para caçamba era, na verdade, um t anto diferente. Kisambu, era a forma como os negros falantes do idioma quimbundo se referiam
aos cestos grandes. Com o tempo, porém, os brasileiros passaram a entender como caçamba outros tipos de recipientes. 5. Caçula Kasule em quimbundo era um termo que designava "o filho mais novo" de uma família. O significado foi mantido apesar do tempo, de modo que, ainda hoje nos referimos aos irmãos mais novos como o "caçula". 6. Cafuné Talvez uma das palavras que os brasileiros consideram mais difíceis de traduzir para outras línguas, como por exemplo o inglês, o termo "cafuné" também é uma herança africana. Vem de kifunate, que significava algo como "torcer a cabeça", mas que, com o tempo, adquiriu o atual significado, o de coçar o couro cabeludo de alguém de maneira delicada.
De Maya Angelou a James McBride, confira a lista de obras essenciais sobre o tema para você ler ©REPRODUÇÃO INSTAGRAM
Instituído como feriado facultativo, o Dia da Consciência Negra é comemorado não só em 20 de novembro, mas também no mês inteiro. A data marca o dia da morte de Zumbi dos Palmares, o último líder do Quilombo dos Palmares, e simboliza a luta contra escravidão. Considerando que livros têm o poder de abrir janelas tanto para o mundo quanto para dentro de si mesmo, que tal refletir sobre essa data tão carregada de significados com essa seleção de cinco livros essenciais? Homenageie a data do mês lendo tramas que representam a luta do povo negro por liberdade e entenda o porquê da celebração. Confira. Queenie, Candice Carty-Williams Eleito um dos 100 melhores livros de 2019 pela Time, a trama aborda Queenie Jenkins, jovem jamaicana-britânica e única mulher negra trabalhando em um grande jornal de Londres. Ao ver sua vida totalmente confusa após o fim do relacionamento com um parceiro branco, ela busca conforto em todos os lugares
possíveis e se envolve com vários homens. Ao tentar recuperar a autoestima, Queenie luta para enfrentar seus demônios e nos guia por uma aventura com tenacidade e humor incomparáveis, a fim de provar que a vida da mulher negra é tão importante quanto as outras. Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, Maya Angelou A vida de Marguerite Ann Johnson foi marcada por três palavras: racismo, abuso e libertação. Negra e criada no sul pela avó paterna, apenas a literatura e as palavras foram capazes de livrá-la dos enormes fardos impostos a ela pela vida. Com uma escrita poderosa, Maya Angelou resgata suas memórias e transforma aqueles que leem sua obra. Poesia Completa, Maya Angelou Através de sua ilustre carreira na Literatura, Maya Angelou presenteou, curou e inspirou o mundo com suas palavras. Agora, a beleza dessas palavras vivem nesta nova e completa coleção de poesia que reflete e honra a vida notável da
Diácono King Kong, James McBride Em setembro de 1969, o velho Diácono, atrapalhado, excêntrico e conhecido na vizinhança como Paletó, sai cambaleando pelo pátio do Projeto Habitacional Causeway no sul do Brooklyn, tira uma arma calibre 38 do bolso e, na frente de todo mundo, atira à queima-roupa no traficante local. A obra traz uma trama divertida, perspicaz e surpreendente a partir do tiro em um traficante de drogas do Brooklyn e sob o olhar das pessoas que testemunharam o ocorrido. A história de Barack Obama, Tonya Leslie Mesmo com o preconceito contra a cor de sua pele, Barack Obama cresceu sentindo-se livre para sonhar e ser o que quisesse. Foi por isso que ele se tornou presidente dos Estados Unidos, o primeiro negro a assumir esse importante cargo. O livro reúne fatos de sua trajetória.
LUCIANO DANIEL
Fames Jazz Band retorna aos palcos com o concerto 'A bênção, Moacir Santos!' ©ASCOM FAMES
(AVENTURAS NA HISTÓRIA)
Foto Antiga do ES ©RICARDO FREITAS/FOTOS ANTIGAS DE CIDADES CAPIXABAS ESPÍRITO SANTO/FACEBOOK
Verão na Praia do Morro, em Guarapari, no início dos anos 90
escritora.
Após pausa provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19), a Fames Jazz Band se apresenta no dia 30 de novembro, às 19h30, no Teatro Glória, no Centro de Vitória. O concerto “A bênção, Moacir Santos!” reúne, no palco do Centro Cultural Sesc Glória, alunos do Núcleo de Música Popu l ar d a Fa c u l d a d e d e Música do Espírito Santo (Fames), sob a regência do maestro Eduardo Lucas, professor e coordenador do c urs o de b acharel ado em Música Popular da faculdade.
“Estamos retornando aos palcos no mês da Consciência Negra, momento simbólico e importante para o debate afrodiaspórico e decolonial na música popular brasileira. A obra do maestro Moacir Santos é um bom ponto de partida para abordarmos essas epistemologias que, durante muito tempo, foram invisibilizadas”, destaca o maestro. O pernambucano Moacir Santos foi maestro, arranjador e saxofonista. Ícone da música afro-brasileira, formou grandes
músicos como Sérgio Mendes, Paulo Moura, Dori Caymmi, Nara Leão, Airto Moreira, Flora Purim, Paulinho da Viola, Carlos Lyra e Nelson Gonçalves. O repertório do concerto A bênção, Moacir Santos!, inclui o b r a s , c o m o : “O d u d u á” ; “Maracatu, nação do amor”; "Sou eu (Luanne)"; “Coisa Nº4”; “Coisa Nº5” e "De repente, estou feliz". Outro expoente negro que será lembrado no concerto será o maestro Antônio Paulo Filho (1942-2019), fundador da Fames Jazz Band. O maestro Ton i n ho foi profe ss or d a instituição e exerceu forte influência na formação de diversos grupos musicais. Músico, maestro e compositor, foi grande incentivador de seus alunos, tendo criado a primeira classe de fagote do Estado. Também atuou como maestro da Banda da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) e ao lado de diversos artistas.
4 EDUCAÇÃO
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Evento da USP explica 59% dos disléxicos não a carreira de cientista receberam adaptação para meninas pedagógica na pandemia Inscrição para o Vai ter Menina na Ciência termina em 25 de novembro ©FIOCRUZ/ARQUIVO
Meninas interessadas em seguir carreiras pro ssionais relacionadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática, podem conhecer mais dessas áreas no evento Vai ter Menina na Ciência, que vai promover diversas atividades em dois sábados, nos dias 27 de novembro e no dia 4 de dezembro. O evento pretende incentivar as garotas de 13 e 14 anos a conhecer mais sobre as áreas das ciências. Podem participar alunas do 8º ou 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio, que devem fazer a inscrição até 25 de novembro ou até o preenchimento das vagas. As inscrições podem ser feitas pela internet. O evento é totalmente gratuito e contará com diversas
©ENVATO ELEMENTS
atividades, além de palestras e a realização de atividades on-line, de forma que as estudantes poderão conhecer um pouco do cotidiano de uma cientista. A participação será por meio de plataformas de videoconferência e quem estiver inscrito receberá o link para assistir às transmissões. O evento também contará com tradução
simultânea em Libras. O Vai ter Menina na Ciência é realizado pela Escola de Artes, C i ê n c i a s e Hu m a n i d a d e s (EACH) da Universidade de São Paulo em parceria com a PróReitoria de Graduação da USP, com coordenação das professoras Káthia Honório, R o s a n a Va r g a s e R o s e l y Imbernon.
Uso crítico da tecnologia deve guiar educação na retomada presencial ©SHUTTERSTOCK
Se a pandemia trouxe o desa o de transformar as aulas pre s e n c i ai s e m on - l i n e , a retomada agora revela os legados e os impactos deste período na e ducação. C om p ontos de partida diferentes em 2020, seria ilusório acreditar que, no nal de 2021, a chegada seria igual para to d o s . A d e s i g u a l d a d e d e oportunidades educativas se aprofundou. Mas há um fenômeno que se destaca entre todas as escolas: o uso da tecnologia ressigni cou as metodologias em sala de aula, ampliou sua presença e se tornou essencial. Contudo o seu uso crítico e consistente deve estar
Informação consta em um mapeamento inédito que destaca ainda: diagnóstico tardio, desgastes e alto custo emocional e financeiro fazem parte do dia a dia dessas pessoas
em primeiro plano. Agora, não se trata mais de usar pontualmente recursos tecnológicos, devemos ir além e considerar o papel dos ambientes virtuais no âmbito presencial e reconhecer sua relevância para uma formação cidadã contemporânea. O uso crítico da tecnologia vai além da indicação de conteúdos de estudos ou recursos de mot ivação e engajamento. Signi ca adentrar o universo virtual, na escola presencial, e explorar suas melhores possibilidades de interação com o outro, de produção comp ar t i l had a de
conhecimento, de expansão das formas de representação da realidade e de seleção adequada da profusão das fontes de informação disponíveis. A cidadania, também no mundo digital, implica o conhecimento das formas de produção deste universo e das chaves éticas que devem regular seu uso. Esta é a ideia de uma escola verdadeiramente híbrida que, ao articular os ambientes presenciais e virtuais, permite que os estudantes aprendam sempre, em qualquer lugar e em qualquer tempo, individual e coletivamente. E, as práticas d e s e nvolv i d a s p or mu ito s educadores ao longo da pandemia, no ensino remoto de emergência, resultaram em conhecimentos pro ssionais essenciais para construir esta nova realidade escolar. A escola tem que acompanhar a sociedade e a sociedade, que não para de mudar, requer professores que não podem parar de aprender. É desa ador, sem dúvida, mas as fórmulas que vieram antes de 2020 não caberão mais a partir de 2021.
Para 59% dos pais com lhos disléxicos e cuja renda familiar gira em torno de R$ 2 mil, não houve adaptação pedagógica du r ante a p an d e m i a . 4 9 % também consideram a escola ruim ou péssima nessa fase. Além disso, 78,8% das famílias não receberam orientações neste período para realizar as adaptações necessárias. Os dados compõem um estudo sobre o per l da dislexia no Brasil, conduzido pelo Instituto ABCD, organização social com o propósito de promover e disseminar projetos que impactem positivamente a vida de pessoas com dislexia, em parceria com a Cisco e o Instituto IT Mídia. “A pandemia escancarou as desigualdades no acesso à inclusão escolar. Alunos com dislexia que já apresentam maior vulnerabilidade na aprendizagem caram sem adaptações necessárias por mais de um ano. Precisamos planejar com urgência o reforço escolar para essas crianças e adolescentes”, avalia Juliana Amorina. Dessa forma chama a atenção que para 80% das famílias, a d i s l e x i a t e m u m i mp a c t o emocional negativo na vida de seus lhos e, durante a pandemia, as di culdades de acesso aos serviços de saúde para d i a g n ó s t i c o e t r at a m e nt o aumentaram: 85% relatam que não receberam orientações no período.
Inclusive, o documento apresenta informações sobre as di culdades de acesso ao diagnóstico e o custo emocional e nanceiro que a dislexia, transtorno que atinge cerca de 10 milhões de brasileiros, gera na vida do disléxico e de seus familiares. O relatório reuniu 304 participantes disléxicos de 20 estados brasileiros e apontou barreiras no diagnóstico como, por exemplo, a identi cação tardia do problema, feita por v o lt a d o s oit o, s e i s a n o s , entretanto o ideal seria entre os seis e sete anos. Os desgastes com o deslocamento e a procura pelos pro ssionais adequados para identi car o transtorno são outros pontos negativos apontados pelo documento. “Para realizar a avaliação, 34% das famílias precisaram se deslocar de sua cidade natal para outro ponto e ainda, 30% das crianças foram direcionadas a mais de cinco especialistas para chegar ao diagnóstico nal, o que gera desgaste emocional e alto custo. Considerando a realidade da maioria dos municípios brasileiros, o diagnóstico deveria ser realizado com o apoio de até três pro ssionais”, conclui Juliana Amorina, diretorapresidente do Instituto ABCD. Sobretudo, há uma carência de materiais realmente acessíveis para que os familiares compreendam o que é a dislexia e como ajudar crianças disléxicas a aprender, além da ausência de
pro ssionais preparados para lidar com a questão e falta de amparo aos pais no processo da busca pelo diagnóstico. “A pesquisa é fundamental para apoiar o Instituto na luta por políticas públicas e por um atendimento adequado para quem busca ou recebe o diagnóstico” defende Juliana. Infelizmente, o custo nanceiro também pesa no orçamento. De acordo com a pesquisa, o custo médio da avaliação para a dislexia pode chegar a R$ 1.000,00. Entretanto, 47% das famílias revelaram que gastaram o dobro somente na fase de diagnóstico, cuja despesa atingiu R$ 2 mil. A saber, o acompanhamento segue o mesmo ritmo: 62% das famílias entrevistadas investem mais de R$ 800 por mês em atendimentos especializados e como o gasto é elevado, o acompanhamento está diretamente ligado à renda familiar dos disléxicos: das famílias que não conseguem arcar com essa despesa, cerca de 40% têm renda média de R$ 2 mil. Em conclusão, Transtorno especí co da aprendizagem de origem neurobiológica, a dislexia é caracterizada pela di culdade no reconhecimento preciso das palavras, pela baixa habilidade de decodi cação e soletração. As di culdades geralmente derivam de um dé cit no componente fonológico da linguagem dos disléxicos, muitas vezes surpreendente quando comparado a outras habilidades cognitivas e ao acesso à aprendizagem. Igualmente consequências secundárias podem incluir di culdades na compreensão de texto e pouca experiência de leitura, o que impede o desenvolvimento do vocabulário e do conhecimento geral.
(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES
POLÍTICA 5
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Jorge
Analista Político Jorge Rodrigues Pacheco é Advogado, Jornalista e Radialista
Pacheco
jorgepachecoindio@hotmail.com
Interina Luzimara Fernandes
Na ocasião, o ex-ministro da Justiça prometeu ainda criar uma nova forçatarefa para o combate à pobreza, defendeu a liberdade de imprensa e reforçou a necessidade de reformas — especialmente a tributária — e a privatização de estatais ine cientes. Afastado do debate nacional desde que deixou Ministério da Justiça em abril de 2020 quando foi atuar em uma empresa de consultoria nos Estados Unidos, o exjuiz tenta conseguir apoio nas bases "lavajatistas", incluindo grupos que lideraram as manifestaçõ es p elo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), como o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL).
Moro diz estar pronto e assume candidatura à presidência
©REUTERS/ADRIANO MACHADO
Ex-ministro informou que também aceitaria ser 'cabeça de chapa' em prol de "acabar com os extremos" no Brasil
Gandini abre fogo contra Casagrande que não quer investigar "companheiro" Um dos mais éis deputados da base governista, Fabrício Gandini (Cidadania), até então considerado o "preferido" do governador Renato Casagrande (PSB), surpreendeu na tarde da última terça-feira (16) ao tecer críticas ao Executivo Estadual por não investigar denúncia de práticas de sexismo e misoginia pelo diretor-presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Mário Louzada, dentro do órgão público em que atua. O deputado pediu providências ao presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), " já que o Executivo não tem interesse em apurar", enfatiza. Segundo o deputado, que preferiu AJUFE
fechar meus olhos diante dessa situação”, acusando o grupo de Casagrande de omissão ao a rmar que não recebeu nenhuma reposta do Estado. Gandini conclamou que o presidente Erick Muss o abra um pro ce dimento investigatório para apurar as supostas irregularidades cometidas por esse servidor casagrandista. Erick Musso, em mais uma demonstração liderança do parlamento, se colocou à disposição de Gandini, assim como a Procuradoria da Casa, para que ferramentas legais sejam usadas para a apuração das denúncias feitas pelo deputado. “A Mesa Diretora está a sua disposição ou de qualquer outro parlamentar para que os esclarecimentos
©TATI BELING/ALES
Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro foi o convidado do programa Conversa com Bial, da madrugada de terça-feira (16). Recémliado ao Podemos, o ex-juiz da Lava Jato disse estar preparado para ser candidato à presidência da República em 2022. "Estou pronto para liderar esse projeto, e construindo um projeto consistente com o povo brasileiro. Se o povo brasileiro tiver essa con ança, o projeto segue adiante", declarou. Poré m , i n for m ou qu e t amb é m aceitaria renunciar ser "cabeça de chapa". "Nunca tive a ambição de cargo político. Existem outros nomes que têm se habilitado para fugir dos extremos. Então, se tiverem outras lideranças, não tem nenhum problema de c onve rs ar m o s . Te m o s qu e te r o desprendimento necessário para nos unirmos em algum momento", apontou. Ao ser questionado mais uma vez pelo apresentador Pedro Bial se isso seria o anúncio da candidatura, enfatizou: "Essa jornada começa agora com a liação. Estamos aberto para colocar o Brasil nos trilhos. Vai muito além do combate à corrupção. Precisamos nos tornar o país do futuro nalmente. Estou sim preparado". Logo na abertura da entrevista, Bial questionou também de que forma ele tem feito esta movimentação no bastidor político. Moro então explicou que tem apoio de um grupo de especialistas e que as conversas estão voltadas pr i n c ip a l m e nt e à e c on om i a . " O problema é que esse projeto ainda está sendo construído e a partir do momento em que se revelam nomes, as pessoas cam sob uma pressão terrível. Eu vou revelar um, e vou pedir escusas para não revelar outros: no nível macroeconômico quem tem me ajudado é um economista de renome, um dos melhores nomes do país, alguém que eu conheço há muito tempo, que é o Affonso Celso Pastore", disse. Doutor em economia, colunista do Estadão e ex-presidente do Banco Central (1983-1985), Pastore lançou recentemente livro "Erros do passado, soluções para o futuro: A herança das políticas econômicas brasileiras do século XX". A entrevista faz parte da série e entrevistas que a atração global está promovendo com personagens importantes para o pleito do ano que vem. Já passaram pelo programa personalidades como Fernando Haddad e Ciro Gomes. No último dia 10 de novembro, Sérgio Moro liou-se ao Podemos e reforçou o seu discurso de combate à corrupção. Embora ainda não tenha se lançado o cialmente como candidato, ele disse que seu nome está à disposição para liderar um projeto nacional, vislumbrando se tornar um dos nomes da chamada terceira via.
©INSTAGRAM MAGNO MALTA
“O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes//Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”, Cora Coralina
omitir na sessão o nome do autor - só deverá fazê-lo em caso diligência o cial — o diretor do Idaf chegou a demitir o funcionário que o acusou o comportamento criminoso do nomeado pelo governador ao cargo de direção do órgão. A denúncia contra o homem de con ança do governador relata que ele estaria cometendo abuso de poder e assediando moralmente outros servidores. Gandini relatou que o diretor estaria fazendo “chacota” com a orientação sexual de alguns de seus subordinados. Gandini disse que o tal diretor teria, inclusive, cometido ato de misoginia contra a mulher do presidente da República, Michele Bolsonaro. O deputado relatou sua denúncia ao governo, mas não teria visto interesse do Executivo em apurar o caso e ainda teria demitido o servidor que denunciou o diretor ao seu gabinete, na tentativa de intimidar os relatos dos ofendidos. “Sou aliado do governo, mas não posso
cheguem a essa Casa, mas sobretudo, a população capixaba que representamos eleitos legitimamente pelo voto popular”, sentenciou Musso. Gandini, na última eleição à Prefeitura de Vitória, disputou com o apoio declarado do Palácio Anchieta, tendo como cabos eleitorais secretários de Estado. No entanto, seu desempenho foi pí o, não chegando a concorrer sequer ao segundo turno das eleições, que consagrou o então deputado, Lorenzo Pazolini, do grupo de Erick Musso, o campeão das urnas da capital. (Fonte: folhadoes.com)
Direita e Centrão na disputa e articulação para Magno Malta ser vice de Bolsonaro Está forte e acirrada a disputa entre
partidos de Direita e do Centrão pelo passe do presidente Bolsonaro. O PTB, que já foi cotado para abrigar o capitão, não perde a esperança e refez o convite ao Presidente — estendendo, localmente, o convite ao ex-deputado Carlos Manato. Os convites vieram após um encontro da Executiva nacional com os representantes dos diretórios estaduais — o primeiro com a presidente interina Graciela Nienov e os líderes regionais após o presidente afastado do partido, Roberto Jefferson, escrever cartas, da prisão, com críticas a Bolsonaro. “Nós decidimos que, independente de Bolsonaro estar ou não no PTB, nós iremos apoiá-lo. Todos os diretórios aprovaram a decisão, foi unânime. Foi dado conhecimento ao Jefferson, mas ele não está respondendo pelo partido por estar afastado”, disse Tenente Assis, cotado para ser candidato do PTB a uma vaga à Câmara Federal, ano que vem. Segundo ele, foi refeito o convite a Bolsonaro e a Manato. “A Executiva nacional quer que priorize as candidaturas majoritárias. Então, nosso convite a Manato é para ele disputar o governo do Estado”, disse Assis. Também haveria espaço para a deputada federal Soraya Manato (PSL). “Ela pode disputar a reeleição ou o Senado. Dentro de uma construção, ela pode vir na chapa federal, se car muito pesada (a chapa) eu posso ir para o sacrifício e disputar o Senado. A Nacional nos deu liberdade para decidir”. Quem está torcendo para Bolsonaro aceitar o convite é Manato. “Seria ótimo pra mim porque já tenho o convite para ir pra lá (PTB)”. Manato disse que o nível de compromisso com a legenda subiu um degrau. “Saí do namoro, agora estou noivo”. Porém, ele ainda não bateu o martelo e irá aguardar a decisão do Presidente. Assis dá a garantia: “Nós somos o único partido totalmente de direita, tanto que em 2020 proibimos coligações com partidos de esquerda, com o DEM e com o PSDB, e vamos ter a mesma resolução em 2022”, disse Assis. Na terça (16) também começou a circular um burburinho nos bastidores de que estaria sendo costurada a possibilidade do ex-senador Magno Malta (PL) ser vice na chapa de Bolsonaro à reeleição. Seria uma forma de apaziguar a situação com o PL e liberar o Presidente para se liar a outro partido, por exemplo, o PP. “Falava-se isso aqui nos corredores. Pode ser um
caminho”, disse o deputado federal Evair de Melo (PP), muito interessado nessa possibilidade, já que a entrada de Bolsonaro no PP pode mudar os rumos da legenda no Estado — hoje na base aliada do governador Casagrande. Aliados de Bolsonaro a rmam que o ideal seria ter um vice do Nordeste — região onde o Presidente tem baixa aprovação popular — mas isso não descartaria totalmente Magno que, embora tenha feito carreira e vida política no Espírito Santo é, na verdade, baiano. Em 2018, Magno Malta foi convidado por Bolsonaro para ser vice em sua chapa, mas rejeitou o convite, con ando que seria reeleito ao Senado. Terminou a eleição em terceiro lugar. O tesoureiro do PL-ES e assessor de Magno, Carlos Salvador, rea rmou que o ex-senador é pré-candidato ao Senado.
Biden proíbe entrada de Ortega nos Estados Unidos ©REDES SOCIAIS/REPRODUÇÃO
O presidente Joe Biden proibiu a e nt r a d a n o s E st a d o s Un i d o s d o mandatário da Nicarágua, Daniel Ortega, de sua vice e esposa, Rosario Murillo, e de uma série de ministros do país latino-americano. A decisão foi tomada na última terça-feira (16), pouco mais de uma semana depois da reeleição de Ortega para seu quarto mandato consecutivo, vitória conquistada após a prisão de sete possíveis candidatos da oposição. “A repressão e os atos abusivos do governo Ortega e daqueles que o apoiam forçam os Estados Unidos a agir”, disse Biden em comunicado divulgado pela Casa Branca. Segundo o presidente americano, as ações “autoritárias e ant i d e mo c r át i c a s” d o re g i me nicaraguense “aleijaram o processo eleitoral” e tiraram o direito do povo de “escolher seus líderes em eleições livres e justas”.
6 TECNOLOGIA
18 A 25 DE NOVEMBRO/2021
eVTOL Eve-Senna: marca Startup vai converter criada por Ayrton Senna aviões antigos em faz parceria com Embraer aviões elétricos para criar “carro voador” Ideia é reaproveitar aeronaves que já tem certificação para voar para acelerar a conversão para voos mais sustentáveis
©DIVULGAÇÃO/MARCA SENNA
A Eve Air Mobility, subsidiária d e a e ro n av e s e l é t r i c a s d a Embraer, anunciou, junto à marca Senna (criada por Ayrton Senna em 1992, dois anos antes do acidente fatal que causou a morte do piloto de Fórmula 1), uma parceria para o desenvolvimento de um eVTOL. Chamada de Eve-S enna, a aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical simboliza, c on f or m e a s p a l av r a s d a s empresas, “a visão de futuro sustent ável e inovaç ão no mercado de mobilidade urbana”. O design do eVTOL que é visto nas imagens renderizadas traz
um veículo com quatro asas, cada uma com duas hélices nas pontas. Além disso, é possível notar mais duas hélices na parte de trás, para um movimento horizontal. O anúncio não trouxe detalhes técnicos do Eve-Senna, como alcance, velocidade máxima e capacidade de carga. O que podemos notar de mais concreto, seguindo o que traz as imagens, é o visual futurista do eVTOL, b as e ado nas cores pret a e vermelha (usada para gravar o nome do piloto, ícone brasileiro d as pist as d e Fór mu l a 1 ) , inspirado “na visão da marca
Senna em desa ar limites”. “Tenho certeza de que essa parceria vai contribuir muito para inspirar as novas gerações a desenvolverem as tecnologias que vão transformar o futuro”, disse André Stein, CEO da Eve. Já Bianca Senna, CEO da marca Senna e sobrinha do piloto, a rma que, “no camp o de sustentabilidade e mobilidade, sabemos que o futuro será criar novas soluções de locomoção integradas que foquem em desenvolver uma economia sustentável, melhora na qualidade de vida mundial e do nosso planeta”. O anúncio sobre o eVTOL EveSenna chega em tempos de comemoração do primeiro ano de operação da Eve Air Mobility, vinculada à EmbraerX (uma aceleradora de startups da Embraer). Com relação à marca Senna, parte de seus resultados nanceiros é destinada ao Instituto Ayrton Senna, que desenvolve tecnologias educacionais voltadas para milhões de crianças e jovens em todo Brasil.
©WRIGHT ELETRIC
Responsável por cerca de 2,5% das emissões globais, a indústria da aviação tem sido pressionada a diminuir suas emissões e o seu impacto e seu impacto climático, que corresponde a 3,5% de todo o aquecimento global provocado pela humanidade. Muitas pessoas tem evitado os aviões e outras buscam por alternativas para compensar suas emissões quando precisam voar. Empresas estão trabalhando para desenvolver combustíveis de aviação mais sustentáveis e existem projetos sendo desenvolvidos para um transporte aéreo com menos impacto ambiental. Somando-se a esta onda de propostas para que seja possível voar de um lugar a outro sem contribuir para a crise climática, startup Wright Electric planeja
chegar aos céus até 2026 com aviões elétricos. Mas não serão aeronaves 100% novas. A Wright Electric vai converter aviões BAe 146 que foram primeira vez pela empresa aeroespacial britânica BAE Systems na década de 1980 em aviões elétricos. Ao reutilizar os aviõ es existentes, a Wright Electric pode acelerar os processos de
Reservas: (27) 99961-8422
certi cação para começar a voar mais cedo em aeronaves com emiss õ es zero, j á que as certi cações de novas aeronaves podem levar muitos anos. A empresa fará a transição de quatro jatos do avião BAe 146 em novos motores de 2 MW. A conversão completa está prevista para 2026. Os testes de voo com um propulsor elétrico começarão em 2023, seguidos por testes com dois propulsores elétricos em 2024 e levando a aviões totalmente elétricos em 2026. O próximo projeto da Wright Electric é um avião que transportará 186 passageiros e vai ter mais de 1,2 mil quilômetros de autonomia. Segundo a empresa, o objetivo é ter este avião maior em serviço até 2030.
Árvores Solares são instaladas Umidicador de ar em regiões de SP sustentável não Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br
©DIVULGAÇÃO/ENEL
A Enel Distribuição São Paulo, concessionária de energia elétrica que atua em 24 municípios da Grande São Paulo, está instalando oito árvores solares na capital e municípios da região Metropolitana. A iniciativa de Sustentabilidade da distribuidora é voltada ao uso inteligente e e ciente da energia elétrica. Quatro delas já foram instaladas. Uma na Santa Casa de São Paulo, no bairro de Higienópolis, uma no Parque do Povo de Itapecerica da Serra e duas no município de Rio Grande da Serra, uma delas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e outra na Prefeitura do município.Os demais locais que terão as árvores solares instaladas são a Universidade Federal do ABC (UFABC) em Santo André e o Hospital das Clínicas de São Paulo, com duas unidades cada. Em outubro a concessionária
já havia anunciado a instalação de 13 árvores solares em parques estaduais públicos de São Paulo: Parque Villa-Lobos (Zona Oeste), Parque Cândido Portinari (Zona Oeste), Parque Belém (Zona Leste), Parque Juventude (Zona Norte) Água Branca (Zona Oeste), Parque Gabriel Chucre (Carapicuíba), Parque Jequitibá (Cotia) e Parque Ecológico do EmbuGuaçu Professor Aziz Ab'Saber (Embu-Guaçu). Os equipamentos possuem um design semelhante a uma planta natural e que, por meio de lmes fotovoltaicos em suas “fol has”, c aptu r am a energia solar e convertem
em energia elétrica, podendo servir como fonte de carregamento via USB para celulares e tablets. A estrutura possui dimensões que lembram uma árvore: cerca de três metros de altura e pouco mais de quatro metros de largura. Os equipamentos contam com capacidade para realizar uma geração independente e sustentável de energia, e possuem cinco saídas USB para uso das pessoas que frequentam os locais. Devido ao seu formato, com cinco folhas e iluminação decorativa em LED, também compõem de forma harmoniosa a paisagem dos ambientes onde estão sendo instaladas.
precisa de eletricidade Os estudantes da Academia de As propriedade naturais da argila terracota vêm sendo Belas Artes de Guangzhou e os usadas por séculos e, até hoje, d e s i g n e r s d a S h e n z h e n podem ajudar a resolver muitos Changsen Trading Company, d e s a f i o s s e m o u s o d e liderados p or Haib o Hou, eletricidade. O material ajuda a desenvolveram o Umidificador manter alimentos frescos e é de Ar Coarse Pottery. Projetado usado em potes ou geladeiras, para umedecer espaços internos graças a métodos naturais de ©YANKO DESIGN resfriamento que usam a e v ap or a ç ã o d a á g u a n o material poroso. Outra funcionalidade é garantir a umidade do ar, uma alternativa mais sustentável aos umidificadores de ar elétricos, empregando ação capilar para umedecer esp aços inter nos s e cos. A secos, o equipamento se parece vaporização da água a partir do c o m u m a a n t i g a p e ç a d e material poroso foi aproveitada calefação, mas feita de argila. O por um grupo de estudantes e material tem a medida certa de designers para produzir uma porosidade e capacidade de peça que, além de atrativa, absorver umidade. Para garantir uma boa garante a umidade do ar em umidade do ar, basta adicionar ambientes internos.
água à bacia do umidificador e as gotículas vão subir gradualmente e evaporar através de cavidades minúsculas localizadas perto da parte superior da peça. Conforme a água sobe, o ar do espaço interno é umedecido com pequenas gotas de água. O corpo ondulado do umidificador de ar de cerâmica grossa cria uma forma semelhante a uma onda que faz alusão à sua função evaporativa natural. “Sua bela e rítmica forma de superfície ondulada pode aumentar a área de e v ap o r a ç ã o d a á g u a p a r a umedecer todo o ambiente interno. Com base nisso, o Umidificador de Ar Coarse Pottery combina com tom de interiores culturalmente ricos como um acessório elegante no interior”, diz Hou Haibo.
CIÊNCIA 7
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Cientistas anunciam possível dinossauro mais longo já descoberto
Cientistas decifram função dos misteriosos 'pontos quentes' nos neurônios do cérebro ©PIXABAY
O Supersaurus, um gigante de 39 metros de comprimento, já havia sido considerado um dos maiores dinossauros que se tem conhecimento, no entanto, a nova pesquisa mostra que ele foi, de fato, o dinossauro mais comprido que já viveu na Terra ©REPRODUÇÃO/@FOSSILCRATES/TWITTER
O gênero Supersaurus pertence ao dinossauros saurópodes, uma espécie de quadrúpedes vegetarianos, de grande porte e longos pescoços. O primeiro Supersaurus foi encontrado por Jim Jensen em 1972 em um depósito cheio de ossos. Depois, ele encontrou mais restos no local, os quais, segundo ele, pertenciam a outros dois dinossauros, o Ultrasaurus e o Dystylosaurus. No entanto, Jensen teria cometido alguns erros em sua análise, de acordo com o portal Live Science. Ao longo dos anos, os paleontólogos debateram se eram três dinossauros distintos ou se seus ossos foram
erroneamente identi cados e na verdade todos pertenciam a um único Supersaurus. Esta reclassi cação de três dinossauros em um fornece um espécime de Supersaurus mais completo para estudar, o que é útil para estimar seu
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comprimento. Uma nova pesquisa liderada pelo paleontólogo Brian Curtice mostrou evidências de que todos os ossos encontrados pertencem de fato a um único Supersaurus e que seu comprimento é ainda maior do que se acreditava. O estudo revelou que quando o Supersaurus viveu há cerca de 150 milhões de anos, no período Jurássico, tinha um comprimento entre 39 metros e 42 metros do focinho à cauda. Mesmo o comprimento de 39 metros é maior do que o de seu adversário, o Diplodoco, que poderia atingir 33 metros. Para a análise, Curtice e sua equipe usaram os ossos recémi d e nt i c a d o s d o pr i m e i ro Supersaurus encontrado. Desde a descoberta original, outros paleontólogos já descobriram novos esqueletos que supostamente pertencem a Supersaurus.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia em D a v i s ( E UA ) a r m a t e r decifrado a função que cumprem os misteriosos grupos de proteínas encont rados em neurônios do hipocampo, região do cérebro que desempenha um papel importante no aprendizado e na memória. Sabia-se que a alteração desses grupos pode causar graves distúrbios neurológicos, mas não estava claro o porquê. Porém, agora foi descoberto que esses conjuntos de proteínas são "pontos quentes" de sinalização de cálcio, que desempenham um papel crucial na ativação da transcrição do gene, comunicou a universidade. A transcrição permite que o DNA do neurônio seja convertido em tas de RNA, que são então utilizadas para a formação das proteínas necessárias às células. Os autores
do novo estudo, publicado recentemente na revista PNAS, analisaram os aglomerados de proteínas em camundongos e observaram que existem entre 50 e 100 desses aglomerados em um único neurônio. Esses grupos são constituídos por uma proteína, que permite que os íons de potássio passem pelas membranas (canal de potássio) e pelos canais de cálcio. Os canais de cálcio permitem que este elemento químico se ltre nas células, onde desencadeia várias reações siológicas. "Sabemos há muito tempo sobre o papel de outros tipos de aglomerados de canais iônicos, por exemplo, aqueles nas sinapses. Mas o que não se sabia era qual papel essas estruturas muito maiores do corpo celular desempenham na siologia dos neurônios", disse o profe ss or Jame s Tr i m me r, coautor do estudo.
Ra, o deus do Sol, era a divindade mais poderosa do antigo Egito. Debaixo dos restos do templo erigido pelo faraó Raturés ou Niusserré, que governou o Egito no século XXV a.C., ou seja, 2.500 anos antes de Cristo, os pesquisadores encontraram suportes de colunas.
Depois de retirar a areia e o entulho, descobriram a base de uma coluna de pedra calcária branca de 60 centímetros de profundidade, segundo o dr. Massimiliano Nuzzolo, professor adjunto de Egiptologia na Academia de Ciências de Varsóvia. Foi "bastante impressionante",
Os cientistas decifraram a função dos "pontos quentes" separando o canal de cálcio dos ag lomerados de c anais de potássio. "Uma descobertachave foi que esse processo bloqueou a expressão genética ativada pelo cálcio. Isso sugere que a associação entre os canais de cálcio e potássio nesses grupos é importante para a função neural", declarou Nicholas Vierra, principal autor da pesquisa. Como resultado dessa s ep araç ão, inat ivou-s e o pro c e ss o c on he c i d o c omo acoplamento excitaçãotranscrição, que vincula as mudanças na atividade elétrica n e u ron a l à s mu d an ç a s n a expressão genética. "Descobrimos que, se você interferir com as proteínas de sinalização de cálcio localizadas nesses aglomerados incomuns, você basicamente remove a conexão excitação-transcrição, que é fundamental para o aprendizado, memória e outras formas de plasticidade neural", comentou Trimmer. Os cientistas esperam que suas descobertas levem a novas pesquisas sobre o papel da transmissão de sinais na função cerebral e ajudem no desenvolvimento de novos tipos de terapias.
Ruínas de templo solar perdido são encontradas em escavação no Egito ©Instituto de Cultura Oriental e Mediterrânea da Academia de Ciências Polonesa
FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
BOB BEHNKEN
Os arqueólogos encontraram no
Egito vestígios de um dos antigos
templos solares do tempo dos faraós, o terceiro dos seis possivelmente construídos e o primeiro a ser descoberto nos últimos 50 anos. Ao contrário das pirâmides, que eram monumentos fúnebres que asseguravam aos governantes do Antigo Egito sua presença no além, estes templos solares eram construídos para os governantes em vida. Os faraós erigiam estes templos para se assemelharem a deuses.
disse o professor, que dedicou sua carreira a tentar descobrir esses templos. No local, foram encontrados potes de cerveja, uma oferenda ritual reservada aos lugares mais sagrados, o que mostra, dizem os pesquisadores, que o antigo local era um templo.
8 BEM-ESTAR
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Consumo de café e chá pode reduzir as chances de demência e derrame ©SHUTTERSTOCK
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665
Chocotone de prestígio ©GUIA DA COZINHA
Uma p es quisa analis ou os benefícios do consumo diário de doses de café e chá para o cérebro. A conclusão é de que quantidades especí cas podem ajudar a diminuir o risco de demência e de derrame. O estudo foi publicado na revista PLoS Medicine na última terçafeira (16). Pesquisadores da Universidade de Medicina de Tianjin, na China, analisaram dados de 365,6 mil pessoas cadastradas em um banco de dados de saúde e encontraram uma incidência menor das doenças citadas em pessoas saudáveis com idades entre 50 e 74 anos que consumiam de
quatro a seis xícaras de café ou chá por dia. Os participantes foram analisados por um período de 10 anos. Nesse tempo, 10.053 tiveram derrame e 5.079 desenvolveram demência. Os resultados mostram que pessoas que beberam de duas a três xícaras de café ou de três a cinco xícaras de chá por dia tiveram chances menores de desenvolverem a doença. A redução nas chances de derrame foi de cerca de 32%. Já na de demência cou em torno de 28%. Os cientistas reforçam, no entanto, que os pacientes analisados eram saudáveis e
existem outros fatores de risco para essas condições. “Embora seja possível que o consumo de café e chá possa p r o t e g e r c o nt r a d e r r a m e , demência e demência pósderrame, essa causalidade não pode ser inferida a partir das a s s o c i a ç õ e s”, e x pl or am o s pesquisadores. Outros estudos também já indicaram os benefícios do café. A F o o d A n d D r u g Administration dos Estados Un i d o s ( F DA ) , agê nc i a regulatória do país, recomenda a ingestão de 400 mg de cafeína por dia, o equivalente a entre quatro e cinco xícaras.
Melatonina: o 'hormônio do sono' pode ser vendido sem prescrição médica ©SHUTTERSTOCK
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou em outubro a venda da melatonina como suplemento alimentar sem a necessidade de prescrição
médica, o hormônio é popularmente conhecido por tratar distúrbios do sono. Anteriormente, o medicamento podia ser vendido somente com a
apresentação de receita médica em farmácias de manipulação. Com as novas regras, o medicamente pode ser vendido como suplemento alimentar para pessoas com 19 anos ou
A
s festas de nal de ano estão mais próximas do que você imagina. Que tal começar a testar seus dotes culinários com receitas natalinas saborosas? Faça em casa o incrível chocotone de prestígio, toda a sua família vai amar e contar os dias para o Natal!
mexendo até engrossar. Desligue e misture com o creme de leite. Retire todo o papel que envolve o chocotone. Com uma faca de serra, corte uma tampa do chocotone e retire o miolo com cuidado, preser vando uma borda de 2cm da lateral e do fundo. Coloque o recheio na
cavidade, posicione a tampa retirada e leve à geladeira por 1 hora. Espalhe o chocolate ao leite derretido misturado com o creme de leite, deixando escorrer pelas laterais. Decore com coco e sirva. Rendimento: 6 porções Fonte: Terra
Ingredientes 1 chocotone (500g) 200g de chocolate ao leite derretido 1 caixa de creme de leite (200g) Coco ralado para decorar Recheio 1 lata de leite condensado 200g de coco ralado 2 colheres (sopa) de manteiga 1 caixa de creme de leite (200g) Modo de preparo Para o recheio, leve uma panela ao fogo médio com o leite condensado, o coco e a manteiga,
mais. A dosagem recomendada pela Anvisa é de 0,21 mg por dia, quantidade próxima a encontrada em alimentos. A agência reguladora a rmou que não pode aprovar quantidades maiores para o suplemento já que foram poucos os estudos mostrando
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
as cons e quênci as do us o prolongado da substância. “A orientação é que seja feita por indicação de pro ssional habilitado: médico, farmacêutico e nutricionista”, a rmou uma representante do Conselho Federal de Farmácia, que defende que mesmo a quantidade liberada sendo
segura, é indicado buscar ajuda especializada. O órgão ainda ressalta que o uso inadequado do medicamentoso pode causar fadiga, sono durante o dia e até mesmo alterar as funções hepáticas e níveis de glicose e i nsu l i n a . O profe ss or d e Fisiologia e Biofísica da USP, Jos é Cip ol la, a r mou ao Estadão que os maiores erros no uso da melatonina acontecem com o horário que o suplemento é tomado. O hormônio é naturalmente produzido pelo corpo em ambientes noturnos, sem a presença de luz, o que indica que a suplementação durante o dia causa uma “confusão” interna no organismo. Po r o r a , o s u p l e m e nt o alimentar ainda não pode ser encontrado nas farmácias sem a prescrição médica, espera-se que a venda esteja liberada a partir de dezembro deste ano.
SAÚDE 9
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Câncer de próstata: veja os Técnica mais segura novos tratamentos que para transplante de estão sendo desenvolvidos célula-tronco é ©SHUTTERSTOCK
desenvolvida ©SHUTTERSTOCK
O câncer de próstata é a principal causa de morte de 28% da população masculina no Brasil, segundo os dados mais recentes do Inca, o Instituto Nacional do Câncer. No Novembro Azul, mês da conscientização sobre o tipo de câncer mais comum entre homens, o Instituto de Pesquisa do Câncer (ICR, sigla em inglês) mostra os novos tratamentos que estão sendo desenvolvidos para combater a doença. Nos últimos anos, terapias genéticas têm revolucionado o combate contra alguns tipos de câncer, e não é diferente com o de próstata. Essas novas terapias são capazes de identi car as mutações do câncer de um paciente especí co e indicar a melhor forma de tratar a doença. “Uma das principais áreas de pesquisa em fase de revolução na pesquisa sobre o câncer é o uso de descobertas genéticas para agrupar e separar populações em diferentes níveis de risco, para que possamos direcionar a detecção precoce para os homens que mais precisam”, disse a professora Ros Eeles, especialista em genética do ICR. Uma dessas pesquisas em desenvolvimento é a GENPROS, liderada por Eeles. O estudo acompanha homens com
alteraçõ es em genes como BRCA1, BRCA2, MMR ou H OX B 1 3 , e s e g u i n d o s e u diagnóstico e tratamento de câncer de próstata. O objetivo é e nte nd e r mel hor c omo o s tratamentos funcionam bem nesses homens com maior risco. “Uma vez que sabemos quem é mais propenso a se bene ciar da triagem, podemos trabalhar para alcançar o diagnóstico precoce. É aí que uma segunda área revolucionária de pesquisa se torna importante: desenvolver e usar novos tipos de técnicas de di ag nóst ico. Por exemplo, biópsias líquidas — exames de sangue simples com o objetivo de identi car alterações especí cas do tumor que podem direcionar o médico para onde devem t e nt a r n o v o s t r at a m e nt o s direcionados”, diz Eeles. A pesquisa PSMA, liderada pelo professor Johann De Bono testa um novo medicamento que age como um míssil teleguiado, que destrói as células cancerígenas usando radiação. O câncer é detectado através de um “dispositivo de localização” que procura pela presença de uma molécula especí ca. Uma vez em contato, ele entrega uma carga radioativa para destruí-las. Já o STAMPEDE, liderado pelo
professor Nick James, busca tratamentos que aumentem a sobrevida de pacientes com a doença em estágio avançado. “Quando começamos o teste de S TA M P E D E e m 2 0 0 5 , a sobrevivência do câncer de próstata avançado que havia se espalhado para outras partes do corpo era de cerca de três anos e meio, em média. Agora, é em torno de sete a dez anos — e a abiraterona e os outros avanços do julgamento do STAMPEDE podem reivindicar muito crédito por isso”, disse o professor James. No geral, as novas terapias contra o câncer de próstata fo c am pr i n c ip a l m e nt e e m desenvolver tratamentos especí cos para determinados pacientes, baseados na análise especí cas. “A última década tem sido histórica para a pesquisa sobre câncer de próstata, muitos avanços foram feitos — começamos a usar informações genéticas para personalizar o tratamento, reduzir os efeitos colaterais graças a terapias-alvo e estamos apenas começando a treinar o sistema imunológico para combater o câncer de próstata”, nalizou o professor do ICR.
Como o sal afeta o uxo sanguíneo do nosso cérebro? Estudo responde Um novo estudo realizado nos Estados Unidos apresentou dados surpreendentes sobre a relação entre a atividade neural, o uxo de sangue no cérebro e o consumo de sal. Os resultados mostraram que o uxo sanguíneo do cérebro acaba sendo bastante afetado quando há muito consumo de sal.
A ativação dos neurônios causa
um rápido aumento do uxo sanguíneo naquela ©GETTY IMAGES determinada área. Essa re l a ç ã o é c h a m a d a d e acoplamento neurovascular ou hiperemia funcional e ocorre por meio da dilatação dos vasos sanguíneos do cérebro, as famosas arteríolas.
Para diversos tipos de câncer, principalmente no caso de leucemias — câncer no sangue — o transplante de célula-tronco é o tratamento padrão ouro. No entanto, muitos pacientes são frágeis para o procedimento devido o chamado regime de condicionamento que destrói as células-tronco de um paciente primeiro para que ela possa receber as do doador — assim o sistema imunológico ca baixo e não tem como rejeitar as novas células. C ontudo, um g r up o de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, desenvolveu um método de transplante de células-tronco que não requer radiação ou quimioterapia, ou seja, não precisa que as células-tronco do paciente sejam destruídas antes do transplante. “Ser capaz de fazer um transplante de célulastronco sem ter que dar radiação ou quimioterapia seria t r a n s f o r m a d o r ”, d i s s e o oncologista e autor sênior da pesquisa Dr. John F. DiPersio. “Isso poderia eliminar contagens de células sanguíneas perigosamente baixas, complicações hemorrágicas, danos a órgãos e infecções. Tem implicações especí cas para a realização de transplantes de medula óssea ou terapia genética para pacientes com doenças não c a n c e ro s a s , c om o a n e m i a falciforme, onde a toxicidade da quimioterapia — É importante e v it ar o c ond i c i oname nto associado à radiação. Temos mais trabalho a fazer antes de estarmos prontos para traduzir e ss a s d e s c ob e r t a s p ar a a s pessoas, mas estamos encorajados com os resultados deste estudo”. De acordo com o estudo,
Alguns exames de imagem usam o acoplamento neurovascular para diagnosticar distúrbios cerebrais. Porém, no geral, o foco é em áreas super ciais do cérebro, como o córtex cerebral. Além disso, os cientistas costumam examinar principalmente as mudanças no uxo sanguíneo em resposta a estímulos sensoriais vindos do ambiente, como estímulos
publicado no Journal of Clinical Investigation e divulgado pelo Medical Xpress, a estratégia adota uma abordagem imunoterapêutica que combina a eliminação das células-tronco com drogas moduladoras da imunidade, evitando assim que o sistema imunológico rejeite as novas células-tronco do doador. Os resultados dos testes, que foram feitos em ratos, sugeriram que essa forma combinada de transplante pode ser e caz contra a leucemia. O novo método abre as portas para um transplante mais seguro, não apenas para pacientes com câncer de sangue, mas outros tipos de doenças menos fatais e que exijam o procedimento. “Ao combinar os conjugados 'anticorpo-droga' com inibidores de JAK [imunossupressores chamados inibidores da quinase Janus], fomos capazes de alcançar um transplante bem-sucedido entre duas cepas de camundongos completamente não relacionadas”, explicou o autor p r i n c i p a l , D r. S t e p h e n P. Persaud, instrutor em patologia e imunologia. “Um transplante bem-sucedido através de uma b a r r e i r a i mu n o l ó g i c a t ã o rigorosa é promissor para eventualmente ser capaz de controlar esta técnica para pacientes com leucemia”. Os pesquisadores também descobriram que a nova técnica
atingiu um equilíbrio ao atacar apenas as células doentes e não tecidos saudáveis — quando isso acontece, é chamado de doença do enxerto. “Quando você dá inibidores de JAK desde o início, há evidências de que eles evitam que a doença do enxerto contra o hospedeiro se desenvolva mais tarde”, a rmou DiPersio. “Além disso, ao contrário de um transplante regular usando radiação e quimioterapia como condicionamento do transplante, nenhum dos ratos desenvolveu qualquer redução em suas contagens sanguíneas, que é a principal complicação com risco de vida dos transplantes de células-tronco tradicionais. A quimioterapia e a radiação destroem todas as células antigas de uma vez. Com a nova estratégia, as células ant i g a s for am l e nt am e nt e substituídas por células de doadores e, por isso, nunca vimos qualquer queda nas contagens de células sanguíneas nesses camundongos. As contagens de células sanguíneas pareciam normais até o nal”. Segundo o Dr. Persaud, a técnica precisa de mais estudos para tentar ser aplicada em humanos, contudo, ambos os autores já entraram com um pedido de patente para registro da nova combinação como tratamento em caso de transplantes de células-tronco..
visuais ou auditivos. Por conta disso, pouco se sabe sobre esse processo em áreas mais profundas do cérebro. Quando ingerimos uma comida rica em sal, nosso cérebro percebe e ativa uma série de mecanismos compensatórios para reduzir os níveis de sódio. Esse processo é feito, em parte, pelos neurônios, que liberam um hormônio chamado
vasopressina, que tem função diurética. A vasopressina tem um papel fundamental na manutenção da concentração adequada de sal no corpo. As obser vações anteriores, mostraram um aumento no uxo sanguíneo diretamente proporcional à atividade dos neurônios, porém, quando se trata do hipotálamo, a coisa muda de gura.
10 Criança hoje, Criança amanhã
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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
Constelaçã o Familiar: Logo, animais sã o estrelas! — Parte II Na Constelação Familiar o argumento que “explica” um estupro incestuoso de vulnerável é que o tetravô estuprador teve as leis do amor quebradas, portanto ele segue por gerações em busca de retaliação ©REPRODUÇÃO
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Mas um cavalo de verdade, de raça pura, um lindo espécime, surge na sala com algumas dezenas de pessoas que sofrem com crimes, aqui chamados de con itos. Cavalo? Sim, o a n i m a l c a v a l o . Ta l v e z , seguindo a linha da religião da Umbanda, conseguiremos ter
dar limites ao espírito atormentado, sedento por vingança e crueldade. No caso da constelação familiar, a incorporação do espírito é substituída pela recepção das vibrações morfogenéticas no delineado campo magnético.
um pouco de luz sobre essa tese mística, que se tornou a menina dos olhos de muitos operadores de justiça. Na Umbanda, é chamado de “cavalo” o corpo de quem incorpora o espírito, ou seja, o Pai ou a Mãe de Santo recebe o espírito que, através de seu corpo, materializa comportamentos que ele, o espírito, quer comunicar aos vivos que vem buscar informações sobre ele. O “cavalo” tem livre arbítrio para
Concepções a cargo do constelador, assim como a escolha aleatória das pessoas que atuarão no caso do outro g r up o f a m i l i a r qu e e s t á passando o “con ito” que o levou a buscar a Justiça. O cavalo, o animal, parece, ter a representação de mais d e d i g n i d a d e qu ant o à s vibrações morfogenéticas, sendo também mais “puro” em s e u s m ov i m e nt o s . E s s e s movimentos espontâneos dos “at ore s” q u e e n c e n a m o
“con ito” da outra família, são traduzidos por interpretações feitas pelo constelador. No caso da participação do cavalo, essa possível movimentação no campo magnético, parece inspirar mais pureza para as interpretações do constelador. Ne ss a l i n h a d a mel hor comunicação pelas vibrações morfogenéticas, já surgiu uma variante que prega o “todo mundo nu”, por facilitar esse processo de conexão. Essa modalidade tem sido seguida por consteladores privados. O dinheiro público patrocina práticas na justiça, no SUS, em Delegacias de Polícia e em Escolas. Em todos os quatro lugares, deixa claro o desvio de prop ósito. Julgar, trat ar, investigar e ensinar. Sei que não está muito fácil de acompanhar. Essa semana, várias pessoas me procuraram para que eu explicasse o que é
muitos que há algo a c onte c e n d o d e nt ro d o s processos judiciais de família que carece de lógica, de bom senso, de coerência. A própria tese concebida por Hellinger, que a rmava que cada família tem uma única alma para todos os seus membros, mas que seus seguidores resistem e refutam a ideia de misticismo da tese, insiste em se pretender identi cada com a Física Quântica. Na Constelação Familiar o argumento que “explica” um estupro incestuoso de vulnerável é que o tetravô estuprador teve as leis do amor quebradas, portanto ele segue por gerações em busca de retaliação. Mas essa atitude de retaliação contrasta com a exigência do perdão. Amor e Pe rd ã o i n d i s p e ns áve i s e contínuos misturados à sede insaciável de vingança. Os v i v o s t ê m q u e t e r a m or in nito, mas os mortos voltam cheios de ódio, em busca de retaliação. Sabemos que a angústia de morte é a única certeza e a única pergunta sem resposta que incomoda a mente humana. A impotência diante da morte incógnita sempre, é, por vezes, insuportável. Os mortos, onde cam? O que fazem? E os que nos conheceram, são mais assustadores ainda. A crença na magia de um suposto controle dos mortos, traz um a l ív i o p ar a e ss a e n or m e
e curiosidade pelo desconhecido mundo dos mortos, certamente, habita a mente de magistrados que lançam mão de uma tese mística. Na superstição de que os mortos têm razões “justas” para buscar a retaliação junto aos vivos, juízes têm declarado que, com a constelação familiar, eles julgam mais pelo campo magnético do que por fatos contidos nos processos, acreditando que essa tese é facilitadora porque traz para o claro as forças ocultas das relações familiares. Razões ocultas são ouvidas e consideradas no julgamento, contrastando, frontalmente, com a não es c uta, p elos mesmos consteladores, da Voz de Criança, e da Voz da Mulher, essa a culpada de tudo por não ter acolhido e amado seu agressor, ou o estuprador de seu lho/a. Penso que o peso da ação de julgar, a complexidade e re s p on s a bi l i d a d e d e u m julgamento, são tão difíceis que passar uma procuração para o constelador que se comunica com os mortos, alivia essa dor do medo do erro. A nal, se foi dito pelo morto, não tem possibilidade de estar errado. Quem irá contradizer um morto? O julgamento vicário parece ser uma realidade para amenizar a responsabilização. E, sendo o morto o culpado, o autor do crime intrafamiliar é
impotência. Essa situação emocional, medo, impotência
desresponsabilizado da culpa. Dolo?
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rsos são estrelas. A proposta da seita da Constelação Familiar está acomodada num espírito que busca retaliação por gerações e gerações. “Espírito” aqui referido diz respeito ao vocábulo que é sinônimo de alma, mas também traz seu signi cado de envolvimento. São os espíritos dos ancestrais mortos que são invocados para “solucionar” magicamente crimes intrafamiliares que são minimizados e classi cados como “con itos” familiares. O incesto, claro, está sempre presente nesses crimes. Mas, não tem mais espaço para ser pensado nem punido. A nal, onde cou o incesto do tetravô que foi um estuprador em vida, por volta de 1810? Incesto? Mas o fato do pai praticar atos libidinosos com o lho em 2019, como é denominado?
Nesse ponto, entramos numa zona cinzenta. Há um cavalo trazido pelo constelador, na sala onde vão ser encenadas as constelações familiares de várias famílias. Todas juntas. O constelador fará uma breve i nt r o d u ç ã o, e x p l i c a n d o, resumidamente, o que acontecerá, e pede um c o m p r o m i s s o d e s i g i l o. Compromisso de sigilo? Para pessoas que não se conhecem e que ele não tem a menor ideia de seus potenciais destrutivos.
constelação familiar. O artigo da semana passada mostrou a
COMPORTAMENTO 11
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Como lidar com idosos teimosos e 'rebeldes' que se colocam em perigo? ©GETTY IMAGES/ISTOCK
É crendice que ao envelhecer as pessoas cam mais pacatas e fáceis de lidar, como geralmente é mostrado na TV, em que os idosos — principalmente os mais avançados — falam baixinho, não entram em embates e estão sempre abertos a ouvir e acatar opiniões alheias. Só que fora da cção, a tendência é que, com o avançar da idade, os traços comportamentais se exacerbem e se alguém sempre foi rebelde e se colocou em risco, não fará o contrário agora no m da vida. Isso explica por que alguns idosos não se preocupam em, por exemplo, subir no telhado, dirigir com a carteira vencida, beber todas no bar e, sem consultar o médico, usar medicamentos que não deveriam. "Há quem age por malícia, inventa histórias e não é f á c i l l i d ar, p oi s s e n ã o s e importam consigo mesmos, o que dirá com os outros?", aponta Natan Chehter, geriatra da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da A Bene cência Portuguesa. Mas vale lembrar que se o idoso mudou de comp or t amento radicalmente e em curto espaço de tempo isso pode indicar problemas psicológicos. Pode ser que ele esteja em processo demencial, com Alzheimer, ou algum outro tipo de patologia de ordem cognitiva que carece ser
investigada, para que não se coloque em perigo e nem aos outros. Se for comprovado que suas faculdades mentais estão preservadas, o caso então não é médico, mas de conduta social. Se o idoso não for tão mais vigoroso, ou estiver doente sicamente, mas ainda assim é capaz de tomar decisões conscientes, ninguém tem o direito de decidir as coisas por ele e impedi-lo de fazer o que bem entende. Chehter explica que é uma situação comparável à de um jovem maior de idade que deixa os pais de cabelos em pé com suas transgressões. Mas ser dono de si não signi ca necessariamente não ter responsabilidades, ainda mais se depender de terceiros. É de se esperar que ele busque um bom convívio, que reconheça o sofrimento que possa estar causando à família com suas atitudes. "Do contrário e se provoca muitos prejuízos, sugere alguma questão patológica, que ele já tivesse algum transtorno anterior, de personalidade, talvez até algum grau de psicopatia", complementa o geriatra, salientando que, em último caso, sem resolução e havendo brigas, o idoso pode acabar sozinho, o que irá prejudicá-lo. Porventura, se provocar ou sofrer acidentes e for
denunciado, as autoridades judiciár ias p o derão, p or reconhecer seu desamparo e falta de cuidados médicos, acionar os parentes e determinar alguma medida cautelar. "A interdição nunca é a primeira alternativa, e serve somente para proteger o paciente e seus familiares de uma condição que pode ou não ser reversível. Facilita ainda a internação involuntária e mitiga problemas judiciais", observa Rafael Rodrigues, psiquiatra e professor do Instituto Ipemed, da Afya Educacional. Ficou claro que interdição compulsória só em último caso e com comprovação médica de que o idoso não pode responder por si. Agora, com aqueles em situação oposta, plenos e bem orientados, os familiares podem t e nt a r e s t r at é g i c a s m e n o s radicais e que podem gerar resultados positivos. Com a palavra, Paulo Camiz, geriatra e professor de clínica geral do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP): "Na pres ença do médico, tenha uma conversa franca com esse idoso e dê a ele informações para que se convença a mudar de atitude. Por e x e m p l o, s e é u m s u j e i t o funcional, mas está com osteoporose, explique que se cair
por descuido e sofrer algum dano, a vida dele vai mudar do dia p a r a a n o i t e e p a r a p i o r. Conscientize-o de que depois de um ano, 30% dos idosos que fraturam o fêmur [osso da coxa e o mais longo e volumoso do corpo humano] morrem". Vale fazer alertas relacionados também a outras doenças, como hipertensão, diabetes e cirrose. É sempre melhor o convencimento de forma amistosa a respeito daquilo que pode fazer muito mal à saúde e, nesse sentido, com di culdades para argumentar ou s oz i n ho, mobi l i z e p e ss o as íntimas ou próximas desse idoso
( lhos, irmãos, netos, cônjuge, sobrinhos, amigos). O suporte de psicólogos e assistentes sociais também é bem-vindo e eles ajudam a mediar con itos. A participação de especialistas nesse processo ainda serve para identi car se excessos estão sendo cometidos pelos lhos ou cuidadores mais jovens que o idoso. Em psicoterapia voltada para a terceira idade, se descobre como está a rotina familiar e social, os cuidados prestados, o emocional e psicológico dos indivíduos, que podem estar enfrentando di culdades em expor o que sentem sobre perdas,
desa os, descobertas e a d apt a ç õ e s rel a c i ona d o s à velhice. "Lido com muitos casos assim, em que a família relata que o idoso está lúcido, mas muito 'indisciplinado'. Ora, se está rebelde, será que não é por que estão agindo de forma errada com ele? É necessário se colocar no lugar do idoso, que trabalhou a vida inteira, criou a todos com todo cuidado e esforço e agora é tratado como uma criança, porque os lhos acham que podem mandar nele", informa Cláudia Messias, psicóloga do Hospital Geral de Palmas (TO).
Importância das habilidades socioemocionais Estudos relacionam habilidades socioemocionais a maiores chances de sucesso na vida adulta Habilidades socioemocionais são aquelas que diferem das medidas tradicionais de QI ou inteligência cognitiva, mas que, ao mesmo tempo, fazem parte de um tipo de inteligência diferente. Elas se de nem como competências desenvolvidas a partir da inteligência emocional, que permitem aos indivíduos realizar tarefas especí cas, como reconhecer e lidar com suas emoções e enfrentar con itos c o m s u c e s s o . Te r m o s equivalentes incluem habilidades pessoais, habilidades não cognitivas, h a b i l i d a d e s d e c a r á t e r, habi lid ades p ara a v id a e habilidades do século 21. A s h a b i l i d a d e s socioemocionais incluem o conhecimento, as atitudes e as competências necessárias para que as pessoas reconheçam e controlem suas emoções e comportamentos, estabeleçam relacionamentos saudáveis com os outros, tomem decisões responsáveis e atinjam metas positivas. Especialistas acreditam que uma educação integral, que inclua desenvolver habilidades socioemocionais em crianças e jovens (na sala de aula e no dia a dia), é fundamental para que, na vida adulta, eles se tornem preparados para enfrentar o mercado o trabalho e as obrigações cotidianas com resiliência e leveza.
Na fase de construção da identidade, as competências socioemocionais podem facilitar a inserção do indivíduo em grupos sociais e em sua comunidade, podendo ajudar na
socioemocionais de maneira simu lt âne a. A na l, s e um indivíduo tem forte senso de e mp at i a , m a s n ã o p o s s u i autocontrole, ele pode acabar causando prejuízos a si e aos
habilidades para de nir e perseguir metas; autocrítica; perseverança; exploração de carreira, pensamento crítico. Um estudo genético realizado por pesquisadores da
outros, mesmo que não tenha más intenções. As habilidades emocionais são diversas e dizem respeito a v ár i o s c amp o s d i fe re nte s : autoconhecimento, sociabilidade, determinação pessoal, comunicação, relações a f e t i v a s e mu i t o s o u t r o s . Algumas das principais competências são: autocontrole; competência social; empatia; capacidade de resolução de problemas; paciência; cooperação e altruísmo;
Universidade Columbia, da Universidade do Texas e da Universid ade L iv re de Amsterdam concluiu que as habilidades socioemocionais (chamadas também de habilidades não cognitivas) são tão importantes para o sucesso educacional e pro ssional quanto as competências cognitivas. As descobertas foram publicadas na revista Nature Genetics. O e s tu d o foi e l ab or a d o, inicialmente, para identi car
©UNSPLASH
autoestima e na autodefesa (ao lid ar com problemas com bullying, por exemplo), bem como na relação com outras pessoas (relações interpessoais). A l é m d i s s o , o desenvolvimento dessas habilidades é essencial também para garantir um bom des emp enho acadêmico, criatividade, facilidade para trabalhos em equipe e melhor capacidade de concentração. É imp or t ante, no ent anto, desenvolver todas as habilidades
genes que in uenciam as habilidades cognitivas. No e nt ant o, a e qu ip e a c a b ou descobrindo que a genética in uencia também as habilidades socioemocionais. Da in uência genética total na realização educacional, conhecida como herdabilidade, a s h a bi l i d a d e s c o g n it i v a s representaram 43% e as habilidades não cognitivas, 57%. Semelhante à genética das habilidades cognitivas, a genética das habilidades socioemocionais estava relacionada a realizações fora da escolaridade, incluindo manter empregos de maior prestígio, ganhar mais dinheiro e viver mais. No geral, a genética das habilidades não cognitivas foi associada a maior tolerância a riscos, maior disposição de renunciar à grati cação i m e d i a t a , m e n o r comportamento de risco à saúde e fertilidade retardada. Os pesquisadores também
observaram que a genética das habilidades não cognitivas estava associada a uma constelação de traços de personalidade ligados ao sucesso nos relacionamentos e no trabalho, como ser curioso e ansioso para aprender, ser mais estável emocionalmente e ser mais trabalhador e ordeiro. A equipe ainda revelou que as habilidades genéticas socioemocionais associadas ao nível de escolaridade também estavam associadas ao aumento do risco de esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo e anorexia nervosa. Os resultados aler t am contra uma vis ão simplista das variantes genéticas, segundo a qual elas seriam boas ou más. Segundo os pesquisadores, a mesma variante genética que predispõe alguém a ser mais bem-sucedido na escola e na carreira também pode elevar o risco de desenvolver problemas de saúde mental.
12 OLHAR DE UMA LENTE
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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Obras do Cais das Artes estão abandonadas Ação de Majeski provoca notificação do Tribunal de Contas a órgãos do Governo DIVULGAÇÃO
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corte de contas em fevereiro de 2021. A Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), o Departamento de Edi cações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) e a Secretaria de Controle e Transparência (Secont) serão noti cados para que tomem
providências a atender parte das s ol i c it a ç õ e s c onst ante s na representação do deputado. Os conselheiros aprovaram ainda determinação à Secretaria Geral de Controle Externo do TCE-ES p ara que os fatos representados por Majeski sejam utilizados para subsidiar as ações previstas no Plano Anual de
©DIVULGAÇÃO
Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCEES) decidiu noti car duas secretarias e um órgão da administração estadual por conta do abandono das obras do Cais das Ar tes. O despacho foi motivado pela representação apresentada pelo deputado estadual Sérgio Majeski (PSB) à
Controle Externo, em especial, as relacionadas ao Núcleo de Controle Externo de Edi cações. “Sempre é importante lembrar, destacar e enfatizar que já foram investidos mais de R$ 139 milhões de recursos públicos em obras, equipamentos e outras despesas na estrutura que está abandonada ao tempo desde 2015. Na representação havíamos cobrado ainda o d e t a l h am e nt o d o pre ju í z o econômico e a identi cação e responsabilização dos gestores públicos que permitiram tamanho desperdício de recursos, mas infelizmente o Tribunal não deferiu”, destaca Majeski. Na representação, Majeski solicita o levantamento dos bens existentes no canteiro de obras, relatório do que está inutilizado pelo abandono e o que necessita de reparo, providências para o correto armazenamento de tudo
que ainda pode ser utilizado e a realização de inter venções emergenciais que garantam a preservação das estruturas já construídas. Iniciadas em 2010, as obras do Cais das Artes ocupam cerca de 20 mil metros quadrados de área nobre de Vitória. O projeto prevê um teatro com capacidade para 1.300 pessoas, equipado para possibilitar usos múltiplos como
concertos de música acústica ou ampli cada, óperas, danças ou peças teatrais. Também constam no projeto um museu com grandes salões e diversas alturas livres, totalizando em torno de três mil met ros qu adrados de áre a expositiva climatizada, um auditório com capacidade de 225 lugares, uma biblioteca e um café.
“Vou para o partido que o presidente Bolsonaro achar melhor”, diz Manato TATI BELING
©HAROLDO FILHO/F&N
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em partido e com um certo risco de não concorrer ao pleito de 2022, o ex-deputado federal, e um dos nomes fortes do presidente Bolsonaro, Carlos Manato, riscou uma pequena linha do desenho eleitoral que vem se formando para 2022, envolvendo seu nome. Em uma rápida entrevista, o ex-deputado, incisivamente, disse que seu nome é uma opção forte para concorrer ao Palácio Anchieta no ano que vem, mas que tudo está dependendo do presidente. “Dependo do presidente B olsonaro, ele continua buscando uma legenda para concorrer à reeleição. Vou aguardar o desfecho e, para
onde ele for, ou para onde ele me mandar, eu vou, porque sou leal a ele e aos seus
projetos”. “ To d o p a r t i d o q u e o presidente conversa, procuro
as lideranças do partido no nosso Estado. Foi assim com o Patriotas, com o PSC, com o
PTB e agora PL, onde procurei o ex-senador Magno Malta, pre ro assim... Mas como já disse, por lealdade, só vou me posicionar, depois que o presidente decidir. Tenho um compromisso com ele, vou ouvi-lo e ingressar na legenda que ele indicar”, repetiu Manato. “Não quero passar por cima de ninguém, meu coração pede para ir aonde o presidente for ou me mandar ir. Estou conversando com vereadores e lideranças consolidadas, formadores de opinião, independentes, que não estão nem aí para nenhum governo, são bolsonaristas, de direita
conservadora, apoiam o que o presidente está fazendo mesmo”. Manato naliza com fortes críticas ao atual governo. “A gestão Casagrande é muito e ciente na geraç ão de burocracia e cobrança de imp ostos. Para a noss a infelicidade, o Espírito Santo é o vigésimo estado para se abrir uma empresa e é uma das federações do País que tem o mais alto Imposto de Circulação de Mercadoria e Serviços – ICMS, causando um efeito dominó para o alto preço do gás de cozinha e do combustível, cadê os subsídios do governo estadual?”, questionou.
BRASIL 13
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A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
Presidente da República, Jair Bolsonaro durante a Dubai Air Show ©ALAN SANTOS/PR
No segundo dia de compromissos o ciais nos Emirados Árabes, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, participou no último domingo (14) da abertura da Dubai Airshow, uma feira com exposições de aeronaves das maiores fabricantes mundiais. O evento, que segue até o dia 18, conta com a apresentação de modelos da Embraer, como o “Super Tucano” (EMB-314). O pavilhão brasileiro é organizado pelo Ministério da Defesa, que espera rmar um memorando de entendimento com o Internacional Golden Group, fornecedora de aeronaves às Forças Armadas dos Emirados Árabes. O acordo prevê o desenvolvimento, a produção e a comercialização de produtos na área de defesa nacional. Segundo o ministério, o país — formado por sete emirados (Dubai, Abu Dhabi, Ajman, Sharjah, Fujairah, Umm Al-Qaiwain e Ras Al-Khaimah) — está entre as cinco nações que mais adquirem produtos brasileiros no segmento. A relação do Brasil com os Emirados Árabes, de acordo com o Ministério da Defesa, foi fortalecida em 2019, quando o Governo brasileiro rmou dois acordos com o Fundo Tawazun, visando à expansão da capacidade produtiva na área. O ministro da Economia, Paulo Guedes, que faz parte da comitiva, falou sobre a oportunidade da visita ao Oriente Médio. “Tivemos boas notícias. [Os Emirados Árabes] vão estar presentes, agora, nos leilões de petróleo e de gás natural que nós vamos fazer", declarou dando destaque ao Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Segundo Guedes, R$ 700 bilhões em investimentos já estão garantidos ao programa. “Nós estamos muito otimistas. O crescimento da economia brasileira já está contratado. São R$ 700 bilhões já comprometidos, fora o trabalho que vamos continuar fazendo", a rmou. No sábado (13), o chefe de Estado brasileiro conheceu a Expo Dubai 2020, uma das feiras mundiais mais importantes sobre negócios e tecnologia. O Brasil está representado no evento com um pavilhão organizado em parceria pela Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). A expectativa do governo é que a Expo Dubai gere cerca de US$ 500 milhões de retorno em negócios ao Brasil a partir de exportações, além de investimentos internacionais em torno de US$ 10 bilhões. No primeiro dia no país, o Presidente e ministros de Estado ainda participaram de uma reunião bilateral com o emir e primeiroministro dos Emirados Árabes, xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, que recebeu do chefe de Estado brasileiro a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. A condecoração é considerada, pelo Itamaraty, a mais alta comenda atribuída a cidadãos estrangeiros. A delegação brasileira segue a agenda de compromissos nesta quartafeira e ao longo dos próximos dias nos Emirados Árabes. Presidente Jair Bolsonaro apresenta oportunidades do Brasil ao Bahrein. Durante cerimônia, ele destacou que o país conta com riquezas minerais em abundância, terras agricultáveis, belezas naturais, água potável, além da rica biodiversidade. A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira tem a meta de atingir a marca de US$ 22 bilhões anuais no comércio entre o Brasil e o mundo árabe e o Bahrein faz parte dessa estratégia. “De janeiro a setembro deste ano, as exportações bilaterais para o Bahrein totalizaram quase US$ 1 bilhão, o que o tornaram o terceiro maior mercado para os produtos brasileiros no mundo árabe. Com um sistema nanceiro forte e interconectado globalmente, o Bahrein vem se rmando como um estratégico hub de negócios e exportações. Seus fundos nanceiros podem ser fontes relevantes de recursos para inúmeros projetos que o Brasil tem a oferecer nos campos da infraestrutura, energia renovável, agronegócio, TI e turismo”, ressaltou o presidente da Câmara de Comércio ÁrabeBrasileira, embaixador Osmar Choh . De acordo com a instituição, de janeiro a junho de 2021, o país árabe aumentou em 87% o volume de minério de ferro importado do Brasil, somando seis milhões e 88 mil toneladas.
Em Brasília, Marcelo Santos apresenta, aos presidentes do Senado e do STJ, propostas para destravar obras ©BRUNO FRITZ
Em visita à capital federal, o vice-presidente da Assembleia Legislativa do E s p í r i t o S a nt o ( A l e s ) , deputado estadual Marcelo Santos (Pode/ES) apresentou o estudo elaborado no Estado para destravar e desburocratizar as obras públicas. O parlamentar foi recebido pelo presidente do Senado Federal, o senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG) e pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Humberto Martins. “Agenda muito importante para o País, especialmente para o nosso Estado, colocando os capixabas em papel de protagonismo, quando apresentamos uma solução para o Brasil, com este material construído a várias mãos e que tive a oportunidade de liderar, com representantes de diversos Poderes e do setor produtivo”, comentou o parlamentar que é presidente da Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa do Estado (CoinfraES). Marcelo destacou a importância de compartilhar o resultado do estudo, tanto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, quanto com o presidente da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura, senador Wellington Fagundes (PL/MT). “Elaboramos este denso material e, agora, estamos compartilhando com outras Casas Legislativas, em especial, o Senado Federal, ampliando ainda mais as possibilidades para que possamos destravar e desburocratizar o setor que, nos Estados Unidos, está para receber mais de US$ 1 trilhão”, complementou o deputado, citando a lei sancionada na última segunda (15) pelo presidente americano, Joe Biden, com um pacote bipartidário de infraestrutura de US$ 1,2 trilhão. Para expandir a análise do setor de infraestrutura, elencar entraves e apresentar uma série de sugestões com a nalidade de dar celeridade aos projetos públicos, o parlamentar chamou a atenção para uma zelosa harmonia entre os Poderes. “Esse trabalho foi elaborado a várias mãos, no Espírito Santo, contando com a participação de representantes do Poder Executivo, do Legislativo, advogados e até do setor produtivo. Agora, com esse estudo pronto, estou apresentando para diversos setores, principalmente para o Poder Judiciário, para que tenhamos um entendimento harmônico da legislação vigente e, com isso, destravar o setor de obras públicas, tão importantes na geração de emprego e renda”, comentou o deputado, durante encontro com o ministro Humberto Martins, no STJ. Não é novidade que as muitas normas e regras estaduais acabam di cultando o própr i o E s t a d o d e e xe c ut ar d e te r m i n a d a s o br a s . No l iv ro “Desburocratização, e ciência e produtividade nas obras de infraestrutura no estado do Espírito Santo”, Marcelo Santos garante que o estudo tem como resultado as entregas efetivas no que a população precisa, incluindo métodos para impedir corrupção. Em julho desse ano, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande e a presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, receberam apresentação sobre o projeto. Já em setembro foi a vez do vice-presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), André Montenegro e do vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alce), Fernando Santana. Ainda em Brasília, o deputado estadual Marcelo Santos, que também é vicepresidente do Legislativo Estadual, se reuniu com o ex-senador Ricardo Ferraço (União Brasil/ES) e com a senadora Rose de Freitas (MDB/ES). “Mais uma excelente oportunidade de debatermos o futuro do nosso País e do Espírito Santo”, nalizou o deputado.
571 obras escolares financiadas com recursos federais foram concluídas em 2021 em todo País Em 2021, já foram concluídas 571 obras de infraestrutura educacional nanciadas com recursos do governo federal em todo o país, sendo 171 somente do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância). Os números fazem parte do balanço mensal de outubro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), divulgado na quarta-feira passada, dia 3, e que está disponível no portal da autarquia. Os repasses nanceiros para construção e reforma de escolas e creches públicas em estados, municípios e Distrito Federal são feitos por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR), que é um instrumento de diagnóstico e planejamento da política educacional, concebido para estruturar e gerenciar metas de nidas de forma estratégica, contribuindo para a construção de um sistema nacional de ensino. A elaboração do PAR e todo o acompanhamento do seu trâmite são feitos pelo Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (Simec — Módulo PAR), disponível em http://simec.mec.gov.br. O Simec é um portal operacional e de gestão do MEC, que trata do orçamento e monitoramento das ações do governo federal na área da educação. É através do Simec que os gestores veri cam o andamento dos Planos de Ações Articuladas em suas cidades ou estados.
Prefeito de Fundão fala de melhoras na segurança pública do município ©HAROLDO FILHO/F&N
O prefeito Gilmar Borges, falou à nossa reportagem, nesta quarta-feira (17), de sua expectativa no que tange à segurança p ú b l i c a d o município, depois da reunião que teve com o secretário
Coronel Ramalho. “Tivemos reunião muito positiva com o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Coronel Alexandre Ofranti Ramalho e todos envolvidos na segurança pública daqui da região e de nimos que o município vai aderir ao Indenização por Serviço Extraordinário Operacional (ISEO), para colocarmos mais policiais nas ruas. Vamos aproveitar essa oportunidade, investiremos para garantir um pouco mais de segurança nos distritos, nas áreas rurais e aqui na sede. O Estado criou a lei Complementar nº 662, em dezembro de 2012, autorizando policiais militares, civis e inspetores penitenciários, que em suas folgas, possam trabalhar em até quatro diárias mensais. Achamos interessante para o município já que o policial não vai estar a serviço da prefeitura e sim, da segurança pública do Estado, sob a coordenação da Polícia Militar. Trata-se de uma parceria que a prefeitura está fazendo, vamos arcar com esse ônus para garantir que a nossa população tenha mais garantia de segurança na rua. O verão está chegando e a nossa orla, Praia Grande, vai ter muita necessidade disso”, frisou Gil.
Governo Federal simplifica e compila normas trabalhistas O Presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, assinaram normas trabalhistas que foram revisadas, simpli cadas e desburocratizadas, em cerimônia no Palácio do Planalto. A solenidade aconteceu na tarde de quarta-feira (10). Foram mais de mil decretos, portarias e instruções normativas trabalhistas que foram identi cados desde o início do Governo e agora foram reunidos em apenas 15 normas. Todos os direitos dos trabalhadores foram preservados. As normas tratam de assuntos como carteira de trabalho; aprendizagem pro ssional; grati cação de natal; programa de alimentação do trabalhador, registro eletrônico de ponto, entre outros. Antes da revisão foram feitas 10 consultas públicas que geraram mais de seis mil contribuições da sociedade. Esta é a primeira vez que a legislação trabalhista infralegal é completamente revisada. Com esse trabalho, várias normas revisadas que não tinham mais validade foram revogadas. As normas infralegais estão em posição inferior a uma lei, na disposição hierárquica jurídica. O objetivo do trabalho desenvolvido pelo Ministério do Trabalho e Previdência é que cada ato trate de temas comuns. Os quase 200 decretos identi cados, por exemplo, resultarão em quatro decretos consolidados que tratam dos seguintes assuntos: legislação trabalhista, convenções e recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), pro ssões regulamentadas e colegiados do trabalho. O Presidente Jair Bolsonaro disse que o trabalho de desburocratização e desregulamentação promovido pelo Governo Federal a partir de 2019 ajudou o Brasil a ser um dos países que menos sofreu com a crise da Covid19 em 2020 e que os re exos dessas medidas continuam neste ano, com a geração de mais de 2,5 milhões de empregos. “Esse trabalho desenvolvido pelo Ministério do Onyx, juntamente com seus assessores, é muito bemvindo, dá continuidade à aquilo que começamos a fazer em 2019, apontando para um Brasil melhor para o futuro”, ressaltou o Presidente Jair Bolsonaro. O Decreto assinado pelo Presidente Jair Bolsonaro prevê a criação do Programa Permanente de Simpli cação e Desburocratização Trabalhista. Com isso, será possível fazer o monitoramento dos atos normativos a cada dois anos, de forma que permaneçam consolidados e simpli cados, evitando a proliferação de normas autônomas e redundantes. “A decisão de estabelecermos aqui um programa permanente de simpli cação e desburocratização trabalhista vai garantir a todos aqueles que empreenderem no Brasil de que, com simplicidade, com e ciência, se pode transformar a vida das pessoas”, destacou o ministro Onyx Lorenzoni. Entre as normas revogadas está o Decreto nº 71.885, de 1973, que regulamentava a pro ssão de empregado doméstico. O tema já tinha sido tratado posteriormente pela Lei Complementar nº 150, de 2015. Desde 2019, outros 35 decretos que perderam efeito já foram revogados. Havia 10 portarias que tratavam de registro de ponto para controlar a jornada de trabalho. Outras 12 tratavam de emissão e de registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social, com procedimentos diferenciado para estrangeiros, dependendo da nacionalidade. Hoje, todos os interessados podem obter a carteira de trabalho digital, basta possuir o número de CPF. Para compreender as regras de aprendizagem pro ssional, por exemplo, era necessário consultar 30 portarias. Já para o registro sindical eram 37 portarias e as regras para emissão de certi cado de aprovação de equipamento de proteção individual estavam dispostas em 39 atos. Ainda houve a simpli cação e a retirada de obrigações desnecessárias ou meramente cartoriais para desburocratizar os processos de prestação de serviços pelo Estado e de prestação de informações pelos cidadãos.
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Empreendedorismo Poluição do ar prejudica feminino: mulheres são a fertilidade masculina, destaque no mundo dos segundo estudo negócios ©PIXABAY
Às vésperas da comemoração do Dia do Empreendedorismo Feminino, celebrado em 19 de novembro, é possível falar que o protagonismo das mulheres no mundo dos negócios segue avançando: dados da Rede Mulher Empreendedora dão conta que, somente em 2020, houve um aumento de 40% no empreendedorismo neste público. Ao todo, elas somam mais de 30 milhões de novas empreendedoras no Brasil, de acordo com a Global Entrepreneurship Monitor. No Espírito Santo, não é de hoje que as mulheres se destacam no mundo dos negócios. Na indústria química capixaba, por exemplo, quase 25% das empresas são comandadas por mulheres, segundo dados do Sindicato das Indústrias Químicas do E s pí r it o S ant o (Sindiquímicos-ES). Dentre elas, vale destacar a trajetória da empresária e atual presidente do Sindiquímicos-ES, Zilma Bauer. Migrante do interior de Minas Gerais, ela xou residência em Vila Velha e iniciou a faculdade aos 40 anos e é sócia-fundadora da Ervas Naturais, empresa de cosméticos capixaba com atuação em 18 estados do Brasil. “Tinha vontade vir para o Espírito Santo para eu e meus lhos estudarmos. Fiz o
vestibular e a faculdade junto do Kaio Bauer, meu lho. Em 1997, eu estava com queda de cabelo e minha irmã me indicou um produto para tratar esse problema e, um ano depois, compramos a marca desse produto, a Ervas Naturais. Nosso objetivo era empreender e deixar um legado, fazer a diferença. No
início, eu quem fazia as entregas com um fusca verde, depois fomos melhorando nossa logística e toda a cadeia de produção por meio de muito estudo e dedicação e, assim como todo grande sonho, enfrentamos muitos desa os nessa jornada. Atualmente, estamos trabalhando no processo
sucessório dos meus lhos dentro da empresa, que é um dos meus sonhos, vê-los na gestão da Ervas Naturais”, destaca. A trajetória como empreendedora garantiu à Zilma reconhecimentos nacionais como o Prêmio Mulher de Negócios, promovido pelo Sebrae nos anos de 2017 e 2020 e a Medalha de Mérito ©DIVULGAÇÃO Sindical da Findes, destinada aos industriais que se destacaram na p r o m o ç ã o d o associativismo na indústria capixaba, em 2020. Pesquisa realizada pela R e d e M u l h e r Empreendedora apurou que, quando empregam, as mulheres empregam mais que os homens (83% contra 63%) e os negócios comandados por mulheres apresentam m ai or t a x a d e formalização e também partem delas a maior busca por cursos e capacitações em e m p r e e n d e d o r i s m o. “C o m o mu l h e r, n ã o podemos desistir, temos muitas funções: somos mães, dona de casa, esposas, amigas e também somos empreendedoras. Busque soluções, porque elas existem! Temos ainda muito a conquistar, em multinacionais, há poucas mulheres em cargos de comando e esse cenário pode mudar”, destaca a empresária.
Documentário BR Acima de Tudo está disponível na Videocamp Filme sobre o projeto que estende a BR-163 de Santarém até a fronteira com o Suriname pode ser visto gratuitamente ©FRED RAHAL MAURO
A COP 26, Conferência Global do Clima, já terminou. Além do compromisso com as emissões de gases poluentes, que
aumentam os impactos ligados à mudança climática, também é necessário ampliar o debate sobre as queimadas orestais, a
política ambiental e a conservação da natureza, em especial no Brasil. Para contribuir com este debate,
controla a fome, a sede e o desejo poluição do ar em um tipo As recentes evidências sexual. especí co de neurônio cientí cas mostram que a “Já tinham estudos, feitos associado ao sono e obesidade é poluição atmosférica causa mais inclusive no Brasil, que responsável pela redução da impacto no organismo do que se mostraram que a poluição afeta contagem de espermatozoides. imaginava. Um estudo feito por o sêmen de animais. O que esse Para validar, a equipe testou pesquisadores da Escola de estudo mostra é que a poluição em ratos saudáveis e ratos Medicina da Universidade de parece ter um efeito direto no geneticamente modi cados para Maryland, nos EUA, foi capaz de cérebro, levando a um processo não ter neurônios com um conectar os pontos sobre como in amatório que repercute na marcador de in amação no respirar ar poluído impacta a produção de espermatozoides”, cérebro, chamado Inibidor fertilidade. disse o especialista em Kappa B Kinase 2 ou IKK2. Os Segundo a Organização reprodução humana Matheus dois grupos foram expostos ao ar Mundial da Saúde (OMS), 99% Roque, da clínica Mater Prime, ltrado ou à poluição do ar e, da população mundial respira ar em São Paulo. depois, analisaram as contagens com altos níveis de poluentes. Por t anto, já s e s ab e que de esperma. Os resultados Isso porque a cada ano, mais de condições estressantes afetam a mostraram que os animais oito milhões de pessoas morrem fertilidade. Os autores criados sem o marcador IKK2 como consequência da inalação informaram que as descobertas não tiveram reduções no do ar poluído, que agrava mostram que o dano da poluição número de espermatozoides problemas respiratórios e pode do ar na contagem de esperma quando expostos ao ar poluído, levar ao desenvolvimento de poderia ser remediado ao contrário dos camundongos câncer de pulmão. removendo um único marcador saudáveis. Além dos danos respiratórios e de in amação no cérebro de O próximo passo foi remover o cardiovasculares, pode haver camundongos. Isso abre a IKK2 de neurônios especí cos prejuízo cerebral, cognitivo e possibilidade para o para ver como a poluição do ar aumento do risco de obesidade, desenvolvimento de terapias que estava afetando os diabetes e infertilidade. Mas até podem ajudar a prevenir ou espermatozoides. Sendo assim, agora a forma como o ar poluído reverter os efeitos prejudiciais da d e s c obr i r am qu e u m t ip o pode levar causar era A transmissãoPublicado será no canal Sedu Digital no neurônio YouTube, nesta (07), horas poluição do ar às na14 fertilidade co de foi quarta-feira desconhecida. na daespecí masculina. responsável e que normalmente revista Environmental Health são encontrados no hipotálamo, Perspectives, o estudo revela que uma parte do cérebro que a in amação causada pela a p l a t a f o r m a Vi d e o c a m p disponibiliza, desde o dia 11 de novembro, o documentário BR Acima de Tudo. O lme cará disponível dentro da seção especial “Assista Agora”, para serem assistidos como, onde e quando o usuário quiser. Dirigido por Fred Rahal Mauro, o lme é uma produção de o ((o))eco, veículo de jornalismo volt a d o à c ons e r v a ç ã o d a natureza, biodiversidade e política ambiental. O documentário mostra os impactos da possível expansão da rodovia BR-163, cujo traçado corta a oresta amazônica em direção à f ronteira com o Suriname, projeto gestado durante a ditadura civil-militar (1964-1985). O projeto foi gestado na época da ditadura militar, e até hoje paira como uma sombra sobre a região. A construção aconteceria no norte do estado do Pará, onde ca o maior bloco de orestas protegidas do mundo. É uma área de oresta amazônica do tamanho do Reino Unido e que abriga uma in nidade de histórias e biodiversidade. No documentário, indígenas, pecuaristas, posseiros, quilombolas, empresários e políticos re etem à sua própria maneira os impactos da possível expansão da rodovia oresta adentro. Este não é um lme sobre uma estrada. É um lme sobre os abismos que separam
aqueles que compartilham de uma mesma terra. “Receber BR Acima de Tudo no Videocamp neste momento em que a COP 26 está acontecendo e, principalmente, frente a tudo o que estamos vivendo em relação a degradação do Pantanal, da Amazônia, ao extermínio de povos indígenas… É providencial aos mobilizadores
da plataforma; uma chance singular de, além de ver um lançamento de 2021, mergulhar nessas temáticas urgentes e impulsionar debates em cima dessas pautas que precisam ser amplamente discutidas e divulgadas”, diz Gabriela Olmos, coordenadora de comunicação do Videocamp.
COTIDIANO 15
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Estudo investiga por que UFF desenvolve cachorros viram a cabeça barco autônomo ao ouvir humanos Cientistas sugerem que gesto é um sinal de atenção redobrada — e pode ser mais frequente em alguns cães do que em outros ©TADEUSZ LAKOTA/UNSPLASH
para monitorar poluição das águas ©DIVULGAÇÃO/ESTEBAN CLUA
Se você acha que o seu cãozinho está se sentindo confuso toda vez que ele inclina a cabeça para o lado ao ouvir sua voz, está enganado: o gesto é, na verdade, um sinal de atenção redobrada, e pode ser mais frequente em alguns cães do que em outros. A hipótese é de um estudo publicado no periódico cientí co Animal Cognition no último dia 26 de outubro. Para investigar esse comportamento canino, pesquisadores da Universidade Eötvös Loránd, na Hungria, conduziram uma série de experimentos com um total de 40 cachorros. Os animais já tinham participado de outro estudo, no qual foram classi cados em dois grupos: sete eram os "aprendizes habilidosos de palavras” (gied word learners ou GWL, em inglês) e os outros 33, “cães típicos”. Havia uma justi cativa por trás da nomenclatura: enquanto os GWL provaram ser altamente adeptos ao aprendizado de nomes de objetos — brinquedos — os típicos só conseguiram memorizar um ou dois nomes, embora ambos os grupos tivessem passado pelo menos
treinamento de três meses para se familiarizar com as peças. Na pesquisa mais recente, o que os cientistas zeram foi analisar a ocorrência de inclinações de cabeça nesses animais quando seus guias pediam os brinquedos. O resultado? Ao ouvir o pedido de seus donos, os cães GWL inclinaram a cabeça “signi cativamente mais do que os cães típicos”: 43% contra 2% das vezes, segundo o estudo. Um a ve z qu e to d o s o s cãezinhos estavam igualmente treinados com os nomes dos objetos, os autores concluíram que a familiaridade do estímulo, por si só, não foi su ciente para provocar inclinações de cabeça. Eles sugerem que, em vez disso, o gesto pode ser uma resposta canina a "palavras signi cativas", o que poderia explicar por que os animais GWL repetiram as inclinações com mais frequência durante os testes. “Pode ser um sinal de atenção redobrada”, escrevem os pesquisadores no estudo, ressaltando que as funções cerebrais lateralizadas ajudam os cães a processar informações. “Possivelmente, inclinar a cabeça também pode estar relacionado a fazer uma
correspondência modal cruzada na memória dos cães (por exemplo, o nome de uma imagem visual) ao ouvir o nome do brinquedo”, acrescentam. Os cães que realizaram inclinações frequentes eram todos Border collies, mas a maioria dos típicos também. Por isso, a investigação considera que mais trabalhos são necessários para identi car possíveis diferenças desse comportamento entre raças. Então, é possível dizer que só os cães mais habilidosos inclinam a cabeça com frequência? "É importante notar que esse estudo investigou apenas inclinações de cabeça durante uma interação comunicativa muito especí ca entre o dono do cão: quando o dono pede ao cão para buscar um brinquedo com nome", responde Shany Dror, coautora do estudo, em comunicado. Andrea Temesi, outra autora, acres cent a: "Por t anto, é importante evitar pensar que ap enas cães aprendizes de palavras dotados irão inclinar a cabeça em outras situações não testadas neste estudo".
A crescente pressão sobre os recursos hídricos, além do aumento e da diversidade das fontes de poluição, torna o acompanhamento das alterações da qualidade das águas cada vez mais necessário. Esse monitoramento é feito para subsidiar ações de proteção e recuperação, visando garantir os usos atuais e futuros. Os dados p r o v e n i e n t e s d o monitoramento são a base para a avaliação da qualidade das águas e para a produção de rel atór ios, di ag nóst icos e boletins sobre as condições dos corpos hídricos. Com o intuito de colaborar na atenção dessa demanda ambiental, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal Fluminense se destaca trazendo mais tecnologia para o processo de acompanhamento da qualidade dos recursos hídricos no estado do Rio de Janeiro. Alunos e docentes dos Departamentos de Engenharia Elétrica (TEE-UFF), Engenharia de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (TGH-UFF), e do Instituto de Computação (IC-UFF), estão desenvolvendo em conjunto uma embarcação autônoma para monitoramento da água das baías e lagoas de Niterói. A iniciativa também tem apoio nanceiro da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e conta com a p arc e r i a d a Un ive rs i d a d e Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da empresa NVIDIA, líder mundial em soluções de Inteligência Arti cial e sistemas computacionais de alto desempenho embarcado. O coordenador do projeto, professor Daniel Dias, do Departamento de Engenharia Elétrica, explica que, ao reunir um conjunto de tecnologias de ponta, a mobilidade autônoma é capaz de se movimentar de forma planejada, rápida e segura. “A ciência acredita que em um futuro próximo os veículos autônomos, ou seja, sem intervenção humana em sua direção, estarão presentes em diversos cenários do dia a di a, re a lizando f unçõ es e atividades de alto impacto social, econômico e ambiental”. A princípio, o piloto automático será embarcado em um catamarã elétrico movido a energia solar. “O objetivo inicial era divulgar o uso de fontes alternativas para propulsão elétrica. Entretanto, a colaboração com a Engenharia Ambiental e a Computação ampliou a potência do desenvolvimento tecnológico da pesquisa, principalmente na área de gestão dos recursos hídricos,
com o monitoramento da qualidade da água, e da inteligência arti cial, que guiará a embarcação”, relata Daniel. Uma das grandes vantagens da utilização de uma embarcação autônoma para esse tipo de serviço é a praticidade, rapidez e baixo custo na realização do trabalho. “Se o monitoramento for feito através de recursos humanos, considerando que dependerá de uma equipe que vá até o local, colete as amostras, e as leve até o laboratório, o processo se torna mais lento e caro. Muitas vezes as ações que poderiam ser mais e cazes em tempo reduzido não são possíveis por conta do custo de tempo”, ressalta. O pesquisador pontua que outro benefício é a possibilidade de se realizar a medição em um maior número de pontos das baías e lagoas. “É essencial fazer um levantamento de diversos parâmetros, principalmente no fundo da baía, onde existe um grande despejo de lixo químico e i n du s t r i a l . A l é m d i s s o, pretendemos mapear o relevo do fundo das lagoas para detectar possíveis assoreamentos e como eles ocorrem ao longo do tempo, seus agravos e melhoras”. O piloto automático do barco está sendo desenvolvido pelo grupo de trabalho do Instituto de Computação (IC-UFF). “Uma câmera robô conduzirá as missões de monitoramento que medirão parâmetros importantes da água com mais e c i ê n c i a e s e g u r an ç a . A tecnologia é capaz de reconhecer obstáculos de forma detalhada, saber se um navio está passando, se há pedras ou lixo, e assim consegue fazer desvios. Estamos trabalhando na visão computacional, na p r o g r a m a ç ã o d o comportamento e nos controladores do robô. Já terminamos o protótipo do
barco, que recentemente teve um teste de três horas navegando sozinho pela Baía de Guanabara. Neste momento,
estamos calibrando as redes neurais robóticas para ap e r f e i ç o a r a i n d a m a i s a acuracidade da navegação”, destaca o professor do IC-UFF Esteban Clua. Já o Departamento de Engenharia Agrícola e Ambiental é responsável por auxiliar no desenvolvimento do sistema de sensores de baixo custo e das estações mete orológ ic as que s erão utilizadas na embarcação. O professor Ivanovich Salcedo pontua que, a princípio, a maior nalidade das sondas é medir o índice da qualidade da água em t e m p o r e a l . “ E n t r e t a n t o, inúmeras outras tarefas também podem ser programadas. Uma vez desenvolvida, essa sonda pode ser acoplada a outros tipos de embarcações e missões, o que ajuda a impulsionar o movimento da engenharia de re c u r s o s h í d r i c o s e m e i o ambiente”, complementa o docente. Além disso, monitorar a qualidade da água é essencial para o licenciamento ambiental e o suporte às decisões da gestão de recursos hídricos, e tem fortes efeitos nos setores de pesca, turismo, saúde e lazer. “Os diversos impactos negativos sofridos pelas águas urbanas acentuam a necessidade de práticas mais e cientes, que encurtem o monitoramento em tempo e espaço para uma melhor compreensão da evolução dos parâmetros de qualidade da água, em virtude, principalmente, dos processos arti ciais oriundos de atividades humanas”, acrescenta o coordenador Daniel Dias. A expectativa dos professores é que, ao nal do projeto, seja possível disponibilizar à comunidade uma infraestrutura completa com potencial para ser utilizada de forma cientí ca, comercial e até mesmo militar, em propostas que necessitem de um veículo robótico de superfície aquática com autonomia su ciente para missões marítimas de média e longa duração. “Além do alto impacto ambiental presente no projeto, acreditamos que o mesmo é fundamental para a região, em função da vocação para a construção naval presente na cidade de Niterói”, conclui.
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Tecnologias e bolsas ajudam, mas inclusão exige intencionalidade Seja no mercado de trabalho ou na educação, é preciso aderir a uma mentalidade de promoção da inclusão de pessoas com deficiência, dizem especialistas ©SEVENTYFOUR/ISTOCK
Novas tecnologias, leis e políticas públic as têm mel horado a diversidade nas instituições de ensino e empresas do Brasil. Quando se trata da inclusão de pessoas com de ciência na educação, a mudança é bem clara: em 2008, quando foi formalizada a política para inclusão em salas regulares, apenas 54% das crianças e jovens estavam na escola. Dez anos depois, o número chegou a 92%. Embora tenha havido evolução, a sociedade brasileira ainda precisa aderir a uma mentalidade d e prom o ç ã o d a i n clu s ã o, d e fe n d e r am Lu an a G é n ot , diretora-executiva do Instituto Ident id ades do Brasi l, e a jornalista Nathalia Santos, durante uma conversa no evento HUB, promovido pelo Edify. Ap esar de seus olhos aparentemente muito “vivos”, a jornalista Nathalia Santos nasceu quase sem enxergar. “Saí do hospital sem nenhum diagnóstico. Minha família só cou sabendo que havia algo errado porque eu tinha um irmão, e minha mãe reparou a diferença”, conta. Na época, 28 anos atrás, não havia testes de visão feitos por padrão em bebês. Morando numa favela carioca, Cidade Alta, e dependendo do s i ste m a pú bl i c o d e s aú d e, Nathalia enfrentou uma série de di culdades na infância por falta de recursos. Ela reconhece que hoje muitas tecnologias facilitam
a vida dos de cientes, mas eles ainda enfrentam frequentemente a falta de vontade para serem incluídos. Nat h a l i a s ó c on s e g u iu o diagnóstico de sua doença, com um laudo a ser apresentado à escola, aos 12 anos. “Contei com a boa vontade dos meus professores. Aprendi a escrever segurando a mão de uma professora — e por isso aprendi a escrever antes de ler”, recorda. Logo cou sabendo que tinha uma doença degenerativa na retina, que a tornou totalmente cega três anos depois. Teve que aprender braile, mas isso não foi su ciente. Era a única cega de sua escola de ensino médio técnico e não havia material didático
adaptado. Quando precisava estudar para provas, pedia para colegas, amigos, familiares e funcionários da escola lerem os livros para ela. “Existem muitas ferramentas, várias gratuitas, estamos no ápice do conhecimento tecnológico para ajudar pessoas com de ciências. Mas a inclusão está distante. Falta querer”, a rma. Segundo Nathalia, não se trata apenas de questões do governo, mas de toda a sociedade. “Cada um tem de fazer a parte da transformação que lhe cabe”. Seja no mercado de trabalho, seja na escola, a jornalista d e fe n d e qu e é i mp or t ante conviver com as pessoas diversas para que todos enxerguem o
va lor d a inclus ão. “É r ico conv iver com a diferenç a. Quando se tem investimento numa sociedade diversa, partindo da educação, com pro ssionais diversos, empresas que falem com todo mundo, Alexia temos um ganho de Debacker humanidade”, diz. Espinoso Sem dúvidas, a inclusão precisa de investimento em diferentes níveis. “Coisas simples, como ir ao banheiro no trabalho, eram u m pro bl e m a . Ma s h oj e a empresa tem o piso tátil e eu posso andar sozinha por toda a parte”, cita Nathalia. Ao receber alguém com uma necessidade especial, o caminho para a boa convivência deve ser pelo diálogo constante, para entender
especi camente o que é preciso para a apoiar a situação especí ca. Cada instituição deve mapear seus recursos e, por meio do diálogo com a pessoa com de ciência, traçar um plano de ação que resulte no comprometimento de todos. “Para dar certo, é preciso querer que as pessoas pertençam e participem”, defende Nathalia. Os desa os para a diversidade no Brasil vão além da inclusão de pessoas com de ciência. É necessário dar acesso e oportunidades também a negros, mulheres e pessoas periféricas, o que implica a necessidade de políticas a rmativas, a rma Luana, do Instituto Identidades do Brasil. “Políticas públicas que me permitiram ter diversas op or tunidade de vida. Fui bolsista em universidade particular, bolsista do programa Ciência sem Fronteiras. Estudei nos EUA, o que foi importante como background (experiência) de vida. Sem ações a rmativas eu não estaria aqui”, relata.
Mas há muitos pontos em que a sociedade pode contribuir mais diretamente, oferecendo oportunidades e exemplos. “Tive uma chefe negra, responsável por uma equipe de mais de 100 pessoas, e com aquela mulher c om e c e i a e nt e n d e r c om o poderia atuar no Brasil para a inclusão”, ressalta Luana. Empresas e escolas também podem agir, independentemente do governo. “Inclusão é intencionalidade. É preciso ver quais grupos estão subr e p r e s e nt a d o s e f a z e r u m movimento para trazê-los para perto”, recomenda. Esse movimento não deve ser visto como um favor, mas como valor positivo para qualquer a m b i e n t e . “A d i v e r s i d a d e promove um crescimento coletivo, que impulsiona a todos. É para que todos exerçam seu potencial pleno, possam ser autônomos, gerem renda. Um país sem isso é um país que não cresce, ou como um avião que quer voar usando uma asa só”, comparou Luana.
Prédio é descoberto em Israel e seria evidência de batalha ocorrida há 2.100 anos evidência de uma batalha entre os hasmoneus e os selêucidas gregos há cerca de 2.100 anos. As
pelos comandantes do Exército helenístico para proteger a grande cidade de Maresha de
encontrou na estrutura de um edifício escavado armas, vigas de madeira queimadas, dezenas de moedas e uma estrutura helenística na oresta de Laquis, segundo o e Times of Israel. O órgão infor mou que a estrutura e os achados são a
escavações revelaram um edifício de 15 metros por 15, que foi projetado como uma unidade bem forti cada por volta de 112 a.C. "[…] Parece que descobrimos um edifício que fazia parte de uma linha forti cada erguida
uma ofensiva hasmoneu", disse o órgão em comunicado citado pela mídia. Adicionalmente, os arqueólogos a rmam também que "as descobertas de agora mostram que as defesas selêucidas não tiveram sucesso, o
©PIXABAY/YANCEY CURTIS
Nesta terça-feira (16), a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) anunciou que
prédio escavado foi gravemente queimado e devastado pelos hasmoneus". O edifício está localizado no topo de uma colina que na época dava vista para a antiga estrada principal, a qual corria ao longo do leito do riacho Nahal Lachish e teria servido como uma artéria conectando a área central à planície costeira. As paredes da estrutura tinham
mais de três metros de espessura e eram construídas com grandes pedras dispostas em declive na p ar te e x te r n a , p ar a e v it ar escaladas. Lá dentro, havia sete quartos e uma escada que levava a um segundo andar, que não foi preservado. Os arqueólogos estimaram que o edifício teria cerca de cinco metros de altura. Depois de retirarem uma série de pedras do local, centenas de
achados vieram à superfície como cerâmicas, estilingues, armas de ferro, vigas de madeira queimadas e dezenas de moedas datadas do nal do século II a.C. "Com base nos achados e nas moedas, a destruição do prédio pode ser atribuída à conquista da região de Idumeia pelo líder hasmoneu John Hyrcanus por volta de 112 a.C.", disseram os arqueólogos.