Jornal Fatos & Notícias 456

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ANO XII - Nº 456 13 A 20 DE JANEIRO/2022 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

Pesquisadores descobrem espécie rara de maracujádas-montanhas no ES ©PAULO GONELLA

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

8 Aprenda a fazer uma

deliciosa salada com cuscuz marroquino Pág. 8

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 O ano de 2022 começou com o pé direito com o 10º Torneio de Vôlei de Praia e o II Rei da Praia, em Jacaraípe

Pág. 12

ANA MARIA IENCARELLI

8 Criada em 2010, a lei da

alienação parental gera controvérsias Pág. 10

China desenvolve robô capaz de ler mente humana com alta precisão Pág. 5

Arqueó logos espanhó is a irmam ter descoberto templo do heró i mitoló gico Hé rcules Pág. 7

Medicamento para bebês com HIV é aprovado no Brasil O maracujá-das-pedras ocorre em uma área restrita nas montanhas entre Minas Gerais Masculinidades: e Espírito Santo, fora de áreas protegidas, e os cientistas já alertam para o risco de extinção por que falar sobre isso na Maioria dos países escola? sofrerá com ondas de calor a cada dois anos até 2030 Pág. 9

©HAKINMHAN/ISTOCKPHOTO

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©BRALEY HOOK/PEXELS

Pesquisadores consideraram as emissões dos cinco maiores poluentes do mundo para traçar a estimativa Pág. 2

Educação para o futuro: Unesco pede trabalho conjunto para reimaginar a escola

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©SHUTTERSTOCK

Cerca de dois milhões de crianças no mundo desenvolvem asma pela poluição Acesse o nosso portal: www.jornalfatosenoticias.com.br

Documento ressalta a urgência de expandir as oportunidades educacionais e de um acordo para novo contrato social que beneficie todas as crianças e jovens Pág. 4

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2 MEIO AMBIENTE

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Pesquisadores descobrem espécie rara de maracujá-das-montanhas O maracujá-das-pedras ocorre em uma área restrita nas montanhas entre Minas Gerais e Espírito Santo, fora de áreas protegidas, e os cientistas já alertam para o risco de extinção ©PAULO GONELLA

.O Brasil é um dos países com maior diversidade de maracujás no mundo, com mais de 150 espécies conhecidas no território. E a lista brasileira acaba de car ainda maior com a descoberta de mais uma espécie: a Passi ora ita, no batismo cientí co, ou simplesmente maracujá-das-pedras. O nome é u ma re fe rê nc i a a o habit at inusitado desta planta que, ao contrário da maioria dos maracujás — que são plantas trepadeiras que ocorrem na oresta — é mais modesto e cresce em áreas abertas, sobre rochas. “Entretanto, suas ores não são nada modestas, são exuberantes e coloridas, destacando-se na vegetação”, conta a pesquisadora Ana Carolina Mezzonato-Pires, da Universidade Federal de Juiz de Fora. A especialista é uma das três autoras do artigo que

descreve a nova espécie e que foi publicado em dezembro na revista cientí ca Willdenowia, do Jardim Botânico de Berlim. De fato, a oração da espécie não possui nada de modesta, tampouco discreta. Com pétalas roxas vibrantes e listras brancas, a or do maracujá-das-pedras possui menos de dois centímetros, mas um visual marcante. A distribuição da espécie é exclusiva da Mata Atlântica e ocorre em montanhas e a oramentos rochosos do leste de Minas Gerais (em áreas de campos rupestres) e na região central e litoral do Espírito Santo, em altitudes a partir de 600 metros. A grande preocupação dos pesquisadores é a ausência da planta dentro de unidades de conser vação de proteção integral, o que signi ca uma maior vulnerabilidade do habitat

às pressões humanas, o que coloca o maracujá-das-pedras em maior risco de extinção. At u a l m e nt e , a e s p é c i e f oi encontrada apenas na Área de Proteção Ambiental (APA) Mestre Álvaro, de uso sustentável, no Espírito Santo. “Uma dessas montanhas é a Serra do Padre Ângelo, onde a esp écie foi des cob er ta, no

O que fazer ao encontrar uma tartaruga marinha desovando ou um ninho? ©PIXABAY

A temporada reprodutiva de tartarugas marinhas começou em setembro de 2021 e vai até abril deste ano. Com seu pico nos mes es de novembro, dezembro e janeiro, é possível que os primeiros lhotes comecem a nascer em dezembro e j a n e i r o. E n c o nt r a r u m a tartaruga marinha ou presenciar o momento mágico dos lhotes nascendo ou indo para o mar é um privilégio, mas é preciso seguir alguns cuidados para que a presença humana não seja um perigo para as espécies. Este período reprodutivo é de extrema importância para as espécies, mas é também um momento que os animais se tornam muito frágeis nas praias, justamente em um período em que as faixas de areia estão ocupadas por turistas e moradores e por uma grande quantidade de resíduos que não

são descartados corretamente. Além de nunca deixar lixo na praia, é muito importante que a população saiba como é possível aju d ar as t ar t ar u g as , c as o identi quem uma. No sul da Bahia, o Programa de Monitoramento de Quelônios Marinhos do Terminal Marítimo de Belmonte, promovido pela Veracel Celulose, já identi cou e sinalizou os primeiros ninhos. Os especialistas que trabalham no projeto trazem algumas orientações para que a população saiba o que fazer se identi car algum ninho, lhote ou tartarugas em desova. “A região sul da Bahia é muito importante para o turismo do nosso País, mas também é uma re g i ã o d e re p ro d u ç ã o d a s tartarugas marinhas na costa brasileira”, destaca Tarciso Matos, coordenador de meio ambiente da Veracel Celulose e responsável

p e l o P r o g r a m a d e Monitoramento de Quelônios Marinhos do Terminal Marítimo de Belmonte. Embora sejam marinhas, as tartarugas utilizam o ambiente terrestre — a areia das praias — para desovar, buscando o local adequado à incubação dos ovos e ao nascimento dos lhotes, ou seja, praias escuras e desocupadas. Ao visitar um local de reprodução de tartarugas marinhas, ao agrar uma fêmea em processo de desova ou avistar um ninho, é importante estar atento às seguintes orientações: respeitar o deslocamento das tartarugas desde o mar até a praia, não invadindo seu espaço nem obstruindo seu caminho; permanecer a uma distância maior que 20 metros (ou a indicada pelo guia, quando for o caso); não tirar fotos com ash. A luz assusta e desorienta as tartarugas; não usar focos de luz ou lanternas à noite pelos mesmos motivos; não fazer fogueiras nas praias onde as tartarugas fazem seus ninhos; não permitir que haja contato das tartarugas com animais domésticos; não se colocar imediatamente em frente a uma tartaruga em processo de desova, seja em qualquer etapa dela; manter-se em silêncio; não fumar, e não cavar os ninhos.

município mineiro de Conselheiro Pena. Nos últimos anos, revelamos várias espécies novas nessa região, que tem se mostrado um importante 'refúgio de biodiversidade'”, d e s t a c a o b o t â n i c o Pau l o G o n e l l a , d a Un i v e r s i d a d e Federal de São João del-Rei, outro autor do artigo. A serra, que não é protegida por

nenhuma unidade de conservação, foi atingida por um forte incêndio criminoso em outubro de 2020, num exemplo das ameaças que pairam sobre o maracujá-das-pedras e outras plantas. O biólogo Ricardo Ribeiro, do Camaleão Furcifer Instituto Nacional da Mata labordi Atlântica, um dos autores do artigo, explica que a lista de ameaças da nova espécie vai desde incêndios e a pressão de espécies invasoras, até a extração de rochas ornamentais no seu h a bit at . “Por c ont a d i s s o, sugerimos que ela deve entrar na 'Lista de Espécies Ameaçadas do Brasil'”, destaca Ricardo. No artigo, os pesquisadores sugerem a classi cação de “Em Perigo” de extinção para o Passi ora ita. A área de ocorrência estimada para a espécie é de apenas 44 km². Os pesquisadores destacam que a

Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo foi severamente alterada, com grande parte da sua área original convertida em pastagens e outras atividades agrícolas, com a redução do bioma a pequenos e isolados fragmentos de vegetação nativa. Eles reforçam ainda que em todas as áreas estudadas, o maracujá-daspedras foi encontrado apenas em pequenas populações, com baixa densidade de indivíduos. “A d e s c o b e r t a d e n o v a s espécies e seu mapeamento adequado é fundamental para ações de conser vação, pois sabendo quais espécies existem e onde elas est ão é p ossível direcionar essas ações para áreas pr i or it ár i a s”, c omp l e t a . O maracujá-das-pedras é a 21ª espécie de maracujá descoberta no Brasil apenas nos últimos 11 anos.

Maioria dos países sofrerá com ondas de calor a cada dois anos até 2030 Ondas de calor extremo que na era pré-industrial ocorriam uma vez a cada século agora devem se repetir ao menos a cada dois anos em quase todos os países do planeta até 2030. A estimativa consta em um estudo publicado nesta quinta-feira (6) na revista Communications Earth and Environment. Para chegar a essa previsão, os pesquisadores consideraram os dados sobre emissões dos cinco maiores poluidores atmosféricos do mundo: China, Estados Unidos, União Europeia, Índia e Rússia. Também foram levadas em conta as promessas de redução de gases poluentes anteriores à COP26. Um estudo de modelagem a p ar t ir dess as infor maçõ es indicou que 92% dos 165 países estudados devem atravessar anos de calor extremo antes extremamente raros. “Isso realmente mostra a urgência e

Embora os anos de calor intenso estejam previstos para todos os cantos do globo, eles d e v e m a f e t a r desproporcionalmente algumas regiões. Enquanto a África Tropical é a região que deve ter anos quentes com mais ©BRALEY HOOK/PEXELS frequência, os países mais ao norte global são o s q u e d e v e m experimentar os maiores a u m e n t o s d e temperatura. S e g u n d o o s pesquisadores, o estudo consegue dar concretude ao aquecimento global, indicando quando e o quanto a Terra deve maiores poluentes do mundo a aquecer nos próximos anos. partir de 1991 – ano em que o “Normalmente falamos sobre I P C C ( P a i n e l essas quantidades abstratas de Int e rgove r n am e nt a l s o bre emiss õ es ou temp eraturas Mudanças Climáticas) alertou globais, que nós conhecemos pela primeira vez sobre as mas não conseguimos realmente mudanças climáticas – a sentir”, a rmou à AFP Lea proporção de países afetados por Beusch, autora principal do essas ondas de calor seria cerca estudo. de 46% menor. como estamos entrando em um mundo que é muito mais quente p a r a t o d o s ”, a r m o u e m entrevista à Agência France Press Alexander Nauels, coautor do estudo. A pesquisa também mostra que sem as emissões dos cinco

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

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CULTURA 3

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De onde veio o ditado Prêmio de fotografia "dinheiro não tem cheiro"? abre inscrições para Essa e a tão famosa expressão "são outros quinhentos" tiveram origens muito mais antigas do que podemos imaginar. Confira! ©DIVULGAÇÃO/PIXABAY/FRANTISEK_KREJCI

Jovens Indígenas O tema do concurso é Mudança Climática e Ação Climática: A Mãe Terra através de Nossas Lentes ©OMPI

E

sse dito popular, presente em vários idiomas, dá origem à cláusula tributária chamada pecunia non olet ou non olet (não tem cheiro) — em que, para o fisco, pouco importa se os rendimentos tributáveis tiveram ou não fonte lícita ou moral. Com quase dois mil anos de existência, a expressão surgiu da boca do imperador de Roma Vespasiano (9-79). Relatos do historiador romano Suetônio contam que o imperador espalhou pelo seu território impostos bizarros. Quando restavam poucas coisas para serem taxadas, Vespasiano tributou, inclusive, o uso dos mictórios públicos. Roma tinha então 144 latrinas públicas. Ao lado dos banhos, elas eram muito populares como locais de bate-papo entre os

cidadãos. Quando Vespasiano declarou o imposto, irritou até mesmo seu filho Tito, que resolveu inquirir o pai. Vespasiano, em resposta, teria enfiado no nariz do rebento uma das primeiras moedas provenientes dos banheiros, e perguntado algo como: “Incomoda-se com o cheiro?” O filho não sentia nada. “No entanto, provém da urina”, teria dito o imperador, concluindo: “dinheiro não tem cheiro”. Apesar de narrada por Suetônio como uma anedota sobre a avareza de Vespasiano, a história mostra a batalha do imperador para equilibrar as contas de Roma, submersa numa guerra civil depois da morte de Nero. Sem ligar para o cheiro do dinheiro, ele botou as contas do império em dia.

"São outros quinhentos" Já quando você usa a expressão acima para separar uma história de outra, está seguindo uma tradição ibérica do século 13. Quinhentos era o valor em soldo (moeda antiga de Portugal) que os fidalgos tinham o direito de receber na Justiça caso sofressem algum tipo de injúria. Se a vítima não pertencesse à mesma hierarquia, a indenização a que tinha direito era de apenas 300 soldos. “No direito português antigo, a diferença de tratamento entre nobres e as pessoas do povo era comum”, afirmou o professor de história do direito da Universidade de São Paulo, Ignácio Póveda. Se o mesmo agressor proferisse mais uma ofensa, poderia pagar “outros quinhentos” de multa. FOTO: REPRODUÇÃO

(AVENTURAS NA HISTÓRIA)

Exposição imersiva de Van Gogh chega ao Brasil em março A mostra de arte 'Beyond Van Gogh' ocorrerá na cidade de São Paulo ©GETTY IMAGES

A exposição imersiva “Beyond Van Gogh”, que já levou as obras d o ar t i s t a h o l an d ê s p ar a diversos países ao redor do mundo, chegará a São Paulo no dia 17 de março deste ano. O e ve nto s e r á re a l i z a d o n o estacionamento do Mor u mbi Shoppi ng e te r á ingressos com valores entre R$ 28 e R$70 reais. A mostra, que conta com uma grande instalação repleta de

luzes coloridas, sons e formas projetadas nas paredes e no chã o, foi i d e a l i z a d a p el o Normal Studio de Montreal, no

Canadá. De acordo com informações do site Guia Viajar Melhor, a exposição em São Paulo ainda celebrará os 100 anos da Semana de Arte Moderna. Conforme a fonte, as projeções deverão apresentar mais de 300 obras do pintor Van Gogh sobre as superfícies. Os ingressos poderão ser obtidos por meio do site o cial da exposição. A visitação será possível de segunda a sábado, das 10h às 21h20, e aos domingos, das 10h às 19h.

Estão abertas as inscrições para o Prêmio de Fotogra a da Organização Mundial da Propr i e d a d e Int e l e c tu a l (OMPI) para Jovens de Povos Indígenas e Comunidades Locais 2021-2022, destinado a pessoas residentes de estados membros da organização e com até 30 anos de idade. O Brasil faz parte da OMPI. A iniciativa pretende celebrar e promover a criatividade de jovens indígenas e de comunidades locais, bem como conscientizá-los de como os direitos autorais podem ser usados para proteger a criatividade expressa em fotos. As fotos devem mostrar o impacto das mudanças climáticas em comunidades, na biodiversidade e no meio ambiente ou prát icas — incluindo baseadas no

conhecimento indígena ou tradicional — ou ações que p e r m it am a d apt a ç ã o ou amenizem o impacto das mudanças climáticas. Os vencedores receberão diversos prêmios, incluindo equipamento fotográ co, licenças de sowares de edição de fotos e cursos e mentoria na área de fotogra a. O tema do concurso é Mudança Climática e Ação C limát ic a: A Mãe Te r ra

através de Nossas Lentes. As inscrições podem ser feitas até o dia 22 de janeiro através de registro neste formulário disponível on-line: h t t p s : / / y o u t h prize.wipo.int/?language=pt_ BR&utm_source=Boletins+i nformativos+da+OMPI&utm _campaign=b542bdd601EVENT_TK_PT_06012022& utm_medium=email&utm_t erm=0_34a8c9e116b542bdd601-256877758. LUCIANO DANIEL

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Foto Antiga do ES ©GESSIMAR MACHADO/FOTOS ANTIGAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO/FACEBOOK

PRAIA DE ARACRUZ/ES — ANO DE 1970


4 EDUCAÇÃO

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Evasão escolar na pandemia Educação para o futuro: prejudica jovens pobres e Unesco pede trabalho ameaça futuro do Brasil conjunto para reimaginar a escola ©FOLHAPRESS/RUBENS CAVALLARI

Conforme dados da 2ª Pesquisa G02Mob/FirstCom Pós-Vacina covid-19, o número de famílias das classes C e D que a rmam que seus lhos pararam ou pretendem parar de estudar para ajudar nas despesas domésticas cresceu de forma signi cativa durante a pandemia. Nessa situação estão 43% das pessoas que responderam o questionário da pesquisa, sendo que a primeira edição do levantamento identi cou 31% dos entrevistados sob risco de evasão escolar, em março de 2021. A pesquisa mais recente ouviu de forma remota 4.520 pessoas das classes C e D de todas as unidades federativas do País, entre 1º de outubro e 30 de s etembro do ano p ass ado. Segundo a classi cação do Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE), a classe D corresponde às famílias com renda entre dois e quatro salários mínimos, enquanto a classe C engloba as famílias com renda entre quatro e dez salários mínimos. De acordo com a mais recente atualização do governo fe d e r a l, o s a l ár i o m í n i mo brasileiro é de R$ 1,212,00. Essa é uma situação preocupante que pode aumentar a desigualdade social e minar o desenvolvimento do País. É o que aponta a economista Vivian Almeida, professora do Ibmec, que destaca que diante da crescente exigência de especialização no mercado de trabalho, o afastamento dos jovens das escolas e do " uxo contínuo de adquirir conhecimento" é um problema sério que compromete a criatividade do País como um

Documento ressalta a urgência de expandir as oportunidades educacionais e de um acordo para novo contrato social que beneficie todas as crianças e jovens ©HAKINMHAN/ISTOCKPHOTO

todo. "É extremamente preocupante como esse jovem vai entrar no mercado de trabalho ou se manter no mercado de trabalho, e quais são as potencialidades desses jovens que pretendem evadir", avalia a economista em entrevista à Sputnik Brasil. Almeida destaca que o período da pandemia mostrou a necessidade de formação em tecnologia, dado que cresceu o uso de ferramentas digitais e de modalidades como o teletrabalho. Com o problema educacional gerado pela pandemia, uma das questões levantadas é a formação de pro ssionais quali cados para esses setores. "O denominador de geração de capital humano está menor, então o nosso potencial produtivo no futuro também está menor. A gente está contratando um futuro menos auspicioso do que poderíamos ter", lamenta. A pesquisadora ressalta que a necessidade inicial de fechar as salas de aula foi importante para c o nt e r o a v a n ç o d o n o v o coronavírus, mas as consequências dessa medida de emergência devem ser

enfrentadas. Além do impacto n o ap r e n d i z a d o, A l m e i d a destaca a força da desigualdade social nesse processo. "Essa interrupção faz com que a volta n ã o s e d ê a ond e p arou, é necessário um tempo para que se possa retornar [ao uxo de aprendizado]. Então sem dúvidas há impacto em termos de aprendizado. Além disso, a pandemia escancarou as múltiplas desigualdades que a gente vive no nosso País", aponta. A desigualdade social durante o afastamento das salas de aula colocou as crianças pobres em uma situação ainda mais delicada. Esse cenário, acredita a pesquisadora, é mais um desa o a ser levado em conta, visto que o acesso a computadores e smartphones de melhor qualidade durante a pandemia colocou estudantes com maior renda familiar em uma situação bastante privilegiada em termos e du c a c i onais . " As p e ss o as precisam sobreviver. À medida que essas barreiras forem cando maiores, mais intransponíveis e o s c u s t o s d e s s a re t om a d a individualmente forem maiores, a gente vai deixando essas crianças para trás", ressalta.

Por mais meninas na ciência, programa apoiará alunas que desenvolvem projetos STEM Há poucas semanas, o nome da jovem Geovana Ramos ganhou manchetes de jornais em todo o país. Com apenas 21 anos, a manauara que sonhava em ser astronauta se tornou astrônoma am a d or a , a o d e s c obr i r 4 6 asteroides e ser reconhecida pela Nasa. Fomentar o sonho de meninas como Geovana é o foco do programa Mulheres na Ciência, do British Council. Em parceria

com a Fundação Carlos Chagas, a segunda chamada do edital G a rot a s S T E M : f or m a n d o futuras cientistas (sigla em inglês p ara S cience, Te chnolog y, Engineering e Mathematics — Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português) segue até fevereiro. Além de ap oi ar o d e s e nvolv i me nto cientí co e tecnológico, o objetivo é incentivar garotas para que sigam carreiras nas áreas de

c omput a ç ã o, e nge n h ar i a s , ciências exatas e naturais. Podem ser inscritos projetos realizados por pessoas e instituições de todo o Brasil, desenvolvidos há pelo menos dois anos, que promovam a participação das estudantes do ensino fundamental e médio nas áreas cientí cas e tecnológicas. O apoio nanceiro oferecido será de até R$ 15 mil para cada proposta.

O exercício de prever como será a educação em 2050 precisa primeiro considerar como corrigir desigualdades e oferecer novas possibilidades de aprendizagem para crianças. O que pre cis amos cont inu ar fazendo, o que de ve s er abandonado e o deve ser recriado? Pensando em respostas para essas questões, um estudo publicado p ela Unesco (agência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no nal de 2021 estabelece princípios e avança nos debates que, em breve, farão parte da agenda de governos e discussões dentro e fora da escola. Chamado “Reimagining our futures together: A new social c o n t r a c t f o r e d u c a t i o n” (“Reimaginando juntos nossos futuros: Um novo contrato social para a educação”), o documento preparado por uma comissão che ada pela presidente da Etiópia Sahle-Work Zewde pretende ressonar da mesma forma que o texto de 1996 “Educação: um tesouro a descobrir”, conhecido como relatório Jacques Delors, que comandou iniciativa similar. C r i a n ç a s e j ov e n s s e r ã o essenciais em diferentes áreas que atualmente já passam por grandes transformações. Por e xe mpl o : a l g u ns p aís e s j á começam a colocar em prática planos de descarbonização, subst ituindo combust íveis fósseis por fontes de energia renovável, o que impacta o modo de consumo e de vida das populações. Pelo lado político, enquanto democracias são ameaçadas por líderes populistas, também orescem iniciativas de p ar t i c ip a ç ã o d e s t i n a d a s a fortalecer a luta por justiça social. Esse cenário também é envolto por expansão e exclusão digital, em que a tecnologia já impacta, por meio do avanço da inteligência arti cial, o modelo de tradicional de trabalho. Para dar conta das demandas, a Unesco defende a criação de um novo Contrato Social Para a Educação, no qual todos os integrantes da sociedade atuem por benefícios comuns a partir de dois princípios básicos: acesso à educação de qualidade por

toda a vida e fortalecimento da educação como um bem comum. Segundo Sahle-Work Zewde, é necessário transformar a educação. “O respeito pelos direitos humanos e a preocupação com a educação enquanto um bem comum deve se tornar os os centrais que unem nosso mundo compartilhado e futuro interconectado”, ressaltou na apresentação do documento. Ao longo do século 20, a educação pública tinha como foco apoiar a cidadania nacional e os esforços de desenvolvimento ao tornar a educação obrigatória para crianças e jovens. Hoje, diante dos riscos mencionados acima, a Unesco clama por união em torno de esforços coletivos e de acesso a conhecimento e à inovação necessários para moldar um futuro sustentável e pací co para todos, ancorado na justiça social, econômica e ambiental. Pela mudança e inovação em larga escala. Um novo contrato social virá à tona a partir de ações i n d iv i du ai s e c ol e t iv a s — m a n i f e s t a d a s p o r at o s d e coragem, liderança, resistência, criatividade e cuidado. Um novo contrato social precisa superar a discriminação, marginalização e exclusão. A educação deve se dedicar a garantir a igualdade de gênero e os direitos de todos, independentemente de raça, etnia, religião, de ciência, orientação sexual, idade ou c on d i ç ã o d e c i d a d a n i a . É necessário um compromisso robusto com o diálogo social, pensando e agindo de forma conjunta. Por investigação e inovação. Um novo contrato social requer um programa de p es quis a colaborativa mundial para a

educação ao longo da vida. Este programa deve centrar-se no direito à educação e incluir diferentes tipos de evidências e f o r m a s d e c o n h e c i m e nt o, incluindo a aprendizagem horizontal e a troca de conhecimentos através das fronteiras. As contribuições devem vir de todos — professores a estudantes, de acadêmicos e centros de pesquisa a governos e organizações da sociedade civil. Solidariedade global e cooperação internacional. Um novo contrato social para a educação requer um compromisso renovado com a colaboração global em apoio à educação como um bem comum, com base em uma cooperação mais justa e equitativa entre atores estatais e não estatais. A comunidade internacional tem um papel fundamental a desempenhar, ajudando na construção de consensos, normas e referenciais comuns. As necessidades educacionais dos requerentes de asilo, refugiados, apátridas e m i g r ant e s , e m p ar t i c u l ar, precisam ser apoiadas por meio da cooperação internacional e do trabalho de instituições globais. As universidades e outras instituições de ensino superior devem ter papel ativo, atuando na pesquisa e como c ont r i bu i nt e s p ar a out r a s instituições e programas educacionais em suas comunidades e em todo o mundo. É fundamental que todos possam participar da construção d o f utu ro d a e du c a ç ã o — cr ianças, jovens, famílias, professores, pesquisadores, ativistas, empregadores, lideranças culturais e religiosas. A Unes co ressalta que o relatório é mais um convite a pensar e imaginar do que um projeto. As questões que surgem precisam ser tomadas e respondidas localmente nos países, nas escolas, nos prog ramas e nos sistemas educacionais.


INOVAÇÃO 5

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Curativo com alta ação China desenvolve robô antibacteriana é feito capaz de ler mente à base de açafrão humana com alta O curativo multifuncional libera lentamente compostos precisão bioativos para o tratamento de feridas ©PAULO CHAGAS

É d o e n c o n t r o d a nanotecnologia com a biotecnologia, da combinação de compósitos biodegradáveis e de uma porção de curcumina, substância encontrada no pó dourado do açafrão-da-terra, que pesquisadores de São Carlos (SP) proj et aram um novo modelo de curativo cutâneo multifuncional para tratamento de feridas. Além de driblar as limitações da curcumina, ele é capaz de liberar o princípio ativo contido no interior do curativo de forma controlada, o que nem sempre ocorre em versões tradicionais. Embora apresente diversas propriedades medicinais, como atividade bactericida, antioxidante e anti-in amatória, a aplicação da curcumina é limitada por sua baixa solubilidade e fácil degradação na presença de luz. Para vencer essas barreiras, os pesquisadores cr i aram um nanomater i a l baseado em membranas poliméricas bicamadas,

compostas por bras eletro adas de poliácido láctico e borracha natural. O resu lt ado obt ido abre caminho para ampliar o uso de curativos multifuncionais nesse modelo, de liberação lenta de c omp o sto s bi o at ivo s p ar a tratamento de queimaduras e úlceras, p or exemplo. Em e n s ai o s d e l a b or at ór i o, o curativo evitou a penetração de bactérias por dez dias e demonstrou forte ação antibacteriana contra a Staphylococcus aureus, bactéria geralmente presente em feridas cutâneas e associada a infecções de pele. O curativo pode ser disponibilizado como mantas de nano bras, em diversos formatos, apropriado à aplicação em ferimentos cutâneos. Ao mesmo tempo em que protegem as lesões de ações externas, como exposição à luz solar e contaminação, o curativo também diminui a infecção por bactérias. AJUFE

Já com pedido de patente depositado no Instituto Na c i o n a l d e P r o p r i e d a d e Industrial (Inpi), o próximo passo é prospectar parceiros interessados em avançar no desenvolvimento do produto e realizar testes em escala para entrada no mercado. O modelo-piloto apresenta importantes propriedades, como exibilidade e elasticidade, além de biodegradabilidade e biocompatibilidade e capacidade de realizar trocas g a s o s a s , qu e au x i l i am n o processo de cicatrização da pele. Estas características vantajosas se devem à composição e ao design das nano bras poliméricas que compõem o curativo. Elas são formadas por duas membranas produzidas por eletro ação, cada uma com funções distintas. Corrêa explica que a camada inferior, que entra em contato com a pele, é composta por uma m istu r a bi o d e g r a d ável d e micro bras de poliácido láctico (PLA) e de borracha natural (BN) contendo o composto bioativo curcumina. “Já a camada superior, exposta ao meio externo, composta apenas por nano bras de PLA, cumpriu função dupla: fez a proteção da c u r c u m i n a — c o nt i d a n a camada inferior — contra a fotodegradação e evitou a penetração bacteriana externa”, acrescenta o cientista.

Bateria “oceâ nica” armazena energia renová vel no fundo do mar Solução foi desenvolvida para “estocar” a energia gerada em usinas offshore

©OCEAN GRAZER

“O c e a n G r a z e r r e s o l v e o problema mundial de

armazenamento de energia”. Sem medo de soar presunçosa

ou prometer além do esperado, assim se apresenta a empresa que nasceu na Universidade de Groningen, na Holanda. A companhia é responsável pela criação da “Ocean Battery” — a bateria oceânica capaz de armazenar energia renovável. O funcionamento da bateria, d e a c o r d o c o m a d e s e nv o l v e d o r a , “é incrivelmente simples e e ciente”. No fundo do mar é colocado um reservatório que armazena até 20 milhões de litros de água em baixa pressão.

Os desenvolvedores afirmam que o robô pode "reconhecer a intenção" das pessoas com 96% de precisão ©PIXABAY/GERALT

Uma equipe de pesquisadores do Centro de Tecnologia de Inovação de Fabricação Inteligente da ree Gorges University (China) construiu um robô portátil que, aparentemente, pode ler a mente humana ao monitorar as ondas cerebrais e atividade muscular. Em um estudo publicado na revista Chinese Journal of Mechanical Engineering e citado pelo jornal South China Mo r n i n g Po s t , o s desenvolvedores a rmam que o equipamento pode "reconhecer a intenção humana" com uma precisão de 96%. O dispositivo foi testado em trabalhadores de uma fábrica, que não precisavam emitir comandos verbais ou realizar gestos quando precisavam de alguma ferramenta ou material, já que o robô reagia "quase instantaneamente", recolhendo e entregando o objeto requerido.

"Na fabricação industrial moderna, o trabalho de montagem representa 45% da carga de trabalho total e entre 20% e 30% do custo total de produção", ressaltaram os autores do estudo, adicionando que o robô poderia potencialmente aumentar a produção das linhas de montagem. S egundo os cientist as, a aplicação deste tipo de robôs no mundo real tem sido limitada, já que "sua capacidade de reconhecer a intenção humana por vezes é imprecisa e instável". Para superar esta limitação, a equipe de pesquisadores e oito trabalhadores da fábrica submeteram o robô (que combina um detector de ondas cerebrais não invasivo e sensores que são colocados nos braços) a centenas de horas de treinamento". O detector de ondas cerebrais

entendeu as intenções dos v o l u nt á r i o s c o m aproximad amente 70% de precisão, porém o sinal era fraco e os trabalhadores tinham que "se concentrar muito" para que o robô recebesse uma mensagem clara. Por outro lado, os sinais elétricos dos músculos coletados pelos sensores do braço eram mais estáveis, embora perdessem força à medida que os trabalhadores se cansavam. De acordo com os cientistas, a combinação dos sinais cerebrais e musculares ajudou o robô a predizer as intenções da pessoa com grande precisão. Além disso, o estudo observa que ao replicar estes resultados fora de um ambiente laboratorial, podem surgir inconveniências, já que o suor e movimentos irregulares dos trabalhadores podem afetar a qualidade dos sinais.

Um s i ste m a d e b omb a s e turbinas conecta esse reservatório a uma “bexiga exível”. O excesso de energia eólica pode então ser usado para bombear água do reservatório para a bexiga. Sempre que há demanda por energia, a bexiga é liberada e, impulsionada pela pressão da água do mar acima dela, espreme sua água de volta a o r e s e r v a t ó r i o, g i r a n d o turbinas no caminho para gerar eletricidade que é alimentada na rede. Segundo a companhia Ocean Grazer, a bateria oceânica é e ciente e tem baixo custo de manutenção. “Literalmente [pode] ser produzida em todo o mundo, onde quer que seja desejado”, a rma a empresa em nota à imprensa. Isso talvez porque o mecanismo é baseado na tecnologia de barragens hidrelétricas. Unidades extras do reservatório, maquinário de bomba e turbina podem ser

adicionadas para aumentar a potência de saída, tornando-a escalável. A solução foi desenvolvida para “estocar” a energia gerada em usinas offshore, que pode ser eólica, solar ou maremotriz. Isto é, reter a energia nos picos de pro duç ão p ara de volvê-l a durante o pico de demanda. O excedente energético, se não ar mazenado, ac ab a s endo perdido. Em primeiro momento, a companhia parece estar focada em mostrar o potencial da bateria oceânica para o mercado

de energia eólica em alto-mar. Setor, aliás, que o Brasil tem muito potencial, como revela este estudo da USP. A Ocean Grazer apresentou o projeto da bateria oceânica na CES 2022, grande feira de tecnologia que aconteceu em Las Vegas, nos EUA. Em busca investidores para seguir com o desenvolvimento de sua tecnologia, muitos passos ainda pre c i s am s e r d a d o s at é a implementação. Entre eles, detalhar qual será o impacto ambiental para a vida marinha.

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6 TECNOLOGIA

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Rússia lança novo submarino “buraco negro” no Pacífico, considerado indetectável pelos EUA

Caminhão elétrico pesado da Volvo foi colocado em teste pela primeira vez ©DIVULGAÇÃO/VOLVO TRUCKS

©ALEXANDER DEMIANCHUK/TASS

A atual força marítima da Rússia está longe dos padrões da antiga União Soviética, mas ainda assim segue uma das mais sólidas do mundo. Prova disso são os submarinos do projeto 636.3, versões avançadas da classe Kilo que foram apelidados pela m a r i n h a d o s E UA c o m o “buracos negros”. Justamente por s e re m e mb arc a ç õ e s qu a s e indetectáveis e, ao mesmo tempo, amplamente e cientes, com ótimo alcance de detecção de alvos, sistema de controle avançado e armas de última geração. O mais novo modelo da classe — movida a diesel e eletricidade, vale ressaltar — é o Magadan, o nono a s er incor p orado à Marinha da Rússia e o terceiro à frota do Pací co depois do Petropalovsk-Kamchatsky e do Vo l k h o v, e n t r e g u e s , respectivamente, em 2019 e 2020. Construído a partir de novembro de 2019, o Magadan ingress ou o cialmente em outubro de 2021, mas apenas neste ano irá participar de sua pr i me i r a m iss ã o, s e g u nd o informações da defesa russa. Desde então, o submarino faz

parte da frota do Pací co — uma das seis pertencentes à Rússia e uma das mais essenciais do ponto de vista geopolítico, tendo sido fundada no início do século 18. Os outros seis modelos da classe integram a frota do Mar Negro: Novorossiysk e Rostov na Donu, entregues em 2014; Staryy Oskol e Krasnodar, em 2015; e Velikiy Novgorod e Kolpino, em 2016. Como supracitado, o submarino “buraco negro” da classe 636.3 é movido a diesel e eletricidade. Com cerca de 240 pés (74 m) de comprimento, esses veículos contam com uma profundidade de imersão de 300 metros e deslocamento de mais

de 3.900 toneladas. As embarcações podem operar por 45 dias de forma autônoma e atingem uma velocidade máxima de 20 nós (37 km/h), com um alcance de 12 mil quilômetros. O Magadan, o modelo mais recente, é equipado com radares, sonares e sistemas de comunicação de última geração, ostentando um sistema de torpedos e mísseis de cruzeiro integrados Club-S com alcance de fogo de 500 quilômetros. A próxima embarcação do projeto 636.3 a ser entregue pela Marinha russa será a Ufa, que deve ser incorporada ainda neste ano. Ela será a quarta a fazer parte da frota do Pací co.

A Volvo Trucks conduziu o primeiro teste independente de e ciência energética com um c am i n hã o el é t r i c o p e s a d o totalmente carregado na Alemanha. O veículo excedeu sua faixa o cial e consumiu 50% menos energia do que seu homólogo a diesel. O caminhão t e s t a d o f o i u m Vo l v o F H E l e c t r i c , u m v e í c u l o c om emissão zero de escapamento, 490 kW de potência contínua e peso bruto de conjunto de 40 toneladas. Quem testou o caminhão foi o jornalista alemão Jan Burgdorf, n a G re e n Tr u c k R out e ( a chamada Rota Verde), um percurso de 343 km que inclui uma variedade de rodovias, terrenos acidentados e estradas mais estreitas. A pista localizada na Alemanha é usada para testar caminhões de diferentes fabricantes em uma ampla gama de condições. O j or na list a diss e que o caminhão elétrico é tão ágil, ou at é m ai s á g i l , d o qu e u m camin hão a dies el. “Os

motoristas carão muito surpresos com a facilidade de dirigir, como é silencioso e como responde bem. Não há vibração alguma”. O Volvo FH Electric manteve uma velocidade média de 80 km/h em todo o percurso. Com base no consumo de energia de apenas 1,1 kWh por km, o caminhão elétrico mostrou autonomia total de 345 km com uma carga. Isso equivale a 45 km a mais do que o esperado, já que nesse tipo de con guração, a montadora especi ca o FH elétrico com autonomia de cerca de 300 km. Burgdorf fez uso do pacote de e ciência I-Save para o caminhão alcançar ainda mais autonomia. O sistema efetua a leitura prévia da pista, informando ao motorista como está a via à frente com 2 km de antecedência. “Os resultados dos testes mostram que é possível dirigir até 500 km em um dia normal de trabalho, com uma breve parada para recarga. Por exemplo, na

hora do almoço”, explica Tobias Bergman, Diretor de Teste de Imprensa da Volvo Trucks. Nos testes na Rota Verde, o Volvo FH com seu motor elétrico capaz de gerar cerca de 660 cv usou 50% menos energia do que um Volvo FH com um motor diesel comparável. Suas seis baterias oferecem uma capacidade de 540 kWh que, em carregadores ultrarrápidos, podem ser recarregados em cerca de duas horas. A meta da Volvo Trucks é que os veículos elétricos respondam por metade das vendas de seus caminhões até 2040, com 100% de redução de CO₂. As vendas do caminhão elétrico da Volvo começaram em 2021 e a marca pretende iniciar a produção desses veículos em 2022. No Brasil, porém, a Volvo ainda não revelou seus planos em relação à eletri cação. O país é o segundo maior mercado da marca no mundo, entretanto, não possui a infraestrutura necessária de recarga para caminhões elétricos.

Usando tecnologia baseada em rovers lunares japoneses, o robô autônomo Mighty-D3 recebeu um prêmio de inovação na Consumer Electronics Show deste ano (CES 2022). A máquina tem mostrado ser capaz de realizar uma gama de movimentos e manobras, desde evitar obstáculos e subir escadas até se mover para os lados e girar no local. O Mighty D-3 foi desenvolvido pela empresa de robótica japonesa Piezo Sonic e é dotado de um motor ultrassônico especial que não usa bobinas ou ímãs. Esse dispositivo pode exercer cinco vezes a potência de um motor DC do mesmo tamanho. O robô de última geração possui, além de um chassi universal, quatro pernas com rodas que são acionadas individualmente e podem girar para fora ou para dentro, em um

ângulo de até 90°, permitindo mudanças rápidas de trajetória. As rodas também podem formar uma configuração circular, para que o veículo gire no mesmo lugar.

D-3 pode superar degraus com mais de 15 cm de altura. Além de enfrentar pisos lisos, irregulares ou acidentados, o robô também vem com capacidade de escalada de 15 graus. Seu peso é de 25 kg, tendo dimensões de 65 x 50 x 55 cm. A capacidade de carga útil do D-3 é de até 20 kg, já sua aceleração máxima vai até 10 km/h. Equipado com sensores de curto alcance, LiDAR, câmeras e GPS, o robozinho japonês pode navegar facilmente e evitar obstáculos como pedestres ou objetos diferentes. Sua tecnologia o torna adequado para uma variedade de aplicações. Por exemplo, você pode fazer com que ele te siga na rua e leve suas compras, pode ser usado em fábricas, para entregas, na agricultura, para patrulhamento de segurança e muito mais.

Veículo elétrico “ajustável” vira furgão, picape e Robô autônomo japonês de motorhome quatro rodas é um ajudante versátil para muitas nalidades Automóvel pode ser congurado de acordo com a necessidade do cliente ©ELECTRIC BRANDS

Para a mudança, um furgão. Para uma aventura no fim de semana, um automóvel 4×4. Se manter os custos de um carro já é difícil, imagine vários. Agora, e se um só veículo pudesse satisfazer todas as necessidades? Parece impossível? Não só é possível como já foi criado. Estamos falando do Xbus, um automóvel urbano configurável. Desenvolvido pela empresa alemã Electric Brands, o Xbus possui painéis modulares e intercambiáveis. Isso permite que seja configurado em até dez versões de uso. Na versão

motorhome, por exemplo, o Xbus pode ser equipado com cama de casal, uma cozinha com pia, frigobar e um fogareiro por indução. Van, picape e furgão de carga são exemplos de outras possibilidades. O veículo modular é classificado como “quadriciclo de grande porte” na Europa. Mas, longe de um quadriciclo comum, o Xbus possui quatro motores elétricos e é capaz de transportar até 1.600 kg de peso bruto total e volume de carga até 5,3 m³. O versátil automóvel também é 100% elétrico e até neste quesito

o conceito modular está presente. Além de carregá-lo, em estações de recarga, é possível simplesmente trocar as baterias, que são removíveis. O Xbus ainda pode gerar 10kWh de eletricidade adicional por meio dos módulos solares de até 6 m² montados no teto. Sua velocidade máxima é de 100 km/h com autonomia de 200 km, no modelo básico. Entretanto, com uma bateria opcional de 30 kWh a autonomia chega a 600 km. Impressiona ainda os 102 kgfm de torque — encontrada em motores de caminhões semipesados. Por fim, o veículo ainda é 95% reciclável. “Desenvolvemos o Xbus com a visão de ser um dos veículos mais ecológicos do mercado. Isso não apenas em termos de emissões durante a condução, mas também no contexto da produção e da reciclagem”, afirma a Electric Brands.

©DIVULGAÇÃO/PIEZO SONIC

Elas são montadas de forma independente em rolamentos de pivô. Isso significa que, ao dirigir em uma superfície irregular, cada uma das pernas pode dobrar de forma independente, compensando a altura dos obstáculos e mantendo o nível do compartimento de carga. Segundo a empresa, o Mighty


CIÊNCIA 7

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Arqueólogos descobrem Fóssil leva à descoberta em Omã tabuleiro de de nova espécie de pedra de um jogo de pangolim na Europa quatro mil anos ©GETTY IMAGES

©PIXABAY/DIMITRISVETSIKAS1969

As escavações foram conduzidas pelo Centro de Arqueologia Mediterrânea (CAS, na sigla em polonês) da Universidade de Varsóvia e fazem parte de um projeto omano-polonês. O projeto estuda assentamentos dentro do Vale do Qumayrah, onde p es quis as anter iores localizaram acampamentos préhistór icos, s epu lt amentos, assentamentos e estruturas de torres, todos situados em uma área perto de Ayn Bani Saidah. Na mais recente temporada de trabalhos no local, que cou concluída em de zembro, arqueólogos desenterraram um grande edifício do período da cultura Umm an-Nar (25002000 a.C.). Dentro de um dos compartimentos foi encontrado o tabuleiro de pedra de um jogo. Na tábua foi entalhada uma grelha retangular composta de duas linhas de sete colunas.

Dentro de cada quadrado da grelha há uma pequena cavidade rasa. A tábua de pedra foi achada quebrada em uma extremidade, com o sétimo quadrado na linha superior dani cado. Tabuleiros de jogo deste tipo

têm sido descobertos em sítios da Idade do Bronze na Índia, Mesopotâmia e no Mediterrâneo Oriental. Tais artefatos são ext remamente raros e s ão geralmente encontrados em importantes centros econômicos, escreve portal e History Blog. Pesquisadores encontraram no local evidências de processamento de cobre, bem como vários objetos de cobre, sugerindo que o assentamento par ticip ou deste comércio lucrativo, pelo qual Omã era famoso na época, com menções do cobre de Omã presentes nos textos cuneiformes da Mesopotâmia.

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068

Arqueólogos espanhóis armam ter descoberto templo do herói mitológico Hércules

Uma nova espécie de pangolim foi descoberta graças a um fóssil encontrado em Grăunceanu, um sítio paleontológico de alto valor localizado no vale do rio Oltet, na Romênia. Segundo os especialistas, a existência do animal já era especulada, mas o fóssil — um osso do úmero — con rma sua existência dentro do início do Pleistoceno (entre 2,59 milhões e 11,7 mil anos). O sítio é parte de uma região que vem sendo amplamente estudada devido à sua riqueza de fósseis. O vale do rio Oltet é permeado por locais do tipo, descobertos em sua maioria nos anos 1960 devido a deslizamentos de terra ocorridos na área. O mesmo sítio já nos levou a outras descobertas interessantes, como uma girafa de pescoço curto e tigres dentesde-sabre. De acordo com Claire Terhune, professora adjunta de Antropologia na Universidade do Arkansas, a descoberta do “n ov o” p a n g o l i m t e m u m signi cado interessante, uma vez que fósseis deste animal são bastante raros. “É apenas um osso, mas é uma nova espécie de um animal ligeiramente estranho. Estamos orgulhosos disso porque o registro histórico dos pangolins é bastante espaçado. Esse acontece de ser o

mais jovem pangolim descoberto na Europa, além de ser o único do tipo que remonta ao Pleistoceno”. Ela conta que a teoria da existência do animal vem de trabalhos arqueológicos dos anos 1930, citando alguns fósseis encontrados na época. Entretanto, todos os registros e os fósseis em questão foram perdidos, levando pesquisadores futuros a duvidarem da validade dessa especulação. “Agora, nós temos certeza de que os pangolins estavam presentes na Europa há cerca de dois milhões de anos”. Pangolins são mamíferos de pele escamosa que, infelizmente, correspondem a uma das espécies mais afetadas pelo trá co de animais silvestres no mundo. Eles são mais comuns em regiões semiáridas na Ásia e África, mas vários deles podem ser encontrados no sul dos EUA. Segundo a ONG World Wildlife Fund, todas as oito espécies modernas de pangolins estão classi cadas entre “vulnerável” e “criticamente ameaçado” na escala que mede a extinção de animais. Em um aspecto, eles são muito parecidos com os tatus, inclusive em sua forma de defesa: a m de protegerem-se de ataques às suas barrigas macias, os pangolins se

enrolam como se fossem uma bolinha, cobrindo por completo seus corpos em suas carapaças feitas de queratina (mesmo material das unhas humanas). Desta ação é que deriva o nome: “pangolim” vem da palavra malaia “penggulung”, que se traduz para “rolo”. Eles são animais bastante híbridos, migrando entre densas orestas, savanas e desertos sem muita di culdade. Isso se re ete em suas moradias: algumas espécies constroem tocas em árvores ocas, enquanto outras preferem buracos no chão — há ainda versões híbridas que mesclam ambos os sinais. O maior pangolim pode chegar a 1,80 metro (m) e pesar em torno de 30 a 40 quilogramas (kg). O fóssil descoberto tem entre 1,9 milhão e 2,2 milhões de anos. Sua identi cação fez com que especialistas reti cassem um consenso antigo de que os pangolins teriam desaparecido do registro paleontológico europeu há 10 milhões de anos, empurrados para regiões mais tropicais devido a tendências climáticas mais frias. Um estudo sobre a nova espécie de pangolim — agora classi cad “Smutsia olteniensis”, foi publicado no jornal cientí co Journal of Vertebrate Paleontology.

©FELIX MITTERMEIER

©MINISTÉRIO DAS ANTIGUIDADES E TURISMO DO EGITO

Hércules, ou Heracles, foi um herói divino da mitologia greco-romana. Filho do deus Júpiter e da mortal Alcmena, ele era reverenciado por sua força sobrenatural e é conhecido por suas aventuras, que seriam conhecidas como os 12 trabalhos de Hércules

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Arqueólogos da Universidade de Sevilha e do Instituto Andaluz do Patrimônio Histórico a rmam ter descoberto o templo perdido de Hércules Gaditanus. Usando informações obtidas em documentários e fotogra as aéreas, os pesquisadores encontraram uma grande estrutura retangular submersa

na baía de Cádiz. A estrutura, com quase 1.000 pés (aproximadamente 305 metros) de comprimento, 500 pés (aproximadamente 153 metros) de largura, corresponde às antigas descrições do templo e só é visível na maré baixa. "Nós, pesquisadores, estamos muito relutantes em transformar BOB BEHNKEN

a arqueologia em um espetáculo, mas, neste caso, estamos diante de algumas descobertas espetaculares. Elas são de grande importância", disse o arqueólogo da Universidade de Sevilha Francisco José García. Construído por volta dos séculos VIII ou IX a.C., registros antigos dizem que o templo tinha

colunas maciças e estátuas de bronze representando os 12 trabalhos de Hércules. Uma chama eterna dentro do templo era mantida por um sacerdote. Hé r c u l e s e r a a d o r a d o e reverenciado por sua força e cuidado com os mortais, a quem ele protegia de vários monstros.

Seu templo tornou-se um local de peregrinação popular, onde gregos e romanos rezavam por força. Pesquisadores dizem que o estadista romano Júlio César e o ge ne r a l c ar t ag i nê s An íb a l estavam entre os que visitaram o templo. Os c i e nt i s t a s d i z e m qu e

planejam realizar mais trabalhos de campo para con rmar suas descobertas, mas observam que as condições do local — cuja estrutura ca submersa na maioria das vezes — di cultam o exame da descoberta.


8 BEM-ESTAR

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Wu wei e a sabedoria de não fazer nada Aprenda mais sobre a técnica chinesa de Wu Wei ©JON FLOBRANT/UNSPLASH

Wu wei é uma expressão chinesa que signi ca “não fazer”, ou, simplesmente, não fazer nada. Ela é derivada das crenças do taoísmo, uma religião que promove a conexão humana e animal ao universo. Um de seus principais textos indica, também, que é necessário seguir “O Caminho”, e que ele nada faz, mas mesmo assim as coisas acontecem. Enquanto a expressão não acredita necessariamente em não fazer nada, ela segue pelo pensamento em que as ações precisam ser feitas sem esforço, como uma “ação sem ação”. É sobre estar em paz enquanto as tarefas são feitas, aumentando sua e cácia. É possível associá-la a momentos de extrema concentração e uxo. O taoísmo acredita, por sua vez, que as melhores ações são as que são feitas naturalmente, com ausência de violência e espontâneas. A espontaneidade procurada é o re exo do meio

ambiente e de processos naturais, certi cando-se de que “se nade com a correnteza em vez de contra ela”. A religião vê o wu wei como a maior fonte de virtude, uma que não é premeditada e está em s i n c ron i a c om o u x o d o universo e da natureza. Taoísmo A prática do taoísmo é in uenciada por uma coleção de poemas intitulados “Tao Te Ching”, que pode ser traduzido como “O Caminho e Seu Poder”. O caminho, nesse caso, indica a trajetória estipulada pelo o universo — que deve ser seguida por todos os seres vivos em busca de harmonia. Muitas vezes, quando atletas estão no seu auge e excedendo no que fazem, acredita-se que eles se encontram “na zona” — alertas e profundamente focados no que fazem, deixando de lado qualquer distração. E, embora às vezes pareçam como ações sem

esforços, seus corpos fazem coisas extraordinárias. Um artigo publicado no Asian Journal of Sport and Exercise Psychology aponta que adotar os princípios do wu wei seria bené co aos atletas. Enquanto a psicologia indica os atos de mindfulness na prática de esportes, o artigo promove combinar ambas as técnicas, ou alertar para os benefícios do wu wei. Mindfulness ou atenção plena é um estado de consciência que ocorre quando intencionalmente colocamos nossa atenção no momento presente, sem julgamentos. Essa é uma das de nições da palavra, que muitas vezes é traduzida para o português como atenção plena, mas cuja tradução é complicada, já que o termo em inglês é bastante abrangente e é usado tanto para o conceito geral q u a nt o p a r a a t é c n i c a d e meditação mindfulness. Ambos os termos têm princípios parecidos, onde viver no momento e deixar as distrações de lado é o melhor caminho para se exceder e crescer. Em frente a pandemia, muitos atletas e esportistas mudaram sua relação com o esporte, vendo vencer como algo momentâneo e escasso. Portanto, entender os conceitos adotados pelo wu wei pode abranger as dimensões de como o atletismo é praticado.

Dicas para quem quer começar a praticar esportes ou atividades físicas Uma das principais resoluções de ano das pessoas é ter uma vida menos sedentária. Infelizmente, a promess a nem s empre é c o l o c a d a e m p r át i c a , p o r diversos motivos. Buscando colaborar com esta mudança de hábito, que tanto bem faz à saúde, a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) decidiu divulgar os principais benefícios das atividades físicas e da prática de esporte. Um vídeo, com o coordenador do Departamento Cientí co de Medicina Esportiva, Dr. Sérgio Rocha Piedade, destaca os cuidados que devem ser tomados

antes de iniciar a prática, as vantagens e qual o esporte ideal. “Esportes são atividades que melhoram a nossa reser va biológica: melhoram nosso sistema musculoesquelético. Nossos músculos e nossos ossos cam mais fortes, nosso coração funciona melhor e, ao mesmo tempo, nosso sistema i mu n o l ó g i c o s e f or t a l e c e . Melhoramos a nossa autoestima e a nossa con ança”, a rma Dr. Sérgio Rocha. As vantagens, segundo ele, não param por aí. “O mundo do esporte e dos exercícios físicos é o local ideal para se fazer novos amigos”,

comenta. De acordo com o médico, embora os benefícios sejam enormes, existem algumas condições adversas para a prática de exercícios e esportes. “Como problemas cardiológicos, se você tem um procedimento cirúrgico recente ou teve alguma outra lesão que pode causar algumas restrições”, diz. No entanto, existem medidas de prevenção para isso. “É fundamental, antes de começar a fazer atividade física ou praticar esporte, se você está há muito tempo sedentário, passar por uma avaliação préparticipacional. Busque um

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665

Salada com cuscuz marroquino ©GUIA DA COZINHA

A

prenda a fazer uma d el i c i o s a s a l a d a com cuscuz mar ro quino: é o acompanhamento perfeito para o almoço ou jantar. Con ra a receita! Ingredientes 1 e nvel op e d e c a l d o d e legumes em pó 1 xícara (chá) de água quente 2 xícaras (chá) de cuscuz marroquino 1 tom ate s e m s e me nte s picado 1 pepino sem sementes em cubos 4 colheres (sopa) de hortelã picada ½ xícara (chá) de azeitona preta em rodelas ½ xícara (chá) de azeite Sal e pimenta-do-reino a gosto 4 folhas de alface americana 2 xícaras (chá) de folhas de rúcula 1 xícara (chá) de folhas de médico, um médico do esporte ou ortopedista, para avaliar a sua condição física e, assim, iniciar, de forma gradativa e segura, as suas atividades”, orienta. O especialista explica que os principais problemas relacionados à prática esportiva são as lesões de sobrecarga, como as tendinites, as bursites e as dores musculares, assim como os traumas. “Os traumas podem levar, dependendo da energia, evidentemente, às contusões, às fraturas, às luxações ou mesmo às lesões ligamentais. Mas existe um fator primordial para que isso ocorra. É quando nós estamos com condicionamento físico e um treinamento inadequados”, explica. Carga, intensidade e frequência de t re i n am e nt o t ê m d e e s t ar adequados ao condicionamento físico da pessoa. A prevenção de lesões pode ser feita adotando vários cuidados. “Primeiramente, lembre-se

espinafre 100g de peito de peru em fatias Modo de preparo Dissolva o caldo de legumes na água e regue o cuscuz. Misture e deixe de molho por 30 minutos ou até esfriar e absorver toda a água. Misture o tomate, o pepino, a hortelã e a azeitona. Tempere com o

azeite, sal e pimenta. Leve à geladeira por uma hora. Em uma travessa funda, arrume as folhas de alface, rúcula e espinafre. Arrume o cuscuz sobre as folhas, enrole as fatias de peito de peru, corte ao meio e decore a salada. Sirva em seguida. Rendimento: 4 porções Fonte: Terra

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

sempre de utilizar roupa adequada. Se você vai correr, um ©ANDREEA BONCOTA/UNSPLASH

tênis adequado, a vestimenta adequada. Lembre-se de se hidratar, preste atenção às condições climáticas, se o piso está mais escorregadio, se você vai realizar atividade em um

terreno irregular com areia… E lógico: procure estabelecer objetivos em que seu condicionamento f ísico permita realizar o que você planejou”, reforça. Além da av a l i a ç ã o p r é participacional, é importante ter a super visão de um educador físico. “Se tiver dor e desconforto frequentes ao praticar esportes, reveja a estratégia de treinamento”, sugere. E qual o melhor esporte para se praticar? “O esporte é uma atividade que nos traz benefícios para a saúde, compartilhamos emoções, fazemos amigos… quando a gente p ens a no mel hor esporte para praticar, é importante dizer que é o esporte que eu gosto, é a atividade que me estimula e me faz investir em saúde. Esse sim é o melhor esporte para praticarmos”, naliza.


SAÚDE 9

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Aquecimento global deve Cerca de dois milhões causar aumento de casos de crianças no mundo de pedras nos rins desenvolvem asma pela poluição Pesquisadores desenharam dois cenários possíveis para os próximos 70 anos

©SHUTTERSTOCK

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As mudanças climáticas e o aumento da temperatura do pl an e t a d e ve m c au s ar u m crescimento no número de casos de pedras nos rins nas próximas décadas. Segundo pesquisadores do Hospital Infantil da Filadél a, nos Estados Unidos, isso deve acontecer mesmo com uma redução da emissão de gases do efeito estufa. Com base em dados coletados no estado da Carolina do Sul, também nos EUA, os humanos terão ainda mais pedras nos rins se nenhuma ação for tomada para frear as mudanças climáticas. A estimativa é que o sistema de saúde estadual tenha um aumento de custo anual entre US$ 57 e US$ 99 milhões nos próximos 70 anos. “Nossa análise sugere que um planeta em aquecimento provavelmente causará um aumento da carga de doença renal de pedra nos sistemas de

saúde”, declarou o urologista pediátrico e autor principal do estudo, Gregory Tasian. Pes quis as anter iores j á

apontavam que altas temp eraturas aument avam signi cativamente o risco de desenvolvimento de pedras nos rins. Porém, essa é a primeira vez que um estudo relaciona as mudanças climáticas com um possível aumento dessa condição no futuro. Para realizar o estudo, os pesquisadores primeiro determinaram uma relação entre as temperaturas médias diárias e a incidência de pedras nos rins no estado da Carolina do Sul

entre 1997 e 2014. Com esses dados em mãos, eles zeram um cálculo relacionando o número de novos casos e os custos até

2089. Durante os estudos, os pesquisadores desenharam dois cenários, um em que as matrizes energéticas sejam trocadas para outras com emissões mais baixas, mercado de carbono e expansão de áreas orestais. O segundo representa um futuro sem redução da emissão de gases do efeito estufa. No primeiro, é projetado um aumento médio de 2,3°C na temperatura média, enquanto o segundo projeta um aumento médio de 3,6°C. São esses c e n ár i o s qu e d e monst r am quanto os custos para os sistemas de saúde devem crescer nos próximos 70 anos por conta do aumento de casos de pedras nos rins. “Com a mudança climática, não costumamos falar sobre o impacto na saúde humana, especialmente quando se trata de crianças”, disse Taisan. “Mas um planeta em aquecimento terá efeitos signi cativos na saúde h u m a n a ”, c o m p l e t o u o pesquisador.

©UNICEF/FRANK DEJONGH

Medicamento para bebês com HIV é aprovado no Brasil

Cerca de dois milhões de casos de asma em crianças podem ser causados por um poluente atmosférico relacionado ao tráfego de veículos, que é um problema principalmente nas grandes cidades em todo o planeta. A informação é de acordo com um novo estudo que é o primeiro a estimar os casos de asma pediátrica causada em mais de 13 mil cidades nos Estados Unidos. “Nosso estudo descobriu que o dióxido de nitrogênio coloca as crianças em risco de desenvolver asma e o problema é especialmente agudo em áreas urb anas “, explicou Sus an Anenberg, uma das autoras do artigo e professora de saúde ocupacional e ambiental na

George Washington University. Anenb erg e s eus colegas estudaram as concentrações terrestres de dióxido de nitrogênio (NO₂), um poluente qu e v e m d a s e m i s s õ e s d e veículos do escapamento, usinas de energia e instalações industriais. Além disso, a equipe também rastreou novos casos de asma que se desenvolveram em crianças de 2000 até 2019. Com isso, do total de 1,85 milhão de novos casos de asma em crianças atribuídos ao NO₂ em 2019, dois terços ocorreram em áreas urbanas. Apesar das melhorias na qualidade do ar na Europa e nos Estados Unidos, o ar poluído tem aumentado no Sul da Ásia, África Subsaariana e Oriente Médio.

Além disso, outro estudo realizado pelos pesquisadores da GW descobriu que no dióxido de nitrogênio estava relacionado com cerca de 13% da carga pediátrica global de asma e até 50% dos casos de asma nas 250 cidades mais populosas do mundo. Uma boa notícia é que os casos de asma em crianças ligados ao NO₂ diminuiu de 20% em 2000 para 16% em 2019. O que signi ca que um ar mais limpo na Europa e em partes dos EUA resultou em benefícios para a saúde infantil. Para os pesquisadores, muito mais ainda precisa ser feito para conter as emissões nocivas de veículos e outras fontes de NO₂.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do medicamento Tivicay PD, para o tratamento de bebês e crianças que convivem com HIV, o vírus causador da aids. Antirretroviral pode ser aplicado em recém-nascidos a partir das quatro semanas de vida e com pelo menos três quilos. Além disso, a versão padrão do Tivicay também é liberada para crianças com HIV a partir dos seis anos de idade e que pesem mais de 20 quilos. O medicamento antes estava disponível apenas para préadolescentes a partir dos 12 anos. Tivicay PD possui gosto de morango para ajudar na i n g e s t ã o. O m e d i c am e nt o consiste em um comprimido que pode ser dissolvido na água para ser utilizado em bebês e crianças pequenas. “Com a aprovação de Tivicay PD 5mg, o tratamento para crianças pequenas se torna menos complexo, f rente a melhor comodidade posológica e a possibilidade de prover a dispersão do comprimido em água. E, unindo com a ampliação da faixa etária de Tivicay 50mg, teremos mais opções terapêuticas disponíveis para ajudar crianças e bebês que

vivem com HIV a terem uma melhor qualidade de vida.”, explica o gerente médico da GSK/ViiV Healthcare, Dr. Rafael Maciel, para a empresa. “Um dos principais obstáculos que enfrentamos no tratamento de HIV em crianças e bebês é a restrição nas opções de medicamentos. Fornecer tratamento seguro, e caz e bem

tolerado para as crianças que vivem com HIV é fundamental para garantir o controle da infecção e prevenir sua evolução para a aids. A boa adesão à terapia antirretroviral traz grandes benefícios, entre outros fatores, a ampliação da expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas”, completa ainda.


10 Criança hoje, Criança amanhã

13 A 20 DE JANEIRO/2022

ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Açã o de Inconstitucionalidade, Revogaçã o da Lei de Alienaçã o Parental — Tributo a Joanna Marcenal — Parte IV Criada em 2010, regra gera controvérsias entre advogados, psicólogos e outros especialistas da área ©ARQUIVO PESSOAL

O

que a mãe surge como a tal “alienadora”. Alguém já se perguntou c om o s ã o pro du z i d o s o s

Essa mistura é necessária para a inversão dos vetores do fato inicial. A vítima, e sua representante, geralmente a mãe, tornam-se culpadas, autoras de crimes que desembocam num processo criminal de Denunciação Caluniosa contra a mãe. O estelionato intelectual patrocina toda essa manobra em circuito fechado. A inversão é operada pelo primitivo mecanismo de defesa do ego, a

in am. Os Valores Éticos e Morais foram liquidados e s u b s t it u í d o s p or v a l ore s nanceiros e por uma rede de troca de favores. E o Melhor Int e re s s e d a C r i a n ç a ? O Interesse Maior é do adulto que se defende, facilmente, da acusação de abuso sexual int rafami li ar. S ó b ast a o agressor alegar que a mãe pratica alienação parental. Curioso que só quando é denunciado como abusador é

numerosos e de alto valor de vídeos pornográ cos de bebês? Eles não acessam a internet, eles não saem de casa para encontrar com aliciadores pedó los, eles não conseguem fazer nudes em p osiçõ es sexuais. Também não é possível pensar que produtores desse material marquem hora e adentrem os quartos desses bebês para sessão de fotos e vídeos. Podemos até ter muita di culdade de pensar sobre

este crime hediondo. Mas, ele existe, mesmo que tentemos negar. Volto a dizer que é a inversão do fato, executada pela inversão de guarda, entrega da criança ao apontado como abusador, que passa a viver a Privação Materna Judicial, um desastre emocional, afetivo e Ético. Se, antigamente, constatávamos que sobreviventes de abuso sexual incestuoso deixava uma tatuagem na alma, hoje esse trauma se expandiu em nocividade. Com o advento do dogma da lei de alienação parental, temos para além do trauma da violação da integridade física e mental, moral também, continuado, a desorganização dos códigos sociais em formação. Nada pior do que falara uma coisa, certo e errado por exemplo, e fazer outra, o errado por baixo de uma aparência dissimulada de certo. É enlouquecedor. Mas, quem sabe, isso se encaixa no novo termo, pós-verdade. As práticas mágicas e esotéricas, as

psicopicaretagens, magias que recorrem aos familiares antepassados mortos há décadas, in ltram-se por premissas cientí cas sem nenhum cuidado ou escrúpulo quanto à lógica, quanto à realidade. Como cálculos de noves fora, nenhuma aberração evidente é vista. Mais uma vez, nossa xeno lia patrocinará décadas de maus tratos e violência contra Crianças e Mulheres, acobertadas por uma lei inconstitucional. Lembrando que os graves desvios de comportamento da humanidade ao longo de sua História, sempre foram amparados por uma lei. A Exploração de riquezas da dita Colonização, era amparada por l e i . O Tr á c o e Comercialização Internacional de Escravos, tinha uma lei. O Apartheid era legitimado, tinha lei. O Holocausto, que dizimou seis milhões de judeus, ciganos, negros e homossexuais, era sustentado por uma lei. Esta foi sempre a estratégia usada, uma lei. Ondas de impotência se sucedem. Nesse momento, me aproximei de uma extrema sensação de impotência vivida em relação a uma lha. Uma guerra perdida para uma doença. Difícil de suportar. Tento imaginar a dor pela morte da Joanna. Só tento. Perder uma lha porque a Justiça é cega, é paralisante. É mortal para uma mãe. Uma dor inca lc u lável, inominável, antinatureza. Mais aniquilante ainda se essa morte for causada por uma mentira dita sobre a

Grupo de mulheres protesta em Brasília pela revogação da lei da Alienação Parental

©DIVULGAÇÃO

projeção. O problema está no outro. Sempre. Mesmo quando evidências saltam aos olhos. Me nt i r a s p s e u d ot e ór i c a s

©COLETIVO MÃES NA LUTA/FACEBOOK

campo da Psicologia está povoado por a r m a ç õ e s pseudocientí cas. As Ciências Hu m a n a s , m e s m o t e n d o Métodos Cientí cos e Critérios Rigorosos de Pesquisa, são um terreno fértil para propiciar teses e so smas que têm como característica o pensamento mágico, que sempre encantou a humanidade. Para fugir da dura realidade, os humanos se desviam e mergulham até o obscurantismo. Misturadas como uma massa de bolo ao ser batida, a Ciência perde sua cor e sabor quando é acrescentada a magia da solução fácil para seus medos e suas dúvidas sem respostas.

mãe. E a Criança? Mais uma vez a evidência de que é uma lei que serve aos adultos, aqueles que n ã o s e i mp o r t a m c o m a Criança. O jargão que fala que a esperança é a última que morre, nem sempre segue essa la. A minha esperança está no CTI, respirando com a ajuda de ap arel ho s . Mas c ont i nu o esperançando, sim, que ela vai sobreviver, reviver e viver. O Brasil foi um dos últimos países a proibir a escravidão naqueles moldes da época. Estima-se que tivemos algo em torno de cinco milhões de pessoas em exploração para o trabalho não remunerado, sujeitas a castigos físicos torturantes. Continuamos tendo escravos e escravas, também castigados pela violência doméstica. Infanticídios e Feminicídios comprovam. Mas a Cultura Escravagista permanece dissimulada entre nós, até hoje. Precisamos continuar a fazer a política abolicionista. Urge que Novos Abolicionistas do Ventre Livre sur jam para que B ebês e Crianças, escravos sexuais, sejam libertados, alforriados. Que tenham a Garantia da Liberdade. É da nossa responsabilidade. Ninguém s a b e q u a nt o s e s c r av o s e escravas sexuais contamos no momento, no nosso país. Crianças, vivendo dentro do que chamam “lar”, o lugar mais perigoso quando se tem alguém perigoso e perverso que habita também, e que é acobertado por uma lei.


COMPORTAMENTO 11

13 A 20 DE JANEIRO/2022

Crianças desenvolvem preconceito desde cedo Estudo holandês detectou nitidamente o fenômeno no país, que hoje apresenta grande diversidade racial ©PXFUEL

As crianças na Holanda desenvolvem preconceitos com base na etnia desde tenra idade. A pesquisadora Ymke de Bruijn chegou a essa conclusão em sua dissertação “Preconceito interétnico infantil na Holanda: aprendizagem social de pais e livros ilustrados”. Para seu projeto de doutorado, apresentado em janeiro na Un i v e r s i d a d e d e L e i d e n (Holanda), ela se concentrou nos comportamentos e ideologias a que as crianças são expostas por seus pais e através de livros ilustrados entre seis e 10 anos de idade.

O estudo de De Bruijn faz parte de um projeto de pesquisa maior conduzido pela Universidade de Leiden sob a supervisão da professora Judi Mesman: “Kids: Kinderen in de Samenleving” (Crianças na Sociedade). Como as crianças percebem a diversidade na sociedade? Eles têm contra pessoas de várias o r i g e n s é t n i c a s ? “ Te n h o

formação em ciências comportamentais e acho muito i nte re ss ante e i mp or t ante observar a maneira como as crianças desenvolvem preconceito e como isso é abordado”, disse De Bruijn. “Minha pesquisa mostra que não é verdade que as crianças não distinguem entre pessoas de várias origens étnicas”. De acordo com De Bruijn, é importante cortar o desenvolvimento do preconceito pela raiz o mais cedo possível. Foi iss o qu e mot ivou su a pesquisa. “Quase nenhuma pesquisa foi feita sobre isso na

Holanda, enquanto ela ocorreu em outros países. Eu queria entender como o preconceito se manifesta nas crianças na Holanda. O que seus pais ou livros ilustrados ensinam sobre e s s e a s s u nt o e c om o i s s o contribui — tanto no sentido positivo quanto no negativo — para um possível preconceito?”. O projeto de pesquisa

começou em 2017. Encontrar pais e lhos dispostos a participar foi um grande empreendimento. Pais e lhos foram recrutados por meio das mídias sociais e em eventos infantis, mercados e playgrounds cobertos. Ao nal, quase 300 crianças e seus pais foram visitados em casa e responderam a perguntas em entrevistas, jogos e tarefas de computador. “A n t e s d o c o r o n a v í r u s , visitávamos as pessoas em casa, mas depois tivemos que fazer tudo digitalmente”, a rmou De Bruin. “Isso foi diferente do esperado e levou algum tempo para nos acostumarmos a nós e às crianças e seus pais”. As crianças viram fotos de crianças de diferentes etnias: brancas, negras e com aparência do Oriente Médio. As crianças brancas geralmente s e l e c i o n av a m a s c r i a n ç a s brancas nas fotos em resposta a perguntas formuladas positivamente, como: com quem você gostaria de brincar, quem você gostaria de convidar para o seu aniversário e com quem você gostaria de se sentar? “Quando formulamos essas perguntas negativamente, as crianças brancas foram selecionadas com menos frequência do que as outras crianças. Os resultados mostram que as crianças brancas na Holanda desenvolvem certas preferências em tenra idade”,

explicou De Bruin. Ela examinou várias ideologias de diversidade e descobriu que crianças cujos pais se inclinam fortemente para uma ideologia multicultural eram menos preconceituosas, enquanto uma ideologia “daltônica” não teve um efeito positivo. Múltiplas conclusões sobre a in uência dos pais podem ser tiradas aqui. “Simplesmente não discutindo, a 'paternidade daltônica' tem um efeito contraproducente e não é uma ideia muito boa. A criança vai começar a se sentir desconfortável se você não falar, porque elas percebem as diferenças e podem vir a vê-los como assustadores ou

negativos”. De acordo com De Br uijn, os pais devem ser incentivados a discutir etnia e racismo com seus lhos. De Bruijn concluiu que continua sendo importante para as editoras de livros infantis prestar atenção à diversidade. “Parece que a diversidade nos livros não acontecerá automaticamente da noite para o dia. Os editores não devem apenas pensar 'com que frequência um personagem de cor aparece no meu livro', mas também 'como esses personagens são retratados?'”. Para os usuários de livros, De Bruijn aconselha que se tornem mais conscientes das escolhas

que você faz como, por exemplo, pai ou professor. “Se você não está prestando atenção ativamente, é provável que não esteja oferecendo diversidade su ciente”. A pesquisadora espera que seu estudo forneça dicas práticas para os pais sobre como iniciar conversas sobre etnia com seus lhos. “Demos um primeiro passo importante com esta pesquisa, mas para alguns pais ainda é muito difícil colocar isso em prática. O que eles devem ou não dizer e qual é o efeito resultante? Esse seria um bom próximo passo”, a rmou De Bruijn.

Masculinidades: por que falar sobre isso na escola? ©CDC/UNSPLASH

É muito provável que em algum momento da sua vida você já t e n h a o u v i d o a e x p re s s ã o “homem não chora”. Pode ser que a tenha ouvido, inclusive, dentro da escola. Já parou para pensar se isso faz sentido? Cada vez mais presentes, as discussões sobre gênero e masculinidade têm levantado debates signi cativos sobre como os homens se veem e se comportam em sociedade. Em o cina sobre o tema durante o 3º C o n g re s s o L I V Vi r t u a l , o educador e facilitador Caio Cesar dos Santos, relatou que grande parte do que se entende por masculinidades e a forma como elas foram construídas ao longo do tempo estão pautadas em violência. “Dentro do ambiente escolar, onde há uma intensi cação desse processo, isso traz um gasto de energia e de atenção muito grande para os meninos, que se preocupam muito em cumprir todos esses processos para serem considerados 'homens de verdade', especialmente nessa idade em que eles tentam se provar como alguém”, explica. O educador atua como facilitador

do Projeto Memoh, uma iniciativa que que pensa e desenvolve diversas ações como rodas de conversa, mentorias e o c i nas p ar a t r at ar s obre masculinidades. Nesse contexto em que os meninos precisam se provar como “homens de verdade”, Caio a rma que acaba se criando um ambiente onde a violência — não só por uma questão física, mas também de outras ordens — acaba sendo naturalizada, o que impacta na aprendizagem. Levando em consideração que a escola é um espaço de con itos e construções, deve também desempenhar um papel de lançar luzes sobre os impactos da masculinidade. Caio aponta que o próprio conceito de masculinidade é algo construído, baseado em regras que a sociedade impõe a meninos e homens para que sigam uma espécie de “comportamento esperado” que faz com que sejam considerados “homens de verdade”. Dentro do ambiente escolar, onde há uma intensi cação desse processo, isso traz um gasto de

energia e de atenção muito grande para os meninos. Caio destaca que “é importante falar disso na escola, não só porque a escola é um ambiente onde essas regras são intensi cadas, mas porque também existe uma série de consequências negativas em relação ao comportamento, desempenho e às relações que são construídas nesse ambiente”. Ter espaços onde os meninos possam falar sobre seus sentimentos e sobre como se sentem pode ser bené co não apenas para eles mesmos, como também para as relações que

constroem com as meninas. O ambiente tem um peso grande e se a pessoa não se sente confortável, não aprende, mesmo quando educadores adotam a melhor didática possível. “Não adianta incentivar os meninos a falarem se a sala de aula, ou a escola como um todo, não está ainda preparada, não está ainda entendida de que esse vai ser um processo positivo para todo mundo. Mais do que criar esse ambiente confortável, é preciso tornar isso natural e ter uma continuidade”, diz. No caso do corpo docente, uma

maneira de contribuir é entendendo que também fazem parte do processo e eles próprios devem rever atitudes e questões pessoais que talvez estejam reforçando masculinidades negativas. “Eu costumo sempre dizer que os professores têm uma responsabilidade muito grande no processo de vivência de uma sala de aula, que vai além da questão acadêmica, de ensinar matéria, passar conteúdo, mas de fato prover um ambiente bom para os alunos dentro de sala de aula, nas suas relações. E a cho qu e a mane i r a d e s e contribuir passa muito por uma questão estrutural da escola, de como a escola permite, ou não, que esse debate aconteça de maneira contínua, organizada e

de maneira conjunta com a família”, diz Caio Cesar. É também uma mudança de p o stu r a . Par a o e du c a d or, quando docentes têm uma maior proximidade com a turma, os estudantes tendem a ouvir mais e absorver o que está sendo dito, o que facilita conversas. Em suma, falar sobre o assunto de maneira natural, propiciando espaços e situações onde os meninos não serão “zoados” por expressarem seus sentimentos é um papel fundamental para a escola que pensa em criar conversas sobre masculinidades. “É uma coisa bem prática mesmo. Incentivar os a lunos a t razerem suas expressões de sentimento a partir de uma prática contínua”, diz o educador.


12 OLHAR DE UMA LENTE

13 A 20 DE JANEIRO/2022

HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

10º Torneio de Vôlei e 2º Rei da Praia 2022 O

ano de 2022 começou com o pé direito no

litoral serrano. É que aconteceu, no último domingo (11), o 10º Torneio de Vôlei de Praia e o II Rei da Praia, em Jacaraípe. Apesar da chuva, o evento contou com um público substancial que prestigiou os atletas e saiu admirado pela organização do evento. Par a A n a C l áu d i a , moradora de Vitória e frequentadora do local quase todos os nais de semana com a família, elogiou muito a competição. “Apesar do tempo estar fechado e c h o v e n d o u m p o u q u i n h o, m e s m o assim decidimos vir à praia. Minhas lhas estão de férias e gostam muito de vôlei. Quando vimos que estava acontecendo algo, decidimos sair da areia e prestigiar. Está muito l e g a l e org an i z a d o”, admirou-se.

FOTOS: ©HAROLDO FILHO/F&N

A organizadora do evento, Penha Albuquerque, falou que é

muito trabalho, mas, no nal, é grati cante saber que as coisas acontecem.

Classificação Feminina 1º lugar — Élida e Suelani/Serra 2º lugar — Kelly e Danny/Serra/RJ 3º lugar — Nayara e Patrícia/MG 4º lugar — Daiane e Gil/Serra TATI BELING

Classificação Masculina 1º lugar Jean/Aracruz 2º lugar Allan/Vitória

grati cante promover o esporte e a saúde. “Dá

Promover esporte e

saúde é a grande tacada. Fico maravilhada quando vejo famílias inteiras prestigiando e atletas de outros estados marcando presença. O evento contou com 19 duplas femininas com

atletas da Grande Vitória, de MG e do RJ e, no masculino, foram oito duplas, totalizando 54 atletas. O nível de competitividade foi muito bom e a Arena E s p a ç o 1 0 , pro pi c i o u , c om o s e mp r e , u m

espetáculo de competição e diversão para quem gosta de praticar esportes de areia. Quero aproveitar para agradecer a todos os patrocinadores e apoiadores, pois, sem eles, não seria possível a realização do evento”, disse Penha.


BRASIL 13

13 A 20 DE JANEIRO/2022

A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

Denúncia da Comissão de Agricultura Federação da Agricultura pede mais da Assembleia Legislativa leva polícia segurança no campo ao governo do Estado civil e apreender mais de 28 mil unidades de café irregular na Grande Vitória

©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

©CBN MARINGÁ

A Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, realizou na manhã desta segunda-feira (10), uma ação conjunta com a Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, presidida pela deputada Janete de Sá, para combate ao comércio de café torrado e moído com irregularidades nos supermercados da Grande Vitória. Foram Apreendidas mais de 28 mil unidades de café de 03 marcas que induziam o consumidor a erro por misturar alta quantidade de cascas e paus; por estarem fora de padrões mínimos de qualidade, com alto teor de umidade, o que diminui a qualidade do produto; ou, ainda, por ausência de regras básicas de rotulagem, como indicação de lote, conforme laudos expedidos pelo Laboratório Central (Lacen). “No nal do ano recebi, como presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, uma denúncia de que as marcas de café apreendidas, possuíam irregularidades. Imediatamente acionamos a Delegacia de Defesa do Consumidor que iniciou as investigações. Nós zemos o nosso papel de defender a população e o setor cafeeiro capixaba que produz café de qualidade. Não podemos aceitar que o consumidor adquira um produto sem qualidade, fora dos padrões exigidos e o impacto negativo que essas marcas geram no setor de café uma vez que tiram o espaço de comercialização do produtor capixaba”, declarou a deputada Janete de Sá. A ação comandada pelo delegado Eduardo Passamani, scalizou oito estabelecimentos comerciais nos bairros Gaivotas, Aribiri, Alecrim e Porto Novo em Vila Velha; Porto de Santana e São Francisco em Cariacica; e Barcelona, na Serra. As empresas produtoras serão investigadas por crime contra relação de consumo. O material apreendido cou em um depósito dos supermercados scalizados. As empresas produtoras serão investigadas por crime contra relação de consumo.

©VEREADOR AÉLCIO

Posto de Saúde de Praia Grande

A Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), representando as famílias rurais capixabas, se reuniu com o governador Renato Casagrande para discutir questões sobre segurança no campo. Foram propostas soluções ao governo para minimizar os crimes nas regiões agrícolas. Estiveram presentes também representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado (Senar-ES), dos Sindicatos Rurais, do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). A Faes sugeriu a implementação da versão mobile para o site Delegacia Online, em que a população registra casos de roubo, furto, perda e extravio de documentos e objetos, o que facilitará o acesso através do celular, principal meio de comunicação utilizado pelos produtores rurais. A entidade pediu, ainda, a investigação dos crimes que acontecem nas áreas rurais capixabas por parte da Polícia Civil. O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) sugeriu uma scalização mais rigorosa, por meio da Vigilância Sanitária, em estabelecimentos que vendem carnes nos municípios capixabas, para veri car a documentação e a real origem desses alimentos, a m de evitar que procedam de roubos. O Governo do Estado analisou todos os pedidos, já solicitou atenção da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) às questões apresentadas, e acatou a proposta dos representantes da Faes de criar um plano de segurança rural para o Espírito Santo, em parceria com a Sesp e as polícias Militar e Civil. “Vimos uma receptividade muito positiva no Governo do Estado para as ideias que apresentamos e acreditamos que, através do plano de segurança rural que construiremos juntos, poderemos avançar muito nessa questão. Usaremos o caso de sucesso do Estado de Goiás que tem tido resultados positivos na diminuição dos crimes nas propriedades rurais”, disse o presidente da Faes, Júlio Rocha. Participaram da reunião com o governador do Estado, o presidente da Faes, Júlio Rocha, a superintendente do Senar-ES, Letícia Simões, os presidentes de Sindicato Rural, Rodrigo Monteiro e Wesley Mendes, o vice-prefeito de Pedro Canário e diretor da Faes, Kleilson Rezende, o coordenador da área técnica do Senar-ES, Fabrício Gobbo, o secretário de agricultura do Estado, Paulo Foleto, o subsecretário de infraestrutura rural, Rodrigo Vaccari, o diretor-presidente do Idaf, Mário Louzada e o produtor rural Deomar Mendes. “Estamos fazendo reforço no policiamento em todas as regiões do Estado. É importante que o agricultor observe e acione imediatamente as forças de segurança. Há também um investimento forte do governo de obras em estradas vicinais”, destacou o governador, Renato Casagrande. A expectativa do Sistema Faes / Senar-ES / Sindicatos Rurais é de que, com essas medidas implementadas, o número de crimes nas áreas agrícolas capixabas reduza e as soluções sejam mais rápidas e efetivas. “Hoje cumprimos um papel fundamental para melhorar a qualidade de vida e a segurança produtiva das famílias rurais capixabas. Agimos coletivamente, em parceria com outras entidades, e a solução precisa ser em conjunto. Precisamos agir em favor de todos os produtores do Espírito Santo”, disse o presidente do Sindicato Rural de Cachoeiro de Itapemirim, Wesley Mendes.

O vereador Aélcio, agradece ao prefeito a MEC divulga vagas de escolas Cívico-Militares ©XV CURITIBA solicitude de um pedido feito em outubro O Ministério da Educação (MEC) passado, "solicitei à Secretaria Municipal de divulgou, nesta Saúde plantão médico nos nais de semana no segunda-feira (10), a Posto de Saúde de Praia Grande. Na ocasião, tive lista com os estados e m u n i c ípi o s resposta positiva e, nesse nal de semana, contemplados pelo constatei que fomos atendidos. Mesmo sem Programa Nacional das Escolas Cívicodivulgação institucional o posto está aberto e Militares (Pecim), oferecendo serviços ao público aos nais de para o ano de 2022. semana. Quero agradecer ao prefeito Gil por O P e c i m atender essa nossa demanda e aproveitar o disponibilizou para este ano 89 vagas, conforme Portaria MEC n° 925, antecipando a meta prevista para o programa que era implantar, até 2023, 216 momento para demandar a passagem com mais Escolas Cívico-Militares (Ecim) em todo País. frequência do fumacê em função do grande Os entes federativos que foram contemplados deverão atender as condições técnicas necessárias para a implantação do Pecim. O Programa Nacional das número de mosquitos na nossa região, Escolas Cívico-Militares é uma parceria entre o MEC e o Ministério da provocando desconforto aos moradores e Defesa, direcionado para escolas com baixo Índice de Desenvolvimento da turistas que prestigiam o litoral nesse período Educação Básica (Ideb) e com alunos em situação de vulnerabilidade social. O Pecim está presente em 25 estados e no Distrito Federal, atendendo do ano", disse o vereador. aproximadamente 85 mil alunos.

Jorginho Mello apresentará alternativa para socorro a pequenas empresas ©TONY WINSTON/AGÊNCIA BRASÍLIA

O s e n a d o r apresentará uma proposta de portaria, como solução após o veto de Bolsonaro ao programa que visava bene ciar pequenas e m i c r o e mp r e s a s e microempreendedor es individuais (MEIs)

com o parcelamento de dívidas O senador Jorginho Mello (PL-SC) chegou na terça-feira (11) a Brasília com uma proposta de solução para o veto ao Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (Relp). Esse programa visava bene ciar pequenas e microempresas e também microempreendedores individuais — os MEIs — com o parcelamento de dívidas em até 15 anos, mas foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro (VET 8/2022). Jorginho Mello apresentará uma proposta de portaria para o Conselho Geral do Simples Nacional (CGSN). A ideia é manter o prazo de adesão ao Simples até 31 de janeiro, enquanto a portaria prorrogaria o prazo para a regularização dos débitos: de 31 de janeiro para 31 de março. "É o tempo de que precisamos para derrubar o veto no Congresso Nacional, já na abertura legislativa, em fevereiro", a rmou o senador em nota divulgada por sua assessoria. O senador, que é presidente da Frente Parlamentar das Micro e Pequenas Empresas, é o autor do projeto de lei que previa a criação do programa (PLP 46/2021). O parlamentar lembra que, antes do veto presidencial, o Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (Relp) havia sido aprovado "por unanimidade no Parlamento, após ser amplamente discutido com o ministro [Paulo] Guedes". E fez um alerta: "Estamos falando de algo seríssimo, da possibilidade de descredenciamento do Simples de quase meio milhão de empresas, uma verdadeira tragédia". Em declaração dada na segunda-feira (10), Bolsonaro disse esperar que o Parlamento derrube seu veto para solucionar a questão. Ele declarou que teve de vetar o programa por questões legais relacionadas a regras eleitorais e orçamentárias. Na mensagem do veto, a Presidência da República alega que há vício de inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público no projeto que cria o Relp, pois o benefício implicaria renúncia de receitas e violaria a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 2000) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias 2021 (Lei 14.116, de 2020). Para Jorginho Mello, "as justi cativas dadas pela equipe econômica ao veto não fazem o menor sentido, e inclusive induziram o presidente Bolsonaro a errar".

CCJ: reforma tributária deve ser a primeira matéria na volta do recesso ©JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

A proposta de r e f o r m a tributária (PEC 110/2019) será a pr i or i d a d e d a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na retomada de seus trabalhos em 2022. É o que prometeu o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da comissão. Ele a rmou em dezembro que a proposta será pautada na primeira reunião da CCJ após o recesso parlamentar. Davi espera que o relatório do senador Roberto Rocha (PSDBMA) sobre a PEC seja lido na comissão no começo de fevereiro. Ele também disse que pretende encaminhar a proposta ao Plenário do Senado ainda em fevereiro, junto com um pedido de urgência. — Eu assumo o compromisso público de que, no retorno dos trabalhos da comissão, faremos a leitura e a votação da matéria. Temos o compromisso do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de que ele levará a proposta para o Plenário a partir da votação na CCJ — declarou Davi em reunião da comissão no dia 15 de dezembro. Em outubro, Roberto Rocha entregou uma primeira versão de seu relatório a Rodrigo Pacheco. Na ocasião, o presidente do Senado reiterou que "o Congresso Nacional tem compromisso com a reforma tributária". — Precisamos entregar para a sociedade brasileira um novo modelo de sistema tributário. Todos entendem que o [atual] sistema brasileiro não é bom e precisa ser modi cado porque é muito complexo, difícil de compreender e afugenta investidores — ressaltou Pacheco.


14 GERAL

13 A 20 DE JANEIRO/2022

Comércio varejista: rentabilidade pode ser afetada pela Copa do Mundo

Bajau: a tribo que sofreu uma mutação e hoje pode nadar a 60 metros de profundidade

©GETTY IMAGES

Gláucio Siqueira, consultor empresarial, orienta que o planejamento deve considerar o calendário da Copa haja vista que as atividades são impactadas pela competição Estudo divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que cada feriado em dia útil representa um prejuízo de R$ 2,46 bilhões ao varejo. Por isso, muitos empresários celebraram o fato de que o ano de 2022 terá apenas um feriado nacional prolongado, o da Sexta-feira Santa, que será em 22 de abril. Gláucio Siqueira, c o n s u l t o r e mp r e s a r i a l e especialista em Marketing e Gestão, destaca que é preciso lembrar da realização da Copa do Mundo e considerar as competições no planejamento do negócio. “Teremos um calendário mais enxuto de fer i ados nacionais e isso realmente é muito positivo para o varejo; mas por outro lado, o comerciante precisa car ligado com a Copa do Mundo, que acontecerá entre os dias 21 de novembro e 18 de

Para compensar os dias úteis

dezembro. Isso porque os dias de jogos do Brasil equivalem a feriados, já que as atividades comerciais são paralisadas”, aponta.

de feriado ou de jogos do Brasil, o especialista indica a adoção de estratégias de vendas, como promoções e vendas cruzadas.

“É preciso elaborar um plano de ação de acordo com o seu nicho de atuação e o per l do cliente. Um planejamento de vendas b em elab orado e executado pode contribuir para cobrir os custos dos dias que não serão trabalhados”, orienta. Apesar disso, o especialista aponta as eleições também no quarto trimestre do ano como um dos fatores que in uenciará a economia. “A combinação eleições e futebol tende a impactar positivamente a economia, apesar da polarização política. Essa combinação de grandes eventos no mesmo vai levar a uma movimentação monetária bastante intensa, o que deve levar a economia car aquecida e crescer acima dos patamares esperados”, analisa Gláucio.

A tribo vive cercada por água nas Filipinas ©CENTRO DE GEOGENÉTICQA DA UNIVERSIDADE DE COPENHAGEN

Parece coisa de lmes, de do mar. Durante suas viagens, a ao controle da tireoide e suas histórias de super-heróis com Dra. Llardo descobriu que funções. Embora tenha sido habilidades sobre-humanas, entre os baços dos Dilaut, não testado apenas em ratos, os mas é vida real: os corpos dos são semelhantes aos de outros pesquisadores sabem que um ocupantes de uma tribo nas humanos. Isso a levou a pensar alto nível desse hormônio faz F i l i p i n a s s o f r e r a m u m a que esse poderia ser o motivo com que o baço aumente de mutação para ser diferente do ©CENTRO DE GEOGENÉTICQA DA UNIVERSIDADE DE COPENHAGEN resto da população e eles são capazes de resistir a 60 metros de profundidade no mar — uma habilidade incrível que chamou a atenção de Melissa L lAa transmissão r d o , d o Cserá e n tno r ocanal d e da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas Geogenética da Universidade de Copenhagen. A pesquisadora conduziu um estudo sobre o assunto e as mudanças em sua anatomia que permitem realizar tais façanhas. Ela escreveu sobre os Bajau, também conhecidos como nômades do mar ou p e l o q u a l a t r i b o p o d e tamanho. Portanto, acredita-se ciganos do mar, que s ão mergulhar por tanto tempo e que esse fenômeno esteja habitantes das ilhas Joló e na tão fundo. Com a ajuda de uma relacionado ao que ocorre península de Zamboaga e, máquina de ultrassom, Llardo entre os Bajau. O gene FAM178B, por usa assim como outras tribos escaneou os corpos de 59 vez, in uencia o nível de pessoas, descobrindo que seu próximas, vivem no mar. E x i s t e m c l a s s i c a ç õ e s baço era consideravelmente dióxido de carbono no sangue. diferentes entre os povos: tem maior, especi camente até 50% No caso do Bajau, esse gene os Sama Lipídios, que moram maior do que, por exemplo, d e r i v a d o D e n i s ov a , u m no litoral; o Sama Darat, outros Bajau que moram em hominídeo que habitou a Terra entre um milhão e 40 mil anos aqueles que vivem em terra terra. Para Llardo isso é resultado atrás. Aparentemente, tem a rme e os Sama Dilaut, aqueles que vivem na água e são da seleção natural, que está ver com o fato de que alguns protagonistas dessa história. ajudando a tribo residente na humanos podem viver em Eles constroem suas casas na região há milhares de anos, a áreas muito altas do planeta. Segundo os pesquisadores, ©CENTRO DE GEOGENÉTICQA DA UNIVERSIDADE DE COPENHAGEN assim como esse gene ajuda a sobreviver em grandes altitudes, também poderia ajudar Bajau a conseguir chegar a tais profundidades. Então, entender por que os Dilaut são tão raros pode ajudar o resto da humanidade. Especi camente, serviria para tratar a hipóxia aguda, que ocorre quando nossos tecidos não têm oxigênio su ciente e que pode causar a morte. Portanto, se os pesquisadores água e barcos de madeira desenvolver essa vantagem pudessem encontrar uma chamados lepa, que dão a eles genética. Portanto, eles se maneira de fazer o b aço u m e s t i l o d e v i d a concentraram em dois genes transportar mais oxigênio, as s u r pre e n d e nt e , t e n d o s e i m p o r t a n t e s : P D E 1 0 A e mortes por essa condição seriam bastante reduzidas. adaptado perfeitamente ao FAM178B. Apenas incrível, não é mesmo? O PDE10A está relacionado estilo de vida e às necessidades


COTIDIANO 15

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Projeto conecta crianças Curitiba vai gerar de vários países para energia solar nas debater sustentabilidade A partir de um intercâmbio virtual entre estudantes da Maple Bear, iniciativa promove aprendizagem sob diferentes óticas culturais, sociais e econômicas ©DIVULGAÇÃO/MAPLE BEAR

estações-tubo

Com tecnologia de Filme Fotovoltaico, estações vão captar energia renovável ©DIVULGAÇÃO

importantes, como a erradicação da pobreza, educação de qu a l i d a d e , e n e r g i a l i mp a , trabalho, crescimento econômico e agricultura sustentável. “Temos planos de aula que podem ser usados com crianças de várias partes do mundo e podemos discutir entre elas soluções para essas questões”, explica Natália Fontana Fernandes, mantenedora e gestora pedagógica da Maple Bear Mooca, em São Paulo (SP). De acordo com ela, a ideia é usar perspectivas diferentes, de crianças de países diferentes, para tratar de assuntos globais. Na escola paulistana, estudantes do 4º ano do ensino fundamental já começaram a discutir o uso da água com outras crianças da Maple Bear Chandrabala Modi Academy, na Índia. “A primeira atividade que a gente fez foi apresentar cartazes para mostrar como a gente usava a água aqui [no Brasil]. Então foi bem legal também saber da cultura deles e de como eles usavam a água no dia a dia”, conta Vitória Skuter, aluna do quarto ano na Maple Bear Mooca. Para Vitória, a experiência de interagir com crianças de outros países foi interessante e trouxe muitos aprendizados. “No começo, a gente teve um pouco de di culdade por conta do sotaque deles, que é um pouco

diferente. Mas no m deu tudo certo”, a rma a estudante, que já está pensando em soluções para promover o uso consciente de água e reduzir a quantidade de lixo que é jogada nos mares e rios. “A gente tem que tomar conta da água, cuidar mais da natureza e preservar”. Experiências como as que foram vivenciadas por Vitória são possíveis não apenas por intermédio da tecnologia, mas principalmente pela mediação dos educadores, que orientam e organizam os debates a partir de dinâmicas e conteúdos criados pela equipe acadêmica. Tudo pensado para que eles possam pesquisar, debater com crianças de outros países e construir propostas concretas para os problemas investigados. Durante esse processo, a mantenedora e gestora pedagógica da Maple B ear Mooca garante que a troca global de experiências e a aprendizagem acontece de forma natural. “São crianças iguais, mas que estão do lado do planeta. Elas têm outras vivências, usam outras roupas e estão em outro fuso horário, mas falam sobre a mesma coisa. Enquanto os alunos experimentam o fazer cientí co, as descobertas e contrastes acontecem com naturalidade”, conclui.

A estação-tubo Itajubá de Curitiba, no Paraná, será a primeira da cidade a testar a geração de energia a partir de células fotovoltaicas. Os testes nas duas estações (sentidos centro-bairro e bairro-centro) serão iniciados em 2022 e fazem parte de contrato, formalizado entre o Instituto de Pesquisa e P l a n e j a m e nt o Ur b a n o d e Curitiba (Ippuc) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Caminhamos para colocar e m pr át i c a o c onc e ito d e sustentabilidade na estrutura do transporte de Curitiba”, ressalta a coordenadora do setor de Transportes e Mobilidade do Ippuc, Olga Prestes. Com aporte de R$ 243.455,51 em recursos da Prefeitura, a UFPR será a responsável pela elaboração do projeto elétrico, aplicação e o monitoramento pelo período de u m a n o, c o m e n t r e g a d e relatórios mensais. Os testes a serem realizados pela UFPR seguirão prova de conceito já concluída pela Un ive rs i d a d e, d a ge r a ç ã o energética a partir de Filmes Fo t ov o l t a i c o s O r g â n i c o s , chamados de OPV (Organic Photovoltaics) em estaçõestubo, com base em estudos

aplicados desde 2018 em uma estação cedida pelo município. Nos testes realizados pela UFPR, a energia gerada pelos painéis solares em um mês foi de aproximadamente 80 kWh, ou 7,3 kWh/m² por mês. Serão instalados módulos OPV de fabricantes diferentes nas duas estações-tubo Itajubá. As estações foram escolhidas pela localização estratégica

do desempenho dos módulos solares de cada uma das duas estações-tubo. O projeto terá a gestão da física e analista em C i ê n c i a e Te c n o l o g i a d a universidade, Anna Gabriella Tempesta, e super visão da professora-doutora Lucimara Roman, do DiNE. Uma vez que a tecnologia seja validada em reais condições de uso e que se tenha um

quanto à insolação e por estarem situadas no eixo sul que está sendo requali cado para receber o Ligeirão Norte-Sul. O laboratório do Grupo de Dispositivos Nanoestruturados (DiNE/UFPR) cará responsável por fazer acompanhamento técnico de to do o projeto, des de a instalação ao monitoramento

comparativo do desempenho dos módulos OPV de dos dois fabricantes, a Prefeitura de Curitiba poderá utilizar o relatório técnico para reproduzir o projeto de energia em outras estações-tubo e corredores de transporte, entre eles o Leste-Oeste que está sendo projetado para operar com ônibus elétricos.

©MORIO CC BY-SA 3.0

De um lado da tela, estudantes brasileiros apresentam cartazes sobre o uso da água no país. Do outro, estudantes indianos também compartilham informações locais, citando alguns desa os que enfrentam para captar água da chuva e quais são os rios mais importantes para o ab aste cimento naciona l. Juntos, debatem sobre tópicos como poluição, desperdício e consumo consciente. Toda a interação acontece em inglês e faz parte do projeto Global Connections for Sustainability, que promove o intercâmbio virtual de mais de mais de 500 escolas da rede global da Maple Bear, espalhadas por mais 30 países. A partir de discussões sobre desa os da sociedade global, o projeto tem a proposta de fortalecer a conexão entre estudantes de todo o mundo para promover a aprendizagem sob diferentes óticas culturais, sociais e econômicas. Atualmente, já par ticipam escolas do Brasil, México, Vietnã e Índia. Por meio da plataforma Global Connections, educadores e escolas podem estudar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Na ç õ e s Un i d a s ( O N U ) e trabalhar em conjunto para desenvolver soluções capazes de contribuir para debates


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Oxagon: o que sabemos Pessoas de sobre a cidade utuante personalidade da Arábia Saudita criativa veem o Em novembro de 2021, o príncipe herdeiro saudita anunciou a construção de uma enorme cidade que irá flutuar no Mar Vermelho ©DIVULGAÇÃO/NEOM

No dia 16 de novembro do ano passado, 2021, a Arábia Saudita r e v e l o u u m n ov o p r o j e t o, comandado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman: uma cidade utuante chamada Oxagon, a maior aposta deste tipo no mundo inteiro. A ideia faz parte da série de planejamentos sauditas para a modernização do país, apelidada de 'Vision 2030'. Com oito lados e utuando no Mar Vermelho, próximo à costa nordeste da Arábia Saudita, a Oxagon será uma cidade completamente movida pela sustentabilidade e criatividade, sendo considerada, por seus desenvolvedores, como um ambiente perfeito para o

desenvolvimento de planos para o futuro da humanidade. No e nt anto, a l é m d e u m complexo indust r ia l út i l e completamente modernizado, a Oxagon deve tornar-se um centro de manufatura, com o pr imeiro p or to tot almente automatizado e o primeiro “centro de logística integrada do mundo”, diz o comunicado de imprensa liberado. Apontando que o município no Mar Vermelho será um pioneiro para uma grande mudança internacional, o CEO da Neom, a cidade-gigante da qual a Oxagon fará parte, Nadhmi Al-Nasr expressou-se à mídia sobre o projeto. At r avé s d a Ox agon , s e r á

efetuada uma mudança fundamental em como o mundo vê centros de manufatura. O que nos encoraja é ver o entusiasmo de nossos parceiros, que desejam c om e ç ar s e u s proj e to s e m Oxagon. Os pioneiros da tecnologia irão instalar fábricas desenvolvidas com as últimas tecnologias em inteligência arti cial, para atingir um salto signi cativo para a Quarta Revolução Industrial”, a rmou. Me s m o c o m t o d a s e s s a s promessas e declarações sobre a inovação que a cidade utuante irá trazer, os responsáveis pelo projeto não divulgaram nenhum dado concreto sobre como este centro funcionará, qual tipo de energia irá utilizar, quanto irá custar e como irá se manter utuando. As medidas e tamanhos da Oxagon ainda são um segredo, porém é seguro acreditar que o projeto será imenso, ainda assim não chega nem perto do tamanho da cidade gigante Neom, a seção mais audaciosa do 'Vision 2030', que se estenderá por 26.495.578 metros quadrados e incluirá a cidade utuante.

mundo por outros olhos ©HARRY QUAN/UNSPLASH

A personalidade criativa é derivada de um dos cinco principais traços de personalidade estipulados pela psicologia. Ela se encaixa no traço de abertura e indica a “abertura às novas experiências”. Além da criatividade, a abertura engloba a curiosidade, imaginação e visão. Essas características foram atribuídas em 1970 por dois times conduzidos por quatro pesquisadores. São eles: Paul Costa e Robert McCrae do Instituto Nacional da Saúde dos E s t a d o s Un i d o s , Wa r r e n Norman da Universidade de Michigan de Ann Arbor e Lewis Goldberg da Universidade de Oregon. A abertura é um dos “Cinco Alexia G r a n d e s” d a p s i c o l o g i a , Debacker juntamente com extroversão, Espinoso a g r a d a b i l i d a d e , conscienciosidade e neuroticismo. As vertentes e áreas mais interessantes da vida humana são resultados da p ers ona lid ade cr i at iva de algumas pessoas. Portanto, dependemos de indivíduos criativos na sociedade, que alimentam a necessidade de uma nova percepção do dia a dia. Uma pesquisa publicada no

Jornal de Pesquisa em Personalidade dos Estados Unidos comprovou que pessoas com a personalidade criativa não apenas trazem uma nova perspectiva para a vida, mas também conseguem enxergá-la por outros olhos. A avaliação foi feita através de um teste de rivalidade binocular. A rivalidade binocular acontece quando duas imagens diferentes são apresentadas a cada olho simultaneamente. O esperado é que essas imagens se intercalem diante dos olhos das pessoas. Porém, foi comprovado que pessoas com o traço de personalidade criativa conseguem ver uma combinação das duas imagens ao mesmo tempo. Para os condutores da pesquisa, essa percepção é quase como uma “s o lu ç ã o c r i at i v a” p a r a o

problema apresentado. Além disso, pessoas de traço “aberto” conseguiam observar a combinação das duas imagens por mais tempo quando estavam de bom humor — que é um humor ligado ao aumento da criatividade. O estudo conseguiu comprovar que a criatividade não é apenas um traço de personalidade, mas que também consegue in uenciar a percepção visual dos indivíduos. Especialistas da psicologia acreditam que a personalidade é maleável e tem a capacidade de mudar ao longo do tempo. As experiências da vida, assim como in uência de pessoas e ambientes diferentes tem o poder de nos transformar em pessoas diferentes. Portanto, é possível adquirir uma personalidade criativa.

Trambus: uma visão da Polestar para o futuro do transporte Parente do público velociraptor é identificado em novo estudo ©POLESTAR/DIVULGAÇÃO

O Trambus é um conceito de transporte público para o futuro cujo projeto foi um dos nalistas do Polestar Design Contest 2021, concurso realizado meses atrás pela fabricante sueca. Criado pelo sul-coreano Jung Kim, estudante de design industrial de Seul, o projeto é inspirado visualmente pelo “minimalismo escandinavo”, mas repleto de tecnologia por dentro, tendo sido preparado para uma experiência 100% autônoma e elétrica. Totalmente modular, o interior do Trambus é adaptado de

acordo com a necessidade do público. Dependendo do tráfego, o veículo feito para a marca sueca pode desempenhar uma função de bonde ou de ônibus. Em dias menos movimentados, as cabines rodam de forma independente ao longo das rotas; já durante engarrafamentos, operam vinculadas. Há também um modo em que os módulos se associam de forma lateral, exigindo duas faixas de pista, mas não cou 100% claro de que maneira esse recurso poderia ser utilizado.

Por d e nt ro, o e s p a ç o d o Tr a m b u s é a l t a m e n t e diversi cado. Pode ser ótimo para pessoas idosas que não querem car em pé no transporte público, já que, com o pressionar de um botão, os bancos na lateral do veículo se expandem e viram um assento. Por outro lado, há uma opção de assento que se t ransfor ma numa mes a de trabalho: ou seja, se você precisar atender a assuntos urgentes no deslocamento para o serviço, basta sacar o laptop e colocá-lo na bancada modi cada.

Um dinossauro que viveu há cerca de 125 milhões de anos e que é um parente do velociraptor foi identi cado por pesquisadores que estavam reanalisando fósseis descobertos na Ilha de Wight, no sul da costa da Inglaterra. O esqueleto foi encontrado pelo colecionador Mick Green em 2004, que o mo st rou a o s paleontólogos Megan Jacobs e Nick Longrich. Os cientistas logo perceberam que os ossos eram parecidos com os dromaeossauros, também da ordem dos raptores. Enquanto Green teve

d e Ve c t i r aptor g re e n i e m homenagem ao homem responsável por encontrar seus pr imeiros vestígios. "Este dinossauro é incrivelmente emocionante, aumentando ©DIVULGAÇÃO/UNIVERSIDADE DE BATH a enorme diversidade de dinossauros aqui na Ilha de Wig ht e ajudando a construir uma imagem maior do mundo do Cretáceo Inferior", a rmou Megan Jacobs, que colaborou para o estudo. É a primeira vez que um dinossauro, que foi descrito em dromaeossauro é identi cado uma pesquisa publicada na revista Cretaceous Research em no Reino Unido. O dinossauro é conhecido por subir em árvores dezembro de 2021. como fazem os le op ardos O animal pré-histórico, que habitou o planeta durante o modernos e por possuir grande Cretáceo Inferior, foi batizado força para atacar suas presas. problemas de saúde e precisou parar de atuar como p a l e o nt ó l o g o a m a d o r, o s especialistas realizaram investigaram o fóssil do


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