ANO XII - Nº 464 10 A 17 DE MARÇO/2022 SERRA/ES
Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita
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GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
8 Uma torta sempre cai bem no lanche da tarde e no café da manhã, não é mesmo? Então, que tal fazer uma receita de torta de sardinha deliciosa? Pág. 8 HAROLDO CORDEIRO FILHO 8Bolsonaro volta a cobrar STF por ICMS xo sobre combustíveis. Pauta ainda não foi julgada pela Corte Pág. 12
ANA MARIA IENCARELLI 8 Não há sentido nenhum em matar, mutilar, aniquilar vidas, interromper histórias de vulneráveis que estavam apenas vivendo suas vidas Pág. 10
Lanterna é carregada usando sal e água Pág. 5
Ancestral mais antigo dos dinossauros da América do Sul é descoberto no Brasil Pág. 7
Guia tenta evitar expansão de casos de cegueira por glaucoma ©PREF. DE TRÊS BARRAS/SC/DIVULGAÇÃO
Aproveitando a Semana Mundial do Glaucoma, que terminará no próximo sábado (12), a WGA divulgou um guia com orientações para impedir o aumento de casos de cegueira. Com a pandemia, muitas pessoas deixaram de ir ao oftalmologista fazer exames preventivos e acompanhar o glaucoma Pág. 9
Espécie de orquídea descoberta no Equador está ameaçada pelo clima
Língua neutra é 'invenção burra' que não deve ser ensinada, diz escritor Pedro Bandeira Analgésicos podem aumentar o risco de zumbido Como as mulheres conquistaram o direito ao voto no Brasil Pág. 4
Pág. 9
Pág. 3
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Com uma aparência única e intensa coloração, planta encontrada na província de Carchi corre alto risco de extinção por conta das mudanças climáticas Pág. 2
“Geladeira cultural” leva leitura para crianças de comunidades carentes de Porto Velho (RO) Pág. 4
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2 MEIO AMBIENTE
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Lobinha Pequi se prepara para retornar à natureza na região do DF O projeto Uma lobinha chamada Pequi busca arrecadar fundos para a construção de um recinto de aclimatação ©DIVULGAÇÃO/ZOOLÓGICO BRASÍLIA
recebê-los. Assim que os animais chegaram, a equipe identi cou, após exames clínicos, que os lhotes apresentavam sinais de desidratação e anemia. “O nosso intuito era fazer com que esses animais sobrevivessem, porque a taxa de mortalidade é alta. Eles sobreviveram, cresceram com saúde. Três foram para o Parque Vida Cerrado, na Bahia, e outros dois voltaram para a Fazenda Trijunção”, detalha o biólogo diretor de mamíferos da instituição, Filipe Carneiro Reis. Dos três lhotes que foram para a Bahia, um deles é a Pequi, que aguarda a transferência para o DF. “Lá, o recinto do criadouro estava afastado do público, o que é ideal para animais que vão ser r e i n t r o d u z i d o s . Aq u i , e m Brasília, todos já estavam cheios”, explica. A ideia, de acordo com Filipe, é fazer a reintrodução da loba guará na mata do DF. “Estamos preparando Pequi para a vida livre, e esse é o nosso grande objetivo. Elaborar o protocolo melhor para que a gente tenha sucesso. Não é algo simples, a gente tem que manter o animal mais distante possível do ser humano. Não existe um protocolo de nitivo ainda”, conta. Para criar o protocolo, uma pesquisa tem sido feita com os animais desde quando
Filhote de Caliandra, loba-guará monitorada pela equipe da organização não governamental (ONG) Onçafari, Pequi veio ao mundo em 1º de junho do ano passado, junto com Mangaba, Araticum, Seriguela e Baru, seus irmãos. Foi em uma mata, próximo à Fazenda Trijunção (divisa GO, MG e BA), que os cinco lhotes foram localizados e r e s g at a d o s , c o m ap o i o d o Zoológico de Brasília, após a mãe ser encontrada morta a cerca de 10km de distância da toca. Ao longo de um ano, eles foram preparados para serem inseridos na mata, e Pequi foi selecionada para fazer parte da fauna do Distrito Federal. Agora, o projeto “Uma lobinha chamada Pequi”, responsável pelo trabalho de recuperação do animal, procura patrocinadores para ajudar na construção de um recinto de aclimatação para a loba. Isso porque ela e os quatro irmãos fazem parte de uma pesquisa que visa a criar um protocolo, ainda inexistente, de reinserção do animal em seu habitat. Foi em 24 de junho do ano passado que as três fêmeas e os dois machos foram encontrados em uma toca, na Bahia. No mês seguinte, os animais foram encaminhados para o Zoológico de Brasília, uma vez que era o lo c a l mais próximo e com infraestrutura necessária para
Camaleão Furcifer labordi
recuperados. A zootecnista responsável pelo projeto no DF, Ana Raquel Gomes Faria, explica o surgimento da ideia. “Paralelamente aos cuidados dos lobos, começamos a conversar sobre o futuro deles. A ideia é sempre o retorno para a natureza, mas cinco no mesmo ambiente seria demais. Foi quando os projetos se uniram. Todos serão monitorados com rádio colar, e já estão em processo de reabilitação”, conta. O projeto é construído com base legal e utiliza como metodologia um dos objetivos do Plano de Ação Nacional para o Lobo-Guará.
De acordo com Ana, ainda há pouca pesquisa sobre lobosguarás. “A gente tem muita pesquisa em relação ao tipo de itens alimentares ou quantidade de lobos em determinada área. Mas não há estudos relacionadas à soltura de animais. Hoje, temos, no Brasil, um único caso na Serra da Canastra e, depois disso, nunca mais. Isso faz parte do meu processo de doutorado e vou acompanhar as três áreas de soltura. Vamos ver como é o processo de adaptação, não só o comportamento, mas saber também se está comendo, através da coleta de fezes. É saber se estão
fazendo essa adaptação de forma positiva”, explica. Instalação especial Para a soltura, será necessário criar o recinto de aclimatação, para o animal estar em contato com o ambiente. “Os animais precisam saber que há uma nova loba ali”, ressalta a zootecnista. O recinto será construído no Paraíso da Terra, área localizada na APA da Cafuringa. “O local possui 85% da área preservada e tem muito recurso, muita lobeira, muita caça e pequenos vertebrados que ser vem de alimento para a Pequi. Lá, também é um local em que já
foram avistados lobos-guarás”, explica Ana. A zootecnista frisa que o recinto deve ser construído com o objetivo de adaptar Pequi às novas realidades que vai encontrar. Por ser uma loba que, desde o nascimento, viveu sob cuidados humanos, será preciso ensiná-la a viver na selva. “É um recinto com muita vegetação, onde temos uma parte mais alagada, outra mais seca. Durante todo esse processo, ela estará s e n d o a l i m e n t a d a . Va m o s fornecer essa dieta de forma que ela não tenha tanto contato conosco. A ideia é afastá-la cada vez mais para não associar comida com o ser humano”, ressalta Ana. Para avaliar a progressão do estudo, Pequi será monitorada com câmeras. Até o momento, não há patrocinador para a criação do recinto. Pelas redes sociais é possível acompanhar a evolução da Pequi e saber mais sobre sua história. De acordo com Ana, a divulgação tem como objetivo fazer com que a população do DF interaja com a lobinha. “Queremos que a Pequi seja a embaixadora da própria espécie no DF. O lobo-guará é uma espécie ameaçada de e x t i n ç ã o. A e x p e c t a t i v a é sensibilizar a população em relação às ameaças”, garante.
ONU aprova resolução sobre bem- Espé cie de orquıd́ea descoberta no Equador está ameaçada pelo estar animal, meio ambiente e clima desenvolvimento sustentável notícia, pois, pela primeira vez na história o bem-estar animal vai ser tratado de forma o cial e muito mais séria pela ONU, ©GER BOSMA/GETTY IMAGES
A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, em 1º de março, uma resolução inédita que introduz o bem-estar animal como preocupação política essencial no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). O aval à proposta foi consenso entre os 193 países-membros durante assembleia em Nairóbi, no Quênia. A resolução foi submetida inicialmente à ONU por Gana, Senegal, Burkina Faso, Etiópia, R epúblic a D emo crát ic a do Congo, Paquistão e Sudão do Sul. A aprovação signi ca o comprometimento dos países em proteger os animais e seus h abit at s , a l é m d e c u mpr i r requisitos de bem-estar animal. Outro ponto é que o PNUMA faça um estudo sobre a conexão entre bem-estar animal, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. “A aprovação é uma ótima
incluindo a relação sobre a forma como os animais são tratados e as principais crises ambientais que o planeta enfrenta. É um marco histórico para os animais e para o movimento de proteção animal”, diz Lucas Alvarenga, vicepresidente de Desenvolvimento Internacional da Mercy For Animals (MFA), que, ao lado da
presidente da MFA, Leah Garcés, esteve no Quênia acompanhando o debate inédito. Entre os motivos que contribuíram para a proposta avançar na ONU, estão deter a perda da biodiversidade, mitigar as mudanças climáticas, reduzir a poluição e reduzir o risco de n ov a s d o e n ç a s z o o n ó t i c a s infecciosas como formas de alcançar o desenvolvimento sustentável. No Brasil, a MFA faz parte da coalizão de 27 organizações que enviaram uma carta ao Ministério do Meio Ambiente, em janeiro, pedindo que o governo apoiasse a resolução. Juntas, as entidades contam com mais de um milhão de membros e apoiadores no País. “A decisão da ONU é um passo importante para termos um planeta mais sustentável e que respeite todos os seres”, a rma Cristina Mendonça, diretora executiva da MFA no Brasil.
Uma nova espécie de orquídea intensa coloração, a planta foi encontrada em uma oresta achada na província de Carchi no norte do Equador. ©ALEX PORTILLA Com uma aparência única e a intensa coloração, a plant a achada na província de Carchi corre alto risco de extinção por conta das mudanças climáticas, segundo um estudo publicado em fevereiro no periódico PhytoKeys. Uma nova espécie de corre alto risco de extinção por orquídea foi encontrada em uma conta das mudanças climáticas, oresta no norte do Equador. segundo um estudo publicado Com uma aparência única e a
em fevereiro no periódico PhytoKeys. Depois, a planta foi batizada de Maxillaria anacatalina-portillae — em homenagem a Ana Catalina Portilla Schröder, lha de Alex. A or foi analisada por orquidólogos da Universidade de Gdańsk, na Polônia, que estavam há anos classi cando espécies conhecidas do grupo Maxillaria, um dos maiores dentre as orquídeas, e i nve st i g and o mate r i ais d a Europa e das Américas — incluindo pesquisas de campo na América do Sul. Os pesquisadores só con rmaram que se tratava de uma espécie desconhecida após realizarem análises morfológicas e logenéticas em diversas amostras, obtidas por meios comerciais ou cultivadores independentes.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"
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CULTURA 3
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Como as mulheres Rock in Rio anuncia conquistaram o direito data de início das ao voto no Brasil vendas dos ingressos Inspiradas pelos movimentos feministas nos Estados Unidos e na Inglaterra, as brasileiras lutaram durante muito tempo pela igualdade
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os Estados Unidos, as pr imeiras eleiçõ es com a participação das mulheres ocorreram em 1920 — mais de 50 anos depois de os escravos libertos adquirirem o direito de votar. Na Inglaterra, o Parlamento aprovou o voto feminino em 1928. No Brasil, as coisas andaram um pouco mais devagar. A discussão sobre o voto feminino chegou ao Congresso Nacional pela primeira vez em 1891. Influenciados pelo movimento das americanas e inglesas, alguns deputados propuseram estender o direito de voto às mulheres que possuíssem diploma de curso superior e não estivessem sob a custódia do pai. O resultado foi desastroso: os congressistas consideraram a emenda “ a n á r q u i c a ”. E n t r e s e u s argumentos: a inferioridade da
mulher e o perigo de dissolução da família. O movimento decisivo para a conquista do voto pelas brasileiras chegou na bagagem da bióloga Bertha Lutz, que voltava de uma temporada de estudos em Paris, em 1919. De lá, Bertha trouxe os ideais sufragistas e não tardou para organizá-los por aqui: aliando- se à militante anarquista Maria Lacerda de Moura, Bertha fundou a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher, que, em 1922, passou a se chamar Federação pelo Progresso Feminino. Esse foi um período de intenso intercâmbio entre as sufragistas inglesas, americanas e brasileiras. “Intermediadas por Bertha Lutz, elas tinham muita comunicação entre si. As americanas vinham apoiar a luta das brasileiras e viceversa”, afirma a socióloga Eva
Blay, da Universidade de São Paulo. Em 1927, o Rio Grande do Norte incluiu em sua Constituição um artigo permitindo o voto feminino, que fez a mobilização se intensificar ainda mais. Mas esse direito foi estendido para todo o País somente em 1932, com um decreto-lei aprovado pelo então presidente Getúlio Vargas. Foi o fim de uma guerra de séculos, vencida lentamente, passo a passo. Para chegarem à vitória, as mulheres usaram estratégias que pediam uma astúcia fora do controle das regras masculinas. E é exatamente assim que elas costumam conseguir deles tudo o que querem — em todas as esferas da vida. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)
Mostra Internacional de Cinema pelos Animais abre inscrições
Um d o s fe st iv ai s m ai s aguardados dos últimos tempos está chegando — e, em 3 de março, o Rock in Rio anunciou a data o cial de início de venda de ingressos: 5 de abril de 2022 (uma terça-feira). Para não perder a chance de a c omp a n h a r d e p e r t o a s atrações incríveis do Rock in Rio 2022. Os ingressos da venda geral e s t ar ã o d i s p on íve i s p ar a compra a partir das 19 horas do dia 5 de abril, e poderão ser adquiridos pelo público por m e i o d o s i t e rockinrio.ingresso.com. Já os integrantes do Rock in Rio Club e clientes com cartões de c ré d ito It aú, It au c ard, C r e d i c a r d e It i poderão adquirir o ingresso antes do público em geral: a pré-venda começa no dia 17 de março, às 19h, e segue até o dia 4 de abril, às 19h, também no site o cial do evento. No Rock in Rio 2022, o valor
da entrada será R$ 625,00 (inteira) e R$ 312,50 (meiaent rad a). O p agamento poderá ser feito por cartão de crédito e o valor parcelado em até 6x sem juros. Aqueles que efetuarem o pagamento com cartão de crédito Itaú, Itaucard, C r e d i c a r d e It i p o d e r ã o comprar seus ingressos de gramado e ainda aproveitar 15% de desconto na inteira e o parcelamento em até 8x sem juros. Mais sobre o Rock in Rio 2022
Essa será a 21ª edição do evento que acontece desde 1985 no Rio de Janeiro. Por conta da covid-19, o festival que aconteceria em 2020 foi adiado para 2022. Os shows acontecerão na Cidade do Rock nos dias 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro. Dua Lipa, Justin Bieber, Iron Maiden, Demi Lovato, Iza, Megadeth, Dream eater, SepulturaJoss Stone, Corinne Bailey Rae, CeeLo Green, Gloria Groove e Duda Beat são alguns dos nomes con rmados para a edição de 2022.
Reservas: (27) 99961-8422
LUCIANO DANIEL
Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br
Foto Antiga do ES ©EMANUEL NUNES/FOTOS ANTIGAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO/FACEBOOK
Crie, produza e envie o seu audiovisual sobre os direitos dos animais ou sobre as relações dos seres humanos com outros animais ©DIVULGAÇÃO
O maior evento de cinema do Brasil em prol dos animais está de volta. Depois de um período parado, a Mostra de Cinema pelos Animais retorna em 2022 para trazer, àqueles que apreciam a sétima arte, produções de diversos formatos, linguagens e países sobre a causa animal. Filmes como Cowspiracy, de Kip Andersen, A Galinha que Burlou o Sistema, de Kiko Meireles e o poderoso Terráqueos, que conta com a locução de Joaquin Phoenix, já passaram pelas diversas edições do evento que, em 2022, mais uma ve z, s erá l anç ado em Curitiba, Paraná. Pro ssionais ou iniciantes em Direção ou Produção de lmes de curta, média ou longa-metragem, com temática relacionada ao
direito dos animais ou sobre as relações dos seres humanos com outros animais, podem inscrever suas obras até 16 de abril (às 23h59, horário de Brasília). Mostra Internacional de Cinema pelos Animais Organizado pela Sociedade
Vegetariana Brasileira, o evento foi lançado em 2009, na cidade de Curitiba. A mostra tem como objetivo criar um debate sobre os direitos dos animais e os impactos socioambientais que a interação dos humanos com os outros animais podem trazer.
Serra Sede, 1973 — Vista do antigo coreto e a Igreja Nossa Senhora da Conceição
4 EDUCAÇÃO
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MEC inaugura primeiro Língua neutra é Laboratório de Criatividade 'invenção burra' que e Inovação para professores não deve ser ensinada, diz Pedro Bandeira Mato Grosso do Sul é o estado pioneiro a receber o programa, que tem como objetivo ampliar a formação de professores no quesito inovação e tecnologia ©DIVULGAÇÃO/MEC
Escritor, um dos mais lidos do País, diz que 'escola tem que ensinar a língua que está no dicionário e na gramática' ©KARIME XAVIER/FOLHAPRESS
Um dos escritores mais lidos do Brasil por crianças e adolescentes, Pedro Bandeira, que chega aos 80 anos nesta quarta-feira com 130 livros publicados, diz que não pretende adotar em seus romances o gênero neutro, que ele considera uma "invenção burra". A linguagem neutra, como é conhecida, é usada por quem não se identi ca integralmente nem com o gênero masculino nem com o feminino. Em idiomas sem variação de gênero para substantivos e adjetivos como o inglês, a neutralidade é alcançada a partir da substituição dos pronomes "he" e "she" por "they", o "eles" do inglês, que não tem gênero de nido como no português. Já nas línguas latinas, caso do português, a neutralidade só é alcançada a partir da criação de novos pronomes —"elu" e "delu", "ile" e "dile" — e da substituição do "a" e do "o" por "e", como em "profess ore", ao invés de "professora" ou "professor". São mudanças que desagradam
a Bandeira. "O mais chato do politicamente correto é quando tentam mexer na linguagem. A escola tem que ensinar a língua que está no dicionário e na gramática. Um personagem caipira pode falar errado, mas o narrador tem que usar a gramática tal como ela é. Agora querem criar um gênero que não existe", diz o es critor, em entrevista a este jornal. Embora torne difícil a formação de frases e parágrafos inteiros, a língua não binária tem extrapolado o campo do ativismo para ser incorporada
pelos pilares da cultura pop. Hoje, já é vista em livros, lmes, seriados e até em novelas da Globo. Bandeira, no entanto, acredita que o movimento é passageiro. "Você acha que vai pegar? É impossível. É uma invenção bu r r a . Te m mu it a p a l av r a terminada em 'e' que não tem nada a ver com neutralidade de gênero. É uma besteira. Se se ofenderem, peço desculpas. Eu não quis ofender, mas não vou usar o gênero neutro e a academia não vai instituir".
MEC deu início à entrega de mais uma obra que subsidia a inovação e a tecnologia na educação brasileira. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, inaugurou, no último domingo (6), o primeiro Laboratório de Criatividade e Inovação para a Educação Básica (LABCRIE), sediado na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Mato Gro ss o d o Su l é o primeiro estado a receber o projeto, dando início à proposta de ampliar a formação continuada de professores da educação básica, o que inclui formação teórica e prática em cultura digital, metodologias ativas, aprendizagem baseada em projetos/problemas, gami cação, cultura maker, pensamento computacional e robótica. O programa tem como objetivo levar o LABCRIE aos 26 estados e ao Distrito Federal, por meio da adesão desses entes. Até agora, 22 unidades da federação já se manifestaram e poderão oferecer, em breve, mais esta possibilidade aos docentes da educação básica. A iniciativa envolve a montagem do espaço,
com mobiliário, equipamentos (notebooks, projetores, impressoras, kits de eletrônica e robótica, entre outros produtos) e sowares. “Hoje estamos iniciando mais uma etapa para auxiliar na inovação pedagógica e no uso educacional das tecnologias. O LABCRIE vem para modernizar o ensino na educação básica e trazer mais ferramentas para que os nossos professores tenham facilidade com o digital, mídias e aulas on-line”, ressaltou o ministro Milton Ribeiro. O programa também prevê a formação de gestores locais e professores formadores, dentro
de metodologias alinhadas ao conceito de experimentação e aprendizagem ativa, além de permitir trocas e aprendizado entre os usuários. A iniciativa de formação continuada estimula os professores e os gestores da rede pública de ensino a ampliarem a cultura de inovação com ns pedagógicos. PARCERIA Além de ser o estado pioneiro a receber o Programa, Mato Grosso do Sul é o parceiro do MEC na montagem dos laboratórios nos demais estados. A Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) será a responsável pela aquisição e instalação de equipamentos, além de propriedades intelectuais. De acordo com o regulamento, o estado que aderiu ao projeto disponibiliza o local, cumprindo os requisitos est ab elecidos, e exec ut a a manutenção futura dos equipamentos do laboratório.
Inscrições abertas para Olimpíada Brasileira de “Geladeira cultural” leva leitura para crianças de Matemática 2022 ©DIVULGAÇÃO OBMEP
As inscrições para a 17ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) 2022 estão abertas até o dia 17 de março e devem ser feitas pelo diretor ou professor responsável pela competição nas unidades de ensino, exclusivamente pelo site www.obmep.org.br. Realizada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), a Olimpíada é destinada aos estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio das escolas públicas
municipais, estaduais, federais e escolas privadas, que concorrem aos prêmios, de acordo com a classi cação nas provas. A competição será realizada em duas etapas: a primeira prova será no dia 07 de junho e a
segunda no dia 08 de outubro. Todos os inscritos participam da primeira prova, que será realizada na própria escola onde o aluno estuda. O desa o é resolver 20 questões de múltipla escolha. De acordo com o d e s e mp e n ho ne ss a f as e, a Olimpíada seleciona, aproximadamente, 5% dos estudantes por escola e com melhor pontuação. Esses alunos são os que vão para a segunda fase. A relação dos vencedores será divulgada em dezembro.
comunidades carentes de Porto Velho (RO) ©REPRODUÇÃO/INSTAGRAM: @NOTICIASPORTOVELHO
Alguns dias atrás, a cidade de Porto Velho (RO) ganhou um projeto de leitura chamado “Geladeira Cultural”, que busca estimular o aprendizado de
crianças e adultos de comunidades periféricas da capital rondoniense. A geladeira, carregada de livros, foi instalada no Orgulho do Madeira, região
leste da cidade. Agora, os voluntários responsáveis pela iniciativa pedem doações de livros para enriquecer as prateleiras da iniciativa, de modo a disponibilizar e alcançar mais crianças. Segundo uma das organizadoras do proj eto, Luciana B ezerra, a ideia é “incentivar a leitura de crianças e adolescentes em comunidades da nossa capital”, pontuou. O projeto também está precisando de cascos de geladeiras para que seja confeccionado mais pontos de distribuição.
INOVAÇÃO 5
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Tecnologia inovadora Estufa que produz alimentos e energia solar produz água e é criada por estudantes eletricidade no deserto A estufa solar busca ser um modelo para novas formas de adaptação à vida moderna
Hidrogel desenvolvido por cientistas resfria os painéis solares ao mesmo tempo que absorve água do ar ©RENYUAN LI/CC BY-SA
Combinando painéis fotovoltaicos e um hidrogel absor vente, um sistema experimental desenvolvido por cientistas da Universidade de C i ê n c i a e Te c n o l o g i a R e i Abdullah (KAUST) na Arábia Saudita, é capaz de integrar a produção de eletricidade e água para irrigação, aproveitada em cultivos agrícolas no deserto. A nova tecnologia soluciona a falta de eletricidade e de água em paisagens desérticas, que com estes dois recursos pode ser aproveitada para o cultivo de certos tipos de alimentos. “Nosso projeto tira água do ar usando energia limpa que seria desperdiçada e é adequado para fazendas descentralizadas e de pequena escala em lugares remotos, como desertos e ilhas oceânicas”, explica Peng Wang, professor de ciência e engenharia ambiental na Universidade de C i ê n c i a e Te c n o l o g i a R e i Abdullah (KAUST). O sistema, chamado de
WEC2P, é composto por um painéis solares colocados sobre uma camada de hidrogel. Esta combinação entre o painel solar e o hidrogel forma a tampa da caixa metálica inclinada com um bico na parte inferior. O hidrogel foi desenvolvido em pesquisas anteriores de Wang e sua equipe e é capaz de absorver o vapor de água do ar ambiente e liberar o conteúdo de águ a qu ando aquecido. Esta caixa ca aberta durante a noite para que o hidrogel absorva a umidade do ar. Com a chegada do dia e dos raios solares, a caixa ca fechada e quem trabalha são os painéis, gerando eletricidade. A água absorvida pelo hidrogel evapora com o calor e vai para a parte de trás do painel. Quando esta água escorre do painel para a caixa, ela resfria o equipamento e garante que ele funcione até 9% a mais de e ciência. A água escoa para o fundo da caixa de metal e é coletada por meio da torneira. O líquido pode
ser usado para irrigação e até mesmo para beber. Para que o sistema experimental possa se tornar um produto real, a equipe está trabalhando em um hidrogel que seja capaz de absorver mais água do ar. Em junho de 2022, um teste em pequena escala do sistema foi realizado na Arábia Saudita. Usando um painel fotovoltaico e uma camada de hidrogel do tamanho de uma mesa, a instalação gerou um total de 1.519 watts-hora de eletricidade, juntamente com cerca de dois litros de água. Essa água foi usada para irrigar 60 sementes de espinafre plantadas em uma caixa plástica de cultivo, das quais 57 brotaram e cresceram até 18 cm de altura. Os resultados foram publicados na Cell Reports Physic a l S cience e p o dem oferecer uma solução sustentável e de baixo custo para melhorar a segurança alimentar e hídrica de pessoas que vivem em regiões áridas. “Garantir que todos na Terra tenham acesso a água potável e energia limpa a preços acessíveis faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas. Esp ero que noss o projeto possa ser um sistema descentralizado de energia e água para iluminar casas e irrigar plantações”, conta Peng Wang.
©ADRIÀ GOULA
Um protótipo de estufa solar foi criado por alunos do Instituto de A r q u i t e t u r a Av a n ç a d a d a Catalunha (IAAC) em B arcelona, na Espanha. O projeto consiste em uma construção propícia para produzir alimentos ao mesmo tempo em que gera energia solar. Instalado no parque natural Serra de Collserola, nos arredores de Barcelona, a estufa é resultado de uma busca por modelos para o enfrentamento de crises alimentares e energéticas e de novas formas de adaptação à vida moderna. Além dos estudantes, o projeto foi realizado por pro ssionais e especialistas que integram o programa de Mestrado em Edifícios Ecológicos Avançados e Biocidades (MAEBB). O objetivo era projetar e construir um sistema que pudesse ser replicado em áreas rurais e urbanas em qualquer lugar do mundo. “É uma estufa avançada que utiliza energia solar, materiais sustentáveis e tecnologia de cultivo avançada que pode ser implantada no campo ou em telhados urbanos, contribuindo efetivamente para a autossu ciência alimentar”, a rmam os idealizadores da iniciativa.
Muito se fala sobre o grande impacto atual da produção, processamento e distribuição de alimentos. Com a estufa solar, a ideia foi justamente pensar em um formato agrícola mais e ciente, no caso aplicando técnicas mais ecológicas e de cultivo “zero quilômetro”. No caso da loso a “zero quilômetro”, a água, o substrato e os materiais de construção são obtidos do entorno, permitindo que os alimentos sejam ali cultivados e saiam diretamente da produção para o consumo — sem a necessidade de uma cadeia de suprimentos. Dentro há um sistema de fornecimento de nutrientes realizado por meio de tubulações que alimentam as plantas. Além
disso, uma matriz de tas de LED facilita os ciclos de crescimento. Sem uso de solo, as plantas crescem com técnicas hidropônicas avançadas. Já a estrutura da estufa foi construída com madeira de pinho, que foi extraída de forma sustentável, coletada e processada. A cobertura foi criada com vidro em forma de “diamante”. Isso permite a captação completa da luz solar, que entra diretamente nos painéis solares e permite que as plantas cultivadas no interior recebam luz direta. Por m, o layout é composto por dois andares. No piso térreo está localizada a área de germinação, enquanto no piso superior está o cultivo, de fato.
Startup usa micró bios para criar ó leo vegetal "verde" Lanterna é carregada AJUFE
A Zero Acre Farms está usando processo de fermentação na tentativa de reduzir pressão ambiental associada à produção de óleo vegetal
usando sal e água
©GETTY IMAGES
O produto é ideal para quem gosta de acampar, pois dispensa a necessidade de tomadas ou baterias ©MAKUAKE
Uma luminária capaz de ser acesa adicionando sal e água. Esta é a Litepulse, uma lanterna ecológica multifuncional que faz uso de uma reação química para funcionar. O produto é ideal para quem gosta de acampar, pois dispensa a necessidade de tomadas ou baterias. Basta ter um pacote de sal e água, que a luz está garantida nos cantos mais remotos. A lanterna Litepulse produz energia segura e limpa por meio de uma bateria de alumínio-ar. O dispositivo funciona da seguinte maneira: uma placa de alumínio é colocada como um eletrodo p o s it i v o d e nt ro d o c or p o p r i n c i p a l d a l a nt e r n a e a eletricidade é gerada quando a água e o sal são adicionados e o alumínio reage à solução.
A marca considera seu produto uma ferramenta ideal para situações de desastre, pois pode gerar eletricidade com qualquer água disponível, como água potável, água da chuva, água do mar e até urina e molho de soja. Além diss o, a lanter na ecológica possui sistema de carregamento USB integrado. D e st a for m a , d i sp o s it ivo s
móveis, como telefones, podem ser carregados enquanto a lâmpada está acesa. A placa de alumínio pode fornecer eletricidade por cerca de 150 horas enquanto a água salgada precisa ser trocada a cada oito horas. A lanterna está disponível para venda no site japonês Makuake, voltado para suporte de produtos de lançamento.
O óleo vegetal é visto como uma alternativa mais saudável. Ainda assim, tem um impacto ambiental signi cativo — e contribui com até um quinto das calorias que consumimos, diz o SpringWise. Além disso, os processos de produção causam o desmatamento nas regiões tropicais. Foi de olho neste problema que a startup Zero Acre Farms decidiu encontrar uma opção mais sustentável. Para isso, a empresa norte-americana está usando o processo natural associado à produção de álcool: a fermentação, que tem aplicações em muitos setores. Na fermentação, os micróbios são cuidadosamente escolhidos p elo que pro duzem. Por
exemplo, na fabricação de cerveja, o micróbio escolhido — a levedura — produz etanol. Então, para o trabalho da Zero Acre Far ms, os micróbios selecionados são os que produzem óleo e gordura, que
podem ser usados no lugar de óleos vegetais. Segundo o CEO e c o f u n d a d o r Je ff No b b s , o produto pode ser facilmente inserido em sua refeição favorita sem a necessidade de alterar a receita.
6 TECNOLOGIA
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Airbus revive aeronave como laboratório da migração para o hidrogênio
Táxis voadores roubam cena em feira internacional e acenam para transporte limpo
A A380 vai manter turbinas e ganhar um motor extra, movido a combustível limpo. Fabricante pretende usar hidrogênio em aeronaves a partir de 2035
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Responsável por 3% das emissões de gases estufa no mundo, o setor da aviação civil bus ca alter nativas para s e transformar em um modo de transporte limpo, sem resíduos que possam agravar o a q u e c i m e nt o g l o b a l . E s t a semana, a Airbus, gigante da fabricação de aeronaves, anunciou um projeto para tornar seu A380 superjumbo uma máquina movida a hidrogênio, um primeiro passo no desenvolvimento de uma nova geração de aviões. O jato modi cado manterá suas quatro turbinas convencionais, enquanto um quinto motor adaptado para uso de hidrogênio será montado na fuselagem traseira, possibilitando o monitoramento isolado de cada turbina, a rma a Airbus. O programa de testes de hidrogênio dará ao modelo, considerado problemático, uma "segunda vida" ao servir de laboratório para a nova tecnologia. A meta da fabricante é colocar uma aeronave movida a hidrogênio em operação em 2035. O projeto é uma colaboração com a CFM, uma joint venture das companhias General Electric Co. e Safran SA. Ao utilizar um superjumbo, a
experiência permite que a Airbus aproveite o tamanho do A380 para dar aos engenheiros espaço para tanques extras, equipamentos de teste e o quinto motor na traseira, disseram executivos. A empresa realizará pesquisas em solo este ano e prevê iniciar testes de voo até o nal de 2026. A rival da Airbus, Boeing Co., está testando células de combustível de hidrogênio em seu drone militar sem piloto ScanEagle3, enquanto expressa ceticismo sobre a meta de 2035 para jatos comerciais, a rma a agência Bloomberg. “Para atingir esses objetivos até 2050, a indústria precisa agir agora e nós estamos”, disse Gael Meheust, CEO da CFM. Em 2021, capitaneadas pela Iata (Associação Internacional
de Transportes Aéreos), 290 companhias aéreas se comprometeram em zerar suas emissões de carbono na atmosfera até 2050. Juntas, as empresas representam 82% do tráfego aéreo global prépandemia. Motores “verdes” não são a única estratégia do setor, que prevê que 65% das emissões serão eliminadas graças ao uso de combustíveis sustentáveis, 13% através de novas tecnologias de propulsão, como as baseadas no uso de hidrogênio, e 3% em melhorias de e ciência. A Iata prevê ainda que 11% das emissões da aviação comercial mundial serão tratados com medidas de captura e armazenamento de carbono e 8% através de programas de compensação.
centenas de eVTOLs verticais. Enquanto isso, startups como Eve, Vertical e Joby Aviation estão correndo para re nar a tecnologia e obter certi cações d e s e g u r a n ç a . O i mp u l s o promete expandir uma geração de aeronaves com emissões mais limpas que permitem às transportadoras oferecer viagens rápidas e com preços razoáveis, competindo com serviços de helicóptero, táxi e trem. Com estimativa de ter 82,5 mil eVTOLs para transporte de passageiros em operação até 2050, a região da Ásia-Pací co será responsável por 51% do mercado global, de acordo com um estudo da Rolls-Royce divulgado esta semana. Esse tipo de aeronave pode ser usado como transporte rumo a aeroportos, para voos turísticos relativamente curtos ou viagens
Os táxis voadores elétricos ocuparam o centro do palco no Singapore Airshow, em um momento em que a pressão para a economia global reduzir as emissões e se recuperar da pandemia leva as companhias aéreas a investir em propostas de trajetos curtos dentro das cidades com veículos movidos a bateria. Embora as vendas de aeronaves convencionais na feira tenham sido modestas, a AirAsia chegou a um acordo com a empresa de leasing de aeronaves Avolon, que encomendou 500 aeronaves VX4 da startup do R e i n o Un i d o . Ta m b é m a Embraer e a Micro ite, uma operadora de helicópteros australiana, anunciaram um pedido de até 40 aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical, ou eVTOLs, para apoiar o início das op eraçõ es na Austrália em 2026. "A descarbonização é o maior desa o do mundo que nossa geração enfrenta, e também é a maior oportunidade que temos no setor de aviação", disse Domhnal Slatter y, CEO da Avolon. "A eletri cação das
aeronaves é um primeiro e importante passo nessa jornada", completou ele, segundo a agência Bloomberg. Um número crescente de transportadoras está analisando o mercado de aeronaves movidas a bateria para conectar centros de negócios a aeroportos e t r ansp or t ar p e ss o a s e nt re cidades. Companhias aéreas tradicionais, incluindo
American Airlines, Virgin At l a nt i c A i r w ay s e Jap a n Airlines, juntas, encomendaram
intermunicipais, voando até 250 quilômetros sem recarregar, de acordo com o estudo.
Máquina de raio-X e telefone são alguns exemplos de legados para a humanidade apresentados na Expo desde a sua inauguração em 1851, na cidade de Londres, Inglaterra. Na atual edição, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, um dos eixos que motivam os 192 expositores mundiais são soluções mais limpas e ef icientes para a locomoção, grande entrave das metrópoles contemporâneas. Ent re as te cnolog ias mais intrigantes nesse segmento, durante a edição árabe, que começou em outubro do ano passado e segue até 31 de março, está no pavilhão da Espanha. Pela primeira vez, o Hyperloop,
um veículo inovador de transporte, capaz de chegar a uma velocidade de mil quilômetros por hora, sem emissão de poluentes, é exibido em uma exposição mundial. Em entrevista à Agência Brasil, Juan Vicén Balaguer, um dos fundadores da Zeleros, empresa responsável pela tecnologia, disse que o resultado da feira é muito positivo. “Nossa participação na Expo 2020 Dubai consolidou o Hyperloop como um novo e emergente modo de transporte, e a sociedade está animada com o que está por vir”. Para Balaguer, a tecnologia de transporte se aplicaria bem ao
Brasil, “esp ecialmente nas c i d a d e s m ai s p opu l o s a s e d i s t a n t e s e n t r e s i ”. O funcionamento é por meio de um sistema de propulsão e levitação, e um compressor movimenta o veículo dentro de uma rede de tubos. “As primeiras rotas comerciais de Hyperloop com passageiros começarão em 2030. Para cargas, pode começar mais cedo, especialmente se ocorrer em pressão ambiente, em vez de dentro dos tubos”. Ele explica que a tecnologia poderá ser usada, por exemplo, na movimentação de contêineres dentro dos portos.
PRECISÃO
Contabilidade (27) 3228-4068
Primeiro trem movido a hidrogênio estreia Expo Dubai apresenta em fase de teste no tecnologia de ponta Japão para mobilidade urbana e aérea ©TOYOTA MOTOR/DIVULGAÇÃO
A maior empresa ferroviária do Japão começará a testar o primeiro trem movido a hidrogênio do país no próximo mês, em um passo em direção à meta do país de se tornar neutro em carbono até 2050, informa a NHK ( Jap an Bro adc ast ing Corporation). O trem "Hybari" custou cerca de quatro bilhões de ienes (aproximadamente R$ 178
milhões) para ser desenvolvido e pode viajar até 140 quilômetros a uma velocidade máxima de 100 km/h com uma única carga completa de hidrogênio. A East Japan Railway Co., que desenvolveu o trem em parceria c o m a To y o t a M o t o r Corporation e a Hitachi, planeja usá-los para substituir sua frota de diesel e buscar mercados de exp or tação. Os s er viços
comerciais devem começar em 2030. O Japão fez do hidrogênio uma fonte chave de energia limpa para atingir o zero líquido. O governo disse que pretende aumentar o uso de hidrogênio para 20 milhões de toneladas até 2050, enquanto empresas de energia estão tentando construir cadeias de fornecimento de hidrogênio para reduzir seu preço. A Europa tem sido pioneira em trens a hidrogênio, com a Alemanha lançando o primeiro trem do mundo construído pela Alstom SA em 2018. A Siemens AG e a Deutsche Bahn AG estão desenvolvendo novos trens regionais e estações de abastecimento especiais e devem iniciar os testes em 2024.
CIÊNCIA 7
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Pesquisadores criam Ancestral mais antigo dos dinossauros da América do árvore genealógica que Sul é descoberto no Brasil liga toda a humanidade
Paleontólogos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) publicaram resultados dos estudos no periódico científico Gondwana Research
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Cientistas do Instituto Big Data, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, deram um grande passo para rastrear a totalidade das relações genéticas entre os seres humanos. Eles conseguiram mapear a maior árvore genealógica de que se tem notícia, em um estudo publicado na última sexta-feira (25), na revista cientí ca Science. Nas duas últimas décadas, avanços extraordinários foram alcançados na pesquisa genética hu m a n a , p o s s i b i l i t a n d o a identi cação e o armazenamento de dados genômicos de centenas de milhares de indivíduos, incluindo pessoas pré-históricas. Isso signi ca uma forte esperança de se traçar as origens da diversidade genética humana para produzir um mapa completo de como os indivíduos em todo o mundo estão relacionados uns com os outros. Trabalhar uma maneira de combinar sequências de genomas de muitos bancos de dados diferentes e desenvolver algoritmos para lidar com tanta
infor mação p are ciam dois grandes desa os. No entanto, essa nova abordagem conseguiu, facilmente, combinar dados de múltiplas fontes e escalas para acomodar milhões de sequências de genomas. Ya n Wo n g , g e n e t i c i s t a evolucionário do Big Data, é um dos principais autores do estudo. “Basicamente construímos uma enorme árvore genealógica, uma genealogia para toda a humanidade, que modela exatamente a história que gerou toda a variação genética que encontramos em humanos hoje”, diz ele. “Essa genealogia nos permite ver como a sequência genética de cada pessoa se relaciona com todas as outras, ao longo de todos os pontos do genoma”. Uma vez que regiõ es genômicas individuais são herdadas apenas de um dos genitores, seja da mãe ou do pai, a ancestralidade de cada ponto no genoma pode ser considerada como uma árvore. O conjunto de ár vores, conhecido como
“s equência de ár vores” ou “g r á c o d e r e c o m b i n a ç ã o ancestral”, liga regiões genéticas de volta ao tempo a ancestrais onde a variação genética apareceu pela primeira vez. “Essencialmente, estamos reconstruindo os genomas de nossos ancestrais e usando-os para formar uma vasta rede de relacionamentos. Podemos então estimar quando e onde esses ancestrais viveram”, disse Anthony Wilder Wohns, autor principal, que realizou a pesquisa para seu doutorado em Big Data e agora é pesquisador de pósdoutorado em Harvard. “O poder de nossa abordagem é que ela faz pouquíssimas suposições sobre os dados subjacentes e também pode incluir amostras de DNA modernas e antigas”. O estudo integrou dados sobre genomas humanos modernos e antigos de oito bancos de dados diferentes e incluiu um total de 3.609 sequências de genomas individuais de 215 populações.
'Tigelas mágicas' de 1.500 anos são recuperadas durante ação policial em Israel De acordo com a Autoridade de Antiguidades de Israel, centenas de antiguidades foram encontradas em uma residê ncia em Jerusalé m, que posteriormente seriam vendidas no mercado ilegal BOB BEHNKEN
FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
De acordo com a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA, na sigla em inglês), centenas de antiguidades foram encontradas em uma residência em Jerusalém, que posteriormente seriam vendidas no mercado ilegal. Entre os artefatos recuperados pela IAA, os que mais chamaram a atenção das
autoridades foram as "tigelas de encantamento". Os objetos são feitos de ossos e mar m, possuem cerca de 1.500 anos e contêm gravações em hebraico de feitiços e encantamentos. "Os textos são escritos por artistas para clientes especí cos, de acordo com suas necessidades pessoais. Ocasionalmente, como
pode ser observado em uma das taças, uma gura do 'demônio da noite' foi pintada no centro, representando o indivíduo que a tigela foi feita para afastar", explicou o diretor do Departamento de Prevenção de Roubos de Antiguidades da IAA, Amir Ganor, em entrevista ao e Jerusalem Post.
Um a r t i g o p u b l i c a d o n o periódico cientí co Gondwana Research descreve um estudo feito por paleontólogos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) sobre um animal fossilizado descoberto no Brasil. De acordo com os cientistas, trata-se do mais antigo precursor dos dinossauros que viviam na América do Sul. Escavados em rochas com 236 milhões de anos no noroeste da A r g e nt i n a , f ó s s e i s d e s s a s criaturas são abundantes no nosso país vizinho, fornecendo dados cruciais sobre a origem dos “verdadeiros dinossauros”. Agora, um novo esp écime exumado da região central do Rio Grande do Sul revelou um conjunto de traços únicos do grupo que engloba os dinossauros e seus parentes próximos. O esp é cime foi estudado e catalogado pelo paleontólogo Rodrigo Temp Müller, do Centro de Apoio à
Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia da Universidade Federal de Santa Maria ( C A P PA / U F S M ) , e p e l o mest rando Maur ício Si lva Garcia, do Programa de PósGraduação em Biodiversidade Animal da UFSM. Segundo os pesquisadores, o fóssil encontrado é um fêmur com 11 centímetros de compr imento com características que indicam que e l e p e r t e n c e a o s dinossauromorfos, grupo que inclui os dinossauros e seus ancestrais próximos. No ent anto, o fato mais interessante é que o espécime foi escavado de um sítio fossilífero com aproximadamente 237 milhões de anos, o que o torna o registro mais antigo da América do Sul e revela que os ancestrais do dinossauro viveram no continente um milhão de anos antes do que se imaginava. Precursores de dinossauros
também já foram identi cados na Tanzânia e na Z âmbia, possivelmente em sítios fossilíferos mais velhos do que o brasileiro. No entanto, alguns estudos têm questionado a idade desses locais, indicando que esses depósitos podem ser mais jovens. No local onde o espécime br as i l e i ro foi e nc ont r a d o, t amb é m h av i a nu m e ro s o s esqueletos de grandes répteis, c o m o o p r e s t o©CÉSAR s u MANSO/AFP chus chiniquensis, um predador gigante de s ete metros de comprimento. Essas criaturas eram muito mais abundantes e maiores do que os precursores dos dinossauros, que mediam aproximadamente um metro. Isso indica que os ancestrais de dinoss auros pass aram p or muitos desa os até se tornarem grandes e dominarem os ecossistemas durante os períodos seguintes da evolução da vida na Terra.
©YOLI SCHWARTZ/AUTORIDADE DE ANTIGUIDADES DE ISRAEL
A l é m d a s t i g e l a s , for am encontradas centenas de moedas de bronze e prata, itens de vidro e armas antigas. Materiais químicos, supostamente usados no restauro dos ar tefatos, também foram recuperados pelos agentes. A IAA acredita que a residência era um centro de restauração de relíquias associadas ao mercado ilegal. Ap ós a des cob er t a d a residência, a investigação levou a uma casa de leilões, onde foram con scados mais artefatos. Ganor explicou que a maioria dos objetos veio da Mesopotâmia, região onde hoje é o Iraque. De acordo com o diretor, o número de peças roubadas começou a aumentar depois da guerra no Iraque em 2003. Outros artefatos, em especial os feitos de mar m, são extremamente raros e provavelmente escavados ilegalmente nos montes de
Samaria, na região norte de Israel. A esperança dos investigadores é que documentos encontrados na residência auxiliem a descoberta de organizações e indivíduos envolvidos com a venda ilegal de antiguidades. "Os negociadores de antiguidades que não possuem autorização incentivam saqueadores a sair e destruir sítios [arqueológicos] antigos em busca de achados para vender no mercado de antiguidades. Em
nome da ganância, eles saqueiam sítios [arqueológicos] de antiguidades, removendo os achados de seu contexto histórico, destruindo partes da história humana", disse o diretor da IAA, Eli Eskosido. Após o término das investigações em curso, os casos s e r ã o t r ans fe r i d o s p ar a o Depar tamento Jurídico da Autoridade de Antiguidades. A pena para os crimes investigados pode chegar a até três anos de prisão.
8 BEM-ESTAR
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Consumo de laranja ajuda a controlar glicemia no sangue Estudo revela que compostos bioativos da fruta podem ter ação benéca sobre produção de insulina e modulação de glicemia ©ISTOCK/GETTY IMAGES
Estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP) sugere que compostos bioativos existentes na laranja ajudam a modular a taxa de açúcar no sangue, o que pode transformar a fruta em um aliado no combate ao diabetes. Os achados foram divulgados na revista Clinical Nutrition Espen. A investigação foi conduzida por uma e quip e do C ent ro de Pesquisas de Alimentos da Universidade de São Paulo (Forc), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da Fapesp sediado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFUSP). Participaram 12 voluntários saudáveis, de ambos os sexos, que após uma noite em jejum ingeriram uma refeição rica em gordura e carboidratos, com 1.037 kcal. Eles foram divididos em três grupos: um que bebeu apenas água durante a refeição, outro que tomou suco de laranja e um terceiro que recebeu uma bebida à base de glicose com teor de carboidratos equivalente ao do suco de laranja. O nível de glicose no sangue dos voluntários foi analisado uma, três e cinco horas após o término do desjejum. Logo na pr imeira me dição, como e s p e r a d o, o s t r ê s g r u p o s apresentaram um aumento da glicemia. Curiosamente, os valores de glicemia (taxa de glicose no sangue) e insulinemia (taxa de insulina no sangue) do grupo que tomou suco de laranja não diferiram signi cativamente daqueles observados no grupo da água em todas as avaliações.
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665
Torta de sardinha simples e fofinha de liquidificador ©GUIA DA COZINHA
“Se a ingestão de suco de laranja não difere da ingestão de água, podemos concluir que os c ar b oi d r ato s d o s u c o n ã o promoveram aumento signi cativo da glicemia em nosso modelo experimental, diferentemente do que ocorreu com a bebida à base de glicose”, explica Bruna Jardim Quintanilha, doutoranda em nutrição pela Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP) e primeira autora do artigo. S e g u n d o Q u i nt a n i l h a , t a l resultado sugere que outros componentes presentes no suco, como bras e compostos bioativos, podem ter contribuído para conter a elevação da taxa glicêmica. O passo seguinte foi investigar de que forma o suco de laranja teria ajudado a conter o aumento d a g licemi a. Para iss o, os cientistas coletaram amostras de s a n g u e d o s v o l u nt á r i o s e analisaram a expressão dos chamados microRNAs, um tipo de RNA que tem a função de regular a expressão dos genes por meio de interações com o RNA
mensageiro. “Notamos que o suco de laranja teve ação em especial sobre o microRNA 375 ou miR-375, que é um biomarcador da função das células beta do pâncreas”, explica Franco Lajolo, professor emérito da FCF-USP e integrante do FoRC. Como explica o pesquisador, as células beta são muito numerosas no órgão e são responsáveis por sintetizar e secretar a insulina — hormônio que permite a entrada da glicose nas células. Os resultados indicam, portanto, que o suco de laranja pode ter uma ação bené ca sobre a produção de insulina e, por tabela, sobre a modulação da glicemia. “Nossos resultados apontam o miR-375 como possível responsável por essa ação, mas é algo que ainda precisa ser con rmado. São ne c e ss ár i o s , p or e xe mpl o, estudos com pacientes diabéticos para entender exatamente como esse mecanismo funciona”, a rma Lajolo.
U
ma torta sempre cai bem no lanche da tarde e no café da manhã, não é mesmo? E pode, também, ser facilmente servida no almoço ou jantar. Então, que tal aprender uma receita de torta de sardinha simples e deliciosa? Além de fácil de fazer, ainda rende 15 porções. Dá até para repetir! Veja só:
©AMY HUMPHRIES/UNSPLASH
Modo de preparo Bata todos ingredientes da massa no liquidi cador. Misture todos os ingredientes do recheio
em uma tigela. Em uma fôrma retangular de 35cm x 25cm untada, despeje metade da massa, distribua o recheio por cima, coloque o restante da massa, polvilhe com orégano e leve para assar por 35 minutos em forno médio, preaquecido até dourar. Rendimento: 15 porções Fonte: Terra
Ingredientes 500ml de leite 100g de manteiga derretida 3 ovos 3 xícaras (chá) de farinha de trigo 1 colher (sopa) de fermento em pó Sal a gosto Margarina para untar Recheio 2 latas de sardinha escorrida e amassada 4 colheres (sopa) de azeite 1 cebola cortada em rodelas
Banho de sol: benefícios para a saúde e precauções
2 tomates grandes picados ½ xícara (chá) de azeitonas verdes picadas Sal a gosto Orégano para polvilhar
Banho de sol é uma delícia, mas será que é seguro? Você já deve ter ouvido que os raios solares são prejudiciais à pele e que o ideal é usar protetor solar sempre, inclusive em casa. De fato, a exposição excessiva ao sol pode causar diversos danos à saúde, mas a luz natural também é fundamental para o equilíbrio do nosso corpo e o bem-estar geral. Na verdade, a terapia de banho de sol, alguns minutos por dia, é uma forma natural de curar diversos problemas de saúde. A luz solar ajuda a regular a produção de melatonina no corpo, que é necessária para manter os ritmos circadianos do corpo. Melatonina é um hormônio essencial liberado pela glândula pineal de nosso cérebro e regula o ciclo sonovigília. No entanto, a produção desse hormônio é afetada pela intensidade da luz solar, aumentando durante a noite e diminuindo durante o dia.
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
Por isso, a terapia de banho de sol ajuda a manter o nível hormonal sob controle e pode auxiliar no tratamento de doenças. Além disso, descobriu-se que a diminuição da exp osição à luz s olar c ont r i bu i p ar a o desenvolvimento de distúrbios físicos e psicológicos. Para piorar, não tomar sol pode causar de ciência de vitamina D, provocando sérios prejuízos à saúde. Só vale lembrar que exposição adequada ao sol não s i g n i c a s e bron z e a r ou queimar a pele: é importante ter cautela! A primeira coisa a ter em mente é que você não deve tomar banho de sol sob a luz do sol muito forte. Além disso, assim que começar a suar, você deve parar e se afastar dos raios do sol. O melhor horário para tomar banho de sol é antes das oito da manhã e após às 17 horas, quando os raios solares estão mais leves. No verão, a duração deve ser
de 10 a 15 minutos e no inverno, cerca de 30 minutos. Pessoas com a pele morena ou negra podem dobrar o período de exp osiç ão, p orque a melanina di culta a produção de vitamina D no corpo. O ideal é manter-se hidratado durante o banho de sol. Se possível, cubra a cabeça com uma toalha molhada. Evite comer duas horas antes e duas horas após a exposição ao sol. Tente tomar um banho com água fria ao nal da terapia. É importante evitar a exposição principalmente entre as 11 e as 15 horas, pois o calor intenso pode causar danos à pele. Se sua pele é branca, você não deve tomar banho de sol por mais de 20 minutos por dia. Camas de bronzeamento arti cial são mu ito p e r i go s as , p orqu e emitem 15 vezes mais raios ultravioleta do que o sol, e devem ser evitadas por qualquer pessoa.
SAÚDE 9
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Guia tenta evitar expansão Médicos realizam de casos de cegueira por primeiro transplante glaucoma de timo e de coração Cerca de 80 milhões de pessoas no mundo têm a doença ©PREF. DE TRÊS BARRAS/SC/DIVULGAÇÃO
O avanço da pandemia de covid19 tem di cultado o diagnóstico precoce do glaucoma e afastado p a c i e nte s d e t r at am e nto s , informou a Associação Mundial de Glaucoma (WGA), que congrega sociedades médicas e de outras áreas de 90 países. A nalidade é a redução dos problemas causados pelo glaucoma ao redor do mundo. Ap r o v e i t a n d o a S e m a n a Mundial do Glaucoma, que terminará no próximo sábado (12), a WGA divulgou um guia com orientações para impedir o aumento de casos de cegueira. Com a pandemia, muitas pessoas deixaram de ir ao oalmologista fazer exames preventivos e acompanhar o glaucoma. Para a WGA, o avanço no número de casos de pacientes de glaucoma com perda parcial ou total de visão seria um dos efeitos colaterais da pandemia. O cenário é descrito por pacientes em vários países. Eles relatam di culdade de acesso a exames e
consultas pela priorização dos serviços médicos no acolhimento de casos de coronavírus e afastamento de pacientes devido ao medo de contraírem a doença em consultórios e hospitais. D o e nç a d e man i fe st a ç ã o silenciosa, o glaucoma é a principal causa de cegueira. Cerca de 80 milhões de pessoas em todo o globo têm a doença, embora em torno da metade desconheça o diagnóstico, segundo a WGA. Os cálculos sugerem que um indivíduo em cada 200, com 40 anos de idade, apresenta esse quadro, sendo que essa proporção é de um em cada oito a partir dos 80 anos. Idosos, mulheres, indígenas e grupos de minoria étnica têm mais chances de desenvolver o glaucoma, enquanto familiares de pessoas com a doença têm até 10 vezes mais chances de também manifestarem esse quadro. O WG A ob s e r v a qu e a pandemia impactou de forma
signi cativa os cuidados com o glaucoma, provocando atraso nas consultas, exames e procedimentos oalmológicos essenciais, levando alguns pacientes a evoluírem para de ciência visual signi cativa e, em muitos casos, cegueira irreversível. “A recrudescência das altas taxas de infecção por covid-19 em todo o mundo está afetando mais uma vez o manejo de doenças crônicas e, consequentemente, mais pacientes podem evoluir desnecessariamente para a cegueira. Além disso, o tratamento subóptico do glaucoma devido à pandemia cria um acúmulo de exames e procedimentos relacionados ao glaucoma que podem sobrecarregar os sistemas de saúde em um futuro próximo”, explicou a ass o cD ados do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA/SUS) do Ministério da Saúde revelam que, de 2019 a 2021, foram realizados no Brasil 16.274.018 procedimentos com nalidade diagnóstica para identi cação de glaucoma, sendo 5.932.119 em 2019; 4.357.866 em 2020; e 5.984.033 em 2021. Em 2020, o número de exames realizados foi 27% menor do que a quantidade total do ano anterior; já em 2021, houve expansão de 37% em relação a 2020.iação.
com sucesso ©DIVULGAÇÃO
Um grupo de médicos dos Estados Unidos anunciou o primeiro transplante de coração e de timo, um órgão linfático que é responsável pela regulação da defesa imunológica do organismo e se localiza na caixa torácica, entre os pulmões e na frente do coração. Os médicos disseram que o transplante foi um sucesso e, mesmo tendo sido realizado para salvar a vida do paciente, pode representar uma revolução no campo do transplante de órg ã o s . D e a c ord o c om o divulgado, o transplante foi realizado em um garoto de seis meses de idade chamado Easton. O p e qu e no n a s c e u c om o coração fraco e com problemas no sistema imunológico. A criança passou por diversas operações cardíacas e vários tratamentos para infecções que seu corpo não conseguia combater sozinho. Como os procedimentos não eram de nitivos, os médicos responsáveis solicitaram a operação inédita a Food and Drug Administration (FDA, na s i g l a e m i n g l ê s ) , o ór g ã o
regulador dos EUA. “O trabalho que zemos no laboratório foi baseado no uso do timo junto com o transplante de coração para desenvolver tolerância — basicamente, retreinar o sistema imunológico e fazer com que o timo do mesmo doador e o coração cresçam juntos”, explicou o médico responsável, Joseph Turek. “A e q u i p e r e a l i z o u o transplante e implante em um paciente que não tinha função signi cativa do timo, proporcionando uma excelente oportunidade para examinar
como o tecido do timo processado alogênico pode moldar o sistema imunológico de uma pessoa para ser mais receptivo a um órgão doador”, disse Allan D. Kirk, um dos médicos que participou do procedimento. O transplante foi realizado em agosto de 2021 e, atualmente, Easton está progredindo com sucesso e reagindo bem. Nos próximos passos, os médicos pretendem afastar o paciente das drogas imunossupressoras para ver como ele progride com o novo timo e se deixa de depender dos medicamentos.
Pesquisadores iniciam Analgésicos podem testes em humanos da aumentar o risco de vacina contra raiva
zumbido O uso frequente de analgésicos d e v e n d a l i v re , i n c lu i n d o aspi r i na e a c e t am i nofe no, aumenta o risco de uma pessoa para zumbido, um estudo da Brigham's C h a n n i n g D i v i s i on of Network Medicine, nos Estados Unidos. Embora a maioria desses analgésicos sejam seguros, eles podem causar efeitos colaterais, que podem ser exacerbados pelo uso frequente ou exceder a dose recomendada. As pessoas que usam medicamentos não sujeitos a receita médica, como anti-
in amatórios não esteroides, ou AINEs, usados para tratar condições de dor,
frequentemente têm um risco 20% maior de desenvolver zumbido do que as pessoas que
não usam os medicamentos ou os usam com pouca frequência. Além disso, as mulheres com 60 anos ou menos ©DREAMSTIME que usam doses moderadas de aspirina com frequência têm 16% mais chances de desenvolver o distúrbio do ouvido interno do que as não usuárias ou u s u á r i a s infrequentes. O uso frequente de aspirina em baixas doses não elevou o risco para o distúrbio.
Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e do Instituto de Saúde Ifakara, na Tanzânia, iniciaram os testes de uma nova vacina contra raiva em humanos. Os ©FLICKR testes devem comparar o novo imunizante com um outro que já está em uso na Tanzânia. Serão aplicadas 192 doses durante os testes clínicos da vacina conhecida como ChAdOx2 RabG. A ideia é entender se a vacina contra a raiva de Oxford de dose única desenvolve a mesma proteção que o esquema já existente que contempla mais uma aplicação. A nova vacina utiliza a mesma tecnologia aplicada na fórmula da Covid-19, alterando o vetor viral. Mas o maior feito do novo
imunizante é a possibilidade de facilitar a distribuição e aplicação em países mais pobres, que são limitados do acesso do
esquema vacinal atual pelo seu valor exorbitante. O pesquisador responsável pela nova vacina, Sandy Douglas, apontou que a raiva mata mais de 50 mil pessoas por ano, principalmente na Ásia e na África. “É a única infecção viral conhecida com essencialmente 100% de fatalidade”, completa.
“A raiva causa mais de 1,5 mil mortes por ano na Tanzânia e impõe um encargo financeiro significativo para os mais pobres da comunidade que n e c e s s it a m d e P E P [profilaxia préexposição] e tratamento de ap oio ap ós uma mordida com animal raivos o”, diss e Al ly Olotu, do Instituto de Saúde Ifakara. “A s v a c i n a s antirrábicas atuais são eficazes, mas requerem doses múltiplas e são muito caras para uso amplo. Uma vacina de dose única e de baixo custo seria um divisor de águas. Este estudo deve nos mostrar se nossa nova vacina pode fornecer isso”, complementou Douglas.
10 Criança hoje, Criança amanhã
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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
Precisamos falar sobre Moıs̈e e Henry — Parte V A imprevisibilidade da guerra dá o tom. A guerra, com toda a sua estupidez e barbárie, se instalou. Crianças chorando. Crianças morrendo...
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recisamos falar de muitos Moïses e de muitos Henrys. A barbárie da guerra, das guerras só se agravou nos últimos tempos. Moïse fugiu da guerra do Congo para ser assassinado a pauladas numa linda e muito frequentada praia no Rio de Janeiro, à vista de quem quisesse ver. Henry era agredido dentro de casa, mas os hematomas e as queixas de dor estavam aos olhos e ouvidos de várias pessoas da casa e da família. Há dois ou três dias, uma menina de 11 anos morreu queimada em sua cama porque o padrasto "não se conformou com o término do relacionamento" com sua mãe e incendiou a casa. Esta frase de inconformismo está presente em muitas notícias de Feminicídio. O recente relatório do Fórum Nacional de Segurança Pública aponta para índices ainda mais vexatórios para uma Nação. Uma mulher é estuprada a cada dez minutos em nosso País. E, neste índice, não contou o exorbitante número das crianças e adolescentes vítimas de estupros intrafamiliares de repetição. A invisibilidade garante a sonegação desses dados. A cada sete horas uma
©AMANDA MORAIS
critério da imprevisibilidade, característica que sustenta o animus do desejo de a n i q u i l a r o o p o n e nt e , mergulhando em extremo prazer, mulheres e crianças servem como se oponentes fossem em uma guerra travada dentro das casas das famílias. A imprevisibilidade da guerra dá o tom. Mas, são muitas as guerras, as de lama também têm impre visibilidade para soterrar pessoas, tem terra arrasada e mentes, as que sobreviveram, destruídas. E essa imprevisibilidade é
Violência em casa: maior número de casos acontece em ambiente familiar
Crianças presas atrás das grades, literalmente, porque ©NICK UT/AP
©DIEGO HERCULANO/AFP
também, vulneráveis e frágeis. O primitivismo da guerra expõe a incivilidade com a consagração e a comemoração da crueldade e da tortura em suas diversas formas. Tanto para as Crianças da guerra de mísseis de artilharia de tanques,
©NICK UT/AP
g ar ant i d a p el as forç as p olít ic as de interess es escusos. Mas a guerra, com toda a sua estupidez e
estavam colocando ores numa calçada de um local de representação do atual oponente. Terra arrasada.
Jovens traficantes posam com fuzis em favela do Rio de Janeiro
mu l h e r é a s s a s s i n a d a , simplesmente por ser mu l h e r. S e u s ar m o s o
que representa um grupo de interesse sobre algo que está no território do outro. E a g a n a d e Po d e r t r a z a barbárie, derramando tragédias e mais tragédias, não importando quem tem razão. Não há razão. Não há sentido nenhum em matar, mutilar, aniquilar
sociais. Em meio a essa invasão de agelo humanitário de grandes proporções, quando estamos imersos em sofrimento e dor intensos, o calendário nos indica o Dia Internacional da Mulher. O que comemorar? A resistência talvez, a sobrevivência e a persistência nas lutas contra armas que têm equivalência a bombas que caem do céu. Hiroshima e Nagasaki, parecem continuar para as Crianças e as Mulheres. Aquela imagem de Crianças fugindo do horror da devastação, tem uma menina em des esp ero, desnuda, em lágrimas de pavor. Hoje, temos meninas que tudo perderam, desnudas de sua dignidade, de seu direito à proteção, de sua voz. Denunciam crimes intrafamiliares, mas não são
barbárie, se instalou. Crianças chorando. Crianças morrendo.
Falência humanitária. E, tudo isso, toda essa barbárie, é resultado de uma pessoa
Kim Phuc, vietnamita de nove anos, chora após ter parte do corpo queimado em um bombardeio aéreo de napalm, em um vilarejo no Vietnã vidas, interromper histórias de vulneráveis que estavam apenas vivendo suas vidas. Matar Crianças, totalmente indefesas e frágeis diante de armas de destruição múltipla. São violências arrasadoras que se multiplicam em estupros coletivos de meninas pequenas, vivendo, nesse momento, um triunfo de Poder absoluto sobre a submissão do outro. Essas Crianças carão mutiladas, em seu psiquismo, para sempre. Matar doentes já feridos, deitados em camas de hospitais. Matar idosos que o tempo já tornou,
quanto para as Crianças da Guerra de lama e as C r i an ç a s d a g u e r r i l h a u r b ana , qu e é t r av a d a cotidianamente, e já naturalizada, nas comunidades onde dois grupos se enfrentam à bala, as imagens mnêmicas estão seladas para sempre na mente dessas milhares de Crianças que ainda não morreram. As imagens afe t iv a s , e m o ç õ e s n ã o objetiváveis, que dizem respeito ao apavorante medo, serão responsáveis pelo mal-estar psicológico crônico que produzirá toda uma geração de inválidos
escutadas, são mentirosas em "aliança" à mãe vingativa. Segue-se o dogma de que mulher tem sinônimo de louca. Assim dizem, unissonamente, os processos que tratam de família. Comportam-se como vitimadas, mas não são vistas. E, mais tarde, serão chamadas de "fáceis". S ã o mu it o s Moï s e s e muitos Henrys. O corpo das meninas e das mulheres ainda não pertence a elas e, assim, pode ser usado sem escrúpulos, sem respeito, nas guerras concretas e nas guerras entre as quatro paredes do "lar".
COMPORTAMENTO 11
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Novas gerações são mais frágeis e mimadas? As ações e crenças de cada geração são moldadas pelos seus próprios problemas e diculdades Os mais jovens muitas vezes são estereotipados como sendo preguiçosos, mimados ou egocêntricos — e assim tem sido há séculos. Mas existe algo de real nessa percepção? Desde rótulos como "geração oco de neve" até acusações como priorizar a compra de abacates e não da casa própria, as gerações mais jovens são acusadas há muito tempo de s e re m m ai s f r a c a s , m e n o s trabalhadoras ou menos resilientes que as gerações anteriores. Este não é um fenômeno novo. A nal, as pessoas se queixam das "crianças de hoje em dia" há décadas. Mas existe mesmo alguma verdade na noção de que os millennials e a geração Z são mais fracos que os baby boomers ou a geração X? Evidências demonstram que as gerações mais novas realmente apresentam, em maior grau, aquelas características que os mais velhos podem considerar sinais de fraqueza. Mas os especialistas também acreditam que os baby boomers (nascidos entre cerca de 1946 e 1964) e a geração X (nascidos entre cerca de 1965 e 1980) podem estar julgando as gerações que os sucederam de forma muito severa, usando padrões de avaliação que deixaram de ser a norma há muito tempo. O contexto geracional pode ser fundamental para reduzir as barreiras entre as épocas, mas menosprezar os jovens adultos é um instinto inato e estabelecido há tanto tempo que poderá ser impossível de ser desfeito. As pessoas vêm se queixando das gerações mais jovens há
milhares de anos. De fato, menosprezar a geração seguinte pode ser simplesmente parte da
atuais, dando a impressão de que a juventude encontra-se em declínio, não importando a
Em 2017, o magnata australiano do mercado imobiliário Tim Gurner também
década em que vivemos. No início de fevereiro, a guru britânica do mercado imobiliário Kirstie Allsopp irritou as pessoas ao a rmar que os jovens não conseguem comprar suas casas por culpa deles próprios. Alls opp, que comprou sua primeira casa com ajuda da família nos anos 1990, sugeriu que os pretensos compradores de hoje em dia gastam dinheiro demais em "supér uos", como mensalidades de academia e Net ix, em vez de economizar para a entrada de um nanciamento imobiliário. A declaração de Allsopp foi o mais recente de uma série de comentários marcantes sobre como os jovens de hoje em dia não estão preparados para fazer os mesmos sacrif ícios que zeram as gerações anteriores, ou não são tão determinados como foram seus pais ou avós.
sugeriu que os mais jovens gastam dinheiro demais em torradas com abacate em vez de comprar a casa própria (embora os preços dos imóveis em muitas partes da Austrália tenham dobrado nos últimos 10 anos, enquanto os salários subiram apenas 30%). Um ano antes, em 2016, a expressão "geração oco de neve" foi acrescentada ao Dicionário Collins da Língua Inglesa para descrever os adultos nascidos entre 1980 e 1994 considerados " m e n o s re s i l i e nt e s e m a i s facilmente ofendidos que as gerações anteriores". E já se especula sobre a geração Z que se recusa a trabalhar das nove às cinco ou questiona se é preciso permanecer no escritório em tempo integral — uma repetição d a imagem do "mi l lenni a l mimado" dos anos 2010, que está apenas começando a sair de cena.
©GETTY IMAGES/BBC NEWS BRASIL
natureza humana. "A tendência dos adultos a depreciar o caráter dos jovens vem acontecendo há séculos", a rma Peter O'Connor, professor de administração do Instituto de Tecnologia de Queensland, na Austrália. Ele indica que o estereótipo permanece vivo e imutável. Pesquisas demonstram que milhares de norte-americanos acreditam que "as crianças de hoje em dia" não possuem certas qualidades que os participantes associam às gerações mais velhas — mas ess e result ado não signi ca necessariamente que os jovens atuais, na verdade, não possuem essas qualidades. Os pesquisadores argumentam que nós projetamos nosso eu atual sobre o nosso eu do passado. Com isso, as pessoas m ai s i d o s a s e s t ã o inconscientemente comparando quem elas são hoje com os jovens
As g e r a ç õ e s m a i s v e l h a s poderão ainda imaginar que são mais determinadas que os jovens de hoje — mas isso pode ser medido? Alguns especialistas acham que sim. Um estudo de 2010 que examinou millennials que se formaram na universidade entre 2004 e 2008 demonstrou que eles apresentaram mais características associadas à baixa resiliência que as pessoas que se formaram antes de 1987. Outra pesquisa demonstrou que o comportamento neurótico e a necessidade de reconhecimento aumentaram n a s ge r a ç õ e s m ai s j ove ns , enquanto um estudo de 2012 sugeriu que os jovens são mais egocêntricos que no passado. Mas, para muitos especialistas, essas medidas não indicam que as gerações mais jovens são mais fracas que as anteriores. Elas são apenas formas de julgar uma geração moldada p or uma sociedade moderna e concentrada na tecnologia
egocêntricas há séculos. Parece que somos quase obrigados a julgar as pessoas que cresceram em uma época diferente da nossa — e aprofundamos ainda mais as d i v i s õ e s q u a n d o compartilhamos memes engraçados para provocar a geração Z que ca acordada até tarde ou os baby b o omers acumuladores de riquezas. Dorsey acredita que existe uma solução para isso — mas o contexto geracional é fundamental para desmisti car a alegada fraqueza recorrente. Ele a r m a qu e a s o lu ç ã o " é a consciência do que sofreram essas diferentes gerações e por que elas são o que são". "A melhor forma de fazer com que as gerações mais velhas parem de despejar críticas sobre as gerações mais jovens é criar um diálogo que simplesmente ainda não existe. Em vez de conversas sinceras entre as diversas gerações, temos memes virais que dizem que os mais
seguindo os mesmos padrões de décadas atrás. O fato é que gerações anteriores vêm acusando as demais de serem preguiçosas, mimadas e
jovens são ocos de neve e os mais idosos são dinossauros. Mas a verdade é que somos todos seres humanos", conclui Dorsey.
Estudo mostra que a vida realmente passa diante dos olhos na hora da morte ©SHUTTERSTOCK
vista losó co especularia que “se o cérebro zesse um ashback, provavelmente gostaria de lembrá-lo de coisas boas, em vez de coisas ruins”. “Esta poderia ser uma última lembrança de m e m ó r i a s q u e experimentamos na vida, e elas se repetem em nosso cérebro nos últimos segundos antes de
Um a c i d e nte du r ante o acompanhamento de um paciente epilético mostrou que o ser humano pode realmente ser capaz de ver a vida diante dos olhos no momento da morte, assim como mostram os lmes e novelas. O neurocirurgião Aj m a l Z e m m a r e s t av a acompanhando as ondas cerebrais de um paciente de 87 anos que havia d e s e nvolv i d o e pi l e p s i a .
D u r a n t e o p r o c e s s o, o paciente teve um ataque cardíaco fatal, oferecendo uma experiência única. As gravações das ondas cerebrais do paciente mostraram que nos 30 segundos antes do ataque cardíaco e nos 30 segundo após a morte declarada, o cérebro do paciente emitiu ondas nos mesmos padrões de quando sonhamos ou recordamos memórias. No
estudo publicado na Frontiers in Aging Neuroscience, o responsável pela pesquisa a rma que é como se o cérebro fornecesse uma lembrança nal da vida. Em entrevista à BB C, Z emmar relatou que o experimento foi completamente acidental. Não é possível a rmar sobre o que o cérebro se lembra, mas Zemmar explica que partindo de um ponto de
morrermos”. Zemmar a rma que os dados são de 2016, mas nunca se sentiu à vontade para publicar o caso, pois não encontrou estudos parecidos, além do fato de o paciente ser epilético e ter o cérebro inchado e sangrando também di cultam as conclusões. Os pesquisadores disseram que o único achado parecido
relata o caso de ratos saudáveis que apresentaram dados iguais no momento da morte, altos níveis de ondas cerebrais 30 segundos antes e após. “Acho que há algo místico e espiritual em toda essa experiência de quase morte”, disse Zemmar ao explicar que cientistas vivem para encontrar descobertas como esta.
(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES
12 OLHAR DE UMA LENTE
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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Bolsonaro volta a cobrar STF por ICMS fixo sobre combustíveis Pauta ainda não foi julgada pela Corte. Iniciativa avaliada pelo governo federal visa evitar que a gasolina chegue a R$ 10 ©ISAC NÓBREGA/PR
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estão sendo feitos pelas e qu ip e s p o l ít i c a e econômica. Nesta quarta-feira (9) haverá um novo encontro entre o alto escalão a m de decidir o que será feito diante da elevação do preço do barril do petróleo no atual contexto de guerra entre Rússia e Ucrânia. A s s e s s o r e s presidenciais ouvidos setembro do ano passado, a ação sobre o tema foi protocolada pelo governo no STF. No e nt a nt o, at é o mome nto, a p aut a ainda não foi julgada. A relatoria está nas mãos da ministra Rosa Weber.
©REUTERS/PAULO WHITAKER
presidente d a República, Jair Bolsonaro (PL), voltou a cobrar o Supre m o Tr i bu n a l Federal (STF) para julgar uma ação protocolada pelo governo federal que obriga o Congresso a xar um valor único do ICMS incidente sobre os combustíveis. “Tem uma ação no Supremo para fazer c u m p r i r u m d i s p o s i t i v o constitucional: o ICMS tem que ter um valor xo no Brasil todo, e não um porcentual variável em cima do pre ç o”, d e cl arou o chefe do Executivo em entrevista à R ádio Folha de Roraima. “Se o Supremo der ganho de causa — tem que dar ganho de causa, é coisa cristalina — nós resolveremos a questão do imposto do c o m b u s t í v e l ”, c o m p l e t o u o mandatário.
Possível subsídio para combustíveis pode ter custo de R$ 20 bi em três meses O governo federal avalia implementar u m p r o g r a m a d e dos combustíveis. transitório, de três subsídio na tentativa A ideia ventilada pelo meses, que teria um custo de cerca de R$ 20 bilhões. Os cálculos
Conforme noticiou o de evitar um aumento Executivo é instituir Conexão Política, em exponencial no preço u m m o d e l o
e “nada liberal”, tem como objetivo evitar que o litro da gasolina chegue a R$ 10. Antes de anunciar o cialmente qual será a medida adotada, o governo pretende aguardar a votação do projeto de lei (PL) que trata da xação do cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), atualmente
TATI BELING
pelo Conexão Política e m t r a m i t a ç ã o n o avaliam que o esforço, Senado Federal. apesar de ser Fonte: Conexão Política considerado “amargo”
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BRASIL 13
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A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
Majeski aponta falhas no transporte escolar
Capes cria programa de prevenção e enfrentamento de desastres
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Projeto das loterias da saúde e do turismo segue para a Câmara ©WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO
A di culdade que estudantes enfrentam para chegar às escolas em algumas localidades do Espírito Santo foi o tema abordado pelo deputado Sérgio Majeski (PSB) durante seu pronunciamento na sessão ordinária da última quarta-feira (9). “Isso ocorre no estado inteiro. Em vários municípios, crianças e adolescentes precisam caminhar, às vezes, mais de uma hora até chegar ao ponto onde o ônibus passa”, denunciou o parlamentar. “A questão é que essa condução que é oferecida não passa de porta em porta para pegar esses alunos, como se fosse o transporte escolar que você às vezes paga numa região metropolitana. Esse transporte sai de um determinado local e essas crianças, esses jovens, têm que caminhar até ali”, apontou Majeski. O parlamentar lembra ainda que o “drama se repete” na volta para casa, em que o estudante precisa andar o mesmo trajeto até retornar ao seu lar. O deputado relatou uma situação que vem ocorrendo em Afonso Cláudio. Majeski explicou que, por conta do fechamento de uma escola no interior do município, um grupo de seis ou sete alunos está saindo de casa às 5 horas e caminhando por cerca de uma hora no escuro, para pegar uma condução que os levem até um colégio em Venda Nova do Imigrante. “Por isso que eu digo que, todas as vezes que se fala em fechar uma escola, fechar um turno, todas essas questões precisam ser avaliadas. Nós, nos últimos anos, tivemos uma grande quantidade de alunos verdadeiramente expulsos das escolas em função de casos como esse”, ponderou. Escolas Agrícolas O parlamentar também lamentou que o transporte escolar não seja utilizado pelos alunos que estudam nas Escolas Família Agrícola do estado, que só precisariam de condução nas segundas e sextas-feiras, já que passam a semana na escola. “É algo que o governo podia viabilizar, para que esses alunos pudessem também usufruir desse transporte. Mesmo que essas escolas sejam do Mepes, que é uma organização sem ns lucrativos, elas não são escolas do Estado, mas prestam um excelente serviço em vários municípios”, nalizou.
Em Pancas, senadora Rose entrega mais de R$ 7 milhões em investimento para as áreas da educação, infraestrutura, saúde e esporte ©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Em evento no município de Pancas que contou com forte adesão da população e de diversas lideranças políticas, a senadora Rose de Freitas (MDB-ES) entregou mais de R$ 7 milhões em investimento para a cidade, recurso direcionado às áreas da educação, infraestrutura, saúde e esporte. A solenidade aconteceu na praça Euzébio Oliosi. Foram R$ 3,5 milhões para a construção da primeira creche estruturada de Pancas, a qual vai atender 180 alunos e se chamará “Criança Feliz”; R$ 461.693 para construir uma quadra esportiva no bairro Nilton Sá; R$ 429.189 para calçar as ruas dos bairros Vila Nova e Operário; outros R$ 2 milhões para o calçamento de diversas ruas do município; R$ 886 mil para a construção de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no bairro Vila Nova; e R$ 500 mil para melhorias sanitárias na cidade.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) criou, na quarta-feira (09), o Programa Emergencial de Prevenção e Enfrentamento de Desastres Relacionados a Emergências Climáticas, Eventos Extremos e Acidentes Ambientais. A partir dessa ação, a Fundação lançará editais para investir em projetos de pesquisa, com bolsas e recursos de custeio. A primeira seleção será publicada em março, com investimento de R$ 4 milhões. A iniciativa contribuirá para a formação de pessoal quali cado nos programas de pós-graduação stricto sensu com linhas de pesquisas voltadas ao tema. “É uma ação de caráter permanente, envolvendo todas as áreas do conhecimento, que poderão contribuir para prevenir e combater desastres que tiram vidas e causam transtornos a muitos brasileiros”, destaca Cláudia Queda de Toledo, presidente da Capes. Para cada edital a ser publicado, a Capes de nirá os temas prioritários, o quantitativo de bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, o valor dos recursos de custeio, as regras de seleção e o cronograma para apresentação das propostas e divulgação dos resultados. Todos os editais seguirão a concepção dos Programas de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG), que a Fundação vem implementando desde 2020. O primeiro será publicado sob o tema Emergências Climáticas. Com o Programa de Prevenção e Enfrentamento de Desastres, a Capes pretende promover a troca de conhecimento entre a academia e o poder público para que os resultados dos estudos possam ser aplicados à realidade das regiões atingidas. Também quer estimular o desenvolvimento de produtos, serviços, tecnologias, materiais didáticos e mecanismos que ajudem a encontrar soluções para os problemas relacionados aos desastres. Está prevista ainda a criação de um prêmio, a ser oferecido às melhores teses sobre o assunto. Cláudia Queda de Toledo, presidente da Capes e Zena Martins, diretora de Programas e Bolsas no País, reuniram-se com a equipe técnica para orientar e dar mais agilidade à iniciativa. Desse modo, bolsistas poderão contribuir diretamente para solucionar problemas sociais, melhorando a vida das pessoas. Nos últimos anos, a CAPES tem investido em ações semelhantes. A exemplo, o apoio a pesquisas para recuperação da bacia hidrográ ca do rio Doce nas áreas afetadas pelo desastre de Mariana (MG), em 2016, e o Programa Entre Mares, que selecionou projetos de combate e análise do impacto do derramamento de óleo no litoral brasileiro, em 2019. Em seu discurso, a senadora ressaltou a importância do contato com a população. E observou: “Há coisas que fazem a diferença ao chegarem no ouvido e no coração. Pancas vai fazer 59 anos e vai construir a primeira creche. São investimentos que fazem diferença para a cidade”. A senadora completou: “A população merece esse retorno, é fruto do imposto que vocês pagam. E o agente político precisa ir lá cobrar, pois nenhum ministro ou presidente vai apresentar uma lista de creches e indicar que uma é de Pancas. Nós temos de ir lá batalhar”, concluiu a senadora. O prefeito do município, Dr. Sidiclei, reforçou o trabalho municipalista de Rose, ao a rmar que a parlamentar “abraça cada prefeito com carinho, principalmente do interior”. “Nós temos de observar quem trabalha, o quanto é importante a continuidade do trabalho. E a senadora não ajuda só Pancas. Mas todas as cidades do ES”, pontuou o prefeito. Também presente no evento, o deputado estadual Renzo Vasconcelos parabenizou a parlamentar pelo trabalho junto aos municípios capixabas, “o que só mostra e aumenta a minha admiração por você, Rose”. Você coloca recursos para educação, para o básico, como calçamento, e tem colocado muito mais”, saudou o deputado. Colega de Renzo na Assembleia Legislativa, a deputada Raquel Lessa exaltou a senadora Rose como “uma mulher aguerrida, que tem feito a diferença em Brasília, que representa muito bem o Estado e olha por todas as áreas”. A solenidade em Pancas contou também com a presença de prefeitos de outros municípios e diversos vereadores.
22 DE MARÇO
DIA MUNDIAL
DA ÁGUA
O projeto de lei que cria duas novas loterias para nanciar ações contra a covid-19 nas áreas da saúde e do turismo (PL 1561/2020) foi aprovado, nesta quarta-feira (9), pelo Senado. O texto aprovado pelos senadores foi um substitutivo do relator, senador Weverton (PDT-MA), que acatou 11 modi cações sugeridas pelos senadores. Agora, o projeto volta para a Câmara dos Deputados. O projeto cria a Loteria da Saúde e a Loteria do Turismo, que vão destinar seus recursos, respectivamente, para o Fundo Nacional da Saúde (FNS) e para a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). Tanto os valores arrecadados com a venda do jogo quanto os prêmios não reivindicados pelos vencedores terão essa destinação. Ambos os jogos serão operados pelos ministérios da Saúde e do Turismo, após regulamentação do Ministério da Economia. De acordo com o relator, o texto aprovado é fruto de muito diálogo com o governo e a oposição e traz medidas que podem ajudar a enfrentar os efeitos da pandemia. “É uma medida oportuna que pode contribuir para reforço do orçamento para enfrentamento do pós pandemia em duas áreas que necessitarão de vultosos recursos, a saúde e o turismo, esse último, grandemente afetado pelo período pandêmico”, explicou. No caso da Loteria da Saúde, o dinheiro deverá ser usado exclusivamente em ações de prevenção e combate à covid-19, com prioridade para a aquisição de insumos e vacinas. Essa regra vale enquanto durar o estado emergência de saúde pública por causa da pandemia. Já os recursos da Loteria do Turismo deverão ser aplicados pela Embratur em medidas de mitigação dos efeitos da pandemia sobre o setor e, após o m da pandemia, em operações de crédito para empresas. Na versão original, que veio da Câmara, a Loteria do Turismo seria temporária, ofertada apenas até o nal do ano, e os seus recursos seriam destinados para o Fundo Geral do Turismo (Fungetur). O substitutivo de Weverton torna essa loteria permanente e remete o dinheiro para a Embratur. O relator também tirou a operação das loterias da Caixa Econômica Federal, transferindo-a para os ministérios de cada área. Para ele, essa mudança pode dar agilidade na implementação, já que a Caixa atualmente é responsável por mais de dez produtos semelhantes.
14 GERAL
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Nova espécie de palmeira Mauritiella é descoberta na Amazônia A nova palmeira denominada Mauritiella disticha alcança até sete metros de altura, possui caule coberto de espinhos, folhas que seguem o modelo em leque e frutos ovais parecidos com buriti ©REPRODUÇÃO/ARTIGO BIOONE
O trabalho que conta sobre a descoberta de uma nova palmeira na Amazônia, denominada Mauritiella disticha, foi publicado recentemente em artigo da revista da americana Systematic Botany. O artigo é assinado por egressos dos cursos de Doutorado em Botânica e em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Eduardo Prata e aise Emilio, vinculados ao L aboratório de Ecologia e Evolução de Plantas da Amazônia (Labotam/Inpa), e Universidade de Campinas, respectivamente, pelo pesquisador Mário Cohn-Ha (Coleção de Aves/Inpa), e outros 13 autores de instituições do Brasi l, Sué ci a, A leman ha, Holanda, Camarões, França e Reino Unido. A primeira autoria é compartilhada por Eduardo Prata e Maria Fernanda Jiménez, do Gothenburg Global Biodiversity C entre e do Department of Biological and Environmental S ciences, University of Gothenburg, ambos na Suécia. De acordo com Eduardo Prata, o achado cientí co no bioma mais biodiverso do planeta revela o quanto ainda há para se conhecer na ora Amazônica. Outro fator importante no caso da Mauritiella disticha é que ela apresenta diferenciações morfológicas marcantes, ou seja, é relativamente fácil diferenciála pela aparência de indivíduos de outras espécies. "Isso re ete não apenas a elevada diversidade de espécies na Amazônia, como também o baixo número de taxonomistas e a escassez cada vez maior de recursos e investimento em pesquisa na região e no Brasil de uma maneira geral", destacou o biólogo. O pesquisador no Inpa, Mário Cohn-Ha, que participou da pesquisa auxiliando a coletar material útil para a descrição da espécie, fala da satisfação de se ter uma nova espécie descrita e das surpresas que a Amazônia reser va. "Me deu muita satisfação ver a espécie descrita e reconhecida a importância das expedições que se fazem no Inpa, e a divulgação de uma e sp é c i e qu e e xe mpl i c a a maravilhosa diversidade biológica amazônica que continua a surpreender mesmo d e p oi s d e t a nt o s a n o s d e
pesquisas intensivas", disse. A nova palmeira tem algumas características morfológicas marcantes que se re etiram no nome dela, Mauritiella disticha: a " lotaxia", ou seja, a distribuição das folhas umas em relação às outras e a "dística", isto é, as folhas estão inseridas em sentidos opostos, num mesmo plano, e de forma alternada, formando uma esp écie de "leque". Além disso, a espécie também se difere de todas as outras do gênero pelo tamanho consideravelmente menor das escamas do fruto. O processo de descoberta e descrição da nova espécie foi demorado, levou quase 15 anos, e foi possível por meio de nanciamento de trabalhos de campo e de laboratório, como análise de DNA. O estudo envolveu uma equipe multidisciplinar e internacional, formada por ecólogos, b ot ân i c o s , bi o ge ó g r afo s e bioinformatas, que acessaram á re a s re m o t a s d a ore s t a amazônica. A coleta de referência da espécie encontrase depositada no Herbário do Inpa. Cientistas brasileiros e estrangeiros com participação d o I n s t i t u t o Na c i o n a l d e Pes quisas da Amazônia (Inpa/MCTI) encontraram uma nova espécie de palmeira do gênero Mauritiella, da família Arecaceae. As últimas descrições de palmeiras do gênero Mauritiella foram em 1935. De pequeno a médio porte, a nova palmeira denominada Mauritiella disticha alcança até sete metros de altura, possui caule coberto de espinhos, folhas
que seguem o modelo em leque ( abeliforme) e frutos ovais parecidos com os do buriti (gênero Mauritia, irmão de Mauritiella). Não se tem relatos sobre formas de consumo do fruto, mas por ser muito similar às demais buritiranas e ao buriti é muito provável que seja consumido ou pelo menos adequado ao consumo humano. Outro potencial da nova espécie é quanto ao uso no paisagismo: a inserção das folhas no caule é sempre no mesmo plano e em direções opostas, formando um padrão muito bonito e exclusivo desta espécie no gênero, uma das características que a distingue das outras espécies do gênero. A planta foi encontrada pelos pesquisadores pela primeira vez na BR-319 (Manaus-Por to Velho/RO), em 2007, durante um levantamento de inventários orísticos. Um ano depois foi achada na rodovia Transamazônica. A espécie é conhecida na bacia do médio Madeira, na região da BR-319 a oeste do Rio Madeira, e na região do rio Aripuanã Transamazônica (Apuí), a leste, no Amazonas. É encontrada em campos abertos e orestas baixas em ecossistemas de areia branca — as campinas e campinaranas, incluindo orestas secundárias próximas a estradas. Mesmo sendo recémdescoberta, a distribuição da espécie preocupa cientistas pelo fato de ocorrer em parte no Arco do Desmatamento, região sujeita à degradação por abertura de e s t r a d a s , d e s m at am e nt o s , queimadas e ocupação irregular por grileiros.
Novo método contraceptivo pode paralisar espermatozoides ©HER.IE
Durante a ejaculação, o sêmen se liquefaz, o que permite que o esperma nade através do sistema reprodutivo da mulher para fertilizar um óvulo. Agora, pesquisadores da Universidade Estadual de Washington, nos Estados Unidos, descobriram uma maneira de prender o esperma no estado natural de gel no sêmen. Os autores descobriram que bloquear uma proteína chamada antígeno prostático especí co (PSA) no sêmen faz com que ele permaneça em sua forma de gel espesso, prendendo a maioria dos espermatozoides. Isso sugere que pode ser possível desenvolver um novo tipo de controle de natalidade não hormonal para mulheres. Os pesquisadores explicam que o objetivo do estudo é
desenvolveu um contraceptivo feminino de fácil acesso que esteja disponível sob demanda, o que signi ca que as mulheres podem comprá-lo em farmácias. Os métodos atuais de controle de natalidade sem prescrição, como preservativos e espermicidas, têm uma taxa média de falha de 13% a 21%. C ont r a c e pt ivo s à b a s e d e
hormônios, como DIUs e pílulas anticoncepcionais, têm taxas de falha mais baixas, mas podem ter efeitos colaterais e nem sempre são facilmente disponíveis ou acessíveis. Essas questões podem ajudar a explicar p or que pesquisas recentes mostram que a taxa mundial de gravidez indesejada é de 48%.
Ucraniano produz papel com folhas caídas de árvores A transmissão será no canal da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas
Tecnologia usa a celulose das folhas, substituindo os troncos e evitando a derrubada de árvores ©RE-LEAF PAPER
Quando era estudante do ensino médio, Valentyn Frechka se tornou membro da Academia de Ciências da Juventude Ucraniana. Nesta época, ele estava na oresta com seu avô quando teve uma ideia: se o papel é feito de celulose por que não poupar os troncos e usar uma outra parte das árvores na fabricação dos produtos? Ele estava pensando nas folhas que caem naturalmente no chão. Ainda na escola, Valentyn começou a testar essa ideia no laboratório e passou a apresentar sua pesquisa em competições estudantis na Ucrânia, Tunísia, Quênia, Sérvia, Coréia do Sul e Estados Unidos. Ele também representou a Ucrânia na Copa do Mundo de Startups Universitárias em 2019. Com a divulgação do seu projeto na mídia ucraniana, o
empreen dedor chamou a atenção de Andriy Vartsaba, um empresário com consciência ambiental e interesse em usar o sistema c r i a d o p or Va l e nt y n p ar a produzir papel comercialmente. O método, além de não cortar nenhuma árvore, mostrou-se mais barato. Depois de trabalhar na tecnologia por um ano e meio e conduzir três pilotos industriais, em março de 2019 Valentyn recebeu uma patente ucraniana para sua tecnologia de reciclagem de folhas. Em 2020, Valentyn e Andriy fundaram a RE-Leaf PAPER. Por meio de uma acordo com a administração municipal de Kiev, o fornecimento de folhas foi garantido e em outubro de 2020 eles produziram a primeira 1,5 tonelada de papel industrial
feito com folhas. O papel possui densidade de 90 e 100 g/m2 e espessura de 0,2 mm. Com isso o produto pode ser usado para sacos de papel, utensílios e papelão. De acordo com a RE-Leaf, cada tonelada de papel que usa as folhas como matéria prima evita o corte de 17 árvores adultas, reaproveita 2,3 toneladas de folhas e emite 78% menos CO₂ do que a fabricação tradicional de papel. Depois da primeira produção, a RE-leaf recebeu uma doação de um f undo ucraniano p ara startups cou em segundo lugar na competição de startups online Kyiv Tech Hub. O objetivo da empresa é atrair investimentos para construir uma planta industrial com capacidade de processamento de 20 mil toneladas de folhas caídas por ano.
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Unicef afirma que um Após um século do milhão de crianças naufrágio, barco fugiram da Ucrânia “Endurance” foi ©UNICEF/ALEX NICODIM
localizado intacto na Antártica ©GETTY IMAGES/SPRI
guerra na Ucrânia superou a marca de dois mi l hõ es de refugiados. De acordo com a própria ONU, a crise de refugiados na Ucrânia apresenta o crescimento mais rápido na Europ a des de a Segunda Guerra Mundial. A nação tem por volta de 44 milhões de habitantes, e o número de deslocados internacionais deve aumentar rapidamente. A Unicef, que é um dos braços d as Naçõ es Unid as, p e diu recentemente para que haja uma
mobilização mundial para ajudar os ucranianos. De acordo com a organização, o país precisa de cerca de 400 milhões de euros para suprir algumas necessidades da população local. Nesta terça-feira, a Rússia con rmou a abertura de corredores humanitários para evacuação de civis de cinco cidades ucraniana, incluindo a capital Kiev. O cessar-fogo temporário também envolve Kharkiv, Chrnihiv, Sumy e Mariupol.
Artes promocionais revelam visual da Mulher-Hulk em sé rie Agora você já pode ver o novo visual da Mulher-Hulk! A Amazon pode ter revelado o visual da Tatiana Maslany como Jennifer Walters, a Mulher-Hulk através de artes promocionais creditadas a produtos licenciados que estão disponíveis no marketplace da empresa. As imagens dão um pequeno
sp ol i e r d o qu e p o d e mo s esp erar d a s ér ie s olo d a personagem no Disney+. Divulgadas no Twitter, as artes revelam uma recriação dos traços da atriz em um corpo maior e mais forte, remetendo aos poderes de seu primo, Bruce Banner. Em sua história como heroína nos quadrinhos, a
Mulher-Hulk fez parte dos 'Vingadores', os 'Defensores' e 'Quarteto-Fantástico'. Em 1989, começou a sua série e foi quando a personagem passou a perceber que fazia parte de uma HQ e quebrava sempre a quarta parede, algo que foi amenizado ao longo dos anos. Ela foi criada por Stan Lee e John Buscema e sua primeira
O Endurance ficou preso no gelo marinho durante meses antes de afundar em 1915
o b j e t i v o d e e n c o nt r a r o s d e s t r o ç o s . A l é m d i s s o, a expedição de busca contou com tecnologia de ponta, com drones submarinos para explorar a área, a qual Shackleton descreveu como “a pior parte do pior mar do mundo” por conta das condições de gelo. Em 1914, o explorador Ernest Shackleton embarcou no 'Endurance' para realizar a sua terceira viagem à Antártica e planeava atravessar a região, do Mar de Weddell ao Mar de Roos,
Após um século de um dos naufrágios mais famosos da história, foram localizados destroços do barco “Endurance”, do explorador anglo-irlandês Ernest Shackleton, no Mar de Wedell, na Antártica. Conforme foi noticiado nesta quarta-feira (9), p elos líderes de uma expedição, o barco foi encontrado a uma profundidade de 3.008 metros, intacto e a seis quilômetros do local do naufrágio. “Estamos impressionados com nossa sorte por conseguirmos localizar e captar imagens do 'Endurance'”, disse Mensun Bound, diretor da missão de exploração. Segundo ele, o barco está “erguido no fundo do mar, intacto e em um estado de conservação fantástico” e completou que é o mel hor b arco de madeira naufragado que já viu. “Até se consegue ler o nome 'Endurance' inscrito num arco na popa”, acrescentou. A expedição foi organizada pela Falklands Maritime Heritage Trust e incluiu quase 100 pessoas. O grupo saiu da Cidade do Cabo, na África do Sul, no dia 5 de fevereiro com o
aparição foi em 'e Savage She-Hulk #1', no ano de 1980. Em 'Mulher-Hulk', Tatiana Maslany, mais conhecida por Orphan Black, dará vida a protagonista. O elenco conta com Renée Elise Goldsberry e Tim Roth, famoso por interpretar o vilão Abominável em 'O Incrível Hulk' (2008). Além disso, a nova série do Disney+ contratou Kat Coiro como diretora e produtora executiva, sendo assim, com
©MARVEL COMICS
O porta-voz da Unicef, James Elder, informou, na terça-feira (8), que pelo menos um milhão de crianças fugiram da Ucrânia em menos de duas semanas. " E st a é u m a s itu a ç ã o s e m precedentes, nunca havíamos enfrentado uma crise de refugiados dessa velocidade e alcance. Uma primeira vez sombria na história", disse Elder. A con rmação de Elder chegou pouco tempo depois do portal da agência da Organização das Nações Unidas para refugiados (Acnur) ter mostrado que a
via Polo Sul, em uma distância de 2.900 quilômetros. Porém, em 1915, o barco encalhou e afundou ao m de 10 meses, esmagado pelo gelo. O acontecimento se tornou histórico e lendário por causa das condições de sobrevivência da tripulação, ao todo eram 28 pessoas e todos sobreviveram. Eles acamparam durante meses, antes do gelo derreter e depois, E r n e s t S h a c k l e t on e s e u s companheiros foram em pequenas embarcações para a ilha Elefante, ao largo da Península Antártida. Da ilha, o explorador e a sua equipa conseguiram viajar 1.300 quilômetros até à ilha de Geórgia do Sul, com o barco “James Caird” e retornaram com ajuda para resgatar toda e tripulação. Eles chegaram de volta ao seu destino 16 dias depois, no ano de 1916.
to d a a su a e x p e r i ê nc i a , cineasta foi a responsável por episódios de grandes séries,
' B ro o k l y n Ni n e - Ni n e ' e 'Disque Amiga Para Matar', por exemplo.
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O que a arte e a genética revelam sobre o açafrão, a especiaria mais cara do mundo Extraído do pistilo de ores do “c r o c o d i l o d e a ç a f r ã o ”, cienti camente chamado de C ro c u s s at i v u s , o a ç a f r ã o “verdadeiro” é o tempero mais caro do mundo. Sabe-se que essa iguaria é cultivada há milhares de anos nas proximidades do Mediterrâneo, mas, quando e onde foi domesticado pela pr imeira ve z aind a é uma incógnita. Um novo estudo, no entanto, p o d e t e r d e s ve n d a d o e s s e mistério. E o mais interessante nisso é a relação entre genética e arte antiga feita para chegar a essa des cob er t a. Em um ar t igo publicado recentemente pela revista cientí ca Frontiers in Plant Science, cientistas descrevem como os dois caminhos convergem para a mesma região. “Tanto as obras de arte antigas quanto a genética apontam para a Grécia da Idade do Bronze, em aproximadamente 1700 a.C. ou anteriormente,
como a origem da domesticação do açafrão”, disse Ludwig Mann, um dos principais autores do estudo, doutorando na Technische Universität Dresden, na Alemanha. Com aproximadamente 250 espécies, o gênero Crocus varia do sul e centro da Europa e do norte da África ao oeste da China. Ao contrário do açafrão domesticado, essas espécies se reproduzem sexualmente na natureza. O primeiro uso de Crocus selvagens por humanos foi como pigmento para pinturas rupestres, cerca de 50 mil anos atrás, onde hoje é o Iraque. Textos antigos do Súmer, da Assíria e da Babilônia também descrevem o uso de açafrão selvagem na medicina e como corante. Por sua vez, o açaf rão domesticado não cresce na natureza, e só pode ser propagado assexuadamente com ajuda humana, dividindo seus “corms” subterrâneos — órgãos
de armazenamento semelhantes a troncos. O processo foi descrito pela
qu i l o g r am a , qu e p o d e s e r vendido de US$1,3 mil e US$10 mil (R$ 6,5 mil e R$ 50 mil).
autor principal Seyyedeh-Sanam Kazemi-Shahandashti, estudante de doutorado no Instituto de Bio ©SHUTTERSTOCK
primeira vez pelo lósofo grego eophrastus no século IV antes da Era Comum (AEC). Hoje, o açafrão domesticado é cultivado em todo o mundo, para uso em culinária e perfumes, além de ser usado como um corante amarelo. Entre 15 mil e 16 mil ores, que exigem de 370 a 470 horas para colet ar, rendem um único
“Descobrir onde e quando o açafrão foi domesticado pela primeira vez não é simples: a espécie é difícil de estudar geneticamente, porque tem três cópias de cada cromossomo em vez dos dois usuais, e um genoma grande contendo uma alta porcentagem de DNA repetitivo difícil de sequenciar”, disse o
e Geociências do centro de p e s qu is a Jü l i ch Forschungszentrum, na Alemanha. “C om o n ã o h á re sto s d e ancestrais de açafrões preservados dos tempos antigos, revisitamos aqui obras antigas que retratam plantas semelhantes ao açaf rão.
Esperávamos que isso pudesse nos apontar para regiões especí cas”. Os autores argumentam que obras de arte da civilização minoica da Grécia antiga são provavelmente as mais remotas a retratar o açafrão domesticado. Por exemplo, as densas manchas de ores de crocodilo de açafrão no afresco “Os Coletores de Açafrão” da ilha de Santorini (aproximadamente 1600 a.C.) sugerem cultivo. Outro afresco na mesma ilha, “Os Adorantes”, mostra ores com longos estigmas vermelho-escuro que sobrevoam pétalas violetas escuras, típicas de açafrão domesticado. Flores com esses traços também são retratadas em cerâmicas e tecidos da Grécia da Idade do Bronze. No Egito, túmulos dos séculos XV e XIII AEC retratam como os embaixadores de Creta faziam tributos na forma de têxteis tingidos com açafrão.
Panamá passa a Estudo mostra como os reconhecer legalmente otimistas vivem mais os 'Direitos da Natureza' Alexia Debacker De acordo com Espinoso
©CRISTHIAN CARRENO/UNSPLASH
O Panamá é o mais recente país a reconhecer os direitos legais da natureza. O país introduziu uma nova legislação que concede a rios, ár vores, montanhas e oceanos direitos legais semelhantes ao de pessoas, corporações e governos. Após pouco mais de um ano de debate na Assembleia Nacional do Panamá, o presidente Laurentino Cortizo assinou uma legislação que de ne a natureza como “uma comunidade única, indivisível e autorregulada de seres vivos, elementos e ecossistemas interrelacionados que sustentam, contém e reproduz todos os seres”. A legislação inclui seis parágrafos de direitos estendidos à natureza, incluindo o “direito de existir, persistir e regenerar seus ciclos de vida”, o “d i r e i t o d e c o n s e r v a r s u a biodiversidade” e o “direito de ser restaurado após ser afetado direta ou indiretamente por qualquer atividade humana”. A legislação também introduz um novo requisito para o governo respeitar os direitos da natureza em seus planos, políticas e programas. Ele estipula que os
processos de fabricação e as políticas energéticas devem proteger os ecossistemas e exige que o governo promova os direitos da natureza como parte da política externa. O Panamá se junta a outros países que reconheceram os direitos legais da natureza, incluindo B olívia, Nova Zelândia, Bangladesh, Equador, Brasil, Colômbia e México, onde o conceito foi adot ado no tribunal, no sistema legal e até na
constituição. O projeto de lei foi desenvolvido por Juan Gutiérrez, o mais jovem congressista do Panamá com apenas 25 anos. “Para um país tão rico em biodiversidade como o Panamá, cuidar da natureza é um passo na direção certa”, disse ao site Inside Climate News. “Isso abrirá oportunidades econômicas,
como na Costa Rica, para o turismo envolvendo a natureza e para o desenvolvimento sustentável”. A ideia de que a natureza deve ter direitos legais emana da visão de mundo de algumas culturas indígenas, bem como do m o v i m e n t o d e “e c o l o g i a profunda” da década de 1970. A legislação do Panamá a rma que o país reconhece a estreita relação entre os direitos da natureza e as crenças de seus povos indígenas e “promoverá a incorporação de seus conhecimentos ancestrais na interpretação e implementação dos direitos e obrigações contidos nesta Lei”. A visão sustenta que todos os seres vivos, não apenas os humanos, têm valor intrínseco e que os humanos estão interconectados com o mundo natural. A crença contrasta com a visão de que a natureza existe para servir a humanidade e que os humanos têm o direito de comercializál a e até me s mo, d e destruí-la. A Associação Pachamama inspirou-se em decisões judiciais de países como Equador e Colômbia v que reconhecem seus rios e a natureza como sujeitos de direito — para entrar com uma ação judicial em defesa dos direitos do R io D o ce. “Pela primeira vez na história do Brasil, um rio entra com uma ação judicial. O Rio Doce, que sofreu o maior desastre ambiental do Brasil, pede proteção judicial contra futuros desastres”, a rma o advogado que moveu a ação na justiça, Lafayette Garcia Novaes Sobrinho.
uma nova pesquisa, pessoas com uma visão otimista do mundo podem viver mais saudáveis e por mais temp o p orque têm menos eventos estressantes para lidar. Os cientistas descobriram que os otimistas reagem e se recuperam de situações estressantes da
completamente por que ter uma atitude de “copo meio cheio” pode contribuir para envelhecer melhor. Os pesquisadores analisaram informações fornecidas por 233 homens que tinham pelo menos 21 anos quando se inscreveram n o E s t u d o No r m at i v o d e ©FLYNT/123RF
mesma maneira que os pessimistas, mas os otimistas se saem melhor emocionalmente, pois têm menos eventos estressantes em suas vidas diárias. Não está claro como os otimistas minimizam sua dose de estresse, mas os pesquisadores acreditam que eles tendem a evitar discussões e irritações, ou simplesmente não percebem alguns eventos como estressantes. Estudos anteriores encontraram evidências de que os otimistas têm vidas mais longas e saudáveis, mas os pesquisadores não entenderam
Envelhecimento dos Veteranos dos EUA, entre 1961 e 1970. Pesquisas nas décadas de 1980 e 1990 avaliaram os níveis de otimismo dos homens. Entre 2002 e 2010, os participantes preencheram até três entradas de diário de oito dias em que registraram seu humor e todas as situações estressantes que enfrentaram. Os pesquisadores pensaram que os otimistas poderiam se recuperar mais rápido do que os pessimistas, mas os dados não con rmaram isso. Veri cou-se, de fato, que os homens mais otimistas tinham menos
estress ores diários, o que explicava em parte seu humor mais positivo. Isso sugeriu que talvez os homens mais otimistas limitassem sua exposição a situações estressantes, ou que fossem menos propensos a perceber ou rotular as situações c o m o e s t r e s s a n t e s . Um a maneira de se tornar mais otimista é desenvolver consciência de como reagimos ou julgamos uma situação. Muitas vezes nossa reação automática implica uma avaliação negativa, ou um cenário pior do que realmente é, por isso é fundamental encontrar maneiras diferentes de lidar com as situações. Pensar com mais otimismo não signi ca ignorar os riscos, mas reconhecer seus pontos fortes, para que você possa chegar a uma perspectiva mais positiva e con ante. O otimismo também pode estar relacionado ao estilo de vida, que inclui aumento da atividade física, alimentação balanceada, não fumar e baixo consumo de álcool; Mas isso não é tudo, pois o otimismo também tem correlatos biológicos, como menos in amação sistêmica, o que pode ser protetor para a saúde.