Jornal Fatos & Notícias 465

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Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia

ANO XII - Nº 465 17 A 24 DE MARÇO/2022 SERRA/ES

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©IN GREEN/SHUTTERSTOCK

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

8 Geladinho e cremoso, o doce de pão de mel na travessa é arrasador! Con ra a receita e prepare a qualquer momento! Pág. 8 HAROLDO CORDEIRO FILHO

8Parque Temático Augusto Ruschi, em Santa Teresa, corre risco de ser privatizado pelo Governo do Estadual sem consultar população do município Pág. 12

ANA MARIA IENCARELLI 8 Vivemos a tirania da Positividade Tóxica, mas o discurso do ódio tem corredores escorados na “liberdade de expressão” Pág. 10

MÁRCIO GREIK 8 Você sabe o que é empatia? Após fala infeliz de Arthur do Val, Neucimar Fraga também ofende mulheres ucranianas Pág. 14 ERAYLTON MORESCHI

8 O que leva um bloco de deputados a apoiar medidas que impeçam a transparência das ações de um governo? Pág. 15

Como os corais havaianos estão resistindo ao aquecimento global? Cientistas querem “ressuscitar” rato australiano extinto há 120 anos

Descoberta nova galáxia de rádio que emite raios gama de alta energia Pág. 7

Melhorar educação reduz até taxa de homicídio, diz estudo Iniciativa quer facilitar plantio de um trilhão de árvores no mundo Pág. 4

Pág. 2

Medicamento para tratar atrofia espinhal muscular é incluído no SUS

Pág. 2

©LUCIANO CANDISANI

©REPRODUÇÃO INTERNET

©DOMÍNIO PÚBLICO/REPRODUÇÃO

Uma ilustração do rato da Ilha Christmas, na Austrália, extinto em 1903: espécie pode um dia acabar sendo ressuscitada por meio de edição de DNA, dizem cientistas Pág. 7

O medicamento risdiplam, para tratamento de Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo I, está incorporado ao Sistema Único de Saúde Pág. 9

Websérie sobre o Pantanal ganha nova temporada

Pág. 15

Travesseiro que imita respiração reduz sintomas da ansiedade Pág. 5

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2 MEIO AMBIENTE

17 A 24 DE MARÇO/2022

Como os corais havaianos estão resistindo ao aquecimento global? O aumento da temperatura média dos oceanos — uma consequência direta do aquecimento global — vem obviamente causando inúmeros problemas a plantas e animais marinhos, mas de acordo com um estudo feito pela Universidade Estadual de Ohio e de Oregon, nos EUA, algumas espécies de corais havaianos têm mostrado maior resiliência às mudanças climáticas. A pesquisa foi conduzida por um período de 22 meses, um tempo consideravelmente maior que a média de outros estudos do tipo, que normalmente não passam de cinco ou seis meses. Segundo os pesquisadores, essa diferença de tempo foi um diferencial conclusivo ao revelar a capacidade de corais — alguns deles, pelo menos — não apenas se adaptarem para resistirem a problemas do aquecimento global, mas também prosperarem dentro deles. “Nós identi camos resultados surpreendentemente positivos em nosso estudo. Não vemos mu it o d i s s o n o c a mp o d e pesquisas de corais quando o assunto é o aquecimento

o c e â n i c o ”, d i s s e R o w a n McLachlan, pesquisador de pósdoutorado em Oregon, mas cujo trabalho ele começou em sua tese de doutorado quando estudava em Ohio. Junto dele está Andréa Grottoli, professora emérita de Ciências da Te r r a e m O h i o. “ E x i s t e m aspectos da biologia dos corais que levam um longo tempo para se ajustarem”, ela disse. “Pode haver uma queda séria quando eles enfrentam fatores estressantes, mas depois de um tempo su ciente passar, os corais podem se recalibrar e voltar à normalidade”. É importante ressaltar que nada disso reduz a intensidade do probl e m a d o a qu e c i me nto global, de acordo com os dois autores do estudo, mas saber que o tempo pode ser um fator decisivo na adaptação dos corais havaianos a condições mais complicadas pode trazer uma ponta de esperança a climatologistas e cientistas ambientais pelo mundo. Dentro do método técnico da pesquisa, McLachlan e Grottoli selecionaram as três espécies mais comuns de corais havaianos

(Montipora capitata, Porites compressa e Porites lobata) e as posicionaram em versões arti ciais de quatro condições

sobreviveram às condições de aquecimento, versus 92% das condições oceânicas normais. Entretanto, as duas espécies

McLachlan. “Elas foram capazes de se adaptar à temperatura e acidez acima das médias. As Porites que sobreviveram, por ©SHUTTERSTOCK

Camaleão Furcifer labordi

climáticas diferentes — oceanos atuais; oceanos acidi cados (-0,2 pH); oceanos aquecidos (+2º Celsius) e, nalmente, uma condição onde os o ce anos estariam ao mesmo temp o acidi cados e aquecidos. De uma forma geral, as alterações oceânicas vão machucar — muito — as espécies de coral: apenas 61% delas

Porites se mostraram mais rmes: dentro do ambiente com acidi cação e aquecimento, 71% da P. compressa, 56% da P. lobata e 46% da M. capitata sobreviveram. “De todos os corais havaianos sobreviventes, especialmente as duas espécies Porata estavam suportando muito bem, até mesmo progredindo”, disse

exemplo, conseguiram se manter dentro das taxas normais de metabolismo e crescimento”. Grottoli, no entanto, ressaltou que as condições criadas em laboratório podem não ter sido completamente éis à reprodução do ambiente real. Ela estima que a M. capitata teria melhores resultados em um ambiente verdadeiro devido à

presença de zooplânctons — que ela usa como fonte de alimento em condições estressantes. E esse elemento pode ter faltado no laboratório. Ainda assim, a capacidade de adaptação das espécies pesquisadas, em um estudo bastante próximo das condições reais de vida, oferece uma robustez de dados que, esperam os autores, sirva como base para que estudos futuros tenham m a i or aprof u n d a m e nt o — Grottoli explica, por exemplo, que elementos extenuantes, como poluição ou pesca predatória excessiva, não foram considerados nesta pesquisa, mas amplamente afetam a saúde de corais no mar. “Nós não sabemos como os corais havaianos vão se comportar se as mudanças de temperatura e acidez acabarem sendo mais drásticas do que as que aplicamos neste estudo”, disse McLachlan. “Nossos resultados oferecem alguma esperança mas a taxa aproximada de mortalidade em 50% para algumas espécies não é algo pequeno”. O estudo foi publicado no jornal Scienti c Reports.

Iniciativa quer facilitar plantio de Nova espé cie de crocodilo foi um trilhão de árvores no mundo extinta pela mã o humana há 200 anos árvores para facilitar a tarefa por parte de governos, inciativas privadas e cidadãos que p ar t i c ip am d o c omb ate à s

©CAMERON VENTI/UNSPLASH

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) está apoiando uma iniciativa para coordenar, de forma técnica, a

plantação de um trilhão de ár vores no mundo. A ação, realizada pela plataforma global TerraMatch, bene ciará a Mata Atlântica brasileira, orestas do México, do Peru e de países africanos. No Brasil, governos locais e organizações parceiras estão cooperando para restaurar a biodiversidades da Mata Atlântica com árvores originais. Desde os incêndios orestais na Amazônia, em 2019, assim como na Austrália e na costa oeste dos Estados Unidos, milhões de dólares foram destinados a p r o g r a m a s d e i n c e nt i v o à restauração das matas com a plantação de mais árvores. A plataforma global TerraMatch reúne uma série de recomendações baseadas na qualidade do solo e nos tipos de

mudanças climáticas. A p l at a f or m a ut i l i z a u m algoritmo para combinar as ofertas com os projetos gerenciados por líderes experientes, capazes de fazer com que as árvores certas cheguem aos terrenos apropriados para o cultivo. O site está disponível em quatro idiomas: português (do Brasil), inglês, espanhol (do México) e francês. Os patrocinadores recebem informação sobre o andamento dos projetos e os processos de análise, e os especialistas locais cam a par de uma conexão de con ança sobre uma ampla carteira de nanciamento. O PNUMA a rmou que as árvores são, sem dúvida, um investimento inteligente para manter a temperatura do planeta na medida certa, absorver o

dióxido de carbono e ltrar a poluição do ar. Elas também ajudam a mitigar os desastres naturais regulando a temperatura, estabilizando a terra e protegendo as plantações. As ár vores ajudam ainda a reduzir riscos de patógenos passarem de animais para as pessoas. A TerraMatch lembrou alguns exemplos de plantações em massa de árvores que deram errado. Árvores plantadas em áreas de pastagens na Austrália, no Brasil e na África do Sul acabaram causando danos às plantas locais e aos animais além de reduzir o uxo hídrico da região. Já no Quênia um tipo de ár vores conhecido como Mes quita, c ultivada para combater a deserti cação, se espalhou de forma tão agressiva que aniquilou a vegetação nativa, bloqueando estradas e canais de irrigação, causando grandes perdas econômicas e à biodiversidade. A técnica desenvolvida pela plataforma já ajudou a canalizar mais de US$ 2 milhões dos patrocinadores para os cultivadores. Nas orestas e fazendas de Ruanda, co op erativas lideradas p or mulheres, estão plantando 42 mil árvores nativas, isolando terraços e encostas e evitando a erosão. Com isso, eles estão produzindo uma fonte sustentável de madeira e água para a comunidade.

©SPANKER.CZ/SHUTTERSTOCK

Uma nova espécie de crocodilo foi descoberta por cientistas norteamericanos, que apontam que ela foi caçada até a extinção pela raça humana há cerca de 200 anos. De acordo com os estudiosos, a caça excessiva ao réptil se dava por constantes con itos com assentamentos na Idade do Bronze na China. O estudo que detalha as descobertas feitas pelo time de pesquisadores da Universidade Clemson, da Carolina do Sul, EUA, indica que a espécie era parente próxima dos gavialídeos (gavialidae), um dos três grandes grupos de répteis crocodilianos — os outros dois sendo os aligatores (onde entra o jacaré comum) e o convenientemente nomeado “crocodilo”. A descoberta da nova espécie, nomeada Hanyusuchus sinensis, foi feita através do estudo de um crânio fossilizado, encontrado na China. O fóssil tinha pelo menos uma dúzia de marcas de golpes com armas cortantes — provavelmente machados ou outra lâmina pesada — “provavelmente no intuito de matar esse indivíduo”, disse ao Newsweek Masaya Ijima, autor do estudo e pesquisador do D e p a r t a m e nt o d e C i ê n c i a s Biológicas da Clemson. Segundo o estudioso, a espécie viveu bem inserida na Idade do Bronze chinesa, que começou em

1700 a.C. (antes de Cristo). A época representa um momento de grande expansão da nação asiática pela busca de minérios de metal para a criação de armas e outros objetos — machados de bronze, em especial, eram símbolo de status. Nessa expansão, o encontro de minas e fontes de minério comumente vinham acompanhados de con itos com a fauna local — o que inclui o H. sinensis. O fóssil em questão tinha marcas de golpes na linha do pescoço, mas não se soube dizer se ele foi efetivo em decapitar o animal. De acordo com registros históricos, animais que causavam problemas a assentamentos na época eram capturados e executados publicamente v há casos onde crocodilos “roubavam” crianças e as devoravam, por exemplo. Além da busca por bronze, outras ações humanas acabaram reduzindo o habitat dos animais, como a expansão

agrícola e a criação de novos distritos residenciais — todos estes, fatores que contribuíram para a sua extinção. O H. sinensis entra na categoria dos crocodilianos gavialídeos, cuja principal característica é o focinho bastante alongado e no. O g av i a l c o nt e mp o r â n e o é provavelmente o mais parecido exemplo que temos hoje em relação ao fóssil antigo. A espécie é possivelmente a mais aquática dos três grandes grupos e não consegue andar em postura semiereta — crocodilos e jacarés comuns tiram o peito do chão quando caminham; o gavial se arrasta. Em compensação, eles são os mais capacitados para navegação rápida a nado. De acordo com Ijima, o H. sinensis pode ser um elo perdido na pesquisa pela evolução dos répteis crocodilianos, e nos ajuda a estabelecer um ponto cego na longa linhagem de répteis préhistóricos.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


CULTURA 3

17 A 24 DE MARÇO/2022

Livro-reportagem Por que o gelo relembra saga das queima a pele? crianças-soldado em países africanos Saiba por que ocorre uma sensação de queimadura quando o gelo entra em contato com a nossa pele ©REPRODUÇÃO

©DIVULGAÇÃO

FOTO: REPRODUÇÃO

V

ocê já deve ter segurado uma pedra de gelo e percebido que isso causa uma sensação parecida com queimação. Entenda como isso acontece. Isso acontece porque o calor sempre flui do corpo mais quente para o mais frio. Quando o gelo — que tem temperatura constante de 0ºC — entra em contato com a pele — a cerca de 36ºC negativos,

ocorre um choque térmico. Se mantido sobre a superfície da pele, o gelo faz com que a pele perca calor. As células da região morrem, e os receptores — terminações nervosas especializadas em perceber diferentes estímulos — identificam a baixa temperatura e transmitem mensagens de dor. Por isso, surge a sensação de queimação.

Como resposta a essa a g re s s ã o, o c or p o t e nt a reaquecer a região dilatando pequenos vasos sanguíneos. O fluxo de sangue aumenta e vem a região fica avermelhada. O gelo, portanto, não causa uma queimadura de verdade na pele, apenas causa uma dor que passa essa sensação. (RECREIO)

Dia Internacional do Contador de Histórias: Biblioteca tem programação especial Circuito de Contação de Histórias” ocorre em escolas da rede pública municipal de ensino de Vitória ©DIVULGAÇÃO

No próximo dia 20 de março é celebrado o Dia Internacional do Contador de Histórias e para comemorar a importante data a Biblioteca Pública Municipal Ad e l p h o Po l i Mo n j a r d i m , promove, na próxima sexta-feira (18), por meio do projeto Viagem pela Literatura, o "Circuito de Contação de Histórias". A uma programação especial é voltada a enaltecer essa antiga arte que cria magia, fantasia e mexe com o imaginário de crianças e adultos. Na sexta-feira (18), as ações que ocorrem na sede da biblioteca, localizada no Casarão Cerqueira Lima, que ca no C entro Histórico de Vitória, serão

realizadas em dois horários: às 9h30 e às 14h30. Na ocasião, Alzira Bossois, Luciana Merçon e Tiana Magalhães, do grupo Chão de Letras e Márcia Coradine, orientam uma sequência de Contação de Histórias.

Além das contações na i n s t i t u i ç ã o, u m a s é r i e d e inter venções será realizada também na sexta (18) em diferentes locais da cidade, como escolas da rede municipal de ensino. "Esta atividade é uma forma de destacar e valorizar o contador de histórias, que com sua arte desp er ta emo ção, encanto, socialização e imaginação, além de incentivar a leitura", a rmou a bibliotecária e coordenadora do Viagem pela Literatura, Elizete Caser.

Publicado pela editora Lisbon Press no Brasil e em Portugal, “Kadogos: a vida de criançassoldado na África Central e Oriental” será lançado no dia 18 d e m arç o, n a L iv r ar i a d a Travessa em Pinheiros. O livroreportagem, escrito pela jornalista Carla Trabazo, relata histórias de jovens sequestrados por grupos armados, milícias e forças estatais em países como Uganda, República Demo crática do C ongo, República Centro-Africana e Sudão do Sul. A palavra “kadogos”, que dá título ao livro, é uma expressão no dialeto suaíli para se referir às crianças-soldado, signi cando “pequenos, insigni cantes” — forma como são vistas em guerras e con itos ainda no século XXI, seres humanos descartáveis e fáceis de repor ou manipular. Das cerca de 260 mil crianças atuando em milícias e forças armadas pelo mundo, metade se encontra no continente

africano. O livro relata os horrores pelos quais jovens menores de 18 anos passaram d u r a n t e o r e c r u t a m e n t o, con itos e vivência em grupos armados como o Lord's Resistance Army (LRA) de Joseph Kony, além de apontar os preconceitos e desa os enfrentados por aqueles que retornaram à sociedade e, até os dias atuais, ainda sofrem com hostilidades da própria comunidade. As histórias, coletadas durante pesquisa de campo em Uganda, incluem, ainda, o drama vivido pelos pais que tiveram lhos

sequestrados — tendo estes retornado ou não para casa. Vozes que não costumam ser ouvidas sobre o assunto, mas que trazem noções sobre as pressões vividas nas comunidades e o medo gerado pela falta de informação sobre jovens reabilitados e o trabalho realizado por ONGs voltadas ao desarmamento, reabilitação e reintegração de ex-criançassoldado. Este é o primeiro livro brasileiro publicado sobre o assunto, que levanta um debate, ainda, s obre as s entenças impostas contra comandantes de grupos armados no Tribunal Penal Internacional, em Haia, tendo muitos começado nos con itos como criançassoldado recrutadas forçadamente, como foi o caso de Dominic Ongwen, um dos altos comandantes do LRA, sentenciado a 25 anos de prisão por 61 denúncias de crimes de guerra e contra a humanidade.

Reservas: (27) 99961-8422

LUCIANO DANIEL

Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br

Foto Antiga do ES ©JOSÉ LUIZ PIZZOL/FOTOS ANTIGAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO/FACEBOOK

Praia Grande (Fundão) vista de Nova Almeida (Serra), 1993


4 EDUCAÇÃO

17 A 24 DE MARÇO/2022

Melhorar educação Para especialista escola reduz até taxa de inclusiva dá autonomia para crianças com homicídio, diz estudo ©HUGO BARRETO/METRÓPOLES

Garantir a uma geração de alunos um ensino de qualidade durante toda a vida escolar aumenta não apenas as chances de que eles cheguem ao ensino superior e consigam um emprego, mas também diminui as taxas de homicídio. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Insper que analisou como variações na qualidade da educação básica afetam indicadores de violência e trabalho dos municípios. O t r ab a l ho foi d iv u l g a d o na segunda-feira (14) pelo Instituto Natura. Os pesquisadores criaram um indicador que mede a qualidade d o e ns i n o du r ante to d a a trajetória escolar de um e s t u d a nt e . Pa r a i s s o, e l e s identi caram a proporção de alunos que conseguiram concluir o ensino médio na idade certa, zeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e as notas que tiveram na prova. Foram analisadas as variações do indicador entre 2009 e 2014. Nas cidades em que a média avançou, ou seja, uma proporção maior de alunos fez o Enem e conseguiu uma nota maior, identi cou-se queda de h om i c í d i o s e au m e nt o n a geração de empregos. "Sempre se fala que uma educação de qualidade é o c a m i n h o p a r a d i m i nu i r a violência e o indicador comprova isso. Um jovem que recebeu um ensino de qualidade vai ter uma vida melhor cinco anos depois de ter saído da escola", diz o professor Naércio Menezes Filho, responsável pelo estudo. A análise mostrou que o au m e nto d e u m p onto n o indicador, no período de cinco anos observado, está associado a uma diminuição de 25% nos homicídios e de 200% na geração de empregos entre jovens de 22 e 23 anos. A correlação entre indicadores educacionais e violência já havia sido mensurada, por exemplo, em uma pesquisa de 2016 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Naquele estudo, o parâmetro era a taxa de escolarização: para cada 1% a mais de jovens entre 15 e 17 anos nas escolas, há uma diminuição de 2% na taxa de assassinatos nos municípios. O estudo, assinado pelo pesquisador Daniel Cerqueira, apontou a educação como a principal política social de redução dos assassinatos. Agora, com essa nova pesquisa, as evidências corroboram os efeitos positivos da evolução da qualidade do ensino das redes públicas. Para construir o novo indicador, os pesquisadores

deficiência Rodrigo Hübner Mendes, superintendente do Instituo Rodrigo Mendes, defendeu que o modelo é uma “mudança que favorece a todos os alunos”

identi caram primeiro a quantidade de alunos de seis e sete anos em cada município e compararam com a proporção de quantos deles tinham concluído os estudos dez anos depois. Uma proporção alta signi ca que poucos reprovaram ao longo da trajetória escolar ou abandonaram a escola. Depois identi caram quantos desses concluintes foram fazer o Enem. C omo a prova é a principal porta de entrada para o ensino superior do País, os pesquisadores consideraram que o ensino básico motivou esses estudantes a continuar estudando. "Um ensino de qualidade depende de uma boa articulação entre todos os entes. Os primeiros anos escolares são de responsabilidade dos municípios, depois são dos estados. Por isso, buscamos uma forma de avaliar toda essa t r aj e t ór i a e i d e nt i c a r o s impactos de quando ela é feita com qualidade", diz Menezes Filho. Depois de calcular o índice dos municípios, os pesquisadores compararam as variações das taxas de homicídio e criação de emprego no período de cinco anos. Cidades, que avançaram um ponto na escala tiveram um aumento médio de 20 empregos gerados e redução de 25% nos homicídios nesse período. "Há um mito de que melhorias na educação demoram a ser sentidas pela população. O estudo mostra que isso não é verdade. Em cinco anos, o município já vê os resultados de entregar uma educação de qualidade para os seus alunos", a rma. O estudo identi cou que Aracaju, no Sergipe, foi a capital

do país que mais avançou no indicador no período avaliado. Em cinco anos, a cidade aumentou em 3,6 pontos na média criada. A próxima etapa do estudo será identi car quais foram as políticas adotadas ou

fortalecidas no município nesse período para que o indicador avançasse. "O avanço no indicador pode ser provocado tanto por uma melhora na quantidade de alunos que concluíram o ensino médio na idade certa ou por ter conseguido motivar mais jovens a fazer o Enem ou por uma melhora do desempenho dos estudantes na prova. Avanços nesse sentido indicam que a educação está melhorando", diz o professor. O Ceará foi a unidade da federação com mais municípios que registraram avanços no indicador. Nos últimos anos, o estado tem se destacado em avaliações nacionais que medem o desempenho dos estudantes da educação básica. "A experiência d o C e ar á te m mo st r a d o a i mp or t ân c i a d e for t a l e c e r políticas de articulação do estado com os municípios. Os resultados positivos têm aparecido muito rapidamente", diz. O Ceará foi a unidade da federação que mais evoluiu nos anos iniciais do ensino fundamental entre 2005 e 2019, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que leva em conta o desempenho dos alunos em avaliação federal e as taxas de aprovação. O estado lançou em 2007 uma política que destina p a r t e d a a r re c a d a ç ã o d o s impostos dos municípios para as c i d a d e s qu e t ive r am b ons resultados nas avaliações de aprendizagem. O dinheiro pode ser usado em qualquer área da administração, mas a medida virou um i n c e nt i v o p a r a a s g e s t õ e s municipais investirem mais nas escolas, a nal, quem melhora mais, ganha mais dinheiro para investir. "Educação de qualidade é o caminho para resolver os problemas graves que nossa sociedade enfrenta. Nós precisamos entender que melhorar esse caminho envolve a articulação de todas as esferas, municípios, estados e a União para oferecermos aos jovens o ensino que merecem".

R o d r i g o Hü b n e r Me n d e s , superintendente do Instituo Rodrigo Mendes, em entrevista à CNN, defendeu que o modelo da escola inclusiva deveria ser adotado. Ele admitiu que, em um p r i m e i r o m o m e n t o, p o d e parecer que ter uma escola especial seja melhor, apenas para alunos com de ciência, com pro ssionais preparados e lugares reservados. “No entanto, esse modelo não deu certo”. “Crianças nesses ambientes não construíram autonomia, não e x i s t e o t ip o d e e s t í mu l o necessário para que ela, de fato, busque o seu melhor e tenha chance de autonomia. É por isso que especialistas do mundo inteiro recomendam a adoção da escola inclusiva”, explicou. S e g u n d o R o d r i g o, n e s t e modelo, a escola se dispõe a transformar e mudar o jeito de atuar. “Ela passa a ter uma equipe pl anej amento p e d agóg ico, explora outras tecnologias, está

©ANDRESSA ANHOLETE/GETTY IMAGES

sempre reciclando seu con he cimento, com novas formaçõ es. C omo terceiro ponto, a criança com de ciência pode precisar de especializado, mas pode acontecer na escola”. Para ele, essas mudanças favorecem todos os alunos. “ To d a e s s a a t u a l i z a ç ã o e oxigenação necessárias para a equipe pedagógica faz com que ela tenha uma equipe mais atenta ao mundo contemporâneo — não só as com de ciência —

quando se tem um projeto pedagógico com professores atentos, o todo ganha”. Para dar certo esse modelo no Brasil, Rodrigo Mendes destacou a necessidade de uma política pública forte. “É preciso ter como prioridade estabelecer diretrizes para toda a rede de ensino”. Rodrigo disse que visita inúmeras escolas pelo País e já observou um padrão. “O fator renda, infraestrutura física, volume de investimento não são necessariamente os principais geradores de prática inclusiva”. Segundo Rodrigo, é claro que os recursos são essenciais, mas há instituições de ensino onde “o que fez a grande diferença foi um diretor que abraça a inclusão como valor, premissa, e, junto com os demais educadores, consegue se mobilizar para mudar a forma de atuar”.

Pós-graduação gratuita e a distância com inscrição aberta para processo seletivo Oportunidade de quali cação pro ssional! O curso de pósg r a du a ç ã o e m " E du c a ç ã o : Metodologias e Práticas para o Ensino Fundamental" tem como objetivo aperfeiçoar o conhecimento cientí co, técnico e pedagógico dos professores que atuam nas séries nais do ensino fundamental, de modo a promover a integração curricular e o caráter multidisciplinar do processo de ensino-aprendizagem. São 40 vagas com edital de inscrição aberto. O curso será ofertado no Polo Universidade Aberta do Brasil (UAB) de

Vitória. Com duração de 18 meses, o a pós-graduação será ofertada a distância, por meio de ambiente virtual de aprendizagem (AVA), com a possibilidade de encontros presenciais e/ou virtuais realizados por meio de webconferência. A previsão de início das aulas é em 25 de abril. Podem participar deste pro cess o s eletivo os candidatos que possuem diploma de licenciatura em qualquer área do conhecimento, devidamente reconhecido pelo MEC; ou possuem diploma de bacharelado em qualquer área

do conhecimento, devidamente reconhecido pelo MEC, com experiência comprovada de, no mínimo, seis meses em docência no ensino fundamental. A pós-graduação faz parte do Programa Universidade Aberta Capixaba (UnAC), dentro do S i s t e m a Un i v e r s i d a d e d o Espírito Santo (UniversidadES), junto com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes). Quaisquer dúvidas sobre o processo seletivo devem ser tratadas exclusivamente pelo email: psunac.cefor@ifes.edu.br.


INOVAÇÃO 5

17 A 24 DE MARÇO/2022

Usina solar em forma Pneus sem ar caseiros de flor é inaugurada são colocados para rodar a mais de 160 km/h na Coreia do Sul

©DIVULGAÇÃO

A usina flutuante gera energia suficiente para abastecer 60 mil pessoas ©MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

Cerca de 92 mil painéis solares utuantes estão gerando energia renovável em um reservatório em Hapcheon, na Coreia do Sul. O mais inusitado é que as placas formam desenhos similares a uma or, criando um belo efeito na água. Esta particularidade busca atrair turistas. Fazer com que mais pessoas se interessem pelo modo que produzimos energia pode ser uma forma de incentivar a transição energética para as renováveis. Neste sentido, os painéis solares em formato de or podem ser uma tática interessante. Anos atrás, também a China desenvolveu um projeto peculiar: uma usina solar em forma de panda. S egundo o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, a energia solar utuante é parte

importante de um plano mais amplo de investimento em renováveis. A ideia é que o país alcance uma geração total de 9,4 gigawatts de eletricidade só com produção de energias “limpas” e se torne neutro em carbono até 2050. No caso da usina em forma de or, o projeto solar é capaz de gerar 41,5 megawatts. Isso é su ciente para abastecer 60 mil p e s s o a s — m ai s d o qu e a população total do condado de Hapcheon. É também a maior usina solar utuante da Coreia d o Su l . “O s t rê s pi c o s d a Mont an ha Hw ang ma e s an re etidos no Lago Hapcheon formam a forma de uma or de ameixa. Espalhados na superfície deste lago estão painéis fotovoltaicos que também se assemelham a ores de ameixeira

de uma pintura a tinta e aguada”, poetizou o presidente Moon. Mais um ponto interessante deste projeto é que 4% de seu nanciamento é proveniente dos próprios moradores de Hapcheon. O reservatório de Hapcheon é administrado pela estatal Korea Water Resources Corp e a população ingressou em um esquema de investimento de 20 anos e 10% de retorno anual, o que deve gerar renda para idosos residentes. Aliás, foram os próprios moradores que solicitaram que os painéis fossem dispostos em forma de ores para tornar o local mais atraente visualmente. As e mpre s a s s u l - c ore an a s Hanwha Q-Cells e Scotra foram responsáveis por fornecer os painéis solares e as estruturas utuantes para montar o sistema. Antes disso, a Scotra já havia construído uma matriz utuante piloto de 500 kW na própria barragem de Hapcheon. Entre os benefícios de instalar painéis solares na superfície da água está o fato de reduzir o calor dos painéis, tornando-os de 10 a 15% mais e cientes, diminuir a evaporação da água na barragem e ajudar a conter a proliferação de algas.

AJUFE

O momento dos veículos elétricos e o que vem pela frente: Transforming Transportation 2022

Um piloto de corrida e um engenheiro mecânico c ons t r u í r am pn e u s s e m ar caseiros basicamente a partir de tubos de água, tiras de borracha, parafusos e porcas. O experimento foi postado no canal Driven Media, no YouTube, com um veículo rodando sobre tais itens do-it-yourself (faça você mesmo, DIY) a 160 km/h. O britânico Scott Mansell (sem relação com o campeão mundial de Fórmula 1 de 1992, Nigel Mansell) pilotou um Caterham Seven 270R tendo como parceiro o engenheiro mecânico Callum McIntyre. O leve veículo de corrida foi a opção escolhida para enfrentar, com os pneus criados, desa os consideráveis, em uma experiência barulhenta e bem divertida. Pneus sem ar têm sido observados como uma solução para a mobilidade (inclusive para o meio ambiente). O funcionamento desses itens têm um princípio simples: em vez de ar, a banda de rodagem se conecta à roda por meio de materiais exíveis, capazes de se adaptar ao solo de acordo com a superfície do asfalto e a direção. É justamente a partir daí que surgem os benefícios, já que pregos e cortes nas paredes laterais do pneu deixam de ser danos irreparáveis. Também não haveria mais a necessidade de veri car a calibragem dos pneus, nem comprar estepes, macacos ou

mesmo tempo no transporte global, a rmou Jean-Baptiste Djebbari, Ministro de Transportes da França: “A pior crise econômica na história do transporte” e uma das mais velozes transformações tecnológicas pela qual o setor já passou, com os veículos elétricos (VEs), combustíveis à base de hidrogênio e outras. O boom dos veículos elétricos ao longo do último ano — desde as vendas, passando por novos modelos, até compromissos de governos e empresas — é um

ponto positivo. As vendas anuais de VEs caram em torno de 5,6 milhões de unidades em 2021, 83% a mais do que em 2020 e 168% acima de 2019, apontou Ani Dasgupta, presidente e CEO do WRI. Na COP26, governos e indústrias representando quase um terço do mercado global assumiram um compromisso relevante com a “declaração para acelerar a transição rumo a uma frota de carros e vans 100% zero e m i s s õ e s”, d e s t a c o u A l o k Sharma, presidente da Conferência.

bem rígidos, como uma cama de pregos, que simplesmente passaram “sem furar”, animando a dupla. Além dos pregos, nas cenas temos que houve corrida sobre lombada no asfalto a 64 km/h. Na mesma velocidade, o carro com pneus sem ar caseiros enfrentou um buraco considerável. Quando em uma pist a “off-ro ad”, o Caterham correu sobre a grama. Os pneus sem ar rodaram a mais de 160 km/h, com o design não so sticado se saindo melhor do que o esperado. Mesmo que, em um determinado momento, McIntyre peça para Mansell parar o carro porque viu uma parte do pneu soltando (um dos tubos pequenos). O engenheiro mecânico — que em muitos momentos se mostrou “divertidamente apreensivo” — gostou do experimento. “Os pneus aguentam pregos, buracos e até mesmo condução [pesada]. Para rodas caseiras criadas a partir de canos de drenagem, um pneu cortado e parafusos, isso não é ruim”.

Casa é construıd́a com bambu, pedra e plá stico reciclado Construção na Indonésia reúne espaço residencial, salas de aula e área a de trabalho num projeto surpreendente ©RAW ARCHITECTURE (REALRICH ARCHITECTURE WORKSHOP)

©ARQUIVO SPTRANS

A vantagem de descarbonizar o transporte é clara: é o setor que mais cresce em emissões depois do industrial, representando hoje quase um quarto das emissões de CO₂ do setor de energia. Ta mb é m e s t á d i re t a m e nt e relacionado ao desenvolvimento econômico, às questões sociais e à liberdade de ir e vir. Mas como chegar lá? Líderes globais e especialistas de diversas partes do mundo se reuniram no dia 16 de fevereiro para dar início ao Transforming Tr ansp or t at i on 2 0 2 2 , u ma conferência virtual ao vivo, organizada pelo WRI e pelo Banco Mundial, dedicada a reimaginar a mobilidade no contexto do desenvolvimento sustentável. À medida que o setor de transportes em todo o mundo c o nt i nu a a s o f r e r c o m o s i mp a c t o s d a p an d e m i a d e coronavírus, também cresce a urgência — e as oportunidades — de combater a crise climática. Existem duas grandes mu d anç as a c onte c e nd o a o

in adores. A ideia dos pneus sem ar caseiros traz uma roda de aço de 14 polegadas de um velho Ford Mondeo recebendo 15 pedaços de cano de água instalados ao seu redor. Para reduzir a vibração, vários tubos menores foram a d i c i ona d o s e nt re o s ite ns maiores, antes de serem revestidos na banda de rodagem padrão do pneu. 300 porcas e parafusos sustentam toda a engenharia. Instalados no Caterham Seven 270R preparado para corrida, os pneus acabaram criando uma experiência de condução barulhenta e irregular. E quando falamos de barulho, é necessário citar que os inventores chegaram a medir com um decibelímetro o som, que quase chegou a 100 dB (um barulho na linha de uma britadeira ligada, daquelas de quebrar asfalto). Um dos det a l hes mais preocupantes da artimanha cou por conta de algumas porcas e parafusos se desprendendo após apenas uma volta na pista. Porém, os pneus sem ar suportaram testes

Us a n d o m at é r i a - pr i m a abundante na vila Mekarwangi, zona rural da Indonésia, o escritório de RAW Architecture (Realrich Architecture Workshop) elaborou um projeto surpreendente para um espaço multifuncional. Uma casa, área escolar e área comercial foram erguidos usando bambu, pedra e plástico reciclado. Com uma área total de 400 metros quadrados, o projeto impressiona pela harmonia e integração entre diferentes espaços e materiais. O projeto usou uma base de pedra combinada com paredes e estrutura de bambu. A cobertura

combina uma membrana de impermeabilização de plástico reciclado com telhados feitos com uma palha local de folhas de nipa (Nypa fruticnas), uma espécie de planta muito usada em nas construções locais. Formas orgânicas e o ar t e s an at o l o c a l s e f a z e m presentes em todos os espaços. No interior, o piso térreo tem dois quartos, um banheiro, a sala principal, cozinha e sala de jantar. No piso superior, ca o quarto principal. A área residencial recebeu o nome de Sumarah e tem de três andares, dois quartos para crianças, um quarto principal e

banheiros compartilhados. As janelas também usam painéis de plástico reciclado e podem ser abertas para garantir a circulação de ar e conforto térmico. A casa é elevada acima do solo em suportes de bambu, criando um espaço sombreado, ocupado por uma garagem para dois carros e banheiro. A segunda construção é uma estrutura de dois andares para reuniões e encontros ao ar livre e, no futuro, deve abrigar uma escola. São espaços para reuniões e encontros que incluem uma o cina e uma sala de oração. Este edifício recebeu o nome de Kujang. A terceira área recebeu o nome de Saderhana e é uma construção mais simples, com duas construções térreas onde funcionam consultório de um dentista e um estúdio de design. E l e s s ã o c onst r u í d o s c om bambu, concreto e coroados pelo telhado de palha.


6 TECNOLOGIA

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Parceria da Audi quer Kawasaki constrói Bex, deixar os passageiros uma cabra-robô para dos carros viajando humanos montarem na realidade virtual ©REPRODUÇÃO/YOUTUBE/KAWASAKI

©DIVULGAÇÃO/AUDI

A Holoride, que atua com implementação de tecnologia de realidade vir tual (VR) em veículos, está iniciando uma parceria com a Audi. Ainda em junho deste ano (ou seja, daqui a três meses aproximadamente), headsets da startup com o soware MIB 3 estarão presentes em alguns modelos SUV e sedan da marca. Basicamente, o sistema Hol or i d e prop orc i ona a o s passageiros do banco de trás dos veículos uma mescla do mundo físico com conteúdos virtuais para além dos lmes e jogos. Tudo em jornadas sincronizadas com o movimento do carro. Como vimos aqui em agosto, o conceito foi apresentado ainda na edição de 2016 da Consumer Electronics Show (CES), com a startup realizando uma demonstração tecnológica no interior de um Audi. A Holoride possui compatibilidade com o motor Unity, e já desenvolveu dois “jogos para carros” em seus óculos de realidade virtual. Para exempli car como funciona essa tecnologia nos veículos, um kit de desenvolvimento de soware lê o interior e os arredores do carro, utilizando eles como campo de projeção dos jogos. E a projeção se altera conforme o movimento do veículo. Ou seja, imagine o carro

fazendo uma curva à direita. Se você estiver usando um headset de realidade virtual, poderá ver uma nave espacial que também voará para a direita. Se o carro acelera, a nave também acelera. S ediada em Munique, na Alemanha, a Holoride trabalha em conjunto com a Terranet, uma empresa sueca de desenvolvimento de Sistemas Avançados de Assistência ao Motorista (ADAS). Além disso, o soware de criação de realidade virtual para os veículos é de código aberto, permitindo aos desenvolvedores a criação de conteúdos diversos, inclusive conforme seus interesses comerciais. Bastará emparelhar o headset de realidade virtual com o veículo Audi via Bluetooth Low Energy (BLE). Os modelos Audi que deverão estar compatíveis com a tecnologia da Holoride são: A4, A5, A6, A7, A8, Q5, Q7 e Q8, além do e-tron e e-tron GT

Quattro. A tecnologia estará operacional na Europa, Canadá, Estados Unidos, Japão e China. Tendo em vista uma expansão da tecnologia, montadoras como a Au d i e d e s e nvolve d ore s poderão gerar receita dos donos dos carros vendendo serviços de assinatura ou cobrando por determinados recursos. Esse mercado de realidade virtual e de realidade aumentada (AR) está projetado para atingir US$ 674 milhões (mais de R$ 3,4 bilhões) até 2025 no mundo, de acordo com um relatório da Allied Market Research. A Holoride e a Audi, dona de parte da empresa de VR, também veem uma oportunidade para além dos passageiros do banco de trás dos veículos. Isso porque há foco no mercado de carros que não exijam a presença de um motorista. “Uma vez que os carros autônomos comecem a ser lançados, todos se tornarão passageiros”, a rma a startup.

A Kawasaki construiu um robô em formato de cabra. A frase parece retirada de um livro de cção cientí ca, mas é apenas Bex, um robô de feições animais com foco em mobilidade multifuncional e feita para humanos montarem ou utilizarem de carga. Ele é resultado do Kaleido, um dos projetos do Robust Humanoid Platform (RHP), uma iniciativa da fabricante de motos que visa construir robôs que sejam um meio caminho entre humanos e androides com rodas. “Acreditamos que a tecnologia de andar cultivada no desenvolvimento de robôs h u m a n o i d e s p o d e de nitivamente ser aplicada a robôs quadrúpedes também”, explica Masayuki Soube, chefe do projeto. Para ser mais especí co, o Bex, na verdade, é inspirado no íbex, uma cabra selvagem que habita as regiões montanhosas dos Alpes suíços. Ao contrário de sua contrapartida real, entretanto, a cabra-robô da Kawasaki soa

quase uma aberração. Trata-se de um quadrúpede com rodas nos joelhos que ostenta luzes piscantes ao longo do pescoço e dos chifres. Ao andar, o robô remonta ao androide recémlançado pelo Boston Dynamics. Proj e t a d o c om u ma p ar te superior modular, o Bex pode ser

cabeça de acordo com o gosto do proprietário. Na verdade, a Kawasaki a rma que a cabrarobô pode até funcionar sem a cabeça (foi o que dissemos lá em cima sobre Bex ser uma aberração). De qualquer forma, o robô, de fato, é funcional. E, segundo a

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068 usado para transportar um passageiro humano ou uma carga de 100 quilos. A cabeça também é modular e pode ser substituída por qualquer outra

Kawasaki, em sua con guração com rodas, se mover mais rapidamente. O robô ainda consegue, segundo a marca, enfrentar terrenos irregulares.

Travesseiro que imita Startup Nikola estreia seus caminhões elétricos respiração reduz a hidrogênio com sintomas da ansiedade ©SHUTTERSTOCK

entrega prática

©DIVULGAÇÃO NIKOLA CORP.

Quem costuma dizer que o melhor remédio para ansiedade é um travesseiro e uma boa noite de sono nunca esteve tão certo. Pesquisadores da Universidade de Saarland em Saarbrücken, na Alemanha, desenvolveram um protótipo de travesseiro “abraçável” que, imitando a respiração humana, foi capaz de reduzir a ansiedade de forma eficaz em pessoas que estavam prestes a realizar um teste de matemática estressante. Estudos de dispositivos táteis, como o bebê foca robô Paro de 2001, já sugeriam a tecnologia

háptica (tátil) com uma forma agradável, eficaz e acessível para o alívio da chamada ansiedadeest ado, que é um est ado emocional transitório definido por sentimentos subjetivos de tensão. Para uma melhor compreensão desses dispositivos táteis, Alice Hay n e s e s e u s c o l e g a s d a Un i v e r s i d a d e d e S a a r l a n d desenvolveram um modelo de travesseiro que tem em seu interior uma câmara inflável. Conectado a uma bomba externa com motor, o dispositivo se expande e esvazia como um par

de pulmões humanos. Após serem informados de que se submeteriam a um teste de matemática, 129 voluntários foram divididos em três grupos: 45 participantes abraçaram o travesseiro por mais de oito m i nuto s , 4 0 ouv i r am u ma m e d it a ç ã o g u i a d a e o s 4 4 restantes não fizeram nada. O experimento comprovou que abraçar o travesseiro reduziu a ansiedade pré-teste da mesma forma que a meditação, mas a ansiedade do grupo de controle aumentou antes do teste.

A startup Nikola Corp. enfim demonstrou na prática seus camin hõ es Tre numa ação comercial. A viagem inaugural foi de Phoenix, Arizona, a O n t á r i o, C a l i f ó r n i a , n u m percurso de 579 km. Eles levaram um trailer comum, da empresa de logística Biagi Bros, e os m o t o r i s t a s d e s s a e mp r e s a dirigiram os caminhões no teste. Se o nome te faz lembrar da Tesla é porque ambos se inspiram na mesma figura: o engenheiro sérvio-americano Nikola Tesla (1856-1943), pai da corrente alternada (entre outras coisas) que usamos até hoje, e que queria literalmente eletrificar o mundo para dar eletricidade grátis a todos, distribuindo eletricidade pelo solo. Tirando a inspiraç ão, e trabalhar com eletricidade, a Nikola não tem muito a ver com a Tesla. Ela fabrica veíc ulos pesados, e os caminhões testados agora não são a bateria (BEV),

como os Teslas, mas a célula de hidrogênio (FCEV), nos quais um tanque leva hidrogênio líquido e reações químicas o transformam em eletricidade. É uma iniciativa do ex-CEO da General Motors Steve Girsky, e a GM é uma das maiores acionistas. A Biagi Brotehrs até mesmo e st amp ou s e u l o got ip o no caminhão. E os motoristas da BB aprovaram. Um deles disse que o Tre FCEV foi uma das melhores máquinas que ela já dirigiu.

Outros motoristas notaram que o caminhão com célula de combustível era extremamente fácil de operar: bastava pisar no pedal do acelerador e faria o que eles mandassem (é como elétricos funcionam, afinal, sem marchas e entregando torque logo de cara). Com o processo planejado pela Nikola, que vai criar sua própria rede, 100 kg de hidrogênio são bombeados a 700 atmosferas, e dá para carregar o caminhão em entre 10 a 15 minutos.


CIÊNCIA 7

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Descoberta nova galáxia de rádio que emite raios gama de alta energia ©SHUTTERSTOCK

Um e s t u d o p u b l i c a d o n o servidor de pré-impressão arXiv, conduzido por uma equipe internacional de astrônomos, relata a detecção de uma nova galáxia de rádio Fanaroff-Riley Classe II (FRII), que se mostrou ser uma fonte emissora de raios gama de alta energia (GeV). Galáxias de rádio são assim chamadas pois emitem enormes quantidades de ondas de rádio de seus núcleos centrais. Buracos negros nos centros dess as galáxias acumulam gás e poeira, gerando jatos de alta energia visíveis em comprimentos de onda de rádio, que aceleram partículas eletricamente carregadas a altas velocidades. Dependendo da falta ou da presença de hotspots nas bordas de seus jatos, os astrônomos dividem as galáxias de rádio em duas classes, conhecidas como Fanaroff-Riley Classe I (FRI) e Classe II (FRII). Em 2006, o INTErnational G a m m a - R ay As t ro p hy s i c s Laboratory (INTEGRAL) — missão da Agência Espacial Europeia (ESA) em cooperação com a Agência Espacial Russa ( R o s c o s m o s ) e a Na s a —

detectou pela primeira vez o IGR J18249-3243 como um núcleo galáctico ativo (AGN). Inicialmente, a descoberta foi associada a uma fonte de rádio mal estudada conhecida como PKS 1821-327. Observações anteriores de IGR J18249-3243 descobriram que a região tem um desvio avermelhado de 0,355, tem alta concentração de rádio, uma radiomorfologia complexa e um espectro de rádio íngreme, con rmando a natureza AGN do sistema. Agora, uma nova abordagem feita por uma equipe de a st rônomo s l i d e r a d o s p or Gabriele Bruni, do Instituto Nacional de Astrofísica de Roma, na Itália, relata que o IGR J18249-3243 emite raios gama de alta energia (nas energias GeV) e suas propriedades sugerem sua classi cação como uma galáxia de rádio FRII. “Neste trabalho, apresentamos a reclassi cação de uma fonte Fermi-LAT como uma nova galáxia de rádio FRII da amostra INTEGRAL encontrada para emitir em energias GeV”, escreveram os pesquisadores no estudo, que será revisado por pares.

Bruni e sua equipe usaram o telescópio espacial Fermi-ray, da Nasa, combinado com dados de rádio anteriores, que mostram que a fonte é composta por pelo menos três componentes de rádio. Juntos, os três apresentam a morfologia típica de uma galáxia de rádio, com um núcleo central e dois lóbulos. Observou-se que o brilho super cial de IGR J18249-3243, mais forte para os lóbulos e ligeiramente mais fraco para o núcleo, é sugestivo da classe FRII. Os astrônomos supõem que a emissão de raios gama detectada poderia se originar principalmente nos lóbulos pela dispersão inversa de elétrons emissores de rádio dos campos d e fótons ambi e nte s . E l e s acrescentaram que a contribuição do jato não é su ciente para reproduzir a emissão de GeV observada. S e g u n d o o s it e P hy s , o s pesquisadores notaram que a estrutura de dois lóbulos de IGR J18249-3243 foi perdida até agora devido à falta de resolução em pesquisas de rádio clássicas. Portanto, a descoberta de que essa fonte é uma galáxia de rádio FRII le vanta a questão de quantos objetos ainda estão escondidos entre a população g e r a l d e e m i s s o r e s G e V. “Prevemos que mais galáxias de rádio emissoras de GeV sejam encontradas graças a novas pesquisas de rádio, fornecendo uma visão mais profunda e nítida”, concluíram os autores do artigo.

Cientistas querem “ressuscitar” rato australiano extinto há 120 anos FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Ainda que reviver uma espécie animal extinta ainda seja mais um produto da imaginação do que uma prática cientí ca viável, isso pode mudar logo: segundo cientistas da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, há uma possibilidade em análise quanto à ressurreição do rato da Ilha Christmas (Rattus macleari), na Austrália, extinto há quase 120 anos, em uma série de novos insights que podem trazer esperanças a geneticistas

de todo o mundo de reavermos espécies consideradas perdidas. O rato australiano da Ilha Christmas foi classi cado como extinto em 1903, por motivo de “condições de hiperdoenças”. Basicamente, tripulantes de navios europeus que desembarcaram na ilha trouxeram consigo patógenos até e nt ã o i né d ito s a o s iste ma ecológico da região. As doenças europeias acabaram criando um ambiente inóspito para os BOB BEHNKEN

animais, levando-os ao m. De acordo com os estudiosos, o processo de “ressuscitar” uma espécie morta envolve a reconstrução de DNA degradado. O problema é que o DNA, sozinho, não contém todas as informações do genoma de uma espécie extinta. É por essa razão que não podemos ressuscitar os mamutes — o congelamento dos corpos desses elefantes pré-históricos destrói partes de seu DNA e inviabiliza o

Relíquias intactas — relembre uma das maiores descobertas arqueológicas já feita no Brasil Mais de 800 mil artefatos de diferentes períodos históricos foram descobertos no Rio de Janeiro em 2013 ©TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL

Em 2013, arqueólogos brasileiros se depararam com um verdadeiro tesouro para a ciência nacional ao encontrarem um acervo notável de artefatos de diferentes momentos históricos no Rio de Janeiro. A descoberta foi feita perto da antiga estação de trens da Leopoldina. Os pesquisadores encontraram uma série de itens domésticos, como um desodorante e uma escova de dente que estava, inclusive, inscrita em francês com “Sua majestade o imperador do Brasil”, além de outros frascos de v idro int ac tos. O sít io arqueológico revelou ainda um aqueduto subterrâneo que pode ter sido construído durante o governo de Dom João VI, no

começo do século 19. Outra descoberta impressionante foram os restos do Matadouro Imperial de São Cristóvão, onde era realizado abate de animais durante o governo imperial. Segundo o responsável pela análise dos objetos, Cláudio Prado de Mello, os artefatos encontrados vão do século 17 até o nal do período imperial do País, no século 19. Os objetos impressionaram tanto pela quantidade, visto que são mais de 800 mil peças, quanto pela qualidade, já que estão íntegras. “A arqueologia está perplexa, estamos encontrando uma quantidade não só imensa, mas inusitadamente bem preservada”, disse o arqueólogo

na época. "Por ser uma área pantanosa e como o local passou por aterramento também com material orgânico, acab ou preservando peças inteiras, intactas, sem nenhuma fratura, uma lasca”. Ele ressaltou a importância de encontrar itens que geralmente passam despercebidos em uma análise geral da arqueologia, como objetos domésticos que faziam parte da rotina das pessoas que viveram a região no passado. Com essa análise, é possível entender mais sobre o cotidiano desses indivíduos, por exemplo. Muitos dos itens podem ter sido resíduos de descarte do palácio imperial. A impressionante descoberta foi uma das mais importantes já feitas no Brasil, relatada pela EBC. “É interessante estudar as coisas simples da vida das pessoas para reconstituir esse cotidiano que a gente não registra. O desodorante, a caixinha de pasta de dente, ninguém guarda para deixar de herança”, destaca Mello. ©CÉSAR MANSO/AFP

©DOMÍNIO PÚBLICO/REPRODUÇÃO

mapeamento de seu genoma. No cas o do R . macle ar i, contudo, os pesquisadores a rmam que “tiveram sorte”, já que o fato de sua extinção ser mais recente, eles compartilham mu ito d e su a c omp o s i ç ã o genética com outra espécie ainda viva e bastante comum: o rato marrom da Noruega. E quanto seria esse “bastante”? Cerca de 95% de similaridade, segundo os pesquisadores. “Foi um belíssimo modelo de testes”, disse ao Independent o geneticista evolucionário Tom Gilbert, professor da universidade. “É o caso perfeito para estudo pois, quando você faz o sequenciamento genético de uma espécie antiga, você tem qu e c omp ar á - l o c om u ma referência moderna muito boa e muito compatível”. Basicamente, o que os cientistas estão avaliando fazer é comparar o genoma do rato australiano extinto com o do rato norueguês e, com base nisso,

“editar” as partes que não combinam na espécie viva, igualando-os às da espécie destruída. Segundo Gilbert, esse é um “cenário particularmente favorável”. O obstáculo para isso é, bem, a tecnologia moderna: em análises preliminares, a comparação genética mostrou que alguns genes essenciais estavam ausentes — neste caso especí co, genes relacionados ao olfato. Em outras palavras: um rato australiano extinto que fosse ressuscitado não poderia processar odores da mesma forma que o animal original fazia. “Dentro da tecnologia atual, pode ser completamente impossível recuperar todo o sequenciamento genético e, por isso, também seria impossível gerar uma réplica perfeita do rato da Ilha Christmas”, disse Gilbert. “Está muito, muito claro que nós nunca teremos toda a informação necessária para criar

um clone perfeitamente recuperado de uma espécie extinta: sempre vai haver algum componente híbrido”. Ainda assim, a premiss a l e v a nt a p o s s i b i l i d a d e s d e aplicação em outras espécies. Lembra do exemplo do mamute, mais acima? Gilbert argumenta que a edição de DNA não precisaria ser completa, apenas o su ciente para ser “ecologicamente funcional”. Em termos práticos: eles poderiam alterar o DNA de um elefante comum apenas o su ciente para que ele casse “peludo” e, consequentemente, fosse capaz de sobreviver em ambientes frios — assim como seu predecessor original. “Se você quer fazer um elefante estranho e cabeludo viver em um zoológico, então provavelmente não importa muito se ele não tiver alguns genes originais de c o m p o r t a m e n t o”, d i s s e o especialista. “É claro, porém, que isso levanta muitos questionamentos éticos. Eu, particularmente, acho que esta é uma ideia fascinante para a nossa tecnologia, mas é preciso se perguntar se esse é o melhor uso do nosso dinheiro, ao invés de aplicá-lo para mantermos vivos os animais que ainda estão aqui”. O estudo completo foi publicado no jornal cientí co Current Biology.


8 BEM-ESTAR

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MESSNER ARESI Como o magnésio e o GABRIELA OLIVEIRA triptofano podem Doce de pão de melhorar a vida na mel na travessa menopausa Nutricionista - CRN:14100665

©GUIA DA COZINHA

Entre os benefícios para a menopausa, estão relaxamento e qualidade do sono ©PIXABAY

A qualidade de vida de muitas mulheres acaba sendo afetada durante a menopausa. Uma pesquisa feita pela Plenapausa, avaliou cerca de 2.100 mulheres e descobriu que 88% delas sentemse mais cansadas e com pouca energia no período, sendo que 82% delas tem di culdades para dormir ou sofrem com um sono de má qualidade. Para amenizar as oscilações de humor típicas dessa fase e melhorar o bemestar, car de olho nas vitaminas é uma boa pedida. De acordo com a ginecologista Natacha Machado, o magnésio e o triptofano são ótimas opções, porque atuam como precursores da serotonina — o chamado hormônio da felicidade. Além disso, o magnésio tem um papel importante no sistema psiconeuro-endócrino e atua na s í nte s e d e DNA e R NA , normalizando a ação de hormônios como a progesterona e regulando o estrogênio, com r e s u l t a d o s n o h u m o r, n a disposição e na energia. " C om o c ont r i bu i p a r a o funcionamento do sistema ner voso central e regula o cortisol (hormônio do estresse), esse mineral alivia os sintomas da ansiedade, estresse e depressão, melhora o sono e o rendimento físico", explica. Já o triptofano é um aminoácido importante na síntese de proteínas e neurotransmissores

essenciais para o equilíbrio do sono, com ganhos na qualidade e nas horas dormidas, além de controle do apetite e aumento da energia. "Junto com o magnésio, ele é responsável pela sensação de prazer e bem-estar, controlando as os ci laçõ es de humor, a temp eratura cor p oral e as funções cognitivas e motoras. Outra vantagem é sua in uência sobre o comportamento alimentar, o que o transforma em um aliado no controle do peso e aumento da saciedade”, ressalta. Alimentos ricos em magnésio: abacate, nozes, amêndoas, leguminosas, peixes gordurosos, chocolate amargo, sementes de abóbora. Alimentos ricos em triptofano: queijo, amendoim, castanha-decaju, carne de frango, ovo, ervilha, pescada. Ambas substâncias são consideradas como suplementos

alimentares e podem ser tomadas sempre que houver carência no organismo ou necessidade de amenizar os sintomas. Mas a ginecologista ressalta a importância do uso correto e alerta sobre os excessos. “O ideal é que os pacientes passem por uma avaliação individualizada e usem as dosagens recomendadas, indicadas para as necessidades especí cas de cada pessoa”. Como um de seus benefícios é o relaxamento e qualidade do sono, o ideal é que os suplementos que contenham esses elementos sejam consumidos à noite, no horário do jantar ou uma hora antes de dormir. Para obter melhores resultados, o indicado, segundo a especialista, é que o uso seja feito regularmente. “Mais importante do que o horário é a constância e a adesão ao tratamento. A dica é não esquecer a dose diária”.

Alimentação saudável aumenta expectativa de vida em 13 anos, diz estudo Uma p es quisa nor ueguesa publicada pela revista cientí ca Plos Medicine aponta que pessoas que adquirem hábitos alimentares saudáveis podem aumentar a expectativa de vida em até 13 anos. O estudo

analisou grupos populacionais da China, Estados Unidos e diversos lugares da Europa, separando a forma como alguns alimentos agem na média da expectativa de vida entre as faixas etárias de 20, 40, 60 e 80

anos. Os pesquisadores separaram três dietas para realizar a análise: Ocidental, que inclui carnes vermelhas, alimentos processados, bebidas açucaradas e grãos; Ideal, que inclui grãos

G

eladinho e cremoso, o doce de pão de mel na travessa é arrasador! Ninguém vai conseguir comer um pedaço só. Con ra a receita e prepare a qualquer momento! Ingredientes ½ pacote de pão de mel sem recheio (250g) ½ xícara (chá) de chocolate em pó 1 colher (chá) de canela em pó 1 lata de leite condensado 2 xícaras (chá) de leite em pó 1 lata de creme de leite (300g) 1 xícara (chá) de doce de leite cremoso

tecla pulsar. Despeje em uma vasilha, acrescente o chocolate, a canela, o leite em pó e misture. Adicione o leite condensado, o creme de leite e mexa até car homogêneo. Despeje metade em um ref ratário oval médio, alisando com uma espátula. Espalhe o doce de leite e cubra

com a massa restante. Leve à geladeira por três horas. Para a cobertura, derreta o chocolate com a manteiga em banhomaria. Espalhe sobre o doce e leve à geladeira por mais uma hora. Retire e sirva. Rendimento: 8 porções Fonte: Terra

Cobertura 1 xícara (chá) de chocolate meio amargo picado 1 colher (sopa) de manteiga Modo de preparo B at a n o l i qu i d i c a d or o biscoito até triturar, apertando a

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

©NATALIA LISOVSKAYA/SHUTTERSTOCK

i nt e g r a i s , c a r n e s m a g r a s , legumes e frutas; e Viável, incluindo alimentos dos outros dois tipos de dieta. Foi possível concluir que quanto mais cedo se inicia uma nova dieta, mais anos você poderá ganhar de vida. A principal mudança acontece quando as pessoas substituem carnes vermelhas e processadas, g rãos re nados e b ebid as açucaradas por uma alimentação rica em grãos integrais, carnes magras, frutas e

nozes. Praticamente, trocando a dieta ocidental para a dieta ideal. Os alimentos que tiveram mais impacto na expectativa de vida, inclusive, foram as nozes, leguminosas e grãos integrais. Na semana passada, uma outra pesquisa comprovou que pessoas que consomem menos carne possuem menos risco de desenvolver câncer. No entanto, pesquisadores a rmam que o consumo de carne bovina não necessariamente aumenta o

risco da doença. O estudo aponta que o risco de câncer em pessoas que comem carne cinco vezes ou menos por semana é 2% menor. Enquanto aqueles que não consomem carne bovina, apenas peixe, têm um risco 10% menor. Já os voluntários vegetarianos e veganos possuem um risco 14% menor para o câncer q u a n d o c o mp a r a d o s c o m pessoas que consomem carne mais de cinco vezes por semana.


SAÚDE 9

17 A 24 DE MARÇO/2022

Beber todos os dias pode Hábitos saudáveis previnem estar fazendo seu cérebro incontinência urinária, diz especialista “encolher” Doença pode afetar vida sexual, profissional e convívio pessoal

Pesquisa relacionou o impacto do consumo diário de álcool no cérebro ©MABEL AMBER/PIXABAY

Tem o hábito de relaxar no m do dia com um bom drink? Saiba que isso pode estar fazendo com que seu cérebro “encolha”. Um estudo da Universidade da Pensilvânia (EUA), publicado na Nature, aponta que ingerir apenas uma dose diária de álcool pode reduzir o tamanho do cérebro. Segundo os cientistas e nvolv i d o s na p e s qu is a , a situação pode piorar se o hábito envolve quantidades maiores de álcool. Os pesquisadores acompanharam quase 37 mil adultos e idosos europeus, divididos em dois grupos. O primeiro, dos que relataram tomar de uma a duas doses. E o s egundo, de p ess o as que

consomem mais de quatro doses por dia. Após a análise das imagens cerebrais dos voluntários, a conclusão é de que todos (mesmo os que bebiam pouco) registraram a diminuição de volume do cérebro. E quem acha que uma cervejinha ou uma tradicional taça de vinho seriam inofensivas, está enganado. Os cientistas classi caram esse tipo e quantidade de bebida como o equivalente a duas unidades. Uma dose de destilado (como o u í s qu e, p or e xe mpl o ) , foi de nida como uma unidade. A partir daí, partiram para a análise das imagens cerebrais. Os participantes que bebiam uma

ou duas unidades diárias já demonstravam algumas alterações na estrutura do cérebro. Em casos de quem bebia t rê s u n i d a d e s d i á r i a s , f oi detectada uma diminuição mais signi cativa na massa branca e cinzenta, com a percepção de que o órgão era 3,5 anos mais velho. Já para quem relatou beber mais de quatro unidades por dia, o problema é ainda mais grave: o cérebro demonstrou envelhecer mais de 10 anos. Se você toma uma dose de bebida alcoólica todos os dias, não se desespere. O estudo não é conclusivo por ter se baseado em pessoas de uma determinada faixa etária e de uma região especí ca. Vale lembrar também que os cientistas se concentraram nos relatos de ingestão de álcool feita apenas ao longo de um ano. Não foi considerado o consumo anterior, o que poderia modi car os resultados consideravelmente. De qualquer forma, a pesquisa traz uma pista para futuros estudos sobre o impacto do consumo de álcool no cérebro ao longo do tempo.

©JOÃO GUILHERME BRAGA

Hábitos saudáveis, exercícios físicos e controle do peso podem prevenir a incontinência urinária — sintoma caracterizado pela perda involuntária da urina, problema que acomete cerca de 20 milhões d e br a s i l e i ro s , s e g u n d o a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). De acordo com o doutor em urologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e diretor da S B U, C a r l o s S a c o m a n i , a incontinência, quando moderada ou grave, pode afetar a vida sexual, pro ssional e o convívio pessoal do paciente. “ E m t e r m o s d e comprometimento da qualidade de vida, pode ser bastante importante se a intensidade for de moderada a grave”, destaca. Segundo o médico, quando ocorre em mulheres, as causas principais estão ligadas ao esforço, em pacientes que sofreram um enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico. “Quando elas tossem, espirram ou fazem esforço físico, alguma atividade física, escapa urina”, explica. De acordo com ele, a musculatura do assoalho pélvico pode ser sobrecarregada em caso de mulheres com muitos

partos, gravidez de gêmeos ou de crianças muito pesadas. As pacientes também podem ter incontinência devido a um quadro de bexiga hiperativa, explica o médico, quadro que pode ser acentuado pelo consumo de café e chá preto. “São mulheres que têm alteração na bexiga, elas têm vontade de urinar e se elas não forem r api d ame nte a o b an he i ro, perdem urina”. Nos homens, o quadro de bexiga hiperativa ocorre também, mas é mais comum nos pacientes idosos. A incontinência urinária ainda ocorre em homens como sintoma secundário à cirurgia de próstata. “Há pacientes que zeram cirurgia de próstata, principalmente por câncer, e que evoluem com perda urinária depois da cirurgia. A causa é a

própr i a c i r u rg i a”, re ss a lt a Sacomani. O tratamento da incontinência pode começar pela mudança do estilo de vida e sioterapia do assoalho pélvico. Nos casos de bexiga hiperativa, há a possibilidade da utilização de medicamentos e até o implante de um marca-passo da bexiga. Nos pacientes com perda de urina associada ao esforço, pode-se também fazer o tratamento cirúrgico. A prevenção passa por hábitos saudáveis, segundo o médico. “São aqueles hábitos de sempre, entre eles praticar atividade física adequada e evitar obesidade, que está diretamente relacionada à incontinência urinária — quanto maior o sobrepeso, maior a chance de incontinência urinária”.

Medicamento para Votucalis: droga de saliva de tratar atrofia espinhal carrapato pode ser a cura para coceira e dor crônica muscular é incluído no SUS ©SHUTTERSTOCK

©REPRODUÇÃO INTERNET

O medicamento risdiplam, para tratamento de Atro a Muscular Espinhal (AME) tipo I, está incorporado, a partir da última segunda-feira (14), ao Sistema Ún i c o d e S aú d e ( SU S ) . A p o r t a r i a d a S e c re t a r i a d e

Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, determinando a inclusão do medicamento, está publicada no Diário O cial da União. Segundo Ministério da Saúde,

a AME é uma doença genética que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína considerada essencial para a sobrevivência dos neurônios motores. Sem ela, os neurônios morrem e as pessoas vão perdendo controle e força musculares, cando incapacitados de se moverem, engolirem ou mesmo respirarem. O quadro é degenerativo e não tem cura. A Atro a Muscular Espinhal possui quatro subtipos, distintos conforme a idade de início dos sintomas. O tipo 1 é o mais grave da doença. A sua incidência é de um caso para cada seis a 11 mil nascidos vivos.

Os carrapatos, parasitas amplamente conhecidos por transmitirem uma série de doenças aos humanos, como é o caso da febre maculosa, transmitida ao homem pelo carrapato-estrela. Porém, a Vo t u c a l i s , u m a p r o t e í n a encontrada na saliva de um carrapato, pode ser convertida em um poderoso analgésico. Uma nova pesquisa demonstrou que a Votucalis pode ser bastante eficiente no alívio de co ceiras e dores crônicas. Os resultados do estudo foram publicados na revista “Frontiers in

Pharmacology” e as pesquisas realizadas por profissionais das universidades de Durham e Newcastle, ambas no Reino Unido. De acordo com os pesquisadores, a nova droga pode ser um bom substituto para os analgésicos tradicionais e os opioides. O Votucalis pode ser m e n o s p ote nte d o qu e o s medicamentos usados atualmente, porém, não apresenta efeitos colaterais e nem é tão viciante quanto os opioides, por exemplo. A substância é derivada da saliva de uma espécie específica

de carrapato, o carrapato da orelha marrom, que secreta a proteína em seu hospedeiro du r ante a a l i me nt a ç ã o. O Votu c a l i s é e x p el i d o p el o parasita para que a vítima não perceba que está sendo mordida. A substância é um medicamento biológico que “desliga” a histamina produzida no corpo, impedindo que ela ative seus receptores na superfície celular. O resultado disso é a redução da coceira ou respostas a dores crônicas, como as provocadas por dermatite tópi c a , p s or í as e, ar t r ite e diabetes. “A dor persistente ou crônica é um enorme desafio de saúde global, que afeta mais de 20% da população”, declarou o coautor do estudo, Paul Chazot. De acordo com o pesquisador, esta é a principal causa de visitas de cidadãos britânicos ao médico.


10 Criança hoje, Criança amanhã

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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Precisamos falar sobre Moıs̈e e Henry — Parte VI Vivemos a tirania da Positividade Tóxica, mas o discurso do ódio tem corredores escorados na “liberdade de expressão” ©REPRODUÇÃO INTERNET

em Feminicídio, uma Mulher a cada sete horas, segundo os dados que chegam a ter registros. E uma Mulher é estuprada a cada 10 minutos. Há alguns anos, a Associação Brasileira Multipro ssional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia), que foi talvez a 1ª ONG, enquanto eu estava na presidência chegou ao dado estatístico de que uma Criança era estuprada a cada oito minutos. Qual será o número agora que os abusadores gozam da cobertura jurídica da lei de alienação parental para se esconder nisso que se tornou

mais uma vez. Não acredito que seja ingenuidade a rmar que a abertura de Cassinos trará progressos. A vulnerabilidade de Crianças, Mulheres e jovens P P P, ( p r e t o, p o b r e e d e periferia), é o motivo de mortes bárbaras. Mas só temos parcas estatísticas de assassinatos de Mulheres, talvez pelo respaldo da Lei Maria da Penha. Essa Lei não conseguiu minorar a violência, mas, pelo menos, consegue nos fornecer alguns números. O Brasil é o 5º País

um dogma? Dos jovens PPP, ninguém tem nenhuma vaga ideia. Mas, não somos racistas. Assim como não somos machistas. Numa Potência Armada, recentemente, uma Lei foi apresentada por duas deputadas e duas senadoras, e já assinada pelo presidente, descriminalizando a violência doméstica. Agressões que não resultem em fraturas não são mais consideradas crimes, têm redução de pena para 15 dias, antes, dois anos, ou pagamento

©ISTOCK

Cassinos, apreende-se que a falácia de aumento do turismo, aumento dos empregos, arrecadação de mais verbas para a Educação, a Saúde e a Segurança Pública, despreza a realidade da aus ência de sustentação dessas ilações. Ninguém se importa com o aumento da doença adicção, a dependência que corrói indivíduos e seus familiares, o uso ilícito das tais “verbas” da jogatina. Nas instalações de Cassinos, os Jogos de Azar são protegidos de qualquer brisa de desistência que possa c o n t a m i n a r o j o g a d o r. Construídos dentro de Hotéis de luxo, os C assinos são projetados para empurrar todos os jogadores, os dependentes e os curiosos, para as mesas de jogo. A arquitetura prevê uma única porta que dá acesso ao verdadeiro labirinto, em sequência de ofertas de delírios de sorte. Não há portas de saída em cada salão. Se há um arrependimento, ele tem que conduzir com força o jogador para a única porta de saída passando de novo por todos os estímulos a “tentar”

pensa diferente, à solta. Vi v e m o s a t i r a n i a d a Positividade Tóxica, mas o discurso do ódio tem c or re d ore s e s c or a d o s n a “liberdade de expressão”. Ou seja, somos obrigados a distribuir perdão para todos os lados, mas somos escorraçados a o e x p o r m o s u m questionamento que seja. Pode-se falar o que quiser, mas não se pode pensar diferente. Paradoxo de difícil compreensão. Tomando a liberação tão ansiada dos

de multa apenas. A “ just i c at iva” é que ess a liberação da agressão se faz necessária na defesa do Direito do Homem de disciplinar os lhos e a mulher. Palavras do Presidente desse País. No último dia 11 de março, fui convidada pelo Presidente do Senado a estar no Lançamento da Rede Equidade. Esse é o conceito mais adequado para atender reivindicações de gênero, posto que diferencia as peculiares necessidades para dirimir as desigualdades. Não é igualdade. É equidade. Mas será que, após todas as Recomendações, já rati cadas pelo Brasil, de Instituições Internacionais, OMS, ONUDireito da Criança, Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDHOEA), Pacto de San José, Convenção de Belém do Pará, Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher

Direitos da Criança e do Ad o l e s c e n t e ( C o n a n d a ) , Conselho Federal de Psicologia (CFP), Representações da Sociedade Civil, que buscam c omb ate r a v i ol a ç ã o d o s Direitos da Criança, a Rede E q u i d a d e , p o r e x e m p l o, conseguirá dar abrigo e p r o t e ç ã o E F E T I VA à s Mulheres e Crianças vitimadas pela Violência Intrafamiliar? Que aquele “papel” a Medida Protetiva, não seja encontrado na mão da Mulher que rompeu o relacionamento abusivo, e, por isso, tomou 16 facadas? Leis não faltam. Mas também não falta a barbárie contra vulneráveis. Há poucos dias, aconteceu mais uma comoção de revolta contra um lme que trazia a Pedo lia à tela. Bastante dedigno, mostrava o horror do que Gardner, inventor da alienação parental, defendia como sendo normal, como fazendo parte do repertório natural da sexualidade humana. (Pp. 24 e 25 de seu

YouTube, (anamariaiencarelli) tem uma sequência de a rmações aberrantes e perversas que esse guru da alienação parental escreveu. Esta é uma barbárie que foi c ons ag r a d a c omo d o g ma jurídico. A naturalização da Pedo lia, é um objetivo e está contida no pensamento de Gardner, e, portanto, em sua tese de que é alienação parental toda denúncia de incesto. Uma mãe histérica que falhou nas obrigações matrimoniais, segundo esse autor. Para ele, se o pai abusa de um lho ou lha, a culpa é da mãe, e ela deve aceitar o abusador de sua Criança. O tal lme que expõe cenas de Pedo lia, em humor grotesco, tem quatro anos de feito e licenciado pelo Ministério da Justiça. Por que agora ele é recortado e lançado como vírus na internet? Onde estavam as pessoas que estão, agora, pedindo sua censura? Por que essas mesmas pessoas não se juntam às Representações da Sociedade Civil para pedir PROVIDÊNCIAS EFETIVAS para os vídeos pornográ cos de Crianças e Bebês que estão na deep web? Por que a Sociedade como um todo não se responsabiliza pela Exploração Sexual Intrafamiliar? Nego-me a acreditar que as p ess o as, do Direito, d a Psicologia, do Serviço Social, tenham lido o que Gardner a rmou e defendeu. As milhares de Crianças e suas mães não estariam submetidas

l i v r o “ Tr u e a n d f a l s e a c c u s at i on s of c h i l d s e x abuse”). Em meu canal de

à tortura intrafamiliar nesse Holo causto doméstico, consentido por todos.

©REPRODUÇÃO YOUTUBE

A

Barbárie que acometeu Moïse e Henry é uma fratura exposta de vários ossos ao mesmo tempo. Denuncia o vigor da estupidez, do comportamento subanimal, a prevalência do irracional. Quando não somos os autores de So smas maliciosos, somos presas fáceis desses So smas e os seguimos como se dogmas fossem. Deixar-se enganar parece que aciona a preguiça de pensar, de se posicionar. É claro que é muito difícil se opor à eloquência ameaçadora de manipuladores. Diante de intimidações que vão desde a rej eiç ão, p ass ando p elo xingamento velado de que comemos capim, até a ameaça de morte, muitos sucumbem e se autodesculpam pensando aquele “não tenho nada a ver c om i s s o”, s i l e n c i a n d o e recuando, ou, até, aderindo ao m a n i p u l a d o r. M a i s u m seguidor, hoje um “título” que, saindo da utuação semântica, enraizou-se na língua social. Os demônios, todos, liberados, e a ideologia do “endemoniar”, ou demonizar alguém, porque

Filme que expõe cenas de Pedofilia

(CEDAW), e de Instituições Nacionais, ECA, C.F. CNS, C onselho Nacional dos


COMPORTAMENTO 11

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Solidão, roupas e peso: veja sinais de transtorno alimentar em adolescentes ©ISTOCK

Anorexia, bulimia, compulsão alimentar são alguns tipos de transtorno alimentar, ou TA, distúrbios caracterizados por comportamentos destrutivos com a comida e que causam prejuízos à saúde e às relações pessoais. Comuns em adolescentes, segundo o Ministério da Saúde, 10% de jovens podem ter a condição —em comparação, 4,7% da p opulação em geral têm o quadro. Isso desperta atenção sobre a necessidade de pais e cuidadores identi carem os primeiros sinais d a do enç a. No início, os comportamentos são sutis e cautelosos, justamente para não levantar suspeitas. E, em meio às intensas jornadas de trabalho dos responsáveis, é comum deixar passar indícios de que algo está errado. "Esses jovens são inteligentes e enganam a família p orque querem alcançar as metas que se propuseram", conta a psicóloga A l i c i a We i s z C o b e l o , d o Programa de Atendimento, Ensino e Pesquisa em Transtornos Alimentares na Infância e Adolescência (Protad) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPqHCFMUSP). A nutricionista Camyla de Carvalho Guedine, coordenadora do Grupo de Estudo em Nutrição e C omp or tamento do Acre (Genca), explica que os t ranstor nos s ão condiçõ es psiquiátricas caracterizadas por alterações de hábito alimentar e

que causam prejuízo à pessoa. "Comportamentos alimentares inadequados acontecem porque se quer controlar peso e forma corporal. Às vezes é difícil de identi car, por isso é preciso prestar atenção na alimentação em diversos ângulos", explica Guedine, também professora da Universidade Federal do Acre (Ufac). Em jovens, os mais comuns são: Anorexia nervosa: necessidade de manter um peso abaixo do padrão e visão distorcida do corpo; Compulsão alimentar: ingestão de grande quantidade de alimentos de uma vez e com frequência; bulimia: quadros de compu ls ão, s eguidos p or medidas para perder peso, como vomitar; Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (Tare): pode

ser mais comum em crianças e se caracteriza por não comer certo grupo de alimentos, causando forte restrição alimentar. O Tare pode, em algumas pessoas, preceder transtornos alimentares no futuro, explica a psicóloga Alicia Weisz Cobelo. Crianças com alta restrição alimentar também sofrem com de ciência nutricional, que leva a outros problemas de saúde e prejuízos ao desenvolvimento. "Os transtornos alimentares são mais comuns em adolescentes, mas podem acontecer em qualquer momento na infância. A seletividade, como a do Tare, é uma queixa muito frequente nessa fase. Pode passar b at ido, p orque ninguém é obrigado a gostar de tudo, mas é importante procurar ajuda

médica para avaliar como a criança vem se desenvolvendo", alerta a pediatra Georgette Beatriz de Paula, do Grupo Sabin. O corpo dá sinais de que há algo estranho acontecendo. Adolescentes que deixam de menstruar, por exemplo, podem estar em dietas muito restritivas. Os indícios, no entanto, variam dependendo do transtorno. Os primeiros alertas são as mudanças de comportamento, que podem começar com ações que passam desapercebidas, como checar constantemente o rótulo de produtos, praticar muita atividade física e preferir fazer as refeições no quarto — assim ca mais fácil descartar a comida ou vomitar após as refeições, por exemplo. Também é comum deixar de

ingerir alimentos dos quais gostava, por causa do teor calórico, além de negar a fome e tomar mais água, como tentativa de afastar o apetite. Com o tempo, excessos começam a acontecer. É comum se isolar para evitar situações relacionadas à comida: festas, aniversários e passeios com colegas. Indícios físicos, como queda de cabelo, perda ou ganho de peso sem causa biológica também surgem. Outros sinais relacionados a transtornos alimentares são: optar apenas por roupas folgadas para esconder alterações de peso; pular refeições para poder comer na próxima; comer escondido ou em horários pouco comuns, como de madrugada; frequentemente ir ao banheiro após comer (muitas pessoas podem vomitar depois das refeições); pesar-se várias vezes ao dia; purgar: combinação de comportamentos para tentar compensar os alimentos ingeridos, como vomitar e o uso de laxantes. O transtorno alimentar não tem uma causa padrão. Para os

in uência da mídia na relação com o corpo e a relação familiar, explica a psicóloga Alicia Weisz Cobelo. Por esse motivo, o tratamento é multidisciplinar, com médicos, nutricionistas, psiquiatras e psicólogos. Ao identi car um sinal de alerta ou um conjunto deles, a recomendação é buscar um especialista em TA para avaliar o q u a d r o, i n d e p e n d e n t e d a especialidade. Já na recuperação, o engajamento da família é um diferencial, sobretudo se é ela que cuida das refeições em casa. Em alguns casos, inclusive, pode ser recomendada terapia familiar para lidar com a situação. Por isso, outro alerta das especialistas é que os pais e cuidadores fortaleçam a relação dos lhos com a comida desde a i n f ân c i a . " É re c om e n d a d o começar a comer em casa, levar a criança às compras no mercado para ela ter esse aprendizado dos alimentos, além de adotar um tipo de comunicação que não leva em conta apenas a valorização corporal", orienta a nutricionista Camyla de

distúrbios, contribuem fatores genéticos, psicológicos, além da

Carvalho Guedine.

Cuidar de pets retarda o declínio cognitivo de idosos, aponta estudo Pesquisadores dizem que quanto mais tempo com um pet, melhor para manter a cognição saudável 220 SELFMADE STUDIO/SHUTTERSTOCK

Um novo estudo apontou que idosos que são tutores de algum pet tendem a ter um declínio

cognitivo menos acelerado em comparação com aqueles que não têm. Os resultados são fruto

de uma pesquisa da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores examinaram os dados de mais de 1.300 pessoas, com média de idade de 65 anos. Todas elas possuíam registro no Centro de Estudos de Saúde e Aposentadoria da universidade. No início da pesquisa, todos eles apre s e nt av am habi l i d a d e s cognitivas normais. 53% dos idosos declararam que eram tutores de pets, sendo que 32% desses já tinham o animal por cinco anos ou mais. Todos os participantes foram submetidos a testes cognitivos, como exercícios de memória com palavras, exercícios matemáticos de subtração e c ont a g e m nu m é r i c a , c om pontuação de 0 a 27. Os resultados foram usados para associar o tempo que os participantes cuidavam dos pets

com suas respectivas funções cognitivas. O acompanhamento durou seis anos, e de tempos em tempos os testes eram refeitos. Notou-se que os idosos que cuidavam de pets tinham uma diminuição mais lenta em suas pontuações de funções cognitivas em comparação com quem não tinha nenhum bichinho. Os que cuidavam de animais há mais tempo foram mais bene ciados ainda.

“Um animal de companhia pode aumentar a atividade física, o que pode bene ciar a saúde cognitiva”, declarou a autora do estudo, Tiffany Braley, do Centro Médico da Universidade de Michigan. “Dito isso, mais pesquisas são necessárias para con rmar nossos resultados e identi car os mecanismos subjacentes a essa a s s o c i a ç ã o”, c o mp l e t o u a pesquisadora.

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Movimento “Salvem o Parque” Parque Temático Augusto Ruschi, em Santa Teresa, corre risco de ser privatizado pelo Governo do Estadual sem consultar população do município

©CARMEM BARCELOS

município para construção do Parque Temático Augusto Ruschi que, posteriormente, foi chamado de Parque Ecoturístico de Santa Teresa. Com dinheiro do Ministério do Turismo, o Parque foi construído e, mesmo antes de ser entregue para uso da população, o município devolveu a área ao Estado e este doou os 100 mil m² do Parque para o Sesc

atividades e usa alunos como mão de obra barata. Além disso tudo, ainda querem doar um bem do povo para a construção de seus empreendimentos, fazendo do Sesc, um ente bilionário, com benefícios que nenhuma outra empresa recebeu. Dito isto, é óbvio que a concorrência será desleal e a ameaça de falência de empreendimentos locais como

©ARQUIVO/INMA MUSEUS

Salvem o Parque” é um movimento que começou em 2013 com uma Ação Popular impetrada por André Ruschi, lho de nosso querido patrono da ecologia brasileira, o teresense Augusto Ruschi, com o objetivo de reaver uma área de 100 mil m² doada ao governo do Estado para ser a casa de campo do governador e que este doou para

aspectos — é bem maior do que ganhar. O movimento 'Salve o Parque' não é um movimento partidário e nem politiqueiro. É um movimento legítimo do povo

pelo povo. Está crescendo a cada dia com o apoio de ONGs ambientais, vários setores da sociedade civil que começam a entender a importância da preservação daquela área para

melhorar a qualidade de vida dos teresenses, de parlamentares, advogados e veículos de comunicação como o Fatos & Notícias.

Augusto Ruschi observando beija-flores o Sistema S, em 2010, para construção de um hotel, sem considerar a opinião pública e sem nenhum estudo de impacto sobre o empreendimento. Em um contrato de comodato, o governo entregou o terreno ao

construir um hotel Senac. Para os líderes do movimento, o Parque foi tirado do povo para ser doado a uma instituição (Sesc) de Direito Privado que não paga impostos, recebe verba pública para custear suas

restaurantes e pousadas, que investem no município teresense há anos, será grande demais. Assim como foi veri cado em outras localidades, onde este hotel se instalou, a chance do município perder — em vários

TATI BELING

Meio ambiente capixaba agonizando Por Tadeu Tomaz ©DIVULGAÇÃO ALES

©HAROLDO FILHO/F&N

Meio Ambiente e toda população. Obrigado aos defensores da Transparência Ambiental: Capitão Assunção, Danilo Bahiense, Fabrício Gandini, Iriny Lopes, Sérgio Mageski, eodorico Ferraço, Toronto Marques e Adilson Espíndula. Lamentável que ainda temos pessoas com preço e não valores, o que é bem diferente.

U

ma t ragé dia s em precedentes aconteceu nessa semana no nosso querido Espírito Santo. Quinze deputados votaram pela manutenção do Veto total da Lei 318/2021 de autoria do deputado Sérgio Mageski, que tornaria obrigatória a

divulgação de dados a m bi e nt a i s n o Por t a l d a Transparência pelo governo do Estado. Esses são os aliados que votaram a favor do Veto: Bruno Lamas, Xambinho, Quintana, Dary Pagung, Dr Hércules, Rafael Favato, Janete de Sá, Luciano Machado, Luiz Durão,

Marcos Garcia, Emílio Mameri, Raquel Lessa. Marcos Mansur. Lembrando que o deputado Rafael Galvão, que era a favor da Transparência, mudou o seu voto! Por que será? No entanto, nessa casa de Leis, ainda temos deputados comprometidos com o nosso

Deputado Bruno Lamas


BRASIL 13

17 A 24 DE MARÇO/2022

A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

Medidas Provisórias fortalecem o mercado de capitais e de crédito no País

Presidente da República Jair Bolsonaro participa do C

©ALAN SANTOS/PR ©ALAN SANTOS/PR

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou duas Medidas Provisórias (MPs) que fortalecem o mercado de capitais e de crédito no país, por meio da criação de um marco da securitização e do aprimoramento da utilização de garantias rurais. A assinatura das MPs ocorreu na tarde de terça-feira (15), em cerimônia no Palácio do Planalto. Uma das medidas assinadas abrange o novo marco das companhias securitizadoras. Atividade importante da economia, a securitização é o ato de antecipar o recebimento de uma dívida por uma empresa por meio da venda de títulos negociáveis com investidores. Funciona assim: uma empresa que tem muitas dívidas a receber de seus clientes, e que precisa de dinheiro imediato para investir em seus projetos, transforma essas dívidas em títulos de crédito que, então, são vendidos aos investidores. É a securitizadora quem compra e, em seguida, vende aos investidores e, dessa forma, passa a deter os direitos de recebimento dos títulos e inicia a negociação com os investidores. Até agora, a legislação envolvendo as companhias securitizadoras estava dispersa em normas especí cas. A MP xa regras para o processo de transformar os créditos que uma empresa tem a receber em dívidas convertidas em títulos e para a emissão de certi cados de recebíveis (títulos que geram direito a crédito). Agora, esses títulos também podem ser emitidos no exterior. O objetivo é diversi car as fontes de nanciamento das empresas, redução do custo de captação de recursos e transferir os riscos dos recebíveis a investidores. A segunda MP abrange as garantias rurais por meio de Cédula de Produto Rural (CPR), título emitido por produtores para nanciar a produção ou empreendimentos agrícolas. Para ter e cácia contra terceiros, é preciso inscrever esses títulos no Cartório de Registro de Imóveis do domicílio do emitente. A Medida Provisória aperfeiçoa as regras para a assinatura eletrônica em CPR escritural e em averbações e registros de garantias vinculadas a essas cédulas. Segundo o Ministério da Economia, essa medida irá bene ciar diretamente o agronegócio e os produtores rurais, ampliando ainda mais o crédito disponível ao setor. O Governo Federal também editou um decreto que vai reduzir a 0%, até 2028, as alíquotas do Imposto sobre Operações de Crédito (IOF) incidentes sobre operações de câmbio. A redução será gradual e escalonada em oito anos. O objetivo é alinhar o Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a qual o país está em processo de adesão. Hoje, a taxa de IOF sobre câmbio é de 6,38% e de 1,1% para compra de moeda estrangeira em espécie. De acordo com o Ministério da Economia, a medida vai facilitar a abertura do mercado brasileiro para o comércio internacional, ampliar a atração de investidores internacionais e facilitar que empresas e investidores brasileiros façam negócios e investimentos no exterior, adequando a legislação tributária brasileira ao padrão já adotado pelas maiores economias do mundo. A estimativa do Governo Federal é de que a redução do IOF diminuirá a carga tributária em R$ 468 milhões em 2023; R$ 930 milhões em 2024; R$ 1,4 bilhão em 2025; e assim progressivamente até o ano de 2029, quando todas as operações de câmbio serão reduzidas a zero. A diminuição efetiva dos tributos somente terá início em 2023. Por se tratar de decreto, não depende da aprovação do Legislativo.

Lira cobra que Petrobras recue no aumento dos combustíveis O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrou que a Petrobras recue no aumento do preço dos combustíveis, anunciado na semana passada, em razão da queda do preço do barril do petróleo. Segundo ele, não haveria necessidade de elevar os preços naquela proporção. “Não tenho a visão interna da empresa, a única crítica que z é que não precisava ter dado o aumento que deu, do tamanho que deu, de uma vez só. O barril sobe a gente aumenta, e o barril baixa a gente mantém? É preciso que a Petrobras recue o preço e o aumento que deu”, cobrou Lira.

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, acompanhado por ministros, participou, nesta quarta-feira (16), em Salvador (BA), da cerimônia de lançamento da pedra fundamental da Nova Unidade de Bioimagem das Obras Sociais Irmã Dulce. A construção da nova unidade vai ampliar os serviços prestados gratuitamente à população carente ofertando também procedimentos de alta complexidade como ressonância magnética, densitometria óssea e exames contrastados com mesa telecomandada. As Obras Sociais Irmã Dulce são uma instituição lantrópica que abriga um dos maiores complexos de saúde de atendimento gratuito do País. O Presidente Jair Bolsonaro a rmou que se sente confortado pelo Governo Federal poder colaborar com o trabalho das Obras Sociais Irmã Dulce. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a obra permitirá diagnósticos precisos por meio de equipamentos de imagem so sticados. O Governo Federal investiu cerca de R$ 9 milhões para que as Obras Sociais Irmã Dulce possam oferecer exames de tomogra a computadorizada e ressonância. O complexo das Obras Sociais Irmã Dulce realiza, por ano, cerca de 2,2 milhões de procedimentos ambulatoriais, 12 mil cirurgias e 18 mil internações para o atendimento de patologias clínicas e cirúrgicas. A ampliação dos exames de imagem vai bene ciar pacientes como Pedro Fernandes de Jesus, 51 anos, que estava desempregado quando descobriu um câncer no rim e foi encaminhado para tratamento nas Obras Sociais Irmã Dulce. Lá, ele foi operado e recebeu tratamento. Mais à frente, teve novos tumores e retornou à instituição onde passou por nova cirurgia para retirar um rim e, atualmente, faz radioterapia. Inovação e pesquisa Antes da cerimônia nas Obras Sociais Irmã Dulce, o Presidente Jair Bolsonaro visitou as instalações do Senai Cimatec, em Salvador, que é o Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec) do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), departamento regional da Bahia. ©ZECA RIBEIRO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Lira defendeu subsídios para q u e determinadas categorias possam arcar com o aumento do preço dos combustíveis, c o m o motoristas de aplicativos, motoboys e caminhoneiros . Segundo ele, o contexto da guerra exige sensibilidade política e, mesmo em ano de eleição, determinados setores são mais vulneráveis à elevação dos preços. Arthur Lira considerou insensibilidade dizer que subsídios desse tipo seriam eleitoreiros. “Só porque estamos em um ano eleitoral e se quer fazer uma lei que dê um subsídio para o motorista do Uber, o taxista, o motoboy, o caminhoneiro, e polemizar, é uma falta de sensibilidade muito grande. Nós vamos votar com responsabilidade scal. Acho que um subsídio amplo atende quem pode arcar com a in ação no mundo e a gente tem que privilegiar quem não pode [arcar com esse aumento]”, propôs o presidente.

22 DE MARÇO

DIA MUNDIAL

DA ÁGUA

Relatório da IFI prevê que guerra e petróleo farão déficit primário disparar ©FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

O dé cit primário (despesas menos receitas do governo, exceto juros) pre v isto no Orçamento deve saltar de R$ 76,2 bilhões para R$ 108,1 bilhões, devido à guerra na Ucrânia e à alta do preço dos combustíveis. Essa é uma das principais informações do Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de março da Instituição Fiscal Independente (IFI), lançado nesta quarta-feira (16). O RAF analisa mensalmente a conjuntura macroeconômica, as receitas e despesas públicas e o ciclo orçamentário. Outra constatação importante do relatório deste mês é que a in ação continuará alta. Depois de atingir 1,01% em fevereiro, maior taxa para um mês desde 2015, o índice de preços ao consumidor deve seguir pressionado nos próximos meses. O principal fator é o recente reajuste nos preços dos combustíveis (18,7% para a gasolina e 24,9% para o diesel), anunciado pela Petrobras como reação à disparada do barril de petróleo no mercado internacional. "A fragilidade do quadro scal e econômico exacerba-se em um contexto internacional adverso. Os maiores riscos estão concentrados na in ação e, consequentemente, nos juros. Sob o prisma scal, a resultante será o aumento da relação dívida/PIB", conclui o relatório. O RAF lista as medidas anunciadas ou aprovadas para combater o prejuízo ao consumidor, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), anunciada pelo governo; a isenção do PIS/Co ns, válida até dezembro de 2022; e o Projeto de Lei nº 1.472/2021, aprovado pelo Senado no início do mês e enviado à Câmara dos Deputados, que cria a chamada CEP (Conta de Estabilização dos Preços do Petróleo), para reduzir a volatilidade dos preços nos postos de gasolina. O documento inclui uma análise inicial do impacto da CEP e prevê a possibilidade de ela vir a ser nanciada por crédito extraordinário. Todas essas ações devem causar perda de arrecadação para União, estados e municípios, avalia a IFI. Constam também do relatório análises da taxa Selic — que deve continuar aumentando para ancorar a in ação — da evolução do PIB per capita — que subiu em 2021 mas ainda está abaixo de seu patamar mais alto, atingido em 2013 — e da dívida pública. Esta caiu de 88,8% para 79,6% do PIB em um ano, mas tende a aumentar de novo, na visão do RAF, devido à alta da taxa de juros.

CMA busca acordo para votar política nacional para atingidos por barragens A Comissão de Meio Ambiente (CMA) pode votar na próxima semana o Projeto de Lei (PL) 2.788/2019, que cria um marco legal para determinar direitos das populações atingidas por barragens. O PL de ne responsabilidades, formas de reparação e cria também mecanismos de prevenção e mitigação de impactos dos empreendimentos com barragens no Brasil. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (16) pelo presidente do colegiado, senador Jaques Wagner (PT-BA), diante do apelo de representantes dessas populações em audiência pública promovida pela comissão. Jaques Wagner a rmou que a relatora na CMA, Leila Barros (Cidadania-DF), busca acordo em torno de alguns pontos do PL. Já aprovada pela Câmara dos Deputados em 2019, a proposta enfrenta resistência de empresas, que temem que a medida afugente investidores nos setores elétrico e de mineração. “Estamos em processo de negociação para que se chegue a um denominador comum para trazermos para a CMA. Se for conquistado o acordo, podemos trazer na semana que vem, para que o projeto possa ser um brinde ao MAB [Movimento dos Atingidos e Atingidas por Barragens]”, disse o senador. No debate desta quarta-feira para marcar o Dia Internacional de Luta contra as Barragens, em Defesa dos Rios e da Vida, comemorado em 14 de março, representantes do MAB reforçaram que o projeto que institui Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB) foi construído a muitas mãos e atende aos anseios das comunidades impactadas pela construção de hidrelétricas e mineradoras. “Há uma questão muito grave na situação dos atingidos: com a ausência do marco regulatório, com a ausência de leis, não há referência. Então, nós somos vítimas da interpretação que os empreendedores fazem nos seus empreendimentos. Estabelecer uma política nacional e que essa política deixe às claras os direitos das populações atingidas (e quais são os deveres que essa população tem, os direitos do Estado brasileiro, os deveres do Estado, os direitos dos empreendedores, os deveres dos empreendedores) é extremamente importante, porque outros países do mundo conseguem trabalhar isso com clareza”, apontou Iury Paulino, da Coordenação Nacional do MAB. Representante do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Carlos Vainer destacou que responsáveis por tragédias como as de Mariana e de Brumadinho (ambas em Minas Gerais) seguem impunes, e as vítimas continuam sem reparação. “A cada dia em que se posterga sua aprovação [do PNAB], apenas se prolonga a agonia dos que foram vitimados e não foram reparados, e dos que estão ameaçados de serem as próximas vítimas. São medidas relativamente simples: medidas para prevenir e evitar novas tragédias e novas violações de direitos humanos, e medidas e cazes para reparar material e moralmente os indivíduos, famílias, comunidades e coletividades que foram vitimadas”, disse Vainer.


14 GERAL

17 A 24 DE MARÇO/2022

NA MINHA OPINIÃO MÁRCIO GREIK Delegado Federal do Espírito Santo

Você sabe o que é EMPATIA?

Cientistas descobrem nova espécie de peixe supercolorido que vive nas profundezas O pesquisador e mergulhador brasileiro Luiz Rocha é um dos coautores do artigo que descreve a descoberta ©YI-KAI TEA

Empatia é a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa. É a capacidade de se identificar emocionalmente com o outro

R

intimidade desnudada e, muitas vezes, acabam mostrando um lado obscuro e abjeto, que escondiam debaixo de sua vida social. Na i nt i m i d a d e a l g u n s h o m e n s públicos têm mostrado que seus gestos não são dignos de serem alçados à condição de representantes do povo brasileiro. O caso também acaba abrindo espaço para oportunistas de plantão, que abrem suas bocas para criticar as condutas indecorosas dos citados políticos, cabendo aqui o uso de um ditado popular muito difundido entre os matutos, que costumam dizer: “O macaco senta sobre o próprio rabo e critica o rabo do outro”.

nosso texto, que é conceituar empatia, o dicionário virtual nos socorre para declarar que empatia é a capacidade de se colocar no lu g ar d e out r a p e s s o a . É a capacidade de se identi car emocionalmente com o outro. Nesse quesito, a nota é zero para as ilustres autoridades públicas que — a despeito de saberem que a população ucraniana está enfrentando uma Guerra, onde vidas estão sendo ceifadas, onde famílias estão sendo destruídas — e, as mulheres, certamente mães, esposas, lhas, irmãs, estão enfrentando o risco da morte durante todo o tempo, são vítimas de canalhices e manifestações

©REPRODUÇÃO/WHATSAPP/A GAZETA

ecentemente a classe política reagiu com vigor a uma exposição pública de áudio encaminhado pelo deputado estadual por São Paulo, Arthur do Val, conhecido como “Mamãe Falei”, em grupo privado de WhatsApp, onde ele manifesta a percepção que teve em viagem à fronteira da Ucrânia, que está em Guerra com a Rússia. Em razão da invasão russa à Ucrânia, sua população está sendo forçada a deixar o país, ocorrendo a separação das famílias, já que os homens ucranianos com idade entre 18 e 60 anos estão impedidos de deixar o país. Alegando ter viajado para prestar ajuda humanitária ao povo ucraniano, Arthur do Val teceu comentários maldosos sobre as mulheres ucranianas, dizendo que elas são fáceis, porque são pobres. Para quem não conhece Arthur do Val, ele faz parte do Movimento Brasil Livre, que hoje mais se identi ca como o Movimento do Kim Kataguiri, que se elegeu deputado federal com base na amplitude da exposição que o trabalho dele alcançou com as articulações que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O deputado federal Neucimar Fraga, este do Espírito Santo, para nossa tristeza, também demonstrou falta de sensibilidade e ausência de consideração pelo sofrimento do povo ucraniano, principalmente das mulheres, que estão sendo expostas a todo tipo de humilhação e constrangimento e, porque não dizer, com suas vidas sujeitas ao risco iminente da morte. Num ambiente de guerra, onde pessoas estão morrendo como vítimas de balas e explosões, onde mulheres são violentadas, onde crianças e velhos não são preservados, alguém consegue olhar para esse cenário e ver beleza, e ver graça capaz de gerar piada de mal gosto. O c omp or t ame nto d as nobre s aut or i d a d e s é , n o m í n i m o, desconfortável, gerando indignação em muita gente. Existem situações do dia a dia onde as pessoas têm sua

A mais nova espécie de peixe descoberta pela Ciência chama atenção pela quantidade de cores presentes no corpo do animal, que mais parece o re exo de um arco-íris. A espécie, que foi apelidada de Rose-Veiled Fairy Wrasse, ou bodião-fada do véu rosa, ganhou o nome cientí co Cirrhilabrus nifenmaa e foi encontrada vivendo em grandes profundidades que variam de 40 a 70 metros abaixo da superfície. descrita nos ecossistemas de oportunidade de trabalhar ao O estudo que descreve a nova recifes de corais”. lado dos melhores ictiólogos em espécie foi publicado na revista Durante pesquisas recentes, a uma espécie tão elegante e Z o o Ke y s e c o nt o u c o m a equipe do brasileiro encontrou, bonita”, disse Najeeb, em um participação do biólogo Ahmed além do novo peixe comunicado. Najeeb, um cientista local que supercolorido, pelo menos O pesquisador e mergulhador trabalha no Instituto de outras oito novas espécies brasileiro Luiz Rocha é um dos Pes quis as Mar in has das potenciais de peixes. A coautores do artigo. Em uma Maldivas. Essa é a primeira vez Ac a d e m i a d e C i ê n c i a s d a rede social, o especialista explica que um nativo participa da Califórnia e o Instituto de que o nome escolhido para o descrição de uma espécie de Pesquisa Marinha das Maldivas peixinho colorido homenageia p eixe encont rad a no b elo têm parceria para explorar mais os deslumbrantes tons de rosa da arquipélago. recifes das Maldivas no futuro. espécie e também a rosa de cor “Sempre foram cientistas “Nossa parceria nos ajudará a r o s a , a o r n a c i o n a l d a s estrangeiros que descreveram entender melhor as profundezas Maldivas, já que nifenmaa e s p é c i e s e n c o nt r a d a s n a s inexploradas de nossos signi ca "rosa" na língua local Maldivas, sem muito ecossistemas marinhos e seus Dhivehi. envolvimento de cientistas Rocha, que também é habitantes. Quanto mais locais, mesmo aquelas que são codiretor da iniciativa Hope for entendermos e quanto mais endêmicos das Maldivas. Desta Reefs, da Academia de Ciências evidências cientí cas vez é diferente e fazer parte de da Califórnia, nos EUA, disse à convincentes pudermos reunir, algo pela primeira vez foi A transmissão será no canal daCSedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas N N i nte r n a c i on a l qu e a melhor poderemos protegê-los”, realmente emocionante, descoberta "mostra quanta disse Najeeb. especialmente ter a biodiversidade ainda resta a ser

Prefeitura de Vitória chama 100 prossionais concursados para atuar na Educação ©GABRIEL WERNECK

Não precisamos ir longe para vermos exemplos de político que abandonou a esposa após o resultado das eleições, logo que descobriu ter sido agraciado com um mandato parlamentar. Outros, saem por aí anunciando em alto e bom tom que são defensores da família, enquanto há boatos de que as famílias deles não são preservadas e que os mesmos não vivem intensamente uma relação familiar estável. Voltando ao foco principal de

machistas e aviltantes, como foi tornado público nos últimos dias. Que DEUS tenha Piedade do povo ucraniano, que está sendo impedido de exercer a Liberdade e de escolher o seu próprio destino. Desejo que o mundo possa olhar para essa gente e ter consciência da dimensão dos danos que estão sofrendo, e que possam contar com a noss a condolênci a e respeito, pois é o que cada um de nós pode fazer com relação à Ucrânia.

Professores da educação infantil, anos iniciais do ensino fundamental, língua inglesa, arte, educação física, dinamizadores de arte e educação física, além de pedagogo. A Prefeitura de Vitória (PMV) convocou 100 pro ssionais aprovados em concurso público para atuar nas unidades de ensino de Vitória. A lista dos aprovados saiu no

Diário O cial de segunda-feira (14). A expectativa é que, cumprindo os trâmites legais, os concursados estejam atuando nas escolas na primeira quinzena de abril. "Estamos consolidando os frutos de um trabalho de reorganização scal, em diversas áreas. Na Educação, nós mais que dobramos o número de unidades em tempo integral, instituídos o primeiro lanche no

ensino fundamental, investimos em obras em mais de 50% da nossa rede, e estamos trazendo um grande investimento também em tecnologia. Agora chegamos à nomeação de 100 concursados dentro da nossa capacidade nanceira e orçamentária, com responsabilidade. Esses pro ssionais estão chegando para fortalecer a rede e o aprendizado dos estudantes", destacou o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini. Os pro ssionais aprovados em concurso público estão sendo convocados para suprir postos vagos na rede municipal de ensino, devido a aposentadorias ou saídas por motivos diversos de pro ssionais efetivos da rede. Atua lmente, dos 4.514 pro ssionais do magistério de Vitória, 3.395 são efetivos.


COTIDIANO 15

17 A 24 DE MARÇO/2022

Websérie sobre o Pantanal ganha nova Deputados votam temporada contra a ERAYLTON MORESCHI Presidente da ONG Juntos SOS ES

As "Aulas Pantaneiras" estão disponíveis on-line e gratuitamente com linguagem acessível ©LUCIANO CANDISANI

A nova temporada da websérie “Aulas Pantaneiras” trará vídeos inéditos sobre as características fundamentais do bioma. Os episódios estão disponíveis gratuitamente no site do projeto Documenta Pantanal, organização que vê na educação uma ferramenta fundamental para divulgar as fragilidades e riquezas do Pantanal Matogrossense, visando difundir a cultura da região e propor soluções para a preservação do bioma. As aulas serão publicadas quinzenalmente, às terças-feiras. Os vídeos são ministrados pelo professor de biologia Sandro Menezes Silva, um dos coordenadores da organização, que explica com linguagem acessível temas atuais de interesse de alunos e professores. “Enquanto professor universitário, eu sempre tive uma preocupação em tentar traduzir o conhecimento cientí co para o público em geral, furar um pouco a bolha do que se produz na universidade”, explica Silva. Com duração máxima de cinco minutos, as videoaulas funcionam como ponto de p ar t ida p ara profess ores e

©LUCAS COSTA/ALES

estudantes do ensino fundamental e médio me rg u l hare m e m qu e stõ e s essenciais sobre o Pantanal. Cada uma delas é acompanhada por um texto de apoio que aprofunda os temas apresentados. Nesse segundo material, o professor lista as referências utilizadas para que o usuário possa acessar as informações na fonte principal. Para o professor Sandro, a educação ambiental é fundamental para orientar as pessoas sobre temas atuais de relevância mundial, como a urgência da crise climática. “O Pantanal é muito mais do que um cenário idílico. Ele tem vida, tem p e s s o a s v i v e n d o, r e l a ç õ e s

históricas, cultura” a rma Silva. “Todos os brasileiros merecem ter acesso ao que esse bioma repres ent a no contexto da América do Sul frente às mudanças climáticas e à conservação da biodiversidade”. Disponíveis on-line e de forma totalmente gratuita, as aulas acompanham os novos formatos educativos que vêm s endo disseminados via redes sociais e plataformas digitais nos últimos anos. A primeira temporada foi ao ar em 2019 e trouxe aulas sobre a fauna e ora pantaneiras, as regiões do bioma e os incêndios do Pantanal. Con ra a websérie no site do projeto Documenta Pantanal.

Pratos tıṕicos da Babilô nia sã o recriados por professor Durante o período de isolamento social em 2020, muitas pessoas se arriscaram na cozinha. Não foi diferente com o professor de b i o l o g i a d a Un i ve r s i d a d e d e Cambridge, Bill S u t h e r l a n d . Entretanto, o cardápio do homem foi um tanto peculiar. Em 2020, foi divulgado que Sutherland decidiu reproduzir receitas descobertas em escavações arqueológicas, que datam de quatro mil anos. Bill cozinhou seguiu os passos de uma receita que fazia sucesso na Babilônia antiga. A receita original havia sido escrita numa pedra, que segundo os

obrigatoriedade da transparência ambiental

pesquisadores pertence ao ano de 1750 a.C. O interesse do professor surgiu após a leitura de uma publicação ©DIVULGAÇÃO/TWITTER

sobre a cultura babilônica, a partir disso o homem montou quatro pratos. Assim, todo o processo foi descrito em suas redes sociais e despertou c u r i o s i d a d e . E n s op a d o d e borrego: "Isso foi simples e delicioso", a rmou o professor.

O segundo prato é chamado tuh'u, feito com carne, sal, alho, rúcula, cer veja, cebolas e especiarias. “Achei que cou lindo e saboroso. Talvez eu devesse ter cozinhado mais para des ar melhor”, concluiu Bill Sutherland em seu Twitter. A terceira receita é chamada de pašrütum e não leva carne, c o n t u d o, e s s a o p ç ã o n ã o agradou muito o paladar do professor que escreveu: "Parece bom, mas é um pouco entediante". Por último, o prato tratava-se de um caldo originalmente feito com sangue de ovelha "Ok, eu trapaceei e usei molho de tomate no lugar do sangue. É peculiar, m a s d e l i c i o s a . Um a s o p a saborosa", nalizou Sutherland.

O

que leva um bloco de deputados a apoiar medidas que impeçam a transparência das ações de um governo? Apenas refrescando a mente dos edis, que deram voto favorável ao Veto Total ao Autógrafo de Lei nº 318/2021, de autoria do deputado Sérgio Majeski, que "torna obrigatória a divulgação de dados ambientais no Portal da Transparência pelo governo do Estado do Espírito Santo". Legislar, scalizar e propor políticas são as três funções básicas de um parlamentar. Vejam que eu disse scalizar que, no sentido amplo da palavra, signi ca também, tornar público todas as ações do Executivo. Infelizmente, a única coisa que nos resta é lamentar a a ç ã o d e s s e s av e nt u r e i r o s políticos e trabalhar bastante pela renovação de uma legislatura moderna e mais comprometida com as causas de interesses do cidadão capixaba. Como dizia Belchior: “Quem nasce Zé não morre Jhony, não”. O município da Serra, apesar de ter três representantes na Assembleia Legislativa, por décadas está órfão. O eleitor s er rano pre cis a re ver sua percepção política, pois a renovação é fundamental em todas as áreas da sociedade e, na política, ela é essencial. Nesses últimos mandatos, a Serra vem amargando o diss ab or d a insigni cância política. É só olhar os representantes na Assembleia Legislativa (Ales),

três marionetes do governador que, consequentemente, jogam o maior município — em população e em economia — à margem do cenário político do Estado. D e put a d o s qu e vot ar am favoráveis ao Veto: Bruno Lamas, Xambinho, Quintino, Dary Pagung, Dr. Hércules, Freitas, Rafael Favatto, Janete de Sá, Luciano Machado, Luiz Durão, Marcos Garcia, Marcos Madureira, Emílio Mameri,

mudado seu voto e o vicepresidente, Br uno L amas, v o t a r e m c o nt r a a “obrigatoriedade da divulgação de dados ambientais no Portal da Transferência pelo governo do Estado do Espírito Santo”. E m n om e d a p opu l a ç ã o capixaba, o Fatos & Notícias e a ONG Juntos SOS ES, parabenizam os deputados Assumção, Danilo Bahiense, Fabrício Gandini, Iriny Lopes, Sérgio Majeski, eodorico

Raquel Lessa, Marcos Mansur. Como presidente da ONG Juntos SOS ES, eu, Eraylton Moreschi, acho que o mais d e p l or áv e l é o d e put a d o, presidente da Comissão de Meio Ambiente, Rafael Favatto, que e r a a F A V O R D A T R A N S PA R Ê N C I A , t e r

Ferraço, Torino Marques e Adilson Espíndula, pelo bom exemplo de cidadania e comprometimento com as causas ambientais. Renato Casagrande, governador da informação zero, onde será a comemoração?


16 GERAL

17 A 24 DE MARÇO/2022

Excesso de horas na frente da TV e sedentarismo afetam sono de idosos Um grupo de pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicou, na revista Cadernos de Saúde Pública, um estudo que associa o comportamento sedentário com histórico de problemas de sono em idosos brasileiros. Partindo da prévia hipótese das sabidas alterações de sono na terceira idade, as estudiosas buscaram entender essa relação e inspirar a proposição de orientações sobre a necessidade de redução do sedentarismo nos idosos. Para o estudo, foram avaliados dados de 43.554 idosos p a r t i c i p a nt e s d a Pe s q u i s a Nacional de Saúde (PNS), de 2019. Foram obser vados aspectos como o tempo assistindo televisão, atividades de lazer (como acesso a dispositivos móveis e computadores) e tempo sedentário total (televisão + lazer). Como resultados, os idosos que relataram permanecer mais de

seis horas diárias vendo TV e mais de três horas em comportamento sedentário tiveram mais chances de ter problemas no sono. As autoras observaram que os idosos que passam mais de três horas do dia em comportamento sedentário têm 13% mais chances de ter problemas no sono. "A questão do comportamento sedentário é uma área relativamente recente de estudos. O prévio interesse em observar os processos da senescência e o crescente aumento do número de idosos na nossa população motivou a realização do nosso trabalho. Com o envelhecimento, é c omu m a o c or rê n c i a d e mudanças no padrão de sono, tais como o tempo, o sono fragmentado e a quantidade de sono não REM, fundamental para a restauração física e manutenção da qualidade de vida", aponta Núbia Carelli, coordenadora do Laboratório de

Envelhecimento, Recursos e Reumatologia (Lerer) da UFSC e

entanto, as autoras perceberam que, apesar de ainda ser uma

Segundo Núbia, o estudo revelou que o uso de computadores e de

característica de atividade sedentária, usar dispositivos móveis ou computadores demonstrou ser menos danoso a o s ono d o s i d o s o s qu e o consumo de mídia televisiva.

smartphones não se mostrou a s s o c i a d o a o h i s t ór i c o d e problemas no sono. "Acredita-se que a luz branca das telas de computador compreende toda a gama de luz

©ISTOCK

coautora do artigo. Evidências já demonstram que os problemas de sono estão associados a depressão, declínio cognitivo e aumento do índice de massa corporal (IMC). No

de comprimento de onda curta (azul) e longa (vermelha), às quais não parecem suprimir a produção de melatonina, se utilizadas durante o dia. No comportamento sedentário de l a z e r, d e v i d o a o u s o d e dispositivos móveis, deve haver o mesmo gasto energético de exercícios leves, pois o indivíduo pode se mover e se levantar com mais frequência do que quando está assistindo à televisão", explica. De acordo com as pesquisadoras, o conhecimento d a r e l a ç ã o s o n o e comportamento sedentário entre idosos aponta para a implementação de estratégias p a r a a r e d u ç ã o d o t e mp o s e dent ár io. E ss a me did a é particularmente importante no cenário atual, uma vez que a prevalência de histórico de problemas no sono pode aumentar nos próximos anos devido à pandemia de covid-19.

A arma contra o Prática de exercícios físicos aquecimento global: um ajuda a proteger contra micróbio devorador de envelhecimento carbono Alexia Debacker Espinoso

©SHUTTERSTOCK

Um micróbio unicelular capaz de isolar carbono naturalmente vem sendo pesquisado por cientistas como uma possível solução para o aumento de temperatura de acidi cação dos oceanos — ambas, consequências do aquecimento global causado pelo homem. De acordo com o estudo publicado na Nature Communications, essa nova espécie é abundante no mundo e, basicamente, faz a fotossíntese e produz um polímero rico em carbono que atrai outros micróbios, imobilizandoos. Então, essa espécie devora suas presas e abandona esse polímero, que vai afundar devido ao seu peso, ao fundo do oceano. De acordo com a bióloga marinha responsável pelo estudo, a Dra. Michaela Larsson, é a primeira vez que esse comportamento é demonstrado em pesquisa. O micróbio em questão — chamado Prorocentrum cf. balticum — é um toplâncton, segundo a especialista. Seres desse tipo são capazes de realizar

fotossíntese, mas também de extrair nutrientes adicionais dissolvidos na água. Esse comportamento é similar em plantas da terra rme: ainda que todos os vegetais sejam capazes de se alimentar pela luz do Sol, algumas espécies — como as plantas carnívoras — engolem moscas e insetos para ampliar sua gama de nutrição. “O organismo de nosso estudo é um ser 'mixotró co', então ele é capaz de devorar outros

micróbios para ter uma dose concentrada de nutrientes, como se estivesse tomando um multivitamínico”, disse Larsson. “Ter essa capacidade de adquirir nutrientes de formas diferentes

signi ca que esse micróbio pode ocupar grandes partes do oceano — incluindo aquelas sem nutrientes e, consequentemente, não indicada para outros toplânctons”. A professora Martina Doblin, coautora do estudo, disse que a descoberta da espécie de micróbio pode ser um diferencial no equilíbrio de dióxido de carbono (CO₂) nos oceanos e na atmosfera. Por ano, esse ser unicelular pode afundar algo entre 0,02 e 0,15 gigatons de carbono. Combinando seu uso natural com outras soluções, nós poderíamos entrar no parâmetro mínimo de conservação climática estimado por especialistas — reduzir cerca de 10 gigatons de carbono por ano até 2050. “Esta é uma espécie inteiramente nova e, por isso, nunca havia sido descrita com esse volume de detalhes”, disse Doblin. “A implicação é a de que há mais carbono afundando no oceano do que nós imaginávamos, e talvez exista um potencial maior para que o oceano capture mais carbono de forma natural por esse processo, em lugares onde nós não imaginávamos haver essa possibilidade”. O estudo deve continuar, agora avaliando a possibilidade de cultivar esse micróbio sintetizador de carbono em larga escala, além de analisar a capacidade de entregálo em águas oceânicas onde ele possa conduzir seu processo natural de alimentação.

Você provavelmente já ouviu falar que pessoas que praticam atividade física envelhecem de forma mais saudável — e um estudo australiano recente, publicado em dezembro na Science Advances, descobriu a chave que explica porque o exercício melhora a nossa saúde e protege contra consequências do envelhecimento na saúde metabólica, incluindo o diabetes tipo 2. “Os cientistas descobriram enzimas que podem evitar doenças metabólicas e elas são produzidas com o exercício físico. A descoberta abre a p o s s i b i l i d a d e d o desenvolvimento de medicamentos para promover a mesma atividade dessa enzima”, conta o geneticista Dr. Marcelo Sady. O estudo é extremamente importante, segundo o geneticista, uma vez que a proporção de pessoas em todo o mundo com mais de 60 anos dobrará nas próximas três décadas. Os pesquisadores descobriram como a atividade física realmente aumenta a capacidade de resposta à insulina e, por sua vez, promove a saúde metabólica.

impulsionam a saúde metab ólica. “É imp or tante ress a lt ar que os cient ist as demonstraram que os níveis de NOX-4 no músculo esquelético estão diretamente ©FREEPIK/@ALEKSANDARLITTLEWOLF relacionados ao declínio associado à idade na sensibilidade à insulina. Neste estudo, em modelos animais, mostrou-se que a abundância de NOX-4 no músculo esquelético diminui com o envelhecimento e que isso leva a uma redução na sensibilidade à insulina", acrescenta o pro ssional. O desencadeamento da ativação dos mecanismos adaptativos orquestrados pelo NOX-4 com drogas proteger contra as consequências do envelhecimento, como perda pode melhorar os principais de massa muscular e diabetes”, aspectos do envelhecimento, explica o geneticista. “Ou seja, o incluindo o desenvolvimento de exercício é capaz de gerar radicais resistência à insulina e diabetes livres no músculo e — ao mesmo tipo 2. "Um desses compostos é tempo — induzir o organismo a encontrado naturalmente, por r e s p o n d e r m e l h o r a e s s e exemplo, em vegetais crucíferos, estímulo, o que aumenta a como brócolis ou couve- or, embora a quantidade necessária resposta antioxidante”. A equipe de pesquisa mostrou para efeitos antienvelhecimento como uma enzima chamada possa ser mais do que muitos NOX-4 é essencial para as estariam dispostos a consumir, espécies reativas de oxigênio d a í a i m p o r t â n c i a d o induzidas por exercícios e as d e s e n v o l v i m e n t o d e re s p o s t a s a d ap t at i v a s q u e medicamentos", naliza. “É importante ressaltar que as enzimas que eles descobriram que são essenciais para esse mecanismo têm o potencial de ser direcionadas por drogas para


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