ANO XII - Nº 467 01 A 07 DE ABRIL/2022 SERRA/ES
Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita
©PIXABAY
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
8 Com a proximidade da Semana Santa, se liga nessa receita superfácil de risoto de camarão com palmito Pág. 8
HAROLDO CORDEIRO FILHO
8 Mais uma vez, os ministros da nossa Suprema Corte escancaram, sem nenhum constrangimento e pudor, total simpatia pela esquerda Pág. 12
ANA MARIA IENCARELLI 8 Para manter a vítima em silêncio, o abusador costuma fazer ameaças de violência física e mental, além de chantagens Pág. 10
Inteligência articial descobre características escondidas do Parkinson
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Solar Orbiter registra imagem do Sol de maior resolução da história Pág. 16
Pesquisadores descobrem o primeiro conjunto de ninhos de dinossauros do Brasil em MG Pág. 7
Um grupo de cientistas está tentando criar insetos ciborgues ©ALEX STEMMERS/SHUTTERSTOCK
A barata de Madagascar chega a seis centímetros de tamanho mas é um pouco mais robusta e resistente que a barata comum, o que faz dela uma ótima candidata a um projeto que cria insetos ciborgues Pág. 15
©MEDIALAB ESA/ATG
Piscina sagrada se alinhava com as estrelas há 2,5 mil anos Pág. 7
Cresce índice de AVC em jovens, risco é maior para mulheres
Raias gigantes ameaçadas de extinção vivem na Baía de Guanabara
Campo Grande (MS) é oficialmente reconhecida Capital Nacional do Chamamé
Ainda não existe explicação para tamanha concentração numa área tão castigada por décadas de poluição e descaso
Como superar o m de um relacionamento, de acordo com a ciência
©RICARDO GOMES/INSTITUTO MAR URBANO
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2 MEIO AMBIENTE
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Raias gigantes ameaçadas de extinção vivem na Baía de Guanabara Ainda não existe explicação para tamanha concentração numa área tão castigada por décadas de poluição e descaso Por ora, ainda não existe explicação para tamanha concentração numa área tão castigada por décadas de poluição e descaso. "É um verdadeiro mistério. No meio daquela água turva e tão suja dá esperança ver que a vida insiste e m r e s i s t i r, e m f o r m a s espetaculares", a rma Gomes. A poucos passos do vaivém das multidões pedestres e de aviões em manobras de pouso e decolagem, peixes encontraram um mar de tranquilidade — que pode estar com os dias contados, caso o Santos Dumont sofra obras de ampliação, alertam biólogos. Estudos anteriores já haviam mostrado o perigo da ampliação do aeroporto para tartarugas e aves marinhas. Agora, biólogos como Gomes revelam que os danos podem ser ainda maiores. "O reduto das raias e de uma série de outras espécies valiosas de peixes será destruído, caso a pista do Santos Dumont seja ampliada. Mergulhamos com regularidade nas águas do Centro e sempre nos
maravilhamos com o que vemos", a rma o biólogo, um dos autores do recém-lançado “Guia de Identi cação Simpli cado das Raias da Guanabara”. O guia, que poderá ser baixado gratuitamente na internet a partir de amanhã, no site do IMU (institutomarurbano.com.br),
projetadas no Cristo Redentor, durante a cerimônia inaugural da plataforma de sustentabilidade urbana Rio2030. Coautor do guia, o também biólogo e mergulhador Nathan Lagares Araújo lembra que, com sete espécies registradas, a Baía de Guanabara é a quinta baía com
©RICARDO GOMES/INSTITUTO MAR URBANO
Há mais riqueza e mistério no centro do Rio de Janeiro do que a vista alcança. Na orla, as águas da Baía da Guanabara, que de tão t u r v a s p a re c e m s e m v i d a , abrigam alguns dos peixes mais espetaculares do mundo. São raias gigantes ameaçadas de extinção, que encantam ao nadar como se fossem borboletas com quase três metros de envergadura. Vivem por lá em tamanha quantidade que surpreenderam os biólogos que as descobriram. O recanto das raias-borboletas (Gymnura altavela) em pleno Centro se estende da Praça XV até a cabeceira da pista do Aeroporto Santos Dumont, onde se reproduzem e se refugiam. Mais de cem animais já foram fotografados e lmados juntos, numa única noite, pelo biólogo marinho e diretor do Instituto Mar Urbano (IMU), Ricardo Gomes, que há três décadas mergulha na Guanabara. Além das borboletas, raias de outras espécies também se reúnem na região.
traz essas descobertas. Em abril, o IMU também vai lançar um lme sobre o paraíso das raias na Baía, resultado de uma expedição apoiada pela OceanPact. As raias da Guanabara, que parecem voar dentro d'água, vão ganhar os céus amanhã. Fotos feitas por Ricardo Gomes serão
maior diversidade de raias do mundo. Boa parte dessa riqueza biológica se reproduz e busca abrigo justamente na cabeceira da pista do Santos Dumont. Na cabeceira da pista voltada para a Praça XV concentra-se o abrigo das raias. Já a parte virada para a direção do Flamengo tem
c o m o p r o s s e g u i m e nt o u m enorme muro de pedra submerso que se transformou em uma espécie de recife arti cial. Naquele local, segundo Ricardo Gomes, é mais fácil encontrar garoupas do que no cristalino mar de Angra dos Reis. Além de garoupas, há robalos, sargos-debeiço, marimbas, moreias e espécies ornamentais, como os coloridos paru e peixe-frade. Camaleão Furcifer As raias são de nidas como labordi espécies bandeiras, ou seja, estão no topo da cadeia alimentar. Sua presença é um indicador consistente de que o ecossistema local é capaz de abrigar toda uma comunidade marinha. Entre as raias existentes na Baía de Guanabara está outro exemplar gigante, a raia-chita (Aetobatus narinari), também ameaçada de extinção, conhecida pela beleza de sua coloração. Negra e coberta por pintas brancas, ela chega a medir mais de três metros de envergadura. À beira da costa carioca, ainda tem lugar de destaque na fauna local a treme-treme (Narcine
brasiliensis), uma raia elétrica, nativa do Brasil. Sabe-se muito pouco sobre o animal, que mede cerca de 50 centímetros e tem capacidade de emitir descargas elétricas e capturar suas presas. A Baía de Guanabara também tem uma população de raias-viola. Essas são as mais conhecidas, vendidas em feira e mercados. Segundo Gomes, sequer se sabe o verdadeiro estado de conservação das raias-viola, que, de tão exploradas, estão se tornando raras e podem desaparecer se a pesca comercial não for controlada. O biólogo diz ainda que, muitas vezes, carne de outras raias e tubarões é vendida irregularmente como viola. "Isso é patrimônio da cidade. Em muitos lugares do mundo, a i ndúst r i a d o tu r is mo ge r a emprego e renda com a observação de animais marinhos. Junto ao Santos Dumont e na Praça XV temos uma concentração de raias maior do que as observadas em lugares paradisíacos, como a Indonésia e o Havaí", enfatiza Gomes.
Pássaros estão botando ovos mais Busca por substâ ncia cedo por causa do aquecimento psicodé lica ameaça sapo global usado para sua extraçã o ©WIKIMEDIA COMMONS/REPRODUÇÃO
Em mais um efeito atrelado ao aquecimento global, pesquisadores descobriram que 72 espécies de pássaros estão botando ovos um mês mais cedo do que há 100 anos. O motivo para isso é simples: os animais estão adaptando seus períodos de reprodução à disponibilidade de larvas e outros alimentos — estes afetados pelas mudanças climáticas. Basicamente, os três especialistas coletaram dados de dois períodos distintos — 1880 a 1920 e 1990 a 2015, contemplando quase um século de tempo pesquisado. De acordo com Bates, esse vazio no meio dos dois períodos não foi intencional, mas foi aí que entrou a expertise de Fidino. “Por causa dessa amostra
desigual, tivemos que compartilhar um pouco de informações das espécies dentro de nosso modelo estatístico, o qu e p o d e r i a n o s aju d ar a melhorar as estimativas para os pássaros mais raros”, disse o e s p e c i a l i s t a . “Pe rc e b e m o s rapidamente que poderiam haver alguns pontos fora da curva nos dados que, se não fossem contabilizados, poderiam impactar amplamente nos resultados. Por isso, tivemos que construir um modelo que reduzisse a in uência de qualquer espécie excludente, caso encontrássemos alguma”. A conclusão do modelo estatístico surpreendeu os três: um terço das espécies pesquisadas estava começando a construir ninhos em média 25
dias antes do esp erado s e comparados há 100 anos. A partir daí, os pesquisadores c ome ç ar am a pro c u r ar o s motivos para isso, efetivamente chegando nos insetos e larvas que servem de alimento aos animais voadores. Isso porque as mudanças climáticas ocorridas dentro do período analisado casam quase que p er feit amente com as alterações nas ocorrências de reprodução de insetos. E os insetos começaram a aparecer antes em resposta a plantas de variados tipos — comida, para eles — começarem a brotar também antes. “Na região que nós estudamos há um volume de mais ou menos 150 espécies de pássaros, todos com históricos evolucionários diferentes e biologias exclusivas, ent ão tudo s e resume aos detalhes”, disse Bates. “Essas mudanças nas datas dos ninhos podem resultar neles comp etindo p or comida e recursos de uma forma que, antes, eles não faziam. Existe todo tipo de nuance que precisamos saber em termos de como os animais estão respondendo às mudanças climáticas”.
O u s o d e s u b s t â n c i a s "cócegas" nas glândulas do psicodélicas para tratamentos animal para que ele libere o ativo. medicinais e exotéricos tem "Lamber sapos não lhe dará crescido no mundo e despertado verrugas ou produzirá um a busca por fontes para obtenção príncipe encantado, mas pode destes compostos que podem deixá-lo chapado”, escreveu o revolucionar o tratamento de jornal LA Times nos idos de problemas de saúde mental. 1990, fazendo uma ironia com o Acontece que nem ©WILDFEUER/WIKIMEDIA COMMONS todo recurso é obtido a partir de plantas e fungos. Uma substância batizada p e l o s e ntu s i a s t a s dessas terapias como "molécula de Deus", dado o seu potente efeito alucinógeno e de euforia, é obtida diretamente de sapos encontrados no deserto de clássico ctício da princesa que Sonora, no México, e também no 'beija' o sapo nos contos de fada, sudoeste dos Estados Unidos. em um dos primeiros artigos A esp é cie Bufo a lvar ius, sobre a tendência incensada que classi cada como “ameaçada” na emergia na época. Califórnia e no Novo México, Algumas décadas se passaram t e m s i d o c o n t i n u a m e n t e e hoje a prática tornou-se uma procurada para extração da a m e a ç a p a r a a p r ó p r i a substância. Sempre que se sente sobrevivência dos sapos, que já ameaçado, ele expele o uido sofrem com a invasão do seu psicoativo chamado 5-MeO- habitat natural pelos humanos. DMT. Para extrair a substância, Uma alternativa para frear a p e s s o a s q u e b u s c a m a ameaça reside na produção experiência psicodélica fazem sintética do psicodélico. O 5-
MeO-DMT também pode ser feito em l ab oratór io, uma solução que pode proteger os sapos, relata o site europeu EuroNews. Há inclusive uma campanha pública de nanciamento para angariar recursos em prol do desenvolvimento de uma linha especí ca da versão sintética do psicodélico, que segundo estudos, também entregam efeitos satisfatórios para a terapia sem que nenhum sapo corra risco no processo — e nem humanos. O jornal americano New York Times destaca que à medida que os pesquisadores estudam a segurança do 5-MeODMT obtido a partir do sapo, também estão surgindo relatos de experiências adversas pelo uso do uído, que pode causar envenenamento. Alguns retiros de tratamento que utilizam a substância colocam até paramédicos de prontidão para ajudar em caso de reações negativas.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
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CULTURA 3
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'Os bodes à sua
Antes do jazz, o Ragtime esquerda'. Qual a origem projetou as primeiras estrelas da música dos da palavra 'sinistro'? EUA Muito alé m dos signi icados encontrados no dicioná rio, o termo indica que os romanos tinham um problema com o lado esquerdo ©CHIQUINHA/MUNDO ESTRANHO
Antes de Billie Eillish, Kanye West, Beyoncé, Taylor Swi, antes do Hip-hop e do Rock dos anos 90, do início do Rap e do Punk, da Disco Music, do Rock
pre c u r s or i m e d i at am e nt e anterior ao Jazz, ajudou a criar a indústria fonográ ca nos EUA e as primeiras estrelas da música americana, se tornando, de ©MESSY NESSY
FOTO: REPRODUÇÃO
N
o dicionário, a palavra 'sinistro' p o de s er definida de duas formas diferentes. A primeira delas sugere sinônimos como contratempo, infortúnio, mau agouro, funesto, ameaçador, t e m í v e l , m au , p e r n i c i o s o, desastre, calamidade e ruína. O único significado que não poderia ser usado numa resenha de filme de terror é o fiel ao sentido original: que faz referência ao 'esquerdo'. Era isso o que queria dizer sinistrum, a origem latina da palavra, a segunda definição encontrada em dicionários. Ou ao menos no sentido literal.
As outras conotações surgiram através dos áugures, sacerdotes romanos que interpretavam sinais dos deuses, que podiam vir na forma de trovões ou na direção do voo dos pássaros. Nessas leituras, que eram feitas quando uma autoridade estava prestes a assumir o cargo, se o sinal aparecia à esquerda era considerado uma manifestação negativa dos deuses — um mau augúrio. Assim, o lado esquerdo passou a ser usado como metáfora para qualquer coisa ruim entre os romanos. A superstição não desapareceu com o cristianismo, que trazia ideias como as do Evangelho de
Mateus, no qual, no fim dos temp os, Deus "colo cará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda" — quem vai para o inferno fica à esquerda. No italiano, 'sinistro' ainda hoje quer dizer tanto "esquerda" quanto "macabro". O português medieval derivou do basco ezker a palavra "esquerdo", sem essas conotações negativas. "Sinistro" acabou reservado para o lado sombrio das coisas — ou, se você vive no Rio de Janeiro, muito pelo contrário, coisas realmente impressionantes. Outro caso de mudança de sentido. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)
Campo Grande é oficialmente reconhecida Capital Nacional do Chamamé ©RICARDO GOMES
O município de Campo Grande (MS) é o cialmente a Capital Nacional do Chamamé, título concedido após sanção presidencial ao Projeto de Lei nº 4.528, de 2019. Estilo musical tradicional típico do nordeste da Argentina, mais especi camente na região conhecida por Mesopotâmia Argentina, localizada entre os rios Paraná e Uruguai, o chamamé é também apre ciado em dois est ados brasileiros: Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Entre os elementos que deram origem a esse estilo musical, que foi declarado patrimônio cultural da humanidade pela Unesco em 2020, estão as culturas guarani, afro-americana e europeia. Entre alguns estudiosos da expressão artística, há controvérsias sobre sua origem. Alguns o chamam de polca correntina, devido às e x p e r i m e nt a ç õ e s mu s i c a i s obser vadas na região de Corrientes, na Argentina, a partir de uma mistura entre guarânia e polca paraguaia — estilo cujo andamento em muito se assemelha ao do chamamé. O
dos anos 1970 e 1960, do Blues e até mesmo do Jazz, a música dos Estados Unidos se formava sob os pilares do que cou conhecido como Ragtime, um estilo que alcançou imenso sucesso no início do século XX, e que provavelmente o leitor ou a leitora já ouviram, mesmo que a memória em princípio diga que não. Pois todos conhecem a melodia e o ritmo sincopado de “e Entertainer”, clássico imortal lançado pelo pianista e compositor negro Scott Joplin em 1902, que permanece como uma das mais importantes e inesquecíveis peças musicais dos últimos 120 anos — e deliciosamente divertida, como precisamente sugere o título. Se você duvida que conhece a música, então dê uma ouvida antes de seguir a esse próximo p a r á g r a f o . Vi u s ó ? S e a composição de Joplin segue lembrada e celebrada, é fácil concluir a dimensão de seu sucesso quando foi lançada. “e Entertainer” foi um hit antes mesmo dessa realidade e f e t i v a m e nt e e x i s t i r, e o R agt ime, como um est i lo
certa forma, a página inicial de uma das maiores expressões populares modernas: é nele que a mú s i c a aut e nt i c a m e nt e produzida nos EUA realmente começou. O ponto de partida do Ragtime é, portanto, o talento da comunidade negra, mas o contexto desse começo tem suas raízes ncadas no racismo profundo de então. Nos primeiros anos após o m da escravidão, surgiu com lamentável e imenso sucesso um tipo de espetáculo conhecido como “Minstrel Show” ou Show dos Menestréis, nos quais artistas, em sua maioria brancos com o rosto pintado de preto, se valendo da famigerada prática do blackface, imitavam de forma jocosa a música e a dança negra. Por força da necessidade, artistas negros também participavam dos Shows dos Menestréis, e foi assim que o Ragtime começou a conquistar públicos maiores, como trilha de tais espetáculos, e a se tornar u m ve rd a d e i ro fe nôme no popular na virada do século. O primeiro artista de Ragtime publicado, Ernest Hogan,
surgiu em um desses espetáculos. Além de Hogan, foram muitos os grandes nomes do Ragtime q u e c o nt r i b u í r a m p a r a a fundação da música negra e verdadeiramente americana, como Jelly Roll Morton, James P. Johnson, Joseph L amb, Arthur Marshall, James Scott e tantos mais: o rei do estilo, porém, foi mesmo Scott Joplin, que hoje merece ser reconhecido como o primeiro grande nome da música nos EUA e um dos primeiros artistas a vender milhões de cópias — não de discos, mas sim de partituras, com sua igualmente popular e histórica composição “Maple Leaf Rag”. Apesar de seu sucesso, o rendimento com os direitos autorais, em uma indústria fonográ ca nascente e racista, era modesto e, em 1917, Joplin viria a falecer com 48 anos, como consequência de uma sí lis neurológica, em Nova York. A morte de Joplin representou o m do período áureo do Ragtime que, com a perda de seu mais popular e importante artista, aos poucos começou a se transmutar e dar espaço a outros gêneros geridos em seu ventre, como o Swing das grandes bandas, o Stride, e principalmente o Jazz. “e Entertainer” seria reconhecida pela Associação Americana da Indústria de Gravação como a décima mais importante “Canção do Século” no país, e Joplin receberia, em 1976, um Prêmio Pulitzer póstumo, por sua inestimável contribuição para o estabelecimento da música nos EUA — e, assim, para a fundação de uma parte fundamental da cultura, da identidade, e do que o país de melhor ofereceu até hoje ao mundo. LUCIANO DANIEL
Foto Antiga do ES ©JOSÉ A. SILVEROL/FOTOS ANTIGAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO/FACEBOOK
estilo carrega também alguns ritmos fronteiriços como o do rasqueado sul-mato-grossense. Os conjuntos "chamamezeiros" são geralmente formados por dois violões e um bandoneón, instrumento típico da orquestra de tango, que pode ser subst ituído p elo acorde ão, popularmente conhecido como sanfona. Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República informa que a sanção presidencial representa uma homenagem à comunidade campo-grandense e um reconhecimento de todos aqueles apreciam essa arte musical. A nota lembra que a expressão
artística é também acompanhada por dança, e que seu nome signi ca improvisação, na língua guarani. “O estilo musical se consagrou, sobretudo, em Campo Grande, expandindo para algumas outras cidades e, posteriormente, por meio de entusiastas que passaram a se organizar em grupos de intérpretes. Dentre eles, Zé Corrêa, precursor do chamamé, sendo o mais representativo e popular artista do gênero musical no Brasil entre as décadas de 60 e 70, tendo difundido o ritmo na capital sul-mato-grossense, de modo que restou instituído o Dia Estadual do Chamamé”, diz a nota.
Pancas que, como mostra a foto, já sofria com o desmatamento em 1969
4 EDUCAÇÃO
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Projeto envolve Escolas recebem prêmio estudantes e famílias na por projetos de gentileza literatura infantil, em e generosidade Vitória Projetos de conscientização social, de arrecadação de alimentos, material escolar e artigos eletrônicos aparecem entre os mais recorrentes na premiação
©DIVULGAÇÃO
Desenvolver hábitos de leitura, est imu l ar a cr i at iv id ade e aprimorar as habilidades de interpretação de texto e oralidade. Esses são os objetivos do projeto "Ciranda do Livro", desenvolvido com as crianças do 3º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef ) Ronaldo Soares, em Resistência. Tudo come çou com uma contação de história do livro "Gira nha Flor faz uma descoberta", da autora brasileira de literatura infantil, erezinha Casasanta. Encantados com a história, os próprios estudantes pediram para a professora que fosse feita uma apresentação de teatro, em que pudessem contar a história para os colegas das outras turmas. Vestidos a caráter, eles deram vida aos personagens da história e presentearam os colegas com uma apresentação digna de aplausos. A iniciativa condiz com a história do livro, pois ao longo da trama a Gira nha aprende superar desa os e faz novos amigos, sempre respeitando a diferença entre eles.
©HAKASE/ISTOCK
"Eu narrei a história, é muito legal ler para todos, acho que todos se divertiram", contou a estudante Sophia Quintino, do 3º ano. Já o Heitor contou que foi uma experiência única. "Foi muito legal levar a história para todos, esperamos que todos eles tenham gostado". Com a abertura do projeto, agora os estudantes levarão uma "pasta literária" para casa, com livros de literatura infantil, selecionados pela equipe da es cola. A ideia é que eles compartilhem os momentos de leitura com as famílias. Inclusive, uma das etapas do projeto será convidar mães, pais ou responsáveis dos estudantes para
ir à escola e contar as histórias que conheceram em casa. O projeto é coordenado pelas professoras Jucélia Rizzi e Andressa Teixeira, com apoio da estagiária Ana Karolina Santos, da pedagoga Cristiele Ferreira e da coordenadora Kize Balarine. "Pensamos na perspectiva de que eles despertem ainda mais o prazer pela leitura, além de desenvolver uma boa compreensão textual. Além disso, os estudantes e as famílias podem ter contato com diversos gêneros textuais de forma prazerosa", ressaltou a pedagoga da unidade de ensino, Cristiele Ferreira.
MEC lança Disque 100 Brasil na Escola ©DIVULGAÇÃO/MEC
O Ministério da Educação (MEC) lançou, na segunda-feira (28), em parceria com o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), a
campanha Disque 100 Brasil na Escola. O canal do MMFDH que recebe, analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos, juntamente
com o MEC, buscará identi car situações de crianças e adolescentes que não estão matriculados na rede de ensino ou que estão sem frequentar a escola. As noti cações recebidas serão encaminhadas ao Conselho Tutelar da localidade para a busca ativa e o acompanhamento d e c a d a s itu a ç ã o. O M E C também, em parceria com as secretarias estaduais, municipais e o Distrito Federal, acompanhará os registros, realizando o monitoramento para apoiar ações que possam garantir o direito à educação. S e g u nd o o s e c re t ár i o d e
Qualidade de gentil. Ação nobre ou distinta. Essas são algumas d a s d e n i ç õ e s d a p a l av r a gentileza em um dicionário da língua portuguesa. Quando essas ações estão organizadas, elas rendem prêmios. Escolas do Distrito Federal, São Paulo e Minas Gerais receberam o Prêmio Gentileza e Generosidade por desenvolverem projetos conectados com sete princípios de Educação para a Gentileza, Generosidade, Solidariedade, Sustentabilidade, Diversidade, Respeito e Cidadania. Com o projeto “Redes de Virtude”, o Sesi Barbacena, em Minas Gerais, aplicou desde a educação infantil ao ensino mé dio uma prop ost a p ara desenvolver a consciência e a re exão da comunidade escolar. C om fo c o n o c omb at e a o bullying, a iniciativa traz formas de prevenir a prática e de mudar comportamentos hostis. “Educar a partir de virtudes leva os alunos a se desenvolverem e entenderem seus direitos e deveres, buscando uma convivência saudável com os demais colegas, com a escola, com a família e a sociedade em g e r a l ”, a p o n t a r a m o s responsáveis pelo projeto, que
De acordo com a organização, projetos de conscientização s o c i a l , d e ar re c a d a ç ã o d e alimentos, material escolar, artigos eletrônicos, peças de vestuários e outros bens duráveis e não duráveis foram os mais recorrentes nas inscrições. O segundo lugar foi para o Colégio Magister, de São Paulo (SP). Sob o nome “Brincando e Apre nd e nd o no Ambi e nte Digital”, os estudantes do ensino médio participantes da disciplina eletiva Empre ende dor ismo S o ci a l atuam em programas e projetos com instituições parceiras da escola. Usando a plataforma Kahoot, os realizaram algumas inserções como quiz a ser aplicado junto a crianças do
conseguiu o primeiro lugar na premiação.
Centro para Crianças e Adolescentes Nelson Mandela,
localizado em Parelheiros, na zona sul de São Paulo (SP). O jogo foi desenvolvido com o apoio dos educadores da escola. “Projetos como estes, apresentados através da educação conscientizadora e de paz, que implicam no cuidado com o outro e com todos, transformam a violência da realidade atual e me fazem ver um Brasil plural e consciente de sua responsabilidade de formar crianças e adolescentes mais seguros, conscientes, mais gentis com toda forma de vida do planeta através decisões e ações individuais e coletivas”, pontuou a professora Êda Luiz, uma das juradas do prêmio. A Escola Classe 40 de Ceilândia, que ca na cidade de Sol Nascente Pôr do Sol (DF) e dentro de uma das maiores favelas da região, atuou com ações que promovem o bem estar de crianças e de toda a comunidade. Em parceria com a Associação dos Diplomatas Brasileiros, realizou momentos de formação com famílias com representantes do conselho tutelar local, Secretaria da Saúde e Obras Sociais e outros órgãos públicos, conquistando o terceiro lugar da premiação.
Educação Básica do MEC, Mauro R ab elo, o acess o à educação básica obrigatória é um direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação c o mu n i t á r i a , o r g a n i z a ç ã o sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. “Precisamos unir esforços, nós do MEC, os sistemas de ensino, os professores, familiares e toda a sociedade, para trazer nossos estudantes de volta às escolas e fortalecer esses vínculos. A ação nos permitirá elaborar políticas públicas efetivas e colocar em prática, de forma coordenada, iniciativas para o enfrentamento à evasão e ao abandono escolar. Vamos, juntos, garantir que nenhuma criança que fora da
escola”, destaca o secretário. Os objetivos da campanha Disque 100 Brasil na Escola são: reduzir os índices de abandono e evasão escolar, por meio de um
viabilizar o encaminhamento de situações de risco de abandono e evasão escolar à rede de proteção. Você pode ajudar nessa missão
Reservas: (27) 99961-8422
Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br
canal de comunicação o cial e estruturado para as denúncias; promover o engajamento da sociedade em geral no enfrentamento de situações de evasão e abandono escolar; e
e contribuir para a garantia do direito à educação. Conheça o Disque 100 Brasil na Escola, acessando o site do MEC ou os canais do Disque 100. Ligue. Denuncie.
INOVAÇÃO 5
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Inovações brasileiras Marca brasileira lança pasta melhoram o cafezinho, de dente vegana e natural o churrasco e a gestão de resíduos por um futuro melhor De menta e melaleuca, creme dental vegano tem sabor agradável e não é nocivo à natureza ©DIVULGAÇÃO
©GETTY IMAGES
Inovação é hoje palavra de ordem mesmo nas mais tradicionais empresas e indústrias: quem não quiser car preso ao passado, deve olhar para o amanhã com a coragem e o frescor de uma startup, por um futuro melhor, mais saudável e sustentável, tanto em aspectos econômicos quanto ambientais. É assim que atualmente as mais inventivas empresas atuam, mesmo quando são verdadeiros pilares de ramos antigos e f undament ais. C omo o da energia: a for ma com que produzimos e consumimos energia nos afeta em nossos domicílios, estabelecimentos comerciais, escritórios, empresas ou mesmo grandes parques i n du s t r i a i s , e u m a g e s t ã o inovadora em tal área é determinante para esse amanhã mais saudável, econômico e verde. Nesse justo ponto entra em cena uma empresa fundada há mais de 80 anos, mas que cada vez mais se rma como um precioso centro de inovação e reinvenção — de suas atividades e do próprio mercado. Uma das marcas que fundou o envase e venda de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) no Brasil, a Ultragaz hoje atua em frentes tão diversas quanto importantes para esse novo e melhor futuro. A busca p or soluçõ es novas, seguras, e cientes e sustentáveis em energia para negócios e domicílios é o lema principal da companhia, tornando o inovar uma prática efetiva e exemplar. Hoje a empresa possui uma área inteira dedicada à inovação para a s olu ç ã o d e pro bl e m a s e necessidades do consumidor nal. A adaptação de técnicas culinárias que tradicionalmente
utilizam lenha no cozimento de alimentos é um ótimo exemplo: c om o pre p ar ar u m a pi z z a utilizando o método e o forno n ap o l i t a n o d e nt r o d e u m ambiente fechado, residencial ou mesmo em um shopping, onde o uso de lenha não é permitido? Dilema semelhante se impõe sobre churrascarias, e para ambas as situações a Ultragaz traz soluções e cazes, mantendo a excelência e o sabor dessas tradições gastronômicas, mas substituindo a lenha por gás através de tecnologias e equipamentos inovadores. Desde 2019 a empresa vem trabalhando ao lado de diversas startups em busca desse tipo de solução: hoje já são mais de 60 novas empresas parceiras da Ultragaz. O trabalho também é fomentado através da colaboração de hubs como o InovaBra Habitat, espaço de inovação compartilhada do Bradesco, e o AgTech Garage, um dos principais hubs de inovação ligado ao agronegócio: outro interessante exemplo de solução gerida dentro da empresa é o desenvolvimento de um pacote de sensores para lavanderias industriais, que utiliza inteligência arti cial a m de calcular a carga ideal de energia AJUFE
para o empreendimento. Um modelo de tecnologia inovadora pensado para sanar dores especí cas de seus clientes é a solução Ultragaz Recicladora de Resíduos, ut i lizada em restaurantes industriais para uma melhor gestão de sobras e restos. Trata-se de um processo qu e c ombi n a t r itu r a ç ã o e desidratação em alta t e mp e r at u r a d o s re s í du o s orgânicos, obtendo redução considerável do volume dos resíduos, ocupando um menor espaço e, assim, utilizando menos refrigeração, bem como pro du z i n d o u m c omp o sto orgânico seco, pronto para ser utilizado como matéria-prima na produção de fertilizantes. Outra novidade que traz benef ícios expressivos é o Ultragaz Torra de Café, um soware de gestão de produção de café que ajuda a reduzir as margens de erros e otimiza o processo de torra com informações precisas. Desde o desenvolvimento da semente em suas diversas etapas, calculando o consumo exato necessário de GLP ao longo da torra, o soware permite o estabelecimento de um padrão otimizado, a ser repetido em processos seguintes.
Google quer que o Android previna a perda de visão ©SERGEY NIVENS/SHUTTERSTOCK
Um novo projeto do Google quer que os smartphones que utilizam o sistema operacional Android ajudem seus usuários na detecção de problemas de saúde, como o diabetes e problemas cardíacos. A ferramenta busca prevenir condições que possam levar à perda de visão. O sistema, que ganhou o nome de ARDA, sigla em i n g l ê s p a r a Av a l i a ç ã o Automatizada de Doenças da Retina, mostrou resultados
bastante promissores na detecção de uma condição chamada retinopatia diabética. Caso não seja
tratada em tempo hábil, a condição pode levar à perda completa da visão.
A Us e O r g â n i c o, m a r c a especializada em cosméticos naturais, orgânicos e veganos, acaba de lançar no mercado o creme dental natural e vegano de menta e melaleuca. Além de trazer componentes não nocivos à natureza, seu grande trunfo é ser uma pasta de dente que não testa em animais — buscando suprir uma demanda cada vez maior na sociedade. O p r o d u t o é s e m ú o r, parabenos, triclosan, corantes e aromas arti ciais. Possui xilitol, que auxilia na prevenção de cáries e óleos puros de menta, eucalipto, melaleuca orgânica e co co orgânico. S egundo a d e s e nvolve d or a , e s te s s ã o antibacterianos naturais que também promovem sabor e refrescância ao hálito, além de cuidar da saúde das gengivas. Foi necessário mais de um ano de pesquisa para o lançamento da pasta de dente vegana. Disponível tanto no ecommerce da marca, como na loja física de São Paulo, a fórmula do Creme Dental Natural e Vegano de Menta e Melaleuca é composta por óleo de tea tree orgânico, óleo de coco orgânico,
água, sorbitol, dióxido de silício, carbonato de cálcio, lauril sulfato de sódio, xilitol, goma xantana, óleo de folha de menta arvensis, gliceril caprilate, óleo da folha de eucalipto glóbulos, óleo de coco (orgânico), glicerol, menthol, sucra los e, ácido caprilhidroxâmico, óleo da folha de melaleuca alternifolia (orgânica). Produtos orgânicos de beleza e cuidado são uma tendência. A Factor-Kline, consultoria de gestão e pesquisa estratégica de mercado, calcula que o setor tenha faturado entre R$ 550 milhões e R$ 600 milhões no ano
p ass ado. Já a Grand Vie w Research estima que até 2025 o segmento internacional de cosméticos orgânicos atinja US$ 48 bilhões. A Use Orgânico é exemplo desse lão no mercado. Em 2020, a marca cresceu 170% e em 2022 pretende expandir mais 72%, tendo o lançamento do creme dental como parte da estratégia. “Buscamos desenvolver um creme dental com sabor agradável, não nocivo à natureza e bené co para a saúde bucal, e conseguimos. Estamos muito otimistas em entrar no segmento de saúde bucal”, naliza Youssef.
Baterias quâ nticas permitirã o carros elé tricos carregar tã o rá pido quanto com uma bomba de posto ©PINKEYES/SHUTTERSTOCK
Um artigo do Institute for Basic S cience (IBS), de Daejeon (Coreia do Sul), a rma que as baterias quânticas poderão ajudar os carros elétricos a carregar em apenas três minutos — o equivalente a abastecer um modelo a gasolina. De acordo com o artigo, publicado no Physical Review Letters, baterias desse tipo são capazes de “armazenar e liberar energia de maneira rápida e e ciente” a partir de processos como entrelaçamento quântico. Os cientistas do IBS se inspiraram em um estudo de 2012 — feito por Robert Alicki e Mark Fannes — para desenvolver o conceito. Para atingir velocidades de carregamento comparáveis a um carro padrão, no entanto, todas as células da bateria precisariam ser carregadas simultaneamente em um processo chamado de “protocolo de carregamento global” — nenhuma bateria no mercado atualmente é capaz disso. Diferentemente das baterias clássicas (por exemplo, baterias de íons de lít io), onde as velocidades máximas de
carregamento aumentam de acordo com o número de células, as b ater ias quânt icas com operação global podem atingir escala quadrática na velocidade de carregamento. Isto é, à medida que as baterias quânticas aumentam de tamanho, os tempos de carregamento se tornam mais rápidos. Por exemplo, ao passar de 1 para 2, em vez de aumentar por um fator de 2, aumenta por um fator de 4 e, ao passar de 1 para 10, aumenta por um fator de 100. Nesse sentido, elas seriam uma solução adequada pois a aceleração no carregamento seria “200 vezes maior em relação às clássicas”, reduzindo o tempo de recarga de horas para
minutos. Vale lembrar que um carro elétrico, em geral, possui bateria com 200 células. Ainda de acordo com o IBS, a tecnologia quântica pode ser utilizada ainda em bens de consumo eletrônicos e usinas de energia de fusão, que precisam de grandes rajadas de energia para carregamento e descarregamento instantâneos. Os pesquisadores alertam, entretanto, que as tecnologias quânticas ainda precisam de anos de pesquisa antes que possam ser introduzidas para revolucionar o uso de energia e as tecnologias verdes. Até lá, esperar seu elétrico carregar continuará a ser como ver a grama crescer.
6 TECNOLOGIA
01 A 07 DE ABRIL/2022
Aprendizado de máquina permite um robô descascar uma banana sem danificar a fruta
Maior parte dos brasileiros ainda se confunde com conceito de metaverso
©HEECHEOL KIM/UNIVERSIDADE DE TÓQUIO
Um rob ô treinado p or aprendizado de máquina que imita gestos produzidos por um ser humano demonstrador é capaz de descascar uma banana sem esmagá-la, nem mesmo amassá-la. Manipular frutas macias é algo desa ador para os robôs, que não têm a destreza e o toque sutil necessários para manusear itens sem destruí-los. Além disso, as formas irregulares — que podem variar signi cativamente mesmo entre frutas do mesmo tipo — também podem confundir os algoritmos de visão computacional que mu it a s ve z e s atu am c omo cérebros desses robôs. Heecheol Kim, da Universidade de Tóquio, liderou uma equipe de pesquisadores que desenvolveu um sistema de aprendizado de máquina por imitação em um robô dotado de dois braços e mãos com “dedos” em formato de pinça. Primeiro, uma pessoa operando o robô descascou centenas de bananas, criando 8 1 1 m i nut o s d e d a d o s d e demonstração para treinar a máquina a fazer sozinha. A tarefa foi dividida em nove etapas, desde segurar a banana até pegála da mesa com uma mão, pegar na ponta com a outra, descascála e manusear a fruta para retirar
o restante da casca. Para movimentos amplos, que não oferecem risco de dani car a banana, o modelo de aprendizado de máquina mapeia uma trajetória, imitando o que u m hu m an o f a z d e for m a natural. No entanto, quando os braços são necessários para manipular a banana com precisão, o sistema muda para uma abordagem reativa, no qual responde a mudanças inesperadas em seu ambiente. Nos testes, o robô conseguiu descascar uma banana com sucesso em 57% das vezes, em uma ação que leva menos de três minutos. “O que é realmente interessante neste caso é que o processo que um humano usa foi transferido para o treinamento do sistema robótico por meio do aprendizado de imitação profunda”, diz o coautor do estudo, que foi publicado no ser vidor de pré-impressão arxiv.org, Jonathan Aitken, da
Universidade de Sheffield, Reino Unido. Kim diz que sua abordagem us a 13 horas de d ados de treinamento em vez de centenas ou milhares de horas que outros experimentos semelhantes, o que a torna bem mais e ciente. “Ainda requer muitas GPUs [unidades de processamento grá co], mas usando nossa estrutura, podemos reduzir a grande quantidade de computação [necessária]”, diz ele. Aitken gostaria de ver como o robô lida com frutas mais deformadas. “Mas com um controle motor mais preciso, pode funcionar ainda melhor”, diz ele. Segundo o site Newscientist, a tecnologia não será usada apenas para banana, no entanto: o objetivo é um sistema de alimentação mais geral que possa lidar com tarefas que não exigem habilidades motoras nais.
Refrigerante de alga azul da cor do mar captura mais CO do que emite na produção ©DIVULGAÇÃO
Cientistas que desenvolvem alimentos na Holanda criaram um refrigerante cor azul turquesa brilhante feito de um tipo de alga que absorve mais carbono do que emite durante o processo de produção. Deixando de lado a sustentabilidade, o refrigerante é feito de um superalimento chamado espirulina, presente em muitos produtos de saúde e beleza, e que oferece enormes benefícios à saúde que os produtores contam como o principal impulsionador das vendas. Chamada de Ful, a curiosa cor azul vívida, que lembra a cor do mar, é uma aposta que os criadores, procurando acelerar a
transição para emissões líquidas zero em seu país de origem, estão dispostos a fazer. Eles pretendem que o nome da marca seja s i nôn i mo d a c or r ar a no s próximos dez anos. As soluções com uso de algas são populares na Holanda, e os designers de produtos holandeses as usaram como materiais de impressão 3D para fazer cadeiras e frascos de xampu, combustível para veículos e agora como base e a g e nt e a r o m at i z a nt e p a r a refrigerantes. Atualmente, o Ful é produzido nos sabores pêssego e gengibre com limão em uma cervejaria local holandesa que é uma grande produtora de CO₂ de
grau alimentício que alimenta as algas que fazem a bebida e uma grande compradora de garrafas de vidro. O pessoal da Ful metaforicamente conectou o tubo de escape da cervejaria com a entrada de ar da máquina de refrigerante e tornou todo o processo negativo em carbono em cerca de 1,5 quilo de CO₂ por quilo de refrigerante. “Então você tem esse sistema de circuito fechado realmente maravilhos o que p o de s er a lt amente lo c a lizado, mas também escalável em todo o mundo, usando a infraestrutura existente”, disse uma das três cofundadoras, Julia Streuli, à Fast Company. A bebida é fonte de vitamina C, cálcio, a n t i o x i d a n t e s , m a g n é s i o, clorofila e uma rara fonte de agentes quelantes que removem metais pesados do sangue, colocando-o mais em competição com o kombucha do que com refrigerantes como a Coca-Cola. Ful está atualmente disponível apenas na Europa e no R eino Unido, em loj as de alimentos saudáveis.
©SHUTTERSTOCK
Um l e v a nt a m e nt o i n é d it o realizado pela startup de pesquisas digitais OneGo deu um panorama sobre qual o nível de conhecimento e as expectativas do brasileiro em relação ao metaverso. Os dados demonstraram que a maior parte dos entrevistados acreditam que o c onc e ito é “o f utu ro d a tecnologia”. O metaverso é um tema que tem gerado grande interesse por parte do público, principalmente depois que o conceito se tornou a “menina dos olhos” do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg. Porém, para grande parte do público, incluindo o brasileiro, o tema se mostrou um pouco confuso e distante. No ent anto, a p es quis a “Descomplicando o Metaverso — O que os brasileiros acham do Metaverso” revelou que existem alguns mitos sobre o que o brasileiro médio conhece e espera do metaverso. O levantamento contou com 400 entrevistas, com pessoas com acesso à internet, das classes A, B, C, D e E. O resultado mostrou que mais da metade do público, exatamente 56%, disse estar familiarizado com o termo metaverso. No entanto, apenas 60% dessas pessoas conseguiram de nir corretamente o conceito, como um mundo virtual gerado por computador em que as p e ss o as p o d e m s o c i a l i z ar,
trabalhar e jogar. Outros 12% deram a de nição incorreta de que o metaverso seria uma grande empresa de tecnologia que está desenvolvendo serviços para a internet. Desses, 10% fazem parte do subgrupo que respondeu que estava familiarizado com o termo e com o tema.
do público brasileiro sobre o met avers o, no gera l, s ão positivos. 36% dos entrevistados se disseram “curiosos” sobre o conceito. 25% se mostraram “animados”, e 22% se colocaram como “otimistas”. Por outro lado, apenas 2,5% se dizem “sem interesse” no metaverso. O brasileiro também acredita que o metaverso estará presente na maior parte das atividades cotidianas, principalmente nas atividades do dia a dia, atividades de socialização, cultura e lazer. Porém, o que surpreende é que 45% acreditam que o metaverso será um espaço para investimentos. Parte signi cativa dos entrevistados, 59%, diz acreditar
PRECISÃO
Contabilidade (27) 3228-4068 Segundo a OneGo, essa confusão é esperada e parte dela é “culpa” de Mark Zuckerberg, que mudou o nome da empresa controladora do Facebook para Me t a e m o u t u b r o d o a n o p a s s a d o. Po r c o n t a d e s s a mudança, pode ser que parte do pú bl i c o br a s i l e i ro a s s o c i e met avers o a uma empres a especí ca. A pesquisa também demonstrou que os sentimentos
que o metaverso não será um local exclusivo para empresas de tecnologia. Isso pode signi car que marcas de outros segmentos podem ter espaço neste novo mundo. Por último, mas não menos interessante, 22% do público brasileiro acredita que o metaverso é uma alternativa melhor do que a realidade. Em contrapartida, 16% acreditam que o conceito não é tão bom quanto o mundo real.
Yamaha lança scooter elétrica para mobilidade urbana Depois da Honda e da Xiaomi, a Yamaha anunciou o lançamento da scooter elétrica da marca. A Yamaha Neo's chega ao mercado europeu em junho de 2022 com um proj eto esp e ci a lmente desenvolvido para a mobilidade urbana. Com um modelo similar à clássica Yamaha Neo de 50 cc, a nova scooter elétrica poderá ser encontrada na rede de concessionários da Europa por c e rc a d e € 3 m i l, aproximadamente R$ 16 mil, nas cores Milky White e Midnight Black. Para facilitar o deslocamento na cidade, as dimensões são c omp a c t a s e m ol du r a s d e borracha foram incorporadas para proteger a scooter de pequenos choques e arranhões.
compartimento de 27 litros que pode acomodar um capacete, mesmo com a segunda bateria opcional. A bateria removível de 1kWh pesa 8kg e oferece autonomia de 37 km, mas é possível equipar a ©DIVULGAÇÃO/YAMAHA scooter com uma segunda bateria e estender a autonomia até cerca de 68 km. O painel de instr umentos LCD exib e informações como velocidade e autonomia e também indic adores de mo do de condução e ícones para conexão com o aplicativo do s m a r t p h o n e . A Ya m a h a oferece o aplicativo MyRide com acesso a informações maiores quanto pequenas. Uma técnicas e operacionais como s e g u n d a b at e r i a p o d e s e r velocidade, aceleração, status da comprada e colocada abaixo do bateria do veículo, rastreamento a s s e n t o q u e t e m u m de rotas e muito mais. Uma novidade é a localização da bateria, que fica embaixo do assento. Com isso a nova Neo traz um espaço plano maior para o apoio dos pés, ajudando a acomodar bem tanto pessoas
CIÊNCIA 7
01 A 07 DE ABRIL/2022
Pesquisadores descobrem o primeiro conjunto de ninhos de dinossauros do Brasil em MG
Arqueólogos desenterram cálice de 'origem enigmática' em necrópole romana na Crimeia ©INSTITUTO DE ARQUEOLOGIA DA ACADEMIA DE CIÊNCIAS DA RÚSSIA
©PIXABAY
Paleontólogos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) zeram uma descoberta inédita na ciência brasileira. Enquanto trabalhavam no bairro de Ponte Alta, na cidade de Uberaba (MG), os pesquisadores encontraram o primeiro sítio de nidi cação já descoberto no Brasil. O achado, que se tratava de um conjunto de 20 ovos de titanossauro aninhados há cerca de 80 milhões de anos, foi descrito em um artigo publicado na revista Scienti c Reports, no dia 24 de março. O artigo ainda conta com a colaboração de c i e nt ist as arge nt i no s , qu e ajudaram na identi cação da espécie do dinossauro. João Ismael da Silva, servidor d a Fu n d a ç ã o C u l t u r a l d a Prefeitura Municipal de Uberaba e técnico em paleontologia da
UFTM, foi o principal responsável pela descoberta. O pesquisador deu uma entrevista para o jornal Folha de S. Paulo e contou que cou sabendo da existência de ovos de dinossauros em Ponta Alta na década de 1990, mas, apesar de já ter encontrado uma série de ovos, nunca tinha encontrado um ninho antes. Os ovos tinham cerca de 12 centímetros de diâmetro e 900 cm³ de volume e foram comparados com fósseis encontrados em outras partes do mundo para que os pesquisadores conseguissem determinar sua espécie. Por meio desse método, descobriu-se que as características dos ovos brasileiros eram semelhantes com a de fósseis argentinos e romenos de titanossauros. No entanto, os ovos encontrados no Brasil tinham
alguns detalhes peculiares. Os poros nas cascas dos ovos, que eram fundamentais para as trocas gasosas dos embriões com o m u n d o e x t e r i o r, e s t ã o distribuídos de forma diferente do que é visto em outros ovos da espécie. Segundo os especialistas, uma explicação para isso é o ambiente semiárido que predominava a atual região de Minas Gerais no período Cretáceo. O clima seco do local há 80 milhões de anos pode ter in uenciado a formação de um padrão próprio de poros. Ap ó s a l g u n s e x a m e s d e tomogra a computadorizada, os pesquisadores não identi caram nenhum embrião no interior dos ovos. Mesmo assim, os ninhos deram aos paleontólogos uma oportunidade para descobrir novas características da reprodução de titanossauros na região. Batizada de CPPLIP 1798, a ninhada mostra que os ovos estavam sobrepostos e em contato uns com os outros, em uma deposição em formato de tigela. "Esta é uma característica comum em ninhadas de titanossauros e seu comportamento de nidi cação devido à construção de ninhos enterrados", explicaram os pesquisadores no artigo.
Cientistas descobrem estrela que poderia ajudar a compreender fenômeno misterioso no Sol ©KHALED DESOUKI/AFP
FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Foi encontrada uma estrela que passou por um período com muito poucas manchas solares, relataram cientistas da Un i v e r s i d a d e E s t a d u a l d a Pensilvânia, EUA. As manchas solares são uma mancha escura na superfície de uma estrela que resultam da diminuição temporária da temperatura nessa zona, devido ao dínamo magnético da estrela. O fenômeno descoberto em uma estrela chamada HD 166620 poderia explicar um evento que já aconteceu com o Sol, quando passou por um mínimo de Maunder. Os astrônomos têm documentado as mudanças nas manchas estelares do Sol desde o
início do séc. XVII, havendo assim um bom registro de seus ciclos de 11 anos, mas o mínimo de Maunder, que afetou o Sol entre 1645 e 1715, tem conf undido a comunid ade cientí ca. "Nós não sabemos muito bem o que causou o mínimo de Maunder, e temos observado BOB BEHNKEN outras estrelas semelhantes ao Sol para ver se podem oferecer alguma perspectiva. Identi camos uma estrela que acreditamos ter entrado em um estado semelhante ao mínimo de Maunder", explicou Anna Baum, pr i me i r a autor a d o ar t i go publicado na revista e Astronomical Journal.
"Será realmente emocionante continuar obser vando esta estrela durante, e, com sorte, enquanto sai dele, deste mínimo, que pode ser extremamente informativo sobre a atividade do Sol há 300 anos", continuou ela. A equipe de cientistas analisou a informação agregada em 50 a 60 anos de dados de manchas estelares de 59 astros previamente recolhidos pelo Observatório do Monte Wilson e p elo Obs er vatório Keck, e con rmaram entre elas a HD 166620, que tinha um ciclo de 17 anos, mas entrou em um período sem manchas solares em 2003.
Pesquisadores do Instituto de Arqueologia da Academia de Ciências da Rússia publicaram recentemente um artigo sobre análise de um raro cálice de vidro, que data do nal do século II ou meados do século III d.C. e que foi encontrado em 2018 na necrópole Frontovoe-3 perto da cidade de Sevastopol. Apesar de examinar cuidadosamente a decoração, a forma e a composição química do vidro utilizando o método de espectroscopia de raios X, não foi possível estabelecer o local de origem do artefato, avança comunicado do Instituto de Arqueologia.
A única conclusão a que chegaram foi que o cálice procede de uma o cina na periferia do Império Romano. O objeto de vidro da época tardia do império tem o adorno de uma serpente e foi descoberto em um túmulo que pertencia a uma mulher de 25 a 45 anos e que não foi saqueado por ladrões. "A julgar pela composição do vidro, [o cálice], não pode ter sido fabricado em nenhuma das o cinas conhecidas. A decoração da vasilha é semelhante às do Reno, mas a sua forma não corresponde aos modelos que se faziam na Europa Ocidental. O cálice não
pode ser associado a nenhum centro [de fabricação]. Isto realmente nos intriga", explicou Larisa Golofast, pesquisadora do Departamento de Arqueologia C l á s s i c a d a Ac a d e m i a d e Ciências da Rússia. Os detalhes do cálice são conhecidos como "decoração de o de serpente", como indicam os arqueólogos, porque as linhas do adorno se assemelham a cobras se retorcendo. Tais artefatos eram considerados objetos de luxo e faziam parte integrante da mesa das elites rural e urbana. Em geral, são descobertos em sepulturas de pessoas de classe alta da Europa Ocidental. "É um recipiente muito raro. Apenas alguns destes foram encontrados na Crimeia e em toda a região do mar Negro do Norte", explicou Golofast. Neste caso em especí co, o cálice vem de uma sepultura onde não havia ninguém rico, embora existiam túmulos de pessoas de alto nível social na referida necrópole.
A piscina sagrada que se alinhava com as estrelas há 2,5 mil anos ©REPRODUÇÃO/ANTIQUITY
A região da Sicília, no atual território a Itália, foi dominada e ocupada pelos fenícios milênios atrás. Entretanto, havia uma construção desse povo que há mais de cinquenta anos seguia c omo u m e n i g ma p ar a o s arqueólogos da região. O que antes se acreditava ser um porto militar era na verdade uma piscina para natação com ns s ag rados e cient í cos dos fenícios. A piscina sagrada foi construída na Ilha da Mócia há 2,5 mil anos e, após escavações, foi descoberta uma estátua do deus fenício Baal no local. A imagem divina da entidade considerada uma das principais dentro da teologia dos fenícios acabou mudando a perspectiva dos pesquisadores sobre o tema. O local de adoração de Baal era alimentado com águas doces. “Isso revelou que não poderia ter servido como porto, pois não estava ligado ao mar. Em vez disso, era alimentado por fontes naturais”, explica o pesquisador Lorenzo Nigro, professor da Universidade de Roma L a
Sapienza. Além disso, os fenícios herdaram um profundo conhecimento astronômico dos sumérios e aplicaram suas ideias na construção de seus templos. “O templo é alinhado com a ascensão da Constelação de Órion no solstício de inverno do hemisfério norte, além de outros equipamentos ligados com outros fenômenos astronômicos. Isso mostra um profundo conhecimento do céu pelas diversas civilizações antigas”, explica. O estudo aponta que o local adorava o deus fenício Ba'al, mas também mostra evidências de outras culturas na região, como a dos gregos, que posteriormente dominariam a ilha da Sicília em
u m g r a n d e c o n i t o e nt r e Cartago, na Tunísia, e Atenas, na Grécia. “As descobertas recentes na ilha da Mócia tem implicações profundas, em especial com a con rmação do assentamento fenício na região e seu desenvolvimento simbolizado por esse tipo de monumento. O aspecto religioso e astronômico da piscina mostra a importância da ilha, e mostra os aspectos desse local como um polo de interações culturais e novas ideias, sendo parte importante da dominação fenícia no âmbito político e econômico na região”, diz a conclusão do artigo, que foi publicado na revista Antiquity.
8 BEM-ESTAR
01 A 07 DE ABRIL/2022
Remédio natural para TPM: cinco alimentos que aliviam os sintomas Nutricionista revela como alguns nutrientes podem diminuir os impactos da tensão pré-menstrual ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665
Risoto de camarão com palmito ©GUIA DA COZINHA
Encontrar um remédio natural para TPM (tensão prémenstrual) é uma busca constante para algumas mulheres. A nal, lidar com os e fe it o s i mp o s t o s p or e s s a condição, nem sempre, é algo tranquilo. Além disso, não é muito saudável manter o hábito de ingerir compostos químicos sempre que os sintomas se manifestam. Mas, a boa notícia é que esse tão sonhado remédio natural para TPM pode ser encontrado na alimentação. Isso mesmo, uma dieta balanceada, com nutrientes de qualidade na quantidade ideal, por si só, já vão auxiliar o organismo a se manter saudável. No entanto, existem alguns ingredientes especí cos, que desempenham funções importantes para aliviar os sintomas da condição. "Inchaço, cólicas e cansaço são alguns sintomas que muitas
mulheres enfrentam antes e durante o seu ciclo menstrual. Sua alimentação pode desempenhar um papel importante no alívio desses e de outros sintomas da TPM", esclarece a nutricionista Adriana Stavro. Dessa maneira, com a ajuda da especialista, separamos cinco alimentos que podem funcionar como uma espécie de remédio natural para TPM. Con ra: 1) Brócolis. Alimento rico em vitaminas A, C, B6 e E. Além de ter boa concentração de minerais como cálcio, potássio e m a g n é s i o. Nut r i e nt e s qu e podem ajudar a regular os efeitos dos hormônios utuantes, fora a retenção de líquido, irritabilidade e cólicas causadas pela TPM. 2) Semente de abóbora. São ricas em magnésio e manganês. O primeiro p o de ajudar a
melhorar o humor e combater a retenção de água, enquanto o segundo demonstrou reduzir a irritabilidade e a tensão que acompanham a TPM. 3) Ovos. São boas fontes de vitaminas D, B6 e E. Nutrientes que ajudam a controlar as substâncias químicas do cérebro, responsáveis por alguns desconfortos desse período. E n t r e e l e s : m a u h u m o r, compulsão por doces e ansiedade. 4) Bananas. "A banana é rica em vitamina B6 e potássio, o que pode impedir que você retenha água e se sinta inchada. Sintoma muito comum na TPM", explica Stavro. 5) Chá de camomila. Segundo a nutricionista, a camomila tem propriedades que podem ajudar a aliviar cólicas, ansiedade e irritabilidade, sintomas comuns da TPM.
O
risoto de camarão com palmito é um prato fácil, saboroso e pode ser feito em menos de uma hora para agradar toda a família! Ingredientes 5 colheres (sopa) de manteiga 400g de camarão pequeno limpo ½ cebola picada 2 xícaras (chá) de arroz arbóreo cru ½ xícara (chá) de vinho branco seco 2 xícaras (chá) de palmito picado 1 xícara (chá) de er vilha congelada 1 tomate sem sementes picado 3 cubos de caldo de legumes 6 xícaras (chá) de água quente ½ xícara (chá) de cheiro-verde picado 1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado Sal e pimenta-do-reino a gosto Modo de preparo Aqueça uma panela, em fogo
médio, derreta duas colheres (sopa) da manteiga e frite o camarão e a cebola por três m i nuto s . R e t i re c om u m a escumadeira e reserve. Volte a panela ao fogo alto, adicione a manteiga restante e frite o arroz por três minutos, mexendo sempre. Despeje o vinho e cozinhe até evaporar. Acrescente o palmito, a ervilha e o tomate.
De concha em concha, coloque o caldo de legumes dissolvido na água quente, mexendo sempre, até o arroz car al dente. Junte o camarão reservado, o cheiroverde, o queijo parmesão e misture. Tempere com sal, pimenta e sirva em seguida. Rendimento: 6 porções Fonte: Terra
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
©PIXABAY/COLIN00B
Atenção: excesso de sede pode estar relacionada a algumas doenças Excesso de sede pode ser ruim, no entanto a falta é comum no processo de envelhecimento A correria diária faz com que as pessoas se esqueçam de beber água, mas, surpreendentemente, a
aus ência de s e de é a lgo comum e não indica nenhum tipo de problema de saúde. Por outro lado, a sede em
excesso é algo que precisa receber atenção. Segundo a endocrinologista Lorena Lima Amato, algumas das
doenças que esse fator indica são: o diabetes mellitus, diabetes insípidos e ansiedade. "Alterações psiquiátricas, como a ansiedade, fazem com que a pessoa ingira água compulsivamente, a chamada potomania", explica a médica. “Se for diabetes mellitus descompensado, é preciso fazer o tratamento e o excesso de sede acaba diminuindo. Já o diagnóstico de diabetes insípidos nos leva a investigar o que está acontecendo na hipó se, porque não está regulando adequadamente a sede. Tumor no sistema ner voso central ou uma alteração congênita que não secrete o hormônio diurético de maneira adequada podem estar entre as causas. Caso o
diagnóstico esteja relacionado a doenças psiquiátricas, a pessoa deve ser encaminhada ao especialista em psiquiatria para que receba o tratamento”, detalha Lorena. Por outro lado, falta de sede não exige uma investigação detalhada, mas o excesso de sede sim. Anamnese e exames laboratoriais de função renal e g l i c e m i a , p o r e x e mp l o,
servem de guias para um diagnóstico preciso. “Com o envelhecimento, o sistema nervoso central, que aj u d a a re g u l a r a s e d e , funciona de maneira pior, de forma que os idosos sentem bem menos sede. Mas no geral, não existe uma doença especí ca que iniba a vontade de beber água”, a rma.
SAÚDE 9
01 A 07 DE ABRIL/2022
Pressão alta em jovens pode Por que não conseguimos nos livrar do HIV mesmo alterar o cérebro e gerar após tratamento? problemas cognitivos Mesmo com o uso de coquetéis retrovirais para pré e pós exposição, o vírus HIV permanece escondido em nossos tecidos, impossibilitando sua remoção denitiva
©ISTOCK
Desde 1990, a quantidade de adultos convivendo com a hipertensão, no mundo, dobrou. Na época, eram 650 milhões de indivíduos, entre 30 e 79 anos, com o diagnóstico da doença. Agora, 1,28 bilhão, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas, além dos danos ao coração, a hipertensão não controlada t a m b é m p o d e i mp a c t a r o cérebro e a função cognitiva, de acordo com estudo divulgado pela Associação NorteAmericana do Coração. Os dados preliminares da p e s q u i s a , c o mp a r t i l h a d o s durante a conferência internacional da Associação em fevereiro, destacam que adultos jovens (entre 20 e 40 anos) com pressão alta tiveram mudanças cerebrais por volta da meiaidade (idade média de 55 anos) que aumentaram o risco de declínio cognitivo na fase idosa. "Os resultados sugerem que os pro ssionais de saúde considerem tratamentos contra a
pressão alta mais agressivos para os adultos jovens, a m de prevenir alterações cerebrais mais tarde", argumentam os autores. A análise veri cou mais de 30 anos de exames periódicos, incluindo ressonância magnética, de 142 adultos jovens. De acordo com Flávio Ta r a s o u t c h i , m é d i c o c a rd i o l o g i s t a d o Ho s pit a l Israelita Albert Einstein, apesar de poucos participantes, os dados chamam atenção. "Foi surpreendente ver mudanças cerebrais mesmo na pequena amostra de participantes do estudo. A pressão alta em jovens normalmente apresenta consequências mais precoces na função renal, alterações cardíacas, como sobrecarga no c o r a ç ã o. Po r é m , é m e n o s evidente, nesta idade, alterações cognitivas, que normalmente é mais tardia", comenta Tarasoutchi, que também é professor Livre Docente em
Cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ainda, o especialista destaca a importância em avaliar adultos jovens, abaixo dos 30 anos, principalmente com histórico familiar para doenças cardiovasculares. "É fundamental que os jovens passem por uma avaliação clínica durante a orientação para atividades físicas", completa. De acordo com Tarasoutchi, o estudo fez uma análise retrospectiva dos dados, e os resultados não provam que as alteraçõ es cerebrais s ejam causadas apenas pela hipertensão. "Mas ele lança um grande alerta para importância de intensi car a avaliação clínica dos jovens e monitorar a pressão deles", argumenta. Das outras condições cardiovasculares que podem causar alterações no cérebro, e l e v a r a d o e n ç a s neurodegenerativas no futuro, o especialista destaca o uso de cigarro (tabagismo), descontrole dos níveis de colesterol e a obesidade. "Esses são fatores que podem causar alterações cerebrovasculares, como a deposição precoce de placas de ateroma, responsáveis pela aterosclerose, e a consequente alteração do uxo cerebral, inclusive na autorregulação dos vasos cerebrais, lesando de maneira gradativa o cérebro", explica.
Cresce índice de AVC em jovens, risco é maior para mulheres necessários mais estudos para determinar qual o papel do gênero
de prestar atenção em hábitos que possam aumentar os riscos de
©SHUTTERSTOCK
O acidente vascular cerebral (AVC) é uma condição muito ligada a idosos e pessoas mais velhas, porém, o número de casos em jovens e pessoas de meia-idade tem crescido bastante nas últimas décadas. Hoje, aproximadamente 25% dos casos de AVC acontecem com pessoas com menos de 65 anos. Uma pesquisa publicada em uma edição especial da revista Stroke, da American Stroke Association, identi cou que mulheres com 35 anos ou menos tinham até 44% mais chances de sofrer um AVC no comparativo com homens na mesma faixa etária. D e acordo com os pesquisadores, ainda são
no AVC isquêmico em adultos jovens. No entanto, os dados mostram que existe a necessidade
ocorrência de AVCs precoces. “Atualmente, há mais casos de obesidade, diabetes e hipertensão
©LUDMILLA SOUZA/AGÊNCIA BRASIL
Um novo estudo revela o motivo pelo qual não conseguimos nos livrar totalmente do HIV mesmo após o uso de coquetéis antivirais e t r at a m e nt o i nt e n s i v o. O material foi produzido pela Un i v e r s i d a d e d e A l b e r t a (Canadá) e publicado no PLOS Pathogens. Como sabemos, o vírus HIV causa a chamada Síndrome da Imunode ciência Adquirida — mais conhecida como aids — e pode ser adquirido de diversas formas, embora a mais conhecida seja pela relação sexual sem preser vativos (camisinha). Hoje, existem várias formas de tratá-lo, então ele não é a sentença de morte pela qual se tornou conhecido há várias décadas. No entanto, ainda não é possível se livrar totalmente dele, pois partes do vírus cam armazenadas em nossos tecidos, onde células de defesa do nosso organismo não cons eguem encontrá-los. O novo estudo indica uma razão para que isso aconteça — tudo tem a ver com uma proteína, ou melhor, a falta
sempre”, disse o especialista. “Isso nos dá a oportunidade de criar novos tratamentos que podem ajudar as células T a melhor migrarem para áreas de acesso às células infectadas em diferentes tecidos”. A queda da CD73 em pacientes infectados pelo HIV se dá pela infecção crônica que o vírus causa — este é um dos sintomas imunológicos enfrentados por quem é afetado por ele. “Após três anos de estudos, nós descobrimos que a in amação crônica resulta em níveis ampliados de um tipo de RNA encontrado em células e no sangue, chamado
dela. Segundo o autor e imunologista Shokrollah Elahi, em pacientes infectados pelo HIV havia pouca ou mesmo nenhuma presença de uma proteína chamada “CD73”. Essa proteína está relacionada à migração e movimento de células dentro de um tecido, e a falta dela impede as células T — que atuam no sistema imunológico com a função especí ca de matar células com vírus — de se moverem por esses tecidos para procurar e destruir o HIV. “Esse mecanismo explica uma razão potencial pela qual o vírus HIV ca no tecido humano para
'microRNA'”, disse Elahi. “Esse tipo de RNA é relativamente pequeno e pode se amarrar a RNAs mensageiros para impedilos de criar mais proteína CD73. Nós descobrimos que isso vinha causando uma supressão do gene que produz a proteína”. “RNA” é a sigla em inglês para “á c i d o r i b o nu c l e i c o”, u m a molécula polimérica linear que intervém em várias funções biológicas importantes como a codi cação genética, e a descodi cação durante a tradução de proteínas, regulação e expressão dos genes. Paralelamente, o time descobriu
que essa é a mesma razão pela qual pacientes de HIV têm menor risco de desenvolver esclerose múltipla: “nosso estudo sugere que a presença reduzida ou inexistente da CD73 pode ser bené ca para indivíduos infectados, protegendo-os da esclerose. Por isso, se atentar a essa proteína também pode trazer tratamentos inovadores para quem sofre dela”. O estudo, apesar de já estar publicado, não vai parar: Elahi disse que o próximo foco é identi car formas de manipular o gene que produz a proteína CD73, de forma que ele possa ser acionado em pacientes com HIV, mas desligado em pacientes com esclerose múltipla. Até lá, o especialista urge para que os métodos atuais de proteção e prevenção continuem sendo usados: sempre usar a camisinha em relações sexuais — este ainda é o melhor método de prevenção — além de realizar exames regulares de testes para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e ter atenção especial à higiene, por onde pode se ter um diagnóstico antecipado de HIV ou outras infecções e, com isso, iniciar um tratamento antes de uma progressão mais severa. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) já implementou práticas como Pro laxia Préexp osição (PrEP) e Pósexposição (PEP), que consiste na oferta de remédios antivirais em caráter preventivo para não infectados, e de controle infeccional para quem já está infectado. Em ambos os casos, a manutenção do tratamento assegura uma capacidade de transmissão viral quase nula.
na camada jovem e essas doenças estão diretamente relacionadas ao AVC”, declarou a presidente da Rede Brasil AVC, Sheila Cristina Ouriques Martins. “Há, ainda, fatores como má alimentação e sedentarismo, que aumentam o risco”, destaca. Um outro ponto de atenção para casos de AVC em jovens é o estresse, que aumenta signi cativamente o risco de ocorrência deste tipo de pro b l e m a . Um a p e s qu i s a publicada na revista Lancet em
2021 apontou que pessoas que trabalhavam mais de 55 horas por semana tinham até 33% mais chances de ter um AVC no comparativo com quem trabalhava entre 35 e 40 horas semanais. As mulheres ainda têm outros fatores que devem ser considerados, como o uso de pílulas anticoncepcionais orais, terapias de reposição hormonal, gravidez e puerpério. Associados ao tabagismo, esses fatores aumentam muito o risco de AVC em mulheres jovens e de meia-
idade, principalmente com mais de 40 anos. Nas mulheres mais jovens, a incidência de enxaqueca com sintomas visuais pode ser um fator de risco para o AVC. Além disso, também podem ser sinais de AVC a fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna, especi camente em apenas um lado do corpo. Confusão mental, alteração na fala, visão turva, desequilíbrio, falta de coordenação, di culdade para andar, tontura e fortes dores de cabeça.
(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES
10 Criança hoje, Criança amanhã
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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
Precisamos falar sobre Moıs̈e e Henry — Parte VIII Para manter a vítima em silêncio, o abusador costuma fazer ameaças de violência física e mental, além de chantagens. É frequente também que usem presentes, dinheiro ou outro tipo de material para construir uma boa relação com a vítima
A
que não precisa de bom senso, esses operadores de justiça se arvoram a a rmar teses que resultam de So smas criados
ela sofreu, com detalhes, com referência a sensações, elencando gostos e cheiros de sêmen, que isso seja,
©HANI MOHAMMED/AP
cada segundo morrem no mundo 10 Crianças de fome ou doença curável. Pode ter uma
abusiva ou o pai com um órgão genital ereto e grande, de onde pingam gotas que explica serem a gosma branca que sai do piupiu do papai, (sic). Ou fazer a encenação de ato sexual com os bonecos que lhe são oferecidos. Como explicar tamanha capacidade mnêmica para guardar, com coerência um script alheio a sua experiência? Isso não seria possível. Equivale a a rmar que uma Criança decidiu que vai dar um helicóptero para a mãe,
comprar o helicóptero para dar de presente no dia das mães. Assim como uma Criança de seis, sete anos não sabe o que são ações PP, ela também não sabe que o adulto tem ereção e ejaculação. Mas ninguém se importa com isso, e, seguindo o dogma, foi a mãe alienadora que implantou falsas memórias, como se fosse um chip subcutâneo que passa a funcionar com as peritas, e só com as peritas. Interessante observar que
diferença? Por que se con a quando ela fala do motorista da van escolar, de um professor, de um vizinho, de um desconhecido que estava na padaria, e é fantasia e implantação de falsas memórias quando ela, com um enorme sofrimento, refere um abusador dentro da família? Essas a rmações infundadas s obre o d e s e nvolv i me nto infantil são espalhadas como verdades cientí cas. Curioso é que são ilógicas, sem necessitar ©FREEPIK
por eles mesmos. Assim a NÃO cientí ca tese de que a criança decorou um texto que a mãe preparou, para repetir um relato que não aconteceu, despreza a realidade do desenvolvimento cognitivo. Não sabemos como uma pessoa que estudou Psicologia pode defender uma tese que contraria todas as teorias cientí cas que descrevem o desenvolvimento cognitivo da Criança. Falta honestidade a rmar que quando a Criança descreve uma cena de abuso que ©SUELEN GONÇALVES/G1 AM
super cial aparência de negligência, de atitude culposa, sem a intenção de matar. Mas, com todos os indicativos, temos, sim, um dolo. Assim como é dolo usar o conhecimento como arma contra crianças já vitimadas por a l g u é m qu e e l a s am am e obedecem. É também barbárie, mesmo que sem sangue, as fraudes escoradas na Ciência, em a rmaçõ es resultantes de distorções guiadas pela falta de lógica ou pela intencionalidade de triunfar. Vale usar falsas a rmações que surgem de p s e u d o c i ê n c i a s . Ma s qu e vendem dogmas. Para as/os peritas/os “forenses” o preconceito de que toda mulher/mãe que faz denúncia de abuso sexual intrafamiliar, vitimando um lho ou lha, é louca, vingativa, interesseira. Partindo dessa falsa premissa, a voz dessa mulher/mãe é, completamente, desconsiderada e desquali cada. Para corroborar o preconceito de “mulher louca”, esses pro ssionais trazem recheios ainda mais fraudulentos, atribuindo à mulher/mãe doenças mentais severas para dar uma ideia de consistência à desquali cação da voz dela. O ataque é duplo. O c on h e c i m e nt o t e ór i c o s e transforma numa arma poderosa. Do alto de um saber
fraudulentamente, escrito como uma falsa memória. Essa capacidade de arquivar o mundo só é possível como uso do raciocínio concreto, com a e x p e r i ê n c i a . To d o s o s Pro ssionais de Psicologia sabem disso. Estudaram essas Teorias do Desenvolvimento Infantil. Não é possível ouvir alguém dizer que uma Criança relatou “falsas memórias” ao descrever práticas de abuso sexual intrafamiliar. Mas essa “perita” deixa na penumbra o fato da Criança desenhar a cena
Desenho de vítima enfatizando pênis do autor e mostrando desejo dela que ele seja preso
comprado com as moedas de s e u c of r i n h o, p orqu e e l a adquiriu ações PP que valorizaram muito e teve um bom lucro. A Criança justi caria que em seu cofrinho tem muitas moedas que têm aquela parte dourada que vale muito, então vai conseguir
s ome nte as C r i anç as qu e sofreram abuso sexual incestuoso, intrafamiliar, são portadoras dessa implantação de falsas memórias. Quando o abus ador é ext rafami liar, ninguém duvida da voz da Criança, ela é merecedora de todo o crédito. Qual seria a
de conhecimento acadêmico especí co, contestáveis pelo simples e acessível bom senso. O mal-estar dessa perversidade, abusar sexualmente de um lho ou lha, é tão insuportável que nos cega até para o óbvio. E preferimos nos esconder no negacionismo. No entanto, se para uns o sofrimento diante de tamanha aberração humana é insuportável, para outros é fonte de ganho nanceiro. A monetização desse comportamento é uma realidade que se utiliza de bebês, os mais rentáveis, a adolescentes quase adultos. Para ter mais garantia de impunidade, grupos sociais e lideranças que disseminam ensinamentos sobre como ganhar com a exploração de Crianças vítimas de violação de seus corpos, vêm se conglomerando, misturando pro ssionais de várias formações, que se protegem e bl i nd am c ont r a qu a l qu e r tentativa de denúncia a Conselhos e/ou Entidades Públicas. A lama do conhecimento desviado de seu propósito.
COMPORTAMENTO 11
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Qual a diferença entre atração, desejo e paixão? Onde entra o amor? Saber a diferença ajuda você a se compreender melhor e nomear o que sente Coloque-se na seguinte situação: você sai para passear com o cachorro, cruza com alguém fazendo caminhada que lhe cumprimenta e, dias depois, no mesmo local e na mesma hora, já trocam risadas, conversas sobre intimidades e sentem um clima "diferente" no ar. Em casa, você comenta com sua irmã, que rebate ser só desejo, atração, embora sua mãe diga notar que você fala com um tom de paixão, até que sua avó, lá da sala, escuta e grita que "é o amor". Brincadeiras à parte, pode parecer que é tudo igual, mas não é, e saber as diferenças não só ajuda você a se compreender melhor e nomear o que sente, como expressar isso para a parte correspondente, ainda mais se ela estiver à espera de uma resposta sua, ou para não gerar nela falsas expectativas. Em terapia, t amb é m c a m ai s f á c i l s e comunicar com assertividade e até aos pais é importante, assim reconhecem, explicam e aumentam o repertório dos lhos. Na verdade, esse é um assunto que vai muito além de diferenciar atração de paixão e amor. É preciso tomar consciência, distinguir e aprender a gerir todo e qualquer estado sentimental. Alguns, do campo "romântico", explicaremos a seguir. Quanto à re exão sobre outros, como, por exemplo, raiva x ódio x irritação, alegria x euforia x felicidade, se
tiver dúvidas, ca a dica para se procurar um "emocionário", que, como o nome sugere, é um dicionário só de emoções. Marina Vasconcellos, psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
naquela pessoa, fantasiar situações, procurar algum meio de estabelecer um contato, uma mera aproximação que seja", continua a psicóloga. Mas ela assegura que relações afetivas são complexas, não seguem roteiros
mais quando se conhece o outro há bastante tempo, com intimidade, segurança, mas amor sem atração e desejo não é romântico, pode ser de amigos, fraterno", diz a psicóloga. ©ISTOCK
com especialização em psicodrama terapêutico, explica que a atração geralmente é a primeira etapa do "gostar de alguém", mas é diferente do desejo. A atração, explica, seria um interesse, seja por um sujeito ou algo que ele faça, relacionado a sua aparência, seus gestos, seu vestir, podendo ser algo focado ou ampliado, e que quando chama muito a atenção leva ao desejo. "Você começa a querer o objeto ao qual se sente atraído, a pensar
pré-de nidos, e que a atração pode, sim, dar as caras só depois de se conhecer bem alguém, como acontece com casais que antes de apaixonarem mantinham relação de amizade. Quanto ao desejo, relacionado à libido, vontade sexual, diz poder estar envolvido com paixão, ou não, quando se limita a apenas uma transa, por exemplo, mas é essencial estar presente em qualquer relacionamento romântico. "Pode ter amor sem uma paixão avassaladora, ainda
O poeta português Luís Vaz de Camões criou um soneto no qual compara o amor a "um fogo que arde sem se ver", mas, passados quase 500 anos, a compreensão a respeito mudou muito, informa Leide Batista, psicóloga pela Faculdade Castro Alves, em Salvador (BA). Esse "fogo" ao qual se refere Camões se encaixa mais à ideia de paixão. "Seria um aumento, uma ampli cação do desejo. Daí camos ansiosos, desconcentrados, bobos, direcionados somente para o
outro". O organismo entra num ritmo intenso. Secreta altas doses de dopamina, que causa bem-estar, prazer e motivação, e eleva de temperatura, fazendo a sensibilidade ao toque aumentar e os lábios se encherem de sangue, carem maiores, corados, sedutores. Os batimentos aceleram em razão da adrenalina, que é liberada para nos pronti car para fortes emoções e fazer sexo e, com o orgasmo, vem o hormônio oxitocina, que nos relaxa e "cega" para os defeitos alheios. Ao n a l d e s s a f a s e " n a s nuvens", o corpo então volta à normalidade e a paixão pode evoluir para amor, se houver envolvimento afetivo consolidado e aceitação espontânea e respeito ao que o outro realmente é, com o que há de bom e ruim. Do contrário, evolui para sofrimento, tanto que esse é o signi cado de paixão, do latim "passio", "ato de sofrer, suportar", daí também o motivo de se ouvir "paixão de Cristo", pois remete a seu nal de vida sofredor. A etapa nal do ciclo romântico, ou consequência, como já adiantado, é o amor. Mas esse sentimento não se restringe apenas a quem foi echado pelo cupido. As características que o de nem (aceitação, respeito, va lor ização, compromiss o, afeição, intimidade, admiração
mútua, amizade, pureza, bondade, paciência) podem ser estendidas para todo tipo de relação humana, que inclusive pode transformar ou multiplicar um amor em outro e até expandilo. "Amor é um conceito bastante amplo e existem diversos tipos, por amigos, cônjuges, pais, irmãos, lhos, animais, podendo variar também de intensidade", aponta Eduardo Perin, psiquiatra pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em s exu a lid ade p elo Inst ituto Paulista de Sexualidade ( I n P a S e x ) . Va s c o n c e l l o s complementa que para os gregos antigos existiam sete tipos de amor: Ágape, Eros, Philia, Storge, Philautia, Pragma e Ludus. Alguns autores ainda consideram outros, mas, como são muitos, atentemo-nos aos que foram pontuados. Ágape é o amor universal, incondicional, por tudo e todos; Eros é o romântico, que envolve atração e paixão; Philia, de amizade, companheirismo; Storge diz respeito a laços de sangue, antigos, profundos, partilhado entre família, pais e lhos; Philautia é o amor-próprio; P r a g m a , re l at i v o a o a m or desenvolvido a partir de experiência, vínculo, convivência; Ludus é o amor lúdico, divertido e até descompromissado. Portanto, cada qual sabe amar a seu modo.
Como superar o fim de um relacionamento, de acordo com a ciência Evitar as redes sociais, se distrair, não ter contato com o ex ou tomar decisões precipitadas são algumas dicas Os cientistas concordam: sofrer pela perda de um amor é algo que c a u s a d o r. E n ã o a p e n a s emocional, mas física também. As sensações podem variar entre as pessoas: há os que relatam aperto no peito, a impressão de estar queimando por dentro, e há quem desenvolva sintomas semelhantes aos de abstinência de drogas. E tem como passar por isso sem sofrer tanta dor ou pelo menos torná-la mais curta? A Ciência nos explica algumas maneiras de superar o luto de uma perda amorosa.
O sofrimento gerado pela perda de um relacionamento é alvo de vários estudos, os quais já provaram que, dependendo da pessoa, essa experiência pode ser uma das piores de sua vida. Há, inclusive, a possibilidade de um término de relacionamento ser o gatilho para o desenvolvimento de transtornos mentais sérios. O pesquisador Leonie Koban, que publicou um estudo sobre e s s e t e m a , a r m a qu e u m rompimento pode aumentar em até 20 vezes a chance de uma pessoa desenvolver depressão. Koban está ligado a um grupo
de cientistas da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, que zeram a experiência de dar um "placebo" para pessoas nessa situação, prometendo diminuir a dor delas. O que os estudiosos notaram é que o placebo era efetivo. Eles usaram uma máquina de ressonância magnética para analisar os cérebros dos participantes da pesquisa e notaram que a ideia de estarem fazendo algo para melhorar (no caso, tomar um remédio placebo, ou seja, sem qualquer efeito) já fazia as pessoas se sentirem mais dispostas. Por mais que possa impressionar algumas pessoas, há e stu d o s c i e nt í c o s qu e investigam se há maneiras de lidar melhor com o término de u m r e l a c i o n a m e n t o. Um a pesquisa publicada na revista cientí ca Journal of E x p e r i m e n t a l Ps y c h o l o g y apresentou como e caz o uso de três estratégias: pensar no(a) ex de forma negativa; aceitar o amor
pelo(a) ex; distrair-se cultivando bons pensamentos que não
boa postura. Não negar a tristeza também é ©BBC THREE/DAVID WELLER
tenham a ver com o(a) ex. Alguns especialistas sugerem que focar na parte negativa, em um primeiro momento, é a postura mais recomendada. A neuropsicóloga Andrea Lorena da Costa Stravogiannis fala que a nossa tendência é fazer o contrário, ou seja, "na fase pósrompimento, a pessoa tende a car relembrando apenas os momentos bons e prazerosos", ela explicou ao UOL. Por isso, fazer um esforço para se desconectar da idealização é uma
uma tática que deve ser valorizada. Essa é a opinião de Dee Holmes, autora e especialista em relacionamentos, que aconselha seus clientes a afogar as mágoas por um tempo. "Não acho excessivo tirar um dia de folga do trabalho — se você estiver em choque, pode ser a ação mais segura, dependendo do seu emprego", Holmes disse à BBC. Deixar de seguir o(a) ex nas redes sociais também costuma conferir bons resultados e ajuda
"a curar as feridas". Jo Hemmings, que é psicólogo comportamental, recomenda: "apague ou bloqueie qualquer coisa que provoque memórias dolorosas, como fotos ou textos. Parece cruel, mas a verdade é que ajuda a 'cicatrizar as feridas'". É possível estimar quanto tempo uma pessoa leva, em média, para superar um relacionamento fracassado? Há estudos que mostram que sim e estimam uma média de 11 semanas, ou seja, quase três meses, para começar a se sentir um pouco melhor em relação a um término. Vale lembrar que todas as etapas do luto são importantes — inclusive a raiva, mas é preciso "usá-la" da forma correta. Por exemplo, tentar se convencer que de fato nunca amou o(a) ex não é algo recomendável, pois prejudica o fechamento de um ciclo. É mais produtivo acolher o sentimento que você teve pela pessoa, analisando o que fez você gostar dela.
12 OLHAR DE UMA LENTE
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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Os bobos da corte ©MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL/TSE/MONTAGEM F&N
M
expressivo de cidadãos e cidadãs que fazem o tempo do agora, o K a i r ó s d a d e m o c r a c i a ”. Particularmente, acredito estar m ai s p ar a u m a a g re s s ã o à democracia. Q uanto ao B ar ros o, expresidente daquela corte, disse que os condecorados são exemplos para o País. “Reunimos pessoas aqui que bem serviram ao País e que, patrioticamente, se dedicaram a fazer o bem. Quem é do bem, sabe quem é do bem e sabe onde o bem está”. Como já disse, nada contra os condecorados, agora, fazer de palco eleitoreiro uma cerimônia institucional, em prol de um
todo custo dar visibilidade aos cabos eleitorais do ex-condenado Luz Inácio Lula da Silva. Eu não sei onde o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Fachin, vê alegria numa solenidade tão importante, ser ridicularizada quando diz “é u ma g r and e a l e g r i a a e ss e Tribunal Superior Eleitoral render honras a pessoa que representam um número
larápio que levou o País à lona, aí já é demais. Mas falar da justiça e não falar do ministro Alexandre de Moraes — o mais atrapalhado e odiado pela população brasileira atualmente — meu texto caria sem a cereja do bolo. Na terçafeira (29), o deputado federal Daniel Silveira, no seu limite e respaldo legal, decidiu acampar na Câmara até que o plenário
©AGÊNCIA BRASIL/EBC
ais uma vez, os ministros da nossa Suprema Corte escancaram, sem nenhum constrangimento e pudor, total simpatia pela esquerda. É que, nesta segunda-feira (28), ao todo, 28 ministros e personalidades foram condecorados com a Medalha de Ordem do Mérito Assis Brasil, dentre elas, algumas pró-Lula. Na d a c ont r a , mas chamo atenção para a fala dos ministros. Vivemos num País democrático, e devemos respeitar as convicções uns dos outros, mas é ridícula a cara de pau dos ministros em suas considerações, quando tentam a
decidisse sua situação. “Quero só noti car a Casa que só vou sair de dentro do parlamento, de dentro do Congresso Nacional, quando for pautada a sustação da ação penal 1044 que já temos dois pedidos sobre a mesa da presidência da casa, nos moldes do art. 53 § 3º da Constituição Federal”. E ele está certo, pois onde está a isonomia entre os poderes? Não pode haver dois pesos e duas medidas. Pau que dá em Chico, tem que dar em F r a n c i s c o ! Nã o p o d e u m a instituição 'séria' fazer vista grossa aos abusos cometidos pelos esquerdistas e simpatizantes e punir quem pensa o contrário. O parlamentar frisou que A l e x a n d r e d e Mo r a e s t e m conhecimento de suas arbitrariedades. “O Alexandre tem conhecimento de que está atrop elando o L egislativo”, lembrando que “ninguém no parlamento tem cargo indicado por presidente não, todos aqui estão sob jugo popular e ele tem que respeitar”. Disse ainda que existem 38 pedidos de impeachment contra ministros
do STF, “temos um pedido de impeachment contra ele com três milhões de assinaturas... Dos 38 pedidos de impedimento no Senado, oito são só dele, do Alexandre de Moraes”. Esse episódio nos leva a um questionamento: cadê os
deputados que se cur varam diante do ministro, votando, por medo ou covardia, a favor da p r i s ã o d o p a r l a m e n t a r, comprometendo assim, a autonomia do Poder Legislativo e submetendo-o ao Judiciário? Aproveito aqui para provocar os
representantes capixabas daquela Casa de Lei a se manifestarem. Queremos saber se existe ou não abuso de poder por parte dos ministros de esquerda do Supremo Tribunal Federal ou se são apenas os bobos da corte mesmo.
TATI BELING
Os tentáculos da Vale S.A. ©TRILHEIROS/SANTANA
©TRILHEIROS/SANTANA
Localizada ao lado da Área de Proteção Ambiental (APA) do Me st re Á lv aro, a p a c at a e tranquila comunidade de Pitanga, vem sofrendo há alguns anos com um pó preto que, segundo moradores, já está afetando as crianças provocando pro b l e m a s re s pi r at ór i o s e incomodando a todos, já que não conseguem manter suas casas l i m p a s p o r m u i t o t e m p o. Segundo eles, em especial as mulheres, quando passam pano na casa de branco, ca preto, tudo
APA – Mestre Álvaro
por causa desse material
apagadas Em 05 de novembro de 2015, o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), entrava para a história brasileira e mundial como um dos crimes ambientais, sociais e econômicos mais devastadores da história da humanidade. A lama de rejeitos, que tomou conta da cidade mineira, matou 19 pessoas, intoxicou o Rio Doce e contaminou toda a sua extensão até chegar à região de Regência, onde as águas intoxicadas do rio avançaram pelo mar e ocupando, assim, o litoral capixaba que continua poluído.
depositado na cratera de uma antiga pedreira. O líder comunitário, Luiz Henrique Ribeiro Fernandes, conhecido por Zica, disse que o aterro está paralisado, mas que nã o tem c on he c i me nto d a composição do rejeito. “Já tem bastante tempo que o aterro está paralisado, o que sabemos é que a área está arrendada pelos Cribari. Existiam duas pedreiras e, com o m da exploração, deixaram duas crateras, e esse rejeito, proveniente da companhia Vale
S.A., está sendo depositado
Aterro da pedreira nesses buracos. Existe o compromisso de replantio da área, mas até agora nada foi feito, vamos aguardar”, pondera a liderança. Zica fez questão de frisar que existe especulações de que o material que vem poluindo a comunidade é o mesmo que provocou o rompimento da barragem em Mariana, em Minas, mas que não tem informação o cial, só que que a liberação da execução do serviço
foi expedida pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, na gestão do exprefeito Audifax Barcelos. Vários trilheiros, como eu, defensores ferrenhos do meio ambiente, já manifestaram, nas redes sociais, preocupação com a poluição na ora da APA. Através de fotos e vídeos, captados por eles, denunciam presença de partículas sólidas na vegetação da reserva.
** Memórias que não podem ser
BRASIL 13
01 A 07 DE ABRIL/2022
A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
Governo Federal lança a primeira fazenda com tecnologia 5G no Brasil ©ISAC NÓBREGA/CLAUBER CLEBER CAETANO/PR
Governo Federal entrega estação da CBTU em Parnamirim (RN) ©CLAUBER CLEBER CAETANO/PR
Moraes impõe multa de R$ 15 mil se Silveira não usar tornozeleira ©ZECA RIBEIRO/CÂMARA DOS DEPUTADOS
O Presidente da República, Jair Bolsonaro, participou de cerimônia de lançamento da primeira fazenda 5G no Brasil. O 5G no Agro, nome dado ao evento, ocorreu na tarde de quarta-feira (30), na fazenda Ipê, na Baixa Grande do Ribeiro, sul do Piauí, e contou com a entrega de 310 pontos de conexão gratuita à internet e 310 computadores para 31 escolas do estado. As entregas vão levar inclusão digital para cerca de cinco mil alunos. Antes do início da cerimônia, o Presidente Jair Bolsonaro fez uma visita e andou de trator na fazenda Ipê, a primeira propriedade rural digital do país. Em seu discurso durante o evento, o Presidente Jair Bolsonaro a rmou que o 5G no Agro vai levar tecnologia para o campo, o que vai proporcionar um ganho de produtividade de 20% a 30% para a agricultura. O 5G no Agro vai ampliar o uso de inteligência arti cial com máquinas autônomas capazes de tomar decisões inteligentes, sem interferência humana. A tecnologia vai proporcionar autonomia a tratores, colheitadeiras e outras máquinas, além de permitir uso de drones que captam e transmitem imagens com alta de nição e precisão, garantindo mais e ciência para o dia a dia no campo. De acordo com o ministério das Comunicações, o 5G vai permitir, por exemplo, que a saúde de um animal seja monitorada em tempo real, não importa a distância. Ainda durante o evento, o Presidente Jair Bolsonaro, acompanhado pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, fez a entrega simbólica dos 310 computadores para os estudantes de 31 escolas piauienses, bene ciadas pelo Programa Computadores pela Inclusão. Além dos computadores entregues hoje, o Governo Federal já distribuiu mais 164 equipamentos para outros 14 municípios do Piauí, totalizando 474 terminais que levam inclusão digital para alunos da rede pública de ensino por meio do Programa Computadores pela Inclusão. A população de 600 municípios do Brasil já recebeu mais de 25 mil máquinas reformadas nos Centros de Recondicionamento de Computadores (CRC), onde passam por limpeza, testes, troca dos componentes e instalação de sowares, favorecendo a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade. Além disso, cerca de 17 mil pessoas já se formaram nos 103 cursos ofertados pelos CRCs nas áreas das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), como informática, suporte e robótica. O Governo Federal também levou conectividade em alta velocidade a mais de 310 escolas no Piauí com o Wi-Fi Brasil. Além disso, estão em funcionamento na região outras 416 antenas, alcançando 141 municípios, garantindo acesso à internet para estudantes e professores. A ação conta com mais de 15 mil antenas em funcionamento em todo o País atualmente, das quais sete mil cam na região Nordeste.
Nenhuma decisão judicial pode ser cumprida no Plenário da Câmara, diz vicepresidente ©PABLO VALADARES/CÂMARA DOS DEPUTADOS
O 1º vicepresidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD-AM), a rmou em entrevista coletiva que o Plenário é um ambiente inviolável e que nenhuma decisão judicial será cumprida dentro desse espaço. Ele disse que esse é o entendimento da Mesa Diretora sobre a questão do deputado Daniel Silveira (União-RJ) e já foi divulgado em nota o cial do presidente Arthur Lira. Segundo Ramos, a Câmara não pode obrigar Daniel Silveira a sair do Plenário nem a usar tornozeleira eletrônica, como determinou o ministro do STF Alexandre de Moraes. Da mesma forma, a rmou, não pode desobrigar o Poder Judiciário de cumprir a decisão. "Por
O Presidente da República, Jair Bolsonaro, participou, na manhã desta quarta-feira (30), de cerimônia de entrega da Estação Cajupiranga, em Parnamirim (RN). A inauguração da infraestrutura marca a conclusão do Trecho I da construção da Linha Branca da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), na Região Metropolitana de Natal. O evento contou com a presença dos ministros Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, João Roma, da Cidadania e Fábio Faria, das Comunicações. Em seu discurso, o Presidente Jair Bolsonaro lembrou da chegada das águas no Nordeste, com a conclusão de grandes obras hídricas, como o trecho nal do Eixo Norte da Transposição do Rio São Francisco, e ressaltou os benefícios e melhorias que o Governo Federal realizou nos últimos anos, tanto para a região, quanto para a população brasileira. Para a população da Região Metropolitana de Natal, a estação entregue hoje vai atender o perímetro urbano de Parnamirim, com 3,4 quilômetros de via férrea. O investimento nesta etapa é de R$ 17,5 milhões. A Estação Cajupiranga é parte da Linha Branca e integra o trecho I, que também compreende as estações de Parnamirim e Boa Esperança e bene ciará cerca de 7 mil passageiros diariamente. A conclusão dos trechos II e III está prevista para setembro deste ano e, juntas, as duas etapas contam com R$ 51,6 milhões em investimentos federais. Ao todo, o Governo Federal vai investir R$ 90,7 milhões na malha férrea no Rio Grande do Norte. De acordo com o ministro do Desenvolvimento Regional, há mais de 35 anos não havia investimento nos trens urbanos da região. Hoje são oito estações, 30 composições, três vagões e 30 quilômetros de ferrovia, a maior infraestrutura rodoviária do Nordeste brasileiro na Região Metropolitana de Natal. A CBTU no Rio Grande do Norte conta com 56,6 quilômetros de linhas férreas e 23 estações que, de acordo com o ministro das Comunicações, contam com acesso à internet de graça. As obras da Linha Branca foram iniciadas em fevereiro de 2021 e bene ciarão 11 mil passageiros. Serão construídos 23,4 quilômetros de vias, com cinco novas estações a partir de Parnamirim, passando por São José de Mipibu e chegando até Nísia Floresta. Além da Linha Branca, o Governo Federal está investindo na construção da Linha Roxa. Sua pedra fundamental foi lançada em setembro de 2021 e o empreendimento contempla a instalação de 4,1 quilômetros de trilhos e a construção de três estações: BR-101 Norte, Guararapes e Vicunha. O investimento do Governo Federal será de R$ 18,7 milhões e a previsão é que duas mil pessoas sejam atendidas diariamente pelo ramal, que ligará a Região Metropolitana de Natal aos municípios de São Gonçalo do Amarante e Extremoz. Com as duas linhas concluídas, a malha ferroviária da Grande Natal se tornará a mais extensa do Nordeste e a terceira maior do País, cando atrás apenas das Regiões Metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro. mais questionável que seja, a decisão judicial deve ser cumprida e depois contestada judicialmente, se for o caso", disse. Segundo Ramos, não há previsão de votação da medida cautelar pelos deputados, como propôs o deputado Daniel Silveira. "Não nos cabe adentrar no con ito entre Daniel Silveira e o Poder Judiciário. Só resta lamentar que, num momento em que o País precisa estar discutindo in ação, fome e desemprego, estejamos gastando energia com esse assunto", disse. Em nota o cial, a Diretoria-Geral da Câmara informou que a Polícia Penal do Distrito Federal e a Polícia Federal estiveram na Casa para cumprir a decisão do ministro Alexandre de Moraes. "O parlamentar foi cienti cado e não consentiu a instalação do aparelho. A recusa foi certi cada pelas autoridades policiais", informou a nota.
Grupo de trabalho aprova proposta que prevê a criação do Estatuto da Vítima O grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que analisa a criação do Estatuto da Vítima aprovou, nesta quarta-feira (30), o substitutivo proposto pelo relator, deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP). A proposta deverá agora ser analisada por uma comissão especial ou diretamente pelo Plenário, caso seja aprovado requerimento de urgência. De acordo com o substitutivo, as medidas previstas se aplicam a vítimas de infrações penais, atos infracionais, calamidades públicas, desastres naturais e epidemias, independentemente da nacionalidade ou da condição de vulnerabilidade individual ou social. Nos casos de morte ou desaparecimento da vítima, as garantias poderão ainda se estender a vítimas indiretas, desde que essas não sejam as
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (30) multa diária de R$ 15 mil caso o deputado Daniel Silveira (União Brasil-RJ) descumpra medidas estabelecidas pelo magistrado, como o uso de tornozeleira eletrônica. O deputado disse que colocará o equipamento. Nas dependências da Câmara, Silveira foi questionado sobre o motivo de ter aceitado cumprir a medida e respondeu: “Tu pagaria R$ 15 mil por dia ilegalmente?”. Disse ainda que o ministro “age na ilegalidade” e que não concordou com a decisão do STF, mas que iria colocar a tornozeleira “por imposição de sequestro de bens”. “A verdade é que a determinação dele tem que passar pelo crivo da Casa [Câmara], não tem que passar por ele antes da Casa”, falou. Disse ainda que Moraes é “risível”, que a decisão é “esdrúxula” e que “abre precedente contra o Poder Legislativo”. A omissão dos deputados que estão jogando a carne aos lobos é simplesmente vergonhosa. A população quer que seus representantes os represente de fato. A população está no limite da sua paciência. O Supremo Tribunal Federal está muito além de suas atribuições. Estamos vivendo um regime não muito diferente do que vivem argentinos, bolivianos e venezuelanos.
©CÂMARA DOS DEPUTADOS responsáveis pelos fatos. O texto reúne partes do Projeto de Lei 3890/20, do deputado Rui Falcão (PT-SP) e outros, e do apensado, PL 5230/20, de autoria do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), além de sugestões de especialistas e de vítimas ouvidos em quatro audiências públicas do colegiado, todas no mês de fevereiro. O acordo para a aprovação foi alcançado após o relator ter acolhido sugestões de diversas entidades, como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), e de Falcão, que chegou a pedir a retirada de pauta da matéria na reunião de ontem alegando que o relator teria “desnaturado” a proposta original. A terceira versão do substitutivo acabou aprovada nesta quarta-feira sem discussão e sem as presenças de Falcão e de Nascimento. Coube à deputada Margarete Coelho (PP-PI), que também integra o colegiado, apresentar as últimas alterações admitidas pelo relator. Uma delas passa a prever que o estatuto valerá também para vítimas de calamidades públicas. “Existe uma lacuna legislativa enorme na proteção à vítima no Brasil. Esse estatuto vem exatamente superar esse gap (do inglês, lacuna) existente na nossa legislação. E veio a calhar com um grupo comprometido, com debates e com pessoas interessadas, que compareceram e deram suas contribuições. Hoje nós temos aqui um texto maduro e pronto para ser votado”, disse Margarete Coelho. Coordenadora do grupo de trabalho, a deputada Tia Eron (Republicanos-BA) registrou a participação de vítimas que contribuíram para o resultado nal do grupo de trabalho compartilhando suas experiências. “Fica aqui o meu registro, o meu agradecimento a cada participante das audiências públicas, sobretudo as vítimas, que aqui se zeram presente e as quais nós tivemos o cuidado de garantir o acento e a fala”, disse a deputada. O texto aprovado também reforça a parte do projeto principal que trata da capacitação de agentes públicos, como pro ssionais de saúde, da segurança pública e da justiça, designados para o atendimento às vítimas. A proposta inclui, em escolas e cursos de formação, conteúdos voltados à prevenção da violência institucional contra vítimas.
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Inteligência articial descobre características escondidas do Parkinson Inteligência artificial descobre novas características do Parkinson que podem ajudar no tratamento ©KOTCHA K/SHUTTERSTOCK
Uma pesquisa realizada por cientistas do NYSCF Research Institute juntamente com o Google Research, descobriu com a ajuda de inteligência arti cial uma nova assinatura do Parkinson, o que poderá auxiliar nas des cob er t as de novos tratamentos contra a doença. Esta assinatura consiste em novas características celulares da doença. “A tecnologia robótica que o NYSCF construiu nos permite gerar grandes q u a nt i d a d e s d e d a d o s d e
grandes populações de pacientes e descobrir novas assinaturas de doenças como uma base totalmente nova para descobrir drogas que realmente funcionam”, contou a CEO do NYSCF, Susan L. Solomon. O estudo utilizou o repositório de células de pacientes e o sistema robótico NYSCF Global Stem Cell Array para criar imagens de per l de milhões de células de 91 pacientes de Parkinson e de grupos de controle que não possuem a
doença. Os cient ist as is ol aram e expandiram as células da pele chamadas broblastos de amostras de biópsia da pele para, em seguida, rotularam diferentes partes dessas células com uma técnica chamada Cell Painting e criaram milhares de imagens de microscopia óptica d e a l t o c o n t e ú d o. “ E s s e s métodos de inteligência arti cial podem determinar o que as células dos pacientes têm em comum que podem não ser
observáveis de outra forma”,
explicou o pesquisador do Google Research, Samuel J. Yang. “O que também é importante é que os algoritmos são imparciais — eles não dependem de nenhum conhecimento prévio ou preconceito sobre a doença de Parkinson, para que possamos descobrir assinaturas inteiramente novas da doença”. A pesquisa se faz extremamente importante para que novos testes clínicos sejam feitos com os medicamentos que agem contra o Parkinson, deste modo, será possível visar atacar alvos especí cos da doença e vias que podem ser condutores do quadro. Outra pesquisa identi cou que o Parkinson deixa uma espécie de “assinatura genética” em algumas células T de memória d o c o r p o. Ap e s a r d e n ã o saberem com exatidão o que causa essa doença, a descoberta pode ajudar no diagnóstico precoce e no desenvolvimento
de novos tratamentos. O estudo conduzido por p es quisadores do L a Jolla Institute for Immunology, na Califórnia (EUA), indica que as células T possuem um papel crucial na progressão da doença. Anteriormente, já era conhecido que a doença avança na medida e m q u e o s pro dut ore s d e dopamina morrem. A causa dessa morte é desconhecida, mas algumas pistas podem ajudar nos tratamentos. Os neurônios produtores de d op am i na mor to s c onté m grande quantidade de uma proteína dani cada conhecida como alfa-sinucleína. Esse novo estudo diz que o acúmulo dessa proteína pode causar a morte dos neurônios e mais do que isso: pacientes com Parkinson possuem células T de memória com alvo nas proteínas alfasinucleína. B asicamente a função dessas células é atuar contra antígenos que o corpo já teve contato anteriormente.
A transmissão será no canal da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas
Gota nas mulheres: conheça maneiras de manter a dor sob controle Antes uma doença quase que exclusiva do sexo masculino, agora incomoda també m as mulheres Essa forma de artrite causada pelo excesso de ácido úrico e famosa por provocar dores terríveis não é mais uma doença exclusiva dos homens, como sempre se pensou. Pesquisa da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, revela que refrigerantes e bebidas açucaradas elevam seu risco também nas mulheres. O estudo comprova que quem bebia pelo menos duas latas de refrigerante comum ou de suco de laranja diariamente apresentava um risco duas vezes maior de enfrentar o mal. Isso porque essas bebidas, ricas em um tipo de açúcar chamado frutose, tendem a acumular mais gordura no abdômen e desenvolver a resistência à insulina. “E nessa condição parece haver um aumento da concentração de ácido úrico no sangue”, diz a
nutróloga Isolda Prado, da Associação Brasileira de Nutrologia. “Ainda assim, para cada mulher acometida, são oito h o m e n s ”, c o m p a r a o reumatologista Páblius Braga. Saiba como controlar as crises SINTOMAS O quadro típico é de dor súbita e mar tirizante, inchaço, v e r m e l h i d ã o, e l e v a ç ã o d e temperatura e rigidez na a r t i c u l a ç ã o. A g o t a ú r i c a geralmente ataca o dedão do pé (cerca de 75% dos casos), mas também afeta o tornozelo, calcanhar, joelho, mão e ombro. CAUSA Acredita-se que esteja ligada a defeitos no metabolismo das purinas - compostos encontrados no corpo e metabolizados em ácido úrico. A alimentação também é um dos
desencadeantes da crise. Obesidade e consumo de bebidas alcoólicas podem deixar a gota ainda mais aguda.
ALIMENTAÇÃO X ATIVIDADE FÍSICA Entre 18 e 20% do ácido úrico do corpo vem da alimentação.
Por isso, cuidar do cardápio é fundamental. Siga uma dieta equilibrada, farta em vegetais e não tão carregada de carnes, ©PIXABAY
frutos do mar, bebidas alcoólicas, refrigerantes e sucos industrializados. Beber, no mínimo, dois litros de água por dia ajuda a hidratar o corpo — fator de prevenção, já que reduz a chance de se formar cristais de ácido úrico no organismo. A atividade física previne o desequilíbrio das taxas de ácido úrico. Uma caminhada diária de 30 minutos faz diferença. EVITE O consumo diário de carnes (de vaca, frango, porco e coelho), leguminosas (feijão, soja, grãode-bico, ervilha e lentilha), cereais integrais e oleaginosas (co co, nozes, amendoim, castanha-do-pará e de caju). CONSUMA SEM MEDO Leite e derivados, ovos, chás, macarrão, sagu e frutas de todos os tipos.
COTIDIANO 15
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Pesquisadora cria pele Um grupo de cientistas está tentando criar artificial que substitui insetos ciborgues; testes com animais ©REPRODUÇÃO/UFAM
Uma pesquisadora desenvolveu um novo modelo de tecido humano arti cial (equivalente dermo-epidérmico) para ser utilizado em testes de substâncias cosméticas e fármacos. O processo utilizou células humanas permanentes, sem o uso de soro fetal bovino e fator de crescimento de queratinócitos, o que a diferenciou de outros modelos desenvolvidos no Brasil e no mundo. O p r o c e s s o d e desenvolvimento de pele arti cial em laboratório, tem o objetivo de ser utilizado em testes de toxicidade de substâncias cosméticas e fármacos. O teste é utilizado para saber se o produto produzido por uma empresa é tóxico. A pesquisa começou em 2016, no Laboratório Biophar da FCF e desenvolvida pela doutoranda do Programa de PósGraduação em Inovação Farmacêuticas (PPGIF), Leilane Bentes de Sousa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A pesquisadora produziu in vit ro, no L ab oratór io de At i v i d a d e s B i o l ó g i c a s d a Faculdade de Ciências Farmacêuticas (Biophar), coordenado pelo professor Emerson Lima e pela professora M a r n e Va s c o n c e l l o s , p e l e arti cial a partir de células humanas permanentes sem o uso de soro fetal bovino e fator de crescimento de queratinócitos para cultivá-las. "A partir desta con guração, passamos a fazer uma pesquisa para desenvolver um equivalente dérmico para ser utilizado em testes de toxicidade de cosméticos desenvolvidos no
A barata de Madagascar chega a seis centímetros de tamanho mas é um pouco mais robusta e resistente que a barata comum, o que faz dela uma ótima candidata a um projeto que cria insetos ciborgues ©SHUTTERSTOCK
Laboratório (Biophar), na FCF. Elaboramos um modelo tridimensional de cultura celular e cultivamos as células em uma est r utura de col ágeno que p e r m i t i u o c r e s c i m e nt o e desenvolvimento da célula nessa estrutura, durante 10 a 15 dias, em estufa, para crescimento e diferenciação e formação de um tecido. Fizemos o estudo de desenvolvimento e, ao nal, os testes que a OECD preconiza para esse tipo de modelo, e veri camos que havia função b ar re i r a , ou s e j a , p o d e r i a mimetizar as principais funções da pele humana que são as bar reiras f ísica, mecânica, química, que atuam contra agentes biológicos", a rmou Leilane Bentes de Sousa. O desenvolvimento de modelos de pele humana reconstruída em l a b or at ór i o t e m s i d o u m a alternativa muito e caz ao uso de animais em experimentação para testar a segurança de novos produtos. Além disso, esses mo delos p ossuem diversas aplicações e representam um ganho potencial de autonomia tecnológica para o Brasil, além de contr ibuir com a redução,
re namento e até mesmo substituição de animais em experimentação reforçado pela legislação do Conselho Nacional de Experimentação Animal e organizações internacionais. As células são adquiridas no mercado privado e são cultivadas em uma estrutura de colágeno que a partir desse procedimento vão se proliferando até desenvolver o tecido epidérmico (pele super cial humana que protege todo o corpo) e a derme (tecido interno, logo abaixo da pele super cial dos seres humanos). "O modelo também é a base para o desenvolvimento de outras possibilidades como testes com células neoplásicas visando d e s e nv o l v e r u m a m b i e nt e biomimético e possibilitando um cenário mais próximo do que os testes realizados em cultura 2D, que é a convencional. Isso possibilitou que outros estudantes de iniciação cientí ca, mestrado e doutorado (a própria Leilane), continuassem com pesquisas na área da oncologia e x p e r i m e nt a l " , d e s t a c ou a professora Marne Vasconcellos.
Estudantes têm até 31 de agosto para renegociar dívidas do Fies Cerca de um milhão de estudantes brasileiros está com as parcelas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) em atraso. O governo federal, no entanto, disponibilizou canais de renegociação que buscam saldar as dívidas e restabelecer o crédito positivo para quem se encontra negativado, foi o que disse, em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte. Segundo Ponte, cerca de R$ 9 bilhões são devidos em parcelas não pagas. O saldo devedor total do Fies é de R$ 38,6 bilhões, dos quais o governo federal tenta recuperar uma parte com o novo programa de quitação de dívidas. Iniciada em 7 de março, a jornada de renegociações vai até 31
saiba porque isso é uma ótima ideia
de agosto. Para participar, o estudante deve ter parcelas em atraso a partir de 90 dias. Os descontos vão de 12% a 92%, e os planos de parcelamento podem chegar a 150 parcelas. Estudantes interessados podem simular os novos contratos de maneira digital, por meio dos apps do Banco do Brasil ou da Caixa. O presidente do FNDE informou, ainda, que os estudantes com nome negativado em serviços de proteção ao crédito terão o cadastro restabelecido assim que quitarem a primeira parcela. Segundo Ponte, o FNDE já repassou mais de R$ 1,36 bilhão do salário-educação a estados e mu n i c ípi o s , qu e d e ve m s e r investidos em infraestrutura es colar, mater ia l didát ico e transporte para alunos. “O salárioeducação é uma das principais
fonte s d e nanc i ame nto d a educação pública no Brasil. Cabe ao gestor local de nir qual a melhor destinação de recursos, de acordo com a realidade de cada rede. Pode investir em várias ações, como: capacitação de professores, construção, reforma, ampliação de escolas”, explicou. Marcelo L op es d a Ponte explicou, ainda, que a previsão é que o FNDE repasse anualmente cerca de R$ 15 bilhões em salárioeducação para estados e municípios, o que deverá fortalecer a educação de nível fundamental e médio. “Ao lado do Fundeb, [o salário-educação] é uma fonte importante de recursos para manutenção do d e s e nvolv i me nto d o e ns i no básico”.
Uma barata não é bem uma visão que boa parte de nós gostemos, agora uma barata robótica autônoma pode ser a diferença entre a vida e a morte no caso de vítimas de desastres como edifícios desabados. Ao menos, é o que almeja um grupo de cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, que está pesquisando formas de criar “insetos ciborgues” ( “ i n s e t o r g u e s” ? ) , v e r s õ e s híbridas de insetos e robôs, como mecanismo de resposta em situações de emergência. O estudo vem sendo che ado por Sato Hirotaka, professor associado de Eletroquímica da instituição e que vem pesquisando o assunto há pelo menos 15 anos. Em seu novo artigo, Hirotaka (e sua equipe) discute como os insetos ciborgues devem ter um caráter autônomo, ao invés de obedecerem a um controle remoto centralizado. Claro, por “autônomo”, ele não refere-se a exatamente “descontrolados” — fosse isso, não haveria motivo para o experimento. Na verdade, o que o professor entende é que o comportamento dos insetos — neste experimento, baratas de Madagascar — teriam um equipamento algorítmico capaz de tomar decisões com base em treino de inteligência arti cial (IA). O experimento basicamente envolve o uso de pequenas “mochilas” acopladas às baratas — um sensor inteligente está instalado nelas. Os insetos
seriam liberados em uma área colapsada, tipo um edifício que veio abaixo, por exemplo, e começariam a se in ltrar por cada passagem, procurando sinais de dióxido de carbono (CO₂) — a IA usaria de sua tecnologia para interpretar se um sinal identi cado pode ou não corresponder ao movimento humano, temperatura de um corpo ou mesmo uma respiração mais intensa. Se o sistema, acoplado a uma câmera, achar que identi cou uma pessoa, então um sinal de alerta a uma equipe (humana)
c o nt r o l a d a d e 2 5 m e t r o s quadrados (m²), os cientistas soltaram os animais em meio a um cenário de colapso — blocos de concreto de vários tamanhos e formas posicionados aleatoriamente. No mesmo teste, haviam algumas pessoas, alguns manequins e “iscas” para atrapalhar a IA (lâmpadas acesas, um notebook e um micro-ondas, para ser exato). Embora os números não tenham sido divulgados, os autores disseram que os insetos ciborgues tiveram um desempenho satisfatório, mas eles também reconhecem que o
de resgate, que concentraria esforços nas buscas pela área i nve s t i g a d a p e l o s i ns e t o s ciborgues. Já houve até a execução de um teste, onde os insetos tiveram bom desempenho: em uma área
sistema precisa de um pouco mais de re namento e otimização. De qualquer forma, é melhor pensar duas vezes antes de criticar aquela barata que você viu: amanhã, ela pode salvar sua vida.
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Ocupação Prestes Maia, uma das maiores da América Latina, finalmente se tornará habitação popular O Edifício Prestes Maia ca na avenida de mesmo nome, na região da Luz, centro de São Paulo ©WIKIMEDIA COMMONS
Com 23 andares em seus dois blocos e localizado no bairro da Luz, o Edifício Prestes Maia era um símbolo de uma antiga São Paulo industrial, entre a década de 1950, quando foi construído, e a década de 1980, enquanto funcionou como sede da Companhia Nacional de Tecidos. A tecelagem, porém, foi à falência nos anos 1990, e a imensa construção no Centro da capital paulista permaneceu vazia e abandonada até 2002, quando en m foi ocupada por pessoas sem-teto em busca de um lugar para morar, tornando o Prestes Mai a em uma d as maiores ocupações verticais da América Latina — atualizada em um verdadeiro símbolo da luta pelo direito à moradia. Pois nalmente a Prefeitura de São Paulo anunciou que irá
reformar os prédios, para serem o cialmente transformados em habitação popular, oferecendo a dignidade e a estrutura que todo cidadão e toda cidadã merecem — e t ê m d i re it o. S e g u n d o infor mado, a refor ma s erá coordenada pelo Movimento de Moradia, e utilizará a técnica de “retro t” para construir 287 apartamentos, com tamanhos entre 30 e 50 metros quadrados — além de luz, gás e água corretamente instalados — para aprimorar a residência das cerca de 60 famílias que atualmente vivem no local, e receber outras 227 famílias que já moraram no Prestes Maia. O edifício pertencia ao empresário Jorge Nacle Hamuche, que o comprou em um leilão público em 1993, e desde a primeira ocupação, em 2002,
foram diversas as ordens judiciais pela desocupação do espaço — em 2007, o prédio chegou a ser esvaziado, mas rapidamente voltou a ser habitado por um novo movimento de pessoas antes em
situação de rua. Em 2015, durante o mandato de Fernando Haddad, a Prefeitura de São Paulo adquiriu o imóvel, e iniciou o processo que, ao que tudo indica, en m será Alexia concluído, para tornar a ocupação
Debacker Espinoso
em uma habitação exemplar. Segundo consta, o Prestes Maia chegou a receber 460 famílias simultaneamente vivendo entre tapumes, com s omente um b a n h e i r o p o r a n d a r, s e m
elevadores funcionando e sem água corrente. A Prefeitura a rmou que o edifício, localizado na avenida de mesmo nome, é um de muitos outros prédios abandonados que serão adquiridos e reformados, para serem transformados em habitação, a m de contornar ao menos um pouco uma terrível equação brasileira: segundo estudo da Fundação João Pinheiro, faltam quase seis milhões de moradias no País, mas existem 6,8 milhões de espaços d i s p on í v e i s , a m a i or i a e m edifícios abandonados no centro das grandes cidades. O direito à moradia é ass egurado p ela Constituição Federal de 1988 para todos os brasileiros e brasileiras, como uma competência comum da União, dos estados e dos municípios.
Solar Orbiter registra imagem Como nosso cérebro do Sol de maior resolução da inuencia na percepção história da dor que sentimos? Todo mundo já sentiu algum tipo d e d o r. S e j a u m m ú s c u l o distendido, um dedo machucado ou pulsadas latejantes na cabeça. Trata-se de algo tão comum e próprio do ser humano que muitas vezes nem nos perguntamos por que ou como sentimos dor. Embora pareça algo simples, existe um complexo e so sticado sistema por trás das reações de dor percebidas pelo nosso corpo, em especial, pelo cérebro. O motivo de sentirmos dor é relativamente óbvio: para nos proteger. Se seu cérebro registra uma sensação de dor, você normalmente tende a parar de fazer o que a causou. Isso é algo que remonta ao instinto ancestral humano de lutar ou fugir. Sentir dor é a forma que seu corpo tem de mostrar que algo que você está fazendo é prejudicial e precisa ser interrompido. A dor tem início a partir de uma fonte. Ela pode ser uma in amação ou uma lesão, por exemplo. Quando você se machuca, a resp osta f ísica autom át i c a é e st i mu l ar o s receptores de dor que liberam substâncias químicas. São esses compostos químicos que levam a m e n s a g e m d e “a i , d o e u ! ” d i re t am e nte à su a m e du l a espinhal. Por sua vez, a medula
leva essa informação ao cérebro. Lá, é recebida pelo tálamo e, posteriormente, enviada ao córtex cerebral, parte do cérebro que faz o processamento da mensagem. É muita coisa apenas para dizer que a informação viaja ©SHUTTERSTOCK
do local do ferimento até o cérebro quase que instantaneamente. De acordo com uma matéria publicada recentemente no site de notícias acadêmicas e pesquisas cientí cas, e Conversation, o nível da dor sentida não depende apenas dos produtos químicos liberados pelo corpo. O nosso cérebro também pode fazer a dor a aumentar ou diminuir. Aqui é que entra um dos aspectos mais interessantes do intricado processo por trás da dor: os fatores são os mais variados possíveis. A exemplo do estado psicológico e até o nível
educacional de um indivíduo que podem contribuir para uma maior ou menor sensação de dor. Algumas des cob er tas são curiosas. Ainda segundo a publicação, existem indícios de que uma pessoa que não concluiu o e n s i n o m é d i o, e q u e apresenta um quadro de depressão ou ansiedade antes de se machucar, tende a sentir mais dor em comparação com as pessoas com escolaridade mais alta nas mesmas condições. Ou que alguém que sabe que terá alguma assistência, como nanceira ou médica, quando sofre um acidente pode desenvolver um quadro de dor mais persistente em relação àquela que sabe que não terá nenhum tipo de auxílio. E não é somente a dor que depende de nosso estado emocional, psicológico, cultural ou escolar: os estudos também indicaram que esses fatores podem acelerar ou di cultar a recuperação de uma cirurgia ou doença. O nosso corpo é uma máquina. Assim como os carros e eletrônicos tem luzes de advertência, nós temos a dor. Além disso, essa ferramenta evita que as coisas piorem de forma irreversível ou que simplesmente deixemos de "funcionar".
No início de março, a sonda S olar Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA) em parceria com a Nasa, capturou o Sol em detalhes sem precedentes, enquanto cruzava a “fronteira” entre o astro-rei e a Terra. Uma das fotos, feita pelo instrumento Extreme Ultraviolet Imager (EUI), é a imagem de maior resolução já obtida do disco completo do Sol, contando com a coroa, sua atmosfera externa. Outra imagem, tirada pelo instrumento Spectral Imaging of the Coronal Environment (SPICE), tirada no comprimento de onda Lymanbeta da luz ultravioleta que é emitida por gás hidrogênio, representa o primeiro registro do Sol desse tipo em 50 anos.
As imagens foram obtidas quando o Solar Orbiter estava a u m a d i s t â n c i a d e aproximadamente 75 milhões de quilômetros, no meio caminho entre o nosso mundo e ©MEDIALAB ESA/ATG
sua estrela-mãe. A câmera do EUI faz fotos de uma resolução espacial tão alta que, a essa distância, é necessário um mosaico de 25 imagens individuais para cobrir todo o Sol. Tiradas uma após a outra, as fotos que formam a imagem
completa foram capturadas em um período de mais de quatro horas, porque cada ladrilho leva cerca de 10 minutos, incluindo o te mp o p ar a a e sp a ç on ave apontar de um segmento para o outro. No total, a imagem nal contém mais de 83 milhões de pixels em uma grade de 9148 x 9112 pixels. Para efeito de comparação, essa imagem tem uma resolução dez vezes melhor do que uma tela de TV 4K pode exibir. EUI capta imagens do Sol em um comprimento de onda de 17 nanômetros, na região ultravioleta extrema do espectro eletromagnético. Isso revela a atmosfera superior da nossa estrela, a coroa, que tem uma temperatura de cerca de um milhão de graus Celsius.