Jornal Fatos & Notícias 469

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Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia

ANO XII - Nº 469 14 A 21 DE ABRIL/2022 SERRA/ES

Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

©BERNARD P. FRIEL/GETTY IMAGES

8 Na Sexta-feira Santa — e na própria Páscoa — temos o costume de comer peixe. Con ra essa receita de peixe assado com ervas! Pág. 8 HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 Até quando teremos poderes coniventes com os desmandos contra o povo? O que causa o silêncio dos senadores e deputados diante desse autoritarismo da Suprema Corte? Pág. 12

ANA MARIA IENCARELLI 8 Com a profana Lei da Alienação Parental, mães são afastadas de seus lhos por denunciarem os abusadores

Pág. 10

Pássaro encontrado no Pantanal e Mata Atlântica usa “ltro de imagem” para atrair fêmeas

Livro infantil sobre a Caatinga está disponível on-line e gratuitamente Pág. 3

©NO CLIMA DA CAATINGA

Esquizofrenia: genes com mutações raras são identificados Segundo um novo estudo, machos do gênero tropical Ramphocelus pela primeira vez se aproveitam de ilusão óptica das penas para parecerem mais 'Tábua de maldição' saudáveis e atraentes Pág. 2 hebraica pode desaar maneira Poderoso laser como vemos a de rádio é Bíblia detectado a Purificador limpa cinco bilhões de água usando anos-luz da Terra apenas luz O roedor habitou a região solar amazônica há cerca de 10 milhões de anos e Tempo de tela vivia em ambientes e adolescentes: pantanosos que existiam antes do surgimento de quando A descoberta foi realizada por uma uma das maiores florestas equipe internacional de limitar? tropicais do mundo astrônomos liderada por Dr. Marcin Glowacki, da Curtin University Acesse o nosso portal: www.jornalfatosenoticias.com.br Pág. 9

Pesquisadores reconstroem o cérebro de um roedor gigante extinto na Amazônia

Pág. 7

©ILUSTRAÇÃO: MÁRCIO L. CASTRO

©REPRODUÇÃO/IDIA/LADUMA USING DATA FROM NASA/STSCI/SKAO/MOLVIEW

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2 MEIO AMBIENTE

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Pássaro encontrado no Pantanal e Mata Atlântica usa “ iltro de imagem” para atrair fêmeas betacaroteno presente na cenoura). Uma alimentação rica dessas substâncias pode conferir

amarelo e laranja. E a síntese dos pigmentos também depende de processos

©VW PICS/GETTY IMAGES

Não são só os humanos que usam ltros de imagens para deixar as fotos mais atraentes nas redes sociais e, quem sabe, atrair "crushes". Cientistas d e s c o br i r am qu e p á s s aro s machos do gênero tropical Ramphocelus possuem estruturas nas penas que fazem com que eles pareçam mais coloridos, vistosos e saudáveis aos olhos de parceiras potenciais. No mundo das aves, as cores fortes e chamativas das plumagens pesam positivamente a favor dos acasalamentos. Entre os espécimes do Ramphocelus, que podem ser encontrados em regiões tropicais como Pantanal e Mata Atlântica, a vivacidade das cores sempre foi associada à alimentação. Eles passam um bocado de tempo buscando comidas que forneçam altas doses de pigmentos carotenoides (como o

intensidade e brilho às aves, que geralmente ostentam penas em tons de vermelho escarlate,

metabólicos saudáveis. Por tabela, as penas de cores mais intensa são consideradas um

funcionando' ou 'estou tão saudável que consigo pigmentar minhas penas”, explica Dakota McCoy, da Universidade de Har vard, que conduziu a pesquisa. O que o novo estudo mostra é que as penas masculinas têm microestruturas elaboradas que Camaleão Furcifer ampli cam a aparência da cor labordi sob a luz por um efeito óptico. E tais estruturas não estão n e c e s s ar i am e nte l i g a d a s à qualidade metabólica, tampouco têm relação com as diferentes concentrações de carotenoides no organismo. Publicada na revista cientí ca Nature, a pesquisa levanta a hipótese de que as microestruturas nas penas, como farpas mais alongadas, surgiram vermelho vivo grita basicamente: c o m o p a r t e d a c o r r i d a 'Veja como estou saudável', 'Meu evolucionária para manutenção s i s t e m a i mu n o l ó g i c o e s t á da espécie. É como se fosse uma forma mais fácil dos machos “sinal honesto” da boa condição siológica do macho. “Segundo essa teoria, um pássaro de um

melhorarem sua aparência para atender a preferências da fêmeas pelas cores mais intensas. Isso signi ca que os pássaros machos trapaceiam para levar a melhor no “Instagram da evolução”? Não necessariamente. Segundo os cientistas ainda são poucos os estudos sobre os sinais ópticos de plumagens e, por isso, os efeitos não podem ser classi cados como “puramente e n g a n o s o s” ou pu r a m e nt e d e c or re nt e s d e u m a f orç a seletiva. “Os indivíduos lutam para s at is f a z e r mu it as pre ss õ e s s eletivas concorrentes que variam ao longo do tempo e do espaço, desde encontrar uma parceria para acasalar quanto para evitar predadores. “A natureza é vermelha nos dentes, nas garras e nas penas” escrevem os pesquisadores no artigo.

Aves que vivem perto da Linha Equador é o primeiro do Equador são mais coloridas, país a reconhecer os diz estudo direitos de animais

Usando inteligência articial para analisar a quantidade de cor em milhares de fotos de pássaros, pesquisadores comprovaram a teoria que foi inicialmente sugerida por Charles Darwin alimentares entre espécies tropicais e não tropicais e a in uência do habitat podem

©GETTY IMAGES

Pesquisadores da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, descobriram que as aves que

vivem perto do Equador são quase 30% mais coloridas do que aquelas que moram mais perto dos polos. Eles usaram inteligência ar ti cial para descobrir a quantidade de cor em fotos de 24 mil pássaros, de 4,5 mil espécies, todos da coleção do Museu de História Natural, em Tring, Hertfordshire, que possui exemplares de mais de 95% das espécies de aves vivas do mundo. O motivo para essa mudança na diversidade de cores? Os cientistas ainda não sabem exatamente por que, mas o estudo sugere que diferenças

desempenhar um papel fundamental. A ideia de que os pássaros são mais coloridos à medida que se aproximam do Equador é antiga e foi sugerida por dois grandes nomes da ciência nos séculos 18 e 19: Charles Darwin, criador da teoria da evolução, e Alexander von Humboldt, explorador e naturalista. A t e or i a n ã o t i n h a s i d o comprovada até agora por causa da grande quantidade de dados e tecnologia de imagem avançada necessária para examinar os padrões de cores em nível mundial. As descobertas

fornecem informações sobre como a biodiversidade é distribuída em todo o planeta e vão permitir aos pesquisadores identi car os “hotspots” de cores das aves. “Isso é emocionante porque nos ajuda a entender melhor os fatores que promovem e mantêm a biodiversidade em escala global”, a rma Chris Cooney, principal autor do estudo, no site da universidade. “No entanto, há muito mais a ser aprendido sobre os fatores ecológicos e evolutivos precisos que promovem o aumento da coloração nas espécies tropicais”. De forma geral, a biodiversidade aumenta dos polos em direção ao Equador, um efeito conhecido como gradiente de diversidade latitudinal. Isso acontece porque o calor e a umidade estimulam o desenvolvimento das mais diversas formas de vida nas regiões tropicais do planeta. Segundo o estudo “O futuro dos ecossistemas tropicais hiperdiversos”, publicado em 2018 na Nature, entre 15 mil e 19 mil espécies são reveladas pela ciência todos os anos, a maioria nos trópicos.

selvagens ©PIXABAY

O Equador avançou na proteção animal ao determinar que os animais selvagens possuem direitos legais distintos. A decisão estende o entendimento sobre o chamado “Direitos da Na t u r e z a”, j á i n c l u í d o n a constituição do país da América do Sul. Cães e gatos já recebem ampla atenção em forma de leis — ainda que sigam sendo alvos de abusos contínuos. Mais diferente dos pets, a ação de conceder direitos legais a animais selvagens é inédita no mundo. Trata-se de um feito histórico e que, portanto, abre precedente para futuras iniciativas em prol dos animais. A motivação para tal reconhecimento é baseada em um caso judicial de um macaco no Equador que morreu uma semana depois de ser transferido de sua casa para um zoológico. Em meio a este processo, todos os animais selvagens no Equador foram bene ciados. O tribunal salienta que “espécies selvagens e seus indivíduos têm o direito de não serem caçados, pescados, capturados, coletados, extraídos, mantidos, retidos, tra cados,

comercializados ou trocados”. Ainda assim, atividades como caça e pesca continuam sendo permitidas quando de acordo com outras leis preexistentes e de maneiras que limitem o sofrimento animal. A decisão da Justiça também reforça que os direitos são garantidos pelo valor dos próprios animais por si só, ou seja, independe de seu valor para os seres humanos. “O veredicto eleva os direitos dos animais ao nível da constituição, a lei máxima do Equador”, diz o advogado ambientalista equatoriano Hugo Echeverría. Em 2008, o Equador tornou-se

o primeiro país do mundo a incluir os Direitos da Natureza em sua constituição. Apesar de reconhecer a natureza como pessoa jurídica, evocar esses direitos ainda é difícil. Exemplo de uma tentativa ocorreu em 2020 quando um escritório de advocacia defendeu o direito à vida de urso-de-óculos, ameaçado pela mineração. Além disso, recentemente o Panamá passou a reconhecer l e g a l m e nte o s D i re ito s d a Natureza. Também Colômbia, Nova Zelândia, Chile e México já concederam proteção legal à natureza.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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CULTURA 3

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Como as pessoas Filme coproduzido por

viviam sem

povo Uru-Eu-Wau-Wau é premiado em Sundance

eletricidade? Até o im do sé culo 19, nã o havia energia elé trica no Brasil e o dia a dia das pessoas era bem diferente do que temos hoje!

Longa "O Território" foi exibido pela 1ª vez no Brasil no último fim de semana ©REPRODUÇÃO

©PIXABAY

N

o século 19, ainda não existiam aparelhos eletrodomésticos, como máquina de lavar roupas, e, por isso, as pessoas tinham muito mais trabalho para realizar as tarefas do dia a dia. Roupas, toalhas e lençóis eram lavados em tanques ou bacias, com sabão em barra. Já para passar a roupa, era usada uma brasa colocada em um compartimento dentro do ferro. Era preciso ter muita atenção, pois a fuligem da brasa poderia sujar a roupa ou o ferro poderia esquentar muito e queimar o tecido. Sem geladeira, as famílias precisavam comprar frutas, verduras e legumes frescos todos os dias — se o estoque fosse muito g r an d e, a c om i d a a c ab av a estragando. Outros alimentos eram guardados já cozidos para o consumo. As c ar nes, p or

exemplo, eram guardadas em latões, imersas em banha de porco. Os fogões da época funcionavam a lenha. O banho era feito com água fria ou com água aquecida no fogão a lenha. A água era colocada em banheiras, barris ou jarras. Também era comum tomar banho em rios. Mas ainda não existia o hábito de tomar banho todos os dias — o costume era de tomar banho cerca de cinco vezes por ano, quando as roupas de baixo eram trocadas. A nt e s d e o s t e l e fon e s s e popularizarem, na metade do século 20, transmitir recados era bem demorado. Era preciso ir até a casa da pessoa com quem se desejava falar. Quem tinha melhor condição podia contratar um contínuo, pessoa que levava e trazia recados. Para mandar uma

mensagem para alguém que estava longe, era necessário enviar uma correspondência, que podia demorar meses para chegar. Não havia iluminação pública e, à noite, as ruas ficavam muito escuras. Por isso, as pessoas dormiam cedo ou se reuniam em casa, iluminadas pela luz de velas, lamparinas ou lampiões. Nas noites de lua cheia, aproveitavam para passear nas praças e ruas mais movimentadas. Também não existia televisão, rádio ou computador. Para se divertir, as famílias mais ricas iam a espetáculos e frequentavam bailes familiares. As mais pobres se reuniam em casa ou em locais públicos. Toda a população das cidades participava de festas religiosas ou populares. As crianças brincavam com piões, s o l d a d i n h o s d e c hu m b o e bonecas de pano. Antes do ventilador e do arcondicionado surgirem, o jeito mais comum de se refrescar era usando leques ou outros objetos para se abanar. Espaços públicos fechados, como teatros, precisavam ter sistemas de ventilação especial — em alguns lugares, eram usados ventiladores manuais. FOTO: REPRODUÇÃO

(RECREIO)

Livro infantil sobre a Caatinga está disponível on-line e gratuitamente O p r o j e t o “ N o C l i m a d a Associação Caatinga, na divisa Caatinga” lançou a nova versão dos municípios de Crateús (CE) e do “Meu Caderno Caatingueiro”, B u r it i d o s Mont e s ( P I ) , o um material didático voltado C a d e r n o C at i n g u e i ro e s t á para o público infantil. ©NO CLIMA DA CAATINGA Iniciativa realizada pela Ass o c i a ç ã o C a at i ng a , o objetivo é ensinar sobre a preser vação ambiental e apresentar as riquezas da biodiversidade da Caatinga por meio de desenhos para c o l o r i r, c a ç a - p a l a v r a s , palavras-cruzadas e outras atividades. O livro traz temáticas como a fauna e ora da caatinga, c a ç a , c a d e i a a l i m e nt a r, conservação, coleta seletiva, entre outros assuntos. O material produzido é utilizado como introdução ao meio ambiente de uma forma divertida e contextualizada, evocando os animais e as plantas da Caatinga e mostrando a importância de disponível gratuitamente no site do projeto “No Clima da protegê-los. Além de ser entregue em Caatinga”. O proj e t o “No C l i m a d a escolas que cam localizadas na Caatinga” é uma iniciativa principal área de atuação da patrocinada pela Petrobras por

meio do Programa Petrobras Socioambiental. O projeto tem a nalidade de buscar a diminuição dos efeitos potencializadores do aquecimento global por meio da conservação do semiárido, a partir do desenvolvimento de um modelo integrado de conservação da Caatinga. O projeto também d e s e nvolve a ç õ e s d e educação ambiental com o enfoque no público de primeira infância (crianças de zero a seis a n o s ) , n o empoderamento feminino e na geração de renda. Na atual etapa, que terá a duração de três anos, o projeto, que atua no semiárido nordestino desde 2011, vai promover ações que vão desde a re s t au r a ç ã o ore s t a l até a distribuição de tecnologias sociais de convivência com o semiárido e adaptação às mudanças climáticas.

No último domingo (10), o lme “O Território” foi exibido pela primeira vez no Brasil, na sessão de encerramento do Festival I n t e r n a c i o n a l d e D o c u m e n t á r i o s É Tu d o Verdade. Dirigido por Alex Pritz, produzido pelos cineastas nomeados ao Oscar Darren Aronofsky e Sigrid Dyekjaer, em coprodução com o povo indígena Uru-eu-wau-wau, o longa retrata a reação contra a ameaça de desmatamento no território invadido por posseiros e agricultores. O longa, adquirido p ela National Geographic, é ganhador dos Prêmios Especial do Júri de Obra Documental e do Público de Documentário na categoria internacional no Festival Sundance de Cinema de 2022 e menção especial do júri na categoria F:ACT no CPH:DOX, Festival I n t e r n a c i o n a l d e Documentários de Copenhagen. Para Alex Pritz, “este lme retrata uma realidade que precisa ser exposta e combatida. Ganhar dois prêmios em Sundance demonstra a potência

de 'O Território' e do fato que estamos contando, e isso nos deixa muito orgulhosos. Chegamos agora ao Brasil neste festival tão importante. Tanto eu quanto todos os envolvidos nesta obra estamos muito felizes com a relevância e o alcance que essa produção está adquirindo”. O lme teve também, em março, sua primeira apresentação na Europa, no CPH:DOX, Festival I n t e r n a c i o n a l d e Documentários de Copenhagen (Dinamarca), um dos principais eventos de obras de não cção do continente, tendo ganhado menção especial do júri do evento na categoria “F:ACT”, que premia os longa-metragens de caráter jornalístico. A première europeia contou, ainda, com uma conversa sobre o impacto do desmatamento da Amazônia no clima e nas populações indígenas com Alex Pritz, Txai Suruí, Bitaté liderança do povo Uru-eu-wauwau, coprodutor e um dos personagens principais do longa, e Tangãi Uru-Eu-WauWau, que assina a fotogra a junto com Pritz.

Para Bitaté Uru-eu-wau-wau, produzir “O Território” faz parte da resistência de seu povo. “Participar e ser premiado em Sundance mostra que estamos superando uma herança de apagamento e marginalização. Nós já estávamos registrando nossa vida e nosso cotidiano para nos preservar, e agora estamos fazendo estas imagens e essa história chegarem a lugares que nem imaginávamos poder alcançar”, conta. O lme narra as di culdades do povo Uru-eu-wau-wau, de Rondônia, que tem seu território violado por posseiros, q u e o c u p a m e d e s m at a m ilegalmente a terra demarcada, e uma rede de agricultores, que defende a colonização desses locais. A produção mostra como Bitaté Uru-eu-wau-wau e Ari Uru-eu-wau-wau, professor e agente ambiental assassinado em 2020, ao lado de Neidinha Cardozo, ativista ambiental e cofundadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, resistem em meio a ameaças pessoais e grilagens ilegais nas terras. LUCIANO DANIEL

Foto Antiga do ES ©AURÉLIA ZANDONADI/REPRODUÇÃO/RÁDIO FMZ

BAIRRO VILA BETÂNEA — VENDA NOVA DO IMIGRANTE — 1979


4 EDUCAÇÃO

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Projeto educacional Governo vai instalar 12 mil pontos de internet em trabalha literatura escolas públicas infantil em Vitória Meta é que conexões estejam disponíveis em quatro meses ©ALLISON SHELLEY/THE VERBATIM AGENCY FOR EDUIMAGES

©DIVULGAÇÃO

"As cores de um currículo em movimento". Esse é o nome do projeto educacional que desenvolvido este ano no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Professor Carlos Alberto Martinelli de Souza, que ca no bairro Gurigica. O objetivo é trabalhar a história e a identidade da cultura e literatura infantil com as 351 crianças matriculadas na unidade de ensino. Por isso, foi proposta pela equipe da escola uma experiência pra lá de especial para os pequenos do turno matutino: um momento de contação de história do livro "O diário de uma capixabinha", feita pela própria autora, Verena Setúbal, que também é profe s s or a n o C m e i . Par a proporcionar um momento ainda mais lúdico, ela contou com o apoio do professor de música, João Loureiro. As crianças se divertiram, cantaram e participaram

produzindo um aviãozinho de papel e se lançando a olhar para os arredores da unidade de e ns i no. Par a o Gu i l he r me Araújo, do grupo 6 na modalidade integral, a brincadeira foi muito divertida. "O céu é azul e tem muitas casas aqui perto da escola, olha lá o morro", observou ele. Na história do livro "Diário de uma capixabinha", a personagem principal revela poeticamente suas experiências e vivências no território capixaba, por onde cresceu e vive. Ela evidencia alguns lugares e destaca aspectos

da culinária e cultura, fala sobre personagens locais e também sobre algumas espécies da fauna capixaba. Para a pedagoga da unidade de ensino, Shellen Matiazzi, a contação de história do livro promove uma oportunidade única para as crianças. "Este momento proporciona a interação entre as turmas e enriquece a proposta pedagógica, oportunizando às crianças experiências singulares com a literatura, a poesia e a arte", explicou.

O governo federal anunciou, na terça-feira (12), a instalação de 12 mil novos pontos de internet em escolas da rede pública do País, dentro do Programa WiFi Brasil, coordenado pelo Ministério das Comunicações. Durante cerimônia no Palácio do Planalto para anunciar a m e t a , c o m a p re s e n ç a d o presidente Jair Bolsonaro, o ministro Fábio Faria informou que as novas conexões serão instaladas ao longo dos próximos quatro meses. "Do montante de escolas sem internet, nós temos ainda 14,5 m i l e s c o l a s . A g e nt e e s t á assinando [hoje] um contrato com a Telebras e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa [RNP], em

que vamos conectar 12 mil escolas, nos próximos quatro meses. Ficaremos apenas com 2,5 mil escolas restantes para que a gente leve internet", disse o ministro. Segundo ele, o Brasil tinha cerca de 25 mil escolas sem internet em 2020. Com as novas

Reservas: (27) 99961-8422

Jacaraípe/Serra/ES/Brasil www.pousadasolemarjacaraipe.com.br

Prêmio reconhece experiência de gestão e práticas pedagógicas antirracistas

contratações, a meta é conectar todas as escolas até o m do ano. Até o momento, de acordo com números da pasta, 9.853 pontos de internet do programa WiFi Brasil foram instalados em unidades de ensino, sendo 93% em escolas rurais. "Vamos entregar sim, todo o Brasil conectado, até dezembro desse ano", a rmou o presidente Jair Bolsonaro. Uma das novidades anunciadas pelo ministro das Comunicações é que a ação com a RNP e a Telebras envolverá a participação de cerca de mil provedores regionais. Eles serão contratados para promover a conexão de sete mil das 12 mil escolas previstas nesta expansão.

Desao Inspira Tech prorroga as inscrições até 31 de maio ©DIVULGAÇÃO/MEC

©BRUNA RIBEIRO

O C e nt ro d e E s t u d o s d a s R e l a ç õ e s d e Tr a b a l h o e D e s i g u a l d a d e s ( C E E RT ) , organização da sociedade civil voltada para a promoção da igualdade de raça e de gênero, abriu inscrições para a 8ª edição do Prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero: experiências de gestão e práticas pedagógicas ant ir racist as em ambiente escolar. De acordo com a organização, a iniciativa tem como objetivo identi car e valorizar práticas pedagógicas de professoras/es e gestoras/es da educação básica, com o propósito de construção da equidade racial e de gênero. O Prêmio tem duas categorias: Professor e Escola. A categoria Professor é dividida em duas modalidades: práticas pedagógicas executadas -

realizadas entre 2019 e 2021 e projetos de práticas pedagógicas ainda não executadas. Já a

categoria Escola conta com a modalidade Gestão com Equidade e Antirracista (GEA).

Os estudantes da Educação Pro ssional e Tecnológica de todo o País ganharam mais tempo para se inscrever gratuitamente no Desa o Inspira Tech. A competição nacional, lançada pelo Sebrae em parceria com o Ministério da Educação (MEC), teve suas inscrições prorrogadas até 31 de maio. A iniciativa vai selecionar as melhores propostas de novos negócios de base tecnológica na temática da Economia 4.0, nas áreas de agronegócio, indústria e serviços. Os interessados devem montar equipes compostas por, no mínimo, três e, no máximo, cinco alunos, com a participação de um professor. As inscrições podem ser realizadas pela internet e não é necessário

apresentar nenhuma ideia ou projeto prévio, bastando inserir os dados e documentos listados no regu l amento. To d as as informações estão disponíveis no site www.gov.br/mec/inspiratech. A expectativa é que mais de três mil e s t u d a nt e s p a r t i c i p e m d a competição, que proporcionará uma exp er iência única de formação e vivência na elaboração de novos modelos de negócios.

De acordo como o analista de Educação Empreendedora do Sebrae, Israel Jorge, o Desa o I n s p i r a Te c h v a i a l é m d e estimular a abertura de negócios. “De forma muito mais ampla, a própria vivência do estudante no desa o vai proporcionar o desenvolvimento de competências empreendedoras, que incluem o protagonismo na resolução de problemas e a capacidade de fazer acontecer”, comenta.


INOVAÇÃO 5

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Forma de girassol Cinco tecnologias ajudam inspira vila de casas a definira uma cidade impressas em 3D inteligente ©TWENTY20PHOTOS/ENVATO

tempo real.

A vila residencial de 19 casas foi projetada para fornecer um novo modelo de moradia comunitária sustentável

4. Internet das coisas (IoT) A necessidade de comunicação contínua é um dos pilares das smart cities. Ter aparelhos que suportam um ou mais ecossistemas é fundamental para a transmissão de dados sem interrupções, de forma muito mais e ciente.

©VALENTINO GARERI ATELIER

A quantidade de pessoas que querem fugir de centros urbanos aumentou fortemente. Porém, todo este êxodo para as pequenas cidades em áreas rurais mostram a necessidade de repensar a expansão dessas áreas. Pensando nisso, o arquiteto Valentino Gareri desenvolveu o projeto Sun ower (girassol, em português), uma vila residencial de 19 casas projetadas para fornecer um novo modelo de vila comunitária sustentável. As casas da vila Sun ower são térreas e impressas em 3D em um processo que in uencia a forma nal de cada casa. O processo de construção, muitas vezes um desperdício e consumo de recursos, é simpli cado neste projeto com uma máquina de impressão de concreto e s t a c i on a d a n o c e nt ro d o condomínio. A enorme máquina permanece em um lugar durante todo o processo de construção, imprimindo uma casa e depois girando para o próximo lote para

imprimir a casa vizinha. Desta forma, a máquina pode imprimir todas as 19 casas com impacto mínimo no local. Como um girassol, a disposição das casas segue o círculo do sol, onde os lotes e as casas se distribuem radialmente em torno de uma área comum central. Os telhados fotovoltaicos são moldados e inclinados para receber energia limpa do sol, como um girassol faz na natureza todos os dias. Os painéis fotovoltaicos são alocados apenas nas coberturas com melhor exposição solar, a energia acumulada é compartilhada com toda a vila e as fachadas são tratadas de forma a obter o melhor desempenho de acordo com a orientação solar. A captação da energia solar torna cada casa autossustentável, coletando o su ciente para alimentar sistemas de aquecimento de pis o, ar condicionado e carregadores de carros elétricos. A água da chuva AJUFE

captada do telhado é desviada para um tanque de a r m a z e n a m e n t o e posteriormente usada para banheiros e irrigação. As janelas oferecem vistas da paisagem circundante, bem como luz n at u r a l e v e nt i l a ç ã o p a r a e ciência energética. A con guração urbana circular representa uma forma mais sustentável de conectar as moradias, reduzindo a quantidade de vias necessárias e a dependência de carros. A combinação de mais aldeias forma uma nova con guração urbana multicêntrica e um novo modelo de cidade do futuro, caracterizado por um forte senso de comunidade. “A cidade do futuro deve ser imaginada como uma nova Cidade Jardim 2.0, que promove o retorno à natureza, reduz a necessidade de carros e facilita a sensação de convivência”, diz o arquiteto Valentim Gareri. A combinação de mais aldeias forma uma nova con guração urbana multicêntrica e um novo modelo de cidade do futuro, caracterizado por um forte senso de comunidade. “A cidade do futuro deve ser imaginada como uma nova Cidade Jardim 2.0, que promove o retorno à natureza, reduz a necessidade de carros e facilita a sensação de convivência”, diz o arquiteto Valentim Gareri.

Você acha que as cidades estão lotadas agora? Segundo a ONU, até 2030, mais de cinco bilhões de pessoas viverão em ambientes urbanos. Antes que a humanidade atinja essa densidades populacional incrível, será preciso otimizar as grandes cidades, tornando-as melhores e mais inteligentes. O conceito de cidades inteligentes — também conhecidas como smart cities — é baseado no princípio de que os re c u rs o s te c nol ó g i c o s s ã o pensados para servir à população da melhor maneira possível, facilitando o deslocamento, a comunicação, e a sobrevivência das pessoas que habitam e compartilham o mesmo ambiente. As iniciativas de cidades inteligentes podem abranger qualquer coisa, desde a distribuição de energia limpa, otimização dos sistemas de transporte, iluminação pública mais consciente, tráfego organizado, ampliação da frota de veículos elétricos, e até a criação de um sistema de coleta d e l i x o m a i s c on e c t a d o e e ciente. “Fica claro que a espinha dorsal de uma smart city é a rede inteligente que a sustenta.

Embora seus benefícios sejam extensos, eles só serão percebidos quando as infraestruturas acompanharem e se conectarem de maneira sinérgica, com máquinas e sensores dispersos, para que a troca de informações aconteça em tempo real”, explica o diretor comercial da provedora de data centers ODATA Victor Sellmer. Cinco tecnologias que não podem faltar nas cidades inteligentes Cada vez mais, as cidades estão de olho em como podem usar a te cnolog i a p ara ag i lizar e automatizar todos os processos provenientes da urbanização. Desde levar redes Wi-Fi para novos lugares, até a coleta de dados por meio de dispositivos da internet das coisas (IoT). Veja algumas tecnologias indispensáveis para o desenvolvimento das cidades inteligentes: 5. Redes 5G A quinta geração da internet m óve l p e r m it i r á c on e c t ar milhões de dispositivos com alta velocidade. As cidades inteligentes seriam capazes de usar carros autônomos e otimizar os sistemas de transporte coletivo, compar tilhando dados em

3. Inteligência articial (IA) Esses dispositivos podem ser usados em soluções de tráfego inteligente, garantindo que os moradores possam se deslocar de um destino a outro mais rapidamente. Sensores espalhados pelo trajeto também ajudariam a tornar a viagem mais segura. 2. Tecnologia geoespacial As cidades inteligentes usam a tecnologia geoespacial para tornar os ambientes urbanos mais acessíveis e sustentáveis. Dependendo das necessidades dos cidadãos, esse sistema reage às suas demandas, otimizando a distribuição de água, o transporte coletivo, a construção de usinas e o fornecimento serviços públicos, por exemplo. 1. Cloud e edge computing A combinação dos sensores e da alta conectividade resultarão em uma massiva produção de dados. Para evitar o surgimento de ruídos nessa comunicação, é necessário ter uma aproximação entre os sistemas de computação e o armazenamento de informações, diminuindo a distância entre o processamento e a análise.

Puricador limpa água Quiabo pode ajudar a usando apenas luz solar remover microplá sticos Uma equipe de cientistas da Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne (EPFL), na Suíça, desenvolveu um novo ltro de puri cação de água. O método combina nano os de dióxido de titânio e nanotubos de carbono alimentados por luz solar. Desta

carbono cria-se uma nova camada de descontaminação ao pasteurizar a água, matando bactérias e vírus. “Em uma est reit a colab oração ent re químicos, físicos e biólogos, desenvolvemos um puri cador de água muito e ciente, que não ©INSTITUTO FEDERAL DE TECNOLOGIA DE LAUSANNE

forma, é possível descontaminar a água com e ciência fazendo apenas uso da radiação. Segundo os pesquisadores, os nano os de dióxido de titânio por si já são capazes de realizar uma boa puri cação de água na pre s e nç a d a lu z s ol ar. Ao acrescentar os nanotubos de

precisa de nenhuma fonte de energia além da luz solar”, diz László Forró, líder da pesquisa na EPFL. O funcionamento do puri cador é simples. A ideia é que a água contaminada entre por um tubo na parte superior, passe por um material ltrante

de várias camadas, entre duas folhas de vidro, e saia por um tubo na parte inferior. Quando a luz ultravioleta atinge o ltro, faz com que o composto produza um grupo de moléculas chamadas de “espécies reativas de oxigênio” — o que inclui p eróxido de hidrogênio, hidróxido e oxigênio. Também conhecidos por serem “assassinos” de patógenos. A e ciência do puri cador foi testada, com sucesso, usando a bactéria E. Coli. Os resultados, segundo os cientistas, indicam que o produto deve funcionar também com outros patógenos bacterianos. “O dispositivo é excepcionalmente capaz de remover todos os patógenos da água e mostra resultados promissores até mesmo para eliminar micropoluentes, como pesticidas, resíduos de medicamentos, cosméticos, entre outros”, garante a EPFL em nota à imprensa. Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista Nature Clean Water.

da á gua ©ENGIN AKYURT/UNSPLASH

O qui ab o é uma d aquel as comidas “polêmicas”, tem quem ame e quem odeie este alimento pegajoso e muito usado na culinária brasileira. Mas, uma descoberta pode fazer todo mundo gostar mais de quiabo: cientistas a rmam que ele pode ser uma alternativa e ciente e ecológica para combater a poluição por microplásticos. Pesquisadores da Tarleton State University, no Texas, EUA, demonstraram que extratos vegetais de alimentos, especialmente os de quiabo, têm o poder de remover microplásticos de águas residuais. Va l e l e m b r a r q u e recentemente, cientistas identi caram pela primeira vez a presença de microplásticos no s angue humano e um dos

caminhos para que estas partículas entrem no nosso corpo é justamente a água que bebemos. Depois de testarem os extratos das sete plantas separadamente e em diferentes combinações, a conclusão é que os p olissacarídeos do quiab o f u n c i o n a v a m m e l h o r. A combinação de quiabo com extrato de feno-grego foi a melhor para limpar água dos oceanos e a combinação de quiabo com tamarindo

funcionou melhor para amostras de água doce. Além de não serem nocivos à saúde, os oculantes à base de plantas podem ser implementados em processos de tratamento de água existentes. “Todo o método de tratamento com materiais não tóxicos usa a mesma infraestrutura”, disse o Dr. Srinivasan. “Não precisamos construir algo novo para incorporar esses materiais para ns de tratamento de água”.


6 TECNOLOGIA

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Sete cidades brasileiras já Força Aérea dos EUA vai têm antenas para oferecer usar micro-helicóptero de assento único que 5G puro As operadores têm até julho deste ano para implantar em todas as capitais o 5G DSS ©JEREMY BEZANGER/UNSPLASH

Sete cidades brasileiras já contam com antenas de tecnologia 5G 2,3 GHz standalone (o tal "5G puro"). Esta é atualmente a faixa m a i s r ápi d a e m at i v i d a d e enquanto é preparada a banda 3,5 GHz, a mais rápida oferecida pelo leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no ano passado. As cidades com 2,3 GHz são, até agora, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Uberlândia e Uberaba (ambas em MG) e Franca (SP). Segundo a CNN, as primeiras foram São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, via operadora Vivo, na

qualquer pessoa pode pilotar sem habilitação

©DIVULGAÇÃO/LIFT AIRCRAFT

Te l e c o m i n s t a l o u o s equipamentos em Uberlândia, Uberaba e Franca. Depois, a Claro, no dia 21, ampliou o alcance do espectro para alguns bairros de São Paulo e de Brasília.

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068 primeira semana de dezembro. No dia 15 daquele mês, a Algar

Curitiba recebeu suas primeiras antes em 5G de 2,3

GHz na terça-feira (5) da semana passada pela TIM, que cou responsável pela banda na região Sul do País. A conexão estará nas áreas do Parque Barigui e do Palácio Iguaçu. O acordo é válido por dois anos com possibilidade de prorrogação, e os primeiros testes devem ser nalizados até dezembro de 2023. As operadores têm até julho deste ano para implantar em todas as capitais o 5G DSS, que usa as frequências do 4G para atingir velocidades de 5G com tempo de resposta (latência) baixo. Até o momento, o Amapá é o único estado não contemplado. A versão standalone da tecnologia só deve estar disponível ao público em 2023. O cronograma da Anatel para a implementação do 5G vai até 2029.

A Força Aérea dos EUA (USAF) deverá usar muito em breve um mini-helicóptero de 18 rotores e ass ento único da empres a americana Li Aircra, que pode ser pilotado por qualquer pessoa, sem que seja exigida uma habilitação. Com estrutura de cockpit aberto, o veículo elétrico de pouso e decolagem vertical (eVTOL) Hexa é operado por meio de um joystick, de maneira fácil e a qualquer hora. Dentre outras características do micro-helicóptero elétrico estão o peso leve e seu baixo preço com relação ao transporte terrestre. Sua atuação militar seria em cenários como suporte para resposta rápida de emergência, logística de base, missões de busca e salvamento e por aí vai. Essa condição leve (peso de 196 kg, em uma estrutura construída inteiramente em bra de carbono) permite que, de acordo com a Administração Federal de Aviação americana, o

Hexa não exija licença de piloto — já que se quali ca como um “ultraleve motorizado”. De qualquer forma, a Li diz que vai oferecer bastante treinamento para o usuário do e-VTOL. Um computador de piloto automático com um único joystick de três eixos é tudo o que a pessoa usa para voar com o micro-helicóptero. Há também uma tela sensível ao toque de sete polegadas para um modo de voo “sem as mãos”. A aeronave também pode ser controlada

remotamente e traz um paraquedas balístico que se desdobra de forma autônoma em caso de emergência. O Hexa é anfíbio, ou seja, é capaz de pousar em terra e água. S eu design oferece quatro utuadores de perímetro para utuabilidade e estabilidade e um quinto utuador central preenchido com espuma absorvente de energia — que também funciona na proteção contra pouso forçado.

Tesla anuncia "robô-táxi futurista" em inauguração Implante na medula faz da Gigafábrica no Texas mulher com doença neurodegenerativa voltar a andar segmento no futuro. Os planos do executivo incluem a produção de 500 mil Tesla Model Y anualmente, além de incorporar à linha de montagem a esperada picape Cybertruck e a nova versão do esportivo Roadster,

O pr imeiro p ass o s erá a fabricação da célula 4680. Musk explicou que todos os Model Y terão o pacote de células unido por uma peça fundida, que resultará em um carro “mais leve, com menos peças, mais eficiente

©DIVULGAÇÃO/TESLA

A Gigafábrica da Tesla no Texas finalmente foi inaugurada e, durante o evento de proporções tão grandiosas quanto a própria instalação da montadora, o CEO Elon Musk anunciou mais uma n o v i d a d e : u m “r o b ô - t á x i futurista”. “Não vou derramar todo o feijão [revelar tudo] a respeito dos próximos planos da companhia, mas o robô-táxi será bem futurista”, brincou Musk, praticamente descartando o plano anterior de construir sua frota de táxis autônomos em cima do Tesla Model 3. O “ r o b ô - t á x i f u t u r i s t a” prometido pelo executivo, no entanto, não sairá do papel tão cedo. Antes, a Tesla tem outras prioridades na fila da recéminaugurada Gigafábrica. A ideia de Musk é fabricar um em cada cinco carros construídos no mundo. Atualmente, a Tesla responde por 1% da produção automotiva global. Ambicioso, o empresário não esconde de ninguém que seu desejo é subir a régua e abocanhar 20% do total do

ambas planejadas para 2023 e que serão feitas na "fábrica de carros mais avançada que a Terra já viu". Além de anunciar a chegada do “robô-táxi futurista”, ideia que há tempos vem marinando na cabeça, o CEO revelou planos para transformar a instalação na maior fábrica de baterias para carros elétricos do mundo.

e seguro”. Outra novidade revelada por Elon Musk foi a de que, até o final de 2022, a empresa dará acesso ao Full Self-Driving (FSD) para todos os proprietários de Tesla qu e c ompr ar am o p a c ot e . Atualmente, o pacote de direção autônoma da marca está em fase beta de testes e restrita para apenas alguns condutores.

Uma paciente com atrofia de múltiplos sistemas do tipo parkinsoniano (MAS-P) pôde voltar a andar depois de mais de um ano acamada graças a um implante na medula. A mulher t e m u m a d o e n ç a neurodegenerativa que afeta diversas partes do sistema nervoso. De acordo com o estudo publicado pelo The New England Journal of Medicine, o implante eletrônico reativou os nervos presentes na medula espinhal. Este tipo de implante já havia sido utilizado para tratar a pressão arterial baixa de pacientes tetraplégicos. A MAS-P causa uma perda dos neurônios que regulam a pressão arterial, fazendo ela diminuir quando os doentes ficam em pé, podendo causar desmaio. O

quadro é conhecido como hipotensão ortostática. Com o implante, os neurônios que regulam a pressão arterial foram ©WAYHOME STUDIO/SHUTTERSTOCK

reativados e a paciente passou a não mais perder a consciência ao ficar em pé. Após 18 meses deitada, a mulher conseguiu andar até 250 metros com a ajuda de fisioterapia. “Já vimos como este tipo de tratamento pode ser aplicado em pacientes com lesões medulares.

Mas agora podemos explorar as aplicações no tratamento de deficiências derivadas da neurodegeneração”, ressaltou uma das autoras do estudo, Jocelyne B l o c h , neurocirurgiã do H o s p i t a l Universitário de Lausanne, na Suíça. O outro autor do estudo, Grégoire Courtine, professor de neurociência da Escola Politécnica Federal de Lausanne, explicou que o intuito inicial do implante na medula é causar alívio da dor, mas que com os novos resultados é possível pensar em um sistema especificamente destinado a tratar a hipotensão ortostática.


CIÊNCIA 7

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'Tábua de maldição' hebraica pode desaar maneira como vemos a Bíblia

Fóssil de 66 milhões de anos pode ser de dinossauro que morreu em impacto de asteroide ©BBC/UNIVERSIDADE DE MANCHESTER/DIVULGAÇÃO

©DIVULGAÇÃO/MICHAEL C. LUDDENI/ARQUEOLOGIA BÍBLICA

Uma equipe de especialistas da Cisjordânia divulgou no último dia 24 de março a descoberta de uma "tábua de maldição" contendo o que é, possivelmente, a inscrição hebraica mais antiga já revelada. O artefato, que consiste em uma fol ha de chumbo dobrada, foi desenterrado no topo do Monte Ebal, que é associado a maldições na Bíblia, no m do ano de 2019. Seu texto, no entanto, apenas veio a ser revelado com a ajuda de técnicas de digitalização. A mensagem lança uma maldição mortal em alguém que havia quebrado sua palavra, a rmando que o encanto seria realizado por Deus, chamado de Yahweh na inscrição, um nome usado pelos judeus para se referirem à divindade que adoravam. É importante destacar que os cientistas ainda não publicaram o e s tu d o d e t a l h an d o s u a s descobertas, de forma que as

informações disponíveis at u a l m e nt e s ã o ap e n a s a s reveladas por eles durante uma coletiva de imprensa. De acordo com suas análises, a tábua possui pelo menos 3.200 anos de idade e foi encontrada em uma camada do solo que continha vestígios do período entre 1200 a.C. e 1400 a.C., e um exame laboratorial do chumbo, do qual ela é feita, mostrou que o material vinha de uma antiga mina grega que foi usada nessa mesma época. Nesse contexto, o artefato seria o exemplo mais antigo de uma escrita primitiva desenvolvida pelo povo hebraico, o que também coloca sob nova luz o debate a respeito de quando a Bíblia foi escrita. “Alguns estão descrevendo isso como a descoberta mais importante de nossas vidas porque é anterior a qualquer coisa que tenhamos antes em relação às escrituras hebraicas",

a rmou Scott Stripling, que liderou a pesquisa, conforme repercutido pelo Mirror. "[O achado] afeta grandes questões como: a Bíblia foi escrita quando a rma que foi escrita? Havia mesmo uma escrita alfabética em existência pela qual escritores como Moisés e Josué poderiam tê-la escrito? Muitos críticos, até este ponto, argumentaram contra isso e disseram 'não, foi escrito muito, muito mais tarde, no período persa ou no período helenístico'. Isso inclina a balança em outra direção", completou ele. Para Stripling, o estudo gerará um "terremoto" nos campos arqueológicos e teológicos, desestabilizando uma série de noções que os especialistas tinham como verdade, até então. Vale dizer que, uma vez que a pesquisa ainda não foi publicada e revisada por outros pro ssionais da área, o que é um procedimento cientí co padrão, as a rmações feitas na coletiva de imprensa atraíram críticas de alguns. "Em geral, estou irritado com alegações sensacionalistas de descobertas que ostensivamente mudam tudo o que sabemos sobre a Bíblia e a história da antiga Israel", relatou Israel Finkelstein, um arqueólogo da Universidade de Tel Aviv, em entrevista ao LiveScience.

“Chuva de elétrons” está escapando do campo magnético da Terra BOB BEHNKEN

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Elétrons podem escapar do campo magnético e “chover” em direção à Terra, danicando satélites e arriscando o bem-estar de astronautas C i e nt ist as i d e nt i c ar am a ocorrência de uma “chuva de elétrons” — ou seja, um escape volumoso de elétrons do campo magnético da Terra em direção à

nossa superfície. Segundo os especialistas, esse fenômeno tem in uência na ocorrência das luzes da aurora boreal. De acordo um estudo

publicado na Nature Communications, essa “chuva de elétrons” pode também oferecer risco a astronautas e dani car naves e satélites “de formas que

Um fóssil de tescelossauro descoberto em Dakota do Norte, EUA, pode ser de um animal morto no dia em que o Asteroide de Chicxulub atingiu a Terra, há cerca de 66 milhões de anos. O evento é amplamente conhecido como o impacto que matou 75% das espécies animais do nosso planeta — incluindo os dinossauros não alados. Embora isso ainda esteja pendente de con rmação, os cientistas por trás da descoberta acreditam que fragmentos e partículas de vidro vulcânico cravados neste e em outros fósseis encontrados na expedição justi cam a suspeita de que se tratam de animais que morreram no fatídico dia. A região da Dakota do Norte é extremamente rica em fósseis de vários animais, em várias épocas do tempo. Apesar de estar bem longe da região imediata de impacto do asteroide, o volume de dano causado pelo choque é

notoriamente aceito como algo bem amplo: o objeto espacial tinha algo entre 10 quilômetros (km) e 12 km de extensão. A cratera gerada tem quase 120 km de tamanho e 20 km de prof u n d i d a d e — u m a d a s maiores estruturas de impacto natural da Terra. “Temos tantos detalhes deste sítio paleontológico que nos dizem o que aconteceu minuto a minuto — é quase como se estivéssemos assistindo a um lme do que aconteceu”, disse. Robert DePalma, estudante de graduação da Universidade de Manchester, no Reino Unido, e líder da escavação em Tanis, o sítio de fósseis em questão. O professor Phil Manning, orientador de DePalma, disse que a descoberta era “absolutamente incrível” e algo que ele “jamais havia sonhado” em sua carreira: “a resolução temporal que podemos atingir neste sítio vai além dos nossos

maiores sonhos. Isso realmente nem deveria existir, mas é absolutamente, totalmente lindo”, ele comentou. D e acordo com divers os consultores externos, foram encontradas a perna do tescelossauro, fragmentos de pele de um triceratops e diversas escamas de peixes da época. Os especialistas a rmam que o tescelossauro morreu “mais ou me no s i nst ant ane ame nte”. Outros, contudo, se mostraram céticos em relação à descoberta e a rmaram que vão esperar um estudo revisado por pares para con rmar — ou negar — a linha do tempo do animal. Apesar de uma con rmação de nitiva ainda não ter sido feita, a BBC já lmou um documentário sobre as descobertas no sítio, que deve ir ao ar em 15 de abril. DePalma, que é parente do icônico cineasta Brian DePalma, é um dos apresentadores.

essas partículas nascem no Sol e viajam por uma distância de 150 milhões de quilômetros (km) até o nosso planeta por meio dos ventos solares. Normalmente, o nosso campo magnético captura esses elétrons em uma de duas estruturas magnéticas conhecidas como “cinturões de Van Allen”. Por vezes, esses cinturões transbordam, levando ao efeito citado. O novo estudo, no entanto, sugere que a ocorrência da chuva de elétrons pode ser bem mais frequente do que imaginávamos, com sua capacidade ampliada por tempestades solares. Para isso, os cientistas usaram dados dos satélites ELFIN e THEMIS, analisando os cinturões de Van Allen em dois pontos e percebendo que a “chuva” ocorre por causa de um fator chamado “ondas sibilantes”, um tipo de

frequência ultra baixa de rádio que ocorre durante tempestades com muitos relâmpagos. Essas ondas energizam os elétrons, que cam mais e mais acelerados até serem “derramados” dos cinturões em direção à Terra. Daí o nome “chuva de elétrons”. E é aí que reside a surpresa: a meteorologia convencional antecipa essas chuvas por meios comuns — ventos solares, tempestades geomagnéticas etc. — mas não por ondas sibilantes. Por causa disso, o estudo continuado ambiciona entender mais sobre essas ondas, a m de que nós possamos atualizar nossos modelos preditivos, antecipar melhor suas o corrências e, quem sab e, preservar a saúde de astronautas e o bom desempenho de nossos satélites.

©SHUTTERSTOCK

nós ainda não conseguimos prever”, citando um trecho do artigo. Basicamente, esse fenômeno ocorre quando um pulso de energia eletromagnética atravessa o nosso campo magnético — este, responsável pela nossa proteção contra a radiação solar. “Apesar da crença comum de que o espaço é separado de nossa alta atmosfera, ambos são intrinsecamente conectados”, d i s s o Va s s i l i s Va s s i l i s Angelop ou los, co autor do estudo e professor de Física Espacial na Universidade da Califórnia-Los Angeles (UCLA). “Entender essa ligação pode bene ciar satélites e astronautas que passem por aquela região”. O fenômeno da chuva de elétrons não é uma novidade. Cientistas sabem há décadas que


8 BEM-ESTAR

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É possível emagrecer dormindo? Estudo Peixe assado para a compara qualidade do Sexta-feira Santa sono com ingestão de calorias

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665

©GUIA DA COZINHA

©RUI G. SANTOS/SHUTTERSTOCK

N

Perder peso não é fácil e muita gente acaba apostando em dietas mirabolantes para tentar queimar algumas calorias. Mas e se fosse possível emagrecer simplesmente… dormindo? Um estudo realizado nos Estados Unidos comparou o tempo de sono com a queima de caloria e os resultados indicam que uma boa noite de sono pode contribuir para a perda de peso. A pesquisa randomizada feita pela Universidade de Chicago com nanciamento dos NIH (Institutos Nacionais de Saúde) analisou 80 adultos com idades entre 21 e 40 anos. A conclusão é que dormir pelo menos sete horas por noite ajuda a reduzir a ingestão diárias de calorias,

Durante as primeiras semanas, os pacientes dormiram o tempo que já estavam acostumados, cerca de seis horas em média. Todos também estavam acima do peso. O recomendado para adultos é dormir pelo menos sete horas diárias. Depois de duas semanas, o grupo se dividiu em dois. Metade dos participantes seguiram com seu sono normal, sem mudanças de hábitos. A outra metade recebeu instruções de como ter um sono melhor e passou a monitorar o tempo de sono. No m das contas, quem dormiu melhor, e aumentou o tempo de sono em média 1,2 hora por noite consumiu menos calorias do que o restante do

grupo que não teve alterações na dieta, em média 270 calorias a menos. “Mostramos que na vida real, sem fazer outras mudanças no estilo de vida, você pode prolongar o sono, dormir mais e comer menos calorias, e isso pode realmente ajudar as pessoas que tentam emagrecer” explicou a coordenadora da pesquisa, Esra Tasali. Os pesquisadores destacam que, os resultados indicam que dormir bem pode ajudar a emagrecer, mas a prática precisa ser aliada com outras ações. Além disso, mais estudos devem ser feitos para determinar como ocorre essa relação.

a Sexta-feira Santa — e na própria Páscoa — temos o costume de comer peixe em vez de carne vermelha, de frango e suína. Muitos s e deliciam com a tradicional bacalhoada, outros preferem algo mais simples e barato, como um saboroso peixe assado ou frito. E se você não está acostumado a colocar a mão na massa nessa data, separamos essa ideia fácil e deliciosa de preparar um peixe assado e curtir a Páscoa da melhor maneira. Con ra essa receita de peixe assado com ervas! Ingredientes 1 peixe namorado limpo inteiro 3 dentes de alho amassados Suco de 1 limão Sal e pimenta-do-reino a gosto 1 ramo de salsinha 1 ramo de cebolinha 1 ramo de alecrim 1 ramo de coentro 1 cebola em rodelas Azeite para untar 1 colher (sopa) de páprica

picante 4 colheres (sopa) de azeite Folhas de alface e rodelas de limão-siciliano para decorar Modo de preparo Tempere o peixe inteiro com o alho, o suco de limão, sal e pimenta. Recheie com a salsinha, a cebolinha, o alecrim, o coentro, a cebola e prenda com palitos de dentes. Coloque o peixe em uma

fôrma untada e pincele com a páprica misturada com o azeite. Cubra com papel-alumínio e leve ao forno médio (180ºC), preaquecido, por 30 minutos. Retire o papel e volte ao forno por mais 15 minutos ou até dourar. Retire, trans ra para uma travessa forrada com folhas de alface e rodelas de limão. Sirva. Rendimento: 8 porções

Fonte: Terra

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

©PEXELS/AUGUST DE RICHILIEU

Como cozinhar em casa é benéco para a saúde mental? Comidas caseiras també m servem como estraté gia para mudança de há bitos alimentares C ozinhar é um momento sagrado para muitas pessoas. Além de trazer prazer, o ato de fazer uma comidinha caseira pode ir muito além, impactando positivamente a saúde mental. É o que aponta um estudo da

Universidade Edith Cowan, Austrália, ao observar os efeitos d e u m c u rs o d e c u l i n ár i a saudável em 657 participantes. Os participantes relataram mudanças positivas no psicológ ico, a lém de ter

aumentado a con ança e satisfação culinária tanto em homens e mulheres — quebrando, até mesmo, preconceito de gênero quando se fala de cozinha. "Isso, por sua vez, pode ajudar a superar algumas

das barreiras apresentadas por não saber cozinhar, como aliviar as restrições de tempo que podem levar a refeições prontas com alto valor energético, mas baixo valor nutricional", disse em nota a líder da pesquisa Joanna Rees. "A obesidade e os distúrbios de saúde mental estão aumentando simultaneamente com a

mudança do comportamento alimentar, deixando de cozinhar em casa, para refeições de c onv e n i ê n c i a t ipi c a m e nt e pobres em nutrição e densas em energia", destacaram os pesquisadores no estudo. Além da saúde mental, cozinhar em casa também impactou na mudança de hábitos alimentares. Conforme Rees, uma dieta

saudável e caseira é uma medida estratégica para prevenir desde o agravamento da saúde mental até a obesidade. "As intervenções culinárias baseadas na comunidade visam as barreiras à alimentação saudável e facilitam o desenvolvimento de habilidades de alfabetização a l i m e n t a r, a u m e n t a n d o potencialmente a preparação de refeições caseiras e in uenciando positivamente a saúde", disseram os pesquisadores.


SAÚDE 9

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Remédios para disfunção erétil aumentam risco de doenças oculares graves

Esquizofrenia: genes com mutações raras são identicados pela primeira vez

©SHUTTERSTOCK

Pesquisadores da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, descobriram que o uso contínuo de remédios para disfunção erétil, como Viagra, C i a l i s , St e n d r a e L e v it r a , aumenta em até 85% o risco de doenças oculares graves, a lgumas que p o dem gerar cegueira. Para chegar a essa taxa de risco, o estudo analisou os dados de planos de saúde de 213 mil homens nos Estados Unidos que não tinham problemas de visão um ano antes de darem início ao uso regular de remédios para disfunção erétil. Em seguida, eles analisaram quantos desses voluntários desenvolveram uma ou mais condições após o uso dos medicamentos e quantos continuaram sem nenhum tipo de problema.

O estudo aponta que o risco para descolamento de retina aumentou 2,5 vezes, para oclusão venosa da retina (OVR) aumentou 1,4 vezes, enquanto para neuropatia óptica isquêmica (NOI) subiu 2,2 vezes. “Estas são condições raras, e o risco individual de desenvolver uma delas permanece muito baixo para qualquer usuário. No entanto, o grande número de prescrições realizadas a cada mês nos EUA — cerca de 20 milhões — signi ca que um número signi cativo de pessoas pode ser afetado. Os usuários regulares d e s s e s m e d i c a m e nt o s qu e percebem alguma alteração na visão devem levar isso a sério e procurar atendimento médico”, infor ma Ma hyar Et minan, professor do departamento de oalmologia e ciências visuais da

Faculdade de Medicina da UBC. Os pesquisadores não informaram qual o fator que aumenta este risco de desenvolver as doenças oculares em até 85%, mas existe a hipótese que isso possa ter relação com o desvio do uxo sanguíneo. “Esses medicamentos tratam a disfunção erétil melhorando o uxo sanguíneo na área, mas s ab emos que eles t amb ém podem di cultar o uxo sanguíneo em outras partes do corpo. Então, embora nosso estudo não prove causa e efeito, existe um mecanismo pelo qual esses medicamentos podem levar a esses problemas. A totalidade das evidências aponta p a r a u m v í n c u l o f o r t e ”, explicaram.

Um estudo pioneiro feito por pesquisadores identi cou dez genes com mutações extremamente raras, que aumentam o risco de uma pessoa desenvolver esquizofrenia. Essa é a primeira vez que genes especí cos são detectados, por mais que outras pesquisas já tivessem evidenciado associações entre o distúrbio e regiões do DNA. Realizado pelo Consórcio de Psiquiatria Genômica e pelo Consórcio de Meta-análise do Sequenciamento do Exoma da Esquizofrenia, o estudo aborda as maiores colaborações inter nacionais no que diz respeito a saúde mental. Com isso, foi contado com pesquisadores de 45 países para analisar o DNA de 76.755 pessoas com esquizofrenia e outras 243.649 sem a doença. “Embora haja um grande número de variantes genéticas envolvidas na esquizofrenia, os estudos mostraram que elas estão concentradas em genes e x p r e s s o s e m n e u r ô n i o s”, explicou Andrew McQuillin, coautor dos artigos e chefe do Laboratório de Psiquiatria Molecular da Universidade College London (UCL), em

comunicado. Ele complementou que “tanto as mutações raras de alto risco quanto as variantes genéticas

intervenções medicamentosas e p s i c ol ó g i c a s e c a z e s p ar a esquizofrenia, muitos experimentam efeitos colaterais ©KTSDESIGN/SHUTTERSTOCK

comuns de baixo risco são consistentes e nos apontam para genes como GRIN2A, também importante na epilepsia e nos d i s t ú r bi o s d o neurodesenvolvimento”. A l é m d i s s o, a p r i n c i p a l conquista do estudo é a identi cação de mutações raras em 10 genes especí cos, que contribuem para o aumentando do risco de desenvolver esquizofrenia. A descoberta foi feita através de uma tecnologia de sequenciamento de exoma, que é uma parte do genoma que codi ca os genes. “Embora tenhamos

ou seus sintomas melhoram a p e n a s p a r c i a l m e n t e ”, comunicou a professora da UCL Elvira Bramon. S e g u nd o a própr i a OM S ( O rg an i z a ç ã o Mu n d i a l d a Saúde), duas em cada três pessoas com esquizofrenia e outras desordens psiquiátricas não re ceb em atendimento especializado, por isso, “compreender a genética é um passo fundamental para desenvolver novos medicamentos e adaptar os tratamentos que já temos, para atender às necessidades de cada indivíduo”.

Exames de sangue podem Próxima grande pandemia apresentar marcadores de pode não vir dos vírus, mas transtornos mentais, diz dos fungos estudo ©SHUTTERSTOCK

Muito se especula sobre qual será a família de vírus re sp ons ável p el a próx i m a grande pandemia que pode ser uma ameaça para a saúde global. Porém, essa atenção toda à esses s e re s m i c ro s c ópi c o s p o d e desviar nossa atenção a outras ameaças, como os fungos, que também podem ser perigosos para nós. Mu i t o s e s a b e s o b r e o s benefícios dos fungos, que são usados como alimentos, como nos cogumelos shitake e shimeji e na produção da levedura de cerveja. Porém, ainda sabemos pouco sobre as ameaças dos fungos, como os que surgiram e ressurgiram durante a pandemia da covid-19. Em meados de 2021, casos graves de covid-19 geraram

infecções oportunistas por fungos, que se mostraram bastante graves em pacientes que estavam se recuperando do vírus. Chamada popularmente de fungo negro, a mucormicose causou muita preocupação na Índia. Hoje, os fungos também são resp ons áveis p or a lgumas

doenças endêmicas, como a febre do vale, que é reconhecida como uma ameaça para animais e pessoas, já que é comumente encontrada no solo. Os casos da doença têm aumentado signi cativamente em locais como o sudoeste dos Estados Unidos.

Novo estudo aponta que exames de sangue de rotina podem indicar marcadores biológicos para transtornos mentais, como depressão, anorexia e esquizofrenia. Com isso, os pesquisadores acreditam deixar evidente que a saúde mental também in uencia na saúde física. O estudo analisou dados de mais de um milhão de pacientes e tentou usar a genética para entender a relação entre nove transtornos mentais e 50 fatores medidos em exames de sangue, como colesterol, vitaminas, enzimas e indicadores de in amação. Os pesquisadores

identi caram uma correlação genética entre os biomarcadores sanguíneos e as doenças mentais. Por exemplo, foi possível notar uma correlação entre a depressão e quantidade de glóbulos brancos no sangue. Com isso, é possível saber que algum fator in uencia tanto no transtorno mental, quanto no biomarcador. No entanto, os cientistas ressaltam que o biomarcador não é o causador da doença. Para diferenciar a correlação da casualidade, os p e s qu i s a d ore s ut i l i z ar am variantes de DNA ligadas as alterações nos biomarcadores sanguíneos para fazer uma

esp é cie de ens aio clínico natural. Este processo utiliza o fato de herdamos aleatoriamente variantes de DNA dos nossos pais, o que seria comparado a um paciente que recebeu um placebo ou o tratamento em um ensaio clínico o cial. Este processo é mais complexo e necessita de mais maneiras de interpretação, mas apontou evidências de que substâncias presentes no sangue realmente estão envolvidas na causa de transtornos mentais. O próximo passo é entender como esses biomarcadores possuem relação com os transtornos e se eles podem ser utilizados para direcionar um tratamento.


10 Criança hoje, Criança amanhã

14 A 21 DE ABRIL/2022

ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Precisamos falar sobre Moıs̈e e Henry — Parte X Com a profana Lei da Alienação Parental, mães são afastadas de seus filhos por denunciarem os abusadores, sacramentando a infame afirmação de Gardner — o pai do conceito — de que “toda mulher que denuncia abuso é louca”

O

golpes corporais, espanca-se com o conhecimento pervertido. A atitude de desonestidade intelectual que busca a farta monetização desse termo, alienação parental, e de sua

como acontece entre nós. Nossa cultura é de transgressão, não de o b e d i ê n c i a e c ont e s t a ç ã o civilizadas. Uma das propostas de remendo da Lei de alienação é a Reprogramação, da mãe, alinhada com o projeto das

ideologia, não é culposa. É dolosa. Estamos prestes a ter o PL 634/2022 aprovado no Senado. Numa manobra de mestre, o PL6371/2019 pela Revogação da Lei 12.318/2010, foi apensado e esquecido na Câmara Federal. O substitutivo parecia trazer algumas melhorias para essa trágica questão de violência institucional contra a criança e sua mãe, quando é denunciante de um crime intrafamiliar. As leis proliferam em abundância no nosso País, indicando o nosso habitual comportamento transgressor. Um povo que se compromete e obedece às suas regras de convívio, as leis, não precisa de centenas, de milhares,

psicólogas reprogramadoras para que a Criança chegue ao autodesmentido do abuso. São “con gurações” de mulheres e crianças que denunciam homens que devem ser mudadas. Sob as ordens do Juiz de Famí li a, a mãe t axad a de “a lienadora” é obr igada a t r at a m e nt o p s i c o l ó g i c o e psiquiátrico, com o controle por Relatórios periódicos da psicóloga de “con ança” desse juiz. Um operador de justiça, i ndu z i d o p or u m “ l au d o” montado em a rmações sem comprovação e sem cienti cidade, de achismos em cima de interpretações preconceituosas, como “toda

mulher que denuncia abuso é louca”, a rmação de Gardner, determina, compulsoriamente, um tratamento psicológico e p s i qu i át r i c o s e m te r e ss a capacitação. Sua ordem judicial atropela Princípios Cientí cos da Psicologia. Até a internação em casos de doença mental comprovada, deve ter a aquiescência do paciente. É lei. Mas as mulheres/mães são obrigadas a tomar remédios de tarja preta e seguir os ditames da psicóloga programadora até que reconheça que não aconteceu

entende seja uma melhora ou uma permanência no que a justiça estabeleceu como sendo uma doença psicológica, a alienação parental. Apesar de n ã o te r s i d o a c e it a c om o síndrome, conjunto de sintomas de um determinado sistema do corpo e da mente, a justiça exige tratamento, portanto, determinou que é doença. A nal, só se trata o que é doença. E ne ss a p e rsp e c t iv a , e ss e t r at a m e nt o p s i c o l ó g i c o e psiquiátrico fere, frontalmente, os Princípios do Código de

prestando a essa experiência hu m an a d e s u m an a . O n d e estaria escrito que acreditar e defender um lho/ lha de práticas de abuso sexual, muitas vezes com materialidade, é crime? Até que engano fosse, não é errado uma mãe buscar a proteção de um lho, uma lha. E, a a rmação de que “uma campanha de desvalorização do outro genitor”, como está na de nição, não tem comprovação cientí ca de ser uma violência psicológica insuperável, como querem vender esse termo

nada, que não houve abuso. Enquanto não estiver escrito pela programadora que a mãe recuou e se retratou com o abusador, ela não pode parar a tal programação chamada de terapia. Cumprindo a exigência de apresentar Relatórios periódicos, onde ca escrito e disponível para todo o grupo de operadores do Direito em torno do caso, o que a psicóloga

Ética, no que tange os pro ssionais da Psicologia. É vedada a divulgação de conteúdo de sessões de terapia. Mais grave ainda, divulgar pretensas sessões de terapia, em cópia do modelo dos l a b o r at ó r i o s hu m a n o s d a década de 1940. Com o propósito de demover e calar a Voz da mu l her/mãe, e da Criança, psicólogas estão se

inventado por um médico pedó lo, cultuado pelas pessoas que lucram de duas maneiras com essa lei. As fraturas na Ética produzidas por psicólogos dessas “panelas”, designação usada por algumas dessas pessoas, são inaceitáveis. Mas seguem incólumes. Respondendo a uma dessas psicólogas, um menino de 12 anos relatou, em acareação, com muito sofrimento, que o pai ali presente, exigia que o masturbasse, e colocava o dedo em seu ânus, ao que a Douta Psicóloga lhe interrompeu dizendo que isso é uma coisa normal entre homens, que o errado foi ele falar para a mãe dele, que isso é que ele não pode mais fazer, falar para a mãe. Ela não esperava que estivesse sendo gravada. A gravação foi levada a Cartório, e se fez uma Ata Notarial. Não foi considerada em juízo. Foi feita então uma Representação no Conselho de Psicologia da R eg i ão do o cor r ido. Foi arquivado porque o Conselho c ons i d e rou qu e a “D out a Psicóloga” é pessoa de notório saber.

©CLARA FAGUNDES

©CNB/MG

b arb ar ismo e x e c ut a d o c ont r a Moïse e contra Henry desconsertou toda a sociedade que, naquele momento, se indignou. Mas o tempo midiático e o tempo da justiça,

um veloz demais, o outro lento demais, juntos, fazem esquecer, rapidamente, aquelas cenas de extrema violência contra dois vulneráveis, representantes de milhares, ou milhões de vulneráveis. A tortura vive entre nós, e, a nossa omissão ou as manobras jurídicas, a consagram, a legitimam. Quantos e quantos processos criminais de denúncias de abuso sexual incestuoso são arquivados precocemente, sem averiguação, e sob alegação de que uma psicóloga disse que era alienação parental da mãe, abrindo caminho para a reversão de guarda, e a Criança sendo entregue judicialmente, com todas as honras e glórias para o seu abusador? Isso também é prática de tortura. A impunid ade resu lt a dess a leniência com crimes diários que são vistos como “menores”. O esvaziamento do propósito de um processo criminal, previsto em nosso corolário de leis, é uma evidência. Talvez o acúmulo crescente da criminalidade dê uma facilitação para a acomodação nessa “desimportância” nos casos de suspeita ou con rmação de abuso sexual de Criança. Os espancamentos bárbaros de Moïse e de Henry, cada um à sua maneira, mas ambos presenciados, conhecidos, e, portanto, cumpliciados por várias pessoas, são a ponta de iceberg de um tumor social maligno. Espanca-se com um taco de basebol, com chutes e

©FREEPIK


COMPORTAMENTO 11

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O que é Jamais Vu, o "gêmeo do mal" do Déjà Vu? O Jamais Vu é um sentimento confuso, pois envolve não reconhecer algo familiar para nós, o que geralmente exaspera quem passa pela experiência Todos já ouvimos falar de Déjà Vu, sendo aquela sensação que sentimos quando acreditamos já ter passado por alguma situação no passado e estarmos revivendo ela agora, exatamente do mesmo jeito — seja real ou não. Há, no entanto, uma sensação " c o nt r á r i a " a e s s a , m e n o s conhecida, chamada Jamais Vu. Como o nome já deixa a entender, o Jamais Vu acontece quando uma situação que deveria ser familiar para nós dá a impressão de não ser familiar, como quando não reconhecemos nossa casa, nossos amigos ou familiares ou mesmo palavras usadas comumente no dia a dia. Mas como isso ocorre? Os psicólogos Alan S. Brown e Elizabeth J. Marsh respondem isso. Segundo os cientistas, quando experienciamos algo, normalmente há um alinhamento perfeito entre o reconhecimento objetivo e o subjetivo. Em outras palavras, as coisas que já conhecemos nos parecem familiares, e as que não conhecemos — de pessoas a situações e lugares — não nos parecem familiares. No Déjà Vu, esses dois reconhecimentos não

batem, ou seja, o reconhecimento su bj e t ivo a c onte c e, m a s o objetivo não. Parece que você já viveu aquilo, mas seu cérebro sabe que não. O Jamais Vu é o oposto disso: o reconhecimento subjetivo é negativo, contrastando com um reconhecimento objetivo positivo. Imagine, por exemplo,

vez. Você sabe que já viveu aquilo, mas seu cérebro parece não saber disso. E os relatos das pessoas que v ive n c i ar am e s s a s itu a ç ã o costumam ser mais incômodos do que apenas curiosos. Um internauta relatou ter saído do ônibus no ponto de sua casa, mas sentir como se estivesse em um

questão relatou que isso costuma acontecer próximo a episódios de enxaqueca. A mesma pessoa conta que, certa vez, estava no próprio quarto e não o reconheceu mais. Inicialmente perturbada, ela se acalmou quando viu seu cachorro se aproximando, e pensou que, se ele estava ali, tudo ©TWENTY20PHOTOS/ENVATO

entrar na sala da casa onde você cresceu e, por um momento, parecer que você nunca viu aquele lugar e está o experienciando pela primeira

país estrangeiro — ele não reconheceu as placas de trânsito, o local, nada — e teve de usar o Google Maps para chegar até a própria moradia. O sujeito em

deveria estar certo. Ao encontrar correspondências endereçadas a ela, pensou: "esse tem que ser o meu apartamento, apesar de eu não reconhecê-lo".

Outro usuário relata ter tido a experiência na sala de aula: ele não apenas deixou de reconhecer os colegas de classe, mas também não sabia dizer qual era a sua mesa, seus amigos ou mesmo o material que deveria estar estudando. Ele sabia que deveria reconhecer as pessoas ali, e os rostos eram familiares, mas os nomes não vinham, como se o cérebro as houvesse esquecido. Apesar da experiência não parecer muito agradável, há formas de induzir o fenômeno do Jamais Vu de forma mais leve, ou, ao menos, um efeito similar, b re v e m e nt e . Um a d e s s a s maneiras é ler uma palavra conhecida várias vezes, até parecer que ela não faz nenhum sentido, ou seja, deixa de ser familiar. Você pode fazer isso escrevendo ou repetindo a palavra para si mesmo. Por alguns instantes, ela vai parecer incorreta, ou mesmo não vai parecer ser uma palavra. Alguns pesquisadores pu b l i c a r a m , e m 2 0 2 1 , u m estudo— com o excelente título e the the the induction of jamais vu in the laboratory: word alienation and semantic satiation (A a a a indução de Jamais Vu no

laboratório: alienação de palavras e saciação semântica) — em que zeram os sujeitos estudados repetirem palavras até parecerem estranhas, completarem a tarefa ou parar por alguma outra razão. Dois terços deles, em um terço dos testes, disseram ter experiências subjetivas curiosas durante a repetição. O fenômeno ocorreu após cerca de trinta repetições, segundo os participantes, ou após um minuto de atividade. Outra descoberta foi que as pessoas que haviam experienciado um Déjà Vu recentemente tinham mais chances de ter um sentimento de Ja m a i s Vu i n d u z i d o arti cialmente, ou fenômenos similares. Estranhamento e falta de fami liar idade foram os sentimentos relatados pelos sujeitos. Sensações de novidade ou falta de realidade foram mais incomuns, no ent anto, e anomalias ortográ cas e de percepção relacionadas à escrita e fala foram mais frequentes, segundo os pesquisadores. O estudo foi publicado na revista cientí ca Memory.

Tempo de tela e adolescentes: quando limitar? Na era dos smartphones, a associação entre tempo de tela e adolescentes ca cada vez mais clara O tempo de tela e adolescentes são conceitos difíceis de se desprender, uma vez que os adolescentes passam cada vez m ai s te mp o g r u d a d o s a o s c e lu l a re s . Poré m , e s t u d o s questionam se essa prática tem efeitos negativos na saúde mental e física desses indivíduos. Além das lesões musculares causadas em usuários de smartphones, as preocupações entram na linha de doenças psicossomáticas quando os adolescentes excedem duas horas de tempo de tela. Seja celular, tablet, videogame ou televisão, especialistas sugerem que esses aparelhos podem oferecer riscos à saúde de

crianças e adolescentes quando usados mais de duas horas por dia. Entre os sintomas reportados por adolescentes estão irritabilidade, di culdade de dormir, sentimentos de tristeza, dores de cabeça, tontura e dores no corpo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, alguns sinais que a criança ou o adolescente passam muito tempo na frente das telas são: impactos na escola e em se concentrar; efeitos nos relacionamentos familiares e amigáveis; mudanças de comportamento e prioridade da tela acima de qualquer coisa. Como já mencionado, para adolescentes, é necessário não

©CREATIVE CHRISTIANS/UNSPLASH

exceder duas horas de tempo de tela. Já para crianças, varia de idade. Especialistas sugerem que até 18 meses, o uso de telas

deverá ser limitado para falar com algum familiar no telefone, sempre na presença de seus responsáveis. Em tempos de isolamento social, por exemplo, crianças podem ver seus parentes, mas por pouco tempo. Entre 18 a 24 meses, embora seja ideal não existir um tempo de tela, ele também deverá ser limitado a programas educacionais apenas com a supervisão de algum responsável. De dois anos para cima, apenas uma hora em dias de semana e três horas nos nais de semanas, porém, é necessário incentivar outras atividades. Uma pesquisa publicada no Jornal Americano de Medicina Preventiva publicou dados dos sintomas psicossomáticos em

relação ao tempo de tela e adolescentes. Foi comprovado que meninos que excedem qu at ro horas na f rente de televisões apresentam 67% mais chances de desenvolver os sintomas, enquanto meninas apresentam 71%. Em relação aos videogames, exceder quatro horas jogando oferece 78% mais riscos da aparição de sintomas em meninos e 88% em meninas. O tempo de tela no computador é ainda pior, com 84% de chances em meninos e 108% em meninas. Embora seja difícil separar a relação do tempo de tela e adolescentes, é necessário tentar. Na infância esse controle é mais fácil, principalmente quando hábitos saudáveis como

exercícios físicos são introduzidos regularmente. Contudo, adolescentes são mais propensos a entrar em discussões sobre o tempo de tela. Um estudo conduzido pela Jama Pediatrics informa que jovens têm cerca de oito horas de tempo de tela diariamente. Quando comparado com os resultados da pesquisa publicada no Jornal Americano de Me d i c i na Pre ve nt iv a , e ss e resultado é alarmante. Muitas vezes os adolescentes veem a restrição de seu tempo de tela como uma punição, mesmo quando os possíveis impactos são discutidos. Contudo, o constante monitoramento de suas atividades on-line também p o d e m c r i ar d e s ave nç as e resultar em discussões. Alguns adolescentes também dizem que o monitoramento pode acabar os distanciando dos pais, assim como o controle excessivo. É importante ter paciência com o adolescente, para que ele entenda o seu lado de um responsável preocupado, e não um controlador. Também é necessário lembrar que o tempo on-line muitas vezes ajuda os adolescentes a se conectarem com seus amigos, o que também auxilia a saúde mental dos jovens.


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

CPI não é palanque eleitoral C

indenização de R$ 360 mil aos ofensores. Outro que também sofreu com o despreparo e a arrogância do trio foi o empreendedor Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan,

assinatura fraudada em um requerimento que pedia a abertura da citada CPI do Ministério da Educação. “Não assinei a CPI e, no entanto, meu nome constava no rol de assinaturas. Não fui a

Contra isso não há resposta. Isso é uma fraude. É um problema técnico, de ordem técnica? Não existe isso. Outros parlamentares passaram por essa situação. Mas isso é uma fraude. Quem

como pretende o patético Randolfe Rodrigues. Nos últimos meses, a esquerda vem empilhando fracassos sobre fracassos, na tentativa desesperada de minar e, assim, d e s g a s t a r o g ov e r n o d o presidente Jair Bolsonaro. A CPI da Covid, conhecida também pela alcunha de “CPI do Circo”, teve o trio de bufões — palhaços — no picadeiro da pandemia, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, encenando um roteiro nem um pouco resp eitos o, muito p elo cont rár io, most raram-s e soberbos e ofensivos, endossados pelo Supremo Tribunal Federal, que não poupou ministros, médicos especialistas e, até empresários, com acusações e humilhações proferidas sem nenhum critério. Na ocasião, uma das vítimas, a oncologista Nise Yamaguchi, se disse desapontada. Com notório desrespeito e humilhação sofridos por ela durante a oitiva, disse que o comportamento misógino ainda se perpetua no Senado Federal, apesar dos avanços. A médica que, em depoimento, defendeu o tratamento precoce com uso da hidroxicloroquina, processou o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito e o s e n a d o r O t t o A l e n c a r, alegando ter sido vítima de m is o g i n i a e hu m i l ha ç ã o durante depoimento, exigindo

que acionou a justiça contra os senadores da CPI alegando uma série de irregularidades durante seu depoimento, dentre elas, a quebra de sigilo d o prontu ár i o mé d i c o e obituário de sua falecida mãe. Para quem não sabe, CPI é uma das formas em que o Poder Legislativo exerce sua função scalizadora, ou seja, trata-se de uma ferramenta política e não eleitoreira como a esquerda vem tentando utilizá-la. Prova dessa artimanha, foi a ação do senador Randolfe Rodrigues para conseguir assinaturas para instaurar mais uma CPI e apurar suspeitas de corrupção no Ministério da Educação e Cultura, na gestão do pastor Milton Ribeiro. O que eles não esperavam é que, o então ministro, já havia denunciado, em 2021, à CGU, o abuso do acesso de pastores a ele. No entanto, Randolfe, tão adepto das CPIs, não se explicou sobre a grave denúncia feita pela senadora Rose de Freitas (MDB-ES), durante sessão plenária na semana passada, de que teve a

primeira. Ninguém pode tomar posse da assinatura com expediente digital para colocar o nome de uma pessoa desta Casa para dizer que apoiou tal

fez isso tem que ser expulso dessa Casa. Está se apropriando do meu crédito político pessoal, da minha responsabilidade e da minha

anunciou ter protocolado, na Mesa do Senado, 28 assinaturas para que seja instaurada uma CPI, essa sim, com fumaça e sinais claros de corrupção, da era petista, para apurar fraudes no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), hoje, com cerca de um milhão de estudantes inadimplentes, somando R$ 9 bilhões em prestações não pagas, e das duas mil escolas inacabadas no período de 2006 a 2016, nos governos petistas. Quanto ao rombo do Fies, sensível à garotada, o presidente Bolsonaro assinou, em 30 de dezembro de 2021, a medida provisória permitindo que estudantes em débito tenham desconto de até 92% do saldo devedor e parcelamento das dívidas em até 150 meses. A CPI para apurar a farra petista com o dinheiro público, gasto em obras que, em alguns casos, nem saíram do papel para a realização da Copa 2014 e Jogos Olímpicos 2016, se for bem conduzida, mostrará o que o Brasil inteiro já sabe: bilhões foram d e s v i a d o s d a S aú d e , d a E du c a ç ã o, d a S e g u r anç a P úbl i c a , d o S ane ame nto

além dos nanciamentos que o g o v e r n o f e d e r a l d i s p o n i b i l i z o©bastidoresdatv.com.br u para as cidades-sede. De acordo com o Portal, 27,8 bilhões de reais f or a m c ont r at a d o s , m a s apenas 20 bilhões foram executados. Ou seja, o saldo desses eventos foram totalmente negativos para o País. Para nalizar, não podia deixar de citar o fato medonho envolvendo o ministro Luiz Roberto Barroso que, no painel Brazil Conference, disse “há que ter a percepção de que o mundo vive uma conjuntura, muitas vezes, desfavorável à própria democracia. Acho que no Brasil, as instituições no têm sido capazes de resistir — não sem sequelas — mas têm sido capazes. O Congresso continua funcionando, o Judiciário continua funcionando, a imprensa é muito atacada, mas continua a ser uma imprensa livre”. A qual Brasil esse cidadão se refere? Seria o Brasil do brasileiro honesto e t r a b a l h a d or ou o B r a s i l arbitrário, onde tem uma Corte que, ao invés de zelar pelo cumprimento das Leis constitucionais, opta pela desmoralização da instituição TATI BELING

©REPRODUÇÃO/G1

©EDÍLSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

omissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é um instrumento muito delicado e sério para o poder Legislativo querer torná-la trampolim eleitoral,

Ministro do STF Luís Roberto Barroso em painel da Brazil Conference na Universidade de Harvard, nos EUA requerimento ou uma CPI. Eu qu e i o te mp o to d o m e debatendo com minha assessoria sobre isso. Não obtive resposta satisfatória.

autonomia, que é intransferível. Peço a vossa excelência que apure”, a rmou a senadora. Enquanto se desenrola o espetáculo de muito mal gosto, diga-se de passagem, no picadeiro que virou o Senado Federal, o governo de Jair Bolsonaro, através do exministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PL), reverteu a situação, conseguindo que três senadores retirassem suas assinaturas da lista e, em contrapartida, além de criticar a ação infundada da oposição,

Básico, para os bolsos de uma quadrilha que se estruturou para usurpar a Nação. De acordo com notícia publicada em seu Portal, o Tribunal de Contas da União apurou que o total de gastos para os Jogos Olímpicos foi de 43 bilhões de reais, sendo metade de recursos públicos e metade de recursos privados. Sobre a Copa, o Portal da Tr an s p arê n c i a d a C op a , o r g a n i z a d o p e l a C o nt r o l a d o r i a - G e r a l d a União, traz os totais investidos pelas três esferas de governo,

fora do País, como fez o referido ministro na Universidade de Harvard, nos E UA , t r a t a n d o , vergonhosamente, o presidente da República como inimigo? A pergunta que não quer calar: O que causa o silêncio dos senadores e deputados diante desse autoritarismo da Suprema Corte? Até quando teremos poderes coniventes com os mandos e desmandos contra o povo?


BRASIL 13

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A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

Mais de 127 mil beneficiários do Fies já acertaram a renegociação de suas dívidas ©UNINASSAU

Governo anuncia ampliação de pontos de internet do Wi-Fi Brasil em escolas públicas ©ISAC NÓBREGA/PR

Aprovado projeto de Majeski que amplia divulgação de gratuidade no transporte intermunicipal ©LEONARDO TONONI/ALES

Mais de 127 mil bene ciários com contratos inadimplentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) já acessaram a renegociação aberta pelo governo federal no último dia 7 de março. Com isso, cerca de R$ 105 milhões em valores atrasados já foram pagos aos agentes nanceiros do Fies (Caixa e Banco do Brasil) nos primeiros dias da renegociação. Os números referem-se ao dia 30 de março “Em pouco mais de 20 dias de renegociação, cerca de 10% dos bene ciários inadimplentes resolveram suas pendências. Esperamos que, até o m do prazo (31 de agosto), milhares de outros bene ciários possam procurar os agentes nanceiros do Fies e, assim, retirar seus nomes dos cadastros restritivos de crédito”, a rmou o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Ponte. A Medida Provisória (MP) que de niu as regras da renegociação foi publicada no nal do ano passado. O normativo visa reduzir a inadimplência da carteira de crédito do Fies e garantir sua sustentabilidade, bem como proteger a renda das famílias mais carentes, que não têm condições de pagar a totalidade dos valores devidos. Podem participar da renegociação bene ciários com contratos do Fies rmados até o nal de 2017, que estejam na fase de amortização e que estivessem com mais de 90 dias de atraso no pagamento das parcelas na data da publicação da MP (30/12/2021). A medida pode bene ciar cerca de 1,3 milhão de nanciados nessas condições. Para dívidas com mais de 360 dias de atraso, o desconto no saldo devedor é de 92% para inscritos no CadÚnico ou que tenham sido bene ciários do Auxílio Emergencial 2021 e de 86,5% para os demais. Além disso, o saldo remanescente poderá ser parcelado em até dez vezes. Para contratos com atraso no pagamento entre 90 e 360 dias, a MP prevê parcelamento em até 150 vezes ou desconto de 12% para pagamento à vista, com isenção de juros e multas. O processo de renegociação é realizado de forma digital. Na Caixa, deve ser feito no site sifesweb.caixa.gov.br. Já no BB, pelo aplicativo do banco, clicando em 'soluções de dívidas'. Após o pagamento do valor da entrada, os bene ciários e seus adores são retirados dos cadastros restritivos de crédito.

Governo Federal lança programa para incentivar investimentos privados na reciclagem

©FRAGMAQ

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou um decreto que cria o Certi cado de Crédito de Reciclagem, chamado de Programa Recicla+. O objetivo é incentivar os investimentos privados na reciclagem de produtos e embalagens descartadas pelo consumidor, que poderá chegar a R$ 14 bilhões. O evento ocorreu na tarde de quarta-feira (13), no Palácio do Planalto. Com o programa, criado pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Economia, os agentes de reciclagem, que podem ser cooperativas de catadores, municípios, consórcios públicos, empresas, e até mesmo microempreendedores individuais (MEI), vão contar com uma renda extra. Por exemplo, se esses agentes recolhem uma tonelada de material, poderão vender a preço de mercado, como é feito hoje. O que muda é que a partir de agora, as notas scais emitidas com a venda desses produtos vão poder ser trocadas por um Certi cado de Crédito de Reciclagem. Isso será

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, participou, na terça-feira (12), no Palácio do Planalto, da cerimônia de anúncio de 12 mil novos pontos de internet do Wi-Fi Brasil em escolas públicas. A instalação dos pontos começará ainda neste mês e será implementada pelo Ministério das Comunicações. O investimento previsto é de R$ 85 milhões por ano. Dez mil pontos serão instalados em escolas ativas em áreas rurais e dois mil em áreas urbanas. Esse total mais que dobra o número de escolas conectadas pelo Wi-Fi Brasil. Até agora, 9.853 pontos de internet do programa estão em unidades de ensino, sendo 93% em áreas rurais. O trabalho ocorre em parceria entre o ministério, a Telebras e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). De acordo com o Ministério das Comunicações, há, atualmente, 14,5 mil escolas no país sem internet. Após os 12 mil pontos anunciados, apenas 2,5 mil continuarão a espera do sinal que deverá chegar no segundo semestre. A expectativa, de acordo com a pasta, é que no m do ano 100% das escolas estejam conectadas. O Presidente Jair Bolsonaro falou sobre a importância da internet nas escolas, a rmando que ela integra os estudantes à sociedade e permite que pesquisas sejam feitas com poucos cliques. Segundo ele, o Governo vai entregar, sim, todo o Brasil conectado até dezembro deste ano. Coordenado pelo Ministério das Comunicações, o Wi-Fi Brasil tem como objetivo levar conexão à internet via satélite, banda larga, gratuita, ilimitada e de alta velocidade, de forma a ampliar a inclusão digital e a conectividade em todo o país. O programa tem duas modalidades, uma delas leva a internet a praças públicas com acesso livre e gratuito. A outra leva conectividade a instituições públicas, escolas, unidades de saúde, aldeias indígenas, comunidades quilombolas e assentamentos rurais. O Presidente Jair Bolsonaro relatou, ainda, que uma das viagens que mais o marcou foi a São Gabriel da Cachoeira, município do Amazonas, quando perguntou a índios Yanomami e Tucanos o que eles gostariam de ter do Governo Federal e ouviu como reposta que queriam internet. Segundo o Presidente Jair Bolsonaro, hoje já há cerca de 500 pontos de internet em aldeias. reciclagem vão poder vender esse crédito para empresas que produzem resíduos, como fabricantes de bebidas, e que precisam comprovar o recolhimento desse material depois do uso, é a chamada logística reversa. Cada tonelada de material reciclável comercializado equivale a um Certi cado de Crédito de Reciclagem. A comprovação da autenticidade da nota scal será feita por órgão veri cador independente. As empresas que fazem a reciclagem nal também terão que informar o recebimento do material. Todas essas informações são consolidadas por um grupo de acompanhamento e apresentadas ao Ministério do Meio Ambiente, por meio de um relatório anual de resultados. Todo o processo será feito pela internet. Inicialmente, o programa é voltado para a coleta de plástico e vidro. O Programa Recicla+ poderá bene ciar mais de um milhão de agentes de reciclagem com renda extra, além de ser um instrumento para atendimento das metas de reaproveitamento de materiais para as empresas geradoras de resíduos sólidos. A aquisição do crédito é opcional, mas representa uma solução para empresas que não dispõem de sistemas próprios de logística reversa. Segundo o Ministério da Economia, o custo para as empresas com logística reversa deve reduzir em 80%. A medida pretende ainda incentivar a reciclagem no Brasil, que hoje é de apenas 2,2% dos resíduos sólidos produzidos no País. No evento, o Presidente Jair Bolsonaro também assinou outro decreto que institui o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares). Aguardado por mais de dez anos, o plano apresenta caminhos para se alcançar os objetivos e materializar a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Instituída pela Lei n° 12.305, de 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos determina que o setor público e privado realize a gestão de resíduos para evitar que esses materiais sejam destinados incorretamente aos lixões.

Agora é lei: gestante presa tem direito a tratamento humanitário durante e após parto feito por entidades gestoras do certi cado depois da comprovação da autenticidade do documento scal. Depois, os agentes de

Foi sancionada, na quarta-feira (12), a Lei 14.326, que busca assegurar à mulher presa gestante ou puérpera (que deu à luz) um tratamento

Por unanimidade, os deputados estaduais aprovaram na sessão de quarta-feira (13) o Projeto de Lei Complementar (PLC) 6/2022, de autoria do deputado Sergio Majeski (PSDB), para incluir na legislação estadual que as empresas operadoras das linhas de transporte coletivo intermunicipal deem visibilidade à lei de gratuidade que reserva duas cadeiras para idosos, acima de 65 anos, e duas cadeiras para pessoas com de ciência nos ônibus convencionais. Pela proposta, as empresas de ônibus deverão a xar nos terminais, postos de venda e no interior dos veículos cartazes ou placas informando o benefício da gratuidade de passagem. Para entrar em vigor, o PLC precisa ser sancionado pelo governador. “Agradeço a aprovação e tenho certeza que os bene ciários da gratuidade também. Uma lei só tem benefício coletivo se for apropriada pela sociedade. E dar visibilidade é essencial. É assim que acontece nas las de bancos, supermercados e outros estabelecimentos, por exemplo. Quem oferta o serviço faz a propaganda do benefício no local que o usuário frequenta”, destaca Majeski. Caso seja sancionada pelo governador, a medida entrará em vigor 45 dias após publicação o cial da nova lei. * ** Indicações para melhorias nas escolas Na mesma sessão de quarta-feira (13), foram aprovadas cinco indicações do deputado Majeski para melhorias em escolas da Rede Estadual. Para a escola Paulo Freire, de Anchieta, a indicação orienta a instalação de energia solar e a garantia de transporte escolar aos alunos da unidade. Já para a escola Coronel Gomes de Oliveira, também em Anchieta, a indicação abrange climatização de todas as salas de aula, aquisição de uma estação com 40 Chromebooks, aquisição de 20 computadores para o laboratório de informática, realização de melhorias na rede de internet e que sejam tomadas as providências necessárias junto à concessionária para a ampliação da carga de energia que chega à unidade. Para a escola Joaquim Beato, na Serra, Majeski indicou ao Governo do Estado a climatização de todas as salas de aula, conserto do elevador, aquisição de 40 computadores para o laboratório de informática, realização de melhorias na rede de internet, aquisição de equipamentos para o laboratório de Física e a disponibilização de uma equipe multidisciplinar, com psicólogos e demais pro ssionais. E no município de Cariacica, as indicações são para climatização de todas as salas de aula e adequação da rede elétrica da escola Ana Lopes Balestrero, em Flexal I, e para que o Governo do Estado conclua as obras de reforma e ampliação da escola João Crisóstomo Belesa, em Porto de Santana, que já se arrastam por 12 anos. ©ANA VOLPE/AGÊNCIA SENADO

humanitário antes e durante o trabalho de parto e no período de puerpério (pós-parto), assim como assistência integral à saúde dela e do recém-nascido. A nova lei altera a Lei de Execução Penal (Lei 7.210, de 1984) para explicitar que o poder público passa a ter a obrigação de prover assistência integral à saúde da presa gestante ou puérpera e de seu bebê. Ficam assegurados nesses casos os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, assim como no período de pós-parto, cabendo ao poder público promover a assistência integral à saúde da detenta e do recém-nascido. A nova lei nasceu de projeto apresentado pela senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE). A relatora foi Zenaide Maia (Pros-RN), que destacou no dia 16 de março, quando o projeto foi aprovado, o caráter humanitário da proposta (PLS 75/2012). “Precisamos ver a lei cumprida e garantir tratamento humanitário às gestantes, puérperas, lactantes e mães que estão privadas de liberdade. Precisamos garantir saúde integral a elas e a seus lhos”, disse a senadora.


14 GERAL

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Fungos se comunicam usando até 50 “palavras”, sugere cientista Aglomerados de sinais elétricos enviados por vários tipos de fungos se assemelham a vocabulários humanos ©UNSPLASH

Já imaginou a possibilidade de fungos se comunicarem por meio de palavras, assim como nós? Pois é o que sugere uma nova pesquisa feita por Andrew Adamatzk, professor do Laboratório de Computação Não Convencional da universidade UEW Bristol, no Reino Unido. O pesquisador descobriu que os aglomerados de sinais elétricos enviados por vários tipos de fungos se assemelham a vocabulários humanos. Pes quis as anter iores j á mostraram que fungos, como os c o g u m e l o s , e nv i a m s i n a i s elétricos através de lamentos subterrâneos para outros

cogumelos. Alguns pesquisadores sugeriram que o processo é semelhante ao modo como as mensagens são transmitidas nas células nervosas dos animais. Outras pesquisas também mostraram que a atividade elétrica nos lamentos aumenta quando o fungo encontra uma fonte de alimento, o que alguns sugeriram ser uma forma de comunicação entre os cogumelos. Nesse novo esforço, Adamatzk examinou mais de perto essa sinalização para descobrir se poderia existir uma forma de linguagem. A análise envolveu inserir

eletrodos nas áreas onde vários cogumelos estavam crescendo e registrar os sinais elétricos que eles geram. Ele então analisou as gravações procurando padrões e des cobriu que os picos de atividade elétrica foram agrupados em uxos de

atividade. Após um estudo mais aprofundado, ele descobriu que esses uxos se assemelhavam a vocabulários — 50 deles — e que essas palavras eram compostas em média de 5,97 letras, o que ele observa que é próximo da média de 4,8 letras por palavra no

idioma inglês. Ad a m at z k t e o r i z a q u e o propósito dos sinais elétricos é ajudar os fungos a manter sua integridade — semelhante, ele sugere, aos lobos uivando para manter a integridade de uma matilha. Ele sugere ainda que

também poderia ser um meio de anunciar descobertas de fontes d e a l i m e nt o s e / o u r e l at a r repelentes. O professor também reconhece que os sinais podem não ter nada a ver com comunicação — eles podem ser, observa ele, nada mais do que picos que ocorrem devido a diferenças entre pares de sinais nos lamentos. Mas ele também observa que qualquer que seja o propósito dos sinais, eles não são gerados aleatoriamente. “Não sabemos se existe uma relação direta entre os padrões de pico nos fungos e a fala humana. Po s s i v e l m e nt e n ã o”, d i s s e Adamatzky. “Por outro lado, há muitas semelhanças no processamento de informações em substratos vivos de diferentes classes, famílias e espécies. Eu estava apenas curioso para comparar”. A análise foi publicada como artigo na revista Royal Society Open Science.

Ligação genética entre saúde mental na infância e na vida adulta é encontrada A transmissão será no canal da Sedu Digital no YouTube, nesta quarta-feira (07), às 14 horas

Crianças que apresentam ansiedade e depressã o tê m marcadores gené ticos semelhantes, que se estendem a adultos com as mesmas condiçõ es estudo, o maior já feito na categoria. Christel Middeldorp, professora da universidade e pesquisador parceiro do centro de pesquisa de saúde infantil, é

depressão, além de marcadores genéticos compartilhados nos problemas de saúde mental entre infantes e adultos, analisados em comparação com resultados de pesquisas anteriores.

sintomas durante a vida, adiantando o tratamento quando ele se tornar necessário. Essas variações genéticas, segundo ela, precisam ser investigadas porque aumentam o risco de recorrência

©ANTHONY TRAN/UNSPLASH

Pesquisadores da University of Q ue ensl and, Aust rá li a, encontraram uma ligação entre a a n s i e d a d e e d e pre s s ã o n a infância com a persistência das c ond i ç õ e s na v i d a a du lt a .

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES

Segundo eles, parte do motivo está em fatores hereditários, ou seja, é passado de pai para lho. Ao todo, 64.641 crianças entre três a 18 anos participaram do

uma das autoras do estudo. Ela comenta que o trabalho mostrou uma semelhança genética entre crianças que apresentavam níveis similares de ansiedade e

O estudo, segundo Middeldor p, é imp or t ante porque ajuda no diagnóstico e identi cação de indivíduos com maior r is co de apres ent ar

e coocorrência com outros distúrbios de saúde mental. Pessoas com ansiedade ou depressão possuem mais chances de desenvolver transtorno do

dé cit de atenção com hiperatividade, ou comportamentos agressivos, por exemplo. A pesquisa também revelou um papel das variações genéticas nessa coocorrência. A genética dá conta de 40% do risco de uma pessoa desenvolver sintomas de ansiedade e depressão, sendo que o restante ca por conta de fatores ambientais. A autora comenta sobre as di culdades enfrentadas pelos pacientes com esses distúrbios: enquanto é comum ver pessoas tendo sintomas de ansiedade e depressão ocasionalmente, algumas delas conseguem se ajustar às circunstâncias da vida com mais facilidade. Quando a ansiedade é mais crônica, no entanto, o sujeito ca remoendo

a situação ruim e não consegue seguir em frente: a diferença entre o modo com que cada um lida com estressores (agentes que causam o estresse) é, em parte, genética. O próximo passo, segundo os pesquisadores, é veri car como é a relação entre a genética e os fatores ambientes exatamente, como a vida familiar e escolar, analisando como esses fatores podem se juntar para causar os sintomas de ansiedade e depressão na vida infantil. O estudo foi publicado na revista cientí ca Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry no último dia 31 de março.


COTIDIANO 15

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Memórias da infância: O que uma espécie por que não nos gigante de orquídea lembramos dos primeiros encontrada no anos? Especialistas ao longo da história esclarecem por que não lembramos dos primeiros anos ©MSTANDRET/ENVATO

Qual a memória de infância mais antiga que você tem? Especialistas já chegaram no consenso de que o ser humano costuma lembrar do que aconteceu apenas a partir dos três anos de idade. Algumas pessoas pensam que são capazes de recordar momentos muito mais antigos, mas para a ciência, isso provavelmente é parte de um efeito chamado "confabulação". Esse termo foi criado pelo psiquiatra alemão Karl Bonhoeffer, em 1900. Trata-se, basicamente, de supostas memórias vívidas e detalhadas de um acontecimento do qual a pessoa apenas ouviu falar. No cas o, o epis ó dio de fato aconteceu, mas a criança era muito nova para gravar aqueles detalhes, que vêm à tona conforme os pais cam relembrando. A impressão que ca, então, é que se trata de uma memória genuína, quando na verdade a mente apenas assimilou o que foi contado. Alguns estudos da área sugerem que as mulheres têm memórias de mais cedo na vida do que os homens, mas isso não é encontrado em todos os estudos,

À medida que o clima esquenta, espécies comumente encontradas em regiões mais centrais e ao sul da Europa encontram novas áreas para se estabelecer ©WIKIMEDIA COMMONS

e qu e o l ho pr i mo gê n ito também tende a ter memórias mais antigas do que os outros. Outro fator que pode in uenciar é se a pessoa se mudou antes dos três anos de idade. Nesse caso, os n e u ro c i e nt i s t a s c o s tu m am relacionar com a capacidade de datar a memória, ou seja: ca marcado quando isso aconteceu Para Herman Ebbinghaus, pioneiro no estudo da memória (século XIX), o processo do e s qu e c i me nto a c onte c e d e maneira exponencial: é mais intenso no início, e depois se estabiliza. O psicólogo chegou a re l at ar qu e a s c r i an ç a s s e esquecem mais rapidamente, porque o cérebro está se desenvolvendo rápido, e precisa

se desfazer de algumas memórias, fazendo uma "limpeza", uma vez que o excesso de memórias armazenadas tende a atrapalhar. Também já se sabe que o cérebro precisa distinguir a percepção e a memória para que o uxo de dados recebidos não inter ra nos estímulos obtidos anteriormente, ou ainda interprete informações importantes de forma incorreta. Em um estudo publicado em 2020, o professor Blake Richards, da Universidade de Toronto (Canadá), chegou a a rmar que é i mp or t a nt e q u e o c é re bro esqueça detalhes irrelevantes e, em vez disso, concentre-se nas coisas que ajudarão a tomar decisões no mundo real.

Temperatura de Netuno passa por variações completamente inesperadas As variações na temperatura atmosférica de Netuno são um grande mistério para os astrônomos. Um novo estudo revelou que o planeta passou por uma queda surpreendente de temperatura global, enquanto houve um aquecimento igualmente inesperado no polo Sul. Com telescópios terrestres, incluindo o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Su l (ESO), uma e quip e internacional de astrônomos analisou dados de radiação infravermelho do gigante gasoso para medir as mudanças na temperatura atmosféricas durante um período de 17 anos. Netuno é um planeta localizado a cerca de 4,5 bilhões de km de distância do Sol. Com temperatura média de -220 °C, o apelido de “gigante gelado” não é exagero. Mas ele também tem estações, que duram cerca de 40 anos terrestres. Atualmente, é verão no hemisfério sul do Netuno (desde 2005).

Reino Unido revela sobre a mudança climática

Querendo descobrir mais detalhes sobre a variação de temperatura após o solstício de verão netuniano, os astrônomos analisaram dos dados de infravermelho e descobriram a queda nas temperaturas globais e o aquecimento rápido no polo Sul. “Estas variações são inesperadas”, disse Michael Roman, autor principal do estudo publicado hoje na revista e Planetary Science Journal. Como o planeta ainda não chegou na metade do verão austral, os pesquisadores esperavam um aumento de temperatura gradual no hemisfério Sul. Os dados, no entanto, mostraram que a maior parte do planeta esfriou gradualmente nas últimas duas décadas — a temperatura média global caiu 8°C entre 2003 e 2018. Já o polo Sul, por outro lado, sofreu um aquecimento rápido de 11°C entre 2018 e 2020. Um aquecimento polar tão rápido nunca foi observado anteriormente no planeta, e

ninguém sabe explicar quais são os mecanismos climáticos por trás dessa mudança. Algumas possibilidades são variações na química da estratosfera (atmosfera superior) de Netuno, padrões climáticos aleatórios ou até mesmo o ciclo solar. Serão necessárias mais observações durante os próximos anos para compreender melhor o clima do planeta, o que pode ser feito com o Telescópio Espacial James Webb.

Lindas e imponentes, as espécies de orquídeas gigantes, que podem atingir um metro de altura, possuem um gosto particular pelo clima do Mediterrâneo, sendo muito encontradas no centro e sul da Europa. Por isso, foi com surpresa que os cientistas receberam a notícia da descoberta de uma variedade de orquídea gigante vivendo mais ao norte, no Reino Unido. O achado foi feito por uma jovem britânica de 29 anos durante uma caminhada na encosta gramada próxima à sua residênci a em de Didcot, Oxfordshire. Fazia dois anos que a estudante de enfermagem Hamza Nobes mergulhara no mundo das orquídeas como h o b b y, e n t ã o s o u b e b e m identi car a espécie gigante, sobre a qual já tinha lido, quando a avistou. A orquídea era uma Himantoglossum robertianum, de cheiro adocicado com muitas ores em tons de lilás e púrpura brotando de seu caule, e folhas largas e brilhantes. "Foi estranho, porque algumas semanas antes eu estava lendo meu livro de orquídeas europeias, olhei aquele orquídea gigante e imaginei com seria adorável vê-la um dia, talvez na Grécia ou em outro lugar, mas ela estava a apenas 10 minutos da minha casa”, disse surpresa ao jornal britânico e Guardian. O professor e especialista britânico em orquídeas, Ian

Denholm, da Universidade de Hertfordshire, visitou o local para veri car a descoberta, que classi cou como "muito emocionante". Segundo ele, uma série de registros têm demonstrado que as orquídeas estão se se expandindo para o norte à medida que o clima esquenta, se adaptando a lugares antes considerados improváveis para sua sobrevivência. Já há relato de outras espécies de orquídeas do mediterrâneo que foram encontradas no Reino Unido, possivelmente

levadas por humanos anos atrás, prática que os ecologistas reprovam dado o risco de d iss e m i na ç ã o d e e sp é c i e s invasoras. No futuro, é possível que essas orquídeas passem a colonizar a região de forma n atu r a l ( s e m i nte r ve nç ã o humana), o que não causa tanto

apreensão nos cientistas. “Temos 53 ou 54 espécies de orquídeas aqui no Reino Unido. Elas vêm de um continente próximo, então é meio natural para nós, não vão dominar [outras espécies]”, disse Sean Cole, naturalista e coautor do livro Britain's Orchids. Ele acrescenta que as ores fazem sucesso entre as abelhas e outros polinizadores. “Nossas abelhas locais as receberam bem, então por que não deveríamos?”. Entusiastas da planta, que acompanham mudanças no alcance das orquídeas ao longo do tempo e as implicações do aquecimento global, estão se mobilizando junto à Sociedade Botânica Britânica para garantir a proteção da espécie gigante, que, por não ser nativa do país, não possui proteção legal por lá. Segundo os cientistas, as mudanças climáticas e os eventos extremos frequentes t a m b é m p o d e m i mp a c t a r negativamente a adaptação e distribuição das orquídeas no

mundo, o que exige mais pesquisas e atenção pública para priorizar estratégias e esforços de conservação. No Equador, por exemplo, uma espécie de orquídea recém-descoberta corre alto risco de extinção por conta das mudanças climáticas.


16 GERAL

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Pesquisadores reconstroem o cérebro de um roedor gigante extinto na Amazônia O roedor habitou a região amazônica há cerca de 10 milhões de anos e vivia em ambientes pantanosos que existiam antes do surgimento de uma das maiores orestas tropicais do mundo Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), da Universidade Federal do Acre (Ufac) e da University of Zurich (UZH) publicaram um estudo que apresenta a reconstrução do cérebro de um roedor gigante préhistórico, o Neoepiblema acreensis. O animal tinha cerca de um metro e meio de comprimento e pesava em t or n o d e 8 0 k g , o qu e ultrapassava a capivara, o maior roedor do mundo da atualidade. Esse parente das chinchilas e pacaranas habitou a região amazônica há cerca de 10 milhões de anos e vivia em ambientes pantanosos que existiam antes do surgimento de uma das maiores orestas tropicais do mundo. D urante os períodos Mioceno e Plioceno (entre 10 e dois milhões), diversas linhagens de roedores sul-americanos atingiram dimensões gigantescas quando comparadas à maioria das espécies atuais (atualmente existem mais de duas mil espécies de roedores que pesam em média menos de um quilo) — isto é uma característica muito singular do continente, uma vez que ro edores são cosmop olitas (ampla distribuição geográ ca), mas s ó no continente eles desenvolveram gigantismo. Além desses grandes roedores, outros grupos de mamíferos exclusivos da América do Sul e de

grandes répteis também viveram durante aquele momento, como é

UFSM, re velou a pr imeira reconstrução cerebral de um

o caso do Purussaurus, que é um crocodiliano que poderia atingir mais de 12 metros de comprimento. Uma pesquisa desenvolvida durante o doutorado de José Darival Ferreira, no Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa) da

roedor extinto sul-americano feita exclusivamente de forma computadorizada. A pesquisa apresenta novas direções na evolução cerebral de roedores no decorrer do tempo. Um dos pontos que mais chamou a atenção dos pesquisadores é que, embora

americanos atuais, estes apresentam um grau bem maior de encefalização do que os s e u s p a r e nt e s g i g a nt e s ©ILUSTRAÇÃO: MÁRCIO L. CASTRO extintos. Cérebros consomem grande parte da energia de um organismo. Se o animal possui um cérebro proporcionalmente grande e com uma grande quantidade de neurônios, isto se torna bené co para sua sobrevivência. Por exemplo, isso ca bem claro no grupo dos primatas e carnívoros, que possuem cérebros proporcionalmente avantajados, com uma ampla rede neuronal, que trazem benefícios para as estratégias de sobrevivência do animal (como é o caso da elaboração de estratégias na busca de alimento). Por outro lado, se u m an i ma l p o ssu i r u m cérebro grande, mas com uma densidade neuronal mais baixa (que é o caso dos existentes, o cérebro desse roedor gigante era muito pequeno roedores), ele não usufrui dos proporcionalmente a sua massa mesmos benefícios associados, o AlexiaA evolução ao longo do que implica em um alto consumo corpórea. Debacker temp o dess a relação ent re energético desnecessário, ainda t aman ho cerebra l e mass a mais quando associado a uma Espinoso corpórea (ou tamanho do corpo) grande massa corpórea. Quando o Neo epiblema é conhecida como encefalização. No caso dos roedores sul- acreensis habitava a América do Sul, os mamíferos placentários carnívoros (felinos, canídeos, ursídeos) ainda não haviam chegado ao continente, uma vez que o istmo do Panamá ainda não estava formado e já não havia uma conexão terrestre com a Neoepiblema acreensis tenha sido um dos maiores roedores já

Antártida. Logo, a América do Sul estava isolada, como uma ilha gigante. Os principais predadores dos roedores gigantes eram os crocodilianos, que também eram gigantes e habitavam as regiões pantanosas mencionadas acima, e que não eram predadores ativos, tal como são os mamíferos. Assim, as pressões tró cas eram diferentes do que viriam a ser a partir do Plioceno e Pleistoceno, quando o istmo do Panamá foi formado e os grandes carnívoros adentraram o continente durante um evento conhecido como Grande Intercâmbio Biótico Americano (GABI). De acordo com a interpretação apresentada pelos autores do estudo, na ausência de uma pressão ecológica promovida pelos predadores, não havia necessidade de os roedores gigantes apresentarem cérebros avantajados, uma vez que isso implicaria em um consumo energético desnecessário. Já após o GABI, houve um aumento signi cativo no grau de encefalização dos roedores. O mesmo padrão tem sido documentado em animais que vivem em ilhas onde não existem mamíferos predadores. Por exemplo, entre os roedores atuais que foram analisados no estudo, os que possuem os menores cérebros proporcionalmente a sua massa corpórea são formas insulares, como é o caso da Hutia (Capromys), um roedor que habita ilhas caribenhas.

Poderoso laser de rádio é detectado a cinco bilhões de anos-luz da Terra ©MEERKAT

dens o e p o de des encade ar emissões de feixes de luz. “Este é o pr i m e i ro m e g am a s e r d e hidroxila já observado pelo MeerKAT, e o mais distante já observado por qualquer telescópio até hoje”, ressaltou. Ele cou surpreso com a detecção do megamaser em apenas uma noite de observações. "Isso mostra o quão bom é este telescópio",

Uma intensa emissão a laser a cerca de cinco bilhões de anosluz da Terra, foi detectada pelo radiotelescópio MeerKAT do O b s e r v a t ó r i o d e Radioastronomia da África do Sul (SARAO). A descoberta foi re a l i z a d a p or u m a e qu ip e internacional de astrônomos liderada por Dr Marcin Glowacki, da Curtin University, e representa o “megamaser” mais

distante deste tipo já identi cado até o momento. Os megamasers são lasers ast ronômicos que não s ão emitidos em comprimentos de luz visível, mas sim em microondas. Já os chamados “megamasers OH”, como aquele identi cado pelo MeerKAT, são emissões com comprimentos de onda de 18cm, detectados quase exclusivamente nas galáxias

infravermelhas. O objeto recebeu o nome Nkalakatha, uma expressão na língua zulu que signi ca “grande chefe”. Ele foi identi cado durante a primeira noite de um levantamento, que envolveu mais de três mil horas de observações do radiotelescópio MeetKAT. Glowacki explica que, quando duas galáxias colidem, o gás presente nelas ca extremamente

comemorou. Os estudos dos masers de hidroxila e hidrogênio podem ajudar os astrônomos a entender melhor a evolução do universo. Agora, a equipe está usando o telescópio para observar regiões estreitas do céu com alta profundidade, e planeja coletar medidas do hidrogênio atômico em galáxias distantes. “Planejamos observações de

acompanhamento do m e g a m a s e r, e e s p e r a m o s conseguir muitas outras d e s c o b e r t a s”, n a l i z o u o professor. O artigo com os resultados do estudo foi aceito para publicação na revista e Astrophysical Journal Letters e está disponível no repositório online arXiv, sem revisão de pares.


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