Jornal Fatos & Notícias 472

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ANO XII - Nº 472 12 A 19 DE MAIO/2022 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

População de botos-cinza no Rio de Janeiro corre risco de extinção ©PEXELS

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

8Já ouviu falar do arroz de

preguiçoso? É o prato perfeito para uma refeição rápida Pág. 8

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 Nas ruas, já se falam na reeleição do presidente Jair Bolsonaro no primeiro turno e eu acredito ANA MARIA IENCARELLI Pág. 12

8Mesmo os bebês menores são

são prejudicados pela violência doméstica Pág. 10

ADRIANA VASCONCELLOS PEREIRA

8 É lei, quem agredir mulher

terá que pagar ao SUS os custos do tratamento da vítima Pág. 14

GRACIMERE GAVIORNO

8 A busca por segurança

nos levou a viver em comunidades urbanas

Pág. 16

AVC volta a ser a principal causa de mortes no Brasil Vacina contra HIV pode começar a ser testada na África Pág. 9

Pág. 9

Na década de 80, a baía de Guanabara tinha mais de 400 animais Novo recurso analisa uidez de da espécie. Hoje, são 30 apenas Pág. 2 leitura de estudantes Dinossauro 'sombra da alfabetização da morte': maior Podcast ensina megaraptor é sustentabilidade descoberto na Argentina de forma lúdica para crianças ©AGUSTÍN OZAN/JUAN MABROMATA/AGENCE FRANCE-PRESSE

Estudantes criam filtro compostável de água usando restos de alimentos

©CHARLOTTE BÖEHNING

Impressão artística do megaraptor que viveu cerca de 70 milhões de anos atrás Pág. 7

Alternativa econômica ao carvão ativado, o material que ajuda a purificar a água é feito com resíduos agrícolas e alimentares Pág. 5

Pág. 4

Pág. 3

Viver na Lua? Novo estudo revela que é possível produzir oxigênio a partir do solo lunar Pág. 7

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2 MEIO AMBIENTE

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48% das populações de aves estão em declínio, alerta pesquisa Entre os motivos para o declínio estão as mudanças climáticas e a degradação de seus habitats naturais presenciando uma nova onda de extinções na população de aves. Em outros dados, foi possível observar que 39% das populações estão estáveis, enquanto o estado dos 7% restantes é desconhecido. A publicação seguiu um outro estudo de 2019 que concluiu a perda de três bilhões de aves na América do Norte e Europa. Comparando ambos os resultados, cientistas cons eguiram provar que o padrão de declínio continua pelo mundo todo. Essas descobertas re etem outros dois estudos recentes. O primeiro foi um relatório da ONU que apontou que cerca de 40% do solo terrestre já foi degradado pelas atividades

humanas. O segundo foi

Ambos os estudos, além de

divulgado pela Global Forest Watch, que concluiu que 11 milhões de hectares de cobertura orestal foram perdidos em 2021.

apontarem a atividade humana como principais contribuintes para as perdas, também reforçam o motivo da perda de espécies de aves como a degradação de seus

©HANS VETH/UNSPLASH

Um estudo publicado na revista Annual Review of Environment and Resources concluiu que populações de pássaros estão em declínio no mundo todo. Com cerca de 11 mil espécies de aves, a metade lida com as consequências dos danos ambientais causados pelo ser humano, enquanto apenas 6% aumentam em população. De acordo com a pesquisa, 48% das espécies sofrem com o declínio por conta de diversos fatores que apontam a mão humana como culpada, como a caça, destruição de seus habitats naturais, uso de pesticidas, poluição e a crise climática. Os especialistas que trabalharam na análise alegam que estamos

habitats. Esforços de conservação já conseguiram auxiliar 70 espécies, diminuindo seu risco de extinção. Porém, 391 outras espécies foram deterioradas. Uma das representantes de um grupo de conservação alega que as aves são “canários de minas de carvão como indicadores da saúde do planeta”. Portanto, a Camaleão Furcifer perda de espécies consegue labordi evidenciar o tamanho do dano ambiental cometido pelo ser humano no planeta. A recuperação e futuro das espécies de aves depende do poder de restauração do meio ambiente. Por isso, é necessário interromper a degradação não só dos habitats naturais, como também de todo o resto do

planeta e seus ecossistemas. Um exemplo de sucesso disso ocorreu nos pântanos da América do Norte e Europa, onde a população de aves subiu em 13% desde 1970 por conta de projetos que contavam com a restauração de pequenas áreas. Enquanto a degradação do meio ambiente parece estar fora de alcance para a in uência de ações pessoais, Alexander Lees, o líder da pesquisa alega que a população pode ter um efeito positivo. Pequenos passos, como parar de comprar produtos derivados do desmatamento da Amazônia, por exemplo, podem ajudar a interromper esses atos exploratórios da indústria.

População de botos-cinza Macaco "misterioso" no no Rio de Janeiro corre Sudeste Asiático pode ser espécie híbrida risco de extinção Na década de 80, a baía de Guanabara tinha mais de 400 animais da espécie. Hoje, são 30 apenas ©PEXELS

A população de botos-cinza no Rio de Janeiro está ameaçada. Na década de 80, a baía de Guanabara tinha mais de 400 animais da espécie. Hoje, são 30 apenas. Uma redução de mais de 9 0 % . O s nú m e r o s s ã o d o L aboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. As principais ameaças a esses mamíferos aquáticos são a poluição, principalmente a industrial, a atividade humana e obras de readequação urbana, como aterros de áreas situadas nas margens, como explica o coordenador do Laboratório de Mamíferos Aquáticos, o biólogo Rafael Carvalho. O boto-cinza tem hábitos

estritamente costeiros e utiliza a Baía de Guanabara para se alimentar e criar os lhotes. Podem ser vistos se deslocando, perseguindo peixes, surfando as marolas produzidas pelos barcos e dando saltos. A espécie pode ser encontrada desde o litoral catarinense até a América Central. De acordo com boletim publicado pelo Instituto

Estadual do Ambiente, dos 15 municípios que compõe a baia de Guanabara, Niterói é o que apresenta o melhor percentual de tratamento dos resíduos sólidos: 95%. Já o Rio de Janeiro e Belford Roxo, tratam menos da metade dos seus esgotos. Nas demais cidades, o tratamento dos resíduos atinge no máximo 10% de todos os despejos. Desde 1995, o Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro estuda a população de botos da Baía de Guanabara usando a foto identi cação. Esta técnica permite identi car cada boto por meio de fotos d as marc as naturais presentes em sua nadadeira dorsal. As marcas funcionam como impressões digitais, pois cada boto possui um padrão diferente.

©DIVULGAÇÃO/NICOLE LEE

Uma nova espécie de macaco avistada na ilha de Bornéu, no Sudeste Asiático, está deixando os cientistas preocupados. Aparentemente, trata-se de um novo híbrido fruto do cruzamento entre um macaconarigudo (Nasalis larvatus) e um langur prateado (Trachypithecus cristatus), duas espécies diferentes que compartilham o mesmo habitat. Longe de ser motivo de comemoração, a ocorrência de cruzamento entre espécies distintas na região é indício de que o ecossistema de Bornéu está sob pressão, e o principal culpado é a ação humana. Isso porque esses macacos raramente cruzam. Segundo a Newsweek, esta é a primeira vez que um híbrido entre as duas espécies é registrado. É também a segunda vez na história que os cientistas observam um híbrido entre duas espécies distintas de primatas na natureza. O espécime híbrido foi avistado pela primeira vez em 2017 em meio à oresta frondosa perto do rio Kinabatangan. Era uma jovem fêmea considerada um "macaco misterioso" dado o visual exótico, até então, não descrito pelos cientistas. Imagens mais recentes, feitas em 2020, revelam que o animal cresceu e ganhou um lhote. Os pesquisadores notaram que o

macaco estava vivendo em uma área onde macacos-narigudos e langures prateados compartilhavam o espaço. Os dois tipos de macacos são parentes distantes, mas diferem marcadamente tanto nos traços quanto no tamanho. Os macacos-narigudos possuem grandes narizes e rostos rosados e crescem até 76cm, pesando em média 20 a 24kg. Menos conhecido, o langur prateado possui um nariz bem menor e o rosto preto, atingindo até 56cm e 6,6kg. Ambas as espécies vivem em “famílias” com um macho e várias fêmeas. Com um território cada vez mais vulnerável e pressionado pelo avanço dos humanos, os macacos possivelmente estão passando a competir pelo espaço menor e por companheiras para formar novas famílias. Segundo os pesquisadores que

analisaram o "macaco misterioso" de Bornéu, com cada vez menos território para se rami car, os macacos-narigudos parecem estar acasalando com as fêmeas do langur prateado. O macaco híbrido tem características físicas de ambas as espécies — conforme descrito em estudo publicado no periódico cientí co International Journal of Primatology. "Ver este suposto híbrido é um s i ntom a a l ar m ante d e u m ecossistema que parece desequilibrado", disse a coautora do estudo Nadine Ruppert, primatologista da Universidade de Ciências da Malásia. A cientista também se impressionou ao ver que a fêmea híbrida estava com um macaco bebê. Isso porque a maioria dos híbridos nascidos de diferentes espécies são estéreis e incapazes de produzir descendentes.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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CULTURA 3

12 A 19 DE MAIO/2022

"Remédio para dor Podcast ensina de barriga": a curiosa sustentabilidade de saga dos refrigerantes forma lúdica para crianças Vendida em farmá cias antigamente, a bebida era indicada para ins mé dicos

©REPRODUÇÃO

©CONTOS DA CAPIVARA/DIVULGAÇÃO

FOTO: REPRODUÇÃO

O

s p r i m e i r o s refrigerantes nasceram numa época em que se confundiam as propriedades medicinais das águas minerais naturalmente gasosas. Entre os séculos 17 e 18, muitos químicos europeus tentaram criar uma versão artificial, até que o inglês Joseph Priestley, por volta de 1770, inventou uma bomba que ajudava a fixar o gás na água. E foi assim que surgiu a soda. Soda fountain Algumas décadas depois, em 1832, John Mathews desenvolveu o que ficaria conhecido como soda fountain, um aparato instalado no balcão das farmácias para produzir água com gás na hora. Acreditava-se que o líquido tinha propriedade terapêutica e, por isso, era recomendado para diversos tipos de tratamento, de

simples cólicas até poliomielite. Na metade do século 19 já era comum encontrar fontes de soda em quase todas as farmácias dos EUA. “Não se sabe exatamente quem foi o primeiro a colocar substâncias adoçantes e corantes na água gasosa, mas certamente isso aconteceu numa farmácia, onde as misturas eram feitas e vendidas como tônicos”, diz Jorge Fantinel, autor de Os Refrigerantes no Brasil. As primeiras experiências foram feitas com xarope de limão: a soda limonada. E, logo depois, vieram as misturas com morango, noz-de-cola (fruto africano conhecido no Brasil como orobô) e ginger-ale, feito de gengibre. Xarope gasoso Nessa época, a bebida chamada de xarope gasoso, custava apenas

um centavo e já era um sucesso tão grande que fez muitas farmácias se transformarem em pontos de encontro. As maiores marcas foram criadas quase na mesma década por exfarmacêuticos. Charles Alderton inventou a fórmula da Dr. Pepper em 1885. No ano seguinte John Pemberton tirou da manga um concentrado à base de noz-decola e folhas de coca ao qual daria o nome de Coca-Cola. Já em 1898 surgiu a Pepsi-Cola, que usava a mesma noz-de-cola e uma enzima para “ajudar na digestão”, a pepsina. Foi no início do século 20 que a soda fountain migrou para as lanchonetes. E depois, com o surgimento das garrafas e da tampa que impedia o escape de gás, chegou às mesas do almoço de domingo.

(AVENTURAS NA HISTÓRIA)

Uma loja fantástica de sucata, uma cientista que vira árvore, uma menina que se sente parte da natureza, entre muitas outras histórias fazem parte da série inédita do podcast infantil “Contos da Capivara”, lançado no dia 22 de abril, em vários tocadores, entre eles o Spotify. Idealizado pela produtora Poétika e pelo Verdes Marias — movimento de três irmãs, que buscam inspirar pessoas a ingressarem numa vida mais sustentável — os podcasts têm o intuito de falar sobre sustentabilidade e meio ambiente através dos contos infantis, de uma forma leve e lúdica, em que pais e lhos podem escutar juntos e inspirarem mudanças de hábitos diários através de pequenas atitudes diárias, chamada de microrrevoluções. A série “Contos da Capivara” traz um cenário atual do lixo e das questões ambientais, as mudanças climáticas, a importância do cuidado com a água, como é legal brincar com

sucata, porque o desmatamento é um problema, entre outros assuntos. Os podcasts têm oito histórias inéditas escritas por autores brasileiros da literatura infantil, como Cláudia Va s c o n c e l l o s , K i u s a m d e Oliveira, Edson Natale, Júlia Medeiros, Marcelo Maluf, ata Alvez, Caru Ricardo e Ciro Campos do Planeta OCA. Todos os episódios contam com Clara, a Capivara, que traz dicas de como as famílias podem levar uma vida mais sustentável. O primeiro episódio traz a história “Bricabraque”, de

reciclar brinquedos e outros objetos que muitas vezes vão parar no lixo e consumir menos. O conteúdo é indicado para crianças acima de quatro anos. De acordo com Mariana Moraes, uma das idealizadoras do Verdes Marias, a ideia do podcast para as crianças surgiu ainda durante a pandemia de covid-19, quando ela não sabia mais como entreter seus dois lhos pequenos na hora do trabalho. “O podcast surgiu como uma alternativa maravilhosa no lugar da televisão, então eu comecei a buscar podcasts para as crianças nas plataformas. Tinham alguns muitos legais, de histórias já contadas, como Chapeuzinho Vermelho, mas não histórias que falam da relação que as crianças devem ter com o planeta, o consumo de lixo, por exemplo”, comenta. Quem quiser acompanhar a série “Contos da Capivara”, pode a c e s s a r verdesmarias.eco.br/contos-da-

LUCIANO DANIEL

autoria de Claudia Vasconcellos, e a participação do Menos 1 lixo, que reforça a importância de

capivara. O conteúdo é gratuito e pode ser escutado diversas vezes, sem moderação.

Oficina celebra cultura Foto Antiga do ES capixaba com texto, fotografia e teatro em Cachoeiro de Itapemirim

©EDUARDO OLIVER/FOTOS ANTIGAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO/FACEBOOK

Atividades são gratuitas, mas as vagas são limitadas O projeto “Eu sou lá de Cachoeiro... 1ª semana de artes integradas” vai realizar, nos dias 25, 26 e 27 de maio, um circuito de o cinas que promoverá um e n c o n t r o d e re s s i g n i c a ç ã o d a s linguagens artísticas da crônica, fotogra a e das artes cênicas. As o cinas são ofertadas gratuitamente, mas as vagas são limitadas. Basta realizar a inscrição on-line, por meio do l i n k

com foco no pertencimento cultural da cidade de ©ASCOM SECULT Cachoeiro de Itapemirim. Já a o cina de artes cênicas vai apresentar o fazer teatral, a partir do jogo de improvisação e integração. “Eu sou lá de Cachoeiro... 1ª semana de artes integradas” é um projeto idealizado por Maria Gabriela Verediano e Viviane Lupim, e realizado com recursos do Funcultura, por meio do Edital de seleção xPu7b. As o c i n a s d e c r ô n i c a e de projetos nº 010/2020 — fotocrônica vão celebrar Rubem Diversidade Cultural Capixaba, Braga e Camélia Maria de Souza, da Secretaria da Cultura (Secult). https://forms.gle/qhy9YvzVaGG

SÃO GABRIEL DA PALHA — 1958


4 EDUCAÇÃO

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Recuperação da Novo recurso analisa aprendizagem é o fluidez de leitura de principal desafio da estudantes da educação ©ISTOCK

Há poucos dias do lançamento da Política Nacional de Recuperação da Aprendizagem, o ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, que assumiu a pasta há três semanas, a rmou, na terç a - fe ira (1 0) , qu e o principal desa o a ser e n f r e nt a d o é o d é c i t n a educação. “Nossos principais desa os são a recuperação das aprendizagens. A gente tem um dé cit não só decorrente da pandemia, mas temos também as de ciências do próprio sistema educacional brasileiro”, disse. O ministro disse que há ainda “o desa o enorme de trazer as crianças de volta [para a escola], que abandonaram o estudo”. Lembrou também que é preciso levar a inovação e a tecnologia para dentro das escolas. O ministro participou nesta terça-feira da abertura da Bett Educar, maior congresso de educação da América Latina, que após dois anos em formato online, por causa da pandemia, volta em edição presencial. O congresso acontece durante toda a semana, com palestras e

Ferramenta disponível no Microsoft Teams possibilita que o professor crie atividades para que os estudantes leiam cada vez melhor ©MARIANA PEKIN

o cinas voltadas à educação e inovações para a área. Em sua fala, o ministro Victor Godoy disse que a Política Nacional de Recuperação das Aprendizagens, a ser lançada este mês, se baseia em três eixos: recuperação das aprendizagens, combate à evasão e incentivo à inovação e tecnologia. O ministro disse que o primeiro eixo dessa recomposição é o diagnóstico, o reengajamento dos estudantes e a re comp osição das aprendizagens. O segundo eixo, é o combate à evasão escolar, com a perspectiva de recuperar aqueles alunos que já estão fora das escolas. “E nós já tivemos iniciativas concretas nesse

sentido, o disque 100 [para denunciar crianças fora das escolas], para que o conselho tutelar e as redes de apoio dos estados e municípios possam ir atrás daquele estudante e trazer de volta para escola”. O ministro anunciou como outra medida para evitar a evasão escolar, um aplicativo que ajuda a prever a evasão escolar. “Também trabalhamos numa perspectiva preditiva, com um aplicativo em desenvolvimento, para indicar aos diretores das escolas os alunos que têm um risco maior de evasão escolar”. O terceiro eixo dessa política, segundo o ministro, é a inovação e a conectividade para dentro da educação brasileira.

Estudantes vivenciam aula em Libras ©DIVULGAÇÃO

Vo c ê s a b e s e c o m u n i c a r utilizando a Língua Brasileira de Sinais (Libras)? Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef ) Adão Benezath, que ca no bairro Antônio Honório, três professores realizaram uma ação de vivência bilíngue na unidade de ensino, em Português e em Libras. O objetivo, além de proporcionar uma vivência em aula em Libras, era envolver os 45

alfabetização

estudantes do 9º ano, turno matutino, a experienciar o mundo das pessoas surdas. Para isso foi realizada uma dinâmica de apresentação em Libras. Os responsáveis pelo planejamento da ação foram os professores Alberto Oliveira Leite, que é regente de Libras na Emef, Tatiana Marques Rodrigues, professora Intérprete de Libras, e Satira Campo Bigossi Denadai, que leciona Geogra a e Tecnologia Educacional.

"Ocorreu uma dinâmica dentro da sala de aula, na qual foi trabalhada a comunicação em Libras com uma pessoa surda e uma intérprete. No começo, os estudantes caram um pouco tímidos e confusos, mas logo se envolveram na atividade e caram superinteressados. Além de vivenciar a aula em Libras, os estudantes também ganharam experiência para quando encontrarem pessoas surdas e, nesse sentido, incluí-las na c omu n i c a ç ã o " , d e st a c ou a professora Satira. A vivência pedagógica na sala de aula já ultrapassou os muros da escola possibilitando uma nova ponte para a inclusão. A estudante Mirella Dias conhece uma pessoa com de ciência auditiva e, após a aula bilíngue, conseguiu conversar com ela. "É i mp or t a nt e apre n d e r e s s a comunicação, porque nós vamos usar essa linguagem em algum m o m e nt o n a n o s s a v i d a " , a rmou a estudante.

Muito se diz sobre os desa os da alfabetização e do letramento. E, de fato, eles tiveram crescimento e aprofundamento ao longo dos últimos anos, principalmente devido à pandemia de covid-19. De acordo com análise feita pela ONG Todos pela Educação, entre 2019 e 2021, o número de crianças entre seis e sete anos que não sabia ler nem escrever aumentou em 66,3%. Os dados foram trabalhados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a Pnad Contínua. A B a s e Na c i o n a l C o mu m Curricular (BNCC) coloca a alfabetização como um dos pontos focais dos dois primeiros anos do ensino fundamental. Segundo o texto, é importante a ênfase neste período, pois é por meio de uma boa articulação com a escrita que crianças poderão desenvolver melhor suas habilidades, e, assim, poder se envolver em outras formas de letramento. Até me s mo ante s d e a pandemia ter início, muitas escolas e instituições já se preocupavam com a criação de ferramentas que pudessem servir de suporte a esta tarefa tão importante. Mas após a fase mais aguda de pandemia é que cou

recurso incluído no Microso Te a m s q u e p e r m i t e a o s professores e professoras a criação de tarefas de leitura em que se consiga observar o quanto o aluno tem uência, di culdades com vocábulos e porcentagem de acertos de palavras. O professor Henrique Romano Carneiro, gerente de operações na Escola São Domingos, no Espírito Santo, comenta que o uso de ferramentas como essa pode estar associado a objetivos relacionados entre si e que estão dentro do guarda-chuva da alfabetização. O primeiro é o engajamento que é possível conseguir com os estudantes. “A gente sabe que nessa faixa etária, de sete ou oito anos, eles estão muito entusiasmados por estarem aprendendo a ler”, comenta Henrique. E o contato com uma ferramenta que informa quantas palavras acertou e o que pode ser aperfeiçoado contribui muito. Ao se deparar com 70% de acerto em uma leitura, o estudante pode veri car seus erros e também ser instigado a uma autoavaliação. É importante frisar que cada ferramenta digital que é incluída em sala de

mais evidente o quanto é positivo unir a tecnologia neste processo. Um e x e m p l o d e u s o d a tecnologia como suporte à alfabetização é a chamada “Progresso da Leitura”, um

aula precisa da intervenção do professor ou professora. Não é recente que muitos livros e textos sejam lidos de maneira digital. Então, incluir a tecnologia nos processos de alfabetização acaba

sendo um caminho até mesmo mais prático de incentivo. Fernando Puertas, educador Microso, destaca: à medida que o estudante percebe melhorias na uidez da leitura, é muito mais provável que o gosto pela leitura cresça junto. No entanto, ele também ressalta que a intenção que o docente tem com a atividade é primordial para que faça sentido ao estudante e que esse engajamento ocorra. Ou seja, ter uma ferramenta que, por meio de inteligência arti cial, apresenta dados e informações sobre a uidez da leitura sem que esteja integrada com intenção, pode diminuir a potencialidade de engajamento com a leitura. Henrique a rma que a escola onde atua utiliza o recurso t amb é m c omo fe r r ame nt a híbrida, ou seja, como parte de exercícios que o estudante precisa fazer fora do período de aulas presenciais. Outro ponto levantado pelo educador é que usar ferramentas digitais na leitura também é uma forma de trabalhar a cidadania digital. Isso porque o contato com a tecnologia educacional coloca tanto o docente, quanto o aluno, de frente com a possibilidade de manuseio e aprendizagem dessas tecnologias. É sabido que os estudantes possuem ritmos diferentes. E ter uma noção mais detalhada, com porcentagens e informações relativas aos erros e acertos, é uma maneira de traçar metas e estratégias para a alfabetização da turma.


INOVAÇÃO 5

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Estudantes criam ltro Casa modular gera e compostável de água armazena mais energia usando restos de do que consome alimentos Projetada para ser construída de maneira rápida e sustentável, minicasa pode alimentar carros elétricos ou construções próximas

©STRØM

Uma linha de ltro compostável de água foi desenvolvida por uma dupla do Instituto Pratt em Nova York, nos Estados Unidos. Alternativa econômica ao carvão ativado, o material que ajuda a puri car a água é feito com resíduos agrícolas e alimentares. As estudantes de pósgraduação Charlotte Böhning e Mary Lempres são responsáveis pelo produto. A dupla queimou cascas de banana, ossos de ovelha e outros resíduos da cozinha, de fazendas locais e restaurantes em um forno. Este processo de “pi ról is e” ( re a ç ã o d e decomposição por meio do calor) evita que o carbono na biomassa forme dióxido de carbono durante a combustão. Em vez disso, ele o transforma em um c ar vão abs or vente poroso que armazena o carbono dos alimentos em vez de liberá-lo na atmosfera. A ideia é que mesmo no aterro

— quando o ltro chegar ao m de sua vida útil — o utensílio continuará armazenando carbono e não produzindo gás metano, como acontece com o descarte de restos de alimentos. Tal processo de fabricação dá forma ao car vão vegetal (biochar) que, misturado a própolis de abelha e resinas de árvores, possibilita a criação de formas exíveis que podem ser fundidas, injetadas ou moldadas para transformar em ltros. A aparência do produto nal pode não ser das melhores, mas a s e s t u d a nt e s g a r a nt e m a e ciência. Segundo a dupla, o biochar é magnetizado em um banho de sal ferroso para extrair metais pesados da água, enquanto isso os ossos de animais no carvão ltram o úor. Já o própolis e a resina da árvore evitam o acúmulo de sujeira, crescimento bacteriano, além de atuarem como aglutinantes. AJUFE

“As abelhas usam própolis para vedar frestas, proteger a colônia contra invasores e assim também impedir a propagação de d o e nç as . Por t anto, p o ssu i propriedades antimicrobianas, antivirais, antifúngicas e antiin amatórias signi cativas. No entanto, precisa ser colhido eticamente no nal da temporada para não perturbar a colmeia”, explicam Charlotte Böhning e Mary Lempres em seu site. O principal objetivo do novo ltro é justamente substituir ltros de plástico (que demoram c e nt e n a s d e a n o s p a r a s e decompor), uma vez que muitas residências norte-americanas usam cartuchos de polipropileno Brita para puri car a água. Tais cartuchos têm uma vida útil recomendada de dois a seis meses, enquanto os ltros compostáveis se decompõem no solo em cerca de um mês. Além de ser mais duradouro, o produto é m a i s b a r at o e a c e s s í v e l justamente por ser feito a partir de resíduos. A coleção de ltros, batizada de Strøm, venceu o Prêmio Pratt Material Lab 2021, que reconhece projetos de alunos que dão um novo propósito aos uxos de resíduos. São destas engenhosas designers o desenvolvimento de uma versão ecológica para o poliestireno expandido (EPS) — mais conhecido como isopor. O “isopor” compostável foi feito com larvas de besouro.

Amsterdã cria barreira de bolhas para reirar plástico de rios ©THE GREAT BUBBLE BARRIER

Os canais de Amsterdã, na capital da Holanda, somam mais de 100 quilômetros e não estão a

salvo da poluição plástica. Ent ret anto, uma c ur ios a invenção está chegando na

cidade para resolver este problema. Trata-se da “e Great Bubble Barrier”, uma

©COSMIC BUILDINGS

acompanhamento para monitorar o uso de eletricidade. Apesar de ter sido originalmente projetada como unidade habitacional, o estúdio pode servir como sala de jogos, escritório, espaço para reuniões de trabalho ou familiares e qualquer outra função desejada. Segundo a Cosmic, as casas modulares são construídas com um processo simpli cado, mais rápido, mais econômico e com menos desperdício do que os métodos típicos. A primeira

A empreendedora Sasha Jokic está há mais de 14 anos no ramo da construção, sempre pro c urando unir desig n e inovação. Foi com este propósito que a arquiteta fundou a startup americana Cosmic, de onde veio o projeto de uma casa modular que gera mais energia do que consome. Desenvolvida para ser uma unidade habitacional acessória, que ca em um terreno onde existe uma casa maior ou outras edi cações, a minicasa tem um projeto especial de construção e gera muito mais eletricidade do que precisa. Jokic e sua equipe da Cosmic criaram um sistema de construção e ciente e uma casa totalmente elétrica, que dispensa o us o de gás ou qu a lquer combustível fóssil em qualquer sistema ou equipamento. O fogão, sistema de arcondicionado e aquecimento de água são elétricos e abastecidos com energia solar. A energia solar é gerada em painéis fotovoltaicos instalados no teto e armazenada em um conjunto de baterias que ca sob o piso. O excedente pode ser direcionado pra recarga de veículos elétricos, para outras construções próximas ou ser

redirecionado para a rede. Os painéis solares podem gerar cerca de 20.000kWh, considerando-se o clima da Califórnia. Segundo os fabricantes, isso é muito mais do que a minicasa consome. “Desenvolvemos uma plataforma doméstica única e autoalimentada que nos permite construir casas neutras em carbono, saudáveis e incrivelmente e cientes em alta velocidade e baixo custo”, disse a arquiteta.

Além de gerar a própria energia, a casa inclui um projeto d e e c i ê n c i a e n e rgé t i c a e recursos como janelas e portas herméticas que garantem um bom isolamento térmico. Outros recursos incluem LEDs de alta e c i ê n c i a , u m t e r m o s t at o inteligente e um aplicativo de

unidade modelo, que ganhou o nome de Cosmic Studio, já está pronta e tem um andar com cerca de 33 metros quadrados. A residência compacta possui um banheiro e uma área integrada para dormir, viver, jantar e cozinhar.

tecnologia que cria bolhas na água tornando mais fácil a captação de lixo plástico. Semelhante a uma mangueira gigante, o equipamento consiste em um tubo de 60 metros cheio de orifícios pelos quais compressores bombeiam o ar. A pressão cria bolhas que conduzem os resíduos de baixo para cima, fazendo com que o lixo chegue à superfície — onde será recolhido por uma plataforma utuante. Além disso, o tubo é posicionado na diagonal para que a própria corrente natural ajude a mover o lixo. O mecanismo funciona de

forma simples e, melhor ainda, não bloqueia a passagem de barcos e não causa danos à fauna marinha. Desenvolvido para rios e canais, a ideia é coletar os resíduos antes que eles cheguem ao mar e oceanos, inclusive, os pequenos fragmentos microplásticos. Após o sucesso em testes no rio Is s e l ( t a m b é m n o s Pa í s e s Baixos), agora a prefeitura de Amsterdã e o Conselho Regional de Água acabam de instalar o modelo no canal Westerdok. O objetivo é que ele esteja em funcionamento durante três anos, 24 horas por dia. Por ano, operações de barcos

em Amsterdã removem cerca de 42 mil quilos de lixo utuante nas vias navegáveis da cidade. Com a instalação da barreira, a gestão espera reduzir signi cativamente tais resíduos. Criada pelas holandesas Anne Marieke Eveleens, Francis Zoet e Saskia Studer, a invenção foi a vencedora do prêmio Plastic Free Rivers Marathon e do concurso Green Lotter y Postcode. Este último premia as melhores soluções em empreendedorismo sustentável e rendeu ao trio 500 mil euros — usados para tirar o projeto do papel.

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6 TECNOLOGIA

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Falta pouco para o avião Com visual de cção elétrico de passageiros cientíca, caminhão elétrico e autônomo decolar ©REPRODUÇÃO/DEUTSCHE WELLE

Falta pouco para o primeiro avião de passageiros totalmente elétrico do mundo decolar. Alice é o nome do avião, desenvolvido pela empresa israelense Eviation que passou por vários testes de motor no Aeroporto Municipal de Arlington, ao norte de Seattle. Sua velocidade máxima é cerca de 461 km/h. A empresa de viagens aéreas elétricas espera que aviões elétricos de 20 a 40 passageiros, seja uma realidade daqui 10 anos. Um modelo de aeronave qu e e st re ou e m 2 0 1 9 e st á passando por testes de baixa velocidade, desde dezembro e fará testes de alta velocidade nas próximas semanas. Nesses testes a aeronave permite que sistemas

SD1 é apresentado ©DIVULGAÇÃO/SOLO AVT

como dire ção, f renagem e antiderrapante sejam monitorados. O avião foi desenvolvido em três versões, sendo uma variante “c o m m u t e r ”, u m a v e r s ã o executiva e uma para carga. Para os voos em teste cabem nove

PRECISÃO

Contabilidade (27) 3228-4068

passageiros dois pilotos e 850 libras de carga, enquanto no projeto executivo é um avião mais espaçoso com seis pessoas e carga tem 450 pés cúbicos de volume. De acordo com a empresa, a espera era de que o voo Alice, acontecesse antes de 2022, mas devido ás condições climáticas não foi possível. Quanto aos custo de manutenção em relação aos voos comerciais, o voo elétrico reduz em até 70% dos custos de manutenção. A empresa de transporte internacional DHL, encomendou doze Alices com chegada prevista até 2024. Em entrevista à CNN, especialistas acreditam que esses aviões elétricos se tornarão comuns como qualquer outro meio de transporte.

A novata Solo Advanced Vehicle Technologies (AVT), fundada em 2021 e sediada no estado americano da Califórnia, revelou o design de seu elétrico c a m i n h ã o SD 1 . Mov i d o a bateria, o veículo é voltado para transporte rodoviário de longas distâncias (Classe 8), adaptado para condução autônoma. Nesse sentido, o SD1 traz uma con guração sem banco de motorista, sem conjunto de m e d i d o re s , p a r a - b r i s a o u volante. De acordo com a Solo AVT, isso permite à empresa “alcançar níveis de e ciência e segurança diferentes de qualquer caminhão na estrada hoje”. Ainda nessa questão de direção

sem motorista humano, o SD1 apresenta iluminação externa para comunicação com pedestres e outros usuários da estrada e uma assinatura sonora exclusiva. Projetado para uma autonomia de mais de 800 km, o elétrico caminhão da Solo AVT possui uma atenção dedicada junto à sua aerodinâmica, focada em um baixo coe ciente de arrasto. O SD1 é movido por eixos t andem (aqueles de ro das duplas, compostos por dois ou mais eixos seguidos) de várias velo cid ades, com motores elétricos integrados, que juntos oferecem uma potência total de p i c o d e 6 0 0 k W

(aproximadamente, 816 cv). Em termos de reboques, o caminhão promete ser compatível com os reboques padrão existentes e todas as docas de carregamento padrão — a Solo AVT promete que o veículo será capaz de transportar um peso equivalente aos caminhões da Classe 8 de hoje. Ta m b é m e m t e r m o s d e carregamento rápido, não há solução proprietária. A Solo AVT diz que o veículo será compatível com os carregadores rápidos existentes. Não há cronograma de quando o SD1 chega ao mercado, ou mesmo em fase de protótipo — talvez precisemos esperar alguns anos.

Cirurgia robótica Empresa de carros cerebral, essa técnica voadores da Embraer é possível? entra na Bolsa de NY Não é segredo para ninguém que robôs estão sendo cada vez mais usados nos principais centros médicos, exemplo disso é visto, por exemplo, com a cirurgia robótica cerebral. A tecnologia do mundo atual permite que grandes procedimentos sejam feitos com tanta perfeição que é cada vez mais difícil que o paciente tenha algumas sequelas após o tratamento. Mas, como isso é possível? Essa técnica tem chegado a novos patamares neste início da terceira década do século XXI com ferramentas tão avançadas que hoje em dia é possível até confirmar uma redução expressiva de casos com sequelas para os pacientes que passam por estes procedimentos. Quem confirma esta tendência é o P h D, n e u r o c i e n t i s t a , neuropsicólogo e biólogo lusobrasileiro Fabiano de Abreu. Para explicar como isso é possível, recentemente ele publicou um

artigo na Revista de Estudos de Gestão, Informação e Tecnologia (REGIT), uma das mais conceituadas revistas científicas da área de tecnologia do mundo. Com o texto intitulado O avanço da cirurgia robótica cerebral e a possibilidade de substituições neuronais, Fabiano coment a “a int ro dução da

robótica e de novas técnicas de imagem e a importância para reconhecimento e localização mais precisos dos alvos cirúrgicos, bem como, contribui para a eliminação completa de patologias e ajuda a evitar danos severos nas estruturas neurais, resultando a redução da morbilidade e mortalidade de

pacientes”. Além disso, o neurocientista comentou ainda que os avanços tecnológicos no campo da neurociência vão além das técnicas de diagnósticos ou c i r u rg i as . D e st a c ou qu e a robótica, a nanotecnologia e os circuitos de partilha de informação podem levar ao nível de substituição ©PIXABAY neuronal. Membro da Sociedade Brasileira, Portuguesa e da Federação Europeia de Neurociência, Fabiano lembra em seu artigo o quanto a utilização da r o b ó t i c a n a neurociência é importante para o desenvolvimento de técnicas eficazes e minimamente invasivas para o tratamento do cérebro. “A tendência atual é que o biológico e o artificial se fundam cada vez mais, o que, por sua vez, implicará discussões de uma série de questões éticas e m o r a i s ”, c o m p l e t a o neurocientista.

©REPRODUÇÃO/INSTAGRAM@EVEAIMOBILITY

A Eve que é uma empresa da Embraer voltada ao desenvolvimento de “carros voadores”, veículos de pouso e decolagem vertical (eVTOLs), passa a ter ações na Bolsa de Valores de Nova York a partir desta terça-feira (10). A expectativa é gerar US$ 500 milhões. Na última segunda-feira (9) a Eve anunciou ter concluído a fusão com a Zanite Acquisition.

A negociação para a oferta da Bolsa de Valores foi anunciada em dezembro do ano passado. A transação avaliou a Eve em US$ 2,9 bilhões. De acordo com o G1, o presidente-executivo da Eve, André Stein disse que “essa transação é essencial em nossa missão para nos tornarmos líderes em um mercado de potenciais US$ 760 bilhões”. A intenção da Eve é que até 2035 mais de 200 carros

vo a d ore s t r ansp or te m 4 , 5 milhões de passageiros em mais de 100 rotas no Rio de Janeiro e região Metropolitana do estado. A empresa que começar o trabalho em 2026. O processo de certificação do Tipo (CT) para “carro voador”, foi iniciado em fevereiro deste ano na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que irá avaliar os critérios legais. “Carro voador” é um veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, como se fosse um helicóptero mais confortável, que faz menos barulho e usa mais hélices para voar. “Temos o prazer de anunciar que Eve Holding, Inc. começa a ser negociada hoje na Bolsa de Valores de Nova York #NYSE sob o símbolo “EVEX”. Nossa equipe de administração participará de uma cerimônia de abertura na NYSE para celebrar a listagem pública”.


CIÊNCIA 7

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Nasa começa a analisar fragmentos da Lua armazenados e intactos por 50 anos

Dinossauro 'sombra da morte': maior megaraptor é descoberto na Argentina ©AGUSTÍN OZAN/JUAN MABROMATA/AGENCE FRANCE-PRESSE

Amostras chegaram através da missão norte-americana ao espaço Apollo 17 em 1972 e estavam intactas até agora. Para manuseá-las, cientistas terão que entrar em uma câmara fria com -20ºC ©NASA/ ROBERT MARKOWITZ

Os fragmentos de regolito lunar coletados pela missão, e que permanecem intactos desde então, foram nalmente transferidos de seu local de armazenamento no Texas para o estado de Maryland, onde serão estudados detalhadamente em dois laboratórios. Os estudos vão se concentrar não apenas na composição do solo do nosso satélite natural, mas também nas diferentes formas de preser vá-lo por décadas, e o os pesquisadores compararão as diferenças entre

amostras lunares congeladas e descongeladas para ver qual método de preservação foi mais e caz a longo prazo, segundo artigo da Nasa sobre o assunto publicado no dia 3. As amostras congeladas também foram seladas a vácuo desde que chegaram à Terra no nal de 1972 e, para manuseálas, os cientistas terão que entrar, com as mãos protegidas por grossas luvas de borracha, em uma câmara fria onde os fragmentos são mantidos a 20ºC.

As primeiras pesquisas realizadas na década de 1970, encontraram aminoácidos em algumas rochas lunares. A pesquisadora, Jamie Elsila, acredita que esses compostos, essenciais para a vida terrestre, "podem ter sido formados em solos lunares a partir de moléculas precursoras, que são compostos menores e mais voláteis, como formaldeído ou cianeto de hidrogênio". O objetivo do trabalho então é identi car e quanti car esses pequenos compostos orgânicos para entender a química orgânica prebiótica da Lua, explicou a cientista. Elsila também destacou que a técnica de manuseio e processamento a frio do solo lunar desenvolvida com essas amostras é importante para as futuras missões Artemis. Após vários atrasos, a Nasa está programada para lançar o foguete Artemis 1 em agosto deste ano.

Viver na Lua? Novo estudo revela que é possível produzir oxigênio a partir do solo lunar BOB BEHNKEN

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Solo lunar pode transformar dióxido de carbono em oxigênio e sustentar vida no espaço, diz pesquisa Na busca por lugares fora da Terra que possam sustentar a vida, os cientistas costumam ir atrás de evidências de substâncias essenciais como água e oxigênio. Nos últimos

dias, uma pesquisa publicada na revista cientí ca Joule descobriu que o solo da Lua contém compostos ativos que podem ser usados, junto com a luz solar e o dióxido de carbono (CO₂), para

produzir água (H₂O), oxigênio (O₂) e combustível. A descoberta revela a possibilidade de manter uma base lunar e permitir uma maior exploração do espaço.

Um time de paleontólogos da Argentina descobriu um dinossauro predador que media cerca de três andares do nariz à cauda com garras a adas e cur vas. O animal de seis toneladas, o maior megaraptor descoberto até hoje, se a l i me ntou d e d i no ss au ro s menores rasgando em pedaços, de acordo com o que paleontólogo Mauro Aranciaga disse para a AFP. Considerado um “predador de p ont a” p or Aranciaga, ele argumentou que até combina com o seu nome cientí co “Maip macrothorax”, em que “Maip”, é derivada de uma gura mitológica “mau” do povo indígena Aonikenk da Patagônia. Esse personagem foi relacionado à “sombra da morte” que “mata com vento frio” nas montanhas dos Andes, segundo um estudo que relatou a descoberta na revista Nature

Scienti c Reports. A segunda parte do nome, “macrotórax”, é por conta do tamanho da cavidade torácica do dinossauro, sendo cerca de 1,2 metro (3,9 pés) de largura. A criatura, recém-identi cada, tem média de nove a dez metros de comprimento, ou seja, maior do que qualquer tipo de megaraptor descoberto anteriormente. Além disso, tinha duas garras a adas e curvas por pata dianteira, cada uma com cerca de 40 centímetros de comprimento. O dinossauro viveu há 70 milhões de anos, no nal do período Cretáceo, em meio a uma oresta tropical, antes da cordilheira dos Andes e das geleiras tomarem conta da Patagônia. Três anos atrás, Aranciaga encontrou o primeiro pedaço do dinossauro em sua primeira expedição pro ssional para província argentina de Santa

©GETTY IMAGES

“Nossa estratégia fornece um cenário para um ambiente de vida extraterrestre sustentável e acessível. Se quisermos realizar uma exploração em larga escala d o mu nd o e x t r ate r re st re, precisaremos pensar em maneiras de reduzir a carga útil, o que signi ca contar com o mínimo possível de suprimentos da Terra e usar recursos extraterrestres”, disse ao e Indepedent, Yingfang Yao, cientista de materiais da Universidade de Nanjing, na

China, e principal autor do relatório. No passado, outras pesquisas já propuseram algumas estratégias para a produção de substâncias essenciais para a sobrevivência fora da Terra, mas a maioria delas necessitava de uma fonte de energia que fosse levada do nosso planeta para o espaço, como o caso do rover Perseverance Mars, da Nasa, que levava um instrumento que pode usar CO₂ para produzir O₂, mas era alimentado por uma

Cruz. Envolvendo meses de escavação, limpeza e classi cação de um grande esconderijo de ossos, chegaram a achar vértebras, pedaços de costela, quadril, cauda e braço. “Quando levantei a vértebra e vi que tinha as características de um megaraptor, foi realmente u m a e m o ç ã o e n o r m e ”, relembrou Aranciaga. “De alguma forma, realizei meu sonho de infância, encontrar um novo fóssil e se tornar um megaraptor: o grupo no qual me especializo”, complementou. O dinossauro “sombra da morte” foi um dos últimos megaraptores a habitar a Terra antes da extinção dos dinossauros, cerca de 66 milhões de anos atrás, s egundo as i n for m a ç õ e s d e Fe r n an d o Novas, do L ab oratór io de Anatomia Comparada do Museu Argentino de Ciências Naturais.

bateria nuclear. A grande inovação da pesquisa da Universidade de Nanjing é a proposta de usar dois recursos abundantes na Lua (radiação solar e solo) para produzir oxigênio, minimizando a quantidade de material extra que precisa ser l e v a d o d a Te r r a p a r a a s explorações. Para chegar a essa conclusão, a equipe de cientistas analisou amostras de solo lunar trazidas pela espaçonave chinesa Chang'E-5 e descobriu que esse material é rico em ferro e titânio. A partir desses elementos, é possível projetar um sistema de “fotossíntese extraterrestre” que irá usar o solo lunar para fazer a eletrólise da água (promover uma reação química de oxirredução a partir da passagem de uma corrente elétrica), dizem os pesquisadores.


8 BEM-ESTAR

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GABRIELA MESSNER ARESI Dormir de boca aberta: OLIVEIRA hábito na infância pode Arroz de preguiçoso impactar saúde a longo prazo Nutricionista - CRN:14100665

©GUIA DA COZINHA

©SHUTTERSTOCK

O hábito de dormir de boca aberta durante a infância pode acabar impactando a saúde a longo prazo, ou s eja, s e estendendo no futuro até a vida adulta. Segundo especialistas, isso pode ter associação com alergia, rinite ou algo mais sério, como a obstrução nasal, além de ter a chance de desencadear mau hálito e di culdades cognitivas. A Universidade Federal do Sergipe realizou um dos estudos que explicou os malefícios de dormir de boca aberta. O artigo ap ontou que cr i anç as que respiram pela boca possuem mais di culdades de aprendizado. Isso pode acontecer pelo fato que o nariz pode ltrar o ar durante a

respiração, enquanto o ar que entra pela boca contém muitas impurezas. Para a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), a respiração pela boca aumenta o risco de infecções virais ou bacterianas e resfriados. Por isso, o órgão enfatizou que as pessoas que estão sujeitas a essa prática p o ssu e m u m p ote nc i a l d e desenvolver consequências físicas como: alterações na s i o n o m i a , s e m o d e s e nv o l v i m e nt o c o r r e t o ; alterações na arcada dentária (maxilar fechado e projetado para frente); pigarros e muco preso na garganta, pescoço retraído e tórax encurvado.

Por outro lado, as consequências de dormir de boca aberta não se limitam a fatores apenas físicos, podendo também in uenciar no comportamento, por exemplo: diminuição no foco; irritabilidade, transtorno de dé cit de atenção e hiperatividade (TDAH). Ademais, as questões comportamentais estão relacionadas com um distúrbio chamado apneia obstrutiva do sono, que é caracterizado por ruídos e interrupções repetitivas na respiração. As interrupções impedem que a pessoa consiga te r e st ág i o s d e s ono mais profundos, afetando o cérebro que ainda está em formação.

Retenção de líquidos, como evitar o acúmulo de água e desinchar o corpo Alimentaçã o saudá vel, hidrataçã o adequada e atividades fıśicas podem aliviar o problema ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE

A retenção de líquidos é o acúmulo de água fora dos vasos sanguíneos e linfáticos do organismo, ou seja, nos tecidos corporais. Condição chamada de edema. As causas são diversas, podendo estar relacionadas a

fatores siológicos, como o período pré-menstrual, gestação ou a presença de doenças, como as de f ígado, problemas circulatórios, que comprometem o uxo sanguíneo e linfático ou por de ciência de proteínas no

organismo. Ainda, dois fatores não patológicos podem estar relacionados a essa sensação. O primeiro se refere ao consumo de água, que, quando muito baixo, promove o desequilíbrio da c o n c e nt r a ç ã o d e s o l u t o e s o l v e nt e ( á g u a ) n o n o s s o organismo, di cultando a saída e a entrada de água dos comp ar t imentos cor p orais (tecidos, células e vasos). "Vale ressaltar que, em dias quentes, a ingestão hídrica deve ser mais alta, pois o organismo tende a perder uidos, como o s u o r, p a r a e q u i l i b r a r a t e mp e r at u r a c o r p o r a l e a

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ocê já ouviu falar do arroz de preguiçoso? Vo c ê p r e c i s a experimentar essa receita o quanto antes! Mas, antes, saiba que muitos podem confundi-lo com o arroz de forno, porém são receitas diferentes. O arroz de preguiçoso é feito com o arroz cru. Ele é cozido junto com os demais ingredientes durante o preparo. É o prato perfeito para quem precisa de uma refeição c o m p l e t a s e m e s f o r ç o. O resultado é incrível! Para você experimentar o arroz de preguiçoso, separamos uma receita deliciosa, olha só. Ingredientes 2 copos (americano) de arroz arborizado 4 copos de água 1 linguiça calabresa cortada em rodelas 6 fatias de bacon picado 1 colher (sopa) de azeite ½ cebola picada

concentração osmótica do organismo", explica a professora de nutrição, Andrea Bonvini. Por outo lado, quando o consumo é muito alto os rins podem demorar um pouco mais para realizar a ltração adequada e, dessa forma, há uma retenção de líquidos no organismo por um tempo. Essa última causa é menos comum, visto que, em indivíduos saudáveis, o consumo de águ a tende a facilitar o trabalho dos rins. O segundo fator, e o mais comum, se deve à dilatação dos vasos sanguíneos que ocorre para dissipar o calor do organismo, equilibrando a temperatura corporal. Nesse último processo, para que haja a vasodilatação, ocorre aumento do uxo sanguíneo, isto é, do volume de sangue para as extremidades do organismo, a m de tornar a troca de calor com o ambiente mais e caz. Por isso, é comum sentir o corpo mais inchado na superfície e nas extremidades, como mãos e pés. O exercício físico auxilia no combate à retenção de líquidos, tanto por promover a sudorese, ou seja, aumentar a perda de suor, quanto pelo aumento do

4 dentes de alho picado 1 lata de milho verde Azeitonas verdes recheadas a gosto cortada em rodelas. Pimenta com cominho a gosto Sal a gosto Palmito picado a gosto Champion picado a gosto Modo de Preparo Em uma panela, coloque o

azeite, o bacon, a calabresa, o alho e a cebola para o refogar. Em seguida, coloque o arroz. Deixe fritar um pouco e coloque a água. Em seguida, coloque o sal e a pimenta. Quando a água estiver secando, coloque o restante dos ingredientes. Quando estiver cozido, desligue o fogo e sirva quente. Rendimento: 4 porções Fonte: Terra

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

metabolismo dos órgãos, incluindo os rins. Porém, é importante ressaltar que o consumo de líquidos antes, durante e após a atividade física é fundamental para repor os líquidos perdidos pelo suor, uma vez que a desidratação pode causar mal-estar, tonturas e desmaios. Ademais, durante a atividade, especialmente quando realizada em ambientes quentes, a sensação de inchaço pode aumentar, devido a vasodilatação que ocorre para dissipar o calor do corpo. Exercícios intensos também podem contribuir para a retenção de líquidos, devido às micro lesões que promovem no músculo. Para repará-las, iniciase um pequeno processo in amatório, em que há o maior uxo de células sanguíneas e outros componentes do sangue para o local in amado, aumentando o tamanho dessa região. Por isso sentimos dor após uma sessão intensa de exercícios físicos. "Não há muito o que fazer, senão esperar a reparação da lesão e ingerir bastante líquido", esclarece Andrea. A retenção de líquidos é um

processo normal que ocorre no organismo em determinadas condições, como as mencionadas anteriormente. No entanto, se o edema persistir por muito tempo ou o seu ap a r e c i m e nt o n ã o e s t i v e r relacionado a nenhuma dessas causas, deve-se procurar a ajuda de um pro ssional da saúde quali cado. Existem remédios diuréticos, que podem auxiliar no alívio do incômodo. "Embora esses medicamentos não necessitem de receita, é importante enfatizar que a automedicação pode ser perigosa. Além disso, a retenção hídrica pode ser decorrência de outras doenças que precisam ser tratadas", pondera a especialista. Os principais comp ostos presentes nos alimentos relacionados à retenção de líquidos são o sódio, os açúcares e alguns aditivos alimentares. " D e ss a for ma , o c onsu mo ele vado de pro dutos ultra processados, como os embutidos (presunto, salame, mortadela), biscoitos, bolachas, refrigerantes e salgadinhos, que são ricos nesses compostos, devem ser evitados.


SAÚDE 9

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AVC volta a ser a principal Ministério lança causa de mortes no Brasil Programa de Qualidade na Cardiologia no SUS ©SHUTTERSTOCK

©CANVA FOTOS

O acidente vascular cerebral (AVC) voltou a ser a causa de mortes mais comum no Brasil, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Neurologia. Isso se deu, principalmente, por conta do recuo da pandemia da covid-19 nos primeiros quatro meses do ano. Entre janeiro e abril de 2022, AVC s e i n f ar to s for am a s principais causas de mortes no Brasil. De acordo com dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil, foram registradas 32.127 mortes por AVC e 32.093 por infartos. O que é o AVC O AVC é uma doença grave,

que representa uma alteração no uxo sanguíneo do cérebro humano. Os acidentes vasculares cerebrais se dividem em dois tipos: isquêmico, que é o mais comum e menos grave, e hemorrágico, mais raro, mas muito mais grave. O AVC i s qu ê m i c o s e d á quando os vasos sanguíneos são entupidos por uma trombose ou embolia, este tipo de acidente vascular cerebral corresponde a 8 0 % d o s c a s o s . Já o AVC hemorrágico acontece quando os vasos sanguíneos do cérebro se rompem. AVC sempre causou muitas mortes O acidente vascular cerebral sempre foi a principal causa de

mortes no Brasil, além dos óbitos, é uma das razões mais recorrentes para o aparecimento de sequelas e incapacitação de pessoas no mundo inteiro. Apesar de mais comum em idos os, os j ovens t amb ém correm risco de serem vítimas de um derrame cerebral. O diagnóstico precoce de um AVC é fundamental para evitar sequelas e mortes por conta da doença. Entre os principais sintomas do AVC estão di culdade em andar, falar e compreensão, paralisia ou dormência na face, perna ou braço, perda temporária da vis ão, tontura, ver tigem e confusão mental, dor de cabeça de forte e persistente.

Vacina contra HIV pode começar a ser testada na África ©CAWEE/SHUTTERSTOCK

Uma parceria entre o Aurum Institute e a International Aids Vaccine Initiative (IAVI) está trabalhando no IAVI G003, um estudo de segmentação da linhagem germinativa do HIV na África, que pode resultar em uma vacina contra o vírus. Este trabalho foi realizado pela pr i me i r a ve z no s E st a d o s Unidos. O processo visa guiar o sistema imunológico para induzir anticorpos que podem neutralizar o HIV. O estudo é nanciado por diversas instituições, incluindo a Fundação Bill e Melinda Gates. Ansuya Naidoo, que é diretora médica do IAVI, a rmou que o programa está buscando capacitar os locais de pesquisa africanos para médicos do continente. Naidoo também lembrou que o estudo precisa levar em consideração diversas

condições especí cas do

continente, como nutrição da população, clima e outras doenças que possam existir. A responsável ressaltou que o HIV é diferente de outras doenças, possuindo diferentes subtipos e cepas emergentes que podem se apresentar mais resistentes ao tratamento, mudando de uma região para outra. Neste momento, a pesquisa está buscando os possíveis

voluntários que poderão fazer

parte do estudo. A diretora de pesquisa sociocomportamental d o IAV I , Yv on n e Wa n g ũ i Machira, alertou que este é um momento muito importante para explicar todos os desdobramentos do trabalho aos participantes. Machira lembrou a imp or t ânci a de ouv ir dos volu nt ár i o s su as dúv i d as , exp e c t at ivas e até mesmo preocupações, além de acompanhar suas opiniões após a nalização dos testes. A diretora de pesquisa a rmou que um dos problemas de aceitação da vacina contra a covid-19 no continente é a falta de testes realizados na região, o que preocupa a população.

O Ministério da Saúde lançou, na terça-feira (10), o Programa de Qualidade na Cardiologia (QualiSUS Cardio), iniciativa que tem, por objetivo, monitorar as condições da assistência cardiovascular no Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio do programa, serão estabelecidos metas, parâmetros e indicadores que poderão resultar em repasses para as unidades de saúde, de forma a estimular melhores serviços de cardiologia no País. De acordo com o ministério, o p r o g r a m a “c l a s s i c a o s estabelecimentos de saúde do SUS, habilitados no âmbito da alta complexidade cardiovascular, em níveis de desempenho a partir da avaliação de critérios relativos ao parâmetro de pro dução, à complexidade e à qualidade da assistência ofertada à população, estabelecendo incrementos sobre os valores de procedimentos cirúrgicos do aparelho circulatório”. S e g u n d o a s e c re t ár i a d e Atenção Especializada à Saúde, Maíra Botelho, estão previstos R$ 200 milhões em aportes para o p r o g r a m a . “A a d e s ã o é voluntária mas, se aderir, terá a obrigação de alimentar o registro nacional de implantes, no módulo angioplastia”, disse a secretária ao destacar que a complexidade dos procedimentos executados também será levada em

consideração. “Nosso objetivo é avaliar desempenho dos hospitais e premiar as boas práticas. É pagar para quem entrega o melhor resultado”, disse ao apresentar os quatro eixos do programa: diagnóstico situacional; modelo de aporte adicional dos recursos condicionado ao desempenho alcançado; fortalecimento dos processos de gestão e aprimoramento da qualidade assistencial; e capacitação pro ssional. A adesão dos hospitais ao programa será por meio do Sistema de Apoio à Implementação de Políticas em Saúde. Os estabelecimentos devem registrar seus respectivos atendimentos junto ao Registro Nacional de Implantes. O ministério informa que a classi cação por níveis de desempenho será atualizada a cada dois anos. O monitoramento e a avaliação serão feitos nos âmbitos federal, estadual, distrital e municipal, “responsáveis pelo controle do e f e t i v o c u mp r i m e nt o d o s critérios, parâmetros e indicadores”. Ao lançar o novo programa, o ministro Marcelo Queiroga alertou sobre alguns riscos que a falta de atualização dos preços pagos por alguns materiais podem trazer para o setor de saúde do País. “Aumentamos os preços pagos para as válvulas cardíacas

porque, caso contrário, não teremos uma válvula nacional desenvolvida, para dar conta do número de pessoas com idades mais av anç a d as qu e te r ã o doenças estruturais do coração”, disse o ministro tendo por base a transição demográ ca pela qual passa o Brasil, que apresenta uma população cada vez maior de idosos. Nesse sentido, acrescentou Queiroga, “temos de desenvolver nosso complexo econômico industrial da saúde, não só em relação a válvulas implantadas. Daí a necessidade premente de fazer correção nas distorções da tabela”, argumentou. “O ideal é acabar com a história de o Ministério da Saúde xar preços, porque nosso governo é liberal. Quem xa preço é o mercado. Temos de acabar com isso porque [em produtos cujo] preço que o ministério diz ser R$ 50, no setor privado às vezes é o dobro. E quem paga a conta é o bene ciário da saúde suplementar”, disse Queiroga. Segundo ele, como todo esse s i s t e m a é “ox i g e n a d o p or renúncias scais”, quem paga a conta é o consumidor e o SUS. “E muitos desses recursos não são ressarcidos ao SUS pelas operadoras de saúde. Apenas duas delas, inclusive que querem se fundir, devem R$ 1 bilhão para o sistema de saúde”, disse o ministro.


10 Criança hoje, Criança amanhã

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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Torturar uma Criança, vulnerabilidade e tolerâ ncia —Parte III Mesmo os bebês menores são prejudicados pela violência doméstica, que pode afetar diversas áreas de suas vidas

A

©DIRETO DAS RUAS

tomamos conhecimento de caso semelhante com um menino de quatro anos. Na Pediatria há conhecimento de tipos e idades de fraturas, de hematomas, de cicatrizações diversas, característicos de resultado de violência sofrida, que poderiam interromper uma tortura continuada. Mas não se ensina, por exemplo, que a fratura do fêmur em criança de dois anos ca na altura do chute do adulto, ou as fraturas da tíbia e do perônio de Criança de quatro anos cam na altura desses chutes. Não se ensina, por exemplo que as fraturas de base de crânio em bebês de meses, são resultado da parede onde eles foram arremessados por um adulto irritado com o seu choro. A ruptura de órgãos maciços, como fígado e baço, também tem

Proteção e Prevenção, Guia de Orientação para Pro ssionais de S a ú d e , d a Ab r a p i a , 1 9 9 7 , encontramos: “As lesões do crânio são reconhecidas como principal causa de morbidade e mortalidade. Os lactentes somam o maior risco, com 90% das lesões identi cadas antes dos dois anos de idade”. Além da tortura intrafamiliar pr at i c a d a p or m ã e e p ai s , principalmente, escondida em falso discurso de disciplina, a Criança sofre a tortura institucional, praticada por substitutos parentais, em especial, substitutas da mãe, como no caso da creche que veio à tona há algumas semanas, ainda sob a falsa desculpa disciplinar. Por vezes, toma-se a forma de Tortura Vicária. Uma nova forma de tortura de Crianças pequenas

©ANNEKA/DONOT6_STUDIO/SHUTTERSTOCK

vulnerabilidade de uma Criança para ser submetida a algum tipo de tortura — a lista é in nita — a d v é m d e s u a q u a s e t ot a l incapacidade de defesa diante de um adulto. E, consequente disso, a tolerância é do tamanho da vulnerabilidade. Mas, não consigo ver com clareza a tolerância dos outros adultos em relação à tortura de uma Criança. Se ela é muito escancarada e aparece com um tom, ou um som, de crueldade, a tor tura se torna objeto de repugnância, de revolta popular, alimentada pela mídia em seu tempo de “audiência”. Mas, não raro, ocorre uma espécie de identi cação com o agressor, com a imposição praticada por ele de uma dominação, e a culpa passa a ser da mãe que não estava

ocorrência frequente nas torturas intrafamiliares de Crianças. Na

está embutida na a rmação, já circulante, como se

pernoitar com o pai separado. A pseudojusti cativa é que aos seis meses o leite materno pode ser substituído por leite arti cial na mamadeira. Essa enorme e desastrosa redução da amamentação materna como um s i m p l ó r i o “ n u t r i e n t e ”, cancelando o todo do ato de acolhimento e de troca de olhares, escuta do batimento cardíaco da mãe, contato pele a pele, pousar a mãozinha no peito da mãe ou agarrar o dedo indicador dela enquanto suga, detalhes que compõem o conjunto essencial ao des envolvimento saudável, garantido pela Recomendação da Organização Mundial da Saúde. O aleitamento materno está sendo desquali cado porque

fundamentação e no civa à Criança, uma monetização, com vistas às alegações de alienação parental. Difícil supor que seria genuíno o desejo de pernoitar com um bebê que vai chorar, vai fazer xixi e cocô durante a madrugada, que não vai conversar, nem trocar ideias, e que isso seria a “felicidade” para o pai. Por que ele não teria se disponibilizado durante o casamento para que a mãe tivesse um fôlego de tranquilidade? Para além do leite materno e todo seu conjunto de benefícios, ou da mamadeira-nutriente, a Criança aos seis meses está numa fase de dependência absoluta da mãe, que nesses meses se torna a s u a re f e rê n c i a d e mu n d o.

meia dúzia de advogados vê, nessa a rmação sem

Segundo René Spitz, teórico do desenvolvimento infantil, a

©THINKSTOCK

cuidando bem. E mais, na dúvida, “deve ser bobagem da minha cabeça”, “uma mãe não faz isso”, “um pai não faz isso”. Há u ns 1 0 an o s , Pa l om a morreu de espancamento aos oito meses. Era a nona vez que a mãe a levava num Serviço de Urgência Pediátrica, porque “caiu do berço”. A mãe de Paloma, solo, não repetia o Hospital. Mas nove pro ssionais, pelo menos, constataram machucados na bebê. As Faculdades de Medicina não têm em sua grade curricular essa especi cidade, a violência física e sexual contra a Criança. E, pelo lobby dos agressores, os médicos pensam que vão arranjar problema, que vão ser chamados pela justiça toda hora, e que serão alvo de retaliação do agressor. Então fazem de conta qu e n ã o v i r am . O m é d i c o plantonista que atendeu Paloma na nona entrada em Urgência, descon ou e internou a Criança, para fazer outros exames. Mas, já era tarde, ela morreu poucas horas depois. Estava com uma hemorragia cerebral por contusão. Há alguns meses,

Criança com hematomas e marcas de mordidas por todo o corpo, feitas pelo próprio pai

Cartilha Maus-tratos contra Crianças e Adolescentes —

fundamentada fosse, de que o bebê de seis meses já pode

Criança nessa fase começa a sofrer a angústia de separação da mãe, angústia que vai acompanha-la por mais alguns meses. O mundo de referência para a Criança é constituído não só pelo cuidado e contato com a m ã e , m a s p e l o s e s t í mu l o s sonoros, pela voz da mãe, pelos cheiros do quarto, incluindo a roupa de berço, da casa e do corpo da mãe, pela luminosidade do ambiente, quarto e casa, pelos barulhos do ambiente, en m, tudo fornece um elemento tranquilizador de localização para o bebê, que sente como segurança. É desorganizador da mente infantil a mudança de ambiente nessa idade. Desorganizador. E, p o r t a n t o, e n l o u q u e c e d o r. Irresponsável, inconsequente, insalubre promover a ruptura da Relação Mãe-Bebê para satisfazer um adulto, atropelando a saúde mental da Criança. Com a frase “vai chorar no começo, m a s d e p o i s a c o s t u m a” é operacionalizada uma tortura para o bebê. Curioso que, no Seminário do Pacto Nacional pela Primeira Infância, Resultados e Avanços do Projeto Justiça Começa na Infância, foram exibidos projetos em operação sobre a permanência da Criança de Zero a s e i s ano s ju nto à s m ã e s apernadas, condenadas como homicidas, tra cantes, etc., que a Justiça se compromete com a manutenção do, indispensável, vínculo materno. Mas se a mãe é alcunhada de “alienadora”, a Criança de zero a seis anos é arrancada da mãe. É violado seu Direito. Tortura praticada pelo Estado. Seria a “alienadora” muito mais perigosa que a homicida?


COMPORTAMENTO 11

12 A 19 DE MAIO/2022

Por que achamos algumas pessoas chatas mesmo antes de conhecê-las? Imagine que você esteja em uma festa e seu amigo o chama para conhecer sua prima Bárbara. Para enriquecer a apresentação, o amigo traz algumas informações básicas. Bárbara mora em uma cidade pequena e trabalha como analista de dados em uma agência de seguros. E seu passatempo favorito é ver televisão. A essa a ltu r a , vo c ê p o d e j á e s t ar resmungando só de pensar em conhecê-la — e esta reação pode dizer muito, tanto sobre você, quanto sobre analistas de dados que gostam de TV. Pesquisas recentes indicam que as pessoas têm muitos preconceitos sobre as características que formam o estereótipo do chato. Como outros tipos de estereótipos, esses preconceitos podem não ser reais e objetivos, mas suas consequências são extremamente negativas. As pessoas julgam com severidade aqueles que preenchem os estereótipos de "chato" e os consideram menos competentes e simpáticos que a média das pessoas. Elas chegam a afastar-se injustamente deles nas interações sociais — antes mesmo que eles abram a boca. "Eles são marginalizados", a rma Wijnand van Tilburg, psicólogo especializado em experimentos sociais da Universidade de Essex, no Reino Unido, que conduziu a pesquisa recente. Essas descobertas podem fazer com que todos nós reanalisemos

nossas conjecturas antes de conhecermos Bárbara em uma reunião social. Quando iniciamos um encontro com

Em 2014, p or exemplo, pesquisadores da Universidade da Virgínia em Charlottesville, nos Estados Unidos, pediram aos

reação era especí ca para o ambiente do experimento, mas ela já foi reproduzida em outras situações. Em um estudo ©ISTOCK

expectativas indevidamente negativas, podemos perder uma conversa que talvez acabasse sendo agradável, enquanto uma mente mais aberta poderia fazer orescer uma amizade. E a pesquisa também oferece algumas dicas para melhorar a primeira impressão causada por nós mesmos. A pesquisa de van Tilburg é sustentada por mais de duas décadas de interesse cientí co pelas experiências com pessoas chatas. Ela demonstrou que esta é uma das nossas experiências mais torturantes e traz in uências profundas e surpreendentes sobre o nosso comportamento.

participantes de um estudo que passassem 15 minutos em uma sala com pouca mobília. Os participantes estavam sem seus telefones celulares, computadores e material de leitura, mas havia um aparelho que dava um pequeno choque elétrico a quem pressionasse um botão. Apesar da óbvia dor causada p elo ap arel ho, 18 dos 42 participantes decidiram testá-lo pelo menos uma vez para quebrar o tédio. Parece que qualquer estímulo, mesmo o desconforto físico deliberado, era melhor que não ter nenhuma interação com o ambiente. Você pode se perguntar se essa

posterior, os participantes foram forçados a assistir a um lme monótono que exibi a uma mesma cena de 85 segundos, repetida por uma hora — e muitos participantes preferiram brincar com um aparelho que gerava um choque elétrico desconfortável, quando tiveram a oportunidade. Esses comportamentos podem parecer bizarros. Mas, segundo James Danckert, professor de n e u ro c i ê n c i a c o g n it iv a d a Universidade de Waterloo, no Canadá, esses estudos apenas demonstram como o tédio pode ser poderoso para nos forçar a buscar novos estímulos — o que pode ter enormes efeitos

bené cos para o nosso dia a dia. Segundo ele, ao longo da vida, precisamos escolher constantemente entre esgotar a situação existente ou explorar outras oportunidades. E, depois de adotarmos o mesmo comp or t amento p or muito tempo sem a recompensa correspondente, o tédio nos força a mudar de atividade, para não carmos presos naquela rotina. A pesquisa de Danckert demonstra que os sentimentos de tédio são especialmente angustiantes quando somos conscientemente lembrados das out r as p o ss íve is fonte s d e estímulo que poderíamos estar explorando. As pessoas acham muito mais difícil, por exemplo, sentar-se em uma sala sem fazer nada, se estiverem olhando para um quebra-cabeça não terminado ou uma mesa com Lego sem permissão para tocálos. Isso pode explicar por que é insuportável car preso com uma pessoa chata em uma festa em meio a conversas animadas à nossa volta. Enquanto somos obrigados a ouvir os mínimos detalhes do emprego do nosso n o v o c o n h e c i d o, e s t a m o s perdendo a chance de fazer conexões sociais mais profundas com alguém que seria muito mais ajustado à nossa personalidade. Em termos psicológicos, nós percebemos o "custo de oportunidade" daquela conversa. A angústia causada pelo tédio

nos faz evitar naturalmente i nt e r a ç õ e s q u e n ã o s e j a m g r at i c a nt e s . O c o r r e q u e , infelizmente, os seres humanos têm a irritante tendência de prejulgar injustamente as pessoas c om b a s e e m i n for m a ç õ e s incompletas. Por isso, muitas vezes, nós decidimos que alguém é chato antes mesmo que ele tenha tido a chance de despertar nosso interesse. Em uma série de estudos publicados no início de 2022, van Tilburg propôs-se a identi car as características que ativam esse estereótipo. E essas descobertas podem nos oferecer um motivo para re etir sempre que percebermos que estamos prejulgando a personalidade de alguma pessoa. Em conjunto com Eric Igou, da Universidade de Limerick, na Irlanda, e Mehr Panjwani, da London School of Economics a n d Po l i t i c s , v a n T i l b u r g começou pedindo a um grupo de 115 moradores dos Estados Unidos que descrevessem as qualidades mais tipicamente associadas a pessoas chatas. Van Tilburg indica que as pessoas são muito mais propensas a aplicar estereótipos negativos a outras pessoas quando se sentem ameaçadas. Ao julgar você injustamente pelo seu trabalho ou hobbies, a pessoa pode estar apenas escondendo suas próprias inseguranças. A chatice, como a beleza, está na mente de quem observa.

Adolescente que ignora mãe? Estudo parece apontar uma explicação ©ISTOCK

" Vo c ê e s t á m e o u v i n d o ? " , pergunta a mãe de qualquer a d ol e s c e nt e d i s t r aí d o, e a resposta verdadeira provavelmente é não, segundo mostra uma pesquisa recente publicada no periódico Journal of Neurosciences no nal de abril deste ano. Segundo os cientistas, parece que é difícil realmente culpá-los. Imagens dos cérebros de adolescentes sugerem que a reação que temos a certas vozes muda naturalmente com o tempo, tornando a voz de nossa mãe menos valiosa. Ao escanear o cérebro de crianças com 12 anos ou menos, viu-se uma resposta neural explosiva à voz de sua mãe, ativando centros de recompensa e de processamento de emoções. No e n t a n t o, p o r v o l t a d o

aniversário de 13 anos, ocorre uma mudança. A voz da mãe não gera mais a mesma reação neurológica. Em vez disso, o cérebro de um adolescente, independentemente do gênero, parece mais responsivo a todas as vozes em geral, sejam novas ou já conhecidas. As mudanças são tão aparentes que os pesquisadores conseguiram adivinhar a idade de uma criança simplesmente com base em como seu cérebro respondeu à voz de sua mãe. "Assim como uma criança sabe sintonizar a voz de sua mãe, um adolescente sabe sintonizar novas vozes", explica o psiquiatra Daniel Abrams, da Universidade de Stanford (EUA). "Quando adolescente, você não sabe que está fazendo isso. Você está apenas sendo você: tem seus

amigos e novos companheiros e quer passar tempo com eles. Sua mente está cada vez mais sensível e atraída por essas vozes desconhecidas". Os pesquisadores suspeitam que isso seja um sinal de que o cérebro adolescente está desenvolvendo habilidades sociais. Em outras palavras, um adolescente não se fecha à sua família intencionalmente, seu cérebro está apenas amadurecendo de forma saudável. Para crianças pequenas, a voz da mãe desempenha um papel importante para a saúde e o desenvolvimento, impactando níveis de estresse, vínculo social, habilidades de alimentação e processamento da fala. Portanto, faz sentido que o cérebro de uma criança esteja especialmente sintonizado com a voz de seus pais. No entanto, chega um ponto em que ouvir outras pessoas além d a m ã e é m a i s v a nt aj o s o. "Quando os adolescentes parecem estar se rebelando por não ouvirem seus pais, é porque estão programados para prestar mais atenção às vozes fora de

casa", diz o neurocientista Vinod Menon, também da Universidade de Stanford. As descobertas se baseiam em re s u lt a d o s d e re s s on ân c i a magnética funcional publicados pela mesma equipe de pesquisadores em 2016, que descobriram que crianças com menos de 12 anos mostram circuitos cerebrais seletivamente ativados pela voz da mãe. Ao estender o estudo para 22 adolescentes, entre 13 e 16,5 anos, no entanto, a voz da mãe não teve o mesmo impacto. Em vez disso, todas as vozes ouvidas pelos adolescentes ativaram circuitos neurais associados ao pro cessamento auditivo, s e l e c i on an d o i n for m a ç õ e s importantes e formando

memórias sociais. Quando apresentados a uma gravação da voz de sua mãe dizendo t rês p a lavras s em sentido, em oposição à voz de um estranho dizendo a mesma coisa, as varreduras cerebrais dos participantes mostraram menos ativação nos centros de recompensa do cérebro. O mesmo aconteceu com o córtex pré-frontal ventromedial, que é a parte do cérebro que ajuda a determinar qual informação social é mais valiosa. Os pesquisadores esperam analisar como esses circuitos cerebrais diferem entre aqueles com condições neurológicas. Entre crianças mais novas, por exemplo, pesquisadores de St an ford d e s c obr i r am qu e

p e s s o a s c o m au t i s m o n ã o mostram uma resposta tão forte à voz de sua mãe. Saber mais sobre os mecanismos neurobiológicos subjacentes pode nos ajudar a entender como ocorre o desenvolvimento social. As descobertas do estudo atual são as primeiras a sugerir que, à medida que envelhecemos, nossa audição se concentra menos em nossa mãe e mais nas vozes de toda uma variedade de pessoas. A ideia é apoiada por outros estudos comportamentais e neurais, que também sugerem que os centros de recompensa no cérebro do adolescente são marcados por uma maior sensibilidade à novidade em geral. Essas mudanças podem ser peças-chave de um desenvolvimento social saudável, permitindo que os adolescentes compreendam melhor a perspectiva e as intenções dos outros. "Isso é o que descobrimos: este é um sinal que ajuda os adolescentes a se envolverem com o mundo e a for m ar c on e xõ e s qu e l h e s p e r m ite m s e r s o c i a l m e nte adeptos fora de suas famílias".


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

Já se fala em reeleição presidencial no primeiro turno ©BLOGDOLEITAO.COM.BR

N

O fato é que, quando falo de di culdades re ro-me às manobras políticas, jurídicas e midiáticas que a todo instante são desenhadas, ou melhor, rabiscadas por uma

©ISAC NÓBREGA/PR

as ruas, já se f a l a m n a reeleição do presidente Jair Bolsonaro no primeiro turno e eu acredito. Seria precipitação? Não sei, mas o que vimos é o

gordas do Estado e, por m, os institutos, que divulgam números estarrecedores, que beiram o ridículo, e nos fazem pensar que devem estar questionando eleitores de outro país e não os

esquerda desesperada e perdida, protagonizada pelos ventríloquos Rodrigo Pacheco, presidente do S e na d o e Ar t hu r L i r a , presidente da Câmara, os ministros do mais novo partido, o Partido Supremo Tribunal Federal (PSTF), os veículos de comunicação,

nossos. O importante é que o povo está esperançoso, não é momento de mudança, precisamos acreditar e apoiar. As projeções são boas e as medidas necessárias estão sendo tomadas. A Carga Tributária, em três anos, terá

©DIVULGAÇÃO/SINDIPETRO-SP

presidente sendo sempre mu ito b e m a c ol h i d o e aclamado pela população nas cidades nas quais passa ou faz uma pausa para lanchar pastel com caldo de cana. Todos sabemos que não será fácil, falo isso não pelo candidato da esquerda, o expresidiário Lula da Silva, que liderou, juntamente com José Dirceu, um dos vários esquemas de corrupção como o m e n s a l ã o, q u a n d o f o i presidente. E, para não cair no esquecimento, informar os eleitores mais jovens que o mensalão estourou em junho de 2005, quando o então deputado federal Roberto Jefferson denunciou, em entrevista, que o Partido dos Trabalhadores (PT) pagava 30 mil reais por mês a parlamentares em troca de aprovação de projetos do governo. O chamado “caixa 2”, oriundo de orçamentos de publicidades do setor público, era canalizado por uma agência de publicidade, de propriedade de Marcos Valério, e movimentou, segundo o Ministério P ú b l i c o, c e r c a d e 1 4 1 milhõ es de reais entre empréstimos e depósitos bancários para o exterior.

alíquotas dos produtos classi cados nos códigos relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produto Industrializados (Tipi): R$19,5 bilhões para 2022; R$ 20,9 bilhões para 2023 e R$ 22,5 bilhões para 2024, gerando mais postos de trabalho. O trá co de entorpecentes está sendo combatido. A Polícia Rodoviária Federal realizou, na terça-feira (10), uma apreensão histórica na região de Santa Inês (MA). Foram cerca de 276 quilos

que sempre esbanjaram recursos de estatais e, hoje, lutam para retornar às tetas

redução de R$ 62,9 bilhões, o governo promoverá a redução geral de 25% das

de cocaína, totalizando um prejuízo de milhões para a quadrilha.

Na saúde, o Programa Médicos pelo Brasil, depois de Nova Friburgo (RJ), chegou ao Estado do Maranhão, ou seja, chegou em locais com di culdade de demanda pro ssional e com alta vulnerabilidade social. Ao todo, o Governo Federal investiu cerca de R$ 783,6 milhões na iniciativa que disponibiliza mais de 4,6 mil vagas em todo País. Em síntese, o Brasil está sendo conduzido primorosamente e com muita responsabilidade pelo presidente. Pegou uma pedreira pela frente que foi a pandemia e, apesar de vários governadores como Renato Casagrande (PSB), terem decretado, com ns eleitoreiros, o LOCKDOWN, ou a política do que em casa, a economia a gente vê depois, o governo conseguiu superar e fez o País avançar. E, por m, mais uma vez, Bolsonaro mostra que um l í d e r pre c i s a , a l é m d e

Minas e Energia, com o intuito de dar continuidade a o p r o c e s s o d e desestatização da Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras). Uma decisão mais que acertada, uma forma de conseguir baixar os preços dos combustíveis e derivados. A concorrência é saudável para a dinâmica do mercado livre, onde há concorrência, há qualidade e queda nos preços, é a regra do jogo. Não adianta se espernear, gritar e muito menos conspirar, a realidade é que o presidente conta com aprovação de mais de 80% do eleitorado e com chances reais de se reeleger já no primeiro turno. Comemos coisas azedas no passado e podemos extrair coisas boas dessa indigestão. Despertamos para a política e estamos entendendo melhor o processo. Hoje, conhecemos de longe os malfeitores e aprendemos que o voto é

coragem, saber tomar decisões necessárias no momento certo. Mudou o comando do Ministério das

muito mais que um simples apertar de teclas. A nal, o problema não é errar, mas permanecer no erro!

TATI BELING


BRASIL 13

12 A 19 DE MAIO/2022

A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

Presidente Jair Bolsonaro no Espírito Santo Governo reduz alíquotas de importação de alimentos e insumos para produção agrícola nos dias 27 e 28 deste mês

Projeto de reflorestamento de áreas queimadas causa polêmica em debate na CMA

©MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL ©BANCO DE IMAGENS

O comunicado da agenda do presidente foi feito pelo deputado federal Evair de Melo (PP) pelo seu Twitter. “27 e 28 de maio. Presidente no Estado, numa visita o cial. Na sexta-feira (27), inauguração da pista do Aeroporto de Linhares e Contorno do Mestre Álvaro. No sábado (28), visita às obras do Convento da Penha e ao Santuário de Anchieta”.

Governo Federal conclui viaduto de Barra do Ribeiro, na BR-116/RS O Governo Federal, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), entregou mais uma obra especial da duplicação da BR-116/RS, entre Guaíba e Pelotas. O viaduto de Barra do Ribeiro, localizado no km 319 da rodovia, tem ©DIVULGAÇÃO/DNIT

60 metros de extensão, faixa dupla e integra os lotes 1 e 2 da duplicação. Os lotes estão sendo executados pelo Exército e já têm mais de 75% do total dos serviços previstos executados. Neste segmento entre o km 300,54 e o km 351,34 — já estão em operação 26,1 quilômetros de pistas duplicadas, o que representa 51,3% do trecho em obras. O investimento total do empreendimento, relativo aos 211 quilômetros totais de extensão, é de R$ 1,5 bilhão. As obras de duplicação da BR-116/RS totalizam 136,5 quilômetros de novas pistas já em operação. Isso representa 64,6% dos 211,2 quilômetros em obras. O lote 4, que compreende segmentos nos municípios de Tapes e Camaquã, com 23,9 quilômetros de extensão, foi o primeiro a ser totalmente duplicado e liberado ao tráfego. Já o lote 3, em Tapes, está 92,6% concluído, faltando a conclusão da conexão com o lote 2 e pequenos serviços. O lote 5, que é responsável por segmentos em Camaquã e Cristal, teve a ordem de início dos serviços remanescentes assinada no nal de abril e os trabalhos já iniciaram no trecho. O lote 7, em São Lourenço do Sul, está com serviços em execução no acesso ao município. Os lotes 6, 8 e 9 devem ter a licitação para a conclusão dos serviços remanescentes realizada neste ano. Em relação ao lote 10, a obra da ponte sobre o rio Comaquã foi licitada na modalidade de Regime Diferenciado de Contratação Integrada (RDCi) e a empresa está na fase de desenvolvimento dos projetos.

Randolfe acionar o TSE contra auditoria de urnas eletrônicas? ©TWITTER

O s e n a d o r Randolfe Rodrigues, coordenador da campanha eleitoral de Lula (PT), acionou o tribunal Superior Eleitoral (STE) contra a auditoria privada para scalizar as eleições, que será contratada pelo Partido Liberal (PL), segundo a n ú n c i o d o presidente Jair Bolsonaro. Qual o medo da auditoria?

O Governo Federal zerou a alíquota do imposto de importação de alimentos como medida para auxiliar o combate à in ação. Também reduziu alíquotas de dois insumos para a produção agrícola e de vergalhões de aço. A decisão foi divulgada nesta quarta-feira (11) em reunião do Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex). As reduções entram em vigor na quinta-feira (12) e valem até o dia 31 de dezembro de 2022. A redução foi feita via inclusão na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul (Letec). Foram zeradas as alíquotas de carnes congeladas de bovinos desossadas, pedaços e miudezas de frango congelados, farinha de trigo, outros trigos e mistura de trigo com centeio, milho em grão, bolachas e biscoitos e outros produtos de padaria e pastelaria. Ao cortar o imposto de importação, o Governo barateia a compra de produtos fabricados no exterior. Em março, o Gecex já havia zerado as alíquotas de seis alimentos. A alíquota é um percentual utilizado para calcular o valor nal de um imposto que será pago por uma pessoa física ou jurídica. De acordo com o Ministério da Economia, a medida priorizou itens que têm maiores impactos sobre a cesta de consumo de camadas mais pobres da população, com o objetivo de ajudar no combate à in ação, considerando mercadorias que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “Alguns produtos especí cos, que tem um impacto grande sobre a população, temos buscado fazer reduções grandes de alíquotas”, disse o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys. “Sabemos que essas medidas não revertem a in ação, mas elas aumentam a contestabilidade dos mercados. Um produto que está começando crescer muito de preço, diante da possibilidade maior de importação, os empresários pensam duas vezes antes de aumentar tanto o produto”, explicou.

Izalci critica ausência do TSE no debate sobre prestação de contas partidárias ©WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) lamentou, em pronunciamento nesta terça-feira (10), a ausência de representantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sessão temática realizada na quinta-feira (5), quando foi debatido o projeto de Lei (PL 700/2022), que prevê alterações na Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/1995) e na Lei das Eleições (Lei 9.504/1997), para determinar novas normas de prestação de contas partidárias e eleitorais. “Evidentemente, o ministro não compareceu à audiência e o coordenador, um servidor do TSE, simplesmente mandou um e-mail com uma justi cativa em que informava que o ministro já havia agendado um compromisso nesse mesmo dia e horário. A ausência do ministro a gente até entende: agora, a ausência de um servidor do TSE? Isso signi ca dizer que não deram nenhuma atenção ao Senado Federal”, criticou. Izalci ressaltou a importância de se discutir a matéria, pois, para ele, o objetivo é dar transparência a essas questões que envolvem prestações de contas dos partidos políticos. Ressaltou que o mais grave não é o mérito ou a discussão da matéria; mas a falta de credibilidade do Senado Federal junto ao TSE, que, pela atitude de seu representante, desprestigiou o convite do parlamento para debater um assunto de tal importância.

©GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) debateu, nesta quartafeira (11), um projeto de lei que obriga o re orestamento de áreas r u r a i s c om ore s t a nativa que sofreram queimadas ilegais (PL 135/2020). Senadores e representantes de órgãos e instituições relacionados a meio ambiente e agricultura se dividiram entre defesa e críticas à proposta, de autoria de Jorge Kajuru (Podemos-GO). Presidente da CMA e relator do projeto, o senador Jaques Wagner (PT-BA) a rmou que, com os "devidos aperfeiçoamentos", vê como positiva a eventual aprovação do PL 135. Para o professor Ricardo Rodrigues, da Universidade de São Paulo (USP) e da ONG Coalizão Ciência e Sociedade, o combate a incêndios orestais deve ser uma prioridade nacional. “O fogo no Brasil é usado na expansão das fronteiras agrícolas, o que impede qualquer planejamento ambiental ou agrícola na expansão dessas fronteiras. Continuamos abrindo propriedades com irregularidades para reservas legais e matas ciliares. O Brasil não está comprometido com o desenvolvimento sustentável, todas as pesquisas cientí cas comprovam isso, devido a esse modelo de expansão baseado nas queimadas”, lamentou o cientista. A secretária-executiva do Observatório do Código Florestal, Roberta del Giudice, pediu que o Brasil combata o que chamou de "ciclo do desmatamento". “Vivemos um ciclo criminoso ligado à regularização fundiária, o objetivo é sempre esse. Um quadro de grilagem de terra sistemático, ocupações ilegais, violências no campo, formação de milícias e quadrilhas. Visando à regularização fundiária, com a posterior comercialização dessas terras. As queimadas são o sintoma desse fenômeno brasileiro”, denunciou a representante do observatório, que reúne 28 instituições da sociedade civil com objetivo de monitorar a implementação da Lei Florestal no País. O senador Paulo Rocha (PT-PA) também advertiu que, no seu estado, as queimadas cresceram muito nos últimos anos, e por isso é necessária uma legislação mais dura no combate a criminosos ambientais. “O objetivo deste projeto é apertar os devastadores, os indisciplinados. Nos últimos cinco anos aumentou a devastação na Amazônia, como os próprios dados o ciais nos comprovam todos os dias”, denunciou. Já o senador Zequinha Marinho (PL-PA), que presidiu a maior parte da reunião, criticou o PL 135. Para ele, o Brasil já tem um marco regulatório condizente no combate a queimadas ilegais. Além disso, avaliou, o PL 135 partiria de "premissas irreais", entre outros motivos, devido ao dé cit que, no entender do senador, o Brasil ainda tem na regularização fundiária. “É um consenso que a queimada criminosa deve ser punida, mas questões estruturais da produção rural precisam ser observadas. Por exemplo, se um fogo sair de controle numa pequena propriedade da agricultura familiar, orestas de outras dezenas de pequenos produtores serão atingidas. O que esse pessoal todo vai fazer, vai parar de produzir alimentos para re orestar ou vai abandonar o assentamento? Esse projeto é irreal. O Código Florestal [Lei 12.651, de 2012] já disciplina a questão das queimadas. E sem regularização fundiária, é uma ilusão achar que vamos pegar o CPF ou CNPJ de quem realiza queimadas ilegais”, criticou Zequinha, autor do pedido para a audiência pública. O senador também esclareceu que a maior parte dos produtores brasileiros ainda necessita "tecni car" a produção para que o uso do fogo seja abandonado. Para o representante do Ministério da Agricultura, Pedro Neto, o PL 135 ainda corre o risco de abrir brechas legais que resultarão no aumento das queimadas. “O projeto é bem intencionado, mas o resultado pode ser o oposto. Produtores rurais inescrupulosos poderão causar incêndios intencionalmente em APPs (áreas de preservação permanente) e reservas legais visando ao re orestamento na exploração de essências orestais de alto valor comercial”, alertou. O representante do Ministério da Agricultura concordou com Zequinha Marinho, reforçando que o Código Florestal e outras ferramentas já comporiam um "marco jurídico apropriado" no combate às queimadas. Pedro Neto também avalia que o re orestamento obrigatório como previsto no PL 135 pode fazer cair a produção alimentar. Dois representantes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) também zeram ponderações. Rodrigo Justus, consultor jurídico da CNA, pediu que o Senado priorize a votação do PL 11.276/2018, que trata do manejo integrado do fogo, em vez do PL 135. Já Leonardo Minaré, da assessoria técnica da CNA, advertiu que o PL 135 não daria conta de encontrar o "nexo de causalidade" entre criminosos ambientais e eventuais propriedades vítimas de incêndios. Além disso, o projeto estabeleceria uma espécie de "pena perpétua" com, na prática, uma expropriação por meio do re orestamento, avaliou.

Campanha do PT na lona ©YAHOO FINANÇAS

Nem mesmo os petistas acreditam numa vitória de Lula na próxima eleição. Suas aparições são vergonhosas e esquizofrênicas. Isso mostra que a era PT está quase com o caixão lacrado, o partido teve sua oportunidade, mas preferiu não cuidar de quem deveria cuidar de verdade, o povo brasileiro. Colhemos o que plantamos!


14 GERAL

12 A 19 DE MAIO/2022

ADRIANA VASCONCELLOS PEREIRA Bacharela em Direito pela Faculdade Minas Gerais (Famig-MG) Pós-graduanda na Escola de Magistratura do Espírito Santo — Esmages

É lei Quem agredir mulher terá que pagar ao SUS os custos do tratamento da vítima

E

m 2019 foi publicada a lei 13.871/19, que determina ser responsabilidade do agressor, que praticar atos de violência doméstica, ressarcir o SUS por tratamento da vítima e pelos dispositivos de segurança por elas utilizados. A norma altera a L e i M a r i a d a Pe n h a p a r a acrescentar a previsão. Segundo a l e i, o d i n h e i ro d e ve r á s e r depositado no fundo de saúde do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os serviços. O te x to e sp e c i c a qu e o re s s arc i m e nto n ã o p o d e r á diminuir o patrimônio da vítima ou de seus dependentes. A reparação dos danos também não poderá atenuar nem substituir a pena aplicada na esfera criminal. A lei acrescenta três parágrafos ao artigo 9º da Lei Maria da Penha. O primeiro determina que o agressor deverá ressarcir t o d o s o s d a n o s c au s a d o s , inclusive ressarcir o SUS, pelos custos do atendimento prestado à vítima. O segundo parágrafo dita que o agressor também deverá

©PREFEITURA DE SAQUAREMA

ressarcir os custos com os dispositivos de segurança usados em caso de perigo iminente e disponibilizados para o monitoramento das vítimas de v i o l ê n c i a o u f a m i l i a r. O ressarcimento feito pelo agressor, segundo o terceiro parágrafo, não importará ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes e nem servirá como atenuante ou substituição da pena aplicada. Veja a íntegra da lei. L E I N º 1 3 . 8 7 1 , DE 1 7 DE SETEMBRO DE 2019 Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para dispor sobre a responsabilidade do agressor pelo ressarcimento dos custos relacionados aos serviços de saúde prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às vítimas de violência doméstica e familiar e aos dispositivos de segurança por elas utilizados. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Artigo único. O art. 9º da Lei nº

11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 4º, 5º e 6º: "Ar t . 9º ......................................................... ........................................................ § 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher ca obrigado a ressarcir t o d o s o s d a n o s c au s a d o s , inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total tratamento

das vítimas em situação de violência doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os serviços. § 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de p er igo iminente e disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor. § 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo

não poderá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes, nem con gurar atenuante ou ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada" (NR). Brasília, 17 de setembro de 2019; JAIR MESSIAS BOLSONARO Luiz Henrique Mandetta Damares Regina Alves Essa é uma medida para tentar constranger o agressor, para que ele responda pelas consequências de seus crimes perante o Estado e a sociedade. Contudo, já existem medidas legais su cientes, nas

quais podemos questionar se estão sendo implementadas ou não, pode a vítima, por exemplo, pedir indenização na Justiça. No entanto, essa é uma medida civil, ou seja, o agressor não será julgado na esfera criminal se não pagar ao Estado, que será quem deverá processá-lo. E, caso o agressor não tenha dinheiro, não irá pagar, cará endividado, terá punições civis e não criminais. De acordo com o Planalto, a medida é necessária para que o agressor responda “por seus atos de violência contra a mulher, não só na esfera penal e na criminalização de sua conduta, mas, também, por meio de ressarcimento aos danos materiais e morais causados pela sua conduta ilícita”. Por m, o texto ressalta que o ressarcimento previsto com relação aos serviços de saúde e dispositivos de segurança citados “não poderá causar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher” e da família dos seus dependentes, nem con gurar atenuante ou possibilitar uma oportunidade da substituição da pena aplicada”.

OMS sugere que medidas simples podem reduzir 70% das infecções nascidos são especialmente vulneráveis a infecções hospitalares e se bene ciarão de "bons programas de prevenção e

rendimentos médios e baixos terão "pelo menos uma infecção relacionada aos cuidados de saúde".

©MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Medidas como boa higiene das mãos podem prevenir 70% das infe cçõ es em ambiente de cuidados de saúde, recomendou

a Organização Mundial da Saúde (OMS). A agência das Nações Unidas lembra que pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos e recém-

controle de infecções". De acordo com dados de 2016 e 2017, 7% dos pacientes em hospitais de países com rendimentos altos e 15% dos de

O Centro Europeu de Prevenção e C ontrole de Doenças estima que ocorram anualmente 4,5 milhões de infecções em países da União

Europeia, não só em hospitais mas também em serviços como lares de idosos. C erc a de um qu ar to d as pessoas que contraem septicemia e metade das que são tratadas em unidades de cuidados intensivos morre todos os anos, com taxas de mortalidade "duplicadas ou triplicadas quando as infecções são resistentes a antibióticos". Na avaliação OMS, Portugal está entre os países com programas de controle e prevenção de infecções instalados, com avaliações regulares de sua e cácia e atualização em função dos números. Em 2020 e 2021, anos em que foi sentido o impacto da pandemia de covid-19, 11% dos países não tinham qualquer programa ou plano operacional para conter as infecções, 54% tinham planos que só eram aplicados parcialmente ou não eram executados, 34% tinham planos nacionais e apenas 195

tinham mecanismos de monitoramento de e cácia. De acordo com a organização, em 2019, "15,2% de todas as instalações de saúde cumpriam todos os requisitos mínimos para o controle de infecções". A OMS cita "progressos encorajadores", com aumento do percentual de

probabilidade de avançar na aplicação dos seus programas do que aqueles com menos rendimentos, nos quais houve "poucos progressos" entre 2018 e 2021. "A OMS apela a todos os países que aumentem o investimento em programas de prevenção e

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES países como pontos focais para controle de infecções ou orçamentos especí cos para formação de pro ssionais de saúde. Os países com rendimentos mais altos têm oito vezes mais

controle de infecções para garantir a qualidade dos cuidados prestados e a segurança dos pacientes e trabalhadores". Lembra que o investimento no setor "melhora os resultados e diminui os custos".


COTIDIANO 15

12 A 19 DE MAIO/2022

Campanha “convida” Baleias evoluíram em três fases rápidas, algumas empresas a revela estudo irem para Marte ©UNSPLASH/CCO DOMÍNIO PÚBLICO

©DIVULGAÇÃO/REDE BRASIL DO PACTO GLOBAL DA ONU

Após anunciar nova estratégia para alcançar seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, em evento realizado no dia 27 de abril, em São Paulo, a Rede Brasil do Pacto Global da ONU lançou uma campanha inusitada: um convite para que as empresas que não apoiam as iniciativas de sustentabilidade corporativa se mudem para Marte. “Não existe Planeta B. Precisamos agir e todas e todos nós precisamos fazer as nossas partes. Precisamos cada vez mais que as empresas se comprometam com metas e precisamos para agora. Não adianta pensar a longo prazo, já estamos muito atrasados. Por isso, a Rede Brasil do Pacto Global da ONU criou Movimentos, que são chamamentos ao setor privado p a r a a s s u m i re m a m bi ç õ e s importantes com prazos para o

alcance dos objetivos da Agenda 2030. Compromissos sobre água, mitigação de carbono, direitos humanos, anticorrupção, todos temas fundamentais para o Brasil. Sem deixar ninguém para trás”, a rmou Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU. A campanha, criada p ela agência de publicidade AlmapBBDO, defende que não há mais espaço na Terra para empresas que não se preocupam com a sustentabilidade e com a sociedade, mas que elas serão muito bem-vindas em Marte. Os argumentos para incentivar a mudança são vários, entre os quais: operações que se instalarem no Planeta não precisarão seguir nenhuma regra, pois lá não há orestas, rios e animais para serem preservados; os dias são mais longos, o que possibilita jornadas de trabalho maiores; um ano no Planeta

equivale a quase dois anos da Terra, o que reduz o período de férias dos funcionários; não há exigências de salários justos; a carga tributária é zero; e não há práticas de equidade de gênero e raça. Para fortalecer essa premissa, foi produzido um lme que enfatiza benefícios e vantagens para as empresas montarem suas operações em Marte, já que elas ainda não assinaram o compromisso do Pacto Global que visa potencializar a importância de questões sustentáveis, sociais e trabalhistas — con ra o lme AQUI. A campanha teve início com teasers vendendo Marte como um “novo conceito de destino de negócios” e agora pode ser conferida na íntegra nas redes sociais o ciais do Pacto Global. “Essa campanha marca o lançamento da Ambição 2030 da Rede Brasil do Pacto Global, que, por meio de sete movimentos ligados às suas plataformas de ação, vai engajar as empresas a assumirem compromissos relacionados ao alcance de sete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A hora de agir é agora e o planeta não pode mais esperar, por isso apostamos na ousadia desse tema da mudança para Marte”, explica Otávio Toledo, Head de Marketing, Eventos e Comunicação do Pacto Global.

Cientistas recriam perfume de Cleópatra: 'Base picante acompanhada de doçura' Como teria sido a fragrância usada pela última rainha do Egito? ©WIKIMEDIA COMMONS/DOMÍNIO PÚBLICO

Uma essência que parecia com o perfume que Cleópatra usou enquanto reinava o Egito Antigo foi recriada por cientistas a partir de uma combinação de receitas históricas de textos hieróglifos, expedições arqueológicas, análise química e muita tentativa e erro. Por muito tempo, tudo o que a ciência sabia sobre essas fragrâncias estava em registros não tão fáceis de serem entendidos: o signi cado exato dos hieróglifos dessas receitas foram se perdendo e se tornou difícil reproduzir o perfume de maneira el. O que se sabe ao certo são os nomes dos óleos usados em ritos funerários e rituais do templo da época de Cleópatra, que puderam ser entendidos a p ar t ir, principalmente, de um livro de receitas atribuído a rainha após sua morte. No entanto, sua composição é incerta.

E m 2 0 1 2 , p o r é m , pesquisadores se animaram com a descoberta do que pode ter sido uma fábrica de perfumes no pass ado em mouis, uma extensão de Mendes, conhecida por suas fragrâncias em todo o Mediterrâneo. A partir dos resíduos coletados no fundo de ânforas — como são chamados os antigos vasos cerâmicos que armazenavam produtos e, neste caso, provavelmente perfumes — e n c ont r a d a s n a re g i ã o, o s

especialistas puderam recriar o possível cheiro de Cleópatra. No perfume exposto, havia cardamomo, canela e azeite de oliva em uma base de mirra, resina aromática extraída de uma planta homônima, como relatou o portal Gizmodo, do UOL. Ainda assim, esse provavelmente não é o produto nal desse estudo. Eles usaram uma variedade de ing re dientes e méto dos de cozimento para reproduzir o famoso perfume “Mendesiano”, segundo reportou o IFLScience.

Um novo estudo revelou pela primeira vez que a diversidade que vemos nos crânios de baleias (Cetacea) foi alcançada através de três períodos-chave de rápida evolução. A pesquisa reuniu o conjunto de dados de varredura 3D mais expansivo de todos os tempos para crânios de cetáceos, abrangendo 88 espécies vivas (representando 95% das espécies de cetáceos existentes) e 113 espécies fósseis e cobrindo 50 milhões de anos de evolução. As baleias têm uma fascinante história evolutiva, passando de terrestres a totalmente aquáticas em apenas oito milhões de anos. Os espécimes estão bem documentados historicamente porque seus corpos são facilmente preser vados em sedimentos oceânicos e seu grande tamanho os tornou muito mais fáceis de encontrar e recuperar para estudo. A Drª Ellen Coombs, líder do estudo e que fez seu doutorado no Museu de História Natural de Londres e no University College L on d on ( R e i n o Un i d o ) , a rmou: “Reunimos o mais extenso conjunto de dados cranianos para baleias que existe no planeta. Nossos dados vieram de espécimes de espécies vivas e de baleias fossilizadas, 32 das

quais são mantidas nas coleções do Museu de História Natural". Alterações no crânio “Na verdade, os dados usados para a maior espécie de baleia e animal que já existiu — a baleiaazul — vieram de Hope, o premiado esqueleto de baleiaazul do Museu de História Natural, que está pendurado no Hintze Hall”, prosseguiu a Drª C o ombs. “C omo o crânio captura muitas das alterações

mais extremas na alimentação, respiração e estruturas sensoriais, é ideal para entender ess as mud anç as rápid as e radicais, mas nenhum estudo anterior reconstruiu a evolução do crânio dos cetáceos em toda a extensão de sua diversidade viva e extinta”. A pesquisa, publicada na revista Current Biology, revelou que houve três rápidas explosões de evolução das baleias, sendo a primeira de 47,8 a 42 milhões de anos atrás. Foi quando as antigas baleias conhecidas como Archaeocetes entraram pela primeira vez na água e mostraram rápidas mudanças n a m or fol o g i a d o c r ân i o, possivelmente devido à falta de competição, resultando em alterações que permitiriam às espécies aproveitar os recursos alimentares abundantes.

“Dentro de 8 milhões de anos, os ancestrais das baleias deixaram de ser totalmente terrestres, como o Pakicetus peludo de quatro patas que vivia ao redor da borda do Mar de Té t i s , p a r a s e t o r n a r e m t o t a l m e n t e a q u á t i c o s ”, comentou a Drª Coombs. “Isso é super-rápido em termos evolutivos”. A segunda onda de d ive rs i c a ç ã o ve i o e m 3 9 milhões de anos, quando surgiu

a d i ve rgê n c i a d a s b a l e i a s dentadas, Odontoceti, e as baleias de barbatanas, Mysticeti. O s o d ont o c e t o s s of re r a m mudanças drásticas nas regiões nasal e facial do crânio para permitir uma ecolocalização mais especializada, enquanto o crânio do misticeto se adaptou para permitir a alimentação em massa de presas menores. Ecolocalização renada Finalmente, entre 18 milhões e 10 milhões de anos atrás veio a evolução craniana altamente especializada, sobretudo em espécies como o cachalote. O re namento da ecolocalização fez com que essas baleias dentadas não precisassem mais ver suas presas e pudessem mergulhar mais fundo e se tornarem alimentadores mais especializados. O estudo também revelou que ao longo de sua história os misticetos pareceram evoluir em um ritmo mais lento do que os odontocetos. Parece que os misticetos alcançaram uma morfologia ideal para alimentação por ltro e seus crânios não tiveram que mudar muito, exceto em tamanho, desde então. “Uma coisa da qual estamos realmente orgulhosos com este estudo é a distribuição dos espécimes incluídos”, observou a Drª Coombs. “Para este estudo, zemos um esforço preocupado a m de incluir espécimes importantes do hemisfério sul, incluindo Peru e Nova Zelândia. Desta forma, esperamos dar uma visão precisa da evolução de um grupo que realmente conquistou o globo”. E sp e r a - s e qu e t r ab a l ho s futuros possam utilizar essas descobertas enquanto estudam as mudanças ambientais para entender completamente a evolução das baleias e prever e proteger contra as mudanças que podem colocar em risco essas criaturas incríveis.


16 GERAL

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GRACIMERI GAVIORNO Delegada de polícia; mestre e doutora em direitos fundamentais; professora; Instrutora e mentora profissional para lideranças

Café Coado... e as Cidades Humanas, Inteligentes e Seguras! ©REPRODUÇÃO

A

busca por segurança nos levou a viver em comunidades urbanas. Paradoxalmente, as cidades têm sido, na atualidade, sinônimos de insegurança. A violência parece estar cada vez mais presente em nossos dias, despertando o medo daqueles que vivem nos centros urbanos. Isso tem levado as pessoas a buscar, na zona rural, a tranquilidade que não encontram na cidade. O problema é que a insegurança também chegou nesses espaços. O medo alimenta o comércio de armas, de cercas e de monitoramentos eletrônicos, en m, de toda cadeia da segurança privada, que vem crescendo por uma di culdade da sociedade e do Estado em garantir um dos direitos básicos do cidadão: a segurança. O pânico causado pela violência também movimenta o mercado político e faz surgir os palpiteiros que nada entendem de segurança pública e que são incapazes de apresentar qualquer solução efetiva para um problema real que atinge toda a população. De forma perversa e s i mp l i c a d a , o s d i s c u r s o s

parecem unir as cidades, a tecnologia e as pessoas em torno do medo e dos interesses que não devolvem a tranquilidade para a população. A sensação de insegurança e a ausência de políticas concretas para tornar as relações sociais mais estáveis e seguras tem elevado a falta de con ança na representação política e prejudicado a legitimação dos poderes. Bauman, em sua obra denominada “Comunidades”, chama a atenção para o

afastamento que ocorre entre o poder e a política e apresenta como desa o supremo deste século o de promover esta reaproximação. Ainda que essa classe política emergente d a s ens aç ão de insegurança aparentemente tenha ouvido o clamor popular, existe um grande problema de comunicação entre os governantes e os cidadãos. Há uma expectativa de que, até 2050, 70% da população mundial viva em cidades. O grande desa o que se apresenta aos governantes é o

de melhorar a qualidade de vida dessa população que anda tão assustada. Mas o assunto não tem recebido a devida atenção e, segundo Victor Weber, fundador e Alexia diretor do Future Real Estate Debacker Institute, no site do World Espinoso Economic Forum, isso se dá porque os projetos são i d e a l i z a d o s p or p o l ít i c o s , c onsu ltore s , a c a d ê m i c o s e empresas de tecnologia, sem diálogo com a população, que deveria ocupar papel central na discussão sobre o planejamento do futuro de sua cidade.

Uma ação importante consiste em investir na formação continuada das Polícias e das Comunidades. E as universidades podem desempenhar um importante p ap el no des envolv imento humano, em especial às questões ligadas à segurança pública. As pesquisas acadêmicas precisam fazer o movimento de sair da clausura dos artigos que não encontram proximidade com as ruas. As obras seculares não foram escritas em gabinetes ou bibliotecas, mas nasceram do encontro entre o intelecto e a vivência popular. O Espírito Santo teve uma experiência muito boa com o meio acadêmico entre os anos 1999 e 2001, quando as polícias, Civil e Militar e também as comunidades foram para os bancos universitários estreitar o c on he c i me nto té c n i c o e o diálogo quali cado para a melhoria da segurança pública. As tecnologias, por outro lado, s ã o c a d a ve z m ai s imprescindíveis na melhoria da qualidade de vida, mas devem estar em harmonia com as expectativas de seus

destinatários. As expectativas não são construídas em laboratórios. Elas são frutos de interações sociais diversas e continuamente mutáveis. Ao conhecimento dessas expectativas não se chega por suposições, mas pela escuta ativa do cidadão bene ciário e deve encontrar eco no conhecimento próprio dos especialistas e pro ssionais de segurança. É o cidadão quem vai orientar as polícias em relação as suas prioridades e o conhecimento t é c n i c o, e s p e c i a l i z a d o, d o pro ssional de segurança deve interagir com as expectativas sociais. Por isso, é tão importante a participação social. A vida acontece em comunidade e o ser humano deve ser protagonista da c o n s t r u ç ã o e d o desenvolvimento do espaço social em que vive. Q u a n d o i s s o a c o n t e c e r, podemos dizer que as cidades humanas, inteligentes e seguras não são aquelas que estão pensando em pessoas apenas, mas as que estão pensando com as elas, com as pessoas que nela vivem!

Transtorno disfórico pré-menstrual pode ser confundido com ansiedade O Transtorno Disfórico PréMenstrual, ou TDPM, acomete mulheres alguns dias antes da menstruação e é uma forma mais grave da tensão pré-menstrual. Esse problema traz prejuízos na capacidade de trabalhar, de se relacionar com as pessoas e de cuidado próprio das mulheres, por gerar sintomas como vontade de se isolar, alta irritabilidade e tristeza. C r i s t i n a Mar t a D e l B e n , professora do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, explica que "a mulher pode s e s entir mais triste, mais desesperançosa, também pode ter sintomas de ansiedade, choro fácil e perceber variações, utuações do seu humor". Além disso, podem ocorrer os sintomas somáticos, como "ter edema de membros inferiores — as pernas cam mais inchadas — pode

haver dor de cabeça, aumento do volume da mama, maior sensibilidade ao toque". Por ter sintomas parecidos, o TDPM pode ser confundido com uma crise de ansiedade ou de depressão. Mas a professora ressalta que são duas condições m é d i c a s d i f e re nt e s . " Nu m t r a n s t o r n o d e p r e s s i v o, o s sintomas se mantêm por várias semanas sem interrupção." Já o Transtor no Disfór ico PréMenstrual tem uma característica cíclica, surgindo no s d i as qu e ante c e d e m a menstruação. "Em geral, de cinco a sete dias antes da menstruação e tende a desaparecer dois ou três dias após o início do sangramento", pondera. Causas As causas estariam associadas à queda abrupta, um pouco antes do período pré-menstrual, do hormônio progesterona e do

estrógeno, que acaba atingindo um sistema de neurotransmissão que ajuda a controlar a ansiedade. De acordo com Cristina, uma d a s h ip ó t e s e s s e r i a q u e o metabólito da progesterona, alopregnanolona, em menor quantidade, interage menos com o sistema gabaérgico — principal agente inibidor do sistema nervoso central. "Então, essa queda abrupta, ou seja, a falta repentina desse metabólito, o qual estaria ativando um sistema de neurotransmissão que ajuda a controlar sintomas de ansiedade, por exemplo, seria responsável por essas alterações clínicas", a rma.

tratamento. Sabendo do quadro da paciente, o ginecologista ou, dependendo do caso, o psiquiatra, pode indicar o melhor tratamento para aquela situação. Para a especialista, o ideal "seria

de hábitos de vida, dieta saudável, prática regular de atividade física e algumas inter venções psicoterápicas — a mais estudada é a terapia cognitiva ou comportamental. "Com relação

ansiedade, e o uso de c ont r a c e pt i v o s " , c omp l e t a Cristina. É importante que as mulheres registrem o que sentem, principalmente no período pré©ANTHONY TRAN/UNSPLASH

Diagnóstico e tratamento Cristina destaca que é importante registrar a ocorrência dos sintomas em diferentes ciclos. Isso facilita o entendimento da situação e ajuda o médico a escolher o melhor que a mulher, a princípio, discutisse com seu ginecologista, descrevesse seus sintomas e que buscasse a melhor alternativa". Há as medidas não farmacológicas como mudanças

ao tratamento farmacológico, uma das opções principais são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina, medicações que também são utilizadas para o tratamento de depressão e

menstrual, para ajudá-las a entender sua situação e achar a melhor saída, diminuindo, assim, o s of r imento ness e período.


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