Jornal Fatos & Notícias 479

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ANO XII - Nº 479 Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia 30 DE JUNHO A 07 DE JULHO/2022 SERRA/ES Distribuição Gratuita

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

Nova espécie de planta descoberta na Amazônia já está ameaçada de extinção

8 Que tal uma receita prática e deliciosa para fazer de sobremesa ou no café da tarde? Experimente esta receita de bolo de paçoca surpresa Pág. 8

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 Pré-candidato ao governo do Estado, Guerino Zanon, analisa pesquisa sobre pobreza no ES

Pág. 12

ANA MARIA IENCARELLI 8 O cuidado é um valor

jurídico, mas é o descuidado que frequenta as salas da justiça Pág. 10

GRACIMERE GAVIORNO 8 As principais políticas

públicas interligadas exigem soluções integrativas Pág. 16

Pesquisadores criam 1ª bateria recarregável à base de cimento Pág. 5

Suplementos vitamínicos não nos tornam mais saudáveis Como a extinção de línguas indígenas pode afetar o conhecimento sobre plantas medicinais Sistema despolui rios usando a corrente de água Pág. 9

A Tovomita cornuta, árvore de pequeno porte, foi descoberta no nordeste do estado do Amazonas e já é ameaçada de extinção devido à exploração humana em sua área de ocorrência Pág. 2

Elon Musk anuncia que robô humanoide da Tesla ficará pronto até setembro

Cerro Chato, um sítio de fósseis muito valioso, é “redescoberto” depois de 70 anos Como ter Pág. 5

©FERRAZ ET AL./DIVULGAÇÃO

©CNET HIGHLIGHTS/GETTY IMAGES

O robô foi projetado para realizar funções perigosas aos seres humanos Pág. 6

Pág. 3

O parque de fósseis de Cerro Chato era considerado perdido há décadas, mas foi redescoberto em 2019 e, agora em 2022, um estudo conduzido por especialistas brasileiros amplia a capacidade de pesquisa da região Pág. 7

mais conança em você mesmo?

Pág. 11

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2 MEIO AMBIENTE

30 DE JUNHO A 07 DE JULHO/2022

Década do Oceano: 34% dos brasileiros entendem que suas ações causam impacto nos mares, revela pesquisa A maioria dos brasileiros mostrase disposta a mudar hábitos pelo bem do oceano, mas ainda praticam ações que podem impactar negativamente ecossistemas marinhos. Apenas 34% compreendem que suas ações in uenciam diretamente o oceano, enquanto 24% dos cidadãos do País consideram que impactam de forma indireta e 40% acreditam que suas atitudes não impactam em nada os mares. Os dados fazem parte da pesquisa inédita “Oceano sem Mistérios: A relação dos brasileiros com o mar”, realizada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a

Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Por outro lado, o estudo revelou que metade dos entrevistados (50%) reconhece que o oceano impacta sua vida diretamente e 21% acreditam que o mar gera impactos indiretos, enquanto 26% avaliam que não impacta em nada em suas vidas. Foram entrevistadas duas mil pessoas, homens e mulheres entre 18 e 64 anos, de todas as classes sociais, nas cinco regiões do País. As entrevistas realizadas pela Zoom Inteligência em Pesquisas ocorreram entre os dias 5 de março e 12 de abril de 2022. Entre os entrevistados, 62% residem em capitais e 41% vivem em cidades litorâneas. A margem de erro é de 2,2% para um nível de

con ança de 95%. O resultado do estudo será apresentado durante a Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas

feira (1º). Ao detalhar hábitos e comportamentos praticados pelo brasileiro no dia a dia, a pesquisa ©WSL/KIRSTIN

(ONU), que está sendo realizada em Lisboa até a próxima sexta-

mostrou a população dividida em relação a algumas práticas

sustentáveis. O grupo de pessoas que priorizam com frequência compras com menor impacto na natureza e no oceano, como produtos com menos embalagens e sem poluentes, foi de 48%. Para 22% dos entrevistados, a prática ocorre somente às vezes, e 11% raramente. O total de pessoas que nunca se preocupa com essa questão foi de 18%. Outro aspecto investigado foi o uso de plásticos de única utilização. Apenas 35% dos brasileiros a rmam sempre evitar o uso de canudinhos e copos plásticos descartáveis, enquanto 12% evitam a maioria das vezes e 20% somente às vezes. O consumo nunca é evitado por 19% dos entrevistados e

raramente por 13% dos entrevistados. Considerando que cerca de 68 milhões de brasileiros (32%) não evitam o uso de copos plásticos e cada uma dessas pessoas faça uso de três unidades de 200 ml por semana, chega-se a mais de 10,6 bilhões de unidades por ano. Cada copo pesa em média 1,8g, o que signi ca 19,1 mil toneladas de copos plásticos que o brasileiro usa anualmente. Entre as atividades que ameaçam a saúde do oceano, 72% dos entrevistados identi cam a poluição, seja por lixo ou esgoto, como o maior problema, seguidas por pesca irregular (16%) e vazamentos de navios (12%).

Nova espécie de planta Livro traz aplicação de descoberta na Amazônia já 150 espécies nativas está ameaçada de extinção Uma nova espécie da ora brasileira foi descoberta na Região Norte do país durante uma pesquisa ecológica inédita

de vegetação diferenciada que se desenvolve sobre solos arenosos e x t r e m a m e nt e p o b r e s e m nutrientes. Apesar de ocupar ©DIVULGAÇÃO/PESQUISADORES

feita por cientistas do Instituto Na c i on a l d e Pe s qu i s a s d a A m a z ô n i a ( I N PA ) e d a Un i v e r s i d a d e F e d e r a l d o Maranhão (UFMA). A Tovomita cornuta, uma árvore de pequeno porte já considerada ameaçada de extinção, está descrita em um estudo publicado na revista 'Acta Botanica Brasilica' no último dia 16. Descrita a partir de pesquisa de campo feita por Layon Oreste Demarchi, em parceria com Maria Teresa Piedade e Lucas M a r i n h o, a n o v a e s p é c i e pertence a um grupo de plantas que compreende 53 espécies exclusivamente neotropicais da família Clusiaceae. Os indivíduos são encontrados em orestas de campinarana, no nordeste do Amazonas. As campinaranas são um tipo

aproximadamente 7% da Amazônia legal, há poucos estudos sobre ela. Esse é o habitat da Tovomita cornuta, que se diferencia das outras espécies principalmente pelo formato de seus frutos, que apresentam pequenas protuberâncias semelhantes a cornos, característica que dá nome à planta. As áreas de ocorrência da espécie já são impactadas pelas atividades humanas. "Devido à alta diversidade, à grande extensão territorial e aos diversos grupos taxonômicos, a descoberta de novas espécies na Amazônia acontece principalmente quando s e realizam trabalhos de coleta de campo de longa duração. Nessa descoberta da espécie Tovomita cornuta, identi camos que seu status de conser vação já é

ameaçada de extinção devido às pressões sobre sua área de ocorrência, que sofre com a expansão urbana não planejada, o desmatamento da mata, a extração de areia para a construção civil e a consequente perda de habitat", destaca Demarchi. A descoberta da espécie é resultado de uma pesquisa de campo realizada durante quatro anos. Para o p es quis ador, investir em estudos com nanciamento de longo prazo, além de fortalecer os institutos de pesquisas, que passam pelo sucateamento dos investimentos federais e pela falta de pessoas devido à escassez de concursos públicos, é o caminho para aumentar o conhecimento botânico brasileiro. "Ainda existem muitas plantas não descobertas na Amazônia e a única maneira de identi carmos e conhecermos mais da nossa ora é por meio da pesquisa de campo intensiva e de estudos taxonômicos detalhados. Deste ponto de vista, a pesquisa ecológica de longo prazo é uma opção de investimento adequada. A descoberta de T. cor nut a é um exemplo da relevância do trabalho de campo e destaca como estudos e c ol ó g i c o s e t a xonôm i c o s podem interagir para revelar a biodiversidade amazônica", ressalta o pesquisador.

da ora brasileira

©MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Com mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, bras, for r a g e n s c om o g r am a s e leguminosas, óleos e ornamentos, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou o livro Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial — Plantas para o Futuro — Região Norte. A quarta publicação da série Biodiversidade está disponível a todos gratuitamente em versão digital, no site do MMA. O livro teve a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. “Dentre os resultados práticos esperados com o livro podemos citar a difusão e ampliação do uso sustentável de espécies amazônicas na gastronomia regional e nacional; o incremento do interesse em

pesquisas, o desenvolvimento e a inovação, inclusive por meio de programas de melhoramento genético vegetal voltados à obtenção de cultivos de frutas da Amazônia em plantios c o m e r c i a i s ”, d e s t a c o u o Ministério. Ainda segundo a pasta, outro ponto relevante de contribuição do projeto é a criação de cadeias produtivas e de valor para plantas frutíferas, medicinais e oleaginosas amazônicas, com foco nos mercados nacional e internacional. "É a ciência trazendo c o n h e c i m e n t o d a biodiversidade brasileira. O

Brasil é um país superbiodiverso, mas pouco conhecido, e esse livro vem mostrar a quantidade de oportunidades econômicas. Você olha aqui plantas que pouca gente conhece, mas é utilizada na região. A região utiliza de forma correta, mas o Brasil ainda não, e nem a indústria", ressaltou o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Os livros da série Biodiversidade vem sendo construídos desde 2004. Volumes dedicados às regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste já foram publicados. As publicações da série levam em conta que a biodiversidade brasileira, composta por mais de 46 mil espécies vegetais conhecidas, representa um imenso potencial de uso, apesar de ainda ser pouco reconhecida e subutilizada.

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

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CULTURA 3

30 DE JUNHO A 07 DE JULHO/2022

O que Dom Pedro I Como a extinção de línguas indígenas pode tem a ver com advogados afetar o conhecimento que são chamados de sobre plantas medicinais 'doutores'? O tema, que constantemente viraliza nas redes sociais, gera discordâ ncia até hoje

Com o passar do tempo, não só as línguas, mas a cultura indígena sofre um extenso processo de não valorização, o que ocasiona sua extinção e, com isso, a perda de conhecimentos ©REPRODUÇÃO/FALA, UNIVERSIDADE

©DIVULGAÇÃO/DOMÍNIO PÚBLICO/OAB

FOTO: REPRODUÇÃO

No Brasil, é muito comum que tanto médicos quanto advogados sejam chamados de "doutores" como parte de um tratamento culturalmente enraizado, o que por vezes pode se confundir com o título acadêmico de "doutor", que é concedido aos estudiosos q u e c omp l e t a m o g r au d e doutorado. No caso dos profissionais do campo jurídico, contudo, o uso da palavra é por vezes defendido como legítimo, e não apenas um vício de linguagem, com base em um decreto imperial estabelecido por Dom Pedro I em agosto de 1827. A lei determinou a criação de primeiros dois cursos de ensino superior do Brasil, um na cidade pernambucana de Olinda, e outro em São Paulo. Entre outras d e cl ar a ç õ e s , af i r m av a qu e aqueles formados em ciências jurídicas e registrados nos respectivos órgãos reguladores podiam ser chamados de doutores. As informações foram são do portal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), todavia, vale

destacar que o órgão não possui um posicionamento oficial a respeito da questão. Por mais estranho que seja a defesa de um decreto de 200 anos atrás, que é, portanto, mais antigo que nossa constituição atual, que foi promulgada em 1988, os defensores de sua legitimidade para os dias de hoje apontam que essa medida nunca foi oficialmente anulada. Dessa forma, o texto aprovado por Dom Pedro I tecnicamente ainda estaria valendo. Em entrevista à BBC para uma matéria de 2019, o professor Otávio Luiz Rodrigues, que ensina Direito, ofereceu uma perspectiva contrária. “Não houve revogação expressa do decreto. Mas, pelas legislações posteriores, que trataram de títulos acadêmicos, o título de doutor passou a ser concedido somente a pessoas que possuem doutorado. Eles [advogados] não possuem prerrogativa para serem chamados assim. É apenas uma questão de tradição, de um costume linguístico que não foi abandonado", explicou o

especialista. Existem ainda aqueles que se incomodam com a utilização até os dias atuais do termo para se referir àqueles que fizeram graduação em Direito, e mesmo aos próprios médicos, que não possuem decreto imperial para justificar seu habitual título de doutor. Melania Amorin, uma profissional de saúde da área da g i ne c ol o g i a , é u ma d e ss as pessoas. "Doutor é quem tem doutorado. Ainda assim, é um título que deve ser usado somente no ambiente acadêmico", explicou ela em uma entrevista à BBC Brasil. Na prática, existem profissionais (tanto da medicina quanto da área jurídica) que gostam do ar de respeito criado pelo título, outros que o rejeitam por acharem que cria uma distância entre eles e a pessoa a quem estão prestando serviço, preferindo simplesmente o uso de seu nome, e outros ainda que não se importam com a maneira como são chamados. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

Ficção inspirada em modernistas inaugura o selo Cambalache

A linguagem é essencial para estabelecimento da comunicação. É por meio dela que o ser humano consegue se comunicar com os demais, expressar ideias, emoções e realizar os mais diversos tipos de diálogos. E as línguas são um dos fatores que permitem a transmissão de conhecimento ao longo dos séculos de d i fe re nte s áre a s , a l é m d e perspectivas em relação ao mundo. Pode-se dizer que as 'línguasmães' do Brasil são as línguas de origem indígena. Apesar disso, a língua o cial do país é a língua portuguesa, fortemente in uenciada p or Por tugal durante o período de colonização que iniciou a partir do século XVI. No entanto, com o decorrer do tempo, não só as línguas, mas a cultura indígena como um todo, tem sofrido um extenso processo de não valorização, o que ocasiona a extinção das mesmas. Como dito anteriormente, a extinção das línguas indígenas foi uma importante ferramenta utilizada pela Coroa Portuguesa para subjugar os povos indígenas que já viviam no território.

Em meados do século XVIII, o 'português' passou a ter status de língua o cial do país. Havia a proibição de que se falasse qualquer outro idioma que não ele. No entanto, mesmo assim, o tupi ainda era bastante falado nas ruas, inclusive pelos jesuítas. É fato que nos saberes medicinais das populações indígenas estão muitos toterápicos. A toterapia consiste no tratamento ou prevenção de doenças com o uso de plantas. Atualmente existem 97 línguas indígenas em vulnerabilidade no Brasil dentre 190 línguas registradas pela Unesco. A extinção dessas línguas pode afetar o conhecimento que se tem acerca das plantas medicinais. O projeto Ethnologueavalia que 42% das mais de sete mil línguas existentes no mundo estejam ameaçadas de extinção. No Brasil, são 99 os idiomas que estão morrendo, sem contar aqueles que já desapareceram. Segundo o Instituto Socioambiental, das mil línguas indígenas faladas em território brasileiro antes da chegada dos portugueses, apenas 160 ainda estão vivas. Nesse sentido, especialistas

alertam para o fato de que a extinção de línguas indígenas levará consigo conhecimentos tradicionais sobre plantas m e d i c i n ai s e i s s o p o d e r á diminuir as chances de descoberta de futuros medicamentos. Considerando que a tradição indígena conta com a oralidade para a transmissão de conhecimentos entre gerações, a extinção destas línguas leva também muitos conhecimentos. Diversos medicamentos hoje comercializados em larga escala no mundo são elaborados a partir de plantas medicinais. Eles vão desde o ácido acetilsalicílico, conhecido popularmente como aspirina, com seu princípio ativo extraído do salgueiro (Salix alba L.) até a mor na, extraída da papoula (Papaver somniferum). Google Tradutor adiciona o Guarani Algumas iniciativas de catalogação e revitalização das línguas desempenham papel fundamental na preservação dessas línguas. Em maio de 2022, o Google anunciou que a ferramenta Tradutor conta com acesso a novas 24 línguas. Um dos novos idiomas é o Guarani, que é originalmente da população indígena da América do Sul e ainda falado pela etnia tupi-guarani em países como o Brasil. O recurso de tradução também poderá identi car palavras e frases em bambara (Mali), concani (Índia), Sepedi (África do Sul) e Twi (Gana), tudo graças aos avanços em modelos neurais de inteligência arti cial. LUCIANO DANIEL

Foto Antiga do ES ©INSTAGRAM HISTÓRIA .CAPIXABA

©DIVULGAÇÃO

1931. Oswald de Andrade e Patrícia Galvão acabam de ter seu jornal destruído por estudantes de São Paulo e agora fazem uma turnê de palestras pelas capitais do Nordeste brasileiro. Mas uma ameaça espera por eles nas terras em que vivem Graciliano Ramos, Jorge de Lima, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda e José Lins do Rego. Vamos matar Oswald chega pela recémlançada editora Cambalache promove um encontro nunca ocorrido entre grandes nomes da cultura brasileira para

compor uma rapsódia habitada

p or ol i g arc a s , b a c h aré i s e jagunços, em que escritores e artistas precisaram superar ambientes inóspitos para desafiar os valores estéticos de seu tempo. O lançamento do livro Vamos matar Oswald ocorrerá em 6 de julho, às 19h. O autor Luiz Costa Pe r e i r a Ju n i o r é e s c r i t o r, jornalista e doutor em filosofia e educação pela USP. Criador e editor da revista Língua Portuguesa (Segmento, 2005-15), é autor de Com a língua de fora (Angra, 2002), entre outras obras de não ficção. Vamos matar Oswald é seu primeiro romance.

AVENIDA FERNANDO FERRARI, VISTA DA ANTIGA PASSARELA DA UFES, DÉCADA DE 80


4 EDUCAÇÃO

30 DE JUNHO A 07 DE JULHO/2022

Ministério da Educação lança a Rede Aprender e o aplicativo Jornada do Estudante

Sedu abre inscrições para Formação Implementação do Currículo do ES na Educação Infantil

Soluções tecnológicas beneficiarão estudantes, instituições de ensino e gestores de programas educacionais

São 4.700 vagas para prossionais das redes municipais de ensino

©DIVULGAÇÃO/MEC

O Ministério da Educação (MEC) lançou, na terça-feira (28), duas importantes ações que bene ciarão estudantes, instituições de ensino e gestores de programas educacionais de todo o Brasil. A Rede Aprender e o aplicativo Jornada do Estudante são soluções baseadas em dados, elas reúnem e disponibilizam informações educacionais com o intuito de facilitar o cotidiano de quem aprende e o de quem ensina. A Rede Aprender objetiva a c onst r u ç ã o d a Pl at afor m a Nacional de Interoperabilidade e Análise de Dados da Educação, que na prática receberá dados das instituições de ensino e abastecerá outras ferramentas educacionais, por exemplo, os sistemas de informação da Plataforma Sucupira da C o o r d e n a ç ã o d e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), de Gestão Acadêmica das próprias instituições e do aplicativo Jornada do Estudante. A Rede

está sendo desenvolvida devido a uma parceria do MEC com a Capes e a RNP. A Rede Aprender englobará os principais conjuntos de dados no contexto da educação: estudantes, pro ssionais da educação, instituições de ensino e gestão de programas educacionais. A integração desses dados na Rede será realizada de forma gradativa até ser concretizada como infovia única de interoperabilidade nacional na área da educação. Futuramente, essa plataforma possibilitará compartilhar dados entre as instituições educacionais e realizar análises c om mais t r ansp arê nc i a à sociedade. Outra novidade a ser apresentada na cerimônia é o aplicativo Jornada do Estudante que foi desenvolvido devido a uma parceria entre a Subsecretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (STIC) do MEC, a Universidade Federal de Santa Catarina, a

Secretaria de Governo Digital (SGD) do Ministério da Economia e a Secretaria Especial de Modernização do Estado (Seme) da Casa Civil. Esse aplicativo permitirá que o MEC se comunique diretamente com os estudantes do País e, em breve, também será possível acompanhar os registros estudantis, desde a educação infantil à pós-graduação, em tempo real, sem a necessidade de deslocamentos físicos às instituições educacionais. Tudo funcionará em formato digital para que o interessado p o s s a v i s u a l i z ar, b ai x ar e compartilhar. Neste primeiro momento, por meio do aplicativo, o MEC abrirá um canal direto de comunicação com os estudantes, o qual for n e c e r á i n for m a ç õ e s d e interesse dele, por exemplo: a data de abertura das inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e demais processos seletivos, como o Sisu, Prouni e Fies.

©DIVULGAÇÃO

A S e cret ar i a d a E duc aç ão (Sedu), por meio do Centro de Formação dos Pro ssionais da Educação do Espírito Santo (Cefope), em parceria com a Gerência de Educação Infantil e Ensino Fundamental (Geief ), abriu as inscrições para a formação “Implementação do Currículo do ES na Educação Infantil”. São 4.700 vagas, tendo como público-alvo professores da Educação Infantil, pedagogos, coordenadores, diretores, supervisores escolares e técnicos pedagógicos que atuam nas escolas públicas das redes municipais de ensino. As ins cr içõ es de vem s er realizadas por meio do endereço eletrônico do Sistema de Gestão de Formações (SGF): http://sgf.sedu.es.gov.br/, entre esta terça-feira (28), até o dia 13 de julho de 2022. A formação será 100% on-line e

autoinstrucional e tem como objetivo propiciar aos pro s s i on ai s d a e du c a ç ã o pública municipal conhecimentos sobre práticas pedagógicas embasadas no Currículo do Espírito Santo que sejam e cazes, permitindo o trabalho didático inovador e interativo, visando à aprendizagem das crianças. Público-alvo: Professores da Educação Infantil, pedagogos, c o ord e n a d ore s , d i re t ore s , supervisores escolares e técnicos pedagógicos que atuam nas

escolas públicas das redes municipais de ensino. Certi cação: Será oferecida pelo Cefope. Para terem direito, os cursistas deverão visualizar todo o conteúdo e realizar todas as atividades previstas no curso, obtendo rendimento mínimo de 7 0 % d a n ot a pre v i s t a n a s atividades avaliativas. Técnicas responsáveis: Paolla Ferreira (pfsantos@sedu.es.gov.br) e Andreia Silva (asilva@sedu.es.gov.br).

Curitiba lança Escola Municipal de Ministério da Educação Sustentabilidade representa Brasil na VII ©RICARDO MARAJÓ/SMCS

Conntea O evento contou com a participação de 142 países e mais de mil participantes ©DIVULGAÇÃO/MEC

Entre os dias 15 e 17 de junho a Unes co re a lizou a VII Conferência Internacional de Educação de Jovens e Adultos (Con ntea), em Marrakesh no Marrocos. O Ministério da Educação participou ativamente representando o Brasil.

A VII Con ntea, sediada pelo Reino de Marrocos, contou a participação de 142 países e mais de 1.000 participantes, entre eles chefes de estado, ministros da educação e representantes de alto nível das Nações Unidas. Na oportunidade foi

aprovado, por unanimidade o Marco de Ação de Marrakech, que traz compromissos para traduzir em realidade a visão do direito à aprendizagem ao longo da vida. Houve também o compromisso de aumentar signi cativamente a participação dos adultos na aprendizagem e reconhecer a ne cessid ade de um maior investimento nanceiro na aprendizagem e educação de jovens e adultos. A delegação brasileira representou ainda a América Latina e o Caribe na Comissão de relatoria do Marco de Ação de Marrakesh e na reunião do Comitê Post-Con ntea.

Curitiba, capital do Paraná, acaba de lançar uma Escola Municipal de Sustentabilidade. Inaugurado no Bosque Zaninelli, o espaço vai promover cursos e capacitações sobre temas ambientais. “Começa um novo tempo para esse prédio tão lindo, que vai ser aberto agora para curitibanos e curitibinhas (estudantes da rede municipal)

aprenderem mais sobre meio ambiente. Que esse espaço seja a continuação das nossas escolas municipais e continue sendo orgulho de Curitiba”, a rmou o prefeito Rafael Greca. Inaugurado inicialmente em 1991, o prédio abrigou a Universidade Livre do Meio A m b i e n t e ( Un i l i v r e ) . A organização teve problemas para manter o espaço durante a

pandemia. Alvo de vandalismo, foi recuperado pelo município para abrigar a Escola Municipal de Sustentabilidade. A escola será conduzida pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente em parceria com a S e c r e t a r i a Mu n i c i p a l d a E d u c a ç ã o e d o In s t i t u t o Municipal de Administração Pública (Imap). A ideia é que seja um trabalho integrado entre as pastas. A ideia da Escola Municipal de Sustentabilidade é formar mu l t i p l i c a d o r e s d e b o a s práticas ambientais, segundo a gerente de Educação Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente, Leila Maria Zem. “Teremos cursos de formação e atualização para os nossos professores e servidores, além de programas voltados à comunidade, como condomínios e associações de moradores”, listou.


INOVAÇÃO 5

30 DE JUNHO A 07 DE JULHO/2022

Sistema despolui rios usando Pesquisadores criam 1ª bateria recarregável à base a corrente de água de cimento Tecnologia é modular, de baixo custo e baixo impacto ambiental ©RIVER CLEANING

Objetivo é que prédios possam armazenar energia em sua própria estrutura ©YEN STRANDQVIST/UNIVERSIDADE TÉCNICA CHALMERS

O armazenamento de energia renovável, sobretudo eólica e solar, ainda é um desa o. Mas, cientistas da Universidade Técnica Chalmers, na Suécia, estão dando um grande passo rumo à criação de uma bateria ecológica feita de cimento. O proj e to, ai nd a e m f as e d e protótipo, é focado na construção civil. Em busca de materiais sustentáveis e escaláveis, os pesquisadores Emma Zhang e Luping Tang, do Departamento de Arquitetura e Engenharia Civil, criaram um novo conceito para baterias recarregáveis. O processo envolve primeiro uma mistura à base de cimento, com pequenas quantidades de bras curtas de carbono adicionadas para aumentar a condutividade e a tenacidade à exão. Então, embutida na mistura está uma malha de bra de carbono revestida de metal — ferro para o ânodo e níquel para o cátodo. É o primeiro conceito do tipo no mundo. “Os resultados de estudos

anter iores, invest igando a tecnologia de bateria de concreto, most raram um desempenho muito baixo, então percebemos que tínhamos que pensar fora da caixa, para chegar a outra maneira de produzir o eletrodo. Esta ideia particular que desenvolvemos — que também é recarregável — nunca foi explorada antes. Agora temos uma prova de conceito em escala de laboratório”, explica Emma Zhang. O estudo produziu uma bateria recarregável à base de cimento com uma densidade de energia média de sete watt-hora (Wh) por metro quadrado. A densidade de energia é usada para expressar a capacidade da bateria e, neste caso, a densidade ainda é baixa em comparação com as baterias comerciais, porém tal limitação pode ser superada graças ao grande volume no qual a bateria pode ser construída quando usada em edifícios. O fato da bateria ser recarregável é uma qualidade

i mp or t a nt e , c om d i v e r s a s possibilidades de utilização se o conceito for desenvolvido e comercializado. Os pesquisadores destacam aplicações que podem variar desde alimentar LEDs, fornecer conexões 4G em áreas remotas ou até proteção catódica — uma técnica usada para controlar a corrosão de superfícies metálicas. “ Ta m b é m p o d e r i a s e r acoplado a painéis de células solares, por exemplo, para fornecer eletricidade e se tornar a fonte de energia para sistemas de monitoramento em rodovias ou pontes, onde sensores operados por uma bateria de concreto poderiam detectar rachaduras ou corrosão”, sugere Emma. O conceito de utilizar estruturas e edifícios desta forma poderia ser revolucionário, pois ofereceria uma solução alternativa para a crise energética, ao disponibilizar um g r an d e volu m e d e armazenamento de energia. O concreto, que é formado pela mistura de cimento com outros ingredientes, é o material de construção mais usado no mundo. Do ponto de vista da sustentabilidade, está longe de ser o ideal, mas o potencial de adicionar funcionalidade pode oferecer uma nova dimensão.

AJUFE

Cerca de 80% dos resíduos pl á s t i c o s qu e c h e g am a o s oceanos são provenientes de rios. Mais de mil rios, para ser exato, segundo uma pesquisa publicada em 2021 na revista cientí ca Science Advances. Cientes deste fato, empresas têm apostado em soluções para interceptar os detritos ainda no curso de rios — impedindo que os mesmos alcancem os mares e oceanos. É o caso do “River Cleaning System”, um pequeno sistema que despolui rios. Desenvolvido pela empresa italiana Mold, o dispositivo utuante é capaz de limpar resíduos plásticos e oleosos dos rios usando somente o uxo da água. Trata-se de uma solução de baixo custo, baixo impacto ambiental e também 100% escalável, segundo a companhia. “É uma barreira inteligente e modular que intercepta resíduos plásticos e oleosos em todos os cursos d'água, com impacto zero de energia e sem repercussões na ora e fauna locais. A recuperação de resíduos nas vias navegáveis permite prevenir a poluição marinha, proteger os ecossistemas e tornar a área mais

r e s i l i e nt e a o s e f e i t o s d a s alterações climáticas”, garante a Mold. A tecnologia sustentável já foi patenteada, premiada e recebeu a certi cação de sustentabilidade Friend of the Sea por respeitar o bem-estar das espécies aquáticas. Ancorado ao leito no fundo do rio, o sistema consiste numa série de boias que giram em eixos movidos pelo uxo natural do rio. Flutuando em uma linha diagonal, os funis direcionam o lixo para um ponto de coleta na margem do rio — onde será coletado para reciclagem. Testes de e cácia mostraram que o sistema é capaz de coletar 85% de todos os resíduos que passam por ele.

O sistema também permite a passagem de barcos (basta que o transporte passe em baixa velocidade) e é capaz de funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana, sem impacto no ambiente ribeirinho. Outra vantagem é ser um sistema modular que pode se adaptar a qualquer curso de água. Assumir o compromisso de lidar com a poluição plásticas nas águas é bastante ambicioso. Entretanto, tal solução pode contribuir sobretudo com a limpeza de rios urbanos. Isso vai ao encontro da pesquisa sobre l i xo pl ást i c o, me nc i ona d a anteriormente, que constatou que a maior parte dos resíduos é transportada por pequenos e não grandes rios e uem por áreas urbanas densamente povoadas. Ou seja, detectar e capturar este lixo no início de s eu percurso é um caminho mais viável, mais econômico e exige menos recursos. Do contrário, o l i xo pl á s t i c o c om e ç a a s e degradar na água tornando-se microplástico, cuja remoção é ainda mais difícil e não à toa já afeta dramaticamente a saúde humana e marinha.

Reservas: (27) 99961-8422

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Kit montável garante Hotel voador nuclear é água quente com a luz capaz de ficar anos sem pousar do sol ©SOLARISKIT

Depois de ler uma matéria sobre o uso de energia e acesso à agua quente em Ruanda, o engenheiro mecânico Faisal Ghani decidiu desenvolver uma solução sustentável e acessível para aquecer água. E foi assim que surgiu a startup SolarisKit, com sede na cidade escocesa de Dundee. Faisal criou um kit térmico fácil de transportar e instalar que usa a energia do sol e pode fornecer água quente de forma barata e sustentável para quem vive em Ruanda e em qualquer lugar do mundo com incidência de luz solar. Fundada em 2019, a startup participou do programa Climate Entrepreneur Accelerator, do Royal Bank of Scotland, para aprimorar ainda mais o projeto e a comercialização do kit térmico

“S200”. Graças a este programa, a SolarisKit estabeleceu uma parceria com seu primeiro cliente e os kits devem ser instalados na sede da empresa em Gogarburn, Edimburgo. O kit é relativamente pequeno, fácil de montar e transportar e não depende de eletricidade ou c ombust íve is fó ss e is p ar a

aquecer a água, ajudando a reduzir as emissões de gases de efeito estufa no processo. Com testes realizados em junho e bons resultados, a empresa pretende comercializar os kits na Europa e já enviou 80 unidades para Ruanda. “É f u n d a m e nt a l q u e a g e nt e encontre soluções que possam ser usadas nos países ricos e também em países em desenvolvimento”, explica Faisal Ghani.

©REPRODUÇÃO/HASHEM AL-GHAILI/YOUTUBE

Um v í d e o i mpre s s i on ant e apre s e nt a u m a g i g ante s c a aeronave movida a energia nuclear, chamada Sky Cruise, “um hotel futurista acima das nuvens”, como descreve o canal do comunicador cientí co Hashem Al-Ghaili, no YouTube. Criado em CGI, o conceito é muito bem detalhado pelas imagens, inclusive em seus ambientes internos modernos. Há um misto entre megaembarcação de cruzeiro e estação espacial para um hotel voador com espaço para mais de cinco mil convidados, em voos quase sem escalas. Isso porque o veículo “nunca caria sem combustível”, permanecendo no ar por anos a o, conforme explicam os criadores. P i l o t a d o p o r i nt e l i g ê n c i a arti cial (IA), o gigantesco hotel voador teria sua própria torre de observação (também enorme) em forma de disco. Nela, os passageiros poderiam ver as paisagens ao redor, nas alturas,

“acima das nuvens”, como salienta o vídeo. Qualquer turbulência ou problemas a ns seriam previstos e analisados pela IA do veículo futurista. Além diss o, a animação de Al-Ghaili com desenhos de Tony Holmsten a rma que o Sky Cruise não teria pegada de carbono. Seus 20 motores elétricos seriam responsáveis pela propulsão da estrutura, alimentados apenas por um “pequeno reator nuclear” trabalhando sob reação de fusão altamente controlada. “Graças à energia nuclear, o hotel nunca ca sem combustível e pode permanecer suspenso no ar por vários anos sem nunca tocar

o solo”, a rmam os responsáveis pela obra. Os hóspedes voariam para o hotel nas alturas em jatos comerciais ou particulares e deixariam o local da mesma forma — e todos os reparos do veículo seriam feitos no ar. Diversas atrações estariam espalhadas em ambientes como restaurantes de luxo e um enorme shopping center (que se d e s t a c a n a s i m a g e n s c om inúmeras escadas rolantes). Academias, teatros, piscinas, serviços médicos e de bem-estar, espaços para eventos e muito mais seriam apresentados aos afortunados passageiros do hotel voador nuclear.


6 TECNOLOGIA

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Nasa desenvolve escudo Elon Musk anuncia que pode ajudar humanos que robô humanoide da Tesla cará a chegarem a Marte Demonstração do escudo térmico inável que será lançado em novembro ©NASA

Pousar em Marte não é fácil, ainda mais se o veículo for um foguete. Isso ocorre porque a gravidade no Planeta Vermelho é muito mais densa que a da Terra. É um desa o tão complicado que, das 40 missões enviadas pela Nasa, menos da metade é bem sucedida. Número baixo (e assustador) para quem um dia planeja levar pessoas para lá. Tudo indica, porém, que os cientistas espaciais descobriram como conseguir executar a manobra com mais êxito. Para você entender melhor a diferença de aterrissagem na Terra e em Marte: ao retornar para a Terra, a aeronave recebe “ajuda” da atmosfera daqui, uma vez que ela é relativamente espessa e faz sua velocidade diminuir. Em Marte, por sua vez, a atmosfera é mais na e o ar, em c o nt r ap o nt o, m a i s d e n s o. Exempli cando, o ar marciano é

“Eu chamo isso de atmosfera ant i C a ch i n ho s D ou r a d o s”, a rmou Jim Reuter, administrador associado da Nasa. “É grosso o su ciente para causar problemas e não no o s u c i e n t e p a r a a j u d á - l o”, acrescentou. Para tentar driblar este enorme obstáculo da física, os engenheiros da Nasa des envolveram um es cudo térmico in ável que pode ser a chave para a vitória. Chamado de desacelerador aerodinâmico

Contabilidade (27) 3228-4068 hipersônico in ável, ou HIAD, o hardware pode ajudar a Agência a pousar astronautas e cargas maciças no Planeta Vermelho no

nal da década de 2030. No i n í c i o d e st a s e m an a , cientistas e engenheiros do Langley Research Center, da agência espacial na Virgínia, se reuniram para ver o escudo térmico in ado pela última vez na Terra. A tecnologia entrará em órbita em novembro deste ano, à bordo de um foguete Atlas V, da United Launch Alliance. É o primeiro teste para a tecnologia que pode colocar humanos em Marte. A missão, conhecida como Teste de Voo de Órbita Baixa da Terra de Bernard Kutter de um Desacelerador In ável — ou apenas LOFTID — levará o experimento em uma viagem ao redor da Terra por meio de um satélite meteorológico, com passagem pelos polos Norte e Sul. O HIAD permanecerá no lugar até depois da entrega do satélite e, em seguida, in ará quando a espaçonave retornar à Terra. “Este é um salto gigante na tecnologia aeroshell”, alegou Barb Egan, diretora do programa espacial civil da empresa, “para poder trazer nossos motores de volta com rapidez, facilidade, segurança e reutilizar essa tecnologia em vez de jogá-la fora”, concluiu.

CATL lança nova bateria com 1.000 km de alcance por carga ©DIVULGAÇÃO

A chinesa C ontemporar y Amperex Technology Company L i m it e d ( C AT L ) e s t á anunciando um aumento significativo na densidade de energia das células de bateria Cell-to-Pack (CTP) 3.0 que produz. Este avanço é acompanhado de um novo nome para o componente, que agora se chama Qilin (inspirado em uma criatura mitológica diretamente dos livros da China). De acordo com a CATL, a nova

O robô foi projetado para realizar funções perigosas aos seres humanos ©CNET HIGHLIGHTS/GETTY IMAGES

PRECISÃO

espesso tanto quanto o ar da Terra a 30 mil metros de altitude, mais de três vezes o tamanho do Monte Everest.

pronto até setembro

bateria é capaz de oferecer eficiência de utilização de volume recorde de 72% e uma densidade de energia de até 255 Wh/kg. Isso significa que a bateria Qilin tem 72% de seu volume dedicado somente às baterias, e não às estruturas que a protegem ou gerenciam sua temperatura. A partir de um alto nível de integração que a bateria possui, a empresa chinesa diz que é possível a um carro elétrico

alcançar uma autonomia de mais de 1.000 km com uma única carga. Ou seja, algo que pode interessar bastante a montadoras como a conterrânea Nio, além de Volkswagen, BMW e Tesla, que trabalham com a CATL. Essa competência representa 13% a mais do que as novas células Tesla 4680, segundo a empresa chinesa, que começaram a ser usadas no Model Y fabricado na nova Texas Gigafactory. Outro destaque que a empresa apresenta para seu desenvolvimento está no tempo de carregamento, possível de alcançar em cerca de 10 minutos uma carga de 10 a 80%.

A Tesla, empresa automotiva de Elon Musk, já possui data de lançamento para 'Optimus', novo robô humanoide projetado para realizar funções repetitivas ou perigosas no lugar dos humanos. De acordo com a empresa em entrevista online para o Fórum Econômico do Qatar e em um tweet, a previsão para a apresentação do novo Tesla-bot é dia 30 de setembro, dia da Inteligência Arti cial da Tesla.

O r o b ô, q u e h a v i a s i d o anunciado ano passado por Musk, terá cerca de 1,72 m de altura, 68 kg e executará, a princípio, funções como prender parafusos a carros com uma chave inglesa ou fazer compras no supermercado. Além disso, ele é capaz de andar a até 8 km por hora e poderá suportar levantar até o próprio peso. Optimus, como foi chamado o n ov o ro b ô hu m a n oi d e d a empresa, terá ainda uma

aparência semelhante à do robô NS5, da cção cientí ca 'Eu, Robô' — dirigido por Alex Proyas e lançado em 2004, inspirado no livro homônimo de Isaac Asimov. Ele contará com uma câmera acoplada na frente da 'cabeça', e seu sistema será alimentado pelo computador Full Self-Driving, da Tesla; e poderá reconhecer objetos reais p or meio de sensores personalizados por todo o corpo. "No futuro, o trabalho físico será uma escolha", declarou o empresário no dia da Inteligência Arti cial da Tesla do ano passado. "Estamos con gurando [Optimus] para que, num nível mecânico, num nível físico, você possa fugir dele e provavelmente dominá-lo", acrescentou, para tranquilizar aos que são receosos com a inovação.

Dispositivo militar desenvolvido em Israel permite “ver através das paredes” ©CAMERO-TECH

Uma startup de tecnologia militar israelense chamada C a m e r o - Te c h c r i o u u m dispositivo baseado em radar que, de acordo com seus desenvolvedores, permite que os soldados literalmente “vejam através das paredes”. Segundo relata o jornal Insider, o gadget futurista, que recebeu o nome de Xaver 1000, levanta questões ét icas sig nif icat ivas s obre vigilância e privacidade. De acordo com a descrição apresentada no site da empresa, o disp osit ivo p o de dar às unidades de inteligência “uma visão 3D de consciência situacional sem precedentes”, além de ter a capacidade de detectar objetos vivos (estáticos ou dinâmicos) atrás de paredes e outros obstáculos físicos.

Portanto, as equipes táticas poderão obter uma imagem altamente detalhada do que está acontecendo por trás de uma variedade de obstruções, permitindo que eles se preparem antes de v iol ar ambientes urbanos. S egundo os cientistas que desenvolveram o projeto, o dispositivo também pode ser extremamente útil durante as operações de busca e resgate, possibilitando aos socorristas enxergar vítimas de desastres que estiverem presas em locais fechados. Ainda de acordo com a equipe, o dispositivo é de fácil manuseio e execução, podendo ser operado por um único usuário. Ele ainda pode enviar dados de volta para a b as e m i l it ar v i a Wi - F i. A

Camero-Tech afirma também que o dispositivo pode penetrar através da maioria das paredes e materiais comuns, incluindo cimento e concreto em um raio de 40 metros usando um radar de banda ultra-wide baseado em pulso. Uma tela integrada de dez polegadas sensível ao toque permite que as equipes visualizem objetos vivos atrás de quase qualquer obstáculo, podendo até mesmo dizer se eles são um adulto, uma criança ou um animal, ou se estão sentados, de pé ou deitados. Isso tudo graças a um algoritmo de inteligência artificial capaz de rastrear seus movimentos. Com aproximadamente 17kg, o dispositivo pode ser embalado significativamente graças a uma antena dobrável, o que lhe permite ser facilmente posicionado em quase qualquer ambiente. Ao mesmo tempo em que a ferramenta representa uma vantagem tática crítica no campo e pode salvar vidas em situações de desastres naturais, também apresenta novas oportunidades sinistras de vigilância invasiva.


CIÊNCIA 7

30 DE JUNHO A 07 DE JULHO/2022

Ursos-marrons têm DNA ancestral de ursospolares antigos, diz estudo

Cerro Chato, um sítio de fósseis muito valioso, é “redescoberto” depois de 70 anos

©ANGELLODECO/ZHILTSOV ALEXANDR/SHUTTERSTOCK

Ursos-marrons e ursos-polares são mais próximos do que imaginávamos: graças a um novo estudo publicado na Nature Ecolog y and Evolution, cientistas comprovaram que uma intensa hibridização de ambas as espécies há 125 mil anos levaram todos os ursosmarrons atuais a terem parte do DNA de ursos-polares mais antigos. A conclusão veio após intenso estudo de um fóssil de urso polar antigo chamado “Bruno”, com pelo menos 100 mil anos. Ao analisar o DNA do fóssil, os cientistas perceberam que, no meio do período Pleistoceno, há cerca de 100 mil anos, os ursospolares primordiais e os ursosmarrons se cruzaram, fazendo com que o genoma antigo se zesse presente em cerca de 10% do DNA dos ursos-marrons de hoje. Bruno, na realidade, uma

fêmea, era parte de uma linhagem de ursos polares que antecedeu aos exemplares que conhecemos hoje. Uma das principais características dessa vertente há muito extinta é o seu c r â n i o m a i s av a nt aj a d o e alongado. Cruzamentos entre espécies de ursos não são exatamente uma novidade: hoje, cientistas já trabalhar com a classi cação do chamado urso “grolar”, resultado da união dos ursos polares com os ursos-cinzentos (“Grizzly Bears”, em inglês). Por essa lógica, o estudo também menciona pelo menos outras três ocasiões em que ursos-marrons derivaram de espécies que vieram anter ior mente, em intervalos de 10 mil a 25 mil anos. De acordo com a pesquisadora correspondente Beth Shapiro, professora de Biologia Evolucionária na Universidade

d a C a lifór ni a-Sant a Cr uz, quando falamos do cruzamento d e u r s o s - p ol are s e out r a s espécies, a tendência é, quase sempre, a de que o indivíduo resultantes seja dessa segunda espécie e não um “polar”. “Os indivíduos híbridos, se sobreviverem [ao cruzamento], seguem como ursos-marrons, talvez por terem di culdade de caçar com sucesso em áreas de mar congelado, já que não são completamente brancos”, disse a especialista. “Ursos genuinamente polares sempre representaram uma população pequena e sem muita diversidade genética”. Ursos-marrons e ursos-polares são espécies bastante diferentes entre si, com extrema discrepância em habitat, métodos de caça, comida e comportamento: os marrons tendem a ser mais habituados à presença humana, enquanto polares são mais voláteis e agressivos. Ainda assim, o estudo serve de prova para que, caso a necessidade apareça ou as áreas de movimentação de ambos venha a se sobrepor (algo fácil de acontecer com o avanço do aquecimento global), ursosmarrons e ursos-polares podem se acasalar, gerando uma maior diversidade de DNA.

Explosão recém-descoberta desaa o que a ciência sabe sobre as rajadas rápidas de rádio ©SHUTTERSTOCK

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Uma recém-descoberta explosão cósmica de rádio apresenta algumas propriedades únicas que fornecem aos cientistas pistas importantes sobre possíveis causas para esses misteriosos fenômenos astronômicos conhecidos como rajadas rápidas de rádio (FRB, na sigla em inglês). Ao mesmo tempo, tais características colocam em cheque o que os astrônomos pensavam saber sobre essas poderosas explosões, conforme descrito em um novo estudo publicado na revista Nature neste mês. Detectadas pela primeira vez em 2007, as FRBs são pulsos extremamente brilhantes de ondas de rádio que vêm de galáxias distantes. Em apenas um milissegundo, elas liberam tanta energia quanto o Sol faz ao longo de muitos dias. Nos últimos 15 anos, foram observadas cerca de 800 FRBs, e esse número tende a crescer cada vez mais.

Segundo Kshitij Aggarwal, pesquisador afiliado da Un i v e r s i d a d e d a Vi r g í n i a Ocidental, nos EUA, quando um telescópio captura um FRB, uma das características mais BOB BEHNKEN importantes que os cientistas examinam é a chamada dispersão, que é basicamente uma medida de como um FRB é esticado quando alcança a Terra. “O plasma que fica entre estrelas e galáxias faz com que toda a luz — incluindo ondas de rádio — desacelere, mas frequências mais baixas sentem esse efeito mais fortemente e desaceleram mais do que

frequências mais altas”, explicou Aggarwal em um artigo autoral publicado no site The Conversation. “Os FRBs contêm uma gama de frequências, então a luz de maior frequência na explosão atinge a Terra antes das frequências mais baixas, causando a dispersão”, disse o pesquisador, que é um dos autores do novo estudo. “Isso permite que os cientistas usem a dispersão para estimar de quão longe da Terra um FRB se originou. Quanto mais esticado é uma FRB, mais plasma o sinal deve ter passado e mais longe a fonte deve estar”.

©FERRAZ ET AL./DIVULGAÇÃO

Um dos maiores tesouros da Paleontologia, o sítio de Cerro Chato, foi “redescoberto” após 70 anos de ele ser considerado perdido. Localizado no Rio Grande do Sul, bem perto com a nossa fronteira com o Uruguai, o local é tido como um dos mais valiosos do campo de pesquisas pré-históricas e pode oferecer mais detalhes sobre o evento de extinção ocorrido durante o Período Permiano, onde 95% da vida na Terra foi varrida do planeta. Originalmente, Cerro Chato foi descoberto em 1951. Na ocasião, cientistas do mundo inteiro caram extremamente empolgados com o feito, mas o problema é que a região não tem nenhum tipo de marcação territorial natural (e, na década de 1950, tecnologias como “GPS” não eram nem mesmo sonhadas), então nós acabamos perdendo as suas coordenadas. “Por décadas, a localização geográ ca deste sítio era des conhecida. Felizmente, depois de tanto tempo, nós teremos a oportunidade de continuar a escrever a história do sítio por meio de seu registro de fósseis”, disse Joseline Manfroi, especialistas em Paleobotânica pela Universidade do Vale do Taquari e coautora de um estudo que descreve o parque. Há 260 milhões de anos, a região hoje chamada de “Cerro Chato” apresentava condições

ideais de resguardar e preservar organismos mortos. Por essa razão, a maior parte das antigas rochas do parque é recheada de fósseis extremamente delicados, como plantas pré-históricas cuja fossilização é bem mais complicada que a de animais, já que vegetais não têm partes mais rígidas (ossos, por exemplo). Cerca de 100 espécies de fósseis antigos — incluindo alguns moluscos e peixes, mas também plantas que precedem espécies modernas de coníferas e samambaias — foram catalogadas pelos cientistas originais dos anos 1950 e rea rmadas pelo time liderado por Manfroi. Segundo os pesquisadores, porém, isso é apenas o começo: os descobridores originais de Cerro Chato não tiveram muito tempo para escavar materiais antes de perderem a localização do parque, então há uma alta

probabilidade de que a região inteira traga ainda mais informações, que estão esperando para serem descobertas. “A área ainda a ser explorada é imensa”, disse a coautora Joseane Salau Ferraz, estudante pósdoutorado da Universidade Federal dos Pampas. “Eu estimo que não exploramos nem mesmo 30% de todo o espaço disponível”. Segundo Ferraz, os fósseis sendo estudados agora são “testemunhas diretas das mudanças climáticas ocorridas durante o Período Permiano”. “Esses estudos nos ajudarão a entender melhor a distribuição dessas plantas ao redor do mundo”, ela comentou. O estudo foi publicado no jornal cientí co Paleodest, e está disponível integralmente para download em versões para português brasileiro e inglês.

Filhote de mamute mumicado de 30 mil anos é descoberto no Canadá Na última sexta-feira (24), o governo do Canadá anunciou a descoberta dos restos mortais mumi cados de um mamutelanudo b eb ê prat icamente completo. O achado foi feito por mineradores que trabalhavam em campos de ouro de Klondike, em Tr'ondëk Hwëch'in, no território de Yukon. Ap es ar do anúncio, a localização do animal se deu dias antes, quando os trabalhadores escavavam o permafrost no a uente Eureka Creek. A múmia do mamute recebeu dos locais o nome de 'Nun cho ga' (ou 'grande bebê animal' na língua nativaamericana Hän). Uma estimativa feita por pesquisadores da Universidade

d e C a l g a r y e d o Yu k o n Geological Survey, apontam que o mamute morreu congelado há mais de 30 mil anos no permafrost da Era do Gelo. O grupo foi o mesmo responsável

de uma fêmea. “Esses incríveis restos da Era do Gelo fornecem um vislumbre extremamente detalhado de uma época em que Nun cho ga percorria o Yukon ao lado de cavalos selvagens, leões ©DIVULGAÇÃO/TWITTER/@WATERSHEDLAB das cavernas e bisões g i g a n t e s d a s e s t e p e s”, apontam as autoridades canadenses em nota. Agora, a expectativa do governo local e da Associação de Mineiradores de Klondike Placer é que o por recuperar o animal. lhote seja preser vado e Segundo o governo local, a e s t u d a d o , e q u e e s s a s descoberta trata-se do lhote de i n f o r m a ç õ e s s e j a m mamute mais bem preservado já c o m p a r t i l h a d a s m a i s encontrado na América do d e t a l h a d a m e n t e c o m a Norte. Exames preliminares comunidade cientí ca global e apontaram que o animal trata-se da região.


8 BEM-ESTAR

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O que acontece com o corpo quando tomamos pouca água O corpo acumula toxinas, afetando a disposição e funcionamento vitais dos órgãos quando não se bebe muita água ©KENEX MEDIA AS/PEXELS/BOA FORMA

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665

Bolo de paçoca surpresa ©GUIA DA COZINHA

Com as temperaturas caindo, a nossa ingestão de água, tende a diminuir. A nal, não precisamos mais nos refrescar para aliviar o calor. Mas vale lembrar que a água é essencial para a hidratação do corpo. Ela elimina toxinas, contribui para a saúde do fígado e fortalecimento do sistema imunológico e ajuda a melhorar a digestão de bras e o funcionamento do intestino. A circulação sanguínea também é afetada pela ingestão de água. O sangue é o responsável por levar oxigênio para todo o organismo, então, um bom volume de água é fundamental para que todo o corpo seja irrigado e receba a nutrição necessária. Então, o que acontece com nosso corpo quando não tomamos a quantidade necessária de água por dia para ajudar o seu funcionamento? "Um corpo desidratado pode levar a problemas futuros", diz a nutróloga Carol Maretto, da Clínica Aguillera. Alguns dos problemas incluem: dores de cab eça; Intestino preso; ressecamento da pele; imunidade baixa; aumento do peso; baixa memória. Quando não bebemos água, nosso corpo se torna suscetível a

sobrecarregar toxinas, levando a dores de cabeça e intestino preso. "Sem água, o corpo não tem uma produção correta de energia e reabsorve água da urina e fezes (ou seja, aquilo que iria ser eliminado como toxina), afetando sua disposição" alerta Carol. Já, o aumento de peso acontece pois a água melhora a absorção dos nutrientes e digestão dos alimentos. Além disso, o cérebro também é afetado, causando a falta do controle do apetite. Mas, muito além do corpo, é possível notar algumas di culdades de cognição como atraso de raciocínio, baixa memória e variações no humor. Qual é a quantidade indicada de água a se consumir Vaness a Vargas Fer reira, médica e especialista em nutrologia, explica que, em mé dia, o re comendado de ingestão de água por dia é entre 1,5 a dois litros, mas que varia de acordo com o peso do paciente. Para saber a quantidade exata que você precisa tomar de água por dia, é preciso fazer um cálculo: 35ml multiplicado pelo peso corporal. Por exemplo: uma pessoa de 70kg deveria ingerir 2.450ml de água por dia. Mas vale lembrar que você não

precisa consumir essa quantidade apenas através de uma gar ra n ha. "A lém d a ingestão diária de água, é importante para a saúde e para hidratação do corpo o consumo de frutas. Água de coco, suco de frutas e consumo de frutas ricas em água como melancia, laranja, pera é muito positivo para a nossa saúde. Fundamental dizer que as frutas são fontes ricas em vitaminas e minerais" aconselha a pro ssional. Melão, morango, laranja e abacaxi também são exemplos de frutas com bastante água. Como consumir mais água Não há nenhum hábito bom que não possa ser criado. Para aumentar o consumo diário de água busque por estímulos visuais — compre uma garrafa de água bonita e a mantenha por perto para estimular o consumo de água. O uso de aplicativos e lembretes também são uma maneira de se manter hidratado. Águas aromatizadas podem ajudar a consumir mais água. Experimente adicionar folhas de hortelã, lascas de gengibre ou canela (em pau) na água para dar um sabor especial. Só se lembre de consumir água.

Deixe suas refeições mais saudáveis com trocas simples ao cozinhar Os ingredientes que você escolhe para compor as

refeições do dia a dia e o modo de prepará-las têm

tudo a ver com a qualidade da sua alimentação. Para que

Q

ue t a l uma re ceit a prática e deliciosa para fazer de sobremesa ou no café da tarde? Experimente esta receita de bolo de paçoca surpresa, que além de gostosa, é fácil de fazer e vai surpreender a todos. Aliás, é também uma ótima opção para cardápios juninos. Veja a receita completa abaixo e experimente em casa para toda sua família! Ingredientes 4 ovos 2 xícaras (chá) de açúcar ½ xícara (chá) de óleo 1 xícara (chá) de água ½ xícara (chá) de iogurte natural 1 xícara (chá) de chocolate em pó 3 xícaras (chá) de farinha de trigo 1 colher (sopa) de fermento em pó Margarina para untar 12 paçocas-rolha inteiras Paçocas-rolha esfareladas para decorar Cobertura 1 lata de leite condensado 1 xícara (chá) de paçoca

esfarelada 2 colheres (sopa) de manteiga ½ caixa de creme de leite (100g) Modo de preparo No liquidi cador, bata os ovos, o açúcar, o óleo, a água, o iogurte e o chocolate por três minutos. Trans ra para uma tigela e, com um batedor manual, misture a farinha e o fermento. Coloque em uma fôrma de 24cm de diâmetro forrada com papelmanteiga untado. Distribua as

paçocas inteiras por toda a massa, afundando levemente. Leve ao forno médio, preaquecido, por 35 minutos ou até assar e dourar. Desenforme morno e retire o papel. Leve os ingredientes da cobertura ao fogo baixo, mexendo até levantar fervura e engrossar levemente. Deixe esfriar e cubra o bolo. Decore com paçoca e sirva. Rendimento: 8 porções Fonte: Terra

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©GETTY IMAGES

ela que mais saudável, além de ter a presença frequente de carnes, ovos, frutas, legumes e vegetais variados, alguns ajustes podem ser feitos. Na hora de temperar, por exemplo, pre ra tudo que for 100% natural, como as ervas aromáticas. C onte com salsinha, cebolinha, manjericão, louro, tomilho, alecrim, salsão. As versões desidratadas, encontradas em sachês nos mercados e

f e i r a s , g e r a l m e nt e n ã o contêm aditivos arti ciais, mas possuem sabor concentrado e um pouco diferente do que a erva fresca oferece. Abandone completamente os temperos prontos que não s ã o n at u r a i s . E l e s t ê m grandes quantidades de sódio, corantes arti ciais e gorduras vegetais. Em excesso e longo prazo, seu consumo pode desencadear alguns problemas de saúde,

especialmente para quem é hipertenso. Os t abl e te s d e c a l d o s podem ser substituídos por uma receita feita em casa, com cenoura, cebola, alhoporó, salsão, alho, ervas frescas e algumas especiarias. É só cozinhar em uma boa quantidade de água, su ciente para cobrir os ingredientes, mantendo em fogo baixo por cerca de 40 minutos, sem tampa. Depois, basta coar e o caldo está pronto. Acrescentando ossos ou aparas de frango ou bovinos, você terá os caldos de galinha e de carne. Para temperar saladas e receitas frias, troque o óleo de soja por outros de mais qualidade, como azeite e de abacate, ricos em vitaminas, á c i d o s g r a x o s monoinsaturados, ômega-3 e antioxidantes.


SAÚDE 9

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ANS amplia cobertura para Suplementos vitamínicos tratamento de autismo e não nos tornam mais outros transtornos do saudáveis desenvolvimento ©SHUTTERSTOCK

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A D i re t or i a C o l e g i a d a d a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que regula os planos de saúde do Brasil, decidiu ampliar as regras de cobertura para os casos de transtornos globais do desenvolvimento, que inclui, por e x e mp l o, o t r a n s t or n o d e espectro autista (TEA). S egundo infor maçõ es da Agência Brasil, a decisão foi tomada na última quinta-feira (23) e tornou obrigatória a cobertura para qualquer método ou técnica indicado pelo médico para o tratamento do paciente que tenha um dos transtornos de desenvolvimento. Segundo o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello, a agência já discutia sobre terapias para tratamento do espectro autista em um grupo de trabalho desde 2021. “Com base nessas discussões e

considerando o princípio da igualdade, decidimos estabelecer a obrigatoriedade da cobertura dos diferentes métodos ou terapias não apenas para pacientes com transtorno do espectro autista, mas para usuários de planos de saúde diagnosticados com qualquer transtorno enquadrado como transtorno global do desenvolvimento”, explicou. Os transtornos globais do desenvolvimento são caracterizados por um conjunto de condições que geram di culdades de comunicação e

de comportamento, prejudicando a interação dos pacientes com outras pessoas e o enfrentamento de situações cotidianas. Eles englobam o transtorno do espectro autista/Asperger, o transtorno desintegrativo da infância (psicose), síndrome de Rett e transtorno com hipercinesia associada a retardo mental e a movimentos estereotipados, entre outros. A normativa também ajustou o Anexo II do Rol para que as sessões ilimitadas com fonoaudiólogos, psicólogos, te r ap e ut as o c up a c i onais e sioterapeutas cubram todos os tipos de transtornos que se encaixem no grupo. A nova resolução foi publicada na última sexta-feira (24) no Diário O cial da União e começa a valer a partir de 1º de julho.

Brasil lança nova campanha de incentivo à vacinação Meta é reverter queda de ıńdices de vacinaçã o de diversas doenças ©TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL

Todas vacinas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são testadas, aprovadas e seguras; e notícias falsas devem ser desmentidas porque levam muitas pessoas à morte. Tendo por base esses princípios, foi lançada, na quarta-feira (29), em Brasília, a campanha de incentivo à vacinação “Vacina

M a i s ”, p r o m o v i d a p e l a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas e OMS), em parceria com conselhos de saúde de âmbito nacional, estadual e municipal. “Estamos trabalhando para desfazer falsas notícias que l e v a m à m o r t e”, d i s s e o

presidente do C onselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, durante a cerimônia de lançamento da nova campanha, que conta, também, com as parcerias do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Segundo o CNS, o Brasil é um d o s “p ou c o s p aí s e s qu e oferecem um extenso rol de vacinas gratuitas à sua população”, com um Programa Nacional de Imunizações (PNI) que disponibiliza anualmente cerca de 300 milhões de vacinas contra mais de 30 doenças em aproximadamente 38 mil salas de vacinação espalhadas pelo

A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA (USPSTF) atualizou as recomendações a respeito do uso de suplementos vitamínicos e dietéticos pela população. De acordo com os cientistas do grupo, o reforço é necessário devido diversos estudos já terem sugerido que as pílulas não nos tornam necessariamente mais saudáveis, sendo inúteis em muitos casos. S egundo informações do Science Alert, o foco das novas orientações está nos diversos produtos que prometem dar saúde o su ciente para, por exemplo, prevenir doenças cardiovasculares e câncer, as duas principais causas de morte nos EUA. No entanto, não há evidências que comprovem que o uso regular de vitaminas ofereça tal benefício. Os pesquisadores ressaltam que a falta de evidência não permite que eles recomendem ou não recomendem o uso, já que mais estudos são necessários. No entanto, uma recente descoberta apontou que o uso de betacaroteno, encontrado em suplementos para pessoas adultas, pode, na verdade, aumentar o risco de câncer em pessoas que já tenham predisposição a doença. “Descobrimos que não há benefício em tomar vitamina E e

que o betacaroteno pode ser prejudicial porque aumenta o risco de câncer de pulmão em pessoas já em risco”, disse o vicepresidente da USPSTF, Michael Barry. Em suma, a nova nota rea rma a mensagem de que não há prova real de que essas pílulas sejam boas e alcancem os objetivos prometidos. Por outro lado, também não há estudos su cientes que digam que são ruins (salvo a recente descoberta sobre o uso de betacaroteno). “A Força-Tarefa não está dizendo 'não tome multivitaminas'”, explicou o clínico Jeffrey Linder, chefe de medicina interna geral da Faculdade de Medicina Feinberg, da Universidade Northwestern. “Mas há essa ideia de que, se isso fosse realmente bom para você, já saberíamos”. De acordo com pesquisadoras da Northwestern University, “em teoria, vitaminas e minerais têm efeitos antioxidantes e antiin amatórios que devem diminuir o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e câncer”, porém, nada supera a dieta saudável como estilo de vida. “Comer frutas e vegetais está associado à diminuição de doenças cardiovasculares e risco de câncer. É razoável pensar que

vitaminas e minerais essenciais podem ser extraídos de frutas e vegetais, embalados em uma pílula, e as pessoas podem evitar a di culdade e os custos de manter uma alimentação equilibrada”. Ainda de acordo com as especialistas, micronutrientes isolados de outros componentes naturais de uma dieta não oferecem os mesmos benefícios à saúde de quando são consumidos em alimentos. “[Os pacientes estão] desperdiçando dinheiro e se concentrando em pensar que deve haver um conjunto mágico de pílulas que os manterá saudáveis quando todos deveríamos seguir as práticas baseadas em evidências de alimentação saudável e exercícios”, alertou Linder. Vale destacar que as novas o r i e nt a ç õ e s e m r e l a ç ã o à evidência insu ciente de benefícios se aplicam apenas a adultos saudáveis sem d e c i ê n c i a s nu t r i c i o n a i s . Gestantes, que são recomendadas a tomar suplementos de ácido fólico, não fazem parte do grupo. As novas recomendações emitidas pela USPSTF foram publicados no JAMA.

território nacional. O Conselho Nacional de Saúde rea rmou que a v a c i n a ç ã o “é u m a d a s intervenções de saúde pública mais e cazes, custo-efetivas e que salvam vidas”. O objetivo da campanha é o de “unir esforços para conscientizar a população do Brasil sobre a importância de aumentar a cobertura vacinal”. Segundo a representante da Opas no Brasil, Socorro Gross, a campanha chama atenção para a necessidade de que as pessoas se vacinem “mais do que estão fazendo hoje”. “Ela mostra também que esse “Mais” — usado na campanha — simboliza a soma de esforços que precisamos para alcançar o aumento da cob er tura de vacinação para termos pessoas mais saudáveis”, enfatizou.

Acrescentou que “a campanha destaca, também, que as vacinas estão disponíveis gratuitamente pelo grandioso SUS em todos estados e municípios brasileiros para que as pessoas façam uso desse direito, o que envolve também responsabilidades”. Segundo Gross, as vacinas são “uma das medidas de saúde pública mais efetivas”, sendo, p or t ant o, n e c e s s ár i o qu e continuem sendo “um bem público mundial que não pode ser retirado da população porque mantém todos saudáveis, ajudando-nos a eliminar doenças”. “As vacinas salvam vidas, são seguras e previnem enfermidades, além de proteger comunidades mais vulneráveis”, complementou. O CNS lembra que, graças às vacinas, a varíola foi erradicada

do mundo em 1980. “E a região das Américas foi a primeira do planeta a eliminar doenças como poliomielite (em 1994), rubéola e síndrome da rubéola congênita (em 2015) e tétano neonatal (em 2017)”, destacou. No entanto, segundo Fernando Pigatto, a alta taxa de cobertura vacinal vem caindo nos últimos anos, deixando milhões de pessoas em risco. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2015 e 2021 o número de crianças vacinadas com a primeira dose contra a poliomielite caiu de 3.121.912 para 2.089.643. Já para a terceira dose, no mesmo período, os números reduziram de 2.845.609 para 1.929.056. Com isso, a cobertura vacinal contra esta doença recuou, no período, de 98% para 67%.


10 Criança hoje, Criança amanhã

30 DE JUNHO A 07 DE JULHO/2022

ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Torturar uma Criança, vulnerabilidade e tolerâ ncia —Parte X O cuidado é um valor jurídico, mas é o descuidado que frequenta as salas da justiça

T

©LUÍS LOURO BD/STOCKPHOTO

pretendendo estar a “proteger” de um inimigo imaginário, nestes casos, a mãe. A tolerância da Criança para suportar as mais diferentes situações torturantes está alojada em sua vulnerabilidade, em sua condição da permanente exigência de obediência aos adultos, ela sabe que não tem competência para ter autonomia, ela sabe de sua dependência física e, consequentemente, emocional por esses adultos. “Criança não tem querer”, mas Criança é Sujeito de Direito. O Cuidado é um valor jurídico, mas é o descuidado que frequenta as salas da justiça. Num momento de seu desenvolvimento cognitivo que o único código

desesperada, fala as claras palavras “eu não quero ir”, mas é obr igada p or uma de cis ão judicial que nunca escutou esse desespero, e, por facilidade, prefere imaginar que é a mãe que “fez a cabeça do lho”. Em total discordância com o conhecimento cientí co que a rma que a Criança pensa com o raciocínio concreto, quando a experiência é seu modus operandi até os 12 anos, a mãe é acusada de “programar” a mente da Criança. Em contrapartida, surge uma nova especialidade entre psicólogos que se submetem a essas perversidades pseudocientí cas: Psicólogos Reprogramadores. Sob o olhar da coisi cação do Ser Criança, essas

Crianças a sufocarem afetos que seriam estruturantes da personalidade e princípios do caráter. Parece que o ato de torturar uma Criança está, diretamente, relacionado com a condição peculiar de dependência e fragilidade, tanto física quanto mental, que compõem o conceito de vulnerabilidade. Este estado provoca, em mentes que sofrem d e me d o e i ns e g u r anç a , a sensação de Poder que autoengana o adulto que não conseguiu se libertar de seus próprios medos infantis, seus antigos sofrimentos, em que estava nesse lugar do dominado, do oprimido. Acrescento aqui a hipótese de que a empatia com a dor da Criança foi bloqueada para que, ilusoriamente, não seja invadido pela própria dor, tão bem sepultada em nome da sobrevivência psíquica. Tornarse seco, insensível, banalizador da dor alheia, é o mecanismo de defesa que sustenta a atitude institucional que viola Direitos Fund ament ais de Cr i anç a,

possível é o “pode” e o “não pode” para suas tentativas de exploração do mundo do seu entorno, a Criança é empurrada na direção de um código ético duplo de um adulto, nos casos de abuso intrafamiliar, grave crime que está cada vez mais acob er tado e negado, cuja duplicidade atordoa a mente em formação da Criança. O “não pode” convive com o “pode” só comigo, ou seja, não pode ter comportamento libidinoso e sexualizado com ninguém nem em lugar nenhum, mas aquele adulto pode ter prazer sexual sigiloso com aquela Criança, dentro da casa da família, no ambiente que é de sua necessária referência. Pergunta-se, com frequência, por que a Criança não grita, não fala logo, na negação da condição de vulnerabilidade e de tolerância pela obediência ao adulto. Mas ela grita e não é escutada. Seu grito é silencioso, mas visível para quem tiver coragem de ver. Quantas vezes a Criança chora e grita

pessoas passam a desmontar as lembranças dos abusos dando

©COLPRENSA/VANGUARDIA LIBERAL

ortura física, com marcas visíveis ou invisíveis, com sequelas visíveis ou invisíveis. Tortura psicológica que, geralmente, só mostra suas sequelas muitos anos depois, já cristalizadas como sintomas. To r t u r a I n s t i t u c i o n a l , a judicialização da infância, fase do desenvolvimento que acaba e que os pro cess os s eguem, s em resp eito ao temp o que foi perdido pela Criança. Nessa judicialização, em nome do sabor d o e x e r c í c i o d o Po d e r, Operadores de Justiça perdem a boa e velha noção básica do bom senso, das necessidades primordiais, e subvertem a ordem da natureza, obrigando

uma nova interpretação produzida na acusação à mãe. Esse é um projeto que ganha uma facilitação na coincidência do tempo do processo interno de Desistência e no Processo de Ret rat ação que a Cr iança, afastada da mãe, é entregue a seu agressor. É essa a questão. A d e s i stê nc i a p el a re p e t i ç ã o re v it i m i z ante e qu e nã o é escutada pelas pessoas que têm com propósito olhar a Criança Sujeito de Direito, à luz do Princípio do Melhor Interesse da Criança. Ao contrário disso, temos, por exemplo, uma a rmação que não se sabe de onde surgiu, em qual teoria cientí ca de Desenvolvimento Infantil se sustenta, o início do pernoite com o pai a partir dos seis meses. To t a l m e n t e i n a d e q u a d o , totalmente nocivo, porque aos s e i s m e s e s a C r i an ç a e s t á

passando por uma mudança de percepção de mundo que produz uma alteração emocional com uma agudização da dependência pela presença concreta da mãe. René Spitz conceituou essa fase do desenvolvimento motor que tem repercussão na esfera afetiva, mostra um aumento do medo como emoção predominante quando da ausência, mesmo que curta, da mãe no ambiente. A aquisição motora do sentar é de grande importância para a p ercep ção, a mudança das dimensões e tamanhos que surgem a partir do eixo do corpo do bebê sentado ao chão, que passa a ser o ponto zero nessa percepção. Tirar esse bebê de seu ambiente neste momento é desastroso e pode patrocinar sintomas e alterações que podem vir a ser permanentes. Mas, parece, que a roda do ouro dos ganhos de pro ssionais que

já zeram dessas que, para a simpli cação e desvio de corretos propósitos, são chamadas de “disputa de guarda”, em mais uma clara expressão da cleptoepistemologia que assola essa área. Disputa de guarda é quando há discordâncias quanto a posições educacionais, por exemplo. Crime de abuso sexual incestuoso não é disputa de guarda. É uma tentativa, hoje inócua, de proteção pretendida pela mãe cuidadosa. A Igualdade Parental, outra e x p r e s s ã o d e cleptoepistemologia que faz parte do romance jurídico, deveria estar voltada para a Igualdade de Responsabilidades Parentais, e não na pretensa divisão do tempo da Criança ao meio. Algum de nós suportaria viver em duas casas, carregando na mochila sua vida? ©FREEPIK


COMPORTAMENTO 11

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Por que algumas pessoas são possessivas a ponto de impedir outras de sair? geralmente é de que o parceiro se envolva emocionalmente com alguém. Já neles, tem a ver com questões sexuais, de a parceira ter transado com outro, ou um

paixão maior de alguém. O nível disso que se sente costuma ser baixo e para o outro pode ser até prazeroso de saber. É completamente o oposto do

Pân i c o, ve rgon h a , r aiv a , desespero em perder o outro direcionam todas as suas ações, numa tentativa irre etida de se evitar que isso aconteça. O

ciúme p atológ ico, garante Henrique Bottura, psiquiatra diretor clínico do Instituto de Psiquiatria Paulista. "Pessoas com um grau muito mais intenso de ciúme sofrem e fazem os outros sofrerem. Ao notarem, por exemplo, que o parceiro tem dado sinais suspeitos, em vez de terem uma conversa clara ou se retirarem em busca de autopreservação, não, agem de mo do invasivo, cerceador, violento, desgastando ainda mais o relacionamento".

sentimento de posse latente então gera, segundo Batista, a necessidade de controle absoluto: "De sempre querer a localização exata, saber as companhias, afazeres, e mesmo sendo correspondido, d e s c o n a r, i r a t r á s p a r a r e a l m e n t e s e c e r t i c a r, mantendo um const ante e insuportável clima tenso entre as partes". Controlar o ciúme e todas as suas manifestações doentias é possível, com empenho pessoal e

©GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO

pode fazer com que a outra pessoa renuncie a sua própria liberdade. Ninguém se torna ciumento de uma hora para outra. Quase sempre a construção desse per l ocorre na infância, por múltiplos motivos. "Algumas crenças disfuncionais adquiridas em casa, com os próprios pais, por aprendizado com o relacionamento deles, ou pela experiência de vivenciar traições, são fatores que podem contribuir", aponta Leide Batista, psicóloga pela Faculdade Castro Alves e com experiência pelo Hospital da Cidade (HC), em Salvador (BA). Os gatilhos possessivos também podem advir, por exemplo, de solidão e abandono quando se é criança, falta de encorajamento, sentimento de perda, com a chegada de um irmão mais novo, discriminação sofrida em escola ou grupo de amigos. Tudo isso pode se somar, no futuro, a relações malsucedidas ou abusivas, divórcios, falta de experimentações, sem deixar de considerar ainda a parte biológica, que pode in uenciar um temperamento mais agressivo. Liliana Seger, doutora em psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP), acrescenta que também há diferenças por trás do ciúme entre homens e mu l he re s . " Nel as , o me d o

Ciúme, uma reação emocional complexa que acompanha dentre muitos seres vivos, os humanos. Ao longo da história de nossa espécie, o que não faltam são relatos de ataques ciumentos, possessivos, entre pais e lhos, irmãos, casais, muitos terminando em atos hediondos. Medeia, personagem da mitologia grega, por ciúme e vingança do marido, foi capaz de assassinar seus próprios lhos com ele. Em comum, ciumentos compartilham um conjunto de emoções, pensamentos e reações comportamentais a uma ameaça real — ou não — a sua relação com alguém por quem se tem carinho, amor, desejo. Agem quase sempre por medo de perder o que recebem do outro. "Por mais que o amor seja demonstrado, tendem a não acreditar, pois não possuem amor-próprio", informa Lucy Car valhar, psicóloga pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Esse sentimento nocivo pode evoluir de frustração e impotência para possessividade, ou paranoia, em relação ao outro. O ciumento se autoconvence, sem necessariamente ter provas ou indícios convincentes, de que está sendo enganado, vítima de in delidade — no sentido mais amplo da palavra, não necessariamente envolvendo sexo — e passa a caçar evidências de uma traição. Se não freado,

histórico sexual vasto, mesmo que ten ha sido em out ros momentos, e desejo de querer coisas novas". Muita coisa contribui para a instalação do ciúme, mas, segundo os especialistas, não dá para negar que ele também faça parta de nossa essência, como da de outros animais, a exemplo de cães e gatos. O ciúme natural, constituinte, por assim dizer, tem por características, primeiro, uma insegurança de se perder o "posto" de queridinho, predileto,

terapia psicoemocional. No que compete aos parceiros, devem car atentos à recorrência e intensidade dos sinais preocupantes já citados e não os incentivar por achar que equivalem a demonstrações de carinho genuíno. Querer que o outro lhe coloque num pedestal só serve para fortalecer um ego narcisista e di cultar a percepção e resolução da relação possessiva. "É alimentar a ideia de que um não faz nada sem a presença do outro, de que é necessária uma atenção constante, de que com manipulação, ameaças e ch ant age ns e mo c i on ai s s e consegue tudo o que quer", complementa a psicóloga Lucy Carvalhar. O tempo para si mesmo é substituído por se viver unicamente em função do outro e, assim, o ciúme também pode se multiplicar, tornar-se bilateral, e esse espiral sair do controle, se alguém decidir "rompê-lo". Em caso de evolução para transtornos, pode ser necessária a a d m i n i s t r a ç ã o m e d i c am e nto s a . Ma s n e m sempre dá para recuperar a vida que se tinha antes. Havendo violências, o ciúme se enraíza, c om o u m t r a ç o d a personalidade. Portanto, se você crê que tudo se justi ca em nome do amor, está na hora de rever seus conceitos. Estando do outro lado, cuidado desde já com quem pede acesso a todas as suas senhas, conversas e chaves pessoais.

Como ter mais confiança em você mesmo? lósofo suíço Alain de Botton, con ança é uma habilidade baseada em um conjunto de ideias sobre o mundo e o nosso lugar natural dentro dele. 'Então, quer dizer que posso aprender a ser mais con ante?'. A resposta é: sim.

travamos diante de algo que é desa ador. Ou que a gente sente que é incapaz de realizar. E esse sentimento vem de um lugar de comparação com as outras pessoas. "Ao nos depararmos com desa os, frequentemente

que vence (...) nos vemos no papel de 'impostores', como um ator no papel de um piloto, usando um uniforme e fazendo pronunciamentos animados da cabine, enquanto é incapaz até de dar a partida", diz o livro. Se a con ança é uma

Há quem seja assombrado pela já chamada 'síndrome do impostor', quando simplesmente

deixamos a possibilidade de sucesso aos outros, porque não nos vemos como o tipo de pessoa

habilidade, signi ca que pode ser treinada. E, para muitos, saber que poderão conquistar uma

©ADOBE STOCK

Se sentir con ante é algo difícil para muita gente. Ainda mais após dois anos de pandemia de covid-19, relacionar-se com as pessoas, fazer escolhas e tomar decisões parece alto desa ador. Pensar quer não vamos conseguir fazer algo da maneira correta ou e s p e r a d a é g at i l h o p a r a a ansiedade. Mas a boa notícia para você é que a con ança, assim como o talento, não é algo 'divino', de acordo com o livro lançado agora pela e School of Life e a Editora Nós. "Frequentemente nos falta con ança porque implicitamente a tomamos como uma questão de sorte irreproduzível e levemente bizarra. Algumas pessoas apenas s ã o mu it o c on a nt e s , p or motivos que neurocientistas algum dia poderão descobrir. Mas dizemos a nós mesmos que não há muito o que podemos fazer sobre nossa situação particular", diz um trecho do livro Con ança. Porém, de acordo com o fundador da e School of Life, o

vida com menos ansiedade na tomada de decisões pode ser libertador. "Con ar nunca foi tão importante para o mundo. Precisamos con ar, inclusive, na ideia de que um modo diferente de estar no mundo é possível, do contrário, seremos extintos junto com o planeta", a rma Simone Paulino, fundadora da Editora Nós. "O livro Con ança está sendo lançado em um momento muito oportuno em que muitos de nós camos isolados por tanto tempo e perdemos habilidades como a con ança. É a diferença entre ousar, acreditar em si mesmo e dar aquele salto de fé", explica

Diana Gabanyi, sócia-fundadora da e School of Life Brasil. " D e p o i s d o l i v r o Autoconhecimento, o livro Con ança é a segunda obra que lançamos no Brasil em parceria com a Editora Nós. É muito especial saber que estamos dando mais esse passo, ampliando a nossa oferta de recursos para ajudar as pessoas a viverem melhor e mais sabiamente, entendendo melhor sentimentos, pensamentos e reações de si mesmo e do outro", conta Jackie de Botton, que ao lado de Diana, trouxe a TSOL para o País em 2013.


12 OLHAR DE UMA LENTE

30 DE JUNHO A 07 DE JULHO/2022

HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

“Temos um governo socialista que aumentou a fome e a pobreza no ES”, diz Guerino Zanon Em números absolutos, hoje são 250 mil capixabas que mal conseguem se alimentar Texto: Assessoria de Comunicação ©FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

O

capixaba está mais pobre e com uma renda média per c apit a a b a i x o d a m é d i a nacional. A constatação é do ©ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

aqui é menor do que a média nacional: R$ 1.280,00 no Espírito Santo, enquanto no Brasil esse valor é de R$ 1.353,00. O que aconteceu

com o Estado que se orgulhava de ser um dos mais desenvolvidos do País? ”, questiona Guerino. A Pnad 2022 mostra que 1 4 , 2 % d a p opu l a ç ã o d o

Nada. Fechou comércio e se acomodou com auxílio do Governo Federal. Não pensou em políticas públicas. Hoje são 580 mil capixabas pobres e e x t r e m a m e n t e p o b r e s”, destaca Guerino. O pré-candidato acredita que é possível virar o jogo e melhorar as condições de vida dessas pessoas. Para ele, é fundamental ter uma política social e ciente e acompanhar de perto a evolução dessas famílias. “É preciso planejar u m pro g r am a d e R e nd a B á s i c a , p a r a g a r a nt i r o mínimo que uma família precisa para sobreviver como alimentação, gás, conta de luz. Nã o te m p ol ít i c a s o c i a l melhor que o emprego. Mas não podemos fechar os olhos para um grupo de pessoas — que foi duramente ignorado

— que pre cis a de ajuda u r g e nt e p ar a s ai r d e s s a situação de miséria”, analisa.

empreendedorismo, priorizar a entrada e o acesso dessas famílias ao Sine, programas de

TATI BELING

©SÉRGIO LIMA

pré-candidato ao governo do Estado Guerino Zanon (PSD), que analisa a recém-divulgada Pe s qu is a Na c i ona l p or Amostra de Domicílios (Pnad) 2021. Segundo o estudo, a renda mé dia domiciliar per capita do capixaba diminuiu se comparada à da média nacional e, com isso, mais moradores do Estado entraram na linha da pobreza — c re s c i m e nt o t amb é m acima da média nacional. Para o ex-prefeito de Linhares, apesar de 2021 ter sido um ano de pandemia, a má gestão do atual governo fez com que os efeitos do vírus na economia fossem ainda mais devastadores. “São números chocantes. Essa é a herança que este governo socialista deixa para o Espírito Santo. A Pnad mostra ainda que a renda domiciliar per capta

viver na pobreza e na extrema pobreza. São 580 mil capixabas pobres ou extremamente pobres. Não se via um número tão alto de pessoas nessas condições desde 2009 — ou seja, perdemos 13 anos no combate à pobreza na atual gestão. Em 2020, o percentual de pobres e de extremamente pobres no ES era de 8,5% — um crescimento de 5,7%, acima, portanto, da média nacional, que foi de 5%. Entre os quatro estados da Região Sudeste, o Espírito Santo foi onde a pobreza mais cresceu. Se aqui o crescimento foi de 5,7%, em Minas Gerais foi de 4,4%, no Rio de Janeiro 3,4% e em São Paulo, o crescimento da linha da pobreza foi de 2,5%. Em números absolutos, hoje são 250 mil capixabas que mal cons eguem s e alimentar (dados segmentados dos extremamente pobres). Isso signi ca que, na gestão atual de Renato Casagrande, 100 mil pessoas entraram nessa estatística de miséria no Estado — são os considerados extremamente pobres. “Muito provavelmente o governo vai colocar a responsabilidade na pandemia. Mas o que ele fez

Espírito Santo passaram a

para mudar esse cenário?

pelo atual governo socialista

E acrescenta: “Não podemos apenas dar o básico para essas f a m í l i a s . Te m o s q u e acompanhá-las de perto. Elas precisam de um plano com objetivos e metas, prevendo, por exemplo, a entrada delas no mercado de trabalho. É preciso valorizar políticas de

microcréditos especí cos, fortalecer a parceria com os municípios. O melhor programa social é aquele que tem porta de entrada, mas que também tem porta de saída”, frisa o pré-candidato ao Palácio Anchieta.


BRASIL 13

30 DE JUNHO A 07 DE JULHO/2022

A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

jornalfatosenoticias.es@gmail.com

©FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

O Governo Federal lançou, nesta quarta-feira (29), o Plano Safra 2022/2023, com R$ 340,88 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional até junho do próximo ano. O valor re ete um aumento de 36% em relação ao Plano anterior. Do total de recursos disponibilizados, R$ 246,28 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização, uma alta de 39% em relação ao ano anterior. Outros R$ 94,6 bilhões serão para investimentos (+29%). Os recursos com juros controlados somam R$ 195,7 bilhões (alta de 18%) e com juros livres R$ 145,18 bilhões (alta de 69%). O montante de recursos equalizados cresceu 31%, chegando a R$ 115,8 bilhões na próxima safra. A melhoria do acesso do produtor ao crédito rural foi assegurada não só pelo aumento nas disponibilidades de recursos, mas também pelo estabelecimento de taxas de juros compatíveis com a atividade rural e em níveis favorecidos, comparativamente às taxas livres de mercado. Com a taxa básica de juros da economia (Selic) em 13,25% atualmente, buscou-se preservar, prioritariamente, elevações menores para os bene ciários do Pronaf e do Pronamp, garantindo nanciamento adequado para esses públicos. O próximo Plano Safra também aposta na diversi cação das fontes de nanciamento, com a disponibilização de mais recursos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) para a aquisição de direitos creditórios do agronegócio. Foi estabelecido um aumento, de 50% para 70% na faculdade de uso dos recursos da LCA para a aquisição desses direitos creditórios. A expectativa é que a medida gere uma maior participação do mercado de nanças privadas do agro, com a expansão de títulos como a CPR, CDCA, CRA, além da LCA. No evento de lançamento do Plano, no Palácio do Planalto, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, destacou que o Plano Safra prioriza a agricultura familiar, os pequenos e médios produtores, as linhas de crédito para a sustentabilidade ambiental e a ampliação do armazenamento nas propriedades rurais. Segundo ele, os recursos vão ajudar o Brasil a fazer a sua parte para atender à demanda mundial por alimentos. “Nossos produtores vão colocar o Brasil ainda mais na condição de grande fornecedor de alimentos seguros e de qualidade para os brasileiros e para o mundo”, disse. O presidente da República, Jair Bolsonaro, destacou o trabalho dos produtores rurais, especialmente durante a pandemia de covid19. “Vocês mantiveram a nossa economia viva e garantiram segurança alimentar para o Brasil e para o mundo. Nós conseguimos alimentar um bilhão de pessoas com o nosso agronegócio”, disse. Ele também ressaltou que o Brasil é um exemplo para o mundo na sustentabilidade do agronegócio. O secretário de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Bastos, fez a apresentação dos principais números do Plano Safra, destacando que todas as taxas de juros estão abaixo da Selic, com crédito ainda mais competitivo para os pequenos e médios agricultores. Segundo ele, desde o início do governo, a destinação de recursos controlados para esses dois públicos dobrou. Bastos disse que o Mapa trabalha com o Ministério da Economia e com o Banco Central para melhorar a previsibilidade do orçamento necessário para a equalização da taxa de juros, do seguro rural e de outras políticas do Ministério. “Sem dúvida, esse será um legado para o setor, para os próximos anos, e para o país se rmar como peça chave na geopolítica internacional”. Representando os produtores rurais, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, disse que o Plano Safra 2022/2023 contribuirá para um ciclo fértil para a agropecuária brasileira. “O plano está muito melhor do que o esperado. Garantir o acesso a ferramentas de mitigação de risco com esse seguro rural robusto e recursos que possam nanciar todas as cadeias produtivas, estimulando a produção nacional, não se trata apenas de uma questão econômica mas principalmente de segurança alimentar global”. Os produtores pequenos e médios continuam sendo prioridade no Plano Safra, com aumento da disponibilidade de recursos de custeio e taxas de juros favoráveis. Os recursos para os pequenos produtores rurais tiveram um acréscimo de 36%. Serão destinados R$ 53,61 bilhões para nanciamento pelo Programa Nacional de

Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros de 5% ao ano (para produção de alimentos e produtos da sociobiodiversidade) e 6% ao ano (para os demais produtos). Para o médio produtor, no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), foram disponibilizados R$ 43,75 bilhões, um aumento de 28% em relação à safra passada, com juros de 8% ao ano. Para os demais produtores e cooperativas, o total disponibilizado chega a R$ 243,4 bilhões, com taxas de juros de 12% ao ano. Os produtores rurais também podem optar pela contratação de nanciamento de investimento a taxas de juros pós- xadas. Os recursos disponibilizados no âmbito do Pronaf e do Pronamp são integralmente a taxas de juros controladas. Outro destaque do Plano Safra deste ano foi o aumento das subexigibilidades do Pronaf e do Pronamp, que passou de 22% para 25% e de 28% para 35%, respectivamente, re etindo a prioridade do Plano Safra para os pequenos e médios produtores. O incentivo a técnicas sustentáveis de produção agropecuária continua sendo uma das prioridades do Plano Safra neste ano. O Programa ABC, que nancia a recuperação de áreas e de pastagens degradadas, a implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária- orestas e a adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos recursos naturais, contará com R$ 6,19 bilhões. As taxas de juros serão de 7% ao ano para ações de recomposição de reserva legal e áreas de proteção permanente e de 8,5% para as demais. Além do Programa ABC, o Plano Safra prevê o incentivo à utilização de fontes de energia renovável. Outra novidade é o nanciamento de remineralizadores de solo (pó de rocha), que tem o potencial de reduzir a dependência dos fertilizantes importados. Também será mantida a priorização do programa Proirriga, que contempla o nanciamento de todos os itens inerentes aos sistemas de irrigação, inclusive infraestrutura elétrica, reserva de água e equipamento para monitoramento da umidade no solo. Serão disponibilizados R$ 1,95 bilhão, maior aumento de recursos entre os programas de investimento (+44%), com carência de três anos e prazo máximo de reembolso de 10 anos. Um estudo da Secretaria de Política Agrícola do Mapa apontou que nas safras 2017/18, 2018/19 e 2019/20, pelo menos R$ 187 bilhões, nas nalidades custeio e investimento, foram direcionados, por meio do Plano Safra, para sistemas ambientalmente sustentáveis. A estimativa é que cerca de 56,5% dos empréstimos para investimentos tenham sido direcionados às práticas que promovem melhorias ambientais. Recentemente, a sustentabilidade de programas e práticas nanciadas pelo Plano Safra foi reconhecida pela Climate Bonds Initiative (CBI). Por meio de programas como o Inovagro, o Plano Safra disponibiliza recursos para o incentivo à inovação tecnológica e para investimentos necessários para a adoção de boas práticas agropecuárias e de gestão da propriedade. Na próxima safra, o Inovagro terá R$ 3,51 bilhões em recursos, com juros de 10,5% ao ano. Entre os nanciamentos previstos no Plano Safra 2022/2023 estão os investimentos relacionados a sistemas de conectividade no campo, sowares e licenças para gestão, monitoramento ou automação das atividades produtivas, além de sistemas para geração e distribuição de energia produzida a partir de fontes renováveis. O Ministério da Agricultura também vem trabalhando para ampliar a inserção da pesca no crédito rural, com o fortalecimento do apoio à comercialização de produtos da pesca e da aquicultura e o acesso a nanciamentos de investimento nas áreas de inovação e modernização das atividades pesqueiras. No seguro rural, a expectativa é atingir um montatnte de R$ 2 bilhões em 2023. A partir do próximo ano, o valor de subvenção nas regiões Norte e Nordeste será de 30% no caso de plantio da soja e de 45% para as demais culturas. No caso de produtores que aderirem ao Programa ABC, os valores serão de 25% para soja e 45% para as demais. A partir deste ano, todas as apólices passaram a ser georreferenciadas. A medida possibilita um melhor mapeamento das áreas seguradas e o cruzamento de dados com outras bases de informações. No Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) serão feitos novos aprimoramentos metodológicos pela Embrapa, com apoio nanceiro do Banco Central. O Mapa também está fomentando a certi cação dos pro ssionais de seguro rural com a publicação dos requisitos mínimos de capacitação para cada público. O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que nancia investimentos necessários à ampliação e à construção de novos armazéns, terá R$ 5,13 bilhões disponíveis na próxima safra, com taxas de juros de 7% ao ano para investimentos relativos à armazenagem com capacidade de até seis mil toneladas, e de 8,5 % ao ano para os demais investimentos. O prazo de reembolso é de até 12 anos, com carência de até três anos. Neste ano, foi instituído um limite de nanciamento de R$ 50 milhões para investimentos relativos a armazenagens de grãos. Para o armazenamento dos demais itens, o limite continua sendo de R$ 25 milhões.

Daniella Marques é nomeada presidente da Caixa Econômica Federal Foi publicada no Diário O cial da União desta quarta-feira (29) a nomeação de Daniella Marques para presidente da Caixa Econômica Federal, em substituição a Pedro Guimarães. Daniella Marques trabalha no governo federal desde o início desta gestão, em 2019. Foi chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia e, em fevereiro de 2022,

assumiu como titular da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade (Sepec) da Pasta. Formada em Administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e com MBA em Finanças pelo IBMEC/RJ, Daniella atu ou p or 2 0 a n o s n o m e rc a d o nanceiro, na área de gestão independente de fundos de investimentos. Foi sócia-fundadora e diretora de fundos de investimento antes

©DIVULGAÇÃO

Plano Safra disponibiliza R$ 340,8 bilhões para incentivar a produção agrícola nacional

de ingressar no governo.

Girão critica ativismo judicial de ministros do STF ©WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) criticou, em pronunciamento nesta quartafeira (29), a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que ele classi cou como “midiática”. Para Girão, a lguns minist ros s ão mais conhecidos do que cantores ou jogadores de futebol, "porque toda semana são focos de notícia”, algo muito diferente do que ocorre nos Estados Unidos, segundo ele. “A maioria da população norteamericana desconhece os nomes dos nove ministros que integram o Tribunal Superior daquele país, isso porque eles são discretos, não são midiáticos. Eles se concentram, única e exclusivamente, nos autos dos processos e cuidam, essencialmente, de cumprir seu dever constitucional, sem interferir nos demais Poderes”, disse. Girão também criticou o fato de alguns ministros, segundo ele, viajarem muito para outros países e aproveitarem essas ocasiões para falar mal do Brasil. Ele citou nominalmente o ministro Luís Roberto Barroso, que viajou para a Inglaterra para participar de um evento promovido pelo Forum Brazil UK, na Universidade de Oxford, e teria sido desmentido por participantes do evento ao dizer que a volta do voto impresso seria um retrocesso. “Por isso, presidente Rodrigo Pacheco, ca evidente a necessidade e a urgência de uma audiência pública que será realizada no próximo dia 5 de julho, para discutir aqui nesta Casa o ativismo judicial no Brasil. Já foi aprovado esse requerimento”, a rmou.

Projeto amplia hipóteses de crimes de responsabilidade de ministros do STF O Projeto de Lei 658/22 estabelece nova hipótese de crime de responsabilidade para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento. E ainda manifestar juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais ou sobre as atividades dos outros Poderes da República, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério. Autor da proposta, o deputado Paulo Eduardo Martins (PL-PR) destaca que a Lei Orgânica da Magistratura Nacional já veda aos magistrados manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais. “Essa nova hipótese de crime de responsabilidade já estava prevista na Lei Orgânica da Magistratura Nacional como conduta vedada aos juízes e agora, diante da atuação recente do Supremo Tribunal Federal, faz-se necessária a alteração aqui proposta”, a rma. Segundo o parlamentar, o intuito do texto é “preservar a necessária imparcialidade do STF”. Em análise na Câmara dos Deputados, o projeto altera a Lei 1.079/50, que de ne crimes de responsabilidade. Hoje a lei prevê como crimes de responsabilidades dos ministros do STF: alterar, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou voto já proferido em sessão do Tribunal; proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa; exercer atividade políticopartidária; ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo; e proceder de modo incompatível com a honra dignidade e decoro de suas funções. “Inexiste competência do Senado para rejeitar a autorização expedida pela Câmara dos Deputados. Nem poderia. O comando constitucional é claro ao indicar que, admitida a acusação contra do Presidente da República, será ele submetido a julgamento”, avalia Paulo Eduardo Martins.


14 GERAL

30 DE JUNHO A 07 DE JULHO/2022

Ministério quer ampliar atendimento psicossocial de crianças e jovens Governo vai oferecer incentivo financeiro a estados e municípios O Ministério da Saúde instituiu a política temporária de incentivo nanceiro federal para estados e municípios que queiram ampliar o atendimento local a crianças e adolescentes diagnosticados com ansiedade ou depressão. A ajuda nanceira federal para que prefeituras e governos estaduais e do Distrito Federal ampliem e capacitem os serviços que oferecem à população nos Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis (CAPSi) está detalhada na portaria ministerial nº 1.836, assinada pelo ministro Marcelo Queiroga, e publicada no Diário O cial da União de hoje (27). Em um relatório publicado em 2021, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef ) e o Instituto Gallup apontam que, no mundo, uma em cada sete crianças e jovens de 10 a 19 anos de idade sofre com algum tipo de transtorno mental. No mesmo ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria alertou médicos e a sociedade em geral para o fato de que os transtornos psicossociais entre adolescentes, que já vinha merecendo atenção crescente, tornou-se central após o início da pandemia da covid19. Segundo a entidade médica, as alterações na rotina causadas pela crise sanitária podem provocar mudanças

comportamentais como agressividade, falta de concentração, uso abusivo de tecnologia digital e/ou de drogas lícitas e ilícitas.

enfrentamento dos impactos advindos da pandemia da covid19”. Para isso, os recursos nanceiros disponibilizados por

hospitalares e na informatização d o s C e nt ro s d e At e n ç ã o Psicossocial Infantojuvenis. O aporte nanceiro federal de custeio à implantação de

unidades ambulatoriais ou hospitalares busca fomentar a ampliação de estruturas e a aquisição de equipamentos de informática, móveis para ©MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

O texto da portaria ministerial publicado hoje destaca que os incentivos nanceiros federais visam a custear a ampliação do acesso do público infantojuvenil à rede pública de cuidado dos transtornos de humor “para o

meio da iniciativa deverão ser investidos na implantação de equipe(s) multipro ssional(is) de atenção especializada em saúde mental; aquisição de equipamentos e ampliação de unidades ambulatoriais ou

equipe(s) multipro ssional(is) de atenção especializada em saúde mental deverá viabilizar as atividades relacionadas à assistência ambulatorial. Já o auxílio à compra de equipamentos e à ampliação de

consultório e equipamentos médicos. O incentivo à informatização permitirá a compra de materiais e equipamentos de informática para os Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis

(CAPSi) como forma de viabilizar a migração do registro e envio de produção assistencial p ara o sistema Prontuár io Eletrônico do Cidadão (PEC eSUS APS). Cada CAPSi habilitado fará jus a R$ 9 mil. Para solicitar os incentivos nanceiros, prefeituras e governos estaduais e do Distrito Federal deverão dispor de espaço físico (ambulatórios, policlínicas ou unidades hospitalares) apto a permitir o trabalho de uma equipe multipro ssional de atenção especializada em saúde mental, com, no mínimo, duas salas dedicadas aos cuidados à ans i e d a d e e d e pre ss ã o e m crianças e adolescentes. Para a ampliação da assistência comunitária a crianças e a d o l e s c e nt e s p or m e i o d a habilitação de equipe multipro ssional de atenção especializada em saúde mental dos tip os 1, 2 ou 3, s erão destinados R$ 25,6 mil. Para a habilitação de equipes tipo 2 e/ou 3, R$ 50 mil. Já para a aquisição de equipamentos e ampliação de unidades ambulatoriais ou hospitalares, o incentivo nanceiro corresponde a R$ 23 mil para equipes tipo 1, 2 ou 3; e R$ 35 mil para equipes tipo 2 e/ou 3.

O que o seu cachorro imagina? Estudo revela ©SHUTTERSTOCK/JULIA ZAVALISHINA

brinquedos nomeados nos deu a possibilidade de inferir o que esses cães imaginam quando ouvem, por exemplo, 'ursinho de pelúcia'”, explicou a Dra. Cláudia Fugazza, coautora do estudo. Os testes com os cães Para chegar aos resultados, a equipe treinou três cães considerados mais inteligentes e aprendizes de palavras e 10 cães típicos de família (isto é, cães que não sabem o nome dos brinquedos). Todos os animais

O sonho de todo dono de pet é descobrir o que o seu cachorro está pensando — especialmente quando falamos com eles. A curiosidade (ao menos em partes) pode estar prestes a acabar, já que um recente estudo revelou o que seu animal pode estar imaginando quando você pede, por exemplo, para ele buscar um brinquedo. Publicado na revista Animal Cognition e divulgado pela Phys.org, pesquisadores do Family Dog Project descobriram

que os cães têm uma imagem mental multimodal de seus objetos familiares. Ou seja, isso signi ca que eles conseguem, a partir de vários modos, relacionar as características sensoriais do objeto (como aparência e cheiro) para identi cá-los em sua mente. “Quando os cães usam o olfato ou a visão enquanto procuram um brinquedo, isso indica que eles sabem como é o cheiro ou a aparência desse brinquedo”, explicou Shany Dror, um dos

principais pesquisadores do estudo. Além da identi cação na mente a partir dos sentidos, outro estudo relacionado também mostrou que alguns cães considerados com QI elevado (como os da raça Border Collie) podem ainda memorizar os nomes dos brinquedos e encontrá-los a partir de comandos do dono, como o “Cadê seu 'ursinho de pelúcia'?”. “Revelar os sentidos utilizados pelos cães para procurar os

conseguiram encontrar seus brinquedos (tanto no claro quanto no escuro) e ganharam gu los eimas e p et is cos. No entanto, apenas os animais com alto QI conseguiram achar os objetos a partir dos nomes. “Os cães têm um bom olfato, mas des cobr imos que eles preferiam con ar na visão e usavam o nariz apenas algumas vezes, apenas quando as luzes estavam apagadas”, contou o professor Adam Miklósi, chefe do Departamento de Etologia na

Universidade ELTE e coautor do estudo. E m c o n c l u s ã o, a e q u i p e explicou que o estudo revela que quando os cães brincam com um brinquedo, mesmo que brevemente, eles prestam atenção às suas diferentes características e registram as informações usando múltiplos sentidos. É possível que o mesmo ocorra em outras ocasiões, como na identi cação de pessoas conhecidas.

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES


COTIDIANO 15

30 DE JUNHO A 07 DE JULHO/2022

Funarte lança candidatura do circo como patrimônio cultural imaterial ©UNIVERSIDADE LIVRE DO CIRCO/DIVULGAÇÃO

Distúrbios do sono: estudo diz que a maioria dos brasileiros dorme mal e que mulheres são as mais afetadas ©SERGEY MIRONOV/SHUTTERSTOCK

A Fundação Nacional de Artes (Funarte), recebeu, até quartafeira (29), inscrições para a Bolsa Fu n a r t e d e Pe s q u i s a p a r a Reconhecimento do Circo como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Serão concedidas dez bolsas, sendo duas para cada região do País, com o objetivo de montar um dossiê da candidatura do circo como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Os projetos vão auxiliar para que todo o material reunido pelos pesquisadores bolsistas sirva para a candidatura”, disse à Agência Brasil o diretor do Centro de Programas Integrados da Funarte, José Alex Botelho de Oliva Jr.

Ele esclareceu que “o Iphan está conosco como parceiro em todas as etapas do edital”. Cada projeto vencedor será contemplado com R$ 20 mil. Com o concurso, a Funarte tem como contribuir para identi car, valorizar e dar visibilidade à produção artísticocultural do circo, além de promover a ampliação da produção circense, sua difusão e sustentabilidade econômica e social, explicou o diretor. Serão selecionados projetos de pesquisa de campo, que se baseiem nas famílias circenses, s u a s i n i c i at i v a s , a ç õ e s o u atividades de natureza artística e cultural, troca de saberes entre gerações e produção nas localidades de caráter xo ou itinerante, em âmbito nacional. As propostas devem abranger a

produção de conhecimento no campo das formas de expressão, os modos de criar, fazer e viver, as criações artísticas, o impacto nas localidades, as obras, objetos, d o c u me nto s , e d i c a ç õ e s e demais espaços destinados às manifestações circenses. Segundo o edital, podem se inscrever no processo seletivo pessoas físicas residentes no Brasil e que tenham atuação comprovada nas áreas relacionadas ao circo e às artes cênicas. Outras informações podem ser obtidas pelos interessados pelo e-mail circo.patrimonio@funarte.gov.br . O resultado dos vencedores do edital deverá ser divulgado no nal de agosto, no site da Funarte, após análise dos recursos que forem apresentados.

Um estudo publicado na revista Sleep Epidemiology aponta que 65,5% dos brasileiros têm sono de má qualidade. De acordo com a pesquisa, as mulheres são as mais afetadas. Quando comparadas aos homens, elas têm 10% a mais de chances de dormir mal. Os parâmetros medidos pela equipe, formada por cientistas de diferentes instituições de pesquisa do estado de São Paulo, incluem fatores como duração (falta ou excesso), regularidade (interrupções durante a noite), estados (leve, profundo e REM) e a satisfação pessoal. Segundo a agência de notícias Folhapress, os dados foram coletados entre os dias 16 e 30 de março de 2020, poucos dias depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia de covid19. De acordo com o autor s ênior do ar tigo, Luciano D r a g e r, p r e s i d e n t e d a Associação Brasileira do Sono (ABS) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), a iminência da alta de casos da doença no Brasil, bem como a possibilidade de lockdowns e o medo de perder o emprego

contribuíram para aumentar a ansiedade e depressão entre os brasileiros, levando à piora do sono. A idade também é um fator de risco, segundo o estudo. Devido a hábitos como uso excessivo de celulares antes de dormir, consumo de café, energéticos e outros estimulantes, além de trabalho e estudo em ritmo acelerado, os mais jovens guram entre os que mais apresentam problemas de sono. Os resultados sugerem que habitantes do Centro-Oeste, do Sudeste e do Sul são os mais p r e j u d i c a d o s . Vi v e r e m qualquer uma dessas regiões aumenta em 12% a chance de ter uma qualidade de sono pior em comparação com a de moradores das regiões Norte e Nordeste. “Para nossa surpresa, a região Centro-Oeste é a que teve o indicativo de pior qualidade de sono. O ritmo dos grandes centros, que nunca param, pode i n u e n c i ar. Por i s s o esperávamos que o Sudeste fosse a região com pior índice”, diz o artigo. Portanto, cruzando fatores de risco, o per l que se destaca é o da mulher jovem que vive no

Centro-Oeste. O homem que vive na região Norte é o per l mais protegido contra o sono de má qualidade. Em relação a comportamentos, usar celulares antes de dormir é um dos principais fatores que diminuem a chance de uma noite bem dormida. Segundo os especialistas, atividades interativas como curtir fotos ou fazer comentários em redes sociais deixam o cérebro em alerta e atrasam o sono. Algo que chamou a atenção dos pesquisadores foi que quem tem um relacionamento e mora com o par, mas não dorme na mesma cama ou no mesmo cômodo, tende a dormir pior. “O sono dessas pessoas é pior. Já sabemos que quando um parceiro tem um distúrbio do sono ou ronca, o outro tem mais chance de dormir mal. Porém, dormir separado também pode estar associado a piora do sono, o que nos leva a alguns questionamentos”, diz Drager. Caso a opção por dormir separados seja devido a um problema de relacionamento, isso se traduziria em estresse e ansiedade, afetando a qualidade do sono.


16 CAFÉ COADO

30 DE JUNHO A 07 DE JULHO/2022

GRACIMERI GAVIORNO Delegada de polícia; mestre e doutora em direitos fundamentais; professora; Instrutora e mentora profissional para lideranças

As principais políticas públicas interligadas exigem soluções integrativas Quando temos problemas graves na saúde e na educação, a insegurança aumenta

N

o início de maio iniciamos a coluna Café Coado. Foram, com este, encontros semanais, com re exões sobre os assuntos que desa am nosso cotidiano. Saúde, educação e segurança são as principais políticas públicas que afetam a maioria da população brasileira e não é diferente aqui no Espírito Santo. Pode não parecer, mas essas três políticas estão interligadas e vou demonstrar isso por meio da segurança, que é a área onde tenho especialização acadêmica e experiência pro ssional. A violência que assola nossa população passa pela necessidade de melhorar nossa educação básica, o ensino superior e, também, a quali cação pro ssional orientada para o trabalho, de acordo com as características regionais. Vou explicar isso melhor. A educação básica, que envolve a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, é primordial para nosso desenvolvimento. Ela deve ser orientada para formar pessoas conscientes de seus direitos e deveres e primar pelo desenvolvimento intelectual, considerando a diversidade da sociedade em que estamos inseridos, com diferentes etnias, gêneros, orientações, religiões e culturas. No Brasil do nal do século passado, e não faz tanto tempo assim, o ensino médio era chamado de segundo grau, e esta

etapa tinha uma forte inclinação para a quali cação técnica. Ao ingressar o segundo grau (ensino médio), o estudante optava por uma formação básica ou uma formação orientada para o trabalho, chamada de ensino técnico. Assim, tínhamos ensino técnico de administração, de contabilidade, de mecânica, de eletrotécnica, de edi cações e outras tantas modalidades que levavam em conta a necessidade de mão de obra quali cada para o trabalho em determinada região. Na década de 80, o jovem, a partir da segunda etapa do ensino fundamental, então chamado de ginásio, tinha matérias como Organização S ocial e Política do Brasil (OSPB), Educação Moral e Cívica (OMC) e Organização e Métodos (O&M). Já no ensino técnico, tínhamos matérias como Constituição e Direito do Trabalho. Ao nal das etapas, que hoje compõe o ensino básico, o jovem saía com uma base de formação cidadã, conhecia seus direitos fundamentais e tinha noções básicas de seus direitos e deveres trabalhistas, além de o encaminhamento para uma pro ssão. A partir da discussão de que estávamos formando operários e não pensadores, entramos no Século XXI praticamente com um esvaziamento do ensino técnico, que passou a ser bem explorado pela rede privada de ensino, di cultando o acesso pela maioria dos cidadãos e

Alexia Debacker Espinoso cidadãs brasileiras. Muitos jovens não conseguiam acesso ao ensino superior e não possuíam formação quali cada para o trabalho. Assim, sem experiência e sem quali cação pro ssional caram expostos ao recrutamento do trá co de drogas, de armas e de outras modalidades de organização criminosa. Por outro lado, a falta de saúde mental de nossa população foi se agravando. Associada à a n s i e d a d e e à d e p r e s s ã o, assistimos a um aumento do consumo de drogas lícitas e ilícitas, impactando na violência doméstica e também na violência urbana. Cresce o número de furtos e roubos. E, com a chegada da tecnologia digital e o advento

da internet, surgem também os crimes virtuais, afetando a honra e o patrimônio das pessoas. E surgiram também os problemas juvenis associados ao uso quase ininterrupto da tecnologia, muitas vezes culminando em suicídios. Esses novos tempos exigiram uma movimentação das estr uturas organizacionais públicas e privadas. Como já falamos em artigos anteriores, os planos de segurança, no Espírito Santo em 1999, e no Brasil, a partir de 2000, surgiram de uma necessidade de olhar a segurança p ú b l i c a c o m m a i s pro ssionalismo e tivemos alguns avanços. Quando temos problemas graves na saúde e na educação, a

insegurança aumenta. Mas saúde e educação exigem ações cujos resultados são percebidos a longo prazo, enquanto a segurança pública nos mostra o E s t a d o Vi s í v e l , c o m s e u s uniformes e viaturas caracterizadas, indicando uma percepção de segurança que pode ou não ser real. Mas a segurança pública é muito mais ampla que este aspecto visível e exige maiores investimentos e, em várias áreas. Não podemos nos esquecer do sistema carcerário, que conheceu uma melhora quando a custódia deixou de ser realizada pelas polícias civis e militares e passou a ser realizada pelos agentes que, hoje, constitucionalmente, são denominados policiais penais.

Claro, há indícios de que o sistema pode explodir novamente e, por isso, exige uma atenção especial. Os Policiais Penais, em recente movimento realizado junto ao Palácio Anchieta, estão alertando que é necessário quali car a Política Penal, sob pena de voltarmos aos te mp o s s ombr i o s qu e nã o gostaríamos sequer de lembrar, quanto mais de viver. Por aqui já me estendi muito, mas quero nalizar dizendo que as principais políticas públicas interligadas (educação, saúde e segurança) exigem soluções integrativas. Não devemos nos e s qu e c e r qu e a s m e l h ore s políticas públicas são feitas a partir do diálogo, principalmente com a população e com os pro ssionais da área. Políticas estabelecidas a partir de gabinetes são como pesquisas fundadas em artigos e laboratórios con nados em si próprios. Políticas públicas devem ser estabelecidas para solucionar problemas reais e terem impactos sociais positivos e isso só se faz a partir de um diálogo quali cado. Aproveito para apresentar o Coronel José Nivaldo Vieira, que esteve à frente do primeiro programa de segurança pública deste Estado e que já foi secretário de Estado de Justiça, da Segurança e também da Casa Militar. Ele será, para minha honra, meu substituto nesta Coluna pelos próximos três meses, enriquecendo ainda mais as reexões a que se propõe este espaço.

Pesadelos frequentes podem ser sinais de Parkinson, diz pesquisa Ter pesadelos é algo muito

comum e que quase todo

mundo já passou por isso. ©GETTY IMAGES

Porém, um estudo realizado p ela Universidade de Birmingham, na Inglaterra, apontou que adultos mais vel ho s qu e e n f re nt am o s pesadelos com frequência devem car em alerta, pois isso pode ser um dos primeiros sinais do Parkinson. O estudo analisou dados de mais de três mil homens mais velhos dos Estados Unidos durante um período de 12 anos. Com base nesta análise foi possível concluir que aqueles que tinham pesadelos frequentes tinham duas vezes

mais chances de serem diagnosticados com Parkinson. Os dados dos voluntários incluíam perguntas sobre a qualidade de sono. Aqueles que relataram ter pesadelos pelo menos uma vez por semana foram acompanhados até o nal do estudo para entender se eram mais propensos a serem diagnosticados com Parkinson. Durante a pesquisa, 91 homens foram diagnosticados com a doença. “Embora possa ser realmente bené co diagnosticar a doença de Parkinson precocemente,

existem muito poucos indicadores de risco e muitos deles exigem exames hospitalares caros ou são muito comuns e inespecí cas, como diabetes”, alertou Abidemi Otaiku. Os p es quis adores agora devem realizar exames nos pacientes para entender as causas biológicas que causam os pesadelos. Além disso, eles também buscam entender se os sonhos ruins podem ter relação com outras doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.


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