Jornal Fatos & Notícias 480

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ANO XII - Nº 480 07 A 14 DE JULHO/2022 SERRA/ES

Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita

©CORTESIA/UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA

8 Crianças de férias em casa? Con ra essa receita de lanchinho fácil e criativo para entreter as crianças nas férias Pág. 8

HAROLDO CORDEIRO FILHO

8 A herança maldita do PT continua assombrando o País a cada dia que passa Pág. 12

ANA MARIA IENCARELLI 8 O crescimento de uma criança é um processo complexo e de enormes dimensões, que está à nossa vista, mas, pouco é reparado Pág. 10

MÁRCIO GREIK 8 A esquerda se reuniu em torno do ex-presidente Lula, acreditando ser capazes de retomar o poder JOSÉ NIVALDO CAMPOS VIEIRA Pág. 14

8 Uma longa caminhada

começa sempre com o primeiro passo. Vamos “procurar o o da meada” Pág. 16

Pesquisadores concluem que osso de dinossauro é o mais antigo já encontrado no Nordeste Cientistas

TADEU TOMAZ 8 O Espírito Santo parece estar se tornando uma Referência nacional no quesito "Estelionato Eleitoral" Pág. 15

Brasil aproveita apenas 60% do potencial de suas crianças, aponta estudo Pág. 15

Localizado em Pernambuco, o vestígio pode ajudar a entender separação dos continentes Pág. 7

Copo compostável é feito de borra de café ©COFFEE KREIS

Produto reutilizável pode substituir copos plásticos descartáveis Pág. 5

Despoluição de rio em Portugal faz aparições de golfinhos aumentarem 20 vezes

desenvolvem injeção para tratamento de câncer de mama Pág. 9

Perdoar alguém não é Projeto na capital tarefa fácil, mas portuguesa vem há dez anos recuperando o rio, traz muitos que passou a ter um incremento visível benefícios em sua à saúde biodiversidade Acesse o nosso portal: www.jornalfatosenoticias.com.br ©ANDRE SEALE/VW PICS/UNIVERSAL IMAGES GROUP/GETTY IMAGES

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2 MEIO AMBIENTE

07 A 14 DE JULHO/2022

Baru e Caliandra são reintroduzidos na natureza Lobos-guarás foram resgatados, cuidados e soltos pelo ICMBio e parceiros na Bahia De volta à natureza, os lobosguarás Baru e Caliandra vão poder semear, no Cerrado, esperança para a espécie e para o m e i o a m b i e nt e . A s o l t u r a aconteceu em maio, em Luís Eduardo Magalhães (BA), onde os dois passaram pela reabilitação. Todo o cuidado com os animais faz parte de um p l a n e j a m e nt o e o e s f o r ç o c onju nt o i n i c i a d o e nt re o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Parque Vida Cerrado, que se estendeu a parceiros da região. A abertura do portão do recinto foi no nal da tarde. Um pôr do sol acompanhado pelos passos descon ados e curiosos do Baru, o primeiro a sentir o gosto da liberdade. Após cerca de 15 minutos de espera e muitas voltas no espaço que era somente deles, a Caliandra correu em direção ao portão e se embrenhou na mata do Cerrado.

Foram dois anos desde o resgate até que os dois estivessem preparados para o retorno ao hábitat natural. Baru e Caliandra passaram por uma readaptação, e m d e z m e s e s , n o re c i nto construído em mais de 2,8 mil m², em uma área de preservação permanente com características típicas do Bioma local. Lá, os lobos-guarás receberam alimentação rica em ração — alimento completo e importante para o desenvolvimento — frutas comerciais e a lobeira, um fruto típico para a espécie. Inclusive, são eles os “semeadores do C e r r a d o ”, c o m o f o r a m carinhosamente apelidados. Dos frutos que eles comem, novas sementes brotam na terra, daí também a importância da espécie para o equilíbrio ecológico. Além dos cuidados básicos, antes da soltura, Caliandra e Baru receberam, cada um, um microchip subcutâneo, passível de leitura por pesquisadores e

cientistas, que identi ca o histórico do animal; um brinco de identi cação e a coleira GPS,

para monitoramento via satélite dos lobinhos. C omo um marco para as pesquisas e a proteção das espécies no País, para esse retorno à natureza, os dois foram os primeiros animais a receber

©ANDRE SEALE/VW PICS/UNIVERSAL IMAGES GROUP/GETTY IMAGES

Queiroz para a agência AP. “Nos últimos 10 anos, com a melhoria da água, passamos a ver vida selvagem com muito m a i s f r e q u ê n c i a”, a r m a Queiroz, que organiza passeios turísticos para ver animais no rio, como forma de reforçar o trabalho de preser vação e conscientização. As Nações Unidas esperam que a conferência — que aconteceu em Lisboa, Portugal, de 27 de junho a 01 de julho de 2022 — dê um novo impulso aos esforços para encontrar um acordo internacional sobre a proteção dos oceanos, uma questão legal que vem se

em treinamento, a Pequi, que está sob cuidados em um recinto no Distrito Federal, o Araticum e o

©REBECA HOEFLER

Despoluição de rio em Portugal faz aparições de golfinhos aumentarem 20 vezes

Uma iniciativa de despoluição do rio Tejo, que marca a paisagem de Lisboa, possibilitou que uma comitiva diferente esteja apta a receber os líderes mundiais que participam esta semana da Conferência dos Oceanos da ONU 2022 na capital portuguesa. Após uma década de projeto para limpar as águas do imenso rio, o mais extenso do país, com 1100 km desde montanhas em território espanhol, a ocorrência de visitas de gol nhos saltou de uma média de dez para 200 vezes por ano na região, a rma o guia Bernardo

um implante cardíaco. A partir de um escaneamento do monitor do coração, os pesquisadores

mostrando de difícil arremate. Os oceanos cobrem cerca de 70% da superfície da Terra e fornecem alimentos e meios de subsistência para bilhões de p e ss o a s . S e m u m qu a d ro jurídico abrangente sobre o alto mar, ativistas se referem a esse enorme território como a “maior área não regulamentada do planeta”. Segundo o relatório Estado do Clima Mundial, da Organização Meteorológica Mundial, em 2021, os oceanos at i ng i r am o s n íve i s m ai s quentes e ácidos de todos os tempos. Ainda segundo o estudo, as emissões de carbono s ã o a s re s p on s áv e i s p e l o aquecimento dos mares, a sua acidi cação e a p erda de oxigênio, que ameaçam os ecossistemas e, por consequência, a segurança a l i m e nt ar, o tu r i s m o e a economia mundiais. Entre as nações que mais correm riscos estão as ilhas localizadas no oceano Pací co, que sofrem com águas ácidas, poluição e subida no nível do mar.

poderão entender como funciona a siologia cardíaca deles e como será a sua atividade durante a vida. O Baru foi resgatado com mais quatro irmãos: a Seriguela, que vai permanecer mais um tempo

Mangaba, soltos em janeiro deste ano pelo projeto da Associação Onçafari, a mesma responsável por recolher os lhotes órfãos, encontrados sem a mãe. Já a Caliandra foi resgatada em outra região e enviada também para

Luís Eduardo Magalhães. Territorialistas e solitários, como manda a espécie, Baru e Caliandra, agora, vão percorrer a região em busca de um espaço para chamar de seu. Um dia após a soltura, os pesquisadores já monitoraram os passos e os dois seguem na área, nas proximidades do recinto, de onde podem se dispersar quando quiserem. Todo esse esforço conjunto do ICMBio e os parceiros, entre pesquisadores, universitários, empresários e o Parque Vida Cerrado, faz parte do Plano de Ação Nacional (PAN) para a C on s e r v a ç ã o d e C a n í d e o s Silvestres, coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio). O resultado desse trabalho será a elaboração de um protocolo a ser replicado em situações similares pelo Brasil e o mundo.

Familiar boliviana da vitória-régia é a maior espécie de nenúfar gigante já descoberta ©KEW GARDEN/DIVULGAÇÃO

Com aspecto exuberante e ornamental, os nenúfares são uma planta aquática da família das ninfáceas, que incluem desde as delicadas ninfeias eternizadas nas pinturas impressionistas do francês Claude Monet até as gigantes amazônicas, como a vitória-régia. Mas eis que uma nova "rainha" brotou no universo das plantas para a felicidade da comunidade botânica. Nesta semana, os cientistas descreveram a mais nova espécie gigante de nenúfare, uma familiar originária da Bolívia que cresceu no famoso jardim botânico de Kew Garden, no Reino Unido. Esta é a primeira espécie gigante descoberta desde meados do século XIX, e con rma uma suspeita antiga dos botânicos de que poderia haver uma terceira espécie de nenúfar gigante além das duas até então conhecidas, a Victoria amazonica e a cruziana. A m de averiguar a tese, em 2016, as instituições bolivianas Santa Cruz de la Sierra Botanic Garden e La Rinconada Gardens doaram uma coleção de sementes de nenúfares gigantes da espécie para serem germinadas e cultivadas ao lado das outras duas. Além disso, os

cientistas também descobriram diferenças no DNA das três plantas. Batizada de Victoria boliviana, em homenagem aos especialistas bolivianos parceiros do estudo e ao ecossistema natural da planta, a nova espécie tem folhas que crescem até três metros em estado selvagem. O recorde atual para a maior planta da espécie é detido pelos Jardins L a Rinconada, na Bolívia, onde as folhas chegaram a 3,2 metros. Em seu ambiente natural, a planta cresce em um dos maiores pântanos do mundo, os Llanos de Moxos, na província de Beni, que também abriga o gol nho do rio boliviano e o gol nho-degarganta-azul, criticamente

ameaçado. Produz muitas ores por ano, mas elas só abrem uma de cada vez, e por apenas duas noites, mudando de branco para rosa, e são cobertas de espinhos a ados. “Ter esses novos dados sobre a Victoria e identi car uma nova espécie no gênero é uma conquista incrível na botânica", disse Alex Monro, líder de pesquisa do jardim botânico e autor sênior de um novo artigo sobre a descoberta. Segundo ele, identi car adequadamente e documentar a diversidade de plantas é crucial para protegê-las e fazer uso sustentável dos recursos. A descoberta é considerada uma "maravilha botânica do mundo".

Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES

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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"

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Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores


CULTURA 3

07 A 14 DE JULHO/2022

Como o Brasil celebrou Guarita sem uso vira

a Independência há biblioteca comunitária

100 anos

Saiba como foram as comemoraçõ es do centená rio da independê ncia do Paıś

em SP Batizado de Guariteca, o espaço reúne livros gratuitos para a população — facilitando o acesso à leitura na região ©REPRODUÇÃO/FALA, UNIVERSIDADE

©MARC FERREZ

FOTO: REPRODUÇÃO

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922 foi um ano memorável para os brasileiros, afinal, cem anos antes ocorrera um dos mais importantes episódios da história do Brasil: o Grito da Independência. O centenário foi comemorado com uma festa grandiosa, que contou com a participação de mais de 20 chefes de Estado. Hoje, um século após as comemorações, encontra-se organizada na cidade do Rio de Janeiro uma exposição relembrando os feitos da data. Segundo o portal de notícias G1, foram, ao todo, 11 meses de comemorações, sendo que os eventos foram planejados com dois anos de antecedência. Na ocasião, catorze países montaram pavilhões, os quais foram capazes de atrair cerca de 3,5 milhões de visitantes. Um ponto importante foi que houve na abertura da cerimônia um feito histórico: a primeira transmissão de rádio do Brasil. A princípio, houve discursos e, logo em seguida, a transmissão da ópera "Il Guarany", de Carlos Gomes. Com isso, o governo brasileiro

buscava mostrar ao mundo que o Brasil era uma nação moderna e que acompanhava os avanços nas mais variadas áreas da ciência e da indústria. O valor gasto na festa do centenário, no entanto, foi motivo para inúmeras críticas feitas pela população e pela imprensa. Na época, foram liberados 100 mil contos de réis em verbas para as celebrações, o que era muito naquele tempo. As críticas tomaram proporção maior ainda em razão de uma grave seca que, naquele mesmo ano, havia atingido o nordeste do país e causado milhares de mortes. Outra questão era a enorme inflação que fez com que inúmeras famílias passassem por dificuldades. Além disso, então presidente Epitácio Pessoa havia decretado estado de sítio por causa da revolta militar ocorrida em Copacabana em julho daquele mesmo ano, a qu a l f icou conhecida como "Os 18 do Forte". “Interessante como a gente vê que alguns problemas retornam, como a questão da fome, do preço

da luz, da energia, quando a gente pensa nos aumentos do preço da gasolina. Então, a gente vê um pais que se modernizou, por um lado, e por outro lado continuou com muitas mazelas sociais”, disse a antropóloga Ana Teles da Silva ao G1. Contudo, a imagem do País passada nas revistas era diferente. Segundo a fonte, o Brasil nas páginas da época seria uma nação que havia promovido grande avanços após a Primeira Guerra Mundial. Naquele tempo, o antigo Morro do Castelo foi demolido para dar lugar aos prédios da exposição. Quatro desses edifícios se encontram de pé até os dias de hoje, entre eles a sede da Academia Brasileira de Letras e o Museu Histórico Nacional. “Vivi aqui no Rio de Janeiro a minha vida toda e nunca tive noção de que tinha sido feita esse tipo de arquitetura, tudo para uma comemoração. Me deu um sentimento de uma nostalgia de um tempo que eu não vivi, mas um saudosismo dessa época”, diz a pesquisadora e botânica Sarah Domingues Ricardo. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)

Enquanto a Zona Norte de São Paulo retoma o formato presencial da Bienal Internacional do Livro, moradores da Rua Areado, no Jardim Robru, na Zona Leste, notam uma novidade que está chamando a atenção. Uma guarita sem uso foi transformada em biblioteca comunitária, com livros disponíveis para toda a comunidade. A ideia é democratizar o acesso à leitura na região. A iniciativa é do Marista Escola Social Ir Robru, que atende 250 crianças de zero a cinco anos, em situação de vulnerabilidade social na região. “A Guariteca surge da proposta de ser um ambiente cultural à

disposição da comunidade. A escola, que já possuía livros de literatura infanto-juvenil e adulta, transformou esse espaço sem uso em algo com benefícios para todo entorno”, reforça Gl ades S er ra, diretora d a unidade. Na Guarita, os leitores podem encontrar livros de poesias, histórias, literatura infantojuvenil, entre outros, nos d ive rs o s gê ne ro s te x tu ai s destinados a adolescentes, jovens e adultos. Segundo a pesquisa “Viver em São Paulo: Cultura”, realizada pela Rede Nossa São Paulo e Ibope, para 24% dos moradores dos bairros da Zona Leste, a proximidade de casa é um dos principais fatores para frequentar atividades

culturais. Para a diretora da Escola Social, em regiões com baixos í n d i c e s d e e q u i p a m e nt o s c u ltu r ai s , u m a bi b l i ot e c a comunitária é capaz de promover a democratização do acesso aos livros. “É através da leitura que ocorre a emancipação da comunidade. Os livros promovem a inserção e aprofundamento de conhecimentos, a disseminação da informação, multiplicação e reconhecimento de experiências. Além disso, cria um ambiente que promove uma educação emancipadora, de qualidade e para todos”, reforça. Como projeto piloto, neste primeiro momento a Guariteca está aberta aos familiares dos alunos, mas a proposta é abrir em breve para toda a comunidade. O horário de atendimento é de segunda a sexta das 7h às 17h, e não há tempo máximo para devolução dos livros emprestados. LUCIANO DANIEL

Foto Antiga do ES ©APIACAES/INSTAGRAM

1º Festival de Chorinho, Jazz e Blues de Jardim Camburi Para de fortalecer ainda mais o polo gastronômico capixaba, a Prefeitura de Vitória promove mais um evento turístico cultural. É o 1º Festival de Chorinho, Jazz e Blues de Jardim Camburi, que ocorre de 08 a 10 de julho, na Av. Isaac Lopes Rubim, ao lado da praça Nilze Mendes, local muito conhecido do bairro. A iniciativa da realização do evento se dá por meio Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV), com objetivo de ampliar a capacidade de atração do fluxo turístico para os diversos

bairros da capital e fortalecer as feiras comunitárias. Eventos como esse também ©DIVULGAÇÃO

proporcionam a geração de trabalho e renda, por movimentar a cadeia produtiva

d a reg i ão, for mad a p elos comerciantes, vendedores informais e moradores da cidade. Além deles, os artistas, produtores, roadies e técnicos envolvidos nos shows musicais também têm oportunidade de trabalho. No evento, pratos típicos serão comercializados nos Food Trucks e também por expositores, que já trabalham na praça Nilze Mendes vendendo comidas, bebidas e artesanato. No palco, shows musicais com artistas capixabas. O evento ocorre de 08 a 10 de julho, sempre a partir das 18h.

Antiga estação ferroviária de Apiacá onde hoje é a prefeitura Municipal


4 EDUCAÇÃO

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Disciplinas eletivas são oportunidade de aprendizado prático e empreendedorismo ©DIVULGAÇÃO

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental em Tempo Integral (Emef TI) Moacyr Avidos, que ca no bairro Ilha do Príncipe, os estudantes da turma do 7º ano têm trabalhado de forma efetiva com as disciplinas eletivas, que são desenvolvidas de acordo com o interesse dos estudantes, que fazem parte do currículo do tempo integral da unidade de ensino. "Crochetando na Escola'' e "Jogos de Tabuleiro — história, regra e confecção", são duas das disciplinas escolhidas pelos estudantes neste ano. As eletivas são propostas por semestre e tem por objetivo trabalhar com temas de interesse das turmas, priorizando c o nt e ú d o s q u e s ã o f o r a m consolidados, conforme identi cado em avaliações diagnósticas realizadas pela equipe pedagógica da escola. "Elas são apresentadas aos estud antes ap ós p es quis as realizadas com eles, utilizando os resultados colhidos nas avaliações diagnósticas, tendo como metodologia, uma dimensão prática, na qual o estudante viva literalmente o con he cimento que pre cis a c o n s o l i d a r. F a z e m o s a apresentação delas numa feira de eletivas e o estudante, exercendo seu protagonismo, escolhe três temas para participar de uma eletiva ao longo do semestre", explica a pedagoga Cláudia Pitanga. Desenvolvida pela professora Jeane Majoni, os estudantes aprendem em sala de aula a técnica secular de tricotado manual, que utiliza linhas, barbantes e lã, dentre outros,

Informações constam na pesquisa do Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas ©IEJPN/VIVIAN FERREIRA

para criar tecidos. A disciplina visa a fortalecer o aprendizado de conteúdos de matemática, além de estimular nos estudantes um aprendizado lúdico e prático, sensibilizando sobre a criatividade e cultura empreendedora. A estudante Michelly Gonçalves, do 7º ano, aprovou a dinâmica da disciplina. "Estamos aprendendo coisas novas e ainda trabalhando com a possibilidade de ter uma renda nanceira a partir dessa técnica", contou. Já a Fabricia Tavares, vê a disciplina como uma oportunidade de melhorar seu desempenho em sala de aula. "Tem contribuído para a nossa concentração em sala de aula", disse a estudante. Dentro da eletiva, coordenada pelo professor Sandro Perini, com apoio da pedagoga Cláudia Pitanga, a turma trabalha com a

história, regras e confecção dos jogos de tabuleiro, utilizando dinâmicas e materiais diversos. No "jogo da velha", por exemplo, os estudantes aprenderam que a expressão deriva de um costume de mulheres idosas, que se reuniam para bordar e jogar zeros e cruzes enquanto conversavam, o que deu origem ao nome do jogo. O estudante Moisés Paz, tem se divertido durante as aulas da disciplina. "Estamos aprendendo muita coisa sobre os jogos, como a história, as regras. Além disso, nos divertimos jogando uns com os outros, é muito legal", disse. A estudante Sara Ferreira, também tem aproveitado a diversão e o aprendizado. "Construímos os jogos do zero, aproveitamos as au l a s a o m á x i m o e a i n d a podemos jogar para nos divertir e aprender", conta.

MEC rma parceria com agência alemã Projeto de cooperação internacional deve promover desenvolvimento econômico verde e novas oportunidades de empregos Um importante passo marcou o início de uma parceria internacional que contribuirá para o desenvolvimento da educação pro ssionalizante em setores de sustentabilidade da economia brasileira. Foi assinado o termo de execução do projeto de co op eração "Educação Pro ssional para

Das escolas privadas de educação básica, 12% são filantrópicas. No ensino superior chegam a 11%

Desenvolvimento Econômico Verde e Empregos", entre o Ministério da Educação (MEC) e a Deutsche Gesellscha für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), Agênci a A lemã de Cooperação Internacional. A iniciativa, que deve ser lançada o cialmente em agosto, almeja aumentar as perspectivas

de empregos em setores que contemplam a educação pro ssional e tecnológica; a bi o e c onom i a e e ne rg i a ; a economia circular; e a digitalização — os quatro eixos principais de capacitação. A implementação do projeto deve ocorrer ao longo de 36 mes es, até 2024, com um

Das escolas privadas de educação básica, quatro mil 961 são lantrópicas (12% da rede particular), aponta a pesquisa realizada em 2020 pelo Fórum Na c i on a l d a s In s t itu i ç õ e s Fi lant rópicas (Fonif ). São creches, educação infantil, fundamental e médio. Os dados foram extraídos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No ensino superior, são 286 instituições lantrópicas, que formam 11% do total. Em 2020, o Censo Escolar apontou matrículas de 1.569.315 crianças, 18% do total de alunos da rede privada. No ensino superior foram 990.563 estudantes, signi cando 12% do total. Segundo o Fonif, foram bene ciados 778 mil alunos, sendo 51 mil sem qualquer pagamento. E houve distribuição de 304 mil bolsas de estudo na

educação básica. No ensino superior, mais de 420 mil alunos estavam matriculados em 2019 por meio de bolsas de estudos oferecidas pela instituição e pelo ProUni (Programa Universidade para Todos). Segundo o mesmo estudo, a nota média dos alunos foi 17% maior (índice de 1,17) que os demais da educação básica. No ensino superior os estudantes das lantrópicas

caram 3% abaixo. O Fonif informa que o cálculo da contrapartida na área de educação considera o retorno total do valor da prestação de serviços das instituições na comparação com a imunidade tributária. No caso, o retorno foi de 19 bilhões de reais — quase cinco vezes maior que a imunidade tributária de quatro bilhões.

©MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

i n v e s t i m e n t o d e aproximadamente seis milhões de euros do governo alemão, o que deve bene ciar cerca de 14 mil pessoas no Brasil com novas oportunidades pro ssionais. O secretário de Educação Pro ssional e Tecnológica (Setec) do MEC, Tomás Dias Sant'Ana, destacou a i mp o r t â n c i a h i s t ó r i c a d a cooperação técnica bilateral entre Brasil e Alemanha, em vigor desde a década de 1990, para a promoção do desenvolvimento econômico e social de nosso País. “A execução do projeto 'Educação P ro s s i on a l p a r a Desenvolvimento Econômico Verde e Empregos' contribuirá para o desenho, a

implementação e o aprimoramento de programas de formação técnica e pro ssional em sustentabilidade e desenvolvimento econômico verde, que são áreas estratégicas para o desenvolvimento nacional e que apresentam tendência de crescimento na demanda por pro ssionais quali cados nos próximos anos”, enfatizou. Além do MEC, que atua por meio da Setec, o Ministério das Relações Exteriores, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), e o Ministér io do Trab a l ho e Previdência também p ar t icip am do proj eto de cooperação. Estiveram presentes na

assinatura do termo de execução o corpo técnico do MEC e os diretores de projeto da GIZ, Christoph Büdke e Roberta Knopki, além do diretor Nacional da GIZ no Brasil, M i c h a e l R o s e n a u e r, q u e comemorou a oportunidade do evento. “Para nós tem uma grande importância porque complementa nossos esforços, tanto da bioeconomia como no setor de energias renováveis, energias limpas. E forma a base para que todos os esforços econômicos e de tecnologias tenham realmente um sustento c o m r e c u r s o s h u m a n o s”, pontuou na ocasião.


INOVAÇÃO 5

07 A 14 DE JULHO/2022

Carlsberg lança garrafa Copo compostável é feito feita com bras de madeira de borra de café e polímeros naturais Produto reutilizável pode substituir copos plásticos descartáveis

Além de compostável e reciclável, a embalagem também conserva a cerveja gelada por mais tempo!

©COFFEE KREIS

©DIVULGAÇÃO/CARLSBERG

A cervejaria Carlsberg está testando uma nova garrafa para sua marca feita de bras naturais e plantas. A chamada Fiber Bottle é uma iniciativa inédita da empresa de bebidas para embalar sua cerveja fabricada com cevada orgânica cultivada utilizando técnicas de agricultura regenerativas. O projeto-piloto lançado pela marca inclui oito mil garrafas de bra que serão amostradas em oito países da Europa Ocidental: Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia, Reino Unido, Polônia, Alemanha e França. A Carlsberg busca tornar a nova garrafa de cerveja uma realidade comercial, para isso, as garrafas serão colocadas nas mãos de consumidores locais, clientes e outras partes interessadas por meio de festivais selecionados e eventos emblemáticos, bem como amostras de produtos

direcionados. O teste nessa escala dará à empresa a oportunidade de coletar a opinião e avaliação sobre as experiências das pessoas com o produto, fornecendo dados para a próxima geração de design. Um marco signi cativo para a Fiber Bottle é o revestimento de polímero PEF à base de plantas, desenvolvido pelo parceiro da Carlsberg, Avantium, um dos principais especialistas em química renovável. Segundo a empresa, o PEF é feito inteiramente de matérias-primas naturais, é compatível com os sistemas de reciclagem de plástico e também pode se degradar na natureza. S egundo a marca, o PEF funciona como uma barreira entre a cerveja e a casca externa de bra, protegendo o sabor e a efervescência da cerveja melhor

do que o plástico convencional à base de combustível fóssil. A parte externa da garrafa, produzida pela empresa de embalagens Paboco, consiste em bra de madeira de origem sustentável e também é de base biológica. Ela funciona como uma concha e tem o benefício adiciona l de propr ie dades isolantes que podem ajudar a manter a cerveja mais fria por mais tempo, em comparação com latas ou garrafas de vidro. Stephane Munch, v icepresidente de desenvolvimento do grupo Carlsberg, diz: “Estamos muito satisfeitos em trazer nossa nova garrafa de bra para as mãos dos consumidores, permitindo que eles experimentem por si mesmos. Este piloto ser virá a um propósito maior de testar a p r o d u ç ã o, d e s e m p e n h o e reciclagem deste produto em escala”. A garrafa é 100% de base biológica, além da tampa, que atualmente é necessária para garantir a qualidade do produto, e juntas a garrafa e a tampa são totalmente recicláveis. No futuro, Paboco, Carlsberg e parceiros na comunidade mais ampla de garrafas de papel estão explorando tampas de garrafas alternativas à base de bra, com uma solução genérica prevista para 2023.

Reaproveitando a borra de café, um casal nos Estados Unidos desenvolveu um copo compostável e reutilizável. A ideia é que o produto substitua os utensílios plásticos usados em cafeterias “para viagem”. O copo compostável, batizado de Kreis Cup, é fabricado com borra de café e materiais à base de plantas, s endo tot a lmente liv re de plásticos. A borra é seca, tratada e dep ois susp ens a em um polímero natural seguro para alimentos. Sua composição é resistente ao calor e projetada para manter o café quente por mais tempo. Por ser durável, o copo ecológico pode ser aplicado em programas retornáveis em que o cliente ganha desconto quando leva sua própria caneca. Fabricação sustentável e boa durabilidade já seriam grandes vantagens do Kreis Cup frente aos copos de plástico,

comumente usados. Entretanto, este copo ainda é compostável, o que signi ca que, ao chegar ao m de sua vida útil, se desintegra f a c i l m e nt e n o s o l o — e m condições adequadas. Neste m om e nt o, o pro dut o e s t á angariando verba na plataforma de crowdfunding Kickstarter para chegar ao mercado. A menos de 24 horas para o m da campanha, já foram arrecadados mais do que o dobro da meta de nanciamento.

Sendo a bebida mais consumida no mundo, depois da água, o café gera toneladas de resíduos. De acordo com o Akatu, em 2017, consumimos 1,29 milhão de toneladas deste produto no Brasil e, com isso, geramos 838 mil toneladas de borra. Ao ser reaproveitada, evita-se que a borra de café seja despejada no lixo e, posteriormente, seja enviada para aterros — onde vão emitir metano. Tal gás é 28 vezes mais nocivo do que o CO₂ para o aquecimento global. Além da necessária responsabilidade empresarial pelos resíduos, individualmente, também é possível aproveitar os nutrientes da borra de café para fertilizar o solo e fortalecer suas plantinhas ou até para limpar suas folhas.

Reservas: (27) 99961-8422

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Homem constrói drone Surge uma nova e ambiciosa marinho que coleta startup premium para o dezenas de quilos de mercado de veículos elétricos lixo por dia AJUFE

©DIVULGAÇÃO/AHERA

©ECOCOAST

A Ahera, uma nova startup com sede na Itália, está se apresentando para o segmento premium no mercado de veículos elétricos. Apesar de ainda não ter muito o que mostrar, suas ambições são globais, com direito a lançamentos daqui a apenas três anos. Focada nos clientes de veículos elétricos em países como Estados Un i d o s e C h i n a , a l é m d e consumidores europeus e dos p a í s e s d o G o l f o, a A h e r a pretende oferecer em 2025 dois modelos iniciais: um SUV e um sedan. Como característica base, esses lançamentos terão 800 km de autonomia por carga pelo menos. Em seu site oficial, a startup

v e m ap r e s e nt a n d o a l g u n s detalhes de como serão realizados seus trabalhos e a partir de que princípios de design seus desenvolvimentos serão baseados. Um deles é o uso de fibra de carbono ultraleve na estrutura, em chassi monocoque, para cada veículo Ahera p r o p o r c i o n a r “a g i l i d a d e excepcional e prazer de condução incomparável”, como diz. Outro detalhe revelado tem a ver com a aplicação de uma assistência ao motorista — Advanced Driver Assistance Systems (ADAS) — mais recente. Aliás, um dos focos que a empresa reforça está no conforto, com direito a tecnologia avançada dentro da cabine,

espaço e conforto. Os veículos da Ahera deverão estar na faixa entre US$ 160.000 e US$ 180.000. Em nossa moeda, estamos falando de veículos elétricos premium acima dos R$ 857.000, acompanhando modelos Mercedes-Benz, BMW, Audi e demais no segmento. Hazim Nada e Sandro A n d re ot t i , f u n d a d ore s d a startup, estão confiantes na tarefa e contam com a experiência de Filippo Perini, exdesigner de nomes como It a ldesig n, L amb org hini e Genesis. Os trabalhos já estão em andamento, com elétricos SUV e sedan Ahera a serem revelados ainda este ano, em forma de conceitos.

O tubarão mecânico autônomo para coleta de lixo é uma invenção que visa acabar com os resíduos plásticos que são jogados no mar e em corpos d'água. O mesmo pode ser encontrado no porto de Devon na Grã-Bretanha, também na Holanda, em Dubai e na África do Sul. Suas medidas são 1,55 metro de comprimento e 1,07 metro de largura, o que sugere que se trata de um aparelho portátil. No entanto, você pode ingerir até 60 quilos em uma única viagem. O Wa s t e S h a r k t e m u m a funcionalidade de veri cação da qualidade da água e pode coletar dados relacionados à qualidade da água. Salinidade, composição química, PH e temperatura podem ser especi cados por este drone aquático. Esta tecnologia foi criada pela empresa sediada na Holanda RanMarine Technology com suporte de gestão de recursos do Horizonte 2020. Ambas as entidades lideraram o programa de inovação e pesquisa mais abrangente apresentado na União Europeia. Os desenvolvedores tecnológicos do WasteShark

foram inspirados pelo tubarãobaleia que naturalmente abre bem a boca quando pega pequenos peixes ou plâncton. Este drone aquático toma conta de qualquer resíduo plástico encontrado no f u n d o d o m ar. “Um ú n i c o WasteShark implantado cinco dias por semana tem capacidade para retirar anualmente 15,6 toneladas de resíduos dos cursos de água”, referem os promotores do tubarão mecânico. Este tubarão de metal é alimentado por bateria. Dão-lhe uma autonomia de oito horas e é dirigido por telecomando. Dessa forma, garante-se que não afete negativamente o ecossistema, pois não apresenta emanações de

combustível em seu desempenho. Suas ações, que podem ser monitoradas por GPS, estimam a eliminação de 15,6 toneladas de resíduos por ano. A proteção da área marinha é especialmente importante devido ao grande número de espécies que abriga. A maior variedade de espécies do planeta é encontrada no oceano. Afeto contra sua existência é indesculpável. O Wa s t e S h a r k n o s aj u d a r á a combater o lixo que é despejado no porto, coletando-o antes que a maré o leve para o mar e acabe ameaçando a vida selvagem”, diz Jenny Oates, gerente do programa de mares do Reino Unido.


6 TECNOLOGIA

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Nova fábrica gigantesca na Polônia vai fabricar baterias para veículos comerciais pesados

Engenheiros alemães testam robôs lunares próximo ao vulcão Etna, na Itália ©DLR (CC BY-NC-ND 3.0)

©IMPACT CLEAN POWER TECNOLOGY

Uma enorme fábrica de baterias para veículos pesados está sendo anunciada na Polônia pela Impact Clean Power Technology (ICPT), que pretende ser uma das maiores fabricantes do segmento na Europa. A empresa polonesa já detém cerca de 15% do mercado de baterias de ônibus elétricos no continente, de acordo com relatório 2021 do Green Car Congress. Chamada GigafactoryX, a instalação deverá produzir inicialmente 2 GWh de baterias anualmente a partir de 2024 — a empresa produz 1 MWh diariamente hoje. Já em sua fase nal, a fábrica deverá aumentar essa produção para 5 GWh por ano. De acordo com a ICPT, as

novas linhas de produção serão altamente automatizadas e o próprio processo será alimentado por um sistema fotovoltaico, desenvolvido por meio de baterias recicladas (vindas do setor de transporte público). Em última análise, metade das matérias-primas utilizadas na produção também

PRECISÃO

Contabilidade

virá da reciclagem. Os sistemas de bateria da ICPT são baseados em células de íons de lítio com química óxido de lítio-titânio (LTO), fosfato de ferro-lítio (LFP) e à base de níquel, manganês e cobalto (NMC). Seus produtos são utilizados principalmente no transporte público (como ônibus e outros veículos pesados), bem c o m o n o s e t o r d e armazenamento estacionário de energia, aplicações marítimas e robótica industrial. Como clientes principais, a ICPT possui fabricantes locais e estrangeiros de veículos baseados em acionamentos elétricos. Dentre eles, além de montadoras de carros a bateria, empresas de trólebus e de iates. A Impact também planeja introduzir baterias baseadas em eletrólito sólido e entrar na produção de células de combustível.

Pequenos robôs de exploração e coleta de amostras lunares estão testando suas habilidades nos arredores do Monte Etna, um dos vulcões mais ativos da Itália e, provavelmente, de toda a Europa. Os chamados Lightweight Rover Unit (LRU) 1 e 2 foram desenvolvidos pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR, na sigla alemã) como veículos de locomoção especializados em terrenos a c i d e nt a d o s , í ng re m e s ou qualquer outro adjetivo que fuja da descrição de “reto”. De acordo com seus criadores, o terreno do Etna é lotado de cas ca l ho eneg re cido p elas constantes atividades vulcânicas, o que o torna convenientemente

similar ao que se vê na superfície da Lua. Os robôs (um deles, curiosamente, muito similar ao prot agonist a d a animaç ão WALL-E, da Pixar e Disney) for am d e s e nvolv i d o s p ar a trafegar e rodar análises com o mínimo de interferência humana. Tanto o LRU-1 como o LRU-2 são equipados com câmeras na parte alta de suas cabeças, além de um braço mecânico capaz de capturar e armazenar amostras de solo. O braço ainda conta com feedback háptico, dando a cientistas que os controlam a habilidade de “sentir” as rochas coletadas. Por meio de um laser espectroscópico, eles também podem fazer análises de

composição química. “Times de robôs móveis terão um papel importante em missões espaciais do futuro”, disse Armin Wedler, gerente de projetos da DLR. “Ao operar em times heterogêneos, os robôs complementam e apoiam uns aos outros com diferentes capacidades”. Durante o teste, os robôs foram colocados em diversos contextos: em um, eles zeram extensivo uso do laser para analisar a composição de rochas vulcânicas do tamanho de uma bola de beisebol, enquanto em outra situação, eles “entregaram” ditas amostras para um módulo de pouso simulado. Em um terceiro cenário, eles foram “controlados” por uma estação espacial simulada (na realidade, um drone autônomo que fez o mapeamento do terreno em 3D). “Nós ganhamos muita experiência que nos ajudará no desenvolvimento de missões futuras”, disse por meio de um comunicado omas Krüger, da agência espacial europeia (ESA), que colaborou com o projeto.

Conceito de carro-telescópio é (27) 3228-4068 criado para você “dar zoom” Anatel conrma que Brasília nas estrelas ao estacionar é a primeira cidade a ter o 5G no Brasil ©SHUTTERSTOCK

A tecnologia 5G, enfim, começou a ser implantada no Brasil. E a primeira cidade a receber a quinta geração de internet móvel foi Brasília. A informação foi dada por Moisés Moreira, conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), ao g1. A faixa será a de 3,5 gigahertz, que era considerada a principal no leilão realizado em novembro

de 2021. No início de junho, a Anatel aprovou a proposta do grupo técnico para estender até 29 de setembro o prazo para a entrada em operação da tecnologia 5G nas capitais do País. Antes, o prazo era 31 de julho e foi estendido para cumprimento das obrigações necessárias à ativação da tecnologia. Isso porque, nas capitais onde já houver

condições técnicas, o sinal poderá ser disponibilizado antes. Grande parte das capitais e outros municípios brasileiros deverão mudar a legislação municipal para se adequarem às normas da Lei Geral de Antenas. O objetivo é atender à necessidade de instalação de, no mínimo, uma antena por 100 mil habitantes.

Um projeto de estudos do jovem Hyunsik (Moon) nos traz um veículo chamado Zodiac — The Stargazer — um conceito de carro-telescópio de dois lugares no ano de 2050. Com inspiração nas estrelas e viagens do telescópio espacial James Webb, a ideia é oferecer às pessoas comuns uma forma de ter experiências espaciais tão profundas como as daquelas que conseguem ir ao espaço. Isso porque as lentes do telescópio no centro do desenvolvimento do conceito são realmente enormes (e poderosas). Pa r a t e r m o s i d e i a d o t am an ho qu e e st amo s falando, elas ficam na frente, destacando o design do carro, e servem como portas de acesso à cabine. E m d i m e n s õ e s , o c ar ro telescópio possui 4.440 mm de comprimento, 2.190 mm de largura e 2.070 mm de altura. Não há informações sobre trem de força, desempenho ou outros

o p o der do telescópio. Os passageiros literalmente ficam “de frente para o céu”, podendo observar de perto as estrelas pelas lentes do conceito. O outro modo de ajuste deixa os p ass ageiros na p osiç ão comum de passeio dos carros tradicionais. Mas sem precisar que alguém dirija, já que a ausência de controles para o motorista sugere que o veículo é um conceito totalmente autônomo (algo de Nível 5, conforme classificação da ©DIVULGAÇÃO/HYUNSIK MOON/BEHANCE S o c i e d a d e d e Engenheiros um ponto bem importante para o Automotivos). propósito do conceito de Em seus posts na rede social e Hyunsik. Ela traz uma grande em seu perfil no B ehance, lente convexa, um mecanismo de Hy u n s i k a r r a n c o u mu it o s extensão e uma lente inteligente, elogios. Mas é bom termos em antes de chegar aos assentos para mente que a criação é apenas um os integrantes. conceito, ou seja, está ainda a Há um sistema de ajuste para os muitos passos para (talvez) um dois modos do carro. Um deles, dia se tornar algo em produção voltado para a hora de aproveitar real. detalhes técnicos do Stargazer, que traz rodas traseiras bem grandes, remetendo a uma motorização potente — possivelmente elétrica, a notar que não existem itens de escapamento. A área de cabine rotacional é


CIÊNCIA 7

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“Berço da Humanidade” Pesquisadores concluem que osso de dinossauro é tem fósseis bem mais antigos do que achávamos o mais antigo já encontrado no Nordeste ©DANNY YE/SHUTTERSTOCK

completa prevaleceu mais cedo no processo evolucionário humano”, diz trecho do estudo publicado. Em outras palavras: antes, pensava-se que o A. africanus era descendente do A. afarensis. O estudo, no entanto, comprova que as duas espécies viveram mais ou menos na mesma época, a algo entre 3,4 e 3,6 milhões de anos. A descoberta é de grande relevância pois, antes da publicação do estudo, o consenso cientí co dizia que o leste africano era a provável origem dos hominídeos que eventualmente evoluíram para o gênero Homo ao qual nós, humanos contemporâneos, pertencemos (nós estamos no subgrupo Homo sapiens sapiens, descendentes do Homo sapiens original). De acordo com Darryl Granger, autor do estudo e pesquisador antropólogo, as Cavernas de Sterkfontein têm mais exemplares de fósseis Au s t r a l o p i t h e c u s q u e e m qualquer outro lugar no mundo, “mas é difícil estabelecer uma data rme para eles. Esses fósseis,

Arqueólogos começam a escavar tumba de cinco mil anos relacionada ao rei Arthur

Localizado em Pernambuco, o vestígio pode ajudar a entender separação dos continentes ©CORTESIA/UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Um grupo de pesquisadores da Un i v e r s i d a d e F e d e r a l d e Pernambuco (UFPE) descobriu, durante uma escavação realizada em 2019, ossos de um dilofossauro, próxima à cidade de Ibimirim, no sertão do estado. Recentemente, após análise detalhada do fóssil, foi descoberto que se trata da descoberta mais antiga do nordeste brasileiro. Os ossos — segmentos de vértebras da cauda do dinossauro — foram medidos e comparados com uma ossada de dilofossauro encontrada nos Estados Unidos, o que mostrou grande semelhança. O animal podia ter até mais de seis metros de comprimento e pesar 750 kg. Agora, os pesquisadores da UFPE querem voltar ao local e realizar novas escavações, para tentar encontrar novas ossadas que permitam identi car melhor a espécie, ou até mesmo encontrar novos dinossauros, como registrou o portal G1. O sítio arqueológico era um lago no passado, o que diminui a chance de os restos de um animal pudessem ser arrastados. "As características do lugar permitiam a preservação dos fósseis. Então, provavelmente o resto daquele animal está ali. A gente pretende voltar e achar mais pedaços. Mas, para isso, é

preciso um trabalho muito exaustivo", explicou Leonardo Mar in ho, doutorando que identi cou o dinossauro, ao G1. O avanço da pesquisa pode provar que o animal encontrado pode pertencer a um grupo raro e primitivo, o qual apenas três fósseis similares foram encontrados no mundo: nos Estados Unidos, na Antártica e n a Á f r i c a d o Su l . G e l s o n Fambrini, orientador de Leonardo e especialista em geologia, explica que o d i no ss au ro p o d e aju d ar a entender melhor a dinâmica de divisão dos continentes, na Pangeia. "O rompimento da África com o nosso continente começou no Período Jurássico (de 201,3 milhões a 145 milhões de anos antes de Cristo). A discussão é quando no Jurássico. O fato de que o dinossauro foi encontrado em todos esses locais pode aju d ar a e nte nd e r mel hor

quando houve essa ruptura", explicou ao G1. Ao mesmo veículo, Leonardo Marinho ainda destacou a importância acadêmica da descoberta, sendo o terceiro dinossauro pernambucano, mas o primeiro em solo pernambucano — mencionando os outros dois, um que se encontra na Alemanha e outro no Rio de Janeiro. O pesquisador ainda reconhece a importância da descoberta para estimular outros jovens a seguirem na área da pesquisa. "Achar um dinossauro no Nordeste, principalmente do Jurássico, dá uma visibilidade enorme para o jovem que está lá no ensino médio, vê os lmes de Jurassic Park e se pergunta se poderia estudar isso. É uma luz para a paleontologia. E é um sinal de que é possível fazer uma ciência de boa qualidade no Brasil".

irlandês C.S. Lewis tenha se inspirado na área da pedra ao criar seu mundo fictício de As Crônicas de Nárnia. A Pedra de Arthur é, aliás, a inspiração para a mesa de pedra sobre a qual Aslan, o Leão, é sacrificado em "O Leão, a Feiticeira e o GuardaRoupa”. A nova escavação segue uma pesquisa realizada em 2021 pelas universidades de Manchester e Cardiff ao sul do monumento, que mudou o que se sabia sobre as origens do local. A

organização de patrimônio arqueológico English Heritage re cr utou volunt ár ios p ara trabalhar ao lado dos arqueólogos fornecendo passeios pelo local da escavação, c om age nd ame nto pré v i o. "Nossa equipe de voluntários maravilhosos estará à disposição para explicar as últimas descobertas à medida que elas acontecerem”, declarou Ginny Slade, gerente voluntária da instituição, em comunicado.

©UNIVERSIDADE DE MANCHESTER

Os fósseis encontrados nas Cavernas de Sterkfontein, na África do Sul, são bem mais antigos do que se pensava anteriormente, com um novo estudo datando o material do Patrimônio Mundial da Unesco como tendo um milhão de anos a mais do que a idade marcada em pesquisas anteriores. As Cavernas de Sterkfontein são comumente referidas pelo seu nome mais conhecido: “O Berço da Humanidade”. O sítio arqueológico começou a ser escavado no nal do século XIX, quando mineradores encontraram vários fósseis hominídeos antigos e os levaram para a apreciação de cientistas especializados. Desde então, a região de aproximados 47 mil hectares (ha) tem nos trazido amplas descobertas sobre vários de nossos precursores. “Nossas datas demonstram as limitações do senso comum aceito de que o Australopithecus africanus, o qual é amplamente representado em Sterkfontein, descende do Australopithecus afarensis. A contemporaneidade das duas espécies sugere que uma ár vore genealógica mais

na verdade, são velhos — muito mais velhos do que pensávamos”, ele, que é professor de ciências antropólogas na Universidade Purdue, comentou. Como método, o time comandado pelo acadêmico analisou o decaimento radioativo das rochas soterradas na mesma época dos fósseis, ao contrário de cálculos estimados anteriormente, que se baseavam em depósitos de calcita. A conclusão é a de que os hominídeos sul-africanos eram contemp orâneos próximos daqueles no leste da África, e tiveram tempo para evoluir para o gênero Homo que conhecemos hoje. Anteriormente, a noção prevalecente era a de que o material sul-africano era “jovem demais” para isso. “Ess e novo e imp or tante trabalho de estabelecimento de datas altera a era especulada de alguns dos fósseis mais interessantes na pesquisa da evolução humana, e também de um dos fósseis mais icônicos da Á f r i c a d o Su l, a ch am a d a 'Senhorita Ples', em pelo menos um milhão de anos para quando, no leste da África, nós estávamos encontrando outros hominídeos precursores, como a 'Lucy'”, disse Dominic Stratford, diretor de pesquisa nas cavernas e coautor do artigo. O estudo completo foi publicado e revisado pelo jornal cientí co Proceedings of the National Academy of Sciences.

A Pedra de Arthur, na Inglaterra, é cenário de antiga história na qual o monarca derrota um gigante

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Pela primeira vez, arqueólogos começaram a escavar uma tumba de cinco mil anos ligada ao legendário rei Arthur. O local, chamado Pedra de Arthur, data do neolítico, mas está ligado ao personagem desde antes do século 13, conforme uma antiga lenda. As escavações foram anunciadas no dia 1º de julho em comunicado da Universidade de Manchester, cujos especialistas

lideram a pesquisa. A equipe trabalha em parceria com a English Heritage, que cuida do sítio em Herefordshire, na Inglaterra. O grupo está trabalhando para remover grama, expondo os vestígios arqueológicos da tumba com câmaras. Diz a lenda que foi lá que Arthur matou um gigante que deixou a impressão de seus cotovelos em uma das pedras ao cair com o golpe. BOB BEHNKEN

Atualmente, restam apenas as grandes pedras da câmara i nt e r n a d a t u m b a . E s t a é formada, ao todo, por nove pedras verticais, com uma enorme pedra angular com mais de 25 toneladas. Supunha-se que a Pedra de Arthur estava dentro de um marco de pedra similar a outros achados em Cotswolds e S o u t h Wa l e s , m a s o s pesquisadores descobriram que não é o caso.

Em vez disso, o lugar pode ter tomado a forma de um monte baixo com extremidades arredondadas. "A Pedra de Arthur é um dos monumentos pré-históricos mais notáveis deste país, situado em um local de tirar o fôlego, mas ainda é pouco conhecido”, conta o p r o f e s s o r Ju l i a n T h o m a s , envolvido na pesquisa. “Nosso trabalho busca restaurá-lo ao seu devido lugar na história da GrãBretanha neolítica". Acredita-se que o escritor


8 BEM-ESTAR

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Aroeira é estudada contra infecções e inflamações ©ZANATTALAURO.BLOGSPOT.PT

GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA Nutricionista - CRN:14100665

Cupcake rosa ©GUIA DA COZINHA

Ela pode ter entre oito a 20 metros de altura, é encontrada em qualquer canto do Brasil e oferece um chá poderoso, que traz vários benefícios à saúde. Essa é a aroeira, árvore que tem a capacidade de colonizar e se adaptar a várias condições ambientais. O nome cientí co da aroeira é Schinus terebinthifolius, da família Anacardiaceae. Ela também pode ser chamada aroeira-vermelha e apresenta frutos vermelhos e pequenos que, após o processo de industrialização, são conhecidos como pimenta-rosa. Já suas folhas, cascas, ores, sementes e frutos são amplamente utilizados na medicina popular. A planta é rica em avonoides, saponinas, terpenos e taninos, compostos que lhe conferem propriedades antiin amatórias, tônicas, diuréticas, cicatrizantes e antimicrobianas. A parte mais usada para a preparação de chá é a casca, no entanto, ela também pode ser usada para fazer banhos de assento, compressas ou pomadas.

Quais os benefícios da aroeira? A casca, folhas e raízes da planta são estudadas por seus benefícios à saúde. Revisões de estudos já mostraram que das atividades encontradas, destacam-se as anti-in amatória, antifúngica, antibacteriana, cicatrizante, antiparasitária e antioxidante. A planta teria até uma atuação como inseticida natural. Há ainda uma pesquisa, feita por brasileiros e publicada em 2013 no periódico Evidencebased C omplementar y and A lte r nat ive Me d i c i ne, qu e mostrou que a planta pode reduzir a in amação provocada pela gengivite, apesar de não tratar o problema.

"Há necessidade de realização de estudos mais aprofundados, cuja nalidade garanta uma maior segurança em seu uso e maior e cácia da sua terapêutica, para assim orientar melhor a população quanto a sua utilização tal como, para a formulação de novos medicamentos a partir de seus compostos bioativos", diz uma revisão.

aroeira pode ser consumido? Seu consumo deve ser feito com moderação e o indicado é que se tome o chá de aroeira por, no máximo, 15 dias, reavaliando se está fazendo efeito ou não. É imp or tante p erceb er se há necessidade de um outro tipo de acompanhamento. Tudo isso é muito individual e tem que ser analisado caso a caso, sempre com acompanhamento médico.

Para que serve o chá de aroeira? É bené co para a redução de sintomas de úlceras, azia, gastrite, bronquite, infecções e in amações, além de ajudar em cicatrizações. Entretanto, é importante reforçar que mesmo chás naturais precisam ter o seu consumo recomendado por médicos ou nutricionistas com experiência em plantas medicinais.

O consumo excessivo de chá de aroeira pode fazer mal? A aroeira pode desencadear uma diarreia muito forte, se utilizada em excesso, isso porque ela tem efeito purgante. Além disso, outros efeitos colaterais são as lesões que pode causar na pele e nas mucosas, reações alérgicas, dor de estômago, dermatite, irritação na boca ou garganta. Por isso, o uso da planta deve ser feito com indicação médica ou de um nutricionista com experiência em plantas medicinais.

Como fazer o chá de aroeira? O preparo do chá de aroeira vai variar de acordo com o tipo de uso que a pessoa pretende fazer da bebida. Existem algumas maneiras de prepará-lo. Para as doenças internas, ele pode ser feito por infusão, já para as doenças externas o preparo se faz através do cozimento das cascas ou f o l h a s , p a r a s e r u s a d o diretamente ou com uso de compressas. Ingredientes 150 gramas de folhas de aroeira 4 pedaços de casca de aroeira 1 litro d'água Modo de preparo Aqueça a água em um recipiente, coloque as folhas e as cascas e ferva por cerca de cinco minutos. Coe assim que esfriar. Ele pode ser tomado morno ou gelado. Com que frequência o chá de

Existe contraindicação para o consumo do chá de aroeira? Sim. O chá de aroeira ou qualquer outro produto feito com a planta não é recomendável para gestantes, lactantes, crianças, pessoas com pele sensível ou que têm condições gastrointestinais. O uso da planta pode causar contração uterina, efeito laxativo ou resultar em crises alérgicas. O chá de aroeira emagrece? Não. Alguns estudos apresentam uma das propriedades do chá de aroeira como potencial diurético, como resultado da ação dos antioxidantes e polifenóis que combatem radicais livres e o estresse oxidativo no organismo. O chá não é emagrecedor e sua propriedade bioativa auxilia na resposta à retenção hídrica. O importante é usar a planta com a orientação médica.

Estudo comprova impactos do desmatamento para a saúde Uma nota técnica divulgada pelo WWF-Brasil mostra a íntima relação entre a saúde humana e a saúde do meio ambiente. “O que

as orestas e o desmatamento têm a ver com nossa saúde” mostra c o m o o d e s m at a m e nt o, a s queimadas, a poluição do ar, a

alteração das temperaturas e as novas doenças decorrentes de modi cações de ecossistemas têm afetado a saúde e o bem-estar da

C

rianças de férias em casa? Con ra essa receita de lanchinho fácil e criativo para entreter as crianças nas férias. Ingredientes 4 ovos (claras e gemas separadas) 1 xícara (chá) de açúcar 2 colheres (sopa) de manteiga 1 xícara (chá) de leite ½ xícara (chá) de Nesquik® 2 xícaras (chá) de farinha de trigo 1 colher (sopa) de fermento em pó químico Cereja em calda para decorar

Nesquik® e a farinha. Junte as claras em neve e o fermento e m i s t u r e c o m u m a c o l h e r. Trans ra para forminhas de cupcake forradas com forminhas de papel, até a metade de sua capacidade. Coloque em uma fôrma e leve ao forno médio, preaquecido, por 20 minutos ou até que ao en ar um palito, ele saia limpo. Deixe esfriar e desenforme. Para o re cheio e cob er tura, na batedeira, bata o creme de leite até começar a rmar. Junte o açúcar e bata até formar picos

rmes. Separe uma xícara do chantilly e misture o corante até car uma cor homogênea. Coloque em um saco confeiteiro com bico pitanga e reserve. Coloque o chantilly branco em outro saco confeiteiro também com bico pitanga. Com cuidado, faça um furo no centro de cada cupcake e recheie com o chantilly branco. Faça a base do espiral com o chantilly rosa e termine com o branco. Decore com uma cereja e sirva. Rendimento: 15 unidades Fonte: Terra

Recheio e cobertura 2 e ½ xícaras (chá) de creme de leite fresco gelado 1 xícara (chá) de açúcar 2 gotas de corante gel alimentício rosa Modo de preparo Para a massa, na batedeira, bata as claras em neve e reserve. Ainda na batedeira, em outra tigela, bata as gemas, com o açúcar e a manteiga até formar um creme homogêneo. Sem parar de bater, alterne o leite, o população em geral. O documento aponta a importância da oresta e dos demais ecossistemas naturais para o bem-estar humano e os problemas que sua destruição causam para quem vive nesses ambientes e até mesmo distante. O estudo mostra que o ar da oresta Amazônica é muito limpo, especialmente na estação chuvosa, quando as precipitações removem aerossóis da atmosfera. No entanto, essa característica se modi ca com as queimadas: a fumaça decorrente dos incêndios na Amazônia é altamente tóxica, causando falta de ar, tosse e danos pulmonares à população, e respondem por 80% do aumento regional da poluição por partículas nas, afetando 24 milhões de pessoas que vivem na região. Outro dado apresentado é que d u r a n t e a “e s t a ç ã o d a s q u e i m a d a s” n a A m a z ô n i a brasileira (entre julho e outubro), ap r ox i m a d a m e nt e 1 2 0 m i l

(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020

p e ss o as s ã o ho spit a l i z a d as anualmente devido a problemas de asma, bronquite e pneumonia. Durante períodos de incêndios intensos, principalmente em eventos de seca extrema, os poluentes da queima de biomassa podem aumentar as taxas de

mortalidade cardiorrespiratória, bem como induzir danos genéticos que contribuem para o desenvolvimento de câncer do pulmão. Além das doenças causadas pelo fogo, o desmatamento pode aumentar a transmissão de doenças infecciosas e até o surgimento de novas doenças. Um au me nto d e 1 0 % no desmatamento leva a um

aumento de 3,3% na incidência da malária, por exemplo. Pes quis as na Amazônia peruana mostraram a existência de números maiores de larvas em poças d'água morna parcialmente abrigadas do sol, como as que se formam na beira de estradas ©PIXABAY abertas dentro da m at a , e e m á g u a acumulada em meio a detritos, que não é consumida pelas árvores. Outra informação que o documento traz é que o ambiente natural afeta o bemestar individual e coletivo. Existem inúmeras evidências que destacam a importância da natureza para promover uma melhora nos estados de ânimo e bem-estar. A experiência na natureza está associada a uma melhora em vários índices de saúde, como a diminuição da pressão arterial, a redução dos hormônios associados ao estresse, a m e l h or a d o s b at i m e nt o s cardíacos, do humor, da função cognitiva, dentre outros aspectos.


SAÚDE 9

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Cientistas desenvolvem Pílula antirressaca injeção para tratamento começa a ser de câncer de mama comercializada no Reino Unido A injeção contra câncer de mama apresentou resultados positivos na eliminação de tumores já na fase inicial da doença ©PEXELS/KURENG WORKX/UNSPLASH/NATIONAL CANCER INSTITUTE

Diversos estudos sobre tratamentos alternativos contra o câncer são realizados. Na busca de um caminho menos invasivo, cientistas do laboratório Johns Hopkins Kimmel Cancer Center e s t ã o d e s e nv o l v e n d o u m a injeção contra o câncer de mama que mostrou resultados surpreendentes na fase de testes com camundongos. Mas, a nal, o que é essa injeção que parece ser promissora? Publicado na revista cientí ca Proceedings of the National Academy of Science, o estudo destaca que se trata de uma aplicação com uma substância chamada imunotoxina para o tratamento da doença já em estágio inicial. Essa fase nas pacientes também é conhecida como carcinoma ductal in situ (DCIS). Na fase de DCIS, as pacientes apresentam células pré-

cancerosas nos ductos mamários, e é justamente aí que

O medicamento pode reduzir a concentração de álcool no sangue em 50% já nos primeiros 30 minutos depois do consumo de bebida alcoólica ©PIXABAY

entra a parte da injeção. Na pesquisa, os cientistas aplicaram a injeção nos ductos para a realização de uma limpeza. Com esse tratamento, foi observada uma redução signi cativa das células tumorais. Os pesquisadores compararam a injeção feita no corpo e nos ductos, e observaram algumas d i f e r e n ç a s . Pa c i e nt e s q u e receberam a aplicação no corpo apresentaram sim um crescimento mais lento dos

tumores. O problema foi o seu retorno depois que o tratamento

era interrompido. Já a aplicação direta nos ductos apresentou uma eliminação completa dos tumores que permaneceu desse modo mesmo após dois meses do m do tratamento. Saraswati Sukumar, um dos autores do estudo, relatou em comunicado que na sua vida “nunca tinha visto resultados tão expressivos”. O cientista falou sobre o resultado positivo: “Para nossa grande surpresa, as drogas ' m at ar am ' t o d a s a s l e s õ e s presentes naquele ducto mamário”. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) destaca que o câncer de mama é tipo mais diagnosticado em mulheres no mundo. Em 2020, foram estimados cerca de 2,3 milhões de novos casos da doença. No Brasil, no ano passado foram 17,8 mil mortes pela doença.

Doença misteriosa mata cerca de 750 jovens por ano na Austrália

Myrkl, um medicamento com a proposta de prevenir ressacas, começou a ser comercializado no Reino Unido na última segunda-feira (4). A pílula funciona por até 12 horas e a orientação é de que sejam tomados dois comprimidos ao menos duas horas antes de começar a beber. O remédio foi desenvolvido pela empresa farmacêutica De Faire Medical em parceria com o Instituto de Ciência e Saúde Pfützner, da Alemanha. Ele foi criado originalmente na década de 1990, mas foi sendo aperfeiçoado ao longo dos anos. Conforme estudos, o medicamento pode reduzir a

concentração de álcool no sangue em 50% já nos primeiros 30 minutos depois do consumo de bebida alcoólica. Conforme resultados publicados na revista c i e nt í c a Nut r it i on and Metabolic Insights, as pessoas que ingeriram os comprimidos e beberam duas doses de vodca tinham 70% menos álcool no sangue uma hora depois, em comparação com os indivíduos que não tomaram. A pílula tem em sua composição as bactérias Bacillus Coagulans e Bacillus Subtilis, o aminoácido L-Cisteína e a vitamina B12 e o remédio decompõe o álcool no intestino antes de chegar ao fígado.

Segundo o jornal O Globo, o diretor-executivo da Myrkl, Håkan Magnusson, disse que o remédio não deixa totalmente livre de ressaca, pois há outros mecanismos envolvidos no processo, como a desidratação. "Embora Myrkl não seja de forma alguma concebido como uma desculpa para beber além das diretrizes do NHS (serviço Nacional de Saúde inglês), estamos realmente convencidos de que Myrkl é um produto revolucionário", a rmou Magnusson. A pílula, por enquanto, não será vendida em lojas e só está disponível no site da empresa.

precisos sobre as mortes causadas pela doença, o Baker Heart and Diabetes Institute de Melbourne revela que a SADS mata cerca de 750 jovens no estado de Victoria por ano. A maioria, portanto, com menos de 40 anos. No grupo de

risco, além disso, ainda estão: quem tem parente que morreu por problemas cardíacos inexplicados na idade de risco e quem sofre ou já sofreu desmaios ou convulsões inexplicados. Por não se saber sua origem, então, a Síndrome da Morte

Súbita do Adulto ainda não tem uma cura. Os médicos, por agora, recomendam a c o mp a n h a m e nt o m é d i c o constante para aqueles dentro do grupo de risco.

Por ano, cerca de 750 pessoas vã o a ó bito por conta da 'doença misteriosa' que atinge, principalmente, o estado de Victoria, na Austrá lia ©PEXELS/FREESTOCKS

O e s t a d o d e Vi c t o r i a , n a Austrália, se preocupa com a morte de mais de 750 jovens para uma 'doença misteriosa'.

Atualmente chamada Síndrome da Morte Súbita do Adulto, a condição afeta, principalmente, pessoas com menos de 40 anos.

A SADS, como foi apelidada, afeta os canais iônicos no coração e/ou causa problemas estruturais que interferem no sistema elétrico do coração. Apesar disso, as autópsias não conseguem encontrar causas exatas para a morte pela 'doença misteriosa'. Dentre os sintomas, os pacientes relataram arritmia genética, taquicardia ventricular polimór ca catecolaminérgica e síndrome de Brugada (doença genética que aumenta o risco de arritmias ventriculares). Apesar de não haver registros


10 Criança hoje, Criança amanhã

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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com

Como cresce uma Criança? — Parte I Precisamos também pensar que, para além da etapa de desenvolvimento da Criança, o terreno em que o episódio traumático ocorre vai imprimir ali, nesse mesmo terreno, a sua marca

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©PINTEREST

e pronto, podemos até a c h a r q u e alimentando e dando um pouco de ar livre para ela se movimentar, assim a Criança cresce. O crescimento de uma Criança é um processo complexo e de enormes dimensões, que está à nossa vista, mas, pouco é reparado. Elas crescem debaixo de nossos olhos e ouvidos, e não vemos nem ouvimos esse crescimento, tudo tão naturalizado que não chama nossa atenção. No entanto, é importante c on h e c e r u m p ou c o d e s s e complexo processo que transporta um ser muito precário, muito inábil, muito dependente, para um ser que busca autonomia para viver em sociedade, condição, especi camente, humana. Nascemos com quase completa incompetência para garantirmos nossa sobrevivência. Apenas o choro, de corpo inteiro, imprime a comunicação com o entorno. É preciso decodi car todos os sinais que um recém-nascido emite. A interpretação da mãe é essencial nesta fase. Nada é garantido, é a intuição que orienta essa Mãe. O grau de dependência traz a evidência das diversas de ciências ao nascer. Não conseguimos nem mesmo buscar o alimento como se comportam os mamíferos herbívoros que se põem de pé e buscam por conta própria o aleitamento materno em menos de 20 minutos. Os bebês humanos demoram um ano para que possam se por de pé e mais alguns anos para que o alimento seja buscado por ele mesmo. Assim, as Crianças não são iguais entre elas, como também não sofrem igual nas diferentes etapas de seu desenvolvimento.

©REPRODUÇÃO FACEBOOK

Ou seja, um dado trauma atinge, diferentemente, em cada faixa etária, porquanto o nível de d e s e nvolv i me nto, e m s e us diferentes vetores, dani ca de maneira distinta tanto qualitativa, quanto quantitativamente. Se a Criança está no início da vida, suas aquisições são ainda reduzidas, o efeito de uma situação que t ransb orda o s up or t áv e l p or s u a m e nt e naquele momento, trauma, irá depender da quantidade de capacidade de organização mental adquirida. Um bebê, com sua mente ainda desorganizada, terá a marca difusa do traumatismo. Se esse bebê é submet ido à dor rep et ida,

registrada como uma ameaça à sua integridade total. Precisamos também pensar que, para além da etapa de desenvolvimento da Criança, o

à sua aquisição da marcha, sofre uma dor por uma imperícia sua isso irá bloquear, temporariamente, ou até, permanentemente, a sua atração

controle motor. A maturação neuronal vai percorrendo a coluna vertebral, descendo, surge o sorriso, a coordenação óculomanual, a preensão por pinça ©RAQUEL ESPÍRITO SANTO/EDITORA GLOBO/DIEGO NAREBA

causada por fator externo, da mesma maneira como ele chora com o corpo todo, essa dor infringida por alguém, cará

terreno em que o episódio traumático ocorre vai imprimir ali, nesse mesmo terreno, a sua marca. Se uma criança, em meio

pelo desa o, pelo risco que correu e não deu certo, acarretando assim uma impressão, uma tatuagem, de insegurança pela dor sofrida. O crescer é processo muito dinâmico em que vários sistemas estão em atividade contínua. Como uma orquestra, os eixos do des envolvimento est ão em constante busca de uma harmonia, nem sempre alcançada. O mais importante é que nenhum dos quatro eixos, motor, cognitivo, linguístico e afetivo, não seja obstruído, que haja uma comunicação livre entre eles. O desenvolvimento motor é um árduo t rab a l ho que s e processa segundo a maturação neuronal na direção céfalocaudal. Sustentar a cabeça é a primeira aquisição e permite que comece a acontecer o primeiro

na, o sentar, momento especial, o car em pé, a marcha, a corrida e as acrobacias. O aparecimento do sorriso, por volta dos dois meses de idade, é um desses muitos momentos que implicam mais de um eixo de des envolv imento. É motor enquanto coordena uma expressão facial, mas é também da ordem do desenvolvimento afetivo, enquanto primeira resposta social. O espelhamento do sorriso da mãe provoca em comportamento de imitação, muito satisfaz a mãe, que passa a repetir o estímulo com entusiasmo. Esse primeiro jogo de interação é logo seguido pelo segundo jogo que o bebê descobre, experimentando a interaç ão e aprovaç ão d as pessoas próximas. C om a aquisição da coordenação óculomanual, o bebê “se esconde” atrás

de um paninho, e, repetindo v ár i as ve z e s e ss e comportamento, sintonizando com as exclamações “cadê o neném” e “achou!”, sorrisos, muita movimentação de braços e pernas, é o corpo inteiro que sente prazer. Parece fácil. Mas é uma operação de grande esforço para o bebê. Brincar é uma atividade afetiva e social, e essa é a primeira brincadeira movida pelo bebê. E, pela vontade de realizar repetidas vezes, brincar de existir e inexistir, mesmo que seja sem saber do conceito de existência, é um ato cognitivo. Essa brincadeira traz também uma comunicação através da linguagem corporal. Está dito pelo bebê que ele está satisfeito, e s t á a l e g re . E s t e p e q u e n o comportamento, que contém os q u a t r o e i x o s d o desenvolvimento, parece fazer parte intrínseca do crescimento d o s b e b ê s , t am an h a a su a incidência. O momento do sentar é outro ponto que quebra um paradigma do mundo da Criança até então. Ao se tornar capaz de sentar, o bebê tem sua percepção de mundo modi cada. O bebê, pela primeira vez, usa o seu corpo colado ao chão como o ponto zero para olhar as dimensões do mundo que lhe cerca. Até então ele era carregado no colo de um adulto, ou empurrado num carrinho em movimento, sem a possibilidade de ele mesmo coordenar essas percepções do s e u mu n d o. O s t a m a n h o s gigantescos desse momento trazem medo, choros quando a mãe se ausenta do ambiente, movimentos em busca da pessoa asseguradora, é sua primeira experiência assustadora que tem repercussões afetivas. O sentar também é uma experiência dos vários eixos do desenvolvimento. Diferente do brincar de esconder com o paninho, momento de alegria, o sentar dói, momento de angústia. A primeira.


COMPORTAMENTO 11

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Sentir ódio nem sempre é ruim e pode estimular mudanças ©GETTY IMAGES

Você se recorda a última vez que foi tomado pelo sentimento de ó d i o ? Ap e s ar d e s e r u m sentimento temido pelas pessoas, ele pode ter seu lado positivo e ser capaz, até, de estimular atitudes favoráveis. "A questão será o que fazer com ele e como realizar a mudança. Sentir raiva de alguém ou de uma situação pode ser o primeiro passo positivo, como sair de um relacionamento tóxico", exempli ca Paula Dione Casais, médica psiquiatra do Hospital Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da B ahia (HUPESUFBA), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Para ela, os tipos de ódio podem trazer consequências diferentes. Por exemplo, o que decorre da inveja pode dar lugar a um drama social, por fazer ver que o outro constitui obstáculo à satisfação de seu desejo pessoal. Esse ódio invejoso tem parentesco com a agressividade e constitui fonte de destruição pessoal e coletiva. "Já o do tipo narcisista di culta o convívio em sociedade, por ser avesso à alteridade. Alguns autores sugerem, no entanto, que durante o desenvolvimento psíquico se faz necessário algum processo de ódio, discutido nesses contextos como algo que ajuda a separar-se do eu", diz a psiquiatra. Priscilla Godoy, psicóloga da Unidade Campo Belo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, enfatiza que o prejudicial, no geral, é como as pessoas se comportam diante

do sentimento de ódio e não ele em si. No campo individual, ele costuma desencadear reações orgânicas similares às do estresse. "Do ponto de vista coletivo, o ódio é capaz de levar a manifestações de hostilidade, agressividade e prejuízo da urbanidade, di cultando o convívio com a diversidade e a tolerância com o outro", diz Casais. É fácil comprovar como a emoção é capaz de mobilizar multidões e provocar os mais variados con itos. Demonstrações desse tipo têm ocorrido com muita frequência na internet. Os chamados "haters" (ou "odiadores") se apropriam da sensação de anonimato e dão voz aos discursos de ódio. "As redes sociais desumanizam o interlocutor, logo ca mais corriqueiro desferir uma ofensa a alguém que não está presente sicamente. Quando pessoas se mobilizam pelo ódio ao mesmo objeto, seja a uma ideia, um partido político ou até mesmo outra pessoa, elas se fortalecem, p ois s entem que não est ão sozinhas. E todo esse processo se mantém protegido pelo anonimato. Assim, pode-se dizer que as pessoas se unem pelo amor ou pelo ódio em comum", diz André Luís Masiero, psicólogo do Departamento de Atenção à Saúde da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O que é o ódio No dicionário, ele é de nido como antipatia ou aversão. Trata-

se de um sentimento negativo em que se deseja mal ao sujeito ou ao objeto odiado, relacionado com a inimizade e a repulsa, como esclarece Casais. A emoção é visceral e está atrelada a frustrações: é gerada pela impossibilidade de satisfação de interesses ou ideologias pessoais e, também, pelo medo que surge provocado pelo instinto de autopreservação. Ao sentir a ameaça, o indivíduo é tomado pela aversão, seguido do desejo de ataque e eliminação da pessoa ou objeto odiado. Porém, Masiero ressalta que nem sempre a ameaça é real. "O ódio pode ser despertado por uma fantasia". Nas palavras da psicóloga Priscilla Godoy, natural, o ódio é produzido por nosso cérebro com intuito de proteção. "O gatilho que desperta diferentes emoções varia de pessoa para pessoa. Isso tem a ver com a história e as experiências vividas, o meio cultural e social, assim como valores morais, necessidades, crenças sobre si, sobre a vida e personalidade", acrescenta.

O estado emocional também varia de acordo com a intensidade, que pode ser de um aborrecimento à fúria, acompanhado por uma estimulação do sistema nervoso autônomo, e com o passar do tempo. "Enquanto o ódio se refere a um sentimento, a agressão seria um comportamento destrutivo e punitivo, acompanhado ou não da repulsa", pontua Godoy. Como o ódio age no cérebro O ódio envolve mais de um mecanismo cerebral, além de se associar a experiências anteriores vividas. O psicólogo da UFSCar a rma que o sistema límbico é o pr i n c ip a l re s p on s áv e l p e l a regulação emocional, mas há outros envolvidos, como o córtex pré-frontal, que é encarregado do controle da impulsividade e na correta avaliação crítica do contexto. Existem algumas características especí cas das estruturas límbicas que contribuem para a modulação do sentimento de ódio e do comportamento hostil. Uma

delas é que cada região do sistema límbico recebe sinais sensoriais terciários — auditivos, visuais, olfativos e gustativos ou uma combinação deles — sendo responsável por fornecer qualidades emocionais a tais sinais. "Dessa forma, uma dada situação é neutra, inicialmente, mas é associada a estados especí cos de emoções positivas ou negativas após passar pelo sistema límbico", descreve a psicóloga Priscilla Godoy. Casais pontua que a experiência objetiva vivida será processada pelo córtex associativo, porém a vinculação dessa experiência com memórias e sensações pessoais dará lugar ao processamento de uma experiência subjetiva, com ativação de áreas cerebrais como hip o c amp o e amígd a l a. "O hipotálamo, por meio de sua conexão com o sistema nervoso autonômico e o sistema endócrino, levará à expressão visceral das emoções experimentadas", resume. A nal, o ódio é o oposto do amor?

Con itantes, os sentimentos estão mais próximos que parece. "Eles não têm um objeto a priori, assim é possível amar o que deveria ser odiado e odiar o que deveria ser amado, sendo a indiferença o contrário do amor. Em grego, apatheia signi ca estar insensível às paixões", a rma Masiero. Já autores ligados à psicanálise descrevem o ódio enquanto par inseparável do amor, por vezes chegando antes — nas primeiras sensações desagradáveis da vida — por vezes simultâneos, na ambivalência afetiva, e em outros momentos advindo como consequência do próprio ato de amar. "Segundo esse olhar, o amor tende a transformar-se como efeito de uma frustração, a partir da qual o indivíduo o deia, p ass ando a p ers eguir, com intenção de destruir, o objeto que constitui uma fonte de sensação desagradável para ele", diz Casais. O psicólogo Masiero explica que isso é normal e marca uma fase do desenvolvimento das crianças, nos acessos de raiva, falarem que odeiam os pais, por exemplo. "A separação entre amor e ódio no desenvolvimento humano parece um processo trivial, mas não é. Essa matriz infantil permanece no adulto e, às vezes, o faz sentir repulsa, ainda que momentânea, por alguém que ama. Por isso, é normal senti-lo, inclusive pelo objeto amado. O que pode indicar algum problema é sentir ódio de tudo o tempo todo".

Perdoar alguém não é tarefa fácil, mas traz muitos benefícios à saúde imaginavam perdoando e compreendendo os motivos que levaram o outro a agir de maneira a magoá-los, utilizando para isso a empatia e compaixão, os corpos dos voluntários responderam siologicamente, voltando ao estado normal.

uma vida mais plena", ressalta.

por isso, consegue aplicar sua força vital em questões que auxiliam o orescimento pessoal". Ela avalia que quem não consegue pedir perdão também atrapalha a sua própria evolução, visto que possui di culdades de

Processo que leva tempo René Dentz, lósofo, psicanalista e professor Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), ressalta que o ato de perdoar pressupõe tempo.

admitir os erros e, geralmente, terceiriza a responsabilidade por suas falhas. E há também aquelas pessoas que consideram humilhação e têm medo do outro não aceitar. "É preciso entender que podemos pedir perdão sem esperar que o outro perdoe. Só o fato de pedir já nos liberta para

Segundo ele, o processo do perdão (vale destacar que é um processo, não um ato isolado) depende muito de qual nível traumático o gesto de afetação alcançou na pessoa ferida. "Assim, para alguns perdoar é mais difícil. Alguns gestos podem ter acessado e resgatado

©GETTY IMAGES

Perdoar quem nos fez mal nem sempre é uma tarefa fácil. Mas esse ato pode ser bené co para a s aú d e d e v ár i as mane i r as . Guardar mágoa tira a paz, gera estresse, afeta a qualidade do sono e pode, de fato, adoecer. "O fato de nutrir sentimentos negativos, como ansiedade e raiva, deixa o organismo cada vez mais suscetível ao desencadeamento de doenças, como depressão, alterações na pressão arterial, problemas cardíacos", a rma Júlio Rique Neto, professor de psicologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e pesquisador do tema. Um estudo conduzido por Charlotte Van Oyen Witvliet, professora do departamento de psicologia do Hope College, em Michigan, nos Estados Unidos, mostra como o sofrimento e o perdão têm in uência direta no nosso organismo. Ela pediu a voluntários que se recordassem de alguma ofensa grave ou um grande prejuízo que alguém lhes tivesse causado no passado. Nesse momento, foram detectados pressão sanguínea, batimentos cardíacos e tensão muscular semelhantes às que acontecem quando se sente raiva. Em contrapartida, quando se

Para a psicóloga Adriana Santiago, diretora do Núcleo de Ap l i c a ç ã o e Pe s qu i s a d a Psicologia Positiva (NUAPP) e a u t o r a d o l i v r o " O Po d e r Terapêutico do Perdão", quem perdoa vive mais e melhor "porque deixa de arrastar as correntes dos ressentimentos e,

elementos que estavam adormecidos na personalidade do indivíduo que foi vítima", diz. Além disso, reconhecer que erramos e que fomos vítimas de uma injustiça são momentos difíceis. "Por parte de quem erra, após o reconhecimento do erro, a moral motiva a pessoa a buscar a reparação pelas razões corretas. Portanto, parte da di culdade é aceitar que precisamos agir a partir do erro, mas perdemos o controle da situação", a rma Júlio Rique Neto. "Erramos. A partir de então a vítima ganha o controle por direito moral, passa a ter seu tempo de re exão, de aceitação da vitimização, de aceitação das consequências, que em alguns casos podem ser permanentes, e da decisão de se comprometer ou não em um processo de recuperação dos sentimentos positivos, que foram afetados pela dor da injustiça", diz o professor. Por isso, ele acredita que não e x iste f a c i l i d a d e e p e rd ã o i m e d i at o p a r a q u e m q u e r perdoar ou pedir perdão pelas razões corretas. O especialista chama a atenção para casos em que o perdão é oferecido imaturamente, o que pode

m ant e r a p e s s o a ofe n d i d a vulnerável em posição de risco. "É preciso termos o tempo para perdoar, o tempo para viver, reconhecer e controlar a raiva, que é um indicador bené co e necessário ao nosso senso de dignidade e justiça. Logo, não aconselho que se deva perdoar apressadamente", enfatiza. E, a nal, o que constitui um bom pedido de desculpas? Para Neto, ele deve ser "genuíno, oferecido com arrependimento, sinceridade e respeito ao tempo do outro de aceitar ou não", diz. Segundo Adriana Santiago, perdão e reconciliação não necessariamente se misturam. Tanto é que muitas vezes as pessoas se reconciliam, mas não perdoam. Ela conta muitos casos que presencia no consultório de mulheres que não perdoam traições dos seus parceiros e cometem pequenas vinganças, como lavar o vaso sanitário com a escova de dentes dele, e de lhos que, magoados com uma infância nefasta, maltratam a parentalidade no nal da vida e arrastam as correntes do ressentimento com quadros depressivos e ansiosos.


12 OLHAR DE UMA LENTE

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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

O PT e o seu rastro assombroso A

©TWITTER REVISTA VEJA

acusado de assédio moral. Ora, que seja julgado e condenado, se for culpado. Mas, falar da Caixa Econômica sem mencionar o nome do “bom” baiano Geddel Vieira Lima seria uma injustiça muito grande da minha parte, mesmo porque, depois da Polícia Federal

supostamente de sua propr i e d a d e acreditem, o elemento ainda continua transitando nos bastidores políticos do estado baiano. É ou não é querer tatuar a palavra “otário” na testa dos baianos? Será que o estado da capoeira cairá nessa farsa?

Inquérito (CPI) do Ministério da Educação (MEC), e exigiu que a leitura fosse feita até esta quinta-feira (07). O senador ameaçou recorrer ao Supremo Tr i b u n a l F e d e r a l (STF), caso Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não dê andamento à instalação da CPI do M E C . E m contrapartida, o senador Carlos Por t i n ho ( PL- R J ) , r e q u e r e u , acertadamente, que o MEC apres ent ass e informações sobre obras inacabadas relacionadas aos anos de 2006 a 2018, era de desvios e corrupção sistêmica no governo petista. O u t r o f a t o interessante da semana, foi o que envolveu o expresidente da Caixa Econômica Federal, Pe d ro Gu i m ar ã e s ,

encontrar várias caixas de papelão com aproximadamente R$ 53 milhões num apartamento

Na seara judicial, sem a devida importância da Supremo Tr ibuna l Federal, tivemos o

caso de João Luiz Leite — e x contador do expresidiár io Luiz Inácio Lu l a d a Silva, investiga do por ligações com líderes da organização criminosa PCC — que

alegou à Polícia Federal ter ganho 55 vezes na loteria fe dera l. S egundo

investigações, chegou a dividir R$16 milhões com o tra cante de drogas Anselmo

©DIVULGAÇÃO

©TWITTER REVISTA VEJA

conteciment o s importantes que não podem car fora da nossa mídia. No último dia 28, pela segunda vez, o senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP) requereu, novamente, proposta de abertura da C omissão Parlamentar de

TATI BELING

Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, fornecedor de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC), morto em dezembro de 2021. O contador foi o r e s p o n s áv e l p e l a s declarações de Imposto de Renda de 2013 a 2018 de Lula. E a séria delação de Marcos Valério, que irá depor na Câmara dos Deputados, onde acusou o Partido dos Trabalhadores (PT) de, além da relação com a facção criminosa PCC, teve participação direta na morte o assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. Eleitores amigos... Acreditem, o rastro assombroso do PT é de se perder de vista! Até a próxima!


BRASIL 13

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A semana em Brasília S e no E

Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes

Corrente de comércio brasileira chega a US$ 54,4 bilhões em maio ©COMEX DO BRASIL

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia divulgou em 13 de junho dos dados preliminares da balança comercial indicando que as exportações brasileiras somaram, em maio de 2022, US$ 29,6 bilhões, e as importações, US$ 24,7 bilhões. Isso gerou um saldo positivo de US$ 4,9 bilhões e corrente de comércio de US$ 54,4 bilhões. No acumulado do ano, as exportações totalizam US$ 131,1 bilhões e as importações, US$ 106 bilhões, um saldo positivo de S$ 25,1 bilhões e corrente de comércio de US$ 237 bilhões. Tanto no mês quanto no acumulado do ano, houve uma preponderância do efeito do crescimento de preço na receita de exportação e na despesa com importação, de acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. Nas exportações, a média de maio de 2022 totalizou US$ 1,3 bilhão, ou seja, crescimento de 8%. Em relação às importações, foi registrado aumento de 33,5%, já que a média de maio de 2022 foi de US$ 1,1 bilhão. A média diária da corrente de comércio em maio de 2022, totalizou, por sua vez, US$ 2,47 bilhões, e o saldo, também por média diária, foi de US$ 224,7 milhões. A média das exportações de janeiro a maio de 2022 foi de US$ 1,27 bilhão, com crescimento de 20,3%. Em relação às importações, houve aumento de 29% na média do período de janeiro a maio de 2022, que foi de US$ 1 bilhão. A média diária da corrente de comércio totalizou US$ 2,3 bilhões e apresentou crescimento de 24%. O mês de maio de 2022 registrou a seguinte média diária das exportações, no corte por setores: crescimento de US$ 0,82 milhão (0,2%) em Agropecuária; queda de US$ 13,05 milhões (4,5%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 114,4 milhões (19,4%) em produtos da Indústria de Transformação. A combinação desses resultados levou a um aumento das exportações. Tiveram destaque nesse crescimento os seguintes produtos: na Agropecuária, milho não moído, exceto milho doce; café não torrado; trigo e centeio, não moídos. Na Indústria de Transformação, farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos); farinhas de carnes e outros animais; carne bovina fresca, refrigerada ou congelada; carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas; e produtos laminados planos de ferro ou aço não ligado, não folheados ou chapeados, ou revestidos. No que se refere às importações, houve crescimento de US$ 2,99 bilhões (14,5%) na Agropecuária; de US$ 36,1 bilhões (74,8%) na Indústria Extrativa; e de US$ 244,1 (32,0%) em produtos da Indústria de Transformação. Esses resultados, combinados, levaram a um aumento das importações, puxado, principalmente, pelo aumento nas importações, na Agropecuária, de cevada não moída; trigo e centeio não moídos; frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas. Na Indústria Extrativa, de carvão, mesmo em pó, não aglomerado; óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos; e, na Indústria de Transformação, de adubos ou fertilizantes químicos; óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos. Maio de 2022 registrou o aumento das exportações, principalmente, para os seguintes destinos: África (89,8%), Oriente Médio (63,0%) União Europeia (47,7%), Mercosul (25,5%) e Estados Unidos (7,9%). As exportações para a China se reduziram em 11,9%. Do lado das importações, os destaques de maio de 2022 foram: Oriente Médio (100,3%), África (52,4%), Estados Unidos (68,5%), Mercosul (28,0%) e China (14,5%). Segundo a Secex, a guerra entre Rússia e Ucrânia tem in uenciado o comércio e a economia mundiais como um todo, principalmente os preços de alimentos e combustíveis, já que os dois países são grandes produtores e concorrentes do Brasil no comércio internacional. O que se observa é o efeito preço, com o aumento das cotações em geral — tanto de alimentos, que o Brasil exporta, quanto de combustíveis, de que o Brasil é um importador líquido, afetando os dois lados.

©EDU ANDRADE/ASCOM ME

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Caixa Econômica Federal tem nova presidente

A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, tomou posse, nesta terça-feira (5/7), em evento n a s e d e d o b a n c o, e m Brasília. A Caixa é uma entidade nanceira vinculada ao Ministério da Economia. Na cerimônia, o ministro da Economia falou da atuação da instituição nanceira e citou a trajetória pro ssional de Daniella Marques e de outras mulheres que zeram e fazem parte da equipe econômica. A executiva é formada em Administração de Empresas e che ou a Assessoria de Assuntos Estratégicos e a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia. Ela teve o nome aprovado para a presidência do órgão pelo Comitê de Elegibilidade do banco na última sextafeira (1º/7). Com 161 anos de história, a Caixa conta com 148 milhões de clientes e 88 mil empregados. A cerimônia também contou com presença do presidente da República, da primeira-dama, do presidente da Câmara dos Deputados e do ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República.

Emissão de certidões poderá ser feita pela internet ©SINCOVAGA

A certidão negativa de débitos tributários, da Receita Federal, já pode ser baixada pelo GOV.BR na internet, de forma automática, sem a necessidade de preencher formulários. Além da emissão de certidões, a plataforma GOV.BR no computador possui mais três funcionalidades, que estavam disponíveis apenas pelo aplicativo do celular: carteira digital de documentos, assinatura eletrônica GOV.BR e noti cações. Para acessar essas funcionalidades, é preciso estar logado na plataforma. Ao acessar a plataforma GOV.BR pela internet, o usuário irá visualizar, no canto superior direito da página, um botão com sua foto ou avatar. Ao clicar na seta ao lado do botão, será aberto um menu com as funcionalidades disponíveis na área personalizada, entre elas, a emissão de certidões.

Projeto de lei visa frear aumento do preço da cesta básica ©MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

Projeto de lei complementar propõe considerar como bens essenciais e indispensáveis os produtos que compõem a cesta básica nacional (PLP 89/2022). Apre s e nt a d a p el o s e na d or Alexandre Silveira (PSD-MG), a proposta altera o Código Tributário Nacional e a Lei Kandir, e tem o objetivo de combater o aumento constante do preço da cesta básica de alimentos. “Segundo pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, 33,1 milhões de brasileiros passam fome (15,5% da população). A recente pesquisa, divulgada no dia 8 de junho, mostra um signi cativo aumento de 6% em relação ao mesmo estudo realizado em 2020. É um absurdo que estejamos nessa situação oito anos após a Organização das Nações Unidas para Alimentação da Agricultura con rmar a saída do Brasil do Mapa da Fome”, explica o senador. Alexandre Silveira propõe autorizar os estados a zerarem a alíquota do ICMS incidente sobre os produtos alimentares que compõem a cesta básica nacional, com compensação integral da União pela perda de receita aos estados, municípios e ao Distrito Federal nos próximos quatro anos seguintes à publicação da lei. O parlamentar apresenta também a solução para a fonte de custeio da União, que seria por meio dos dividendos (lucros) distribuídos pela Petrobras ao País. “Sabemos que a in ação da carne, do leite, do feijão, do arroz, da farinha, dentre outros, decorre em grande medida da crise dos combustíveis. Então, nada mais justo do que usarmos os dividendos da Petrobras para arcar com a compensação aos estados e aos municípios”, ressalta o senador. O projeto ainda aguarda designação de relator e não tem data prevista para sua deliberação.

União coloca à venda 22 imóveis no mês de julho Vinte e dois imóveis da União, localizados em dez estados do País, foram colocados à venda no mês de julho. Ao todo, os imóveis estão avaliados em R$ 70,9 milhões e os interessados devem enviar as ofertas eletronicamente, por meio do portal VendasGov. As ofertas envolvem apartamentos, terrenos, armazéns e edifícios/prédios. Dez ativos estão à venda por terem recebido Proposta de Aquisição de Imóveis (PAI), mecanismo que permite que pessoas físicas ou jurídicas apresentem ofertas de compra para adquirir qualquer imóvel da União. São eles: Apartamento em Brasília (DF), avaliado em R$ 1.500.618,95, na SQS 115, bloco K, com concorrência no dia 4 de julho; Terreno avaliado em R$ 1,082 milhão, em Barbacena (MG), com certame público marcado para 5 de julho; Armazém em Xanxerê (SC), avaliado em R$ 1,6 milhão, na Rua Euclides Hack, com concorrência pública no dia 11 de julho; Apartamento avaliado em R$ 288 mil, localizado em Juiz de Fora (MG), sendo que a concorrência pública será retomada no dia 12 de julho; Prédio/Terreno avaliados em R$ 890 mil e R$ 198 mil, respectivamente, em Marília (SP), com concorrência pública a ser realizada no dia 13 de julho; Edifício 'A Noite', localizado no Rio de Janeiro (RJ), reavaliado em R$ 38.565.296,43, com concorrência pública con rmada para o dia 14 de julho; Prédio em Juiz de Fora (MG), avaliado em R$ 4,030 milhões, na Rua Santo Antônio 711, Centro, com concorrência pública a ser realizada no dia 26 de julho; Apartamento em Brasília (DF), avaliado em R$ 1,185 milhão, localizado na Asa Norte, SQN 112, com certame no dia 27 de julho; Apartamento em Porto Alegre, na Rua Santo Inácio 56, avaliado em R$ 790 mil, com concorrência pública a ser realizada no dia 28 de julho; Apartamento em Brasília (DF), na SQN 411, Asa Norte, avaliado em R$ 620 mil, com concorrência pública no dia 29 de julho; Para esses casos, as pessoas físicas ou jurídicas, que enviaram proposta por meio da PAI, contrataram a avaliação e homologaram o laudo na SPU, têm o direito à preferência na aquisição do imóvel. Durante o andamento das sessões públicas, caso não ganhem a concorrência pública pela maior oferta, elas poderão arrematar o imóvel pelo mesmo valor do maior lance oferecido por um terceiro. Se preferirem não exercer esse direito, além da devolução da caução, os interessados serão reembolsados dos custos de avaliação diretamente pelo ganhador da licitação. Outros 12 imóveis — que ainda não receberam proposta de aquisição (PAI) — também podem ser arrematados por concorrência tradicional: Goiânia (GO), terreno no Setor Aeroporto avaliado em R$ 540 mil; Goiânia (GO), terreno com 490 metros quadrados, situado na Rua das Garças, Quadra 11, lote 17, Santa Genoveva, avaliado em R$ 347.135,76, com concorrência pública a ser realizada no dia 6 de julho; Uraí (PR), armazém avaliado em R$ 2,890 milhões, com a concorrência pública a realizar-se no dia 7 de julho; Astorga (PR), armazém avaliado em R$ 4,915 milhões, podendo ser arrematado no dia 8 de julho; Cruzeiro do Oeste (PR), terreno com 34.309 metros quadrados e área construída de 18.325 metros quadrados, na Rua São José dos Pinhais, 621, Centro. Imóvel avaliado em R$ 9,140 milhões vai a certame no dia 12 de julho; Goiânia (GO), terreno avaliado em R$ 530 mil, podendo ser arrematado no dia 15 de julho; Aracaju (SE), terreno localizado na Rua Dom Pedro I, lotes 81 a 84, Ponto Novo, com avaliação em R$ 313,5 mil e certame em 18 de julho; Lajes (SC), terreno avaliado em R$ 275 mil, podendo ser arrematado no dia 19 de julho; Mucajaí (RR), terreno com certame marcado para 20 de julho, com avaliação de R$ 154.874,19; Campo Mourão (PR), terreno no valor inicial de R$ 570 mil, com 950 metros quadrados, podendo ser arrematado em 21 de julho; Curitibanos (SC), terreno avaliado em R$ 103 mil, com certame dia 22 de julho; Porto Alegre (RS), apartamento de 116,13 metros quadrados de área privativa, avaliado em R$ 356.250,00, podendo ser arrematado em 25 de julho. Os editais, as fotos dos imóveis e outros detalhes podem ser obtidos no portal VendasGov. Como o processo é conduzido de forma virtual, as ofertas podem ser apresentadas até a data da sessão pública. Entretanto, para ocorrer a validação, é necessário anexar o comprovante de pagamento da caução, equivalente a 5% do valor do imóvel, que deverá ser efetivado na Caixa Econômica Federal, conforme edital. A oferta de maior valor vence a concorrência. Caso a proposta apresentada não seja a vencedora, a caução é integralmente devolvida. Para registrar as ofertas é necessário possuir o cadastro único no Portal GOV.BR, que possibilita acesso às páginas do governo federal. Como participar Os interessados devem acessar o portal VendasGov, fazer o login pelo GOV.BR e enviar suas ofertas. As sessões públicas são realizadas sempre às 10h ou 15h.


14 NA MINHA OPINIÃO

07 A 14 DE JULHO/2022

DELEGADO MÁRCIO GREIK Delegado Federal do Espírito Santo

A luta pelo poder primeira vez depois da reabertura política, concedeu

R e pú bl i c a , a ssu m i n d o su a ideologia de Esquerda e

raiz, provavelmente nem vai aparecer nessa Eleição

apoiando Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro turno das Eleições de 2022. Para o PSDB o tempo descortinou sua verdadeira face, mostrando que, debaixo de seu azul e amarelo, cintilava o vermelho socialista, no que Olavo de Carvalho sabiamente denominou de “ Teatro das Tesouras”. Marina Silva, outra Esquerdista

presidencial, a não ser para manifestar seu apoio ao candidato socialista democrático Luiz Inácio Lula da Silva. Assim, vamos vendo a reunião da Esquerda em torno do expresidente Lula, acreditando que unindo suas forças serão capazes de retomar o poder. Aqui no Espírito Santo não é diferente. De um lado vamos ver Renato Casagrande apoiado por

©FOTOS: REPRODUÇÃO TWITTER

N

as Eleições deste ano de 2022 vamos ver a corrida para G ove r n a d or d o E st a d o d o Espírito Santo repetindo a mesma estratégia da Eleição para Presidente da República. A grande diferença é que os dois candidatos à reeleição se colocam em polos diferentes do espectro político, sendo um de Direita e outro de Esquerda. O mandatário presidencial, Jair B ols onaro, tent ará a sua reeleição, tendo como adversário todos os partidos de Esquerda que, neste ano, estarão juntos como nunca estiveram, com o objetivo de derrotar o atual P re s i d e nt e . A p o l a r i z a ç ã o política experimentada pelo Brasil nos últimos tempos ajuda nesta composição, pois leva os adversários a pensarem que somente unindo suas forças conseguirão derrotar aquele que ocupa o poder atualmente. O ex-presidente Lula c on s e g u iu c r i a r n o g r up o adversário a ideia de que Ele representa a força capaz de retomar o poder que o povo, pela

p a r a u m p o l í t i c o ideologicamente de Direita. Atualmente, além de Bolsonaro e Lula, só Ciro Gomes do PDT aparece nas pesquisas com algum percentual considerável de votos. Os demais não conseguem atingir cifra relevante na corrida presidencial. Pela primeira vez depois da redemocratização, o PSDB pode deixar de apresentar c andid ato a Presidente d a

todos os partidos que conseguir trazer para sua base. Esses partidos necessariamente não terão candidatos a Governador e carão esperando pelo aceno de Casagrande, que vai procurar uma maneira de dividir as poucas vagas ofertadas pelo processo eleitoral, com os seus apoiadores. De outro lado, já é ventilado, nos meios de comunicação, que tem havido intensas conversas entre todos os outros Précandidatos a Governador, no sentido de formarem uma aliança contra o atual mandatário que, num eventual segundo turno, terá de lutar contra todos os demais candidatos, que poderão estar unidos em prol de uma mudança no nome daquele que ocupará a cadeira no Palácio Anchieta. Tanto na Eleição Presidencial quanto na Estadual, qualquer pessoa que entende um pouquinho de política sabe que é importante para o processo eleitoral que haja vários candidatos concorrendo no primeiro turno, pois a pulverização do sufrágio evita

que um candidato obtenha mais de 50% do votos, para se consagrar vencedor logo no primeiro turno. Assim, a boa estratégia é m a nt e r o a l i n h a m e nt o d e propósito, num pré-acordo de reciprocidade, onde os demais candidatos elegem o atua l mandatário como opositor comum e se comprometem numa aliança para o segundo turno, reunindo forças em prol do candidato que ocupar a outra vaga, no caso do Governador conseguir car em primeiro ou segundo lugar na votação. As estratégias da batalha política serão as mesmas, basta esperar a decisão do povo, para ver se apoiam a continuidade do mandato do Presidente da República e, em contrapartida, fazem a mudança ideológica que o Espírito Santo precisa para se alinhar à Direita, ou se muda o Governo Federal e mantém o posicionamento à Esquerda, que já governa o Espírito Santo. Que venha outubro, para sabermos qual será a decisão do eleitor!

Projeto vai levar água para 120 famílias do semiárido baiano Sociais certi cadas pela Fundação BB para a estocagem de água da chuva para consumo humano, especialmente beber e

que, após processo de ltragem, podem ser utilizadas para irrigar alimentos como tubérculos, frutíferas e forrageiras.

para melhorar a qualidade de acesso e uso da água por 120 famílias. Com o projeto S emiárido Sustentável — Desenvolvimento do Salitre, famílias de nove comunidades das cidades de Juazeiro e Campo Formoso vão receber cisternas para armazenamento de água potável, fossas sépticas ecológicas e sistemas para reaproveitamento de água cinza. A iniciativa vai possibilitar reaplicação de Tecnologias

cozinhar, limpeza das casas, produção de alimentos ou criação de animais para o autoconsumo, além de comercialização em pequena escala. Além das 55 cisternas com capacidade de 16 mil litros cada, serão construídas 25 fossas s épticas ecológicas para a melhoria do saneamento básico na área rural e implementados 60 sistemas de Bioágua para o reuso de águas cinzas (chuveiros e pias)

Dessa forma, fecha-se um ciclo de captação, limpeza e re ut i l i z a ç ã o d a á g u a p ar a melhoria na qualidade alimentar e de vida. Ent re os lo cais escolhidos para receber os sistemas de bioágua, estão cinco escolas públicas na região, onde estudam250 alunos, do ensino fundamental ao médio. A iniciativa é uma parceria entre a Enel Green Power Brasil e a Fundação Banco do Brasil e prevê ainda a capacitação de um

©DIVULGAÇÃO/AVSI BRASIL

Comunidades rurais localizadas no entorno do Parque eólico Del na serão bene ciadas com a instalação de tecnologias sociais

representante de cada família bene ciada para que os moradores se empoderem sobre o uso das tecnologias sociais e saibam como manter, limpar e obter o melhor uso possível das c i s t e r n a s e d a s o lu ç ã o d e reaproveitamento da água cinza. “As tecnologias sociais aplicadas no projeto le varão água e melhoria da qualidade de vida das famílias bene ciadas. Esta parceria entre Fundação BB e Enel vai contribuir para o desenvolvimento sustentável da região e transformar a realidade destas comunidades”, explica Rogério Biruel, diretor de Desenvolvimento Social da Fundação Banco do Brasil. Apesar de ser caracterizada por longos períodos secos, a região

registra em média 500 mm de chuva por ano, o que garante a captação da água e sua disponibilidade para os reservatórios. A falta de água potável atinge 35 milhões de pessoas no Brasil e causa doenças como cólera, disenteria, febre, entre outras. Para Débora Pinho, responsável pela área de Projetos de Sustentabilidade em Geração e Tr a n s m i s s ã o d a E n e l , a s tecnologias sociais aplicadas são soluções simples que podem contribuir para minimizar esse acesso precário ou inexistente à água potável e a qualidade do saneamento nas comunidades. “A i n i c i a t i v a a s s e g u r a a disponibilidade à água limpa — um direito humano essencial,

para famílias de comunidades próximas ao parque eólico Del na e rea rma a atuação da Enel como empresa que cria valor para os territórios onde está presente”, a rma Débora. O escopo do projeto realizado pela EGP e pela Fundação Banco do Brasil será executado pela organização brasileira sem ns lucrativos AVSI Brasil. A partir da implementação do projeto, também será realizado durante um ano o monitoramento das etapas de plantio, manejo e colheita em três unidades micro produtivas agropecuárias da região, com orientação para que as famílias façam uso adequado do solo e das águas.

(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES


COTIDIANO 15

07 A 14 DE JULHO/2022

Brasil aproveita apenas 60% do Estelionato Eleitoral? potencial de suas SOCORRO! crianças, aponta estudo TADEU TOMAZ Turismólogo, mestre em Conscientização Turística e Ambiental Ex-secretário de Turismo, Cultura Esporte e Lazer ADJ da PMS

©UNIVERSIDADE LIVRE DO CIRCO/DIVULGAÇÃO

Levantamento inédito mostra como o Brasil desperdiça o talento de seus jovens; e como isso afeta diretamente nossa economia ©TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

O

Espírito Santo parece estar se tornando uma Referência nacional nesse qu e s it o " E s t e l i on at o Eleitoral". Oportunista de plant ão, o líder do Republicanos na Ales, em entrevista a um jornal local disse que o exprefeito de C ol at ina m e r e c e u m a oportunidade, ou seja, uma cadeira no Senado. Acredito que o povo capixaba saberá responder com um belo e sonoro NÃO, chega de Estelionato Eleitoral. O dito deputado, que

está na torcida para o exprefeito de Colatina e pré-candidato ao Senado pelo Republicanos, já manifestou o seu repúdio ao Governo Federal por ser conservador e d e fe n d e r a t r i n d a d e 'Deus, pátria e família'. Devemos car atentos a mais essa farsa para não sermos ludibriados como quando elegemos, em 2018, aquele delegado que esteve à frente do Detran-ES e, hoje, defende interesses que vão contra a sociedade c a p i x a b a . Te m o s percebido que a velha

política está preocupada com a resposta que as urnas irão trazer em outubro. Por isso, temos certeza que o povo brasi leiro acordou e iremos conduzir a renovação que a sociedade tanto anseia, com candidatos dignos e merecedores do nosso voto e o ES sairá na frente. Te m o s u m e l e i t o r politizado e vamos limpar essa casa de leis na qual, hoje, poucos nos representam. Que Deus nos abençoe e nos ilumine. DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA!

Um estudo inédito do Banco Mu n d i a l , q u e d e v e r á s e r publicado ainda essa semana, aponta que uma criança brasileira nascida em 2019 tende a alcançar apenas 60% de seu c apit a l humano p otenci a l quando completar a maioridade plena (ou seja, quando chegar aos 18 anos). D e acordo com o levantamento, cujo a BBC Brasil te ve acess o exclusivo, o desperdício potencial, nos r incõ es mais vu lneráveis, superava os 55% antes da pandemia, mas a crise sanitária dos últimos meses piorou a situação e fez o país regredir uma década de avanços. "Agora, mais do que nunca, as ações não podem esperar", alerta o Banco Mundial. Segundo a BBC, o estudo faz parte de uma iniciativa lançada pelo Banco Mundial em 2018, c h a m a d a Hu m a n C a p i t a l Project. Entretanto, o mais novo levantamento que mostra o

cenário brasileiro é o primeiro a focar em um único país. Para se ter uma ideia do que signi ca esse desperdício de 40%, a instituição aponta que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil poderia ser 2,5 vezes maior (158%) caso todas as crianças desenvolvessem o máximo possível de suas habilidades. Para chegar até o capital humano, aponta Ildo Lautharte, economista do Banco Mundial e um dos autores do estudo, é necessário medir um conjunto de habilidades que um indivíduo acumula ao longo de sua vida — combinando dados de educação e saúde, o que permite estimar a produtividade da próxima geração caso o cenário atual não mude. Para se chegar ao Índice de Capital Humano (ICH) calculase: taxa de mortalidade e dé cit de crescimento infantil; anos esperados de escolaridade e resultados de aprendizagem; e

taxa de sobrevivência dos adultos. Assim, cria-se um indicador que vai de 0 a 1, sendo '0', obviamente, o índice mais de citário possível e '1' o potencial pleno. Desta forma, o ICH do Brasil é de 0,60, ou seja, uma criança nascida em 2019 deve atingir apenas 60% de seu potencial ao completar 18 anos. Países desenvolvidos, como o Japão e os Estados Unidos, por exemplo, atingiram índices de 0,81 e 0,70, respectivamente. Em um cenário parecido com o nosso, mas ainda superior, estão Chile (0,65) e México (0,61). Entretanto, o Brasil está acima de nações mais pobres como Índia (0,49) e Angola (0,43). "O Brasil precisaria de 60 anos para alcançar o nível de capital humano alcançado pelos países desenvolvidos ainda em 2019", calcula o Banco Mundial. "Não há tempo a perder".


16 CAFÉ COADO

07 A 14 DE JULHO/2022

JOSÉ NIVALDO CAMPOS VIEIRA Advogado, formado em Filosofia, coronel da Reserva da PMES e empresário da área de segurança privada nivaldo@seiinteligencia.com.br

Violência e criminalidade: Perda do “fio da meada” — Parte 1 I

maginemos grandes novelos de linha. Mas vamos dar asas à nossa imaginação. Imaginemos novelos bem grandes, muito grandes. Vamos para o século XIX, meado do s é c u l o. I m a g i n e m o s e s t e s novelos numa máquina de tear, daquelas surgidas no advento da revolução industrial, com o objetivo de produzir tecidos em larga escala. Inovando na produção de tecidos, agora em larga escala, a máquina, revolucionária, substituta dos antigos teares, até então existentes, rústicos e rudimentares. Mas, ainda, como nos apetrechos antigos, dependia totalmente das mãos humanas, d a a ç ã o hu m an a . Na d a a s substituem. Felizmente. Dotadas de suportes para os rolos de os, as meadas, para que o equipamento funcionasse, atingisse seu objetivo, o homem tinha que colocar os novelos de linha, buscar as suas pontas, e conectar cada um dos os na posição exata para que a máquina pudesse fabricar o tecido, o que fazia em alta velocidade. Quando um ou mais os partia, se desligava da engrenagem que fabricava o tecido, a máquina

tinha que ser parada, e o o, ou os os partidos, precisava ser reconectado para que a máquina voltasse a funcionar corretamente. Caso contrário, o tecido sairia com defeito. O ato de emendar os os exigia muita atenção e concentração. Sem ter como acompanhar a velocidade da máquina, por vezes, um ou mais os se partiam e o operário responsável pela produção do tecido, seja por falta d e c on c e nt r a ç ã o, s e j a p or cansaço, decorrente das estafantes e exaustivas jornadas de trabalho, não observava. Ele “perdia o o da meada”, e o tecido fabricado cava defeituoso, sem qualidade. Surge então, na revolução industrial, a expressão ainda hoje popular: “perder o o da meada”. Quem teve a oportunidade de trabalhar ou mesmo de visitar uma antiga fábrica de tecidos em Viana, famosa pela produção de linho, de reconhecimento e qualidade nacional e internacional, orgulho dos capixabas, lamentavelmente fechada, sabe exatamente como funciona o problema de “perder o o da meada”. Na linha de produção dos

tecidos, principalmente em relação aos teares mais antigos (muito barulhentos, diga-se de passagem), se o operário não

afeta, atemoriza a sociedade como um todo. Como em uma fabricação de um tecido, de algodão ou linho,

caroço de algodão, um pedaço de o. Q u ando nos unimos, fabricamos as linhas. De p e d a c i n h o e m p e d a c i n h o,

©REPRODUÇÃO INTERNET

casse muito atento ao seu trabalho, ele “perderia o o da meada”. É possível se fazer uma perfeita analogia entre o fato histórico acima e a realidade, nua e crua, da violência e criminalidade que permeiam a sociedade atual. Em maior ou menor grau, mas, de maneira generalizada, atinge,

Congresso reúne escritores para ampliar a leitura de livros escritos em português

Alexia Debacker produto mais moderno, as Espinoso relações sociais são formadas, ou quem sabe poderíamos dizer, “teadas” (tecidas, costuradas) por cada um dos indivíduos existentes neste planeta, que se une por aspectos culturais, sociais, religiosos, políticos, econômicos. Somos cada um de nós um

for mamos os c ar retéis, de diversos e variados tamanhos. Família, r ua, comunidade, município e, assim por diante. São muitos carretéis, milhares, milhões deles, que tecem o tecido social. Formam a malha social. As relações sociais podem ser de nidas como sendo de boa qualidade, quando cada uma das

linhas participa ocupando seu lugar, seu espaço, com direitos e deveres no complexo “tear” que forma o tecido social, a malha social. Quando iss o não o corre, quando um o, um carretel se desprende do tear, quando “perdemos o o da meada”, o tecido fabricado não terá boa qualidade. Sairá com defeito. O tecido social, hoje produzido na sociedade como um todo, e aqui me reporto de forma especial em relação à sociedade capixaba, no que se refere à violência e à criminalidade (dois fatores sociais que, embora gêmeos, desastrosos, perversos, não são univitelinos) não é, há muito tempo, de boa qualidade. Eis, de forma simples e emblemática o nosso grande problema: “Perdemos o o da meada”. Ele existe, está aí. Mas se encontra perdido. Solução: vamos encont rá-lo, vamos reconectá-lo. Para isso não há soluções imediatistas, de rompante. Uma longa caminhada começa sempre com o p r i m e i r o p a s s o. Va m o s “procurar o o da meada”.

Existe um gene com risco de mulheres desenvolverem Alzheimer ©DANIE FRANCO/UNSPLASH

O Congresso Internacional de Leitura 2022 (Coninler) reúne, de 4 a 8 de julho, 24 escritores e artistas de países de língua portuguesa em várias lives gratuitas e on-line, a partir de 19h (horário de Brasília). O tema deste ano do evento — que acontece d e n t r o d a programação da 26ª Bienal do Livro de São Paulo — é “Ler é preciso! O livro e a leitura em língua portuguesa além das fronteiras” e tem, como o próprio nome aponta, toda a programação voltada ao univers o dos livros, da literatura e da leitura no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Já na abertura, o convidado é o

autor português Valter Hugo Mãe, seguido por Laurentino Gomes e Auritha Tabajara, conhecida por ser a primeira cordelista indígena do Brasil. As atrações continuam no decorrer

da semana com nomes brasileiros como Ignácio de Loyola Brandão, Cidinha Silva, Nélida Piñon, Mário Sérgio Cortella, Pedro Bandeira, Marina Colassanti,

Wa l c y r C a r r a s c o , D a n i e l Munduruku, e mais. Entre os estrangeiros estão Teolinda Gersão e Lídia Jorge. Com três atrações diárias e 12 horas de prog ramaç ão, o C o n i n l e r é ©ENVATO ELEMENTS realizado pelo Obser vatório do Livro, que integra a C P L P c om o Observador Consultivo. E e s p e r a r e u n i r, durante os cinco dias, um público formado por professores, bibliotecários e estudantes dos p aí s e s - m e mbro s d a C P L P: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

127%: essa é a taxa de aumento em três décadas de brasileiro com Alzheimer, conforme dados observados pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade de Queensland, na Austrália. Tema de diversos estudos, cient ist as nor teamericanos identi caram que um gene especí co pode ser c ons i d e r a d o u m r i s c o d o desenvolvido da doença em mulheres. O MGMT foi o gene em que pesquisadores associaram como um fator de risco genético para o Alzheimer em mulheres. Com mais de 10 mil participantes do estudo, os cientist as da Universidade de Chicago e da Escola de Medicina da Un i v e r s i d a d e d e B o s t o n observaram uma relação do

gene com proteínas marcadoras do Alzheimer no grupo feminino: a beta-amiloide e a tau. “Esta descoberta é particularmente robusta porque f oi d e s c o b e r t a independentemente em duas populações distintas usando a b o r d a g e n s d i f e r e n t e s ”, destacou, em comunicado, a biomédica e uma das autoras do estudo, Lindsay Farrer. Para os pesquisadores, essa descoberta

evidencia a necessidade de mais estudos sobre fatores genéticos que podem desencadear a doença de Alzheimer. No estudo pulicado na revista cientí ca e Journal of the Alzheimer's Association, no dia 30 de junho desse ano, os pesquisadores ressaltam: “Esses achados sugerem que a expressão de MGMT regulada epigeneticamente está envolvida na patogênese da DA, especialmente em mulheres”.


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