ANO XII - Nº 484 04 A 11 DE AGOSTO/2022 SERRA/ES
Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia Distribuição Gratuita
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
8 Está à procura de opções para um almoço prático e barato? Con ra esta receita de assado de batata e sardinha Pág. 8 HAROLDO CORDEIRO FILHO
8 Time de ouro do Bolsonarismo lança candidatura capixaba
Pág. 12
ANA MARIA IENCARELLI
8 A aprendizagem da língua falada, da leitura e da escrita seguirá rigores semelhantes aos critérios cientí cos Pág. 10
MÁRCIO GREIK
8 Os petistas acreditam que o brasileiro esqueceu o desastre econômico que foi o governo do PT Pág. 14
JOSÉ NIVALDO CAMPOS VIEIRA
8No Espírito Santo, por décadas, muitos, inúmeros, milhares de “ os das meadas” caram perdidos, desprendidos do grande tear Pág. 16
TADEU TOMAZ
Extinção em massa Estudo propõe nova data a próxima catástrofe biológica
©GETTY IMAGES
Governo do país divulgou que número de felinos triplicou nos últimos anos graças a esforços de conservação Pág. 2
Pág. 15
Festival de música 100 anos de rádio no Brasil abre inscrições para Pág. 3
Cientistas detectam matéria escura de 12 bilhões de anos pela primeira vez
Pág. 7
Número de tigres volta a crescer no Nepal, mas ataques a pessoas preocupam
8 Líderes religiosos têm se transformado em verdadeiros lobos em pele de cordeiros
Educação ao ar livre: escola, Concreto criança e natureza capaz de integradas
Pág. 7
©ISTOCK
Entenda os benefícios da educação ao ar livre, em conexão com o mundo natural Pág. 4
gerar energia é criado no México Pág. 5
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2 MEIO AMBIENTE
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Número de tigres volta a crescer no Nepal, mas ataques a pessoas preocupam Governo do país divulgou que número de felinos triplicou nos últimos anos graças a esforços de conservação ©GETTY IMAGES
Desde 2010, a população de tigres do Nepal passou de apenas 121 animais para cerca de 355 hoje em dia, triplicando de tamanho em cerca de 12 anos, disse na última sexta-feira (29) o primeiro-ministro do país, Sher Bahadur Deuba, para marcar o Dia Internacional do Tigre. A estratégia bem sucedida foi baseada na repressão à caça, na expansão dos parques nacionais e na criação de corredores de vida selvagem junto com a vizinha Índia. Apesar de ser uma ótima notícia para a conservação da espécie, o aumento de ataques fatais a humanos que acompanhou o crescimento da população de tigres vem preocupando as autoridades locais. Nos últimos três anos, houve 104 ataques de tigres dentro de áreas protegidas e 62 pessoas foram mortas, de acordo
com o Kathmandu Post. Muitas dessas vítimas foram atacadas enquanto apanhavam lenha, pastoreavam o gado ou procuravam comida na oresta, e por isso estão aumentando os comentários de que as comunidades que vivem perto de áreas protegidas estão pagando um alto preço pela recuperação
do felino. Shiv Raj Bhatta, diretor do programa de conservação do WWF Nepal, alertou que o país está entrando em um novo estágio de recuperação dos tigres, no qual os humanos precisam aprender a viver ao lado dos animais. “As pessoas agora estão vendo e encontrando tigres em
todos os lugares, então os casos de con ito entre tigres e humanos estão aumentando. Isso indica que a população de tigres está quase no nível máximo no Nepal. Somos um país pequeno. Esse aumento é um novo desa o para o governo. Agora precisamos mostrar que tigres e pessoas podem coexistir”, disse
ele ao e Guardian. Em 2010, os governos de países Camaleão Furcifer que possuem habitats do grande labordi felino se comprometeram a dobrar a população mundial de tigres selvagens até o ano chinês do tigre seguinte, 2022. Na ocasião, os números estavam no mínimo histórico de 3,2 mil a n i m a i s . Há u m s é c u l o, a estimativa é que haviam 100 mil tigres na Terra. O Nepal foi o primeiro dos 13 países que fazem parte do acordo a atualizar seus dados. Os demais devem fazê-lo até uma cúpula que será realizada em setembro em Vladivostok, na Rússia para avaliar os resultados dos esforços globais de conser vação desde que o compromisso foi rmado. Mayukh Chatterjee, da União Internacional para a Conservação da Natureza, disse que os problemas associados ao aumento das populações de
tigres não se limitam ao Nepal e qu e o s gove r no s pre c is am gerenciar cuidadosamente a situação. “Estamos vendo os efeitos nocivos do aumento do número de tigres na Índia e o aumento do con ito com os humanos. Acho que vai ser a desgraça dos tigres se os governos não arregaçarem as mangas e começarem a trabalhar com as comunidades que vivem nas proximidades. Nos últimos três a cinco anos, vimos um aumento muito alto na eletrocussão e linchamentos de tigres. Dez anos atrás você não ver ia iss o. Noss os d ados mostram que cerca de 80% dos ataques são encontros acidentais onde os tigres foram perturbados ou animais mais jovens confundiram humanos com presas. Os casos de devoradores de homens são de cerca de 1%”, disse ele.
"Passarelas" passam a conectar fragmentos florestais em Manaus para conservação do sauim-de-coleira Quatro passagens de animais silvestres foram instaladas por vias de Manaus em julho. As "passarelas" de fauna têm o intuito de promover a conectividade de fragmentos orestais nos locais que foram colocadas e contribuir com a conservação da fauna, especialmente do sauim-decoleira, espécie endêmica da região de Manaus e em risco de extinção. As passagens de fauna possibilitam o deslocamento dos primatas entre os fragmentos verdes, permitindo o uxo gênico, a dispersão de sementes, a manutenção de maiores populações e, consequentemente, o aumento da biodiversidade. "Esse trabalho é de extrema importância para a conservação do sauim-de-coleira de Manaus, que é uma espécie endêmica da região e está sob o risco de extinção", reiterou o diretor de Arborização e Sustentabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Deyvon Braga.
As quatro passagens de fauna são frutos da parceria entre a Semmas e a iniciativa privada. A empresa Jabil Manaus, por exemplo, fez a aquisição de quatro postes e doou para a s e cret ar i a. Já a Amazonas Energia doou dois postes e disponibilizou a equipe para ©DIOGO LAGROTERIA/ICMBIO
implantação, assim como o caminhão com cesto aéreo para a instalação das redes. Outro apoio fundamental para a implantação das passagens de fauna foi o do professor doutor Marcelo Gordo, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), coordenador do projeto Sauimde-Coleira, que disponibilizou o material das redes que fazem a conexão entre os fragmentos. Ele também realizou a instalação das passagens e ofereceu o
assessoramento na indicação das áre as mais cr ít ic as p ara a instalação das passagens de fauna. Um dos intuitos, segundo o professor, é colaborar com a travessia dos animais, principalmente do sauim-decoleira, que historicamente costuma ter atropelamentos nas áreas, principalmente quando a vegetação não chegava muito perto. "Hoje em dia, eles até conseguem em um único ponto passar, mas com certo risco. Então, a gente espera com isso facilitar o trânsito desses animais para poderem vir para esse fragmento onde eles pegam comida e com isso evitam atropelamentos. Esse é o primeiro. O segundo aspecto interessante é que é uma técnica simples, relativamente barata, que a gente tem usado, que a gente tem desenvolvido para montar essas passarelas, uma estrutura superleve e que tem tido sucesso. A gente experimentou primeiro na Ufam", explicou Marcelo Gordo.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"
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CULTURA 3
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Coxinha vs mortadela: Festival de música 100 como os quitutes viraram anos de rádio no Brasil símbolos políticos abre inscrições A curiosa origem dos quitutes que dividiram o Brasil
As inscrições estão abertas até 31 de agosto
©PIXABAY
©ARTE EBC
C
om o pão de queijo, o arroz com feijão e a feijoada, a cozinha faz parte dos pratos universais brasileiros, que podem ser encontrados do Oiapoque ao Chuí. A coxinha, na receita e formato atuais, é exclusiva do Brasi l. Mas há a lgo muito parecido lá fora: croquetes de frango. No livro L'Art de La Cuisine Franç ais e au DixNeuvième Siècle ("A Arte da Cozinha Francesa no Século 19"), de 1831, o chef Antonin Carême dava uma receita, e já dizia que o croquete devia ter um formato de pera, isto é, de coxinha. O salgadinho como conhecemos se desenvolveu nas primeiras décadas do século 20, na Grande São Paulo. Era uma variação mais durável das coxas de galinha fritas que faziam sucesso como petisco rápido nas portas das fábricas. A camada de massa ajudava na preservação. Há também uma lenda sobre a coxinha, que é contada na cidade de Limeira, interior paulista: a cozinheira da princesa Isabel teria improvisado com frango
desfiado e batata amassada para ser vir o príncipe Pedro de Alcântara, que amava coxas de galinha e morava na residência real na cidade. O termo político também veio de São Paulo. É usado há pelo menos 20 anos. Letras de rap dos anos 90 atestam que "coxinha" já então era uma forma pejorativa de se referir a policiais militares. Possivelmente porque eles têm a fama de estar sempre parando em padarias para comer coxinhas. É mais ou menos como nos EUA, onde o estereótipo é que policiais amem loucamente os donuts. De policial, "coxinha" passou a se referir a conservadores em geral. São os defensores da lei e da ordem. E a mortadela? A mortadela também é famosa em São Paulo, por conta dos sanduíches vendidos dentro do M e r c a d o Mu n i c i p a l , c o m dezenas de fatias. Sua origem é italiana. Surgiu em Bolonha, no século 14, como uma variação de uma linguiça popular no país d e s d e a R om a ant i g a . Su a
característica mais marcante são os pedaços de gordura extraídos da papada de porco. Como o salame italiano, foi exportada para o mundo. A mortadela virou a resposta dos coxinhas a seus adversários p olít icos. Faz referênci a à tradicional má fama que o barato embutido tem nos círculos mais remediados, visto como um produto inferior. E também aos lanches que são servidos em protestos e comícios de sindicalistas. O s or g a n i z a d ore s d e s s a s manifestações podem distribuir sanduíches entre os participantes — não necessariamente de mortadela. A ideia é que só participam do protesto para ganhar o sanduíche. Diferentemente de "coxinha", que já era um apelido r e l a t i v a m e n t e p o p u l a r, " mor t a d el a " c ome ç ou a s e disseminar a partir de 2015. O suficiente para, nas eleições de 2016, mais de 50 candidatos, em todo o país, terem usado "coxinha" ou "mortadela" como apelido eleitoral. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)
Foto Antiga do ES ©INSTAGRAM HISTORIA.CAPIXABA
Rodovia Governador José Sette, em Itacibá, Cariacica — 1983
Estão abertas as inscrições para o Festival de Música 100 anos de Rádio no Brasil. O festival reúne duas das emissoras mais tradicionais do País: a Rádio Nacional e a Rádio MEC. As i ns c r i ç õ e s c om e ç ar am n a segunda-feira (1º). Artistas da música de todo o Brasil podem se inscrever gratuitamente na página do festival. O Festival de Música 100 anos de Rádio no Brasil está dividido em cinco categorias: Prêmio Rádio MEC de Mel hor Músic a Clássica; Prêmio Rádio MEC de Melhor Música Instrumental; Prêmio Rádio MEC de Melhor Música Infantil; Prêmio Rádio Nacional de Melhor Música Po p u l a r ; e P rê m i o R á d i o Nacional do Alto Solimões de Melhor Música Regional. Cada músico pode inscrever até dois trabalhos por categoria. A regra é que as músicas sejam inéditas e em português, mas, para o Festival da Nacional do Alto Solimões, há uma exceção: moradores da região e da Tr ípl i c e Fronte i r a p o d e m inscrever canções também em e sp an h ol e e m d i fe re nte s idiomas indígenas. Segundo o regulamento, a seleção das
qualidade artística da obra (música, letra, partitura e interpretação), a originalidade e a qualidade da gravação. Depois de inscritos, os artistas vão entrar não só no “modo expectativa”, mas também numa fase divulgação nas rádios EBC de acordo com o per l da música classi cada. A comissão julgadora vai selecionar, até o dia 25 de setembro, 100 músicas classi cadas. A terceira etapa é a escolha dos semi nalistas por parte do público via internet. Os ouvintes e internautas poderão apreciar e votar nas músicas entre 11 e 31 de outubro. Para de nir os 15 nalistas (três por categoria), a comissão julgadora escolhe, em cada prêmio, duas outras músicas por categoria (dez, ao todo) que se juntam às cinco escolhidas pelo público (uma de cada categoria). As músicas semi nalistas serão
11 de outubro e as nalistas, no dia 1º de novembro. As músicas vencedoras serão divulgadas no dia 6 de dezembro em um show na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. De acordo com o gerente da Rádio MEC e coordenador do festival, iago Regotto, o evento tem o propósito principal de abrir espaço na programação das rádios de forma democrática, de forma que artistas possam fomentar a produção musical brasileira. “O músico ganha uma janela de exposição que possibilita a projeção de carreiras. A gente acompanha músicos que começaram com a gente que zeram caminhos lindíssimos. Para a gente, é muito especial”, a rma. O gerente da R ádio MEC entende que o festival conjunto das rádios vai possibilitar a conexão de músicos brasileiros de todo o território nacional. “A nal será no Rio de Janeiro, onde o rádio começou. Vamos trazer músicos do Brasil inteiro para se encontrar em um show na nal para fazer um grande painel, colorido e diverso da música brasileira que é uma vocação da comunicação pública”. LUCIANO DANIEL
músicas vai levar em conta a
divulgadas no site do festival em
Rocky Spirit Rio: festival de cinema de esporte e natureza chega em setembro O carioca terá uma opção única edições na Cidade Maravilhosa de lazer em terra e mar no — 2013 a 2016 — o evento foi feriado de 7 de setembro. Após realizado em apenas um local. um dia de praia, ao pôr do sol, as Agora, cresce para três pontos luzes do telão de cinema se d e e x ibi ç ã o, ampl i and o o acendem para o Rocky Spirit, alcance para diferentes áreas e festival de lmes sobre ©DIVULGAÇÃO/HENRIQUE PINGUIM vida na natureza, meio ambiente e aventura, que terá exibição em três locais diferentes no Rio de Janeiro: Ipanema (Posto 10), Vila Olímpica da Gamboa e Vila olímpica Nilton Santos, na Ilha do Governador. O evento, que conta com o patrocínio da prefeitura comunidades da cidade. E essa do Rio, por meio da secretaria pegada inclusive também dá o Municipal de Esportes, será ao tom da proposta do festival, que ar livre e gratuito. é mostrar que o esporte deve ser Em 2022, o Rocky Spirit para todos e que não é precisa retorna ao Rio de Janeiro depois ser um atleta de aventura nível de quatro anos. Nas últimas pro ssional para aproveitar
tudo o que a natureza oferece. Outra novidade para a edição 2022 é a mudança de horário. Antes, o evento era noturno. Agora, a exibição dos lmes começa no nal da tarde. Assim, as pessoas poderão aproveitar ainda mais o feriado e, q u e m p r e f e r i r, poderá emendar o dia de praia com um cinema ao ar livre ainda com o pé na areia. Nas Vilas O l í mpi c a s , e s s a também será a programação, d a n d o a oportunidade para crianças, jovens e os familiares das comunidade vivenciar toda a experiência audiovisual. As exibições nas Vilas Olímpicas serão dubladas.
4 EDUCAÇÃO
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Educação ao ar livre: escola, criança e natureza integradas
34% dos estudantes estão com dificuldade de controlar emoções, diz pesquisa
Entenda os benefícios da educação ao ar livre, em conexão com o mundo natural
©CAROLINA DAFFARA
©PROGRAMA CRIANÇA E NATUREZA/INSTITUTO ALANA
A ideia de que escola se restringe a disciplinas, conteúdos, livros, cadernos, lápis, e carteiras en leiradas entre quatro paredes, tem sido desbancada por instituições educacionais que pensam e agem diferente. Trata-se de escolas concebidas a partir da relação dos alunos com o mundo vivo, sob a perspectiva de uma educação conectada à vida — a escola como encontro e conf ronto com a nature za potencializando o desenvolvimento integral da criança e promovendo aprendizagens signi cativas ao ar livre. Estas escolas entendem que um modelo de educação que não considera a interação com a natureza como base da formação dos educandos, está na contramão da visão do ser humano integral, da educação ambiental e do desenvolvimento para a sustentabilidade. A britânica Juliet Robertson, consultora educacional especializada em educação ao ar livre e autora do livro 'Educar fuera del sala', a rma que a exploração dos espaços ao ar livre oferece oportunidades educativas muito mais efetivas e perduráveis para as crianças e jovens. Robertson diz que todo o currículo pode ser ensinado fora
da sala de aula, acredite. Além disso, a interação da criança com a natureza melhora o desenvolvimento intelectual, incentiva o pensamento crítico, a i nt e l i g ê n c i a e m o c i on a l , o trabalho em equipe, a capacidade de resolução de problemas e ainda promove muitos outros benefícios. Estar ao ar livre é um convite para o movimento — correr, pular, escorregar, explorar t ron c o s c aí d o s ou e s c a l ar barrancos, são atividades que permitem maior movimentação corporal auxiliando na estruturação do sistema m u s c u l a r. E n t r e o u t r o s benefícios de uma educação ao ar livre, em contato com a natureza, podemos citar : promove estímulos sensoriais; contribui para a melhoria da apre nd i z age m ; d e s e nvolve
resiliência e autocon ança; colabora para a autonomia da criança; previne a de ciência de Vitamina D, pela exposição aos raios solares; fortalece o sistema imunológico e reduz o risco de alergias; nutre a imaginação e eleva a capacidade criativa; promove a convivência e interação social; fortalece os vínculos afetivos e o espírito solidário; promove equilíbrio interno, autorregulador da criança, e estimula o cuidado com o meio ambiente. A criança em contato com a natureza é o potencial cuidador e preservador do meio ambiente, porque em sua memória haverá registros do signi cado do frescor à sombra de uma árvore, por exemplo. Apesar de todos os benefícios, a educação ao ar livre caminha a passos lentos e é um grande desa o para as escolas no Brasil.
Reino Unido disponibiliza bolsas de mestrado para alunos de 160 países
Nos primeiros meses de aula deste ano, Maria (nome ctício), foi chamada à escola do lho quase todos os dias por conta de problemas de indisciplinas. Depois de meses em casa apenas com atividades remotas, o menino de 13 anos parecia ter desaprendido as regras escolares. Ela conta que o menino tinha um comportamento tranquilo e quieto em casa, mas, quando chegava à escola, cava agitado, agressivo e com di culdade de c on c e nt r a ç ã o. Pa r a e l a , a sensação era de que o lho tinha desaprendido a se comportar no ambiente escolar. A di culdade de voltar a conviver com os colegas não é um caso isolado. S egundo pesquisa feita pelo Datafolha, 34% dos estudantes estão com di culdade de controlar suas emoções desde que voltaram a ter aulas presenciais de acordo com seus pais. A pesquisa foi feita a pedido do Itaú Social, Fundação Lemann e B a n c o Int e r a m e r i c a n o d e Desenvolvimento (BID). Foram ouvidos 1.308 responsáveis por 1.869 estudantes de escolas públicas de todas as regiões do país. As entrevistas foram feitas por telefone entre os dias 6 e 27 de maio. Além da di culdade em controlar as emoções, 24% dos alunos estão se sentindo sobrecarregados e 18% estão tristes ou deprimidos, de acordo com os pais. Ainda segundo a pesquisa, só 40% dos estudantes estão recebendo algum tipo de apoio psicológico nas escolas. O lho de Maria estuda em uma escola estadual em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que registrou uma série de brigas
entre alunos no início do ano. Depois dos episódios, a unidade passou a ter um psicólogo para atender os estudantes. Segundo a mãe, foram registrados tantos episódios de violência entre os estudantes que o psicólogo não deu conta de atender a todos. Seu lho cou em uma la de espera para atendimento, mas ela desistiu de cobrar já que o menino faz tratamento fora da escola. Desde o início do ano, quando a maioria dos estados e municípios retomou completamente as aulas presenciais, as escolas têm registrado uma escalada de casos de violência e problemas de saúde mental entre os estudantes. Nas escolas estaduais de São Paulo, por exemplo, nos dois primeiros meses de aulas, houve u m au me nto d e 4 8 , 5 % d e ocorrências de agressão física, em comparação a 2019. Em todo o País, os professores também relatam aumento de casos de crise de ansiedade, automutilação e falta de concentração dos estudantes. "Por mais que houvesse a percepção de que a pandemia e o isolamento prejudicaram a
saúde mental dos alunos, as escolas não podiam prever o tamanho desse problema. É uma situação inédita que estão ©REUTERS/DIREITOS RESERVADOS
Além de bolsa de estudos, os aprovados terão passagens pagas O Reino Unido disponibiliza bolsas de mestrado para alunos de 160 países. Os estudantes brasileiros estão na lista de interesse do governo b r i t â n i c o. Q u e m d e s e j a concorrer a uma vaga, já pode se inscrever desde a última terça-feira (2). Além da bolsa de estudo, os aprovados terão
passagens aéreas e as taxas universitárias pagas. Para a encarregada de negócios da embaixada do R e i n o Un i d o n o B r a s i l , Melanie Hopkins, esta é uma oportunidade de os estudantes c o m p a r t i l h a r e m conhecimentos. "Estamos buscando os líderes de
amanhã, estamos buscando estudantes dispostos a melhorar as relações entre o governo britânico e o brasileiro e os candidatos devem ser capazes de mostrar o impacto que eles podem causar". Os candidatos terão que fazer uma entrevista em inglês. A
enfrentando e precisam da ajuda de outras áreas para lidar com essas questões", diz Lucas Rocha, diretor de projetos de educação da Fundação Lemann. Além dos problemas ocasionados pelo isolamento das cr ianças e adoles centes, a avaliação é de que a sensação de sobrecarga dos estudantes pode também ser consequência do esforço das escolas para a recuperação dos aprendizados perdidos durante a pandemia. "Ainda que não se tenha um diagnóstico nacional, sabemos que o prejuízo foi grande nesse período. As escolas foram as primeiras a identi car essas perdas e estão tentando fazer a recuperação. Por mais bem intencionadas e corretas que estejam, essas ações precisam ser acompanhadas de acolhimento para não sobrecarregar ainda mais os jovens", avalia Rocha. A pesquisa também identi cou que 39% dos alunos matriculados nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano) estão com di culdade em avançar no processo de alfabetização e 6% não estão avançando, segundo a avaliação dos pais. "É uma constatação muito grave. Se a gente não garantir que essas crianças aprendam a ler e escrever corretamente, estamos comprometendo toda a sua trajetória escolar", diz Rocha. Já nos anos nais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano), quase metade dos estudantes (47%) tem alguma di culdade em ter vários professores. O aumento da complexidade dos exercícios matemáticos e dos textos mais longos para leitura também são mudanças vistas
com alguma di culdade para 73% e 56% dos alunos, respectivamente.
vaga exige também experiência pro ssional de pelo menos dois anos. O programa do governo britânico já concedeu mais de 50 mil bolsas para estudantes de todo mundo. Em 2020, 46 brasileiros foram selecionados para o programa de mestrados. As inscrições podem ser feitas pelo site chevening.org.
INOVAÇÃO 5
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EVTOL da Archer entra Empresa cria móveis em fase final de para crianças reciclando testes brinquedos ©ARCHER/DIVULGAÇÃO
A Archer anunciou que seu eVTOL, Maker, passou para a fase nal de testes. O veículo de d e c ol a ge m e at e r r i s s a ge m vertical elétrica passou por testes críticos de vo o e mostrou funcionar com sucesso. Durante os testes de voo, o intuito era v a lid ar as c ap a ci d a d es d o eVTOL em vento cruzado e dos sistemas de controle de voo, além da robustez de suas capacidades de decolagem e pouso. Embora ainda tenha um longo caminho a percorrer, o Maker provou que pode voar a
velocidades aumentadas de até 15 nós (17,2 mph/27,6 km/h) em várias altitudes e em todas as direções. A partir de agora, o eVTOL irá para a terceira fase e última fase do programa de testes, onde o fo co s erá a avaliação do desempenho do veículo em velocidades crescentes. O intuito da companhia é expandir para o voo de transição completo até o nal deste ano. “C a d a t e s t e d e v o o q u e realizamos nos fornece um tesouro de dados, validando
nosso projeto e nos impulsionando rapidamente em direção à nossa visão de viagens aéreas eVTOL”, disse Adam Goldstein, CEO da Archer. “Este último marco é realmente emocionante e não apenas reforça as capacidades de nosso p r o j e t o d e a e r o n av e , m a s também de nossa equipe altamente inovadora. Estamos empolgados em compartilhar mais atualizações à medida que avançamos ainda mais a campanha nos próximos meses”. O eVTOL tem uma certa aparência de helicóptero e uma propulsão elétrica distribuída que garante que, caso um ou dois de seus motores falhem, ele ainda poderá manter o voo. O Maker é projetado para viajar distâncias curtas de 32 a 64 km em uma velocidade máxima de 340 km/h. Segundo a companhia, será possível realizar cerca de 40 viagens por dia. O eVTOL deve entrar em operação em 2024.
Concreto capaz de gerar energia é criado no Mé xico
Peças são 100% feitas de resíduos plásticos reaproveitados e podem ser facilmente reciclados novamente ©ECOBIRDY
Após anos estudando como reciclar brinquedos de plástico da melhor forma possível, uma dupla de designers criou a empresa de pequenos móveis ecoBirdy na Bélgica. As peças são 100% feitas de resíduos plásticos re aproveit ados e podem ser facilmente reciclados n ov a m e nt e . Um n e g ó c i o baseado na economia circular. São poucos os dias que passamos sem alguma nova informação sobre os plásticos. E não sem razão: ainda não temos a dimensão dos problemas, e quem dirá das soluções, que o material está trazendo para a vida na Terra. Mas, algumas companhias estão fazendo sua parte na busca por inovações, exemplo disso é a ecoBirdy. A empresa belga criou todo um sistema que vai da coleta e re c i cl age m d e br i nqu e d o s plásticos antigos e não utilizados
Vanbriel e Vanessa Yuan. “Cerca de 80% dos brinquedos plásticos acabam em aterros sanitários, incineradores ou no oceano. Ao
AJUFE
Material que capta luz solar para gerar energia elétrica pode ser o futuro construções sustentáveis ©SAMSUNG/DIVULGAÇÃO
A energia solar representa um terço da energia renovável global em capacidade instalada. E engana-se quem pensa que esta fonte está limitada à instalação em usinas ou telhados — cada vez mais surgem tecnologias
fazendo uso de aplicações solares e um exemplo de destaque é um concreto capaz de gerar energia por meio da radiação solar. Desenvolvido no México, o “concreto solar” é resultado da p es quis a de doutorado de
Orlando Gutiérrez Obeso e Euxis Kismet Sierra Márquez. A dupla f or m ou - s e e m Te c n o l o g i a Avançada no Centro de Pesquisa e I n o v a ç ã o Te c n o l ó g i c a Azcapotzalco, do Instituto Politécnico Nacional (IPN).
até o design e a produção dos móveis. O projeto é fruto da criatividade dos designers Joris
dar ao plástico velho uma nova vida, nosso objetivo é libertar no ss o e c o ss i ste m a d o s e u impacto pernicioso. Como
Para cr i ar a inovaç ão, o processo aplica perovskita, que é um mineral de óxido de cálcio e titânio e uma alternativa mais barata às células solares de silício. Por meio de uma técnica chamada “moagem de alta energia”, Gutiérrez e Euxis obtiveram um pó de cimento em escala nano, com partículas menores a 100 nanômetros. Os pesquisadores sintetizaram os materiais para criar a perovskita, unindo-os depois ao óxido de titânio que é usado na fabricação das células de Gratzel: células solares orgânicas inventadas nos anos 90. O resultado do protótipo é uma peça sólida de concreto m istu r a d o c om el e me nto s orgânicos que permitem a captação da radiação solar e geração de corrente elétrica. O projeto nasce da necessidade da utilização de materiais de construção mais ecológicos, uma vez que cerca de 38% do total das emissões globais de
CO₂ relacionadas à energia provêm da construção de novos edifícios. Gutiérrez e Euxis buscam desenvolver um concreto que atenda a diversos critérios estruturais de forma que a tecnologia possa ser aplicada na construção de calçadas, pontes, lajes de fundação assim como no carregamento de dispositivos móveis, iluminação arquitetônica, entre outros. Em entrevista a uma televisão local no México, Euxis explica que o material desenvolvido é capaz não só de captar a luz solar como também as arti ciais, como a luz ultravioleta. Isso aumenta a e ciência do produto quando não exposto ao sol. Para a dupla, no futuro será possível que edi cações possam ser auto sustentáveis energeticamente. “Estamos trabalhando para que isso seja uma realidade. O princípio teórico já temos e funciona. As células solares que conhecemos hoje, e estão no
utilizamos tecnologias inovadoras, feitas para a reutilização de plásticos, não há necessidade de adicionar pigmentos ou resinas”, a rmam os pro ssionais. Devido à classi cação, limpeza e moagem durante o processo de reciclagem, o plástico de todos os produtos é totalmente isento de produtos químicos nocivos. É limpo, puro e 100% seguro para adultos e crianças. A primeira coleção foi produzida na Itália e inclui uma cadeira, uma mesa, u m r e c i p i e n t e d e armazenamento e uma lâmpada. A ideia, segundo os designers, é fazer com que as crianças experimentem a criatividade e, ao mesmo tempo, aumentem a conscientização ambiental.
mercado, estavam no laboratório há 40 anos”, ressalta Gutiérrez. E eles não estão sós. Na Suécia, pesquisadores já criaram uma bateria recarregável à base de cimento para armazenar energia renovável. Os pesquisadores também destacam que o México tem posição privilegiada. O país e st á l o c a l i z a d o d e nt ro d o cinturão solar do planeta, de modo que estados como Chihuahua, Sonora, Durango e Baja California recebem intensidade de radiação solar muito superior à média internacional, o que no futuro poderá facilitar o uso desta tecnologia. Em 2018, o concreto que gera energia foi um dos vencedores do programa “S olve For Tomorrow” da Samsung, que premia jovens e suas ideias para resolver grandes problemas do mundo. O projeto foi selecionado na categoria “Energias renováveis e acessíveis”.
6 TECNOLOGIA
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Próteses robóticas podem ser hipersensíveis com novos sensores de toque
Gerador de energia marítimo superou expectativas em testes ©WAVE SWELL ENERGY
q u e “u m a d a s p r i n c i p a i s conquistas foi entregar resultados reais nas condições oceânicas da Tasmânia para complementar a modelagem de testes da AMC. Em alguns casos, o desempenho da nossa tecnologia no oceano superou as expectativas devido às lições que aprendemos através do projeto, melhorias tecnológicas e os re namentos que zemos ao
para qualquer local costeiro e ser conectada à rede de energia lo ca l, uma faci lidade s em precedentes. Além disso, o design do aparelho permite que as turbinas que geram energia elétrica sejam muito mais baratas e simples. Como todas as partes móveis do dispositivo estão acima da linha d'água, a vida útil dos componentes é prolongada, e essa con guração impede que a vida marinha seja de alguma forma agredida pelo funcionamento da plataforma. Com o m do período de teste na King Island, no nal de 2022, a empresa encarará um novo desa o: a comercialização do produto. Para o CEO da WSE, o fo c o s e r á “g ar ant i r qu e o mercado abrace a tecnologia da WSE e as u n i d a d e s s e j am
longo do ano”. Dentre as capacidades observadas, está o fato de que a plataforma pode ser rebocada
implantadas para fornecer energia limpa em escala de utilidade para redes continentais em todo o mundo”.
©UNIVERSIDADE DO OESTE DA ESCÓCIA
Confeccionados a partir de espuma de grafeno 3D, os sensores planejados no projeto de pesquisa da Universidade do O e ste d a E s c ó c i a ( U WS ) pretendem melhorar as habilidades motoras e a destreza das próteses robóticas. O diretor do Institute of in Films da UWS e pesquisador principal do projeto, Des Gibson, conta que está animado com os avanços ocorridos na indústria robótica nos últimos anos, principalmente na área que investe nas capacidades sensoriais dos sistemas robóticos. O pesquisador a rma que, “para que os robôs atinjam todo o seu potencial, sensores de pressão precisos, capazes de fornecer maior capacidade tátil, são necessários”. O material utilizado para a confecção desses sensores, o grafeno 3D, quando colocado sob pressão mecânica, muda dinamicamente sua resistência elétrica, detectando e adaptando-se facilmente à faixa de pressão necessária, do leve ao pesado, para realizar a atividade
proposta. O c of u n d a d or e D i re t or Cientí co da Integrated Graphene, Marco Caffio, que também faz parte do projeto, a rma que a “nova espuma de grafeno 3D, tem a capacidade de imit ar a s ensibi lidade e o feedback do toque humano, o que poderia ter um impacto transformador na forma como a robótica pode ser usada para uma série de aplicações do mundo real, desde a cirurgia até a fabricação de precisão”. Outros especialistas destacam a importância vital do uso de sensores de pressão dentro da
robótica e da eletrônica vestível. O doutor Carlos Garcia Nunez, da Escola de Engenharia da Computação e Ciências Física da UWS os benefícios do uso da espuma de grafeno 3D, segundo ele trata-se de “um material avançado que oferece excelente potencial de uso em tais aplicações, devido às suas excelentes propriedades elétricas, mecânicas e químicas”. O próximo passo da pesquisa buscará aumentar ainda mais a sensibilidade dos sensores, antes de desenvolver outras aplicações de uso em sistemas robóticos.
VENDA
A produção de energia elétrica limpa a partir das ondas do mar já é uma realidade na King Island, localizada no Estreito de Bass, que separa a ilha Tasmânia da Austrália, e pode se tornar mais uma opção sustentável e de baixo custo no combate às mudanças climáticas. Em 2021, a WSE construiu uma plataforma marítima móvel com capacidade de 200kW, chamada de UniWave 200, capaz de criar mudanças na pressão do ar, com base na força da água do mar, e movimentar uma turbina que fornece energia su ciente para abastecer a costa. Após um ano de testes, a empresa Wave Swell Energy (WSE) declarou que a plataforma instalada no quebramar da ilha produziu resultados surpreendentes. O dispositivo produziu energia elétrica limpa para o microgrid da ilha por 24 horas em um período de 12 meses. Em um comunicado direcionado à imprensa, o CEO da WSE, Paul Geason, explicou
Projeto de minirreator nuclear é certificado nos EUA
Apartamento c/ 2 quartos, garagem 3º andar (sem elevador) Ed. Vitorino Dalmaschio, 1481 Bairro São Lourenço, Santa Teresa/ES Contato: (27) 99664-6644
Na última sexta-feira (29), a Comissão Reguladora Nuclear (NRC – sigla em inglês) anunciou que a empresa NuScale terá a aprovação nal do projeto de um minirreator nuclear, após quase seis anos do início do processo. Esse tipo de certi cação é a pr imeira conquist ad a p el a NuScale e a sétima fornecida pela NRC. Para receber o certi cado, a comissão avalia, entre outros quesitos, a resposta apropriada do projeto a acidentes ou eventos naturais. Além disso, para cons eguir a cer t i cação, a comissão também exige que os candidatos à certi cação de design avaliem como os projetos protegem o reator e o pool de combustível gasto dos efeitos de um grande impacto de aeronaves comerciais. Com o aval da entidade, os pequenos reatores modulares vão sair do papel. A proposta da
empresa é a praticidade oferecida pelos novos dispositivos, pois ©NUSCALE
eles são su cientemente pequenos para montados em um chão de fábrica e depois enviados para o local onde vão operar. Essa con guração evitará os
problemas industriais tradicionais e, consequentemente, tornará esse dispositivo uma das opções mais baratas. Outra vantagem é que ele permite a segurança passiva, ou seja, não são necessárias ações do operador para desligá-lo caso ocorram problemas. Para que isso seja possível, a instalação de todo o reator será em uma grande piscina de água, com hastes de controle que são inseridas no corpo do dispositivo por gravidade no caso de um corte de energia, e resfriamento orientado por convecção de uma fonte de água externa. Concluído todo esse processo, o projeto poderá ser usado nos EUA. Apesar das incertezas nanceiras e de mais alguns d e t a l he s qu e pre c is am s e r acordados com a NRC, espera-se que os reatores sejam operacionais já em 2030.
CIÊNCIA 7
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Um estudo publicado recentemente pela revista de divulgação cientí ca Biogeosciences traz uma nova perspectiva sobre o próximo evento de extinção em massa. Este seria o sexto acontecimento do tipo a acometer o planeta Terra. Int itu l a d o “R e l at i ons h ip between extinction magnitude and climate change during major marine and terrestrial animal crises” (em português, “A relação entre a magnitude de extinção e a mudança climática durante grandes crises entre animais marinhos e terrestres”), o artigo prevê que a próxima catástrofe biológica ocorrerá por volta do ano 2500. Tanto o futuro evento como os anteriores são associados a algum tipo de mudança climática extrema, seja por aquecimento ou resfriamento. Kunio Kaiho, especialista em cl i m a d a Un ive rs i d a d e d e Tohoku e autor do estudo, encontrou uma relação praticamente linear entre a temperatura média da superfície terrestre e a biodiversidade do planeta, na qual desvios acentuados da temperatura indicam extinções em massa. No
passado, os maiores eventos aconteceram em decorrência de r e s f r i a m e n t o s d e aproximadamente 7ºC, enquanto aqueles causados por aquecimento ocorreram graças a um aumento de 9ºC. A c omu n i d a d e c i e nt í c a estima que a sexta extinção em massa será desencadeada por um aumento de 5,2ºC na temperatura terrestre. Kaiho, por outro lado, acredita que isso acontecerá mediante um aquecimento de 9ºC. Segundo o
2500, no pior cenário”. Embora a rme que o evento não será tão devastador como os que o precederam, Kaiho aponta a existência de evidências de que a biodiversidade do planeta já está em processo de declínio. Ele acrescenta que é difícil prever a próxima extinção em massa usando apenas a temperatura da superfície terrestre porque suas causas não serão iguais às de eventos anteriores. Isso se dá p orque o próximo acontecimento não decorrerá de uma transformação abrupta do clima, mas de uma mudança gradual da temperatura terrestre. A última extinção em massa ocorreu há cerca de 66 milhões de anos, varrendo os dinossauros do planeta Terra e encerrando o período do Cretáceo. Sua causa é motivo de controvérsia, mas a hipótese mais famosa aponta para a colisão de um asteroide
PRECISÃO
Contabilidade (27) 3228-4068 pesquisador japonês, tal temperatura será alcançada “no Antropoceno por volta do ano
FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
BOB BEHNKEN
diferentemente da matéria observável, a matéria escura não emite, absorve ou re ete luz, além de não interagir com a matéria em si. Dentre as descobertas, os astrônomos perceberam que a
Um tesouro de fósseis de quase 200 milhões de anos foi descoberto recentemente em uma fazenda nos arredores de Gloucester, no sudoeste da Inglaterra, próximo à fronteira com o País de Gales. Enterrados sob o solo que atualmente é ocupado por animais pastando, pesquisadores descobriram os restos fossilizados de peixes, répteis mar in hos g igantes chamados ictiossauros, lulas, insetos e outros animais antigos, que datam do início do período jurássico (entre 201,3 milhões e 145 milhões de anos atrás). D os mais de 180 fóss eis encontrados durante a escavação, destaca-se uma cabeça de peixe tridimensional p e r f e i t a m e nt e p r e s e r v a d a identi cada como pertencente ao gênero Pachycormus, um grupo extinto de peixes com barbatanas de arraia. Descoberto embutido em um nódulo de calcário endurecido, o fóssil apresenta escamas e um olho, e sua condição 3D o torna é incomparável a qualquer outro. “O globo ocular e a soquete estavam bem preser vados. Normalmente, com fósseis, eles estão deitados. Mas, neste caso, ele foi preservado em mais de uma dimensão, e parece que o peixe está pulando para fora da r o c h a ”, d i s s e N e v i l l e Hol l i ng wor t h , ge ól o go d e campo da Universidade de Birmingham, que descobriu o ainda prever como atuavam as regras fundamentais que regiam
matéria escura é menos desajeitada do que o previsto por muitos modelos cosmológicos at u a i s . S e o u t r o s e s t u d o s corrob oram essa hip ótese, poderá ser possível descobrir como as galáxias evoluem ou
local com sua esposa, Sally, uma preparadora de fósseis e coordenadora da escavação. “Nunca vi nada assim antes”,
minerais do fundo do mar c i r c u n d a nt e s u b s t i t u í r a m continuamente a estrutura original dos ossos e dentes. Neste
acrescentou Sally em entrevista ao LiveScience. “Você podia ver as escamas, pele, coluna vertebral — até mesmo seu globo ocular ainda está lá”. Antigamente, a região onde hoje ca a fazenda est ava completamente submersa em um mar raso e tropical, e os sedimentos provavelmente ajudaram a preservar os fósseis. Holling worth descreveu as camas jurássicas como ligeiramente horizontais, com camadas de argilas macias sob uma concha de leitos de calcário mais duros. “Quando os peixes morreram, eles afundaram no chão do f u n d o d o m a r ”, d i s s e o especialista em répteis marinhos fósseis Dean Lomax, cientista visitante da Universidade de Manchester, no Reino Unido, e membro do grupo de escavação. “Como em outros fósseis, os
caso, o local mostra que havia muito pouco ou nenhum mineral necrófago, então eles devem ter sido rapidamente enterrados pelo sedimento. Assim que atingiram o fundo do mar, foram cobertos e protegidos imediatamente”. Durante os quatro primeiros dias de julho, a equipe de oito pessoas usou um equipamento para escavar 80 metros através dos bancos gramados da fazenda, “puxando camadas para trás para revelar uma pequena fatia do tempo geológico”, disse Hollingworth. O grupo planeja continuar estudando os espécimes encontrados e está trabalhando para publicar sua descoberta. Enquanto isso, uma seleção dos fósseis será colocada em exposição no Museu no Parque, que ca em Stroud, a cerca de 20 km do local de escavação.
massa total do cosmos e atua como um tipo de cola invisível
u m o b j e t o c ó s m i c o, m a i s extrema é a deformação causada no espaço-tempo. Dessa teoria, surgiu o conceito conhecido como lente gravitacional, que ocorre quando as galáxias provocam uma curvatura tão grande que toda fonte de luz que está atrás dela é curvada. Quanto mais matéria escura uma “galáxia lente” contém, maior é a distorção da luz que perpassa por ela. A radiação cósmica de fundo em microondas, também chamada de radiação fóssil, é distribuída por todo o cosmos e fornece uma fonte de luz mais antiga do que qualquer galáxia. O CMB é uma radiação onipresente, criada quando o universo esfriou e permitiu que os átomos se formassem. Dessa forma, o número de elétrons livres que espalham fótons foi reduzido. Essa redução permitiu que os fótons viajassem livremente pelo espaço que, de repente, deixou de ser opaco e se tornou transparente à luz. Assim como as outras fontes de luz, o CMB também pode ser distorcido por galáxias com matéria escura devido à lente gravitacional.
©ISTOCK/GETTY IMAGES PLUS
enorme que teria deixado uma cratera submarina perto de Yucatán, no México.
Cientistas detectam matéria escura de 12 bilhões de anos pela primeira vez Pesquisadores da Universidade de Nagoya no Japão encontraram matéria escura ao redor de galáxias com 12 bilhões de anos, através de relíquias fósseis do Big Bang. Trata-se de um fenômeno muito difícil de detectar, pois,
Fósseis de peixes jurássicos conservados são descobertos na Inglaterra ©SALLY E NEVILLE HOLLINGWORTH/LIVESCIENCE
Extinção em massa: estudo propõe nova data para a próxima catástrofe biológica
o universo há 12 bilhões de anos. Em um comunicado, o professor assistente da Universidade de Tóquio, Yuichi Harikane, disse que “se for verdade [que a matéria escura é menos desajeitada], isso sugeriria que todo o modelo é falho à medida que você vai mais para trás no tempo. Isso é emo cionante p orque, s e o resultado se mantiver após a redução das incertezas, pode sugerir uma melhoria do modelo que pode fornecer uma visão da natureza da própria matéria escura”. Componente fundamental do universo, ela representa 85% da
que mantém a coesão do espaço sideral. Sem a matéria escura, as galáxias provavelmente não conseguiriam manter a atual taxa de rotação que elas têm. Para encontrá-la, os astrônomos tiveram de mensurar a interação da matéria escura com a gravidade. Eles utilizaram como base a teoria da re l at iv i d a d e prop o st a p or Einstein e as emiss õ es de radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB, sigla em inglês). De acordo com a teoria da relatividade de Einstein, objetos com grande massa curvam o espaço-tempo. Quanto maior
8 BEM-ESTAR
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GABRIELA MESSNER ARESI Mais do que a OLIVEIRA genética, bons hábitos Assado de batata determinam e sardinha envelhecimento saudável Nutricionista - CRN:14100665
©GUIA DA COZINHA
©ISTOCK
Enquanto alguns idosos estão em cadeira de rodas, outros, com a mesma idade, se preparam para a próxima maratona. O que levou cada um até ali? Na grande maioria dos casos, foram as escolhas ao longo da vida. Se ninguém pode garantir como chegaremos lá, pelo menos é possível aumentar as chances de estar no grupo dos mais ativos e saudáveis. Isso porque nada menos do que 70% de como envelhecemos depende tão somente da forma como vivemos, dos hábitos e do ambiente. Apenas 30% do que seremos ao longo dos anos tem a ver com a genética. Por isso, nunca é tarde para adotar boas práticas. E, quanto mais cedo, maior a chance de viver mais e melhor. "À medida que a gente envelhece vamos perdendo nossa reserva orgânica", explica a geriatra Polianna Souza, do Ho s p i t a l I s r a e l i t a A l b e r t Einstein. Isto é, a capacidade de o organismo funcionar bem e se recuperar após um esforço. Depois de atingir um pico lá pelos 30 ou 40 anos, todos os órgãos e sistemas começam a reduzir sua capacidade. Isso signi ca que diante de uma situação de estresse físico, como uma doença, ou emocional, o
corpo pode não ter a mesma condição de s e recup erar, sofrendo um impacto maior e, às vezes, sequelas. É aí que entra o papel do estilo de vida. "Hábitos saudáveis diminuem a velocidade dessa perda de reserva orgânica", explica Polianna. Além disso, não faltam estudos mostrando a importância da alimentação e da atividade física na prevenção e no controle de doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos, derrame, ansiedade e depressão, certos t i p o s d e t u m o r e s e at é o Alzheimer, entre outros. "Um idoso saudável não está necessariamente livre de doenças, mas nesses casos elas estão bem controladas", diferencia Polianna. Além disso, também entra na conta se ele é ativo, autônomo, capaz de cuidar da sua vida. Quanto maior a independência, maior também a chance de desfechos positivos em qualquer condição que ele enfrentar. Ou seja, mais saúde. Para garantir um bom estilo de vida, os especialistas insistem na conhecida dobradinha atividade física regular e alimentação saudável. Isso signi ca de 150 a 300 minutos de exercícios por semana, envolvendo aeróbicos e de força muscular, e optar por
uma dieta com menos alimentos processados e embutidos. "Deve-se priorizar aquela 'comida de verdade', em que a gente descasca mais e abre menos latas e embalagens", exempli ca Polianna. Vale lembrar, é claro, de evitar o cigarro, o sol em excesso e de visitar o médico regularmente para check-ups periódicos. Mas não é tudo. A longevidade é feita também de fatores mais sutis: estudos com voluntários muito longevos mostram a importância de saber viver cada momento presente, de ter um propósito de vida ao longo dos anos que funcione como um objetivo e de cultivar bons relacionamentos. "Somos seres sociais, precisamos dessa rede, dessa troca", observa a geriatra. Tu d o i s s o s ó r e s s a l t a a importância de o idoso estar de fato inserido na sociedade, t a lve z até no me rc a d o d e trabalho. "É importante manter uma atitude aberta ao conhecimento e a mudanças, de nunca deixar de aprender, o chamado 'lifelong learning'", observa a especialista. Assim, além de viver mais e melhor, talvez a gente viva com mais sabedoria também.
Quanto exercício é preciso fazer para ter uma vida mais longa? Todo mundo sabe que uma vida mais saudável exige atividades físicas regulares. Mas, quanto tempo de exercício é preciso fazer para ter uma vida mais longa? Analisando hábitos de mais de
100 mil adultos, pesquisadores obser varam a redução de mortalidade naqueles que fazem entre 150 e 300 minutos por semana. O número, porém, varia de
acordo com a carga de exercícios. De acordo com a Organização Mu n d i a l d a S aú d e ( OM S ) , adultos preciso de 150 a 300 minutos (duas horas e meia a cinco horas) de atividades físicas
E
stá à procura de opções para um almoço rápido e barato? O assado de b at at a e s ardin ha de nitivamente é uma delas! Pronto rapidinho, o prato ainda rende seis porções. Con ra a receita abaixo e faça-a ainda hoje!
diâmetro. Cubra com as fatias de tomate e batatas sobrepondo levemente como espinhas de peixe. Bata no liquidi cador o leite, o creme de leite, os ovos, o queijo, sal, pimenta e orégano a gosto e despeje na fôrma sobre as
batatas e tomates. Leve ao forno médio, preaquecido, por 30 minutos ou até dourar. Sirva em seguida. Rendimento: 6 porções Fonte: Guia da Cozinha
Ingredientes 3 latas de sardinha limpas 2 tomates maduros fatiados 6 batatas médias descascadas em fatias de 1cm 1 xícara (chá) de leite 1 lata de creme de leite 2 ovos 50g de queijo parmesão ralado Sal, pimenta-do-reino e orégano a gosto Modo de preparo Espalhe a sardinha em um refratário médio de 20cm de
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
©SHUTTERSTOCK
moderadas. Caso opte por algo mais intenso, o tempo cai para 75 a 150 (uma hora e 15 minutos a duas horas e meia) minutos semanais. Também foi observado que p e s s o a s q u e s up e r a m e s s a quantidade de tempo vivem mais, comparadas aqueles que não se exercitam. O estudo foi publicado pela revista Circulation, da American Heart Association.
Foram analisados 116 mil adultos ao longo de 30 anos. “Também é importante notar que não encontramos nenhuma associação prejudicial entre os indivíduos que relataram (mais de qu at ro ve zes) os níveis mínimos recomendados de exercícios físicos”, disse Dong Hoon Lee, autor do estudo e pesquisador do pesquisador do departamento de nutrição da
Harvard School of Public Health. Alguns exemplos de atividade física moderada incluem caminhadas rápidas, tênis em dupla ou mesmo cortar grama. Já os exercícios intensos são jogar futeb ol, correr ou praticar escalada. Mas, para começar, dá para ir devagar. Onze minutos por dia fazem diferença na expectativa de vida, de acordo com outro estudo, de 2021.
SAÚDE 9
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Ministro diz que Brasil terá Câmara aprova PL que antiviral para tratar varíola obriga planos de saúde dos macacos a cobrir tratamentos Inicialmente, serão contemplados os casos mais graves
fora do rol da ANS
©DADO RUVIC/REUTERS
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou, na segunda-feira (1º), pelo Twitter, que o Brasil receberá, por intermédio da Organização PanAmericana da Saúde (Opas), o antiviral Tecovirimat para “reforçar o enfrentamento ao surto” de varíola dos macacos. “Serão contemplados casos mais graves em um primeiro m o m e n t o ”, a d i a n t o u . O Tecovirimat tem sido oferecido como opção de “uso compassivo [autorização de uso de medicamento novo por agência reguladora, ainda sem registro de nitivo]” nos Estados Unidos. Entretanto, ainda não há dados que demonstrem a e cácia do antiviral para o tratamento da varíola dos macacos. Segundo dados do Ministério da Saúde, até o último dia 31 de
julho, 1.342 casos de varíola dos macacos foram registrados no País. Na última sexta (29) a pasta con rmou a primeira morte pela doença no Brasil. A vítima era um homem, de 41 anos. Ele e s t av a i nte r n a d o e m B e l o Horizonte (MG) e tinha comorbidades que podem ter
circunstâncias da morte. A varíola dos macacos é uma doença causada pela infecção com o vírus Monkeypox, que causa sintomas semelhantes aos da varíola. Ela começa com febre, dor de cabeça, dores musculares, exaustão e inchaço dos linfonodos. Uma erupção geralmente se desenvolve de um a três dias após o início da febre, aparecendo pela primeira vez no rosto e se espalhando para outras partes do corpo, incluindo mãos e pés. Em alguns casos, pode ser fatal, embora seja tipicamente mais suave do que a varíola. A doença é transmitida para pessoas por vários animais selvagens, como ro e d ore s e pr i m at a s , m a s também pode ser transmitida
(27) 3259-3638 / (27) 99880-7048 SANTA TERESA — ES prejudicado o quadro clínico. O Ministério da Saúde investiga as
entre pessoas após contato direto ou indireto.
Vitamina B6 pode reduzir sentimentos de depressão e ansiedade ©SHUTTERSTOCK
Um recente estudo realizado por cientistas da Universidade de Reading, do Reino Unido, revelou que altas doses de vitamina B6 ajudam a reduzir os níveis de depressão e ansiedade. Segundo a pesquisa, divulgada pela CNN, os testes foram realizados em jovens adultos que
zeram o tratamento com o suplemento durante um mês. “O funcionamento do cérebro depende de um delicado equilíbrio entre os neurônios excitatórios que transportam informações e os inibitórios, que impedem a atividade descontrolada. Teorias recentes
ligaram transtornos de humor e a l g u mas out r as c ond i ç õ e s neuropsiquiátricas com uma perturbação desse equilíbrio, muitas vezes na direção de níveis elevados de atividade cerebral”, explicou o pesquisador e principal autor do estudo, David Field, da Escola de Psicologia e
©ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL
Tecnologias no SUS; existir recomendação de, no mínimo, um órgão de ava li aç ão de tecnologias em saúde que tenha renome internacional, desde que sejam aprovadas também para seus similares nacionais.
A C âm ar a d o s D e put a d o s aprovou, na quarta-feira (3), um projeto de lei (PL) que estabelece hip ótes es de cob er tura de exames ou tratamentos de saúde que não estão incluídos no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A proposta segue para análise do Senado e deve ser votada na próxima terça-feira (9). De acordo com informações da Agência Brasil e Agência Câmara, o objetivo é dar continuidade a tratamentos que poderiam ser excluídos da cobertura dos planos de saúde. C om o texto aprovado, as operadoras deverão autorizar os planos de saúde a cobrirem tratamento ou procedimento prescrito por médico ou dentista que não estejam no rol da ANS, desde que um dos seguintes critérios esteja presente: existir comprovação da e cácia, à luz das ciências da saúde, baseada em evidências cientí cas e plano terapêutico; existir recomendações pela Comissão Nacional de Incorporação de
Entenda as mudanças nas regras da ANS e suas discussões A aprovação do PL vem após algumas mudanças na ANS. R e c e nte m e nte, o Tr i bu n a l S u p e r i o r d e Ju s t i ç a ( S T J ) entendeu que o rol de procedimentos de nidos pela agência é taxativo, ou seja, os usuários não têm direito a exames e tratamentos que estão fora da lista — antes, a cobertura e r a d e n i d a c om o exempli cativa, o que dava espaço para o consumidor recorrer à Justiça o direito de as operadoras pagarem por procedimentos ou tratamentos que não estavam descrito no rol. A lista de procedimentos e tratamentos obrigatórios da ANS foi criada em 1998 para estabelecer um mínimo de cobertura que não poderia ser
Ciências da Linguagem Clínica da Universidade de Reading. Para a análise, os participantes consumiram altas doses (além da recomendada diariamente) de vitaminas B6 e B12, além de placebo. Os resultados mostraram que a vitamina B12 teve pouco efeito em comparação com o placebo, mas a B6 fez uma diferença signi cativa. Publicado na revista cientí ca Human Psychopharmacology: Clinical and Experimental, o artigo concluiu que a vitamina B6 inibe os impulsos no cérebro, funcionando como um “calmante”, o que colabora para “a redução da ansiedade”. Outros estudos já haviam relacionado o potencial das v it a m i n a s n o c ont ro l e d e
t ranstor nos de humor, no entanto, nenhuma pesquisa ainda havia especi cado a vitamina responsável pelo efeito. A vitamina B6 é conhecida por aumentar a produção do corpo do ácido gama-aminobutírico (GABA, na sigla em inglês), um composto químico que bloqueia os impulsos entre as células ner vosas do cérebro. A de ciência de B6 pode comprometer a produção de anticorpos e a atividade das células de defesa do organismo. “Muitos alimentos, incluindo atum, grão de bico e muitas f r ut a s e l e g u m e s , c ont ê m vitamina B6. No entanto, as altas doses usadas neste estudo sugerem que os suplementos seriam necessários para ter um efeito positivo no humor”, disse
negada pelos planos de saúde. O rol vem sendo atualizado desde então para que consiga abranger todos os avanços da tecnologia. “Há poucos anos, num julgamento que também se referia à Saúde Suplementar, a nobre ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, a rmou: 'saúde não é mercadoria; vida não é negócio; dignidade não é lucro'. Essa sábia e sensível julgadora evidenciou, em poucas palavras, que a proteção ao direito à saúde do consumidor deve se sobrepor a quaisquer interesses menos nobres”, defendeu o deputado e relator da PL, Hiran Gonçalves (PP-RR). Para o deputado Tiago Mitraud (Novo-MG), que criticou a PL, a mu d an ç a v ai pre ju d i c ar a competição e aumentar os preços dos planos de saúde. “Vai car muito mais caro e complexo ter plano de saúde, e os pequenos vão quebrar. Já as grandes farmacêuticas agora podem induzir médicos a receitar tratamentos experimentais sem aprovação pela Anvisa”, alertou.
Field. O pesquisador ressaltou que o estudo está em fase inicial e, quando comparado aos resultados dos atuais tratamentos com medicamentos, teve um efeito pequeno. Porém, “as intervenções baseadas em nut r i ç ã o pro du z e m mu ito menos efeitos colaterais desagradáveis do que os medicamentos e, portanto, no f utu ro, a s p e ss o a s p o d e m preferir essas intervenções”. Vale destacar que a suplementação de vitaminas e minerais deve ser orientada e supervisionada por um pro ssional médico ou nutricionista. Tanto a falta como o excesso podem ser prejudiciais à saúde.
10 Criança hoje, Criança amanhã
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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
Como cresce uma Criança? — Parte IV A aprendizagem da língua falada, da leitura e da escrita seguirá rigores semelhantes aos critérios científicos ©ISTOCK/ARTE LUNETAS
P
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mãe e ao pai, seguindo-se de outras pessoas da casa. As primeiras palavras, ainda mal pronunciadas, têm forte conteúdo afetivo. O esforço é grande para dizer “aua” que sintetiza “estou com sede e quero água”, ou “quero beber água”. “Cabô”, “imbora”, “mais”, são algumas das expressões fonéticas que dizem todo um pensamento, na maioria das vezes, traduzindo um desejo e sempre com uma boa dose de dramaticidade. Por ensaio e erro e com muita repetição, a articulação vai evoluindo até que quase todos os fonemas da língua materna são pronunciados, razoavelmente. Alguns deles só são adquiridos em quatro ou cinco anos, mas isso não chega a comprometer a comunicação com as outras pessoas. O vocabulário tem uma grande explosão entre dois e
quatro anos, passando de 100/200 palavras para 800/1000 palavras, mesmo que ainda não haja uma compreensão exata do signi cado dessas palavras. É nesse período que adquirimos quase todo o vocabulário que iremos utilizar por toda a vida. A ambiência linguística, assim como a ambiência comunicativa, facilitará ou di cultará a riqueza da uência verbal do adulto. Núcleos familiares onde a comunicação é bem valorizada, mesmo que não tenha uma excelência linguística, estimularão a comunicação. Neste mesmo sentido, a boa incidência de leitura entre as pessoas da família, também é fator f a c i l it a d or p ar a u m b om raciocínio linguístico, para a emoção que se expressa na boa comunicação. A língua falada vai se multiplicando e se so sticando, os termos de
ligação, artigos, preposições, conjunções, a conjugação dos verbos, tudo isso ganha uma
amanhã do desenvolvimento c o g n i t i v o, q u e a c o nt e c e , concomitantemente. A riqueza da linguagem vem com os detalhes, com as nuances. Os detalhes contam histórias completas. Os eletrônicos não ajudaram no desenvolvimento d a l i ng u age m , ou t a lve z , tenham ajudado um pouco com os mais velhos que descobriram como usufruir da presteza do Tio G o og le, nem s empre con ável. A aprendizagem da língua falada, da leitura e da escrita seguirá rigores semelhantes aos critérios cientí cos. É preciso repetir e a nar a pronúncia, reproduzir o “desenho” das letras que correspondem ao
armazenamento e resgate, a memória. É da precisão do arquivamento que dependerá a disponibilidade e a presteza dos dados, quando isso se zer necessário. Portanto, uma imagem mnêmica, qualquer que seja sua ordem, só será bem guardada e bem recuperada se corresponder ao acer vo concreto da Criança. E, é por isso que as situações t r au m át i c a s v i v i d a s p e l a Criança, não são esquecidas. Podem ser recalcadas, sair das luzes, mas continuam fermentando como pequenos ou grandes vulcões afetivos. Mas, como a precisão da palavra saiu de moda, a verdade foi relativizada e apareceu a
desenho de uma uva, buscando copiar o mais el possível. Letras e algarismos são “rabiscos” convencionados, mas que partiram de uma concepção aleatória. Coordenar esses signos com os objetos a que correspondem e os sons ao serem falados, é tarefa muito complexa. Por isso, seguindo a determinação do raciocínio que rege o pensamento na infância, o raciocínio concreto, é preciso que a alfabetização se dê sobre palavras concretas, passíveis da experiência vivida pela Criança. Ou seja, a Criança só conseguirá perfazer o processo de aquisição da língua se as palavras faladas e depois, escritas e lidas, zerem parte de seu mundo real. Para adquirir uma nova competência, a Criança precisa aprimorar um sistema de
invenção da “pós-verdade”, acrescida de uma diplomação da mentira, a internet foi matriculada muitas escolas, acentuando mais ainda a d e s i g u a l d a d e d e oportunidades. A entrada da internet na Escola se tornou um ponto de políticos e políticas, ou a ausência delas, formatando uma espécie de discriminação que passou a ser atribuída às escolas que não possuem computadores. Com a Pandemia da Covid-19, este ponto, a escola à distância com a exigência da conectividade da computação, expôs as vísceras apartadas de uma sociedade cenográ ca. A escolaridade já era de faz de conta, foi sonegada por dois anos de numeroso grupo de Crianças da sociedade partida. Um prejuízo que ceifou anos, talvez décadas de toda uma geração.
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rosseguindo no tema dos quatro principais v e t o r e s d o desenvolvimento infantil, a aquisição da linguagem dependerá, diretamente, da maturação motora do aparelho f on a d or a s s o c i a d a à b o a audição, acrescida ao afeto acolhedor a cada progresso conseguido. Aconchegar com afeto os sons ainda rudimentares que vêm do esforço de imitar os sons escutados, faz parte do Cuidado, conceito já considerado como dentro do ordenamento jurídico. O bebê necessita desse estímulo para continuar o esforço de coordenar a respiração e a articulação dos fonemas que vão tomando forma de c omu n i c a ç ã o a p ar t i r d a interpretação feita pelo ambiente, principalmente pela mãe, que irá lhe atribuir um sentido. Tudo por aproximação sonora. Nesse momento, o mais importante é o que se passa entre a dupla mãe-bebê. A tentativa de “falar” feita pelo bebê, será recebida com uma e m o ç ã o d e pr a z e r a l e g re explícito no rosto da mãe, e que, ato contínuo, convocará o bebê à repetição daquele som que acabou de emitir. Conjugar dois fonemas simples pode formar um esboço de primeira palavra. A interpretação desses sons segue sempre o critério dos a f e t o s p r i m á r i o s , s e n d o, preferencialmente, ligados à
precisão maior com a aquisição da noção do tempo, o ontem e o
COMPORTAMENTO 11
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É culpa ou remorso? Saiba identificar sentimentos e tirar peso dos ombros Já provocou um acidente, uma briga, uma demissão? Se sim, saiba que apesar do que possa ter ocorrido, você não está só. Pessoas erram e causam estragos, às vezes até sem querer. Porém, quando não se compreende o sentimento que vem depois das ações, geralmente remorso ou c u lp a , o s d ano s p o d e m s e m u l t i p l i c a r, p r e j u d i c a n d o inclusive qualquer reparação. A falta de autoconhecimento pode levar à angústia, raiva, tristeza, que se não freadas a tempo podem evoluir para transtornos, como de ansiedade, estresse, depressão, paranoia, além de causar prejuízos em diferentes áreas (social, familiar, pro ssional) e doenças psicossomáticas. Insônia, gastrite, taquicardia são alguns dos males que advêm de problemas psicoemocionais. D a í a i mp or t â n c i a d e s e consultar com psiquiatras e psicólogos, que são os pro ssionais que estudam e lidam no dia a dia com esses casos, de con itos internos, para
descobrir, nomear e colocar para fora o que se sente e ser ajudado de forma e caz. Nesse processo, também se aprende a resolver a lidar com reações alheias, pedir desculpas, se perdoar e recomeçar a vida. De acordo com Gabriela Luxo, psicóloga, mestre e doutora em distúrbios do desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, a culpa é caracterizada, muitas vezes, como um ressentimento, uma mágo a. A p ess o a p o de ter cometido um dano, mas não assume a responsabilidade por ele, sofre é pelos comentários dos outros, por ser acusada. "Ela acaba julgando que aquelas denúncias são injustas, negativas, incoerentes. A conduta do acusador não corresponde ao que se crê, não atende suas expectativas, seus pensamentos", continua a psicóloga, complementando que para esse alguém dói reviver as críticas, os apontamentos, levando a nutrir pena de si por se considerar incompreendido, abandonado.
Às vezes, o indivíduo pode até se sentir mal pelo que fez, mas acha as atitudes alheias para consigo bem piores, então não faz nada para solucionar o que causou. Ou então, como se sente injustiçado, um coitado, só aceita "ceder" se os outros tomarem a iniciativa de se aproximarem dele, se retratarem e aceitarem suas eventuais desculpas conforme o que considera ser a verdade. A inquietação, o abatimento da consciência de quem percebe ter cometido uma falta, agido mal, recebe o nome de remorso, que para alguns pode, ou não, surgir após o sentimento de culpa. Num primeiro momento é comum agir com relutância, distorção, na tentativa de escapar das consequências, mas depois bate o arrependimento, que tem muito a ver com valores pessoais. "Envolve preocupação com o outro, demonstração de afeto, atos genuínos, pois não adianta nada se retratar sem sentir nada, não ter intenção nenhuma, no m o d o aut om át i c o " , a r m a
Eduardo Perin, psiquiatra e especialista em terapia cognitivocomportamental pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Daí a grande diferença para a culpa. Com remorso, a pessoa sofre,
necessidade de acolhimento, reintegração, mas por se julgar responsável por algum mal e querer o perdão. Quem carrega culpa e almeja se livrar dela precisa primeiro aprender a assumir o que faz e compreender como os próprios ©ISTOCK
mas a motivação é outra, não envolve autocompadecimento incoerente, o que torna as coisas mais fáceis e pode levar a um desfecho mais positivo, para todos os envolvidos. Agora, em c omu m c om a c u lp a , e s s e sentimento cursa com a
atos afetam e prejudicam terceiros, do contrário não há como avançar. Envolve empatia, sensibilidade, humildade e a falta disso tudo é preocupante, pois sinaliza a presença de transtornos, algum grau de narcisismo e psicopatia, difíceis
de tratar. Já quando há re exão e se reconhece como autor, digamos que é meio caminho andando. "É um bom indicativo de que se tem auto-observação e inteligência emocional, mas para ser completo é fundamental pedir perdão e agir efetivamente", explica Elisa Teixeira, psicóloga do Hospit a l Por tuguês, de Salvador (BA), mas admitindo não haver garantia de o remorso ir embora. Em alguns casos, o arrependimento pode ser constante, como em decorrência da morte ou incapacidade física de alguém, alguma injustiça que se arrastou por anos, ou se somar a uma baixa autoestima, levando o sujeito até assumir responsabilidades indevidas. Daí, de novo, a indicação de se procurar suporte pro ssional, para aceitar o irreversível sem carregar culpa, pois mesmo julgando-se feitor de algum mal, há quem não consiga se perdoar e se ressinta consigo mesmo.
Autoridade sem autoritarismo: entenda o que é parentalidade gentil Talvez você ainda não tenha ouvido falar nesse termo, mas a parentalidade gentil tem ganhado espaço nas redes sociais e rodas de conversas nos últimos anos. Pro ssionais avaliam esse novo momento na maneira de educar a criança como a base para uma educação respeitosa e com afeto. Para eles, a chave do conceito é mostrar autoridade sem autoritarismo. "A proposta é que o afeto conduza todas as ações dos pais, pois, quando damos afeto, tiramos qualquer ponto de violência na relação. Conduzir o comportamento da criança com rmeza, assertividade e respeito é mostrar autoridade sem autoritarismo", explica Flávia Freitas, psicóloga especialista em terapia cognitivocomportamental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo Freitas, o desempenho futuro de uma criança, tanto na vida social quanto na pro ssional, é in uenciado pelas experiências iniciais de vida. Desta forma, a importância dessa abordagem para o desenvolvimento está em propiciar um ambiente rico para que comportamentos, qualidades e esforços sistêmicos, que são formados nessa fase, tenham uma base positiva. "Autonomia, autoestima alta, autoanálise, respeito e valorização dos sentimentos, empatia e comunicação afetiva serão construídos de forma positiva e pautada no afeto, e não na violência ou tirania", aponta. A parentalidade gentil é uma abordagem educacional que
rejeita tanto a punição quanto a permissividade. De acordo com a psicóloga, é pautada no princípio de que a criança pode ter certa autonomia, condizente com o desenvolvimento cognitivo da sua idade, contexto familiar e, assim, participar da tomada de algumas decisões. Para Odilo Queiroz, pediatra pela Faculdade de Medicina de
afetam a neuromaturação da c r i a n ç a e d o a d o l e s c e nt e , enquanto estímulos e reforços positivos proporcionam um crescimento e desenvolvimento mais saudáveis", ressalta. Queiroz explica que a ideia surgiu da necessidade de haver uma forma de criação dos lhos intermediária entre a criação baseada em punições e a criação
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Juazeiro do Norte (FMJ), a principal vantagem da parentalidade gentil é o fato de que a criança crescerá em um ambiente com baixos níveis de estresse. Ela ainda terá liberdade para se expressar e experimentar sensações novas, sabendo que haverá a segurança dos pais e cuidadores que não o deixarão passar por situações de risco. "Já existem evidências cientí cas de que situações de estresse intenso e constante
permissiva. "Desta forma, é possível que a criança tenha compreensão de alguns limites, que são necessários para a sua idade e determinados pelos pais e cuidadores, mas sem punições, castigos e podendo errar e até participar da formação desses limites, sempre de forma consciente e respeitando os limites intrínsecos da idade", diz o pediatra. Para Raquel Franzim, diretora de educação do Instituto Alana,
organização que promove o direito e o desenvolvimento integral da criança, a lapidação da autoridade é, talvez, um dos pontos mais vantajosos da parentalidade gentil. "Limites são importantíssimos, mas violência n ã o é e d u c a ç ã o. Pa l m a d a pedagógica não existe. A parentalidade gentil pressupõe limites e que os adultos tenham, sim, autoridade e orientação sobre crianças. Porém, de que natureza de autoridade que estamos conversando? Não é tirar autoridade, é entender que tipo de autoridade é essa", diz. Segundo Franzim, o conceito se torna ainda mais bené co por reconhecer que a criança necessita de proteção, cuidado, liderança e orientação. De acordo com os especialistas, muitos pais acabam se confundindo ao comparar a educação gentil com permissividade total. "É o mito da educação em que o lho faz o que quer. A parentalidade gentil pressupõe os limites sociais da vida, exerce o limite sem agressão física e sem agressão psicológica. Não existe p arent a lidade perfeita, ela é sempre aprendida. Sempre é possível aprender a ter relações melhores", diz Franzim. Psicóloga pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Aline Mayra Lima Bezerra, da Telavita, healthtech de saúde mental no Rio Grande do Norte, explica que a ideia de poder total à criança é um dos maiores equívocos quando o assunto vem à tona e reforça a necessidade de limites proposta pela parentalidade gentil. "A criança ainda está em
desenvolvimento, ela não tem todas as ferramentas para tomar todas as decisões acerca de sua vida. Crianças sem limites podem encontrar muitas frustrações em outros meios, como na escola, pois o mundo tem e necessita de regras. Os pais precisam orientar seus lhos, mas a diferença é a forma como essa orientação é feita. É possível, por exemplo, dizer 'não' de uma forma não violenta", diz Bezerra. Uma das ferramentas mais poderosas dentro da parentalidade gentil é o "não" saudável, como explica Franzim. É fazer a criança entender que determinada atitude ou determinada situação, naquele momento, é inviável. "É o 'não' que não contém agressão psicológica e física, o 'não' que ensina, o 'não' que reconhece. Muitas vezes, é o 'não' que fala 'não é tudo que a gente pode querer'", a rma. Segundo Bezerra, aprendendo dessa maneira, a criança tem mais chances de reproduzir uma forma de se comunicar e conviver mais respeitosa, mesmo quando as opiniões dos envolvidos forem divergentes. "Quando a criança recebe a op or tu n i d a d e, e l a p a s s a a compartilhar com a família seus sentimentos, tanto os positivos quanto os considerados negativos. Isso for talece o vínculo entre pais e lhos, algo que é desejado em todas as fases da vida. Quando os pais são muito autor it ár ios ou não validam os sentimentos das crianças, o resultado mais provável é o distanciamento da família. Isso é compreensível,
pois ninguém se sente à vontade para ouvir críticas e broncas constantemente". Na parentalidade gentil, outro ponto extremamente importante é a validação de sentimentos. O não querer é levado a sério, e não tratado como birra. E pais e cuidadores são os principais responsáveis em notar os mais d i v e r s o s t i p o s d e comportamentos que surgem à medida que a criança se desenvolve. "O primeiro passo é buscar obser var e compreender os sentimentos dessa criança e que ela não possui a nossa maturidade para lidar com eles. O que parece banal para nós pode representar um desconforto muito grande para nossos lhos, o que geralmente chamamos de birras", diz Queiroz. Segundo ele, é essa empatia que precisa acontecer para darmos os primeiros passos em direção à parentalidade gentil. "Entender e deixar claro que você compreende seus sentimentos, mesmo nos momentos que a frustração vier, porque a criança quer ultrapassar algum limite por não compreender tão bem por que não pode. Ela será acolhida, não cedida", ressalta o pediatra. As formas de correção dentro da parentalidade gentil são sempre mais educativas, como explica Freitas. "Os pais tentam corrigir uma atitude errada da criança com conversa. O ideal é que haja um esforço para levar a criança a entender o motivo pelo qual elas estão sendo repreendidas e que haja um aprendizado com essa repreensão".
12 OLHAR DE UMA LENTE
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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Time de ouro do Bolsonarismo lança candidatura capixaba ©CONVERSA AFIADA
A
deputada Carla Zambelli (PL/SP) estará no Espírito Santo neste m de semana para lançar a candidatura a deputado federal do representante da “Liga da Lealdade”, um time de candidatos à Câmara Federal que estão alinhados com as pautas conservadoras e que declaram lealdade ao Presidente Jair Bolsonaro. O representante capixaba da Liga é Dárcio Bracarense, cofundador do Movimento Nas Ruas Contra a Corrupção em 2011 e uma das lideranças do “Fora Dilma Vitória”, um dos movimentos que organizaram manifestações em favor do impeachment de Dilma Rousseff. Bracarense recentemente trabalhou como assessor técnico da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados sob a presidência de Z ambelli.
Conhecido como “estrategista” dos movimentos, depois da vitória de Bolsonaro passou a realizar palestras em diversos
congressos conservadores pelo país. Suas últimas palestras ocorreram em Patos de Minas (MG), Barretos (SP), Campo
Grande (MS) e Goiânia (GO). Para além do lema “Deus, Pátria, Família e Liberdade”, Dárcio costuma abordar as
“estratégias de desmoralização e desestabilização” da sociedade que, segundo ele, são praticadas pelos movimentos e partidos de
esquerda. Ele também trata do que chama de “transposição didática” dos projetos do atual governo, com a nalidade de criar um “horizonte de perspectiva” para a população. “É preciso que consigamos mostrar como cada projeto pode melhorar a vida das pessoas. O Novo Marco do Saneamento, por exemplo, pode signi car muito mais que água ou t r at ame nto d e e s goto : Signi ca famílias inteiras retiradas de áreas de risco e investimentos que trarão mais saúde e prosperidade. Nossa proposta não é apenas para os conservadores, mas para todos os brasileiros”, comentou. O primeiro evento acontecerá na sexta-feira, dia 05, às 20h30 no Cerimonial Casa Bella em Guarapari, e o segundo evento e m Vi t ó r i a , à s 1 4 h 3 0 n o Cerimonial Villa Cypreste.
Corrente de comércio brasileira alcança US$ 54,465 bilhões em julho TATI BELING
média diária da corrente de comércio em julho de 2022 totalizou, por sua vez, US$ 2, 593 bilhões, e o saldo, também por média diária, foi de US$ 259,24 milhões. A média diária das exportações de janeiro a julho de 2022 foi de US$ 1,338 bilhão, crescimento de 20% (ante US$1,115 bilhão em igual período do ano passado). Nas importações, a média diária de janeiro a julho deste ano foi de US$ 1,064 bilhão, elevação de 31,6% em relação a igual período de 2021 (US$ 809 milhões). A média diária da corrente de comércio totalizou US$ 2,402 bilhões e apresentou crescimento de 24,9% na comparação entre os dois períodos. O m ê s d e ju l h o d e 2 0 2 2 registrou a seguinte média diária das exportações, no corte por setores: crescimento de US$ 91,72 mi l hõ es (40,2%) em Agropecuária; queda de US$ 18,74 milhões em Indústria Extrativa (-5,6%); e crescimento de US$ 195,39 milhões na
Indústria de Transformação (33,2%). Ju l h o d e 2 0 2 2 r e g i s t r o u
para os seguintes destinos: Oceania (85,55 %), Oriente Médio (68,13 %), América do Sul
%). As exportações para a África registraram retração de 3,26%. Do lado das importações, os
%), Oriente Médio (88,78 %), América do Norte (68,9 %) e Europa (41,32 %). Caíram as
(64,69 %), Europa (46,49 %) e América Central e Caribe (21,53
maiores crescimentos de julho de 2022 foram para Oceania (114,84
importações da América Central e Caribe (-12,67 %).
©TECNOLOGISTICA.COM.BR
A S e c re t ar i a d e C omé rc i o Exterior (Secex) do Ministério da Economia divulgou, na segundafeira (1º), os dados preliminares da balança comercial de julho de 2022. As exportações brasileiras somaram, no mês passado, US$ 29,955 bilhões, e as importações, US$ 24,511 bilhões. Isso gerou um saldo positivo de US$ 5,444 bilhões com a corrente de comércio (soma das exportações com as importações) em US$ 54,465 bilhões. No acumulado do ano, as exportações totalizam US$ 194,079 bilhões e as imp or t açõ es, US$ 154,328 bilhões, um saldo positivo de US$ 39,751 bilhões e corrente de c o m é rc i o d e U S $ 3 4 8 , 4 0 7 bilhões. Nas exportações, a média diária de julho de 2022 foi de US$ 1,426 bilhão, ou seja, crescimento de 23% ante US$ 1,159 bilhão, em julho do ano passado. Em relação às importações, a média do mês passado foi de US$ 1,167 bilhão, alta de 41,6% frente US$ 824 milhões em julho de 2021. A
aumento percentual das exportações, principalmente,
BRASIL 13
04 A 11 DE AGOSTO/2022
A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
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Benefício Caminhoneiro-TAC ©GETTY IMAGES
Brasil tem papel importante na sustentabilidade e na segurança alimentar mundial, diz ministro ©REPRODUÇÃO/MAPA
O Benefício emergencial devido aos transportadores autônomos de carga (caminhoneiros), instituído pela Emenda Constitucional nº 123, de 14 de julho de 2022, para enfrentamento do estado de emergência decorrente da elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados e dos impactos sociais deles decorrentes. O B e n e f í c i o C a m i n h on e i ro - TAC t e m v a l i d a d e at é dezembro/2022 e será pago em seis parcelas mensais, no valor de R$ 1.000,00 (cada), observado o limite global de recursos. Emenda Constitucional nº 123, de 14 de julho de 2022 Portaria Interministerial MTP/INFRA nº 6, de 1º de agosto de 2022 8 Quem receberá o Benefício Caminhoneiro-TAC Receberão o Benefício Caminhoneiro-TAC os transportadores autônomos de carga, de acordo com o inciso I do art. 2º da Lei nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007, devidamente cadastrados no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTR-C) até a data de 31 de maio de 2022. O benefício somente será pago a quem estiver com a situação cadastral "Ativo" no RNTR-C e com CPF regular. E n c a m i n h e o u t r a s d ú v i d a s p a r a benef.caminhoneiro@mte.gov.br 8 Sou caminhoneiro. O que preciso fazer para receber o Benefício Caminhoneiro-TAC? - Nessa primeira fase de cadastramento, não será necessária nenhuma ação. A ANTT encaminhará a relação de caminhoneiros cadastrados no RNTR-C. 8 Como as informações dos caminhoneiros vão chegar até o Ministério do Trabalho e Previdência? A ANTT será responsável pelo fornecimento ao MTP da relação dos transportadores autônomos de cargas devidamente cadastrados no RNTR-C em 31 de maio de 2022 e também encaminhará mensalmente a relação dos transportadores autônomos de cargas que se encontram na situação “Ativo” no RNTR-C. A DATAPREV, empresa tecnológica parceira do Governo Federal, será responsável pela análise e processamento dos dados recebidos das bases indicadas pela ANTT. O objetivo é identi car os pro ssionais elegíveis a receberem o benefício. Para ns de implementação da política pública de que trata esta Portaria consideram-se como devidamente cadastrados no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas todos os Transportadores Autônomos de Cargas com registro na situação “Ativo” no banco de dados fornecido pela Agência Nacional de Transportes Terrestre. Os Transportadores Autônomos de Cargas cujos registros estejam com situação cadastral "Pendente" ou "Suspenso" poderão, a qualquer tempo, efetuar a regularização de seus registros junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres, a m de que convertam seus cadastros para a situação “Ativo”. 8 Pagamentos — Cronograma inicial O pagamento das duas primeiras parcelas de R$ 1.000,00 (cada) do Benefício Caminhoneiro aos transportadores autônomos de carga cadastrados no RNTR-C em 31 de maio de 2022 está previsto para o dia 09 de agosto de 2022. ▶Não receberá o Benefício Caminhoneiro-TAC - Quem estiver com o Cadastro de Pessoa Física (CPF) pendente de regularização junto à Receita Federal do Brasil, em situação suspensa, cancelada, nula, ou de titular falecido; - Titulares de CPF vinculado, como instituidor, à concessão de pensão por morte de qualquer natureza ou do auxílio-reclusão de que trata o art. 80 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991; - Titulares de benefício por incapacidade permanente para o trabalho. Para ns da veri cação dos requisitos previstos no caput, serão utilizadas as informações disponíveis nas bases de dados governamentais no momento do processamento. O B e n e f í c i o C a m i n h o n e i r o - TA C n ã o s e r á p a g o cumulativamente com o Benefício Taxista, conforme inciso VI, do artigo 5º da Emenda Constitucional nº 123, de 14 de julho de 2022.
Ibama emite licença prévia para recuperação e asfaltamento de rodovia na Amazônia O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu, no último dia 28, licença prévia para a
recuperação do trecho da rodovia BR-319 entre as cidades de Humaitá e Beruri, ambas no estado do Amazonas, compreendido entre os quilômetros 250 e 655 (trecho do meio). A obra contempla a completa reestruturação e asfaltamento da rodovia. Por meio deste ato, o Ibama indica que a obra proposta pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) é viável ambientalmente, desde que as ações de mitigação indicadas pelo Instituto sejam estabelecidas. A obra no trecho do meio da BR-319 foi quali cada no Programa de Parcerias de Investimentos para apoio ao licenciamento ambiental através do Decreto nº 9.972, de 14 de agosto de 2019. Desde então, a Secretaria de Apoio ao Licenciamento Ambiental e à Desapropriação do PPI presta suporte às ações dos órgãos governamentais na busca pela governança do entorno da BR319.
Primeiros cidadãos do País têm acesso ao RG digital no Acre ©DIVULGAÇÃO/TSE
Cidadãos do Acre foram os primeiros do país a ter acesso à nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) no formato digital pelo aplicativo GOV.BR, na terça-feira (2). A nova carteira tem número único — que é o CPF — para evitar fraudes e eliminar a possibilidade de pessoas poderem emitir diferentes documentos nos estados e no Distrito Federal. Assim que o cidadão realiza o pedido de emissão no Acre, já retira o documento físico e pode ter acesso ao RG digital pelo celular. O primeiro brasileiro a ter acesso à nova carteira pelo aplicativo GOV.BR foi o diretor do Instituto de Identi cação, o policial civil Júnior César da Silva, de 43 anos. Ele foi uma das pessoas que procuraram a Organização em Centros de Atendimento (OCA) para emitir gratuitamente o novo modelo de identi cação nos modelos em papel, policarbonato (plástico) e digital. A população pode procurar o órgão de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 13h30 (horário local), na rua Quintino Bocaiúva, 299, no centro de Rio Branco. O atendimento é realizado por ordem de chegada. A nova identi cação foi instituída pelo Decreto nº 10.977, de 23 de fevereiro de 2022. O normativo determina os procedimentos e os requisitos para a expedição da Carteira de Identidade Nacional por órgãos de identi cação dos estados e do Distrito Federal. No Rio Grande do Sul, o processo de emissão começou na última semana. A previsão é que Goiás seja o próximo estado a emitir o documento para a população. Depois de emitir a nova carteira nos órgãos estaduais, o cidadão deve baixar o aplicativo GOV.BR nas lojas de aplicativos disponíveis para sistemas operacionais iOS ou Android. Após inserir o usuário e a senha no app, aparecerá uma tela inicial com o ícone 'Carteira de documentos'. A partir daí, basta clicar no botão '+', escolher 'Carteira de Identidade' e ir em "Adicionar Documento' para ter acesso. A nova Carteira de Identidade Nacional vem com um QR Code, que pode ser lido por qualquer dispositivo apropriado, como um smartphone, o que permitirá a validação eletrônica de sua autenticidade, bem como saber se ele foi furtado ou extraviado. Essa versão do documento servirá também como documento de viagem, devido à inclusão de um código de padrão internacional chamado MRZ — o mesmo usado em passaportes. Até o momento, o Brasil dispõe de acordos para uso do documento de identidade nos postos imigratórios de países do Mercosul. Para os demais países, o passaporte continua sendo obrigatório. A Carteira de Identidade Nacional é válida em todo o país e é aceita legalmente, inclusive no formato digital. O prazo de validade varia conforme a idade da pessoa, sendo de cinco anos para crianças até 11 anos e de 10 anos para quem tem entre 12 e 59 anos. O prazo é indeterminado para a população a partir dos 60 anos. O documento no formato anterior é válido até 28 de fevereiro de 2023. Depois dessa data, a emissão da nova carteira passa a ser obrigatória.
Ao participar da abertura do 21º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), em São Paulo, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, destacou nesta segundafeira (1º) que o Brasil, como um dos principais fornecedores de alimentos, se coloca como um participante importante para garantir a segurança alimentar mundial. “O Brasil se coloca como um participante importante, mas não depende só do Brasil, somos uma peça no combate à insegurança alimentar. Somos produtores de alimentos, mas não produzimos alimentos do nada, precisamos dos insumos. Então, cada um tem a sua participação, o Brasil pode carrear tudo isso, mas precisamos que todos realmente entendam o seu papel”, disse, destacando que a questão da sustentabilidade não pode ser usada para prejudicar a competitividade brasileira. “Todos queremos a preservação ambiental e a sustentabilidade, mas ela não pode ser usada por alguns países para nos prejudicar”. Segundo o ministro, os recentes con itos internacionais trouxeram transtornos enormes ao mundo todo, como a insegurança em relação ao fornecimento de fertilizantes. “Felizmente no Brasil não tivemos o problema que nos assombra, que era a entrega de fertilizantes, e hoje temos uma entrega regular, ainda caro, mas vamos chegar em um patamar competitivo”, destacou. O evento, organizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em parceria com a B3, reúne especialistas do setor para debater assuntos como segurança alimentar, tecnologia e meio ambiente. Também participaram da abertura do Congresso o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite; o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho; o CEO da B3, Gilson Finkelsztain; o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, e o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Francisco Matturro.
Ministério da Saúde alerta grávidas sobre a varíola dos macacos ©SHUTTERSTOCK
O Ministério da Saúde emitiu, na segunda-feira (1º), uma nota técnica orientando grávidas sobre a prevenção à varíola dos macacos. De acordo com o documento, o uso de máscara e de preservativos são fortemente recomendados para este grupo, bem como para lactantes e pessoas com bebês recém-nascidos. “Considerando o rápido aumento do número de casos de MPX [monkeypox] no Brasil e no mundo, associado à transmissão por contato direto e, eventualmente, por via aérea, recomenda-se que as gestantes, puérperas e lactantes: mantenham uso de máscaras, principalmente em ambientes com indivíduos potencialmente contaminados com o vírus; usem preservativo em todos os tipos de relações sexuais (oral, vaginal, anal) uma vez que a transmissão pelo contato íntimo tem sido a mais frequente”, diz o documento. De acordo com informações da Agência Brasil, as recomendações da pasta alertam que o quadro clínico de gestantes tem características similares ao de outras pessoas. Entretanto, nesse grupo, a gravidade da doença pode ser maior. Além das grávidas, crianças com menos de oito anos e imunossuprimidos integram o grupo de risco para a varíola dos macacos. Por isso, segundo o documento, os laboratórios devem priorizar o diagnóstico dessas pessoas, “visto que complicações oculares, encefalite e óbito são mais frequentes”.
14 NA MINHA OPINIÃO
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MÁRCIO GREIK Delegado Federal
Eleições 2022, espero um desastre para o PT O
Brasil vive uma intensa polarização política, como jamais houve em tempos anteriores. Se bem que, desde a abertura política, após o regime militar, a Esquerda brasileira competiu consigo mesma nas Eleições ocorridas no País. O exPresidente LULA, inclusive, já declarou sua imensa satisfação por constatar que em determinadas eleições presidenciais todos os candidatos eram de viés socialista. Esse cenário só mudou em 2018 com a candidatura e posterior Eleição do Presidente JAIR B OLSONARO. O que provoca nos seus adversários o ódio mais intenso e isso ocorre porque ele foge da política da boa vizinhança, da camaradagem, do no trato ao opositor, o que pôde ser muito observado na Eleição Presidencial de 2014, quando DILMA disputou o segundo turno com AÉCIO NEVES. Naquelas Eleições foi possível ver claramente o “pacto de não ag re ss ã o” r m a d o i mpl i c it am e nte p e l o s d oi s candidatos durante a corrida eleitoral. Ainda que AÉCIO levantasse algumas pequenas falas sobre a corrupção praticada pelo governo petista, Nele não existia nenhum arcabouço moral
e, principalmente, psicológico capaz de passar para a população a imagem de que era diferente, até porque seu governo no Estado de Minas Gerais já vivia graves
nessas Eleições de 2022, a grande maioria dos partidos políticos se colocasse numa frente de batalha contra JAIR MESSIAS BOLSONARO.
e, seguindo a cartilha de LENIN, valorizou mais o partido político e o projeto de implantar uma comunidade latina de nações socialistas. ©REPRODUÇÃO/TWITTER
acusações de ilegalidades e desmandos. A insatisfação com o modo grosseiro e indelicado pelo qual os adversários de JAIR BOLSONARO são tratados, a falta de espaço para velhos políticos aproveitadores, que vendiam apoio ao Presidente em troca de dinheiro, cargo e emprego no governo e nas empresas estatais, fez com que,
Existem analistas dizendo que essa estratégia tem sido usada no mundo inteiro para destruir os candidatos Direitistas, que geralmente defendem valores sociais e morais da família, da fé cristã, da liberdade e do nacionalismo. Por anos esses valores foram desprezados pelos partidos socialistas, incluindo o PT, que nunca ligou para a bandeira e os símbolos nacionais
Em 2022 vár ios p ar t idos políticos estarão reunidos contra o que de nem como inimigo comum que, na verdade, é inimigo deste sistema predatório que se tornou a política brasileira. Em vozes uníssonas todos atacam o Presidente JAIR BOLSONARO e se juntam ou, no máximo, calam a boca para a ameaça real da volta de um governo que foi responsável pelo
maior esquema de corrupção que o mundo já viu. Mas, creio eu que, 2022 será um desastre político para o PT, mesmo com o apoio da velha guarda da política nacional, da mídia, de boa parte da cúpula do Poder Judiciário e de muitos p ar t i d o s p o l ít i c o s , qu e s e ju nt ar am a c re d it an d o qu e ganharão as eleições, partindo do p r e s s u p o s t o d e q u e LU I Z INÁCIO LULA DA SILVA é o melhor candidato para derrotar BOLSONARO. Esse pessoal crê que o povo brasileiro esqueceu o desastre econômico que foi o governo do PT com DILMA ROUSSEF e o nível de corrupção que o Brasil provou no governo de LULA. Acontece que, para fazer essas alianças, o PT está abrindo mão de candidaturas próprias em vários Estados da Federação porque precisa acomodar, nas poucas vagas que as eleições proporcionam, os diversos partidos políticos e seus apoiadores. Fazendo assim, o PT abandona a principal característica que manteve durante todos esses anos de existência, que era não se juntar com outros partidos, a não ser que fossem os “cabeças”. O PT sempre escolheu ser o prot a g on i s t a d a s própr i a s
histórias, tanto em nível nacional, quanto estadual ou mu n i c i p a l , l a n ç a n d o s u a s candidaturas para todos os cargos, ainda que fossem inviáveis ou com poucas chances de vitória. Desta vez, no novo arranjo que as coligações, apoios e parcerias exigem, o Partido dos Tr a b a l h a d o r e s e s t á s e n d o obrigado a retirar candidaturas próprias para apoiar candidaturas de outros partidos, perdendo a chance de manter ou aumentar o número de cadeiras ocupadas no Parlamento Nacional ou nos Governos Estaduais, por acreditar que vale a pena pagar esse preço para receber o apoio desses políticos ao seu exponente maior, que é a candidatura do ex-presidente LULA. Essa estratégia vai custar caro ao PT, a ponto de se tornar um desastre político para o P A R T I D O D O S T R A BA L HA D OR E S . Fr uto dessas alianças, veremos, em 2022, o PT reduzir de 56 para 40 o número de Deputados Federais e de sete para seis o número de Senadores da bancada no Congresso Nacional. As minhas palavras estão lançadas. Agora resta esperar o próximo dia 2 de outubro de 2022.
Arqueólogos acreditam ter achado no Egito um dos Templos do Sol perdidos Descoberto por acaso durante escavação, o suposto templo ao deus Rá seria datado de 4,5 mil anos atrás e pode ser uma pista valiosa sobre a Quinta Dinastia egípcia perdido foi feita sem querer pelo time de arqueólogos que estava em Abu Ghorab, ao norte de Abu Sir, trabalhando no templo dos reis Ni Wasara e Sarra, quando uma pessoa da equipe tropeçou em uma estrutura redonda de
do Sol perdidos. Caso con rmado sua origem, o templo deve ter uma datação de aproximadamente 4.500 anos atrás. Com isso, ele remonta aos faraós da Quinta Dinastia para o Deus Rá (Sol) do Egito Antigo. A escavação do suposto templo
tijolos de barro. Ao escavarem mais, os pesquisadores conseguiram visualizar um templo com uma entrada de pedra calcária, pisos de tijolos de barros e enormes blocos de quartzos. Além da arquitetura do templo,
©FACEBOOK OFICIAL DO MINISTÉRIO DO TURISMO E ANTIGUIDADES
Em nota publicada no Facebook, no último sábado (30), o M i n i s t é r i o d o Tu r i s m o e Antiguidade do Egito informou que arqueólogos italianos e poloneses encontraram o que pode ser um dos quatros Templos
os arqueólogos se depararam com informações importantes. De acordo com a nota o cial, tampas e selos de argila com nomes reais, como o do rei Shabsskara, da Quinta Dinastia, foram encontrados. Os conhecimentos sobre Templos do Sol são escassos, segundo os pesquisadores. O fato da estrutura em homenagem à divindade estar soterrada pelo templo dos reis fez com que a equipe internacional levantasse uma teoria. Para eles, muito provavelmente o templo foi removido pelo rei Ni durante a construção, utilizando a parte nordeste do Templo de Rá para erguer seu próprio templo mortuário. Tal teoria é endossada por vasos de cerâmica descobertos nas proximidades que provavelmente eram usados para rituais de fundação, nos quais uma pessoa de cargo elevado iniciaria a construção de um
novo edifício. Entretanto, os estudiosos ainda não conseguiram encontrar evidências interliguem os reis da Quinta Dinastia com reis Ni e Sarra. A Quinta Dinastia egípcia ai n d a é p ou c o c on h e c i d a .
Contudo, caso o achado se con rme, é um grande avanço para conseguir novos dados sobre a quinta família sucessora ao trono do antigo império. Em nota, Massimiliano Nozolo, chefe da delegação da Academia Po l o n e s a d e C i ê n c i a s e m
Varsóvia, con rmou que a missão irá completar seu trabalho num futuro próximo para descobrir mais segredos sobre o edifício. Até o momento, os arqueólogos trabalham para achar artefatos que con rmem a origem da estrutura de tijolo.
COTIDIANO 15
04 A 11 DE AGOSTO/2022
Templo de pedra é achado em antiga Pastores: lobos ou 'cidade de Guerra' cordeiros? na Arábia Saudita TADEU TOMAZ Turismólogo, mestre em Conscientização Turística e Ambiental Ex-secretário de Turismo, Cultura Esporte e Lazer ADJ da PMS
©REPRODUÇÃO
Foram identificados restos do santuário e um altar onde teriam sido realizados rituais no passado da região ©DIVULGAÇÃO/SAUDI PRESS AGENCY
E
stamos a pouco mais de 60 dias das eleições de 2022 e podemos perceber que o número de candidatos(as), evangélicos ou católicos — seja um líder em sua igreja ou um(a) obreiro(a), uma cantora gospel ou um evangelista — aumentou consideravelmente, de acordo com as convenções e interesses de seus partidos. É bom lembrar que já existe a chamada 'Bancada dos Evangélicos' na Câmara Federal, mas será mesmo que ela defende os interesses dos cristãos ou apenas está ali porque o fundo partidário é mais que atrativo?
Vale lembrar que, na Bíblia, no livro de II Timóteo Cap. 3 versículos de 3 a 6 nos diz claramente: 'extrema corrupção nos últimos tempos'. "Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a e cácia dela. Destes,
afasta-te". Diante de tanta clareza comece a questionar os líderes espirituais que conduzem os rebanhos sempre com a visão da prosperidade. No tempo de JESUS, um certo líder religioso ganancioso de nome Caifás, o sumo sacerdote, fez exatamente o que presenciamos nos dias atuais. O u vo cês acham que não? Sempre teremos um BARRABÁS de plantão ou um pastor oportunista. LOBO OU C O R D E I R O ? Va m o s c a r atentos, vigiar e orar, pois eles breve estarão à sua procura, ou melhor, à procura do seu VOTO.
Volkswagen apresenta o seu primeiro drone de passageiros autônomo e elétrico ©VOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO
O segmento de mobilidade aérea a c ab a d e g an h ar u m n ovo membro, o V.MO, o primeiro drone elétrico e autônomo de passageiros lançado pelo Grupo Volkswagen na China. A empresa revela que começou a desenvolver o protótipo do veículo de pouso e decolagem vertical (eVTOL) em 2020 após inúmeras pesquisas: “É um projeto pioneiro que nossa jovem equipe de especialistas chineses começou do zero”, disse Stephan Wöllenstein, CEO do Grupo
Volkswagen China. Projetado especi camente para atender o mercado chinês, o V.MO nasceu combinando o que há de mais recente em condução autônoma com soluções de tecnologia de bateria testadas pela companhia. “O V.MO é o primeiro de muitos marcos notáveis em nossa emocionante jornada em direção às viagens aéreas urbanas”, acrescentou o executivo. Apesar de nenhuma especi cação técnica ter sido
revelada até aqui, dá para notar a presença de duas hélices frontais para voo horizontal e mais oito rotores para elevação vertical. Para 2023, estão programados inúmeros testes para reunir mais informações e aprimorar o protótipo atual, que poderá transportar quatro passageiros por uma distância de até 200 km por carga. Embora ainda seja difícil pensar em quando esse tipo de conceito vai literalmente decolar no mercado, essa é uma das direções que muitas empresas estão explorando quando se fala no futuro da mobilidade urbana. A Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, também mostrou recentemente o primeiro mockup da cabine do seu eVTOL. A maquete foi apresentada no Farnborough Airshow do Reino Unido, considerado um dos principais eventos do segmento no mundo.
Arqueólogos desenterraram os restos de um templo de pedra que remonta há oito mil anos nas proximidades do Monte Tuwaiq, situado a leste da antiga cidade de Al-Faw, na Arábia Saudita. A descoberta foi anunciada pela Comissão do Patrimônio do país por meio de um comunicado divulgado à imprensa no ú lt i mo d i a 2 6 d e ju l ho, relatando a experiência da equipe internacional. Em meio às escavações, foram descobertos os restos do santuário, parte de um a l t a r, m a i s d e 2 , 8 m i l sepulturas datando de diferentes períodos históricos e inúmeras inscrições devocionais. Segundo
destacou a revista Galileu, o local teria sido usado pelos moradores da cidade para a realização de rituais e c e r i môn i as . Uma d as inscrições foi escrita por uma pessoa chamada Wahb Allat, da família de Malha e estava endereçada ao deus Kahal, divindade de Al-Faw, referida como “cidade de Guerra” no texto. Ap ó s a d e s c o b e r t a , o s pesquisadores sugeriram que o texto pode indicar como havia uma relação entre a cidade e Al-Jarha, outra região próxima também voltada ao comércio. Uma s egunda hipótese é de que havia tolerância religiosa entre as populações.
Durante o projeto, que envolveu fotogra a aérea de alta qualidade, drones, levantamento topográ co, sensoriamento remoto e radar d e p e n e t r a ç ã o n o s o l o, também foi possível identi car um sistema de i r r i g a ç ã o c ompl e xo qu e incluía canais, cisternas e centenas de poços. Ainda foram encontradas inscrições esculpidas na face do Monte Tuwaiq, onde os e s p e c i a l i s t a s n ot ar am a presença de artes rupestres que contavam a história de um homem chamado Madhekar Bin Muneim, assim como cenas de batalha, caça e viagens.
16 CAFÉ COADO
04 A 11 DE AGOSTO/2022
JOSÉ NIVALDO CAMPOS VIEIRA Advogado, formado em Filosofia,coronel da Reserva da PMES e empresário da área de segurança privada nivaldo@seiinteligencia.com.br
Violência e criminalidade: Perda do “o da meada” — Parte 5 N
a intenção de compreender o fenômeno violência e criminalidade que assola nosso País e, no contexto deste, de maneira signi cativa, o Estado do Espírito Santo, estamos empreendendo caminhada, na tentativa de encontrar elementos que evidenciem a causa que leva, de maneira agressiva, um número cada vez maior de pessoas, cada vez mais jovens, ingressarem no mundo do crime. Entendo, e respeito, que alguns possam não gostar do trato do tema pela ótica que aqui percorro, principalmente em função dos efeitos que as ações criminosas, nos delitos de toda ordem, em especial os contra a vida, impactam a sociedade como um todo. Compreensível o desagrado em relação à abordagem que faço, principalmente em relação às pessoas diretamente atingidas, com as perdas de vidas humanas inocentes, por ação de criminosos, que levam precocemente deste mundo, de forma torpe, pais de família, lhos amados, vizinhos, amigos, companheiros de trabalho e assim por diante. A violência desmedida faz, i n c lu s ive , qu e s e re l at iv i z e dramaticamente as perdas em relação aos bens materiais, ao patrimônio, muitas vezes conseguido a partir de árduo esforço de trabalho. Quando uma pessoa é “assaltada” (é vítima de um crime de roubo), quando se vê dela retirada, de forma abrupta, o seu “smartphone”, adquirido como j á dito, muit as ve zes com di culdade, nanciado, ainda com muitas prestações a serem pagas, é comum se ouvir o comentário: “graças a Deus ele (o assaltante) não fez nada comigo”. Dramático. Lamentável. Marilena Chauí no ensaio “Ética e violência” diz que violentar é “desnaturar, coagir, constranger, torturar, brutalizar, transgredir”. Neste sentido, ela de ne violência, de maneira determinada, como sendo: “brutalidade, sevícia e abuso físico e/ou psíquico contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais de nidas pela opressão, intimidação, pelo medo e pelo terror”. A criminalidade disseminada em nosso País, em nosso Estado, cada vez mais violenta, desestabiliza, provoca comoção, desespero, raiva, ódio, sede de vingança, ou, na melhor e mais branda das hipóteses, esperança e sede de justiça. Como no mundo dos homens a justiça almejada costuma não vir, ou quando vem, não se apresenta, à luz do ofendido, na medida desejada ou no tempo certo por ele vislumbrado, em momentos de amargura e de desespero, evoca-se, por vezes, a “justiça divina” como esperança última. E aqui, mais uma vez a coisa ca confusa. Como Deus, na sua in nita bondade, sempre perdoa, haverá sempre a possibilidade de, na concep ção do ag re dido, a aplicação de pena inadequada. Colocando de novo os pés no chão, existem, e não são poucas, organizações sociais, assistenciais, religiosas, etc., que se encarregam de cuidar do agressor, tendo, com certeza, como objetivo último de ajudá-los a expiar o pecado decorrente dos crimes por eles praticados. Profundo e complicado. Quem sabe, reconhecer a existência do passivo social, do descuido, da falta de
atenç ão, do ab andono, do comportamento “não é comigo” em relação aos milhares de “ os das meadas” que, desprendidos do gigante tear, vivem à margem da sociedade, possa ser uma pista para o controle da violência e da criminalidade. Quem sabe. Neste sentido, é possível que as organizações sociais mencionadas (aqui, com ênfase, as efetivamente envolvidas e comprometidas em relação aos objetivos para os quais foram constituídas), que dão assistência aos “ os das meadas” desprendidos, te cido s o cia l defeituoso, estejam trilhando o caminho certo, embora sejam muitas vezes incompreendidas. Com seu trabalho, além de colaborar com a perspectiva da Conquista do “perdão divino”, proporcionando aos perdoados um lugar melhor no paraíso celestial, estejam ao mesmo tempo contribuindo para a melhora do mundo deles (e do nosso) aqui na terra. Merece ser pensado. Inegável, inconteste é que no
superpotências iniciam uma maluca corrida espacial que culmina, em 12 de abril de 1961, com a primeira viagem especial de um ser humano. Nela, o astronauta russo Yuri Gagarin deu uma volta em torno da terra. Oito anos depois, mais precisamente em 20 de julho de 1969, os EUA dão o “troco”. Levando três astronautas a bordo, a espaçonave Apollo XI pousa na lua. Também, na famosa década de 60, e ainda em decorrência da Guerra Fria, são dados passos importantíssimos para o encurtamento das distâncias no planeta. Surge a rede mundial de comunicação, ou simplesmente a internet, que como uma “teia de aranha mundial”, conhecida pela famosa repetição de letras “www”, revolucionou o modo de ser e os costumes dos habitantes do planeta terra. Vivemos o auge da “realidade virtual”. Aqui, nas terras descobertas por Cabral, em 21 de abril de 1960, exatamente a zero hora do dia que
Como exemplo deste impacto social, podemos mencionar o surgimento do primeiro grande aglomerado urbano decorrente do êxodo rural em função da decisão do Governo Federal de erradicar cafezais no Espírito Santo. Ele surge nos Municípios de Vila Velha e Cariacica e, sem nenhuma infraestrutura, cresce, se agiganta. Nel e s e a c omo d am , c omo podem, com total ausência do Estado, milhares de “ os das m e a d a s” d e s pre n d i d o s d o poderoso “tear” em decorrência de ter-lhes sido, com a erradicação do café, também “erradicada” a sua fonte de rend a e a b as e de conv ivênci a s o ci a l em su as comunidades. Não se deu por acaso a formação, o surgimento, dos hoje bairros/comunidades de Cobi (de Bairro e de Cima), Cobilândia, Jardim Marilândia, em Vila Velha; e Jardim América, Bela Aurora, Campo Grande, em Cariacica. Vejamos. Para cumprir elmente o seu ©RUI DE OLIVEIRA/IJSN
Alexia Debacker Espinoso
Brasil, no Estado do Espírito Santo, por décadas, muitos, inúmeros, milhares de “ os das m e a d a s” c a r a m p e r d i d o s , desprendidos do grande tear. A forma como se organiza a sociedade brasileira, a sociedade capixaba, decorreu da opção que tomamos lá atrás. Como podemos hoje querer um tecido social de boa qualidade, bem-estruturado, se há muito tempo, anos após anos, ignoramos os “ os das meadas” desconectados do potente e arrojado tear que os produziam. En m, fabricamos, como já disse de forma reiterada em artigos anteriores, tecidos sociais defeituosos. Vamos corrigir o processo. No c ap í t u l o a nt e r i o r n o s detivemos nos anos 60, década marcante para a geopolítica do planeta, de nosso País, e, de forma determinante, para Estado do Espírito Santo. No auge da guerra fria, as duas superpotências mundiais (URSS e EUA) travaram batalhas surdas e absurdas, que chegaram a levar, na mídia e na sociedade, em geral, a discussões loucas do tipo: quem tinha mais og ivas nucle ares, ou ainda, “quantas vezes o arsenal nuclear de cada uma delas tinha capacidade para destruir o planeta Terra”. Passados alguns anos com alguma trégua, vemos emergir novamente nos primeiros meses de 2022, mais uma vez, preocupações em relação ao emprego de ogivas nucleares, decorrente da situação do con ito Rússia contra Ucrânia. Ainda com ns estritamente militares, as duas
o Brasil completava 460 anos da chegada dos portugueses, a Capital trocou de endereço. Foi para a então futurística Brasília, no planalto central brasileiro, cuja construção se deu em tempo recorde (menos de quatro anos) e com um custo também recorde, motivado por diversos fatores (logístico, operacional e de gestão). Gastou-se na construção de Brasília algo em torno de um bilhão de dólares. Na sequência de acontecimentos marcantes, ainda na década de 60, no dia 31 de janeiro de 1961, Juscelino Kubitschek de Oliveira, construtor de Brasília e primeiro mandatário a ocupar seus palácios, passa a faixa presidencial ao seu sucessor, o excêntrico Jânio da Silva Quadros, que em 25 de agosto do mesmo ano renuncia ao mandato. A renúncia de Jânio dá início a um quadro de instabilidade política na história do Brasil, culminando, em 31 de março de 1964, com a deposição do Presidente João Belchior Marques Goulart, eleito vice-presidente na chapa de Jânio e que havia assumiu a Presidência em decorrência da renúncia deste. Os militares assumem o poder. No b or bu l h ar d a s transformações, alterações, dos avanços e recuos, dos atinos e desatinos vivenciados no mundo e em nosso País a partir da marcante década de 60, o Estado do Espírito Santo é impactado bruscamente com a mudança de sua matriz econômica, e em decorrência disto, como já disse no artigo anterior, sofre forte impacto social.
papel de “fronteira verde”, de forma a proteger as riquezas das minas gerais, as vias de ligação do Espírito Santo para os demais estados brasileiros sempre foram muito “acanhadas”, restritas, e, curiosamente, convergentes, concentradas (facilidade de controle, questão de logística). Até a década de 60, a Ponte Florentino Avidos (a Cinco Pontes) era a única ligação ferroviária e rodoviária da Capital Vitória com Vila Velha e, por consequência, com a Região Sul. As outras eram aquáticas. Por canoas, e depois também barcas, que ligavam o bairro Paul à Ilha de Vitória, e ainda, por canoas, usando o hoje assoreado Rio Marinho (que faz divisa entre Vila Velha e Cariacica) que, acreditem, já foi navegável. Também em Vila Velha se concentravam as ligações ferroviárias do Espírito Santo com o Brasil. A Estrada de Ferro Vitória a Minas, da então Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) — hoje Vale, que liga o Espírito Santo a Minas Gerais, tinha a sua estação inicial localizada em Vila Velha (Estação Pedro Nolasco, em Paul, posteriormente transferida para Jardim América, em Cariacica). Também era por Vila Velha que se escoava para o mundo o minério de ferro que chegava ao Espírito Santo pela ferrovia da Vale. Ainda em Vila Velha (também em Paul), pela Estrada de Ferro Leopoldina, da Rede Ferroviária Federal, se fazia nossa ligação com o Estado do Rio de Janeiro, hoje desativada. Por Vila Velha também passava a malha rodoviária. A BR
262, que faz a ligação com o Brasil central, começava exatamente na divisa entre Vila Velha e Cariacica, assim como a BR 101, que faz a ligação das Regiões Sul/Norte do País, e que até a construção da Rodovia do Contorno (década de 70), também passava por Vila Velha. Com este desenho, não é difícil de imaginar por onde chegaram, e onde caram, parte signi cativa dos milhares de “ os das meadas” d e s pre n d i d o s d o “te ar” e m decorrência da erradicação do Café. Chegaram, muitos com os lhos e mudança (esta consistindo, por vezes, de algumas malas e alguns poucos pertences, principalmente ferramentas de t rab a l ho). Eram-l hes d ad as algumas poucas alternativas de onde car. Para quem tinha algum dinheiro e podia comprar um lote de terra, em Vila Velha, a família Laranja loteou sua propriedade rural (localizada à margem direita da Rodovia Carlos Lindenberg — sentido Vitória a Vila Velha). Assim, foram constituídos os bairros de Cobilândia, depois Jardim Marilândia e assim vai, em áreas que, já naquela época (est amos fa lando de 1960), inundavam. Para quem tinha um pouquinho mais de dinheiro, embora não muito, a família Viola loteou também a sua propriedade rural. E m m e l h ore s c on d i ç õ e s d e habitabilidade, livre de enchentes, foram constituídos os bairros de Jardim América, depois Campo Grande, e assim por diante. Bem, e para quem não tinha dinheiro nenhum? Para quem, desempregado, em lugar estranho, deslocado do seu universo de convívio social, tinha só a família, os lhos (geralmente muitos) para cuidar, o que fazer? A estes, sobrou uma faixa de terra, com muito mangue, situada às margens direita e esquerda do Rio Marinho, constituída de terreno público. Aos “ os das meadas” desprendidos do grande “tear” que se encaixavam na categoria dos “s e m d i n h e i r o” ( e n a q u e l e momento, eram os “sem-terra” para fazer o que sabiam, os “sem c a s a” p a r a m o r a r, o s “s e m trabalho” para prover o sustento de sua família, os “sem referência de comunidade social”, da qual foram “e r r a d i c a d o s ” ) , m a s , c o m dignidade, com valores, e referência de família, restou a inóspita área de mangue. Nela havia madeira, e eles tinham disposição, tempo, força de trabalho, e algumas ferramentas: construíram suas casas. O mangue e o rio eram ricos em peixes, camarões, caranguejos, goiamuns, e outros crustáceos: Tinham como se alimentar. Surge em Cobi de Baixo (logo depois, Cobi de Cima, este com outra con guração geográ ca), o primeiro grande aglomerado, em forma de favela de pala ta, formado pelos “ os das meadas” desprendidos do grande “tear”. É possível referenciar a década de 60 como um marco para a evolução da humanidade. A partir dela, com o advento da tecnologia, da informática, o progresso passou a ser medido não mais em décadas, mas em anos, meses, dias. Na contramão dos avanços, no Estado do Espírito Santo, milhares de “ os das meadas” foram desprendidos do grande “tear”. No
meio rural, tinham identidade: E r am t r ab a l h a d ore s r u r ai s , meeiros ou pequenos produtores r u r a i s . Ti n h a m s u a s c a s a s , convívio social. No meio urbano, passaram a ser desempregados. Perderam sua identidade. Passaram para a condição de “favelados”. Para eles faltava tudo, inclusive serviço médico público. Na época, ao trabalhador informal (a maioria), o sem “carteira assinada”, não era permitido o acesso ao serviço de saúde da previdência social. Os “ os das meadas” abandonados, “erradicados” junto com os pés de café, migraram do meio rural para a cidade, onde chegaram com seus lhos. Os lhos deles tiveram lhos, e estes seus lhos. A violência e a criminalidade de hoje não são frutos de “geração espontânea”. Constituem consequências, e como toda consequência, tem sua causa. Os criminosos, os “bandidos” de hoje, cada vez mais precoces, fazem parte da terceira geração (alguns, em decorrência da precocidade com que as mulheres engravidam, já fazem parte da quarta geração) de famílias desprotegidas, desassistidas, abandonadas. Não são violentos, não são agressivos “naturais”. A violência, a agressividade, decorre da somatória de diversos fatores sociais, da ausência de políticas públicas. O dé cit, acumulado em cinco décadas, gerou uma patologia preocupante. Mas, não se cura a doença “matando” o doente (se fosse assim, o problema da violência no Brasil e no Espírito Santo já teria sido revolvido. Mata-se mais que em muitas guerras). Por outro lado, o remédio que estamos prescrevendo, na relação do sempre MAIS do MESMO (mais polícia, mais repressão, mais prisão, mais..., mais..., mais...), pelo que podemos observar, não vem surtindo efeito. Continuaremos nossa re exão no próximo artigo. Nele vamos ingressar na década de 70. Década áurea para o início do desenvolvimento e crescimento econômico do Estado do Espírito Santo (mas não para o desenvolvimento social, que continuou se agravando, deteriorando). Nos anos 70 vamos ver a criação do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), a entrada de nitiva do Estado na era da industrialização, principalmente em decorrência dos grandes projetos na área da metalurgia, siderurgia e celulose. O problema da violência e da criminalidade no Espírito Santo ( c om o d e re s t o n o Br a s i l ) , impulsionado fortemente pelo narcotrá co, tem cunho predominantemente social. E precisa ser lidado exatamente por esta ótica. Há cura para a “doença”. Basta atrelar os “ os das meadas” que, por anos seguidos, décadas seguidas, continuam desprendidos do gigante “tear”. Direitos e deveres. Valores, responsabilidade social. Trabalho. Compromisso e responsabilidade de to dos. E duc aç ão, s aúde, saneamento básico, iluminação pública. Cultura, lazer. Espaços públicos funcionando à noite, acol hendo, prop orcionando esporte, recreação. Quem sabe, quem sabe...