Saber indígena e ciência se unem para evitar extinção do pirarucu
Na Amazônia, manejadores do peixe conhecido como “bacalhau brasileiro” precisam fazer vigilância dos ambientes aquáticos por conta da exploração da pesca ilegal
e de abastecimento
Peixe tradicional e iguaria da Amazônia,opirarucupassoupor um período de sério risco de extinçãonosanos2000.Afaltade conhecimento sobre o volume doscardumeseoavançodapesca ilegalcolocaramomaiorpeixede escamas de água doce do mundo em ameaça, trazendo assim insegurançaalimentarederenda para os povos que dependem da espécie
Foi então que uma técnica de manejo desenvolvida pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, em parceria com comunidades locais, possibilitou conhecer a população de pirarucu e pensar uma forma de preservação para alimentaçãodaspessoas.
Carlos Alberto Bezerra oceanógrafo e técnico do ProgramadeManejodePescado Instituto contaqueomanejonão foi pensado diretamente para bene ciar a comercialização "A ideia inicial era ter com o que o comunitário se alimentar Como foi um sucesso hoje em dia a gente acabou com esse problema de falta de peixe disse o oceanógrafo e técnico do InstitutoMamirauá
dapesca,quecaptura
peixes de forma aleatória, o manejo considera o controle populacional e respeita o limite
indivíduos para
comercialização e subsistência
O Quênia está passando pela sua pior seca em mais de quatro décadas. A falta de água afeta as colheitas, agravando o quadro de insegurança alimentar e deixando milhares de pessoas à beira da fome Para além das mazelas sociais, a estiagem histórica ameaça a vida selvagem da região: em três meses, a seca matou quase 2% das zebras mais raras do mundo e 25 vezes mais elefantes do que o normal no mesmo período, segundo a agênciaReuters.
Aszebras-de-grevysãomaiores que a zebra padrão de planícies e têmlistrasmaisestreitaseorelhas mais largas. Restam apenas três milnomundo,2.500dasquaisno Quênia.Desdejunho 40animais da espécie padeceram "Se perdermos40acadatrêsmeses,o que isso signi caria para a população restante?", questionou Andrew Letura o cial de monitoramento da organização Grevy'sZebraTrust(GZT).
tarefa fácil Comcercade1,50metrode comprimento e podendo chegar a até 200 quilos, a espécie amazônica exige horas de dedicação, bem como dias de
Manejar não
Do total, apenas 30% pode ser manejado, conforme esclarece CarlosBezerra.
Solimões, conta que o volume total representa 80% do pirarucu manejado no País. Isso signi ca
comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas assumam ainda mais este papel deguardiõesdamata.
Divididos entre grupos de quatro a cinco pessoas, há rotas de vigilância feitas em pequenas embarcações “O trabalho de vigilância é o ano todo A gente enfrenta muita resistência, sem o apoio de instituições que deveriam dar e não tem. Muitos companheiros conhecidos já foram mortos nessa questão de defender o território e evitar a pesca predatória Quatro anos atrás, não tinha invasores. Ibama e ICMBio davam apoio e agora nãotemnadamais” elea rma.
( I m a o r a ) e I n s t i t u t o
Socioambiental (ISA) A
organização conecta produtos de comunidades tradicionais, em áreas protegidas na Amazônia, com empresas que utilizam matérias-primasdaregião
O objetivo é promover um comércioéticoquegereimpactos positivos ao coletivo, colocando todos os interessados em uma conversa transparente sobre como valorizar a oresta em pé
A partir da articulação da rede, a empresa Cocar & Co, com sede em Manaus, passou a ser cliente do pirar uc u manejado
deslocamento rio adentro para muitascomunidades.
Os saberes tradicionais contribuem muito para a atividade,poisénomomentoque o pirarucu sai da água para respirar — movimento chamado de boiada — que os manejadores precisam ter o olhar clínico para fazeracontagemdecadapeixe A partir disso, eles são classi cados em três pilares: reprodução,
de Pirarucu de Mamirauá (Femapam) poderão capturar um total de 25.189 espécimes de pirarucu “Considerando uma média de 50 quilos cada peixe, elas terão uma produção estimadade1.259.450quilos”,diz otécnicodoInstitutoMamirauá.
Pedro Canízio, manejador no Amazonas, onde está a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM) no Médio
Não é porque o manejo do pirarucuérealizadodurantedois meses que não há trabalho no restante do ano. A oresta em pé também contribui para a manutenção da vida nos rios, conformeressaltaPedroCanízio No entanto, a ausência de scalização e vigilância contra invasoresfazcomqueaspróprias
Apesar de todo o trabalho para manejar o peixe a remuneração era pequena. Pedro que também é presidente da Femapam, conta que recebia dos atravessadores cerca de R$ 3 por quilo de pirarucu Em Manaus, o peixe é vendido por R$ 25/kg e em São Paulo pode chegar a R$ 50/kg. Conhecida como bacalhau brasileiro a espécie tem carne macia textura suave e poucas espinhas, já sendo reconhecido naculináriainternacional
A diferença entre o preço da venda e o que é pago ao manejador começou a car mais justa com a chegada da rede Origens Brasil, criada pelo I n s t i t u t o d e M a n e j o e
Integrante da Juruá Amazônia Logística,acompanhia foicriada e s p e c i c a m e n t e p a r a desenvolver e comercializar p r o d u t o s c o m o r i g e m amazônica.
Luiz Brasi coordenador da rede Origens Brasil do Ima ora, conta que a Cocar & Co é responsável pela limpeza, corte embalagem e distribuição ao redor do Amazonas. Este novo mercado elevou o preço do pirarucu para R$ 9/kg para os federados da Femapam. Mas não só isso Também funciona como um regulador de preços para a região, puxando o preço médio paracercadeR$6ouR$7”
Buscando minimizar os efeitos da seca e desnutrição sobre os animais, a organização começou a alimentar as zebras com feno derramadosobreumamisturade melaço sal e cálcio Outros mamíferos também sofrem. "Os guardas orestais contaram oito vezes mais animais mortos
fracosdemaispara
em
setembro normal",
Leyian, executivo chefe da Big Life Foundation que atua em áreasdeconservação
A taxa de morte de elefantes chegaaser25vezesmaiordoque o normal em setembro A Save t h e E l e p h a n t s g r u p o conservacionista focado nos grandes mamíferos, observa que muitos dos elefantes mortos foram encontrados com
fogo
provocada
a vilarejos, um
de que a morte
algumas
animais para alimentação de subsistência em meio