Educação Cultura Ciência e Tecnologia Meio Ambiente Saúde Economia ANO XII - Nº 497 03 A 10 DE NOVEMBRO/2022 SERRA/ES
Sapo menor que uma moeda de um centavo é descoberto na Mata Atlântica
Distribuição Gratuita
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
8 Essa receita saborosa é fácil de fazer e rende quatro porções. Vamos ao passo a passo? Pág. 8
HAROLDO CORDEIRO FILHO
8 Mobilizações populares por todo o Brasil lutam contra o resultado eleitoral Pág. 12
ANA MARIA IENCARELLI
8 Abandonar uma Criança que sente a dor e a excitação no seu corpo para se apegar à tese de que seu relato é uma falsa memória, me parece cruel demais Pág. 10
JOSÉ MÁRIO VIEIRA
8 E o rio segue sempre O seu curso natural E inexorável, em sua Rica jornada ele brota Pág. 3
GRACIMERI GAVIORNO
8 O último dia do mês de outubro é marcado por uma festividade curiosa, o chamado Dia das Bruxas Pág. 16
SILVIA VANDERSS
8 Aproxima-se, olhe em
meios olhos. Desperte o meu coração. Sussurre aos meus ouvidos
©JOSÉ POMBAL JR/UERJ
Pág. 3
1º foguete 100% brasileiro decolou em Alcântara Pág. 6
Abelhas geram tanta eletricidade No Rio de Janeiro, pesquisadores encontraram uma agulha quanto no palheiro — ou quase isso. Em meio à imensidã o da nuvem de Mata Atlâ ntica em Nova Friburgo tempestaJovem de Roraima Novembro Azul: três fatos de Pág. 15
Pág. 7
©REPRODUÇÃO/INSTAGRAM ARIENE SUSUI
se torna primeira indígena mestra em comunicação do Brasil
importantes sobre o câncer de próstata ©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE
A dissertação de Ariene Susui, do povo Wapichana, é simbólica para o programa de mestrado da UFRR, que trata sobre a comunicação e os saberes amazônicos Pág. 4
Muitos homens ainda se negam a consultar com um especialista por receio e preconceitos Pág. 9
Alunos da Fafi apresentam espetáculo no Sesc Glória no próximo dia 10 Pág. 14
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2 MEIO AMBIENTE
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O segredo por trás das lores espetaculares no deserto mais seco do mundo Diversidade de cores presente no fenômeno “deserto florido”, no Atacama, tem influência de insetos polinizadores e da quantidade de betalaína, um pigmento natural absorvido pelas pétalas ©REPRODUÇÃO/OVEN PÉREZ-NATES
Com uma extensão de 1,6 mil quilômetros (km), o Deserto do Atacama, no Chile, é o lugar mais seco do mundo. Contudo, apesar da pouca chuva, o local está longe de ser estéril. A região briga uma ora única que, de tempos em tempos, se desenvolve mediante a condições extremas, um fenômeno conhecido como deserto orido. A cada cinco ou 10 anos, entre os meses de setembro e novembro, um acúmulo incomum de chuvas prepara o terreno para essa explosão colorida que chama a atenção do mundo. Jaime Martínez-Harms, pesquisador do Instituto de Pesquisa Agropecuária em La Cruz, no Chile, e sua equipe decidiram investigar os mecanismos que possibilitam essa grande diversidade de cores,
formas e padrões visuais das ores. Suas descobertas foram
publicadas na revista Frontiers in Ecology and Evolution no último dia 21. A análise investigou a
variação de cores orais a partir da Cistanthe longiscapa (Montiaceae), uma espécie
dominante na paisagem de oração efêmera do Atacama. As análises revelaram que a essa diversidade resulta de pétalas contendo pigmentos de betalaína — pigmentos naturais biossintetizados a partir do ácido betalâmico — com diferentes níveis de absorção. “Nosso o bj e t i vo e r a e s c l are c e r o s mecanismos ecológicos e evolutivos que causam a diversidade biológica em ambientes extremos como o deserto de Atacama”, relata Martínez-Harms, em nota. Os autore s l e v ant ar am a hipótese de que a diversidade observada dentro das ores é impulsionada também pelos insetos. Dada a importância da cor na atração de visitantes, a variabilidade observada pode contribuir para o aumento da
polinização cruzada em condições extremas de deserto. Os resultados mostram que apenas dentro dessa única espécie de planta, a diversidade perceptível aos polinizadores foi maior que a dos humanos. Os insetos podem distinguir tanto as variantes vermelha, roxa, branca e amarela, como também podem diferenciar entre ores com uma re exão UV alta e baixa entre ores amarelas e roxas. “Por meio de sua preferência por cores e padrões de ores particulares, os insetos podem fazer com que essas variantes se t o r n e m r e p r o d u t i v a m e nt e isoladas de outros indivíduos da mesma espécie. Esse processo contínuo pode levar à origem de novos espécimes”, conclui o pesquisador.
Chile usa boia de alta Espécies de peixes tecnologia para proteger ameaçadas de extinção baleias ameaçadas de no Brasil extinção ©MISSÃO NEKTON MALDIVAS
©FUNDACION MERI/REUTERS
Uma boia inteligente que pode “ouvir” o oceano e monitorar as mudanças climáticas é a nova aposta de uma iniciativa que pretende ajudar baleias ameaçadas de extinção. O equipamento inteligente foi instalado pela Blue B oat Initiative no Golfo do Corcovado, a 1.100 km ao sul de S ant i ago, no C h i l e. S on i a Espanol, diretora da iniciativa, disse que a expectativa é “cobrir toda a rota migratória das baleias da Antártida até o Equador”. A área escolhida pela iniciativa é estratégica. O local, além de abrigar diversas espécies como a baleia-azul, a baleia-sei e a
baleia-franca, tem sofrido com o g rande volume de t ráfego marítimo. E a poluição sonora afeta os animais que dependem
do som para caçar e navegar. Usando um soware chamado Listening to the Deep Ocean Environment (LIDO), a boia consegue monitorar sons e i d e n t i c a r, p o r m e i o d a inteligência arti cial, as espécies marinhas e os ecossistemas aquáticos em tempo real. O equipamento também alerta as embarcações próximas para que possam reduzir o ruído e evitar colisões com os animais. O dispositivo também contém sensores para medir a temperatura da água, níveis de oxigênio e outros recursos para monitorar a saúde dos oceanos e o impacto das mudanças climáticas.
Existem aproximadamente 34.200 esp é cies de p eixes descritas no mundo. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estima que, no Brasil, estejam cerca de 4.545 desse total. Conheça sete peixes brasileiros que estão criticamente ameaçados, segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Esses animais são tão raros que quase não existem fotogra as deles!
1. Acari — Baryancistrus niveatus Essa é uma espécie de bagre da família Loricariidae, nativa da América do Sul. Pode ser encontrada nas bacias do rio Xingu, Tapajós, rio Trombetas e rio Tocantins no Brasil. 2. Andirá — Henochilus wheatlandii O andirá é um peixe de água doce que habita o rio Santo Antônio, a uente do rio Doce, em Minas Gerais. Também conhecido como anjirá, o animal está ameaçado pela destruição das matas ciliares e exploração da bacia do rio Doce com hidrelétricas.
3. Canivete — Characidium grajahuense Existem diversas espécies de peixes-canivetes, a maioria a m e a ç a d a d e e x t i n ç ã o. O Characidium grajahuense, por exemplo, é encontrado na bacia do rio Maracanã, no Rio de Janeiro, que deságua na Baía de Guanabara. 4. Bagre — Potamarius grandoculis Conhecida popularmente como um tipo de bagre, essa espécie é endêmica dos rios Doce e Paraíba do Sul. Ela não é vista há mais de 50 anos e está possivelmente extinta, mas fontes o ciais ainda não con rmaram a classi cação. 5. Surubim-do-jequitinhonha — Steindachneridion amblyurum O surubim-do-jequitinhonha é
um dos maiores peixes da bacia hidrográ ca do rio Jequitinhonha. Sua carne é muito saborosa, qualidade que a transformou em uma espécie valorizada pelos pescadores. A pesca intensa levou o animal a ser classi cado como 'criticamente ameaçado'. 6. Cascudo — Delturus parahybae Esta é uma espécie de bagre blindado, com escamas superfortes, que lhe permitem sobreviver a ataques de predadores, encontrada na bacia do rio Paraíba do Sul. 7. Sarapó — Apteronotus lindalvae Descoberta apenas na última década, essa espécie de sarapó é encontrada no rio Uatumã, na bacia Amazônica.
Jornalista Responsável: LUZIMARA FERNANDES redacao@jornalfatosenoticias.com.br Produtor-Executivo: HAROLDO CORDEIRO FILHO jornalfatosenoticias.es@jornalfatosenoticias.com.br comercial@jornalfatosenoticias.com.br Diagramação: LUZIMARA FERNANDES (27) 3086-4830 / 99664-6644 jornalfatosenoticias.es@gmail.com Facebook Jornal Fatos e Notícias Serra - ES
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"Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor"
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Os artigos veiculados são de responsabilidade de seus autores
ARTES/CULTURA 3
03 A 10 DE NOVEMBRO/2022
SILVIA VANDERSS
JOSÉ MÁRIO VIEIRA
Graduada em Administração e pós-graduada em Letras Possui seis obras publicadas, entre os gêneros, poesia, romance e suspense
Capixaba, casado, autor e advogado
Faça-me A
proxima-se, olhe em meios olhos,
Desperte o meu coração, Convida-me para uma dança, Sussurre aos meus ouvidos. Faça-me acreditar no amor, Desperte o meu querer. Eu quero você! Sinta o meu perfume. Toque em minhas mãos. Decifre o meu olhar. Provoque a minha carne. Aperte a minha cintura.
O RIO
Envolva-me em seu calor.
Beija minha boca. Faça-me arrepiar. ©ARQUIVO PESSOAL Leva-me a loucura. Elogie a minha beleza. Acaricie os meus cabelos. Convida-me para ser sua. Pois, eu quero acreditar no amor. Enfrente o impossível... Seja o meu príncipe audacioso. Faça-me sentir amada, Sofro por vê-lo com outras pessoas nos braços, Por favor, olhe para mim, sozinha nesse canto, sonhando acordada.
Porque o dia 2 de novembro é o dia dos Finados? Entenda a curiosa origem do famoso feriado cristão ©GETTY IMAGES
E
o rio segue sempre
O seu curso natural E inexorável, em sua Rica jornada ele brota No alto da serra picada Ele vence a vegetação E umidi ca a terra, ele Corre ligeiro pelos vales E pelas encostas mais Íngremes e tortuosas Em sua sina, ele não luta Contra a pedra nem bate
Contra o rochedo, ele desvia E refrigera a mata e segue Altaneiro o seu trajeto
Já traçado pelo Mestre em Sua prancheta esotérica Ele é sábio, resoluto E resiliente, ele contorna Todos os obstáculos do Caminho, ele rega o solo E carrega a vida, ele mata A sede e sacia a fome de Todos os seres que o tocam Às vezes ele some, mas logo Reaparece na relva, diminui e Aumenta o seu volume e assim Segue alheio a todos os desa os E prossegue rme e intimorato Ele nunca desiste e sempre Procura o mar, e quando já Parece vencido e cansado, No m de sua saga heroica, Ele chora em silêncio, se joga Feliz e deságua nos braços da Maré amada. (Direitos autorais reservados)
Foto Antiga do ES
LUCIANO DANIEL
©ACERVO INVENTÁRIO AFETIVO DE DEMÉTRIO RIBEIRO/INSTAGRAM HISTORIA.CAPIXABA
N
a tradição da Igreja Católica, em 1º de novembro é comemorado o Dia de Todos os Santos, quando se reza por aqueles que morreram em est ado de graça, com os pecados perdoados. O dia seguinte foi considerado o mais apropriado para fazer orações por todos os demais falecidos, que precisam de ajuda para serem aceitos no céu. É por isso que no dia 2 de novembro se celebra o dia de Finados. A data é inspirada em diversas tradições da Antiguidade. "A relação com quem morreu está presente em quase todas as culturas antigas. O cristianismo herdou esse
costume principalmente do judaísmo", a rma Volney Berkenbrock, professor de Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora. Os primeiros registros de orações pelos cristãos falecidos datam do século 1, quando era costume visitar túmulos de mártires. "Aos poucos, a prática cou mais frequente. Por exemplo, no livro Con ssões, Santo Agostinho (354-430) pede que Deus interceda por sua mãe morta", d i z o h i stor i a d or A n d ré Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No ano 732, o papa Gregório III autorizou os padres a realizarem missas em memória
dos falecidos. No século 10, a abadia de Cluny, em Paris, estabeleceu uma data xa para essa cerimônia. Não demorou para o 2 de novembro ser adotado em toda a Europa. "A rápida expansão do costume está ligada à proximidade do ano 1000, quando se pensava que o mundo acabaria. Era preciso rezar para as almas saírem do purgatório antes disso", diz Berkenbrock. A partir do século 15, o feriado se espalhou pelo mundo. Em alguns lugares, o costume foi fundido à cultura local. No México, por exemplo, todo ano é realizado o festival do Dia dos Mortos, que une a celebração católica a antigos rituais astecas. (AVENTURAS NA HISTÓRIA)
Distrito de Demétrio Ribeiro em João Neiva, década de 30
4 EDUCAÇÃO
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Jovem de Roraima se torna Universitários brasileiros terão aulas primeira indígena mestra em navio oceanográfico em comunicação do Brasil Estudantes da Unifesp e Unesp terão aulas dentro do navio “Ciências do Mar III” em Santos
A dissertação de Ariene Susui, do povo Wapichana, é simbólica para o programa de mestrado da UFRR, que trata sobre a comunicação e os saberes amazônicos
©DIVULGAÇÃO/CM III
©REPRODUÇÃO/INSTAGRAM ARIENE SUSUI
de trabalho para a Formação de Recursos Humanos em Ciências do Mar (PPGMar) da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM). O navio ca lotado na Universidade Federal Fluminense (UFF) e está disponível, por meio de um convênio, para cursos de outras seis instituições públicas da Região Sudeste: Ciências do Mar (Unifesp), Engenharia de Pesca (Unesp e Instituto Federal do Espírito Santo – IFES), Biologia Marinha (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), Oceanogra a (Universidade Estadual do Rio de Janeiro — Uerj; e Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes). “Ser signatário de um convênio dessas proporções é uma grande conquista institucional e, para mim, é uma honra dirigir um campus de uma instituição com docentes que, apesar de todas as d i c u l d a d e s i mp o st as no s últimos anos, não desistiram dos sonhos de elevar a qualidade da formação dos nossos egressos”, comemora o professor Odair Aguiar, diretor acadêmico do
Campus Baixada Santista da Unifesp, considerada uma das melhores universidades da América Latina. O projeto do navio, desde a sua c o n c e p ç ã o, a p r o v a ç ã o d e recursos e construção, levou 20 anos, e o início das atividades didáticas na embarcação atrasou devido às restrições impostas pela pandemia. “Estar, junto com outros colegas, à frente desse projeto é uma das grandes realizações da carreira. É a oportunidade de deixar um legado para as novas gerações de docentes e pesquisadores brasileiros. É a oportunidade de proporcionar às novas gerações uma formação que não t ivemos. C ab e às próximas gerações o desa o de absorver e transformar, por meio da ciência, a relação da nossa sociedade com os recursos marinhos nacionais”, comenta o professor Abílio Soares da UFF, membro do comitê gestor do navio CM III e autor de um dos mais importantes livros de biologia marinha utilizado nas universidades brasileiras.
Governo Federal cria Programa de Prevenção e Combate ao Assédio Sexual nas escolas Com a medida assinada pelo presidente da República, cabe ao MEC fornecer capacitação e promover ações de repressão a esse tipo de conduta nas instituições de ensino Com o objetivo de combater e prevenir o assédio sexual nas escolas públicas e privadas do País, o presidente Jair Bolsonaro assinou a Medida Provisória nº
1.139 de 27 de outubro de 2022 que institui o Programa de Prevenção e Combate ao Assédio Sexual nas instituições de ensino federais, estaduais, municipais e
De empregada doméstica à primeira indígena a receber o título de mestre em comunicação social do Brasil. Essa é a trajetória da jovem Ariene Susui, do povo Wapichana, da comunidade Tr u a r u d a C a b e c e i r a e m Roraima. Com apenas 25 anos, ela conquistou o mestrado pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCom) da Un i v e r s i d a d e F e d e r a l d e Roraima (UFRR). E a conquista foi dedicada ao seu povo. “A mensagem que eu deixo aos comunicadores indígenas é de que: 'esse espaço é nosso'”, diz Ariene Susui. A informação de que a jovem é a primeira a mulher indígena a conseguir o título no Brasil foi divulgada pela Coordenação do Programa de Pós-graduação no dia 18 de outubro por não haver registro de nenhuma outra. A pesquisadora — que agora tem 26 anos — recebeu o título em agosto. A pesquisa de Ariene que garantiu o título tem como tema 'Comunicação indígena em Roraima e a criação de novas territorialidades digitais: rede Wakywai, resistências e saberes amazônicos'. De acordo com ela, tem como objetivo estudar como a comunicação indígena p e r c o r r e a s c o mu n i d a d e s usando como estudo a 'Rede Wakywai'. Ela comenta que o título não é apenas uma conquista
distrital, nos âmbitos público e privado. A medida estabelece que o Ministério da Educação (MEC) disponibilizará aos sistemas de
individual, mas também motivo de orgulho para seu povo e para os indígenas comunicadores do Brasil. “A gente constrói tudo baseado no que a gente acredita. Ser a primeira indígena mestra em comunicação no Brasil e d e fe nd e r u ma d iss e r t a ç ã o especi camente sobre comunicação indígena é essencial. Estamos nesse processo, sabemos também dos demais que vieram antes de mim, mas é a primeira vez que aqui é feita uma dissertação com o tema comunicação indígena, que hoje há vários estudos”, comenta. “Escrever sobre isso, ser uma comunicadora, ser jornalista e escrever sobre esse tema traz aquilo que a gente sempre fala e sempre cobra: o protagonismo sobre nós mesmos. Dedico ao meu povo”, destaca a mestra. Para a orientadora de Ariene, a professora e doutora Vângela Morais, a dissertação da jovem é um símbolo muito forte para o
programa de mestrado, que trata sobre a comunicação e os saberes amazônicos: “Esse conhecimento indígena que resultou na dissertação é um marco da presença dos diferentes povos na universidade que deve ser mais e mais incentivada. Precisamos reconhecer e valorizar a diversidade cultural em vários campos, usufruir dessas trocas, inclusive no campo da comunicação. Os povos indígenas produzem outras narrativas baseadas em outras visões de mundo que têm no centro as preocupações mais coletivas com a qualidade da vida e do meio ambiente”. “Ariene soube muito bem transitar com competência acadêmica e com respeito às lideranças indígenas, produzindo uma análise aprofundada da comunicação indígena realizada pela rede Wakywai. Para mim, foi um privilégio acompanhá-la nesse percurso”, completa a professora.
ensino do País materiais
planejamento de ações futuras e
informativos a serem utilizados na capacitação e na divulgação dos objetivos do Programa. Além disso, as instituições de ensino serão responsáveis por encaminhar ao MEC, anualmente, relatórios com as ocorrências de assédio sexual, os quais subsidiarão o
a análise da consecução dos objetivos e das diretrizes do Pro g r am a d e Pre ve nç ã o e Combate ao Assédio Sexual. Entre os objetivos da medida estão: a prevenção e o combate à prática do assédio sexual nas instituições de ensino; capacitação de do centes e
equipes pedagógicas para o desenvolvimento e a implementação de ações d e s t i n a d a s à d i s c u s s ã o, à prevenção, à orientação e à solução do problema nas instituições de ensino; implementação e disseminação de campanhas educativas sobre a conduta de assédio sexual, com vistas à informação e à conscientização dos atores envolvidos no processo educacional e da sociedade. As instituições de ensino também deverão seguir diretrizes no sentido de elaborar ações e estratégias destinadas à prevenção e ao combate ao assédio sexual no ambiente educacional. Fica instituído, ainda, que os pro ssionais das redes de ensino, abrangidas pela MP, que tiverem conhecimento da conduta de assédio sexual têm o dever legal de denunciá-la.
©ASCOM MEC
O navio oceanográ co “Ciências do Mar III” já está circulando na Baixada Santista, litoral Sul de São Paulo, e está pronto para receber alunos dos cursos de Ciências do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Engenharia de Pesca da Universidade Estadual Paulista (Unesp). As aulas embarcadas fazem parte de um projeto nacional para a formação de estudantes, que terão vivência em uma embarcação equipada com sala de aula, laboratórios, alojamento e diversos equipamentos essenciais na formação de novos pro ssionais. O “Ciências do Mar III” é um dos quatro Laboratórios de Ensino Flutuante (LEF) construídos pelo Brasil com o objetivo de elevar a qualidade da formação dos cursos de Ciências do Mar nas universidades públicas brasileiras. Os embarques dos alunos de graduação do curso de Ciências d o M a r d a Un i f e s p s e r ã o divididos em pequenos cruzeiros cientí cos de três dias e ocorrerão entre os dias 4 e 17 de novembro. “Não vejo a hora dessas atividades se iniciarem. O embarque é uma oportunidade indescritível de aprendizagem e, além de motivar, me fez ter a certeza da minha escolha pro ssional”, destaca Bianca Acayaba dos Santos, estudante do curso de graduação em Ciências do Mar da Unifesp. A construção desses navios envolve mais de uma década de esforços institucionais e está ligada a uma iniciativa do grupo
INOVAÇÃO 5
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Hidrogênio verde do Concreto neutro em Nordeste pode ser carbono vence prêmio vetor de internacional descarbonização da mobilidade Material foi desenvolvido por estudantes de doutorado de Londres ©HELENE SANDBERG
©PORTO DO PECÉM/GOVERNO DO CEARÁ
verde (H2V) fora de rede estão i m p u l s i o n a n d o empreendimentos de eólica offshore na América Latina, que devem alcançar 34 gigawatts (GW) de capacidade instalada a t é 2 0 5 0 , e s t i m a a Wo o d Mackenzie.
Com grande potencial para integrar cadeia produtiva de hidrogênio verde (H2V) no território brasileiro, o Nordeste p o d e a l a v a n c a r a descarbonização do setor de mobilidade, aponta mapeamento da SAE Brasil. O estudo apresenta oportunidades para a produção do combustível nos nove estados que compõem a região. O Mapeamento das Cadeias de Mobilidade foi apresentado durante o painel de mobilidade na Green Hydrogen Application Summit, evento que discutiu, no início da semana, o papel do novo energético na transição para economia de baixo carbono com representantes da indústria. No Brasil, o setor de energia, impactado pelo uso de combustíveis fósseis nos transportes, é a principal fonte de emissão de CO₂ nas grandes cidades, principalmente as capitais, de acordo com o Seeg Municípios. Dentre as possíveis alternativas para ajudar a mudar esse cenário, a SAE indica o nanciamento de grupos de pesquisa de viabilização do uso de hidrogênio como vetor de energia na eletromobilidade e incentivo a empresas de células a combustível. S egundo o presidente da entidade, Camilo Adas, o estudo
será entregue aos governadores que vão assumir a gestão a partir do ano que vem. Faz parte do P l a n o No r d e s t e Po t ê n c i a , organizado pelo Centro Brasil no Clima, Fundo Casa Socioambiental, Grupo Ambientalista da Bahia e o Instituto ClimaInfo, com o apoio do Instituto Clima e Sociedade. Durante a exposição, Adas defendeu também a interligação entre os setores da economia através do hidrogênio, que, para ele, não deve ser apenas uma commodity. “O novo vetor e conômico energét ico é o hidrogênio. Devemos pensar nos fornecedores, nos clientes, nos produtos que vão ser substituídos e que, portanto, precisamos garantir economicamente que eles vão ter sustentabilidade”, a rmou. Investimentos em hidrogênio AJUFE
Com Brasil e Colômbia na liderança, a consultoria espera uma taxa de crescimento anual composta de 15,4% a partir de 2032, quando os primeiros projetos estão previstos para entrar em operação na região. A maior parte, no entanto, deve ser exportada. No Brasil, os projetos de eólicas off shore e st ã o l o c a l i z a d o s próximos a portos que organizam hubs de hidrogênio. A eletricidade renovável é um insumo fundamental para a eletrólise que gera o hidrogênio verde. O gás, por sua vez, está no radar de descarbonização de setores intensivos e países europeus. A Wood Mackenzie prevê que o Brasil responderá por cerca de 6% do suprimento total de H2V do mundo até 2050, com o mercado ganhando escala após 2030.Enquanto internamente, apenas 20% dessas instalações de hidrogênio estarão conectadas à rede.
imprensa. O site de arquitetura e design Dezeen a rma que somente 40% do teor de cimento pode ser substituído desta forma, mas m e s m o a s s i m a c aptu r a e armazenamento de carbono usado para fazer o material de substituição resulta que mais carb ono é armazenado no concreto do que é emitido em sua pro dução de cimento, tornando-o neutro em carbono. “Embora ainda em 'nível de laboratório', o ponto forte da tecnologia é que as matériaspr i m a s ut i l i z a d a s p ar a o s produtos da Seratech — CO₂ residual e olivina mineral — são naturalmente abundantes em todo o globo e que a solução se integra aos processos existentes e aos equipamentos utilizados na p r o d u ç ã o d e c o n c r e t o”, prossegue o comunicado à imprensa. A dupla defende que o produto é de baixo custo e tem grande potencial para a construção de b a i x o c a r b o n o, p o d e n d o,
©DIVULGAÇÃO/GOODYEAR
Pneu inteligente feito de arroz? Conheça a novidade Em meio aos esforços das empresas para aposentar de vez os motores a combustão, a americana Goodyear já de niu uma data para dispensar o uso
Um protótipo de concreto neutro em carbono acaba de ganhar o Prêmio Obel 2022. A s oluç ão bus c a amenizar o impacto ambiental da construção civil, cujo setor é responsável por 38% de todas as emissões de CO₂ relacionadas à energia, segundo relatório da ONU. Apelidado de Seratech, o material foi desenvolvido por dois estudantes de doutorado do Imperial College London, Sam Draper e Barney Shanks. Eles descobriram uma maneira simples de eliminar a pegada de CO₂ do concreto: substituir parte do teor de cimento do concreto por um tipo de sílica criada com dióxido de carbono (CO₂) absorvido de chaminés das fábricas. “A tecnologia captura as emissões industriais de CO₂ diretamente das chaminés e produz um material de substituição de cimento negativo em carbono, uma sílica”, explica a dupla em comunicado à
inclusive, ser implementado em todas as fábricas de cimento do mundo sem grandes mudanças nas práticas. “É uma honra re ceb er o Prêmio Obel. Essa visibilidade nos ajudará a atrair pessoas na indústria e dimensionar nossa tecnologia. A humanidade não pode se dar ao luxo de gastar 20 a 50 anos ampliando a tecnologia para nos fornecer materiais sustentáveis. Precisa ser agora”, a rmou Sam Draper, um dos desenvolvedores, ao receber o prêmio. O júri, por sua vez, destacou que “é necessário encorajar ideias ambiciosas e interdisciplinares que não forneçam apenas uma solução temporária ou de pequena escala, nem uma grande mudança irreal nas práticas atuais”. Fundado em 2019, o Prêmio Obel é concedido anualmente pela Fundação Henrik Frode Obel para homenagear obras ou projetos dos últimos cinco anos q u e t i v e r a m “e x c e l e n t e s contribuições arquitetônicas para o desenvolvimento humano em todo o mundo”. A cada ano o foco é diferente, sendo que o deste ano são as emissões incor p oradas. Em 2021, o projeto vencedor foi o Centro Anandaloy, projetado pela arquiteta Anna Heringer.
de petróleo na fabricação de pneus: 2040. Para isso, a gigante do setor está apostando em novos conceitos. O mais recente é o Eagle Go,
pneus que usam menos derivados de petróleo na composição e podem rodar por até 500 mil km, segundo a marca (como comparativo, um
motor a combustão moderno dura em média 240 mil km). A novidade foi apresentada pela primeira vez no carroconceito Citroën Oli, falamos mais sobre ele aqui. De início, a banda de rodagem dos pneus — a parte responsável pela aderência do carro com a superfície — é feita de óleo de girassol, resinas de pinheiro, borracha natural da árvore Hevea brasiliensis (usada para substituir a borracha sintética) e sílica de cinzas de casca de ar roz. Já a c arc aç a (ou estrutura interna) é composta por 90% de materiais reciclados. Segundo a Goodyear, toda a matéria-prima vem de
métodos de agricultura e cultivo sustentáveis e o segredo para a vida útil passa por uma prática muito conhecida no Brasil, a recauchutagem. B asicamente, o pro cess o
reaproveita a carcaça de um pneu usado e aplica borracha não vulcanizada em toda a sua superfície de contato. Os pneus Eagle Go podem ter a sua banda de rodagem trocada por duas vezes. Na prática, a duração da “primeira vida” é de 150 mil km, ainda muito acima de um pneu tradicional. Em média, pneus convencionais duram de 40 até 80 mil quilômetros (o que depende de uma série de fatores, como as condições da via, cuidados com manutenção, revisão, entre outros).
6 TECNOLOGIA
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Serviço de táxi aéreo 1º foguete 100% elétrico já tem data brasileiro decolou para decolar no Japão em Alcântara ©JOBY AVIATION/DIVULGAÇÃO
A Joby Aviation é uma das empresas do ramo de eVTOLs que planeja operar em breve nos céus do Japão. Depois de rmar um acordo em fevereiro com a maior companhia aérea do país, a ANA (All Nippon Airways), a companhia com sede na Califórnia quer acelerar o lançamento do seu serviço de caronas aéreas. Segundo o CEO da empresa, JoeBen Bevirt, o que despertou o interesse pelo Japão foi o alto índice de pessoas vivendo em áreas urbanas (92%). O executivo aponta que há uma oportunidade única de e c on om i z a r t e mp o c om o s er viço, esp ecialmente em grandes cidades como a capital Tóquio, Yokohama e Osaka. A Joby comparou a aeronave
que será usada para oferecer o serviço a um SUV voador de luxo. O modelo é silencioso, espaçoso, e possui cinco lugares
©REPRODUÇÃO/TWITTER
(um para o piloto e quatro passageiros). Com alcance de 241 km por carga, o eVTOL em questão pode atingir até 322 km/h. Por m, além da emissão zero, o taxi aéreo da Joby também ajudará em outro ponto: na diminuição da poluição sonora. O modelo gera menos de 65
dBA durante a decolagem e o p ous o, o me s mo qu e u ma conversa normal entre duas p essoas. Durante o vo o, a
emissão de ruído é ainda menor: 45 dBA em uma altitude de 500 m viajando a 185 km/h. A Joby quer lançar o seu “Uber aéreo” em 2024 na Terra do Sol Nascente. A nova opção de mobilidade, apesar de mais sustentável, ainda depende de certi cação para decolar. O principal é o sinal verde da JCAB (Japan Civil Aviation Bureau). Fundada em 2009, a Joby foi a primeira empresa de eVTOLs a participar da Campanha Nacional de Mobilidade Aérea Avançada (AAM, na sigla em inglês) da Nasa. Em setembro do ano passado, a agência espacial fez alguns voos de teste usando aeronaves desenvolvidas pela empresa. Os voos eram parte de um programa de observação para determinar o grau de segurança dessas aeronaves para viajar com passageiros a bordo.
As Forças Armadas realizaram o lançamento do primeiro foguete 100% brasileiro. O VSB-30 decolou da base de Alcântara, no Maranhã, às 14 horas do dia 23. A bordo, Modelo de Quali cação da Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM), que será utilizado para pesquisas cientí cas. “O VSB-30 é um foguete da família sonda, que possuiu estágios à propulsão sólida, estabilizado rotacionalmente”, informaram as Forças Armadas, em nota. O equipamento tem capacidade de transportar cargas de até 400 quilos. De acordo com a instituição, o apogeu do voo
ocorreu a 277 quilômetros da superfície terrestre, depois de sete minutos de voo. Presente no local, Paulo Alvim, ministro da Ciência e Te c n o l o g i a , d i s s e q u e o
lançamento do primeiro foguete 100% brasileiro é motivo de orgulho. “É o início de um ciclo de muitas conquistas que, com certeza, virão”, a rmou. A PSM é responsável por todo monitoramento e comunicação com a carga antes e durante a m i s s ã o. O e qu ip am e nt o é composto de um conjunto de módulos controlado em velocidade angular, equipado com um sistema de telemetria para a transmissão de dados de voo e dos experimentos e dotado de um sistema de recuperação p a r a r e s g a t e n o m a r. O desenvolvimento ocorreu por meio de uma parceria entre a Financiadora de Estudos e Projetos, o Instituto de Ae ronáut i c a e E sp a ç o e a Empresa Orbital Engenharia.
Por que os carros Transporte urbano com emissão zero: parceria autônomos ainda entre empresas busca não vingaram essa meta ©VOLTA TRUCKS
©ANDREY_POPOV/SHUTTERSTOCK
O carro que dirige sozinho (ou autônomo) costuma ser comp arado com conceitos futuristas e inspirados nos lmes de cção. Nos últimos anos, apesar de a corrida para oferecer uma solução viável na área de direção autônoma ter cado mais movimentada, a novidade ainda está longe de se tornar popular. Decisões recentes de nomes importantes do meio automotivo, indicam que a tecnologia pode demorar mais que o esperado, mesmo que ainda conte com o apoio da Tesla.
Semana passada, um golpe du ro p ar a o s e g me nto foi anunciado pela Ford. A montadora con rmou o m da Argo AI uma empresa criada em parceria com a Volkswagen voltada para o desenvolvimento de solução de condução autônoma de nível 4 (de 5). Neste patamar, os carros podem dirigir quase sozinhos, ainda que dependam da interferência de um condutor físico ou remoto para evitar acidentes em certas situações ( c omo cl i ma a dve rs o, p or
exemplo). A empresa deixou claro que deixará de focar nesse tipo de tecnologia mais avançada para se concentrar no BlueCruise, seu sistema de assistência ao motorista. A notícia do m da Argo chega semanas após a empresa lançar um novo ser viço de táxi autônomo no Texas que usava o Ford Escape híbrido na sua frota. No mês passado, a Argo também lançou novidades que deveriam servir de apoio para operações de entrega comercial autônoma. Um porta-voz da empresa disse ao TechCrunch que os testes vão parar por enquanto, voltando seus esforços para as ferramentas de assistência da Ford e da VW. O CEO da Ford, Jim Farley, anunciou a decisão na c on fe rê n c i a d e re su lt a d o s nanceiros da empresa para o te rc e i ro t r i me st re. Par a o executivo, veículos totalmente autônomos, lucrativos e fabricados em larga escala, ainda são uma realidade distante.
As mudanças climáticas cada vez mais preocupantes exigem que empresas, principalmente do segmento automotivo, busquem alternativas sustentáveis para seus negócios. E é exatamente com a meta de emissão zero no transporte urbano que a Siemens e a Volta Trucks rmaram uma parceria para fornecer serviços gerenciados em conjunto. A parceria combina a abordagem da Volta Trucks para a eletri cação de frotas comerciais e experiência operacional através do Truck as a Service (TaaS) com a experiência da Siemens em sistemas de controle de soware, eletri cação de instalações, infraestrutura de carregamento,
gerenciamento de energia, equipamentos de construção e a expertise de nanciamento da Siemens Financial Services — e de terceiros — em projetos de infraestruturas inteligentes. O Truck as a Service (TaaS) é uma solução integrada de ponta a ponta que fornece suporte de eletri cação de 360 graus para garantir que uma con guração de frota ideal seja projetada, desenvolvida e entregue. O intuito é migrar frotas de todos os tamanhos para elétricas, maximizando seu tempo de atividade e e ciência operacional. “Por meio da nossa parceria c o m a Vo l t a Tr u c k s , pretendemos cocriar soluções de
Transporte como Serviço e oferecer aos clientes da Volta Tr u c k s m a i o r t e m p o d e funcionamento, um compromisso com a con abilidade via contratos baseados em desempenho e gastos menores de energia. Uma vez que as frotas comerciais buscam atingir suas metas de sustentabilidade e fornecer soluções de infraestrutura robustas e econômicas, temos a satisfação de poder trabalhar com a Volta Trucks”, disse o Chief Technology Officer da Siemens Smart Infrastructure, omas Kiessling. O Volta Zero, de 16 toneladas e totalmente elétrico, é divulgado pela empresa como “o primeiro veículo comercial do mundo construído para cidades mais seguras e sustentáveis”. As frotas do caminhão terão a infraestrutura de carregamento e distribuição de energia operadas pelo hardware e soware das instalações que serão supervisionadas pela Siemens.
CIÊNCIA 7
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Cientistas descobrem Abelhas geram tanta ecossistema a 500 eletricidade quanto metros de profundidade nuvem de tempestade nas Maldivas ©ELLARD R. HUNTING ET AL.
©MISSÃO NEKTON MALDIVAS
Um vídeo realizado durante a Missão Nekton Maldives, nas ilhas Maldivas, trouxe evidências de um ecossistema marinho nunca antes visto a 500 metros nas profundezas do Oceano Índico. A expedição envolveu pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e um sistema de câmeras a bordo do submersível Omega Seamaster II. O novo ecossistema foi batizado de "e Trapping Zone", ou “Zona da Armadilha”, em tradução livre. O nome se deve ao fato de a região criar um oásis que aprisiona pequenos organismos conhecidos como micronektons. Esses seres são conhecidos por conseguirem andar contra a corrente e por realizarem a migração vertical, que consiste em migrar durante a noite do fundo do mar em direção à superfície e depois voltarem para as profundezas ao amanhecer. Entretanto, por conta dos estratos vulcânicos submarinos e dos recifes carbonáticos fossilizados que formam a base dos atóis das Maldivas, é normal que s e for mem p en has cos verticais íngremes. Essas estruturas acabam por aprisionar esses pequenos seres na marca de 500 metros de profundidade. “Estamos particularmente intrigados com essa profundidade — por que isso está ocorrendo? Isso é algo especí co a 500 metros, essa vida é ainda mais profunda, o que é
essa transição, o que está lá e por quê? Essa é a pergunta crítica que precisamos fazer a seguir”, comenta em nota Lucy Woodall, professora associada de biologia marinha da Universidade de Oxford. Por conta do aprisionamento dos animais no local, as imagens
tem todas as características de um novo ecossistema distinto", explica Alex Rogers, professor da Universidade de Oxford, sobre o local. Rogers passou mais de 30 horas debaixo d'água observando o novo ecossistema durante a expedição. “A Trapping Zone está criando um oásis de vida nas Maldivas e é muito provável que exista em outras ilhas oceânicas e também nas encostas dos continentes”, especula o especialista. No momento, a análise dos vídeos e dos dados biológicos está em andamento em três lugares: nas Maldivas, na sede da empresa Nekton em Oxford e em l a b o r at ó r i o s p a r c e i r o s . A descoberta pode apresentar
PRECISÃO
Contabilidade (27) 3228-4068 captadas no vídeo (veja abaixo) mostram uma zona de predadores, como tubarões e outros peixes grandes, que se alimentam dos micronektons. As análises indicam que existem grandes predadores pelágicos, incluindo cardumes de atuns e outros peixes de águas profundas bem conhecidos. Entre eles estão: tubarões-tigre, tubarõesbrancos e tubarões-tigre-deareia. Para ser considerado um novo ecossistema é necessário que se tenha topogra a e vida oceânica nunca antes catalogada. "Isso
implicações importantes para outras ilhas oceânicas e as encostas dos continentes. Para o presidente das Maldivas, Ibrahim Mohamed Solih, o achado é fascinante. "A descoberta de 'e Trapping Zone' e o oásis de vida nas profundezas que cercam as Maldivas nos fornece novos conhecimentos críticos que apoiam ainda mais nossos compromissos de conservação e gestão sustentável dos oceanos, e quase certamente apoiarão a pesca e o turismo", declarou.
Marte já teve oceano? Novos indícios surgem BOB BEHNKEN
FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Estudar sobre a região de Aeolis Dorsa, em Marte, pode trazer uma enorme contribuição na busca por vida no planeta vermelho Nov a s i m a g e n s f e it a s p or satélites indicam que nem sempre Marte teve a característica desértica que hoje consagra o planeta vermelho. Ao
contrário do que se imagina, é possível que há cerca de 3,5 bilhões de anos um oceano cobria boa parte da superfície marciana.
Com esses novos dados, os pesquisadores conseguiram fazer um estudo que mapeou mais de 6.500 quilômetros de e s t r u t u r a s ap a r e nt e m e nt e
Ao medir os campos elétricos perto de enxames de abelhas, pesquisadores descobriram que um enxame grande pode produzir tanta carga elétrica atmosférica quanto uma nuvem de tempestade. Já se sabia que e s s e t ip o d e e l e t r i c i d a d e , conhecida como eletricidade estática, ajuda os insetos a encontrar comida e até impulsiona as aranhas pelo ar, p er mit indo-as mig rar p or grandes distâncias usando os de suas teias. Mas esta é a primeira vez que se demonstra que os seres vivos podem ter um impacto na eletricidade atmosférica, eventualmente impactando nos e ventos climáticos. “Nós fornecemos uma avaliação quantitativa desta descoberta, comparando a contribuição elétrica de várias espécies de insetos em enxame com fontes abióticas comuns de carga. Isso revela que a contribuição de carga de alguns enxames de insetos será comparável à de variações induzidas pela me te orol o g i a ,” e s c re ve u a equipe. “Nós sempre analisamos como
a física in uencia a biologia, mas em algum momento percebemos que a biologia também pode estar in uenciando a física,” diz o Ellard Hunting, biólogo da Universidade de Bristol, no R e i n o Un i d o. “E s t am o s interessados em como diferentes organismos usam os campos elétricos estáticos, que estão
esculpidas por rios. Segundo o geocientistas Benjamin Cárdenas, da Universidade do Estado da Pennsylvania, “a grande novidade que zemos neste artigo foi pensar em Marte em termos de sua estratigra a e seu registro sedimentar”. A estratigra a, um processo que observa como os sedimentos são depositados e se acumulam ao longo do tempo pelos cursos d ' ág u a . C om a s imagens da Mars R e c on n ai s s an c e Orbiter, coletados em 2007, a equipe analisou as espessuras, ângulos e localizações das cristas para entender a área de estudo: a depressão topográ ca conhecida como região de Aeolis Dorsa, em Marte, a maior coleção de possíveis cordilheiras uviais do planeta. Esse estudo é importante para compreender questões
fundamentais sobre o desenvolvimento de vida em Marte, se esse pode ser um indício que caminhe no sentido de con rmar se houve ou não um cenário propício à habitabilidade, mesmo que em um passado remoto. O g e o c i e nt i s t a a l e g a q u e “a
praticamente em to dos os lugares do ambiente”. Como a maioria dos seres vivos, as abelhas têm sua própria carga elétrica inata, chamada eletricidade biogênica, mas ninguém calculava que um enxame de abelhas pudesse gerar tanta eletricidade. Segundo a equipe, um enxame de abelhas pode alterar a eletricidade atmosférica entre 100 a 1.000 volts por metro, aumentando a força do campo elétrico normalmente experimentada no nível do solo. A equipe acredita que devem haver muitas outras associações ent re os c amp os elét r icos estáticos de origem biológica e o ambiente, em diferentes escalas espaciais, como os micróbios no solo.
sabemos que deve ter havido um período em que era quente o su ciente e a atmosfera era espessa o su ciente para suportar tanta água líquida de uma só vez”, declarou Cárdenas. As simulações feitas pelo p e s qu i s a d or e s u a e qu ip e apontam para enormes áreas que p o d e m s e r ©NASA/JPL-CALTECH/MSSS cordilheiras uviais em Marte. Agora, o próximo passo é tentar desvendar o que aconteceu com toda essa água, onde ela está. Descobrir respostas para essas perguntas não será tarefa fácil, pois o cenário atual é resultado de um processo de bilhões de anos. existência de um oceano desse Dentre todas as descobertas e tamanho [de Aeolis] signi ca análises, uma coisa Cárdenas um maior potencial de vida”. pode garantir com essa pesquisa: Outro fator interessante ligado se houve vida em Marte, “este é à descoberta de água aponta para exatamente o tipo de lugar onde as mudanças climáticas sofridas ela poderia ter evoluído”. Então, pelo planeta vermelho. “Com as expectativas estão mantidas. base nessas descobertas,
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Estudo: sal extra no prato aumenta em 28% risco de morte prematura ©SHUTTERSTOCK/SAÚDE EM DIA
Você tempera a comida durante o preparo, mas durante a refeição tem o hábito de adicionar mais umas pitadas de sal no prato. Isso pode parecer inofensivo, mas aumenta em até 28% as chances de morte prematura. É o que mostra um estudo feito com mais de 500 mil pessoas, publicado no European Heart Journal. "Na população geral, cerca de três em cada cem pessoas com idade entre 40 e 69 anos morrem de forma prematura. O risco visto no estudo sugere que mais uma pessoa em cada cem pode morrer precocemente nessa faixa etária", explica a médica n e f ro l o g i s t a D r ª C aro l i n e Reigada, especialista em Me dicina Intensiva, p ela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, e em Clínica Médica/Medicina Interna. Isso porque o sal é a principal causa da pressão alta, já que ele caus a o est reit amento das arteríolas. A hipertensão de longa data lesa os rins e seus diversos vasos, ou seja, ocorrem lesões de órgãos-alvo, como a c onte c e no c or a ç ã o e no cérebro. Além disso, o sal promove retenção de líquidos no organismo. "Dados recentes mostram que o sódio também modula o funcionamento de células imunológicas, apoiando a teoria do aumento in amatório no organismo", acrescenta a especialista.
Nutricionista - CRN:14100665
Arroz crocante de 'Sal, Gordura, Acidez e Calor' ©GUIA DA COZINHA
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o consumo de sal não ultrapasse cinco gramas por dia — ou dois gramas de sódio. No entanto, o brasileiro ingere quase o dobro disso: em média 9,34 gramas, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). "O consumo excessivo é um perigo para a saúde, pois o sal está relacionado ao aumento do risco de doenças crônicas e silenciosas. São exemplos a hipertensão arterial, d o e n ç a s c ard i ov a s c u l are s , renais, entre outras, que podem evoluir com risco aumentado de morte precoce", explica a Drª Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). O levantamento encontrou uma expectativa de vida menor entre as pessoas que sempre adicionaram sal em comparação com aquelas que nunca ou raramente adicionam sal na
comida já pronta. "Aos 50 anos, 1,5 ano e 2,28 anos foram derrubados da expectativa de vida de mulheres e homens, respectivamente", conta a Drª Caroline. "Devemos evitar também todos os alimentos que são altamente processados e ricos em s ó dio. D a mesma for ma, devemos adequar o paladar doce para reduzir os excessos de a ç ú c a r, o a c r é s c i m o d e especiarias e temperos prop orc i on ar á s a b or, s e m excessos de sal. Temos ciência de que estratégias de redução de sal no nível social reduzirão os níveis médios de pressão arterial da população, resultando em menos pessoas desenvolvendo hipertensão e suas consequências, lembrando que a pressão alta é a primeira principal causa de insu ciência renal", naliza a médica.
Como a alimentação inuencia na saúde dos cabelos ©SHUTTERSTOCK/PORTAL EDICASE
positivamente nos os", cita a dermatologista Michele Haikal, formada em Medicina pela Univás e em Dermatologia Clínica, Estética e Cirúrgica na Harvard Medical School.
Tratar os cabelos com cremes especí cos, hidratações e evitar q u í m i c a s , é f u n d a m e nt a l . Contudo, cuidar do corpo é um passo importante para conquistar os bonitos e saudáveis. Segundo Renata Ayd, dermatologista e pós-graduada em medicina estética, as dietas in uenciam diretamente na saúde dos cabelos. Inclusive, algumas acabam se tornando a causa principal da queda de cabelo. De acordo com a pro ssional, quando o aporte nutricional é diminuído, os cabelos e unhas
GABRIELA MESSNER ARESI OLIVEIRA
que estão sempre em crescimento deixam de receber a mesma quantidade de nutrientes. "Isso provoca a queda, diminuição da hidratação e da velocidade de crescimento", alerta. Alimentos que melhoram a saúde capilar Alguns alimentos têm poderes incríveis e podem trazer resultados brilhantes para os c ab e l o s . " O ôm e g a 3 , p or exemplo, deixa os cabelos com mais brilho e mais sedosos. Várias vitaminas, como a B5 e a B12, também atuam
Como fortalecer os cabelos? A dermatologista Renata Ayd ressalta que a vitamina C, a biotina e o colágeno também são i mp o r t a nt e s p a r a c a b e l o s saudáveis. "Além das vitaminas citadas, pode ser necessário tratamento hormonal em alguns casos de queda", ressalta. Além disso, também é importante o consumo adequado de água. Cabelos são reexo da saúde Cabelos bonitos, são cabelos saudáveis. Por isso, é preciso cuidar da saúde como um todo. Se falta algum nutriente para o corpo, por exemplo, os os podem ser prejudicados. Conforme explica a dermatologista Michele Haikal, para o organismo, o cabelo não é tão importante quanto a parte vital. "Então, se todos se mantiverem
S
e você é fã de gastronomia já deve ter ouvido falar da s é r i e d o c u m e nt a l d a Net ix, "Sal, Gordura, Acidez e Calor", baseada no livro homônimo escrito pela chef Samin Nosrat. Ao longo dos episódios, a cozinheira viaja pelo mundo, aprendendo dicas e provando pratos deliciosos. Um deles, você pode aprender com a gente: o saboroso arroz crocante. Essa receita foi preparada pela chef no último episódio da temporada, enquanto ela estava em casa, na Califórnia. Foi lá que Samin cozinhou, junto com a mãe, um arroz crocante que a fez lembrar da própria infância. O nome da série (e livro) pode parecer longo e prolixo, mas não é nada aleatório. Na verdade, a chef descreve o sal, a gordura, a acidez e o calor como os quatro elementos essenciais à boa cozinha. Para entender o que ela quer dizer com isso, basta assistir (ou ler)! E que tal fazer isso enquanto prepara um dos pratos feitos por Samin? Essa receita saborosa é fácil de fazer e rende quatro porções. Caso queira acrescentar ainda mais sabor à refeição, que tal
saudáveis, com alimentação adequada, mantendo seus níveis d e c or t is ol ( hor môn i o d o estresse) adequados, com um bom estilo de vida, os cabelos bonitos serão consequência", analisa a pro ssional. Alimentos que não fazem bem para os os D e a c ord o c om M i c h e l e Haikal, existem alimentos que não fazem bem para a saúde de um modo geral, e, consequentemente, não fazem bem para a saúde capilar, são eles: agrotóxicos, gordura trans,
seguir as dicas que a cozinheira te conta ao longo da série? Parece ótimo para o almoço de domingo, não é? Vamos aos ingredientes e passo a passo? Ingredientes
cozido 3 xícaras (chá) de batata palha pronta Modo de preparo Em uma panela, aqueça o óleo, em fogo médio e frite as
(27) 3241-5997/3241-6081/99238-2020
1 colher (sopa) de óleo 1 xícara (chá) de castanha-dopará picada 1 xícara (chá) de castanha-decaju picada 1 folha de louro 1 e ½ xícara (chá) de presunto em cubos pequenos 4 xícaras (chá) de arroz branco
castanhas com o louro. Adicione o presunto e refogue por dois minutos. Misture o arroz já cozido e se necessário tempere com sal. Coloque em uma travessa e arrume a batata em volta do arroz antes de servir. Rendimento: 4 Porções
glúten, lácteos, conservantes e refrigerantes.
anos. "Costuma começar uma baixa hormonal em função do organismo priorizar o cortisol por conta do estresse, e aí a necessidade de prevenção da queda e/ou fraqueza dos os com suplementação adequada, de acordo com os exames e história de cada paciente", completa Michele Haikal. Por isso, além de investir em bons produtos para os cabelos, é necessário cuidar da alimentação, praticar atividade física e procurar formas de reduzir o estresse.
Mudanças nos os Não existe uma idade para começar a se preocupar com os os, mas cada fase exige sua atenção. "Na adolescência, há uma mudança grande no padrão dos os, que costumam a nar quando os hormônios a oram. Aqueles cabelos mais hidratados e fáceis de pentear da infância, tendem a car mais ressecados", explica Renata Ayd. Outra fase que exige um pouco mais de atenção é entre os 25 e 30
Fonte: Terra
SAÚDE 9
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Novembro roxo: desafios, Novembro Azul: três tratamentos e sequelas fatos importantes sobre o câncer de próstata da prematuridade Muitos homens ainda se negam a consultar com um especialista por receio e preconceitos
©ART_PHOTO/SHUTTERSTOCK
p o de s er in uenciada p or divers os fatores. Ent re os motivos relacionados à gravidez, uma das principais razões é o que é conhecido como incompetência istmo-cervical ou colo curto. No entanto, o médico ressalta o papel ativo da gestante na prevenção. “O que mais chama a atenção com relação a reduzir o risco é ter um pré-natal e ciente, com a gestante dando o seu melhor e
sempre bem orientada, menos e s t re s s a d a , c o m u m a b o a condição socioeconômica, que
©SHUTTERSTOCK/SPORT LIFE
Novembro Azul é o movimento internacional de conscientização do câncer de próstata. Essa campanha começou no ano de 2003 em alusão à data 17 de novembro, o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. Ou seja, o mês ideal para o encaixe desse trabalho em todo o mundo. Sendo assim, saiba quais são os três fatos sobre o câncer de próstata no início do Novembro Azul. INFLUÊNCIAS É incerta a causa do desenvolvimento de câncer de próstata mas, especialistas apontam certos hábitos como agravantes no crescimento da doença. Os hábitos alimentares estão entre os fatores de risco. D i e t a s r i c a s e m g ordu r a s saturadas contribuem para o sedentarismo. O uso de anabolizantes e o tabagismo também estão inclusos. Além disso, a genética contribui para o surgimento quando há casos em que o pai ou o irmão do paciente já tiveram câncer. TRATAMENTO O tratamento do câncer de próstata depende do estágio da doença. Nos casos comuns, o paciente realiza cirurgia, terapia hormonal e radioterapia. A realização do exame pode ajudar a identi car o câncer logo no início da doença e, consequentemente, aumentar a chance de sucesso do
hipertensão. Grande parte disso poderia ser evitado com um bom pré-natal”, reforça.
Diabetes, maioria dos médicos não avalia risco de amputação
tratamento. ATIVIDADES FÍSICAS O estilo de vida saudável é importante para manter a saúde do organismo em dia, mesmo sem nenhuma comprovação cientí ca de que o câncer de próstata pode ser evitado com a prática de atividades físicas. "O Instituto Nacional do Câncer (Inca) e o Ministério da Saúde concordam que uma rotina saudável, alimentação balanceada e outros fatores ligados ao bem-estar podem ajudar na prevenção não só deste, como de diversos outros tipos de carcinomas", disse o oncologista do Grupo Oncoclínicas, em São Paulo, Dr. Andrey Soares. O QUE É? A p ró s t at a é a g l â n d u l a masculina situada na parte inferior do abdômen e está entre a uretra, tubo pelo qual a urina é eliminada. A glândula também produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides e é liberado durante o ato sexual.
perda de sensibilidade, ocasionando feridas que a pessoa nem sabe como adquiriu, já que ela não sente — são esses machucados que podem
antecede 85% das amputações. O diabetes é a principal causa de amputação não traumática [de um membro que não por acidente]”, explicou Fernando
infeccionar, evoluindo para um c a s o g r ave d e g ang re n a e resultando em uma amputação. Quando a perda de sensibilidade acontece ela é chamada de neuropatia diabética, já que afeta o funcionamento dos nervos periféricos devido à condição. “A defesa do indivíduo contra a infecção pode estar prejudicada pelo açúcar alto no sangue. Para se ter ideia, uma ferida no pé
Valente, professor da disciplina de endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP). Entre os sintomas da n e u rop at i a e s t á f r a qu e z a , dormência e dor nas mãos e pés. O índice tornozelo-braquial não é invasivo e tem o objetivo de
©PROXIMA STUDIO/SHUTTERSTOCK
Novembro Roxo é o Mês da Conscientização do Nascimento Prematuro, ou seja, b eb ês nascidos com menos de 37 semanas de gestação. Esta condição é o principal motivo de mortalidade infantil em crianças menores de cinco anos de idade em todo o mundo. É importante mencionar que o Brasil é o décimo país no ranking mundial de partos prematuros e em 2021 eles representaram 11,8% dos nascimentos, de acordo com informações da ONG Prematuridade.com. “As crianças que nascem precocemente não só têm índice alto de mortalidade, como também podem ter outros problemas, como di culdades no desenvolvimento digestivo, respiratório, de linguagem e do desenvolvimento global. Muitas cam com sequelas graves”, a r m a a f o n o au d i ó l o g a e diretora da FonoBabyKids, Daniella de Pádua Salles Brom. A médica Jordanna Leão, que possui mais de dez anos de e x p e r i ê n c i a e m acompanhamento fetal, esclarece que a prematuridade
não use drogas, que não fume, que faça a higiene adequada e que realize os exames para d e t e c ç ã o pre c o c e d e pré eclâmpsia e qualquer outra alteração do tipo”, pontua. Jordanna explica que existe uma diferença entre a prematuridade extrema (menos de 28 semanas) e tardia (entre 34 e 37 semanas), mas ambos os casos podem ter consequências para o bebê. A médica oferece conteúdo online gratuito sobre gravidez, enfatizando a importância dos bons hábitos. “O que é mais importante entender é que esse bebezinho saiu do útero um pouquinho mais cedo do que deveria. Muitas das vezes, a prematuridade acontece por causa da pré-eclâmpsia e ela, por ter restrição de crescimento intraútero, aumenta o risco de doenças crônicas ao longo da v i d a c omo o d i ab e te s e a
Levantamento concluiu que boa parte dos profissionais não está realizando o índice tornozelo-braquial (ITB) Um re c e nt e l e v ant am e nt o chamado “Receita de médico: o qu e p e ns a qu e m c u i d a d e diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares” concluiu que boa parte dos endocrinologistas e cardiologistas não realizam o índice tornozelo-braquial (ITB), exame que analisa problemas de circulação nas pernas. Segundo dados do estudo, 84% dos pro ssionais ignoraram o teste
no último ano, sendo ele o responsável por alertar para o risco de amputação em pessoas com diabetes tipo 2. A diabetes é uma doença crônica na qual há ausência ou má absorção de insulina, hormônio responsável por regular a glicose no sangue e garantir seu aproveitamento como fonte de energia. Com a glicose sem um “gestor” para
administrar sua produção, o excesso pode levar a alterações e complicações no organismo, como problemas nos rins, na visão e no coração. De acordo com reportagem do UOL, níveis altos de açúcar no sangue afetam a irrigação da pele, ou seja, ela ca menos h i d r a t a d a e s e n s í v e l . Po r impactar os nervos e vasos sanguíneos, ocorre também a
D or ou ardor ao ur inar, presença de sangue na urina ou no sêmen e necessidade de urinar várias vezes durante o dia e a noite estão entre os principais sintomas. A possibilidade do câncer de próstata ganha força com aumento da idade e torna-se comum depois dos 50 anos de idade. Além de contribuir para a cura, cumprir com os exames urológicos em dia garante em 90% as chances de não desenvolver casos avançados da doença. PSA (exame de sangue), exame de toque retal, ultrassom e medição do jato de urina são as avaliações ideais sobre o câncer de próstata. Diversos órgãos reforçam a cada ano a importância da quebra desse tabu para avaliação. De acordo com o Inca, o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum de câncer entre os homens no Brasil e só perde para o câncer de pele não melanoma. Cerca de 75% dos diagnósticos são feitos em pacientes com mais de 65 anos.
medir justamente a integridade da circ u lação ar ter ia l dos membros inferiores, podendo identi car ainda a Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP), que é o cometimento da aorta e de seus ramos, a aterosclerose (enrijecimento das artérias), e ainda de alertar para o maior risco cardiovascular. Por isso, tanto os cuidados com os pés, como atenção às unhas, hidratação e ao uso de calçados, como a realização do exame ITB são essenciais, servindo como ações de prevenção. O médico deve orientar em cada um desses passos, entre as principais recomendações estão: não andar descalço e nem usar chinelos de sola na ou sapatos sem meia. L i d e r a d a p e l o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, a pesquisa ouviu 654 médicos, sendo apresentada o cialmente à comunidade médica na última semana.
10 Criança hoje, Criança amanhã
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ANA MARIA IENCARELLI Psicanalista Psicanalista Clínica, especializada no atendimento a Crianças e Adolescentes Presidente da ONG Vozes de Anjos http://www.anamariaiencarelli.blogspot.com
Falsas Memó rias, uma falá cia nos laudos Psicoló gicos de Crianças — Parte III Abandonar uma Criança que sente a dor e a excitação no seu corpo para se apegar à tese de que seu relato é uma falsa memória, me parece cruel demais
H
©ANDREY POPOV/GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO
de teses nada cientí cas que fazem uma sustent aç ão, também não cientí ca da alienação parental para amordaçar Crianças e Mães, calando-as sobre as práticas dos abusos incestuosos. Fazendo parte desse combo de teses
área, não precisa ter a Formação de Psicologia ou Psiquiatria, encontramos cavalos puro sangue “falando” e conduzindo uma sessão de constelação. Vamos nos dedicar à tentativa de explicação da constelação nos próximos artigos.
©STELA WOO/METRRÓPOLES
á um aspecto de nefasta importância quando se acusa uma Criança de estar repetindo uma "implantação de falsas memórias". Ela que vivenciou aquilo que está relatando, um abuso sexual intrafamiliar, é
infundadas, existe a C onstel aç ão Fami li ar, ou Constelação Sistêmica, para parecer que é outra coisa, um hábito de rebatizar o mesmo factoide, para despistar um pouco. A Constelação Familiar é uma tese/seita que é praticada nas Varas de Família para “descobrir” entre os ancestrais,
Retornando ao nosso objeto de hoje, as falsas memórias, como assinar um laudo de uma Criança, a rmando que não houve abuso sexual porque o pormenorizado relato das práticas libidinosas a que ela foi submetida, é resultado de uma implantação de falsas memórias. Chegamos a um
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obrigada a se sentir julgada como boba, como papagaio da mamãe e, pior, como louca a dizer que aconteceu o que aquela "autoridade em psicologia" a rma que não aconteceu. E na linha sequencial, aquela negação do abuso pela "autoridade em psicologia", lhe é determinado que passe a viver com aquele que abusou dela. Com base na a rmação que vem no laudo p s i c o l ó g i c o, a G u a r d a é revertida em favor do genitor abusador. A mãe? É afastada como "alienadora" que implantou falsas memórias no cérebro da Criança. E enquanto "alienadora" é tratada como sendo de altíssima periculosidade para seu lho ou lha, lhe é cassado o Direito à Maternidade, Direito que vem da Natureza, obrigando, assim, a Criança a crescer em Privação Materna Judicial. Saibam todos que uma vez "alienadora" sempre "alienadora". Não há saída. Recurso? São "provas" adicionais dessa condição permanente de "alienadora". A tese não cientí ca da implantação de falsas memórias faz parte do combo
ou há má-fé quando essa tese é abraçada e venerada. O conhecimento intelectual pode ser corrompido de várias maneiras. Logo nos remetemos à corrupção mais falada, a nanceira. Mas, gostaria de pensar nos desvios intelectuais que estão submetidos a outro tipo de ordem: o modismo, por e x e m p l o . Ta m b é m o s pro ssionais psicólogos sofrem, uns mais e outros menos, da necessidade de aprovação do grupo. Alguns chegam a ser dependentes dessa aprovação em níveis narcísicos, não conseguindo suportar os questionamentos, as contra argumentações, as provas cientí cas da inexistência de suas tes es, adquiridas na super cialidade do
valendo até a 5ª ou 6ª geração de mortos, o “verdadeiro” culpado por um abuso sexual perpetrado pelo genitor. Nessa
impasse nesse ponto: ou o pro ssional de psicologia não teve a disciplina da Psicologia do Desenvolvimento Infantil,
conhecimento. Sabemos o quão custoso é se desprender de uma crença e se deixar invadir pelos argumentos contrários. A
começar pela preguiça de pensar, pelo conforto do “tudo p r o n t o”, o f a s t - f o o d d o conhecimento. Livros, em geral, são muito grossos. A internet veio facilitar com a abreviatura, o resumo, e a rapidez que agrada, mas nem sempre traz a re exão. Como na língua da internet, seguimos abreviando e arredondando conceitos bem mais complexos, em detrimento da Saúde Psíquica e da Proteção da Criança. Imaginar que um mecanismo de defesa de adulto pode ser reduzido por contiguidade à implantação de falsas memórias para entrar na moda e abreviar a trabalhosa e penosa suspeita ou constatação de que aquele genitor com cara de bonzinho abusa de seu lho ou de sua lha, é doloroso. Esses indícios doem no examinador. Abandonar uma Criança que sente a dor e a excitação no seu corpo para se apegar à tese de que seu relato é uma falsa memória, me parece cruel demais. Desconsiderar o sofrimento da Criança que se vê desacreditada em seu relato, preenchido com suas metáforas infantis, com detalhes de cor, cheiro, gosto, textura, do sêmen, que ela, por força da natureza não podia ter conhecimento nem mesmo para decorar um texto da mãe, é cruel demais. A dimensão desse desmentido, sem ter sido mentira, em fase de formação de personalidade e construção do caráter, é muito desastroso
para o futuro adulto. O peso que recai sobre a fala da Criança para o processo, ela falou o que experienciou e foi t ravest ido nas t ais fa ls as memórias, e por causa disso a justiça determina uma punição para ela, viver com aquele que ela aponta como o autor dos abusos, perder a mãe, que também é castigada com o afastamento e a interdição da maternidade, o que rende para a Criança um estigma de ter sido abandonado pela mãe, é assim que é visto por todos do entorno, até porque não se fala a verdade do início dos acontecimentos. É o que todos veem. A mãe não está mais nos lugares e nas ocasiões que antes estava. Não tem mais mãe. Existe uma frase que ca de plantão: “juiz não tira lho nem de prostituta, se tirou dessa mãe, uma coisa muito grave ela fez, a gente não sabe, mas fez”. O uso dessa acusação de implantação de falsas memórias recai sobre a mãe como autora de violência p s i c o l ó g i c a , desproporcionalmente, punida. Uma busca de proteção e o devido cumprimento do dever de noti car à autoridade trazem uma pena criminal para mãe e Criança. Não consta do Código Penal. Mas há condenação pelas falsas memórias implantadas. Mesmo que isso não exista como instituto. De verdade, nas linhas não. Só no faz de conta social, o efetivo da sociedade cenográ ca. Mas, quem se importa?
COMPORTAMENTO 11
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Atraso na fala de crianças: A partir de qual idade devemos começar a nos preocupar? 'Falar com a criança de forma infantilizada pode interferir na forma como ela vai começar a falar', alerta pediatra antes do início da fala. E cada bebê tem seu próprio tempo e
conversando, mas da sua forma", completou a pediatra.
alguns objetos. "Depois dessa fase, já consegue responder
Entre os seis meses de vida e um ano, a criança já começa a entender algumas palavras como o tchau, o não pode, segundo Cláudia. "E a partir do primeiro ano, essa comunicação normalmente avança um pouco. O bebê passa a balbuciar e formar palavras como mama, papa. Esse é o primeiro passo para começar a falar algumas outras palavras simples. Entre o primeiro ano e o segundo, o bebê já fala mais p a l av r a s e c ons e g u e f a z e r algumas combinações entre elas", diz. De acordo com a médica, entre os dois e os três anos, a criança já faz frases com poucas palavras, imita expressões dos adultos mais próximos e dá nome a
algumas perguntas simples como quem, onde ou o quê. Quando atinge os quatro e cinco anos, ela já entende a maioria das coisas que são ditas, consegue se comunicar com facilidade tanto c om c r i an ç a s qu ant o c om adultos, já usa frases mais completas, sabe reconhecer letras e números", informa. Se houver descon ança com relação ao atraso da fala, o que fazer? "O primeiro passo é procurar um pediatra e um fonoaudiólogo para realizar os exames necessários e diagnosticar se existe ou não algo que precisa ser investigado ou tratado", ressalta Cláudia. "Existem alguns sinais de alerta, como quando crianças
©SHUTTERSTOCK
Recentemente, a empresária e in uenciadora digital Virgínia Fonseca se irritou com a publicação de uma pediatra que disse que a lha dela com o cantor Zé Felipe, a pequena Maria Alice, de um ano, estava com atraso na fala. "Coisas que a pediatria me proporciona: co vigiando a Maria Alice, lha da Virgínia e do Zé Felipe, para ver quando ela vai desenvolver a fala (que está atrasada, inclusive). Ela já deveria estar falando, pelo menos, mais três palavras, além dos nomes da família. Mas falando bem", escreveu a pro ssional no Twitter. Virgínia não gostou nada do comentário e o compartilhou no Instagram, mas privou o nome da pro ssional. "Não seja esse tipo de pro ssional, pelo amor de Deus. Tipo de coisa que recebo só para tirar minha paz. Tenha santa paciência", escreveu a in uencer nos stories. "Cada criança é uma criança. Maria Alice vai ao pediatra todo mês. Ela é superinteligente, fofa, linda e faz as coisas no tempo dela, sim. E outro detalhe: nem tudo é postado", completou Virgínia. O desabafo de Virgínia Fonseca chama a atenção. Será que realmente tem tempo certo para uma criança começar a falar com mais clareza? A pediatra Cláudia Drumond explica que cada bebê tem seu próprio tempo e progressão. "A comunicação da criança com o mundo começa muito
progressão. Podemos falar que a linguagem é dividida em receptiva e expressiva. A primeira tem a ver com compreensão e a segunda com a maneira de se expressar. Ao nascer, nos primeiros meses, a comunicação não verbal acontece quando a criança emite alguns pequenos sons e se acalma ao ouvir a voz dos pais e/ou responsáveis, por exemplo", destaca. "Elas têm o olhar xo ou sorriem para as pessoas que estão falando com elas. Mas também se expressam com caretas e choro quando algo está errado como dor, sono, fome ou incômodo. Dos três meses para frente elas já emitem sons como se estivessem
não reagem aos sons ou de acordo com a idade, a partir de algumas características, como não produzir sons com a voz, não compreender frases ou solicitações verbais, não tentar imitar sons e palavras, preferir comunicar por gestos ao invés da voz, não produzir palavras espontaneamente, repetir palavras sem sentido, tom de voz anormal ou quando o adulto não consegue entender o que a criança está tentando verbalizar ou compartilhar. Mas, para se ter certeza que há um atraso na fala, é muito importante realizar avaliação médica completa", salienta a pediatra. Cláudia ainda pontua: "o f on o au d i ó l o g o p o d e f a z e r exames que consigam analisar amplamente a linguagem (tanto expressiva quando receptiva) e o otorrino pode realizar outros como o de audição para averiguar se existe alguma de ciência
auditiva". Segundo Cláudia Drumond, o tratamento vai depender da avaliação e da detecção da causa do atraso de linguagem. "Só após descobrir quais são as limitações é que é elaborado um plano de tratamento individualizado. Se, após realizar os exames, descobrir que existe algum transtorno ou então outras condições médicas, os tratamentos poderão ser também f e i t o s p o r e q u i p e multidisciplinar", salienta. Para nalizar, a pediatra ainda alerta: "falar com a criança de forma infantilizada, como se fosse um bebê, pode interferir na forma como ele vai começar a falar. À medida que eles crescem, passam a interagir com outras pessoas. Se os pais falam de maneira errada, a criança vai entender e 'aprender' que aquela é a maneira certa de se comunicar com o mundo".
Casamentos longos podem aumentar risco de infarto ©SHUTTERSTOCK/TIKO ARAMYAN
Um recente estudo realizado pela Universidade de Yale, uma das mais conceituadas nos Estados Un i d o s , m o s t r o u q u e u m casamento longo pode afetar a saúde física do casal; o estresse conjugal ampliado com o tempo é o principal motivo, já que ele impacta a saúde do coração, colocando os indivíduos em risco de infarto — principalmente nos que já tiveram o ataque cardíaco em outra ocasião. Pesquisadores avaliaram 1,5 mil adultos, com idade média de 47 anos, que haviam acabado de passar por um ataque cardíaco. Os dados foram comparados com o quão felizes eles estavam ao lado de seus cônjuges, a partir de questionários aplicados com questões de estado emocional e qualidade de vida sexual. Com o c o m p i l a d o, q u e m e d i u a s diferenças a partir de pontuações, além de ter sido
possível analisar a saúde física dos participantes, ainda foi obser vada chances de os volunt ár ios retor narem ao hospital. De acordo com os resultados divulgados 40% das mulheres relataram estresse conjugal grave contra 30% dos homens, equivalendo a quatro a cada 10 mulheres e três a cada 10 homens. No que diz respeito à saúde ment a l, p ar t icip antes com estresse severo pontuaram até 2,6 pontos a menos quando comparados com o grupo de controle (grupo sem estresse ou com níveis leves). Referente à saúde física, a diferença na pontuação foi de 1,6. No âmbito de qualidade de vida ligada à saúde do coração, os mais estressados tiveram oito pontos a menos — os pesquisadores observaram que esses eram 70% mais propensos a relatar dores no
p eito do que p ess o as com nenhum estresse ou com estresse conjugal leve. Eles também representam cinco a cada 10 participantes que corriam risco
de retornar ao atendimento médico por qualquer causa de saúde. “Nossas descobertas apoiam que o estresse experimentado na
vida cotidiana, como o conjugal, pode afetar a recuperação de adultos após um ataque cardíaco. Esforços futuros devem c ons i d e r ar o probl e m a n a
triagem dos pacientes para identi car melhor as pessoas com alto risco de problemas na recuperação”, pontuou Cenjing Zhu, principal autora do estudo. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Infarto Agudo do Miocárdio é a maior causa de mortes no Brasil. Conforme análise da pasta, os dados mostram que a cada dois minutos morre uma pessoa devido a uma condição cardiovascular no país. Entre tantos fatores para o ataque cardíaco, o que inclui o estresse, está o sedentarismo, tabagismo, pressão alta, diabetes e vários outros aspectos do estilo de vida. Outros levantamentos também já indicaram que as doenças cardiovasculares têm crescido entre os jovens. Outro ponto para o agravamento da situação é que poucas pessoas conhecem os sinais de um infarto, atrasando o atendimento, o qual é urgente.
12 OLHAR DE UMA LENTE
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HAROLDO CORDEIRO FILHO Haroldo Cordeiro Filho - Jornalista DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer
Manifestos contra resultado da eleição em todo Brasil E
ncabeçados por representações de c am i n hone i ro s ,
Lula da Silva (PT), protagonista dos maiores escândalos de corrupção
manhã, lotando a pracinha em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército,
horas depois do pleito para f a l ar d o re s u lt a d o d a eleição, o presidente Jair
C om uma v itór i a d a esquerda e pelo alto grau de interferência de alguns
©FOLHA/PE
Recife/PE
p ela p opulação, que suspeita de fraude e ag u ard a rel atór i o d a s Forças Armadas sobre a eleição. D e s d e a re d e m o c r at i z a ç ã o é a primeira vez que o resultado da eleição presidencial é contestado da forma como está o c o r r e n d o. Há f o r t e s indícios de fraudes e não precisa ser nenhum gênio da estatística para constatar iss o. Infelizmente, o desserviço prestado pela mídia militante de esquerda do País, nos trouxe a esse penoso processo no qual devemos lutar com toda a nossa força pela nossa liberdade e também destes que insistem em apoiar um lado que destruiu o Brasil e um regime que está levando a América Latina à trágica re a l i d a d e d e m i s é r i a , censura e ditatorial sem TATI BELING
©HAROLDO FILHO/F&N
que fecharam rodovias por todo o País logo após o resultado controverso das eleições, desde terça-feira (1º), os brasileiros pararam o País em protestos
contra o patrimônio público já existentes no mundo. Com presença de idosos, crianças e ao som do Hino Nacional e do Hino à
em Vila Velha, clamando, em coro, por uma
Bolsonaro não reconheceu a vitória do seu opositor e
ministros militantes do Supremo Tribunal Federal
disse ainda que “qualquer manifestação pací ca é bem-vinda”.
(STF) e do Tribunal Federal Eleitoral (TSE), o resultado é visto com descon ança
©R7/RJ
Rio de Janeiro
Prainha - Vila Velha/ES
organizados pelo WhatsApp. A “Resistência Civil”, como está sendo chamado o manifesto, teve como objetivo contestar o resultado da eleição presidencial, vencida por
Bandeira, os manifestantes, que iniciaram o movimento na terça-feira, bloqueando as rodovias fe d e r ai s i mp e d i n d o o tráfego de caminhões, voltaram a se organizar na quarta-feira (02), pela
Intervenção Federal. Apesar de ter se pronunciado quase 45
precedentes. Que Deus salve o Brasil!
BRASIL 13
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A semana em Brasília S e no E
Haroldo Cordeiro Filho Luzimara Fernandes
jornalfatosenoticias.es@gmail.com
Câmara aprova urgência para projeto que pode garantir pagamento do piso da enfermagem
©PABLO VALADARES
©WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO
Projeto reserva recursos do FAT para o financiamento das microempresas A Câmara dos Deputados aprovou, na última terça-feira (1º), o caráter de urgência para o projeto que prorroga para 2023 a liberação de recursos dos fundos estaduais e municipais de saúde e assistência social (PLP 44/2022). O texto poderá ser uma alternativa para o nanciamento do piso salarial dos pro ssionais de enfermagem. De autoria do senador Luís Carlos Heinze (PP-RS) e relatada pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), o projeto foi aprovado pelo Senado no início do mês passado e logo enviado à Câmara. A matéria atualiza duas leis que autorizaram a transposição de saldos nanceiros ociosos dos fundos. Desse modo, as verbas podem ser usadas dentro das áreas de saúde e assistência para nalidades diferentes das originais. Assim, os recursos desses fundos também poderiam ser usados para garantir o piso mínimo para os pro ssionais de enfermagem. O objetivo das leis era disponibilizar recursos adicionais para o combate à covid-19 nos estados e municípios. A autorização, válida até o nal de 2021, ca prorrogada para o nal de 2023. Heinze disse ter a expectativa de que “o projeto seja aprovado na íntegra” ainda este mês. Ele ressaltou, no entanto, que não é possível falar em prazo para que o piso realmente esteja em vigor, já que “ainda estamos na etapa de aprovação do projeto”. “Formulamos uma lei que precisa entrar em vigor. É preciso considerar que caberá a regulamentação pelo Poder Executivo. Entretanto, sigo comprometido para que possamos garantir efetividade ainda em 2022”, registrou o senador, em entrevista exclusiva à Agência Senado. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do piso da enfermagem foi promulgada pelo Congresso Nacional no mês de julho. De acordo com a Lei 14.434, de 2022, o piso salarial de enfermeiros ca de nido em R$ 4.750; o de técnicos de enfermagem, R$ 3.325; e o de auxiliares e de parteiras, R$ 2.375. A lei decorre do PL 2.564/2020, do senador Fabiano Contarato (PTES), aprovado pelo Senado em novembro do ano passado. O piso da enfermagem está suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para o ministro Roberto Barroso, autor da decisão, a criação desse piso sem uma fonte de recursos garantida poderia levar a demissões no setor e colocaria em risco a prestação de serviços de saúde. Desde então, senadores e deputados têm trabalhado em projetos que possam ajudar nos recursos para garantir o piso. O Senado também trabalha em outros projetos que podem servir de fonte de recursos para o pagamento do piso. Um deles é o que reabre o prazo de adesão ao programa de repatriação de recursos não declarados (PL 798/2021). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sinalizou na semana passada que a matéria deve retornar à pauta do Plenário neste mês de novembro. “A expectativa é que os impostos revertam para estados e municípios poderem honrar o compromisso justo que nós aqui acordamos com a enfermagem em geral do nosso País”, a rmou Pacheco. Outro projeto que pode ajudar no piso da enfermagem é o que cria o Regime Especial de Atualização Patrimonial (Reap). O objetivo do PL 458/2021 é permitir a atualização de valores e a correção de dados de bens móveis e imóveis de propriedade de pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil, com a consequente aplicação de alíquota especial do Imposto de Renda sobre o acréscimo patrimonial e a exclusão de penalidades decorrentes da omissão objeto de correção. Uma parte da arrecadação seria destinada para o piso. Do senador Roberto Rocha (PTB-MA), a matéria foi aprovada pelos senadores em abril do ano passado e aguarda votação na Câmara dos Deputados. Uma outra proposta também pode ajudar nos recursos para o piso da enfermagem. Do senador Luís Carlos Heinze, o PL 1.417/2021 prevê o pagamento de um auxílio nanceiro pela União para as santas casas e hospitais lantrópicos sem ns lucrativos. O benefício é estimado em R$ 2 bilhões e deve ser direcionado ao pagamento dos pro ssionais de saúde. O texto foi aprovado no Senado em outubro de 2021 e encaminhado à análise da Câmara dos Deputados.
O Projeto de Lei 2563/22 prevê que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinará às micro e pequenas empresas pelo menos 20% do dinheiro pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O texto altera a Lei 9.365/96, que, entre outros pontos, trata da remuneração do FAT. “Com acesso ao crédito direcionado, os pequenos empreendedores poderão atravessar o momento difícil por que passa o País, em benefício de empregados, fornecedores, clientes e de todos os cidadãos que se bene ciam com políticas públicas”, disse o autor da proposta, deputado Pinheirinho (PP-MG). Segundo Pinheirinho, trata-se da reapresentação do Projeto de Lei 4607/16, do ex-deputado Jovair Arantes (GO). “Um dos propósitos da manutenção de um banco de desenvolvimento é facilitar o acesso ao crédito”, disse Pinheirinho. Os recursos utilizados pelo BNDES têm diversas origens, sobretudo governamentais. O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
implicou propor a instituição do Sistema Brasileiro de Gestão de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBGE-GEE), no âmbito do qual são estabelecidos o plano nacional de alocação de Direitos de Emissão de Gases de Efeito Estufa (DEGEE). O plano instituirá também a interoperabilidade dos dois grandes mercados desses ativos, o regulado e o voluntário, bem como sua operação com outros mercados. Quanto à tributação, Tasso Jereissati explica que buscou fundamentação na legislação que regula ganhos com títulos de renda variável. Nesse sentido, xou-se alíquota do imposto de renda sobre ganhos em 15%, cando a fonte pagadora responsável por sua retenção e seu recolhimento quando houver intermediação O texto a ser aprovado na CAE será analisado posteriormente na Comissão de Meio Ambiente (CMA), em caráter terminativo. Na primeira parte da reunião da CAE, serão de nidas as emendas a serem apresentadas pela Comissão ao projeto de Lei Orçamentária de 2023 (PLN 32/2022). Sob a relatoria do senador Ângelo Coronel (PSD-BA), as emendas serão apreciadas posteriormente pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), presidida pelo deputado Celso Sabino (União-PA). As Comissões permanentes do Senado e da Câmara dos Deputados e as Comissões Mistas permanentes do Congresso Nacional podem apresentar até oito emendas. São quatro de apropriação (acréscimo de dotação por meio de anulação de dotações da reserva de contingência) e quatro de remanejamento (acréscimo de dotação por meio da anulação de dotações constantes do projeto de lei, exceto a reserva de contingência). O relator geral do Orçamento é o senador Marcelo Castro (MDBPI). O prazo para apresentação de emendas à proposta orçamentária de 2023 foi alterado e agora vai até o dia 14 de novembro. De acordo com o novo cronograma, a votação do relatório preliminar e suas emendas deverá ocorrer até 24 de novembro. A votação do relatório geral pelo Congresso está prevista até o dia 16 de dezembro. A reunião da CAE será realizada na sala 19 da ala Alexandre Costa.
Meio PF faz operação contra esquema de venda de sentenças judiciais em Sergipe ©POLÍCIA FEDERAL/DIVULGAÇÃO
CAE analisa projeto que regulamenta mercado de carbono ©EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deve analisar, na próxima terça-feira (8), às 9h, o projeto de lei que regulamenta o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), que terá o objetivo de regular a compra e venda de créditos de carbono no Brasil (PL 412/2022). Previsto na Lei 12.187, de 2009 (Política Nacional sobre Mudança do Clima, o MBRE será operacionalizado em bolsas de mercadorias e futuros, bolsas de valores e entidades de balcão organizado, autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), onde se dará a negociação de títulos mobiliários representativos de emissões de gases de efeito estufa evitadas certi cadas. Relator do texto, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou substitutivo (texto alternativo) à proposição, que tramita apensada a outros quatro projetos: o PL 3.606/2021, do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDBPB), que institui o marco regulatório para o MBRE; o PL 2.122/2021, do ©BILLY BOSS/CÂMARA DOS DEPUTADOS/DEPOSITPHOTOS
senador Weverton (PDT-MA), que de ne regras para ativos nanceiros associados à mitigação das emissões de gases de efeito estufa; e o PL 4.028/2021, do senador Marcos do Val (Podemos-ES), que estabelece diretrizes gerais para a regulamentação do mercado de carbono no Brasil. No substitutivo, Tasso Jereissati apresenta uma nova proposta de organização do mercado de créditos de carbono, de natureza mais ampla, tendo como eixo principal a gestão das emissões de gases de efeito estufa. Isso
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República de agraram na manhã desta sexta-feira (4/11) a Operação Caneta Azul, com o cumprimento simultâneo de oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Aracaju/SE e Carira/SE. A investigação tem como m apurar possível esquema de venda de decisões judiciais por Desembargador do Tribunal da Justiça do Estado de Sergipe. Os mandados foram deferidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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GERAL
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Atividade física preserva cognição durante envelhecimento, mostra estudo O processo de envelhecimento é acompanhado por uma redução siológica do volume cerebral total. A atro a cerebral, como também é chamada, é uma expressão usada para descrever a perda de tecido do cérebro que ocorre em todas as pessoas como parte natural do processo de envelhecimento, porém, essa condição também pode estar relacionada a problemas cognitivos e doenças neurológicas quando a perda é maior do que a esperada para a idade. Em geral, a diminuição neste volume é um marcador de referência para avaliação da saúde cognitiva em pessoas mais velhas. Além de melhorar a capacidade cardiorrespiratória, promover o fortalecimento muscular e prevenir doenças associadas ao sedentarismo, a prática regular de atividade física faz bem ao cérebro de idosos, indica uma nova pesquisa da USP. O estudo, feito com 45 pessoas recrutadas na rede básica de saúde, com idade entre 60 e 65 anos, mostrou que aqueles que se mantinham ativos apresentaram maior volume cerebral (considerado uma característica positiva para efeitos cognitivos) em comparação aos sedentários. Das 71 áreas cerebrais analisadas, houve diferença signi cativa no volume intracraniano em 48 áreas/estruturas entre os que, durante suas rotinas diárias, acumularam tempo igual ou maior que 150 minutos de atividade física por semana quando comparados àqueles que acumularam menos de 150 minutos. Uma das áreas impactadas foi o lobo frontal, responsável pela elaboração do pensamento, planejamento, programação de necessidades individuais e emoção. A diferença dessa região foi em torno de 8%. Os pesquisadores descobriram, também, que a aptidão cardiorrespiratória (ACR) é um p r e d i t o r s i g n i c at i v o d o s
volumes de, respectivamente, todo o cérebro, lobo frontal, lobo temporal, cerebelo e substância cinzenta cortical. A ACR mede como seu corpo absorve oxigênio e o distribui aos músculos e órgãos durante períodos prolongados de exercício. Quanto maior o nível de ACR, menor será o risco de desenvolver uma variedade de patologias, tais como doença cardiovascular e certos tipos de câncer. "Quando a redução do volume cerebral é maior que o esperado para a idade, esta condição está associada à perda cognitiva e à demência", explica ao Jornal da USP Lucas Melo Neves, autor da pesquisa de doutorado defendida na EEFE. " O au g e d o d e s e mp e n h o biológico do cérebro acontece por volta dos 20/30 anos mas, aos 60, as pessoas já tiveram redução signi cativa do cérebro. A partir dos 60 anos, a cada década, há uma redução em torno de 5% do volume cerebral", diz. C arlos Ug r inow its ch, orientador da pesquisa e professor do Laboratório de Adaptação ao Treinamento de Força, da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, explica que outros trabalhos cientí cos já haviam mostrado a importância da atividade física para evitar a atro a cerebral, porém, a pesquisa atual expandiu esse conhecimento. "Com auxílio de novas tecnologias e equipamentos mais precisos - a ressonância magnética, por exemplo - foi possível mapear todas as estruturas do encéfalo e veri car efeitos positivos generalizados da atividade física na preservação d o v o lu m e d e m a i s d e 3 0 estruturas cerebrais", diz. O trabalho foi descrito no artigo Objective physical activity accumulation and brain volume in older adults: An MRI and w hole brain volume study publicado na e Journals Gerontology em julho de 2022. Um maior volume cerebral está associado a um melhor
desempenho cognitivo, ou seja, processamento de informações, raciocínio, atenção e memória. A medição da massa encefálica é feita em centímetro cúbicos,
transmissíveis, parecem exacerbar a perda neuronal, a atro a cerebral e o declínio cognitivo em ambos os sexos entre adultos de meia idade e
cognição durante o processo de envelhecimento, relata Ugrinowitsch ao Jornal da USP. O e xe rc í c i o f í s i c o re g u l ar aumenta o uxo sanguíneo para a ©ISTOCK
porque trata-se de uma medida dos exames de ressonância magnética, um dos instrumentos utilizados para estimar o volume d o c é re bro e d i a g n o s t i c ar problemas de cognição e doenças como o Alzheimer e acidente vascular cerebral (AVC). "O termo massa cerebral é evitado porque diz respeito ao peso, que só poderia ser obtido retirando a caixa craniana e a colocando em uma balança". Estudos anteriores já mostraram que diminuições de até 30% no uxo sanguíneo cerebral em adultos de meiaidade até a idade avançada parecem estar correlacionadas com a atro a cerebral. A redução do uxo sanguíneo no cérebro limita a disponibilidade de oxigênio e aumenta o estresse oxidativo e a in amação nos neurônios, que estão relacionados à morte dos neurônios e diminuição de sinapses (região responsável por realizar a comunicação entre dois ou mais neurônios). Além disso, fatores de risco relacionados à saúde, como condições mentais (por exemplo, transtorno depressivo maior, comprometimento cognitivo leve e demência), obesidade e outras doenças não
idosos. Foi com base nessas informações que os pesquisadores levantaram a hipótese para delinear o estudo: i d o s o s qu e a c u mu l am 1 5 0 minutos ou mais de atividade física por semana devem ter um volu m e m ai or d a s áre a s e estruturas cerebrais avaliadas do que seus colegas que acumulam me no s d e 1 5 0 m i nuto s d e atividade física por semana; além diss o, a apt idão cardiorrespiratória deve estar positivamente associada ao volume cerebral. "Até onde sabemos", escrevem os autores, "não está claro como todas as áreas cerebrais que apresentaram maior volume afetam as atividades diárias dos idosos. No entanto, uma revisão recente sugeriu que a diminuição do volume de várias áreas e estruturas cerebrais está relacionada ao deslocamento do equilíbrio, pois o equilíbrio é uma habilidade que ativa a maioria das áreas e estruturas cerebrais". "Os resultados da pesquisa da USP sugerem que o tempo de prática de atividade física seja uma ferramenta importante para mitigar o declínio do volume cerebral e para preservar a
cabeça e estimula o crescimento de novas células cerebrais e as conexões entre elas, resultando em cérebros mais e cientes, maleáveis e adaptáveis, explica o estudo. Os 45 voluntários, divididos em dois grupos - sedentários e ativos - eram compostos por 38 mulheres e 7 homens. Eles foram recrutados em Unidades Básicas de Saúde (UBS), na região do C amp o L i mp o, na C apit a l paulista, e um dos critérios estabelecidos pela pesquisa foi que eles não poderiam ter participado nos últimos seis meses de nenhum programa estruturado de atividade física. Em ambos os grupos - tanto no de ativos quanto no de sedentários - algumas pessoas tinham diabetes, eram hipertensas, fumantes ou com glicemia elevada. Neves explica a diferença entre exercício físico e atividade física. A primeira categoria se trata de atividade planejada, estruturada e acompanhada ou não por um pro ssional de educação física. Exemplos: musculação, natação, hidroginástica, pular corda, ginástica localizada, etc. A segunda, é qualquer movimento corporal que resulte em gasto energético (situação em
que se encaixavam os idosos ativos da pesquisa). Por exemplo, varrer a casa, cuidar do jardim, subir ou descer escadas, levar o cachorro para passear, caminhar para pegar transporte público, entre outros. Para comparar o volume das áreas e estruturas cerebrais, os pesquisadores utilizaram um acelerômetro, um dispositivo xado à cintura dos voluntários, que registrava os níveis de at iv id ade f ísic a re a lizados durante s ete di as, p or, no mínimo, dez horas diárias. Os participantes foram divididos em dois grupos: um ativo, com 25 pessoas, que durante suas rotinas diárias na semana acumulavam igual ou mais de 150 minutos de tempo de prática de atividade física; e outro sedentário, com 20 pessoas, que acumularam menos de 150 minutos de atividade física semanal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, para manter-se saudável, um idoso deve praticar, por semana, de 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de exercícios intensos. Ap ós uma s emana, os voluntários foram submetidos a exames de ressonância magnética dos cérebros para o b t e r i m a g e n s 3 D d e a lt a resolução das áreas e estruturas avaliadas. Os resultados apurados mostraram que os idosos que estavam no grupo de ativos apresentaram volume maiores em 39 áreas e nove estruturas cerebrais quando comparados aos sedentários. As áreas que apresentaram maior volume foram: encéfalo total (7%), lobo frontal (8%), lobo temporal (10%), lobo parietal (9%), lobo occipital (9,5%) e substância cinzenta cortical (9%). As estruturas com maior diferença percentual for am o c or te x e ntor r i n a l (12,5%), parahipocampo (16%), hipocampo (8%) e lingual (10%).
Alunos da Fa apresentam espetáculo no Sesc Glória no próximo dia 10 ©DIVULGAÇÃO
Tradição de nal de ano em Vitória, as apresentações de conclusão de curso da Escola de Teatro, Dança e Música (Fa ), abertas ao público, começam na primeira quinzena de novembro e prometem encantar a quem for conferir os espetáculos. No próximo dia 10, às 20 horas, os alunos da primeira turma do curso de Quali cação em Teatro de Musicais apresentam, no Centro Cultural Sesc Glória, o espetáculo "Nos tempos da
malandragem". "A apresentação é o resultado de superações indiv idu ais e colet ivas, reunindo fragmentos trabalhados em sala de aula e representando "o que são" e "por onde andam as malandragens". Com músicas e texto adaptados da obra "Ópera do Malandro", de Chico Buarque, apresentaremos um espetáculo musical divertido e muito sério", a rma o instrutor Antônio Apolinário
da Silva. A orgulhosa família Duran tem o desejo de ascender socialmente, mesmo que seja comandando negócios duvidosos. Assim, investem na educação da lha Teresinha, na esperança dela se casar com um homem importante e rico. Os planos começam a dar errado, para a decepção de seus pais, quando ela decide se casar com um grande malandro. Enquanto Duran é o chefe do bordel, o malandro Max
Overseas, noivo de Teresinha, é o chefe do contrabando internacional. Duran quer ver Max morto, mas o que ainda não sabe é que eles têm um importante sócio em comum que vai mudar tudo. Os ingressos para assistir ao e sp e t á c u l o p o d e r ã o s e r adquiridos no Sesc Glória, a partir do próximo dia 5, pelo valor de R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 meia. Os ingressos são limitados e a classi cação indicativa é de 16 anos.
COTIDIANO 15
03 A 10 DE NOVEMBRO/2022
Estudo australiano Viver sozinho e infeliz afirma que pode haver envelhece tanto quanto um “apocalipse” de fumar, aponta pesquisa insetos ©GETTY IMAGES/ISTOCK
©REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS
A população de insetos poderá sofrer um “apocalipse” por causa das mudanças climáticas, revelou estudo da Universidade James Cook, na Austrália. Segundo a pesquisa, a perda de insetos terá efeitos radicais sobre o meio ambiente e a humanidade e reduzirá “drasticamente” a capacidade de construirmos um futuro sustentável. Um dos autores da pesquisa, William Laurance, relembra o aumento da temperatura na biosfera terrestre em 1,1ºC desde a industrialização e revela novas estimativas que apontam para uma elevação ainda maior da temperatura na Terra, para 2 a 5ºC, até 2100. De acordo com um comunicado emitido na terçafeira pelo pesquisador, o fato dos insetos serem ectotérmicos, ou seja, terem baixa capacidade de regular sua própria temperatura corporal, os torna especialmente vulneráveis a qualquer mudança
climática, por menor que seja. Essa situação de aumento da temperatura na Terra poderia l e v a r a u m a e x t i n ç ã o, u m “apocalipse” entre os insetos. “Um conjunto crescente de evidências mostra que muitas populações de insetos estão diminuindo rapidamente em muitos lugares. Esses declínios são de profunda preocupação, com o termo 'apocalipse de insetos' sendo cada vez mais usado pela mídia e até mesmo por alguns cientistas para descrever esse fenômeno”, disse Laurance, em comunicado no site da universidade. Engana-se quem pensa que o “apocalipse dos insetos” não tem in uência sobre os humanos. O estudo aponta justamente para isso, e o faz em forma de alerta. O aumento da perda de insetos, a pesquisa mostra, acarretará em um “desequilíbrio sério” da cadeia alimentar. Os insetos são parte importante
da biodiversidade e fornecem ser viços vitais para o meio ambiente, como a polinização, o controle de pragas e a reciclagem de nutrientes. Além disso, o estudo constatou que as mudanças climáticas aumentaram os efeitos de outros fatores que também ameaçam as populações de insetos, como a poluição, a perda de habitat e a predação, o que só torna o assunto mais urgente. Agora, para Laurance, o foco deve ser na recuperação, no gerenciamento e na preservação dessas áreas mais afetadas. “As evidências são claras e impressionantes. Precisamos agir agora para minimizar os impactos nas populações de insetos — sabemos como fazê-lo, mas a tomada de decisões e o nanciamento necessário continuam sendo empurrados p elo camin ho”, na lizou o pesquisador.
Te r u m a s a ú d e m e n t a l vulnerável, como viver sozinho, deprimido e infeliz, acelera o envelhecimento tanto quanto outras condições que impactam a s a ú d e , c o m o f u m a r. A constatação é de um estudo realizado por pesquisadores chineses que reforça a importância de darmos atenção não apenas ao envelhecimento biológico, mas também ao envelhecimento psicológico. Os resultados foram publicados na revista cientí ca "Aging Us" e foram obtidos por meio de um "relógio do envelhecimento", um modelo estatístico que usou dados de exames de sangue do Estudo Longitudinal de Saúde e Aposentadoria da China, com informações de mais de 11.914 adultos com mais de 45 anos. As informações foram analisadas pelos cientistas, que zeram a conexão entre os aspectos físicos e psicológicos do envelhecimento.
Os pesquisadores mediram a idade biológica dos idosos em comparação com a cronológica us and o 1 6 bi omarc a d ore s sanguíneos (como colesterol, triglicérides, glicemia e hemoglobina glicada) e outros sete parâmetros biométricos e chegaram à conclusão de que é preciso ter companhia e viver em um ambiente psicologicamente positivo para ter uma longevidade saudável. Segundo a pesquisa, o relógio detectou o envelhecimento acelerado em pessoas com problemas cardiovasculares, pulmonares e hepáticos. Mas o que surpreendeu foi a constatação de que os fatores psicológicos (entre eles viver sozinho, sentir-se sem esperança ou infeliz) somaram 1,65 ano à idade biológica — uma soma de anos maior do que outros aspectos esperados, como sexo biológico, moradia, estado civil e tabagismo. De acordo com a médica
geriatra aís Ioshimoto, do Ho s p i t a l Is r a e l i t a A l b e r t Einstein, outros estudos já associavam o fato de viver sozinho e ser homem, por exemplo, ao risco de morrer mais cedo. "O interessante deste trabalho é que ele compara o risco do envelhecimento com outras variáveis, como o tabagismo. Isso é um parâmetro que torna os resultados mais palpáveis para a população", a rmou a médica. Segundo aís, os resultados têm um impacto na saúde populacional e em possíveis ações de saúde pública porque reforçam a importância de o idoso se manter ativo e com uma rede de contatos sociais. "Somos seres humanos, não sabemos viver sozinhos. A solidão é um fator estressante e ainda não sabemos mensurar isso. Está cada vez mais comprovado que a solidão tem impacto direto na saúde mental, na longevidade e na qualidade de vida", diz. A recomendação é que as pessoas mais velhas se engajem em alguma comunidade, alguma rede de contato social, participem de atos coletivos para sempre terem uma rede de apoio ativa. "E isso deve ser feito desde quando somos adultos jovens. Quanto mais velhos e mais tarde começarmos, mais difícil ca de se engajar", nalizou.
Sapo menor que uma moeda de um centavo é descoberto na Mata Atlântica Anfiteatro de dois mil anos ©JOSÉ POMBAL JR/UERJ
é descoberto próximo de templo grego Um pequeno anteatro de dois mil anos foi descoberto durante escavações em remoto sítio antigo localizado em Creta, na Grécia ©PIXABAY/MEMORY CATCHER
De acordo com o Ministério da Cultura e do Esporte da Grécia, a construção descoberta se parece com um odeão, um pequeno
an te at ro onde at iv id ades musicais eram realizadas, ou um bouleuterion, onde os membros do senado se reuniam.
Informações preliminares, citadas pelo Greek City Times, indicam que a construção parece ter sido construída nos primeiros anos do domínio romano, durante o século I d.C. As escavações revelaram parte do palco, um corredor em cada lado do teatro com um telhado abobadado, bem como 14 leiras de assentos. A construção está em uma parte central da cidade e próximo ao Templo de Asclépio, escavado em 1959.
No Rio de Janeiro, pesquisadores encontraram uma agulha no palheiro — ou quase isso. Em meio à imensidão da Mata Atlântica em Nova Friburgo, município do centro uminense, ecólogos descobriram uma nova espécie de sapo do tamanho de uma moeda de um centavo. Batizado cienti camente de Brachycephalus clarissae, em homenagem à pesquisadora e profe ss or a d a i nst itu i ç ã o, Clarissa Canedo, especialista em anfíbios brasileiros, o sapinho recebeu o apelido popular de pingo-de-ouro-clarissa. Suas cores diferentes chamaram a atenção dos pesquisadores. “Ele tem a barriga amarela, manchas avermelhadas pelo corpo e uma marca em forma de ' X ' n a s c o s t a s”, r e v e l a o pesquisador José Pombal Jr, curador de anfíbios do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos autores do estudo que descreve a nova
espécie, publicado na revista Ichthyology & Herpetology. Os pequenos anfíbios popularmente conhecidos como pingo-de-ouro, sapo-pulga ou sapo-abóbora vivem na Mata Atlântica da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira. Muitos deles são bem coloridos, sinalizando a presença de uma neurotoxina incrivelmente potente em sua pele, que é fatal para seus predadores. Durante um estudo ecológico mais abrangente desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) na região de Nova Friburgo, foram encontrados os
primeiros exemplares dessa nova espécie, que é a 38ª do gênero Brachycephalus. Segundo os cientistas, o pingode-ouro-clarissa não passa pela fase larval (girino), como a maioria dos sapos existentes no mundo. “Ele já nasce assim, como um sapinho miniatura, e chega a medir até 9,6 mm, nos caso dos machos, e quase 11mm, as fêmeas”, disse Pombal Jr. em entrevista ao G1. “Inclusive, a anatomia desses minúsculos bichinhos desa a a ciência, e temos buscado entender um pouco mais sobre o motivo de eles terem esse tamanho”.
16 CAFÉ COADO
03 A 10 DE NOVEMBRO/2022
GRACIMERI GAVIORNO Delegada de polícia; mestre e doutora em direitos fundamentais; professora; Instrutora e mentora profissional para lideranças
Do “Halloween” ao The “Hellow Eve” U
m curioso tríduo chama a atenção na t ransição ent re os meses de outubro e novembro. O último dia do mês de outubro é marcado por uma festividade curiosa, de remota origem Celta e muito popular na Inglaterra, no Canadá e nos Estados Unidos. A tradição do chamado Dia das Bruxas ocorre na noite de 31 de outubro e reza a lenda que, nesta data, os espíritos deixavam seus corpos e perseguiam os seres vivos. Por isso, as pessoas passaram a se fantasiar para espantar esses maus espíritos. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é que o termo “Halloween” é uma junção de d u a s p a l a v r a s : “ h a l l o w s” (santi car, pessoa santa) e “eve' (véspera). Isso mesmo, estamos falando da Véspera do Dia de Todos os Santos. Mas como uma festa pagã, associada normalmente aos maus espíritos, pode esconder a celebração do Dia de Todos os Santos, dedicado à memória das pessoas que passaram por esta Terra fazendo bondades? E
a nal, qual o sentido da Festa de Todos os Santos, escondida entre o Halloween e o Dia de Finados? Com esta provocação, quero
conhecido como o pai da História e trouxe luz sobre a importância da pesquisa baseada nos fatos do passado para que se
lição sobre o assunto, com a frase: “um povo que não conhece a sua história está condenado a repetila”. E ao mestre chinês Confúcio, ©GETTY IMAGES
aqui trazer a re exão sobre a importância da memória para o desenvolvimento geracional. Aliás, Muito já se escreveu sobre a necessidade de conhecer o passado para compreender o presente e construir o futuro. Heródoto, nascido no Século V a.C. onde hoje é a Turquia, cou
possa compreender o presente. O poeta e jornalista Mário Quintana, gaúcho que nos deixou em 1994, assim escreveu: “o passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente”. O lósofo Irlandês Edmundo Brukre, que viveu no século XVIII, também nos deixou sua
nascido aproximadamente cinco s é c u los antes de Cr isto, é atribuída a frase: Se queres conhecer o passado, examina o presente Alexiaque é o resultado; se qu e re s c on he c e r o f utu ro, Debacker examina o presente que é a causa. Espinoso Podemos trazer outras tantas releituras, de diferentes épocas e
lugares, quer para defender ideias conser vadoras quanto para defender ideias progressistas ou revolucionárias, usando praticamente a mesma estrutura contida nesses dizeres. Vo l t e m o s a o s S a n t o s , homenageados por igrejas cristãs do mundo inteiro! A Igreja Católica reservou a data de 1º de novembro para eternizar a memória daqueles que viveram uma vida plena, quer tenham sido conhecidos ou re c o n h e c i d o s , q u e r s i g a m anônimos. Mas ao falar de memória, portanto, de passado, a igreja traz, neste reconhecimento, um chamamento para que as pessoas possam viver a sua vocação universal, a santidade, e desfrutar, assim, da comunhão dos Santos. É, portanto, um convite para olhar para o passado, para tudo que a humanidade construiu até agora; para os nossos erros e acertos; para as causas e consequências e, assim, compreendermos como chegamos até aqui. E por que não reconhecer em cada pessoa a sua
contribuição para nosso crescimento individual, social e cultural? É também uma oportunidade para exercemos a gratidão. É uma convocação para contribuirmos, com boas realizações, para a nossa própria geração e para as gerações futuras. É, sobretudo, reconhecer naquele que nos é diferente, e até indiferente, uma p o s s i b i l i d a d e d e complementariedade no grande aprendizado da vida! E investigando, com humildade, como foi chegamos até aqui; compreendendo, com coragem, os desa os que se fazem presentes; poderemos, por gratidão e com ousadia necessária, escrever um novo capítulo que nos leve a alcançar a Comunhão dos Santos. Encerrado Outubro e seu HallowEver, chega Novembro com o Hallowmas! Se o texto é espiritual, histórico, cultural ou político? Sirva-se na xícara que mais lhe aprouver. Mas não deixe de saborear o gosto delicioso de um bom Café Coado!
Começou a venda de ingressos para a 20ª Festa Literária de Paraty ©TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL
Começou, na última segundafeira (31), na internet, a venda de ingressos para o programa principal da 20ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que volta ao formato presencial, após dois anos da pandemia da covid-19. As entradas têm preço de R$ 120. Há meia-entrada (R$ 60) para estudantes, jovens de baixa renda, pessoas com menos de 21 anos, pessoas com de ciência, pro ssionais das redes pública e privada de ensino do estado do Rio de Janeiro e pessoas com mais de 60 anos. A edição 2022 da Flip está programada para o período de 23 a 27 de novembro, destacando, em seus debates, a pluralidade de visões e sensibilidades. O evento promove o encontro de autores brasileiros e internacionais com o público, tendo como cenário a cidade histórica de Paraty, lo calizada na C ost a Verde uminense. O projeto é apresentado pelo Ministério do Turismo e pela Associação Casa Azul. A homenageada desta edição é
a escritora e educadora maranhense Maria Firmina dos Reis (1822-1917), autora do romance Úrsula que, em 1859, inaugurou no Brasil a literatura abolicionista que vem aos poucos ganhando atenção, dentro e fora do Brasil. Duas mesas da programação principal da Flip serão dedicadas à escritora. A primeira mesa do programa principal, intitulada Pátrios lares, ocorrerá no dia 23, às 20h, e abordará a vida e importância de Maria Firmina dos Reis. A vigésima e última mesa da festa, denominada Livros de cabeceira, será realizada no dia 27, às 15h, e, como já é tradição na Flip, reunirá autores convidados para ler trechos de suas obras preferidas. “A h o m e n a g e m a M a r i a Firmina dos Reis rea rma o propósito da Flip de se conectar com pessoas das mais variadas origens e trajetórias para fazer o Brasil conhecer mais de si mesmo. E reforça o desejo de que a pluralidade de discursos possa ser ouvida em Paraty e levada
para longe por cada pessoa que participar da festa”, a rmaram os organizadores. Para as crianças, a tradicional Tenda da Central Flipinha será
montada na Praça da Matriz, onde ocorrerão também os encontros com os autores na Ciranda dos Autores. O foco para este ano são as ações voltadas
para os educadores de Paraty. A curadoria coletiva da 20ª Flip cou a cargo da jornalista gaúcha Fernanda Bastos, tradutora e editora de livros; da professora da
Universidade Federal da Bahia (UFBA), Milena Britto; e do professor na Universidade de Princeton, Pedro Meira Monteiro.