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CRIME AMBIENTAL? EMBATE ENTRE MORADORES E EMPREENDIMENTO VAI GANHANDO FORÇA NA CIDADE Moradora de Suzano acusa parque Magic City de poluir o Rio Balainho há três anos

Dono do empreendimento se defende dizendo que o rio “está normal”; prefeitura fará vistoria

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Por Will Siqueira

willsiqueira@leiaogazeta.com.br

“Mas, para piorar, basta ver a quantidade de horta que é irrigada com essa água”, diz Carolina Olivares Silva, moradora da Fazenda Santa Helena, no Distrito de Palmeiras, em Suzano, que está brigando com o Magic City devido à deterioração das águas do Rio Balainho o qual, segundo ela, está sendo contaminado pelo parque aquático.

Carolina e seu pai, que vive no local desde 1974, são vizinhos do Magic City que foi construído junto do Rio Balainho. Até 2017, tudo ia bem. Porém, nos últimos três anos, ela resolveu se rebelar contra o que seria um crime ambiental.

“Todos os peixes que a gente soltou morreram. Na pandemia, a água estava excelente”

“Todos os peixes que a gente soltou morreram. Na pandemia, a água estava excelente porque, lógico, eles [o parque] estavam fechados. A gente quer que façam alguma coisa pelo meio ambiente”, argumenta Carolina, sobre a atual condição da água do rio, do qual um trecho está represado em sua propriedade. “Minha represa é o ‘pinicão’ porque é a primeira parada do Magic City. Na pandemia, estava uma beleza, de dez dias ‘pra’ cá, voltou a fi car assim”, protesta.

BRUNO ARIB

Carolina Olivares mostra trecho do rio, represado, que supostamente estaria sendo poluído pelo Magic City

O advogado José Gustavo Ferreira dos Santos, conhecido de Carolina, também “comprou a briga” e relata o que está acontecendo.

“O clube Magic City não tem uma estação de tratamento de afl uentes, então, todo o esgoto produzido é jogado diretamente no Rio Balainho, e isso vem trazendo problemas não só para a vizinha dele, como também para os agricultores que utilizam a água. Com a pandemia, parou de poluir e, agora, no último fi nal de semana eles voltaram a trabalhar e voltou a poluí-lo. Vem poluindo há anos. Só que de dois anos para cá, praticamente em todos os fi nais de semana, eles [o parque] estão lançando, depois das atividades, às segundas-feiras ou terças-feiras, todos seus resíduos no rio”, denuncia.

De acordo com o advogado, realmente não há uma estação de tratamento de resíduos dentro do Magic City.

Segundo os denunciantes, o parque aquático não tem estação de tratamento de esgoto

“Eles falaram para nós que já estavam com o projeto na Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), aguardando legislação, mas é mentira. Nem entraram com o projeto lá”, afi rma Gustavo Ferreira, que completa: “Fizemos uma análise da água e ela estava contaminada.”

A diretora do Departamento de Fiscalização e Controle Ambiental de Suzano, Solange Wuo Franco, questionada sobre o caso, disse à reportagem que “você deve entrar em contato com a Secretaria Municipal de Comunicação para obter informações.”

Então, a Comunicação respondeu: “A Secretaria de Meio Ambiente de Suzano informa que o caso já foi encaminhado para a equipe de fi scalização da pasta municipal, que fará as diligências e vistorias no local - a análise será realizada o mais rápido possível, uma vez que a denúncia foi protocolada na Ouvidoria Geral no fi m dessa quinta-feira (24).” NOTA DE ESCLARECIMENTO

DO PARQUE

“O Magic City informa que não realiza descarte irregular de efluentes. Esclarecemos que o Rio Balainho corta diversas propriedades, sendo que possuímos um sistema de tratamento de efluentes protocolado e vistoriado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Reforçamos que a proteção da fauna e flora dos arredores do parque é nossa prioridade. Realizamos ações de preservação do meio ambiente, como plantio de árvores nativas, e realizamos doações de mudas de plantas para a região de Suzano. Temos também um projeto pedagógico chamado ‘Água é Vida’ que trabalha a conscientização de crianças e adolescentes sobre a importância da água e da preservação da natureza. Reforçamos novamente nosso cuidado com meio ambiente nesses mais de 40 anos de existência do empreendimento e estamos à disposição para ajudar a comunidade e órgãos responsáveis.”

A reportagem conversou com Paulo Kenzo, proprietário do Magic City, e ele alega que o Balainho está normal.

“Isso não procede [a acusação], inclusive a gente tem uma nota que a gente soltou para a imprensa sobre isso; a gente, inclusive, está de portas abertas para ilustrar as coisas. Está tranquilo, não temos nada a esconder”, declarou.

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