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QUALIDADE DE VIDA Com a maior modernização realizada nos últimos 60 anos, Semae investe R$ 21 milhões e melhora a qualidade da água ofertada à população de Mogi das Cruzes

HISTÓRICO MUNICÍPIO INVESTE R$ 21 MILHÕES PARA AMPLIAR A QUALIDADE DA ÁGUA FORNECIDA AOS MOGIANOS Semae realiza a maior modernização de seus serviços dos últimos 60 anos

Por Tatiana Silva tatianasilva@leiaogazeta.com.br

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O diretor geral do Semae, João Jorge da Costa, em entrevista à GAZETA, explicou como funcionam as obras de reforma dos filtros e da modernização do processo de tratamento de água, da ETA (Estação de Tratamento de Água) Centro, que está sendo realizada em Mogi das Cruzes.

As obras na ETA tem como objetivo trazer mais qualidade no atendimento à população, e garantir o direito de acesso à água potável e esgoto tratado. O projeto prevê um investimento de R$ 21 milhões, com financiamento da Caixa Econômica Federal, para realizar a reforma dos filtros e a ampliação da estação de tratamento, que teve início em 1957 e possui um serviço desatualizado, por conta do tempo de existência.

A obra inclui, também, a reforma da estrutura e impermeabilização de filtros, trocas de válvulas de descarga e instalação de equipamentos de automação, como trans-

REFORMA

O diretor geral do Semae, João Jorge da Costa, na sede da autarquia

BRUNO ARIB

missores de nível, painéis de comando, infraestrutura de cabeamento e comunicação de dados, entre outros.

A importância da modernização dos serviços se dá também pelo aumento das chuvas, pois a água que vai para a estação de tratamento possui um nível maior de barro e outras impurezas, o que torna a limpeza dos fil-

ETA Centro necessita de atualização de sistemas

tros ainda mais frequente. Com a estação mais moderna, o serviço é realizado com mais facilidade.

A reforma dos filtros vai possibilitar o prolongamento da vida útil dos equipamentos e também garantir a melhora na qualidade da água produzida, que deve se adequar às normas definidas pelo Ministério da Saúde, que atualmente estabelece um maior rigor no padrão de serviços.

Por conta das intervenções, foi necessária, no último dia 13 de setembro, a paralisação temporária no abastecimento de água em 70 bairros da cidade. O diretor geral afirma que não haverá outras paralisações, e que quando elas são necessárias, todos os trabalhos são realizados de uma só vez, para que a população não fique sem água por mais de um dia.

“Todas as intervenções no abastecimento de água são planejadas pelo menos três meses antes da execução do serviço. Então, por enquanto não há previsão de outras paralisações”, afirmou João Jorge.

PLANO B CUSTEIO DE UMA MATERNIDADE PRÓPRIA PODE INVIABILIZAR O PROJETO

Maternidade Municipal deve dar lugar ao ‘complexo da mulher’

Por Lailson Nascimento lailsonnascimento@leiaogazeta.com.br

A Prefeitura de Mogi das Cruzes está reavaliando se vai utilizar toda a estrutura da futura Maternidade Municipal, que foi construída ao lado do Hospital Municipal de Brás Cubas, apenas para a realização de partos. No último sábado (10), o prefeito Caio Cunha (PODE) aproveitou a inauguração da nova UBS do Jardim Santa Teresa para revelar que estuda um “Plano B” para o prédio. No entendimento do prefeito, a cidade pode aproveitar o local para melhorar os demais serviços já dedicados às mulheres.

Dados do Portal da Transparência do Registro Civil indicam que a Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes já realiza cerca de 500 partos por mês. Apesar disso, a Maternidade Municipal foi planejada para receber uma quantidade semelhante de gestantes. Ou seja, para que as duas unidades prestem o mesmo serviço, seria necessário que Mogi das Cruzes dobrasse o número de nascimentos e passasse a gastar mais de R$ 4 milhões por mês para essa finalidade. Esse é um dos motivos que levaram a gestão Caio Cunha a reavaliar o uso do espaço.

“Desde que assumimos, nós nunca entendemos o projeto original.

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SERVIÇO AMPLIADO

A ideia da gestão Caio Cunha é ocupar o prédio com outros serviços voltados à mulher

Identificamos que era uma marca de governo a ser deixada, mas sem que houvesse o cuidado, por exemplo, de assegurar um convênio, e por aí vai. O prédio é feito e, depois, se pensa no convênio. Nós conseguimos R$ 9 milhões do Governo do Estado para equipar o local, só que o principal, que é o custeio em torno de R$ 4 milhões a R$ 4,5 milhões, ainda não existe uma certeza”, explicou.

Por conta disso, o “Plano B” é ocupar o local para outros tipos de serviços.

“Também vai ter parto, mas partos menos onerosos para o município. Óbvio que vamos deixar uma estrutura caso precise de uma cesárea. Mas, principalmente, ocupar aquele espaço de uma forma que a mulher possas fazer todo o seu percurso, desde a parte de ginecologia, pré-natal, parto, pós-parto, o Banco de Leite, além da primeira infância”, concluiu.

Vale acrescentar que o Pró-Mulher já funciona no local, que já é considerado pela administração municipal como um ‘complexo da mulher’.

EM ESTUDO Associação Comercial vê avanço com a flexibilização da Lei Mogi Mais Viva

Após quase 13 anos, a Lei Mogi Mais Viva deve passar por alterações. O projeto de flexibilização, de autoria do prefeito Caio Cunha (PODE), chegou ao Legislativo mogiano nos últimos dias. Para a Associação Comercial de Mogi das Cruzes, que pleiteou as mudanças e participou das reuniões para elaboração da proposta, a modernização é importante para o setor comercial.

A Lei Mogi Mais Viva foi implantada em dezembro de 2009 com o objetivo de ordenar o espaço público e disciplinar a publicidade na cidade. Para a Associação Comercial, a modernização da Lei Mogi Mais Viva é um passo importante para o comércio, especialmente neste momento de retomada econômica.

“Sem dúvidas essas mudanças propostas ajudam o setor e acreditamos que é possível aperfeiçoá-las ainda mais, queremos contribuir com esse processo para termos uma lei que ajude os comerciantes, a economia e os mogianos”, disse a diretora adjunta da ACMC e representante da entidade na Comissão da Mogi Mais Viva, Tânia Fukusen Varjão.

PROXIMIDADE EVENTO TROUXE A AGRICULTORES INFORMAÇÕES SOBRE PRODUÇÃO E PROGRAMAS DO PODER PÚBLICO Estado realiza o ‘Dia de Campo’ em Mogi

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Por Guilherme Alferes guilhermealferes@leiaogazeta.com.br

Na última terça-feira (13), durante todo o dia, produtores agrícolas de Mogi das Cruzes tiveram a oportunidade de participar do chamado “Dia de Campo”, onde receberam informações sobre temas relevantes acerca da atividade, como utilização correta de agrotóxicos, crédito rural, manejo sustentável do solo e programas disponibilizados pelo poder público, por exemplo. O evento, que ocorreu na Chácara Santo Ângelo, foi promovido pelo governo estadual, por meio da CATI (Casa da Agricultura), em parceria com a prefeitura, a Fatec e o Sebrae.

De acordo com o gestor de Projetos de Agronegócios no Alto Tietê do Sebrae, Eberton Lima, as 80 vagas disponibilizadas para a participação foram preenchidas em cerca de cinco dias, o que demonstra um anseio da categoria em atualizar

INICIATIVA

Governo do Estado mantém relação ativa com produtores

o trabalho no campo. “A gente percebe que o produtor mogiano está interessado em buscar conhecimento, porque ele entende que, se não se profissionalizar, ele não tem perspectiva de futuro”, disse.

João Kelvis Bezerra, 29, que nasceu na região e trabalha com a produção de hortaliças desde que se lembra, concorda: “Aqui é bem precária a formação, a gente já é acostumado porque a maioria ou nasceu aqui, ou está aqui há muito tempo, mas receber uma assistência como essa é muito melhor.”

Um dos principais assuntos debatidos no evento foi a aceitação do CAR (Cadastro Ambiental Rural), que serve para mapear e analisar as propriedades e a relação delas com o meio ambiente, como explica o Diretor Técnico de Divisão da CATI Regional Mogi das Cruzes, Davi Rodrigues: “É como se fizesse um inventário daquela área, se ali tem um córrego,

‘Agricultor de Mogi produz bem, mas não se preocupa com gestão’, diz professor da Fatec

De acordo com dados da Fundação SEADE (Sistema Estadual de Análise de Dados) referentes ao ano de 2019, Mogi das Cruzes figura na quarta colocação da lista dos municípios que mais contribuem com o PIB estadual na área da agropecuária, atrás apenas de Itapeva, Itatiba e Bastos.

Esses indicadores fizeram com que o primeiro e único curso da área de agronegócio da região fosse instalado na unidade mogiana da Fatec, em 2008. Segundo o professor do curso de Tecnologia em Agronegócio da instituição, Fernando Juabre Muçouçah, a criação se deu por conta das peculiaridades da cidade no tema.

À GAZETA, ele explicou que a pujança do município tem origem na questão cultural e histórica da população, com os migrantes, principalmente japo-

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OPINIÃO

Professor Fernando Juabre alerta para a evolução do mercado

neses, que desenvolveram uma agricultura familiar. Essa característica permitiu a prosperidade de culturas variadas, como de frutas, hortaliças, cogumelos e flores, por exemplo, mas, ao mesmo tempo, resistentes à profissionalização.

Segundo o professor, é necessária uma maior atenção à gestão profissional do agronegócio mogiano, para que a cidade mantenha – ou melhore – a posição no estado. Atualmente, questões como a rastreabilidade dos produtos e catalogação de todo o processo são indispensáveis pelo mercado.

Ele afirma, no entanto, que essa mudança vem ocorrendo, mas de forma muito mais lenta que o necessário. (G.A.) uma mata remanescente, etc. Assim a gente tem um controle e consegue, se necessário, colocar em prática um Plano de Recuperação Ambiental.”

De acordo com o governo de São Paulo, 100% das propriedades rurais do estado já estão mapeadas e a previsão é de que, até o fim de setembro, 95% delas tenham sido analisadas.

Para atender à demanda do isolamento geográfico das zonas agrícolas, histórica dos produtores e moradores dessas áreas, o governo está lançando o programa Rotas Rurais, que também trabalha com o mapeamento das propriedades, mas para catalogação e registro dos endereços, disponibilizando um QR Code. “Um dos maiores problemas do campo é justamente o CEP, a localização, e o Rotas Rurais vem para ajudar nessa questão, a conectar os trabalhadores do campo a serviços públicos e outros”, completou Davi.

Josemir Barbosa de Morais, o Miro, 63, que é um dos produtores de hortaliças mais antigos da cidade, celebrou veementemente a conquista: “É uma coisa extraordinária, porque isso aqui era uma terra de ninguém, mas hoje está tudo demarcado, cada produtor com seu endereço legítimo. Agora só falta o CEP, mas a gente vai continuar lutando por isso”, disparou.

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