Jornal Interação Diagnóstica # Agosto/Setembro# Edição 111

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AGOSTO / SETEMBRO DE 2019 - ANO 18 - Nº 111

MOMENTO

Proteção radiológica no centro das discussões

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assunto volta ao painel de discussões, ocupando as atenções dos que trabalham com intervenção, hemodinâmica e angiografia, entre outros, e colocam a comunidade cientifica em estado de alerta. Instituições internacionais, como o ImageGently e Latin Safe, tem dedicado esforço especial sobre o assunto, ao lado do Colégio Brasileiro de Radiologia que – dentro de suas limitações – tenta se mobilizar para que o tema não caia no esquecimento. E, por outro lado, as empresas vem fazendo esforços para que sua tecnologia trabalhe em níveis adequados à saúde dos profissionais envolvidos. Brasília sediou um Fórum de Radiologia e Diagnóstico por Imagem dedicado a discutir o problema, com o apoio das entidades governamentais, Conselho Federal de Medicina e Colégio Brasileiro de Radiologia. Sobre o assunto o dr. Aldemir Humberto Soares, radiologista, ex-presidente do CBR, diretor de serviço e coordenador da Câmara Técnica do CFM falou ao ID sobre o assunto, na pag. 6. Como parte dessa preocupação, a SOBRICE – Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endoscópica promoveu ampla discussão sobre Proteção Radiológica, assim como a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica. Um primeiro passo, como enfatizou Aldemir Soares resultou do evento em Brasilia, a revisão da portaria 453 que regulamenta o assunto.

Barretos institui programa de rastreamento do câncer de pulmão Acima das crises e da “complexidade” do Sistema Único de Saúde, o Hospital de Amor – Unidade Barretos acaba de lançar um Programa de Rastreamento do Câncer de Pulmão, inicialmente no município e região, com uma unidade móvel equipada com tomografia computadorizada. O dr. Rodrigo Sampaio Chiarantano fala sobre o tema na pág. 8.

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The Best of ECR na 47ª edição do Congresso do CBR

XLVIII Congresso Brasileiro de Radiologia será reos de imagem nos AVEs, Bi-RADS®, densitometria óssea, ultrassoalizado em Fortaleza, no Centro de Eventos do Cenografia e Pi-RADS, e novos como o LI-RADS. ará, de 10 a 12 de outubro com uma a programação Serão três dias intensos de muitas atividades como cursos divercientífica de alto sos, atividades hands on, aulas nivel e a novidade com importantes professores desse ano é a participação de da Radiologia e do Diagnóstico 10 dos melhores professores do por Imagem, tanto nacionais European Congress of Radiology quanto internacionais, além de (ECR) em uma iniciativa inédita muitas outras novidades que chamada “Best of ECR”, fruto da prometem um congresso repleto parceria do Colégio Brasileiro de oportunidades, de interação e de Radiologia e Diagnóstico por atualização. Imagem (CBR) com a European A programação preliminar Society of Radiology (ESR). já está disponível no site do conNessa edição o foco central gresso para consulta dos interesestá nos temas atuais como o sados em participar deste grande Além da ciência, turismo de qualidade em Fortaleza impacto das novas tecnologias evento da Radiologia brasileira. e da Inteligência Artificial na prática radiológica e na missão de As inscrições para o congresso já estão abertas e mais informações provedores de conteúdo e formação médica com os cursos hands-on, no site: www.congressocbr.com.br

INOVAÇÃO

VEJA TAMBÉM

Estudo pioneiro no InCor SP para realizar a segmentação do coração

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urante dois anos, especialistas do Instituto do Coração-HCMUSP e da Canon Medicial Systems desenvolveram estudo pioneiro com o uso de Ressonância Magnética e métodos baseados em aprendizado profundo (Deep Learning), que gerou um novo processo de segmentação automática de estruturas do coração, reduzindo tempo e agilizando a conduta médica.

O engº Marco Antonio Gutierrez, diretor de Informática Biomédica do InCor, explica em entrevista no Caderno Application, toda a evolução desse estudo, que “resultou em um novo software, cuja primeira validação está sendo feita junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, pelas duas instituições. Nos próximos meses será iniciado um novo ciclo de estudo envolvendo indivíduos de diversas patologias. Pág. A8 (Application).

Trabalhos sobre Mimetizadores de Linfoma no PET/CT, da equipe do ICESP, Teratoma Ovariano Atípico em Paciente pós Menopausa, do Hospital de Barretos, Relato de Caso da Clínica MamoRad e do Hospital Sirio Libanês.


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EDITORIAL Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

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Do “Face ao Fake”, os desafios na produção de conteúdo

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estes tempos de mídias sociais, de startups, de inteligência artificial, de facebook, twitter e linkedin, para citar apenas alguns, o cotidiano se movimenta sobre trilhos, pneus e asas, sem abrir mão da informação superficial, ligeira e persistente, nas telas dos notebooks, tablets e celulares. O digital acelera esse cotidiano e, com a mesma rapidez que agrega valores indiscutíveis, quebra os parâmetros consolidados, como se fosse uma grande máquina de terraplanagem ao limpar áreas arborizadas. O meio jornalístico já sente esse impacto sem poder reagir. O que é divulgado à noite, na manhã pode ser desmentido, ou transformado num fake. E, o mesmo rosto bonito que apareceu no “Face”, no linkedin, pode até não existir mais. Com a mesma facilidade que se afirma com veemência hoje, no dia sequinte “não foi bem assim”. O mundo está se ajustando, procurando os caminhos para tirar proveito de tudo isso, pois, aí estão as “startups”, com soluções mágicas, os aplicativos, que procuram facilitar a vida das pessoas, mas, que as confina na tecnologia, indelevelmente. Chegará o dia em que tantos serão os aplicativos, que a pessoa não vai sair de casa se o celular estiver sem bateria. Mas, é fascinante a facilidade de acesso à informação. O “Dr. Google”, por exemplo, já está tirando muito paciente dos consultórios, principalmente os que sabem ler, entender e escrever. Basta uma olhada e “plim”, lá está a minha receita. Estas considerações nos levam a, não só refletir, mas, como avaliar o momento em que vivemos, principalmente no segmento da Saúde, da Pesquisa e da Inovação. Tantos recursos que estão chegando, muitos deles já consolidados, como o acesso digital, a racionalização dos processos, e a definição de novos rumos para o diagnóstico e a terapia. E, num país como o nosso, com tantas realidades econômicas e sociais, esses conflitos se tornam mais angustiantes. Enquanto a tecnologia digital e a internet levam o acesso às regiões mais áridas do país, aos desvalidos das beiras dos rios e florestas, o médico não consegue chegar. Ou se chega, não tem como prestar socorro, salvar vidas ou encaminhar soluções.

Todos os dias novos ingredientes são colocados na pauta das discussões, dos desafios, e da busca por uma informação de qualidade. Todo mundo busca inovar, e esse termo é um dos assuntos da moda, no nosso portfolio de sonhos. Grupos se reúnem, discutem e procuram trazer luzes para esse universo da saúde, que em sua essência precisa muito mais do que isso. É justamente essa busca pela qualidade que faz o grande diferencial. A área da imagem – uma das mais beneficiadas com os avanços tecnológicos – procura através de eventos, cursos e seminários incutir e implementar os conceitos de qualidade. Os cursos que proliferam por todo o país, em cada esquina, nem sempre com esse compromisso, mas, levando conhecimento que é o ponto inicial. Trabalhar com a informação de qualidade, no momento atual, é tarefa inglória. Tudo é imediato, sem muita elaboração, até com erros grosseiros, muitas vezes. Mas, sacrifica-se um pouco, para valorizar a informação. Os jovens tem pressa, buscam outros valores, com outros focos. E, a Medicina é uma tarefa que exige foco, conhecimento, habilidades e capacidade de resolver situações. Por isso, com todos os avanços, não pode abrir mão do fator humano, que dá a decisão final, que leva à cirurgia, a cura ou apenas ao paliativo. Focado nessa realidade, o ID mostra que – apesar de tudo – muita coisa boa está acontecendo. Pesquisadores mostram novos caminhos para a imagem cardiovascular, a partir do CT; a proteção radiológica volta ao palco das discussões, instituições se mobilizam em programas de prevenção e entidades criam novos prêmios para incentivar os jovens a pesquisar como reduzir estes índices. O Brasil é um país de gente acostumada a lutar. Do mais pobre ao mais rico, todos os dias surgem novos desafios e, diante disso tudo, conseguimos criar soluções e apontar caminhos. Se o Facebook é o momento da exposição, da coluna social com foto e textos, o Fake é o risco. É a informação que pode ser desastrosa para uns e benéfica para muitos outros. O jornal que prima pela robustez editorial, está no meio desses desafios, olhando para o futuro, sem perder o foco no seu dia a dia e, principalmente, na valorização do conteúdo de qualidade. AGO / SET 2019 nº 111

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O BIMESTRE Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

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Radiologia intervencionista traz novos desafios com soluções muito eficientes

om números surpreendentes que mostram o crescente interesse pela especialidade, com temário e sessões inovadoras, abordando temas atuais e focados no dia a dia do médico, como Compliance, Proteção Radiológica e um workshop sob a visão dos líderes da saúde sobre a Radiologia Intervencionista, o 22º Congresso da SOBRICE cumpriu seus objetivos e cravou a data no calendário da especialidade. Mais de 900 inscritos, mesclando expressivo número de jovens interessados e de médicos experientes, mais de 50 professores internacionais convidados, lançamento do livro Intervenção Visceral e Pediátrica, que será editado em mais três volumes, uma homenagem ao dr. Oswaldo Ignacio Pereira com a outorga do Prêmio Renan Uflacker e o lançamento de um

Troféu Renan Uflacker. Na sessão de abertura realizou-se uma expressiva homenagem ao prof. Osvaldo Ignacio Pereira com a outorga do Troféu Renan Uflacker, destinado a homenagear grandes nomes da especialidade, por sua contribuição ao desenvolvimento da Radiologia Intervencionista. Saudado pelo dr. Denis Szenfeld e por demais membros da Comissão Organizadora, unânimes em destacar a atuação do dr. Oswaldo Pereira na área.

Intervenção Visceral e Pediátrica. O evento abriu espaço para o lançamento do livro, Intervenção Visceral e Pediátrica, primeiro volume da Coleção Radiologia Intervencionista, que será composta de quatro volumes, editados pela Revinter, em parceria com o Colégio Brasileiro de Radiologia, e pela SOBRICE. Os autores, Joaquim Mauricio Mota Leal Filho, Gustavo Henrique Vieira de Andrade, Ricardo Augusto de Paula Pinto e Breno Boueri Alfonso, na foto com o dr. Marcos Roberto de Menezes, presidente da SOBRICE.

Prêmio ao “Jovem Intervencionista”, com o apoio da Siemens Healthineers, foram outros aspectos de destaque do evento. Já a partir da aula magna, ministrada pelo prof. Stephen Solomon, chefe da Radiologia Intervencionista do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova Iorque (foto 1), os participantes puderam ter uma ideia da qualidade do evento, e dos professores convidados, nacionais e internacionais. Ao ID Interação Diagnóstica, o prof. Stephen Solomon, fez uma breve análise do momento que vive a especialidade e suas expectativas de crescimento:

Lideres da Saúde e a Radiologia Intervencionista. Com a participação do prof. Giovanni Guido Cerri, dos drs. Claudio Lottenberg e Sydney Klajnar, e do executivo Roberto Godoy, CEO da Guerbet Produtos Radiológicos, tendo como moderador o dr. Marcos Roberto de Menezes, o evento abriu espaço para discutir o futuro da Radiologia Intervencionista, na visão dessas lideranças. Na oportunidade, o prof. Giovanni Cerri destacou que a radiologia tem na sua essência um caráter inovador e que o médico tem que se preparar para isso. Juntos esses dois fatores vão abrir novas portas, e que o médico tem que se preparar para este novo desafio.

“A Radiologia Intervencionista tem crescido rapidamente em diferentes direções, seja na área Neurovascular, na Oncologia Intervencionista e na Saúde da Mulher. Estou particularmente interessado na Oncologia Intervencionista e temos registrado o dobro de pacientes porque os tratamentos oferecidos por essa área têm se mostrado incrivelmente eficientes.” E, prosseguindo, destacou que “a Radiologia Intervencionista está envolvida com o paciente desde a biópsia, no diagnóstico, no tratamento e até mesmo no cuidado paliativo para pacientes da área de Oncologia Intervencionista que já estão

em um momento crítico de sua doença. Também desempenha um papel maior no fornecimento de marcadores genéticos que permitiram o crescimento do campo da Oncologia e da terapia direcionada. Também estamos envolvidos com a Imunoterapia, fornecendo adjuvantes para que a imunoterapia tenha resultados ainda melhores”, destacou o especialista. Lembrou, também, que em termos de Inteligência Artificial, que está chegando com toda força na área da imagem, “o poder que a tecnologia digital traz muitas expectativas para o campo da Radiologia Intervencionista, e, acredito que esteja-

mos vendo apenas o início de seu grande potencial. Atualmente, já podemos ver a contribuição da Inteligência Artifical nos procedimentos relacionados, com o aumento da eficiência de nossos sistemas e da inclusão dos pacientes de maneira mais inteligente e rápida em todo o ciclo clínico. Em termos de imagem, estamos apenas começando o aprendizado, de como a IA pode ser aplicada e quais as expectativas de avanços. Acredito e já temos certeza que no campo da Radiologia Intervencionista, a IA pode nos ajudar a prever quais pacientes vão responder melhor aos nossos tratamentos, e isso é muito importante”, concluiu.

UERJ tem sua primeira professora titular de Radiologia

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pós a sua Defesa Pública e apresentação de Memorial, a Dra. Alexandra Monteiro foi nomeada Professora Titular em Radiologia da UERJ, tradicional instituição de ensino público do Rio de Janeiro e uma das maiores universidades do Brasil. Além de ser marcante para a especialidade, o fato demonstra o crescimento da atuação das mulheres de forma geral, sendo cada vez mais protagonistas em suas carreiras. Na Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, além da Defesa Pública do Memorial, é obrigatória a apresentação de um Plano de Trabalho prospectivo, o que reitera e denota a importância da Titularidade como legado institucional. No caso, o Plano de Trabalho apresentado para o ensino, pesquisa e extensão teve como pilares: a formação do médico para a análise crítica de problemas, a aprendizagem colaborativa utilizando tecnologias educacionais e o desenvolvimento de atitudes, habilidades e competências para a pesquisa e o empreendedorismo. Atualmente, a dra. Alexandra Monteiro é primeira secretária do Colégio Brasileiro de Radiologia, o que também reforça sua estreita ligação com a especialidade. “Além disso, raízes fortes, excelentes amigos e exemplos profissionais em ética, boas práticas e na qualidade técnica e científica completam esse tripé, por isso agradeço a todos que iluminaram as minhas escolhas com destaque ao meu pai, Fernando Monteiro (in memorian), brilhante radiologista no Rio de Janeiro, que me ensinou a amar e me orgulhar de ser Médica e Radiologista”, finaliza. A banca examinadora foi constituída pelos profs. Dra. Ana Emilia Figueiredo de Oliveira (UFMA); Dr. José Hermogenes Rocco Suassuna (UERJ); Dr. Edson dos Santos Marchiori (UFRJ); Dr. Hilton Augusto Koch (UFRJ) e Dr. Ronaldo Damião (UERJ).

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SEGURANÇA Por Angela Miguel (SP)

Proteção radiológica: fórum em Brasília recoloca o tema na ordem do dia Pela primeira vez, e com muita objetividade, o Conselho Federal de Medicina realizou em sua sede, em Brasília, um Fórum de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, dedicado a discutir e propor ações para definir os rumos da proteção radiológica em nosso País. O evento contou com representantes do Conselho Federal de Medicina, Organização Mundial da Saúde, Anvisa, Colégio Brasileiro de Radiologia e entidades inernacionais. Entre as principais decisões, o CFM vai propor atualizações na portaria 453, que regulamenta o assunto no Brasil.

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ós-evento, o ID Interação Diagmara Técnica, outro tema de preocupação é o lizações da portaria, médicos e radiologistas nóstica entrevistou o dr. Aldemir grande número de exames em imagem feitos adotem as novidades e tenham essa preocuHumberto Soares, conselheiro em um só paciente, uma vez que, como não pação com a proteção radiológica. Embora as federal e coordenador da Câmahá um controle ou armazenamento de tomoempresas possuam equipamentos avançados ra Técnica de Diagnóstico por grafias ou ressonâncias feitas, por exemplo, em que é possível programar o grau de radiaImagem do CFM, diretor do Serviço de um mesmo paciente pode receber muito mais ção para crianças e adultos, é preciso que o Radiologia e Diagnóstico por Imagem do radiação do que o necessário. corpo médico incorpore uma nova mentaliHospital Heliópolis, que fez um balanço do “As tomografias viraram um problema dade e se prepare para o (breve) futuro. Com evento, considerando-o como um grande sério. Elas são realizadas cada vez mais o apoio do CFM, afirma o Dr. Soares, há uma avanço para o debate sobre a aplicação da cedo e, como a radiação é cumulativa, você oportunidade muito maior de educação de radiação ionizante em exames, médicos e radiologistas. em especial sobre a portaria “Sabemos que o país é mui453, que disciplina o serviço to heterogêneo e precisamos de radiologia médica e odontocriar uma legislação que atenda lógica em termos de vigilância a todos. Eu já tenho 40 anos de sanitária. radiologia, minha geração já “Essa portaria foi criada aprendeu a controlar a radiação no Ministério da Saúde, antes e os problemas que médicos mesmo da criação da Anvitiveram no passado não existem sa, e precisa ser atualizada. mais, mas não é porque não Ela é anterior à tomografia, vemos a radiação que ela não só diz respeito à radiologia e existe. Agora esperamos granmamografia, então está muito des discussões e fazemos parte defasada. Discutimos há algum de um grande movimento para tempo e a Anvisa assumiu a pensar sobre a quantidade de Dr. Aldemir Humberto Soares, coordenador da Camara Técnica de atualização no ano passado, está radiação para todos”, finaliza. Diagnóstico por Imagem, no ato, com grande experiência nessa área, visto em andamento, e esse fórum Participaram do fórum de que também é diretor do Serviço de Radiologia do Hospital Heliópolis. foi importante para que todos representantes da Câmara TécNa foto, o dr. Alaiar Sarmet Santos, presidente do CBR. participassem das discussões. A nica de Diagnóstico por Imagem nunca sabe as consequências dessa radiação portaria vai agregar ressonância, ultrassom, do CFM, Colégio Brasileiro de Radiologia a longo prazo. É claro que não se deve desdefinir a questão de segurança. Queremos (CBR), Comissão Nacional de Energia prezar nenhum exame, mas sempre é bom que todos trabalhem no mesmo sentido”, Nuclear (CNEN), Agência Nacional de ter parcimônia de tentar ver se é necessário, explica. Vigilância Sanitária (Anvisa), Organização e é preciso levar em conta o histórico. Hoje A expectativa é que a atualização da Mundial de Saúde (OMS), Organização temos o armazenamento de exames em portaria seja realizada em, no máximo, um Pan-Americana de Saúde (OPAS), Sociedade nuvem e acesso, então não é preciso repetir ano. Em seguida, o CFM deve trabalhar na Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) e vezes demais o exame”, conta o Dr. Soares. adequação de procedimentos e diretrizes de projetos internacionais como LatinSafe, Espera-se que, diante das futuras atuapara todo o País. Segundo o diretor da CâImage Gently e Image Wisely.

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Prêmio Jovem Intervencionista é lançado no evento da SOBRICE

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om foco em projetos de conscientização na temática sobre dose de radiação, foi lançado durante o 22º Congresso da SOBRICE - Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular, o Prêmio Jovem Intervencionista, uma iniciativa da entidade, com o apoio da Phymed e o patrocínio exclusivo da Siemens Healthineers. O concurso é voltado para os médicos intervencionistas recém-formados e visa estimular o desenvolvimento desses projetos. As inscrições poderão ser feitas até o dia 18 de setembro de 2019. Em ato realizado no evento, que contou com a participação de Antonio Carlos Pereira, pela Siemens Healthineers, e pelo dr. Marcos Roberto de Menezes, foi divulgado o regulamento do novo prêmio, ficando estabelecido que os participantes deverão ser radiologistas intervencionistas que tenham, no máximo, cinco anos completos como intervencionistas, contados da data de conclusão de sua residência ou estágio de especialização, em território brasileiro. Todo projeto deverá contar com um orientador médico radiologista intervencionista mais experiente e membro da SOBRICE.

Como participar? Entre os temas que poderão ser abordados nos projetos estão: • Redução da dose de radiação durante os procedimentos de intervenção; • Controle da dose de radiação recebida pelo paciente e profissional médico; • Uso de ferramentas de controle de radiação (do equipamento como uso de colimadores, filtros ou softwares, ferramentas específicas ou externas como protetores de teto ou protetores do próprio médico), entre outros. As inscrições devem ser feitas no site da Siemens Healthineers www.siemens-healthineers. com/br ou por meio do link www.sobrice.org.br/ premio-jovem-intervencionista/inscricao


PONTO DE VISTA * Por Carlos Alberto P. Goulart (SP)

A Inteligência Artificial na Radiologia: humanização da medicina e enobrecimento da profissão A tecnologia digital na Saúde começa a apresentar uma evolução que tende a transformar o setor e a própria prática da Medicina. Entre as especialidades médicas, a área de diagnóstico por imagem figura entre as que têm experimentado grande aceleração, passando a lidar com um novo universo em termos de volume de informações, agilidade de resultados e detalhamento acerca da condição do paciente inimagináveis tempos atrás.

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e todas as inovações aplicáveis à área médica, a Inteligência Artificial (IA) é uma das que já está entre nós, com a promessa de transformar o modus operandi de radiologistas e profissionais do setor e produzir uma verdadeira revolução nos processos de diagnóstico e tratamento. Paralelamente ao aprendizado de máquinas e de sua aparentemente inesgotável capacidade de gerar dados, assistimos também à rápida evolução das técnicas analíticas – justamente dois dos principais

certa: as novas tecnologias digitais tendem a transformar a cadeia produtiva da saúde como um todo, não apenas os profissionais. E esse processo é tão inexorável quanto a substituição do trabalho artesanal pelas máquinas na Revolução Industrial. Para a indústria, a tecnologia digital tem criado oportunidades de crescimento, de atender melhor às necessidades e expectativas de pacientes e profissionais de saúde, criar modelos de negócio inovadores e impulsionar mudanças regulatórias. Haja vista a proliferação de startups e de associações

entre empresas de dispositivos médicos e de tecnologia da informação. Mas esse cenário, para ser verdadeiramente promissor, requer da indústria novos posicionamentos e criatividade para ganhar e manter mercado. Assim como ela, todos os outros agentes da área da saúde estão sendo desafiados pelos novos ventos e precisarão se reinventar. Isso inclui os radiologistas e também as escolas de medicina, que se verão na contingência de formar profissionais capazes de agir e interagir com uma realidade muito diferente.

Vivemos ainda uma fase de experimentação de tecnologias digitais, com vislumbres de grandes oportunidades e também de grandes desafios. A exemplo do que acontece com as máquinas e aplicativos de IA (machine learning), cabe a nós, seres humanos, também nos abrirmos para um pleno e contínuo processo de aprendizado. * Carlos Alberto P. Goulart é presidente-executivo da ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde

pilares sobre os quais se assentam o exercício profissional dos radiologistas. Mas, como o diagnóstico radiológico não se restringe apenas às imagens, as aplicações com IA devem servir de apoio às atividades de radiologistas, ajudando-os a aprimorar o seu trabalho, com grandes benefícios para si próprios, para pacientes, gestores e pagadores do sistema de saúde. Afinal, estamos falando sobre a possibilidade de se obter com essas ferramentas uma maior acurácia nos resultados, o que tende a reduzir erros, repetição desnecessária de exames e desperdícios, aumentando a produtividade do sistema de saúde e otimizando recursos. Nesse sentido, o potencial da IA é enorme, podendo contribuir com sua agilidade de respostas e volume de dados para a detecção precoce de doenças e para acelerar, por exemplo, a classificação de risco, abreviando nas emergências o tempo para atendimento dos casos de urgência. Ou seja, salvando vidas. À medida que o tempo passa, o aprendizado de máquina associado ao uso de big data é capaz de gerar e cruzar informações muito mais rapidamente que qualquer profissional, liberando-o para se concentrar nas decisões mais estratégicas e na parte humana do relacionamento com o paciente – estas, sim, insubstituíveis. Passada a fase de euforia na qual nos encontramos e a de expansão, que deve ocorrer naturalmente daqui em diante, o uso da IA tende a se estabilizar. Existem ainda muitas questões, regulatórias e jurídicas inclusive, a serem consideradas. Um exemplo apenas: em caso de um eventual erro, quem será responsável por ele perante a lei, o médico, a máquina, o hospital, o fabricante? Somente o tempo poderá nos indicar os melhores caminhos para lidarmos com situações desse tipo. No entanto, se soubermos aproveitar o potencial transformador das novas tecnologias digitais, teremos uma grande chance de humanizar a medicina, enobrecer a profissão e dar respostas mais satisfatórias às necessidades dos pacientes de serem ouvidos e de participar mais ativamente na gestão e promoção da própria saúde. A bem da verdade, sabemos ainda muito pouco sobre a dimensão do impacto que a IA e outras tecnologias poderão causar na Saúde e no exercício profissional de radiologistas e de outros especialistas, mas uma coisa é AGO / SET 2019 nº 111

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ENTREVISTA Por Luiz Carlos de Almeida e Valeria de Souza (SP)

Inovando, Barretos institui programa inédito de rastreamento de câncer de pulmão Com ações inovadoras na área da saúde, o Hospital de Amor de Barretos, acaba de colocar em prática no município, um Programa de Detecção Precoce do Câncer de Pulmão, que utilizará uma unidade móvel equipada com tomografia computadorizada de baixa dose (rastreamento), nos moldes do Programa de Rastreamento do Câncer de Mama, que já é realizado com muito sucesso.

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carreta equipada com aparelho de tomografia comuns a redução de mortalidade por câncer de pulmão e organiza de forma favorável ao diagnóstico precoce, não de Rastreamento de Câncer de Pulmão do doenças relacionadas. exatamente por falta de recursos, o que é evidente, mas não Hospital de Amor (atual nome do Hospital Além disso, há um braço científico no programa, com é o único fator determinante, pois a compartimentalidade do de Câncer de Barretos), percorre a cidade de a prospecção de características genéticas de biomarcadores sistema, com instâncias de atenção com pouca integração, Barretos e região para a realização de um prode detecção precoce na população rastreada, através de a deficiência em atenção especializada ao tabagista e a falta grama de rastreamento da doença, ainda inédito no Brasil. biópsia líquida, a ser correlacionada com dados já existende treinamento para reconhecer sintomas e sinais de alarme tes no banco de tumores da instituição. Esses dados serão Desde maio, o programa que teve início em Barretos, atende são outros fatores de impacto. Assim, mesmo quando os futuramente integrados aos que estão sendo correntemente os fumantes cadastrados na unidade de saúde municipal e indivíduos procuram atenção médica, o diagnóstico correto levantados por consórcios internacionais, permitindo mese enquadram nos critérios de maior risco para o câncer de pode demorar semanas, meses ou mais de ano, debelando lhorar a compreensão sobre os fatores de risco de câncer de pulmão. Estima-se que, apenas em Barretos, 3.376 indivías chances de cura. Esse aspecto é mais pronunciado no duos sejam elegíveis para o rastreamento. pulmão, melhorar a definição de grupo de risco e melhorar âmbito do SUS, mas também é observado na rede suplementar de saúde. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) de 2018, o De acordo com Chiarantano, pensando nesses aspectos, o Hospital de câncer de pulmão é a segundo mais Amor traçou uma estratégia para buscar comum em homens e mulheres no os indivíduos de risco na comunidade, Brasil e o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência em esforço conjunto com a Secretaria de quanto em mortalidade. No ano Saúde Municipal de Barretos, facilitando passado, o Hospital de Amor tratou e promovendo o treinamento das equipes cerca de 1.300 pacientes com essa neode saúde municipal, em parceria com o plastia maligna de pulmão, sendo 400 Centro de Referência em Álcool, Tabaco novos casos. “A importância dessa e Outras Drogas (CRATOD) da Secretaria ação é que a maioria dos fumantes se Estadual de Saúde. concentram nos estratos mais carentes Foram montados grupos de cessação da população, de onde vêm também de tabagismo em cada unidade, afim de a maior parte dos casos de câncer de fornecer abordagem especializada e promover assistência ao fumante que deseja pulmão. Essa doença é silenciosa e parar de fumar e para aquele que procura geralmente identificada no estágio se manter abstinente. Esses grupos fazem avançado. Com a detecção precoce, a triagem inicial dos indivíduos de alto a taxa de sobrevida é estimada em risco, que são encaminhados para reali56%”, diz Rodrigo Chiarantano, médico radiologista do Hospital. zarem exame de rastreamento na Unidade Pensando na abordagem mulMóvel do Hospital de Amor. A unidade móvel dedicada à prevenção do câncer de pulmão, iniciou seus tabalhos em Barretos, como adiantou o tilateral e interinstitucional desse dr. Rodrigo Sampaio Chiarantano. Avaliados os resultados, o programa poderá se estender para todo o País. Os resultados dos exames são encaminhados para o médico solicitante da problema de saúde pública, pois o os critérios de decisão no processo de rastreamento e insequipe municipal, que tem a responsabilidade de explicar câncer de pulmão é um dos que mais mata no Brasil e no tituição terapêutica. “Esse programa poderá contribuir de os achados ao paciente e dar sequência ao atendimento mundo, esse projeto é pioneiro ao concentrar seus esforços forma valiosa para iniciativas futuras, além de permitir a e investigação de quaisquer alterações não oncológicas em otimizar a estrutura existente do SUS e aproveitar esses maior compreensão sobre os aspectos epidemiológicos e detectadas, mas eventuais casos suspeitos ou positivos são recursos para triar e conduzir os indivíduos suscetíveis a doença. O programa se desenvolve em um modelo de parceria genéticos dessa população”, acredita Rodrigo Chiarantano. conduzidos no próprio Hospital de Amor, com atualização público-privada, com o objetivo final de reduzir a exposição Segundo o radiologista, a tecnologia foi fundamental de informações passo a passo à equipe de saúde primária. ao principal fator de risco, o tabaco, e aumentar a detecção para se estabelecer um método diagnóstico com bom riscoAtualmente, há uma maior conscientização sobre os -benefício para atividade de prevenção. O rastreamento de precoce da doença, com potencial aumento na taxa de cura riscos do tabaco na população, sobretudo devido ao sucesso câncer de pulmão só se tornou realidade com o desenvole sobrevida. Além disso, utiliza a estratégia de alcançar a das campanhas orientadas pelo Ministério da Saúde, e de povimento da Tomografia Computadorizada de Baixa Dose. líticas públicas sobre o tema, determinando queda importante população rastreável com uma Unidade Móvel, concebida Avanços atuais estão concentrados em estudos genéticos na prevalência do tabagismo, que era em torno de 35% em especialmente para esse fim, e com poucas unidades no e na detecção de biomarcadores de detecção precoce, para 1989, caindo progressivamente para cerca de 15% em 2013. mundo utilizadas com esse intento. melhorar a definição de grupo de risco e auxiliar na tomada “No entanto, esse sucesso trouxe um efeito colateral que é Para Rodrigo Sampaio Chiarantano, médico radiologista do Hospital de Amor, esse é um projeto revolucionário, de decisão. Paralelamente, avanços em apoio diagnóstico sentido na prática diária, mundialmente, em locais onde a visto que ainda é indisponível no SUS e na maior parte da por aprendizado de máquina e algoritmos computacionais estratégia de combate ao tabagismo utilizou a desconstrução rede privada de saúde do país. O Programa segue em fase podem reduzir drasticamente o tempo de laudo e aumentar da imagem do hábito e sua associação com males à saúde. Esse piloto em Barretos, afim de se acertarem fluxos e processos. o potencial de disseminação do exame como estratégia de processo, dito de estigmatização, contribui para a estereotipação, discriminação e preconceito em relação ao tabagista, e Pretende-se que a iniciativa se estenda em futuro próximo prevenção. “O médico ocupa, de qualquer maneira, uma tem relação com a baixa iniciativa ou atraso em buscar auxía outros munícipios que se interessem e ofereçam suporte posição central no processo diagnóstico, juntando os dados lio médico, com impacto direto no tempo de diagnóstico da através de sua estrutura de saúde. “Por meio da unidade que são relevantes e filtrando os achados para a tomada de doença, pobre qualidade de vida e pobre comunicação entre móvel, esse exame poderá chegar, em um futuro próximo, decisão”, enfatiza. o médico e o paciente, podendo haver impacto na aderência em diferentes lugares do país”, afirma o médico. Uma doença silenciosa ao tratamento”, explica o radiologista. O Hospital de Amor tem expertise em atividades O médico Rodrigo Sampaio Chiarantano lembra que de prevenção utilizando unidade móvel, com benefícios o câncer de pulmão é uma doença que se desenvolve silencomprovados de menor impacto laboral-financeiro, maior ANOTE ciosamente, na imensa maioria dos casos, pois não produz aderência à atividade de rastreamento e ampliação efetiva de sintomas específicos, ou, quando o faz, os sintomas produziO Hospital de Amor é um hospital de referência, tercobertura. Um aspecto importante na escolha da estratégia dos se confundem com aqueles apresentados pelo tabagismo ciário, que trata pacientes com câncer, parte dos quais com de cobertura do rastreamento foi a decisão de se utilizar um crônico, como tosse e falta de ar aos esforços. Assim, quando forte dependência de nicotina. “A conscientização sobre tomógrafo em uma unidade móvel que pode se deslocar ele produz sintomas que chamam a atenção e motivam o os problemas ocasionados pelo tabagismo certamente é a municípios que não tem tomografia e permitir, então, indivíduo a buscar assistência médica, o tumor geralmente valiosa para se trabalhar o abandono do hábito, mesmo acesso ao exame, estratégia já explorada na prevenção do já está avançado e não permite mais terapia com intenção após diagnosticado um câncer relacionado a ele, mas oucâncer de mama. de cura. “Infelizmente essa é realidade na imensa maioria tras barreiras precisam ser trabalhadas afim de reativar o Outro aspecto importante que precisa ser destacado é dos casos, com estádios clínicos III e IV representando mais apreço do indivíduo pelo seu bem estar, combatendo-se a ruptura de barreiras entre as diferentes esferas de saúde de 70% dos casos novos. No Hospital de Amor, por se tratar o estigma”, enfatiza Rodrigo Chiarantano. envolvidas. Estão sendo integradas atividades da saúde de um serviço de referência terciária, essa proporção é ainda A iniciativa contou com recursos doados pelo Mimunicipal com o rastreamento realizado pelo Hospital de mais dramática, superando os 90%”, observa. nistério Público do Trabalho e a parceria com a Lamboo Amor (iniciativa privada), estabelecendo-se uma comuVale destacar que o sistema de saúde brasileiro não se Mobile Medical. nicação integrada em duas vias, sendo o interesse e foco

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AGOSTO / SETEMBRO DE 2019 - ANO 18 - Nº 111

Mimetizadores de linfoma no PET/CT com 18F-FDG

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infomas constam dentre as mais frequentes neoplasias malignas, e compreendem um grupo histologicamente heterogêneo originados pela proliferação anormal dos linfócitos B ou T. Classicamente são categorizados em Hodgkin ou não-Hodgkin. A disseminação dos linfomas pode acometer virtualmente qualquer órgão do corpo, sobretudo o sistema linfático, e mais comumente os linfonodos, com variações de seu curso e história natural de acordo com o subtipo histológico. O PET/CT com 18F-FDG tem papel no estadiamento, avaliação de resposta ao tratamento, reestadiamento, avaliação prognóstica e pesquisa de recidiva da doença. Destaca-se a extrema importância de se conhecer os padrões de acometimento linfonodal e extranodal, que têm grande impacto no estadiamento e no prognóstico da doença. A figura 1 demonstra um exame de PET/CT para estadiamento de linfoma de Hodgkin, que revelou a presença de doença nodal exclusiva, o padrão mais comum, com acometimento de linfonodos supra e infradiafragmáticos, que apresentaram intenso hipermetabolismo glicolítico. Além do acometimento nodal, os linfomas podem acometer órgãos extranodais, sendo os mais comuns: medula óssea, estômago, sistema nervoso central, pulmão, osso e pele. Na figura 2 podemos ver um outro exemplo de estudo de PET/CT, desta vez com acometimento extranodal do fígado, do esqueleto e da medula óssea.

Figura 1

Apesar de modernamente o 18F-FDG ser imprescindível no manejo dos linfomas e outras neoplasias, não é um traçador específico para tumores. Por ser um análogo da glicose, é incorporado em qualquer tecido que apresente aumento do metabolismo glicolítico. A intensidade de captação do radiofármaco se correlaciona à taxa de metabolismo celular e ao número de transportadores da glicose, fazendo com que diversos órgãos apresentem captação fisiológica do FDG. A biodistribuição normal inclui metabolismo presente no cérebro, miocárdio, trato genitourinário, em maior intensidade; e, em menor intensidade, na medula óssea, trato gastrointestinal, fígado e baço. Devido à correlação entre o grau de captação do análogo da glicose no exame de PET e a intensidade do metabolismo celular, múltiplas doenças apresentem captação do FDG, incluindo doenças inflamatórias e infecciosas, neoplasias benignas e outras malignidades. Desta forma, sendo tão variadas as condições com hipercaptação do traçador, e tão diversas as possibilidades de disseminação dos linfomas, é de fundamental importância considerar que múltiplas doenças podem mimetizar linfoma, sobretudo as que levam à expressão da glicose marcada em linfonodos, requerendo atenção especial.

Doenças Inflamatórias e Autoimunes A ativação de células inflamatórias e a liberação de citocinas e fatores de crescimento proporcionam expressão aumentada dos transportadores de glicose e elevação de sua afinidade pela deoxiglicose. Este grupo de doenças tem como principais representantes a sarcoidose, doença relacionada a IgG4, amiloidose, mastocitose e lúpus eritematoso sistêmico (LES). Um achado comum nessas entidades patológicas é o aumento da captação esplênica de FDG. O baço é um órgão linfoide que exerce papel importante no sistema imune, sendo responsável pela produção de substâncias inflamatórias e imunoglobulinas M e G, fagocitose de agentes infecciosos e como reservatório de algumas células, como leucócitos. Desta forma, situações de inflamação ou infecção sistêmica podem desencadear o aumento da captação esplênica de FDG, e até causar esplenomegalia, como na figura 3. Embora este padrão de imagem possa classicamente ocorrer em linfomas, neste caso ilustrava uma mastocitose. Em algumas doenças que mimetizam linfoma, os achados de imagem podem fornecer pistas para o diagnóstico diferencial. Como exemplo, a figura 4 revela hipermetabolismo glicolítico em linfonodos torácicos, cuja morfologia, a distribuição simétrica das linfonodomegalias, e o padrão de acometimento – especialmente nos hilos pulmonares – suscitam a possibilidade de sarcoidose. Em outros casos, a hipercaptação do FDG não permite a suspeição de uma etiologia específica, necessitando confirmação anatomopatológica por biópsia. A figura 5 ilustra um PET/CT com hipermetabolismo glicolítico em linfonodos cervicais, torácicos e abdominais. A biópsia neste caso evidenciou doença esclerosante relacionada a IgG4. Em alguns quadros clínicos, apesar do desafio para elucidação diagnóstica, o PET/CT com FDG pode ajudar ao fornecer a informação de quais linfonodos são mais adequados ou representativos para a amostragem anatomopatológica. Em relação à febre de origem indeterminada, que tem indicação bem estabelecida na lista da agência nacional de saúde (ANS), não é infrequente que sejam evidenciados padrões de imagem mais tipicamente relacionados a linfomas, e ainda assim o anatomopatológico confirmar o diagnóstico de outra etiologia. É, portanto, fundamental a realização de biópsia. A figura 6 ilustra exame com sinais de acometimento da medula óssea e de hepatoesplenomegalia, e a investigação demonstrou positividade na coloração pelo vermelho do Congo, confirmando amiloidose.

Figura 3 Figura 2

CONTINUA


Mimetizadores de linfoma no PET/CT com 18F-FDG CONTINUAÇÃO

Figura 4 Figura 7

Figura 5

Figura 8 Figura 6

Doenças Infecciosas As doenças infecciosas apresentam aumento da expressão dos transportadores de glicose pelos mesmos mecanismos descritos nas doenças inflamatórias. Dentre as que podem mimetizar linfoma no PET/CT com 18F-FDG, destacam-se tuberculose, paracoccidioidomicose, citomegalovirose, mononucleose, histoplasmose, sífilis e infecções do trato respiratório superior. Neste cenário é especialmente relevante o conhecimento da história clínica do paciente, dados de exame físico e informações de outros exames. A figura 7 exibe um paciente com hipermetabolismo glicolítico em linfonodos supra e infradiafragmáticos e áreas focais no baço, sem evidências de lesões em sítios extranodais. O diagnóstico de tuberculose ganglionar foi feito através da biópsia. O caso da figura 8 demonstra a importância de se dispor da informação de que o paciente possuía infecção de vias aéreas superiores, o que foi imprescindível para evitar um possível falso positivo. O paciente foi submetido a estudos de PET/CT para estadiamento (imagens A e B) e avaliação de resposta à quimioterapia (C e D, após 2 ciclos, e E e F ao término do tratamento). Seu exame após segundo ciclo de quimioterapia revelou hipermetabolismo glicolítico nas tonsilas palatinas e em um linfonodo cervical no nível II esquerdo, e o achado apresentou resolução no exame subsequente. Sempre que o padrão de hipermetabolismo glicolítico em tonsilas palatinas for simétrico, sem aumento significativo de suas dimensões, respeitando os limites anatômicos amigdalianos, deve-se aventar a possibilidade de processo inflamatório/infeccioso e questionar o paciente sobre sintomatologia característica. Estes achados diferem do acometimento nodal e tonsilar pelos linfomas, exemplificado nas imagens G, H e I. Outro indício para o diagnóstico é o aparecimento de uma nova lesão – que não estava presente no estudo basal de estadiamento – em um paciente que apresentou resposta completa ao tratamento em todas as demais lesões, tornando menos provável a hipótese diagnóstica de atividade de linfoma.

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Condições Benignas Inúmeras condições benignas demonstram avidez pela glicose marcada e podem mimetizar linfoma, destacando-se as doenças de Castleman, Rosai-Dorfman e Kikuchi, hematopoiese extramedular e miofibroblastoma. Em certos casos, até mesmo a biodistribuição normal do análogo da glicose pode se apresentar de aspecto capcioso e proporcionar dificuldades diagnósticas. Protocolos adequados de exame devem ser realizados para melhor avaliação de cada segmento corporal. Como exemplo, a figura 9 ilustra como a falta de distensão luminal do estômago com água ou outro meio de contraste mostrou captação difusa nas paredes gástricas, potencialmente dificultando a análise da existência ou não de uma lesão no órgão. Após a distensão gástrica, nota-se apenas o metabolismo fisiológico da parede gástrica, sem evidências de lesões. Uma doença benigna caracterizada por linfadenopatia, geralmente cervical, é a doença de Kikuchi (figura 10). Neste caso, o anatomopatológico também é de suma importância para diferenciação de linfoma e outras doenças, podendo o exame ser útil em indicar um sítio acessível de biópsia que apresente elevado metabolismo glicolítico.

Condições malignas Neoplasias malignas também podem mimetizar doença linfoproliferativa, principalmente quando o padrão de disseminação nodal pode configurar fator de confusão do diagnóstico. Dentre as neoplasias com este comportamento, merecem destaque as neoplasias de timo, tireoide, ginecológicas e tumores de células germinativas. Frequentemente, conforme mostrado nos casos ilustrativos, o diagnóstico não pode ser estabelecido somente pelo padrão de imagem, sendo nestes casos necessária biópsia para diagnóstico diferencial. CONTINUA


Mimetizadores de linfoma no PET/CT com 18F-FDG CONCLUSÃO X

doenças inflamatórias e infecciosas, adenite reacional e realização de PET/ CT menos de 100 dias após o transplante de medula óssea. Como potenciais causas de falsos negativos, destacam-se o uso de corticosteroides, variantes histológicas de baixo grau e lesões de pele.

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Park SY, Kang JH, Roh JH, Huh HJ, Yeo JS, Kim DY. Secondary syphilis presenting as a generalized

Figura 9

Autores Figura 10

Teaching points Múltiplas são as causas de falsos positivos no PET/CT para a avaliação do linfoma, sendo extremamente importante o conhecimento dos pormenores do método e seus potenciais pitfalls, uma vez que boa parte das dificuldades são potencialmente identificáveis e evitáveis. Os mais comuns mimetizadores de linfomas são

Priscilla Dreyer, Anarosa Naves, Rafael Fernandes Nunes, José Flávio Gomes Marin, Felipe Galiza, Marcelo Queiroz, Carlos Buchpiguel. Médicos Radiologistas do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo - ICESP

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O impacto potencial da Tomossíntese Mamária na taxa de biópsias em mulheres de um programa de rastreamento no Reino Unido Introdução Muitos estudos demonstram que a tomossíntese mamária tem alta detecção de carcinoma e baixo índice de rechamadas (para incidências complementares) em comparação à mamografia. Mas poucos estudos demonstram se a taxa de biópsia seria menor com a tomossíntese. A nossa experiência na clinica Mamorad nos faz acreditar que sim, sendo que demonstraremos, ao final e em congruência com essa revisão realizada no Reino Unido, um caso dos vários que temos em arquivo, em que a tomossíntese evitou a necessidade de biópsia.

Objetivo Avaliar as taxas de biópsia, após rastreamento, com e sem o uso da tomossíntese mamária. Ilustrar, ao final dessa breve revisão, com um caso clínico-radiológico de nosso Serviço de Imagem.

Materiais e Métodos Esse estudo incluiu mulheres que fizeram screening por mamografia ou por RM de 13/11/2015 até 29/07/2016 (30.933 mulheres ao todo) e que foram rechamadas (1470 pacientes). As mulheres que foram rechamadas foram submetidas a exame físico, a imagens adicionais (mamografia , US) e biópsia, se necessário. O número de intervenções e resultados foi registrado. A mamografia foi realizada na abordagem diagnóstica inicial e as imagens de tomossíntese foram obtidas 3 semanas após o rastreamento mamográfico. Dois de quatro radiologistas foram cegados para o resultado das biópsias e analisaram as tomossínteses, sozinhas e em associação com as imagens mamográficas , incidências complementares e imagens de ultrassom.

Figura 2 - Focadas (assimetria focal persiste), US normal

Imagens produzidas a partir caso clínico radiológico da Mamorad, comparados com estudo realizado no Reino Unido Paciente, sexo feminino, 68 anos, assintomática, rastreamento, sem exames anteriores.

Figura 3 - Tomossíntese desfez completamente = tecido glandular sobreposto: paciente não precisou realizar BX estereotáxica.

Resultados A idade média das pacientes incluídas no estudo (827 pacientes) foi de 56,7 anos (+/- 7,7 anos). Um total de 145 cânceres de mama foi detectado (142 com mamografia, dois apenas com tomossíntese e um com RM). As que tiveram o triplo acesso, sem tomossíntese, resultaram em 571 biópsias e permitiram 142 diagnósticos de câncer. Com a adição de tomossíntese, apenas 298 teriam indicação de biópsia e seriam detectados também 142 cânceres, reduzindo o número de biópsias de 571 de 827 (69%) para 298 de 827 (36,0%).

Conclusão A tomossíntese reduz o número de biópsias benignas e mantêm a taxa de detecção de Câncer de mama.

Comentário Na Mamorad, a nossa experiência é condizente com os resultados obtidos no presente estudo. Conforme as imagens apresentadas.

Autores Renata Brutti Berni Médica da Mamorad/RS, especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, R4 em TC e RM, membro titular do CBR

Radiá dos Santos Diretora médica da Mamorad/RS, especialista em Radiologia e Mastologia, Doutora em Radiologia, membro da Comissão de Qualificação em mamografia do CBR e presidente da Comissão de Ultrassom da Sociedade Brasileira de Mastologia. Ps.: As ilustrações são referentes a casos da clínica Mamorad/RS. Figura 1 - Assimetria focal associada a distorção arquitetural à direita, no QSL

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Doenças Vasculares do Seio Cavernoso Introdução As lesões que envolvem o seio cavernoso incluem um grupo heterogêneo de patologias onde a detecção e o diagnóstico precoce geralmente são um desafio na prática médica. O seio cavernoso está situado ao redor da hipófise e corpo do osso esfenoide, entre as camadas endosteal e meníngea da dura-máter. Ele sofre expansão desde o ápice orbitário até o ápice petroso. O seio cavernoso transmite os nervos cranianos à fissura orbitária superior e forame redondo, além de conter estruturas vasculares vitais, como a artéria carótida interna. Os nervos oculomotor (III), troclear (IV) e trigêmio (V) em suas divisões oftálmica (V1) e maxilar (V2) situam-se na parede lateral e o nervo abducente (VI) situa-se no interior do seio cavernoso.

Fístula carótido-cavernosa A fístula carótido-cavernosa pode apresentar exoftalmia pulsátil, perda visual progressiva e paralisia ipsilateral dos III, IV, V e VI nervos cranianos. A angiotomografia de crânio evidencia aumento do seio cavernoso e a ressonância magnética evidencia vasos ectasiados com fluxo rápido (flow void).

Figura 4: Paciente do sexo masculino, 36 anos. As imagens de Angio-TC de crânio evidenciam stent endovascular no segmento intracavernoso da artéria carótida esquerda (figuras A e C) e assimetria dos seios cavernosos, com contrastação maior e mais precoce à esquerda (figuras B e D).

Figura 1: Imagem de ressonância magnética no plano coronal evidenciando os III, IV, V e VI pares cranianos (N), as artérias carótidas internas (ACI) e a hipófise. O nervo trigêmio (V) apresenta ramificação nas divisões oftálmica (V1) e maxilar (V2).

Doenças Vasculares As lesões vasculares abordadas são trombose do seio cavernoso, fístulas carótido-cavernosas e aneurisma da artéria carótida interna.

Aneurisma da artéria carótida interna Os aneurismas da artéria carótida interna, em seu segmento cavernoso, apresentam baixo risco de hemorragia subaracnoidea, pois são normalmente contidos pela dura-máter do seio cavernoso. São mais comumente encontrados em idosos e podem causar oftalmoplegia. Quando menores que 12 mm, em pacientes assintomáticos, podem ser conduzidos de forma expectante.

Trombose de Seio Cavernoso A causa infecciosa é a principal para a ocorrência de trombose do seio cavernoso, caracterizando-se por uma disseminação por contiguidade de sinusite, abcessos orbitários ou odontogênicos. A tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) evidenciam alargamento do seio cavernoso com abaulamento do seu contorno lateral e falha de enchimento na fase venosa do exame. A veia oftálmica superior pode estar alargada.

Figura 5: Paciente do sexo feminino, 76 anos, assintomática. As sequências de Angio-RM cerebral evidenciam aneurisma sacular com orientação posterior e colo estreito, na parede posterior da carótida supraclinoidea esquerda.

Conclusão O seio cavernoso contém estruturas nervosas e vasculares, além de ser sítio de outras doenças neoplásicas, inflamatórias e infecciosas. No passado, era limitado à avaliação angiográfica. Entretanto, o advento da TC e RM tem permitido a avaliação mais detalhada da anatomia vascular e sua relação com as estruturas adjacentes.

Referências Bibliográficas Fig. 2 Masculino 68 anos, diabético, queixa de cefaleia hemicraniana e ptose palpebral à esquerda. As imagens demonstram aumento de volume com falha de enchimento pelo meio de contraste no seio cavernoso esquerdo, adjacente a processo inflamatório do seio esfenoidal esquerdo por mucormicose, com presença de nível líquido e erosão da parede lateral desse seio (A e B).

1.

Razek, A. A. et al. Imaging lesions of the cavernous sinus. AJNR Am J Neuroradiol. 2009 Mar; 30:444–52.

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5.

Spectrum of Findings, and Diagnostic Pitfalls. RadioGraphics 2006; 26:S19 –S43.

Autores

Figura 3: Feminino, 33 anos, com queixa de sonolência e cefaleia holocraniana. As imagens de ressonância magnética com contraste evidenciam sinusopatia esfenoidal associada a falha na contrastação dos seios cavernosos (figuras A e B), sugerindo trombose venosa dos mesmos e extensão para os seios petrosos superiores (figura C)

Guilherme Wilson Otaviano Garcia Chaves Camila Vilela de Oliveira Bruno Pereira Rocha Ula Lindoso Passos Luis Filipe de Souza Godoy Eloisa Maria Santiago Gebrim Médicos do Departamento de Radiologia do Hospital Sírio-Libanês (SP) AGO / SET 2019 nº 111

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Teratoma ovariano atípico (esferas flutuantes) em paciente pós-menopausa - um relato de caso

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aciente do sexo feminino, 52 anos, procedente de Viradouro/SP. Procurou atendimento médico queixando-se de aumento progressivo do volume e da dor abdominal, antes de maior intensidade em abdome inferior, agora apresentando-se de forma difusa há aproximadamente 1 ano. Foi encaminhada para nosso serviço para realização de ressonância magnética, a fim de complementar achados na ultrassonografia realizado em outra cidade, que evidenciou lesão expansiva de conteúdo cístico com numerosas formações ovaladas de tamanhos variados no seu interior e móveis à mudança de decúbito da paciente. No exame de RNM confirmou achado anexial ultrassonográfico, com volumosa formação expansiva bem delimitada, ocupando praticamente toda a cavidade pélvica, com extensão superior para o hipogástrio, com ápice ao nível da cicatriz umbilical, medindo cerca de 12,2 x 8,6 x 11,8 cm, com volume aproximado de 644 cm³. Apresenta predominante hipossinal em sequência ponderada em T1 e hipersinal em T2, destacando-se várias imagens ovaladas, de tamanhos variados (entre 0,3 e 1,4 cm), circunscritas, localizadas junto à margem interna da parede anterior, com sinal intermediário em sequência ponderada em T1 e T2, sem realce pós-contraste.

de células germinativas (ectoderme, mesoderme e endoderma), sendo a ectoderme a mais comum, o que atribui-lhe também o nome cisto dermoide. A diversidade de composição de tecidos e de suas densidades resulta em ampla variedade de características nos exames de imagem. Sob os métodos de imagem, os TCM comumente apresentam achados típicos, os quais facilitam o seu diagnóstico. Na ultrassonografia, o achado mais característico é a presença do nódulo de Rokitanksy, uma massa cística com um tubérculo ecogênico o qual, a partir de suas calcificações, focos gordurosos ou fios de cabelo, projeta sombra acústica posterior. Na tomografia computadorizada, são frequentemente vistas áreas de atenuação de gordura as quais podem apresentar focos de calcificação. Na ressonância magnética, a gordura da lesão apresenta sinal hiperintenso em T1, o qual perde intensidade nas sequências com saturação de gordura. Um achado atípico e patognomônico de TCM é o que encontra-se no caso acima, denominado de “esferas flutuantes” (ou “esférulas flutuantes”). Tais esferas podem ser, histologicamente, compostas de fibrina, queratina, debris sebáceo, gordura, hemossiderina, fios de cabelo, ou qualquer proporção entre estes componentes. Elas flutuam e se mobilizam com a posição do paciente porque são menos densas que o meio cístico no qual estão banhadas.

Conclusão O TCM é o mais comum dos tumores benignos ovarianos e, devido à sua natureza silenciosa, não é raro que seja um achado incidental em exames de imagem do segmento abdominopélvico. O conhecimento não apenas de sua apresentação típica, mas também acerca do achado de esferas flutuantes, facilita a elaboração do diagnóstico pelo médico especialista em diagnóstico por imagem, uma vez que este achado é patognomônico da lesão.

Referências Bibliográficas -

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Figura 1. RM nas sequências T2 axial HR (A), T2 sagital HR (B), T1 axial (C) e T1 axial pós contraste (D) demonstrando lesão expansiva abdomino-pélvica contendo vários nódulos junto à margem interna da parede anterior, com predomínio de hipossinal em sequência ponderada em T1 e hipersinal, com sinal intermediário em sequência ponderada em T1 e T2, sem realce pós-contraste.

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Sahin H, Abdullazade S, Sanci M. Mature cystic teratoma of the ovary: a cutting edge overview on imaging features. Insights Imaging. 2017 Apr; 8(2): 227–241

Autores O TCM é o tumor ovariano benigno mais comum, correspondendo a 10-20% todas as neoplasias ovarianas, podendo ser bilaterais ou quando unilaterais, mais comumente acometendo o lado direito (72,2%). São majoritariamente encontrados em pacientes em idade reprodutiva, apresentando um crescimento lento, o qual tende a cessar com a menopausa. Tais neoplasias são geralmente assintomáticas e por isso tendem a permanecer ocultas até que atinjam volume suficiente para serem palpáveis no exame físico abdominal, ou sejam notadas de forma incidental em exames de imagem. Todavia, os TCM podem crescer a ponto de gerar sintomas oriundos da compressão de estruturas adjacentes, tais como constipação intestinal ou dor em cólica. Podem ainda apresentar complicações inerentes a si próprios, como torção (visto seus contornos assimétricos), ruptura, ou transformação maligna (2% dos casos). Este tumor contém tecidos bem diferenciados de pelo menos duas das três camadas

Ana Karina Nascimento Borges Médica Radiologista da Equipe de Medicina Interna do Hospital de Amor, Barretos Doutora em Ciências pela FMUSP - SP

Fabiano Rubião Lucchesi Médico Radiologista da Equipe de Medicina Interna do Hospital de Amor, Barretos Doutorado em clínica médica pela FMUSP – SP Aline Oliveira Domingos Residente de Radiologia do Hospital de Amor, Barretos

Arlindo de Oliveira Neto Residente de Radiologia do Hospital de Amor, Barretos

O ID publica artigos de revisão, de atualização e relatos de casos. Envie para o endereço: www.interacaodiagnóstica.com.br 6

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PESQUISA & INOVAÇÃO

Segmentação automática do coração agiliza o diagnóstico

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studo pioneiro realizado pelo Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) em parceria com a Canon Medical System propõe, com o uso da Ressonância Magnética e métodos baseados em aprendizado profundo (deep learning), um novo processo de segmentação automática de estruturas do coração, reduzindo tempo e agilizando a conduta médica. A identificação das estruturas cardíacas em imagens médicas, conhecido como segmentação, é um processo que exige atenção, sensibilidade e perspicácia do radiologista por ser um dos sistemas mais complexos do corpo humano. Além disso, é um processo que consome tempo do Radiologista durante a elaboração de um laudo, mesmo para os mais experientes. Em busca de otimizar essa etapa, especialistas do InCor e da Canon Medical System uniram esforços durante dois anos para a criação de um software para realizar automaticamente a segmentação e a identificação de estruturas do coração. Baseado em deep learning, modalidade da Inteligência Artificial, o resultado desse esforço, que envolveu os Departamentos de Radiologia e Informática do InCor, foi publicado recentemente no SPIE Medical Imaging, evento da Sociedade Internacional de Óptica e Fotônica (http://spie.org/mi) e se transforma numa realidade. Nos métodos tradicionais, para a segmentação manual dessas estruturas, o radiologista precisa avaliar centenas de cortes transversais obtidos nas imagens de Ressonância Magnética e delinear o contorno das regiões de interesse, como os ventrículos esquerdo e direito ou o endocárdio. A segmentação dessas estruturas é fundamental para a obtenção de medidas quantitativas como volume e massa para avaliar se o músculo possui alguma alteração. Em entrevista ao ID – Interação Diagnóstica, o Engº Dr. Marco Antonio Gutierrez, Diretor do Laboratório de Informática Biomédica do InCor, explica que o desenvolvimento de soluções para a segmentação e identificação das estruturas do coração é um processo que ocorre há várias décadas, porém sempre esteve baseado em modelos físicos ou matemáticos. Contudo, nos últimos anos, a adoção de deep learning foi decisiva para a criação do estudo apresentado. “A segmentação de estruturas de interesse em imagens médicas é uma atividade que exige muita precisão e consome tempo do radiologista. O que fizemos foi utilizar deep learning para aprender como os radiologistas segmentam e delineiam, por exemplo, o contorno de uma câmara cardíaca de interesse. Com o apoio da Canon, foi constituída uma coorte com 59 voluntários normais e, com apoio de dois Radiologistas muito experientes, os contornos dessas estruturas de interesse foram registrados. A partir disso, desenvolvemos uma arquitetura de rede neural baseada em deep learning para aprender como essa segmentação foi realizada. Esse aprendizado foi incorporado em um software denominado Guanyin, capaz de segmentar automaticamente os ventrículos esquerdo e

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direito em imagens de Ressonância Magnética”, detalha Dr. Gutierrez. Segundo Dr. Gutierrez, o software Guanyin também possibilita que o Radiologista confira toda a sequência de imagens produzidas no processo de segmentação automática, assim como também fornece, a partir dessa segmentação, medidas quantitativas do ventrículo esquerdo como massa, curva de variação do volume e a fração de ejeção, que mede a porcentagem de sangue do ventrículo esquerdo que é ejetada a cada batimento cardíaco. “Toda essa análise é disponibilizada para o Radiologista em menos de 10 segundos, assim que a série de imagens de Ressonância Magnética está disponível”, continua.

Nos próximos meses, a equipe multidisciplinar realizará um novo ciclo do estudo envolvendo indivíduos com diferentes patologias. Ao mesmo tempo, a identificação de outras informações importantes para a avaliação do coração deve ser acrescentada ao software Guanyin, como tensões de deformação e estresse da parede cardíaca. O objetivo dessa nova fase é apresentar ao Radiologista todos os dados quantitativos possíveis, tanto do ventrículo esquerdo quanto do direito, para que os laudos sejam ainda mais precisos. No futuro, o time espera que o software Guanyin seja um poderoso aliado para auxiliar Radiologistas na priorização de casos mais complexos. “Todo esse estudo não seria possível sem o apoio da

Figura 1 - Exemplo de resultado da segmentação automática do ventrículo esquerdo em imagens de Ressonância Magnética realizada pelo software Guanyin. No quadrante superior esquerdo, são apresentadas as principais medidas quantitativas. No quadrante inferior esquerdo, é representado um gráfico com a variação do volume do ventrículo esquerdo ao longo do ciclo cardíaco. No quadrante superior direito, é apresentado o resultado da segmentação do músculo cardíaco (área entre as duas curvas em vermelho) durante a sístole e no quadrante inferior direito durante a diástole.

Validação científica O esforço resultou em uma primeira validação científica do método e o registro do software Guanyin está sendo feito junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) pela Canon e Fundação Zerbini, que é a Fundação de apoio ao InCor.

Canon e de toda a equipe de profissionais do Departamento de Radiologia do InCor, chefiado pelo Dr. Cesar Higa Nomura. Nós entramos com os métodos, validações e recursos computacionais, mas nada disso seria realidade se não houvesse todo o conhecimento médico atrelado. Temos grandes esperanças para o futuro da solução”, encerra o Dr. Gutierrez.


AGOSTO / SETEMBRO DE 2019 - ANO 18 - Nº 111

Da Redação

Em busca de uma filosofia da conexão Uma união entre as tecnologias e as necessidades dos clientes: esse é o foco estratégico da divisão de saúde da Konica Minolta para o mercado brasileiro. Desde julho de 2015 no País, a empresa produz equipamentos de raios X, mamografia, CR, DR e solução PACS para atender o mercado de radiologia.

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á quase dois anos à frente da possibilitem a presença da Konica Minolta mamografia. Aliado ao mamógrafo Delicata Konica Minolta Healthcare nos lugares mais distantes e necessitados do 10, o painel digital garante alta qualidade no Brasil, o Presidente Naoki país. “Esta é a realidade do Brasil, precisade imagem, confiabilidade clínica, redução Kobayashi falou ao ID Interamos fornecer à população exames ‘básicos’ de dose e melhora do fluxo de trabalho dos ção Diagnóstica, em entrevista, como a mamografia por meio também de radiologistas. Segundo Kobayashi, o Rose onde destaca as qualidades do segmento unidades móveis. É a maneira de levar M é o exemplo da conexão com o mundo nacional e lembra que “é resdigital, uma vez que ele pode ser ponsabilidade da empresa atenconectado a diversos equipamentos der aqueles que mais precisam analógicos de mamografia. de tecnologias radiológicas. O mamógrafo Delicata 10, além Porém, para isso, é preciso inde permitir movimentos de 180 vestir na conexão em todas as graus, o que possibilita exames esferas desse relacionamento”. da mama masculina, também está “Nesse período que estou homologado para instalação em aqui no Brasil percebi que o caminhões. “Esse é outro símborelacionamento é muito imporlo da nossa política de conexão, tante. Por isso, desenvolvemos permitindo que sejam oferecidos iniciativas voltadas para a exexames de mamografias e raios X periência dos nossos clientes. por meio de projetos itinerantes É importante que a tecnologia instalados em caminhões, uma forseja uma fomentadora da coma de levar exames para áreas onde nexão entre a Konica e nossos pessoas não conseguem realizá-los clientes”, afirma Kobayashi, com frequência”, conta. que emenda: “é uma filosofia Outro lançamento é o AeroSr. Naoki Kobayashi, presidente da Konica Minolta Healthcare do Brasil. da conexão, em que levamos o Remote Insights, software que exame aonde o paciente precisa, tornamos possibilita o acesso a todos os dados do saúde a todo o país. E percebemos que os o analógico em digital, aceleramos processerviço de raios X que possui o AeroDR ou clientes estão olhando para essa questão da sos, conexões com os clientes e as conexões AltusDR, como o número de exames realiexperiência desde as primeiras informações digitais”. zados, a quantidade de imagens rejeitadas até depois de adquirirem produtos”, ressalta Essa atenção ao customer experience e o índice de exposição de doses. “Somos a o Presidente. está concentrada, principalmente, no que a única empresa do mercado que possui um Nesse sentido, durante a 26ª edição da empresa chama de imagem primária, o segsoftware para placa digitalizadora, softwaHospitalar, a empresa apresentou novidamento composto por aparelhos de raios X, re que controla todo o comportamento da des nesse mercado, com destaque para o de DR, mamografia e soluções móveis que placa”, diz. Rose M, novo sistema de digitalização para

“A experiência que a gente quer dar ao cliente é a melhor possível, e isso começa no momento em que entendemos a necessidade dele para, então, atendê-lo com as melhores soluções de nosso portfólio”, complementa Daniel Martins, Gerente Geral da Konica Minolta no Brasil. Desde 2014, a Konica Minolta cresceu sua operação de vendas no Brasil em 744% e em 200% o número de funcionários. A empresa também investiu em uma enorme remodelação de sua fábrica em Nova Lima em 2018, melhorando a produtividade e o controle de qualidade dos produtos e processos.

Soluções para clínicas e hospitais Durante a Hospitalar, a Konica Minolta Healthcare também apresentou o AeroDR X10, soluções de raios X digital portátil que combina mecânica e tecnologia de digitalização para a realização dos exames com eficiência, de constituição leve e compacta, possibilitando posicionamento para exames à beira do leito, além do X-Ray in Motion, exemplo da próxima geração desse tipo de exame que permite a geração de imagens em movimento sem aplicação de contraste.

Os desafios das Clínicas e Serviços de pequeno e médio porte Nesses vinte e cinco anos, a Clínica SCOPP Diagnósticos vivenciou as principais mudanças e a evolução da Radiologia e Diagnóstico por Imagem no país, se reinventando para acompanhar as novas tecnologias e seu impacto no mercado de saúde. Em entrevista ao ID Interação Diagnóstica o diretor Dr. Luiz Scoppetta revela como esta sendo participar de todo esse processo de desenvolvimento da especialidade, e faz um balanço da rotina e os desafios das Clínicas de pequeno e médio porte.

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Clínica SCOPP Diagnósticos, com sede na cidade de São Paulo, completou 25 anos de existência, e o seu diretor Dr. Scoppetta comemora essa trajetória de sucesso com muito orgulho. Segundo o radiologista, muitos foram os desafios transpostos para conquistar espaço, ser reconhecido e permanecer no mercado de medicina diagnóstica. “Nesse período, vivenciamos uma grande evolução tecnológica, com introdução de novos métodos e técnicas, acompanhadas de significativas mudanças no mercado de saúde, onde destaco a consolidação de grandes players, sistemas verticalizados e a entrada de fundos de investimentos”, relata. Na opinião do Dr. Scoppetta, essas mudanças foram ainda mais desafiadoras devido à redução do ticket médio dos exames acompanhado do aumento dos custos operacionais e das maiores demandas ao Setor. Em constante crescimento, hoje a Clínica SCOPP Diagnósticos conta com Unidades de atendimento nas Zonas Oeste, Sul e Norte da Cidade de São Paulo. Dr. Scoppetta, que também é o responsável médico pelo Serviço de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, vivenciou essas distintas realidades do mercado e traça um panorama da especialidade nesse período. “Se faz necessário a mudança do papel do radiologista, que deve atuar de forma mais participativa, e buscar agregar maior valor ao atendimento”, relata. Em tempos de tecnologias sofisticadas, a redução do custo também é uma necessidade, inclusive para as gran-

des seguradoras e planos de saúde, onde a eficiência e o radiologista no atendimento ao cliente, destacando nossa importância em processos chaves como em notificações de não desperdício tem sido as palavras chaves para manter achados críticos, nas realizações de segundas leituras e nas a sustentabilidade do negócio. Assim, exames devem ser sempre bem indicados e bem realizados, evitando soliorientações ao colega clínico ou cirurgião sobre o próximo citações desnecessárias e buscando passo”. E completa “não basta ter um reduzir o grande número de resultítulo de especialista, todo médico tados normais, que tendem a não radiologista precisará se envolver colaborar no manejo clínico. O Dr. com os clientes”. Scoppetta explica que “para melhores Ressalta ainda que o uso da resultados, não deveremos apenas Inteligência Artificial (IA) corrobora buscar aumentar a produtividade das com a necessidade de mudanças do máquinas e melhorar a eficiência dos comportamento do médico radiologista. “A IA fará com que o profisSetores de agendamento e recepção. sional redefina o seu posicionamento Os médicos clínicos e cirurgiões e assuma um papel mais ativo no também tem papel central, pois processo integrado de decisão da somente através de um bom exame conduta diagnóstica. O diagnóstico clínico, que só é possível através será mais rápido e mais próximo ao de uma boa formação médica, é que cliente”, aponta Scoppetta. conseguiremos reduzir as solicitações O grupo São Camilo tem um desnecessárias”. E completa “estes perfil assistencial e conta com Famédicos devem se habituar a consultar o radiologista sempre em casos culdade de Medicina. Ao longo de dúvidas”. dos próximos anos, haverá grande Para o dr. Luiz Scoppetta, “a mudança do papel O crescimento do número de esforço para a integração do ensino do radiologista se faz necessária”. solicitações de exames de imagem, em sua rede de Hospitais. Segundo o associado a uma necessidade de maior produtividade, médico “a Instituição além da formação médica e atendimento de qualidade, está procurando eficiência da radiologia, trouxeram, em última análise, impessoalidade na relação da cirurgia, do clínico, do ortopedista e de todas as outras médico-paciente. Destaca que “é muito importante conscientizar os médicos mais novos sobre o papel central do especialidades, não admitindo mais o desperdício”. AGO/ SET 2019 nº 111

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ENTREVISTA Por Luiz Carlos de Almeida e Valeria de Souza (SP)

Clínica paulista cria mesa multiuso específica para exames de ultrassom Com uma história de 25 anos no ensino da ultrassonografia, a Clínica-Escola CETRUS amplia sua área de atuação com novos cursos e contribui com importante inovação para facilitar e agilizar o trabalho do médico ao lançar no mercado a Abigail - uma mesa multiuso dedicada para o exame de ultrassom.

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dr. Sebastião Zanforlin Filho, diretor do nessa realidade, a ideia de criar a mesa Abigail, foi exatamente para prover todas as funcionalidades que um médico CETRUS e idealizador do projeto da mesa precisa para fazer todos os tipos de exames de ultrassom e Abigail, deixa de lado o professor e médico de ecocardiografia e, também, exames clínicos, de ginecoultrassonografista, e assume seu lado de logia e obstetrícia, além da economia que ela proporciona. inventor e de designer, para falar sobre essa “Qualquer médico pode usar esse produto, pois ele inovação na área de ultrassonografia, já em uso nas unidades do CETRUS, no seu atendimento de rotina, para mais funciona muito bem e está adaptado a muitas necessidades de 1.000 pacientes por mês, procurando dar ao médico que e usos”, enfatiza seu inventor Sebastião Zanforlin, complementando ainda que estabeleceram algumas premissas trabalha na área, um produto (uma solução) que o ajude no procedimento, com mais conforto, ergonomia e acesso ao paciente. O médico mostra todo seu entusiasmo com o projeto que nasceu de uma experiência pessoal e da vontade de criar produtos mais adequados para o médico, como por exemplo, uma maca que tivesse altura certa para fazer ultrassom. Ele lembra que uma das dificuldades iniciais para montar o consultório no início de sua carreira foi encontrar uma maca mais baixa que o deixasse numa posição confortável para realizar o exame, pois as disponíveis no mercado eram muito altas. “Eu precisei cortar os pés da minha primeira mesa para poder ficar na posição correta”, testemunha. Segundo o dr. Zanforlin com a evolução da prática diária de fazer ultrassom os profissionais foram identificando alguns problemas, como por exemplo, as macas que dobram a perneira e, quando o paciente senta na ponta, ela vira. Além do desconforto para o médico tinha a preocupação constante com a segurança do paciente, Dr. Sebastião Zanforlin Filho fala com entusiasmo desse novo projeto, visto que “a mesa é um produto adequado para o ultrassonografista. que precisava ser avisado para sair pelo lado certo da para o projeto: a primeira que fosse absolutamente segura; a maca, se não ela caía. Entre outras dificuldades identificadas, segunda é que tivesse manutenção mínima; que suportasse estão as saliências externas que rasgam o bolso do avental bastante peso, para o caso de pacientes muito obesos; e a ou raspam na cadeira. “Todas essas pequenas dificuldades última é que o preço fosse acessível a quem precisa de um do dia a dia ajudaram a idealizar um produto que pudesse produto como esse. “De todas, a acessibilidade pelo preço resolver grande parte desses problemas e além de tudo é o que menos a gente conseguiu cumprir, porque é uma aproveitar esse único móvel para não precisar de espaço mesa que saiu relativamente cara, com custo aproximado no estoque”, explica. de 7 mil reais. Porém, uma maca elétrica custa R$ 12 mil, Geralmente, as salas de ultrassom são muito pequenas, e o motor quebra, o que gera custo com manutenção, além apertadas e escuras, portanto, a maca não pode ocupar muito de uma série de outros inconvenientes como lentidão para espaço e também não sobra lugar para estoque. Com base

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subir, descer e puxar a perneira. Assim, procuramos fazer um produto diferente, simples, mas que atendesse as nossas necessidades, por um preço justo”, pondera Zanforlin.

A mesa multiuso Abigail Após a fase de estudos e design do projeto, desenvolvimento de 85 protótipos, registro de algumas patentes para poder ter uma proteção sobre o produto e parceria com um fabricante, a Move Vida, para construir essa mesa num custo acessível, com duração de dois anos, nasceu Abigail – uma mesa multiuso especial para o ultrassonografista, muito fácil de trabalhar, de usar, de operar vários exames, com alta resistência e rápidas mudanças entre um exame e outro, que otimiza o tempo e o faturamento. A Move Vida é uma empresa sediada em Sorocaba, São Paulo, que está produzindo esse produto, todo confeccionado em material de excelente qualidade, com espuma de densidades diferentes para trazer exatamente a performance esperada. A fábrica consegue produzir a quantidade adequada e com muita qualidade na pintura, na cromação e soldagem. Há um ano o novo produto está em uso no CETRUS, que atende 100 mil pacientes por ano. No Instituto, devido ao grande volume e rotatividade no atendimento, a ergonomia, por exemplo, é fundamental para a saúde e o bem-estar do médico ultrassonografista, que segundo o dr. Sebastião Zanforlin, atualmente chega aos 50, 60 anos, com dores ocupacionais devido a postura incorreta de posicionamento frente ao paciente e manipulação inadequada do transdutor. O crescimento expressivo nesses 25 anos foi um dos grandes motivos para a consolidação e reconhecimento do CETRUS no mercado de saúde. “O CETRUS é uma cadeia de valores, um mecanismo de troca no qual o médico entra com o recurso financeiro e sai com conhecimento e potencialidade profissional, além da experiência de atendimento de qualidade que vai ajudá-lo a desenvolver sua carreira”, define o diretor Sebastião Zanforlin.


INOVAÇÃO Por Angela Miguel (SP)

Presidente eleita da WFUMB

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o dia 6 de setembro durante o Congresso Mundial de Ultrassonografia que ocorrerá em Melbourne, na Austrália, a médica brasileira Maria Cristina Chammas, diretora do Serviço de Ultrassonografia do InRad – HCFMUSP, e vice-presidente 2 da World Federation for Ultrasound in Medicine and Biology (WFUMB), tomará posse como presidente-eleita juntamente com o novo board da instituição. A decisão dos novos membros do comitê executivo da WFUMB foi tomada em dezembro de 2018. Normalmente há uma eleição com, no mínimo, dois candidatos disputando o cargo, uma vez que são seis federadas representando os continentes e cada uma pode propor o seu candidato. “Nem sempre há um consenso. Teoricamente há um rodízio, mas isso não é uma norma. Dessa vez, todas as federadas apoiaram a minha eleição, então não houve disputa, fui eleita por unanimidade, o que me deixou bastante honrada”, conta Dra. Maria Cristina. Durante o evento na Austrália haverá uma assembleia, que marcará a posse do novo board. Em 2021, a Dra. Maria Cristina assumirá como presidente, quando a cerimônia ocorrerá na Romênia, país sede do Congresso Mundial de Ultrassonografia. Sua gestão terá a duração de dois anos, terminando em 2023. A Dra. Maria Cristina Chammas reforça a presença brasileira à frente da WFUMB, que já contou com o Prof. Dr. Giovanni Guido Cerri como presidente de 2006 a 2009. “O sentimento é de grande responsabilidade e, com relação a ser a primeira mulher, acredito que não deveria ser um destaque pois, como sabemos, as mulheres têm capacidade intelectual e de liderança igual aos indivíduos do sexo masculino, portanto é um cargo que já deveria ter sido ocupado por mulheres antes”, contextualiza.

Alta e Canon unidas para maior qualidade de imagens Com projetos focados na qualidade, a Alta Excelência Diagnóstica, do Grupo Dasa, acaba de adquirir equipamento de ultrassom Aplio i800, inovadora tecnologia da Canon Medical Systems, com maior qualidade de imagens, rápido processamento, alta sensibilidade e elastografia em todos os transdutores.

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e acordo com a Dra. Maria Cristina Chammas, diretora clínica do Alta Excelência Diagnóstica, diretora do serviço de Ultrassom do InRad-HCFMUSP, coordenadora de Ultrassom do Grupo Dasa São Paulo e vice-presidente 2 da Federação Mundial de Ultrassom, o Aplio i800 possui uma série de diferenciais importantes para a acurácia da avaliação dos pacientes: “o Alta tem a premissa de trabalhar com produtos high-end e o i800 é um aparelho diferenciado no mercado, de processamento super-rápido de imagens, software de contraste muito eficiente e elastografia completa. Utilizamos o equipamento no HC há um ano com o objetivo de pesquisa e estamos muito satisfeitos de contar com um exemplar para nossa unidade Jardins, em total funcionamento”. Adequado para Elastografia de Compressão e Elastografia Shear Wave em todos os transdutores, possibilita o exame de fígado, mamas, próstata, tireoide e útero. Segundo Dra. Cristina, o equipamento vai além e possibilita a quantificação da gordura presente no fígado, evitando bi-

ópsias desnecessárias. “A Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica está se tornando uma doença prevalente e saber quem precisa ou não realizar biópsias para avaliar a quantidade de gordura, inflamação e fibrose, por um método não invasivo é excelente! Esse equipamento apresenta a possibilidade de avaliar por meio do coeficiente de atenuação, viscoelasticidade e elastografia Shear Wave, fornecendo informações do tecido e assim contribuindo para avaliação de forma não invasiva! Saber que podemos diminuir procedimentos invasivos que podem levar a intercorrências é uma ótima notícia”, afirma. Com relação aos transdutores do i800 na prática clínica destaca-se sua alta resolução. Para ela, os transdutores de ultra banda larga matriciais, como o convexo de 1 a 8Mhz e o linear de 8 a 24 Mhz, auxiliam nas diversas modalidades de exames. A frequência no transdutor linear pode alcançar 33 Mhz, garantindo avanços nas imagens proximais e no diagnóstico do melanoma. Essa tecnologia

se traduz em um avanço no diagnóstico precoce do câncer de pele, uma vez que os transdutores apresentavam frequência de até 20Mhz há pouco tempo. Ainda nesse sentido, o equipamento possui o sistema SMI e SMI Smart 3D, que proporciona visualização mais dinâmica de microvascularizações. “Uma das coisas que mais chama nossa atenção no i800 é a alta sensibilidade do Doppler de superfície, que nos permite estudar com mais clareza pele, leito ungueal, pequenas polias, por exemplo”, emenda a Dra. Cristina. Outro destaque é a maior penetração distal do feixe sonoro, chegando a 50 centímetros, com altíssima definição de imagem, característica importante para o exame de pacientes obesos. “Mas é essencial ressaltarmos que todas essas tecnologias não adiantam se não houver a educação médica associada, é ela que dará embasamento para a forma mais adequada de se utilizar todas essas inovações. Por isso, a DASA possui uma série de programas para fortalecer o conhecimento dos médicos, caso da Escola de Ultrassom, fundada em 2015 e que possibilita a formação de radiologistas especializados nessa modalidade de exames, bem como atualização contínua do especialista”, finaliza.

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REGISTRO Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

Radiologia digital direta muda rotina dos exames

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Mais rapidez na realização dos exames, imagens com alta resolução e mais conforto para os pacientes são alguns benefícios que a mesa com Radiologia Digital Direta – RDD agregou à rotina do CMDI – Centro Médico Diagnósticos por Imagem, em Joinville.

struturada com as principais modalidades, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, mamografia digital e ultrassonografia, o CMDI - Centro Médico Diagnósticos por Imagem,liderado pelo dr. Jose Olavo Dugaich e dr. Sebastião Miotto, enfatiza a importância dessa tecnologia para a região de Joinville, onde a Radiologia ainda é a principal alternativa na rotina dos centros especializados. Instalado desde 1980 em Joinville, maior cidade de Santa Catarina, com 583.144 habitantes, o CDMI sempre acompanhou as tendências e os principais avanços da especialidade, incorporando as novas tecnologias de imagem e, assim, levar para a região os recursos existentes nas grandes cidades do país, sendo responsável pela instalação do primeiro equipamento de ressonância magnética no estado. “Nosso objetivo é que os pacientes de Joinville possam fazer seus exames, com a melhor tecnologia disponível, sem precisar se deslocar para outros centros”, informa Dugaich. Reconhece o dr. José Olavo, cuja história está ligada à Radiologia, que os avanços na tecnologia da computação levou a uma tendência para a geração de imagens digitais e os exames tradicionais de raios-x podem ser adquiridos e processados pelo computador. O Dr. José Dugaich explica que no Centro Médico os exames radiológicos são realizados com equipamentos de digitalização de imagens de última geração, que permi-

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tem a obtenção de imagens através de baixas doses de radiação e possibilidade de manuseio por computador, bem como, a disponibilização em terminais de vídeo apropriados ou filmes com impressão digital a laser”. Com a mesa de radiologia digital di-

pé, fazer radiografias em decúbito dorsal horizontal, facilita sobremaneira o manejo do paciente, além da vantagem de não precisar manusear cassetes”. Na radiologia digital direta a imagem sai direto da mesa para o computador, vai para a nuvem e o serviço disponibiliza essas imagens dire-

Com uma grande historia da radiologia de Santa Catarina, o dr. José Olavo Dugaich vive um novo momento no Centro Médico Diagnósticos por Imagem, em Joinville e o equipamento digital agiliza os processos e reduz custos”

reta foi possível resolver vários problemas no fluxo de atendimento e da realização de exames, que são comuns na radiologia geral, que causavam lentidão em todo o processo. De acordo com o diretor “o fato de obter as informações com a mesa em

tamente para toda a classe médica e para o próprio usuário. Devido à praticidade e agilidade desse sistema, a clínica adquiriu a segunda unidade do equipamento, em fase de instalação, para atender um grupo de

ortopedistas, pois a rapidez no atendimento da ortopedia e na realização do exame num paciente após o outro é muito grande e, também, resolve as dificuldades para obtenção de imagens nesse serviço. “Outro diferencial é a qualidade desse sistema digital que é insuperável. Com certeza é uma das melhores imagens de radiologia digital que existe hoje. Então, os ortopedistas, por exemplo, vão ter na mão uma ferramenta de excelente performance para diagnósticos mais precisos”, enfatiza Dugaich, complementando ainda que no serviço de urgência a facilidade é enorme, pois é só deitar o paciente e fazer as radiografias que já vão direto para a tela do monitor de avaliação médica. No CDMI 99% dos exames de raio-x são feitos na sala onde tem a mesa de radiologia digital direta, que também possibilita a diminuição da repetição dos exames a que normalmente o paciente está sujeito com a técnica tradicional. Com isso, diminui-se a frequência de sua exposição à radiação ionizante. “Outra vantagem é que sendo o processo totalmente digital nos permite disponibilizar os exames em CDs, facilitando o arquivamento das imagens para as consultas”, conclui José Dugaich.

Anote Nosso telefone: 11 – 3285-1444


ATUALIZAÇÃO

Congresso da SBUS será em outubro e terá provas de habilitação De 23 a 26 de outubro, a Sociedade Brasileira de Ultrassonografia realizará, em São Paulo, no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, o 23º Congresso Brasileiro de Ultrassonografia, que será simultâneo ao 15º Congresso da FISUSAL, com um temário muito atualizado, inovações na sua estrutura de atualização e a expectativa de reunir mais de 1.000 participantes.

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Especialistas do Brasil e do Exterior, com grande atuação na área estarão trazendo temas de muita atualidade, focados na realidade dos serviços instalados por todo o país e na América Latina. A entidade, que é presidida pelo dr. Rui Gilberto Ferreira, tem trabalhado intensamente pela valorização do método ultrassonográfico, realizando eventos continuadamente por todo o país, através de suas regionais e, como enfatiza o médico, neste ano de “2019 a SBUS realizará, antecedendo ao evento em São Paulo de prova de habilitação em ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia e musculoesquelética”. Paineis e temas livres constituem outra grande oportunidade do profissional mos-

trar um pouco do que está fazendo, contribuindo com sua experiência, para mostrar essa realidade tão diversificada.

Compromisso com a qualificação Para o coordenador da Prova de Habilitação, dr. Leonardo Piber, “diante de um mercado de trabalho cada dia mais competitivo, o médico tem buscado constantes qualificações e titulações que comprovem sua capacidade em realizar um atendimento de referência para a população. E, dessa forma, a Prova de Habilitação em Ultrassonografia da SBUS comprova esta ansiedade do médico em diferenciar-se e destacar-se por sua atuação”. Em 2019, as Provas acontecerão no dia

de registro em CRM estadual e experiência 23 de outubro, primeiro dia de atividades em Ultrassonografia”, destaca. do 23º Congresso Brasileiro de UltrassoEm 2018, aconteceu a prinografia. E. nesta edição as meira edição da Prova de Haprovas terão questões teóricas e bilitação em Ultrassonografia teórico-práticas, com imagem, Geral, após a retomada da de múltipla escolha, versando atividade que há muitos anos sobre as mais diversas áreas da esteve presente no calendário Ultrassonografia. A intenção anual da SBUS. E foi um sucesé contribuir para a formação so, segundo o Leonardo Piber. e incentivar a reciclagem dos Foram 81 inscritos com uma ultrassonografistas no Brasil”, média de aprovação de 47%. pondera. A novidade para este ano, Segundo Leonardo Piber, Dr. Rui Ferreira são as Provas de Habilitação em a Comissão de Provas conta Ultrassonografia Ginecológica e Obstétrica com ampliada e renovada equipe técnica e em Ultrassonografia Musculoesquelética. e espera atrair médicos que atuam em UlEditais em https://sbus.org.br/provatrassonografia de todo o país. “Dentre os -sbus/. Veja também; www;sbus.org.br pré-requisitos destacamos a comprovação

O 4º IDKD será centrado em Doenças Musculosqueléticas

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om um formato interativo, dividido em subespecialidades de radiologia, com oficinas e palestras por renomados especialistas, o 4º IDKD América do Sul 2019 (Curso Internacional de Diagnóstico de Davos) será realizado no InRad HCFMUSP, em São Paulo, de 31 de outubro a 3 de novembro e terá como tema central, Doenças Musculosqueléticas. Nesta edição os participantes contarão com 14 oficinas de radiologia e seis conferências que

cobrem a atual aborte de todos os condagem de imagens sultores de imagem médicas para o diagpro-ortopédicos em nóstico das Doenças St. Louis, Missouri, e radiologista Musculosqueléticas. da Radsource em Mais informações e Nashville, TN. Suas inscrições podem ser atividades de pesobtidas no site http:// quisa concentram-se www.idkd.org/cms/ principalmente nos idkd-south-america. usos da ressonância Entre os profesDr. David Rubin sores convidados já magnética na medicina esportiva. confirmados para essa edição, Outro destaque é a particidestacamos o dr. David Rubin, pação da dra. Mini Pathria, proMD, da Washington University fessora de Radiologia e Chefe de School of Medicine; presiden-

Imagem MusculosKubik-Huch, Baquelética da Univerden (CH) e Gustav sidade da Califórnia K. von Schulthess, em San Diego. Ela é Zurich (CH), que autora de um livro, contam com um comitê local formado mais de 100 artigos e por Giovanni Cercapítulos científicos ri, Chairman, São e é membro da International Skeletal Paulo (BR); Carlos Society. Suas áreas Alberto Buchpiguel, de interesse incluem São Paulo (BR); Cesar Nomura, São trauma, músculo e Dra. Mini Phatria Paulo (BR) e Romeu Côrtes Doressonância magnética. mingues, Rio de Janeiro (BR); e Na direção do curso no Brasil estão os professores Juerg o dr. Marcelo Queiroz, na organização do evento. Hodler, Zurich (CH); Rahel A.

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EVENTOS

Congresso Internacional do Einstein discute Imagem em Oncologia Em sua sexta edição, o evento deste ano, que acontece nos dias 13 e 14 de setembro, apresenta como tema central Imagem em Oncologia.

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VI Congresso Internacional de Diagnóstico por Imagem do Hospital Israelita Albert Einstein vai reunir em São Paulo grandes nomes para apresentar uma temática multiprofissional totalmente focada em imagem oncológica, envolvendo as diversas subespecialidades radiológicas. Em paralelo acontecerá o X Simpósio de Ressonância Magnética, com temas dedicados à área. “Com um modelo inovador, o Congresso trará temas de grande interesse para radiologistas, oncologistas clínicos, cirurgiões oncológicos, radioterapeutas e outros profissionais que atuam na área, sendo o maior evento de imagem oncológica já realizado no Leonardo Marcal Brasil”, afirma o Dr. Baroni. Dividido em oito módulos, o congresso vai abordar todas as especialidades radiológicas: mama, sistema musculoesquelético, tórax, neuro, cabeça e pescoço, pediatria, gênitourinário e gastrointestinal, incluindo intervenção e medicina nuclear, para atender o público diversificado de profissionais médicos e não médicos que atuam nesse segmento. O evento deve atrair um público estimado de 500 pessoas. As aulas serão ministradas por especialistas brasileiros e estrangeiros reconhecidos no meio acadêmico internacional, como o Dr. Leonardo P. Marcal, MD, professor associado do Departamento de Radiologia Diagnóstica da Divisão de Diagnóstico por Imagem do MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, Houston, EUA. Dezenas de radiologistas do Einstein, todos especialistas reconhecidos nas suas áreas de atuação, participarão do evento, que contará

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com aulas teórico-práticas e sessões multidisciplinares de discussão de casos. Na sua décima edição, o Simpósio de Ressonância Magnética é um dos principais atrativos do evento. Também destacamos cursos voltados ao público multiprofissional, como enfermagem em oncologia, mamografia para técnicos e tecnólogos, metodologias híbridas - fusão de tecnologias no auxílio ao oncologista, realização de exames de RM para biomédicos e tecnólogos e física prática de RM. Além de dois cursos pré-congresso (hands-on de ultrassonografia de tireoide TI-RADS e oncologia torácica com abordagem multidisciplinar hands-on). De acordo com o Dr. Baroni, o Centro de Oncologia Ronaldo Baroni do Einstein estará integralmente representado no evento, contando com nomes da Oncologia Clínica que transcendem as fronteiras do Brasil, como Dr. Fernando Maluf, Dr. Antonio Buzaid, Dr. Oren Smaletz e Dr. Rene Gansl O público-alvo do VI Congresso Internacional de Diagnóstico por Imagem do HIAE são: Médicos Radiologistas, Oncologistas clínicos, Radioterapeutas, Cirurgiões, Médicos Nucleares, Biomédicos, Tecnólogos, Técnicos de Raios-X, Enfermeiros e Físicos. O evento acontece nos dias 13 e 14 de setembro, nas instalações da instituição, em São Paulo, e conta com uma infraestrutura capaz de atender 500 participantes presenciais e um robusto suporte para participação online. Informações e inscrições no site do evento: http://apps.einstein.br/cidi/ index.html

EXPEDIENTE Interação Diagnóstica é uma pu­bli­ca­ção de circulação nacional des­ti­n a­d a a médicos e demais profissio­n ais que atu­am na área do diag­nóstico por imagem, espe­cia­ listas corre­lacionados, nas áreas de or­to­pe­dia, uro­logia, mastologia, gineco-obstetrícia. Fundado em Abril de 2001 Conselho Editorial Sidney de Souza Almeida (In Memorian), Alice Brandão, André Scatigno Neto, Augusto Antunes, Bruno Aragão Rocha, Carlos A. Buchpiguel, Carlos Eduardo Rochite, Dolores Bustelo, Hilton Augusto Koch, Lara Alexandre Brandão, Marcio Taveira Garcia, Maria Cristina Chammas, Nelson Fortes Ferreira, Nelson M. G. Caserta, Regis França Bezerra, Rubens Schwartz, Omar Gemha Taha, Selma de Pace Bauab e Wilson Mathias Jr. Consultores informais para assuntos médicos. Sem responsabilidade editorial, trabalhista ou comercial. Jornalista responsável Luiz Carlos de Almeida - Mtb 9313 Redação Alice Klein (RS), Daniela Nahas (MG), Cecilia Dionizio (SP), Lizandra M. Almeida (SP), Claudia Casanova (SP), Valeria Souza (SP), Lucila Villaça (SP), Angela Miguel (SP) Tradução: Fernando Effori de Mello Arte: Marca D’Água Fotos: André Santos, Cleber de Paula, Fernanda Fernandes e Evelyn Pereira Imagens da capa: Getty Images Administração/Comercial: Sabrina Silveira Impressão: Duo Graf Periodicidade: Bimestral Tiragem: 12 mil exemplares impressos e 35 mil via e-mail Edição: ID Editorial Ltda. Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 2050 - cj.108A São Paulo - 01318-002 - tel.: (11) 3285-1444 Registrado no INPI - Instituto Nacional da Pro­prie­dade Industrial. O Jornal ID - Interação Diagnóstica - não se responsabiliza pelo conteúdo das men­sagens publicitárias e os ar­tigos assinados são de inteira respon­sa­bi­lidade de seus respectivos autores. E-mail: id@interacaodiagnostica.com.br


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