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DEZEMBRO 2019 / JANEIRO 2020 - ANO 18 - Nº 113
Encontros de conteúdo do ID
Técnica brasileira para tratar espinha bífida
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nédita, técnica desenvolvida pela dra. Denise Lapa, do Hospital Albert Einstein e com uma intensa atuação internacional, é o tema de entrevista na pág. 8. Menos agressiva, essa técnica vem sendo divulgada com muito êxito no Brasil e no Exterior, trazendo grandes benefícios para o feto e para a mãe. Todo procedimento é feito com uso de ultrassonografia.
om o objetivo de levar conteúdo inovador para os profissionais de marketing e médicos da área da imagem, a ID Editorial realizou o primeiro Encontro de Conteúdo do ID. Para focar no tema Inteligência Artificial na Saúde e na Radiologia, contou com a presença da profa. Claudia da Costa Leite, do InRad HCFMUSP e de Fabio Mattoso,da IBM. Pág. 3.
Saúde de precisão é a chave para o futuro da medicina
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evolução da Inteligência Artificial e da Impressão 3D foram os assuntos da ordem do dia do ultimo RSNA, e ainda percorrem os cérebros dos especialistas que estiveram em Chicago, diluídas pelos efeitos do fuso horário . Porém, um novo enfoque sobre a Medicina de Precisão, Dra. Valerie Jackson Dr. James P. Borgstede concentrou as atenções e enfatizou pensar como a radiologia olha para o futuro e, dentro do contexto, presidente do Departamento de Radiologia da Faculdade como o sistema de saúde deve ser visto como um todo. de Medicina da Universidade de Stanford, na Califórnia, Ao lado da dra. Valerie Jackson, presidente do RSNA, foi uma das estrelas selecionadas pelo ID com apoio da que encerrou seu mandato, o prof. Sanjiv S. Gambhir, equipe de comunicação da RSNA. Ele deixou claro que a
“Radiologia terá um papel fundamental na saúde de precisão no futuro”, e sua conferência foi um dos destaques. O evento mostrou, também, que os países em desenvolvimento como Brasil, ganham espaço com importantes contribuições, e crescem em qualidade e quantidade. Dentro dessa linha de pensamento, a RSNA, com seu novo presidente, Dr. James P. Borgstede, da Universidade do Colorado, homenageado na JPR 2019, já definiu o tema do RSNA 2020: “Insight humano/medicina visionária”: é o tema da próxima reunião que será realizada de 29 de novembro a 4 de dezembro de 2020.
MENSAGEM
✔ Pneumonias intersticiais na infância: classificação e revisão de casos ✔ Update da classificação de Bosniak para cistos renais: versão 2019 ✔ Sinus Pericranii - Relato de Caso ✔ Imagem em dermatologia – o papel da ultrassonografia de alta frequência
Veja também ✔ O Hospital Einstein reformula estrutura do Diagnóstico por Imagem e amplia seu foco na atualização e no ensino. Na pág. 14, o dr. Ronaldo Baroni, fala sobre o tema e destaca o trabalho que já vem sendo desenvolvido pela equipe. ✔ Medico-engenheiro? Bem isso já não é uma duvida. Programa de ensino da Universidade do Texas, que tem a frente o dr. Roderic Pettigrew já está trabalhando com esse formato de currículo, e ele falou para o ID em entrevista concedida no InRad HCFMUSP. Pág.6
Um olhar sobre o futuro da Radiologia
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stamos terminando mais um ano. O ID entra no seu 19º ano de existência e desde que foi fundado tem procurado não ignorar a realidade e os contrastes desse nosso País. Faz a sua parte e, com apoio de pessoas muito importantes (impossível enumerá-las) conseguimos chegar até aqui. Alias, esse nosso número de final de ano, tem como foco as pessoas, pois, são a essência de tudo que acontece. Do raio x simples, que na beira de um rio ou no porão de um barco, abre as portas para um diagnóstico e, por consequência, para uma conduta médica que pode salvar uma pessoa, aos mais modernos recursos tecnológicos, na nuvem ou no simples monitor, com pouca ou muita radiação, com ou sem radiofrequência, à inteligência artificial, com todo o seu potencial, há sempre uma pessoa para buscar ou informar pela tela ou viva voz, o destino daquele paciente, que também é uma pessoa. E, são essas pessoas que fazem os eventos, que produzem números, que ajudam, que engrandecem. Impossível, também, conhecer a realidade de cada serviço, suas dificuldades e todos os seus imprevistos. Aqui, nessa mensagem, que é um agradecimento a todas pessoas que diariamente nos acionam, que nos enviam artigos, que nos concedem entrevistas, o nosso muito obrigado a todos. A JPR já está chegando e, neste ano, será em parceria com a RSNA. Boas Festas a todos e que se estendam por todo ano de 2020.
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NOVOS DESAFIOS Por Luiz Carlos de Almeida (SP)
Produzir conteúdo de qualidade e incentivar a pesquisa Estimular o jovem médico a se incorporar ao processo de atualização cientifica, buscar a produção da pesquisa e transformar essa pesquisa em conteúdo para publicação. Esses três itens constituem a base para que o conteúdo seja uma meta na rotina do profissional. E, com este objetivo a ID Editorial, responsável pelo jornal ID Interação Diagnostica realizou seu primeiro Encontro de Conteúdo, em São Paulo, focado inicialmente em profissionais de marketing das empresas. E, ao abrir os trabalhos, o jornalista Luiz Carlos de Almeida, assim se manifestou:
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paciente, que é a razão da existência da própria Medicina. Diagnóstico por Imagem para o mercado da América Latioje, estamos aqui – na prática – para agraEscolhemos para esta nossa reunião, dois nomes de decer, para falar sobre pessoas e para buscar na. Graduado em Biomedicina pela Universidade de Santo grande expressão na área: a profa. Dra. Claudia da Costa novos caminhos, nos preparando para deixar Amaro, com especializações em Imagenologia e Biofísica, Leite, neurorradiologista, professora da Faculdade de Meo ano de 2019.” publicou vários trabalhos junto a universidades brasileiras dicina da USP, diretora de ensino e pesquisa do Instituto Com estas palavras, o jornalista Luiz e aprimoramentos protocolares na University of Miami Hosde Radiologia HC FMUSP. Se fossem só esses atributos, já Carlos de Almeida, editor do jornal ID Intepital e no St. Luke’s Hospital de Jacksonville. Além disso, bastariam para qualquer um, mas, além disso, uma mãe conta com diversas certificações corporativas internacionais. ração Diagnóstica, abriu o primeiro “Encontros de conteúexcepcional, uma médica exemplar que dispensa qualquer Os dados curriculares, sempre, com suas referência do”, com representantes das principais empresas do setor de outro elogio. Tenho um privilégio, conheço-a desde os privem ao encontro da razão de existir de uma publicação, diagnóstico por imagem. Homenageou a profa.Claudia da que se preocupa em oferecer conteúdo de Costa Leite e o executivo, Fabio Mattoso. qualidade para todo o País. E, essas duas “Vamos comemorar os 19 anos do ID Pessoas produzem, elaboram conteúdo, Interação Diagnóstica, com a expectativa processam informações. que 2020 traga novos rumos para a nossa Um jornal vive disso. Vive de informaeconomia e muita paz para todo o mundo. Os nossos agradecimentos às pessoas ção qualificada. E,hoje, com o nosso site, que fazem as empresas e aqui temos uma um dos mais atualizados e cerca de 600 mostra desse público. Para retribuir tudo visualizações por semana, nossas mídias que temos recebido dos nossos leitores, digitais, Face e Linkedin, o jornal circula dos nossos parceiros institucionais e das para mais de 50 mil médicos e profissionais empresas que veiculam sua propaganda ligados ao setor. conosco, a nossa palavra é muito obrigado. Complementando esse trabalho, o Pessoas são a razão do nosso trabalho, e ID parte também para um novo projeto. nos movem a oferecer um conteúdo atuaContribuir para que os profissionais da das áreas de marketing e comunicação lizado, preciso e de qualidade. enriqueçam os seus conhecimentos, assim O ID Interação Diagnóstica já faz parcomo os jovens médicos que estão chegando te da área do diagnóstico por imagem, no ao mercado. formato impresso e digital. Assim como O ID atuará nessas duas frentes, com existe o filme analógico, que ainda ocupa eventos periódicos, levando informação e quase todo o segmento médico, existe o conteúdo. Esses encontros, abrirão uma nova filme digital e a realidade brasileira que etapa na nossa história, com a parceria das ainda se sustenta nessa tecnologia, como Profissionais de marketing das principais empresas parceiras do ID estiveram presentes ao evento, aqui ladeando Fabio Mattoso, da IBM principais empresas e instituições hospitaprimeira opção. Sem fechar os olhos para essa realilares, no segmento da imagem diagnóstica”. meiros passos na especialidade. Autora de livros, motivo Com essas palavras, levo a todos, a nossa mensagem dade, nessa nossa reunião, escolhemos o tema mais atual, maior do nosso primeiro encontro, ainda na SPR. de final de ano, lembrando o importante papel dos que Inteligência Artificial na Saúde e na Radiologia. O segundo convidado, o executivo Fabio Mattoso, líder produzem conteúdo. O assunto já é uma realidade no mundo todo e em da Watson Health no Brasil. Além de ter ocupado diversas Vamos realizar diversos eventos ao longo do ano, com todos os nossos Brasis. posições de liderança nas áreas comercial e de serviços em esse objetivo. Nestes tempos de digital, de informação Grandes expectativas podem ser avaliadas todos os dias empresas de saúde como Agfa Healthcare, General Electric concisa, rápida e eficiente, a ciência não abre mão de quanas nossas mídias digitais. Todas muito otimistas com esse (GE) e Philips Healthcare, onde por alguns anos atuou na acervo de informações que AI conseguirá processar e conlidade. E os veículos são os depositários dessa informação. América do Norte, possui grande conhecimento clínico e Por tudo isso e pelas possibilidades, agradecemos o tribuir para enriquecer as possibilidades de um diagnóstico experiência em soluções de Healthcare IT e produtos de apoio de todos, com a expectativa de um ano muito melhor. mais preciso, e um atendimento de maior qualidade, para o
Por Angela Miguel (SP)
INOVAÇÃO
IA na saúde é tema do 1º Encontro de Conteúdo
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Primeira edição de evento da ID Editorial reúne profissionais da Comunicação e Marketing de grandes empresas e entidades para discussão sobre o emprego e o desenvolvimento da Inteligência Artificial na Radiologia e em outras áreas da saúde.
ema presente nos congressos, com espaço e destaque especial na RSNA 2019, em cursos e rodas de conversas entre radiologistas, o uso e os desafios da Inteligência Artificial (IA) na medicina foi o tema escolhido para o primeiro “Encontros de Conteúdo” da ID Editorial, série de eventos que pretende discutir experiências e discutir temas pertinentes à Radiologia e ao Diagnóstico por Imagem, iniciativa liderada por Luiz Carlos de Almeida, diretor da ID Editorial e do Jornal ID - Interação Diagnóstica. Em novembro, profissionais de Comunicação e Marketing de grandes empresas e entidades foram convidados para palestras exclusivas da Profa. Dra. Claudia da Costa Leite, diretora de Ensino e Pesquisa do InRad (Instituto de Radiologia) do HCFMUSP, e de Fabio Mattoso, da Watson Health Executive Leader na IBM. Durante a abertura, Luiz Carlos de Almeida agradeceu a presença dos palestrantes, parceiros e participantes da iniciativa e destacou a importância da adoção das diferentes tecnologias no segmento da saúde, impulsionando novos estudos,
descobertas, métodos de ensino e transformações nas mais diversas esferas da saúde. Diante da popularidade do tema, a IA foi escolhida como o tema inaugural da série de encontros. Em seguida, a Dra. Claudia da Costa Leite fez apresentação intitulada “A Inteligência Artificial na Radiologia”, em que mostrou a evolução de diversas tecnologias no universo da Radiologia e aplicabilidades atuais, como otimização de workflow e controle de qualidade, diagnóstico feito por computadores, graduação e classificação de lesões e radiômica. Segundo ela, “o deep learning foi a área da IA que deu o grande impulso na Radiologia, mas é preciso sempre ter como norte a necessidade da validação das criações e a generalização de sua aplicação”. Embora ainda haja um longo caminho para aplicações práticas da IA na Radiologia, Dra. Claudia reforçou algumas recomendações que devem nortear os estudos e o desenvolvimento de novas tecnologias, uma vez que toda mudança ou transformação deve buscar sempre suprir uma necessidade clínica e deve ser ao menos igual ou melhor que a abordagem usual. “Falamos
“Pode ter certeza de que a IA entenda, muito de radiômica, de genômica, mas é pensa, aprende e interage. E as empresas sempre essencial pensar que é necessário estão preocupadas em desenvolver soluhaver testes clínicos substanciais para validação dessas novas tecnologias e elas ções de Healthcare IT nas mais diversas devem sempre trazer melhorias na evolução áreas, como cirurgia robótica, virtual dos pacientes, na nursing e conqualidade de vida trole da dosae na redução de gem de radiacustos da saúde”, ção. No caso do disse. Watson, temos Fabio Matsoluções como o Wa t s o n f o r toso, por sua vez, Oncology, que demonstrou a fornece opções evolução do uso de tratamentos da IA com variaao médico basedas aplicações realizadas pela IBM adas em evidêne pelo Watson, cias, e o Watson plataforma de ser- Profa. Claudia da Costa Leite e Fabio Mattoso foram o for Genomics, que permite viços cognitivos destaque da reunião, com temas de grande interesse aos médicos a da IBM, durante a palestra “A Inteligência Artificial na Saúassistência personalizada a pacientes de câncer”, explica Mattoso. de”. O executivo destacou a importância Em 2020, a ID Editorial estará à frente dos estudos via Watson para tratamentos na de novos encontros sobre temas pertinentes área de Oncologia, doenças degenerativas, à Radiologia e fundamentais para a difusão soluções para imagem e até de tratamento do conhecimento entre aqueles que trabamultidisciplinar e engajamento do paciente e da família com as terapias existentes. lham no ramo. DEZ 2019 / JAN 2020 nº 113
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O BIMESTRE Por Luiz Carlos de Almeida (SP)
As entidades e empresas são feitas de pessoas, deixam a sua rotina, dedicam esforços em prol da comunidade e, em último caso, fazem acontecer. E, neste final de dezembro, embora muita coisa tenha acontecido em todo o Brasil na área da imagem, selecionamos duas matérias para representar toda essa mobilização, no nosso bimestre. As comemorações dos 110 anos do Serviço de Radiologia do Rio Janeiro e o Simpósio Internacional de Diagnóstico por Imagem do Sudoeste da Bahia, realizado em Vitória da Conquista.
Santa Casa do Rio: os 110 anos do Serviço de Radiologia
Prof. Hilton Kock, familiares e amigos que prestigiaram o evento na Santa Casa do Rio.
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endo a frente o prof. Hilton Augusto Koch, foi comemorado no dia 29 de novembro, em ato que reuniu especialistas e autoridades do Rio de Janeiro, o 110º aniversário do Serviço de Radiologia da Santa Casa de Misericórdia do Rio Janeiro. Berço da especialidade no País, este serviço teve em toda sua história, apenas três chefes, os profs. Roberto Duque Estrada e Nicola Casal Caminha, mestres, pioneiros e grandes impulsionadores da Radiologia, verdadeiros des-
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bravadores, e o prof Hilton Augusto Koch, seu atual diretor. A solenidade, que reuniu grandes nomes da Medicina do Rio de Janeiro, contou com a presença do dr. Francisco Horta, provedor da instituição, dr. Alair Sarmet Moreira Santos, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e do dr. Bernardo Tessarollo, presidente da Sociedade de Radiologia do Rio de Janeiro. O ato marcou também homenagens ao Serviço de Radiologia, pelo Colégio Brasileiro de Radiologia, num reconhecimento à sua história e a sua contribuição para a
especialidade, conforme enfatizou o dr. Alair Sarmet Santos, presidente do CBR. Na sequência, o Dr. Bernardo Tessarollo entregou uma placa de homenagem pela Sociedade de Radiologia do RJ, ao prof.Hilton Koch, ex-presidente da entidade, com grande atuação na recuperação financeira da instituição. O Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, Francisco Horta, também parabenizou o serviço e inaugurou junto com o Dr. Hilton uma placa que marca o aniversário de 110 anos do Serviço.
Vitória da Conquista reúne grandes nomes da ultrassonografia
, como disse em nosso introito, pessoas fazem a diferença. Não é toda hora que se consegue reunir, num mesmo palco, as referências de uma especialidade, responsáveis pelo crescimento e valorização de uma atividade. E, para ser diferente, mesmo, esse evento usou uma sala de cinema, para que o evento realmente fugisse à rotina. E conseguiu. Nos referimos à 2ª Jornada Internacional de Diagnóstico por Imagem do Sudoeste da Bahia, organizada pelo dr. Clodoaldo Cadete, Rubens Rodomack, Lucia Vieira, Victor Fontenele, André Fortes e Adson França, que se transformou e se consolidou no calendário da SBUS. Para os mais de 100 inscritos, o privilégio da participação dos convidados: Fernando Bonilla-Mussoles, da Espanha, Luiz Antonio Bailão, de Ribeirão Preto, Luiz Eduardo Machado, da Bahia, Pedro Pires, do Recife, Kleber Chagas e Sergio Matos, da Bahia. Uma mostra expressiva do que se faz de melhor, enriquecida com a presença do prof. Bonilla-Mussoles, cuja presença, além de enriquecer o conteúdo, reforça o seu papel como um dos pioneiros da especialidade, um grande mestre que abriu as portas para estagiários brasileiros conhecerem o método. Temas de muita atualidade mostraram os principais avanços da ultrassonografia e levaram ao interior da Bahia a chance de um contato com especialistas desse nível. O organizador, Clodoaldo Cadete, centralizou o evento num shopping e usou a sala do cinema para as aulas, em telas panorâmicas e poltronas anatômicas.
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O presidente do CBR, dr. Alair Sarmet Santos, entregou placa comemorativa `data. Ladeado por Hilton Kock e Bernardo Tessarollo.
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Com toda descontração possível, já que o evento foi num cinema, grandes mestres da especialidade, do Brasil e do Exterior, curtiram o Simpósio organizado pelo dr. Clodoaldo Cadete.
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RESULTADO Por Angela Miguel e Luiz Carlos de Almeida (SP)
Integrar a Medicina e a Engenharia na busca de soluções para a Saúde Não apenas diagnosticar e tratar doenças, mas, trabalhar formas inovadoras e mais eficientes de resolver os problemas de saúde. Uma proposta que une a Medicina e a Engenharia, diante de tantos avanços tecnológicos, é a essência do programa educacional localizado na Universidade Texas A&M e liderado pelo prof. Roderic Pettigrew, que integra as duas áreas para o desenvolvimento de soluções para a área da Saúde.
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convite do Instituto de Radiologia (InRad) e pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas – FMUSP, onde falou para médicos e para residentes, o cientista e líder reconhecido internacionalmente em imagens biomédicas e bioengenharia, Roderic Pettigrew, PhD, falou com exclusividade ao ID – Interação Diagnóstica a respeito do inovador programa EnMed e sobre o futuro da radiologia. Médico, CEO da Engineering Health (EnHealth) e Reitor Executivo da Engineering Medicine (EnMed), do Texas A&M University, Pettigrew está desde o fim de 2017 na liderança do curso educacional EnMed, que une engenharia e medicina para o desenvolvimento de soluções a diversas questões da área da saúde. “EnMed é um novo programa, um novo termo e uma nova maneira de treinar um novo tipo de médico, o physicianeer. Esse novo tipo de médico tem a mente voltada para a invenção, deseja resolver problemas e não quer apenas diagnosticar e tratar doenças, mas vê formas inovadoras e melhores de se realizar diagnósticos e resolver problemas, esse é o novo objetivo. Temos um currículo único que integra engenharia e medicina”, explica Pettigrew. Em geral, os estudantes que ingressam no EnMed possuem formação anterior em Engenharia, Ciência da Computação ou áreas correlatas. O conceito do programa foi
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anunciado em 2016, mas a primeira turma melhor e de forma diferente”, diz Pettigrew. Hospital e professores que embarcaram especificamente no projeto. “Em uma sala de teve início apenas em 2019. Realizado em Futuro da Radiologia aula normal, você está sempre competindo parceria com o Houston Medical Hospital, o com seu colega por melhores notas ou atenEnMed aposta em novas técnicas de ensino Para Pettigrew, os próximos anos da e espaços destinados à radiologia serão fantásinovação, como uma sala ticos, a partir da adoção especial com impressora de diversas tecnologias 3D, realidade virtual, e procedimentos inoInteligência Artificial e vadores. Ele brinca ao ferramentas. dizer que, em um futuro Após quatro anos de não muito distante, será programa, o estudante comum ouvir pessoas obtém duas formações, dizendo: “você acredita Medicina e mestrado que pacientes tinham em Engenharia com seus corpos abertos no foco em Inovação. Ao século 21?”. Avanços final do curso, também como sequenciamento é desejado que o aluno do genoma a menor cuscrie algo transformador to, eletromedicina, engeque, quem sabe, possa nharia de nanopartículas ser validado e aplicado e robótica são alguns dos no sistema de saúde. desenvolvimentos que “Utilizamos abordagens devem auxiliar transformodernas em educação mações na medicina e na O prof. Pettigrew, ladeado pela profa. Claudia da Costa Leite, dr. Cesar Higa Nomura e médica, não somos os radiologia. dr. Marcelo Queiroz, no Instituto de Radiologia – HCFMUSP. primeiros a fazer isso, “Acredito que inição do professor para um emprego futuro. mas como estamos propondo uma educaciativas e programas como o nosso serão ção não tradicional, empregamos métodos No EnMed, acreditamos que os estudantes fundamentais para a transformação da diferentes como salas de aula invertidas”, devem ser parceiros, trabalharem juntos radiologia, para a detecção precoce de doencompleta. para a solução dos problemas. E nossas ças, para a adoção de procedimentos menos O corpo docente do EnMed é composto experiências até o momento têm provado invasivos e terapias personalizadas. Podepor profissionais da Texas A&M College que os estudantes atuam melhor juntos e mos esperar a cura para doenças que não of Medicine e da Texas A&M College of não um contra o outro. A perspectiva de um temos hoje e grandes avanços em termos de Engineering, médicos do Houston Medical colega só tende a ajudar você a pensar mais, diagnóstico por imagem”, projeta Pettigrew.
RSNA 2019 Por Valéria de Souza (SP)
RSNA 2019 – Saúde de precisão é a chave para o futuro da medicina Nos seis dias de evento, as palavras de ordem da RSNA´2019 foram a evolução da Inteligência Artificial e da Impressão 3D. Porém, a fala sobre Medicina de Precisão, concentrou todas as atenções e enfatizou o pensar como a radiologia olha para o futuro, e dentro do contexto, como o sistema de saúde deve ser visto como um todo. Ao lado da dra. Valerie Jackson, presidente da RSNA, que encerrou seu mandato, ele foi uma das estrelas do evento em Chicago, e sua conferência foi um dos destaques. O evento mostrou, também, que os países em desenvolvimento como Brasil, ganham espaço com importantes contribuições.
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saúde de precisão, em contraste com a medicina de precisão, concentra-se no tratamento da doença o mais cedo possível, se não for possível evitá-la. Embora muitos dos cuidados de saúde estejam focados na medicina de precisão, o prof. Sanjiv S. Gambhir, MD, PhD, presidente do Departamento de Radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, na Califórnia, deixou claro que a “Radiologia terá um papel fundamental na saúde de precisão no futuro”. Na sua apresentação o prof. Gambhir também abordou as tecnologias e estratégias para monitorar pessoas saudáveis e interceptar doenças o mais cedo possível. Também apresentou a maneira como a Radiologia, como campo, se ajustará ao novo mundo da saúde de precisão. “Quando pensamos em medicina de precisão, estamos muito focados em coisas como selecionar o medicamento certo para a pessoa certa no momento certo”, disse ele. Mas, no caminho para a saúde de precisão, a Radiologia (e a medicina como um todo) precisa construir as ferramentas fundamentais que
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permitirão entender os riscos de diferentes doenças em um determinado indivíduo, possivelmente no momento do nascimento ou até mesmo na concepção e monitore as alterações nesses riscos ao longo do tempo”.
“Assim, os cuidados de saúde farão isso através da construção de ferramentas que se tornarão as ferramentas de monitoramento individualizadas e personalizadas com base nos riscos individuais. E estamos começando a ver algumas dessas ferramentas evoluirem, e incluirão dispositivos vestíveis e implantáveis, e até dispositivos domésticos, como banheiros e espelhos inteligentes que funcionarão em segundo plano o tempo todo”, disse Gambhir. Num futuro próximo, um cenário possível, é que o radiologista se torne o “integrador” de informações de diferentes portais de saúde, uma vez que são mais propensos a adotar as novidade tecnológicas e mais hábeis em trabalhar com os dados gerados. “A radiologia precisa pensar menos no campo apenas como imagem e mais na sua relação com o diagnóstico em geral”, argumenta prof. Sanjiv S. Gambhir (foto).
Brasil deixa sua marca na RSNA 2019
s instituições brasileiras, públicas e privadas, marcaram forte presença no maior evento da especialidade do mundo participando ativamente em várias frentes, merecendo a atenção da comunidade científica internacional, que reconheceu o alto nível, o pioneirismo e a inovação dos trabalhos apresentados pelos especialistas brasileiros, mostrando a evolução e os avanços da especialidade no país. Ano a ano tem crescido a participação brasileira, cujo conteúdo apresentado concilia qualidade, inovação e competência. Com isso muitas premiações são concedidas e fica difícil registrar todas, de instituições como Dasa, Fleury, InCor, InRad, ICESP, e os hospitais Sirio Libanês e Albert Einstein, parceiros de conteúdo do ID Interação Diagnóstica. Um registro especial ao trabalho pio-
neiro da Sociedade Paulista de Radiologia que abriu as portas e promoveu intenso intercâmbio com a Radiological Society of North America e, hoje, promove a cada dois anos, sua JPR em conjunto com a RSNA, o que deverá ocorrer em 2020.
RSNA 2019 – Missão cumprida A presidente da RSNA 2019, Valerie P. Jackson, MD, em seu discurso de despedida falou sobre a importância das interações humanas entre médicos e pacientes e como a inovação tecnológica na medicina torna essa conexão mais relevante hoje do que nunca. A chave, diz ela, “é mudar nossas perspectivas e abordagens - em relação aos pacientes, encaminhando médicos e nossa própria profissão - e repensar novas formas de trabalhar em conjunto.” De acordo com Jackson, durante o seu período no Conselho, a RSNA emergiu
tecnólogos radiológicos e profissionais de como líder em pesquisa e educação em saúde. Essa edição recebeu 1.662 trabalhos inteligência artificial, com uma série de científicos em 16 subespecialidades: mama; iniciativas que ajudam os radiologistas a cardíaco; peito; entender como radiologia de os dados e aplicativos de aprenemergência; gasdizado profundo trointestinal; geniturinário; serpodem ser usados para melhoviços de saúde, rar o atendimenpolíticas e pesto ao paciente. quisa; informática; imagiologia “Ver possibilidades junmolecular; mústos”, foi a palaculo-esquelético; vra de ordem do neurorradiologia; evento que no Medicina nuclear; pediátrico; programa deste O grupo Dasa teve expressiva participação no evento, levando 70 trabalhos. física; oncologia ano incluiu a ciência inovadora e a educação de qualidade por radiação e radiobiologia; vascular e que você espera da RSNA, além das sessões intervencionista. Foram 1.905 exposições de interesse que abordaram diversos tópieducacionais e 904 pôsteres científicos cos, incluindo as novas técnicas de RM e apresentados no Lakeside Learning Center. o papel da neuroimagem no diagnóstico e RSNA 2020 – “Insight humano/medicina visionária”: é o tema da próxima reunião tratamento da depressão. que será realizada de 29 de novembro a 4 Reconhecendo a necessidade de acessar de dezembro de 2020. o programa além da reunião em Chicago, a RSNA expandiu a Reunião Virtual, agora, com mais de 400 cursos disponíveis, cujo Nota da redação conteúdo pode ser acessado até abril de 2020. Durante este seu período de exisSucesso garantido em todas as tência o ID Interação Diagnóstica tem reuniões anuais, as 701 exposições técnicas se aproximado das instituições que da RSNA forneceram um cenário único para produzem conteúdo de qualidade.E, a criação de redes e a apresentação dos mais modestamente, tem dado sua contrirecentes produtos, serviços e tecnologias buição à RSNA Radiological Society of emergentes. North America e divulgado seus eventos A Assembléia Científica e a Reunião e seu conteúdo, promovendo o que de Anual da Sociedade Radiológica da Amémelhor é feito nos Estados Unidos. No rica do Norte (RSNA®) é o principal fórum limiar desse evento de 2019, mais uma vez nossos agradecimentos a Assessoria científico e educacional do mundo em de Comunicação da RSNA, na pessoa de radiologia. Foram seis dias de programas Linda Brooks, que ao longo destes anos educacionais para radiologistas, oncolotem nos brindado com esse contato. gistas de radiação, físicos em medicina, DEZ 2019 / JAN 2020 nº 113
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ENTREVISTA Por Luiz Carlos de Almeida e Angela Miguel (SP)
Técnica brasileira inédita para tratar espinha bífida
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Médica especialista em cirurgia fetal criou uma técnica minimamente invasiva inédita no mundo – a Fetoscopia, para tratar uma doença na coluna ainda no útero. Diferente da cirurgia fetal aberta, a técnica desenvolvida pela dra. Denise Lapa, é guiada por ultrassonografia e, portanto, apresenta menos riscos à mãe e maior benefício ao feto.
egundo as estatísticas, um em cada mil bebês que nascem por ano no País têm Mielomeningocele, doença também conhecida como Espinha Bífida - um problema na coluna do feto que, deixando a medula exposta traz alto risco de como paralisia e hidrocefalia. A inovadora técnica fetoscópica desenvolvida pela dra. Denise Lapa para correção endoscópica da meningomielocele, representa um avanço no tratamento da Mielomeningocele, e tornou o Brasil o segundo país do mundo a tratar fetos portadores da doença com a fetoscopia em 2013. Atualmente, a especialista que é referência em Cirurgia Fetal, viaja o mundo para apresentar a revolucionária técnica que já está sendo adotada em vários países. Conferencista convidada do Congresso da SBUS, concedeu entrevista exclusiva ao ID, na qual falou sobre a sua trajetória profissional e criação desse método inovador de tratamento após 14 anos de pesquisas no Brasil, intercalados com estágios na Inglaterra e Estados Unidos. ID – Dra. Denise Lapa conte ao ID e seus leitores sobre a sua formação, os principais destaques do seu currículo e das atividades que a tornaram referência em cirurgia fetal? Dra. Denise – Sou ginecologista e obstetra com especialização em medicina fetal, que é minha área de atuação. Tenho mestrado e doutorado pela Faculdade de Medicina da USP; tenho diploma internacional de medicina fetal pela Fetal Medicine Foundation de Londres e sou coordenadora da Rede Fetal Brasileira. Trabalho no Hospital Albert Einstein no programa de terapia fetal - criado em 2014, que tem por objetivo o tratamento fetal através de cirurgias e outros procedimentos invasivos, diferente da medicina fetal cujo objetivo primário é o diagnóstico. ID – Percebemos que nessa área de terapia fetal os avanços tecnológicos estão trazendo recursos que até recentemente eram impensáveis, e o seu trabalho de cirurgia intra-útero e cirurgia fetal para tratamento de espinha bífida, além de inovador, é pioneiro. Como a senhora avalia esse momento de reconhecimento e disseminação da técnica no Brasil e no mundo? Dra. Denise – Começamos a fazer diagnóstico em medicina fetal através da ultrassonografia, o que era muito frustrante,
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pois a gente não tinha nada para oferecer fechado, como tem sido os resultados? E ou fazer por aqueles bebês. Então, na época a repercussão internacional? que comecei a fazer medicina fetal, eram Dra. Denise – Estamos colhendo os pouquíssimas as doenças para as quais nós frutos de algo que a gente nutriu por tínhamos condição de oferecer algum tipo muitos anos, ainda trabalhando somente de tratamento. Vários estudos foram feitos com animais. Particularmente, na SBUS, a porque quando falamos em cirurgia fetal, minha linha de pesquisa sempre foi muito a gente também está operando uma mãe e, bem recebida, e eu tenho um carinho muiportanto, temos que to especial por essa ter critérios muito instituição. Hoje, ter bem estabelecidos saído do país para e modelos animais ensinar a técnica é um para demonstrar que fato que me realiza aquele tipo de doença muito como médica, se beneficiaria com a mas ver a evolução intervenção no feto, das crianças benefia ponto de colocar a ciadas com a cirurgia mãe em risco. é ainda melhor do que Então, você tem eu esperava. E, isso que ter certeza que não tem preço. a terapia pré-natal Há três semanas é superior a terapia nós tivemos a pripós-natal. Assim, meira reunião das começaram a fazer famílias. Vieram 56 parte as principais famílias para a concomplicações como as fraternização. Nós já gestações de gêmeos estamos com mais de idênticos que trocam 100 casos operados, e Dra. Denise Lapa faz uma demonstração para sangue entre si - esses esse foi o nosso priprofissionais da área. foram os primeiros meiro encontro, difícil procedimentos de cirurgia fetal que comeaté de descrever, pois estamos constatando çamos a fazer. Isso foi se ampliando para que os nossos números são melhores do que hérnia diafragmática; síndrome da brida a cirurgia aberta. A nossa técnica tem menos amniótica e a última fronteira que era a risco para a mãe e mais benefício para o espinha bífida, porque já existiam muitos bebê. Estamos vendo coisas na mielo que indícios que operar o bebê antes do seu nunca foram vistas, como por exemplo, as nascimento era melhor opção do que operácrianças melhorando depois do nascimento, -lo depois. Porém a via de acesso para esse algumas demoraram um tempo para andar, tipo de cirurgia era a céu aberto, que traz mas andaram com um andador e depois mais riscos para a mãe, de forma que por começaram a andar sem nada e crianças ser obstetra de formação, o meu objetivo era que estavam na cadeira de rodas e agora tentar transformar essa cirurgia tradicional conseguem ficar de pé, coisas que nunca em fetoscopia, que eu já fazia esse tipo de ninguém viu na mielo. intervenção, mas teve todo o desenvolviEntão, nós temos um desafio ainda mento de uma nova técnica cirúrgica para muito grande que é explicar para os profiscorreção da mielo que é inédita no mundo. sionais que cuidavam da velha mielo, que Nós fazemos a cirurgia sem abrir a barhoje a gente tem uma nova mielo que não riga da mãe guiados pela ultrassonografia e precisa ter um tratamento tão agressivo. essa técnica que desenvolvemos é única e Precisa ter uma fisioterapia intensiva, que tem trazido mais benefícios para os bebês é vital para essas crianças. Antes de haver e suas mães do que a convencional. Agora, cirurgia fetal, um bebê com mielomeninestamos no momento de transição de abangocele tinha só 20% de chance de andar. donar a cirurgia a céu aberto, a mielo era a Quando era operado depois do nascimento, última doença que ainda utilizava esta via, 80% de chance de precisar colocar válvula e migrar para a fetosocopia. para tratar hidrocefalia. Atualmente, com a ID – Esse nesse momento de mudança nossa técnica triplicamos esse número. Nós de um sistema aberto para um sistema temos mais de 60% de bebês andando sem
nenhum tipo de auxílio, e a necessidade de tratamento da hidrocefalia caiu para 40%; e com a nossa técnica, a bexiga neurogênica, que é uma das repercussões da mielo cuja incidência não mudava com a técnica aberta, já apresenta uma melhora de 50%. Então, eu não tenho dúvida que a gente está dando um novo passo. ID – E a estatística é grande de pacientes com esse problema? Dra. Denise – Mais ou menos 1 para cada mil nascidos vivos aqui no Brasil, pois não temos a interrupção da gestação como uma opção, e mesmo que tivéssemos, pela minha experiência eu posso dizer que muitos pais iriam optar pelo tratamento. Por isso, a gente tem uma incidência maior que os países de primeiro mundo, onde os casais podem optar pela interrupção da gestação. ID – A senhora concentra o seu trabalho no Einstein e na rede pública? Dra. Denise – Eu estou em vias de treinar uma segunda equipe aqui no Brasil no Hospital das Clínicas, onde estamos no processo de compra do material para que eu possa treiná-los da mesma forma que eu fui para fora do país. Portanto, ainda não temos um atendimento público, mas a partir do próximo ano, certamente isso será possível, de alguma forma. ID – Com a política de saúde que existe no Brasil isso não se replicaria em outros Estados? Dra. Denise – Na verdade não é nem a política de saúde que determinaria isso. Agora, que eu viajei o mundo inteiro, posso dizer que a gente tem uma excelente medicina no Brasil, e condições muito boas de trabalho. A questão é o treinamento, pois não existe ainda um treinamento formal para cirurgia fetal e, também, porque no mundo inteiro são poucas pessoas capacitadas. E, tem que ser assim, porque é um número pequeno de cirurgias, e o risco bem menor se os casos se concentram. Por isso, pode não ser interessante que haja muito centros e, hoje, temos o transporte aéreo, que é muito simples e existe até na rede pública, com o chamado tratamento fora de domicílio, que permite que essas pacientes venham de outros estados para fazer o tratamento aqui. Eu não tenho dúvida de que isto é o ideal, não que eu queira desestimular os outros estados, mas é como comentei; mais gente fazendo um número de casos pequenos é mais arriscado, do que duas pessoas fazendo um número grande de casos.
DEZEMBRO 2019 / JANEIRO 2020 - ANO 18 - Nº 113
Pneumonias intersticiais na infância: classificação e revisão de casos 1. Introdução As pneumonias intersticiais na infância (PII) são raras e pouco compreendidas, porém associadas a alta morbidade e mortalidade, necessitando de uma classificação padronizada para uma melhor compreensão da sua patogênese, progressão de doença e prognóstico (1). Sua prevalência é variada, sendo estimada de 0,13 a 16,2 por 100.000 crianças, sendo muito menos comum que no adulto (2). A radiologia desempenha um papel fundamental na investigação das PII, sendo a tomografia computadorizada o método de escolha ao confirmar a presença do acometimento intersticial, sua extensão e distribuição, além de determinar características específicas que permitem o diagnóstico radiológico e seguimento, ou auxiliar na identificação do local para biópsia (1,3). O objetivo deste artigo é demonstrar, por meio da tomografia computadorizada de multidetectores (TCMD), os aspectos de imagem das PII de acordo com a classificação sistemática chILD da American Thoracic Society (Tabela 1) (3) em: doenças comuns da infância, doenças não específicas da infância e as não classificáveis. Tabela 01. Classificação das pneumonias intersticiais na infância (3) I. Distúrbios mais prevalentes na infância
2. Doenças comuns da infância DISTÚRBO DIFUSO DO DESENVOLVIMENTO Os distúrbios difusos do desenvolvimento não possuem achados específicos aos exames de imagem, por vezes demonstrando alterações parenquimatosas difusas ou mesmo exames normais, sendo a avaliação histopatológica o padrão-ouro quando essas condições são suspeitas clinicamente. A parada do desenvolvimento embriológico durante a fase pseudoglandular ou canalicular precoce resulta em displasia acinar, enquanto a parada mais tardia, durante a fase tardia canalicular ou sacular precoce, resulta em displasia alveolar. A displasia alvéolo-capilar com desalinhamento das veias pulmonares é o resultado de um desenvolvimento vascular anormal acompanhado por hipertrofia muscular proeminente das arteríolas pulmonares intralobulares e mau desenvolvimento dos lóbulos pulmonares (1). ANORMALIDADE DO CRESCIMENTO PULMONAR Hipoplasia pulmonar. Brônquios e pulmões são rudimentares com vias aéreas, alvéolos e vasos pulmonares reduzidos em tamanho e número. Pode ser primária ou secundária a processos intra ou extratorácicos que limitam o espaço torácico para o desenvolvimento pulmonar, sendo a hérnia diafragmática congênita à esquerda a causa mais comum (Figura 1) (4). Outras causas incluem oligoâmnio severo e displasias esqueléticas (1, 4).
A. Distúrbios difusos do desenvolvimento Displasia acinar Displasia alveolar congênita Displasia alvéolo-capilar com desalinhamento da veia pulmonar B. Anormalidades do crescimento Hipoplasia pulmonar Doença pulmonar neonatal crônica Doença pulmonar crônica relacionada à prematuridade (displasia broncopulmonar) Doença pulmonar crônica adquirida em crianças a termo Alterações estruturais pulmonares com anormalidades cromossômicas Trissomia 21 Outros Associada à cardiopatia congênita em crianças cromossômicas normais C. Condições especiais de etiologia indefinida Glicogenose intersticial pulmonar Hiperplasia de células neuroendócrinas da infância D. Mutações do surfactante e doenças relacionadas Mutações genéticas no SPFTB - PAP e padrão histológico dominante variante Mutações genéticas no SPFTC - padrão histológico dominante da CPI; também DIP e NSIP Mutações genéticas do ABCA3 - padrão dominante da variante PAP; também CPI, DIP, NSIP Outros com histologia consistente com distúrbio de disfunção de surfactante sem um distúrbio genético ainda reconhecido
FIGURA 1. HIPOPLASIA PULMONAR. Paciente de 5 anos de idade, com diagnóstico recente de síndrome de Appert. Imagens axial (A) e sagital (B) de TCMD evidenciam hipoplasia do pulmão direito relacionado a hérnia diafragmática.
Doença pulmonar neonatal crônica. A displasia broncopulmonar (Figura 2) é uma complicação respiratória comum no prematuro geralmente exposto a ventilação mecânica com altas concentrações de oxigênio, resultando em fibrose peribrônquica com obstrução das vias aéreas e hipertensão pulmonar, além de alterações neurocognitivas. A TC pode demonstrar as áreas de baixa atenuação do parênquima pulmonar, opacidades lineares ou subpleurais e espessamento das paredes brônquicas. Bronquiectasias e focos de impactação mucosa são menos frequentes (5).
II. Distúrbios não específicos da infância A. Distúrbios do hospedeiro normal Processos infecciosos e pós-infecciosos Distúrbios relacionados a agentes ambientais: pneumonia por hipersensibilidade, inalação tóxica. Síndromes de aspiração Pneumonia eosinofílica B. Distúrbios relacionados a processos sistêmicos de doenças Distúrbios imunes Doença de armazenamento Sarcoidose Histiocitose das células de Langerhans Infiltrados malignos C. Distúrbios relacionados ao indivíduo imunocomprometido Infecção oportunista Distúrbios relacionados à intervenção terapêutica Distúrbios relacionados às síndromes de transplante e rejeição Dano alveolar difuso de etiologia desconhecida D. Doenças que simulam intersticiopatia Vasculopatia hipertensiva arterial Vasculopatia congestiva, incluindo doença veno-oclusiva Distúrbios linfáticos Alterações congestivas relacionadas à disfunção cardíaca III. Não classificáveis - inclui doença em estágio terminal, biópsias não-diagnósticas e aquelas com material inadequado
FIGURA 2. DISPLASIA BRONCOPULMONAR. Sexo masculino, 13 anos, com história de prematuridade e ventilação mecânica prolongada. Imagens axial (A) e sagital (B) de TCMD evidenciam vidro fosco e opacidades reticulares sequelares bilaterais, mais evidentes nos segmentos posteriores do pulmão direito. Há também espessamento das paredes brônquicas, compatível com broncopatia crônica sequelar.
Alterações estruturais pulmonares com anormalidades cromossômicas. Os cistos subpleurais que medem de 0,1 a 0,2 cm, não são exclusivos, mas bastante sugestivos da síndrome de Down, podendo ser encontrados em outras trissomias e mutações dominantes ligadas ao X no gene que codifica a proteína de ligação da actina à filamina A (1,6). Há também hipoplasia pulmonar caracterizada por um menor número de alvéolos e da área de superfície alveolar, porém alvéolos têm maiores dimensões e ductos alveolares são aumentados (6). CONTINUA
Pneumonias intersticiais na infância: classificação e revisão de casos CONDIÇÕES ESPECIAIS DE ETIOLOGIA INDEFINIDA Glicogenose intersticial pulmonar. É definida pela presença de células mesenquimais repletas de glicogênio no interstício pulmonar, geralmente manifestando-se à TC como opacidades em vidro fosco e pequenos cistos nas regiões posteriores dos pulmões, podendo ainda haver espessamento septal e distorção arquitetural (7). Embora possa ser encontrado como um distúrbio primário, é mais frequentemente associado a distúrbios de alveolarização e adjacente a massas ou cistos pulmonares, sugerindo um processo reativo (1).
CONTINUAÇÃO
Síndromes de aspiração. A aspiração crônica (Figura 6) é um achado comum em crianças com infecções recorrentes do trato respiratório inferior, sendo evidenciada à TC por consolidações nas regiões posterobasais de ambos os pulmões (1).
Hiperplasia de células neuroendócrinas da infância. As células neuroendócrinas são normalmente distribuídas pelo epitélio das vias aéreas como células solitárias e em aglomerados inervados, os corpos neuroepiteliais (1). Na hiperplasia neuroendócrina da infância (Figura 3), essas células são mais numerosas e à TC apresentam-se como opacificação em vidro fosco, predominantemente no lobo médio e na língua, podendo estar associadas a associada a áreas de aprisionamento aéreo e consolidações (1,8).
FIGURA 6 PNEUMONIA LIPOÍDICA. Sexo feminino, 2 meses de idade, com quadro de constipação crônica, evoluindo com dispneia. Imagens axiais de TCMD evidenciam consolidações difusas, predominando nos segmentos posteriores de ambos os pulmões. Na janela de mediastino (B), nota-se a presença de conteúdo com atenuação semelhante à gordura, de permeio às opacidades consolidativas, compatível com aspiração de óleo mineral.
DOENÇAS RELACIONADAS A DOENÇAS SISTÊMICAS FIGURA 3. HIPERPLASIA DE CÉLULAS NEUROENDÓCRINAS DA INFÂNCIA. Sexo masculino, 1 ano e 5 meses de idade. Imagens axial (A) e coronal (B) de TCMD evidenciam padrão tomográfico típico caracterizado por opacidades em vidro fosco predominantemente centrais em ambos os pulmões, com acometimento característico do lobo médio e da língula.
Distúrbios imunes. Os pulmões são frequentemente afetados nas doenças autoimunes, principalmente na apresentação de acometimento intersticial, sendo as opacidades em vidro fosco com espessamento septal e faveolamento as principais características à TC (Figura 7) (11). Eventos frequentes de hemorragia alveolar, como ocorrem em algumas vasculites e no lúpus, levam ao espessamento do septal interlobular com fibrose intersticial (1).
MUTAÇÃO DO SURFACTANTE E DOENÇAS RELACIONADAS As proteínas dos surfactantes B e C, codificados, respectivamente, pelos SFTPB e SFTPC, facilitam a incorporação e a disseminação dos lipídios, à medida que as superfícies alveolares se expandem durante a inspiração. Esses lipídios são transportados no interior dos pneumócitos tipo II pela ABCA3 (do inglês, adenosine triphosphate–binding cassette transporter A3), além de outros genes que participação da transcrição e regulação associados ao surfactante. Mutações que afetam esses genes causam doenças pulmonares difusas refratárias graves com padrões radiológicos diversos (1). Mutação do gene ABCA3 (Figura 4). Compreendem 5-22% da doença pulmonar difusa na infância e se manifestam com características radiológicas semelhantes a proteinose alveolar, pneumonite crônica da infância, pneumonia intersticial descamativa ou não específica (1,9). Linfonodomegalia hilar e mediastinal, consolidações e atelectasias, espessamento pleural, áreas de aprisionamento aéreo e pectus excavatum são achados de imagem também associados (9).
FIGURA 4. MUTAÇÃO DO GENE ABCA3. Sexo masculino, 11 meses de idade, “bebê chiador” com desnutrição associada. Imagem axial de TCMD evidencia opacidades em vidro fosco por vezes confluentes em consolidações difusamente distribuídas por ambos os pulmões. Espessamento septal e espessamento das paredes brônquicas também são observados. Investigação adicional, que incluiu biópsia pulmonar, caracterizou disfunção do surfactante por mutação ABCA3.
3. Doenças não específicas da infância
FIGURA 7. ESCLERODERMIA. Sexo feminino, 14 anos de idade, com diagnóstico de esclerodermia. Imagens coronal (A) e axial (B) de TCMD evidenciam opacidades reticulares e em vidro fosco predominantemente periféricas, mais evidentes nos campos inferiores. Notam-se também algumas bronquiolectasias de tração. Achados compatíveis com doença pulmonar intersticial crônica fibrosante com padrão tomográfico de pneumonia intersticial não específica. A ectasia esofágica, típica da doença, também é caracterizada nesse caso.
Doença de depósito. As doenças de sobrecarga lisossomal são causadas pela atividade deficiente de uma proteína lisossomal resultando no acúmulo de metabolitos não degradados e o envolvimento difuso dos pulmões evidencia um caráter sistêmico (12). A doença de Gaucher (Figura 8), mais comum, está associada ao metabolismo dos glucocerebrósidos e pode se manifestar com espessamento dos septos inter e intralobulares, por vezes associados a opacidades em vidro fosco, caracterizando a pavimentação em mosaico, além do espessamento do interstício peribroncovasculares e consolidações que possam coexistir. Outras doenças do adepósito também podem apresentar padrão semelhante, como a doença de Niemann-Pick (Figura 9), relacionado ao metabolismo da esfingomielina (1,12).
DOENÇAS NO INDIVÍDUO IMUNOCOMPETENTE Processos infecciosos e pós-infecciosos. A bronquiolite obliterante constritiva é caracterizada por obstrução grave e fixa das vias aéreas, geralmente sequelar a infecção viral, embora possa ocorrer no fenômeno de enxerto versus hospedeiro pós-transplante (Figura 5) e na síndrome de Stevens-Johnson. A TC demonstra atenuação em mosaico, com áreas de aprisionamento aéreo à expiração, podendo haver espessamento das paredes brônquicas e bronquiectasias (1,10).
FIGURA 8. DOENÇA DE GAUCHER. Sexo feminino, 15 anos. Imagem axial de TCMD evidencia espessamento septal difuso bilateral.
FIGURA 5. BRONQUIOLITE OBLITERANTE. Sexo masculino, 9 anos de idade. Imagens axiais de TCMD evidenciam aprisionamento aéreo bilateral, bronquiectasias e espessamento difuso do interstício peribroncovascular.
Sarcoidose. É uma doença inflamatória crônica, com formação de granulomas não caseosos, de apresentação rara na infância, principalmente nos menores de 10 anos de idade (13), mas com evidências radiológicas semelhantes aos adultos, como linfonodomegalias mediastinais com ou sem acometimento do parênquima pulmonar (1,13). CONTINUA
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Pneumonias intersticiais na infância: classificação e revisão de casos
CONCLUSÃO X
CONDIÇÕES QUE SIMULAM INTERSTICOPATIA FIGURA 9. DOENÇA DE NIEMANNPICK. Sexo masculino, 8 anos de idade, com queixa de dispneia. Imagem axial de TCMD evidencia espessamento septal difuso em ambos os pulmões.
Histiocitose das células de Langerhans. Caracterizada pelo acúmulo de células dendríticas com características semelhantes às células de Langerhans em qualquer órgão ou sistema do corpo humano, a histiocitose de célula de Langerhans (Figura 10) é uma doença heterogênea com raro acometimento pulmonar, estimado em 15%, geralmente nos adolescentes ou adultos jovens tabagistas (14). A TC demonstra nódulos de tamanhos variados, na fase inicial e cistos com formatos bizarros na fase avançada. Calcificações tímicas e linfonodomegalias hilares também são características reconhecidas (1).
Hipertensão arterial pulmonar (Figura 13), vasculopatia congestiva, incluindo doença veno-oclusiva e hemangiomatose capilar, desordens linfáticas (Figura 14) e alterações congestivas relacionadas à disfunção cardíaca são condições que determinam o espessamento liso ou nodular dos septos inter e intralobulares, e que pode em estar associados a opacidades em vidro fosco e derrame pleural (1)
FIGURA 13. HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR. Sexo masculino, 2 anos de idade, com hipertensão pulmonar primária. Imagens axiais de TCMD evidenciam opacidades em vidro fosco difusas com áreas de redução da atenuação do parênquima pulmonar e vasos arteriais pulmonares ectasiados, com relação artéria/brônquio >1. Na janela de mediastino (B), observa-se ectasia do tronco da artéria pulmonar.
FIGURA 10. HISTIOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS. Sexo feminino, 10 anos de idade. Imagem axial de TCMD evidencia múltiplos cistos pulmonares de aspecto “bizarro”, difusamente distribuídos por ambos os pulmões associado ao espessamento intersticial central. Há ainda pneumomediastino e enfisema de subcutâneo, provavelmente relacionados à ruptura de alguns cistos.
DOENÇAS RELACIONADAS AO INDIVÍDUO IMUNOCOMPROMETIDO Doença granulomatosa crônica (Figura 11). Distúrbio hereditário da função neutrofílica caracterizada por infecções recorrentes por organismos catalase-positivo. A pneumonia recorrente é a infecção mais comum, podendo se manifestar como consolidação focal ou padrão miliar. A pneumonia pode ser complicada pela formação de abscesso ou empiema, inflamação granulomatosa, linfadenopatia hilar ou mediastinal persistente, fibrose pulmonar e faveolamento (15).
FIGURA 11. DOENÇA GRANULOMATOSA CRÔNICA. Paciente com 12 anos de idade. Imagem coronal de TCMD evidencia áreas de opacidades em vidro fosco, espessamento septal e do interstício peribroncovascular, bronquiectasias / bronquiolectasias de tração mais evidentes nos campos pulmonares superiores. Os achados tomográficos são sequelares às infecções de repetição decorrentes da imunodeficiência.
Distúrbios relacionados às síndromes de transplante e rejeição. A doença do enxerto versus hospedeiro crônica é a complicação mais comum e mais relevante a longo prazo após o transplante de células-tronco hematopoiéticas alogênico. Em contraste com a forma aguda, a forma crônica (Figura 12) é relativamente comum nos pulmões e pode se manifestar como pneumonia em organização, bronquiolite obliterante ou pneumonia intersticial não classificável (10).
FIGURA 14. LINFANGIECTASIA. Sexo feminino, 7 anos de idade, com linfangiectasia pulmonar congênita à direita. Imagem axial de TCMD evidenciam espessamento septal liso difuso no pulmão direito.
4. Conclusão As pneumonias intersticiais na infância compreendem um grupo heterogêneo de doenças raras de difícil diagnóstico, muitas com características únicas para a faixa etária pediátrica. O reconhecimento das características de imagem destas condições é necessário para a proposta de uma classificação padronizada e melhor compreensão da sua patogênese, progressão da doença e prognóstico.
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Autores FIGURA 12. DOENÇA ENXERTO CONTRA O HOSPEDEIRO CRÔNICA. Sexo feminino, 8 anos de idade, pós-transplante tardio de medula óssea. Imagens axial (A), coronal (B) e sagital C) de TCMD evidenciam micronódulos centrolobulares difusos em ambos os pulmões associadas a opacidades em vidro fosco, por vezes confluentes em consolidações, mais evidentes nos ápices e segmentos pulmonares anteriores, associados a aprisionamento aéreo, achados compatíveis com bronquiolite obliterante.
Lucas de Pádua Gomes de Faria1, Gabriela Alencar Bandeira1, Márcio Sawamura1, Lisa Suzuki2, Luiz Antônio Nunes de Oliveira2 1 - Instituto de Radiologia (InRad) – HCFMUSP 2 - Instituto da Criança (ICr) – HCFMUSP DEZ 2019 / JAN 2020 nº 113
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Update da classificação de Bosniak para cistos renais: versão 2019 Introdução
TABELA 2
Cistos renais são achados extremamente frequentes nos exames de imagem, muitas vezes de maneira incidental durante avaliação de outra queixa clínica não relacionada. Quase 50% da população de mais de 50 anos de idade possui um cisto renal. O custo desse achado é multidimensional, envolvendo sobretudo o próprio paciente (ansiedade relacionada ao achado e eventualmente tratamentos desnecessários) e o sistema de saúde (por exemplo, múltiplos exames de seguimento, consultas com médico especialista). Em 1986, surgiu a classificação de Bosniak (posteriormente revisada em 1993) para cistos renais baseada em seus aspectos de imagem na tomografia computadorizada (TC) com uso de contraste endovenoso, com o objetivo de estimar o risco de malignidade, padronizar a descrição e condutas, sendo incorporada na prática clínica diária de radiologistas e urologistas. Cistos classificados nas categorias I e II são lesões presumivelmente benignas e sem necessidade de cirurgia ou seguimento; cistos enquadrados na categoria IIF são lesões indolentes, provavelmente benignas, mas que necessitam de seguimento; cistos nas categorias III e IV possuem probabilidade crescente de neoplasia, sendo tradicionalmente tratadas de forma cirúrgica. As principais características de cada categoria da classificação vigente estão agrupadas na Tabela 1.
Categoria
Nova classificação de Bosniak versão 2019 para TC
Nova classificação de Bosniak versão 2019 para RM
I
Cisto homogêneo de paredes finas (≤ 2 mm); sem septos ou calcificações; densidade entre -9 e 20 UH; parede pode realçar
Cisto homogêneo de paredes finas (≤ 2 mm); sem septos ou calcificações; hipersinal T2; parede pode realçar.
II
Todos tipos com paredes e septos finos (≤ 2 mm) e poucos septos (≤ 3):
Todos tipos com paredes e septos finos (≤ 2 mm) e poucos septos (≤ 3):
1. Cistos de paredes finas, com poucos finos septos, que podem realçar; com ou sem calcificações de qualquer tipo;
1. Cistos de paredes finas, com poucos finos septos, que podem realçar; com ou sem calcificações de qualquer tipo;
2. C i s t o s h o m o g ê n e o s e hiperatenuantes ≥ 70 UH na TC sem contraste
2.. Cistos homogêneos com hipersinal T2 na RNM sem contraste
3. Cistos homogêneos com densidade ≥ 20 UH, , sem realce, na TC com protocolo renal completo; com ou sem calcificações de qualquer tipo
3. Cistos homogêneos com hipersinal T1 ( 2,5 x parênquima normal) na RNM sem contraste
TABELA 1 Categoria
Classificação de Bosniak Vigente
I
Cisto homogêneo de paredes finas e regulares, sem septos ou calcificações, com densidade entre -10 e 20 UH e sem realce
II 1. Lesão cística de paredes finas, com um ou poucos finos septos, que podem apresentar realce perceptível, porém não mensurável; com ou sem calcificações regulares
4. Cistos homogêneos com atenuação entre -9 e < 20UH na TC sem contraste
2. Cistos homogêneos e hiperatenuantes ≤ 3,0 cm, sem realce
IIF 1. Lesões císticas de paredes discretamente espessadas, com vários septos, discretamente espessados, que podem apresentar realce perceptível, porém não mensurável; com ou sem calcificações grosseiras/irregulares
6. C i s t o s h o m o g ê n e o s bem pequenos de difícil caracterização pelo realce
2. Cistos hemorrágicos intrarrenais > 3 cm
III Lesão cística de paredes e septos espessados e irregulares com realce mensurável
5. Cistos homogêneos com atenuação < 40 UH na TC fase portal
IV
IIF
Lesão cística com componente nodular sólido com realce mensurável
Cistos com paredes e septos (um ou mais) discretamente espessadas (3mm); muitos septos (≥ 4) de paredes finas (≤ 2 mm); paredes e septos realçam
Limitações da classificação de bosniak vigente e mudanças propostas para nova versão 2019 Ao longo das últimas 3 décadas, novas oportunidades de melhoria foram surgindo para questões ainda não contempladas. De maneira geral, as alterações na classificação respondem a 3 grandes questões. A primeira diz respeito ao custo dos achados de imagem incidental, e de que formas a radiologia pode contribuir para reduzir o uso irracional dos métodos de imagem. Nesse sentido, foram incorporadas definições mais abrangentes para a categoria de Bosniak II, sobretudo para lesões que antes eram consideradas indeterminadas / incompletamente caracterizadas (caso de lesões focais milimétricas, calcificações de todos os tipos e cistos em TC sem contraste). Estudos mais recentes indicam o comportamento mais indolente dessas lesões, diferente dos tradicionais carcinomas de células renais. A nova proposta padroniza ainda o seguimento das lesões da categoria II-F em 6 e 12 meses, depois a cada ano por 5 anos. A segunda diz respeito a redução de variabilidade interobservador na classificação. Para contemplar esses objetivos, foram definidos termos conceituais como espessura da parede/ septo, números de septos, espessamento irregular e projeções nodulares. Foi elaborada também uma definição única para todas as categorias em relação ao realce, determinando que septos, paredes e projeções nodulares, que apresentam realce visível ou que podem ser mensurados, realçam e, as que não apresentam essas características, não realçam. O termo realce perceptível não mensurável deixou de ser utilizado. Sabe-se que realce mensurável determina aumento de pelo menos 20UH na TC ou aumento de 15% do sinal na ressonância magnética (RM). A terceira questão trata da inclusão formal da classificação para a RM, incluindo exames sem contraste, embora na prática diária muitos radiologistas já a utilizavam. Particularmente os cistos hemorrágicos permanecem agora na categoria II, mesmo os com tamanho superior a 3,0 cm, indicando a evolução dos métodos de imagem na percepção de eventuais áreas sólidas de realce mesmo nas lesões hemorrágicas. As principais características de cada categoria da nova classificação proposta estão agrupadas na Tabela 2.
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2 tipos: 1. Cistos com paredes e septos (um ou mais) discretamente espessadas (3mm); muitos septos (≥ 4) de paredes finas (≤ 2 mm); paredes e septos realçam 2. Cistos com sinal hiperintenso e heterogêneo em T1 com supressão de gordura sem realce
III
Cistos com paredes e septos (um ou mais) espessados ( 4 mm) que realçam; espessamento irregular da parede ou septo que realça (projeção focal de margens obtusas ≤ 3 mm)
Cistos com paredes e septos (um ou mais) espessados ( 4 mm) que realçam; espessamento irregular da parede ou septo que realça (projeção focal de margens obtusas ≤ 3 mm
IV
Cistos com espessamento nodular da parede ou septo que realça (projeção focal de margens obtusas ≥ 3 mm; projeção focal de margens agudas de qualquer tamanho)
Cistos com espessamento nodular da parede ou septo que realça (projeção focal de margens obtusas ≥ 3 mm; projeção focal de margens agudas de qualquer tamanho)
Perspectivas Embora o papel da ultrassonografia ainda seja discutível na classificação de Bosniak, acreditamos que o método pode contribuir para melhor triagem de qual paciente deve seguir para métodos seccionais. Não apenas cistos de aspecto simples, mas também cistos de baixa complexidade (por exemplo, poucos septos finos) podem eventualmente ser manejados somente com controle ultrassonográfico.
CONTINUA
Update da classificação de Bosniak para cistos renais: versão 2019 CONCLUSÃO X
Existe ainda discussão sobre o uso do contraste ultrassonográfico de microbolhas e sequências funcionais na ressonância magnética (difusão, perfusão, chemical shift), porém ainda não incluídas na atualização da classificação. Em resumo, a atualização da classificação de Bosniak incorporou conhecimentos dos últimos 30 anos na avaliação de lesões císticas renais, com potencial de reduzir variabilidade interobservador e incluir maior número de lesões nas categorias benignas.
Figura 1: Corte axial de TC sem contraste demonstra cisto simples com 1,8 UH (< 20UH) Bosniak II na vesão 2019.
A)
B)
C)
D)
Figura 2: Corte axial de TC sem contraste demonstra cisto hemático com 74,36 UH (> 70UH) Bosniak II na vesão 2019.
Figura 5: (a) Corte coronal de RNM T2, (b) T1 sem contraste, (c) nefrográfica, (d) subtração demonstra cisto hemorrágico intrarrenal > 3,0 cm. Considerado Bosniak IIF na classificação vigente e II na versão 2019.
A)
B)
Figura 3: (a) Corte axial de RNM T2 e (b) T1 sem contraste demonstra cisto hemático Bosniak II na vesão 2019.
A)
B)
Figura 4: (a) Corte axial de TC com contraste e (b) coronal de RNM T2 demonstra pequenas lesões homogêneas de difícil caracterização pelo contraste mesmo com protocolo de TC e RNM Bosniak II na versão 2019.
Figura 6: Corte axial de TC sem contraste demonstra lesão cística com calcificações grosseiras. Considerada Bosniak IIF na classificação vigente e II na versão 2019.
Referências - - - - - - - - - - -
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Autores Davi Alves Martins Mota, Fernanda Garozzo Velloni, Fernando Ide Yamauchi E-mail para correspondência: fernando.yamauchi.ext@dasa.com.br Instituição: DASA (Diagnósticos da America SA)
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Sinus Pericranii - Relato de Caso Introdução O sinus pericranii é uma anomalia venosa rara e benigna do couro cabeludo, definida por uma comunicação transóssea anômala entre os seios durais e a circulação venosa extracraniana. A comunicação pode ser direta com o seio, no caso de lesões na linha média, ou então através de veias corticais ou do couro cabeludo, nas lesões parassagitais. A lesão é geralmente diagnosticada em crianças ou adultos jovens, não havendo predileção por sexo. A maioria dos casos são congênitos, mas podem também ser decorrentes de trauma ou ainda ter origem espontânea. Clinicamente, consiste em uma massa indolor não pulsátil no couro cabeludo, que tipicamente reduz de dimensões com a ortostase e aumenta com a elevação da pressão intracraniana, como se dá com a pronação e o choro. Sintomas são infrequentes, mas podem incluir cefaleia, vertigem e sensação de plenitude, além do desconforto estético.
Relato de caso Paciente do sexo feminino, 23 anos, com queixa de cefaleia esporádica e abaulamento na região frontal esquerda. A paciente foi submetida a uma tomografia computadorizada de crânio sem contraste endovenoso, que não demonstrava achados significativos, exceto por um aumento de volume de partes moles extracranianas na região frontal esquerda, concordante com a queixa referida. Também não foram observados defeitos ósseos na calota craniana (Figura 1A e 1B). Foi então solicitada uma ultrassonografia para melhor avaliação da lesão em partes moles. Ao exame, foi observada uma formação hipoecoica justacortical que apresentava um feixe vascular central que atravessava a díploe. Na avaliação dinâmica, houve aumento das dimensões da lesão e acentuação do fluxo ao estudo Doppler com a pronação da cabeça (Figura 2A e 2B). Na sequência, foi realizada uma ressonância magnética do crânio com a utilização do meio de contraste endovenoso. A lesão apresentava intensidade de sinal semelhante à do córtex nas sequências ponderadas em T1 pré-contraste, hipersinal em T2 e acentuado realce nas imagens pós-contraste (Figura 3 A-C). O estudo também evidenciou a comunicação do vaso no interior da lesão com uma veia do couro cabeludo que, por sua vez, drenava no seio sagital superior, ou seja, havia comunicação indireta de um vaso extracraniano com um seio dural, o que permitiu o diagnóstico de sinus pericranii (Figura 4).
Figura 1. A e B. Tomografia computadorizada de crânio evidenciando aumento de volume de partes moles extracranianas na região frontal esquerda (seta).
Discussão O sinus pericranii se apresenta como uma lesão expansiva no couro cabeludo, localizada em 95% dos casos na linha média ou em situação paramediana, contendo uma estrutura vascular dilatada que se comunica via transóssea com um seio dural, sendo o seio sagital superior o mais comumente envolvido. É frequente a identificação de falha óssea subjacente, sendo esta na maioria dos casos frontal ou parietal. A associação com anomalia do desenvolvimento venoso é comumente observada. O aspecto por imagem da lesão é característico. Ao estudo ultrassonográfico, podemos observar uma lesão hipoecoica no couro cabeludo com fluxo ao estudo Doppler, que tipicamente torna-se mais proeminente com manobras dinâmicas que elevem a pressão intracraniana, como a pronação da cabeça. A tomografia computadoriza tem como principal utilidade demonstrar a existência ou não de defeito ósseo associado. Figura 2. Ultrassonografia. A. Formação hipoecoica justacortical com feixe vascular central que atravessa Na ressonância magnética, a lesão tende a apresentar intensidade de sinal semea díploe. B. Avaliação dinâmica demonstrando aumento das dimensões da lesão e acentuação do fluxo ao Doppler com a pronação da cabeça. lhante à do córtex cerebral nas sequências ponderadas em T1 pré-contraste, hipersinal em T2 e realce intenso pelo meio contraste. Uma potencial complicação do sinus pericranii, embora incomum, é a trombose venosa, que pode exibir um alto sinal em T1 em sua fase subaguda. O estudo angiográfico por tomografia computadorizada ou por ressonância magnética é o método de escolha para o diagnóstico, por definir com maior precisão os componentes vasculares da lesão e a comunicação anômala com os seios venosos durais. O principal diagnóstico diferencial se faz com a cefalocele atrésica, que também se apresenta como uma lesão no couro cabeludo, consistindo em herniação de conteúdo intracraniano (dura-máter, tecido fibroso e tecido cerebral displásico) através de uma falha óssea. Há associação com a persistência do seio falcino, que se direciona para o interior da lesão, o que pode tornar a diferenciação com sinus pericranii difícil. O prognóstico da lesão é favorável. Embora a resolução espontânea seja rara, ela tende a permanecer estável em tamanho ao longo da vida e o risco potencial de hemorragia e trombose é muito pequeno. A remoção cirúrgica ou a embolização via endovascular são tratamentos Figura 3. Ressonância magnética. A. isossinal em T1 pré-contraste. B. hipersinal em T2 e C. acentuado realce pós-contraste possíveis e tem finalidade primariamente estética.
Referências bibliográficas
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Autores Ana Lícia da Rocha Alves Pinto Médica radiologista e fellow de TC/ RM Geral do Grupo Fleury. Orientadora: Angela Maria Borri Wolosker Médica radiologista do Grupo Fleury e Hospital São Luiz.
Imagem em dermatologia – o papel da ultrassonografia de alta frequência Introdução
tras regiões do corpo, embora tenha menos quantidade de gordura no tecido subcutâneo e uma camada de epiderme mais espessa e, portanto, mais hiperecogênica, adjacente a unha (figura 3).1
A ultrassonografia é uma modalidade de imagem econômica, não invasiva e com inúmeras aplicações clínicas. O ultrassom convencional usa transdutores lineares com frequências que variam de 8 a 14 megahertz (MHz), enquanto a ultrassonografia de alta frequência (USAF) utiliza transdutores de frequência acima de 15 MHz para obter imagens com excelente resolução das estruturas superficiais.1
Aplicações clínicas
Física O ultrassom fundamenta-se na geração de ondas mecânicas (energia acústica) que interagem com os tecidos corporais ao longo de sua propagação e na captação dos ecos refletidos. Quanto menor o comprimento de onda (maior frequência), melhor a resolução das estruturas superficiais. Transdutores de 17 MHz tem penetração de 12-15 mm, enquanto transdutores de 24 MHz tem penetração de 6-8 mm, permitindo resolução por vezes comparável a achados microscópicos de grande aumento (figura 1).1
Figura 1. Correlação entre os transdutores e sua capacidade de penetração na superfície cutânea
Anatomia ultrassonográfica A introdução de equipamentos de alta frequência e resolução possibilitou a observação de estruturas superficiais, como a visualização detalhada das camadas da pele e dos seus anexos, afecções ungueais, foliculares e do couro cabeludo, e ainda análise de nervos periféricos. A ecogenicidade de cada camada depende do componente principal: queratina (epiderme), colágeno (derme) e lóbulos de gordura (subcutâneo). Pela USAF é possível observar a epiderme como uma linha hiperecoica, a derme como uma banda hiperecoica menos brilhosa e o subcutâneo como uma camada hipoecoica com a presença dos septos fibrosos hiperecoicos no seu interior (figura 2). Variações são percebidas de acordo com a idade e sexo do paciente e também na dependência do tipo de pele (glabra ou não-glabra) e localização (diferentes glândulas e anexos).1 Dentre os anexos cutâneos, a USAF tem importante
Figura 2. Anatomia da pele. Observe a imagem do transdutor de 24mHz e a diferenciação precisa de cada camada da pele.
papel na avaliação da unha que é composta pelas placas ungueais (ventrais e dorsais) que no ultrassom corresponde a duas lâminas hiperecoicas paralelas; o leito ungueal, englobando a matriz ungueal, apresenta-se como um tecido hipoecoico que se torna levemente hiperecogênico na região proximal e a pele periungueal que tem morfologia ultrassonográfica semelhante ao restante da pele em ou-
Na abordagem ultrassonográfica das lesões cutâneas podemos, didaticamente, dividir em grupos de patologia, como congênitas ou adquiridas, benignas ou malignas, inflamatória e infecciosas, patologia de anexo cutâneo e avaliação de componentes exógenos. Durante o exame é importante identificar a localização (epiderme, derme, subcutâneo ou anexos) e a composição (sólidas, císticas ou vasculares) do achado.2 Dentre as patologias benignas, o cisto epidermoide ou de inclusão corresponde a implantação de componentes epidérmicos na derme, é uma lesão frequente e tem causas diversas desde embrionária, traumática ou relacionada a procedimentos cirúrgicos prévios. Ao ultrassom tem uma apresentação variável e ecogenicidade heterogênea, mas geralmente é uma lesão bem definida, localizada na derme ou no tecido subcutâneo, com debris no seu interior e por vezes pode ser identificado um fino trato aneóico conectado à epiderme (punctum), sobretudo com USAF (figura 4).1 Na dermatologia oncológica este método garante também maior acurácia diagnóstica na avaliação de tumores cutâneos de poucos milímetros, sendo utilizado no melanoma, carcinoma basocelular (CBC) e espinocelular (CEC) (figura 5), entre outros. Auxilia também no planejamento terapêutico e permite avaliação de recorrências e complicações pós operatórias. No CBC, subtipo mais comum de câncer de pele, o aspecto ultrassonográfico mais usual é uma lesão sólida, hipoecogênica com focos puntiformes hiperecogênicos no seu interior. A maior quantidade desses focos associa-se a subtipos mais agressivos e com maior chance de recidivas3. No CEC, subtipo mais raro porém
Figura 3. Anatomia da unha. Imagem adquirida com transdutor de 17mHz detalhando a anatomia ungueal. Eponíquio (E), espaço subungueal (SS), hiponíquio (H), leito ungueal (*), margem óssea da falange distal (DPBM), matriz ungueal (M), placa dorsal (DP), placa ventral (VP) e perioníquio (P).
Figura 4. Cisto de inclusão dérmica. Paciente com queixa de nodulação palpável, ao ultrassom observa-se imagem hipoecogênica, localizada na derme / tecido subcutâneo, com finos debris no seu interior (seta amarela) e comunicação com epiderme (punctum).
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Imagem em dermatologia – o papel da ultrassonografia de alta frequência CONCLUSÃO X
Figura 5. A – Características ultrassonográficas dos principais tumores cutâneos: A - CBC: lesão hipoecogênica com pontos hiperecogênicos (seta amarela) de permeio. B - CEC: lesão hipoecogênica, exofítica, maior invasão, vascularização mista interna e periférica ao Doppler. C e D - Melanoma: lesão anecogênica, de limites imprecisos e com intensa vascularização ao Doppler.
Conclusão A USAF está em crescente expansão e ganhando cada vez mais indicação clínica decorrente da alta definição anatômica e alta acurácia diagnóstica, o que a torna método de escolha para avaliação da pele e seus anexos cutâneos.
Referências 1. Wortsman X. Common applications of dermatologic sonography. J Ultrasound Med. 2012. doi:10.7863/ jum.2012.31.1.97 2. Beaman FD, Kransdorf MJ, Tricia R. Superficial Soft-Tissue Masses : Analysis , Diagnosis , and Differential. Radiographics. 2007;27(2):509-524. 3. Wortsman X, Vergara P, Castro A, et al. Ultrasound as predictor of histologic subtypes linked to recurrence in basal cell carcinoma of the skin. J Eur Acad Dermatology Venereol. 2015;29(4):702-707. doi:10.1111/jdv.12660 4. Echeverría-García B, Borbujo J, Alfageme F. The use of ultrasound imaging in dermatology. Actas Dermosifiliogr. 2014;105(10):887-890. doi:10.1016/j.ad.2014.03.007
Figura 6. Componentes exógenos. Observe a presença de estruturas amorfas em permeio ao tecido subcutâneo correspondendo a polimetilmetacrilato (A), hidroxiapatita(B), ácido hialurônico (C) e biopolímero (D).
mais invasivo, a USAF auxilia na avaliação de invasão tecidual e extensão para estruturas nobres como nervos e cartilagens. O CEC apresenta-se como uma lesão sólida hipoecogênica, normalmente polipoide, e bastante vascularizada ao Doppler colorido.4 O melanoma comumente apresenta-se ao ultrassom como lesão hipoecogênica, menos frequentemente anecogênica, usualmente fusiforme e de vascularização aumentada. Pela USAF é possível realizar o estadiamento locorregional com medidas da lesão primária, além da pesquisa de micrometástases, satelitoses (lesão que se localiza a menos de 2,0 cm da lesão primária) e metástases em trânsito (acima de 2,0 cm). A avaliação e acompanhamento linfonodal pela USAF, pode, em alguns
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casos, diminuir a necessidade de biópsia do linfonodo sentinela. Devido à sua resolução, a USAF é capaz de determinar a espessura tumoral in vivo, com ótima correlação com Breslow, possibilitando a adequada escolha das margens cirúrgicas na abordagem em um único tempo dos melanomas primários.5 Na dermatologia estética a USAF permite avaliação de preenchedores e fios de sustentação, determinando sua localização e profundidade, o tipo de preenchedor (silicone puro, hidroxipatita, poliacrilamida, polimetrimetacrilato, biopolímeros, ácido hialurônico, entre outros), e as possíveis complicações como granulomas, migração e coleções. Podemos, ainda, atuar no tratamento destas complicações e na retirada desses materiais.6
5. Barcaui EO, Carvalho ACP, Piñeiro-Maceira J, Barcaui CB. Ultrassonografia de alta frequência (22 MHz) na avaliação dos tumores malignos cutâneos. Rev Hosp Univ Pedro Ernesto. 2014;13(5):61-69. doi:10.12957/ rhupe.2014.12253 6. Wortsman X, Wortsman J, Orlandi C, Cardenas G, Sazunic I, Jemec GBE. Ultrasound detection and identification of cosmetic fillers in the skin. J Eur Acad Dermatology Venereol. 2012;26(3):292-301. doi:10.111 1/j.1468-3083.2011.04047.
Autores Isabela dos Santos Alves, Eduarda Castelo Branco Araújo Bernal, Luciana Zattar, Antônio Sérgio Z. Marcelino, Luciana Cerri e Giovanni Cerri. Médicos radiologistas – Serviço de Imagem Hospital Sirio Libanês
DEZEMBRO 2019 / JANEIRO 2020 - ANO 18 - Nº 113
Por Angela Miguel (SP)
ENTREVISTA
Carestream fortalece sua estrutura focada no mercado brasileiro A transição organizacional da empresa após venda de seu negócio de IT para Philips, a relevância do mercado brasileiro, ações focadas no paciente e o futuro do filme radiológico foram alguns dos temas abordados por David Westgate, em sua segunda passagem pelo Brasil, com exclusividade ao jornal ID Interação Diagnóstica.
O
ano de 2019 foi de muitas transformações para a Carestream em todo o mundo. Pronta para um novo ciclo de sucesso e de inovações, a fornecedora de serviços e soluções para diagnóstico por imagem médica e dental vendeu seu negócio de Healthcare IT para a Philips, de forma a focar os investimentos no desenvolvimento de produtos e soluções para premium e médios mercados. Essa transição tem sido um dos grandes focos da Carestream e do presidente, chairman e CEO da companhia, David Westgate. Nomeado há pouco mais de um ano, Westgate veio novamente ao Brasil para aprofundar-se nas particularidades do mercado e reforçou a qualidade e empenho do time brasileiro diante de um cenário tão complexo. O encontro, realizado em São Paulo, transformou-se num verdadeiro bate-papo, com as intervenções que se seguem. Acompanhado de Miguel Nieto, presidente da Carestream para a América Latina, Anastasios Strouzos, vice-presidente de Vendas e Marketing, e Irineu Monteiro, gerente geral e Country Business Manager da Carestream no Brasil, pela segunda vez David Westgate falou com exclusividade ao ID - Interação Diagnóstica sobre a relevância do País para a multinacional, a transformação organizacional do último ano e os próximos passos da companhia. Confira! ID – Diante das significativas transformações organizacionais da Carestream, qual o balanço que faz desse período a frente da empresa? David Westgate – Eu diria que a Carestream excedeu todas as expectativas nesse último ano. Nós nos tornamos mais competitivos, estamos liderando nos mercados em que poderíamos liderar e temos uma nova geração de desenvolvimento de produtos focados no cuidado com o paciente. Queremos oferecer menor tempo para a execução de exames e ajudar clínicas e hospitais a serem mais produtivos. Estamos focados em sermos parceiros competitivos para nossos fornecedores de serviços para saúde. Acredito que precisamos atender a três pilares fundamentais para o sucesso: excelência operacional com foco em pessoas, desenvolvimento de produtos com inovação contínua e satisfação do consumidor. Especificamente no Brasil, decidimos estar neste mercado e, para isso, precisamos atuar cientes dos desafios e regulações. Esperamos que as reformas que estão encaminhadas possam ajudar em nosso desempenho, que não haja tantos altos e baixos. Outro tema importante para nós é como nos adaptamos às variações cambiais no país. ID – Como a Carestream vê o mercado brasileiro, em especial diante das dificuldades de crescimento econômico e qual a relevância do Brasil para a empresa? Miguel Nieto – O Brasil é a maior economia da América Latina em termos de Produto Interno Bruto e de população, e para nós também é um mercado muito importante. É uma economia pungente e que apresenta um panorama macroeconômico muito interessante para os próximos anos. Todos os indicadores apontam que o Brasil será o motor da América Latina para 2020 e para os próximos anos. Nós, como Carestream para a América Latina, queremos fazer parte desse crescimento. Mas sabemos que o Brasil é um país complexo,
bem mais burocráticos e lentos, agora temos o sistema de saúde é estruturado nesses países. especialmente por conta das regulamentações espaço para melhorar. Mas toda essa transição No Brasil e em outros países da América Latifiscais, regulações, a burocracia, são fatores depende das pessoas e temos colaboradores que fazem do Brasil um mercado bastante na, há um mercado aberto de saúde, em que o dispostos a enfrentar os desafios e entregar desafiador para o nosso negócio. Então, o time paciente percorre diferentes hospitais, laboraresultados, o que é fundamental. brasileiro assume um papel fundamental, pois tórios e médicos, diferentemente de países da ID – O que podemos esperar do portfólio queremos executar mais rápido e de maneira Europa ou dos Estados Unidos, onde é possída Carestream para os próximos anos? mais efetiva os nossos planos, e é preciso cumvel realizar todas as etapas de um diagnóstico Anastasios Strouzos – Globalmente, e tratamento em um mesmo local. Assim, o prir esses objetivos em meio a esse ambiente há um crescimento do mercado de saúde, filme é essencial para que o paciente tenha a extremamente desafiador. O Brasil é assim, é influenciado por três fatores: o crescimento liberdade para circular em todo o sistema, ir um fato, e nós temos que fazer funcionar nospopulacional, o envelhecimento desta poa diferentes médicos, clínicas e hospitais. Isso so negócio seguindo todas as regras, leis e as faz com que a Carestream acredite que o filme peculiaridades do mercado. Mas o nosso time pulação e o aumento das doenças crônicas. continuará sendo um produto relevante por brasileiro tem realizado nossa missão com exNo passado, o foco das empresas de saúde muitos e muitos anos. estava nos hospitais; hoje está nos pacientes. celência, tem enfrentado todos esses desafios e Irineu Monteiro – Há ainda o fato de E isso acontece porque os pacientes querem continuaremos a aprender como fazer as coisas que há diversos “Brasis” dentro do Brasil. opinar a respeito de seu tratamento, querem de maneira melhor e mais rápida. E há um Substituir completamente o filme exige invesparticipar das decisões todo o tempo. Há 20 ponto importante: como companhia, estamos anos, diabéticos não sabiam como cuidar da comprometidos com a jornada do paciente. Há timentos significativos. Na região Sudeste, há doença. Hoje, jovens com diabetes tipo 1 sapaíses com complexidades ainda maiores, mas diversas instituições, clínicas e hospitais que nosso compromisso maior é com o paciente, já realizaram a transição - do “filme analógico” bem tudo! Isso faz com que a indústria olhe com a jornada de nosso consumidor. E essa para o “filme digital” e do “filme digital” para mais para o paciente e leve os exames para jornada é prevenção, diagnóstico, tratamento PACS e RIS. No entanto, em regiões como mais perto das residências. Acredito que o e análise. Estamos, claro, mais concentrados Norte e Nordeste, essa transição ainda não se mesmo aconteça no Brasil, mas aqui a curva na etapa do diagnóstico, mas estamos comconcretizou e é preciso de muito investimento de adaptação é diferente. Apesar de não ser para fazer a transformação. Nós sabemos que tão veloz como nos EUA ou na Europa, na prometidos com o paciente em todo o mundo. quase metade dos investimentos em saúde no América Latina a tendência é cada vez mais Irineu Monteiro – Apesar do Brasil ser Brasil vem do setor público, então a situação as empresas investirem em modalidades e um país muito complexo e muito competitivo, equipamentos para o alcanqualquer multinacional deseja fazer negócios no nosso país, o ce dos pacientes. Interação mercado tem tamanho e potené importante, assim como conectividade. Já somos recial atrativos. Outra vantagem é que o David trabalhou em conhecidos mundialmente outros mercados no passado e pela excelência de nossos esteve no Brasil muitas vezes produtos de primeira lie ele entende o ambiente de nha, no segmento premium. negócios por aqui. Se você Agora, nosso objetivo é fotem um líder que não conhece car na produção de produtos o Brasil e o seu ambiente, fica e soluções para o segmento muito mais difícil de explicar a médio, especialmente quandinâmica do mercado, a forma do pensamos em países de fazer negócios e os desafios, como o Brasil. Dessa forma, em comparação com outros nosso portfólio fortalecerá países da América Latina. plataformas para as linhas ID – Neste ano, a Caresmédia e premium. ID – Para finalizar, quais tream anunciou a venda do David Westgate, ao centro, acompanhando dos executivos, Miguel Nieto, Anastazios são os próximos passos da seu segmento de Healthcare Strouzos e Irineu Monteiro, falou sobre os próximos passos da Carestream e enfatizou Carestream? IT para a Philips. Qual é o seu otimismo com o Brasil David Westgate – Em impacto dessa decisão para relação ao futuro da companhia, tenha certeza fica mais complicada. Acreditamos que seja os negócios? de que a Carestream seguirá desenvolvendo uma combinação de modelo de sistema com David Westgate – Eu diria que esta deciprodutos que impactam na vida de pacienlimitação de recursos que faz com que o filme são não foi fácil. Possivelmente, nosso negócio continue sendo uma importante solução para de Healthcare IT era o melhor do mundo. Potes, fazendo de nossa empresa ainda mais o segmento de diagnóstico para a saúde. relevante no mercado de saúde mundial. Nós rém, decidimos maximizá-lo ao vendê-lo para ID – Como tem sido 2019 até o momento temos um incrível time de “Go To Market” a Philips. Com a combinação do nosso sistepara a Carestream? E qual a importância das em todo o globo, portanto precisamos pensar ma PACS e a expertise da Philips, o negócio suas equipes no desempenho da empresa? o que mais podemos fazer. Buscamos sempre tornou-se um dos mais atraentes e completos David Westgate – Estamos performannovos produtos, sejam eles desenvolvidos do mundo. Essa transição possibilitou que internamente ou obtidos no mercado por meio vários de nossos colegas tivessem maiores do bem em 2019, mas sempre podemos de aquisições. A ideia é adicionarmos mais oportunidades do que se tudo permanecesse fazer melhor. Seguimos focados em prover produtos para complementar nosso portfólio na Carestream. E para nós como empresa, essa os produtos corretos no momento certo aos atual e oferecer mais soluções para os diversos venda foi importante para que possamos focar nossos clientes. Sobre pessoas, como disse segmentos do mercado. no que desejamos fazer. Acredito que foi uma anteriormente, elas são um dos nossos três Irineu Monteiro – Acredito que consesituação ganha-ganha, foi ótimo para o produpilares para o sucesso. No Brasil, a qualidade do nosso time faz com que eu me sinta muito to e para a Philips, assim como foi ótimo para guimos mostrar aos executivos internacionais otimista. Temos grandes líderes, um time a reposicionar o foco na Carestream. da Carestream que nos visitaram o potencial sólido, ótimo relacionamento com os clientes ID – O filme para impressão de imagens do mercado brasileiro. Tivemos alguns anos e bons resultados. Quando você possui um para diagnósticos ainda é um bom negócio? difíceis, passamos por uma recessão econôtime que performa bem, a Carestream seguirá Sempre se ouve falar que o filme irá desamica histórica, mas estamos lentamente nos seu suporte para o crescimento. No mundo, a recuperando. O tamanho e potencial do merparecer com a chegada de novas tecnologias Carestream fez uma grande transição e está digitais. O que a Carestream ainda espera cado nacional é interessante para qualquer deixando de ser uma estrutura centralizada do filme e sua relevância para o mercado companhia multinacional que pretenda ter para uma cultura descentralizada. Queremos brasileiro? um protagonismo mundial, portanto, a Caresque nossas equipes tenham mais autoridade, Miguel Nieto – Em certos mercados, tream vê o Brasil com otimismo e nosso time autonomia e tomem decisões de acordo com especialmente na América Latina, o filme continuará fazendo o melhor para contribuir as necessidades de suas regiões. Isso garante continua sendo muito importante, seja para o para o desenvolvimento da companhia e para proximidade aos clientes e rapidez na tomada diagnóstico, para o tratamento, para pacientes o sucesso de nossos parceiros comerciais e de decisões. Eu diria que costumávamos ser e médicos. Isso está diretamente ligado a como clientes. DEZ 2019 / JAN 2020 nº 113
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MERCADO Por Luiz Carlos de Almeida (SP)
Konimagem investe em soluções digitais na área do diagnóstico por imagem
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A empresa foca sua atuação em soluções de Gestão de Imagens e Informações Radiológicas – PACS/RIS. Em entrevista, o especialista em soluções de TI, Rodrigo Verissimo, falou sobre os produtos digitais disponíveis para esse mercado.
ornecedora de equipamentos e insumos para a área de diagnóstico por imagem, a Konimagem inova-se para permanecer como referência no mercado da Radiologia. Ciente das transformações tecnológicas dos últimos anos, a empresa tem trabalhado com parceiros na construção de um portfólio de soluções digitais para o segmento, dentre eles a AGFA. Com a parceria bem-sucedida, a Konimagem desde 2018 possui uma divisão própria com equipe focada no desenvolvimento de soluções digitais, que culmina com a chegada de uma plataforma global que visa auxiliar médico, instituição e paciente na geração de informações e dados. Conforme explica Rodrigo Verissimo, o avanço da tecnologia faz com que
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os radiologistas comecem a lidar com ma, uma vez que agregou valor ao fluxo de um número muito maior de imagens trabalho e teve grande aceitação por meio médicas e de inforda conexão com outros mações sobre cada sistemas de gestão. Em paciente, levando à sintonia com o que há necessidade de um de mais tecnológico no sistema que englobe mercado, a ferramenta todos esses dados e também possui algumas aplicações baseconecte diversos sistemas. Neste sentido, adas em Inteligência o Enterprise Imaging Artificial. Verissimo chega para empoderar destaca ainda que a o médico, ao facilitar plataforma é robusta e seu trabalho diário atende diversos tipos com a manipulação, de serviços e centros o pós-processamento, Rodrigo Verissimo, especialista em TI. diagnósticos. visualização das imaAo conseguir um gens e distribuição dos laudos. modelo comercial viável, tanto para o Instituições e clientes renomados no cliente de pequeno porte como para o de Brasil e no mundo já dispõe da plataformédio e grande porte, a Konimagem foca
Philips expande seu portfolio de informática
Royal Philips expandiu seu portfólio de diagnóstico por imagem na América Latina, ao adquirir a Unidade de Sistemas de Informação em Saúde (HCIS) da Carestream Health Inc. A plataforma de colaboração clínica, baseada na nuvem, complementará a linha de tecnologias de diagnóstico da Philips e trará melhorias na produtividade de suas soluções, no gerenciamento de dados de diagnóstico e na visualização e análise de informações. “Como líder global em tecnologia de saúde, demos um
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na relação custo-benefício, trabalhando comercialmente com exames, tirando o investimento do cliente em infraestrutura como servidores, storage e englobando tudo isso em nosso Data Center, o que é entregue na forma de serviço para os nossos clientes”, detalha. Ao atuar na gestão de imagens e informações radiológicas – PACS/RIS, a Konimagem espera conectar médico, instituições e paciente em um ambiente seguro e inovador. Verissimo ressalta que a aceitação tem sido muito positiva e que a plataforma deve ser adquirida por mais clientes em 2020: “esse fato traz ótimas expectativas para novos clientes utilizando a plataforma no próximo ano, até mesmo pela sua robustez e por essa viabilidade econômica, que a Konimagem está trazendo de forma inovadora para esse mercado”.
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passo à frente para atingir o quadruple aim: melhorar a experiência do paciente, os resultados médicos, a experiência da equipe e o custo dos cuidados médicos. Unir forças com a Carestream melhorará o atendimento ao paciente e a produtividade das instituições, oferecendo soluções flexíveis para hospitais e sistemas de saúde, bem como uma base sólida para cumprir nossa promessa de um diagnóstico de precisão. Desta forma, fortalecemos nosso compromisso de fornecer soluções de TI para a saúde e imagens clínicas líderes no setor, explica David Reveco Sotomayor, CEO da Philips América Latina.
A plataforma de colaboração clínica da Carestream é uma solução líder no setor, e ficou com o primeiro lugar como “VNA” da KLAS em todo o mundo, em outubro de 2019. “Com a incorporação da HCIS pela Carestream, a Philips do Brasil conta agora com um portfólio de informática hospitalar empresarial líder no setor que abrange o prontuário eletrônico (EMR); soluções avançadas para Radiologia, Cardiologia, Patologia e Oncologia; e tecnologia avançada de visualização que pode ser perfeitamente integrada ao nosso conjunto de soluções e ferramentas.
CONJUNTURA Por Luiz Carlos de Almeida e Valéria de Souza (SP)
Mercado reage e Canon vê 2020 com tendência de crescimento
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A retomada dos negócios, bons indicadores econômicos, o fortalecimento do mercado do diagnóstico por imagem, com tendência de crescimento, são alguns dos fatores que apontam que 2020 poderá se consolidar como o ano da recuperação do País.
ara a Canon Medical Systems do Brasil esses sinais têm sido muito positivos, com projeto de ampliação da produção de TC em Campinas, ampliação das exportações, temas que entraram na pauta da empresa para o ano que vem. Em entrevista ao ID Interação Diagnóstica, Flávio Martins, presidente & CEO da Canon Medical Systems do Brasil, faz uma análise do momento, destaca a movimentação do mercado com aquisições de tecnologia de ponta por grandes instituições e mostra o seu otimismo. ID – Como o mercado de Diagnóstico por Imagem evoluiu neste ano de 2019 e qual a sua perspectiva para no próximo ano? Flávio Martins – Após as eleições realizadas em outubro de 2018, sentimos que o mercado intensificou as compras de equipamento de diagnóstico. Durante o primeiro trimestre deste ano podemos considerar que o mercado recuperou o mesmo volume de compras de antes do início da crise que vivenciamos nos últimos três
anos. E, avaliando as ações que o governo brasileiro está implementando, vejo uma atitude diferente, que na minha opinião é uma preparação para o Brasil ser mais competitivo. Acredito que em 2020 teremos bons indicadores econômicos e o mercado de Diagnóstico por Imagem continuará esse movimento de crescimento. ID – Recentemente a Canon Medical instalou uma nova tecnologia de Tomografia Computadorizada no Hospital Albert Einstein. O que você pode nos dizer a respeito? Flávio Martins – Sim é correto. Instalamos a nossa mais nova tecnologia em Tomografia Computadorizada, um Aquilion Genesis, com foco na redução da dose por exame. Além disso, essa tecnologia mantém as bases do sucesso dos modelos da família Aquilion em estudos cardiológicos e dinâmicos. Esse novo equipamento modelo Aquilion Genesis incorpora novas tecnologias como inteligência artificial em modo “deep learning”, voltada a ensinar o equipamento a obter uma qualidade de imagem diagnóstica muito mais eficiente e
Quer divulgar a venda de algum produto, consulte-nos sobre anúncios econômicos Informe-se: comercial@interacaodiagnostica.com.br
já adquiriu a nova geração de transdutores com baixa dose de radiação. E, como enfatizamos, para a Canon Medical um parâmetro de 33Mhz. de retomada do mercado, é a aquisição A nova plataforma Aplio “a” lançada desta alta tecnologia por cinco diferentes na JPR deste ano é um sucesso em vendas. clientes este ano. Gostaria de mencionar a clínica Mama Imagem que adquiriu 08 equipamentos. ID – A Canon também tem novidades em Ressonância ID – A Canon Medical tem novos projetos Magnética e Ultrassom para a fábrica do Brasil? com grande aceitação do Flávio Martins – mercado. Pode nos falar Sim. Estamos ampliansobre esses avanços? do a produção local dos Flávio Martins – Estamos introduzindo um novos modelos de Tomografia Computadorizada novo modelo de Ressonância Magnética e iniciamos os estudos no mercado, a Vantage para implementarmos a Orian, nova plataforma, produção da plataforma novos conceitos de aquido Aplio “a”. Também sição das imagens e uma estamos avaliando o aumento das exportações. nova tecnologia de redução de ruído. Sempre ID – Como a InteFlávio Martins, presidente e CEO da ligência Artificial vai buscamos o conforto do Canon Medical Systems do Brasil influenciar o desenvolpaciente. Este ano também vimento dos novos equipamentos e os concluímos a negociação da Vantage Orian diagnósticos? com o Dr. Abdalla Skaf e já teremos em Flávio Martins – Este é um desafio a breve esta tecnologia disponível no mercado brasileiro. ser enfrentado. Neste momento temos que No Ultrassom, podemos destacar a promover, o máximo possível o intercâmbio de informações sobre o tema dentro plataforma Aplio “i”, que possui uma tecnologia diferente na aquisição da imagem das sociedades médicas. Para a próxima e os transdutores de alta frequência. ReJPR estamos planejando em conjunto com centemente, em reportagem realizada pela a SPR iniciativas para fomentar o debate Globo News, no Hospital Sírio Libanês, foi do tema, e prover mais informações para a demonstrada a diferença (e a importância) comunidade médica sobre como a IA poderá do transdutor de 24Mhz nos estudos oncoser uma importante ferramenta de apoio no lógicos da pele. O Hospital Sírio Libanês trabalho dos radiologistas.
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ENTREVISTA Por Luiz Carlos de Almeida (SP)
Einstein reestrutura a área da imagem e fortalece o Ensino em Radiologia Para atender ao crescimento da instituição e a boa prática diária, que exige diagnósticos cada vez mais precisos e atualização constante do conhecimento na área do diagnóstico por imagem, onde um dos grandes desafios é assimilar o volume de informações, o Departamento de Imagem do Hospital Albert Einstein acaba de ser reestruturado.
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s modificações introduzidas e a reestruturação interna começam com a posse de um novo diretor, o Dr. Marcos Roberto Queiroz, que assume focado em manter a qualidade e o conceito de excelência conquistados ao longo dos 16 anos em que o grupo esteve sob a liderança do Dr. Marcelo Funari. Além da valorização médica e assistencial, pesquisa e inovação, também haverá ênfase na expansão do ensino e da atualização médica, dentro e fora da Hospital. A área de Ensino em Imagem do Einstein ficará sob a responsabilidade do Dr. Ronaldo Hueb Baroni, com grande atuação nessa área. Esta estrutura envolve cinco grandes pilares: Faculdade de Medicina (já na 8ª turma semestral), Residência Médica, Pós-graduação Lato-sensu, Cursos/Eventos e Mentoria. Na Faculdade de Medicina o Dr. Miguel Francisco Neto coordena o curso de Morfologia, ministrado no 1º e 2º semestres. Além disso, a Imagem estará inserida em diversas disciplinas da grade do Internato, no 5º e 6º anos, na coordenação das reuniões clínico-radiológicas de discussão de casos hands-on com os alunos. Segundo Dr. Baroni, em entrevista ao ID – Interação Diagnóstica, há uma oferta de 29 vagas de pós-graduação lato-sensu (especialização) nas diversas especialidades radiológicas, além de três cursos de Pós-Graduação Estado da Arte em Diagnóstico por Imagem, oferecidos nos finais de semana na Unidade Paulista do Einstein nas áreas de Imagem Geral, Abdominal e
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Músculo-Esquelética, num total de mais 100 vagas. Ao longo do ano são mais de 30 cursos de atualização presenciais e de Imersão em Imagem, além de um Congresso Internacional de Diagnóstico por Imagem e um Simpósio de Ressonância Magnética que acontecem todos os anos no mês de setembro, que já se encontram na 11ª edição. Neste ano o CIDI contou com mais de 500 participantes. “Todos estes cursos e eventos foram recentemente agrupados na Academia de Imagem do Einstein, de forma a facilitar o acesso e a procura pelos alunos. Por fim, vale citar a área de Mentoria, liderada pela Dra. Regina Lucia Elia Gomes, que oferece esta importante atividade aos residentes, pós-graduandos e radiologistas da instituição. No total, o Ensino em Imagem do Einstein atendeu mais de 1.000 alunos neste ano, o que o transforma numa das maiores instituições de Ensino em Imagem do país”, explica Ronaldo Baroni. A cada ano o Einstein vem incremen-
tando a sua produção de pesquisa e conteúdo científico. O congresso da RSNA é a grande vitrine para mostrar esses trabalhos que envolvem não somente a participação dos radiologistas das diversas especialidades radiológicas, mas também dos residentes, pós-graduandos e biomédicos. Nesta edição de 2019, o HIAE manteve a sua participação no evento, com a apresentação de painéis educacionais/científicos e temas livres/ apresentações orais, somando um total de 23 trabalhos, incluindo projetos multicêntricos internacionais, moderação de sessões científicas, etc.. “Entendo que a participação desta equipe de alunos e radiologistas engrandece ainda mais o Departamento, criando um ambiente de aprendizado constante e troca de experiências. Além disso, vários destes trabalhos contaram com a participação de médicos do corpo clínico, o que reforça a importância da atuação do radiologista no ambiente multidisciplinar e da interação com outras especialidades médicas”, resume Baroni, lembrando que a principal sessão plenária do RSNA teve como foco a
importância do resgate da atuação médica do radiologista e a necessidade de maior interação entre radiologistas e pacientes. Em alta, a produção científica da Imagem do Einstein de 2019, até o momento, registrou 34 trabalhos publicados em revistas indexadas, vários deles proveniente de trabalhos apresentados em congressos, o que ressalta a relevância da integração entre as áreas de Ensino e Pesquisa. O setor participou de atividades em colaboração com as áreas de Inovação, Inteligência Artificial e Big Data da Instituição. Este ano o Einstein marcou sua presença na RSNA com os diretores: Claudio Lottemberg (Presidente do Conselho da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein), Sidney Klajner (Presidente da SBIBAE), Eliezer Silva (Diretor-Superintendente de Medicina Diagnóstica e Ambulatorial), dentre outros, que mostram a importância da Radiologia no cenário da Saúde. A Academia Einstein de Imagem (foto) nasceu com a missão de agregar e organizar todo o portfólio de cursos e eventos em Imagem Diagnóstica no Einstein, e transmiti-lo de forma prática, objetiva e eficiente aos seus alunos, para aplicação imediata, de forma a atender às expectativas e demandas da boa prática médica. “Estarmos integrados em uma organização hospitalar de excelência gera um ambiente ideal para construir o conteúdo relevante a ser ensinado”, enfatiza o dr. Ronaldo Baroni.
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ATUALIZAÇÃO Por Valéria de Souza (SP)
US-Doppler e Elastografia em encontro internacional em SP
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Um dos maiores especialistas do mundo em elastografia, Dr. Richard Barr, vai abordar no evento temas ainda inéditos no Brasil.
2º Encontro Nacional do Método Tríplice de Diagnosticar: Ultrassonografia-Doppler-Elastografia acontece nos dias 7 e 8 de fevereiro de 2020, no Auditório do Círculo Militar de São Paulo. A organização do evento leva a assinatura da dra. Lucy Kerr, diretora da Sonimage e presidente fundadora da SBUS-Sociedade Brasileira de Ultrassonografia. A participação internacional será representada pelo Prof. Dr.Richard Barr, do Departamento de Radiologia do Prof. Dr.Richard Barr Northside Medical Center e President dos Radiology Consultants – EUA, referência mundial em Elastografia, e autor dos livros de ultrassonografia nessa área que são os mais vendidos no Brasil: Elastografia, uma abordagem prática e Elastosonografia mamária. O professor convidado vai ministrar aulas e cursos práticos sobre temas que ainda não foram abordados em congressos no Brasil. “Além da oportunidade de conhecer os temas ainda inéditos no nosso país, os participantes terão uma oportunidade única de dispor desse grande mestre para aprender com os seus conhecimentos e tirar as suas dúvidas durante períodos específicos para ”perguntas e respostas” que vamos providenciar durante o evento”, enfatiza a dra. Lucy Kerr, organizadora do evento. Portanto, a programação científica, que é o principal atrativo, também contará na sua grade com especialistas reconhecidos
como a coordenadora do encontro a dra. Lucy Kerr (Instituto KERR-SP); prof. Marcos Brioschi (USP-SP); prof. Maurício Mendes Barbosa (Unifesp-SP) e o dr. Hérbene José Figuinha Milani (Unifesp-SP). Na grade, atendendo a pedidos, foram inseridas cinco aulas pautadas em assuntos inovadores de interesse dos especialistas da área: Termografia de mama; Obstetrícia e Neurossonologia Neonatal. Segundo a coordenação, mais uma vez o evento se caracteriza por um ambiente acolhedor, num espaço que Dra. Lucy Kerr permite a convivência agradável entre os colegas, assim como uma alimentação de alta qualidade para todos, inclusas no valor que será investido pelo participante para aprimorar a sua formação. “As vagas são limitadas, somente 120, mas justifica-se para manter o ambiente mais íntimo e favorável para o fortalecimento dos laços de amizade”, explica Kerr. O 2º Encontro Nacional do Método Tríplice de Diagnosticar: Ultrassonografia-Doppler-Elastografia conta para a sua realização com o patrocínio da LK Livros e da Sonimage, Diagnóstico Médico por US. Mais informações e inscrições com descontos progressivos no site do evento: http://www.portallucykerr.com/2-encontro-nacional-do-metodo-triplice/, ou contato por email: portallucykerr@gmail.com ou telefones: (11) 3287 3755; 3287 5357 e (11) 99472 4480.
Imagine, em março, no InRad O XVIII Congresso de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do HCFMUSP – Imagine´2020, será realizado em São Paulo, de 18 a 20 de março de 2020, no Centro de Treinamento do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – INRAD.
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Comissão Organizadora formada pelo prof. Giovanni Guido Cerri, Titular do Departamento de Radiologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo FMUSP; dra. Maria Cristina Chammas, Diretora do Serviço de Ultrassonografia do InRad-HCFMUSP; dra. Claudia da Costa Leite, Professora Associada do Departamento de Radiologia e Oncologia da FMUSP e Chefe de Ensino e Pesquisa do InRad-HCFMUSP e dra. Eloisa Maria Mello Gebrim, Diretora do Serviço de Tomografia Computadorizada e Chefe do Grupo de Cabeça e Pescoço do InRad-HCFMUSP, está preparando uma programação científica de alto nível, envolvendo questões, desafios atuais e futuros da ultrassonografia e diagnóstico por imagem, e contará para isso com a participação de renomados convidados com reconhecida experiência nos temas a serem apresentados. Além das mais de cem horas de conteúdo, o congresso oferece ao participante diferenciais como curso presencial, acesso on line e certificado. As dinâmicas das mesas de trabalhos estão estruturadas para oferecer as melhores condições de aproveitamento dos participantes para que saiam do evento com melhores condições de exercer a especialidade. Para mais informações e inscrições acesse o site: https://imagine2020.com.br/
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EXPEDIENTE Interação Diagnóstica é uma publicação de circulação nacional destinada a médicos e demais profissionais que atuam na área do diagnóstico por imagem, especialistas correl acionados, nas áreas de ort op ed ia, urol ogia, mastologia, gineco-obstetrícia. Fundado em Abril de 2001 Conselho Editorial Sidney de Souza Almeida (In Memorian), Alice Brandão, André Scatigno Neto, Augusto Antunes, Bruno Aragão Rocha, Carlos A. Buchpiguel, Carlos Eduardo Rochite, Dolores Bustelo, Hilton Augusto Koch, Lara Alexandre Brandão, Marcio Taveira Garcia, Maria Cristina Chammas, Nelson Fortes Ferreira, Nelson M. G. Caserta, Regis França Bezerra, Rubens Schwartz, Omar Gemha Taha, Selma de Pace Bauab e Wilson Mathias Jr. Consultores informais para assuntos médicos. Sem responsabilidade editorial, trabalhista ou comercial. Jornalista responsável Luiz Carlos de Almeida - Mtb 9313 Redação Lizandra M. Almeida (SP), Claudia Casanova (SP), Valeria Souza (SP) e Angela Miguel (SP) Tradução: Fernando Effori de Mello Arte: Marca D’Água Fotos: André Santos e Evelyn Pereira Imagens da capa: Getty Images Administração/Comercial: Sabrina Silveira Impressão: Duo Graf Periodicidade: Bimestral Tiragem: 12 mil exemplares impressos e 35 mil via e-mail Edição: ID Editorial Ltda. Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 2050 - cj.108A São Paulo - 01318-002 - tel.: (11) 3285-1444 Registrado no INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial. O Jornal ID - Interação Diagnóstica - não se responsabiliza pelo conteúdo das mensagens publicitárias e os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores. E-mail: id@interacaodiagnostica.com.br
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