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TIAGO ROLIM DE MOURA

jornalminuano.com.br BAGÉ, segunda-feira, 17 de julho de 2017 - ANO XXIII Nº 5 686 | R$ 2,00

BAGÉ: 206 ANOS DE TRADIÇÃO

Mesmo diante da perspectiva da preservação, a Rainha da Fronteira encontra espaço para avançar. Caderno especial, encartado nesta edição, destaca exemplos de bajeenses que buscam alternativas e apostam em novos empreendimentos para contribuir com o desenvolvimento da cidade.

Novos leitos do SUS no Hospital Universitário

ANTÔNIO ROCHA

Cooperativa vai inaugurar agroindústria

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Ação solidária conclui Campanha do Agasalho

Polícia apreende cocaína no bairro Madezatti

Produção do Alto Camaquã em destaque

Expositores dos municípios que integram a Adac participaram da oitava Pág. 8 edição do evento, realizada em Bagé, durante o final de semana. Pág. 3

Temperatura

Hoje

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Opinião

Editorial

A

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BAGÉ, 17 DE JULHO DE 2017

redacaominuano@gmail.com www.jornalminuano.com.br

Nosso chão

definição de cidade é muito particular. Não existe um padrão. Se para os dicionários, representa um núcleo populacional caracterizado por um espaço onde se desenrolam as teias de relações sociais, culturais e econômicas, para os cidadãos, ela retrata uma identidade. Mais do que gentílicos, cidades imprimem significados individuais, vinculando a paisagem das ruas a diferentes histórias. O sentido depende do olhar. No nosso chão, que completa, hoje, 206 anos, muita pedra mudou de lugar. Prevalece, porém, o esforço para manter as memórias. O conjunto arquitetônico de Bagé é composto por diferentes níveis de tombamento. A Ponte Seca, localizada na avenida Presidente Vargas, por exemplo, é tombada por legislação municipal. Em 1978, o Iphan indeferiu o pedido para considerar a estrutura um bem de relevância nacio-

nal. Esta condição compete à Catedral de São Sebastião e às fundações do Forte de Santa Tecla. A Hidráulica, o Palacete Pedro Osório e o Centro Administrativo são reconhecidos pelo Iphae. A importância desta tipologia horizontal, única em solo gaúcho, entretanto, é reconhecida por todos. A Rainha da Fronteira busca uma saída conciliadora. Se engana quem pensa que alguém aqui está olhando o mundo pelo retrovisor. Diante da perspectiva da preservação, empreendedores abrem novas janelas para o futuro. Os bajeenses estão encontrando alternativas para seguir avançado. E as soluções incluem ousados modelos de negócios e gestão, retratados pelo Jornal MINUANO, em um caderno especial. A publicação, encartada nesta edição, também abre espaço para as diferentes percepções, expressadas por fotos dos leitores, acerca de uma cidade que cresce com a força de sua população. Boa leitura. Laboratório FACOS/Urcamp

FAT - Jornal Minuano | CNPJ: 87415725/0012-81 Endereço: Rua Brigadeiro Mércio, 72 - CEP 96400.720 - Bagé/RS Telefones: Redação (53) 3242-7693 - Assinaturas 3241-6377 www.jornalminuano.com.br | redacaominuano@gmail.com | facebook.com/jornalminuanobage

DIRETOR EXECUTIVO Glauber Pereira GERENTE COMERCIAL Adriana Robaina

EDITORA GERAL Márcia Sousa

Editor assistente - Sidimar Rostan • Reportagem - Viviane Becker - Cláudio Falcão Melissa Louçan - Jaqueline Muza - Rochele Barbosa - Daiane Lima - Augustho Soares (estagiário) • Chargista - Cláudio Falcão • Repórter fotográfico - Antônio Rocha Tiago Rolim de Moura • Diagramação - Luís Mário Pereira - Daniel Cuerda Ferreira • Revisão - Helena Pereira • Assistente comercial - Angelina Britto • Vendedores - Dulce Dias - Fabrício Becker • Distribuição - Marcos Goulart • Colaboradores José Carlos Teixeira Giorgis - Marcelo Teixeira - José Artur M. Maruri dos Santos Norberto Dutra - Airton Gusmão - Dilce Helena dos Santos - Fernando Risch - João L. Roschildt • Impressão - Gráfica do Jornal do Povo - Cachoeira do Sul

Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a posição do jornal. Por isso, a editoria não se responsbiliza pelas opiniões emitidas.

Divaldo Lara

@divaldolara divaldolara@gmail.com

Seis meses de prefeitura – parte três Hoje é o dia Bagé, o dia de abraçar cada pessoa que fazia, porque não fazia; 8. Smed inicia ciclo de formação vive aqui, dia de lembrar quem fez o município ao longo entre professores para alavancar Índice de Desenvolvide seus 206 anos e de reafirmar que nossa luta no presen- mento da Educação Básica (Ideb); 9. Secretaria de Saúde te é por um futuro melhor, com desenvolvimento, bons promove a reestruturação de duas equipes do Nasf – Núserviços de saúde e segurança para todos que acreditam cleo de Apoio à Saúde da Família, há dois anos inativo em nossa terra. em Bagé; 10. Prefeitura promove o primeiro debate sobre Na coluna de hoje, retomamos a retrospectiva dos pri- a criação da Guarda Municipal com a presença de autorimeiros seis meses de gestão frente à prefeitura, agora com dades da área de segurança, o corregedor da guarda munia terceira parte, a partir do mês de março (as outras edições cipal de Cachoeirinha e o secretário de segurança daquele podem ser lidas não apenas nos jornais impressos, mas no município; 11. Executivo e Universidade da Região da site do MINUANO e na página da prefeitura, no Facebook). Campanha (Urcamp) firmam contrato para repasse de R$ 1. Implantação do Conselho Municipal de 96 mil mensais ao Hospital Universitário (HU), Indústria, Comércio e Serviços com ampla estabelecendo a integração do hospital à rede participação de sindicatos, associações, inspública de saúde do município. O contrato Foi difícil tituições de Ensino Superior e o Sistema garante que o HU não feche as suas porS; 2. Centro do Idoso abre as atividades tas como ocorreu no ano passado. Repara a reitora do ano ampliando o número de serviços cordo de como foi difícil para a reitora informar que e oficinas e também o número de idosos Lia Quintana informar à sociedade que por falta de atendidos; 3. Prefeitura firma contrato por falta de apoio, de suporte, negado apoio o HU tinha com Ouro e Prata para oferecer melhopelo poder público, o hospital teve que res condições no TFD – Tratamento Fora fechar. Não era a vontade da equipe, mas de fechar do Domicílio, com ônibus e vans para o era a necessidade. O movimento liderado deslocamento até a rodoviária de Porto Alepela equipe dos médicos Henry Ritta e Rafael gre e dali para os hospitais, além de sala vip Ribeiro foi de uma precisão cirúrgica incrível, para espera; 4. Asfalto da avenida Itália é retomado; possibilitando a construção dessa ponte com a Prefei5. Postos de saúde passam a ter vacinadores diários; 6. tura. O contrato é o maior investimento na história do Secretaria de Assistência Social, Habitação e Direitos do HU por parte do poder público para a compra de serviços Idoso muda de local, passando a funcionar nos prédios da mensais. E isso é motivo de orgulho para nós. antiga Rede Ferroviária no Km 21, Zona Leste (economiNa próxima semana, continuamos com esta retroszando com o aluguel do prédio na avenida João Telles); 7. pectiva, pois nada melhor que finalizar com aquilo que Técnicos do Ministério do Trabalho fiscalizam trabalhos considero um dos maiores feitos do nosso governo: a gado Projeto Complexo Km 21, de Economia Solidária, e rantia do funcionamento de um hospital e sua integração elogiam a nova dinâmica e estruturação do trabalho, que à rede pública. até então não tinha como nem prestar contas daquilo que E feliz aniversário Bagé.

Prefeito de Bagé

Cláudio Falcão Florêncio e a Expo Alto Camaquã

Charge falcaobage58@gmail.com


Cidade

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Expo Alto Camaquã divulga produção da região Expositores de Bagé, Caçapava do Sul, Encruzilhada do Sul, Lavras do Sul, Piratini, Pinheiro Machado e Santana da Boa Vista, que integram a Associação para o Desenvolvimento do Alto Camaquã (Adac), participaram, durante o final de semana, da oitava edição da Expo Alto Camaquã. O evento foi realizado no largo do Centro Administrativo de Bagé, onde foram apresentados a produção do turismo, da cultura, artesanato, além da gastronomia com matéria-prima típica da região, como lã, carne de ovelha e doces de frutas. Através da feira, os municípios que compõem o território do Alto Camaquã têm a oportunidade de fomentar os arranjos produtivos locais. O evento serve como estratégia de mobilização dos produtores. De acordo com o presidente da Adac, Mateus Garcia, neste ano, além dos associados, houve a participação de artesão de outros municípios. Durante a exposição, a Emater apresentou a atividade ‘Caminhos da Lã’, que iniciou com a demonstração de esquila, apresentando todo o manufaturamento do produto até a confecção de peças de vestuário. O artesão Pedro Nogueira Irala, fabricante de tear e roca, fez a demonstração da técnica de produção dos novelos.

Defesa ambiental Integrantes da Adac e do movimento União pela Preservação do rio Camaquã apresentaram um dossiê contra a mineração no manan-

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Inauguração oficial de reabertura do Hospital Universitário

Antônio Rocha

Antônio Rocha

Novos leitos serão inaugurados hoje

Irala demonstrou como confeccionar lã na roca cial, proposta pela Votorantim metais, que pretende explorar cobre, chumbo e zinco. O projeto está sob análise da Fepam, que, recentemente, suspendeu as propostas de hidrelétricas – outra demanda dos produtores.

Consórcio A feira também foi marcada pela assinatura do protocolo de constituição do Consórcio Intermunicipal do Alto Camaquã. Participaram do ato, os prefeitos de Piratini, Vítor Ivan Gonçalves Rodrigues, de Pinheiro Machado, José Antônio Duarte Rosa, e de Lavras do Sul, Sávio Prestes. De acordo com o secretário municipal do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Bayard Paschoa Pereira, o efetivação será realizada posteriormente, com a participação do prefeito Divaldo Lara e dos chefes dos

Executivos dos demais municípios. “A entidade irá auxiliar para a definição de políticas públicas para a região”, explica. Segundo Bayard, a composição do Consórcio expressa o modelo de desenvolvimento desejado pela prefeitura de Bagé para o Alto Camaquã, prevendo uma série de iniciativas, como propostas de sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Alguns dos municípios já integra o Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental da Bacia do rio Jaguarão (Cideja), com sede em Candiota, e o Consórcio de Desenvolvimento do Pampa Gaúcho, com sede em Bagé. “A intenção (com o novo consórcio) é agregar outros produtos à marca Alto Camaquã”, ressalta. Cerca de 500 famílias e 24 associações integram a Adac. Divulgação

Artesanato foi um dos pontos fortes da feira

Autoridades assinaram protocolo

Uma solenidade marca, hoje, a inauguração oficial de reabertura do Hospital Universitário Doutor Mário Araújo (HU), mantido pela Fundação Atilla Taborda (FAT/ Urcamp). Durante a cerimônia, que inicia às 10h, serão inaugurados 39 leitos da unidade três, do

Sistema Único de Saúde (SUS). Na unidade quatro, serão abertos 10 leitos de convênios (IPE, Unimed e particulares). Também será inaugurado o ambulatório Doutor Atilla Taborda e abertos, oficialmente, os serviços de raio-x e tomografia.


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Cidade

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Antônio Rocha

Participantes percorreram rota de exposição

Artistas e empresários participam de caminhada do Arte na Vitrine

A comemoração dos 25 anos do projeto Arte na Vitrine foi marcada por uma caminhada orientada, realizada pela comissão organizadora do evento. Os participantes visitaram 25 estabelecimentos para contemplar as obras que estão em exposição nas lojas, pelo centro da cidade. A atividade partiu da LEB Livraria, às 11h, e teve seu encerramento na Sappataria, onde acontece a confraternização entre lojistas e artistas. A caminhada foi promovida pela Associação Comercial e Industrial de Bagé (Aciba), Secretaria de Cultura e Turismo, Casa de Cultura Pedro Wayne, Biblioteca Pública Otávio Santos e FAT/Urcamp – Museu Dom Diogo de Souza e Museu da Gravura. Também foi realizada uma homenagem aos idealizadores do projeto, Waldir Alves Ramos, que à época da criação do Arte na Vitrine, era presidente da Aciba, e a artista plástica Norma Vasconcelos. De acordo com o empresário José Aírton Menezes, a ASM Lojas Reunidas participa desde a primeira edição do projeto. Para ele, a iniciativa da caminhada foi muito interessante. “É um projeto simples, mas profundo, que envolve as empresas e ajuda a mostrar os talentos”, definiu.

Participam do projeto 1 - Loja MG - Consuelo Cuerda 2 - ASM Móveis Planejados - Flora Karam 3 – LEB - Edson Larronda 4 - Princípio Ativo - Leonardo Costa 5 - Primálli - Rachel Beckman 6 - ASM Lojas Reunidas - Wilhelm Horvath 7 - Raska - Danúbio Gonçalves 8 - Maria La Teja - Norma Vasconcellos 9 - Farmácias Mistura da Terra - Fernando Karam 10 - Nova Era Brinquedos - Eurico Salis 11 - Gathi Calçados - Attila Siqueira 12 - Óptica Conquistadora - Glauco Rodrigues 13 - Foto Everest - Julio Pimentel 14 - Salim Kalil - Carlo Andrei 15 - Obino Galeria - Edmundo Rodrigues 16 - Lojas Temppo - Deni Bonorino 17 - Madalena Calçados - Maria de Lurdes Alcalde 18 - Sappataria - Henrique Tobal 19 - Hotel Obino - Carlos Scliar 20 - Loja Básica - Judith Plentz 21 - Rainha das Noivas - Marly Meira 22 - Efeito - Grecco 23 - Núria Roupas Acessórios - Ivan Soares 24 - Loja Chili - Sérgio Coirolo 25 - Óptica Bagé - Glênio Bianchetti


Fogo Cruzado

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Arquivo JM

@sidimarrostan sidimarrostan@jornalminuano.com.br

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Sidimar Rostan

Escolas estaduais podem ser obrigadas a fornecer merenda especial O parlamento gaúcho analisa, em plenário, a proposta que torna obrigatório o fornecimento de alimentação especial, na merenda escolar, adaptada para alunos com restrições alimentares, em todas as escolas da rede pública estadual de ensino. A redação, assinada pelo deputado estadual Vilmar Zanchin, do PMDB, pode ser votada em agosto. A alimentação especial contemplada pelo texto se refere às doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, obesidade mórbida, doença celíaca, fenilcetonúria e intolerância à lactose, que devem ser

Evento foi criado na gestão de Mainardi

Reconhecimento da Galponeira fica para depois do recesso

O projeto que reconhece a importância cultural do Festival de Música Nativista e Galponeira de Bagé, que está pronto para a pauta da Assembleia Legislativa, só deve ser votado após o recesso da Casa, que encerra no final de julho.

A proposta, de autoria do deputado Luiz Fernando Mainardi, do PT, tramita no parlamento gaúcho desde 2015. Se for aprovada, a lei não vai gerar despesas para o Estado. Para a Prefeitura de Bagé, o reconhecimento facilitará o processo de capitalização de recursos.

A matéria estabelece as mesmas condições aplicadas ao Festival Canto Moleque da Canção Nativa, de Candiota, com base em proposição apresentada por Zé Nunes, do PT, que foi sancionada pelo governador José Ivo Sartori, do PMDB, no ano passado.

Mais de 49% do eleitorado de Candiota já realizou revisão biométrica Mais de 4,1 mil eleitores de Candiota realizaram o recadastramento biométrico. De acordo com balanço divulgado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), 49.78% do eleitorado já formalizou o processo. O prazo encerra no dia 27 de setembro. Até sexta-feira, 21, o Cartório da 142ª Zona Eleitoral realiza um mutirão, no Centro de Eventos da Companhia Riograndense de Mineração (CRM). A biometria permite identificar uma pessoa por meio de suas impressões digitais, que são únicas. Na Justiça Eleitoral, o cadastro biométrico é utilizado para tornar as eleições ainda mais seguras e prevenir fraudes. Regulamentado por uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o recadastramento está sendo realizado gradativamente em todo país. Em Aceguá e em Hulha Negra o processo já foi realizado. Cartório eleitoral realiza mutirão no município até sexta-feira

arquivo jm

prescritas por meio de receituário médico e supervisionada por nutricionistas. A matéria recebeu pareceres favoráveis da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Zanchin, em suas justificativa, destaca que o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) já ‘estabelece ações para o desenvolvimento e operacionalização das atividades relacionadas ao fornecimento de alimento àqueles que tem doenças crônicas’. “A alimentação adequada é de suma importância para a manutenção da saúde, bem estar e qualidade de vida”, argumenta.

Projeto de lei classifica prova de laço como patrimônio do Estado A prova de laço pode ser declara como bem integrante do patrimônio cultural imaterial por meio de um projeto de lei apresentado ao parlamento gaúcho, na semana passada, pelo deputado Juvir Costella, do PMDB. Se a matéria for aprovada, a competição em que o laçador se apresenta com as indumentárias características do homem do campo, também passará a ser considerada como atividade desportiva. A redação assinada por Costella classifica a prova como patrimônio cultural imaterial por ‘seu relevante interesse como manifestação cultural gaúcha’, especifi-

cando que pode ser considerada um esporte por se tratar de um jogo com regras previstas em regulamentos de uma federação e por seu conteúdo pedagógico, uma vez que envolve a manutenção de tradições. O peemedebista argumenta que a proposta visa disciplinar as competições que representam uma recriação das práticas campeiras. A regulamentação do laço como atividade esportiva e cultural, ainda de acordo com o parlamentar, representa ‘um fomento para o seu desenvolvimento como esporte, já que facilita o seu acesso aos créditos oficiais’.


VIVIANE

Becker

viviminuano@hotmail.com

Terceira Confraria do Mercado Gourmet

SOC

www.jornalmi

Lançamento LookBook Nory Bou

O final da tarde de sexta-feira foi marcado pela estreia do L clientes de Norma e Quélen Kopper participaram da atividade organizaram um encontro fashion, tendo como parceiras a Mo Confiram as imagens que a coluna fez por lá.

O empresário Pedro Obino Neto encerra as badalações ao redor da terceira Confraria do Mercado Gourmet, já pensando na próxima edição. O evento gastronômico, que ocupou o segundo piso do Obino Hotel, na sexta-feira, teve como destaque o prato premiado no Brasil Sabor, elaborado pelo chef de cozinha Guto Medeiros. A Banda Clave animou os convidados e a coluna passou por lá para registrar os melhores momentos. As fotos são de Rosane Coutinho.

Quélen Kopper, N Elaine Rezende e parceiras do eve

O chef Guto Medeiros, Vanessa Medina, Pedro Obino Neto e Cláudia Moglia Pedra

Manuela e Carlos Pavanatto curtindo a noite

Andrea Baz e Décio Lahorgue

Fúlvia Rigoni apresentou a nova marca Viber, que fará parte do portfólio da loja

Leonor Rich Dia do LookBook d


CIAL

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Bagé, 17 de julho de 2017

inuano.com.br

utique

LookBook da Nory Boutique. Muitas promovida pelas empresárias, que osaico Joias e a Oficina do Sabor.

Norma Kopper, Lauren Rezende, e Daniele Santana Guimarães ento

as e a modelo que lançou a proposta da Nory, Stella Dias Cantão

Rota Arte na Vitrine 25 anos Associação Comercial e Industrial de Bagé (Aciba) e a Secretaria de Cultura celebraram, no sábado, os 25 anos do Arte na Vitrine. As atenções foram voltadas às vitrine das lojas da cidade que participam da edição comemorativa. Empresários, artistas e convidados integraram uma rota, fazendo o percurso em caminhada, da LEB até a loja Sappataria, apreciando as obras que estavam expostas em diversas empresas da cidade. Pela manhã, dezenas de bajeenses se somaram à atividade que marcou a data especial.

Beto Alagia recebendo profissionais ligados à arte, artistas e empresários na confraternização do Arte na Vitrine

O homenageado desta edição comemorativa, Waldir Alves Ramos, com o empresário Beto Alagia, que recepcionou os participantes da Rota na Sappataria Waldir Ramos, Frank Minotto, Carmen Gonçalves, Antônio Gougo e Heloísa Beckman

Coquetel marca exposição promovida pelo Jornal MINUANO No dia em que a Rainha da Fronteira comemora seus 206 anos de história, uma data expressiva (17-07-2017), o Jornal MINUANO parabeniza a cidade e a comunidade que aqui vive. Além do belo caderno especial encartado na edição de hoje, estaremos promovendo um coquetel com a exposição de fotos da promoção "Este é meu chão". As 20 imagens mais curtidas na página do Jornal MINUANO estarão em exibição na exposição que acontece hoje, às 19h, no Museu Dom Diogo de Souza. A equipe do MINUANO estará recepcionando os convidados com coquetel assinado pela Tarragona. A Foto Everest é parceira do evento, assim como a Floricultura Marta e César e Greice Louças. O evento terá cobertura do site de eventos RVsocial (www.rvsocial.com.br), projeto desta colunista com a jornalista e fotógrafa Rosane Coutinho. Durante a semana também estarei mostrando as imagens do evento, aqui na coluna. Durante o evento, acontece show com Tiago Cesarino.


08 Loja Solidária distribui Cidade

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BAGÉ, 17 DE JULHO DE 2017

Vencedores da promoção “Este é cerca de 2,5 mil peças meu chão” participam de exposição Antônio Rocha

Evento marcou o encerramento da Campanha do Agasalho A ação que encerrou a Cam- A segunda será realizada em depanha do Agasalho de Bagé distri- zembro, na semana do Natal. buiu cerca de 2,5 mil peças, no Antes da loja solidária, ação sábado. Nas primeiras duas horas, que permitiu a escolha de peças, cerca de 60 famílias já haviam sem custo, por parte dos beneficiásido atendidas na loja solidária, rios, já haviam sido contempladas instalada na Praça de Esportes. 506 famílias nos bairros Floresta, De acordo com a primeira Passo das Pedras, Arvorezinha, dama do município, Priscila Lara, São Bernardo, Castro Alves, Ivo foram beneficiadas, com os kits, 90 Ferronato, Malafaia, Prado Velho famílias, totalizando cerca de 400 e Centro Social Urbano. Cada fapeças. As demais foram distribuí- mília recebeu um kit com, aproxidas ao longo do dia. “A ação envol- madamente, 12 peças. veu todos os setores da prefeitura. As famílias foram contemFoi um sucesso”, classificou. pladas após levantamento realizaA campanha arrecadou, des- do pelos Centros de Referência em de o dia 1º de junho, 25 mil peças. Assistência Social (Cras), agentes Pelo menos 70% são de roupas de comunitários de saúde e do proverão. A primeira dama pretende, grama Primeira Infância Melhor agora, realizar duas atividades. A (PIM). Priscila ressalta que os primeira, prevista para setembro, agentes também auxiliaram na servirá para doar peças de inverno. triagem das peças.

Aniversariantes

Aline Bassualdo Cabreira Aline Bidder Álvaro Serafim Oliveira da Rosa André Fernandes Lopes Antônio Rudinei de Souza Bernardo Barcellos Flores Domingos Salton Élbio Munhoz Gislaine Vaz Lacerda Hari Rau Helen Rose Leite de Moura Joseane Caneda da Silva Marcos Belchior

Marlon Vaz Ribeiro Berny Olga Cristina Meires Paulo Azevedo Rodrigo Mendes Nocchi Sâmela Collares Machado Simone Andrade Sônia Aparecida Antunes da Silva Tarick Sallim Ali Thirza Centeno Pereira Valkíria da Rosa Moreira Viviane Paiva Wilson Silva Cimirro Zaira Afonso Moreira

As 20 fotografias mais curtidas no Facebook do Jornal MINUANO, através da promoção “Este é o meu chão”, que celebra os 206 anos da Rainha da Fronteira, integram uma exposição, que será realizada, hoje, às 19h, no Museu Dom Diogo de Souza. O evento conta com a parceria da Tarragona. O autor da fotografia mais curtida ganha seis meses de assinatura. Receberam mais curtidas as fotos de Márcia Duro Mello, Marcelo Pires, Aline Barcellos, Viviane Santos, Frederico Tarasuk Trein, Ana Paula Ribeiro, Vitória Nunes Magalhães, Kadão Vieira, Sérgio Jean Amorim, Deivid Valente, Ângela Mara Tasso Machado, Carla AC, Luísa Mara Cuadros e Pablo Peres. De acordo com a gerente comercial do Jornal MINUANO, Adriana Robaina, as fotos serão analisadas por um júri profissional, que irá apontar a melhor imagem. O autor da fotografia escolhi-

Antônio Rocha

Adriana e Dulce Dias prepararam imagens para a exposição da receberá uma cesta da Cacau Show para marcar a participação na campanha. A promoção iniciou dia 1º de

julho e encerrou dia 11 de julho. As fotos foram publicadas no caderno especial dos 206 anos de Bagé, encartado na edição de hoje.

Canto sem Fronteira será realizado em novembro A edição de 2017 do festival Canto Sem Fronteira foi lançada no sábado, em solenidade que aconteceu no Palacete Pedro Osório. O evento será realizado com o apoio da prefeitura, nos dias 3, 4 e 5 de novembro, no Cesarino Espaço Recreativo. Durante a cerimônia de lançamento, o produtor cultural Tiago Cesarino explicou que o festival iniciou em 2003, com o objetivo de promover músicas inéditas gravadas em CD e DVD, além de uma série de atividades artísticas paralelas. A agenda que marca a retomada da atividade, após interrupção de três edições, deverá contar com uma extensa programação,

Antônio Rocha

Evento ficou três anos sem acontecer incluindo palestras, shows, mostra de artesanato e fotografias, mostra

de artistas plásticos, de curtas, além de poesias nos ônibus.


Cidade

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BAGÉ, 17 DE JULHO DE 2017

Coptil inaugura primeira agroindústria de processamentos de hortifrutigranjeiros

fotos divulgação

Silos foram construídos com recursos do BNDES

Maquinário irá processar grãos

Após dois anos de obras, a Cooperativa de Produção, Trabalho e Integração Ltda (Coptil) vai inaugurar a primeira unidade de recebimento, secagem e armazenagem de grão, da agroindústria de processamento de vegetais e da casa de extração de mel. A cerimônia de inauguração acontece no dia 19 de agosto, a partir das 9h, no Assentamento Conquista da Fronteira, em Hulha Negra. De acordo com o gestor ad-

Social (BNDES). Os projetos tiveram a contra partida dos cooperativados. Capelesso salienta que, atualmente, a cooperativa conta com 140 associados. Com a inauguração da agroindústria, a Coptil deve atrair novos integrantes. “A intenção é potencializar a diversificação da produção e gerar emprego e renda para a região”, enfatiza. O gestor informa ainda, que além da capacidade de conservar

ministrativo da Coptil, Emerson Capelesso, a agroindústria irá processar e armazenar vegetais minimamente processados para a elaboração de doces em conserva. O empreendimento, que custou cerca de R$ 220 mil, foi financiado com recursos do Fundo de Terras do Estado do Rio Grande do Sul (Funterra). Já os silos de armazenagem tiveram o financiamento de R$ 1,3 milhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

e armazenar os alimentos, também serão produzidos, no local, um kit sopa, alimentação escolar e compotas. Ele conta que já foram realizados testes do maquinário e os cooperativados estão aguardando a última vistoria da Secretaria Estadual da Saúde para iniciar as atividades. A licença de operação dos silos já foi liberada. A agroindústria conta com a parceria da Emater e prefeitura de Hulha Negra.

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BAGÉ, 17 DE JULHO DE 2017

Pega Pega - GLOBO - 19h30min Cristóvão admira a simplicidade de Dom (David Junior). Eric diz a Luiza que Pedrinho é capaz de tudo para afastar os dois. Júlio acredita que, enquanto estiver com o dinheiro roubado, não pode ter um relacionamento com Antônia. Timóteo avisa a Malagueta que denunciará o roubo, caso continue a ignorá-lo. Luiza se emociona ao ler o processo da morte de Mirella. Tânia deixa Sabine furiosa ao lhe contar que Dom estava pescando com Cristóvão. Malagueta e Maria Pia planejam acabar com o namoro de Eric e Luiza, usando Ulla para seduzir o empresário. Eric confirma com Luiza que foi o brinquedo de Bebeth que travou o pedal do freio e provocou o acidente de Mirella. Siqueira pergunta à esposa de Waldemir se o marido está envolvido no roubo do Carioca Palace. Wanderley conta a Dilson que já se envolveu com Sandra Helena. Sabine exige que Cristóvão se afaste de Dom.

Horóscopo

A Força do Querer - GLOBO - 21h Eugênio decide ir embora e Joyce liga para Irene. Caio aconselha Eugênio a revelar o seu relacionamento com Irene. Bibi se sente obrigada a ficar no baile. Silvana conta para Joyce sobre Irene, mas ela não acredita. Ivana fala para a psicóloga que passará a noite com Cláudio. Bibi é ameaçada pela namorada de Sabiá. Ruy e Ivana criticam Joyce por seu comportamento com Eugênio. Jeiza incentiva Zeca a procurar o menino que se afogou no rio com ele. Irene aparece na casa de Caio e Eugênio se surpreende. Joyce aceita conversar com Eugênio. Bibi fica intimidada com o ambiente do baile na comunidade. Irene finge passar mal e liga para Joyce. Bibi volta para casa pela manhã e Aurora discute com a filha. Eugênio decide escrever uma carta para Irene. Joyce chega à casa de Irene e encontra pertences de Eugênio.

ÁRIES Você se articula para trabalhos que venham a ser lucrativos. Você consegue extrair melhores resultados do que faz. As relações de trabalho estão muito favorecidas.

TOURO

Não tenha medo de novas ideias e de fazer escolhas que lhe são incomuns. Há espaço para renovação. A vida continua a lhe pedir que se renove.

GÊMEOS Sua mente observa melhor os subterrâneos do mundo. Você percebe o que não está revelado e pode agir com eficiência diante de situações que poderiam ser até perigosas.

CÂNCER Os verdadeiros amigos se revelam com clareza. O contato próximo com as pessoas traz à luz o que há entre vocês. Relações que têm algo escondido se revelarão.

LEÃO Não adianta avançar se você deixou alguém querido para traz. A viagem da vida não se faz abandonando o principal pelo caminho. No trabalho, tenha foco.

VIRGEM Os ideais e valores que você cultiva ganham força. Seu poder de idealização e de concentração mental está forte. Aponte para algo legal que queira realizar.

Palavras Cruzadas

Novo Mundo - GLOBO - 18h30min Joaquim é preso. Anna afirma a Olinto que desembarcará no Rio de Janeiro. Hugo convence Germana a parar de assediá-lo. Bonifácio recrimina Dom Pedro por querer dar um título de nobreza a Domitila. Cecília e Libério combinam de casar assim que Sebastião viajar. Diara se espanta ao saber que Greta sairá com Ferdinando. Domitila recebe dinheiro de um fazendeiro para manipular Dom Pedro. Greta diz que ajudará Ferdinando com suas pesquisas. Thomas exige que seus homens encontrem Anna. Joaquim presta depoimento a Egídio. Germana vê Hugo beijar um homem, sem saber que é Elvira disfarçada. Patrício vê Bonifácio com Lurdes e desconfia do casal. Anna, Olinto e as crianças pedem abrigo na casa de Peter.

LIBRA

Momento de integração com as pessoas queridas e de organização de seus sentimentos mais profundos. Você se assenta sobre bases sólidas. Um dia de relativa paz interior.

ESCORPIÃO Você encontra facilidade para se comunicar com as pessoas, inclusive sobre assuntos pessoais, delicados e profundos. Os sentimentos amorosos podem ser reconsiderados.

SAGITÁRIO Você resolve questões de trabalho, dinheiro ou de seu conforto pessoal. Um melhor uso de seus bens e recursos é favorecido. Dia para fazer muitas coisas.

CAPRICÓRNIO Momento de ser objetivo e franco nas questões amorosas. Uma nova face de seus sentimentos pode se mostrar ao mundo. Reorganize a rotina mais a seu favor.

AQUÁRIO Os mistérios insondáveis de sua interioridade são trazidos à luz clara da razão e do intelecto. Segredos do passado se revelam. Coloque nova ordem em seu lar.

PEIXES

As amizades e relações próximas estão favorecidas, desde que você se disponha a situações novas e inusitadas. Atue com liberdade em relação aos seus próprios hábitos.

Loterias

Novelas

Edibar

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Lazer

FEDERAL

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LOTOMANIA

Sorteio: 05197

Sorteio: 1537

Sorteio: 1779

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Segurança

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BAGÉ, 17 DE JULHO DE 2017

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Carro de lanche é arrombado Cocaína e meia tonelada de carne são apreendidas no bairro Madezatti e bandidos levam materiais fotos Divulgação

Refrigerantes, panelas, xícaras e talheres foram levados de um carro de lanche após arromba-

mento. O crime aconteceu na Bento Gonçalves, na madrugada entre sexta-feira e sábado.

Escritório é arrombado no centro de Bagé Um escritório localizado na Marcílio Dias foi alvo de ladrões no final de semana. Segundo informações prestadas à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), uma janela dos fundos do Produto não estava armazenado corretamente e não tinha procedência

Drogas e dinheiro foram apreendidos

Acusado tem antecedentes por abigeato e posse ilegal de arma

Marcos Santos da Fontoura, 35 anos, foi preso por tráfico de drogas, no sábado, em uma ação da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), setor de inteligência da Brigada Militar (BM) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O fato aconteceu no bairro Madezatti. Os policias recolheram 140 gramas de cocaína e, aproximadamente, R$ 1,4 mil. Segundo a polícia, mais de oito pessoas que chegavam para comprar drogas foram abordadas no local. Em uma das situações, um motorista tentou fugir da barreira, avançando contra um dos policiais. O agente sofreu escoriações leves. No total, o entorpecente deveria render, ao acusado, cerca de R$ 14 mil. Meia tonelada de carne imprópria para consumo humano também foi recolhida durante a ação. Ao entrar no açougue, que fica na mesma

casa, o produto de origem animal foi encontrado em condições insalubres, conforme informações registradas na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). Também não tinha procedência. Junto ao produto, foram encontrados três tatus congelados. Há suspeita de que a carne seja proveniente de abigeato. O acusado possui antecedentes por crime de abigeato e posse ilegal de arma de fogo. Após a ação, ele foi encaminhado ao Presídio Regional de Bagé (PRB). Conforme informações dos órgãos oficiais de segurança, as ações entre PC, BM e PRF apreenderam, na última semana, cerca de 800 porções a serem vendidas aos usuários. No total, a droga foi avaliada em mais de R$ 40 mil. É possível realizar denúncias anônimas para a Defrec por meio do WhatsApp (53) 99930 5873 e para a Brigada Militar pelo (53) 99704 0632.

prédio foi arrombada. Os bandidos bagunçaram todas as gavetas do local e levaram cerca de R$ 100. Eles deixaram uma escada de mais de dois metros de altura, que pode ter sido usada para o acesso ao pátio.

Homem acorda com casa sendo invadida e é agredido Um morador do bairro Getúlio Vargas, de 62 anos, teve a casa invadida pelo seu irmão e sobrinho na madrugada de domingo. A vítima fez o registro na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). Conforme informações repassadas à Polícia Civil, os dois teriam arrombado a porta enquanto o proprietário ainda

estava dormindo. A vítima também relatou que ambos passaram a atacálo com pedradas e que usou uma tábua que havia em seu quarto para se defender. Ele relatou que conseguiu fugir de bicicleta, após a intervenção de pessoas que passavam próximo ao local, pois perceberam o que estava acontecendo.

Motociclistas assaltam pedestre na Tupy Silveira Um homem de 30 anos sofreu um assalto à mão armada na madrugada de sábado, na avenida Tupy Silveira. A vítima relatou à Polícia Civil que foi abordada por dois homens que trafegavam em uma moto-

cicleta. O carona da moto estava armado. Desceu do veículo e apontou um revólver em direção à vítima. Os bandidos fugiram em direção à Marechal Floriano e conseguiram levar uma mochila e um celular.

Moto levada na madrugada de sexta-feira Uma motocicleta Honda Titan foi furtada do centro de Bagé, entre a noite de sexta-feira e a manhã de sábado. O proprietário, um homem de 27 anos, relatou à Polícia Civil que

deixou o veículo estacionado na rua Fernando Machado, próximo à esquina com a avenida Tupy Silveira. Quando retornou, por volta das 5h30, já não encontrou mais o veículo.

Óbitos WILTON FERREIRA MARTINS, 69 anos, aposentado, casado com Neusa de Meneses Martins, morava na rua Mauriti. Deixa os filhos Alex Sander, Leandro, Viviane. DINA RODRIGUES RAMOS, 80 anos, do lar, casada com Brenino Dias Ramos, morava na rua Deputado Rui Ramos. Deixa os filhos Breno Luís, Sérgio Roberto, Luís Fernando. MARIO ENI RICARDO, 77 anos, aposentado, separado, morava na rua Félix da Cunha. Deixa os filhos Paulo Sérgio, Marcelo, Gláucia Simone, Jean Paulo, Cláudia e Márcio. LEONY DE QUADROS SOARES, 81 anos, do lar, casada com Dalmci Coelho Soares, morava na rua Nicola Cocentino. Deixa os filhos Jone Heber, Valderene, Jesus Vagner.


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Esporte

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BAGÉ, 17 DE JULHO DE 2017

Jipeiros comemoram aniversário da cidade

Antônio Rocha

Mais de 50 pilotos disputaram no final de semana O frio e a chuva não foram empecilhos para os jipeiros, que disputaram uma competição realizada no final de semana, em Bagé. As provas aconteceram no Parque do Gaúcho, em homenagem ao aniversário de 206 anos da Rainha da Fronteira. No total, 56 pilotos participaram da disputa. Entre os inscritos, estavam repre-

sentantes de São Gabriel, Rosário do Sul, Encruzilhada do Sul, São Jerônimo, Uruguaiana, Dom Pedrito, Arroio dos Ratos e diferentes cidades do Rio Grande do Sul. O presidente do Jeep Clube de Bagé, Guilherme Garcia Rodrigues, ressalta que esta é a 23a vez que uma atividade do grupo integra as

comemorações de aniversário do município. Foram dois dias de competição. No sábado, os jipeiros realizaram as trilhas, com sete trechos diferentes, ao longo da competição. No domingo pela manhã, houve uma disputa de tempo. Ao meio dia, o grupo fez o encerramento das provas com um churrasco e a premiação do dia.

Inter enfrenta Grêmio e Igrejinha está classificado Três dos times que vão disputar as semifinais da Segunda Divisão do Campeonato Gaúcho foram decididos no fim da tarde de ontem. Todas as partidas iniciaram às 15h. Gaúcho, Igrejinha e Rio Grande foram os mandantes. O Internacional venceu as duas partidas contra o Gaúcho. O Grêmio, que também tinha vantagem pela partida de ida, venceu o Rio Grande e conseguiu a classificação. Com os resultados, haverá Gre-Nal na semifinal da Segunda Divisão. Apenas um deles segue em frente na disputa pela taça. A partida entre Igrejinha e Novo Horizonte, que tinha terminado em 1 a 1, na semana passada, teve vitória do mandante no Estádio Carlos Schwingel, por 2 a 0. O Igrejinha, agora, aguarda para saber com quem vai disputar a próxima etapa: Bagé ou Três Passos. O jogo entre as duas equipes espera a definição do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD-RS). O órgão vai julgar o Grêmio Esportivo Bagé, amanhã, pela escalação irregular do jogador Vítor, na partida de ida das quartas de final. O contrato do atleta com o clube terminou no dia 2 de julho, antes do jogo. O time da Rainha da Fronteira corre o risco de perder seus pontos e até ser eliminado da competição.


O perigo

saúde

doce

Dizem que é um veneno e há quem queira colocá-lo ao nível do álcool. Está há séculos na despensa, mas, de repente, passou a ser alvo de perseguição. Chamaram-lhe de vilão, compararam-no a uma droga, culparam-no pelo aumento da obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e cáries. O açúcar, que transforma refeições sem interesse em iguarias, ingrediente principal de sobremesas, passou a estar na lista negra dos alimentos. Multiplicam-se os estudos, as teorias, a literatura. Os consumidores se preocupam, e a indústria alimentar procura alternativas para adoçar a comida e manter as vendas. A nutricionista, especialista em esportes, Ana Paula Pereira destaca que na verdade, a culpa não é do açúcar, e sim é dos excessos. Do consumo desenfreado e camuflado através de refrigerantes, molhos processados, pão, salsichas, comida para bebês, muitos produtos já preparados que usam esta matéria-prima para dar sabor e prolongar o prazo de validade. “O mundo engordou, e muito disso se deve ao excesso no consumo de açúcar, por isso, cada vez mais pessoas tentam colocar um ponto final nesta relação de longa data”, completa. Em evento realizado em São Paulo, em janeiro deste ano, o presidente da Coca-Cola no Brasil, Henrique Braun, anunciou o lançamento

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da estratégia mundial da empresa. Além de revelar novas embalagens e um investimento no Sistema Coca-Cola de R$ 3,2 bilhões, em 2017, 10% acima da média dos cinco anos anteriores, o açúcar roubou a cena. Como o quarto maior mercado da Coca-Cola no mundo, o Brasil era um importante registro da consolidação de uma sensação, cada vez mais forte, de que o consumidor de refrigerante busca um produto com menos açúcar e mais sintonia com as mudanças no estilo de vida. “O mundo mudou, as pessoas mudaram e essa é uma tendência”, reitera Andrea Mota, diretora de Categorias da Coca-Cola Brasil. “Mas um desafio particular é o fato de o brasileiro adorar açúcar, fomos educado na cultura da doçaria portuguesa. Toda vez que você vai lançar um produto, o mais doce é o preferido”, conta. Lançado há pouco mais de um ano, a versão Stevia do refrigerante traz metade dos açúcares da versão tradicional. Mas ainda é cedo para dizer que o Brasil adotou em definitivo a “Coca verde”. “Ainda é um mercado pequeno, um nicho, porque a própria Stevia é nova no universo dos adoçantes”, diz Andrea Mota. Nesta edição, vamos conhecer um pouco deste “vilão”, o açúcar, com a explicação da nutricionista Ana Paula Pereira.


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Saúde

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Entender e conhecer para saber utilizar “Para entender o porquê, é preciso saber o que é o açúcar, quais as suas fontes e como funciona sua digestão”, salienta a especialista. “A composição do açúcar é basicamente sacarose – um dissacarídeo que contém duas moléculas de glicose. Após a digestão, é essa última molécula que cai em nossa corrente sanguínea e é popularmente conhecida como o ‘açúcar do sangue’. A glicose é o combustível usado pelas células para produzir a energia necessária ao seu funcionamento. Ela está presente em muitos outros alimentos, a exemplo das frutas (ricas em outro açúcar, a frutose), sendo os carboidratos os alimentos fonte dessa molécula”, completa a nutricionista. Entretanto, para que as células consigam utilizar a

saúde

glicose que está no sangue, é indispensável a insulina, completa a profissional. “Ela é o hormônio regulador do açúcar do sangue e é produzida no pâncreas, sendo lançada na corrente sanguínea de acordo com a quantidade de açúcar nela presente. Sua função é transportar a glicose do sangue para dentro das células, para que, então, possa ser utilizada como energia”, relata. Ana Paula conta que se, no processo digestivo, um alimento se transforma em açúcar (glicose) de forma muito rápida, esse açúcar passa em avalanches para o sangue e, o pâncreas, é imediatamente informado de que é necessário produzir uma grande quantidade de insulina. “Os alimentos com os quais isso ocorre são aqueles ricos em carboidratos simples e pobres em fibras, como

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EDIÇÃO

Rochele Barbosa

REPORTAGEM

Rochele Barbosa

os açúcares (em especial o refinado e o cristal), doces, refrigerantes, pão simples, arroz branco, farinha, batata – alimentos de elevado índice glicêmico (IG)”, acrescenta a nutricionista. Quando ao contrário, a digestão de alimentos que se transformam em açúcar é lenta, a quantidade de açúcar que passa para o sangue é pequena e isso acontece vagarosamente. Nesse caso, o pâncreas é avisado de que deve ir produzindo insulina em pequenas quantidades, complementa a especialista. “Esses alimentos são os integrais de um modo geral, os vegetais (exceto batatas, aipim, inhame, milho verde) e a aveia, pois são ricos em fibras e elas, por sua vez, têm o poder de tornar a absorção da glicose mais lenta”, informa.

REVISÃO

Helena Pereira

DIAGRAMAÇÃO

Daniel Ferreira

FOTOS

Divulgação


Saúde

www.jornalminuano.com.br Então, o que acontece quando se consome muito açúcar? O corpo começa a reagir negativamente, garante Ana Paula. De início, o pâncreas tende a produzir mais insulina para normalizar as taxas de glicose sanguínea, porém, com o tempo, ele começa a não dar conta de tanta demanda. A capacidade de a insulina se ligar à glicose vai sendo reduzida e a pessoa desenvolve intolerância à glicose. Além disso, a produção do próprio hormônio começa a entrar em falência parcial (o pâncreas passa a produzir pouca insulina) ou mesmo total (o hormônio deixa de ser sintetizado), o que caracteriza o diabetes. Se a insulina não funciona, a glicose fica em excesso no sangue e as consequências do diabetes são muitas, tais como hipertensão, problemas cardiovasculares, neurológicos, nos olhos e nos rins. Outro aspecto relevante do consumo excessivo de açúcares é o sobrepeso e o risco de obesidade. “O

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açúcar refinado, doces e refrigerantes (que contêm elevadas quantidades de açúcar) fazem parte do rol de alimentos conhecidos como calorias vazias. Você já deve ter ouvido falar em calorias vazias. São os alimentos que são rapidamente absorvidos pelo organismo e convertidos em energia, mas não são nutricionalmente adequados quando observados em termos de teores de fibras, vitaminas e minerais. Ou seja, muitas calorias e pouco ou nenhum nutriente! Além disso, o corpo só utiliza uma parte dessa energia, sendo a maioria convertida em gordura porque o organismo não necessita de todas essas calorias, e, então, elas são convertidas em tecido adiposo para ser armazenado. Além de uma possível insatisfação com a aparência, o acúmulo de gordura corporal pode levar a doenças graves como hipertensão e outras cardiopatias”, declara a nutricionista.

Tipos de açúcares Açúcar mascavo

Trata-se de um açúcar mais bruto, ou seja, que passa por menos etapas de filtração e centrifugação. Por isso, mantém a cor do caldo da cana (mais escura), dada por componentes como pigmentos e sais minerais. Vale lembrar que quanto maior o número de etapas incluídas no processamento do alimento, mais claro se torna o cristal. Em relação ao sabor, o açúcar mascavo se assemelha ao caldo de cana – característica que não agrada todos os paladares. Mas, por conservar alguns minerais, como ferro e cálcio, é uma opção mais benéfica quando comparada ao açúcar branco refinado, já que não recebe tantos aditivos químicos. Ainda assim, o mascavo não deve ser considerado uma fonte exemplar desses minerais – apenas uma versão mais saudável entre os açúcares disponíveis. Ele pode ser usado como açúcar de mesa ou no preparo de doces como bolos e biscoitos. Em cinco gramas de açúcar mascavo encontramos

20 kcal, cinco gramas de carboidratos, um miligrama de cálcio e 2,1 miligrama de ferro.

Açúcar cristal

É extraído do caldo de cana de açúcar e passa por um cozimento e um refinamento leve, que retira cerca de 90% de seus sais minerais. Os cristais são grandes e transparentes e se dissolvem lentamente na água. Por ser econômico e render bastante, é muito utilizado para consumo doméstico e na indústria alimentícia, fazendo parte de biscoitos, bolachas, pães, compotas, tortas, bolos e doces em geral. Pode ser uma boa opção por apresentar menor preço e não passar por muitas etapas de refinamento (reduzindo, assim, a adição de produtos químicos). Mas, no quesito nutricional não apresenta grandes benefícios. Em cinco gramas de açúcar cristal encontramos 20 kcal e cinco gramas de carboidratos.

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Saúde

Açúcar refinado

Essa variedade é obtida a partir da diluição do açúcar cristal. Ele forma uma calda que passa por inúmeros processos até chegar ao peneiramento. A parte mais fina é separada para garantir o açúcar de confeiteiro. O restante se transforma em açúcar refinado, cuja granulometria é fina e a dissolução, rápida. O processo de beneficiamento com aditivos químicos (como o enxofre) deixa o alimento bem branquinho, porém, acaba eliminando suas vitaminas e minerais. É o tipo de açúcar mais utilizado pela população, tanto em preparações de dissolução imediata, como sucos, leite e café, como em bolos, tortas e caldas transparentes. Seu sabor, ao contrário do mascavo, não altera o gosto final das receitas, mas seu uso também não agrega nutrientes, apenas calorias. Em cinco gramas de açúcar refinado encontramos 20 kcal e cinco gramas de carboidratos.

Açúcar de confeiteiro

Apresenta cristais extremamente finos e cristalinos, pois sofre um processo de refinamento sofisticado, que inclui peneiramento para obter os minicristais e adição de amido do arroz, milho ou fosfato de cálcio (para evitar que os minúsculos grãos se juntem novamente). Pode ser usado em inúmeras preparações, mas oferece vantagens mesmo quando é preciso fazer glacês, coberturas ou cremes para finalizar receitas bem elaboradas. Em cinco gramas de açúcar de confeiteiro encontramos 20 kcal e cinco gramas de carboidratos.

Açúcar light

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Ganha essa denominação porque não tem tanta sacarose como o açúcar refinado e apresenta adição de adoçantes artificiais, tais como ciclamato, sacarina e aspartame. Esses quadruplicam o poder que o alimento tem de adoçar. Na hora de preparar um cafezinho, por exemplo, a quantidade de açúcar light usada é bem menor do que a de açúcar refinado. Portanto, é muito procurado por quem deseja reduzir o consumo de calorias do açúcar e também por aqueles que não se adaptaram ao gosto residual dos adoçantes. Pode ser utilizado como açúcar de mesa ou em receitas de bolos, gelatinas e mousses. Vai bem com preparações que são levadas ao forno, pois tem ótima estabilidade em altas temperaturas. Em cinco gramas de açúcar light encontramos 20 kcal e cinco gramas de carboidratos (lembre-se: como seu poder de adoçar é maior, a quantidade necessária nas receitas é bem reduzida em relação ao refinado).

Açúcar demerara

Assim como o mascavo, seus cristais têm uma coloração marrom clara e possuem bons valores nutricionais, já que mantém alguns nutrientes. Isso porque passam por um refinamento leve, recebendo pouco ou nenhum aditivo químico. Sua dissolução é difícil em relação a outros açúcares, mas ainda assim pode ser usado em receitas de doces, pães e biscoitos. Uma desvantagem é o preço, que costuma ser elevado. Em cinco gramas de açúcar demerara encontramos 20 kcal, cinco gramas de carboidratos, um miligrama de cálcio e 2,1 miligrama de ferro.

Açúcar orgânico

É resultante de um sistema de produção agrícola que busca um manejo mais equilibrado do solo e dos demais recursos naturais. Seguindo o conceito de sustentabilidade ambiental, no plantio não usa adubos ou fertilizantes e no processo de produção industrial não utiliza enxofre, ácido fosfórico e outros elementos. A embalagem deve ser biodegradável. É importante ressaltar que o título “orgânico” está relacionado ao modo de produção do alimento, já que podemos encontrar no mercado “açúcar mascavo orgânico”, “demerara orgânico”, “cristal orgânico”. A vantagem de optar por esse tipo de produto é colaborar com a sustentabilidade ambiental e, como consequência, consumir um alimento livre de agrotóxicos e aditivos químicos – só é preciso estar disposto a gastar um pouquinho mais. Em cinco gramas do açúcar orgânico encontramos 20 kcal, cinco gramas de carboidratos, um miligrama de cálcio e 1,9 miligrama de ferro.


Bagé 206 anos

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Minha Rainha, pois é. Minha terra tem palmeiras tem palmeiras o Brasil, Bahia e Bagé castiçais em verdes ramos retendo a chama do tempo a decorar os beirais e o coração da cidade

DETALHE/FOTO DE JÚLIO PIMENTEL

Minha terra tem palmeiras a velar os abandonos a velar as plenitudes e essa Bagé que dorme essa Rainha que acorda E solene e distraída mal sabe de seu tamanho mistério de tanta saga e sonho e, sem espanto, às vezes perde a coroa e deixa rasgar o seu manto Mas permanece única e absoluta entre a pedra e a estrela * Elvira M. Nascimento


Bagé

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206 anos

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Uma paisagem representativa do Rio Grande do Sul

A

relevância bajeense para o campo da preservação vai muito além da recente experiência com a manutenção de um gigantesco acervo inventariado a partir de laudos técnicos. A condição de referência está na própria história. Ao lado do Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, e da portaria 127 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Carta de Bagé, produzida a partir de um seminário realizado em 2007, na Rainha da Fronteira, representa uma das bases de sustentação, em âmbito nacional, para o concei-

to de paisagem cultural. Amparado por um conjunto de leis, o perfil urbanístico da cidade, que ofereceu o exemplo, vive um contexto de transformação. E diante do desafio de avançar sem comprometer o passado, a Rainha da Fronteira busca uma via conciliadora. Criado para formular diretrizes a serem obedecidas na política de valorização dos bens culturais, em 1992, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental do Município de Bagé (Compreb) sofreu modificações em sua legislação nos anos de 2007, 2009 e 2017. As alterações agregaram novas atribui-

ções ao colegiado, que já tinha a função de avaliar planos, projetos e propostas de qualquer espécie, referentes à preservação de um legado que completa 206 anos. As mudanças também ampliaram sua representatividade. “Temos um olhar multidisciplinar sobre a ótica de gestão. O governo tem metade dos assentos, mas a representação é paritária, porque também existem os espaços da sociedade civil organizada”, define a presidente do conselho, Jussara Carpes. O Compreb pode deliberar sobre tombamentos, promover estratégias de fiscalização, se manifestar sobre propostas de construção, conservação, re-

cuperação, restauração e demolição, bem como sobre pedidos de licença para funcionamento de atividades comerciais ou prestadoras de serviços em imóveis situados em locais protegidos. E a área de atuação é abrangente, alcançando mais de 1,3 mil imóveis em uma poligonal que se estende pelo centro da cidade. “O município reconheceu o inventário do Iphae (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado), através de decreto, no ano passado, acolhendo, como seu, todo o estudo. Agora, a responsabilidade sobre a questão da proteção do patrimônio edificado e natural é municipal”, pontua Jussara.

Legado edificado A legislação protege, em nível municipal, uma extensa relação de bens considerados patrimônios culturais, históricos e naturais. A regulamentação determina que o prédio da antiga usina, que abriga a gerência regional da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), não pode sofrer alteração estrutural. O palacete que serve ao Instituto Municipal de Belas Artes (Imba), os dois estádios de futebol e a sede do Clube Caixeiral inte-

gram a lista de edificações que devem ser preservadas. Construções importantes, localizadas em áreas distantes do centro, também são protegidas, a exemplo das Torres da Caieira Bajeense, localizadas na rua Rafael Cabeda, e da Hidráulica, que passa por uma obra complexa de revitalização. O regime urbanístico da área tombada pelo Iphae, no município, é definido por uma portaria em vigor desde o ano passado, que

estabelece regras de altura para construções, variando de dois a três pavimentos. “Bagé tem uma horizontalidade maravilhosa. É isso que o tombamento enxergou. Ele visualizou que a cidade tem esta tipologia horizontal, com casas ricas, arquitetonicamente”, analisa Jussara. O conjunto bajeense representa o maior tombamento do Rio Grande do Sul, em número de imóveis, abrangendo, inclusive, prédios particulares. “Na nossa

relação com as casas, precisamos parar com a história de que é prédio público ou privado. A cidade é tombada e precisamos cuidar dela como um todo”, opina. A presidente do Compreb explica que o trabalho realizado pelo Iphae consagra a perspectiva de que o legado histórico não se resume aos ‘exemplares majestosos’. “Não são só os prédios suntuosos que contam a história. Tem edificações mais humildes, TIAGO ROLIM DE MOURA

Tombamento preserva perfil horizontal do Centro Histórico

que são significativas. Nem todo mundo era rico em Bagé. Os trabalhadores também contribuíram para a história da cidade e esta contribuição, representada por imóveis, está protegida”, explica. O processo envolve a análise de projetos por parte do conselho. E a taxa de aprovação pode ser considerada alta. No ano passado, por exemplo, apenas 17 das 73 propostas apresentadas ao colegiado foram reprovadas ou questionadas. Nestes casos, técnicos apresentam recomendações, reabrindo o procedimento. Jussara destaca que os imóveis localizados no Centro Histórico devem manter padrões. “Em relação às casas privadas, que são o nó mais polêmico, precisamos ter em mente o conceito de manutenção. Todo o cuidado que a gente tem com casas novas, tem que ter com as antigas. No tocante ao Compreb, não queremos interferir, por exemplo, na escolha da cor da casa. Estamos falando de uma orientação, para quando as pessoas forem promover alterações”, esclarece. “Hoje, casas que eram residenciais, estão passando por reformas para trocar de uso, para ser comércio. Há a necessidade de readequar, de reordenar e reorganizar. E isto precisa passar pelo colegiado”, exemplifica.


TIAGO ROLIM DE MOURA

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Reformas e propostas de modificações em prédios tombados dependem de avaliação do Compreb

Paisagem simbólica Os arroios Tábua, Perez e Bagé, as palmeiras da avenida Marechal Floriano, o Rio Camaquã e os Cerros de Bagé

(elevações topográficas situadas a sudoeste do centro urbano, conhecidos como marcos referenciais da fundação do município)

Bagé

206 anos compõem uma paisagem resguardada por lei. Na área delimitada como Zona de Proteção Cultural, as intervenções devem ter como objetivo manter os atuais índices de ocupação e os gabaritos de volumetria existentes. É vedado o desmembramento de lotes. Existe, ainda, a recomendação para intervenções que venham a descaracterizar as aberturas ou outros elementos arquitetônicos das fachadas e coberturas. Ao poder público compete investir na despoluição, limpeza e recuperação dos arroios. A solução para o saneamento passa por três obras, custeadas por recursos do

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com contrapartida do município. A instalação dos interceptores das bacias dos arroios Gontan e Bagé deve totalizar um investimento de R$ 4.592.313,95 na obra de nove quilômetros de tubulação. A implantação está 90% concluída, restando apenas as travessias dos arroios, com tubulação de ferro fundido, que serão licitadas separadamente. Mais de R$ 3,9 milhões devem custear a construção de uma estação para elevar o esgoto de um terreno de nível baixo para um nível mais alto,

03 até a Estação de Tratamento de Esgoto Central, que custou R$ 8.948.837,54. A obra, que aguarda liberação da Caixa Econômica Federal, está 34% concluída. “A conservação passa, sem dúvida, pelo tratamento do esgoto. No momento em que todo este sistema estiver funcionando, teremos um percentual alto de esgoto tratado. A meta é evoluir para 100%, e vamos seguir pleiteando investimentos para alcançar esta condição”, garante o diretor do Departamento de Arroios, Água e Esgoto de Bagé (Daeb), Volmir Silveira.

Em busca de alternativas para seguir crescendo O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, estabelecido há 10 anos, para nortear as políticas de expansão imobiliária, através de um conjunto de diretrizes orientadoras para agentes públicos e privados, não parece ter engessado o crescimento. A legislação foi construída por representantes de diferentes setores, com base nas áreas delimitadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (Iphae) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), abrindo novos horizontes para os empreendedores que atuam na área da construção civil. Nascia, ali, a perspectiva de um horizonte vertical que não influencia na paisagem preservada. Na avaliação do empresário Luis Fernando Dalé, as diretrizes não são ruins. Ele acredita, porém, que existe ‘um pouco de exagero’, caracterizado pelas limitações à construção de projetos ousados, em altura. Já que não é possível mudar a paisagem

do centro histórico, ele salienta que foi necessário encontrar novas áreas para construção. Dalé ressalta que o principal desafio enfrentado, hoje, pelas empresas do setor, está relacionado à infraestrutura de bairros. Ele salienta que, muitas vezes, a construtora precisa realizar, inclusive, a rede de esgoto e elétrica, além do calçamento das vias públicas, para valorizar os empreendimentos. “Temos que pensar no bem-estar como um todo”, justifica. Apenas uma das construtoras que atuam na cidade entregou, em 10 anos, 1.170 unidades. A mesma empresa está construindo 400 unidades e aguarda aprovação para outras 600, em áreas da zona norte e centro (distantes do Centro Histórico). O deficit de moradias, na visão de Dalé, ainda é muito alto no município. Ele entende que há muitos vazios urbanos centrais que poderiam ser utilizados para a construção. Para isso, busca lugares estratégicos que já tenham alguma infraestrutura para o crescimento.

TIAGO ROLIM DE MOURA

Empresários buscam alternativas para expandir mercado imobiliário O engenheiro civil e diretor executivo de outra construtora da cidade, Marcus Menezes, também aprendeu a conviver com um plano diretor que impõe restrições. O empresário reconhece que existem muitas variáveis para aprovar

um empreendimento. Ele entende que houve uma evolução nas cobranças, mas defende a tese de que ainda são necessárias regras mais claras ‘para que não haja tanta burocracia na hora de aprovar um projeto’. Na visão do engenheiro,

o convívio do histórico com o moderno é muito importante para o município. “Estamos gradativamente nos afastando da zona central, mesmo acreditando que existem vazios urbanos que poderiam ser melhor aproveitados”, avalia.


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Bagé

206 anos

JULHO DE 2017

Com iniciativa para continuar avançando no Conjunto Habitacional Ney Azambuja e trabalha no centro da cidade, em uma empresa de segurança particular. Viviane tem, à sua frente, monitores de TIAGO ROLIM DE MOURA

O

trabalho começa às 19h para Viviane Ferreira da Silveira, 49 anos. Ela mora

Viviane precisou se reciclar após ser demitida de onde trabalhou por 15 anos

diferentes estabelecimentos particulares e comerciais. Ela fica por 12 horas no posto, para retornar 36 horas depois. Viviane é operadora de central de monitoramento há dois meses. A funcionária é quem verifica quando tocam os alarmes dos prédios. Assim que um deles dispara, faz ligações e encaminha fiscais até os locais necessários. A rotina se repete há cerca de dois meses, quando iniciou na função. A operadora foi contratada pela empresa há cinco meses, inicialmente para atuar no estoque. Ela é o exemplo de uma das 786 admissões no setor de serviços, o que mais empregou desde o início do ano em Bagé, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Ela teve que procurar experiências diferentes no mercado após ser demitida da empresa onde trabalhou por 15 anos como telefonista e secretária. O motivo do desligamento foi o corte de gastos. “Eu e mais dois ou três dos funcionários mais velhos fomos demitidos. Mais tarde, até a minha vaga foi extinta”, relata. Um ano antes de perder o emprego, Viviane havia realizado um curso técnico em Administração. “Essa foi uma das coisas que me ajudou a conseguir trabalho de novo”, analisa. Além da qualificação, a indicação de amigos para vagas disponíveis também foi essencial para voltar ao mercado. “Eu largava currículo onde sabia que estavam precisando”, recorda.

A superação de um gigante Empresas também superam adversidades. A trajetória da rede construída pela família Obino, que iniciou na década de 1950, ilustra bem este contexto. Em seus primórdios, a Obino funcionava como importadora. A partir da loja matriz, fundada em 1962, por Téo Obino, 46 unidades se espalharam por 35 municípios gaúchos, enfrentando alterações monetárias e reformulações na economia. Inovando no marketing, se tornou a primeira loja do Estado a contar com crediário próprio, na década de 1980, quando surgiu o famoso slogan “Fiado só na Obino”. A rede, entretanto, não ficou imune à crise econômica. Há cerca de uma década, passou por um período turbulento na esteira da instabilidade que afetou todo o País. Em seu encalço, a situação trouxe a necessidade de fechamento de cerca de 20 lojas no Estado. O processo de recuperação iniciou

com Pedro Ernesto Capiotti Obino. Aos 30 anos, o jovem formado em Administração com ênfase em Empreendedorismo e Sucessão, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), trouxe ideias inovadoras e o fôlego de juventude que a rede necessitava para se consolidar, novamente, como uma das principais redes do Estado. Pedro Ernesto Obino não gosta de relembrar os difíceis momentos que vivenciou ao chegar à loja. Porém, como o presidente da rede, teve de tomar decisões difíceis, inclusive algumas apontadas por uma empresa de consultoria contratada para auxiliar no momento de transição. “A consultoria traçou um plano de reestruturação da empresa que é seguido até hoje, após passarmos por todo o processo de recuperação judicial. Entre 2010 e 2011, trabalhamos com a readequação de custos, adequando

para o patamar de vendas da época”, comenta. A rede, que hoje é responsável por mais de mil empregos, diretos e indiretos, também intensificou os investimentos no capital humano, através da capacitação constante dos funcionários da rede. “Foi então que passamos a apontar para o que é nosso diferencial, que são as pessoas. Desde 2012, trabalhamos com o método de vendas Obino, que é um treinamento realizado ininterruptamente, com todos os funcionários da rede”, afirma. Além disso, tanto o layout das lojas quanto a marca passaram por atualização, a fim de adaptá-la aos novos tempos que iniciavam. Nessa época, também foi reformulado um dos principais itens de aproximação da empresa com os consumidores, o Caminhão da Sorte Obino, que entrega prêmios mensais aos clientes. Outro diferencial é o al-

Em abril, ela foi contratada por um hotel, onde trabalhou como governanta, administrando o trabalho de camareiras e manutenção do espaço. Ela atuou no local durante oito meses e pediu demissão após ser chamada em uma clínica – onde também havia deixado um de seus currículos. Viviane conta que decidiu apostar no novo emprego por acreditar que tinha mais relação com o seu perfil. Mais uma vez, o trabalho era totalmente diferente do que aquele em que esteve por 15 anos. Ela lembra que precisou, por exemplo, estudar os tipos de exame oferecidos. Sua trajetória ilustra o contexto de superação que envolve o trabalho, em um momento de crise nacional, quando Bagé completa 206 anos.

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Pedro Ernesto Capiotti Obino conduziu a empresa durante período de turbulência

cance do atendimento. “Como sabemos que existe dificuldade de acesso em alguns locais do Estado, vamos até onde os clientes estão para facilitar a vida deles, possibilitando que eles possam comprar as coisas necessárias sem que precisem ir até o centro da ci-

dade”, destaca, ao salientar que, atualmente, a empresa possui processos e gestão sólida, com controle de fluxo de caixa e uma evolução que pode ser notada desde a entrada do cliente na loja. “Não adianta empreender se a ação não é notada pelos clientes”, encerra.


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Para Gabriel Alagia, a criação da nova empresa do setor de calçados, localizada na avenida Sete de Setembro, representa o primeiro passo no sentido de seguir o caminho do pai, que tem outras empresas, como empreendedor. Somado a isto, conforme

relata Beto, estava o surgimento de uma boa oportunidade de ocupar um ponto comercial importante na cidade. Mesmo diante do investimento, ele prefere controlar o otimismo. “A crise é real e gravíssima”, avalia. Alagia também comenta que o comércio é “atingido em cheio”, e que é difícil ter uma perspectiva de melhora a curto prazo. O excesso de carga tributária é um dos fatores apontados como prejudiciais pelo retrocesso na economia. O empreendedor criticou que o Estado teria ido à contramão da crise, aumentando as taxas, quando deveriam ser reduzidas, além de gastar “muito e mal”, sem cumprir suas funções básicas, de oferecer saúde, segurança e educação. Para manter o investimento neste momento, Alagia comenta que a ideia é oferecer um mix de produtos diferentes do que há no mercado. Ele afirma que não existe uma fórmula definida para o sucesso, mas que a inovação nas vendas e a distância do sistema financeiro são itens essenciais.

município obteve a negociação das áreas com preços razoáveis para a venda dos lotes e crédito adequado. “O valor do hectare no Distrito Industrial de Bagé é o mais baixo entre todos os seis distritos do Estado, R$ 19 mil”, destaca. Durante o lançamento do programa, 19 empresas locais se mostraram interessadas em ocupar os espaços. “Isso nos leva a projetar que poderemos, sim, desafiarmos as dificuldades e ampliarmos o percentual da indústria no nosso Valor Agregado Bruto (VAB) e no nosso Produto Interno Bruto (PIB), hoje girando em torno de 13%. Nossa meta é ao fim do governo ultrapassarmos os 20%”, projeta.

Responsável por 57% do VAB, o comércio bajeense sofria com a concorrência direta das feiras itinerantes. De acordo com Bayard, as feiras retiram elevadas cifras da economia local, inviabilizando diversas empresas de pequeno e médio porte. Os meios jurídicos foram uma forma de enfrentamento encontrada pelo município para resguardar os empresários locais, impossibilitando a instalação das feiras. A criação de alternativas aos vendedores ambulantes e a criação do programa Sábados Azuis também foram tentativas de recuperar e blindar a economia proveniente do comércio.

Investimento foi feito em tempos de recessão

Investir em tempos de crise Ao contrário do setor de serviços, o comércio teve, até maio, mais desligamentos do que admissões – 31 no total. No ano de 2014, o Caged registrou, nesta área, uma variação positiva de 182 contratações. Já no ano seguinte, 114 pessoas foram demitidas. Somadas to-

das as áreas, foram 287 demissões na Rainha a Fronteira. Em 2016, o número de rescisões assinadas foi maior: 194 – sendo 62 de empresas que lidam com atividades de comércio. Contrariando as estatísticas, o empresário Gilberto Alagia (Beto), 62 anos, decidiu contratar.

Reação do poder público Em seus 206 anos de história, Bagé já foi reconhecida como uma das mais prolíficas cidades do Estado, rota obrigatória de grandes indústrias, que reconheciam o potencial da região, próxima à fronteira com o Uruguai e ao porto de Rio Grande. A quantidade de matéria-prima disponível no Pampa era um prato cheio para visionários, como o Visconde de Ribeiro Magalhães e sua charqueada de Santa Thereza. Sobreviver às crises é uma marca bajeense. Não por acaso, o desenvolvimento da cidade iniciou pela zona leste, na charqueada que foi a primeira área a receber energia elétrica na cidade. E é

exatamente nesta região que está localizado o Distrito Industrial. Desenvolver o local é uma das prioridades da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. O responsável pela pasta, Bayard Paschoa Pereira, destaca que um dos grandes gargalos da região é a ausência de indústrias. Para ele, é necessária a criação de uma cultura industrial regional. A reação pode vir através do programa “Empreende Bagé”, criado para incentivar a ocupação do distrito. Junto à Secretaria Estadual do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, o

05 Expediente DIRETOR EXECUTIVO: Glauber Pereira GERENTE COMERCIAL: Adriana Robaina REVISÃO: Cristiani Martins de Souza EDIÇÃO: Sidimar Rostan REPORTAGEM: Melissa Louçan - Jaqueline Muza - Rochele Barbosa - Daiane Lima Augustho Soares FOTOGRAFIA: Antônio Rocha Tiago Rolim de Moura DIAGRAMAÇÃO: Daniel Cuerda Ferreira COMERCIAL: Dulce Dias - Fabrício Becker


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Um futuro promissor com a marca da juventude

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om a média de idade até 30 anos, a juventude bajeense resolveu empreender e no reboque trouxe novidades que chegaram para ficar na Rainha

Uma Kombi de arte

A Kombi das Gurias Arteiras, formada pelas empreendedoras Queli Bubols, Natália Rodrigues e Bruna Saraçol, é um exemplo do potencial criativo dos jovens bajeenses. Quando Queli comprou a Kombi, a intenção era apostar no ramo da alimentação. Mas, como sempre gostou de artesanato e produtos feitos à mão, convidou Natália e Bruna para expor seus trabalhos em feiras e praças, utilizando o veículo. “Uma incentiva a outra com ideias e motivação. Sou arquiteta e trabalho em uma empresa de engenharia. Nos finais de semana, nos reunimos para criar arte”, conta Bruna, ao destacar que a iniciativa foi abraçada pela comunidade. “As pessoas olham com muito carinho. Acabamos sendo mais vistas com a Kombi das Gurias Arteiras; tiramos dúvidas e recebemos encomendas. Dessa forma dá para todos conhecerem os produtos, e recebemos este feedback do que mais gostam, do que podemos melhorar. Isso é ótimo”, afirma.

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da Fronteira. Cervejas artesanais, hambúrgueres, barbearias, jogos, crochê, calçados, roupas e culinária diferente são alguns dos novos negócios que alavancam a economia da cidade.

Buscamos as novidades em alguns setores e conhecemos estabelecimentos de todos os estilos e gostos. Confira o que está fazendo Bagé, aos 206 anos, ser uma cidade do empreendedorismo.


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Calçados e TALL

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Coturnos Fulana de Tall

Quem imaginou que uma bajeense iria comercializar e confeccionar calçados? Pois esta é a aposta de Bruna Bielemann. A estilista, que criou uma marca já reconhecida pelos bajeenses, conta que a empresa foi impulsionada pelo crescimento de pedidos que vinha recebendo dos produtos, no atelier, e também em sua página oficial no Facebook. Bruna destaca que estava confiante no projeto que vinha desenvolvendo e viu a oportunidade de empreender em um segmento que tinha uma carência no mercado, que é o da moda autoral. “Busquei ampliar o conhecimento, com especialização na área de calçados, já que minha formação é Designer do Vestuário. Ingressei no curso de Design de Sapatos; paralelo, também fiz Modelagem de Sapatos; depois Confección y armado de zapatos, em Buenos Aires, na Argentina, e, poste-

riormente, Marketing e Gestão”, conta. A Fulana de Tall é uma marca independente, com 100% de produção própria, conforme explica Bruna. “Todas as peças desenvolvidas são criadas por mim e confeccionadas dentro do meu atelier, em pequena escala de cada modelo, para garantir maior exclusividade. Estou presente desde o momento da escolha dos materiais até a finalização do produto na caixa. O sucesso de uma empresa sempre vai estar marcado pelo toque pessoal do dono, esse é o diferencial que o seu negócio precisa para se destacar em meio à concorrência”, garante a empreendedora. De Bagé para o mundo, Bruna possui pontos de vendas autorizados da marca em Pelotas, Porto Alegre, Chapecó, Florianópolis, Imbituba e Guarda do Embaú e uma proposta de franquia em São Paulo. DIVULGAÇÃO

Costurando em casa Costureira por amor e doutoranda em Linguística Aplicada, Cássia Rodrigues Gonçalves investe na produção de bolsas, ecobags e mochilas, marcas registradas do projeto ‘Costurices’, que começou a desenvolver, ‘meio que sem querer’, em fevereiro de 2016, quando postou em sua conta pessoal, em uma rede social, a foto da primeira mochila que costurou. “Algumas pessoas começaram a perguntar se eu fazia para vender. Resolvi dizer que sim. Esse projeto funciona atualmente na minha casa. Gosto da ideia do ‘home office’ (trabalhar em casa) e amo costurar. É bom poder compartilhar com as pessoas um pouco do que faço, um

pouco do que sou”, declara. A mudança de conceitos, para Cássia, é uma tendência global. “A chamada economia criativa vem crescendo ano a ano, diferente da economia tradicional, que está em crise. Essa mudança começou e nos saturamos da massificação e industrialização sem critério daquilo que consumimos. É chato comprar algo que milhões de pessoas têm também. É frustrante saber que aquilo que compramos alimenta o trabalho escravo. Esse setor busca solucionar as dores deixadas por uma economia insensível. Em Bagé, há alguns negócios que seguem a linha criativa, e acredito que todos eles vão dar muito certo”, finaliza a empreendedora.

Mochila criada ju com a clientento da Costurices

Exclusividade é a marca da Costurices


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Vencedores da promoção “Este é o meu chão” Com a promoção “Este é o meu chão”, os leitores do Jornal MINUANO puderam mostrar, na página oficial do Facebook, o seu olhar singular sobre a Rainha da Fronteira. No total, tivemos mais de 80 imagens participantes. A fotografia mais curtida foi

de Márcia Duro Mello, que vai ganhar seis meses de assinatura do MINUANO. Márcia, juntamente com os autores das 19 fotos com mais reações na página, vai participar de uma exposição e um coquetel para comemorar os 206 anos de Bagé. O evento aconte-

ce hoje, no Museu Dom Diogo de Souza, e será feito em parceria com a Tarragona. As fotos também serão analisadas por um júri, que irá indicar a melhor imagem. O autor da fotografia escolhida ganhará uma cesta da Cacau Show.

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Márcia Duro Mello – 6 de março de 2017 – Catedral de São Sebastião

Marcelo Pires – foto tirada em agosto de 2016 Marreco/Pato - Arroio Bagé

Aline Barcellos – foto tirada em 28 de abril d Praça de Esportes

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Viviane Santos – foto tirada em 7 de julho de 2017 – Entardecer

Marcelo Pires – foto tirada em outubro de 2015 – Pôr do sol no Círculo Militar

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Frederico Tarasuk Trein – foto tirada em 26 de maio - Bairro São Martin. As ovelhas aguardando o início do inverno na Campanha

8 Marcelo Pires – foto tirada em junho de 2016 – Túmulo do Índio no morro da TV

de 2015 -

ula Ribeiro – foto tirada em agosto de 2016 - Bairro Castro Alves

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Frederico Trasuk Trein – foto tirada em 2 de junho - Amanhecer na Campanha


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Kadão Vieira – foto tirada em 12 de setembro de 2016 Passo do Onze. Resistência

Vitória Nunes Magalhães – foto tirada em 1º de maio de 2017. Na divisa Brasil/Uruguai-Cerrilhada. Harmonia entre a luz e os destroços

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13 Vitória Nunes Magalhães – foto tirada em 7 de fevereiro de 2017 Avenida Sete de Setembro

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Márcia Duro Mello – Pôr do sol – foto tirada em 7 de fevereiro de 2017

Sérgio Jean Amorim – Cidade cenográfica de Santa Fé


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Sérgio Jean Amorim – Cidade de Bagé vista da entrada da avenida Santa Tecla

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Deivid Valente – foto tirada em 22 de julho - Catedral de São Sebastião

Carla AC – foto tirada em 31 de janeiro de 2015 - Museu Dom Diogo de Souza.

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Luísa Mara Cuadros – foto tirada em 10 de junho de 2017. Ratão-do-Banhado. Parque do Gaúcho

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Ângela Mara Tasso Machado – foto tirada em fevereiro de 2017 - Noite de temporal

Pablo Peres – foto tirada em 21 de outubro de 2016 - Entardecer do terraço do Bagé City Hotel


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Eventos na livraria prestigiam os artistas bajeeenses

Pioneirismo e eventos A LEB livraria e cafeteria, pioneira na conciliação do café com a literatura, inova com o fomento de eventos que estimulam artistas locais. O proprietário, Richarles Nogueira, destaca que sempre foi empreendedor e buscou algo onde uniria o gosto pelos livros com sua outra preferência, o café. “A proposta da LEB é uma paixão pessoal. Sempre gostei muito da literatura. Busquei agregar e trazer novidades. A livraria nasceu em 1991, já a cafeteria foi criada em 1998”, conta. Nogueira relata que foi observando as grandes redes de café que decidiu inovar na Rainha da Fronteira, abrindo novos espaços culturais. “Buscamos mostrar os

Casa especializada em cerveja artesanal

Casa de Cerveja Cerveja artesanal é a nova sensação entre os apreciadores da bebida. Em Bagé, além da produção, que ganha forma através de diferentes iniciativas, o produto já conta com uma casa especializada. Os proprietários, Daniel Vasques e Daniela Jardim, explicam que buscam ter diversas opções em um local central, ao estilo pub inglês. No estabelecimento, são comercializadas cervejas de variados estilos. “Nosso principal foco é disseminar a cul-

tura do consumidor comprar sua bebida e levar para casa, no conceito de loja. Porém, temos um espaço agradável, para happy hour, onde nossos clientes podem ficar bem à vontade, provar sua cerveja preferida acompanhado de uma boa música e atendimento diferenciado”, declara Daniela. A empresa sempre esteve nos planos do casal. “Tínhamos vontade de empreender, sim. Por isso, identificando nosso gosto pessoal, agregado

artistas locais, também. Os bajeenses que inovam, com peças de teatro, contação de histórias e apresentações musicais e artísticas”, destaca o empresário. A livraria reúne gostos de todos os estilos, literatura estrangeira, criminal, romances, livros religiosos, comédias e livros infantis. A empresa oferece cafés de todos os tipos, lanches e espaço para happy hour. “Eu sempre tive esse espírito empreendedor. A minha esposa que deu a ideia, pois já tínhamos feitos outros negócios, em outras áreas, mas que não tínhamos obtido sucesso. Com a LEB, conseguimos nos estabelecer no mercado”, explica Nogueira. ANTÔNIO ROCHA

da oportunidade, resolvemos apostar no ramo”, conta. A empresária observa, hoje, que os consumidores estão mais voltados para o mercado de produtos naturais e menos industrializados. “Temos público para isso, na cidade, um público exigente e de bom gosto, que, acima de tudo, se preocupa com a saúde. Usamos o conceito de beber menos, porém beber melhor. E as pessoas estão se identificando cada vez mais com isso”, destaca.

Richarles Nogueira é pioneiro em café expresso


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Café, livros e jogos Com a intenção de oferecer aos bajeenses uma opção de lazer diferenciada, Lissandro Torres anexou à sua livraria a opção de um espaço de entretenimento, que conta com mesas e estrutura especial, onde é disponibilizado, aos clientes, em troca de uma consumação mínima, a oportunidade de realizarem partidas em mais de 45 opções de jogos voltados, principalmente, para o público adulto, como Zombicide, Pandemic, War, Magic The Gathering e Yu-Gi-Oh. Torres salienta que o estabelecimento, inaugurado em fevereiro de 2015, sempre teve sua venda voltada para a cultura pop, inicialmente começando com uma linha de quadrinhos especializados.

Jovens podem se reunir no local para jogar Estabelecimento é loja oficial dos cardgames Hoje, a empresa também conta com livros, camisetas, cardgames, boardgames, RPG’s e produtos exclusivos; todos fazendo parte ou com referências a filmes, séries, games e outras materializações da cul-

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Universo de Bolso se destaca por produtos personalizados

tura popular. A escolha da cultura pop como segmento principal para a livraria não foi feita aleatoriamente. O empresário, que na época morava há 10 anos em Mato Grosso, realizou

uma pesquisa sobre os tipos de comércio que poderiam ser aplicados na cidade. Ao decidir que montaria uma livraria e cafeteria, resolveu especializar a loja no tema ao qual já era familiarizado.

O universo da personalização Ao perceberem a carência de um lugar especializado na fabricação e venda de artigos personalizados, os amigos Dionatan Silva, Renan Silveira, Luiz Pedro Gomes e Gabriel Corrêa decidiram agir, criando, assim, o Universo de Bolso. Com a loja em atividade desde maio do ano passado, os jovens começaram os trabalhos sem um espaço físico para atender aos clientes, fabricando e vendendo apenas suvenires. Hoje, a estrutura física conta com cerca de 20 variedades de produtos, incluindo quadros, canecas, almofadas, bottons, chaveiros e placas decorativas, além de revender camisetas e moletons estampados de uma renomada marca mineira. A empresa tem a internet como principal meio de divulgação, tendo perfis no Instagram, Facebook e Twitter, também contando com um blog, onde, visando gerar engajamento, são postadas publicações referentes ao conteúdo presente nos produtos e temas gerais. Segundo Silveira, estão sendo feitos os preparativos para a loja online, que logo será lançada. Mesmo sem a ferramenta, clientes de mais de dez estados já receberam encomendas da empresa bajeense, que até o momento utiliza plataformas de venda online.


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México, Oriente e surf

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Equipe de hamburgueria em todo processo, desde o pedido até a entrega

Fã de hambúrguer

Loja especializada em surf, culinária mexicana e árabe, esportes e artes Como praticante destes es- de alguns produtos, principalportes (surf, skate), tenho co- mente acessórios necessários nhecimento de sua aceitação para a prática desses esporno mercado, além da carência tes”, salienta.

Barbeando com um novo estilo ANTÔNIO ROCHA

Barbeiros se mantêm atualizados para acompanhar as exigências do público masculino As barbearias sempre estiveram presentes na história de Bagé, porém, é inegável que este setor nunca esteve tão disputado quanto atualmente. Buscando se diferenciar dos concorrentes, os profissionais juntam seus serviços com outras formas de comércio ou entretenimento, realizam diversas

promoções e procuram se manter atualizados nas últimas tendências do público masculino. A proprietária de uma destas lojas, Camila Marcuzzo Schiefelbein, de 27 anos, acredita que estamos em uma nova geração, onde as pessoas não esperam para ir atrás de seus ob-

jetivos. “Ninguém fica sentado esperando. Todo mundo vai e faz. O mercado está aberto para todos, daí saem grandes ideias”, avalia. De acordo com Camila, a intenção de abrir o empreendimento surgiu da vontade conjunta entre ela e seu antigo sócio, que acreditavam que Bagé precisava de um estabelecimento que apresentasse um novo segmento masculino. “Os homens estão se cuidando mais, eles gostam de usar roupas estilosas, de estarem cheirosos e arrumados, a gente queria criar algo diferente”, relata. O estabelecimento tem sua própria cerveja artesanal, e além de contar com um catálogo com outras marcas da bebida, os clientes em compras têm direito a tomar a primeira garrafa gratuitamente. Camila conta que tem a intenção de abrir uma filial em outra cidade.

Novos sabores ganham espaço em um setor que sempre fez sucesso entre os bajeenses. O hambúrguer, tradicional em grandes centros, agora também tem suas versões bajeenses. O administrador Enzo Bordignon é um dos responsáveis por esta transformação. “Eu sempre comi muito hambúrguer. Era fanático, mesmo, e sempre quis trazer e ter em Bagé o que eu gostava. Fui atrás de fornecedores exclusivos das maiores redes e encontrei. Então criei um grupo no WhatsApp, entre meus amigos, e comecei a fazer os Funburgueres”, conta. O serviço funciona em forma de delivery, com equipe própria de entrega. “Resolvi investir na qualidade do serviço e do alimento, sempre percebi que as pessoas gostavam disso, de tudo organizado, com apresentação legal. Servimos hambúrgueres grelhados de carne bovina e hambúrgueres de frango frito, com cardápio inspirado nas maiores redes de restaurante fast-food do mundo, batatas fritas, refrigerantes e água. Vale ressaltar que nosso diferencial está na qualidade dos ingredientes, da carne selecionada e dos molhos que são produzidos aqui diariamente”, destaca. Bordignon revela o segredo do catchup original, marca registrada da empresa. “Eu estava na estrada, voltando de uma viagem de Rivera (Uruguai). Dei uma carona para um viajante, que, na verdade, é um pâtisserie (cozinheiro especialista em massas finas, destinado à confecção de doces e salgados). Durante sua estadia em Bagé, Baptiste Thouzeau nos presenteou com uma receita original de catchup. Utilizamos tomates selecionados e de maneira totalmente artesanal, sem conservantes, sendo único o KetchupFun”, afirma. TIAGO ROLIM DE MOURA

Uma loja nova, com culinária e barzinho chama a atenção de quem transita pela avenida José do Patrocínio, na zona noroeste da cidade. Francisco Bandeira, formado em Educação Física, e muito ligado à área do esporte, trouxe para Bagé o surf, a arte e a gastronomia mexicana e árabe. “Em parceria com o meu pai, resolvi então abrir a loja, onde comercializamos moda e acessórios ligados ao surf/skate/shop, artes orientais e pub com transmissão de jogos, competições e conveniências”, conta. Bandeira observa uma mudança no comportamento dos bajeenses. “Está sempre inaugurando novos espaços e negócios diferenciados, com a aprovação da população para todos os segmentos, principalmente para esses inovadores.

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Carro-chefe do local são os hambúrgueres


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