20200328 by Jornal Minuano

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BAGÉ, sábado, 28, e domingo, 29 de março de 2020 - ANO XXV Nº 6 485 | EDIÇÃO ESPECIAL TIAGO ROLIM DE MOURA

COVID-19

ANÚNCIO

LIDERANÇAS SE UNEM EM DEFESA DO ISOLAMENTO PARA SUPERAR A PANDEMIA Ao longo da última semana, a pandemia do coronavírus alterou a rotina de Bagé (foto do centro, praticamente vazio) e região, a exemplo do que havia ocorrido em grande parte do mundo. Neste momento, pouco mais de sete dias depois, especialistas reforçam a necessidade do isolamento social como ferramenta efetiva de prevenção. Reportagens com lideranças políticas e institucionais apresenta posicionamento sobre a questão.

Prefeito conﬁrma compra de testes rápidos

Estimativa é que 100 equipamentos cheguem até 5 de abril para utilização Pág. 4

ORIENTAÇÃO

É preciso uma rotina, diz especialista

Psicóloga atenta que determinados cuidados são importantes na quarentena Pág. 11

HISTÓRIA

Págs. 3 e 5

Como Bagé viveu durante a Gripe Espanhola

Rainha da Fronteira registrou quase dois mil casos e 198 mortes pelo vírus Pág. 13

Previsão 19ºC do tempo

31ºC

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Opinião

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BAGÉ, 28 E 29 DE MARÇO DE 2020

REITERAMOS NOSSA POSIÇÃO: #FIQUEEMCASA

Desde o dia 20 de março, você, leitor, não recebia nossa edição impressa. O motivo, como avisamos na data, seria a adoção de um sistema 100% home office e de uma postura criteriosa, não apenas para proteger nossos colaboradores de serem contaminados pelo coronavírus, mas para evitar que, caso um fosse contagiado, passasse a ser um transmissor. Como dito, foi uma medida extrema diante de um período extremo. Neste sábado, em caráter excepcional, e tomando todos os cuidados necessários e possíveis, retomamos uma edição especial, desta vez impressa, para reafirmarmos nossa posição e, o mesmo tempo, trazer alguns tópicos que demonstram a atual situação que Bagé, em especial, e região vivem. O Covid-19 exige, de todos nós, posturas dentro das orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e, por isso, seguiremos honrando com nossa parte. Como havíamos antecipado, nossas plataformas digitais passariam a ser mais ágeis em apurações e nas buscas por repostas para quaisquer dúvidas que surgissem. E assim fizemos e seguiremos fazendo. Sabemos da importância da informação correta neste momento, talvez mais do que antes imaginado, até porque as fake news, infelizmente, seguem se proliferando, também, como um vírus. Por isso, mantemos nosso compromisso enquanto veículo de comunicação com 25 anos de história. Para quem ainda não teve oportunidade de nos acompanhar, nesses dias tensos, produzimos notícias, fotos e vídeos sempre que possível e levamos ao nosso público, com acesso gratuito e ilimitado. O próprio jornal, em versão digital, teve sua execução mantida para os que preferem folhear ao clicar.

Em tempos de isolamento e com consciência de que a internet se tornou uma ferramenta dentro do cotidiano da maioria dos cidadãos, entendemos que nossa presença, neste canal, precisa e está sendo reforçada. Para que o leitor tenha uma percepção, te-

Aniversariantes 28 de março Ânderson Dutra Munhós Bárbara Martins de Freitas Cleusa Maria Menna Martini Daniel Guimarães Severo Daniela de Paulo Ledo Porto Elenir Pereira Moreira Eliane Madel da Silva Gabriel Nunes Alessio Gabriella Collares Gisela Soares de Menezes

José Luís de Souza Letícia Tavares de Souza Marcus Vinícius de Paula da Silva Maria Francisca Rosa dos Santos Maria Otávia Sousa Vidal Percilia Ximendes Beck Rafael Sousa Vidal Tâmara Anzaí Coutinho de Barros Ubirajara Mendonça Rocha

Cláudio Falcão

mos cerca 40 mil acessos diários em nosso portal – são mais de 500 mil sessões mensais –, o que mostra que nossa credibilidade é significativa. É claro que estamos nos adaptando a um momento nunca vivido e, a exemplo de inúmeras empresas, tentando atender ao nosso público da melhor maneira, sempre almejando o aperfeiçoamento. Ao mesmo tempo, entendemos a situação difícil de muitos profissionais, autônomos, pequenas, médias e grandes redes, neste período. Para tanto, como forma de contribuir, disponibilizamos, nesta edição, duas páginas exclusivamente para que estes empreendedores pudessem, gratuitamente, expor suas marcas e serviços disponibilizados nesta hora tão complicada. Temos um papel social além da informação, que busca o desenvolvimento de Bagé e região. Desse modo, e como forma de atestar esta posição, seguiremos buscando histórias de quem inovou nesta época conturbada e relataremos cada caso como forma de contribuir, na medida do possível, divulgando ações não apenas por sua inovação ou curiosidade, mas para estimular o sucesso de cada uma dessas empreitadas. Aos leitores, reafirmamos nossa posição. Por precaução, mais uma vez, acompanharemos diariamente a situação local do Covid-19 para decidir se circularemos o impresso ou não. Manteremos nossa produção ativa, levando informação com credibilidade a todo o momento e, assim que esta pandemia for superada, ou excepcionalmente, retornaremos à normalidade. Assim como todo o mundo. Por ora, #fiqueemcasa.

Florêncio e o isolamento

Charge falcaobage58@gmail.com

29 de março Aline Cristiane Freitas Paiva Cezar Augusto do Amaral Cristina Silva Fernandes Daniela Von Muller Elenir da Rosa Fracielli Martim Silva Geanete Terezinha Rodrigues Ivoilda Miranda de Alarcon Janete Corrêa Laura Garcia dos Santos Liliane Caldeira

Lúcia Helena Teixeira Fernandes Luciano Moura de Mello Manoel Ignácio Mansur Fortes Marcelo Colares Goulart Nélson Rosa Leite Nilza Alvira dos Santos Rafael Boteselle Raquele de Lima Maurente Veiga Roger Vaz Ribeiro Vera Lúcia Medeiros Munhós

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Laboratório de

Jornalismo

Coordenador do Curso de Jornalismo

Glauber Pereira

Os artigos assinados não reﬂetem, necessariamente, a posição do jornal. Por isso, a editoria não se responsabiliza pelas opiniões emitidas.

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BAGÉ, 28 E 29 DE MARÇO DE 2020

Lideranças destacam importância do isolamento social para frear contágio do coronavírus TIAGO ROLIM DE MOURA

“O que estamos fazendo agora vai ser muito importante daqui a três ou quatro semanas”, garante secretário de Saúde

Um dos principais nomes na linha de frente no combate ao coronavírus em Bagé, Mário Mena Kalil, além de ser o titular da pasta da Saúde no município, atua como coordenador do Comitê de Enfrentamento ao covid-19. Ele explica que o isolamento horizontal de 14 dias se mostrou extremamente eficaz como medida de contenção na propagação do vírus no mundo. “Não somos nós que estamos falando isso, são dados. Todas as regiões que aderiram ao distanciamento e isolamento social tiveram resultados positivos. Quem o contrariou, como Milão e Inglaterra, sofreram com um revés muito grande na população”, destaca. O médico apontou, ainda, que a peculiaridade do início da epidemia em Bagé, iniciada dentro de um am-

Presidente da Fundação Attila Taborda aprova medidas adotadas JEFERSON VAINER/ESPECIAL JM

biente hospitalar, é um agravante da situação, exigindo um controle e cuidado ainda maior. “Não sabemos medir o tamanho desta exposição em Bagé, porque entrou em ambiente hospitalar, em contato com várias pessoas. Por enquanto, temos nove casos positivos, mas ainda há mais resultados para chegar. Essa é a nossa chance de impedir que o início da exposição, que foi agressiva em Bagé, para que não seja pior lá na frente”, adianta. Para Kalil, o isolamento é uma medida não-farmacológica de muita relevância, cujos reflexos positivos serão sentidos a partir do momento em que a circulação do vírus cair. “Esperamos que o pico, o plateau, não seja alto. Não temos condições de absorver todos os pacientes se acontecer de uma só vez.

Sociedade de Medicina de Bagé destaca trabalho realizado pelos profissionais TIAGO ROLIM DE MOURA

Por isso é importante o isolamento neste momento, para frear o número de contágios. O que estamos fazendo agora vai ser muito importante daqui a três ou quatro semanas”, garante. E mesmo com o isolamento, a situação ainda pode se agravar, já que há previsão de uma epidemia de H1N1 em até um mês, junto ao momento em que o coronavírus deve atingir seu ápice. “Temos que estar preparados e tranquilos. Mais dois ou três dias de distanciamento não vai fazer mal a ninguém. Nossa grande lição é observar aqueles que erraram. O Trump errou (Donaldo Trump, presidente dos EUA), o prefeito de Milão errou e a Inglaterra errou, mas todos reconheceram o erro. Nós não podemos errar também”.

Ordem dos Advogados do Brasil se une ao combate da pandemia JEFERSON VAINER/ESPECIAL JM

Lia Quintana destaca importância de manter as medidas contundentes para evitar colapso no sistema de saúde

Dr. Davi Salomão destaca esforço das equipes médicas para atender e salvar vidas em meio à pandemia

“Não adianta pensar em cifrões se logo ali à frente tiver que investir em tratamentos de saúde”, destaca Marinho

Presidente da Fundação Attila Taborda, mantenedora do Hospital Universitário Dr. Mário Araújo, que está em preparo para o combate ao coronavírus, e reitora da Urcamp, Lia Maria Herzer Quintana relata que apesar de não haver necessidade de pânico, neste momento, é imprescindível manter o isolamento e todos os demais cuidados necessários para frear o contágio pelo covid-19 em todos os setores. “Outras cidades do tamanho da nossa no Estado ainda não tiveram nenhum caso registrado. Mas nós estamos com essa situação atípica e precisamos cuidar da nossa comunidade”, diz. Assim como o secretário de Saúde, Lia aponta que a rede de saúde do município não conta com a estrutura necessária para atender toda a demanda de um pico da infecção, caso não sejam mantidas as posturas mais contundentes. “Nosso problema é a estrutura. Temos, ao todo, 12 respiradores em Bagé entre Hospital Universitário e Santa Casa. O dano financeiro vai acontecer com a suspensão de funcionamento de alguns setores, mas todos nós vamos pagar essa conta. Agora, se houver um colapso na área da saúde, não teremos o que fazer”, disse. A reitora expressou, ainda, apoio e comprometimento às medidas adotadas pelo chefe do Executivo, Divaldo Lara, com a publicação do Decreto 050/20, que restringiu o funcionamento de diversos setores da cidade. “Precisamos observar e esperar a evolução dos casos suspeitos, para ver o que vai acontecer antes de avaliarmos. Neste momento, Divaldo tem nosso total apoio. É o correto a ser feito”, destaca ela. Importante destacar que a Urcamp, Jornal Minuano, Museu Dom Diogo e da Gravura Brasileira, e demais mantidas pela fundação, estão funcionando apenas com atividades remotas, em home office.

Em nota assinada pelo presidente da Sociedade de Medicina de Bagé, Davi Salomão, e o vice-presidente, Júlio Coutinho de Vargas Neto, a entidade se manifestou, na tarde de sexta-feira, em defesa do isolamento e distanciamento social da comunidade, além de expôr as situações extenuantes que os profissionais da saúde tem vem enfrentando na linha de frente. De acordo com o comunidade, a SMB, “levando em conta este momento sem precedentes à nível global (...) comunica apoio irrestrito, afim de sustentar esta pandemia da maneira mais segura à nossa população”. O presidente da Sociedade de Medicina reitera, ainda, que “de concreto, se tem que devemos enquanto população ficar em casa, mas esta opção não é dada aos profissionais do maior hospital da região. São eles que estão testando positivo porque é uma exigência de suas profissões o contato com doentes e o seu local de trabalho é um local de circulação justamente de pessoas que assim se sentem”. O médico destaca que o covid-19 pode ser assintomático no início. Este é o principal motivo para manter o isolamento. “Até os primeiros sintomas aparecerem, o indivíduo já pode ter estado com várias pessoas, e o vírus tem como característica um alto poder de transmissão. A nota continua, relatando que os bajeenses e moradores dos municípios vizinhos são atendidos por profissionais transplantados, diabéticos, hipertensos e com mais de 60 anos, que fazem parte do grupo de risco, mas que seguem as atividades, expostos ao vírus. “Por esses colegas e profissionais de saúde contaminados, por todos habitantes de nossa cidade, pedimos calma e tranquilidade a todos para superarmos este momento delicado. Fiquem em casa, deixem as pessoas que precisam sair para trabalhar circular em segurança. Lavem as mãos e não divulguem informações falsas que em nada ajudam em um momento que exige seriedade de todos os envolvidos”, finaliza.

Desde segunda-feira (23), a Ordem dos Advogados do Brasil Nacional determinou o trabalho remoto dos funcionários como medida de contenção, prevenção e redução dos riscos de disseminação e contágio do coronavírus. Em Bagé, a situação não foi diferente. O presidente da subseção de Bagé, Marcelo Marinho, também autorizou o home office para todos os funcionários e associados da ordem. Marinho destaca que, diante do número expressivo de contaminações na região, é importante pensar e olhar a sociedade como um todo e garantir a segurança geral seguindo as orientações de quem realmente entende do assunto. “Os profissionais da saúde estão pedindo para não sairmos, para nos resguardarmos e à nossa família. Eles são especialistas, vamos obedecer porque eles sabem do que estão falando”, destaca. O advogado destaca que, neste momento, devem ser valorizados os serviços essenciais, como os profissionais da área médica, da alimentação, do transporte e da produção rural, que seguem atuando para garantir, na medida do possível, a manutenção da rotina dos lares brasileiro durante o isolamento. “Mas é importante que quem possa trabalhar de casa, o faça. Não adianta pensar em cifrões se logo ali à frente tiver que investir em tratamentos de saúde. O coronavírus é uma doença de contágio rápido, e tem apresentado uma preocupante curva ascendente. Precisamos seguir as orientações dos órgãos de saúde, neste momento, e permanecermos em casa”, aponta. Contudo, Marinho destaca que estar em casa não significa, necessariamente, estar sem trabalhar. Ele aponta que os profissionais da área do Direito podem aproveitar o momento para, por exemplo, seguir trabalhando em petições iniciais, ganhando tempo para os processos que serão retomados tão logo a situação normalize, além de estudar e se manter atualizado. “Nosso maior valor, hoje, é a nossa saúde e devemos permanecer em casa para mantê-la”.

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BAGÉ, 28 E 29 DE MARÇO DE 2020

Prefeitura anuncia compra de 100 testes rápidos para Covid-19 TIAGO ROLIM DE MOURA

Pelotas e Dom Pedrito registram casos de coronavírus que podem estar relacionados a Bagé REPRODUÇÃO JM

UPA serve de base para triagens

O prefeito Divaldo Lara anunciou, na tarde de sexta-feira, que, até 5 de abril, um total de 100 testes rápidos para detecção do coronavírus. “Bagé é uma cidade em estado grave da epidemia, números elevados em relação aos outros municípios do mesmo porte. Por isso estamos com estas medidas de contenção da propagação” informou. Em Bagé, 75 coletas para exames foram realizadas até sexta-feira. Com nove pessoas infectadas, o Comitê de Combate ao Covid-19 local descartou oito

análises. De acordo com o prefeito, estes procedimentos são os que chegaram no laboratório sem obedecer todos os critérios exigidos, de perfil de contaminação. Além destes números, 22 exames deram negativo e um apresentou resultado inconclusivo. Outra situação avaliada pelo prefeito é que as unidades como UPA e Pronto-Socorro estão atendendo a demanda e que não houve aumento da procura. “Esta estável e sob controle, por isso a necessidade do isolamento sanitário e de imunização”, concluiu.

Viagens para Bagé estão nos históricos de pacientes diagnosticados com coronavírus (Covid-19), em um intervalo de dois dois dias, em cidades separadas por uma distância de 253 quilômetros. O primeiro caso, registrado em Dom Pedrito, foi confirmado na quarta-feira. Um dia depois, o município de Pelotas também mencionou a principal cidade da Campanha gaúcha em boletim epidemiológico. O prefeito de Dom Pedrito, Mário Augusto Gonçalves, do Progressistas, informou que a paciente que configura o primeiro

teste positivo para coronavírus, no município, uma mulher de 48 anos, ‘está em isolamento social desde que suspeitou possuir a doença, após uma consulta médica na cidade de Bagé, onde teve contato com um paciente positivado para Covid-19’. Ainda de acordo com o chefe do Executivo, ela já não tem febre e apresenta melhoras. Na tarde de quinta-feira, a Prefeitura de Pelotas emitiu boletim, atualizando o painel de controle do coronavírus no município, confirmando o segundo caso na cidade. O governo informou que o paciente é um homem de 70 anos,

que esteve em Bagé, recentemente, e apresentou sintomas. O boletim emitido por Pelotas ressalta que o idoso está em isolamento domiciliar e se recupera bem. Até o final da tarde de quinta-feira, a cidade contabilizava dois casos confirmados, 38 suspeitos e 73 descartados. As análises estão sendo feitas no Laboratório Central do Rio Grande do Sul (Lacen/RS). O Comitê Municipal de Acompanhamento do Covid-19 de Bagé não recebeu pedido de informação de nenhum município, para eventual rastreamento. O colegiado também não emitiu alerta para outros municípios. As informações foram confirmadas pelo prefeito Divaldo Lara, do PTB, durante coletiva de imprensa. Também foi informado pela prefeitura, porém, que o Comitê tomou conhecimento, na quinta-feira, que um médico de Pelotas havia operado em Bagé. A data do procedimento não foi divulgada. O Executivo destacou que estava apurando a informação, ‘buscando a veracidade e o período’.

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BAGÉ, 28 E 29 DE MARÇO DE 2020

Políticos defendem isolamento social para conter Covid-19 Políticos tradicionalmente identificados em posições opostas têm demonstrado opiniões semelhantes diante da perspectiva de manutenção da recomendação pelo isolamento social, que impõe restrições ao comércio, por exemplo, como forma de conter a disseminação do coronavírus (Covid-19). A medida foi adotada pelo prefeito de Bagé, Divaldo Lara, do PTB, por meio de decreto municipal. A posição tem o apoio, inclusive, do deputado estadual Luiz Fernando Mainadi, do PT, que defende a preservação das determinações em vigor, no sentido de evitar um colapso no sistema de saúde. Divaldo explica que as au-

toridades públicas enfrentam dois problemas. “O primeiro é de saúde, e de saúde universal, em que o mundo, o Brasil, o Estado e Bagé estão fortemente impactados. O caso de Bagé é diferente de outros casos, é único no Rio Grande do Sul. A primeira linha de contaminação começou pela saúde. E essa linha de contaminação fez com que a situação em Bagé fosse ainda mais grave e diferenciada”, destaca. O segundo problema, na avaliação do prefeito, é o econômico, observando a inter-relação entre os dois aspectos. “A economia tem que voltar a recuperar sua atividade e velocidade.

‘É fundamental cumprir as medidas propostas pela OMS’, define Esquerda

REPRODUÇÃO JM

O presidente da Câmara de Bagé, vereador Carlos Adriano Carneiro (Esquerda), do PTB, prorrogou, até 13 de abril, as medidas restritivas adotadas no dia 16, suspendendo sessões, viagens e recebimento de diárias para parlamentares e servidores pelo período de 60 dias. A intenção é contribuir para o esforço mantido pelo município para conter a disseminação do Covid-19 e economizar recursos para auxiliar o Executivo com o custeio de ações. Esquerda afirma que é ‘fundamental cumprir as medidas propostas pela OMS, decretos do governo federal, de governadores e prefeitos’, o que inclui a orientação para permanecer em casa. “Com base nestas orientações, o poder Legislativo permanece com atendimento on-line, visando o bem estar e a prevenção de novos casos do coronavírus, mantendo a quarentena e o distanciamento social, certo de que havendo a necessidade de aprovação de projetos de relevância aos bajeenses serão avaliados e aprovados em caráter extraordinário”, enfatiza.

Mas como você consegue fazer isso sem primeiro dar segurança sanitária para que a população possa desempenhar suas funções? Como fazer isso? O primeiro problema acarreta diretamente na ação do segundo. Os empreendedores terão dificuldades com seus colaboradores, terão dificuldade com seus clientes, porque a população está fazendo a sua parte e atendendo à recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), do Ministério da Saúde, do governador do Estado e do comitê de crise em Bagé, composto por diversas entidades”, avalia. Para o chefe do Executivo, Bagé vive ‘o momento inicial de

um vírus que está matando muita gente em todo o mundo’. “Com todas as atitudes que tomamos, que foram necessárias, e com apoio da sociedade, foi possível conter a expansão indiscriminada do vírus dentro do nosso município. Portanto, entendo que a velocidade do comércio, dos serviços e da economia, deve ser retomada muito em breve, porém com o cenário local mais seguro, para que os colaboradores dos empresários e os clientes tenham segurança para poder desempenhar suas função, voltar ao trabalho e ao consumo”, reforça, ao esclarecer que a premissa do controle sanitário obedece protocolos de segurança.

REPRODUÇÃO JM

Divaldo explica que as autoridades públicas enfrentam dois grandes problemas

‘A economia se recupera. Vidas não se recuperam mais’, alerta Mainardi

‘Todos aqueles que puderem, fiquem em casa’, reforça Pimenta

REPRODUÇÃO JM Luiz Fernando Mainardi defende a posição de cientistas e pesquisadores, ‘no sentido de que devemos fazer o afastamento e o distanciamento das pessoas’. “Quanto mais a gente estiver separado no convívio social, menos circula este vírus, menos pessoas estarão infectadas, menos os hospitais vão receber pacientes. Com isso, vamos evitar o caos que pode se estabelecer na saúde pública”, relaciona. Mainardi é enfático ao priorizar a ações de preservação da vida. “Alguns acham que a economia tem que estar em primeiro lugar. Me desculpe, mas não pode. Em primeiro lugar está a vida, depois a renda, depois os empregos e a economia. A economia vai, sem dúvida alguma, ser diferente depois do coronavírus. O mundo vai ser repensado. Os países vão se endividar, mas a economia se recupera. Vidas não se recuperam mais”, pondera. A se associar às políticas de restrições adotadas por prefeitos, Mainardi reforma a orientação para que as pessoas não saiam de casa. “Temos que exigir do governo federal que implemente, o mais rápido possível, as políticas de proteção às pessoas, à nossa economia e às nossas empresas, para que disponibilize recursos de capital de giro. O Brasil vai ter que se recuperar depois. Todos os países do mundo terão que se recuperar depois. Hoje, temos que salvar vidas. Temos que orientar as pessoas a ficar em casa. Não podemos permitir que esse número (de casos do coronavírus) cada vez mais se alastre, que a gente chegue em um pico, onde as pessoas não têm mais aonde serem socorridas”, alerta.

REPRODUÇÃO JM O deputado federal sem domicílio eleitoral em Bagé, que contabilizou o maior volume de votos no município, Paulo Pimenta, do PT, também manifesta revela apreensão com o avanço do coronavírus na cidade. “Manifesto minha profunda preocupação com o avanço desta pandemia no mundo e com as consequências que ela tratará para o Brasil, nosso Estado, e, particularmente, para Bagé”, especifica. Pimenta destaca que ‘demorou 67 dias para que tivéssemos 100 mil casos (de Covid-19) no mundo, e que para chegar a 200 mil, demorou 11 dias’. “Para chegar a 300 mil, demorou quatro dias e para chegar a 400 mil, demorou 48 horas. Para chegar a 500 mil, foram 24 horas. Na Itália, nos Estados Unidos, na Espanha, no Reino Unido, na China, na Coreia e no Irã, observamos uma evolução geométrica, que não é muito diferente no Brasil No dia 7 de março, tínhamos cinco casos. No dia 16, eram 52. Hoje, ultrapassamos três mil casos. E a cada 54 horas, o número de pessoas infectadas tem dobrado, o que nos permite afirmar que em poucos dias, temos números muito semelhantes àqueles que assistimos de maneira perplexa na televisão”, lamenta. O parlamentar defende a ideia de que, ‘para que possamos reduzir o número de pessoas que vão perder a vida, precisamos observar o que estão fazendo os Estados Unidos, a França, a Inglaterra e a Itália’. “Precisamos de dinheiro para garantir a dignidade das pessoas. Precisamos ter recurso para garantir o crédito aos micro e médios empresários, garantir que as grandes empresas não destruam seus postos de trabalho. Mas tudo isso não pode ser visto como uma contradição, para cumprir as regras sanitárias, que é a única coisa que pode impedir um desastre”, relaciona.

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O MUNICÍPIO DE HULHA NEGRA/RS, através do Prefeito Municipal, torna público Licitação modalidade Tomada de Preços nº 004/2020 – Contratação de empresa para realizar a pavimentação com bloco intertravado, na sede do município, na rua laudelino da costa medeiros conforme descrição no Edital, abertura no dia 17/04/2020, às 9 horas. Na sede da Prefeitura de Hulha Negra/RS. O Edital e seus Anexos estão disponíveis no site www.hulhanegra.rs.gov.br. Esclareça dúvidas pelo telefone (53) 3249-1013. Hulha Negra, 26 de março de 2020. Carlos Renato T. Machado Prefeito O MUNICÍPIO DE HULHA NEGRA/RS, através do Prefeito Municipal, torna público Licitação modalidade Tomada de Preços nº 005/2020 – Contratação de empresa para concluir a obra de construção de uma quadra poliesportiva coberta com vestiário no interior do município, conforme descrição no Edital, abertura no dia 21/04/2020, às 9 horas. Na sede da Prefeitura de Hulha Negra/RS. O Edital e seus Anexos estão disponíveis no site www.hulhanegra.rs.gov.br. Esclareça dúvidas pelo telefone (53) 3249-1013. Hulha Negra, 26 de março de 2020. Carlos Renato T. Machado Prefeito

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Asilos necessitam Empresário dá exemplo de solidariedade e lança a campanha “Bolinho do Bem” de doações

A situação de isolamento devido o coronavírus está trazendo dificuldades para os asilos José e Auta Gomes e Vila Vicentina. Os idosos, principal grupo de risco da epidemia, estão sem poder receber visitas e contando apenas com a atenção e cuidado dos funcionários, mas as doações ainda são necessárias. A Fundação Geriátrica José e Auta Gomes conta com 49 idosos. Conforme a assistente social da instituição, Karen Fernandes Gonçalves, a maioria já recebeu a vacina contra Influenza. Ela comenta que apenas um não quis e outro tem alergia. Os funcionários também foram imunizados pela equipe de vacinação. A assistente social salienta que nenhum idoso está com sintomas de resfriado. Karen informa que sete funcionários que têm mais de 60 anos ou tem alguma comorbidade, foram afastados. Além disso, estão sendo tomados todos os cuidados necessários para a segurança e saúde dos idosos. “Utilizamos os equipamentos de proteção e não entra ninguém no asilo”, disse. A Vila Vicentina também passa pelo mesmo problema. As doações não estão chegando e o alimento de se manter. De acordo com a assistente social da entidade, Solange Ferrer, a higiene foi intensificada, além dos funcionários usarem máscaras, luvas e tocas. A instituição conta com 52 idosas internas e 17 que vivem em casas separadas. Nas duas instituições, a arrecadação caiu cerca de 90%. Ambas necessitam de alimentos, produtos de higiene e limpeza, álcool em gel, luvas, máscaras e tocas descartáveis. Quem puder doar pode levar até os locais que será recebido por algum funcionário.

Em tempos de coronavírus, quando a economia parou e o isolamento social virou ordem, os grupos mais vulneráveis da população, que lutam por sua sobrevivência, são os que mais sofrem, por não ter, muitas vezes, nem o que comer. A solidariedade tem desempenhado um papel essencial para o combate à disseminação do vírus. Nessa semana, uma campanha de arrecadação de alimentos, tomou vulto e chamou a atenção, pela iniciativa ter partido de um empresário. O proprietário da rede Bolinho Whats, Leandro Borges, assim como muitos empresários, está preocupado com o futuro de suas empresas e com os funcionários que dependem desta fonte de renda para viver, mas, mesmo assim, deﬁniu que precisava fazer algo para contribuir com os mais necessitados. Sensibilizado com a situação, vendo o desespero de pais de família, sem dinheiro para comprar comida, resolveu pegar o estoque da empresa e fazer a doação. Assim, compartilhou a ideia com o amigo vereador Ronaldo Hoesel e, a partir daí, começou a contar com apoio de clientes, fornecedores e amigos que apoiaram a causa e fortaleceram essa corrente do bem. “O que estamos passando faz

REPRODUÇÃO JM

Equipe irá se revezar em turnos para preparar os alimentos

com que a gente reﬂita sobre as nossas vidas e que podemos, sempre, ajudar um pouco mais as pessoas”, declarou o empresário.

Como funciona? Diariamente, a empresa estará disponibilizando 60 ala minutas, (30 ao meio-dia e 30 à noite), para pessoas necessitadas. A iniciativa teve início na sexta-feira e deve seguir pelos próximos dias. A logística da entrega será realizada pela equipe da prefeitura. Leandro explica que estão fazendo o máximo para contribuir com outras pessoas necessitadas, já que os pedidos estão chegando, inclusive por telefone.

As ala minutas serão feitas pela própria equipe do Bolinho Whats, onde os funcionários farão rodízios, dos turnos do dia e da noite, para preparação das refeições.

Como contribuir Os gêneros alimentícios arrecadados até o momento permitem que as doações ocorram até terça-feira. O grupo pede a contribuição de arroz, óleo, peito de frango, batata, ovo, tomate e alface. Os contatos também podem se feitos pelo telefone 999539715 ou 999726648. As doações podem ser realizadas direto no Bolinho, na Presidente Vargas, das 10h30min ao 12h e das 18h30min às 19h30min.

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Especialista fala sobre o coronavírus na vida prática e psicológica das pessoas

O isolamento social imposto pelo coronavírus é algo que vem preocupando, assim como o turbilhão de informações e emoções as quais estamos sendo submetidos, desde a constatação desta pandemia. Esse é um desafio que a população mundial está sendo obrigada a superar. A reportagem do Jornal MINUANO conversou com a psicóloga e psicoterapeuta psicanalítica, colaboradora do Caderno Ellas, Adriana Di Lorenzo, e, agora, traz dicas para nossos leitores. Ela explica que embora seja um fenômeno mundial, este confinamento incide sobre as pessoas de forma bem particular, de acordo com a história, condições e sofrimento de cada um. “Temos que procurar uma nova forma de viver com essa realidade. Se você saiu da negação e já entendeu, se já reconheceu que o confinamento e o distanciamento social são sérios e necessários, significa que, literalmente, a ‘ficha caiu’”, argumenta. A psicóloga sugere que as pessoas se organizem de acordo com o seu temperamento, com o seu jeito de fun-

cionar. “Por exemplo, se você sempre gostou de rotina - sempre foi organizado com seus horários - procure reproduzi-lo no dia a dia. Faça sua rotina, só que, agora, na sua casa. Inclusive sua rotina de trabalho”, especifica. Outra dica importante da especialista é ‘mantenha-se informado’. “Tome cuidado nesse meio, com as fontes e veracidade das notícias. E não gaste toda a sua energia ficando conectado 24 horas por dia. Saber sobre tudo o tempo todo não trará o controle sobre nada e pode desesperá-lo e criar angústias desnecessárias, além de contaminar com esses sentimentos o resto das pessoas de sua casa”, alerta. Adriana considera fundamental encontrar amigos virtualmente. “É muito importante que as interações sociais permaneçam, que não fiquemos totalmente isolados. A troca entre as pessoas ajuda em muito a atravessar esse processo tão difícil”, pondera. “Antes de qualquer coisa, é preciso se organizar, planejar e ser criativo, pois o momento de privação pode causar sofrimento e, inclusive, pode adoe-

DIVULGAÇÃO

Adriana destaca importância de uma rotina

cê-lo. Caso isso aconteça, caso perceba que não consegue lidar sozinho com esta situação, talvez seja necessário auxílio proﬁssional. Muitos psicólogos, estão usando da tecnologia a disposição e atendendo de diferentes formas virtuais. Teremos que nos engajar coletivamente para o sucesso da nossa própria sobrevivência”, conclui.

Dicas

- Ficar em casa de pijama como se todos os dias fossem domingo pode deprimi-lo. - Aquilo que tanto reclamávamos, que tanto nos fazia falta, está aí: o tempo! Use-o. Aproveite-o. - Leia mais, ouça as músicas que gosta, assista a mais filmes. - Faça atividade física. - Há cursos on-line – pintura, desenho, línguas estrangeiras, enfim, várias opções e possibilidades. - Aproveite para fazer “aquela” faxina, organizar os armários e outras coisas da casa. - Sobre crianças e adolescentes - é muito importante também manterem a interação social e, na medida do possível, suas rotinas adaptadas. - Coloquem os limites de forma clara para eles. - Aproveitem, para fazer atividades juntos. Brinquem! Sejam pacientes e compreensivos nesse momento! - Já o adolescente, pela sua fase, tem dificuldade de aceitar o perigo. Converse com seu filho. Convide-o a pensar. Para aqueles que desejam sair de casa, é importante ajudá-lo a refletir, a perceber a responsabilidade que ele pode ter na morte de alguém, ou melhor, a entender que ele também é parte da solução.

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BAGÉ, 28 E 29 DE MARÇO DE 2020

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BAGÉ, 28 E 29 DE MARÇO DE 2020

Bagé também enfrentou restrições severas durante a pandemia da Gripe Espanhola

A crise provocada pela disseminação do coronavírus (Covid-19) não é a primeira pandemia enfrentada por Bagé. Em 1918, a Gripe Espanhola impôs grandes desafios à gestão de saúde pública do município, forçando a adoção de medidas restritivas semelhantes às soluções adotadas em 2020. A prefeitura chegou a determinar, por exemplo, a desinfecção das malas dos correios e dos prédios de escolas. Em um esforço para conter o avanço da doença, também foi estabelecido o uso de desinfetante na frente das casas. As autoridades ainda proibiriam bailes e apresentações em teatros e cinemas. A Expofeira, que não havia sido realizada no ano anterior, por conta dos efeitos de uma estiagem, também foi cancelada. A Gripe Espanhola foi a mais devastadora das doenças do século 20, infectando, em aproximadamente dois anos, mais de 600 milhões de pessoas em todo o mundo. A estimativa do número de mortes chega a 40 milhões.

A doença chegou ao Brasil através de navios, com os primeiros casos registrados, em solo gaúcho, no mês de outubro. Em Bagé, de acordo com o Diretor do Arquivo Público Municipal, Cláudio de Leão Lemieszek, que publicou um artigo sobre os reflexos do vírus, no Jornal Minuano, em 2018, mais de cinco mil pessoas foram infectadas. A cidade, que tinha 46 mil habitantes, encerrou 1918 contabilizando 184 mortes. As ações de combate à Gripe Espanhola foram coordenadas pelo prefeito Tupy Silveira e pelo diretor de Saúde, doutor Monteiro Alves. Além de recomendações de profilaxia higiênica, como a troca frequente de roupas de cama, ventilação permanente e asseio total de latrinas e banheiros, conforme detalha Lemieszek, ‘recomendavam-se, ainda, banhos diários, a diminuição de exercícios e a total restrição de álcool’. Alves montou um cronograma de ação bem definido, dividindo a cidade em 18 zonas, cada uma a car-

go de um médico. O sistema mantinha, ainda, um plantonista na sede da prefeitura.

Receitas milagrosas Lemieszek destaca que o uso moderado de carne e dieta à base de leite, caldo e água filtrada estavam entre as múltiplas e divergentes recomendações para tratar a doença. Também era recomendado o gargarejo com água oxigenada, o uso de mentol nas fossas nasais e algumas gotas de iodo. Médicos não comprovavam a eficácia do quinino. “Mesmo assim, o prefeito Tupy Silveira, diante da escassez do produto, mandou buscar na cidade de Melo, no país vizinho, grande quantidade de quinino, até porque logo o valor da substância atingiu preços estratosféricos nas farmácias”, revela o Diretor do Arquivo Público Municipal. O ambiente na cidade, ainda de acordo com Lemieszek, era de pânico. “Logo nos primeiros dias de novembro, já havia mais de mil bajeenses infectados. Em

muitas residências, todos os moradores estavam infectados com o vírus da gripe, a ponto de algumas casas de comércio não poderem abrir suas portas, porque proprietários e funcionários estavam doentes”, explica.

Comissão de alimentos Em meados de novembro, por meio de decreto, Tupy Silveira criou o Comissariado de Alimentos, que tinha a função de fiscalizar a tabela de preços dos gêneros de primeira necessidade. O colegiado também assumiu a função de distribuir alimentos à população em vulnerabilidade e abastecer os asilos da cidade. Entidades civis, como a Associação Comercial e Industrial de Bagé (Aciba), o Clube Caixeiral e a Loja Capitular Amizade do Oriente de Bagé, contribuíam com dinheiro, alimentos, e roupas. Lemieszek observa que o mesmo tipo de apoio foi oferecido pelas famílias do Visconde de Ribeiro Magalhães, de Vitorino Vieira, Roberto Silveira, Antônio Torrescassana, Manoelito

Sarmento e Martim Pons, que não só emprestavam carros, como também doavam remédios e quantias em dinheiro.

Declínio da doença A gripe cujo vírus foi 30 vezes mais letal do que a influenza conhecida até então, surgiu na segunda metade de 1918, caracterizada mundialmente pela elevada mortalidade, especialmente entre jovens. A designação “Gripe Espanhola” é associada ao fato de a imprensa, na Espanha, que se manteve neutra durante a Primeira Guerra Mundial, ter noticiado livremente a morte de civis em grande escala. Lemieszek acredita que, em Bagé, ‘a exaustão e o temor pela doença eram de tal ordem que a população sequer teve tempo ou interesse em comemorar o fim da Grande Guerra, cujo armistício entre aliados e a Alemanha fora assinado no dia 11 de novembro’. “Somente na segunda metade de dezembro, a doença entrou em franco declínio (na cidade)”, pontua.

Segurança

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BAGÉ, 28 E 29 DE MARÇO DE 2020

Decrab e DP de Dom Pedrito recuperam bovino furtado e apreendem arma de fogo Agentes da Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab/ Bagé), com apoio de policiais do reforço da Delegacia de Polícia de Dom Pedrito, cumpriram, no final da tarde de quinta-feira, um mandado de busca e apreensão no interior da Capital da Paz, recuperaram um bovino e apreenderam uma arma de fogo. A ação foi fruto do trabalho de investigação que vem sendo realizado no município Dom Pedrito. Na segunda-feira passada, os policiais da equipe de investigações da Decrab receberam informações dando conta de que em que uma propriedade rural, localizada no interior do município de Dom Pedrito, haviam animais furtados.

Segundo os policiais civis, em razão dos fatos, foram realizadas algumas diligências, tendo o delegado André Mendes representado por mandado de busca e apreensão no local. O pedido foi atendido pelo Poder Judiciário. Os policiais realizaram uma inspeção no gado do investigado, sendo que em meio aos seus animais foi encontrada uma vaca que havia sido furtada há alguns dias. O animal era marcado e assinalado pela vítima. O investigado informou aos policiais que o animal havia aparecido em seu campo. Na sequência, foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do suspeito, onde foi encontrado um revolver calibre .38. A arma não estava em bom estado, existindo dúvida quanto ao pleno funcio-

namento de seus mecanismos de disparo, motivo pelo qual a arma será remetida ao Instituto Geral de Perícias. O animal furtado foi restituído para seu proprietário. Como as investigações apontam a autoria do furto para o investigado e o crime ocorreu há vários dias, não existindo situação de flagrância, em razão do tempo transcorrido, ele não foi preso, mas deverá ser indiciado por furto abigeato, ao final do inquérito, crime que teve sua pena aumentada em agosto de 2016, prevendo prisão de até cinco anos, conforme Lei 13.330/16. Ainda, em caso da perícia apontar positivo para funcionalidade do revolver apreendido, o investigado também será indiciado por posse irregular de arma de fogo.

Hospital de Guarnição de Bagé irá disponibilizar leitos em apoio ao combate do coronavírus

TIAGO ROLIM DE MOURA

HGuBa está apoiando Comitê

O comandante do Hospital da Guarnição Militar de Bagé (HGuBa), coronel Edson Feitosa Galvão, informou, sexta-feira, que o Exército Brasileiro irá reforçar o apoio ao Comitê Municipal de Combate ao Coronavírus. “Já tenho separado, para apoiar, quatro leitos com colchão, que é o que dispomos no momento. Será entregue na próxima semana. Disponibilizamos a profissional mais qualificada no assunto para a Santa Casa e que, simultaneamente, apoia o HGuBa, a médica infecto-

logista Patrícia Alves”, explicou. O comandante também destacou que a 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada está apoiando com estrutura a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a Santa Casa com barracas de campanha, para triagem. Coronel Feitosa pondera, contudo, que estrutura de saúde do HGuBa é limitada, por isso não tem como garantir contribuições além de suas capacidades. “Participamos do esforço dentro de nossas possibilidades”, concluiu.

Justiça libera mais de R$ 100 mil para a Santa Casa de Caridade de Bagé

A Juíza de Direito, Naira Melkis Caminha, liberou a quantia de R$ 112.286,00 para a aquisição de respirador pulmonar, oxímetro, álcool gel, luvas e demais EPIs para a Santa Casa de Caridade de Bagé. No ofício, a juíza destaca que a situação de vulnerabilidade social que está sendo vivenciada a nível mundial, tendo em vista a disseminação do coronavírus (Covid-19), afetando, especialmente, a saúde pública. “Com efeito, é de considerar que o sistema de saúde já encontra-se sobrecarregado, e, atualmente, com a ocorrência da pandemia mundial, apresenta-se ainda mais necessitado de aquisição de materiais de higiene e médico/hospitalares, tais como respiradores, máscaras, luvas e óculos de segurança para os profissionais de saúde, materiais e equipamentos médicos necessários a fim de combater a propagação da infecção pelo novo coronavírus (Covid-19)”, menciona o texto. Logo, diante da situação exposta, a Corregedoria Geral de Justiça do Estado (CGJ-RS), através do Ofício Circular n.º 14/2020, autorizou que os valores provenientes de prestação pecuniária, como condição de suspensão condicional do processo ou transação penal, fossem destinados a aquisição de materiais de higiene, proteção e saúde,

Óbitos

equipamentos médicos/hospitalares necessários à prevenção do Coronavírus (Covid-19). Diante do cenário atípico, o ofício circular possibilitou a dispensa da publicação de edital prévio de cadastramento da entidade, assim como o convênio, concedendo prazo razoável para futura prestação de contas, solicitando, sempre que possível, a apresentação de três orçamentos de cada item pela entidade requerente. “Dessa maneira, analisando, detidamente, o pedido da Santa Casa de Caridade de Bagé, tenho o pleito se enquadra nos moldes do Ofício circular n.º 14/2020 do CGJ-RS, e considerando a excepcionalidade que abarca a conjuntura fática, entendo viável a liberação das verbas em favor da entidade”, ressalta a juíza. Destinação Oxímetro – R$ 9.425,00 (nove mil, quatrocentos e vinte e cinco reais); Respirador – R$ 63.225,00 (sessenta e três mil, duzentos e vinte e cinco reais); Sabonete Líquido – R$ 736,00 (setecentos e trinta e seis reais); Papel Toalha – R$ 10.720,00 (dez mil, setecentos e vinte reais); Óculos – R$ 1.990,00 (um mil, novecentos e noventa reais); Touca – R$ 340,00 (trezentos e quarenta reais); Álcool gel – R$ 16.350,00 (dezesseis mil, trezentos e cinquenta reais); Avental – R$ 4.920,00 (quatro mil, novecentos e vinte reais); Luva – R$ 4.580,00 (quatro mil, quinhentos e oitenta reais).

OSARIS DE AZEREDO CUNHA, 88 anos, bancário aposentado, casado com Therezinha Patron Cunha. Residia na rua Marechal Floriano. Deixa os filhos Sérgio, Ricardo, Luciano e Eduardo.

Esporte

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BAGÉ, 28 E 29 DE MARÇO DE 2020

Dupla Ba-Gua e especialistas avaliam impactos com indefinição do futebol do interior

por Yuri Cougo Dias

REPRODUÇÃO JM

Falta de acordo coletivo gera dúvidas quanto ao rumo do esporte

Paralisado por tempo indeterminado, o futebol passou a viver, nos últimos dias, vários dilemas. O principal deles diz respeito aos contratos dos jogadores. Nesse contexto, os mais afetados são os clubes e os atletas do interior, que possuem menos recursos que os principais times do contexto nacional. No caso da Divisão de Acesso, a discussão é ainda mais específica. Cogita-se, nos bastidores, que o campeonato aconteça no segundo semestre, com início estipulado para agosto ou setembro. Mas há até quem defenda o cancelamento da edição deste ano. O argumento é pela indefinição dos contratos com os atletas. Se por um lado eles correm risco de

ficarem desamparados, por outro, os clubes fiquem obrigados a cumprir os pagamentos, mesmo sem nenhuma fonte de receita no período. Alguns dirigentes também pedem uma intervenção mais cirúrgica da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que fechou a temporada com receita total de R$ 957 milhões – aumento de 43,3% em relação a 2018. Ou seja, um aporte financeiro da entidade, principalmente aos “pequenos”. Para esmiuçar um pouco mais a realidade do futebol local, o Jornal MINUANO entrevistou dirigentes da dupla Ba-Gua e um especialista em Direito Esportivo, para saber mais detalhes do impasse que os boleiros estão vivendo.

“Se não houver ajuda, não teremos condições de jogar”, dispara Rafael Alcalde Presidente do Grêmio Esportivo Bagé, Rafael Alcalde deixa claro que os recursos próprios do clube estão esgotados. E que, se não houver interferência externa, os rumos do jalde-negro são alarmantes. “O Bagé está muito preocupado com a evolução da indefinição por parte dos órgãos competentes. Não há uma solução a vista e certamente não teremos condições de arcar com as responsabilidades. Não há renda no clube. O clube esta fechado. O bar está fechado. A loja está fechada. O campo sintético está fechado. A escolinha está fechada. E a principal

renda que são os jogos no Pedra Moura não estão acontecendo. Não existe mágica”, alega. Por conta disso, o mandatário torce para um aporte financeiro da FGF, da CBF ou até mesmo do poder público. “Se não houver ajuda, não jogaremos o campeonato, pois não teremos as mínimas condições. Os advogados trabalhistas estão na espreita, tipo ‘urubu’, mirando a carniça. Torcendo para que não ocorra acordo entre o sindicato dos atletas e federação. Porém, será um tiro no pé, pois tenho certeza que será a falência de muitos clubes. Por outro lado, compreendemos a

“Enquanto a federação não se decidir, a situação só piorará”, avalia Jorge Kaé Vice-presidente do Guarany Futebol Clube, Jorge Kaé Filho ressalta que a realidade do clube, assim como de outros do interior, é a falta de receita. “A FGF optou por suspensão em tempo indeterminado. Ouvi que poderia começar em junho ou julho. Também já ouvi falar em suspender por completo a Divisão de Acesso e a série A. Em termos de contato, com a federação, é assim: estamos esperando qual será a resolução do presidente. Enquanto isso, os jogadores permanecem com vínculo conosco. Hoje, a melhor

a saída que vejo seria o salário-desemprego no INSS”, aponta. Outro fator que preocupa Kaé é o impasse para definição de um acordo coletivo, o que, segundo ele, reflete diretamente na gestão administrativa dos clubes, no que se refere aos procedimentos contratuais. “Não sabemos muito o que vamos dizer aos jogadores. Nós, a diretoria, estamos só na espera da Federação. Em termos de patrocínios, pararam. Não temos a bilheteria. Ou seja, não há arrecadação de valores. Estamos que nem no Brasil inteiro, esperando para saber que será feito acordo

Especialista em Direito Desportivo explica negociação de clubes/jogadores Especialista em Direito Desportivo, Diego Segredo Blanco aponta que, por se tratar de contratos, as decisões ficam condicionadas à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Justiça do Trabalho. “A Comissão Nacional de Clubes fez uma proposta à Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf). Queriam dar férias antecipadas, de 1° a 20 de abril. Seria pago 50% dos valores e os outros 50%, até o final de dezembro. E se o atleta mudasse de clube, quem pagaria, em dezembro, seria o novo clube. Também propuseram a redução das férias em janeiro, de 24 de dezembro a 2 de janeiro; redução do salário e direito de imagem em 50%; após 30 dias, a suspensão do contrato de trabalho até perdurar esse estado de calamidade; e o parcelamento das verbas rescisórias em cinco vezes. Mas isso não foi aceito pela Federação Nacional dos Atletas”, relata. Com base na CLT e na Constituição Federal, ele aponta os argumentos que foram expostos pela Federação dos Atletas. “Quanto às férias antecipadas, elas precisam ser comunicadas 30 dias antes, o que não preencheria esse prazo. Até porque férias nesse momento não seriam gozadas, estando o país em estado de calamidade pública. A Constituição Federal

necessidade do atleta em ter ajuda financeira para sobreviver. Nem nós, nem os atletas, nem a FGF escolhemos essa situação. Porém agora é hora de acudir aos clubes”, pontua. Por fim, Alcalde antecipa sua sugestão de medida a ser adotada. “A solução seria uma ajuda financeira para dar um suporte mínimo aos atletas nesse período parado, onde os contratos seriam suspensos e tão logo terminasse essa situação caótica, os contratos seriam reativados para o término do campeonato. Não vejo outra solução”, sugere Alcalde.

veda qualquer redução de salário. A CLT diz que pode reduzir 25% em caso de força maior, mas existe julgamento do TST (Tribunal Superior de Trabalho) que força maior é uma expressão que não foi recepcionada pela Constituição. A redução poderia se dar, com base nos Artigos 501 e 503 da CLT e Lei nº 4.293/1965 , em casos de prejuízos devidamente comprovados, mas, para isso, haveria necessidade de uma comprovação aprofundada. Em relação ao direito de imagem, trata-se de um contrato de natureza civil, independente do contrato trabalhista. Assim, não teria como reduzir. Para verba rescisória, existe um prazo de 10 dias para ser pago, conforme a CLT, ou seja, não teria como ser pago em cinco vezes”, aponta. Na quarta-feira, a Fenapaf declarou, formalmente, a proposta de rejeição dos salários em 25% dos jogadores. Em contraproposta aos 20 dias de férias, a entidade afirma que os atletas aceitam 30 dias, entre 1° e 30 de abril, desde que o pagamento integral das férias e do terço constitucional seja efetuado até 4 de maio. A Federação dos clubes também pede a garantia da licença de, no mínimo, 10 dias, entre Natal e Ano Novo. Outra condição para que as partes cheguem a um acordo coletivo é de que

o pagamento e os direitos de imagens relativos a março sejam pagos até 7 de abril. Por fim, os atletas exigem que a Confederação Brasileira Futebol (CBF) seja avalista do acordo, caso os clubes não acertem o pagamento, dentro dos prazos estipulados. No caso do Rio Grande do Sul, Blanco afirma que pelas notícias que se tem, principalmente através dos representantes do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado, não há nenhum acordo selado entre FGF e o próprio Sindicato sobre a questão contratual dos atletas. A expectativa é que nos próximos dias se tenha uma posição oficial, resguardando os direitos dos atletas, mas também a sobrevivência dos clubes, com a edição de um Acordo Coletivo. Vale lembrar que o Acordo Coletivo tem que ser aprovado em Assembleia Geral convocada para esse fim. Atualmente, clubes não dispõem de receita, patrocinadores podem cortar verbas e jogadores correm risco de terem seus salários atrasados. Pois, enquanto não há uma decisão, os contratos estão em vigor. No caso dos clubes da Divisão de Acesso, os vínculos vão até junho. Ou seja, é uma situação bem delicada, tanto para os clubes quanto para os jogadores.

com cada jogador ou com o Sindicato dos jogadores”, salienta. Kaé também adota o mesmo tom da fala de Alcalde, do perigo de oportunistas em meio à crise. “Precisa-se de uma decisão o quanto antes para evitar, também, esses advogados oportunistas, que tentarão entrar na justiça contra os clubes. Há uma comoção mundial. Se Barcelona e Real Madrid estão diminuindo salários, não vai ser o Guarany que vai ter condições de bancar a folha com os jogadores parados. Infelizmente, todos nós saímos prejudicados”, enfatiza Kaé.

“Há dirigentes se aproveitando para não pagarem suas dívidas”, acusa diretor do sindicato Em entrevista fornecida para a Rádio Gre-Nal, o diretor jurídico do Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio Grande do Sul, Décio Neuhaus, destacou a dificuldade para que as horas cheguem a um acordo coletivo, em ambas as partes. “Qual negociação de clube diretamente com seus atletas, sem participação do sindicato, pode gerar ação trabalhista. Isso para que não ocorra pressão dos clubes nos jogadores. (...) Os clubes não estão falando em redução salarial para pagar no futuro. Eles estão falando em perdão do valor descontado. Do salário do jogador, 40% é direito de imagem. Os clubes querendo pagar só 60%, contando os descontos, os atletas vão receber menos ainda. Imagina essa situação para os jogadores de clubes menores”, manifestou. Ainda por cima, Neuhaus acusou alguns dirigentes por “oportunismo” em meio à calamidade pública. “Tem clubes que já pediam cotas das competições do ano que vem. Então, os atletas terão que pagar pela inconsequência de alguns dirigentes? São poucos dirigentes, mas esses poucos estão aproveitando a carona do coronavírus para não pagar suas dívidas. Os atletas não disseram que não aceitam estudar formas de parcelamento. O que eles não aceitam é perdoar dívida ou desconto. Os clubes que querem perdão salarial são aqueles que já são acostumados a não pagar da forma correta. É bom esclarecer essas questões para que as pessoas não achem que os jogadores são mercenários”, salientou para a Rádio Gre-Nal.

Contracapa

BAGÉ, 28 E 29 DE MARÇO DE 2020

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Urcamp utiliza plataforma digital e ministra aulas com avaliações positivas Desde a semana passada, a Urcamp ministra aulas em plataformas digitais, no mesmo horário em que aconteceriam as aulas presenciais. O modelo tem a aprovação da grande parte dos alunos. Quando a Prefeitura de Bagé decretou estado de calamidade, por conta dos primeiros casos confirmados de Covid-19, a Instituição de Ensino Superior deu início à implantação do formato acadêmico on-line, para conectar docente e acadêmicos. E os resultados surpreenderam até mesmo a gestão, que viu manifestações positivas dos próprios alunos, através de depoimentos aos professores e nas redes sociais. A reitora Lia Maria Herzer Quintana reforça a importância de dar seguimento às atividades, sem abrir mão da prevenção. “Foi o formato que encontramos de dar prosseguimento em nossas atividades, mantendo a proteção dos alunos e a nossa e, dessa forma, não prejudicar o calendário acadêmico”, explica a gestora. O acadêmico de Farmácia, Victor Vidal Gonçalves, diz que este método é o mais apropriado em tempos de confinamento.

“Serão dias, semanas difíceis, mas tudo para evitar um maior número de infectados. Então, as aulas on-line, além de serem mais interativas e interessantes em vários aspectos, nos trouxeram mais segurança em relação a tudo isso que está acontecendo”, justifica. A pró-reitora de Ensino, Virgínia Dreux, relata que a Instituição se preparou de forma ágil. “A Urcamp está preparada para esse momento que estamos vivendo, já que nossos professores possuem formação docente de forma continuada. Nossos alunos estão tendo aulas on-line nos mesmos horários que teriam no presencial, com os professores acompanhando todo o tempo. Lembrando, não são aulas EAD, porque não estamos apenas postando conteúdos, estamos juntos com aluno, ensinando e auxiliando durante as aulas”, destaca. As atividades on-line permitem, por exemplo, o uso de tecnologias ativas, oportuniza a troca de experiências, vivências, com a mesma interatividade das aulas presenciais, uma vez que o desenvolvimento de competên-

cias podem ser construídos com interação virtual. As aulas estão sendo ministradas, de maneira integrada, em todos os campi. O acadêmico Felipe de Matos Pinheiro, que cursa Medicina Veterinária, em Alegrete, relata que a iniciativa de manter as aulas ajuda, também, a manter o psicológico. “Dentro do atual cenário que estamos vivendo, é um ótimo recurso poder ter aula on-line. A gente tira a tensão”, confessa. Para o vice-reitor Fábio Josende Paz, a Urcamp inovou em metodologia de ensino já no ano de 2019, com a implantação da Graduação I. “Foi inovadora ao aliar tecnologia e ensino de uma forma prática e objetiva. Nossos professores foram capacitados constantemente durante esse período para que pudessem aplicar metodologias ativas para uma aula mais dinâmica, interativa e com foco no estudante. Agora, nesse momento de crise que estamos passando, estamos focados em continuar nossas atividades com qualidade, pois sabemos que estamos preparados”, avalia. Paralelo a este cenário, o

REPRODUÇÃO JM

Encontro entre docentes e acadêmicos ocorre no horário normal, mas pela internet

curso de Psicologia, sob a orientação da professora Silvia Vargas, criou uma página, no Facebook, orientando a comunidade acadêmica e prestando auxílio psicológico a quem necessite, em

decorrência da pandemia. A Urcamp, en nota, destaca que vai continuar operando, resguardando alunos, professores e funcionários, “porque é preciso seguir em frente”.