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BAGÉ, 24 e 25 de março de 2022 - ANO XXVI Nº 6 808 | R$ 3,00
RELIGIÃO
Bagé terá inédita “Procissão do Encontro”
EDUCAÇÃO
DENGUE
Geteco se torna Escola Cívico-Militar
FORUM
FUTEBOL
Mosquitos são encontrados em vistoria
Acusado de homicídio em 2016 é absolvido
Guarany monta elenco feminino para temporada
Evento das paróquias Conceição e Auxiliadora foi agendado para abril
Publicação da União reconhece novo modelo de ensino da instituição
Apesar disso, município não registrou nenhum caso da doença este ano
Nesta quinta-feira, outro réu responderá por tentativa de assassinato
Vinte atletas foram selecionadas em peneirão realizado domingo
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Pág. 15 FOTOS: YURI COUGO DIAS
Dois municípios da região comemoram, nesta quinta-feira, dia 24, sua independência política e econômica, conquistada após uma mobilização popular desencadeada há três décadas. Para assinalar a data, JM publica suplemento especial destacando a história e o cenário atual de Candiota e Hulha Negra.
PREVISÃO DO TEMPO
QUINTA-FEIRA
9ºC
26ºC
Chuvoso
SEXTA-FEIRA
14ºC
23ºC
Encoberto
Fechamento da edição: 19h
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Cidade
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BAGÉ, 24 E 25 DE MARÇO DE 2022
Paróquias da Conceição e Auxiliadora preparam “Procissão do Encontro”
Retomando os eventos de forma presencial, as paróquias Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora Auxiliadora irão realizar, pela primeira vez, a “Procissão do Encontro” entre o Cristo Morto e Nossa Senhora. O evento, que acontece no dia 15 de abril, às 16h, irá contar com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult). De acordo com o responsável pelas duas paróquias, frei Juan Miguel Gutiérrez Méndez, a procissão com o Cristo Morto sairá da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e a Procissão com Mãe de Jesus sairá da Paróquia Nossa Auxiliadora. Ele salienta que as duas caminhadas serão realizadas após a celebração da Paixão de Cristo e se encontrarão na Praça Silveira Martins (do Coreto). Mendez salienta que o entorno da praça será fechado e a Secult irá realizar um evento com músicos e instrumentistas no local. “ É um encontro inédito. Vamos acompanhar a mãe Maria em sua dor e emoção ao encontrar seu Filho morto e nós preparar para a festa da Páscoa”, salienta. O religioso adianta que a imagem do Cristo Morto será levada por 12 homens do Movimento Emaús.
fotos: Divulgação
Praça do Coreto será ponto final das procissões do Cristo Morto (abaixo) e da Mãe de Jesus
Além disso, a partir do dia 10 de abril, as paróquias iniciam as celebrações da Semana Santa com as missas de Domingo de
Ramos, encerrando as programações no dia 17 de abril, com a celebração da Páscoa e Ressurreição de Jesus Cristo.
Cidade
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BAGÉ, 24 E 25 DE MARÇO DE 2022
Escola Cívico Militar Geteco é oficializada pela União
O Ministério da Educação oficializou, na semana passada, o acordo de cooperação técnica, entre a Prefeitura de Bagé e a União, para a implantação da Escola Cívico-Militar (Ecim) junto à atual Escola Municipal de Ensino Fundamental (E.M.E.F). Dr. Antenor Gonçalves Pereira, o Geteco. A partir da publicação no Diário Oficial, a instituição passou a ser fomentada pelo Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), instituído pelo Decreto nº 10.004, de 5 de setembro de 2019, conforme especificações estabelecidas no Plano de Trabalho. O Acordo tem a vigência de 12 meses, a contar da sua publicação, podendo ser prorrogada por iguais e sucessivos períodos, até o limite de 36 meses, mediante celebração de aditivo. De acordo com a coordenadora das escolas cívico-militar da Secretaria de Educação e Formação Profissional, Fernanda Furtado, a
DIVULGAÇÃO
Município está realizando processo seletivo para contratação dos monitores
expectativa é de que o novo modelo comece a funcionar a partir de maio deste ano. Ela explica que o município está realizando processo seletivo para contratação dos monitores. “Serão necessários cinco monitores para o Geteco”, relata. Bagé tem, agora, três escolas cívico-militares criadas por leis municipais que formalizam a adesão ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), do
governo federal. A Escola Municipal Cívico-Militar de Ensino Fundamental São Pedro foi inaugurada em 2020. A Escola Municipal de Ensino Fundamental Doutor João Severiano da Fonseca foi oficialmente incluída no programa no ano passado e, a partir de agora, o Geteco, que teve a aprovação para adotar o modelo de ensino, em março, pela Câmara de Vereadores de Bagé.
Bagé é contemplada pelo programa Educação Conectada A Secretaria de Educação e Formação Profissional (Smed) realizou, na manhã de terça-feira (22), a entrega de 27 kits do Programa de Inovação Educação Conectada do Governo Federal. O evento aconteceu no Salão Nobre da Prefeitura. O programa, segundo divulgado, visa a promoção do acesso à inovação e tecnologia nas escolas e busca a equidade de condições entre as escolas públicas de educação básica para o uso pedagógico da tecnologia. Os kits, contendo 01 RACK 6U, 01 Nobreak de 1400va, Access Point com 200, 500 e 1000 conexões simultâneas, entre outros equipamentos, objetivam apoiar a universalização do acesso à internet em alta velocidade e fomentar o uso pedagógico de tecnologia digitais na educação básica. A entrega aconteceu, de acordo com a Prefeitura, nas 26 EMEFs e uma EMEI,
fruto de um investimento de R$ 681.665,92 do governo federal. A secretária de Educação e Formação Profissional, Adriana Lara, destacou a relevância das inovações metodológicas que contemplam a realidade educacional do município. “Durante a pandemia, Bagé foi uma das primeiras cidades do Brasil a transmitir videoaulas, através de canal de televisão aberto. E para os alunos da zona rural, que residiam em locais sem sinal de TV, adquirimos 100 pen-drives para a utilização de audioaulas”, lembrou. Ela ainda ressaltou a importância da educação conectada em manter os estudantes na sala de aula, aperfeiçoando as condições de aprendizagem, tornando assim uma educação mais atrativa, tanto no ensino fundamental como na educação infantil. O vice-prefeito Mário Mena Kalil, presente no ato, destaca que a
Sobre O programa promove a colaboração entre os entes federados, visa a autonomia dos professores na adoção de tecnologias para a educação, estimula o protagonismo do aluno e busca melhorar, por meio de investimento, a estrutura da internet com qualidade e velocidade compatíveis com as necessidades de uso pedagógico dos professores e alunos. Em Bagé, o trabalho começou a ser desenvolvido em 2021, com a adesão do município ao programa, tendo como articuladoras as professoras Luciana Freitas e Fernanda Feijó.
educação conectada chegou em boa hora, pois é mais uma ferramenta ofertada aos alunos, trazendo mais oportunidades para os estudantes das nossas escolas públicas. “Esse programa proporciona excelência na qualidade da educação, oportunizando a concorrência de vagas, entre instituições públicas e privadas, de forma igual”, pontuou Mena. Para a diretora da EMEF Prof.Peri Coronel, Vanilda Machado, durante a pandemia, especificamente, foi notada a grande dificuldade que os alunos tiveram para acessar as matérias on-line. “Notamos que a falta de acesso à internet ainda é um problema para a nossa comunidade escolar. Por isso estamos muito contentes de conseguirmos oferecer mais essa ferramenta aos nossos alunos, conectando-os ao mundo”, observou. A aluna do 8º Ano , Maria Eduarda Zaballa, de 13 anos, conta que durante as aulas on-line, devido à pandemia, pôde observar que muitos colegas não tinham acesso à internet e precisavam ir até a escola buscar os materiais impressos para estudarem e fazerem os trabalhos. “A educação conectada com certeza trará muitos benefícios para todos nós alunos”, avalia.
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Campo & Negócios
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Senar-RS fará seleção de profissionais
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS) vai realizar processo seletivo para a contratação de profissionais e formação de cadastro reserva para oito cargos, nos níveis superior e médio, em regime CLT. Os salários oferecidos variam entre R$
2.646,61 e R$ 9.280,36 para 40 horas de trabalho semanais. A seleção consistirá em três fases: análise curricular, prova teórico objetiva - com questões de português, raciocínio lógico, informática e conhecimentos específicos - e entrevista. Interessados podem se
candidatar às vagas até as 23h59min do próximo dia 31 de março. O edital e o formulário de inscrição estão disponíveis no site da Legalle Concursos e Soluções Integradas Ltda (legalleconcursos.com.br), que executará o certame.
Comércio exterior do agronegócio tem saldo de US$ 9,3 bi em fevereiro
WENDERSON ARAUJO / CNA
Balança comercial registra superávit de US$ 4 milhões
O comércio exterior do agronegócio brasileiro registrou saldo positivo de US$ 9,3 bilhões na balança comercial em fevereiro deste ano. O volume é resultado das exportações do setor, que tiveram alta de 64,5% em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2021 e atingiram US$ 10,5 bilhões. Houve contribuição também das importações, que atingiram US$ 1,2 bilhão, um
avanço de 2,0% ante igual mês do ano anterior. Já na balança comercial com produtos de todos os setores, os resultados indicam superávit de US$ 4,0 milhões. Os dados foram divulgados quarta-feira (23), no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A forte elevação dos preços internacionais das principais com-
modities [mercadorias] da pauta exportadora brasileira, em parte, explica a alta do valor das exportações de fevereiro, segundo o Ipea. “Os preços internacionais da soja e do milho estão próximos das máximas históricas. Como resultado, em fevereiro o valor mensal das exportações ficou acima do registrado em qualquer mês de 2019 e 2020”, acrescentou o instituto.
Fogo Cruzado
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Famurs promove primeiro encontro com pré-candidatos ao governo do Estado
A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) realiza nesta quinta-feira, 24, a abertura da tradicional Assembleia de Verão. A edição deste ano, que será realizada na Associação dos Amigos da Praia de Torres, terá, como destaque, o primeiro encontro com os pré-candidatos ao governo do Estado do Rio Grande do Sul. A Assembleia de Verão também conta-
rá com a presença do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que irá abordar as ações do governo federal para os municípios gaúchos. O painel, que irá esboçar as primeiras ideias e propostas dos possíveis nomes que irão disputar o Piratini, será realizado no primeiro dia do evento, às 15h. Já confirmaram presença os pré-candidatos Beto Albuquerque,
do PSB, Ciro Simoni, do PDT, Edegar Pretto, do PT, Luiz Carlos Busato, do União Brasil, Luiz Carlos Heinze, do Progressistas, Marco Della Nina, do Patriota, Onyx Lorenzoni, do PL; Ranolfo Vieira Júnior, do PSDB, e Roberto Argenta, do PSC. A mediação do painel será feita pela jornalista e colunista de política do Grupo RBS, Rosane de Oliveira.
Vereadora suplente em Porto Alegre cumpre agenda na região DIVULGAÇÃO
Mariana deve contar com apoio de Hamm
A advogada e policial penal Mariana Lescano, 34 anos, deu início a um roteiro pelo Rio Grande do Sul. Vereadora suplente em Porto Alegre, pelo Progressistas, ela cumpre agendas no intuito de captar demandas da comunidade gaúcha e, ao mesmo tempo, apresentar suas bandeiras políticas, visando disputar uma cadeira na
Assembleia Legislativa nas eleições deste ano. Na terça-feira, 22, após participar de atividade no Clube de Tiro de Bagé, em sua primeira visita à Rainha da Fronteira, esteve na redação do Jornal Minuano para uma conversa. Mariana deixou clara a visão de que é fundamental, para a segurança de todo o cidadão, que haja a
permissão do porte de arma, não apenas com a liberação de porte, mas com estímulo à capacitação sobre o uso. “A guerra na Ucrânia mostrou a importância do cidadão poder se defender”, avalia. Ao abordar o tema, utilizou como exemplo a Lei, de autoria do deputado federal Afonso Hamm, que permitiu o porte de arma dentro de propriedades rurais. “Batemos recordes de não invasões. Claro que o não encaminhamento de verbas para ONGs que atuam com este tipo de ação colaborou. Mas o fato é que há uma inibição quando o invasor sabe que a propriedade está protegida por alguém armado”, comenta. A progressista também aponta a necessidade de mais investimentos na Decrabs, delegacias especializadas no combate aos crimes rurais. “Precisamos garantir esse trabalho, que não é muito uma política do nosso governo estadual”, disse. Na sua primeira eleição, em 2020, contabilizou 3.303 votos na disputa para a Câmara de Vereadores de Porto Alegre. E, agora, em sua nova empreitada, ao menos na região da Campanha, deve contar com parceria de Hamm, que disputará a reeleição à Câmara dos Deputados.
Sidimar Rostan
@sidimarrostan sidimar_frostan@hotmail.com
Vereador propõe criação do projeto Móvel Solidário em Bagé O Legislativo bajeense avalia uma proposta de lei, apresentada pelo vereador Cláudio Figueira da Silva, do PTB, que cria projeto Móvel Solidário. A iniciativa consiste na doação de móveis usados, visando reduzir o descarte de objetos em ruas e lotes baldios, além de conscientizar a população a cerca de sua responsabilidade socioambiental. O proposta atribui à Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos do Idoso (Smasi) a responsabilidade pelo recebimento dos móveis em bom estado de conservação, para que sejam doados. Para receber, será preciso
formalizar um cadastro junto à pasta, que também poderá fazer o recolhimento quando solicitado pelo doador. O parlamentar explica que a intenção é auxiliar famílias que não têm condições de comprar móveis novos. O vereador argumenta que o sistema, ao prolongar a vida útil do mobiliário, também pode refletir na preservação ambiental, reduzindo o descarte irregular. A matéria deve ser avaliada pelas comissões técnicas da Câmara antes de seguir para votação. O Legislativo ainda não tem prazo para apreciação em caráter conclusivo.
Partidos coletam assinaturas para instalação de CPI da Equatorial As bancadas do PT, PDT e PSOL, iniciaram, na tarde de quarta-feira, 23, a coleta das 19 assinaturas necessárias à abertura de uma CPI para apurar os fatos determinados por danos ao consumidor na prestação inadequada de serviços de distribuição de energia elétrica pela empresa concessionária de serviço público denominada CEEE- Equatorial. A apresentação do requerimento foi realizada pelas deputadas Luciana Genro, do PSOL, Juliana Brizola, do PDT, e pelo deputado Jeferson Fernandes, do
PT. Também participaram do ato, as deputadas Stela Farias e Sofia Cavedon e os deputados Pepe Vargas, Edegar Pretto e Zé Nunes, da bancada petista. O documento, que está em fase de coleta assinaturas, relaciona vários fatos que justificam a instalação da CPI. Entre eles, os transtornos causados a mais de 190 mil de gaúchos que ficaram, a partir do temporal de 6 de março, devido à falta de energia elétrica, problemas que perduraram vários dias e, em alguns acasos, ainda não foram resolvidos.
OFERTAS VÁLIDAS ATÉ 31/03
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R$ 149,00
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POR À VISTA
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Empreendedor
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Unicred Região da Campanha apresenta ação “O Seu Conhecimento Transforma Sua História”
A Unicred Região da Campanha, dedicada aos valores educacionais e atenta às necessidades da comunidade onte atua, acaba de apresentar uma ação inédita chamada “O Seu Conhecimento Transforma Sua História”. A campanha, alusiva ao Dia do Livro (que ocorre em 22 de abril), tem como objetivo a arrecadação de livros para adolescentes e crianças – e visa estimular doações nas regiões da cooperativa nos municípios de Santana do Livramento, Dom Pedrito e Bagé. Com o objetivo de arrecadar mais de 1.000 livros, a campanha vai destinar as doações para instituições de acolhimento infanto-juvenil ao longo do dia 22 de abril, Dia do Livro. Em Dom Pedrito, a entidade beneficiada será o Lar dos Meninos e, no município de Bagé, será a Casa da Menina. Já em Livramento, os livros serão designados para jovens localizados no Bairro Simão Bolívar. Com intuito de promover o incentivo à leitura, a Unicred Região da Campanha busca, a partir desta ação, transformar a jornada de diversos jovens em situação
DIVULGAÇÃO
Meta é arrecadar mais de mil livros
de vulnerabilidade econômica e social. Assim, a partir do cooperativismo e do princípio da colaboração com as comunidades em que estamos inseridos, a Unicred Região da Campanha espera encorajar o compartilhamento de conhecimento, cultura e bons sentimentos. Para o presidente da Unicred Região da Campanha, Dr. Elias Kalil Neto, a mobilização da comunidade em prol da educação e cultura dos jovens demonstra seu engajamento por um futuro melhor. “Promover ações que beneficiam crianças e jovens
socialmente vulneráveis é parte de nosso propósito de cuidar das comunidades em que estamos. Desta forma, convidamos a todos para participar deste projeto, doando livros para transformar a história de muitos a partir do incentivo à leitura”, convida. Para participar, basta doar livros infantis e infanto-juvenis em uma das agências da Unicred nas cidades de Santana do Livramento, Dom Pedrito e Bagé, ou entrar em contato com a organização da campanha a partir do e-mail marketing.regiaodacampanha@unicred.com.br.
FIERGS vai entrar no metaverso
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, Gilberto Porcello Petry, anunciou, quarta-feira, 23, a decisão da FIERGS entrar no metaverso, sendo a primeira entidade a ingressar nesses “mundos virtuais”. Diferente das propostas conhecidas, a Federação utilizará o metaverso como um novo canal de comunicação para seus temas institucionais e na promoção de marcas e produtos das indústrias gaúchas. Junto ao prédio virtual da entidade, haverá o Pavilhão Industrial que irá hospedar um showroom permanente do setor, onde as empresas poderão expor os seus itens de fabricação além de fazer lançamentos de inovações, estabelecendo contatos com os mais diferentes mercados. Já o “edifício” institucional terá Sala de Conteúdos (acervo de análises da Unidade de Economia e vídeos, imagens e materiais da área de comunicação da entidade); Sala de Temas (ocupada pelos Conselhos e Comitês Temáticos da FIERGS), Plenário da Indústria (reprodução do Plenário físico hoje existente na sede da Federação destinado à apresentação de novas proposições e posicionamentos); Espaço Sindical (onde os Sindicatos Industriais estarão presentes); e a Sala do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RS), voltado à educação executiva. Numa segunda etapa, haverá módulos de novas áreas dedicadas ao Sesi e Senai do Rio Grande do Sul, bem como um banco de informações sobre o histórico da trajetória da industrialização do Estado. “Vamos fazer uma experiência pioneira no metaverso, disponibilizando esse canal inovador às indústrias estabelecidas no Estado e aos sindicatos filiados“, disse Petry.
Pesquisa Hábitos de Consumo
Entre as mil pessoas que responderam à pesquisa sobre os Hábitos de Consumo, elaborada pela Comissão de Combate à Informalidade da Fecomércio-RS, no mês de fevereiro deste ano, 35,18% afirmaram que compram produtos piratas e o motivo é o preço mais em conta (78,2%), apesar das experiências negativas como a baixa qualidade dos produtos (50,67%), a falta de garantia (8,36%) e a impossibilidade de troca do produto (3,23%). Em contrapartida, 41,51% disse que não consome mercadorias do mercado informal; 20,89% não tem certeza e apenas 2,43% afirmou nunca ter comprado produtos piratas na vida. Dos piratas mais comprados, 32,2% é TV por assinatura seguido por 31% de eletrônicos e roupas em terceiro lugar (28,7%). O ticket médio gasto pelos consumidores de pirataria é de R$ 175,00 e os entrevistados afirmaram que acreditam que o motivo dos originais serem mais caros são os impostos elevados (60,65%). “Com esses e mais dados apontados pela pesquisa temos as informações necessárias para planejar e executar ações contra a pirataria que tanto prejuízo traz para a economia, especialmente para nosso setor. As pessoas que responderam à pesquisa sinalizaram alguns pontos importantes, como a alta carga tributária sobre os produtos legais (80,59%), as campanhas educativas (36,25%), conscientização da população sobre os prejuízos causados pela pirataria (29,65%), entre outras”, afirmou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Aniversariantes 24 de março
Amador Alves Branco Andressa Montenegro Pereira de Andrade Arlene Centena Aurora Noble Carmem Rita de Lima Blanco Cláudio Bastianello Daniele Peixoto do Couto Eduardo da Cunha Echevarria Elenita Remonatto Fernanda Robaina Silveira Filipe Dias do Couto Gabrielle Centeno Abip Glodete Corrêa Not Isolda Vieira Jussara Leal Leda Marzari Liliane Severo Navarro Loiraci Pereira Nicolas Luiz Carlos de Araújo Rodrigues Mário Cezar Coitinho Fernandes Moacir Bernabé dos Santos Neide Pires Pavani Neir Velleda Bittencourt Nivo Velasques Ramona Alves Correia Rita Bastianello Secundino da Silva Silvia Farias Leite Yoffermaamn Ritta Rodrigues
25 de março
Adilia Barreto Garcia André Luiz da Silva Andréia Jacobsem Artur Silveira Villela Claudiomiro Madruga Pinheiro Deva do Amaral Palma Diogo Gomes Taborda Élder de Macedo Rodrigues Etelvina Lucas Flávio Silveira Gerson Costa Netto Haidée Machado Hamilton Severo Iara Infantini Izolda Alberdanha José Renato Ferreira Mara Myriam Alves Roscoff Marilei Delpino Quintana Morgana Torma Medeiros Nairane Ferreira Lucas Renato Frak Santa Beatriz Conceição Muniz Santa Rosa Dorneles Silvia Dalberganha Sônia Maria Garcia Vera Ferreira Leal
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Bagé ainda é considerado município infestado pelo mosquito Aedes Aegypti
O último Levantamento de Índice Rápido - LIRA, realizado pela Vigilância em Saúde de Bagé, constatou um grande número de focos de mosquito da dengue. O resultado, obtido há cerca de 30 dias, reflete, também, os índices encontrados nos pontos estratégicos de observação. Conforme explica Geraldo Gomes, coordenador da Vigilância em Saúde, os pontos estratégicos (PE’s) são visitados a cada 15 dias e estão espalhados por todas as regiões da cidade, principalmente em locais como sucatas, cemitérios e desmanches. Na última vistoria, foi constatado que 50% dos pontos haviam apresentado presença do mosquito.
DIVULGAÇÃO/SES
Conclusão é de um estudo feito por pesquisadores brasileiros
Gomes explica que, assim que são constatados, os focos são eliminados (em casos de recipientes pequenos) ou tratados (em locais maiores, como piscinas). Os pontos de maior infestação são
Centro, Getúlio Vargas, São Judas e Floresta. “Bagé continua sendo considerado município infestado de mosquito, mas não tem nenhum caso de dengue, até agora. Outros municípios já registra-
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ram mais de 700 casos”, explica Gomes. Além do Lira e da observação em pontos estratégicos, a Vigilância permanece com as atividades de fiscalização porta a porta. Inclusive, Gomes solicita que a população colabore com a ação e não dificulte o acesso dos fiscais ao pátio. “Eles estão sempre identificados com uniforme e crachá e nem precisam de acesso à casa, somente ao pátio”, explica. O município, vale lembrar, participa da campanha “10 Minutos Contra o Aedes”, idealizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), como estratégia de controle do mosquito. Conforme explica o coordenador, se a
população dedicar 10 minutos de sua semana para realizar a limpeza de possíveis criadouros, é possível interromper o ciclo de vida do mosquito (ovo, pupa, larva e mosquito), que dura de 7 a 10 dias. “Dedicar esse tempo por semana para fazer limpeza do pátio é a única maneira de poder eliminar, hoje, um possível surto de dengue”, aponta. A população também pode atuar no combate ao mosquito através da denúncia de potenciais criadouros do Aedes, como terrenos baldio e pátios sujos. A denúncia deve ser realizada de forma presencial, na sede da Vigilância em Saúde, localizada na rua Barão do Triunfo, nº 663.
Atendimentos
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Momento memorável
Bagé integrou a programação do Bicentenário do Grande Oriente do Brasil e a agenda do último sábado ainda segue rendendo comentários, já que o vice-presidente do Brasil, General Hamilton Mourão, membro da maçonaria, palestrou no evento e, na sequência, participou de um almoço descontraído no Restaurante Betemps, que reuniu dezenas de participantes. O evento histórico aconteceu nas dependências do Complexo Cultural do Museu Dom Diogo de Souza, com apoio da reitora da Urcamp, Lia Quintana. O propositor da iniciativa em Bagé foi o Grão Mestre do RS, Lucas Moraes Sityá, tendo a execução feita pela equipe local, coordenada por Telmo Carvalho Barcellos que é o sub-coordenador Regional do Grande Oriente do Brasil RS.
52 anos de Maçonaria
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Vivi B
vivia
Posse da Socieda Hamilton Mourão recebendo, dos dirigentes da Loja Maçônica Amizade, um exemplar do livro do Jorge Reis, fundador da Loja Amizade, obra publicada pela Editor Praça da Matriz No evento, nas dependências do Complexo do Museu, José Francisco Carvalho, Lucimara e Telmo Carvalho Barcellos, Elton Carvalho Barcellos e Patricia Teixeira acompanhados do mais antigo maçom em atuação presente no ato, José Francisco Madruga Carvalho. Ele, que também é um dos três mais antigos maçons em atividade no GOB/RS, com 52 anos de Maçonaria, é o portador da mais alta distinção do Grande Oriente do Brasil, medalha Dom Pedro I e veio de Venâncio Aires especialmente para participar da solenidade em Bagé
Almoço do Peixe do Rotary Bagé Sul Começaram a circular na cidade os convites para o Almoço do Peixe do Rotary Bagé Sul. A dinâmica será em formato delivery, ao preço de R$ 35,00. A refeição inclui paella de frutos do mar, bobó de camarão, peixe frito e batatas souté e poderá ser retirada no Rancho do Coradini Alimentos na Avenida Santa Tecla, nº 5.000. O valor arrecadado será revertido para ações sociais do clube.
Renê Isoppo ao lado de sua esposa Rosane, receben acompanhada do marido, Lindo A noite agradável do último sábado marcou o jantar de troca de diretoria da Sociedade Italiana Anita Garibaldi de Bagé. O evento de confraternização entre associados e amigos da Sociedade Italiana aconteceu na sede da entidade e teve como destaque a passagem de gestão de Clori Peruzzo para Renê Isoppo, que permanece no cargo na gestão 2022/2023. A diretoria será composta ainda pela vice-presidente Gisela Ustarroz junto com Heraldo
Duarte, P Luciano rio Luis B Duarte, Deiro, Ma lene Can de apoio Isoppo, C Tonini, Li me Marq Duarte e
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Becker
anebecker@urcamp.edu.br
ade Italiana
ndo o cargo de Clori, que esteve onor Peruzzo
Paulo Jorge Domingues, Jaime Bonatto, Vacilotto, Cesar Augusto Scalcon, MaBidone, Maria Neura Bruni, Luis Antonio Andrea Gallo, Paulo Scardoelli, Ernani agda Zilio, Maria Eclair de Moura, Marintarelli e Gilberto Alagia. Nas diretorias o estão ainda Doris Vacilotto, Rosane Claudia Dalmolin, Celito Pavanatto, Ivar indonor Peruzzo, Roque Forcin, Guilhrques Bragança, Rosemeri Giordani, Jane e Gabriel Domingues.
08/09 #REFLEXÃO
Homenagem a Luiz Coronel
O escritor bajeense Luiz Coronel foi homenageado no domingo (20), pela coordenação do BRIQUE DA REDENÇÃO, evento constante nas comemorações dos 250 anos de Porto Alegre, com a presença do prefeito Sebastião Melo e seu secretariado.
Mahalokai e Cantegril em festa
Repetindo a parceria de sucesso da abertura das piscinas, o Cantegril Clube de Bagé, com produção da Mahalokai, realizará, no seu salão principal, no sábado, dia 26, a festa que assinala o encerramento da temporada de verão. O diferencial é o mix de atrações, oito ao todo, que prometem agradar todo tipo de público: destaque para o show nacional de Rafa Machado, vocalista da banda Chimarruts.
O início da noite será marcado por coquetel oferecido pela empresária Linithy Costa, proprietária da Maria Valentina, onde convidados vão conferir as novidades da loja no preview inverno 2022. A noite segue com as apresentações dos renomados DJs Grillo Beatz (Pelotas) e Ninja (Praia do Rosa). O time se completa com a turma de Bagé: Celinho, Dj Ratto, Dj Vicent, Dj Thomaz Segredo e Dj Black Daniel.
Retornando com entusiasmo
Fazer uma tarefa que proporciona prazer na vida é algo que não tem preço. Seja uma atividade física, trabalhos manuais, a leitura de um livro ou qualquer coisa que te faça feliz. Costumo dizer que quem desfruta desses pequenos momentos, que trazem alegria para o dia a dia, não têm tendência à depressão, algo tão comum nos dias atuais. Esse grupo de praticantes de vôlei que aparece na foto retornou às atividades e, no sábado, esteve reunido com a Maria de Lourdes Colman, a maior incentivadora desta turma. Ela fomenta esse convívio saudável e cultiva velhas e novas amizades através da pratica esportiva. Os treinos da CCGPAC/ Publimar não devem mais parar. O próximo será no sábado, na AABB.
"O destino é o resultado das suas decisões de hoje" @liderança.br
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Moradores da Pedra Grande, em Palmas, cobram melhorias nas estradas Na tarde de segunda-feira, dia 21, o vice-presidente da Associação de Moradores de Palmas e Joca Tavares, Fanor Alves, realizou visita aos meios de comunicação para entregar um abaixo-assinado. Com 120 assinaturas dos moradores da região de Pedra Grande, o material busca chamar a atenção das autoridades para as condições de trafegabilidade encontradas nas estradas do interior. Ele conta que algumas estradas do interior estão há mais de oito ano sem patrolamento, enquanto em outros corredores o serviço não é realizado há seis anos. Sem retorno do poder público, após solicitar a execução do serviço diversas vezes, Alves agora apela aos meios de comunicação como forma de manifestar a preocupação com o agravamento da situação - que, inclusive, já ocasiona problemas de abastecimento para a comunidade. “Os caminhoneiros não querem mais nos fazer frete, não querem entrar nessas estradas”, conta. Inclusive, ele relata que o transporte escolar também foi prejudicado, já que a kombi que realiza o trajeto está danificada. “Ela funciona dois, três dias na semana, aí quebra e vai para conserto. A professora não consegue chegar na escola e os alunos também não”, relata. A Secretaria de Desenvolvimento Rural rebateu, dizendo que nenhuma área de Pedra Grande está sem manutenção há oito anos. Segundo informado pela pasta, a equipe está trabalhando na região desde maio do ano passado. “(A manutenção) Já foi feita no ano passado e, assim que possível, será feita novamente. A equipe vai avançando conforme o tempo e a condição do equipamento. Alguma estrada, talvez, não tenha chegado a manutenção nos últimos meses. São aproximadamente dois mil quilômetros em estradas, então não tem como fazer tudo ao mesmo tempo”, informou Aline Moreira.
Fanor Alves/Especial JM
Alegação é que algumas vias não são patroladas há oito anos
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A CEEE Grupo Equatorial vai investir aproximadamente R$ 11,5 milhões em 10 projetos de eficiência energética em iluminação pública em sua área de concessão, dentro do programa E+ Luzes na Cidade. Uma das cidades beneficiadas pela ação será Pinheiro Machado, que terá 853 lâmpadas trocadas. O primeiro município beneficiado na área de concessão da CEEE, em dezembro de 2021, foi Caraá, onde ocorreu a da troca de 2.176 luminárias de vapor de mercúrio e sódio por unidades LED e dos braços de sustentação da iluminação pública do município. Ações semelhantes serão realizadas em outras oito cidades, além de Pinheiro: Morrinhos do Sul, Santo Antônio da Patrulha, Xangri-Lá, Tramandaí e Três Cachoeiras, no Litoral Norte; Charqueadas, na região Carbonífera; e Rio Grande e Mostardas, na região Sul. Por meio de Chamada Pública, a CEEE Grupo Equatorial
aprovou os projetos apresentados por esses municípios, selecionando-os para serem contemplados com as ações de modernização da iluminação pública. De acordo com as informações repassadas pela assessoria de imprensa do Grupo Equatorial, não há previsão imediata de inserção do município de Bagé na campanha. Isto porque a solicitação deve partir da Prefeitura e, caso seja aprovada pela CEEE Equatorial, é executada. No total, serão substituídas quase 15 mil lâmpadas em todos os projetos, dentro do Programa de Eficiência Energética (PEE) do Grupo Equatorial, regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Além de trazer economia de energia para as cidades, os habitantes serão beneficiados com ruas mais iluminadas e com tecnologia de ponta em termos de iluminação pública”, afirma Júlio César Mendes, Executivo Corporativo de P&D e PEE, do Grupo Equatorial Energia.
fotos: tiago rolim de moura
Grupo Equatorial anuncia projeto para iluminação pública em Pinheiro Machado
Ao todo, mais de R$ 11 milhões devem ser investidos no RS
Governador defende regulamentação da lei que muda cálculo dos tributos de combustíveis
O governador Eduardo Leite participou, na manhã de terça-feira (22/3), de reunião do Fórum de Governadores. A 10ª edição da reunião ocorreu de forma presencial no Palácio do Buruti, em Brasília, mas o governador participou por videoconferência. A principal pauta do encontro, mais uma vez, foi a tributação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos combustíveis. No dia 11 de março, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de lei que muda o cálculo dos tributos dos combustíveis. O Projeto 11/2020 foi aprovado no dia anterior pelo Congresso e foi convertido na Lei
Complementar 192/2022. De acordo com a lei, os Estados terão de adotar uma tributação única para o ICMS definida por combustível. Descontentes, os Estados avaliam a possibilidade de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a lei e ajuizar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) sobre aspectos que ferem a autonomia federativa e os preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo o governador Eduardo Leite, a uniformização total não faria sentido para o Rio Grande do Sul. “A legislação que foi aprovada no Congresso traz uma armadilha na qual muitos Estados poderiam ter de co-
brar mais alto o tributo, porque existe um desalinhamento de alíquotas entre os Estados. O RS pratica uma alíquota de 12% sobre o diesel (a mais baixa de todas), já outros praticam 18%, e não vamos tolerar o RS aumentar tributos sobre combustível, especialmente sobre o diesel. Não faz sentido que nós tenhamos de cobrar mais alto um combustível dos contribuintes gaúchos”, disse o governador. Leite argumentou que cada Estado tem uma lógica tributária própria. “Não adianta querer pegar uma parte da tributação dos combustíveis e forçar um alinhamento em que uns Estados vão cobrar mais do que estão cobran-
do hoje, outros vão cobrar menos, e aqueles que terão de cobrar mais vão repassar o imposto cobrado para quem teria perda. Isso não faz sentido”, reforçou. Para o governador, a solução envolve a regulamentação da lei por parte do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Com isso, seria possível estabelecer um valor único a ser cobrado e ao mesmo tempo autorizar um fator de equalização para que seja possível manter, em cada Estado, o atual congelamento do preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF), vigente desde novembro de 2021 e utilizado na base de cálculo do ICMS.
Leite lembrou que o RS já aplica um desconto próximo a 30% com relação ao preço cobrado ao consumidor final – mesmo que o preço atual ao consumidor do diesel esteja, em média, s R$ 6,36, o Estado cobra como se fosse R$ 4,84. “Ou seja, do ponto de vista fático, os 12% de alíquota estão em cerca de 9% para o contribuinte”, detalhou. Os governadores também anunciaram apoio à prorrogação por mais 90 dias, a partir de abril, do Preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF) congelado desde novembro de 2021 para a gasolina e demais combustíveis.
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Além da Ilusão - GLOBO - 18h30min Lyra afirma que Isadora não ama seu noivo. Lyra observa Davi. Isadora sente falta de Rafael durante o bingo beneficente para a abertura da creche na tecelagem. Inácio presenteia Arminda. Joaquim trama contra Davi. Davi comenta com Augusta que sabe que Joaquim irá atacá-lo. Jacinto assiste o verdadeiro Rafael Antunes, que está em coma no hospital. Leônidas visita Matias no sanatório. Fátima acusa Lyra de roubar um batom. Úrsula se irrita ao ver Eugênio com um lenço de Violeta. Violeta autoriza a expulsão dos ciganos da fazenda, para desespero de Isadora e Davi. Jojô foge e é picado por uma cobra. Quanto Mais Vida Melhor - GLOBO - 19h Roni sequestra Flávia/Guilherme e Guilherme/Flávia. Paula/Neném e Carmem expulsam os homens do restaurante. Neném/Paula pede ajuda de Tina e Bianca para jogar futebol. Roni explica a Flávia/Guilherme e Guilherme/Flávia seu plano contra Tucão. Paula/Neném descobre a senha de Carmem. Roni marca um encontro de Pink com Tucão. Flávia/Guilherme e Guilherme/Flávia contam para Prado e Nunes o plano de Roni. Flávia/Guilherme chama Guilherme/Flávia de Rose e é expulso do quarto. Ingrid vai falar com Neném/Paula. Paula/ Neném passa a senha para Marcelo e Carmem descobre que o cofre foi aberto. Um Lugar ao Sol - GLOBO - 21h Resumo não divulgado
Horóscopo
ÁRIES Carreira em expansão e chance de receber uma proposta de outro lugar. Ótima sintonia com os colegas e entrosamento no trabalho em equipe. Na paixão, você vai se animar nas paqueras e pode curtir um período cheio de estímulos com o crush.
TOURO No trabalho, você estará mais otimista, com pique para realizar suas ambições e contagiar os colegas. Boa sorte em entrevistas de emprego. Na conquista, vai esbanjar poder de sedução. A dois, é hora de se divertir com love e deixar os problemas longe da relação.
GÊMEOS Sua habilidade para expor ideias e defender interesses está tinindo e você saberá convencer com facilidade. No trampo, terá foco no que interessa e pode pintar uma boa oportunidade de promoção. O amor será iluminado pelas estrelas.
CÂNCER Há chance de assinar um contrato temporário ou iniciar uma segunda atividade profissional. O astral estará mais divertido com os colegas e a interatividade pode abrir espaço para boas amizades. Terá oportunidades de paquera com gente que conhece.
LEÃO Pode sobressair no trabalho e chamar a atenção dos chefes graças aos seus múltiplos talentos. Se procura emprego, terá boas sacadas para brilhar em entrevistas. Nos contatos e amizades, seu bom astral será contagiante.
VIRGEM Busque um ambiente bem sossegado e longe de agitação para se concentrar em seus deveres. A fase ainda é indicada para promover mudanças em seus hábitos e investir no que eleva seu bem-estar. Talvez decida manter um lance em segredo.
Palavras Cruzadas
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LIBRA Em paz com o Sol, a Lua também garante um dia alegre nos contatos e muito agito nas redes sociais. Terá papos agradáveis com pessoas queridas e sua lista de amizades tende a aumentar. Vida sentimental cheia de estímulos.
ESCORPIÃO Fique de olho nas oportunidades de progresso e resolva todos os assuntos com a firmeza típica do seu signo. Na paquera, pode rolar um clima especial com uma pessoa experiente, dinâmica e sedutora, mas o coração estará em busca de certezas.
SAGITÁRIO Nos assuntos do coração, seu poder de sedução fica cristalino e pode rolar um lance com alguém que tem sua vibe. Com seu jeito alegre e atraente, vai conquistar o crush. No namoro, pode ficar confiante com os rumos da relação. Período de muito dialogo.
CAPRICÓRNIO O momento é oportuno para resolver questões pendentes, saldar dívidas e se livrar de uma vez por todas de preocupações que tiram o seu sono. Há chance de pegar um trabalho extra, só guarde a novidade para você por enquanto. Na paixão, seus desejos aumentam.
AQUÁRIO Você vai conquistar aliados, apoios e seus projetos podem fazer sucesso repentino. Na paixão, notícia de paquera vai deixar você muito mais alegre. Pode receber proposta de namoro de alguém que admira.
PEIXES É hora de focar em suas metas e confiar na sua capacidade de triunfar. Nos agitos sociais, pode estreitar relações de amizade com pessoas mais vividas, descoladas e experientes. A paquera também deve ser alvo de surpresas.
Loterias
Novelas
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Lazer
FEDERAL
LOTOFÁCIL
LOTOMANIA
Sorteio: 05647
Sorteio: 2477
Sorteio: 2289
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1º prêmio 2º prêmio 3º prêmio 4º prêmio 5º prêmio -
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DUPLA-SENA
MEGA-SENA
QUINA
Sorteio: 2349
Sorteio: 2464
Sorteio: 5809
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1º- 06 15 18 38 39 41 2º- 01 05 07 33 43 48
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Cidade
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Divulgação
Incêndio no bairro Ipiranga é controlado após cinco horas de combate
Um incêndio de grandes proporções, registrado na noite de segunda-feira, dia 21, em uma empresa de reciclagem, na rua Emílio Médici, bairro Ipiranga, foi controlado após 5h40min de combate. As chamas iniciariam por volta das 20h45min e, para ser controlado, precisou do apoio de agentes do Corpo de Bombeiros, do Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb), da Defesa Civil e, ainda, de moradores, até ser extindo por
volta das 2h25min de terça-feira, dia 22. Segundo o Corpo de Bombeiros, as causas do fogo ainda não foram esclarecidas e, para isso, terá uma investigação da Polícia Civil. Os bombeiros ainda destacaram que, devido a haver muitos materiais inflamáveis, as chamas se alastraram e destruiram praticamente toda empresa. Apesar da proporção do incêndio, ninguém ficou ferido e nenhuma residência próxima foi atingida.
Exército desencadeia Operação Elmo I Divulgação/
Trabalho visa coibir o emprego de documentação falsa para compra de armas
Na terça-feira, dia 22, o Exército Brasileiro desencadeou a “Operação Elmo I”, no Rio Grande do Sul, com a finalidade de fiscalizar clubes de tiro, comércio de armas de fogo, munições, armas de pressão e insumos de munições e acessórios para arma. A operação, segundo o Exército, consiste na inspeção, de maneira inopinada, das pessoas jurídicas que comercializam esse tipo de material no Estado. Nesta operação, a 3ª Região Militar, de Bagé, por intermédio do seu serviço de fiscalização de produtos controlados (SFPC), junto a outras 36 unidades militares, deram início às ações de fiscalização. A operação Elmo I visa coibir o emprego de documentação falsa para compra de armas, orientando lojistas a realizarem uma correta verificação de autenticidae de documentação, além de reprimir irregularidades, relativas ao depósito,
à guarda, à segurança e ao emprego dos produtos controlados armazenados e comercializados por empresas com Certificado de Registro, autuando empresas que estiverem agindo em desacordo com legislação vigente. No âmbito do RS, a atividade administrativa de fiscalização de produtos controlados é executada pela 3ª Região Militar, que coordena a execução das operações de fiscalização para inspecionar e fiscaliar pessoas físicas e jurídicas que exerçam atividades com Produtos Controlados pelo Exército (PCE) e os locais onde há suspeita de irregularidade no Estado. A realização dessa operação, frisa o Exército, faz parte de um conjunto de medidas adotadas para tornar cada vez mais eficiente a fiscaliação dos produtos que controla, trabalho este que é realizado contínua e ininterruptamente pela Força Terrestre.
Forças de Segurança realizam manifestação em frente ao Palácio Piratini
Diversas entidades sindicais e associações de agentes da Polícia Civil e Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) realizaram uma marcha do Palácio da Polícia até o Palácio Piratini na tarde de terça-feira, dia 22, em Porto Alegre. O JM acompanhou o ato. O presidente da Ugeirm/ Sindicato, Isaac Ortiz, discursou em frente ao Palácio da Polícia e, em assembléia geral, por unanimidade, os policiais civis aprovaram o indicativo de greve caso o governo não negociasse os reajustes salariais da categoria. O representante sindical da Ugeirm/Sindicato da região, policial civil Carlos Ely Fontoura Machado destacou que, durante a pandemia, os servidores da Segurança estavam na linha de frente e muitos acabaram morrendo de Covid-19. “Homenageamos nosso dirigente sindical e Comissário de Polícia, Luiz Henrique Lamadril, que perdemos para a Covid-19, pois muitos policiais acabaram ficando doentes, morrendo e também com sequelas. E o governo agiu com descaso e, agora, ainda não
rochele barbosa
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Segurança
Ato na capital gaúcha teve homenagem para comissário bajeense que morreu ano passado
negocia, dizendo que é do diálogo e não fez nenhum reajuste”, complementou. O presidente da Associação dos Delegados do Rio Grande do Sul, Fernando Edison Domingues Soares, destacou que o governo não apóia a categoria, reiterando que o vice-governador é delegado de polícia e não luta pela categoria. A marcha foi considerada um momento histórico, contando com mais de cinco mil servido-
res. No dia do ato, um representante da Casa Civil recebeu o documento entregue pelas entidades sindicais, mas o governador Eduardo Leite não se manifestou, pelo menos até o fechamento desta edição, em relação ao pedido de negociação, encaminhado pelas entidades ainda em 2021. A categoria também ressaltou o trabalho realizado pelos policiais civis, que resultou em uma queda recorde em todos os índices de violência no Estado.
Acusado de tentar matar por ciúme e vingança vai a júri popular Nesta quinta-feira, dia 24, a partir das 9h30min, no salão do Júri do Fórum da Comarca de Bagé, ocorre o julgamento de um homem, de 23 anos, acusado de tentar matar Eduardo Brasil Boavista, na noite de 31 de dezembro de 2016. Segundo a denúncia, a vítima conduzia um veículo Chevette quando foi seguida pelo réu e outro homem, em um motocicleta, na rua Nabor Robaina Mene-
zes, bairro Alcides Almeida. Consta que quando o denunciado desferiu diversos disparos de arma de fogo na direção da vítima, acertando o ofendido, que ficou ferido próximo à região escapular esquerda. O delito, segundo a sentença de pronúncia, proferida pela juíza Naira Melkis Caminha, foi impelido por motivo torpe, que seria ciúme e vingança, porque a vítima havia tido um relacionamento
com a ex-namorada do réu. O crime, ainda segundo a denúncia, ocorreu mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. E o delito somente não se consumou em circunstâncias alheias a vontade do denunciado, pois a vítima, embora ferida, parou o veículo conseguiu chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) que o levou para o pronto-socorro, onde foi recebido eficaz atendimento médico.
sunção Correa, na avenida Presidente Vargas, em Bagé, devido a um desentendimento prévio. Segundo a sentença, o réu alegou legítima defesa, pois a ví-
tima teria apontado uma arma em sua direção.
Absolvido Um homem de 29 anos foi absolvido após o julgamento realizado na terça-feira, dia 22. Ele era acusado de matar, no dia 3 de setembro de 2016, Jonathan As-
Óbitos DELBIO LEITE GUATEMI, 87 anos, pedreiro aposentado, solteiro. Residia na rua Marcílio Dias. DILMA ANTUNES OYARZÁBAL, 90 anos, dona de casa, viúva. Residia na rua Mario Oliveira Suñe, bairro Jardim do Castelo. JOÃO GEISSLER MARTINS, 86 anos, pedreiro, solteiro. Residia na rua Zeferino Gomes Freitas, bairro Castro Alves. Deixa os filhos Paula Graziele, Gabriel e Paula Greice. MARCELO MACHADO BRUM, 48 anos, químico, solteiro. Residia na rua Riachuelo, bairro Centro Histórico, Porto Alegre/RS.
Esporte
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Bagé seleciona 20 atletas para Guarany Feminino seleciona 20 meninas para temporada participar de pré-temporada Com a data de 11 de maio agendada para abertura dos trabalhos, o Bagé selecionou 20 atletas que participaram do peneirão para integrarem os treinamentos da pré-temporada. Conforme o presidente, Pedro Sabella, os jovens serão avaliados durante o período e, no final, serão escolhidos entre quatro a sete jogadores para assinarem contrato definitivo com o clube. As definições passarão pela comissão técnica, composta pelo técnico Paulo Afonso Coelho (Leco), o preparador físico, Sílvio Rogério da Silva e o preparador de goleiros, Sandro
Aprovados Cristian Porciúncula, 23 anos, meia, Floresta Igor Pereira (Ijuí), 22 anos, volante, Marau Gabriel Rezende, 22 anos, goleiro, Bagé Eduardo Vargas, 19 anos, volante, Bagé Arnaldo Simões Souza, 16 anos, goleiro, Bagé Diego Pozzedin, 22 anos, atacante, Bastião Felipe Froes, 20 anos, meiaatacante, Fronteira Lucas Estevão, 18 anos, atacante, Dom Venâncio João Antônio Filho, 19 anos, meia, Paraná Matheus de Oliveira, 21 anos, atacante,horizontais.pdf Porto 3 09/03/2022 15:06:39
C
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CM
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CY
CMY
K
YURI COUGO DIAS
Jovens integraram três etapas do peneirão
Islabão. O peneirão foi a primeira iniciativa do Departamento de Futebol para montagem do elenco que disputará a Terceirona Gaúcha, que vai de 5 de junho a 18 de setembro. Samuel Rodrigues, 14 anos, zagueiro, Camilo Gomes Taylor Alves, 18 anos, lateral direito, Bagé Luiz Rogélio Martin, 22 anos, volante, 7 de Junho (Sergipe) Bruno Corrêa Bernardo, 23 anos, meia, Artigas (Uruguai) Marlon Mu, 20 anos, lateral esquerdo, Camilo Gomes Andriel Campos, 18 anos, atacante, Camilo Gomes Robson Dutra da Silva, 28 anos, atacante, Camilo Gomes Samuel Machado, 23 anos, zagueiro, São Martim Leanderson Dutra da Silva, 17 anos, meia, Camilo Gomes Kauã Alves, 17 anos, volante, Guarany
Lembrando que o Bagé também confirmou que disputará a Copa FGF, programada para ocorrer entre 24 de agosto e 30 de novembro. De acordo com o que já foi exposto, anteriormente, por Sabella, a folha salarial não deve ultrapassar de R$ 30 mil mensais, em razão das dificuldades e pendências financeiras que o clube tem que arcar. Então, num primeiro momento, optou-se pela realização de um mapeamento com os jovens que disputam torneios de futebol amador e de categorias de base na cidade. Agora, num segundo estágio, que a direção buscará os demais reforços que irão fazer parte do grupo de jogadores. A tendência é que os nomes comecem a ser definidos nos próximos dias.
Após a parada do masculino, é a vez do Guarany Feminino entrar em campo. Sob o comando do técnico Cléo Moura, o alvirrubro, que conta com a parceria do João Emílio de Candiota, realizou um peneirão, no último domingo, no complexo Militão. Das 32 meninas que participaram, 20 foram selecionadas para compor os elencos do time adulto e das categorias de base. Segundo Moura, oito serão aproveitadas para o time adulto. Porém, o foco do trabalho se direcionará para a categoria de base. Inclusive, o técnico deseja jogar, também, os Gauchões de base. Todas as definições serão
tomadas após a semana que vem, quando haverá uma reunião com a direção do Guarany. Há dois treinos previstos, para 3 e 17 de abril, no Militão. “Precisamos treinar mais. Nossa mão-de-obra é qualificada; falta é trabalhá-la. Necessitamos é de entrosamento para que dê liga. Também passaremos por reformulação, pois várias meninas pararam de jogar futebol de 11 e algumas foram para outras equipes, como três que foram para o Bagé. Mas as que passaram no peneirão são meninas talentosíssimas que precisaram entender nossa filosofia e fazer bons jogos no Gauchão”, destaca.
Perspectiva é jogar Gauchão Adulto e de base
SÉRGIO GALVANI/ESPECIAL JM
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O presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Instituições Comunitárias de Educação Superior no Estado do Rio Grande do Sul (Sindiman), Oto Roberto Moerschbaecher, realizou uma visita, na manhã de quarta-feira, dia 23, à presidente da Fundação Attila Taborda (FAT) e reitora da Urcamp, Lia Maria Herzer Quintana, em Bagé. O encontro, de caráter institucional, foi acompanhado pelo procurador jurídico da FAT e delegado representante do Sindiman, Luiz Carlos Vaz Pierucci. Conforme Moerschbaecher, o encontro consistiu na complementação de uma agenda que vem sendo desenvolvida na qual a entidade busca estreitar o diálogo e alinhar articula-
ções com as Instituições de Ensino Superior que integram o Sindiman. “A constituição do Sindicato tem trazido ganhos significativos para as universidades. E, agora, queremos aprimorar e implantar uma nova forma de atuação”, comentou ele. Uma das ações desenvolvidas são aquisições em conjunto o que, de acordo com balanço mais recente, já gerou cerca de R$ 9 milhões em economias desde 2017. Segundo Lia, o Sindiman representa uma união de esforços entre Instituições de Ensino Superior com o objetivo de alcançar resultados positivos em negociações e, além disso, visando, desse modo, aprimorar cada vez mais o ensino oferecido aos acadêmicos.
JÉSSICA PACHECO/ESPECIAL JM
Presidente do Sindiman cumpre agenda na Urcamp
O Sindicato Criado em 28 de janeiro de 2016, o Sindiman integra 13 instituições comunitárias de Ensino Superior, que somam cerca de 50% dos estudantes matriculados no Rio Grande do Sul e, com isso, tem a maior representatividade do segmento. Estão associadas ao Sindiman, as instituições e respectivas mantenedoras: Univates/Fuvates; Unisinos/Asav; Unisc/Apesc; UCS/Fucs; Urcamp/Fat; Feevale/ Aspeur; Unicruz/Fundação Unicruz; Unilasalle/Sociedade Porvir Científico; PUCRS/Ubea; UPF/Fundação UPF; Unijuí/Fidene; UCPel/Apac; e URI/Furi.
Lia, Pierucci e Moerschbaecher se reuniram na quarta-feira
Reeleito, de forma unânime, para presidir o Sindicado em eleição no ano passado, ele comandará
a entidade até 2024. O Sindiman, em atividade desde 2015 e oficialmente constituído em 2019, repre-
senta as mantenedoras de 13 instituições comunitárias de Ensino Superior do Rio Grande do Sul.
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Carta para Candiota Neste dia 24 de março, a nossa amada cidade completa 30 anos, e hoje, nada mais justo que parabenizar o povo candiotense. Gente de bem, guerreira, honesta e batalhadora que, com seu trabalho árduo e diário, edifica o desenvolvimento do município e, dentro das suas possibilidades, não mede esforços na busca do crescimento e de melhores dias para Candiota. Desejamos que cada munícipe seja um ponto de apoio na constante construção de um município melhor, que através de valores sólidos ajudem a preparar as crianças e jovens para este processo contínuo de transformação que o nosso município vem passando. É necessário semear ações e colher conquistas, buscando no presente o futuro para que as conquistas da comunidade sejam sempre crescentes, demonstrando que somos nós quem fazemos o amanhã e que nossa perseverança é a luz que ilumina o caminho. Gratidão a todos que diariamente cumprem sua missão, contribuindo assim com o desenvolvimento do município, buscando sempre ousados e necessários projetos e aceitando o desafio de fazer mais e melhor, não perdendo de vista os anseios do nosso povo, mostrando assim que não existem fronteiras ou limites para alcançarmos nossos objetivos. Existem sim barreiras e desafios que serão transpostas sempre que for da vontade daqueles que governam e, principalmente, se for fruto do anseio das pessoas que aqui habitam. É com orgulho que somos candiotenses por amor, pois aqui temos nossa vida e família, aqui deixamos nossa mensagem de esperança e agradecimento a toda essa gente que trabalha para que seus filhos possam sonhar com um futuro próspero. Temos muito respeito e carinho pelo povo desse município, homens e mulheres que com suas mãos sabem valorizar o fruto da terra. Feliz aniversário, Candiota! Terra amada! Luiz Carlos Folador Prefeito
Paulinho Brum Vice-prefeito
FAT - Jornal Minuano | CNPJ: 87415725/0012-81 EXPEDIENTE: Edição: Felipe Valduga - Comercial: Adriana Robaina Reportagens: Sidimar Rostan, Melissa Louçan, Yuri Cougo Dias e Jaqueline Muza Fotos: Yuri Cougo Dias - Criação gráfica e diagramação: Mário Pereira www.jornalminuano.com.br
Reivindicação por melhorias estimulou criação de município A paisagem da Campanha gaúcha foi drasticamente modificada por uma onda democrática, na primavera de 1991, quando um município brotou do papel. Para além de um novo mapa político regional, as filas formadas em colégios eleitorais, por conta do plebiscito realizado no segundo domingo de novembro, dariam origem a novas identidades. O nascimento de Candiota passou pelas urnas, em um processo concluído no dia 24 de março de 1992, com a publicação da lei que formalizou a emancipação e o definitivo desmembramento de Bagé. O gentílico que designa os naturais de Candiota, entretanto, foi originalmente empregado antes mesmo da votação. O termo candiotense está na carta aberta à população do então distrito de Bagé, assinada pelo presidente da Comissão Pró-Emancipação, Tailor Lima, através da qual, passados 30 anos, é possível enxergar os fatores que contribuíram para a deliberação por maior autonomia política e administrativa. “Vamos nos divorciar de Bagé. Não podemos conceber que o poder público de Bagé continue levando os fartos recursos de Candiota, colocando-nos diante da pobreza e vilas sem serviços básicos, que se proliferam aos olhos de todos”, pontua o manifesto. O documento datilografado integra o acervo mantido por Lima, com relíquias do movimento de emancipação. Entre as memórias estão camisetas, cartas, adesivos e até modelos de cédulas utilizadas no pleito. Detalhes de todo o processo, com aspectos sobre a conjuntura política (que envolvia o governador Alceu Collares, natural de Bagé), e sobre a delimitação do território (com a intenção inicial de contemplar a área do atual município de Pedras Altas), o presidente do colegiado reservou para o livro ‘Candiota, Terra de Riquezas, Lutas e Conquistas - uma Viagem no Tempo’, lançado em 2016, pela editora Renascença. Na publicação, Lima relembra o movimento organizado contra a emancipação, que totalizou 71 dos 1,9 mil votos contabilizados pela Justiça Eleitoral no plebiscito, observando que mais
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Memória: Camiseta da campanha em defesa da emancipação
da metade da população, contingente necessário para validar a consulta plebiscitária, havia comparecido às urnas por volta das 15h. A campanha pelo ‘sim’, em defesa da criação do município de Candiota, com sua configuração geográfica singular, alcançaria uma aprovação de 95%, totalizando 1.810 votos. Também foram registrados quatro votos em branco e 15 nulos. O resultado das urnas encerrou o debate emancipacionista, pauta antiga da região. A primeira mobilização, iniciada na década de 1960, durante o período da ditadura militar, por moradores de Seival, núcleo urbano do então distrito de Candiota, conquistou o apoio de lideranças do MDB, mas não prosperou. Passadas três décadas, a retomada da mobilização seria viabilizada por uma nova conjuntura política, através da participação popular. “Ilogicamente, após o processo de redemocratização do Brasil, na década de 1980, se acentuavam as carências de políticas públicas em Candiota, com total indiferença dos agentes públicos dos municípios de Bagé e Pinheiro Machado”, contextualiza Lima. A legislação que amparou a emancipação previa que a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios deveriam preservar a continuidade e a unidade histórico-cultural do ambiente urbano. O processo iniciou com requerimento dirigido à Assembleia Legislativa, subscrito pelo Presidente da Comissão Emancipacionista, com o endosso de eleitores residentes e domiciliados na área que seria emancipada. Também coube a comissão elaborar o mapa do futuro município, com a descrição sistemática
das divisas, um memorial descritivo de estabelecimentos mercantis e industriais, unidades de ensino e hospitalares, associações esportivas, sociais e culturais, e o número de propriedades rurais, bem como indicar a localidade que seria sua sede. O presidente da Comissão Pró-Emancipação observa que ‘os ideais emancipacionistas surgiram ao natural, a partir do desfoco social das estatais CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) e CRM (Companhia Riograndense de Mineração) e do surgimento de novas comunidades, como João Emílio, São Simão e os assentamentos da reforma agrária, muito distantes dos das sedes dos municípios de Bagé e Pinheiro Machado’. A instalação de Candiota foi formalizada em 1993, com a posse de Odilo Dal Molin, prefeito eleito no pleito realizado no ano anterior. A legislação autorizava o Estado a antecipar duas parcelas do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a serem compensadas ao longo dos 10 meses subsequentes. Antes da instalação, a administração e a contabilidade da receita e da despesa do novo município foram feitas em separado pelas prefeituras de Bagé e de Pinheiro Machado. Para Lima, em 30 anos de autonomia política e administrativa, ‘Candiota experimentou extraordinários avanços pela melhoria da condição humana, notadamente nas áreas de geração de emprego, habitações populares, pavimentação, calçamento e rede de esgoto’. “Com orgulho, vejo Candiota se consolidando como polo no eixo do complexo carbonífero e energético da região da Campanha”, comemora.
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“Candiota tem dois corações, que são nossas usinas”, define Folador Enfático na defesa do mineral que confere à cidade de Candiota o status de capital nacional, o prefeito Luiz Carlos Folador, do MDB, esbanja conhecimento técnico acerca de processos e estatísticas que envolvem a complexa cadeia produtiva do carvão. E o chefe do Executivo também sabe simplificar o discurso, recorrendo à uma analogia que ilustra muito bem a importância do recurso para o município. “Candiota tem dois corações, que são nossas usinas. Um é a CGT Eletrosul e o outro é a Pampa Sul. Para que possam pulsar e gerar energia, estes corações precisam de sangue. E o sangue que circula pelas veias das termelétricas é o nosso carvão, que é o que faz com que Candiota exista como cidade”, define. Ao lado do vice-prefeito, Paulinho Brum, do PSDB, Folador não foge ao debate que ameaça a indústria candiotense, definindo o carvão como ouro negro. “A CRM, instalada aqui, extrai o mineral com muita tecnologia, equipamentos de ponta. Posterior à mineração, regeneram o solo. O mesmo trabalho ambiental é feito pela Copelmi. Na geração de energia, é utilizado cal no processo de dessulfurização. Se formos num dia ensolarado na frente da usina, é como se não estivesse funcionando, porque não tem emissão de material particulado. O que há é emissão de vapor d’água. Estudos atestam a qualidade do ar de Candiota, monitorada por estações específicas, com controle rigoroso, e também existe todo um cuidado com a água, por parte das empresas. Temos muitos argumentos para defender o setor”, justifica. Em oposição às diferentes iniciativas que contrariam a perspectiva de exploração do mineral abundante em Candiota, o prefeito observa que o carvão responde por 1,5% da matriz energética nacional, percentual que igualmente emprega para defender a ampliação de sua participação através de projetos ligados ao município. “A população candiotense pode ter certeza de que a vinda de novos empreendimentos, com licenciamento ambiental, acompanhado pelo Ibama, pela Fepam, por todos órgãos de fiscalização, atenderá aos parâmetros de qualidade do meio ambiente. Estamos falando de usinas supercríticas, com tecnologia de primeiro mundo, que geram mais energia com menor quantidade de carvão, e, consequentemente, menos emissões”, argumenta.
Para Folador, o custo com a importação de energia, por parte do Brasil, formalizada por meio de uma rede que conecta o país a sistema do Uruguai, em estrutura construída a partir de Candiota, poderia ser reduzido com a implantação de novas usinas termelétricas no município. “O carvão tem importância estratégia para a matriz energética porque é uma fonte segura. Oferece o que podemos chamar de energia de base, para evitar apagões. Não podemos ter preconceito com a utilização da energia a partir do carvão. Se a Austrália e a China, para citar dois exemplos, usam o carvão, porque nós não podemos continuar utilizando, trazendo novos empreendimentos, com valor mais barato do que a energia gerada pelo gás?”, questiona. O prefeito também aponta o reflexo do setor para a economia local, estimando que aproximadamente 70% da arrecadação de Candiota provém da geração térmica de energia elétrica e de outros empreendimentos ligados à cadeia produtiva carvão, que envolve o processo de mineração e a produção de cimento com a utilização de cinzas. “Geramos empregos de qualidade, inclusive, para pessoas de Bagé, de Pelotas, Hulha Negra e Pinheiro Machado, que se deslocam para as usinas, para trabalhar nas minas, desempenhar diferentes funções na fábrica de cimento e até mesmo para atuar na Câmara ou na Prefeitura, colaborando na construção do nosso município”,
Recursos Mais de 95% da população de Candiota conta com tratamento de esgoto e pelo menos 90% é abastecida com água potável, conforme projeção do Executivo. “O município presta bons serviços graças a arrecadação de impostos. Temos a maior parte das ruas pavimentadas, programas de habitação, apoio aos produtores rurais, tudo graças a arrecadação de impostos”, relaciona Folador. Parte das receitas oriundas da indústria do carvão é destinada à educação. “Pagamos bolsas para alunos que fazem curso do Senai. Estamos implantando a educação infantil em tempo integral e pretendemos implantar um polo de educação no Centro Cultural da Candiota I. Estamos recuperando um prédio e vamos investir em recursos humanos”, revela. Entre os investimentos recentes,
no campo da educação, estão o refeitório da escola Neli Betemps, no bairro João Emílio, e a usina fotovoltaica da Escola Municipal de Educação Infantil Odete Lazzare Corrêa. O projeto para a instituição, localizada na sede do município, prevê, ainda, a construção de refeitório e seis novas salas de aula. Recursos estão reservados para um programa de habitação, direcionado ao Seival, para projetos de abastecimento de água, com foco na aquisição de equipamentos, e para a ampliação de serviços na área da saúde, demandada por conta da pandemia de Covid-19, e reforçada com a aquisição de um aparelho de raio-x digital, que opera desde fevereiro deste ano. “A projeção é investir, em dinheiro próprio, R$ 6 milhões, apenas este ano”, projeta Folador.
FOTOS YURI COUGO DIAS
Um novo caminho
Candiota completa 30 anos diante da expectativa de solução para uma demanda histórica. Articulada pelo município, a recuperação do pavimento asfáltico da rodovia Miguel Arlindo Câmara (MAC), que interliga os núcleos habitacionais da cidade, será custeada com um investimento superior a R$ 11 milhões, viabilizado através de convênio assinado com o governo do Estado, por meio do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). O projeto, que prevê uma contrapartida de R$ 1,8 milhão por parte da Prefeitura, oficializa a municipalização da via, encerrando um movimento marcado por inúmeras paralisações e articulações políticas. “A MAC será feita integralmente, com acostamento, sinalização horizontal e vertical. Serão 15 quilômetros de recuperação da malha que hoje está precária. Num período de oito meses, nossa meta é estarmos com a MAC pronta”, estima Folador. Pelo menos três propostas de federalização da MAC foram arquivadas em Brasília. A discussão iniciou em 2010, antes da operação da Fase C, quando o senador Paulo Paim, do PT, tentou incluir a via no plano nacional de viação. O petista argumentava que ‘a rodovia já não estava adequadamente mantida para o tráfego’ e que sofreria ‘uma solicitação maior com a ampliação (da usina), aumentando os riscos para veículos de passageiros e cargas’. O então senador Aloysio Nunes apresentou parecer pela inconstitucionalidade em 2014, e, logo, a matéria foi arquivada.
Prefeito não foge ao debate, definindo o carvão como ouro negro
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Mineração de carvão avança incorporando novas rotinas de preservação Alcançando uma produção mensal de aproximadamente 150 mil toneladas de carvão, destinadas principalmente para a geração energia, a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) explora a maior cava a céu aberto do mineral no Brasil, em Candiota, com avanços nas rotinas de preservação ambiental. Contrastando com o cenário anterior à emancipação, o modelo de extração praticado em 2022 permite uma forma mais eficiente de recomposição. O superintendente de Operações da Mina de Candiota, Murilo da Luz, explica que o solo é recomposto por camadas, em um trabalho que só é viável graças à forma de mineração. “Camadas são removidas individualmente até alcançar o carvão. Cada camada de solo retirada é depositada em um local que está sendo recuperado. A recomposição inicia com uma camada de cinzas. O material corresponde à parte do produto que retorna da usina, após o processo de geração de energia”, detalha. A recomposição, de acordo com o superintendente Administrativo da Mina de Candiota, Gildo Feijó, deixa a área no nível em que estava antes da mineração. “Para quem olha o resultado final, é praticamente impossível perceber que se trata de uma área minerada”, enfatiza, ao observar que outra parte das cinzas é destinada, pelas usinas, às indústrias de cimento instaladas em Candiota e em Pinheiro Machado. “O uso da cinza na produção de cimento é uma solução ambiental, porque essa cinza já foi queimada”, pontua o gestor. Não existem barragens de rejeitos, mas a preocupação com
FOTOS YURI COUGO DIAS
Unidade alcança produção mensal de aproximadamente 150 mil toneladas do mineral
a água é uma constante, envolvendo um programa de controle de qualidade. Cinco dos cerca de 280 servidores que atuam na unidade de Candiota exercem funções no horto responsável pelas espécies utilizadas para a cobertura vegetal, na última etapa de recomposição das áreas mineradas. Com três estufas, o setor tem capacidade para armazenar aproximadamente cinco mil mudas de 55 variedades, a grande maioria nativa. A produtividade do solo, conforme o superintendente de Operações da Mina de Candiota, pode ser recuperada em um período entre 12 e 24 meses. “A imagem de uma forma operação dos anos 80, quando a Dragline fazia a descobertura da mina sozinha, puxando todo o material, ficou
muito marcada. Hoje o material que é recomposto não se mistura. E, enquanto se está fazendo a recuperação das áreas, também está aditivando o solo. A área fica recomposta, em primeiro lugar, sem pedras; e, segundo, sem irregularidades”, enumera. Apenas as cavas destinadas à empresa Meioeste Ambiental não passam pelo processo de recomposição, servindo ao Aterro Sanitário da Metade Sul, que recebe resíduos sólidos de cerca de 30 municípios gaúchos. O gás gerado pelo aterro é encaminhado para uma estação da Figueira Energia, instalada dentro da unidade, e que tem capacidade para produzir até 3.000KWh, em um ciclo de produção ambientalmente sustentável. A gaseificação e a produção de fertilizantes estão entre as al-
ternativas para o futuro do carvão defendidas pelos superintendentes. “A geração de energia elétrica é necessária. E pode ser feita com eficiência cada vez
maior, investindo em tecnologia. A cadeia produtiva do carvão tem potencial para crescer e gerar ainda mais desenvolvimento para toda a região”, avalia Murilo.
Murilo da Luz explica que solo é recomposto por camadas
Feijó destaca que recomposição deixa área no nível em que estava antes da extração
Clima de expectativa pela criação da política nacional do carvão O único representante da região no Congresso Nacional tem a defesa do carvão como bandeira prioritária. E a atuação do deputado federal Afonso Hamm, do Progressistas, vai além do discurso. “Apresentamos uma emenda à Medida Provisória que trata sobre a questão das tarifas elétricas, com o objetivo de estabelecer um conceito que chamamos hoje de transição energética justa”, explica o parlamentar. Diante do compromisso assumido pelo Brasil, durante a COP26, a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, de reduzir em 50% a emissão de gases poluentes até 2030 e neutralizar a emissão de carbono até 2050, Hamm busca a criação de uma política nacional específica para o setor carbonífero. “Não ficamos proibidos de usar o carvão. Essa é a primeira grande interpretação que tem que ser feita. Enten-
demos que precisamos buscar, ao longo desses anos, investimentos necessários, principalmente na área de pesquisa e inovação, para evoluir, porque já existe tecnologia em desenvolvimento em outras partes do mundo”, justifica. O deputado, que é vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Carvão Mineral, classifica as usinas térmicas em operação no município de Candiota como estratégicas. “Tanto a Fase C, que é hoje uma usina modernizada, produtiva e competitiva, quanto a Pampa Sul, que é de última geração, queimam menos carvão e geram mais energia. Os controles de poluição em particulados e gases têm uma sensível redução. Portanto, as usinas atendem aos anseios ambientais e estão dentro do conceito de sustentabilidade”, defende. Hamm reivindica a criação de um programa de governo para es-
timular o setor em duas linhas de atuação: geração de energia e criação de novos produtos. “Temos um potencial absurdo na parte industrial, para produzir, por exemplo, adubos nitrogenados, que hoje o Brasil importa. Podemos produzir ureia e sulfato de amônia. Temos o potencial cerâmico e para a produção de cimento. É possível fazer plástico através do carvão. As potencialidades têm impacto positivo na economia e na vida das pessoas”, avalia. A perspectiva da produção de fertilizantes, em um contexto de demanda por segurança alimentar, está entre um dos principais argumentos empregados por Hamm na defesa do mineral. Mas ele não é o único. “Geramos empregos na mineração, na CRM e na Copelmi, no transporte e no processamento. Temos um tripé da sustentabilidade, com a atividade econômica que se
gera em toda a região. Quando defendemos o carvão, defendemos milhares de postos de trabalho, defendemos as nossas usinas, que precisam renovar os contratos, no caso de Candiota, por, no mínino mais 15 anos”, pondera. O programa almejado por Hamm engloba as jazidas de Santa Catarina, do Paraná e do Rio Grande do Sul, especialmente a região de Candiota. “Não temos constrangimento em defender o carvão. Muito pelo contrário. Temos orgulho grande dessa riqueza disponível, que gera cenários de oportunidades. Defendo os projetos da Nova Seival e da Ouro Negro (previsto para Pedras Altas). Temos que envolver as nossas universidades na discussão sobre o futuro e procurar eleger governos que façam a defesa do carvão. Quem não tem compromisso com nosso carvão, não serve para nos representar”, sentencia.
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Emenda apresentada por Hamm busca estabelecer conceito de transição energética
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Usinas simbolizam transformações que modificaram indústria da energia DIVULGAÇÃO
YURI COUGO DIAS
Juntos temos um mundo para construir. Complexo da CGT Eletrosul foi inaugurado em 1974
Pampa Sul entrou em operação em 2019
A trajetória de evolução do processo de geração de energia elétrica por usinas térmicas movidas a carvão passa inevitavelmente por Candiota. “Um país não se pode industrializar, não pode sequer superar as condições primárias do seu atraso, sem que nele o trabalho disponha de equipamento energético, característica da civilização moderna”, disse o presidente da República, João Goulart, ao dar o primeiro passo no sentido do estabelecimento de um setor que impulsionaria o desenvolvimento da região da Campanha gaúcha, com a inauguração da Candiota I, em dezembro de 1961. Pioneira na utilização do carvão mineral como fonte para a geração de energia no Pampa, Candiota I foi desativada em 1974, com a inauguração da Candiota II, e tombada como patrimônio industrial do Rio Grande do Sul, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) em 2013. O tombamento considera o valor artístico e de referencial urbano. Também foram tombadas a volumetria original de todos os edifícios, a modenatura das fachadas e vãos de todas as edificações, as esquadrias externas, a cobertura original e os detalhes construtivos que caracterizam a concepção original do complexo, restaurado para abrigar um centro cultural.
na atmosfera, com qualificação do sistema de filtragem”, enumera. Espalhadas pela cidade, estações de monitoramento da qualidade do ar formam redes que permitem às usinas verificar de forma contínua as emissões atmosféricas. Na operação da Fase C da CGT Eletrosul, por exemplo, as medições são registradas a cada hora e os dados são transmitidos em tempo real para o Ibama. Para o controle das emissões atmosféricas e de efluentes líquidos, a termelétrica conta com queimadores de baixa emissão de óxidos de nitrogênio, filtros eletrostáticos e um sistema de dessulfurização de gases, além de duas plantas de reapro-
De acordo com o Iphae, o conjunto (de Candiota I) reúne valores que qualificam a arquitetura industrial, de tendência modernista, introduzindo na região um fazer arquitetônico com tecnologia construtiva já presente em centros mais industrializados. A unidade operava com três caldeiras aquatubulares e dois turbogeradores de 10 MW. Antes de ser consumido, o carvão passava pelo processo de pulverização. A cinza proveniente da termelétrica cobria quintais e telhados. O cenário mudou com mudanças introduzidas pela legislação e pela ação da tecnologia. Quando Severino Rudes Moreira, 68 anos, deixou Santana da Boa Vista, a operação de Candiota I estava sendo encerrada. O início da operação de Candiota II, Fase A, unidade onde trabalharia até se aposentar, inaugurava um novo período industrial, que evoluiu com a Fase B, nos anos 80, a Fase C, em operação desde 2011, e a UTE Pampa Sul, inaugurada pela Engie, em 2019. “Avançou muito em tecnologia, proteção ambiental, qualificação funcional e até na diversificação. Passaram a usar subprodutos, como aproveitamento de cinzas para fabricar cimento. A recomposição do solo minerado se tornou mais eficiente. Também reduziu muito a emissão de cinzas e gases
veitamento de efluentes (sanitário e industrial), bacias de contenção e tratamento de efluentes pluviais e sistema de reaproveitamento de efluentes líquidos. Moreira atribui às usinas papel crucial para o desenvolvimento de Candiota. “Têm importância total, afinal, é através delas que se dá o progresso do município, a geração de empregos. Acho que Candiota existe e é esse lugar maravilhoso que é, justamente pela existência das termelétricas. Foi a produção de energia que transformou Candiota em uma potência econômica, além de ser o melhor lugar para usina térmica, por estar em cima das jazidas e carvão”, salienta. YURI COUGO DIAS
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Candiota I é tombada como patrimônio industrial do Rio Grande do Sul
O que você espera de Candiota? “Sou de Lavras do Sul e moro na cidade há três anos. As pessoas de outros lugares vem para cá porque é uma cidade boa, que acolhe. Tenho percebido que a cidade cresceu e está evoluindo e ainda vai melhorar mais, tem muito para crescer. Eu amo Candiota”. Dalka Belmonte, 60 anos, do lar. “É uma cidade maravilhosa. Sempre morei aqui e criei meus filhos nesta cidade. Mas o que espero é mais empregos, principalmente postos de trabalho para mulheres”. Soraia Azambuja Rijo, 29 anos, do lar.
“Sou de Bagé e estou há 40 anos aqui. É um lugar que traz muita gente de fora para viver e trabalhar, principalmente nas usinas. Dificilmente não tem trabalho neste setor. Mas ainda esperamos muitas melhorias e algumas obras, como a construção de novas usinas”. Luiz Calor Rodrigues, 60 anos, aposentado. “Moro há 22 anos aqui, mas sou natural de Lavras do Sul. De 2005 a 2008, andei muito por outros estados, para trabalhar, mas hoje não troco a cidade por nada. Não tem dinheiro que me tire daqui, onde tenho meu emprego e minha família estabelecida. Mas realmente, a expectativa é melhorar sempre, então precisamos de mais empregos, em obras de novas usinas, quem sabe, que movimentam muito a cidade.” Marcelo Girardi, 39 anos, montador de andaime.
“Sempre morei aqui e não pretendo sair, é uma cidade muito calma. Mas precisamos de mais obras, para gerar mais empregos. Eu estou desempregada desde 2018, por exemplo”. Jaqueline Pereira, 34 anos, do lar. “Sou natural de Hulha Negra, mas estou aqui desde 2001 e acho a cidade muito boa. É daqui que tiro o sustento da minha família. É uma cidade muito próspera, mas é preciso ter persistência e trabalhar muito. Acho que o que mais nos faz falta hoje é mais oportunidade de educação e emprego para os jovens e ampliação no hospital, para não precisar sair daqui quando precisamos de algum tratamento.” Valtencir Amaro, 49 anos, operador de máquinas.
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Candiota de várias potencialidades Como a diversificação de culturas está mudando a realidade da produção familiar? Quando se fala na matriz produtiva de Candiota, o primeiro pensamento que vem à mente - de forma totalmente justificável - é a extração de carvão e, consequentemente, produção de energia termelétrica. Mas a verdade é que o município também possui longas raízes calcadas no setor primário, com grande diversificação de culturas. A soja, atualmente, lidera o setor, enquanto o sorgo e milho vêm atrás, mas também com produções em larga escala. Dados de 2018, do Perfil das Cidades Gaúchas elaborado pelo Sebrae, indica que naquele ano, o município teve 18.618 hectares plantados, com 83% deles ocupados por soja. Sorgo e milho vêm logo em seguida, com 5,4% cada; arroz, ocupando 2,4% do espaço, e melancia, com 1,6%. Contudo, a tendência de diversificação do setor produtivo tem trazido, nas últimas décadas, alguns produtos de incremento. São produções que podem ser realizadas em áreas pequenas, mas com alto valor agregado. Entre os principais exemplos estão a produção de uvas, oliveiras e noz-pecã. Com clima temperado, ideal para estes cultivares, as áreas de produção vêm crescendo. De acordo com dados da Emater, de Candiota, o município possui área de quase 107 hectares destinados às oliveiras - 80 deles em apenas uma propriedade (Batalha Vinhas e Vinhos) e os outros 27 hectares divididos entre outros seis produtores. Em relação à vinicultura, o município possui 217,46 hectares de plantação utilizada para produção de vinhos finos em escala, sendo os principais produtores a Miolo, Bueno Wines e Vinhos Batalha. Mas o município também conta com produção de uvas de mesa, principalmente da variedade Bordeaux, tendo em torno de 14 produtores em áreas de 0.5 hectare cada - ou seja, produção de uva de mesa familiar abrange cerca de sete hectares no município. Já a produção de noz-pecã abrange uma área de cerca de 23 hectares do município, sendo 15 hectares de um único produtor e outros 7.8 hectares em desenvolvimento, distribuídos entre sete produtores familiares nos assentamentos da reforma agrária. Além disso, o chefe do escritório municipal da Emater, Matheu Caetano, explica que o órgão encaminhou o cadastro de três agroindústrias familiares para o Programa Estadual de Agroindústria Familiar.
A primeira agroindústria certificada do município Uma destas agroindústrias, a San Antônio, pertence à família Hindersmann - foi a primeira, em Candiota, a receber o Certificado de Inclusão no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf). De propriedade do casal Antônio e Nilce - que levam ao pé da letra a ideia de diversificação de matriz produtiva - a agroindústria produz vegetais minimamente processados, panificados, doces em pasta e suco integral de uva. A família hoje atua com hortifrutigranjeiro, criação de
bovinos e ovinos, apicultura e piscicultura, além do beneficiamento de frutas, processamento de vegetais e panificação. O casal de Arroio do Tigre chegou ao município em 2005, com a ideia de trabalhar com sementes. Contudo, este mercado foi se automatizando e agregando mais tecnologias à que os Hindersmann não tinham acesso. Assim, em 2013, resolveram migrar para a produção de hortifruti. Nesta época, participando de um projeto do Governo Federal, começaram o fornecimento de alimentos in natura para abastecer as escolas da rede pública do município. Com o tempo, perceberam que fazer o beneficiamento das frutas - entregar os alimentos em polpa para produção de sucos, por exemplo - agregaria mais valor ao trabalho do casal. Em 2017, ampliou ainda mais a matriz ao incrementar a produção com o cultivo de uva. Atualmente, os 14 hectares da família são muito bem aproveitados com o cultivo de melão, melancia, amora, ameixa, goiaba, cítricos para produção de polpa, aipim, couve, abóbora, milho, tanque de peixes, criação de frangos, bovinos e ovinos. Para a produção perene - noz-pecã, oliveira e uva - o casal destina três hectares da propriedade. Além do consumo próprio, todos os alimentos também abastecem a agroindústria familiar. O casal já tem destino certo para parte da produção de frutas, com o fornecimento para a merenda escolar, mas agora também está em fase final do processo de registro de produção de suco integral de uva, em que 90% da produção também deve ser fornecido às escolas da rede pública, garantindo alimentação de qualidade para os estudantes e renda para os pequenos produtores através dos programas Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e de Aquisição de Alimentos (PAA). “Sempre recebemos muito apoio. Por exemplo, só temos uvas e oliveiras porque conseguimos através de um projeto feito pelo município. Só a noz-pecã que tivemos que pagar. Mas sempre recebemos um bom suporte, tanto do município quanto do governo federal, com projetos que apoiam o pequeno produtor e a diversificação de culturas”, comenta Antônio.
Noz-pecã e a aposta em culturas perenes para retorno em longo prazo Mesmo com uma produção relativamente pequena, se comparado aos três maiores produtores, o Brasil já se destaca no cultivo de noz-pecã. Em 2019, por exemplo, o país conquistou o quarto lugar no ranking das maiores produções, com 3,5 mil toneladas, ficando atrás do México (145,5 mil toneladas); Estados Unidos (126,5 mil toneladas); e África do Sul (18,2 mil toneladas). Um cálculo realizado pela Associação Brasileira de Nozes, Castanhas e Frutas Secas (ABNC), aponta um aumento de cerca de 1 mil hectares de produção por ano, devido ao retorno financeiro oferecido pela cultura através da diversificação agrícola.
Artêmio Parcianello é um dos pequenos produtores que apostaram no plantio de noz-pecã para diversificar a própria matriz produtiva. Ele conta que iniciou o plantio há cerca de sete anos, aliando a produção a parcerias que já possuía, à época, de plantio de soja e criação de ovelhas. Atualmente, a nogueira é seu principal foco, já que Parcianello vê nesta alternativa uma possibilidade de rentabilização a longo prazo. Para ele, a produção de nozes para o pequeno produtor deve ser vista como um “plus”, um adicional a outro tipo de produção já existente por se tratar de um cultivo perene, assim como vinicultura e olivicultura - que ocupam menor espaço, mas conferem boa rentabilidade apenas em médio e longo prazo. “A nogueira é uma atividade importante para o pequeno produtor para diversificar a renda a partir do oitavo, décimo ano”, comenta. Ele acredita que o cultivo de nozes apenas não é maior na região porque os produtores costumam esperar retorno de forma mais imediata - contudo, com um bom investimento de recursos e paciência, ao fim da primeira década o produtor pode esperar obter entre até R $50 mil por hectare, anualmente. Publicado em 2018, o livro Alternativas para diversificação da agricultura familiar de base ecológica traz um capítulo sobre a Cultura da noz-pecã para a agricultura familiar assinado por Rudinei de Marco, Antônio Davi Vaz Lima e Carlos Roberto Martins - onde é apontado que “a nogueira-pecã se adapta com facilidade à região de clima temperado e subtropical. Com um bom custo-benefício, já que requer baixo custo de manutenção, o pomar pode ser explorado economicamente por até 60 anos. “Além disso, a noz-pecã, após ser colhida, secada e armazenada adequadamente, pode ser comercializada durante um longo período, fugindo da época da safra, quando os preços são mais baixos”, destaca a publicação. Outro ponto importante é a possibilidade de consórcio da produção e noz-pecã com a pecuária a partir do terceiro ano de produção. “O sombreamento em pequena escala melhora o conforto térmico dos animais e a palatabilidade das pastagens”, aponta o estudo. Justamente por esses fatores, Parcianello enxerga na produção de noz-pecã - assim como na produção de uvas e oliveiras -, casada a outras culturas, a possibilidade de estabelecer novas matrizes produtivas para assegurar a estabilidade econômica do município. “Hoje nós temos extração de carvão, termelétrica, geração de renda. Mas daqui a 20,30 anos, será que o carvão ainda vai ser a referência? Por isso é importante estruturar a economia baseada em mais de um pilar, porque assim o município nunca vacila. Se hoje deu uma queda de um lado, o outro sobe e segura. É uma atividade que, a médio e longo prazo, pode dar estabilidade muito grande para o produtor e um retorno positivo para o município, mas tem que ter investimento e apoio”, aponta.
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MAC: a estrada que conecta os bairros YURI COUGO DIAS
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Esperança O mineiro Jorge Luís Castro Martins, de 43 anos, transita na MAC desde o ano 2000. Ele trabalhou por sete anos na Entel Construtora e Transporte e, há 15 anos, está na Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Martins conta que, ao longo do tempo, a estrada foi se degradando e ninguém assumia a via. “Era um jogo de força se era do Estado ou Federal, e o município não tinha como manter”, recorda. O trabalhador relata que, durante todos esses anos, mudou muito o tamanho dos caminhões e a forma de transporte, por haver uma fábrica de cimento com muita carga. E, inclusive, houve a implantação de mais uma termelétrica e o aumento na silvicultura. “Quando começaram a transportar madeira, a estrada piorou bastante. Foram fazendo serviços paliativos mas, agora, vai sair uma nova estrada. É um sonho”, garante. Martins lembra que, ao longo dos anos, houve muitos acidentes no local, uns fatais, devido à falta de sinalização e buracos e outros menos graves. Agora, com essa possibilidade de revitalização, ele acredita que vá melhorar muito, em especial para dar mais segurança aos inúmeros trabalhadores que por nela transitam diariamente. “Estamos com esperança de que a obra saia. Tem muitas pessoas envolvidas para que a melhoria seja feita”, reconhece.
Reivindicações O presidente do Sindicato dos Mineiros, Hermelindo Ferreira, salienta que a entidade participou de várias mobilizações, em 2013, após acidentes graves e fatais que aconteceram na via. Ele explica que o movimento foi realizado entre várias entidades e foram articuladas paralisações na MAC, inclusive fechando o trânsito na estrada. Na ocasião, as primeiras reivindicações resultaram na implementação de quebra molas nas entradas dos bairros João Emílio e em Dario Lassance, para reduzir riscos. “Após, não houve mais registros de acidentes graves na via”, comenta. Para Ferreira, todas as intervenções de melhoria na Miguel Arlindo Câmara são muito importantes e considera que a melhoria projetada, por parte do Governo do Estado em parceria com a Prefeitura, é fundamental. O sindicalista salienta que a MAC é uma estrada importante para a região. No local, transitam principalmente veículos de grande porte, que conduzem trabalhadores, veículos de carga que vão para as duas usinas e também as minerações na região. “É preciso contabilizar. Há um fluxo muito intenso de veículos de grande porte e este movimento de melhoria na MAC vem em muito boa hora”, relata. Rodovia, que será totalmente revitalizada, é principal via da Capital do Carvão
Após quase 30 anos, a rodovia Miguel Arlindo Câmara, a denominada MAC, em Candiota, deve passar pela primeira intervenção total em todo seu trecho de 14,6 quilômetros desde sua construção. A obra foi contemplada através do Programa Estadual Avançar e a Prefeitura lançou, nesta semana, a licitação para contratar a empresa responsável pela obra. O convênio foi assinado em janeiro, entre a Prefeitura e o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). A MAC liga a BR-293 à Usina Termelétrica (UTE) Presidente Médici, administrada pela CGT Eletrobras. A rodovia foi construída em 1973, pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Após a emancipação do município (em 1992) e a transferência da termelétrica para a Eletrobras, a administração da rodovia ficou indefinida até, recentemente, o município assumir a responsabilidade pelo trecho. A proposta revitalização total visa à melhoria da infraestrutura da principal via de acesso à cidade, interligando de forma direta a BR-293 os seis núcleos urbanos e a zona rural do município. O projeto contempla a aplicação de capeamento asfáltico sobre pavimento existente, sinalização horizontal e vertical e acostamento com um investimento total de R$ 11,7 milhões,
sendo R$ 9,9 milhões em recursos do Estado. A estrada também é a principal via de escoamento da produção agrícola, a indústria cimenteira e ligação com polo de geração de energia estabelecido em Candiota, que conta com duas usinas termelétricas e duas mineradoras, além receber o tráfego do Aterro Sanitário que atende várias cidades e regiões do Estado e do setor de silvicultura. Com a melhoria, o município pretende fomentar a agroindústria no atendimento de demandas de amplo efeito sócio-econômico para o desenvolvimento do setor agropecuário e turístico, melhorando as condições e reduzindo os gargalos nos corredores de transportes, previamente estabelecidos e priorizados dentro do modelo de infraestrutura. A intenção é que o asfaltamento melhore a trafegabilidade, favorecendo, desta forma, o escoamento da produção, além de dar condições para aumento da produção tanto a rural, industrial, cimenteira e do polo de geração de energia, potencializando ações de geração de renda para os mais diversos atores da comunidade. Também irá favorecer o transporte para a Educação, Turismo e a Saúde.
Crescimento populacional pode incrementar receitas candiotenses Candiota cresceu geográfica e demograficamente com a emancipação. De acordo com dados dos Censos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município tinha 2.690 domicílios em 2000, antes de completar uma década de autonomia administrativa, passando para 3.542 em 2010. No mesmo período, a população residente passou de 8.054 para 8.771. No ano passado, de acordo com projeção do IBGE, 9.707 pessoas moravam em Candiota. Com o novo Censo, que será realizado este ano, a cidade vive a expectativa de ultrapassar a marca de 10 mil habitantes, inaugurando um novo período. A faixa populacional é estratégica para as receitas das prefeituras. A distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que representa uma das principais fontes de arrecadação das cidades brasileiras, é feita pela União, com base nas estimativas populacionais. Pela legislação em vigor, as cidades são classificadas por coeficientes estabelecidos a partir de uma tabela elaborada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), com base em dados do IBGE, que considera a população de cada município. Para Candiota, o recenseamento pode permitir uma mudança de faixa e o direito a uma fatia
maior na divisão do bolo tributário. O FPM representa a principal fonte de recursos no ranking das transferências federais formalizadas pela União para a Prefeitura de Candiota, seguida pela Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), uma espécie de royalties pago pelas mineradoras a estados e municípios. Em 2020, os valores transferidos pelo Fundo e pela Cfem, ao município, totalizaram R$ 8,8 milhões. Caso ultrapasse a marca dos 10 mil habitantes, o incremento na receita pode chegar a R$ 2,5 milhões por ano, a partir de 2023. Candiota apresenta uma configuração peculiar, marcada pelas distâncias entre a sua sede e os bairros João Emilio, São Simão, Seival, Vila Operária e Vila Residencial, o que torna a administração mais complexa, inclusive, no contexto de expansão. A estratégia da Prefeitura para alcançar o que define como meta populacional está alicerçada na política habitacional e na ampliação de serviços. “Pretendemos instalar lâmpadas de LED, com vida útil de 20 anos, em todos os bairros. Também trabalhamos um projeto para 89 novas moradias e conquistamos recursos para a construção de 100 banheiros”, destaca o prefeito Luiz Carlos Folador.
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FOTOS YURI COUGO DIAS
Emancipação garantiu autonomia de Hulha Negra
Lixo recolhido de carroça, iluminação precária, pontes de madeira, esgoto correndo a céu aberto e ruas sem pavimentação. A Hulha Negra das memórias de Neuza Malaguez Garcia, 70 anos, não guarda semelhanças com a cidade que completa 30 anos de emancipação neste março de 2022. “Os serviços avançaram muito. A Prefeitura está sempre ajeitando, sempre melhorando as condições. Independente de prefeito, tudo foi sempre avançando no município”, avalia a servidora pública aposentada. Dona Neuza, como é conhecida, integrou o primeiro quadro de servidores de Hulha Negra, atuando como servente de merendeira em uma estrutura que representa bem as transformações experimentadas pelo município em três décadas. “A Prefeitura foi inicialmente instalada na escola Monteiro Lobato, onde trabalhei por 15 anos. Quando entramos no prédio, me perguntei se seria possível aguentar a situação que encontramos. Tinha muito entulho e as portas estavam calçadas com madeira. Quem olha a escola hoje, com tudo bem arrumadinho, não imagina como foi um período de muita dificuldade”, resume. A caminhada na direção da reorganização da Escola Municipal de Ensino Fundamental Monteiro Lobato, até o estabelecimento de um Polo UAB, estrutura acadêmica de apoio pedagógico, tecnológico e administrativo para as atividades de ensino e aprendizagem de cursos superiores em programas de educação a distância,
iniciou pelas urnas. Realizada no dia 10 de novembro de 1991, a consulta plebiscitária totalizou 1.817 votos a favor da emancipação, 298 contrários, 33 nulos e 14 brancos. O vice-presidente da comissão de emancipação, Lourenço Macke, 83 anos, destaca a atuação do presidente, capitão Hugo Canto, e de integrantes ligados às lideranças do primeiro movimento emancipacionista, frustrado na década de 1960, em comissão liderada por Francisco Kloppenburg, que tinha seu irmão, o padre José Macke Filho, como presidente. “Na primeira tentativa, Bagé nos impediu na Justiça. Em 1991, quem se posicionava contra o nosso movimento, dizia que Hulha Negra seria administrativamente inviável. Pela extensão, Bagé podia ser considerada uma região do Rio Grande do Sul e não conseguia atender com eficiência os distritos. Hoje vemos que a emancipação valeu a pena e que era, sim, muito viável”, comemora. Macke explica que famílias estabelecidas no então distrito bajeense migraram após a primeira tentativa de emancipação, impedida por um mandado de segurança impetrado pela Prefeitura de Bagé. Passadas quase três décadas, a segunda mobilização, de acordo com o vice-presidente da comissão, seria motivada pelas mesmas demandas, associadas à falta de infraestrutura viária, à precariedade de serviços na área da saúde e da educação. “É muito importante dizer que a presença do frigorifico Pampeano, com sua receita e seus
Macke avalia que luta pela emancipação valeu a pena
trabalhadores, foi decisiva para a emancipação”, avalia. O chefe de gabinete Elias Scoto Ritta, 58 anos, recorda da atuação, ao lado do capitão Hugo Canto, na campanha pelo ‘sim’ no plebiscito, das conversas com familiares e de outros agentes envolvidos de maneira direta ou indireta na emancipação. “Hulha Negra era um vilarejo abandonado de Bagé. Meu avô (Gil Scoto) participou da primeira tentativa e estava entre aquelas pessoas que não perderam a esperança. Na década de 90, o clima político era favorável. Sempre digo que também devemos ao deputado Marcelo Mincarone, presidente da Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa, e ao deputado Achiles Braghirolli, que apresentou parecer favorável à emancipação”, menciona. Estimulados por um conjunto de normais estaduais que entraram em vigor em 1990, plebiscitos foram realizados em dezenas de municípios gaúchos, no ano seguinte, resultando em 94 emancipações. Inicialmente, o governador Alceu Collares vetou as propostas. Elias recorda que a Assembleia Legislativa deliberou pela reversão dos vetos, mas, antes, integrantes do colegiado que trabalhava o tema visitariam as localidades. “Foi neste contexto que Marcelo Mincarone visitou Hulha Negra, para conhecer a nossa realidade”, relembra. Elias explica que Collares teria papel importante, após a instalação do município, para viabilizar uma das obras estratégicas, que integram o cronograma do pri-
Scoto guarda cópia do primeiro processo de emancipação
meiro prefeito, eleito em 1992, Marco Antônio Ballejo do Canto, filho do capitão Hugo: a ponte que viabiliza o acesso à sede do município pela BR 293. Antes da construção, a travessia era feita por uma estrutura de madeira. “Quando o nível do Rio Negro subia, a ponte antiga desaparecia nas águas”, rememora. Provisoriamente organizada na escola Monteiro Lobato, a gestão de Marco Antônio, iniciada em 1993, com a instalação do município, comprou os imóveis que abrigariam o Executivo e o Legislativo de Hulha Negra, implantando os primeiros projetos de infraestrutura. Em 1994, um movimento iniciado na localidade de Jaguarão Grande resultou no seu desmembramento, e no desmembramento das localidades de Passo do Tigre, Passo do Salto e Marmeleiro. O processo foi concluído em maio de 1996, com a anexação ao município de Candiota. Quem transita por Hulha Negra, em 2022, pode muito bem mensurar seu desenvolvimento pela malha pavimentada, verificando obras em curso em diferentes pontos. Mas também é possível atestar o crescimento da cidade através dos Censos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Basta atentar para o fato de que o município tinha 1.991 domicílios registrados em 2000, alcançando a marca de 2.428 em 2010. No mesmo período, a população residente passou de 5.349 para 6.043. No ano passado, de acordo com nova projeção do IBGE, Hulha Negra já era o endereço de 6.894 pessoas.
Neuza relata melhorias alcançadas pelo município
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“Saneamento e pavimentação refletem em ganhos na área da Saúde”, avalia Renato Machado FOTOS YURI COUGO DIAS
Prefeito exibe requisições vetadas que totalizam R$ 418 mil, valor destinado para investimentos
O município de Hulha Negra avança no terreno da infraestrutura com austeridade. O orçamento ajustado, com poucas perspectivas de alterações, não impede investimentos em ações consideradas estratégicas nas áreas de infraestrutura. A receita do prefeito Renato Machado, do Progressistas, que cumpre o terceiro mandato à frente do Executivo, compartilhada com o vice, Marco Igor Ballejo Canto, do PDT, é relativamente simples: consiste em cortar o que for possível para custear o que é necessário. Com a fórmula, a gestão municipal concretizou a construção da Estação Rodoviária, que contou com emenda parlamentar do deputado federal Afonso Hamm, do Progressistas, e amplia a malha urbana pavimentada. “Temos o nosso saneamento traçado, recolhido e direcionado, com exceção de 8%. Temos, portanto, 92% concluído. Entendemos que saneamento e pavimentação refletem em ganhos na área da saúde”, pontua. O Fundo de Participação do Município (FPM), o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), oriundos de transferências constitucionais, representam as principais fontes de arrecadação de Hulha Negra, ao lado do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do frigorífico Pampeano, do grupo Marfrig, e da Mineração Mônego. “Praticamente trabalhamos o ano já sabendo da próxima receita”, enfatiza o prefeito. Machado reconhece, entretanto, que mudanças podem ocorrer no horizonte econômico do município com a ampliação da área de soja plantada, das lavouras de arroz, a contribuição da bacia leiteira e o incremento das agroindústrias, cenário que cria uma demanda muito específica. “A malha viária de Hulha Negra tem 1,2 mil quilômetros. Vamos atrás do aluno, do paciente, do produtor e, assim, a malha vai aumentando, ampliando o trabalho da prefeitura”, explica. A manutenção das estradas vicinais é encarada como prioritária para uma cadeia que envolve diferentes setores, extrapolando os limites da economia. “Nosso discurso é o de que a população deve permanecer no campo. Mas para poder parar no campo, precisa ter, no mínimo, a saúde, a educação e a estrada. E para que se possa trabalhar bem na saúde e na educação, é preciso dar esse suporte de estrada. É preciso atender quem produz”, reforça.
O chefe do Executivo também aponta a expansão do comércio na composição das receitas municipais, em um contexto que estimula a gestão. “Nosso comércio é valente, coeso e lutador. Hoje, o que se precisa temos na Hulha. Se precisar de farmácia, de supermercado, enfim, todos os segmentos, inclusive a indústria do pão. Todo esse crescimento, verificado desde a emancipação, é muito decisivo para o desenvolvimento”, avalia.
Rigor no controle de gastos Machado exibe com orgulho um calhamaço de requisições que totalizam R$ 418 mil em pedidos formalizados por agentes do governo, e vetados por ele no exercício de 2021. “É parte do valor que usamos para aplicar em obras, nas contrapartidas de emendas e de projetos, como o Pavimenta, do governo do Estado. O que foi negado aqui deixa de ser essencial. Temos controle na ponta do lápis”, garante. A outra parte do valor utilizado para aplicação em obras e ampliação de serviços corresponde ao que o prefeito define como ajuste da máquina pública. “Nossas economias se deram por baixar o custo de pessoal, que chegou a 39%. É daí que surgem os recursos para investimentos, sim, inclusive para a iluminação que está sendo trocada para LED”, exemplifica. O cronograma de atividades de Hulha Negra está diretamente ligado às receitas. “Qualquer obra do município só começa quando temos todo o dinheiro. Primeiro juntamos o dinheiro para depois tomar uma iniciativa. Não temos dívida com fornecedores. Não devemos nada para servidores e não temos financiamentos. Podemos até tropeçar pelo caminho, mas não deixamos obra parada. O mínimo que podemos querer de um gestor é seriedade no tratamento da coisa pública. Todos querem ter essa segurança e isso é o que buscamos atender”, explica.
Foco em saúde e educação A pandemia de Covid-19 alterou a agenda de prioridades do município. “Neste período atípico, tivemos que focar no campo da saúde, mas também focamos na educação”, esclarece Machado, ao detalhar ações realizadas em escolas da rede municipal. “Colocamos ar-condicionado nas salas de aula e procuramos oferecer merenda de boa qualidade, introduzindo produto das agroindústrias de Hulha Negra”, especifica. A instalação da Escola Família Agrícola (EFA) na estrutura que abriga-
va a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) está nos planos de Hulha Negra. A articulação junto ao Estado é feita pelo Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja). “É um projeto muito importante para nossa cidade”, define Machado. Com a experiência de quem atuou como secretário da Saúde, o prefeito observa que o atendimento avançou em todos os governos. “Começamos com um postinho mínimo e alcançamos atendimentos e exames importantes, contemplando até a parte odontológica. Transportamos quem precisa fazer tratamento ou cirurgia fora da Hulha Negra. Não tínhamos cobertura de serviço na área da saúde no período da noite. A partir de agora, temos o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)”, comemora.
Abastecimento de água A lógica de operação traçada para conter os efeitos das sucessivas estiagens que assolam Hulha Negra pode estar com os dias contados. É o que espera Machado. “O racionamento não é recorrente por falta de atenção dos gestores que passaram pela Prefeitura. No nosso solo, não passam lençois freáticos. São bolsões. Na maioria das vezes, a água encontrada não é potável. A solução passa por uma barragem”, define o prefeito, ao festejar o avanço das obras da rede adutora que deve garantir o abastecimento de água na sede de Hulha Negra. A Estação de Tratamento de Água (ETA) que vai encerrar o drama histórico do município está pronta para operação. A estrutura foi construída como uma contrapartida da UTE Pampa Sul. Formado a partir do barramento do rio Jaguarão, o reservatório da usina movida a carvão está localizado na divisa dos municípios de Candiota e Hulha Negra. Machado está convencido de que o novo sistema de abastecimento, um avanço no comparativo com o modelo restrito aos poços artesianos, vai suprir a demanda por água da área urbana, contribuindo para o estabelecimento de novas estratégias de enfrentamento às estiagens na zona rural. “O desafio vai permanecer no interior, onde atendemos diariamente 400 pessoas. Temos três meios para transporte, dois caminhões e um trator, e um calendário com distribuição diária das 6h às 23h. Ninguém acha que é bom o racionamento, mas é importante entender que a logística é muito complexa”, salienta.
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Trigolândia: herança germânica renovada FOTOS YURI COUGO DIAS
Denise e Norberto investem na hotelaria
Conceitos integrados ao contexto da colonização alemã, no movimento que deu origem à Trigolândia, sobrevivem ao tempo emprestando significados a novos cenários no município de Hulha Negra. Passados 30 anos do processo de emancipação, o fenômeno cultural pode ser verificado no campo da gramática, ligando a obra de um pioneiro a um empreendimento de hotelaria que inova com foco voltado para o turismo. Evocando paz, a palavra Friedenau, originalmente escolhida por Franz Krenzinger para representar a colônia, retornou à localidade batizando a pousada administrada por Norberto Barres e Denise Hartwig. A nomeação da pousada traz uma história curiosa. O casal herdou o imóvel das tias de Denise. Ao realizar uma limpeza em um dos galpões da propriedade, encontraram um comprido quadro, pintado por Krenzinger, em 1935, celebrando os 10 anos da chegada dos imigrantes à região. A pintura retratava cenas típicas do dia a dia dos colonos, emoldurando a frase “10 Jahre Friedenau” ou “10 anos de Friedenau”. Encantado pela obra, Barres procurou e descobriu o que significava: “Canto de paz, de sossego. Além de ter sido o primeiro nome da colônia, também era justamente o que a gente buscava com a pousada: oferecer um espaço de tranquilidade para nossos hóspedes”, conta. O casarão que abriga a pousada há quatro anos - com mais de oito décadas de história, tendo sediado o segundo ar-
mazém da colônia - estava sem uso quando Barres e Denise decidiram investir em um novo empreendimento para gerar renda. Mas a iniciativa não partiu imediatamente da família. Denise conta que, à época, o casal atuava com o único mercado da Colônia Nova. Um dos fornecedores do comércio, de fora da cidade, chamou atenção para a falta de locais de hospedagem na área e pediu ajuda aos dois. “A gente estava com a casa sem uso, então começamos por aí. Mas depois fomos fazendo algumas melhorias para acomodar mais gente, com mais conforto, e hoje temos sete quartos”, relata ela. Mas com a percepção de uma demanda crescente, o casal decidiu investir em uma nova unidade da pousada, quase ao lado da primeira. Com estrutura moderna e iluminada, o novo espaço oferece seis quartos, que ainda não foram abertos ao público. Em fase de finalização da obra, Barres já realizou o cadastro da pousada no Ministério do Turismo - até o momento, é a única empresa do segmento de Hulha Negra disponível no Cadastur. Vale lembrar que esse cadastro permite o acesso do município - e do próprio empreendimento - a políticas públicas de fomento ao turismo. Barres e Denise projetam que a segunda unidade da pousada seja utilizada, principalmente para atender a demanda do turismo rural e enoturismo. Inclusive, o farto cardápio de refeições deve contar com algumas iguarias da
culinária alemã, preparadas pela própria Denise. Ela explica que na primeira pousada, como o foco é atender empresas e trabalhadores itinerantes, em busca de hospedagem e refeições simples, o cardápio foi mantido mais caseiro. Mas a nova unidade, com maior apelo turístico, deve disponibilizar receitas germânicas para os hóspedes. Com previsão inicial de inauguração em abril de 2021, a obra atrasou. Em fase de finalização, Barres planejava abrir as portas junto ao aniversário do município - expectativa novamente frustrada. “Mas está tudo bem. Vamos fazer tudo com calma, sem afobação, para sair do jeito que queremos, com muito conforto para nossos hóspedes”, projeta. O pioneiro Franz Krenzinger Nascido em Munique, na Alemanha, em 1897, Franz Krenzinger - que em terras brasileiras foi batizado como Francisco - lutou na 1ª Guerra Mundial, de onde foi afastado após um ferimento na mão, que ocasionou sua internação em um hospital nos arredores de uma Faculdade de Agronomia. Aproveitando a proximidade, matriculou-se na instituição, onde conheceu dois colegas com intenção de emigrar para a América do Sul. Pouco depois, o trio embarcou rumo ao Brasil, onde um tio de Krenzinger já residia - na época, em Pelotas. Naquela cidade, o pioneiro casou-se com Flora Beskow, em 1923. Krenzinger residiu no mesmo município que o tio, até 1925, atuando com plantio de eucalipto. Depois partiu para Bagé, onde foi um dos primeiros a estabelecer morada junto ao Rio Negro, na colônia nomeada, em um primeiro momento, como Friedenau. Inclusive, este também foi o nome escolhido por Krenzinger para o armazém que montou, após anos de atividade agrícola, e que servia como ponto de encontro dos colonos. Na Colônia Friedenau, também chamada Colônia Rio Negro, o trigo foi o principal produto cultivado até a década de 1960, quando outras culturas - como soja e sorgo - foram inseridas. A grande produtividade do trigo, inclusive, motivou a outra nomeação do distrito, Trigolândia, como é conhecido ainda hoje.
Pintura retrata dia a dia dos colonos
11 Leo Kloppenburg e os três pontos de vista do nascimento de Hulha Negra ARQUIVO PESSOAL
Aos 70 anos, o empresário Leo Roque Kloppenburg tem três pontos de vista do lugar onde nasceu e foi criado: como cidadão, como empresário e como vereador. Além de ter participado ativamente da mobilização pela emancipação de Hulha Negra, como cidadão, ele trabalhou na primeira legislatura, quando o município estava em estruturação - só deixou a Câmara de Vereadores em 2016, após sete legislaturas consecutivas . Em outra frente, como empresário, deu início a um próspero comércio na cidade, responsável, atualmente, pela terceira maior arrecadação do município - ficando atrás apenas de empresas como Pampeano e Mônego. Segundo o Sebrae, com dados de 2019, o comércio de Hulha Negra contabilizava 48 micro e um pequeno negócio. Inclusive, o setor representa 30% em número de empresas instaladas no município - ficando atrás, apenas, do setor de Serviços, com 42%. Em relação ao Valor Adicionado do município, o setor representa 34,6%. A empresa construída por ele - que hoje emprega cerca de 20 pessoas - iniciou há 34 anos, em companhia do irmão, Beno. O pequeno comércio prosperou e foi sendo ampliado. Atualmente, conta com mercado e padaria na sede do município, além de outras unidades na região. O comércio iniciou de forma familiar e permaneceu assim, mesmo com a expansão dos negócios, já que Kloppenburg trabalha com o auxílio dos filhos. Inclusive, o desejo de ver um município independente também foi passado de pai para filho, já que o patriarca Kloppenburg, Francisco, foi um dos responsáveis pela primeira tentativa de emancipação do município, em 1964 - o que Leo lamenta não ter acontecido. “Se tivesse ocorrido, hoje Hulha Negra seria uma cidade muito maior. Ficamos muito tempo parados no tempo, porque para tudo a gente dependia de Bagé. Com a emancipação, veio o progresso. Hoje temos hospital, Prefeitura, Câmara de Vereadores, transporte escolar. As escolas também melhoraram muito, temos muito mais infraestrutura na cidade”, aponta. Um fator determinante para o crescimento do município, apontado por Kloppenburg, foi a chegada de assentados - hoje são 28 assentamentos, espalhados pelo interior do município. “Eles também trouxeram progresso porque vieram para trabalhar. Quem não quis trabalhar, acabou voltando para casa, para sua cidade de origem, mas os outros se estabeleceram”, aponta.
O que você espera de Hulha Negra? “Cresci no tempo em que não havia calçamento, não tinha esgoto, nada. Hoje a gente sente orgulho de ver o desenvolvimento. Acredito que maior interesse dos jovens em oportunidades de profissionalização para ficar no município. Isso geraria novos postos de trabalho na cidade, o que ajudaria a cidade a crescer e se desenvolver.” Elisete Brasil, 51 anos, servidora municipal.
“Nasci e me criei aqui, morei seis meses em Candiota, mas acabei voltando. Gosto muito da cidade, mas precisamos de mais empregos e que os trabalhadores daqui sejam mais valorizados. Muitas empresas acabam contratando gente de fora. “ Lohana Lemos, 28 anos, comerciária.
“Gosto muito daqui, sempre foi muito tranquilo. Eu não cheguei a ver, mas minha mãe falava muito sobre como era a Hulha antes da emancipação, sem estrutura nenhuma. Hoje melhorou muito, mesmo que aos poucos. O que eu acho que sempre é uma coisa a ser solucionada é a falta de vagas de empregos. “ Peterson Charqueiro Ribeiro, 27 anos.
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Calcário de Hulha Negra alimenta bases do desenvolvimento regional Da rocha branca, de origem sedimentar, a unidade da Mineração Mônego, instalada em Hulha Negra, extrai produtos que ajudam a alterar panoramas de campo e cidade. Às lavouras, a empresa entrega o calcário agrícola, empregado na correção de acidez do solo; já a brita é destinada à construção civil. Para atender a mercados distintos, o trabalho com o mineral utilizado no processo de dessulfurização de usinas térmicas movidas a carvão mobiliza 44 servidores, distribuídos em três turnos, em um cronograma anual de 365 dias. O gerente da unidade, Flavio Raposo, explica que todo o processo de industrialização é feito em Hulha Negra. “Não existem barragens de rejeitos. A rocha é extraída da mina, através de detonação, e transportada para a britagem, dando origem ao rachão (pedra que pode ser usada para obras de calçamento, construção de barragens ou fundações de edifícios), britas e o calcário agrícola, fundamento da nossa produção”, pontua. Os gigantescos caminhões da Mônego percorrem as vias que compõem a malha da mina de Hulha Negra, entre a área de produção e as estruturas de industrialização, há exatos 30 anos. “Quando a empresa se instalou, ainda em Bagé, veio (de Caçapava do Sul) porque já existia uma mina explorada pela Mineração Pedra Branca, que foi adquirida. A operação foi projetada especificamente porque a pedreira já existia, com foco na produção de calcário agrícola”, explica Raposo. Com a instalação do município, em 1993, a mina passou oficialmente a inte-
grar a economia de Hulha Negra, contribuindo com renda, através da geração de empregos, e com parcela significativa da arrecadação de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da Prefeitura, em uma relação de horizonte promissor. “No nosso ritmo de produção, e dependendo dos investimentos que serão feitos, existe uma projeção de operação de até 100 anos”, estima o gerente. Engenheiro de minas, geólogo, motorista, médico do trabalho e engenheiro ambiental são alguns dos postos que compõem o quadro da Mônego. Técnico em Segurança do Trabalho na unidade de Hulha Negra, Maicon Santos conhece em detalhes o trabalho desenvolvido no terreno ambiental, com áreas reflorestadas e regeneradas. “Temos áreas destinadas ao reflorestamento e locais preservados, com restrições à caça e pesca, onde é comum encontrarmos muitos animais da fauna do Pampa”, garante. Diferentes atividades desenvolvidas na planta hulhanegrense mobilizam pelo menos uma dezena de agentes de fiscalização. A lista inclui o Exército Brasileiro, a Polícia Federal, a Prefeitura e órgãos ambientais, como a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Cumprimos todas as exigências. Muitos acham que estamos depredando, sem saber que toda área minerada é trabalhada depois, com recomposição. Áreas já mineradas estão recompostas. Aqui não se trabalha para destruir, mas para construir”, resume Raposo.
Processos de industrialização são realizados na unidade
FOTOS YURI COUGO DIAS
Mineração Mônego atua em solo hulhanegrense desde a emancipação
Raposo destaca áreas recompostas na mina do município,
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Pampeano: da era de ouro das charqueadas a protagonista do setor industrial FOTOS YURI COUGO DIAS
Empresa garante mais de 89% da arrecadação de ICMS de Hulha Negra
Com tradição na indústria de transformação e agropecuária, antes mesmo da emancipação, Hulha Negra já orbitava praticamente em torno de uma única empresa que, em várias décadas de atuação, já passou por diversos proprietários. A antiga Charqueada Santo Antônio, mais tarde frigorífico Pampeano - atualmente pertencente ao grupo Marfrig - tem sua história intrinsecamente ligada ao desenvolvimento do município. Antes mesmo do início da refrigeração para acondicionamento dos alimentos, o consumo de carne vermelha registrava grande demanda - entretanto, era abastecido, em grande parte, com produtos de charqueadas, em que a carne passava por um processo de salgamento para conservação. Um dos maiores expoentes deste segmento era a Charqueada Santo Antônio, fundada em 1903 por José Francisco de Freitas e Emílio Guilayn, instalada à margem direita do Rio Negro. De acordo com o Inventário Cultural de Bagé, de Elizabeth Macedo de Fagundes, durante a década de 1920, o complexo passou a ser propriedade de Joaquim Magalhães - filho do Visconde
Ribeiro de Magalhães, ele próprio fundador da Charqueada Santa Thereza. Em 1937, a charqueada foi adquirida por José Gomes Filho junto a Floriano Bittencourt - sociedade que foi ampliada, um ano depois, com a entrada de Carlos Simões Pires, João Farinha e Nenê Medina. Dez anos após a compra, a sociedade deu início ao processo de migração para refrigeração - transformando a charqueada em frigorífico. Esse período de transformação foi acompanhado por Venorley Fernandes, 80 anos, que ingressou no quadro de funcionários com pouco mais de 15 anos, em 1957. À época, o processo de refrigeração ainda não havia sido completamente estabelecido e o salgamento da carne ainda era alternativa de conservação. A responsabilidade do jovem Venorley era cuidar dos cavacos, retirando as partes miúdas de carne e levar para o salgamento. Fernandes recorda que, na época, o posto mais cobiçado era de abatedor, por ser melhor remunerado. Ele chegou a alcançar o posto, passando a atuar no abate dos animais diariamente. “A gente che-
gava às 6h e começava o abate. Antes do meio-dia já tinha abatido 500 bois”, recorda. Filho de tropeiro, com experiência no trato com animais, Fernandes diz que não teve dificuldades de adaptação ao trabalho - na época, a marreta ainda era utilizada para o abate dos animais. “Era um trabalho e tinha que ser feito”, define. Sobre o abate, ele recorda alguns episódios interessantes, que presenciou, como o abate Kosher, realizado por um profissional vindo de Israel. A técnica, que consiste na degola do animal para garantir uma morte mais rápida e indolor, está de acordo com as leis judaicas de alimentação, denominadas Kashrut. “Na época, eles compravam só a parte dianteira do boi, até as costelas. Aí esse abatedor vinha para fazer o trabalho da maneira que era exigida pelas tradições deles e eu ajudava, segurando o animal”, recorda. O aposentado permaneceu na posição até 1972 - um ano antes da venda do complexo para o Grupo Bordon, de São Paulo - quando saiu para trabalhar com operação de máquinas na construção da fase A da Candiota II. Mas ele recorda da época de seu primeiro emprego formal do qual ainda guarda a carteira-ponto e fotografias - com orgulho e reconhecimento, principalmente por reconhecer a importância da empresa para a região. “Eu nunca mais trabalhei lá, depois fiquei muitos anos em Candiota. Mas todos os meus filhos, praticamente, trabalharam no frigorífico. O Pampeano é muito importante, nem sei o que seria de nós sem ele. Para muitos moradores daqui, é a única fonte de renda”, afirma.
empresa foi responsável por 89,98% da receita do município. A empresa, que alterou o nome de Frigorífico Santo Antônio para Pampeano em 1989, integra o grupo Marfig Global Foods desde 2007, empregando mais de 1,5 mil pessoas da região. Em 2021, a unidade registrou faturamento na ordem de R$ 800 milhões - com previsão de crescimento nos próximos anos. Diretor de Operações do Marfrig na região Sul, Rui Mendonça Ramos destaca que, nos últimos anos, a empresa fez importantes investimentos na unidade que atualmente produz em torno de 40 mil toneladas/ano de vários produtos premium processados de carne, em diversos tipos de embalagens, exportando para aproximadamente 50 países e tendo como mercado principais os países da Europa e da América do Norte. “Nossa empresa está em operação há mais de 30 anos em Hulha Negra e está completamente inserida na comunidade, com estreita relação com os poderes executivo e legislativo do município, sendo que acompanhamos de perto a grande evolução da cidade nesses anos. É importante parabenizarmos Hulha Negra por mais um aniversário”, destaca Mendonça.
Papel central Os próprios números comprovam a importância do frigorífico para o município. Dados de 2020 indicam que, naquele ano, a
Fernandes acompanhou abate kosher para consumo de carne da comunidade judaica
Perfil do município de Hulha Negra - Com dados até 2020, o Perfil Cidades Gaúchas, lançado pelo Sebrae, apontou que os setores com maior número de empresas em Hulha Negra são: Serviços, com 42%; seguido pelo Comércio, com 30%; Agropecuária/ Extração Vegetal/Caça e Pesca com 21%; Indústria de Transformação vem logo em seguida, com 7% e, por último, Construção Civil, com 1%. - Já em relação ao Valor Adicionado do município, Comércio e Serviços saem na frente, com 34,6%; seguido pela Indústria, com 24,4% e Agropecuária, com 24%; e Administração Pública, com 17,1%. - Até 2018, o município registrava PIB de R$ 201.585.299 e PIB per capita de R$ 30.025 mil. - Da população total registrada até 2019, de 5.969 habitantes, o município registra 44,2% em domicílio rural e 55,8% em área urbana.
- A concentração populacional na faixa entre os 15 e 64 anos representa 68% da população, entre homens e mulheres; a faixa entre 0 e 14 anos tem representação de 20,45%, enquanto a população de 65 a 79 anos representa 11,6%. Em relação a gênero, a população feminina é ligeiramente maior, com 50,91%, enquanto a população masculina representa 49,08%. - As informações do último Censo realizado pelo IBGE apontavam a expectativa de vida de 72,8 anos no município. Já a mortalidade infantil aumentou - enquanto em 2000, 9,4 em ada mil nascidos vivos morriam, esse índice aumentou para 16,1 em 2018. - Até 2019, Hulha Negra registrava 68% da população potencialmente ativa, com remuneração média de 1,5 a 2 salários mínimos - representando cerca de 1.010 trabalhadores.
- No Índice de Desenvolvimento Socioeconômico IDESE foi classificado como município de Médio desenvolvimento, em 2018, ocupando a 357ª posição. Segmentos como Educação e Renda ficaram abaixo da média de 0,72 , enquanto a Saúde ultrapassou o índice, com 0,87. - O último Censo apontou que, à época, o município registrava 62% da população sem instrução ou com Ensino Fundamental incompleto; já 22% tem Ensino Fundamental completo, mas Médio incompleto; 13% tem Ensino Médio completo e Superior incompleto; apenas 3% da população tem Ensino Superior completo. - Até 2020, o município registrava 1.535 automóveis; 669 motocicletas; 255 caminhonete; 107 caminhões; 27 ônibus e 183 outros veículos automotores não informados.
Parabéns CANDIOTA E HULHA NEGRA! 30 ANOS DE HISTÓRIA!
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Futebol e carnaval: duas paixões de uma cidade da Campanha Conhecer Hulha Negra exige que, além dos costumes tradicionais de uma cidade colonizada e seus pontos turísticos, sejam conhecidas algumas curiosidades específicas de uma cidade da Campanha gaúcha. E talvez poucos saibam, mas o município caminha lado a lado com o próprio país quando se descobre duas das principais paixões do seu povo: o futebol e o carnaval. DIVULGAÇÃO
Bloco Coisinha do Pai e a tradição da folia
Dos campinhos para o restante do RS Amanhecer e anoitecer jogando bola nos campinhos. Nos finais de semana, a junção tomava conta quando as localidades se enfrentavam. Porém, em razão da distância e dos altos custos, conseguir alimentar o sonho de se tornar um atleta profissional sempre foi difícil. Contudo, entre as décadas de 1960 e 1980, alguns driblaram as dificuldades. É o caso de Ubaldino Cunha Costa, o “Badico I”, conhecido como o “Pesadelo de Manga”, e a trindade de irmãos: Jefferson, Jairo e Jair Alves, que deixaram sua marca por onde passaram.
Badico, o “Pesadelo de Manga” FOTOS ARQUIVO PESSOAL
Desde 1971, a folia toma conta da avenida Presidente Vargas, quando chega ao Carnaval. Numa paixão e entretenimento que são transmitidos entre gerações, o bloco Coisinha do Pai fez com que o município de Hulha Negra se tornasse tradicional quando se trata de botar o povo na rua e sair ao ritmo de samba-enredo, convidados a todos para desfilarem na avenida. Dentro das comemorações de 30 anos de emancipação, não há como destacar o Coisinha do Pai como um patrimônio imaterial do cidadão hulhanegrense.
O surgimento Um dos idealizadores e atuais responsáveis pelo bloco, o vice-prefeito Igor Canto é um entusiasta do carnaval. Mesmo tendo morado 32 anos fora de Hulha Negra, desses, em 30 deles veio à cidade para cair na folia e honrar uma tradição que iniciou em 1971, sob a responsabilidade de João Djalma Nunes, o Micuim. Porém, na época, surgiu com o nome de “Paga que eu bebo”. Já a nomenclatura atual veio em 1979. “Pegávamos couro de cabrito e fazíamos os instrumentos (surdos, baquetas) e cortávamos no mato. Isso se perpetuou por muitos anos. Recentemente que passams a comprar instrumentos novos. Levo sempre o Djalma e o coloco na avenida. Se torna uma atração para a gurizada”, salienta. Em 1979, Canto relembra que muitas pessoas foram embora de Hulha Negra, em razão da falta de emprego. Quando chegava o Carnaval, o silêncio da noite se rompia em Hulha Negra. “Quando tocava um tambor, todo mundo saía para a rua e o pessoal ia dando bebida pra todo mundo”, explicando o motivo para o primeiro nome do bloco. Até que, inspirados numa
composição de Jorge Aragão, eternizada por Beth Carvalho, surgiu o nome Coisinha do Pai. “Na época, eu não sabia muitas músicas e letra. O pessoal pedia ‘O coisinha tão bonitinha do pai”. E aí ficou o nome”, relata. O desfile se tornou tradicional até que, em meados dos anos 1990, começaram a surgir os próprios sambas-enredos do Coisinha do Pai. A ideia, segundo Canto, partiu de Roberto Costa, que era um ferroviário e autor do hino de Hulha Negra, junto de Jairo Alves, jogador de futebol. “O Roberto acabou indo embora para Pelotas, o Jairo para o Bagé e eu assumi. Teve um ano que não se fez samba-enredo que o próprio Djalma foi para casa e fez um. Passei 32 anos fora de Hulha Negra e, desses, em 30 eu vim para o Carnaval de Hulha Negra. Cantava eu e o Jefferson Alves, que também foi jogador de futebol. Com o tempo, foi aumentando e, hoje conta com quatro vocalistas, que têm o trabalho de cantar, na avenida, por 800 metros de ida e 800 metros de volta”, enfatiza.
Sonho de um festejo regional Recentemente, a Câmara de Vereadores realizou uma sessão em homenagem a Djalma Nunes, sob a proponência do vereador Diego Rodrigues. De improviso, Canto pegou um cavaquinho e fez o Legislativo cair num samba-enredo. Entusiasmado com o gesto, foi alimentada a esperança de que, após a pandemia, os foliões desçam novamente. Inclusive, Canto tem uma ideia: unir os municípios que pertencem ao Cideja e promover um carnaval integrado, como uma grande festa que marque a tradição de Hulha Negra pela folia.
Antes de conquistar o Campeonato Brasileiro, a grande equipe do Internacional, comandada por Rubens Minelli, mal sabia que seria vazada pelos pés de um jovem de Hulha Negra. No dia 1º de junho de 1975, o colorado veio enfrentar o Guarany, no estádio Antônio Magalhães Rossell. O confronto terminou em 1 a 1, mas o que mais ficou marcado foi o gol quase que de meio-campo que o atacante Ubaldino Cunha Costa, o BaAtacante fez história dico, fez sobre Mangá, condiante do colorado na siderado como o maior godécada de 1970 leiro da história do Inter. O gol ganhou tanta repercussão que a imprensa estadual apelidou Badico de “Pesadelo de Manga”. Ao conversar com a reportagem, Badico fala com clareza o time inicial do Inter: Manga, Cláudio, Hermínio, Figueroa e Vacaria; Falcão e Carpegiani; Escurinho, Valdomiro, Tadeu Bauru (depois Flávio Bicudo) e Lula. O time que viria a ser, posteriormente, Campeão Brasileiro, com uma vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, com gol de Figueroa. Desde pequeno, sobre forte influência do pai, Antônio Carocha, Badico aprendeu a gostar de futebol assistindo o Hulha Negra F.C jogar. O destaque foi tão forte pelo time que Badico parou ainda jovem no Guarany, onde jogou de 1974 até 1978, tendo sido o terceiro maior artilheiro do clube, entre as décadas de 1970 e 1980. Depois, passou pelo Bagé, de 1978 a 1980 e, por fim, jogou no São Paulo de Rio Grande. “A população cresceu e quem mora está satisfeito. Como seu técnico eletrônico, com foco em televisão, com meu trabalho fica difícil eu morar na cidade. Mas o futebol me trouxe amizade, coisas boas. Dificilmente outro lugar consegue. Aprendi muito, teve muitos bons jogadores, principalmente esses três guris, o Jairo, Jair e Jefferson Alves (Tom), que depois vestiram camisas de outros times. Esse é o legado de Hulha e que seja jovem cada vez mais. Que a Hulha seja uma coisa boa de se viver”, afirma.
O trio Jefferson, Jairo e Jair
Atletas levaram nome do município pelo Estado
Inspirados em Badico, a família Alves estendeu, pelo futebol, os horizontes do nome de Hulha Negra. Começando por Jefferson, que com 18 anos, veio para Bagé, a fim de servir ao Exército Brasileiro. No mesmo
ano em que se apresentou, Jefferson foi convidado a integrar a equipe de juniores do Bagé. Com boas atuações, subiu para o profissional; porém, com a perda do pai, resolveu parar. Assim, seguiu jogando em Hulha, tendo disputado várias competições regionais. Mas o destino quis que Jefferson retornasse ao futebol profissional e, quatro anos depois, assinou contrato com o Guarany, aos 22 anos. Até os 35 anos, passou, também, por São Paulo-RG, Riograndense, Rio Grande, Lajeadense, Esportivo, São Gabriel e Brasil, onde disputou Série B de Brasileirão. O encerramento da carreira foi no Guarany. Já em meados de 1981, quando veio fazer o Ensino Médio na Escola Carlos Kluwe, Jairo Alves se destacou nos torneios colegiais e, por intermédio do amigo Nelson, foi convidado a jogar no infanto-juvenil do Bagé. De primeira, o então técnico Rubilar aprovou o hulhanegrense e, no final de semana, já estava jogando como titular um amistoso em Dom Pedrito. E assim passou a ser a rotina de Jairo: estudar pela manhã e treinar à tarde, porém, indo e voltando a Hulha todos os dias.
Paralelamente, seguia jogando pelo amador, no Hulha. Até que, certo dia, um amigo do pai de Jairo o viu marcar três gols num empate em 3 a 3 com o São Pedro. De prontidão, lhe indicou para os juniores do Guarany. Chegando ao Estrela D’alva, reconheceu que o técnico era Serafim Krob, que já tinha apitado jogos seus numa competição de futsal que era disputada todas as sextas-feiras, no Sesi. “Com 18 anos, disputei o estadual de juniores e já ficava no banco do profissional. Fiquei até 1989 no Guarany. Em seguida, fui aprovado num concurso da Prefeitura de Bagé e tive que encurtar a carreira, aos 25 anos”, salienta. Tão logo que chegou ao Guarany, Jairo recebeu o apelido de Hulha Negra. Ou seja, onde estivesse, tornava pública às raízes de sua localidade. Hoje, quem carrega o papel de jogador da família é Vítor Oliveira, que atualmente, joga pelo Glória de Vacaria. E mesmo tendo nascido em Bagé, o jovem se considera um hulhanegrense. Fechando a lista, Jair Alves também entrelaçou seu destino no futebol quando veio fazer o Ensino Médio. Ao fazer teste no juvenil do Bagé, teve aval do técnico Rubilar e iniciou sua trajetória aos 16 anos. Posteriormente, jogou dois Gauchões de juniores pelo jalde-negro e transferiu-se para o Brasil de Pelotas, onde disputou Taça SP de Futebol Jr e subiu para o profissional. Após dois anos retornou para o Guarany e tornou-se goleador da equipe. A maior particularidade de Jair é que rezava a lenda é que, quando o jogo fosse à noite, sempre deixaria seu gol como marca. E assim, fez seu folclore no futebol. Depois, rodou por Cruzeiro de Santiago, São Paulo-RG, Kindermann-SC, Caçadorense, Bagé (com Rubilar novamente) até retornar ao Guarany, onde parou com 29 anos. Nesse meio tempo, se formou em Educação Física, tendo passado em concurso municipal e, também, assumido compromisso como professor no Estado. Hoje, Jair também se destaca pelo trabalho com o futebol de cinco (deficientes visuais) na Abadef. “Não ganhei muito dinheiro, mas tive um grande legado. Desde guri, jogava indo com meu pai (Serafim dos Santos) e lia o jornal que meu avô (Luis Peres Alves) assinava”, observa.
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Parceria para o desenvolvimento de Candiota e Hulha Negra No ano em que comemora o 30º aniversário de emancipação de Candiota e Hulha Negra, a UTE Pampa Sul renova seu compromisso com os municípios investindo em parcerias que beneficiam as comunidades promovendo melhora na qualidade de vida, geração de renda e bem-estar social. Exemplo é a construção da rede adutora de água de Hulha Negra. O gerente da UTE Pampa Sul, Daniel Mahl, destaca que a importância regional estratégica do empreendimento se estende para além da geração de energia. “Entendemos que precisamos estar presentes e atentos com as demandas regionais e procuramos sempre que possível ser parceiros de Candiota e Hulha Negra. Aproveitamos a oportunidade para parabenizar os dois municípios pelo aniversário e renovamos nosso comprometimento em colaborar com o desenvolvimento regional e com as comunidades”, finaliza Mahl. Dentre as atividades em execução, se destacam a obra da rede adutora de água de Hulha Negra, que será um importante marco para a solução do histórico problema de abastecimento do município, já que permitirá a captação de água na barragem da UTE Pampa Sul. Além da adutora, uma Estação de Tratamento de Água (ETA) foi construída pela Usina. A expectativa é que ainda no primeiro semestre de 2022 a obra esteja concluída. “Além desses grandes projetos, de-
JULIO VIEIRA/REPRODUÇÃOJM
UTE Pampa Sul está inserida local e socialmente nas comunidades em que atua
senvolvemos atividades com as comunidades de Seival e Trigolândia, que são nossos principais vizinhos, com ações de educação, cidadania e responsabilidade ambiental. Podemos citar também nossos programas relacionados a proteção e recuperação da fauna e flora e todas as me-
didas de monitoramento da qualidade do ar que são adotadas visando a preservação ambiental dos municípios”, argumenta Mahl. Em operação comercial desde junho de 2019, a UTE Pampa Sul conta atualmente com, aproximadamente, 700 cola-
boradores diretos e indiretos. O empreendimento tem autorização de operação por 25 anos, gerando energia suficiente para atender cerca de 1,3 milhões de pessoas, contribuindo com o desenvolvimento regional e aumentado a confiabilidade do sistema elétrico nacional.