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Campo & Negócios Produtores destacam valorização no preço da lã certificada

Com preços até 100% superiores em comparação aos praticados no mercado interno brasileiro, produtores de lã do Rio Grande do Sul celebram a colheita da safra 2022/2023 iniciada na primavera. Criadores de Merino Australiano, Corriedale e Ideal, que integram o programa da lã certificada da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), já destinaram maior parte da produção ao mercado uruguaio, por uma média de R$ 20,00 o quilo. “Eu sou um exemplo”, conta Sérgio Muñoz, produtor de lã Ideal da cidade de Herval, e inspetor técnico da Arco responsável pelo programa de certificação. “Não fechei a li-

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Aumenta número de casos positivos de raiva herbívora no RS

Ao longo de 2022, foram contabilizados 109 casos de raiva herbívora no Rio Grande do Sul. Os casos foram registrados em 37 municípios. Entre eles, Bagé e Candiota. O número apresenta um aumento de casos na comparação com 2021. Naquele período, foram identificados 48 focos em 21 municípios. Além disso, em 2022, os laudos positivos de animais com raiva herbívora apontam a prevalência entre bovinos: foram 99, se comparado a nove equinos e um ovino positivados.

quidação da minha lã ainda, mas a minha, no preço de mercado nas barracas aqui é R$ 10,00 e acho que vou liquidar em torno de R$ 20,00”, celebra. Segundo ele, trata-se de um número impressionante e que há lãs merina que talvez tenham agregado até mais de 100%.

A certificação através do programa Lã Gaúcha, que entre seus critérios de avaliação possui a utilização do método de esquilla recomendado e o acondicionamento do produto sem contaminantes, iniciou em 2021, com em torno de 18 mil quilos de lã certificada e pode chegar a 100 mil quilos este ano. Contudo, o total da produção gaúcha gira em torno de 8 milhões de quilos, sendo destes, cerca de 6 milhões das raças Merino, Ideal e Corriedale. “É difícil de definir estes números porque há rebanhos cruzados com rebanho de carne, o que faz com que se perca a qualidade da lã”, explica Sérgio Muñoz. A diferença gritante entre a produção de lã gaúcha e a colheita da lã certificada está no que o técnico da Arco chama de questão cultural. “Os produtores ainda estão naquela de não acondicionamento de lã, de não certificação, então a grande maioria da nossa lã entra para a vala comum e o intermediário é quem ganha. Ele compra barato, porque está mal acondicionada, manipula e ganha dinheiro ao vender. Ou seja, nós estamos enriquecendo as barracas de lã, hoje”. Sérgio Muñoz explica que a lã certificada, quando sai do galpão, está pronta para entrar nas linhas de produção. “A indústria quer esta lã porque é um produto de maior qualidade e consequentemente o produtor ganha mais”, garante. Ele conta que o trabalho de certificação no Uruguai iniciou entre os anos de 1984 e 1985 e atinge hoje a maioria da lã daquele país, reconhecida pela sua qualidade no mundo todo. “Como estamos atrasados… Estamos chegando a talvez 100 mil quilos de lã certificada para uma produção que pode chegar a 6 milhões de quilos entre estas três raças, Merino, Ideal e Corriedale”, lamenta o produtor.

Ao todo, o programa da Arco certifica lã de 18 produtores gaúchos das cidades de Herval, Pedras Altas, Alegrete, Uruguaiana, Bagé e Pinheiro Machado. Com cerca de 90% da safra apurada, a Arco contabiliza a colheita de 65 mil quilos de lã merina, 10 mil de Ideal e 8,3 mil de Corriedale. Ao todo, cinco comparsas (grupo de profissionais envolvidos com o processo da esquilla) trabalharam na safra. Destas, duas são comparsas uruguaias. O Uruguai é especialista no método tally hi, de origem australiana, e que é recomendado pela Arco em seu programa de certificação.

Os números foram divulgados na segunda-feira, dia 13, no Informe Raiva 01/2023, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O aumento nos casos confirmados de raiva herbívora tem como justificativa a estiagem que assolou o estado em 2022 e que está em nova ocorrência neste ano. “A estiagem do ano passado teve um papel importante nesse crescimento, pois provocou estresse nas colônias de morcegos, o que aumenta as agressões ao rebanho. Esse ano, de novo, temos seca, então é preciso vacinar o rebanho para não haver prejuízos nos próximos meses”, explica o analista ambiental André Witt, do Programa de Controle de Raiva Herbívora.

A maioria dos casos de raiva herbívora foi registrada nos meses de junho, julho e agosto. “O número de focos no período de outono e inverno sempre é maior. É por isso que recomendamos a vacinação dos animais agora no verão, para que a vacina possa ter tempo de fazer efeito e produzir anticorpos”, destaca Witt.

Transmissão e combate

A principal forma de transmissão da raiva para herbívoros se dá pela mordedura do morcego hematófago Desmodus rotundus. Alguns esconderijos habituais desses animais são troncos ocos de árvores, cavernas, fendas de rochas, furnas, túneis e casas abandonadas, entre outros.

A orientação aos produtores rurais é de que, ao localizarem novos refúgios de morcegos vampiros, não tentem capturá-los por conta própria e comuniquem imediatamente a localização destes refúgios à Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária de seu município.

A captura dos animais é realizada somente pelos Núcleos de Controle da Raiva do Estado, devidamente capacitados, vacinados contra a raiva. As equipes são acionadas pelas regionais da Secretaria da Agricultura sempre que houver laudo positivo para raiva em herbívoro ou se forem constatados altos índices de mordedura em animais de produção em determinada região.

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