Consumidores de Bagé reclamam de cobrança extra na conta de luz

Várias reclamações têm surgido, recentemente, a respeito de cobranças extras na conta de luz. Um dos casos é da nutricionista Bruna de Leon. Ela recebeu uma notificação da empresa, em decorrência da inspeção que está sendo feita nos contadores e foi surpreendida com uma dívida de R$ 5.012,75, conforme detalhado no aviso, que seria referente a irregularidades constatadas no período de 11 de novembro de 2020 a 16 de junho de 2022 - ou 583 dias - totalizando um consumo de 4.815 Kwh.

Em conversa com o JM, Bruna comenta que levou um susto quando recebeu a notificação e foi até a empresa para buscar uma explicação. No local, disse, foi relatado apenas que a dívida poderia ser parcelada. “Se for pela CEEE pode ser em 12 vezes e, pela Equatorial, em 48 vezes” comenta. Como não ficou satisfeita com a cobrança, Bruna buscou o Ministério Público, mas, frisou, como a demanda era grande, não chegou a apresentar a denúncia.

A nutricionista comenta que sua conta de luz é alta, chegando, em maio, a R$ 339,14. Segundo Bruna, a irregularidade destacada seria um “gato” no contador, que ela afirma que nunca fez. “Estou preocupada e nervosa. Pago minhas contas em dia e nunca cometi nenhuma irregularidade. Ainda não realizei o parcelamento”, comentou.

A situação, que não seria apenas com Bruna, chegou à Câmara de Vereadores. O vereador Lelinho Lopes, do PT, por exemplo, após ouvir relatos semelhantes ao da nutricionista, esteve reunido com a Equatorial para falar sobre essas cobranças que, segundo documentos deixados pela empresa na casa dos usuários, seriam de dívidas retroativas.

De acordo com o parlamentar, a informação do setor de relacionamento da Equatorial é que quando o contador é enviado para a perícia e é constatado defeito no registro, o consumidor paga o valor referente a apenas três meses pela média de consumo mais o valor do medidor. ‘Já no caso de contadores avariados o consumidor pode pagar o valor referente a até 36 meses de consumo, mais o valor do medidor’, mencionou. Contudo, o vereador solicitou que a Equatorial e a empresa terceirizada que realiza o serviço analise tais situação com mais cautela .“Minha preocupação é com os valores. Uma dívida retroativa de 36 meses vai gerar um impacto muito grande nas famílias que, além da conta de luz, também vão pagar o parcelamento”, argumenta.

Contraponto

Procurada para comentar o caso, a CEEE Grupo Equatorial mencionou que vem realizando, em toda a área de concessão, medidas para melhorar a qualidade, segurança e a confiabilidade no fornecimento, além de adotar, de forma permanente, ações de combate às perdas energia elétrica. “Dentre elas, está a realização periódica de inspeções nas unidades consumidoras, de modo a atestar a adequação técnica dos padrões de energia e dos equipamentos de medição”, afirma a empresa.

A Equatorial, também, aponta que “nessas ocasiões, quando identificado qualquer procedimento não relacionado à distribuidora e que tenha ocasionado o registro incorreto no consumo de energia, a CEEE Grupo Equatorial Energia realiza, quando pertinente, a cobrança da diferença entre o consumo de energia faturado e o efetivamente realizado pelo cliente. Denominada Consumo Não Registrado (CNR), ela é permitida pela regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e é um dever da concessionária”.

A CEEE Grupo Equatorial Energia ressalta ainda que o consumidor tem o direito de apresentar recurso administrativo sobre a cobrança, pelos canais de comunicação da Companhia (Atendimento ou Ouvidoria) ou pelo órgão regulador, e que possui um programa permanente e flexível de negociação de débitos, bastando procurar os seguintes meios de relacionamento.