Classificatória Gaúcha Sul da raça Crioula ressalta importância de Bagé

pecializada em Fazenda Pública da Comarca de Bagé.

O Parque Visconde de Ribeiro Magalhães recebe, até domingo, dia 28, um dos principais eventos do segmento de cavalos Crioulos: a Classificatória Gaúcha Sul à final do Freio de Ouro 2023. A seletiva reúne 83 conjuntos que disputam 16 vagas (para oito fêmeas e oito machos) que estarão na final da principal prova, em agosto, durante a Expointer. As disputas ocorrem até o domingo e, além da competição, o evento conta também com outras atrações relacionadas ao setor.

Conforme o presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Bagé, Fausto Bettanzo da Costa, a importância da Rainha da Fronteira em sediar um evento que recebe dezenas de participantes representa o quão Bagé é importante, não só historicamente para a criação de cavalos Crioulos, mas também para os números atuais do segmento. A última vez que um evento desse porte ocorreu na cidade foi em

2016. “Bagé é representativa para o cavalo crioulo em todo o Brasil. Por isso, é muito positivo ter o retorno dessa classificatória para cá. E a importância da cidade se traduz em números. Até dezembro de 2022 tivemos um registro de 460 mil animais da população equina no país. Desse montante, cerca de 9,6% dessa população está registrada na região de Bagé. Especificamente na sede da Inspetoria Veterinária de Bagé, o percentual de cavalos crioulos inscritos é de 3,1%. Além disso, nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 16,5% na criação de cavalos Crioulos”, detalha o dirigente.

Segundo Costa, um evento como a Classificatória Gaúcha

Sul reforça também o impacto econômico que a criação de cavalos Crioulos traz para a cidade e região de Bagé. “Essa atividade do ponto de vista econômico en- volve diversas frentes de trabalho: do domador, ao trabalhador do campo, passando pelo cabanheiro, o veterinário, o guasqueiro, o comerciante de ração e de fertilizantes, o agrônomo; quem trabalha com a venda da indumentária. Enfim, a criação de cavalos crioulos dá emprego na cidade e movimenta a economia. Além disso, também fortalece a educação, pois temos diversos profissionais da Medicina Veterinária, egressos da Urcamp, trabalhando com o segmento não só em Bagé, mas em diversas regiões do Brasil”, destaca Fausto Bettanzo da Costa. Já no sentido cultural, visto que o cavalo Crioulo é um símbolo do Rio Grande do Sul, o presidente do Núcleo local informa que a entidade está trabalhando para inaugurar um museu em sua sede, com peças e fragmentos que representam a história da criação local. “Vamos expor, nesse museu, artigos de exemplares que fizeram a história da raça e do próprio Freio de Ouro. Campeões de provas funcionais e de morfologia que enfatizam o trabalho local em forjar vencedores. Portanto, Bagé é referência para a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, tendo nascido aqui há mais de 90 anos e, cuja sede do Núcleo, está há 47 anos trabalhando para o aprimoramento da raça”, finaliza.

A Justiça do Estado do Rio Grande do Sul emitiu, no dia 23 de maio, uma certidão de cumprimento de mandado em que atesta que a Prefeitura de Bagé regularizou a situação da Unidade de Cuidado e Atenção ao Animal. A decisão ocorreu após diligência de um oficial até o Canil Municipal. Na ocasião, ele verificou o atendimento das exigências estabelecidas, em abril, pela juíza Marina Wachter Gonçalves, da 4ª Vara Cívil Es-

O local é mantido pela Prefeitura e presta serviços gratuitos no atendimento e cuidado de cães e gatos. Itens como limpeza, disponibilidade de água limpa, acompanhamento veterinário, fornecimento de alimentação adequada e outros foram verificados pelo oficial de justiça, que avaliou item a item de recente denúncia feita contra o Canil, como destaca o Executivo municipal. “Assim como o oficial de Justiça, todo bajeense pode e deve visitar o nosso canil. O serviço prestado ali sempre foi de qualidade e com muito carinho”, disse o prefeito Divaldo Lara.

A sentença de abril havia sido em resposta à ação impetrada pelo Núcleo Bageense de Proteção Animal (NBPA) que, de acordo com os apontamentos do Ministério Público, baseados em Inquérito Policial elaborado pela Primeira Delegacia de Polícia Civil, havia identificado problemas junto ao espaço, como “péssimo estado de conservação, notoriamente insalubre; gramado elevado e com descarte de resíduos sólidos, criando ambiente propício para proliferação de animais peçonhentos; odor quase insuportável de fezes, urina e outros aromas na sede principal, seguramente em razão da ausência de limpeza rotineira no local”, entre outros. Com base nestes apontamentos, a juíza havia determinado a regularização da estrutura em um prazo de 30 dias a partir de uma série de exigências que, agora, conforme a certidão, foram atendidas.