Especial Forte Santa Tecla

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BAGÉ, 15 e 16 DE OUTUBRO DE 2016

ESPECIAL

REVIVER

Projeto quer Forte de Santa Tecla

encontra o sítio arqueológico do Forte de Santa Tecla. Este suplemento especial tem o objetivo de descrever as atividades, antecipar a proposta do projeto de um parque para a região e recontar um pouco da história daquela fortificação tão disputada por portugueses e espanhóis pelos idos dos anos 1700.

Todo esse conteúdo foi elaborado numa parceria entre os cursos de Comunicação Social e de História como parte integrante do programa que faz do Minuano o jornal laboratório do curso de Jornalismo da Urcamp.

ARTE/REPRODUÇÃO

Imagine poder passear com a família por uma das áreas mais antigas do município e saber, também, que ali surgiu a possibilidade do povoamento da cidade de Bagé há mais de 200 anos. Essa é a proposta do projeto que as lideranças locais e entidades públicas vão lançar no próximo dia 23, com intensa programação no mesmo local onde hoje se


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Forte Santa Tecla BAGÉ, 15 e 16 DE OUTUBRO DE 2016

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Editorial Um projeto que valoriza o passado

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este mês de outubro, será lançado o projeto Parque Forte Santa Tecla, uma iniciativa da Prefeitura de Bagé. Entre os inúmeros parceiros do projeto está a Universidade da Região da Campanha (Urcamp). Para marcar o lançamento, os cursos de História e de Jornalismo da universidade pro-

duziram um caderno especial. A importância da preservação deste patrimônio histórico para a cidade e para o Estado é imensurável. Hoje, em território gaúcho, de fortes com estruturas remanescentes, restam somente as ruínas do Forte D. Pedro II, em Caçapava, e as fundações do Forte de Santa Tecla em Bagé, ambos tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional, além de

alguns vestígios arqueológicos do entrincheiramento de São Martinho, em cidade do mesmo nome. Assim, iniciativas como esta devem ser apoiadas por todos os setores da sociedade. Projetos que vêm ao encontro da necessidade de fomentar uma cultura que valorize o passado da nossa região. Uma história riquíssima, mas ainda pouco explorada.

Artigo

Artigo

Processo de Tombamento

Um forte...

*Tainá Alves da Rosa *Acadêmica do curso de História da Urcamp

*Lasie Wilkel da Silva Júnior *Acadêmico do curso de História da Urcamp

O Forte de Santa Tecla, construído em 1774, para ser um posto avançado na estância de São Miguel das Missões, é o segundo bem tombado em Bagé pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1970, sendo que a abertura do processo ocorreu em 1948. Mas o que significa tombar um bem? A palavra tombamento é de origem portuguesa e o seu significado é de registrar o patrimônio de alguém em livros específicos de um órgão de estado. Em outras palavras, é registrar algo de valor que compõe a identidade de uma comunidade, que passa a ser protegido por legislação específica. O tombamento pode ser feito pelo (Iphan), órgão do governo federal, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) ou pelas administrações municipais. Ou, quando de maior amplitude, o bem pode se tornar patrimônio da humanidade sendo tombado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). O processo de tombamento de um bem cultural ou natural pode ser

solicitado por qualquer pessoa, por uma organização não governamental, por representante de órgão público ou privado, por um abaixo assinado ou ainda por iniciativa da coordenadoria do patrimônio cultural. Preservar um patrimônio cultural ou natural através do processo de tombamento é valorizar a evidência histórica de uma comunidade e, através desse ato, manter sua memória. Isso foi o que ocorreu com o Forte de Santa Tecla, no qual o arqueólogo Fernando La Salvia, da Universidade de Caxias do Sul, com o historiador Francisco Riopardense de Macedo, realizou escavações nas fundações do Forte, encontrando registros históricos que contam a história da comunidade local e comprovaram a importância dessas ruínas. E tudo que foi encontrado hoje faz parte do acervo do Museu Dom Diogo de Souza. A importância do Forte está muito além da sua representação física, ele agrega valores e representações simbólicas que compõem a nossa identidade. Daí a relevância do projeto de revitalização do Forte de Santa Tecla. Laboratório FACOS/Urcamp

Expediente

Caderno elaborado pelos alunos dos cursos de Jornalismo e de História da Urcamp. Professores coordenadores: Clarisse Ismério, Cristiane Pereira e Taiane Volcan. Supervisor e editor: Glauber Pereira Endereço: Rua Brigadeiro Mércio, 72 - CEP 96400.720 Bagé/RS • Telefone: (53) 3242 7693 www.jornalminuano.com.br

“Eu peço aos santos do céu que ajudem meu pensamento, e peço neste momento que vou contar minha história, me refresquem a memória, me aclarem o entendimento” (Martín Fierro). Hernández, quando escreveu o clássico sul americano, parece que, neste trecho, faz o Forte de Santa Tecla hablar conosco. História e arquitetura entrelaçam-se para formar, então, um só corpo e desnudar nosso passado. Sim, mesclo o espanhol e o português, pois é isso que nos faz assim, é isso que nos faz ser o que somos: guardiões das estremaduras brasileiras, argentinas e uruguaias. De certa maneira prefiro transpor-me para dentro daquelas muralhas do forte e vivenciar o sentimento que ali reinara: sofrimento, esperança e contestações. “Aquilo não era serviço. Nem defender a fronteira: aquilo era ratoeira em que o mais gato era o mais forte. Era jogar contra a sorte com uma tava culeira”. O sóbrio Martín Fierro pode, de sorte, nos desvelar tais sentimentos. Ainda há a fortificação e seus baluartes e somente o que ficou foi sua cica-

triz na terra, salientes como que a nos dizer: “Catando me han de encontrar aunque la tierra se abra”. O fortín representa este povo que aqui vive hoje, após ser demolido em 1776 voltou a ser reerguido em 1778 e, mesmo sendo demolido pelos portugueses em 1801, não morreu, deixou suas marcas para que nos lembrássemos de que aqui vive um povo eviterno. A revitalização da antiga nova área, na visão de um aluno apaixonado pelo curso de história, é fundamental para perpetuarmos não somente o forte, mas o espírito destes homens dos baluartes, das incômodas acomodações, das noites álgidas do pampa, dos que expandiram os meridianos. É a forma mais lhana de homenagear os que vieram antes de nós e finalizo com as sábias palavras de Lúcio Costa, para expressar o que podemos viver e sentir se lá estamos, quando analisou as antigas casas interioranas do Brasil: “A gente como que se encontra... E se lembra de coisas que a gente nunca soube, mas que estavam lá dentro de nós; não sei – Proust devia explicar isso direito”.

Linha do tempo “Forte Santa Tecla”

*Por Clarisse Ismério *Coordenadora do Curso de História da Urcamp 1773 - O governador das Províncias Unidas do Rio da Prata, D. José de Vertiz y Salcedo, partiu de Montevidéu, com um exército de 1.014 soldados.

1774 – Inicia no dia 27 de janeiro a construção do Forte de Santa Tecla, ordenada por D. José de Vertiz y Salcedo, para demarcar a posse dos espanhóis no local, impedir a expansão portuguesa e possibilitar intercâmbio de reforços com as Missões.

1774 - Em 28 de fevereiro, assumiu o capitão Francisco Piera que liderou 360 índios guaranis na construção do forte.

1774 - Em 26 de outubro de 1774 assumiu o capitão Miguel Antônio Loyola, que passou a comandar 123 espanhóis e 100 guaranis.

1776 - E 250 sold apoiados de 30 libr Companh Rio Pardo de Rafae um ataqu que foi ce


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Projeto será apresentado no dia 23

No próximo dia 23, acontece o evento “Revitalização do Sítio Histórico do Forte Santa Tecla”, a partir das 16h30, no próprio local (Estrada do Forte).

Confira a programação completa: 16h30 – Apresentação da Fanfarra da 3º Brigada de Cavalaria Mecanizada 17h – Abertura do evento e benção da área do Forte de Santa Tecla. 17h30 – Apresentação da fábrica de gaiteiros. Direção: Augusto Freitas da Silva 18h – A história do Forte Santa Tecla Palestrante: Cel. Marques 18h30 – Exibição do vídeo institucional Forte Santa Tecla. Participação: Cmt. do RCMEC Rafael Cunha de Almeida. Direção: Larronda 19h – Pronunciamento das autoridades 19h30 – Apresentação do projeto Parque Santa Tecla. Palestrante: arquiteta e urbanista Joelma Lemos Silveira 20h – Encenação da Tomada e Rendição do Forte Santa Tecla Direção: Memorial do Gaúcho, Rural jovem – Associação Rural de Bagé 20h30 – Exibição do curta metragem Adão La Torre, alma, terra e sangue, de Adriana Gonçalves Pereira.

Você sabia? *Por Clarisse Ismério *Coordenadora do curso de História da Urcamp

ANTÔNIO ROCHA

O Forte de Santa Tecla possuía o formato de um pentágono irregular, cujas muralhas eram feitas de leivas de barro socado (taipa), existiam também construções, casas e quartéis eram de pau-a-pique cobertas de palha, distribuídas em torno da praça de armas. Os armazéns possuíam cobertura de couro, para garantir a segurança contra incêndio. Fonte: FAGUNDES, Elisabeth Macedo de. Inventário Cultural de Bagé: Um passeio pela história. 2ª ed., Porto Alegre: Praça da matriz/Evangraf, 2012 e FLORES, Moacyr. Dicionário de História do Brasil. Porto Alegre: EIPUCRS, 1996.

Era defendido por dados espanhóis, s em oito canhões bras. E, neste ano, a hia dos Dragões de o, sob o comando el Pinto Bandeira, fez ue surpresa ao forte, ercado e sitiado.

1776 - No dia 27 de março, os comandados de Pinto Bandeira arrasaram a fortificação e atearam fogo aos escombros. E fundou a Guarda das Pedras, posteriormente denominada Guarda de São Sebastião.

1777 – Assinatura do Tratado de Santo Ildefonso. 1778 – O forte foi reconstruído pelos espanhóis.

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Projeto do Parque Forte de Santa Tecla retoma origens históricas do município Por Cecília Ferreira* Estudante de Jornalismo da Urcamp*

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o contexto da invasão espanhola, o Forte de Santa Tecla foi construído, em 1774, para abrigar os espanhóis durante as batalhas. Além disso, os combatentes necessitavam de um local seguro para controlar o trânsito das tropas que cruzavam a região e criar estratégias para derrotar os portugueses. Em 1776, o Forte de Santa Tecla foi cercado e arrasado pelos portugueses, comandados pelo sargento-mór Rafael Pinto Bandeira. Reconstruído, em 1778, pelos espanhóis, foi novamente tomado e destruído pelas tropas portuguesas, lideradas por Patrício Corrêa da Câmara, em 1801. Hoje, restam vestígios das antigas fundações em pedra, localizadas num parque com 26 hectares, que foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1970. A Prefeitura de Bagé, por meio da Secretaria de Coordenação e Planejamento (Scoplan), tendo como responsável a arquiteta Joelma Silveira, elaborou um projeto para construir no local o Parque do Forte Santa Tecla. A iniciativa conta com as parcerias do Iphan, instituições privadas e comunidade em geral. O projeto objetiva revitalizar a área do Forte, aprovei-

1801 - Foi novamente tomado e destruído pelo Regimento de Cavalaria de Dragões do Rio Grande do Sul, comandado por Patrício Corrêa da Câmara.

tando as construções existentes, agregando novos espaços com vistas à sustentabilidade do mesmo; Transferir o acervo existente do Forte Santa Tecla, localizado atualmente no Museu Dom Diogo de Souza, ao seu local de origem; Promover pesquisas nas áreas de história, biologia, turismo, geologia, arqueologia, arquitetura, engenharia, geografia e comunicação, desenvolvidas junto a universidades locais, além de promover o turismo cultural receptivo na região turística do pampa gaúcho junto aos empresários e entidades locais. De acordo com Joelma, o projeto é de grande contribuição, pois o Forte Santa Tecla é uma das três estruturas remanescentes existentes no estado do Rio Grande do Sul. “Seu entorno imediato é dotado de grande potencial turístico cultural. É de grande relevância histórica e geográfica por ser um sítio arqueológico e por estar localizado em uma região de fronteira”, explicou. O projeto está subdividido em duas zonas: de preservação e pública. A zona de preservação consiste na área do sítio arqueológico do Forte e seu entorno, garantindo a proteção da área para futuras escavações arqueológicas. Já a zona pública está subdividida nas seguintes áreas: a de acesso, que é o espaço com-

1948 – Início do processo de tombamento. 1970 - Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Referências

Yuri Cougo

Joelma é a responsável pelo projeto arquitetônico posto por um pórtico, guarita, estacionamento, um alojamento para pesquisadores, casa para o caseiro, uma midiateca (espaço interativo e administrativo) e loja para venda de souvenires; a área de lazer, que contará com recreação infantil, tenda móvel, anfiteatro ao ar livre, sanitários, quiosques e o novo memorial, criado para abrigar a maquete do forte e o acervo existente, assim como, um elevador panorâmico. E, por fim, a área de camping, composta por estacionamento, terrenos com demarcação para acampamento, iluminação e sanitários com chuveiros e lavanderia.

FAGUNDES, Elisabeth Macedo de. Inventário Cultural de Bagé: Um passeio pela história. 2ª ed., Porto Alegre: Praça da matriz/ Evangraf, 2012. FLORES, Moacyr. Dicionário de História do Brasil. Porto Alegre: EIPUCRS, 1996. Forte de Santa Tecla. Disponível em: http://fortalezas. org/?ct=fortaleza&id_fortaleza=387&muda_idioma=PT Acesso em: 01 de outubro de 2016. TABORDA, Tarcísio Antônio e GARCIA, Elida Hernandes (coordenadora). Bagé de ontem e de hoje: coletânea de artigos publicados na imprensa (1939 - 1994). Bagé: Ediurcamp, 2015.


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Forte Santa Tecla BAGÉ, 15 e 16 DE OUTUBRO DE 2016

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A força das parcerias para desenvolvimento turístico Por Yuri Cougo Dias* Estudante de Jornalismo da Urcamp* A importância de parcerias consolidadas favorece o alcance de resultados positivos. Aliás, a integração com representantes da sociedade é um dos dilemas da prefeitura para que o forte de Santa Tecla se torne um atrativo turístico e cultural. Conforme a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Sandra Moraes, o projeto prevê ações em curto, médio e longo prazo. A primeira parte está relacionada à inclusão da comunidade, com visitações. É o caso da participação de escolas. Com foco no turismo, a titular da pasta aponta o agronegócio, a energia e a educação como setores a serem beneficiados durante o processo. “O projeto poderá gerar renda para as propriedades. As pessoas têm que abrir suas portas e acreditar. Todas as segundas-feiras, às 8h, acontecem reuniões na prefeitura com os envolvidos”, salienta.

Rural jovem

Várias entidades e instituições da região estão engajadas na iniciativa. Cada uma assumiu uma função. O segmento cultural fica por conta do grupo “Rural Jovem”, vinculado à Associação e Sindicato Rural. O projeto Memorial Gaúcho, coordenado por Flávio Cantão, conta episódios históricos do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina. Desde o início de setembro, está em fase de elaboração um espetáculo teatral sobre o Forte de Santa Tecla. “Na Argentina é apresentada a ópera pampa, que conta a história do País. Queremos fazer com que aquele importante local seja lembrado”, destaca. Cantão comenta que a primeira peça será apresentada no dia 23 de outubro, no lançamento do projeto. Futuramente, outras exibições deverão ser feitas em datas importantes. “Vamos tentar levar algumas escolas para assistirem. Todo produto precisa de um envolvimento para dar certo. Nossa carne, por exemplo, é vendida pela cultura, história e turismo

Museu conta com aproximadamente 300 itens do Forte de Santa Tecla Por Estefânia Borges* Estudante de Jornalismo da Urcamp* O Museu Dom Diogo de Souza tem um acervo com cerca de 300 peças históricas do Forte de Santa Tecla. Na década de 90, este memorial ficava no próprio parque, porém, alguns itens foram roubados na época, portanto o historiador Tarcísio Taborda optou, por uma questão de segurança, encaminhar o acervo ao museu. De acordo com uma das gestoras do museu, Carmem Barros, itens como fotografias, documentos, ossos, pedaços de madeira e metal, roda de carreta, solas

de sapatos podem ser encontrados expostos no museu. “Estas peças foram encontradas em uma pesquisa arqueológica feita em 1969 por um servidor de Tarcísio Taborda”, informa. Para Carmem, quando for implantado o novo projeto para o Forte de Santa Tecla, a questão da segurança deve ser prioridade. “Já aconteceram roubos em outras épocas, e o maior acervo que temos hoje é o próprio local. Por isso, é importante que as pessoas respeitem e não estraguem, pois é um sítio arqueológico”, frisa. ANTÔNIO ROCHA

Pedaços de ossos, madeira e metal podem ser encontrados no local

local. Para materializar aquele forte temos que nos unir”, ressalta.

Pequenos produtores

Com a valorização dos arredores do forte, a expectativa da administração municipal é de que os pequenos e médios produtores rurais sejam beneficiados com a movimentação turística. Esse trabalho é conduzido pela Emater/RS. De acordo com a técnica-social Ana Rosa Sonáglio, um contato entre a entidade e a Associação de Moradores e Produtores de Olhos D’Água e arredores já foi estabelecido. “Acertamos para que, no dia 23 de outubro, os produtores estejam expondo seus alimentos tradicionais. Queremos integrar a comunidade e que as pessoas conheçam as propriedades que ficam no entorno. O principal objetivo é turismo, geração de renda e inclusão”, observa. Dentro da associação, a

luta é para obter um número considerável de produtores adeptos à causa. Segundo o presidente João Carlos Pinto, a entidade conta com aproximadamente 40 atuantes. Queijo, leite e frutas são os principais alimentos gerados na região. “Temos que trabalhar para que o pessoal abrace o projeto, mas nem sempre isso é fácil. Por outro lado, já há uns quantos interessados em fazer parte da associação. A ideia é muito boa. Vai alavancar todos os arredores”, entende.

Roteiro

Com toda mobilização em andamento, um roteiro turístico será implementado pela Associação Pampa Gaúcho de Turismo (Apatur). A presidente da comissão provisória da associação, Sandra Telles, destaca que o trabalho vai abranger todos os demais envolvidos. “Será um ‘guarda-chuva’

Yuri Cougo

Sandra Moraes, Secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo acredita que projeto irá gerar renda das demais áreas. Exploraremos desde o Cemitério dos Anjos até o museu. Isso é um trabalho de médio e longo prazo. O roteiro tem que ir de acordo com o andamento da revitalização. Vamos fazendo na medida em que as coisas vão sendo feitas”, explica.

Projeto conta com divulgação do curso de Comunicação Social Por Larissa Hummel* Estudante de Jornalismo da Urcamp* A participação do curso de Comunicação Social da Universidade da Região da Campanha (Urcamp) no projeto do Parque Forte de Santa Tecla vem de uma parceria que começou na cobertura jornalística do Festival de Cinema da Fronteira. Desde 2014, o curso produz o cinejornal: um documentário diário dos principais acontecimentos do evento. O curso foi o principal responsável pela divulgação antes e durante o festival. O trabalho desenvolvido pelos alunos resultou na próxima parceria entre prefeitura e universidade: a cobertura jornalística da estadia da Seleção Brasileira Paralímpica de Futebol de Sete em Bagé. A delegação esteve no município de 8 a 29 de março, período em que foi realizada a pré-temporada de treinamentos para a Paralimpíada Rio 2016. Durante os 21 dias, os alunos elaboraram matérias e vídeos para o blog “Bastidores” com notícias diárias das atividades dos atletas. Além do conteúdo online, o curso produziu um documentário e dois cadernos especiais, que foram publicados no Jornal MINUANO - principal apoiador dos projetos

Yuri Cougo

A Pró-reitora Elisabeth Drumm lançou a parceria na Semana Acadêmica do Curso de Jornalismo desempenhados pelo curso. Com o projeto do Parque Forte de Santa Tecla não seria diferente. A prefeitura propôs à universidade a parceria que, além do curso de Comunicação Social, agregou outras áreas. O curso de História será responsável por retomar a memória do local, o de Biologia fará a análise do bioma, relevo e flora, além da explorar potenciais para trilhas no local do Forte, entre diversas contribuições de outros cursos da instituição. De acordo com a Pró-reitora

de Inovação, Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Elisabeth Cristina Drumm, este projeto apresenta um cunho ainda mais importante para a universidade. “A Urcamp como instituição comunitária abraça todos os projetos capazes de gerar a formação dos alunos e o desenvolvimento regional. O projeto Parque Forte de Santa Tecla é ainda mais importante, devido à questão afetiva com Tarcísio da Costa Taborda, filho de Attila Taborda, fundador da Urcamp. É nosso papel dar vida ao forte e dar continuidade à história dos fundadores dos patrimônios histórico-culturais de Bagé”, ressalta. Para o coordenador do curso de Comunicação Social, Glauber Pereira, a formação dos alunos é outro fator que agrega vantagem nessa parceria, já que as atividades ultrapassam a sala de aula e tornam-se uma ação laboratorial. “As práticas já realizadas nos projetos anteriores serão retomadas agora. Os alunos das disciplinas de Redação, Cinema e Telejornalismo exercitarão o que foi ensinado em aula e ainda receberão horas certificadas pela participação”, salienta.


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