LOCAL EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO DEZEMBRO 2019
223 ANOS DOS DISTRITOS DATA FOI OFICIALIZADA NO DIA 03 DE OUTUBRO
HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO ITALIANA
MEMÓRIA VIVA
EM 1796 COMEÇA A DOAÇÃO DE TERRAS AOS SESMEIROS DEZEMBRO DE 2019 Revista Local 1
Índice
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Editorial
Uma pesquisa de 1999, do IBGE indicou que cerca de 10% dos brasileiros entrevistados afirmaram ter ancestralidade italiana, percentual que, numa população de cerca de 200 milhões de brasileiros, representaria em torno de 20 milhões de descendentes. Uma fonte italiana, de 1996, cita o número de 22.753.000 descendentes. Segundo pesquisa de 2016 publicada pelo IPEA, em um universo de 46.801.772 nomes de brasileiros analisados, 3.594.043 ou 7,7% deles tinham o último ou o único sobrenome de origem italiana. A embaixada italiana no Brasil, em 2013, divulgou o número de 30 milhões de descendentes de imigrantes italianos (cerca de 15% da população brasileira), metade no estado de São Paulo.
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Revista Local Especial Aniversário de 223 Anos Distritos Editora - Sandra Regina Venâncio - MTB 44.475 Representante Comercial - Adelaide Santos Designer e Diagramação - Leandro Faliveni Colaboradores: Cristiane Renata de Lima Prestes, Hélio Beltramelli, Odair Mingatto (in memorian) Área de Circulação: Condomínios - Gramado, Parque da Hípica, Notre Dame, San Conrado, Botânico, Sorirama, Sousas, Joaquim Egídio, comércios 2 Revista Local DEZEMBRO DE 2019
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Distribuição segmentada: cabelereiros, clínicas de estética, escritórios de advocacia Direitos Autorais: Esta publicação é parte integrante do Jornal Local Fotos meramente ilustrativas Dezembro de 2019 Rua Cel Alfredo do Nascimento, 229 - CEP 13106-000 – Sousas - Fone: (19) 3258-6157
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Comemoração
Sousas e Joaquim Egídio comemoram aniversário Os distritos de Sousas e Joaquim Egídio comemoraram no dia 23 de novembro, o aniversário de 223 anos, na Praça Beira Rio de Sousas. A iniciativa das festividades foi do Jornal Local com apoio das subprefeituras de Sousas e Joaquim Egídio, Secretarias de Cultura, Esportes e
Turismo de Campinas. A data de fundação dos distritos foi oficializada no dia 03 de outubro de 2011, através de um projeto de Lei do ex-vereador Sebá Torres. “Desde que foi criada em 2011, a data ainda não havia sido comemorada. Acredito que faltou iniciativa
da população mais tradicional na valorização da cultura de seus antepassados. Um povo sem memória é um povo sem cultura. Preservar e resgatar a memória é preservar as tradições, os costumes e o meio ambiente”, enfatiza Sandra Venâncio do Jornal Local. Durante o evento, várias atividades marcaram as comemorações, como a caminhada ecológica, que deu a largada na Estação Ambiental de Joaquim Egídio. O passeio com a antiga jardineira aos pontos históricos da região foi um dos atrativos que agradou os turistas, que vieram festejar em Sousas Mas, o ponto alto que marcou o evento, foi a orientação que o público recebeu do Patronato Italiano de Campinas. Muitos descendentes de italianos v ieram buscar orientação e esclarecimentos sobre o processo para obter a cidadania italiana. De acordo com Paulo Moretti, presidente da entidade, ele atendeu famílias que vieram de Campinas, Região Metropolitana e de São Paulo, que puderam ser orientadas em todo o processo. Hoje, a população dos distritos, representa quase 90% de descendentes da imigração italiana. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, só o ano passado, o número de passaportes da Itália subiu para 5.799.
Próxima edição terá uma semana de comemorações Para o próximo ano o Jornal Local vai estender as comemorações com a “Semana de Aniversário dos Distritos”. A ideia é organizar uma semana inteira, dedicada a diversas expressões artísticas, culturais e esportivas da região. “A iniciativa do Jornal Local foi um pontapé inicial para que nos próximos anos, as comemorações de A niversár io envolvam toda a comunidade com maior engajamento das famílias italianas tradicionais”, af irma Sandra, organizadora do evento. 4 Revista Local DEZEMBRO DE 2019
Como surgiu a data Para se chegar a essa data, o pesquisador e morador, Hélio Beltramelli fez várias pesquisas na monografia histórica de Campinas. Segundo Beltramelli, os registros marcam um importante acontecimento na região, que foi o dia 03 de outubro de 1796, período em que foi feita a doação das sesmarias para os sesmeiros João José da Silva, José de Souza e Siqueira (neto) e Inácio Ferreira de Sá. “Outros períodos da história foram citados como, por exemplo,
o início do cartório distrital e a mudança de arraial para distritos, porém a data de 1796 é a mais importante, pois resgata e narra um
Aniversário
Busca pela cidadania italiana atraiu grande público período importante da história. Do distrito de Joaquim Egídio surgiram as primeiras fazendas de café e de cana de açúcar”, conta Hélio. Onde tudo começou... A história se inicia em 1796, quando as terras de fazendas daquela região começam a ser partilhadas aos sesmeiros. O início do povoamento de Sousas aconteceu em 1830, quando Aleixo Antônio de Godoy e Bernardo José Sampaio, imbuídos do mesmo espírito aventureiro, resolveram construir uma ponte de madeira. O povoamento foi crescendo e se transformou em um pequeno arraial que se tornou conhecido como “Ponte do Arraial”, a ponte mais conhecida de Sousas. A introdução da cultura do café em meados do mesmo século trouxe nova dinâmica econômica para a região, atraindo mais moradores, inclusive os imigrantes italianos. Já o distrito de Joaquim Egídio, antes de receber este nome, em 1894, era chamado de Laranjal, dada a grande quantidade de laranjeiras plantadas entre os cafezais. Não existem dados precisos a respeito das origens de sua fundação, embora algumas casas construídas em sua área datem da década de 1840.
Outro detalhe a seu respeito é que, apesar de seu nome atual (Joaquim Egídio) ser uma homenagem ao neto do Marquês de Três Rios, o provável fundador do então vilarejo foi o major Luciano Teixeira Nogueira. Embora integre um município, o distrito manteve quase que intactas características de vila rural, cidadezinha que nasceu e cresceu à sombra dos cafeeiros. Apesar de a industrialização não ter alcançado direta e expressivamente Sousas e Joaquim Egídio, os distritos permanecem protegidos desse processo, quase que esquecido. Os distritos tentaram se emancipar se transformando em município, nos anos de 1995 e 1999, mas os processos se encontram com a tramitação suspensa na Assembleia Legislativa de São Paulo. Ações do Jornal Local Ações sociais, culturais e esportivas fazem parte das atividades da programação de redes de comunicação como a TV, Rádio e Jornais. Quem não ouviu falar do Programa Criança Esperança e da Corrida Integração? Dentro desse papel social, o Jornal Local organiza desde 2007, várias atividades com o propósito de
envolver a sociedade no “exercício da cidadania”. Já em 2007, o Jornal Local promoveu na Praça Beira Rio, o “Dia da Saúde Bucal”, em parceria com a Uniodonto Campinas e Drogasil. Depois em 2009, envolveu alunos das escolas públicas e privadas da região com o 1º Concurso Literário. O vencedor do concurso ganhou na época, duas estadias, em um hotel da região de Campinas. Entre 2011 a 2014, em parceria com a BrasilInvest realizou ações sociais, como o “Natal iluminado”, e a distribuiu mais de mil brinquedos para as crianças carentes da região. Outras atividades promovidas trouxeram alegria e diversão para as famílias dos distritos, como a reativação do Carnaval de Sousas; a criação do Festival de Inverno de Sousas e Joaquim Egídio, e a 1ª Oktoberfest Sousas. O jornal também participa ativamente no campo político e todo ano eleitoral, realiza o debate político entre os candidatos a vereador de Sousas e Joaquim Egídio. A ideia surgiu, quando o número de candidatos pelos distritos cresceu assustadoramente. Diante desse quadro, o Jornal Local se colocou à frente na organização de um debate, para que a população pudesse conhecer melhor, os candidatos e suas propostas. DEZEMBRO DE 2019 Revista Local 5
Colonos italianos e japoneses
Senta que lá vem história A fundação de Sousas iniciou-se em 1830 pelos sertanejos Aleixo Antonio de Godoi e Bernardo Sampaio, ao se estabelecerem às margens do Atibaia, onde encontraram farta caça e pesca, além de magnífica beleza natural. Para continuar sua descoberta, construíram uma ponte de madeira a fim de transporem o rio. Decidiram estabelecer-se no local, iniciando uma povoação que logo desenvolver-se-ia. As condições naturais da região atraíram novos moradores, como Augusto Fornaleiro, Manoel Antonio de Moraes, João Floriano de Camargo e membros da família Souza. Foi assim que José Floriano de Camargo e membros da família Sousas, sabedores das boas qualidades das terras, vieram adquiri-las juntando-se aos primitivos povoadores. Foi crescendo e se transformou em um pequeno arraial que se tornou conhecido como “Ponte do Arraial”, a ponte mais conhecida de Sousas. 6 Revista Local DEZEMBRO DE 2019
A introdução da cultura do café em meados do mesmo século, trouxe nova dinâmica econômica para a região, atraindo mais moradores, inclusive os imigrantes italianos. Em 1889 os moradores ergueram o primeiro templo do então arraial de Sousas, uma capela consagrada a São Sebastião, ainda preservada na pracinha em frente á subprefeitura. A vida seguiu tranquila e sempre seguirá o ditado: “Sousas é o pedaço do Céu na Terra”. Vamos preservá-lo, dizia Antônio Carlos Couto de Barros (in memoriam). Aos poucos, o povoado tornou-se arraial, conhecido como “Ponte do Arraial” e “Ponte do Atibaia”. Em 1889, houve a mudança do nome para “Arraial dos Souzas”, devido ao fato de muitos moradores serem descendentes de membros da família de sobrenome Souza. Esta proposta do vereador Dr. Ricardo Gumbleton Daunt visava homenagear a família que contribuíra
para formação e desenvolvimento da localidade. Em 1896, o então deputado estadual Dr. Alberto Sarmento pediu informações sobre a localidade ao professor João Brenn , a fim de elevar o Arraial a Distrito de Paz. Em consequência, no dia 24 de julho deste mesmo ano, houve a criação de seu cartório de paz e a eleição dos seguintes juízes: Alfredo Augusto do Nascimento, João de Souza Campos e Luiz Damy. Porém, o cartório de paz só iniciou seu funcionamento em fevereiro de 1897. Em 1944, através do decreto nº 14.334 de 30 de novembro do referido ano, houve uma nova mudança do nome: de “Arraial dos Souzas” para somente “Sousas”. Distrito de Sousas Sousas é um distrito pertencente ao município de Campinas, no estado de São Paulo. Tendo sua fundação em 24 de julho de 1896 (122 anos), Sousas é o distrito mais antigo de
O Arraial de Souzas
Campinas. Localiza-se na região leste do município, aproximadamente 10,5 quilômetros do Centro e conta com aproximadamente 28 mil habitantes. No passado era conhecido como Arraial dos Sousas e Sousápolis. Embora integre um município, o distrito manteve quase que intactas características de vila rural, cidadezinha que nasceu ou cresceu
à sombra dos cafeeiros. O ciclo do café deixou fincado, em solo campineiro e paulista, as bases, a infraestrutura e as condições para a implantação de indústrias, mas o distrito, no entanto, permaneceu protegido desse processo, quase que esquecido. Apesar de a industrialização não ter alcançado direta e expressivamente Sousas e Joaquim Egídio,
Sesmarias esses núcleos satélites também se beneficiaram do processo, tanto pela oferta de trabalho para seus habitantes no município e na região, como pela arrecadação de recursos financeiros. O preço da terra, o relevo acidentado e a vocação rural fizeram com que a ocupação do solo e a expansão urbana fossem mais difíceis e lentas. Tudo isso resultou numa espécie de cultura diferenciada do resto do município. Ficaram intactos o modo de vida interiorano, valores esquecidos e sotaques. A população dos distritos é uma mescla de descendentes de imigrantes - sobretudo italianos - alguns descendentes de escravos das antigas fazendas de café e migrantes mineiros e paranaenses. Sesmarias O nome Sousas é em homenagem ao brigadeiro Luís António de Sousa Queirós, que foi agraciado pela coroa portuguesa com uma grande sesmaria na região entre os rios Atibaia e Jaguari, no atual distrito de Sousas. Bernardo Sampaio, de Campinas, e Aleixo de Godoy, de Amparo, exploraram o local pela primeira vez desde a fundação de Campinas e batizaram o local em 1830. Com a distribuição das sesmarias, o Distrito de Sousas se constituiu nas terras da Fazenda Atibaia de propriedade da família de Joaquim Monteiro, em 1833, onde foi construída uma capela em louvor a São Sebastião.
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Estação Cabras - 1894
Laranjal ...São Luciano Antes de receber o nome de Joaquim Egídio, por volta de 1894, o atual distrito já foi chamado de Laranjal – devido à grande quantidade de árvores desse gênero existente nos cafezais – e São Luciano. Até o momento, não existe precisão a respeito das origens de sua fundação, embora algumas casas datem da década de 1840. Ainda que o nome atual seja uma homenagem ao neto do Marquês de Três Rios, o provável fundador do vilarejo foi o Major Luciano Teixeira Nogueira. Nogueira, nascido na então Vila de São Carlos (Campinas) em 1803, era filho do sargento-mor Joaquim José Teixeira e de D. Angela Izabel Maria de Sousa. Casou-se duas vezes: a primeira, em 1820, na Vila de São Carlos, com Francisca de Paula Ferraz, sua sobrinha, tendo 18 filhos. Após sua morte, Nogueira casou-se em 1852, na já cidade de Campinas, com Joaquina Augusta Nogueira, tendo mais 16 filhos neste segundo matrimônio. No campo político, o Major era conhecido por seus ideais liberais, tendo exercido o cargo de vereador, 8 Revista Local DEZEMBRO DE 2019
entre os anos 1833-36 e um segundo mandato entre 1845-48, e participado do movimento liberal de 1842 a favor de Feijó. Nogueira também ocupou posto na Guarda Nacional, substituindo o Major Joaquim Quirino (pai de Bento Quirino) no cargo de Comandante da corporação. Eminente senhor de engenho, possuía grande quantidade de terras: era proprietário da Fazenda Chapadão, herdada de seu pai, de produção de açúcar. O engenho foi um dos pioneiros da indústria cafeeira na região e, segundo Celso Maria Puppo, Nogueira também fundou a Fazenda Laranjal, de produção cafeeira, em cuja sede hoje se encontra a parte urbanizada de Joaquim Egídio. Em homenagem ao Major, que falecera em 1884, a vila passou a chamar São Luciano. Mas o nome atual do distrito se refere a uma outra personagem importante de nossa comunidade, cuja lembrança ficaria cunhada na memória local. Joaquim Egídio de Sousa Aranha, o Marquês de Três Rios, era grande proprietário rural, possuindo na região a Fazenda
Sertão, antiga sesmaria de Antônio da Cunha Raposo Leme. A propriedade foi adquirida pelo Marquês em 1885 e lhe pertenceu até seu falecimento, em 1893, deixando-a para seus netos – filhos de Carlos Egídio de Sousa Aranha – então já falecido. O Marquês de Três Rios doou terreno para construção da capela de São Joaquim, ainda no século XIX, e foi seu neto, Joaquim Egídio de Sousa Aranha Neto, conhecido como o “marquesinho”, que ergueu a capela e doou o terreno para a estrada ferro (a antiga “Cabrita”). O nome da vila – Joaquim Egídio – passou, portanto, a ser utilizado como homenagem ao “marquesinho”. Joaqu i m Eg íd io de S ousa Aranha, primeiro e único barão, conde, visconde e marquês de Três Rios, (Campinas, 19 de março de 1821 — São Paulo, 19 de maio de 1893) foi um proprietário rural, cafeicultor e político brasileiro. Em 1876, passou a residir em São Paulo. Foi Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Fez generosos donativos às instituições de caridade. Foi Presidente da Com-
panhia Paulista, construtora da Estrada de Ferro Jundiaí a Campinas. Foi também um dos fundadores do Banco Comércio e Indústria de São Paulo. Família Filho de Francisco Egídio de Sousa Aranha e de sua prima Maria Luzia de Sousa Aranha, viscondessa de Campinas, proprietários (por herança de Joaquim Aranha Barreto de Camargo) do Engenho e Fazenda Mato Dentro, antiga Sesmaria em Campinas. Irmão gêmeo do tenente-coronel José Egídio de Sousa Aranha (que foi casado em primeiras núpcias com Maria Luísa Pereira de Queirós, e em segundas, com Antonia Flora Pereira de Queirós e que recusou receber o título de barão de Campinas que lhe foi oferecido). Foi também irmão de Ana Teresa de Sousa Aranha, que foi casada com seu primo Manuel Carlos Aranha, Barão de Anhumas, não tendo se tornado baronesa consorte de Anhumas, por ter falecido antes da concessão do título, tendo sido a baronesa a segunda espôsa, Blandina Augusta de Queirós Aranha. Também foi sua irmã, Libânia de Sousa Aranha, que foi casada com seu primo Joaquim Policarpo Aranha, barão de Itapura. Casou-se em primeiras núpcias, em 30 de novembro de 1842, com Ana Francisca de Pontes (viúva do capitão Antônio José da Silva), nascida em Campinas, em 1822 onde faleceu em 16 de agosto de 1875, sendo filha de José Pereira de Pontes e Cecília Barbosa de Almeida. Casou-se em segundas núpcias, em São Paulo, em 19 de fevereiro de 1876, com Maria Hipólita dos Santos Silva, nascida em 2 de janeiro de 1824 e falecida em 19 de outubro de 1894, viúva de Amador Rodrigues de Lacerda Jordão, barão de São João do Rio Claro, e filha de José Joaquim dos Santos Silva, barão de Itapetininga. Faleceu o Marquês de Três Rios a 19 de maio de 1893, em São Paulo, sendo sepultado no Cemitério do S.S. Sacramento. A Marquesa pouco
As Fazendas tempo sobreviveu ao marido, pois, também faleceu na Capital do Estado, sendo sepultada no Cemitério da Consolação, não deixando geração. Deixou o Marquês uma das maiores fortunas de São Paulo. Ao falecer deixou 15 netos como herdeiros, tendo seus dois filhos do primeiro casamento, já falecido. Houve descendência, três filhos, apenas do primeiro casamento: Carlos Egídio de Souza Aranha (nascido em 1843), que se casou com Maria Angela de Moraes Bueno (nascida em 1851), tendo por filhos, Joaquim Egidio de Souza Aranha (nascido em 1867), que se casou com Analia Ferreira de Camargo, Carlos de Souza Aranha (nascido em 1868), Candido Egydio de Souza Aranha (nascido em 1869), Zulmira
Adelaide de Souza Aranha (nascida em 1871). Brasilia Augusta de Sousa Aranha (nascida em 1846), que se casou com João Franco de Andrade, sendo seus filhos, Octaviano Franco de Andrade, Alfredo Franco de Andrade, Clodomiro Franco de Andrade, Maria Franco de Andrade, Lauro Franco de Andrade, João Franco de Andrade, America Franco de Andrade. Amelia Aureliana de Sousa Aranha (nascida em 1847). Propriedades Foi riquíssimo proprietário urbano e rural, destacando-se a Fazenda Sertão, antiga sesmaria adquirida em 1885, no município de Campinas, como outras que possuiu, como a Fazenda Vista Alegre, a Fazenda
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Costumes italianos
Costumes ... Pinheiros e também a Fazenda Santa Gertrudes, esta no município de Rio Claro. O Solar do Marquês de Três Rios, na cidade de São Paulo, foi onde recebeu a família imperial, o Conde d’Eu, a Princesa Isabel e três filhos que hospedou. Construido entre os anos de 1850 e 1860, posteriormente, foi adaptado como séde da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em 1894. O prédio foi demolido em 1928, bastante danificado por ter sofrido bombardeios durante a Revolução de 1924. História Joaquim Egídio é um dos distritos pertencentes à cidade de Campinas, no estado de São Paulo.Seu nome é em homenagem a Joaquim Egídio de Sousa Aranha, marquês de Três Rios. A região onde fica Joaquim Egídio, assim como Sousas, surgiu em função das fazendas cafeeiras e se desenvolveu com o estabelecimento do Ramal Férreo Campineiro, estabelecido na década de 1890 e ex10 Revista Local DEZEMBRO DE 2019
tinto em 1960, que ligava Joaquim Egídio à Estação Campinas (atualmente Estação Cultura). Localizado na antiga Fazenda Laranjal, do latifúndio do capitão mor Floriano de Camargo Penteado, este Distrito é herança da mistura dos povos que imigraram para o país na época das grandes fazendas. São africanos e europeus que se estabeleceram e fincaram suas raízes. Sua arquitetura é tipicamente colonial. Antes da construção da Rodovia Heitor Penteado em 1958, a ligação até o centro de Campinas era feita pelo Ramal Férreo Campineiro, com a locomotiva apelidada de “Cabrita”, que conseguia subir a Serra das Cabras para escoar a produção cafeeira local. A criação oficial do distrito, até então um povoado, ocorreu com o desmembramento de seu território de Sousas, ocorreu através da Lei Estadual 5.285, de 18 de fevereiro de 1959. Localizado a cerca de 15 km do centro da cidade, é o mais distante e rural dos distritos, sendo que nos
últimos anos, tem tido um grande aumento populacional em função dos condomínios fechados. Tem no turismo uma importante fonte de renda. Curiosidade O Insigne Cardeal Agnelo Rossi, brasileiro que mais alto subiu na
hierarquia eclesiástica, sendo considerado o maior expoente da Igreja do Brasil, chegando a ser cardeal-decano do Colégio Cardinalício, é natural do Distrito de Joaquim Egídio. Tombamentos A História de Campinas está diretamente ligada ao surgimento de Sousas e Joaquim Egídio. Estudos mostram as várias etapas de ocupação dos distritos, estabelecendo-se manchas de evoluções do traçado urbano no início do século 19, mas o processo de tombamento só ocorreu em 2003 a fim de garantir a preservação histórica para futuras
gerações. Por volta de 1833, iniciou-se a construção da capela, erguida em honra a São Joaquim. Era uma capela modesta, restringindo-se apenas ao altar. Foi ampliada alguns anos depois, e a igreja ganhou uma torre com sinos, nos mesmos moldes da Igreja Matriz de Santana em Sousas. Por caracterizar-se como a única Igreja de Joaquim Egídio e pelo seu valor histórico e cultural, a Capela de São Joaquim e São Roque foi tombada pelo CONDEPACC. A preservação do centros urbanos dos distritos, visa basicamente, o reconhecimento pela comunidade o “valor cultural e ambiental”, pre-
servando-se, dessa forma, enquanto registro remanescente arquitetônico urbano e rural, paisagístico, afetivo e histórico, o que atrai cada dia mais pessoas para esta região. Subprefeitura de Sousas; Igreja de São Sebastião; Coreto da Praça São Sebastião; Casa de Cultura e Cidadania Antônio da Costa Santos; Ponte Ademar de Barros; Monumento ao Imigrante; Igreja de Santana e Casa Paroquial; Hospital Cândido Ferreira; Capela de Santa Cruz; Posto Policial; Casa do Cardeal Dom Agnello Rossi; Capela de São Joaquim e São Roque; Ponte Padre Abel; Clube Reacreativo Sousense.
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Italianos no Brasil
Imigração italiana no Brasil Os casos ... O início do século passado o atual distrito de Sousas era chamado Arraial dos Sousas em virtude de todas as terras do trecho que se iniciava em Campinas e se estendia a leste em direção ao Pico das Cabras serem de propriedade do coronel Joaquim Egídio de Sousas Aranha. Eram todas fazendas de café, o que chegou a dar Campinas como o maior produtor do país. Tal era a importância dessa agricultura que o governo se viu obrigado a construir uma linha férrea com vários ramais, de Campinas até a Fazenda das Cabras. O Arraial dos Sousas surgiu como povoado em torno da antiga ponte de madeira, na atual Praça de São Sebastião, onde foi erigida a capela que existe até hoje, O povoado foi se estendendo rumo sul até a Rua Humaitá, rumo leste e rumo norte pela Rua 13 de maio até onde se localiza a Merck Sharp Dhome. Essa rua era habitada em sua maioria por ex-escravos e seus descendentes. Três eventos aconteceram nos fins do século anterior em 1896: a inauguração da ponte de ferro, da Igreja Matriz de Sant´Ana e do cemitério, onde se encontra hoje. A partir da decadência do café o quadro geofísico do distrito começou a mudar num ritmo acelerado. A população rural começava a migrar para a zona urbana e vários loteamentos surgiram rumo oeste, em direção a Campinas. Com a construção da Rodovia Heitor Penteado a saída para Campinas melhorou ainda mais a geografia do distrito, pois antes desse evento a saída era feita pela rua da estrada antiga, atual Rua dos Expedicionários. 12 Revista Local DEZEMBRO DE 2019
Imigração italiana em São Paulo Até 1920, o estado de São Paulo havia recebido aproximadamente 70% dos imigrantes italianos que vieram para o Brasil, representando 9% da sua população total, pelo fato de as fazendas de café terem se concentrado nessa região e de esse estado ter investido grande quantia de dinheiro subsidiando a passagem dos imigrantes. Até o ano de 1920, deram entrada em São Paulo 1.078.437 italianos. São Paulo recebeu imigrantes de diversas regiões da Itália. Nos registros paroquiais de São Carlos, cidade produtora de café no interior de São Paulo, para o período compreendido entre 1880 e 1914, foi registrado que, dentre os italianos que ali se casaram, 29% dos homens e 31% das mulheres eram oriundos do Norte da Itália, sendo o Vêneto a região mais bem representada, com 20% dos homens e 22% das mulheres, seguido da Lombardia com 5% dos homens e 6% das mulheres. Os italianos do Sul também eram bastante numerosos, correspondendo a 20% dos homens e 15% das mulheres de nacionalidade italiana. Calábria, com 7% dos homens e 5% das mulheres e Campânia, com 6% dos homens e 5% das mulheres eram as regiões sulistas que mais mandaram imigrantes para São Carlos. Em São Paulo, assim como no resto do Brasil, havia a tendência dos imigrantes do Norte da Itália rumarem para a zona rural, enquanto os do Sul preferiam se dedicar às ocupações urbanas. Isso explica o fato de, na cidade de São Paulo, os meridionais terem dominado bairros
inteiros, como foi o caso do Bixiga, do Brás e da Mooca, habitados especialmente por imigrantes oriundos da Calábria e de Campânia. Os italianos, principal corrente imigratória no Brasil, chegaram em 1880 a Campinas e se concentraram nos distritos de Sousas e Joaquim Egidio, então povoados pelos escravos negros que trabalhavam nas fazendas. Com a libertação dos escravos, substituíram os negros na cultura do café e poucas décadas depois já haviam acumulado capital suficiente para se tornarem pequenos proprietários e comerciantes, mantendo a cultura de subsistência e criação de gado.
Italianos vinham em busca de um sonho. Alguns desistiram e retornaram à Itália, enquanto outros, devido as condições financeiras permaneceram no Brasil
O motivo da imigração Os italianos, como todos os demais imigrantes, deixaram seu país basicamente por motivos econômicos e socioculturais. A emigração, que era muito praticada na Europa, aliviava os países de pressões socioeconômicas, além de alimentá-los com um fluxo de renda vindo do exterior, em nada desprezível, pois era comum que imigrantes enviassem suas economias para os parentes que haviam ficado. No caso específico da Itália, depois de um longo período de mais de 20 anos de lutas para a unificação do país, sua população, particularmente a rural e mais pobre, tinha
dificuldade de sobreviver quer nas pequenas propriedades que possuía ou onde simplesmente trabalhava, quer nas cidades, para onde se deslocava em busca de trabalho. Nessas condições, portanto, a emigração era não só estimulada pelo governo, como era, também, uma solução de sobrevivência para as famílias. Assim, é possível entender a saída de 7 milhões de italianos no período compreendido entre 1860 e 1920. Imigração subvencionada A imigração subvencionada se estendeu de 1870 a 1930 e visava a estimular a vinda de imigrantes:
as passagens eram financiadas, bem como o alojamento e o trabalho inicial no campo, ou na lavoura. Os imigrantes se comprometiam com contratos que estabeleciam não só o local para onde se dirigia como igualmente as condições de trabalho a que se submeteriam. Como a imigração subvencionada estimulava a vinda de famílias, e não de indivíduos isolados, nesse período chegava m fa m í lias numerosas, de cerca de uma dúzia de pessoas, e integradas por homens, mulheres e crianças de mais de uma geração. DEZEMBRO DE 2019 Revista Local 13
Etnias
Formação étnica da famílias de Sousas A primeira família que deu origem ao povoado de Sousas foi a de Aleixo Antonio de Godoy, por volta de 1830. Em seguida aportou Bernardo José Samapio, parente da família dos Souza. Juntos construíram a primeira ponte de madeira que ficou conhecida como Ponte do Arraial, onde hoje está a Praça de São Sebastião. Bernardo Sampaio deu início por volta de 1835 à lavoura de café nas cercanias de Joaquim Egídio. Na família dos Godoy além de ótimos agricultores havia vários seleiros para montarias de animais. Em 1845 veio habitar o povoado a família de Manoel Rosa Martins (Maneco Rosa) que ajudou em muito na formação do povoado. Ainda hoje moram em Sousas vários de seus descendentes. Até 1889, data da Abolição da Escravatura, a população local era formada por famílias de fazendeiros de café e mão de obra escrava de origem africana. A partir de 1890 começam a chegar a região os imigrantes italianos para a lavoura cafeeira no lugar dos escravos. Três eventos aconteceram nos fins do século anterior em 1896: a inauguração da ponte de ferro, da Igreja Matriz de Sant´Ana e do cemitério, onde se encontra hoje. A maioria dos habitantes era formada por comerciantes de secos e molhados, várias ferrarias de animais, moinhos de fubá com roda d´água, selarias, carpintarias, beneficiadoras de arroz e café e uma fábrica de linguiça, além da indústria de Bebidas Dal Porto. A população urbana nessa época, não passava de 2.000 habitantes. Em compensação, a população rural chegou ao auge do café, passou a ter 28.000 moradores, com 80% de imigrantes italianos.
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Quase 18 mil pessoas viviam na área rural No distrito e arredores habitavam na época (1890 a 1900) várias famílias descendentes de portugueses como a de Maneco Rosa, a dos Nascimento dos Barreto, dos Vieira, dos Pinto, Castro Mendes, a dos França e dos Pedroso e Lima, mesclados com famílias afro-brasileiras, tais como a família dos Teixeira, dos Trajano, dos Oliveira, dos Santos, dos Ribeira, Silva, Francisco e dos próprios Souza. A partir de 1890 a imigração italiana lotou o distrito tanto na área urbana como na rural, a tal ponto
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Escravos que em agosto de 1894 quatorze italianos fundaram uma sociedade para dar assistência aos imigrantes, batizada Societá Italiana Lavoro e Progresso, que existe até hoje com a presidência do imigrante italiano Vitorio Palumbo. Desses fundadores, Lourenço Dal Porto, Carlo Caspon, Felice Leone, Pompilho Rossi, Giovechino de Gasperi e Giuseppe Rinaldi, ainda tem descendentes vivendo no distrito. Além desses moravam no distrito no final da última década do século 19 a família dos Beltramelli, dos Giometti, os Trevizani, Bertazolli, Venturini, Zanata, Fransceschini, Focesi, Martinelli, Guarnelli, Marquini, Marchiori, Rossin, Nadalin, de Santi, Pastore, Pissolato, Tavela Carmelini, Tozo, Paioli, Conte, Pugina, Corazola, Pelegrini, Valério, Bertolucci, Vinei, Reolon, Iório, Birochi, Franças, Mingato, Bortolotto, Leone, Gressoni, Fassina, Salim, Teixeira, Pedroso, Nascimento, Lima, Raizer e Couto de Barros. A única família de libaneses que habitava Sousas em 1900 era a família Salim, cujo filho nascido em 1903 tornou-se Monsenhor, Emílio José Salim. Na última década do século 19 nasceu também aqui o bispo de Campinas Dom Barreto, em imóvel depois demolido na Praça São Sebastião. Duas décadas depois nascia em Joaquim Egídio Dom Agnelo Rossi, que chegou a ser administrador do Vaticano, em Roma O Coronel Alfredo Augusto do Nascimento veio para Sousas em 1849, ainda jovem procedente de Cananéia, litoral paulista. Era formado em farmácia e chegando aqui adquiriu uma gleba de terra no bairro dos Pires, que ia da atual Avenida Antonio Carlos Couto de Barros, atravessando a atual Rua dos Expedicionários e a antiga linha do bonde que fazia divisa com a Fazenda João de Campos e o Sanatório Dr.Cândido Ferreira. Na época em que viveu aqui teve uma desavença com Maneco Rosa em virtude de seu propósito em querer mudar a sede do distrito para onde possuía suas terras. Por fim, entrou em acordo com Maneco Rosa e resolveu construir o prédio de sua farmácia e sua moradia às margens do Atibaia onde existe até hoje (Galeria Caleffi). Era casado com Minie Elizário de cujo enlace teve um único filho, Agenor Nascimento (Nunu). Sua esposa foi a primeira oficial do Cartório de Sousas inaugurado em 1897. O coronel Alfredo do Nascimento também foi vereador na Câmara de Campinas de 1902 a 1907. Seu filho Agenor (Nunu) casou-se e foi pai de três filhos: Agenor Filho, José Alfredo e Maria de Lourdes. Agenor Filho casou-se com Arita gerente dos Correios de Campinas e desse enlace não houve filhos. José Alfredo (Juca) foi oficial do Cartório de Sousas durante mais de trinta anos. Casou-se com Arminda Alves e desse enlace nasceu uma filha, Rita Helena e Maria de Lourdes (Ninia) que casou-se com José Teixeira Pinto (Juju) e desse enlace nasceu José Teixeira Pinto Filho (Zelão), somente Rita Helena filha do Juca ainda vive.
Escravos em Sousas Até a década de 1940 a maioria das famílias afro-brasileiras descendentes de escravos habitava a Rua 13 de maio. Família dos Teixeira, dos Souza, dos Moraes, dos Silva, dos Ribeiro, dos Conceição, dos Florêncio, etc. Isso talvez por influência da data de sua libertação que se deu naquele dia em 1888. Os festejos desse povo eram realizados no dia 13 de maio, e se seguiam durantes as festas juninas de cada ano. O local do evento era a casa de Benedito Teixeira, situada à direita da ponte, pois possuía um grande terreno às margens do curso d´água. Os festejos se mesclavam com a cultura dos ancestrais africanos e a religião católica advinha dos portugueses. Havia samba-de-roda, congada, mastro içado a São Benedito e à Princesa Izabel e no mês de junho à Santo Antonio, São João e São Pedro, fogueira, balões, etc. Os comestíveis eram batata-doce na brasa, pipoca amendoim e quitutes africanos. A bebida era a cachaça com gengibre (quentão) e licor de jabuticaba. Festejos como figuras como Salomé-Iaiá, Cândido, Rosa Cascuda, Angelu, Mirão, Chicão, Alice Bataclã, Brasa Ferrom Tio Adão, Pé de Ferro. Luiz de Souza, Ernestão, Anacleto (pai de Sabará), Zico e outros. As famílias italianas do distrito davam apoio aos festejos prestigiando 1com seu compareAn_Campsfilter_Institucional.pdf 21/10/19 06:56 cimento sem nenhum preconceito.
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Società Italiana As sociedades de Mutuo Soccorso resultaram da resistência e das necessidades de defesa dos imigrantes italianos frente às condições adversas de vida, que então encontraram aqui no Brasil. Tanto nas cidades como nas colônias, os imigrantes oriundos das várias regiões italianas, se deram conta num curto prazo de tempo, da necessidade de se conhecer, de se unir e de se ajudar, diante de uma realidade onde as dificuldades se avolumavam, acrescentando-se a isto, o pouco ou quase nenhum conhecimento da língua portuguesa. Num ambiente ainda desconhecido, que exigia trabalhos e sacríficos, o Mutuo Soccorso serviu-lhes como base da própria sobrevivência. Às primeiras sociedades de Mutuo Soccorso se juntaram com a gradual integração dos imigrantes, as sociedades recreativas e desportivas. Estas sociedades, além de socorrer os sócios nas doenças promoviam dentro de suas possibilidades o conhecimento da língua italiana e estreitavam os vínculos de fraternidade entre os italianos. Em 21 de agosto de 1894, um grupo de imigrantes italianos provenientes de várias regiões da Itália, sobretudo do Vêneto, constituíram no então “Arraial dos Souzas” onde moravam uma sociedade italiana de Mutuo Soccorso que recebeu o nome de “Lavoro e Progresso!. Foram seus sócios fundadores: Domenico Caspini, Aniceto Spotte, Pompilio Rossi, Guglielmo Bacaglini, Lorenzo Dal Porto, Arturo Catagno, Giuseppe Crepaldi, Carlo Caspon, Paolo Grandi, Vincenzo Cassini, Giuseppe Rinaldi, Giovacchino de Gaspari, Felice Leone e Stefano Chierighetti. O Estatuto determinava que o principal objetivo era a melhoria das condições econômicas 16 Revista Local DEZEMBRO DE 2019
na classe operária mercê da ajuda mútua. Me d ia nte u ma c ontribuição, os associados contavam com as únicas formas de assistência nas adversidades: médico em caso de doença, auxílio quando impossibilitados de trabalhar e amparo à família, no caso de falecimento do chefe da casa. Para abrigar esta sociedade, construíram às suas próprias expensas, em 1898, em terreno doado por Dona Maria Franco de Moraes Salgado, grande proprietária de terras na localidade, um imponente edifício para sua sede social. Dois anos após, em 18 de março de 1900, a sede era inaugurada na Rua Humaitá, 172 onde se situa até os dias de hoje. Ao evento assim se referiu o grande jornalista e historiador Jolumá Brito em sua “História de Campinas”: “Nesse dia, para Souzas partiu uma caravana do Circolo Italiani Uniti de Campinas, pelo Ramal Férreo Campineiro, membros da Società Italiani Lavoro e Progresso, a Banda Carlos Gomes (então Corporação Musical Ítalo – Brasileira), a madrinha da festa D. Maria Franco Salgado e centenas de convidados. Falou em nome da sua diretoria o Senhor Pompílio Rossi seu presidente, tendo o Padre Miguel Guilherme procedido a benção do edifício. D e v ido ao s eu p er fil beneficente, cultural e participação comunitária, a Società Italiana foi na verdade o primeiro núcleo social do “Arraial dos Souzas”, onde a comunidade ítalo-brasileira pode ter acesso as manifestações culturais e artísticas, visto
Em 1900 nascia a Società Italiana com o objetivo de prestar assitência aos imigrantes
que sua sede, sempre foi graciosamente cedida à todos as associações e escolas, que dela necessitavam fazer uso para as suas mais variadas manifestações. Para atender esta demanda, no início de 1928, a diretoria na época presidida pelo Sr. Atílio Focesi, deliberou a ampliação da sede com a construção de um palco cênico e dois camarins para abrigar adequadamente as representações teatrais. Em função dessas características, notadamente a beneficência já em 1900, a Câmara Municipal de Campinas decretava e o Dr. Manoel de Assis Vieira Bueno, Intendente
Municipal de Campinas promulgava a Lei nª 74, que no seu artigo 1º isentava a Sociedade Italiana de Mutuo Soccorso “Lavoro e Progresso”, do Arraial dos Souzas, do pagamento do Imposto Sanitário (predial) sobre o edifício de sua propriedade e onde na époa funcionava nesta localidade. Publicado na secretaria a 20 de outubro de 1900 – Leopoldo Amaral – secretário. Visitantes ilustres Durante a sua longa história, a Società sentiu-se honrada em receber personalidades importantes das mais variadas áreas, porém duas ficaram registradas de maneira especial. Em 14 de agosto de 1910 o Sr. Menotti Del Picchia visitou como convidado a nossa localidade para participar da inauguração de “O Souzópolis” primeiro jornal do Arraial dos Souzas, órgão destinado a pugnar pelos interesses dos distritos. Como parte das festividades, na noite deste mesmo dia, foi realizado um espetáculo beneficente na sede da Società tendo o Sr. Menotti participado como ator da peça “O Ponto”. Posteriormente Menotti se tornaria um insigne vulto das letras do país autor de “Juca Mulato”, sua obra mais famosa. Em 1922 viria juntamente com Oswald de Andrade e outros a fazer parte da “Semana de Arte Moderna”. Em 03 de fevereiro de 1929 a Società recebeu a visita oficial do Cav. Dott. Camillo Leonini, Régio Vice-Cônsul da Itália em Campinas, que havia sido anteriormente nomeado Vice-Cônsul da Itália em Constan-
tinopla, depois transferido para a cidade de Santos onde fundou uma escola Ítalo-Brasileira. Aqui em Campinas além da escola ítalo-brasileira fundou também a escola de desenho, ambas gratuitas. Nesse dia durante o seu pronunciamento oficial referindo-se a Società cunhou a expressão “Faro Puro D´Italianità” mote que a Società veio a adotar 70 anos depois em 21 de agosto de 1999, quando comemorava seus 105 anos de existência. A Società foi transformada em Sociedade Beneficente de Souzas em 11 de novembro de 1943, por força do Decreto Lei nº 383 de 23 de abril de 1938, que tratava da nacionalização das associações estrangeiras, estabelecendo normas para a existência delas no Brasil. Em 03 de outubro de 1997, a Assembleia Geral Extraordinária resgatando novamente as origens aprovou a mudança do nome de Sociedade Beneficente de Souzas para sua atual denominação Società Italiana Lavoro e Progresso, que tem hoje como um dos seus principais objetivos a preservação da cultura e resgate das tradições italianas. É atualmente a mais antiga Associação do Distrito de Sousas e uma das mais antigas do Brasil em plena atividade. Não há como negar que as sociedades italianas se transformaram em centros irradiadores de civilização e os imigrantes italianos coesos em suas sociedades deram ao nosso pais uma nova sociedade na qual os filhos dos italianos participaram, participam e contribuem para a grandeza do Brasil.
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As As Famílias famílias italianas
Memórias
Família Bertazolli Giuseppe Bertazolli imigrou para o Brasil no início do século 20, vindo residir nas imediações do distrito, no Jardim Jatibaia.
Família Giometti A família Giometti é uma das mais tradicionais do distrito. Seu patriarca, Carlos, imigrou para o
com Lourenço Dal Porto e Pasqual Franceschini. Mais tarde tornou-se sócio da Cervejaria Columbia, instalada em Campinas. Para tratar da saúde de sua esposa Eliza, retornou
Logo em seguida mudou para Sousas, em frente a Estação do Ramal Férreo. Pai de 11 filhos, um deles, o Lili foi Expedicionário na 2ª Guerra Mundial atuando na Itália e antes disso tinha servido o Tiro de Guerra em Mato Grosso.
Brasil com apenas 17 anos no final do século XIX. Tinha grande vocação para a indústria de bebidas e chegou a fundar uma indústria do ramo no distrito de Joaquim Egídio, onde morou inicialmente e depois se mudou para Sousas, em sociedade
à Itália deixando seu irmão Aurélio tomando conta dos negócios. Com a morte da esposa na Itália voltou ao Brasil e casou-se pela segunda vez com Elvira. Pai de 14 filhos chegou a ser proprietário de três fazendas de café da região: Fazenda D. Amélia
Mingatto Empreendededores Domingos Mingatto, nascido em Vicenza, norte da Itália, imigrou para o Brasil no início do século passado trazendo sua esposa Speranza Scolari e seus dois filhos menores Giuseppe e Maria, com dois e três anos. Veio diretamente para a lavoura de café na Fazenda São Jorge em Joaquim Egídio. Lá nasceu o terceiro filho, Roberto e Marino em 1904. Juntando suas economias deixou a lavoura e veio para Sousas. Em 1906 montou um moinho de 18 Revista Local DEZEMBRO DE 2019
Plantações fubá com roda d´água na Fazenda Paredão. Em seguida abriu um moinho de fubá, na Rua 13 de Maio e também uma máquina de beneficiar arroz. Logo depois, comprou de Adão Salgado, um sítio para a extração de areia lavada no Rio Atibaia. No restante da terra cultivou café, algodão, melancia e uma grande variedade de frutas cítricas que embarcava para o mercado da capital. Giuseppe e Marino partiram para o ramo de transporte por caminhões
(San Conrado) em Sousas, Fazenda Sertão e Braga, em Joaquim Egídio. Carlos Giometti construiu a sede do Clube Recreativo Sousense, fundado em 1918. Família Beltramelli Antônio Giuseppe Beltramelli nasceu na cidade de Bergamo, norte da Itália e imigrou para o Brasil vindo para Sousas em 1897. Teve nove filhos. Ele animava todos os bailes locais e da zona rural, que na época era mais populosa. Todas as festas de casamento da região eram acompanhadas por seu filho Ferrucio, no clarinete e Írio na flauta. Família Franceschini Paschoal Franceschini imigrou do norte da Itália para o Brasil nos idos de 1896 e veio diretamente para o distrito de Sousas. Casou-se com Júlia Stefanini e inicialmente foi sócio de uma indústria de bebidas, juntamente com Carlos Giometti e Lourenzo Dal Porto. Dissolvida a sociedade abriu um armazém de secos e molhados na Praça de Sant´Ana. Uma de suas especialidades era vender ferramentas para a lavoura da região, como enxadas, foices, facões, picaretas, bicos de
arado. O casal teve sete filhos.Evaristo foi o fundador da Banda Musical Santa Cecília na década de 20, e maestro durante várias décadas, formando muitos músicos do distrito. Ele tocava bombardino além de outros instrumentos. Seu irmão Menotti era tocador de baixo. Família Zanatta Atílio Zanatta imigrou para o Brasil no início do século 20 e se instalou inicialmente com seus quatro irmãos nas imediações de Joaquim Egídio. Depois se mudou para Sousas onde abriu um açougue. Foi um dos primeiros a lidar com esse tipo de comércio no distrito, juntamente com seus filhos. Simultaneamente comprou um sítio onde hoje se situa a Vila Sônia. Em 1940, com a construção da ponte de concreto sobre o Rio Atibaia, loteou esse sítio, preservando a sede onde continuou a residir até falecer. Família Trevizani Alechandre e Crisante, dois irmãos solteiros, imigraram para o Brasil vindo de Pádua, Treviso, no começo do século 20. Alechandre se fixou em Sousas nas terras do Coronel Alfredo do Nascimento, com
3 alqueires na Av. dos Expedicionários. A família Trevizani com mais dois vizinhos construiu a Capela de Santa Cruz, situada na Rua dos Expedicionários. Família Biguetti Carlo Biguetti nasceu em Rovigo, norte da Itália e lá se casou com Benevuta. Em 1895 imigrou para o Brasil, com a esposa e duas filhas menores: Zaira de quatro anos e Josefa de dois. Trouxe também sua avó paterna, com 80 anos de idade. Vieram diretamente para a lavoura de café em Sousas, na Fazenda Coutinho. Aqui no Brasil nasceram mais cinco filhos. Família Salim José Salim nasceu no Líbano e foi o primeiro imigrante árabe a residir em Sousas, no final do século 19. Imigrou solteiro deixando sua noiva lá, para depois mandar buscá-la. José Salim começou a fabricar vinhos e licores nos fundos de sua residência. Essas aptidões ele já havia aprendido no Líbano. Um dos seus filhos: Emilio estudou em Roma e chegando aqui fundou a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras em 1941, que mais tarde se
3258-3344 3258-5255 LENTES DE CONTATO - ORTOCERATOLOGIA E CONTROLE DE MIOPIA - EXAME CNH TOMOGRAFIA DE SEGMENTO ANTERIOR E BIOMETRIA OCULAR - CIRURGIA REFRATIVA CROSSLINKING PARA CERATOCONE - CIRURGIA DE GLAUCOMA, CÓRNEA E CATARATA DEZEMBRO DE 2019 Revista Local 19
História das famílias tornaria a PUC. Foi o precursor da educação superior em Campinas. Amauri também estudou em Roma e voltando ao Brasil foi diretor da Faculdade de Filosofia da PUCC e vice-reitor. Depois foi nomeado bispo de Valença do Rio de Janeiro, retornando para ser bispo da diocese de Jundiaí.
Família Conte Frederico Conte nasceu em Treviso, norte da Itália e imigrou para o Brasil ainda solteiro no início do século XX. Veio diretamente para a região de Joaquim Egídio trabalhar na lavoura de café. Começou como colono e demonstrando várias aptidões de comando assumiu o cargo de administrador da Fazenda Capoeira Grande. Ficou lá até a grande depressão do café em 1929. De posse de algumas economias adquiriu a Fazenda São João, Sítio Cubatão e Fazenda Ribeirão, todas do mesmo dono, na região de Sousas. Na família Conte havia vários músicos: Pedro e João no violão, Valdomiro na flauta e Arlindo no violino. Família Tavela João Tavela casou-se com Maria Azzoni em Rovigo, norte da Itália e imigraram para o Brasil em 1892. Vieram para a região de Campinas, na Fazenda Capoeira Grande, zona de Joaquim Egídio trabalhar na lavoura de café. Após formar sua família com nascimento de quatro filhos. Felício arrendou um pedaço de terra do lado direito da entrada do sanatório Cândido Ferreira e continuou junto com seus filhos a fabricar tijolos e telhas. Centenas de casas da região, do início do século 20, até os anos 50, eram construídas com materiais da Olaria dos Tavela. Família Iório 20 Revista Local DEZEMBRO DE 2019
Família Rossim Luiz Rossim e Ângela Rossim, casados na Itália e nascidos na cidade de Rovigo, no início do século 20 vieram para a região de Sousas e Joaquim Egídio. Com ele vieram três filhos com três anos de idade. Luiz Rossim e a família foram trabalhar na lavoura de café, na Fazenda Braga e Alpes na região de Joaquim Egídio. Na década de 1910, Guerino abriu na frente da casa, uma fábrica de linguiça e derivados de suínos, onde permaneceu por
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Família Leone João Leone e sua esposa Filomena nascidos no norte da Itália em Rovigo imigraram para o Brasil com seus dois filhos menores, Umberto e Ângelo, no começo do século 20. Vieram diretamente para a região de Joaquim Egídio na Fazenda Braga e Sítio Novo (atual Fazenda Alpes). Com a decadência do café na década de 20, João Leone mudou-se para Sousas, onde comprou, em leilão, uma casa ao redor da Estação do Bonde.
Antônio Iório nasceu em 1882, filho de José Iório e de Domingas Citrângula. Morou pouco tempo no local, vindo a residir em Sousas. Nessa mesma época aprendeu música passando a fazer parte de uma corporação musical como trombonista. Residiu com seus familiares até o ano de 1908, quando voltou para Campinas e trabalhou muito para ajudar na criação de seus nove irmãos, uma vez que sua mãe já havia falecido. Orlando Iório foi pracinha na 2ª Guerra Mundial. Sua irmã, Zenith Iório casou com o cineasta e fundador do MIS de Campinas. Antônio exerceu também por muito tempo, o cargo de subdelegado de policia. Organizou a banda de música na Fazenda Coutinho, somente com colonos, tendo se destacado até na sinfônica. Pela Lei Municipal de 26 de outubro de 1955 foi denominado Antônio Iório, uma rua do distrito.
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Família Raizer Guilherme Raizer nasceu na Alemanha na cidade de Leipzig. Imigrou para o Brasil em 1860 e já veio casado com Ana Altman Raizer, e dois filhos menores: Pedro e Antônio. Em 1888 veio para Sousas, na década de 1910, juntamente com seu avô Guilherme. Aqui Alano casou-se com Maria Gasperi e desse enlace nasceram sete filhos. Alano mudou-se para a Fazenda Guariroba, em Joaquim Egídio, onde foi lidar com café, até 1929. Adelino foi líder sindical no tempo da ditadura militar e se exilou no Paraguai para fugir da repressão. Edson, filho de Guilherme foi também líder sindical.
anos. Um dos filhos, Oscar Rossim faleceu na Itália em combate na II Guerra. Família Martinelli Giovani Martinelli nascido no norte da Itália imigrou para o Brasil no início do século 20, Já casado veio com cinco filhos adolescentes para Sousas. Um dos filhos mudou para Pernambuco, como representante. Lá se casou com uma rica fazendeira e usineira de açúcar de Caruaru. Nos anos 60 Antônio retorna à Sousas, e compra a Fazenda Palmeiras, e várias glebas de terra na periferia de Sousas. Família Fassina A Família Fassina teve origem com o casal Catarino e Ângela Mangim, naturais da província de Padova no norte da Itália. Com a família já constituída, os Fassina imigraram para o Brasil dirigindo-se para Campinas, na região do distrito de Sousas. Abramo José veio meni-
no da Itália, e em Sousas, casou-se com Maria Ferrari. João nasceu na Fazenda Três Pedras, e veio para o distrito em 1946, adquirindo uma grande chácara de propriedade da Diocese de Campinas. Já o irmão de João se fixou em Itatiba e fundou a Empresa de ônibus Fassina. Uma neta de João e filha de Nicola, Maria José Fassina (Zezé), atuou em novela da TV Globo, como coadjuvante e atualmente trabalha em teatro. Família Bortolotto Miguel Bortolotto nasceu em 1882 na província de Padova, norte da Itália. Em 1891 quando tinha nove anos, seus pais imigraram para o Brasil chegando ao Porto de Santos. Daí veio para a região de Joaquim Egídio trabalhar na lavoura do café. Permaneceram na zona rural até o final da década de 20, e com a crise do café em 1929, se mudaram para o distrito de Joaquim Egídio, onde depois da Revolução de 1932, Miguel comprou um caminhão de transporte de carga. Mas, a grande necessidade da época, era a falta de um veículo que transportasse passageiros. Então, Miguel adquiriu uma jardineira.
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Família Gressoni Francisco Gressoni, ele nascido na cidade de Gênova, Itália e Maria Veronezzi também da mesma cidade depois de casados resolveram imigrar para o Brasil no início do século 20. Vieram para a região de Campinas entre o distrito de Sousas e divisa com Pedreira. Inicialmente foram trabalhar na lavoura de café na fazenda Atibaia e Iracema. Com a decadência do café, passaram para a lavoura do algodão. No início da década de 30, o Sr. Francisco Gressoni adquiriu um ônibus para o transporte de passageiros, das fazendas da região dos distritos de Sousas, para transportar o pessoal que fazia compras no comércio local. Posteriormente começou a fazer o transporte de passageiros de Sousas à Campinas. Foi quando Miguel Bortolotto, que morava em Joaquim Egídio, fundou em 1933, a empresa Bortolotto. Na época, comprou a linha de Francisco Gressoni para atuar de Joaquim Egídio a Campinas. A família Gressoni é tão numerosa que tem membros no Paraná, Pedreira, Campinas e Sousas. Família Antônio Carlos Couto de Barros Antônio Carlos Couto de Barros nasceu em Campinas a 19 de setembro de 1896. Com a transferência da família para São Paulo, estudou na Escola Normal Caetano de Campos e no Ginásio São Bento. Após, formou-se em Direito pela Faculdade do Largo São Francisco em 1917. Advogado, escritor, professor e empresário participou do Movimento Modernista em 1922 e fez parte da Comissão da Semana de Arte Moderna. Fundou a “Revista Klexon”, ao lado de Mário de Andrade, Guilherme e Tácito de Almeida, Sérgio Buarque de Holanda, Manoel Bandeira e outros. Dirigiu ainda, nos anos 20, o mensário “Terra Rocha e outras Terras”. Em 1924, residiu em Paris, onde conviveu com a maioria dos modernistas, entre os quais, Vila Lobos, Miliet, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral. Foi fundador do Partido Democrático e do Jornal a ele ligado, o “Diário Nacional”, do qual foi redator-chefe. Na década de 30, tornou parte da Revolução Constitucionalista de 1932, como diretor da “Liga de Defesa Paulista”. Foi também um dos fundadores da VASP e foi seu vice-presidente. Em 1933, colaborou na formação da Escola Livre e Sociologia
Política, onde lecionou História, Economia do Brasil, sendo tesoureiro e secretário do Conselho Superior da mesma, este último até o fim de sua vida. Foi um dos maiores acionistas da Companhia Paulista de Louças Esmaltadas, com sede em São Paulo. Casou-se em São Paulo com Décia Milano de Barros, com quem teve cinco filhos: Antônio Carlos (CALOCA), Adriano, Altamira, Jussara e Ana Maria. Altamira casou com Dr. José Cardinalli, Antônio Carlos com Ana Roncatto, Adriano com Rosa Maria Benetti e Ana Maria com Luiz Prates Lapola. No final da década de 40, incentivado pelo seu irmão Adriano, que já possuía uma grande chácara no distrito, Antônio Carlos comprou a Fazenda São João, e logo após adquiriu vários sítios, que lhe faziam divisa somando com a fazenda Ribeirão mais distante. Ele desmembrou a Fazenda São João e a área para a instalação da indústria americana Merck Sharp. Isso aconteceu em fins dos anos 50. Faleceu em 16 de maio de 1966, foi sepultado em Sousas, terra que em significativa e justa homenagem deu o nome de Avenida Antônio Carlos Couto de Barros, a principal avenida dos distritos. Família Lavínio Teixeira Lavínio Teixeira nasceu em 1915 no antigo Arraial de Sousas. Era filho de Cândida Conceição e Miguel Teixeira. Em 1942 se casou com Maria Rossin Teixeira, filha de Guerino Rossim e Edwirges Zanotto Rossin, imigrantes italianos, de cujo enlace teve cinco filhos. Lavínio foi uma pessoa predestinada ao trabalho desde sua infância. Posteriormente, órfão paterno foi criado e educado por Atílio Zanatta, que atuava no ramo de açougue e derivados de carne. Já adulto e aprendido os segredos do ofício, abriu seu próprio açougue e uma fábrica de linguiça e derivados na Praça Matriz de Sant´Ana, no centro de Sousas. Foi grande negociante de gado além de agricultor. Após anos de sucesso, passou a ser fornecedor de lenha. Foi também proprietário da olaria de Sousas para fabrico de tijolos e telhas. Como empreendedor imobiliário do loteamento do Cândido Ferreira, doou a atual Praça de Esporte, que abriga o campo de futebol do Sousas Futebol Clube, o qual era presidente honorário. Fez inúmeras doações, diversas instituições de caridade e filantrópicas.
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