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“Campos Novos em Dados” Números confirmam a força da indústria do município

Números do Observatório da FIESC apontam que indústria foi o setor que mais gerou empregos nos últimos anos em Campos Novos.

Em referência ao Dia da Indústria, comemorado nesta quinta-feira, dia 25 de maio, na noite da última terça-feira, 23/05, foi realizada em Campos Novos a Palestra “Campos Novos em Dados”. O evento aconteceu no Auditório da Secretaria de Educação e Cultura (antiga Unoesc), sendo uma realização da Federação das indústrias do Estado.

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A programação realizada em Campos Novos contou com o apoio da Administração Municipal, CDL e ACIRCAN. Eventos desta natureza também estão ocorrendo em diversas unidades regionais do Sistema Indústria no estado, com palestras oficinas, visitas técnicas e ofertas em serviços oferecidos pela FIESC, SESI, SENAIS e IEL.

O coordenador do Observatório FIESC, Alexandre Moraes Ramos, foi o responsável por ministrar a palestra, que tinha como principal abordagem o Cenário Econômico, tendências e oportunidades. Dentre os estudos realizados destacam-se, por exemplo, análise de inteligência de mercado, cenários macroeconômicos, mapeamento de cadeias produtivas, boletins, estudos competitivos, de tendência, prospectivos, entre outros.

Um dos pontos que chamaram atenção nos levantamentos realizados, é que apesar de Santa Catarina ser um estado territorialmente pequeno, a importância da indústria local, segundo o coordenador, é muito pujante e extremamente competitiva a nível nacional.

“Em termos de números, Santa Catarina representa 1,1% do território Nacional; possui 3,9% de taxa desemprego, a menor taxa do país; expectativa de vida é de 80,7 anos; é a quinta maior arrecadação federal R$ 107,3 Bilhões; o PIB é o 6º maior do Brasil R$ 455,6 bilhões; a participação da Indústria no PIB é de 27%; é a primeira em segurança pública e a primeira em preço médio de produtos exportados”, relatou.

Nos gráficos apresentados em relação à região Centro-Oeste de Santa Catarina, a qual contempla 20 municípios, Campos Novos tem posição significativa no setor industrial. O município é o primeiro colocado na região no que diz respeito à Participação no PIB Industrial, representa 26,9% do total, ficando respectivamente à frente de Joaçaba, Vargem Bonita e Capinzal.

O PIB da região Centro-Oeste, que representa 2,5% da população estadual, é de R$ 10,1 bilhões (2020), enquanto o PIB per capita é de R$ 51,2 mil/ habitante, tendo as cidades de Vargem Bonita, Treze Tílias e Água Doce com os melhores índices neste quesito. Já a região Centro-Oes- te, na participação da indústria no PIB é de 32,4%, a 7ª maior participação do estado.

No que se refere a empregos, conforme dados de março de 2023, a região Centro-Oeste emprega 67.565 trabalhadores de maneira formal. Deste total, 40% ou 27.054 pessoas, trabalham em indústrias, só em Campos Novos são 4.757 trabalhadores empregados no setor industrial. Os 60% restantes, a nível de região, se dividem em Demais Serviços (28,2), Comércio (18%); Transporte e Armazenagem (6,4%); Agropecuária (5,7%) e Serviços Financeiros (1,7%).

No saldo acumulado de Empregos formais em Campos Novos, de janeiro de 2020 até março deste ano, o município gerou 1.530 vagas, sendo 600 delas na área industrial, 428 no comércio, 421 em servi- ços e 81 no setor agropecuário.

E por fim, no Comércio Exterior, no tocante à região Centro-Oeste, o volume de exportações representou o montante de US$ 142,65 milhões no ano de 2022, enquanto as Importações representaram US$ 21,47 milhões. Já em Campos Novos, a diferença é ainda maior, no ano passado as exportações movimentaram US$ 53,52 milhões, já as importações representaram o valor total de US$ 6,03 milhões.

Vale ressaltar, que que em 2021, em Campos Novos, as exportações de recipientes de papel dobraram, tendo Senegal e Gana como os principais destinos. Outro ponto positivo para a indústria local naquele período, foi o aumento das exportações de carne suína para Chile e Uruguai. Só neste ano de 2023, de janeiro a abril, o volume de exportações de Cam- pos Novos já atingiu US$ 15,6 mi, sendo que a carne suína representa cerca de 60% desse total.

uComo foram feitos os levantamentos?

São elaborados os mais variados estudos possíveis, realizados a partir de uma variedade de dados coletados de bases públicas e privadas, dados estruturados e não estruturados, a partir daí, os nossos economistas, analistas e cientistas de dados, desenvolvem diferentes tipos de análises e estudos

uHá quanto tempo existe o observatório?

O Observatório da FIESC existe há mais de 10 anos e se encontra na terceira geração. Para criar este programa de desenvolvimento da indústria catarinense foi levantado um conjunto enorme de dados e ali foram produzidos diferentes tipos de estudos para o desenvolvimento do setor industrial de SC. A partir dali teve início o observatório da FIESC.

Entre 2015 e 2016, o observatório passa pela segunda etapa, onde começa a organizar os dados de forma digital e se consolida a partir de telões de dados de monitoramento de indicadores econômicos, com diferentes informações da indústria, do estado, comércio e serviços.

E mais recentemente, a terceira onda de evolução do observatório, volta- do muito mais à inovação, experiências e hoje conta com mais de 100 base de dados públicas e privadas de dados nacionais e internacionais, contém um time de aproximadamente 30 pessoas, boa parte desta equipe, é composta por economistas, cientistas, engenheiros, arquitetos e analistas de dados, e a junção destas capacidades permite que o observatório produza diferentes tipos de estudos.

uComo está a projeção da economia para os próximos anos?

Para os próximos anos não temos análise pronta, mas para 2023 e 2024 o cenário é de desaceleração da atividade econômica, tanto no mundo quanto no Brasil, o que vai impactar também o estado. Isso devido ao cenário de aumento das taxas de juros que observamos em vários países e eles fazem isso a fim de conter a inflação, por isso, estão buscando desacelerar o consumo.

Fora isso também, temos o cenário de reorganização das cadeias de suprimentos. Se antes tínhamos a tal da globalização, hoje os países estão buscando parceiros mais regionais e diversificar os fornecedores. Principalmente após os impactos sentidos do COVID-19 e guerra entre Rússia e Ucrânia. Mas esse é um processo que vai levar anos e visa não ter dependência de um único fornecedor. Basicamente este é o cenário.

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