Mais uma Mostratec desembarca nos Pavilhões da Fenac e promete trazer a solução dos nossos problemas e a reflexão para pensarmos em novas alternativas
Um mundo de criatividade e pesquisa ao alcance dos olhos Agende-se
27ª Mostratec Exposição de projeto até o dia 26 das 14 às 21 horas nos Pavilhões da Fenac – Novo Hamburgo Entrada franca www.mostratec.com.br Alguns destaques da programação 24/10 – Intercâmbio Cultural dos Países (das 21 às 23 horas) 24/10 – Torneio de Xadrez (8 às 19 horas) 25/10 – Torneio de Futsal (das 8 às 22 horas) 26/10 – Festival de Tênis de Mesa (14 às 21 horas) 26/10 – 1ª Cerimônia de Premiação (21 horas) 27/10 – 2ª Cerimônia de Premiação (20h30)
E
stá oficialmente aberta a 27ª Mostratec! Até o dia 26 de outubro os visitantes terão a oportunidade de conferir de perto nada menos que 350 projetos de 20 países e de todos os estados brasileiros numa grande mostra organizada e realizada pela Fundação Liberato em parceria com o Governo do Estado do RS. São ideias vindas da mente criativa de milhares de jovens empenhados em pensar soluções para os problemas atuais e futuros do nosso mundo. É incrível pensar que esses jovens cientistas têm pouco menos de duas décadas de vida e já criam ferramentas, aparelhos e ideias capazes de mudar a nossa rotina, melhorar o nosso dia-a-dia. Além dos trabalhos expostos, o visitante poderá ainda conferir torneios esportivos, atividades de robótica e um intercâmbio cultural sem precedentes. Em jogo, 34 prêmios, que somados chegam à quantia de mais de 1 milhão de reais, que podem mudar a vida desses jovens que mesmo com pouca idade, já refletem sobre o nosso futuro. Mas o que eles, e nós, ganhamos com essa feira é muito mais do que números, são sensações, reflexão e a esperança que a tecnologia, a criatividade e a inovação podem nos levar muito além. Esses jovens cientistas são a prova real disso!
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Outubro de 2012
O futuro é logo ali! Em sua 27ª edição, a Mostratec traz aos pavilhões da Fenac os jovens cientistas que com ideias inovadoras pensam o nosso futuro, com muita criatividade e pesquisa
Gabriel Costa, 16 e Nicolas Alves, 15
De onde vêm: Recife/PE O projeto: Criação de um exoesqueleto para auxiliar pessoas com problemas de locomoção De onde veio a ideia: “Notamos que as pessoas com necessidades especiais são excluídas. Mesmo quem usa cadeira de rodas não consegue fazer muitas coisas. Com esse protótipo damos mais liberdade para a pessoa fazer uma grande quantidade de atividades”, explica Gabriel. Porque é importante: “O protótipo foi todo desenvolvido com material reciclado, o que reduz o custo. Assim, qualquer pessoa pode ter acesso ao invento. Acreditamos que com mais pesquisas, esse trabalho pode ajudar muitas pessoas que sofrem hoje com problemas para andar”, conta Nicolas.
Samantha Karpe, 17 e
De onde vêm: Fundação Lib burgo/RS O projeto: Substituição do elementos sustentáveis (as revestimento para o asfalto contrado em embalagens d De onde veio a ideia: “Vimo vencional é bem menos res que criamos. Sendo assim, impacto dos veículos, fazen os buracos nas rodovias”, c Porque é importante: “O fa rodovias é o ponto principa da Sultepa, uma empresa d indicou que esse novo asfa de aeroportos onde o impa causa do peso dos aviões.”
Isaque Hoffmeister
De onde vem: Fundação Liberato, Novo Hamburgo/ RS O projeto: Um simulador tridimensional para Fisioterapia (um computador lê três faixas coloridas no braço do paciente. Através da tecnologia, o paciente interage com o computador através de jogos, ao mesmo tempo em que faz o exercício recomendado) De onde veio a ideia: “Sempre achei que fazer fisioterapia seria algo monótono, sem graça. Pensei em criar um jogo onde o paciente brincaria e faria o movimento ao mesmo tempo.” Porque é importante: “Muitas pessoas recorrem à fisioterapia para tratar lesões. As crianças são as mais complicadas quando o assunto é se concentrar no exercício. É preciso ter paciência e penso que de forma lúdica seria mais fácil para os pequenos.”
Axel Nicolás, 15, Gabriel Delorme, 15 e Oliver Berguer, 15
De onde vêm: Assunción, Paraguai O projeto: Através do gengibre, os alunos criaram uma substância capaz de limpar bactérias existentes nos nossos telefones celulares De onde veio a ideia: “Pesquisamos e percebemos que o celular é uma forma de contrair doenças. Nele ficam instaladas bactérias que podem causar diarréia, resfriados, entre outros”, afirma Axel. Porque é importante: “É importante sempre estarmos livres dessas bactérias que podem nos trazer doenças. Às vezes não nos damos conta do quanto um pequeno aparelho pode ser nocivo para os seres humanos. Com essa limpeza poderemos prevenir doenças como a Gripe A e outras do nosso dia-a-dia, melhorando a qualidade de vida das pessoas”, ressalta Oliver.
Talia Rion 15
De onde vem: Entre Rios, Argentina O projeto: Os jovens e a subcultura japonesa De onde veio a ideia: “Quis saber o motivo de tantos jovens gostarem de anime na Argentina. Fiz questionários, conversei com muita gente e percebi que existem muitas razões para essa paixão. A maior delas é esse mundo de sonho criado pelas revistas e desenhos vindos de lá.” Porque é importante: “Estudando o comportamento dos jovens a gente pode saber muitas coisas sobre o lugar onde vivemos. No meu caso, o meu país. Os jovens são o futuro, e sabendo das suas vontades, gostos, atitudes, fica mais fácil pensar mais para frente.”
Um “paitrocínio” sempre cai bem
EDIÇÃO EXTRA Lucero Martinez, 18, Sonia Lucio, 18 e Jesus Agullar, 18
De onde vêm: México O projeto: A fabricação de um álcool através de uma planta típica do país De onde veio a ideia: “Esse tipo de cactus é muito comum em todo o México. Ele quase não tem nenhuma utilidade e pensamos em estudar as possíveis contribuições que ele poderia dar para o ser humano e descobrimos esse álcool”, conta Lucero. Porque é importante: “Nas nossas pesquisas vimos que esse produto poderá ser usado tanto na indústria farmacêutica quanto como biocombustível em automóveis. Seria uma maneira mais sustentável, que não agredisse tanto o meio ambiente”, explica Sonia.
Letícia Padilha, 18
berato, Novo Ham-
piche do asfalto por s meninas criaram um o feito com P.A.D, ende produtos de limpeza) os que o asfalto consistente do que esse , ele sofre menos com o ndo com que dimunuam conta Samantha. ato dos buracos nas al. Tivemos uma ajuda da região, que até nos alto seria ideal em pistas acto é muito grande por ”
Lívia Miranda, 17 e Mariane Soares, 17
De onde vêm: Imperatriz do Maranhão, MA O projeto: Casa ecológica De onde veio a ideia: “Poucas pessoas sabem o impacto ambiental que causa uma construção. Pesquisamos e vimos que é possível fazer uma casa com recursos menos poluentes e ainda assim fazer dela uma edificação economicamente viável, muitas vezes mais barata do que uma casa convencional”, explica Lívia. Porque é importante: “Nunca se construiu tanto no Brasil. A nossa proposta é usar os recursos naturais sem agredir o meio ambiente. O tijolo que criamos, menos nocivo que o tijolo normal, não precisa de cimento para rejuntar. O rejunte é feito com cola branca e a casa fica perfeita. O ser humano precisa pensar numa forma de usar esses recursos naturais, pensar no meio ambiente, mas sem perder qualidade de vida”, conta Mariane.
Andressa Schneck, 18, Morgana Kronbauer, 17, Nathâna Garcia, 17 e Cleiton Boufleuher, 20
De onde vêm: Dois Irmãos, RS O projeto: A criação de desinfetantes através da utilização da casca da bergamota De onde veio a ideia: “Na nossa região a bergamota é uma fruta bem abundante. Queríamos encontrar uma maneira de utilizar a casca da fruta, que é descartada. Através de estudos descobrimos que o óleo extraído da casca e a própria casca seca poderiam nos fornecer um potente antibactericida”, conta Morgana. Porque é importante: “Ainda não começamos a produzir em escala comercial, mas acreditamos que seria um produto de fácil acesso para as pessoas, financeiramente falando. Sem contar que estaríamos contribuindo para o meio ambiente com um produto totalmente sustentável”, finaliza Cleiton.
Fazer um projeto requer muitas horas de estudos, gastos com aparelhos, pesquisa, viagens! Os alunos que expõem na Mostratec, por exemplo, vêm dos mais distintos lugares do Brasil e do Mundo. E quem paga a conta de hospedagem, alimentação, passagens? Alguns têm a ajuda das escolas, outras da cidade e do estado. Outros ainda, recorrem à família, que não mede esforços para ver o trabalho dos seus filhos reconhecido! Essa é a primeira vez de Esra Nur Sekin, 17, e Muhammed Yagatekin, 17, no Brasil. A dupla de jovens cientistas veio da Turquia para a Mostratec. Ao todo foram mais de 14 horas de viagem, sem contar os gastos com hotel, alimentação e possíveis passeios que os jovens pretendem fazer no RS. “O governo nos auxilia muito. Quase tudo é pago por eles, como transporte, o dinheiro que precisamos para nos mantermos também vem de lá”, conta Muhammed. “Mas a nossa família nos deu o suficiente para ficarmos tranquilos no Brasil. Como é um país diferente é importante a ajuda dos nossos pais nesse momento. Somos jovens e esse suporte é fundamental”, afirma Esra. Saul Sanchez, 17, saiu do México para apresentar seu projeto na Mostratec. Essa é a primeira vez do jovem em solo brasileiro. O custo da viagem, que segundo ele não foi tão baixo assim, foi dividido entre a escola em que ele estuda e a sua família. “Meus pais não medem esforços. Quando soube que fui selecionado, na hora, me apoiaram no que precisei. Eles sempre me incentivaram nos estudos, sabem que é importante para o meu futuro”, conta.
Um laboratório aberto O Instituto Butantã, apesar de não ser um colégio de Ensino Médio ou Técnico, foi o local escolhido por Pedro Machado de Godoy, 17, aluno do Colégio Rainha da Paz, de São Paulo, para desenvolver a sua pesquisa. Isto porque a sua escola não oferecia a estrutura necessária para que ele pudesse fazer todos os testes necessários com um animalzinho de nome bem estranho, o diplópode, ou simplesmente piolho-de-cobra. Depois de enviar um e-mail, ter a sua primeira ideia rejeitada pelo orientador, o professor Pedro Ismael da Silva Júnior, ele acabou encontrando o apoio necessário à sua pesquisa. E um ano depois, conseguiu credenciamento para a Mostratec. Aí, é claro, chegou a vez do famoso “paitrocínio”, que bancou as despesas para que ele pudesse conhecer Novo Hamburgo e mostrar o que descobriu.
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Expediente
EDIÇÃO EXTRA
Outubro de 2012
Que língua é esta? Visitar a Mostratec é também descobrir que o idioma pode ser uma barreira ou pode aproximar pessoas que moram em locais completamente diferentes. Grande parte da responsabilidade em fazer com que todos se comuniquem é tarefa dos tradutores. O aluno da Liberato Lucas Petry Heck, 15, estava estreando na função e, de cara, teve o desafio de entender uma dupla de alunos turcos. Serão seis dias de convivência em que o inglês será a língua oficial do trio. “Só preciso acompanhar eles na exposição, mas a gente acaba estabelecendo uma relação de amizade que é bem legal”, explica.
Mas qual é o idioma oficial da Mostra?
(em bahasa, idioma falado na Indonésia) Hasan Comce, orientador Fathul Jannah, 17, aluna “Aprendemos também a língua inglesa e o turco na escola.”
dan penelitian
Un mundo de creativ (em espanhol, idioma falado na Colômbia) José Miguel Garzón Vargas, 16, aluno “Há outros idiomas indígenas falados na Colômbia, mas em Medellin, onde moro, só falamos si a y ün ciligin D ti espanhol.” ra a Y ve in Araçtirman
O que falta ser inventado? Romulo Renner Maciel, 17, São Leo-
Thais Abella, 14, Feliz
“Um robô bom em física que possa me ajudar nas provas da matéria.”
poldo
“Um robô organizador, que arrume o meu quarto.” Alisson Soares, 16, São Leopoldo
Evellyn Palharine, 16, Sapucaia do Sul
Augustin Ezequiel Gazagne, 18, Argentina
Dienifer Daiane Pereira, 15, Sapiranga e Gabriela Borges, 16, Parobé
“Um robô que cozinhe, lave louça e cuide de todas as tarefas de casa. Um faz tudo!”
“Braços robóticos para que as pessoas possam carregar coisas muito pesadas sem fazer força alguma.”
Veja como alguns dos expositores falariam o lema da Mostratec “Um mundo de criatividade é possível”:
Satu dunia kreatifitas
Edição Extra do Jornal O Polvo Edição e diagramação: Alexandra Korndorfer Reportagem: Gisele Santos e Elen Guimarães Fotografia: Homero Schuch
idad es possible
(em turco, idioma falado na Turquia) Serdar Çetin, 17, aluno Semih Irfan Uruç, 17, aluno “Falamos turco e inglês e aprendemos um pouco de alemão na escola de ensino médio.”
(em bósnio, idioma falado na Bósnia) Hata Botonjiá, 17, aluna “Falamos também turco e inglês na Jedan svijet krea tivnosti i perspektive escola.”
“Uma espécie de ‘estufa’ muito grande que tire toda a poluição do planeta, e que não permita com que ele fique mais poluído.”
“Algo que garantisse ou auxiliasse o tratamento de muitas doenças ainda sem cura.”
Robôs de todos os tamanhos A robótica educacional tem um lugar privilegiado nos Pavilhões da Fenac. Vários projetos, simuladores, competições e oficinas dominam o espaço. As batalhas começam na quarta (24), mas desde segunda-feira as equipes participantes já estão reunidas no local, combinando a melhor estratégia. No “Intercolegial de Robôs – Lego”, cada robô de Lego deverá retirar objetos de uma quadra. E na “Competição para o Ensino Médio Seguidor de Linha – Plataforma Livre”, a tarefa é mais complexa: os robôs deverão percorrer um trecho guiado por seus sensores e uma linha guia, realizando tarefas.
Lixo tecnológico ou matéria-prima De Santa Maria, do Centro Marista de Inclusão Digital, vieram alguns exemplos de como o nosso lixo tecnológico pode servir como matéria-prima para vários outros produtos. A pedagoga Tatiane da Cruz Alves trouxe uma turma de alunos que já descobriram que tudo pode ser reaproveitado. De máquinas caça-níqueis, novos computadores são produzidos e até um “guitar hero”. E de peças que sobraram destas invenções, uma nova forma de arte. É a metarte, orientada pela educador Luciano da Silva.
Wellerson dos Santos, 17, Leonardo Jardim da Costa, 14, Gabriel Severo, 15, Tatiane da Cruz Alves e Luciano da Silva