O SÃO PAULO - edição 3033

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 59 | Edição 3033 | 7 a 13 de janeiro de 2015

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Com gestos e palavras, Papa Francisco age pela paz mundial Em 17 de dezembro, o mundo foi surpreendido com a retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, interrompidas há cinco décadas. Os pre-

sidentes Barack Obama e Raúl Castro ressaltaram o empenho do Papa Francisco para o diálogo entre as duas nações. No Dia Mundial da Paz, 1º de janeiro, o Papa

fez votos para que “cessem as guerras, os conflitos e os inúmeros sofrimentos provocados quer pela mão do homem quer por velhas e novas epidemias e pelos efeitos deLuciney Martins/O SÃO PAULO

Diferente, normal, igual. As palavras podem ajudar, mas também atrapalhar quando o assunto é inclusão ou a falta dela. Na primeira edição de 2015, O SÃO PAULO preparou uma série de reportagens sobre a situação das pessoas

2015 começa com posse de governantes Página 8

Dom Milton assume Diocese de Barretos Página 19

com deficiência na sociedade. A história de Bruno, filho de Giba Um, e de Fabio, amigo de Francesco, foram contadas a partir do cotidiano vividos por eles, aprendendo e ensinando a conviver com a Síndrome de Down. Bruno mora

vastadores das calamidades sociais”, e expressou sua indignação pela continuidade das diferentes formas de escravidão.

Páginas 4 e 23 Arquivo pessoal

em São Paulo e foi uma das primeiras crianças com a Síndrome a aparecer na televisão. Fabio trabalha há 10 anos no guarda-volumes da Basílica de São Pedro, em Roma. E como fica a inclusão das pessoas com deficiência em am-

bientes escolares ou no mundo do trabalho? Há muito caminho a ser percorrido ainda, porém, é preciso valorizar e reconhecer iniciativas de organizações e pessoas que veem além das diferenças. Páginas 11 a 14

É Natal: Deus se faz homem e vem habitar no meio da humanidade

Dom Odilo: Ano da graça do Senhor, 2015

Na noite de 24 de dezembro e no dia 25, a Catedral da Sé, “igreja mãe da Arquidiocese de São Paulo”, acolheu centenas de fiéis para a celebração do Natal do Senhor. “Cristãos católicos, é nossa missão dar ao mundo, de novo, o significado do Natal: Je-

Em SP, 2,2 mil andarão ‘na corda bamba’

sus Cristo, nosso salvador, nasceu para nós”, afirmou o Cardeal Scherer. Celebrações natalinas foram realizadas ainda no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, no Amparo Maternal e no Arsenal da Esperança. Página 24

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2 | Ponto de Vista |

7 a 13 de janeiro de 2015 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

editorial

As surpresas do Papa Francisco Embora esta primeira edição do O SÃO PAULO de 2015 chegue aos seus leitores já com o novo ano em andamento, vale a pena lembrar alguns temas que marcaram o fim de 2014 e o início de 2015. E esses temas foram ditados pelo Papa Francisco, sempre nos surpreendendo. O primeiro tema não foi uma mensagem, foi um acontecimento que vinha sendo preparado há um ano e chegou a um final feliz: trata-se do reatamento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba. Embutida nesse fato que surpreendeu o mundo, ficou a certeza de que a paz é possível quando o diálogo substitui a hostilidade. Como não dar graças a Deus por esse passo rumo à paz? O segundo tema foi a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, o dia 1º de janeiro. Os votos de Francisco

são “para que cessem as guerras, os conflitos e os inúmeros sofrimentos provocados quer pela mão do homem quer por velhas e novas epidemias e pelos efeitos devastadores das calamidades sociais”. Francisco ora para que “todos colaborem com Deus e com as pessoas de boa vontade para a promoção da concórdia e da paz no mundo. “O Papa quer o fim de toda escravidão e pede que todos se tratem como irmãos. Ele relembra o apóstolo Paulo que ao devolver o escravo Onésimo ao seu dono Filemon, lhe pede que o receba como um irmão e não como escravo. A escravidão para Francisco é um profundo desrespeito à humanidade do outro, como aconteceu nos episódios bíblicos em que Caim assassina Abel; e em que Cam desrespeita seu pai Noé. A mensagem do Papa relaciona as múl-

tiplas faces da escravidão hoje. Ele pensa nos trabalhadores escravizados, nos migrantes abusados física e sexualmente, pensa nas mulheres prostituídas, nas vítimas do tráfico humano para o trabalho, para o comércio de órgãos. Vai fundo nas causas dessa escravidão, sem esquecer a corrupção daqueles que, para enriquecer, estão dispostos a tudo. Quer o Papa um compromisso das igrejas, da sociedade organizada para vencer a escravatura. Em nível institucional, ele pede um tríplice empenho: prevenção, proteção das vítimas e ação judicial contra os responsáveis. E adverte: Cada um de nós será interrogado por Deus: “que fizeste do teu irmão?” Enfim, o Papa, também na passagem do ano, falou em vídeo ao povo do Rio de Janeiro, cidade que começou a festa de seus 450 anos. Com carinho, ele agradeceu à re-

cepção que teve na Jornada Mundial da Juventude, em 2013, e afirmou que 450 anos já permitem falar sobre a venerável “história de um povo corajoso e alegre que nunca se deixou abater pelas dificuldades”. Mas na cidade maravilhosa, abraçado pelo Cristo Redentor, se destaca a beleza natural e, ao mesmo tempo, “o contraste gerado por grandes desigualdades sociais: opulência e miséria, injustiças, violência...” Francisco convida a todos a não perder a esperança porque “Deus habita na cidade”. O Papa não para de nos surpreender. Com ele, começamos 2015, entendendo que devemos nos olhar nos olhos, respeitar a humanidade uns dos outros, e lutar contra todo tipo de escravidão: dos corpos, das ideias, dos vícios, dos sistemas econômicos e até de falsas visões da religião. Feliz ano novo para todos nós.

opinião

Abra a felicidade?

Sergio Ricciuto Conte

Ana Lydia Sawaya Será que ao abrir a tampa de uma garrafa de refrigerante seremos realmente felizes? A ciência vem mostrando o contrário. Refrigerantes e comidas ricas em açúcar, sal e gorduras geram vício alimentar, estão na base do aumento da obesidade, e de muitos problemas de saúde, como o diabetes e as doenças cardiovasculares. “Amo muito tudo isso”, “com sabor de quero mais”, “exageradamente gostoso”, “um sabor inesquecível”: as indústrias de alimentos e bebidas têm explorado cada vez mais a associação entre prazer e felicidade, pois descobriram que esses processos associativos aumentam muito as suas vendas. Mas prazer e felicidade não são sinônimos. Os antigos gregos diferenciaram bem essas duas experiências, mostrando que podem até ser antagônicas. Usaram a palavra “eudaimonia” para descrever a experiência de felicidade (ter um espírito bom) e a palavra “hedonia” para descrever o sentimento de prazer. Diziam que pouco prazer traz infelicidade, mas muito prazer traz infelicidade também e que a felicidade está no meio termo e na capacidade de autodomínio. Nem muito, nem pouco. Para eles, a raiz da felicidade está em saber decidir, ter liberdade para decidir pelo bem. E a felicidade é proporcional ao ser livre das coisas materiais. Assim, o apego excessivo ou incontrolado a algo gera infelicidade. Um monge do deserto

chamado Evágrio Pôntico dizia: “Seja o porteiro do seu coração e não deixe entrar nenhum pensamento sem interrogá-lo. Interrogue cada pensamento individualmente e diga-lhe: ‘você é um dos nossos ou um dos nossos adversários?’ Se for da casa, vai enchê-lo de paz. Mas se for do inimigo, vai perturbá-lo pela raiva ou provocálo pela cobiça”. A ciência está cada vez mais de acordo com esses antigos sábios, pois

estudos científicos têm mostrado que quando uma criança toma refrigerante seu cérebro memoriza o sabor, o aroma, o barulho de abrir a garrafa, as bolhinhas que faz e, para o resto da vida, desejará esse prazer e o terá guardado em sua memória. E quando tiver oportunidade, tomará de forma excessiva essa bebida. Algo parecido com o vício do cigarro ou da cocaína. Todas as bebidas adocicadas e industrializadas têm esse efeito.

Se a mãe toma refrigerante frequentemente ou todos os dias durante a gravidez, o cérebro da criança terá uma atenção saliente e uma busca frequente por esta bebida, após o nascimento. Isso acontece porque alimentos ricos em açúcar, gordura e sal geram, mais do que outros, emoções positivas que aumentam a motivação para obtê-los tão logo são lembrados ou estão disponíveis ao alcance da mão. Ingeri-los é recompensador. Por quê? Sal, açúcar e gordura eram muito difíceis de serem obtidos na natureza. O sal era considerado ouro na antiguidade; e a gordura vinha da caça e exigia grande esforço para ser obtida. Por isso, nosso cérebro procura preferencialmente esses ingredientes e os prefere em relação a outros. A mentalidade hedonista proporcionou à indústria a motivação necessária para oferecer produtos baratos, à disposição de todos e a qualquer hora do dia. Essa situação gerou o descontrole e muitos problemas de saúde. A solução? É o equilíbrio e cozinhar o máximo possível alimentos in natura. Voltar a comer só nas horas certas. Sentarse à mesa com a família num ambiente calmo e tranquilo. Cuidar das conversas e falar do que é positivo. Deixar os problemas para outro momento e não ver televisão enquanto se come. Ana Lydia Sawaya é professora da Unifesp, fez doutorado em Nutrição na Universidade de Cambridge e foi pesquisadora visitante do MIT. É conselheira do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David e Nayá Fernandes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: Alliance Editorial S.A. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

No ano pastoral de 2015, na arquidiocese de São Paulo, somos chamados a ser “testemunhas de Jesus Cristo na cidade”. Tudo o que fizermos pessoalmente, e também a nossa ação eclesial e pastoral organizada, contribua para responder mais e melhor à missão que Jesus confiou aos discípulos: “vós sereis minhas testemunhas” (cf At 1,8). Nossas paróquias e todas as comunidades dentro delas, nossas organizações pastorais, as associações e grupos laicais, nossas comunidades religiosas, seminários, colégios, faculdades, hospitais e meios de comunicação e todas as expressões de vida eclesial devem ajudar a explicitar o testemunho do Evangelho na cidade de São Paulo. Na pastoral de conjunto, nossa Arquidiocese propõe-se, em 2015, a “estar a serviço da vida plena para todos”. Essa “urgência pastoral” é uma dimensão importante da missão da Igreja no mundo; ao mesmo tempo em que ela anuncia e já celebra as “primícias” da vida nova no Espírito de Cristo, pelos Sacramentos, ela precisa colocar-se concretamente a serviço da vida plena para todos também neste mundo, onde quer que isso seja necessário. O compromisso concreto pela vida é sinal e fruto da esperança e da fé cristã. Assim, em 2015, queremos estar

Ano da graça do Senhor, 2015

mais atentos e ir ao encontro da vida ameaçada, ferida e sofrida; da vida ainda frágil, ou já fragilizada pela idade e pela doença; da vida desorientada, em situação de risco e mergulhada nas dependências químicas e dos vícios desumanizadores, da vida vilipendiada e desprezada pela insensibilidade, ganância e maldade dos homens. Sem deixar de anunciar e de encaminhar para Aquele que é “o caminho, a verdade e a vida”, que veio “para que todos tenham vida em abundância”. A Campanha da Fraternidade, com o tema - “Fraternidade – Igreja e Sociedade”, aprofunda e retoma uma das principais propostas do Concílio Vaticano II, realizado há 50 anos. Na constituição pastoral Gaudium et Spes, o Concílio pede que a Igreja se volte, com novo olhar, para o mundo e busque estabelecer com ele uma relação nova e fecunda. De fato, o Evangelho está confiado à Igreja, não para ela mesma, mas para ser partilhado, para que o mundo viva por meio dele. A missão dada por Jesus Cristo à Igreja requer que ela, sem perder sua identidade, esteja em constante diálogo e interação com a sociedade para transmitir a esta o fermento, o sal e a luz do Evangelho. Contribuir para a justiça, a solidariedade e a fraternidade é parte dessa missão. Que a Campanha da Fraternidade nos ajude a realizar melhor o que o Papa Francisco pede com insistência: “ir às periferias” e ser “uma Igreja em saída”. Em 2015, a Igreja toda continua

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envolvida com a realidade da família e seus desafios pastorais para a evangelização, conforme foi refletido na assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos de 2014; em outubro de 2015, mais uma assembleia do Sínodo se ocupará com a família, com o tema: “vocação e missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. O Papa Francisco está colocando toda essa atenção na família, pois ela é fundamental para a pessoa, a sociedade e também para a Igreja. Temos muito a fazer para dar novamente à família o valor que ela tem no desígnio de Deus e na missão da Igreja. Começamos o ano pastoral agraciados com a ordenação de dois novos bispos auxiliares para a arquidiocese de São Paulo: Dom Devair Araújo da Fonseca, em Franca (SP), no dia 1º de fevereiro; e Dom Eduardo Vieira dos Santos, na nossa Catedral Metropolitana, dia 7 de fevereiro. Que eles sejam abençoados e cheios da unção do Espírito Santo! Bem-vindos “em nome do Senhor”, para servirem conosco o povo de Deus em São Paulo! Este ano também está dedicado à “Vida Consagrada Religiosa”, por iniciativa do Papa Francisco, para valorizarmos o dom da Vida Consagrada. Ao mesmo tempo, por iniciativa da CNBB, 2015 é um ano dedicado à cultura da paz. Este tempo de graça nos é dado para a missão, para novas semeaduras e para cultivar o “campo de Deus”, que nos está confiado. Que sejamos bons trabalhadores na sua messe!

Cerimônia de posse do governador Assessoria de Imprensa/Governo do Estado de São Paulo

Em 1º de janeiro, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, participou, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, da solenidade de posse do governador Geraldo Alckmin, reeleito em primeiro turno nas eleições de 2014, com 12,2 milhões de votos. Essa é a quarta vez que Geraldo Alckmin assume o comando do Executivo estadual. No mesmo dia, o governador deu posse aos 25 secretários estaduais, sendo que destes sete foram reconduzidos aos cargos.

Natal com Dom Cláudio Hummes e Dom Paulo Evaristo Arns Arquivo pessoal

Em 24 de dezembro, o Cardeal Scherer recebeu na residência episcopal os cardeais Hummes e Arns, arcebispos eméritos de São Paulo, para uma confraternização de Natal.

Diálogo com assessores eclesiásticos Arquivo pessoal

Em 20 de dezembro, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, reuniu-se na cúria metropolitana com os padres que foram nomeados assessores eclesiásticos das pastorais em âmbito arquidiocesano. Dom Odilo pediulhes empenho nos trabalhos que realizam. (Por Daniel Gomes)


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Novos cardeais

Não há futuro sem paz! “Os homens falam tanto da luz, mas muitas vezes preferem a tranquilidade enganadora do escuro. Nós falamos da paz, mas muitas vezes recorremos à guerra ou escolhemos o silêncio cúmplice, ou mesmo não fazemos nada de concreto para construir a paz.” Assim começou Francisco sua reflexão antes da oração mariana do Ângelus, às 12h, na praça de São Pedro, no domingo, 4. Francisco refletiu sobre a afirmação do evangelista São João, que em Jesus “estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a venceram... Vinha ao mundo a luz verdadeira, aquela que ilumina cada homem” (1, 4-5.9). A reflexão do Papa prossegue lembrando que a luz – Jesus – foi rejeitada. Todo aquele que faz o mal, odeia a luz, e não vai à luz para que suas obras não sejam reprovadas. “Quem faz o mal odeia a luz. Quem faz o mal odeia a paz”. Lembrando sua mensagem para o Dia Mundial da Paz,

Francisco deseja que seja superada a praga da exploração do homem pelo homem, praga que impede o relacionamento interpessoal e impede a comunhão firmada no respeito, na justiça e na caridade. Cada homem e cada povo têm fome e sede de paz. Por isso, é necessário e urgente construir a paz. Francisco entende a paz não como ausência de guerra. A paz para ele é a pessoa estar em harmonia consigo mesmo, com a natureza e com os outros. E para começar um caminho que leva à paz, só mesmo fazendo calar as armas e apagar os focos de guerra. Os conflitos que sacodem o planeta, as tensões familiares e comunitárias estão no pensamento do Papa. Ele fala dos conflitos culturais, étnicos e religiosos dentro das cidades e dos países e está convencido de que “não há futuro sem propósitos e projetos de paz. Não há futuro sem paz!” O Papa cita Isaías, que profetizou um mundo de paz, em que espadas se tornam arados e lanças se tornam foices. “A paz é anunciada como um dom especial de Deus no

nascimento do Redentor”. Tal dom, entretanto, precisa ser pedido constantemente, diariamente, e deve ser acolhido com empenho, nas situações em que nos encontramos. “Nos albores deste ano novo, todos nós somos chamados a reacender no coração um impulso de esperança, que deve se traduzir em obras concretas de paz.” Você não se dá com alguém, não está em paz na família, na comunidade?, pergunta o Papa. E exorta: “Faça as pazes”. Porque “obras de reconciliação e de fraternidade para com o próximo, nas tensões familiares e nos desacordos de todo gênero têm um grande valor. São pequenos gestos que dão esperança e podem abrir estradas e perspectivas de paz”. A mensagem se conclui com uma invocação a Maria, Rainha da paz. “Peçamos a ela, ‘nossa terna mãe, que indique a todo o mundo o caminho seguro do amor e da paz’”. Após a oração do Ângelus, o Papa anunciou um consistório em que ele fará 15 novos cardeais (veja mais ao lado). (Por Padre Cido Pereira)

L’Osservatore Romano

Em 14 de fevereiro, o Papa criará em consistório, 15 novos cardeais que, vindos de 14 países, “manifestam a indissociável ligação entre a Igreja de Roma e as Igrejas particulares”, assegurou o Pontífice. São eles: Dom Dominique Mamberti, arcebispo de Sagona, prefeito do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica (França); Dom Manuel José Macário do Nascimento Clemente, patriarca de Lisboa (Portugal); Dom Berhaneyesus Demerew Souraphiel, arcebispo de Addis Abeba (Etiópia); Dom John Atcherley Dew, arcebispo de Wellington (Nova Zelândia); Dom Edoardo Menichelli, arcebispo de Ancona-Osimo (Itália); Dom Pierre Nguyên Văn Nhon, arcebispo de Hanói (Vietnã); Dom Alberto Suárez Inda, arcebispo de Morelia (México); Dom Charles Maung Bo, arcebispo de Yangon (Myanmar); Dom Francis Xavier Kriengsak Kovithavanij, arcebispo de Bangkok (Tailândia); Dom Francesco Montenegro, arcebispo de Agrigento (Itália); Dom Daniel Fernando Sturla Berhouet, arcebispo de Montevidéu (Uruguai); Dom Ricardo Blázquez Pérez, arcebispo de Valladolid (Espanha); Dom José Luis Lacunza Maestrojuán, bispo de David (Panamá); Dom Arlindo Gomes Furtado, bispo de Santiago de Cabo Verde (Cabo Verde); Dom Soane Patita Paini Mafi, bispo de Tonga (Ilhas de Tonga).

Eméritos O Papa também vai criar cardeais cinco arcebispos eméritos, sem direito a voto em conclave, que se destacaram pela caridade pastoral no serviço da Santa Sé e da Igreja. “Eles representam tantos bispos que, com a mesma solicitude de pastores, deram testemunho de amor a Cristo e ao Povo de Deus seja nas Igrejas particulares, seja na Cúria Romana, assim como no Serviço Diplomático da Santa Sé”, destacou Francisco. São eles: Dom José de Jesús Pimiento Rodríguez, arcebispo emérito de Manizales (Colômbia); Dom Luigi De Magistris, arcebispo de Nova, Pró-Penitencieiro Maior emérito (Itália); Dom Karl-Joseph Rauber, arcebispo de Giubalziana, núncio apostólico (Alemanha) Dom Luis Héctor Villalba, arcebispo emérito de Tucumán (Argentina); Dom Júlio Duarte Langa, bispo emérito de Xai-Xai (Moçambique). (Por Fernando Geronazzo)


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Dom Carlos Lema Garcia Vigário Episcopal para a Pastoral da Educação e a Universidade

Jesus Cristo surpreende os seus discípulos com essa proposta quando regressaram depois de uma temporada de viagens apostólicas, “voltaram para junto de Jesus e contaram-lhe o que haviam feito e ensinado... Ele lhes disse: ‘Vinde à parte, para algum lugar deserto, e descansai um pouco’. Porque eram muitos os que iam e vinham e nem tinham tempo para comer. Partiram na barca para um lugar solitário, à parte”. (Mc 6, 30-32). Não pensemos que Deus seja alheio ao nosso cansaço. Deus quer que descansemos, que saibamos deixar parte das nossas atividades normais e consigamos planejar o nosso descanso, de tal modo que permaneçamos com Ele. O descanso não é uma espécie de concessão à preguiça. O descanso é parte integrante da missão que Deus espera de nós. Temos a gozosa obrigação de descansar. Deus quer que descansemos bem. Há estudantes que encaram dessa forma o descanso: “durante as férias, não vou pegar um livro, vou dormir sem pa-

Espiritualidade

fé e cidadania

Saber descansar

O Direito à Moradia e a Doutrina Social da Igreja

rar, e só vou levantar por esgotamento...” E quantos estudantes não recomeçam as aulas com a impressão de estarem até mais cansados do que quando iniciaram as férias. Descansar não é não fazer nada, não ter nenhuma disciplina de horário de compromisso. Mas, então, como descansar? Há uma observação de São Josemaria em seu livro “Sulco”: “Sempre entendi o descanso como um afastar-se do acontecer diário, nunca como dias de ócio. Descanso significa represar: acumular forças, ideias, planos... Em poucas palavras: mudar de ocupação, para voltar depois - com novos brios - aos afazeres habituais”. Encontramos dois elementos do descanso: mudar e represar. Descansaremos bem se mudarmos de ambiente, de ritmo, de atividades, de atitude e, se possível, de lugar. Há quem não descanse, embora viaje para lugares distantes e interessantes. Descansar, realizar atividades diferentes das habituais. O descanso está precisamente nessa mudança de foco de interesse. O estudante deixa o estudo, as fórmulas, os artigos de lei, os relatórios etc que acompanham a rotina diária. Devemos fazer esporte, se somos sedentários. Podemos ler obras literárias, se seguimos carreiras técnicas. Para isso, fazer planos, traçar objetivos.

Se não planejarmos, teremos umas férias inúteis e aborrecidas. Descansar também significa represar. Represar ideias, refletir. Aprender a olhar com perspectiva as nossas atividades no ano que termina. Uma forma de conseguir isso é dedicar um tempo para fazer algumas boas leituras. Nestes meses de verão, todos nós deveríamos ter à mão algum livro interessante. Um romance histórico, uma biografia, um livro de ficção etc. Mas, para isso, é preciso procurar boa literatura. Pedir conselho sobre o que vale a pena conhecer. Há autores clássicos que superam o seu tempo: passam as gerações e continuam sendo atuais: sobressaem-se pela correção literária e pelo conteúdo enriquecedor. Também podemos encontrar tempo para algumas leituras de formação cristã: encontrar nas palavras do Evangelho as respostas de Deus para as nossas necessidades ou a manifestação da sua vontade em relação à nossa vida. Quem já fez a experiência de ler um trecho por dia comprovou que a leitura do Evangelho nunca se esgota, e sempre nos diz algo de novo que tem uma ressonância pessoal. Enfim, ficam aí umas sugestões para as nossas férias: aprender a descansar sem perder a união com Deus: “Vinde à parte, para algum lugar deserto, e descansai um pouco’’.

eSPAÇO ABERTO

Vale a pena amar e fazer o bem, em especial na Arquidiocese de São Paulo Irmã Maria Claus

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Arquivo pessoal

do Menor. E, deixo um recadinho a você que tem um tempiPaz e bem! nho de gratuidade para o Senhor, ou que tem um amigo (a) São Paulo – metrópole que para sugerir essa missão: procuacolhe a todos. Aqui tem de tudo, re uma pastoral na Igreja de São como diz meu sobrinho: ”Tia, Paulo, pois há tanto a fazer. Na em São Paulo tomamos banho de Pastoral do Menor, procure pela cultura”. São Paulo da garoa, São Sueli Camargo e lá você enconPaulo coisa boa ou com a estiagem podemos cantar: “São Paulo trará um lugar para se dedicar à sem garoa...”. causa dos pequeninos e das pequeninas. Mas o que realmente gostaria Estando no Projeto Evangede partilhar é que em São Paulo lizando a Casa, a bonita e única fazemos parte de um mundo diferenciado. O espaço é grande, experiência feita é de que não levamos Jesus aos meninos e meenorme, no qual tantos desafios Irmã Maria Claus volta ao Paraná após atuação em São Paulo ninas em conflito com a lei, mas se têm como o Reino que conclama para amar e fazer o bem... Aqui, en- mando por justiça e paz, vida digna e ale- em cada rosto encontramos Jesus. contramos diversos mundos, uns melho- gria de ser cidadão, filhos e filhas de Deus. Sou muito grata a Deus pelo presenres, outros que pedem mudança, acolhida, Gostaria de agradecer ao nosso arce- te de jubileu de prata – 25 anos de Irmã bispo, Dom Odilo Pedro Scherer, que aco- Franciscana do Coração de Jesus - em amor, esperança e comprometimento. Em dois anos e três meses na Pastoral lhe e acredita na missão da vida religiosa. 2014 em São Paulo. Aqui, aprendi muito de Menor, na Região Episcopal Sé, senti a Aos bispos auxiliares e todos os sacerdotes e volto diferente para o “meu Paraná”. Vou dimensão desse desafio: muito trabalho a que amam e fazem o bem neste espaço tão para a missão com mais experiência da ser feito na defesa dos direitos da criança grande e tão cheio de vidas necessitadas luta, da dedicação, da partilha das pessoas e do adolescente. E quanta gente se dedica do amor de Deus por meio de nossas ati- envolvidas na causa pelos pobres. com empenho e ousadia para essa causa, tudes. Meu muito obrigada e minha adMeu abraço e minha prece, com admas ainda é pouco, como pediu Jesus: pe- miração à vida religiosa na Arquidiocese. miração! çam mais trabalhadores, pois a cidade é Deus o abençoe! Irmã Maria Claus, da Congregação das Irmãs Francisgrande e a cada dia aumenta mais o númeObrigada a todos que somam nas di- canas do Coração de Jesus, participou da Pastoral do ro de crianças e adolescentes sofridos, cla- versas pastorais, em especial, na Pastoral Menor da Arquidiocese de São Paulo até o ano de 2014. As opiniões expressas na seção “Espaço Aberto ” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Padre Sancley Lopes Gondim Foi-se o Natal e a mesma crueza da realidade continua, infelizmente “não havia lugar para eles” (Lc 1,17). O Direito à habitação – “abrigo de que o ser humano se utiliza e onde se insere a vida humana, ponto concreto no qual se firma, rodeando-se de elementos necessários ao seu bem-estar físico, intelectual, espiritual” (Ávila) – é direito assegurado pela Declaração Universal dos Direitos do Homem. Art. XXV e pelo Magistério eclesial. Na encíclica Centesimus annus, João Paulo II sintetizou-os: “o direito à vida, do qual é parte integrante o direito a crescer à sombra do coração da mãe depois de ser gerado; o direito a viver numa família unida e num ambiente moral favorável ao desenvolvimento da própria personalidade; o direito a fundar uma família e a acolher e educar os filhos” (Compêndio de Doutrina Social da Igreja, 155). A falta de moradia é um dos graves problemas do nosso tempo. Quanto maior a concentração urbana, tanto maior o déficit habitacional. Não pode haver família sem lar nem uma grande nação sem famílias. O Papa João XXIII disse que “todo ser humano tem direito à liberdade de movimento e de habitação na comunidade política da qual é cidadão” (Pacem in Terris, 10). E completava: “É indispensável que os poderes públicos se empenhem em adequar ao desenvolvimento econômico o progresso social..., os serviços essenciais, tais como os transportes, a comunicação, a água potável, a habitação, a assistência sanitária, a instrução, a vida religiosa, o lazer” (Idem, n.26). O Concílio Vaticano II, ao tratar do assunto, afirma “que sejam acessíveis a todos as coisas necessárias a uma vida digna, tais como a alimentação, o vestuário, a habitação” (Gaudium et Spes, 26). E, ainda, o Papa João Paulo II, na Carta dos Direitos da Família, disse: “tem direito a uma habitação decente adaptada à vida de família e ao número de seus membros, em ambiente provido dos serviços básicos” (Art. 11). O problema principal para enfrentar esse direito inalienável tem sido a falta de decisão política (cf. Raquel Rolnik. Folha de S.Paulo, 22/09/14). A Constituição Federal, o Estatuto da Cidade e o seu Plano Diretor, entre outras leis, regulam a questão. O inalienável direito de propriedade deve ser conjugado com a exigência de sua “função social”. Desde 2002, determinou-se que as áreas centrais são prioritárias para repovoamento. Imóveis vazios devem ser reocupados por moradias. Por isso, contempla a figura das “Zonas Especiais de Interesse Social”. Se a propriedade não estiver cumprindo com a sua função social, o proprietário pode ser penalizado. A primeira pena prevista na Constituição e regulamentada pelo Estatuto da Cidade prevê que a Prefeitura pode aplicar um aumento progressivo do IPTU, durante cinco anos até o limite de 15% do valor do imóvel. Se ainda assim não for cumprida a lei, esse pode ser desapropriado e pago com títulos da dívida pública. A crise habitacional é gravíssima e não faltam leis que possibilitem o seu enfrentamento. Falta aplicá-las.


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LITURGIA E VIDA Batismo do Senhor 11 de janeiro de 2015

A Luz das Nações ANA FLORA ANDERSON

Jesus só iniciou seu ministério depois de ser batizado por João Batista no rio Jordão. No momento do Batismo, Jesus teve uma experiência espiritual profunda que o levou a compreender com clareza o sentido de sua missão. Na primeira leitura (Isaías 42, 1-4.6-7), o profeta revela o que Deus quer do seu servo, do seu eleito. Esse recebe o Espírito para poder julgar as nações. Nada pode o impedir de estabelecer a justiça, curar os cegos, libertar os cativos e ser a Luz das Nações. Na segunda leitura (Atos dos Apóstolos 10, 34-38), encontramos um discurso de São Pedro, no qual ele confessa que agora está compreendendo que Deus não faz distinção entre os povos. A Boa-Nova foi pregada em primeiro lugar aos israelitas, mas Jesus é o Senhor de todos. O Evangelho de São Marcos (1, 7-11) apresenta João Batista como o profeta que anuncia a vinda de alguém enviado por Deus, que é mais forte do que ele mesmo. A narrativa sublinha a humildade do Batista como precursor e revela um grande mistério: é neste momento que Jesus recebe o Espírito Santo e compreende que foi enviado como o Filho Amado de Deus.

você pergunta

Quero voltar à Igreja e me casar. Mas minha namorada é divorciada. O que fazer? Padre Cido Pereira

Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação

Atentemos para a situação do Marcelo (que não disse seu sobrenome), que mora em Jundiaí (SP). Ele é solteiro e foi batizado ainda criança na Igreja Católica. Sua família, porém, virou Testemunha de Jeová. Ele quer voltar à Igreja. Namora uma mulher divorciada e católica, e pergunta o que fazer. Meu querido irmão: vamos por partes. Você é católico. O Batismo o fez católico, e nós aprendemos que o Batismo deixa uma marca indelével, um caráter em nossa alma, um sinal de que somos filhos de Deus para sempre. O fato de você ter quase entrado para o grupo das testemunhas de Jeová não muda sua condição de católico. Agora vem a questão da sua namorada. Ela foi casada na Igreja Católica? Se foi, o seu casamento só será possível após fazer um processo de verificação da nulidade do primeiro casamento dela. Se ela não foi casada na Igreja e é divorciada, poderá casar-se com você na Igreja. Você diz que quer voltar à Igreja e viver sua fé católica com mais seriedade. Para isso, você deverá procurar a sua paróquia, aí no bairro onde mora. Fale ao padre do seu desejo de se preparar para receber o sacramento da Eucaristia. Ele certamente vai indicar um catequista para você. Não tenha pressa, viu? Procure aprofundar as verdades da nossa fé. Peça também ao padre um esclarecimento maior sobre a situação de sua namorada. Espero que dê tudo certo. Você não me deu mais detalhes sobre sua namorada, se ela tem filhos... Tudo isso é importante para que vocês caminhem direitinho, segundo as exigências da Igreja. Fique com Deus. Se tiver mais algum esclarecimento, não tenha vergonha de solicitá-lo. Farei o que puder para ajudá-lo.

novos santos e beatos

Beata Maria Teresa do Sagrado Coração 7 de Janeiro O seu nome era Ioanna, para nós Joana, e foi uma das filhas da numerosa família Haze. Pertenciam à classe média e eram católicos fervorosos. A família conviveu com os perigos da Revolução Francesa e por isso teve de fugir para o exterior, em consequência do avanço do exército revolucionário que pretendia a independência da Bélgica. Foi nessa circunstância que, em 1795, seu pai veio a falecer. Joana e a irmã, Ferdinanda, ao invés do Matrimônio, animavam o desejo de seguirem a vida como religiosas, coisa impossível, por causa das leis anticlericais da época. Alfabetizavam, catequizavam e atendiam os pobres, marginalizados, doentes e cuidavam da mãe, que morreu em 1820. Quatro anos depois, foi oferecida para elas uma escola paroquial em Liegi, tolerada pelo governo holandês, ao qual estava submetida a população belga. Em 1830, quando a Bélgica adquiriu sua independência, Joana decidiu fundar uma nova congregação religiosa, que recebeu o nome de “Filhas da Santa Cruz de Liegi”. Joana tomou o nome de Maria Teresa do Sagrado Coração e administrou a sua Obra até a idade bem avançada e com muita lucidez. Faleceu em Liegi e foi sepultada no cemitério de Chénée, na Bélgica. A Congregação conta hoje com mais de 103 comunidades espalhadas em quatro continentes. O processo de sua beatificação começou em 1911, pelos vários milagres atribuídos à sua intercessão. Foi aprovado pela Igreja em janeiro de 1991, sendo beatificada pelo Papa João

Reprodução

Paulo II, em abril do mesmo ano. Provavelmente, Santa Maria Tereza do Sagrado Coração, Ioanna Haze, tenha se tornado a beata mais idosa da história da Igreja Católica

de Roma, pois morreu com 99 anos, em 7 de janeiro de 1876, em plena atividade. A sua cerimônia litúrgica se comemora nesse dia. Fonte: www.paulinas.org.br

50

anos

Dom Agnelo Rossi envia mensagem de ano novo à Arquidiocese

Capa da edição de 1º de janeiro de 1965

A capa da edição do O SÃO PAULO de 1° de janeiro de 1965 trouxe a íntegra de mensagem de ano novo do arcebispo de São Paulo, Dom Agnelo Rossi. “O homem só será feliz quando entender que deve sacrificar-se em benefício dos seus semelhantes, ou, em outras palavras, que sua vida tem um sentido eminentemente social, comunitário”, consta em um dos trechos da mensagem. Ainda segundo o então Arcebispo de São Paulo, “o mundo que nos cerca melhorará no dia que nós melhorarmos. Esta será nossa primeira e insubstituível contribuição pessoal para o bem comum. Como muitas famílias seriam mais felizes

se o esposo fosse amável e menos colérico no seu lar ou se a esposa não esbanjasse dinheiro em luxo e futilidades”. “Se, em 1965, nossa vida se tornar mais humana e mais cristã, entretecida de atos de justiça e de benevolência para com nossos semelhantes, faremos positivamente algo que está ao nosso alcance para que o ano novo seja venturoso. Então, nossos votos deixam de ser apenas fórmulas vazias e se tornam promessas sinceras. Nesse sentido, é que o Arcebispo Metropolitano de São Paulo tem a honra e a satisfação de desejar a todo o povo de São Paulo um feliz e abençoado ano de 1965”, disse o Arcebispo.


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| Pastorais | 7

PASTORAL CARCERÁRIA

Padre Valdir João Silveira recebe Medalha Nacional de Acesso à Justiça “Temos um sistema judiciário não democrático, que ainda está longe do povo oprimido, do povo que necessita urgentemente da defesa e efetivação de seus direitos. Um judiciário, na realidade, que é herdeiro da Ditadura Civil-Militar que assolou o País por muitos anos. Um judiciário longe do povo, contra o povo pobre, e profundamente corporativista e elitista”, enfatizou o Padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, ao receber, em 18 de dezembro, em Brasília, a Medalha Nacional de Acesso à Justiça. Criada em 10 de setembro de 2013, a condecoração foi concedida pela primeira vez pelo Ministério da Justiça e reconheceu os trabalhos de 37 personalidades e instituições que se destacaram na promoção, ampliação e democratização do acesso à Justiça. Ao receber a medalha, o Padre enalteceu os trabalhos dos mais de 6 mil agentes da Pastoral Carcerária em todo o Brasil e enfatizou: “Esta Medalha é o reconhecimento da luta da Pastoral Carcerária pela implementação e avanço da qualidade das Defensorias Públi-

cas, tanto estaduais como da União, da luta pelas ouvidorias externas e independentes do sistema prisional e do judiciário, e pela cotidiana busca de um judiciário que promova a cidadania e não trate a pessoa necessitada como mero objeto de trabalho e de exploração”. Padre Valdir reafirmou o compromisso da Pastoral Carcerária em lutar contra a política de encarceramento em massa, que, segundo ele, tem como alvo principal a população jovem, pobre, negra e periférica. “A Pastoral não ficará indiferente e continuará a sua luta por um mundo sem prisões. A realidade é trágica: o Brasil encerra 2014 com 711 mil pessoas presas (a terceira maior população carcerária do planeta), que vivem em condições semelhantes às masmorras medievais, sendo 40% presos provisórios, que quando julgados comprova-se que 37% são inocentes. Nas prisões brasileiras há mortes, tortura, ausência de atendimento médico, jurídico e educacional”, detalhou. Colaborou assessoria de Imprensa da Pastoral Carcerária

Ministério da Justiça/Divulgação

Padre reafirma o compromisso em lutar contra a política de encarceramento em massa

Serviço Pastoral dos Migrantes Movimento Humanos Diretos/divulgação

Dira Paes entrega prêmio à vice-presidente do SPM

Vice-presidente do SPM ganha prêmio João Canuto No dia 1º de dezembro, no Teatro Laura Alvim, no Rio de Janeiro, o MHUD (Movimento Humanos Direitos), formado por artistas de renome e várias outras pessoas da sociedade civil comprometidos com a garantia de Direitos Humanos no Brasil, promoveu o prêmio João Canuto – liderança Sindical do Estado do Pará, que fora assassinada por defender uma reforma agrária no Brasil. Junto com mais sete pessoas e entidades, foi premiada Elizete Sant’Anna de Oliveira, leiga scalabriniana e vice-presidente do Serviço Pastoral dos Migran-

tes, pelos seus trabalhos e presenças no campo da defesa dos direitos humanos e do cuidado das pessoas em situação de vulnerabilidade. Foi um momento de reconhecimento da história de uma lutadora, que dedica sua trajetória de vida a promover os direitos dos migrantes e de refugiados que são violados em seus direitos mais fundamentais. A homenagem foi recebida das mãos da atriz Dira Paes, que naquele momento expressava sua solidariedade e compromisso com uma causa, em nome de sua indignação com a violação dos Direitos Humanos. Em sua prele-

ção, Elizete afirmou que recebia aquela homenagem, “pelos inestimáveis serviços prestados ao povo brasileiro em prol de um País mais justo e solidário” no campo das migrações. Elizete expressou sua gratidão e ao mesmo tempo seu compromisso com a causa do migrante e do refugiado. Ao tempo que nomeou várias instituições comprometidas com a mesma causa como: Cáritas, Serviço Pastoral dos Migrantes, Missão Scalabriniana, entre tantas outras que estão junto como as pessoas que buscam um futuro de dignidade. Colaborou Serviço Pastoral do Migrante


8 | Igreja em Missão |

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Destaques das Agências Nacionais

Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Papa saúda a cidade do Rio de Janeiro pelos 450 anos Ainda não era meia noite, quando a imagem do Papa Francisco apareceu no telão para cerca de 2 milhões de pessoas que estavam na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para acompanhar a queima de fogos tradicional na virada do ano. O Papa saudou o “amado povo carioca” por meio de uma vídeo-mensagem por ocasião dos 450 anos da cidade. “É com grande alegria que me dirijo a vocês, às vésperas do Ano Novo, que marcará o início das co-

memorações pelos 450 anos de fundação da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, para saudar, numa tão feliz circunstância, o amado povo carioca, que me recebeu de braços abertos por ocasião da Jornada Mundial da Juventude de 2013, e acender o novo sistema de iluminação da Estátua do Cristo, como fez o Beato Papa Paulo VI há cinquenta anos, simbolizando a luz que o Senhor quer acender nas nossas vidas.”

O Pontífice disse, ainda, que a história carioca é de um “povo corajoso e alegre, que nunca se deixou abater pelas dificuldades, a exemplo de seu santo padroeiro, o Mártir romano Sebastião, que mesmo depois de ter sido alvejado por flechas e dado como morto, não deixou de dar testemunho de Cristo aos seus contemporâneos”. A saudação foi acompanhada por uma grande salva de palmas. Fonte: CNBB

Disponíveis os subsídios da CF 2015 Aniversário da Catedral de Fortaleza Reprodução

Com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (Cf. Mc 10, 45), a Campanha da Fraternidade 2015 tem como objetivo recordar a vocação e missão do cristão e das comunidades de fé, a partir do diálogo e colaboração entre Igreja e Sociedade, como foi proposto pelo Concílio Ecumênico Vaticano II. O lançamento oficial da CF 2015 será no dia 18 de fevereiro, às 10h30, na sede da CNBB, em Brasília. A Comissão Executiva da Campanha já disponibilizou os subsídios, entre eles o cartaz, os textos formativos, o hino e a partitura, a oração e as apresentações. Mais informações no site www. cnbb.org.br.

A Arquidiocese de Fortaleza comemorou, no dia 22 de dezembro, o aniversário de dedicação da Catedral Metropolitana. Após a demolição da antiga Igreja da Sé, em setembro de 1938, foi plantada a pedra fundamental, início simbólico da edificação da nova igreja em Fortaleza. A conhecida Igreja da Sé foi inaugurada por Dom Aloísio Lorscheider, no dia 22 de dezembro de 1978, e tem capacidade para 5 mil pessoas, destacando-se por seu tamanho, beleza e simplicidade arquitetônica. O projeto é de autoria do engenheiro francês George Mounier. A Catedral, que completa 36 anos, tem belos vitrais, destaque para o altar-mor e a pia batismal.

Fonte: CNBB

Fonte: Arquidiocese de Fortaleza

Arquidiocese de Fortaleza

‘Em nome de milhões de mulheres guerreiras’, afirma a presidente Dilma Presidência da República

Em Brasília, presidente reeleita toma posse e percorre roteiro assinado ainda na década de 1970

Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP), Dom Lorenzo Baldisseri, núncio apostólico no Brasil, e o Monsenhor Rodrigo Bilbao, secretário da

Nunciatura, participaram do ato de posse da presidente reeleita Dilma Rousseff, no plenário do Congresso Nacional em Brasília, no dia 1º de janeiro.

Na cerimônia, no Congresso Nacional, onde Dilma e o vice Michel Temer fizeram, individualmente, perante a nação, o juramento de “manter, defender e cum-

prir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil” participaram membros do Judiciário, ministros de Estado, representantes estrangeiros e parentes da presidente e do vice-presidente. A presidente da República saiu da Catedral de Brasília rumo ao Congresso Nacional, onde ela e o vice-presidente, tomaram posse para seu segundo mandato. Dilma seguiu em carro aberto ao lado de sua filha, Paula Rousseff Araújo, enquanto Temer estava em outro carro, logo atrás, acompanhado da esposa, Marcela Temer. O roteiro de posse segue à risca um decreto (70.274/72), assinado ainda na década de 1970. No Plenário, após a abertura da sessão de posse, o Hino Nacional foi executado pela Banda dos Fuzileiros Navais. Em seu discurso, Dilma

salientou que sente alegria por ter vencido os desafios e honrado o nome da mulher brasileira. “O nome de milhões de mulheres guerreiras, mulheres anônimas que voltam a ocupar, encarnadas na minha figura, o mais alto posto dessa nossa grande nação. Nunca tantos brasileiros ascenderam às classes médias. Nunca tantos brasileiros conquistaram tantos empregos com carteira assinada. Nunca o salário mínimo e os demais salários se valorizaram por tanto tempo e com tanto vigor. Nunca tantos brasileiros se tornaram donos de suas próprias casas. Nunca tantos brasileiros tiveram acesso ao ensino técnico e à universidade. Nunca o Brasil viveu um período tão longo sem crises institucionais. Nunca as instituições foram tão fortalecidas e respeitadas e nunca se apurou e puniu com tanta transparência a corrupção”, afirmou. Fonte: Câmara dos Deputados e A12


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Destaques das Agências Internacionais

Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

México

Maior número de atentados a sacerdotes Recente pesquisa feita pelo Centro Católico Multimídia (CCM) apurou que o México é o país com o maior número de atentatos contra sacerdotes. Ao longo dos últimos

24 anos, foram mortos de maneira violenta um cardeal, 34 padres, um diácono e três religiosos, sem mencionar os leigos envolvidos em trabalhos pastorais. Três padres foram

assassinados apenas no ano de 2014. Os dados sugerem que o México é o país da América Latina mais perigoso para se exercer o sacerdócio. Segundo o CCM, os crimes foram co-

metidos “por causa da ação pastoral eficaz e do senso de absoluta fidelidade ao Cristo e à Igreja” por parte das vítimas.

Irlanda

Quatro gêmeos naturais O casal irlandês Grace e James Slattery celebrou seu primeiro Natal e ano novo com os seus quatro filhos gêmeos, nascidos em maio. O mais espantoso é que os gêmeos foram concebidos naturalmente, e depois de o casal ter sofrido com quatro abortos espontâneos nos últimos anos. O casal se recusou a utilizar as técnicas de fertilização in vitro, que normalmente acabam congelando ou destruindo os embriões considerados inviáveis ou sobressalentes, como se não se tratasse de seres humanos. Foi então que o milagre aconteceu: “bem, quando pensávamos que

Índia

Arquivo pessoal

a sua família, Jakub faz parte da comunidade “Uma voz no deserto”, de Cracóvia. Na estreia, a canção foi interpretada pelos cantores Katarzyna Bogusz, Aleksandra Maciejewska e Przemek Kleczkowski, um coro misto de cerca de 50 pessoas e uma orquestra sob a batuta do maestro Hubert Kowalski. Fontes: Rádio Vaticano e Comunidade Shalom

Fonte: ACI

do mundo”, afirmou Grace. A chance de uma gravidez natural de quatro

bêbês é estimada em 1 em 572 mil. Fonte: LifeSiteNews

POLÔNIA

Hino da JMJ de 2016 é executado pela primeira vez O hino oficial da Jornada Mundial de Cracóvia, que acontecerá entre 26 e 31 de junho de 2016, foi executado oficialmente pela primeira vez na terça-feira, 6, em Varsóvia, capital da Polônia, ao final da tradicional procissão dos Reis Magos. Com o título “Bem-aventurados os misericordiosos”, a versão oficial do hino da JMJ 2016, cuja autoria é de

Jakub Blycharz, está no contexto do tema escolhido pelo Papa Francisco para o encontro na Polônia: “Bemaventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia” (Mt 5,7). Jakub Blycharz é o autor da música e do texto do hino. Advogado de profissão, músico por paixão, é autor de outras obras litúrgicas. Junto com

Religiosa libertadora de escravas A Irmã Sharmi D’Souza, religiosa das Irmãs Catequistas de Maria Imaculada Auxiliadora (SMI), trabalha junto com a polícia visitando bordéis de Calcutá para libertar mulheres e meninas vítimas da escravidão sexual: “Em uma só noite [conseguimos] resgatar 37 mulheres”, das quais dez eram menores de idade, afirmou a religiosa. Além da ação em conjunto com a polícia para libertá-las, as irmãs acolhem as mulheres, oferencendo apoio e segurança para que elas possam recomeçar suas vidas. A Irmã afirmou que nunca vão sozinhas aos bordéis, mas sempre acompanhadas da polícia ou de outras organizações, e disse como é importante para elas o apoio da Igreja: “necessitamos que nossos pastores estejam conosco, que nossos bispos e nossos sacerdotes nos apoiem, porque se eles estiverem conosco, podemos fazer ainda mais”. Em quatro anos, 30 traficantes de pessoas foram enviados para a prisão graças a esse trabalho, e inúmeras mulheres e meninas foram salvas.

Grace Slattery festeja primeiro Natal com seus quatro filhos, nascidos por meio de parto natural

não conseguiríamos e já estávamos desistindo, recebemos a melhor notícia

Fonte: Fides

Oriente Médio

Estados Unidos

‘Parem o êxodo de cristãos’

73 clínicas de aborto fechadas em 2014

É o pedido do rei Abdallah, da Jordânia, a propósito do deslocamento forçado de cristãos do Oriente Médio, principalmente do Iraque e da Síria, devido à perseguição do grupo Estado Islâmico: “Os cristãos deram a sua própria contribuição à edificação da civilização ára-

be. Por isso, o fenômeno do deslocamento forçado das comunidades cristãs nativas do Oriente Médio é um problema grave, que deve ser freado a todo custo”, afirmou o rei Abdallah, em seu encontro com o presidente da Armênia, Serzh Sargsyab. Fonte: ACI

Uma pesquisa feita pela organização pró-vida Operação Resgate mostrou que um total de 73 clínicas de aborto foram fechadas em 2014. O número confirma a tendência dos últimos anos, principalmente com relação ao aborto cirúrgico: em 1991, havia 2.164 clínicas de aborto cirúrgico no País, em 2014,

restam apenas 551 clínicas desse tipo abertas, o que significa uma redução de 75%. Nos Estados Unidos, o aborto é permitido até os 9 meses de gravidez desde 1973. Entre as razões que contribuem para o fechamento das clínicas estão a entrada em vigor de novas leis estaduais mais rigorosas,

que dificultam o aborto, as denúncias de má prática ou crimes cometidos por abortistas, a redução da demanda por abortos e a aposentadoria de muitos abortistas que não têm sido substituídos. Estima-se que o número de abortos praticados no País esteja diminuindo em 3% ao ano. Fonte: LifeSiteNews


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Escola: a difícil escolha SIMONE FUZARO Ano novo, novos desafios! Um dos desafios que costuma acompanhar o início do ano é a busca de escola para os filhos. Que difícil tarefa: encontrar um lugar confiável, adequado, limpo, que tenha uma proposta séria, onde possamos deixar aquele que é nosso maior tesouro: nosso filho. Muitas dúvidas tomam conta da cabeça dos pais: Como deve ser uma escola para o meu filho? Que material eles usam? Qual a formação dos profissionais? Quais os procedimentos de higiene e cuidado? Quantas crianças por sala? O espaço é seguro ou oferece riscos? Enfim, mil questões em busca do melhor! O que é o melhor? A melhor escola é a extremamente higienizada, desinfetada? Aquela em que o número de crianças por turma é mínimo? A que oferece menores riscos? Não. A melhor escola é aquela em que nos sentimos seguros, aquela com a qual conseguimos estabelecer um vínculo de empatia e confiança. Aquela que quando pensamos em deixar os filhos, sentimos paz, não porque sabemos que estarão completamente seguros (pois isso, convenhamos, não é possível nem mesmo quando estão sob nossos cuidados), mas porque percebemos que os profissionais responsáveis estão de fato empenhados em oferecer o melhor. O maior problema que enfrentamos atualmente é exatamente este: somos capazes de confiar em alguém, ou estamos tomados pelo espírito de desconfiança que vem se difundindo rapidamente em nossa sociedade e nossas relações? Acreditamos nos profissionais da escola ou queremos câmeras através das quais podemos

Exigência de cheque caução para internação é cláusula abusiva Ronald Quene O artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor considera esse ato como prática abusiva, expondo o consumidor a uma desvantagem exagerada, causando desequilíbrio na relação contratual. O hospital não pode exigir essa garantia do consumidor, pois possui outros meios se as despesas hospitalares não forem pagas, inclusive pela via judicial. O consumidor poderá ingressar com ação judicial e requerer a internação sem o cumprimento de tal exigência ou, tratando-se de caso urgente, atender à exigência e registrar reclamação no Procon ou no Juizado Especial Cível, solicitando a devolução imediata do cheque. Saiba de seus direitos, procure um advogado. Ronald Quene é bacharel em Direito

Tecnologia

Direito do Consumidor

Comportamento

10 | Viver Bem |

observar e “controlar” a distância o que está acontecendo com a criança em sua rotina escolar? A relação de confiança precisa ser construída e, para isso, é importante pesquisar sobre as escolas que interessam, saber o histórico delas, conversar com pessoas que já tiveram os filhos nessas instituições. Também é fundamental levantar pontos que consideramos importantes e visitarmos as escolas para conhecer o espaço, as pessoas e tirarmos nossas dúvidas. Não se trata de confiar cegamente. Feito isso, é preciso identificarmos onde nos sentimos melhor, qual delas veio mais ao encontro dos nossos valores, expectativas e fazer a escolha. Importante lembrar: não existe escola perfeita e nem aquela que nos atende em tudo o que queremos! Escolher significa abrir mão de alguns pontos menos importantes por outros que consideramos essenciais. Escolha feita, precisamos treinar nossa possibilidade de depositar confiança no que escolhemos, sem nos deixar levar pelo monstro do: será? E jamais tirar dúvidas que, naturalmente surgirão, com as crianças, pois isso as deixará inseguras e a vocês pais também, uma vez que a chance de que respondam levadas pelas fantasias e mesmo pela percepção ainda distorcida da realidade (própria de crianças pequenas) é muito grande. Lembrem-se: a confiança deve estar depositada não no seu filho pequeno que precisa de cuidados, mais sim nos adultos que vocês escolheram como parceiros para a educação deles. Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora, Mestre em Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP, especialista em linguagem, e coordenadora da Escola de Educação Infantil Pedrita.

Novo ano: mudança de hábitos online Pedro Paulo de Magalhães Oliveira Jr. Início de ano pode ser um bom momento de repensar sua relação com a tecnologia. Não estou defendendo, de forma alguma, uma volta ao tempo das cavernas, mas uma reflexão sobre seus hábitos online, de forma a começar 2015 de maneira mais produtiva. Aqui vão algumas sugestões para você refletir: Quanto tempo você gasta em redes sociais? Seria possível trocar parte deste tempo por contatos pessoais? O que os seus amigos acham do que você compartilha no Facebook? Encontre gente franca que não tenha medo de lhe fazer uma crítica leal.

A diversão na internet tem sido motivo de afastar você de atividades físicas importantes para sua saúde? Você tem comprado coisas que são desnecessárias? Consegue se lembrar de todos os objetos eletrônicos que adquiriu em 2014? Na sua casa, você consegue dar atenção integral a sua família sem olhar para o celular por quanto tempo? Se você tem filhos, você tem conseguido orientá-los no uso saudável das novas tecnologias? Durante seu tempo de trabalho, você consegue se concentrar numa única atividade ou muda de janela a toda hora? Durante as atividades de que você gosta menos, é comum trocar a atividade por

uns minutos no Facebook ou em seu portal de notícias favorito? Você fica angustiado quando alguma mensagem não é respondida imediatamente? Você imagina que seu amigo, filho, cônjuge não está dando atenção, pois levou mais de 60 segundos para responder a uma mensagem? Esse exame de consciência digital de início de ano pode não resolver nossos problemas de comportamento online, mas, sem dúvida, ajudará a localizar onde eles se encontram para procurar melhorar durante 2015. Feliz ano novo para você. Pedro Paulo de Magalhães Oliveira Jr. é Engenheiro pela PUC-Rio e Doutor em Medicina pela USP. Atualmente ocupa o cargo de Diretor de Operações da Netfilter.


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| Reportagem | 11

Há 30 anos nascia Bruno e com ele, um novo tempo Arquivo pessoal

Giba Um contou ao O SÃO PAULO como foi a fundação de um Projeto sobre a Síndrome de Down, a partir da experiência com o filho Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

“Qual é o universo, quanto é este universo down?” A pergunta, feita por Gilberto Di Pierro, o Giba Um, nome que adotou há 40 anos em suas colunas como jornalista, norteia sua inserção em uma causa tanto nobre quanto difícil: a de ajudar na divulgação de informações sobre a Síndrome de Down. Giba Um tem um filho com a Síndrome, Bruno di Pierro, 30, que foi uma das primeiras crianças a aparecer em público e na mídia quando a sociedade brasileira pouco ou nada dizia sobre isso. À época, as pessoas usavam o termo mongoloide. Giba foi um dos primeiros a introduzir a linguagem no Brasil e, com ela, o início da mudança de mentalidade. “Quando meu filho começou a crescer, ele me acompanhava em entrevistas concedidas às emissoras de televisão e isso teve uma repercussão muito grande no País”, disse o jornalista, que é presidente do Projeto “Centro de Informação e Pesquisa da Síndrome de Down”. O Projeto começou quando Giba Um e sua esposa, Marly Ribeiro de Carvalho di Pierro, des-

O jornalista Giba Um com seu filho Bruno é um dos precursores da utilização do termo Síndrome de Down, no Brasil

cobriram, ainda na maternidade, que o filho era diferente das outras crianças. A enfermeira deu a notícia e eles não entenderam bem o que aquilo significaria. A partir daí, foram pedir ajuda, mas se perceberam em meio a uma sociedade preocupada em esconder e não em lidar com a questão ou buscar alternativas. “É importante dizer que não é uma realidade romântica. Ao contrário, é difícil, exigente e, na sua normalidade, as pessoas com down são diferentes sim, e é muito importante que isso seja dito explicitamente e também assumido”, disse.

Projeto Down 21 de março é o Dia Internacional da Síndrome de Down, anomalia causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de uma pessoa, o que pode acontecer na hora da concepção. As pessoas com Síndrome de Down ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em

Pai de três filhos, Giba Um tem uma cumplicidade ímpar com Bruno e ressaltou que é preciso ter cuidado com as comparações generalizadas. “Nosso trabalho é de cuidado com as pessoas com a Síndrome, mas, sobretudo, com os pais. Eles precisam sentir que o filho ou filha não será como aquele da novela, que tem um problema parecido, mas não é igual. Cada caso é um caso e, mesmo que uma pessoa portadora da Síndrome de Down consiga fazer algumas coisas, ela vai sempre estar um compasso à frente ou atrás quando a banda tocar.”

suas células em vez de 46, como a maior parte da população. É importante ressaltar que as pessoas com Síndrome de Down podem ter algumas características semelhantes e estar sujeitos a uma maior incidência de doenças, mas elas apresentam personalidades e características diferentes e únicas. O Centro de Informação e Pesquisa da Síndrome de Down é mantido

Educação inclusiva Sobre a questão da educação, o jornalista é favorável a uma inserção das crianças e jovens com down nas escolas, mas não todas e nem ao mesmo tempo. “O ideal seria que algumas, dentre as que frequentam escolas especializadas, pudessem fazer essa experiência após darem passos concretos, mas não todas, porque quando uma criança ou um jovem com a Síndrome começa a não mais acompanhar os demais na escola regular, isso pode ser ainda mais difícil de administrar”, afirmou.

por meio de um sistema de cotas de patrocínio e doações destinadas a um programa de divulgação e incentivo a pesquisas de ordem genética e comportamental. Promove seminários e congressos, realiza divulgação em jornais, revistas e veículos eletrônicos de todas as novidades nacionais e internacionais sobre a causa, e ajuda a formar turmas de profissionais especializados, colaborando até com o Governo Federal.

No início da pesquisa sobre down, Giba Um chegou a conhecer experiências de inserção fora do País, como a de uma escola em Napoli, na Itália. Mas para ele, a inclusão a qualquer custo é uma dificuldade da sociedade atual. É preciso pensar que as pessoas com a Síndrome podem estar em qualquer ambiente, mas, na maioria das vezes, acompanhadas. “Em casa, alguns amigos do Bruno se reúnem. Eles conversam, assistem a filmes, escutam música juntos. Mas nós sempre nos preocupamos em estar por perto e esse cuidado é fundamental.” Outro aspecto que Giba Um apontou como essencial é a assistência do Governo às famílias, sobretudo às de baixa renda. “Para ter alguma assistência financeira, as famílias precisam provar que recebem até um quarto de salário mínimo, como acontece hoje no Brasil.” E o pai de Bruno lembrou várias vezes que muitas atitudes preconceituosas ou de indiferença com as pessoas com qualquer tipo de deficiência vêm do fato de que a sociedade não está habituada a pensar que é uma situação que pode acontecer com qualquer pessoa. “Basta olhar nossos avós ou uma pessoa que sofreu um acidente. E disso ninguém está imune. Por isso, é importante nos darmos conta do quanto a situação grita”, disse Giba Um, que insistiu sobre a falta de políticas públicas voltadas para as pessoas com deficiência e de escolas especializadas, por exemplo.

Faz tudo gratuitamente. Realiza atendimentos personalizados no SOS Down, serviço que a entidade mantém para orientação psicológica e encaminhamento genético para pais e portadores da Síndrome de Down. Para fazer doações ou saber mais sobre o Projeto ou mesmo fazer o download das cartilhas gratuitamente basta acessar o site: www.projetodown.org.br ou pelo telefone (11) 3894-4444.


12 | Reportagem|

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A cumplicidade entre Fabio e Francesco ‘Ele teve a sorte de estar sempre rodeado de amigos que o querem muito bem’

Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

“Se as pessoas com a Síndrome de Down ajudam a humanizar um ambiente? Não sei. O que sei é que o Fabio ensinou-me e ensina ainda muito. Não me lembro de uma noite que tenha saído com ele que não tenha sido um passeio cheio de risadas e de simplicidade.” As palavras são de Francesco

Stella, 31, clown (o que seria um doutor da alegria no Brasil) que mora em Roma e é amigo-irmão de Fabio Lacovitti, 37, portador da Síndrome de Down que trabalha no guarda-volumes da Basílica de São Pedro há 10 anos, de segunda-feira a sábado. Os turistas que precisam deixar o carrinho de bebê para subirem até a cripta da Basílica, percurso que só pode ser feito a pé, encontram-no sempre à disposição por ali. Fotos: Arquivo pessoal

“Não sei quantas vezes, ele troca o número 7 pelo 8, para dizer um exemplo, de suas limitações pequenas. Mas suas dinâmicas humanas são iguais às nossas, tendo grandes qualidades e terríveis limites”, disse Francesco, que logo após conversar com a reportagem confessou que o bate papo o deixou com saudades de Fabio e que iria fazer em seguida um telefonema ao amigo. Para Francesco, encontrarse com Fabio é um momento de risadas sem fim. “E depois, cada abraço seu me comove. Ele tem uma alma esplêndida! Tem alma de uma criança e também os caprichos dos pequenos [risos] no corpo de um homem. Mas, das crianças podemos aprender sempre. Cada encontro é uma emoção a mais pra mim.” Eles se chamam de “irmãozão” e “irmãozinho”. “Certa vez, em um passeio, encontrei-o perdido no escuro e no meio da neve. Ele, desde que começou a participar de uma associação para pessoas com down, é convicto que não tem mais a Síndrome. E nós nunca falamos, por exemplo, de questões como preconceito e exclusão, pois o Fabio teve a sorte de estar sempre rodeado de amigos que o querem muito bem”, contou Francesco. Outra característica particular do amigo Fabio pelos olhos de Francesco é que ele está perenemente apaixonado. “Gosta de todas as meninas e eu digo sempre que ele deve namorar uma garota down como ele, mas, Fabio é muito danado.” O amigo ressaltou, ainda, que para ele Fabio nunca foi diferente, só muito mais sensível que os outros amigos. “No nosso grupo, ele sempre foi tratado como todos os outros, no bem e no mal. Contudo, sinto que na sociedade italiana, em geral, não há muito espaço para a diversidade. Para mim, sem retórica, uma pessoa com down é um dom maravilhoso”, afirmou Francesco, que trabalha também como ator e escritor de peças teatrais.


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| Reportagem | 13 Su Florentino/Movimento Down

Um entre todos Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Um estudo realizado pela Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Paulo, organização fundada em 1961, sem

fins lucrativos, que promove a prevenção e a inclusão da pessoa com deficiência intelectual, indicou que alunos com deficiência se desenvolvem melhor quando frequentam escola regular do que quando estão matriculados em escolas es-

peciais. Esse resultado não é um consenso entre pais e especialistas que convivem dia a dia com as pessoas com deficiência e divide opiniões a respeito. A instituição divulgou em seu site e nas redes sociais que, desde 2007, a Apae de São Paulo segue as recomendações internacionais como a da ONU de que crianças com deficiência frequentem escolas regulares. Com isso, extinguiu o colégio especial e passou a oferecer apenas atividades extracurriculares. “As crianças que estudavam no colégio especial tiveram que ser matriculadas em outras escolas. O estudo da Apae foi feito com 62 delas, 40 que foram para escolas regulares públicas e 22 de escolas especiais. O acompanhamento desses alunos mostrou que, após três anos, as crianças das escolas regulares melhoraram a autonomia, socialização e principalmente a comunicação, que foram as áreas avaliadas no estudo. Já os alunos das escolas especiais quase não apresentaram evolução nas três áreas consideradas”, apontam trechos do estudo.

Conselho de Francisco

O Papa Francisco em mensagem vídeo para o 4º Festival da Doutrina Social da Igreja, em Verona, de 20 a 23 de setembro de 2014, citou o exemplo de um pai que tem um filho com a Síndrome de Down. “O pai fez tudo e usufruiu dos serviços postos à disposição pelas entidades públicas para a educação, o cuidado e a assistência social do filho. Mas não estava satisfeito. Desejava algo que lhe desse mais dignidade e autonomia. Criou uma cooperativa constituída por adolescentes portadores da mesma Síndrome, projetou um trabalho adequado para eles, estabeleceu uma convenção com uma empresa sem fins lucrativos para a venda dos seus produtos... enfim, criou as premissas de trabalho com as quais o seu filho pode construir o próprio

4º Fórum Internacional em 2015 A Fundação Síndrome de Down promove na cidade de Campinas (SP), entre os dias 20 e 23 de maio de 2015, o Fórum

futuro e uma sua autonomia sadia.” O Papa usou o exemplo acima para falar sobre a necessidade de ir além do essencial. “Parar significa pedir ainda e sempre ao Estado ou a qualquer entidade assistencial, mover-se significa criar novos processos. Eis o segredo: criar novos processos e não pedir que nos deem novos espaços”, continuou Francisco em sua mensagem. Em outra ocasião, na visita pastoral que Francisco fez às crianças com deficiência e aos doentes do Instituto Seráfico em Assis, no dia 4 de outubro de 2013, leu uma carta que recebeu de um jovem de 16 anos que vive em Buenos Aires, Nicolás, com uma deficiência de nascença. “Querido Francisco: chamome Nicolás e tenho 16 anos; dado que não te posso escrever (porque ainda não falo nem caminho), pedi aos meus pais que o fizessem por mim, porque eles são as pessoas que mais me conhecem. Quero contar-te que quando tinha 6 anos, no meu Colégio que se chama Aedin, o Padre Pablo conferiu-me a primeira Comunhão e este ano, em novembro, recebi a Crisma, o que me dá muita alegria. Todas as noites, peço ao meu anjo da guarda, que se chama Eusébio e é muito paciente, que te guarde e te ajude. Tenho a certeza de que o faz muito bem porque se ocupa de mim e me acompanha todos os dias! Ah! E quando não tenho sono... vem brincar comigo! Gostaria tanto de te ir visitar e receber a tua bênção

e um beijo: só isto! Envio-te muitas saudações e continuo a pedir a Eusébio que se ocupe de ti e te dê força. Beijos. Nico.” O Papa enfatizou que na carta de Nicolás, “está a beleza, o amor, a poesia de Deus. Deus que se revela a quem tem o coração simples, aos pequeninos, aos humildes, a quem nós consideramos muitas vezes últimos”. Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, bispo de Campos (RJ), em sua mensagem no dia 20 de setembro de 2014, lembrou que 21 de setembro foi o dia escolhido no Brasil para comemorar o dia de luta das Pessoas Portadoras de Deficiência. “No 1º Encontro de Delegados da Coalizão Nacional de Entidades e Pessoas com Deficiência, que aconteceu em Vitória (ES) nos dias de 12 a 14 de julho de 1982, foi definida esta data pela sua proximidade com a primavera, que dá um sentido de pleno renascimento às esperanças e sonhos de uma inclusão social generosa e completa”, explicou. Para ele, “a pedagogia da inclusão e a defesa da valorização humanitária, cultural e espiritual deste imenso setor da população distam muito ainda de ser uma realidade. A acessibilidade é mais que um direito, é um olhar e uma atitude de profunda igualdade, compreensão e empatia ao mesmo tempo. É ajudar a construir uma sociedade de aprendizado de convivências e práticas cada vez mais dialógicas e afetivas”.

Internacional sobre Síndrome de Down. O evento contará com palestrantes nacionais e internacionais e o destaque será a autonomia das pessoas com Síndrome de Down e sua capacidade de ter uma vida plena de acordo com as suas potencialidades. O Fórum destina-se a psi-

cólogos, médicos, educadores, pedagogos, terapeutas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, pais e familiares de pessoas com deficiência, estudantes e pessoas interessadas no assunto. Informações no site www.fsdown.org. br/forum ou pelo telefone (19) 3289-2818.


14 | Reportagem |

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Profissionais sem limitações

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Victor Hugo Gomes Dias, 21

Contratação de pessoas com deficiência é mais que cumprimento legal, é oportunidade de humanização das empresas Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Vinte e um anos, contrato assinado com o Guarani – time de futebol do interior de São Paulo –, jogador profissional. Até que um acidente de moto mudou o futuro de Victor Hugo Gomes Dias. Tornozelo quebrado, dois dedos amputados e uma platina implantada em seu corpo. No início a adaptação foi complicada. Aceitação, recuperação e busca de um novo emprego. A recolocação profissional ou até mesmo a colocação profissional – para os que procuram o primeiro emprego – é sempre um desafio. Para os portadores de deficiência, essa realidade não é diferente, mesmo que garantida pela lei nº 8.213/91 que determina que empresas com cem funcionários ou mais incluam de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiências habilitadas na seguin-

Caroline dos Santos, 21

te proporção: até 200 empregados, 2%; de 201 a 500 empregados, 3%; de 501 a 1.000 empregados, 4%; e de 1.001 em diante, 5%. “O trabalho melhorou minha autoestima. Tinha tudo, aí, de repente, não tinha mais nada. Tive que reconstruir minha vida, começar do começo. Estou focando um objetivo e tentando crescer, focar no que eu quero”, afirma Victor, que atualmente trabalha na área comercial da SGD, uma empresa de fabricação de vidros. A empresa, de acordo com a gerente de gestão de pessoas, Andrea Neusa Mendes, emprega 27 pessoas com deficiência. “Entrevisto os PCDs [pessoas com deficiência] para trazê-los para a empresa. A grande diferença é tentar fazer com que eles, entrando por uma questão de legislação, aqui dentro, se tornem mais um funcionário. Não são pessoas que fiquem no canto, que trabalhem menos que as outras ou que recebam menos oportunidade de desenvolvimento. A visão da SGD é obrigatoriedade, sim a lei exigiu, mas se não houvesse a lei, nós desligaríamos os PCDs? Não. Justamente porque acreditamos no ser humano, é a nossa filosofia de empresa, e que aqui dentro todos têm a mesma oportunidade e a mesma responsabilidade”, declarou. A afirmação de Andrea de-

monstra que a SGD faz parte de uma pequena parcela de empresas que acreditam na contratação de pessoas com deficiência, pois de acordo com uma pesquisa realizada em 2014 da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) Nacional, Isocial e Catho feita com 2.949 profissionais do setor, apontou que 81% dos recrutadores contratam pessoas com deficiência “para cumprir a lei”. Apenas 4% declararam fazê-lo por “acreditar no potencial”, e 12% o fazem “independente de cota”. Para o diretor geral da SGD, André Ricardo Abbade Liberali, a lei pode tanto atrapalhar como ajudar e, na visão dele, “muitas vezes, mais atrapalha do que ajuda. Pois acaba sendo criado um mercado paralelo de pessoas com deficiência que querem vender suas deficiências para as empresas e não ao contrário, as empresas procurarem pessoas que encaixem dentro dos seus processos”. André destaca que a missão da empresa que dirige é não apena cumprir a lei, mas “permitir que qualquer tipo de pessoa, independentemente da deficiência que tenha, consiga de uma maneira adequar essa pessoa para dentro de nosso processo produtivo e a partir daí seja um funcionário como outro qualquer”.

Renato Akio Nagashi, 27

Uma ajuda de mão dupla

“Essas pessoas acabam contribuindo para a evolução do resto do time. Você se torna uma pessoa mais paciente, mais adaptativa, você tem que ter uma resiliência melhor e entender a limitação do outro por mais que a gente exija a mesma entrega, temos que entender que a pessoa só pode ir até esse ponto, não vou nunca forçar que ela entregue mais do que pode, sempre tentando fazer com que ela não se sinta diminuída”, afirmou Andrea. Para a gerente de gestão de pessoas, os funcionários com deficiência tendem a tornar o ambiente de trabalho mais humano e compreensível, pois cada pessoa se esforça para compreender e aceitar a limitação do outro próprio funcionário com deficiência precisa se integrar à equipe, se abrindo à experiência profissional. Dos 27 funcionários que a SGD possui, três conversaram com a reportagem do O SÃO PAULO. No início da reportagem, apresentamos a história de Victor, que neste ano volta a estudar e vai fazer Administração, uma oportunidade dada pela empresa na qual o jovem enxergou uma possibilidade de crescimento. Os outros dois, Caroline

dos Santos, 21, e Renato Akio Nagashi, 27, trabalham, respectivamente, como auxiliar administrativa na área de segurança do trabalho e administrativo de produção. Diferentemente de Victor, a deficiência dos dois é de nascença. Caroline destaca que é muito elogiada na empresa e que após dois anos de trabalho, chegou em um nível elevado que achou que “não iria alcançar”. Além disso, de acordo com ela, a empresa não os vê como PCDs, “não põem limites, acabo tendo um desafio a cada dia, não só fisicamente como psicologicamente e me dão novas chances. Minha autoestima melhorou bastante”. “Entrei uma menininha aqui com 19 anos, mas cresci muito, minha forma de pensar mudou muito”, afirma Caroline que, com a ajuda da empresa, está cursando Administração. Renato, formado em Administração com pós graduação em Marketing, por sua vez, se sente mais digno. Acreditava que o mercado o iria recusar, que não iria conseguir trabalhar em uma empresa, porém este já é seu segundo emprego. “Você apende muitas coisas boas no trabalho: ser mais responsável, ter um compromisso com a empresa e com sua vida profissional”, afirma.


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16 | Fé e Cultura |

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FILIPE DAVID

A educação do homem consciente Falar dos problemas da educação brasileira tornou-se um assunto gasto. Todos nós podemos quase que tocá-los com as mãos e senti-los em nossa própria carne. Basta pensar na desorientação diante das dificuldades na formação de nossos filhos. Sim, o problema é difícil, mas não o temos, por vezes, exagerado? Pois o que há é falta de método, ou pelo menos uma orientação segura e eficaz para aquilo que devemos fazer. Não há quem possa ignorar como é decisiva a influência da primeira infância em todas as atitudes e comportamentos do adulto de amanhã. Da boa instrução, como da boa formação desde a mais tenra idade, dependerá toda a solidez do ser humano que virá a ser. Mas qual

orientação seguir? Eis a questão. Lubienska de Lenval, seguindo os ensinamentos da educadora italiana Maria Montessori, apresenta-nos neste livro o seu próprio método pedagógico, no qual predomina o plano dos

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valores espirituais. Estabelecer na vida o primado do espírito, eis o seu ponto de partida. Ficha técnica Autor: Lubienska de Lenval Número de Páginas: 276 Editora: Vide Editorial

Cinema

Dica de leitura

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O êxodo, segundo Hollywood O homem moderno não aceita mais um verdadeiro milagre. Ao menos essa é a impressão de quem assiste ao filme “Êxodo: deuses e reis”. Cristãos e judeus conhecem bem a história de Moisés e da libertação do povo de Israel da escravidão do Egito, contada no segundo livro do Antigo Testamento, o Êxodo. A história do filme é teoricamente a mesma, mas contada de uma forma bem diferente, principalmente quando comparado com o “Príncipe do Egito” (1998) ou com o clássico “Os dez mandamentos” (1956). Na Bíblia, Deus atrai a atenção de Moisés por uma sarça ardente: “O Senhor apareceu-lhe numa chama de fogo (que saía) do meio de uma sarça, e Moisés via que a sarça ardia, sem se consumir” (Ex 3,2). Foi por isso que Moises decidiu ir ver de perto esse fenômeno curioso. Deus o chama do meio da sarça em chamas e fala com ele, se identificando como “o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, e o Deus de Jacó” (Ex 3,6). No filme, Moisés não é atraído por uma sarça ardente. Ele está buscando algumas cabras perdidas na montanha e é surpreendido por uma tempestade e um deslizamento de terra, que fazem com que ele bata a cabeça numa rocha. Só então, Moisés “ouve” a voz de Deus, que aparece para ele na forma de um menino. A impressão que dá é que se tratou de uma alucinação. Não por acaso, o próprio ator que interpreta Moisés, Christian Bale, deu uma declaração afirmando que Moisés “era provavelmente esquizofrênico”. Na Bíblia, a primeira praga que cai sobre o Egito é a transformação da água em sangue, anunciada por Moisés ao faraó: “ferirei com a vara (...) a água do rio e ela se trans-

formará em sangue” (Ex 7,17). No filme, foi uma multidão de crocodilos que começou a se devorar, derramando sangue na água até que ela ficasse vermelha. E todas as outras pragas parecem ser uma consequência natural desse fenômeno; ao contrário da Bíblia, em que cada praga é anunciada e aparece claramente como uma intervenção divina na história humana. Mas Deus, em sua providência, não poderia ter feito uso de fenômenos puramente naturais para libertar o seu povo? Então, qual é a importância do milagre, da ação sobrenatural de Deus na história do Êxodo? Ela é essencial. Segundo a Bíblia, foi Deus mesmo que “endureceu o coração do faraó” para que ele não deixasse partir os hebreus, e para que assim o Senhor multiplicasse os seus “sinais e prodígios na terra do Egito” (Ex 7,3) e todos soubessem que Ele, e só Ele, é Deus. Ninguém além de Deus poderia ter libertado o povo do jeito que a Bíblia conta. E era exatamente essa a intenção divina. Deus quis dar-se a conhecer por meio de seus feitos gloriosos. O Êxodo não é apenas a libertação do cativeiro do Egito, mas a libertação do cativeiro do Egito por meio do conhecimento de Deus. É isso, entre outras coisas, que o filme falha em transmitir.

espaço do leitor Edição 3032 “Parabéns pela belíssima edição! Tudo muito lindo!” Maria Lúcia Baptista

“Linda capa!” Regina Augusto (pelo Facebook)

“Simplesmente um presente para a alma... lindo de sentir!” Rosangela Moregola (pelo Facebook)

A imagem milagrosa de Nossa Senhora de

Guadalupe (edição 3032) “Li o O SÃO PAULO da edição de 17/12/14 a 07/012015 e me impressionou muito bem a reportagem escrita pelo professor Felipe Aquino, um físico, se rendendo às forças divinas. Isso é maravilhoso. Mas, de fato, os físicos de verdade são aqueles que reconhecem sua própria impotência diante dos atos de Deus, o Senhor Supremo dos Exércitos de Yacoob”. Vicente Lentini Plantullo, (por e-mail).

Os muitos sons da Banda Música do Silêncio (edição 3032) “É louvável poder ver a seriedade dessa matéria, ficou fantástica! Parabéns pelo empenho em querer fazer com que nós, que somos tão pequenos, venhamos a ser vistos em algo tão grandioso, muito obrigado”. Caroline Corrêa, integrante da Banda Música do Silêncio (pelo Facebook).

Bullying não é brincadeira (edição 3032) “Parabéns pela matéria: objetiva e informativa!” Padre Cyzo Lima (pelo Facebook)

‘No dia seguinte, eu era mãe’ (edição 3032) “Lindo e emocionante ouvir a história de novo, com detalhes! Parabéns!” Luciane Camargo Mello (pelo Facebook)

“Que bonito! Adorei a reportagem. Uma feliz história!” Luciana Formiga (pelo Facebook)

“Parabéns pela reportagem é emocionante! Parabéns a toda família e a esta ‘super mãe!’” Marina Rech (pelo Facebook) Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP), CEP. 01238-000. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO


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Quando ‘estarna corda bamba’faz bem à saúde Nestas férias, crianças e adolescentes podem praticar Slackline em 30 centros esportivos de São Paulo

Dois pontos, uma corda e coragem

Não são necessárias muitas estruturas para o Slackline: basicamente, uma fita de nylon e dois pontos para prendê-la (como duas árvores, pedras ou pilastras). No Programa Slackline SP, os organizadores tomam algumas precauções, tais como a montagem da fita com proteção, evitam apoiála em árvores finas e novas; conferem sempre o travamento das catracas das

fitas a cada subida; e promovem gradativamente as manobras sempre em solo apropriado. Há ainda um “ingrediente” básico nesse esporte: o praticante não deve desanimar caso se desequilibre nas primeiras tentativas. “Não se preocupe se não passar a fita inteira das primeiras vezes. Algumas pessoas têm mais facilidade que outras, mas todo mundo uma hora consegue passar a fita inteirinha, e esse é o grande desafio da modalidade”, explica Rogério Tozzi, um dos pioneiros do Slackline no Brasil.

Corpo e mente em equilíbrio

Segundo Priscila Lestra, integrante da ABRAPEFE e coordenadora do Programa Slackline SP, a prática regular da modalidade traz benefícios ao corpo e à mente, e previne lesões, pois com o fortalecimento da musculatura profunda, as articulações, tendões e ligamentos ficam mais protegidos. Além disso, com o equilíbrio mais apurado, diminuem as chances de quedas e torções. “Os músculos responsáveis pela estabilização são fortalecidos, ocorrendo a melhora do equilíbrio. Consequentemente, a propriocepção aumenta, que é a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo. Uma consequência do ganho de equilíbrio é a conquista da postura certa. A fita obriga o praticante a manter uma postu-

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Nos anos 80, no tempo vago entre uma escalada e outra, escaladores do Vale de Yosemite, nos Estados Unidos, começaram a esticar suas fitas tubulares entre dois pontos para equilibrar-se sobre elas, e perceberam que isso lhes dava melhor condicionamento físico. Surgia, assim, o Slackline, que em tradução livre para o português significa “andar na corda bamba”. Nas férias deste ano, até 13 de fevereiro, crianças e jovens, entre 9 e 18 anos, podem praticar esse esporte com a devida orientação no Programa Slackline SP, promovido pela Prefeitura de São Paulo, em 30 centros esportivos da cidade, por meio de um

convênio com a Associação Brasileira dos Profissionais de Educação Física e Esporte (ABRAPEFE). A previsão é que mais de 2,2 mil pessoas pratiquem Slackline pela manhã, das 9h às 12h, ou à tarde, das 14h às 17h, nos centros esportivos. A relação completa dos locais e horários pode ser encontrada em http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/esportes.

ra correta para que consiga ficar sobre ela o maior tempo possível”, detalha Priscila ao O SÃO PAULO. Ainda de acordo com coordenadora do Projeto Slackline SP, no esforço para manter-se equilibrado, o praticante da modalidade trabalha a musculatura profunda, que é responsável pela estabilidade. “O corpo precisa conseguir ficar na posição ideal para alcançar a força máxima. Quando se conquista maior equilíbrio, ocorre o aumento da precisão do movimento. Com a musculatura profunda mais desenvolvida, torna-se possível realizar movimentos mais amplos e com grande intensidade”. Há ainda o fortalecimento do abdômen e das pernas. “Como a pessoa está em movimento de desequilíbrio, o abdômen é trabalhado o tempo todo. Também os membros inferiores são fortalecidos, começando pelos músculos dos pés, que são de extrema importância, panturrilha, tibial, posterior, anterior e lateral. Todos os músculos são solicitados e ainda há os estímulos de força, resistência e vibração decorrente da oscilação da fita”, esclarece Priscila. Melhor concentração e autoconfiança também são outros benefícios. “É preciso estar 100% concentrado durante a prática. A dinâmica deste esporte está desequilibrando a pessoa a todo o momento, se ela não focar em um ponto fixo e se concentrar completamente no que está fazendo, irá cair. A autoconfiança também melhora com a prática, já que este pode ter novos desafios”, comenta Priscila, lembrando, ainda, que pode haver diminuição de estresse se a pessoa mantiver o foco na execução dos movimentos e esquecer-se dos demais problemas. “O fato de o esporte ser realizado ao ar livre contribui para a sensação de bem-estar”.

AGENDA ESPORTIVA Quarta-feira (7) Copa São Paulo de Futebol Júnior 14h – Juventus-SP x Santo André-SP (Estádio da Rua Javari, Mooca). 14h – Nacional-SP x Rio Claro-SP (Estádio Nicolau Alayon, Água Branca). 16h – Tarumã-AM x Figueirense-SC (Estádio da Rua Javari, Mooca). 16h – Botafogo-PB x Goiás (Estádio Nicolau Alayon, Água Branca).

MUNDO DOS ESPORTES

Slackline • Esse esporte surgiu na década de 1980, no Vale do Yosemite, nos Estados Unidos, como entretenimento de escaladores nos intervalos entre as escaladas. • O desafio principal é que o praticante mantenha-se equilibrado sobre o uma fita de nylon, apoiada sobre dois pontos, e fixada a alguns metros de altura.

• A fita de nylon utilizada geralmente tem 15 metros de comprimento e 50 milímetros de largura. • Quando a fita é apoiada em árvores, estas devem ter mais de 30 centímetros de diâmetro e precisam ser protegidas com produtos especializados, tapetes, carpetes, caixas de papelão ou isolante térmico para camping.

• O Slackline tem algumas variações: o Trickline é aquele praticado com a fita a partir de 60 centímetros de altura; o Longline é feito com fitas acima de 20 metros de comprimento; o Highline é executado em alturas superiores a cinco metros (há quem o pratique entre prédios e montanhas); e o Waterline é quando a fita é montada passando sobre as águas.

Quinta-feira (8) Liga Nacional de Basquete 20h – Palmeiras x Uberlândia (Ginásio Palestra Itália – rua Turiassú, 1.840, Perdizes). 20h30 – Pinheiros x Minas (Ginásio do Pinheiros – rua Hans Nobling, s/nº, Jardim Europa). Sábado (10) Copa São Paulo de Futebol Júnior 14h - Rio Claro-SP x Botafogo-PB (Estádio Nicolau Alayon, Água Branca). 14h - Santo André-SP x Tarumã-AM (Estádio da Rua Javari, Mooca). 16h – Nacional-SP x Goiás (Estádio Nicolau Alayon, Água Branca). 16h – Juventus-SP x Figueirense-SC (Estádio da Rua Javari, Mooca).


18 | Regiões Episcopais |

Lapa

7 a 13 de janeiro de 2015 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

Irmãs Capuchinhas educam crianças para uma sociedade mais fraterna Benigno Naveira

Irmã Juliana do Nascimento, nas dependências do CEFLA

Na manhã da sexta-feira, 2, a reportagem da Pastoral da Comunicação da Região Episcopal Lapa visitou o Centro Educativo Frei Luiz Amigó (CEFLA), no Setor Rio Pequeno, sendo recebida pela diretora, Irmã Juliana do Nascimento, que falou sobre o projeto social desenvolvido pelas Irmãs da Congregação Terciaria Capuchinhas da Sagrada Família. A Congregação foi fundada na Espanha, em 11 de maio de 1885, e em 2014 completou 129 anos de existência. Frei Luiz Amigó Ferrer, seu fundador, deixou como carisma a questão da misericórdia, do bom pastor em busca das ovelhas perdidas. O Frei tinha um carinho especial pelos jovens extraviados. A fundação da Congregação e

o trabalho desenvolvido pelas irmãs com crianças nasceram de uma guerra que teve na Espanha, que resultou em uma epidemia de cólera, quando muitas crianças ficaram abandonadas. Frei Luiz, visionário, pediu para irmãs cuidarem das crianças. Irmã Juliana, que é pedagoga, lembrou que o Centro para crianças e adolescentes foi fundado em 1º de outubro de 2003, e tem atualmente parceria com a Prefeitura de São Paulo. Nesse espaço, as irmãs atendem crianças de 6 a 11 anos. O objetivo é a educação de crianças e adolescentes, futuros construtores de uma sociedade mais humana, fraterna e solidária. O local é também um espaço de referência para

o desenvolvimento de ações socioeducativas, que buscam assegurar fortalecimento dos vínculos familiares e o convívio comunitário social. Irmã Juliana ressaltou que é desenvolvido um trabalho com 120 crianças, divididas nos períodos da manhã e da tarde. Elas fazem suas refeições e participam de atividades diferentes da escola, mais relacionadas com aspectos sociais. Há projetos de cidadania, com artes, músicas, dança, esporte, artesanato e oficinas diversas. O grupo de trabalho é composto por cinco irmãs, nove funcionários e quatro voluntários. As atividades estão suspensas devido às férias escolares, mas retornarão conforme o calendário escolar.

Juventude da Paróquia Santa Luzia traça metas de evangelização A Pastoral da Juventude da Paróquia Santa Luzia, no Setor Pirituba, promoveu no domingo, 4, o primeiro encontro do ano com agentes da PJ paroquial e de outras comunidades da região. Foi um almoço de confraternização e integração. A atividade foi incentivada pelo Padre Geraldo Pedro dos Santos, pároco, que também é coordenador do Setor Juventude da Região Lapa. As coordenadoras da Pastoral da Juventude paroquial, Graziele Ferreira de Alencar e Veronica de Jesus Azevedo, lembraram que a realização

do almoço consolida a integração dos jovens na comunidade, já que irão desenvolver um trabalho dentro da Pastoral da Juventude, organizando retiros, participando da Liturgia, e fazendo a integração com os jovens de outras comunidades, para demonstrar, assim, seu trabalho de evangelização. Padre Geraldo Pedro detalhou que o Setor Juventude compreende os vários segmentos, como a Pastoral da Juventude, a rede de novas comunidades e o ministério jovem ligado à Renovação

Carismática. Na Paróquia Santa Luzia, segundo o Padre, a iniciativa de trabalho pastoral juvenil partiu dos próprios jovens e foi iniciado com almoço de confraternização, “reunindo jovens de várias paróquias da Região, louvando da maneira deles, do jeito deles agradecendo a Deus. E o sentimento que tenho é que a Paróquia se renova com a juventude”. O Pároco, antes de fazer a oração de agradecimento pelos alimentos, falou que a juventude é a mais pura expressão da alegria de Deus

Benigno Naveira

Confraternização demarca início das atividades de 2015 para jovens

no mundo, “uma alegria que, muitas vezes, é traduzida na coragem, nos sonhos, na alegria traduzida na fé em Jesus

para poder enfrentar todas as coisas, para enfrentar, de modo particular, as intempéries deste mundo”.


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| Regiões Episcopais | 19

Brasilândia

Diego Monteiro

Colaboração especial para a Região Brasilândia

3 mil pessoas acolhem Dom Milton na Diocese de Barretos Gestos concretos de humildade, simplicidade e humanidade foram marcas de Dom Milton Kenan Júnior, 51, enquanto bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, entre 2009 e 2014. Isso talvez explique porque dezenas de fiéis da Região Brasilândia, onde foi vigário episcopal nesse período, tenham saído de suas casas na madrugada do domingo, 21 de dezembro, e percorrido 438 quilômetros em um ônibus fretado para chegar ao Ginásio de Esportes João Batista da Rocha, o “Rochão”, em Barretos (SP), para participar da posse canônica de Dom Milton, como bispo diocesano de Barretos, em celebração por ele presidida,

e concelebrada pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, e por Dom Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto. Estavam na celebração, também, 25 bispos, entre eles os bispos auxiliares de São Paulo, os das sete dioceses que compõem a Província Eclesiástica de Ribeirão Preto e os de outros regionais da CNBB, e cerca de cem padres. “A toda a Brasilândia, o meu muito obrigado pela acolhida e apoio nesses cinco anos de ministério. A gente mora distante, mas está unido na fé, no compromisso com o anúncio do Evangelho e na construção do Reino de Deus”, disse Dom Milton.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Clero da Diocese de Barretos saúda Dom Milton Kenan Júnior na solenidade de sua posse canônica, dia 21

‘Deixemo-nos envolver pelo Divino Espírito Santo’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Leigos da Arquidiocese presenteiam Bispo com Bíblia em braile

A mobilização dos fiéis da Diocese de Barretos também foi intensa. Dezenas de ônibus e carros lotaram o estacionamento do ginásio, que em seu interior acolheu uma multidão de cerca de 3 mil pessoas animadas e esperançosas, que agitavam faixas e cartazes com mensagens de boas-vindas. No início da celebração, o Padre Túlio Aparecido Gambarato, chanceler diocesano, leu a bula pontifícia de nomeação de Dom Milton como bispo da Diocese de Barretos. Em seguida, o clero barretense acolheu o

seu novo pastor, especialmente o Padre José Roberto Alves Santana, que deixou o cargo de administrador diocesano. Na homilia, Dom Milton destacou que o bispo tem a missão de discernir e desvendar o que Deus quer do seu povo e, junto dele, realizar o que Deus espera. “O que Deus hoje espera da Diocese de Barretos? Qual a vontade de Deus para cada um de nós? Para o povo que foi resgatado pelo sangue do seu Filho? Podem estar certos que essas serão perguntas constantes no coração deste

Cardeal Scherer: ‘Conte com a nossa fraternidade, solidariedade e oração’ Ao saudar Bispo, o Cardeal Scherer afirmou que o trabalho desenvolvido por Dom Milton na metrópole de São Paulo, numa área de periferia, e a sua participação na administração pastoral em questões que abrangem toda a Arquidiocese, como as Pastorais Sociais e o Secretariado de Pastoral, deu-lhe muita experiência para comandar a Diocese de Barretos. Após a comunhão, o chanceler diocesano leu o decreto de Dom Milton, pelo qual confirmou todos os padres e leigos nos seus respectivos cargos administrativos, pastorais e ministérios que já ocupavam.

O Cardeal Scherer externou sua gratidão a Dom Milton pelo serviço prestado na Arquidiocese de São Paulo. “Desejo em nome de toda a Arquidiocese que o seu episcopado seja muito feliz e fecundo em Barretos. Mas também na condição de presidente do Regional Sul 1 dos bispos da CNBB, quero desejar para você um feliz pastoreio na Diocese de Barretos. Conte com a nossa fraternidade, solidariedade, oração e estímulo fraterno para o exercício do seu episcopado”. Ao concluir sua fala, Dom Odilo pediu ao Divino Espírito Santo, padroeiro da Diocese de Barretos, que ilumine o caminho de

Dom Milton, as suas decisões, o clero e toda a Diocese para o testemunho do Evangelho de Jesus Cristo. Ao final da celebração, Carlos Alexandre Campos, coordenador da Pastoral das Pessoas com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo, presenteou Dom Milton com uma Bíblia em braile; e o Padre Reinaldo Torres, coordenador de Pastoral da Região Brasilândia, entregou o envelope contendo uma coleta especial feita pelos fiéis da Brasilândia para o Hospital de Câncer de Barretos, que, em seguida, foi passado por Dom Milton a Henrique Prata, presidente do Hospital.

que vos fala. Deixemo-nos envolver pelo Divino Espírito Santo para o bem da Diocese de Barretos”. Sobre a missão de conduzir uma diocese com mais de 400 mil habitantes, em 13 cidades, com 23 Paróquias e cerca de 180 comunidades eclesiais de base, Dom Milton foi enfático ao afirmar que essa tarefa é grande demais para um “pobre homem chamado por Deus para conduzir o seu povo”, e lembrou que na Igreja ninguém age e decide sozinho: “Nós precisamos uns dos outros”.

Fabiano Moraes

Em 20 de dezembro, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, deu posse ao Padre Carlos André da Silva Câmara, RCJ, como pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Setor Perus, da Região Episcopal Brasilândia.


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Santana

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

‘Jesus: modelo de vocação e liderança’ Paulo Guttemberg de Sousa

Líderes jovens da Região Santana participam da Assembleia Regional da Juventude, com Dom Sergio

As lideranças da juventude engajada na Região Episcopal Santana se reuniram, em 14 de dezembro, na Cúria de Santana, com o Padre Guttemberg Edson de Sousa, coordenador regional da Juventude, para refletirem, na Assembleia Regional das Juventudes, sobre o trabalho enquanto líderes em paróquias, setores e na Região. Durante o evento, o grande questionamento foi: como ser um bom líder? A oração e a dinâmica de grupo trouxeram a troca de experiências entre os setores nos quais está dividida geograficamente a Região Santana, momento em que todos partilharam vivências. Para aprofundar o pen-

samento sobre o tema “Jesus: modelo de vocação e liderança”, os jovens participaram da palestra “Jesus: modelo de liderança”, apresentada pela irmã apostolina Fátima Uchôa. Reclinar-se e observar a própria vivência, fez parte do segundo momento da assembleia, quando ficou evidenciado que expor os trabalhos e os próprios problemas não é fácil, porém, necessário para enxergar os meios para as mudanças e melhorias da juventude. O evento se encerrou com missa presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar na Região Santana, com o envio dos jovens para o anúncio de Cristo.

Anjos da Vida apresentam estatutos e regras à Igreja O dia 23 de dezembro foi histórico para a Comunidade Católica Anjos da Vida, pois seus fundadores, Regy e Vanuza Velasco, entregaram os estatutos e a regra de vida da comunidade à Igreja, visando a aprovação e reconhecimento diocesano, durante missa presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, na Capela São José, da cúria regional. Os Anjos da Vida atuam há 14 anos de missão e ha cinco anos como comunidade de vida e aliança. Seu carisma consiste “em ser sinal de conversão para os doentes da

alma e caminho de reconciliação com Deus”, diz Vanuza. A missão dessa comunidade católica envolve “obras de caridade com crianças e famílias pobres, resgate de jovens envolvidos em situações de morte – como dependência química –, evangelização pela pregação, comunicação e arte, e tantos outros trabalhos, conforme o livre sopro de Deus”, complementa. Após a apresentação dos documentos ao Bispo, consagrados e noviços renovaram seus votos e compromissos de fidelidade à Igreja, e aqueles que ingressaram no caminho vocacional dos Anjos da Vida

receberam o envio. Em abraço filial com os fundadores, todos receberam os sinais de pertença e o livro contendo os estatutos e a regra de vida da Comunidade. Nesse mesmo dia, Regy e Vanuza celebraram 23 anos de Matrimônio. “Temos plena confiança na Igreja e em nossos pastores. O dia de hoje significa uma resposta a um caminho já trilhado e uma feliz espera daquilo que Deus tem guardado para nossa comunidade. O ano de 2015 será para nós de muito trabalho e oração, pois iniciaremos a construção da nova casa de missão para acolher nossos consagrados

Regy Velasco

Anjos da Vida renovam votos, em missa presidida por Dom Sergio

de vida. Graças a Deus, contamos com a ajuda de muitos amigos da obra. Que Nossa

Senhora dos Anjos e São Miguel Arcanjo protejam a cada um”, afirma Vanuza.

Sacerdote há 25 anos, Padre Luiz César estimula seguimento a Cristo Diácono Francisco Gonçalves

Padre Luiz Cesar, à direita de Dom Sergio de Deus, comemora jubileu

Padre Luiz Cesar Bombonato recebeu o clero e os amigos na Paróquia Sagrado Coração, onde é pároco, para celebrar, em 15 de dezembro, missa em ação de

graças por seus 25 anos de sacerdócio. Tendo nascido em Américo de Campos (SP), em 11 de julho de 1964, filho de família humilde, ele sempre se dedi-

cou aos estudos. Já na infância, teve formação catequética, o que lhe motivou a ajudar os Padres Redentoristas nas missões populares. Nessa tarefa, sentiu que desejava ser sacerdote. Cresceu trabalhando em fazendas, onde as famílias se reuniam para a reza do Terço. Naquela época, surgiu uma grande novidade: o Treinamento de Liderança Cristã (TLC), que depois se tornou o Encontro de Jovens com Cristo. Ali, participou, enquanto concluía o curso de Técnico em Contabilidade. Aos 17 anos, fez teste de discernimento vocacional no Seminário de São José do Rio Preto (SP) e começou a caminhada

para a concretização de seu sonho. Realizou o curso de filosofia no Seminário Maior Sagrado Coração de Jesus daquela cidade e depois se transferiu para São Paulo, onde cursou a Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção. Em 15 de dezembro de 1986, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Parque Edu Chaves, pelas mãos do Cardeal Paulo Evaristo Arns, na época arcebispo de São Paulo, foi ordenado sacerdote. Sua missão sacerdotal foi desenvolvida inicialmente na Paróquia Nossa Senhora da Livração. Depois, foi pároco na Paróquia Nossa Senhora das Neves. Lá, com a ajuda

da comunidade e de Renato Tadeu Geraldes, um devoto de Santo Expedito, foi erguida uma capela, que mais tarde deu origem à Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Padre Luiz Cezar desenvolve intensa atuação na área da comunicação. Esse seu carisma foi despertado por Dom Paulo Evaristo, que lhe proporcionou um curso nessa área. Depois, começou a atuar no rádio, em programas que evangelizam, seja na rádio Capital ou na rádio 9 de Julho. Ao completar seu jubileu de prata, ele deixa uma mensagem para aqueles que querem seguir Cristo: “Não tenhais medo”.


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Fernando Geronazzo

Colaborador de comunicação da Região

16 paróquias celebram jubileu de fundação em 2015 Em 2015, diversas paróquias da Arquidiocese de São Paulo, localizadas na Região Episcopal Sé, estão em jubileu de prata ou de ouro de fundação. A Paróquia Santa Generosa, no Paraíso, completará 100 anos de criação no dia 4 de abril. Já as paróquias Santa Rosa de Lima, em Perdizes, e Imaculado Coração de Maria, na Santa Cecília, chegarão aos 50 anos de fundação no dia 11 de setembro. Além das paróquias jubilares, duas paróquias comemoram 120 anos de história: São Joaquim, no Cambuci, e Santa Cecília, no bairro de mesmo nome, nos dias 23 e 24 de março, respectivamente. A Região Sé também comemorará 75 anos da criação de 13 paróquias: em 25 de janeiro, das paróquias Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, na Vila Monumento; Santa Margarida Maria, Vila Mariana; e Santo Inácio de Loiola, no Paraíso; Em 24 de março, as paróquias São Cristóvão, na Luz; São Vito Mártir, no Brás; Nossa Senhora da Paz, no centro; São Francisco de Assis, no centro; Nossa Senhora do Carmo, na Bela Vista; Nossa Senhora do Brasil, no Jardim Paulistano; Santa Teresa de Jesus, no Itaim Bibi, Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Sumaré; e São Domingos, em Perdizes. Também completará 75 anos, a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Campos Elíseos, no dia 27 de outubro.

Paróquia Santa Generosa

Paróquia Santa Generosa, no Paraíso, completa 100 anos de fundação em abril; em 2015 outras 15 também celebram jubileu

Apresentação de novo bispo auxiliar é um dos destaques do ano Diferentes atividades e eventos serão destaque na Região Episcopal Sé em 2015, entre os quais encontros de formação e celebrações. No dia 8 fevereiro, às 15h, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (rua Três Rios, 75, no Bom Retiro), haverá a celebração de apresentação e acolhida do novo bispo auxiliar da Arquidiocese na função de vigário episcopal para a Região Sé. O nome do bispo será anunciado pelo Cardeal Odilo Scherer

após as ordenações episcopais dos monsenhores Devair Araújo da Fonseca, em 1º de fevereiro, em Franca (SP); e Eduardo Vieira dos Santos, em 7 de fevereiro, na Catedral da Sé. Também em fevereiro, começa o primeiro dos quatro Encontros Regionais de Formação Litúrgica, nos dias 3 e 4, na Paróquia São Joaquim. Os seguintes acontecerão em 5 e 6 de maio, na Paróquia São Paulo da Cruz; em 11 e 12 de agosto, em local a ser

definido; e em 6 e 7 de outubro, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. A Semana de Animação Bíblico-Catequética da Região acontecerá de 9 a 12 de fevereiro, a partir das 20h, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Sumaré. No dia 17 de outubro, às 9h, na Catedral da Sé, haverá o Encontro Anual dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão da Região.

Itelse: formação para compreender as dimensões e orientações da Teologia O Instituto de Teologia da Região Episcopal Sé (Itelse) está com as inscrições abertas para o ano letivo de 2015. As aulas começam no dia 2 de março. Há 38 anos, o Itelse oferece um caminho de formação pastoral para facilitar a compreensão das várias dimensões e orientações da Teologia no que diz respeito à linguagem, aos métodos e à sua importância na reflexão e na vida prática da Igreja e da sociedade. Padre Sérgio Bradanini, diretor do Instituto, destaca o valor do estudo teológico para os leigos. “Recordemos que o Documento de Aparecida manifestou o desejo da Igreja em ter leigos adultos e maduros. A Teologia bem entendida, não só como ciência acadêmica, ajuda a compreender o andamento do mundo inteiro. É necessária para todos, para o povo cristão, para que sejam testemunhas do mundo no coração da Igreja e testemunhas

Centro Pastoral da Região Sé

Instituto de Teologia da Região Sé abre inscrições para aulas que começam em 2 de março

da Igreja no coração do mundo”. O curso de Teologia tem duração de três anos e conta com um quarto ano opcional. Em sua programação, são abordados os seguintes temas: Introdução geral à Teologia; Atenção particular ao estudo da Sagrada Escritura;

a importância da Teologia Sistemática, que ressalta as grandes questões da Revelação cristã; a Liturgia que celebra o mistério de Cristo e a vida da Igreja como comunidade de irmãos; a Teologia Moral, que indaga a dignidade e o comportamento humano à luz da fé.

O curso acontece todas as segundas-feiras, no Colégio Maria Imaculada (avenida Bernardino de Campos, 79, Paraíso). Além do curso de Teologia, o Itelse oferece cursos extras de Catequese. As informações sobre a matrícula e a grade curricular dos cursos também estão no site da Região Sé (www.regiaose.org.br) ou podem ser obtidas pelo telefone (11) 38264999.

Assembléia Geral Ordinária

Ficam convocados os senhores associados da instituição Arca do Brasil – CNPJ 55.577.563-0001-39 a se reunirem em assembléia geral ordinária, no dia 24/01/2015 as 09:00 em 1ª convocação e as 09:30 em 2ª convocação, a Rua Manuel Aquilino dos Santos, 163Jardim Elisa Maria, nesta capital de São Paulo para Eleição da Nova Diretoria período de 2015 a 2017. São Paulo, 29 de dezembro de 2014. Tadeu Roveri Presidente da Instituição Arca do Brasil


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Ipiranga

Padre Ricardo Pinto e Renata Quito Colaboradores de Comunicação da Região

Na Vila Cristália, união da ‘Igreja de pessoas’ viabiliza a ‘Igreja de tijolos’ Fotos: Renata Quito

Dom José Roberto inaugura salão da Comunidade Imaculada Conceição, viabilizado pela união dos fiéis

Fundada na década de 1980, a Comunidade Imaculada Conceição da Vila Cristália, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Vila Arapuá, sonhava construir um salão para os encontros, Catequese e eventos. Nos últimos anos, porém, os fiéis perceberam que a vida da comunidade precisava de incentivo e de uma nova motivação pastoral. Depois de as lideranças conversarem bastante, decidiram primeiro reconstruir a “Igreja de pessoas” para depois pensar na “Igreja de tijolos”. Com o tempo, passos importantes foram dados na evangelização e decidiu-se fazer, inicialmente, uma reforma no interior da Igreja para receber o Santíssimo Sacramento, entronizado em setembro de 2011. O sonho da construção do salão continuou e as palavras de saudação que Dinho (apelido), coordenador da comunidade, dirigiu a Dom José Roberto, na inauguração do salão, em 8 de dezembro, refletem a realidade de comunhão que a comunidade vive: “Foi um trabalho árduo, porém, muito gratificante. Se cada tijolo, janela ou porta do salão pudesse falar, com certeza contaria lindas histórias de generosidade, partilhas, doações, cansaços... enfim, de muito amor e participação de todos os paroquianos, pois sem a ajuda de cada um e de cada uma, o sonho não teria se tornado realidade”, afirmou.

‘Casais de Deus’ unidos em Matrimônio O dia 13 de dezembro foi uma data especial para a Pastoral Familiar da Paróquia Nossa Aparecida da Vila Arapuá. Após um ano de preparação, 14 casais receberam o sacramento do Matrimônio na presença dos filhos, familiares e toda a comunidade. Eles chegaram até ao altar por meio do Projeto “Casais de Deus”, que consiste em ir ao encontro dessas famílias, conhecer seus desafios e conquistas, acolhê-las e integrálas na vida da comunidade, mas também preparar casais com vida comum para receber os sacramentos que necessitam: Batismo, Matrimônio, Reconciliação e a Eucaristia.

Renata Quito

Por meio do Projeto ‘Casais de Deus’, Matrimônio é conferido na Paróquia Nossa Senhora Aparecida

Uma equipe de sete “casais formadores” acompanhou mais de perto o Projeto em encontros de convivência, reflexão e oração em estilo Renata Quito

Dom José Roberto preside missa pelo jubileu do Frei José Maria

de “barzinho”, com música, vídeos e alegria. Também visitaram regularmente essas famílias em suas casas, vivendo momentos fraternos de

diálogo, meditação e oração, a partir da realidade e do dia a dia de cada uma. Na noite de Natal, os 14 casais levaram solenemente

a imagem do Menino Jesus até ao Presépio. Na celebração, todos os casais voltaram à comunhão eucarística e, dentre esses 11 devidamente preparados receberam a Eucaristia pela primeira vez. “É um pequeno sinal do que nos pede o Papa Francisco em relação à missão e à família. Os casais já estão convidando amigos para participarem do Projeto, porque perceberam não ser um ‘casamento comunitário’, mas a celebração de um sacramento que contempla a realidade de cada casal, tornando-os ‘casais de Deus’”, afirmou o Padre Ricardo Pinto, administrador paroquial.

‘A missão do padre é conhecer profundamente a Cristo’ Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, visitou pela primeira vez a Paróquia Nossa Senhora das Mercês, no Setor Anchieta, em 11 de dezembro. Na ocasião, o Bispo presidiu missa em ação de graças pelo jubileu de prata sacerdotal do Frei

José Maria Mohomed Jr., pároco da comunidade, completado em 9 de dezembro. Na homilia, Dom José Roberto falou sobre o sacerdócio ministerial e ressaltou que o padre precisa ser a placa sinalizadora para Cristo. “A missão do padre é conhecer profundamente a Cristo para

poder falar bem dele. Não podemos falar bem da pessoa se não a conhecemos intimamente”, explicou. Ao final da celebração, Frei José Maria agradeceu a presença do Bispo na celebração e salientou a importância da Região Ipiranga em seu ministério sacerdotal.


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Com ajuda do Papa, cai o muro entre Estados Unidos e Cuba Filipe Domingues

Especial para O SÃO PAULO, em Roma

O Papa Francisco e a diplomacia da Santa Sé tiveram papel estratégico na histórica retomada das relações entre Estados Unidos e Cuba, anunciada em 17 de dezembro. “Hoje, estamos contentes porque dois povos afastados por tantos anos deram um passo de aproximação”, declarou o Pontífice, em encontro com embaixadores, no Vaticano. Os dois países eram inimigos desde os tempos da Guerra Fria. Há 53 anos, desde quando os Estados Unidos iniciaram o embargo comercial a Cuba por causa do regime comunista, Washington e Havana não mantinham nenhum tipo de relações diretas. O embargo americano provocou grande isolamento econômico da ilha, que passou a enfrentar intensa pobreza, especialmente depois da queda do seu maior aliado, a União Soviética. Porém, depois de 18 meses de reuniões diplomáticas em segredo, Estados Unidos e Cuba

Reprodução TV

derrubaram o muro invisível que os separava.

Reaproximação

Houve uma série de tentativas de reaproximação ao longo dos anos. Nos últimos meses, as tratativas foram sediadas pelo Canadá e estimuladas pessoalmente pelo Papa Francisco. Ele escreveu cartas privadas aos presidentes Barack Obama e Raúl Castro e, em março do ano passado, conversou pessoalmente com Obama. Oficiais americanos admitem que foi o Papa quem convenceu Raúl Castro a dialogar. O Vaticano sediou a última das reuniões, que preparou uma conversa telefônica entre os dois presidentes, em 16 de dezembro. A troca de prisioneiros norte-americanos e cubanos marcou a reabertura entre os países. Obama agradeceu “em especial” ao Papa Francisco – que celebrava seu aniversário de 78 anos no mesmo dia 17 – pelo papel essencial na mediação do conflito. O presidente elogiou o seu “exemplo moral, mostrando

Obama e Castro durante os funerais de Nelson Mandela, em 2013; por intermédio do Papa, Cuba e EUA reatam relações

o mundo como deve ser, em vez de simplesmente aceitar o mundo como ele é”. Obama explicou que a estratégia do embargo para enfraquecer o regime cubano não funcionou. Raúl Castro, por sua vez,

Trabalho em equipe De qualquer forma, o Papa Francisco não atuou sozinho. A Igreja possui a rede diplomática mais antiga do mundo: desde o quarto século, antes ainda que existisse o Estado Pontifício (hoje o Vaticano), a Sé Apostólica enviava missões diplomáticas. Atualmente, 176 países e as Nações Unidas possuem núncios, os embaixadores do papa. Segundo o vaticanista italiano Aldo Maria Valli, da televisão pública RAI 1, no caso entre Cuba e Estados Unidos, quatro nomes se destacam: o cardeal italiano Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano; o Cardeal Beniamino Stella, que foi núncio em Cuba e hoje é conselheiro do Papa no Vaticano; o arcebispo Angelo Becciu, que também foi núncio em Cuba e atualmente ocupa o cargo de Substituto para Assuntos Gerais no Vaticano; e o Cardeal Ortega, amigo de longa data de Francisco. Falando à Rádio Vaticano, Dom Parolin, que é diplomata de carreira, comentou que o papel da Santa Sé em casos de interesse internacional “é facilitar o diálogo entre as duas partes”. A atuação do Papa Francisco neste caso está ligada ao fato de que ele é o primeiro papa latino-americano, de modo que conhece muito bem a realidade cubana. Mas, segundo o articulista de religião, David Gibson, da agência Religion News Service, deve-se também pela forma como ele entende a diplomacia católica. “Desde que foi eleito, em março de 2013, Francisco tem buscado

também agradeceu ao Papa e ao Canadá pelo apoio nas tratativas. “Os progressos obtidos nas trocas que tivemos mostram que é possível encontrar uma solução para muitos problemas”, declarou. O Vaticano informou

Fotos: L’Osservatore Romano

Diplomacia do Vaticano: Francisco em encontro com Obama; Bento XVI em visita a Cuba, em 2012

de forma persistente elevar o Vaticano ao nível global, algo que não vimos desde a década de 1980, quando o Papa João Paulo II peregrinou entre o Leste e o Oeste para ajudar a acabar com a Guerra Fria”, observa, em artigo. Bispos cubanos e norte-americanos elogiaram a atuação do Papa e da Santa Sé no caso. O arcebispo de Santiago de Cuba e presidente da conferência episcopal da ilha, Dom Dionisio Garcia Ibanez, enviou

uma carta aberta a Francisco: “Nós, bispos de Cuba, queremos manifestar nossa mais viva gratidão por sua obra, que renovou a esperança do início de uma etapa no caminho do povo cubano que leve benefício para toda a nação.” O arcebispo Thomas Wenski, da Diocese de Miami, a com maior número de cubanos nos Estados Unidos, afirmou em comunicado: “O Papa Francisco fez o que os papas devem fazer: construir pontes e promover a paz”.

que o Papa convidou os dois líderes a “resolver questões humanitárias de interesse comum, inclusive a situação de certos prisioneiros, para iniciar uma nova fase nas relações entre as duas partes”.

Diplomacia da Igreja Embora a atuação de Francisco tenha sido essencial, o vaticanista americano John Allen Jr., do jornal Boston Globe, ponderou que qualquer papa tentaria promover a normalização das relações entre Washington e Havana. Já São João Paulo II, primeiro papa a visitar Cuba depois da revolução cubana, em 1998, procurou garantir maior liberdade aos cubanos. Pedia o Papa: “Que Cuba se abra para o mundo e o mundo se abra para Cuba.” Bento XVI manteve a mesma política, explica Allen. Ele denunciou o embargo dos Estados Unidos a Cuba, quando visitou a ilha em 2012, chamando-o de “injusto” para o povo cubano. Por outro lado, se recusou a encontrar um grupo de oposição a Fidel Castro. Segundo Allen, a diplomacia da Igreja foi muito criticada sob Bento XVI por não denunciar as injustiças na ilha, mas, ao mesmo tempo, garantia uma atuação mais firme nos bastidores, “especialmente porque o País se prepara para um futuro pós-Castro”.


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‘É nossa missão dar ao mundo o significado do Natal: Jesus Cristo’, afirma Cardeal Fernando Geronazzo e Rafael Alberto Especiais para O SÃO PAULO

Na celebração do Natal do Senhor, em 25 de dezembro, na Catedral da Sé, o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, convidou os fiéis a anunciarem o verdadeiro sentido da data. “Cristãos católicos, é nossa missão dar ao mundo, de novo, o significado do Natal: Jesus Cristo, nosso salvador, nasceu para nós”, disse. Ao recordar a importância da solenidade celebrada em todo o mundo, Dom Odilo ressaltou o significado religioso da data que, para os católicos, não é um simples feriado, mas um dia santo de guarda. “Dia que Deus santificou e, por isso, nós também santificamos. Dia santificado em

Fotos: Helena Ueno

honra do Senhor, também com a participação na missa. Não é um feriado qualquer”. O Arcebispo destacou que este é um dia de festa porque nasceu o Filho de Deus feito homem, o Salvador da humanidade. “Quem tem motivo de fazer festa somos nós, pois saímos enriquecidos... Este é o grande dom do Natal: Deus vem ao nosso encontro, nos chama ao nosso encontro, nos atrai a si... No rosto de Jesus, contemplamos a glória de Deus”, disse.

Missa da noite Na noite do Natal, pontualmente à meia-noite, os sinos da Catedral anunciaram para a cidade o nascimento de Jesus Cristo, com missa também presidida pelo Cardeal Scherer. Antes da celebração, os fiéis

Fiéis lotam Catedral da Sé nas missas de Natal presididas pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer no dia 25 de dezembro

acompanharam um concerto oferecido pela Associação dos Arautos do Evangelho. “Nós cremos numa pessoa verdadeira. Não num mito. Deus

entra na nossa história. Deus olha para nós e entra na nossa vida, caminha com a humanidade. Não deixa só seus filhos”, afirmou Dom Odilo, na homilia, para os

fiéis que lotaram a Catedral. No final da missa, a imagem do Menino Jesus foi levada em procissão para o presépio instalado no interior da Catedral.

Jovens levam fé e solidariedade na Missão Thalita Kum Fernando Geronazzo Especial para O SÃO PAULO

O Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu no dia 20 de dezembro, na praça da Sé, uma das missas da Missão Thalita Kum. A edição do evento em 2014, organizado pela Comunidade Aliança de Misericórdia, aconteceu entre os dias 15 e 21, tendo como pontos principais de evangelização as praças da Sé e do Patriarca, além de evangelizações nas ruas, ônibus, hospitais, praças, presídios e unidades da Fundação Casa. A programação do evento se estendeu disseminando valores e práticas cristãs, com missas, confissões e adoração

eucarística também nas praças. “A Missão tem essa bela iniciativa com objetivo de chegar ao coração de tantas pessoas. Nossa cidade é grande, é distraída. Se olharmos ao redor, não há muitos sinais de Natal a não ser um comércio forte”, afirmou Dom Odilo, ressaltando a importância do testemunho dos jovens na Missão. “Vocês estão fazendo acontecer o Natal de Jesus na cidade, são um sinal do que é verdadeiramente o Natal para esta cidade, sobretudo para as pessoas que mais precisam ouvir essa Boa Nova, que são alcançadas por vocês de muitas formas”, acrescentou.

Mutirão Junto com a Missão, acon-

Diácono Paulo Roberto de Oliveira

teceu o Mutirão de Integração e Restauração (M.I.R) na Favela do Moinho, local que a Aliança mantém trabalhos há vários anos. Foram oferecidas oficinas com foco no design social e na conscientização sustentável, além das tradicionais reformas dos ambientes da favela e barracos. A ação também contou com atendimento médico, distribuição de alimentos e ajuda na higienização dos assistidos. O ápice desse trabalho foi no dia 20, quando aconteceu uma Festa de Natal para a população em situação de rua na região da “Cracolândia”. A Missão Thalita Kum, expressão hebraica que significa

Paula Leme/Aliança de Misericórdia

Celebração na praça da Sé, no dia 20, une fiéis durante Missão Thalita Kum

“Jovem, levanta-te”, acontece desde 2001 por parte da Comunidade Aliança de Misericórdia. No ano de 2007, essa iniciativa ganhou forças tendo parceria com o Setor Juventude da Arquidiocese

Comunicação Amparo Maternal

de São Paulo, tornando-se, então, parte do calendário geral de eventos. Depois disso, outros movimentos e comunidades se uniram a essa causa proporcionando maior alcance da Missão.

Fábio José Pereira Lima/Arsenal da Esperança

O Cardeal Odilo Pedro Scherer preside celebrações natalinas em dezembro: no dia 22, no Instituto de Infectologia Emílio Ribas; no dia 23, no Amparo Maternal; e no dia 25, no Arsenal da Esperança


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