O São Paulo - 3427

Page 1

O Filho de Deus se fez humano como nós, nascendo da Virgem Maria

Ao celebrar o Natal, os cristãos se alegram pelo nascimento de Jesus, testemunham o amor em família, a abertura à vida e a capacidade de perdoar. Também buscam o sacramento da Confissão, são assíduos nas missas e unidos anunciam: “Deus tanto nos amou, que enviou do céu seu Filho unigênito”.

A solidariedade reacende a esperança dos pobres no Natal

Francisco comemorou seu aniversário no sábado, 17. Em entrevista, lamentou os muitos conflitos no planeta, e, ao comentar sobre sua dificuldade de locomoção, disse: “Governa-se com a cabeça, não com o joelho”.

Página 11

Matriz da Paróquia São

Ação foi patrocinada pelo Grupo Comolatti. No dia 20, o Cardeal Scherer abençoou os sinos, que voltaram a soar na Paróquia, que existe há 114 anos.

Página 15

Solene celebração ocorreu em Cascavel (PR). Prelado assumirá a Diocese de São Miguel Paulista em 8 de janeiro.

Página 3

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 67 | Edição 3427 | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00 www.arquisp.org.br
Dezembro de 2022 Especial de
‘Ó VINDE, ADOREMOS O SALVADOR!’ Apresentamos, a agenda das missas da Noite do Na- tal, no sábado, 24, e da Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, no domingo, 25, que serão presidi- das pelo Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano, e pelos bispos auxiliares da Arquidiocese. Vale lembrar que em todas as paróquias da Arqui- diocese acontecerão missas por ocasião do Natal. Infor- me-se na secretaria de sua paróquia e participe. CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER 24/12 19h30 Basílica de Sant’Ana (Rua Voluntários da Pátria, 2.060, Santana) Meia-noite Catedral da Sé
LEMA GARCIA 24/12 e 25/12 Ambas às 18h30 – Paróquia Nossa Senhora do Brasil (Praça Nossa Senhora do Brasil, 01, Jardim América) DOM CARLOS SILVA 24/12 19h Paróquia Nossa Senhora da Expectação (Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, s/n°, Freguesia do Ó) 25/12 10h Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus (Rua Manoel de Arzão, 85, Vila Albertina) DOM CÍCERO ALVES DE FRANÇA 24/12 19h Comunidade São José (Favela da Vila Prudente) 25/12 9h – Comunidade Nossa Senhora de Lourdes (Rua Padre Gonçalves do Valê, 75, Jardim Vila Carrão) 18h Paróquia Natividade do Senhor (Avenida Antônio Buono, 62, Vila Guarani) DOM JORGE PIEROZAN 24/12 19h Paróquia Menino Jesus (Avenida Mazzei, 491, Tucuruvi) 25/12 9h – Paróquia Natividade do Senhor (Rua Augusto Rodrigues, 683, Jardim Fontális)10h30 Hospital Geriátrico e de Convalescentes Dom Pedro II (Avenida Guapira, 2.674, Jaçanã) DOM JOSÉ BENEDITO CARDOSO 24/12 20h – Comunidade Santo Antonio (Rua Nuno Mendes Torres, 169, Vila Clarice). DOM ROGÉRIO AUGUSTO DAS NEVES 24/12 9h – Paróquia Nossa Senhora da Consolação A festa do Natal mexe um pou- co com todos, mesmo com quem não é cristão ou não crê em Deus. Por alguns dias, parece que o mun- do consegue viver em paz. Desejos de feliz Natal são distribuídos à vontade por todas as mídias e até pelo tradicional cartão de Natal, sorrisos, abraços, talvez também presentes. Há algo no ar que desperta sen- timentos e atitudes boas nas pesso- as. Simbolismos, músicas e alusões ao Natal por toda parte, cantos e preces ajudam a criar a atmosfera natalina e convidam a procurar no coração os motivos para a fes- ta. Os cristãos estão muito felizes e compartilham com os outros a sua alegria. Tantas ações solidá- rias são realizadas neste tempo, para deixar um pouco mais felizes os pobres, enfermos, desvalidos e pessoas idosas. As crianças são as que mais conseguem se alegrar e vivem uma emoção que ainda não sabem explicar. Por que o fazemos? Por que espalhamos alegria e bons votos Que maravilha! CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER ARCEBISPO METROPOLITANO DE SÃO PAULO nesta festa? Devemos dizê-lo sem medo nem respeito humano: é porque Jesus nasceu. Ele é o Filho de Deus, que se fez humano como nós, nascendo da Virgem Ma- ria. Ele veio para estar no meio de nós. O amor in nito de Deus fez essa maravilha, que deixou boquiabertos os anjos e os homens, admirados, a proclamar os lou- vores do Altíssimo. Deus, humano como nós, sem deixar de ser Deus? Quem teria imaginado? Fez-se pequenina criança para que ninguém tivesse medo de se aproximar Dele; po- bre, para nos enriquecer com o esplendor de sua di- vindade. Fez-se próximo, para que o possam alcançar todos os que têm vontade de ver Deus, Rosto humano de Deus e rosto divino do homem, Ele revelou a supre- ma vocação de toda pessoa e abriu os braços para nos acolher junto do seu coração. Que maravilha! Neste Natal, deixe-se extasiar diante do mistério tão divinamente humano e tão humanamente divino! De- sarme o seu coração de preconceitos, ressentimentos e amarguras. Não se deixe car indiferente diante de tanto amor, de tão imensa ternura que se manifesta na simplicidade de Deus que se fez criança. Ele o fez por mim, por você, por todos nós! Acolhamos o Deus que vem ao nosso encontro de forma tão surpreendente! Hoje, Ele quer ser acolhi- do na pessoa de cada irmão, de toda pessoa que ne- cessita de atenção e acolhida. Vamos partilhar nossa alegria neste Natal com quem mais precisa de uma boa notícia. E esta é uma boa notícia: Deus tanto nos amou, que enviou do céu seu Filho unigênito, para que tenhamos a vida por meio Dele. Feliz e abenço- ado Natal a todos! Arte: Sergio Ricciuto Conte Reprodução Editorial Encontro com o Pastor Opinião Liturgia e Vida Comportamento No sacramento da Graças sejam dadas a Página 4 Página 2 Página 4 Página 8 Página 5 ‘A paz
Natal
25/12 11h
Catedral da Sé 17h Arsenal da Esperança (Rua Dr. Almeida Lima, 900, Mooca) DOM ÂNGELO ADEMIR MEZZARI 24/12 18h
Comunidade Nossa Senhora da Moradia (Rua Menino de Engenho, 826, Jardim São Savério) 25/12 10h
Paróquia Santa Paulina (Rua Dia 28 de Outubro, 07, Cidade Nova Heliópolis) DOM CARLOS
no mundo’ é o presente que pede o Papa, ao completar 86 anos
João
Batista do Brás tem sinos restaurados
Monsenhor Algacir Munhak é ordenado bispo pelo Cardeal Odilo Scherer
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Cardeal Odilo Pedro Scherer cumprimenta participantes do ‘Natal dos Pobres’, no domingo, 18, na Praça da Sé. Iniciativa promovida pela comunidade Aliança de Misericórdia e outras organizações eclesiais proporciona ceia natalina
a cerca de 2 mil pessoas Página 16

Chegamos ao m de mais um ano de caminho, marcado por muitos trabalhos e buscas. Não pretendo fazer um balanço completo, sob todos os aspectos; apenas me atrevo a recordar alguns fatos que marcaram este ano do ponto de vista religioso e pastoral.

Nossa Arquidiocese esteve profundamente envolvida na realização do 1º sínodo arquidiocesano. Depois de termos interrompido as atividades do sínodo, por causa da pandemia de COVID-19, tivemos a pré-assembleia sinodal nas paróquias e comunidades, para retomar os principais temas tratados ao longo de quatro anos de sínodo e para “reaquecer os corações” nas motivações e principais temas do sínodo. Fizemos, em seguida, sete sessões da assembleia sinodal arquidiocesana. Recolhendo as intuições, constatações e re exões de todo o trabalho, a assembleia elaborou uma série de propostas pastorais para serem recepcionadas pela Arquidiocese, como frutos do trabalhos sinodais.

A assembleia sinodal arquidiocesana serviu para debater, ajustar e a nar as propostas; o trabalho foi realizado por 25 comissões temáticas, em quatro sessões sucessivas, até recolher o consenso sobre as propostas. A partir delas, mas também de todo o trabalho sinodal realizado, serão agora dadas as diretrizes e orientações pastorais gerais do sínodo para a nossa Arquidiocese. O encerramento está marcado para o dia 25 de março de 2023.

O sínodo universal sobre a sinodalidade da Igreja, convocado pelo Papa Francisco, também deu passos importantes, recolhendo as contribuições das dioceses e conferências episcopais de todo o mundo. Neste nal do ano, ainda estão sendo recolhidas as re exões e contribuições de âmbito continental, para compor o material do instrumento de trabalho. A primeira parte da assembleia sinodal será realizada em outubro de 2023 e, um ano depois, em outubro de 2024, será a segunda etapa da assembleia sinodal.

Neste ano, que está se encerrando, o Colégio cardinalício ganhou novos membros, no Consistório realizado no nal do mês de agosto. Entre os novos cardeais, também estão

Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, e Dom Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo de Manaus. E os Bispos do Brasil puderam fazer a sua visita “ad limina apostolorum”, depois de um intervalo de 13 anos. Foram mais de dez grupos, em momentos diversos do ano, a visitar o Papa e ter reuniões com ele e seus colaboradores mais imediatos na Cúria Romana.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou a sua assembleia geral de forma presencial, após dois anos de assembleias pelos meios virtuais. De toda maneira, uma primeira parte da assembleia deste ano ainda foi feita de forma remota, pela internet. Na assembleia, os bispos conseguiram, nalmente, concluir a votação geral da tradução revisada do Missal Romano. Foi um trabalho longo e atento, para manter a delidade ao texto latino comum a toda a Igreja. No próximo ano, teremos com certeza a publicação da nova tradução do Missal.

Na Arquidiocese de São Paulo, tivemos a alegria de receber e ordenar dois novos bispos auxiliares: Dom Rogério Augusto das Neves e Dom Cícero Alves de França, que

Atos da Cúria

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO:

Em 07/12/2022, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia São Filipe Néri, no bairro do Parque São Lucas, na Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre Josivaldo Alves Barreto, C.O., pelo período de 06 (seis) anos Em 28/11/2022, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no bairro dos Campos Elísios, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Alcy Maurício da Silva Júnior, SDB, pelo período de 06 (seis) anos

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL:

Em 28/11/2022, foi nomeado e provisio-

nado como Vigário Paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no bairro dos Campos Elísios, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Narciso Ferreira, SDB, pelo período de 01 (um) ano

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ECÔNOMO:

Em 29/11/2022, foi nomeado e provisionado como Ecônomo da Região Episcopal Lapa, o Reverendíssimo Padre Edilberto Alves da Costa, pelo período de 05 (cinco) anos

PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE CAPELÃO:

Em 12/12/2022, foi prorrogada a nomeação e provisão como Capelão do Hospital

São Camilo, no bairro de Santana, na Região Episcopal Sant’Ana, do Reverendíssimo Padre Ariseu de Medeiros, MI, pelo período de 03 (três) anos

POSSE CANÔNICA:

Em 11/12/2022, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro do Jardim Paulistano, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Eduardo Ribeiro, CSsR

Em 08/12/2022, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no bairro dos Campos Elísios, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Alcy Maurício da Silva Júnior, SDB

já se encontram em plena atividade nas Regiões Sé e Belém, respectivamente. Também foram nomeados e ordenados dois novos bispos para as dioceses sufragâneas da sede metropolitana de São Paulo: Campo Limpo, com Dom Valdir José de Castro, e São Miguel Paulista, com Dom Algacyr Munhak.

Em dezembro, foram ordenados cinco novos padres e seis novos diáconos para a Arquidiocese de São Paulo. O ano vocacional nacional, iniciado na festa de Cristo Rei, dia 20 de novembro passado, deverá ser celebrado amplamente em nossas paróquias e comunidades eclesiais, para renovar o clima vocacional e pedir ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe, que é muito grande!

Tivemos a alegria de superar, em grande parte, a pandemia de COVID-19. Por isso, as mortes por esse agelo diminuíram drasticamente na cidade e no Brasil inteiro. Lamentavelmente, perdemos muitas vidas por causa da COVID-19. Delas recordamos em nossas preces a Deus. E também faleceu o cardeal Dom Cláudio Hummes, no dia 4 de julho passado. Deus conceda vida eterna aos nossos falecidos.

Em 20/11/2022, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Jesus Ressuscitado, no bairro do Jardim Santa Bárbara, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Frei Padre Pedro Félix Rodrigues de Matos, OSA

CONVÊNIO:

Em 29 de setembro de 2022, foi assinado o Convênio entre a Arquidiocese de São Paulo e a Sociedade Missionária de Maria - Xaverianas para realização de Obra Apostólica na Paróquia Imaculado Coração de Maria, bairro Jardim Princesa, Região Episcopal Brasilândia, por 03 anos.

Albertina - 02730-030 • São Paulo - SP - Brasil • Fone: (11) 3932-3739 - ramal 222 • Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700, 3760-3723 e 3760-3724 • Internet: www.osaopaulo. org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 3,00 • Assinaturas: R$ 90 (semestral) • R$ 160 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.

2 | Encontro com o Pastor/Atos da Cúria | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator-chefe: Daniel Gomes • Revisão: Padre José Ferreira Filho e Sueli Dal Belo • Opinião e Fé e Cidadania: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Administração e Assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia) • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: OESP Gráfica • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila
CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER Arcebispo metropolitano de São Paulo SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

Monsenhor Algacir Munhak é ordenado bispo pelo Cardeal Scherer

Centenas de éis participaram na manhã do sábado, 17, na Paróquia São Cristóvão, em Cascavel (PR), da solene celebração eucarística na qual o Monsenhor Algacir Munhak, CS, foi ordenado bispo. Nomeado em 21 de setembro pelo Papa Francisco para a Diocese de São Miguel Paulista, em São Paulo, ele tomará posse do ofício em 8 de janeiro de 2023, às 15h, na Catedral de São Miguel Arcanjo.

O ordenante principal foi o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, e os coordenantes foram Dom Alessandro Ru noni, CS, Bispo Emérito de Caxias do Sul (RS), e Dom Adilson Pedro Busin, CS, Bispo Auxiliar de Porto Alegre (RS).

Na homilia, Dom Odilo, citando Santo Agostinho, recordou ao Monsenhor Algacir que o ministério episcopal é sempre um serviço de amor, mesmo nas ocasiões em que o bispo deve tomar decisões difíceis, nem sempre compreendidas por todos.

O rito de ordenação episcopal teve início após a proclamação do Evangelho, com a invocação do Espírito Santo. Após a homilia, o Monsenhor Algacir foi interrogado por Dom Odilo quanto à sua fé e sua futura missão, manifestando os seus propósitos, entre os quais, o de desempenhar a missão até a morte, anunciar o Evangelho com delidade, conservar a tradição recebida dos

apóstolos, a comunhão com o colégio episcopal e obediência ao Papa.

Na sequência, o Bispo Eleito prostrou-se diante do altar, enquanto foi invocada a Ladainha de Todos os Santos. O momento central do rito foi a imposição das mãos dos ordenantes sobre a cabeça do eleito, seguida da prece de ordenação. Seguiu-se à unção do óleo do Crisma na cabeça do ordenando, e o recebimento do livro dos Evangelhos e das insígnias episcopais: o anel, símbolo da delidade à Igreja; a mitra, sinal da santidade da Igreja; e o báculo, sinal do serviço pastoral e cuidado do rebanho.

Ao nal da celebração, Dom Algacir recebeu diversas homenagens. Por sua vez, ele recordou sua caminhada vocacional, destacando a sua alegria pela conança depositada nele pelo Papa Francisco, que lhe con ou a Diocese de São Miguel Paulista, Santo pelo qual tem especial devoção. O novo Bispo agradeceu a formação cristã que recebeu de seus pais. Natural de Cascavel (PR), Dom Algacir tem 56 anos de idade e é religioso da Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos).

ORDENAÇÃO DO MONSENHOR GERALDO DE PAULA SOUZA

BÊNÇÃO DAS IMAGENS DO MENINO JESUS

Na manhã da terça-feira, 20, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, o Cardeal Scherer concelebrou a missa em que o Monsenhor Geraldo de Paula Souza, C.Ss.R., foi ordenado bispo. O ordenante principal foi Dom José Francisco Rezende Dias, Arcebispo de Niterói (RJ). Dom Geraldo foi nomeado pelo Papa Francisco como Bispo Auxiliar dessa Arquidiocese em 19 de outubro. Religioso Redentorista, anteriormente ele estava como Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Arquidiocese de São Paulo. (por Redação)

FACULDADE DE DIREITO CANÔNICO E TRIBUNAL ECLESIÁSTICO

O Arcebispo

de

presente em sufrágio do fundador da comunidade católica,

dia 12, aos 85 anos. Dom Odilo sublinhou o inestimável legado do Sacerdote,

a vida à nova evangelização, sobretudo pelos meios de comunicação social. Monsenhor Jonas foi sepultado na quinta-feira, 15, no Santuário Pai das Misericórdias, também na Canção Nova. (porRedação)

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | Geral | 3
O Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu, na manhã do dia 14, na Paróquia Imaculada Conceição, no Ipiranga, uma missa com os membros da comunidade acadêmica da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo e os serventuários do Tribunal Eclesiástico de São Paulo. A celebração marcou o encerramento das atividades do ano e a ação de graças pelos trabalhos realizados. (porRedação) VELÓRIO DO MONSENHOR JONAS ABIB Na noite de 14 de dezembro, o Cardeal Odilo Pedro Scherer esteve no velório do Monsenhor Jonas Abib, na sede da comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP). de São Paulo presidiu uma das missas corpo falecido no que dedicou Ao m da missa do 4o Domingo do Advento, no dia 18, na Catedral da Sé, o Cardeal Scherer abençoou as imagens do Menino Jesus e os presépios levados pelos éis. Esse costume remonta ao ano de 1969, quando São Paulo VI abençoou as imagens apresentadas por milhares de crianças romanas e que foram usadas nos presépios de suas residências naquele Natal. (por Redação) (CominformaçõesdaDiocesedeSãoMiguelPaulista) Thiago Leon/Santuário Nacional Reprodução Comunidade Canção Nova Arquivo pessoal Diocese de São Miguel Paulista Livro dos Evangelhos é colocado aberto sobre a cabeça do Monsenhor Algacir durante o rito de ordenação episcopal, dia 17

Editorial

Pouco antes de se completar o tempo para o nascimento de Jesus, a Sagrada Família chegou a Belém para se alistar no recenseamento de César Augusto. José certamente desejava encontrar acomodações confortáveis para sua esposa – e talvez tenha imaginado que, como ela trazia em seu ventre o Filho do Altíssimo, Deus haveria de abrir-lhes todas as portas. Que surpresa e angústia não deve ter passado, então, quando o dono da hospedaria, vendo que eram pobres, disse que ali não havia lugar para eles (Lc 2,7)!

A hospedaria estava cheia de convivas, com comida e bebida em abundância, músicas e luzes, e não faltavam festejos... mas não havia lugar para Jesus. Será que não corre-

mos o risco de fazer assim também a nossa Noite de Natal? Podemos ter troca de presentes, decorações natalinas, uma saborosa ceia e bebidas, calorosos abraços de “Feliz Natal!”... Mas teremos a cumplicidade e o espírito de oração de Maria e José? Iremos adorar o Menino Deus feito homem, que Se nos dá ainda hoje na Santa Missa?

Recusada no burburinho da hospedagem, a Sagrada Família foi se recolher no único lugar em que a aceitaram: a gruta de Belém. Não era muito aconchegante: escura e úmida, só o que ajudava a vencer o frio era o bafo quente do jumento e do boi... Se formos sinceros, de verdade, vamos reconhecer que o nosso coração está mais perto da miséria da gruta do que do esplendor da

hospedaria. Não somos capazes de um amor realmente generoso; cedemos a nossos “pequenos” egoísmos tantas vezes ao dia; a Sagrada Família di cilmente poderia achar em nós uma morada muito confortável. E, no entanto, ela continua batendo à nossa porta: eis aí José, conduzindo Maria Santíssima e o Menino Deus; eles pedem-nos com humildade e insistência que os deixemos entrar. Não farão caso da pobreza do ambiente – só querem partilhar conosco a alegria, o doce júbilo, da presença amorosa de Deus.

Dois mil anos atrás, em Belém, esta festa celestial passou despercebida a toda aquela barulhenta multidão da hospedaria. Só quem veio se alegrar com Maria e José foram os pastores e os sábios do Oriente:

Opinião

PADRE JOSÉ ULISSES LEVA

O Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo nos faz recordar, a cada ano, do Mistério da Vida. Mistério Revelado na Encarnação do Verbo Divino. Há exatos 2022 anos, recordamos a presença redentora do Filho de Deus que assumiu a carne humana, sem perder a divindade, para nos salvar. Mesmo com todos os nossos problemas e questionamentos, precisamos celebrar a vida e nos lembrar do nascimento do Salvador da humanidade.

A cada Natal, eu procuro entender Maria Santíssima e São José. Compreender melhor a manjedoura, o estábulo e as condições da vinda do Redentor no meio da humanidade. As luzes e os enfeites reluzentes, as árvores e os presépios decorados, muitas vezes, me fazem permanecer na exterioridade das celebrações. O movimento das ruas e os alaridos dos transeuntes afugentam o real signicado do momento festivo!

O menino reclinado na manjedoura é Cristo Jesus! Como dimensionar o coração de Nossa Senhora? Quais eram os seus pensamentos e quais eram os seus desejos como mulher e mãe? Quais eram os seus objetivos e o pensar do futuro para si e os seus familiares, o carpinteiro e o Menino Deus? Essas perguntas cabem a São

José. Sabemos que Maria Santíssima é a Mãe de Deus e São José é o tutor e o guardião do Filho de Deus.

Estamos vivendo tempos difíceis e precisamos encontrar caminhos acertados para as nossas famílias. Necessitamos aprofundar as nossas reexões, para conduzir os nossos bons propósitos e reiterar nossa meta de vida, para bem viver conosco mesmo e com os nossos familiares e amigos.

O Natal é tempo oportuno e essencial para aprofundarmos os nossos

questionamentos! Tempo apropriado para olhar os nossos atos realizados, para melhorarmos sempre as nossas atitudes. Perdoar e avançar nas práticas propositivas do bem querer.

Eu chego à compreensão do Natal e da fragilidade daquela noite encantadora e, ao mesmo tempo, venturosa. Deus se revelou igual a nós e a todas as famílias na nossa humanidade. Um momento cercado de tantos questionamentos e dúvidas. Na pequenez do Menino está Deus. Jesus Cristo é

os pastores são as pessoas que sabem que não sabem nada; e os sábios, as que sabem que não sabem tudo. A lição: para encontrar o Menino Deus e a alegria que o circunda, precisamos ser humildes, precisamos dobrar um pouco nosso orgulho, e entrar encurvados pela porta estreita da gruta.

Neste tempo santo que se aproxima, deixemos Jesus entrar em nosso coração. Ele já está às portas: coloquemos, então, em ordem nossa pequena gruta. Ainda que pobre, ela pode car limpa e organizada, se nos apresentarmos, contritos, ao sacramento da Con ssão. E, então, puri cados de nossos pecados, experimentemos a alegria imensa de contemplar o Menino Deus, nos braços da Virgem.

toda a divindade em toda a humanidade, menos no pecado. Quando damos tempo às festividades do Natal e observamos o Menino na manjedoura, nós começamos a compreender o Mistério Revelado. Nesse instante, averiguamos que o Altíssimo nos sugere que devemos aprofundar sobre o signi cado da data do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Natal, portanto, é tempo de nos reunir com a família e entorno ao presépio, rever nossas atitudes pessoais, familiares, eclesiais e humanitárias. Natal é o momento singular de sentir nossas fraquezas e debilidades e almejar as virtudes que nos aproximam de Deus e do próximo. De fato, no nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, celebrado a cada ano, nós nos encontramos diante de Deus Revelado que está, carinhosamente, em auxílio às nossas súplicas. Reconhecendo o Mistério do Menino Deus entre nós, podemos e devemos, como família e entre amigos, celebrar o banquete e nos alegrar com as luzes e o vaivém dos transeuntes. A meta é o Salvador e Redentor. O tempo é de celebrar e de nos alegrar e realizar momentos felizes e melhores para todos os homens e mulheres de boa vontade.

4 | Ponto de Vista | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 |
www.arquisp.org.br
www.osaopaulo.org.br
As opiniões
de responsabilidade do autor e não re
os
editorais do jornal O SÃO PAULO
expressas na seção“Opinião”são
etem, necessariamente,
posicionamentos
Padre José Ulisses Leva é professor de História da Igreja na PUC-SP. Luciney Martins/O SÃO PAULO

Comportamento

Há algumas semanas, escrevi um artigo sobre o uso da tecnologia por crianças pequenas e prometi um segundo sobre adolescentes, então aqui está...

Chegando próximo à adolescência, as crianças iniciam uma etapa diferente, aumentando a importância da interação com suas amizades. Ser aceito passa a ser muito mais relevante. Com isso, vem também as comparações com os outros.

Nessa comparação com os outros, aparecerá certamente a questão da tecnologia, e conosco não foi diferente. Sempre quisemos adiar ao máximo que nossos lhos tivessem celulares. Quando perguntado sobre com quantos anos poderia ter um celular, sempre respondi: “Aos 25 anos”. Mas esse dia chegou.

Nosso lho de 12 anos nos trouxe o tema com ar formal, apresentou argumentos até que razoáveis, e pediu um voto de con ança. E, agora, como responder a esse apelo formulado de maneira tão honesta?

Apesar do desejo de dar uma negativa, a forma da solicitação nos levou a pensarmos novamente. Decidimos, então, explorar o grau de maturidade do pedido, e perguntamos a ele se não seria conveniente estabelecermos algumas regras, cuja resposta foi um sonoro “sim”. Assim, pedimos a ele que nos formulasse um conjunto mínimo de regras que achasse pertinente.

Logo de cara, já apareceram itens como obediência e a divisão do aparelho com os irmãos, sem brigas. O terreno parecia bastante promissor, e seguimos nas negociações adicionando, aqui e acolá, pontos que lhe faltaram na percepção e pedimos uma revisão.

Na nova versão, o resultado avançou bem, incluindo: Não utilizar junto ou em desfavor

dos momentos em família (TV, jogos ou passeios);

Nunca utilizar na mesa das refeições (em casa ou fora de casa);

Cuidar para não estragar.

Com isso, conseguimos estabelecer alguns conceitos como os da divisão dos bens e das vitórias pessoais, e o mais importante: a centralidade da família, que deve ser mais importante do que qualquer coisa.

De nossa parte, nas questões práticas, adicionamos outros temas de igual importância, como:

Proibido o uso de redes sociais de qualquer natureza;

Aplicativos de comunicação, apenas o WhatsApp;

A instalação de qualquer aplicativo deve ser autorizada antes por nós, seus pais;

Posicionamento GPS compartilhado conosco;

Limites de hora de uso, por dia da semana e nos ns de semana; Nós, como pais, deveríamos ter livre acesso ao aparelho quando quiséssemos.

A proibição das redes sociais visa a evitar a exposição que elas trazem, e as distorções que seus mecanismos podem causar na percepção infantil.

Falei sobre isso em meu outro artigo aqui neste jornal denominado: “Vida real, mundo virtual e a realidade paralela”.

Como os atos devem ter consequências, adicionamos também uma penalidade, que é a perda temporária do celular, por tempo determinado por nós, pelo descumprimento das regras combinadas. Faltava apenas de nir o “limite do inaceitável”.

Para isso, estabelecemos uma pena capital que é a de perder o celular em de nitivo. Essa pena está prevista em apenas dois casos: caso o celular seja utilizado de qualquer forma para desrespeitar seus professores ou a Deus.

Negociação nalizada, todos sa-

Você Pergunta

de todas as verdades encontradas nos Evangelhos e no ensinamento dos apóstolos.

tisfeitos, e agora? Agora, calma! Somos nós, os pais, que de nimos o ritmo e o andar das coisas. Assim, denimos dois pontos nais: Quem vai pagar o celular somos nós, seus pais, então a gente escolhe qual. O celular é nosso, e vai estar sob a sua gestão, como é a vida dada por Deus. Quando isso vai acontecer? Não vai ser amanhã, vai ser nos próximos dias. Anal, a espera é também uma virtude.

Fomos à loja sem ele, e escolhemos um modelo bastante básico de marca con ável, a nal o risco de quebrar ou perder estará sempre presente. Meses antes, eu havia estado em uma loja dessa com minha mãe, para comprar um celular para ela. Enquanto esperávamos, uma criança de não mais de 10 anos, com sua mãe, escolhia o seu novo celular olhando os preços, pedindo que queria o mais caro, o que conseguiu no nal depois de muita insistência.

Nessa linha, optamos por um modelo Android que, além de mais barato, possibilita o uso do aplicativo Family Link, que permite praticamente todos os controles que estipulamos nas regras como tempo de uso diário, instalação de aplicativos somente com autorização, compartilhamento de posicionamento GPS, entre outros.

Passados quase um ano, não houve qualquer momento em família que tivesse sido atrapalhado pelo celular. Naturalmente, as crianças precisam de auxílio para encontrar seus limites, e temos feito isso. O aparelho nem conhece a mesa da cozinha e, quando chegamos a restaurantes, a bolsa da mamãe é naturalmente procurada para acomodá-lo.

Crianças querem ser crianças, pais precisam ser pais.

LuizViannaéengenheiro,pós-graduadoem MarketingeCEOdaMult-Connect,umaempresadetecnologia.Autordoslivros“Preparadopara vencer”e“SocialTransformationeseuimpacto nosnegócios”;émúsicoepaidetrês lhos.

Fé e Cidadania

A Maria de Lourdes, de Campo Limpo, ao se recordar do Natal do ano passado, me enviou a seguinte pergunta: “Padre, na época do Natal foi rezado um Credo diferente, que fala que ‘Jesus é Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro’. Por que só é rezado uma vez no ano?”.

Minha irmã, o Credo é o mais completo ato de fé que se proclama individualmente ou em comum. Ele é chamado “Símbolo dos Apóstolos”. A palavra símbolo signi ca a reunião

Existem dois Credos. O Símbolo ou Credo apostólico, que nos vem dos inícios do Cristianismo, e o Credo Niceno-constantinopolitano, que contém algumas verdades da fé que foram de nidas posteriormente por diferentes concílios. Os dois Credos revelam a preocupação da Igreja diante de várias heresias que foram condenadas.

O Credo Niceno-constantinopolitano data do Concílio de Niceia, realizado no ano 325 da era cristã.

Em todas as missas dominicais e em grandes celebrações, rezam-se o Credo em suas duas versões. Você se encantou com o Credo Niceno. Por ser mais completo, ele é celebrado nas grandes solenidades.

As Igrejas Católicas, ortodoxas e as Igrejas cristãs históricas usam o Credo.

Minha irmã, você agora sabe que na liturgia, nas missas solenes e festivas, um dos dois Credos tem que ser rezado em comum pelo sacerdote e pelos éis. Não é, portanto, apenas na celebração do Natal.

PADRE ALFREDO JOSÉ GONÇALVES, CS

A frase do título, extraída do livro do profeta Isaías (cf. Is 9,1), se presta não somente para este tempo do Advento, mas também serve de referência para o momento histórico que vive o Brasil. Densas nuvens, raios estrondosos e temporais imprevistos devastaram os alicerces da democracia em nosso País. Fortes trevas de autoritarismo, negacionismo e indiferença cobriram o céu azul desta Terra de Santa Cruz.

O Senhor da história, entretanto, jamais esquece a aliança com seu povo. Vê sua a ição, ouve seu clamor, conhece seu sofrimento e desce para libertá-lo, conduzindo-o “a uma terra onde corre leite e mel” (Ex 3,710; Dt 26,5-10). Os verbos ver, ouvir, conhecer e descer revelam um Deus atento, sensível e solidário, tanto com a escravidão no antigo Egito, quanto com a vida ameaçada dos pobres, excluídos e descartáveis de hoje. A Doutrina Social da Igreja (DSI), em geral, e o Papa Francisco, em particular, não se cansam de alertar para os direitos e a dignidade humana das pessoas indefesos, todos os “condenados da terra” (Frantz Fanon).

A partir das páginas bíblicas e dos princípios fundamentais da DSI, depreende-se que o clamor dos oprimidos chega até os céus. As feridas dos que sofrem são as feridas de Deus. O sofrimento dos indígenas, afro-brasileiros, quilombolas, desempregados, povo de rua, migrantes – en m, dos sem terra, sem trabalho e sem teto – se escancarou e se agravou nos últimos anos, seja devido à pandemia da COVID-19, seja devido aos mandos e desmandos dos governos de extrema-direita.

O tempo de Advento, neste ano de 2022, coincide com a transição possível para novas formas de administrar a res publica, com respeito diante das instâncias democráticas e com a participação popular, e particularmente orientadas para as necessidades básicas da população de baixa renda. De fato, a dor, a fome e a solidão são três irmãs gêmeas, não podem esperar, exigem urgentes tomadas de decisão. A preparação do nascimento de Jesus nos convida a desenvolver todas as potencialidades do perdão, da reconciliação e da solidariedade, da justiça e da paz.

Não bastam, porém, as boas intenções. No texto de Isaías, a luz vence as trevas “porque quebraste a canga de suas cargas, a vara que batia em suas costas e o bastão do capataz de trabalhos forçados. Porque toda bota que pisa com barulho e toda capa empapada de sangue serão queimadas, devoradas pelas chamas” (Is 9,3-4). O Menino que nasce em Belém anuncia que os “sinais dos tempos” já se fazem sentir, o Reino dos Céus já está entre vós. Daí sua opção preferencial por aqueles que, do ponto de vista espiritual e do ponto de vista material, têm sua vida suspensa por um o. Basta ler os relatos evangélicos para se dar conta que a caravana de Jesus nunca ignora nem atropela quem pede socorro. O Natal é Boa-Nova e esperança para os pobres. O Mestre sempre se detém diante da dor e do sofrimento. Os casos são inúmeros: a mulher adúltera e aquela que sofria de uxo de sangue, a mulher que perdera o lho e a outra sírio-fenícia, os leprosos e os cegos de nascença!... A parábola do Bom Samaritano dá testemunho disso. Somente o estrangeiro foi capaz de se deter diante do “caído” à beira da estrada e da vida. Expressa justamente a prática sociopastoral de Jesus, para o qual o clamor do abandonado é o clamor de Deus.

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | Viver Bem/Fé e Vida | 5
As opiniões expressas na seção“Fé e Cidadania”são de responsabilidade do autor e não re etem, necessariamente, os posicionamentos editoraisdojornal OSÃOPAULO
Padre Alfredo JoséGonçalves,CS, pertence à Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos). PADRE CIDO PEREIRA osaopaulo@uol.com.br

BRASILÂNDIA

Fiéis festejam a padroeira da Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe

No dia 12, os éis da Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe, da Paróquia Imaculado Coração de Maria, Setor São José Operário, celebraram a padroeira com missas, uma delas presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e concelebrada pelo Padre Dorival Leite, da Congregação dos Cônegos Regulares Lateranenses (CRL), Pároco.

Dom Carlos, na homilia, destacou que o tempo do Advento é a aproximação para

a chegada do Menino Jesus. O Bispo fez memória da história de Nossa Senhora de Guadalupe e da devoção a ela, celebradas na comunidade paroquial ao longo de quatro dias, iniciados com um tríduo.

No primeiro dia, recordou-se outra celebração mariana, a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, no dia 8, e seu vínculo com o título mariano que nomeia a Paróquia; no segundo, foi feita a adoração ao Santíssimo Sacramento e a meditação do conteúdo da Ave-Maria; no terceiro, rezou-se o Terço missionário com as Irmãs Xaverianas, durante o qual se re etiu sobre a história da padroeira;

e, no quarto, houve a missa presidida pelo Padre Dorival Leite.

Dom Carlos destacou que os éis são muito privilegiados por terem Nos-

[BRASILÂNDIA] No domingo, 18, durante a missa na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, presidida pelo Padre Carlos Ribeiro, Pároco, os éis acompanharam a investidura dos jovens que se dedicam ao serviço do altar, sendo 11 coroinhas, um cerimoniário e sete acólitos.

[SANTANA] No sábado, 17, na Paróquia São Marcos Evangelista, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a missa na comemoração dos 16 anos de dedicação do templo. Concelebrou o Padre João Monteiro da Felícia, IMC, Vigário Paroquial, e que na ocasião celebrou seus 56 anos de sacerdócio.

6 | Regiões Episcopais | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
sa Senhora de Guadalupe como padroeira, pois a comunidade, fundada em 1991, é a única com este título na Região Brasilândia. [LAPA] Dom José Bendito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidiu, no dia 12, missa no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros. Participaram da celebração os detentos, agentes penitenciários e diretores do CDP. (por Benigno Naveira) [LAPA] Na memória litúrgica de Santa Luzia, no dia 13, Dom José Benedito Cardoso presidiu missa em honra da padroeira na Paróquia Santa Luzia, na Vila Jaguari, Setor Pirituba. Concelebrou o Padre Eduardo Augusto de Andrade, Pároco. (por Benigno Naveira) [LAPA] No dia 13, na Paróquia Santa Mônica, Setor Pirituba, aconteceu a celebração penitencial do clero atuante na Região, presidida por Dom José Benedito Cardoso. Em seguida, realizou-se o almoço de confraternização. (porBenignoNaveira) [IPIRANGA] Em missa no domingo, 18, na Paróquia Santo Agnelo, Setor Anchieta, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, conferiu o sacramento da Crisma a jovens desta Paróquia e a outros três da Paróquia Santa Cristina e Área Pastoral São Domingos, Setor Cursino. Concelebrou o Padre Renato Braga, Pároco da Santo Agnelo. (por Pascom Paroquial) [IPIRANGA] No sábado, 17, na Paróquia São Bernardo de Claraval, Setor Anchieta, 12 adultos receberam o sacramento da Con rmação, em missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, e concelebrada pelo Padre Hernane Módena, Pároco, auxiliados pelo seminarista Victor Battisti. (por Fernanda de Jesus) [BELÉM] Um grupo de sete jovens e adultos da Paróquia São José do Maranhão, no Tatuapé, recebeu, pelas mãos de Dom Cícero Alves de França, o sacramento da Con rmação, no domingo, 18. Concelebrou o Padre Arlindo Teles, Pároco. (por Fernando Arthur) [BELÉM] Em missa presidida por Dom Cícero Alves de França, no domingo, 18, tomou posse como Pároco da Paróquia São Filipe Néri, no Parque São Lucas, o Padre Josivaldo Barreto, C.O. Concelebraram padres da Congregação dos Oratorianos. (porFernandoArthur) [BELÉM] Um grupo de 78 jovens e adultos da Paróquia Santa Maria Madalena, Setor Sapopemba, recebeu o sacramento da Crisma pelas mãos de Dom Cícero Alves de França. A missa foi concelebrada pelo Padre Anísio Hilário, Pároco. (por Kaique Mazaia) (por Eliana Lubianco) (por Silvano Jacobino) Brenda Castro Kaique Mazaia Fernando Arthur Benigno Naveira Lucimar Rodrigues dos Santos Pascom paroquial Pascom paroquial Ranna Carolina SAP

BELÉM

Dom Cícero preside missa na festa patronal da Paróquia Santa Adélia

Os éis da Paróquia Santa Adélia, Setor Conquista, celebraram sua padroeira na sexta-feira, 16. A missa foi presidida por Dom Cícero Alves de França e concelebrada pelo Padre Jonatas Mariotto, Pároco. Durante a homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém discorreu sobre a Verdade, que é Cristo, mostrada pelo apóstolo João, no Evangelho. “Nossa verdade tem um nome: Jesus

Cristo”, a rmou, exortando a comunidade paroquial a mostrar a Verdade e a anunciar o Cristo ao próximo.

Ao m da celebração, Padre Jonatas agradeceu a presença do Bispo, que pela primeira vez visitou a Paróquia. Em seguida, Dom Cícero anunciou o Padre Jonatas como o novo Ecônomo da Região Belém, cujo encargo assumirá no dia 1º de janeiro de 2023.

Após a missa, os éis participaram de uma pequena procissão pelas ruas do bairro, com a imagem da padroeira.

[SÉ] No dia 11, na Basílica Nossa Senhora do Carmo, na Bela Vista, Setor Cerqueira César, em missa presidida por Dom Rogério Augusto das Neves, foi conferido o sacramento da Crisma a 37 jovens. Concelebrou o Frei Thiago Borges Isidoro, O. Carm., Pároco.

(por Frei Paulo Alves de Oliveira, O.Carm.)

[SÉ] Na tarde do domingo, 11, aconteceu, na Paróquia Santuário Sagrado Coração de Jesus, nos Campos Elísios, Setor Bom Retiro, o Natal dos Prediletos de Jesus. O Padre Alcy Maurício, SDB, Pároco, acolheu e abençoou mais de cem famílias e com elas fez uma re exão sobre a importância do nascimento de Jesus em cada lar. Todas as famílias receberam uma cesta básica especial, incluindo panetones, caixa de bombons, doces e refrigerantes, além de brinquedos para todas as crianças.

(por Pascom paroquial)

[BRASILÂNDIA] Os éis da Comunidade Santa Luzia, no Jardim Paulistano, pertencente à Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, Setor Pereira Barreto, celebraram, no dia 13, após uma novena preparatória, o dia da padroeira, Santa Luzia, com missa presidida pelo Padre Francisco Antônio Rangel de Barros, Pároco. Houve a apresentação teatral intitulada “Vida e memória de Santa Luzia”, encenada pelos membros do grupo de jovens Renovados em Cristo (Jorc) e da Crisma.

(por Eva Nascimento)

[SANTANA] No dia 14, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a missa na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Conjunto Habitacional Cingapura Zaki Narchi, em Santana. Concelebrou o Padre José Roberto Abreu de Mattos (Padre Beto), Reitor da Basílica de Sant’Ana, assistidos pelo Diácono Nilo Carvalho e pelo Diácono Seminarista Rômulo Freire Barbosa. A celebração foi preparada pela Comunidade Canto de Maria, que desenvolve um trabalho de evangelização no local há sete anos.

(por Renata Antonelli)

[SÉ] No sábado, 17, como parte das ações natalinas, a Paróquia Assunção de Nossa Senhora, no Jardim Paulista, Setor Cerqueira César, distribuiu 500 cestas básicas às famílias necessitadas.

(por Diácono Antonio Monge)

[LAPA] No dia

[LAPA] Na Paróquia São João Bosco, Setor Leopoldina, no dia 12, aconteceu a confraternização dos coordenadores paroquiais da Pastoral da Família da Região Lapa, que participaram da missa presidida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada pelos Padres Claudio Andrade Motta, SDB, Pároco, e Raimundo Rosimar Vieira da Silva, Assistente Eclesiástico da Pastoral Familiar da Região Lapa. (por Benigno Naveira)

[IPIRANGA] O clero atuante na Região Ipiranga esteve reunido, no dia 13, para a manhã de espiritualidade do Advento, na Casa de Encontros e Hospedagem Sagrada Família, no Ipiranga. A re exão inicial foi apresentada pela Irmã Izabel Patuzzo, PIME, intitulada “Maria, cheia de Graça: exemplo para os discípulos”. Ao nal, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, conduziu a celebração penitencial. (por Karen Eufrosino)

[LAPA] Na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, na sexta-feira, 16, aconteceu a reunião da Pastoral da Comunicação (Pascom) regional, conduzida por Paulo Ramicelli e Maria Tiemi, coordenadores gerais, com a participação dos coordenadores de cada setor. A pauta da reunião foi a programação de 2023, ano em que a Região Lapa será a responsável pela realização do evento “Pascom em Ação”, no mês de setembro.

(por Benigno Naveira)

[LAPA] No domingo, 18, os éis da Paróquia São Patrício, Setor Rio Pequeno, acolheram o Padre Lucas Antônio Silva Martinez, 27, como seu Vigário Paroquial. Ele recebeu a ordenação presbiteral no dia 3, na Catedral da Sé, pelas mãos de Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano. (por Redação)

[BRASILÂNDIA] Na tarde do sábado, 17, a Pastoral da Criança da Paróquia São Luís de Monfort, no Jardim Rincão, Setor Jaraguá, promoveu a confraternização de m de ano para as 60 crianças por ela assistidas. Na ocasião, foram-lhes entregues os presentes de Natal, frutos da doação das pessoas que as apadrinharam. O Padre Robinson Sérgio dos Santos, CRL, Vigário Paroquial, compareceu ao evento, abençoou a todos e cumprimentou os organizadores pela iniciativa.

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | Regiões Episcopais | 7
11, na Paróquia São José Operário, no Jardim Sarah, Setor Rio Pequeno, 30 ministros extraordinários da Sagrada Comunhão (MESC) receberam e renovaram seus mandatos pelos próximos dois anos, em missa presidida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada pelo Padre José Andrade dos Santos, SJC, Pároco. (por Benigno Naveira) [SANTANA] Dom Jorge Pierozan presidiu a missa de encerramento do ano letivo da Escola de Teologia da Região Santana, no domingo, 18, na Paróquia Santa Inês. Concelebrou o Padre José Esteves Filho (Padre Gabriel), Pároco e Coordenador da Escola, assistidos pelos Diáconos Márcio Cesena, Márcio José Ribeiro, Eduardo Sierra e José Nilton Alfredo Oliveira. (por Lenivaldo Jacobino) [SANTANA] No dia 13, os éis da Paróquia Santa Luzia, Setor Santana, festejaram sua padroeira com uma missa presidida por Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, e concelebrada pelo Padre Oswaldo Bisewski, Pároco. (por José Henrique Monfré) [SÉ] Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidiu a missa na Paróquia Santa Maria Madalena e São Miguel Arcanjo, na Vila Madalena, Setor Pinheiros, no dia 11, durante a qual foram crismados 17 jovens e adultos. Concelebraram os Padres Donizete José Xavier, Pároco, e Lindomar Félix da Silva, OMI. (por Pascom paroquial) Leonardo Sasseron Pascom São Patrício Benigno Naveira Henrique Monfré Sandra Raineri Lenivaldo Jacobino Nilton Gomes

Liturgia e Vida

NATAL DO SENHOR 25 DE DEZEMBRO DE 2022

Depois de terem ouvido o anúncio do Anjo acerca do nascimento do Menino Jesus, os pastores disseram entre si: “Vamos até Belém para vermos este acontecimento que o Senhor nos deu a conhecer” (Lc 2,15). Este propósito resume o espírito com que viveremos os próximos dias. Celebrar o Natal consiste em “ir até Belém”! Fazemos isso, antes de tudo, na liturgia. Ela, por assim dizer, “transporta-nos” até a Judeia de 2000 anos atrás e nos une ao mistério da Encarnação e do Natal do Filho de Deus. Contudo, a participação na liturgia é mais frutuosa na medida em que buscamos espiritualmente a gruta de Belém.

Por isso, vamos até Belém também com nosso pensamento, imaginação e, principalmente, com o coração – isto é, com a vontade. A montagem do presépio – realizada pela primeira vez por São Francisco de Assis em 1223 – tem a nalidade de nos transportar espiritualmente à cena do nascimento de Jesus. Colocamo-nos ali como um personagem a mais. Imaginamos a simplicidade da estrebaria onde nasceu o Senhor, os animais, o frio, a escuridão. Pensamos na presença acolhedora da Virgem Maria e de São José, repleta de amor e de bondade. Concebemos como foi a chegada dos pastores repletos de admiração.

Transformamos a imaginação em meditação e, olhando para o Menino, dirigimos-lhe palavras de gratidão, con ança e súplica. Pedimos que Ele traga caridade e fervor aos nossos corações e que não permita que o nosso trato com Deus, com nossa família e com os demais venha a esfriar. Fazemos o mesmo com a Virgem Maria, a quem congratulamos pelo nascimento do seu Filho; e com São José, a quem pedimos proteção para nossa família, consagrando-a à proteção da Sagrada Família. Propomo-nos, então, a viver como em Belém: ainda que nos faltem bens materiais aparentemente essenciais, não faltará caridade. Toda divisão, ressentimento e indiferença desaparecerão.

Detendo-nos um pouco mais sobre a cena, podemos levar nossa meditação a aspectos práticos da vida. Examinamos, por exemplo, como temos praticado a hospitalidade, a qual, infelizmente, não foi exercida com a família de Jesus. Ou como temos vivido as virtudes da pobreza e da simplicidade, exercitadas pelo Rei do Universo já desde o nascimento. Vendo a alegria simples da Sagrada Família e dos pastores, investigamos as causas da nossa alegria: regozijamo-nos em Deus, nos vínculos humanos, na solidariedade, na pureza de consciência, ou apenas nas coisas, sensações, na saciedade passageira, enganosa e sensual? Ao longo da história humana, tantas coisas passaram, tantas riquezas apodreceram, perderam o valor… Mas o presépio continua o mesmo: silencioso, discreto e essencial.

Contemplando o Menino Jesus, o tempo para e nos aproximamos da eternidade. Sem dizer coisa alguma, alimentamo-nos de um profundo espírito de adoração e apenas olhamos para Ele, “Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz” (Is 9,5). Neste Natal, não estejamos desatentos: vamos até Belém!

[BELÉM] Na manhã do sábado, 17, Dom Cícero Alves de França conferiu o sacramento da Con rmação a 35 jovens e adultos na Paróquia São João Batista, no Brás. A missa foi concelebrada pelo Padre Valdeir dos Santos Goulart, Pároco, assistidos pelo Diácono Pedro Ernesto dos Santos Júnior. (porFernandoArthur)

[SÉ] No sábado, 17, a Pastoral Social da Paróquia Santo Antônio, na Barra Funda, Setor Bom Retiro, realizou a festa de confraternização de m de ano para as 53 famílias assistidas mensalmente com cestas básicas. O evento reuniu mais de 100 pessoas, entre pais, voluntários e convidados, e, graças à ajuda da comunidade, mais de 60 crianças receberam brinquedos. Houve, ainda, a leitura de textos bíblicos, animação com músicas natalinas e contação de histórias. O Padre José Donizeti Coelho, Pároco, falou às crianças sobre a importância de se comemorar o Natal e celebrar assiduamente os pequenos milagres de cada dia.

(por Francisco de Souza)

[BELÉM] No sábado, 10, a Paróquia São Benedito das Vitórias, na Vila Formosa, apresentou a Cantata de Natal, contando a história do nascimento de Jesus por meio de músicas. O evento teve a presença de dezenas de pessoas e foi apresentado pelos coros infantil e adulto da Paróquia.

(por Karina Oliveira)

[SÉ] No dia 8, em missa presidida por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, o Padre Alcy Maurício, SDB, foi empossado como Pároco da Paróquia Santuário Sagrado Coração de Jesus, nos Campos Elísios, Setor Bom Retiro. A provisão do novo Pároco é de seis anos e ele assume, também, a função de Diretor-geral da Inspetoria Salesiana de São Paulo. (porJennifferSilva)

[IPIRANGA] Na sexta-feira, 16, na Cúria regional, a Pastoral da Saúde da Região Ipiranga comemorou a conclusão das atividades deste ano com uma confraternização, à qual estiveram presentes o Padre Palmiro Carlos Paes, Assistente Eclesiástico da Pastoral, e os agentes que nela atuam. Houve a apresentação do Coral Sapore D’Italia, pertencente ao Instituto Leonardo da Vinci. (por Karen Eufrosino)

[IPIRANGA] No sábado, 17, a Pastoral Familiar da Região Ipiranga, com os casais colaboradores do Encontro do Bom Pastor, realizou, como gesto concreto, a entrega das sacolas de Natal na Casa Gavi, que acolhe idosos e é mantida pela Missão Belém. Também foi oferecido aos acolhidos e à equipe da casa um jantar de Natal, com a partilha das experiências e a meditação do 6º dia da Novena de Natal.

[BELÉM] No dia 10, na Paróquia Santa Rita de Cássia, Setor Belém, Dom Cícero Alves de França conferiu o sacramento da Crisma a 21 jovens e adultos. Concelebrou o Cônego Celso Pedro da Silva, Pároco, assistidos pelo Diácono Pedro Ernesto dos Santos Júnior. (por Kaique Mazaia)

e concelebrada pelo Padre João Henrique Novo do Prado, Reitor do Seminário Propedêutico.

(por Maria Leonice da S. Mariannini e Roberto Pietro Mariannini)

[SANTANA] No domingo, 18, o Padre Cândido da Costa, Pároco da Paróquia Santa Rosa de Lima, Setor Tremembé, comemorou, com uma celebração eucarística, seu jubileu de 40 anos de sacerdócio. Concelebraram os Padres Maurício Luchini, Pároco da Paróquia Santo Antônio, no Tucuruvi; Dalmir Oliveira dos Santos, Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Sabrina; e Odacir Lazzaretti, dos Guanellianos; além do Frei José Hugo da Silva Santos, da Ordem Franciscana. Assistiu a celebração o Diácono Pedro Domenico Bruno. (por Lene Zuza)

[SANTANA] No sábado, 17, no Santuário Nossa Senhora da Salette, em Santana, foi conferido o sacramento da Con rmação a 21 adultos e 39 jovens, durante missa presidida por Dom Jorge Pierozan e concelebrada pelos Padres Marcos Almeida, MS, Pároco e Reitor; e Carlos Guimarães,

[IPIRANGA] No domingo, 18, os éis da Paróquia Santa Cândida, Setor Ipiranga, comemoraram os 15 anos de ordenação sacerdotal do Padre Anderson Marçal, Pároco. Membro da Comunidade Canção Nova, foi lá que o Sacerdote iniciou seu caminho vocacional. Foi enviado para a Diocese de Palmas (TO), onde permaneceu por quatro anos. Em seguida, voltou para Cachoeira Paulista (SP) e exerceu a função de Reitor do seminário e Formador-geral na Canção Nova. Em 2009, foi enviado em missão a Roma para estudar Teologia Pastoral Bíblico-Litúrgica na Universidade Salesiana, concluída em 2013. Em 2020, chegou à Paróquia Santa Cândida. Na missa, celebrou-se também em sufrágio pelo 7º dia de falecimento do Monsenhor Jonas Abib, fundador da Comunidade Canção Nova, ocorrido no dia 12.

8 | Fé e Vida/Regiões Episcopais | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
MS, Vigário Paroquial. (por Oswaldo dos Santos Araujo) [BRASILÂNDIA] Na quinta-feira, 15, houve a missa e a confraternização de encerramento das atividades do ano do Apostolado da Oração da Região Brasilândia, realizadas na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba. A celebração foi presidida pelo Padre Carlos Ribeiro, Pároco, (porPadreCarlosRibeiro) (por Tatianna Porto) [IPIRANGA] Em missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, no domingo, 18, na Paróquia Santa Cristina, Setor Cursino, o sacramento da Crisma foi conferido a 16 jovens e sete adultos da matriz paroquial, e a sete jovens da Área Pastoral São Domingos, vinculada à Paróquia. Concelebrou o Padre Rodrigo Felipe da Silva, Pároco, assistidos pelo Diácono Orlando Luciano da Silva. (porClaudioSeiji) Fernando Arthur Kaique Mazaia Cuca Foto Sacra Claudio Seiji Daniella S. Araujo

Especial de Natal

‘Ó VINDE, ADOREMOS O SALVADOR!’

Apresentamos, a agenda das missas da Noite do Natal, no sábado, 24, e da Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, no domingo, 25, que serão presididas pelo Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano, e pelos bispos auxiliares da Arquidiocese.

Vale lembrar que em todas as paróquias da Arquidiocese acontecerão missas por ocasião do Natal. Informe-se na secretaria de sua paróquia e participe.

CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER

24/12

19h30 – Basílica de Sant’Ana (Rua Voluntários da Pátria, 2.060, Santana) Meia-noite - Catedral da Sé 25/12

11h – Catedral da Sé

17h – Arsenal da Esperança (Rua Dr. Almeida Lima, 900, Mooca)

DOM ÂNGELO ADEMIR MEZZARI

24/12

18h – Comunidade Nossa Senhora da Moradia (Rua Menino de Engenho, 826, Jardim São Savério) 25/12

10h – Paróquia Santa Paulina (Rua Dia 28 de Outubro, 07, Cidade Nova Heliópolis)

DOM CARLOS LEMA GARCIA

24/12 e 25/12

Ambas às 18h30 – Paróquia Nossa Senhora do Brasil (Praça Nossa Senhora do Brasil, 01, Jardim América)

Que maravilha!

A festa do Natal mexe um pouco com todos, mesmo com quem não é cristão ou não crê em Deus. Por alguns dias, parece que o mundo consegue viver em paz. Desejos de feliz Natal são distribuídos à vontade por todas as mídias e até pelo tradicional cartão de Natal, sorrisos, abraços, talvez também presentes.

Há algo no ar que desperta sentimentos e atitudes boas nas pessoas. Simbolismos, músicas e alusões ao Natal por toda parte, cantos e preces ajudam a criar a atmosfera natalina e convidam a procurar no coração os motivos para a festa. Os cristãos estão muito felizes e compartilham com os outros a sua alegria. Tantas ações solidárias são realizadas neste tempo, para deixar um pouco mais felizes os pobres, enfermos, desvalidos e pessoas idosas. As crianças são as que mais conseguem se alegrar e vivem uma emoção que ainda não sabem explicar.

Por que o fazemos? Por que espalhamos alegria e bons votos

nesta festa? Devemos dizê-lo sem medo nem respeito humano: é porque Jesus nasceu. Ele é o Filho de Deus, que se fez humano como nós, nascendo da Virgem Maria. Ele veio para estar no meio de nós. O amor in nito de Deus fez essa maravilha, que deixou boquiabertos os anjos e os homens, admirados, a proclamar os louvores do Altíssimo.

Deus, humano como nós, sem deixar de ser Deus? Quem teria imaginado? Fez-se pequenina criança para que ninguém tivesse medo de se aproximar Dele; pobre, para nos enriquecer com o esplendor de sua divindade. Fez-se próximo, para que o possam alcançar todos os que têm vontade de ver Deus, Rosto humano de Deus e rosto divino do homem, Ele revelou a suprema vocação de toda pessoa e abriu os braços para nos acolher junto do seu coração. Que maravilha!

Neste Natal, deixe-se extasiar diante do mistério tão divinamente humano e tão humanamente divino! Desarme o seu coração de preconceitos, ressentimentos e amarguras. Não se deixe car indiferente diante de tanto amor, de tão imensa ternura que se manifesta na simplicidade de Deus que se fez criança. Ele o fez por mim, por você, por todos nós!

Acolhamos o Deus que vem ao nosso encontro de forma tão surpreendente! Hoje, Ele quer ser acolhido na pessoa de cada irmão, de toda pessoa que necessita de atenção e acolhida. Vamos partilhar nossa alegria neste Natal com quem mais precisa de uma boa notícia. E esta é uma boa notícia: Deus tanto nos amou, que enviou do céu seu Filho unigênito, para que tenhamos a vida por meio Dele. Feliz e abençoado Natal a todos!

DOM CARLOS SILVA

24/12

19h – Paróquia Nossa Senhora da Expectação (Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, s/n°, Freguesia do Ó) 25/12

10h – Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus (Rua Manoel de Arzão, 85, Vila Albertina)

DOM CÍCERO ALVES DE FRANÇA

24/12

19h – Comunidade São José (Favela da Vila Prudente) 25/12

9h – Comunidade Nossa Senhora de Lourdes (Rua Padre Gonçalves do Valê, 75, Jardim Vila Carrão)

18h – Paróquia Natividade do Senhor (Avenida Antônio Buono, 62, Vila Guarani)

DOM JORGE PIEROZAN

24/12

19h – Paróquia Menino Jesus (Avenida Mazzei, 491, Tucuruvi) 25/12

9h – Paróquia Natividade do Senhor (Rua Augusto Rodrigues, 683, Jardim Fontális)

10h30 – Hospital Geriátrico e de Convalescentes Dom Pedro II (Avenida Guapira, 2.674, Jaçanã)

DOM JOSÉ BENEDITO CARDOSO

24/12

20h – Comunidade Santo Antonio (Rua Nuno Mendes Torres, 169, Vila Clarice).

DOM ROGÉRIO AUGUSTO DAS NEVES

24/12

9h – Paróquia Nossa Senhora da Consolação (Rua da Consolação, 585, Consolação)

Dezembro de 2022
Arte: Sergio Ricciuto Conte

Vinde! Adoremos!

“Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um Filho.” Seu nome é Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador. Houve uma poderosa intervenção de Deus na história. Nossa singela mensagem natalina é um convite para que permaneçamos elmente ancorados no que fomos ensinados a crer, pelas pessoas que nos transmitiram a fé. Não nos afastemos dos valores genuínos que fomos levados a conhecer e desa ados a praticar. A vivência desses princípios nos ajudará a encontrar soluções adequadas diante das adversidades; mostrará as portas a serem abertas; externará um futuro de esperança para as famílias e para toda nação. Assim, exercitando a ternura e a compaixão, o Natal dará frutos de fraternidade em todos os corações.

Minha oração natalina é a que foi

Espiritualidade

‘Vamos a Belém...’

rezada por São João Paulo II, em sua bênção Urbi et Orbi, no Natal de 1994: “Seca, Menino Jesus, as lágrimas das crianças! Acaricia os enfermos e idosos! Convida os povos a derrubar os muros criados pela pobreza e desemprego, pela ignorância, pela indiferença, pela discriminação e pela intolerância. És Tu, Menino de Belém, que nos salvas, libertando-nos do pecado. Tu és o verdadeiro e único Salvador, por quem a humanidade muitas vezes tateia. Deus da paz, dom da paz para toda a humanidade, vinde habitar no coração de cada homem e de cada família. Tu és nossa paz e nossa alegria! Amém!”. Princeps pacis natus est ex Maria Virgine, venite adoremus eum! Vinde! Adoremos! Que a alegria e a paz, que o nascimento do Salvador nos traz, renasçam nos corações. A todos, desejo um santo Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Jesus Cristo volta à Terra

Imagine que, na capa de um grande jornal, no dia 25 de dezembro, aparecesse a seguinte manchete, com letras garrafais: JESUS CRISTO VOLTOU À TERRA!!!

Informações procedentes de Belém, no Estado de Israel, garantem que o silêncio milenar da pequena cidade se transformou numa grande agitação. Jesus Cristo foi encontrado numa casa modesta. O mesmo Jesus que nasceu há 20 séculos. O Patriarca de Jerusalém garante que não se trata de erro nem engano. Grande multidão já se encontra diante da humilde casa, e peregrinos vão chegando continuamente dos arredores.

O Natal nos traz um grande consolo: Deus não é um ser longínquo que mora em lugares inacessíveis. Deus não se esconde atrás das nuvens. Ele não parou de dar provas do seu amor por nós até enviar o seu próprio Filho a este mundo, há 2 mil anos. Jesus viveu en-

tre nós, ensinou-nos que Deus é um Pai que nos ama com loucura e nos perdoa sempre; está continuamente disponível para escutar a nossa oração, sonha com a nossa felicidade, mostra-nos o caminho que conduz à verdade e, sobretudo, desvendou-nos o mistério da vida após a morte.

Todos nós podemos nos aproximar d’Ele sempre que o desejarmos – porque Ele está presente no sacrário da igreja mais próxima – e car durante todo o tempo que quisermos, para contar-lhe todas as nossas coisas, expor as nossas dúvidas, pedir ajuda para os nossos problemas e conseguir aquilo de que mais necessitamos.

A melhor maneira de viver o Natal é receber a Comunhão na Missa do Natal, procurando fazer antes uma boa Con ssão dos erros e pecados que nos inquietam a consciência. Dessa maneira, Jesus, de fato, virá de novo a esta Terra, aos nossos corações.

Leia o artigo completo em https://cutt.ly/G0DGXRU

Nova luz brilhou para nós

DOM JOSÉ BENEDITO CARDOSO

Nestes dias festivos, como se repete a cada ano, somos movidos a celebrar o grande mistério da encarnação do Filho de Deus como nova luz que brilhou para nós, pois, gerado antes dos tempos, entrou na história para erguer o mundo decaído, restaurando a integridade do universo e, se tornando um de nós, nos tornamos eternos. É o que nos ensina nossa Igreja na beleza dos prefácios das missas de Natal.

Andando pelas ruas da cidade, deparamo-nos com um ambiente bem mais iluminado. Existe até competição de qual iluminação é mais bonita. No entanto, logo depois do Natal, tudo deverá ser encaixotado e ajeitado em um canto em que não vai incomodar ninguém. Para boa parte dos que cuidaram da iluminação, não passou disso e Jesus nem foi lembrado.

Em outros ambientes, além da cla-

ridade arti cial, também montaram presépios, cada um mais belo que o outro. Passando os dias festivos, o Menino Jesus e demais peças do presépio também serão encaixotados e guardados em um lugar bem seguro.

Por m, encontramos muitos que, além de acenderem luz e montarem presépios, meditam a Palavra, rezam a novena, celebram a Eucaristia e renovam a fé e a esperança. São os que percebem que a grandiosidade deste acontecimento remete ao extraordinário dinamismo de construir o sonho profético cimentado nas palavras que saíram da boca e do testemunho daquele que encontramos enrolados em faixas numa manjedoura em Belém.

Que o Natal deste ano nos dê a alegria de uma fé renovada e coragem para continuarmos rmes nas lutas diárias que constroem o Reino. Feliz Natal. Leia o artigo completo em https://cutt.ly/60DJlEk

DOM ÂNGELO ADEMIR MEZZARI, RCJ

“Vamos a Belém, para ver o que aconteceu, segundo o Senhor nos comunicou” (Lc 2,15-17). Sim, “Vamos a Belém...”, assim como zeram os pastores após o anúncio dos anjos de que lá havia nascido o Salvador, que é o Cristo Senhor. Os pastores foram e encontraram o Menino Jesus deitado na manjedoura. Um evento de amor, de alegria, que alimenta a esperança, que supera o sofrimento, de luz que ilumina a escuridão. Também nós queremos aceitar este convite e seguir os passos dos pastores até a gruta, para adorar o Menino Jesus, contemplado pelos olhares de encantamento de Maria e José, diante d’Ele se prostrar, e acolhê-lo, cheios de júbilo.

Podemos, então, proclamar com toda a voz: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e

na terra, paz aos que são do seu agrado” (Lc 2,14). É maravilhosa a harmonia entre o céu e a terra, no Menino Jesus que nasce e vem habitar entre nós, para nos dar a salvação, o seu amor e a sua paz. Sim, vamos a Belém, pois Deus vem ao nosso encontro, é o Emanuel, Deus conosco. Da gruta de Belém, do Filho de Deus deitado na manjedoura, vem para cada um de nós, nossa família e comunidade, a esperança, a certeza de sermos amados por Deus, que é amor. De Belém, da Sagrada Família de Nazaré, vem a força para viver na paz e testemunhar Jesus Cristo, o nosso Salvador, caminhar juntos, somos Igreja. Vamos a Belém, é Natal, tempo de luz, dissiparam-se as trevas, chegou o Salvador. Sim, a “Palavra se fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1,14).

As promessas foram cumpridas, alegria maior não há. Feliz Natal e Abençoado 2023.

O significado profundo do Natal

DOM ROGÉRIO AUGUSTO DAS NEVES

Na sociedade em que vivemos, existem muitos natais. As pessoas acrescentam à festa cristã diversas motivações decorrentes do nal de ano: festa da família, festa da fraternidade, dia ou noite de luz, espírito natalício que convida as pessoas a olharem um pouco para os mais pobres etc. En m, o sentido cristão às vezes parece perder espaço para as outras nobres motivações; nobres, mas não as melhores. Talvez seja um lapso de otimismo sobre o bem que habita

em cada ser humano, por mais escondido que esteja.

Mas nada disso é capaz de resgatar o sentido profundo da existência e o signi cado profundo do Natal do Senhor. Ser visitados pelo Filho de Deus e, por meio d’Ele, sermos nós mesmos adotados como lhos de Deus, isso faz a diferença. Não é uma questão de celebrarmos uma festa do calendário. O que realmente conta é conhecer o salto de qualidade que a Encarnação do Verbo proporciona ao ser humano. Não se esqueça disso! E tenha um feliz Natal!

O tempo do discernimento

A jornada do Tempo do Advento, proposta ao longo de quatro semanas, nos colocou na senda da importante preparação para a segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como à oportunidade da real celebração de sua primeira vinda. Agora, chegamos à grande festa do Natal, um dos momentos altos da nossa liturgia. O prefácio da missa da véspera dessa solenidade apresenta a tônica deste tempo: reconhecer em Jesus o Deus visível a nossos olhos, bem como aprendermos a amar n’Ele a divindade que não se vê.

O Natal cristão não é a festa do comércio, mas, antes, é o tempo do discernimento. Certamente, celebrar o Natal nos insere na dinâmica de ouvir uma voz absoluta e verdadeira no meio de tanto vozerio ilusório deste tempo

presente. Ao vislumbrarmos a Virgem Maria, é possível constatarmos o testemunho de quem soube discernir a voz de Deus e assumiu a grande tarefa de ser a mãe de Nosso Salvador. Também podemos olhar para os Reis Magos que, diante de tantas vozes, não se escandalizaram pela pobreza do ambiente onde nasceu o Menino Rei e ali se puseram de joelhos e O adoraram.

Muito mais do que uma ceia opulenta ou da troca de presentes caros, que muitas vezes cam amontoados em nossos armários, o tempo do Natal deveria ser vivido como nos indicou recentemente nosso Papa Francisco: com menos presentes e mais compaixão. Este é o tempo de contemplarmos Jesus, sentirmos o amor de Deus por nós, mas também de percebermos que Deus está conosco e nós estamos com Ele (cf. Admirabile signum 10).

A simplicidade do Natal

DOM CÍCERO ALVES DE FRANÇA

Ao celebrarmos o Natal do Senhor, celebramos o mistério que vem acompanhado da pobreza e da alegria. Uma imagem que talvez nos ajude a iluminar este pensamento é a imagem do presépio: uma realidade simples, que todos entendem; composto de guras diferentes e de tamanhos diferentes. Porém, o essencial é que todos, de uma forma ou outra, se inclinam e olham para o mesmo ponto, para o nascimento de Jesus.

O mistério do Natal é, certamente, um mistério de empobrecimento: Cristo, o Filho de Deus, rico que era, se fez pobre por nós, a m de se fazer igual a nós, sobretudo por amor aos mais pobres. Tudo no presépio é simples e humilde, e, consequentemente, tudo no mis-

tério é simples. Por isso, o mistério do Natal de Jesus não é algo que exige de nós muita racionalidade se antes olharmos com a simplicidade da fé e do amor o Verbo da vida que se torna visível e tangível à nossa vida cotidiana e no próximo que devemos amar. Pobreza e alegria se tornam, portanto, palavras simples para exprimir o mistério do Natal, quando entregamos nossas angústias e anseios, nossas mãos pobres, nossos pés cansados, nas mãos de Deus que cuida de nós e que nos fará participar da verdadeira alegria quando, como Ele, nos zermos pequenos ao grande mistério do amor in nito de Deus. Que Deus faça do nosso coração pequeno como o presépio, mas su ciente e grande para sentirmos o mistério manifestado pelo Verbo que se fez carne.

2 | Especial de Natal | Dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br

São Francisco e a Idade Média gótica

Mais que um problema, São Francisco de Assis permanece um mistério para nós. É o santo da paz, da simplicidade, humildade e pobreza evangélica, do amor aos pobres, da alegria, da fraternidade universal. Mas, qual é a fonte de sua espiritualidade? É o encontro com Jesus Cristo pobre, humilde e cruci cado. A história singular do Pobrezinho de Assis acontece como a destinação de um caminho de vida que se dá a partir desse encontro. Em que mundo espiritual essa história pode ter lugar? Podemos chamar de Idade Média gótica a este mundo.

Antes dela, o medieval vive por séculos em um mundo de feudalismo, de austeridade monástica, de penitência, de um Cristianismo marcado pelo temor do juízo nal, em meio a uma cristandade que se entendia a partir do pensamento da “cidade de Deus” etc. Foi, como disse Chesterton, uma noite demorada e austera, mas uma noite de vigília, em que não faltara a visita das estrelas. A arte românica expressa o m dessa noite.

Nos séculos XII e XIII, porém, sopram ares de primavera. O fenômeno do amor cortês na aristocracia cavalheiresca, o renascimento urbano, o surgimento de cidades-repúblicas com espírito democrático, a mística feminina, a profecia da nova era do Espírito feita por Joaquim de Fiori, o viço das escolas e a invenção das universidades, a chegada de Aristóteles e dos escritos dos pensadores árabes e a irrupção da escolástica participam dessa novidade. Na leitura do Apocalipse de Hildegarda

de Bingen, a aterrorizante imagem do Juiz que está às portas cede lugar para a revigoradora imagem do Esposo que retorna e que traz a primavera, após longo inverno. A arte gótica expressa esse novo amanhecer.

No centro da vida religiosa cristã, o Cristo que domina sobre um trono e que julga os povos dá, então, o lugar ao Cristo cruci cado. Nos movimentos pauperistas e evangelistas, os pobres e sofredores põem a fé no Cristo pobre, humilde e cruci cado, e sentem o anseio de um

Um inverno em Nova York

Há lmes cuja força reside na sua verossimilhança com a realidade. São lmes que o que procuramos neles é que se aproximem tanto da realidade que nos façam esquecer de que são lmes.

E lmes cuja força reside precisamente em serem metáforas, símbolos, parábolas, como aquela, por exemplo, do bom samaritano do Evangelho ou, então, para não sair da lmogra a, aquele inesquecível “A felicidade não se compra”, de Frank Capra, que ainda resiste ao tempo e que tantas famílias e tanta gente assistem de novo quando chega o Natal.

Cada um desses tipos de lmes tem a sua função. E talvez nesse momento não só porque o Natal se aproxima, mas, também, porque a conança e a esperança na bondade e na generosidade e, mais ainda, na capacidade de perdoar e de ajudar gratuitamente aos outros estão como que se esvaindo, valha muito a pena, mais muito mesmo, assistir a essa bela parábola moderna, cujo nome faz mais sentido no título original, “ e kind-

ness of strangers” (A amabilidade dos estranhos) e não no título que lhe foi dado em português, “Um inverno em Nova York”.

Lone Scher g (“Educação”, “Um dia”), a diretora dinamarquesa de cinema, escreveu e dirigiu esse lme para falar daquilo que nos torna e nos fortalece como humanos e que, às vezes, nos pode parecer tão difícil de encontrar se olharmos para este mundo nosso com um olhar triste ou decepcionado. O lme fala de três ou quatro histórias que se cruzam, nas quais personagens estão à beira do fracasso, do desespero, da solidão e, no entanto, acabam por se encontrar, por se compreender e, mais incrível ainda nestes tempos de cancelamentos, por se ajudar uns aos outros de forma delicada, gratuita e generosa.

Clara decide fugir para Nova York com seus dois lhos ainda crianças porque acredita que não será encontrada na megalópole pelo seu violento e despiedado marido. Fogem – as crianças acham que estão indo de férias – com o que podem carregar no carro, que é quase nada, e chegam a uma cidade fria, hostil e ainda por cima em pleno

retorno ao Evangelho. No Cristianismo, a cruz deixara de ser simplesmente um símbolo cósmico e passara a ser o símbolo fundamental do evento crucial da redenção humana por Jesus Cristo. No entanto, demorou séculos para que o Cristo assumisse, de fato, na cruz o sofrimento e a morte. Uma segunda kénosis (esvaziamento) e uma segunda morte de Jesus Cristo acontecem no espírito do homem gótico. Para a sua fé, a deidade de Deus se mede segundo a medida de sua humanidade. Um Deus encarnado

na carne do ser humano, capaz de sofrer a dor mais abissal, por amor, é o Deus vivo. A gura da pietà, da compadecida, vem reforçar esta intuição.

Por volta de 1200, uma nova experiência de fé e de arte emerge na história medieval. A humanidade de Deus aparece não só no sofrimento amoroso da cruz. O ponto de contato entre o divino e o humano passa a ser também a Mãe humana de Deus e sua criança pobrezinha. Lembremos que é a visão dramatúrgica de São Francisco, a propósito deste mistério da encarnação, que o levará a inventar o presépio. Não só o sofrimento, mas também a ternura, será experiência de contato entre o humano e o divino. As catedrais góticas serão dedicadas à Mãe de Deus. Nas suas entradas, Maria aparecerá com a criança aos braços, aparecerá também como a coroada, e ainda será recordada nas rosáceas. Toda esta espiritualidade fará aparecer o universo, o mundo criado, no brilho de um realismo sagrado. A carne, o corpo de Cristo, é o eixo da salvação. Todo o ser corpóreo aparece, então, como portador da força do sagrado. Criação é repercussão da participação na liação do Filho de Deus feito homem. Doravante, todas as criaturas poderão ser acolhidas como irmãs. O Cântico do Irmão Sol de São Francisco poderia, então, ecoar.

inverno. Para sobreviver, Clara começa a roubar comida no restaurante de um velho, tradicional e decadente hotel, cujo dono, um russo fake, responde ao nome, também fake, de Timofey. Lá se encontrarão de uma forma ou de outra todas as outras personagens: Marc, um ex-presidiário recém-saído da prisão, que teve de pagar por uma culpa que não merecia; o seu advogado, John Peter, Je , um jovem que não encontra o seu lugar em lugar algum daquela fria cidade; e Alice, uma jovem enfermeira, que coordena um grupo de terapia, no qual todos precisam se sentir amados, perdoados e compreendidos, e que, ao mesmo tempo que se entrega a todos, se sente só e não encontra quem a entenda e a ame tal como ela é. Ela está no centro de todas as relações e todas as coincidências e todas as ajudas, simplesmente porque sabe amar e se dar a cada um com um coração que é maior do que o mundo.

Como disse no começo, é uma metáfora, mais ainda, uma parábola. De alguém que, talvez cansado de olhar para um mundo cada vez mais triste e desumano, quer nos dar um alento de vida e de esperança; quer

nos mostrar que, mesmo sendo estranhos uns aos outros, é possível saber descobrir o que há de humano em cada pessoa e que nos torna irmãos uns dos outros.

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | Dezembro de 2022 | Especial de Natal | 3
Rafael Ruiz éprofessoradjuntodeHistóriada América na Escola de Filoso a, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Núcleo de Estudos Ibéricos da mesma Instituição RAFAEL RUIZ Marcos Aurélio Fernandes é professor da Universidade de Brasília (Departamento de Filoso a). Possui graduação em Filoso a e Teologia,doutoradopelaPontifíciaUniversidade Antonianum (Roma). Dedica-se à pesquisa na área de Fenomenologia, de loso a medieval, de loso a da religião e loso adaeducação.Éautorde “A clareira do ser”(Editora Daimon) Reprodução
Divulgação

Maior que a dor, sempre serão o amor em família e o perdão

É Natal! Tempo de recordar e valorizar os pequenos gestos. Tempo de fé, amor e esperança, de cura e perdão. Tempo de espera por dias melhores. A seguir, O SÃO PAULO apresenta histórias de vida transformadas a partir do sofrimento e da fé no Cristo que nasce para salvar a todos.

AGIR DE DEUS

Jogar bola, brincar no celular e fazer amigos são alguns dos hobbies do pequeno Lucas Tavares Borges, 9, de Anápolis (GO). Em 2021, ele foi diagnosticado com um linfoma raro e começou a luta contra o câncer.

A mãe, Elaine Elias Tavares, 45, conta que um dia percebeu um pequeno caroço na axila do Lucas. Como não é algo natural, ela o levou ao pediatra. Após a realização do exame clínico, o pro ssional constatou um linfoma de Hodgkin, um tipo raro de câncer que se origina nos linfonodos (gânglios) do sistema linfático, um conjunto formado por órgãos e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e por vasos que as conduzem por todo o corpo. Após a biópsia, veio a con rmação do câncer.

Elaine contou que, inicialmente, o tratamento receitado não era o indicado para o caso de Lucas, e, assim, a doença continuou evoluindo muito rapidamente.

Sem a melhora do quadro clínico do lho, a família decidiu deixar tudo na cidade natal e partiu para Barretos (SP), para tratá-lo no Hospital de Amor. “A nova equipe médica refez todos os exames e chegou ao resultado de que a doença estava em estágio muito avançado. Foi um baque! Ficamos sem chão no início, assustados e com medo”, contou Elaine, emocionada.

Com o diagnóstico fechado e os pro ssionais prontos para iniciar a nova fase do tratamento, vieram as sessões de quimioterapia e radioterapia. “O começo é uma fase muito

difícil, mas em nenhum momento o Lucas desanimou, estava sempre conante e motivado a superar os obstáculos da doença”, prosseguiu a mãe.

Lucas fez o transplante de medula óssea e, recentemente, recebeu a conrmação da cura. “Agora, é continuar o monitoramento com exames e vida normal”, a rmou o garoto, feliz por estar bem e por poder voltar para a escola no próximo ano, brincar com os amigos e, desde já, celebrar o Natal em família.

À ESPERA DO MENINO JESUS

“Deus sempre esteve ao nosso lado, amparando-nos e renovando as forças. Ele direcionou-nos até o Hospital de Amor, guiou os médicos e enfermeiros, acalentou a família e amigos que rezavam pela cura do meu lho”, frisou a mãe, a rmando que no período da doença a família ressigni cou o sentido da fé; do estar juntos, unidos e reunidos; de ouvir e estar atentos às pequenas sutilezas de Deus no cotidiano. “Às vezes, estamos tão preocupados com a roupa, com o cabelo, com a dor na unha, e esquecemos de agradecer por acordar todo dia, por poder abraçar oslhos, tomar uma refeição em família. Parece simples, mas não é. São essas pequenas atitudes que transformam e dão sentido ao nosso existir”, a rmou, falando que nunca é tarde para

refazer a rota e mudar atitudes e comportamentos.

Lucas vai passar o Natal em família e, quando questionado sobre o sentido do nascimento de Jesus, a rma, com determinação: “Jesus nasce e renasce em nós todos os dias”.

O CAMINHO DO PERDÃO

Ao O SÃO PAULO, o Padre Túlio Aparecido Gambarato, sacerdote da Diocese de Barretos e Capelão do Hospital de Amor, explicou que a enfermidade em um primeiro momento deixa a pessoa deprimida por causa da con rmação da saúde debilitada, mas que também proporciona um tempo restaurador, que ultrapassa o sofrimento e a dor e se revela propício para novas oportunidades e recomeços.

“Na fragilidade da vida, como é o caso da doença física, se abre um renovar no sentido da vida que incluiu para muitos o encontro com Deus e a reaproximação com a família”, disse o Capelão, a rmando que nesses momentos o paciente busca o amparo dos entes queridos e, que costuma ouvir, diariamente em seus atendimentos, relatos de perdão e reencontro de famílias que estavam afastadas há muitos anos.

“A enfermidade nos coloca no colo de Deus e nos lança para o seio da família. O perdão é capaz de es-

quecer as brigas e indiferenças porque o amor sobrepõe qualquer mágoa ou ressentimento. Esse é o sentido do Natal – refazer o homem velho e renascer o homem novo em cada pessoa”, a rmou, recordando a passagem bíblica de Efésios 4,22-24.

NATAL TODO DIA

O Sacerdote recordou a história de um jovem que estava internado no hospital para tratar um câncer na cabeça. Na infância, seus pais haviam se separado e nunca tinham passado um Natal juntos. No leito do hospital, aos 28 anos de idade, ele expressou um desejo que foi realizado: ter um Natal em família.

O Capelão contou também a história de uma mulher muito rica. Com câncer, em fase terminal, ela dizia que não queria morrer, que gostaria de uma nova chance para ser uma boa mãe, pois passou sua vida na luxúria e se esqueceu de dar amor e atenção à lha. Ela, porém, não teve tempo para esse recomeço.

“Histórias como essas ouço todos os dias. Como é bom perceber que em algum momento as pessoas acordam para o verdadeiro sentido da vida. Para algumas, há tempo para refazer a trajetória, já para outras, não. Por isso, viva com intensidade e aproveite todas as chances. Resgate o sentido do Natal todos os dias, sem medo, sem ressentimentos. Valorize as pequenas coisas e gestos do cotidiano. A magia do Natal perpassa as sutilezas da vida cercada pela dor, pelo sofrimento, pelo amor, por alegrias, conquistas, perdas e di culdades”, enfatizou.

Padre Túlio mencionou, ainda, que a beleza do Natal é apresentada pela Sagrada Família e no presépio, que expressa a humildade e o cuidado de Deus para com as famílias. “É no aconchego da família que Jesus é acolhido. Que neste Natal, possamos abrir espaço em nossos lares para a vinda do Menino que traz luz, coragem e amor. Viver o Natal é fazer a experiência da Família de Nazaré, que abre as portas do coração para a vida, para a gratidão e para a esperança”, concluiu.

4 | Especial de Natal | Dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Arquivo pessoal
Fotos:
Padre Túlio: ‘A enfermidade nos coloca no colo de Deus e nos lança para o seio da família’ Lucas Borges, durante o tratamento de um linfoma no Hospital de Amor, em Barretos (SP). ‘Deus sempre esteve do nosso lado, nos amparando e renovando as forças’, diz a mãe, Elaine Elias

Eis que nascem os filhos e a vida muda... para muito melhor

Falta de tempo, necessidade de priorizar a carreira, poucos recursos nanceiros e medo de não conseguir educar bem uma criança. Esses são alguns dos argumentos dos casais que pensam em não ter lhos. A retórica não é nova. Já em 1994, na carta Gratissimam sane, São João Paulo II escreveu que “o nascimento de um lho signi -

ca para os pais ulteriores canseiras, novos encargos econômicos, outros condicionamentos práticos: motivos estes que podem induzi-los na tentação de não desejarem um outro nascimento. Em alguns ambientes sociais e culturais, então, a tentação faz-se ainda mais forte. Mas, o lho não é um dom? Vem só para consumir, e não para dar?”.

Na mesma carta, porém, o Pontíce lembra que a criança que nasce “torna-se dom para os próprios doadores

da vida, que não poderão deixar de sentir a presença do lho, a sua participação na existência deles, o seu contributo para o bem comum deles e da família”.

Também o Papa Francisco, na audiência geral de 11 de fevereiro de 2015, destacou que uma sociedade que “não gosta de se circundar de lhos, que os considera sobretudo uma preocupação, um peso, um risco, é uma sociedade deprimida”. Ele se referia

‘Vemos como Deus é perfeito nos detalhes’

Semanas após se casarem, em novembro de 2021, Felipe Evangelista Cudignoto, 33, e Raissa Menezes Biazi Cudignoto, 30, contraíram COVID-19 e, assim, tiveram que passar o Natal em isolamento. Um mês depois, porém, a tristeza deu lugar à alegria: Raissa estava grávida, uma bênção para o casal que, desde a preparação para o Matrimônio, a partir das catequeses do Caminho Neocatecumenal e das orientações de seu Pároco, sabia que a abertura à vida está na essência do casamento.

Raissa conta que as incertezas à espera do nascimento de Rebeca, hoje com 3 meses de idade, “nos uniu, nos lapidou e nos ajudou a focar as necessidades e deixar as vaidades um pouco de lado”.

Ao longo do tempo, Raissa descobriu que conversar com os jovens que têm algum receio sobre a paternidade/maternidade a ajudava a superar os próprios medos e se maravilhar com a gestação. “Eles cavam me perguntando, admirados, sobre o que eu estava sentindo, como estava sendo. Explicar essas coisas, me fazia ver como era muito mais leve do que o peso que eu tinha na minha cabeça. Pensar outras realidades, como a da minha avó paterna, que teve cinco lhos, também me ajudou. Meu avô sempre contava que, quando eles se casaram, não havia energia elétrica ou água encanada. Então, se Deus ajudou a minha avó e tantas mulheres em situações mais difíceis do que a minha, eu sempre pensava que Ele me ajudaria também e iria dar tudo certo!”

As di culdades enfrentadas pela Sagrada Família

especialmente a países da Europa com baixa taxa de natalidade, fenômeno que o Pontí ce tem mais recentemente chamado de “inverno demográ co”. Mas, de fato, abrir-se à vida representa um grande risco? Só há gastos com os bebês? O jornal O SÃO PAULO, a partir do testemunho de dois casais que tiveram lhos em 2022, constata: a alegria com a nova vida é in nitamente maior que as eventuais preocupações.

de Nazaré e a maneira como a Virgem Maria e São José as superaram, com a graça de Deus, sempre estiveram na mente do jovem casal que frequenta a Paróquia Santa Bernadette, na Região Belém.

“No começo da gravidez, ao me deparar com os medos da maternidade, entrei em crise, principalmente em pensar como Maria sofreu, muito mais do que eu, sendo julgada injustamente, perseguida. E também como São José passou por um sofrimento na paternidade, muito diferente do que provavelmente ele imaginava, e assim foi com o Felipe, que decidiu doar a vida por nós e faz o possível pra sair de si mesmo.” Raissa recorda, porém, que, com o passar dos meses, “como Maria, fui buscando entender o que aconteceria comigo, procurei informação e apoio. Hoje, eu consigo imaginar o alívio que ela teve quando encontrou sua prima Isabel, por ter alguém para se alegrar junto”.

E o quanto este Natal será diferente dos anteriores após o nascimento da lha? “Não tinha parado para pensar nisso ainda, pois, desde que a Rebeca nasceu, eu brinco que o nosso foco tendo sido o de sobreviver, cuidando de tudo, tentando voltar aos poucos à rotina. Com a nossa lha nos braços, vemos como Deus é perfeito nos detalhes. Ela é meio Felipe, meio Raissa, veio tão frágil e dependente, mas agora já está crescendo e aprendendo tanto. Isso nos faz ver o mistério do nascimento de Cristo, da maternidade de Maria, da paternidade de São José. Hoje é mais fácil imaginar os medos e a alegria deles com tudo o que aconteceu!”, conclui. (DG)

‘Ver a família crescer é um grande motivo de alegria’

O Natal deste ano será muito mais feliz no lar do casal Paulo Henrique Cavassani, 36, e Gilmara Jeronimo Cavassani, 40, e de seu primogênito, Lucas, 5. Desde o dia 6 deste mês, eles celebram o nascimento da So a, pouco mais de um ano e meio após Gilmara ter perdido um bebê por aborto espontâneo, no terceiro mês de gestação.

“Não planejávamos ter mais um lho, mas depois daquela gravidez, passamos a pensar nessa possibilidade”, diz Gilmara.

Ela lembra que muitos casais jovens hoje já se casam decididos a não ter lhos, com argumentos de limitações nanceiras. “Muitos falam coisas como ‘um lho gasta demais’ ou ‘eu não vou ter dinheiro para pagar uma boa escola’ e ainda ‘não vou ter como comprar fralda’. A verdade, porém, é que quando decidimos ter um lho e, especialmente depois que a criança chega, percebemos o quanto gastamos com coisas supér uas. Assim, essa questão nanceira não terá o grande ‘peso’ que imaginamos, pois o nosso estilo de vida muda muito, já que a prioridade passa a ser a vida em família”, ressalta.

Para Gilmara, quando o casal vivencia a graça de

cuidar de uma nova vida, há o amadurecimento do relacionamento e mais união entre a família. “Antes éramos dois, hoje já somos quatro. E agora eu até brinco: ‘vamos lá, comunidade! Vamos nos ajudar com as coisas de casa’.”

Paroquianos da Paróquia Nossa Senhora das Dores, na Região Brasilândia, Gilmara e o esposo se inspiram na Sagrada Família para lidar com as situações cotidianas. “Vendo as atitudes da Virgem Maria e de São José, temos um grande exemplo de simplicidade. Jesus nasceu no meio de uma manjedoura, em um local superabandonado, e nem por isso deixou de ser uma bênção”, comenta a mãe.

Para Gilmara, “ver a família crescer é um grande motivo de alegria”, especialmente após o que foi por eles vivenciado em 2021: “No Natal do ano passado, camos com uma tristeza no coração, porque a previsão de parto do outro bebê que morreu na gestação era para o mês de dezembro. O Lucas brincava que o bebê ia chegar junto com o papai noel. Hoje, o Lucas sempre me diz que a So a é o seu melhor presente de Natal. Ele fala: ‘Ela é mais importante que tudo, que tudo, é a melhor coisa da minha vida’”. (DG)

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | Dezembro de 2022 | Especial de Natal | 5
Fotos: Arquivo pessoal Paulo Henrique, Gilmara e Lucas antes de Sofia nascer Felipe e Raissa Cudiginoto, em foto com a pequena Rebeca

Por que existem quatro missas diferentes para celebrar o Natal do Senhor?

No Natal, os cristãos celebram um dos mistérios centrais da sua vida, a encarnação da Filho de Deus, que assumiu a humanidade para salvar o seu povo. Após a Páscoa da Ressurreição, esta é a maior solenidade do ano litúrgico, período durante o qual a Igreja celebra os acontecimentos marcantes da história da salvação, enquanto espe-

ra a vinda gloriosa do Senhor, no m dos tempos.

A Igreja se utiliza da realidade temporal como orientação e marco para celebrar os santos mistérios. Esse tempo medido pelo relógio, pela contagem dos dias, anos e séculos, é chamado de cronológico, que vem da palavra grega chronos. No entanto, a liturgia está para além da cronologia do tempo, pois consiste na celebração de uma realidade eterna, da graça divina. Os gregos designam essa modalidade de tempo de kairós

É nesse sentido que, em cada missa, os cristãos rompem os limites do tempo e do espaço ao atualizarem no presente o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. De igual modo, ao celebrar a solenidade do Natal, as diferentes fases do tempo cronológico ajudam os éis a vivenciarem em profundidade a graça do nascimento do Senhor na história. Por essa razão, existem quatro textos de missas distintas para os diferentes horários do solene dia do Natal do Senhor, 25 de dezembro.

MISSA DA VIGÍLIA

Seguindo a tradição judaica, os dias solenes na liturgia já começam com o pôr do sol do dia anterior (primeiras vésperas). Por isso, ao cair da tarde do dia 24 de dezembro, celebra-se a Missa da Vigília, cujos textos ressaltam a espera e a preparação do nascimento do Senhor, como destaca a antífona de entrada: “Hoje sabereis que o Senhor vem e nos salva; amanhã, vereis a sua glória”.

Nessa celebração, o Evangelho segundo São Mateus (1,1-25) narra o mistério da encarnação a partir da gura de São José. O Evangelista apresenta a genealogia de Jesus, como José recebeu a notícia de que Maria estava grávida e, pela intervenção do anjo, ele se dispõe a obedecer aos planos de Deus, mesmo sem compreendê-lo.

ALEGRIA RENOVADA

MISSA DA NOITE

A celebração mais solene do Natal é a Missa da Noite, que deve começar depois que o sol se pôs. Antigamente, essa celebração era popularmente conhecida como “Missa do Galo”, em referência ao canto da ave que teria anunciado o nascimento do Salvador. Em muitos lugares, mantém-se a tradição de celebrá-la à meia-noite. Porém, para facilitar a participação dos éis, atualmente, é celebrada mais cedo. Essa missa pode se estender noite adentro, porém, deve ser encerrada antes do nascer do sol.

A primeira leitura (Is 9,1-6) destaca: “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu”. O Evangelho segundo São Lucas (2,1-14), por sua vez, narra os eventos que ocorreram no nascimento de Jesus e os anjos que anunciam aos pastores: “Nasceu para vós um salvador, que é o Cristo Senhor”.

Considerando as diversas circunstâncias pastorais, a participação em uma dessas quatro missas possibilita aos éis o cumprimento do preceito da Solenidade do Natal. No entanto, dada a importân-

MISSA DA AURORA

Esta celebração deve acontecer ao nascer do sol, pois Jesus é o “sol nascente que nos veio visitar” e, assim como a luz que ilumina todos os espaços, a notícia do nascimento do Salvador se espalha. “Dizei à cidade de Sião: ‘Eis que está chegando o teu salvador, com a recompensa já em suas mãos e o prêmio à sua disposição. O povo será chamado Povo santo, os Resgatados do Senhor; e tu terás por nome Desejada, Cidade não abandonada’”, diz a primeira leitura (Is 62,11-12).

A continuação do Evangelho segundo São Lucas (2,15-20) agora faz o grande convite deste dia: “Vamos a Belém ver esse acontecimento que o Senhor nos revelou” e ainda relata que “os pastores voltaram, glori cando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito”.

cia e riqueza dessas liturgias, a Igreja recomenda vivamente que os éis participem de mais de uma celebração.

Vale recordar, ainda, que, assim como na Páscoa, a solenidade do Natal se estende por oito dias,

MISSA DO DIA

Para concluir este dia solene, há a Missa do Dia de Natal, que é realizada depois que o sol nasceu até o nal do dia. Nessa celebração, aprofunda-se o sentido teológico do nascimento de Jesus, expresso no prólogo do Evangelho segundo São João (1,1-18), que, em vez de narrar a cronologia dos fatos da natividade, medita sobre o mistério da encarnação:

“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus [...]. A Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio dela —, mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram [...]. E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade”.

na chamada Oitava do Natal, que se conclui com a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, em 1º de janeiro. Em cada um desses dias, o cristão renova e anuncia ao mundo a alegria do nascimento de Deus Salvador.

6 | Especial de Natal | Dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Media
Vatican

Presépio napolitano: da natividade do Senhor ao cotidiano

Famosos em todo o mundo, os presépios napolitanos, originários de Nápoles, no sul da Itália, misturam elementos sagrados com a vida ordinária, e se tornaram amplamente conhecidos a partir do século XVIII.

Nessas montagens, além das representações comuns do presépio tradicional (Jesus, Maria, José, reis magos, anjo e animais) – tal qual fora pensado por São Francisco de Assis no século XIII – foram inseridas cenas do cotidiano do povo de Nápoles, personagens daquela época como ferreiros, verdureiros e sapateiros trabalhando, ciganos acampados, pessoas jogando cartas, crianças brincando e donas de casa cozinhando, expressando, assim, que o mistério da encarnação santi ca todas as realidades humanas honestas.

As guras desses presépios são feitas por técnicas mistas que têm o barro, a terracota e a madeira entre os materiais usados.

“Na maioria das vezes, nos napolitanos, o busto e a cabeça das guras são de barro cozido. Já os braços, mãos e pés são em madeira entalhada. Uma armação de arame está presente no corpo, e bras naturais compõem toda a sua estrutura”, explicou ao O SÃO PAULO, João Rossi, conservador e restaurador do Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS), que abriga um dos maiores presépios napolitanos do mundo.

Outra característica desse estilo de presépio é o fato de ele ser colecionável. Assim, desde o seu surgimento, as famílias que o desejam em casa podem comprar o grupo básico e, depois, ir adicionando novas peças à sua montagem.

NAPOLITANO DO MAS

Desde 1999, o Museu de Arte Sacra de São Paulo abriga uma instalação permanente de um presépio napolitano do século XVIII, confeccionado por diversos artistas, desde artesãos anônimos até artistas eruditos, como Giuseppe Gallo, Lorenzo Mosca e Matteo Bottigliero, entre outros.

O conjunto remonta a uma vila napolitana do então período, ocupando 110m² de uma sala do MAS, que é antiga moradia do Capelão do Mosteiro da Luz.

São mais de 1,6 mil peças entre esculturas e acessórios produzidos em materiais como terracota, madeira, tecidos e metais. Além de rememorarem o Natal de Cristo, as peças representam diversos prossionais urbanos (como ferreiro, sapateiro, barbeiro, verdureiro, entre outros), pastores, homens do campo e, ainda, objetos, utensílios e móveis.

A obra foi trazida ao Brasil pelo industrial Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo, em 1949. Existem apenas outros dois conjuntos dessa proporção remanescentes do mundo: o do Palácio Real de Nápoles e o da Basílica de São Cosme e Damião, nas ruínas do Fórum Romano.

Em 1950, o conjunto foi exposto, pela primeira vez, na Galeria Prestes Maia, em São Paulo. No ano seguinte, foi desmontado e as peças caram guardadas na Metalúrgica Matarazzo, por cinco anos, até ser doado ao Museu de Presépio da cidade de São Paulo, sendo transferido para o antigo Pavilhão do Folclore, no Parque do Ibirapuera, onde permaneceu em exposição até 1985.

Depois, o conjunto chegou ao MAS, sendo reapresentado ao público no nal da década de 1990, após ser montado em um ambiente climatizado que assegura sua manutenção e preservação.

DETALHES

O presépio napolitano do MAS não traz a cena do nascimento de Cristo e, sim, a da epifania, da visita dos magos, com músicos, uma grande procissão e os presentes.

“Ao lado de toda essa apoteose que está acontecendo, tem o dia a dia. Tem uma mãe amamentando umlho, uma pessoa limpando a casa, um ferreiro forjando uma ferradura, uma pessoa ando na roca, um sapateiro trocando solas de sapato, en m”, detalhou Rossi.

Apesar do amplo volume de peças, Rossi a rmou que a obra não possui guras duplicadas: “Cada peça tem uma expressão diferente, um sentido diferente, uma vestimenta diferente”.

Um exemplo dessa diversidade é a cena da epifania, em que Cristo está no colo de Maria, tendo ao lado José apoiando sua mão e tocando no Menino, enquanto os magos estão em adoração de joelhos e, enquanto na cidade de Nápoles, há um grupo em uma mesa jogando cartas.

CRISTO NASCE EM MEIO AO COTIDIANO

Rossi destaca que o estilo do presépio napolitano permite que as pessoas percebam que Cristo nasce inserido em uma comunidade: “Esse presépio mostra o quanto Deus é Divino, mas se fez humano ali no meio

das pessoas abastadas e, também, das pessoas humildes”.

Ainda sobre o estilo napolitano, Rossi a rmou ser uma representação muito democrática, já que traz várias pro ssões e diversas situações, o que faz com que as pessoas se identiquem e até se sintam com vontade de montar um presépio em suas casas.

CONSERVAÇÃO

Embora existam até hoje presepistas napolitanos que seguem os modelos e as técnicas operacionais dos artesãos do século XVIII, dando continuidade à produção artística desse estilo de presépio, naquele que está no MAS não são inseridas novas peças, e a atenção central é preservar as já existentes.

Para garantir a conservação de todo o conjunto, o Museu faz um mapeamento das demandas de todas as peças. “As ações de restauro são pontuais. Vamos supor que dentro do grupo da Tarantela haja uma mulher com o avental descosturado. Retiramos essa peça para fazer o restauro nele e, assim, manter a máxima originalidade. Assim é com tudo”, explicou Rossi, destacando que essa tradição atravessa gerações.

“Esse conjunto do MAS é tão forte que, hoje, muitas pessoas trazem os lhos porque têm a lembrança de terem vindo quando crianças visitá-lo com os pais”, concluiu.

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | Dezembro de 2022 | Especial de Natal | 7
IRA ROMÃO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO Fotos: Iran Monteiro/Museu de Arte Sacra de São Paulo Presépio napolitano do MAS data do século XVIII; remonta a uma vila de Nápoles, na Itália, e uma das cenas é sobre a epifania do Senhor

Em SP, programação de Natal tem presépios a céu aberto e concertos musicais

Entre as luzes e os enfeites especiais dos espaços públicos nesta época do

CONCERTOS DE NATAL NA CATEDRAL

Até sexta-feira, 23, a série “Concertos Cripta”, na Catedral da Sé, está com uma programação especial. A entrada é gratuita, com ingressos sendo distribuídos uma hora antes de cada exibição. Con ra a seguir as próximas apresentações. Outros detalhes podem ser obtidos pelas redes sociais em @concertoscripta.

21/12, 18h - Grupo de Música de Câmara de São Paulo

Apresentando peças de autores como Benjamin Britten, Strauss, Händel e Vivaldi, o conjunto se apresenta em diversas formações, como trio de trompetes, quarteto de trombones, duo de cordas, quinteto de clarinetes e o grupo completo de metais.

22/12, 18h - Madrigal do Vocci in Mvsica Choir

Com a regência de Pietro Barbosa, cantores líricos interpretam peças de compositores como Vivaldi, Tallis, Händel e Bach.

23/12, 18h – GRUPPEMM (Grupo de Pesquisa e Performance em Música Medieval)

O grupo executará obras polifônicas para o tempo do Advento e do Natal, pesquisadas e transcritas pelo conjunto. A apresentação traz peças históricas com mais de oito séculos. Integram o programa motejos de tenor natalino, e o grande organum para a missa de Natal “Judea et Jherusalem”.

ano, e em meio aos muitos sons da cidade que não para, o verdadeiro sentido do Natal parece colocado em segundo plano. Entretanto, um olhar mais atento às ruas e à programação

24/12 - Concerto da São Paulo Schola Cantorum

14h – Apresentação inédita na escadaria da Catedral

23h – Concerto antes da missa da noite de Natal

NATAL ILUMINADO NO LARGO SÃO BENTO

Até 21/12, das 19h30 às 21h

Projeções mapeadas na fachada do Mosteiro de São Bento, com 20 minutos de duração, que contam a história do nascimento de Jesus.

Além disso, o festival tem apresentações musicais e artísticas em inúmeros lugares da cidade, como shoppings, teatros e paradas natalinas.

Presépio da Igreja das Chagas do Seráphico Pai São Francisco de Assis Até 31 de dezembro (Rua São Francisco, 173, Sé)

Fundada em 1787, a Igreja das Chagas do Seráphico Pai São Francisco de Assis terá missa com exposição do presépio da própria igreja todos os domingos, às 9h. Para visitas monitoradas à igreja, o agendamento deve ser feito pelo e-mail: votchagas@gmail.com

Exposição Franciscana de Presépios

O Convento São Francisco, no centro de São Paulo realiza a 33ª Exposição Franciscana de Presépios, antecipando a comemoração dos 800 anos da criação do presépio em Greccio, na Itália por São Francisco de Assis, em 1223.

nos diferentes espaços culturais e paróquias mostra que o nascimento do Menino Jesus não é um fato à parte da realidade da maior metrópole da América do Sul.

A exposição está aberta de terça a sexta-feira, das 14h às 16h. Aos sábados e domingos, das 9h às 12h. Entretanto, para visita guiada em grupo é recomendável o agendamento prévio. O Santuário São Francisco ca no Largo São Francisco, 133, no centro. Os agendamentos podem ser feitos pelo número (11) 3291-2400 e pelo WhatsApp (11) 99546-2500. Há ainda o e-mail santuariosf@franciscanos.org.br.

PRESÉPIOS EM VIAS PÚBLICAS DE SÃO PAULO

As 32 subprefeituras de São Paulo, em parceria com a São Paulo Turismo, inauguraram árvores de natal e presépios em diversos locais da capital paulista. Eles permanecerão montados até 6 de janeiro, tendo iluminação noturna.

Na Cidade Tiradentes, por exemplo, no extremo leste da capital, a inauguração do presépio e da árvore aconteceu na sexta-feira, 16, com a apresentação dos corais do Núcleo de Convivência dos Idosos (NCI), que cantaram músicas tradicionais natalinas. O presépio está localizado na Praça Dona Maria da Graça, em frente ao Terminal Cidade Tiradentes.

No Ipiranga, o presépio e a árvore de Natal estão localizados na Avenida Dom Pedro I, sua inauguração contou com apresentações musicais.

A localização dos demais pode ser consultada nas páginas das subprefeituras nas redes sociais.

CANTATAS DE NATAL EM PARÓQUIAS

Desde o início deste mês, diferentes paróquias da Arquidiocese, por meio de seus grupos de jovens, de Catequese e de pastoral, têm realizado cantatas de Natal, composições vocais que contam com acompanhamento instrumental e muitas vezes coro, tendo letras que descrevem passagens bíblicas referentes ao nascimento de Jesus. Con ra apresentações que ainda serão realizadas.

23/12, 20h – Paróquia Cristo Rei (Região Belém)

(Rua Maria Eugênia, 104, Tatuapé)

Apresentada pelo grupo de jovens

24/12, 20h – Paróquia Santa Mônica (Região Lapa)

(Rua Felício Bottino, 95, Jardim Santa Mônica)

Apresentada pelo grupo de jovens

24/12, 19h30 – Paróquia Santo Antônio (Região Brasilândia)

(Rua Parapuã, 1803 - Vila Brasilândia)

Apresentada pelos grupos de Catequese

25/12, 18h – Paróquia Santo Antônio (Região Santana)

(Rua Imbiras, 220, Vila Mazzei) Apresentada pelas crianças, jovens e pelo ministério de música

8 | Especial de Natal | Dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br Desejamos a nossos leitores, assinantes, colaboradores e patrocinadores um feliz e abençoado Natal e um ano de 2023 repleto de realizações! ‘Hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor’ (Lc 2,11)

Lucas Carvalhal: um talento do tênis de mesa, um campeão na vida

AOS 16 ANOS, REVELAÇÃO DO ESPORTE PARALÍMPICO CONQUISTOU A MEDALHA DE BRONZE NO CAMPEONATO MUNDIAL DA MODALIDADE; SUA GRANDE VITÓRIA, PORÉM, FOI A DE SOBREVIVER A UM TUMOR NA INFÂNCIA

“Tenho que treinar bastante e disputar torneios para ganhar mais experiência e melhorar meu jogo para, um dia, ser o melhor do Brasil.”

Há quase quatro anos, em abril de 2019, ao encerrar a participação em um torneio para jovens talentos do tênis de mesa paralímpico, no Centro Paralímpico Brasileiro, na capital paulista, o adolescente Lucas Carvalhal Arabian já mostrava ter foco na carreira. De três anos para cá, em todas as competições nacionais que disputou, ele não foi derrotado e o saldo da temporada 2022 foi excelente, incluindo uma medalha de bronze no campeonato mundial da modalidade, que ocorreu em novembro, na Espanha. Na ocasião, a seleção brasileira de tênis de mesa paralímpico obteve a sua melhor participação na história, chegando a sete pódios.

“Eu sempre estabeleço metas. Em 2019, era a de ser o melhor do Brasil. Em 2021, busquei atingir uma boa posição no ranking mundial, estar entre os 20 melhores, e encerro 2022 como o 18o do ranking. Outra meta deste ano era a de participar do Mundial e consegui”, comenta Lucas, 16, que compete na classe 5 (para cadeirantes) no tênis de mesa paralímpico.

UM ‘JOGO ACIRRADO’ PELA VIDA

Tão rápida quanto seus saques e rebates com a bolinha do tênis de mesa, foi a velocidade com que os desa os apareceram em sua vida. Quando tinha 1 ano de idade, Lucas foi diagnosticado com um tumor na medula torácica. Na mais tenra idade, precisou fazer duas cirurgias para a retirada do tumor, e perdeu boa parte dos movimentos da cintura para baixo. Em 2008, o tumor reapareceu e uma nova cirurgia precisou ser feita, com a posterior necessidade de quimioterapia e dos procedimentos de sioterapia.

Quando parecia que o “placar do jogo” caria a seu favor, novas di culdades: em 2011, Lucas descobriu que uma brose estava estrangulando sua medula. Foi necessária, então, uma quarta cirur-

gia, após a qual ele começou a usar cadeira de rodas. Fez, ainda, outro procedimento cirúrgico em 2012.

“Imagino o quanto tenha sido difícil para a minha família tudo isso. Passei por cinco cirurgias quando era criança. As poucas coisas de que me lembro é de alguns momentos no hospital, da minha família indo me visitar. Eu corri risco de vida, foi difícil, mas meus pais semprezeram de tudo para me ajudar e para que eu tivesse a melhor vida possível”, recorda Lucas ao O SÃO PAULO

De família católica, nunca faltou a Lucas amor e oração. Sua mãe, Cristine Carvalhal, devota de Nossa Senhora Aparecida, por incontáveis vezes, em especial nos momentos das cirurgias, entregava o lho aos cuidados da “Mãe do Céu”, uma atitude de fé que hoje inspira o jovem mesa-tenista.

“Toda a minha família é muito católica, eles estão sempre rezando por mim. Sempre que posso, vou à missa aos domingos. Além disso, nos torneios e jogos, faço minhas orações, pedindo a Deus para ir bem nas partidas”, recorda.

DE PONTO EM PONTO

O primeiro contato de Lucas com o

esporte foi jogando basquete. Depois, praticou o tênis de quadra. Em 2016, ele começou a treinar na Associação Desportiva para De cientes (ADD): realizava aulas de natação três vezes por semana, e de tênis de mesa uma vez. A partir do segundo semestre de 2017, passou a se dedicar exclusivamente ao esporte das raquetes e bolinhas. Voluntário nessa associação, Raphael Moreira, técnico da seleção brasileira paralímpica de tênis de mesa, percebeu o talento de Lucas para a modalidade e o convidou para treinar no Centro Paralímpico Brasileiro.

Em 2018, o adolescente participou do Campeonato Brasileiro pela primeira vez. Daí em diante, não parou mais de competir e treinar, intensamente, de segunda a sexta-feira, para progredir na carreira. Atualmente, Lucas recebe o Bolsa Atleta, benefício mensal pago pelo Governo Federal a esportistas, e é patrocinado pela empresa Oswaldo Cruz Química.

O jovem talentoso não descuida dos estudos. Cursando o ensino médio, ele está matriculado em uma escola que lhe permite estudar de maneira remota, adequando horários à sua rotina de treinos

e competições. “Eu recebo cinco vídeo-aulas por dia, assim assisto a elas nos melhores horários. As provas chegam a casa, e tenho tempo para fazê-las. Esse modelo me ajudou muito neste semestre”, detalha.

COM A MÃO DE DEUS

Apesar dos bons resultados em competições nacionais e internacionais, Lucas Carvalhal não obteve a classi cação direta para o Mundial da modalidade, mas foi convidado para participar do torneio. “Para essa vaga, eu concorria com mais 30 atletas, e acabei sendo o escolhido. Com certeza, teve a mão de Deus nisso”, comenta.

Lucas recorda que ele e seu treinador não esperavam que alcançasse uma medalha nesta primeira participação em mundiais. O objetivo era de participar, conhecer o ambiente de um torneio desta magnitude e depois pensar em outras metas, como a classi cação aos Jogos Parapan-Americanos, de Santiago 2023, e à Paralimpíada de Paris 2024.

“No Mundial, meu desempenho foi além do esperado e consegui conquistar esta medalha de bronze no individual”, comemora. “Estar no Mundial foi uma coisa muito incrível, por tudo que vivi. Não esperava que isso iria chegar tão rápido na minha vida”, con dencia.

Passada a competição, Lucas realizou, neste mês, uma cirurgia para a correção de uma escoliose, que vinha se agravando. “Agora, o meu principal objetivo é me recuperar bem desta cirurgia. Depois, quero ter a certeza de como estarei esportivamente, para pensar em como subir no ranking mundial, disputar o Parapan-Americano, buscando ser o campeão para a ter a vaga para a Paralimpíada de Paris 2024”, detalha.

FELICIDADE E GRATIDÃO À VIDA

Das batalhas vencidas longe dos ginásios esportivos e das conquistas alcançadas nos jogos de tênis de mesa, Lucas já tirou algumas certezas: a principal delas é que em todos os dias sempre há espaço para a felicidade. “Procuro, ao máximo, estar feliz, e passar esta felicidade para as outras pessoas. Sempre tento não reclamar de coisas idiotas, aquelas que cada um de nós consegue resolver. Por isso, mesmo quando as coisas não estão muito boas, busco sempre achar um ponto de vista positivo. A nal, não tenho muito do que reclamar: recebo um apoio muito grande da minha família, tenho muitos amigos e ao redor da minha vida sempre entraram pessoas muito boas”, comenta. “Só espero coisas boas para 2023. E se o ano não estiver bom, acharemos um jeito de que que bom”, projeta.

CONHEÇA MAIS SOBRE LUCAS CARVALHAL ARABIAN

Redes sociais: @lucascarvalhalo cial

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | Reportagem | 9
Arquivo pessoal

Israel

Escola-modelo é aposta na pacificação entre judeus e árabes

Em seis escolas de Israel, mais de 2 mil crianças e jovens árabes e judeus, de 3 a 18 anos de idade, dividem uma sala de aula, brincam juntos, convivem, falam sobre a história de suas famílias e constroem, lado a lado, comunidades inclusivas e multiculturais em uma sociedade fragmentada.

Trata-se da proposta da Hand in hand (“De mãos dadas”), uma escola-modelo criada em 1998, com apenas 50 estudantes, como alternativa a um sistema de escola pública que separa os

alunos e perpetua um padrão de sociedade em que menores judeus e árabes di cilmente têm espaços de encontro, contribuindo para fomentar as divisões e o ódio intergeracional.

No novo modelo, as salas de aula sempre contam com dois professores, um que fala hebraico e outro que fala árabe, o que possibilita que todo o conteúdo ministrado seja compreendido por todos os alunos.

Com centros educacionais em Jerusalém, Galileia, Wadi Ara, Tel Aviv, Yafo e Tira, a proposta de educar em tolerância não se resume às crianças e jovens, mas inclui suas famílias em programas

comunitários que vão desde esportes até arrecadação de fundos para vítimas de con itos.

Nessas escolas, as crianças e adolescentes não apenas aprendem a língua uns dos outros, mas também uma narrativa diferente daquela que ouvem em casa: os livros de História incluem tanto os relatos israelenses quanto os palestinos.

Nesse assunto tão delicado, um professor árabe e um professor israelense apresentam os fatos históricos junto com as duas versões para incutir tolerância e ensinar que o importante não é concordar, mas estar disposto a ouvir o outro.

Países Baixos

Esta rede de escolas também tem um calendário escolar próprio: todas as crianças celebram normalmente os feriados judaicos, cristãos e muçulmanos.

“Na escola, não encontramos a solução perfeita, mas damos a oportunidade para que as crianças falem sobre suas próprias histórias, qual é o ponto de vista em suas casas, o que seus familiares vivenciaram”, explica Noa Yammer, uma jovem judia dos Estados Unidos que mora em Israel desde os 18 anos e coordena a comunicação dessa rede de escolas.

Governo pede desculpas por 250 anos de escravidão

“Hoje peço desculpas, em nome do governo neerlandês, pelas ações do Estado no passado”, declarou o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, durante um discurso muito aguardado sobre o envolvimento de seu país em 250 anos de escravidão em suas ex-colônias.

“Peço desculpas postumamente a todos os escravos do mundo que sofreram com este ato. A suas lhas e lhos e a toda a sua descendência”, acrescentou.

Rutte repetiu o pedido de desculpas em inglês, papiamento e sranan tongo, idiomas falados nas ilhas do

Caribe e no Suriname. “O Estado dos Países Baixos é responsável pelo grande sofrimento in igido aos escravos e a seus descendentes”, disse Rutte, em audiência no Arquivo Nacional, localizado em Haia.

“Nós, vivendo aqui e agora, só podemos reconhecer e condenar a escravidão

nos termos mais claros como um crime contra a humanidade”, completou.

O pedido de desculpas ocorre quase 150 anos após o m da escravidão nas colônias do país europeu, que incluíam o Suriname e ilhas como Curaçao e Aruba, no Caribe, e a Indonésia.

Intolerância religiosa: cinco países que proíbem a celebração do Natal Arábia Saudita/Brunei/Coreia do Norte/Somália/Tadjiquistão

ARÁBIA SAUDITA

A Arábia Saudita é um país muçulmano no qual os cristãos só podem entrar para trabalhar temporariamente, desde que pratiquem sua religião em casa e não de forma aberta.

“Ao meu povo, aos meus lhos na Europa e em outros lugares: é proibido assistir às festas de Natal e Ano-Novo, pois incluem álcool, dança, embriaguez e mistura de sexos”, pregou em 2015 Mohammad al-Arefe, um dos xeques mais in uentes do país.

BRUNEI

Brunei proibiu a celebração pública do Natal em dezembro de 2014, alegan-

do que “poderia desviar os muçulmanos e prejudicar sua fé”.

Quem celebrar o Natal pode ser punido com multa de 20 mil dólares e pena de até cinco anos de prisão.

“Os muçulmanos devem ter cuidado para não seguir celebrações como essas que não estão de forma alguma relacionadas ao Islã, pois há temores de que isso possa levar à imitação e prejudicar inadvertidamente a fé dos muçulmanos”, decretou o Ministério de Assuntos Religiosos de Brunei.

COREIA DO NORTE

O presidente da Coreia do Norte, Kim Jong Un, proibiu em 2016 que em

25 de dezembro seja celebrado o Natal. O ditador comunista determinou que nesse dia se festeje sua avó, que nasceu na noite de Natal de 1919 e é chamada por ele de “a santa mãe da revolução”.

Em 2014, o ditador ameaçou retomar a guerra ao saber que a Coreia do Sul planejava erguer uma enorme árvore de Natal na fronteira dos dois países.

SOMÁLIA

O governo da Somália proibiu a celebração do Natal em 2015, considerando-o uma ameaça à fé muçulmana do país.

O Ministério de Assuntos Religiosos da Somália defendeu a decisão, alegando que celebrações como o Natal “não estão

relacionadas de forma alguma ao Islã”.

Mohamed Kheyrow, alto funcionário do Ministério da Justiça do país, disse que “fazer os muçulmanos celebrarem o Natal na Somália não é correto, pois essas coisas são semelhantes ao abandono”.

TADJIQUISTÃO

Em dezembro de 2015, o Ministério da Educação do Tadjiquistão proibiu “a instalação de uma árvore de Natal viva (uma árvore real) ou arti cial” em escolas ou universidades.

O país de maioria muçulmana também proíbe o “uso de fogos de artifício, comidas festivas, presentes e arrecadação de fundos”.

10 | Pelo Mundo | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fonte: ACI Digital

Papa Francisco completa 86 anos e diz: ‘Governa-se com a cabeça, não com o joelho’

Com celebração contida, entre pobres e artistas, o Papa Francisco completou 86 anos no sábado, 17. Apesar da di culdade de locomoção por causa dos problemas e dores no joelho, ele diz: “Governa-se com a cabeça, não com o joelho”, de acordo com entrevista publicada no m de semana pelo jornal espanhol ABC

No dia do aniversário, pela manhã, encontrou um grupo de pessoas assistidas pelo Dicastério para o Serviço à Caridade e conferiu um prêmio, com o nome de Santa Madre Teresa, a três pessoas que se destacam no cuidado aos mais pobres e moradores de rua. Depois, encontrou-se com um grupo de músicos e artistas que realizam um concerto de Natal pela paz, neste m de ano.

CARTA DE RENÚNCIA

Embora esteja em boa saúde, o Papa Francisco revelou, na entrevista, que deixou assinada uma carta de renúncia a ser usada somente em caso de um problema grave de saúde que o impossibilite de governar. Ele a entregou nas mãos do antigo Secretário de Estado da Santa Sé, o Cardeal Tarcisio Bertone, no início de seu ponti cado – e acredita que, hoje, o

documento esteja com o atual Secretário de Estado, o Cardeal Pietro Parolin. “É a primeira vez que digo isso”, a rmou Francisco.

É um gesto que também o Papa Paulo VI havia feito. Em caso de impedimento médico, a carta poderia ser apresentada por uma pessoa de con ança do Pontíce, para que a Igreja possa eleger um novo Papa. Também o Papa Pio XII teria assinado um documento parecido, mas neste caso a renúncia se tornaria válida se ele fosse capturado pelos nazistas.

PASSOS LENTOS

Jorge Mario Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936 e se tornou Papa em 13 de março de 2013, aos 76 anos. Em março de 2023, completará dez anos de ponti cado. Hoje, quem acompanha o dia a dia do Papa Francisco percebe que a falta de mobilidade fez com que ele tivesse que se adaptar. É mais difícil para ele estar no meio das pessoas ou até mesmo presidir uma celebração.

Entretanto, o ritmo de suas atividades não diminuiu muito mais do que o

esperado para a sua idade. Ele mantém uma rotina de encontros e audiências diárias e pretende viajar para a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul, em fevereiro – viagem que teve que adiar duas vezes no passado, por causa da pandemia e pelas dores no joelho.

Repercutiu na Itália a notícia de que o médico do Papa é o espanhol Josè María Villalón, conhecido por tratar jogadores de futebol do time Atlético de Madri. A situação, que parecia ter piorado no início de 2022, hoje já é bem melhor: embora esteja a maior parte do tempo sentado ou em cadeira de rodas, Francisco já caminha a pequenas distâncias e se levanta em alguns momentos, com passos lentos.

“A decisão de não operar foi acertada”, disse o Pontí ce em entrevista ao ABC. Em outras ocasiões, ele explicou que a anestesia, em sua idade, seria um fator de risco muito elevado. Segue um tratamento intensivo de sioterapia, dieta e exercícios.

Perguntado pelos jornalistas sobre qual presente gostaria de receber neste ano, ele respondeu: “A paz no mundo. Quantas guerras existem! Aquela na Ucrânia nos atinge mais de perto, mas pensemos também em Mianmar, no Iêmen, na Síria, onde se combate já há 13 anos…”, lamentou.

Reconhecida a ‘oferta da vida’ do brasileiro Franz de Castro Holzwarth

Por meio do Dicastério para as Causas dos Santos, o Papa Francisco reconheceu no sábado, 17, um ato equivalente ao martírio do advogado brasileiro morto pela polícia quando tentava mediar rebelião de 12 prisioneiros, em 1981: Franz de Castro Holzwarth.

Aos 38 anos, ele “ofereceu a vida” cando no lugar de

um refém policial militar em meio a um motim de presos. Franz de Castro Holzwarth era conhecido pelo apostolado que realizava no cárcere, como membro da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac). Os presos con avam nele. No entanto, após a troca, a polícia atirou contra os presos e Holzwarth morreu junto com eles.

Esse reconhecimento de doação da própria vida ajuda a avançar a causa de beati cação do “servo de Deus”, pois se pode dispensar a comprovação de um milagre por sua intercessão. O processo foi apresentado pela Diocese de São José dos Campos, já que Holzwarth era de Jacareí (SP). (FD)

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | Papa Francisco | 11
Media
Vatican
12 | Publicidade | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br

INSTITUIÇÃO CATÓLICA MANTÉM 52 UNIDADES DE ATENDIMENTO À POPULAÇÃO; 10 MIL PESSOAS SÃO ATENDIDAS DIARIAMENTE; CRIANÇAS, ADOLESCENTES, JOVENS, IDOSOS, FAMÍLIAS E AQUELAS EM SITUAÇÃO DE RUA

Fundado em 1946 por um grupo de senhoras católicas que frequentava a Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, no Tatuapé, na zona Leste, e que começou a desenvolver ações de formação e capacitação pro ssional para a geração de renda a mulheres da periferia, o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto encerra neste mês o jubileu comemorativo de seus 75 anos, iniciado em 2021.

Na década de 1970, com a chegada de Dom Luciano Mendes de Almeida como primeiro Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Belém, o Centro Social passou a direcionar novos rumos em termos de organização estrutural e jurídica. Dom Luciano é considerado um dos fundadores do Centro e, ao se deparar com a situação de pobreza e abandono nesta região da cidade, a rmou: “É preciso fazer mais!”.

A partir da década de 1990, impulsionado pela Irmã Judith Lupo, o Bompar ampliou suas atividades. Atualmente, mantém 52 unidades, e diariamente 10 mil pessoas são atendidas nas ações realizadas pelo Centro Social.

SERVIR O IRMÃO

O Bompar é uma instituição sem ns lucrativos que visa a articular, assegurar e tornar realidade o direito de cada cidadão, no estágio de vida em que se encontra, resgatando a dignidade e possibilitando a vida em sociedade, pautada nos valores cristãos e na Doutrina Social da Igreja.

Os atendimentos do Bompar englobam a integralidade da vida humana (recém-nascidos, crianças, adolescentes, jovens, idosos, população em situação de rua e famílias) e são divididos nas modalidades: Centro de Acolhida para Adultos II; Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo (Cedesp); Centro de Educação Infantil (CEI); Centro para Crianças e Adolescentes (CCA); Consultório na Rua (CNR); Núcleo de Convivência de Idosos (NCI); Núcleo de Convivência para Adultos em Situação de Rua; Programa Acompanhante de Idosos (PAI); Promoção de Integração ao

Bompar encerra jubileu comemorativo de 75 anos

Mercado de Trabalho (Jovem Aprendiz); Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças (Saic); Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (Saica).

Padre Osvaldo Bisewski, Diretor-presidente do Bompar, destacou que, por meio do Centro de Acolhida São Martinho de Lima e do Consultório da Rua, são oferecidos diariamente os cuidados básicos e atendimento médico preventivos à população em situação de rua – realidade que na capital já é próxima a 32 mil pessoas, segundo o Censo realizado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, divulgado em janeiro deste ano.

FORMAR COMUNIDADE

À reportagem, o Sacerdote elucidou que a entidade conta com 1,7 mil colaboradores, destes 144 estiveram em situação de rua e foram atendidos no Centro e hoje atuam como agentes transformadores de outras vidas.

“O Bompar é protagonista em formar comunidade de irmãos que se ajudam mutuamente e devolvem a gratidão em ações concretas. Quem já esteve à margem vai ao encontro do próximo mapeando as realidades de sofrimento”, disse, ressaltando que estes colaboradores cursaram Enfermagem ou faculdades ligadas às áreas da Saúde e hoje atuam como pro ssionais no Centro Social.

Padre Osvaldo a rmou que o Bompar conta com a ajuda de mais de cem voluntários, doações e parceria com a Prefeitura de São Paulo por meio de suas secretarias, e a atuação engloba a importância da promoção humana e social. A dimensão espiritual é uma forte aliada no processo de resgate e dignidade da pessoa em sua essência.

“A dimensão da fé, seja pelas celebrações da missa, seja pelos encontros realizados, é um guia norteador na transformação das vidas por meio da missão realizada. Saciar a fome das pessoas com um prato de comida, favorecê-las com um curso pro ssionalizante ou com um espaço para descansar é importante, porém, é fundamental olhar para cada uma em sua totalidade e para a sua dimensão espiri-

tual, proporcionando a experiência do encontro consigo e com Deus”, a rmou Padre Osvaldo, recordando a presença do Cardeal Scherer e dos bispos auxiliares nas ações pastorais da entidade.

O Sacerdote mencionou a dimensão da acolhida e o ambiente familiar como características do Bompar. “São unânimes entre os atendidos a gratidão pela acolhida e o espírito de família, pois, ali, sentem-se em casa”, disse, ressaltando que esse espírito de fraternidade é característica herdada de Dom Luciano. “Aqui, cada história é respeitada, cada pessoa é recebida em sua individualidade”, destacou Padre Osvaldo Bisewski.

AGENTES DE TRANSFORMAÇÃO

Amor, diálogo, respeito e comprometimento estão presentes em cada atendimento às pessoas que passam pelas unidades do Bompar. As ações são feitas com o objetivo de contribuir para a construção de uma sociedade melhor, mais digna e justa. É um trabalho humanitário que devolve dignidade e esperança a quem mais precisa.

Marta Regina Marques Akiyama, Gestora de Saúde do Consultório da Rua, enfatizou que a instituição tem a missão de resgatar a dignidade da pessoa em sua integralidade e resgatar nela o sentido da vida. “Buscamos desenvolver a capacidade de cada indivíduo na sua singularidade a partir do projeto de vida, para que ele possa se descobrir e desenvolver seus dons e potencialidades. No Bompar, temos funcionários que um dia estiveram na rua e hoje atuam como pro ssionais no Centro. É grati cante ver que, com amor e oportunidades, é possível resgatar vidas”, disse, recordando que o Grito dos Excluídos de 2003 foi o motivador da criação do Consultório da Rua.

A gestora mencionou que os agentes sociais do Bompar vão ao encontro de cada pessoa e das famílias mapeando as suas realidades. “Nossas equipes estão atentas às necessidades e nas várias frentes de atuação proporcionam a integralidade e fortalecem os vínculos em vista da garantia dos direitos de cada cidadão”, disse, reforçando o empenho dos pro ssionais no cuidado com os irmãos

que tanto necessitam das orientações e encaminhamentos para restauração da saúde. Marta mencionou que uma unidade móvel percorre a capital, mapeando e oferecendo tratamento e reparos na saúde bucal e próteses dentárias.

A iniciativa Chá de Bebê para gestantes em situação de rua recebeu o V Selo dos Direitos Humanos Dom e Diversidade da Prefeitura de São Paulo. “Por meio do pré-Natal, é possível desenvolver várias ações de redução de danos, por exemplo, a diminuição de comorbidades e sí lis”, frisou, destacando que “o reconhecimento do trabalho realizado faz a diferença e certi ca que o que fazemos transforma vidas”, nalizou.

www.osaopaulo.org.br

Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

Papa aos jovens: olhar o irmão para superar a indiferença https://bityli.com/RJ7H5

Economia da América Latina e Caribe deve desacelerar em 2023 e crescer 1,3% https://bityli.com/qBzZ3

Prefeitura de São Paulo alerta para os cuidados durante as chuvas de verão https://bityli.com/L4QGR

Vídeos da Novena de Natal 2022 têm re exões inspiradas no Ano Vocacional https://bityli.com/1ENs1

Cientistas da USP buscam programar robôs que ajudem no bem-estar de idosos https://bityli.com/N7WeS

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | Reportagem | 13
Fotos: Bompar

Vestibular 2023 do Unifai terá descontos especiais para fiéis da Arquidiocese de São Paulo

INSTITUIÇÃO DE ENSINO CATÓLICA OFERECE 35% DE DESCONTO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO E DE PÓS-GRADUAÇÃO PARA AQUELES QUE SEJAM INDICADOS POR PARÓQUIAS

As inscrições para o vestibular 2023 do Centro Universitário Assunção, Unifai, instituição católica com 51 anos de tradição, estão abertas. São oferecidos cursos de nível superior em diversas áreas como Administração, Ciências Econômicas, Direito, História, Pedagogia, entre outros. Também estão abertas as inscrições para cursos de Pós-Graduação. Todos os detalhes podem ser vistos em https://www.unifai.edu.br

O Centro Universitário é parceiro da Arquidiocese de São Paulo e, como em outros anos, para o processo seletivo de 2023, éis das paróquias da Arquidiocese terão porcentagem de desconto. Para o processo seletivo atual, o desconto é de 35%, aplicado durante todo o período de estudo, desde que não ocorram desistências ou trancamentos por parte do estudante.

COMO CONSEGUIR O DESCONTO?

Seja para a graduação, seja para a pós-graduação, o primeiro passo do candidato para conseguir o desconto é solicitar uma carta nominal da paróquia que frequenta. A carta deve ser devidamente assinada em papel timbrado, contendo o encaminhamento para que se alcance essa condição especial conferida aos paroquianos.

Com a carta em mãos, o estudante poderá escolher o curso e se inscrever no site da instituição. Para isso, basta acessar a página do curso que tem interesse e clicar no botão verde de “inscreva-se”, selecionando a forma de ingresso “Vestibular On-line”. Depois de preencher as informações, o candidato realizará, eletronicamente, uma redação classi catória.

Após a avaliação, e uma vez aprovado, ele será convocado pela instituição para efetuar, eletronicamente, sua matrícula. É neste momento que a carta de indicação da paróquia deve ser entregue, acompanhada dos demais documentos solicitados no ato da matrícula.

PRAZOS E TAXAS DE INSCRIÇÃO

Os candidatos dos cursos de graduação (bacharelados, licenciaturas e curso tecnológico) podem realizar a inscrição até 23 de março de 2023 (mas as aulas das graduações do Unifai começarão no dia 6 de março). O valor da matrícula é de R$ 49,90 e corresponde à primeira parcela da semestralidade.

Já para candidatos interessados em pós-graduação, é importante notar que o desconto referente à parceria com a Arquidiocese de São Paulo é válido para os cursos de especialização e aperfeiçoamento. Já os cursos de extensão não contam com esse desconto.

As inscrições podem ser feitas até quatro dias antes do prazo nal de matrícula do curso pretendido, conforme indicado no site do Unifai. O valor da matrícula é de R$ 59,90 e, assim como na graduação, corresponde à primeira parcela da semestralidade.

O PODER DA EDUCAÇÃO

Depois de dois anos de muitos desaos, por causa principalmente da pandemia de COVID-19, o Vestibular 2023 do Unifai chega com o objetivo de concretizar sonhos, transformando a carreira e a vida de centenas de candidatos, como explica a ex-aluna, e agora advogada formada, Bruna Bianca.

“Cursar a faculdade de Direito sempre foi um sonho que cultivei no meu coração desde os 12 anos de idade. Mas, por ser de família simples, minha maior diculdade era o custeio desse sonho. Sendo assim, por anos adiei iniciar a faculdade por medo de não conseguir honrar com minha obrigação nanceira. Quando conheci o Unifai, não tive dúvidas que a minha espera tinha chegado ao m, já que a mensalidade era muito mais acessível que as demais instituições. Ao iniciar o curso,

essa certeza se con rmava a cada dia que conhecia a instituição”, comentou.

Assim como Bruna, muitos jovens e adultos deixaram o sonho de estudar de lado por problemas nanceiros. Para se ter ideia, no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), tem-se veri cado queda no número de inscritos. Se em 2016, inscreveram-se 8,6 milhões de candidatos de todo o Brasil, em 2021, ano em que a pandemia de COVID-19 estava em alta, o número foi 61% menor, com 3,1 milhões de candidatos. Mesmo com a vacinação e a volta às atividades, o cenário em 2022 não sofreu grandes alterações. Ao todo, foram 3,3 milhões de inscritos.

A reitora do Unifai, Profa. Dra. Karen Ambra, reforça que o ensino superior é um instrumento de transformação: “O acesso ao conhecimento proporciona o direito a aprender. Não apenas leva alguém a se apropriar de um repertório de informações. O conhecimento ensina a sonhar, a realizar projetos, a conviver, a superar desa os, validar direitos e, acima de tudo, leva à aprendizagem que nenhum de nós está determinado pelo destino, mas pelas escolhas feitas. Uma decisão tomada hoje reverberará no futuro. Uma das decisões mais acertadas é, certamente, permanecer aprendendo e, para isso, o ingresso e a permanência no ensino superior têm valor inestimável”.

TRADIÇÃO E MISSÃO

Desde a sua criação, há mais de 50

anos, o Centro Universitário Assunção orienta-se pelos princípios da doutrina e moral cristã, assegurando a liberdade de investigação, de ensino e de manifestação de pensamento.

A formação acadêmica na instituição é marcada pela ética e pelo humanismo, como explica Maria Carolina Leisnock, advogada formada na instituição: “No Unifai, não nos sentimos só um número de matrícula, sentimos que temos um acompanhamento mais próximo muitas vezes até individualizado, sem contar a disponibilidade de todos os professores que sempre nos atendem para tirar dúvidas antes das aulas, no intervalo, e até mesmo depois da aula”.

Os valores humanistas estão presentes nas missões do Centro Universitário, que tem como objetivo quali car, da melhor forma, pro ssionais para o mercado de trabalho e preparar cada estudante para o exercício da cidadania. Pensando nisso, a própria instituição desenvolve projetos e propostas, formuladas a partir da diversidade dos alunos no campo social, cultural, ético, racial, portadores de necessidades especiais etc.

Além dos projetos internos, o Unifai também é parceiro de entidades benecentes e realiza atividades desenvolvidas por professores e alunos, em projetos de extensão universitária, de prestação de serviços à comunidade e de inclusão, sendo esta uma das diretrizes do projeto educacional da instituição.

14 | Reportagem | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
ANA CAROLINA MILAGRES ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Fotos Unifai
‘O acesso ao conhecimento proporciona o direito a aprender’, diz a Profª. Dra. Karen Ambra, reitora do Unifai, instituição que tem 51 anos

Após restauro, os sinos voltam a soar na matriz da Paróquia São João Batista do Brás

Os três sinos da igreja matriz da Paróquia São João Batista do Brás, Região Episcopal Belém, voltaram a soar na noite da terça-feira, 20, após três meses de restauração.

A bênção e reinauguração do campanário foi realizada pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, durante missa concelebrada pelo Padre Valdeir dos Santos Goulart, Pároco.

O restauro foi patrocinado pelo Grupo Comolatti. Os trabalhos de manutenção, limpeza e modernização do sistema de automação foram executados pela Fábrica de Sinos de Piracicaba.

NOVOS SINOS

Em São Paulo, o Grupo Comolatti mantém a tradição de patrocinar o restauro de sinos de igrejas. Em 15 anos, já colaborou para que isso fosse feito em 16 igrejas.

“Várias paróquias, entre as quais São Vito, Bom Jesus do Brás, Nossa Senhora do Brasil, Nossa Senhora da Paz, São Cristóvão, Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, o Mosteiro de São Bento, no centro, tiveram os sinos restaurados. E, em 2010, restauramos o carrilhão de 61 sinos da Catedral da Sé, o maior da América Latina. É uma satisfação contribuir para que seus sinos continuem a soar com qualidade, anunciando a presença da Igreja Católica na cidade”, destacou Sergio Comolatti, presidente do grupo empresarial.

Sérgio recordou que a iniciativa busca manter viva a tradição de “com o toque dos sinos, chamar as pessoas para a Igreja, pois, o soar dos sinos é uma forma de comunicação que atravessa gerações e representa para a família Comolatti um legado de fé”.

SINAL DE FÉ

Padre Valdeir contou que a Paróquia está localizada em uma região comercial, permeada por barracões, galpões e fábricas, e conta com poucos moradores nas proximidades, mas, diariamente, passam em frente à igreja aproximadamente 3 mil ônibus e uma média de 300 mil pessoas.

“Estamos permeados por essa realidade que nos desa a e impulsiona a propagar a fé e evangelizar neste contexto a qual o Senhor nos envia”, disse, mencionando histórias de pessoas que foram até o templo questionar por que os sinos não estavam tocando nos últimos meses.

“O soar do sino, mesmo em meio à agitação da cidade, é, ainda, para muitos um sinal de fé e sintonia com Deus”, mencionou, recordando que a Igreja Católica preserva a tradição dos sinos para anunciar as comemorações, missas, morte e as horas do dia.

Reinaugurados, os sinos voltam a soar, anunciando as horas cheias do dia e antes das celebrações, tocando no intervalo de 30 e 15 minutos, e no início das missas.

“Na megalópole, em meio a tanto barulho, os sinos das paróquias tocando evidenciam a presença da Igreja e sinalizam uma experiência de fé, reúnem o povo para realizar as celebrações e anunciam a presença católica – nós estamos aqui”, disse o Sacerdote, reforçando que a comunidade tem a missão de ser um sinal visível e sensível da presença de Deus no bairro.

TESTEMUNHA DE DEUS NO MEIO DO POVO

A história da Paróquia São João Batista do Brás começou em 1858 com a doação do terreno na Avenida Celso Garcia pelo senhor João Alves de Siqueira a um grupo de mulheres lavadeiras. Em 1889, quando todas já eram falecidas, a Prefeitura projetou construir um chafariz no local, mas isso não foi aceito pelos moradores. Assim, foi inaugurada uma capela, chamada pelos éis de “Capela Amarela”.

Em 1901, os frades capuchinhos ali iniciaram uma ação missionária. Em 1908, Dom Duarte Leopoldo e Silva, então Arcebispo Metropolitano, encarregou o Monsenhor José Rodrigues Sekhler como Vigário do Brás, para iniciar as obras para aumentar e preparar a criação de uma paróquia.

A Paróquia São João Batista do Brás, em seus 114 anos, testemunhou momentos importantes do País: a proclamação da República; as dores e superações da gripe espanhola; as revoluções de 1924 e 1932; viu o bairro do Brás se modi car com a industrialização e com a chegada de imigrantes italianos e espanhóis.

É um ponto de encontro para os devotos de São João Batista do Brás, que chegam de vários lugares para pedir e agradecer uma graça alcançada. O Pároco recordou que esta foi a primeira Paróquia criada logo após a Diocese de São Paulo ser elevada a Arquidiocese.

EM MISSÃO

Padre Valdeir frisou que o templo é a presença de Deus no meio do povo, incluindo o agir pastoral. “Somos uma comunidade ativa nas várias pastorais catequética; Dízimo; Batismo; Liturgia; grupos de oração, da pessoa idosa, enm, a presença dos éis é que mantém a fé e a igreja viva e dinâmica em sua ação de evangelização”, disse.

O Sacerdote chegou à Paróquia du-

rante a pandemia e diz que agora, com a retomada da maioria das atividades, percebe como a fé e a ação evangelizadora se fazem necessárias no bairro e no entorno da sede paroquial. “Somos uma igreja em constante movimento e – como nos pede o Papa Francisco e o sínodo arquidiocesano – em constante saída. Somos missionários da Palavra e testemunhas do anúncio do Reino aos irmãos”, disse, recordando que as ações pastorais e sociais da comunidade são possíveis graças ao apoio, o trabalho e a cooperação da comunidade paroquial.

SOBRE O GRUPO COMOLATTI

O legado do Grupo Comolatti começou a ser construído em 1948, quando Evaristo Comolatti, imigrante italiano, chegou à cidade de São Paulo. O sonho de abrir um grande negócio no segmento automotivo o levaria a inaugurar no bairro da Mooca, em 1957, uma revendedora de autopeças e ocina, a Evaristo Comolatti & Cia. Ltda. Há 65 anos, o grupo atua desde a distribuição de autopeças e a comercialização de veículos até a alta gastronomia e no setor imobiliário. Entre os projetos sociais, destacam-se o investimento em Ciência, Cultura e Educação, restauração de sinos de igrejas brasileiras, revitalização de praças italianas em São Paulo, investimento em esporte, eventos bene centes, entre outros.

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | Reportagem | 15
Cardeal Scherer, Padre Valdeir dos Santos Gourlart e representantes do Grupo Comolatti, diante de placa alusiva à reinauguração dos sinos restaurados da Paróquia, na missa ocorrida na noite da terça-feira, 20 Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

No Natal dos Pobres, a solidariedade acalenta os ‘irmãos da rua’

A Praça da Sé, no centro de São Paulo, foi transformada em um restaurante ao ar livre no domingo, 18, para a realização de mais uma edição do Natal dos Pobres.

O evento, realizado desde 2015, consiste em uma ceia natalina para cerca de 2 mil pessoas em situação de rua ou em vulnerabilidade social. A iniciativa foi promovida pela comunidade Aliança de Misericórdia e outras organizações eclesiais ligadas ao Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo. Ao todo, cerca de 300 voluntários, entre leigos, consagrados e sacerdotes, participaram da ação.

O Natal dos Pobres ocorreu no encerramento da 22ª edição da ação missionária alita Kum. Pelas ruas e praças do centro da capital paulista, missionários anunciam a alegria do nascimento de Jesus por meio de músicas, danças, teatro, pregações e abordagens individuais.

A ceia foi antecedida por uma missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, na Catedral da Sé, concelebrada por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, e por diversos padres.

Também participaram da missa o prefeito da capital, Ricardo Nunes, e o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra.

BOA-NOVA DA SALVAÇÃO

Na homilia, Dom Odilo elogiou a iniciativa de anunciar com palavras e obras a Boa-Nova do Natal aos pobres, doentes, àqueles que estão sem esperança, abandonados, estendendo-lhes a mão e dizendo: “Deus pensa em você também... A salvação é também para você. Coragem!”.

“Que Deus abençoe todos vocês que realizaram esta missão pelas ruas da cidade”, manifestou o Cardeal, salientando haver muitos que um dia estiveram em situação de rua ou de vulnerabilidade social e, hoje, com as vidas restauradas, colaboram para ajudar outros irmãos. “Que bom encontrar irmãos que ajudam, que estendem a mão, que dão coragem, esperança a quem está nas ruas, nas drogas e em outras situações de sofrimento. Que Deus os abençoe e recompense”, reforçou.

Ao destacar que ainda há muito a ser feito pelo combate à pobreza na maior cidade do País, Dom Odilo enfatizou que deve haver um esforço con-

junto, envolvendo o poder público, as organizações da sociedade e cada pessoa individualmente. “Que possamos encontrar soluções para essa situação tão séria em nossa cidade, com tantos recursos, mas que, ao mesmo tempo, enfrenta uma situação humana tão difícil de resolver”, disse.

O prefeito de São Paulo agradeceu o trabalho realizado pela Aliança de Misericórdia e outras organizações católicas que somam esforços com o poder público nos desa os do combate à pobreza. “Se não fossem os trabalhos dessas entidades religiosas, nós não conseguiríamos ter avançado tanto”, a rmou.

PROVIDÊNCIA

Irmã Mary de Calcutá, consagrada da Aliança de Misericórdia e uma das organizadoras do evento, explicou ao O SÃO PAULO que foram preparadas 2 mil refeições e, na praça, foram disponibilizados lugares para 1,5 mil pessoas.

Durante o dia, as pessoas em situação de rua tiveram à disposição um banheiro móvel com chuveiros, ofertado pelo projeto “Anjos das Ruas”, troca de roupa, corte de cabelo, manicure, assistência médica, entre outros serviços.

Quando perguntada sobre como conseguem preparar tanta comida, Irmã Mary foi enfática na resposta: “Conamos muito na providência de Deus. Logo que iniciamos a organização, é incrível como aparecem pessoas de todos os cantos querendo ajudar. São tantas doações que chegamos até a compartilhar com outros grupos”.

Segundo a consagrada, todos os anos, o grupo vive uma verdadeira experiência

da “multiplicação dos pães”. “É impressionante! Todos comem muito bem e ainda sobra para fazermos marmitas e distribuirmos em outros pontos da cidade, como, por exemplo, na região da Cracolândia”, contou.

Padre Evandro Torlai, Vice-presidente da Aliança de Misericórdia, enfatizou que a proposta do Natal dos Pobres não consiste apenas em oferecer um prato de comida, mas, sim, uma experiência mais completa da celebração natalina para os mais necessitados, começando pelo anúncio do nascimento do Senhor, a celebração eucarística e a ceia.

“Esses nossos irmãos já comem nas calçadas o ano todo. Então, queremos proporcionar o mínimo de dignidade para poderem se sentar à mesa, serem servidos por missionários, religiosos, leigos, que, muitas vezes, são de realidades socioeconômicas elevadas da cidade, que vêm servir os mais pobres com respeito e amor”, a rmou.

Jerry Adriani Silva, 52, chegou de Goiânia (GO) há poucos dias com a esposa e os três lhos, de 2 a 6 anos. Após car desempregado, ele perdeu a moradia. Em São Paulo, conseguiram abrigo temporário em um hotel social fornecido pela Prefeitura. Silva continua procurando emprego na área de funilaria e pintura de automóveis.

“Eu não pensava que, nas condições que estamos, teríamos como comemorar o Natal. Mas, felizmente, graças a esta ceia, o nosso Natal não passará em branco”, contou à reportagem, acrescentando que jamais imaginou passar por uma situação tão difícil com seus lhos pequenos. “Mas tenho esperança de que dias melhores virão”, completou.

16 | Reportagem | 21 de dezembro de 2022 a 10 de janeiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO NATAL DOS SONHOS 2022 – Na segunda-feira, 19, aconteceu o evento celebrativo da campanha Natal dos Sonhos, na Sociedade Esportiva Palmeiras, com a participação de cerca de 500 crianças. Organizada pela Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, em parceria com a agência Mega Models Brasil, a Sociedade Esportiva Palmeiras, Cre sa/FAM e escolas católicas de São Paulo, a campanha chegou à 21a edição, arrecadando brinquedos, alimentos, leite em pó, fraldas descartáveis e roupas em geral, que foram repassados a crianças e adolescentes atendidos por entidades, organizações sociais e pastorais. (por Redação) Natal dos Pobres é realizado na Praça da Sé, com oferta de ceia natalina, após a missa presidida pelo Cardeal Scherer, no domingo, 18

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.