O SÃO PAULO 3072

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3072 | 7 a 13 de outubro de 2015

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Papa enfatiza atenção às famílias e ao Matrimônio

L’Osservatore Romano

Fortalecidos ao sacerdócio, após missão na Amazônia Na fase final de preparação para o sacerdócio, os diáconos transitórios João Henrique Novo do Prado e Wellington Laurindo estiveram em missão, durante um mês, na Diocese de Castanhal, no Pará, em comunidades ribeirinhas da Amazônia. As experiências de fé e de convivência na realidade social amazônica são contadas pelos futuros padres da Arquidiocese ao O SÃO PAULO, na primeira da série de reportagens sobre o mês das missões, celebrado em outubro.

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

Padres sinodais com o Papa Francisco durante uma das sessões da 14ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, sobre a temática da família

Nas atividades iniciais da 14ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, que segue até o dia 25, no Vaticano, com reflexões sobre “a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”, o Papa Francisco reafirmou a doutrina católica sobre o Matrimônio e, ao mesmo tempo, insistiu na misericórdia como principal diretriz da Igreja nas situações de sofrimento das famílias. Participante

12 de outubro: veja onde rezar com Nossa Senhora Na segunda-feira, 12, Dia de Nossa Senhora Aparecida, a Arquidiocese terá o Projeto Tietê Esperança Aparecida, e haverá missas à Padroeira do Brasil em paróquias nas regiões episcopais. Página 21

Francisco: o santo da criação e da simplicidade A memória litúrgica de São Francisco de Assis foi especialmente celebrada em paróquias na Lapa e na Sé. Páginas 21 e 22

do Sínodo, o Cardeal Scherer, arcebispo de São Paulo, considera que esta assembleia dos bispos “deverá ajudar a lançar novas luzes sobre o casamento e a família nos dias de hoje, mas, como recordou ainda o Papa, na fidelidade ao Evangelho, que não é objeto de museu, mas fonte inesgotável de vida nova para aqueles que o acolhem com fé”.

Páginas 3 e 23

Livro sobre o Cardeal Arns é lançado em SP “Dom Paulo Evaristo, Cardeal Arns, Pastor das Periferias, dos Pobres e da Justiça” é o nome da obra com 55 textos. Página 10

As diferentes ciclovias na cidade de São Paulo

O SÃO PAULO foi a algumas ciclovias nas áreas centrais e na periferia. Na conversa com ciclistas e pedestres, recolheu apontamentos dos acertos e das necessidades de aprimoramentos desse projeto. Página 14

Assembleias pastorais no Belém, Santana e Lapa As três regiões da Arquidiocese fizeram assembleias no sábado, 3. O Ano da Misericórdia foi um dos temas no Ipiranga. Em Santana, falouse de animação bíblica e, no Belém, das pastorais sociais. Páginas 18 a 20

Literatura: o verdadeiro valor das coisas Rafael Ruiz, docente da Universidade Federal de São Paulo, fala sobre seu livro, “Literatura em crise”. Página 15

Passageiros na movimentada estação Brás

O SÃO PAULO inicia série sobre bairros da capital O Brás, bairro comercial e que hoje abriga, sobretudo, imigrantes latino-americanos, foi construído principalmente por italianos. Esses e outros detalhes estão na reportagem especial do O SÃO PAULO que dá início à série mensal sobre os bairros da capital. O objetivo é retomar a história das diferentes localidades da Metrópole, mas, sobretudo, falar dos desafios e perspectivas.

Páginas 12 e 13


2 | Ponto de Vista |

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Editorial

A Missão não é proselitismo

O

utubro é o Mês das Missões e no seu penúltimo domingo é celebrado, todos os anos, o Dia Mundial das Missões. O ardor missionário é um sinal eloquente de um Cristianismo vivo e seu fortalecimento atual é mais uma demonstração de que o Espírito acompanha a Igreja no caminho da nova evangelização. Todo cristão é, simultaneamente, discípulo e missionário, lembra o Documento de Aparecida. Com a força característica de suas palavras, o Papa Francisco diz, na sua mensagem para o Dia Mundial das Missões de 2015: “A missão não é proselitismo, nem mera estratégia; a missão faz parte da ‘gramática’ da

fé [...] Quem segue Cristo não pode deixar de tornar-se missionário”. “A missão não é proselitismo”. Numa sociedade plural como a nossa, com tantos desafios culturais, onde correntes ideológicas e interesses econômicos querem determinar nosso modo de pensar, essa afirmação recupera o caráter permanentemente revolucionário do Evangelho. O proselitista quer fazer com que o outro pense como ele. O missionário quer comunicar ao outro a paixão que dá sentido à sua vida. O proselitismo reflete um mundo de dominação e insegurança, onde uns querem dominar os outros, onde uns se sentem ameaçados pelos outros. A missão acontece na liberdade do amor, na polaridade entre o bem que

experimentamos e o bem que desejamos para o outro. A primeira marca do proselitista é o “amor” por suas ideias. A primeira marca do missionário é o amor para com os outros. O missionário pode ser confundido com o proselitista porque as pessoas tendem a desconfiar de quem deseja o bem do outro de modo gratuito e desinteressado. Porém, muitas vezes, nós cristãos também agimos mais como proselitistas que como missionários, pois a tendência de amar mais as próprias ideias do que Cristo ameaça a todos. Continuando sua mensagem, o Papa diz: “A missão é uma paixão por Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, uma paixão pelas pessoas”. Só quem vive um grande e verda-

deiro amor pode se doar livremente, sem esperar retribuição ou querer manipular o outro. O verdadeiro espírito missionário não nasce de um projeto, não depende do controle dos recursos da mídia, nem pode ser abafado pela força do poder. Ele nasce desse coração apaixonado por Cristo, cheio de gratidão pelo amor recebido. Nos tempos e nos modos desejados por Deus, o espírito missionário se comunica aos homens e mulheres de seu tempo, superando adversidades e opressões. Que cada um de nós, na alegria desse amor recebido, possa viver a missão que Deus lhe confia, anunciando a Cristo não com a tentação do discurso, mas sim com o serviço que nasce do amor.

Opinião

As etapas de preparação ao Sínodo Arte: Sergio Ricciuto Conte

Padre Denilson Geraldo, SAC O Sínodo é um evento eclesial e envolve a todos os católicos, principalmente pelo tema que será tratado: a família. Paralelamente ao sacramento do Matrimônio, vemos que o Sínodo exige uma preparação em três etapas. A primeira é a preparação remota, que significa a aceitação das determinações do Vaticano II, pois o Sínodo dos Bispos tem desempenhado uma notável aplicação dos ensinamentos e orientações do Concílio, seja doutrinal, seja pastoral na vida da Igreja universal. A chave sinodal para leitura do Concílio tornou-se um lugar de interpretação, aplicação e desenvolvimento do próprio Vaticano II. Do ponto de vista organizacional, a concretização de um Sínodo supõe longa preparação. Os trabalhos iniciam-se com uma comissão constituída no Sínodo anterior e com a elaboração de um questionário sobre o tema tratado. A comissão, com base nas respostas provenientes da ampla consulta, elabora uma síntese chamada Lineamenta (linhas gerais), sendo enviada novamente aos bispos, e com as respostas se elabora o Instrumentum laboris (instrumento de trabalho). Ambos os documentos são amplamente divulgados e colocados à disposição, como de fato aconteceu neste Sínodo sobre a família. Embora seja público, esse instrumento de trabalho tem apenas caráter

provisório do documento que será objeto de discussão durante o Sínodo. Não é, pois, uma versão preliminar das conclusões finais, mas apenas um texto de apoio para centralizar a discussão sobre o tema do Sínodo. Esta segunda etapa pode ser chamada de preparação próxima ao Sínodo, que exigiu participação e interesse pelas questões colocadas pelo Papa. Sínodo significa um caminho feito

juntos, é uma experiência da unidade e da catolicidade da Igreja, é um organismo representativo do episcopado solicitado pelo Vaticano II no Decreto sobre o múnus pastoral dos bispos na Igreja e que, por sua natureza, e pelo número de pessoas envolvidas, se trata do maior evento da Igreja, depois de um Concílio Ecumênico. Sua celebração significa a busca de sintonia com os problemas atuais, sobretudo

de natureza pastoral, examinando os sinais dos tempos, procurando adaptar os meios e métodos do apostolado às necessidades atuais e às condições de mudança da sociedade, levando ao fortalecimento dos laços entre os bispos como um verdadeiro sínodo episcopal. Essa é terceira etapa, a preparação imediata, isto é, o desejo de não caminhar sozinho, mas com a Igreja. O significado prático dessa disposição interior é a comunhão eclesial manifesta na obediência sincera e dócil ao Papa e aos bispos, bem como, na oração pelo Sínodo e nas obras de caridade que são capazes de abrir o coração e a mente para entender os desígnios de Deus para o momento que vivemos. O intercâmbio de informações e sugestões à luz do Evangelho e dos ensinamentos da Igreja que acontece no Sínodo está em benefício a toda Igreja para conservar a comunhão na pluralidade das culturas e situações. Para que isso aconteça, tudo dependerá da aplicação real que é dada às suas conclusões, sob a liderança das Conferências Episcopais e das Igrejas locais. Assim, esse pós-sinodal requer, como na preparação, confiança na Providência Divina e dedicação para que todo esse trabalho não caia no esquecimento, mas que os frutos permaneçam na Igreja e na sociedade. Padre Denilson Geraldo, SAC, é professor da Faculdade de Teologia e membro da Cátedra de Família da PUC-SP.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

N

o domingo, 4 de outubro, o Papa Francisco presidiu a Missa de abertura da 14ª. Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, rodeado de mais de 250 padres sinodais, cardeais e bispos provenientes de todas as partes do mundo. Durante a longa procissão de entrada dos concelebrantes, o povo acompanhava o coral da Basílica no canto das ladainhas, invocando a intercessão de todos os santos para o bom êxito do Sínodo. A Igreja reunida conta sempre com a presença e a participação da comunidade celeste. A Liturgia do 27º Domingo do Tempo Comum parecia escolhida a dedo para a ocasião: a primeira leitura referia-se à criação da mulher e à vocação do casal inicial da humanidade ao Matrimônio e à família; o Evangelho trazia a pergunta de alguns fariseus sobre a possibilidade de fazer o divórcio; Jesus responde com o ensinamento sobre a indissolubilidade da união matrimonial: foi assim que Deus quis “no princípio”. Na homilia, o Papa discorreu sobre os dois textos da Escritura, para iluminar o início dos trabalhos do Sínodo. O tema da assembleia do Sínodo é “a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Que dizer sobre esses temas numa cultura que tende a não orientar-se por valores e referências estáveis e univer-

Não é bom que o homem esteja só salmente válidos? Tudo se adapta ao gosto subjetivo e aos sentimentos do momento, quando não, às tendências do mercado... Tudo é descartável e segue as imposições constantemente mutáveis da opinião pública, geralmente forjadas por grupos de pressão ou de interesses particulares. Perdeu-se muito do significado da família e, por isso, tantas pessoas já não veem razão para casar e empenhar a vida num compromisso irrevogável a dois. Buscam-se as satisfações da vida afetiva e sexual sem o casamento e sem assumir um compromisso estável com ninguém. Há medo de penhorar a liberdade e a autonomia pessoal: para que se “amarrar”, se dá para aproveitar a vida sem ter compromissos com ninguém? Para que assumir deveres como marido ou mulher, ter filhos e fazer sacrifícios pelos outros? O Papa Francisco respondeu a esses e outros questionamentos a partir do texto bíblico: “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2,18). Vivemos uma situação semelhante a de Adão, que estava consciente de seu poder e da sua superioridade em relação às demais criaturas, mas vivia só e infeliz: nos animais ao seu redor, plantas, pássaros e em todas as numerosas criaturas “não achou nenhuma que lhe correspondesse” (cf. Gn 2,20). E Deus se compadeceu do homem solitário: criou a mulher e apresentou-lhe como companheira. Adão reconheceu: “agora sim, é carne de minha carne e osso dos meus ossos”. (cf Gn 2,23). Adão e Eva se correspondiam, como se fossem um único ser.

Muitas são as solidões das pessoas de hoje, refletiu o Papa. Algumas decorrem das circunstâncias e precisam ser aliviadas com a ternura e a solidariedade. Muitas outras solidões, porém, decorrem da liberdade inconsequente, da busca individualista da felicidade e da pretensão do máximo gozo da vida sem a partilha generosa dos dons, das experiências afetivas fugazes, usando até mesmo as outras pessoas como objetos descartáveis para a satisfação individual. Tudo isso leva a uma grande solidão. O amor requer sempre correspondência e nunca pode ser apenas busca individual e subjetiva. A instrumentalização da afetividade, da sexualidade e até do casamento em função de projetos solitários de felicidade leva ao vazio e à frustração existencial. E, então, é necessário interrogar-se novamente sobre a vocação originária da união conjugal e da família: são propostas de vida que requerem correspondência recíproca, complementariedade e generosidade capaz de sacrifícios pela pessoa amada. “Não é bom que o homem esteja só”: o amor altruísta e o pacto de vida a dois são o rumo indicado por Deus para o Matrimônio e a família. São projetos de vida fecundos e geradores de alegria e de mais vida. O Sínodo, reunido no Vaticano, deverá ajudar a lançar novas luzes sobre o casamento e a família nos dias de hoje, mas, como recordou ainda o Papa, na fidelidade ao Evangelho, que não é objeto de museu, mas fonte inesgotável de vida nova para aqueles que o acolhem com fé.

| Encontro com o Pastor | 3

Na rádio Vaticano sobre o Sínodo Participante da 14ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, no Vaticano, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, concedeu entrevista à rádio Vaticano na terça-feira, 6, em que detalhou as atividades iniciais do Sínodo e o começo dos círculos menores, que são reuniões de estudo, em pequenos grupos divididos conforme a língua, sobre as partes do instrumento de trabalho do Sínodo. O Cardeal afirmou que o Papa acompanha todos os trabalhos de plenário do Sínodo. “De fato, assim, se cumpre aquilo que é a natureza do Sínodo: o papa convoca o episcopado para ouvir a Igreja sobre alguma questão, um ponto específico, neste caso, a vocação e missão da família”, detalhou.

Novos padres em Turim Sermig

No sábado, 3, na Catedral de Turim, na Itália, o Cardeal Scherer participou da ordenação sacerdotal dos diáconos Andrea Bisacchi, Lorenzo Nachelli e Simone Bernardi, feita por Dom Cesare Nosiglia, arcebispo local. Os novos padres atuam na Fraternidade da Esperança no Brasil. Em 15 de novembro, às 15h, na sede do Arsenal da Esperança (rua Dr. Almeida Lima, 900, Brás), os padres Lorenzo e Simone presidirão a primeira missa no Brasil.

Capela do Sírio-libanês Lino Clareto

Em 17 de setembro, o Cardeal Scherer, arcebispo de São Paulo, presidiu a missa de inauguração da capela do Hospital Sírio-Libanês, no bairro da Bela Vista. (Daniel Gomes – com informações da rádio Vaticano, Sermig e da assessoria de imprensa do Hospital Sírio Libanês)

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4 | Fé e Vida |

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Você Pergunta

Atos da Cúria

Por que algumas religiões destacam mais o Antigo Testamento? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

A Priscila (que não disse seu sobrenome) mora no bairro de Aricanduva. Ela notou que algumas comunidades cristãs destacam mais o Antigo Testamento do que o Novo. E me perguntou por que isso ocorre. Pois é, Priscila, lendo sua pergunta, me vieram à mente, imediatamente, duas comunidades religiosas que podem até ser chamadas de neojudaicas, muito mais do que cristãs. Penso nas Testemunhas de Jeová, que sonham um éden, um paraíso aqui na terra, mais parecido com belas fazendas em que a vida será uma beleza. Para as testemunhas de Jeová, Jesus não é Deus. Não podem nem mesmo ser chamadas de cristãs. E há também os irmãos Adventistas do 7º Dia. Eles guardam o sábado, o sétimo dia, a partir do relato bíblico que

afirma que Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou. E nós guardamos o domingo, o primeiro dia da Semana, dia em que Jesus ressuscitou e dia em que o Espírito Santo fundou a Igreja. Priscila, o Antigo Testamento prepara o Novo. No Antigo Testamento começa a história de nossa salvação. No Novo Testamento, essa história da salvação chega à plenitude com Jesus, a Palavra de Deus encarnada. Jesus não aboliu a Lei do Antigo Testamento, mas a elevou à plenitude. Por fim, deixe-me dizer a você, Priscila, que muitas igrejas ditas “evangélicas”, até para se oporem à Igreja Católica, priorizam o Antigo Testamento. Nós, católicos, entendemos que evangelizar é anunciar ao mundo a Boa-Notícia que Jesus é e trouxe para todos nós. E a BoaNova de Jesus são os quatro Evangelhos, é o Novo Testamento. Fique com Deus, viu? Que ele abençoe você e sua família.

Liturgia e Vida A Graça da sabedoria A liturgia deste domingo é uma reflexão sobre o dom da sabedoria. A primeira leitura (Sabedoria 7, 7-11) é um hino de louvor ao dom de Deus que nos transforma pelo discernimento e sabedoria divina. O sábio começa a ver com novos olhos. Ser sábio supera a realeza e a riqueza. O sábio começa a amar a sabedoria mais do que sua própria saúde e percebe que a luz que ela irradia supera a do sol, porque jamais se apaga. A segunda leitura (Hebreus 4, 12-13) termina com a chave de ouro. É a palavra de Deus, viva e eficaz, que penetra nosso ser e julga nossos pensamentos e intenções. A Palavra de Deus é graça e diante dela nada pode ser oculto. Ela nos revela

Em 12 de setembro de 2015, foi nomeado e provisionado Administrador Paroquial “ad nutum episcopi” da Paróquia Imaculado Coração de Maria, da Região Episcopal Brasilândia, Setor Pastoral São José Operário, o Revmo. Pe. Moacir de Oliveira, SV. NOMEAÇÃO DA COMISSÃO PARA O ÓRGÃO DA CATEDRAL METROPOLITANA DE SÃO PAULO Em 28 de setembro de 2015, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, nomeou como membros da Comissão para o Órgão da Catedral Metropolitana de São Paulo: Pe. Luiz Eduardo Baronto, Cura da Catedral; Pe. Helmo Faccioli, Auxiliar do Cura da Catedral; Pe. José Rodolpho, Procurador da Mitra Arquidiocesana; Côn. Dario Bevilaqua, pelo Cabido Metropolitano; Dra. Ana de Albuquerque Grillo, membro do CON-

DEPHAT; Pe. José Arnaldo, pelo Museu de Arte Sacra. São membros consultores da Comissão: Dr. Leandro Machado, Assessor Jurídico da Mitra Arquidiocesana; Maestro Ronaldo Santurbano, Mestre Capela da Catedral; Sr. Márcio Lima, do Departamento de Arquitetura da Mitra Arquidiocesana; Ir. Vinicius (Ezequiel) Oliveira Pereira, OSB, organista do Mosteiro de São Bento. A Comissão fica encarregada de estudar os diversos aspectos a serem considerados em vista da instalação de um novo órgão de tubos na Catedral Metropolitana de São Paulo. A mesma Comissão fica encarregada, ainda, de dialogar com quem de direito, da Universidade de São Paulo, em vista de uma parceria entre a mesma Universidade e a Catedral Metropolitana para a instalação, o uso e a conservação do novo órgão na Catedral Metropolitana, cujos termos deverão ser estabelecidos em Convênio a ser acordado entre as partes. O mandato da Comissão durará até que seja concluído e assinado o Convênio entre a Catedral Metropolitana e a Universidade de São Paulo. Reprodução

28º DOMINGO DO TEMPO COMUM 11 DE OUTUBRO DE 2015

ANA FLORA ANDERSON

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL

o bem que devemos fazer. O Evangelho de São Marcos (10, 17-30) apresenta um caso concreto. Um jovem rico se ajoelha diante de Jesus e pergunta como poderá alcançar a vida eterna. Ele afirma que observa os mandamentos desde a juventude e Jesus o convida para ir além disso. O jovem deve vender seus bens, distribuir tudo aos pobres e receber um outro tesouro que jamais passará. Diante da resposta de Jesus, o jovem chora porque não consegue imaginar uma vida sem bens materiais. Jesus ensina aos discípulos que é difícil entrar no Reino de Deus quando estamos apegados aos bens deste mundo. Os discípulos, assustados, perguntam: “como podemos ser salvos?” Jesus responde que pela graça de Deus tudo é possível.

AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO LOCAIS DE CULTO Comunicamos que no próximo dia 08 de Outubro de 2015, com início às 15:00 horas, ocorrerá no plenário da Câmara Municipal de São Paulo, situado no Viaduto Jacareí nº 100, Centro, São Paulo, uma AUDIÊNCIA PÚBLICA exclusivamente destinada a discutir questões relacionadas ao zoneamento da Cidade de São Paulo, que incide diretamente no funcionamento das Paróquias e Comunidades da Arquidiocese de São Paulo. Tal sessão é a oportunidade para demonstrar às autoridades a necessidade de aprovarem mudanças na Legislação de Uso e Ocupação de Solo que resguardam os interesse da Igreja em razão de suas edificações. Por tratar-se de uma audiência pública é importante o comparecimento dos Padres, de Membros do Conselho de Administração Paroquial, e também dos Paroquianos em geral, com uma hora de antecedência para inscrição e ocupação do espaço, que conta com cerca de 500 (quinhentos) lugares, sendo certo que resultados positivos dependerão da participação de todos. São Paulo, 02 de outubro de 2015 Procuradoria da Mitra Arquidiocesana de São Paulo Departamento Jurídico Departamento de Arquitetura


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Espiritualidade Os papas e o rosário Dom Carlos Lema Garcia

O

Bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade

mês de outubro, como sabemos, é o mês do Rosário. Celebramos no dia 7 a festa de Nossa Senhora do Rosário e, no dia 12, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil. Os mistérios do Rosário, divididos em quatro grupos, percorrem os grandes momentos da História da Redenção: o anúncio e o Nascimento de Jesus, os episódios da vida pública, a Paixão, Morte e Ressurreição, além de Pentecostes, Assunção e Coroação de Maria Santíssima. Os quatro grupos de mistérios se escalonam ao longo da semana e assim se convertem numa espécie de compêndio da vida de Jesus. Ao meditar esses mistérios, somos convidados a contemplar a vida de Jesus com o olhar de Maria Santíssima. São João Paulo II, em julho de 1980, na sua visita a Aparecida, nos dizia: “E vós, devotos de Nossa Senhora e romeiros de Aparecida (...), conservai zelosamente este terno e confiante amor à Virgem, que vos caracteriza. Não o deixeis nunca arrefecer. E não seja um amor abstrato, mas encarnado. Sede

fiéis àqueles exercícios de piedade mariana tradicionais na Igreja: a oração do Ângelus, o mês de Maria, e, de maneira especial, o Rosário”. Já o Papa Bento XVI rezou o Terço em Aparecida, em maio de 2007, e nos animou a permanecer na escola de Maria: “Inspirai-vos nos seus ensinamentos, procurai acolher e guardar dentro do coração as luzes que Ela, por mandato divino, vos envia lá do alto”. Anos antes, o então Cardeal Ratzinger, em seu livro, “Deus e o mundo”, escrevera: “para encontrar a paz, eu recomendaria o Rosário. É uma oração que, além do seu significado espiritual, exerce uma influência tranquilizadora na alma. Nele, ao ater-se às mesmas palavras, a gente se liberta de pensamentos que atormentam”. E o Papa Francisco, certa vez, explicou que deve a São João Paulo II o seu costume de rezar o Terço diariamente: contava que, em 1985, havia ido a Roma para participar da primeira JMJ. Naquela ocasião, acompanhou o Terço dirigido pelo Papa e se impressionou com a sua concentração nessa oração. Explicou que o imaginava rezando o Terço em todas as fases da vida: quando criança, jovem operário, sacerdote, bispo... Em 2013, o Papa Francisco veio rezar em Aparecida antes da JMJ do Rio de Janeiro e terminou a homilia dizendo: “Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu, nos fez entrar e nos aponta o seu Filho. Agora, ela nos pede: ‘Fazei o que Ele vos dis-

| Fé e Vida | 5

Fé e Cidadania Sobre a esperança ser’ (Jo 2,5). Sim, Mãe, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria”. O Terço foi tradicionalmente proposto pelos papas como oração pela paz, para destruir a inimizade que separa os povos em lugares onde há sérios conflitos. Durante este mês, podemos pedir a Jesus, por intermédio de Maria, o dom da paz para essas nações onde há milhares de refugiados, populações que vivem em meio a guerras e guerrilhas... Neste mês, também haverá o Sínodo dos Bispos em Roma sobre a família: podemos oferecer o Terço por essa intenção do Papa, unidos a toda a Igreja. Façamos a oração para o Sínodo dos Bispos sobre a Família: Jesus, Maria e José, em vós nós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, a vós dirigimo-nos com confiança. Sagrada Família de Nazaré, faz também das nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas. Sagrada Família de Nazaré, nunca mais nas famílias se vivam experiências de violência, fechamento e divisão: quem quer que tenha sido ferido ou escandalizado, receba depressa consolação e cura. Sagrada Família de Nazaré, que o próximo Sínodo dos Bispos possa despertar de novo em todos a consciência da índole sagrada e inviolável da família, a sua beleza no desígnio de Deus. Jesus, Maria e José, escutai, atendei a nossa súplica.

Cônego Antonio Manzatto Em recente viagem a Cuba, poucos dias antes de seu pronunciamento nas Nações Unidas, o Papa Francisco se encontrou com jovens do Centro Cultural Padre Feliz Varela, em Havana. Os jovens constituem um dos auditórios preferidos de Francisco, que gosta de encontrá-los e conversar com eles. Não foi diferente em Cuba, onde ele se preocupou, em primeiro lugar, em convidar os jovens a sonhar. Mas daqueles sonhos mobilizadores, grandes, que valem uma vida. Sonhem e falem de seus sonhos, disse o Papa, dos seus grandes desejos de mundo novo e de vida para todos, porque os jovens sempre serão idealistas. Nascida dos sonhos, a esperança. Os jovens são a esperança de seu povo. Essa esperança é mais que otimismo, porque é sofrida, trabalhada, fecunda e nos convoca à convivência, em verdadeira prática do que Francisco chama de “cultura do encontro” e na contramão da cultura do descarte que ele tem criticado duramente, como na Laudato si´ ou em seus pronunciamentos. Falando mais especificamente da esperança, o Papa lembrava aos jovens que, primeiramente, a esperança é feita de memória e discernimento. Esperança, ensina ele, é virtude de quem está a caminho e segue em direção ao futuro. Não se caminha na vida, simplesmente, mas se segue uma direção e se quer chegar a uma meta, aquela que ilumina o caminho e dá sentido à vida. Mas para se saber para onde se caminha é preciso saber quem somos e de onde viemos. Daí a memória, porque um povo sem memória é um povo sem esperança, e também o discernimento, que é a capacidade de ler a realidade de maneira clara e profunda, não determinada por preconceitos ou ideologias. Mas esperança não se vive no isolamento. O caminho para o futuro é um caminho a ser percorrido em companhia, em coletivo. Isolamento, individualismo ou fechamento em si não trazem esperança, mas sim a proximidade e o encontro com o outro. O caminho da esperança exige a cultura do encontro e do diálogo, na superação da exclusão, dos contrastes e dos enfrentamentos estéreis. As diferentes maneiras de pensar e as diversidades todas são uma riqueza para todos e um fator de crescimento. Por isso, o Papa pede que os jovens cultivem essa cultura do encontro, caminhando juntos para construir um país “com todos e para o bem de todos”. Por fim, Francisco lembra que a esperança é solidária e conduz à solidariedade. É uma força que ajuda a superar qualquer obstáculo, ademais porque sem solidariedade não existe futuro para nenhum país, porque acima de qualquer outra preocupação deve estar o cuidado com o ser humano. As palavras do Papa em Cuba valem também para nós nestes tempos conturbados que atravessamos em nosso País. Cultivar o encontro e o diálogo pode ser um caminho melhor e mais promissor que os enfrentamentos sem sentido e a violência desmedida que temos conhecido.


6 | Viver Bem |

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Comportamento

Um presente para o Dia da Criança Valdir Reginato Aproxima-se o dia 12 de outubro. Recordo-me com que ansiedade eu e meus sete irmãos aguardávamos por essa data na expectativa de algum presentinho que chegaria. Lembro-me de quem éramos: crianças, em uma fase maravilhosa, em que passamos o nosso período de cuidados, educação fundamental e formação que se dirige para o resto da vida. Quando já estamos no terceiro tempo da vida, a criança em nós surge como uma nostalgia. Para muitos alegres, para outros nem tanto, mas para todos há um mistério: o mistério do encontro com a vida, da chegada ao mundo, da convivência em família, de quando éramos cuidados, lembrados e favorecidos, regalias que vão se perdendo com o tempo. Criança. O que esse nome nos lembra? Alegria, futuro, esperança, emoção, educação, construção, doação, cuidado, choro, peraltices, paciência, desobediência, inocência, responsabilidade, comprometimento... Numa palavra: amor. Tenho um amigo que diz que “os filhos são a ‘materialização’ do amor dos pais.” Assim o deveria ser em cada criança que nasce. Infelizmente, nem sempre é o caso. Aquele que não é capaz de se sensibilizar diante de uma criança, não soube amadurecer no sentido da vida e compreender o valor dela. “Na verdade, vos digo que se não vos converterdes e vos tornardes como crianças, não entrareis no reino dos céus. Aquele, pois, que se fizer pequeno como esta criança, este será o maior no reino dos céus. E quem receber em meu nome uma criança como esta, é a mim

que recebe. Porém, quem escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que lhe pendurassem ao pescoço a mó de um moinho e que o lançassem ao fundo do mar.” (Mt 18, 3-6). Esse trecho do Evangelho dispensa explicações. Mais claro impossível. No entanto, encurtamos a infância, antecipando a adolescência. A preocupação dos pais com filhos de 9 ou 10 anos, está na ordem de questões até há pouco experimentadas pelos pais dos jovens de 15 e 16 anos. A criança passou a ter bullying pelo simples fato de fazer coisas de criança! As meninas já não brincam de bonecas, mas aos 9 anos, estão aprendendo a prevenir a gravidez e as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), quando já são vacinadas contra o HPV. Os meninos já não jogam bola, mas aprendem (na escola!) a colocar preservativos e a discutir se namorarão meninas ou meninos. Em vez de jogos de diversão, corridas de carrinhos ou pipas, divertem-se em videogames de assassinatos monstruosos. Não sentam para tomar sorvete, mas estão se aproximando da maconha e outras drogas, cada vez mais cedo. Não querem mais a companhia do “pai-herói” ou o beijo da mãe à noite, porque estão ocupados nas mensagens de WhatsApp. Os queridos avós, de quem aprendíamos as estórias da família, ou estão saudáveis e ocupados nas academias, ou doentes e esquecidos nas casas de repouso. E a alegria em ajudar o pai a lavar o carro no fim de semana ou tomar conta do irmãozinho para a mãe, agora tem de ser remunerada, para que se vá aprendendo que os

“favores” têm um preço e a generosidade é relíquia de museu. Precisamos dar um presente às nossas crianças. Lembrá-las que nunca mais voltarão a essa fase. Isso não pode ser feito por discursos ou lições de moral, mas apenas pelo sacrifício de pais conscientes. A concorrência com os inúmeros estímulos externos e a convivência nas escolas com colegas cujas famílias estão em profunda crise de autoridade e libertinagem fazem desse cenário uma luta que exige fôlego dos pais. Mas vale muito a pena e quando se está com o amor, não há dificuldades invencíveis. Recentemente, mais uma vez, veio à tona a questão do “Estatuto da Família”, quando se reconheceu ser esta “o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”. Certamente, se ergueram os protestos daqueles que voltam a considerar família outros agrupamentos que não respeitam esses princípios fundamentais. É a luta do dia a dia em favor do óbvio, mas que foi adulterado por conveniências outras... Que neste 12 de outubro, entreguemos às crianças um enorme presente: o nosso amor! O calor familiar que deve estar na presença, na compreensão, no abraço, no carinho, no sorriso, na confiança, na segurança, na motivação, no perdão, na perseverança..., porque em Maria e José, somos todos filhos, somos todos crianças, com toda a convicção que 60 anos de vida podem dar. Dr. Valdir Reginato é médico de família, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar

Cuidar da Saúde

Outubro Rosa é dedicado à mulher Cássia Regina Você lembra quando foi a última vez que realizou seus exames preventivos, papanicolau e mamografia? Muitas mulheres não sabem. Por isso, foi criado o Outubro Rosa, para que possamos lembrar a todas as mulheres que este é o mês em que devem se cuidar e fazer seus exames preventivos.

O trabalho e a correria do dia a dia fazem com que o tempo passe muito rápido e acabamos deixando a saúde em segundo plano. Muitas doenças, como câncer do colo do útero e câncer de mama, se detectadas precocemente, têm bom prognóstico chegando até cura. Na maioria das unidades básicas de saúde (UBS), você pode fazer o papanicolau sem precisar passar

com o médico e sem agendamento. Basta estar três dias sem usar cremes vaginais, sem menstruação e sem ter feito relação sexual. Dedique esse mês a você, mulher: vá até uma UBS ou marque uma consulta com seu ginecologista. Você merece esse cuidado! Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com


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‘Rezamos pela alma do Erza e de todas as crianças que foram vítimas de violência’

| Geral/Pastorais | 7 Luciney Martins/O SÃO PAULO

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na sexta-feira, 2, no centro de São Paulo, foi realizado um ato em memória pelos 23 anos do Massacre do Carandiru, que recordou a morte de, ao menos, 111 presos na extinta Casa de Detenção de São Paulo, no bairro do Carandiru, em 1992. O ato, articulado pela Rede 2 de Outubro, teve entre os grupos organizadores a Pastoral Carcerária. Diego Monteiro

Dom Carlos, Padre Tarcísio, Sueli, da Pastoral do Menor, e autoridades civis oram no túmulo do garoto Erza

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

Uma missa em memória do garoto africano Erza Liam Joshua Finck, 7, foi realizada na segunda-feira, 5, no Cemitério da Vila Formosa, na zona Leste de São Paulo. Articulada pela Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, a celebração foi presidida por Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese, e concelebrada pelo Padre Tarcísio Marques Mesquita, coordenador do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral. Estiveram na missa: Eduardo Suplicy, secretário municipal de Direitos Humanos; Mmaikeletsi Dube, cônsul geral da África do Sul, e demais representantes do consulado; e o desembargador Antônio Carlos Malheiros, da Vara da Infância e Juventude. Ao refletir o trecho do Evangelho de São Mateus, “A morte dos santos inocentes”, na homilia,

Dom Carlos destacou que as “crianças estão mais próximas de Deus. As crianças, em sua inocência, não têm maldade”. O Bispo prosseguiu recordando Santo Agostinho, que afirma que os inocentes sofreram e testemunharam Cristo. “Pedimos a Deus que abençoe as nossas crianças. Rezamos pela alma do Ezra e de todas as crianças que foram vítimas de violência. Hoje, fazemos uma prece por todas essas crianças que sofreram, vítimas de violência do mundo inteiro”, destacou o Bispo. Ezra Liam Joshua Finck foi encontrado morto em 4 de setembro no freezer da casa onde morava, no centro de São Paulo. As investigações apontam como autores do crime sua mãe e seu padrasto. O casal fugiu para a África e é procurado pela Interpol. Semanas depois, o Cardeal Scherer, arcebispo de São Paulo, pediu que a Pastoral do Menor ajudasse nos trâmites jurídicos que permitiriam o sepultamento do menino, que aconteceu em 29 de setembro.

Em 29 de setembro, na Casa da Reconciliação, o grupo de diálogo inter-religioso Jovens pela Paz, composto por jovens judeus, cristãos e muçulmanos, promoveu o encontro mensal “Dialogando pela Paz”, que abordou os 50 anos da publicação da declaração Nostra Aetate (Nossa Época), do Concílio Vaticano II, sobre a Igreja e as religiões não cristãs. O Cônego José Bizon, responsável pela Comissão do Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da Arquidiocese de São Paulo e diretor da Casa da Reconciliação, falou sobre a aplicabilidade da Nostra Aetate nos dias atuais. Para mais informações sobre o grupo Jovens pela Paz envie e-mail para: jovenspelapaz1@ gmail.com. (por Diego Monteiro). Rubens da Cruz/Catedral da Sé

Cáritas Arquidiocesana

Portas abertas à solidariedade Jovens pela Paz

saborearam a culinária típica de vários países na feirinha gastronômica, participaram de uma roda de conversa com refugiados, entre outras atividades. O grupo de diálogo inter-religioso Jovens pela Paz, composto por jovens judeus, cristãos e muçulmanos, mobilizou-se e arrecadou doações aos refugiados. Grupo leva doações a refugiados no Centro de Referência da Cáritas, dia 3 Segundo o Padre Marcelo Monge, diretor da Cáritas Centenas de pessoas foram ao Centro de Arquidiocesana, a instituição está aberta para Referência para Refugiados da Cáritas Arqui- acolher pessoas e receber doações de diversas diocesana de São Paulo, no sábado, 3, para levar religiões. “Oferta é oferta, necessidade é necessidoações aos refugiados e saberem mais detalhes dade, não importa a fé da pessoa”, afirmou. “Se o sobre as situações que vivenciaram em seus paí- objetivo é salvar vidas e cuidar de pessoas, estases de origem. mos juntos. Mas, se for para o aborto, a eutanásia No evento intitulado de “Portas Abertas”, to- e a destruição do homem e da natureza, a Cáritas, dos tiveram a oportunidade de conhecer o traba- assim como a Igreja Católica, está fora”, enfatizou. lho da Cáritas, assistiram apresentações musicais, (por Diego Monteiro)

Na tarde de domingo, 4, na Catedral da Sé, foi realizado, com diferentes autoridades religiosas, um momento de homenagem aos professores e seus familiares, com uma benção inter-religiosa. Como representantes da Arquidiocese participaram o Cônego José Bizon, diretor da Casa de Reconciliação, e Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita, também prestigiaram a atividade.


8 | Pelo Mundo |

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Destaques das Agências Internacionais

Filipe David

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

Guatemala

Sudão do Sul

Estados Unidos

Deslizamento vitima dezenas de pessoas e destrói 125 casas

Epidemia de malária em campo de refugiados

Um deslizamento de terra matou pelo menos 56 pessoas na cidade de Catarina Pinula, próxima à capital da Guatemala, no sábado, 3. Cerca de 350 pessoas ainda estão desaparecidas e a busca por sobreviventes continua. Segundo o porta-voz das equipes de emergência que trabalham no local, entre os mortos estão diversas crianças.

Uma epidemia de malária assola o campo de refugiados de Bentiu. O Centro para a Proteção de Civis, da Organização das Nações Unidas (ONU), em Bentiu, abriga 110 mil refugiados, que fugiram de conflitos e da violência. O único hospital existente no campo registrou até 4 mil casos de malária por semana nos dois últimos meses. Nas últimas semanas, têm morrido em média três crianças por dia por causa da doença.

Após perguntar a religião, estudante mata 9 pessoas

Fontes: La Croix/ AFP

Fonte: Fides

República Centro-Africana Caos em Bangui Na noite entre 25 e 26 de setembro, um jovem muçulmano foi morto em um bairro da capital considerado cristão. O seu corpo foi levado para a Mesquita Central de Bangui na manhã seguinte e desencadeou uma onda de violência: um grupo de muçulmanos entrou no bairro em que ocorreu a morte do jovem e começou a atirar descontroladamente, matando dez pessoas e ferindo 40; milhares de pessoas abandonaram suas casas e fugiram. Milícias “anti-balaka” (criadas para defender os cristãos e os animistas contra os muçulmanos) atacaram a sede da rádio muçulmana e as milícias muçulmanas saquearam as proximidades de uma paróquia e a casa de um pastor. Os confrontos

Pacome Pabandji/AFP/Getty

Fontes: Newsday/ BBC/ KTLA/ NewAmerican

Soldados da missão de estabilização da ONU, a Minustah, na República Centro-Africana

continuam, deixando até agora mais de 50 mortos e centenas de feridos. Uma missão de estabilização da Organização das Nações Unidas (Minustah) está no País, que enfrenta conflitos e ins-

tabilidade política desde 2012. A oposição uniu-se às milícias “anti-balaka” e tem pedido a retirada das forças da ONU e a restauração das forças armadas nacionais. Fonte: Fides

Nações Unidas Dia Mundial do Habitat: um convite para a promover espaços públicos na cidade Espaços públicos seguros para mulheres e meninas contribuem para aumentar a igualdade, promover a inclusão e combater a discriminação, ressaltou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na segunda-feira, 5, por ocasião das comemorações do Dia Mundial do Habitat. Com o tema, “Espaços Públicos para

Chris Harper-Mercer, 26, entrou atirando na sala de aula, matou a professora e oito colegas, e feriu nove pessoas. O massacre aconteceu no Estado de Oregon, no campus universitário do Umpqua Community College – que possui mais de 13 mil estudantes e proíbe a entrada de armas, mas que conta com apenas um segurança, que estava desarmado no momento. De acordo com duas testemunhas, o jovem perguntou a alguns dos colegas qual era a religião deles e matou os que se disseram cristãos. Um veterano do Exército que também é estudante e ajudou a evacuar o prédio foi até a sala onde ocorria o tiroteio para impedir que o atirador saísse e ferisse outras pessoas. Ele foi, então, baleado três vezes, mas conseguiu sobreviver. Dois policiais chegaram e, sem esperar reforços, foram até o local e trocaram tiros com o jovem, que terminou por se suicidar.

Todos”, as Nações Unidas lembram a importância das ruas, parques, bibliotecas, escolas e instalações públicas nas cidades que servem como “espinha dorsal” dos centros urbanos e promovem sociedades mais inclusivas e democráticas. “Os espaços públicos adequados melhoram a coesão da comunidade e pro-

Síria ‘Para encontrar insurgentes moderados, é preciso uma lupa’

movem a saúde, a felicidade e o bem-estar para todos os cidadãos, bem como incentivam o investimento, o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade do meio ambiente”, disse o diretor executivo do Programa da ONU para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), Joan Clos.

O arcebispo sírio, Dom Jacques Behnan Hindo, criticou a declaração do senador norte-americano John McCain, que afirmou que os russos não estão bombardeando o Estado Islâmico, mas os rebeldes anti-Assad treinados pela CIA. Para o Arcebispo, praticamente não há rebeldes anti-Assad moderados; quase todas as forças – fora o Estado Islâmico – foram assimiladas pela Frente al-Nusra, braço armado da Al-Qaeda na Síria. Dom Jacques afirmou que apoiar o presidente sírio Bashar al-Assad é a opção mais razoável e que, “se Assad for embora agora, a Síria se tornará como a Líbia”.

Fonte: ONU (Redação: Daniel Gomes)

Fonte: Fides


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| Papa Francisco | 9

‘Missionário da Misericórdia: foi assim que me apresentei’ Homem e mulher L’Osservatore Romano

Na audiência geral de 30 de setembro, na praça de São Pedro, o Papa Francisco falou após sua primeira viagem apostólica a Cuba e aos Estados Unidos da América. O Papa agradeceu a acolhida recebida pelos presidentes Raúl Castro e Barack Obama nos seus países e pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

“Missionário da Misericórdia: foi assim que me apresentei em Cuba, uma terra rica de beleza natural, de cultura e de fé. De Cuba para os Estados Unidos foi uma mudança emblemática, porque ‘Deus sempre quer construir pontes; somos nós que construímos muros’”, disse o Pontífice. No fim da Catequese, o Papa saudou

os peregrinos de língua portuguesa: “De coração, vos saúdo a todos, em particular os fiéis brasileiros vindos de São Paulo, Rio de Janeiro, Itu e Campo Grande, lembrando-vos que a resposta ao grave desafio da divisão e massificação no mundo atual é a família!” (Por Nayá Fernandes, com informações da rádio Vaticano)

Dia Mundial do Migrante e do Refugiado L’Osservatore Romano

Na quinta-feira, dia 1º, foi divulgada a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado em 17 de janeiro de 2016. O tema é “Os emigrantes e refugiados interpelam-nos. A resposta do Evangelho da misericórdia”. O Papa insiste sobre o momento de intensos fluxos migratórios em todo o mundo. “As vítimas da violência e da pobreza, abandonando as suas terras de origem, sofrem o ultraje dos traficantes de pessoas humanas na viagem rumo ao sonho de um futuro melhor.” (NF)

participam do poder criador de Deus

“Manteremos o olhar fixo em Jesus para encontrar, com base no seu ensinamento de verdade e misericórdia, os caminhos oportunos para um empenho adequado da Igreja com as famílias e para as famílias, para que o desígnio original do Criador para o homem e a mulher possa ser implementado e aja em toda a sua beleza e sua força no mundo de hoje. ” O Papa, no Ângelus, falou aos peregrinos após terminar a celebração eucarística de abertura do Sínodo dos Bispos. Depois, refletiu sobre os textos da missa do domingo, 4. “No Matrimônio, eles se tornam uma só carne e transmitem a vida a novos seres humanos. Ambos participam do poder criador de Deus, mas para isso é preciso amar ‘com Deus e como Deus’. Esse amor é dado aos cônjuges no Matrimônio. Ele alimenta a relação, desperta o desejo de criar filhos, de esperar por eles, acolhê-los, criá-los, dar a eles a mesma ternura que Jesus demonstrou no Evangelho.” O Papa prosseguiu convidando a orar para que “todos os pais e educadores do mundo, bem como toda a sociedade, sejam instrumentos do acolhimento e do amor com que Jesus abraça os pequeninos. O Senhor nos ajude a não sermos uma sociedade-fortaleza, mas uma sociedade-família, capaz de acolher, com regras adequadas. Acolher sempre, com amor”. Ele concluiu pedindo orações pelo Sínodo “para que o Espírito Santo faça os padres sinodais totalmente dóceis às suas inspirações”. (Por Padre Cido Pereira) L’Osservatore Romano

Cultivar a vida, aceitar a morte O Papa Francisco enviou uma mensagem à Igreja de Dublin, na Irlanda, por ocasião da Jornada da Vida. No domingo, 4, ele recordou os ensinamentos de São Francisco de Assis. A Jornada da Vida acontece na Irlanda, Escócia e Reino Unido em datas diferentes. Todavia, a mensagem que as respectivas conferências episcopais difundem por essa ocasião é a mesma. O tema deste ano é “cultivar a vida, aceitar a morte”, temática dedicada à questão do fim da vida. (NF)


10 | Pelo Brasil |

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Filipe David

Destaques das Agências Nacionais

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Semana Nacional da Vida e Dia do Nascituro A Igreja no Brasil promove, até o dia 7, a Semana Nacional da Vida. Na quinta-feira, 8, é o Dia do Nascituro. A semana foi instituída em 2005 pela Assembleia Geral dos Bispos do Brasil. Neste ano, o tema é “O evangelho da vida: anunciar, celebrar e servir”, ins-

pirado na Encíclica Evangelium Vitae, de São João Paulo II, que completou, em março, 20 anos de publicação. Por ocasião da Semana da Vida, Dom Fernando Arêas Rifan, bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, publicou um artigo

Canção Nova promove ‘Acampamento para famílias’ Entre os dias 2 e 4, a Canção Nova promoveu o “Acampamento para as famílias”, com o tema “Acreditar na família é acreditar no futuro”. O evento foi marcado no mesmo fim de semana em que começou a Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a Família, no Vaticano, aberta no domingo, 4. A atividade contou com pregações dos padres Fábio de Melo, Christian

lembrando que o “nascituro, o que está para nascer, é o que todos fomos um dia” e pedindo que todos lutem pela vida e contra o aborto. O Bispo explicou também a utilidade de uma semana pela vida. “A Semana Nacional da Vida e o Dia do

Nascituro são ocasiões para que toda a Igreja continue afirmando sua posição favorável à vida desde o seio materno até o seu fim natural, bem como a dignidade da mulher e a proteção das crianças”. Fonte: ACI

Outubro Rosa no Cristo Redentor

Shankar e Paulo Ricardo, e a participação de 12 mil peregrinos no Acampamento. Segundo Lúcio Domício, responsável pelo departamento de eventos da entidade, as pregações e missas têm como objetivo “trazer o sentido mais profundo desta instituição [a família], fundamental para o desenvolvimento pleno do indivíduo”. Fonte: ACI

O Santuário Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, recebeu na segunda-feira, 5, uma iluminação cor-de-rosa com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre o combate ao câncer de mama. A iniciativa, no contexto do Outubro Rosa, faz parte de uma parceria entre a Fundação Laço Rosa e a Américas Amigas — associações sem fins lucrativos, que têm a missão comum de reduzir os índices de mortalidade do câncer de mama e de disseminar a causa na sociedade —, com o apoio da

Arquidiocese do Rio de Janeiro e a participação da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama. “Levar a mensagem da campanha para milhares de pessoas que verão o Cristo Redentor iluminado de rosa é nosso objetivo. Reforçar a importância do diagnóstico precoce é dar uma chance à vida”, explicou Francisca de Paula Harley, presidente da Américas Amigas. Fonte: Arquidiocese do Rio de Janeiro (Redação: Daniel Gomes)

‘Dom Paulo Evaristo, Cardeal Arns, Pastor das Periferias, dos Pobres e da Justiça’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

redação

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Professor Waldir Augusti entrega a Dom Paulo livro com coletânea de artigos sobre a vida do ‘Cardeal da Esperança’

No domingo, 4, Dia de São Francisco de Assis, a Paróquia dedicada ao santo protetor dos animais e da natureza, no bairro de Ermelino Matarazzo, na Diocese de São Miguel Paulista, na zona Leste de São Paulo, esteve em festa: em missa presidida por Dom Manuel Parrado Carral, bispo da diocesano, concelebrada por Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), Dom Antônio Celso de Queiroz, bispo emérito de Catanduva (SP) e vários padres, foi feita uma homenagem a Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, pelo seu aniversário de 94 anos, comemorado no dia 14 de setembro. Na oportunidade, houve o lançamento do livro “Dom Paulo Evaristo, Cardeal Arns - Pastor das Periferias, dos Pobres e da Justiça”, uma coletânea de 55 artigos, de pessoas que tiveram a oportunidade de conviver com Dom Paulo ou foram, de algum modo, inspiradas por seus ensinamentos. A obra é ilustrada com 160 fotos. De acordo com os organizadores do livro, o Professor Waldir Augusti e o Padre Antônio Luiz Marchioni, da Paróquia São Francisco de Assis, todos os depoimentos foram mantidos na íntegra. Participaram da missa e do lançamento do livro diversas autoridades civis entre as quais o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital, Fernando Haddad. (Com informações do jornal O Estado de S.Paulo e da Diocese de São Miguel Paulista).


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| Reportagem | 11 Fotos: Arquivo pessoal

As realidades sociais das comunidades ribeirinhas da Amazônia e o testemunho de fé do povo do Pará são parte da experiência missionária dos diáconos João Henrique e Wellington Laurindo

Amazônia: terra de missão para futuros padres da Arquidiocese Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

Neste mês das Missões, O SÃO PAULO apresentará uma série de reportagens de experiências missionárias. A primeira é sobre a vivência, durante um mês, dos diáconos transitórios João Henrique e Wellington Laurindo, em uma diocese na Amazônia “Durante a Semana Missionária da Diocese de Castanhal, no Pará, em uma das noites, eu presidi a Adoração ao Santíssimo Sacramento. As pessoas vieram de diversas comunidades rurais e se reuniram numa comunidade-sede. De repente, avistei dois caminhões chegando lotados de gente em suas carrocerias. Eram pessoas vindas de vários lugares, fora aquelas que vieram caminhando pela estrada, por mais de 4 km a pé, simplesmente para participarem daquele momento de oração. Foi muito bonito de ver aquela praça lotada de gente, adorando a Deus”. A recordação é do diácono João Henrique Novo do Prado, 26, que de 24 de agosto a 27 de setembro, participou de uma experiência missionária na diocese localizada na região amazônica, com o diácono Wellington Laurindo, 32. Os diáconos transitórios foram acolhidos pelo Padre Fabiano de Souza Pereira, presbítero da Arquidiocese de São Paulo, que está em missão na Diocese de Castanhal desde janeiro de 2014, na Paróquia São Sebastião, na cidade de Igarapé-Açú. Os futuros sacerdotes visitaram a maioria das 45 comunidades pertencentes à Paróquia, cuja matriz está em IgarapéAçu, município com 37 mil habitantes. Além de rezarem e levarem a Palavra de Deus nas casas, os diáconos ouviram os relatos das pes-

Diáconos com a cruz missionária, símbolo utilizado em cada comunidade rural nas missões

soas, conheceram suas realidades sociais, econômicas e, sobretudo, as experiências de fé. Com o próprio testemunho de vida, também serviram de motivação para que cinco rapazes e uma moça expressassem o desejo de iniciar discernimento vocacional para a vida religiosa. O convite para a experiência missionária foi dos padre formadores dos diáconos e do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, para que os dois pudessem conhecer uma realidade diferente da vivida na Igreja em São Paulo. “Fomos de coração aberto. Não criamos muita expectativa e fomos surpreendidos com tudo que vivemos”, expressou o diácono Wellington.

Uma Igreja missionária, acolhedora e generosa

Nos quase 30 dias de missão, a rotina começava cedo: às 5h30, os fogos de artifício já anunciavam que era o momento da celebração. Após o café da manhã, os missionários partiam para visitas às casas nas comunidades ribeirinhas, juntamente com um grupo de jovens, em cima da carroceria de uma caminhonete. Ao final de cada dia, acontecia a missa. “Encontramos na Amazônia uma Igreja missionária, acolhedora e generosa. Eles mesmos se dispõem e se reúnem para visitar as famílias, se organizam para fazer a celebração da Palavra e os momentos de oração”, recordou o diácono João Henrique.

Para o diácono Wellington, a dedicação e o comprometimento do povo com a vida comunitária foi algo que o surpreendeu. “Algumas comunidades só têm a realização de missa a cada três meses. Ainda assim, os fiéis se reúnem todos os domingos para a celebração da Palavra, e durante a semana para fazerem novenas, reza do Terço e a lectio divina. [leitura orante]. Uma senhora chegou numa comunidade com os pés machucados, depois de andar 4 km a pé para celebrar a Palavra. É muito viva a fé do povo”. “A consciência de que a missão da Igreja é também missão de todos os batizados, não só dos bispos, padres e diáconos, faz com que o povo do Pará seja tão envolvido e engajado nas suas comunidades. Todos são chamados a serem missionários”, relatou o diácono João Henrique. Dom Carlos Verseletti, bispo de Castanhal, acompanhou o grupo dos missionários, com Padre Fabiano e os diáconos, visitando as casas e conhecendo as realidades mais periféricas do município. Em um final de semana, o Bispo crismou 400 jovens em uma das comunidades urbanas.

Frutos da Missão

Para os diáconos transitórios, a experiência missionária serviu para o avivamento da fé e foi essencial no período final da formação ao sacerdócio, uma vez que serão ordenados padres em 5 de dezembro, às 15h, na Catedral da Sé. “Estar junto do povo, caminhar junto, sentir as suas dores e suas alegrias. Cuidar das ovelhas que Deus nos confiou”, expressou o diácono João Henrique. “E ter o cheiro das ovelhas, conforme pediu Papa Francisco aos sacerdotes”, finalizou o diácono Wellington.


12 | Reportagem |

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No Brás dos migrantes de ontem e de hoje, a violência preocupa Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

São Paulo é mais que uma cidade, é um mundo inteiro de possibilidades. Cada região é um encontro de culturas, experiências, histórias, curiosidades, preocupações e desafios. Nesta edição, O SÃO PAULO inicia uma série de reportagens mensais sobre os bairros da capital. O primeiro é o Brás, na região central, que no começo do século XIX teve grande número de imigrantes europeus, e hoje abriga muitas pessoas de origem latino-americana. A violência crescente é a principal preocupação dos moradores.

Brás, o Brasil de quem chegou Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

O corre-corre de quem compra, vende, trabalha ou mora no bairro do Brás, na região central da capital paulista, esconde uma história cheia de encontros e despedidas de quem já viveu por ali. Tendo recebido esse nome provavelmente devido a um de seus primeiros moradores, o português José Brás, o lugarejo cresceu ao redor da Igreja Bom Jesus de Matosinhos, hoje Bom Jesus do Brás, segundo dados do arquivo do jornal Folha de S.Paulo. Elevado à categoria de freguesia em 1818, o Brás começou a receber desde o seu início imigrantes que vieram para trabalhar no Estado de São Paulo. Havia 4 mil vagas na Hospedaria do Migrante, onde hoje funciona o Museu da Imigração, construída em 1887 para hospedar os trabalhadores da indústria cafeeira, a maioria vindas da Itália, Espanha e Portugal. Também nessa época, o bairro começou a receber árabes e japoneses. Entre 1871 e 1930, havia 1,3 milhão de italianos no Brasil, a maioria absoluta em São Paulo, e em 1897 eram dois italianos para cada brasileiro na cidade. Para se ter uma ideia da abrangência que a imigração italiana alcançou na capital, em 1920, aproximadamente70% dos operários em São Paulo eram italianos. Isso aconteceu devido ao empobrecimento da Itália no fim do século XIX e a necessidade de mão de obra barata para a lavoura e, posteriormente, para a indústria no Brasil. O Brás era uma vila de italianos que para cá trouxeram seus costumes e canções, seu modo de ver o mundo e de viver nele, inclusive nas devoções, como por exemplo, a Nossa Senhora de Casaluce, São Vito e San Genaro. Não satisfeitos com a lavoura de café, eles começaram a abrir exercícios comerciais, restaurantes, cantinas e a ocupar os espaços tentando manter a familiaridade e a intimidade, que lhe são próprias.

Do Norte

Em meio à diversidade cultural, avanço nos transportes e abandono, bairro do Brás vive momento de revitalização

Com crise cafeeira em 1930 e após o Brasil, presidido por Getúlio Vargas, ter declarado guerra à Alemanha e à Itália, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, houve diminuição da expansão italiana em terras paulistas, dando lugar para uma outra migração, a interna. A partir de 1930 e, sobretudo, com a seca de 1952 na região nordeste do Brasil, famílias inteiras, principalmente trabalhadores, começam a vir do Nordeste brasileiro para São Paulo, em busca de melhores condições para viver.

“Na época da guerra, era preciso tomar cuidado com cada palavrinha”, relatou o senhor Alfredo Castagna, italiano, no vídeo, disponível na internet, “Memória em Pedaços – o bairro do Brás”, da TV Cultura, dirigido por Neide Duarte e Maria Cristina Poli, onde estão essas e outras informações sobre os fluxos migratórios no bairro do Brás. Naquela época, a média era de mil pessoas por dia vindo em caminhões e “paus de arara” para a capital, desembarcando na chamada Estação do Norte, no Brás. Até 1940, São Paulo abrigava cerca de 1,2 milhão de migrantes nacionais e em 1970 esse número já chegava a 4 milhões. Com a construção da avenida Alcântara Machado, conhecida como Radial Leste, em 1957, e a destruição de 1/5 da área do Brás, ou seja, cerca de 20% dos imóveis, a configuração do bairro, que, naquela época vivia o florescer da indústria e das fábricas de confecção, começou a mudar e, embora o Brás continue sendo uma referência comercial na cidade, grande parte da população se mudou para outros lugares. Ainda assim, os migrantes e imigrantes continuaram a chegar, e em 1981, por exemplo, já havia registros nas atas policiais de pessoas que se aproveitavam dos recém-chegados para cometer crimes de roubos e contratações enganosas e ilegais.

Em constante transformação

Em 1970, o rosto do Brás continuou sua transformação com a chegada dos coreanos e, logo depois dos bolivianos. O “Fashion Shopping Brás”, primeiro do bairro, é de 1983 e dez anos depois já haviam outros quatro ou cinco que vendem, ainda hoje, roupas no varejo, mas sobretudo no atacado. Quem passa pela avenida Rangel Pestana hoje e vê a Paróquia Bom Jesus do Brás, construída entre 1896 e 1903, talvez nem saiba quanta coisa aquela comunidade já viu acontecer no vai e vem de quem chegou e de quem se foi. Os irmãos arquitetos italianos Calcagno, responsáveis pelo primeiro projeto do templo, também não. A igreja continua ali, sendo um lugar de encontro com o mistério de Deus e da humanidade, um espaço marcado pela esperança de quem sonhou em construir, no Brás, uma vida nova. Considerada um patrimônio pela história que carrega, a igreja é, sem dúvida, um lugar de busca da paz, mesmo em meio à violência de quem, em vez de aprender a construir, desaprendeu o valor do respeito ao outro, à sua história, às suas mãos que fizeram, talvez, uma peça de roupa carregada de sonho e de memórias.


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| Reportagem | 13 Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Construção civil vive um momento de avanço e criação de novas unidades de moradia, o que contribui para aprimorar a vitalidade do bairro do Brás, na região central de São Paulo

Moradores ‘obrigados a viver enjaulados’ Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

“Para que haja segurança eficaz e funcional, é necessário trabalho em conjunto e entre os comandantes, Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, governos estadual, municipal e subprefeitos, inclusive com o apoio de assistentes sociais para garantir a integração de pessoas que vivem na rua ao convívio da sociedade”. Marina Astuko Ueno, mais conhecida como Marina do Brás, é enfática ao afirmar que um dos principais problemas do bairro do Brás é a violência e a falta de segurança. “Somos uma região pujante e laboriosa, de fácil locomoção, mas estamos aterrorizados ao andar pelas ruas em geral, obrigados a viver enjaulados nas respectivas moradias”. De fato, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública, quando o assunto é furto, dona Marina não está errada: o bairro do Brás ocupa a 10ª posição entre os mais de 90 distritos da cidade. Ela não sabe os números oficiais ou as estatísticas apresentadas pelos poderes públicos, mas está assustada e preocupada. Com dezenas de abaixo-assinados e requerimentos, todos devidamente homologados, a senhora, que há 17 anos trabalha por melhorias no bairro, fala com descrença das promessas dos políticos que se comprometem em melhorar a região, mas que não cumprem com a palavra e colaboram para que, aos poucos, o bairro vá se degradando ainda mais. Com pesar, a líder comunitária comenta que os problemas de violência e de falta de policiamento afetaram até mesmo os horários de missa. “A Paróquia Bom Jesus do Brás diminuiu a frequência de fiéis. O nosso pároco [Monsenhor Sérgio Tani] mudou o horário de celebrar a missa, das 18h para as 17h, em virtude de evitar transtornos, de evitar até o risco de morte”, comenta.

O que tem melhorado

Mesmo com ressalvas, dona Marina destaca que a colocação das ciclofaixas no bairro pode colaborar para trazer mais vitalidade à região, além de fluência para que crianças e jovens desfrutem mais das coisas boas do local. Porém, ela acredita que é preciso prestar atenção na qualidade das ciclofaixas, pois considera que a falta de um material asfáltico de qualidade colaborou para que estas sejam mais perigosas, já que muitas estão cheias de buracos e desniveladas. De acordo com dona Marina, outro ponto que está sendo positivo e contribuindo para o crescimento e melhoria do bairro são as questões ligadas aos imigrantes. Com a chegada dos latino-americanos, principalmente dos bolivianos e peruanos, o bairro está assumindo uma perspectiva de se tornar ainda mais residencial, principalmente porque, segundo ela, os imigrantes gostam de fazer festas e são muito simples e educados. Nelson Bison, que faz parte da coordenação do Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (Cami), destacou que os imigrantes “trazem um contributo importante, principalmente no campo do trabalho, sobretudo na indústria têxtil”, além da cultura, pois há uma valorização por parte dele das datas festivas como Dia da Pátria e as celebrações dos padroeiros. Para Nelson, é preciso que o Poder Público esteja atento à necessidade de modernização do centro da cidade, levando também em conta os imigrantes e suas necessidades. Os novos empreendimentos imobiliários têm, em certa medida, trazido muitos outros moradores para o bairro e região. Dona Marina conta que, próximo à residência dela, quase dez torres residenciais estão sendo erguidas.

O que melhorar

Dona Marina afirma que continuará buscando melhorias e lutando pelo Brás, justamente por isso, lista quatro pontos que acredita que devam ser observados: “Instalação de base móvel, até três pontos escolhidos pelas autoridades competentes; escalar em caráter efetivo um componente que passaria a residir no local; solicitar ampliação de policiamento ostensivo e viaturas no bairro; promover atividades e melhorias do Parque Dom Pedro”. Além dessas questões, a moradora destaca a necessidade de melhorias na iluminação pública e uma integração entre as forças do Estado de São Paulo e da Prefeitura.

Respostas do Poder Público

Por meio de uma nota enviada pela assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana afirmou que a Guarda Civil Metropolitana “colabora com a segurança pública na região do Brás com ações focadas no controle do espaço público e fiscalização do comércio ambulante. As ações ocorrem nas ruas Barão de Ladário/Juta, entre as ruas Silvio Penteado e Ministro Firmino Whitaker, além da Praça Agente Cícero”. Evandro Reis, subprefeito da Mooca, destacou, em entrevista ao O SÃO PAULO, que as questões de iluminação pública são de responsabilidade da empresa que a Prefeitura terceirizou para realizar esse serviço e que as “solicitações apresentadas na Subprefeitura são encaminhadas para a empresa”. Quanto às questões de violência, o Subprefeito recordou que há uma parceria entre a Prefeitura, a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana para cuidar e coibir as questões do comercio ilegal e ambulante, a chamada Operação Delegada, que estaria coibindo as ações de criminosos.


14 | Reportagem |

7 a 13 de outubro de 2015 | www.arquisp.org.br

Até onde vai a ciclovia? Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

A ciclovia que circunda o Parque Pinheirinho D´Água, na zona Noroeste de São Paulo, inaugurada em outubro de 2014, poderia ser uma opção para os moradores locais chegarem a três hipermercados próximos ou ao Hospital Geral de Taipas, mas seus 3,6 km de extensão – em alguns pontos com sujeiras e já quase sem a pintura vermelha – não têm ligação com duas avenidas próximas - Raimundo Pereira de Magalhães e a Estrada do Corredor. Em 29 de agosto, durante uma hora de observação em um ponto fixo da ciclovia, a reportagem verificou que a via é mais utilizada por pessoas correndo do que por ciclistas. “A ideia da ciclovia pode até ‘pegar’, mas do jeito que está sendo implementada, não vai ser útil. Aqui na nossa região, a ciclovia perto do Parque Pinheirinho não funciona, é isolada, e de noite, com tudo escuro, é grande a chance de ser roubado”, afirmou Wagner Vieira Lopes, 42, estudante de Engenharia e morador da zona Noroeste. A situação encontrada não condiz com o que a Prefeitura de São Paulo almeja com a implantação de 400 km de infraestrutura cicloviária (Meta 97 do Programa de Metas da Gestão Haddad), a julgar pelo que foi dito pelo secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, em entrevista ao O SÃO PAULO, em abril (edição 3049). “Com as ciclovias, estamos formando uma malha que faz ligação com terminais de ônibus, metrô, trem, além de percursos junto a escolas, hospitais, parques, bibliotecas, comércios”. Segundo Suzana Nogueira, supervisora de Planejamento, Estudos e Projetos Cicloviários da CET, “o plano cicloviário da capital está em execução e, portanto, estão sendo feitas as ligações entre ciclovias e equipamentos públicos e de interesse, como escolas, hospitais, bibliotecas e estações de trem, metrô e terminais de ônibus”. No caso da ciclovia do Parque Pinheirinho, Suzana afirmou que “outras intervenções serão posteriormente incluídas, seja porque dependem de estudos técnicos ou por estarem vinculadas a ações planejadas por órgãos que tenham por competência a execução de intervenções no viário do Município. Os horizontes definidos para a implantação da Rede Cicloviária Estrutural são 2016, 2024 e 2030”, detalhou.

‘Em momento algum fomos consultados’

Na Vila Madalena, na zona Oeste, a instalação de ciclovias também é vista com ressalvas. “Na ciclovia na rua João Moura, não passam muitos ciclistas. Você fica o dia inteiro e conta nos dedos quantos passam por lá”, disse Cássio Calazans de Freitas, 57, presidente da Sociedade de Amigos de Vila Madalena. Ele ainda garante que os moradores não souberam pre-

viamente da instalação das ciclovias. “Em momento algum fomos consultados para instalação de ciclovias nas ruas da Vila Madalena. Estão fazendo ciclovia a esmo, sem questionar, sem perguntar para os moradores o que acham”, lamentou. A afirmação de Cássio diverge das declarações dadas ao O SÃO PAULO por Jilmar Tatto, em abril. “Houve e há encontros com entidades de bairros, nas várias regiões da capital, para apresentar e receber sugestões sobre a implementação”, garantiu à época. Segundo Suzana Nogueira, “todos os setores envolvidos ou interessados tiveram e têm espaço para debater, propor e melhorar o trabalho que vem sendo feito”. Ela afirmou, ainda, que o plano de mobilidade cicloviária da CET segue está de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, a Lei de diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana e o Sistema Cicloviário do Município de São Paulo.

Barra Funda, na zona Oeste, estão instalados no canteiro central. E foi nas proximidades de um dos trechos embaixo do Elevado Costa e Silva (Minhocão), em 17 de agosto, que o idoso Florisbaldo da Rocha, 78, morreu atropelado por um ciclista. O acidente reacendeu a discussão sobre a viabilidade das ciclovias em São Paulo. No caso específico, o questionamento foi sobre os riscos nos trechos em que a ciclovia está próxima das pilastras de sustentação do Minhocão, e porque há grande fluxo de pedestres e pouca distância entre ciclistas e as pessoas nos pontos de ônibus. “Está sendo feito um acompanhamento para verificar se há necessidade de alteração na sinalização da ciclovia do Minhocão. Caso seja preciso, ajustes poderão ser feitos”, garantiu Suzana Nogueira. Na avaliação de Renato Lobo, técnico em Transportes e criador do blog Via Trolebus (http://viatrolebus. com.br), a ciclovia embaixo do Minhocão não apresenta problemas. “Sob o ponto de vista de segurança viária, o modelo escolhido

foi o ideal. Os tais pontos cegos [próximos às pilastras de sustentação], na verdade, são em locais em que a ciclovia corre no meio das paradas de ônibus”, afirmou, ressaltando que o acidente de 17 de agosto aconteceu fora da ciclovia. “Os dados sobre mortes no trânsito revelam que o automóvel é o grande vilão de acidentes. Por dia, morrem na cidade cerca de quatro pessoas, vítimas de acidentes de trânsito”, argumentou. Ciclista, Renato enfatiza que o transporte por bicicleta é viável para São Paulo. “Dos deslocamentos na cidade, 30% são feitos em pequenas distâncias, com menos de 4 km entre dois pontos; a bicicleta pode funcionar como complemento no trajeto, ou seja, o usuário a usa para se deslocar até uma estação de trem/metrô/ ônibus e depois completa seu trajeto no transporte público; e experiências internacionais mostram que é viável mesmo em locais com relevo acidentado, como o caso de São Francisco, nos Estados Unidos”. Wagner e Cássio, moradores da cidade ouvidos nesta reportagem, também acreditam que a opção pela ciclovia não é ruim, mas que mudanças são necessárias. “Sabemos que a ciclovia está crescendo no transporte mundial, pois não polui, faz bem para a saúde, mas isso precisa ser estudado. Deveria ser feito devagar, ir perguntando, questionando a população, porque São Paulo é diferente, as ruas são diferentes”, afirmou Cássio. “É preciso ser feito estudos, um redimensionamento de vias, pois onde há faixa exclusiva de ônibus, calçada para pedestre e a faixa de rodagem, colocar a ciclovia só pintando uma faixa é tirar a responsabilidade da Prefeitura e transferi-la para o motorista. Além disso, falta educação de trânsito para que ciclistas e motoristas respeitem os espaços. O equipamento de segurança para o ciclista também deveria ser obrigatório”, opinou Wagner.

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Meta da Prefeitura é implementar 400 km de vias cicláveis, mas viabilidade e utilização de alguns trechos são questionados pela população

O desafio da convivência

“Ciclovias isoladas” ou com pouca circulação de bicicletas não são a regra na cidade. Nas das avenidas Paulista e Brigadeiro Faria Lima, por exemplo, há fluxo permanente de ciclistas. Assim como nestas, os 4,1 km da ciclovia que interliga a praça Roosevelt, no centro da cidade, ao terminal rodoviário da

Ciclovias em SP: entre os pedestres debaixo do Minhocão; pouco utilizadas no Parque Pinheirinho; e movimentadas no Viaduto do Chá e na Paulista


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| Entrevista | 15

Com a Palavra: Rafael Ruiz

‘A Literatura ensina o verdadeiro valor das coisas’ Arquivo pessoal

Roberto Zanin

aprendemos a dar o verdadeiro valor às coisas, sem simplismos. Talvez por isso, a Literatura também está esquecida, porque queremos respostas rápidas e binárias. Mas a vida humana não é uma equação, é um drama. E para isso, nada melhor do que a boa Literatura.

Especial para O SÃO PAULO

O professor de História da Universidade Federal de São Paulo, Rafael Ruiz, tem a convicção de que a Literatura é uma forma privilegiada de conhecimento, mas que foi esquecida e relegada ao longo da Modernidade. Essa constatação deu origem ao livro “Literatura e Crise”, que acaba de ser lançado pela Editora Cultor de Livros. Nesta entrevista ao O SÃO PAULO, Ruiz enfatiza a importância da Literatura e como a revalorização desta pode enriquecer o homem e a mulher nos dias de hoje. O SÃO PAULO – Por que o senhor

escreveu um livro sobre a Literatura?

Rafael Ruiz – Porque a Literatura ensina poucas coisas, porém insubstituíveis, como dizia o acadêmico francês Antoine Compagnon, no seu livro “Literatura para quê?”: “As coisas que a Literatura pode procurar e ensinar são pouco numerosas, mas insubstituíveis: a maneira de ver o próximo e a si mesmo, de atribuir valor às coisas pequenas ou grandes, de encontrar as proporções da vida, e o lugar do amor nela, e sua força e o seu ritmo, e o lugar da morte, a maneira de pensar ou não pensar nela e outras coisas necessárias e difíceis como a rudeza, a piedade, a tristeza, a ironia e o humor”.

O senhor poderia detalhar isso?

A Literatura ensina o verdadeiro valor das coisas. Não aquele produzido pelo mercado. Não aquele que pode ser medido, comprado e pago. Nem sequer aquele que a gente encontra na rua, na sociedade, no desempenho das nossas atividades. Há coisas extremamente importantes na vida e que nem percebemos o seu valor. A Literatura ensina as proporções da vida. Desde a época dos gregos, os homens têm tentado conhecer mesmo a medida certa, o limite entre o que é uma vida plena, completa, feliz, ou uma vida fragmentada, incompleta, neurótica. Como saber o quanto devemos dedicar-nos às coisas e às pessoas? Como saber se as coisas que vemos, as coisas que fazemos, tudo aquilo com o que estamos em contato online, está ou não desproporcionado? A Literatura ensina o “lugar do amor na vida, e a sua força e o seu ritmo”. C.S. Lewis dizia que a única certeza que tinha era de que o homem foi criado para amar e ser amado.

A Era Digital é inimiga da Literatura?

Não necessariamente. A Era Digital trouxe uma certa revolução em tudo o que diz respeito à Literatura. O mercado de e-books tem facilitado e ajudado muito a ganhar gosto e a ter um melhor relacionamento com a Literatura.

Para que serve a Literatura nos tempos atuais?

Como fica o amor, como ficam as relações afetivas, como ficam os nossos sentimentos num mundo competitivo, eficiente e técnico? Será que ainda há espaço para o amor nas nossas vidas ou já desistimos dele em troca de um suposto sucesso profissional? Sobre isso, a Literatura tem muito a ensinar. Nada disso se aprende no colégio, na escola, e muito menos nos livros de texto da graduação ou da pós-graduação. A Literatura é o “Laboratório” onde aprendemos não só o que é o ser humano, mas como é o ser humano.

Por que a Literatura foi esquecida?

Porque colocamos como paradigma do conhecimento apenas o que é científico, técnico. O paradigma da Modernidade é o da ciência dura, exata, onde tudo deve ser claro e distinto. A ciência moderna cresceu a partir da premissa de que a melhor maneira de conhecer algo ou de resolver algum problema é dividi-lo em partes, simplificá-lo e reduzir os fatores a serem considerados. A questão crucial é a seguinte: e se aquilo que estamos querendo considerar não for reduzível? E se todos os seus aspectos forem importantes? E se, como acontece com tudo o que é humano, o assunto não for simples, mas complexo? O homem é um ser unitário e complexo e a ciência pretendeu transformá-lo num ser fragmentado e simples. Seria ótimo

se fosse assim, mas a realidade continuamente indica-nos que não é mesmo assim. Que não dá para separar o objetivo do subjetivo, o externo do interno, a razão do sentimento. Encontramo-nos diante de uma das questões mais cruciais deste momento histórico que estamos vivendo: o que fazer com os sentimentos? Como toda uma sociedade pode me exigir para ter um relacionamento frio, distanciado e neutro com relação às questões mais vitais da minha existência e da minha sociedade, que são precisamente as que mais me tornam humano? Que tipo de profissional estamos criando quando não sabemos mais o que fazer com os sentimentos nem com as emoções? Será mesmo que esse profissional é humano?

A sociedade atual trata questões profundas com respostas superficiais. Qual a relação que isso tem com a desvalorização da Literatura?

É disso que se trata quando digo que a Literatura é uma forma profunda de conhecimento. Vivemos uma sociedade de pessoas conectadas, online, de “tuitadas” e “likes”... Dessa forma, é muito difícil ter respostas sérias e profundas para os problemas que nos afetam a todos. Um bom livro é outra coisa. Um bom livro ensinanos as medidas certas das coisas, das relações e dos problemas que nos atingem,

A Literatura dilata o tempo e o espaço da nossa vida e, talvez, se nos deixarmos encantar por ela, acabe por impedir a nossa queda. A Literatura, a boa Literatura, é como um sinal de “Pare” no nosso cotidiano: Pare e pense!!

Qual é o meio em que estamos? O da civilização técnica e da revolução digital. Prometeram-nos tudo: felicidade, vida justa, progresso contínuo, conhecimento e sabedoria. O que é que perdemos? Qual foi o preço que tivemos de pagar? Perdemos especificamente a capacidade de relacionar-nos com os outros e estamos ficando cada vez mais individualistas, porque é a única garantia para termos sucesso pessoal. E tem mais: não é apenas o fato de termos perdido a capacidade de ter e lidar com sentimentos, afetos e amor; a coisa é bem pior. Desistimos de procurar cada uma dessas coisas. Quem procurar sentimentos, afetos ou mesmo amor nos tempos atuais, é realmente um perdedor. É assim que se pensa de maneira geral. É aí que entra a Literatura como uma forma específica e qualificada de conhecimento. A Literatura dilata o tempo e o espaço da nossa vida e, talvez, se nos deixarmos encantar por ela, acabe por impedir a nossa queda. A Literatura, a boa Literatura, é como um sinal de “Pare” no nosso cotidiano: Pare e pense!! Ou, se quiserem algo mais agressivo, como um soco no estômago, ou uma batida de carro, quando não o estamos esperando. E que nos força, necessariamente, a parar.

Nesse contexto, a Literatura vai além do simples conhecimento?

Sem dúvida. Hannah Arendt [filósofa alemã] distingue entre conhecimento e pensamento. Conhecimento é fácil, ela diz, é o que aprendemos com a técnica, a ciência e o método. Utilizando-os adequadamente, conseguimos saber o que uma coisa é e para que serve. Pensamento é outra coisa. É aquele refletir sobre si, cair em si, tomar conhecimento e que, infelizmente, também é ela quem o diz, quase ninguém o faz mais na sociedade contemporânea. Contudo, é o mais necessário, porque se o homem se acostumar a não pensar, acabará perdendo a capacidade de discernir o bem do mal.


16 | Fé e Cultura |

7 a 13 de outubro de 2015 | www.arquisp.org.br

Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura

Em sua Encíclica Spe Salvi, sobre a esperança, o Papa Bento XVI propõe ao mundo moderno e aos cristãos de hoje uma autocrítica e um exame mais atento do que significa a esperança cristã: “Encontramo-nos, assim, novamente diante da questão: o que é que podemos esperar? É necessária uma autocrítica da idade moderna feita em diálogo com o Cristianismo e com a sua concepção da esperança. Nesse diálogo, também os cristãos devem aprender de novo, no contexto dos seus conhecimentos e experiências, em que consiste verdadeiramente a sua esperança, o que é que temos para oferecer ao mundo e, ao contrário, o que é que não podemos oferecer. É preciso que, na autocrítica da idade moderna, conflua também uma autocrítica do Cristianismo moderno, que deve aprender sempre de novo a compreender-se a si mesmo a partir das próprias raízes.”

A É Realizações publica em português o livro do filósofo inglês Roger Scruton, “As vantagens do pessimismo – e o perigo da falsa esperança”, que pode ajudar a entender o que a esperança não deve ser: “Scruton demonstra que as tragédias e os desastres da história europeia foram consequência do falso otimismo e dos raciocínios enganosos que daí derivam. Enquanto rejeita tais raciocínios, constrói uma forte defesa tanto da sociedade civil como da liberdade, mostrando que o verdadeiro legado civilizacional não é o falso idealismo que, junto com o fascismo, o nazismo e o comunismo, quase nos destruiu. Deve-se, isso sim, proteger a cultura do perdão e da ironia.” (Descritivo do livro).

Reprodução

As vantagens do pessimismo

Ficha técnica: Autor: Roger Scruton Páginas: 208 Editora: É Realizações

Pintura

Lendo imagens, pintando retratos Passar uma tarde agradável na Casa Guilherme de Almeida para realizar pinturas de retratos é a proposta deste encontro. A partir da observação e da análise de retratos de Baby de Almeida (esposa do poeta) que pertencem ao acervo do museu, os participantes poderão pensar uma produção autoral de imagens utilizando tintas e pincéis. Outro intuito da oficina será estimular, por meio de exercícios de percepção cromática, a descoberta e a experimentação das cores para a criação de retratos a partir de referências do próprio participante. A Casa Guilherme de Almeida fica na rua Macapá, 187, Sumaré. O encontro será no sábado, 17, das 14h às 17h. Para mais informações: (11) 36731883 ou www.casaguilhermedealmeida. org.br


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Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

O Brasil inicia na quinta-feira, 8, a caminhada para manter a tradição de ser o único país a ter participado de todas as Copa do Mundo de Futebol. Em Santiago, no Chile, às 20h30, os comandados de Dunga enfrentam a seleção chilena, atual campeã da Copa América, pela primeira das 18 rodadas das eliminatórias sul-americanas para o Mundial de 2018, na Rússia. O retrospecto recente das dez seleções participantes (veja ao lado) indica que as eliminatórias sul-americanas serão as mais difíceis da História. Seis delas estão entre as 31 primeiras do ranking da Fifa e disputaram a última Copa – Argentina, Brasil, Chile, Equador, Uruguai e Colômbia -, um número recorde. Além disso, Peru e Paraguai chegaram às semifinais da Copa América deste ano. “Não podemos passar ao torcedor que as eliminatórias serão fáceis. Sempre foi difícil. Mesmo com o Brasil tendo seleções fantásticas, sempre teve dificuldade. Os adversários cresceram muito”, afirmou o técnico Dunga, em setembro, ao anunciar os jogadores convocados para os dois primeiros jogos do Brasil: além do Chile, no dia 8, a seleção enfrenta a Venezuela na terça-feira, 13, às 22h, em Fortaleza. Em novembro, no dia 12, o Brasil joga contra a Argentina, em Buenos Aires, e no dia 17 contra o Peru, em Salvador. Em 2016, acontecerão oito rodadas, e em 2017 as seis restantes, definindo, assim, as quatro seleções sul-americanas classificadas para a Copa e a quinta colocada que disputará a repescagem contra a campeã das eliminatórias na Oceania.

Desconfiança

A última vez que o Brasil disputou as eliminatórias foi para a Copa de 2010. Dunga era o técnico e a seleção classificou-se em primeiro lugar. Desde que re-

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Rússia 2018 O difícil caminho vai começar Rafael Ribeiro/CBF

Na quinta-feira, 8, Brasil estreia contra o Chile nas Eliminatórias sul-americanas para a Copa

Retrospecto das seleções das eliminatórias sul-americanas SELEÇÃO Argentina Colômbia Brasil Chile Uruguai Equador Peru Paraguai Bolívia Venezuela

Ranking Fifa 1° 5º 7º 9º 20º 31º 50º 61º 67º 69º

Copa 2014 Copa América 2015 Vice-campeã Vice-campeã Quartas de final Quartas de final Semifinal Quartas de final Oitavas de final Campeão Quartas de final Quartas de final Primeira fase Primeira fase Não disputou Terceiro colocado Não disputou Semifinal Não disputou Quartas de final Não disputou Primeira fase Fontes: Fifa e Conmebol

assumiu como treinador, após a vexatória eliminação do Brasil na Copa de 2014, Dunga venceu 14 dos 16 jogos que disputou. No entanto, seu trabalho ainda é visto com desconfiança.

“Ele é treinador de uma nota só. O esquema de jogo dele é extremamente superado, qualquer ‘aperto’ que tenha em uma partida, ele não sabe se virar. Temos um time muito fraco e um trei-

nador com a cara do time: fraco demais. Estou temendo muito a possibilidade de o Brasil ficar de fora pela primeira vez de uma Copa”, comentou, ao O SÃO PAULO, o locutor esportivo Nilson Cesar, da rádio Jovem Pan. “O Brasil não achou um time ainda. Eu não gosto do Dunga tecnicamente e taticamente, mas ele está tentando, começando a renovar, colocando caras novas, como o Douglas Costa, o Phillipe Coutinho (convocado, mas cortado por contusão) e o Lucas Lima. O Brasil está em formação”, avaliou, à reportagem, o jornalista Rodrigo Vianna, apresentador esportivo da TV Brasil. Rodrigo acredita que Chile e Argentina são favoritos a conquistarem vagas para a Copa. “O Chile joga compacto, algo que o futebol moderno pede, e a Argentina, que é vice-campeã Mundial, tem o único ‘fora de série’ do mundo, que é o Messi”, afirmou, comentando, ainda, que Uruguai e Brasil também devem se classificar. “Falo de Uruguai e Brasil mais pela tradição dessas seleções, pois têm camisa, história, mas não me surpreenderei se Colômbia e Paraguai tomarem essas duas vagas”.

AGENDA ESPORTIVA DE SEXTA-FEIRA A DOMINGO (9 a 11) Campeonato Brasileiro de Atletismo mirim interclubes Estádio Ícaro de Castro Melo (avenida Marechal Estênio Albuquerque de Lima, 82, atrás do Ginásio do Ibirapuera – início diário das provas, às 8h30 e às 14h)

Benegrip Multi: paracetamol 13,30 mg/mL, cloridrato de fenilefrina 0,33 mg/mL, maleato de carbinoxamina 0,13 mg/mL Indicações: Analgésico e antitérmico. Descongestionante nasal em processos de vias aéreas superiores. MS 1.7817.0768. Setembro/2015. Benegrip Multi é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.

SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.


18 | Regiões Episcopais |

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Ipiranga Em Assembleia Regional são indicadas prioridades pastorais

Karen Eufrosino Santos, Padre Ricardo Antônio Pinto, Amanda Teixeira e Nei Marcio Oliveira Sá Colaboradores de comunicação da Região

Caroline Dupim

Dom José Roberto junto a participantes da Assembleia Regional de Pastoral, dia 3

Representantes das paróquias dos cinco setores pastorais da Região Episcopal Ipiranga participaram no sábado, 3, no Centro Universitário São Camilo, da Assembleia Regional de Pastoral, com Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auKaren Eufrosino

Devotos com a imagem de Santa Teresinha

xiliar da Arquidiocese na Região. Dom José Roberto, na abertura da Assembleia, refletiu sobre a Bula Misericordiae Vultus, que proclama o Ano Santo da Misericórdia, recordando o perfil eclesial proposto pelo Papa Francisco no Documento: “A

Igreja que deve mostrar ao mundo o rosto misericordioso de Deus”. A memória da caminhada pastoral da Igreja desde o Concílio Vaticano II, passando pelos projetos de evangelização da CNBB, pela Conferência de Aparecida e com menção aos últimos planos de pastoral da Arquidiocese de São Paulo foi feita pelo Padre Pedro Luiz Amorim Pereira, coordenador de pastoral da Região. A apresentação da realidade sociocultural e pastoral das paróquias em cada setor pastoral foi feita pelos respectivos padres coordenadores. Na parte final da Assembleia, o Padre Antônio de Lisboa Lustosa Lopes apresentou a síntese das reflexões feitas em grupos pelos participantes, que sugeriram, entre outras inicia-

tivas, a formação bíblica e pastoral com ferramentas das mídias sociais, a formação para a acolhida envolvendo todas as lideranças paroquiais, e a animação e articulação de pastorais a partir de experiências que estão dando certo em paróquias específicas. As propostas serão partilhadas na assembleia arquidiocesana, agendada para 7 de novembro. “Era como se todos estivéssemos assistindo a um documentário no qual os ‘sinais de morte’ são transfigurados pela força da vida pascal que se está vivendo nas realidades paroquiais de cada setor”, comentou Gilberto Martins, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Setor Anchieta, um dos quase 160 participantes da Assembleia Regional.

Com Santa Teresinha, com fé, no Bosque da Saúde Uma procissão de fiéis pelas ruas do Bosque da Saúde e a missa solene presidida por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Região Ipiranga, na quinta-feira, dia 1º, demarcaram o encerramento da festa da padroeira da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, ao final da qual houve a Bênção das Rosas, assim como aconteceu nas outras duas missas do dia, presididas às 10h, pelo Padre Uilson dos Santos, pároco; e às 15h, pelo Padre Vittorio Moregola.

Anteriormente, entre 28 e 30 de setembro, foi celebrado um tríduo na Paróquia, com duas missas diárias. A festa da padroeira teve ainda bazar, com artesanatos feitos pelo grupo da terceira idade paroquial. Fundada em 1929, a Paróquia foi administrada pela congregação dos Missionários de São Francisco de Sales até agosto de 2015; e em 7 de setembro, passou à administração da Arquidiocese de São Paulo, estando aos cuidados do Padre Uilson, que

organizou a festa com o apoio dos paroquianos. “O grande desafio da Paróquia será anunciar o Evangelho ao bairro, mostrar a Paróquia, buscar novos paroquianos, resgatar os que estão afastados. Será preciso ser missionário, não apenas o padre, mas todos os membros da Paróquia. Estamos carentes de povo”, disse Padre Uilson. “Estamos confiantes na graça de Deus para que tenhamos sucesso em nosso desafio”, complementou.

Com a juventude, ‘construindo uma nova sociedade’ O tema do Dia Nacional da Juventude – “Construindo uma nova sociedade” – animou a Tarde Cultural do Setor Cursino, no domingo, 4, na Paróquia Santa Ângela e São Serapião, com a apresentações teatrais e músicas inspiradas na temática. Nei Márcio Oliveira de Sá, coordenador do Setor Juventude na Região IpiranPadre Pedro Luiz Amorim

Para comemorar o Dia da Secretária e a memória litúrgica de São Jerônimo, em 30 de setembro, aconteceu uma manhã de espiritualidade, com a participação de 39 pessoas. A animação foi feita pelos padres Pedro Luiz Amorim e Ricardo Pinto, coordenador de pastoral da Região, que destacou a missão das secretárias como “o primeiro rosto do Cristo misericordioso” que muitos encontram quando chegam às paróquias.

ga, palestrou sobre o papel do jovem cristão e católico na sociedade e convidou a todos para a celebração do DNJ Arquidiocesano, em 8 de novembro, na Paróquia Sant´Anna, com caminhada até o Parque da Juventude. Além do Padre José Lino Freire, assessor eclesiástico do Setor Juventude da Região e pároco da Santa

Ângela e São Serapião, participaram os jovens das igreja anfitriã e das paróquias Santo Afonso de Ligório, Nossa Senhora Mãe de Jesus, Santa Cristina, além de jovens das paróquias Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora do Sião, do Setor Ipiranga, e da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, do Setor Anchieta.

No sábado, 17, haverá a reunião dos coordenadores dos grupos de jovens de toda a Região na sede regional e no domingo, 18, haverá a Tarde Cultural dos jovens dos Setores Imigrantes e Vila Mariana, na Paróquia Nossa Senhora da Saúde (rua Domingos de Morais, 2.387, Vila Mariana). Nei Márcio

Jovens, com fé e descontração, participaram da Tarde Cultural do Setor Cursino, com apresentações de palestras, dia 4


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Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

Pastorais sociais: testemunhas de Jesus Cristo na cidade Como as pastorais sociais da Região Belém realizam concretamente o testemunho de Jesus Cristo na cidade e atuam nas diferentes instâncias organizativas da Arquidiocese? Essa foi a questão respondida em grupos pelos participantes do seminário realizado pela Coordenação Pastoral do Serviço da Caridade, Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo no sábado, 3, no Centro Pastoral São José do Belém. Participaram representantes das 11 pastorais e organismos atuantes

na Região - Pastorais do Menor, da Criança, Afro, Carcerária, Indigenista, da Pessoa com Deficiência, da Saúde, da Moradia, Operária, do Povo de Rua, do Migrante e o núcleo regional da Cáritas -, além do Padre Marcelo Maróstica, coordenador de Pastoral da Região Belém, e Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese e referencial para a Coordenação Pastoral do Serviço da Caridade, Justiça e Paz. Tendo por base algumas das

urgências da ação evangelizadora propostas nos 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo - Igreja em estado permanente de missão; Igreja a serviço da vida plena para todos; e Evangelização dos Jovens – os participantes avaliaram as atuações das pastorais na Região e concluíram que estas se fizeram missionárias, “samaritanas” e deram passos concretos na evangelização da juventude, na constante busca de diálogo e unidade para o exercício de uma pastoral de conjunto.

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Belém

Peterson Prates

Os 125 anos da Vila Prudente foram festejados no domingo, 4, na Paróquia Santo Emídio, com missa presidida por Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. No bairro que abrigou imigrantes italianos, fundado em 4 de outubro de 1880, a primeira capela dedicada a Santo Emídio foi erguida em 1893. Peterson Prates

A espiritualidade do conflito como base para testemunhar a fé Peterson Prates

Em 29 de setembro, aconteceu, no Centro Pastoral São José, o encontro dos secretários e das secretárias paroquiais da Região Belém. O principal tema tratado foi o casamento com efeito civil nas paróquias. Dom Edmar Peron presidiu a missa de encerramento, em ação de graças pelo Dia da Secretária, comemorado em 30 de setembro. Peterson Prates

Participantes do seminário ‘A espiritualidade do conflito’, promovido pela Pastoral Operária, posam para foto, no sábado, dia 3

“A Espiritualidade do Conflito” foi o tema do seminário promovido pela Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo, no sábado, 3, no Centro Pastoral São José do Belém, com assessoria de Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC). A proposta da atividade foi refletir sobre o conflito na vivência e testemunho da fé em Jesus Cristo, como consequência de uma opção

comprometida em favor do Reino. Dom Angélico convidou os integrantes da Pastoral Operária à reflexão sobre a espiritualidade do conflito, a partir da passagem do Evangelho de Mateus (10,16), “Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos...”; e estes comentaram sobre a real necessidade de uma detalhada análise de conjuntura que guie as ações pastorais. Também se enfatizou a importância do estudo da Doutrina Social da Igre-

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AJUDA PSICOTERAPÊUTICA Você pode viver bem, ter vida saudável melhorando seu modo de ver a si mesmo, os outros e o mundo. O Dr. Bruno e o Dr. José darão a você ajuda continuada, indicando o caminho a seguir Os interessados devem comparecer às quartas-feiras, às 14h30, nas instalações das paróquias:

Nossa Senhora da Assunção e São Paulo Pessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo Praça João Mendes 108, Tels. 3106-8110 e 3106-8119

ja, do diagnóstico de sua presença na metrópole, e da busca permanente de unidade, comunhão e o diálogo.

AGENDA REGIONAL Sábado, 24, das 8h às 13h

Assembleia regional de avaliação e planejamento, no Centro Pastoral São José (avenida Álvaro Ramos, 366, Belenzinho).

Bingo Missionário A Paróquia São Paulo Apóstolo (praça Miguel Ramos de Moura, 86, no Jardim IV Centenário) realizará no domingo, 18, um bingo missionário, após a realização da missa das 9h30 e de um almoço festivo. Parte dos recursos arrecadados no bingo será enviada ao Sudão do Sul, no continente africano. A atividade integra Domingo Missionário Verbita 2015, que a cada ano colabora financeiramente com os projetos sociais realizados pelos missionários do Verbo Divino em países da África.

No sábado, 3, na capela do Centro Pastoral São José, Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), presidiu missa em ação de graças pela beatificação de Dom Oscar Romero, ocorrida em 23 de maio deste ano. Dom Angélico exortou que, a exemplo do Beato, todos sejam sinal do Reino, com “amor, ternura e misericórdia”.


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Santana Assembleia Regional ressalta a animação bíblica na ação pastoral

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Diácono Francisco Gonçalves

Padre Paulo Gil fala sobre a animação bíblica na Assembleia Regional de Pastoral, que tem a participação de Dom Sergio de Deus

Com a participação de Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, foi realizada no sábado, 3, na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, no Setor Pastoral Tucuruvi, a Assembleia Regional de Pastoral. A atividade demarcou o encerramento das reflexões realizadas nos encontros paroquiais e setoriais, para apresentar sugestões, conforme expôs Dom Sergio, com criatividade no

sentido de esforço para levar a missão do Evangelho a todos. “Igreja, lugar da Animação Bíblica da Vida e Pastoral”, uma das urgências de atuação da Região Santana, foi o tema da palestra na Assembleia do proferida pelo Padre Paulo César Gil, coordenador regional de Animação Bíblico-catequética. Padre Paulo disse que é necessário resgatar a animação bíblica na ação missionária, ou seja, que a ação

pastoral se faça a partir de Jesus Cristo para que algo aconteça, para que o testemunho seja mais forte no sentido de profecia. O palestrante convidou os participantes a assumirem a Palavra como alma de evangelização e a introduzirem a animação bíblica, para que a Igreja seja lugar de alimento da Palavra e da ação pastoral com os objetivos de formação, oração e anúncio. Sugestões favorecer a animação

bíblica na Região foram feitas, em grupos, pelos participantes da Assembleia Regional, que foram relatadas pelo Padre João Luiz Miqueletti, coordenador regional de pastoral. Algumas delas são: leitura bíblica em cada início de reuniões; estimular nas redes sociais a divulgação de leituras bíblicas; encontros para esclarecer e manusear a Bíblia; realização de escola bíblica em cada Setor mensalmente e itinerante nas casas; formações para leitores; divulgação das escolas de Teologia nas paróquias; criar espaço para leitura orante e valorizar nas homilias a Palavra de Deus; e criação de uma comissão regional para a formação por setores. Dom Sergio concluiu a Assembleia salientando a importância de se promover a criação de uma escola de leitura bíblica e orante e da revisão dos grupos de preparação de Batismo e Matrimônio para verificar como a Palavra de Deus está inserida naquelas formações.

Paróquias dedicadas a Santa Teresinha vivenciam dias de festa Nas paróquias dedicadas a Santa Teresinha, nos Setores Pastorais Santana e Tucuruvi, a padroeira das missões foi festejada no dia de sua memória litúrgica, na quinta-feira, dia 1º. Na Paróquia no Setor Santana, os festejos foram iniciados com tríduo

preparatório, no qual, após as missas, foram sorteadas imagens de São João Bosco, fundador da congregação dos salesianos, que administram a Paróquia, e também um exemplar da recém-lançada biografia do Santo. A abertura das celebrações coube ao Padre Camilo da Silva, pá-

roco, que presidiu a primeira das três missas. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu celebração eucarística, em 30 de setembro. Dom Sergio também presidiu a missa solene na festa da padroeira,

Pascom

Dom Sergio de Deus Borges visitou a comunidade das Missionárias de Santa Teresa do Menino Jesus, na quinta-feira, dia 1º, por ocasião da festa de Santa Teresinha.

dia 1º, na Paróquia Santa Terezinha, no Setor Tucuruvi. Foram concelebrantes os padres João Luiz Miqueletti, pároco, José Roberto e o Cônego Laerte Vieira, vigários paroquiais. Após a missa, a procissão com a imagem da Santa percorreu as ruas do bairro ao redor da igreja. Giuseppe Daleo

Dom Sergio de Deus Borges e Padre João Luiz Miqueletti aspergem as flores na festa de Santa Teresinha do Menino Jesus

No ECC, Dom Sergio diz ser preciso criatividade para evangelizar No Recanto Nossa Senhora de Lourdes, na Vila Rosa, aconteceu, nos dias 2 e 3, a segunda etapa do Encontro de Casais com Cristo (ECC) dos Setores Pastorais Tremembé e Jaçanã, com a participação de 43 casais. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região

Santana, fez a palestra de abertura do evento, utilizando a passagem do Evangelho sobre a cura do paralítico, para abordar a questão do pecado que, muitas vezes, causa paralisia nas pessoas, deixando-as imobilizadas, o que, por sua vez, as leva à falta de motivação. O Bispo lembrou que o paralítico

foi levado a Jesus por quatro homens e que a Tradição narra que eles representam os quatro Evangelhos que levam ao coração de Jesus. Dom Sergio alertou que o Evangelho, para muitas pessoas, é a TV, o que leva à paralisia. Segundo o Bispo, alguns padres da Igreja comparam

os quatro homens da passagem do Evangelho sobre a cura do paralítico à Igreja. “E nós, hoje, como Igreja, estamos com a Missão de levar os outros a Jesus. Todos participamos da missão de Jesus. Nessa missão, devemos ser criativos, e fazer o possível para levarmos outros a Jesus”, afirmou.


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| Regiões Episcopais | 21

Fernando Geronazzo

Colaborador de Comunicação da Região

São Francisco de Assis: vivência sem limites do Evangelho de Jesus Érika Augusto

Helena Ueno

cificação de Jesus Cristo em sua própria carne”.

Papa Francisco

Cardeal Cláudio Hummes durante missa no Convento dos Franciscanos, no domingo, 4

O histórico convento dos franciscanos, no centro de São Paulo, ficou movimentado durante todo o domingo, 4, para as celebrações do Dia de São Francisco de Assis. Uma das missas foi presidida pelo Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo. Dom Cláudio, que também é franciscano, destacou, na homilia, que Francisco de Assis é um santo sempre atual. “Ele é o santo que

quis renovar a vivência do Evangelho de Jesus Cristo sem limites, sem fazer muitas interpretações que nos desculpam de tantas coisas. Vivia o Evangelho assim como ele está”, disse. O Cardeal também salientou que a capacidade que São Francisco teve para seguir a Jesus Cristo foi tão grande que ele se assemelhou de tal forma a ponto de receber os carismas dos estigmas de Jesus. “Viveu a cru-

Para Dom Cláudio, a Igreja hoje vive um momento especial no qual o Santo de Assis torna-se ainda mais lembrado com a presença do Papa Francisco. “O Papa mostra o quanto São Francisco ainda é atual. Precisamos nos renovar, nos encorajar para levar esse grande modelo de vida ao mundo, assim como o Papa o faz”. O Cardeal explicou, ainda, que o Pontífice escolheu o nome de Francisco por três grandes motivos: “por causa dos pobres, por causa da paz, por causa da criação, a natureza”. “Ele [o Papa] relembra a nós, franciscanos, que esse é o programa que devemos retomar”. Dom Cláudio ressaltou, por fim, que por São Francisco as pessoas não têm apenas uma devoção para levar os animais para serem abençoados. “São Francisco sempre é uma convocação, uma interpelação, um encorajamento para que saibamos trilhar esse caminho do Evangelho”.

No domingo, 4, na Catedral da Sé, foi realizada a abertura oficial da Expo Missionária 2015, que segue até o dia 30, com o tema “Missão é Servir”. Padre Helmo Cesar Faccioli, auxiliar do cura da Catedral, abençoou o espaço de exposição, e na missa das 11h, Padre Luiz Eduardo Baronto, cura da Catedral, também fez menção à exposição. Para outros detalhes da Expo Missionária: (11) 3107-6832.

AGENDA REGIONAL Até 31 de outubro

Exposição fotográfica sobre os 25 anos da presença missionária, em Angola, da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. No Convento São Francisco (largo São Francisco, 133, no centro de São Paulo). Visitação: de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h; aos sábados, das 7h às 16h; e aos domingos, das 7h às 15h.

NOSSA SENHORA APARECIDA

A devoção à padroeira do Brasil na Arquidiocese de São Paulo Reprodução

Na segunda-feira, 12, se festeja o Dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. A Arquidiocese de São Paulo realizará a 12ª edição do Projeto Tietê Esperança Aparecida, com a peregrinação da imagem de Nossa Senhora Aparecida pelas águas do rio Tietê. O projeto, iniciado em 2004 pelo Padre Palmiro Carlos Paes, teve em 2015 atividades iniciadas em 25 de setembro, com a realização da missa no Santuário de Aparecida, seguida da peregrinação da Imagem de Nossa Senhora até a nascente, em Salesópolis (SP). No dia 12, a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida irá navegar pelas águas do Rio Tietê, partindo da Barragem da Penha, às 7h30, devendo chegar à Ponte do Piqueri, às 9h, de onde será levada em carreata até a Catedral da Sé, para missa solene às 11h. Nas paróquias dedicadas a Nossa Senhora Aparecida nas regiões episcopais da Arquidiocese, haverá extensa programação de missas:

Região Belém

- Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Luciano (avenida Vila Ema, 3.351, Vila Ema) – Missas às 7h30, 10h e 18h (haverá carreata às 17h e quermesse após a última missa). - Paróquia Nossa Senhora Aparecida (rua Amarais, 470, Vila Carrão) – Missas às 8h, 16h e 17h (presidida por Dom Edmar Peron). - Paróquia Nossa Senhora Aparecida (praça Antônio Alves Vilares da Silva, 13, Vila Nova York) – Missas às 9h e às 16h.

Félix Della Rosa, 524, Vila Anglo Brasileira) Missas ás 9h e 17h (com procissão antes da missa).

Região Santana

Região Brasilândia - Paróquia Nossa Senhora Aparecida (praça 25 de Novembro, 53, Vila Zatt) – Missas às 8h, 10h, 15h e às 18h (presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, seguida de procissão). - Paróquia Nossa Senhora Aparecida (rua Luciano D’Amore, 47, Vila Francos) – Missa às 18h (às 10h haverá carreata, e após a missa da tarde, procissão até a Comunidade Divino Espírito Santo).

Epiacaba, 590) – Missa às 10h (presidida por Dom José Roberto Fortes Palau, seguida de carreata pelas ruas do bairro) e às 18h30 (seguida de encenação da peça “O Auto da Compadecida” da Companhia de Teatro da cidade de Vargem Grande Paulista). - Paróquia Nossa Senhora Aparecida (rua Labatut, 781, Ipiranga) – Missas às 5h30, 7h (presidida por Dom José Roberto Fortes Palau), 8h30, 10h, 11h30,13h, 14h30,16h (com procissão às 17h), 18h e 19h30.

Região Ipiranga

Região Lapa

- Paróquia Nossa Senhora Aparecida (rua

- Paróquia Nossa Senhora Aparecida (rua

- Paróquia Nossa Senhora Aparecida (parque Domingos Luís, 273, Santana) Missas às 8h, 10h, 15h e 18h. - Paróquia Nossa Senhora Aparecida (rua Maestro Bortolucci, 303, Tremembé) - Missas às 9h (presidida por Dom Sergio de Deus Borges), 11h e 16h. - Paróquia Nossa Senhora Aparecida (praça Comandante Eduardo de Oliveira, 88, Parque Edu Chaves) - Missas às 7h30, 9h, 11h e 19h (presidida por Dom Sergio de Deus Borges). Às 15h, haverá Terço meditado pelo Apostolado da Oração. - Paróquia Nossa Senhora Aparecida (rua Pistóia,165, Parque Novo Mundo) – Missas às 10h e 17h. - Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Matias (rua Saint Gall, 412, Lauzane Paulista) - Missas às 7h15, 9h, 11h, 15h e 18h.

Região Sé - Paróquia Nossa Senhora Aparecida (rua Lemos Conde, 20, Vila Beatriz) - Missas às 10h30 e 19h (com procissão às 18h, que sairá do Colégio Santa Clara). - Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários (rua Almirante Brasil ,125, Mooca) - Missas às 9h (presidida por Dom Eduardo Vieira dos Santos) e às 16h30 (haverá procissão às 15h).

Fontes: Secretarias paroquias (redação e apuração: Daniel Gomes, Renata Moraes, Igor Andrade, Milena Guimarães e Fábio Augusto da Silva).


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Lapa 2 mil pessoas, em missa campal no Dia de São Francisco de Assis

Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

Fotos: Benigno Naveira

Fiéis levam animais de estimação à missa presidida por Dom Julio, no domingo, 4, Dia de São Francisco de Assis

Em frente à Capela São Francisco de Assis, na praça que homenageia o Santo no Jaguaré, na zona Oeste, 2 mil pessoas participaram na manhã do domingo, 4, da missa campal presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa. Muitos dos fiéis levaram como companhia seus animais de estimação – como gatos, cachorros e passarinhos – que foram abençoados pelo

Bispo ao final da missa, realizada na memória litúrgica do padroeiro dos animais e das pessoas carentes. Dom Julio referiu-se a São Francisco de Assis como “o santo da criação da ecologia”, respeitado por cristãos e até pelos que não têm religião. Ao mencionar os primeiros capítulos do livro do Gênesis, o Bispo disse que não há contradição entre a ciência e a fé, a respeito da criação das espécies. “Não precisamos colocar em

contradição ciência e fé. Os dois falam a verdade. Os dois têm razão, só que são verdades diferentes; uma é a verdade científica, que aceitamos a partir das evidências que a ciência produz, outra é a verdade da Bíblia, porque ela nos transmite a verdade da salvação. A ciência responde à pergunta: como e quando surgiu a vida na terra, os animais, o homem e a mulher. A Bíblia nos responde sobre o porquê da vida, ‘por que eu existo?’, ‘por que homem e mulher?’, ‘por que há os animais?’, ‘por que a existência da nossa vida?’”. Dom Julio também comentou sobre o sacramento do Matrimônio, destacando que o casamento é partilhar o poder de Deus para gerar a vida. O Bispo lembrou que a fidelidade permanente dá estabilidade ao casamento como instituição, um fator essencial para a criação dos filhos. A celebração foi uma das atividades da festa de São Francisco de Assis, na Paróquia dedicada ao Santo no Jaguaré. A extensa programação no domingo incluiu o Terço dos Homens, o lançamento da Campanha

Brasilândia

“Natal Solidário” e a missa solene de encerramento, presidida pelo Padre Flávio Heliton da Silva, pároco, no começo da noite, que foi precedida de uma procissão com a imagem de São Francisco de Assis. Houve, ainda, queima de fogos e partilha do bolo de São Francisco. A festa em honra ao padroeiro começou com tríduo, entre os dias 1º e 3, em que se destacou o “amor misericordioso do Pai” revelado em Francisco, nos pobres e nas criaturas, em missas presididas pelo Padre Frank Antonio de Almeida, reitor do Seminário de Filosofia Santo Cura D´Ars; e por Dom José Roberto Fortes Palau e Dom Carlos Lema Garcia, bispos auxiliares da Arquidiocese de São Paulo.

AGENDA REGIONAL Até sexta-feira (9), 20h

Catequese de Dom Julio Endi Akamine ao Setor Pastoral Pirituba, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (rua Padres Valombrosanos, 126, Pirituba).

Padre Cilto José Rosembach

Colaboração especial para a Região

Sonoridade do Coral Tendal da USP ecoa na Paróquia São José Manoel Luz

Maestro Mauro Aulicino na apresentação de coral na Paróquia São José

Com o objetivo de integrar cultura, fé, pastoral, obras, eventos, celebrações, mutirões e reflexão, aconteceu na noite do sábado, 3, na Paróquia São Jose, do Setor Pastoral Perus, a apresentação do Coral Tendal da USP, sob a regência do maestro Mauro Aulicino, no projeto “Yes, Nós temos bananas!” Ao todo, foram apresentadas 13 músicas, entre as quais “Berimbau”, “Chiclete com Banana”, “Rosa Morena”, “Águas de Março”, “Pra que discutir com Madame”, com a sonoridade proporcionada pelos 60

componentes do coral – músicos, sopranos, contraltos, tenores baixos, monitores, pessoal de figurino, além do Maestro. O programa do Coral Tendal da USP privilegia peças corais e arranjos vocais de músicas brasileiras e norte-americanas das décadas de 1950 e 1960, com destaque para as peças “Disseram que eu voltei americanizada”, de Vicente Paiva e Luis Peixoto, e “Waltz for Debby”, de Bill Evans e Gene Less. Para quem deseja saber mais sobre o Coral, os contatos são: coralusp@usp.br ou (11) 3091-3930.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Gabriela Vieira Alves

Entre os dias 2 e 4, aconteceu a Missão Jovem 2015, promovida pela PJ arquidiocesana, na área de abrangência da Paróquia Santa Rosa de Lima, no Setor Perus. Cem jovens das regiões episcopais da Arquidiocese participaram das visitas às casas, celebrações e de um momento de oração no Cemitério Dom Bosco (leia mais na próxima edição do O SÃO PAULO).

No sábado, 3, Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, conferiu o sacramento da Crisma a jovens e adultos na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Setor Pastoral Pereira Barreto, em missa concelebrada pelo Padre Reinaldo Torres, pároco.


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| Sínodo da Família | 23

Papa adota tom conciliador em Sínodo dos Bispos sobre a família Pontífice reafirma doutrina católica, mas insiste em uma Igreja misericordiosa nas situações de grande sofrimento Filipe Domingues

Especial para O SÃO PAULO, em Roma

Procurando promover um espírito de comunhão entre os padres sinodais e evitar as especulações midiáticas, o Papa Francisco reafirmou a doutrina católica para o Matrimônio e, ao mesmo tempo, insistiu na misericórdia como principal diretriz da Igreja em situações de grande sofrimento nas famílias. Em diversas ocasiões nos últimos dias, no contexto do Sínodo dos Bispos, o Papa adotou um discurso conciliador. Defendeu a união entre homem e mulher como aliança de amor indissolúvel no Matrimônio, mas também pediu uma Igreja misericordiosa e aberta a todos, que “constrói pontes, e não muros”, especialmente para quem vive no sofrimento. O Sínodo dos Bispos volta a discutir o tema da família neste mês de outubro, entre os dias 4 e 25, após a assembleia extraordinária realizada um ano atrás, sob convocação do Papa. Agora, os padres sinodais se reúnem em assembleia ordinária, ou seja, já prevista. Refletem sobre “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Na missa de abertura do encontro, no domingo, 4, o Papa chamou de “sonho de Deus para sua criatura” a “união de amor entre homem e mulher, feliz no caminho de comunhão e fecunda na doação recíproca”. Francisco criticou as sociedades modernas, que, segundo ele, cada vez mais desestimulam relações “sólidas e fecundas de amor”. Disse que “o amor duradouro, fiel, consciente, estável, fértil é

cada vez mais motivo de zombaria e visto como se fosse coisa da antiguidade”. Embora tenha reafirmado a doutrina já conhecida, o Pontífice também manifestou o desejo de ver uma Igreja mais compreensiva e acolhedora das famílias que vivem em situações difíceis, muitas vezes definidas como irregulares. “A Igreja é chamada a viver sua missão na caridade que não aponta o dedo para julgar os outros, mas que, fiel à sua natureza de mãe, se sente no dever de buscar e curar as feridas com óleo da acolhida e da misericórdia.” Ele repetiu a metáfora de que a Igreja deve ser um “hospital de campanha, com as portas abertas para acolher a qualquer um que bata pedindo ajuda e sustento”.

ferenças de opiniões entre quem está mais preocupado em recordar o ensinamento católico e quem destaca mais a necessidade de dialogar com o mundo”. Padre Lombardi informou que nos primeiros três dias de reuniões a portas fechadas foram abordados, entre outros, os temas da homossexualidade; de encontrar uma linguagem nova com a qual comunicar o Evangelho; e a possibilidade de se encontrar soluções locais, em vez de universais, para questões controversas, como a comunhão aos divorciados em segunda união. O vaticanista norte-americano, John Allen Jr., do Boston Globe, informou que alguns participantes do Sínodo creem que os participantes da assemFotos: L’Osservatore Romano bleia do ano passado tenham se concentrado muito no debate sobre “como encorajar famílias que estão tentando viver o ensinamento da Igreja”. Portanto, agora, querem aprofundar, por exemplo, “a necessidade de se ter formas mais compreensivas de preparação para o Matrimônio, assim como acompanhamento e apoio para famílias depois da cerimônia de casamento”.

do Sínodo, o Papa afirmou que tal assembleia não é um parlamento, onde os participantes negociam e tentam convencer os outros, mas um local de oração e “abertura ao Espírito Santo”. O Pontífice acrescentou que os 270 membros votantes do Sínodo precisam de “coragem, zelo pastoral e doutrinal, sabedoria, franqueza”, tendo sempre em mente o bem da Igreja, das famílias, e a lei suprema da Igreja: “a salvação das almas”. De fato, em coletiva de imprensa no Vaticano, na segunda-feira, 5, o arcebispo italiano Dom Bruno Forte, secretário especial da Assembleia, procurou afastar a ideia de que a Igreja está dividida: “Posso dizer com grande sinceridade

‘Não é partida de futebol’

Segundo o Papa Francisco, a Igreja deve “sair do próprio recinto em direção aos outros, com amor verdadeiro, para caminhar com a humanidade ferida, para incluí-la e conduzi-la à fonte de salvação”. Citando São João Paulo II, Francisco acrescentou que “o erro e o mal devem ser sempre condenados e combatidos, mas o homem que cai ou que erra deve ser compreendido e amado. Nós devemos amar o nosso tempo e ajudar o homem do nosso tempo.”

Sínodo não é um parlamento

Novamente estimulando um espírito de unidade e um melhor entendimento

que não há divisão. Somos todos pastores tentando ouvir a voz de Deus. Sim, há diferenças, mas uma divisão seria outra coisa”, declarou.

Pauta ampla

A imprensa internacional tem dado grande ênfase às questões mais polêmicas que envolvem as famílias, como sexualidade e divórcio, mas a Igreja tem tentado transmitir a ideia de que a diferença de ideias no Sínodo é algo normal. De acordo com o porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi, tanto as discussões fechadas quanto as manifestações abertas dos participantes demonstram que há “di-

Nesse sentido, o vaticanista Andrea Tornielli, do jornal italiano La Stampa, escreveu, em análise, que “quem olha o Sínodo como uma partida de futebol, encontrará posições já conhecidas, graças a entrevistas e livros publicados (pelos padres sinodais), de quem joga no time dos contrários à abertura e de quem, em vez disso, está na outra metade no campo”, disse, comentando, ainda, que “o Sínodo não é uma partida de futebol, e seu primeiro dia não foi um derby com torcidas rivais. E tem alguém que continua a repetir isso: o Papa Francisco, que, mais uma vez, procurou indicar um olhar, uma abordagem ao tema da família, a partir do Evangelho”.


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7 a 13 de outubro de 2015 | www.arquisp.org.br


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