O SÃO PAULO - 3123

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 61 | Edição 3123 | 12 a 18 de outubro de 2016

R$ 1,50

www.arquisp.org.br

Sempre é tempo de viver as obras de misericórdia

Encontro com o Pastor Dom Odilo: Papa Francisco e os cardeais do Jubileu da Misericórdia

Wesley Almeida/Canção Nova

Página 3

Editorial Responsabilidades fiscal e social não são antagônicas Página 2

Espiritualidade Dom Devair: Veneração a imagens sacras é fato eclesial Página 5

Toda criança deve se aventurar no mundo da brincadeira Página 14

Cardeal Scherer destaca a vivência do Ano Santo extraordinário da Misericórdia aos participantes do ‘Canção Nova Abraça São Paulo’, dia 9

sexta-feira, 7. Abrir-se à ação misericordiosa de Deus e praticar as obras de misericórdia também foi a mensagem do Arcebispo aos participantes do “Abraça São Paulo”, no domingo, 9, no ginásio do Ibirapuera. Página 24

UN Photo/Logan Abassi

O Ano Santo extraordinário da Misericórdia será finalizado em 20 de novembro e deixará muitos frutos. Na Arquidiocese de São Paulo, um deles será o projeto “Vida Nova”, para atendimento às pessoas em situação de rua, que foi apresentado pelo Cardeal Scherer, na

Há 6 anos no Haiti, Missão Belém continua trabalho após o furacão

Dom Sérgio da Rocha será feito cardeal pelo Papa Francisco O Papa anunciou a convocação de um Consistório para 19 de novembro, no qual serão criados 17 cardeais, dentre eles Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB. Página 9 Luciney Martins/O SÃO PAULO

Irmã Renata Lopes, que está em Porto Príncipe desde 2010, após o Haiti ser abalado por um terremoto, fala da situação do país após o recente furacão e de como a Missão Belém trabalha na evangelização e na educação das crianças. Página 11

Se aprovada, qual será o Da clausura, irmã carmelita impacto da PEC 241 ao Brasil? anuncia Jesus no Marrocos O SÃO PAULO explica o que é uma proposta de emenda à Constituição e os possíveis impactos da “PEC do teto” na saúde e na educação, e também traz opiniões dos defensores e críticos da proposta. Página 8

Missionária há um ano na cidade de Tanger, no Marrocos, a Irmã Maria de Jesus, monja Carmelita Descalça, relata o desafio de testemunhar a fé cristã em um país majoritariamente muçulmano. Páginas 12 e 13

Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília


2 | Ponto de Vista |

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Editorial

O direito às responsabilidades fiscal e social As finanças públicas estão arruinadas no Brasil, em nível federal, estadual e municipal. Muitos estados e municípios não têm condições nem de pagar seus 13º salários. O problema, generalizado, não é só das gestões petistas, mas de quase todos os partidos. Um Estado falido não consegue honrar seus compromissos sociais, inclusive com os mais pobres. De um modo ou de outro, os mais fragilizados são sempre os que mais sofrem numa crise. Por isso, sanear as finanças públicas deveria ser uma prioridade para todos os governantes. Nos últimos anos, o crescimento dos gastos públicos no Brasil ficou acima do crescimento da economia. A situação piorou quando uma conjuntura internacional desfavorável reduziu nossos ga-

nhos com exportações. Hoje, a situação econômica do Brasil piora enquanto a da maioria dos países está melhorando. Vários estudos apontam que o aumento dos gastos não garantiu eficiência na ação do Estado. Obras inacabadas ou mal estruturadas, a educação que não decola e o atendimento precário na saúde mostram que o Brasil gasta mais, mas continua gastando mal. Aumentar impostos, mesmo que necessário, não é o ideal. Cria-se a ilusão de que os gastos podem crescer indefinidamente, estimulando a irresponsabilidade fiscal. Nossa estrutura tributária, com impostos embutidos nos custos da produção, pesa mais no bolso dos pobres e tira a competitividade dos produtos nacionais, colaborando para a retração

econômica e o desemprego. A solução implica, portanto, no controle dos gastos públicos. Porém, esses gastos estão determinados pela legislação, com pouca flexibilidade para os governantes. A situação não seria essa se tivessem sido feitas a reforma tributária (para que os impostos fossem socialmente mais justos e impactassem menos a produção) e a reforma da previdência (criando um sistema mais equilibrado e realista); se a responsabilidade fiscal tivesse sido praticada como lei e como princípio; se os políticos não agissem numa perspectiva corporativa e buscando apenas seus interesses. Nada disso aconteceu e agora a PEC 241, que estabelece um teto para os gastos públicos, é apresentada como alternativa obrigatória.

Não nos iludamos. O limite para os gastos públicos acontecerá de qualquer maneira, por uma decisão política ou por uma falência inevitável. A PEC 241, contudo, não garante a solução dos problemas. Será efetiva se for seguida por todas as reformas necessárias e pelo retorno do crescimento econômico. Não será tão prejudicial às políticas sociais se o Estado aumentar sua eficiência, em vez de aumentar seus gastos mantendo sua ineficiência. Responsabilidades fiscal e social não podem ser vistas como antagônicas, como se cada uma fosse propriedade de uma facção política. O povo brasileiro tem direito às duas e essa síntese passa pelo aumento da eficiência do Estado e pelo fim dos corporativismos políticos.

Opinião

A alternância de poder é a melhor coisa para a democracia Arte: Sergio Ricciuto Conte

Ana Lydia Sawaya Eleições mais modestas e com um terço dos gastos aproximaram os candidatos da população e os afastaram dos marqueteiros, cujo trabalho é, essencialmente, construir uma “personalidade” fictícia que corresponda ao imaginário da população. Uma eleição menos midiática, com menos gastos, com mais encontros pessoais e visitas locais, só pode beneficiar a democracia ao diminuir as distâncias entre políticos e eleitores. Essa foi uma conquista que a população não pode deixar voltar atrás. Gastos exorbitantes (enquanto há tantos desempregados) não devem mais ocorrer, porque estes mais prejudicam a democracia do que favorecem. O marketing político cria também artificialmente “salvadores da pátria” e deifica uma pessoa em detrimento de uma equipe (que mal aparece). Em democracias mais amadurecidas, o controle do povo sobre os políticos é favorecido quando acontece a alternância de poder. Houve no Brasil grande ganhos com a queda da ditadura, a Constituição de 1988 e os benefícios sociais que permitiram a diminuição da pobreza, da subnutrição, do analfabetismo e a universalização do ensino (embora ainda sem qualidade). Porém, é evidente que estamos num período de inflexão, no qual a democracia brasileira parece estar querendo dar mais um passo de maturidade, pois cresce o número de pessoas que está se

dando conta de que a resposta não está em salvadores da pátria, entre “bons” e “maus”, mas em um sistema de governança novo, que inclui trabalho em rede com a constituição cada vez mais sólida de entidades que representem a sociedade civil organizada. Nas últimas décadas, foram criadas leis e normas que favoreceram enormemente os políticos e sua permanência no poder. Há muitos políticos “profissionais” que estão no governo há décadas. A carreira po-

lítica é a que oferece os maiores benefícios em termos de salário com os muitos acréscimos, aposentadoria após pouco tempo de exercício no cargo, foro privilegiado, carros e apartamentos de graça, além de auxílio-moradia, muitos assessores a seu serviço etc., que não existem em muitos países desenvolvidos. Muitos políticos conseguem não só permanecer na política por muito tempo, mas também garantir a permanência da família por várias gerações, passando o bastão de pai para

filho e até para o neto. Tudo isso distancia o político do compromisso com a população e a obrigação de servir ao bem comum, pois torna a política uma carreira própria em benefício de si mesmo e de sua família. Por isso, a alternância de poder é altamente benéfica para o exercício da democracia e de mais controle social. Outro fator ainda é a descentralização do poder e do dinheiro. Hoje poucas pessoas têm o poder de decidir para aonde vão as grandes quantidades de recursos. Em uma cidade como São Paulo, por exemplo, é o secretário (e seus interesses políticos) quem determina aonde irá o dinheiro. As subprefeituras, que são uma estrutura que permite uma visão mais local e podem reconhecer melhor as diferentes necessidades de cada região, estão esvaziadas. Se para nós, cristãos, é claro que a política deve ser o serviço ao bem comum, é muito importante que não caiamos na ilusão do político salvador da pátria, daquele que “me dá coisas” ou do político “profissional” que me representa. E a resposta está como ensina a Doutrina Social da Igreja na formação de uma sociedade organizada que trabalha em rede. Um exemplo disso é que mais pessoas que amem verdadeiramente Jesus Cristo se candidatem aos conselhos tutelares, às associações com interesse social e de bairro etc... Ana Lydia Sawaya é professora da Unifesp, fez doutorado em Nutrição na Universidade de Cambridge e foi pesquisadora visitante do MIT. É conselheira do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Fernando Geronazzo • Institucional: Rafael Alberto e Renata Moraes • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Sueli S. Dal Belo • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

N

o domingo passado, 9 de outubro, o Papa Francisco anunciou 17 novos cardeais, que receberão as insígnias cardinalícias no Consistório, também já anunciado, de 19 e 20 de novembro próximo. Os membros do Colégio Cardinalício têm a missão de ajudar o Papa no exercício do seu ministério em favor de toda a Igreja; por isso, muitos deles são membros e conselheiros de organismos da Cúria Romana, conjunto de serviços ao redor do Papa, na Santa Sé. De tempos em tempos, o Pontífice também convoca todos os cardeais para ouvi-los a respeito de determinadas questões ou de decisões que está para tomar. É apropriado dizer que os cardeais são colaboradores e conselheiros do Papa. Outra missão do Colégio Cardinalício consiste na eleição de um novo papa, quando a Sé de Pedro se torna vacante. Dentre os novos, 13 têm menos de 80 anos de idade e contarão entre os cardeais eleitores; outros quatro têm mais de 80 anos de idade e já não seriam mais eleitores num eventual conclave. Entre os cardeais anunciados, está Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Assim, serão cinco os cardeais brasileiros que somam entre os “eleitores”. Outros seis bra-

Cardeais do Jubileu da Misericórdia sileiros já ultrapassaram os 80 anos. Seguindo a lógica de dar um rosto mais universal ao Colégio Cardinalício, Francisco elegeu cardeais para pequenos países, onde nunca houve cardeal, nem há muitos católicos, como a República Centro-Africana, Ilhas Maurício, Papua-Nova Guiné e a Albânia. O Colégio Cardinalício também espelha melhor a índole missionária da Igreja. Além disso, essas novas nomeações estão na lógica da valorização das “periferias” da Igreja e do mundo. Quatro nomeações podem ser interpretadas como “frutos” do Jubileu da Misericórdia: o novo Cardeal Mário Zenari, núncio apostólico na “amada e martirizada Síria”, que continuará a exercer sua missão de Representante Pontifício naquele país, colaborando para aliviar o sofrimento do povo sírio, especialmente dos cristãos. Vai na mesma direção a nomeação cardinalícia do arcebispo de Dhaka, capital de Bangladesh, um dos países mais populosos e pobres do mundo, onde há apenas uma minoria cristã. A nomeação de Dom Sebastian Koto Khoarai, bispo emérito do Lesotho, pequeno país do sul da África, com pouquíssimos católicos, sinaliza para a valorização e o fortalecimento da Igreja missionária – “Igreja em saída”. Por sua vez, chamou muito a atenção a escolha do sacerdote idoso Ernest Simoni, da Arquidiocese de Scutari, na Albânia. Ele sobreviveu à perseguição comunista

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Com a Rede Vida na visita ao presidente Temer Beto Barata/Presidência da República

da Albânia, o primeiro país que se proclamou ateu oficialmente; o sacerdote ficou preso e foi condenado a trabalhos forçados por 27 anos, de 1963 a 1990, por ser sacerdote, continuar a celebrar e a exercer o sacerdócio, sendo, por isso, declarado “inimigo do povo”. O Papa Francisco o encontrou na sua visita à Albânia, em 2014, e, com emoção, lhe beijou as mãos. O novo cardeal é uma testemunha viva da firmeza na fé em meio a perseguições e motivo de conforto para muitos, que ainda seguem sendo perseguidos por causa da fé. Era esperado que o Papa Francisco fizesse novos cardeais na conclusão do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, que será encerrado, justamente, no domingo de Cristo Rei, 20 de novembro. Não se trata apenas de completar o número de cardeais eleitores do Colégio Cardinalício, que devem ser no máximo 120. Ao se reunir com o Colégio no Consistório de 19 e 20 de novembro, e ao integrar nele novos membros, justamente na conclusão do Jubileu extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco está sinalizando mais uma vez para a importância do anúncio da misericórdia, do testemunho e do serviço da misericórdia para toda a Igreja. Nas palavras de Francisco, ao anunciar os novos cardeais, eles “edificam o povo de Deus anunciando o amor misericordioso de Deus no cuidado cotidiano do rebanho do Senhor e na proclamação da fé”.

Na segunda-feira, 10, os membros do Conselho Superior do Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã (Inbrac), entidade responsável pela Rede Vida de Televisão, foram recebidos pelo presidente da República, Michel Temer, em Brasília (DF). O Inbrac tem como presidente o Cardeal Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), e um dos conselheiros é o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (SP). Na reunião, foi detalhado ao presidente da República os princípios da atuação da emissora e a importância desta para a sociedade brasileira.

Rito de admissão Arquivo pessoal

No sábado, 8, no Seminário de Teologia Bom Pastor, o Cardeal Scherer presidiu o rito de admissão às ordens sacras dos seminaristas da Arquidiocese de São Paulo que serão ordenados diáconos em 10 de dezembro, na Catedral da Sé.

Corretores de imóveis Helena Ueno

A missa das 11h do domingo, 9, na Catedral da Sé, presidida por Dom Odilo, teve a participação de membros do Sindicato dos Corretores de Imóveis de São Paulo, que comemoraram os 74 anos da outorga da carta sindical de 1942, que reconheceu a existência deste sindicato.

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4 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida

Acreditar ou não em sonhos?

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM 16 de outubro de 2016

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar Cônego Celso Pedro Na última prisão, pouco antes da sua morte, escrevia Paulo a seu amigo Timóteo para que permanecesse firme na verdade que um dia aprendeu e aceitou. A vida não é fácil e Timóteo tinha dificuldades com os cristãos de Éfeso que lhe foram confiados. Maior dificuldade tinha Paulo, prisioneiro vigiado, mas de espírito liberto, porque aprisionada não estava a Palavra que o animava. Com a mesma Palavra, Paulo animava Timóteo: Permaneça firme na verdade que você aprendeu e aceitou. Proclame, argumente, repreenda, aconselhe, que a Palavra torna o ser humano perfeito e qualificado para toda boa obra. Ainda pequeno, Timóteo aprendera as Escrituras no colo de sua mãe e de sua avó. Não podia se esquecer de que a Palavra inspirada comunica a sabedoria, e a sabedoria leva à salvação pela fé em Jesus Cristo. A Palavra educa para a prática da justiça. É assim que lemos na Palavra escrita por Lucas a história da viúva que lutou pela justiça. Perseverava a viúva, mas a justiça não acontecia, porque o juiz não era justo. Ela, porém, insistia, como devemos insistir na oração para que o bem vença o mal. Mau era o juiz que precisava ser vencido, e a viúva o venceu pelo cansaço. Não só pelo cansaço. O juiz pensou que era melhor atendê-la antes que ela o agredisse. Por que uma pobre

Você Pergunta

viúva iria agredir um juiz poderoso? Seria ela uma mulher violenta? Não! A injustiça do juiz a tornava violenta. É o que nos ensina a Palavra do Senhor. Insista para que a justiça afugente a violência. Insista, diz Paulo, oportuna e inoportunamente, com toda a paciência, como fez no passado nosso mestre Moisés. O livro do Êxodo conta-nos que, por ocasião de uma batalha dos hebreus contra os amalecitas, Moisés intercedeu junto a Deus em favor de seu povo e Josué venceu a batalha. Os amalecitas atacaram os hebreus. Os hebreus, guiados por Josué, enfrentaram o inimigo. Moisés, Aarão e Hur subiram a colina onde Moisés rezou de braços abertos. Enquanto seus braços permaneciam abertos, Josué vencia. Quando os braços de Moisés se deixavam cair, Josué perdia. Então, Moisés se sentou e Aarão e Hur, um de cada lado, sustentavam-lhe as mãos e suas mãos não se cansaram até ao pôr do sol. Na firmeza permanente de Moisés rezando e Josué lutando, a batalha foi vencida. A Palavra de Deus nos ensina a rezar com persistência e com persistência lutar pela justiça. No alto da colina, os braços estão abertos, já não os de Moisés, e sim os de Jesus, e estão pregados para que não se fechem. Enquanto permanecem abertos em oração, vencem a batalha os combatentes de Cristo e perdem-na os amalecitas e o injusto juiz.

padre Cido Pereira

osaopaulo@uol.com.br

Claudinei Ribeiro mora em Cafelândia (PR) e quer saber se deve acreditar em sonhos. Diz ele: “Eu não acredito, mas todos dizem que devo acreditar, pois dizem que o sonho pode ser um aviso. Isso existe, padre?” Claudinei, eu já respondi dezenas de vezes a essas perguntas relacionadas com sonhos. Nenhum sonho aponta ou profetiza algo em relação a nós para o futuro. Os sonhos e pesadelos são frutos de pequenas e grandes experiências já vividas por nós e que ficaram registradas em nosso inconsciente. Por mais coerentes que

possam ser as histórias acontecidas em nossos sonhos, estas são formadas por pessoas que se relacionaram conosco, por fatos, por traumas, por experiências já vividas por nós. Podemos nos ver no futuro, é claro, até porque nós projetamos algo que queremos construir lá no futuro. Os sonhos, porém, jamais vão nos fornecer experiências concretas que transformarão ou se concretizarão lá na frente e mudarão a nossa vida. Há pessoas que “sonham” acordadas. Querem ser ricas, felizes, querem seguir tal e tal carreira, querem conquistar tal e tal pessoa. Esses “sonhos” são úteis, nos fazem correr atrás, nos dão razões para ir à

luta, para buscar o conteúdo deles... Aqueles que povoam nossos sonhos em noites bem ou mal dormidas são formados aleatoriamente por conteúdos conservados em nossa memória. Ver neles consequências para o nosso futuro pessoal, familiar, é perder tempo. Sonhos bons, sonhos ruins, pesadelos, todos são frutos de experiências vividas, e só isso. É melhor viver com os pés no chão do que viver num mundo irreal e mágico, que a nada leva. Claudinei, força, coragem. Aposte tudo em você mesmo. Peça a Deus sabedoria para fazer boas escolhas na vida. E vamos em frente.

Atos da Cúria Em 4 de outubro de 2016, foi assinado na Cúria Metropolitana de São Paulo o Convênio entre a Arquidiocese de São Paulo e a seguinte Congregação Religiosa:

Para assinar O SÃO PAULO: Escolha uma das opções e a forma de pagamento. Envie esse cupom para: FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, Avenida Higienópolis, 890 São Paulo - SP - CEP 01238-000 - Tel: (011) 3666-9660/3660-3724 osaopaulo@uol.com.br

- Congregação da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, para a Cura Pastoral da Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, na Região Episcopal Lapa.

SEMESTRAL: R$ 45 ANUAL: R$ 78 exterior ANUAL: 220 U$ FORMA DE PAGAMENTO: COBRANÇA BANCÁRIA

NOME___________________________________________________________ _________________________________________________________________ DATA DE NASC. ___/___/____CPF/CNPJ _________________________________ ENDEREÇO ___________________________________________________________ __________________________________________________________ nº __________ COMPLEMENTO ______________________ BAIRRO ___________________________ CEP ____________ - ___________ CIDADE____________________________________ ESTADO ______ E-MAIL: ________________________________________________ TEL: (__________) ______________________________________ DATA ____/___/____


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Espiritualidade Nem bonecos, nem enfeites (I) Dom Devair Araújo da Fonseca

D

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia e vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação

esde o Antigo Testamento existe uma rigorosa proibição de fazer imagens. Essa lei tem como objetivo afastar qualquer risco de idolatria, uma prática comum entre os povos pagãos, que habitavam as terras vizinhas a Israel. O princípio que fundamenta essa prática religiosa judaica é a consciência da absoluta transcendência de Deus, isto é, pela sua essência divina e pura, Ele não pode ser representado por nenhuma forma sensível. Deus se manifesta aos sentidos, Ele faz aparecer a sua glória na nuvem, no fogo ou na brisa suave e permanece escondido. Mas sem contrariar essa proibição, o povo de Israel também desenvolveu uma iconografia sagrada, que não representava imagens de heróis, como, por exemplo, era feito pelos gregos, mas que faziam memória das ações salvíficas de Deus. O Novo Testamento não se afastou da tradição de Israel. Os cristãos continuaram firmes na fé e não adoravam imagens, nem mesmo quando isso lhes custava a vida. Jesus devolveu a “César” o que era de “César”. O Cristianismo primitivo concentrou-se em repetir a presença de Deus na palavra e nos sacramentos. Ao lado dessa certeza de fé, também apareceram os símbolos e figu-

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Fé e Cidadania As armas nucleares são um risco humanitário global

ras decorativas que lembravam os misfato eclesial importante, além do sigtérios da salvação em torno da pessoa nificado litúrgico e espiritual. Seja nas de Jesus e dos apóstolos. igrejas ou nas casas, as pessoas costumam oferecer flores, objetos de adorno Na Igreja antiga, tanto no Oriente como no Ocidente, sempre houve ou velas. Também não é difícil encontrar oratórios particulares nas residênmuita resistência e cuidado no reconhecimento e no uso das imagens ou cias, às vezes com pequenas luzes que representações sagradas. Foi o Segundo são acesas à noite. A piedade e o culto Concílio de Niceia, no século VIII, que para com as imagens sacras devem, no esclareceu a questão sobre a veneração entanto, ser sustentados por uma orientação teológica, pastoral e canônica, das imagens. Quando Jesus, o Filho de para evitar distorções. Deus, se encarnou, Ele assumiu nossa Assim, a Igreja recomenda à venenatureza e também nossa carne, e, assim, Ele tornou-se não só uma manifesração especial e filial dos fiéis a Bem-atação da glória, mas a imagem do Deus venturada sempre Virgem Maria, Mãe invisível entre nós. Portanto, no ato do de Deus, a quem Cristo constituiu Mãe culto, a reverência verdadeira e propriade todos os homens, e também promomente dita dirige-se à coisa representada, que O Novo Testamento não se é apenas figurada na afastou da tradição de Israel. Os imagem visível. Mais tarde, Santo cristãos continuaram firmes na Tomás de Aquino, no fé e não adoravam imagens, nem século XIII, apresentou mesmo quando isso lhes custava as razões pelas quais viu a vida. Jesus devolveu a “César” o a utilidade das imagens. que era de “César”. O Cristianismo Segundo ele, as ima- primitivo concentrou-se em gens são instrumentos repetir a presença de Deus na de informação, ou seja, palavra e nos sacramentos são usadas para instruir ve o verdadeiro e autêntico culto dos os que não sabem ler; elas funcionam outros santos, porque ajudam fiéis com também como ajuda para a memória, seu exemplo e pela sua intercessão. É recordando os mistérios de salvação; e, preciso considerar que apenas aqueles por fim, servem como estímulo para a servos de Deus que foram inscritos pela devoção. Mas é preciso ter cuidado com autoridade da Igreja no catálogo dos a multiplicação das imagens, pois isso santos ou dos beatos podem ser aprepode representar um risco para a vida sentados para culto público, e ainda que espiritual. São Bernardo de Claraval falava da exigência da sobriedade no uso as imagens sejam expostas em número das imagens na arquitetura monástica. moderado e na devida ordem, a fim de O culto ou veneração prestado às que não se dê motivo a uma devoção imagens, sejam pinturas ou estátuas, é menos correta. Divulgação

Padre Sancley Lopes Gondim Tudo indica que a Coreia do Norte não está trabalhando sozinha... O Departamento do Tesouro norte-americano de sanções econômicas citou em seu informe dois engenheiros iranianos que viajaram para trabalhar em um motor de foguete de 80 toneladas que está sendo desenvolvido pelo governo da Coreia do Norte. O Irã tem ignorado uma resolução do Conselho de Segurança da ONU aprovada no ano passado que congela seu programa nuclear (cf. notícias uol.com.br/2016/09/27). “As armas nucleares constituem um problema global, que atinge todas as Nações... Terão impacto sobre as gerações vindouras, e também sobre o planeta, que é a nossa Casa Comum. É necessária uma ética global se quisermos diminuir sua ameaça e trabalhar para o desarmamento nuclear. ‘A independência tecnológica, social e política exige urgentemente uma ética de solidariedade’ (cf. São João Paulo II, Sollicitudo Rei Socialis, 38), que encoraje os povos a trabalharem juntos por um mundo mais seguro, e um futuro que seja enraizado cada vez mais nos valores morais e na responsabilidade numa dimensão global, com base em uma ética de fraternidade e de coexistência pacífica entre os povos... Códigos militares e o direito internacional condenaram há muito tempo pessoas que infligiram sofrimentos desnecessários, que devastaram as populações e a criação... Encorajo todos a serem vozes proféticas, chamando a atenção da família humana para um apreço mais profundo da beleza, do amor, da cooperação e da fraternidade, ante os riscos das armas nucleares, as quais têm uma potencialidade de destruir... Os jovens de hoje e de amanhã têm o direito a uma ordem mundial pacífica, baseada na unidade da família humana, fundada no respeito, na cooperação, na solidariedade e na compaixão... Agora é o tempo de contrastar a lógica do medo com a ética da responsabilidade, de forma a promover um clima de confiança e de diálogo sincero. Um desperdício de recursos que seriam melhor investidos nas áreas do desenvolvimento humano integral, da educação, da saúde e da luta contra a pobreza extrema... São os pobres e os débeis que vivem às margens da sociedade que pagam o preço... O desejo pela paz, segurança e estabilidade é um dos mais profundos do coração humano... e se não forem fundadas no plano global, jamais serão gozadas” (Mensagem do Papa Francisco à Conferência sobre o Impacto Humanitário das Armas Nucleares, 7 de dezembro de 2014). As opiniões da seção “Fé e Cidadania” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do O SÃO PAULO.

Errata Diferentemente do informado na edição 3121 - “Paróquia tem 41 Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão”, o pároco da Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, na Região Lapa, é o Padre Zygmunt Franckowski e não o Padre Roberto Cachoeira Javorski.


6 | Viver Bem |

12 a 18 de outubro de 2016 | www.arquisp.org.br

Cuidar da Saúde Você pode escolher qual será seu mês rosa CÁSSIA REGINA Estamos no Outubro Rosa, considerado o mês em que as mulheres devem cuidar da saúde, mês direcionado para realizar os exames preventivos de câncer do colo do útero e de câncer de mama. Não só os exames preventivos são importantes. Uma boa consulta anual evita que você seja surpreendida por uma doença inesperada. O Outubro Rosa é uma forma de lembrar a você, mulher, que é importante cuidar da saúde, mesmo sem sentir nada, pois muitas doenças só se manisfestam quando já estão avançadas. Nós, da área da saúde, fazemos essa campanha anual para lembrá-la disso. Aqui na cidade de São Paulo, por exemplo, até o dia 29, uma carreta móvel do programa estadual “Mulheres de Peito” está no Santana Parque Shopping (rua Conselheiro Moreira de Barros, 2.780, em Santana), com a previsão de 50 atendimentos diários gratuitos (aos sábados serão 25 atendimentos). Porém, você pode se programar e escolher o seu mês rosa, para fazer isso uma vez por ano, de acordo com sua rotina, como, por exemplo, nas suas férias. Quando você fixa um mês, a possibilidade de que se esqueça é bem menor. Muitos pacientes acham que fizeram seus últimos exames há um ano, e, quando vamos verificar, já se passaram dois anos ou mais. O trabalho e a rotina do dia a dia fazem com que deixemos de nos cuidar. Coloque sua saúde como prioridade. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com

Comportamento www.consciência.com: baixe este aplicativo! Valdir Reginato Estamos na era dos aplicativos. Não se consegue mais contar o número de lançamentos para tamanha diversidade de finalidades. Assim, está sendo apresentado o www.consciência.com. Totalmente diferente de qualquer um já existente, apresenta características e finalidades próprias, insubstituíveis. Não apresenta dificuldades para instalação, como se verá a seguir, conforme as instruções. A primeira coisa a fazer é desligar o seu celular. Isso mesmo, desligue o seu celular, o seu computador, e todo e qualquer aparelho eletrônico que possa dar acesso a mensagens que podem esperar; a notícias do outro lado do mundo que não lhe dizem respeito; a informações de desastres e massacres que só colaboram para sua tristeza; de vídeos que fazem rir ou chorar; de alertas de vírus... Desconecte-se de tudo isso. Faça silêncio. Feche os olhos. Pense na paz. Pronto! Você acaba de conectar-se ao www.consciência.com! Fácil e ágil. Lá, você encontrará uma pessoa que há muito não consegue respostas das mensagens encaminhadas: Você. Encontrará situações esquecidas que você não assiste no YouTube. Terá acesso a notícias que esperam por uma solução há muito tempo. Também encontrará seções de conselhos, solicitações de amizades de pessoas concretas,

que passam despercebidas, pessoas para se agradecer, histórias de convivências alegres. Você poderá visitar o setor de viagens para lugares como a sua família, a casa de seus pais e irmãos, a casa de seus amigos. Haverá promoções, caso deseje ir para lugares diferentes, mas que oferecem prêmios por solidariedade ao próximo, como hospitais, orfanatos, asilos e presídios. Haverá uma bolsa de valores para investimentos em ações para os mais necessitados, fragilizados pelas circunstâncias da vida. Uma das áreas mais procuradas tem sido o portal do “sentido de vida”. Completamente reformado e reestruturado após as revoluções do último século, oferece a seus internautas espaços para reflexão pessoal, questões a respeito de novos horizontes de atuação, onde o dinheiro, a luxúria e o individualismo foram banidos para entrar o amor ao próximo. Poderá se inscrever nos cursos do “painel de virtudes”. Lá, existem aulas interativas nas quais em vez dos reality shows (péssimas caricaturas do comportamento humano), você participará com outros que também desejam melhorar em suas atividades pessoais e com os demais as modalidades da prudência, fortaleza, temperança e justiça. Tudo isso e muito mais num ambiente agradável, convidativo, que permitirá a você encontrar e ajudar a melhorar a pessoa mais importante: Você. O www.cons-

ciência.com não corre o risco de viciá-lo, pelo contrário, quanto mais participa dele, mais você deseja sair de si e ir ao encontro dos demais. Uma proposta nova e arrojada, na qual todos podem participar, mas com seus canais personalizados. O www.consciência.com é uma exclusividade da Criação, sem patrocinadores, sem interesses econômicos, com finalidade filantrópica. Atenção! O www.consciência. com tem sofrido muitos ataques de hackers, que lançam vírus a todo instante para poder prejudicá-lo. Os mais famosos recentemente são os conhecidos como “ideologia de gênero” e “amor em novas formas de família”. Especial atenção para o “você é o mais importante”. Essa é uma versão pirata adulterada na qual se trocam as palavras “indivíduo” por “individualismo”, “amor” por “sexo”, e “lazer” por “hedonismo”. No final, aparece na tela, em letras gigantes, a palavra “egoísmo”, e o seu coração entrará em pânico. Para tanto, mantenha o seu coração protegido com o antivírus universal “Falar com Deus”. Estando ativado e atualizado, ele não permitirá a instalação desses agressores e você poderá seguir e desfrutar do www. consciência.com. Participe. Ele tem muito a lhe dizer. Dr. Valdir Reginato é médico de família, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar.


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| Pelo Brasil | 7

Daniel Gomes, Júlia Cabral e Vitor Loscalzo osaopaulo@uol.com.br

Colégios católicos no Enem, o que eles têm em comum? Entre os cem colégios com melhores médias no Exame Nacional do Ensino Médio de 2015, 18 são católicos, nove deles instalados em Minas Gerais. A informação está no relatório “Enem 2015 por Escola”, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no dia 4. Não tão inovadores, os resultados evidenciam a dicotomia entre a rede pública e privada de ensino, pois apenas três colégios públicos (federais) figuram na lista dos cem melhores colocados. Os tradicionais São Bento, Santo Inácio e Santo Agostinho são veteranos na lista do Inep. Fundado em 1951 sob o patronato de São Bento – considerado o grande educador do Ocidente – o Colégio Christus, de Fortaleza (CE), é o 6º colocado, o melhor entre os católicos. Mais do que

assegurar bons resultados em exames, o Christus tem a missão de “levar crianças e jovens a conhecer e a viver os ensinamentos de Jesus Cristo”. Na mesma direção caminha o Colégio Santa Marcelina, de Belo Horizonte (MG), 22º colocado, que tem entre seus princípios a “fidelidade e obediência ao magistério da Igreja e à Congregação”. Para ser um colégio católico o nome de santo não é suficiente. Assim, uma característica comum a muitos dos que estão na lista do Inep é a atuação junto a pastorais e o ensino religioso dentro da sala de aula. Além disso, há um esforço para que as famílias acompanhem o desenvolvimento acadêmico do filho, um sinal de que as famílias, enquanto protagonistas da educação, devem estar próximas dos estudantes.

Os 18 Colégios Católicos entre os 100 melhores no Enem 2015 6º) Christus Colégio Pré-Universitário ....................................Fortaleza (CE) 14º) Colégio Santo Antônio ............................................................Belo Horizonte (MG) 22º) Colégio Santa Marcelina .........................................................Belo Horizonte (MG) 23º) Colégio Magnun Agostiniano ..............................................Belo Horizonte (MG) 27º) Colégio Santo Agostinho .......................................................Belo Horizonte (MG) 28º) Colégio de São Bento ..............................................................Rio de Janeiro (RJ) 32º) Colégio Santo Agostinho .......................................................Rio de Janeiro (RJ) 35º) Colégio Santo Agostinho - Unidade Nova Lima ..........Nova Lima (MG) 38º) Colégio Santa Cruz ....................................................................São Paulo (SP) 42º) Santo Inácio..................................................................................Rio de Janeiro (RJ) 48º) Colégio Sagrado Coração de Maria....................................Vitória (ES) 61º) Colégio Agostiniano Mendel.................................................São Paulo (SP) 62º) Colégio Loyola.............................................................................Belo Horizonte (MG) 64º) Santo Agostinho.........................................................................Rio de Janeiro (RJ) 67º) Colégio Santa Dorotéia............................................................Belo Horizonte (MG) 70º) ANBEAS – Colégio Sagrado Coração de Jesus...............Teresina (PI) 81º) Colégio Santa Catarina.............................................................Juiz de Fora (MG) 98º) Colégio Marista Dom Silvério................................................Belo Horizonte (MG)

Fonte: Inep (Edição: Vitor Loscalzo)

Grupo de combate ao tráfico humano atualiza proposta de trabalho Na quinta-feira, 6, realizou-se na sede da CNBB, em Brasília (DF), uma reunião para discutir a continuidade das atividades do Grupo de Trabalho (GT) sobre o Enfrentamento ao Tráfico Humano. Dom Enemésio Angelo Lazzaris, bispo de Balsas (MA) e coordenador do GT, detalhou que após cinco anos de trabalhos sentiu a necessidade de que as ações

realizadas tenham mais visibilidade e alcance. “Então, pensou-se, em vez de um grupo de trabalho, em uma possiblidade de ser um fórum permanente, uma equipe, uma subcomissão ou uma comissão da CNBB”. Dom José Luiz Ferreira Sales, bispo de Pesqueira (PE) e referencial do Setor Mobilidade Humana da CNBB,

abordou o momento de reorganização das atividades, após o encontro para refletir e trabalhar a temática, pela primeira vez apresentada na Campanha da Fraternidade de 2014, dando ênfase na continuidade das atividades do grupo pelas pessoas em situação de fragilidade. “Uma das missões da Igreja é justamente cuidar, pastorear, então,

Ato recorda os 24 anos do massacre do Carandiru Para recordar os 24 anos do chamado massacre do Carandiru, quando, segundo dados oficiais, 111 presos foram mortos após a entrada de policiais militares na extinta Casa de Detenção de São Paulo, no bairro do Carandiru, para conter uma rebelião em 2 de outubro de 1992, integrantes de grupos de direitos humanos e familiares dos mortos realizaram um ato em São Paulo na noite da quinta-feira, 6. Partindo da praça Tiradentes, na região da Luz, os participantes caminharam até a sede do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), na praça da Sé, no centro da capital. Houve especial descontentamento com a anulação dos jul-

gamentos do massacre do Carandiru por decisão de três desembargadores da 4ª Câmara Criminal do TJ-SP, com o argumento de que não há elementos suficientes para mostrar quais foram os crimes cometidos por cada um dos 74 policiais condenados pelas mortes. Uma das articuladoras do ato, a Pastoral Carcerária Nacional divulgou nota em 28 de setembro lamentando a decisão do TJ-SP e a crescente quantidade de pessoas encarceradas no país. “As condições que permitiram o assassinato em massa de mais de uma centena de pessoas no Carandiru permanecem e foram exponencialmente

multiplicadas. A população prisional que em 1992 era de 114 mil, hoje ultrapassou a marca de 620 mil pessoas, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional. Além disso, as condições de aprisionamento permanecem aviltantes”, consta em um dos trechos da nota. No sábado, 8, a Pastoral organizou em São Paulo, na Casa de Oração do Povo da Rua, um evento para discutir propostas de políticas de desencarceramento no país e de desmilitarização das polícias. Outros detalhes podem ser obtidos em www.carceraria.org.br.

vejo como um momento privilegiado de preparação, de reorganização desse grupo de trabalho. É importante que a gente possa continuar unidos e cuidando da vida.” A proposta de trabalho definida pelo grupo será analisada pelo Conselho Permanente da CNBB. Fonte: CNBB (Edição: Júlia Cabral)

Aumento da conta de energia elétrica pode chegar a 5% em 2017

Pastoral da Saúde realiza em São Paulo evento sobre o SUS

Assembleia das Igrejas do Regional Sul 1 começa no dia 14

Os grupos de Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo e do Regional Sul 1 da CNBB realizarão no sábado, 15, às 14h, o “Encontro dos Militantes nas Políticas Públicas de Saúde da Cidade de São Paulo em defesa do SUS”. A atividade será na Faculdade Zumbi dos Palmares (avenida Santos Dumont, 843, Armênia), que apoia a realização do evento, assim como o Sindicato dos Médicos de São Paulo. Saiba mais detalhes pelo e-mail pastoraldasaudeasp@ gmail.com, ou em http://facebook.com/saude.arquidiocesedesaopaulo.

“Nova Pastoral Familiar à luz da Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia”. Este será o principal tema em discussão na 38ª Assembleia das Igrejas Particulares, que acontecerá entre os dias 14 e 16, em Itaici, no município de Indaiatuba (SP). O tema foi escolhido a partir das propostas da Assembleia Regional dos Bispos, ocorrida em junho. De acordo com o Estatuto do Regional Sul 1, a Assembleia das Igrejas manifesta a comunhão, a participação e a missão das dioceses localizadas no Estado de São Paulo, e tem esse nome devido à participação no encontro de leigos atuantes nas Igrejas locais.

Um aumento de até 5% na conta de energia elétrica para o ano que vem é o que estimou, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o especialista Julião Coelho, ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e consultor jurídico de diversas associações do setor. Este impacto na conta do consumidor é consequência do atraso no pagamento de indenizações bilionárias às transmissoras de energia. O governo deve começar a quitar as dívidas com as transmissoras em 2017. Em 2013, os brasileiros puderam comemorar a significativa redução de 20% da conta de luz, mas muitos não sabiam que para defender esse feito, o governo cortou R$ 4,4 bilhões em receita das transmissoras, e recorreu ao dinheiro dos fundos setoriais. Hoje o rombo, estimado entre R$ 9 e 10 bilhões, voltará à conta de luz. Para o especialista, apesar de o setor elétrico ter retomado seu equilíbrio de oferta de energia (reflexo da demanda menor, por causa da crise econômica e da melhora nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas), financeiramente o setor ainda está longe de retomar sua normalidade.

Fonte: Pastoral da Saúde (Edição: Daniel Gomes)

Fonte: Regional Sul 1 da CNBB (Edição: Júlia Cabral)

Fonte: O Estado de S.Paulo (Edição: Vitor Loscalzo)

Fontes: Agência Brasil e Pastoral Carcerária (Edição: Daniel Gomes)


8 | Política |

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Teto dos gastos públicos pode sucatear ainda mais a saúde Luciney Martins/O SÃO PAULO

Edcarlos Bispo

edbsant@gmail.com

A PEC 241, ou “PEC do teto”, tem tomado a atenção dos brasileiros, nos telejornais, programas de rádio, jornais, revistas e redes sociais. Sobre o tema política, após o primeiro turno das eleições municipais, esse é um dos principais assuntos.

Mas o que é uma PEC?

PEC é uma proposta de emenda à Constituição, ou seja, uma mudança no texto constitucional sem que haja a necessidade da convocação de uma nova assembleia constituinte. Para ser aprovada, precisa passar em duas votações em cada casa legislativa – Câmara dos Deputados e Senado –, sempre alcançando o quórum qualificado, ou seja, três quintos dos parlamentares (308 deputados e 49 senadores).

O que vem a ser a PEC 241?

Apresentada pelo governo Michel Temer – ainda quando era interino e no meio do processo de impeachment de Dilma Rousseff –, a PEC 241 pretende limitar os gastos públicos federais. Pela proposta, o aumento das despesas da União, incluídos os poderes Legislativo e Judiciário, não poderá ser maior que a inflação do ano anterior. Por exemplo, se a inflação for de 6% ao ano em 2017, os gastos públicos poderiam aumentar no máximo em 6% em 2018. Se aprovado pelos parlamentares, o novo regime fiscal já entra em vigor no próximo ano. A PEC altera também a vinculação entre receitas e despesas públicas, afetando a área social da ação estatal, principal razão pela qual se tornou objeto de tantas discussões. Apesar de limitar o crescimento dos gastos públicos, a distribuição desses gastos entre as diferentes áreas de atuação do governo poderia se modificar. Com o objetivo de evitar que isso resultasse em um descaso para com áreas essenciais, como saúde e educação, estabelece um piso para o crescimento dos gastos nessas áreas. Portanto, os limites mínimos para aplicação em saúde e educação, que possuem seus recursos vinculados por determinações constitucionais, serão dados pelos gastos do ano anterior, corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ocorre, porém, que tal medida pode não ser suficiente, uma vez que não existe relação entre o crescimento da população e o índice de inflação. Em nota técnica publicada em setembro, o Departamento intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) afirma que atualmente já é comum que os governos tratem os valores que a Constituição determina que sejam gastos com saúde e educação como limites máximos

e não como valores mínimos de investimentos, o que, segundo eles, é o que prevê a Constituição. “Dessa forma, uma das consequências que a aprovação dessa PEC poderia trazer para os investimentos em áreas sociais fundamentais é o congelamento dos gastos, mesmo que em termos reais, nos patamares de 2016, com consequências para o desenvolvimento de políticas públicas para toda a sociedade”, consta na nota técnica.

Opiniões

A professora de Economia da PUCSP, Cristina Helena Pinto de Mello, acrescenta que congelar os gastos por 20 anos poderá gerar precarização nos serviços públicos, já que o valor empregado não acompanhará a demanda do crescimento da população e uso do serviço. “Trata-se de uma regra simples, mas equivocada. Mesmo que congelássemos os gastos em termos reais seria um equívoco. Afinal, é possível fazer a mesma coisa de forma mais produtiva

e sobrar recursos também”, disse ao O SÃO PAULO. Para ela, a solução para iniciar a recuperação da economia está na busca de uma reforma tributária e na redução dos juros. “Temos que enfrentar definitivamente a necessidade de uma reforma tributária e a redução de juros. Ou seja, acredito que estamos perseguindo a agenda de política econômica errada.” Muitos economistas, entretanto, enxergam a PEC com outros olhos. Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, na segunda-feira, 10, os economistas Carlos Gonçalves e Mauro Rodrigues, ambos doutores pela USP, e Irineu de Carvalho Filho, doutor pelo MIT, defenderam a proposta por se tratar da única alternativa a dois outros caminhos nada desejáveis: o calote explícito da dívida e a emissão de moeda, que levaria à inflação. Ambos resultariam, segundo os especialistas, em um caos econômico. “O que os nossos estamentos insistiram em ignorar por muito tempo é que, em economia,

infelizmente, não há mágicas. Há restrições orçamentárias que precisam ser respeitadas.” Assim como uma família está sujeita a limites financeiros, também está o governo. “A carga tributária no Brasil parou de crescer já faz algum tempo. Começou a cair, recentemente, por causa da recessão. Mas, do outro lado da balança (ou do balanço), os gastos cresceram como sempre, como se não existisse amanhã. Num primeiro momento, o descompasso foi absorvido com elevação de dívida. Porém, como no exemplo da família endividada, a dívida, sem estancarmos os gastos, só pode terminar em bola de neve.”, consta no artigo. Defensores da proposta elogiam o governo por cortar gastos em vez de elevar impostos, e dizem que a medida ajuda a atrair investimentos e tornará o Estado mais ágil. “Com o controle dos gastos, o Brasil vai recuperar a credibilidade. A confiança de consumidores, investidores e empresários já está retornando. Já notamos os primeiros sinais dessa mudança”, afirmou, em pronunciamento, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A preocupação com a PEC 241 e sua possível aprovação levou a Coordenação Pastoral do Serviço da Caridade, Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo - formada pelo conjunto das Pastorais Sociais, a Comissão Justiça e Paz, o Centro Santo Dias e a Cáritas Arquidiocesana, a realizar em 29 de setembro, no Centro Pastoral São José do Belém, um debate sobre a PEC 241. A mesa de debate foi composta pelo Padre João Inácio Mildner, assistente eclesiástico da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo; Stephan Sperling, médico de família e membro da comunidade da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares; Regina Célia Silva, dirigente do Sindicado dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Estado de São Paulo; e Belfari Garcia Guiral, secretário-executivo do Conselho Estadual de Saúde de São Paulo. Durante todo o debate, os assessores apresentaram as principais perdas dos direitos sociais da população, inclusive a falência do Sistema Único de Saúde (SUS), que atualmente atende a 75% da população brasileira, cerca de 150 milhões de pessoas. Segundo o Conselho Nacional de Saúde, o perigo ao subfinanciamento do SUS pode ser medido pela perda estimada de R$ 4,09 bilhões já em 2017. Uma das soluções apresentadas pelos participantes do encontro e que poderia ser uma saída para a “PEC do teto” é a análise do gasto com a dívida pública, que consome 49% do Produto Interno Bruto do país. De acordo com eles, não se trata de um calote na dívida, mas de uma revisão e auditoria dos valores e juros que são gastos para quitar essa dívida.


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| Papa Francisco | 9 L’Osservatore Romano

Fernando Geronazzo osaopaulo@uol.com.br

Novos cardeais expressam a universalidade da Igreja Ao final da oração mariana do Ângelus, no domingo, 9, o Papa Francisco anunciou a realização de um consistório em 19 de novembro, no qual serão criados 17 cardeais da Igreja. No anúncio, o Santo Padre destacou que a proveniência dos novos purpurados, de 11 nações, “expressa a universalidade da Igreja que anuncia e testemunha a Boa-Nova da misericórdia de Deus em todos os cantos da Terra”. “A inclusão dos novos cardeais na Diocese de Roma manifesta também a inseparável relação existente entre a Sé de Pedro e as Igrejas particulares ao redor do mundo”, acrescentou. Dos nomeados, 13 possuem menos de 80 anos e, portanto, são eleitores em um eventual conclave. Entre os eleitores, há três europeus, três da América Latina, três dos Estados Unidos, dois africanos, um asiático e um da Oceania. O arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, Dom Sérgio da Rocha, está entre os que receberão o barrete cardinalício na véspera do encerramento do Jubileu extraordinário da Misericórdia.

O Santo Padre decidiu, ainda, unir ao Colégio Cardinalício dois arcebispos e um bispo, eméritos, que se destacaram em seu serviço pastoral, além de um sacerdote por seu testemunho cristão. “Eles representam muitos bispos e sacerdotes que em toda a Igreja edificam o povo de Deus, anunciando o amor misericordioso de Deus no cuidado cotidiano do rebanho do Senhor e na confissão de fé”, explicou Francisco.

Das periferias

A exemplo dos dois consistórios anteriores, o Papa vindo do “fim do mundo”, como ele se referiu a si próprio após sua eleição ao pontificado em 2013, lançou seu olhar para a periferia do planeta na escolha dos futuros purpurados. Isso pode ser percebido, por exemplo, com a nomeação de Dom Patrick D’Rozario, arcebispo de Bangladesh, o primeiro cardeal da história de um dos países mais pobres do mundo. Dom Dieudonné Nzapalainga, arcebispo de Bangui, será o primeiro cardeal da República Centro-

Africana. Também Papua-Nova Guiné terá seu primeiro purpurado, Dom John Ribat, arcebispo de Port Moresby.

Testemunho cristão

O Padre Ernest Simoni estava acompanhando a transmissão do Ângelus pela televisão quando ouviu, com surpresa, o Papa pronunciar seu nome entre aqueles que seriam criados cardeais. Conhecido por ter emocionado o Papa Francisco durante sua visita à Albânia, em setembro de 2014, o Sacerdote albanês, que hoje tem 88 anos, relatou ao Santo Padre seu sofrimento durante os 27 anos em que esteve encarcerado, sendo torturado, obrigado a trabalhos forçados e reiteradas vezes condenado a morte pelo regime comunista que oprimiu o País por décadas. “Foi uma surpresa imensa para mim. Jamais poderia pensar! Devo agradecer ao Senhor a vida que me deu e as muitas graças que alcancei. É obra e mérito somente de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Santíssima Virgem Maria”, relatou o Padre à rádio Vaticano.

Dom Sérgio: ‘viver espírito de serviço’ L’Osservatore Romano

Paulista da cidade de Dobrada, Dom Sérgio da Rocha (foto) nasceu em 21 de outubro de 1959. Foi ordenado sacerdote em 14 de dezembro de 1984 pela Diocese de São Carlos (SP). Em 13 de junho de 2001, foi nomeado bispo auxiliar de Fortaleza (CE) por São João Paulo II, sendo ordenado em 11 de agosto do mesmo ano. Em 2007, foi nomeado arcebispo de Teresina (PI) por Bento XVI, cargo que exerceu até 15 de junho de 2011, quando foi nomeado arcebispo de Brasília (DF) pelo mesmo Pontífice. Dom Sérgio estava em uma visita pastoral a uma paróquia da Arquidiocese de Brasília quando recebeu, com surpresa,

a notícia de sua nomeação cardinalícia. “Meu sentimento é de agradecimento ao Santo Padre pelo reconhecimento e valorização da Igreja no Brasil e em Brasília”, afirmou o Arcebispo, que considerou, ainda, um sinal da misericórdia de Deus, mas também daquilo que deve ser a vida de quem se coloca a serviço da Igreja. “Tive a graça de receber a nomeação justamente no momento de presença numa comunidade mais carente, mas também num momento missionário, o que faz pensar que quem está a serviço da Igreja, especialmente um cardeal, não está recebendo uma honraria, mas deve viver isso com espírito de serviço”, afirmou.

Brasileiros

Com a nomeação de Dom Sérgio da Rocha, o Colégio Cardinalício passa a ter 11 cardeais brasileiros. Cinco deles são eleitores (Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo; Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida; Dom João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica; Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro; e Dom Sérgio) e seis não eleitores (Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo; Dom José Freire Falcão, arcebispo emérito de Brasília; Dom Serafim Fernandes de Araújo, arcebispo emérito de Belo Horizonte; Dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo; Dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de Salvador; e Dom Eusébio Oscar Scheid, arcebispo emérito do Rio de Janeiro).

Números

Este será o terceiro consistório do pontificado de Francisco. Em 2014, foram criados 19 cardeais (16 eleitores) e em 2015, 20 cardeais (15 eleitores). Com o próximo Consistório, o Colégio Cardinalício contará com 228 cardeais, sendo que destes 120 são eleitores, assim distribuídos: Europa (60), América Latina (21), América do Norte - Estados Unidos e Canadá (16); África (9); Ásia (12) e Oceania (2). (Com informações da Rádio Vaticano e Avvenire)

Papa Francisco com o Padre Ernest Simoni

Nomes dos cardeais que serão criados em 19 de novembro: Eleitores Dom Mario Zenari, que continua como núncio apostólico na ‘amada e martirizada’ Síria; Dom Dieudonné Nzapalainga, CSSp, arcebispo de Bangui, na República CentroAfricana; Dom Carlos Osoro Sierra, arcebispo de Madri, na Espanha; Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, no Brasil; Dom Blase J. Cupich, arcebispo de Chicago, nos Estados Unidos; Dom Patrick D’Rozario, CSC, arcebispo de Daca, em Bangladesh; Dom Baltazar Enrique Porras Cardozo, arcebispo de Mérida, na Venezuela; Dom Jozef De Kesel, arcebispo de Malines-Bruxelas, na Bélgica; Dom Maurice Piat, arcebispo de Port Louis, nas Ilhas Maurício; Dom Kevin Joseph Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, dos Estados Unidos; Dom Carlos Aguiar Retes, arcebispo de Tlalnepantla, no México; Dom John Ribat, MSC, arcebispo de Port Moresby, em Papua-Nova Guiné; Dom Joseph William Tobin, CSSR, arcebispo de Indianápolis, nos Estados Unidos; Não eleitores Dom Anthony Soter Fernandez, arcebispo emérito de Kuala Lumpur, na Malásia; Dom Renato Corti, arcebispo emérito de Novara, na Itália; Dom Sebastian Koto Khoarai, OMI, bispo emérito de Mohale’s Hoek, no Lesoto; Padre Ernest Simoni, presbítero da Arquidiocese de Shkodrë-Pult, em Scutari, na Albânia.


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Destaques das Agências Internacionais

Filipe David

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

Haiti

Furacão deixa rastro de morte e destruição O Haiti foi gravemente atingido pelo Furacão Matthew, o pior dos últimos dez anos, e o número de mortos já ultrapassa mil pessoas. Todo País foi afetado, mas a área mais devastada é o sul. Devido à devastação, diversas cidades e regiões estão fora de acesso ou com o acesso muito difícil para a ajuda humanitária. Em algumas áreas, quase todas as casas foram destruídas ou danificadas – pelo menos 28 mil, segundo as primeiras estimativas. As linhas de telefone não funcionam, assim como a eletricidade e os bancos. Muitas pessoas já estão sem dinheiro, sem alimento e sem água potável. Um dos temores dos agentes humanitários é a propagação de epidemias de doenças como o cólera (que já matou, ao menos, sete pessoas), transmitido pela água contaminada. Segundo a estimativa do governo, aproximadamente 350 mil pessoas precisam de algum tipo de ajuda após o desastre. Trata-se da pior crise humanitária do país desde o terremoto de 2010. A economia do Haiti, dependente da agricultura, será fortemente afetada pela destruição da maior

parte das plantações, principalmente de bananas. Diversos países já começaram a ajudar o Haiti. Os Estados Unidos, por exemplo, enviaram mais de 500 militares, helicópteros, veículos para chegar às regiões de difícil acesso e 480 toneladas de itens de ajuda humanitária, como

cobertores, kits de higiene pessoal, material para construção de abrigos de emergência, entre outros. A França também enviou 60 militares e 32 toneladas de material humanitário. A Organização das Nações Unidas deslocou diversos militares que estavam no Haiti em missão de paz para as regiões mais atingidas, UN Photo/Logan Abassi

Fontes: Fides/ Le Figaro/ Weather/ Haiti Libre

Filipinas Cristãos se opõem a proposta da volta da pena de morte

Argentina Sacerdote que lutava contra o tráfico é encontrado morto O Padre Juan Heraldo Viroche, conhecido pela sua luta contra o tráfico de drogas, foi encontrado morto em sua residência, em Tucuman, a 70 quilômetros da capital argentina. “Padre Juan era conhecido porque lutava contra o tráfico de drogas, falou claramente dentro e fora de sua comunidade para defender a vida

incluindo o comando do Brasil, com 330 soldados, que tinham sua base de operações na capital, Porto Príncipe. Diversas comunidades religiosas também estão presentes no local e muitos ficaram sem comunicações. “Até hoje [7 de outubro] não temos notícias. E não há nenhuma maneira de contatá-los ou ir ao local. (...)Todas as congregações religiosas estão na mesma situação”, disse à agência Fides o Padre Kénol Chéry, missionário e superior regional dos Redentoristas. O Papa Francisco enviou suas condolências e ofereceu suas orações às famílias dos que morreram na catástrofe.

em perigo”, diz um comunicado da Comissão Episcopal para a Pastoral contra a Droga. A Comissão também lembra as ameaças que o Padre vinha recebendo. “Padre Juan, aos seus mais estreitos colaboradores, tinha expressado profunda dor pelas ameaças recebidas das máfias da droga.”

Um primeiro relatório das autoridades parece apontar para a hipótese de suicídio. A comunidade local se recusa a acreditar nessa versão e tem se manifestado por um esclarecimento sério das circunstâncias da morte do Sacerdote. Fonte: Fides

AnuncioPadre_v2.pdf 1 10/09/2015 13:10:03

Junto a 39 países, as Filipinas aboliram a pena de morte a partir de 1990. No entanto, a pena capital voltou à pauta no país asiático, após a eleição do presidente Rodrigo Duterte. “O que farei é instar o Congresso a restaurar a pena de morte por enforcamento”, afirmou. No Dia Mundial contra a Pena de Morte, em 10 de outubro, o secretárioexecutivo da Comissão para a Pastoral Carcerária da Conferência Episcopal das Filipinas, Rodolfo Diamente, frisou que “a pena capital não é um impedimento eficaz do crime; reintroduzi-la seria uma afronta à dignidade humana”. O secretário da Comissão exortou o presidente e seus legisladores a não recorrerem a uma “solução rápida” para o problema da criminalidade. “Não deem ao povo a falsa esperança de que a pena de morte é a solução”, enfatizou Diamente. Fonte: Fides (Edição: Vitor Loscalzo)

Jordânia Refugiados chegam a 2,7 milhões

APRECIE COM MODERAÇÃO

A Jordânia é o país com o maior número de refugiados no mundo: 2,7 milhões de pessoas. A nação, com apenas 10 milhões de habitantes, começa a enfrentar uma crise econômica e social devido ao número de refugiados. A dívida pública tem aumentado significativamente nos últimos anos e é possível que a Jordânia não consiga manter sua atual política de portas abertas. Os outros campeões em número de refugiados são a Turquia (2,5 milhões), o Paquistão (1,6 milhão) e o Líbano (1,5 milhão). Fonte: Fides


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Fotos: Missão Belém

AUXÍLIo DA CONFERÊNCIA ITALIANA

A Conferência Episcopal Italiana (CEI) doará 1 milhão de euros para assistência a milhares de desabrigados pela passagem do furacão Matthew no Haiti. Segundo a entidade, os recursos serão geridos pela Cáritas Italiana, que atua no país caribenho desde o terremoto de 2010. “Servirá, acima de tudo, para fornecer água, comida e gêneros de primeira necessidade”, diz nota da CEI. Fonte: Agência Brasil

Missão Belém, 6 anos de solidariedade no Haiti

Irmã Renata Lopes é missionária da Missão Belém e está há seis anos no Haiti. Pelo WhatsApp, ela conversou com a reportagem do O SÃO PAULO sobre a situação do país após o furacão da última semana e sobre as atividades da comunidade na capital, Porto Príncipe. O texto a seguir, narrado em primeira pessoa, transcreve o relato enviado pela Irmã.

Estamos em missão no Haiti há seis anos, viemos depois do terremoto de 2010 e nos instalamos num bairro muito pobre, Warf Jérémie. O bairro carece de tudo: água, luz, banheiro. As pessoas sofrem muito com a miséria, a fome, grande parte das crianças não vai à escola. Desde que chegamos, queríamos trabalhar com a evangelização, pois aqui não havia nenhuma igreja e, por isso, atuamos junto à Paróquia. No espaço da nossa missão há uma capela e temos a missa, Catequese para crianças e adultos, preparação para o Matrimônio etc. Nossa ação tem sido também com a educação. Nosso centro educacional tem 1.100 crianças que iniciam no berçário e vão até o 5º ano. As crianças passam o dia todo conosco e têm direito a atendimento médico, odontológico, três refeições diárias e a oportunidade de ter e sonhar com uma vida melhor.

‘O ciclone passou perto de nós’

‘Vim até aqui para ajudar, por pouco que seja’

Missionários no país localizado na América Central não foram afetados pelo recente ciclone e seguem com ações à população carente, em especial às crianças Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

O ciclone passou perto de nós, mas não nos atingiu. Estamos num bairro bem próximo do mar e também corríamos risco. Nesse momento, a gente percebe o país num estado muito complicado. As pessoas perderam parentes ou seus parentes estão desabrigados. Muitos têm familiares em [Warf] Jérémie, uma das cidades que mais sofreu com o furacão.

Sempre digo que é um grande privilégio estar aqui, mesmo com tantas dificuldades. Mesmo estando num bairro e num país com muitos e graves problemas sociais, vejo que Deus tem me ajudado nas minhas dificuldades, pois o mais importante é não parar nelas. Uma das lições que tenho aprendido é justamente essa, não olhar para minhas dificuldades, mas para as dificuldades

das crianças que não tiveram oportunidade de ir à escola ou não conseguem aprender a ler, devido à malformação que começou por falta de alimentação adequada, ainda no ventre da mãe, ou ainda para aquelas que morrem por desnutrição, por exemplo. Eu sinto que, ao olhar todo esse contexto, consigo ir em frente e não parar nas minhas dificuldades, pois vim até aqui para ajudar, por pouco que seja, a melhorar a vida dessas pessoas. Assim, nossa missão é levar a Palavra de Deus também por meio da educação, e perceber que temos conseguido resultado ao longo destes anos me deixa muito feliz. Ao chegarmos aqui, não tínhamos muitos recursos financeiros. Tínhamos, contudo, um projeto de construir uma escola para no máximo 150 crianças e começamos numa casa emprestada, que depois alugamos. Ao longo do tempo, foram chegando ajuda de tantos voluntários e, com a nossa luta e a ajuda de Deus, hoje temos um centro com 33 salas, 1.100 alunos e 75 professores. Para mim, isso é um grande milagre que se construiu ao longo destes anos. Tenho vivido a experiência de acreditar. O projeto no Haiti é um grande sonho de Deus realizado por meio da Missão Belém, e por isso estamos doando nossa vida aqui. Agradeço às pessoas que nos ajudam com o apadrinhamento e com as orações.

COMO AJUDAR

Para apadrinhar uma criança no Haiti, basta doar R$ 50 por mês. Mais informações pelo e-mail soscriancahaiti@gmail.com.

‘Presenciamos centenas de casos de crianças mortas’ Presenciamos centenas de casos de crianças mortas aqui em Jérémie. Desde que nos mudamos, víamos pessoas com caixas de madeira na cabeça e depois as víamos cavando buracos no chão. Só depois de alguns meses, entendemos que estavam enterrando as crianças aqui no bairro, que é, na verdade, um grande aterro. E o lugar escolhido para o enterro era um espaço com lixo e muitos porcos. Quando percebemos que as crian-

ças eram enterradas ali, no lixo, ficamos chocados. Depois disso, tentamos ajudar a enterrar essas crianças com dignidade; mas são muitas as que morrem de desnutrição, desidratação por diarreia, porque as crianças sofrem bastante com a diarreia, decorrente da sujeira. O bairro não tem saneamento básico, e isso atrai diferentes doenças. Para tentar mudar essa situação, o nosso centro educacional funciona de se-

gunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados e domingos, das 13h às 17h, e, quando não temos aulas, no período das férias, nos organizamos para dar refeições às crianças que só comem aqui no centro educacional, pois se as crianças não comerem aqui, não comerão em casa. Isso porque antes, quando fechávamos nas férias, percebíamos que as crianças não retornavam às aulas. Quando íamos investigar, descobríamos que

elas tinham morrido de fome ou de desidratação, porque a mãe não dava água ou a criança estava com alguma doença e ninguém percebeu. A morte de crianças é uma realidade muito dura neste lugar. Por isso, dentro do nosso centro, temos uma enfermaria e conseguimos atender cerca de 30 crianças desnutridas, que é pouco, mas é o que conseguimos fazer e, na medida do possível, vamos tentando ajudar.


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No Marrocos há um ano, Irmã Maria Ana de Jesus, monja carmelita, conta sua experiência missionária em um país muçulmano Fernando Geronazzo

osaopaulo@uol.com.br

Considerada a porta de entrada para o Norte da África, na costa do Estreito de Gibraltar, a cidade de Tanger, no Marrocos, é o segundo centro econômico daquele país. Por ali passaram várias civilizações e culturas desde a Antiguidade. Ao longo da Idade Média, foi disputada por vários reinos muçulmanos e cristãos. Nas últimas décadas, assistiu a um rápido desenvolvimento e modernização, e hoje recebe inúmeros turistas e migrantes. Em meio ao chamado “almuedão”, aquele que anuncia em voz alta o momento das cinco preces islâmicas diárias, do alto de uma mesquita no extremo da metrópole, um grupo de carmelitas recita os salmos do Ofício Divino de dentro da clausura de um humilde mosteiro. As nove monjas, de sete nações diferentes, vivem no Mosteiro da Sagrada Família e Santa Teresinha do Menino Jesus, e pela oração e contemplação são presença missionária da Igreja em meio a um país predominantemente muçulmano. Irmã Maria Ana de Jesus foi uma das últimas monjas a chegar ao Carmelo de Tanger, em outubro de 2015. Embora chilena de nascimento, a Religiosa de 46 anos vivia no Carmelo de Campinas (SP) desde 1992 e professou seus votos perpétuos na Ordem Carmelita Descalça em 1997. “Daqui do terraço do Carmelo, podemos ver uma pequena porção do oceano Atlântico e, ao fundo, a Espanha. Também enxergamos uma pontinha de Gibraltar e a belíssima cadeia montanhosa que contorna a cidade”, escreve Irmã Maria Ana, em um relatório sobre suas impressões a respeito da missão. As primeiras carmelitas chegaram ao Marrocos em 1931, vindas da Espanha. Elas adquiriram um terreno no limite da cidade, onde começaram a edificação do mosteiro, inaugurado em 1934. A chegada de irmãs mais jovens para a comunidade monástica, iniciada em 2008, se fez necessária para salvar o carmelo marroquino da extinção, diante do envelhecimento das religiosas que ali residiam e da enorme dificuldade para o surgimento de vocações nativas.

Minoria cristã Segundo o Anuário da Igreja Católica no Marrocos, de 2016, nas duas arquidioceses existentes no país – Rabat e Tanger –, existem aproximadamente 25 mil cristãos católicos, 2,5 mil dos quais vivem em Tanger. “Como se vê em número, é uma Igreja minúscula. Há mais católicos no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, do que em todo o Marrocos”, relata Irmã Maria Ana. De acordo com a Carmelita, a presença cristã no país diminui à medida que a população europeia que ali habita vai desaparecendo. Algo que a impressiona bastante no Marrocos é como a presença de um único religioso é valorizada pelos católicos locais. “Quando cheguei, logo nas primeiras horas, telefonei ao nosso arcebispo, Dom Santiago Agrelo, para saudá-lo. Ele prontamente disse-me: ‘Estou indo aí, chego logo’. Antes de três horas de minha chegada em Tanger, ele já estava lá”, recorda. Por outro lado, a Monja estranhou muito a falta da participação dos fiéis nas celebrações. “Em uma ou outra missa há religiosas, duas ou quatro, e raramente há um leigo na assembleia. Podem imaginar como isso me impactou no primeiro mês!” No Natal, a Missionária conseguiu ter outra compreensão do significado de sua presença no país. “Estávamos só as monjas na celebração. Naquela liturgia, senti uma grande alegria, porque ali havia uma comunidade pequena, insignificante do ponto de vista humano, mas unida a algumas centenas de cristãos em todo o Marrocos, celebrando o nascimento de Jesus, nosso Senhor.” A possibilidade de crescimento do número de cristãos vem por parte dos imigrantes da África subsaariana, que por diversos motivos estão chegando ao Marrocos. Há também um pequeno número de cristãos ortodoxos e protestantes. “Já houve no Marrocos uma grande comunidade judaica, muitos dos quais imigraram para Israel na segunda metade do século XX. Atualmente, são alguns milhares e também como nós, cristãos, têm liberdade de culto”, informou a Religiosa.

Do Carmelo ria Ana. Ela informou, ainda, que milhares de judeus migraram para o Estado de Israel e os cristãos de origem europeia diminuíram sensivelmente. “Porém, perdura principalmente nas pessoas adultas e idosas este espírito de respeito e até de orgulho, porque se convive bem entre culturas tão diversas”, completou.

Praticamente todos os cristãos do Marrocos são estrangeiros e possuem liberdade para expressar a sua fé, mas a situação é bem diferente se um muçulmano manifestar o desejo de se tornar cristão. As conversões dos

Perseguição Nas primeiras décadas do século XX, Tanger recebeu o status de cidade internacional. Por conta disso, tem a fama de lugar de tolerância e convívio respeitoso entre diversos povos e crenças religiosas. “Já ouvi diversas pessoas lembrando saudosamente os tempos em que aqui estavam em maior número os judeus e os cristãos, de como se festejava em comunhão e com muita alegria, entre muçulmanos, cristãos e judeus, as festas religiosas uns Irmã Maria Ana de Jesus (abaixo à esquerda) reunida com a comunidade das monjas do Mosteiro Carmelita d dos outros”, contou Irmã Ma-


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o de Tanger marroquinos a outras religiões não são bem-aceitas pela comunidade islâmica local, além de serem proibidas por lei. O artigo 220 do Código Penal do país pune com seis meses a três anos de

Fotos: Arquivo pessoal

cristãos marroquinos se converteram graças a contatos pessoais com outros cristãos; 30% por meio da televisão e da internet, e 10% em decorrência do trabalho de missionários. Há três canais de TV cristãos no Marrocos, que levam ao ar testemunhos em dialeto local, além de música religiosa e sermões. Para não chamar a atenção e evitar reações hostis, os encontros religiosos são realizados em apartamentos de bairros de classe média.

prisão “qualquer um que incitar um muçulmano a fraquejar na fé ou a se converter a outra religião”. Quando acontece de um muçulmano aderir ao Cristianismo, esse quase sempre se vê obrigado a viver escondido ou até a deixar o país. Estima-se que 60% dos novos

de Tanger, no Marrocos, que atua na missão em favor da minoria cristã no Marrocos, país muçulmano

Sinal de paz Na celebração dos 80 anos do Carmelo de Tanger, em 2014, o prepósito-geral da Ordem Carmelita Descalça, Padre Saverio Cannistrà, afirmou que essa comunidade monástica nasceu de um desejo de paz verdadeira e duradoura. “Quando o mundo cristão e o mundo muçulmano assumem o rosto de pessoas amigas que dia a dia têm aprendido a se estimar e a se amar, a paz está assegurada, porque são dissolvidos os espectros da desconfiança, do medo, da rivalidade. E no encontro cotidiano, no mistério da visitação, é onde se vai construindo a paz.” Irmã Maria Ana garante que se sente muito tranquila e segura quando precisa sair do Mosteiro. “O Marrocos tem especial cuidado com os estrangeiros, e conosco, religiosas, há uma atenção ímpar. Os policiais são extremamente cordiais conosco. As rodovias, por exemplo, são muito vigiadas por conta de toda a problemática dos imigrantes, do terrorismo etc.” Migrantes A recente crise migratória mundial é bastante sentida no Marrocos. De porta de entrada para o Norte da África, Tanger tem se tornado uma rota de saída. A Missionária recordou os milhares de africanos subsaarianos que desejam entrar no continente europeu, principalmente na Espanha, tentando atravessar o Mediterrâneo clandestinamente. “Como existe um acordo da comunidade europeia com o Marrocos para barrá-los, a situação deles torna-se bastante precária. São os pobres aos quais nossa Igreja é chamada a servir”, salientou Irmã Maria Ana. Presença “Uma presença orante em meio a um povo orante”. Assim as carmelitas definem sua missão em Tanger. Irmã Maria Ana chamou a atenção para características do povo muçulmano que a impressionaram. “Eles referem tudo a Deus com tanta naturalidade e amor. É lindo, por exemplo, como os pobres te abençoam ao agradecer uma esmola”, relatou. A Monja também se disse impressionada com a vida penitente do povo. “Não tinha ideia de como é o Ramadã. O jejum é de um mês

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desde que aparece o sol até o entardecer, pouco mais de 12 horas...”. Ela também destacou o quanto se reza durante o dia, caracterizado pelos chamados feitos dos alto-falantes das mesquitas. “Como há centenas de mesquitas, uma muito próxima à outra, ouve-se um eco em toda a cidade, um murmúrio que ao mesmo tempo convoca à oração.” Na avaliação do Padre Saverio, “a experiência que nossas irmãs fazem aqui, nesta terra, onde não têm senão sua fé e sua vocação, contém em si a graça do deserto: perder tudo e ter a única coisa necessária, o que por si só é suficiente. Os que têm feito a experiência de Deus, muçulmanos ou cristãos, ou qual seja sua religião, sabem que só há uma coisa que pode satisfazer o coração humano: Deus”, disse na já referida celebração de 2014, recordando, ainda, a célebre frase de Santa Teresa de Ávila, fundadora do Carmelo Descalço: “Só Deus basta!”

Testemunho Os religiosos em maior número na Igreja no Marrocos são os Franciscanos, estabelecidos no país desde os tempos de São Francisco de Assis, no século XIII. Os institutos de vida consagrada femininos são mais de 20. Além do Carmelo, há duas comunidades monásticas: os Trapistas em Midelt e as Clarissas em Casablanca. Há também leigos missionários que se dedicam em obras caritativas da Igreja por um tempo específico como voluntários. Na última assembleia da Conferência Episcopal do Norte da África (Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia), realizada em abril, no Carmelo de Tanger, as monjas puderam tocar de perto a realidade e o sofrimento desses cristãos por conta da instabilidade política de seus países. “Os bispos da Líbia, por exemplo, não participaram, um por motivo de saúde, outro porque não podia sair de sua residência por falta de segurança”, conta Irmã Maria Ana. A Líbia é um dos países que sofre com a presença de grupos radicais como o Estado Islâmico. Em 2015, o Papa Francisco recebeu os bispos dessa Conferência para a visita ad limina apostolorum e motivou os missionários a permanecerem firmes nessa região. “Suas orações, o seu sofrimento, que é o seu testemunho de vida, são muito mais importantes do que a palavra que vocês poderão dizer, porque Cristo age não por meio de suas palavras, mas por suas vidas”, afirmou o Pontífice na ocasião. “Hoje, por conta de tudo o que tenho visto e vivido no Marrocos, eu tenho uma noção melhor do que é a vida consagrada na Igreja, sua importância para a Igreja e a humanidade e de como devemos rezar com insistência, como tem pedido o Papa Francisco, pelas vocações à vida consagrada”, concluiu Irmã Maria Ana.


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A criança se apropria do mundo quando brinca e é essencial que tenha tempo livre para criar a partir do nada, para se aventurar pelo mundo da brincadeira Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

A placa branca com a escrita abreviada foi colocada na parede verde sobre uma porta sempre aberta. Ela, a placa, chama atenção, seja pela simplicidade, seja porque se trata de um negócio bem inusitado para os paulistanos, sempre ávidos por novidades. “Acho que são cinco ou seis em toda a cidade”, disse Donizete Sacramento, que desde 1982 trabalha consertando brinquedos. Aos 58 anos, ele é casado, tem dois filhos e nasceu em Vitória da Conquista, na Bahia. “Vim para o interior de São Paulo aos 7 anos com minha família e aqui na capital cheguei quando tinha 24 anos”, contou à reportagem do O SÃO PAULO. Na rua bem em frente à estação de metrô Parada Inglesa, na zona Norte de São Paulo, Sacramento mantém um negócio autônomo para consertar brinquedos desde o ano 2000. Mas, na semana do Dia das Crianças, sente que a profissão não é mais como antes. “Em outros tempos, eu recebia umas 30, 40 pessoas; hoje não vieram nem 10”, lamentou, enquanto mostrava uma boneca que havia acabado de consertar. “Os brinquedos são, em sua maioria, fabricados na China e não mais feitos para durar. Além disso, as crianças não têm mais aquela ligação afetiva com a boneca ou o carrinho e se encantam muito mais com os eletrônicos”, disse. E, se o público-alvo de Sacramento, as crianças, não tem correspondido às expectativas de um “consertador de brinquedos”, são os mais velhos que mais utilizam seus serviços. “Hoje recebi um senhor de 73 anos que trouxe dois carrinhos para eu consertar”, falou, apontando para os brinquedos no canto da pequena sala com vitrines de vidro.

Em busca da vida

Carlo Collodi, criador do romance em que Pinocchio, o boneco de madeira criado por Geppetto ganha vida, talvez nem imaginasse que mais de cem anos após a sua história ganhar o mundo, existiria, do outro lado do oceano, alguém que olha para os brinquedos e vê que eles são parte de sua vida tanto quanto Pinocchio era para Geppetto como um filho nascido de suas mãos. Contos à parte, um personagem real como Sacramento na megalópole paulistana chama atenção para a realidade da infância hoje. “Não sou contra a tecnologia, veja quanta facilidade e economia trouxe o WhatsApp, por exemplo, mas hoje tudo perde o valor muito rápido”, comentou o baiano, que já está fazendo planos de ir embora da capital. Porém, quando tudo se torna descartável, a sociedade corre o risco de educar pessoas para a superficialidade e até mesmo as relações humanas podem ser consideradas descartáveis. Geppetto foi à procura de Pinocchio quando o boneco, em busca da sua liberdade, saiu pelo mundo, deixando seu criador. No reencontro, os dois no ventre da baleia, fizeram um caminho existencial, de conhecimento entres eles e de si mesmos. Essa busca existencial ajuda a perceber que, para além dos brinquedos como presente, no Dia das Crianças, elas precisam dessa atitude de liberdade, do ócio, de tempo livre para criar, para inventar seus próprios brinquedos, para não fazer nada além de imaginar. “As crianças precisam das brincadeiras de roda, brincadeiras de corpo, precisam correr, empurrar, puxar, brincar ao ar livre, subir e descer de árvores e taludes, escorregar e pular, precisam cantar e dançar, todas essas coisas im-

‘Conserto brinquedos’, a oficina de Sacramento possíveis de fazer dentro de quatro paredes que mais se parecem com miniprisões, onde o professor vira carcereiro e recreio mais se parece com o banho de sol”, disse Regina Machado, fundadora do Projeto Âncora, uma escola alternativa que acolhe, em Osasco (SP), crianças da comunidade. Para ela, a criança traz dentro de si os recursos para o seu processo de desenvolvimento físico, emocional e mental. “A brincadeira é o modo privilegiado como a criança se apropria do mundo. A criança que brinca, aprende o que é alegria, liberdade e prazer, valores que não abrirá mão durante a vida”, explicou a educadora, que tem dois filhos e acredita numa educação que vai muito além da sala de aula.

mento é quase um projeto de vida para ele, é sua fonte de renda, o trabalho que ele aprendeu para viver. Mas poderíamos dizer que cada um de nós poderia ser, em certo modo, este sinal para o mundo de que é sábio quem aprendeu e não esqueceu, mesmo depois de ter crescido, que brincar é uma aventura na qual o ser humano descobre a si mesmo, ainda que nunca esteja, como Geppetto e Pinocchio ou como Jonas, o personagem bíblico, no ventre de uma baleia em alto-mar.

Sábio é quem sabe brincar

Com o brinquedo que Sacramento consertou, ao ar livre, ou com as panelas do armário na cozinha, é unânime a opinião de que as crianças aprendem e se “apropriam do mundo” brincando, como lembrou Regina. E, provavelmente, não é nada fácil ser criança num mundo onde o nada não é valorizado e os dias em que se trabalha – de segunda-feira à sexta-feira – são considerados dias úteis e os fins de semana estão cheios de atividades a serem realizadas, extensas agendas a serem cumpridas, compromissos marcados até o fim do ano, almoços rápidos com horário para começar e terminar. A oficina de Sacramento não tem segredos, mas está repleta de sonhos. E feliz de quem descobriu quanta sabedoria existe no brincar. No livro bíblico dos Provérbios, é a própria sabedoria que, personificada em uma criança, diz que estava junto a Deus como uma criança e brincava “todo o tempo diante dele sobre o globo da Terra” (cf. Pr 8, 30-31). “Conserto brinquedos”, a placa da oficina de Sacra-

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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Dom Bernd Klaschka

Adveniat: ‘Que venha o seu Reino’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Edcarlos Bispo

edbsant@gmail.com

A Adveniat é uma instituição mantida pela Conferência Episcopal Alemã que arrecada fundos, junto à população católica da Alemanha, com o fim de subsidiar projetos de evangelização e de ações pastorais junto às comunidades mais carentes na América Latina e no Caribe. Inspirada no apelo presente no documento do Concílio Vaticano II Gaudium et Spes (Alegria e Esperança), que no parágrafo 85 diz “... cabe a todo o Povo de Deus, precedido pela palavra e exemplo dos bispos, aliviar, quanto lhe for possível, as misérias deste tempo; e isto, como era o antigo uso da Igreja, não somente com o supérfluo, mas também com o necessário”, a entidade, ao longo de seus 54 anos de parceria com a Igreja no Brasil, financiou inúmeros projetos que vão desde a garantia de transporte para missionários na Amazônia, construção de casas paroquiais, igrejas, capelas e centros comunitários até a formação teológica de seminaristas e sacerdotes brasileiros. O SÃO PAULO entrevistou Dom Bernd Klaschka, diretor-geral da Adveniat, que esteve no Brasil em setembro no encontro de padres Fidei Donum – missionários alemães e austríacos que são enviados para a América Latina e Caribe. A seguir, a íntegra da entrevista.

O SÃO PAULO - Desde quando a Adveniat atua financiando projetos no Brasil? Dom Bernd Klaschka - Faz 54 anos que a Adveniat está trabalhando com a Igreja no Brasil, em todo o país; nas dioceses, nas paróquias e nas comunidades. E está trabalhando para ajudar as iniciativas da Igreja Católica aqui no Brasil. Quais são essas iniciativas? Investimos na formação de leigos para a Catequese, formação de líderes na Pastoral, elaboração de materiais de Catequese. Quando a Igreja necessita para realizar seus projetos do apoio da Igreja irmã alemã, para, por exemplo, a formação de comunidades ou no transporte (muitos sacerdotes não têm os recursos para chegar às aldeias e povos longínquos), então, nós ajudamos a conseguir um carro ou uma lancha, ou então a construir templos, casas, centros paroquiais ou salas de múltiplos usos. São com essas atividades que procuramos ajudar. Sempre as iniciativas vêm dos países. Nós estamos trabalhando em toda a Amé-

ano eu visito projetos aqui no Brasil. O que mais chamou atenção do senhor nesses projetos que visitou? A iniciativa das pessoas. A iniciativa de sair adiante, de construir algo, de superar, de formar-se e de ser sujeito da própria vida. Esse também é o objetivo da Adveniat: que o indivíduo seja sujeito protagonista da vida e que possa construí-la. Assim, vejo que as pessoas trabalham com muito empenho e recebem com gratidão o impulso para seguir adiante. Em quais países a Adveniat atua? Na América Latina, do México a Argentina.

rica Latina, então, se eles se dirigem a nós para realizar um projeto, nós os ajudamos. Colaboramos na formação de seminaristas e também na formação de sacerdotes que querem estudar uma matéria de pós-graduação [realizar uma licenciatura ou uma tese de doutorado], seja aqui no Brasil, América Latina ou em Roma. Também ajudamos na formação profissional de religiosas, por exemplo, para serem professoras, além de ajudar com suas formações espirituais. E sobre padres e leigos alemães que querem realizar missões aqui no Brasil, a Adveniat dá suporte para que eles possam vir? Sim, eles também encontram apoio da Adveniat. É importante destacar que nós não pagamos os seus salários. O que fazemos é: quando os padres não têm dinheiro suficiente para comprar um carro ou algo do tipo que contribua com a realização do seu trabalho pastoral, nós ajudamos. O senhor tem ideia de quantos projetos já foram realizados no Brasil com a ajuda da Adveniat? Entre 600 e 700 projetos realizados no Brasil.

Os projetos prestam contas a vocês? Sim, eles nos informam e apresentam contas sobre a realização do que foi feito no Brasil. O que é preciso fazer para conseguir o financiamento? Para conseguirem o financiamento, é preciso que apresentem uma solicitação para a Adveniat, descrevendo o que será feito no projeto. Por exemplo, na construção de um salão paroquial para reunião da comunidade, devem informar o quanto custará o salão, qual valor dispõem eles mesmos aqui no Brasil, pois nem todos os gastos dos projetos são feitos pela Adveniat. Os solicitantes devem aportar um valor e, então, nós estudamos a situação social e a situação econômica da Igreja nesta região ou neste lugar, para decidir se apoiamos e com quanto apoiamos. E, depois de um ou dois anos, quando terminam os trabalhos, mandam-nos recibos, contas e fotos com o projeto que construíram. O senhor já visitou algum dos projetos financiados pela Adveniat no Brasil? Sim, visitei no Recife (PE), Olinda (PE), Fortaleza (CE), Manaus (AM), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Então, entre duas ou três vezes ao

Por que esse carinho com a América Latina? Por duas razões: depois da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha recebeu muita ajuda, por exemplo, do Brasil, e também de alguns países da América Latina. E também como atitude de agradecimento da parte do povo alemão, porque a Adveniat é financiada exclusivamente por doações do povo de Deus na Alemanha, realizando uma coleta em todas as paróquias no Natal. Essa é a fonte de renda da Adveniat. A segunda razão é que em 1959, os bispos latino-americanos se dirigiram a São João XXIII pedindo ajuda à Igreja na Europa, porque os bispos latino-americanos tinham uma visão para além de 1960 e, então, puderam perceber que a Igreja ia se desenvolver muito na América Latina, mas que não bastariam os próprios recursos da Igreja latino-americana. Então, perguntaram ao Papa como poderia ajudar. Assim, o Papa dirigiu-se à Conferência Episcopal da Alemanha e se fez a primeira coleta em 1961, a qual deu muito resultado e o povo de Deus na Alemanha respondeu com muita generosidade. E, desde então, vem se desenvolvendo essa ajuda. Adveniat quer dizer: que venha o seu Reino, uma petição do Pai-Nosso. O que tem sido mais importante dentro dessa relação com a América Latina? Nós da Adveniat, procuramos responder às necessidades daqui da América Latina. Muitos me dizem, nas comunidades que ajudamos, que nós apoiamos a formação de agentes pastorais e daqueles que prestam um serviço à Igreja. Assim, estamos dispostos a ajudar para que isso continue. Também nos dizem para que continuemos a nos preocupar com os mais necessitados, como está dizendo agora o Papa Francisco, especialmente ajudar às paróquias que mais precisam. (Colaborou Vitor Loscalzo)

As opiniões expressas na seção “Com a Palavra” são de responsabilidade do entrevistado e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do jornal O SÃO PAULO.


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Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura

Para Refletir

‘Ética, ou conhece-te a ti mesmo’

Elitismo e populismo Divulgação

“A ética de Abelardo é de fundamental importância para o entendimento do sistema escolástico posterior, influenciado por Aristóteles e Boécio. Trata-se da relação entre a consciência e as leis, e entre a reta intenção e a moral objetiva. No seu tempo, o pensamento de Abelardo assumiu um patamar incondicional, uma luminosidade abusiva na intelectualidade clerical, de modo que as críticas recorrentes, ataques clamorosos, corporificaram-se em um opositor de ouro: São Bernardo de Claraval. A disputa entre os dois foi notória e abriu as portas para o que mais tarde dará sentido ao pensamento escolástico, sobretudo em relação ao conceito de intenção e de vontade. Ambos - o Santo de Claraval e o filósofo - protagonizaram um debate de pensadores livres e sinceros, não tomados por sentimentos mesquinhos de autoarmação e de inveja, que imperam nos tempos atuais.” Ficha técnica: Autor: Pedro Abelardo Páginas: 190 Editora: Ecclesiae

“O critério mais importante em política não deveria ser a popularidade, mas a justiça. Em vez de adotar as políticas mais populares, um bom regime deveria escolher as políticas que promovem o bem comum. Mas como podemos estabelecer um regime desse tipo? Entregando o governo a especialistas? Ou, ao contrário, transformando-o em uma série de pequenas reuniões de vilarejo? Designando um ditador? Os pensadores políticos clássicos argumentam que uma constituição mista, que combina os melhores aspectos de diferentes formas de governo, é o caminho prático para um regime bom e justo (...). [Reflitamos agora sobre o populismo]Quando uma elite é corrupta, obtusa e obstinada; quando ela falha em reconhecer as reivindicações legítimas do povo; quando sua injustiça e mau comportamento não são apenas um clichê retórico, mas um fato, então, é legítimo, e mesmo necessário, que o povo a conteste. Em um mundo ideal, a contestação será legal, constitucional e respeitosa. Ela fundamentará suas reivindicações não no poder bruto da força do povo, mas em um princípio de justiça filosoficamente defensável. Longe de se entregar à demagogia, sua retórica será tão polida quanto as maneiras dos convidados a um jantar numa vila romana. Mas nós não vivemos em um mundo ideal, não mais do que Catão, o jovem – um contemporâneo de Cícero cheio de princípios morais rígidos e míopes – vivia na República de Platão”. (Barry Strauss) O artigo na íntegra pode ser lido, em inglês, no site da New Criterion.

Santos

Santa Faustina e seu sim à divina misericórdia Reprodução

Júlia Cabral

Especial para O SÃO PAULO

Santa Faustina, ou Irmã Faustina Kowalska, era chamada de “Apóstola da Divina Misericórdia” e até hoje é considerada por teólogos como uma entre os grandes místicos da Igreja. A Santa nasceu em 25 de agosto de 1905, em uma pobre e piedosa família na aldeia de Glogowiec, na Polônia, e recebeu o nome de Helena Kowalska. Desde a infância, foi muito piedosa, nutria amor pela oração, solicitude, obediência além de grande sensibilidade para com a miséria humana. Helena sentia-se chamada à entrega a Deus desde os 7 anos de idade, um período não muito longo após sua primeira Eucaristia. Com 18 anos, expressou a sua mãe o desejo de ser religiosa. Porém, os pais pediram-lhe que não levasse adiante a ideia, visto que não possuíam recursos para lhe dar o dote necessário e não se sentiam prontos para deixar a filha. Após esse pedido, Faustina procurou “abafar” o chamado divino, deixando-se arrastar para diversões mundanas. Isso até Jesus Cristo flagelado aparecer-lhe em visão, repreendendo-a: “Até quando te aguentarei? Até quando me serás infiel?” Então, Helena procurou acolhida

em inúmeros conventos, sendo finalmente recebida na clausura da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, em Varsóvia, na Polônia. Lá acolheu o nome de Maria Faustina do Santíssimo Sacramento, em razão de seu grande amor a Jesus presente no Sacrário. A Religiosa viveu muitas experiências místicas em que Cristo lhe aparecia recordando-a o grande mistério da Misericórdia Divina e pedindo que se oferecesse como vítima pelos pecadores. Um dos seus confessores, Padre Sopocko, pediu que ela escrevesse tais vivências em um diário espiritual. Um de seus relatos é uma chocante visão do inferno: “Hoje, conduzida por um anjo, fui levada às profundezas do inferno, um lugar de grande castigo; e como é grande a sua extensão! Tipos de tormentos que vi: o primeiro tormento que constitui o inferno é a perda de Deus; o segundo, o contínuo remorso da consciência; o terceiro, o de que esse destino nunca mudará; o quarto tormento é o fogo que atravessa a alma, mas não a destrói; é um tormento terrível, é um fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus; o quinto é a contínua escuridão, o terrível cheiro sufocante e, embora haja escuridão, os demônios e as almas condenadas veem-se mutuamente e

veem todo o mal dos outros e o deles mesmos. O sexto é a contínua companhia do demônio; o sétimo tormento, o terrível desespero, ódio a Deus, maldições, blasfêmias. São tormentos que todos os condenados sofrem juntos. Mas não é o fim dos tormentos. Existem tormentos especiais para as almas, os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada com o que pecou, de maneira horrível e indescritível. Existem terríveis prisões subterrâneas, abismos de castigo, onde um tormento se distingue do outro.” Em seus últimos anos de vida, sofreu muito por uma tuberculose que lhe atacou os pulmões e o intestino. No dia de sua morte, em 5 de outubro de 1938, sussurrou à irmã que lhe cuidava que o Senhor a receberia. E assim foi. Seu processo de canonização se iniciou em 1965, pelo então Cardeal Karol Wojtyla, que após se tornar o Papa João Paulo II celebrou sua beatificação, em 1993, e a canonização, em 2000. O milagre que garantiu com que fosse canonizada foi a cura do Padre Romualdo Pytel. A Igreja recorda a memória litúrgica da Santa no dia 5 de outubro, o mesmo de seu aniversário de falecimento. Além disso, São João Paulo II dedicou o primeiro domingo após a Páscoa à Festa da Divina Misericórdia, seguindo o pedido que Jesus fez a Faustina.


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Uma ‘tabelinha’ entre a fé e o esporte para o bem da humanidade L’Osservatore Romano

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

“O esporte é uma atividade humana de grande valor, capaz de enriquecer a vida das pessoas, do qual podem usufruir e se alegrar homens e mulheres de várias nações, etnias e pertença religiosa.” Esse foi um dos aspectos destacados pelo Papa Francisco na abertura da I Conferência Mundial sobre Fé e Esporte, realizada no Vaticano, entre os dias 5 e 7. Organizado pelo Pontifício Conselho para a Cultura, com a colaboração da ONU e do Comitê Olímpico Internacional (COI), o evento foi um momento de diálogo sobre como a fé e o esporte podem ser utilizados para promover valores positivos na sociedade, como compaixão, respeito, amor, iluminação, equilíbrio e alegria (veja detalhes ao lado). Segundo o Cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, a atividade foi a primeira etapa de um itinerário mais amplo envolvendo instituições públicas, religiosas e esportivas para pensar a transmissão de valores a partir do esporte. “A atividade esportiva autêntica harmoniza diversas realidades, como o corpo e o espírito, força e beleza, exercício físico e inteligência, paixão e vontade, intuição imediata e hábito espontâneo”, comentou o Cardeal, enfatizando o potencial do esporte para promover a cultura do encontro, como, segundo ele, pôde ser observado nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

Universalidade, respeito e combate à corrupção

Na fala aos participantes, o Papa Francisco comentou que quando o esporte transcende o aspecto puramente físico, é capaz de chegar à espiritualidade de cada pessoa, sendo, por isso, fundamental a valorização do esporte não só entre os atletas. “Existe também o esporte amador, recreativo, sem finalidade de competição, e que permite a todas as pessoas melhorar a saúde e o bem-estar, a aprender a trabalhar em equipe, a saber vencer e também perder. É importante que todos possam participar das atividades esportivas. Estou feliz porque nesses dias vocês refletem sobre a importância de garantir que o esporte se torne cada vez mais inclusivo e que seus benefícios sejam realmente acessíveis a todos.” Francisco também se mostrou satisfeito com as iniciativas que buscam a inclusão das pessoas com deficiência. “O movimento paralímpico e outras associações esportivas de apoio às pessoas portadoras de deficiência tiveram um papel decisivo em ajudar o público a reconhecer e admirar as capacidades extraordinárias de atletas com várias habilidades e capacidades”, afirmou. Ao lembrar o entusiamo “das crianças que brincam com uma bola vazia ou feita de trapos nos subúrbios de algumas

Em evento no Vaticano, Papa enfatiza papel do esporte na transmissão de valores à humanidade

grandes cidades ou nas ruas de pequenos povoados”, o Pontífice pediu às instituições, empresas e comunidades religiosas que trabalhem para que todos possam ter acesso ao esporte em condições dignas, especialmente os mais pobres. Também segundo Francisco, deve se ter como desafio permanente manter a pureza do esporte, livrando-o de manipulações e explorações comerciais. “Seria triste para o esporte e para a humanidade, se as pessoas não conseguissem mais confiar na verdade dos resultados esportivos, ou se o cinismo e o desencanto prevalecessem sobre o entusiasmo e a participação alegre e desprendida. No esporte, como na vida, é importante lutar pelo resultado, mas jogar bem e com lealdade é ainda mais importante”, comentou, destacando que “a Igreja Católica está comprometida com o esporte para levar a alegria do Evangelho, o amor inclusivo e incondicional de Deus a todos os seres humanos”, concluiu.

Os múltiplos potenciais do esporte

Atletas, treinadores, proprietários de clubes, gestores, patrocinadores esportivos, especialistas em medicina, psicologia e educação esportiva, e líderes religiosos estiveram entre os 7 mil participantes da I Conferência Mundial sobre Fé e Esporte. Um desses foi Thomaz Bach, presidente do COI. Ele destacou que “como a fé, o esporte nos ensina a importância de viver a solidariedade e a paz com todos os seres humanos”, e que ambos ajudam a disseminar “o respeito à dignidade e igualdade de todos os homens”. Para Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, o esporte tem uma linguagem universal que “transcende toda barreira nacional, toda questão étnica e de nacionalismo e qualquer diferença que possa existir. O esporte tem o poder de mobilizar as energias dos povos e o compro-

misso pelo desenvolvimento”, disse em entrevista à rádio Vaticano. Também participante do evento, o Padre Leandro Lenin Tavares, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, que coordenou o Centro Inter-Religioso dos Jogos Rio 2016, avaliou que a Conferência trouxe a esperança de que o esporte esteja efetivamente ao alcance de todas as pessoas. “Esse intuito coloca sobre cada um dos que gostam de esporte o compromisso de transformá-lo nas diversas realidades”, afirmou ao O SÃO PAULO. Padre Leandro disse ainda que viu durante os Jogos Rio 2016 muitos esportistas originários de realidades pobres, mas que, com superação, conseguiram chegar à Olimpíada ou à Paralimpíada. “Cada um venceu muitas barreiras e atingiu marcas importantes. Essas mesmas pessoas que ali se encontraram se tornam agentes multiplicadores, no sentido de que puderam vencer com a oportunidade que lhes foi dada. Então, essa ideia de que o esporte deve romper barreiras e chegar até às pessoas comuns, certamente é um dos valores importantes que trazemos para todo esse movimento que a Igreja agora impulsiona.” Depois dos Jogos Rio 2016, o Padre avalia que a Arquidiocese do Rio de Janeiro tem muitas missões a cumprir no que se refere ao esporte. “Agora há uma espécie de acolhida mais generosa e um raciocínio ainda mais claro do poder que o esporte tem na evangelização, na transmissão de valores. Desenvolver esse trabalho certamente vai fazer a diferença, seja no trato com os jovens, com as crianças, na educação básica e nas iniciativas políticas, porque também a escola deve garantir esse espaço como de transmissão de valores e da estruturação do ser humano de forma ainda mais integral”, analisou. (Com informações da rádio Vaticano e do Pontifício Conselho para a Cultura)

DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS

Por ocasião da I Conferência Mundial sobre Fé e Esporte foi produzida a declaração “O Esporte a Serviço da Humanidade”, que consiste em seis princípios:

Compaixão

Use o poder do esporte para ajudar os outros - Compartilhe os benefícios do esporte para empoderar aqueles que são pobres e desfavorecidos.

Respeito

Use o esporte para construir confiança e entendimento – Respeite seus adversários. Por meio do esporte, entenda-os e conheça sua cultura mais profundamente. Condene a violência no esporte, dentro e fora do campo de jogo.

Amor

O esporte é para todos – Faça tudo o que puder para que todos participem do esporte. Faça tudo o que puder para que todos compitam em igualdade de condições.

Iluminação

O esporte tem o poder de transformar vidas e construir o caráter - Seja benevolente na vitória ou na derrota. Utilize os valores que você aprende no esporte para se sobressair na vida.

Equilíbrio

O esporte tem o poder de nos ajudar a tirar o máximo de nós mesmos – Então, conheça no que ele pode revitalizá-lo fisicamente, mentalmente, emocionalmente e espiritualmente. Em todas as fases da vida, jogue por diversão, por saúde e pela amizade.

Alegria

Esporte é, acima de tudo, prazer – Então, divirta-se! E lembre-se de que há mais no esporte do que ganhar, mas quando você competir, seja e faça o melhor que puder, sempre. Tradução livre – a íntegra, em inglês, pode ser acessada em http://www.sportforhumanity.com


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Santana Com esportes e lazer, ‘Geração Futuro ID’ evangeliza na periferia

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, visitou na quinta-feira, 6, o projeto “Geração Futuro ID”, empreendido pela Comunidade Instrumento de Deus e pela Pastoral do Menor no bairro Jardim Peri, na zona Norte de São Paulo. O Bispo teve a companhia do Padre Pietro Plona, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Penha, e do Irmão Gabriel, da Congregação dos Humildes Servos da Rainha do Amor. O projeto nasceu pela necessidade existente no Parque Olaria, junto do Horto Florestal, de dar aos jovens das comunidades próximas um sentido de vida, já que este local estava totalmente abandonado e propício à disseminação das drogas. Convidados pela Congregação dos Humildes Servos da Rainha do Amor, em outubro de 2015, os empreendedores apresentaram o projeto à direção do Parque, sinalizando a forma de atuação. Hoje, são atendidas aproximadamente 130 crianças, jovens e suas famílias, com as atividades de futebol, aulas de violão, inglês, teatro, atendimento psicológico,

Diácono Francisco Gonçalves

Dom Sergio de Deus Borges, Padre Pietro e Irmão Gabriel durante visita à sede do projeto ‘Geração Futuro ID’, no Parque Olaria, no dia 6

aconselhamento para dependentes químicos e promoção e prevenção da saúde. “Quando iniciamos este projeto, não tínhamos ideia da dimensão nem da alegria

que seria. Hoje, poder olhar a alegria de cada criança ou até mesmo dos adultos quando saem de uma aula, tem sido maravilhoso”, explicou Chris Soares, que, com o coorde-

nador, Vanderlei Ferrais, atua no projeto. Outras informações sobre a iniciativa podem ser obtidas em www.geracaofuturoid.blogspot.com.br.

Padre Humberto lança livro sobre a Bíblia para catequistas Diácono Francisco Gonçalves

Padre Humberto no lançamento do livro ‘Bíblia: palavra que transforma a vida dos catequistas’

Em 30 de setembro, na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, no Setor Pastoral Tucuruvi, o Padre Humberto Robson de Carvalho, em parceria com a Paulus Editora, lançou o livro “Bíblia: palavra que transforma a vida dos catequistas”. O encontro, iniciado com a oração litúrgica das Completas, teve palestra da Professora Maristela Tezza, abordando a importância das mulheres na Bíblia. O evento também teve a participação da contadora de história e cantora Josi Burigo, que, com seu irmão Giancarlo Burigo, apresentou em forma de musical o conteúdo do livro lançado; e de Fred Pacheco, da Banda

Dom, com algumas de suas músicas. “A obra apresenta um percurso para o catequista ter familiaridade com a Palavra de Deus, salientando o lugar primordial da Palavra na vida do catequista e no exercício de seu ministério. A Palavra de Deus transforma a vida dos catequistas, porque é caminho seguro para fazer a experiência do amor”, disse Padre Humberto. O livro está estruturado em três capítulos: o primeiro descreve a Bíblia como fonte de revelação, o segundo capítulo apresenta a Bíblia como fonte de oração, e o terceiro aborda a Bíblia como caminho de transformação.

Paróquia São Luiz Gonzaga

Diácono Francisco Gonçalves

A Paróquia São Luiz Gonzaga recordou o Dia Internacional do Idoso, em 1º de outubro, com missa presidida pelo Padre Benedito Hércules Daniel, seguida de apresentações de corais, palestra com uma geriatra, “Desfile da Melhor Idade”, com idosos de oito paróquias do Setor Jaçanã, e homenagens àqueles que dedicaram suas vidas à Igreja.

Realizou-se, no dia 5, na Paróquia São Benedito, no Setor Pastoral Jaçanã, a missa solene em honra ao padroeiro, presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Santana, e concelebrada pelos padres Marcelino Modelski, CSJ, e Severino Campos Filho, CSJ.


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Belém Capela Beata Assunta Marchetti está aberta à oração de todos os fiéis Peterson prates

Colaborador de comunicação da Região

No domingo, 9, uma celebração na Capela Beata Assunta Marchetti, na Vila Prudente, marcou a elevação do local, pertencente à Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu, Scalabrinianas, a um oratório semipúblico. Assim, de agora em diante, a Capela, antes só utilizada pelas religiosas e crianças atendidas pela Casa Madre Assunta, será aberta para todos os fiéis da Arquidiocese. A celebração foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e concelebrada pelos padres Fausto Marinho, pároco da Paróquia São Carlos Borromeu, Carlos Roberto Fróes, vigário paroquial, e Paulo Rogério Caovila, scalabriniano. Na ocasião também foram comemorados os 121 anos da Congregação, iniciada por Madre Assunta, que serão completados no próximo dia 25. A celebração contou ainda com a presença de

religiosas da Congregação que residem em outros locais. O Cardeal lembrou que agora a Capela “serve a comunidade interna e se abre para a comunidade externa”, e comentou que a Beata Assunta por muitas vezes rezou naquela Capela, que conserva ainda hoje os bancos e o piso original. A Religiosa que nasceu na Itália, em 1871, chegou como missionária ao Brasil aos 24 anos, e é cofundadora das Scalabrinianas. Madre Assunta morreu no Orfanato da Vila Prudente, em 1948, onde morou e trabalhou por muitos anos. “Queres ser santo? Vai na companhia dos santos”, expressou o Arcebispo, que recordou as características da Beata, como a caridade e o senso missionário, e lembrou que ela sempre ia ao encontro dos necessitados do seu tempo: os órfãos e migrantes. Irmã Leocádia Mezzomo, postulante da causa de canonização de Madre As-

Peterson Prates

Dom Odilo durante missa na Capela Beata Assunta Marchetti, elevada a oratório semipúblico

sunta, disse que para a Congregação é muito importante que mais pessoas possam rezar e se santificar onde viveu “uma pessoa santa, simples, humilde, como a pequena Teresa de Calcutá”. Na Casa Madre Assunta há um me-

morial com objetos da Beata que pode ser visitado. O endereço é rua do Orfanato, 883, na Vila Prudente. Todo primeiro domingo do mês, há missa às 16h. Também acontece uma novena permanente toda quinta-feira, às 15h.

Atuação do laicato é destaque na assembleia pastoral do Setor Sapopemba Peterson Prates

Leigos, religiosas e padres atuantes no Setor Sapopemba estudam Documento 105 da CNBB

Entre os dias 7 e 8, leigos integrantes das pastorais, religiosas, diáconos permanentes e padres das sete paróquias que

compõem o Setor Sapopemba se reuniram em assembleia pastoral na Chácara dos Abarés, no bairro de Parelheiros.

Os trabalhos começaram na manhã do sábado, 8, com uma formação sobre o Documento 105 da CNBB “Cristãos, Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade: Sal da Terra e Luz do Mundo”, com assessoria do Padre Manoel Godoy, do clero secular da Arquidiocese, mas que faz uso de ordens em Belo Horizonte (MG). Padre Godoy destacou alguns pontos do documento e citou outras referências para o estudo do papel do laicato, como o Documento 62 da CNBB “Missão e Ministérios dos Cristãos Leigos e Leigas”. “A função de mudar a política, a economia e a sociedade está nas mãos dos leigos”, expressou o Padre, que durante sua fala recordou outros documentos

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que qualificou como importantes para o laicato, como a Evangelii Gaudium, Amores Laetitia, Laudato si’, Gaudium et Spes e Lumen Gentium. Para renovar a prática pastoral, Padre Godoy insistiu que os fiéis deixem de lado os “penduricalhos”, amadurecendo a vida de fé. “Voltar a Jesus, basta”, enfatizou. A partir das avaliações paroquiais nas assembleias que antecederam a do Setor, foi produzida uma avaliação setorial, listando todas as atividades que motivaram e ajudaram a vivência das obras de misericórdia corporais e espirituais neste Ano Santo extraordinário da Misericórdia. A urgência do Setor Sapopemba assumida em 2015 também foi avaliada. A Escola Catequética, a Semana de Iniciação à Vida Cristã, a Escola de Teologia para Leigos, o Mutirão Bíblico e outras ações listadas foram vistas como iniciativas que facilitaram o cumprimento da urgência “Assumir a animação bíblicocatequética como meio de despertar a missionariedade”. Aconteceu, ainda, a leitura do Diretório da Coordenação do Setor, documento da Arquidiocese, lançado em 2013, que coloca parâmetros para o trabalho e atuação do setor pastoral, detalhando as funções da coordenação e do conselho setorial. Feita a leitura, houve a eleição da nova coordenação que assume a partir de janeiro de 2017, para um mandato de dois anos. Foi eleito para coordenador o Padre Gilberto Orácio, administrador paroquial da Paróquia Imaculada Conceição, e para vice o diácono permanente Elias Júlio da Silva, assistente pastoral na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São Roque.


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Ipiranga Assembleia regional: momento de reflexão e planejamento

Cristy Azevedo, Caroline Dupim, Padre Ricardo Pinto, Ricardo Simões e Cida Simões Colaboradores de comunicação da Região

No sábado, 8, aconteceu no campus Ipiranga da PUC-SP, a Assembleia de Pastoral da Região Episcopal Ipiranga, com a participação de leigos, padres e de Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região. A Pastoral Familiar conduziu a oração inicial, ressaltando que naquela data se celebrava o Dia do Nascituro. Por isso, todos recordaram a importância da preservação e cuidado das famílias, e pediram a intercessão de Nossa Senhora. Dom José Roberto frisou o sentido principal da assembleia: “Este momento é para que nós possamos analisar o que foi feito, o que ainda precisa ser feito, e traçar um diagnóstico para nos basearmos em melhorias no projeto de evangelização em nossas paróquias”. Na sequência, Padre Pedro Luiz Amorim, coordenador regional de pastoral, fez uma breve revisão dos acontecimentos da Igreja nos últimos três anos e lembrou como tais fatos influenciaram na vida pastoral da Região Ipiranga. Posteriormente, os participantes, em grupos, conforme o setor pastoral, in-

dicaram as urgências a serem tratadas no próximo ano. Entre as mencionadas estiveram as famílias, em suas diversas formas, e a juventude, integrada nas atividades pastorais das paróquias. Padre Pedro Luiz ressaltou que em 2016 a Arquidiocese de São Paulo teve trabalhos pastorais baseados no tema “Igreja, casa animada pela Palavra de Deus”. Em resposta a isso, a Região Ipiranga inaugurou o Centro de Formação Pastoral, que propicia um ambiente para o estudo teológico-pastoral, aos sábados. Também muitas paróquias intensificaram o estudo bíblico em sua rotina pastoral, com as escolas da fé e escolas bíblicas. Recordando a assembleia passada, Padre Pedro Luiz frisou a urgência da reorganização das pastorais sociais da Região. No ano passado, Padre Paulo Siebeneichler, pároco da Paróquia Santa Edwiges, assumiu o acompanhamento das pastorais sociais do Ipiranga e, desde então, está estruturando um fórum das pastorais sociais, com reuniões para uni -las com vistas a um trabalho de evangelização mais amplo. “Então, de alguma

Caroline Dupim

Participantes da Assembleia Regional realizada no campus Ipiranga da PUC-SP, no sábado, 8

maneira, a Região vem tentando responder àquilo que for sendo pedido nas assembleias, dentro do que conseguimos realizar”, afirmou o Padre Pedro Luiz. O Coordenador Regional também recordou a elaboração do 11º Plano Arquidiocesano de Pastoral, vigente até o final deste ano, e destacou que o 12º Plano está em fase final de construção e será entregue em 2017. O Sacerdote sublinhou que as regiões devem colabo-

rar com a finalização deste novo Plano, reunindo suas urgências e o que pode ser feito para solucioná-las, lembrando sempre do momento atual e do pedido do Papa Francisco aos fiéis para que tenham o cuidado com a Casa Comum, com as famílias feridas e que exerçam a misericórdia. A assembleia foi concluída com uma oração e a bênção de Dom José Roberto aos participantes.

São Francisco de Assis: testemunha do amor a todas as criaturas Moacir Beggo

Frei Valdecir Schwambach preside missa na festa do padroeiro São Francisco de Assis, dia 4

Os fiéis da Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino, festejaram seu padroeiro com um tríduo pre-

paratório entre os dias 1º e 3. No dia 4, data da memória litúrgica de São Francisco de Assis, os paroquianos e cente-

nas de devotos foram à igreja-matriz, a maioria com seus animais de estimação, para receberem a bênção dos frades franciscanos e participarem de uma das sete missas realizadas. A missa das 17h foi presidida pelo Frei Valdecir Schwambach, OFM, pároco, que na homilia apontou que “a Festa de São Francisco é a festa da integração, da fraternidade, da comunhão, a festa do entendimento”. Recordou, ainda, o profundo amor do Santo por todas as criaturas, lembrando que ele compôs o “Cântico das Criaturas”, louvando a Deus pela terra, a água, as estrelas, o ar, o fogo,

enfim, todas as criaturas como obras das mãos de Deus. O Pároco lamentou que na sociedade, muitas vezes injusta, violenta e insegura, cada vez menos as pessoas se vejam como irmãos. “Deus quer que nos entendamos com as outras pessoas, em espírito de fraternidade, de comunhão e de paz. Esse é o sonho de São Francisco de Assis. Que amando os animais, amando as criaturas, não nos esqueçamos de também nos preocuparmos com os seres humanos”, disse Frei Valdecir.

Projeto Raquel: a Reconciliação para quem se envolveu em um aborto Por ocasião da Semana Nacional da Vida, celebrada por toda a Igreja no Brasil entre os dias 1º e 7, a Pastoral Familiar da

Região Ipiranga promoveu, no dia 5, na Paróquia São João Batista, no Setor Imigrantes, uma palestra sobre o Projeto Raquel.

Caroline Dupim

No dia 4, o clero atuante na Região Ipiranga esteve reunido na cúria regional. Na atividade, que teve a participação do Cardeal Odilo Scherer e de Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, os padres Sérgio Hemkemeier e Jorge Bernardes foram reeleitos para representar a Região junto à Arquidiocese.

Sônia Maria Ragonha (foto), coordenadora nacional do Projeto, destacou que o trabalho envolve uma rede de profissionais da saúde e representantes da Igreja, que oferecem cuidado individual a quem teve envolvimento direto ou indireto com o aborto. “É uma rede de cura baseada na misericórdia de Deus dirigida às mulheres, homens e seus familiares envolvidos com o aborto, tendo como ponto alto o encontro com Cristo no sacramento da Reconciliação e, consequentemente, os outros sacramentos”, afirmou a coordenadora. O projeto surgiu nos Estados Unidos, em 1983. No Brasil existe há cinco anos. Em média, em São Paulo, são atendidas semanalmente entre oito e dez mulheres de

Ricardo Simões

diversas idades que procuram informações e a cura das consequências físicas, psicológicas e espirituais causadas pelo aborto. Mais detalhes sobre o Projeto Raquel podem ser obtidos pelo telefone (11) 2579-4175 ou pelo site www.projetoraquel.org.br.


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Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

Há 50 anos com a intercessão de São Francisco de Assis No Ano Santo extraordinário da Misericórdia, a comunidade paroquial de São Francisco de Assis, no Setor Pastoral Butantã, comemorou no dia 4 a festa do padroeiro, no contexto dos 50 anos da Paróquia, que serão celebrados em 19 de outubro. No tríduo da festa do padroeiro aconteceram missas diárias: No dia, 2, pela manhã, ao lado da Capela São Francisco de Assis, na praça São Francisco, presidida pelo Padre Flavio Heliton da Silva, administrador paroquial; no mesmo dia, às 19h, na igreja-matriz, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, foi o presidente da celebração; e no dia 3, a missa foi com Dom Fernando José Penteado, bispo emérito de Jacarezinho (PR). No dia do padroeiro, 4 de outubro, na igreja-matriz, o Padre Flavio conduziu a bênção dos animais às 15h, e às 19h hou-

ve procissão, seguida de missa solene em louvor a São Francisco de Assis e em ação de graças pelo jubileu de ouro da paróquia, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e que teve entre os concelebrantes Dom Julio e os Padre Flavio Heliton, Joaquim de Oliveira, vigário paroquial, e Jorge Pierozan, vigário-geral da Região Lapa. Dom Odilo, na homilia, lembrou que São Francisco era um jovem com boas condições de vida e que um dia, quando rezava na Igreja de São Damião, ouviu uma voz que dizia: “Vá escorar a minha Igreja, que está desabando.” Então, se desfez de tudo - riqueza, ambições e até da roupa que usava - para viver na humildade, pobreza e castidade. Ainda segundo o Cardeal, Francisco, após a renúncia dos bens materiais, ingressou na vida religiosa, ajudando aos mais necessitados, doentes,

Lapa

Facebook da Paróquia São Francisco de Assis

Cardeal Odilo Pedro Scherer preside missa solene na festa de São Francisco de Assis, dia 4

pobres, em um trabalho missionário. Antes do término da missa, Padre Flavio agradeceu a presença do Cardeal, de Dom Julio, dos padres concelebrantes e dos mais de 700 fiéis que lotaram a igreja. O Administrador Paroquial lembrou-se

ainda dos que ajudaram na construção daquela Paróquia que completa 50 anos de atividade. Por fim, convidou a todos para o show de Ziza Fernandes e para a partilha do bolo de São Francisco de Assis, que aconteceram após a celebração.

OBRAS SOCIAIS NOSSA SENHORA AQUIROPITA CNPJ: 62.798.699/0001-34

BALANÇO PATRIMONIAL - CONSOLIDADO ENCERRADO EM 31/12/2015

5 - DESPESAS 5.1 - DESPESAS OPERACIONAIS 5.1.1 - DESPESAS OPERACIONAIS 5.1.1.01 - DESPESAS COMERCIAIS/ADMINISTRATIVAS 2.604.426,64 D 5.1.1.02 - DESPESAS COM PESSOAL E ENCARGOS 2.524.136,28 D 5.1.1.03 - DESPESAS FINANCEIRAS 18.707,44 D 5.1.1.04 - DESPESAS TRIBUTARIAS 9.145,81 D DESPESAS OPERACIONAIS 5.156.416,17 D

1 - ATIVO 1.1 - ATIVO CIRCULANTE 1.1.1 - DISPONÍVEL 1.1.1.01 - BENS NUMERÁRIOS 5.925,57 D 1.1.1.02 - DEPOSITOS BANCÁRIOS 340.832,30 D 1.1.1.03 - APLICAÇÕES FINANCEIRAS 6.893.736,60 D DISPONÍVEL 7.240.494,47 D

Total de DESPESAS 5.156.416,17 D

1.1.2 - VALORES A RECEBER 1.1.2.03 - ADIANTAMENTOS DIVERSOS VALORES A RECEBER

(=) LUCRO OPERACIONAL Outras Receitas/Despesas: (=) LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS, PARTICIP. E CONTRIBUIÇÕES

562.872,28 C

Provisão de Impostos: Participações e Contribuições: Total do LUCRO do Período:

562.872,28 C

1.2 - ATIVO NÃO CIRCULANTE 1.2.2 - INVESTIMENTOS 1.2.2.01 - PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS EMPRESAS INVESTIMENTOS

40.490,05 D 40.490,05 D

204,29 D 204,29 D

1.2.3 - IMOBILIZADO 1.2.3.01 - BENS 1.550.477,86 D 1.2.3.03 - DEPRECIAÇÃO ACUMULADA 272.095,48 C IMOBILIZADO 1.278.382,38 D Total do ATIVO 8.559.571,19 D 2 - PASSIVO 2.1 - PASSIVO CIRCULANTE 2.1.1 - OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO 2.1.1.02 - CONTAS A PAGAR 2.1.1.03 - OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS 2.1.1.04 - OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS/PREVIDENCIÁRIAS OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO

92.690,54 C 18.909,21 C 113.423,71 C 225.023,46 C

2.4 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.4.6 - RESULTADOS ACUMULADOS 2.4.6.01 - RESULTADOS ACUMULADOS 8.334.547,73 C RESULTADOS ACUMULADOS 8.334.547,73 C Total do PASSIVO E PATRIMÔNIO 8.559.571,19 C Reconhecemos a exatidão do presente balanço encerrado em 31 de Dezembro de 2015 conforme documentação apresentada.

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCICIO CONSOLIDADO ENCERRADO EM 31/12/2015

3 - RECEITAS 3.1 - RECEITA OPERACIONAL BRUTA 3.1.1 - RECEITA BRUTA 3.1.1.03 - RECEITAS DE ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVO 7.302.514,59 C RECEITA BRUTA 7.302.514,59 C 3.3 - OUTRAS RECEITAS 3.3.1 - RECEITAS OPERACIONAIS 3.3.1.01 - RECEITAS FINANCEIRAS 647.574,11 C RECEITAS OPERACIONAIS 647.574,11 C 3.3.2 - TRANSFERENCIA E REMESSAS 3.3.2.02 - TRANSFERENCIAS SAIDAS TRANSFERENCIA E REMESSAS

0,00 0,00

Total de RECEITAS 7.950.088,70 C (=) RECEITA… 7.950.088,70 C 4 - CUSTOS 4.1 - CUSTOS PROJETOS 4.1.1 - CUSTO DOS PROJETOS 4.1.1.03 - MENOR APRENDIZ 257.723,08 D 4.1.1.04 - MORADORES DE RUA 549.689,88 D 4.1.1.05 - TERCEURA IDADE 139.178,79 D 4.1.1.06 - N S E/CCA 621.606,69 D 4.1.1.07 - MOVA 19.859,68 D 4.1.1.08 - CRECHE 429.963,08 D 4.1.1.09 - CASA RAINHA DA PAZ 212.779,05 D CUSTO DOS PROJETOS 2.230.800,25 D Total de CUSTOS 2.230.800,25 D (=) LUCRO BRUTO 5.719.288,45 C

562.872,28 C

NOTAS EXPLICATIVAS ÁS DEMOSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31/12/2015

I - CONTEXTO OPERACIONAL NOTA 01 A entidade OBRAS SOCIAS NOSSA SENHORA AQUIROPITA, fundada em 30 de maio de 1963 é uma associação civil com personalidade juridica de direito privado, sem fins lucrativos, com caráter e xclusivamente beneficente, assistencial, educacional e cultural, que tem por finalidade a promoção humana, devendo incentivar o espirito associativo da própria comunidade, tendo como prioridade: o amparo e promoção a infância, a promação de jovens e adolecentes, promoção a moradores em situação de rua, alfabetização de adultos, amparo e assistência social á terceira idade, atendimento e acolhimento de pessoas com dependência de substância psicoativa e a promoção da familia. A entidade, no intuido de cumprir suas finalidades, em 09 de novembro de 1999, criou o setor de atividade denominada CASA DOM ORIONE, para atendimento e prestação de serviços conforme descritos e por este motivo paga mensalmente a utilização desta marca para referida casa II - PRINCIÁIS POLÍTICAS CONTÁBEIS 2.1 Declaração de conformidade As demonstrações contábeis e financeiras foram elaboradas e estão apresentadas em conformidade com as práticas adotadas no Brasil, normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM, de acordo com lei das sociedades anônimas 6404/76 e as alterações introduzidas pela lei 11.638/07 e lei 11.8941/09, pronunciamento contábeis de comitê de pronunciamentos contábeis - CPC e segregação por área de atuação para o balanço petrimonial e a demonstração do resultado do exercício de 2015 conforme preve a lei 12.101/09 e o decreto 7.237/10. A base de elaboração das demonstrações contábeis e financeiras foi adotada pela primeira vez em 2008, em atendimento aos pressupostos da lei 11.841/09. Essas modificações tiveram como objetivo possibilitar o processo de convergência das práticas internacionais de contabilidade. Ate a data de preparação desta demontração contábil a entidade buscou adotar e implantar os promunciamentos técnicos emitidos pelo CPC e aprovados por deliberação de CVM e resoluções do Conselho Federal de Contabilidade - CFC. O efeito da adoção das das práticas contábeis modificadas pela lei 11.638/07 e lei 11.841/09 dos IFRSs, dos pronunciamentos técnicos pelo CPC e aprovados por deliberação da CVM e resoluções do Conselho Federal de Contabilidade - CFC estão apresentados a seguir: 2.2 Pronunciamentos contábeis aprovados após a lei 11.638/07 e pelos técnocos do comitê de pronuncioamentos contábeis - CPC. Com exceção dos CPV´S que não se aplicam á entidade OBRAS SOCIAIS NOSSA SENHORA AQUIROPITA, todos os demais foram adotados normalmente durante as operações da entidade, sem quaisquer impactos relevantes das demonstrações financeiras e contábeis. 2.3 A seguir sumário das principais práticas contábeis pela entidade: I - Apuração de resultado a) A apuração do resultado de superávit / déficit do exercício As receitas sociais, representadas, basicamente, por doações recebidas, verbas sociais e por eventos sociais promovidas pela entidade, são contabilizadas por ocasião do recebimento. No caso d as doações, constatamos a existencia de documentação que sustenta o registros contábeis, as receitas financeiras e a maioria das despesas são reconhecidas em regime de competência de exercício. II - Ativos circulamtes b) ativos circulantes Os ativos são demonstrados pelos valores de realização, incluindo, quando aplicavel os rendimentos auferidos. III - Ativos não circulantes c) investimentos De acordo com o balanço findo em 31/12/2015, o saldo refere-se ás quotas de ações preferenciais e ordinárias da ainda Telesp S/A e á aquisição de uma linha telefonica. Não há evidência da realização do valor das ações ou prespectiva de alienação d) Imobilizados Os bens do ativo imobilizado são demonstrados pelo valor de custo e aquisição ou de construção.

BENS IMOBILIZADO 2015 2014 INSTALAÇÕES 45.310 45.310 MAQUINAS APARELHOS E EQUIPAMENTOS 92.774 89.623 EQUIPAMENTOS DE PROC. ELETR. DADOS 394.536 172.291 DIREITO DE USO DE LINHAS TELEFONICAS 1.900 1.900 MOVEIS E UTENCILIOS 298.776 262.079 VEICULOS 388.099 346.050 EDIFICAÇÕES E CONSTRUÇÕES 120.001 120.001 EQUIPAMENTOS DE TELECOMUNICAÇÕES 4.082 4.082 TERRENOS 205.000 190.000 TOTAL 1.550.478 1.231.33 DEPRECIAÇÃO ACUMULADA (-) DEPREC.ACUM.INSTALAÇÕES 9.062 4.531 (-) DEPREC.ACUN.MAQ.APAR.EQUIP. 18.240 8.962 (-) DEPREC.ACUM.EQUIP.PROC.DADOS 34.458 17.229 (-) DEPREC.ACUM.MOVEIS E UTEN. 53.089 26.208 (-) DEPREC.ACUM.VEICULOS 146.830 69.210 (-) DEPREC.ACUM.EDIF. E CONSTR. 9.600 4.800 (-) DEPREC.ACUM.EQUIP. TELECOM. 817 408 TOTAL 272.096 131.348 IV - Passivos circulantes e) Passivo cieculante Os passivos circulantes são demonstrados por valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável dos encargos incorridos. f) Patrimônio social Composto pelo superávit/décifit obtidos ao longo do periodo de existência da entidade e reserva, não tem capital social. v) Informações suplementares Com o objetivo de permitir análises adicionais, a entidade apresenta com informações complementares, a demonstração do fluxo de caixa, conformr segue: Fluxo de caixa - A demonstração de fluxo de caixa foi elaborada de acordo com a NPC 20 do IBRACOM - Instituto dos auditores independentes do Brasil e da deliberação 547 da CVM - Comissão d e valores mobiliários que aprova o promunciamento técnico CPC 03 do comitê de pronumciamento contábeis que trata de demonstração dos fluxos de caixa - DFC, considerando as principas operações que tiveram influência nas disponibilidades da entidade. O fluxo de caixa esta dividido entre operacionais, investimentos e de financiamentos. Provisão para férias e encargos A entidade não vem apurando e apropriando mensalmente e até a data do balanço, com base nos direitos adquiridos pelos empregados, a provisão e encargos sociais correspondentes. Provisão para contingências A administração da entidade, por considerar inexpressivo até a data do balanço, não apurou e apropriu nemhum valor para cobrir eventuais perdas com ações civis, trabalhista e fiscais, com base em parecer de seus advogados. Outras informações a) Seguros Para atender medidas preventivas adotadas permanentemente, a entidade efetua contratação de seguros em valor considerado suficiente para cobertura de eventuais sinistros de automoveis, maquinas, aparelhos e equipamentos de processamento eletrnico de daos, moveis e utensilios e edificações e construções b) Instrumentos financeiros (i) Gerenciamento de risco A entidade não realiza operações envolvendo instrumentos financeiros com finalidade especulativa. (ii) Valores de mercado Durante o exerxício de 2015, os valores de mercadodas disponibilidades, contas e receber e a pagar, conferem com os valores registrados nas demontrações contábeis devido á natureza de curto prazo das mesmas. c) A entidade recebeu as seguintes doações - a entidade recebeu doações de pessoas fisicas e juridicas 2015 2014 a) Pessoas fisicas 46.301 26.444 b) Pessoas juridicas 358.461 161.191 - a entidade recebeu os seguinter auxilios 2015 2014 a) Poder público defensoria 692.401 517.118 b) Pref. mun. de São Paulo 3.084.187 2.704.878 - a entidade recebeu outros auxilios e receitas a) Projeto jovem aprendiz 428.303 385.275 b) Promoções e eventos 2.692.863 2.958.268 d) Os recursos obtidos foram aplicados em suas finalidade assistenciais, de acordo com o estatuto social, demontrados pela despesa e investimentos patrimoniais. e) As despesas da entidade são apuradas através de notas fiecais e recibos, em conformidade com as exigências legais e fiscais f) Todo o trabalho filantrópico e realizado gratuitamente, portanto não se aplica o regime de gratuidade, conforme no inciso VI do artigo 3 do decreto 2.538/98. PE. PAULO SERGIO CORREIA ORLEI RODRIGUES FUNÇÃO: DIRETOR PRESIDENTE FUNÇÃO: TECNICO DE CONTABILIDADE RG: 18.888.427-0 CPF: 020.090.218-00 CPF: 675.520.050-68 TC/CRC: 1SP430867/O-7


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Brasilândia Imagem peregrina é levada à casa da Mãe Aparecida Na manhã do domingo, 9, os fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Zatt, no Setor Pastoral Pereira Barreto, acolheram com alegria a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que tem percorrido as paróquias da Região Brasilândia. A imagem chegou em carro aberto, sendo conduzida pelo Padre Natanael Pires da Silva, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Retiro, junto com os fiéis. A acolhida foi feita pelo Padre Juarez Dirceu de Castro, pároco da Nossa Senhora Aparecida, e na sequência houve uma procissão ao som da música “Mãezinha do Céu”, en-

toada pelo coral de crianças da Paróquia. A missa de acolhida da imagem foi presidida pelo Padre Natanael e concelebrada pelo Padre Juarez Dirceu. Tanto a missa quanto a procissão tiveram transmissão ao vivo pela equipe da Pastoral da Comunicação da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, com mais de 300 visualizações no YouTube. A imagem permanecerá na Paróquia até o domingo, 16, em meio à festa da padroeira, iniciada no dia 3, com o tema “Com a Mãe Aparecida, Vivemos a Caridade”, e que será concluída na quarta-feira, 12.

Antonio Dominici Filho e Priscila Rocha Colaboradores de comunicação da Região

Antônio Dominici Filho

Fiéis acolhem a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida na Vila Zatt, no domingo, 9

Isadora Félix

Gerson Moreira

No sábado, 8, os jovens da Paróquia Nossa Senhora da Paz, no Setor Jaraguá, realizaram na Capela Nossa Senhora Mãe da Igreja o evento “IDE 2016”, uma espécie de “barzinho de Jesus”, que reuniu jovens e famílias em uma noite de louvor, adoração e shows com o ministério de música “Um só coração” e com a banda “Sião”.

Por ocasião do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, os membros da Pastoral da Criança da Região Brasilândia peregrinaram à Porta Santa da Igreja Nossa Senhora da Expectação, no sábado, 8, onde participaram da missa presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia.

REDAÇÃO

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Festa de Santo Eduardo segue até o dia 16 Começa na quarta-feira, 12, e segue até domingo, 16, a 77ª Festa de Santo Eduardo, na paróquia dedicada ao Santo no Setor Pastoral Bom Retiro. A missa do dia 12 será às 18h; na quinta-feira e sexta-feira, dias 13 e 14, a cele-

bração acontecerá às 19h. No sábado, 15, a missa está marcada para as 9h, e no domingo, 16, as celebrações serão às 9h e 16h, sendo que nesta última haverá procissão. Na rua Pedro Tomás, no Bom Retiro, nas proximidades da igreja-matriz, serão

realizados shows ao vivo, brincadeiras para as crianças e haverá barracas com guloseimas. “Serão dias de muita música e alegria”, afirmou o Padre José Enes de Jesus, pároco da Paróquia Santo Eduardo. A festa, que já é uma referência na re-

gião, acontece próxima ao aniversário de 133 anos do bairro do Bom Retiro, em 10 de outubro. O bairro é conhecido nacionalmente pelo comércio de vestuário, aviamentos e máquinas de costura. (Com informações de Patrícia Morgado)

São Francisco de Assis: modelo de seguimento a Cristo Na memória litúrgica de São Francisco de Assis, no dia 4, a Paróquia-santuário São Francisco de Assis, no centro de São Paulo, acolheu os paroquianos e devotos do Santo que participaram das missas e levaram seus animais para junto com eles serem abençoados pelos frades franciscanos do lado de fora do templo. Frei Alvaci Mendes da Luz, pároco, presidiu a missa do meio-dia. Na homilia, o Sacerdote comentou que por trás de cada ação do Santo, “existe uma causa muito mais antiga, a causa de Jesus Cristo. É por Ele que nós fazemos tudo e é por Ele que estamos aqui hoje. É por Ele que somos franciscanos e franciscanas,

de hábito ou de coração”, ressaltou. Ainda segundo Frei Alvaci, a forma como São Francisco conseguiu viver o evangelho de Cristo é um modelo para todos, pois indica que é possível buscar a santidade a cada dia e estar mais próximo de Deus. “Francisco foi simples, o mais simples de todos. E, por ter sido simples, se tornou grande. Por ser pequeno, ele está aqui, em nossos corações”, disse. Essa foi uma das sete missas realizadas no dia do padroeiro, sendo que uma delas teve a presidência de Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé. (Com informações de Ana Machado)

Ana Machado/Paróquia-santuário São Francisco

Frades franciscanos abençoam animais e devotos de São Francisco de Assis no centro de SP


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‘Família, torna-te aquilo que és’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Temática foi destacada em evento no Mosteiro de São Bento, com a participação de 300 pessoas NAYÁ FERNANDES

nayafernandes@gmail.com

A Comunidade Famílias Novas do Imaculado Coração de Maria, que em 2016 completa dez anos, realizou no último fim de semana, dias 8 e 9, no Mosteiro de São Bento, o III Fórum Famílias Novas, com o tema “Família, torna-te aquilo que és”. O evento reuniu cerca de 300 pessoas, membros da Comunidade Famílias Novas e de outras pastorais e organismos da Igreja Católica. Houve também a participação de órgãos como a Confederação Nacional de Planejamento Natural da Família (Cepaflam), que manteve, durante os dois dias, pessoas disponíveis para dar orientação sobre o método Billings, que permite um planejamento familiar de modo natural. Na tarde do sábado, 8, o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano, proferiu uma palestra sobre o tema central do Fórum e enfatizou o conteúdo da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amo-

Fundadores da Comunidade Famílias Novas junto ao Cardeal Scherer no Mosteiro de São Bento

ris Laetitia, do Papa Francisco, sobre o amor e a alegria na família. Dom Odilo recordou as duas assembleias do Sínodo, que reuniram representantes dos bispos para refletir sobre a situação da família no mundo contemporâneo. “Na segunda Assembleia do Sínodo, em outubro de 2015, diante de um contexto de desvalorização da família, a Igreja se perguntou de novo se conti-

nua válida a família, se continua válido o casamento. E sobre essas questões, os bispos refletiram durante três semanas. Também se falou a respeito da preocupação pela evangelização na família, que está dentro de um contexto mais amplo. E, com certeza, para evangelizar com frutos, a Igreja precisa contar com a família”, disse o Arcebispo. Outro enfoque dado pelo Cardeal foi a importância da preparação para o

casamento. “O Papa Francisco insiste no conteúdo da celebração do casamento e que seja realizada de maneira efetiva e séria, que haja uma preparação humana, do caráter, das vontades, com o objetivo de que se conheça qual o desígnio de Deus para a família. Se o casal começa bem, tem mais condições de continuar e viver bem. Além disso, é preciso sempre ver a Igreja como uma comunidade de comunidades, uma família de famílias, pois a família é uma Igreja doméstica”, continuou Dom Odilo. As demais palestras, durante os dois dias de encontro, ajudaram os participantes a refletirem sobre o tema, como, por exemplo, “A comunhão entre as famílias: proteção da humanidade”; “A missão da família cristã no mundo de hoje” e “Jovem, prepara-te para tua vocação”. Muitas crianças vieram com seus pais e, enquanto estes estavam no auditório, se divertiam em um local especial preparado para elas. Maria Leonor Gattolini é casada e tem cinco filhos. Ela participa da Comunidade Famílias Novas desde o início e estava na organização do Fórum. “O evento é aberto a todos e estamos felizes com a participação das pessoas, pois São Paulo tem sempre muitas outras opções. Porém, cada um é chamado para uma missão. Essa é a nossa, junto às famílias”, afirmou.

A vida é um direito inviolável desde sua concepção Luciney Martins/O SÃO PAULO

Fernando Geronazzo

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Para celebrar o Dia do Nascituro, comemorado em 8 de outubro, a Faculdade de Teologia da PUC-SP e o Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade da Arquidiocese de São Paulo realizaram, na sexta-feira, 7, uma mesa-redonda sobre Bioética e Família, no campus Ipiranga da pontifícia universidade. Os conferencistas do encontro foram Dom Carlos Lema Garcia, vigário episcopal para a Educação e a Universidade da Arquidiocese, o jurista Ives Gandra Martins, presidente da União de Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp) e membro da Academia Brasileira de Filosofia; Elisabeth Kipmann, médica ginecologista-obstétrica; e Dalton Ramos, professor de Bioética da PUCSP e membro da Pontifícia Academia para a Vida.

Direito inviolável

Representante da CNBB nos debates do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a liberação de pesquisas genéticas com células-tronco embrionárias em 2008, Ives Gandra fundamentou sua argumentação em princípios científicos e jurídicos. Ele foi incisivo ao afirmar que, na discussão sobre pesquisas com células-tronco embrionárias, a Igreja representa a sociedade no que diz respeito à dignidade humana, e

que acontecem no embrião são de uma nova vida humana. O embrião é um indivíduo humano real e não potencial”, afirmou.

Acolhida humanizada

Ives Gandra Martins em evento na PUC-SP com Dom Carlos, Elisabeth Kipmann e Dalton Ramos

não com posições referentes à religião. O jurista enfatizou que ao analisar a Constituição Federal, não é possível chegar a outra conclusão que não seja a de que o nascituro tem garantias jurídicas desde a sua concepção. Ele explicou, ainda, que o artigo 5º da Constituição mostra com clareza inequívoca tal direito à vida. “Dos cinco princípios fundamentais apresentados no artigo 5º, o mais importante é a inviolabilidade do direito à vida. Como poderia todos os direitos serem garantidos desde a concepção exceto o direito à vida?”, acrescentou.

Desde a concepção

O professor Dalton partiu de um referencial teórico do que as ciências ex-

perimentais podem dizer legitimamente sobre o início da vida e o estatuto de um embrião. O especialista também argumentou que, desde o princípio da vida humana, é possível reconhecer determinadas propriedades que definem o ciclo vital. A partir da fecundação, surge a identidade própria daquele conjunto celular, que não é mais a identidade do pai nem da mãe. Essa vida também já possui uma autossuficiência, ou seja, todas as instruções para realizar os processos biológicos necessários à sua continuidade. Segundo Dalton, esse mecanismo possui uma progressividade natural que, no seu conjunto, compõe uma biografia do indivíduo. “Os processos

Elisabeth Kipmann falou a partir da sua experiência profissional de 7 mil partos realizados, para enfatizar que a luta pela vida é simultaneamente uma luta pela informação contra a ignorância sobre a própria realidade, e garantiu que é imprescindível ajudar as mulheres a descobrir qual é o seu valor. A médica apresentou alguns exemplos de casos de mulheres que estavam decididas a abortar seus filhos e com a ajuda de uma orientação realista, porém humanizada, decidiram levar a gravidez até o fim. “Quando conversamos com uma gestante que está pensando em abortar, é importante que a ajudemos a descobrir qual é o valor que ela não pode transferir para outra pessoa. O aborto, qualquer um pode fazer, mas só ela pode dizer ‘essa criança fica’. Quando ela percebe isso, muita coisa muda”, explicou.

Comissão de Bioética

Dom Carlos afirmou que a partir desse evento, a Arquidiocese de São Paulo tem o desejo de reunir pessoas de diferentes áreas para criar uma comissão de bioética que auxilie àqueles que buscam um parecer objetivo e técnico com critério moral a respeito desses temas.


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Uma ‘Vida Nova’ em São Paulo Na Arquidiocese, compromisso concreto do Jubileu extraordinário da Misericórdia será um prédio para atender as pessoas em situação de rua Edcarlos Bispo

edbsant@gmail.com

Como marco do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, a Arquidiocese de São Paulo terá, no centro da cidade, um prédio de 11 andares voltado para o atendimento das pessoas em situação de rua. O projeto foi apresentado na sextafeira, 7, pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e pelos padres Zacarias José de Carvalho Paiva, procurador da Mitra Arquidiocesana, e Gianpietro Carraro, fundador da Missão Belém, que será responsável por coordenar a iniciativa, aos bispos auxiliares, padres coordenadores de pastoral nas regiões, coordenadores de setores pastorais e leigos representantes de novas comunidades e associações privadas de fiéis. O projeto “Vida Nova” já está em andamento e em breve poderá ser consultado pelo site www.ruavidanova.org.

O que é o projeto?

“Vida Nova” não será um albergue nem uma clínica de recuperação, mas uma mão estendida para quem deseja sair dos vícios da rua, das drogas e do álcool. Depois de uma semana sendo aten-

Drone Art Brasil /Parece Cinema

dida, a pessoa que deseja mudar de vida será encaminhada para um dos sítios da Missão Belém. O prédio, que pertence a Ordem Terceira do Carmo e foi cedido por dez anos à Arquidiocese, está localizado na praça da Sé, em frente à Catedral, e acolherá de maneira ininterrupta, estando aberto 24 horas por dia. Espelhando-se no exemplo do Bom Samaritano, o projeto se propõe procurar uma solução para todos os casos que se apresentam. De acordo com o Padre Gianpietro, há uma expectativa que sejam atendidas mais de 4 mil pessoas por ano.

Como ajudar?

A reforma e adaptação do prédio, edifício Nazareth, está avaliada em mais de R$ 1 milhão. Para arrecadar esse valor, a Arquidiocese de São Paulo se unirá em torno de uma “ação entre amigos”. Serão 200 mil bilhetes a R$ 10 cada um. Do valor das rifas, metade será para o projeto e o restante para as paróquias ou entidades que venderem. Os prêmios serão: um carro HB20, duas viagens de dez dias para a Itália (pacote fechado), um notebook e um tablet. Padre Gianpietro agradeceu a presença dos demais padres e destacou que o projeto é uma iniciativa da Arquidiocese, para a qual a Missão Belém oferecerá seu trabalho e colaboração.

Atendendo ao apelo do Papa Francisco

Em uma vídeo-mensagem divulgada em 17 de junho, quando lançou uma campanha internacional para a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, com o título “Seja a miseri-

Edifício Nazareth (destaque) será reformado e adaptado para acolhida às pessoas em situação de rua

córdia de Deus”, o Papa Francisco pediu que cada diocese realize uma ação como marco do Ano Santo extraordinário da Misericórdia: “Apelo a todos os homens e mulheres de boa vontade no mundo inteiro para que façam em cada cidade, em cada dio-

cese, em cada associação, uma obra de misericórdia. Nós, homens e mulheres, precisamos da misericórdia de Deus, mas também precisamos da nossa misericórdia; precisamos dar a mão uns aos outros, nos acarinhar, cuidar uns dos outros e não fazer tantas guerras.”

10 mil pessoas em união de fé no ‘Canção Nova Abraça São Paulo’ Wesley Almeida/Canção Nova

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

O ginásio do Ibirapuera, na zona Sul de São Paulo, foi o palco, no domingo, 9, da oitava edição do “Canção Nova Abraça São Paulo”, promovido pela Comunidade Canção Nova, com a participação de aproximadamente 10 mil pessoas, de diferentes locais do Brasil, que vivenciaram um dia com pregações, adoração ao Santíssimo Sacramento, cânticos de louvor e celebração de missa. “Com o ‘Canção Nova Abraça São Paulo’, estamos também contribuindo com essa missão evangelizadora da Igreja de levar esse abraço de Deus, de levar a ternura, o carinho de Deus, a tantas pessoas que precisam”, afirmou o Padre Adriano Zandoná, da Comunidade Canção Nova, que conduziu o dia de atividades, do qual também participaram o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, o Padre Marcelo Rossi, da Diocese de Santo Amaro, Eugênio Jorge, da Missão Mensagem Brasil, além de leigos que atuam na Comunidade.

8ª edição do evento promovido pela Comunidade Canção Nova acontece no ginásio do Ibirapuera, na zona Sul de São Paulo, no domingo, dia 9

“Abracem São Paulo com seu abraço de fé, seu abraço de misericórdia, seu abraço de carinho”, disse o Cardeal Scherer, no início de sua fala aos participantes. O Arcebispo metropolitano refletiu sobre a vivência do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, destacando que o Papa pede a todos os cristãos, de modo especial, que acolham a misericórdia de

Deus e pratiquem as obras de misericórdia cotidianamente. Segundo Dom Odilo, só alcançará a misericórdia quem realizar tais obras em atenção às necessidades do próximo e quem estiver aberto ao agir misericordioso de Deus, reconhecendo-se pecador, falível e libertando-se de uma postura de autossuficiência. Por fim, o Arcebispo convidou a to-

dos para a celebração arquidiocesana do Dia de Nossa Senhora Aparecida, que será por ele presidida na quarta-feira, 12, na região central da cidade, iniciando-se com a concentração dos fiéis, às 9h, no Largo Santa Ifigênia, seguida de missa campal, às 10h30, no Vale do Anhangabaú. (Com informações da Canção Nova)


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