Semanário da Arquidiocese de São Paulo
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ano 66 | Edição 3359 | 18 a 24 de agosto de 2021
Editorial Congregações religiosas atraem jovens à vida consagrada
Página 4
Encontro com o Pastor
www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00
Consagrados: sinais vivos da esperança na vida eterna Luciney Martins/O SÃO PAULO
Ao celebrar a Eucaristia, fazemos o ‘memorial’ da paixão e morte de Jesus
Página 2
Espiritualidade Imaculada, concebida sem pecado e cheia de graça, Maria é elevada ao Céu
Página 5
Liturgia e Vida Que a presença real do Senhor na Eucaristia seja para nós a ressurreição
Página 23
Comportamento Open Banking: alternativa para fortalecer a cidadania financeira
Página 7
Paróquia São José do Belém tem igreja e altar dedicados por Dom Odilo Criada há 125 anos, essa igreja é referência no Belenzinho, na zona Leste, e tem buscado dinamizar suas ações evangelizadoras. O marco das comemorações será a reinauguração dos sinos da matriz, no dia 19. Páginas 16 e 17
Na Assunção de Nossa Senhora ao céu se cumpre a promessa do Senhor “Olhando para Maria, temos a certeza de que a vitória de Deus também será a nossa”, disse o Cardeal Scherer, na Solenidade da Assunção, dia 15. Página 15
Conheça os contemplados com a Medalha São Paulo Apóstolo Premiação que será entregue no dia 26 mostra a multiplicidade das ações do povo de Deus na Igreja em São Paulo. Página 18
Irmã Maria Bernadete do Menino Jesus, 38, professa votos de castidade, pobreza e obediência no Mosteiro Carmelita de Santa Teresa, dia 15
No terceiro fim de semana de agosto, a Igreja no Brasil recordou a vocação à vida religiosa consagrada. Na Catedral da Sé, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu uma missa com a participação dos religiosos que vivem e atuam na Arquidiocese de São Paulo, no sábado, 14. No domingo, 15, a Irmã Maria Bernadete do Menino Jesus professou os votos solenes como Carmelita no Mosteiro de Santa Teresa, na zona
Sul da cidade. Formada em Enfermagem, ela sentiu o chamado de Deus e deixou tudo para seguir o Senhor na clausura. Nesta edição, O SÃO PAULO também destaca a origem e evolução da vida religiosa ao longo da história e os desafios das congregações para manter vivas a essência e identidade dessa vocação na Igreja. Páginas 11 a 14
2 | Encontro com o Pastor | 18 a 24 de agosto de 2021 |
cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
A
renovação litúrgica do Concílio Vaticano II deixou de lado ou até negou a dimensão de “sacrifício” na celebração da Eucaristia? Esta questão já foi amplamente esclarecida no passado, mas foi levantada novamente em recentes considerações sobre o motu proprio “Traditionis custodes”, acerca do uso, em nossos dias, do Missal de São João XXIII (1962). Aqui apresento breves esclarecimentos. Um pressuposto necessário é situar a questão na história. Após o Concílio de Trento, a renovação da teologia sobre a Eucaristia e sua celebração destacou muito na celebração eucarística as dimensões de “renovação incruenta do sacrifício de Jesus na cruz” e da “presença real” de Jesus na Eucaristia. Isso foi necessário naquela época, pois a Reforma protestante negava ou reduzia o significado desses dois aspectos importantes do Sacramento da Eucaristia. Com o passar dos tempos, porém, a teologia católica sobre a
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Eucaristia e sacrifício de Jesus Eucaristia acabou ficando unilateral, deixando na sombra outras dimensões também importantes desse “sublime Sacramento”. O movimento teológico que precedeu a reforma litúrgica promovida pelo Concílio Vaticano II recuperou novamente alguns aspectos do Sacramento da Eucaristia, um tanto deixados de lado. À luz dos estudos bíblicos e patrísticos, e, também, da Tradição perene da Igreja, foram destacados os aspectos de banquete e ceia pascal, alimento da fé, ação de graças, “comunhão” com Cristo e com a Igreja, “vínculo de caridade”, anúncio do banquete escatológico do encontro definitivo com o Senhor e penhor da vida eterna. O Sacramento da Eucaristia é riquíssimo de dimensões e significados que não podem ser reduzidos a um ou dois apenas. A celebração da Eucaristia é também a “epifania da Igreja”, que manifesta a natureza íntima de maneira perceptível. A renovação litúrgica do Concílio não abandonou a dimensão sacrifical da celebração da Eucaristia nem a deixou em segundo plano. Aqui não devem ser tomadas como referência as eventuais atitudes e manifestações individuais de algum celebrante ou teólogo, mas os textos oficiais do Magistério sobre a Eucaristia e os próprios textos da celebração eucarística,
especialmente das Anáforas ou Orações Eucarísticas. O ensino do Magistério está sintetizado no Catecismo da Igreja Católica (cf. parágrafos 1322-1419). Passemos a algumas breves referências. Nos três Prefácios da Santíssima Eucaristia a dimensão sacrifical do Sacramento aparece claramente: Jesus “instituiu o sacrifício da nova Aliança e mandou que o celebrássemos em sua memória” (Prefácio 1). “Para que a memória da Cruz salvadora permanecesse para sempre, ele se ofereceu a vós como cordeiro sem mancha e foi aceito como sacrifício de perfeito louvor” (Prefácio 2). A morte salvadora de Jesus por nós também é evocada no 3º Prefácio da Eucaristia: “Vosso Filho, obediente até a morte de cruz, nos precedeu no caminho de volta para vós, que sois o fim último de toda esperança humana”. Em todas as Anáforas, aparece com abundância e clareza a dimensão sacrifical da Eucaristia, não apenas nas palavras da consagração. “Eles vos oferecem este sacrifício de louvor por si e por todos os seus” (Anáfora 1). “Celebrando, pois, a memória da paixão do vosso Filho (...), vos oferecemos, ó Pai, dentre os bens que nos destes, o sacrifício perfeito e santo, pão da vida eterna e cálice da salvação” (ibidem). “Celebrando, pois, a memória da morte e ressurreição
do vosso Filho” (Anáfora 2). As Anáforas 3 e 4 têm o maior número de referências: “Não cessais de reunir o vosso povo para que vos ofereça, em toda parte, do nascer ao pôr do sol, um sacrifício perfeito” (Anáfora 3). “Celebrando, pois, ó Pai, a memória do vosso Filho, da sua paixão que nos salva (...) vos oferecemos em ação de graças este sacrifício de vida eterna” (ibidem). “Reconhecei o sacrifício que nos reconcilia convosco” (ibidem). “Celebrando, pois, ó Pai, a memória da nossa redenção, anunciamos a morte de Cristo” (Anáfora 4). “Nós vos oferecemos o seu corpo e sangue, sacrifício do vosso agrado” (ibidem). “Olhai o sacrifício que destes à vossa Igreja” (ibidem). “Pelos quais vos oferecemos este sacrifício” (ibidem). “Em torno deste altar, vos oferecem este sacrifício” ( ). Também as demais Anáforas mencionam a dimensão sacrifical da celebração eucarística. Quando celebramos a Eucaristia, nós, que não estivemos junto da cruz de Jesus, no Calvário, fazemos o “memorial” da paixão e morte de Jesus por nós. De forma ritual e na fé da Igreja, participamos do único e eterno sacrifício da nossa redenção e recebemos dos seus frutos. Sem esquecer as outras dimensões da Eucaristia que também fazem parte da única fé da Igreja.
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| 18 a 24 de agosto de 2021 | Geral/Atos da Cúria | 3
Dom Odilo faz visita ao Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Assunção Gabriel dos Santos Lima
Gabriel dos Santos Lima ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
O Cardeal Odilo Pedro Scherer esteve no Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Assunção, na tarde da sextafeira, 13, quando se reuniu com os formadores e presidiu missa por ocasião da solene festa da padroeira, celebrada em 15 de agosto. Concelebraram o Reitor, Padre José Adeildo Pereira Machado, e o Vice-Reitor, Padre Neil Charles Crombie. Todos os seminaristas propedeutas participaram da missa. Na homilia, Dom Odilo recordou a feliz memória da festa – e do próprio fato – da Assunção da Virgem Maria na história da Igreja, desde os tempos mais antigos até a proclamação do dogma de fé pelo Papa Pio XII, em 1950. Também destacou como a Assunção da Mãe de Deus a todos confirma a esperança da ressurreição. Ao falar sobre as leituras da missa, o Arcebispo apontou de modo particular a sublimidade do mistério de Maria como “arca da Nova Aliança”, pela qual traz dentro de si mesma o Verbo, a Palavra do Pai, em contraste com a arca da aliança do Antigo Testamento, que trazia dentro de si a Palavra de Deus nas tábuas da Lei.
Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.
Regional Sul 1 envia duas missionárias para a Diocese de Pemba https://cutt.ly/LQBezvc
Dom Odilo sublinhou o modo como Maria, ainda viva neste mundo, era honrada por aqueles que conheciam Seu Filho: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram”.
Etapas de formação
Os propedeutas são os que começam sua caminhada formativa rumo ao sacerdócio. No Propedêutico recebem, por um ano, formação humana e eclesial, estudando documentos do próprio Magistério e também da Arquidiocese, além do ensino litúrgico e de uma preparação para a Faculdade de Filosofia. Concluída essa etapa, inicia-se a do “discipulado”, no qual os seminaristas estudam no Seminário de Filosofia Santo
Cura D’Ars durante três anos, recebendo as bases filosóficas da Teologia e também avançando na formação eclesial e pastoral. Logo após, iniciam a etapa da “configuração” ao Cristo, no Seminário de Teologia Bom Pastor, cursam Teologia na PUC-SP e recebem a formação completa nos âmbitos da espiritualidade, catequese, liturgia, sacramentos, administração paroquial e todas as demais áreas contempladas por um sacerdote diocesano. Tendo-se graduado em Teologia, os candidatos são ordenados diáconos transitórios, e auxiliam outras paróquias durante um ano, para, finalmente, serem ordenados padres. O processo de formação como um todo leva, em média, nove anos.
Edições CNBB oferece curso gratuito ‘Vocação e missão do catequista: Por que um Ministério?’ https://cutt.ly/mQBeUpj Luciney Martins/O SÃO PAULO
Dom Paulo Evaristo será homenageado no Congresso e dará nome a UPA na Mooca https://cutt.ly/nQBeDND Há cinco anos nascia o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida https://cutt.ly/8QBe65g
Cardeal Scherer preside missa no Mosteiro da Visitação de Santa Maria Irmã Maria Lúcia
Irmã Tatiana Sjasins, VSM
Atos da Cúria
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Na memória litúrgica de Santa Joana Francisca Frémyot de Chantal, na quinta-feira, 12, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu missa na clausura das religiosas contemplativas do Mosteiro da Visitação de Santa Maria, na Vila Mariana. Concelebraram os capelães xaverianos, Padres Rafael López Villaseñor, Provincial, e Marcelo Ávila. A capela, todavia, permanece fechada ao público. A Ordem da Visitação de Santa Maria foi fundada por Santa Joana Francisca e por São Francisco de Sales, em 1610, na França. Na homilia, o Arcebispo de São Paulo enfatizou que este é o momento
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DECRETO DE NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE CAPELÃO: Em 11/08/2021, foi nomeado e provisionado como Capelão da Capela do Hospital das Clínicas FMSP, no bairro Cerqueira César, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Carlos Toseli, MI, pelo período de 05 (cinco) anos. de as pessoas lançarem toda a confiança em Deus, que ama com amor infinito, e fazer uma experiência pessoal deste Amor que transforma a vida. Também exortou que se reze pelas vocações e pelas famílias.
Eliane Ramos
Dom Odilo lembrou, ainda, que Santa Joana Francisca, em sua época, enfrentou graves conflitos, mas os superou com profundo espírito de fé, trabalho, oração e um insuperável amor a Jesus Cristo.
POSSE CANÔNICA: Em 25/07/2021, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Santo Emídio, no bairro de Vila Prudente, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Edmar Aparecido de Oliveira, SS.CC.
‘Maria é elevada ao céu, a morte não teve poder sobre ela’ Redação
osaopaulo@uol.com.br
A padroeira da Paróquia Assunção de Nossa Senhora, no Setor Pastoral Cerqueira César, foi celebrada solenemente no domingo, 15, com duas missas às 11h e às 18h30, esta última presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer e concelebrada pelos Padres Juarez Pedro de Castro, Pároco; Cícero Alves de França, Reitor do Seminário de
Teologia Bom Pastor e colaborador na Paróquia; e José Ferreira Filho, assistidos pelo Diácono Permanente Antonio Monge de Carvalho. “Toda a Igreja se alegra por este grande sinal que Deus nos deu por meio da Virgem Maria, elevada ao céu em corpo e alma”, disse o Arcebispo Metropolitano no começo da missa. “Maria é elevada ao céu, a morte não teve poder sobre ela”, enfatizou Dom Odilo na homilia, destacando,
ainda, que o próprio Deus, após ter escolhido Nossa Senhora como a mãe do Salvador, “a levou consigo para estar, desde logo, no céu transfigurada, ressuscitada, participando da plenitude da vida eterna”. O Arcebispo Metropolitano pediu também que Maria assunta ao céu intercedesse por todos os fiéis, em especial os doentes, e pelas famílias, e que sempre ajude os cristãos a perceber que há razões para viver e render graças a Deus.
4 | Ponto de Vista | 18 a 24 de agosto de 2021 |
Vida Consagrada
V
ida Consagrada. Assim a Igreja Católica define o modo de viver das pessoas que renunciaram a uma vida profissional promissora, à posse de bens materiais, ao Matrimônio, numa opção livre e consciente de entrega de vida a Deus, à Igreja, no seguimento de Jesus Cristo mediante a vivência dos conselhos evangélicos. Em vista da santificação do Corpo Místico de Cristo por meio da oração, penitência e trabalho, no caso das congregações de vida contemplativa; do serviço à evangelização, no caso das ordens missionárias; na busca da promoção da dignidade humana, muito próprias das congregações de vida ativa, masculinas e femininas, que atuam nas áreas da educação, saúde, assistência aos mais pobres, os religiosos e religiosas, com carismas diferentes, têm em comum ter encontrado em Deus o amor absoluto de suas vidas que os projetam ao amor ao próximo.
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Editorial
Nesse espírito de amor e entrega, santas como Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), Teresa de Lisieux, Teresa de Ávila, Catarina de Siena e Clara de Assis selaram um verdadeiro matrimônio espiritual com Cristo; santos Bernardo de Claraval, Francisco de Assis e João da Cruz, na austeridade e pobreza, enriqueceram-se de Deus; Domingos de Gusmão fundou uma ordem de pregadores e Inácio de Loyola constituiu um verdadeiro exército missionário para Jesus Cristo, espalhando o Evangelho como sementes lançadas em todas as direções; Teresa de Calcutá se pôs a serviço dos mais pobres entre os pobres e Maria Rita Lopes Pontes de Souza Brito (Irmã Dulce) se tornou o Anjo Bom da Bahia. Coisas de um passado cristão e glorioso? Giuliane Roman, 24, é uma jovem engenheira civil que até pouco tempo trabalhava em uma empresa prestadora de serviços à Companhia do Metropolitano de São Paulo. Batizada
católica (como quase todos os brasileiros), frequentando uma paróquia na zona Norte de São Paulo, onde recebia com frequência os sacramentos, enamorou-se de tal forma de Jesus Cristo que sentiu em seu coração “uma necessidade muito grande de pertencer a Jesus”. Em 10 de julho último, ingressou no aspirantado do Mosteiro Carmelita de Santa Teresa de Jesus, no bairro do Jabaquara, onde no domingo, 15, Solenidade de Nossa Senhora da Assunção, outra religiosa, a Irmã Maria Bernadete, professou os seus votos solenes (veja reportagem na página 14). Estes são apenas dois entre muitos outros exemplos contemporâneos que poderiam ser citados e que mostram a vivacidade e a força de atração que as diversas congregações religiosas, com seus carismas, continuam exercendo, movendo jovens a uma entrega total de suas vidas. São como aquele vendedor de pérolas aludido no Evangelho de Mateus 13,45, que, ao encontrar uma de
grande valor, vai, vende todos os seus bens para possuí-la; ou como aquele que, tendo encontrado um tesouro no campo, deixa-o escondido, e, cheio de alegria, vai, vende todos os seus bens, e compra aquele campo. “Em tanta variedade de dons, todos aqueles que são chamados por Deus à prática dos conselhos evangélicos e fielmente os professam, se consagram de modo particular ao Senhor, seguindo Cristo, que, sendo virgem e pobre (cf. Mt 8,20; Lc 9,58), remiu e santificou todos os homens pela obediência até a morte da cruz (cf. Fl 2,8). Movidos assim pela caridade que o Espírito Santo derrama nos seus corações (cf. Rm 5,5), mais e mais vivem para Cristo e para o seu corpo, que é a Igreja (cf. Cl 1,24). Quanto mais fervorosamente se unirem, portanto, a Cristo, por uma doação que abraça a vida inteira, tanto mais rica será a sua vida para a Igreja e mais fecundo o seu apostolado” (decreto Perfectae caritatis, 1).
Opinião
‘Maria tudo guardava e meditava em seu coração’ (Lc 2,19) Arte: Sergio Ricciuto Conte
DENER LUIZ DA SILVA Em abril, o Papa Francisco, em uma das catequeses semanais, refletiu sobre o lugar da meditação no caminho cristão. Começou apontando que meditar – em sentido amplo – se encontra, em maior ou menor medida, em todas as religiões; que desde os primórdios a tradição monástica cristã e a dos “santos do deserto”, por exemplo, valorizam práticas contemplativas e meditativas de oração. Nas últimas décadas, além disso, meditar tem sido reconhecido como atividade significativa, mesmo por não religiosos (mindfulness). Isso, em si, é um bem. A prática laica da meditação nasce do reconhecimento de que a agitação, frenesi e barulho do dia a dia prejudicam nossa capacidade cognitiva, afetiva e mental, exigindo “voltarmo-nos para o silêncio”. Assim, meditar tornou-se sinônimo de autocuidado. O Santo Padre nos alerta, contudo, para o fato de nós, cristãos, não confundirmos essa prática – tão acessível e difundida atualmente – com o meditar cristão. Se na primeira – meditação laica – o método (técnicas e posturas) torna-se mais do que um caminho, mas o próprio
fim; na meditação cristã, por outro lado, o método é sobretudo um meio para se chegar a Cristo, para crescer no reconhecimento de sua Presença. Nesse sentido, mais uma vez nos voltamos para Maria, com ensinamentos a registrar e seguir. Diz-se que São José é o santo do silêncio, mas não se deve esquecer que também Maria falava com ponderação e “tudo guardava e meditava em seu coração” (Lc 2,19). A
jovem judia meditava as Escrituras no silêncio e orava quando fora visitada pelo Arcanjo Gabriel. Deixou-se iluminar pelo Espírito Santo quando recitou o Magnificat. Abriu os olhos e admirou-se (interessante que, em italiano, o verbo guardar significa “olhar”) das maravilhas que pastores e Reis Magos diziam sobre o recém-nascido. Foi transparente, como cabe às mães zelosas, ao menino Jesus no Templo sobre o que ela e José sentiram em Sua pro-
cura. Pediu um milagre e o obteve na festa de casamento em Caná; estava de pé, em sua última dor, observando o filho pendendo sobre a Cruz. O silêncio em Maria é aquela atitude corporal e existencial de abertura e expectativa para com a realidade em sua totalidade, entendida como Mistério – porque Deus não se resume jamais a uma única palavra ou sentença. Ela “guardava tudo”, quer dizer, tudo é sinal e manifestação de Deus, portanto, tudo deve ser levado em consideração. Trata-se de um silêncio ativo, engajado, que não é sinônimo de “ausência de barulho”. O Papa nos exorta a não adentrarmos nas práticas meditativas apenas com o objetivo de desenvolver nosso “eu”. O cristão sabe-se fruto de um “relacionamento”. Na meditação cristã – no guardar tudo e acolher com simplicidade a presença desse Outro (Espírito Santo) que nos comunica de modos inesperados –, entregamos o nosso nada e recebemos nosso “eu” transformado, enraizado em Cristo. E isso, aprendemos com Maria. Dener Luiz da Silva é professor de Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
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| 18 a 24 de agosto de 2021 | Regiões Episcopais/Fé e Vida | 5
lapa
Primeira missa é celebrada no terreno da nova matriz da Paróquia São José Benigno Naveira
Benigno Naveira
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
A comunidade de fiéis da Paróquia São José, no Jardim Monte Alegre, Setor Pastoral Pirituba, esteve reunida para celebrar, no dia 8, a Eucaristia pela primeira vez no terreno comprado pela Arquidiocese de São Paulo para a construção da nova igreja matriz, que fica na Rua Jurumbi, 700. Na atual matriz, na Rua José Vicente Ramos, constantemente há inundações decorrentes do transbordamento do córrego Ribeirão Vermelho, que têm provocado avarias em objetos litúrgicos, bancos e outros materiais, e ainda afetam as casas próximas ao templo. Os fiéis saíram em procissão da atual matriz até o terreno do futuro templo, carregando no andor a imagem do padroeiro, acompanhada pelo Vigário-Geral Adjunto, Padre João Carlos Deschamps, que presidiu a missa em seguida, e
Pastoral Social e a Pascom em destaque na reunião do CRP No sábado, 14, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, Setor Lapa, aconteceu a primeira reunião pós-pandemia do Conselho Regional de Pastoral (CRP), coordenada por Dom José Benedito Cardoso e assessorada pelo Padre Antonio Francisco Ribeiro, Coordenador-Geral de Pastoral da Região Lapa. Na ocasião, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa destacou o trabalho da Pastoral Social nas paróquias, a qual, neste tempo de pandemia, ajudou famílias carentes e necessitadas. Ele recor-
dou, também, que os jovens foram bem atuantes nas comunidades e que a Pastoral da Comunicação (Pascom) nas paróquias permitiu que muitos fiéis acompanhassem on-line as missas. Diante do atual momento da sociedade, Padre Antonio tratou das propostas para retornar às atividades em 2022: recomeçar e, sobretudo, como fazê-lo após este tempo de pandemia; avaliar o que aconteceu durante a fase de isolamento, mesmo que ainda não tenha terminado. (BN)
o Padre Admario Gama Cambrainha, Vigário Paroquial. Na homilia, o Vigário-Geral Adjunto lembrou que o terreno foi comprado pela Arquidiocese, com a ajuda da comunidade paroquial e regional. Ele também refletiu sobre o Evangelho do dia (Jo 6,45-51), em que Jesus se apresenta como o Pão vivo descido do céu. Antes da bênção final, Padre Admario agradeceu ao Padre João Carlos Deschamps por ter presidido a missa; ao Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano, e a Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, pela compra do terreno; ao Padre Jaidan Gomes Freire, Administrador Paroquial, pelo empenho e dedicação para a realização da obra; e a toda a comunidade de fiéis pela colaboração. Os que quiserem ajudar com recursos para a realização das obras podem fazê-lo por meio de um carnê de contribuição. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3906-8873.
[LAPA] Após a realização de uma novena preparatória, aconteceu no domingo, 15, a solene celebração da padroeira da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, no Jardim Felicidade, Setor Pastoral Pirituba. Na ocasião, foram celebradas quatro missas, uma delas, a das 9h, presidida pelo Padre Prior Dom Robson Medeiros Alves, OSB, Vigário Paroquial. Durante a celebração, dois monges que se preparam para o sacerdócio receberam o ministério do acolitato. Na celebração das 11h, presidida pelo Padre Dom José Almir Paim, OSB, Pároco, a imagem de Nossa Senhora (por Benigno Naveira) foi solenemente coroada. [SÉ] A Animação Bíblico-Catequética da Região Episcopal Sé realizará, de modo on-line, as atividades da Semana do Catequista, com a seguinte programação: 23/08, 20h - Live “Ser um com o outro” 24/08 - Vídeo “Ser um com o outro na vivência da Palavra” 25/08 - Vídeo “Ser um com o outro na vivência da Liturgia” 26/08 - Vídeo “Ser um com o outro no acompanhamento e na educação da fé” 27/08, 20h - Live “Iniciar na fé” 28/08, 15h – Live “Ministério de Catequistas”, com Dom Odilo
Paróquia São José
[IPIRANGA] No dia 10, ocasião em que foi celebrada a memória litúrgica de São Lourenço, padroeiro dos diáconos, aconteceu a peregrinação dos diáconos permanentes da Região Ipiranga à Paróquia São José, Setor Pastoral Ipiranga. Eles participaram da missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga. (por Caroline Dupim)
Espiritualidade
Assunção de Nossa Senhora Dom Carlos Lema Garcia
Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade
N
o mistério da Assunção, Maria Santíssima, a mais perfeita das criaturas humanas, é elevada em corpo e alma à glória do Céu. O livro do Apocalipse descreve uma cena surpreendente: uma mulher vestida de Sol, com uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça, a Lua a seus pés. Ela chega ao Céu e causa alvoroço: quem é esta? Uma mulher tão formosa! Ela é a criatura mais perfeita que passou por este mundo: é Imaculada, concebida sem pecado e cheia de graça. Elevada
ao Céu, é recebida pelas Três Pessoas da Santíssima Trindade. Depois, é coroada como Rainha do Céu: Mãe de Jesus Cristo, Rei do Universo. Ela surpreende os anjos dos céus, porque, como diz o Salmo, “o rei está encantado com a tua formosura” (Sl 44,12). Como prêmio por sua fidelidade, Deus, em seu divino poder e em retribuição à sua generosidade, quis mantê-la em sua completa integridade de corpo e alma. Seu corpo puro, o primeiro e o mais santo templo do Verbo encarnado, não sofreu a menor alteração, conservando sua mais fina integridade. A Assunção em corpo e alma para o Céu foi como um coroamento das suas prerrogativas: sendo isenta da corrupção do sepulcro e ingressando em corpo e alma na Glória, recebe o prêmio não só na alma, mas, também, no corpo. No dia 1º de novembro de 1950, o Papa Pio XII definiu como dogma de fé
que “a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta à glória celestial em corpo e alma” (constituição apostólica Munificentissimus Deus). Desde os primórdios da Igreja, os cristãos tiveram a convicção de que Santa Maria não experimentou a corrupção do sepulcro, mas foi levada em corpo e alma aos Céus. Como escreve um antigo Padre da Igreja: “Convinha que Aquela que guardara ilesa a virgindade no parto conservasse o seu corpo imune de toda a corrupção mesmo depois da morte. Convinha que Aquela que trouxera no seu seio o Criador feito criança fosse morar nos tabernáculos divinos [...]. Convinha que Aquela que tinha visto o seu Filho na cruz e recebido no seu coração a dor de que estivera livre no parto o contemplasse sentado à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse tudo o que pertence ao seu Filho e fosse venerada por todas as criaturas como Mãe e Escrava
de Deus” (São João Damasceno, Homilia II na dormição da Bem-aventurada Virgem Maria, 14). Vamos fazer nossa a oração mariana mais antiga: “À vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as súplicas que em nossas necessidades vos dirigimos, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, oh Virgem Gloriosa e Bendita”. Vamos acolher-nos à sua proteção. Ela nos ama com seu Coração Imaculado, Ela é mãe de doçura, Ela nos dirige seus olhos misericordiosos e nos prepara um lugar no Céu, junto de seu Filho Jesus. Se temos medo, ela nos protege. Se nos sentimos fracos, a nossa Mãe nos anima e fortalece. Vamos suplicar a sua proteção nas horas difíceis: pelo cansaço e falta de disposição para enfrentar um trabalho, uma dor, uma dificuldade. Vamos invocar o seu doce nome, Maria. Vamos manter a devoção da recitação diária do Terço, petição de crianças pequenas à sua mãe.
6 | Regiões Episcopais | 18 a 24 de agosto de 2021 |
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BRASILÂNDIA Catequistas do Setor Jaraguá participam de encontro com Dom Carlos Alessandro Pedro
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
No sábado, 14, no Santuário da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, no Jaraguá, aconteceu o encontro dos catequistas do Setor Jaraguá, com a presença de Dom Carlos Silva, OFMCap. Participaram todos os padres atuantes no Setor, bem como o Padre Silvio Costa Oliveira, Assistente Eclesiástico Regional da Iniciação à Vida Cristã (IVC). Dom Carlos Silva exortou a todos que tivessem coragem na evangelização catequética de crianças, jovens e adultos; incentivou o uso de todos os meios tecnológicos para tal; e ressaltou a importância de reforçar todo o conteúdo aprendido, sugerindo que
Anderson Braz
cada catequista se reunisse presencialmente com sua turma entre quatro e cinco meses antes do recebimento do sacramento da primeira Comunhão. Na missa conclusiva, foram expostos, no momento da apresentação das ofertas, símbolos específicos que representam os sacramentos do Batismo, da primeira Eucaristia e da Crisma. Ao final, o Bispo entregou a cada coordenador de catequese paroquial a carta apostólica Antiquum ministerium e uma carta do Papa Francisco para orientação da celebração de iniciação dos novos catequistas. Padre Silvio, no término da celebração, pediu que cada catequista estudasse a carta apostólica recebida, pois, em breve, haverá formação de aprofundamento.
[BRASILÂNDIA] Na Solenidade da Assunção da Virgem Maria e dia de São Tarcísio, no domingo, 15, aconteceu na Paróquia Cristo Rei, na Anhanguera, Setor Perus, o encontro e missa dos coroinhas, acólitos e cerimoniários da Paróquia, com a apresentação daqueles que vão iniciar a próxima formação. (por Pascom da Paróquia Cristo Rei)
[BRASILÂNDIA] No domingo, 15, no dia de oração pelos religiosos, o Padre Geraldo Tadeu, RCJ, Superior Provincial dos Rogacionistas, presidiu missa na Paróquia São Luís Gonzaga, Setor Pereira Barreto. Concelebrou o Padre Roberto Moura, Pároco. Também naquele dia, seis jovens da comunidade foram enviados para servir como acólitos e cerimoniários. (por Taíse Cortês) [BRASILÂNDIA] No domingo, 15, foram celebrados os 61 anos de criação da Paróquia Nossa Senhora do Retiro, Setor Pereira Barreto. Na missa pela manhã, presidida pelo Padre Silvio Oliveira, Pároco, houve a entrada da imagem da padroeira. À noite, o Presidente da celebração foi Dom Carlos Silva, OFMCap. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia recordou que a Virgem Maria foi a primeira entre os seres humanos a entrar plenamente na casa de Deus, de corpo e alma, e que o Senhor a preservou de todo o pecado, por isso é imaculada, sem marcas, sem pecado, e seu ventre se tornou a casa de Cristo. (por Natali Félix) [BRASILÂNDIA] No domingo, 15, a Paróquia Santos Apóstolos, Setor São José Operário, encerrou as atividades da Semana Nacional da Família. Houve missa presidida pelo Padre Jaime Izidoro, Pároco. Durante aquela semana, refletiu-se o tema deste ano, abordando a importância do amor e o quanto esse sentimento é fundamental para o fortalecimento das famílias. Ao fim da celebração, houve um momento de adoração ao Santíssimo. (por Pascom Santos Apóstolos)
[BELÉM] No sábado, 14, Dom Luiz Carlos Dias presidiu a missa de encerramento da Semana da Família na Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Califórnia. A celebração teve a presença de inúmeros membros dos grupos da Pastoral Familiar de paróquias da Região. (por Fernando Arthur) [SANTANA] No domingo, 15, na Solenidade da Assunção de Maria, a Comunidade Santo Alfredo e Nossa Senhora do Monte, que pertence à Paróquia Nossa Senhora da Penha, recebeu, pela primeira vez, Dom Jorge Piorezan para celebrar a festa de seus padroeiros e os 42 anos da comunidade. Concelebrou o Padre Juarez Dalan, Administrador Paroquial. Eles foram assistidos pelo Diácono Permanente Welton Tadeu Marcondes de Oliveira. (por Silvano Sousa)
BELÉM Irmãs Scalabrinianas festejam os 150 anos do nascimento da Beata Assunta Marchetti Fernando Arthur
Congregação das Irmãs Scalabrinianas
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
Na Solenidade da Assunção da Virgem Maria, no domingo, 15, Dom Luiz Carlos Dias presidiu missa na Capela Beata Assunta Marchetti, na Vila Prudente, por ocasião dos 150 anos do nascimento da Bem-Aventurada, fundadora da Congregação das Irmãs Scalabrinianas. No início da celebração, a Irmã Leocádia Mezzomo, MSCS, saudou a todos, recordando que naquele local Madre Assunta viveu por muitos anos e cuidou de muitos órfãos e abandonados, em especial migrantes, até falecer em 1948: “Hoje o céu faz uma festa especial porque comemora a chegada da Mãe de Jesus aos céus, e nós celebramos, também com alegria, os 150 anos da Bem-Aventurada Assunta Marchetti”. No início da celebração, entraram as relíquias de primeiro, segundo e terceiro graus da Beata e seus objetos pessoais, como a lanterna que usava para as orações noturnas. “Que elevemos os nossos corações a Deus, irmãos, para que esta celebração possa nos animar a sermos discípulos
de Jesus Cristo, e amar a Igreja e amar Maria, e dessa forma esse amor se transforme em auxílio para os irmãos necessitados, seguindo o exemplo de Madre Assunta Marchetti, que dedicou toda a sua vida às crianças”, disse Dom Luiz Carlos, no começo da missa. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém saudou novamente as Irmãs Scalabrinianas e a equipe de canto formada por crianças atendidas na Casa Madre Assunta, destacando ser este um belíssimo sinal da obra iniciada e continuada por sua fundadora.
Sobre a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, Dom Luiz lembrou aos fiéis que Maria foi glorificada e plenamente transformada pela ressurreição de seu Filho. Também disse que a Assunção de Nossa Senhora é um grande sinal da fé cristã. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese também falou sobre a vida religiosa consagrada, “um grande testemunho, pois vemos que é melhor estarmos diante de Deus”. Ele animou os fiéis à vocação religiosa e ressaltou os trabalhos de Madre Assunta no bairro da Vila Prudente e as demais ações que iniciou e são mantidas ainda hoje. Dom Luiz Carlos exortou os fiéis a irem ao encontro dos mais necessitados, como Maria fez com Isabel e como Madre Assunta fez com as crianças órfãs. No fim da celebração, o Bispo pediu que todos rezassem pelas Irmãs Scalabrinianas, para que suscitem mais vocações na Igreja.
Dom Luiz Carlos Dias preside a missa de 7º dia do Diácono Domingues No sábado, 14, Dom Luiz Carlos Dias presidiu a missa de 7º dia do Diácono Marcos Antônio Domingues, na Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Antonieta. Ele morreu no dia 8, aos 59 anos, em decorrência de complicações da COVID-19. No início da celebração, concelebrada pelo Padre Valdir João Silveira, Pároco, Dom Luiz Carlos saudou os
familiares, amigos e fiéis presentes, lamentou o falecimento do Diácono Domingues, mas disse que agora ele está junto de Deus, o que é motivo de alegria. Na homilia, o Bispo falou sobre a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, celebrada naquele domingo. Dom Luiz Carlos também comentou sobre a vida do Diácono Domingues,
que atuou intensamente na Região Episcopal Belém, no Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e na Rede Vida de Televisão, além de estar sempre atento às famílias, aos jovens e às novas comunidades na Região Episcopal. Ao final, houve uma homenagem ao Diácono Domingues e a seus familiares. (FA)
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| 18 a 24 de agosto de 2021 | Regiões Episcopais/Viver Bem/Fé e Vida | 7
Fé e Cidadania
ipiranga
Sapientia et Augebitur Scientia
Religiosos participam de missa com Dom Ângelo Mezzari Martinho Vagner
Martinho Vagner
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Na manhã do domingo, 15, na Capela Sagrada Família e Santa Paulina, no Ipiranga, as comunidades de vida religiosa consagrada atuantes na Região Episcopal Ipiranga reuniram-se para celebrar a Eucaristia na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, com missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ. No início da celebração, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga convidou os representantes das comunidades religiosas a se apresentarem aos fiéis. Na homilia, Dom Ângelo deu destaque à inspiração evangélica dos fundadores dessas comunidades, que revelaram os sinais da presença dos religiosos no mundo, por meio do carisma de cada congregação ou instituto e pelo dom do Espírito que inspira suas variadas ações. O Bispo ressaltou que a radicalidade do seguimento a Jesus Cristo, pelos conselhos evangélicos da pobreza, castidade e
obediência, demonstra o caráter da espiritualidade e opção pela vida religiosa consagrada. Ao falar a respeito da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, Dom Ângelo refletiu sobre a glorificação de Maria em corpo e alma para o céu, acolhendo a Palavra de Deus que se aplica à vida cristã pela grandeza e maravilha de Maria na humildade de sua vida, na qual o Senhor mesmo se apaixona pelos simples, propondo esta como um estilo muito próprio de ser e de viver. A alegria, como grande dom pelas
maravilhas e obras de Deus, que a cada um confiou a sua mesma missão, deve ser também presença, sinal e missão dos religiosos. De igual modo, o serviço e a missão são a doação plena e total à disposição do Reino, da Igreja, do povo, do mundo, para que, como Maria, de corpo e alma, todos sirvam ao Senhor com alegria até o último dia de suas vidas. No fim da celebração, a Irmã Geralda Martins Cruz, CIIC, agradeceu a presença da comunidade que participa da Capela Sagrada Família e Santa Paulina.
Comportamento Open Banking: a cultura do digital toma o sistema financeiro Crisleine Yamaji Foi dada a largada para a construção de uma desafiadora cultura de compartilhamento de dados cadastrais e transacionais de clientes no Sistema Financeiro Aberto, o Open Banking, com o lançamento (go live) do Open Banking ao público, por meio do início da fase 2 na estruturação desse sistema aberto. O Open Banking encontra-se inserido em um contexto de meses de construção de uma infraestrutura tecnológica de mercado e traz oportunidades para uma experiência nova e totalmente diversa dos usuários, clientes atuais e potenciais de instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Muitos ainda se questionam sobre essa abertura do sistema financeiro e do sistema de pagamentos brasileiro, a ser feita de forma gradual e respeitosa do sigilo bancário, do adequado tratamento de dados pessoais e dos padrões de segurança cibernética das instituições, sistemas e controles no combate e prevenção a fraudes. Grandes instituições financeiras estão envolvidas na implementação e sustentação dessa arrojada inovação tecnológica, de modo a propor o novo e, ao mesmo tempo. garantir
a estabilidade e a transparência fundamentais no setor. Juntam-se a elas, voluntariamente, tantas outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. No Open Banking Brasil, o compartilhamento consentido de uma variedade de dados cadastrais e transacionais de clientes das instituições, atuais e futuros, passará a ser feito de forma paulatina, por meio de canais digitais das instituições, atuais e futuros, com compartilhamento de outros dados transacionais de produtos e serviços, no longo prazo, em novas fases. Esse compartilhamento deverá atender a finalidades específicas, com prazo de, no máximo, 12 meses e sujeito à revogação, a critério do cliente. Embora seja tratado como um novo ecossistema, o Open Banking não é novidade no mundo, já tendo sido implantado na Austrália, Reino Unido e outros países. Esse ecossistema aberto de infraestruturas de plataformas, softwares e interfaces de programação de aplicações (API) costuma ser bastante associado a um novo mundo de soluções e conexões tecnológicas de impacto na experiência digital. No Open Banking, todos estão em processo de fortalecimento e
aprendizado: a estrutura responsável por sua desafiadora governança, as instituições, com o compartilhamento de dados de canais de atendimento e de clientes, produtos e serviços; os próprios clientes, com uma tomada de consciência do valor de seus dados e do domínio do processo de compartilhamento e contratação de novos produtos e serviços. É interessante notar que o Open Banking busca fortalecer a cidadania financeira, a eficiência dos sistemas financeiro e de pagamentos, a concorrência e os novos padrões de inovação, pedras angulares desse novo sistema, ponderadas de uma adequada estabilidade, segurança, privacidade de dados e transparência, bases na relação com os clientes bancários. Se o Open Banking proporciona novos espaços para tecnologias e para instituições provedoras de produtos e serviços, tudo isso não é feito sem uma substancial e importante sustentação das instituições mais tradicionais do País, que lideram, com seus clientes, uma verdadeira mudança da cultura bancária na qual se tornará essencial e inestimável a interação digital. Crisleine Yamaji é advogada, doutora em Direito Civil e professora de Direito Privado. E-mail: direitosedeveresosaopaulo@gmail.com
Padre José Ulisses Leva A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) traz no seu brasão universitário uma frase atribuída a Santo Tomás de Aquino: Sapientia et Augebitur Scientia. Assim, podemos afirmar que “A sapiência e a ciência serão aumentadas”. No momento em que a PUC de São Paulo celebra os seus 75 anos de presença na cidade de São Paulo, a Igreja desenvolve com a Teologia o seu notável papel, como ciência que investiga Deus e colabora com a humanidade. Tempo permanente de cooperação e diálogo. Os séculos XII e XIII foram importantíssimos para a humanidade. Deu-se o surgimento da universidade e a estruturação da Escola Tomista. Às ciências Medicina, Direito e Artes, que nasceram nesse momento na Europa medieval, acrescentamos a Teologia. A ciência que estuda Deus sempre esteve em parceria com as demais áreas do saber, desde as primeiras que foram estruturadas até as mais recentes que chegam ao nosso tempo. A Escolástica é caracterizada por uma maior valorização da filosofia aristotélica e do conhecimento científico defendido por Aristóteles na Antiguidade. Os responsáveis por esse resgate são os monges Santo Alberto Magno e Santo Tomás de Aquino. Santo Alberto Magno nasceu por volta de 1206, e morreu em 15 de novembro de 1280. Monge dominicano e professor na Universidade de Paris (França) e depois em Colônia (Alemanha), ele separava claramente a Filosofia da Teologia, considerando que a primeira seguia apenas a razão, já a segunda se apoiava na revelação e inspiração divinas. Procurou defender o Cristianismo do averroísmo, aristotelismo arabizado. Sua preocupação o leva a procurar subordinar o aristotelismo à fé cristã, sendo, no entanto, um estudioso profundo da obra de Aristóteles, o qual seguiu em muitos aspectos. Insurgiu-se contra a corrente franciscana, à frente da qual estava a proeminente figura de São Boaventura, e que seguia a via do platonismo. Santo Alberto Magno não se limitou a estudar a obra de Aristóteles, tratou de recriá-la com a sua própria experiência e observação. Foi mestre de Santo Tomás de Aquino. Santo Tomás de Aquino nasceu no feudo de Roccasecca, na Sicília, em 1225. Seus estudos iniciais ficaram por conta de monges beneditinos, tendo ingressado como seminarista na Ordem dos Dominicanos, em 1244. A vida de Santo Tomás de Aquino foi dedicada ao estudo e ao ensino de Filosofia e Teologia. Em 1245, o filósofo mudou-se para Paris, continuando seus estudos seminaristas com o célebre padre e filósofo Santo Alberto Magno. Em seguida, passou um tempo em Colônia, entre 1248 e 1252, voltando em seguida a Paris, onde retomou sua pesquisa acadêmica, visando a alcançar o título de doutor em Teologia, feito que conseguiu em 1259. Atribui-se a ele o termo Tomismo, tão importante para o estudo da Teologia. Celebrar os 75 anos da PUC-SP (22/08/1946 – 22/08/2021) é vislumbrar um luzeiro de esperança pelas pesquisas que foram produzidas, ao largo das décadas, e tantas outras que, ininterruptamente, são realizadas. O magistério e as pesquisas tornam a Universidade eficiente e producente. Muitos alunos acorrerão aos seus campi, assim como muitos pesquisadores terão nela a sede das fontes. Lembrar-se das suas bodas de brilhante a faz fulgurante na Igreja de Cristo Jesus e a torna presença marcante na grande cidade, nossa pauliceia desvairada. Padre José Ulisses Leva é professor de História da Igreja da PUC-SP.
8 | Regiões Episcopais | 18 a 24 de agosto de 2021 | [SANTANA] No domingo, 15, na Paróquia Nossa Senhora da Livração, Setor Medeiros, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa na festa de Nossa Senhora da Livração. Na ocasião, foram comemorados os 51 anos da Paróquia. Concelebrou o Pároco, Padre Silvano Alves dos Santos, MSJ. (por Pascom Coordenação Medeiros)
[SÉ] A Pastoral Familiar da Paróquia Santa Francisca Xavier Cabrini, Setor Santa Cecília, promove até o dia 31 a visita da capela com a imagem da Sagrada Família. Junto com a capela, há um roteiro de oração para ser feito em família, promovendo assim a evangelização dentro das casas. (por Padre Luiz Claudio Braga)
[SANTANA] No dia 12, Dom Jorge Pierozan presidiu a missa de abertura do tríduo da padroeira da Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, Setor Tucuruvi. Concelebrou o Padre Raimundo Edimilson Rodri(por Cleide Medeiros) gues, Pároco. [SANTANA] No sábado, 14, Dom Jorge Pierozan conferiu o sacramento da Crisma a jovens, durante missa na Paróquia São Gabriel da Virgem Dolorosa, no Setor Jaçanã. Concelebrou o Padre Alescio Bombonatti, (por Bianca Araújo) Pároco. [SANTANA] Na sexta-feira, 13, na Paróquia Santa Dulce dos Pobres, no Setor Jaçanã, Dom Jorge Pierozan presidiu missa solene na memória litúrgica da padroeira. Concelebraram os Padres Antônio Pedro, Pároco, e Luis Molento, assistidos pelo Diácono Permanente Luiz (por Bianca Araújo) Carlos Peres. [BRASILÂNDIA] Os fiéis da Paróquia Imaculado Coração de Maria, no Jardim Princesa, Setor São José Operário, participaram da Semana Nacional da Família, entre os dias 9 e 14. A semana foi iniciada com a missa presidida pelo Padre Mario Tadeu, Superior dos Religiosos Cônegos Regulares Lateranenses. Concelebraram os Padres Dorival Ferreira, Pároco, e Rogério Pires. Ao longo da semana, foram partilhadas reflexões sobre a família, na qual se vivenciam a fé, a alegria e as dificuldades, e todas as barreiras são superadas pelo amor. Destacou-se, ainda, que os filhos estão sob a responsabilidade dos pais e padrinhos, que devem encaminhá-los na fé. A família, em síntese, é a comunidade fundamental para a construção social e eclesial. (por Karina Marta e Jéssica da Conceição)
[BRASILÂNDIA] A Pastoral Familiar da Paróquia Santa Cruz de Itaberaba celebrou a Semana Nacional da Família, com diversas atividades. Houve o Terço Luminoso da Família, a palestra “Como está a alegria do amor na família nesses tempos de mudança” e a missa de encerramento presidida pelo Padre Patrick Simon Shija, (por Kátia Maderic e Eliana Lubianco) IMC.
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SÉ Dom Carlos Lema Garcia preside missa no encerramento da Semana Nacional da Família Pascom paroquial
POR CENTRO DE PASTORAL DA REGIÃO SÉ Em missa na Paróquia Nossa Senhora da Consolação, Setor Santa Cecília, no começo da tarde do domingo, 15, aconteceu o encerramento da Semana Nacional da Família na Arquidiocese de São Paulo. A missa foi presidida por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, e concelebrada pelo Padre Alessandro Enrico de Borbón, Administrador Paroquial e Assessor Eclesiástico da Pastoral Familiar regional. Na homilia, Dom Carlos Lema relacionou a família aos textos das leituras da Solenidade da Assunção da Virgem Maria: no Salmo, o contexto nupcial; no livro do Apocalipse, uma imagem surpreendente, misteriosa, uma mulher vestida de sol, honrada, com a lua a seus pés, revestida com a Glória do próprio universo, que está para dar à luz, é também a figura da Igreja e mostra que Deus recebe com festa a primeira criatura e única que está em corpo e alma no Céu. É coroada como rainha, pois é a mãe do Rei. Ela tem uma beleza incomparável, além da formosura que Deus lhe concedeu, também tem a formosura da santidade, da Imaculada
Conceição, da plenitude de graça, pois ela é cheia de graça e virtude. O Bispo destacou que Deus tem gratidão à Sua Mãe, pois ela disse “sim” em muitos momentos da vida, como no “Faça-se em mim a Tua vontade”. Deus entra no mundo por meio de Maria, aos 15 anos, que respondeu afirmativamente ao plano de salvação que Deus propôs ao mundo. Dom Carlos Lema ressaltou que Maria teve uma vida comum, mas cheia de exigências de Deus e de dificuldades. Desde a dúvida de José em abandonar sua esposa (uma família ameaçada de separação), a ajuda à sua prima Isabel, as dificuldades
de continuar na vida dura e simples que levava, até depois do nascimento de Jesus, como uma família de refugiados, sem saber o que viria depois, pois tudo estava na mão de Deus. Até os 30 anos de Jesus, quando Maria, já viúva, fica sem notícias dele e apenas sabe que está sendo perseguido. Ao encontrá-lo, assiste de pé o suplício da crucificação de seu Filho. Estavam presentes na celebração o casal coordenador da Pastoral Familiar da Arquidiocese, Aparecida e Ricardo Pupo; e o casal Simone e Bráulio Mavignier Madeira, coordenadores da Pastoral Familiar da Região Sé.
Memorial Achiropita-Orione é inaugurado PASCOM ACHIROPITA A Paróquia Nossa Senhora Achiropita inaugurou no domingo, 15, na solenidade litúrgica da padroeira, um memorial sobre a história desta igreja e da biografia de São Luís Orione, que há cem anos chegava ao Brasil. Com a idealização dos padres orionitas Antônio Sagrado Bogaz, Pároco; Edson Teixeira de Lima e Vanderci José Rocha, Vigários Paroquiais; e do professor João Henrique Hansen, o memorial é composto por painéis e algumas relíquias do fundador da congregação. Participou da solenidade de inauguração o Superior-Geral da Congregação dos Orionitas, Padre Tarcisio Gregório Vieira, vindo de Roma; religiosos da Província Nossa Senhora da Anunciação, à qual pertence a Paróquia, além do Subprefeito
da Sé, Coronel Salles e sua esposa, Márcia, acompanhados de Sidney Lance, chefe das relações institucionais desta Subprefeitura. Todos foram agraciados com o livro comemorativo “100 Anos de Caridade”, cujo lançamento ocorreu na sexta-feira, 13. A obra fala sobre São Luís Orione, a importância da sua vinda ao Brasil e as atividades que realizou. O Memorial Achiropita-Orione, no Bexiga, fica na Rua Treze de Maio, 436, na Bela Vista. Quem quiser adquirir o livro poderá encontrá-lo na secretaria paroquial, localizada na Rua Treze de Maio, 478, na Bela Vista. Outras infor-
Karina Mendes
mações pelo telefone (11) 3106-7235. Neste mês, a Paróquia realiza a tradicional Festa da Achiropita, que em sua 95ª edição acontece no formato delivery, com retiradas somente aos sábados e almoço nas cantinas aos domingos. As vendas antecipadas são feitas pelo aplicativo Achiropita.
Maria Leonice
Hilton Félix da Silva
[IPIRANGA] Entre os dias 9 e 13 foi celebrada a Semana da Família. Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu a missa de abertura, na Paróquia São José, Setor Pastoral Ipiranga. Na ocasião, também ocorreu a peregrinação da Pastoral Familiar por ocasião do Ano de São José.
[SANTANA] Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, conferiu o sacramento da Crisma a nove jovens durante missa no domingo, 15, na Paróquia Nossa Senhora das Graças, Setor Casa Verde. Concelebrou o Padre Maurício José de Lima, Pároco, assistido pelo Diácono Permanente Franco Antonio Abelardo.
(por Maria Leonice e Roberto Pietro Mariannini)
(por Hilton Felix da Silva)
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| 18 a 24 de agosto de 2021 | Geral | 9
O que mudou sobre o julgamento de cardeais e bispos no Vaticano? Reprodução
Fernando Geronazzo
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O segundo semestre letivo de 2021 da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo foi aberto com uma aula inaugural na sexta-feira, 13. O evento acadêmico, realizado on-line, teve como tema as modificações no foro de julgamento dos cardeais e bispos nos órgãos judiciais do Estado da Cidade do Vaticano, promulgadas pelo Papa Francisco em 30 de abril. O tema foi apresentado por Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, Bispo Auxiliar de Brasília (DF). Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma, Dom José também foi Oficial do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, no Vaticano. O Bispo iniciou a aula esclarecendo que as alterações promulgadas pelo Papa em uma carta apostólica na forma de motu proprio dizem respeito ao ordenamento jurídico civil do Estado do Vaticano e não à legislação canônica, referente a toda a Igreja Católica.
Santa Sé e Vaticano
Em seguida, Dom José destacou a distinção entre Santa Sé e Vaticano, explicando que a primeira representa o “governo central” da Igreja Católica, isto é, o conjunto dos instrumentos jurídicos e institucionais que servem ao Papa no exercício de seu ministério de sucessor de chefe da Igreja, tanto pessoalmente quanto por meio daqueles que agem em seu nome, como na Cúria Romana. Já o Vaticano é um pequeno estado localizado em Roma, que corresponde à sede onde o Romano Pontífice vive e de onde governa a Igreja. Menor Estado soberano do mundo, a Cidade do Vaticano foi instituída em 1929, após a assinatura do Tratado de Latrão, entre a Igreja e o governo italiano, por meio do qual o Papa voltou a ter uma sede autônoma de qualquer outro Estado para poder exercer livremente a sua missão apostólica. Tal autonomia havia sido perdida com a tomada
permanece a necessidade do consentimento do Papa. Dom José citou como exemplo o recente julgamento no Estado do Vaticano do Cardeal Angelo Becciu, Prefeito Emérito da Congregação para as Causas dos Santos, investigado por crimes de matéria administrativa e patrimonial quando era substituto da Secretaria de Estado da Santa Sé, entre 2011 e 2018, e, por isso, não está sendo julgado por um tribunal canônico, mas pelo tribunal penal do Estado do Vaticano.
Fora do Vaticano
Dom José Aparecido Gonçalves conduz a aula inaugural da Faculdade de Direito Canônico
dos Estados Pontifícios pelo Reino da Itália, em 1870. Dom José enfatizou que, como todo estado soberano, o Vaticano possui um ordenamento jurídico próprio, para reger as questões relacionadas à sua organização e administração. Por isso, a cidade-estado conta com um tribunal dividido em três graus: primeira instância, a corte de Apelação e a corte de cassação. Essa última pode ser comparada a um superior tribunal de justiça. O Estado do Vaticano não possui uma corte constitucional própria – equivalente, no Brasil, ao Supremo Tribunal Federal (STF) –, mas o presidente do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, corte canônica de terceira instância, é o mesmo responsável pela corte de Cassação e tem competência para julgar questões constitucionais relacionadas à cidade-estado.
Esclarecimentos
O Canonista frisou que as mudanças legislativas do Papa Francisco têm sido objeto de interesse da imprensa e de alguns “influenciadores eclesiásticos” das redes sociais. “Infelizmente, não raro, tais notícias são imprecisas e chegam a causar mais confusão do que esclarecimento, inclusive entre pastores [sacerdotes e bispos] e docentes também de Direito Canônico, pela imprecisão da linguagem, desconhecimento da estrutura interna da Igreja Católica e da cidade-estado do Vaticano”, destacou. Entre os equívocos apontados por Dom José na repercussão do motu proprio estão os referentes às manchetes que dizem que o Papa teria acabado com o “foro privilegiado” de cardeais e bispos. “Essa informação é imprecisa, é uma aproximação muito frágil de uma questão muito presente no ordenamento estatal de vários países com regime democrático”, ressaltou. Conforme o Código de Direito Canônico, conjunto de normas (cânones) que orientam a disciplina eclesiástica,
compete exclusivamente ao Papa o julgamento dos cardeais, legados (representantes) pontifícios e, nas causas penais, dos bispos de todo o mundo. Na prática, não é o Pontífice quem julga pessoalmente esses casos. Geralmente, ele delega uma comissão de cardeais ou magistrados.
Reserva de competência
No entanto, essa chamada “reserva de competência” diz respeito a questões espirituais e da vida interna da Igreja, que não são de competência do Estado do Vaticano. Porém, há causas que possuem caráter misto, como os crimes referentes a abusos sexuais de menores, passíveis de punição tanto canônica quanto estatal. Já para aqueles cardeais e bispos a serviço da Cúria Romana, do corpo diplomático, como núncios apostólicos e legados pontifícios, colaboradores de outros organismos do Estado do Vaticano ou, ainda, aqueles que cometem delitos no território vaticano, até então a legislação previa o julgamento pela Corte de Cassação, terceira instância da justiça vaticana. Com a atual legislação, passam a ser julgados pelo tribunal de primeira instância, assim como os demais membros e servidores do Vaticano. Mesmo assim, para esses casos,
Dom José Aparecido explicou, portanto, que tais modificações não atingem os cardeais e bispos do mundo inteiro, que, em matérias canônicas e espirituais, continuam sendo julgados exclusivamente pelo Papa e por quem ele delegar. O Bispo sublinhou, ainda, que um cardeal ou bispo que comete um crime tipificado no país onde vive está sujeito à legislação penal local, independentemente das implicações canônicas que seus atos podem provocar; podendo, dependendo do caso, ser julgado tanto no tribunal local quando pela autoridade da Igreja. Nesse sentido, o Bispo enfatizou que a intenção do Santo Padre não era a de depreciar os cardeais e bispos sujeitos ao ordenamento judiciário vaticano. “Pelo contrário, isso dá ao réu a segurança jurídica de que será julgado em instâncias independentes e por juízes diferentes”, afirmou Dom José, definindo a mudança como “uma correção normativa com base no princípio de igualdade radical dos fiéis, que conserva prudentemente a necessidade de intervenção do supremo juiz e legislador, o Santo Padre”. Para reforçar essa ideia, o Canonista recordou a definição dada por Santo Tomás de Aquino, em sua Suma Teológica: “A lei é uma ordenação da razão, em vista do bem comum, promulgada por quem tem o cuidado da comunidade”, no caso do Papa, o cuidado da Igreja e do Estado do Vaticano.
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Ser coroinha: chance para se familiarizar com a liturgia e para o despertar vocacional Reprodução
Coroinhas, cerimoniários e acólitos da Arquidiocese participaram de live com o Cardeal Scherer, no sábado, 14 Daniel Gomes
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O desejo comum era de que todos estivessem juntos na sacristia da Catedral da Sé antes da missa, dialogassem sobre como ajudam a servir o altar e, ao término da celebração, se unissem para a tradicional foto nas escadarias em frente à Praça da Sé. No entanto, em razão da pandemia de COVID-19, esta missa, que sempre ocorre na proximidade da memória litúrgica de São Tarcísio, 15 de agosto, padroeiro dos coroinhas, não aconteceu. Em seu lugar, porém, a Pastoral Vocacional da Arquidiocese de São Paulo realizou no sábado, 14, uma live com a participação do Cardeal Odilo Pedro Scherer e do Padre Tarcísio Mesquita, Coordenador do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, mediada pelo Padre José Carlos dos Anjos, Promotor Vocacional da Arquidiocese de São Paulo, com a participação on-line de coroinhas, cerimoniários e acólitos não instituídos, bem como de seus formadores nas diferentes paróquias. “Você estão tendo uma ocasião bonita para se familiarizar com as coisas da Igreja, ajudando perto do altar, o que é uma honra, uma alegria e, ao mesmo tempo, um serviço”, disse o Arcebispo Metropolitano no começo do encontro, pedindo a todos que continuem a manter os cuidados para não se contagiar com o coronavírus.
toninho da Rocha Marmo, que nasceu na capital paulista em 1918 e morreu com apenas 12 anos de idade, em 1930, vítima de tuberculose, em um hospital em São José dos Campos (SP). “Ele era um menino de muita fé, rezava muito, tinha grande amor à missa, à Eucaristia e, em casa, brincava de rezar a missa. E fazia isso com tanto fervor que parecia mesmo um padre na missa. Além disso, amava o próximo, sabia que existiam outras crianças doentes e que não encontravam hospitais para serem cuidadas. Diante disso, ele queria que fosse construído um hospital para as crianças e assim foi feito, lá em São José dos Campos, e que hoje leva o nome de Antoninho da Rocha Marmo”, recordou o Arcebispo Metropolitano. O processo de beatificação de Antoninho já tramita na Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano, e, por isso, se tem pedido aos fiéis que rezem pela intercessão deste Servo de Deus. Segundo Dom Odilo, folders com a oração pela graça da beatificação de Antoninho passarão a ser distribuídos de modo mais frequente nas igrejas da Arquidiocese.
live pelo Padre Tarcísio Mesquita. Ele lembrou que o Santo, que auxiliava o Papa Sisto II nas celebrações, foi martirizado em 15 de agosto do ano de 257, em Roma, aos 12 anos de idade, quando tentava levar a Eucaristia a outros cristãos perseguidos e que estavam presos. São Tarcísio foi morto a chutes e pedradas por se recusar a entregar a Eucaristia que carregava em segredo. “Quando lhe reviraram o corpo, os assaltantes não puderam encontrar nem sinal do sacramento de Cristo, nem em suas mãos, nem por entre as vestes”, consta no Martirológio Romano a respeito deste Santo. “Este amor pela Eucaristia, tão marcante na vida de São Tarcísio, se torna, na história da Igreja, um referencial de amor e de respeito à Eucaristia. Esse amor foi se desenvolvendo, se multiplicando no coração dele, e foi por causa disso que ele entregou a sua vida em prol da fé”, destacou Padre Tarcísio, pedindo às crianças e jovens que servem o altar que peçam em suas orações pela intercessão do Santo, a fim de que todos na Igreja, reunidos em torno da Eucaristia, formem uma comunidade unida e atuante.
Antoninho da Rocha Marmo
São Tarcísio
Despertar vocacional
Dom Odilo apresentou aos jovens o testemunho de fé do Servo de Deus An-
O padroeiro dos coroinhas, São Tarcísio, também foi recordado durante a
Respondendo a perguntas feitas por coroinhas na live, Dom Odilo re-
cordou que quando tinha perto dos 10 anos de idade foi coroinha, uma experiência marcante para sua vida de fé. Ele pediu que os meninos e meninas que ajudam a servir o altar colaborassem para atrair mais crianças e jovens para a Catequese: “Esse também é um trabalho pastoral de seu apostolado”. Padre Tarcísio lembrou que foi coroinha quando criança e que a partir dessa atividade teve a certeza do chamado de Deus para o sacerdócio: “O próprio fato de a pessoa servir o altar pode levá-la a querer se dedicar à vida de padre, de religioso, de religiosa”, observou, destacando que não se deve esperar sentir-se completamente preparado para uma vocação, mas, sim, abrir-se à vontade de Deus. “Quando entrei no seminário, o reitor me repetia uma frase: ‘Se tu não és chamado, faça-te chamado’. E isso marcou minha vida, pois a gente se faz para aquilo que amamos.” E este amor pelo serviço do altar foi expresso por alguns dos que interagiram na live, como Karina Alves, da Paróquia Nossa Senhora da Penha, na Região Santana: “Eu amo ser coroinha. Para mim é uma bênção, um chamado de Deus. Eu disse sim para ser coroinha e para ser catequista”. Na conclusão do encontro, o Padre José Carlos lembrou que o Centro Vocacional Arquidiocesano (CVA) está preparado para ajudar no discernimento de meninos e meninas que queiram se consagrar a Deus. O telefone do CVA é o (11) 3104-1795, mas se recomenda que primeiro falem com o padre de sua paróquia: “Coroinha, continue servindo a Deus, esteja sempre próximo à mesa do Senhor, ao altar, e tenha a certeza de que o nosso Deus ama aquele que serve com alegria”, concluiu.
Você Pergunta Por que São João Batista é festejado no dia de seu nascimento e no de sua morte? PADRE CIDO PEREIRA
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Esta é a dúvida da Neusa, que mora no bairro de Santa Cecília. Minha irmã, há dois grandes homens de Deus, citados na Bíblia, que, pela importância que têm na história da salvação, são lembrados duas ve-
zes no calendário litúrgico da Igreja. O primeiro é São João Batista. Ele foi anunciado pelos profetas com a voz que clamaria no deserto, preparando os caminhos do Senhor. Por isso, com o nascimento de João Batista, teve início os tempos messiânicos. A liturgia cristã proclama que ele batizou no Rio Jordão o próprio autor do Batismo. Por isso, seu nascimen-
to é celebrado com festa. A Igreja celebra também o martírio de São João, por sua firmeza na fé e coragem de denunciar o erro de Herodes. Ele foi decapitado na prisão, a pedido da cunhada de Herodes. Essa mulher pediu a Herodes, por meio da filha, a cabeça de João Batista. A outra figura lembrada duas vezes pela liturgia é São Paulo. Lembramos a
conversão dele. Jesus entrou na vida dele e, assim, de perseguidor dos cristãos, tornou-se apóstolo. Coube a ele a missão de levar o anúncio da salvação a todos os povos. Lembramos também o martírio de São Paulo. Ele enfrentou a morte com coragem, feliz por ter anunciado Jesus Cristo e morrido por Ele. Espero ter esclarecido sua dúvida, Neusa.
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Vida religiosa consagrada: esperança e fidelidade ao chamado de Deus Luciney Martins/O SÃO PAULO
No terceiro domingo de agosto, a Igreja convida a rezar e refletir sobre a vida religiosa consagrada, homens e mulheres que doam suas vidas a serviço do Reino
Sinais de esperança
Roseane Welter
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Na vigília da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, padroeira da Catedral da Sé, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a missa na tarde do sábado, 14, por ocasião da abertura da semana dedicada à vida religiosa consagrada, que é celebrada de 15 a 21 de agosto. A missa teve entre os concelebrantes Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Dom Carlos Lema Garcia, Dom Jorge Pierozan e Dom Carlos Silva, OFMCap, Bispos Auxiliares da Arquidiocese, e contou com a presença de representantes do Regional São Paulo da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB-SP), sacerdotes, provinciais e religiosos de várias congregações masculinas e femininas. No início da celebração, o Arcebispo Metropolitano referiu-se à Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, que recorda o dogma mariano, proclamado em 1º de novembro de 1950 pelo Papa Pio XII, no qual se afirma que a Virgem Maria, após sua morte, foi assunta em corpo e alma ao céu. “Maria elevada ao céu dá sentido e esperança às nossas ações, seguimento e responsabilidades de cada dia. Ela é a mãe que olha e intercede por nós, seus filhos”, disse.
Maria: exemplo de consagração
Na homilia, Dom Odilo recordou que a Mãe de Jesus é o grande exemplo de consagração e fidelidade ao chamado divino. “Nesta festa da Assunção, recordamos que Maria é a grande consagrada a Deus, pois colaborou plenamente com a obra divina, sendo assim, associada a Jesus na glória celeste, ao ser elevada ao céu. Maria é, para os consagrados e consagradas, e para toda a humanidade, um grande sinal de esperança no seguimento de Jesus, um sinal seguro do que Deus prepara para todos os que O amam e O acolhem na fé.” O Arcebispo afirmou que aqueles que se consagram a Deus na vida religiosa devem viver, a exemplo de Maria, anunciando a esperança fundada no Evangelho e nas promessas de Cristo, firmes no ideal e com os olhos fixos na meta de chegar à plenitude da vida e da redenção, como Nossa Senhora.
Renovação e compromisso
Dom Odilo lembrou que nos
de dor e sofrimento, somos enviados a proclamar essa esperança pela vivência da sua Palavra”, disse, ressaltando, ainda, que celebrar a vocação religiosa quer ser, também, uma oportunidade de apresentar aos jovens um pouco mais da vida e missão dos consagrados.
muitos momentos de dificuldades, ao longo da história, inclusive no que a humanidade agora atravessa com a pandemia de COVID-19, a vida religiosa consagrada foi capaz de se renovar e ser sinal de esperança. “A pandemia impôs muitas restrições, mas também trouxe um novo olhar, um novo sentido para as urgências da evangelização. A vida consagrada religiosa é, na Igreja, testemunha da esperança, por meio dos votos da vida consagrada, baseados no Evangelho, na esperança dos grandes bens da redenção e da vida eterna”, afirmou, exortando os religiosos a amadurecer a fé, a missão e o compromisso com os irmãos, pois quem “está plenamente disponível a Deus está disponível aos irmãos”, disse. Dom Odilo convidou todos os consagrados a renovar a vivência da
caridade, da fraternidade, do ardor missionário e da entrega a Deus.
Celebrar a vocação
“Cristo nos salva e nos envia” é o tema da Semana Nacional da Vida Consagrada e o lema “Quem escuta minha palavra possui a vida eterna” (Jo 5,24). A temática é extraída da exortação apostólica Christus vivit, publicada pelo Papa Francisco em 2019, e enfatiza o encontro pessoal com Jesus Cristo. Irmã Inês da Costa Camargo é religiosa das Irmãs Franciscanas da Terceira Ordem Seráfica e atua como secretária da CRB-SP. Ela destacou a importância do tema a ser refletido e enfatizou que a vida consagrada é chamada para ser, no mundo, um sinal de esperança. “É Cristo a nossa própria esperança. Em meio a tantas realidades
Orientações para quem deseja consagrar sua vida a Deus na vida religiosa ração: busque na oração diária O um diálogo com Deus sobre sua vocação; Vivência comunitária: participe das atividades da sua paróquia ou comunidade: isso vai confirmando cada dia mais a vivência do chamado; Orientação: procure conversar com seu pároco ou religiosos(as)
para conhecer mais sobre o seguimento, sobre a Igreja; Encontros vocacionais ou retiros espirituais: participe para conhecer os diversos carismas e espiritualidades presentes na Igreja; Decisão: diga “sim” ao chamado de Deus com fé, coragem e generosidade.
Antes do término da missa, Padre Rubens Pedro Cabral, OMI, Coordenador da CRB-SP, agradeceu o testemunho e os sinais de esperança da vida consagrada semeados na Arquidiocese de São Paulo. Ele destacou a mensagem do Papa Francisco por ocasião do Congresso Virtual Continental de Vida Religiosa, convocado pela Conferência Latino-Americana e Caribenha de Religiosos e Religiosas (CLAR). “A vida consagrada é especialista em comunhão; é itinerante e promotora de fraternidade. Cada religioso(a) tem a responsabilidade de viver uma inculturação para, de fato, evangelizar as culturas”, disse o Padre, a partir da carta enviada pelo Pontífice. O Sacerdote reforçou, ainda, o apelo para os consagrados manterem o senso de humor e viverem a alegria em suas múltiplas formas: “A alegria é característica das pessoas que se colocam no caminho de seguimento e que doam suas vidas para amar e servir a Cristo e aos irmãos”.
Rezar pelas vocações
Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Referencial da Coordenação Pastoral dos Ministérios Ordenados, exortou os religiosos a permanecerem firmes na oração, na missão de evangelizar, a rezar pelas vocações e a promovê-las na Igreja. “Unamo-nos na oração pelas vocações sacerdotais e religiosas consagradas. A oração é necessidade prioritária para a Pastoral das Vocações, pois é de uma comunidade orante que brotam as vocações para a Igreja”, afirmou. O Bispo incentivou todos a rezarem pela fidelidade e perseverança dos vocacionados e pela fecundidade ministerial dos que já vivem sua vocação a serviço da Igreja e dos irmãos. “O testemunho dos ministros ordenados e dos religiosos é um exemplo e motivação para o seguimento dos futuros vocacionados.” Dom Ângelo destacou, ainda, que os religiosos são chamados a viver a própria vocação, a exemplo de Maria, que soube ouvir e dizer “sim” ao chamado divino “Eis-me aqui, faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38). Por fim, Dom Odilo agradeceu o trabalho missionário e profético da CRB e exortou os religiosos a permanecerem firmes na missão e carisma. Também pediu que continuassem a rezar pelas vocações sacerdotais e religiosas.
12 | Reportagem | 18 a 24 de agosto de 2021 |
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Consagrados anunciam ao mundo a glória de Deus
Instituto Internacional das Irmãs de Santa Marcelina
Fernando Geronazzo
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Desde as origens da Igreja, houve homens e mulheres que se propuseram a seguir Jesus Cristo e a imitá-lo de modo mais intenso, por meio de uma vida inteiramente consagrada a Deus, vivendo a radicalidade da consagração recebida no Batismo. O Catecismo da Igreja Católica afirma que, sob o impulso do Espírito Santo, “os consagrados se propõem a seguir a Cristo mais de perto, doar-se a Deus amado acima de tudo e, procurando alcançar a perfeição da caridade a serviço do Reino, significar e anunciar na Igreja a glória do mundo futuro”. Distintamente do ministério ordenado dos diáconos, padres ou bispos, a consagração religiosa não se dá por um sacramento, mas por meio da profissão pública dos três votos ou conselhos evangélicos: castidade, pobreza e obediência. Embora seja um ato pessoal, a consagração não é algo privado, sendo acolhido pela Igreja por meio da família religiosa que a reconhece. Atualmente, a vida consagrada na Igreja se organiza em ordens, congregações religiosas, institutos de vida consagrada e sociedades de vida apostólica, manifesta em diversos carismas e missões em diferentes âmbitos da vida eclesial. Em alguns institutos, os nomes dos votos podem variar, mas, para serem reconhecidos pela Igreja, devem conter em sua essência os conselhos evangélicos.
Carisma
Os institutos de vida consagrada vivem segundo um “carisma”, que pode ser entendido como um princípio essencial que define a sua missão específica na Igreja. Essa palavra de origem grega é entendida como “graça” ou “dom”, suscitado por Deus no coração dos fundadores. “Na Igreja, temos um mosaico de carismas que expressam uma dimensão da missão do próprio Cristo no mundo”, afirmou, ao O SÃO PAULO, a Irmã Patrícia Ferreira de Moraes, 42, religiosa da Congregação das Irmãs de Santa Marcelina (Marcelinas), destacando que algumas congregações, por exemplo, identificam-se com a missão de Jesus, Mestre, que ensina e
Religiosas da Congregação das Irmãs de Santa Marcelina, durante peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida (SP)
instrui na fé; outras, com a missão de atender os mais necessitados; outras, ainda, por meio da contemplação de Deus e intercessão pelo mundo. “Todos estamos inseridos na Igreja e somos chamados a servir, cada uma segundo seu carisma”, acrescentou a Religiosa. Durante encontro com os consagrados no Santuário Nacional de Aparecida (SP), em 2007, o Papa Emérito Bento XVI afirmou que os religiosos são “uma dádiva, um presente, um dom divino que a Igreja recebeu do seu Senhor”. Em poucas palavras, o Santo Padre sintetizou o significado da vida consagrada: “Esse amor sem reservas, total, definitivo, incondicional e apaixonado se expressa no silêncio, na contemplação, na oração e nas atividades mais diversas que realizais, em vossas famílias religiosas, em favor da humanidade”.
Origem
Ainda nos tempos dos apóstolos, a vida consagrada surgiu quando inúmeras jovens decidiram se ofertar inteiramente a Deus na consagração voluntária e perpétua da sua virgindade. Na mesma época, também surgiram grupos de viúvas cristãs que decidiram viver a castidade perpétua, por amor ao Reino dos céus. Com o passar dos anos, essas mulheres começaram a se associar em grupos e a viver em comunidade, dedicando-se à oração, à penitência, ao serviço aos seus irmãos e ao trabalho apostólico.
Eremitas e monges
No século III, alguns homens se retiravam para o deserto para viver como eremitas, na solidão, no silêncio, na oração, em meio aos trabalhos manuais para sua subsistência. Aos poucos, a vida eremítica começou a dar lugar à vida comunitária. Daí nasceram os primeiros mosteiros, onde os monges tinham uma vida semelhante à de um eremita, em comunidade, com a presença de um superior e sob uma regra comum. São Bento é considerado o pai do monaquismo no Ocidente. Nascido em Núrsia, na Itália, por volta de 480, viveu como eremita por três anos, até que sua fama se consolidou e outros monges começaram a segui-lo. Anos depois, fundou seu primeiro mosteiro no Monte Cassino, nascendo, assim, a Ordem Beneditina.
Ordens mendicantes
No início do século XIII, surgiram as chamadas ordens mendicantes, que reuniam homens que, inspirados no chamado do Evangelho, consagravam-se a Deus por meio de uma vida de oração, pregação e serviço da caridade para com os mais pobres. Entre essas ordens mendicantes, destacaram-se os Franciscanos e os Dominicanos, que atraíram inúmeras vocações e se espalharam por todo o mundo. Dessas ordens, também nasceram os ramos femininos, estimulados pelo testemunho de consagradas como Santa Clara de Assis.
Contrarreforma
A vida religiosa consagrada também teve um papel importante diante da Reforma Protestante, no século XVI. Nesse período, surgiram religiosos como Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus (Jesuítas), e Santa Teresa d’Ávila, que reformou a Ordem Carmelita. Essas ordens eram caracterizadas pela humildade e incondicional obediência ao Papa, fortalecimento da ação evangelizadora, oração em favor da Igreja e busca da perfeição cristã.
Congregações e institutos
A partir do século XIV, surgiram as chamadas congregações de vida apostólica, voltadas para o serviço pastoral segundo as necessidades locais, por meio das obras de misericórdia espirituais – como a educação, transmissão da fé e formação espiritual – ou corporais – atendimento aos enfermos, aos pobres e sofredores etc. Nas ordens masculinas, sempre existiram alguns de seus membros que eram ordenados sacerdotes para o atendimento da própria família religiosa e o serviço pastoral. Com o tempo, nasceram congregações formadas por sacerdotes que se reuniam para viver uma regra religiosa. A partir do século XX, nasceram novas formas de consagração, como as associações de vida apostólica, institutos seculares e associações de fiéis.
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VOTOS RELIGIOSOS A CASTIDADE “por amor do Reino dos céus” (Mt 19,12), que os religiosos professam, deve ser tida como exímio dom da graça. Liberta de modo singular o coração do homem (cf. 1Cor 7,3235), para que mais se acenda na caridade para com Deus e para com todos os homens [...]. Assim, dão testemunho diante de todos os cristãos daquela admirável aliança estabelecida por Deus e que se manifestará plenamente na vida futura, na qual a Igreja tem a Cristo por seu único Esposo. A POBREZA voluntária, abraçada para seguir a Cristo, é um sinal hoje muito apreciado e deve ser diligentemente cultivada pelos religiosos. Se for necessário, pode ser expressa sob novas formas. Por ela, participa-se da pobreza de Cristo, que sendo rico, por nosso amor se fez pobre, para que nós fôssemos ricos da sua pobreza (cf. 2Cor 8,9; Mt 8,20). Pela profissão da OBEDIÊNCIA, os religiosos oferecem a plena oblação da própria vontade como sacrifício de si mesmos a Deus, e por ela se unem mais constante e seguramente à vontade divina salvífica. Por isso, a exemplo de Jesus Cristo, que veio para fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4,34; 5,30; Hb 10,7; Sl 39,9), e “tomando a forma de servo” (Fl 2,7), aprendeu a obedecer por aquilo que padeceu (cf. Hb 5,8), os religiosos, sob a moção do Espírito Santo, sujeitam-se, na fé, aos superiores. (Fonte: Decreto Perfectae caritatis – Concílio Vaticano II)
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Vida religiosa: convite à renovação na fidelidade aos valores essenciais Nas últimas décadas, percebe-se uma diminuição do número de vocações à vida consagrada no mundo. Reiteradas vezes, o Papa Francisco manifestou que isso se deve, sobretudo, ao que ele chama de “cultura do provisório”, na qual as pessoas não buscam mais compromissos definitivos. Nesse sentido, as congregações e ordens religiosas têm refletido muito sobre esse tema e identificam que esse fenômeno também é fruto de um contexto marcado pela secularização da sociedade, da diminuição do número de filhos nas famílias e da forte influência de valores e tendências na sociedade que contradizem o ideal da vida cristã. Frei César Külkamp, Definidor Geral da Ordem dos Frades Menores (Franciscanos), afirmou ao O SÃO PAULO que, cada vez mais, chega-se à conclusão de que não é renunciando aos valores essenciais da vida consagrada que os institutos religiosos conseguirão atrair mais vocacionados, cedendo à tentação de resumir a questão vocacional apenas à quantidade. “Pelo contrário, estamos mais atentos aos critérios para acolher um jovem que deseja abraçar a vida religiosa. É preciso ser uma pessoa com disposição para a renúncia, para a doação total de si, para abraçar a vida comunitária e ter uma vivência sólida da fé”, sublinhou Frei César, ressaltando, ainda, que, atualmente, existe um desafio anterior ao despertar vocacional, que é a existência de muitos jovens e adultos que, embora tenham sido batizados, não foram concretamente iniciados a uma vida cristã e, por isso, não possuem uma vivência de fé que os ajude a discernir sobre o chamado de Deus.
Sinais dos tempos
Nesse sentido, o Papa Francisco acentuou que a vida religiosa não deve ceder aos seus princípios fundamentais, pois uma vocação não pode ser reduzida à lógica da “lei de mercado”, que adapta a oferta à demanda de um “cliente”. “Esse seria um caminho de ruína e traria muitos outros problemas, não resolvendo efetivamente a questão vocacional”, acrescentou. O Franciscano reconhece que o convite à renovação é constante na Igreja. “Somos sempre chamados a nos abrir ao novo, atentos aos sinais dos tempos, mas mantendo-nos fiéis aos valores fundamentais próprios da vida religiosa”, completou.
Província Franciscana da Imaculada Conceição
Ordem dos Frades Menores, fundada por Francisco de Assis, santo que ainda atrai muitas vocações
cidade e do desapego dos bens materiais. Buscam uma vida configurada a Cristo pobre, casto e obediente, com o desejo de servir a Deus e aos irmãos por meio da entrega total da vida”, ressaltou, frisando que a vida consagrada é um “sinal de contradição” em um mundo marcado por tantos valores que não correspondem ao Evangelho. Já Frei César salientou que, ainda hoje, o grande “promotor vocacional” dos Franciscanos é o próprio São Francisco. Para ele, isso confirma que os jovens se sentem atraídos por um estilo próprio de vida, pela identificação com alguém que viveu a radicalidade da vida cristã e uma íntima união com Cristo. “Francisco foi um jovem de seu tempo, com seus sonhos e aspirações que, de repente, rompe com tudo isso, a partir de uma experiência de fé, e dá um passo ousado em sua vida. Esse caminho percorrido por ele ainda é o forte motivador do despertar vocacional de muitos jovens”, destacou o Frade.
Missão de Cristo
Irmã Patrícia reforçou que sem as
características essenciais que identificam a vida religiosa, como a centralidade da vida espiritual e comunitária, fiel ao seu carisma, regras ou constituições, as congregações seriam apenas organizações não governamentais (ONGs) ou entidades assistenciais do chamado “terceiro setor”. “O que os religiosos realizam tem sua origem na missão do próprio Jesus Cristo”, frisou a Religiosa. E sobre esse aspecto, as Irmãs Marcelinas entendem bem, pois, além de instituições de ensino básico e superior, elas administram um grande complexo hospitalar de referência em saúde pública na zona Leste da capital paulista. “A primeira tarefa da vida consagrada é tornar visível as maravilhas que Deus realiza na frágil humanidade das pessoas chamadas. Antes de qualquer coisa, somos chamadas a experimentar o amor de Deus em nossa vida para que possamos nos doar para as pessoas”, acrescentou Irmã Patrícia, recordando as palavras de São João Paulo II na exortação apostólica Vita consecrata (1996). (FG) Luciney Martins/O SÃO PAULO
Atraídos por uma vida nova
Irmã Patrícia Ferreira de Moraes, atualmente formadora das aspirantes da Congregação das Irmãs de Santa Marcelina, destacou que a maioria das jovens que procuram a congregação se sentem atraídas mais pela natureza própria da vida consagrada do que pelos trabalhos realizados. “Em um mundo secularizado e individualista, vemos jovens em busca do sentido da vida comunitária, da simpli-
Giuliane Roman, 24, recém-ingressa no Mosteiro Carmelita de Santa Teresa de Jesus
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Consagrada para amar e servir a Deus na vida contemplativa Luciney Martins/O SÃO PAULO
para o bem da Igreja e da humanidade: “Assume uma decisão de entrega total da sua vida a Deus, aceita por toda a sua existência o compromisso de viver para sempre fiel a seu Esposo, Jesus Cristo”. A família é conhecida como berço de santas vocações. Na vida religiosa, os pais e irmãos desempenham um papel de intercessores e apoiadores na decisão vocacional. “Deus é generoso demais, me deu filhos maravilhosos, uma filha consagrada que, no seu silêncio, reza pelo mundo e acolhe em suas orações as preces da humanidade. Gratidão e felicidade definem o meu coração”, disse emocionada a mãe, Maria das Dores. “Já vivi muitas alegrias como pai, com meus filhos, mas ver o sim da minha filha a Deus é um momento indescritível”, disse o pai, Francisco Tabosa.
Vida contemplativa
Diante de Dom Carlos Lema, a Irmã Maria Bernadete do Menino Jesus professa os votos solenes no Mosteiro Santa Teresa, no domingo, 15
Jovem religiosa carmelita professa os votos solenes para a vida no silêncio da clausura, em comunhão com a Igreja e com a humanidade Roseane Welter
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Solange de Lima Tabosa, 38, nasceu no bairro do Capão Redondo, zona Sul de São Paulo. Filha de Maria das Dores e Francisco de Assis Tabosa, é a terceira de seis irmãos. Ela sentiu o chamado à vida consagrada aos 14 anos de idade, na Catequese, enquanto se preparava para a primeira Eucaristia. Participava da comunidade e do grupo de jovens no Santuário São José Operário, na Diocese de Campo Limpo. “Costumo dizer que Deus me escolheu desde o ventre materno (Jr 1,5). Ele preparou com muito amor o meu caminho e discernimento vocacional. Sempre quis consagrar minha vida a Deus, para ser toda Dele”, disse. No domingo, 15, a agora
Irmã Maria Bernadete do Menino Jesus professou os votos solenes no Mosteiro Santa Teresa, das Carmelitas Descalças, na zona Sul da capital paulista, durante missa presidida por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar de São Paulo, e concelebrada pelo Padre Vittório Moregola, Capelão do Carmelo, e o Frei Edinaldo da Silva, Carmelita Descalço. Estiveram presentes os pais, irmãos e familiares da professanda.
Caminho de busca
Na juventude, movida pelo desejo de se consagrar a Deus, ela participou durante quatro anos da Comunidade Missionária de Villaregia, que tem a missão Ad Gentes. Cursou Enfermagem e atuou por um período em um hospital. Inquieta, na busca de corresponder aos apelos de Deus, começou a participar de encontros vocacionais nas congregações. “Uma amiga me falou do Carmelo e, então, escrevi uma carta expressando meu desejo de conhecer e me consagrar. Quando li a resposta da Madre sobre a vida e a missão carmelitas, fiquei apaixonada e comecei o acompanhamento vocacional”, recordou. “Conhecer outros carismas me fez ter a certeza de que Cristo me chamava para uma vida de entrega e radicalidade total: foi na vida monástica que encontrei o ideal e o sentido pleno da minha vida”, afirmou.
Etapas formativas
Impelida pelo chamado de Deus, deixou tudo: família, amigos, profissão, e ingressou, em 2015, na Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, aos 32 anos, onde fez as primeiras etapas formativas: aspirantado, postulantado e noviciado. Professou os primeiros votos religiosos em 8 de setembro de 2018, assumindo o carisma do Carmelo, a vida de silêncio, oração e clausura. Por ocasião dos primeiros votos, seguindo as constituições do Carmelo, a Noviça troca de nome. Solange passou, então, a se chamar Maria Bernadete do Menino Jesus.
Sim para sempre
A Irmã Maria Bernadete confirmou seu sim a Deus por toda a sua vida, por meio da vivência dos votos de pobreza, castidade e obediência no Carmelo. Professar os votos solenes é um ato decisivo na vida consagrada religiosa, um sim para a vida toda no seguimento a Cristo na Igreja, a serviço dos irmãos. “Meu coração exulta de alegria. O sim definitivo é uma expressão e confirmação do grande amor de Deus em mim”, expressou a Carmelita ao fim da celebração. Na homilia, Dom Carlos Lema Garcia destacou que Irmã Maria Bernadete celebra a sua profissão perpétua, consagrando-se de maneira definitiva a Deus
Irmã Maria Bernadete afirma que a vida contemplativa não pode ser compreendida como uma fuga da realidade, mas como uma busca profunda de Deus, por meio do encontro consigo mesma, oportunidade de conversão diária, em vista da santidade. “A vida aqui no Mosteiro é uma liberdade que me permite estar com Deus e com os irmãos por meio da oração. Não é uma ideia, é algo concreto”, afirmou a neoprofessa, sublinhando que o Senhor a chama para viver a sua consagração como uma entrega total a Ele e a serviço do seu povo. “Sou muito feliz e realizada na minha vocação. Deus me chamou para ser uma intercessora, na vida contemplativa, para amá-lo e servi-lo, e também aos irmãos, de forma integral e total”, disse a Religiosa, que vive no Carmelo Santa Teresa há seis anos.
Sede de Deus
Irmã Maria José de Jesus é a Priora do Mosteiro e destacou que o que atrai as jovens para a vida consagrada de clausura é a sede de Deus. “O Carmelo atrai homens e mulheres a uma adesão radical ao seguimento a Cristo na vida religiosa por meio dos votos evangélicos de pobreza, obediência e castidade, silêncio e oração”, disse a Madre, pontuando, ainda, que o testemunho dos santos fundadores do Carmelo, da vida marcada pela fidelidade, alegria e a contemplação atraem as jovens numa resposta ao chamado de Deus com fé e coragem. “Aqui no Carmelo, somos 18 irmãs de votos solenes, duas noviças, duas postulantes e uma aspirante, unidas no ideal de seguimento a Cristo na radicalidade do seu Santo Evangelho”, afirmou a Priora, destacando que as Carmelitas estão no silêncio, reclusas do mundo, contemplando e apresentando a Deus, diariamente, os pedidos e clamores da humanidade.
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Assunção de Maria: verdade de fé e sinal da promessa de Deus para a Igreja Luciney Martins/O SÃO PAULO
Fernando Geronazzo
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O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu no domingo, 15, a missa da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. A Eucaristia foi celebrada na Catedral da Sé, que tem Nossa Senhora da Assunção como padroeira. Esse templo foi inaugurado em 1954, quatro anos após a proclamação do dogma que reconhece que, no fim da vida, a Mãe de Deus foi elevada em corpo e alma à glória celeste. Na homilia, Dom Odilo ressaltou que essa solenidade recorda a todos os cristãos a plenitude da glória de Deus. “Toda a Igreja se alegra com Maria, nesta que é a festa da esperança para todos nós. O que Deus realizou em Nossa Senhora é promessa para todos os que estão a caminho da glória celeste”, afirmou. Recordando o trecho do livro do Apocalipse de São João, que descreve a “mulher vestida de sol” e a imagem do dragão, que representa o maligno, o Cardeal enfatizou que, na luta contra o mal, “ao lado de Deus está Maria”. “Invocamos a Mãe de Deus também nas nossas lutas e dificuldades, quando somos tentados ao desânimo, a passar para o ‘outro lado’ e perder o rumo na vida. Permanecemos firmes e perseverantes mesmo quando a luta parece grande. Olhando para Maria, temos a certeza de que a vitória de Deus também será a nossa”, disse o Arcebispo.
Dogma
A fé na Assunção de Nossa Senhora remonta ao século IV. Santo Efrém afirmava que o corpo virginal de Maria não sofreu corrupção depois da morte. Já Santo Epifânio dizia que o fim dela foi prodigioso e que ela possuía o Reino dos Céus ainda com a carne. Os cristãos do século VI celebravam em Jerusalém a festa da Dormição ou Trânsito de Nossa Senhora, em 15 de agosto. Essa compreensão se propagou ao longo dos séculos, consolidada pelas Igrejas orientais desde o século X. Por ocasião do Concílio Vaticano I, em 1870, cerca de 200 bispos pediram ao Papa Pio IX a definição dogmática da assunção de Maria. O assunto, porém, não chegou a ser aprofundado, visto que o Concílio terminou
Imagem de Nossa Senhora da Assunção, Padroeira da Catedral da Sé, é colocada em frente ao presbitério em missa solene, no domingo, 15
antes do tempo previsto. No século XX, os pedidos para o reconhecimento desse dogma continuaram. Em 1946, o Papa Pio XII fez uma consulta aos bispos do mundo inteiro a respeito do tema, com um posicionamento quase unânime. Assim, diante de uma multidão reunida na Praça São Pedro, no Vaticano, o Papa Pio XII proclamou solenemente: “Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à Virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos São Pedro e São Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”.
Escritura e magistério
Na constituição apostólica Munificentissimus Deus (em português: “O mais generoso Deus”), publicada na ocasião da proclamação do dogma da Assunção, o Papa Pio XII ressaltou que,
“por um privilégio inteiramente singular, ela [Maria] venceu o pecado com a sua concepção imaculada; e por esse motivo não foi sujeita à lei de permanecer na corrupção do sepulcro, nem teve de esperar a redenção do corpo até ao fim dos tempos”. O Pontífice afirma ainda que o mistério da Assunção de Nossa Senhora não podia ser conhecido por nenhuma faculdade da inteligência humana só com as forças naturais. “É, portanto, verdade revelada por Deus, e por essa razão todos os filhos da Igreja têm obrigação de a crer, firme e fielmente”, acrescenta. São muitas as referências das Sagradas Escrituras nas quais os santos padres, teólogos e bispos se apoiam para afirmar que Maria foi assunta ao céu (cf. Gn 3,15; Ex 20,12; Is 60,3; Sl 132,8; Ct 3,6; Lc 1,28; Ap 12).
Santos padres
No século VIII, São João Damasceno escreveu: “Convinha que aquela que no parto manteve ilibada virgindade conservasse o corpo incorrupto mesmo depois da morte. Convinha que aquela que trouxe no seio o Criador encarnado habitasse entre os divinos tabernáculos. Convinha que morasse no tálamo celestial aquela que o Eterno Pai desposara. Convinha que aquela que viu o seu Filho na cruz, com o coração traspassado por uma espada de dor de que
tinha sido imune no parto, contemplasse assentada à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que era do Filho, e que fosse venerada por todas as criaturas como Mãe e Serva do mesmo Deus”. Na mesma época, São Germano de Constantinopla julgava que a incorrupção do corpo da Virgem Maria Mãe de Deus e a sua assunção ao céu não são só consequências da maternidade divina, mas também da santidade singular de seu corpo: “Vós, como está escrito, aparecestes ‘em beleza’; o vosso corpo virginal é totalmente santo, totalmente casto, totalmente domicílio de Deus de forma que até por este motivo foi isento de desfazer-se em pó; foi, sim, transformado, enquanto era humano, para viver a vida altíssima da incorruptibilidade; mas agora está vivo, gloriosíssimo, incólume e participante da vida perfeita”.
Imagem da Igreja
Referindo-se a esse dogma, a constituição Lumen gentium, do Concílio Vaticano II, diz que a Mãe de Jesus, tal como está nos céus, já glorificada de corpo e alma, “é a imagem e o começo da Igreja como deverá ser consumada no tempo futuro, assim também na terra brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor”.
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Paróquia São José do Belém abre jubileu com dedicação da igreja e do novo altar Luciney Martins/O SÃO PAULO
Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, realiza o rito de dedicação do altar da matriz da Paróquia São José do Belém, durante missa no sábado, dia 14
Fernando Geronazzo
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A Paróquia São José do Belém, no Belenzinho, zona Leste de São Paulo, iniciou as comemorações dos seus 125 anos de fundação com a missa solene de dedicação do novo altar e de sua igreja matriz, no sábado, 14. A celebração foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. Concelebraram a Eucaristia o Pároco, Padre Marcelo Maróstica Quadro, e o Vigário Paroquial, Padre Thiago Faccini. O templo construído na década de 1920 passou por adequações em seu presbitério, com a construção do conjunto composto pelo novo altar, a mesa da Palavra e a sédia (cadeira do presidente das liturgias). Antes do Concílio Vaticano II (1962-1965), o rito de dedicação das igrejas e altares era comum nas catedrais e grandes santuários assim que eram inaugurados ou tinham suas obras concluídas. Após o Concílio, esse rito se estendeu às demais igrejas, inclusive às que já estavam em funcionamento há mais tempo, para ressaltar a dignidade do templo e a sacralidade do lugar de culto.
Morada de Deus
Na homilia, Dom Odilo meditou sobre o valor e a dignidade dos templos como casa de Deus. “Humanamente, podemos nos perguntar se Deus precisa de igrejas quando o mundo inteiro é pequeno para conter sua presença. Deus aceita que nós, em nosso reconhecimento, devoção e adoração, dediquemos um espaço para sinalizar que Ele tem uma casa no meio de nós”, afirmou. O Cardeal acrescentou que as igrejas são um sinal para a humanidade de que “o Senhor está no meio de nós”, que Ele habita as cidades e se manifesta na vida da sociedade, por meio do testemunho daqueles que creem Nele.
Casa dos cristãos
O Arcebispo ressaltou, ainda, que as igrejas são os lugares em que a família de Deus se reúne para celebrar a sua fé e se encontrar com o Senhor. “A família de Deus precisa de casa e o Pai nos oferece a sua casa”, afirmou. “Aqui, proclamamos a Palavra de Deus, celebramos os sacramentos, testemunhamos a nossa fé”, destacou Dom Odilo, completando que a igreja é também a casa em que se manifestam o amor, o respeito, a fraternidade e a gratuidade. É, ainda, casa que acolhe os pobres, aflitos e necessitados de ajuda, consolo e caridade.
Por fim, o Cardeal afirmou que “os simbolismos, sinais e palavras deste rito colocam em evidência a Igreja do Deus vivo, as pessoas, a comunidade que O acolhe com fé e O adora em espírito e em verdade”, recordando que, como ressalta a Sagrada Escritura, os cristãos são templos de Deus, “as verdadeiras pedras vivas que edificam a Igreja de Cristo”.
Projeto
O projeto dos novos elementos litúrgicos é de autoria do Vigário Paroquial, Padre Thiago Faccini, que também é Assessor do Setor de Espaço Litúrgico da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele explicou que as adequações foram realizadas tendo como referência os elementos artísticos e arquitetônicos dos altares laterais da igreja e da capela do Santíssimo, mantendo, assim, a harmonia do templo. A próxima etapa do projeto é a construção de uma fonte batismal, ainda não concluída. A celebração foi antecedida por um tríduo preparatório, no qual a comunidade aprofundou o sentido dos ritos e sinais da Igreja. Na primeira noite, houve uma missa em honra dos santos cujas relíquias foram depositadas sob o novo altar. Na segunda noite, houve uma adoração eucarística na intenção da comunidade e, na véspera da dedicação, Padre Thiago conduziu um encontro catequético no
qual explicou o significado de cada elemento que compõe o novo presbitério e seu valor para a liturgia da Igreja.
Emoção
Maria Águeda Raposo Barra, 74, atua na Paróquia há cerca de 25 anos. Ministra Extraordinária da Comunhão e agente da Pastoral da Liturgia, ela é uma das responsáveis pelos cuidados dos objetos litúrgicos e das toalhas que ornamentam o altar. “Fiquei muito emocionada ao ver o novo altar ser consagrado. Era um sonho antigo que tínhamos”, contou a leiga, acrescentando que o sonho ficará completo quando for concluída a fonte batismal. Aos 94 anos, Irmã Vergínia Maria Turgato é Religiosa da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, presente na Paróquia há mais de um século, especialmente no Educandário São José do Belém, obra social que atende crianças do bairro há 110 anos. A Religiosa, que atuou como catequista na comunidade por mais de uma década, também estava emocionada com a celebração, principalmente pelo fato de uma das relíquias depositadas sob o altar ser da fundadora de sua congregação, a Beata Bárbara Maix. “Nossa congregação está muito ligada a esta comunidade, que nos acolheu desde o início. Foram muitas gerações de crianças que acompanhamos no educandário”, relatou.
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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
A caminho dos 125 anos A Paróquia São José do Belém foi criada em 14 de agosto de 1897, quando era apenas uma capelinha de aldeia. Localizada na área de um cemitério, que, então, foi transferido para o atual Cemitério da Quarta Parada. Seu terreno foi cedido em 1878 pela Câmara Municipal para a construção de um santuário. Foi em torno dessa igreja que se desenvolveu o bairro do Belenzinho. Na época, a maioria das famílias era de portugueses e italianos, que viviam em fazendas e casas de campo. Como o restante da cidade, o ritmo urbano cresceu, as casas começaram a se aglomerar e as fábricas se instalaram, tornando-o um bairro operário, que reuniu vilas operárias, como a Vila Maria Zélia, a primeira do País. Hoje, as grandes fábricas deram lugar a condomínios que acolhem milhares de novas famílias e novos desafios pastorais.
RITO Aspersão – O rito de dedicação é marcado por diversos símbolos e gestos. O primeiro deles é a aspersão com água benta sobre o povo, templo espiritual. Depois, aspergem-se as paredes da igreja e o altar.
Relíquias – Após a liturgia da Palavra, depois da invocação da Ladainha de Todos os Santos, são depositadas no altar as relíquias de santos e mártires, para significar que o sacrifício dos membros do corpo de Cristo teve a sua origem no sacrifício daquele que é a Cabeça. Nesse caso, foram colocadas as relíquias de São José de Anchieta, Santa Paulina e das Beatas Assunta Marchetti e Bárbara Maix.
Renovação
Incensação – Após a unção, é queimado incenso sobre o altar para significar que o sacrifício de Cristo “sobe para Deus em odor de suavidade”; mas também para exprimir que as orações dos fiéis sobem igualmente até o trono de Deus. Também toda a igreja é incensada, sinalizando que aquela é uma casa de oração, assim como o povo, templo vivo. Revestimento e Iluminação – Por fim, o altar é revestido como sinal de que aquele é o lugar do sacrifício eucarístico e a mesa do Senhor, em volta da qual o sacerdote e os fiéis celebram o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Em seguida, o altar é iluminado com velas, para recordar que Cristo é “luz para a revelação aos povos” e com sua claridade resplandece a Igreja. O templo também é iluminado simbolicamente com velas colocadas junto às cruzes que foram ungidas.
Reinauguração dos sinos Outro marco das comemorações do jubileu da Paróquia São José do Belém é a reinauguração dos sinos da matriz, que serão abençoados na quinta-feira, 19, pelo Cardeal Odilo Scherer. Os oito sinos, datados de 1927, passaram por manutenção, limpeza e modernização do sistema de automação, realizadas pela Fábrica de Sinos de Piracicaba e patrocinadas pelo Grupo Comolatti. Após a reinauguração, os sinos voltarão a soar três vezes por dia (às 9h, às 12h e às 18h) e, também, durante 15 minutos antes das missas. “Nesse tempo em que as vozes se calam e as pessoas não conseguem ouvir umas às outras, os sinos ajudarão o povo a ouvir novamente a voz de Deus”, afirmou o Pároco, reforçando que a comunidade tem a missão de ser sempre um “sacramento”, isto é, sinal visível e sensível da presença de Deus no bairro.
Prece de Dedicação – O celebrante profere uma oração na qual manifesta a intenção de dedicar o templo a Deus para sempre, pedindo a sua bênção. “Que aqui os pobres encontrem misericórdia, os oprimidos alcancem a verdadeira liberdade e todos sintam a dignidade de ser vossos filhos e filhas, até que, exultantes, cheguem à Jerusalém celeste”, diz um trecho da prece. Unção – O altar e as paredes da igreja são ungidos com o óleo do Crisma. Pela unção, o altar se torna o símbolo de Cristo, que é o “Ungido” por excelência com o Espírito Santo. Já a unção da igreja, feita nas 12 cruzes fixadas nas paredes (em templos de dimensões menores isso se faz em quatro cruzes), em recordação dos apóstolos, sinaliza que o templo é perpetuamente dedicado ao culto cristão.
Para o Pároco, a celebração da dedicação do altar e da Igreja marca um horizonte de renovação na vida da comunidade, não apenas em relação ao espaço físico, mas na sua ação evangelizadora. Padre Marcelo ressaltou, ainda, que essa celebração acontece também no contexto do Ano de São José, ocasião em que a Igreja em todo o mundo é chamada a olhar para a vida e o exemplo do seu padroeiro universal. Outro aspecto enfatizado pelo Sacerdote é que a Paróquia inicia seu jubileu em meio ao caminho sinodal da Arquidiocese de São Paulo e da preparação da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que convida a comunidade a refletir sobre os desafios pastorais e a olhar com mais atenção para a realidade que a cerca. “É um momento muito rico para as pessoas perceberem quais são as urgências da evangelização e como iremos responder a esses apelos que a realidade nos faz”, disse o Pároco, destacando o crescimento da população de migrantes, das pessoas em situação de rua, da verticalização do bairro com a construção de novos condomínios habitacionais. (FG)
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Eucaristia – Preparado o altar, é celebrada a Eucaristia, parte principal e a mais antiga de todo o rito de dedicação de uma igreja.
Já virou uma tradição do Grupo Comolatti patrocinar o restauro de sinos de igrejas em São Paulo. Isso começou há mais de dez anos, com um pedido de Dom Odilo. Depois disso, o presidente do grupo, Sergio Comolatti, gostou da iniciativa e, desde então, todos os anos, a empresa patrocina o restauro dos sinos de uma igreja. A partir daí, foram feitos os restauros dos sinos de outras paróquias. Em 13 anos, já foram 15 igrejas que tiveram seus sinos restaurados, entre as quais, a igreja matriz das Paróquias São Vito, Bom Jesus do Brás, Nossa Senhora do Brasil entre outras, além da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte e do Mosteiro de São Bento, no centro. Em 2010, foi restaurado o carrilhão de 61 sinos da Catedral da Sé, o maior da América Latina. (FG)
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Medalha São Paulo Apóstolo será entregue no dia 26 O SÃO PAULO apresenta o perfil das pessoas e instituições contempladas Daniel Gomes
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Criada com o propósito de valorizar, estimular e dinamizar a vida eclesial e pastoral da Arquidiocese de São Paulo, a Medalha São Paulo Apóstolo será entregue aos contemplados no dia 26, às 20h, no Teatro Tuca (Rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes). A partir dos nomes indica-
dos por outras pessoas durante o período de inscrições – que se encerraram em 30 de julho –, uma comissão julgadora escolheu as sete pessoas e três instituições contempladas. Há ainda uma menção honrosa. O perfil dos vencedores expressa a multiplicidade das
ações do povo de Deus na Igreja em São Paulo, sejam as realizadas já há alguns anos, sejam as que surgiram em resposta às urgências advindas da pandemia de COVID-19. Conheça um pouco mais sobre os contemplados em cada categoria: Fotos: Arquivo pessoal
TESTEMUNHO LAICAL
Doutor Dalton de Alencar Fischer Chamone – Paroquiano da Igreja da Cruz Torta (Paróquia Nossa Senhora Mãe do Salvador), o médico e professor universitário já presidiu a Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, o conselho diretor do Instituto Central do Hospital das Clínicas e coordenou os Laboratórios do Instituto do Coração. Atualmente, é professor emérito da Faculdade de Medicina da USP. Doutor Dalton é propagador de uma Medicina humanizada e pautada nos princípios da ética cristã. Em seu consultório, ao longo das décadas, atendeu sacerdotes, religiosos(as) e bispos, incluindo Dom Paulo Evaristo Arns, que faleceu em dezembro de 2016.
EDUCAÇÃO CRISTÃ
Doutor Hélio Begliomini – Aos 66 anos de idade e com uma consolidada carreira na área médica, ele já recebeu dez prêmios de Medicina e 112 de Literatura. Diretor clínico do Instituto de Medicina Humanae Vitae (Imuvi) e paroquiano da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Jardim Tremembé, da Região Santana, desde os anos 1980 ele atende, gratuitamente no ambulatório que criou, pessoas em situação de vulnerabilidade, um trabalho caritativo que inspirou o surgimento de uma farmácia mantida com doações espontâneas de medicamentos.
AÇÃO CARITATIVA E DE PROMOÇÃO HUMANA
Diácono Permanente Nilo José de Carvalho Neto – Assistente Pastoral na Paróquia Santa Teresinha, na Região Santana, ele está à frente do núcleo da Caritas nesta mesma Região e tem feito um zeloso trabalho caritativo em favor dos mais vulneráveis, em especial com a distribuição de cestas básicas. Também anuncia o Evangelho no Conjunto Habitacional Cingapura, na Avenida Zaki Narchi, onde colabora com os grupos de Crisma e de Catequese para crianças e adultos. O Diácono integra a Comunidade Canto de Maria.
DEFESA E PROMOÇÃO DA VIDA E DIGNIDADE HUMANA
Doutor Edson Aparecido dos Santos – Atual secretário municipal de Saúde de São Paulo, ele é formado em História, já foi deputado estadual e federal e atuou em secretarias no estado de São Paulo. Foi indicado à medalha por sua atuação no combate à pandemia de COVID-19, incluindo o apoio dado aos consultórios de rua, formados por equipes multidisciplinares que prestam serviço de atenção integral à saúde da população em situação de rua em diferentes pontos da capital paulista.
AÇÃO MISSIONÁRIA
Padre Flávio Demoliner, SdC – Pároco na Paróquia Santa Cruz, na Região Santana, o Sacerdote de 59 anos também atua em favor das crianças com deficiências físicas e intelectuais atendidas no Recanto Nossa Senhora de Lourdes, no bairro do Horto Florestal. Em agosto de 2020, criou a Pastoral Solidariedade Guanelliana, que tem um olhar caritativo às pessoas em situação de rua, com a distribuição de refeições, roupas e cobertores, além de oferecer momentos de diálogo. Os trabalhos são inspirados no carisma de São Luís Guanella (1842-1915).
CULTURA
“Brasil, Terra de Santos” – A iniciativa apresenta, por meio de perfis no Instagram e no Facebook (@brasil.terradesantos), a biografia dos brasileiros com causas de beatificação e canonização em curso ou já canonizados. Apenas no primeiro ano, foram retratadas mais de cem histórias. Há ainda um canal no YouTube, pelo qual mensalmente são publicadas entrevistas que ajudam a conhecer melhor um dos personagens do mês. Participam do projeto cinco pessoas, atuantes em paróquias das Regiões Episcopais Belém e Sé.
INOVAÇÃO NA METODOLOGIA PASTORAL
Paula Lorenna Alves Pirolo – Em 2015, ela e o esposo, Emerson Pirolo, criaram a Associação Católica Missionários da Redenção, na qual, desde 2017, realizam o projeto Solicitude com as pastorais sociais da Paróquia Jesus Ressuscitado, Setor Conquista da Região Belém. A iniciativa começou com a construção de moradias permanentes para famílias em situação de vulnerabilidade e se expandiu para ações socioeducativas em Saúde, Educação, Segurança, Família e Espiritualidade, alicerçadas na Doutrina Social da Igreja. Em novembro de 2020, o projeto foi implantado também na Paróquia Jesus Ressuscitado, Setor São Mateus.
SERVIÇO SOCIAL
COR - Centro de Orientação à Família – A instituição, fundada em 1971 por Nair Salgado, auxiliada por um grupo de cristãos pertencentes à Legião de Maria, atua na promoção cultural e biopsicossocial do indivíduo e da família, para que se atinjam os níveis condizentes com a dignidade humana. Nestas quatro décadas, destaca-se pelo atendimento a crianças e adolescentes, grupos de mães, realização de cursos profissionalizantes, atenção à população com dificuldades de subsistência e educação de adultos.
COMUNICAÇÃO SOCIAL SERVIÇO SACERDOTAL
Padre Sidinei Lang – Com 71 anos de idade, 37 dos quais dedicados ao sacerdócio, ele é exemplo de dedicação à vocação presbiteral. Atual Diretor Espiritual do Seminário de Teologia Bom Pastor, Padre Sidinei tem contribuído na orientação de muitos seminaristas. Aqueles que com ele convivem o descrevem como alguém com grande exemplo de simplicidade, amor à Igreja e às pessoas mais sofridas. O Padre já foi capelão do Hospital do Servidor Público Estadual.
MENÇÃO HONROSA
Doutor Fábio Nusdeo – Graduado em Economia e Direito pela USP, ele também é doutor em Economia pela mesma universidade, onde atualmente é professor aposentado, mas com vínculo ativo no Programa de Pós-graduação em Direito. É autor de diversos livros e artigos sobre Direito Econômico em seus vários segmentos. Na Arquidiocese de São Paulo, há anos é conselheiro do Conselho de Assuntos Econômicos, uma das ações que testemunham seu amor à Igreja.
TV Canção Nova – Documentário “Deus habita esta cidade – somos suas testemunhas” – O conteúdo foi ao ar pela primeira vez no domingo de Páscoa deste ano, 4 de abril. A importância da Igreja em São Paulo foi retratada a partir de seus templos, seguindo a cronologia da construção de cada um deles e os fatos históricos a eles relacionados. A narrativa foi construída com base em fatos, documentos e depoimentos de especialistas e personagens que expressam a fé e a religiosidade católica na capital paulista.
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| 18 a 24 de agosto de 2021 | Reportagem | 19
Poder público e voluntários se mobilizam em iniciativas de reforço escolar Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis
Daniel Gomes
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Para a maioria dos estudantes, o comparecimento às escolas nos três últimos semestres foi prejudicado, quando não interrompido, em razão da pandemia de COVID-19. Na recente retomada à sala de aula, há perceptíveis atrasos no nível do aprendizado dos alunos em relação ao ciclo de estudos em que estão, razão pela qual os governos estadual e da capital paulista têm estruturado ações de recuperação e há, ainda, mobilizações de voluntários com este propósito.
meio de estratégias diferenciadas que os levem a superar dificuldades”. A Secretaria informou ainda à reportagem que mantém o projeto “Trilhas de Aprendizagem”, uma coleção de cadernos que foram enviados às famílias, com atividades também disponíveis on-line.
Suporte on-line e voluntariado nas escolas estaduais
Diante dos desafios mapeados no aprendizado dos estudantes, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que tem realizado uma série de ações, como o “Além da Escola”, que abrange 500 mil esApoio pedagógico em tudantes mais vulneráveis. “Eles receberam um chip de Paraisópolis internet e estão sendo acompaNa zona Sul da capital paunhados por um professor para lista, o Programa Einstein na Estudante participa de atividade de apoio pedagógico do Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis cada grupo de 8 a 12 alunos. Comunidade de Paraisópolis Este é um trabalho híbrido, que (PECP) – que é mantido há 22 anos pela Sociedade Beneficente Israelita salas de alfabetização, nas quais são Horas de reforço combina o presencial com o remoto, e na rede municipal Brasileira Albert Einstein – identificou, atendidas dez crianças a cada quatro permite que este professor acompanhe Desde a volta às aulas presenciais por meio de uma pesquisa, que 70% das horas. É uma ação de trabalho muito de perto a organização da rotina escolar na rede municipal no dia 2, tem sido crianças que estudam na rede estaduindividualizado, para que cada criança e apoie cada aluno em sua necessidade al de ensino e 59% das que frequentam colocado em prática um projeto de resupere a necessidade educativa que tede aprendizagem”, detalhou à reportanha”, explicou, ao O SÃO PAULO, Telcuperação, “sendo que os que apresengem Bruna Waitman, coordenadora do aulas na rede municipal têm dificuldades ma Sobolh, presidente do Voluntariado tam mais defasagem na aprendizagem Centro de Mídias da Educação de São para manter as atividades escolares na Einstein, detalhando que para o apoio em relação ao ano/série em que estão Paulo, no qual são disponibilizadas as pandemia, especialmente para acessar pedagógico on-line há 42 voluntários e matriculados vão participar da recupeaulas on-line e há canais de diálogo dias plataformas digitais de ensino ou pelo ração paralela no contraturno escolar”, reto com os responsáveis dos estudancada criança é atendida duas vezes por fato de os pais não terem tempo e/ou conhecimentos para ajudá-las. tes para orientações e dicas sobre como informa, em nota, a Secretaria Municisemana, em um período de duas horas pal de Educação. apoiá-los. em cada dia. Por causa disso, no ano passado foi A pasta diz ainda que há atenção esBruna comentou, ainda, que a SecreA presidente do Voluntariado Einscriado o Programa de Apoio Pedagógico tein conta que o parecer dos professopecial às crianças em fase de alfabetizataria da Educação tem permitido ações do Núcleo de Educação do PECP, pelo res e dos estudantes atendidos tem sido ção, por meio da realização de sondagens de voluntariado para apoio pedagógico qual educadores, psicólogos, assistentes positivo e que já há fila de espera para o sobre o nível de ensino e a implementanas escolas. Ela citou o que ocorre na Essociais, psicopedagogos, voluntários e ção de trilhas de atividades específicas e cola Estadual de Ensino Integral Alfredo ingresso no projeto, razão pela qual os parceiros auxiliam cerca de 300 estuacompanhamento de sua evolução. Já os Paulino, no Alto da Lapa, na capital pauorganizadores buscam por voluntários. dantes, de forma virtual e presencial, na lista, onde um grupo de voluntários se estudantes a partir do 3º ano do Ensino É preciso ser maior de 15 anos, ter disrealização das tarefas escolares e na suposição mínima de dois dias por semana dispôs a oferecer aulas de reforço e ajuda Fundamental que estejam com defasaperação de dificuldades no aprendizado. gem de aprendizagem e desenvolvimenpara as atividades ao longo de duas horas para que os estudantes realizem as tare“Cada um dos nossos profissionais to participam “de uma recuperação pafas escolares de casa. O atendimento inem cada um deles. Outras informações atende por duas horas um grupo com ralela, aplicada no contraturno escolar, e dividualizado ocorre durante o período podem ser obtidas pelo telefone (11) três crianças. Além disso, temos três contínua, planejada pelos docentes, por de uma hora por semana. 2151-3580.
Educadora defende que se priorize revisar conteúdos já vistos Professora há 34 anos, Maria do Socorro Lima Nascimento há 14 anos se dedica a atividades de reforço escolar. Ela atende 20 crianças em Manaus (AM), faz mentoria para 273 professores de todo o Brasil e desenvolve materiais pedagógicos, que podem ser vistos pelo Instagram (@limasocorro) ou no site https://apoiodavovo.com. Socorro Lima, como é mais conhecida, considera que a aprendizagem dos estudantes na pandemia foi afetada pela dificuldade dos pais em auxiliar os filhos no ensino remoto, seja pela falta de tempo, seja por não saber lidar com as tecnologias. Outro complicador, em
seu entender, foi o fato de escolas não terem centrado suas ações em conteúdos como leitura, interpretação de texto e as operações básicas de matemática. “Na fase remota, os professores passaram aos estudantes aquilo que normalmente dariam em sala de aula, e agora, nessa volta, dão continuidade ao conteúdo. Entretanto, se a criança teve dificuldade para acompanhar os conteúdos on-line, agora está totalmente ‘perdida’, mas, mesmo assim, obrigada a fazer as atividades”, afirmou Socorro, opinando que o correto seria uma completa retomada daquilo já ensinado, “uma espécie de revisão geral, pois
não adianta, por exemplo, querer que a criança aprenda subtração se ela não sabe nada sobre adição. Fazer horas de reforço, mas continuar apresentando novos conteúdos, não faz muito sentido”, avaliou. Aos pais, ela recomenda que propiciem aos filhos atividades de leitura e interpretação de textos e estimulem as operações básicas da matemática, o que pode ser feito durante as atividades rotineiras da família, como nas situações a seguir: Em meio aos jogos como dominó, fale com as crianças sobre adição e subtração;
nvolva a criança na rotina de comE pras do supermercado, mostrando o quanto se tem para gastar, o valor de cada item e o quanto restou de dinheiro após as compras; Ao calcular as contas mensais a pagar, mostre à criança o valor de cada uma delas e os cálculos feitos; P romova rodas de leitura em família; Leia com as crianças e peça que recontem a história lida. Isso as incentivará a prestar mais atenção ao texto; Procure por atividades lúdicas e materiais pedagógicos na internet.
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PUC-SP inicia comemorações do jubileu de 75 anos Daniel Gomes
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A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) completa 75 anos de fundação no domingo, 22. As atividades em comemoração do jubileu de diamante terão início na sextafeira, 20, às 12h, com uma missa em ação de graças, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Grão-Chanceler da pontifícia universidade. A celebração ocorrerá na Capela da PUC-SP, no campus Monte Alegre, na zona Oeste de São Paulo, com participação presencial restrita e transmissão pelas plataformas digitais: Facebook (@pucsp.oficial) e YouTube (tvpuc). Na terça-feira, 24, às 18h, acontecerá a solenidade de abertura das comemorações de aniversário dos 75 anos, com a participação do Cardeal Scherer, da reitora, a professora doutora Maria Amalia Pie Abib Andery, do secretário estadual da Educação, Rossieli Soares da Silva; e do secretário municipal de Educação, Fernando Padula.
Histórico e missão
Fundada em 1946, a PUC-SP é mantida pela Fundação São Paulo e surgiu da união da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Ben-
to, fundada em 1908, e da Faculdade Paulista de Direito. Em 1947, o Papa Pio XII concedeu à universidade católica o título de pontifícia, de modo que em seus estatutos há o compromisso de
que suas atividades sejam regidas pelos princípios da doutrina católica e fiéis aos ensinamentos da Igreja nas questões de fé e de moral. “No cumprimento de sua missão, a PUC-SP orienta-se, fundamentalmente, pelos princípios da doutrina católica. Dentro desse espírito, assegura a liberdade de investigação, de ensino e de manifestação de pensamento, objetivando sempre a realização de sua função social, considerada a natureza e o interesse público de suas atividades”, consta no descrito da missão dessa pontifícia universidade. Ao tomar posse para o segundo mandato como reitora, em novembro de 2020, Maria Amalia Pie Abib Andery lembrou que a PUC-SP é uma instituição que incide positivamente na capital paulista e também no País. “É ela que produz uma boa parte dos cidadãos que contribui firmemente para os destinos do Brasil e cabe à Universidade produzir conhecimento que garanta a soberania da nação. E tudo isso deve ser feito num clima produtivo, de cordialidade e civilidade”, afirmou. Fonte: PUC-SP
Arquidiocese de São Paulo realiza a Coleta para os Lugares Santos No domingo, 22, em todas as missas na Arquidiocese de São Paulo será realizada a Coleta para os Lugares Santos, que tradicionalmente acontece na Sexta-feira Santa, mas neste ano foi transferida, pois na Semana Santa, em abril, a cidade de São Paulo estava sob a fase mais restritiva de atividades presenciais em razão da pandemia de COVID-19. A Coleta para os Lugares Santos foi instituída por São Paulo VI em 25 de março de 1974, por meio da exortação apostólica Nobis in animo.
“A Igreja de Jerusalém ocupa um lugar de eleição na solicitude da Santa Sé e na preocupação de todo o mundo cristão, enquanto o interesse pelos Lugares Santos, e em particular pela cidade de Jerusalém, emerge mesmo nos grandes consensos das nações e nas maiores organizações internacionais”, afirmou o Santo Padre na exortação apostólica. Em carta publicada em 11 de março, o Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, fez um apelo a todos os cristãos: “Se di-
minuir este pequeno gesto de solidariedade e de partilha, será ainda mais difícil para tantos cristãos daquelas terras resistir à tentação de deixar o próprio país. Será difícil manter as paróquias na sua missão pastoral, e continuar a obra educativa por meio das escolas cristãs e o empenho social a favor dos pobres e dos que sofrem. Os sofrimentos de tantos deslocados e refugiados que tiveram que deixar as suas casas por causa da guerra necessitam de uma mão estendida e amiga para deitar sobre as suas feridas o bálsamo da consolação”. (DG)
Pastoral do Povo de Rua de Teresina (PI) cria fábrica de chinelos Arquivo pessoal
Roseane Welter
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
A Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de Teresina (PI) criou uma fábrica de chinelos, com o objetivo de qualificar profissionalmente as pessoas que auxilia, bem como levantar fundos para a manutenção das atividades pastorais. Em Teresina, a Pastoral tem três casas de apoio e acolhimento a pessoas em situação de rua. Distribuição de cestas básicas, roupas, cobertores, prestação de serviços nas áreas de saúde estão entre as atividades desempenhadas, mas o diferencial é a busca pela qualificação profissional dos atendidos. “Oferecemos café, almoço e jantar nos nossos centros. Isso alivia a necessidade pontual da fome, mas olhar cada um e
Na fábrica da Pastoral, podem ser feitos mil pares de chinelos por semana
oferecer a eles a oportunidade de aprender um ofício é o que abre portas para retomar sua vida”, disse, ao O SÃO PAULO, o Padre João Paulo Carvalho e Silva, Coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de Teresina. Ele ressaltou que a fábrica de chinelos busca proporcionar uma fonte de renda para que as pessoas possam deixar de viver nas ruas
e se manter financeiramente. Desde fevereiro, a fábrica de chinelos funciona diariamente, com maquinário que foi adquirido pela própria pastoral. A capacidade de produção é de mil pares de chinelos por semana. “A pessoa aprende a produzir e a vender o produto. Vemos ali a possibilidade de crescimento e ascensão pessoal. Nosso principal objetivo é inse-
ri-los no mercado de trabalho, para que não dependam apenas de doações”, disse o Sacerdote, recordando que a Pastoral oferece, ainda, cursos de corte e costura, agropecuária, alfabetização, entre outros. Os chinelos confeccionados são vendidos na casa de acolhimento ao preço de R$ 12 (para grandes quantidades) e R$ 15 a unidade. “Todos os que vivem na rua querem um emprego para alugar uma quitinete, retornar a suas famílias e ter uma vida independente. Eles querem voltar a se sentir cidadãos, assim como os outros que estão fora das ruas e dos abrigos”, disse Padre João Paulo. Francisco Adriano Oliveira Souza, 29, é um dos acolhidos pela Pastoral do Povo de Rua e atua na produção dos chinelos.
“Após a morte de minha mãe, conheci o mundo das drogas e fui viver nas ruas. Perdi o emprego, me afastei da minha família. Perdido e sem sentido, procurei ajuda e encontrei o Padre João Paulo, que me acolheu no abrigo. Ele me deu casa, oportunidade e aprendi a produzir os chinelos, uma possibilidade de reinserção social”, afirmou o jovem. A Pastoral recebeu, recentemente, uma doação de 20 hectares de terras na cidade de José de Freitas (PI), a 50 quilômetros da capital do estado. “Nesse terreno, o intuito é criar uma estrutura que possa gerar emprego e renda às pessoas em situação de rua. A agropecuária é um sonho que estamos ainda viabilizando em parceria com as autoridades locais”, pontuou o Sacerdote.
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| 18 a 24 de agosto de 2021 | Papa Francisco | 21
Francisco está preocupado com o Afeganistão, país tomado pelo Talibã Filipe Domingues
Especial para O SÃO PAULO
O Papa Francisco acompanha com atenção os acontecimentos recentes no Afeganistão. Após a oração do Angelus no domingo, 15, ele disse estar “unido à unânime preocupação pela situação” do país. Ele se refere à tomada do Afeganistão pelo grupo extremista islâmico Talibã, após a fuga do presidente Ashraf Ghani. Ele abandonou o país quando o Talibã já assumia o controle efetivo do governo e da maior parte dos territórios afegãos. “Peço que rezem comigo ao Deus da paz, para que cesse o barulho das armas e as soluções passem a ser encontradas à mesa do diálogo”, disse o Pontífice. “Só assim a martirizada população daquele país poderá voltar às próprias casas, viver em paz e segurança, no pleno respeito recíproco.”
20 anos de guerra
Situado no Sul da Ásia, o Afeganistão foi ocupado em 2001 pelas forças militares dos Estados Unidos, em resposta ao histórico
Reprodução de tevê
atentado de 11 de setembro. À época, o governo do presidente George W. Bush acusava o Talibã de sustentar organizações terroristas como a Al-Qaeda – da qual o mentor do atentado, Osama bin Laden, era líder. Com a ajuda de outras potências internacionais, os Estados Unidos prometeram libertar o Afeganistão do Talibã e estabelecer um sistema democrático. Em seguida, deixariam o país. Na prática, o Talibã nunca foi completamente eliminado e, já no início deste ano, ocupava 80% do Afeganistão. Nos últimos 20 anos, nem o governo de Barack Obama nem o de Donald Trump encontraram uma saída eficaz. A presença norte-americana no país é muito impopular nos Estados Unidos. A administração Trump negociou com o Talibã e fechou uma data de retirada das tropas americanas para abril de 2021. O novo governo de Joe Biden não só manteve a estratégia, como a executou prontamente, com algum atraso. No entanto, observadores internacionais dizem que o plano de saída fracassou ao permitir que o Talibã tomasse o poder.
Sejamos humildes, pois ‘Deus não olha aparências, olha o coração’ A humildade de Maria foi o que atraiu o olhar de Deus, disse o Papa Francisco na oração do Angelus no domingo, 15, Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. “A humildade é o segredo de Maria. O olho humano busca sempre a grandeza e se deixa deslumbrar pelo que é aparente. Deus, ao contrário, não olha aparências, olha o coração”, declarou. “Deus exalta aquele que serve. A reflexão sobre a virtude de humildade vem da passagem do Evangelho segundo São Lucas (1,47-48), em que Maria, após encontrar e ser saudada por sua prima Isabel, proclama o canto do Magnificat. Francisco afirmou que este canto, ou poema, é uma “fotografia” de Maria, especialmente quando diz que “exulta em Deus porque enxergou a humildade de sua serva”. Ele recordou que a Assunção de Maria é, na fé católica, um pré-anúncio do Reino dos Céus, aberto a todos
os que creem em Cristo. Ao concluir sua vida terrestre, Maria foi elevada aos céus, “assunta”, em corpo e alma, conforme o dogma da Igreja.
Quem se humilha será exaltado
Nesse sentido, o Santo Padre convida os fiéis a fazerem um exame de consciência sobre sua própria humildade. Enquanto nós buscamos títulos e reconhecimentos, Maria atribui a si mesma o título de “serva do Senhor”. Comentou o Papa Francisco: “Hoje, vendo Maria assunta, podemos dizer que a humildade é o caminho que leva ao céu. Para chegar ao alto, no céu, é preciso permanecer embaixo, como a terra. Jesus nos ensina: ‘Quem se humilha será exaltado’”. O fato de Maria ser chamada de “cheia de graça” por Isabel – expressão que adotamos na oração da Ave Ma-
ria – vem justamente de sua “pequenez” e de seu “esvaziamento”, disse o Pontífice. “Maria é ‘a cheia de graça’ por causa de sua humildade. Também para nós a humildade é sempre o ponto de partida, o início da nossa fé.”
Abrir espaço para Deus
Em parte, essa humildade se expressa no “reconhecer-se necessitados de Deus”. Essa é a chamada “pobreza de espírito”, disse o Papa, ou seja, não “quem é cheio de si e não dá espaço para Deus – e tantas vezes somos cheios de nós mesmos – mas quem se mantém humilde”, pois somente o humilde “permite ao Senhor realizar grandes coisas”. Deus admirou a humildade e a disponibilidade de Maria, afirmou Francisco, e “isso é uma grande mensagem de esperança para nós”, pois “Deus chama também a você para este destino de glória”. (FD)
22 | Pelo Mundo | 18 a 24 de agosto de 2021 |
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Haiti
Enchentes e deslizamentos ameaçam país da América Central após terremoto ACN
JOSÉ FERREIRA FILHO
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Após o abalo sísmico que atingiu o Haiti no sábado, 14, uma nova preocupação surge entre as equipes que atuam na ajuda humanitária local. A tempestade tropical Grace, que se aproxima da ilha caribenha, atravessará a área afetada, com a possibilidade de chuvas fortes e deslizamentos de terra. No fim de semana passado, o epicentro do tremor de magnitude 7,2 na escala Richter foi na cidade de Les Cayes, no oeste do país, a 160 quilômetros da capital, Porto Príncipe, e deixou pelo menos 1,4 mil pessoas mortas e cerca de 6 mil feridos. As equipes de resgate ainda buscavam na tarde de terça-feira, 17, desaparecidos, possivelmente presos nos escombros, porém, a cada hora que passa, a esperança de encontrar sobreviventes diminui.
CASAS
Mais de 13,6 mil casas foram destruídas ou severamente danificadas. Com o terremoto, mais de 700 mil edifícios foram derrubados, incluindo escolas e hospitais. Três dias após o terremoto, as equipes humanitárias ainda não tinham conseguido chegar a muitas áreas, principalmente no departamento de Nippes. Com a destruição de estradas e pontes, é impossível alcançar os que precisam de socorro. “A situação está muito difícil. Muitas
Terremoto causa destruição, 1,4 mil mortos e 6 mil feridos no Haiti, no sábado, 14
casas estão destruídas e tantas outras estão em risco”, disse o Padre Louis Merosné, em Anse-à-Veau, em entrevista por telefone à RFI. “Estamos à espera da tempestade que foi anunciada, mas ninguém quer entrar em casa por medo de tudo desabar.” “As pessoas dormem a céu aberto e se perguntam como vão fazer com essa chuva. Não temos tendas para oferecer, nem abrigos provisórios. Essa é a nossa necessidade número um, junto com comida e água potável”, afirmou. O Padre relatou ter “um pouco de estoque” de alimentos, que costuma doar aos pobres. Segundo ele, porém, a comida terá chegado ao fim em, no máximo, três dias.
AJUDA
A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), organização vinculada à Igreja com diversos projetos humanitários em andamento no país, prometeu doar 500 mil euros em ajuda de emergência para reconstrução das áreas atingidas. “Depois de todos os conflitos políticos que o país vem sofrendo desde 2019 e apenas um mês após o assassinato do presidente da República, Jovenel Moïse, no início de julho, em meio à onda de violência e sequestros que assola o país e, ainda por cima, das notícias que nos chegam de secas e falta de água que já colocaram a população rural em uma po-
breza ainda mais profunda, o terremoto de sábado submeteu milhares de famílias a uma situação pior do que todas as outras. As pessoas estão em choque total”, comentou o presidente executivo da ACN, Thomas Heine-Geldern. A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Fundo de Respostas de Emergência, desembolsou 8 milhões de dólares para socorrer os sobreviventes, e um helicóptero do Programa Mundial de Alimentos distribui auxílio aos haitianos. “As necessidades humanitárias nas áreas afetadas são profundas, pois os serviços essenciais foram interrompidos. Muitas pessoas precisam urgentemente de cuidados de saúde e água potável. Os deslocados precisam de abrigo. Crianças que foram separadas de suas famílias em meio ao caos precisam de proteção”, disse Henrietta Fore, responsável pela equipe de trabalho do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no país. Muitos países, como República Dominicana, México, Estados Unidos e Equador, já ofereceram ajuda com o envio de pessoal, alimentos e equipamentos médicos. O exército norte-americano anunciou a criação de uma missão militar conjunta, assim como o envio de uma equipe para avaliar a situação na área do desastre. Quatro helicópteros foram mobilizados para o transporte. Fontes: A Referência, ONU News e G1
Afeganistão Pânico em Cabul enquanto o Talibã reassume o poder Após uma semana de intensos conflitos, o Afeganistão foi tomado pelo Talibã, movimento nacionalista e organização militar islâmica que agora controla a nação. Em maio deste ano, o governo dos Estados Unidos anunciou a retirada das tropas restantes no país asiático. Com a movimentação, o grupo extremista iniciou uma série de ataques a diversas províncias, capturando todo o território afegão, culminando no domingo, 15, com a tomada da capital, Cabul. O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, fugiu do país algumas horas antes de as tropas insurgentes cercarem a principal cidade do país.
HISTÓRICO
As forças governamentais entraram em colapso sem o apoio militar dos Estados Unidos, que invadiram o país em 2001 após os ataques de 11 de setembro e derrubaram o Talibã por seu apoio à Al-Qaeda. Os norte-americanos, porém, aca-
baram falhando em construir um governo democrático capaz de resistir ao Talibã, apesar de gastarem bilhões de dólares e fornecerem duas décadas de apoio militar.
REALIDADE
O Talibã procurou assegurar à comunidade internacional que os afegãos não deveriam temê-los e que não se vingariam daqueles que apoiaram a aliança liderada pelos Estados Unidos. “Agora é hora de testar e provar, agora temos que mostrar que podemos servir a nossa nação e garantir segurança e conforto de vida”, disse o cofundador do Talibã, Abdul Ghani Baradar. A captura da capital pelo Talibã ocorreu, como em muitas outras cidades, sem o derramamento de sangue que muitos temiam. No entanto, houve cenas desesperadoras no aeroporto de Cabul, enquanto as pessoas tentavam embarcar nos poucos voos disponíveis. “Temos medo de viver nesta cidade”, disse um ex-soldado de 25 anos enquan-
to se aglomerava no meio da multidão na pista do aeroporto.
EVACUAÇÃO
Os Estados Unidos já haviam divulgado um comunicado, juntamente com mais de 65 países, pedindo ao Talibã que permitisse que os afegãos deixassem o país, alertando sobre a responsabilização por quaisquer abusos. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, exortou o Talibã e todas as partes a “exercerem moderação” e disse que os direitos das mulheres e meninas, que sofreram sob o regime talibã anterior, deviam ser protegidos.
LEI ISLâMICA
O Talibã impôs uma interpretação ultraestrita da lei Sharia durante sua regra de 1996 a 2001. Isso incluiu proibir as meninas de frequentar as escolas e as mulheres de trabalhar, enquanto as pessoas eram publicamente apedrejadas até a morte por adultério. Filmes e livros produzidos no Ociden-
te também eram queimados em praça pública. Muska Dastageer, professor da Universidade Americana do Afeganistão, que foi inaugurada cinco anos após a deposição do Talibã em 2001, disse que os residentes de Cabul se sentiam “amedrontados e desamparados”. O governo dos Estados Unidos tem insistido nos últimos dias que suas duas décadas de guerra no Afeganistão foram um sucesso, definido pelo esmagamento da ameaça da Al-Qaeda.
BALANÇO
O presidente Joe Biden também disse que estava determinado e não tinha opção, a não ser retirar as tropas norte-americanas do país, pois não “passaria esta guerra” para outro presidente. Os Estados Unidos, porém, ficaram chocados com o rápido colapso do governo afegão, e os críticos disseram que a reputação norte-americana como potência global foi gravemente manchada. (JFF) Fonte: UCA News
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| 18 a 24 de agosto de 2021 | Geral/Fé e Vida | 23
Liturgia e Vida
Conheça os títulos marianos relacionados à festa da Assunção
21º Domingo do Tempo Comum 22 de agosto de 2021
Fé e amor à Eucaristia Reprodução
Fernando Geronazzo
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Na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, no domingo, 15, a Igreja celebrou o mistério da glorificação da Mãe de Deus elevada ao céu. Embora esse dogma tenha sido proclamado somente em 1950 (leia mais na página 15), os cristãos de várias partes do mundo já veneravam tal mistério mariano há muito tempo. Isso deu origem a diversos títulos e invocações celebrados na mesma data. Veja, a seguir, algumas dessas devoções.
Nossa Senhora da Glória
Esse título faz referência aos dois últimos mistérios gloriosos do Rosário, a Assunção, e a coroação da Virgem Maria como rainha do céu e da terra. O culto a Nossa Senhora da Glória difundido no Brasil remonta ao ano de 1608. Em 1714, começou a ser construída no Rio de Janeiro a Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, que, no século seguinte, tornou-se a Igreja da família real e faz parte do patrimônio histórico. Em São Paulo, a Igreja Nossa Senhora da Glória, construída em 1895, no Cambuci, tornou-se a sede provisória da Paróquia São Joaquim, criada no mesmo ano, pelo então bispo diocesano, Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti. No entanto, o templo continua sendo matriz paroquial até hoje.
Nossa Senhora do Paraíso
Semelhante à devoção a Nossa Senhora da Glória, essa invocação mariana está diretamente associada ao mistério da Assunção de Maria, que, ao ser elevada aos céus, habita
em corpo e alma no paraíso celeste. Essa devoção se popularizou a partir de 1797, em Mazara del Vallo, na Itália, ao redor de uma pintura de autoria do artista Sebastiano Conca, que retrata a Mãe de Deus, cujo semblante e o olhar indicam a contemplação da glória celeste. Em São Paulo, Nossa Senhora do Paraíso é padroeira da catedral dos católicos de rito greco-melquita de origem libanesa. A igreja recebeu esse título por estar localizada no bairro do Paraíso.
Nossa Senhora da Vitória
Também de origem portuguesa, essa devoção está relacionada à glorificação da Mãe de Deus como participante da vitória de Cristo sobre a morte, prefigurando o destino de todos aqueles que, como ela, forem fiéis à vontade de Deus. É padroeira das Arquidioceses de Vitória da Conquista (BA) e Vitória (ES), da Catedral de São Luís (MA) e do estado do Piauí.
Nossa Senhora da Boa Viagem
Devoção de origem portuguesa, invocada pelos navegadores em suas viagens. A primeira igreja com esse título foi construída em 1618. No Brasil, esse culto mariano chegou, no século XVIII, com os colonizadores à Bahia e, em 1707, foi erguida uma capela em Recife (PE), que deu origem ao famoso bairro da Boa Viagem. Nossa Senhora da Boa Viagem é padroeira de Belo Horizonte (MG) e é bastante venerada em São Bernardo do Campo (SP), onde, em 1813, foi criada uma paróquia dedicada a ela, cujo território foi desmembrado da antiga Sé de São Paulo.
Nossa Senhora da Boa Morte Uma das mais antigas devoções marianas tem sua origem em uma tradição do primeiro século, chamada “Dormição de Nossa Senhora”, bastante celebrada pelas igrejas de rito oriental. Segundo esse costume, a passagem da Mãe de Deus para a eternidade é comparada a um sono profundo. Após ser sepultada pelos apóstolos, seu corpo foi elevado à glória celeste. A celebração da Dormição de Nossa Senhora começou a ser feita oficialmente pela Igreja entre os séculos XVII e XVIII. A devoção a Nossa Senhora da Boa Morte chegou ao Brasil por meio dos portugueses. Em São Paulo, é padroeira de uma igreja construída na região central.
Nossa Senhora da Abadia
Esta invocação mariana se originou na Abadia do Bouro, próximo à cidade de Braga, em Portugal, venerada em 15 de agosto. Por volta do ano 883, quando os muçulmanos invadiram a Espanha e Portugal, os monges fugiram e esconderam a imagem da padroeira. Mais tarde, em meados do ano 1100, um nobre português convertido resolveu viver com um eremita nos arredores de Braga e encontrou a imagem. Lá, ergueram uma pequena capela e colocaram a imagem e, aos poucos, começou a atrair fiéis. Essa devoção se popularizou no Brasil a partir de Minas Gerais, onde há várias cidades que têm Nossa Senhora da Abadia como padroeira, e chegou até Goiás, principalmente em Muquém e na antiga capital, Vila Boa (hoje cidade de Goiás), que ainda conserva sua Igreja Matriz, construída no século XVIII.
Os ensinamentos mais importantes do Senhor Jesus foram frequentemente incompreendidos pelos homens. Mesmo entre os discípulos, não raramente palavras importantes do Mestre – ditas com cristalina clareza – se tornaram ocasião de escândalo e controvérsia. Afinal, Ele fora destinado a ser causa de queda ou de ressurreição (cf. Lc 2,34). Nem mesmo São Pedro aceitou inicialmente que Jesus deveria sofrer a Paixão e Morte. Ao falar da indissolubilidade do Matrimônio, Nosso Senhor teve que afrontar perplexidade até entre Apóstolos! Explicando o celibato por amor ao Reino dos Céus, o Senhor logo alertou que “nem todos podem suportar esta palavra” (Mt 19,11). Ainda hoje, desprovidos do dom da caridade e da ciência, a maioria dos homens se escandaliza com essas coisas. Também a Igreja, ao pregar o Evangelho, depara-se com o escândalo de consciências carnais. São Paulo foi desprezado pelos atenienses quando anunciou a Ressurreição. São João teve de refutar com força os que, escandalizados com os sofrimentos do Senhor, sustentavam que Ele não poderia ter assumido a carne humana. Santo Atanásio sofreu perseguições e exílio da parte daqueles que, influenciados por Ário, abandonaram a fé apostólica e negavam a divindade de Cristo. Um dos ensinamentos que mais causam tropeços é a doutrina sobre a Eucaristia. Jesus não podia ter sido mais explícito: “Minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come minha carne e bebe meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,55s). Imediatamente, porém, muitos que lhe nutriam simpatia ou que até o seguiam, disseram: “Esta palavra é dura. Voltaram atrás e não andavam mais com ele” (Jo 6,60.66). E, ao longo da história, tentativas mais ou menos sutis buscaram atenuar a reta consciência católica sobre a presença real do Senhor na Eucaristia. Berengário, Lutero e teólogos modernos procuraram negar o milagre que se dá diariamente em cada Santa Missa às palavras da Consagração, qual seja a conversão do pão e do vinho no Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo. Como antídoto a esses erros, a Igreja propõe um termo: Transubstanciação. Quando as palavras da Consagração são pronunciadas sobre o pão e o vinho, estes se transubstanciam: as substâncias do pão e do vinho dão lugar à substância do próprio Cristo. A aparência permanece igual, mas ali já não há pão e vinho; a Eucaristia é o Senhor, é Deus! Também certas práticas atenuaram a consciência do Mistério da Fé: o abandono da oração de joelhos diante da Eucaristia, os abusos na liturgia, o descuido com os fragmentos das partículas consagradas, as comunhões irreverentes e sacrílegas… Tudo isso ofende a Deus e afasta os fiéis da adoração devida ao Santíssimo Sacramento. A essas coisas devemos opor nossa reverência, amor e adoração a Jesus eucarístico. “Jesus, porém, sabia quem não tinha fé e haveria de entregá-lo” (Jo 6,64). Que o Senhor nos dê fé, amor e reverência à Eucaristia. E sua presença real seja para nós ressurreição, não tropeço!
24 | Publicidade | 18 a 24 de agosto de 2021 |
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