Semanário da Arquidiocese de São Paulo
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ano 66 | Edição 3377 | 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022
Editorial Cristo quis nascer como criança para que o amemos com ternura
Página 3
Encontro com o Pastor A Boa Notícia: o Filho de Deus veio ao mundo para ser um de nós
www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00
‘Uma luz brilhou para nós: nasceu o Salvador, Cristo, o Senhor!’
Página 2
Vatican Media - dez.2018
Opinião O sabor que provamos neste tempo de Natal é suave odor de eternidade
Página 3
Liturgia e Vida O Filho de Deus quis ter uma Mãe e um pai terrenos
Página 19
Comportamento No Natal, reviver em família a verdadeira e absoluta experiência do amor
Página 19
Dom Luiz Carlos Dias assume a Diocese de São Carlos (SP) Posse canônica ocorreu em celebração no sábado, 18, na catedral diocesana. Nomeado pelo Papa Francisco em 20 de outubro, desde 2016 Dom Luiz Carlos era Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. Página 23
Vaticano faz novos esclarecimentos sobre missa de rito extraordinário Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou, no dia 18, detalhes sobre a aplicação da carta “Traditionis custodes”. Página 21
20ª edição do Natal dos Sonhos renova a esperança de crianças Campanha promovida pela Pastoral do Menor arrecadou ao menos 15 mil brinquedos e 60 toneladas de alimentos. Página 22
Ao contemplar o presépio, o cristão recorda o mistério da encarnação do Verbo Divino que, ao assumir a humanidade, conduz à salvação
No dia 25 de dezembro, celebra-se o Natal do Senhor. Mais do que uma data comercial, em que se trocam presentes, esta é a celebração do mistério do Deus que vem ao encontro da humanidade ao encarnar-se, convidando o ser humano a participar da sua divindade e a olhar para o próximo como um irmão, especialmente os que mais necessitam. O Natal também é ocasião oportuna para esten-
der a mão aos mais pobres por meio do exercício da caridade, como a ceia natalina oferecida por pastorais e movimentos da Arquidiocese às pessoas em situação de rua, no domingo, 19. Também nessa perspectiva, O SÃO PAULO trata do combate ao desperdício de alimentos, um pecado que está entre as principais causas da fome no mundo. Páginas 9 a 20 e 24
2 | Encontro com o Pastor | 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 |
cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
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atal tem tudo a ver com família: um casal, uma mulher que dá à luz, nascimento de uma criança, parentes, vizinhos, uma comunidade onde vive a família. O Filho de Deus entra no mundo num contexto de família, e isso tem um significado enorme. Deus valoriza a família humana, está no meio das pessoas que creem e aceitam sua vontade. Deus não desdenha das realidades humanas, mas as assume e as eleva e santifica. Os textos do Natal falam dessa realidade bonita: “Dai-nos participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade” (Missa da noite, oração sobre as oferendas). E ainda, na mesma missa: “Dai-nos alcançar por uma vida santa seu eterno convívio” (Oração da comunhão). No dia do Natal, os textos litúrgicos expressam de forma esplêndida o benefício que o mistério da encarnação e o nascimento do Filho de Deus trazem à humanidade: “Ó Deus, que admiravelmente criastes o ser hu-
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Natal: uma boa notícia para a humanidade mano e mais admiravelmente restabelecestes a sua dignidade, dai-nos participar da divindade daquele que se dignou a assumir a nossa humanidade”. E a oração após a comunhão, da mesma missa, faz um pedido ousado, mas plenamente consequente com o mistério do Natal: “Que o Salvador do mundo, hoje nascido, como nos fez nascer para a vida divina, nos conceda também a imortalidade”. Aprofundando a reflexão sobre o mistério do Natal, perguntamos: por qual motivo o Filho de Deus se fez homem? E a resposta está nos textos da Palavra de Deus e da liturgia: por extremo amor. Somente por isso. Deus não perdeu nada de sua glória, mas o homem foi extremamente valorizado. “Tanto Deus amou o mundo, que lhe entregou seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”, revela Jesus a Nicodemos (Jo 3,16-17). Os prefácios da Missa do Natal expressam igualmente a fé da Igreja na grandeza do mistério do Natal. O 3º Prefácio fala do acontecimento do Natal como um “maravilhoso encontro, que nos dá vida nova em plenitude”. Ainda no mesmo formu-
lário, aparece o significado maior da antropologia cristã: “No momento em que vosso Filho assume a nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável dignidade. Ao se tornar Ele um de nós, nós nos tornamos eternos”. Por aí se compreende bem a afirmação dos Padres da Igreja: a nossa redenção teve início com a encarnação do Filho de Deus em nossa carne humana. O nascimento de Jesus é também um evento maravilhoso de revelação divina: “Reconhecendo a Jesus como Deus visível aos nossos olhos, aprendemos a amar nele a divindade que não vemos” (1º prefácio do Natal). De forma semelhante se expressa a Igreja no 2º prefácio do Natal: “Ele, no mistério do Natal que celebramos, invisível em sua divindade, tornou-se visível em nossa carne”. Nascendo “de mulher”, como diz São Paulo, o Filho de Deus, “gerado antes dos tempos, entrou na história da humanidade para erguer o mundo decaído” e introduzir o homem decaído no reino dos céus. São textos carregados de significado e coerentes com a Palavra de Deus e com a nossa fé em Jesus Cristo. Quanta beleza contém a celebra-
ção do Natal! E nasce daí a dimensão social dessa mesma comemoração. Nós, cristãos, somos chamados a fazer festa, a nos alegrar, a compartilhar nossa alegria com todos! Convidamos também os irmãos de fé diferente e os que não têm fé a se alegrarem conosco. O Natal é uma boa notícia para toda a humanidade! Também é a festa da fraternidade universal de toda a humanidade. O Filho de Deus veio ao mundo para ser um de nós. Mas não somente isso: veio para nos revelar que Deus ama a todos e que todos podem ser filhos e filhas seus. Por isso, todos são chamados a serem irmãos e a viverem assim. A fraternidade da grande família humana, sem distinção, é decorrência de nossa fé em Deus e na encarnação do Filho de Deus em nossa humanidade. As ações para levar alegria e esperança aos pobres, doentes e pessoas que sofrem não podem faltar na celebração do Natal. Natal e fraternidade são inseparáveis e, por isso, a Igreja também lança apelos e ações de reconciliação e paz para a grande família humana nesta época. O Natal é uma boa notícia para a humanidade!
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| 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 | Ponto de Vista | 3
Editorial
A quem nos ama desse jeito, quem não amaria de volta?
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estes últimos dias de dezembro, o coração de homens e mulheres do mundo inteiro se aquece, as discórdias se abrandam, e mesmo aqueles que não creem em Cristo sentem, sem saber direito o motivo, um clima diferente no ar. Nós, cristãos, conhecemos bem a causa dessa alegria: não são os trenós ou as renas, nem os duendes ou as estrelas. Antes, nós nos alegramos porque chegou o Natal: nasceu para nós um Menino, foi-nos dado um Filho – e esta mesma criança que é carregada nos braços da Virgem Maria sustenta no ser, com seus braços poderosos, o universo com todas as suas galáxias. Como entender um mistério tão profundo? Como pode um menino humano ser também Deus criador? Como pode uma mãe gerar virginal-
mente Aquele que a gerou? Este profundo mistério da Encarnação foi a solução encontrada pela Providência divina para resolver o drama do pecado humano. É que a ofensa de nossos primeiros pais não foi feita contra uma criatura qualquer: por seu orgulho, eles se rebelaram contra o próprio Deus, cuja dignidade é infinita – e por isso a reparação desta ferida exigira um ato de amor de valor também infinito. A salvação, portanto, só podia vir do próprio Deus. No entanto, o Salvador, se iria de verdade redimir a natureza humana decaída, precisava ser, ele próprio, verdadeiramente humano – pois, como diziam os Padres da Igreja, “o que não foi assumido, não foi redimido”. E não bastava que o Salvador fosse humano – ele precisava ser “da estirpe de Jessé”, ou seja, pertencer à grande
árvore genealógica da família humana, que fora contaminada pelo pecado de Adão e Eva. A cura precisava vir de um novo ramo sadio, a ser enxertado desde fora nesta planta doente. Assim é que o Verbo se fez carne, e nasceu da Virgem Maria: permanecendo verdadeiro Deus, tornou-se também verdadeiro homem, e Filho do Homem. E tão humano é o Menino Jesus que Ele tinha todas as necessidades de um bebê: era pequeno, frágil e vulnerável; conhecia as lágrimas e os sorrisos, como nós. Já houve quem se escandalizasse com a humanidade de Jesus: mas é precisamente esta humanidade que permite nossa salvação. Se Cristo precisava ser alimentado e acalentado, se suas fraldas precisavam ser trocadas, Ele era verdadeiramente humano, e foi capaz de salvar nossa humanidade decaída.
Podemos mesmo exclamar: benditas fraldas de Belém! A Encarnação de Deus num Menino tem, assim, profundas razões teológicas, que explicam seu papel em nossa salvação. Mas, além dos raciocínios e argumentos, há também um fator emocional, bem propriamente humano: Jesus quis nascer como criança para que o amemos com ternura. As crianças conquistam a terna afeição de quem as vê – quantas vezes, por exemplo, o sorriso de uma criança no ônibus ou no metrô pode desfazer a carranca do mais atribulado dos circundantes? E se este é o caso, quem não amará de volta, com toda ternura, a um Deus Infante, envolvido em trapos, tremendo de frio, pobrezinho e desprezado, numa gruta em Belém? Cristão, vinde todos, ó vinde adoremos o Salvador!
Opinião
Celebrar é reviver: o tempo de Advento-Natal-Epifania Arte: Sergio Ricciuto Conte
Ana Lydia Sawaya Este é o tempo para celebrar a manifestação do Senhor (grego: epipháneia). São três tempos que no dinamismo da manifestação salvífica representam um momento oportuno, supremo (grego: kayrós) no tempo anual ou cronológico (grego: kronos): a preparação desde a época profética da vinda de Cristo (que revivemos por meio das leituras do profeta Isaías); o tempo da Sua encarnação, que é o tempo presente (pois Ele continua vivo e presente por meio do Seu Espírito) na Igreja, no mundo e no coração de cada pessoa que se abre a Ele; e o tempo da Parusia, da espera da Sua vinda gloriosa e da Sua manifestação plena. A liturgia nos faz reviver esses três tempos no “hoje” como sinal e experiência de eternidade, de um tempo que está acima do tempo, mas dentro do nosso tempo. O sabor que provamos ao reviver este “tempo de Deus”, o tempo sem tempo em que vive Jesus Cristo, dá à nossa vida um gosto inexprimível, que é suave odor de eternidade. Celebrar é já entrar, antecipadamente, na dimensão do eterno. Para isso, é preciso que “entremos”, de fato, na liturgia deste tempo para mergulhar nos mistérios da encarna-
ção do Deus-Emanuel (que quis vir viver conosco). O degustar a beleza e a profundidade da liturgia deste tempo nos fará reviver e reexperimentar em nossa vida uma alegria sóbria, certa e segura que nos ensina a olhar toda a realidade com um olhar atento, vigilante e que nos enche do desejo de começar de novo. Quem fizer isso verá que a troca de presentes será vivida mais sobriamente e de maneira mais bonita (em vez de gastar dinheiro se entregando à sociedade de consumo, que tal preparar, fazer algo simples
com as próprias mãos?). Verá que o encontro com familiares e amigos terá um sabor totalmente diferente; e ajudará que o Natal não seja um tempo para bebedeiras, para brigas em família, ou para se endividar. Nada disso ocorre para quem entra de corpo inteiro na liturgia do Advento-Natal-Epifania. Como é possível? Basta que haja alguém que seja como a luz das velas de Natal. Esta luz tem uma força de atração, quando presente, que ilumina irresistivelmente todo o ambiente. Para se tornar luz, é pre-
ciso entrar no mundo onde está a luz. A porta para entrar é a liturgia. E as chaves são a Liturgia das Horas, a meditação diária das leituras e orações da missa, e a participação nesta tanto quanto possível. Dedicar um tempo para ouvir os cantos de Advento e Natal é outro modo eficaz para entrar nesse mundo eterno que quis vir ao nosso mundo. Uma antiga oração do Papa Leão Magno (453 d.C.) diz: “Não celebremos o nascimento do Senhor por meio do qual o Verbo se fez carne como um acontecimento do passado, mas o reconheçamos como algo presente”. Um texto litúrgico do século V (Liber ad gregoriam) nos lembra que “Cristo nos fez entrar no céu no mesmo dia em que desceu à terra”. E a oração da coleta da missa de Natal diz: “Deus, tu criaste a natureza humana com uma dignidade admirável e a refez de modo ainda mais admirável. Concede-nos, te pedimos, participar da divindade do teu Filho, Jesus Cristo, que se dignou a se unir à nossa humanidade”. Ana Lydia Sawaya é professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Fez doutorado em Nutrição na Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Foi pesquisadora visitante do Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), nos Estados Unidos, e é conselheira do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
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É Natal!
Da gruta de Belém, nossa única esperança! Dom Jorge Pierozan
Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana
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ortaleçam as mãos cansadas; firmem os joelhos cambaleantes; digam aos corações desanimados: ‘Sejam fortes! Não tenham medo! Vejam o vosso Deus: Ele mesmo vem para vos salvar’” (Is 35,3-4). Com os versículos do profeta Isaías, convido os irmãos e irmãs a um tempo de meditação sobre a chegada do filho de Deus. Ele veio para reatar a aliança entre o Criador e a criatura, entre Deus e seu povo eleito. Sabemos que muitos profetas se sucederam falando do Messias que iria chegar. O Messias esperado traria consigo uma mensagem de paz, altruísmo, justiça e liberdade. E, quando chegou a plenitude dos tempos, Jesus tomou um corpo como o nosso, gerado no seio puríssimo de Nossa Senhora. E nós vimos a sua glória! Que ninguém possa dizer que Jesus veio para os seus, mas os seus não O receberam! “Que a família celebre a partilha do abraço e do pão”, cantou o Padre Zezinho. Olhemos para o horizonte: é Natal outra vez! Yom Kadosh! Quanta alegria podermos celebrar mais um Natal! Olhemos para além das trevas! Um novo ano se avizinha! Que o Menino Deus da manjedoura traga, a todas as famílias, a paz e a concórdia! Feliz Natal!
[LAPA] No dia 11, na Comunidade Ambiental Santa Luzia, da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), a Associação Nossa Turma organizou uma celebração eucarística presidida por Dom José Benedito Cardoso, assistido pelo Diácono Luiz Carlos Laet. (por Benigno Naveira)
[LAPA] Em preparação para bem viver o Natal, aconteceu no dia 14, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Vila Hamburguesa, Setor Leopoldina, a celebração penitencial do clero atuante na Região Lapa, de preparação para o Natal. A celebração foi presidida por Dom José Benedito Cardoso. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa lembrou que a celebração penitencial é uma oportunidade para um encontro pessoal com Deus. Tendo feito um bom exame de consciência, recebe-se no sacramento da Penitência a graça santificante ou o seu fortalecimento, que renova e motiva para a celebração de todos os sacramentos com alegria e devoção. (por Benigno Naveira)
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SANTANA
Padre Cido Pereira: 50 anos de sacerdócio, dedicados especialmente à comunicação Luciney Martins/O SÃO PAULO
Edmilson Fernandes
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
“Dou graças a Deus por este jubileu de ouro sacerdotal. Agradeço a Deus o bem que eu pude fazer nestes 50 anos. Peço perdão por todas as vezes que não acertei e até pequei. E espero continuar a viver com alegria o meu ‘sim’ pelo tempo que Deus decidir.” As palavras são do Cônego Antônio Aparecido Pereira, o Padre Cido, da rádio 9 de Julho e que por três décadas foi diretor e editor do O SÃO PAULO. Ele completou 50 anos de sacerdócio no sábado, 18. A missa de ação de graças foi presidida por Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana. Vários padres e diáconos participaram da solenidade na Paróquia Nossa Senhora das Dores, na Casa Verde. Entre eles estava o Cônego Sérgio Conrado, colega de seminário do Padre Cido, e que contou alguns “causos” do período de formação deles. Muitos amigos da rádio, do jornal e das paróquias por onde Padre Cido passou também foram agradecer-lhe o dom de sua vocação e do seu ministério. No início da missa, Dom Jorge destacou o imenso trabalho prestado pelo Padre Cido à Arquidiocese de São Paulo, principalmente na área da Comunicação. “Na coluna ‘Você pergunta’, ele esclarece os mais diferentes assuntos.” O Bispo assinalou que o jubileu de 50 anos de ministério sacerdotal deve servir de exemplo para muitos padres jovens “que desanimam no primeiro sofrimento por causa do Reino de Deus”.
Gratidão a Dom Paulo
Na homilia, Padre Cido Pereira falou da alegria de celebrar 50 anos de sacerdócio; agradeceu a presença de Dom Jorge e dos sacerdotes com quem conviveu e recordou o Cardeal Arns, Arcebispo de São Paulo entre 1970 e 1998: “Dom Paulo é o capítulo mais importante da minha vida de padre. Porque ele confiou em mim. Ele me confiou a missão de estudar Comunicação. Ele me confiou o jornal O SÃO PAULO . Ganhei um pai, um conselheiro, um irmão, um amigo”. Em entrevista à reportagem, o jubilando destacou uma das lições que aprendeu com o “Cardeal da Esperança” e que sempre passa aos padres mais novos: “Ele me ensinou que não dá para ser padre sem um profundo amor por Cristo e pela Igreja. E que o padre tem que ser amigo do povo, amigo dos pobres”.
História
O Cônego Cido Pereira nasceu no dia 30 de setembro de 1943, em Carmo do Rio Claro (MG). É o primeiro dos quatro filhos de Amaro Alves Pereira e Conceição Ribeiro Pereira. Morou com os avós maternos dos 11 meses de idade aos 12 anos. Já vivendo em Santos (SP), onde os pais eram caseiros, ingressou no Seminário Menor Metropolitano, em Aparecida (SP), em 1956. Foi ordenado padre em 1971, por Dom Paulo Evaristo Arns, no Santuário de São Judas Tadeu, em Santos.
No jornal e na rádio
À reportagem, Padre Cido falou sobre o trabalho nessas cinco décadas. “Meu trabalho de conclusão do curso de Comunicação em Roma foi sobre a Censura Política à Igreja, com particular acento sobre o jornal O SÃO PAULO.” De volta a São Paulo, reassumiu uma paróquia no Parque Peruche e começou a trabalhar no Semanário Arquidiocesano. “Neste serviço de comunicação, atuei por 32 anos, acumulando os trabalhos paroquiais. Quando a rá-
dio 9 de Julho foi devolvida à Arquidiocese, passei a ancorar os programas ‘Construindo Cidadania’, que existe até hoje, e o ‘Bom Dia, Povo de Deus!’.”
Desafios e superações
“Um dos maiores desafios em minha vida de padre foi entender, aprofundar e levar avante as conclusões do Concílio Vaticano II. Foi sofrido ver padres pelos quais eu tinha grande respeito, deixarem o ministério. Diante disso, fui aconselhado a não me ordenar padre. Resisti, porém, com a graça de Deus e com a frase que tomei como lema para minha vida: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias”. Padre Cido também contou que tentou ser muito amigo do povo, fazendo das paróquias verdadeiras famílias de famílias. Apesar dos desafios e das adversidades, Padre Cido assinala que vale a pena ser sacerdote. “Se fosse para começar tudo de novo, garanto que eu seria mais trabalhador e até mais santo.”
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| 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 | Regiões Episcopais/Fé e Vida | 5
É Natal!
SÉ
Pastoral do Menor faz entrega de presentes e alimentos O Natal nos traz um grande lebração da Santa Missa para as crianças entrega de marmitas, kits de higiene e Andréa Campos da Pastoral do Menor em parceria com panetones para famílias em situação de consolo a Pastoral da Caridade. Elas receberam rua. COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
A Pastoral do Menor da Região Episcopal Sé fez o encerramento das atividades do ano de 2021 em algumas paróquias da Região. Na Paróquia Divino Espírito Santo, Setor Santa Cecília, a ação aconteceu no sábado, 18, com uma confraternização entre os agentes que organizaram a
Na Paróquia Santa Cecília, a confraternização foi no dia 12, com a entrega de brinquedos para as crianças e doações de cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade. Já na Paróquia Santa Maria Madalena e São Miguel Arcanjo, Setor Pinheiros, o encerramento ocorreu no dia 18 com ceRuy Halasz
presentes ao final da celebração. Já a equipe da Pastoral do Menor da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Santa Ifigênia e da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos informou que foram cadastrados 150 crianças e adolescentes para acompanhamento e evangelização.
Dom Carlos Lema Garcia
Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade
Produções Seabra
E [SÉ] No sábado, 18, na Paróquia de São Joaquim e Igreja de Nossa Senhora da Glória, Setor Aclimação, foi realizada a primeira Eucaristia de 28 crianças que começaram a preparação em março de 2020, interrompida devido à pandemia. Neste período, houve formação on-line, depois retomada de forma presencial em julho deste ano. A missa foi presidida pelo Padre Geraldo Pedro dos Santos, Administrador Paroquial, e concelebrada pelo Padre Antônio Genivaldo de Oliveira, OMI, Vigário Paroquial. As crianças foram preparadas pelas catequistas Maria Emilia Alcebíades, Marta Figueredo e Ada Santomauro. (por Ruy Halasz)
[SÉ] Na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, Setor Jardins, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, conferiu o sacramento da Crisma a 314 crismandos, divididos em quatro turmas. As missas ocorreram sempre às 19h, nos dias 6, 7, 8 e 15. Concelebraram os Padres Michelino Roberto, Pároco, Anderson Bernardes Banzatto e Carlos André Romualdo, ambos Vigários Paroquiais na Paróquia. (por Luciana Tabith – Pascom Paroquial)
Pascom paroquial
[BRASILÂNDIA] No sábado, 18, aconteceu na Paróquia Nossa Senhora da Expectação, Setor Freguesia do Ó, a festa da padroeira, com a missa presidida pelo Padre Carlos Ribeiro, Pároco. Na ocasião, também houve a coroação de Nossa Senhora. (por Marta de Oliveira Gonçalves)
Pascom paroquial
[SÉ] No domingo, 19, na celebração das 9h30, na Paróquia Nossa Senhora da Assunção e São Paulo – São Gonçalo, Setor Pastoral Catedral, houve a encenação de passagens do Evangelho em um “Auto de Natal”. (por Pascom Paroquial)
[SÉ] No domingo, 19, na celebração das 11h na Paróquia Bom Jesus do Brás, Setor Pastoral Brás, Dom Carlos Lema Garcia conferiu a Crisma a pessoas que se prepararam para receber este sacramento. (por Pascom paroquial)
[SANTANA] No domingo, 19, Dom Jorge Pierozan presidiu missa pela primeira vez na Capela São José, na Vila Aurora, pertencente à Paróquia São Domingos Sávio, no Setor Tremembé. [BRASILÂNDIA] No domingo, 19, Dom Carlos Silva, OFMCap, presidiu missa na Paróquia São José, na Vila Palmeira. Na ocasião, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia conferiu os sacramentos da primeira Eucaristia e da Crisma a quatro paroquianos adultos. A celebração também marcou o encerramento do Ano de São José na Paróquia e o início do Trino Permanente em preparação à festa do Padroeiro.
[BRASILÂNDIA] Em missa na sexta-feira, 17, na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, da Paróquia São José Operário, presidida pelo Pároco, Padre Gilson Feliciano Ferreira, SV, foi apresentado o casal arquidiocesano na Região Episcopal Brasilândia do Encontro de Casais com Cristo (ECC), Anderson Figueiredo dos Santos e Maricler Figueiredo Monteiro, da Paróquia Nossa Senhora das Dores, de Taipas. Eles entregaram as pastas para os novos dirigentes do ECC da Paróquia São José Operário: Aldo Almeida Lima e Lidiane Soares do Nascimento; Ailton José dos Santos e Maria de Fátima dos Santos; Wesley Cortez Andrade e Irene Michele Caetano; e, por último, Diogo Assis Jacinto e Daiana Dutra Cardoso.
(por Pascom Brasilândia)
(por Keli Ferreira dos Santos Silva)
(por Lene Zuza)
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stamos às portas do Natal, em que comemoramos a chegada de Jesus a este mundo. Precisamos parar a nossa correria de fim de ano e pensar que o acontecimento mais importante da história da humanidade é este fato surpreendente: Deus se fez homem. É Jesus Cristo, o Filho de Deus Pai que se encarnou nas entranhas puríssimas da Virgem Maria. O Natal nos traz um grande consolo: Deus não é um ser longínquo que mora em lugares inacessíveis. Deus não se esconde atrás das nuvens. Não é um padrasto mal-humorado e vingativo. Ele não parou de dar provas do seu amor por nós até que enviou o seu próprio Filho a este mundo, há 2 mil anos. Jesus viveu entre nós, ensinou-nos que Deus é um Pai que nos ama com loucura, que nos perdoa sempre, está continuamente disponível para escutar a nossa oração, sonha com a nossa felicidade, mostrou-nos o caminho que conduz à verdade e, sobretudo, desvendou-nos o mistério da vida após a morte. Vamos nos aproximar de Jesus com toda a confiança e lhe contar tudo o que precisamos para nós, para as nossas famílias, rezar pelas pessoas doentes, desamparadas, pelas famílias que passarão o Natal como refugiadas fora de suas casas... Também podemos convidar nossos familiares e amigos para seguirmos a Novena de Natal. Em todo caso, a melhor maneira de viver este tempo natalino é receber a Comunhão na Missa do Natal, procurando fazer antes uma boa Confissão dos erros e pecados que nos inquietam a consciência.
6 | Regiões Episcopais/Fé e Vida | 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 |
É Natal!
Paz e esperança
ipiranga
Iniciativas solidárias marcam o ano de 2021 Caroline Dupim
Arquivo paroquial
COLABORADORA DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
Dom ângelo Ademir Mezzari, RCJ
Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga
V
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enho desejar a todos um Feliz e Santo Natal. Em nossos ouvidos e coração ressoa o anúncio de uma grande alegria: “Hoje nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,11). Sim, é nosso Redentor, o Emanuel, Deus conosco, pois seu nome é Jesus, Deus que salva. E o cântico dos anjos se espalha por toda a terra proclamando: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e, na terra, paz aos que são do seu agrado” (Lc 2,14). Sim, Jesus Cristo é a nossa paz, nossa esperança. Que o Natal renove nosso desejo de construir a paz que é duradoura, um mundo mais justo e fraterno, pelo cuidado com o outro, na misericórdia, onde não haja indiferença e exclusão. É tempo de promover a vida: paz aos corações, na família, na comunidade, no mundo – Shalom –, Jesus Cristo é nossa paz. Natal é tempo de esperança, que nos protege contra todo desânimo, faz vencer o medo, sustenta no sofrimento, abre o coração para o amor e a fraternidade, faz sonhar e realizar coisas novas. O nascimento de Jesus enche a terra e o coração humano de uma esperança eterna, é o Filho de Deus entre nós, o Verbo encarnado, é nossa salvação. Eis, então, o convite: sejamos sempre “alegres na esperança, fortes na tribulação e perseverantes na oração” (Rm 12,12). Feliz Natal e Abençoado 2022!
Na Região Ipiranga, o ano de 2021 foi marcado por ações solidárias, motivadas pelo projeto “Animando a Esperança”, da Arquidiocese de São Paulo. Diante da realidade de pobreza, intensificada pela pandemia de COVID-19, o número de famílias cadastradas para receber alimentos nas paróquias cresceu consideravelmente, levando-se em conta também o aumento de pessoas em situação de rua ao redor das sedes paroquiais. O Secretariado de Pastoral, em comunhão com o Núcleo Regional da Caritas no Ipiranga, animou as paróquias a realizar ações solidárias, que de maneira independente foram sendo construídas. Este movimento gerou uma rede de apoio em toda a Região Ipiranga, chamada “uma paróquia ajuda a outra”, na qual suscitou um profundo estímulo de partilhar os bens recebidos. Frei José Maria Mohomed Júnior, Coordenador Regional de Pastoral, afirmou que “as ações pastorais realizadas intensificaram a solidariedade nas paróquias, de fato mudaram o olhar que a Igreja tem para com a cidade. A pandemia ensinou realmente o que é ser Igreja, como é colocar na prática a solidariedade, a justiça, o respeito e o cuidado com o próximo”. O Coordenador Regional de Pastoral também recordou as ações promovidas de modo on-line: “Muitas paróquias realizaram lives solidárias, a própria região realizou, na semana do Dia do Pobre [em novembro], esse diálogo on-line. Isso é muito importante para criar essa consciência solidária”. A Região Ipiranga contou com o apoio de doações dos mercados Hirota e Oba Hortifruti. Colaborou também com essa
grande rede de doações o governo de Taiwan, por meio do Escritório Econômico e Cultural de Taipei em São Paulo. Todos os alimentos recebidos foram partilhados entre as paróquias da Região Ipiranga.
Pascom paroquial
Pascom paroquial
[SÉ] Na sexta-feira, 17, na Paróquia Nossa Senhora da Assunção e São Paulo – São Gonçalo, do Setor Pastoral Catedral, a Pastoral da Criança promoveu a Festa de Natal com entrega de panetones e brinquedos para todas as crianças assistidas por esta Pastoral.
[BRASILÂNDIA] Em missa na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap, no domingo, 19, e concelebrada pelo Padre Edemilson Camargo, Pároco, foram enviados 55 ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, entre novos e os que renovaram sua missão. (por Pascom Brasilândia)
(por Pascom paroquial)
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É Natal!
brasilândia
Ações caritativas são ampliadas no período de Natal Conferência São Francisco de Assis
Pascom Brasilândia Nas últimas semanas, a Região Episcopal Brasilândia realizou diversas ações caritativas à população em situação de vulnerabilidade social e econômica. O Conselho Particular dos Vicentinos viabilizou o “Banho Vicentino”, que visa a acolher os moradores em situação de rua para que possam fazer sua higiene pessoal de uma maneira inclusiva e humanizada. A ação foi organizada pela Conferência São Francisco de Assis, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Souza, e contou com o apoio do AMA Hora Certa Maria Cecília. Foram ainda servidos o café da manhã e o almoço, totalizando cerca de 100 lanches e 40 marmitas. A iniciativa coroou o Dia Mundial do Pobre, celebrado em novembro. Na Paróquia São Luís Gonzaga, Setor Pereira Barreto, os vicentinos organizaram a distribuição das cestas de Natal, sendo 400 famílias atendidas. Já a Paróquia Santíssima Trindade, Setor Perus, realizou um evento que atendeu mais de 70 crianças das comunidades e região, com apoio e arrecadação de brinquedos pela Paróquia Santa Luzia, Setor Freguesia do Ó. A Pastoral do Menor da Paróquia São José, Setor Perus, também promoveu uma festa de Natal especial para as crianças da comunidade que receberam presentes e alimentos. Foram cerca de 700 presentes distribuídos entre os dias 18 e 19.
lapa Dom José Benedito participa de encontro com religiosos Benigno Naveira
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
Na manhã do dia 10, no auditório do Instituto Teológico Pio XI, no Alto da Lapa, aconteceu o encontro de Dom José Benedito Cardoso com as religiosas e religiosos que atuam na Região Episcopal Lapa.
O evento teve início com uma oração feita por duas religiosas, trazendo à tona o clima de preparação para o Natal. Na sequência, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa cumprimentou a todos. Depois, cada congregação apresentou seu histórico, carisma e desafios atualmente vividos. Pascom paroquial
[SANTANA] No domingo, 19, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Matias, no Setor Mandaqui, Dom Jorge Pierozan conferiu o sacramento da Confirmação a 21 jovens e adultos. Concelebrou o Padre Jairo dos Santos Bezerra, Pároco. (por Silvano J. Souza)
Maria Ferreira e /daniele Santos
[BRASILÂNDIA] Dom Carlos Silva, OFMCap, presidiu missa, no dia 12, na Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Morro Doce, Setor Perus. Na ocasião, um grupo de quase cem jovens e adultos recebeu o sacramento da Crisma. (por Pascom Brasilândia)
Ao fim do encontro, Dom José agradeceu as obras assistenciais realizadas por cada congregação em defesa dos mais necessitados. Ele pediu que todos participem da missa da Vida Religiosa Consagrada, que acontecerá em 2 de fevereiro de 2022, na Catedral da Sé. Por fim, o Bispo abençoou a todos. (BN) Pascom paroquial
[SANTANA] No dia 13, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a celebração em honra à padroeira da Paróquia Santa Luzia, no Setor Sant’Ana. Concelebrou o Padre Osvaldo Bisewski, Pároco. (por Juliana Bacci)
[BELÉM] No dia 12, foram apresentados os 15 novos coroinhas da Paróquia Santa Adélia. Eles passaram por um período formativo ao longo do ano. Na ocasião, também aconteceu a apresentação dos novos dirigentes do Encontro de Casais com Cristo. (por Fernando Arthur)
Deus se faz pequeno entre os pequenos Dom Carlos Silva, OFMCap Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia
A
proxima-se o Natal, data significativa para nós, cristãos, que recordamos o mistério da Encarnação. Mistério maravilhoso que nos mostra o quanto Deus quis se fazer um de nós. Ele não se encarna entre reis e rainhas, num palácio cheio de riquezas e de luxo. Deus se manifesta por meio de Maria e José, pessoas humildes, os mais simples do seu povo. Deus se faz pequeno entre os pequenos. É ali na periferia que Ele se manifesta. E é também na periferia que nós devemos buscar o Senhor nos dias de hoje. Para combater o individualismo e a indiferença, precisamos de uma cultura do encontro: ir ao encontro daqueles que perderam a esperança e a alegria de viver. Pensemos no drama dos milhares de refugiados, migrantes, sem teto, pessoas em situação de rua de nossa grande cidade, tirados de sua vida, de sua dignidade, são desprezados e vítimas do preconceito. A Sagrada Família também viveu esse drama, fugindo do rei Herodes, símbolo do poder. São Francisco de Assis, quando pede que se faça um presépio em Greccio, quer que todos percebam a simplicidade da encarnação de Deus. Que possamos em nossas casas, famílias e comunidades olhar para o presépio e recordar que o Natal nos fala da simplicidade das coisas de Deus, não das mesas fartas e corações vazios, não de presentes caros e da falta de amor e de caridade. Que em nossas famílias possamos viver o Natal plenamente, recordando a generosidade da família de Nazaré. Um Feliz e Santo Natal para você e sua família! Nilton Gomes
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lapa
Nasceu para Fiéis comemoram a padroeira da Paróquia Santa Luzia nós um Menino Benigno Naveira
Benigno Naveira
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
Dom José Benedito Cardoso
Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa
Dois fatos envolvendo crianças chamaram a nossa atenção recentemente. Em uma maternidade, nasceu um menino empelicado pela bolsa amniótica que protege e ajuda na alimentação durante a gestação. Algo muito raro de acontecer, que comoveu familiares e profissionais envolvidos, os quais expressaram de modo peculiar a alegria de fazer parte do nascimento dessa criança. Em um lixão, um menino foi fotografado no momento em que encontrava uma árvore de Natal quebrada. No seu entorno, viam-se também outras pessoas, bem como cães, urubus e, possivelmente, outros animais que tiravam o sustento, reciclando e se alimentando dos rejeitos ali descartados. Tal cena marcou profundamente o profissional que fez a foto, bem como tantas pessoas que se posicionaram diante do acontecido. Em Belém, os pastores encontraram o Recém-Nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura. “Ao ver o Menino, contaram o que lhes tinha sido dito a respeito Dele. E todos os que ouviam os pastores ficavam maravilhados com o que eles contavam.” O esplendor da vida causa reações diversas nas pessoas, seja pela maneira bela e surpreendente como ela começa, seja pela resistência teimosa de quem procura no lixo seu alimento e sustento, mesmo sendo uma criança com tamanha sensibilidade que separa uma árvore de Natal quebrada para “enfeitar o seu lar” na noite de Natal. As crianças nos evangelizam. Natal é tempo de deixar ser interpelado por uma criança. Feliz Natal!
A comunidade de fiéis da Paróquia Santa Luzia, na Vila Jaguari, Setor Pirituba, festejou em 13 de dezembro a memória litúrgica da padroeira, participando da missa presidida por Dom José Benedito Cardoso e concelebrada pelos Padres Eduardo Augusto de Andrade, Pároco, e Carlos André Romualdo. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa recordou que Santa Luzia foi uma mártir cristã, uma das sete virgens, do cânon romano, que fez um voto de se conservar virgem por amor a Cristo. Dom José ressaltou ainda
que a Santa, morta em 13 de dezembro de 304, é invocada como protetora dos olhos.
Antes do término da missa, aconteceu a bênção dos olhos. Por fim, foi distribuído o bolo de Santa Luzia aos fiéis.
belém
Participantes do projeto ‘Costurando a Renda’ encerram ciclo formativo Núcleo Regional da Caritas Belém
Fernando Arthur
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
No dia 9, na sede do Grupo “Mulheres do Brasil”, dez pessoas receberam seus Arquivo pessoal
[LAPA] A Pastoral Social da Paróquia São Francisco de Assis, no Jaguaré, Setor Butantã, distribuiu 400 cestas de Natal para famílias carentes e brinquedos para as crianças no dia 15, na Comunidade Fazendinha. Padre Edilberto Alves da Costa, Pároco, acompanhou a entrega e lembrou que a iniciativa leva um pouco de alegria, amor, esperança e a Palavra de Deus para aquela comunidade formada por pessoas simples. (por Benigno Naveira)
certificados e apresentaram algumas peças que confeccionaram ao se formarem no Curso de Corte e Costura do projeto “Costurando a Renda”, uma parceria entre o Núcleo Regional Belém da Caritas
Arquidiocesana, do Grupo “Mulheres do Brasil” e do Instituto Diana Demarchi. “O projeto ‘Costurando a Renda’ encontra-se no eixo de atuação da Rede Caritas, que chamamos de economia solidária popular, que busca desenvolver as pessoas, promovê-las na sua integralidade e formá-las na sua autonomia, para que possam, por meio da sua vida e trabalho, ser agentes transformadores da sua realidade”, disse o Padre Marcelo Maróstica, diretor da Caritas Arquidiocesana de São Paulo. Ao final do curso, os alunos também ganharam uma máquina de costura nova, com o auxílio dos parceiros que fizeram parte deste projeto piloto. “Foi realmente algo que nos deixou muito felizes”, disse Maria Aparecida Acuña, coordenadora do Núcleo Regional Belém da Caritas Arquidiocesana. Ela também explicou sobre todo o processo dos alunos, que eram refugiados e conseguiram encerrar este ciclo, e que agora estão criando suas próprias peças. Pascom da Paróquia Nossa Senhora Aparecida
[BELÉM] No dia 15, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Carrão, durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a seis adultos. Concelebrou o Padre Syllas Reschiliani, Pároco. (por Fernando Arthur)
| Especial – Natal 2021 |
Ele está no meio de nós! Luciney Martins/O SÃO PAULO
Cardeal Odilo Pedro Scherer ARCEBISPO METROPOLITANO DE SÃO PAULO
O Natal é a celebração de uma história muito bonita. Seria muito pouco dizer que é o “aniversário” de Jesus e a Igreja nos convida à contemplação da beleza e profundidade do Mistério santo do Natal. O Filho único e eterno de Deus assumiu nossa condição humana (“se fez carne e habitou entre nós”). Nasceu humanamente da Virgem Maria. Mistério grande, que é possível somente a Deus, mas não ao homem. No nasci-
mento de Jesus, a Santíssima Trindade volta seu olhar de forma toda especial para a nossa Terra e para nós, humanos. O Filho de Deus, sem deixar de ser o que era, tornou-se também um de nós, e veio experimentar a nossa vida e nossa condição humana. Mostrou humanamente a proximidade e o amor de Deus para com todos. Ele é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem! Quantos motivos temos para celebrar esta festa com verdadeira e profunda alegria! A Liturgia tem uma expressão, que resume bem o que aconteceu no nas-
cimento de Jesus: “Ele está no meio de nós!”. Ela exprime a realidade do Natal: Ele se fez um de nós, quer estar perto de cada um e participar da vida e da história de nossas famílias e comunidades, viver conosco em nossas cidades, sem nos abandonar em nossas angústias. Ele está no meio de nós para sempre, porque nos ama infinitamente! No fim de mais um ano difícil e de tantos sofrimentos, é bom saber que Deus não nos esqueceu, nem nos abandonou à nossa sorte. Ele continua a nos amar, ele está no meio de nós! Quero manifestar minha proximidade, especial-
mente para com todas as pessoas e famílias que fizeram a experiência da perda de alguém neste ano, por COVID-19 ou outra causa. Que a celebração do Natal lhes traga paz ao coração e serenidade. Ele está no meio de nós! Faço votos de que todos sintam neste Natal essa presença boa de Deus em suas vidas e também a transmitam a quem convive com vocês e a quem encontrarem nestes dias de festa. Feliz e abençoado Natal do Senhor para todos! E que a alegria e a bênção de Deus acompanhem a todos durante o novo ano de 2022.
‘Ele mesmo vem para vos salvar!’ (Is 35,4) Em todas as paróquias da Arquidiocese de São Paulo, o Natal será celebrado com a Vigília de Natal, na sexta-feira, 24, e com a missa solene, no sábado, 25. Apresentamos a seguir a agenda de celebrações do Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano, e dos bispos auxiliares da Arquidiocese. CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER 24/12 Meia-noite Missa da noite de Natal na
Catedral da Sé, precedida de um concerto de Natal às 23h 25/12 11h Missa de Natal na Catedral da Sé 18h Missa de Natal na Paróquia Natividade
do Senhor (Avenida Antônio Buono, 62, na Vila Guarani – Região Episcopal Belém)
Senhora do Brasil (Praça Nossa Senhora do Brasil, 01, Jardim América)
Moura Negrão, 18, Jardim Russo). DOM JOSÉ BENEDITO CARDOSO
DOM ÂNGELO ADEMIR MEZZARI
25/12 9h Missa de Natal na Catedral da Sé
24/12 18h Vigília de Natal na Paróquia São
24/12 19h Vigília de Natal na Área Pastoral
DOM CARLOS SILVA
Patrício (Avenida Otacílio Tomanik, 1.555 , Rio Pequeno) 25/12 – Não presidirá missa em São Paulo
São Domingos de Gusmão (Rua Carapiranga, 278, Vila Caraguatá)
24/12 18h Vigília de Natal na Comunidade São
25/12 12h Missa de Natal no Santuário São Judas
João Batista (Rua Vicente Iório, 164, Vila Iório) 20h Vigília de Natal na Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Avenida Elísio Teixeira Leite, 1.317, Vila Brasilândia)
Tadeu (Avenida Jabaquara, 2.682, Jabaquara) DOM CARLOS LEMA GARCIA 24/12 18h30 Vigília de Natal na Paróquia Nossa
25/12 10h Missa de Natal na Comunidade
Menino Jesus (Rua Coronel Julião de
DOM JORGE PIEROZAN 24/12 20h Vigília de Natal na Paróquia São Tomás
More (Rua Juvevé, 52, Vila Dalva) 25/12 10h30 Missa de Natal na Paróquia Santo
Antônio dos Bancários (Rua Salvador Tolezano, 164, Parque Mandaqui).
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‘Hoje vos nasceu um Salvador, que é o Cristo Senhor’ Ira Romão
Pensamentos de alguns santos sobre o Natal A própria Vida se manifestou na carne, para que, nessa manifestação, aquilo que só podia ser visto com o coração fosse também visto com os olhos – e dessa forma curasse os corações. Santo Agostinho Ele veio em carne mortal para que, ao se apresentar assim diante daqueles que eram carnais, na aparição de sua humanidade se reconhecesse a sua bondade. Porque, quando se põe de manifesto a humanidade de Deus, já não se pode manter oculta a sua bondade. De que maneira poderia manifestar melhor a sua bondade do que assumindo a minha carne? São Bernardo de Claraval
Representação da natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo na Exposição Franciscana de Presépios, na cidade de São Paulo
A chegada do Menino Jesus ao mundo é a concretização das promessas de Deus à humanidade, que é convidada a renovar o propósito de acolher o Deus que vem
JOSÉ FERREIRA FILHO
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“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. [...]. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas... [O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. [...] Todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.” As conhecidas palavras do prólogo do Evangelho segundo João fazem referência à vinda de Cristo a este mundo por meio de sua encarnação, bem como atribuem-Lhe uma condição essencial, associada à sua missão: Jesus é a luz da vida, que ilumina a to-
dos, fonte de sabedoria a inspirar a humanidade a fim de afastá-la das trevas e reconduzi-la aos caminhos de Deus.
SIMPLICIDADE
Essa vinda do Senhor na condição humana, porém, deve trazer ao coração de cada ser as circunstâncias que envolveram seu nascimento: Ele quis apresentar-se desvalido, rodeado de uma simplicidade admirável e, assim, como uma criança indefesa, quis necessitar dos homens. Sua grandeza divina se oculta no presépio, na manjedoura, em alguns panos, nos animais que lhe fazem companhia, na gruta... Jesus, desde sempre, foi humilde de coração. Ao longo da sua vida, não quis para si nenhuma condição especial, nenhum privilégio ou regalia. Como qualquer outro homem, permanece nove meses no ventre de sua Mãe, com extrema naturalidade. Embora ansiasse vir ao mundo para salvar as almas e soubesse o quanto a humanidade necessitava Dele, não precipita o tempo; vem na sua hora, sem alarde, desconhecido, praticamente anônimo e, assim, concretiza o maior acontecimento de que se tem conhecimento: Deus veio habitar entre os homens! E assim se realiza o fato transcendente que une o céu à terra.
ONTEM, HOJE E SEMPRE
O Cristo de ontem, de hoje e de sempre é o que nasce no Natal. O apelo daquela criança se perpetua nos ensinamentos e nas palavras de vida legadas nas páginas das Sagradas Escrituras, aos quais todos são exortados a conhecer e observar.
Deus conhece a cada um em profundidade porque se tornou próximo. E esse tornar-se próximo não significa somente a proximidade física, mas sobretudo o identificar-se na carne, na fragilidade, na condição humana, ao se tornar um como nós. Por isso, é preciso resgatar o espírito natalino, que chama todos à vivência do que é fundamental, à valorização do real sentido da vida. A vinda de Cristo na carne humana tem o propósito de elevar a nossa humanidade a um patamar divino. Dessa forma, os homens devem almejar viver o modelo humano que Cristo encarna, apresenta e convida a seguir. Deus assim se humilha para que todos possam se aproximar Dele, para que a humanidade possa corresponder ao Seu amor, para que a nossa liberdade se renda, não só diante do espetáculo do seu poder, como também diante da grandeza de sua humildade.
PROPÓSITO
Deus está aqui! Vem no Natal e permanece ao lado de cada um, por todo o sempre. Essa verdade deve tomar posse da vida de todos. Cada Natal deve ser um novo encontro especial com Deus, que deixe a sua luz e a sua graça penetrarem até o fundo da nossa alma e traga uma decisão concreta de imitá-lo, amá-lo e segui-lo. Eis a grandeza de um Menino que é Deus! Seu Pai é o Deus que fez os céus e a terra, e Ele ali está, num improvisado presépio, porque não havia outro lugar na terra para o dono de toda a Criação. Que o coração de cada homem perceba que é justamente na mansidão do Menino que reside a imensidão de Deus!
Deixe-se tomar por inteiro, deixe-se invadir completamente por sua vida divina, para dar-se a si mesmo a esse querido pequeno que chegará ao mundo pleno de bênçãos. Imagine o que acontecia na alma da Virgem quando, depois da encarnação, levava dentro de si o Verbo Encarnado, o Dom de Deus. Com que silêncio, com que recolhimento, com que adoração se submergiria no mais fundo de sua alma para estreitar aquele Deus de quem ela era mãe. Santa Elisabeth da Trindade Honrarei a paz que contemplo no presépio adorando a divindade no estado da infância de Jesus e imitando o quanto possa a sua santa humanidade, em especial a sua simplicidade e caridade que o moveram a se fazer Menino para facilitar às suas criaturas o livre acesso a Ele. Santa Luísa de Marillac Ninguém pode celebrar um Natal genuíno sem ser verdadeiramente pobre. O autossuficiente, o orgulhoso, aqueles que por ter tudo olham os outros de maneira sobranceira, aqueles que nunca precisaram de Deus – para esses não haverá Natal. Apenas os pobres, os famintos, os que precisam de alguém que venha em seu auxílio é que terão esse alguém. Esse alguém é Deus, Emanuel, Deus-conosco. Santo Oscar Romero O Natal é o encontro, o grande encontro, o histórico encontro, o decisivo encontro de Deus com a humanidade. Quem tem fé sabe disso – e exulte. Os demais, escutem e reflitam. São Paulo VI Todas as festas da Igreja são lindas. A Páscoa, sim, é a glorificação. Mas o Natal tem uma ternura, uma doçura infantil que me conquista o coração. São Pio de Pietrelcina Se colocarmos nossas mãos entre as mãos do divino Menino, se dissermos o nosso “sim” ao seu “segue-me”, então seremos seus e o caminho estará livre para que sua Vida divina flua para dentro de nós. Este é o começo da vida eterna em nós. Santa Teresa Benedita da Cruz Desejamos ser capazes de acolher Jesus no Natal, não na fria manjedoura do nosso coração, mas em um coração cheio de amor e humildade, tão puro, imaculado e caloroso como o amor uns pelos outros. Santa Teresa de Calcutá Não dissimule com ostentações e sorrisos ocos. Quem repousou em uma manjedoura deseja recostar-se em sua pobreza e debilidade humildemente reconhecidas. Santa Teresa de Jesus
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| 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 | Especial – Natal 2021 | 11
Exposição de presépios resgata a religiosidade popular peruana em paróquia no Brás Fernando Geronazzo
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A Paróquia Bom Jesus do Brás, na região central de São Paulo, promove, até o fim de janeiro de 2022, uma exposição de presépios típicos da cultura popular peruana. Além dos já tradicionais presépios napolitano e nordestino expostos nessa igreja histórica da cidade, este ano a comunidade peruana reuniu seus diferentes grupos folclóricos para confeccionar representações da cena da natividade de Jesus com elementos próprios de sua tradição e cultura. Esses grupos são identificados pelas danças típicas que expressam o louvor e a devoção popular à Virgem do Carmo de Pisac, padroeira dos peruanos da região de Cusco, no sul do Peru. Ao todo, são oito presépios que apresentam o Menino Jesus vestindo os trajes típicos de cada dança e os personagens já conhecidos da cena da natividade. Também foram inseridos personagens tradicionais da região, elementos da agricultura, do comércio, arqueologia, fauna, flora, paisagens naturais e os elementos próprios de cada dança: Ccapac Chunchacha, Ccapac chuncho, Terala, Kcoyacha, Negrilas, Mestiço Qoyacha, China Saqra e Kcolas de Pisac.
Símbolos
Em alguns presépios, há a representação de animais comuns na região, como lhamas, alpacas e vicunhas, ou plantas nativas. Também são representadas as ruínas das cidades de Pisac, monumentos históricos e uma réplica do Vale Sagrado dos Incas, um dos cartões-postais da região dos Andes peruanos. A cidade de Cusco está situada a 3,4 mil metros acima do nível do mar. Era a capital do Tahuantinsuyu, ou Império Inca e, atualmente, é considerada a Capital Arqueológica da América e Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Muitas peças dos presépios são produtos do artesanato local, principal atividade econômica dessa região do Peru. Há, inclusive, uma representação do Santuranticuy, a feira natalina realizada todos os anos na véspera de Natal na praça principal da cidade de Cusco, onde são expostos os trabalhos de artesãos de toda a região.
Comunidade
A comunidade peruana foi acolhida na Paróquia Bom Jesus em 2014. “No começo, éramos algumas famílias que se reuniam para cele-
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
brar a festa da Virgem do Carmo de Pisac. Aos poucos, fomos crescendo e, atualmente, entre membros e seus familiares, envolvemos mais de mil pessoas”, explicou Bernardo Baca, presidente da Irmandade Devotos da Virgem do Carmo Residentes em São Paulo, organização que agrega os grupos das danças folclóricas peruanas. Todos os meses, no sábado próximo ao dia 16, é celebrada uma missa em espanhol com cantos em quéchua, idioma indígena local, seguida da apresentação de uma das danças típicas. No mês de julho, na festa da Virgem do Carmo de Pisac, há uma série de comemorações tradicionais. A iniciativa de fazer a exposição partiu dos membros da comunidade, incentivados pelo Pároco, Monsenhor Sergio Tani. “Nós percebemos o quanto os peruanos se sentiram felizes em poder compartilhar um pouco da sua cultura conosco, e isso nos deixou felizes também”, ressaltou o Sacerdote, acrescentando que experiências como essa ajudam a integrar os imigrantes ainda mais na comunidade. “Agradecemos ao Monsenhor Sergio Tani e a todos os paroquianos a acolhida e incentivo para que mantenhamos nossa cultura e identidade vivas”, ressaltou Bernardo Baca.
Raízes de um povo
Para o professor Osvaldo Castañeda, peruano que vive no Brasil há 40 anos, a exposição dos presépios, além de recordar às pessoas o sentido cristão do Natal, mantém viva a cultura peruana entre os imigrantes e ajuda a transmiti-la a seus descendentes. “Hoje, cerca de 90% das crianças e adolescentes de nossa comunidade nasceram no Brasil. Por isso, as danças, os presépios e a devoção à Virgem do Carmo ajudam a transmitir nossa identidade às novas gerações”, disse Castañeda, enfatizando que se um povo se esquece de suas origens, aos poucos, deixa de existir. No Brasil há 18 anos, Patrícia Loiza nunca mais festejou o Natal em sua pátria. Por isso, vivenciar essa tradição na Paróquia é uma forma de matar a saudade de suas origens. Ela enfatizou, ainda, que essa tradição natalina é tão forte na região de Cusco que, desde cedo, as crianças aprendem que o centro do Natal é o Menino Jesus vestido com trajes típicos e levado em procissão pelas ruas enfeitadas com brinquedos, que depois são distribuídos às crianças. Além dos presépios, a comunidade peruana promove cantatas com os tradicionais villancicos ou cânticos natalinos entoados pelas crianças. A Paróquia Bom Jesus está localizada na Avenida Rangel Pestana, 1.421, no Brás.
12 | Especial – Natal 2021 | 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 |
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O Menino Jesus está em diferentes presépios da cidade Ira Romão
Representação do nascimento de Cristo pode ser vista em espaços públicos e privados da capital e da região metropolitana Ira Romão
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Estrela de Belém, Sagrada Família, manjedoura, animais e muita iluminação são alguns dos elementos que formam o presépio, referência à noite do nascimento de Jesus. Iniciada por São Francisco de Assis, no século XIII, a tradição de montar presépio, reproduzindo o cenário em que o Menino Jesus nasceu, continua aquecendo os corações dos cristãos enquanto se preparam para o dia de Natal. Na cidade de São Paulo e em outras cidades da região metropolitana, já podem ser vistos presépios de vários materiais e tamanhos, tanto em espaços públicos e históricos quanto em locais privados. Saiba onde encontrar alguns deles.
32ª Exposição Franciscana
Realizada desde 1989, a Exposição Franciscana de Presépios do Santuário e Convento São Francisco de Assis é montada, a cada ano, com uma seleção de presépios que compõem o acervo franciscano, com peças produzidas em várias partes do Brasil e do mundo. Nesta 32ª edição, a mostra tem como tema “O povo que andava nas trevas viu uma luz”, inspirado na primeira leitura da Solenidade de Natal, do profeta Isaías. A proposta é um convite à alegria do encontro depois de tantas dificuldades vividas nos quase dois anos de pandemia. “Um encontro com o Deus Menino que nos propõe a reconstrução da humanidade, depois da pandemia, a partir do mistério da encarnação, que iluminou o mundo todo”, trecho que consta no texto de divulgação. A exposição, inaugurada no início de dezembro, ocorre no novo espaço cultural no claustro do Convento, restaurado
No cartão-postal da cidade, a Avenida Paulista, presépio é montado em frente ao Parque Mário Covas e está aberto para visitação pública
recentemente e de onde é possível ter uma vista única da igreja e do altar-mor de São Francisco. Mais de 50 presépios estão expostos e retratam, de diferentes maneiras e materiais, a cena do Menino Jesus na manjedoura, ao lado de Maria e José. Outra novidade da mostra é que ela não será mais encerrada próxima à Solenidade da Epifania. A partir deste ano, ficará disponível para visitação permanente, sendo renovada a cada fim de ano. Visitação: De terça-feira a sábado, das 10h às 16h / Aos domingos, das 9h às 13h Ingresso: R$ 2,00 Local: Santuário São Francisco de Assis (próximo à estação Sé do Metrô) Endereço: Largo São Francisco, 133, centro da capital paulista Informações: (11) 3291-2400 ou (11) 99546-2500 (WhatsApp)
Presépio do Povo de Rua
Há mais de duas décadas, a Casa de Oração do Povo da Rua, situada na Luz, no centro de São Paulo, conta com os irmãos em situação de rua para montar o presépio que retrata o nascimento de Jesus Cristo. Neste ano, o cenário tem como plano de fundo uma praça. Entre os elementos da cena, há um banco, um caixote que simboliza a manjedoura e um cartaz que convida à reflexão, cujo texto destaca que nos dias de hoje, “Maria e José vagam pelas ruas da cidade com os pés descalços e feridos, com fome e sede, sem um lugar para descansar, pois não existem vagas para casais nos abrigos da cidade”. A coordenadora da Casa, Ana Maria Alexandre, reforça que o presépio do espa-
ço retrata a história de Jesus “como se fosse hoje”, e explica que ele está em construção, pois é feito ao longo do Advento. “É montado com as coisas que eles [os irmãos assistidos] trazem da rua”, relata Ana Maria. “O cobertor que está no cenário, por exemplo, foi trazido por um irmão. À medida que o presépio vai sendo composto, vamos conversando sobre o nascimento de Jesus, trazendo-o para a realidade deles.” O espaço é mantido pela Arquidiocese de São Paulo, por meio do Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, cujo Vigário Episcopal é o Padre Júlio Lancellotti. Visitação: O presépio, que fica na área externa da Casa de Oração, poderá ser visitado até o dia 6 de janeiro. Mesmo que as atividades diárias tenham sido encerradas, há sempre um segurança no espaço. Local: Casa de Oração do Povo da Rua Endereço: Rua Djalma Dutra, 03 – esquina com a 25 de Janeiro, bairro da Luz. Informações: (11) 3106-5531
Exposição Metrô Tiradentes – Museu de Arte Sacra
Neste ano, o Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS-SP), instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, está com a exposição de presépios em papel machê, da artista plástica Madalena Marques, na Estação Tiradentes. A curadoria é de Jeison Lopes Pereira e João Paulo Berto. O tema da mostra é “Nasceu o Menino – A Natividade em Papel Machê”. São 14 conjuntos de presépios. Em 13, a
artista traz a leitura de diversas obras, em que reproduz de forma fiel e tridimensional a cena principal de cada uma. Um conjunto é de sua autoria, no qual “ela insere a cena da natividade nos dias de hoje, com o cenário que está presente no mundo inteiro de riscos e restrições; sem nunca perder a esperança no amanhã”. Há ainda disponível um catálogo da exposição. Visitação: De terça-feira a domingo, das 11h às 17h (com acesso permitido até as 16h30), ficará montado até 9 de janeiro de 2022 Ingressos: Grátis aos usuários do transporte coletivo. O valor do bilhete para acesso às estações de Metrô é de R$ 4,40 Local: Sala MAS Metrô na Estação Tiradentes (Linha 1-Azul) Endereço: Estação Tiradentes do Metrô de São Paulo Informações: (11) 3326-5393
Presépio permanente do Museu da Arte Sacra
Composto por 1,6 mil peças e ocupando 110 metros quadrados, o Presépio Napolitano do Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS-SP) foi reaberto para visitação após passar por uma reforma emergencial. Além da tradicional cena da natividade de Jesus de Nazaré, as peças italianas do século XVIII representam diversos profissionais urbanos (como ferreiro, sapateiro, barbeiro, verdureiro, entre outros), pastores, homens do campo, além de objetos, utensílios e móveis. É possível conhecer o presépio de modo virtual, por meio da exposição “Cenas do Presépio Napolitano”
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Visitação: De terça-feira a domingo, das 9h às 17h (com acesso permitido até as 16h30) Ingressos: R$ 6,00 (inteira) / R$ 3,00 (meia) / Gratuito aos sábados A visita ao Presépio Napolitano está integrada à programação do MAS-SP, portanto, o ingresso gerado vale também para acessar a sala em que o presépio está em exposição. Informações: (11) 3326-5393
Décadas de tradição em Caieiras (SP)
Há 68 anos, Ivo Ademar Gimenez, 75, morador do Portal das Laranjeiras, em Caieiras, Grande São Paulo, mantém a tradição de montar presépio em sua residência. Ivo tinha 7 anos quando fez isso pela primeira vez. Na época, ele morava com os pais em São Caetano do Sul (SP) e, após ver um presépio na casa de um vizinho, quis fazer o mesmo. Começou com uma pequena árvore e logo recebeu o apoio dos pais, que lhe compraram a Sagrada Família e a cada ano uma peça nova. A tradição ficou ainda mais forte há 48 anos, quando Ivo se casou com Vera Lúcia Oliveira Gimenez, 71, que passou a participar da montagem.
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Festival de Natal, realização da Prefeitura de São Paulo. Visitação: De 3 a 27 de dezembro de 2021 Local: Avenida Paulista, 1853 – Bela Vista
em Diferentes regiões da capital
O Festival de Natal 2021 da Prefeitura de São Paulo chegou a todas as regiões da cidade por meio das subprefeituras. Em nota ao O SÃO PAULO, a prefeitura informou que o Festival de Natal terá ao todo 32 árvores com presépio, instaladas em praças ou vias públicas. Na Subprefeitura de Pirituba, o local escolhido foi uma praça que fica próxima ao Cantareira Norte Shopping, na Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, próximo ao nº 11.196.
Presépio montado em frente à matriz da Paróquia São Pancrácio
Visitação: O funcionamento dessas instalações da Prefeitura será durante todo o dia e ficarão montadas até 6 de janeiro. Os endereços das instalações podem ser conferidos no link: https://cutt.ly/BUeM6D5. Fotos: Ira Romão
Presépio napolitano no Museu de Arte Sacra
Casal Ivo e Vera monta presépio em Caieiras (SP)
“A gente fica muito feliz em receber as pessoas”, diz Ivo. “Muitas senhoras diante do presépio dizem que há tempos não viam algo assim. É uma gratificação.” O presépio montado pelo casal, com miniaturas, tem 4 metros de comprimento e conta com um lago com pequenos peixes vivos. Apesar de manter as tradicionais peças da Sagrada Família, a cada ano o cenário ganha itens novos, alguns que são presentes de amigos e visitantes, outros que são produzidos artesanalmente pelo casal. Visitação: Todos os dias, das 8h30 às 22h – exceto 24/12 e 25/12. O cenário ficará montado até 6 de janeiro. Local: Rua Rouxinol, nº 60, Portal das Laranjeiras, em Caieiras – Região Metropolitana de São Paulo
Natal na Paulista
“Representando a humildade e grandiosidade” do período, um presépio foi montado em frente ao Parque Mário Covas, na Avenida Paulista, cartão-postal da capital. Ele está ao lado de uma árvore com 15 metros de altura. Ambos integram as instalações natalinas que fazem parte do
Paróquia São Pancrácio, na Diocese de Santo Amaro
Pertencente à Diocese de Santo Amaro, a Paróquia São Pancrácio, na zona Sul de São Paulo, tem sido muito visitada por aqueles que vão para prestigiar o presépio e as demais decorações de Natal ali montadas. Esse movimento se deu em meio à pandemia, após o Padre Marcelo Antonio da Silva, Pároco, decidir montar, em 2020, o presépio do lado de fora do templo. Antes, ele era montado no interior da igreja. No ano passado, a comunidade de São Pancrácio ganhou o “Prêmio Cidade Iluminada São Paulo”. Visitação: Por ficar na área externa da Paróquia, o presépio pode ser visitado todos os dias a qualquer hora, porém as luzes da decoração são acionadas a partir das 18h e assim permanecem até as 5h da manhã. Local: Paróquia São Pancrácio, Diocese de Santo Amaro Endereço: Praça Vicenzo Galilei, 5 – Interlagos, zona Sul Informações: (11) 5667-4326
Presépio em uma praça na região do bairro de Pirituba
Presépio na Casa de Oração do Povo da Rua
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‘Reunidos em torno dos nossos pastores, nós iremos a Ti’ Apresentamos a seguir mensagens de Natal que padres da Arquidiocese de São Paulo enviaram à rádio 9 de Julho. Outras mensagens podem ser lidas no site www.osaopaulo.org.br e a íntegra pode ser ouvida em www.radio9dejulho.com.br. Luciney Martins/O SÃO PAULO
“Desejo a todos um santo Natal! Que Deus derrame suas bênçãos sobre todas as nossas famílias; e Jesus, o pequenino, tenha lugar em nossas casas. Façamos juntos as orações que nos alegram no Natal, que possamos estar juntos, e que nossas comunidades cresçam na fé, no amor e na promoção da alegria e da paz.”
Padre Cido Pereira, da Paróquia Nossa Senhora das Dores (Região Santana)
Padre Tarcísio Mesquita, da Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto (Região Belém)
“É um tempo muito feliz. Tempo de esperança, de paz e de renovação. Quero animar a todos a viverem intensamente o tempo do Advento e, claro, que o Natal seja de luz, de paz, em que os sonhos e as esperanças se realizem. Que Deus abençoe a todos!” Padre Messias de Moraes, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Região Lapa)
“Que este Natal de 2021 traga, realmente, paz ao seu coração, alegria ao seu coração e, principalmente, a esperança. Nós vivemos tempos tão difíceis, em que a esperança parece que vai embora, mas a certeza de que Jesus nasceu nos traz essa esperança. Que sobre você, sobre sua família, desça e permaneça a bênção do Deus todo-poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo.”
“Um Natal de felicidade e alegria só pode existir se celebrarmos com Jesus. Feliz Natal somente com Jesus; por isso, faça deste momento da sua vida o mais feliz do mundo, e coloque aquilo que é o mais importante neste momento: Jesus. Celebre o Natal com Jesus, afinal, é o maior momento da humanidade: Deus faz o céu virar terra e nós somos santificados pela sua presença”.
“Celebramos com alegria o Verbo Encarnado, o Natal do Senhor. Que neste dia, em que celebramos a alegria do amor que invade a humanidade, possamos compreender o mistério da sua glória, o mistério da sua missão, a plenitude de toda graça. Que cada família compreenda o mistério do Natal e o viva na alegria da partilha, da comunhão e da vivência da fé.”
Padre Juarez de Castro, da Paróquia Assunção de Nossa Senhora (Região Sé)
Padre Fabiano de Souza, da Paróquia São João Batista (Região Lapa)
Padre Anderson Marçal, da Paróquia Santa Cândida (Região Ipiranga)
“Feliz Natal e próspero Ano Novo! Se dizem e se escutam esses votos, mas são mesmo desejo de renovo? Seja por meios diretos ou remotos. Que esta minha simples mensagem saia como oração do meu coração e faça no teu peito aterrissagem, despertando em ti muita emoção. Porém, seja também compromisso de fazer o que se pode neste tempo e que eu não seja nada omisso e sim, da caridade, eu seja templo!” Padre Abério Christi, da Paróquia Santa Clara (Região Belém)
“Quero aproveitar este tempo para lhes desejar um feliz e abençoado Natal, com aquela frase bíblica ‘Emanuel, Deus conosco’. Deus está entre nós. Feliz e santo Natal!” Cônego José Bizon, da Paróquia São Pedro Apóstolo (Região Santana)
“Mais um Natal juntos! Queremos agradecer a sua audiência e desejar que, neste Natal, Cristo se encontre com você, e você se encontre com Cristo. Você receba Jesus na sua família e que a sua família seja um espaço no qual Jesus possa nascer e trazer vida, paz e alegria.”
“Desejo que, na chegada do Menino Deus, o nosso coração esteja preparado da maneira mais sublime, mais suave, para que Maria e José possam reclinar o Menino na manjedoura do nosso coração. Natal é tempo de transformar os mistérios da graça de Deus em sinais de vida, de esperança e de paz. Que Jesus seja realmente Emanuel, Deus conosco. Que a graça esteja na tua casa, na tua família trazendo bênçãos abundantes!”
“Natal é tempo de renovarmos a nossa capacidade de sonhar. Sonhar com um mundo melhor, mais justo, mais fraterno; um mundo de justiça e de paz. Que o Menino de Belém venha nos ensinar, tornando-se Deus conosco, Emanuel, a presença de Deus entre nós. Feliz Natal!” Frei Gustavo Medella, da Paróquia São Francisco de Assis (Região Ipiranga)
“Trago uma grande notícia: Deus se fez homem e veio morar no meio do seu povo para nos libertar do pecado e da morte. A todos um santo e feliz Natal! Que Deus os abençoe hoje e sempre. Beijo no coração!”
“O Natal é esse acontecimento extraordinário. É Deus que vem ao encontro da humanidade inteira. É o mistério que a Igreja chama com tanta propriedade de Verbo Encarnado. Verbo quer dizer “palavra”; encarnado quer dizer “humanidade”. Deus se fez humanidade e veio entre nós. Que o Natal seja encontro com Jesus, consigo mesmo e com o outro!”
Padre Edemilson Camargo, da Paróquia Santa Cruz
Padre Helmo César Faciolli, da Catedral
de Itaberaba (Região Brasilândia)
Metropolitana de São Paulo
Padre Reinaldo Torres, da Paróquia Nossa Senhora das Graças (Região Brasilândia)
“Recebemos o Natal do Senhor em nossas vidas, mas, ao mesmo tempo, o fato de estarmos aqui para comemorar já é motivo suficiente para agradecermos e celebrar o nascimento de Jesus. O ano que está acabando pode ter trazido desafios para sua vida, pode ter colocado difíceis obstáculos em seu caminho, mas tenha certeza de que o verdadeiro espírito do Natal, a presença do Senhor verdadeiramente, o Espírito Santo que vem a nós, tudo isso que é força de Deus que esta época nos traz irá curar tudo de mal que possa ter acontecido.” Padre Christopher Velasco, da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus (Região Ipiranga)
“Desejo a todos um ótimo e seguro Natal, especialmente na paz, na tranquilidade e no amor de Deus, para que possamos ver todos nós na saúde. Por Cristo, nosso Senhor, amém!” Padre Daniel Koo, da Paróquia Santa Terezinha (Região Lapa)
“Com alegria, vamos celebrar o Natal de Jesus. Celebrar o Natal é celebrar a esperança, a vida, a vitória, e tudo o que tem de bom que Deus nos oferece. É tempo de anunciarmos também ao mundo que Deus quer a paz na terra, Deus quer dar ao homem e à mulher a dignidade de ter vida no paraíso, por isso o Natal é sempre um momento de graça, um momento de renovação das esperanças, porque Deus vem ao nosso encontro feito homem para nos conduzir de volta para o Pai.” Padre João Mildner, Capelão do Instituto de Infectologia Emílio Ribas
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| 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 | Especial – Natal 2021 | 15
Tradições e inovações nos festejos natalinos em diferentes partes do Brasil Prefeitura de Manaus
Daniel Gomes
osaopaulo@uol.com.br
É Natal! As ruas e praças se enchem de luzes e sempre há programações especiais em todos os cantos do País. Tempo de recordar as tradições que atravessam gerações, mas também de se propor inovações que façam ressurgir a esperança de dias melhores, a partir do nascimento do Deus-Menino. A seguir, O SÃO PAULO detalha alguns dos festejos natalinos em cidades de diferentes regiões do Brasil.
O sinhô dono da casa O sinhô dono da casa Hora de sê festejado Hora de sê festejado O sol entra pela porta O sol entra pela porta E o luar pelo telhado O sol entra pela porta
As ‘Pastorinhas de Tiradentes’ encantam Minas Gerais
Diante dos presépios montados em igrejas, salões comunitários e casas de algumas cidades mineiras, crianças e adolescentes cantam louvores pelo nascimento do Menino Jesus. Os grupos de “Pastorinhas de Tiradentes” hoje são menos frequentes do que em décadas passadas, mas ainda resistem. Na cidade de Tiradentes, uma apresentação ocorreu às vésperas do Natal de 2019, organizada pela Paróquia de Santo Antônio, com o apoio do Centro Cultural Sesi Minas Yves Alves. A íntegra pode ser vista no link a seguir: https://cutt.ly/5Y6QN2v. No artigo “Pastorinhas da Vargem de Baixo”, Ulisses Passarelli, organizador de congadas e folias culturais, detalha um pouco sobre essa tradição de Natal: no geral, a apresentação é feita por cerca de 25 crianças, devidamente trajadas: quatro meninos interpretam pastores; três, os Reis Magos; quatro meninas são as ciganas; uma é a libertina (uma típica mulher de Jerusalém) e as demais são as pastoras. A apresentação dura cerca de 15 minutos, tendo essencialmente cânticos entoados sem acompanhamento de instrumentos. Eis um dos cânticos: Senhora dona da casa, Dê licença para entrar; Viemos de longes terras O presépio visitar. Somos pobres pastorinhas Nada temos para dar; Damos flores a Jesus Paz pedimos para este lar; Meu Jesus por mim nascido Na lapinha de Belém Foi nascer tão pobrezinho para nos enriquecer. Na cidade de Belém Ainda temos que chegar E por isso não podemos, Não podemos demorar.
Gloria in excelsis Deo! (Refrão) (Com informações das secretarias estaduais e municipais de cultura das referidas localidades e sites das prefeituras)
à sala da residência, acontecem outras partes da encenação. Uma das músicas entoadas neste festejo jesuíno é “Reisado de Alagoas (Maceió) – o Sr. Dono da Casa”, de autoria de Laura Campanér:
Um presépio flutuante em Manaus Crianças e adultos das comunidades de Santa Maria, São Sebastião e Três Unidos, em Manaus (AM), correram para as margens do Rio Negro, no dia 16, para avistar algo inédito: um presépio flutuante, de 30 metros de altura. Ao cair da tarde, a estrutura montada sobre a embarcação de 49 metros de comprimento por 15 metros de largura se ilumina e a todos encanta: a frente, a representação da cena do nascimento do Menino Jesus – com os Reis Magos, a Virgem Maria, São José, o Menino Jesus, o anjo e os animais na estrebaria; ao centro, uma grande árvore de Natal; e, por fim, o trenó do Papai Noel e os brinquedos que serão distribuídos em 38 comunidades ribeirinhas. O presépio flutuante é uma iniciativa da Prefeitura de Manaus e foi arquitetado pelo artista plástico Rossy Amoedo.
Em Alagoas, o reisado anuncia a chegada do Messias
Entre 24 de dezembro e 6 de janeiro, as ruas de muitas cidades de Alagoas são tomadas por músicos, cantores e dançarinos que vão de porta a porta anunciar a chegada do Menino Jesus e também homenagear os três Reis Magos. Em meio aos cantos e declamações de poemas, há os entremeios, que são representações teatrais curtas. Um itinerário típico do reisado envolve, por primeiro, a abrição da porta da casa visitada e a entrada dos tocadores, para que executem marchas e contramarchas em ritmo ligeiro e passos arrastados. Na sequência, acontece a Louvação ao Divino, quando o reisado se dirige ao presépio ou à capela da casa visitada. Todos se ajoelham, fazem cantos de louvação. Na sequência, de volta
O Grande desfile de Natal em Gramado (RS)
Danças, cores e trilhas sonoras próprias desta época do ano. Desde 1986, este é o cenário do Natal de Luz de Gramado (RS), considerado o maior evento natalino da América Latina. Uma das principais atrações é o “Grande Desfile de Natal”, no Expo Gramado. O grande desfile é composto por alas temáticas. A abertura é com a ala da Luz Sagrada, representando o nascimento do Menino Jesus. As alas seguintes são: Celebrações Natalinas, que remete à alegria desta época do ano; Doces Enfeites, que recorda as guloseimas da ceia de Natal; e a ala Branca, em que a corte da Rainha de Neve prepara a chegada do Papai Noel. A programação iniciada em outubro prosseguirá até o fim de janeiro de 2022. Uma das novidades é a opereta natalina “O Primeiro Milagre do Menino Jesus”, escrita por Gian Carlo Menotti. No enredo, os Reis Magos, no caminho para encontrar o recém-nascido em Belém, são acolhidos para um breve descanso em uma casa onde um garoto com deficiência física vive com sua mãe.
Aqui estou na vossa porta Aqui estou na vossa porta Com a mão na fechadura Com a mão na fechadura Onde estás que não me falas Onde estás que não me falas Coração de pedra dura? Coração de pedra dura? O sinhô dono da casa O sinhô dono da casa Olho da cana caiana Olho da cana caiana Quanto mais a cana cresce Quanto mais a cana cresce Mais aumenta a sua fama Mais aumenta a sua fama Que três Reis são aqueles Que três Reis são aqueles Que vêm da parte do mar? Que vêm da parte do mar? São os três Reis do Oriente São os três Reis do Oriente Que a Jesus vão festejar Que a Jesus vão festejar Grupo Chalana
‘Auto de Natal’ Em Cáceres Como na maioria das cidades brasileiras, em Cáceres (MT) há iluminações especiais por ocasião do Natal, incluindo a da Catedral São Luiz e das ruas e praças da região central. Desde 2019, porém, o local tem se tornado conhecido nacionalmente pela encenação do “Auto de Natal”, em que mais de 200 pessoas participam do espetáculo ao ar livre, por cerca de duas horas, encenando o nascimento
de Jesus e recordando passagens bíblicas. Este é considerado o maior Auto de Natal do estado de Mato Grosso. Os participantes, na sua maioria, são os fiéis de paróquias da Diocese de São Luiz de Cáceres. A peça é conduzida pelo Grupo Chalana, com apoio da secretaria de cultura do estado. Os cenários são confeccionados pelos detentos da Cadeia Pública de Cáceres, sob a supervisão do cenógrafo Marcionei Miranda Prado.
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Para saciar a fome, não para encher o lixo Luciney Martins/O SÃO PAULO
Daniel Gomes
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Pense em um caminhão de carga com capacidade para transportar 40 toneladas de alimentos. Agora, imagine aproximadamente 23 milhões destes caminhões enfileirados. Essa seria a frota necessária para transportar os 931 milhões de toneladas de alimentos que as famílias, os varejistas, os restaurantes e outros serviços de alimentação em todo o mundo jogaram no lixo em 2019, conforme dados do Índice de Desperdício de Alimentos 2021, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Desse total desperdiçado, 60% ocorreu no ambiente doméstico. Neste tempo em que amigos e familiares se reúnem para as ceias de Natal e Ano-Novo, é oportuno refletir sobre esta realidade e mudar hábitos, como apresentamos nos textos desta página e nas duas seguintes.
Comece pelos cuidados ao comprar e armazenar os itens Muito do desperdício pode ser evitado a partir de simples cuidados na compra dos alimentos e no seu armazenamento em casa, conforme as dicas que a nutricionista Gilmara Cavassani, especialista em Nutrição Clínica, apresentou ao O SÃO PAULO.
Atenção aos perecíveis já embalados
Ao comprar carnes, embutidos e frios embalados, a primeira dica é prestar atenção a indícios de que o produto possa ter ficado sem a devida refrigeração. “Um dos sinais de que uma carne ficou fora da refrigeração ideal é o fato de ela estar com acúmulo de líquido. E, no caso da carne vermelha, o acúmulo do próprio sangue da carne. Já para os queijos, eles ficam com uma aparência mais amolecida. Outro sinal é a coloração do alimento, como ocorre com uma carne bovina muito esbranquiçada ou o presunto e o peito de peru fatiados sem aquela cor mais típica de quando estão frescos. Também é importante atentar-se ao cheiro. Carne com cheiro muito forte é sinal de que algo não está normal”, detalhou. Outra recomendação de Gilmara é que, sempre que possível, o consumidor compre o item cortado ou fatiado na hora ou adquira aqueles embalados no próprio dia: “Às vezes, nas promoções, o item congelado ou resfriado tem um preço atraente, mas quando você vai ver já está embala-
do há dois dias e, assim, você terá de consumi-lo logo”. A nutricionista também orienta que, ao chegar em casa, alimentos como carnes sejam separados e congelados em saquinhos na quantidade em que serão consumidos futuramente. Se a opção for a de mantê-los resfriados, que sejam retirados da bandeja em que vieram do supermercado “para que se evite que o alimento se mantenha em contato com o líquido que já havia em seu interior”. Ela lembra que carnes congeladas devem ser consumidas em até 60 dias.
Cuidados redobrados com as frutas
Em relação ao consumo de frutas, a nutricionista diz que o recomendável é optar pelas próprias de cada época. “Elas estão em um grau de maturação muito melhor, serão agradáveis ao nosso paladar e o preço é muito mais acessível.” A todo tempo, vale sempre olhar a cor e a textura das frutas, em especial quando são vendidas em recipientes. “Por exemplo, quando a uva vem em caixinha, olhe bem embaixo e nas laterais, pois às vezes se colocam as mais bonitas por cima e as estragadas por baixo. No caso do morango, veja se a caixinha já não está com aquele ‘caldinho vermelho’ embaixo. Em relação às melancias, prefira as com cabinho mais verdinho; e para o abacaxi, um sinal de alerta é se estiver com alguma parte esbranquiçada na casca”, exemplificou, citando algumas das mais consumidas nesta época de Natal.
Gilmara enfatiza que ainda que os sinais de bolor e putrefação estejam em apenas uma parte de um hortifrúti, o recomendável é que ele seja descartado por inteiro. “O risco de tudo estar contaminado é muito grande, podendo haver bactérias ou fungos que podem causar algum tipo de infecção intestinal ou virose.” Outro cuidado é com a gaveta da geladeira onde são guardadas as frutas, legumes e verduras. “Se todos estão em contato, a contaminação de um alimento pode estragar todos os demais”, alerta, recomendando que a compra de hortifrútis ocorra semanalmente e não de uma vez só para que não se estraguem.
Aparência e validade de alimentos industrializados
Para alimentos como bolachas, bisnaguinhas, molhos e outros alimentos industrializados, a principal dica já é conhecida pela maioria das pessoas: olhar o prazo de validade do item. Outra recomendação da nutricionista é ter a real dimensão do quanto a família consome e atentar-se às condições de armazenamento: “O ambiente mais quente faz com que a durabilidade diminua ainda mais. Além disso, já no mercado, a exposição a um clima abafado faz com que este produto possa já estar com bolor enquanto ainda estiver na prateleira. Assim, é preciso olhar muito bem as embalagens onde seja possível ver o produto para observar a textura, coloração e eventuais bolores”. (DG)
Indústria pretende ampliar prazo de validade de alimentos A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) divulgou no começo deste mês a proposta de uma mudança nas rotulagens de produtos não perecíveis, de modo que a data de validade seja substituída pelo indicativo de “Consumir preferencialmente antes de”. Na prática, os mercados poderiam continuar a vender produtos não perecíveis após o prazo de validade. Hoje tal prática não é permitida. O que alguns estabelecimentos fazem é reduzir os valores dos itens quando estão próximos do vencimento, devendo informar o consumidor a esse respeito. De acordo com a Abia, o chamado “best before” já é adotado em outros países, como Portugal e Noruega, e amplia a possibilidade de aquisição de produtos pelas pessoas com menos posses financeiras. “A adoção do conceito regulatório ‘best before’ nos parece uma das formas de combater o desperdício de alimentos, evitando que muita comida boa, adequada e segura para consumo vá para o lixo, como ocorre hoje”, afirmou a instituição em nota à imprensa, em que cita uma pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados, segundo a qual 42,5% de perda de alimentos não perecíveis no varejo tem como causa a data de validade vencida. Para entrar em vigor, a proposta depende de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A Abia ainda não a apresentou formalmente a esses organismos. A possível mudança é vista com preocupação pela pediatra nutróloga Maria Paula de Albuquerque, membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e do Grupo de Pesquisa Nutrição e Pobreza, do Instituto de Estudos Avançados da USP. “É muito complicado colocar nas costas do consumidor a responsabilidade da qualidade biológica desses alimentos. Ainda que a proposta só se aplique àqueles não perecíveis, eles são passíveis de causar doenças se a conservação não estiver adequada.” A partir de sua experiência como gerente-geral clínica do Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN), que atua no tratamento de crianças com diagnóstico de má nutrição e na orientação a suas famílias, Maria Paula também tem preocupação quanto ao discernimento que a população mais pobre terá para fazer tal escolha. “Quando a família já está no nível leve de insegurança alimentar, ela começa a fazer as substituições. Um exemplo clássico é o de passar a comprar salsicha em vez de carne in natura. Assim, a preocupação com a lógica do desperdício de alimentos precisa ser anterior à redução dos preços. Não é possível falar em acesso a alimento sem pensar em renda, sem pensar em redução de desigualdade”, enfatizou à reportagem. (DG)
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Criatividade à mesa para evitar desperdícios e celebrar em família Fotos: Arquivo pessoal
Roseane Welter
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
MUDANÇAS NO CARDÁPIO
Apesar de os preços de alguns itens da tradicional ceia estarem nas alturas, é possível, sim, fazer receitas simples sem desperdiçar alimentos e gastar pouco. Confira algumas dicas a seguir, com sugestões de cardápios alternativos para, com criatividade, reaproveitar alimentos e manter seu sabor.
VÁLIDO PARA TODOS OS MOMENTOS
Inicialmente, Malu Lobo (@chefmalulobo), chef de cozinha e gastróloga, apresenta ao O SÃO PAULO recomendações que valem para todas as épocas do ano: Planeje e organize o número de pessoas para saber as quantidades a serem compradas e produzidas; Uma opção válida é a mesa compartilhada, pela qual cada um leva um prato; Para não desperdiçar – calcular a quantidade de comida para cada convidado –, uma pessoa consome em média 200 gramas de proteína animal, 150 gramas de sobremesa; Substituir os produtos da “moda” (chester, tender ou peru) por outros mais baratos e saborosos (frango, pernil ou lombo), e caprichar nos complementos – uma farofa bem elaborada, um arroz com uvas passas ou legumes; um molho de laranja ou a seu gosto; Usar a criatividade na hora de decorar os pratos – colocar algumas fatias de abacaxi grelhado, colocar algumas frutas natalinas que sejam da época (que são mais baratas); se o pêssego estiver caro, troque-o pela nectarina, pela maçã ou pela uva.
REAPROVEITAMENTO INTEGRAL DO ALIMENTO
Malu lembra, também, que é possível fazer trocas inteligentes e, com as sobras dos alimentos, elaborar novas receitas.
período do ano, você pode usar a polpa in natura ou fazer o doce da fruta e, com as cascas, fazer uma geleia”, diz.
Malu Lobo, chef de cozinha e gastróloga
S e sobrou frango recheado com farofa, faça um salpicão; Com as sobras do arroz, que tal um delicioso bolinho? Com o pernil, faça um saboroso escondidinho, um risoto, ou, ainda, um recheio para panquecas. O panetone pode ser transformado em pudim ou rabanada. Reaproveitar o alimento integralmente é uma opção para otimizar gastos e obter várias versões à mesa. “Ao comprar, por exemplo, pêssego, fruto típico neste
Maria dos Santos, 42, veio da Bahia para São Paulo há 30 anos em busca de melhores condições de vida. Ela se recordou com saudades das celebrações em família. “Sempre tínhamos fartura na mesa com carnes, frutas e doces. No momento, o cenário mudou, precisei buscar alternativas para colocar alimentos à mesa”, disse. “Lá em casa, todos esperam as festas de fim de ano para ter à mesa o tradicional chester. Este ano será diferente. Não consegui, por causa do preço, comprá-lo, mas vou preparar um frango recheado com farofa, receita da minha avó”, contou emocionada. A auxiliar de serviços gerais destacou, ainda, outras adaptações que precisou fazer para garantir refeições de qualidade à família. “Substituímos as carnes por ovos, salsicha e frango. O arroz que sobra no almoço, à noite volta à mesa como risoto ou incrementado com legumes”, disse, destacando que “ir ao supermercado é um exercício de matemática e criatividade. Tudo aumentou demais, gasta-se muito e leva-se pouco na sacola”. Cristina Silva, 38, mora com o esposo, a filha e a mãe. Todos os anos, ela reunia em sua casa tios, primos e amigos. Agora, por causa dos preços, fez alterações no cardápio. “Foi preciso adaptar-se para celebrar. Em vez do tradicional churrasco em família, vamos servir frango, uma farofa e arroz”, disse, lembrando ainda que a família foi às compras em um hipermercado onde adquiriu em quantidades para usufruir de promoções. Maria destacou ainda que em 2021 substituiu itens e comprou menos em relação ao ano anterior. “Ano passado, comprei todos os itens, por um valor e, agora, o valor quase dobrou.” Malu Lobo enfatizou ainda a necessidade de se evitar os produtos industrializados com alto teor de sódio e conservantes e priorizar alimentos naturais.
A chef Malu compartilha com os leitores do O SÃO PAULO duas receitas fáceis, econômicas e saudáveis ESCONDIDINHO DE COUVE-FLOR
Para a terrine
1 couve-flor grande 3 colheres (sopa) de creme de ricota light (mais 1/2 xícara [chá] para colocar por cima) ou Bechamel (molho branco) Sal marinho a gosto 1 colher (sopa) de azeite de oliva
2 00g de ricota 200g de creme de ricota light 4 ou 5 figos 1 colher (sopa) de mel 1 pitada de sal
Modo de preparo
Para o recheio
2 xícaras (chá) de frango cozido e desfiado 3 colheres (sopa) de creme de ricota light 1 cebola picadinha 2 tomates com sementes picados 2 dentes de alho Sal a gosto Azeite para refogar
Modo de preparo do recheio
1- Cozinhe a couve-flor no vapor até que fique macia; 2- No processador, coloque todos os ingredientes e bata até obter um creme; 3- Em uma panela, refogue a cebola, o alho e os tomates até que fiquem bem
TERRINE DE CREME COM FIGO
dourados, adicione o frango cozido e desfiado e deixe apurar.
Para a montagem
Em uma travessa, coloque o frango refogado e cubra com o creme de couve-flor. Polvilhe a mussarela reservada por cima e leve ao forno a 180ºC, por 20 minutos ou até dourar. A receita serve seis porções.
Higienize os figos e corte as pontas. Corte-os em fatias e reserve. Rale ou amasse com o garfo a ricota, misture com o creme de ricota e o mel, coloque uma pitada de sal. Em uma forma, cubra com filme plástico, deixando as bordas de plástico para fora. Cubra o fundo e as laterais com as fatias de figo. Coloque o creme de queijo misturado e, por cima, feche com uma camada de figo. Puxe as beiradas de plástico e feche bem, pressionando o creme para ficar compacto. Leve à geladeira por, no mínimo, duas horas.
Geleia de figo
4 ou 5 figos cortados Suco de 1/2 limão 1-2 colheres (sopa) de xilitol
Modo de preparo
Em uma panela, coloque os figos picados, o suco do limão e o xilitol. Deixe cozinhar mexendo de vez em quando até virar um creme espesso.
18 | Especial – Natal 2021 | 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 |
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Desperdiçar comida é uma ofensa a Deus e ao próximo Fernando Geronazzo
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Para os cristãos, o desperdício de alimentos é um mal que tem efeitos danosos tanto para a pessoa quanto para a sociedade. Do ponto de vista pessoal, está relacionado aos pecados da gula, da avareza, além de ser uma manifestação de egoísmo. Por isso, esse ato está relacionado com a falta das virtudes da temperança e da caridade. O Catecismo da Igreja Católica ensina que a temperança é a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados; assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade. Nesse sentido, a temperança está associada à moderação e à sobriedade. O desperdício de alimentos também é considerado uma falta de caridade quando, por intemperança, ganância e egoísmo, não se está atento às necessidades do próximo e se esquece de que “dar de comer a quem tem fome” é uma das obras de misericórdia ensinadas por Jesus. Em certa medida, o desperdício pode ser ainda uma consequência da falta da virtude da ordem. Por exemplo, quando uma pessoa vai ao supermercado ou prepara uma refeição e não planeja qual é a quantidade suficiente para aquela família, causando descartes desnecessários.
Pobreza e fome
O desperdício de alimentos ganha proporções maiores quando se torna uma prática comum de uma sociedade ou país, acentuando a desigualdade e causando o aumento da fome no mundo. O documento intitulado “A fome no mundo, um desafio para todos: o desenvolvimento solidário”, publicado em 1996, pelo Pontifício Conselho Cor Unum, a pedido de São João Paulo II, condena os fenômenos da fuga de capitais, do desperdício ou da apropriação dos recursos, em proveito de uma minoria familiar, social, étnica ou
política, considerando-os erros que lesam os pobres. Desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco tem advertido enfaticamente que o desperdício é ofensa a Deus criador, que confiou ao ser humano o cuidado da casa comum. Na encíclica Laudato si’, ele ressalta que aproximadamente um terço dos alimentos produzidos no mundo é des-
a virtude essencial da solidariedade, para combater, no espírito da justiça e da caridade, onde quer que se revele a sua presença, as ‘estruturas de pecado’ que geram e mantêm pobreza, subdesenvolvimento e degradação”. O Compêndio reforça, ainda, que “tais estruturas são edificadas e consolidadas por muitos atos concretos de egoísmo humano”.
abrangentes e sustentadas” que abordem as causas e consequências sociais, econômicas e ambientais desse problema. Também acrescenta a necessidade de abordagens que promovam a educação, criem a conscientização, promovam o diálogo e estimulem a ação global pela criação de “incentivos para fortalecer o business case para combater a perda Luciney Martins/O SÃO PAULO e o desperdício de alimentos e avançar para um consumo mais sustentável”.
Escândalo
perdiçado e afirma que “a comida que se desperdiça é como se fosse roubada da mesa do pobre”.
Equilíbrio no uso dos bens
O Compêndio da Doutrina Social da Igreja (CDSI) destaca que “é um dever desempenhar de modo eficiente a atividade de produção dos bens, pois do contrário se desperdiçam recursos; mas não é aceitável um crescimento econômico obtido em detrimento dos seres humanos, de povos inteiros e de grupos sociais, condenados à indigência e à exclusão”. O CDSI acrescenta que a expansão da riqueza, visível na disponibilidade dos bens e dos serviços, e a exigência moral de uma difusão equitativa destes últimos “devem estimular o homem e a sociedade como um todo a praticar
Desenvolvimento sustentável
Em 2019, foi realizada no Vaticano uma conferência sobre o desperdício de alimentos, com o objetivo de partilhar os métodos científicos mais recentes sobre como “reduzir a perda e o desperdício de alimentos” e, desta forma, “contribuir para a segurança alimentar global”. Nesse evento, a Pontifícia Academia de Ciências forneceu recomendações para ações globais e nacionais de cidadãos, empresas, governos e organizações internacionais e “ampliar a aliança de atores para obter um impacto mais significativo”. O organismo da Santa Sé salientou que atingir a meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) “exige ações
Em uma mensagem enviada à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, em 16 de outubro, o Papa Francisco novamente condenou o desperdício de alimentos. “Produzimos alimentos suficientes para todos, mas muitos ficam sem o pão de cada dia. Isso constitui um verdadeiro escândalo, um crime que viola os direitos humanos básicos. Portanto, é dever de todos erradicar essa injustiça por meio de ações concretas e boas práticas, e por meio de audaciosas políticas locais e internacionais”, afirmou o Pontífice. O Papa salientou que é responsabilidade de todos realizar o sonho de um mundo em que “pão, água, remédios e trabalho” estejam disponíveis em abundância e cheguem primeiro aos mais necessitados.
Bem comum
O Bispo de Roma insistiu que são necessários sistemas alimentares que protejam a Terra e mantenham a dignidade da pessoa humana ao centro, que garantam alimentos suficientes em nível global e promovam trabalho digno em nível local, que alimentem o mundo hoje, sem comprometer o futuro. “Estamos conscientes de que interesses econômicos individuais, fechados e conflitantes nos impedem de projetar um sistema alimentar que responda aos valores do bem comum, da solidariedade e da cultura do encontro”, completou o Papa.
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Comportamento
O Natal em cada lar Simone Ribeiro Cabral Fuzaro Está se aproximando novamente o Natal, época de muitas luzes e decorações espalhadas pela cidade, de Papais Noéis presentes nos mais diversos locais esperando as cartas das crianças, de encontros e celebrações. É lindo andar pela cidade e observar toda a alegria que compõe o panorama de Natal. Está novamente se aproximando esta festa que deixa o comércio fervilhando, o trânsito intenso, o dia corrido, afinal, são muitos os preparativos. Está novamente se aproximando o Natal... E, exatamente aqui, neste novamente, talvez esteja a maior de todas as armadilhas: a possibilidade de vivermos esta festa tão importante como mais uma que se repete ano após ano. Como estamos vivendo o Natal? Que sentido ele tem em nossas famílias? Quero convidar cada uma das famílias a um Natal diferente, inédito. Quero convidá-los a dar um “stop” na correria externa e preparar o coração, transformá-lo numa manjedoura macia e aquecida para a grande honra de receber o Senhor de toda esta festa, a causa de toda esta celebração. A grande novidade do Natal não está nos presentes, na ceia, no Papai Noel, nem nos valores que são divulgados nesta época: a paz, a alegria, o amor, a esperança. Tudo isso faz parte, mas não constitui a essência, não chega sequer perto da grandeza do que podemos viver em nosso coração a cada Natal – a experiência do Amor: o verdadeiro e absoluto Amor. O próprio Amor que se transformou em um bebê pequeno e frágil para se fazer visível e se aproximar de nossa pequenez. O Amor que pode nos transformar diariamente em pessoas melhores, em famílias mais felizes, mas que para isso conta com o nosso SIM, com o nosso empenho em acolhê-Lo. Esse bebê traz em sua chegada muitos ensinamentos que só serão possíveis àqueles que tiverem o coração preparado e aberto. É preciso querer, é preciso preparar especialmente o coração. Preparar os filhos não tanto para escrever a cartinha ao Papai Noel, mas para olhar para as virtudes presentes no presépio e oferecer ao Menino Jesus que chega com alguns presentes concretos: gestos de generosidade, desprendimento, humildade, amor sincero, confiança (pequenas ajudas em casa, atenção com os idosos da família, pedidos de desculpas nos desentendimentos, pequenos sacrifícios para melhorar a vida de alguém). Que as crianças e nós, adultos, possamos ter propósitos claros de aprendizagem neste Natal que se encontra às portas. Vamos colocar o presépio no centro e olhar com carinho para cada um dos personagens que estão ali. Quanto
Liturgia e Vida Festa da Sagrada Família, Jesus, Maria e José 26 de dezembro de 2021 Luciney Martins/O SÃO PAULO
Sagrada Família pADRE jOÃO bECHARA VENTURA
podemos aprender com o desprendimento e a obediência de São José! Um homem que soube aderir a um projeto que não era o seu, que se desprendeu de sua imagem, de sua vontade, de sua oficina (seu trabalho), sem reclamar, pois percebeu um bem que ia para além de seus desejos. Um homem que entendeu que amar exige sacrifício e esquecimento próprio, pois, se ele “amasse” mais seus planos, projetos e trabalho, como poderia ser o pai de Jesus? Foi preciso sacrificar seus projetos pessoais por sua família. Como custa o desprendimento! Como é difícil deixarmos nossos interesses e motivações pessoais de lado pelo bem comum e, mais difícil ainda, sem reclamar. Quantas famílias seriam preservadas, quantos divórcios evitados, quantas brigas deixariam de acontecer se cada um de nós se esforçasse em agir com retidão pelo bem comum, pelo bem da família, pelo bem do próximo. Aliás, se cada um de nós se preocupasse em identificar um bem para além do próprio prazer e conforto. Podemos tanto e nos conformamos com tão pouco! Nossa Senhora, que Mulher! Como pode nos inspirar seu compromisso com a vontade de Deus, com o espírito de serviço que “adivinha” o que o outro precisa e se adianta para ajudar. Com a capacidade de silenciar diante das circunstâncias, de agir com a prudência de quem meditou. Neste mundo tão imediatista, autocentrado e reativo, em que as palavras, as notícias, as situações borbulham trazendo tantas discórdias, como podemos trazer um pouco de Nossa Mãe para iluminar essa realidade? É comum estarmos com o nosso coração tão centrado em nossos cansaços, desafios e interesses que o outro fica sem lugar dentro de nós. Quanto bem podemos trazer para a família se nos ocuparmos mais dos outros do que de nós mesmos, se calibrarmos
nosso olhar para “adivinhar” os cansaços, alegrias, preocupações dos que convivem em nossa casa e ajudá-los em seus desafios! Eu sei, pode parecer injusto: eu penso nos outros e luto pela generosidade, mas fico esgotado e ninguém retribui de algum modo, ninguém contribui com meus desafios ou nem sequer reconhece meu esforço. Esse raciocínio é muito humano e presente em cada um de nós. Mas, diante dele, vamos olhar novamente para o presépio – agora para o próprio Deus que se fez bebê. Entregou-se total e absolutamente sem esperar nada em troca, aliás, recebe tão pouco de nós que fomos e somos tão agraciados por Ele, e, mesmo assim, nos ama pessoal e intensamente. Alguém precisa começar o movimento, feliz daquele que está maduro para isso! Como é grande o Natal! Sua grandeza extrapola toda e qualquer decoração e correria, pois está plantada na essência do verdadeiro Amor e como Deus conta conosco, famílias cristãs, para vivermos esse verdadeiro sentido do Natal e o espalharmos ao mundo! Não vamos perder essa oportunidade. A partir deste Natal, vamos oferecer atos concretos, pequenos, cotidianos de amor, generosidade, entrega aos que convivem conosco. Vamos nos transformar, que está ao nosso alcance. Coloquem o presépio no centro da celebração. Façam uma oração em família, deem um lugar especial ao que nasce naquele dia e peçam a Ele a graça de terem um coração grande, que anseie por ser cada vez mais parecido com cada um desses personagens que compõem o presépio, um coração disposto a empreender a luta de amar e marcar com o amor o coração de todos os que passarem por nossas vidas! Este sim será um Santo e Feliz Natal. Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora. Mantém o site: www.simonefuzaro.com.br. Instagram: @sifuzaro.
Ao inserir suas leis no mundo visível, Deus determinou que a sociedade fosse edificada sobre o Matrimônio. Fez o homem e a mulher numa relação de diferença e complementaridade para que formassem juntos a base da sociedade. Na sua onipotência, poderia criar diretamente os indivíduos, mas preferiu que a mulher e o homem fossem seus cooperadores na criação, gerando filhos por meio do amor humano. Para tanto, estabeleceu este mandamento antigo e novo: “Frutificai, multiplicaivos e enchei a terra!” (Gn 1,28). As diferenças físicas, psicológicas e espirituais entre os dois gêneros não são um mal e não devem ser negadas. Elas enriquecem e moldam a vida familiar, refletindo a vontade do Criador. Afinal, Deus os criou “à sua imagem, homem e mulher os criou” (Gn 1,27). A sensibilidade, o entusiasmo, a propensão às relações interpessoais, o sentido de cuidado do outro, a atenção aos detalhes e a piedade religiosa, tão próprias das mulheres, completam-se de modo admirável com a objetividade, o senso prático, a regularidade de ânimo, o espírito aguerrido e sereno comuns entre os homens. Masculino e feminino expressam a riqueza da criação e oferecem as condições necessárias para o pleno desenvolvimento afetivo e espiritual das famílias. Uma família cristã é, além disso, uma igreja doméstica. Nela, recebemos e transmitimos a fé em Cristo. Como a Igreja, a família tende a crescer na fé e no número de seus membros, abrindo-se à vontade de Deus e acolhendo também os de fora. É uma casa de oração, onde Deus é adorado, amado e obedecido. Nela, os filhos são instruídos, protegidos dos erros do mundo e preparados para lutar e continuar o ciclo da vida. O nome, as características físicas, os costumes, as lembranças, o cuidado físico e espiritual são passados dos pais para os filhos. Estes, na velhice dos genitores, retribuem um pouco do tanto que receberam. Já que os vínculos de sangue não se extinguem, na família aprendemos a perdoar e ser perdoados; a respeitar e nos fazer respeitar; a ser autênticos; a dividir; a ter compaixão; a suportar aqueles de quem não gostamos. Aprendemos a compreender e a conviver com as diferenças de temperamento, de visão de mundo e as peculiaridades de cada um. Em uma palavra, na família aprendemos a amar. E porque ela é tão necessária para o verdadeiro amor – inclusive a Deus –, o demônio quer a todo custo desfigurar, dividir, perverter e destruir a família. Ela é algo tão imprescindível que o Filho de Deus, ao vir ao mundo, quis ter uma Mãe e um pai terrenos. Mesmo sendo Deus encarnado, “era-lhes obediente” (Lc 2,51), respeitando a ordem estabelecida na criação. E nós, que nos unimos a Cristo por meio da fé e do Batismo, nos tornamos “membros da família de Deus” (Ef 2,19). A Igreja é uma família, inclusive para aqueles que não têm família. Não é uma reunião de “grupos”… A Igreja é uma família reunida em torno de um mesmo Pai, de uma mesma Mãe, de uma mesma fé, de um mesmo Alimento espiritual e de um mesmo Amor.
20 | Especial – Natal 2021 | 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 |
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No Vaticano, presépios e árvores de Natal valorizam culturas e tradições Fernando Geronazzo
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A representação da cena da natividade do Senhor já é uma tradição da Praça São Pedro, no Vaticano. Todos os anos, desde 1982, uma grande árvore de Natal é instalada diante da Basílica de São Pedro, ao lado de um presépio confeccionado por artistas de diversas partes do mundo. Este ano, o presépio é composto por mais de 30 peças e foi criado por cinco renomados artistas de Huancavelica, no Peru. As estátuas do Menino Jesus, da Virgem Maria, de São José, dos Três Reis Magos e dos pastores foram feitas em tamanho natural a partir de materiais como cerâmica, madeira de maguey (agave) e fibra de vidro.
A obra, que recorda os 200 anos da independência do Peru, é formada por imagens que retratam algumas partes da vida dos habitantes dos Andes e estão vestidas com trajes típicos de Chopcca. A estátua de Jesus, por exemplo, terá a aparência de uma criança Hilipuska, assim chamada porque está envolta em um cobertor típico de Huancavelica e amarrada com um chumpi ou cinto trançado. Já o pinheiro de cerca de 28 metros de altura, pesando 8 toneladas, veio do cultivo sustentável da localidade de Andalo, no Trentino, e foi decorado com ornamentos de madeira e iluminação de LED de baixo consumo energético. O SÃO PAULO mostra, a seguir, os presépios do Vaticano nos últimos anos.
Antoine Mekary - Aleteia
Em 2021, presépio instalado na Praça São Pedro ressalta cultura e tradição popular do Peru
Reprodução do youtube
Vatican Media
O presépio foi cedido pela Diocese de Terano, na região italiana de Abruços. As peças em cerâmica foram confeccionadas por jovens estudantes do Instituto de Arte “F.A. Grue”. As esculturas representam os magos; no centro, no ponto mais alto, está a Sagrada Família, com o Anjo acima, simbolizando a sua proteção sobre Jesus, Maria e José. A árvore de Natal veio da Eslovênia, tem 75 anos, 28 metros de altura e 70 centímetros de diâmetro. Foi a segunda vez que esse país doou uma árvore ao Papa. A primeira foi em 1996.
O presépio foi doado pelas pequenas cidades de Scurelle, no Trentino, e Rotzo, Vicenza. Confeccionadas em madeira policromada da região, as 25 peças em tamanho real representam, no centro, a Sagrada Família, e, no entorno, os pastores, os animais e os Magos. Este presépio tem 23 anos e é de autoria do artista Ivo Tomaselli, que inseriu pedaços de árvores destruídas pela tempestade que devastou a região em 2018. A árvore de Natal também foi doada pelo município de Rotzo.
Vatican Media
Vatican Media
2020
2018
O presépio daquele ano impressionou os visitantes, pois foi totalmente esculpido em areia, doada pela Prefeitura de Jesolo e pelo Patriarcado de Veneza. Essa tradição tem quase 20 anos. A holandesa Susanne Ruseler esculpiu os pastores e os animais, o russo Ilya Filimontsev, a Sagrada Família e o Anjo; e o tcheco Radovan Zivný, os rostos e as vestes dos magos. A árvore, proveniente da cidade italiana de Pordenone, foi um abeto vermelho com cerca de 21 metros de altura, um diâmetro de 50 centímetros e uma circunferência máxima de 10 metros na base.
2019
2017
O presépio foi oferecido pela Abadia Territorial de Montevergine. Inspirado na arte de presépios do século XVIII, seguindo a mais antiga tradição napolitana, o presépio ocupava uma superfície de 80 metros quadrados, com uma altura máxima de 7 metros, sendo formado por 20 personagens com altura por volta dos 2 metros. As vestimentas são em tecido, as faces em terracota policromática e os olhos em cristal. Ao lado do presépio, o pinheiro de 28 metros doado pela Diocese polonesa de Elk. A projeção da largura da árvore chegava a atingir um diâmetro máximo de 10 metros. As bolas e demais enfeites, feitos com argila, foram confeccionados por crianças tratadas em setores de oncologia de hospitais italianos.
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| 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 | Papa Francisco | 21
Francisco comemora aniversário com refugiados Vatican Media
Filipe Domingues
Especial para O SÃO PAULO, em Roma
Ao completar 85 anos, o Papa Francisco celebrou modestamente seu aniversário com um grupo de dez refugiados, no Palácio Apostólico do Vaticano. O encontro foi na manhã da sexta-feira, 17. Os refugiados chegaram à Itália por meio de um acordo envolvendo a Santa Sé, a Itália e Chipre, após a recente viagem do Papa ao país. De acordo com o Vaticano, o Papa fornecerá os meios para que essas pessoas se mantenham na Itália, com programas de integração organizados pela Comunidade de Santo Egídio, em Roma. Ele conversou com os refugiados – entre eles médicos e técnicos de infor-
mática – ouvindo suas histórias de vida. Os migrantes são provenientes do Congo-Brazzaville, da República De-
mocrática do Congo, de Camarões, da Somália e da Síria. Francisco lhes agradeceu a visita, após os parabéns.
Rumo ao Natal: Levantar-se e caminhar com pressa Durante a oração do Angelus do domingo, 19, o Papa Francisco refletiu sobre a passagem do Evangelho de Lucas (1,39-45), que narra a Visitação: o momento em que Maria encontra sua prima Isabel e as duas, grávidas, se alegram pela chegada do Messias, o Menino Jesus. Na última semana do Advento, disse o Papa, “deixemo-nos guiar por dois verbos, levantar-se e caminhar com pressa”. Isso porque são “dois movimentos que Maria fez [naquela ocasião]” e que nos preparam para o Natal. Levantar-se, ensina o Pontífice, é uma reação ao anúncio da chegada de Jesus. Mesmo em meio às tribulações, Maria “não se desencoraja, não se abate, mas se levanta” e direciona seu olhar para o alto. Depois, caminha com pressa, o que “não quer dizer se agitar”, explicou, mas “ir em frente com confiança”, sem se lamentar, e “com vida plena em Deus, plena de alegria”. (FD)
Novos esclarecimentos sobre a missa de rito extraordinário Respondendo a dúvidas enviadas por alguns bispos, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou no sábado, 18, esclarecimentos sobre a aplicação da Traditionis custodes, carta apostólica em forma de motu proprio pela qual o Papa Francisco restringiu a celebração da Eucaristia no rito anterior ao Concílio Vaticano II – chamado de “rito extraordinário”. O Prefeito da Congregação, Dom Arthur Roche, esclareceu que a abertura concedida pelo Papa Bento XVI, no motu proprio Summorum pontificum, em 2007, terminou não sendo bem praticada por grande parte dos fiéis que celebra a missa antiga. Para alguns, sinaliza Dom Roche, essa forma de celebrar se tornou sinal de
distinção e separação do restante da comunidade eclesial, e não de comunhão.
Um único rito romano
“Triste ver como o vínculo mais profundo de unidade – a participação no único pão partido que é o Seu corpo para que todos sejam um – se torne motivo de divisão”, escreveu o Arcebispo. “É dever dos bispos, cum Petro et sub Petro [com Pedro e sob Pedro], proteger a comunhão, condição necessária para poder participar à mesa eucarística”, acrescentou. Na Traditionis custodes, publicada em julho deste ano, Francisco reitera que o rito litúrgico instituído pelo Papa Paulo VI e revisado pelo Papa João Paulo II é a
única forma de celebração da Igreja Católica no rito romano. Fica claro, portanto, o objetivo de restringir a forma antiga a alguns pequenos grupos, visando a uma gradual supressão, e não a uma expansão.
Restrições
Na resposta às dúvidas, o Prefeito recorda que, conforme a Traditionis custodes, todos os fiéis que celebram a Eucaristia na forma antiga devem reconhecer os efeitos do Concílio Vaticano II e a validade do rito pós-conciliar. Outros sacramentos não devem ser celebrados na forma antiga, exceto em paróquias pessoais criadas canonicamente pelos bispos diocesanos. Além disso, os sacerdotes que se recusem a
concelebrar a Santa Missa no rito romano atual não podem receber a concessão do Bispo para celebrar no rito antigo. Nas missas de dias de semana, deve ser priorizado o rito atual, de modo que um sacerdote não deve rezar diferentes missas em diferentes ritos no mesmo dia. Da mesma forma, não se deve celebrar mais de uma missa no rito extraordinário no mesmo dia. “Toda norma prescrita tem sempre o único objetivo de cuidar do dom da comunhão eclesial, caminhando juntos”, escreve Dom Roche, pedindo que os bispos não caiam em “polêmicas estéreis” e, em vez disso, valorizem a “beleza do rito que nos foi doado” por dois Papas e Santos: Paulo VI e João Paulo II. (FD)
22 | Geral/Atos da Cúria | 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 |
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Natal dos Sonhos: há 20 anos trazendo mais esperança a crianças e adolescentes Flavio Rogério Lopes ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
A Campanha Natal dos Sonhos, promovida pela Pastoral do Menor da Arquidiocese, há 20 anos arrecada brinquedos que são destinados a milhares de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Nos dois últimos anos, devido à pandemia, também foram arrecadados alimentos não perecíveis. Estima-se que nesta 20ª edição, mais de 15 mil brinquedos e 60 toneladas de alimentos foram obtidos. As doações estão sendo destinadas para as regiões episcopais, que encaminharão os brinquedos e mantimentos às famílias dos projetos sociais e comunidades carentes assistidas pela Pastoral do Menor. Em ação de graças por todas as doações e pela vida das crianças, adolescentes e seus familiares, uma missa aconteceu no domingo, 19, no Ginásio da Sociedade Esportiva Palmeiras, presidida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada pelo Padre Leonardo Venício de Araújo Silva, Pároco da Paróquia São Carlos Borromeu e colaborador no clube.
“Eu vim para servir” (Mc 10,45) foi o tema escolhido para a edição deste ano. “É um chamado, um anúncio cristão sobre a dignidade da vida humana, por meio do resgate de sonhos e fantasias de milhares de crianças, assistidas pelas diversas ações sociais realizadas pela Arquidiocese de São Paulo”, disse Sueli Camargo, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor, em entrevista ao O SÃO PAULO. Na homilia, Dom José Benedito agradeceu ao Palmeiras a acolhida, aos demais parceiros da campanha e a todos os que contribuíram com o Natal dos Sonhos: “Cada criança é singular e precisa de todos os cuidados. Por isso, nós temos a Pastoral do Menor para cuidar da vida de todas aquelas que precisam de cuidado, com aquilo que tem de melhor”. “Enquanto tivermos força e Deus nos conceder a vida, temos que ter essa disposição de servir as pessoas. É isso que é feito nessa parceria entre a Pastoral do Menor e o Palmeiras, que distribui aquilo que é mais necessário e cuida das crianças”, concluiu. Breno Nunes Bispo, aos 27 dias de vida, representou o Menino Jesus, ao lado de seus pais, Edcarlos Bispo e Katia Rami Barbosa
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Dom José Benedito, com casal e bebê que no Natal dos Sonhos representam a Sagrada Família
de Oliveira Nunes Bispo, que interpretaram José e Maria. “Quando recebi o convite para interpretar Nossa Senhora, refleti sobre o amor de Maria por Jesus e como ela acompanhou a vida Dele. Quero ser assim para o Breno e estar junto em todas as fases de sua vida”, disse Katia. “O Natal representa sempre esperança. Os últimos dois anos foram muito difíceis para os brasileiros. Que o Natal
Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO: Em 16/12/2021, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Santa Ifigênia, no bairro de Santa Ifigênia, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Jesus Neres de Sousa, SSS, pelo período de 06 (seis) anos.
BÊNÇÃO DAS IMAGENS DO MENINO JESUS No domingo, 19, na missa na Catedral da Sé, o Cardeal Odilo Pedro Scherer efetuou a bênção das imagens do Menino Jesus, levadas pelos fiéis e que serão colocadas por eles nos presépios de seus lares na noite de Natal. “Pouco a pouco, estamos retomando a cultura dos presépios nas casas, nas famílias. Trata-se de uma ação bonita de que precisamos, para que não se perca o significado cristão do Natal”, enfatizou, também exortando que os católicos montem presépios não só nas casas, mas em comércios, como testemunho da fé no Cristo. (por Ruy Halasz) Arquivo pessoal
Em 13/12/2021, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia São Judas Tadeu, no bairro do Jabaquara, na Região Episcopal Ipiranga, o Reverendíssimo Padre Daniel Aparecido de Campos, SCJ, pelo período de 06 (seis) anos. Em 10/12/2021, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Consolação, no bairro da Consolação, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Alessandro Enrico de Bórbon, pelo período de 06 (seis) anos. Em 10/12/2021, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia São Januário, no bairro da Mooca, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Wellington Laurindo dos Santos, pelo período de 06 (seis) anos.
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu, na sexta-feira, 17, a missa em ação de graças pela conclusão do ano letivo da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo e do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de São Paulo. A Eucaristia foi celebrada na matriz da Paróquia Imaculada Conceição, anexa ao complexo do campus Ipiranga da PUC-SP, onde estão localizadas as duas instituições. Participaram da celebração diretores, professores, funcionários da faculdade e oficiais do Tribunal. Na ocasião, o Arcebispo de São Paulo agradeceu a todos o serviço realizado no âmbito acadêmico e na pastoral judiciária da Arquidiocese.
deste ano possa simbolizar a esperança de uma mudança em 2022”, salientou Edcarlos Bispo. O Natal dos Sonhos conta com diversos parceiros, entre eles colégios católicos, a agência Mega Model Brasil, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Sociedade Esportiva Palmeiras, Crefisa, FAM, Paulus Editora e Staubli Comércio.
PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO: Em 10/12/2021, foi prorrogada a nomeação e provisão de Pároco da Paróquia Assunção de Nossa Senhora, no bairro do Jardim Paulista, na Região Episcopal Sé, do Reverendíssimo Padre Juarez Pedro
de Castro, pelo período de 03 (três) anos. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL: Em 14/12/2021, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial, ad nutum episcopi, da Paróquia São Vito Mártir, no bairro do Brás, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre José Ferreira Filho. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ASSISTENTE PASTORAL: Em 15/12/2021, foi nomeado e provisionado como Assistente Pastoral, ad nutum episcopi, da Paróquia Santa Cristina e da Área Pastoral São Domingos de Gusmão, nos bairros do Parque Bristol e do Jardim Caraguatá, na Região Episcopal Ipiranga, o Diácono Permanente Orlando Luciano da Silva. RENOVAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ECÔNOMO: Em 10/12/2021, foi renovada a nomeação e provisão como Ecônomo da Região Episcopal Belém, ad nutum episcopi, do Reverendíssimo Cônego Marcelo Matias Monge. POSSE CANÔNICA: Em 17/11/2021, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha para a Área Pastoral Santo Antônio de Pádua, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Guilherme Alves dos Santos, C.R.
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| 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 | Geral | 23
Dom Luiz Carlos Dias toma posse como Bispo de São Carlos (SP) Diocese de São Carlos
www.osaopaulo.org.br No site do jornal O SÃO PAULO, você acessa conteúdos atualizados sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.
Papa condena violência doméstica e pede maior solidariedade a afetados pela pandemia https://cutt.ly/vUeTssF Rodízio de veículos na capital paulista está suspenso até 14 de janeiro https://cutt.ly/hUeRUnP Dom Odilo: ‘Queremos que todos sintam que o Natal é o anúncio de uma boa notícia’ https://cutt.ly/DUeRSSM Em Mianmar, o Natal será de silêncio e oração pela paz https://cutt.ly/8UeR9zd
Posse canônica de Dom Luiz Carlos Dias é realizada na Catedral Diocesana de São Carlos, no sábado, dia 18; Diocese abrange 29 municípios
Fernando Geronazzo
osaopaulo@uol.bom.br
A Catedral Diocesana de São Carlos (SP) estava cheia na manhã do sábado, 18, para a celebração de posse canônica de seu oitavo Bispo Diocesano, Dom Luiz Carlos Dias. Nomeado pelo Papa Francisco em 20 de outubro, Dom Luiz Carlos foi transferido da Arquidiocese de São Paulo, da qual era Bispo Auxiliar desde 2016. A Eucaristia contou com a presença de vários bispos, entre os quais o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, e Dom João Inácio Müller, Arcebispo de Campinas (SP). Também participaram diversos sacerdotes, religiosos e leigos da Diocese. Logo após a leitura da bula de nomeação do novo Bispo diocesano, representantes do clero, fiéis e religiosos da Diocese saudaram Dom Luiz Carlos. O Bispo Auxiliar de São Carlos, Dom Eduardo Malaspina, que durante a vacância da Diocese exerceu o cargo de Administrador Diocesano, acolheu o novo Bispo. “Gratidão, Dom Luiz, por aceitar a missão de trazer aos nossos diocesanos a Palavra de Salvação deste Alguém de quem não somos dignos nem de desamarrar as sandálias”, afirmou.
‘Vim para servir’
Em sua primeira homilia na Diocese de São Carlos, Dom Luiz Carlos recordou as palavras de seu lema episcopal – “Vim para servir”. “Este enfoque no servir tem me ajudado no ministério e me convida à conversão constante aos interesses da Igreja e dos irmãos e irmãs aos quais sou enviado. Conto com a oração de todos para ser fiel ao lema
que o Senhor me inspirou”, enfatizou. Dom Luiz Carlos manifestou o desejo de ser um sinal da unidade da centenária Igreja particular de São Carlos, com suas 129 paróquias em 29 municípios. Ele ressaltou, ainda, que a unidade do presbitério ao redor de seu pastor a serviço do povo de Deus é condição indispensável para que a Igreja seja um verdadeiro corpo místico de Cristo na sociedade. Por isso, ele informou que, o quanto antes, quer visitar as comunidades paroquiais da Diocese. Também se comprometeu a estar próximo dos presbíteros, diáconos, religiosos e leigos. “Pretendo me aproximar dos vários segmentos com responsabilidades sociais, pois o momento de crise econômica, pelo qual passa o País, reclama esforços de todos para a superação de graves problemas legados pela pandemia”, acrescentou. Por fim, Dom Luiz Carlos pediu a oração de todos e confiou seu ministério episcopal à intercessão de Nossa Senhora Aparecida e São Carlos Borromeu, padroeiro da Diocese, em cujo exemplo de bispo e servidor da Igreja ele deseja se inspirar.
Herança do Senhor
No fim da celebração, ao saudar Dom Luiz Carlos, o Cardeal Scherer afirmou, a partir do versículo bíblico “Como é bela a herança que me coube” (Sl 16,6): “Como é bela a herança que lhe coube, Dom Luiz Carlos, a Igreja de Deus que está na Diocese de São Carlos... Esta é tua família, estes são teus irmãos, este é o teu povo. Que Deus te dê muita luz, constância e paciência para servir este povo no Evangelho. Que todos vocês tenham muita alegria com seu novo pastor”, disse Dom Odilo.
Em nome do clero diocesano, Padre Jorge Nahra saudou o novo Bispo. “Acolhemos o senhor com os nossos corações jubilosos... Queremos como presbitério manifestar nossa obediência e respeito... Diante do caminho da sinodalidade, queremos trilhar esta estrada juntos na comunhão, participação e missão”, afirmou. Jorge Carrara saudou Dom Luiz Carlos em nome dos fiéis leigos da Diocese. “Como Igreja, junto com os ministros ordenados e consagrados... Sonhamos juntos o sonho do Evangelho. Seja bem-vindo, Dom Luiz Carlos!
Arcebispo Maronita na Síria enaltece a perseverança de fé das famílias cristãs https://cutt.ly/oUeR4an Ásia News
Iniciada por 6 fiéis, comunidade católica no Vietnã hoje tem 8,8 mil membros https://cutt.ly/iUeTqS4
24 | Reportagem | 21 de dezembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022 |
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Pastorais e movimentos da Arquidiocese oferecem ceia natalina aos pobres Luciney Martins/O SÃO PAULO
Fernando Geronazzo
osaopaulo@uol.com.br
A Praça da Sé, no centro de São Paulo, se transformou em um restaurante a céu aberto na noite do domingo, 19, para a realização de mais uma edição do Natal dos Pobres. Como acontece desde 2015, foi oferecida uma ceia natalina a cerca de 1,5 mil pessoas em situação de rua e em vulnerabilidade social. A iniciativa foi promovida pela comunidade Aliança de Misericórdia e outras organizações eclesiais ligadas ao Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo. Ao todo, cerca de 600 voluntários participaram da ação. O evento ocorreu no encerramento da 21ª edição da ação missionária Thalita Kum. Pelas ruas e praças do centro da capital paulista, missionários anunciam a alegria do nascimento de Jesus por meio de músicas, danças, teatro, pregações e abordagens individuais. A ceia foi antecedida por uma missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, na Catedral da Sé, concelebrada por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, e por diversos padres.
Escola de vida cristã
Na homilia, Dom Odilo agradeceu a todos os agentes e missionários que enfrentaram os desafios e riscos da pandemia para continuar o trabalho de atendimento aos mais necessitados. “Que Deus os abençoe pelo trabalho que fizeram e que fazem. É muito bonito o que vocês realizam”, afirmou o Arcebis-
Dom Odilo: ‘Tudo isso foi preparado com muito carinho. Neste Natal, vocês não se esqueçam de que são muito importantes diante de Deus’
po, ressaltando que a caridade para com os pobres é uma verdadeira “escola de vida cristã”. Recordando que no Natal é celebrado o mistério de Deus que veio ao encontro da humanidade, o Cardeal enfatizou que o Senhor é acolhido pela humanidade de muitos modos: pelos sacramentos, em especial a Eucaristia, pela meditação de sua Palavra, e pelos irmãos, sobretudo, aqueles que mais precisam de atenção e cuidado. “No Natal, acolhemos Jesus espiritualmente e pessoalmente nos irmãos. De nada adiantaria dizer ‘eu amo Jesus’ e não ter sensibilidade pelos irmãos que sofrem e não os acolher”, reforçou Dom Odilo.
Frutos
No ano passado, devido às restrições da fase crítica da pandemia, não pôde ser realizada a ceia na Praça da Sé. Os voluntários, contudo, distribuíram refeições à população da região conhecida como Cracolândia. Padre Rodrigo Custódio Andrade Ramos, presidente da Aliança de Misericórdia, explicou ao O SÃO PAULO que, da edição passada do Natal dos Pobres, nasceu uma iniciativa permanente. Todo primeiro domingo do mês há um dia de evangelização e atendimento à população dessa região. Em cada um desses eventos, uma média de 25 pessoas deixa as ruas, sendo encaminhadas para casas de recuperação de uma das
organizações católicas que participam do projeto. “Nesta semana, o governo do Estado assinou um convênio com a Fazenda da Esperança para disponibilização de 200 vagas sociais para pessoas em situação de rua da Cracolândia. Isso foi possível graças ao trabalho missionário realizado todos os meses”, afirmou o Sacerdote. Ao abençoar a ceia e os convidados do Natal dos Pobres 2021, o Cardeal Scherer enfatizou que Deus ama os pobres e, por isso quer estar junto deles. “Tudo isso foi preparado com muito carinho porque vocês merecem. Que neste Natal, vocês não se esqueçam de que são muito importantes diante de Deus, que os ama muito”, completou o Arcebispo.
Mais do que receber uma refeição, sentar-se à mesa Tiago Palácio, 40, passou a noite acordado ajudando a preparar o frango servido na ceia do Natal dos Pobres na Praça da Sé. Apesar do cansaço visível, o missionário da Aliança de Misericórdia ainda se dispôs a ajudar na acolhida dos convidados. Um deles, que estava sentado no chão, começou a chorar compulsivamente. A princípio, parecia que ele estava sentindo alguma dor. Na verdade, porém, ele pedia apenas um abraço. O voluntário não negou o pedido do rapaz e o abraçou. Enquanto essa cena acontecia, o Cardeal Odilo Pedro Scherer fazia sua saudação aos pobres e dizia que, por meio daqueles missionários, a Igreja manifestava o amor de Deus por todos eles. É em nome desse amor de Deus pelos pobres que Tiago participa do Natal dos Pobres há cinco anos. Ele afirmou, ainda, que, mais do que dar, ele recebe
daqueles que carinhosamente chama de irmãos de rua.
Pandemia
Segundo o missionário, o período crítico da pandemia evidenciou ainda mais as necessidades das pessoas em situação de rua e dos muitos que, mesmo tendo onde morar ou até trabalhando, não tinham condições suficientes para oferecer aos seus familiares uma simples refeição. “Foram muitos os casos de pessoas acompanhadas de seus filhos pequenos que chegavam até nós e diziam que havia semanas que não comiam um prato de arroz e feijão, algo tão básico para tantas pessoas, mas que, para eles, era raro”, contou Palácio. O missionário disse que, em outra ocasião, receberam a doação de vários pacotes de macarrão e decidiram preparar uma macarronada para os pobres.
“Nunca me esqueço de uma irmã de rua que, ao abrir a marmita e ver macarronada, começou a chorar e disse que gostava de macarrão e que havia muito tempo não comia esse prato. Então, ela pediu a Deus que realizasse esse desejo. Eu pude aprender com a singela experiência de fé daquela mulher, que confiou na providência divina e foi atendida, graças àqueles que fizeram aquela refeição chegar até ela”, completou.
Acolhida
É por histórias como essa que a comunidade Aliança de Misericórdia se uniu a outros movimentos e pastorais para promover o Natal dos Pobres para os pobres, pois entendem que não basta apenas saciar a fome dessas pessoas, mas proporcionar a elas a experiência de acolhida e de dignidade, de poder se sentar à mesa e participar de uma verdadeira ceia natalina.
Robson Vilalpan, 37, era um dos convidados da ceia natalina da Praça da Sé. Acompanhado da esposa, Taís Costa Josias, 29, e dos três filhos, de 5, 4 e 1 ano e 8 meses, esse pai de família relatou que, aos poucos, está conseguindo se recuperar do impacto da pandemia. A família antes morava na região central, agora mora de aluguel em Itapevi, na Grande São Paulo. Atualmente desempregada, Taís cuida dos filhos, enquanto Vilalpan trabalha em uma empresa de segurança e sustenta com dificuldade a família. “Hoje não podemos dizer que passamos extrema necessidade. Mas não tem sido fácil seguir adiante. O preço dos alimentos está cada vez mais alto e não seria possível oferecer uma ceia de Natal para minha família. Louvo a Deus por esta iniciativa do Natal dos Pobres. Sentimo-nos acolhidos e amados por essas pessoas. Percebemos que não estamos sós”, concluiu Vilalpan. (FG)