O São Paulo - 3381

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SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

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Ano 67 | Edição 3381 | 2 a 8 de fevereiro de 2022

www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00 Arte: Jovenal Pereira sobre fotos de Luciney Martins/O SÃO PAULO e ACN

Religiosos consagrados: testemunhas da presença do Reino de Deus no mundo Na festa da Apresentação do Senhor no Tempo, em 2 de fevereiro, a Igreja também celebra o Dia Mundial da Vida Consagrada, ocasião para valorizar ainda mais aqueles que, a partir da profissão dos votos de pobreza, castidade e obediência, expressam sua total disponibilidade para

viver a graça recebida no Batismo com maior radicalidade, como o fazem mais de 50 mil religiosos e 630 mil religiosas consagrados, conforme dados do Anuário Estatístico da Igreja 2019. Nesta edição, O SÃO PAULO fala sobre as irmãs do Pontifício Instituto das Mestras Pias

Filippini, fundado em 1692 por Santa Lúcia Filippini (1672-1732), que na Arquidiocese de São Paulo mantêm atividades de evangelização, educação e cuidado a idosos no bairro da Freguesia do Ó. Páginas 10 e 11

Editorial

20 anos de episcopado

Liturgia e Vida

Cristãos Perseguidos

Estejamos prontos, se preciso for, a pagar o preço do testemunho da verdade

‘Como Arcebispo de São Paulo, Deus me concedeu mais alegrias que cruzes’

Quanto mais reverenciamos e tememos o Senhor, mais confiamos Nele e o amamos

360 milhões sofrem violências ou intimidações por professar a fé em Cristo

Página 4

Páginas 2 e 20

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2 | Encontro com o Pastor | 2 a 8 de fevereiro de 2022 |

CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER Arcebispo metropolitano de São Paulo

F

ui ordenado bispo no dia 2 de fevereiro de 2002, na catedral Cristo Rei, de Toledo (PR), pela imposição das mãos do Cardeal Cláudio Hummes, então, Arcebispo de São Paulo, e de mais 36 bispos concelebrantes. Entre eles, também estava o saudoso Dom Armando Círio, Arcebispo Emérito de Cascavel, que me havia ordenado presbítero em dezembro de 1976. Era a festa da Apresentação do Senhor no Templo. Recordo, neste ano, os 20 anos de minha ordenação episcopal e agradeço a Deus pela graça do episcopado, exercido integralmente na Arquidiocese de São Paulo: cinco anos como Bispo Auxiliar e, a partir de 29 de abril de 2007, como Arcebispo desta grande e estimada Igreja Particular. Também no quadriênio de serviço à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), como Secretário-Geral (2003-2007), permaneci vinculado a São Paulo. Só tenho a agradecer a Deus! É um privilégio e uma honra muito grande poder servir a esta Arquidiocese, com tão ilustres predecessores, como os cardeais Cláudio Hummes, Paulo Evaristo Arns, Agnelo Rossi, Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta e os arcebispos Dom José

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

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Em memória de Jesus Cristo Gaspar e Dom Duarte Leopoldo e Silva. Esta Igreja de São Paulo também conta com o testemunho dos santos e Bem-Aventurados que aqui viveram: Padre Anchieta, Frei Galvão, Madre Paulina, Padre Mariano e Madre Assunta. Seu exemplo e estímulo nos encorajam a fazer hoje a nossa parte no serviço ao Evangelho e ao povo santo de Deus. Tomei como lema episcopal a mesma palavra de Jesus, que já havia servido como lema de minha ordenação sacerdotal: in meam commemorationem – “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19). São palavras de Jesus na instituição da Eucaristia, que o sacerdote pronuncia em todas as missas na hora da consagração do pão e do vinho. Jesus ordenou aos apóstolos que o seu gesto ritual de repartir o pão e o cálice continuasse a ser feito por eles ao longo do tempo, “em memória Dele”, ou seja, lembrando Dele, do que Ele fez e de tudo o que significava aquele rito. E significava muito! De fato, o gesto ritual da instituição da Eucaristia, no contexto da última ceia e na véspera de sua Paixão, Morte e Ressurreição, resume toda a obra salvadora de Jesus. Nesse sentido é que a Igreja ensina que a Eucaristia contém, de alguma forma, todo o bem da Igreja. A celebração da Eucaristia é o momento sacramental mais significativo da Igreja, para o qual se orientam toda

a vida e ação da Igreja e do qual ela toma toda a sua força e vitalidade. Ah, se compreendêssemos melhor a celebração da Eucaristia, não deixaríamos facilmente de celebrá-la e de participar dela! Ser bispo, “em memória de Jesus Cristo”, traduz o sentido essencial do ministério episcopal, exercido a partir de Jesus Cristo, em nome Dele, como “sinal” de Jesus Cristo Pastor no meio da Igreja, com a força do Espírito Santo prometido por Jesus Cristo, como servidor dos discípulos de Jesus, testemunha do Evangelho e cuidador da Igreja, “esposa de Cristo”. O bispo não exerce a sua missão em nome pessoal, mas como um dom recebido “em favor dos irmãos” e para a glória de Deus. O episcopado não é uma carreira profissional em grau superior, mas um chamado a um serviço maior, a exemplo de Jesus: não para “ser servido, mas para servir e entregar a sua vida como serviço aos irmãos” (Mc 10,45). O episcopado não consiste na busca de vaidades, vantagens pessoais e autoglorificação. Se as pessoas honram o bispo e o tratam com distinção, isso expressa, certamente, o reconhecimento delas diante do significado da figura do bispo e da sua missão no meio delas, à luz da fé, e fazem bem. Mas o bispo sabe que as honras não são para ele, mas para Aquele que ele representa, que o chamou e constituiu para servir

a Deus e os irmãos. “Em memória de Jesus Cristo”, o bispo leva ao peito uma cruz, para o lembrar sempre do seu serviço a Jesus Cristo crucificado e ressuscitado. E, no exercício de sua missão, ele também experimentará muitas vezes, nos próprios ombros, o peso da cruz de Cristo e da humanidade. Como Arcebispo de São Paulo, Deus me concedeu, até agora, alegrias e também cruzes. Mais alegrias que cruzes, devo reconhecer. Agradeço a todos os que me acompanharam e ajudaram até aqui no exercício do ministério episcopal. E são tantos e tantas, graças a Deus, a começar pelos valorosos e dedicados Bispos Auxiliares e padres, que partilham com o bispo a responsabilidade de servir a esta imensa “família de Deus” em São Paulo. Sem eles, seria impossível servir adequadamente a um povo tão numeroso e com necessidades e situações tão diversas. Mas agradeço também muito aos religiosos e consagrados nos muitos carismas do Evangelho, que servem o povo de Deus na caridade. Os numerosos leigos e leigas, em todas as comunidades e organizações de nossa Igreja particular, participando das iniciativas e ações eclesiais mais diversas, são a verdadeira base da vida eclesial. Somos todos, “em memória de Jesus Cristo”, testemunhas do Evangelho nesta cidade imensa. Que Deus continue a nos ajudar!

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| 2 a 8 de fevereiro de 2022 | Geral/Atos da Cúria | 3

Na memória do Holocausto, Cardeal Odilo Scherer defende compromisso das religiões na busca da paz Milton Gevertz/CONIB

FERNANDO GERONAZZO

osaopaulo@uol.com.br

Por ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, a Confederação Israelita do Brasil (Conib), a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e a Congregação Israelita Paulista (CIP) promoveram na quinta-feira, 27 de janeiro, um ato em memória das vítimas do Holocausto. Além de sobreviventes do Holocausto, o evento realizado na Sinagoga Etz Chaim, no bairro da Consolação, contou com a participação de autoridades civis, religiosas e comunitárias que homenagearam, com o acendimento de seis velas, os 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial.

VERGONHA PARA A HUMANIDADE

Entre os convidados estava o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, que manifestou a solidariedade e proximidade da comunidade cristã católica para com a comunidade judaica que sofreu os horrores do Holocausto, que ele classificou como

Líderes de diferentes religiões participam de ato em memória das vítimas do Holocausto, organizado pela comunidade judaica em São Paulo

“uma vergonha para a humanidade”. “Recordar, todos os anos, esta tragédia inominável é ocasião para que tomemos consciência de que se não lembramos da história e não aprendemos suas lições, corremos o risco de repeti-la”, afirmou Dom Odilo.

FAMÍLIA DE DEUS

O Purpurado enfatizou que os membros das diferentes tradições religiosas

são chamados a um empenho fundamental pelo respeito profundo à pessoa humana e à sua dignidade e na luta pela solidariedade. “Diante de tragédias que nossos semelhantes sofrem, não podemos fechar o nosso coração, pensar apenas naquilo que nos é cômodo, mas fazer tudo o que é possível para socorrer quem está sofrendo”, reforçou. “O Deus da Bíblia, como nós o conhecemos, é o Deus que está ao lado dos

Arcebispo recebe Sergio Moro em audiência na Cúria O Cardeal Odilo Pedro Scherer recebeu em audiência na sexta-feira, 28 de janeiro, o pré-candidato à Presidência da República, Sergio Moro. Durante o encontro, o Arcebispo Metropolitano de São Paulo manifestou sua preocupação com questões relacionadas à liberdade religiosa, ao alto índice de de-

semprego, ao combate à pobreza, às políticas habitacionais e educacionais de qualidade, assim como às políticas em favor da família, ressaltando que as famílias são muito oneradas e pouco amparadas para cumprir a sua missão na sociedade. Ao final do encontro, o Cardeal Scherer entregou ao pré-candidato um exem-

injustiçados, perseguidos, humilhados e maltratados. Se nós não estamos do lado deles, não estamos do lado de Deus”, salientou o Cardeal, reforçando que todos devem contribuir no presente a fim de se prevenir o surgimento de “novos fermentos” que possam levar a tragédias como as vividas no passado. E concluiu: “As religiões têm o compromisso de ajudar a humanidade a viver em fraternidade e paz”. Luciney Martins/O SÃO PAULO

plar do Acordo Brasil-Santa Sé e um livro que reúne artigos de sua autoria sobre fé e política. A audiência aconteceu na Cúria Metropolitana de São Paulo, em Higienópolis, e foi solicitada por Sergio Moro, que manifestou seu desejo de dialogar com as diversas instituições da sociedade. (FG)

Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO: Em 25/01/2022, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no bairro Cruz das Almas, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Reinaldo Torres, pelo período de de 06 (seis) anos. O decreto entrou em vigor em 29/01/2022. Em 25/01/2022, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro da Vila Carolina, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre José Domingos Bragheto, pelo período de de 06 (seis) anos. O decreto entrou em vigor em 30/01/2022. Em 25/01/2022, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Expectação, no bairro da Freguesia do Ó, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Aldenor Alves de Lima, pelo período de 06 (seis) anos. O decreto entrou em vigor em 01/02/2022. Em 25/01/2022, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Cristo Libertador, no bairro do Conjunto Habitacional Brigadeiro Eduardo Gomes, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Maycon Wesley da Silva, pelo período de 06 (seis) anos. O decreto entra em vigor em 02/02/2022.

Em 18/01/2022, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia São João Batista, no bairro Chácara Califórnia, na Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre Érick Vinícius Pinheiro Barboza, SAC, pelo período de 06 (seis) anos. Em 18/01/2022, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia São Rafael, no bairro da Mooca, na Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre José Adelson Maria Ramos das Mercês, CRSP, pelo período de 06 (seis) anos. PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO: Em 26/01/2022, foi prorrogada a nomeação e provisão de Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, no bairro da Vila Pompeia, na Região Episcopal Sé, do Reverendíssimo Padre Lucas Pontel, pelo período de 03 (três) anos. Em 26/01/2022, foi prorrogada a nomeação e provisão de Pároco da Paróquia Divino Espírito Santo, no bairro da Bela Vista, na Região Episcopal Sé, do Reverendíssimo Padre Valmir Neres de Barros, pelo período de 03 (três) anos. Em 26/01/2022, foi prorrogada a nomeação e provisão de Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no bairro da Aclimação,

na Região Episcopal Sé, do Reverendíssimo Padre Vando Valentini, pelo período de 03 (três) anos. Em 25/01/2022, foi prorrogada a nomeação e provisão de Pároco da Paróquia Santíssima Trindade, no bairro Vila São Domingos, na Região Episcopal Lapa, do Reverendíssimo Padre Marcos Roberto Pires, pelo período de 01 (um) ano. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL: Em 25/01/2022, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no bairro Cruz das Almas, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Álvaro Moreira Gonçalves. Em 25/01/2022, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia Santos Apóstolos, no bairro de Itaberaba, muito especificamente da Área Pastoral Nossa Senhora e Sant’Ana, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Fabrício Mendes de Moraes. O decreto entrou em vigor em 28/01/2022. Em 25/01/2022, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia Nossa Senhora da Expectação,

no bairro da Freguesia do Ó, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Armênio Rodrigues Nogueira. Em 18/01/2022, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro Edu Chaves, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Sebastião de Souza Júnior. Em 18/01/2022, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia São Miguel Arcanjo, no bairro Jardim da Conquista, na Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre Sérgio de Jesus Alves de Azevedo, MSC, pelo período de 01 (um) ano. Em 18/01/2022, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia São João Batista, no bairro Jardim Colonial, na Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre Cícero Charles Alves Vidal dos Santos, SDS, pelo período de 01 (um) ano. POSSE CANÔNICA: Em 17/01/2022, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia Rainha Santa Isabel, no bairro de Vila Bandeirantes, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Antônio Bezerra Moura.


4 | Ponto de Vista | 2 a 8 de fevereiro de 2022 |

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Editorial

Coragem, eu venci o mundo!

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sta edição do O SÃO PAULO traz uma reportagem especial sobre o aumento da perseguição aos cristãos ao redor do mundo (página 14), conforme recentemente divulgado no relatório anual da organização internacional Portas Abertas. As agressões aos cristãos assumem formas variadas, a depender da região e de sua motivação ideológica: desde penas capitais a ex-muçulmanos que “apostataram” ao se converterem ao Cristianismo, até pressões familiares ou sociais, passando por discriminação no acesso a empregos ou a serviços públicos, até mesmo em se tratando de remédios e tratamentos de saúde. Além dessas formas mais ostensivas e violentas de perseguição, parece vir crescendo no mundo, no entanto, a chamada “perseguição religiosa educada”, de que já pudemos escrever em abril passado (JOSP nº 3.343). Trata-se, em suma, de “novos ‘direitos’ ou normas cul-

turais, que (...) remetem as religiões ‘para a obscuridade silenciosa da consciência do indivíduo ou relegam-nas para os recintos fechados das igrejas, sinagogas ou mesquitas” (cf. Papa Francisco, Evangelii gaudium, 255). Desde que escrevemos essas linhas, testemunhamos vários casos de repressão da liberdade de consciência e de expressão – que acabam cerceando também a liberdade religiosa. Na Argentina, após a grande movimentação dos médicos pró-vida em repúdio à “legalização do aborto”, a militância internacional (v.g. a ONG Global Rights) já vem falando em restringir o direito à objeção de consciência, ao argumento de que ela teria uma “natureza antidemocrática”, e por isso “não pode constituir uma barreira” ao aborto. Na prática, estaria obrigando o médico cristão a escolher entre renegar sua fé ou ir para a prisão. Nos Estados Unidos, alguns pais já perderam a guarda dos filhos

menores de idade por se recusarem a concordar com a chamada cirurgia de “transição de sexo”. Em países na Ásia, templos católicos e cristãos são fechados; na África, incendiados. Em todo o mundo, percebe-se uma cultura de cancelamento e linchamento social contra qualquer indivíduo que ouse manifestar pontos de vista que discordam do que for considerado “politicamente correto”, sendo comum o preconceito contra pessoas de fé em ambientes “intelectuais”. A nós, que queremos ser seguidores de Cristo, estes recentes episódios são certamente causa de apreensão. Como cristãos, nós de fato acreditamos que há certas verdades, inscritas na própria natureza humana, sobre os caminhos que levam à verdadeira felicidade ou à desilusão – pois “a vida que não é ponderada não vale a pena ser vivida” (Platão, Apologia, nº 38). No fundo, trata-se de uma posição não apenas religiosa, mas tam-

bém filosófica: o pré-cristão Sócrates já falava sobre a existência de agraphoi nomoi, “leis não escritas”, de origem divina e universalmente válidas, que carregam em si mesmas a punição para aqueles que as quebram (Xenofonte, Memorabilia, 4, 4, 19ss.). A prevalência de uma filosofia de vida sobre outra (e aqui está o ponto) deveria ser conquistada com base no testemunho pessoal e na argumentação racional respeitosa, mas também sincera e aberta à verdade – e não com base na repressão estatal. Em certo sentido, porém, estas perseguições não nos surpreendem. Nosso Senhor, afinal, já nos advertira: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33; cf. Mt 5,11-12). Busquemos todos, então, pela caridade e pelo respeito, viver em paz com todas as pessoas (cf. Hb 12,14; Rm 12,18) – mas estejamos também prontos, se preciso for, a pagar o preço do testemunho da verdade.

Opinião

Tempo Comum: Deus nos acompanha em nosso cotidiano Arte: Sergio Ricciuto Conte

PAULO HENRIQUE CREMONEZE Liturgicamente, estamos no Tempo Comum, um tempo que é escola de fé, tempo de um exercício em que a professamos nas cenas cotidianas ordinárias. Por isso, cuidemos todos para que sejam dias intensos, cheios de ardor e de discernimento. E a Igreja, em sua infinita sabedoria, na condição de Mãe e Mestra da Verdade, oferece-nos significativa passagem do Evangelho segundo São João: a das Bodas de Caná. O que poderia ser mais abençoadamente comum do que o casamento, o nascimento da família, a Igreja doméstica? No relato evangélico, ocorre um problema no casamento: o vinho acaba. O que poderia ser situação muito embaraçosa para os noivos, torna-se sinal do início da vida pública do Senhor. Havia naquele casamento dois convidados muito especiais: Maria e Jesus. Maria intercede pelos noivos e pede a Jesus que faça algo. Jesus inicialmente se recusa, pois ainda não era chegada a sua hora. Maria, contudo, volta-se aos outros e determina-lhes que façam o que Jesus lhes instruiria fazer. Que cena linda, não? Nem mesmo Deus resiste à determinação de uma mãe. Jesus cede ao desejo de Maria de socorrer os noivos e transforma a água em vinho. As leis da natureza ensinam que a água não se

transforma em vinho, sabemos bem, mas a Lei de Deus vai além do plano natural que Ele mesmo criou e faz vinho se converter em água, faz dos diferentes, um. Gosto de pensar que se trata de imagem prefigurada do milagre de transubstanciação, o mais profundo de todos os mistérios da fé. Jesus age segundo a instrução de sua mãe, e isso é de uma densidade teológico-espiritual poderosíssima. A primeira intercessão de Maria registrada na história é a própria Palavra de Deus. Penso que dizer mais é desnecessário, não? O Tempo Comum nos é aberto por uma cena... comum, abenço-

adamente comum. Jesus não fez seu primeiro sinal em um monte, dentro de um templo ou de uma biblioteca. Não. Não fez também em um ambiente sofisticado, erudito, especialmente preparado para tanto. Fez em meio a uma festa, bebendo vinho (decerto, moderadamente), dançando, confraternizando, abraçando alegremente os demais convidados. Fez não por vontade própria, ao menos imediatamente, mas pela intercessão piedosa de sua Mãe. Houve um primeiro esvaziamento no milagre da Encarnação. Esse foi o segundo: o da obediência à sua mãe.

Que cenas fantasticamente comuns, poderosas, emblemáticas, catequéticas: festa, formação de família, obediência aos pais, compaixão e solução de adversidade. Em um casamento se deu a inauguração oficial, por assim dizer, da vida pública de Jesus. O cotidiano elevado ao plano da santidade ou a santidade mergulhada no cotidiano. Tanto faz. Jesus está conosco em todos os momentos. Está no casamento, que é Sacramento, está no nosso trabalho, está quando cravamos os joelhos no chão e rezamos, está em nossas casas, está no nosso lazer. Está sempre conosco, como Ele mesmo disse e prometeu. Jesus é a causa nos momentos bons e o amparo nos ruins. Não há dúvida alguma de que Ele está sempre conosco. A única dúvida nesse contexto reside nesta pergunta: e nós, estamos também com Ele o tempo todo? Que o Tempo Comum nos ajude a meditar sobre como nós retribuímos o Amor de Deus e o que efetivamente fazemos no dia a dia para passarmos a vida a fazer o Bem. Bom Tempo Comum, escola de fé, caminho também para a Quaresma e a grande celebração do ano litúrgico e de nossas vidas: a Páscoa. Paulo Henrique Cremoneze é advogado, professor de Direito, mestre em Direito Internacional pela Universidade Católica de Santos (SP) e vice-presidente da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp).

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.


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Fernando Arthur

| 2 a 8 de fevereiro de 2022 | Regiões Episcopais/Fé e Vida | 5

BELÉM Fiéis comemoram o padroeiro da Paróquia São Paulo Apóstolo FERNANDO ARTHUR

COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

Na noite de 25 de janeiro, os fiéis da Paróquia São Paulo Apóstolo, no Belém, celebraram seu padroeiro em missa presidida pelo Padre Fabiano Alcides, Pároco. No início da celebração, ele recordou a importância da festa da conversão do Apóstolo Paulo para a comunidade e para toda a Igreja. Na homilia, Padre Fabiano manifestou a alegria de poder celebrar com uma igreja mais cheia que nos anos anteriores e destacou o papel do Apóstolo dos Gentios para os cristãos. “Deus vai nos agraciando com a força da sua presença, com o testemunho de vida do Apóstolo São Paulo, alguém que viveu intensamente a sua fé, sua comunhão com Jesus. Por isso, nós celebramos esta Eucaristia em honra ao Apósto-

lo”, disse, destacando ainda as muitas cartas escritas por São Paulo. Padre Fabiano também exortou os fiéis a sempre se recordarem de São Paulo em suas orações e se aproximarem da figura do Apóstolo, para que nele se inspirem no caminho de conversão e de mudança de vida, para a busca de se viver a santidade: “Não se nasce cristão pronto. Não se nasce santo pronto. Precisamos de um caminho de conversão”. Padre Fabiano também exortou: “Que nós possamos nos inspirar no exemplo de Paulo, no seu caminho de conversão, fazer que o nosso Batismo possa produzir frutos na vida da Igreja, para a nossa caminhada na fé. Que a nossa fé seja autêntica, uma fé em Jesus”. Ao fim da celebração, o Sacerdote agradeceu a todos os fiéis que estiveram na missa e àqueles que participaram das atividades da festa do padroeiro.

Luciana Pinheiros

Patrícia Manente

[SANTANA] Em 25 de janeiro, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a missa solene da Festa da Conversão de São Paulo, na Paróquia dedicada ao Apóstolo no Setor Tucuruvi. Concelebrou o Padre Benedi(por Luciana Pinheiros) to Raimundo Siqueira, Pároco.

[BELÉM] Em 25 de janeiro, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu missa na Paróquia São Judas Tadeu, no Tatuapé, durante a qual deu posse ao Padre Joimar Sella, AA, como Pároco. (por Patrícia Manente)

Espiritualidade Viver o sínodo como apóstolos no meio do mundo DOM CARLOS LEMA GARCIA

BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO SÉ E VIGÁRIO EPISCOPAL PARA A EDUCAÇÃO E A UNIVERSIDADE

A

o retomarmos as nossas atividades neste ano, estamos num bom momento para considerar a nossa responsabilidade pela Igreja, neste caminho sinodal que percorremos na Arquidiocese. Há uma cena ocorrida na Igreja nascente que pode nos servir de exemplo de iniciativa apostólica. Trata-se de um episódio narrado no livro dos Atos dos Apóstolos: “Um anjo do Senhor dirigiu-se a Filipe e disse: ‘Levanta-te e vai para o Sul, em direção do caminho que desce de Jerusalém a Gaza, a Deserta’. Filipe levantou-se e partiu. Ora, um etíope, eunuco, ministro da rainha Can-

dace, da Etiópia, e superintendente de todos os seus tesouros, tinha ido a Jerusalém para adorar. Voltava sentado em seu carro, lendo o profeta Isaías”. Tratava-se de um funcionário com um alto cargo, equivalente ao ministro da Economia ou da Fazenda de uma rainha da Etiópia. Também se vê que era uma pessoa interessada: aproveita a viagem para ler a Sagrada Escritura. “O Espírito disse a Filipe: Aproxima-te para bem perto deste carro. Filipe aproximou-se e ouviu que o eunuco lia o profeta Isaías, e perguntou-lhe: ‘Porventura entendes o que estás lendo?’. Respondeu-lhe: ‘Como é que posso, se não há alguém que me explique?’. E rogou a Filipe que subisse e se sentasse junto dele”. Trata-se de uma pessoa como hoje frequentemente encontramos ao nosso lado: tem uma inquietação religiosa, procura conhecer melhor as coisas de Deus. Ao mesmo tempo, sente necessidade de ajuda: como poderei entender se ninguém me explica? De fato, era difícil entender o texto, porque Isaías descrevia o Messias sofredor, que morre nas

mãos dos seus inimigos: “Como ovelha, foi levado ao matadouro; e como cordeiro mudo diante do que o tosquia, ele não abriu a sua boca. Na sua humilhação foi consumado o seu julgamento. Quem poderá contar a sua descendência? Pois a sua vida foi tirada da terra (Is 53,7s.). O eunuco disse a Filipe: ‘Rogo-te que me digas de quem disse isto o profeta: de si mesmo ou de outrem?’. Começou então Filipe a falar, e, principiando por essa passagem da Escritura, anunciou-lhe Jesus”. Filipe explicou-lhe que o Messias esperado havia sido morto e havia ressuscitado, tal como previra. “Continuando o caminho, encontraram água. Disse, então, o eunuco: ‘Eis aí a água. Que impede que eu seja batizado?’. Filipe respondeu: ‘Se crês de todo o coração, podes sê-lo’. ‘Eu creio’, disse ele, ‘que Jesus Cristo é o Filho de Deus’. E mandou parar o carro. Ambos desceram à água e Filipe batizou o eunuco. Mal saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe dos olhares do eunuco, que, cheio de alegria, continuou o seu caminho.” Este relato condensa os passos da

atividade apostólica: o discípulo de Cristo, movido pelo Espírito Santo, obedece com prontidão ao seu mandato, fala de Jesus apoiado nos textos da Sagrada Escritura e suscita o desejo de receber o Batismo. Deus quer se utilizar dos nossos contatos normais com as pessoas, dos nossos encontros, das aparentes coincidências, para se aproximar delas. Nós também precisamos ter iniciativa para estabelecer um diálogo com as pessoas. Filipe faz uma pergunta certeira: “Porventura, entendes o que estás lendo?”. É muito importante saber fazer as perguntas certas para as pessoas. Em que você acredita: nos homens ou em Deus? Você encontrou o sentido para a sua vida? Depois podemos falar da nossa experiência, dos textos bíblicos que nos tocaram especialmente, falar de Jesus, das suas palavras, do seu amor, da promessa da vida eterna etc. Viveremos bem esse tempo de sínodo se nos empenharmos em falar de Deus às pessoas com quem convivemos: isso, na prática, significa ser responsáveis pela Igreja e verdadeiros amigos das pessoas.


6 | Regiões Episcopais | 2 a 8 de fevereiro de 2022 |

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SÉ Capela é inaugurada na Paróquia Santo Inácio de Loiola e São Paulo Apóstolo

Mais de 1 tonelada de alimentos é arrecadada na ação ‘Troque seu bolo por uma cesta básica’

Arquimedes Nakahara

CENTRO PASTORAL DA REGIÃO SÉ Na festa da Conversão de São Paulo, em 25 de janeiro, Dom Carlos Lema Garcia presidiu a missa na Paróquia Santo Inácio de Loiola e São Paulo Apóstolo, em razão do 1º ano do Apóstolo como copadroeiro paroquial. Na ocasião, comemorou-se a conclusão das reformas do templo e houve a bênção da nova capela, que recebeu o nome de Monte Tabor. No início da celebração, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé se

dirigiu à capela abençoando o povo, o espaço, o altar e o sacrário. Participaram paroquianos, colaboradores, amigos da Paróquia, além de religiosos e religiosas de diversas instituições. A missa foi concelebrada pelos Padres Mário Pizetta, Administrador Paroquial; Manoel Quinta e José Paulo, paulinos. Ao final, Padre Mário agradeceu a todos, especialmente aos que colaboraram para a realização da obra, e afirmou: “Esta capela será um espaço de oração, um lugar para encontro com Deus”.

CENTRO PASTORAL DA REGIÃO SÉ bolo por uma grande campanha solidária. Tudo foi organizado pela comunidade Todos os anos, a comunidade do Bexiga, local com os voluntários da Paróquia Nosno bairro da Bela Vista, faz um tradicional sa Senhora Achiropita e suas obras sociais, bolo para ser distribuído em comemoração e pelo senhor Walter Taverna, que se uniram na realização da campanha de caridado aniversário da cidade de São Paulo. Em 1986, no 432º aniversário da capi- de “Troque seu bolo por uma cesta básica”. Foi coletada mais de 1 tonelada de alital paulista, o idealizador bolo do Bexiga foi o senhor Armando Puglisi, ilustre mo- mentos, para ser distribuída às famílias rador do bairro. Após seu falecimento, o carentes do bairro, cadastradas e visitadas tradicional evento que reúne centenas de pela Paróquia. Ao fim do evento, o Padre Antônio Sapessoas vem sendo organizado pelo senhor Walter Taverna, presidente do Cen- grado Bogaz, PODP, Pároco, agradeceu a todos os que colaboraram e desejou que tro de Memória do Bexiga. Este ano, porém, devido à pandemia a cidade de São Paulo seja engrandecida e para evitar aglomerações, os organiza- por mais esta ação de caridade. (Com informações do Padre Antônio Sagrado Bogaz) dores decidiram substituir o tradicional Padre Antônio Sagrado Bogaz

(Com informações do Padre Mário Pizetta)

BRASILÂNDIA Dom Carlos dá posse ao novo Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo Jackeline Gasparine

MARIA LEDA

COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

Em missa na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no bairro Cruz das Almas, no sábado, 29 de janeiro, Dom Carlos Silva, OFMCap, deu posse ao Padre Reinaldo Torres como Pároco, e apresentou o Padre Álvaro Gonçalves como Vigário Paroquial. Entre os concelebrantes estiveram os Padres Pasquale Priolo, cooperador da Paróquia, e Aldenor Alves de Lima, até então Administrador Paroquial. Além dos paroquianos, leigos de ouChristian Pito

tras paróquias participaram da missa no espaço da nova matriz paroquial. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia se dirigiu aos Padres Reinaldo e Álvaro e recordou-lhes de que recebiam uma nova missão. Ele lembrou as palavras de São Francisco de Assis, que em seu leito de morte, ao chamar seus confrades e irmãos, disse-lhes: “Até agora nada ou pouco fizemos, vamos recomeçar”. Dom Carlos Silva destacou que os padres devem dar continuidade à obra da Paróquia.

Eva Yu Bertani

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA A Associação Civil Gaudium et Spes - AGES com sede nesta cidade, rua Aliança Liberal, 703 Vila Leopoldina, por meio de seu presidente, Pe. Messias de Moraes Ferreira, CONVOCA seus associados para a Assembleia Extraordinária, no dia 08 de fevereiro de 2022, as 20:00 horas, na Rua Aliança Liberal, 703 com a seguinte ordem do dia:

[SANTANA] No domingo, 30 de janeiro, completou-se o primeiro ano da dedicação do altar da Paróquia Santa Teresinha, razão pela qual Dom Jorge Pierozan presidiu missa na matriz paroquial. Durante a celebração, houve a apresentação dos novos vigários paroquiais, os Padres Mauro Chiarotti e Fernando Campane, que foram concelebrantes da missa, assim como os Padres Silvio Cesar, Pároco; José Adilson Morgado e Edmilson Rodrigues de Moraes, assistidos pelo Diácono Nilo Carvalho Neto. (por Pascom Santa Teresinha)

[SÉ] No domingo, 30 de janeiro, na Paróquia Nossa Senhora Achiropita, o grupo da juventude iniciou suas atividades do ano com o encontro “Incendeia”, cujo tema foi “O jovem católico e o mundo”. Houve momentos de animação, testemunhos, lanche e pregação. O encerramento foi conduzido pelo Padre Antônio Sagrado Bogaz, PODP, Pároco, com Adoração ao Santíssimo e bênção final na missa. (por Evelin Damasceno)

1) Alteração de Endereço da Filial – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INICIAL - SÃO JOSE CNPJ -50.059.070/0012-46 2) Assuntos diversos A Assembleia Geral instalar-se-á em primeira convocação às 20:00 horas com a presença da maioria dos associados e, em segunda convocação ás 20:30 horas, com qualquer número, de acordo com o estatuto. São Paulo, 01 de fevereiro de 2022. Pe. Messias de Moraes Ferreira Presidente


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IPIRANGA Fiéis da Paróquia Santa Ângela e São Serapião celebram a padroeira PADRE CHRISTOPHER VELASCO

COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

A Paróquia Santa Ângela e São Serapião, Setor Cursino, acaba de festejar sua padroeira. Na quinta-feira, 27 de janeiro, Santa Ângela Mérici foi solenemente homenageada pelos paroquianos de Vila Moraes, em Santa Missa presidida pelo Pároco, Padre José Lino Mota Freire, e concelebrada pelos Vigários Paroquiais: Padre Anderson Pereira Bispo, que assumirá, no domingo, 6, como Pároco na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Imigrantes; e Padre Christopher Costa Velasco, que tomou posse de seu ofício na véspera da memória litúrgica da padroeira. No último dia da novena de Santa

Regy Velasco

Ângela, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu missa à luz de velas e com canto a cappella, devido à falta de luz no bairro; os fiéis, porém, participaram ativamente da celebração. Na ocasião, celebrou-se a memória de São Timóteo e São Tito, discípulos e continuadores da missão do Apóstolo São Paulo. Na homilia, Dom Ângelo destacou a liberdade interior do missionário para se dispor a ser enviado e também de toda a comunidade cristã para se deixar conduzir pelo Espírito, além da dimensão sobrenatural de toda vocação. Nessa celebração, o Bispo apresentou à comunidade o Padre Christopher como o novo Vigário Paroquial.

BRASILÂNDIA Novas placas comemorativas na Igreja Nossa Senhora da Expectação MARTA GONÇALVES

COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

Em 25 de janeiro, no aniversário da cidade e festa da conversão de São Paulo Apóstolo, os fiéis da Paróquia Nossa Senhora da Expectação, Setor Freguesia do Ó, participaram da missa de despedida do Padre Carlos Alves Ribeiro, Pároco por quase dez anos, e que assumirá tal função na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba. Padre Carlos foi homenageado por membros das pas-

torais e demais paroquianos, em reconhecimento pelo período em que administrou a Paróquia e estabeleceu vínculos com a comunidade. Após a missa, houve a inauguração de três placas instaladas na entrada da igreja, referentes ao jubileu de 200 anos da Festa do Divino Espírito Santo, celebrada em 23 de maio de 2021; de gratidão aos paroquianos pelo empenho e colaboração no restauro interno da igreja; e a terceira fazendo menção aos 225 anos da criação da Paróquia Nossa Senhora da Expectação, celebrados em setembro de 2021.

JL Freitas

Comportamento Ano letivo começando, como está a rotina? SIMONE RIBEIRO CABRAL FUZARO Férias terminando, ano letivo presencial finalmente começando. Que alegria! No entanto, não podemos esquecer que, para que tudo funcione bem, para que as crianças tenham uma vida escolar positiva, aprendam, descansem e se organizem, uma boa rotina é fundamental. A rotina organiza o dia das crianças e de toda a família, proporcionando um clima mais tranquilo, apesar da correria cotidiana. Eu sei que o dia a dia é repleto de imprevistos e que, muitas vezes, os adultos têm dificuldades em controlar a própria rotina, porém, preciso dizer a vocês: já são adultos, formados e capazes de encarar os imprevistos que surgirem; seus filhos ainda não: precisam ter uma ordem mais clara dos acontecimentos para poderem aproveitar bem cada uma das atividades do dia. Com isso, trago à consciência de vocês a realidade clara: eles não têm que se adaptar à rotina maluca de vocês, adultos; ao contrário, vocês precisam possibilitar a eles, que estão em fase de formação e crescimento, as condições adequadas para isso. Pensem, criem, encontrem recursos, mas priorizem as necessidades

dos seus filhos: eles dependem de vocês. Sugiro que comecem colocando ordem no sono. Tenho percebido, com muita preocupação, que as crianças estão sem um bom hábito de sono – dormem pouco, em horários inadequados, precisam de muita ajuda para “pegar” no sono... Enfim, carregam para o dia os prejuízos de noites maldormidas: agitação, chatice, dificuldade de concentração, dificuldades de aprendizagem, distúrbios no crescimento. Só por causa do sono? Sim, podem acreditar. Dormir mal traz muitos danos para qualquer pessoa, especialmente para as crianças, que estão em fase de crescimento e aprendizagem. As rotinas de sono delas têm sido afetadas diretamente pelo ritmo de trabalho dos pais, especialmente na cidade de São Paulo. Chega-se a casa muito tarde, o jantar acaba acontecendo mais tarde, os pais querem conversar, conviver, brincar com os filhos ao chegarem... resultado: crianças dormindo muito tarde, agitadas, sem uma rotina de sono que as ajude a descansar de verdade. Papais e mamães, atenção: preservem a rotina de sono de seus filhos. Isso é uma prioridade na infância. Existem alguns pontos que precisam ser cuidados:

Horário de se deitar e de se levantar – criança precisa dormir cedo e se levantar cedo, independentemente da rotina de trabalho dos pais. A partir de 1 ano, a criança já precisa ir para a cama entre 19 e 20 horas, isso mesmo. Parece muito cedo, né? Mas esse é o horário mais adequado. Se a criança adormece nesse horário, a liberação do hormônio do crescimento, ou Growth Hormone (GH), terá condições de ser liberado e atuar de modo adequado. A criança descansará durante à noite e despertará ao amanhecer, aproveitando acordada o melhor horário do dia. Acordar a criança no horário também deve ser parte da rotina – nada de deixar a criança despertar sozinha depois de um determinado horário. Se ela não acordou até as 7h, podemos despertá-la. Se dormir até tarde, não terá sono na hora de se deitar. Eu sei: ficamos tentados a deixá-la dormindo mais, afinal, a casa fica tranquila, alguns pais têm horário mais flexível para entrar no trabalho, enfim, comodidades. Mas, como sempre digo por aqui: educar não é fácil, requer esforço, dá trabalho, mas é missão dos pais – não podemos negligenciar. “Pegar” no sono sozinho – é importante que a criança tenha autonomia de

“pegar” no sono sozinha, sem depender sempre de um adulto. Trabalhar no crescimento das crianças pressupõe cuidarmos desses passos que, aparentemente, são tão pequenos, mas que fazem toda a diferença na autoconfiança e na autoestima. Ensinar essa autonomia é possível a partir de 1 ano de idade. Hábito se conquista com o exercício constante – não espere falar, explicar ou fazer essa rotina por alguns dias e ter resultado imediato. Nós, adultos, por experiência, sabemos que hábitos demoram a ser conquistados. Quando você se conscientiza de que o que está propondo ao seu filho é bom para a saúde e para a vida dele, tem força para se manter constante no exercício, mesmo que custe. Portanto, sempre digo: persistência e constância são virtudes indispensáveis aos pais. Lutem por aquilo que sabem que será um bem para seus filhos. Enfim, espero que todos consigam ajustar suas rotinas e oferecer aos filhos o melhor possível para esse retorno tão esperado. Que seja um ano letivo de muita aprendizagem e crescimento para pais e filhos. Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora. Mantém o site www.simonefuzaro.com.br. Instagram:@sifuzaro


8 | Fé e Vida/Regiões Episcopais | 2 a 8 de fevereiro de 2022 |

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Fé e Cidadania

LAPA

O caminho é o diálogo

Paróquia São João Batista completa 82 anos Marcos Wilkens

LUIZ ANTONIO ARAUJO PIERRE A palavra fanático vem do latim fanum: templo, lugar sagrado, santuário, e se referia àquele que frequentava um destes locais, sem nenhuma outra conotação. A partir do século XVIII, esse termo passa a expressar o excesso de zelo que beira a obsessão e desencadeia atitudes extremistas. É a adesão cega a uma doutrina, a um sistema, a um partido político, em que o sentimento pesa mais que a razão, gerando o reverso do que é o diálogo. A pessoa é levada a considerar que existe somente a sua verdade, confundindo as relações e se colocando como “dono desta verdade única”, como sendo a maneira correta de interpretar e de agir. Considera como “inimigos” todos os que possuam outra religião ou convicção política. O fanático perde o sentido de suas capacidades críticas e vê, em um objeto, pessoa ou ideia – foco de sua opção – qualidades que não existem ou são superestimadas. Combate o “outro lado” com ódio, negando as evidências que são contrárias à sua causa. Uma pessoa pode possuir personalidade com tendência a esta “entrega” sem maiores questionamentos ou a escolha da religião ou do partido político pode ocorrer de forma natural, mas, depois, se tornar uma participação fanática. Existem também os grupos que induzem seus membros ao fanatismo. Este pode emergir da área pessoal e se transformar em fenômeno coletivo, atingindo uma dimensão social de larga proporção. Conduzindo grupos ou até parte da população a atitudes impensáveis. Representa, no aspecto político, constante perigo à democracia, quando a massa humana é manipulada por organismos poderosos para lutar por ideais colocados por esses agentes. O fanático acredita em tudo que é divulgado a favor do tema que defende, sem checar fonte, autoria ou veracidade. A aceitação das fakes news, sobretudo distribuídas em larga escala no WhatsApp, é um exemplo contundente. As mensagens anônimas, sem qualquer credibilidade, sem pesquisa sobre a fundamentação, são repassadas como verdadeiras. O fanático tem total desprezo e desconsideração pela opinião alheia contrárias à sua crença e ou posição, o que traz em relevo um aspecto crucial e fundamental: a falta do diálogo, pois não há disposição para ouvir o outro em seus argumentos. Na área política com elementos religiosos, os líderes são considerados escolhidos e enviados por Deus, e isso pontencializa o fanatismo e leva a tomar decisões de forma irracional, com adesão passional, impedindo o diálogo e criando uma ruptura aparentemente insuperável. Na realidade, em nenhuma situação, a verdade, ainda que parcial, está na posse de alguém ou de um grupo, pois esta possui muitas facetas e é muito mais complexa do que possamos imaginar ou alcançar num debate caloroso e apaixonado. De outro lado, deixar de abordar assuntos polêmicos, para manter uma aparente situação de harmonia, é omissão grave, pois podemos ignorar questões de urgência e importância para a sociedade. É possível e salutar dialogar sobre ideias, possibilitando a coexistência harmônica entre pessoas que tenham pensamentos diferentes; com isso, evita-se discutir sobre as paixões, o que, na maioria das vezes, leva a resultados destrutivos e desagregadores. Indispensável manter a pluralidade de opiniões, de pontos de vista, de opções, de escolhas, e isso se consegue tendo como base o diálogo entre as muitas tendências e posições pessoais e de grupos. Assim, é possível contribuir com a construção de uma sociedade participativa, plural, democrática e justa. Luiz Antonio Araujo Pierre é membro do Movimento dos Focolares, advogado e professor.

BENIGNO NAVEIRA

COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

No aniversário de 468 anos da cidade de São Paulo, em 25 de janeiro, os fiéis da Paróquia São João Batista, na Vila Ipojuca, Setor Lapa, festejaram os 82 anos de criação da Paróquia, participando da missa das 10h presidida pelo Padre Fabiano de Souza Pereira, Pároco. No começo da missa, o Sacerdote falou sobre a história da Paróquia: tudo começou com a construção de uma capela em 1920, e em 25 de janeiro de 1940 foi erigida como paróquia, por meio de um decreto assinado pelo então Arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva, sendo desmembrada das Paróquias Nossa Senhora da Lapa e São Paulo da Cruz (Igreja do Calvário). O primeiro Pároco foi o Padre Walter Schewiora, que ficou por 29 anos na função. Antes da bênção final, Padre Fabiano agradeceu a todas as pessoas que colaboraram ao longo dos anos para a construção e manutenção da igreja, bem como aos padres que realizaram seu trabalho de evangelização, à comunidade de fiéis atuante nas iniciativas de trabalho missionário e o trabalho das equipes de pastorais e movimentos. (Colaborou: Marcos Wilkens).

Pascom paroquial

IPIRANGA Pastoral Familiar regional retoma as atividades MARIA LEONICE E ROBERTO PIETRO MARIANINNI

COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

No sábado, 29 de janeiro, houve a manhã de espiritualidade da Pastoral Familiar, dando início às atividades do ano com o tema “Caminhando juntos”. A reflexão formativa foi conduzida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga. A atividade estava programada para ser presencial, na cúria regional, porém, devido à pandemia, aconteceu de modo remoto e on-line. Participaram aproximadamente 110 pessoas

da Pastoral Familiar, incluindo equipes paroquiais e dos encontros Bom Pastor, Ecoa, NCC, representando os cinco setores. Também participou o casal coordenador do Encontro de Casais com Cristo (ECC), Edson e Benita Ruggiero, além de alguns catequistas e membros de outros movimentos. Frei José Maria Mohomed Junior, Assessor Eclesiástico da Pastoral Familiar e também Coordenador de Pastoral na Região Ipiranga, falou a todos sobre os resultados do trabalho sinodal já realizado e também abordou a Campanha da Fraternidade, sobre a qual haverá uma formação em âmbito regional.

[BRASILÂNDIA] Na noite do domingo, 30 de janeiro, Dom Carlos Silva, OFMCap, deu posse ao Padre José Domingos Bragheto como Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Carolina. O Sacerdote se comprometeu a dar continuidade aos trabalhos já realizados na igreja. (por Gisele Lima) Stela Lopes

José Roberto

[IPIRANGA] Em missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, no domingo, 30 de janeiro, na Paróquia Imaculada Conceição, houve a apresentação do Padre Rodrigo Thomaz, como Vigário Paroquial. Na ocasião, também ocorreu a despedida do Frei José Maria, que assumirá a coordenação dos trabalhos da nova comunidade eclesial Nossa Senhora de Guadalupe. (por Karen Eufrosino)

[LAPA] Na manhã do domingo, 30 de janeiro, a comunidade de fiéis da Paróquia Nossa Senhora do Líbano, Setor Pirituba, participou da missa presidida por Dom José Benedito Cardoso. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa refletiu sobre o Evangelho do dia (cf. Lc 4,21-30) e lembrou que todos devem tomar consciência de que, em continuidade à missão de Jesus, herdada no Batismo, precisam levar a Palavra de Deus aos mais necessitados, pobres e marginalizados. (por Benigno Naveira e Stela Lopes).


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Nomeado Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação na Arquidiocese REDAÇÃO

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, nomeou na segunda-feira, 31 de janeiro, o Padre Michelino Roberto (foto) como Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação. Padre Michelino tem 56 anos e foi ordenado sacerdote em 13 de abril de 1996. Tem licenciatura plena em Filosofia e História pelo Centro Universitário Assunção (Unifai) e bacharelado em Teologia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção. É mestre em Comunicação Social e Institucional pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma; participou do programa de especialização em Jornalismo na Escola de Jornalismo da Columbia University, nos Estados Unidos; e possui master em Jornalismo e Gestão de Empresas de Comunicação pelo Instituto Internacional

de Ciências Sociais (IICS), em São Paulo. Foi editor de língua portuguesa da Agência Internacional Fides, organismo ligado à Congregação para a Evangelização dos Povos da Santa Sé. Em 2007, coordenou a Assessoria de Comunicação da visita do Papa BenReprodução

to XVI a São Paulo. Nesse mesmo ano, lecionou Comunicação na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção. Desde 2014, Padre Michelino é diretor do jornal O SÃO PAULO e, em 2021, dirigiu a rádio 9 de Julho, ambos meios de comunicação da Arquidiocese de São Paulo. Padre Michelino é Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Brasil, no Jardim Paulista, e Administrador Paroquial da Paróquia São Vito Mártir, no Brás. O Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação é um organismo que tem a missão de organizar, promover e animar a ação evangelizadora da Igreja em São Paulo no âmbito da Comunicação Social, sendo responsável por acompanhar os meios de comunicação – jornal O SÃO PAULO, rádio 9 de Julho, folheto Povo de Deus em São Paulo e o portal ArquiSP –, os perfis da Arquidiocese nas redes sociais, a Assessoria de Imprensa e a Pastoral da Comunicação (Pascom).

www.osaopaulo.org.br Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

Dom Odilo se solidariza com vítimas das enchentes e desabamentos https://cutt.ly/sOntTv8 Em 2022, Pastoral da Criança vai focar sua missão fundacional e a inovação https://cutt.ly/zOntAPH Bloqueio de Tigré, na Etiópia, resulta em ao menos 5 mil mortes https://cutt.ly/7OntF4e Caso de blasfêmia é registrado após ataque a igreja no Paquistão https://cutt.ly/XOntVGy Francisco aos pais: não se espantem diante dos problemas dos filhos https://cutt.ly/UOnt2IX Pascom Brasil promove série de podcasts sobre a Campanha da Fraternidade de 2022 https://cutt.ly/qOnt4SU

Abertas as inscriçõe para o curso de extensão on-line de Teologia em Ensino Religioso REDAÇÃO

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O Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade da Arquidiocese de São Paulo e a Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) promovem um curso de especialização de Teologia em Ensino Religioso. A formação, oferecida inteiramente on-line, é voltada para professores de Ensino Religioso do ensino fundamental e médio das redes pública e privada; gestores, diretores, demais profissionais da educação e para o público em geral interessado no tema. O curso começará em março e constará de três módulos, perfazendo um total de 360 horas de aula e 30 horas de monografia, distribuídas em três semestres. As aulas acontecerão de segunda a sexta-feira, das 19h, às 22h. O investimento para a realização do curso é de 18 parcelas de R$ 348,00. Os interessados devem acessar o site https://vicariatoedusp.org. Outras informações em (11) 3660-3747 ou pelo e-mail: vicariatoeducacaouniversidade@gmail.com.

TEMAS

Introdução à Teologia Introdução à Pedagogia da Fé História da Igreja Cristologia Escatologia Igreja e os sacramentos Antropologia Teológica Fé e razão Moral Fundamental Moral especial: Bioética – questões atuais

Moral especial: Amor, Matrimônio

e Família Religião e cultura Ensino Religioso e Literatura Filosofia e sentido de vida A arte da didática no Ensino Religioso Introdução à Sagrada Escritura: Antigo e Novo Testamentos Hermenêutica bíblica em ambiente escolar Doutrina Social da Igreja: elementos para sala de aula e pastoral Aspectos legais e históricos do Ensino Religioso Fundamentos curriculares do Ensino Religioso Legislação vigente sobre o Ensino Religioso: CF, LDB, BNCC e Acordo Brasil-Santa Sé


10 | Reportagem | 2 a 8 de fevereiro de 2022 |

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Vida consagrada: ‘Um dom de Deus Pai à sua Igreja, por meio do Espírito’ Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

DANIEL GOMES

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Em diferentes partes do mundo, mais de 50 mil homens e 630 mil mulheres, conforme dados do Anuário Estatístico da Igreja 2019, dedicam suas vidas totalmente a Deus e à missão evangelizadora da Igreja. Eles são os religiosos consagrados, irmãos e irmãs que a partir da profissão dos votos ou conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência expressam sua total disponibilidade para viver a graça recebida no Batismo com maior radicalidade, seja nas congregações de vida contemplativa (com intensa vivência de oração, penitência e trabalho em comunidade), seja nas ordens missionárias (com variados serviços à evangelização), seja nas congregações de vida ativa (que mantêm iniciativas de assistência aos mais pobres e de valorização da dignidade humana). Desde 1997, em 2 de fevereiro, na Festa da Apresentação do Senhor no Tempo, também se celebra o Dia Mundial da Vida Consagrada, que “pretende ajudar a Igreja inteira a valorizar sempre mais o testemunho das pessoas que escolheram seguir a Cristo mais de perto, mediante a prática dos conselhos evangélicos e, ao mesmo tempo, quer ser para as pessoas consagradas uma ocasião propícia para renovar os propósitos e reavivar os sentimentos, que devem inspirar a sua doação ao Senhor”, escreveu São João Paulo II, na mensagem para o 1º Dia Mundial da Vida Consagrada. Na mesma mensagem, o Pontífice afirma que a data se destina a louvar e agradecer a Deus pelo “grande dom da vida consagrada”, “promover o conhecimento e a estima pela vida consagrada, por parte de todo o povo de Deus” e convidar as pessoas consagradas a celebrar “em conjunto e solenemente as maravilhas que o Senhor realizou nelas, para descobrir, com um olhar de fé mais lúcido, os raios da divina beleza difundidos pelo Espírito no seu gênero de vida, e tomar consciência mais viva da sua insubstituível missão na Igreja e no mundo”.

UM GRANDE BEM À IGREJA E À SOCIEDADE

Após a realização do Sínodo dos Bispos sobre a vida consagrada, em outubro de 1994, São João Paulo II publicou, em março de 1996, a exortação apostólica Vita consecrata (VC), na qual ressalta que “a vida consagrada, profundamente

OS NÚMEROS DA VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA 50.295 religiosos professos

não sacerdotes A maioria deles está na Europa (14.038) e na América (13.735)

630.099 religiosas professas E uropa (216.846) Á sia (170.754) A mérica (154.717) Á frica (77.054) O ceania (6.718)

NO BRASIL

Os dados mais atualizados apontam que há: 11.816 religiosos consagrados 27.182 irmãs ou religiosas de vida consagrada 391 institutos religiosos e sociedades de vida apostólica Fonte: Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB)

Fonte: Anuário Estatístico da Igreja 2019

enraizada nos exemplos e ensinamentos de Cristo Senhor, é um dom de Deus Pai à sua Igreja, por meio do Espírito. Por meio da profissão dos conselhos evangélicos, os traços característicos de Jesus — virgem, pobre e obediente — adquirem uma típica e permanente ‘visibilidade’ no meio do mundo, e o olhar dos fiéis é atraído para aquele mistério do Reino de Deus que já atua na história, mas aguarda a sua plena realização nos céus” (VC,1). Na missa com os consagrados em 2 de fevereiro de 2006, Bento XVI destacou que a dedicação dos religiosos consagrados a Deus e aos irmãos “se torna sinal eloquente da presença do Reino de Deus no mundo de hoje. O vosso modo de viver e de trabalhar é capaz de manifestar sem atenuações a plena pertença ao único Senhor; a vossa entrega total nas mãos de Cristo e da Igreja é um anúncio forte e claro da presença de Deus numa linguagem compreensível para os nossos contemporâneos. É este o primeiro serviço que a vida consagrada presta à Igreja e ao mundo. No meio do povo de Deus, eles são como sentinelas que distinguem e anunciam a vida nova já presente na nossa história”.

ESPERANÇA, ALEGRIA E PACIÊNCIA

Na quarta-feira, 2, o Papa Francisco presidirá missa na Basílica de São Pedro por ocasião do 26º Dia Mundial da Vida Consagrada. Nas homilias dessa celebração nos dois últimos anos, o Pontífice recordou que os consagrados devem estar unidos a Deus, com esperança, alegria e paciência. Na missa de 2020, Francisco recordou-lhes de que é preciso sempre manter a esperança, mesmo diante de circunstâncias ruins, como a atual diminuição da quan-

tidade de religiosos consagrados: “Olhemos o Evangelho e vejamos Simeão e Ana: eram idosos, viviam sozinhos e, contudo, não tinham perdido a esperança, porque estavam em contato com o Senhor. Ana ‘não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns e orações’ (Lc 2,37). Aqui está o segredo: não se afastar do Senhor, fonte da esperança. Tornamo-nos cegos, se não fixarmos o olhar no Senhor todos os dias, se não O adorarmos. Adorar o Senhor!”. Na missa de 2021, o Papa voltou a alertar para os riscos de que a esperança dos consagrados esmoreça por causa de expectativas frustradas. “Devemos ter paciência conosco e esperar, confiantes, os tempos e as modalidades de Deus: Ele é fiel às suas promessas. Esta é a pedra basilar: Ele é fiel às suas promessas. Lembrar-nos disto permite repensar os percursos, revigorar os nossos sonhos, sem ceder à tristeza interior e ao desânimo!”. Na ocasião, o Papa exortou que os consagrados olhem com misericórdia para si, suas comunidades e o mundo e façam alguns questionamentos para a continuidade de sua missão: “Acolhemos nós a paciência do Espírito na nossa vida? Nas nossas comunidades, carregamo-nos mutuamente aos ombros e mostramos a alegria da vida fraterna? E, com o mundo, realizamos o nosso serviço com paciência ou julgamos com severidade? São desafios para a nossa vida consagrada: nós não podemos ficar parados na nostalgia do passado nem nos limitar a repetir sempre as mesmas coisas, nem nos perdermos em lamentações diárias. Precisamos da paciência corajosa de caminhar, explorar novos caminhos, procurar aquilo que o Espírito Santo nos sugere”.


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Mestras Pias Filippini: consagradas a serviço da missão e da contemplação Fotos: Instituto das Mestras Pias Filippini

ROSEANE WELTER

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Em 2 de fevereiro, na festa litúrgica da Apresentação do Senhor do Tempo, a Igreja também celebra o Dia Mundial da Vida Consagrada. Desde os primórdios da Igreja, homens e mulheres se propuseram a seguir Jesus Cristo e a imitá-lo por meio da vida consagrada a Deus, vivendo a radicalidade da consagração recebida no Batismo. O Catecismo da Igreja Católica destaca que “os consagrados se propõem a seguir a Cristo mais de perto, doar-se a Deus amado acima de tudo e, procurando alcançar a perfeição da caridade a serviço do Reino, significar e anunciar na Igreja a glória do mundo futuro”. A Vida Religiosa Consagrada é na Igreja e no mundo sinal de esperança, luz e caridade. Está organizada em ordens, congregações religiosas, institutos de vida consagrada e sociedades de vida apostólica, representando os diversos carismas e missões nas várias frentes da vida eclesial, a exemplo do que realizam as irmãs do Pontifício Instituto das Mestras Pias Filippini, fundado em 1692 por Santa Lúcia Filippini (1672-1732), com o Cardeal Marco Antonio Barbarigo. Ela foi canonizada em 22 de junho de 1930.

MÚLTIPLAS FRENTES DE AÇÃO

A ação missionária da Congregação nasce para a Catequese e se expande para outras frentes a Educação, a formação e promoção da mulher; a dimensão comunitária da ação apostólica paroquial; protagonismo e inserção dos leigos na ação pastoral. “A ação catequética é certamente a característica que mais corresponde à personalidade e à atividade de Lúcia Filippini, porque nela encontram unidade e sentido o seu ser mestra e fundadora de escolas, mulher de ação e de oração, administradora e organizadora”, destacou Irmã Maria Helena de Carvalho, 71, Superiora Provincial. A escola é o espaço privilegiado do carisma apostólico herdado dos fundadores. “As religiosas exercem o ministério educativo inspirado na pedagogia do amor, com olhar particular aos mais pobres, visando à formação integral da pessoa na

Mestras Pias Filippini atuam na região episcopal Brasilândia com atividades pastorais e ação missionária voltadas à educação de crianças e adolescentes

por leigos que, inspirados na fundadora, buscam manter viva a chama do carisma”, destacou Irmã Geralda Coelho, 70, secretária provincial e formadora.

ORAÇÃO E AÇÃO

perspectiva da visão cristã da vida”, disse a Provincial.

LEIGOS UNIDOS NA MISSÃO

A missão do leigo no ideal de Santa Lúcia Filippini é, principalmente, a de responder à vocação pessoal à santidade, o exercício da sua profissão de maneira exemplar; a presença atuante na paróquia, participando das atividades pastorais; na colaboração com as obras do instituto (atividades apostólicas e missionárias, animação espiritual e vocacional, voluntariado e outras iniciativas. “A presença da ação das irmãs se estende para os leigos que somam na missão de evangelizar por meio da educação e da ação social”, disse Irmã Maria Helena, ressaltando que a missão “é seguida da força da oração que sustenta as atividades, junto à educação, aos projetos sociais e pastorais”. O protagonismo dos leigos é um elemento forte do carisma do Instituto. “Os leigos têm uma importância singular. Conhecemos, até o momento, sete comunidades espalhadas pelo Brasil que nasceram a partir da vida e obra da fundadora e todas foram idealizadas

Ao Brasil, o Instituto chegou em 1961, com a Madre Ninetta Jonata, que obteve a aprovação do então Arcebispo de São Paulo, Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, para iniciar a Congregação na Arquidiocese, no bairro da Freguesia do Ó, Região Episcopal Brasilândia, onde ficam a sede da Casa Vice-Provincial e Casa de Formação, o Colégio Santa Lúcia Filippini e o projeto social “Alegria de Viver”. O projeto atende 300 idosos com ações voltadas à espiritualidade, artesanato, atividades físicas, dança, entre outras. Em Peruíbe (SP), a Congregação mantém a Casa Madre Ninetta e o Colégio Nossa Senhora da Divina Providência. Em Miracatu (SP), no Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, funciona o projeto “Lucianas”, que atende crianças e adolescentes. Em Vilhena (RO), há a Casa Nossa Senhora Auxiliadora e o Colégio Santa Lúcia Filippini. O Instituto, no Brasil, conta com 21 freiras consagradas; destas, 11 atuam na Arquidiocese de São Paulo, há duas noviças e uma religiosa de votos temporários. “Somos chamadas a experimentar o amor de Deus em nossa vida para que possamos nos doar para as pessoas no seguimento a Jesus, na radicalidade do Evangelho”, acrescentou Irmã Geralda, ressaltando que algumas jovens se preparam para participar de uma convivência vocacional. A oração é um dos elementos basila-

res da vida das religiosas. “Nossa vocação é contemplativa na ação. Na oração, haurimos a força e o ardor para enfrentar os desafios da prática cotidiana do carisma de anunciar Cristo e evangelizar por meio da educação, catequese e projetos sociais”, disse Irmã Maria Helena, destacando que a vida orante é um dos pilares que sustentam e possibilitam tocar e chegar às realidades humanas.

ANO JUBILAR

As Mestras Pias Filippini celebram em 2022 o ano jubilar por ocasião dos 350 anos de nascimento da fundadora. “O ano jubilar é o momento para render ação de graças pelo dom da vida e vocação de Santa Lúcia Filippini, nossa inspiradora no seguimento a Cristo e na ação missionária de evangelizar”, evidenciou a Provincial. A celebração jubilar contará com momentos de estudos, palestras, apresentações teatrais, entre outras atividades, para unir as religiosas do Instituto, alunos e familiares, professores, colaboradores, assistidos dos projetos sociais e benfeitores. Ao longo do ano jubilar (de 13 de janeiro de 2022 a 13 de janeiro de 2023), a capela da Casa Geral em Roma, o Santuário de Montefiascone (onde estão conservados os restos mortais de Santa Lúcia), as capelas e paróquias em que haja devoção ou referência ao Instituto das Mestras Pias Filippini estão designados para a peregrinação de fiéis, que assim terão a oportunidade de visitar e alcançar a indulgência plenária, a si mesmos ou em sufrágio dos falecidos, conforme decreto publicado pela Penitenciaria Apostólica, em 2 de dezembro de 2021.


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Mulheres católicas refletem sobre a concepção antropológica cristã da sexualidade humana Reprodução

FERNANDO GERONAZZO

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A Rede Internacional de Mulheres da Academia Latino-Americana de Líderes Católicos promoveu na quinta-feira, 27 de janeiro, o 1º Diálogo Internacional entre Mulheres Católicas. O evento, realizado na modalidade on-line, discutiu sobre “Teorias de gênero e identidade católica”, com a assessoria de Marta Rodríguez, bioeticista, filósofa e doutora em Antropologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma. Ela, que também foi chefe da seção feminina do Dicastério para Leigos, a Família e a Vida, da Santa Sé, acaba de publicar sua tese de doutorado sobre as raízes filosóficas da teoria de gênero. Na apresentação do tema, a antropóloga aprofundou a reflexão sobre a diferença entre teoria e ideologia de gênero, analisou o quanto o conceito de gênero é compatível com uma visão antropológica cristã, desde que compreendido corretamente, bem como o quanto sexo e gênero podem ser conceitos distintos, porém inseparáveis.

CONCEITOS

“Sexo é entendido como o conjunto de características biológicas (nível cromossômico, genital e morfológico, hormonal) que definem o corpo de uma pessoa. Já gênero designa o papel sociocultural do sexo, isto é, o modo em que as distintas culturas interpretam o dado do sexo”, explicou Marta, destacando que são muitas as teorias baseadas nessa distinção, mas nem todas correspondem à concepção antropológica cristã. “A questão de gênero obrigou a Antropologia Cristã a aprofundar e amadurecer mais a reflexão sobre elementos que ainda não haviam sido aprofundados, dando-nos, assim, uma Antropologia mais rica”, acrescentou a especialista, reforçando que a identidade de gênero é resultado da integração de distintos elementos dos quais “nenhum é prescindível ou su-

ficiente” em si mesmo, de modo que não é possível tomá-los separadamente.

EXPERIÊNCIAS

Na concepção antológica cristã, portanto, o corpo humano se relaciona diretamente com a identidade psíquica da pessoa, que se desenvolve a partir de experiências que são sempre corpóreas. “Não podemos ter uma experiência que seja estranha ou desenraizada do nosso corpo”, frisou Marta, completando: “Nossa identidade não pode pôr entre parênteses o dado a partir do qual se desenvolveu e que foi vínculo necessário de todas as experiências”. Marta acrescentou, ainda, que o corpo é sexuado, e, portanto, possui características e fenômenos próprios que exigem uma elaboração psíquica, tais como a menstruação, a lactação e a ejaculação. “Essas experiências fortemente sexuadas têm um impacto fundamental na formação da identidade”, reforçou. Outro elemento importante é o cultural, que afeta a percepção e interpretação da pessoa sobre as suas experiências corporais e psíquicas próprias da sua identidade sexual. “Necessariamente, há uma influência cultural em toda experiência. Minha percepção nunca é absoluta”, afirmou Marta, salientando que, embora a verdade não possa ser relativa, sua abordagem pode ser. Por fim, ela enfatizou que a sexualidade humana deve ser vista como um “dom” e uma “tarefa”, como definia São João Paulo II, ou seja, algo que a pessoa não cria, mas recebe, que faz parte de sua natureza e que, por isso, deve ser assumida, desenvolvida e cuidada. “A cada um de nós nos toca a complexa tarefa de compreender o significado do nosso corpo sexuado, acolhê-lo livremente e integrá-lo”, enfatizou, recordando que cada ser humano é “único e irrepetível”.

RISCOS DA IDEOLOGIA

A partir desses pressupostos, Marta Rodríguez sublinhou que a ideologia consiste em uma visão redutiva da realidade, que coloca acento apenas em um dos elementos que ajudam a formar a identidade da pessoa, ignorando os demais. A concepção antropológica cristã, por sua vez, não absolutiza um elemento,

mas considera todos essenciais para o desenvolvimento da pessoa. Nesse sentido, a antropóloga ressalvou que a concepção antropológica cristã não consiste em um “determinismo biológico”, como confirma uma declaração da Santa Sé sobre a interpretação do termo gênero, publicada em 1995, na qual se destaca que esse conceito não pode estar separado da identidade sexual de homem e mulher, mas deve levar em conta a integralidade da pessoa. Na exortação apostólica Amoris laetitia, o Papa Francisco critica a ideologia genericamente chamada gender, que “nega a diferença e a reciprocidade natural de homem e mulher”. “É preciso não esquecer que ‘sexo biológico’ e função sociocultural do sexo (gender) podem-se distinguir, mas não separar”, frisou o Pontífice.

A REDE

A Academia Latino-Americana de Líderes Católicos é um centro de formação e pensamento internacional presidido pelo Cardeal Carlos Aguiar Retes, Arcebispo da Cidade do México. Tem como um de seus objetivos ser “lugar de convocação e casa comum de reflexões compartilhadas, diálogos abertos e iniciativas comuns, para todos os católicos que manifestam a exigência e necessidade de crescer na fé”. Criada em 19 de novembro de 2020, a Rede Internacional de Mulheres Católicas tem a missão de promover, elaborar e implementar ações concretas sobre o papel da mulher no contexto atual a partir do ensinamento social da Igreja Católica, destinado a todos os homens e mulheres de boa vontade. A brasileira Ada Ferreira, membro da Secretaria Executiva da Rede Internacional de Mulheres, afirmou ao O SÃO PAULO que o evento teve um saldo positivo, com a participação de cerca de 500 pessoas, a maioria mulheres que puderam aprofundar um tema pertinente na atualidade e que gera muitas dúvidas. “Desde sua constituição em novembro de 2020, a Rede Internacional de Mulheres teve diversas conquistas, destacando como mais importante e fundamental a formação de vínculos afetivos e humanos entre as coordenadoras, buscando cumprir sua vocação de ser uma autêntica comunidade cristã, tendo como base a confiança e a amizade”, destacou Ada.


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| 2 a 8 de fevereiro de 2022 | Papa Francisco | 13

É preciso combater, juntos, a desinformação

Vaticano reestrutura finanças e diminui déficit anual Vatican Media

O PAPA FRANCISCO DEFENDE AÇÃO CONJUNTA PARA CONTRASTAR AS FAKE NEWS, MAS SEM DESRESPEITAR O OUTRO FILIPE DOMINGUES

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA

Combater a desinformação é preciso, mas sem ofender as pessoas. O Papa Francisco recebeu na sexta-feira, 28 de janeiro, um grupo de comunicadores do consórcio internacional de meios católicos Catholic Fact-Checking. Ao elogiar a iniciativa, defendendo que o combate às fake news (notícias falsas) se faz em conjunto, ele apontou para o estilo do comunicador cristão, que não é ofensivo, mas caridoso. A iniciativa do consórcio nasceu no contexto da pandemia de

COVID-19, durante a qual difundiu-se a desinformação sobre as questões de saúde. Muitas pessoas, até de forma inconsciente, acabam contribuindo com a multiplicação de informações falsas, de comentários pseudocientíficos, “que terminam por gerar confusão nos leitores e ouvintes”, declarou o Pontífice. Ele alertou que é preciso separar o fenômeno das vítimas das fake news, pois estas agem “na manipulação da consciência dos mais fracos”. As fake news “devem ser combatidas, mas sempre devem ser respeitadas as pes-

soas, que frequentemente, sem total advertência e responsabilidade, aderem [à desinformação]”. Diante desse desafio, o comunicador cristão “não age com contraposição às pessoas, não assume comportamentos de superioridade, não simplifica a realidade”, mas “dialoga com os duvidosos”. Vivemos em uma “infodemia”, disse o Papa, em jogo de palavras. Trata-se da “deformação da realidade baseada no medo, que na sociedade global faz ressoar ecos e comentários sobre notícias falsificadas, se não inventadas”, comentou.

A Bíblia não demoniza o dinheiro, mas convida ao seu uso correto Que o dinheiro não seja alvo de idolatria, disse o Papa Francisco a servidores da Receita Federal italiana (Agenzia delle Entrate), em audiência na segunda-feira, 31 de janeiro. “A Bíblia não demoniza o dinheiro, mas convida a fazer dele um uso correto, a não se tornar escravo, não idolatrá-

-lo”, ressaltou o Pontífice. “Não é fácil usar bem o dinheiro.” Os princípios de legalidade, imparcialidade e transparência devem reger nossa relação com o dinheiro, afirmou o Papa. Os impostos precisam ser recolhidos devidamente, mas “devem favorecer a redistribuição das riquezas, tu-

telando a dignidade do bem comum”. Mais uma vez, ele defendeu o princípio da destinação universal dos bens, da Doutrina Social da Igreja, e o sistema de saúde público, que é em grande parte gratuito na Itália, sem o qual “os pobres não teriam direito a nada”. (FD)

A Santa Sé registrou déficit de 33,4 milhões de euros em 2021, ante 42 milhões de euros no ano anterior. Conforme comunicado da Secretaria para a Economia, publicado na sexta-feira, 28 de janeiro, são 90 as instituições incluídas em seu orçamento. Até 2020, eram 60. A adesão de 30 instituições permitiu que a receita fosse maior e o resultado do balanço, um pouco menos apertado, mesmo em ano de doações reduzidas pela pandemia. Além dos organismos da Cúria Romana, no Vaticano, este orçamento inclui organizações como o Hospital Pediátrico “Bambino Gesù”, as quatro basílicas papais de Roma e os santuários de Loreto, Pompeia e Pádova. As entradas totalizaram 769,6 milhões de euros e as despesas, 803 milhões de euros. A cotação atual do euro é de aproximadamente R$ 6. A inclusão de mais instituições no orçamento, disse o Prefeito da Secretaria para a Economia, Padre Juan Antonio Guerrero Alves, permite “ter uma visão mais completa da situação”, além de “aumentar a transparência e o controle” das finanças. Embora não estejam na Cúria, estas organizações dependem diretamente da Santa Sé. As obras de missão apostólica financiadas pela Santa Sé envolvem atividades como a evangelização em países com recursos limitados, o sistema de comunicação do Vaticano e a caridade do Papa, principalmente o Óbolo de São Pedro. De acordo com o Prefeito, o ano de 2021 registrou “uma contenção de gastos sem reduzir a caridade do Papa, mas aumentando-a”. Nesse sentido, ele destaca a distribuição de vacinas a pessoas em situação de rua e as ajudas a igrejas locais. Embora seja difícil continuar reduzindo as despesas da Santa Sé, “pois a missão precisa ser realizada”, Padre Guerrero pretende desenvolver planos para aumentar as receitas no médio e longo prazos, reestruturando o patrimônio existente. (FD)


14 | Reportagem | 2 a 8 de fevereiro de 2022 |

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Relatório mundial indica recordes nos indicadores de perseguição aos cristãos 360 MILHÕES DE PESSOAS SOFRERAM VIOLÊNCIAS EFETIVAS OU INTIMIDAÇÕES POR PROFESSAR A FÉ EM CRISTO, CONFORME LEVANTAMENTO FEITO PELA ORGANIZAÇÃO PORTAS ABERTAS DANIEL GOMES

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A Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2022, divulgada em 19 de janeiro pela organização internacional Portas Abertas, aponta para um novo recorde na quantidade de cristãos perseguidos:

DE VIOLÊNCIAS CONCRETAS, A PRESSÕES E INTIMIDAÇÕES

A classificação dos países no ranking leva em conta seis pontuações diferentes para níveis de violência e de perseguição na vida privada, familiar, comunitária, cívica e das comunidades da igreja. Além das agressões físicas e ataques a templos e comércios cristãos, ocasiões que muitas vezes culminam em mortes, há as várias situações de intimidação, que se expressam em diversas formas sutis e evidentes, como discriminação no trabalho; pressão para renunciar à sua fé por membros da família, em especial para com aqueles que eram do Islã e se converteram ao Cristianismo; falta de prioridade para receber remédios e outros equipamentos de proteção individual, algo especialmente visto durante a pandemia de COVID-19;

Cruz, secretário-geral da Portas Abertas Brasil ao O SÃO PAULO. “Publicamos essa lista há 29 anos. Desde o ano passado, com o aumento da perseguição, só se vê duas cores praticamente: o nível severo e o extremo”, completou

AFEGANISTÃO E OUTRAS NAÇÕES DE MAIORIA ISLÂMICA

O Afeganistão é o local mais perigoso para a sobrevivência dos cristãos na atualidade: homens que se convertem ao Cristianismo são recorrentemente ameaçados de morte; mulheres e meninas cristãs são forçadas a se casar com jovens combatentes do Talibã; as que são estupradas acabam por ser traficadas; e os radicais têm feito um rastreio ativo para perseguir os cristãos, por vezes indo de porta em porta. “Em muitos países, é ilegal que alguém Portas Abertas

ao plano emergencial de auxílio do governo. Há estados na Índia em que existem leis anticonversão”, detalha o secretário-geral da Portas Abertas Brasil.

ÁFRICA SUBSAARIANA

Também é preocupante a crescente perseguição aos cristãos na África Subsaariana, onde boa parte das pessoas tem sido obrigada a deixar suas casas para escapar de perseguições, e no caso das mulheres e crianças, há o risco adicional de sofrerem agressão sexual ou serem cooptadas por redes de prostituição. Além disso, centenas de igrejas têm sido fechadas em Burkina Faso, Máli, Níger e Nigéria, país que respondeu por 79% do total de cristãos que foram mortos no período que abrange a LMP 2022. No Níger, onde os cristãos são apenas 0,3% da população, os radicais islâmicos de grupos como o Boko Haram têm perseguido as comunidades cristãs, em especial na região do Sahel.

COREIA DO NORTE, CHINA E CUBA

360 milhões, ou seja, 20 milhões a mais do que o apontado no relatório anterior, mantendo a tendência de crescimento anual. No relatório de 2020, por exemplo, os dados apontavam para cerca de 260 milhões de perseguidos. A LMP 2022 abrange o período de 1º de outubro de 2020 a 30 de setembro de 2021. Nela estão listados 76 países, dois a mais que em 2021, onde há intensa perseguição aos cristãos, e se destacam os 50 em que há níveis extremos, severos e muito altos de perseguição. O ranking é liderado pelo Afeganistão, que ultrapassou a Coreia do Norte, país que estava no topo da lista havia mais de 20 anos. A relação das dez nações mais perigosas aos cristãos é composta ainda por Somália, Líbia, Iêmen, Eritreia, Nigéria, Paquistão, Irã e Índia. A íntegra pode ser vista no mapa acima ou acessada pelo link encurtado a seguir: https://cutt.ly/HOpbZKt.

e burocracia para licenciamento de igrejas.

O QUE EXPLICA ESSA MAIOR PERSEGUIÇÃO

Em relação à LMP 2021, a lista deste ano mostra que mais cristãos foram assassinados (5.898 ante 4.761 do ano anterior), detidos (6.175 ante 4.277 do levantamento do ano passado), e houve alta no número de igrejas atacadas (saltando de 4.488 para 5.110). “O avanço do Talibã no Afeganistão aumentou a esperança de outros grupos radicais jihadistas no mundo de conseguir êxito nas regiões onde estão, como por exemplo o Boko Haram, a Al Qaeda, o Seleka e até o Estado Islâmico. Também se veem governos autoritários e gangues criminosas que continuam usando as restrições decorrentes da COVID-19 para enfraquecer a Igreja”, comentou Marco

se converta do Islã para outra religião. Se você nasce muçulmano, deve ter esta fé para sempre, bem como seus descendentes. Não há liberdade para mudar de religião. O convertido sofre perseguição da família e da comunidade, é visto como infiel e maldito e, muitas vezes, o desfecho é a morte”, detalhou Cruz à reportagem. A intensa perseguição aos cristãos não é exclusividade dos países de maioria muçulmana. Na Índia, onde 80% da população é hindu, 1.315 cristãos foram presos e detidos, como parte de uma política supostamente nacionalista. “O governo do primeiro-ministro Narendra Modi há anos tem um discurso de ódio contra as minorias. Ele diz que ‘ser indiano é ser hindu’. Especialmente nas localidades longe dos grandes centros, os cristãos enfrentam grande discriminação, violência, famílias são vítimas de bullying, espancadas ou não têm acesso

Também chamam a atenção as práticas de perseguição aos cristãos em três nações sob o regime comunista. Na Coreia do Norte, vice-líder do ranking, os relatos são de que as perseguições foram intensificadas após a instituição da lei de pensamento antirreacionário, que tem ampliado o número de igrejas domésticas fechadas e de pessoas presas. Na China, 17ª na LMP 2022, uma lei instituída em maio de 2021 determinava que líderes religiosos “amassem a pátria, apoiassem a liderança do Partido Comunista e o sistema socialista”. Além disso, ao menos em duas províncias, todas as igrejas cristãs oficiais têm câmeras de vigilância instaladas. Já em Cuba, que ocupa a 37ª posição na lista, tem se verificado o aumento de medidas restritivas às igrejas que se posicionam contra ações do governo comunista. A Portas Abertas lembra que, ao longo da pandemia, os líderes cristãos foram monitorados, presos, extorquidos e tiveram propriedades confiscadas.

NÃO É APENAS UMA QUESTÃO DE FÉ

Na avaliação de Marco Cruz, a perseguição aos cristãos em diferentes países é um tema que deve preocupar a todos, pois o desrespeito à liberdade religiosa coloca em risco a observância de outros direitos fundamentais do ser humano: “Quando o direito de viver a sua religião, a sua fé – que é algo base para a sua vida, suas atitudes, sonhos e objetivos –, lhe é negado, todo o espectro da vida de um ser humano é afetado e outros direitos acabam sendo violados: o da liberdade de expressão, de pensamento, de ir e vir. Por isso, essa é uma questão que deve receber a atenção de todos os países e cidadãos, independentemente de sua crença ou fé”.


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CNBB divulga nota contra a legalização dos jogos de azar no Brasil DANIEL GOMES

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Em nota divulgada na terça-feira, dia 1º, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reiterou a sua “inegociável posição contra a legalização dos jogos de azar no Brasil”. A manifestação da presidência da CNBB ocorre após a Câmara dos Deputados, no fim de 2021, aprovar o requerimento nº 5.358/16, que assinala como urgente a apreciação do Projeto de Lei 442/91, pelo qual se pretende regulamentar, logo nas primeiras sessões legislativas deste ano, a exploração dos jogos de azar no País. “Cabe-nos, por razões éticas e evangélicas, alertar que o jogo de azar traz consigo irreparáveis pre-

juízos morais, sociais e, particularmente, familiares. Além disso, o jogo compulsivo é considerado uma patologia no Código Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. O sistema

altamente lucrativo dos jogos de azar tem sua face mais perversa na pessoa que sofre dessa compulsão”, afirmam os bispos.

Na nota, também se repudiam “os argumentos de que esta liberação aumentará a arrecadação de impostos, favorecerá a criação de postos de trabalho e contribuirá para tirar o Brasil da atual crise econômica”, e é recordado que “esses falsos argumentos não consideram a possibilidade de associação dos jogos de azar com a lavagem de dinheiro e o crime organizado”. Por fim, os bispos conclamam o Congresso Nacional “a rejeitar este projeto e qualquer outra iniciativa que pretenda regularizar os jogos de azar no Brasil. O voto favorável ao jogo será, na prática, um voto de desprezo pela vida, pela família e seus valores fundamentais”.

No domingo, 30 de janeiro, o governador João Doria anunciou a liberação de R$ 15 milhões destinados aos municípios afetados pelas chuvas. Os repasses poderão ser utilizados para reparar problemas urbanos crônicos que causam transtornos, como pontos de alagamento e deslizamentos de terra nessas cidades. Ainda na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro visitou algumas das cidades afetadas na Grande São Paulo e se reuniu com prefeitos para avaliar ações futuras. Ele assegurou que o Governo Federal vai disponibilizar recursos

Anvisa analisa primeiro pedido de registro de autoteste Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar na sexta-feira, 28 de janeiro, o uso e a comercialização de autotestes para a detecção da COVID-19 no Brasil, aconteceu o primeiro pedido de registro do produto por parte da empresa Okay Technology Comércio do Brasil Ltda., na segunda-feira, 31 de janeiro. A Anvisa informou que tem dado prioridade para que as análises ocorram dentro do menor tempo possível. Além dos critérios de segurança e eficácia, os autotestes serão avaliados quanto à regularidade da documentação técnica, à acessibilidade das instruções de uso, à armazenagem e quanto ao descarte do produto para o usuário leigo. (DG) Fonte: Agência Brasil

Cratera se abre na marginal do Tietê perto de obra da Linha 6 do Metrô

Fontes: Agência Brasil, Governo de São Paulo e

O rompimento de uma adutora e o vazamento de esgoto em um poço das obras da futura Linha 6-Laranja do Metrô são apontados como as causas principais para o desmoronamento de um trecho da marginal do Tietê, na capital paulista, entre as pontes do Piqueri e da Freguesia do Ó, no sentido da Rodovia Ayrton Senna, na terça-feira, dia 1º. Não houve feridos, mas quatro pessoas que trabalhavam nas obras foram encaminhadas para atendimento médico e passam bem. Ao longo de todo o dia, o trânsito foi intenso na região, em decorrência da interdição parcial da via. Em visita ao local do acidente, o governador João Doria disse que o governo paulista determinou que a concessionária Acciona, responsável pela obra, identifique as causas do acidente. Ela será questionada sobre as possíveis soluções de engenharia para que as obras possam ser retomadas no menor prazo possível. Além disso, foi criado um comitê para apurar efetivamente o que ocorreu. Quando for concluída, a Linha 6-Laranja ligará a Brasilândia, na zona Norte, à estação São Joaquim, na região central. O prazo é para o ano de 2026. (DG)

Diocese de Bragança Paulista

Fontes: Agência Brasil e Governo de São Paulo

Fonte: CNBB

Ao menos 24 pessoas morrem após fortes chuvas em São Paulo As autoridades paulistas ainda contabilizam os estragos das chuvas do último fim de semana, dias 29 e 30 de janeiro, que resultaram em, ao menos, 24 mortes nas cidades de Franco da Rocha (8 vítimas), Várzea Paulista (5), Francisco Morato (4), Embu das Artes (3), Arujá (1), Itapevi (1), Jaú (1) e Ribeirão Preto (1). Em Franco da Rocha, as buscas por desaparecidos prosseguiam na tarde da terça-feira, dia 1º, uma vez que oito pessoas ainda não haviam sido localizadas. Em todo o estado, mais de 1,5 mil famílias estavam desabrigadas ou desalojadas.

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emergenciais, conforme as necessidades descritas pelas autoridades de cada município. Paróquias localizadas nas cidades afetadas têm realizado campanhas de arrecadação em prol das vítimas das chuvas. Em nota na segunda-feira, 31 de janeiro, a Diocese de Bragança Paulista assegurou que paróquias e comunidades nas regiões pastorais de Francisco Morato e Caieiras, com seus párocos e lideranças, foram mobilizadas para acolher as vítimas. (DG)


16 | Reportagem | 2 a 8 de fevereiro de 2022 |

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A 1ª lição na volta às aulas é economizar na compra do material escolar Pixabay

PESQUISA DO PROCON-SP ENCONTROU DIFERENÇAS DE ATÉ 381% E AUMENTO EM MÉDIA DE 30% NOS ITENS BÁSICOS DO MATERIAL ESCOLAR. PAIS BUSCAM ESTRATÉGIAS PARA GASTAR MENOS, E MUITAS SÃO AS INICIATIVAS DE DOAÇÃO DOS ITENS ROSEANE WELTER

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Com a proximidade do retorno às aulas, pais e responsáveis voltam o olhar e a atenção para a lista de material escolar. Diante dos itens solicitadas pelas escolas, muitos pais e estudantes se viram obrigados a encontrar novos meios e formas para se adaptar à alta dos preços. A recomendação de sempre é pesquisar preços e reaproveitar materiais que já se têm em casa. Há, também, quem doe àqueles que mais precisam.

ALTA NOS PREÇOS

Pesquisa recente realizada pelo núcleo de pesquisa da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor do Procon-SP constatou diferenças expressivas em diversos itens escolares. A maior delas foi de 381,11% na caixa com seis cores (90g) da massa de modelar Abelhinhas Soft, que era vendida em um local por R$ 12,99 e em outro por R$ 2,70; o preço médio apurado foi de R$ 4,83. O Procon-SP pesquisou os seguintes produtos: apontador, borracha, caderno, canetas esferográfica e hidrográfica, colas em bastão e líquida, giz de cera, estojo de lápis de cor, lápis preto, lapiseira, marca texto, massa de modelar, papel sulfite, refil para fichário, régua, tesoura escolar e tinta para pintura a dedo. “A diferença de preço chega a ser exorbitante. O consumidor precisa pesquisar antes de fazer sua compra. Recomenda-se, também, a união dos pais, pois, nesse caso, é possível negociar melhores valores e bons descontos. Não aceite preços abusivos e não pague além do que a média praticada pelo mercado”, alertou Guilherme Farid, do Procon-SP.

COMPARAÇÃO COM O ANO ANTERIOR

Na comparação dos produtos co-

muns entre esta pesquisa e a realizada em 2020, constatou-se acréscimo de 15,96% no preço médio, maior que a variação de 11,12%, registrada no período no Índice de Preços ao Consumidor de São Paulo (IPC-SP), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Em alguns itens, a variação de preços pode chegar a 30%. A pesquisa completa pode ser acessada no link a seguir: https://cutt.ly/UOzYxf8. Farid apresentou algumas dicas para economizar:

E vite compras desnecessárias. Antes de sair de casa, verifique quais produtos da lista de material já possui e que podem ser reaproveitados. Pesquise os preços nas lo jas on-line e nas lojas físicas, bem como confera as promoções e fique atento aos preços abusivos, e, caso perceba itens com preço fora da média do mercado, denuncie ao Procon pelas vias digitais (https://www.procon.sp.gov.br/) ou nos pontos presenciais. Faça compras coletivas, pois alguns estabelecimentos concedem descontos nas compras em grandes quantidades.

REAPROVEITAR ITENS

Com a alta nos preços do material escolar, uma das alternativas é reaproveitar os itens do ano anterior. É o que pretende fazer a dona de casa Marilucia Bueno. Mãe da Fernanda, 10, que vai para o 5º ano do ensino fundamental, Marilucia diz que vai reaproveitar alguns materiais, como mochila, estojo, lancheira, lápis, borracha, tesoura e apontador. “Pela primeira vez, minha

filha, por causa do cenário financeiro, vai precisar repetir esses itens, mas realmente é necessário”, afirmou a mãe, que ficou desempregada durante a pandemia. A dona de casa, que antecipou as compras dos demais itens solicitados pela escola, constatou o aumento dos preços do material escolar: “Todo ano, no período de volta às aulas, os preços aumentam. Por exemplo, um caderno brochura de 96 folhas, na loja on-line, estava por R$ 7,90; no mesmo dia em que o coloquei no carrinho do aplicativo aumentou para R$ 9,90 antes de finalizar a compra. Dois dias depois, voltei ao site e o preço aumentou novamente”.

SOLIDARIEDADE

Andreia Ferreira da Silva, 36, é vendedora, e mãe do Gabriel, 12, e do Jonas, 7. “Meus filhos são cuidadosos. Eles usaram as mochilas por dois anos e estão bem conservadas, e este ano vamos doá-las a crianças carentes”, contou à reportagem. Pamela Freitas de Assis é engenheira ambiental e há mais de dez anos lidera, juntamente com amigas, uma campanha para arrecadar kits de material escolar para doar às crianças carentes atendidas pelo Instituto Curumim, no bairro da Casa Verde, na zona Norte da capital. “Nosso objetivo é proporcionar uma educação de qualidade a estas crianças carentes, que necessitam, entre tantas coisas, do material para estudar”, destacou, pontuando que a lista para doação contempla mochilas, cadernos de dez matérias, estojos, borrachas, lápis preto, canetas azuis e vermelhas, apontadores, caixas de lápis de cor, caixas de canetinhas, réguas de 30cm, cadernos de desenho, tesouras sem ponta, colas e cadernos brochura pequenos. “São itens básicos, e ver a alegria das crianças ao receber o material renova a esperança e a certeza de que simples gestos transformam a vida dos pequenos es-

tudantes”, disse a engenheira ambiental, que divulgou a ação em seu Facebook (pamela.assis.56).

DICAS PARA ECONOMIZAR

Rosana Almeida, advogada, educadora financeira e mãe de Aisha, 7, Maria, 5, e Izabel, 2, conhece bem os “perrengues” dos pais na hora de ir às compras para a volta às aulas. Ela separou uma lista de dicas práticas, a partir da própria experiência:

o receber a lista do mateA rial escolar, avalie tudo o que você já tem em casa e poderá ser usado novamente. “Eu, por exemplo, não troco todos os anos nossas mochilas, a tesoura, a régua etc., e compro o que está faltando”; Busque fazer trocas nos grupos de amigos, vizinhos e familiares. As crianças, muitas vezes, querem uma “mochila nova”; uma opção é a mochila usada, por um preço menor; Pesquise preços – solicite às lojas orçamentos com itens de várias marcas. Pesquise em vários pontos de venda: papelarias, lojas de departamento, livrarias e supermercados; Aproveite as promoções nas compras digitais com frete grátis e cashback. Além de poupar nos itens escolares, você vai economizar em deslocamento e tempo; Esse momento pode ser uma oportunidade para ensinar educação financeira aos filhos, escolhendo juntos alguns itens e mostrando-lhes a diferença de preços.


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| 2 a 8 de fevereiro de 2022 | Reportagem/Fé e Vida | 17

Livro convida à imersão na história da arte religiosa dos templos da cidade Luciney Martins/O SÃO PAULO

‘IGREJAS DE SÃO PAULO: ARTE E FÉ’ É FRUTO DE UM PROJETO COLETIVO ORGANIZADO PELO CASAL PERCIVAL TIRAPELI, PROFESSOR DA UNESP, E LAURA CARNEIRO, JORNALISTA

AUTORES

IRA ROMÃO

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Setenta templos da cidade de São Paulo são apresentados cronologicamente e por estilos – barroco, rococó, eclético e moderno –, no detalhado livro organizado pelo professor Percival Tirapeli e pela jornalista Laura Carneiro. “Igrejas de São Paulo: Arte e Fé” é o resultado de um trabalho coletivo de 40 autores que integram o grupo de pesquisa Barroco Memória Viva, do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e convidados. A obra permite que o leitor, por meio de fotos e artigos, saiba mais sobre arte de igrejas e capelas da cidade, datadas de 1592 a 2003. O texto introdutório da edição é assinado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, no qual reforça que os artigos da atual obra nasceram de uma vasta pesquisa histórica, artística e iconográfica. Dom Odilo destaca ainda que “na arte das igrejas também se expressam, de alguma maneira, as relações sociais e a vida comunitária que se estabeleceu a partir e ao redor de cada uma dessas construções”. O livro, que é uma coedição da Editora Unesp, Edições Loyola e Arte Integrada Comunicação, foi lançado na sexta-feira, 28 de janeiro, no Pateo do Collegio, em comemoração dos 468 anos da cidade.

A OBRA

São 420 páginas recheadas com 330 fotografias e 80 artigos, fruto de pesquisas que tiveram por base o livro de Le-

2015, as modernas em 2017 e, em 2018, só sobre as igrejas de São Paulo.”

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onardo Arroyo, “Igrejas de São Paulo”, publicado em 1954. Ao O SÃO PAULO, Tirapeli explicou que o leitor encontrará variadas abordagens sobre as igrejas. “Em alguns articulistas, o histórico das igrejas é a base para mostrar a arte nelas existente”, destacou. “Outros têm uma base do momento social da construção do templo e de como a ornamentação se insere nos movimentos artísticos dos períodos colonial, imperial ou republicano.” Para Tirapeli, que é autor de outros 25 livros e professor titular em História da Arte Brasileira na Unesp, o leitor ficará admirado ao “se deparar com o plano de expansão da Igreja Romanizada – ou seja, liberta do Padroado, quando o Imperador tinha autoridade sobre a Igreja – e com o trabalho do então Arcebispo, Dom Duarte Leopoldo e Silva, que criou 37 paróquias e construiu igrejas em várias direções da cidade, prevendo o desenvolvimento da metrópole”. O autor também mencionou que, além de elucidar a quantidade de artistas europeus e brasileiros que arquitetaram, esculpiram e pintaram os templos, a obra poderá surpreender “com as novas ordens religiosas – além daquelas tradicionais dos franciscanos, jesuítas, carmelitas e beneditinos – que trouxeram

inovações com seus templos modernos”. Tirapeli acredita ainda que, em relação às igrejas modernas, o título “seja o primeiro livro de arquitetura eclesiástica que aponta o estilo modernista com obras do arquiteto Hans Broos, com imponentes e significativos templos como a Igreja de São Bonifácio, na Vila Mariana, e a capela da Abadia de Santa Maria, no Jardim do Tremembé”.

ORGANIZAÇÃO

Foram cinco anos de produção. A jornalista Laura Carneiro, diretora e editora da Arte Integrada Comunicação, coordenou todos os processos para que o livro seguisse um padrão. “A organização foi superdifícil. São 40 autores, 40 estilos diferentes, e passamos por momentos diferentes ao longo dos cinco anos. Houve vaivem de textos, correções, atualizações de obras e de artigos”, compartilhou Laura. “Mesmo assim, o livro tem unidade.” Tirapeli mencionou que, embora a produção geral do livro tenha se dado em cinco anos, a obra é resultado de seminários realizados no auditório do Mosteiro de São Bento. “Para parte dos artigos sobre as igrejas coloniais, o trabalho começou com a realização de três seminários internacionais em 2013”, contou o professor. “Das igrejas ecléticas em

Tirapeli comentou que ficou muito feliz por contar com a participação de tantos pesquisadores. Apesar de a maioria integrar o grupo do Barroco Memória Viva da Unesp, alguns são membros do Barroco Cifrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP): “No geral, os 40 autores são pesquisadores jovens, tudo ‘moçada’. É isso que mais importa para o mestre: ter os discípulos que vão continuar o trabalho.” Leonardo Caetano de Almeida, 37, é um dos colaboradores do livro. Ele escreveu sobre a Basílica de Nossa Senhora da Penha e afirmou ter sido uma grande honra participar do projeto. “Acredito que a arte está presente em tudo, mas a Igreja é uma grande produtora e responsável pela arte, mesmo pela monumentalidade das igrejas, que chama muito a atenção; e também nos seu interiores, sempre repletos de muita beleza”, salientou o pesquisador. Outra colaboradora, Alecsandra Matias de Oliveira, 49, falou sobre o processo de produção para a obra. Seu artigo foi sobre a Igreja Mãe do Salvador (Cruz Torta), no Alto de Pinheiros. “Apesar de fazer parte da minha área de pesquisa, o Percival Tirapeli ‘puxou’ um lado que eu ainda não tinha explorado. Foi instigante.” Tirapeli lembrou que, para a organização do livro em um único volume, os 40 articulistas se dedicaram a novas pesquisas no âmbito de regras preestabelecidas, como por exemplo o número de laudas. “Os pesquisadores que tinham defendido teses de mais de 300 páginas sobre aquela igreja tiveram que sintetizar os conteúdos em apenas cinco ou seis folhas escritas. Um desafio muito grande.” Lina Bandiera, 71, autora de dois artigos da publicação, um referente à Igreja Imaculada Conceição e outro sobre a Capela do Hospital Santa Catarina, ambas na Bela Vista, define o alinhamento da escrita do livro como “um trabalho fabuloso” e “de muita competência e conhecimento”.

Você Pergunta Deixar as crianças em casa para ir à reunião na igreja é correto? PADRE CIDO PEREIRA

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Quem enviou a pergunta preferiu não se identificar, mas expõe a seguinte situação: “Sei que devemos amar a Deus sobre todas as coisas, mas fico em dúvida quanto à Igreja. O que o senhor acha de eu deixar meus filhos pequenos em casa para ir à reunião

na igreja? Pode me dar uma opinião?” Minha irmã, graças a Deus você entende e crê que o maior mandamento nos pede um amor incondicional a Deus. E a razão é muito simples: se colocamos o amor a Deus sobre todas as coisas, o que acontece é que este amor a Deus iluminará todos os demais amores de sua vida. Uma esposa ou um marido, um filho, uma filha que amam a Deus sobre todas

as coisas vão com certeza fazer da pessoa, um marido, uma esposa, um filho, uma filha mais amorosos. É impossível amar a Deus e não crescer no amor ao próximo. Você, porém, fala de seus filhos pequenos que precisam de você. Eu entendo que precisam mesmo. Eu entendo que você pode levá-los consigo, embora eles possam chorar ou incomodar quem participa da reunião ou da missa. A

mim, como padre, as crianças não me perturbam. Eu fico feliz com elas na igreja porque é a família presente, educando os filhos na fé. Pode acontecer, porém, que seja difícil cuidar delas. Sem problema, minha irmã. Fique em casa, reze com seus filhos. Vá preparando-os para quando puderem. Em todo caso, seja a catequista de seus meninos.


18 | Reportagem | 2 a 8 de fevereiro de 2022 |

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Nova política municipal deve aprimorar a busca por pessoas desaparecidas Arte a pertir do Facebook de desaparecidos - SMDHC

DANIEL GOMES

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Auxiliar na prevenção, busca, identificação, orientação e acolhimento nas situações que envolvam o desaparecimento de pessoas e a localização de seus familiares são os focos principais da “Política Municipal de Busca de Pessoas Desaparecidas, Localização Familiar e Atenção a Familiares de Pessoas Desaparecidas”, instituída por meio do decreto 60.995, assinado pelo prefeito Ricardo Nunes em 10 de janeiro. Essa nova política prevê, entre outros aspectos, ações permanentes e articuladas entre os órgãos e entes públicos para as questões relacionadas ao desaparecimento de pessoas, o desenvolvimento de processos e soluções tecnológicas que facilitem e aprimorem o registro de dados e a comunicação entre os órgãos, o maior acesso da população a informações sobre prevenção, casos de desaparecimento e instrumentos de auxílio à localização, e o atendimento e a escuta humanizados a familiares dos desaparecidos. De acordo com Darko Hunter, diretor da Divisão de Localização Familiar e Desaparecidos da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, a nova política irá aprimorar os serviços que já estão sendo realizados na Divisão, uma vez que o decreto “formaliza fluxos e diretrizes que contribuem com que todos os órgãos municipais, sejam eles da saúde e da assistência social, estejam alinhados para possibilitar o acolhimento, orientações e encaminhamentos de familiares de pessoas desaparecidas”, comentou ao O SÃO PAULO. Hunter recordou que em média, por dia, 60 pessoas desaparecem na cidade. “Quanto mais rápido procurar ajuda, maiores são as chances de reencontro, especialmente quando se trata de um desaparecimento forçado ou involuntário”, destacou.

VOCÊ PODE AJUDAR A ENCONTRAR DESAPARECIDOS F aça o download gratuito na Google Play Store ou na App Store do aplicativo Family Faces. Desenvolvido pela empresa Mult-Connect, em parceria com a Microsoft, este aplicativo faz uso de recursos de inteligência artificial e tecnologia de reconhecimento facial comparando uma foto atual com algumas das imagens de desaparecidos cadastradas no sistema. C ompartilhe em suas redes sociais as notificações de desaparecimento publicadas no Facebook da Divisão de Desaparecidos (@DHDesaparecidos).

COMITÊ PERMANENTE, CADASTRO MUNICIPAL E PARCERIAS

A legislação também prevê a criação de um comitê permanente para o acompanhamento da nova política, composto por representantes de familiares de desaparecidos e agentes institucionais. Haverá, ainda, a criação do Cadastro Municipal de Pessoas Desaparecidas, composto por um banco de informações públicas e de caráter sigiloso, contendo nome, filiação, data de nascimento, fotos e características físicas das pessoas desaparecidas, circunstâncias do desaparecimento, como local e data em que ele ocorreu, e dados de pessoas para contato. O poder público municipal também poderá celebrar convênios com órgãos de comunicação social e outros entes privados, a fim de divulgar informações e imagens de pessoas desaparecidas; além de estabelecer parcerias, convênios ou termos de cooperação com a União, outros estados, universidades, laboratórios, organismos internacionais e organizações da

sociedade civil para a efetiva implementação da nova política. “O decreto vem aprimorar também a sensibilização da sociedade sobre a temática de desaparecidos, fortalecendo ainda mais as parcerias, como a que temos com o Metrô e concessionárias, com campanhas de conscientização nos vagões com a exibição de fotos de desaparecidos e utilização de cartazes, como a campanha ‘Se você estivesse aqui...’, que alia informação e sensibilidade na divulgação de pessoas desaparecidas e promove a empatia da população para com esta causa”, afirmou Hunter.

APOIO AOS FAMILIARES

Também será criado o Serviço de Apoio a Familiares e Pessoas Desaparecidas. Entre suas atribuições estará a de promover e supervisionar as ações da nova política municipal, coordenar o registro de informações do Cadastro Municipal de Pessoas Desaparecidas, capacitar os servidores municipais para o devido aten-

dimento aos familiares de desaparecidos, implementar ações de sensibilização e capacitação sobre a temática do desaparecimento de pessoas e auxiliar na localização de familiares em caso de óbitos identificados e não reclamados. Também competirá ao Serviço de Apoio auxiliar na localização de familiares de pessoas em situação de rua e daquelas atendidas por serviços públicos em estado inconsciente, de perturbação mental ou impossibilitadas de se comunicar ou se identificar e que se encontrem desacompanhadas. Hospitais, unidades de saúde e serviços de assistência social que recebam pessoas nessas condições deverão, em até 12 horas, informar o Serviço de Apoio. Se a pessoa desaparecida for encontrada, o Serviço de Apoio terá de registrar o fato no Cadastro Municipal de Pessoas Desaparecidas e divulgar essa informação. Já se a própria família encontrar a pessoa ou ela retornar para casa, os responsáveis por notificar o desaparecimento deverão comunicar essa volta ao Serviço de Apoio.

‘O Estado precisa entender as diferenças no desaparecimento’ “Nenhum ser humano imagina o que é você olhar para o ar, olhar para tudo e dizer: ‘Meu Deus, onde está essa pessoa? Ela evaporou? O chão a levou embora?’.” Lucineide Silva Damasceno convive com esta sensação desde 3 de novembro de 2008, quando seu filho, Felipe Damasceno, então com 17 anos, desapareceu. Semanas depois, Lucineide conheceu o movimento Mães da Sé, criado em março de 1996 por Ivanise Esperidião da Silva Santos, cuja filha, Fabiana, está desaparecida desde dezembro de 1995. O movimento já ajudou a encontrar mais de 5 mil pessoas. Com a experiência de quem está à procura do filho há mais de 13 anos,

Lucineide diz que é fundamental que as autoridades tratem o desaparecimento de pessoas em três dimensões: a daquele que desapareceu após a saída para fazer algo rotineiro, os desaparecidos que são usuários de drogas e aqueles que saíram de casa em decorrência de violência doméstica ou algum tipo de exploração no lar. “O usuário de drogas costuma estar em lugares com outros usuários ou uma hora volta para casa; aquele que saiu de casa para fugir da violência vai tentar se esconder em algum lugar para se proteger, mas e quanto ao desaparecido civil? Podem ser tantas as razões e todas devem ser consideradas. O Estado precisa entender estas

três diferenças para não tratar todo desaparecido como um caso do mesmo tipo”, avaliou. Lucineide ressaltou ser indispensável a existência de um cadastro único de desaparecidos no País e a ampliação da coleta do DNA dos familiares. No Brasil, conforme dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, há mais de 150 pontos de coleta de material genético, que são armazenados no Banco Nacional de Perfis Genéticos e nos bancos de cada estado. “É preciso haver um cadastro único de desaparecidos e que os familiares estejam na linha de frente destes projetos de busca de pessoas, a fim de que digam de fato às autoridades o que acontece ao

longo das buscas, relatem quais são as dificuldades que temos para encontrar nossos filhos”, observou. Lucineide destacou, ainda, que o poder público deve dar maior suporte às questões de saúde física e mental dos familiares de desaparecidos: “Esse familiar precisa de um psicólogo, de um psiquiatra, outros médicos e medicamentos, muitas vezes caros. Foram tantas as mães que conheci que morreram por complicações de saúde depois que o filho desapareceu. Quando tive síndrome do pânico, por exemplo, fiquei quase um ano tentando uma vaga no Sistema Único de Saúde (SUS). Não tive qualquer prioridade por ser mãe de uma pessoa desaparecida”. (DG)


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| 2 a 8 de fevereiro de 2022 | Pelo Mundo/Fé e Vida | 19

Liturgia e Vida

Ásia

Conflito em Mianmar se torna pesadelo para crianças UNICEF/Minzayar Oo

REDAÇÃO

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Muitas crianças em Mianmar estão sendo forçadas a fugir de suas casas enquanto as Forças Armadas intensificaram ataques contra civis. “As crianças e suas famílias estão fugindo porque não têm escolha, e estamos vendo eles serem forçados a se esconder em selvas e florestas e vivendo em condições terríveis”, disse Inger Ashing, CEO da Save the Children International, em comunicado na sexta-feira, 28 de janeiro. Ashing alertou que, ao deixarem seus lares, essas crianças correm maior risco de tráfico, abuso, recrutamento para grupos armados, ferimentos e morte. De acordo com a Save the Children International, nas últimas semanas, crianças foram mortas em vários bombardeios e incursões militares no estado de Kayah e na região de Sagaing. Thawadar (nome fictício), 14, teve que fugir de sua aldeia em

Kayah, uma área onde a maioria da população é cristã, e agora está abrigada em um campo de deslocados internos: “Quando eu estava trabalhando na colheita de milho no campo, minha tia veio e nos disse que também precisávamos fugir, pois ouvíamos as armas Era urgente e não podíamos levar tantas coisas. Minha mãe arrumou algumas roupas, panelas e pratos. Então, saímos de casa”, relatou a

adolescente à Save the Children. Dados recentes da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que ao menos 91.400 pessoas no estado de Kayah fugiram de suas casas desde o golpe de fevereiro de 2021, mas o número pode ser superior a 150 mil pessoas. Quase 1,5 mil foram mortas, incluindo pelo menos 50 crianças, e mais de 11 mil foram presas desde então. Fonte: UCA News

agressor. Padre Joseph recebeu os primeiros socorros, mas não conseguiu se recuperar e morreu horas depois. Dom Aloisio Nguyen Hung Vi, Bispo da Diocese de Kon Tum, presidiu missa em sufrágio da alma do Padre Joseph, no domingo, 30 de janeiro, e expressou seus sentimentos à comunidade paroquial de Dak Mót e à Província Dominicana do Vietnã:

“Padre Joseph viaja para a eternidade e, aconteça o que acontecer, ninguém pode separá-lo, nem de nós, nem do amor de Deus. Quando foi ferido, Padre Joseph estava tomando o lugar de Cristo, dispensando seu perdão. Morrer naquele momento, ‘in persona Christi’, deve ser uma graça. Nesta dor também vemos a beleza e a nobreza do sacerdote”. Fontes: Agência Fides e Vatican News

Europa Apesar do medo, população reza pela paz, afirma Arcebispo da Igreja Católica Ucraniana Em recente entrevista à agência Catholic News, o Arcebispo da Igreja Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk, de Kiev-Halych, na Ucrânia, falou sobre o temor da população diante das crescentes tensões na fronteira ucraniana com a Rússia. “As pessoas estão dominadas por um grande medo, e isso é normal diante de tal perigo”, comentou, ao falar sobre o fato de a Rússia continuar a enviar tropas ao longo de sua fronteira com a Ucrânia, e os Estados Unidos e outros países do Ocidente colocarem tropas em alerta para um possível deslocamento.

‘Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!’ (Lc 5,8) PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

Sacerdote dominicano é morto em confessionário no Vietnã Os fiéis da Diocese de Kon Tum, no Vietnã, ainda estão abalados com o assassinato do Padre Joseph Tran Ngoc Thanh, no sábado, 29 de janeiro, enquanto atendia confissões. O Sacerdote dominicano de 41 anos de idade foi esfaqueado por um homem com diagnóstico de doenças mentais. Outro religioso dominicano que correu para o local foi ferido com uma facada ao tentar deter o

5º DOMINGO DO TEMPO COMUM 6 DE FEVEREIRO DE 2022

Dom Sviatoslav agradeceu ao Papa a iniciativa de convocar um Dia de Oração pela Paz na Ucrânia, realizado em 26 de janeiro, e as constantes orações do Pontífice pelo fim da luta que começou em 2014 entre separatistas e forças ucranianas no leste do país. “A luta equivaleu a uma guerra silenciosa: não foi mencionada com frequência nos últimos anos, e a voz do Santo Padre foi praticamente a única que pediu paz e chamou a atenção para esta ferida sangrenta na Europa Central”, destacou o Prelado. Agora, porém, “a situação é especial-

mente crítica”, afirmou. “Percebemos uma ameaça real da Rússia na forma de uma invasão em grande escala do nosso país”, complementou. “O conflito na Ucrânia não é apenas uma guerra contra o país e, portanto, não é apenas um problema para os ucranianos”, ressaltou o Prelado. “É óbvio que, hoje, a Europa está enfrentando a pior crise de segurança em décadas”, e o Papa “percebe quão dramáticos os cenários possíveis podem ser para todo o continente europeu”. Fonte: UCA News (Apuração: Carolina Matos/Edição: Daniel Gomes)

Contemplando brevemente a glória de Deus, Isaías exclamou: “Ai de mim, estou perdido! Eu vi com meus olhos o Rei” (Is 6,5). E, quando Moisés pedira para ver sua glória, o Senhor mostrou somente “as costas” e disse: “Um homem não pode me ver e continuar vivendo” (Ex 33,18-23). Nesta vida é impossível conhecê-lo face a face! Ao se manifestar no Antigo Testamento, Deus ocultava o Rosto por detrás da “glória”: luz, nuvens, raios, trovões, fogo… Isso expressa um paradoxo da fé: buscamos a Deus e o desejamos, mas não o podemos ver perfeitamente nesta vida. Dizemos com o Salmo: “A minha alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo” (Sl 42,3), mas, diante Dele, detemo-nos com reverência e temor. Desejamos encontrá-lo e adorá-lo, mas ponderamos: “Quem poderá permanecer junto ao fogo devorador?” (Is 33,14). Nós podemos “ousar” nos aproximar de Deus somente porque temos um Intercessor que no-lo permite: Jesus Cristo! Sendo “a imagem do Deus invisível” (Cl 1,15), “o resplendor da Sua glória” e “a expressão de Sua substância” (Hb 1,3), o Filho de Deus Se fez Homem visível e palpável! Sendo Deus eterno e transcendente, Ele vem até nós e torna possível que, por meio de Sua Humanidade Santíssima, conheçamos e nos unamos a Deus! Ele convida: “Aproximemo-nos, portanto, com coragem do trono da graça” (Hb 4,16)! O Evangelho do próximo domingo mostra que também aqueles discípulos que “viram, contemplaram e apalparam o Verbo da Vida” (cf. 1Jo 1,1) experimentavam uma profunda reverência diante do Senhor. Jesus comia e caminhava com eles, ensinava-lhes, visitava suas casas, colocava-se como um verdadeiro Mestre e Amigo. Ainda assim, depois do prodígio da pesca milagrosa, Pedro não teve outro impulso senão o de se atirar a seus pés e dizer: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!” (Lc 5,8). Esta é a bela “tensão” do coração do cristão: considerar-se indigno e sem direito algum, mas se aproximar com confiança porque é Ele quem diz: “Vinde a Mim” (Mt 11,28). Sem minimizar a sua Majestade, não rejeitamos o seu convite! Aproximamo-nos Dele pensando intimamente: “Senhor, eu não sou digno; venho somente porque Tu me chamas. Obrigado!”. E, quanto mais sinceramente nos reconhecemos indignos, mais O amamos, inundados de gratidão por Seu convite tão doce. Essa “tensão” os Santos experimentaram profundamente! É uma graça concedida pelo Espírito Santo, que nos retém pelo dom do “temor”, mas nos impele por meio da “piedade”; e com ambos os dons nos move a amar e obedecer a Deus. Quanto mais reverenciamos e tememos o Senhor segundo o Espírito (não por vão temor), mais confiamos Nele e o amamos como filhos. “Vós não vos aproximastes de realidade palpável: fogo ardente, escuridão, trevas, tempestade, trombeta… Mas vós vos aproximastes da Cidade do Deus vivo; de milhões de Anjos reunidos em festa, de Deus, Juiz de todos, e de Jesus Cristo” (Hb 12,18ss)… Senhor, nós não somos dignos, mas, por causa da tua palavra, nos agarramos em ti!


20 | Reportagem | 2 a 8 de fevereiro de 2022 |

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DOM ODILO SCHERER: 20 ANOS DE EPISCOPADO

‘Vivamos todos nós o nosso dom na medida da caridade’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

FERNANDO GERONAZZO

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O Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu no domingo, 30 de janeiro, na Catedral da Sé, a missa em ação de graças pelo 20º ano de sua ordenação episcopal, comemorada na quarta-feira, 2. A Eucaristia foi concelebrada por bispos – entre os quais Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Mogi das Cruzes (SP) e Presidente do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – e sacerdotes. Gaúcho de Cerro Largo, o filho de Edwino Scherer e Francisca Wilma Steffens Scherer nasceu em 21 de setembro de 1949. Cresceu em Toledo (PR), onde foi ordenado padre em 7 de dezembro de 1976. Nessa Diocese, exerceu diversas funções pastorais. Quando foi nomeado Bispo Auxiliar de São Paulo por São João Paulo II, em 28 de novembro de 2001, Dom Odilo era oficial da Congregação para os Bispos, no Vaticano, e colaborava em paróquias de Roma. Recebeu a ordenação episcopal na Catedral de Toledo, tendo como ordenante principal o então Arcebispo de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, e como coordenantes Dom Armando Círio, Arcebispo Emérito de Cascavel (PR), já falecido, e Dom Anuar Battisti, então Bispo de Toledo e atual Arcebispo Emérito de Maringá (PR).

EM SÃO PAULO

Como Bispo Auxiliar da Arquidiocese, Dom Odilo foi designado vigário episcopal para a Região Santana, função que exerceu até 2005. Entre 2003 e 2007, também foi Secretário-Geral da CNBB. Em 20 de março de 2007, com a nomeação de Dom Cláudio Hummes como

Cardeal Odilo Pedro Scherer celebra ação de graças pelos 20 anos de sua ordenação episcopal

Prefeito da Congregação para o Clero, no Vaticano, o Papa Bento XVI nomeou Dom Odilo como Arcebispo de São Paulo. Na homilia da missa do dia 30, o Cardeal Scherer recordou que as duas décadas de seu ministério episcopal foram inteiramente dedicadas à Igreja em São Paulo, primeiro como Bispo Auxiliar e depois como Arcebispo. “O povo de São Paulo é muito bom, acolhedor e generoso. Fico muito admirado com o carinho que vocês têm em relação ao bispo, aos padres e ao Papa. Isso manifesta um profundo sentimento de identificação com a Igreja Católica”, afirmou o Cardeal, que pediu a oração dos fiéis por seu ministério.

GRAÇA DE DEUS

Dom Odilo salientou, ainda, que o sacerdócio e o episcopado não são carreiras nem consistem na busca de vaidades e satisfações pessoais. Ele recordou as palavras de Santo Agostinho, que afirmava aos fiéis:

“Para vós sou bispo; convosco sou cristão”. “Sim, agradeço todos os dias pela vocação, pelo chamado”, afirmou o Cardeal, acrescentando que jamais imaginou que um dia seria designado para exercer uma missão em São Paulo, cidade que nem conhecia.

REFERÊNCIA

Ao saudar o Arcebispo, em nome dos bispos do estado de São Paulo, Dom Pedro Luiz ressaltou: “O ministério episcopal de Dom Odilo é muito frutuoso e sua pessoa é uma grande referência para a Igreja, em especial para esta Arquidiocese, para esta província eclesiástica e para o nosso Regional, portanto, para as 43 dioceses do estado de São Paulo”. Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese, recordou que, durante os 20 anos de episcopado do Cardeal Scherer, quase 20 bispos auxiliares passaram pela Igreja em São Paulo e tiveram contato próximo com Dom Odi-

Parabéns! Pelos 20 anos de sua ordenação episcopal!

Ao seu lado, testemunhamos, também pela comunicação, que Deus habita esta cidade!

lo. “Nós aprendemos com suas palavras, com sua experiência, seu conhecimento como pastor. Vemos que o senhor nos ensina a ter um grande amor e dedicação à Igreja... Aprendemos também com o senhor a cultivar a comunhão com o Papa Francisco”, afirmou. “Que a comemoração desta data suscite em nós a consciência de que todos somos convocados por Deus a dar a nossa parcela de colaboração à missão da Igreja de Jesus Cristo”, afirmou o Padre Ricardo Cardoso Anacleto, em nome do clero arquidiocesano. “Dom Odilo, que no exercício do seu ministério o senhor continue a anunciar todos os dias as graças incontáveis de Deus por meio de sua vida”, completou.

A CRUZ DE CRISTO

Como presente da Arquidiocese, o Cardeal recebeu uma cruz episcopal. Ao agradecer a homenagem, ele ressaltou que todo bispo leva no peito uma cruz, sinal da sua identificação com Jesus crucificado. O Cardeal Scherer relatou, ainda, que estava usando na celebração a cruz peitoral que ganhou de presente de São João Paulo II logo após ser nomeado bispo. Ele contou que, antes de deixar Roma para vir a São Paulo, teve a oportunidade de concelebrar a Eucaristia com o então Pontífice em sua capela privada. Nessa ocasião, o Santo Padre impôs nele essa insígnia comemorativa do jubileu que acabara de ser celebrado na Igreja e, por isso, tem inscrita em seu verso a frase: “Duc in altum” (“Avance para águas mais profundas” – Lc 5,4). Por fim, o Arcebispo exortou: “Vivamos todos nós o nosso dom na medida da caridade” e novamente recordou Santo Agostinho, que definia o episcopado como um “ofício de amor”.


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