SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
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Ano 67 | Edição 3390 | 6 a 12 de abril de 2022
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Vatican Media
Papa pede atenção a refugiados e critica a continuidade da guerra na Ucrânia Página 17
Editorial
Encontro com o Pastor
Liturgia e Vida
Na Semana Maior
O espírito de morte caimita é o que rege os conflitos armados
Não haverá misericórdia a quem não for misericordioso com o próximo
‘Entraremos com Jesus em Jerusalém para passar a Semana Santa ao seu lado’
‘Vamos à casa do Senhor’ testemunhar sua Paixão, Morte e Ressurreição
Página 4
Página 2
Página 19
Páginas 9, 10, 11 e 20
2 | Encontro com o Pastor | 6 a 12 de abril de 2022 |
CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER Arcebispo metropolitano de São Paulo
É
impressionante a passagem do Evangelho sobre a mulher surpreendida em adultério, que os mestres da Lei e os fariseus querem apedrejar, seguindo as prescrições da Lei de Moisés (cf. Jo 8,1-11). Eles pedem a posição de Jesus: apedreja, ou não apedreja? De fato, armavam uma armadilha contra Jesus, pois, dependendo da sua resposta, eles teriam matéria para acusá-lo. Era o que procuravam: um argumento contra Jesus. A cena é patética. Jesus abaixa-se e escreve no chão com o dedo, sem dizer nada. Eles insistem e querem uma resposta. Então, Jesus levanta o olhar e responde: “Aquele de vocês que não tiver pecado seja o primeiro a lhe atirar uma pedra”. E continua a escrever no chão. Que será que ele escrevia?! Segue grande silêncio. Um a um, eles vão se afastando, a começar pelos mais velhos. Podemos imaginar as pedras caindo ao chão ou atiradas a esmo para os lados... Jesus tocou num nervo sensível e
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Atire a primeira pedra! eles caíram na conta de que nenhum deles estava em condições de atirar uma pedra contra a mulher. Ele fica sozinho, com a mulher, a quem pergunta: “Ninguém te condenou?”. Ela responde: “Não, ninguém, Senhor”. E Jesus: “Nem eu te condeno. Vai em paz e, de agora em diante, não peques mais”. Quanta coisa nessa cena! Primeiramente, é de se perguntar se a mulher cometeu adultério sozinha? Onde ficou o companheiro do flagrante? A condenação valia só para a mulher, e não para o homem adúltero. Jesus mexe com essa situação injusta. As autoridades querem aplicar objetivamente a Lei de Moisés, mas elas próprias reconhecem que essa Lei também poderia ser aplicada contra elas. Eram tão pecadores como a mulher que queriam apedrejar. A observação final do evangelista é intrigante: “a começar pelos mais velhos”. Faz pensar que estes, por já terem vivido mais, podiam estar mais carregados de pecados que os mais jovens. Jesus não julga, simplesmente, aplicando a Lei de Moisés de modo literal e objetivo. Tratava-se de uma pessoa, que poderia perder a vida e não ter a chance de se emendar e corrigir. Ele usa a medida da misericórdia, que não visa à morte do pecador, mas que se converta e viva.
Acaso Jesus dá a entender que não houve pecado ou que o pecado não é coisa assim tão séria, que deva ser evitada? Não. Jesus reconhece e confirma a gravidade do pecado da mulher, mas não aprova a sentença de morte contra ela. Usa a medida de misericórdia, e oferece uma nova oportunidade de vida para ela: “Vai em paz e daqui em diante não tornes a pecar”. A cultura polarizada, míope e maniqueísta do nosso tempo perdeu muito do sentido da misericórdia nas relações humanas. A falsa ideia de que vivemos envolvidos numa luta entre o bem e o mal supõe que o bem está todo de um lado e o mal está todo do outro, e que o importante é criar uma bolha, em que a gente se sente da parte “do bem”. E, de dentro dessa bolha, aponta-se o dedo contra “os do mal”, jogando pedras e querendo eliminar quem não é da nossa bolha. Esse tipo de comportamento farisaico não tem nada com uma cultura permeada pelo Evangelho! Jesus diria também hoje: “Aquele que não tiver pecados, atire a primeira pedra!” No caminho quaresmal, em preparação à celebração da Páscoa, somos confrontados com nossa condição de pecadores. E quem não é pecador?! Infelizmente, apesar de recebermos tantas graças e benefí-
cios de Deus, desde a grande graça do Batismo, continuamos a cair, a desobedecer aos mandamentos divinos e voltamos as costas a Deus. O pecado é coisa séria e dele precisamos pedir perdão tantas vezes! Um bom exame de consciência, a penitência, a oração e a escuta da Palavra de Deus nos colocam diante de nossa condição de pecadores. O Deus santo nos atrai a si para sermos santos também. Uma confissão humilde e sincera é a ocasião de recebermos o perdão misericordioso de Deus, que nos restaura e fortalece na nossa luta cotidiana contra o pecado. Uma das questões morais mais sérias dos nossos dias é a perda da sensibilidade da consciência diante do pecado. Falar de pecado pode se tornar ocasião para anedotas e até para a aprovação do pecado. O pecado tem a ver com a sensibilidade de nossa consciência pessoal e com a nossa relação com Deus. Sem a relação pessoal com Deus, acaba se esvaziando o sentido do pecado. Os santos consideravam-se grandes pecadores, pois tinham uma profunda experiência do amor de Deus. Jesus disse que o justo peca sete vezes por dia! E ensinou que não haverá misericórdia para quem não usar de misericórdia para com o próximo.
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| 6 a 12 de abril de 2022 | Geral/Atos da Cúria | 3
Em Cachoeira Paulista (SP), Cardeal preside missa em evento organizado pela Aliança de Misericórdia Aliança de Misericórdia
ROBSON LANDIM
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
No domingo, 3, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a Santa Missa de encerramento da “Festa das Tendas”, encontro realizado todos os anos pelo movimento eclesial Aliança de Misericórdia, na sede da Comunidade Canção Nova, o Santuário do Pai das Misericórdias, em Cachoeira Paulista (SP). No início da celebração, o Padre João Henrique, Fundador da Aliança de Misericórdia, acolheu Dom Odilo com muita gratidão pelo cuidado e pastoreio no acompanhamento dos passos que o movimento tem dado na Igreja em São Paulo. O Arcebispo de São Paulo convidou a todos a acompanharem a caminhada quaresmal que vai terminando, como preparação direta para a Semana Santa, que se iniciará no domingo, 10. O Cardeal recordou que a Igreja a todos convida para a preparação à celebração da Páscoa da Ressurreição mediante os apelos e exercícios da Quaresma: jejum, oração e esmola, além da vivência das obras de misericórdia. “A Igreja nos convida a fazê-lo para que nos confrontemos de forma renovada com aquilo que é a nossa fé, aquilo que está no centro da nossa fé, para que, chegando a Páscoa, possamos renovar a profissão da nossa
fé com toda intensidade, com conhecimento, com emoção, mas com profunda fé e com renovado ardor”, disse. “Uma lição importante para o nosso caminhar para a Páscoa: nada de desânimos! E, se alguém estava quebrado, caído, desanimado: coragem, levante-se, olhe para frente com confiança! Deus estende a mão a você e não o deixa caído para sempre. Deus quer fazer coisa nova na sua vida todos os dias!”, reforçou o Arcebispo. Ao falar sobre o Evangelho do 5º Domingo da Quaresma, Dom Odilo sublinhou que “Deus não age pela lei, mas pela misericórdia”. E continuou: “O que Jesus faz sem ferir a lei de Moisés? Faz os acusadores da mulher compreenderem que eles também são pecadores, que também poderiam ser apedrejados (...) Jesus não usou a lei como arma, usou a misericórdia para restaurar, dar vida nova e
para tocar a consciência de quem acusa”. Ao fim da missa, Padre Rodrigo Custódio, Presidente da Aliança de Misericórdia, agradeceu a Dom Odilo a aprovação definitiva dos estatutos e constituições do movimento eclesial, ocorrida no fim de 2021. O Arcebispo, por sua vez, relembrou a visita que fez ao Centro Paraíso, obra social que a Aliança mantém em Moçambique para o auxílio das mães que trabalham num dos maiores lixões do país. A “Festa das Tendas” é o principal evento da Aliança de Misericórdia durante o ano e teve por tema “Adorar no Espírito para evangelizar com poder”. Esta edição contou também com as presenças do Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro; dos Padres Gabriel Vila Verde, João Henrique e Rodrigo Custódio, e de Katia Zavari, coordenadora da Charis Brasil, além de padres, diáconos e missionários do próprio movimento.
Atos da Cúria PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO: Em 28/03/2022, foi prorrogada a nomeação e provisão como Pároco da Paróquia São João Batista, no bairro do Ipiranga, na Região Episcopal Ipiranga, do Reverendíssimo Padre Antônio César Seganfredo, CS, pelo período de 03 (três) anos. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL: Em 21/03/2022, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Santa Ifigênia, no bairro de Santa Ifigênia, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre José Regivaldo dos Passos, SSS, pelo período de 01 (um) ano. Em 21/03/2022, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Santa Ifigênia, no bairro de Santa Ifigênia, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Gleidson Forte Martins, SSS, pelo período de 01 (um) ano.
4 | Ponto de Vista | 6 a 12 de abril de 2022 |
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Editorial
Horrores da Guerra
N
este último fim de semana, o mundo assistiu atônito às imagens vindas de Bucha, a cidade ucraniana perto de Kiev, recém-abandonada pelas forças russas: dezenas de cadáveres de civis jogados às ruas, alguns deles com as mãos atadas e com sinais de maus-tratos e execuções. O próprio Papa ficou sabendo da notícia na entrevista que concedeu em seu voo de regresso de Malta, por meio da pergunta de um jornalista. Em sua resposta, ressaltou mais uma vez a tristeza e o sofrimento desnecessário que todas as guerras geram para a humanidade. Os horrores que estamos a testemunhar nos fazem recordar o testemunho do monge trapista Thomas Merton, sobre as vésperas da eclosão da 2ª Guerra Mundial: “...aqueles dias de fim de agosto de 1939 foram terríveis para todos. Foram dias cinzentos, de grande calor e mormaço, cheios do peso de uma opressão física decorrente do tempo e da cota
incomensurável de aflição causada pelas notícias da Europa e que cada dia se tornavam mais ominosas. Parecia que finalmente se ia desencadear mesmo a guerra. Certa sensação do paroxismo covarde, pervertido e estético com que os nazistas estavam aguardando o desencadear arrepiante desse tremendo espetáculo se fazia sentir negativamente e com força cem vezes redobrada, na náusea e na aflição com que o resto do mundo esperava o abraço desse colossal instrumento de morte. Tratava-se de um perigo a que se juntava um elemento quase incalculável de desonra e insulto, de degradação e de opróbrio. E o mundo se defrontava não somente com a destruição, mas com uma destruição trazendo o maior número possível de profanação; profanação do que há de mais perfeito no homem, a sua razão e a sua vontade, a sua alma imortal” (A montanha dos sete patamares). Mas por que, afinal, tanta loucura? Por que tantos conflitos ensandecidos?
Retornando à entrevista do Papa no avião, ele distinguiu ali duas mentalidades que podem guiar nosso relacionamento com os demais: o “esquema da guerra” e o “esquema da paz”. E, no fundo, tanto os grandes conflitos armados internacionais quanto as pequenas violências e atritos que testemunhamos em nosso dia a dia têm sua origem neste problema que está presente desde o início da Bíblia: “O espírito caimita de matar em vez do espírito da paz”. Nesse sentido é que se pode entender as últimas palavras da entrevista do Papa: “Estou entristecido. Não aprendemos. Que o Senhor tenha piedade de nós, de todos nós. Todos somos culpados!”. Merton também reconhecia uma origem espiritual para os conflitos bélicos: dizia ele que o clima de tensão geral “era confusamente obscuro para muita gente e se fazia sentir apenas numa mistura de aflição, desvalimento e terror. Tal gente não averiguava que o mundo se tornara agora uma imagem do que
quase todos os indivíduos tinham feito de suas próprias almas. Deixáramos que nossos espíritos e nossas vontades ficassem violados e profanados pelo pecado, pelo inferno mesmo; e agora, para nossa inexorável instrução e esclarecimento, essa coisa imensa ia suceder de novo diante de nossos olhos, física e moralmente, na ordem social, para que ao menos alguns pudessem avaliar o que todos nós havíamos feito”. O que, porém, podemos fazer, eu e você, para aliviar os sofrimentos de tantos inocentes? Em primeiro lugar, é claro, podemos suplicar a Deus – este mesmo cuja imagem é violada em cada ser humano inocente que sofre –, pedindo-Lhe que traga-nos a paz, interna e externa, de que tanto precisamos. Podemos também, contudo, empenhar-nos ativamente em socorrer os envolvidos: prestando auxílio a refugiados, ajudando instituições de confiança que estejam envolvidas em seu socorro e manifestando publicamente nosso repúdio a esse conflito.
Opinião
Alain Delon e o Papa Emérito Bento XVI Arte: Sergio Ricciuto Conte
DALTON LUIZ DE PAULA RAMOS Publicou-se nos últimos dias mais uma notícia que me deixou triste. O ator francês Alain Delon, amparado pelas leis da Suíça, país onde mora, declarou que vai realizar o suicídio assistido. Poderá ingerir ou inocular nele mesmo, por ação própria e com o amparo da lei do país, uma substância química mortal, droga que induz à inconsciência e após alguns minutos leva à morte. Ainda, pelo noticiado, ele sofreu um derrame cerebral em 2019, teria se recuperado bem e está lúcido o suficiente para manifestar aos filhos o desejo de interromper a vida. Não quero e não devo julgar a pessoa de Alain Delon. O episódio, porém, pôs na pauta da mídia um assunto frente ao qual eu não quero me calar: o suicídio assistido. Estou convicto de que é injusta uma lei que possibilite tal atitude, pois, em vez de ajudar a eliminar as causas do problema, incentiva e favorece a eliminação da pessoa que sofre; causa morte em vez de fortalecer a vida. Para entender meu ponto de vista, proponho uma pergunta: por que uma pessoa pede para morrer? Porque está sofrendo muito. Pode ser um sofrimento devido a uma dor física, neurológica ou dor psicológica ou ainda dor por perda do significado ou sentido da própria vida.
Frente à dor física, existem tratamentos com medicamentos que podem diminui-la ou mesmo eliminá-la; mas, para tanto, a pessoa precisa ter acesso a esses recursos, podendo comprá-los ou recebendo-os de serviços públicos. Quando a dor é psicológica, existem profissionais, técnicas e medicamentos que são de grande ajuda, mas também aqui pode ser que quem sofre não tenha acesso a esses recursos. Num caso e em outro, estamos frente a injustiças sociais devido à precariedade de políticas de saúde que garantam os benefícios terapêuticos a que cada pessoa humana tem
direito, independentemente da sua condição social. Quadro que não se resolve com leis que autorizem, por exemplo, o suicídio assistido. Ao contrário, devemos ter leis e políticas públicas que garantam a todos o acesso a esses recursos terapêuticos. É, portanto, ação de responsabilidade dos legisladores e governantes; e deles devemos cobrar políticas nesse sentido. Entretanto, quando o sofrimento se deve à perda do significado ou sentido da vida, além de suporte psicológico especializado, o que está faltando para a pessoa em desespero é a ajuda de outras pessoas para que ela não se
sinta só, uma amizade em que se possa compartilhar as dúvidas e incertezas da vida, uma companhia que ajude em questões de busca de sentido ou mesmo da solução de questões práticas da vida, como as dificuldades financeiras, de moradia etc. Tal sofrimento, devido à solidão e abandono, se supera no encontro da companhia de pessoas dispostas a ajudar. E vejam que esse tipo de ajuda é responsabilidade de cada um de nós e não só do Estado. Por outro lado, a mídia nos oferece notícias revigorantes. Publicaram-se alguns comentários do Papa Emérito Bento XVI a respeito da sua perspectiva frente aos sofrimentos e limitações impostas pela idade avançada e consequente finitude da própria vida. Em suas palavras: “Só posso dizer que, na lenta diminuição das forças físicas, estou interiormente em peregrinação para Casa (do Pai). Para mim, neste último trecho do caminho, às vezes um pouco esgotador, é uma grande graça estar rodeado de amor e bondade tamanhos que eu não poderia ter imaginado”. Não queremos antecipar a morte, mas peregrinar com dignidade até ela. Cada um de nós é chamado a refletir sobre nossa particular responsabilidade frente a essas provocações. Dalton Luiz de Paula Ramos é professor titular de Bioética da USP e membro da Pontifícia Academia Pro Vita do Vaticano.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
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| 6 a 12 de abril de 2022 | Regiões Episcopais/Fé e Vida | 5
BELÉM
Conselho Regional de Pastoral faz reunião com delegados do sínodo arquidiocesano Fernando Arthur
FERNANDO ARTHUR
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
No sábado, 2, o Conselho Regional de Pastoral (CRP) da Região Belém se reuniu, no Centro Pastoral São José, com os delegados regionais do sínodo arquidiocesano para discutir a caminhada sinodal e se preparar para a etapa arquidiocesana do sínodo. Padre Marcelo Maróstica, Coordenador de Pastoral da Região, apresentou dados sobre a caminhada sinodal até agora, falando das reuniões, encontros e formações sobre o sínodo acontecidos na Região Belém. O Sacerdote também apresentou os dados da pesquisa de cam-
po, realizada em 2018 pelos pesquisadores do sínodo em toda a Arquidiocese. A reunião contou, também, com a visita de Dom Odilo Pedro Scherer, que expôs aos membros do CRP e delegados acerca da importância do sínodo e de retomar essa caminhada. O Arcebispo Metropolitano também exortou os delegados a continuarem firmes neste processo de conversão e renovação missionária que o sínodo pede, e solicitou aos membros do CRP que divulguem as ações sinodais nas pastorais. Também reforçou o calendário de reuniões sinodais, especialmente no dia 7 de maio, com a abertura da etapa arquidiocesana em celebração na Catedral Metropolitana.
Marta Gonçalves
Comunidade São João Batista
[BRASILÂNDIA] No domingo, 3, na Paróquia Nossa Senhora da Expectação, Setor Freguesia do Ó, em missa presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e concelebrada pelos Padres Aldenor Alves de Lima, Pároco, e Armênio Rodrigues Nogueira, Vigário Paroquial, foi apresentado o Diácono Permanente Leopoldo Batista Sirotheau, que exercerá seu ministério nesta Paróquia.
[IPIRANGA] A Comunidade São João Batista, pertencente à Paróquia Nossa Senhora das Mercês, do Setor Pastoral Anchieta, reabriu suas portas após permanecer fechada por oito meses para reforma. Em missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, e concelebrada pelo Frei Demerval Reis, Pároco, foi feita a bênção do novo espaço. A Comunidade, que surgiu entre os anos de 1970 e 1980, graças ao projeto arquidiocesano “Operação Periferia”, tem forte atuação no bairro Jardim Botucatu e imediações. (por Pascom Comunidade São João Batista)
(por Marta de Oliveira Gonçalves)
Espiritualidade Livrai-nos do mal, Senhor DOM ÂNGELO ADEMIR MEZZARI, RCJ
BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO IPIRANGA
O
tempo da Quaresma nos convida a fazer penitência, pois ela nos fortalece “no combate contra o espírito do mal” (Oração da coleta da Quarta-feira de Cinzas). Chamados à conversão e a crer no Evangelho, fazemos este caminho rumo à Páscoa, por meio da oração, do jejum e da caridade. De fato, o sentido espiritual da Quaresma está em que “de coração purificado, entregues à oração e ao amor fraterno, preparamo-nos para cele-
brar os mistérios pascais, que nos deram vida nova e nos tornaram filhas e filhos vossos” (Prefácio I da Quaresma). Para viver as alegrias pascais, é preciso combater e vencer o espírito do mal. Na oração do Pai-nosso, como Jesus mesmo nos ensinou, pedimos que não nos deixe cair em tentação, mas livre-nos do mal. As palavras e ações de Jesus mostram como o Reino de Deus é uma luta ininterrupta contra o pecado e todas as demais manifestações do mal. Sabemos que Cristo vencerá todo mal, no seu triunfo final, quando Ele entregará o Reino ao Pai, depois de destruir todo principado e colocar os seus inimigos debaixo de seus pés (cf. 1Cor 15,2-25). Importante observar que não rezamos de modo individual ou singular – “livra-me” –, mas como membros de uma comunidade de fé, suplicando ao Senhor o dom da libertação das forças do mal, expressas na metáfora do dragão do Apocalipse, a antiga serpente, o diabo e
Satanás (cf. Ap 12,7-9). O mesmo Jesus já havia assim rezado também na sua oração sacerdotal quando pede que sejamos protegidos das investidas do maligno: “Não rogo que os tires do mundo, mas que os guarde do maligno” (Jo 17,15). Sabemos que o evangelista Mateus se refere, na oração do Pai-nosso, ao demônio, ao inimigo do Reino – “Venha a nós o vosso Reino” –, o Satanás que se opõe ao projeto de salvação de Deus Pai. Esse “mal”, no singular, assinala o maligno e o que dele possa derivar, como o mal físico, moral, ou seja, tudo o que conduz ao pecado. Como nos diz o Catecismo da Igreja Católica, 2851, “o mal não é uma abstração, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a Deus. O ‘Diabo’ (diabolos) é aquele que ‘se atravessa’ no desígnio de Deus e na sua ‘obra de salvação’ realizada em Cristo”. Portanto, diante dessa realidade que nos acompanha ao lon-
go da vida, São Pedro nos exorta a vigiar, pois o inimigo “nos rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar” (1Pd 5,8). Jesus, com suas palavras e sua vida a serviço do Reino, travou um forte combate contra o mal e na sua Páscoa venceu o mal dos males, a morte, e nos alcançou a plena Vida, a Ressurreição. A luta contra o mal é dura, uma batalha, e que se prolonga na história da humanidade e na vida de cada seguidor de Jesus. Muitas vezes, nos sentimos “como cordeiros no meio de lobos” (Lc 10,3), impotentes e ameaçados por anunciar e testemunhar o Evangelho. Nos caminhos da missão recebida pelo Batismo, somos chamados a lutar contra o mal. E pelo percurso quaresmal e a celebração gloriosa da Páscoa, possamos, pela graça de Deus, ser livres do maligno e de todos os seus males, para cumprir a sua vontade e construir o Reino de Deus.
6 | Regiões Episcopais | 6 a 12 de abril de 2022 |
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SÉ Matilde e Marcelo Lorelli
ECC retoma atividades presenciais NORMA E CASSIANO PESCE
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Entre os dias 1º e 3, o Encontro de Casais com Cristo (ECC), serviço-escola da Pastoral Familiar, promoveu sua 79a reunião do Conselho Nacional. O evento semestral desta vez foi sediado na capital paulista, na região onde nasceu o ECC, há 52 anos. Participaram casais e padres de todas as regiões do Brasil, com a assistência de Dom Adair José Guimarães, Bispo da Diocese de Formosa (GO). Entre os diretores espirituais do movimento, também esteve presente Dom Dilmo Franco de Campos, Bispo da Diocese de Anápolis (GO). A reunião teve início na sexta-feira, dia 1º, com a missa na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, onde, no dia 10 de julho de 1970, ocorreu o primeiro ECC, concretizando a inspiração de seu fundador, o Padre Alfonso Pastore, camiliano. Em cerimônia pre-
sidida por Dom Adair, todo o Conselho Nacional e os regionais do País foram acolhidos pela comunidade na pessoa do Padre Adailton Mendes da Silva, Pároco. Nessa oportunidade, os participantes puderam se encontrar com os casais que conviveram com o Padre Alfonso, no início deste serviço, e conhecer histórias que revelaram seu carisma inicial e o contexto da época, além das origens da relação da Ordem dos Camilianos com a paróquia de acolhida e o ECC. Em seguida, todos foram levados ao Instituto Pio XI, salesiano, local-sede da reunião e onde os casais ficaram hospedados. A missa de encerramento foi realizada na capela do Instituto, presidida por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé. O evento foi o marco do retorno aos encontros presenciais do ECC em todo o Brasil, que ficaram paralisados em sua grande maioria por dois anos, devido à pandemia. Com a animação espiritu-
al e direcionamento dos sacerdotes que acompanham o serviço e a ação do Espírito Santo, os envolvidos nesta grande ação pastoral dirigida aos casais e à famí-
Tony Donomai
lia encontrarão a força para retomarem a evangelização por todo o Brasil, sob o lema do ECC: “Cremos na vida, cremos na família”.
IPIRANGA Santuário São Judas Tadeu realiza segunda pré-assembleia sinodal POR COMUNICAÇÃO DO SANTUÁRIO
[LAPA] No domingo, 3, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, no Setor Leopoldina, Dom José Benedito Cardoso presidiu missa de ação de graças pelo aniversário de nove anos do Terço dos Homens. Concelebrou o Frei Marcus Vinicius Dorrigo Leite, Pároco. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa destacou, ainda, que nessa Paróquia o Terço dos Homens se iniciou em 2013, e é coordenado desde então por Hamilton Urbano. (por Benigno Naveira)
Dom Carlos participa de ato inter-religioso em faculdade da USP Arquivo pessoal
O Santuário São Judas Tadeu promoveu no sábado, 2, a segunda pré-assembleia do sínodo arquidiocesano de São Paulo. Participaram o Padre Daniel Aparecido de Campos, SCJ, Reitor do Santuário; o Padre Claudio Weber, SCJ, Vigário; e os coordenadores das 40 pastorais que fazem parte do Santuário São Judas Tadeu. O evento começou com um momento de oração e reflexão e, em seguida, foram apresentados alguns pontos da pesquisa “Vida e Ação Pastoral da Arquidiocese de São Paulo”, realizada em 2018. Padre Daniel expôs novas
questões advindas em razão da pandemia e os pontos conclusivos foram partilhados em grupos e levados a plenário: o valor do cuidado com o próximo, com destaque para o respeito, a honestidade, a caridade e a solidariedade; o uso racional dos recursos para que não aconteçam desperdícios; a utilização das redes sociais para as atividades do cotidiano; e a necessidade de maior convivência familiar e fortalecimento do vínculo familiar. Ao término do encontro, o Padre Daniel abençoou a todos e exortou-os a continuar em oração pela Igreja, em especial pela retomada das atividades do sínodo arquidiocesano. Sejusp
REDAÇÃO
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Para comemorar os 30 anos de formatura na Faculdade de Direito da USP, um grupo de ex-estudantes da turma de 1990 organizou no sábado, 2, no Largo São Francisco, um ato inter-religioso. O representante da Igreja Católica na atividade foi Dom Carlos Lema Garcia, que falou a todos sobre a oração do Pai-nosso, a qual foi rezada por todos ao término do evento. Também estiveram na
atividade uma representante do Espiritismo, Marisa Faria Mathey; o pastor Anesio Rodrigues e a rabina Elca Rubistein. Entre os ex-alunos, esteve o atual ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Também compuseram a mesa o doutor Celso Fernandes Campilongo, diretor da Faculdade de Direito; a doutora Ana Elisa Liberatore S. Bechara, vice-diretora; o professor Floriano de Azevedo Marques Neto, ex-diretor; e a doutora Nathalie Kiste Malveiro, promotora de Justiça, representante da comissão organizadora.
SETOR JUVENTUDE
Jovens que integram grupos, pastorais e novas comunidades participaram em 26 de março, no Arsenal da Esperança, na Mooca, do retiro quaresmal em preparação para a Páscoa, promovido pelo Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo (SEJUSP). No total, foram 170 pessoas da Arquidiocese de São Paulo e de dioceses vizinhas como Santo Amaro, Campo Limpo e São Miguel Paulista. As meditações foram orientadas pelos Bispos Auxiliares da Arquidiocese Dom Carlos Lema Garcia, Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade e Referencial para o Setor Juventude, e Dom José Benedito Cardoso, Vigário Episcopal na Região Lapa. O retiro foi concluído com a celebração da Via-Sacra, encenada pela Comunidade Canto de Maria, no qual os jovens meditaram sobre os passos de Jesus no caminho ao Calvário. (por Diego Brigatto, do SEJUSP)
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[BRASILÂNDIA] No domingo, 3, Marta Gonçalves, agente da Pastoral da Comunicação da Paróquia Nossa Senhora da Expectação, Setor Freguesia do Ó, foi convidada a participar de uma reunião virtual com os paroquianos da Paróquia Santo Antônio, em Aldeia da Serra, município de Santana de Parnaíba (SP), Diocese de Jundiaí, que está rearticulando a Pascom. Marta apresentou sua experiência nesta pastoral ao longo dos anos, indicando como foi estruturada; as ferramentas de mídias utilizadas; principais desafios da pastoral, como a comunicação interna e a integração entre as pastorais, e como se manter firme na missão, mesmo diante dos obstáculos encontrados. (por Eliana Aparecida Lubianco)
[BRASILÂNDIA] Na sexta-feira, dia 1º, na Comunidade Nossa Senhora das Graças da Paróquia São Francisco de Assis, Setor Dom Paulo Evaristo, houve uma reunião de membros da comunidade com o Padre Genésio de Morais, Pároco, sobre questões de futuras obras no local e legalização de documentações. (por Marcos Rubens)
[SÉ] No sábado, 2, a Paróquia Rainha dos Apóstolos promoveu um encontro entre o Pároco, os catequistas e as cerca de 40 famílias dos catequizandos de primeira Comunhão e Crisma, que estão dando os primeiros passos na Iniciação à Vida Cristã. (por Pascom paroquial)
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IPIRANGA Paróquia Santa Cristina promove retiro quaresmal No domingo, 3, aconteceu o retiro quaresmal da Paróquia Santa Cristina e Área Pastoral São Domingos de Gusmão, Setor Pastoral Cursino, que reuniu aproximadamente 100 pessoas, entre participantes e equipe de apoio. Houve momentos de “deserto”, oração, penitência, reflexão e partilha, preparados sob a orientação do Padre Rodrigo Felipe, Pároco. Durante a manhã, houve momentos de introspecção, animados pelo casal Márcio e Meire Stefania, da Comunidade São José do Tabor, que também conduziu o louvor e a oração nos intervalos. A jornada se iniciou com a palavra do Monsenhor Cícero Alves de França, Reitor do Seminário de Teologia Bom Pastor e nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. Ele refletiu sobre a espiritualidade quaresmal, culminando com um momento de “deserto”, em que foi possível vivenciar os ensinamentos,
[IPIRANGA] O grupo de Pastoral de Rua “Fraternidade Santa Teresa de Calcutá”, pertencente à Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, do Setor Pastoral Imigrantes, celebrou seus três anos de trabalho pastoral em missa presidida pelo Padre William Day Tombini, Pároco, no domingo, 3. A fraternidade sai às ruas todo mês, levando uma palavra amiga e alimentos às pessoas em situação de rua.
acompanhados da reflexão da Palavra. No segundo momento, por meio da reflexão do Padre Anderson Bispo, Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Guarani, houve uma reflexão sobre a oração, o silêncio e a necessidade do diálogo constante e insistente com Deus. À tarde, aconteceram momentos de louvor, oração e reflexão que antecederam a fala do Padre Christopher Velasco, Vigário Paroquial da Paróquia Santa Ângela e São Serapião, que refletiu sobre o arrependimento e a Confissão, “presente que Deus nos oferece”. Logo depois, houve a adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzida pelo Diácono Permanente Orlando Luciano da Silva, que atua pastoralmente na Paróquia Santa Cristina, ao mesmo tempo em que ocorria o atendimento de Confissões. O retiro foi finalizado com a celebração da missa. (por Claudio Seiji Nishiyama)
Fernando Fernandes
(por Benigno Naveira)
(por Benigno Naveira)
[LAPA] Em 26 de março, na Comunidade Santa Tereza D’Ávila da Paróquia São José Operário, no Setor Rio Pequeno, realizou-se a reunião dos coordenadores dos setores da Pastoral dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (MESC) da Região Lapa. O encontro foi conduzido pelo Assistente Eclesiástico da Pastoral dos MESC da Região Lapa, Padre Leandro Calazans de Oliveira, SJC, durante o qual foi discutido o planejamento de atividades da Pastoral para este ano. (por Benigno Naveira)
[BRASILÂNDIA] Em 27 de março, na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, Setor Freguesia do Ó, teve início a preparação de 35 jovens para receber o sacramento da Crisma. A comunidade rezou para que esta caminhada seja de perseverança. (por Eliana Lubianco)
[SÉ] Na sexta-feira, dia 1º, 19 ministros extraordinários da Sagrada Comunhão (MESC) foram nomeados na Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, Setor Aclimação. (por Pascom paroquial)
(por Pascom Santa Teresinha do Menino Jesus)
[LAPA] Padre Hayang Lim Koo (Padre Daniel), Vigário Paroquial da Paróquia Santo Alberto Magno, no Jardim Bonfiglioli, do Setor Butantã, foi designado para atuar na Área Pastoral São João Batista e Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora. Iniciou seu trabalho paroquial presidindo a missa na Comunidade, na qual foi acolhido pelos fiéis.
[LAPA] Na Paróquia Santo Alberto Magno, no Jardim Bonfiglioli, Setor Butantã, aconteceu em 26 de março a segunda reunião do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP), sobre o sínodo arquidiocesano. O encontro foi conduzido pelo Padre Antonio Francisco Ribeiro, Pároco, com a participação dos membros do CPP, que refletiram sobre a retomada das atividades do sínodo arquidiocesano, com um levantamento da realidade em nível arquidiocesano, por meio do formulário preparado pela Comissão de Coordenação do sínodo, em que os membros apresentaram um relatório final com a síntese das discussões e reflexões.
[SANTANA] No domingo, 3, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a missa na Capela Nossa Senhora de Fátima, pertencente à Paróquia Nossa Senhora da Candelária, Setor Vila Maria. Concelebrou o Padre Octaviano Pinto da Silva, SCJ, Pároco, assistidos pelo Diácono Permanente Marcelo Reis. (por Fernando Fernandes)
[SÉ] Neste mês, o canal Brasil Terra de Santos conta a história do Servo de Deus Joaquim Arnóbio de Andrade. Cearense, o Sacerdote foi Vigário-geral da Diocese de Sobral e fundou sua vocação na devoção ao Sagrado Coração de Jesus. A entrevista foi realizada com o professor José Luis Lira, Vice-postulador da causa de beatificação. A entrevista está disponível no canal do YouTube do projeto, acessível pelo link: https://cutt.ly/CD55eGR. (por Brasil Terra de Santos)
Comportamento Proteção integral da criança e do adolescente CRISLEINE YAMAJI Ainda com foco na proteção da criança e do adolescente, conforme última coluna publicada sobre a centralidade da família na proteção da criança e do adolescente, é fundamental entender como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) complementa a disciplina constitucional de proteção desses dois públicos. Mencionamos, há duas semanas, que a criança e o adolescente gozam dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, e esses direitos vêm previstos constitucionalmente a partir de uma centralidade do dever familiar em educar os filhos menores. Soma-se às previsões constitucionais a proteção integral do ECA. A proteção integral da criança e do adolescente, tratada na Constituição federal e no ECA, diz respeito à imposição
de um dever de conduta aos familiares, especialmente dos pais. Relaciona-se ao dever de cuidado daquele que guarda os menores, em busca da melhor assistência e educação das futuras gerações. A família deve dar às crianças e aos adolescentes todas as oportunidades e facilidades para permitir seu pleno desenvolvimento físico, mental, social, espiritual e moral, em condições de liberdade e de dignidade. Ao tratar de oportunidades e facilidades dadas às crianças e aos adolescentes, o sistema jurídico brasileiro visa a protegê-los de formas de discriminação por consequência de seu nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião, crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e de aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que as diferencie como pessoas
humanas, inseridas em um contexto familiar e comunitário. Toda essa efetivação dos direitos fundamentais da criança e do adolescente na sociedade brasileira põe em foco aqueles direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. E, ainda, coloca na pauta do debate público outros direitos para prevenção à violência e à ameaça aos direitos da criança. Traz à tona proibições já conhecidas pela nossa população em relação ao tratamento das crianças e adolescentes, entre as quais, proibições de negociação de armas e bebidas alcoólicas, revistas com material pornográfico, indevido ou inapropriado e outros produtos e serviços que causem dependência física ou psicológica, qualquer sujeição à violên-
cia ou exposição das crianças a riscos de variada natureza, com atenção total a comportamentos socialmente indesejados no desenho das políticas públicas e na adoção das ações governamentais e não governamentais no atendimento cuidadoso da criança e do adolescente, especialmente para apoio e acolhimento adequados àqueles que mais precisam. Antes de qualquer punição, é fundamental uma postura social responsável de orientação, fiscalização e correção da criança e do adolescente, espelhada, em parte, nas medidas socioeducativas propostas, mas que ainda necessitam de um olhar mais humano e caridoso na aplicação cuidadosa e efetiva de direitos fundamentais pela família, pela comunidade e pela sociedade. Crisleine Yamaji é advogada, doutora em Direito Civil e professora de Direito Privado. E-mail: direitosedeveresosaopaulo@gmail.com.
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BELÉM
Fé e Cidadania Ética da igualdade e meritocracia LUIZ ANTONIO ARAUJO PIERRE Meritocracia, um termo pouco usado numa conversa entre amigos, mas cujo conceito faz parte da ideologia das pessoas que conduzem o pensamento da sociedade, estimuladas pela grande mídia. A meritocracia é um sistema de premiação baseado nos méritos pessoais. A origem etimológica: latim meritum = “mérito” + sufixo grego cracía = “poder” = “O poder do mérito”. Nada mais positivista, capitalista e consumista acreditar que só o mérito basta para justificar o que se pode possuir e comprar, a partir da sua posição econômica e social. Construir uma sociedade com esta visão desconsidera que todos são iguais respeitadas as suas diferenças. As oportunidades e condições de vida não são iguais na alimentação, educação, saúde, lazer. O mérito, portanto, não é o único elemento de análise. Não se pode negar o respeito à dignidade do ser humano, seja esta pessoa de qual origem e caminhada for. A responsabilidade deve ser compartilhada com a sociedade, com a comunidade inteira. O poder e o direito à subsistência não podem ficar nas mãos dos privilegiados, deixando à beira do caminho os demais, que, por questões históricas, não tiveram as mesmas oportunidades e foram barrados pela falta de condições. Sente-se ainda presentes a “casa-grande” e a “senzala”, realidades que pesam na sociedade, deixando desigual a disputa socioeconômica e cultural entre o filho do “sinhô” e o filho do escravo. A cultura da meritocracia, que favorece poucos pelos motivos históricos, exalta as riquezas conquistadas por jogadores de futebol e dos cantores sertanejos, que são exceção. Não se leva em conta a multidão dos que tentaram o mesmo caminho e não chegaram a lugar nenhum. “Buscar seus sonhos”, se diz, e isto é bom, prevenindo-se de como lidar com o insucesso. Nem sempre é possível conciliar a “busca pelos seus sonhos” com a vida cotidiana, o dia a dia, a sobrevivência, sobretudo para aquelas pessoas que não tiveram “berço”, que não tiveram onde morar, o que comer ou como estudar nas escolas mais requisitadas. O Papa Francisco, falando a trabalhadores(as) em Gênova, na Itália, considera que “é um desvalor a tão elogiada ‘meritocracia’, que fascina muito porque usa uma palavra bonita: o ‘mérito’, mas, como a instrumentaliza e a usa de modo ideológico, ela a desnaturaliza e a perverte. A meritocracia, para além da boa-fé dos tantos que a invocam, está se tornando uma legitimação ética da desigualdade”. Francisco lembra que o pobre não pode ser considerado um desmerecido, fazendo com que a sua pobreza, que é resultado de uma injusta estrutura social e econômica, se volte ainda mais contra ele, colocando-o como culpado da desordem do sistema. Esta não é a lógica do Evangelho e também não é a lógica da vida. O mérito deve ser avaliado conforme as oportunidades que cada um teve, para corrigir os desvios da conjuntura que prioriza exaltar o sucesso de poucos, fazendo parecer que os que vivem à margem são culpados porque não lutaram o suficiente. É desumano assim pensar. Devemos lutar, sim, todos juntos, para que possa haver mais respeito ao ser humano, mais oportunidades com igualdade de condições para todos e com a sincera convicção de que cada pessoa tem direito a um trabalho com salário que lhe possibilite atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, conforme prescreve a Constituição federal, em seu artigo 7º, inciso IV. Luiz Antonio Araujo Pierre é membro do Movimento dos Focolares, professor e advogado.
Pastoral Familiar oferece formação para novos agentes Juliana Bacci
JULIANA BACCI
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
O 2º Encontro de Agentes da Pastoral Familiar da Região Belém aconteceu no sábado, 2, com a presença de Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana e Referencial para a Pastoral Familiar, no Teatro Cáritas, na zona Leste da capital. A animação do evento ficou a cargo do grupo de animação litúrgica Bálsamo de Gallaad. Participaram como palestrantes o Padre Paulo Eduardo Santos, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Antonieta, Região Belém; o Padre Osvaldo Bisewski, Pároco da Paróquia Santa Luzia, Região Santana, e Presidente do Centro Social Nossa Senho-
ra do Bom Parto; o professor Ricardo Galhardo Blanco; e o casal assessor da Pastoral Familiar do Regional Sul 1, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Toninho e Osmarina. No encerramento, houve a SanPascom paroquial
[SÉ] A comunidade da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro criou mais um ambiente para os paroquianos: trata-se do “Espaço do Brincar”, destinado a acolher crianças de 2 a 8 anos, com a monitoração de uma pedagoga enquanto seus pais ou responsáveis participam da missa. Ainda em caráter experimental, o espaço funciona aos domingos, às 9h30, durante a Quaresma. (por Pascom paroquial) Marta Gonçalves
ta Missa presidida pelo Cônego José Miguel de Oliveira, Vigário Episcopal para a Região Belém, e concelebrada pelo Padre Jonatas Alex Mariotto, Pároco da Paróquia Santa Adelia e Assessor da Pastoral Familiar da Região Belém. Sérgio A. Colangelo
[IPIRANGA] O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, comemorou seu aniversário de 65 anos de vida, no sábado, 2, em missa na Paróquia Santa Rita de Cássia, Setor Pastoral Vila Mariana. O Padre Jorge Bernardes, Pároco, acolheu os presentes, entre os quais os padres concelebrantes, e lembrou-lhes que todos fazem parte da família de Dom Ângelo. (por Pascom Região Ipiranga) [SÉ] No domingo, 3, foi celebrado o rito de mandato dos 28 ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Paulistano. O Padre Geraldo de Paula Souza, Pároco, presidiu a celebração e também fez a nomeação, para o próximo triênio, das ministras Regina Hitomi Babá Nakamoto e Sueli Aparecida Gervásio Severino como coordenadora e vice-coordenadora, (por Pascom Paroquial) respectivamente. [BRASILÂNDIA] No sábado, 2, na Paróquia Santa Luzia, foi realizado o I Café Pascom do Setor Freguesia do Ó, que contou com a participação de agentes da Pastoral da Comunicação. O objetivo foi a integração, troca de conhecimentos e discussão da evolução das atividades da Pascom no último ano em nível regional, além do fortalecimento da unidade entre os agentes. O próximo encontro deve ocorrer daqui a dois meses. (por Mauro César dos Santos Leite)
[BRASILÂNDIA] Cerca de 70 catequizandos receberam no sábado, 2, o crucifixo e a Bíblia Sagrada na Paróquia Nossa Senhora da Expectação, Setor Freguesia do Ó. A missa foi presidida pelo Padre Armênio Rodrigues Nogueira, Vigário Paroquial, que ressaltou a importância da Palavra de Deus para o seguimento de Jesus. (por Marta de Oliveira Gonçalves)
[LAPA] Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, participou, no sábado, 2, da reunião do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP) da Paróquia São João Gualberto, no Setor Pirituba, conduzida pelo Padre Ailton Bernardo de Amorim, Administrador Paroquial, com a participação dos agentes de pastorais, que apresentaram o planejamento para (por Benigno Naveira) o ano de 2022.
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Na ‘Semana Maior’, celebra-se o mistério central da fé cristã FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
No domingo, 10, com a celebração do Domingo de Ramos, os católicos iniciam a Semana Santa, também conhecida como a “Grande Semana” ou “Semana Maior”, por ser considerada a mais importante do ano pelos cristãos. Nela, celebra-se o mistério salvífico de Jesus, a partir do qual toda realidade humana adquire sentido pleno e para o qual converge todo o ano litúrgico. Nessa primeira celebração, recordam-se dois momentos marcantes da vida de Jesus: sua entrada solene em Jerusalém e sua Paixão. A liturgia prevê a bênção dos ramos e uma procissão nas ruas ou no interior da igreja, enquanto o relato da Paixão segundo um dos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) é proclamado durante a missa. Há uma razão histórica para a proclamação desses dois relatos dos evangelhos. Nos primeiros séculos, não havia a celebração do Tríduo Pascal e, por isso, não era costume celebrar a Paixão do Senhor na sexta-feira antes da Páscoa. Por isso, no domingo anterior à Páscoa, recordava-se a morte de Cristo para, na semana seguinte, os fiéis celebrarem sua Ressurreição. Mesmo após a instituição do Tríduo Pascal, manteve-se essa tradição litúrgica, sobretudo para que os fiéis impossibilitados de celebrar o Tríduo – como em países de minoria cristã – possam vivenciar liturgicamente o mistério da Paixão. Além disso, a recordação desses dois momentos convida os fiéis a meditarem sobre o fato de que a multidão que aclama Jesus como o “Filho de Davi” é a mesma que grita “Crucifica-o” dias depois. A liturgia dos demais dias da Semana Santa ressalta momentos que antecedem a Paixão do Senhor, como na segunda-feira, a cena da mulher que lava os pés de Jesus com perfume; quando Jesus anuncia sua morte, causando sofrimento aos discípulos, na terça-feira; e a traição de Judas, que se dirige aos chefes dos sacerdotes e se oferece para entregar Jesus, na quarta-feira.
MISSA DO CRISMA
Na manhã da Quinta-feira Santa, acontece a missa do Crisma, assim chamada porque nesta celebração são abençoados os óleos usados nos sacramentos do Batismo e Unção dos Enfermos e é consagrado o óleo do Crisma, usado nos sacramentos do Batismo, Confirmação, nas ordenações sacerdotais e episcopais, além das dedicações de altares e templos. Também nessa missa, os padres renovam suas promessas sacerdotais diante do bispo ou arcebispo, por ocasião da recordação da instituição do sacerdócio. Em algumas dioceses, especialmente no interior, essa celebração acontece na quarta-feira à noite ou mesmo nos dias anteriores, para que os padres possam se deslocar à catedral e retornar às suas paróquias a tempo de celebrar o Tríduo Pascal.
TRÍDUO PASCAL
Desde o início do Cristianismo, todo domingo é dia privilegiado para a celebração da Páscoa da Ressurreição do Senhor. A partir do século II,
os cristãos passaram a realizar uma celebração anual maior, inspirados na celebração judaica da Páscoa e, em torno disso, desenvolveu-se o Tríduo Pascal. O Tríduo Pascal é como se fosse uma única celebração, em três dias, por meio da qual se torna presente a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Ele é aberto com a Missa da Ceia do Senhor, que recorda a Última Ceia, quando o Senhor instituiu a Eucaristia, deu aos apóstolos seu novo mandamento – “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Nessa ocasião, Jesus também instituiu a ordem sacerdotal e deixou como exemplo a caridade e o serviço aos irmãos, simbolizados pelo rito do lava-pés, ação que é recordada durante essa missa. Ao término da missa, é feita a transladação do Santíssimo Sacramento para um lugar preparado, a fim de serem adoradas e conservadas as partículas consagradas para a comunhão da Sexta-feira Santa. O altar é desnudado e todos os adornos do presbitério são retirados. A Sexta-feira Santa é o dia dedicado à memória da Paixão e Morte do Senhor. O silêncio, o jejum e a oração marcam esse dia, o único do ano em que não é celebrada a missa, mas a Ação Litúrgica da Paixão do Senhor, na qual é proclamada a narrativa da Paixão segundo o Evangelho de São João. A liturgia é marcada pela Oração Universal (que contempla as intenções pela Igreja e pelo mundo), pela Adoração da Cruz e pela Comunhão (das espécies consagradas na noite anterior). A manhã e a tarde do Sábado Santo são marcadas pelo silêncio e contemplação de Jesus morto e sepultado. Esse silêncio só é interrompido à noite, com a celebração da solene Vigília Pascal que anuncia a Ressurreição de Jesus Cristo. Considerada a mãe de todas as vigílias, essa liturgia se divide em quatro partes: Lucernário, que compreende a bênção do fogo (simbolizando o Cristo ressuscitado, luz do mundo) e a proclamação da Páscoa (Precônio Pascal); a Liturgia da Palavra, com as nove leituras que resumem a História da Salvação (sete do Antigo Testamento e duas do Novo, sendo uma extraída das Cartas de Paulo e outra do Evangelho); a Liturgia Batismal, na qual aqueles que foram preparados para este sacramento são batizados e os demais fiéis renovam suas promessas batismais; e, por fim, a Liturgia Eucarística, ápice da Vigília, o próprio sacrifício pascal.
DOMINGO DE PÁSCOA
Considerada a data mais importante do calendário litúrgico católico, no Domingo de Páscoa se celebra a vitória da vida sobre a morte e o testemunho dos apóstolos de que o túmulo está vazio, pois o “Senhor verdadeiramente ressuscitou”. Como ressalta o Catecismo da Igreja Católica, “a Páscoa não é simplesmente uma festa entre outras: é a ‘festa das festas’, a ‘solenidade das solenidades’, tal como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos” (CIC, 1169). “Partindo do Tríduo Pascal, como da sua fonte de luz, o tempo novo da ressurreição enche todo o ano litúrgico da sua claridade. Progressivamente, de um lado e de outro desta fonte, o ano é transfigurado pela liturgia”, acrescenta o Catecismo (1168).
| 6 a 12 de abril de 2022 | Geral | 9 CELEBRAÇÕES DO TRÍDUO PASCAL E DA PÁSCOA Cardeal Odilo Pedro Scherer
* Todas as celebrações na Catedral da Sé 10/04 - Domingo de Ramos - 11h 14/04 - Quinta-feira Santa - Missa Crismal 10h Celebração solene da Ceia do Senhor - 18h 15/04 - Sexta-feira Santa Celebração da Paixão do Senhor - 15h 16/04 - Sábado Santo, Solene Vigília Pascal - 19h 17/04 - Missa do Domingo de Páscoa - 11h
Dom Carlos Lema Garcia
– Domingo de Ramos, 9h30 – Paróquia São Gonçalo (Praça Doutor João Mendes, 108, Centro) – Quinta-feira Santa, 20h – Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários (Rua Almirante Brasil, 125, Mooca) – Sexta-feira Santa, 15h – Igreja da Ordem Terceira do Carmo (Avenida Rangel Pestana, 230, Brás) – Sábado Santo: Vigília Pascal, 19h – Paróquia Nossa Senhora do Brasil (Praça Nossa Senhora do Brasil, s/nº, Jardim Paulista) – Domingo de Páscoa, 10h – Paróquia Divino Salvador (Rua Casa do Ator, 450, Vila Olímpia)
Dom José Benedito Cardoso
– Domingo de Ramos, 9h – Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Rua Barão da Passagem, 971, Vila Leopoldina) – De segunda a quarta-feira, sempre às 9h, missa no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros – Quinta-feira Santa, 20h – Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Sexta-feira Santa, 15h – Paróquia Santa Mônica (Rua Felício Bottino, 95, Jardim Santa Mônica) – Sábado Santo, Vigília Pascal, 19h – Paróquia Nossa Senhora de Lourdes (Rua Brentano, 437, Vila Hamburguesa) – Domingo de Páscoa: * 8h, Comunidade Voz dos Pobres (Rua Monte Caseros, 337, Vila Gomes) * 10h, Paróquia São José Operário (Rua Dr. Coriolano Pompeu Eliezer, 05, Jardim Sarah)
Dom Carlos Silva, OFMCap
– Domingo de Ramos, 10h – missa na EMEF Ernesto de Moraes (Rua Vale das Flores, 120, Jardim Santa Lucrécia) * Antes, às 8h, haverá a concentração de fiéis nas Comunidades Mãe da Igreja e Nossa Senhora da Aurora; e às 9h, bênção e procissão com os ramos até a matriz da Paróquia Nossa Senhora da Paz (Rua Vale das Flores, 32, Jardim Santa Lucrécia). * As celebrações do Tríduo Pascal e do Domingo de Páscoa serão presidida pelo Bispo na Comunidade Nossa Senhora da Aurora (Rua Giácomo Saratelli, 184, Vila Aurora): – Quinta-feira santa, 19h30 – Sexta-feira Santa, 15h – Sábado Santo, Vigília Pascal, 19h – Domingo de Páscoa, 9h
Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ
* Celebrações na Área Pastoral São Domingos de Gusmão (Rua Carapiranga, 278, Vila Caraguatá), pertencente à Paróquia Santa Cristina: – Domingo de Ramos, 9h – Quinta-feira Santa, 19h30 – Sexta-feira Santa, 15h – Sábado Santo, Vigília Pascal, 17h – Domingo de Páscoa, 9h * O Bispo também presidirá a Vigília Pascal, às 19h, na Paróquia Sagrada Família (Avenida do Cursino, 1.915, Jardim da Saúde), com o rito de batizado de adultos.
Dom Jorge Pierozan
* Celebrações do Tríduo Pascal na Comunidade Nossa Senhora das Graças (Rua Diego de Losada, 117, no Jardim Ataliba Leonel), pertencente à Paróquia Nossa Senhora do Carmo. – Quinta-feira Santa, 19h30 – Sexta-feira Santa, 15h – Sábado Santo, Vigília Pascal, 19h Domingo de Páscoa, 18h – Basílica Menor de Sant’Ana (Rua Voluntários da Pátria, 2.060, Santana)
10 | Reportagem | 6 a 12 de abril de 2022 |
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Católicos em São Paulo se alegram por celebrar a Semana Santa presencialmente Luciney Martins/O SÃO PAULO - abr.2019
DANIEL GOMES
osaopaulo@uol.com.br
Após dois anos com restrições para a aglomeração de pessoas a fim de evitar a proliferação do coronavírus, as celebrações da Semana Santa e da Páscoa voltarão a ser realizadas com ampla participação dos fiéis em toda a Arquidiocese de São Paulo. Em carta ao clero no início deste mês, o Cardeal Odilo Pedro Scherer ressaltou que não há mais quaisquer restrições quanto ao número de participantes nas celebrações, mas que ainda se aconselha a manutenção do uso de máscaras dentro dos templos. “Tenhamos, portanto, a coragem de promover as celebrações e manifestações religiosas com o povo”, escreveu o Arcebispo Metropolitano. Assim como o salmista que exalta – “Alegrei-me quando me disseram: ‘Vamos à casa do Senhor’” (Sl 122) –, padres e fiéis ouvidos pelo O SÃO PAULO relataram grande expectativa com a volta das celebrações presenciais da “Semana Maior” e da Páscoa. Leia detalhes nesta e na próxima página.
PARÓQUIA SANTA TERESA DE CALCUTÁ – REGIÃO BELÉM
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA – REGIÃO SANTANA
No templo, na rua e de porta em porta
É tempo de renovar as esperanças
Localizada no bairro da Terceira Divisão, no extremo da zona Leste, a Paróquia Santa Teresa de Calcutá, criada em fevereiro de 2021 na Região Belém, organiza pela primeira vez a Semana Santa com ampla participação dos fiéis. “As seis comunidades e a matriz vão se reunir cada dia numa comunidade para as celebrações do Domingo de Ramos, a Quarta-feira Santa e o Tríduo Pascal”, explicou o Padre Elson Lopes, CSSp, Pároco, ressaltando a animação dos paroquianos com a participação presencial. “Destaco a procissão do encontro, que será em conjunto com a Paróquia Santís-
sima Trindade (nossa ‘paróquia-mãe’), como sinal de comunhão e testemunho cristão, e a via-sacra, na Sexta-feira Santa, preparada pelos jovens, que passará pelas ruas de todas as comunidades. No Domingo de Páscoa, teremos a visita e anúncio pascal, quando os missionários irão passar pelas casas dos paroquianos das comunidades, abençoando e levando a paz do Cristo Ressuscitado. Teremos sete equipes formadas por padre, seminaristas, irmãs, coroinhas, cantores e ministros extraordinários da Eucaristia, além daqueles que quiserem se juntar”, detalhou o Pároco. Facebook: @paroquiasantateresadecalcuta
“Após dois anos de restrições, este ano nos preparamos com muita esperança para as celebrações da Semana Santa. Na preparação, demos ênfase sobretudo àqueles momentos de manifestação pública da fé. Terá destaque, com certeza, a procissão de Ramos e a celebração da Paixão, que inclusive celebraremos na quadra de uma escola do bairro.” O relato é do Padre Maurício Vieira de Souza, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Parque Edu Chaves, na Região Santana. O Sacerdote diz que também há muita expectativa pela participação dos fiéis
na via-sacra que acontecerá nas ruas próximas à igreja matriz na noite da Sexta-feira Santa. E o otimismo não é por acaso: “Na reunião do CPP que fizemos bem no início da Quaresma, percebemos a grande alegria das pessoas em poder voltar a celebrar estes mistérios centrais de nossa fé católica”, detalhou. “Esperamos que a celebração pascal nos revigore a todos e renove nossas esperanças em um mundo melhor depois desses anos de grande sofrimento”, complementou o Pároco. Facebook: @ParoquiaAparecida.EduChaves.
PARÓQUIA SÃO JOÃO CLÍMACO – REGIÃO IPIRANGA
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS DORES – REGIÃO BRASILÂNDIA
Com grande empenho dos jovens
O mistério da Paixão de Cristo volta à cena
Resgatar a tradição das práticas celebrativas e devocionais que eram realizadas antes da pandemia tem sido uma das prioridades desta Quaresma na Paróquia São João Clímaco, na Região Ipiranga, algo que também ocorrerá durante a Semana Santa. De acordo com Amanda Bezerra Mendes, da Pastoral da Comunicação, tem havido grande procura pelo sacramento da Reconciliação por pessoas de diferentes idades. “Destacamos também que nossa juventude tem se empenhado em preparar meditações, ações que possam envolver as pessoas durante o período da Semana Santa, para se dedicarem ain-
da mais à contemplação dos mistérios da redenção. Eles vão fazer isso pelas redes sociais. Também estamos programando a caminhada penitencial da Sexta-feira da Paixão com as imagens de Nossa Senhora das Dores e do Senhor Morto, recordando assim as dores de nosso Redentor e reforçando o comprometimento de nossa fé, caminhando até a Páscoa”, detalhou Amanda, explicando ainda que muitas pessoas têm procurado se informar sobre os dias e horários das atividades: “Dá, sim, para dizer que o povo está sedento para viver de forma presencial as celebrações da Semana Santa”. Facebook: @paroquiasaojoaoclimaco
Realizada desde a década de 1990, a encenação da Paixão de Cristo é uma tradição da Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Taipas, na Região Brasilândia. Após alguns anos sem acontecer, voltará à cena na Sexta-feira Santa, 15, às 19h, na matriz paroquial, com a participação de cerca de 40 pessoas, metade do elenco de anos anteriores. “Percebemos nas conversas com a comunidade que as pessoas estão com grande expectativa para prestigiar a história das histórias. A emoção, a oração, cada cena nos leva a Deus”, contou Roberto Bueno, diretor do Grupo Teatral Arte de Viver, responsável pela encenação feita em parceria com o Grupo Gattu de Teatro.
A direção espiritual é do Padre João Henrique Novo do Prado, Pároco desde fevereiro. O Sacerdote destaca outras ações realizadas na preparação para a Páscoa, como um retiro quaresmal que ocorreu ao longo dos últimos cinco domingos na igreja matriz, com a exposição do Santíssimo e um momento de adoração e meditação do texto do Evangelho. “Iremos celebrar intensamente o grande mistério da nossa fé: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. O nosso povo tem grande expectativa, após ficarmos dois anos sem celebrações presenciais na Semana Santa”, assegurou. Facebook: @nossasenhoradasdorestaipas
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| 6 a 12 de abril de 2022 | Reportagem | 11 PARÓQUIA SÃO JOAQUIM – REGIÃO SÉ
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS – REGIÃO BRASILÂNDIA
‘Inundados de grande esperança’ A maior de todas as festas e momento propício para o recolhimento, oração e doação. É com essa animação que os fiéis da matriz e das 15 comunidades da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro Morro Doce, na Região Brasilândia, se preparam para viver a Semana Santa e celebrar o verdadeiro sentido da Páscoa. Momentos celebrativos e missas estão programados na matriz e nas comunida-
des, bem como no espaço Rincão Santo Aníbal, que tem capacidade para milhares de pessoas, e no qual ocorrerão, por exemplo, a missa da Quinta-feira Santa, 14, às 19h, e a Vigília Pascal, no sábado, 16, às 19h30, bem como uma das missas do Domingo de Páscoa, 17, às 9h30. “Após dois anos sem participarmos das celebrações em todas as comunidades, temos visto em nossa Paróquia e
comunidades o retorno integral de nossa população, mesmo ainda com o uso obrigatório de máscaras dentro das capelas. O povo tem participado com grande afinco. E inundados de grande esperança na Semana Santa não será diferente”, consta no relato enviado pela secretaria da Paróquia, cujo Pároco é o Padre João Inácio Rodrigues, RCJ. Facebook: @pnsgracasmd Paróquia Nossa Senhora da Piedade
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PIEDADE – REGIÃO SANTANA
‘O ponto alto é a fé no Cristo Ressuscitado’ Em uma paróquia que tem, além da igreja matriz, oito comunidades, abrangendo uma área com 40 mil habitantes, proporcionar que todos possam participar das celebrações da Semana Santa requer um detalhado planejamento, e é o que vem sendo feito na Paróquia Nossa Senhora da Piedade (foto ao lado), no Setor Jaçanã, da Região Santana, sob a coordenação do Padre Luís Isidoro Molento, Pároco, com o apoio de sacerdotes saletinos e salesianos e do Padre Moisés Facchini, missionário da Consolata. Ao longo da Semana Santa, acontecerão celebrações simultâneas, sempre em três locais da paróquia (matriz e comunidades). “A Vigília Pascal será a catalisadora de toda a Semana Santa, pois na matriz iremos abençoar oito círios, correspondentes a cada capela. A fé no Cristo Ressuscitado será o ponto alto da Semana Santa”, assegura o Pároco, destacando que nesta Quaresma muitos fiéis procuraram pelos sacramentos e momentos de oração e de espiritualidade. “Pelo que temos nos dias de confissões, na via-sacra, no interesse do povo em saber dos horários de procissão e das missas nas capelas, há o claro desejo da participação presencial; afinal, é na igreja que nós partilhamos tudo: a esperança, o amor, a caridade”, comentou Maria Aparecida Barbosa Freschi, da Pastoral do Batismo na Capela São João Batista. Facebook: @pnsenhorapiedade15
PARÓQUIA SÃO PEDRO APÓSTOLO – RAGIÃO LAPA
À espera do momento de avivamento da fé A cada reunião preparativa das atividades da Semana Santa, as lideranças pastorais da Paróquia São Pedro Apóstolo, na Região Lapa, expressam alegria e motivação em poder celebrar a Semana Maior presencialmente. É o que assegura o Pároco, Padre Marcos Cardoso, rogacionista. “Será um recomeço e avivamento da fé de todos os nossos paroquianos e comunidade, que poderão testemunhar e participar dos momentos fortes de nossa fé, vivenciando bem a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus”, comentou, projetando grande participação em momentos como a
procissão do Domingo de Ramos, a celebração da instituição da Eucaristia, na Quinta-feira Santa e a Vigília Pascal. Percepção semelhante tem Rodrigo Vasconcelos Barbosa, da Pastoral da Liturgia/Coroinhas: “As missas aos fins de semana têm tido uma grande participação de fiéis. Em relação à Semana Santa, em se tratando de um momento tão importante para nós, católicos, acredito que teremos uma boa participação da comunidade; e poderemos e devemos viver esse momento presencial com intensidade e com forte espiritualidade”. Facebook: @SaoPedroLapa
PARÓQUIA SANTA PAULINA – REGIÃO IPIRANGA
O interesse pelas celebrações é crescente Na maior comunidade de São Paulo, em Heliópolis, na zona Sul, está localizada a Paróquia Santa Paulina, na Região Ipiranga. De acordo com o Padre Israel Mendes, Pároco, os preparativos para a Semana Santa estão sendo vividos com entusiasmo. “Conseguimos organizar para que, desde o Domingo de Ramos até o dia da Páscoa, toda a Paróquia se envolva nas atividades. Teremos três procissões no Domingo de Ramos. Haverá a Procissão
do Encontro na segunda-feira; na terça-feira, a meditação das Sete Dores de Nossa Senhora, com confissões individuais; e na quarta-feira, uma celebração penitencial também com confissões”, detalhou o Pároco, explicando, ainda, que as celebrações do Tríduo Pascal serão na igreja matriz e que ocorrerá uma procissão com a meditação da via-sacra após a ação litúrgica da Paixão do Senhor, às 15h. “As crianças da Catequese estão organizando uma via-sacra em que vão en-
cenar as estações na parte da manhã na Sexta-feira Santa”, complementou. “Temos percebido, graças a Deus, uma participação maior do povo, um interesse maior em viver a Quaresma. Antes a via-sacra meditada realizada antes das missas nas sextas-feiras da Quaresma era pouco participativa; hoje, está sempre cheia. Acredito que não será diferente na Semana Santa”, projeta o Sacerdote. Facebook: @santapaulinaheliopolis
Entusiasmados em vivenciar a Semana Santa Assim como em outras paróquias da Região Sé, na São Joaquim, no Setor Aclimação, é grande a expectativa para a vivência da Semana Santa. “Nas nossas missas, cada vez mais vemos a presença dos paroquianos e se percebe um entusiasmo muito grande. Das atividades que estão sendo programadas para a Semana Santa, destaco as mais tradicionais. As pessoas estão sedentas de participar, de vivenciar este momento”, comenta Alexandre Machado, ministro extraordinário da Sagrada Comunhão. À frente da Paróquia estão os Padres Geraldo Pedro dos Santos, Administrador Paroquial, e Antonio Genivaldo C. de Oliveira, OMI, Vigário Paroquial, para quem mais do que o aumento na quantidade de pessoas, o que se espera é “que possamos bem celebrar esse difícil momento vivido na pandemia, como o povo do antigo Israel na esperança de dias melhores; e como cristãos animados pela esperança de que a vida vence a morte”, afirma o Vigário, apontando, ainda, que “a celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-feira Santa consegue associar tantas situações de sofrimento de nosso povo. Isso reforça a necessidade de enfatizar a mensagem pascal. É a vida que vence a morte! A memória do sofrimento vivido é renovada na ressurreição!”. Facebook: @paroquiasaojoaquimnossasenhoradagloria (Colaborou: Ruy Halahz)
PARÓQUIA SANTO ANTÔNIO – REGIÃO SÉ
Participação deve ser igual ao período pré-pandemia A programação da Semana Santa na Paróquia Santo Antônio, no Pari, Região Sé, vem sendo amplamente divulgada durante as missas e também pelas redes sociais. A missa da Santa Ceia, com o rito do lava-pés; o ato da Paixão de Cristo; e a Vigília Pascal são os momentos que devem reunir a maior quantidade de fiéis. Além disso, neste ano haverá a retomada da via-sacra, com os membros das pastorais contemplando cada estação. Conforme informações da secretaria paroquial, a expectativa é de que a participação de fiéis seja semelhante ao período anterior à pandemia de COVID-19. “Percebe-se que há grande interesse das pessoas em vivenciar esses grandes momentos da Semana Santa. Os grupos de liturgia estão escalados para se organizar e se preparar adequadamente para essas celebrações.” Facebook: @santoantoniodopari
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Fé e esperança em São Paulo
ROSEANE WELTER
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
O PODER DA ORAÇÃO
No sábado, 2, a Comunidade Canção Nova em São Paulo (SP) realizou a “Vigília Canção Nova: 15 anos de Fé e Esperança”, com o tema: “Maravilhas fez o Senhor em meu favor!”. Após dois anos de maneira on-line, por causa da pandemia, o evento voltou ao formato presencial, na Paróquia Santa Cândida, no bairro do Ipiranga. Participaram da Vigília o Padre Diogo Albuquerque, da Diocese de Bragança Paulista (SP), e os missionários da Comunidade Canção Nova Aline Rodrigues Silva dos Santos, Marone Avelino dos Santos e Orlando Junior, além do Padre Anderson Marçal, Pároco da Paróquia Santa Cândida. A vigília, transmitida pela TV Canção Nova, teve momentos de adoração ao Santíssimo Sacramento, louvor, reflexão da Palavra de Deus, oração do Terço da Divina Misericórdia e a Santa Missa.
Luzia de Assis Ribeiro Santiago, cofundadora da Comunidade Canção Nova, destacou que as vigílias são momentos de profunda comunhão e oração com as intenções da Igreja e do povo de Deus. “Apesar de a cidade de São Paulo ser uma megalópole, as vigílias promovidas pela Canção Nova têm alcançado muitas pessoas, com muitos frutos de conversão, retorno à Igreja, reconciliações de famílias e engajamento na comunidade”, disse. A cofundadora enfatizou que “a vigília é um tempo propício para louvar e bendizer a Deus, especialmente pelo fim da pandemia de COVID-19; momento de oração pelas vidas ceifadas e para agradecer pelos que sobreviveram; momento de comunhão com a Igreja, unindo nossas preces pela Arquidiocese de São Paulo, pelo Papa Francisco, pelo Sínodo dos Bispos e na intenção de todos os fiéis do mundo inteiro”.
ITINERÁRIO DE FÉ
EXPANSÃO DA MISSÃO
A primeira Vigília de Oração aconteceu em abril de 2007, na véspera do Domingo de Ramos, na Igreja Nossa Senhora do Líbano, no bairro da Liberdade. Vanessa Lacquaneti da Silva, membro do departamento de eventos da Canção Nova em São Paulo, recordou que a intenção “é preparar o povo de Deus para a Páscoa e para os mistérios da fé vividos na Semana Santa: ‘Vigiai e orai’” (Mt 26,41). Ao longo destes 15 anos, já foram re-
Canção Nova São Paulo
alizadas 78 vigílias. Como o número de participantes foi aumentando, era preciso organizá-las em espaços maiores, como o Centro de Evangelização Padre Léo Pereira, na Barra Funda; o Santuário Nossa Senhora da Salette, em Santana; o Santuário Nossa Senhora de Fátima, no Sumaré; a Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, no Bom Retiro; o Ginásio do Ibirapuera; a Basílica de Nossa Senhora da Penha e agora na Paróquia Santa Cândida.
Fundada em 1978, pelo Monsenhor Jonas Abib, a Canção Nova está presente em diversos estados do Brasil e no exterior. É formada por homens e mulheres, de diferentes estados de vida, com uma única finalidade apostólica: a evangelização. Tem a missão de evangelizar, comunicar Jesus pelos meios de comunicação social, além de atuar nas áreas da Educação, Saúde, Artes, Cultura e Promoção Social.
Fiéis participam de vigília realizada pela Canção Nova na Paróquia Santa Cândida, dia 2
Seus membros se distinguem em dois modos de compromisso: Núcleo e Segundo Elo. Os membros do Núcleo se dedicam ao apostolado como atividade principal, empenhados em tempo integral na vida e nas atividades da Canção Nova, com o intuito de manter vivo o carisma. Já os membros do Segundo Elo constituem aliança em torno do Núcleo, não vivem em regime de dedicação integral, e continuam a residir em suas próprias casas. São chamados a viver a identidade e missão na própria família, na profissão e na vida social. A Comunidade Canção Nova em São Paulo é composta, atualmente, por 89 membros, que atuam em várias frentes de missão. A sede na capital paulista está localizada na Catedral Maronita Nossa Senhora do Líbano, no bairro da Liberdade, e realiza diversas atividades: missas às segundas e quartas-feiras, aprofundamentos de oração, grupo de jovens às sextas-feiras e atividades evangelizadoras em seus meios de comunicação: Rádio América AM 780, TV Canção Nova (canal aberto 59.1) e redes sociais – Facebook, Instagram e YouTube – @cancaonovasp.
Atualmente, a Canção Nova também atua na Paróquia Santa Cândida, no bairro do Ipiranga.
A SERVIÇO DA EVANGELIZAÇÃO
A Comunidade chegou à capital em 1993. Assim, em 2023, celebrará 30 anos de presença e evangelização em solo paulistano. Nas festividades das três décadas, há uma programação especial, incluindo o “Canção Nova Abraça São Paulo”, que será realizado no dia 10 de julho, evento que, depois de dois anos, volta a ser presencial. “Nosso objetivo é ‘abraçar São Paulo’ muito mais, especialmente neste tempo em que precisamos tanto nos reaproximar e testemunhar que, juntos, formamos uma Igreja unida e participativa”, destacou Ítalo Magno Inácio da Silva, 39, missionário e atual responsável pela missão Canção Nova em São Paulo. “É muito gratificante gastar a vida na evangelização, de forma especial nesta cidade. Nossa meta é ‘ser uma comunidade que vive com radicalidade os nossos princípios e os comunica em comunhão com a Igreja local’”, afirmou.
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Melhor gestão de recursos faz com que Alesp devolva R$ 155,6 milhões aos cofres públicos dinheiro.” Um desses softwares levou à implantação do programa Alesp Sem Papel, que já economizou mais de 200 mil folhas de papel. A plataforma dá suporte à produção, tramitação, gestão e controle de processos e de documentos digitais. Assim, paulatinamente, todos os processos e documentos do Parlamento paulista passarão a ser eletrônicos.
DANIEL GOMES
osaopaulo@uol.com.br
Assim como nas finanças domésticas, a gestão eficaz dos recursos públicos leva ao combate de desperdícios, a cortes de gastos supérfluos e ao redirecionamento do dinheiro do cidadão para ações que favoreçam a coletividade. A economicidade, ou seja, a obtenção do resultado esperado com o menor custo possível, mantendo a qualidade e buscando a celeridade na prestação do serviço ou no trato com os bens públicos, é um princípio que consta na Constituição federal, Art. 70, mas nem sempre é colocado em prática pelos que ocupam cargos públicos. De tempos em tempos, porém, os bons frutos da economicidade reaparecem no noticiário. No fim de março, a mesa diretora da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) anunciou a devolução de R$ 155,6 milhões aos cofres do governo paulista, como resultado das iniciativas que resultaram na economia de verbas do orçamento legislativo de 2021. O valor é maior que os R$ 146 milhões devolvidos no início de 2020 e dos R$ 106 milhões que voltaram aos cofres públicos no começo de 2019. Consultada pelo O SÃO PAULO, a assessoria de imprensa da Alesp apontou para ao menos cinco razões que resultaram nesta economia de recursos:
1) CORTES E REVISÃO DE CONTRATOS
“Parte do valor, de cerca de R$ 70 milhões, foi economizado em razão da suspensão de obras de modernização e revitalização dos auditórios Teotônio Vilela, Franco Montoro e Paulo Kobayashi. Os contratos de prestação de serviço, como de limpeza, também foram revistos e o valor foi reduzido.”
2) MENOR USO DE VERBAS DE GABINETE
“Os parlamentares reduziram o uso da verba de gabinete. Houve redução no consumo de combustíveis e também de postagens nos Correios.”
E QUAL SERÁ O DESTINO DO RECURSO ECONOMIZADO?
Em 29 de março, a Alesp entregou o cheque simbólico de R$ 155,6 milhões ao secretário de Estado da Casa Civil, Cauê Macris. Desse total, cerca de R$ 24 milhões já foram utilizados para a compra de 179 mil cestas básicas, repassadas a famílias carentes em todo o estado de São Paulo durante a fase mais crítica da pandemia de COVID-19. O uso do restante do recurso, R$ 131,4 milhões, ainda será definido pelo governo do estado de São Paulo, mas, de acordo com Cauê Macris, possivelmente seja destinado a investimentos nas áreas de Saúde, Segurança Pública e Educação, Assistência Social e iniciativas de geração de emprego e renda.
3) MELHOR USO DA ÁGUA E REDUÇÃO DE DESCARTÁVEIS
“A conta de água reduziu R$ 900 mil por ano em razão de medidas de economia, como troca das torneiras comuns por torneiras com controle de vazão da água. Recentemente, substituímos os copos plásticos descartáveis por copos reutilizáveis para todos os servidores e colaboradores.” Essas iniciativas são parte do programa Alesp Preserva. Na solenidade de anúncio da devolução dos R$ 155,6 milhões, o deputado estadual Carlão Pignatari, presidente da casa legislativa, adiantou que os próximos passos serão a instalação de painéis fotovoltaicos para energia solar e o uso da água da chuva na jardinagem e nos banheiros.
4) ECONOMIA COM A FROTA DE VEÍCULOS
“A Alesp também deixou de gastar cerca de R$ 6 milhões com manutenções da frota de veículos, ao trocar os veículos próprios por locação.” Além disso, conforme declarou Pignatari em junho de 2021, a Assembleia pôs fim a um contrato que permitia que parlamentares usassem até R$ 400 mil por ano com táxis.
5) NOVOS SISTEMAS DE GESTÃO
“Os sistemas de gestão foram trocados por softwares mais modernos, que aceleram os procedimentos e economizam tempo e
A gestão dos recursos públicos sob a perspectiva cristã O Compêndio da Doutrina Social da Igreja considera como uma questão prioritária o bom emprego dos recursos, sejam públicos, sejam privados, e exorta que cada sujeito econômico ou a sociedade elabore alguma estratégia para “empregá-los do modo mais racional possível, seguindo a lógica ditada pelo princípio de economia” (CDSI, 346). Também se ressalta que a coleta fiscal e a despesa pública assumem “uma importância econômica crucial para qualquer comunidade civil e política:
o objetivo para o qual tender é uma finança pública capaz de se propor como instrumento de desenvolvimento e de solidariedade [...] As finanças públicas se orientam para o bem comum quando se atêm a alguns princípios fundamentais: o pagamento dos impostos como especificação do dever de solidariedade; racionalidade e equidade na imposição dos tributos; rigor e integridade na administração e na destinação dos recursos públicos” (CDSI, 346). Falando a prefeitos e vereadores italianos em uma audiência em 5 de feve-
reiro deste ano, o Papa Francisco lembrou-lhes que por vezes há a ilusão de que apenas um financiamento adequado é o suficiente para resolver os problemas da cidade, mas “na realidade, não é exatamente assim: precisamos também de um projeto de convivência civil e de cidadania: precisamos investir na beleza onde há mais degradação, na educação onde reina o mal-estar social, em lugares de agregação social onde se observam reações violentas, na formação para a legalidade onde prevalece a corrupção”. (DG)
www.osaopaulo.org.br Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.
Terra Santa: chefes das Igrejas de Jerusalém condenam a ‘violência indiscriminada’ https://cutt.ly/hFeAcZy Abertas as inscrições para os cursos da Pastoral da Saúde arquidiocesana https://cutt.ly/sFeAQOm Pastoral do Menor realiza a campanha ‘Páscoa – Tempo de Partilha’ https://cutt.ly/3FeAPWD Após renúncia de João Doria, Rodrigo Garcia assume o governo de São Paulo https://cutt.ly/iFeACXp Prazo para entrega da declaração do IR é prorrogado para 31 de maio https://cutt.ly/pFeA1UJ Comissão para a Liturgia oferece sugestões de músicas para a missa do Crisma https://cutt.ly/dFeA5W1
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Coleta da Solidariedade: um gesto concreto de caridade na Quaresma SAIBA COMO FUNCIONA O PROCESSO DE DISTRIBUIÇÃO DO MONTANTE ARRECADADO NESSA COLETA DE ÂMBITO NACIONAL DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE, QUE NESTE ANO TEM POR TEMA A EDUCAÇÃO IRA ROMÃO
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Realizada sempre no Domingo de Ramos em todo o Brasil, a Coleta da Solidariedade, gesto concreto da Campanha da Fraternidade (CF), ocorrerá no domingo, 10. Neste ano, o tema da CF é “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala
com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26), que convoca todos a refletir sobre os fundamentos do ato de educar. “O primeiro grande gesto concreto é a conversão do coração, que, uma vez convertido pela Palavra de Deus, jamais será indiferente aos irmãos e irmãs. O segundo gesto é o da solidariedade”, disse ao O SÃO PAULO o Secretário Executivo de Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Padre Patriky Samuel Batista.
COLETA
Em todo o País, para doar à Coleta da Solidariedade no Domingo de Ramos, os fiéis devem participar das celebrações de sua comunidade ou paróquia e, assim, concretizar seu gesto. “Essa coleta é muito importante porque, por meio dela, conseguimos apoiar diversos projetos sociais ligados ao tema da CF em todo o território nacional. É
apoiarmos só a primeira fase e depois deixar morrer o que já foi pensado e investido”, explicou o Padre Patriky. O Secretário reforça que a carta de anuência do bispo “é o que garante que aquela instituição é idônea e que realmente o projeto necessita [de recursos]. Sem ela, nem olhamos o projeto, porque ao indicar uma instituição o bispo se compromete e nos ajuda a acompanhar a prestação de contas”, completou. Além disso, essa carta assegura que as instituições e projetos apoiados seguem os propósitos da Igreja. Outro ponto fundamental é que essa instituição possua um CNPJ. “Temos a responsabilidade da prestação de contas diante do governo. Então, tem que ser pessoa jurídica”, detalhou o Sacerdote.
a nossa ajuda para transformar os cenários que desafiam a educação”, afirmou o Padre Patriky. “Que a nossa preparação para a celebração da Páscoa de Cristo, para a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, seja marcada também pela solidariedade, guiada pela fé e pela fraternidade que nos ajudam a cuidar uns dos outros”, disse o Sacerdote. “Que no próximo dia 10 todos participem e se inteirem também dos projetos da sua diocese que são apoiados pelo Fundo Nacional de Solidariedade (FNS).” Padre Patriky explica que o montante da Coleta, oriundo das mais de 270 dioceses do País, é que determinará quantos projetos o FNS poderá apoiar ao longo do ano. “Vamos vendo a partir da realidade daquilo que vai chegando. Às vezes, temos que priorizar aquilo que já é prioridade. Como as receitas caíram por causa da pandemia, temos que priorizar em
para receber o apoio desses fundos, a instituição, bem como seu projeto, precisa se encaixar naquilo que o edital propõe. É preciso ter vínculo com os três eixos determinantes do edital do FNS, estar em conformidade com os propósitos católicos e ter uma carta de anuência do bispo da diocese do território no qual a instituição se encontra. Padre Patriky frisa que o edital do FNS só é disponibilizado na primeira semana da Páscoa, ou seja, após o Domingo de Ramos. Por isso, ainda não é possível saber quais serão os três eixos determinantes para a Coleta deste ano. Apesar disso, o Secretário contou que estão previstos os seguintes eixos: iniciativas comunitárias no campo da educação; enfrentamento da insegurança alimentar e vulnerabilidade social; e capacitação para a geração de renda. Entretanto, pode haver alterações. O Secretário exemplifica que, quando se fala em iniciativas comunitárias
No ano passado, por exemplo, 94 iniciativas foram apoiadas com recursos arrecadados durante a CF 2021, as quais
cima da prioridade. É um desafio muito grande”, contou, explicando ainda que o conselho gestor do FNS se reúne três vezes por ano para poder avaliar os projetos.
no campo da Educação, isso significa “pensar uma educação para o humanismo solidário, prevenção à violência no ambiente escolar e formação social, envolvendo os atores sociais na questão da educação, juntamente com as famílias locais”. “No edital estarão todas as informações e todo o processo é feito de forma on-line. Basta entrar no site do FNS e fazer o cadastro da instituição. Lá, há toda a documentação necessária para se cadastrar”, orientou o Sacerdote. “A partir das dicas do edital, é possível ver em qual área e em qual eixo [o projeto] se encaixa. Se ele for correspondente a algum dos três eixos, toda a documentação necessária deve ser enviada, inclusive a carta de anuência do bispo.” É permitido a um projeto se inscrever por até três anos seguidos para receber recursos do FNS. “Alguns projetos necessitam de continuidade. Não adianta
tinham alinhamento com algum dos três eixos de atuação que foram definidos no edital: auxílio a situações de insegurança alimentar; insumos para cuidados sanitários ligados à pandemia; e captação para a geração de renda. Como exemplo de projetos que já foram apoiados pelo FNS, Padre Patriky menciona a ação “Cozinha Solidária: alimentando sonhos a serviço do bem comum”, realizada no fim de 2021, na Diocese de Cametá do Tocantins (PA). Por meio do apoio, foram distribuídas refeições para 500 pessoas em risco alimentar. Para mais informações, basta acessar o site do FNS (https://fns.cnbb.org.br/ fundo/informativo/index). Nele ficam disponíveis o edital, as datas das reuniões do conselho gestor e ainda o Portal da Transparência da CNBB, no qual é possível consultar informações dos projetos apoiados.
DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS
Os recursos arrecadados em todas as dioceses integram os Fundos Diocesanos e Nacional de Solidariedade, pelos quais são destinados valores para a promoção da dignidade humana, o compromisso com os pobres e a vida plena. A cada ano, são priorizadas instituições e projetos que atendam aos objetivos gerais e específicos propostos pela CF em vigor. Padre Patriky explicou que, do total arrecadado, 60% fica na própria diocese em que foi coletado, compondo o Fundo Diocesano de Solidariedade, e 40% vai para o Fundo Nacional de Solidariedade da CNBB. O Secretário esclareceu ainda que,
BONS EXEMPLOS
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Para resguardar a identidade da escola católica Vatican Media
RECÉM-PUBLICADA INSTRUÇÃO DA CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA TRATA SOBRE A PRESENÇA DA IGREJA NO MUNDO ESCOLAR E O PAPEL DOS AGENTES EDUCATIVOS DANIEL GOMES
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Tornar mais clara a consciência e a consistência da identidade católica das instituições educativas da Igreja, ajudar a prevenir conflitos e divisões no campo educativo e auxiliar as escolas diante dos novos desafios são os propósitos principais da instrução “A identidade da escola católica para uma cultura do diálogo”, publicada pela Congregação para a Educação Católica, em 25 de janeiro, e divulgada pela Santa Sé em 29 de março. Apresentamos a seguir os principais tópicos do documento. A íntegra pode ser acessada no link encurtado a seguir: https://cutt.ly/zDG3ia2.
CARACTERÍSTICAS GERAIS E PRÓPRIAS
(Nº 10) A ação educativa desenvolvida por meio das escolas não é uma obra filantrópica da Igreja, mas é parte essencial de sua identidade e missão. (11 e 12) A declaração conciliar Gravissimum educationis, de 1965, lembra que a educação é um direito universal, voltada ao fim último da formação da pessoa e para o bem das sociedades, e que a responsabilidade primeira pelas escolhas educativas compete aos pais, cabendo ao Estado apoiá-los. (13) A Igreja, como mãe e mestra, em seu agir educativo busca a evangelização e o cuidado pelo crescimento de quem já está no caminho da fé católica, e colabora com todos os povos para a promoção da perfeição integral da pessoa. (16 e 17) A escola católica deve criar um ambiente que prepare os alunos “para exercer sua liberdade de forma responsável, formando atitudes de abertura e solidariedade”, além de formá-los numa educação sexual positiva e prudente, à medida que crescem. (20) Na escola católica, a razão dialoga com a fé, “o que também permite ter acesso a verdades que transcendem os simples dados das ciências empíricas e racionais, abrindo-se à verdade total para responder às questões mais profundas da alma humana”. (23) Não há separação entre momentos de aprendizagem e momentos de educação, entre momentos do
conhecimento e momentos da sabedoria nas escolas católicas. “Cada uma das disciplinas não apresenta só conhecimentos a adquirir, mas também valores a assimilar e verdades a descobrir”. (30) Como sujeito eclesial, a escola católica é o local em que “a pessoa exprime-se a si mesma e cresce humanamente num processo de relação dialógica, interagindo de modo construtivo, exercitando a tolerância, compreendendo os diversos pontos de vista, criando confiança num ambiente de autêntica concórdia”. (34 a 36) O caminho do pacto educativo global, proposto pelo Papa Francisco, pretende facilitar as relações interpessoais, reais, vivas e solidárias. Também a escola católica pode ajudar a promover essa cultura do cuidado, para formar pessoas capazes de uma escuta paciente, de diálogo construtivo e mútua compreensão.
SUJEITOS DA MISSÃO EDUCATIVA
(41) É dever dos alunos seguir o programa educativo ensinado com competência científica, “mas também devem ser orientados a olhar para além do horizonte limitado das realidades humanas”. (44) Aos pais, compete prover a educação católica dos filhos e cooperar com os professores, envolvendo-se nos processos decisórios relativos à comunidade escolar e seus filhos, e participando das associações ou assembleias escolares. (45) A identidade católica da escola deve ser apresentada aos professores antes que sejam contratados, uma vez que eles também são os responsáveis por promovê-la. (47) Os professores precisam agir com
retidão de doutrina e probidade de vida. E todos na escola, mesmo os que não professam a fé católica, têm a obrigação de reconhecer e respeitar o caráter católico da instituição. (49) “Cada ato oficial da escola deve estar de acordo com sua identidade católica, respeitando plenamente a liberdade da consciência de cada pessoa [encíclica Veritatis splendor, 1993]”, o que também se aplica ao currículo da escola. (52 a 58) O documento trata de aspectos jurídicos e canônicos a respeito das escolas católicas fundadas e mantidas por institutos de vida consagrada, sociedades de vida apostólica e por associações de fiéis, a fim de que mantenham a unidade e comunhão com a Igreja. (59 a 62) Ao bispo diocesano/eparquial compete, por exemplo, consentir ou não sobre a fundação de escolas católicas no seu território pelos institutos de vida consagrada ou sociedades de vida apostólica; promulgar prescrições relativas ao ordenamento geral das escolas católicas em sua diocese; visitar ou delegar que alguém visite todas as escolas católicas, tendo o poder de intervir quando achar oportuno ou diante de graves transgressões da identidade católica, além de manter um diálogo contínuo com os dirigentes escolares, professores e alunos.
PONTOS SENSÍVEIS
(74 e 77) Os estatutos das escolas católicas devem estar sempre atualizados, para definir claramente as competências e novos procedimentos, bem como deve existir uma declaração sobre a missão da escola ou um código de conduta. (80) Para que se evite o descrédito da instituição em relação a conflitos do
campo disciplinar e doutrinário, a orientação é que “o discernimento deve começar no contexto eclesial local, levando em conta os princípios canônicos de gradualidade e proporcionalidade das eventuais medidas a serem tomadas”. (81) Perante algumas leis que possam obrigar a escolhas que entram em conflito com a liberdade religiosa e a própria identidade católica de uma escola, “é necessária uma ação razoável de defesa dos direitos dos católicos e das suas escolas, quer por meio do diálogo com as autoridades do Estado, quer por meio do recurso aos tribunais competentes”. (87 a 93) Para a resolução de eventuais conflitos e tensões na escola católica, são válidos os princípios da Doutrina Social da Igreja que vêm sendo recordados pelo Papa Francisco: – “ A unidade prevalece sobre o conflito” – as formas dialógicas e a prática comunicativa dentro da comunidade educativa da Igreja local e universal devem ser estabelecidas, promovidas e praticadas antes de eventuais tensões; – “O tempo é superior ao espaço” – mais vale iniciar processos de resolução do que defender espaços de poder; – “A realidade é mais importante que a ideia” – é oportuno elaborar soluções no nível mais imediato possível, envolvendo aqueles que se encontram diretamente inseridos na realidade local; – “O todo é superior à parte” – a eventual solução decidida e aplicada deve ser considerada em uma perspectiva de longo prazo para não deteriorar a possibilidade frutífera e promissora de colaboração entre pessoas e instituições.
16 | Pelo Mundo | 6 a 12 de abril de 2022 |
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Ásia
Europa
Timor Leste cria tribunal eclesiástico para tratar de questões matrimoniais JOSÉ FERREIRA FILHO
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A Arquidiocese de Díli, em Timor Leste, estabeleceu um tribunal eclesiástico para tratar de casos relacionados a questões matrimoniais, incluindo nulidades. O Arcebispo de Díli, Dom Virgílio do Carmo da Silva, juntamente com o representante do Vaticano em Timor Leste, Monsenhor Marco Sprizzi, e o Ministro da Justiça, Tiago Amaral, inauguraram o tribunal na sexta-feira, dia 1º, em Díli, capital do país. “Esperamos que haja um serviço pastoral que seja propício para o bem das almas. Acreditamos que a Sagrada Família de Nazaré é um modelo para todas as famílias manterem fielmente seus votos matrimoniais e podemos ajudar a encontrar uma solução satisfatória para os casos mais difíceis”, afirmou Dom Virgílio.
APELO DO PAPA
O tribunal foi uma resposta ao apelo do Papa Francisco por um melhor cuidado pastoral às pessoas que enfrentam problemas matrimoniais, conforme declarado no motu proprio Mitis Iudex Dominus Iesus, de 2015.
No documento, o Papa disse que o processo de nulidade do casamento deve ser mais rápido, mais barato e mais um serviço pastoral, exigindo ainda um processo jurídico para uma avaliação precisa. Francisco também afirmou que não estava promovendo a nulidade dos casamentos, “mas a celeridade do processo, bem como a verdadeira simplicidade” do procedimento, para que os casais católicos não sejam “estressados pela sombra da dúvida” por um longo período.
ASSISTÊNCIA PASTORAL
Como não havia tribunal em seu país, disse o Arcebispo, desde 2016 contavam com a Diocese de Atambua, na Indonésia, localizada do outro lado da fronteira, para lidar com casos envolvendo questões matrimoniais. O Padre Graciano Barros Santos, Vigário Judicial da Arquidiocese, disse: “A Igreja passa a ter um instrumento válido e forte que pode auxiliá-la em qualquer momento de necessidade na solução de questões canônicas relacionadas ao casamento. Isso significa uma melhor assistência pastoral que podemos oferecer aos fiéis”. Fonte: UCA News
Arcebispo de Kiev diz que a guerra na Ucrânia é uma batalha contra o mal Reprodução da internet
Vídeos de civis ucranianos mortos, muitos aparentemente executados por tropas russas, são mais uma evidência de que “a luta da Ucrânia é uma luta espiritual contra o mal, contra o demônio e seus servos”, afirmou Dom Sviatoslav Shevchuk, Arcebispo de Kiev-Halych, em sua mais recente mensagem de vídeo. O Prelado falou após a ampla distribuição de vídeos de Bucha e outras cidades das quais as tropas russas haviam se retirado. Os vídeos mostram cadáveres nas ruas e nos quintais das casas, sendo que muitos parecem ter sido baleados na cabeça, com as mãos amarradas, indicando sinais de execução. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou na segunda-feira, 4, que a União Europeia “criou uma equipe de investigação conjunta com a Ucrânia para coletar evidências e investigar crimes de guerra e contra a humanidade”.
SEMEAR O BEM
Dom Sviatoslav Shevchuk disse ao seu povo que, embora seja correto apoiar os militares e continuar lutando contra a invasão russa, o mal em jogo só pode ser vencido com bondade, santidade e generosidade. “Sabemos que nossos vícios e pecados devem ser superados por virtudes opostas”, disse ele, no vídeo legendado em inglês por sua equipe. “O orgulho se combate com humildade, a avareza se cura com sacrifício, a preguiça se trata com diligência”, disse o Arcebispo. “Se o inimigo nos mata e semeia a morte, sirvamos à vida, honremos a vida humana desde a concepção até a morte natural”, disse ele. Em resposta, os ucranianos devem ser “generosos e apoiar aqueles que precisam das obras de caridade cristã”, concluiu. (JFF) Fonte: Catholic News Service
África Acompanhar a juventude é o foco da comunidade católica em Camarões A Congregação das Missionárias de Maria, também conhecida como Missionárias Xaverianas, inaugurou uma comunidade católica em Garoua, em uma das áreas mais pobres da região norte camaronesa. “Há alguns anos, planejamos abrir uma nova comunidade em Camarões e o desafio é grande, pois viveremos em meio a um povo de maioria muçulmana. Jesus, luz das nações, quer estar presente neste ambiente por meio de nossa presença missionária”, afirmou Irmã Imelda Sartore, religiosa que chegou
há alguns meses a Garoua com as primeiras monjas xaverianas. O objetivo das religiosas, além da evangelização, é contribuir para elevar o nível de assistência aos necessitados e acompanhar as atividades escolares na região, com atenção à juventude.
APOIO
O apoio do episcopado camaronês também é reconhecido como de grande importância para as religiosas.
“Fomos recebidos com grande alegria pelo bispo da região”, relata Irmã Imelda – “e isso é um bom sinal para o nosso futuro na África. Nossa missão nos vê empenhadas no primeiro anúncio do Evangelho, na formação de catecúmenos e catequistas, com particular atenção aos jovens”. A Diocese de Garoua conta atualmente com 54 sacerdotes, responsáveis por uma população católica de cerca de 80 mil pessoas. (JFF) Fonte: Agência Fides
América Latina e Caribe Encontro virtual repercute reflexões da Assembleia Eclesial REDAÇÃO
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O Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) realizou, no dia 30 de março, o Encontro Eclesial, evento virtual que reuniu os participantes da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, ocorrida em novembro de 2021. Transmitido pelas plataformas digitais, o evento foi dividido em quatro momentos: rezar, compartilhar, ouvir e caminhar a partir das reflexões da Assembleia, em uma perspectiva sinodal.
Foi um “encontro de memória e projeção”, nas palavras de Dom Miguel Cabrejos Vidarte, Presidente do Celam, que lembrou as diferentes etapas do processo da Assembleia, desde o momento da escuta e da Assembleia, e agora da etapa de apropriação significativa, aguardando o documento que está sendo trabalhado pela equipe de reflexão teológica sobre as orientações pastorais. Padre Pedro Brassesco, Secretário-Geral Adjunto do Celam, insistiu na necessidade de “caminhar juntos”, buscando ser cada vez mais “discípulos mis-
sionários”, como inspira o Documento de Aparecida.
ITINERÁRIO ESPIRITUAL
Segundo a Irmã Liliana Franco, Presidente da Confederação Latino-Americana dos Religiosos (Clar), a espiritualidade foi o eixo transversal da Assembleia, que permeou tudo. “Uma espiritualidade histórica, dinâmica, mas, sobretudo, encarnada, num eco permanente da Palavra de Deus... que ajudou a preparar o coração”, disse. Finalmente, os participantes do encontro refletiram sobre como con-
tinuarão o caminho pastoral. Para isso, o Celam apresentou o itinerário espiritual para o período da Quaresma e da Páscoa. Destacou, ainda, o processo de renovação e reestruturação da entidade, a partir de uma Igreja emergente, do desenvolvimento humano integral, da sinodalidade, assumindo os quatro sonhos da exortação apostólica pós-sinodal Querida Amazonia. Para dar continuidade ao processo iniciado na Assembleia Eclesial, o Celam prevê a realização de mais quatro encontros eclesiais por regiões continentais.
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| 6 a 12 de abril de 2022 | Papa Francisco | 17
Em Malta, o Papa Francisco promove a vida e reza pelos que buscam um ‘porto seguro’ Vatican Media
FILIPE DOMINGUES
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA
“Salvos do naufrágio, São Paulo e seus companheiros de viagem encontraram aqui, a acolhê-los, gente pagã de bom coração, que os tratou com rara humanidade, percebendo que precisavam de refúgio, de segurança e de assistência.” Com essas palavras, o Papa Francisco rezou na gruta onde, conforme a tradição, o apóstolo São Paulo habitou por meses, na ilha de Malta. Em viagem de dois dias, em 2 e 3 de abril, o Pontífice retornou à gruta onde também estiveram os Papas Bento XVI e São João Paulo II. Em sua oração, recordando a experiência do apóstolo Paulo, Francisco fez referência à atual situação de tantos homens e mulheres que buscam refúgio. “Ninguém conhecia seus nomes, a proveniência ou a condição social. Sabiam somente uma coisa: que precisavam de ajuda”, recordou. Francisco pediu que a humanidade possa receber “a graça de um bom coração, que bate por amor dos irmãos”, que “reconhece de longe os necessitados”. Esse tom marcou a passagem do Santo Padre pela pequena ilha europeia, inspirada pela passagem bíblica dos Atos dos Apóstolos (28,2), que diz: “Trataram-nos com rara humanidade”.
LUGAR ACOLHEDOR
Muitas foram as referências a Malta como ponto de parada, lugar de passagem para tantas pessoas ao longo da história, já que está localizada no meio do Mar Mediterrâneo. Em discurso às autoridades civis e ao corpo diplomático presente no país, Francisco recordou que, ao longo dos séculos, Malta ficou reconhecida como um lugar acolhedor e humano. “Conheço o empenho dos malteses em abraçar e proteger a vida. Já nos Atos dos Apóstolos, vocês se
distinguiam por salvar tanta gente. Eu os encorajo a continuar a defender a vida, do seu início até o seu fim natural, mas também a protegê-la em todo momento, do descarte e da falta de cuidado”, alertou o Pontífice, destacando a situação dos trabalhadores, dos idosos, dos jovens e dos doentes.
NAUFRÁGIO DA CIVILIDADE
Para muitos migrantes e refugiados, Malta ainda é lugar de acolhimento e esperança. Em encontro com pessoas nessas condições, no domingo, ele afirmou que, infelizmente, o naufrágio ainda é experiência muito comum para tantas pessoas que viajam no Mediterrâneo, tentando encontrar o seu “porto seguro”. Em vez disso, muitíssimos encontraram a morte. “Rezamos para sermos salvos de um outro naufrágio, que se consome enquanto acontecem esses fatos: o naufrágio da civilidade”, apontou Francisco. A única salvação para isso é “comportar-se com civilidade, olhando as pessoas não como
números, mas pelo que elas são”, disse. Cada viajante leva consigo uma história e um “sonho no coração”.
POBREZA INTERIOR
Refletindo sobre o Evangelho do domingo (cf. Jo 8,1-11), em que Jesus não condena a mulher considerada adúltera e que estava para ser apedrejada pelos homens, o Papa falou do risco de que a religião se torne simplesmente “o vício de apontar o dedo” para os outros. Em vez disso, devemos “olhar o próximo como olhamos para nós mesmos”, repetindo o gesto de misericórdia de Jesus. Os acusadores da mulher, disse o Papa Francisco, são o retrato dos que se dizem fiéis, “mas fazem da fé um elemento de fachada, na qual o que aparece é a exterioridade solene, mas falta a pobreza interior, que é o tesouro mais precioso do homem”.
‘APAIXONADOS PELA GUERRA’
No voo de retorno de Malta para Roma, o Papa Francisco voltou a criticar a guerra na Ucrânia e disse que a huma-
nidade parece não ser capaz de aprender com os próprios erros. “Não aprendemos! Que o Senhor tenha piedade de nós, de todos nós, somos todos culpados”, lamentou no domingo, 3. “Toda guerra nasce de uma injustiça”, disse. “Estamos apaixonados pela guerra. É o espírito de Caim, o espírito ‘cainista’”, disse, referindo-se ao relato bíblico em que Caim mata seu irmão Abel. O Papa afirmou que a Santa Sé está fazendo “tudo o que é possível” no âmbito diplomático para conter a invasão da Ucrânia pela Rússia, que já dura mais de seis semanas. Francisco sinalizou que tem vontade de ir a Kiev, capital da Ucrânia, atendendo o convite do presidente Volodymyr Zelensky. Caso não seja possível, outra hipótese é que vá até a Polônia, país que está recebendo muitos refugiados. O Papa afirmou, ainda, que não falou recentemente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Por fim, cogita também reencontrar o Patriarca de Moscou, Cirilo, em um país do Oriente Médio.
Canadá: pedido de perdão a indígenas por abusos em escolas católicas Como resposta a evidências recentes de que houve abusos contra crianças indígenas em escolas católicas do século XIX aos anos 1970, o Papa Francisco pediu perdão a um grupo que o visitou no Vaticano. Na sexta-feira, dia 1º, ele recebeu em audiência a Delegação dos Povos Indígenas do Canadá, após uma série de encontros na semana passada. “Tenho dor e vergonha pelo papel que diversos católicos, em particular com responsabilidades educativas, tiveram em tudo aquilo que os feriu, nos abusos e na falta de respeito à sua identidade, à sua
cultura e até mesmo aos seus valores espirituais”, disse o Pontífice. “Uno-me aos irmãos bispos canadenses nesse pedido de desculpas.”
CONTEXTO DOLOROSO
Mais de 150 mil crianças indígenas do Canadá frequentaram 130 escolas financiadas pelo Estado, mais da metade delas administradas por instituições católicas. Esses alunos eram afastados de suas comunidades originais e obrigados a assimilar os valores ocidentais. Em diferentes ocasiões, o governo canadense admitiu
que, em muitas dessas escolas, houve abusos físicos e sexuais. A descoberta de restos mortais de centenas de crianças em valas não identificadas de antigos internatos, no ano passado, levou a uma grande comoção no país. Membros da sociedade civil questionam o papel da Igreja na época. Os bispos do Canadá publicaram documentos e pediram perdão pelos erros de seus antecessores.
RECONCILIAÇÃO
Diante disso, o Papa Francisco resolveu acolher em Roma essa delegação de
representantes indígenas, buscando iniciar um processo de reconciliação nacional no Canadá. Ele também pretende viajar, ainda em 2022, ao Canadá. “Quero dizer-lhes que a Igreja está do seu lado e quer continuar caminhando com vocês”, declarou. “O diálogo é a chave para conhecer e compartilhar, e os bispos do Canadá expressaram claramente o seu empenho de continuar a caminhar juntos com vocês, em uma via renovada, construtiva, fecunda, em que encontros e projetos compartilhados poderão ajudar”, acrescentou o Papa. (FD)
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‘A velhice é um presente para todas as idades da vida’ Vatican Media
AFIRMA O PAPA FRANCISCO, EM UMA SÉRIE DE CATEQUESES AOS IDOSOS
FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Desde que assumiu o pontificado, o Papa Francisco dedica atenção especial aos idosos, manifestando sua preocupação com os impactos da chamada “cultura do descarte” nessa fase da vida. Em fevereiro, o Papa iniciou uma série de catequeses sobre a velhice. Ao todo, serão 12 audiências gerais das quartas-feiras dedicadas a esse tema. “A velhice é um presente para todas as idades da vida. É um dom de maturidade, de sabedoria”, afirmou o Pontífice, ao introduzir a temática. O SÃO PAULO destaca, a seguir, alguns trechos dessas catequeses.
RAÍZES DA ÁRVORE
Na primeira catequese, Francisco afirmou que os idosos são como um verdadeiro “novo povo”, sublinhando que o risco de serem descartados é ainda mais frequente. “Nunca fomos tão numerosos como agora, nunca houve um risco tão grande como agora de sermos descartados. Os idosos são frequentemente vistos como ‘um peso’”, acrescentou. Juntamente com a migração, a velhice é uma das questões mais urgentes que a família humana é chamada a enfrentar atualmente. Não se trata apenas de uma mudança quantitativa; o que está em jogo é a unidade das idades da vida: ou seja, o verdadeiro ponto de referência para a compreensão e a apreciação da vida humana na sua totalidade. Perguntemo-nos: existe amizade, existe aliança entre as diferentes idades da vida, ou prevalece a separação e o descarte? Não esqueçamos que, tanto na cultura familiar quanto na social, os idosos são as raízes da árvore: têm toda a história ali, e os jovens são como as flores e os frutos. Se o sumo não vier, se não tiver este “soro” – digamos – das raízes, nunca poderão florescer. Não esqueçamos aquele poeta que já citei muitas vezes: “Tudo o que a árvore tem de florescido vem do que está enterrado” (Francisco Luis Bernárdez). Tudo o que uma sociedade tem de bom está relacionado com as raízes dos idosos. (Audiência Geral de 23/02/2022)
DIÁLOGO ENTRE GERAÇÕES
O Papa salientou a necessidade de diálogo entre as gerações na segunda catequese. “É necessário procurar o diálogo entre gerações, como uma neces-
sidade humana. E este diálogo é importante precisamente entre avós e netos, que são os dois extremos”, disse. A velhice certamente impõe ritmos mais lentos: mas não são apenas tempos de inércia [...]. A perda de contato com os ritmos lentos da velhice fecha estes espaços a todos. Foi neste contexto que quis instituir a festa dos avós no último domingo de julho. A aliança entre as duas gerações extremas da vida – crianças e idosos – também ajuda as outras duas – jovens e adultos – a criar laços entre si para tornar a existência de todos mais rica em humanidade. Hoje, verifica-se uma maior longevidade da vida humana. Isto nos dá a oportunidade de incrementar a aliança entre todos os tempos da vida. [...]. E também nos ajuda a crescer a aliança com o sentido da vida na sua totalidade. O sentido da vida não está apenas na idade adulta, dos 25 aos 60 anos. O sentido da vida é tudo, desde o nascimento até a morte, e deverás ser capaz de interagir com todos, inclusive ter relações afetivas com todos, para que a tua maturidade seja mais rica, mais forte. E também nos oferece este significado da vida, que é total. (Audiência Geral de 02/03/2022)
não prega, não se queixa, não recrimina, mas cuida do futuro da geração que está em perigo. Nós, idosos, devemos cuidar dos jovens, das crianças que estão em perigo. [...]. Ao cuidar da vida, em todas as suas formas, Noé cumpre a ordem de Deus ao repetir o gesto terno e generoso da criação, que na realidade é o próprio pensamento que inspira a ordem de Deus: uma nova bênção, uma nova criação (cf. Gn 8,15 - 9,17).
quando oferecem aos jovens a bonita iniciação do seu testemunho e transmitem a história da fé, a fé em dialeto, em dialeto familiar, naquele dialeto que passa dos idosos para os jovens. Assim, guiados pelo Senhor Jesus, idosos e jovens entram juntos no seu Reino de vida e de amor. Mas todos juntos. Todos em família, com este grande tesouro que é a fé transmitida em dialeto.
Lanço um apelo, hoje, a todas as pessoas que têm uma certa idade, para não dizer velhos. Estai atentos: tendes a responsabilidade de denunciar a corrupção humana na qual se vive e na qual vai em frente este modo de viver de relativismo, totalmente relativo, como se tudo fosse lícito. Vamos em frente. O mundo precisa, tem necessidade de jovens fortes, que vão em frente, e de idosos sábios. Peçamos ao Senhor a graça da sabedoria.
VISITA DE DEUS
(Audiência Geral de 16/03/2022)
MEMÓRIA E TESTEMUNHO
A narrativa da morte de Moisés e seu “testamento espiritual” inspirou a quarta catequese sobre a velhice, destacando que, como o patriarca, os idosos veem a história com lucidez e a transmitem às futuras gerações.
Na terceira catequese, o Santo Padre parte da imagem bíblica do dilúvio, quando, diante da necessidade de salvar a vida na terra da corrupção, “Deus confia a tarefa à fidelidade do mais velho de todos, o ‘justo’ Noé” e indaga: “Irá a velhice salvar o mundo?”.
Um idoso que viveu muito tempo, e recebe o dom de um testemunho lúcido e apaixonado da sua história, é uma bênção insubstituível. Seremos nós capazes de reconhecer e honrar este dom dos idosos? A transmissão da fé – e do sentido da vida – segue hoje este caminho de escuta dos idosos? Posso dar um testemunho pessoal.
Noé é o exemplo desta velhice generativa: não é corrupta, é generativa. Noé
Os idosos entram na terra prometida, que Deus deseja para cada geração,
GERAR E CUIDAR
(Audiência Geral de 23/03/2022)
A imagem de Simeão e Ana que aguardavam ser “visitados” por Deus, antes de “descansarem em paz”, iluminou a quinta catequese sobre a velhice. A velhice debilita, de uma forma ou de outra, a sensibilidade do corpo: um é mais cego, outro é mais surdo... No entanto, uma velhice que se exerceu na expectativa da visita de Deus não perderá a sua passagem: aliás, estará ainda mais pronta para acolher, terá mais sensibilidade para receber o Senhor quando Ele passar. Temos necessidade de uma velhice dotada de sentidos espirituais vivos e capaz de reconhecer os sinais de Deus, ou seja, o Sinal de Deus, que é Jesus [...]. A velhice que cultivou a sensibilidade da alma extingue toda a inveja entre as gerações, todo o ressentimento, toda a recriminação pelo advento de Deus na geração seguinte, que chega com a despedida da própria. E isto é o que acontece a um idoso aberto, a um jovem aberto: despede-se da vida, mas entrega – entre aspas – a sua vida à nova geração [...]. Precisamos de anciãos sábios, maduros em espírito, que nos deem esperança para a vida! (Audiência Geral de 30/03/2022)
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| 6 a 12 de abril de 2022 | Reportagem/Fé e Vida | 19
Na Sexta-feira Santa, católicos se unem para ajudar os irmãos da Terra Santa Nadim Asfour/CTS
FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Na Sexta-feira Santa, 15, como acontece todos os anos, será realizada nas igrejas católicas de todo o mundo a Coleta para os Lugares Santos, gesto de generosidade universal em favor dos cristãos da Terra Santa. Essa coleta foi instituída de forma sistemática e permanente por São Paulo VI em 25 de março de 1974, por meio da exortação apostólica Nobis in animo. “A Igreja de Jerusalém ocupa um lugar de eleição na solicitude da Santa Sé e na preocupação de todo o mundo cristão, enquanto o interesse pelos lugares santos, e em particular pela cidade de Jerusalém, emerge mesmo nos grandes consensos das nações e nas maiores organizações internacionais. Tal atenção é hoje primordialmente pedida em razão dos graves problemas de ordem religiosa, política e social ali existentes”, afirmou o Papa. No entanto, a origem desta coleta remonta a uma tradição dos cristãos do primeiro século, relatada na Bíblia, quando o apóstolo São Paulo pede que seja organizada uma coleta para socorrer os irmãos da Igreja de Jerusalém (cf. 2Cor 8,1).
CUSTÓDIA
A Custódia da Terra Santa é a instituição da Igreja Católica mantida pelos Franciscanos, responsável pelo cuidado da maioria dos lugares santos na Palestina, em Israel, na Jordânia, na Síria, em Chipre, em Rodes (Grécia) e no Egito. Por meio da Fundação Franciscana para a Terra Santa, a associação ATS Pro Terra Santa e a Fundação Terra Santa, a Custódia promove diversos projetos para favorecer e apoiar as comunidades locais. Ali trabalham cerca de 300 religiosos, em 80 santuários, que sustentam iniciativas culturais, como a Escola Bíblica e de Arqueologia do Studium Biblicum Franciscanum de Jerusalém. São também mantidas 25 paróquias, 18 escolas, cinco lares para enfermos e órfãos, seis lares para peregrinos, três institutos acadêmicos, duas editoras, mais de 1,1 mil postos de trabalho e 630 unidades habitacionais para famílias carentes. Com a ajuda financeira, também é possível colaborar com a construção de moradias para os cristãos, de modo especial para os que tiveram suas casas destruídas em regiões de conflitos, como aconteceu nos últimos anos em Alepo, na Síria, com um total de 1.470 unidades habitacionais reconstruídas no ano passado. A coleta também ajuda a financiar 500 bolsas de estu-
dos para que cristãos possam estudar no exterior e depois retornarem para auxiliar na Terra Santa. Um dos exemplos de iniciativas é a Escola Magnificat, a única no Oriente Médio em que estudam cristãos, muçulmanos e judeus.
STATUS QUO
Ao longo da história, a vida nos lugares santos foi diretamente influenciada pelos diferentes momentos políticos da região. Durante os séculos XVII e XVIII, os cristãos gregos ortodoxos e católicos mantiveram contínua disputa sobre a posse de alguns santuários. Somente em 8 de fevereiro de 1852 foi assinado um acordo com o nome de Status quo, que definiu a quem pertence a propriedade dos lugares santos. O Status quo determina, ainda, de forma concreta, os espaços de cada igreja cristã nos santuários, os horários e os tempos das funções, os deslocamentos, os percursos, bem como o modo pelo qual devem ser realizados. Na Terra Santa, também há a presença das igrejas católicas de rito oriental, como os católicos greco-melquitas, além de cristãos luteranos e anglicanos.
TENSÃO E VIOLÊNCIA
A Semana Santa de 2022 nos lugares santos acontecerá em meio a um clima de tensão entre israelenses e palestinos, sobretudo após as mortes de dois palestinos em uma operação do exército do Estado hebreu na Cisjordânia na quinta-feira, 31 de março, e um terceiro que foi morto a facadas em um ônibus, após um atirador matar 12 pessoas e deixar numerosos feridos em um atentado em Tel Aviv, no dia 29 de março. Inicialmente, o suspeito pelos disparos foi identificado como um homem de origem árabe. No entanto, as autoridades acreditam que ele seria palestino da Cisjordânia. Em um comunicado divulgado no sábado, 2, os líderes cristãos compartilharam a preocupação com o aumento das tensões e o que consideram “atos
de violência indiscriminada”, em plena época das grandes festas religiosas das três religiões abraâmicas: Ramadã, Pessach e Semana Santa-Páscoa. “Pedimos aos fiéis das três tradições que demonstrem respeito mútuo e cuidado uns com os outros, valores que estão no cerne dos ensinamentos de cada fé”, manifestaram.
ESPERANÇA PARA O FUTURO
O Custódio da Terra Santa, Frei Francisco Patton, define a Coleta para os Lugares Santos como “uma esperança para o futuro dos cristãos orientais”. “Numa situação inédita como a dos últimos dois anos, nós, Franciscanos da Custódia da Terra Santa, tentamos continuar nossa missão: em santuários sem peregrinos, intensificamos a oração, dando voz ao clamor de toda a humanidade”, afirmou o Frade, na mensagem enviada a toda a Igreja por ocasião da Sexta-feira Santa, enfatizando o esforço em continuar a celebrar e a estar ao lado dos fiéis locais, trabalhadores, migrantes e refugiados. “Nos centros de estudos, recebemos e formamos jovens frades, mas também sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos de todo o mundo... Com dificuldade, tentamos apoiar materialmente as comunidades mais fracas: as comunidades de Belém e de Jerusalém, sem mais peregrinos e sem trabalho; as comunidades do Líbano, devastadas por uma crise econômica e política cada vez mais gangrenada; os da Síria, prisioneiros de uma guerra que parece não ter fim”, acrescentou o Custódio. Por essa razão, Frei Francisco Patton renovou o apelo: “Também este ano, na Sexta-feira Santa, lembrai-vos de nós, vossos irmãos e irmãs que vivem na Terra Santa. Ajudai-nos segundo a generosidade do vosso coração, lembrando-vos das palavras do Senhor Jesus: ‘Há mais alegria em dar do que em receber’”. A Custódia da Terra Santa também disponibiliza um site para o envio direto de doações financeiras: https://donate.custodia.org.
Liturgia e Vida DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR 10 DE ABRIL DE 2022
Cristo, ao sofrer, consola-nos PADRE JOÃO BECHARA VENTURA Com o Domingo de Ramos, inicia-se a Semana mais importante do ano. O ramo que receberemos na procissão deve ser colocado em um lugar visível de nossas casas. Além de abençoar o lar, ele nos recordará de que continuamos, ao longo de todo o ano, unidos ao mistério da Paixão e Morte de Cristo. Entraremos com Jesus em Jerusalém para passar a Semana Santa ao seu lado, como num retiro espiritual. Faremos o propósito de consolá-lo espiritualmente em meio às polêmicas com os judeus, diante da traição de Judas, no Getsêmani, em sua prisão, flagelação, coroação de espinhos, humilhação pública e crucifixão. Faremos isso com a certeza de que, quando buscamos consolá-lo, é Ele na verdade quem nos consola, assim como fez às filhas de Jerusalém (cf. Lc 23,28). São Lucas mostra que, mesmo durante a Paixão, Jesus não pensou em Si mesmo. Em meio à angústia mortal, pensou primeiramente em seu Pai. Orou para Ele de joelhos e, em troca, foi consolado por um Anjo (cf. 22,43). Assim, confirmaram-se as palavras do Apóstolo: “O Deus de toda consolação nos consola em nossas aflições para que possamos consolar os que se encontram em qualquer aflição por meio da consolação que nós mesmos recebemos” (cf. 2Cor 1,3s). A partir daí, Cristo passou a Paixão fazendo o bem! Tentou pela última vez advertir a consciência do traidor, para que se arrependesse e fosse salvo: “Judas, com um beijo tu entregas o Filho do homem?” (Lc 22,48). Curou a orelha de um dos que O prendiam (cf. 22,51). Olhou para Pedro profundamente, levando-o a se arrepender da negação (cf. 22,61). Ironicamente, levou até mesmo Herodes e Pilatos, os responsáveis por sua condenação, que eram outrora inimigos, a se reconciliarem (cf. 23,12). A simpatia que causou no último serviu até mesmo para salvar a vida a Barrabás (cf. 23,25), um criminoso. Enquanto caminhava para o Calvário, encorajou e advertiu aqueles que, compungidos, se lamentavam (cf. 23,27). Sob intensa dor, ao ser crucificado, orou pelos algozes e por todos: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” (23,34). Em meio à agonia atroz, já suspenso na Cruz, moveu um criminoso à fé e à conversão, prometendo-lhe ali mesmo a salvação eterna: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso” (23,43). Até o modo sereno e confiante como aceitou a morte por meio da oração – “Pai, em Tuas mãos entrego o meu espírito” (23,46) – levou muitos dos presentes à conversão e à fé. O soldado, que era até então implacável na condenação, reconheceu: “De fato, este homem era justo!” (23,47). E muitos dos que assistiam a tudo como a um espetáculo voltaram para casa batendo no peito, arrependidos (cf. 23,48). Mais eficaz do que qualquer pregação, a Paixão de Cristo deixou um perfume de bondade no ar e espalhou consolação, conversão e arrependimento. Meditar a Paixão do Senhor com amor e com devoção nos levará a receber tal consolação. Assim, já não olharemos tanto para nossa própria dor e, com Ele, consolaremos também os outros.
20 | Geral | 6 a 12 de abril de 2022 |
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