O São Paulo - 3392

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SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

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Ano 67 | Edição 3392 | 20 a 26 de abril de 2022

www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00

A celebração da Semana Maior na Arquidiocese de São Paulo Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Após dois anos de restrições para a participação presencial nas celebrações da Semana Santa, em razão da pandemia de COVID-19, os católicos em São Paulo vivenciaram intensa-

mente o Tríduo Pascal e o Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, seja nos templos, seja nas ruas e praças por meio de procissões que recordaram a Paixão e Morte de Jesus e

anunciaram que verdadeiramente Cristo ressuscitou. Na Catedral da Sé, as celebrações foram presididas pelo Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano. Páginas 5 a 15

Encontro com o Pastor

Editorial

Liturgia e Vida

Sínodo Arquidiocesano

O Ressuscitado abre para nós as portas de uma vida nova e da eternidade

Na Criação, Deus nos faz suas criaturas; na Redenção, nos torna seus filhos

‘O Senhor nos toca e, com suas chagas, lava-nos e purifica-nos’

Dom Odilo convoca para a assembleia sinodal

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ENCARTE


2 | Encontro com o Pastor | 20 a 26 de abril de 2022 |

CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER Arcebispo metropolitano de São Paulo

A

ressurreição de Jesus é central para nossa fé cristã, a ponto de São Paulo afirmar: “Se Jesus não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento e, sem fundamento, também a nossa fé” (1Cor 15,14). A ressurreição de Jesus é parte firme e irrenunciável da proclamação de fé da Igreja de Cristo. Trata-se de uma afirmação estupenda, fora dos padrões das verdades “naturais” e, não causa admiração que ela tenha sido questionada desde os tempos apostólicos e, praticamente, durante toda a história da Igreja. Os próprios apóstolos tiveram dificuldades para crer que Jesus estava vivo novamente, após ter sido morto na cruz. A verdade da ressurreição se impôs a eles por si mesma e não foi produzida por eles. Os Evangelhos mostram como não quiseram acreditar. Não acreditaram em Maria Madalena, que foi a primeira a encontrar o Senhor ressuscitado; não levaram a sério os relatos de outras mulheres, que também tinham visto Jesus vivo após a sua morte na cruz. O apóstolo São Tomé duvidou até do testemunho do conjunto dos demais apóstolos, que afirmavam: “Vimos o Senhor!” Os dois discípulos de Emaús também

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Verdadeiramente, o Senhor ressuscitou não deram crédito nos testemunhos daqueles que o tinham visto ressuscitado e voltavam para sua aldeia tristes e frustrados pelo que tinha acontecido com Jesus; a pregação sobre a ressurreição de Jesus foi, certamente, o motivo principal que movia Paulo a perseguir os cristãos, antes de sua conversão. Em poucas palavras, a afirmação da ressurreição de Jesus não se originou de uma alucinação dos apóstolos e demais amigos de Jesus; nem foi construída pela fantasia dos admiradores de Jesus para eternizar a memória do Mestre. Essas teorias, levantadas sempre de novo ao longo da história, não encontram confirmação no Novo Testamento. Os amigos de Jesus custaram a crer na ressurreição de Jesus, e São Marcos, no final do seu Evangelho, mostra como Ele os repreendeu por causa dessa incredulidade deles e porque não tinham acreditado no testemunho daqueles que o haviam encontrado vivo após a sua morte (cf. Mc 16,9-14). Também não pode ser aceita a interpretação da ressurreição de Jesus como continuidade da lembrança de Jesus na memória dos seus amigos e admiradores. Não basta dizer que Jesus ressuscitou na memória dos seus discípulos, que continuaram e continuam a se lembrar dele. Essa maneira de explicar as coisas nega a ressurreição corporal de Jesus dentre os mortos, no seu verdadeiro corpo humano. É verdade que continuamos a nos

lembrar dele e a proclamar e testemunhar o seu Evangelho. Mas os testemunhos da ressurreição afirmam: Ele, em pessoa, está vivo; o mesmo, que conheceram antes de sua morte na cruz. Os relatos das aparições falam que Jesus ressuscitado lhes mostra as mãos e os pés feridos pelos pregos da crucificação e até pediu algo para se alimentar, comendo pão e peixe com eles, para desfazer a sua incredulidade. E lhes declarou com insistência: “Vede minhas mãos e meus pés. Sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um espírito não tem carne nem osso, como vedes que eu tenho!” (Lc 24,3940). De fato, os apóstolos estavam tão assustados que imaginavam ver um fantasma na sua frente. Outros negaram a ressurreição desde o início, espalhando a narrativa de que o túmulo de Jesus estava vazio porque os discípulos haviam roubado o corpo de Jesus enquanto os guardas dormiam. Sobre essas “fake news” escreveu São Mateus no seu Evangelho (cf. Mt 27,62-66). Os numerosos encontros pascais de Jesus ressuscitado com os discípulos e outras pessoas não deixaram dúvidas sobre a sua ressurreição dentre os mortos. Também São Paulo se refere às aparições de Jesus ressuscitado a numerosas pessoas (cf. 1Cor 15,3-8). Outra narrativa falsa que nega a ressurreição de Jesus aparece num evangelho apócrifo e afirma que Jesus, de fato, não teria morrido na cruz, mas apenas desmaiado. Durante a noite,

Ele teria recobrado os sentidos, saindo do túmulo e fugindo para o deserto, onde viveu num oásis e morreu de velho. Essa história é fantasiosa e impossível. Como poderia ainda estar vivo alguém que teve o coração traspassado pela lança do soldado? É justa a pergunta sobre o corpo de Jesus ressuscitado: Ele voltou à vida anterior à sua morte? Aqui está a grande novidade: o corpo de Jesus ressuscitado pelo poder de Deus entra na glória de Deus e participa da condição divina do Filho de Deus. Embora seja o mesmo, o corpo humano de Jesus, após a ressurreição, não é mais o corpo “natural”, sujeito às leis deste mundo, mas “sobrenatural”, divinizado e glorioso. Os teólogos dizem que a ressurreição de Jesus é um acontecimento escatológico, que não pertence mais à ordem das realidades deste mundo, mas à ordem das realidades sobrenaturais e definitivas. Com sua ressurreição, Jesus abre para todos nós as portas de uma vida nova e da eternidade. Por isso, a ressurreição de Jesus é tão central na nossa fé cristã. Ela indica qual é o desígnio salvador de Deus para todos nós. Ela é princípio e fonte da nossa ressurreição futura e, em Jesus ressuscitado, nós também já experimentamos, de alguma maneira, o mundo novo, do qual passamos a participar mediante a graça do Batismo. A ressurreição de Jesus é uma grande e bela notícia para a humanidade!

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| 20 a 26 de abril de 2022 | Geral/Atos da Cúria | 3

Cardeal Scherer orienta padres e fiéis sobre a dignidade da Eucaristia Luciney Martins/O SÃO PAULO

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Durante a Missa do Crisma, na manhã da Quinta-feira Santa, 14 (leia mais na página 13), na Catedral da Sé, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, inspirou-se no fato de a Igreja comemorar nessa data a instituição da Eucaristia para exortar os padres da Arquidiocese sobre a dignidade e o zelo com que esse sacramento deve ser celebrado e valorizado nas comunidades. “A Eucaristia não é um bem privado, mas da Igreja. Nesse sentido, devemos observar rigorosamente aquilo que a Igreja, no seu magistério, prescreve para a celebração”, afirmou Dom Odilo, acrescentando que há espaço para a “criatividade justa e louvável” nas liturgias, desde que não se ultrapassem os limites do que prescrevem as normas litúrgicas. “Nós não somos atores de um teatro ou espetáculo, nós celebramos in persona Christi [na pessoa de Cristo]”, acrescentou o Arcebispo, recordando que, como tal, é o primeiro responsável pela liturgia na Arquidiocese e, por isso, tem a

Em programas de rádio Na Sexta-feira Santa, 15, o Cardeal Scherer participou da programação especial da rádio 9 de Julho (www.radio9dejulho.com.br) por ocasião da Sexta-feira Santa. Recepcionado pelo Padre Jorge Silva, Diretor da rádio, o Arcebispo Metropolitano dialogou com o Padre Cido Pereira e os ouvintes, entre 7h e 8h, sobre a vivência da Sexta-feira da Paixão, a centralidade de Jesus para a fé cristã e o envolvimento dos fiéis nas celebrações do Tríduo Pascal e do Domingo de Páscoa, que este ano aconteceram sem restrições e presencialmente. Leia a íntegra da notícia em https://cutt.ly/oF3kOf6. Antes, no começo da madrugada, Dom Odilo participou da programação que a rádio Jovem Pan realizou na Sexta-feira Santa.

missão de exortar o clero e os demais fiéis a esse respeito.

COMUNHÃO

O Arcebispo também lembrou a importância de receber devidamente a comunhão eucarística, com fé e respeito, segundo as formas previstas pela liturgia. Nesse sentido, Dom Odilo lembrou que, seja na mão ou diretamente na boca, o Santíssimo Sacramento deve ser recebido com reverência e devoção, evitando qualquer atitude que banalize o sacramento, ou mesmo incorra no risco de que as espécies sagradas caiam no chão. Em relação à reserva eucarística, isto é, as hóstias consagradas que são armazenadas no sacrário, o Cardeal enfatizou que estas possuem a mesma dignidade daquelas distribuídas aos fiéis e, por isso, devem ser tratadas com igual zelo e cuidado. Por isso, jamais devem ser colocadas sobre a credência – mesa auxiliar onde são colocados os objetos litúrgicos da missa – ou qualquer outro lugar que não seja o altar ou o sacrário. “A fé católica é que Jesus permanece na Eucaristia também após a distribuição da comunhão”, reforçou o Arcebispo. Katia Maderic

Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO: Em 11/04/2022, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, no bairro do Butantã, na Região Episcopal Lapa, o Reverendíssimo Padre Ricardo Michelin de Sousa, CR, pelo período de 06 (seis) anos. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL: Em 11/04/2022, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, no bairro do Butantã, na Região Episcopal Lapa, o Reverendíssimo Padre Zigmunt Frackowiak, pelo período de 01 (um) ano. POSSE CANÔNICA: Em 04/04/2022, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no bairro Parque dos Bancários, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre José Milton Goulart, CSSR. Em 10/04/2022, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Santo André Apóstolo, no bairro Jardim Santo André, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Romanus Hami, SVD. Em 08/04/2022, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia São Marcos Evangelista, no bairro Parque São Rafael, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Elizeu Conceição, CSS. Em 08/04/2022, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia São Marcos Evangelista, no bairro Parque São Rafael, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Vidal Valentin Cantero Zapattini, CSS. Em 09/04/2022, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro de Moema, na Região Episcopal Ipiranga, ao Reverendíssimo Padre Irmundo Boesing, SDS.

Errata Diferentemente do publicado na edição 3391 do O SÃO PAULO (13 de abril de 2022) na reportagem “‘Irmãos de rua’ são convidados a celebrar e festejar a Ressurreição”, a população em situação de rua na cidade de São Paulo é de quase 32 mil pessoas e não 32 milhões, como foi informado.


4 | Ponto de Vista | 20 a 26 de abril de 2022 |

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Editorial

Somos filhos de Deus

A

Páscoa é, para nós, cristãos, um evento tão fundamental que sua celebração é mantida ao longo de oito dias como se se tratasse de um só: ao longo de toda esta Oitava, a Santa Missa é oferecida em ação de graças “neste dia em que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado”. Retornemos, então, àquela solene liturgia do Sábado Santo, e àquele convite de “ouvir, no recolhimento desta noite”, a narração de “como Deus salvou seu povo”, e continua agindo para “levar à plenitude a salvação inaugurada na Páscoa”. No fundo, toda a ação de Deus na história do universo pode ser resumida em dois grandes desígnios: a Criação e a Redenção. Na Criação, Deus nos faz suas criaturas; na Redenção, Ele nos torna seus filhos. A Primeira Leitura da Vigília Pascal (Gn 1,1 – 2,2) nos fala da obra divina pela qual “no princípio, Deus criou o céu e a terra” (v. 1), isto é, tudo o que existe no mundo. As coisas todas foram criadas segundo uma certa ordem ou harmonia (o que se expressa poeticamente

nos “sete dias”), e cada uma possuía seu grau próprio de perfeição (de cada etapa da Criação, fala-se que “Deus viu que era bom”; vv. 4.10.12.18.21.25). No auge deste mundo natural, estava o homem, que com sua razão e liberdade fora feito “à imagem de Deus”: “E Deus viu tudo quanto havia feito, e eis que tudo era muito bom” (vv. 27.31). A Criação, por si só, já contém um certo senso de completude e acabamento – daí o descanso divino ao sétimo dia (Gn 2,2). As obras da Criação natural são certamente numerosas e cheias de sabedoria, e enchem a terra – mas não passam de criaturas... (Salmo 103). Por isso é que na oração que sucede estas leituras reconhecemos que Deus é “admirável na Criação”, mas “ainda mais admirável” na Redenção – e pedimos-Lhe “a sabedoria de (...) chegar à eterna alegria”, por meio da resistência ao pecado. E é justamente no pecado que se encontram a ruptura e o desequilíbrio da ordem estabelecida por Deus na Criação. Aquela “primeva desobediência” trouxera ao mundo “a morte e todo nos-

so pesar, com a perda do Éden”, como cantava John Milton – e para sabê-lo não precisamos crer na Bíblia, basta testemunhar, em nosso próprio coração, este mesmo duelo entre luzes e trevas. Mas – eis aqui o Evangelho! – Deus não nos abandonou em nosso infortúnio: em sua amável sabedoria, em seu sábio amor, Ele dispôs, providencialmente, um caminho para nos salvar, um verdadeiro drama épico. Nós cremos, de fato, que a salvação e a revelação de Deus ao longo da história se fazem com palavras e obras (Dei Verbum, 2) – de modo que a própria história universal não seja um mero suceder linear de fatos desconexos, senão uma trama que “deve ser interpretada como uma narrativa coerente e artisticamente dirigida, cheia de alusões, prefigurações, rimas, ecos, significados que desdobram sobre si mesmos, tipologias e profecias” (Robert Barron, The Word on Fire Vatican II Collection, p. 19). Por isso é que nós rememoramos os episódios dos patriarcas e do povo de Israel – pois eles são cheios de notas e

verdades sobre nossa própria fé cristã. A Segunda Leitura (Sacrifício de Isaac; Gn 22,1-18), por exemplo – e terminemos nossa reflexão com esta ideia –, nos fala da filiação divina. Deus manda Abraão sacrificar-lhe seu filho único, a quem tanto ama (v. 1), fazendo-o subir o monte carregando a lenha às costas (v. 6). Poderia haver uma prefiguração mais clara para o sacrifício que o próprio Deus Pai faria do seu Filho muito-amado, milênios depois? Obedecendo a Deus até este extremo de amor, Abraão recebeu a promessa de uma descendência numerosa como as estrelas do céu – e na oração que encerra esta leitura, nós nos reconhecemos como os filhos desta promessa, chamando a Deus já não de criador, mas de Pai de todos os fiéis. Neste Tempo Pascal que começamos, imploremos, então, a Cristo ressuscitado – o mesmo que abriu a inteligência aos discípulos de Emaús, dando-lhes a graça de entender as Escrituras à luz de seu Mistério Pascal – que nos abra os olhos e o coração, para que nos enxerguemos como seus irmãos e filhos, e coerdeiros do Céu.

Opinião

O que é o Domingo da Misericórdia?

Arte: Sergio Ricciuto Conte

MARCELO CYPRIANO MOTTA “É uma memória [litúrgica]!” – esta afirmação do saudoso Padre Ramón Pulido Santiago, na igreja da Consolação, sempre me impressionou, e suscita a pergunta: qual o elemento específico do culto litúrgico da Divina Misericórdia no 2º Domingo da Páscoa? Na sua instituição, prescreveu-se o uso dos textos litúrgicos do Missal Romano e da Liturgia das Horas, apenas acrescentando ao nome a expressão “ou da Divina Misericórdia” (o novo Missal de 2002 optou por um subtítulo: Domingo da Divina Misericórdia); contudo, na atualidade, atendendo aos desejos do povo de Deus, o Domingo que encerra a Oitava da Páscoa está ordenado à exaltação da Divina Misericórdia revelada ao máximo no mistério pascal (cf. decreto Misericors et miserator, 2000). Essa dimensão do único mistério de Cristo é primordial e deve ser celebrada e vivida no “memorial” litúrgico. A liturgia desse domingo “constitui o espaço natural em que se expressa a acolhida da misericórdia do Redentor do homem” (Diretório sobre a piedade popular e a liturgia, 154). Há uma tensão profético-missionária representada pela recepção da fé na onipotência da misericórdia divina no centro mesmo da fé e da liturgia cristã, ou seja, no prolongamento do Domingo da Ressurreição, assim associando a mística e o mistério da divina misericórdia ao mistério pascal, mais forte que o pecado e a morte, com repercussões na

própria teologia do domingo, “o dia que o Senhor fez”, porque “eterna é a sua misericórdia!” (Sl 118/117). Essa dinâmica, que envolve a progressiva autocompreensão que a Igreja tem de si mesma, sobretudo mediante a celebração do mistério de Cristo, se regula pelo axioma “lex orandi – lex credendi”: a liturgia é um “lugar teológico”, como fonte em que se vive e alcança a fé autêntica e genuína da Igreja, visto que a liturgia contém e proclama o querigma,

o qual, na sua formulação trinitária atual, é essencialmente a proclamação da “misericórdia infinita do Pai” (Evangelii gaudium, 164); por isso, o Diretório para a Catequese (2020), ao reconhecer o primado do querigma na nova evangelização, adotou uma “catequese querigmática”, em que prevalece o anúncio “sob o sinal da misericórdia” (nº 51). Diante desses princípios – dentre os quais se inclui o “desenvolvimento orgânico da liturgia” (cf. Sacrosanc-

tum concilium, 23) –, sempre orientados pela Palavra de Deus, é que se deve compreender o novo sentido do 2º Domingo da Páscoa, relacionado “organicamente” com o significado a ele conferido pela Tradição, conforme atesta a carta do Papa emérito Bento XVI, no Centenário de nascimento de São João Paulo II: “Uma data tão antiga e cheia de conteúdo como a do domingo in albis não deveria se sobrecarregar com novas ideias. […] o Papa fez uma proposta mantendo o histórico domingo in albis, mas incorporando a Divina Misericórdia em sua mensagem original” (04/05/2020). Dessa providencial combinação brotará, certamente, a esperada renovação da catequese mistagógica na oitava batismal. Este é o tempo favorável do qual o Domingo da Misericórdia é o “sinal” eminente de um desígnio divino, relativo a conteúdo e compreensão novos, com vastas potencialidades pastorais a serem desenvolvidas pela Igreja sinodal e discernente, cabendo, para isso, uma hermenêutica que se valha da tríade do tempo, do culto e da cultura da misericórdia. Seja a intuição do Padre Ramón, a que fiz alusão no início, constante inspiração para a investigação cada vez mais profunda, com vistas à justa glorificação da Misericórdia onipotente. Marcelo Cypriano Motta, advogado, contemplado com a Medalha “São Paulo Apóstolo” 2018, atua na “Promoção da Cultura da Misericórdia” no Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.


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| 20 a 26 de abril de 2022 | Regiões Episcopais/Fé e Vida | 5

LAPA Dom José preside a Vigília Pascal na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes BENIGNO NAVEIRA

COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

No Sábado Santo, 16, Dom José Benedito Cardoso presidiu a Vigília Pascal na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, no Setor Leopoldina. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa recordou o itinerário percorrido por Jesus desde a Quinta-feira Santa: “No campo, percebemos que a melhor espiga, a flor mais bela e o maior e mais saboroso fruto são produzidos em terrenos com maior quantidade de matéria orgânica que vai se decompondo. Jesus lavou os pés, retirando toda a sujeira da humanidade. Depois, Ele foi colocado no sepulcro como escória da humanidade, e foi neste terreno fértil da nossa sujeira que Ele fez brotar a vida, e, hoje, podemos colher o melhor fruto, o mais saboroso e que tem o melhor perfume. Jesus nos resgatou

Eduardo Fiora

da podridão e nos deu uma vida nova”, enfatizou. Dom José Benedito destacou o papel das mulheres mencionadas no Evangelho e disse que, “como aquelas mulheres corajosas na madrugada, que levantaram cedo para perfumar a vida, também nós, gente batizada, trazemos em nossas próprias mãos o perfume da vida nova do Ressuscitado”. Falou ainda que o Círio Pascal, que se consome ao longo do tempo, é como Cristo que dá a vida por todos. “Que cada um de nós, cristãos batizados, à semelhança do Círio Pascal, possamos consumir nossas vidas para que, na comunidade e no mundo, brilhe a luz do Ressuscitado”, finalizou. Ainda durante a Vigília Pascal, Dom José introduziu uma catecúmena na comunidade e ungiu os crismandos que confirmaram as promessas batismais. Pascom paroquial

[IPIRANGA] No sábado, 16, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu a solene Vigília Pascal na Paróquia Sagrada Família, Setor Cursino, concelebrada pelos Freis Claudemir Rodrigues da Silva, OP, e Luiz Carlos da Silva, OP. Na Vigília, cinco catecúmenos foram batizados, 12 receberam a primeira Eucaristia e 15, o sacramento da Crisma. (por Ana Beatriz Menezes)

Claudio Seiji

[IPIRANGA] Na Área Pastoral São Domingos, Setor Pastoral Cursino, o Tríduo Pascal foi celebrado como sinal do reflorescimento da esperança. Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu as celebrações de Quinta-feira Santa, 14, e a Vigília Pascal, no Sábado Santo, 16.

Voz dos Pobres

(por Claudio Seiji)

[LAPA] No Domingo de Páscoa, 17, Dom José Benedito Cardoso presidiu a missa das 8h na Comunidade Missão Eucarística Voz dos Pobres, na Vila Gomes, Setor Butantã. (por Benigno Naveira)

aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas fiel”. E, então, Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!”. Tomé faz um grande ato de fé, uma confissão da Ressurreição de Cristo. E o Senhor disse a Tomé: “Porque me viste, acreditaste. Felizes os que não me viram e creram”. Realmente, não era fácil acreditar que pudesse estar novamente vivo Aquele cujo cadáver três dias antes fora depositado no sepulcro. Ainda que Cristo tivesse anunciado a sua Morte e predito a sua Ressurreição, a experiência da Paixão foi de tal modo violenta, que todos sentiram a necessidade de um encontro direto com Ele, para acreditar na Ressurreição. Muitas pessoas também passam pela tentação de Tomé e fazem as perguntas fundamentais: Será verdade que Deus existe? Será verdade que o mundo foi criado por Ele? Será verdade que o Filho de Deus se fez homem, morreu e ressuscitou? Nesta Páscoa, queremos reavivar a

nossa fé: confiar plenamente que Jesus nos garante a vitória e nos dá uma esperança renovada. “Cristo vive. Esta é a grande verdade que enche de conteúdo a nossa fé. Jesus, que morreu na Cruz, ressuscitou, triunfou da morte, do poder das trevas, da dor e da angústia” (São Josemaria, em “É Cristo que passa”, 102). Agora tudo passou: Cristo nos redimiu. Já somos filhos de Deus. Jesus nos resgatou. O Céu foi aberto, conquistado por Jesus, pela sua Paixão e Morte na Cruz. Os nossos pecados foram redimidos pelo seu Sangue. Jesus continua sempre vivo, intercedendo por nós e nos prepara um lugar junto Dele no Céu. Vamos renovar a nossa fé: Senhor eu creio, mas aumenta a minha fé! Tenhamos a alegria e a paz que Cristo nos trouxe com a sua Ressurreição e nos esforcemos para estar perto Dele na oração, nos sacramentos, especialmente na Confissão, que nos purifica, e na Eucaristia, alimento das nossas almas.

Espiritualidade Fé e incredulidade de Tomé DOM CARLOS LEMA GARCIA

BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE ANA REGIÃO SÉ E VIGÁRIO EPISCOPAL PARA A EDUCAÇÃO E A UNIVERSIDADE

N

a tarde do Domingo da Ressurreição, Tomé era o único dos apóstolos ausente quando Cristo apareceu pela primeira vez no cenáculo. Os discípulos disseram-lhe que tinham visto o Senhor, mas ele não quis acreditar: “Se eu não vir o sinal dos cravos nas suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e não meter a mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20,25). Tomé recusou o testemunho de seus irmãos e exigiu uma evidência direta. O seu erro e a sua infelicidade consistiram em confiar

apenas na própria experiência, em não se reunir com mais assiduidade com os outros, em não explicar as suas dúvidas, em querer resolver as coisas sozinho, em não dar crédito ao testemunho dos outros, em pretender atingir a solução do seu problema pessoal contando com suas forças, fazendo suas conjecturas. Tomé quis convencer-se por si mesmo; e o Senhor deixou-o entregue à sua incapacidade de chegar por si próprio à luz. Supomos que os outros haviam invocado as passagens da Escritura que Cristo citara aos dois de Emaús... Aqueles dias de pesquisas solitárias não o levaram senão a trevas mais espessas. No momento em que Tomé renuncia à sua teimosia e volta a se reunir com os outros apóstolos, Jesus lhes aparece novamente nas mesmas condições da semana anterior. Veio Jesus, com as portas fechadas, saudou os apóstolos dizendo: “A paz esteja convosco”, e imediatamente se voltou a Tomé: “Introduz aqui o teu dedo e vê as minhas mãos,


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BRASILÂNDIA Gilvan Bezerra

Dom Carlos Silva preside celebrações da Semana Santa na Paróquia Nossa Senhora da Paz ROSANA ALMEIDA

COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

Durante a Semana Santa, algumas das celebrações na Paróquia Nossa Senhora da Paz, Setor Jaraguá, foram presididas por Dom Carlos Silva, OFMCap, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e concelebradas pelo Padre Gleidson Novaes, Pároco, a começar pela missa do Domingo de Ramos. Na Quinta-feira Santa, 14, houve a

missa da Ceia do Senhor na Comunidade Nossa Senhora da Aurora. Durante o lava-pés, o Bispo lavou, secou e beijou os pés de 12 pessoas da Catequese de Adultos, gesto seguido pelo Pároco. A ação litúrgica da Paixão de Cristo, na Sexta-feira Santa, 15, nessa mesma Comunidade, foi conduzida por Dom Carlos, enquanto o Padre Gleidson a presidiu na matriz paroquial. Na Vigília Pascal, no Sábado Santo, 16, Dom Carlos Silva convidou a as-

sembleia a viver, durante a celebração, Jesus ressuscitado como luz do mundo; a comunicação de Deus por meio de sua Palavra e da aliança com seu povo escolhido; a renovação do Batismo; e a Eucaristia que alimenta e fortalece o povo de Deus em sua caminhada. No Domingo de Páscoa, 17, a Santa Missa das 9h, na matriz paroquial, foi presidida pelo Bispo, que na ocasião apresentou o Diácono Rogério Lopes Camargo, que atuará como Assistente Pastoral da Paróquia. Taíse Cortês

Falecidos na pandemia são relembrados na Paróquia São Luís Gonzaga A Paróquia São Luís Gonzaga, Setor Pereira Barreto, promoveu, durante as celebrações da Semana Santa, um momento de recordação dos falecidos destes últimos dois anos de pandemia. A comunidade paroquial foi convidada a fazer cruzes com fotos dos seus falecidos e, na conclusão da peça teatral “Do luto à esperança”, com texto do Padre Roberto Moura, Pároco, e produção, direção e elenco do grupo de jovens do

Crisma, todos integraram a cena e compartilharam o seu luto. “O velório é importante no nosso rito de luto. Quantas famílias, nesses últimos dois anos, não tiveram a oportunidade de uma despedida e de um enterro dignos? Quantos sofreram e sofrem por não poderem dizer adeus. Quanta dor, quanto sofrimento... Ó Senhora das Dores, Ó Senhora da Boa Morte, Ó Senhora dos Órfãos, Ó Senhora das viúvas e viúvos... Ó Senhora do Amparo, amparai-nos... Olhai e vede quão grande é a nossa dor”, dizia parte do texto da peça.

O clima de emoção tomou conta de todos os que seguiram em procissão pelas ruas da Vila Pereira Barreto, levando as imagens do Cristo Morto, Nossa Senhora das Dores e as cruzes com fotos que relembraram os falecidos. Na manhã do Domingo de Páscoa, 17, após o Lucernário na Comunidade Sagrada Família, foi realizada uma procissão com o Senhor Ressuscitado e as cruzes deixadas na Sexta-feira Santa, rumo à Paróquia São Luís Gonzaga, onde foram colocadas próximas ao altar e farão parte de um memorial na matriz paroquial.

Luccas Sant’Ana

Pascom paroquial

Facebook paroquial

Pascom Santana

[SANTANA] No Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, 17, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa na Capela Santa Rita, da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, Setor Jaçanã, assistido pelo Diácono Michel Dutra, SDB.

[SÉ] No Domingo de Páscoa, 17, a Missa da Ressurreição do Senhor na Paróquia Divino Salvador, Setor Pastoral Jardins, foi presidida por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, e concelebrada pelos Padres Edson Donizete Toneti, Pároco, Sidney José Baroni e Ney de Souza. (por Pascom paroquial)

[SANTANA] Dom Jorge Pierozan presidiu as celebrações do Tríduo Pascal, entre os dias 14 e 16 – Missa da Ceia do Senhor, ação litúrgica da Paixão do Senhor (foto) e a Vigília Pascal na Capela Nossa Senhora das Graças da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Setor Jaçanã.

TAÍSE CORTÊS

COLABORADORA DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

[BRASILÂNDIA] No Domingo de Páscoa, 17, os fiéis da Comunidade Cristo Ressuscitado, pertencente à Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Souza, se reuniram para celebrar a vitória de Cristo sobre a morte e também render graças a Deus pelos 52 anos de fundação da comunidade, que fica no Jardim Ladeira Rosa. A missa foi presidida pelo Padre Luiz Carlos Ferreira Tose Filho, Administrador (por Luccas Sant’Ana) Paroquial.

(por Pascom da Região Santana)

(por Pascom da Região Santana)

Você Pergunta O que fazer com a Bíblia em estado deteriorado? PADRE CIDO PEREIRA

osaopaulo@uol.com.br

“Tenho uma Bíblia velhinha. O que posso fazer com ela?”. A dúvida é da Rosa, do bairro de Guaianases. Rosa, o destino das “Bíblias velhas”, estou falando do livro impresso, claro, varia conforme a história dela na nossa vida.

Veja, por exemplo, o caso de uma Bíblia que você leu, rabiscou, sublinhou no texto o que chamou sua atenção. Guarde-a com você com carinho e compre uma nova para continuar suas leituras e seus estudos. Outro exemplo: a Bíblia está velhinha, até faltando páginas, mas lembra sua mãe ou seu pai que a deixou para você. Guar-

de-a com carinho, porque é um sinal de que seus pais manifestaram a preocupação que tinham com você. Outro caso: sua Bíblia perdeu folhas, está toda rasgada, virou um pacote de papel destruído. Jogue fora. Compre outra e a consulte sempre, aprenda com ela, escute o que Deus lhe diz nela e ore com ela também. Concluo dizendo a você: como seria

bom que a Bíblia se desgastasse por força de muito uso. Vamos em frente, Rosa. Sem a Palavra de Deus, somos um carro com problema elétrico numa estrada sem lua. Se tocamos o carro noite a dentro, podemos dar com os burros n’água. Se pararmos, a viagem para. Por isso que citamos que a Palavra de Deus é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho.


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| 20 a 26 de abril de 2022 | Regiões Episcopais/Viver Bem | 7

SÉ Na Quinta-feira Santa, Dom Carlos Lema Garcia lava os pés de idosos LÍVIA MIRANDA

COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

Na Quinta-feira Santa, 14, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários, Setor Pastoral Brás, Dom Carlos Lema Garcia presidiu a Missa da Ceia do Senhor, tendo como concelebrante o Padre Lorenzo Nacheli, Pároco. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé centrou sua homilia nos três mistérios envolvidos na liturgia da Quinta-feira Santa: a instituição da Eucaristia, a instituição do sacerdócio e a virtude do serviço. Em uma verdadeira catequese, ele explicitou a relação entre os gestos do sacerdote durante a consagração com os últimos momentos da vida de Cristo.

José Luiz Altieri Campos

Em alusão à recente reforma pela qual a matriz paroquial passou, o Bispo reforçou: “A igreja não é do bispo, nem do padre; é de vocês, comunidade paroquial. Cada um de nós é responsável por convidar mais pessoas para contemplar a beleza da igreja e da comunidade”. Na sequência, no rito do lava-pés, Dom Carlos repetiu o gesto de Jesus com 12 idosos, escolhidos para representar o lema da Campanha da Fraternidade 2022, “Fala com sabedoria, ensina com amor”, de forma a promover o diálogo entre as gerações, como o Papa Francisco sempre pede, além de homenagear a parcela da comunidade que mais foi ameaçada pela pandemia de COVID-19. Marcos Grego

Thiago Andrade

[LAPA] Na Sexta-feira Santa, 15, na Paróquia Santa Mônica, Setor Pirituba, após a ação litúrgica da Paixão do Senhor, presidida por Dom José Benedito Cardoso, e concelebrada pelo Padre Flávio Heliton da Silva, Pároco, aconteceu a caminhada penitencial, saindo da Paróquia até o Pico do Jaraguá, da qual participou um grupo de fiéis. (por Benigno Naveira)

[SÉ] Na Sexta-feira Santa, 15, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidiu a ação litúrgica da Paixão do Senhor na Igreja Nossa Senhora do Carmo - a da Ordem Terceira do Carmo, Setor Pastoral Catedral. Concelebrou o Frei Marcelo Amaral de Aquino, O.Carm, Capelão. (por Gabriel Pereira da Costa)

Pascom Santana

[SANTANA] No Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, dia 17, na Basílica Menor de Sant’Ana, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a missa das 18h. (por Pascom da Região Santana)

Comportamento A usura em tempos de pandemia CRISLEINE YAMAJI Em tempos de dificuldade econômica e crise social, sempre vêm à tona práticas de cobranças excessivas e ilegítimas de juros, que acabam por explorar as mais básicas necessidades humanas e agravar situações de fome e de miséria. Esse é o caso de prática de agiotagem verificada durante a pandemia. A agiotagem costuma ser empregada em operações econômicas com ágio. Entre seus diversos significados, o ágio é entendido por ser ganho, lucro ou juros pelo uso ou pela disponibilidade da moeda no tempo. Trata-se da concessão da disponibilidade financeira daquele que tem a moeda de sobra para aquele que dela necessita. Neste último sentido, vem vinculado à usura, na medida em que se trate de algo exagerado, acima dos limites, contrário ao que se considera equitativo e aceitável em uma determinada sociedade. Os juros podem ser remuneratórios, valores cobrados pela remuneração do uso da moeda, caso dos juros cobrados com as parcelas de um empréstimo, ou podem ser moratórios,

cobrados pela verificação de um atraso no pagamento do valor devido. Vamos focar nesta coluna a prática de cobrança de juros de negociações entre pessoas comuns, sem considerar o tratamento e cobrança dos juros por instituições financeiras ou assemelhadas, permitida de maneira diversa e padrões superiores, por ser atividade principal dessas instituições, conforme legislação aplicável ao setor. A permissão sofre também suas limitações e é sempre revista e questionada pelos tribunais e pela própria Doutrina Social da Igreja (DSI), 341, quando aferida de forma abusiva. Procuraremos tratar desse assunto na próxima coluna. É popular na literatura mundial a figura do agiota Shylock, o personagem caricato retratado por Shakespeare no seu livro “O mercador de Veneza”. Ao emprestar seu dinheiro, pede em garantia uma libra de carne de seu rival Antonio. Com o empréstimo do dinheiro, coloca em risco a própria vida do rival. Há muito a Igreja condena a agiotagem e a usura, colocando a prática da usura entre os pecados mais graves. A

Doutrina Social da Igreja aceita o lucro, contanto que represente um uso adequado dos meios de produção e que seja voltado à equitativa satisfação das necessidades humanas (DSI, 340; carta encíclica Centesimus annus, 35). O lucro exacerbado e a cobrança exagerada de juros (usura) são considerados, no entanto, prática moralmente condenada e realidade vil capaz de aniquilar vidas humanas e provocar fome e miséria (DSI, 341). A cobrança excessiva de juros é resultado de uma prática da atividade econômica contrária à Justiça e ao Bem Comum. A legislação brasileira – Código Civil e Decreto 22.626 (Lei da Usura) – não somente estabelece limites aos juros, mas também sanciona operações com cobranças excessivas de juros com nulidade. Essa legislação chega a enquadrar a usura como um delito sujeito à prisão, com pena agravada ao sujeito que se vale da inexperiência ou das circunstâncias de aflição do seu devedor. Protege a população contra práticas atentatórias à economia popular. Para estabelecer limites à usura, a legislação estabelece padrões do que

é permitido e proibido, limitando ganhos e vantagens de um em relação ao outro e determinando que os juros não podem ser estipulados acima do dobro da taxa legal, ou seja, o dobro da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia. Acima disso, estamos a tratar de juros usurários, não equitativos, ilegítimos e inaceitáveis. Nossa legislação segue, nessa linha, padrões de outras legislações de sistemas jurídicos romano-germânicos, de influência cristã em sua conformação. Muito se deparou, durante a pandemia, com a situação de falta de dinheiro para o atendimento de necessidades humanas básicas e da submissão a situações de agiotagem e usura entre pessoas comuns, práticas que continuam a ser condenadas por nossa sociedade e pela Igreja. Na próxima coluna, trataremos de juros aplicáveis a empréstimos bancários e dos limites acima dos quais sua cobrança pode ser considerada abusiva pelos tribunais. Crisleine Yamaji é advogada, doutora em Direito Civil e professora de Direito Privado. E-mail: direitosedeveresosaopaulo@gmail.com


8 | Fé e Vida/Regiões Episcopais | 20 a 26 de abril de 2022 |

Fé e Cidadania O contato com o diferente

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LAPA

Dom José Benedito preside missas em unidades prisionais em Pinheiros Pastoral Carcerária

BRUNO REDÍGOLO O ser humano tem uma atração por coisas que saem da aparente normalidade. O diferente é, por vezes, algo fascinante, sobretudo porque avança para além do nosso controle, possibilitando novas emoções e sensações. Somos atraídos por situações que se alargam para fora da nossa zona de conforto. Situações simples, como a vontade de assistir a um filme de terror, tendo a consciência de que o medo não irá nos deixar dormir bem à noite; ou tentar uma manobra nova com a bicicleta, encarando as consequências de um possível acidente. O diferente também ganha rosto com todos aqueles que não pertencem ao nosso grupo. E aqui o brilho da descoberta inicial pode se render a uma áspera vontade de não dialogar: se sou corintiano, não me apetece o contato com o palmeirense; se tenho um posicionamento político, não consigo compreender como o outro não partilha dele; se sou católico, não entendo quem não o seja... Com o tempo, vamos nos “encapsulando”, evitando o acesso a outras realidades que não a nossa. Isso frequentemente acontece com a religião. A minha religião é pura; qualquer outra religião, impura. Muitos de nós crescem com medo de se relacionar com pessoas de outras religiões, com a falsa impressão de que podem contaminar a nossa relação com o divino, como se a habitação de Deus fosse cercada pelos muros da nossa paróquia. Para superar essa visão reducionista e limitada acerca de Deus e do seu amor, que alcança indiscriminadamente a todos pelo mundo, precisamos de ajuda. No meu caso, essa ajuda veio em um primeiro momento no estudo da Teologia e da História da Igreja, mas foi a experiência do encontro que me trouxe a certeza de que no irmão diferente, de outra confissão religiosa, Deus também habita. Foi a partir do encontro, da relação com quem tem convicções diferentes das minhas, que eu compreendi a necessidade e a importância de buscar caminhos possíveis de convivência, respeito e diálogo. A visão que o outro tem do mundo eleva a nossa sensibilidade para aspectos que antes passavam despercebidos. E para usufruir dessa riqueza da convivência, não é preciso atenuar ou relativizar as próprias convicções – e talvez esteja aqui a dificuldade da grande maioria, como foi para mim. O Papa Francisco dedicou o mês de janeiro deste ano para, por meio da oração, combater a discriminação e a perseguição religiosa no mundo. Usou uma frase de grande impacto: “Ou somos irmãos ou todos perdemos”. No caminho em busca da fraternidade possível, podemos nos unir em causas comuns, sem a preocupação com aquilo que nos diferencia. Se perguntássemos a um muçulmano se gostaria de uma escola pública de qualidade para o seu filho, certamente ele diria que sim – ora, nós, católicos, responderíamos a mesma coisa. Se perguntássemos a um umbandista se gostaria de um sistema de saúde mais humano, acolhedor e eficiente, certamente ele diria que sim – ora, nós, católicos, responderíamos a mesma coisa. Então, está provado que podemos caminhar juntos, na busca por estes e tantos outros objetivos que transcendem as expressões de fé e tornam a vida [de todos], aqui e agora, melhor. Ainda há muito o que ser desmistificado, mas o diferente é apaixonante. O diferente que não fere a dignidade da vida humana é passível de experiência, enriquece a convivência e faz do planeta um lugar melhor, para católicos, muçulmanos, umbandistas, judeus, espíritas, hindus... Essa relação pode começar com um “bom-dia”. Experimente! Bruno Redígolo é Diácono Permanente da Arquidiocese de São Paulo, atua na Região Episcopal Belém e é colaborador da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).

REDAÇÃO

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Na Semana Santa, entre os dias 11 e 13, Dom José Benedito Cardoso presidiu cinco missas nos Centros de Detenção Provisória de Pinheiros I, II e III, em ambientes que foram preparados pelos funcionários para as celebrações. Segundo Erica Carolina Silva e Anderson Silva, coordenadores da Pastoral Carcerária da Região Lapa, assim que o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa adentrava os pavilhões onde as mis-

sas foram celebradas, eram nítidas a alegria e o acolhimento das mulheres e homens presos. “A Páscoa, assim como outras festas que motivam reuniões e encontros familiares, figura entre as datas tristes do calendário para eles, já que grande parte dos internos não recebe visitas”, comentaram. O Evangelho de João 8,1-11 foi o escolhido para as celebrações. Nele, é recordada a história da mulher adúltera que foi levada até Jesus pelos fariseus, que o questionaram se ela deveria ser ou não apedrejada. “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”, consta em um dos trechos do Evangelho. Nas homilias das missas, Dom José Benedito Cardoso relembrou que Jesus sempre andou com as pessoas mais vulneráveis, e enfatizou que Ele também ama as pessoas encarceradas. O episódio em que Jesus não condena a mulher adúltera, mas a aconselha, se estende à realidade das pessoas presas, conforme apontou o Bispo: “Jesus perdoa, mas deixa para nós a tarefa: ‘Vá e não peques mais’. E é isso que gostaria de deixar hoje a vocês. Por vocês, pelas pessoas que vocês amam e amam vocês: Ainda é tempo de arrependimento e da reconstrução, e a Páscoa que vocês viverão, a liberdade, pode ser uma nova oportunidade de ressurreição”. Além da visita, os presos receberam doações de papel, envelopes, canetas, calendários e livros religiosos entregues pela Pastoral Carcerária. Além disso, para os agentes do CDP II foi oferecido um café da manhã especial.

‘Que a luz de Cristo gloriosamente ressuscitado dissipe as trevas do coração e da mente’ Luciana Tabith

CENTRO PASTORAL DA REGIÃO SÉ No Sábado Santo, 16, Dom Carlos Lema Garcia presidiu a cerimônia da Vigília Pascal na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, Setor Pastoral Jardins, tendo como concelebrantes os Padres Michelino Roberto, Pároco, e Bruno Muta Vivas. Em total silêncio, a Vigília se iniciou fora da igreja com o ritual do fogo e da luz, que evoca a Ressurreição de Jesus. Após a bênção do Círio Pascal e a inserção dos cinco grãos que representam as cinco chagas da crucifixão de Cristo, os fiéis adentraram na igreja escura, com velas acesas, até o Círio ser colocado no altar, momento a partir do qual as luzes são acesas e a celebração continua. Dom Carlos iniciou a homilia dizendo que esta celebração é o ponto culminante do ano litúrgico, celebração central de toda a igreja, iniciada com a liturgia do povo e a bênção do Círio Pascal, com o anúncio do que é esperado: “Que a luz de Cristo gloriosamente ressuscitado dissipe as trevas do coração e da mente. Estamos aqui hoje porque atravessamos o Mar Vermelho pelas águas do Batismo, pois hoje

seguimos a luz do Círio Pascal que nos indica o caminho da vitória. Podemos deixar para trás tudo aquilo que nos separa de Deus e do outro, e começar uma vida segundo Deus, uma vida elevada”. Após a homilia, Dom Carlos convocou a comunidade a renovar

as promessas do Batismo com as velas acesas pela luz do Círio Pascal abençoado. Ao término da celebração, ao som do “Aleluia”, fiéis entraram com a imagem do Cristo Ressuscitado, e Dom Carlos proclamou: “Cristo ressuscitou e está entre nós!”. Arquivo paroquial

[LAPA] Dom José Benedito Cardoso presidiu a missa do Domingo de Páscoa às 10h na Paróquia São José Operário, no Jardim Sarah, Setor Rio Pequeno. Concelebrou o Padre Leandro Calazans, Pároco. (por Redação)


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| 20 a 26 de abril de 2022 | Mensagem de Páscoa | 9

Jesus pôs-se a caminhar com eles

Feliz e santa Páscoa a todos! Luciney Martins/O SÃO PAULO

CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER ARCEBISPO METROPOLITANO DE SÃO PAULO

Após dois anos de pandemia e igrejas quase vazias, as celebrações da Páscoa foram bem participadas. Faziam falta as diversas manifestações da Semana Santa, e o povo participou com fé e alegria. Deus seja louvado! Gosto especialmente do encontro de Jesus ressuscitado com os dois discípulos de Emaús. Os acontecimentos da Paixão e Morte de Jesus os haviam frustrado e desanimado, tanto que resolveram voltar à sua aldeia para retomar a vida que tiveram antes de conhecerem Jesus. Conversando sobre tudo o que se passou e como Jesus foi morto, eles recordavam os sonhos bonitos que tiveram, mas que, agora, se desfizeram. Jesus, como se fosse um desconhecido, começa a caminhar com eles na mesma direção. Ouve com interesse suas angústias e os ajuda a entenderem melhor as Escrituras. Eles ouvem com gosto, e seu coração começa novamente a arder. Chegando a Emaús, convidam Jesus a entrar, “pois já é tarde e o dia está declinando” (Lc 24,29). Seu coração já se abrira e, agora, abrem a porta para partilhar a hospitalidade com o desconhecido. Jesus aceita e, sentado à mesa, faz o gesto da última ceia e reparte o pão com eles. Imediatamente, eles o reconhecem, mas Jesus desaparece da presença deles. Eles, então, na mesma hora, voltam correndo a Jerusalém para anunciar aos outros que Jesus está vivo e como o reconheceram (cf. Lc 24,13-33). Não é esse o roteiro de um sínodo? Caminhavam sozinhos, frustrados e

desanimados, sem perspectivas. Jesus começa a caminhar com eles; aceitam caminhar juntos. Falam, ouvem, partilham, discernem, buscam compreender os acontecimentos à luz da Palavra de Deus. É isso que o sínodo faz. Em nossos caminhos solitários e, talvez, individualistas, não conseguimos mais dar sentido ao que fazemos. Talvez, porque projetamos sonhos muito pessoais sobre a Igreja e sua missão, e esses sonhos acabam frustrados. É preciso unir-se, caminhar juntos, partilhar, discernir juntos à luz da Palavra de Deus e perceber o que o Espírito Santo diz à Igreja. Não prometeu Jesus que, onde dois ou mais se reúnem em seu nome, Ele estaria com eles? (cf. Mt 18,20). Nosso sínodo arquidiocesano é caminho feito juntos, no qual os individualismos e protagonismos personalistas precisam se abrir à missão maior que Jesus confiou à Igreja. Discernindo juntos sobre o que vemos e ouvimos, podemos olhar na mesma direção, participar melhor da missão comum a todos e anunciar com renovado ardor que Ele está vivo também hoje e não deixa sua Igreja no abandono. Ele caminha conosco e faz nosso coração arder novamente pelo Evangelho e pela missão. Queridos irmãos e irmãs da Arquidiocese de São Paulo: convido todos a acolhermos Jesus em nosso caminho sinodal; deixemo-nos orientar por Ele. Em cada Eucaristia, Ele se manifesta novamente a nós. Peço que todos acompanhem a assembleia sinodal arquidiocesana com sua fervorosa oração. E os convido a participarem da abertura da assembleia sinodal na Catedral da Sé, no dia 7 de maio, às 15h.


10 | Geral | 20 a 26 de abril de 2022 |

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Entre nós está o Cristo Ressuscitado Após dois anos de restrições para a participação nas celebrações presenciais em razão da pandemia, os católicos na Arquidiocese de São Paulo vivenciaram intensamente as celebrações do Tríduo Pascal e do Domingo

da Páscoa da Ressurreição do Senhor. Ao longo da última semana, foi comum ver as igrejas repletas de fiéis, bem como o testemunho público em momentos como a procissão pelas ruas com as imagens do Senhor Morto e de Nossa

Senhora das Dores, na Sexta-feira Santa, e com o Cristo Ressuscitado, no Domingo de Páscoa, além da bênção do fogo novo e o acendimento do Círio Pascal, que algumas das paróquias fizeram em praças da cidade.

Padres Dorival Leite (CRL), Pároco, Mario Scopel (CRL), Vigário Paroquial, conduziram a bênção do fogo novo e o acendimento do Círio Pascal da matriz e das comunidades da Paróquia Imaculado Coração de Maria, na Região Brasilândia, no Sábado Santo.

No Sábado Santo, o Padre Benedito Vicente de Abreu, Pároco, realizou a bênção do fogo novo e o acendimento do Círio Pascal na Paróquia Santo Antônio Maria de Ligório, na Região Ipiranga.

Na Sexta-feira Santa, 15, aconteceu o Ofício das Trevas, com salmos e orações, na Paróquia São José, no Jardim Europa, Região Sé, com a participação do Pároco, Dom Oswaldo Paulino, do Padre Hugo Rámon Váquez, do seminarista Gustavo Silva e de todos os ministros extraordinários da Sagrada Comunhão.

Confira a seguir algumas das imagens. Outras podem ser vistas nas redes sociais pelas hashtags #semanasantaarquisp ou #pascoaarquisp. (Apuração e edição: Daniel Gomes) (Fotos: Facebook das paróquias)

Na Sexta-feira Santa, a ação litúrgica da Paixão do Senhor, conduzida pelo Padre Túlio de Paiva, Pároco, e o Diácono Elias Honório, foi realizada pela Paróquia Santa Bernadette, na Região Belém, na quadra da Escola Estadual Professor Joaquim Braga de Paula.

Padre Natanael Pires, Pároco da Paróquia Bom Pastor, na Região Brasilândia, realizou o rito do lava-pés na Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, na quadra Canarinho, próxima à matriz paroquial. Paroquianos que tiveram os pés lavados representaram os 12 apóstolos.

Fiéis participaram da procissão com as imagens do Senhor Morto e de Nossa Senhora das Dores em ruas próximas à matriz da Paróquia Santa Maria Madalena e São Miguel Arcanjo, na Região Sé, conduzida pelo Padre Donizete José Xavier, Pároco.

Durante a Vigília Pascal na Paróquia São José do Belém, na Região Belém, presidida pelo Padre Marcelo Maróstica Quadro, Pároco, um catecúmeno recebeu o sacramento do Batismo, e quatro, a primeira Eucaristia e a Crisma.

Após a Missa do Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, no dia 17, aconteceu na Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus, na Região Brasilândia, a procissão da imagem do Cristo Ressuscitado pelos arredores da igreja, ocasião em que o Padre Neil Charles Crombie, Pároco, abençoou o Seminário Santo Cura d’Ars e, em seguida, a rádio 9 de Julho, que ficam no entorno da Paróquia.

Na Missa do Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, Frei Guilherme Pereira Anselmo Júnior, Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Região Santana, realizou o rito do lava-pés, com a participação de jovens que se preparam para receber o sacramento da Crisma.


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| 20 a 26 de abril de 2022 | Especial – Sínodo Arquidiocesano | 01

ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO 1º SÍNODO ARQUIDIOCESANO 2017 - 2022 “Caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” Deus habita esta cidade: Somos suas testemunhas!

DECRETO DE CONVOCAÇÃO DOS MEMBROS DA ASSEMBLEIA SINODAL ARQUIDIOCESANA O ano de 2022 será dedicado à assembleia sinodal do primeiro sínodo arquidiocesano de São Paulo. Em 2017, o sínodo foi convocado e a Arquidiocese preparou-se mediante a oração ao Espírito Santo e a organização do sínodo. Em 2018, o sínodo promoveu em âmbito paroquial, em toda a Arquidiocese, uma ampla ação para “ver-ouvir” e conhecer melhor a realidade religiosa e pastoral de nossa Arquidiocese, mediante uma ampla pesquisa de campo e o levantamento da realidade paroquial. Em 2019, nas Regiões Episcopais e Vicariatos Ambientais, esse “ver-ouvir” foi ampliado e, ao mesmo tempo, já se fez um primeiro discernimento, à luz da fé e da missão da Igreja, sobre a realidade eclesial e pastoral da nossa Arquidiocese. Em 2020 e 2021, infelizmente, as atividades do sínodo arquidiocesano tiveram que ser suspensas por causa da grave pandemia de COVID-19. Em 2022, após uma etapa de pré-assembleia nas paróquias e Vicariatos Episcopais, chegamos à assembleia sinodal arquidiocesana, a ser realizada em 7 sessões, para nos perguntarmos: diante daquilo que vimos e ouvimos até aqui: “o que devemos fazer?”. A assembleia tem a missão de elaborar propostas para a ação, para viabilizar processos de “comunhão, conversão e renovação missionária”, como pede o sínodo. As propostas finais do sínodo deverão orientar o caminho pastoral pós-sinodal da Arquidiocese. Portanto, levando em conta o Regulamento geral do sínodo (cap. 3º, §6) e o Regulamento da assembleia sinodal arquidiocesana, ao tratar dos membros da assembleia (capítulo 3º), e após consultar os membros da Comissão de Coordenação Geral do sínodo arquidiocesano, CONVOCO as pessoas a seguir relacionadas para participarem de todas as sessões da assembleia sinodal arquidiocesana, na condição de MEMBROS da assembleia. A Arquidiocese de São Paulo contará com a generosa contribuição de todos os membros da assembleia para o bom êxito do sínodo. As sessões da assembleia sinodal serão realizadas em local previamente escolhido e preparado para esse objetivo. A celebração de abertura será realizada no dia 07 de maio de 2022 na Catedral metropolitana Nossa Senhora da Assunção, às 15h00. As datas das sessões da assembleia são as seguintes: 1ª sessão, 04/06/2022; 2ª sessão, 02/07/2022; 3ª sessão, 06/08/2022; 4ª sessão, 03/09/2022; 5ª sessão, 01/10/2022; 6ª sessão, 05/11/2022; 7ª sessão, 03/12/2022. A celebração solene de conclusão do 1º sínodo arquidiocesano será realizada em 25/03/2023. Para a celebração de abertura da assembleia sinodal e da conclusão do sínodo ficam convidados também todos os demais padres e diáconos das paróquias da Arquidiocese, bem como os consagrados/as e os cristãos leigos/as. Que o Espírito Santo ilumine e conduza primeiro sínodo de nossa Arquidiocese e o faça frutificar numa renovada vitalidade missionária de nossa Igreja paulopolitana. São Paulo, no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, 10 de abril de 2022.


02 | Sínodo Arquidiocesano – Especial | 20 a 26 de abril de 2022 |

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LISTA DOS MEMBROS DA ASSEMBLEIA SINODAL ARQUIDIOCESANA Arcebispo metropolitano; Bispos Auxiliares, Vigários Gerais Arcebispo Cardeal Odilo Pedro Scherer Bispos Auxiliares (Vigários Gerais) Dom Carlos Lema Garcia Dom José Benedito Cardoso Dom Jorge Pierozan Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ Dom Carlos Silva, OFM Cap. Dom Cícero Alves de França Dom Rogério Augusto das Neves Vigários Gerais Adjuntos, Vigário Judicial, Comissão de Coordenação Geral do sínodo Vigários Gerais Adjuntos Côn. José Miguel de Oliveira Côn. Aparecido Silva Pe. Carlos Alberto Doutel Pe. João Carlos Deschamps de Almeida Pe. Neil Charles Crombie, SPS Pe. Uilson dos Santos Vigário Judicial Mons. Sérgio Tani Comissão de Coordenação Geral do sínodo Cardeal Odilo Pedro Scherer Dom Carlos Lema Garcia Dom José Benedito Cardoso Dom Jorge Pierozan Dom Ângelo Mezzari, RCJ Dom Carlos Silva, OFM Cap Dom Cícero Alves de França Dom Rogério Augusto das Neves Ana Carolina Santos Cruz Côn. José Arnaldo J. dos Santos Diác. Carlos Ribeiro Diác. Márcio José Ribeiro Fernando Guimarães Geronazzo Frei José Maria Mohomed Júnior, OdeM Ir. Helena Corazza Ir. Ivonete Kurten Maria Helena Soriano Marta Camelo Pe. Andrés Gustavo Marengo Pe. Antônio Francisco Ribeiro Pe. Boris Agustin Nef Ulloa Pe. Fabrício Mendes de Moraes Pe. Júlio Renato Lancellotti Pe. Marcelo Maróstica Pe. Michelino Roberto Pe. Osvaldo Bisewski (Secretário adjunto) Pe. Tarcisio Marques Mesquita (Secretário geral) Pe. Vandro Pisaneschi Pe. Zacarias José de Carvalho Paiva Wanderley Aparecido Turine Membros do Conselho de Presbíteros Côn. José Augusto Schramm Brasil Côn. José Bizon Côn. José Renato Ferreira Côn. Marcelo Monge Mons. Sérgio Tani Pe. Alessandro Enrico Borbón Pe. Boris Agustín Nef Ulloa Pe. Carlos Alberto Doutel Pe. Claudiano Avelino dos Santos, SSP Pe. Cláudio de Oliveira Pe. Cristian Uptmoor Pe. Edson Pacondes Pe. Eduardo Augusto de Andrade Pe. Erly A. Gullén Moscoso, MSA Pe. Ernandes Alves da Silva

Pe. Everton Fernandes Moraes Pe. Fausto Marinho de Carvalho Filho Pe. Helmo César Faccioli Pe. João Inácio Mildner Pe. Jorge Bernardes Pe. Jorge da Silva Pe. José Adeildo Ferreira Machado Pe. José Rodolpho Perazzolo Pe. Luciano Andreol, SMM Pe. Messias de Moraes Ferreira Pe. Michelino Roberto Pe. Tarcisio Marques Mesquita Pe. Vandro Pisaneschi Pe. Zacarias José de Carvalho Paiva Representantes do Cabido Metropolitano Côn. Antônio Aparecido Pereira Côn. José Adriano Côn. José Augusto Schramm Brasil Côn. José Renato Ferreira Secretariado de Pastoral das Regiões, Coordenadores de Pastoral e Coordenadores de Pastoral dos Vicariatos Episcopais Ambientais Secretariado de Pastoral Pe. Tarcisio Marques Mesquita Coordenadores de Pastoral das Regiões Pe. Marcelo Maróstica Quadro – Região Belém Pe. Fabrício Mendes de Moraes – Região Brasilândia Frei José Maria Mohomed Júnior, OdeM – Região Ipiranga Pe. Antônio Francisco Ribeiro – Região Lapa Pe. Andrés Gustavo Marengo – Região Santana Côn. José Arnaldo J. dos Santos – Região Sé Coordenadores de Pastoral dos Vicariatos Episcopais Ambientais Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação Pe. Michelino Roberto Vicariato Episcopal para Educação e a Universidade Dom Carlos Lema Garcia Vicariato Episcopal para o Povo da Rua Pe. Júlio Renato Lancellotti Padres Coordenadores dos Setores Região Episcopal Belém Pe. Adilson Pinheiro da Silva Pe. Boniface Issaka, SVD Pe. Cássio de Almeida Clementino, MPS Pe. Cláudio de Oliveira Pe. Cristian Uptmoor Pe. Francisco Reginaldo Henriques de Miranda Pe. Gilberto Orácio de Aguiar Pe. Haroldo Evaristo Alves da Silva, CSSp Pe. José Geraldo Rodrigues Moura Pe. Lauro Wisnieski Região Episcopal Brasilândia Pe. Dorival Ferreira Leite, CRL Pe. Edemilson Gonzaga de Camargo Pe. João Henrique Novo do Prado Pe. José Domingos Bragheto Pe. Luciano Andreol, SMM Pe. Roberto Carlos Queiroz Moura Região Episcopal Ipiranga Frei Fábio Luiz Ribeiro, OSM Pe. Cláudio Weber, SCJ

Pe. Edson Chagas Pacondes Pe. Jorge Bernardes Pe. José Lino Mota Freire Região Episcopal Lapa Pe. Adalton Pereira de Castro Pe. Cristiano de Souza Costa Pe. Flávio Heliton da Silva Pe. José de Assis Batista Pe. Laudeni Ramos Barbosa Região Episcopal Santana Pe. Antônio de Pádua Santos Pe. Erly Avelino Guillén Moscoso, MSA Pe. Luiz Cláudio Vieira Pe. Luiz Izidoro Molento Pe. Marcos Luís Erustes Polônio Pe. Maurício Vieira de Souza Pe. Osvaldo Bisewski Pe. Paulo Ramos Pe. Claudinei de Arruda Lúcio Região Episcopal Sé Frei Nilton César Groppo, OFMCap Frei Wilson Batista Simão, OFM Pe. Geraldo de Paula Souza, CSSR Frei Mário Luiz Tagliari, OFM Pe. José Elias Fadul, SAC Pe. Lucas Pontel Pe. Mário Pizetta,SSP Pe. Norberto Donizetti Brocardo, CP Pe. Valmir Neres de Barros Pe. Wellington Laurindo dos Santos Reitores dos Seminários e da Escola Diaconal São José, Diretores das Faculdades de Direito Canônico, Teologia e Filosofia, Professores da PUC-SP Reitores dos Seminários Reitor (Seminário Bom Pastor) Pe. Frank Antônio de Almeida Pe. José Adeildo Pereira Machado Pe. José Francisco Vitta Diretor da Escola Diaconal São José Pe. Fernando José Carneiro Cardoso Diretor Faculdade de Teologia Pe. Boris Agustin Nef Ulloa Reitor da Faculdade de Filosofia (UNIFAI) Profa. Dra. Karen Ambra Diretor da Faculdade de Direito Canônico Pe. Everton Fernandes Moraes Professores da PUC Profª. Dra. Anna Maria M. Cintra Prof. Dr. Lafayette Pozzoli Chanceler da Cúria Pe. Vittorio Moregola Procuradores da Mitra Arquidiocesana Pe. João Júlio Farias Júnior Pe. José Rodolpho Perazzolo Pe. Zacarias José de Carvalho Paiva Representantes dos Diáconos Permanentes Região Episcopal Belém Diác. Wainer Fracaro da Silva Região Episcopal Brasilândia Diác. Antônio Campineiro Ferreira Região Episcopal Ipiranga Diác. Anivaldo Blasques

Região Episcopal Lapa Diác. Antônio Geraldo de Sousa Região Episcopal Santana Diác. Franco Antônio Abelardo Região Episcopal Sé Diác. Antônio Monge de Carvalho Representantes dos formandos dos Seminários e da escola diaconal Diác. Alan Santos Leite Diác. Cleyton Pontes Silva Diác. Elias Júlio da Silva Diác. Lucas Antônio Silva Martinez Diác. Nilo Massaaki Shinen Sem. Alysson Antunes Carvalho Sem. Leonardo de Morais Soares Sem. Miguel Lisboa Aguiar Marcondes Sem. Rafael Penteado Manente Representantes dos/das Religiosos/as Região Episcopal Belém Ir. Josélia Francisca Ramos Ir. Marta Pereira Pe. José Alves de Souza Pe. Jovanês Vitoriano Pe. Reuberson Ferreira Rodrigues Região Episcopal Brasilândia Ir. Lúcia Marques da Silva Ir. Maria Eduarda Moreira de Carvalho Ir. Maria Helena de Carvalho Pe. José Miguel Portillo, CSSp Pe. Juscelino Ricardo de Santana, CRL Região Episcopal Ipiranga Ir. Carolina Mureb Ir. Eliane Cristina Machado Ir. Maria Marlena de Souza Ir. Maria Rosa M. dos Santos Ir. Rosane Garlet Região Episcopal Lapa Ir. Elaine Maria Assunção Ir. Giuseppina Franco Ir. Marli Terezinha Zavasaki Ir. Valentina Augusto Pe. José Ordean dos Santos, CSSp Região Episcopal Santana Ir. Cecília Tada Ir. Cláudia Naves dos Reis Ir. Francisca Linhares Carvalho Ir. Miryam Apparecida M. Feitosa Frei Antônio Francisco Sales Região Episcopal Sé Frei Márcio Alexandre Couto, OP Ir. Andeiziane Rosa dos Santos Ir. Maria Cristina Nava Pe. Cipriano Ramiro da Silva Pe. Manoel da Conceição Quinta Representantes das organizações do laicato, Movimentos, Associações e Novas Comunidades Região Episcopal Belém Carlos Gomes da Silva Cleber Alves da Silva Fátima Aparecida Pereira Silva Maria de Cássia Barbosa Sônia Cristina Yaginuma Região Episcopal Brasilândia Edmilson de Jesus Santos Eleny Aparecida Rodrigues de Araújo Luciele Martins dos Santos Sarah Cristina R. Borges Vanessa Calheiros Região Episcopal Ipiranga Cleide Fraga Arantes Elisabete Faustino dos Santos


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Fabianne da Silva Telles Nunes Helena Missako de Auyama Nakahara Heraldo Duarte Região Episcopal Lapa Eduardo Moriya Jairo Fedel Maura Araújo dos Santos Sirlene Rosa Prendini Tony Yukiyoshi Donomai Região Episcopal Santana Ir. Adriana Fátima Barra Irmão Gabriel Maria de Jesus José Carlos dos Santos Rogério das Flores Marcondes Vanuza Costa Velasco Região Episcopal Sé Breno André Alves Dias Ir. Doralice da Divina Misericórdia Paulo Fernando Racy Ferreira Renan Rodrigues da Silva Roberta Souza de Torres Representantes do Conselho Arquidiocesano de Pastoral Ana Maria da Silva Alexandre Denise de Oliveira Fátima de Araújo Giorlano Maria Aparecida de Cicco Mathias Grenzer Paulo Cesar Pedrini Ítalo Magno Inácio da Silva Sandra Maria Alves Sueli Maria de Lima Camargo Wanderley Aparecido Turine Leigos dos Conselhos Regionais de Pastoral Região Episcopal Belém Antônio de Assis Severi Beatriz Rubio Dias Janice da Conceição Barros Liz Mari da Silva Marques Pedro Marim de Almeida Souza Peterson Xavier Prates Sandra Ramalhoso Região Episcopal Brasilândia Anderson Bráz Antônio Dominici Filho Celia Aparecida Leme Laudinice Pedreira Rocha Leandro Silva Batista Paulo Sérgio do Carmo Rosa Maria da Costa Oliveira Região Episcopal Ipiranga Irani Madalena de Sousa João Joacir Ricarte Maria Delfina M. dos Santos Maria Leonice S. Marinninni Nilda da Costa Blasques Raimundo Perillat Roberto Pietro Marinninni Região Episcopal Lapa Devair da Veiga Lima Maria Celia Pereira da Veiga Lima Maria do Rosário de Fátima Ferreira Maria Izabel da S. Guimarães Maria Tiemi Masuki Oliveira Neide Garcia Sagioro Suellen Cristina Batista de Matheus Região Episcopal Santana Antonio Ribeiro da Silva Eliana Rocha Lincoln Costa Neto Maria Goretti Gonçalves Martinez Maria Inês Leandro Nelson da Silva Teixeira Vanderlei Ferraz de Araújo Região Episcopal Sé Ana Cristina Paula Lima

| 20 a 26 de abril de 2022 | Especial – Sínodo Arquidiocesano | 03

Benedicto Anselmo Domingos Vitoriano Leandro Aparecido de Carvalho Marcelo Kobayakawa Marco Antônio Tolaine Paffetti Maria Christina Saddi Renê Ivo Gonçalves Membros das Coordenações Pastorais da Arquidiocese Liturgia Pe. Helmo César Faccioli Pe. Luiz Eduardo Baronto Aprofundamento da Fé Nei Márcio Oliveira de Sá Pe. Valeriano dos Santos Costa Laicato Antônio Zanon Laura Maria Gumerato Cominato Movimento, Associações e Novas Comunidades Erionaldo Viana da Rocha Maria da Graça Feltrin Pontes Ministérios Ordenados Diác. Ailton Machado Mendes Pe. José Carlos dos Anjos Animação Bíblico-Catequética Pe. Paulo César Gil Pe. Silvio Costa Oliveira Vida Consagrada Ir. Geralda Maria Martins da Cruz Pe. Antônio César Seganfredo, CS Família e Vida Ana Filomena Faleiros Garcia Luiz Fernando Garcia Animação Missionária Frei Jaime Soria Cabeza, OSA Ir. Elisabete Miguel Espinhara Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso Bruno Casarini Pe. Ednilson Turozzi de Oliveira Serviço da Caridade, Justiça e da Paz Marilene Vian Guilherme Sueli Maria de Lima Camargo Pastoral da Comunicação Cleide Barbosa Kátia Maderic Juventude Diego Brigatto Gabriela de Carvalho Santos Educação e Ensino Religioso Magna Celi Rocha Wilma Rosa Canônaco Mundo do Trabalho Carlos Augusto de Oliveira Camargo Pe. José Domingos Bragheto CEBs e Grupos de reflexão Augusto Henrique Maciel Macilene Almeida Leite Pastoral Povo da Rua Pe. Arlindo Pereira Dias Pe. Gianpietro Carraro Secretariado de Pastoral Cosmo Oliveira Santos Wania Aurora P. Rodrigo Leigos e Clérigos escolhidos pelos Bispos nas Regiões Episcopais Região Episcopal Belém Fábio Krubiniki Giane Dora Falavigna Guilherme Barsi Faria Maria Cristina Corral Patrícia Manente Marinho de Moura Pe. Edélcio Serafim Ottaviani Pe. Eduardo Binna Pe. Fabiano Alcides Pereira Pe. Neidson Gomes Pe. Valdir João Silveira

Região Episcopal Brasilândia Caio Pereira Fabio Fernando Dias Jonatas Brandão Leonardo Soares Verlidio Rosa Marciano Lopes Silva Pe. Aldenor Alves de Lima Pe. Cilto José Rosembach Pe. Gilberto dos Santos Martins Pe. Maycon Wesley da Silva Pe. Orisvaldo da Silva Carvalho Região Episcopal Ipiranga Andressa Sartori Pedace Leticia Carolina de Souza Barros Marie Malta Machado Paulo Rossi F. Machado Pe. Anderson Pereira Bispo Pe. Antônio de Lisboa Lustosa Lopes Pe. Jefferson Mendes de Oliveira Pe. Rodrigo Pires Vilela da Silva Pe. Samuel Alves Cruz, SDS Região Episcopal Lapa Evelyn C. G. Cerqueira Giovana Céo Xavier John Kennedy dos Santos Maria Virginia Alves Marlene Raulino Pe. Ailton Bernardo de Amorim Pe. Edilberto Alves da Costa Pe. José Pedro Batista Pe. Pedro Augusto Ciola de Almeida Pe. Raimundo Rozimar Vieira da Silva Região Episcopal Santana Aparecida Pereira Gomes Peruchi Gabriela de Carvalho Santos Mariana dos Santos Souza Reginaldo José Guilharducci Walkíria Aparecida Xavier de Brito Pe. Antônio Pedro dos Santos Pe. Juarez Dalan Pe. Maycom Sammuel Alves Florêncio Pe. Sebastião de Souza Júnior Pe. Wagner Aparecido Scarponi Região Episcopal Sé Côn. Severino Martins da Silva Filho Eliton Souza Fabio Rodrigues dos Santos Luiz Fernando Porto Pinto Luiz Paulo Lazzeti Santos Mário Porta Lima Pe. Cláudio José Ribeiro Pe. José Edson Santana Barreto Pe. Marcelo Delcin Pe. Tiago Gurgel do Vale Representantes dos Vicariatos Ambientais Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação Daniel Gomes do Nascimento do Araújo Pe. José Ferreira Filho Pe. Juarez de Castro Pe. Luiz Claudio de Almeida Braga Pe. Rodrigo Pires Vilela da Silva Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade Carla Andrea Soares de Araújo Cristine Reis Oittica Eliane Nunes Calfa Andriani Ir. Lourdes Maria Trombeta Katia Cristina de Campos Kimura Vicariato Episcopal do Povo da Rua Adriana Alves de Oliveira Antônio Carlos Araújo Evandro de Oliveira Ir. Justina Miranda Pompmayer Josefina Rosa

Membros da Coordenação Pastoral na área da saúde e dos enfermos José Carlos Gimenes Maria Izabel S. Guimarães Pe. João Inácio Mildner Sandra Alves Galvão Turolla Membros escolhidos pelo Arcebispo Antônio Funari Filho Côn. José Bizon Dalton Luiz de Luca Rothen Diác. Márcio Cesena Francisco Borba Ribeiro João Vitor Lozano Lúcia Mello Maria Virgínia Cavalieri Nelson Sanches Moreno Júnior Pe. Fabiano de Souza Pereira Pe. Hernane Santos Módena Pe. José Roberto Abreu de Matos Pe. Roberto Fernando Lacerda Pe. Rodrigo Custódio A. Ramos Pe. Sidnei Fernandes Lima Philomena Pina F. Bussab Superiores de Institutos de Vida Consagrada e Sociedade de Vida Apostólica Dom Robson Medeiros Alves, OSB-Val Ir. Helena Ghiraldi Ir. Helena Gesser Ir. Ivaldete Rodrigues, FAP Ir. Naura Salete Pe. Claudiano Avelino dos Santos, SSP Pe. Donizette Luiz Ribeiro, NDS Pe. José Lino Reinaldo Oliveira, SAC Pe. Marlos Aurélio da Silva, CSSR Representantes das Igrejas Orientais Antônio Chehin Daniel de Jesus Silva Davi de Jesus Silva Diego Borges Cordeiro Dom Edgard Madi Dom George Khoury Elie Chadarevian Henri Abi Antoun Pe. Antônio Francisco Lelo Toni Chedid Representantes de Igrejas ou Comunidades Eclesiais não católicas Bispo Nareg Berberian Dom Damaskinos Mansour Pastor Marcos Jair Ebeling Rev. Marcelo Leandro Garcia de Castro Rev. Francisco Cézar Fernandes Alves Rev. Valdinei Aparecido Ferreira Relator geral, Comissão de Redação e grupo de Peritos Relator Geral Côn. José Arnaldo Juliano dos Santos Ir. Helena Corazza Comissão de Redação Côn. José Arnaldo Juliano dos Santos Pe. Boris Agustin Nef Ulloa Pe. Michelino Roberto Grupo de Peritos Côn. Antônio Manzatto Côn. Sérgio Conrado Ir. Ivonete Kurten Nei Márcio Oliveira de Sá Pe. Boris Agustin Nef Ulloa Pe. Donizete Xavier Pe. Ricardo Cardoso Anacleto


04 | Sínodo Arquidiocesano – Especial | 20 a 26 de abril de 2022 |

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Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo

São Paulo, 18.04.2022

Celebração de abertura da assembleia sinodal Para todos os membros da assembleia sinodal arquidiocesana Caríssimos/as Celebramos a oitava da Páscoa, com os testemunhos sobre os encontros com o Senhor ressuscitado, que reanimaram os discípulos e os colocaram novamente no caminho da missão. Gosto muito do relato do encontro de Jesus com os discípulos de Emaús: Ele vai ao encontro dos dois discípulos, confusos e desanimados. Caminha com eles, ouve suas angústias, explica-lhes as Escrituras e, finalmente, aceita o convite que lhe fazem, entrando em sua casa. Ao sentar-se à mesa com eles, para partir o pão da hospitalidade, eles o reconhecem e, cheios de alegria, voltam correndo a Jerusalém, para relatar aos outros sobre seu encontro renovador que tiveram com o Ressuscitado. Jesus fez, literalmente, um “sínodo” com os dois discípulos: caminhou com eles, ouviu suas angústias, fez o discernimento sobre os fatos à luz das Escrituras e revelou-se a eles. Foi um encontro de conversão e renovação missionária. Os dois encheram-se novamente de alegria e entusiasmo por Jesus e retomaram logo a missão, proclamando a ressurreição de Jesus e testemunhando como Ele mudou suas vidas. É nesse contexto da proclamação da fé pascal e do encontro com o Senhor ressuscitado que nossa Arquidiocese reinicia a assembleia sinodal arquidiocesana. Oxalá, os frutos também sejam de renovada “comunhão, conversão e renovação missionária” para toda a nossa Arquidiocese! Junto com a divulgação da lista dos membros da assembleia sinodal e de sua convocação a participarem da celebração de abertura e de todas as sessões da assembleia, desejo convidar também todo o clero, os religiosos, religiosas e lideranças leigas da arquidiocese de São Paulo para a celebração de abertura da assembleia, no dia 07 de maio próximo (sábado), 15h00, véspera do Domingo do Bom Pastor, na Catedral da Sé. Convido igualmente os membros dos CPPs de todas as paróquias, bem como as lideranças das organizações laicais a participarem também dessa celebração na Catedral. Será momento para uma manifestação forte e bonita de “Igreja sinodal, em comunhão e participação”. Para o conhecimento de todos e, especialmente, do clero e dos membros da assembleia sinodal arquidiocesana, comunico também as seguintes informações sobre a realização da assembleia sinodal. As 07 sessões da assembleia acontecerão sempre nos primeiros sábados do mês, de junho a dezembro, das 08h00 às 12h30, na FAPCOM (Vila Mariana, R. Major Maragliano 191). As datas das sessões são: 04/06; 02/07; 06/08/ 03/09; 01/10; 05/11; 03/12. A celebração solene de encerramento dos trabalhos sinodais está prevista para o dia 25/03/2023. Recomendo aos membros da assembleia sinodal arquidiocesana que anotem essas datas em sua agenda e as mantenham livres de quaisquer outros compromissos, pois a assembleia sinodal, da qual têm a graça de participar, também representando muitos outros, deve ter prioridade. A todos, recomendo a oração frequente e intensa ao Espírito Santo, para que o 1º sínodo arquidiocesano, “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”, produza abundantes frutos. Jesus, o Bom Pastor da Igreja e da humanidade, nos conduza e mantenha unidos e fortes nesse caminho sinodal e nos ajude a sermos suas testemunhas “nesta Cidade imensa”. O Apóstolo São Paulo, Patrono de nossa Arquidiocese, nos acompanhe com seu exemplo e intercessão. Maria, Mãe da Igreja, nos ampare e abençoe!

Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo


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Na Vigília Pascal, Padre Juliano Maroso Gonçalves, Pároco, conduziu o Círio Pascal na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Região Belém.

Encenação teatral, com o Coral da Paixão de Cristo, foi realizada na Sexta-feira Santa na Paróquia Santa Luzia, na Região Santana.

Após a Missa da Ceia do Senhor, presidida pelo Padre Antônio Bogaz, Pároco, foi realizada a vigília e adoração ao Santíssimo na Paróquia Nossa Senhora Achiropita, na Região Sé. Na aurora do Domingo de Páscoa, 17, a Paróquia São José do Maranhão, na Região Belém, realizou a procissão do encontro, com a cruz de Cristo e as imagens de Nossa Senhora das Dores e do Cristo Ressuscitado.

| 20 a 26 de abril de 2022 | Geral | 11

A Vigília Pascal na Paróquia Santa Cecília, na Região Sé, foi iniciada com a bênção do fogo novo e o acendimento do Círio na Praça Santa Cecília, seguida de missa, presidida pelo Cônego Alfredo Nascimento, Pároco.

Solene Vigília Pascal na Paróquia Nossa Senhora da Consolação, na Região Sé, presidida pelo Padre Alessandro Enrico de Borbón, Pároco.

Missa do Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor na Paróquia Jesus no Horto das Oliveiras, na Região Santana, foi presidida pelo Frei Ernane Pereira Marinho, Pároco. No Sábado Santo, o Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, Pároco, realizou o rito da bênção do fogo novo e do acendimento do Círio Pascal na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, na Região Lapa.

Fiéis participaram da ação litúrgica da Paixão de Cristo na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, na Região Brasilândia, presidida pelo Padre Carlos Alves Ribeiro, Pároco.

Na Sexta-feira Santa, aconteceu a encenação da Paixão de Cristo na Paróquia Nossa Senhora das Dores, na Região Brasilândia. A direção espiritual da atividade foi do Padre João Henrique Novo do Prado, Pároco.

Após a Missa da Ceia do Senhor, Padre Sílvio César da Silva, SDB, Pároco, e fiéis participaram da vigília e adoração ao Santíssimo na Paróquia Santa Teresinha, na Região Santana.


12 | Geral | 20 a 26 de abril de 2022 |

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Nas ruas próximas ao Santuário São Judas Tadeu, na Região Ipiranga, fiéis e padres dehonianos participaram da procissão com o Senhor Morto e Nossa Senhora das Dores, na Sexta-feira Santa.

Na Missa da Ceia do Senhor, Padre Salvador Armas, Pároco, realizou o rito do lava-pés na Paróquia São Domingos Sávio, na Região Santana.

Ação litúrgica da Paixão de Cristo foi realizada na Sexta-feira Santa no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Aparecida, presidida pelo Padre Jeferson Mendes de Oliveira, tendo entre os concelebrantes o Padre Zacarias Paiva, Pároco e Reitor. No Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, Padre Reuberson Ferreira, MSC, presidiu missa no Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração, na Região Belém.

Fiéis participaram da Solene Vigília Pascal na Paróquia Imaculada Conceição, na Região Ipiranga, presidida pelo Padre Boris Agustín Nef Ulloa, Pároco, e concelebrada pelo Padre Rodrigo Thomaz, Vigário Paroquial.

Na Missa da Ceia do Senhor na Paróquia São Thomas More, na Região Lapa, o Pároco, Padre Pedro Cardoso, SJC, realizou o rito do lava-pés. Um dos fiéis que teve o pé lavado é uma pessoa com deficiência.

No Sábado Santo, após a bênção do fogo novo e o acendimento do Círio Pascal na Paróquia São Patrício, na Região Lapa, fiéis fizeram uma breve procissão luminosa no entorno da igreja matriz, antes da solene Vigília Pascal, presidida pelo Padre Ernandes Alves da Silva Júnior, Pároco.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Luciney Martins/O SÃO PAULO

LAVA-PÉS NA FUNDAÇÃO CASA Na Quarta-feira Santa, 13, a Pastoral do Menor da Arquidiocese organizou missa na unidade feminina Ruth Pistori da Fundação Casa, com a participação de todas as internas e de funcionários. A missa foi presidida pelo Padre Rodrigo Felipe, Pároco da Paróquia Santa Cristina, na Região Ipiranga. Também participou o Frei Demerval Reis, sacerdote mercedário da Paróquia Nossa Senhora das Mercês.

VIA-SACRA DO POVO DA RUA Com o tema “Caminhando com Jesus, caminhando com o povo da rua”, aconteceu na Sexta-feira Santa, 15, pelas ruas do centro da cidade, a Via-Sacra do Povo da Rua, organizada pelas pastorais, grupos, movimentos e novas comunidades que atuam em prol dos ‘irmãos de rua’. A via-sacra começou no Largo São Bento, foi concluída na Catedral da Sé e teve paradas para meditações do Evangelho e reivindicações ao poder público em frente às secretarias municipais das Administrações Regionais e Assistência Social, à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e à sede da Prefeitura. A íntegra da notícia pode ser lida pelo link a seguir: https://cutt.ly/bF0pSuA.


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| 20 a 26 de abril de 2022 | Reportagem | 13

‘Não temos o sacerdócio como propriedade; participamos do sacerdócio de Cristo’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

DESTACOU O ARCEBISPO METROPOLITANO NA MISSA DO CRISMA, NA QUINTA-FEIRA SANTA, 14, QUANDO OS PRESBÍTEROS RENOVARAM AS PROMESSAS SACERDOTAIS DANIEL GOMES

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Sacerdotes e diáconos que atuam nas seis regiões episcopais da Arquidiocese, bem como os bispos auxiliares, participaram na manhã da Quinta-feira Santa, 14, da Missa do Crisma na Catedral da Sé, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano. Essa celebração é assim conhecida porque nela o Arcebispo abençoa os óleos usados nos sacramentos do Batismo e da Unção dos Enfermos, e consagra o óleo do Crisma, utilizado nos sacramentos do Batismo e da Confirmação e nas ordenações sacerdotais e episcopais, além das dedicações de altares e templos. No começo da missa, Dom Odilo manifestou sua alegria em ver a Catedral lotada, nessa celebração em que, por ocasião da recordação da instituição do sacerdócio, os padres, diáconos e bispos auxiliares rendem graças a Deus pela vocação ao sacerdócio e renovam as promessas sacerdotais. Os ritos da bênção dos óleos e da consagração do Santo Crisma, bem como a renovação das promessas sacerdotais, foram realizados após a homilia.

EMPENHO MISSIONÁRIO

Dom Odilo agradeceu aos ministros ordenados o empenho com que têm desenvolvido seu ministério, e pediu a todo o povo de Deus que levem uma vida santa, como “hóstias agradáveis a Deus”. Recordando as visitas que realizou às paróquias em diferentes locais da Arquidiocese, o Cardeal Scherer destacou que tem encontrado uma Igreja em missão. “Fiquei muito encantado, até emocionado, em ver a grande dedicação missionária de tantos padres que estão trabalhando com alegria, com enorme dedicação, muitas vezes com sacrifício e abnegação em comunidades muito carentes, paróquias em construção, nas quais, por vezes, falta muito, mas não falta povo nem a alegria, porque o Reino de Deus está no meio de vocês.”

GRANDES DONS

Dom Odilo falou, ainda, sobre os grandes dons deixados por Jesus à sua Igreja, a começar pela Eucaristia, memorial da Paixão e Morte na cruz, sacra-

Clero arquidiocesano participa da Missa do Crisma, presidida pelo Cardeal Odilo Scherer, na Catedral da Sé, na Quinta-feira Santa, dia 14

mento da nova e eterna aliança de Deus com a humanidade. Também o sacerdócio é um “grande e indispensável dom feito por Jesus à sua Igreja. Jesus é o sacerdote por excelência, o ungido de Deus e cheio do Espírito Santo, que traz boas novas à humanidade. Ele une o céu à terra, Deus e a humanidade na sua pessoa”, ressaltou, apontando, ainda, que os padres são ministros do sacerdócio de Cristo. “Não temos o sacerdócio como propriedade; participamos do sacerdócio de Cristo, em vista da missão da Igreja e do bem do povo de Deus.”

PERANTE AS DIFICULDADES

Ainda na homilia, o Arcebispo afirmou que, apesar do tempo difícil que a Igreja vive nas vocações sacerdotais e para os sacerdotes – com grandes exigências, por vezes falta de fraternidade entre os padres, a sensação de isolamento e amargura –, é preciso que o sacerdote nunca perca de vista o apreço pelo dom que recebeu de Deus. “É bênção e missão exigente. E Jesus convidou a tomar a cruz cada dia e segui-lo no caminho do discipulado.” Diante de eventuais desmotivações e desânimos, Dom Odilo recordou três caminhos apontados pelo Papa Francisco, em um simpósio sobre o sacerdócio, realizado em fevereiro deste ano, em Roma. Um deles é a proximidade com Cristo, por meio da oração, da acolhida de sua Palavra, da adoração da Eucaristia e no serviço aos pobres. Outro é que os sacerdotes mantenham a proximidade com o bispo e os demais presbíteros, para que não se esqueçam de que são membros de uma comunidade sacerdotal, que existe em torno do bispo diocesano, o qual mantém

a comunhão e a unidade do presbitério. Também é indispensável a proximidade com o povo, por meio dos serviços cotidianos da escuta paciente e caridosa e da atenção aos pobres e enfermos, da sensibilidade com os enlutados e os mais sofridos.

RETOMADA DO SÍNODO

Dom Odilo falou, ainda, sobre a retomada do sínodo arquidiocesano, “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”, desejando que seja vivido, antes de tudo pelos sacerdotes, e que “o Espírito Santo, que renova a face da terra, nos converta, renove, para sermos verdadeiramente aqueles ministros e servidores do Evangelho que Jesus quis à Igreja hoje”. A retomada do sínodo também foi recordada pelo Cônego José Arnaldo Juliano dos Santos, que, falando em nome de todo o clero, saudou o Arcebispo Metropolitano pelos muitos motivos que o Purpurado tem a comemorar em 2022: os 15 anos de cardinalato e como Arcebispo de São Paulo, os 20 anos de sua ordenação episcopal e os 46 anos de sacerdócio. “Aqui, neste dia, rezamos pelo senhor, para que esteja caminhando conosco, principalmente neste momento muito importante da Igreja, do mundo e da nossa Igreja em São Paulo, em que, graças a Deus, realizaremos a assembleia sinodal”, disse o Padre José Arnaldo. Antes da bênção final, o Arcebispo deu algumas recomendações aos sacerdotes sobre o zelo com a Eucaristia e voltou a manifestar gratidão a Deus por ser possível celebrar a Missa Crismal com mais pessoas, mantendo-se ainda os devidos cuidados para evitar o contágio pelo coronavírus.

O QUE DISSERAM OS SACERDOTES

“Fazer a renovação das promessas sacerdotais nos dá força, ânimo, entusiasmo, para transbordar para o povo aquilo que nós recebemos e aquilo que nós renovamos diante deste altar, nesta celebração profunda, tão bonita e tão significativa”

Padre Paulo Gomes da Silva Júnior, da Missão Belém

“Foi um momento de alegria essa renovação das promessas sacerdotais. Saímos daqui prontos para transmitir ao povo essa questão de perseverar no seguimento a Cristo, que é o Caminho, a Verdade e a Vida” Padre Adriano Robson Rodrigues, atuante na Região Santana

“Para nós, sacerdotes, este é um momento único para a renovação das nossas promessas, do nosso compromisso do sacerdócio régio de Jesus Cristo. Os padres, com grande disponibilidade e fervor, renovaram seus votos, e, podemos, então, trilhar esse caminho sinodal que a Igreja tanto nos pede” Padre Geraldo Pedro dos Santos, Pároco na Paróquia Santo Eduardo e Administrador Paroquial da Paróquia São Joaquim, ambas na Região Sé

“Unidos ao Arcebispo, renovamos nossa caminhada sacerdotal, e este ano de modo mais especial por ser a retomada desta celebração na Quinta-feira Santa. Devemos agir de acordo com essa promessa que renovamos hoje, para fazer com que o povo perceba esta presença de Deus na vida dele, ainda mais depois deste tempo tão difícil e tão conturbado” Padre Haroldo Evaristo Alves, Administrador da Área Pastoral São João Paulo II, na Região Belém


14 | Reportagem | 20 a 26 de abril de 2022 |

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MISSA DA CEIA DO SENHOR

‘A celebração da Eucaristia é para nós, cristãos, o memorial da Páscoa de Cristo’ DANIEL GOMES E FERNANDO GERONAZZO

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O Tríduo Pascal, na Catedral da Sé, foi iniciado na noite da Quinta-feira Santa, 14, quando o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu a Missa da Ceia do Senhor, em que se recorda a instituição da Eucaristia. Na homilia, o Arcebispo Metropolitano afirmou que, assim como os demais judeus, Jesus celebrava a ceia pascal judaica, para festejar a grande ação misericordiosa de Deus que levou à libertação do povo escravizado no Egito, mas deu a ela um novo significado. “Quando tomou o pão, como era costume na ceia pascal judaica, Jesus o partiu, foi entregando aos que estavam com Ele à mesa e disse: ‘Este é o meu corpo, entregue por vocês’. Essa entrega significa a morte, a morte de cruz, em que Ele se entrega para a libertação, salvação do povo”, disse o Arcebispo, lembrando que o Senhor fez o mesmo com o vinho, sinal de seu sangue que seria derramado por todos, “o sangue da nova e eterna aliança”. “Jesus diz, ‘façam isto em minha me-

mória’, e é o que fazemos quando celebramos a Eucaristia. Portanto, a celebração da Eucaristia é para nós, cristãos, o memorial da Páscoa de Cristo, da passagem de Jesus deste mundo para o Pai, ou seja, de sua Morte e Ressurreição para a glória de Deus”, explicou Dom Odilo.

EUCARISTIA E CARIDADE

Dom Odilo recordou, ainda, que ao fim da Santa Ceia, Jesus, como sinal daquele que se coloca a serviço do próximo, lavou os pés dos apóstolos. “Lavar os pés era um gesto simbólico nesse momento. Significava a atitude de colocar-se a serviço uns dos outros, atitude de verdadeira fraternidade, solicitude, cuidado uns dos outros, de ninguém pretender estar acima dos demais, mas de todos estarem uns pelos outros, como irmãos”, disse Dom Odilo, ressaltando que “celebrar a Eucaristia e viver a caridade são duas coisas inseparáveis”, enfatizou.

educadora Andreia Alves, coordenadora do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto. À reportagem, ela afirmou que trazia consigo “os educadores que, com a fé que possuem, nos espaços que ocupam, alimentam a esperança de uma vida melhor para os meninos e meninas”. Também teve um dos pés lavado o médico Jamal Suleiman, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, que esteve na linha de frente de combate à COVID-19. “Nunca imaginei participar da cerimônia dessa forma”, disse, emocio-

nado, afirmando que se sentiu representando “algo transformador em um momento tão difícil da humanidade”. “‘Eu vos dei o exemplo, para que façam a mesma coisa’, disse Jesus. Pois bem: nós queremos valorizar, lembrar, tudo isso que foi feito neste tempo de pandemia para socorrer as pessoas”, comentou Dom Odilo. Ao final da celebração, houve a transladação das hóstias consagradas para a Capela do Santíssimo, onde ocorreram a vigília e a adoração ao Santíssimo. Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

‘EU VOS DEI O EXEMPLO’

Após a homilia, o Arcebispo realizou o rito do lava-pés (foto ao lado). Tiveram os pés lavados 12 pessoas, entre as quais a

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO ‘Ele nos amou até o fim e aceitou todo o desprezo’ de Deus, que veio ao mundo por nosso amor e que entregou a vida por amor a todos nós, para que tenhamos misericórdia, perdão, reconciliação e esperança de vida por meio dele”, disse Dom Odilo na homilia.

A CONDENAÇÃO E AS FAKE NEWS

Em pé e em profundo silêncio, a assembleia de fiéis, formada por muitas famílias, acompanhou a procissão que se dirigiu ao presbitério da Catedral da Sé. Eram 15h e o Cardeal Scherer se prostrou diante do altar. Minutos depois, o silêncio foi rompido com a reza da oração inicial da ação litúrgica da Paixão do Senhor, na Sexta-feira Santa, 15. “Hoje não celebramos uma data, celebramos um acontecimento. Recordamos a pessoa de Jesus e o acontecimento de sua Paixão e Morte. Trata-se do Filho

E por que Jesus, que só fez o bem, foi morto? A primeira motivação, conforme explicou o Arcebispo, foi de natureza religiosa, pois Cristo se apresentou como verdadeiro intérprete da vontade de Deus, diferentemente daqueles que manipulavam a religião em favor próprio. No entanto, apenas isso não seria o suficiente para condená-lo, e, assim, as autoridades passaram a acusá-lo de transgressor das leis, alguém perigoso para a nação, entre outras inverdades e mentiras, algo que se assemelha ao que hoje se conhece como fake news.

ORAÇÃO UNIVERSAL

Após a homilia, foi rezada a Oração Universal, com invocações pela Santa Igreja, o Papa, todas as ordens e categorias de fiéis, os catecúmenos, os que creem no Cristo, os judeus, os que não creem no Cristo, os que não reconhecem a Deus, os governantes, os que se empenharam no auxílio ao próximo na pandemia e por todos os que sofrem provações.

‘EIS O LENHO DA CRUZ’

Na sequência, houve a entrada da cruz, ainda encoberta com um pano ver-

melho. No presbitério, ao declamar “Eis o lenho da cruz”, o Arcebispo lentamente a desnudou. O rito do beijo na cruz não foi realizado, a fim de evitar o risco de contágio pelo coronavírus, mas o Cardeal conduziu a cruz pelo corredor central, um momento de perceptível emoção para os fiéis. Na ação litúrgica, foi realizada também a coleta para a manutenção das ações da Igreja nos lugares santos. Posteriormente, estendeu-se sob o altar a toalha e o corporal, rezou-se a oração do Pai-nosso e teve sequência o rito da Comunhão.

NÃO É UM FATO PASSADO

Ainda na homilia, o Cardeal Scherer enfatizou que a celebração da Paixão de Cristo não é a memória de um fato passado, mas de algo atualizado pela vida das pessoas que sofrem o mesmo que Cristo sofreu. “Pela Paixão e Morte de cruz, Ele nos amou até o fim e aceitou todo o desprezo do mundo”, comentou.

Após a ação litúrgica da Paixão do Senhor, na Catedral da Sé, aconteceu a procissão pelas ruas do centro da capital paulista, recordando o sepultamento de Jesus, concluída com o tradicional sermão das sete palavras de Cristo na cruz, que, este ano, foi elaborado pelo Irmão Israel José Nery, teólogo e especialista em Catequese.


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PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

Cristo está vivo e presente no meio de nós Luciney Martins/O SÃO PAULO

DANIEL GOMES E FERNANDO GERONAZZO

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“Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos”, diz o refrão do Salmo responsorial (Sl 117), proclamado na Missa do Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, no dia 17, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, na Catedral da Sé. Considerada a data mais importante do calendário litúrgico católico, o Domingo de Páscoa celebra a vitória da vida sobre a morte e o testemunho dos apóstolos de que o túmulo está vazio, pois o “Senhor verdadeiramente ressuscitou” (Jo, 20,1-9). “Este é o dia em que a Glória de Deus se manifesta em Jesus, nosso Salvador. Ele que foi condenado à morte inocentemente, foi sepultado e ressuscitado por Deus”, afirmou na homilia o Arcebispo Metropolitano, explicando que ressuscitado significa “levantado do pó da morte”, e novamente apresentado vivo como manifestação da vitória da vida sobre o mal que leva à morte. “A Ressurreição de Jesus não foi para voltar para esta vida. Seu corpo não é mais deste mundo, sujeito às necessidades, exigências e limitações deste mundo, mas é glorificado por sua divindade. A Ressurreição de Jesus é para a vida eterna. Ele vive entre nós, agora transfigurado”, sublinhou o Purpurado. “Hoje, queremos renovar nossa fé em Jesus ressuscitado e também naquilo que Deus preparou para nós. Ele está vivo e presente no meio de nós, como prometeu: ‘Estarei convosco todos os dias’… Quando Cristo aparecer em sua glória, ele também nos envolverá com sua glória no dia do Senhor”, reforçou o Arcebispo.

VIGÍLIA PASCAL

Na noite anterior, Dom Odilo presidiu a solene Vigília Pascal, iniciada na Praça da Sé com a bênção do fogo novo, com o qual foi aceso o Círio Pascal, de onde vinha a única luz que reluzia quando os fiéis, em procissão, entravam na Catedral da Sé. Pouco a pouco, as velas que traziam em suas mãos foram acesas a partir da chama do Círio. “Luz de Cristo, demos graças a Deus!”, disse o Arcebispo. Do ambão da Palavra, o Padre Luiz Eduardo Baronto, Cura da Catedral da Sé, entoou o tradicional hino do Precônio

Fiéis lotam a Catedral da Sé na missa do Domingo de Páscoa, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer

Pascal, a proclamação solene da Páscoa. Na sequência, sete leituras do Antigo Testamento foram proclamadas, iniciando-se pela narrativa da Criação no livro do Gênesis; o testemunho de fidelidade de Abraão a Deus; a libertação do povo hebreu da escravidão do Egito, relatada no livro do Êxodo; e os anúncios dos profetas Isaías, Baruc e Ezequiel, aconselhando o povo a se voltar para Deus, Aquele que sacia toda a fome e toda a sede, e que é a fonte da sabedoria. Entre uma leitura e outra, foram cantados salmos, rezadas orações e o Cardeal Scherer proferiu breves comentários sobre os textos, destacando que a salvação anunciada nas leituras do Antigo Testamento se realiza em plenitude quando Deus envia o seu Filho.

RESSUSCITOU

Após as leituras do Antigo Testamento, o hino de louvor, cantado por todos, ecoou pela Catedral da Sé, enquanto as velas do altar eram acesas. Na sequência, houve a proclamação da leitura da Carta de São Paulo aos Romanos (Rm 6,3-11),

na qual o apóstolo indica que todos os batizados em Cristo estão mortos para o pecado, e, assim, devem ter vida nova. O “Aleluia” foi, então, entoado, antes da proclamação do Evangelho de Lucas (Lc 24,1-12), com o aguardado relato da Ressurreição. “Em Jesus, se realizou a misericórdia de Deus para toda a humanidade. Pela sua Paixão e Morte na cruz, Deus abriu largamente para todos as portas da misericórdia e todo o que quiser pode recebê-la”, afirmou Dom Odilo. “Jesus trouxe para nós essa vida nova que recebemos pelo Batismo”, complementou.

VIDA NOVA EM CRISTO

A liturgia batismal teve início após a Ladainha de Todos os Santos, com a bênção da água, na qual foi mergulhado o Círio Pascal, em sinal do próprio Cristo que santifica as águas por seu Batismo. Depois, os fiéis voltaram a acender suas velas a partir da chama do Círio para a renovação das promessas batismais. Desde a Igreja primitiva, é tradição que na noite da Páscoa aconteçam batizados. Na Catedral da Sé, 20 acolhidos pela Mis-

são Belém e um de seus voluntários receberam os sacramentos da iniciação cristã – Batismo, primeira Eucaristia e a Crisma. Mayara Santos da Silva foi uma dessas pessoas. Abandonada por sua mãe na infância, foi criada por parentes em Minas Gerais, mas acabou se entregando às drogas, vício que só superou a partir do itinerário de restauração de vida proposto pela Missão Belém. Em uma das casas da comunidade, ela reencontrou a mãe, já debilitada pela doença de Alzheimer. “Hoje, faço curso de cuidadora de idosos e ajudo a cuidar da minha mãe. A Missão Belém devolveu a minha dignidade, a minha família e me apresentou Jesus Cristo”, afirmou à reportagem. Já Lucas de Sousa Santana, 21, analista de sistemas, afirmou que tinha dificuldade para acreditar em Deus. Quando começou a prestar serviços voluntários em sua área profissional em uma das casas da Missão Belém, ele se impressionou com a maneira pela qual os missionários se dedicavam aos mais frágeis. “Eu senti o desejo de conhecer esse Deus pelo qual os missionários doavam suas vidas pelo próximo. Aos poucos, fui abrindo meu coração para Deus e, hoje, estou aqui, para receber a graça do Batismo”, relatou. Aos que receberam os sacramentos, Dom Odilo lembrou que, uma vez batizados, agora são membros da Igreja Católica; e que, crismados, receberam o Espírito Santo para dar testemunho da força da salvação do Senhor. A liturgia batismal foi concluída com a aspersão da água sobre a assembleia de fiéis e seguiram-se os ritos da missa.

OITAVA DA PÁSCOA

Na conclusão da Missa do Domingo de Páscoa, Dom Odilo recordou que o dia de Páscoa se estende por toda esta semana, na chamada Oitava da Páscoa. Por isso, ele recomendou que as pessoas continuem a transmitir a saudação pascal àqueles que encontrarem nos próximos dias. Por fim, entoou com os fiéis a oração Regina Coeli (Rainha do Céu), que substitui a oração mariana do Angelus durante o tempo pascal. A celebração dominical contou com a participação da Orquestra Filarmônica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e da São Paulo Schola Cantorum.


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Luciney Martins/O SÃO PAULO

cados a qualquer momento se for necessário. Todos os dias nos comunicamos. Tenho a esperança de que, em breve, nos reencontraremos todos”, completou.

ACOLHIDA E ESPERANÇA

Nataliya, refugiada ucraniana, chegou ao Brasil em março, após o ataque russo em seu país, e tem participado do Coro da Catedral da Sé

‘O que eu mais quero é paz no mundo e, sobretudo, paz na Ucrânia’ AFIRMOU A CANTORA UCRANIANA NATALIYA, INTEGRANTE DO CORO DA CATEDRAL DE KIEV, QUE VEIO AO BRASIL COMO REFUGIADA DA GUERRA E, ATUALMENTE, INTEGRA O CORO DA CATEDRAL METROPOLITANA DE SÃO PAULO

ROSEANE WELTER

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Há quase dois meses, o mundo acompanha as notícias sobre a invasão da Rússia à Ucrânia – uma guerra que vem causando uma série de destruições, mortes e, sobretudo, uma avalanche de refugiados. Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), aproximadamente 5 milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia, e esse número continua aumentando com os constantes ataques russos às cidades ucranianas. Essa já é considerada uma das maiores migrações forçadas da história. A cantora ucraniana Nataliya, que prefere não ter seu sobrenome identificado, faz parte desse crescen-

te número de deslocamentos forçados. Ela chegou ao Brasil no início de março em busca de segurança e na esperança de prosseguir fazendo o que mais ama: cantar.

DEIXAR TUDO

Nataliya é natural de Zaporizhzhya, na Ucrânia, e há dez anos se mudou para a capital daquele país, Kiev. Lá, atuou profissionalmente como treinadora esportiva e solista no coro da Catedral de Santa Sofia. Em entrevista ao O SÃO PAULO, Nataliya contou que, antes mesmo do início dos ataques, milhares de ucranianos começaram a deixar o país ou pelo menos garantir os suprimentos necessários para se abrigar em algum lugar mais seguro. “É triste ver tudo à sua volta destruído, o barulho das explosões dos mísseis, das sirenes tocando para a população se proteger, são inesquecíveis e dolorosos”, afirmou, mostrando-se ainda impactada pelo que viu e ouviu em sua pátria. Em meio ao cenário de bombardeios e a saída em massa da população, a jovem decidiu deixar tudo em Kiev, em busca de segurança e proteção. “As vias de acesso – ônibus, trens e rotas de fuga – ficaram intransitáveis”, disse. “Não pensei para qual país ou lugar fugir, somente queria sair da zona de conflito em busca de segurança.” A Polônia é um dos principais polos de acolhida dos ucranianos neste momento de guerra. “Consegui pegar um trem de evacuação superlotado

com destino a Varsóvia, na Polônia. Foi uma viagem embalada pelo desespero, pela tristeza, pela fome e pela sede”, explicou, afirmando que permaneceu em solo polonês por duas semanas. “A generosidade e solidariedade dos poloneses é impressionante. Nos dias que passei lá, os voluntários garantiram hospedagem, alimentação, água, itens de higiene e, o mais importante, a acolhida e a fraternidade humana”, disse, destacando que os brasileiros, também, são um povo hospitaleiro e alegre.

VINDA AO BRASIL

Da Polônia, a convite de amigos brasileiros que a música lhe apresentou, decidiu partir para o Brasil, aqui chegando no início de março. “Tudo é novo – o idioma, a cultura, a comida. Estou estudando português”, contou feliz, ressaltando que há poucos dias conseguiu o visto de residência humanitária para a permanência no Brasil. Uma portaria conjunta entre o Ministério da Justiça e o Ministério das Relações Exteriores, publicada em 3 de março e que vigorará até 31 de agosto, favorece o visto temporário para acolhida humanitária com prazo de validade de 180 dias e pode ser solicitado antes de o migrante de guerra chegar ao Brasil. Para isso, basta que ele entre em contato com uma embaixada brasileira no exterior. Nataliya contou que seu pai e seus irmãos ainda permanecem na Ucrânia. Homens ucranianos de 18 a 60 anos foram obrigados a ficar no país e ajudar na resistência. “Eles não estão lutando na linha de frente, mas podem ser convo-

Em solo brasileiro, Nataliya participou no dia 25 de março, na Catedral da Sé, do ato de consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, pedido do Papa Francisco, para o mundo se unir em oração pela paz. Na ocasião, o coral São Paulo Schola Cantorum apresentou duas peças da Liturgia Bizantina em ucraniano. Nataliya participou do ato religioso juntamente com representantes diplomáticos do Consulado Ucraniano no Brasil e se sentiu acolhida e representada na celebração com esse gesto. “Foi um momento de emoção e fé. Senti que somos irmãos, independentemente da nacionalidade”, enfatizou. A solista mencionou a felicidade com o convite em participar do coral nas celebrações da Semana Santa e do Tríduo Pascal na Sé. “No Domingo de Ramos, o Cardeal Scherer, em gesto de acolhida, entregou-me um pequeno círio pascal, como sinal de esperança da ressurreição e da paz para o meu povo. Foi emocionante”, afirmou. Delphim Rezende Porto, maestro do São Paulo Schola Cantorum, falou sobre a presença da Nataliya como membro do coral. “A música nos une. Acolher é nossa missão como cristãos. Que alegria poder acolher e aprender com as novas culturas”, disse, recordando sua experiência como estrangeira no período do doutorado nos Estados Unidos e a passagem bíblica (Mt 25,36-46), em que Jesus se fez estrangeiro.

TRAJETÓRIA NA MÚSICA

Quando perguntada sobre a paixão pela música, Nataliya contou que essa vem da influência musical familiar. “Minha bisavó e avó cantavam no coro da igreja. Meu avô tocava piano, meu pai tocava guitarra e piano e, ainda, na infância despertei para a música e pelo som dos instrumentos”, disse. Em 2013, começou a cantar como solista na Catedral de Santa Sofia, em Kiev. “No coral ucraniano, fazia a voz contralto e soprano. Cantar me aproxima de Deus”, disse, afirmando que gosta de cantar músicas clássicas e eruditas e revelou que no Brasil se encantou com a Música Popular Brasileira e com a música sertaneja.

PLANOS FUTUROS

A cantora revelou à reportagem que nunca imaginou ter que deixar seu país por causa de uma guerra, mas que busca reunir forças para prosseguir com fé e coragem, mesmo distante de sua família. “Amo a Ucrânia, meu país, com todas as carências e valores. Que povo batalhador e corajoso”, frisou. Seu maior sonho, interrompido pela guerra, é continuar estudando Música. “Quero, muito em breve, no Brasil ou já de volta ao meu país, estudar canto e aprimorar o piano”, continuou, afirmando que deseja cantar profissionalmente e constituir uma família. “Neste momento, o que eu mais quero é paz no mundo e, sobretudo, paz na Ucrânia”, finalizou.


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Israel

Domingo de Páscoa é marcado por conflitos em Jerusalém JOSÉ FERREIRA FILHO

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Após um Domingo de Ramos de relativa tranquilidade na semana anterior, o Domingo de Páscoa, 17, foi de apreensão em Jerusalém, cidade sagrada para muçulmanos, judeus e cristãos, justamente num ano de rara coincidência religiosa que não acontecia desde 1991. O fim de semana marcou não somente a Páscoa cristã, mas o começo da Páscoa judaica, o Pessach, que dura uma semana, e o Ramadã, o mês sagrado muçulmano de jejum, que começou em 1° de abril. Durante as orações ocorreram confrontos entre manifestantes palestinos e policiais israelenses no local mais sensível da região: a Esplanada das Mesquitas – também conhecida como Monte do Templo –, na Cidade Velha de Jerusalém. A esplanada

é onde fica a Mesquita de Al-Aqsa, terceiro local mais sagrado para o Islã (depois de Meca e Medina). Ela é adjacente ao Muro das Lamentações, considerado o local mais sagrado para o Judaísmo.

ATRITOS

Policiais israelenses impediram por algumas horas o acesso de fiéis muçulmanos palestinos à Esplanada das Mesquitas para evitar atrito com judeus que a visitavam por ocasião da Páscoa judaica, o Pessach. Embora os judeus tenham permissão para visitar o local em determinados momentos, são proibidos de rezar lá. A ação irritou grupos de jovens palestinos, que lançaram objetos contra as forças de segurança. Alguns deles apedrejaram ônibus com civis judeus que estavam indo em direção ao Muro das Lamentações e atacaram com socos ju-

deus ultraortodoxos que andavam em ruelas da Cidade Velha. A polícia usou cassetetes, granadas de efeito moral e balas de borracha contra os manifestantes. Cerca de 20 palestinos foram presos e mais de 170 pessoas ficaram feridas.

VIOLÊNCIA

Na segunda-feira, 18, a escalada de violência aumentou, e do enclave palestino ao sul de Israel, controlado pelo grupo islâmico Hamas, foi disparado um foguete contra o território israelense, interceptado logo depois pelo sistema de defesa antiaérea do país. Em retaliação, a força aérea israelense disse ter atingido uma fábrica de armas do Hamas em seguida, ataque que não ocasionou vítimas, segundo testemunhas e fontes de segurança em Gaza.

www.osaopaulo.org.br Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

Papa tem encontro com 60 mil adolescentes no Vaticano https://cutt.ly/hF3nLPK Abertas as inscrições para os cursos da Pastoral da Saúde arquidiocesana https://cutt.ly/lF3n9IR Dom Odilo: ‘Aquilo que Deus já realizou em Jesus também realizará em nós’ https://cutt.ly/OF3melm Em Aparecida (SP), primeira Basílica do Brasil completa 40 anos de tombamento histórico https://cutt.ly/MF3mfvK Governo Federal anuncia fim da emergência sanitária por COVID-19 https://cutt.ly/FF3mFSV

Fontes: RFI Brasil e UCA News

Etiópia/Quênia/Somália

Autoridades afirmam que seca em países da África Oriental deve trazer fome à população Cientistas e especialistas em climatologia descrevem que a seca que atinge a região da África Oriental é a pior dos últimos 40 anos. Em abril, as agências estimavam que quase 16 milhões de pessoas na Etiópia, Quênia e Somália precisavam urgentemente de assistência alimentar devido à seca, e sofriam de fome, grave escassez de alimentos e dificuldades extremas. “A situação é muito ruim”, disse Dom Peter Kihara Kariuki, Bispo de Marsabit, no Quênia. “Nos últimos três anos, não choveu como esperado e as pessoas estão dependendo da ajuda humanitária que chega”, acrescentou. Marsabit é uma das regiões do Quênia que enfrentam uma seca severa. Para esta região e outras, cientistas estão associando a alteração nos padrões de chuva às mudanças climáticas. Até recentemente, a época da Páscoa era um período úmido devido às longas chuvas de março a maio, mas isso mudou. Na região, as pessoas são pastores e se deslocam de um lugar para outro, com seu gado, em busca de água e pastagem. Sem chuvas e pastagens, a maior parte do gado morreu, extinguindo os meios de subsistência das pessoas. Um conflito interétnico entre as comunida-

FAO/Luís Tato

des deixou centenas de pessoas desabrigadas e exacerbou a situação, segundo o bispo. “As pessoas estão realmente precisando de comida, água e qualquer outra coisa. É como se estivessem sendo atacados de todos os lados. [...] A situação é muito precária”, afirmou ele, acrescentando que é difícil dizer exata-

mente o que precisa ser feito para resolver o problema. “Por enquanto, apoiar as pessoas com alimentos de emergência os ajudará a sobreviver. As outras coisas são soluções de longo prazo.” Nos oito países que integram o bloco da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (AID) — Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quênia, Somália,

Sudão, Sudão do Sul e Uganda —, 29 milhões de pessoas enfrentam altos níveis de insegurança alimentar, de acordo com o Grupo de Trabalho de Segurança Alimentar e Nutrição, uma plataforma regional presidida pela AID e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). (JFF) Fonte: CNS - Catholic News Service


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Hábitos individuais e coletivos são fundamentais para conter a dengue Reprodução

SÃO PAULO É O ESTADO COM MAIOR NÚMERO DE ÓBITOS PELA DOENÇA NESTE ANO, COM 29 DAS 79 MORTES JÁ CONFIRMADAS EM TODO O PAÍS IRA ROMÃO

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Desde o começo do ano, já foram confirmados no Brasil 323,9 mil casos de dengue e 79 óbitos pela doença. Em comparação ao mesmo período de 2021, o número de casos subiu 85,6%, conforme mostra o boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, divulgado no dia 11. Dos 79 óbitos pela doença já confirmados, 29 aconteceram no estado de São Paulo. Outras 150 mortes estão sendo investigadas em todo o Brasil. Consta ainda no boletim epidemiológico o aumento de 14,7% em casos de chikungunya e alta de 31,8% nos de zika vírus, doenças também transmitidas pelo Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.

SITUAÇÃO MUNICIPAL

Na capital paulista, até o dia 5 de abril, foram registrados 1.439 casos de dengue, 400 a mais em comparação ao mesmo período do ano passado. O município contabiliza ainda 35 casos de chikungunya. Até o momento, nenhum óbito foi registrado relacionado a essas arboviroses, como são classificadas as doenças transmitidas por hospedeiros. “De uma forma geral, a dengue, assim como qualquer outra arbovirose, tem a sua sazonalidade. O número de casos aumenta substancialmente no período de primavera e verão, e a tendência é que haja um declínio com o início do outono. Portanto, entraremos no provável período de declínio no número de casos”, disse, ao O SÃO PAULO, Gladyston Carlos Vasconcelos Costa, biólogo e analista em saúde da Divisão de Vigilância de Zoonoses da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de São Paulo. O biólogo assegura que o crescimento de casos registrados na capital neste início de ano está dentro de uma margem confortável. “Está dentro da nossa capacidade operacional. É uma quantidade que conseguimos conter com as ações de bloqueio, como a aplicação de nebulização nos bairros e nas casas para evitar o espalhamento dos casos”, afirma. “Não estamos contando com uma explosão no número de casos. Pelos números que temos, não vai suplantar o que houve em 2021.” Costa enfatiza que só é possível man-

EVITE CRIADOUROS DO AEDES AEGYPTI 1) Coloque areia nos vasos de plantas ou limpe toda semana; 2) Mantenha a caixa-d’água sempre fechada e realize limpezas periódicas; 3) Verifique sempre se as calhas e os ralos da área externa de sua casa não estão entupidos; 4) Atenção com bromélia, babosa e outras plantas que podem acumular água; 5) Mantenha lixeiras bem tampadas; 6) Guarde de cabeça para baixo garrafas, baldes, latas vazias e qualquer outro objeto que possa acumular água; 7) Lave com escova e sabão as vasilhas de água e comida dos animais, uma vez por semana; 8) Retire a água da bandeja externa da geladeira, pelo menos uma vez por semana. Lave a bandeja com sabão; 9) Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa; 10) Deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d’água. Fontes: Ministério da Saúde e Agência Nacional de Saúde.

ter as notificações sob controle porque ao longo de todo o ano são realizados trabalhos preventivos de combate aos criadouros do mosquito transmissor. “Temos 28 Unidades de Vigilância em Saúde (UVIS) distribuídas ao longo do território de São Paulo com contingente de 2,5 mil profissionais que vão a campo rotineiramente desenvolver ações de prevenção”, diz.

DE PORTA A PORTA

Entre as ações, ele lista o trabalho casa a casa em que as equipes da Vigilância passam nos imóveis, orientando os moradores sobre locais e recipientes que podem acumular água, como pratos de plantas, calhas entupidas e garrafas, além de aplicar produtos para matar as larvas do mosquito. Ele cita também que estabelecimentos como ferros-velhos e borracharias, que são locais com potencial para a proliferação desses mosquitos, são alvos estratégicos de ação para aplicação frequente

de inseticida para eliminar criadouros. “Controlando a quantidade de mosquito, sendo ele o transmissor da doença, a quantidade de pessoas doentes tende a diminuir”, diz. Costa frisa que, quando há a identificação do aumento de número de casos, a preocupação passa a ser evitar que a doença se espalhe. “Um único mosquito infectado com o vírus da dengue é capaz de transmiti-lo para até 30 pessoas no mesmo quarteirão”, alerta Costa. “Para evitar isso, temos como estratégia o bloqueio por nebulização, que são os veículos que passam com equipamentos pesados de aplicação espacial de inseticida, que a população conhece como fumacê.”

SEMPRE ALERTA

O biólogo alerta que 90% dos locais onde os mosquitos procriam são calhas entupidas e garrafas, criadouros que estão dentro das casas. Por isso, ele aponta como fundamental o trabalho de cons-

cientização da população para que sejam eliminados os criadouros do mosquito, evitando assim uma explosão de casos. Costa recorda que, durante a pandemia, as pessoas estavam mais tempo em casa e mais atentas aos hábitos de higiene. O que pode ter mudado, mas não significa que seja o fator determinante para o atual aumento de casos. “Podemos comentar vários motivos, inclusive esse de que as pessoas estão saindo mais e nesse momento estão com uma atenção um pouco menor em relação aos criadouros. Mas ficamos no campo das hipóteses, porque precisaríamos ter indicadores para saber se isso, de fato, acontece”, explica. Outro alerta feito por Costa é de que a atenção em relação aos pontos de acúmulo de água deve ser sempre redobrada. “Às vezes, a pessoa olha muito onde o olhar dela alcança. Ela elimina o vasinho de planta, aquela garrafa que está no fundo do quintal, porém pode haver criadouros que ela acaba não observando. Temos visto muitas calhas no telhado entupidas com folhas, acumulando água e cheio de larvas, por exemplo.” Costa lembra que, mesmo limpa, a água parada oferece perigo. “O mosquito Aedes aegypti tem preferência por água limpa e por recipientes artificiais. Se a água está parada em um recipiente no quintal, é ali que o mosquito vai se proliferar. Quem gosta de água suja, barrenta, é o pernilongo. Mas independentemente de ser limpa ou suja, a água parada deve ser eliminada.”

EM COMUNIDADE

Trabalhar de modo coletivo também é uma maneira eficiente de evitar a proliferação da dengue. É com esse foco que a Associação de Moradores do Alto da Vila Brasilândia (AMAVB), na zona Noroeste da cidade, disponibiliza informações e orientações para prevenir criadouros do mosquito da dengue. “No dia a dia, convidamos agentes de saúde para orientação sobre a dengue em assembleias”, conta Cláudio Rodrigues Melo, 49, fundador e coordenador de gestão e projetos da AMAVB. Melo afirma que o número de casos cresceu na região. “Acredito que desta vez foi menos agressivo que em anos anteriores. Acompanhamos os trabalhos de algumas UBS [Unidades Básicas de Saúde] e notamos a preocupação em aumentar as orientações aos moradores. Infelizmente, na Brasilândia o impacto sempre é muito maior devido à falta de estrutura e a carência da região.” Ele comenta que, embora a Prefeitura tenha as ações preventivas, “a geografia local não ajuda muito, tornando ações esporádicas ineficazes ou com pouca eficiência”. O link para acessar o canal de atendimento da Prefeitura para solicitações sobre mosquitos é: https://cutt.ly/nF32QiY.


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| 20 a 26 de abril de 2022 | Geral/Fé e Vida | 19

Oitava da Páscoa: um dia não é suficiente para celebrar a Ressurreição do Senhor FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Para os católicos, o dia solene da Páscoa não se limita às 24 horas de um dia comum, mas se estende durante oito dias, que, liturgicamente, são considerados um único dia de celebração do acontecimento máximo do Cristianismo. Essa é a chamada Oitava da Páscoa. Nesse período, proclama-se com júbilo: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos” (Sl 118,24). Por essa razão, é comum que os cristãos saúdem as pessoas com os votos de “Feliz Páscoa”. Em muitas comunidades, ainda existe o costume de transmitir a saudação pascal de origem grega, na qual uma pessoa aclama: “Cristo ressuscitou! Aleluia!”, e a outra responde: “Verdadeiramente ressuscitou! Aleluia!”. Após esse longo dia solene, a Igreja ainda continua a comemorar a Ressurreição do Senhor no Tempo Pascal. Ao todo, são sete semanas que recordam a permanência do Ressuscitado com os apóstolos, aos quais transmitiu seus últimos ensinamentos. Nesse período, após 40 dias, Jesus subiu aos céus, na Ascensão gloriosa e, ao final dos 49 dias, enviou o Espírito Santo, em Pentecostes. Depois disso, retoma-se o Tempo Comum no calendário litúrgico.

LEITURAS E SÍMBOLOS

Os Evangelhos dessa semana estão centrados nos relatos das aparições de Jesus Ressuscitado e nas experiências que os apóstolos tiveram com Ele. Nesse período, assim como em todo o Tempo Pascal, a primeira leitura, normalmente tirada do Antigo Testamento, é substituída por um trecho dos Atos dos Apóstolos, que narra a experiência da Igreja nascente após a Ressurreição. O Círio Pascal, a grande vela que simboliza o Ressuscitado, aceso na Vigília Pascal, também é aceso nas celebrações da Oitava da Páscoa e do Tempo Pascal, sendo apagado apenas ao fim da Solenidade de Pentecostes. A segunda-feira da Oitava da Páscoa, isto é, o primeiro dia após a Ressurreição, é também conhecida como a “Segunda-feira do Anjo”, em alusão ao Anjo que, no sepulcro vazio, anunciou às mulheres que Jesus havia ressuscitado.

ORIGEM

As celebrações das Oitavas têm sua origem na tradição judaica do Antigo Testamento, em que as festas e solenidades eram comemoradas por uma semana, como era o caso da Festa das

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Tendas (cf. Lv 23,33-44) ou a Festa da Dedicação (cf. 2Cr 7,9 e 1Mc 4,59). Um primeiro significado do adjetivo latino octavus ou octava se refere ao domingo, que, nos tempos da Patrística, isto é, dos primeiros grandes teólogos da Igreja, era chamado de “dia primeiro” ou “dia oitavo”. Desse modo, “oitava” pode indicar tanto o oitavo dia depois da festa quanto toda a semana. Na tradição católica, costumavam ser celebradas as Oitavas das grandes solenidades. Páscoa e Pentecostes tinham Oitavas de “privilégio especial”, durante as quais não poderiam ser celebradas nenhuma outra festa. Natal, Epifania e Corpus Christi tinham oitavas “privilegiadas”, durante as quais eram permitidas as celebrações de festas de grande importância. Também existiam as Oitavas comuns, de solenidades, como as da Imaculada Conceição, São José e Todos os Santos. As mais antigas eram as festas de São Pedro e São Paulo, São Lourenço e Santa Inês. Eram comemoradas, ainda, as Oitavas das dedicações das igrejas e santos padroeiros de nações ou dioceses.

REFORMAS LITÚRGICAS

Em 1955, o Papa Pio XII simplificou o calendário litúrgico, mantendo apenas as Oitavas do Natal, Páscoa e Pentecostes. Em 1969, com a reforma decorrente do Concílio Vaticano II, foi retirada do calendário oficial a oitava de Pentecostes. Portanto, atualmente, existe a oitava da Páscoa, a mais antiga, datada do século IV; e a do Natal, entre os dias 25 de dezembro e 1º de janeiro.

DOMINGO DA MISERICÓRDIA

A Oitava da Páscoa é concluída no 2º Domingo da Páscoa, também conhecido como In albis (que, em latim, quer dizer “em branco”), pois, segundo a tradição da Igreja nos primeiros séculos, era nesse dia que aqueles que recebiam o Batismo na Vigília Pascal tiravam as vestes brancas recebidas na ocasião. Desde o ano 2000, o 2º Domingo da Páscoa é também chamado de Domingo da Divina Misericórdia, após uma disposição de São João Paulo II, na missa de canonização de Santa Faustina Kowalska, a religiosa polonesa que propagou essa devoção. Ao instituir essa comemoração, o Papa Wojtyla atendia a um pedido do próprio Jesus, que, em 1931, manifestou a Santa Faustina, por meio de uma revelação mística particular, o desejo de que no primeiro domingo depois da Páscoa fosse celebrada a festa dedicada à Divina Misericórdia.

REGINA COELI

Durante todo o Tempo Pascal, os católicos entoam a antífona mariana do Regina Caeli ou Regina Coeli (Rainha do Céu), que remonta, provavelmente, ao período entre os séculos X e XI e associa o mistério da encarnação do Senhor com o evento pascal. Nesse período, essa oração substitui o tradicional Angelus, que costuma ser recitado ao meio-dia e às 18h. Leia, a seguir, essa oração: Rainha do Céu, alegrai-vos. Aleluia! Porque Aquele que merecestes trazer em vosso seio. Aleluia! Ressuscitou como disse. Aleluia! Rogai por nós a Deus. Aleluia! Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria. Aleluia! Porque o Senhor ressuscitou, verdadeiramente. Aleluia!

Liturgia e Vida DOMINGO NA OITAVA DA PÁSCOA 24 DE ABRIL DE 2022

‘Por Suas feridas fomos curados’ (1Pd 2,24) PADRE JOÃO BECHARA VENTURA A Ressurreição do Senhor é uma festa tão grande que a Igreja a comemora durante uma semana, a chamada Oitava da Páscoa. Esses dias constituem uma só solenidade; as missas têm o hino “Glória” e se pode cantar a Sequência Pascal. O Domingo da Ressurreição se estende por toda a semana para, depois, irradiar-se pelos demais domingos do ano, nos quais comemoramos a Ressurreição. O Domingo na Oitava é também chamado Domingo da Misericórdia, pois nele contemplamos o momento em que o Senhor concedeu aos apóstolos o poder de perdoar os pecados. Ao aparecer-lhes, Jesus ressuscitado não os repreendeu. Não lhes lançou em face a incredulidade e a fraqueza demonstradas durante a Paixão… Em vez disso, disse-lhes simplesmente: “A paz esteja convosco” (Jo 20,19). Em seguida, mostrou-lhes as chagas das mãos e do lado perfurado. Com esse gesto, o Senhor queria lhes dizer: “Sou Eu, o Crucificado, não duvidem!”. Além disso, mostrava-lhes que aquelas santas chagas que, no Calvário, trouxeram-nos a salvação, continuam abertas para nós. Já não lhes causam dor, mas, agora visíveis e gloriosas, permanecem sempre. Era como se Jesus lhes dissesse: “Eu vivo eternamente e, no meu Corpo imolado e ressuscitado, a redenção continuará”. Por isso, em seguida, Ele soprou sobre os apóstolos e lhes disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos” (Jo 20,22s). Desse modo, Cristo instituiu o sacramento da Confissão. Conferiu aos apóstolos e a seus sucessores o poder de, em seu Nome, perdoar os pecados dos homens. A humanidade não ficou órfã: poderá, até o final dos tempos, receber abundantemente o perdão de suas transgressões por meio da Igreja. O Senhor quis deixar evidente a relação entre as suas chagas e o perdão dos pecados. São Pedro, depois, compreenderia esse mistério à luz da profecia de Isaías: “Ele levou os nossos pecados em Seu próprio corpo, por suas feridas nós fomos curados” (cf. 1Pd 2,24). É isso que acontece a cada vez em que nos confessamos: o Senhor nos toca e, com suas chagas, lava-nos e purifica-nos. Com suas feridas físicas – que permanecem no Corpo glorioso – Ele sana as feridas de nossa alma. Uma antiga oração atribuída a Santo Inácio de Loyola contém a seguinte invocação ao Redentor: “Dentro de vossas chagas, escondei-me. Não permitais que me separe de vós”. Quando nos confessamos, “escondemo-nos” nas chagas de Cristo Ressuscitado. Esta é a garantia que temos de jamais nos separar Dele, permanecendo até a morte em sua graça santificante. Agradeçamos ao Senhor pelo sacramento da Confissão! Não é um Sacramento de tristeza… É Sacramento de vida, de cura e de Ressurreição. Pelo pecado grave, morremos espiritualmente; por meio da Confissão, ressuscitamos com Ele! Aproximemo-nos desse tesouro com frequência, devoção e reverência, como quem toca e beija as feridas do Senhor.


20 | Papa Francisco | 20 a 26 de abril de 2022 | SEMANA SANTA DO PAPA FOI MARCADA PELO RETORNO DAS MULTIDÕES E POR UM FORTE APELO PELO FIM DA GUERRA NA UCRÂNIA E EM TODO O MUNDO

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‘Jamais nos acostumemos com a guerra: paz!’ Vatican Media

FILIPE DOMINGUES

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO NA CIDADE DO VATICANO

Há tempos não se vivia no Vaticano uma Semana Santa como a de 2022. Por causa da pandemia da COVID-19, passaram-se dois anos sem que as celebrações do Tríduo Pascal fossem realizadas com grande participação do povo. Em 2022, dada a melhora das condições, essa alegria voltou. No Domingo de Páscoa, 100 mil fiéis participaram da missa e receberam a bênção pascal Urbi et orbi (“Para a cidade de Roma e para o mundo”), na Praça São Pedro, pelas mãos do Papa Francisco. A liturgia conduziu os fiéis à jubilosa celebração da Ressurreição de Cristo, na Vigília Pascal do Sábado de Aleluia e no Domingo de Páscoa, naturalmente após fazer memória de sua Paixão e Morte nos dias anteriores. Mas o contexto global de guerra se impôs como pano de fundo neste ano. Até mesmo a celebração do Domingo foi sóbria, a decoração da Praça, com flores doadas pela Holanda, bem contida. A guerra na Ucrânia já completa dois meses, e pode se converter em confrontos ainda maiores, envolvendo grandes potências do mundo. E se soma a inúmeras “guerras em pedaços”, como diz o Papa, motivo já suficiente para muita dor e preocupação. “Por favor, por favor, não nos acostumemos com a guerra”, implorou o Papa Francisco, em sua mensagem de Páscoa, no domingo, 17, antes da Urbi et orbi. “Todos devemos nos empenhar para pedir com toda a força a paz, das sacadas, das ruas. Paz! Quem tem a responsabilidade nas nações escute o grito de paz das pessoas”, exortou.

PAZ DE CRISTO

A paz que recebemos de Cristo na celebração da Páscoa é aquela que precisa ser vivida e transmitida na vida cotidiana, e é aquela que trará de volta a paz ao mundo. Não podemos parar no relato da Paixão, mas é preciso chegar à Ressurreição – essa foi a chave

Papa Francisco durante o rito de batismo de sete catecúmenos durante a Vigília Pascal na Basílica de São Pedro, no Sábado Santo, 16

de leitura da mensagem pascal do Papa. “Só Jesus, porque carrega chagas, as nossas chagas, é capaz de anunciar hoje a paz”, disse o Pontífice. “As chagas no corpo de Jesus ressuscitado são o sinal da luta que Ele combateu e venceu por nós, com as armas do amor, para que nós possamos ter paz, ser paz, viver em paz.” O Papa Francisco voltou a recordar a dolorosa situação da “martirizada Ucrânia, tão duramente provada pela violência, pela destruição da guerra cruel e insensata, à qual foi carregada”. Ele lembra, em especial, as mulheres e crianças mortas inocentemente, os órfãos da guerra, milhões de refugiados, desalojados, os idosos que ficaram sozinhos, “as vidas despedaçadas e as cidades colocadas ao chão”. Uma cena desta Semana Santa ficará para a história: duas mulheres amigas, uma russa e uma ucraniana, carregaram juntas a cruz de Cristo na 13ª estação da Via-Sacra no Coliseu – cujas meditações neste ano recordavam as famílias em situação de sofrimento associadas à Paixão de Cristo, como aquelas que perderam um membro, por exemplo. O texto que estava previsto para a estação “Jesus morre na Cruz” previa, simbolicamente, um apelo de reconciliação entre Rússia e Ucrânia. Diante da resistência dos ucranianos, que se sentem vítimas da guerra, o Papa Francisco decidiu substituir a meditação por um profundo momento de silêncio. Por fim, rezou-se: “Senhor Jesus, concedei às famílias destruídas por lágrimas e sangue a graça de crer na força do perdão e, a todos

nós, a graça de construir paz e concórdia”.

PAZ DURADOURA

Mas ele também mencionou outras situações de sofrimento, como a do Oriente Médio, em especial a cidade de Jerusalém. Pediu paz pelo Líbano, pela Síria e pelo Iraque. “E pelo Iêmen, que sofre um conflito esquecido por todos com contínuas vítimas”, disse, pedindo uma trégua prolongada para que se possa chegar à paz. O Papa Francisco falou ainda de Mianmar, país assolado por uma violenta ditadura militar, onde perdura um cenário dramático de ódio e violência. Também notou o Afeganistão, país recentemente dominado pelo grupo extremista islâmico Taliban, “onde não se acalmam as perigosas tensões sociais e onde uma dramática crise humanitária está martirizando a população”. Ele não deixou de mencionar, também, as dores do continente africano, que sofre um absurdo “desfrutamento” e uma “hemorragia causada por ataques terroristas, em particular na zona do Sahel”. Etiópia, República Democrática do Congo e África do Sul foram mencionadas nominalmente. Para a América Latina, a mensagem de paz do Papa destacou a piora das condições de vida por causa da pandemia, mas também condições sociais “agravadas pela criminalidade, violência, corrupção e narcotráfico”. Com todas essas situações em mente, o Papa Francisco manifestou compaixão por “todas as crianças que sofrem em todo o mundo: aquelas que morrem de fome,

ou por falta de cuidados, aquelas que são vítimas de abusos e violência e aquelas a quem é negado o direito de nascer”.

‘DEUS PERDOA SEMPRE’

O Papa Francisco iniciou o Tríduo Pascal com a celebração da Ceia do Senhor em uma prisão em Civitavecchia, no litoral de Roma, onde lavou os pés de 12 detentos, entre homens e mulheres. Também esse gesto marcante, que ele vem fazendo desde o início do pontificado, havia sido suspenso por causa da pandemia e pôde ser retomado. “Jesus assim ensina: entre vocês, deve-se lavar os pés. É um símbolo de que, entre vocês, deve-se servir uns aos outros, sem interesses”, disse Francisco. Ele notou, ainda, que Jesus lava os pés inclusive do discípulo que o trairia, Judas, e o chama de “amigo”. Essa mensagem significa que “Deus perdoa tudo, Deus perdoa sempre. Somos nós que cansamos de pedir perdão”. Francisco refletiu também sobre a figura do sacerdote, “o primeiro que deve servir aos outros”. Por causa de uma dor crônica no joelho, o Papa Francisco tem tido dificuldades para caminhar. Ele não presidiu a celebração da Vigília Pascal, no Sábado de Aleluia, que ficou a cargo do Cardeal Giovanni Battista Re, decano do colégio cardinalício. Durante a homilia, Francisco refletiu sobre as “mulheres do Evangelho”, que testemunham primeiro a Ressurreição de Cristo. “Elas veem, escutam e anunciam, três ações que nos fazem entrar na Páscoa do Senhor”, disse.

Bento XVI completa 95 anos e recebe visita do Papa Francisco O Papa Emérito Bento XVI fez aniversário em 16 de abril, completando 95 anos. Atualmente, ele vive de forma modesta em um pequeno mosteiro no Vaticano, o Mater Ecclesiae. Fotos recentes publicadas pela Fun-

dação Joseph Ratzinger mostram o Papa Emérito frágil, sempre sentado, mas bem e sorridente. De acordo com o Vaticano, no dia 13, o Papa Francisco fez uma visita a Bento XVI para cumprimentá-lo pelo aniver-

sário e lhe desejar feliz Páscoa. “Depois de uma breve e afetuosa conversa, e depois de terem rezado juntos, o Papa Francisco voltou para a Casa Santa Marta”, diz o comunicado. (FD)


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