O São Paulo - 3411

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ParticipaçãosobreDeusEpiscopadoreflete‘IgrejaSinodal–Comunhão,eMissão’

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Jaime C. Patias

Martins/Luciney PAULOSÃOO

Coragem apostólica e zelo pela salvação de todo ser humano são características de Cristo que o Papa Francisco espera encontrar nos cardeais que criou no sábado, 27 de agosto, no consistório público no Vaticano. Dos 20 novos purpurados, 16 têm menos de 80 anos e, portanto, poderião votar numa eventual eleição de um futuro Papa, entre eles os brasileiros Dom Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo de Manaus (AM), e Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília (DF). Na segunda-feira, 29, e na terça-feira, 30, aconteceu a reunião do Pontífice com o colégio cardinalício para a reflexão sobre a nova constituição apostólica Praedicate Evangelium promulgada em 19 de março, e que trata das reformas implementadas na Cúria Romana. Páginas 16 e 17

Carta Desiderio desideravi ressalta a beleza da celebração cristã

EncontroEditorial com o Pastor A Sagrada Escritura é instrumento de diálogo amoroso com o Senhor Praedicate Evangelium: os serviços de Cúria orientados à sinodalidade Página 4 Página Com a Palavra Dom Odilo fala sobre o recente consistório e a reforma da Cúria Romana Página 17

Papa Francisco preside o oitavo consistório de seu pontificado, no sábado, 27 de agosto, no Vaticano, no qual cria 20 cardeais para a Igreja Papa pede a novos cardeais que testemunhem o amor de

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 67 | Edição 3411 | 31 de agosto a 6 de setembro de 2022 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00www.arquisp.org.br | Página 10 Páginas 11 a 14 Página 21 Página 24 Página 18 Juventude da Arquidiocese conhece detalhes da JMJ Lisboa 2023 Há 50 anos, Pastoral Carcerária evangeliza em unidades prisionais

Quem são e o que propõem os 3 líderes das pesquisas ao Senado por SP?

2 | Encontro com o Pastor | 31 de agosto a 6 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

A Constituição Praedicate Evange lium traz as diretrizes do Papa Fran cisco para a reforma da Cúria, que também deveriam servir como prin cípios para repensar os serviços de Cúria das dioceses e os serviços das Conferências Episcopais e outros or ganismos eclesiais de governo. Antes de tudo, define-se com insistência a natureza da Cúria (também diocesa na) como um organismo de serviço; e aqueles que o exercem devem ter mo tivação e atitudes “diaconais”, ou seja, de servidores da Igreja na caridade, para o bem da Igreja, de sua vida e sua missão.Outra diretriz fundamental para os serviços de Cúria é a sinodalidade, que é uma característica própria da natureza da Igreja. A Igreja de Cristo é sinodal. Os serviços de Cúria devem ser orientados por espírito sinodal, promovendo a comunhão, a partici pação e a missão da Igreja, em cons tante atitude de conversão e fidelidade a Cristo e ao Evangelho. As consequências para o serviço de Cúria são a corresponsabilidade ativa no servi ço prestado, no respeito ao princípio de subsidiariedade, às atribuições e aos dons de cada membro e servidor da Cúria. Não se compreende mais o trabalho isolado na Igreja, sem comu nicação e Enfim,corresponsabilidade.oserviçodeCúriadeve ser prestado com um olhar de fé, que não dispensa o preparo técnico e o pro fissionalismo. A Igreja servida pela Cúria é uma realidade humana, mas também divina. Nunca se pode es quecer essa dupla natureza da Igreja e, portanto, quem a serve não o pode fazer desprovido de motivação de fé, mística e espiritualidade. Tanto ser vem a Igreja o bispo diocesano, o co ordenador de pastoral, o contador, o procurador da Mitra, o assistente jurí dico, o chanceler e o arquivista, como quem acolhe as pessoas na portaria e quem lhes serve água e café. Cada um na sua função serve ao santo povo de Deus, mesmo nas ta refas que possam parecer apenas bu rocráticas, e os serviços devem ser valorizados nessa compreensão de fé e espiritualidade. E o Papa dispôs que esse mesmo espírito deve animar toda a Cúria da Santa Sé, a serviço da Igreja no mundo inteiro.

ODILOCARDEALPEDROSCHERER metropolitanoArcebispodeSãoPaulo O Papa com os cardeais: por uma Igreja sinodal Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator-chefe: Daniel Gomes • Revisão: Padre José Ferreira Filho e Sueli Dal Belo • Opinião e Fé e Cidadania: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Administração e Assinaturas: Ma ria das Graças Silva (Cássia) • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: OESP Gráfica • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila Albertina - 02730-030 • São Paulo - SP - Brasil • Fone: (11) 3932-3739 - ramal 222 • Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700, 3760-3723 e 3760-3724 • Internet: www.osaopaulo. org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 3,00 • Assinaturas: R$ 90 (semestral) • R$ 160 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as car tas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

Os novos cardeais também foram acolhidos pelos demais membros do Colégio Cardinalício, do qual passam a fazer parte. Cada um dos novos re cebeu uma igreja titular em Roma, para indicar sua pertença ao clero de Roma e sua proximidade com o Papa, que é o bispo da diocese de Roma. Na vacância da diocese de Roma, o Co légio Cardinalício deve reunir-se em conclave e escolher um novo bispo para a sede de Roma, que também será o Papa e Pastor universal da Igre ja. Além dessa função, os cardeais são conselheiros do Papa no seu serviço constante à universalidade da Igreja. Por isso, eles são membros ou con sultores de um ou mais Dicastérios da Cúria da Santa Sé, que é o organismo de ajuda e colaboração corresponsável de ajuda ao Papa. Diversos cardeais são colaboradores próximos ao Papa, como chefes de Dicastérios, membros do Conselho de Cardeais e de outros organismos da Cúria e da Santa Sé. Depois do Consistório público, para a criação dos novos cardeais, o Papa reuniu-se com os cardeais, nos dias 29 e 30 de agosto, em consistório propriamente dito, ou seja, somente o Papa com os cardeais. A reunião foi ocasião para os cardeais acolherem os novos membros do Colégio Cardina lício e se conhecerem melhor entre si. Mas o objetivo principal foi o de re fletir sobre a Constituição apostólica Praedicate Evangelium (Pregai o Evan gelho), sobre a reforma da Cúria Ro mana, publicada no dia 19 de março deste ano. A nova Constituição apos tólica está na internet, ao alcance de quem deseje conhecê-la. Na reunião, os cardeais refletiram sobre os aspec tos mais importantes do documento, que, após uma consulta ampla aos cardeais e aos episcopados do mundo inteiro, foi longamente preparado e amadurecido, com o auxílio do Con selho de Cardeais, que assiste ao Papa nas questões do governo da Igreja.

N o sábado, 27 de agosto, o Papa Francisco en tregou as insígnias aos novos cardeais numa cerimônia significativa, que exprime aspectos importantes da vida da Igre ja. Entre os novos purpurados, en contram-se também dois brasileiros: Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, e Dom Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, o primeiro car deal na Amazônia brasileira. Sua no meação traduz, certamente, a atenção privilegiada do Papa Francisco pela “querida Amazônia”.

“Esse evento acaba divulgando o Se minário como um todo. As pessoas vêm conhecer o local, muitas não sabiam até então como a formação acontece, onde os seminaristas estudam e por quanto tem po”, detalhou, ao O SÃO PAULO, o Padre Frank Antônio de Almeida, Reitor. Atualmente nessa casa de forma ção vivem 25 seminaristas, da etapa do Discipulado, período em que cur sam os três anos da faculdade de Fi losofia e aprofundam a dimensão do natureza em volta. É um ambiente que nos ajuda na conexão com Deus”, completou o também amigo, Paulo André. “Fiquei mui to surpreso com o que vi. A casa é muito bonita”, afirmou Gabriel Manente, irmão. O pai, João Cláudio Manente, que já tinha estado nessa casa de formação, tam bém se mostrou surpreso: “Hoje, o que me chamou a atenção é a alegria dos semina ristas, do padre reitor, de todos. É muito bacana ver esse clima de felicidade e de pertencimento”.Emoutramesa, um grupo da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, da Região Sé, incluindo o Pároco, Padre Ricardo Cardoso Anacleto, aproveitou o evento para confraternizar pelo Dia do Catequis ta: “A comida é deliciosa e a casa muito acolhedora, um lugar de paz. Viemos com algumas catequistas para que tam bém possam conhecer melhor este lugar de formação dos futuros padres”, afirmou Débora Oliveira, coordenadora paroquial da Catequese infantil.

Portanto, Deus é o único que está no primeiro lugar, e precisamos nos convencer disso. E Deus também é o único que pode estar no fim de nossas ações da vida, porque é o único capaz de preencher o espaço do nosso cora ção desejoso de plenitude. Temos um espaço para o infinito no fundo do nosso íntimo. E esse espaço só pode ser preenchido pelo infinito. Foi isso que levou São Francisco de Assis a dizer: “O homem é o que é diante de Deus, nem mais nem menos” (São Boaventura, Le genda Maior, cap. 6).

EXPERIÊNCIA EDIFICANTE Para que tudo saísse como planejado, a Macarronada no Seminário começou a ser pensada em março, quando houve a divisão de tarefas entre os seminaristas, incluindo a busca por doações. Nos dias anteriores ao evento, muitas horas foram dedicadas para decorar e organizar os ambientes e para preparar o macarrão, os molhos, as coxas e sobrecoxas de frango, as saladas e as sobremesas. Na cozinha, ao menos 15 voluntários trabalharam no dia da Macarronada, e funcionários do Seminário e os seminaris tas também “colocaram a mão na massa”. Alguns participaram pela primeira vez de algo assim, como foi o caso do seminarista Luís Henrique Rodrigues de Lima, 21, do 3o ano de Filosofia, coordenador-geral dos trabalhos da Macarronada.

Q ue cada um ocupa um lugar no mundo nós já sabemos. Mas a questão que envolve nossa relação é: Que lugar as pessoas nos dão para ocupar e que lu gar damos aos outros para que ocupem. Nós vivemos atribuindo e esperando um lugar. Lugar de consideração, lugar so cial, lugar físico... Quem colocamos no primeiro posto, quem colocamos em úl timo e, em contrapartida, que lugar nos dão são questões que nos fazem pensar que somos mais ou menos gente. O fato é que a pretensão de ter o primeiro lugar nos impede de sabermos que existe al guém maior do que nós. E, desse modo, será impossível dar espaço para conhe cer Deus, porque nenhum lugar lhe ser ve que não seja o primeiro. Ele é Deus! É diferente! É superior! Desse modo, para quem busca sempre o primeiro lugar haverá sempre a frustração. Temos um limite. Por outro lado, no campo terre no, em relação às outras pessoas, somos todos iguais, porque somos todos huma nos. Só isso! Quando nos esquecemos disso, vem a morte ou a simples ideia da morte para nos lembrar. O primeiro lugar é de Deus, e o nosso, não é o último nem o primeiro. É o lugar de uma pessoa, indistinta na vastidão do mistério, mas amada infinita e pessoal mente pelo Ser Supremo. Por isso, deve mos abandonar o primeiro lugar, porque Ele já tem dono. Já em relação ao lugar que damos aos nossos irmãos, a questão é trazer os que estão em último para a nossa atenção. Porque, quando nos con formamos que alguns estejam desconsi derados, como se não tivessem impor tância nenhuma, mais do que destruir a humanidade deles, estamos destruindo a nossa própria, porque desconsideramos quem é semelhante a nós, fazendo pare cer que a nossa dignidade depende não do que somos, mas do que temos ou do lugar que nos deram na sociedade. É verdade que lutamos para estar onde estamos, mas conseguir estar aí não dependeu só de nossa luta, também dependeu de oportunidades, dons que não merecemos, saúde, colaboração de outras pessoas etc. Por isso, dar um lu gar digno a todo ser humano, mesmo que ele queira ou se conforme em estar na marginalidade, é questão de honrar o que nós mesmos somos. Talvez o único lugar que consigamos dar a alguém que já se conformou com sua indigência seja tratá-lo pelo nome, como pessoa, não como sub-raça, como gente. E, se isso não fizer diferença para ele, certamente fará toda a diferença para nós mesmos. Outra questão é a de fazer o bem a quem não pode nos recompensar. Há duas li ções possíveis nesse raciocínio e prática: Primeira, quando o bem que fazemos é passível de recompensa neste mundo, há sempre a possibilidade de que esse bem seja interesseiro, e se trate de uma “ca ridade egoísta”, na qual não há genero sidade, mas apenas conveniência. A se gunda lição é que nos defrontamos com a realidade de que a recompensa de que realmente necessitamos nenhum ser hu mano pode nos dar, mas somente Deus. Se somos todos iguais, além de não po dermos desmerecer ninguém, também não podemos supervalorizar ninguém.

Não ocupar o primeiro lugar, convidar os que não ocupam lugar nenhum (Lc 14,1.7-14) sacerdote como discípulo de Cristo. “Com a graça de Deus, é um número bom de seminaristas, mas precisamos de muito mais, por isso peço que todos re zem pelas vocações”, expressou o Reitor, que vive no Seminário junto com os semi naristas e o Cônego José Adriano, Diretor Espiritual.

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PROXIMIDADE Para muitos dos visitantes, estar em um seminário foi uma experiência inédi ta, como para o irmão e dois amigos do seminarista Rafael Manente. “O que mais me encantou, já na mis sa, foi a sensação de leveza do ambiente”, contou Mariana Voci, amiga de Rafael. “Vi que aqui é um lugar simples e com muita Fé, alegria e macarronada à mesa: um domingo diferente no Seminário de Filosofia DANIEL osaopaulo@uol.com.brGOMES Na cozinha, o fogão “não teve des canso”. Nos corredores, nas áreas abertas, nas salas de estudo, no refeitório e até na biblioteca, o silêncio comum do lugar foi substituído pelo riso entre amigos e o barulho dos pratos e talheres. Sim, o do mingo, 28 de agosto, foi diferente do habi tual no Seminário de Filosofia Santo Cura D’Ars, com a realização da Macarronada do Seminário.Aatividade, promovida desde 2016, não ocorreu nos dois últimos anos em razão da fase mais aguda da pandemia de COVID-19. O retorno em 2022 foi em “grande estilo”, com a participação de mais de 400 pessoas, incluindo familiares dos seminaristas, amigos e grupos de pa róquias que foram almoçar no Seminário, após a missa das 11h na Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus, na Vila Alberti na, na zona Norte, localizada no mesmo complexo dessa casa de formação.

“Foi tudo muito novo pra mim e pude observar coisas boas. A festa da Macarro nada, além de ajudar o Seminário finan ceiramente, alcança, sobretudo, a vocação e a formação dos futuros padres. Quando eu, no futuro, me tornar padre, terei uma noção de como organizar trabalhos em comunidade, de como ter um espírito de liderança”, comentou o seminarista Luís Henrique. SÃO PAULO

Luciney Martins/O

Famílias participam da Macarronada do Seminário, realizada no domingo, dia 28 de agosto

DOM BISPODASAUGUSTOROGÉRIONEVESAUXILIARDAARQUIDIOCESENAREGIÃOSÉ Espiritualidade

FRANCISCO BORBA RIBEIRO NETO Os termos diversidade e inclusão orientam grande parte dos posicio namentos político-culturais em nossa sociedade. Um grave limite das con cepções hegemônicas de diversidade e inclusão, contudo, é que se referem a processos coletivos. É um grupo social que é reconhecido como diverso e com direito à inclusão. Pior: esse reconheci mento é definido em grande parte pelo poder político e pela capacidade de expressão cultural desse grupo, mais do que pelos direitos e necessidades reais de cada um. Muitas vezes, a pes soa em particular tem que se adaptar à lógica do grupo para ter acesso ao processo de inclusão ou mesmo não é incluída porque seu grupo não conse guiu poder político necessário para ser reconhecido.Infelizmente, as comunidades ca tólicas, inclusive suas escolas, algumas vezes se perdem no afã de seguir os pontos positivos ou denunciar os pon tos negativos dessa orientação. Con tudo, muitos bons educadores têm se esforçado por encontrar caminhos adequados e equilibrados para enfren tar essas questões. A seguir, apresen tamos alguns pontos vindos das refle xões de alguns desses educadores. Um olhar para a história, sem preconceitos ideológicos, mostra que a Igreja é mestra em inclusão. À luz dos conhecimentos atuais, muitos esforços de inclusão realizados pelas Diversidade, inclusão e a centralidade da pessoa na escola católica zados na sociedade atual, como os funcionários menos qualificados da escola, o povo da rua no entorno da escola, os estudantes com necessida des especiais, os doentes e os idosos das famílias;

hoje e amanhã. Uma paixão que se renova,Nessa2014).perspectiva, muitos educa dores católicos têm defendido quatro ações visando à inclusão e ao acolhi mento na escola católica:

1. Oferecer um acompanhamento personalizado a cada estudante e família; 2. Formar uma pessoa capaz de decidir a própria vida, que não seja subser viente nem à mentalidade hegemô nica, nem a um coletivo identitário; 3. Procurar incluir todas as pessoas e a pessoa inteira. Esse processo inclui não apenas os grupos mais visíveis nas mídias sociais, mas, também, aqueles frequentemente invisibili

4 | Ponto de Vista | 31 de agosto a 6 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br Rezar com as Sagradas Escrituras Editorial Asopiniõesexpressasnaseção“Opinião”sãoderesponsabilidadedoautorenãorefletem,necessariamente,osposicionamentoseditoraisdojornal O SÃO PAULO

Opinião

Primeiro, vem a Lectio, a leitura do texto, para buscar entender aquilo que ele diz, em si mesmo. Supõe-se, aqui, uma atitude de atenção e abertura de coração – as palavras sagradas “não de vem ser puxadas para a vã complacên cia, mas escutadas em silêncio, acolhidas com total humildade e afeição íntima” (Imitação de Cristo 3,3). Ouvindo com atenção, percebo que, embora tenha mandado matar João Batista, Herodes não tinha desejo de fazê-lo, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o pro tegia Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado com as repreensões que fa zia a seus pecados.

Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.

Estamos prestes a começar o mês de setembro, que a Igreja no Brasil tradicionalmente de dica ao tema das Sagradas Es crituras. A Bíblia é, de fato, um grande tesouro da Igreja, gestado, conservado e transmitido em seu seio, e são muitos os enfoques com que podemos meditar sobre ela: como um relato das maravi lhas que Deus operou na história, para salvar a humanidade; como uma rica coletânea de estilos literários diver sos, a serem interpretados num estudo aprofundado e minucioso... No texto de hoje, no entanto, queremos recordar um elemento fundamental da vida es piritual de qualquer fiel cristão: a im portância de uma abordagem orante do texto sagrado. Já o Concílio exortava a que todos os fiéis “se debrucem gostosa mente sobre o texto sagrado (...). Lem brem-se, porém, de que a leitura da Sa grada Escritura deve ser acompanhada de oração” (Dei Verbum DV, 25). Sobre o tema de oração a partir da Bíblia, o método mais consagrado em nossa tradição católica é, provavelmen te, o da Lectio Divina, que remonta a Orígenes e aos primeiros séculos do Cristianismo – uma espécie de Leitu ra Orante do texto sagrado, que se es trutura em quatro etapas sucessivas. Expliquemo-las brevemente, tomando como exemplo o Evangelho da última segunda-feira, memória do martírio de São João Batista (cf. Mc 6,17-29).

4. Ter uma visão abrangente da ques tão da diversidade, pois fomentar a personalidade de cada um é tão im portante como a capacidade de con viver com pessoas diferentes. Muitas vezes, os coletivos identitários não estão atentos aos traços particulares de cada pessoa, obrigando aquele que se sente diferente a se comportar segundo um certo padrão estabele cido pelo grupo. A escola católica, ao abordar a questão da diversidade, deve dar espaço para que cada um possa se descobrir e se realizar tal qual realmente é, não segundo um esquema predefinido. Uma visão polarizada dessas ques tões, seja de um lado ou de outro do espectro ideológico, não ajudará nem os jovens, nem a escola. Os rótulos sociais, mesmo que usados com uma certa ingenuidade e boa vontade, tam bém afastarão a escola de sua verdadei ra vocaçãoExistem,católica.evidentemente, muitas dificuldades, tanto pedagógicas quan to econômicas, para consolidar uma experiência verdadeiramente persona lizada nas escolas católicas – mas esse é o caminho a ser trilhado.

Em segundo lugar, faço a Medita tio: busco aplicar a passagem à minha própria vida, à minha situação aqui e agora. O que me diz este texto bíblico, a mim? Assim como uma vaquinha, depois de deglutir uma primeira vez seu alimento, o regurgita para melhor digeri-lo, também nós precisamos ru minar o texto sagrado: “Escreve minhas palavras em teu coração e rumina-as com cuidado; serão muito necessárias no tempo da tentação. O que não enten des ao ler, entenderás quando te visitar” (Idem 3,3). Aqui, eu posso me pergun tar se eu mesmo não sou daqueles que gostam de ouvir sobre Cristo e o Evan gelho (embora fique às vezes embaraça do com suas exigências, que me pedem pureza, desapego, humildade...), mas que, diante da pressão dos respeitos humanos, acabo por degolá-Lo. Depois de escutar a Deus, vem a Oratio, minha resposta a Ele: à luz da mensagem que ouvi, conto-Lhe minhas angústias e alegrias, agradeço-Lhe, e dirijo-Lhe meus pedidos. Posso, então, pedir força para viver uma vida cristã coerente, em meio aos colegas de traba lho ou de faculdade que zombam da fé; ou pedir perdão pelas vezes em que tive vergonha do Cristianismo... Em quarto lugar, enfim, a Contem platio, quando busco me deter diante da presença de Deus, e assumir um pouco de Seu olhar perante minha realidade. Deus não se ofende, a não ser naquilo que agimos contra nosso próprio bem: se, por tanto, Ele me manda não o renegar dian te dos homens, isso é porque eu mesmo saio ganhando, em virtude e felicidade, com uma vivência coerente da fé. O exercício acima é só um breve exemplo, que cada um pode adaptar, com paciência e atenção, à sua própria vida. Busquemos, então, neste mês da Bíblia que começa, usar da Sagrada Es critura como instrumento de diálogo amoroso com Nosso Senhor.

Arte: Sergio Ricciuto Conte comunidades cristãs podem parecer falhos. Contudo, comparados com a mentalidade das populações a que pertenciam, esses esforços sempre foram indispensáveis para a justiça e o bem comum. Um traço marcante de todas essas experiências cristãs é que se voltam à acolhida de pessoas concretas, não de coletivos, e são de terminadas pelas necessidades reais dos mais frágeis e não por sua força política.Acentralidade da pessoa é um dos pilares de uma verdadeira educação católica (cf. “Que tipo de escola e de universidade católica?”, no documen to da CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA. Educar

JÚLIO CÉSAR DE PAULA RIBEIRO

O próprio São Paulo VI, quando padre dos universitá rios, foi perseguido pelo fascismo, acusado de atividades revolucionárias e antipatrióticas, viu amigos serem mortos, como o hoje Beato e Mártir Teresio Olivelli, ícone do antifas cismo, preso e torturado na Itália, em 1945. Em 1945, na Itália, foi cruelmente assassinado o Beato Rolando Rivi, por guerrilheiros comunistas.

A DSI, e eu destacaria as encíclicas do Papa Francisco, são caminho de reflexão e cura para esse mal incutido em nossa sociedade. Sem o diálogo, o olhar de que todos somos irmãos, às vezes adversários políticos, mas não inimigos, e a abertura para ouvir o diferente, não conseguiremos superar o perigo.

“Pós-verdade” é um termo que vem sendo repetido pela mídia na última década. Como já disse, não gosto muito de termos for çosamente propostos, aplicados de forma massiva e não orgânica, que induzem a uma interpretação ideologicamente guiada. Quando o termo é dúbio, costumo buscar socorro no di cionário por uma definição mais primária. A “pós-verdade” vi rou celebridade já na sua estreia, quando recebeu o título de “pa lavra do ano” pelo “Dicionário Oxford”, em 2016, que a definiu assim: “Circunstâncias nas quais fatos objetivos são menos influen ciadores na formação da opinião pública do que apelos à emoção ou à crença pessoal”. Ou seja, como as pessoas não estão muito preocupadas em sa ber quais são os fatos objetivos, estariam mais sujeitas a acreditar em notícias falsas, embaladas com emoção. Nesse caso, apoiam-se em outro termo ideologicamente gerado: as fake news, que seriam potenciais notícias falsas criadas para enganar essas pessoas. O “problema” é apresentado com um fator agravante: se as fake news são ruins sozinhas, seu estra go pode ser irremediável quando turbinadas por algum meio de propagação rápida, como é o caso das redes sociais. Mas podem ficar tranquilos: os mesmos que identificaram o problema para você são os mes mos a apontar a única solução possível: é preciso haver controle, alguém precisa “checar os fatos”.

Você Pergunta Missa de 7o dia por recém-nascidos falecidos?

Na Guatemala, em 1981, o Beato Padre Rother foi assas sinado por um grupo paramilitar que caçava comunistas; o missionário, que havia anos assistia aquele povo, teve sua casa invadida e foi morto. No México, em 1927, o Beato Padre Miguel Pró foi mor to por militares a serviço do governo liberal, nacionalista, revolucionário, do maçom Plutarco Calles. Na Espanha, nos anos 1930, muitos cristãos foram per seguidos pelos comunistas, entre eles o Beato Álvaro del Portillo, preso e torturado. Na Hungria, em 1949, o Cardeal Mindszenty foi preso e brutalmente torturado pelo regime comunista soviético, acusado de conspirar contra o governo. Antes disso, já tinha sido preso pelo regime nazista (que por sinal era opositor do comunismo).NaArgentina, um bispo, dois padres e um pai de família foram beatificados (os mártires de La Rioja). Eles foram al guns dos assassinados, nos anos 1970, pela ditadura militar argentina, que perseguia “comunistas” e se dizia cristã.

Júlio César de Paula Ribeiro,psicólogo,mestrandoemCiênciasSociais (UERJ),membrodomovimentoComunhãoPopular,colaboranapáginaApostoladoRatzinger–CaritasInVeritate.

A pós-verdade e o controle da mídia

Já há algum tempo, as ideologias políticas não usam mais armas de fogo para matar, mas continuam fazendo vítimas seus opositores, seja pela destruição da reputação, o cance lamento, as fakes news, o patrulhamento/milícias digitais, o ódio ou qualquer forma mais discreta de eliminar.

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Direita, esquerda e o sangue dos mártires: a ideologia mata

E é aí que os problemas começam.Nesse pulo entre problema e solução, alavancam-se em uma premissa mentirosa, de que antes não era assim. No período anterior, o “da verdade”, havia uma impren sa que só divulgava informações checadas e imparciais, protegen do a sociedade das notícias sem vínculo com “fatos objetivos”. Mas será que isso é verdade? De imediato, lembrei-me do famoso caso da “Escola Base”, ocorrido em 1994. Suspeitando do comportamento incomum de seus filhos, pais de alunos fizeram denúncia à Polícia por abuso de menores. As investigações foram inconclusivas, e, revoltados, os pais procuraram a Rede Globo, que fez uma série de reportagens. Baseada apenas nas “crenças pessoais” daqueles pais, sem qual quer apoio em “fatos objetivos”, a mídia, utilizando o seu poder de “espalhar notícias rapidamente”, aterrorizou. Acusou os proprietá rios da escola de “estupradores” e a entidade de “escolinha do sexo”. Passados três meses, a Polícia concluiu pela inocência dos acu sados, cuja reputação fora des truída pela mídia. O fato foi no ticiado nos rodapés dos meios de comunicação.Assim,vemos que o tema não é exclusivo dos tempos atuais. Mas, não sendo novo, por que isso parece tão importante agora? É fato que as redes sociais cria ram enormes facilidades para o público em geral. Em contraparti da, tornaram-se um enorme pro blema para os poderosos, a come çar pela imprensa e governantes. A imprensa, considerada an tes o “quarto poder”, perdeu sua exclusividade na cobertura e di vulgação das notícias, sua maior moeda de barganha com gover nos por verbas de publicidade. Governantes perderam seu poder de controlar a informação que chega à sociedade, conseguida an tes apenas “pagando bem”. Assim, a informação virou commodity, qualquer um pode ter um “canal de notícias”. Uma ima gem de celular de uma dona de casa pode desmascarar uma no tícia tendenciosa divulgada pela imprensa. É liberdade demais! As redes nos deram acesso di reto à informação. Podemos saber o que os outros pensam, sem a “análise” do meio de comunica ção. Somos capazes de ouvir as notícias a partir das fontes origi nais, sem crivos, sem filtros e sem a interpretação, muitas vezes ten denciosa, de um dado veículo. A informação está sem con trole. Por isso, alguns propõem o chamado “controle da mídia”, que não visa a controlar a imprensa, mas controlar você e eu! O quarto poder não pode ser diluído assim. O conhecimento e a verdade nunca foram grandes amigos de governos totalitários, por isso os poderosos precisam emudecer as redes sociais dos temas que inco modam seus planos, as verdades que expõem suas mazelas. É pre ciso delegar de volta à imprensa a exclusividade da informação e da “verdade”, que será aquilo que eles nos disserem que é.

TransformationumaemMarketingeCEOdaMult-Connect,empresadetecnologia.Autordoslivros“Preparadoparavencer”e“Socialeseuimpactonosnegócios”,étambémmúsicoepaidetrêsfilhos.

PADRE CIDO

Comportamento

Casos como esses são inúmeros, cada país sabe quem são suas vítimas do fanatismo político. Também no Brasil, em toda a América, na Europa, África etc., muitas foram as ví timas das ideologias radicais, opostas entre si, mas iguais no autoritarismo, esperando apenas a oportunidade para atuar.

A Aparecida, do bairro Itaim Paulista, tem a seguinte dúvida: “Por que é celebrada a missa de 7º dia e a missa para recém-nascidos queSabe,falecem?”minha irmã, duas situa ções podem ser consideradas na sua pergunta. Há os recém-nasci dos batizados e os recém-nascidos não batizados. Nas duas situações, a missa de 7º dia é dispensável. A missa para os recém-nasci dos batizados que falecem não é necessária porque eles são novas criaturas, libertadas da mancha do pecado original. E não cometeram pecado algum após o Batismo. Ce lebrar missa no 7o dia deles só faz sentido se a intenção da missa for, ao mesmo tempo, um ato de re signação e de entrega à vontade de Deus dos seus pais. As crianças são anjos de Deus. As alminhas dessas crianças não precisam de sufrágio, porque renasceram para a vida da graça no TambémBatismo.ascrianças recém -nascidas que falecem sem o Batis mo podem ser confiadas à ternura e à misericórdia de Deus. A Igreja deixou de ensinar a existência do limbo, uma espécie de inferno mi tigado para quem não é batizado. Deus tem muitos modos de salvar seus filhos e os acolher na eterni dade feliz. Tanto os recém-nasci dos batizados quanto os não-bati zados são amados por Deus e por Ele recebidos na Lembremo-noseternidade.sempre de que não se celebra missa em ho menagem aos mortos. As missas para os mortos são sempre em sufrágio das suas almas. Pedimos a Deus que não leve em conside ração os seus pecados e, em sua misericórdia, os acolha entre os santos e santas de Deus.

No Vietnã, em 1975, o Cardeal Van Thuan foi preso pelo regime comunista, acusado de conspirar, junto com São Paulo VI, contra o governo autoritário do seu país.

Em El Salvador, em 1980, o então bispo São Óscar Romero, foi assassinado por criticar a ditadura militar do seu país, co locando-se ao lado dos pobres e denunciando o autoritarismo de direita que fez muitas vítimas. Três anos antes, o Beato Pa dre Rutílio Grande já tinha sido morto, acusado de ser comu nista e crítico ao governo, como confessou um dos assassinos.

A Doutrina Social da Igreja (DSI) é, desde seu início, um obstáculo às ideologias extremistas e forças políticas opres soras, tornando-se um incômodo aos mais diversos regimes e governos. Católicos que pregaram a DSI sofreram perse guição e até mesmo o martírio. Direita e esquerda, quan do vividas de forma fechada, radical e apaixonada, levam à morte, destruição e opressão. A história prova isso, mas tam bém os mártires são testemunhas do perigo das ideologias.

O Papa Francisco alertou: “Exorto-vos a ter cuidado com as ideologias. As ideologias destroem porque nos fa zem ver de uma só maneira e fecham a visão universal. As ideologias destroem a humanidade de uma pessoa”. “Não vos deixeis arrastar por ideologias míopes que pretendem mostrar-vos o outro, o diverso, como um inimigo. O outro é uma riqueza.” – discurso aos reitores,16/05/2022, e aos jo vens, 06/07/2022, respectivamente.

osaopaulo@uol.com.brPEREIRALUIZVIANNA

Se os tempos atuais nos pe dem maior atenção com as infor mações que recebemos, é impres cindível ficarmos atentos para que a “verdade” não volte a ser contro lada por um pequeno grupo de “iluminados”.Jesusnos disse que a verdade liberta. Descobrimos isso, e não queremos mais voltar a ser cativos. LuizViannaéengenheiro,pós-graduado

6 | Atos da Cúria/Regiões Episcopais | 31 de agosto a 6 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

[SÉ] A peregrinação dos afro-argentinos com a imagem de Nossa Senhora de Lujan saiu de seu país de origem a caminho do Santuário Nacional de Aparecida. Em São Paulo, a Igreja Santa Cruz das Almas dos Enforcados e a Paróquia Nossa Senhora da Assunção e São Gonçalo, ambas do Setor Catedral, acolheram os peregrinos e lhes deram alojamento para poderem descan sar e se alimentar para prosseguir viagem. (por Padre Luiz Cláudio de Almeida Braga)

Pascom paroquial Padre Luiz Cláudio de Almeida Braga José Luiz Altieri Campos Lucio Mariucci Marcos Grego

[SÉ] No sábado, 27 de agosto, aconteceu a 2ª edição da peregrinação com o ícone de “Maria, Mãe dos Jovens”, promovida pelo Arsenal da Esperança. O itinerário incluiu alguns pontos de fé, como a Igre ja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e o Santuário Eucarístico, até chegar à Basílica Nossa Senhora da Penha, na qual foi celebrada uma missa, presidida pelos padres da Fraternidade da Esperança do Sermig. Participaram os voluntários e aco lhidos do Arsenal da Esperança, além de pais e crianças da Catequese das Paróquias Nossa Senhora de Casaluce e Nossa Se nhora Aparecida dos Ferroviários, ambas do Setor Brás. (por Padre Simone Bernardes)

PASCOM PAROQUIAL

Menino Jesus de Praga. Após perder o primeiro filho num acidente de carro quando estava gestante, ela conheceu essa devoção, pediu filhos a Deus e teve mais dois, prometendo cuidar dos pe queninos, das crianças, pelo resto de sua vida. Nas comemorações de seu ano jubi lar, a Paróquia pretende ampliar o traba lho missionário, sobretudo por meio da Catequese. O Pároco comentou que de seja construir, em breve, no terreno dos fundos da igreja, um centro de evangeli zação e de cultura para a juventude. [LAPA] Na Paróquia São Pedro Apósto lo, no Central Parque, Setor Lapa, em 21 de agosto, durante a celebração eucarís tica presidida pelo Padre Geraldo Tadeu Furtado, RCJ, Superior Provincial, três se minaristas da Congregação Rogacionistas do Coração de Jesus receberam ministé rios: o de leitor foi conferido aos Irmãos Digno Silvero Duarte e Ezenwa Ethelbert Onyeaghala; e o de acólito, ao Irmão Fre dy Orlando Várquez Villaba. Concelebra ram os Padres Marcos Lourenço Cardoso, RCJ, Pároco; Reinaldo Lietão, RCJ, Conse lheiro-geral do Rogate, na Itália; Luciano Grigorio, RCJ, Vigário Paroquial e Diretor do Instituto Rogacionista Santo Anibal; e Anderson Adriano de Souza, RCJ, perten cente à comunidade de Teologia. (por Katiuscia Teodoro)

Atos da Cúria PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO: Em 29/07/2022, foi prorrogada a nomea ção e provisão como Pároco da Paróquia São Mateus Apóstolo, no bairro de São Mateus, na Região Episcopal Belém, do Reverendíssimo Padre Edivaldo Batista da Silva, pelo período de (03) três anos NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ASSISTENTE PASTORAL: Em 05/08/2022, foi nomeado e provisio nado, “ad nutum episcopi”, como Assis tente Pastoral da Paróquia São Pio X e Santa Luzia, no bairro da Vila Leme, na Região Episcopal Belém, o Diácono Permanente Bruno Redígolo Cardoso Em 05/08/2022, foi nomeado e pro visionado, “ad nutum episcopi”, como Assistente Pastoral da Paróquia São João Batista do Brás, no bairro do Brás, na Região Episcopal Belém, o Di ácono Permanente Pedro Ernesto dos Santos Junior Erramos Diferentemente do texto publica do da página 12 da edição no 3410, do jornal O SÃO PAULO, de 24 de agosto de 2022, o Padre Hernane Santos Mó dena foi nomeado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropoli tano, como Diretor-geral do “Arquivo Metropolitano Dom Duarte Leopoldo e Silva” e não como Diretor-geral do Conselho de Administração do Arquivo Metropolitano, como constava na notícia.

[SÉ] No sábado, 27 de agosto, na Paróquia Santa Generosa, Setor Paraíso, pela primeira vez após o período da pandemia, estiveram reunidos 60 coordenadores dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão (MESC) das paróquias da Região. Dom Ro gério Augusto das Neves explicou o conteúdo do livreto “Orientações para os minis tros extraordinários da Sagrada Comunhão da Região Episcopal Sé”. O encontro contou, também, com a assessoria do Padre Helmo César Faccioli, Assistente Eclesiástico do MESC na Região. (por Laura Inglez)

[LAPA] O Curso de Teologia para Agen tes de Pastoral (CTAP) realizou, nos dias 19 e 26, de forma on-line, a 1ª etapa do Cur so de Extensão “Encantar a Política”, com o tema “À luz da encíclica Fratelli tutti, do Papa Francisco”. Entre os dias 2 e 16 de se tembro, acontecerá a 2ª etapa. (por Benigno Naveira)

[BELÉM] Em 20 de agosto, os padres, coordenadores e representantes do Setor Tatuapé se reuniram na Paróquia Santo Antônio de Lisboa, no Tatuapé. A reunião teve como tema “Comunidades Eclesiais Missionárias”, na qual o Padre Lauro Wis nieski, Coordenador do Setor, falou sobre a missionariedade. (por Fernanda Palestra) [IPIRANGA] Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Re gião Ipiranga, conferiu o sacramento da Crisma a 10 adultos e sete jovens na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, Setor Imigrantes, em missa concelebrada pelo Padre William Day Tombini, Pároco, no sábado, 27 de agosto. (por Pascom paroquial) [SÉ] Na Paróquia São Paulo da Cruz –Igreja do Calvário, Setor Pinheiros, acon teceu, na quinta-feira, 25 de agosto, a reunião do clero atuante na Região Sé, na qual Dom Rogério Augusto das Neves, acompanhado do Cônego José Arnaldo Juliano dos Santos, abordou assuntos so bre os encaminhamentos da Região e de interesse dos presbíteros e diáconos. (por Centro de Pastoral da Região Sé)

[SÉ] A Paróquia São Domingos, Setor Per dizes, realizou no domingo, 28 de agosto, a festa patronal, com missa presidida pelo Frei José Almy Gomes, OP, Vigário Paro quial, e concelebrada pelos Freis Márcio A. Couto, Pároco, OP; Oswaldo Rezende Jú nior, OP; e Marcelo Neves, OP. Ao término da celebração, os paroquianos puderam prestigiar a festa com música, bingo e vá rias barracas. (por Frei Márcio A. Couto, OP)

No dia dedicado aos catequistas, no domingo, 28 de agosto, os fiéis da Paró quia Nossa Senhora dos Remédios, no Cambuci, e o Padre Ricardo Cardoso Anacleto, Pároco, reinauguraram o salão paroquial após a missa das 11h. O local, que estava em reforma nas últimas semanas, passou a se chamar “Menino de Jesus de Praga e Catequista Marinez”. A imagem do Menino Jesus fi cava em destaque no ambiente destinado à evangelização, aos trabalhos da Pastoral da Criança e aos cuidados aos irmãos mais pobres. Já a referência à catequista é uma homenagem póstuma à senhora Marinez Machado, que faleceu há três meses. Quem com ela conviveu, a descreve como uma pessoa dócil, simples, amiga dos padres, muito atuante no serviço às crianças, ao altar e nas festas comunitá rias. Também deixou um belo testemu nho de mãe, de profissional e de vida cristã, e tinha uma grande devoção ao

[LAPA] Os fiéis da Paróquia Santa Môni ca, Setor Pirituba, comemoraram a festa patronal com missas entre os dias 24 e 28 de agosto, a cada dia com um clérigo diferente presidindo. No encerramento, a missa foi presidida por Dom José Benedi to Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada pelo Pa dre Flávio Heliton da Silva, Pároco. (por Benigno Naveira)

[LAPA] Em 21 de agosto, na Paróquia São João Batista, na Vila Ipojuca, Setor Lapa, durante a missa presidida pelo Pa dre Fabiano de Souza Pereira, Pároco, 29 crianças receberam o sacramento da Eu caristia pela primeira vez. (por Marcos Wilkens) [LAPA] Em 16 de agosto, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, aconteceu a reu nião do clero atuante na Região, conduzi da por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, que refletiu sobre o tema “Implantação das comunidades eclesiais”. (por Benigno Naveira)

SÉ Paróquia Nossa Senhora dos Remédios homenageia catequista morta há 3 meses

Carlos Gomes

BELÉM Paróquia São Marcos Evangelista 35 novos catequistas CARLOS GOMES E LARISSA BERNARDO COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO humildade, percebendo “as próprias falhas”. Destacou, ainda, que a “humil dade é autoconhecimento. O indivíduo humilde é aquele que se autoconhece, e quem se autoconhece tem domínio so bre si Aosmesmo.”catequistas, o Bispo recordou que a Palavra de Deus deve ser anuncia da com humildade: “O serviço que vocês vão prestar não é um serviço que faz de vocês importantes, pois o mais importan te é Jesus Cristo. Somos instrumentos”. Após a homilia, o Prelado abençoou os catequistas, recordando que a ativida de pastoral da Igreja precisa da colabo ração deles. “Reunidos nesta celebração, vamos bendizer o Senhor por estes cate quistas e implorar sobre eles a graça do Espírito Santo, para que exerçam eficaz mente este serviço à Igreja.”

[SANTANA] No domingo, 28 de agosto, Dom Jorge Pierozan presidiu missa na Paró quia Santa Zita, Setor Medeiros, por ocasião da festa da copadroeira, Nossa Senhora do Caminho. Na missa, foi conferido o sacramento da Crisma a 11 jovens. Concelebraram os Padres Aloizio Azevedo Júnior, Administrador Paroquial, e Mauricio Vieira de Souza, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Parque Edu Chaves, com a assistência do Diácono Jorge Fernandes de Albuquerque Vides. (por Robson Francisco)

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tem

Na conclusão do encontro, o Padre Antônio destacou que cada paróquia e cada pastoral são desafiadas a encon trar caminhos práticos para a realização destas propostas, tendo como referên cia que as CEMs têm como centralida de a Palavra, o Pão, a caridade e a ação missionária.

No sábado, 27 de agosto, na Paróquia São Marcos Evangelista, no Parque São Rafael, Setor Conquista, foram abençoa dos e acolhidos 35 novos catequistas que auxiliarão no processo formativo e cate quético de crianças, jovens e adultos, tan to na matriz paroquial quanto nas quatro comunidades que compõem a Paróquia. A celebração foi presidida por Dom Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, e con celebrada pelos Padres Irineu Dossou, SVD, Pároco, e Joseph Dillon, SVD, Vi gárioNaParoquial.homilia, Dom Cícero falou so bre a humildade, destacada no Evange lho. “Humildade é reconhecer, de fato, a nossa pequenez”, afirmou, exortando os fiéis a reencontrarem o caminho da [SANTANA] Em 23 de agosto, Dom Jor ge Pierozan, Bispo Auxiliar de São Paulo na Região Santana, presidiu a missa no encerramento da festa da padroeira na Paróquia Santa Rosa de Lima, Setor Tre membé. Concelebrou o Padre Cândido da Costa, Pároco, assistidos pelo Diácono Pedro Bruno. (por Lene Zuza) [BELÉM] Na manhã do domingo, 28 de agosto, sete adultos receberam o sacra mento da Crisma, durante missa presi dida por Dom Cícero Alves de França, na Paróquia Menino Deus, Setor Antonieta. Concelebrou o Padre Luis Gutierrez Pardo, Pároco. (por Fernando Arthur) [BELÉM] Na manhã do domingo, 28 de agosto, Dom Cícero Alves de França conferiu o sacramento da Crisma a 12 jovens e adultos na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Lu ciano, Setor Guarani. Concelebrou o Padre Cláudio de Oliveira, Pároco. (por Fernando Arthur)

[SANTANA] Na quinta-feira, 25 de agosto, na Comunidade São Luiz de França, perten cente à Paróquia Nossa Senhora da Penha, Setor Mandaqui, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a missa do 1º dia do tríduo em come moração do padroeiro, com a assistência do Diácono Welton Thiago. (por Silvano Jacobino)

Em seguida, os participantes se reu niram em grupos para refletir a respeito das possibilidades de implantação das CEMs e apresentar três propostas para a Região Lapa, as quais foram divulgadas em plenário e servirão de base para a as sembleia regional, em novembro.

João

LAPA Conselho Regional de Pastoral reflete sobre Comunidades EclesiaisBENIGNOMissionáriasNAVEIRA COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO O Conselho Regional de Pastoral (CRP) da Região Lapa realizou, no sába do, 27 de agosto, na Paróquia Nossa Se nhora da Lapa, o encontro com a partici pação dos padres, agentes de pastorais e leigos que o compõem, conduzido pelos Padres João Carlos Deschamps de Al meida, Vigário-geral Adjunto da Região; e Antônio Francisco Ribeiro, Coordena dor Regional de Pastoral. O Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Parque Continen tal, Setor Butantã, foi convidado a expla nar sobre a formação das Comunidades Eclesiais Missionárias (CEMs), refle tindo sobre o documento 109 da Con ferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que trata das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, e também sobre o livro do Padre José Carlos Pereira que trata da implan tação, formação e atuação de líderes e participantes das CEMs.

[IPIRANGA] Os catequizandos da Paróquia Santa Ângela e São Serapião, Setor Cur sino, visitaram no sábado, 27 de agosto, o Seminário de Teologia Bom Pastor, no Ipiran ga, em virtude do mês das vocações. O encontro se iniciou com a missa, presidida pelo Padre José Lino Mota Freire, Pároco, e continuou com dinâmicas e reflexões, incluindo um bate-papo sobre vocações, conduzido pelo Padre José Lino, pelo seminarista Victor Menezes, pela Irmã Joceline Kapinga e pelas catequistas Cibele Dias e Carolina Muniz. As 28 crianças tiveram a oportunidade de tirar as suas dúvidas sobre a vocação sacerdotal, a vida religiosa, a vida matrimonial e o chamado a ser catequista. (por Caroline Dupim)

Pascom paroquial

JOÃO

Fernando ArthurSandra Bruno Robson Francisco Silvano Jacobino

“A diversidade e complementaridade de tantos dons, carismas e graças são pelo bem do Reino de Deus, para a nossa santifica ção, para a missão e o serviço”, disse o Bispo. Dom Ângelo lembrou o tema do mês vocacional deste ano: “Eu vi o Senhor, eu o encontrei!”, e destacou: “Toda vocação se inicia quando encontramos Jesus Cristo, o amamos profundamente e por Ele da mos a vida. Cristo vive, reina e continua presente no meio de nós, chamando, in dicando seus caminhos. Ele continua vivo: na sua Palavra, na Eucaristia, nos irmãos e irmãs, nas famílias, sobretudo naqueles que mais precisam de seu amor. É Ele o Senhor de nossas vidas, da nossa missão. Nós somos suas testemunhas, seus discí pulos e missionários!”. Ao final da celebração, Dom Ângelo abençoou a todos com a relíquia de São Judas Tadeu. No sábado, 27 de agosto, Dom Car los Silva, OFMCap, presidiu missa na Paróquia São Luís Gonzaga, concelebra da por quatro padres, assistidos por um diácono, com a presença dos catequistas das pastorais sacramentais da Iniciação à Vida Cristã (IVC). Na oportunidade, no âmbito do mês vocacional, no dia em que a Igreja des tacou a missão dos catequistas, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Bra silândia sublinhou essa vocação, agra decendo o serviço de todos eles em suas paróquias e comunidades da Região.

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[BRASILÂNDIA] A Comunidade San ta Luzia, pertencente à Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, realizou no domingo, 28 de agosto, um encontro para um grupo de 80 mulheres com a espiritua lidade da Renovação Carismática Católica. O evento foi encerrado com missa presi dida pelo Padre Francisco Antônio Rangel de Barros, Pároco. (por Eva Nascimento)

[IPIRANGA] No sábado, 27 de agosto, cerca de 150 ministros extraordinários da Sa grada Comunhão (MESC) do Setor Imigrantes estiveram reunidos para um momento de espiritualidade e formação, no Instituto dos Meninos de São Judas Tadeu. O encontro foi conduzido pelos Padres Claudio Weber, SCJ; e Anderson Pereira Bispo, Assessor Eclesiás tico para os MESC na Região; pelo Diácono Anivaldo Blasques, coordenador regional dos MESC; e pelo Frei José Maria Mohomed Junior, Coordenador de Pastoral da Região. (por Diácono Anivaldo Blasques)

[SÉ] No domingo, 28 de agosto, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, Se tor Perdizes, Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, conferiu o sacramento da Crisma a 37 pessoas. Concelebrou o Padre Adailton Mendes da Silva, MI, Pároco. (por Karine de Sousa Lima) IPIRANGA CulturaVoc : um dia de intenso testemunho vocacional

PRISCILA THOMÉ NUZZI COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

BRASILÂNDIA ‘Vocação é um chamado do Senhor’, diz Dom Carlos Silva a catequistas KATIA NASCIMENTO E MARCOS ELIAS COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO “Vocação é um chamado do Senhor. Deus chama, nós respondemos e a mis são se realiza”, enfatizou. Na homilia, o Bispo enalteceu o pa pel do catequista na Igreja e os desafios dessa missão; e, remetendo-se à liturgia daquele dia, falou sobre a humildade a que todos são chamados a viver. Padre Silvio Costa Oliveira, Coor denador da IVC regional, lembrou aos presentes que, como batizados, devem se comprometer a divulgar a Palavra a todos e em todos os lugares, e que o cate quista deve saber evangelizar de maneira acolhedora.

dre Marcelo Rodrigues Ocanha, OSJ. A missa campal também marcou o encerramento do mês vocacional, com a presença de aproximadamente 600 pes soas. Na homilia, Dom Ângelo disse que é necessário anunciar Jesus Cristo e que eventos como o CulturaVoc mostram a Igreja sempre em construção, na sua ri queza, manifestada nas diversas vocações.

Pascom paroquial Carlos José Pereira da Silva e Ornela Maria Aleixo

[BRASILÂNDIA] A Pastoral da Comunicação regional promoveu, no sábado, 27 de agosto, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, a 3ª edição do +Pascom, com o tema “Mídias Sociais”. Mylene Souza, especialista em Marketing Digital, apresentou dicas de como usar de maneira mais estratégica e assertiva tais plataformas. Anderson Santos trouxe uma análise de como usar o WhatsApp Business como uma ferramenta de divul gação das ações paroquiais. O evento foi transmitido ao vivo pelo Facebook e pode ser acessado no link: https://fb.watch/fa5pvgr5RT/ (por Taíse Cortês)

[BRASILÂNDIA] A Pastoral da Criança regional realizou, nos dias 27 e 28 de agosto, sua assembleia eletiva, com a participação de 30 líderes, coordenadores paroquiais, as sessores e coordenadores regionais e estaduais. O tema da assembleia foi “Somos Pastoral da Criança: nossa alegria é servir e cuidar com amor”. No primeiro dia, refletiu-se sobre a caminhada da Pastoral. No segundo, houve a leitura do regimento interno, a participação na missa e a escolha da lista tríplice de candidatos a coordenador da Pastoral na Região, que será encaminhada para a apreciação de Dom Carlos Silva, OFMCap, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia. (por Padre Gilberto Martins e Priscila Balbino Mariano)

O domingo, 28 de agosto, foi marcado pelas atrações do CulturaVoc, no Santuário São Judas Tadeu, da Avenida Jabaquara. O evento trouxe diversas congregações e ins titutos religiosos, apresentando a riqueza de seus carismas e dons, e também as Pastorais Familiar e Vocacional, atuantes na Região Ipiranga.Narua atrás das igrejas nova e antiga, aconteceram shows de cantores e bandas católicas, como Vida Reluz, Walmir Alen car com Adoração e Vida, Davidson Silva, entre outros, e, também, apresentações de carimbó, tradicional dança paraense. Houve, ainda, adoração ao Santíssi mo, e a missa de encerramento, presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, concelebrada pelo Pároco e Rei tor do Santuário São Judas Tadeu, Padre Daniel Aparecido de Campos, SCJ, e o Padre Rarden Pedrosa, SCJ, organizador do evento; Padre José Carlos dos Anjos, Promotor Vocacional da Arquidiocese de São Paulo; Padre Israel Mendes Pe reira, Assistente Eclesiástico da Pastoral Vocacional na Região Ipiranga; e o Pa

[BRASILÂNDIA] No domingo, 28 de agosto, na Comunidade Aparecidinha, pertencente à Paróquia São Francisco de Assis, Setor Dom Paulo Evaristo, durante missa presidida pelo Padre Genésio de Morais, Pároco, foi realizado o envio dos romeiros que irão a pé ao Santuário Na cional de Nossa Senhora Aparecida. (por Marcos Rubens Ferreira) Priscila Rocha

[IPIRANGA] No sábado, 27 de agosto, os coordenadores de liturgia das paróquias da Região Ipiranga estiveram reunidos no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Apa recida, Setor Ipiranga, para um encontro de formação, conduzido pelo Padre Jefferson Mendes de Oliveira, Assessor Eclesiástico da Pastoral da Liturgia na Região, e pelo Frei José Maria Mohomed Junior, Coordenador de Pastoral. Além da reflexão sobre a vida litúrgica nas paróquias, estudou-se, também, a carta apostólica Desiderio desideravi, do Papa Francisco. (por Padre Jefferson Mendes de Oliveira)

[BRASILÂNDIA] No domingo, 28 de agosto, os fiéis da Paróquia Imaculado Coração de Maria, no Jardim Princesa, se reuniram para celebrar a memória de Santa Mônica, com missa presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap, e concelebra da pelos Padres Dorival Ferreira Leite, CRL, Pároco, e Juscelino Ricardo, CRL, Vigário Paroquial. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia relem brou a acolhida dada às irmãs Xaverianas na semana anterior, que se colocaram a serviço do povo de Deus na Paróquia. Por fim, Dom Carlos se dirigiu aos catequistas, no dia a eles dedicado, enaltecendo a hu mildade por partilhar seu conhecimento e experiência de Deus e, assim, ajudar a construir o Reino. (por Karina Marta)

VIDA PASTORAL A Paróquia São Bernardo de Cla raval foi criada em 2007, sendo des membrada da Paróquia Santo Agnelo. O primeiro Pároco foi o Padre Antonio Luciano de Lima, falecido em 2014. Atualmente, os paroquianos partici pam de pastorais como as da Saúde, da Comunicação, Catequese, do Dízimo, da Liturgia, dos Acólitos e Coroinhas; além do Grupo de Oração, Terço dos Homens e Apostolado da Oração. Padre Hernane destacou a genero sidade da comunidade nas campanhas em prol da reforma na igreja matriz. “Estamos trabalhando por melhorias no telhado, na iluminação, e reforma mos a capela do Santíssimo”, pontuou. Jeanne Pereira da Silva, paroquiana há mais de 12 anos, é coordenadora do Grupo de Oração. Ela contou à repor tagem que a cada dia cresce a partici pação nas celebrações e nas atividades promovidas pela comunidade. “Somos uma Paróquia em constante saída, buscamos ser presença do Cristo nas realidades do nosso bairro com pasto rais sociais e atividades que impactam a vida dos irmãos”, disse, destacando que, aproximadamente, dez grupos se reúnem nas casas para rezar o Terço e a Novena de Natal. Antonio Pacheco dos Santos, 69, mora no bairro há 40 anos e acompa nhou o processo de criação da Paró quia. Ele destacou que a vida de São Bernardo de Claraval é um exemplo de fidelidade ao seguimento de Cristo e amor à Mãe de Jesus. “Com o padro eiro, aprendemos a olhar para Jesus por meio de Maria”, pontuou.

CONTRIBUIÇÃO LITERÁRIA O Santo teve uma atividade literária expressiva, em quanti dade de obras e qualidade no conteúdo, sendo reconhecido como um dos maiores escri tores do seu tempo. Entre os escritos do Abade Cisterciense estão: “Tratado sobre o amor de Deus”; “Opúsculo sobre o li vre-arbítrio”; “Tratado da cons ciência ou do conhecimento de si”; “Sermões sobre o Cântico dos Cânticos”, entre outros. Es creveu, ainda, uma eulogia aos templários, a “De laude novae militiae ad Milites Templi”. E é de sua autoria a invo cação: “Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria”, inserida na oração da Salve -Rainha.Bernardo de Claraval mor reu em 20 de agosto de 1153, aos 63 anos. O Papa Alexan dre III o proclamou santo em 1174. O Papa Pio XII dedicou -lhe uma encíclica intitulada Doctor mellifluus Martins/O SÃO PAULO

Fotos: Luciney

Festa do padroeiro é concluída em 20 de agosto, com missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer

Paróquia

de(OraçãoLEMBRAI-VOSdeSãoBernardoClaravalàVirgemMaria)

Lembrai-vos, ó piíssima Virgem Maria, de que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tivessem recorrido à vossa proteção, implo rado o vosso auxílio e reclamado o vosso socorro, fosse por vós Animado,desamparado.pois, com igual confian ça, a vós, ó Virgem entre todas singular, como Mãe, recorro, de vós me valho, e gemendo sob o peso dos meus pecados, prostro-me aos vossos pés. Não desprezeis as minhas sú plicas, ó Mãe do Verbo de Deus humanado, mas dignai-vos atender aos meus pedidos e alcançar o que vos rogo. Amém!

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Na São Bernardo de Claraval, o testemunho do padroeiro inspira ações evangelizadoras

Uma paróquia que tem uma vida pastoral atuante e engajada em ações missioná rias e caritativas. É assim que o Padre Hernane Santos Mó dena, Pároco, sintetiza o co tidiano da Paróquia São Ber nardo de Claraval, no bairro Vila Liviero, na Região Epis copal“DeIpiranga.modoespecial na pan demia, mutirões e campanhas reuniram doações de alimen tos, roupas e cobertores às famílias em vulnerabilidade”, disse o Sacerdote, recordando que a Paróquia distribui leite mensalmente para cerca de 50 famílias cadastradas. Nas últimas semanas, os fiéis se empenharam na rea lização da novena e festa do padroeiro, encerrada em 20 de agosto, com missa presidi da pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropo litano, e concelebrada pelo Pároco e pelo Padre Jefferson Mendes de Oliveira, Vigário Paroquial do Santuário Ar quidiocesano Nossa Senhora Aparecida, assistidos pelo se minarista Victor Battisti. No início da celebração, Dom Odilo recordou que São Bernardo de Claraval é conhe cido como “o poeta e cantor de Nossa Senhora” e sublinhou a profunda devoção do Santo a MariaTambémSantíssima.ressaltou que ce lebrar o padroeiro é sempre “o momento para a comunidade se unir e se reunir como famí lia de fé para caminhar juntos, seguindo os ensinamentos de Jesus por meio da sua Palavra e aprender com a vida e obras do santo padroeiro”.

ROSEANE WELTER ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

O Arce bispo exortou os fiéis a teste munhar a fé e sempre pedir a Nossa Senhora que a todos conduza a Jesus. “Maria é o caminho certo para chegar a Cristo”, afirmou.

VIDA E VOCAÇÃO Bernardo nasceu no Castelo de Fontaine, próximo de Dijon, na Fran ça, em 1090. De família nobre, aos 22 anos, após ter estudado Gramática e Retórica, ingressou no Mosteiro fundado por Roberto de Molesmes, em Citeaux (do latim Cistercium, do qual deriva o nome Cisterciense). No início, seus familiares, inclusive o pai, Tescelino, foram contra sua vocação. Alguns anos depois, fundou o Mosteiro de Claraval, jun to com 12 companheiros, entre os quais quatro irmãos, um tio e um primo. Tinha uma incrível capacidade de persuasão e convencimento, com a qual levou centenas de homens ao seguimento de Cristo, incluindo o pai e, aproximadamente, 30 membros da sua família. Bernardo é considerado o segundo fundador da Ordem Cisterciense. Quando ingressou, em 1111, havia apenas 20 membros e um mosteiro. A partir da fundação do Mosteiro de Claraval, onde ficou por 38 anos como abade, houve um florescimento vocacional e a Ordem passou a ter 165 mosteiros. Bernardo, sozinho, fundou 78 e, em suas mãos, mais de 700 monges professaram os votos religiosos. Era conhecido como “o caçador de almas e vocações”, porque ia às universidades, aos povoados e aos campos para falar sobre as maravilhas da vida religiosa e acabava con vencendo os jovens ao segui mento de Cristo. São Bernardo de Claraval é conhecido também como “o oráculo da cristandade”, e de nominado como “o cantor de Nossa Senhora”, por seu amor e escritos sobre a Virgem Ma ria. Compôs o “Lembrai-vos”, uma de suas mais belas ora ções marianas.

O atual Pároco, Padre Her nane assumiu há seis meses, já com a missão de organizar a festa patronal, durante a qual os fiéis se reuniram para me ditar sobre a vida e os ensina mentos de São Bernardo de Claraval.Em21 de agosto, após a missa das 10h, aconteceu a carreata com a imagem de São Bernardo de Claraval pe las ruas do bairro e, à noite, a quermesse com barracas típi cas no salão paroquial.

Setor da Arquidiocese de São Paulo

Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo (Sejusp), o evento reuniu no Colégio Santo Antônio

EVENTO FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA

10 | Reportagem | 31 de agosto a 6 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

CRIATIVIDADE E ESPERANÇA

A Arquidiocese de São Paulo deu iní cio aos preparativos para a participação dos jovens na Jornada Mundial da Juven tude (JMJ) de 2023, em Lisboa, Portugal. O primeiro passo foi a realização do even to Juventude em Ação, no sábado, 27 de agosto, que contou com a presença do Bis po Auxiliar de Lisboa e responsável pelo Comitê Organizador Local da JMJ, Dom AméricoPromovidoAguiar.pelo

PREPARATIVOS O Bispo informou que os preparati vos para a jornada estão a todo o vapor na capital portuguesa. Quanto à expecta tiva dos portugueses para acolher jovens de todo o mundo daqui a um ano, Dom Américo informou que a população do país está gradativamente abrindo o cora ção para o evento. “Desta vez, não vamos à JMJ, mas so mos nós que acolhemos a juventude do mundo inteiro. Isso tem uma importân cia especial e só encontramos a bondade por parte dos portugueses de todas as dioceses”, reforçou o Bispo, recordando que, na semana que antecedeu à jorna da, haverá o tradicional Dias nas Dio ceses, atividade preparatória nas várias dioceses do país. Dom Américo sublinhou que a JMJ também foi diretamente impactada pela pandemia de COVID-19, que adiou o evento de 2022 para 2023. No entanto, o Prelado confia no seu bom êxito que ocor rerá em um contexto histórico bastante peculiar. “É a primeira vez que uma JMJ é adiada, que acontece no contexto de uma pandemia. De igual modo, será a primeira vez que o evento é realizado em um con texto de guerra na Europa. Sem contar que o contexto econômico é uma dificuldade suplementar, seja pela inflação e os demais problemas que advêm do clima da guerra e mexem com a economia do mundo in teiro”, observou.

Juventude da Arquidiocese inicia caminho rumo à JMJ Lisboa 2023 BISPO RESPONSÁVEL DO ORGANIZADORCOMITÊ DA JMJ ESTEVE EM SP PARA FALAR SOBRE O O SÃO PAULO de Lisboa, no Tatuapé, jovens de pasto rais, movimentos, comunidades e demais expressões eclesiais que atuam na Pastoral Juvenil.Aprogramação incluiu testemunho de jovens e apresentações musicais, e uma missa, presidida por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Referencial do Setor Juventu de. Entre as atrações musicais estavam as cantoras católicas Jake Trevisan e Olívia Ferreira, além da banda Anjos de Resgate.

CONVITE A TODOS São Paulo foi a primeira parada de Dom Américo no Brasil, acompanhado de jovens portugueses, para divulgar a JMJ e convidar pessoalmente a juventude brasileira para o evento que reunirá jovens de todo o mundo com o Papa na capital portuguesa entre os dias 1º e 6 de agosto de 2023.Adelegação da JMJ também esteve na 59ª Assembleia Geral da Conferência Na cional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP), para fazer o mesmo con vite ao episcopado brasileiro. A viagem conta, ainda, com passagens por Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Fortaleza (CE) e Belém (PA). “Nós queremos convidar todos os jo vens do Brasil. Por isso a nossa presença pessoal para, com olhos nos olhos, coração a coração, dizer a cada jovem que se sinta convidado do Papa Francisco para partici par da JMJ de Lisboa em agosto de 2023”, disse Dom Américo ao O SÃO PAULO, reforçando: “O que nós gostaríamos é que, de fato, o maior contingente de jovens da JMJ de Lisboa seja ‘verde-amarelo’”.

“Estamos dando a largada na nossa preparação para a JMJ. Temos um ano, tempo suficiente para termos ideias e des cobrir como conseguir, com criatividade, juntar recursos para participar desse even to com o Papa”, afirmou Dom Carlos, re cordando iniciativas já feitas pelos jovens nas JMJs passadas, como a venda de doces nas paróquias, ações entre amigos e mui tas outras.Ojovem Diego Brigatto, secretário do Sejusp, explicou à reportagem que, assim como nas edições anteriores da JMJ, a Ar quidiocese de São Paulo pretende organi zar uma delegação oficial de peregrinos para a Jornada de Lisboa. “Estamos estu dando as possibilidades de pacotes acessí veis para a Jornada, talvez a parceria com comunidades e movimentos”, acrescentou, destacando que, em breve, divulgarão no vas informações nas mídias digitais do Sejusp (@setorjuventudesp).

Juventude

DIVISOR DE ÁGUAS O Bispo Auxiliar de Lisboa lembrou que o Papa Francisco afirma que a JMJ de Lisboa poderá ser um “divisor de águas” para a Igreja ao reconquistar a alegria, a fé e a esperança após momentos tão difíceis vividos pela humanidade. “Os jovens são a garantia do hoje de Deus e do futuro da humanidade. A jornada de Lisboa tende a ser especial para voltamos a acreditar, a so nhar e a lutar para mudarmos o mundo”, concluiu Dom Américo. Utilizando a expressão popular entre os brasileiros, o Bispo português reconhe ceu que existe problema de “grana” que impede muitos jovens de participar da JMJ. “Mas isso é possível resolver. Nós so mos sonhadores... Por isso, o dinheiro não haverá de ser um problema que os impe dirá de atravessar o Atlântico e se juntar aos demais jovens”, disse. “Somos a Igreja do Ressuscitado. To dos esses problemas não são para nos im pedir, mas para nos fortalecer, para que o encontro com Cristo vivo, que o Papa quer que seja a jornada, seja um ponto de chegada com a alegria de o alcançarmos vitoriosos.”

A HARMONIA ENTRE OS PODERES DA REPÚBLICA Recorrentemente, na opinião pública se tem falado de uma crise entre poderes da República, decorrente de deliberações do Poder Judiciário que mais se assemelham à criação de novas leis, o que seria uma interferência nas atribuições próprias do Congresso Nacional; e de impe dimentos de programas do Poder Executivo, após o Judi ciário interpretar que há alguma violação às leis vigentes no País. Diante disso, qual deve ser o papel do Senado? O Compêndio da Doutrina Social da Igreja aponta que “o Magistério reconhece a validade do princípio con cernente à divisão dos poderes em um Estado: ‘é preferí vel que cada poder seja equilibrado por outros poderes e outras esferas de competência que o mantenham no seu justo limite. Este é o princípio do ‘Estado de direito’, no qual é soberana a lei, e não a vontade arbitrária dos homens’” (408).

Sobre esta temática, é importante que se observe se o candidato tem o entendimento de que a família é titular de direitos próprios e originários, não sendo relegada a papel subalterno e secundário (CDSI, 211); de que o Esta do, em suas relações com a família, se atenha ao princípio da subsidiariedade, para dela não subtrair aquelas tarefas que pode bem fazer sozinha ou livremente associada com outras famílias; e que o Estado assegure às famílias auxí lios de que necessitam para desempenhar suas responsa bilidades (214).

DANIEL osaopaulo@uol.com.brGOMES Entre os cargos em disputa nas elei ções de 2 de outubro, está o de senador. Neste ano, será eleito um em cada estado e um no Distrito Federal. Nesta edição, o jornal O SÃO PAULO apresenta este caderno especial acerca das eleições para o Senado. A maior parte do conteúdo consiste nas entrevistas com os três candidatos por São Paulo mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto: Márcio França (PSB), Janaina Pas choal (PRTB) e Marcos Pontes (PL). Tendo por base apontamentos do Compêndio da Doutrina Social da Igreja (CDSI), detalhamos a seguir o porquê dos questionamentos feitos aos candidatos. A proposta é que o eleitor, especialmente o católico, possa ter re ferenciais para analisar as propostas e posicionamentos dos postulantes ao Senado. Cumpre lembrar que, em seu parágrafo 573, o compêndio indica aos fiéis leigos que “é preciso operar uma escolha coerente com os valores [da fé e da moral cristã], tendo em conta as circunstâncias efetivas. Em todo o caso, qualquer escolha deve ser radicada na caridade e voltada para a busca do bem comum”.

O TETO DE GASTOS PÚBLICOS

Em vigor desde 2017, a Emenda Constitucional 95 prevê um limite de gastos anuais para o governo, atrelado à inflação. O chamado teto de gastos divide opiniões: se um por um lado é um mecanismo que evita o aumento desenfreado das despesas do Estado, por outro limita in vestimentos em áreas consideradas essenciais, como Saú de e Educação. Dada a importância do tema, buscamos saber a opinião de cada candidato sobre o teto de gastos. No CDSI é apontado que “uma finança pública equi tativa, eficiente, eficaz, produz efeitos virtuosos sobre a economia, porque consegue favorecer o crescimento do emprego, amparar as atividades empresariais e as ini ciativas sem fins lucrativos, e contribui para aumentar a credibilidade do Estado enquanto garante os sistemas de previdência e de proteção social destinados em particular a proteger os mais fracos” (345). Neste mesmo parágrafo, são ressaltados alguns dos princípios das finanças públicas orientadas para o bem comum, como a racionalidade e equidade na imposição dos tributos; e o rigor e integridade na administração e na destinação dos recursos públicos.

efetivamente condições de igual oportunidade entre homem e mulher, garantir uma objetiva igualdade en tre as diversas classes sociais perante a lei” (145).

O católico diante das eleições para o Senado

O PERIGO DO CONTROLE DA MÍDIA PELO ESTADO Em diferentes partes do mundo, o controle da mídia pelo Estado é um dos expedientes de governos totalitá rios. A Constituição federal, em seu Art. 220, assegura que “a manifestação do pensamento, a criação, a expres são e a informação, sob qualquer forma, processo ou veí culo, não sofrerão qualquer restrição”. No CDSI, a Igreja enfatiza que “a informação está en tre os principais instrumentos de participação democráti ca [sendo] necessário assegurar um real pluralismo neste delicado âmbito da vida social” (415). Também se aponta para a necessária participação da sociedade no “proces so decisório referente à política das comunicações. Tal participação, de forma pública, deve ser autenticamente representativa e não voltada a favorecer grupos particu lares” (416). De igual modo, que se garanta “a liberdade de acesso aos meios de comunicação social, pela qual deve ser evitada toda forma de monopólio e de controle ideológico” (557).

POLÍTICAS PÚBLICAS QUE VALORIZEM A FAMÍLIA

Em síntese, “a sociedade e, em particular, as institui ções estatais – no respeito da prioridade e ‘antecedência’ da família – são chamadas a garantir e a favorecer a ge nuína identidade da vida familiar e a evitar e combater tudo o que a altere ou fira. Isso requer que a ação políti ca e legislativa salvaguarde os valores da família, desde a promoção da intimidade e da convivência familiar, até o respeito da vida nascente, a efetiva liberdade de opção na educação dos filhos” (252).

Rodrigues/Agência

De acordo com a Constituição federal, em seu Art. 5º, inciso VI, “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos re ligiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Portanto, é fundamental saber se o candidato não se colocará favorável a projetos que vão contra a liberdade religiosa no País. No CDSI é lembrado que em matéria religiosa ninguém deve ser forçado a agir contra a própria consciência, nem impedido de proceder segundo ela, em público ou privado (155 e 421); que compete à comuni dade política garantir à Igreja o espaço de ação necessário (424); e que o direito à liberdade religiosa deve ser reco nhecido no ordenamento jurídico e sancionado como direito civil (422), algo que já ocorre no Brasil.

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A DEFESA DA VIDA E DA DIGNIDADE HUMANA Embora a Constituição federal assegure, em seu Art. 5º, que o direito à vida é inviolável, recorren temente projetos de lei são apresentados nas casas legislativas com vistas à legalização da prática do aborto no País. Nesse sentido, é fundamental entender o com promisso do candidato em defender a vida “desde o momento da sua concepção até o seu fim natural, o que condiciona o exercício de qualquer outro direito e comporta, em particular, a ilicitude de toda forma de aborto procurado e de eutanásia” (155). Especifi camente sobre o aborto, o CDSI aponta que “longe de ser um direito, é antes um triste fenômeno que con tribui gravemente para a difusão de uma mentalidade contra a vida, ameaçando perigosamente uma convi vência social justa e democrática (233). Sobre a dignidade da vida, o CDSI indica que “é necessário, em particular, apoiar os últimos, assegurar

Edilson Senado

GARANTIR A LIBERDADE RELIGIOSA

fui prefeito e sei a diferença que faz ter um apoio em Brasília. A autorização para empréstimos para grandes obras nas cidades passa exclusivamente pelo Senado.

JANAINA PASCHOAL

Com um senador forte, podemos garantir uma reto mada de investimentos que possam alavancar a econo mia, gerando emprego e renda.

As políticas públicas em defesa da família receberão qual tipo de atenção em seu mandato?

Sou advogada, professora de Direito Penal na USP, onde me formei, obtive meu doutoramento e o título de Livre-docente. Quando eleita deputada estadual por São Paulo [em 2018], saí do escritório de Advocacia de que era sócia e pedi licença não remunerada na USP, para exercer o mandato com dedicação exclusiva. Para além dessas atividades mais perenes, posso citar que trabalhei como assessora no Ministério da Justiça e na Secretaria de Segurança Pública. Além disso, presidi o Conselho Estadual de Entorpecentes. Essa vivência toda me capacitou a buscar dar um passo maior.

DANIEL osaopaulo@uol.com.brGOMES

MARCOS PONTES

Sou casado há 40 anos, tenho dois filhos e dois netos. Tenho também uma longa trajetória na vida pública. Passei pelo Executivo, Legislativo e Judiciário. Já fui prefeito [na cidade paulista de São Vicente], secretá rio de estado e governador [de São Paulo]. É essa ex periência que pretendo levar ao Senado Federal, para representar São Paulo.

Toda atenção. Acredito que a família é a base de tudo. Todo projeto que venha ao encontro do bem para a família terá meu apoio. Reforçarei sempre o di reito à moradia, da terra para produzir e farei esforços para melhorar cada vez mais a área da Saúde, princi palmente a distribuição de medicamentos. Quais políticas pretende propor para a defesa da vida?

JANAINA PASCHOAL Na verdade, penso que minha maior participação na defesa da vida não será propondo medidas, mas impe dindo o tramitar de uma série de projetos que fragilizam a vida, seja por banalizarem aborto, seja por banaliza

JANAINA PASCHOAL Pretendo defender alguns pilares, destacando a proteção da vida, a partir da concepção; a liberdade de expressão e manifestação, com responsabilidade; a liberdade religiosa; a transparência com os recursos públicos; a redução do número de parlamentares, não só por economia, mas também para maior eficiência; a candidatura avulsa; a soberania nacional, pois muito me preocupa a crescente venda do território nacional a estrangeiros, com a possível exploração de nosso solo, sobretudo a água, entre tantos outros pontos.

MÁRCIO FRANÇA Eu sou casado na Igreja Católica há 40 anos com a minha primeira namorada, tenho dois filhos e dois netos. Sou um defensor da família e da felicidade das pessoas. Nota redacional: Em contato com a assesso ria de imprensa do candidato, foi pedido com plemento à resposta, dado que não houve a apresentação de propostas acerca da temática perguntada. Não obtivemos um retorno até o fechamento da edição.

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MARCOS PONTES (PL – 222) Venho de família simples da periferia de Bauru (SP). Estudei no Sesi [Serviço Social da Indústria] e no Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial]. [...] Na FAB [Força Aérea Brasileira], fui piloto de caça, piloto de testes de aeronaves, engenheiro aeronáutico formado pelo ITA [Instituto Tecnológico de Aeronáutica] em São José dos Campos (SP), e liderei projetos importantes de desenvolvimento de sistemas e armamentos para o Bra sil. [...] Em 2006, fui certificado para integrar a tripula ção de astronautas da TMA-8 da Agência Espacial Russa (Roskosmos), decolei num foguete russo com mais de 200 toneladas de combustível rumo à Estação Espacial Inter nacional. [...] Em 2018, fui escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o cargo de ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações [ele se manteve no Ministério de janeiro de 2019 a março de 2022, mas, em julho de 2021, a pasta deixou de responder pelas Comu nicações]. Agora sou candidato ao Senado pelo estado de São Paulo para continuar representando o Brasil e os bra sileiros com paixão, de forma séria e equilibrada, usando todo o meu conhecimento profissional, reconhecimento e credibilidade para decisões importantes no Senado, posi cionando o estado de São Paulo nos lugares mais altos nos quais devemos e merecemos estar.

Sou uma defensora da família como célula básica da sociedade e entendo que a família tem direito a edu car e evangelizar seus filhos conforme suas convicções e fé. Há muito defendo essa liberdade que, é óbvio, só pode ser limitada se a criança for colocada em risco. Um dos projetos a que mais me dediquei aqui na Alesp [Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo] foi o que visa a acelerar a fila da adoção, justamente para dar famílias às crianças que estão “envelhecendo” em abri Divulgação Divulgação Divulgação

JANAINA PASCHOAL (PRTB – 287)

O que propõem os 3 mais bem colocados nas pesquisas para a eleição ao Senado por SP?

O SÃO PAULO – Quais as principais agendas programáticas que pretende apresentar no Senado?

A seguir, publicamos as entre vistas com os três candidatos mais bem colocados nas pesquisas Genial/ Quaest e Instituto Real Big Data , di vulgadas no começo de agosto, na eleição para senador pelo estado de São Paulo: Márcio França (PSB), Ja naina Paschoal (PRTB) e Marcos PontesCom(PL).asassessorias dos três candi datos, foi acordado que as respostas enviadas não ultrapassassem os 7 mil caracteres (com espaços). Esse limite foi respeitado por Janaina Paschoal. As respostas de Márcio França perfize ram a metade desta quantidade, mas o candidato optou por não complemen tá-las. As de Marcos Pontes ultrapassa ram o limite proposto, razão pela qual sua autoapresentação foi editada. As perguntas foram comuns a to dos. As respostas estão publicadas em conjunto, para melhor efeito compa rativo, conforme ordem alfabética dos candidatos.

MÁRCIO FRANÇA (PSB – 400) Márcio França é uma pessoa de paz. Acho impor tante destacar isso em um momento em que a políti ca está cada vez mais tomada por brigas e confusões.

MÁRCIO FRANÇA O Senado é a casa da experiência. Nos últimos anos, São Paulo perdeu muita arrecadação. Nós precisamos recuperar a força do nosso estado em Brasília. Vou trabalhar para ser o senador amigo dos municípios. Já gos. Trata-se do PL 755/20. Este projeto sofreu e sofre larga resistência de setores que preferem as crianças “nas mãos” do Estado a vê-las no seio de uma família que as orientará. Aliás, no Senado, pretendo nacionali zar todos os meus projetos.

MARCOS PONTES Acredito que a educação transforma vidas e quero ser o senador que vai criar os melhores projetos para a educação na história do Brasil. Filho de família humil de, eu consegui transformar a minha vida por meio da educação. Como senador, quero dar essa mesma opor tunidade a milhares de jovens. Além disso, vou atuar para alavancar projetos voltados na área de Ciência e Tecnologia, pela qual, inclusive, nosso País vem sendo reconhecido mundialmente, como do nióbio e grafe no. Já estamos avançando e precisamos avançar mais.

Quais os seus compromissos para assegurar a liberdade religiosa no JANAINABrasil?

MARCOS PONTES Não acredito em crise entre poderes e sim em pes soas que estão atropelando as leis e interferindo em questões que passam por cima da nossa Constituição. Mas, acima de tudo, acredito no diálogo e respeito en tre as pessoas, principalmente quando o assunto trata do for para o bem da população do nosso País. O que pensa sobre legislações que busquem de algum modo controlar a JANAINAmídia?

MÁRCIO FRANÇA A tarefa zero é não deixar ninguém para trás. É inacreditável que um país que é um dos maiores pro dutores de alimento do mundo tenha 33 milhões de pessoas passando fome. Em São Paulo, pela primeira vez, ouvimos falar em insegurança alimentar. Isso é o básico para garantir a vida das crianças e adultos. Nota redacional: Em contato com a assessoria de imprensa do candidato, foi pedido comple mento à resposta, dado que não se versou de modo específico sobre a temática da defesa da vida (leia mais sobre o assunto na página 11). Em entrevista ao O SÃO PAULO, na condi ção de candidato à Prefeitura de São Paulo, em 2020, Márcio França foi questionado sobre “qual apoio a Prefeitura ofertará às vítimas de abuso sexual que resultem em gravidez, a fim de que evitem recorrer ao aborto?”. E assim se manifestou: “O que nossa gestão fará vai ser fortalecer os mecanismos previstos na Consti tuição, com ações do município para apoiar e acolher mulheres e meninas em situações de violência. Também precisamos facilitar denún cias de abuso para reduzir os índices de femini cídio e de violência doméstica”.

Passamos por um período complicado devido à pandemia de COVID-19 e à guerra da Ucrânia, que afetou principalmente as importações e exportações. Por isso, nossa equipe econômica, comandada pelo ministro Paulo Guedes, foi obrigada a rever e tomar posições necessárias, principalmente no socorro à po pulação mais carente. Hoje, temos um governo que segue rigorosamente a lei orçamentária, arrecada mais do que gasta, tanto que possibilitou ajudar os estados e a criar o Auxílio Brasil. Com a retomada do crescimen to do Brasil, que surpreende especialistas no mundo todo, o governo cumpre as regras do teto, evitando ser enquadrado no crime de responsabilidade fiscal. Tudo isso traz cada vez mais credibilidade para que investi dores de todo o mundo invistam em nosso País. Nota redacional: Em julho, o Congresso Nacio nal promulgou uma emenda constitucional que permite ao Governo Federal gastar, até o final de 2022, R$ 41 bilhões fora do orçamento fede ral aprovado para o ano (o teto de gastos), a fim de ampliar temporariamente o Auxílio Brasil e criar subsídios para algumas categorias profis sionais, como taxistas e caminhoneiros.

rem eutanásia, seja por normalizarem os assim chama dos infanticídios indígenas. Uma das razões pelas quais busco estar no Senado é justamente impedir o avanço dessas pautas. Eu trato desses temas há décadas, em au las, palestras, entrevistas e obras acadêmicas. Não passei a defender essas pautas agora que estão na moda. Não obstante, entendo haver espaço para, de plano, duas propostas: estabelecer um prazo para a interrup ção da gravidez, em caso de estupro, além de obrigar que se instaure investigação para responsabilizar o agressor sexual. Explico: sou contrária ao aborto em toda e qualquer circunstância, defendo que a mulher que engravidou em um estupro deve ser esclarecida sobre todos os programas que há, visando à entrega legal do bebê para adoção. No entanto, sob o ponto de vista jurídico-penal, nossa legislação é ponderada. Por isso, haja vista casos recentes, em que bebês de 7 meses foram mortos, sob o argumento de que foram conce bidos em estupro, entendo que a legislação está carente de um limite temporal claro, nesses casos. É bem ver dade que o sistema jurídico como um todo impediria essa monstruosidade; porém, como ocorreu, melhor trabalhar para deixar as restrições mais límpidas. Ainda, imperioso criar lei federal para obrigar in vestigar o crime sexual, que hoje só é apurado se a víti ma pedir. Na Alesp, apresentei um projeto de lei nesse sentido (PL 582/2020), mas a força de um projeto fede ral é sempre maior.

PASCHOAL Na USP, sofri pesada perseguição por desenvolver uma disciplina intitulada Direito Penal e Religião. As linhas mestras dessa disciplina eram justamente a li berdade religiosa e a evidencia de que Estado laico não se confunde com Estado ateu. Em regra, os intelectuais consideram a discriminação religiosa como politica mente correta, tomando laicidade como sinônimo de ateísmo.Aliberdade religiosa, nos tratados internacionais e na legislação pátria pressupõe Ter, Não ter, Manter, Modificar a religião, bem como praticar os ritos e pre gar os preceitos, além de educar os filhos conforme o próprio credo. Eu pretendo trabalhar para proteger to das essas faces de tão importante liberdade. Por escolher esse tema, fui reprovada no concurso para Titularidade, que seria o último passo na carrei ra universitária. Não me arrependo. Alguém precisava escrever e dizer tudo que sustentei e sustento.

MARCOS PONTES

JANAINA PASCHOAL

MÁRCIO FRANÇA

MÁRCIO FRANÇA

Eu sou uma grande defensora da Lei de Responsa bilidade Fiscal e, por conseguinte, sou também defen sora do teto de gastos, independentemente de termos um governo de direita ou de esquerda. É ilusão dizer que as políticas públicas de assistência social ficam prejudicadas com o respeito ao teto. O que prejudica as políticas sociais é manter uma máquina pública pe sada, gastos desnecessários, funcionários fantasmas, pompas incompatíveis com a realidade da maior parte de nosso povo. A Responsabilidade Fiscal foi uma das maiores conquistas dos últimos tempos.

O atual governo furou o teto de gastos. Isso, na prática, não existe mais. Na minha visão, precisamos, em um momento de crise como este, voltar as nossas atenções e recursos para os que mais precisam. Com projetos que possam garantir o básico, que é comida na mesa de todos os brasileiros. Essa é a prioridade zero. Isso não significa que não devemos ter responsabilida de com as contas públicas.

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MÁRCIO FRANÇA O papel do Senado é mediar conflitos, baixar a ten são e ajudar a resolver as principais crises. É por isso que é uma casa de pessoas mais experientes, geral mente ex-governadores. Nos casos de crise, os cabelos brancos e a experiência ajudam a encontrar soluções.

O direito à vida é o bem mais relevante do ser hu mano, sem distinção de qualquer natureza. Hoje exis tem importantes políticas públicas em defesa da vida. Inclusive, tudo o que for para o bem e para garantir o direito de o cidadão ter acesso à educação, saúde e se gurança, eu estarei ao lado. E sempre aberto ao diálogo com todos os segmentos da sociedade para melhorar mos cada vez mais nessa questão.

MÁRCIO FRANÇA Sou contrário. Nota redacional: Em contato com a assessoria de imprensa do candidato, foi pedido comple mento à resposta. Não obtivemos um retorno até o fechamento da edição.

PASCHOAL Sou absolutamente contrária. Os totalitarismos se iniciam assim, não importa se são de esquerda ou de direita. A liberdade absoluta traz menos ônus que a censura. Melhor correr o risco de um excesso do que correr o risco de elevar um pequeno grupo para dizer o que os demais podem, ou não, falar, divulgar, publicar.

MARCOS PONTES Faço parte de um governo que sempre defendeu a liberdade de imprensa. Jamais ficarei do lado de quem pensa diferente. Na minha opinião, a imprensa é funda mental para uma democracia plena. É importantíssimo ter uma imprensa livre e responsável, afinal é por meio dela que nós, cidadãos, estamos democraticamente livres.

MARCOS PONTES

Isso é um compromisso de vida. Podem contar co migo. Nosso País é majoritariamente católico. Mas tem representantes e líderes importantes em diversas religi ões. Todas devem ser respeitadas. Nota redacional: Em contato com a assesso ria de imprensa do candidato, foi pedido com plemento à resposta, dado que não houve a apresentação de propostas acerca da temática perguntada. Não obtivemos um retorno até o fechamento da edição.

Em seu entender, há uma crise entre os poderes da República? Se sim, qual o papel do Senado?

Entendo que há, sim, essa crise. Em parte, pelo apequenar do Poder Legislativo, por uma série de es cândalos e interesses escusos. Em parte, pelo agigantar do Poder Judiciário, que, por meio da Corte Suprema, ultrapassou inúmeros limites legais e constitucionais. E também vejo responsabilidade do Poder Executivo, por falta de cuidado com a liturgia do cargo. Busco o Sena do e não uma cadeira na Câmara, que seria muito mais acessível, justamente pelo fato de o Senado ser a casa constitucional com força e senioridade para conter essa crise. Além de casa legislativa, o Senado é um tribunal, uma vez que tem competência para julgar pedidos de impeachment referentes às mais altas autoridades.

MARCOS PONTES

A Constituição federal consagra como direito fun damental a liberdade de religião, prescrevendo que o Brasil é um país laico. Meu compromisso é com o res peito a todas as religiões. Sempre recebi todos. Eleito senador, não será diferente. Acredito em Deus e sei que Ele está sempre presente em nossas vidas, independen temente da crença. Qual sua posição a respeito do teto de gastos públicos? É uma política a ser JANAINArevista?

PASCHOAL

MÁRCIO FRANÇA

14 | Eleições ao Senado - Especial | 31 de agosto a 6 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br Luciney Martins/O SÃO PAULO

Como deputado federal, entre 2007 e 2014, Márcio França integrou, entre outras Comissões, a Represen tativa do Congresso Nacional; e a de Constituição e Justiça e de Cidadania; além da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. Também fez parte da Comissão Especial que discutiu a PEC 358/2013, a chamada PEC do orçamento impositi vo, votando favoravelmente à medida que a partir de 2014 obrigou o governo federal a executar as emendas parlamentares aprovadas pelo Congresso para o Orça mento Anual da União. Eleito vice-governador de São Paulo em 2014, assu miu o Executivo paulista em abril de 2018 com a renún cia de Geraldo Alckmin. Embora tenha equilibrado as finanças estaduais, adotou medidas polêmicas, como a suspensão de pagamentos de dívidas com fornecedores do estado anteriores ao ano de 2018, mesmo de obras e serviços já entregues. Em seu discurso de posse, de clarou que a Polícia Militar poderia ser mais eficiente se não tivesse de atender a tantas brigas domésticas. “Quando um casal está brigando, não necessariamente precisa ter um PM ou dois com viatura e revólver”, afir mou à época, sendo criticado por especialistas em segu rança pública e grupos de direitos humanos.

Em cargos públicos, o que já realizaram os 3 candidatos?

O QUE FAZ UM SENADOR E COMO FUNCIONA O SENADO

Fontes: Agência Senado e Politize!

MARCOS PONTES Embora tenha sido eleito em 2018 como 2o suplen te ao Senado na chapa do Major Olimpio, falecido em 2021, o único cargo público já exercido por Marcos Pontes foi o de ministro da Ciência, Tecnologia e Ino vações [pasta que incluiu as Comunicações até 2021].

JANAINA PASCHOAL

ACESSE O SITE/REDES SOCIAIS DOS 11 CANDIDATOS AO SENADO POR SP Aldo Rebelo (PDT – 123) https://www.facebook.com/aldorebelo Antônio Carlos (PCO – 290) https://www.facebook.com/antoniocarlospco Marcos Pontes (PL – 222) https://www.marcospontes.com Marco Antônio Azkoul (DC – 270) https://www.facebook.com/marcoantonio.azkoul Edson Aparecido (MDB – 155) https://www.edsonaparecido.com.br Janaina Paschoal (PRTB – 287) https://janainadobrasil.com.br Luiz Carlos Prates – Mancha (PSTU – 161) https://www.facebook.com/manchapstu Márcio França (PSB – 400) http://www.mf40.com.br/onepage Tito Flávio Bellini (PCB – 211) https://www.facebook.com/titopcb Ricardo Mellão (NOVO – 300) https://ricardomellao.com.br Vivian Mendes (UP – 800) https://www.facebook.com/VivianMendes.oficial

Em seu mandato como deputada em São Paulo, Janaina Paschoal conseguiu a aprovação de três proje tos: a Lei no 17.137/2019, que garante a toda mulher o direito de participar da decisão sobre como seu bebê vai nascer (cesariana ou parto normal); o Projeto de lei no 225/2021 (aprovado na Alesp, mas vetado pelo Executivo estadual em 2021), que disciplina a prática da laqueadura e vasectomia (incluindo a possibilida de de que homens e mulheres façam os respectivos procedimentos sem a autorização do cônjuge ou do companheiro); e a Lei no 17.556/2022, que denomi na “Dr. Hélio Pereira Bicudo” o Centro de Detenção Provisória de Mogi das Cruzes (SP). O referido juris ta, morto em 2018, foi um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, junto com Janaina e o também jurista Miguel Reale Júnior. Janaina propôs outros projetos ainda em tramita ção na Alesp, como o que impede a venda, compra e consumo de bebidas alcoólicas em instituições de en sino; outro que institui um programa de recuperação de dependentes químicos no sistema prisional pau lista; e um que garante que os cuidados íntimos com crianças na Educação Infantil sejam apenas realizados por mulheres.

O Senado é composto por 81 senadores, três de cada estado e do Distrito Federal. O eleito ocupa o cargo por oito anos, mas as eleições ocorrem a cada quatro anos: assim, em um pleito se elege um terço dos parlamentares (como será agora em 2022) e em outro dois terços dos representantes; O Senado é considerado como a casa revi sora das leis, tendo a prerrogativa de avaliar e rever as propostas e projetos que já foram votados na Câmara dos Deputados; Compete aos senadores, assim como aos deputados federais, propor novas leis, nor mas e mudanças na legislação, incluindo alterações na Constituição federal (neste úl timo caso, sempre é preciso que haja a vota ção em dois turnos em cada uma das casas legislativas);Ossenadores integram comissões para debater temas específicos, nas quais se discutem detalhadamente projetos de lei e emendas constitucionais. Eles podem criar Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigar denúncias e suspeitas de irregularidade;OSenado,assim como a Câmara dos Depu tados, tem a função de fiscalizar as ações do Poder Executivo; É de competência apenas dos senadores avaliar a escolha de pessoas que irão ocupar o cargo de ministros de tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF). A in dicação do nome é feita pelo presidente da República;Emconjunto, deputados e senadores dis cutem e aprovam o orçamento da União e, em suas respectivas casas legislativas, fis calizam a aplicação adequada dos recursos públicos.

Durante a pandemia, o Ministério criou a Rede Vírus MCTI, um comitê de pesquisadores que direciona as ações da pasta no enfrentamento da COVID-19. Sua gestão também investiu em 15 tecnologias de vacinas, nenhuma, porém, já disponível para a imunização dos brasileiros. Sob o comando de Pontes, o Ministé rio iniciou 50 laboratórios de pesquisas na Amazônia, criou o projeto Providence, com câmeras de inteli gência artificial para monitorar o desmatamento. Em sua gestão, houve cortes de verbas para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecno lógico (CNPq) e a demissão, em 2019, do então pre sidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, após serem divulgados dados sobre o desmatamento, contestados pelo presidente Jair Bolsonaro.

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FILIPE DOMINGUES ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA Roma, para o bem de todo o povo de Deus”, discursou. Ele afirmou que os novos cardeais estão dispostos a promover a comunhão com toda a Igreja e com o Sumo Pontí fice. “Resistindo a qualquer tentação de restringir a mente e o coração, o que leva a se fechar no ‘próprio eu’.” O Cardeal Roche indicou que os cardeais existem para ajudar o Papa a governar a Igreja, em respeito, obediência e colaboração. “A nossa missão hoje é de ajudá-lo a carregar essa cruz, e não de aumentar o seu peso”, disse. “Com grande alegria, desejamos caminhar ao seu lado [Papa Francisco], sabendo que ao senhor são confiadas as chaves do Reino”, comentou o Cardeal britânico.

Papa cria 20 cardeais e pede ‘amor a todo ser humano, sem limites’

Vatican Media

16 | Papa Francisco | 31 de agosto a 6 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

Francisco já nomeou a maioria dos cardeais eleitores

O amor de Cristo é “sem limites, sem reservas, sem condições, porque no seu coração arde a misericórdia do Pai”, afirmou Francisco, na ocasião. Usando a metáfora do fogo para falar da “chama poderosa do Espírito Santo”, que transforma o mundo, o Papa Fran cisco acolheu os novos cardeais. Dos 20 escolhidos, 16 têm menos de 80 anos e, portanto, poderiam votar numa eventual eleição de um futuro Papa. (Veja abaixo como fica o colégio cardinalício com a chegada dos novos cardeais.)

Coragem apostólica e zelo pela salva ção de todo ser humano, “nenhum ex cluído”, são características de Cristo que o Papa Francisco espera encontrar nos 20 cardeais que criou no sábado, 27 de agosto. O consistório – reunião do Papa com os cardeais presentes em Roma –convocado pelo Pontífice há três meses foi o primeiro realizado desde o início da pandemia de COVID-19.

PRESENÇA SUAVE, MAS CONSTANTE Neste consistório, Francisco refletiu sobre a passagem do Evangelho segun do São Lucas (12,49), que diz: “Eu vim para derramar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!”. O Papa recordou que “Deus é amor que purifi ca, regenera, transfigura” e Cristo, “como coluna ardente, abre o caminho da vida por meio do mar tenebroso do pecado e da morte”.Mastambém disse que o “fogo de brasa” é mais suave, porém dura muito tempo, e simboliza a presença simples e constante de Deus em nossas vidas – algo que, sinaliza o Pontífice, deve -se encontrar na missão dos cardeais.

A SERVIÇO DO PAPA E DA IGREJA Como é tradição, o primeiro cardeal na lista dos novos nomeados se dirige ao Papa durante o consistório em nome de todo o grupo. Desta vez, foi o Carde al Arthur Roche, Prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. “Não merecemos essa honra”, disse, “mas o senhor nos cha mou para servir sua missão de Bispo de Pedro Scherer (São Paulo), Dom Orani João Tempesta (Rio de Janeiro), Dom Sergio da Rocha (Salvador) e Dom João Braz de Aviz (Prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica). Este foi o oitavo consistório do Papa Francisco, que já nomeou a maioria dos cardeais eleitores. Atualmente, os carde ais são 226, dos quais 132 são eleitores, isto é, têm menos de 80 anos e poderiam votar num eventual conclave. Desse to tal, 83 foram nomeados no atual ponti ficado. Outros 38 foram escolhidos por Bento XVI e 11 por São João Paulo II. Alguns critérios são claros nas es colhas do Papa Francisco: primeiro, ele tem buscado diversificar o colégio cardinalício, trazendo representantes de países das “periferias existenciais”, onde o Cristianismo não é maioria, ou de lugares que nunca tiveram cardeais antes. É o caso de Timor Leste, Mongó lia, Cingapura e Paraguai, por exemplo. Segundo, tem buscado trazer para o grupo dos cardeais homens com mais de 80 anos, que, embora não sejam eleito res, colaboraram de maneira significati va com a Igreja ao longo da vida – algo que dissocia o cardinalato a uma mera função instrumental, de eleitores em um conclave, fortalecendo a visão missioná ria e pastoral. (FD)

“É como se Cristo nos entregasse uma chama acesa e dissesse ‘como o Pai me enviou, assim eu também vos envio’ (Jo 20,21)”,Portanto,declarou.seo “estilo de Deus é pro ximidade, compaixão e ternura”, disse o Papa, é preciso que os novos cardeais sejam instrumentos para que as outras pessoas possam experimentar “a presen ça do Deus vivo em meio a nós”. Fran cisco os convidou a rezar mais, a adorar a Deus cotidianamente, para alcançar essa meta, para que sejam “presença de Jesus vivo, na Palavra e na Eucaristia, e a sua própria presença fraterna, amigável e caridosa”.Inspirado pelas palavras de São To más de Aquino, o Papa Francisco disse aos novos cardeais que “um homem de zelo apostólico é animado pelo fogo do Espírito para cuidar corajosamente das coisas grandes e das coisas peque nas”. Como Cristo, devem apresen tar uma “magnanimidade humilde”, afirmou.

Total de cardeais por pontificado Francisco 112 Bento XVI 64 João Paulo II ..................... 50 Cardeais eleitores por pontificado Francisco 83 Bento XVI 38 João Paulo II ..................... 11 Cardeais eleitores por continente Europa 53 América do Norte 16 América Central ................ 7 América do Sul .................. 15 África .............................. 17 Ásia ................................ 21 Oceania 3 Países com maior número de cardeais eleitores Itália: 20 Estados Unidos: ................. 10 Brasil e Espanha: ................ 6 França e Índia: .................. 5 Canadá: ........................... 4 Alemanha, Polônia e Portugal: 3 Entre os novos cardeais criados pelo Papa Francisco no sábado, 27 de agosto, estão dois brasileiros: Dom Leonardo Ul rich Steiner, Arcebispo de Manaus (AM), e Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília (DF). Agora, o Brasil tem seis cardeais eleitores. Os outros são Dom Odilo

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, falou sobre a participação no consistório para a criação de novos car deais e o encontro do Papa com o Colégio Cardinalício para tratar do documento que sistematiza a reforma da Cúria Roma na. Confira: O SÃO PAULO – Como foi voltar a partici par de um consistório ordinário público de forma presencial? Cardeal Odilo Scherer – Foi um mo mento bom de reencontro com o Papa e dos cardeais entre si, depois de quase três anos que isso não acontecia. Muitos carde ais destacaram isso. Muitas vezes, a criação dos cardeais é resumida pela opinião pública à escolha dos eleitores de um eventual conclave. Mas a missão dos cardeais vai muito além, certo? O Papa escolhe cardeais com regula ridade para manter o número de “carde ais eleitores”, com menos de 80 anos de idade, sempre em torno do total de 120.

Por que reformar a Cúria? Essa reforma precisa ser vista como parte da normalidade da vida da Igreja. Como organismo de serviço, a Cúria pre cisa estar no compasso do tempo e das circunstâncias, adequar-se às prioridades, que podem ser diversas de tempos em tempos. Além disso, as reformas são boas ocasiões para remotivar um organismo, para que funcione com novo espírito e no vas motivações. Em breve, o senhor e outros bispos do estado de São Paulo retornarão a Roma para a visita ad limina apostolorum

Vatican

Desta vez até superou um pouco os 130, mas esse número abaixa logo, pois há di versos cardeais chegando aos 80 anos de idade. Mas os cardeais não são escolhidos apenas para participar de um eventual conclave: eles são conselheiros do Papa e participam de um ou mais dicastérios da Cúria da Santa Sé, cada um dando a sua colaboração para o serviço do Papa em relação a toda a Igreja. Nesse contexto, especulou-se muito so bre a saúde do Papa Francisco e a continuidade de seu pontificado. Como, de fato, está o Santo Padre? Diversas especulações sobre a saú de do Papa foram feitas nesses dias, mas o Papa está bem; unicamente, ele possui dificuldades para caminhar, por causa de um problema no joelho. Por isso, ele se lo comove em cadeira de rodas, como se tem visto em transmissões pela TV. Mas isso não lhe impede de seguir trabalhando. Ele está bem-disposto e de muito bom humor.

O que o senhor destaca da reunião dos cardeais com o Papa para tratar da re forma da Cúria Romana? Depois do consistório público, no sá bado, 27 de agosto, para a criação de novos cardeais, aconteceu o consistório reserva do, somente do Papa com os cardeais. Du rante dois dias, tratamos da aplicação da constituição apostólica Praedicate Evan gelium, sobre a reforma da Cúria da Santa Sé. A Cúria é o órgão de governo do Papa em relação a toda a Igreja e os diversos di castérios são serviços do Papa em relação à Igreja inteira. Os cardeais refletiram sobre os diversos aspectos dessa reforma e suas implicações para as Igrejas particulares, sobretudo para as conferências episcopais e as dioceses. O Documento do Papa, com certeza, vai desencadeando um processo de renovação na Igreja, cujos frutos vão aparecer com o decorrer do tempo.

Lemos nos Atos dos Apóstolos que Paulo e seus companheiros foram a Jerusalém para falar com Pedro, Tiago e João, e para ouvi-los, para ver se o Evangelho pregado por eles era o mesmo de Pedro, Tiago e João. Nas visitas ad limina, acontece isso ainda hoje. No fim desta semana, o senhor ainda participará dos últimos dias da Assem bleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)? O que destaca desse evento?

Desde o início do pontificado do Papa Francisco, nunca a reunião do colégio cardinalício foi tão numerosa. Entre os dias 27 e 30 de agosto, cerca de 200 car deais estiveram em Roma para participar do consistório convocado pelo Pontífice, e puderam se conhecer melhor e discutir a reforma da Cúria Romana, que vem sendo realizada nos últimos nove anos. A missa que concluiu o encontro foi celebrada com o ritual previsto para as ce lebrações “Pela Igreja”. O Papa Francisco fez referência à passagem do Evangelho de São Mateus (28,20), em que Cristo, após a Ressurreição, diz: “Estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Em sua pregação, Francisco disse aos car “A surpresa [causada pelo encontro com Cristo] é o caminho de salvação!”, disse o Papa. “Que Deus a conserve sem pre viva, porque isso nos liberta da ten tação de se sentir ‘nas alturas’, de nutrir a falsa segurança que hoje, na verdade, é diferente, não é mais como no início, pois hoje a Igreja é grande, sólida, e nós somos colocados nos graus eminentes de sua hie rarquia… Sim, há também isso, mas há também muito engano”, continuou. Por isso, é preciso recuperar sempre a “surpresa de ser Igreja”, para não “munda nizar” a espiritualidade, “e, com isso, tor nar atraente a comunidade dos que creem, primeiro para eles mesmos e, depois, para todos”. Na verdade, disse, a “alegria” do en contro com Cristo os define. Um ministro da Igreja “é alguém que sabe se maravilhar diante dos desenhos de Deus e, com esse espírito, ama apaixonadamente a Igreja, pronto para servir a sua missão onde e como quer o Espírito Santo”. De acordo com comunicado do Vati cano, o encontro dos cardeais com o Santo Padre “se desenvolveu em clima fraterno”. Participaram quase 200 pessoas, entre cardeais, patriarcas orientais e superiores da Secretaria de Estado. Eles tiveram reuniões em pequenos grupos, divididos por língua, e discussões em assembleia ple nária sobre a constituição apostólica Pra edicate Evangelium, que reforma a Cúria Romana, “e sobre a vida da Igreja”, diz a nota. Também se falou sobre o “Jubileu da Esperança”, que será celebrado em 2025. Media dos Cardeais sobre reforma da Cúria Romana é a primeira desde a eleição de Francisco FILIPE DOMINGUES ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA

Dom Odilo: Praedicate Evangelium desencadeia um processo de renovação na Igreja

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO

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Terminado o consistório, retornarei a São Paulo e ainda quero pegar um pouco da Assembleia Geral da CNBB, em Apa recida. É bom rever os bispos de todo o Brasil reunidos. Por outro lado, a assem bleia vota questões importantes, que re querem a presença dos bispos, na medida do possível. deais, antigos e novos, que é preciso sempre se deixar “surpreender” por Cristo, “ir com Ele para o mundo”. As grandes responsa bilidades que têm não po dem diminuir esse fervor, afirmou o Pontífice. Como já é marca dos discursos de Francisco para novos cardeais e bispos, ele fez um chamado à humildade. Disse-lhes que precisam fugir da tentação de se sen tir “elevados”, para que não se sintam como se fossem a melhor parte da Igreja.

Reunião

Com a Palavra

NA MISSA ENCERRAMENTO,DE PAPA PEDE QUE ELES SE DEIXEM ‘SURPREENDER’ PELO ENCONTRO COM CRISTO

Pode explicar o que ela significa? São as visitas que os bispos de todo o mundo devem fazer ao Papa e aos diversos organismos da Cúria para apresentar seus relatórios sobre a situação de cada diocese, para ouvir e intercambiar com os colabo radores do Papa sobre as diversas dimen sões da vida e da missão da Igreja, que acontecem no âmbito de uma diocese. E, é claro, em cada visita há um bom encon tro de diálogo com o Papa. O costume das visitas ad limina tem origem apostólica.

mundo’ APÓS

18 | Reportagem | 31 de agosto a 6 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

COMUNIDADES MISSIONÁRIAS Durante a Assembleia, o episcopado também aprofunda a reflexão, a identi dade e característica das Comunidades Eclesiais Missionárias, propostas nas atu ais Diretrizes. “Elas se constituem centro da atenção para a evangelização no atual contexto”, salienta Dom Leomar. Após esse processo de escuta e a apre sentação das sínteses das reflexões feitas pelos regionais da CNBB e os organismos eclesiais, será proposta uma mensagem à Igreja no Brasil, para comunicar às comu nidades eclesiais os próximos passos na preparação das diretrizes.

Não se trata da elaboração de um novo Missal Romano, mas, sim, uma revisão da tradução da terceira edição do livro litúrgi co, após a promulgação da nova edição do Missal Romano, em 2002, por São João Paulo II. Na ocasião, além de alguns novos formulários de missas para cir cunstâncias específicas, foram introduzidas várias alterações na Instrução Geral. O trabalho de revisão da tradução foi pautado na preo cupação de garantir a fidelida de do texto original promul gado pela Santa Sé, em latim, e, ao mesmo tempo, leva em conta questões próprias da lín gua portuguesa no Brasil, que garantam a correta compreen são do rito celebrado. ETAPAS O trabalho de tradução foi concluído em 2019 e submeti do à 57ª Assembleia Geral da CNBB, recebendo sugestões e observações. Com novas indica ções, a Cetel deu início à revisão final da tradução apresentada na Assembleia daquele ano. Ao lon go da revisão, o grupo também percebeu a necessidade de tra duzir as alternativas de bênçãos para as diversas celebrações du rante o ano litúrgico. Em fevereiro de 2020, foi disponibilizada uma versão im pressa da tradução brasileira, denominada “Material de Es tudo”. Na época, a expectativa era que o material passasse pela revisão final com especialistas, e a consequente aprovação na 58ª Assembleia Geral, seguindo para a autorização de publicação pela Santa Sé. No entanto, a pande mia impediu a realização da as sembleia presencial.

Entre 2020 e 2021, foram revistas as traduções de todas as orações eucarísticas e analisadas sugestões encaminhadas à Cetel. Em maio de 2022, foi aberta uma consulta virtual aos bispos quanto às Orações Eucarísticas e Orações sobre o Povo, que ainda receberam algumas sugestões de mudanças e melhorias no texto para ser votado na etapa presen cial da Assembleia.

GERALASSEMBLEIA(SP),EMPRESENCIALMENTE,ABRASILEIROEPISCOPADOVOLTASEREUNIRAPARECIDAPARAA

Segundo Dom Leomar Antônio Brus tolin, Arcebispo de Santa Maria (RS) e Presidente da Comissão do Tema Cen tral, dessa escuta surgiu a necessidade de uma reflexão sobre o tempo pandêmico e o futuro pós-pandêmico que permita, em perspectiva multidisciplinar, integrar tais aspectos nas futuras DGAE. “Houve destaque para os temas: mi nisterialidade e conselhos que permitem à Igreja, no território nacional, renovar suas estruturas para melhor evangelizar e va lorizar serviços e ministérios laicais reco nhecidos e instituídos (catequistas, leitores e acólitos)”, salientou. Agora, nesta segunda fase da Assem bleia, a partir da síntese das respostas de todos os regionais, a Comissão do Tema Central pretende dar continuidade ao pro cesso de escuta envolvendo também os or ganismos do povo de Deus. Para isso, duas

OUTROS TEMAS A pauta da Assembleia Geral também prevê as votações das atualizações do esta tuto da CNBB, a tradução do Missal Ro mano, o texto sobre o Ministério do Cate quista e o documento de estudo intitulado: “E a Palavra habitou entre nós” (Jo 1,14) –Animação Bíblica da Pastoral a partir das comunidades eclesiais missionárias”. Além disso, outros 14 temas diversos são objeto de reflexão e discussão do epis copado, como as análises de conjuntura eclesial e social, a Jornada Mundial da Ju ventude de 2023, questões relacionadas à proteção de crianças e adolescentes, o Sí nodo de 2023, a nova identidade visual da CNBB, entre outros.

Bispos

vocação da Igreja de anunciar o Reino

A Cetel analisou as propostas que os bispos fizeram (revisão, sugestão e proposta) e respon deu de forma personalizada a cada uma das indicações. Ao fi nal do processo, foram mais de 220 bispos que participaram da consulta. Essas contribuições re sultaram em um relatório de 59 páginas. (CominformaçõesdaCNBB)

Brasil ‘confirmam

TEMA CENTRAL A reflexão sobre o tema central tem como objetivo apresentar propostas e in dicações para as próximas Diretrizes Ge rais da Ação Evangelizadora da Igreja no questões foram enviadas previamente aos bispos: uma sobre a recepção das atuais Diretrizes nas dioceses; e a outra diz res peito às considerações importantes para as futuras DGAE.

MISSAL ROMANO Os bispos iniciaram o processo de vo tação da tradução da terceira edição típica do Missal Romano, livro que contém os textos litúrgicos da missa. O texto foi apresentado pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Ce tel), cujo trabalho levou 18 anos para ser concluído.

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO Dom Walmor também destacou os 70 anos da entidade, comemorados em 2022. Ele lembrou as “figuras ilustres”, os cris tãos leigos, religiosos, padres assessores e bispos que se dedicaram à construção da história da CNBB. O Presidente sublinhou, ainda, que a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada há 15 anos, em Aparecida, também lança lu zes nas atividades da Assembleia. “O texto final da Conferência de Aparecida, como é conhecida, fecunda os caminhos de nos sa Igreja de modo bonito e promissor”, afirmou.

Victória Holzebach/Imprensa CNBB

ral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que será concluída na sexta-feira, 2 de setembro.Oevento, que reúne quase 300 bispos, dá continuidade à primeira etapa, realizada na mo dalidade virtual, entre os dias 25 e 29 de abril. O tema central do encontro do episcopado é “Igreja Sinodal – Comunhão, Participa ção e Missão”, em sintonia com o processo sinodal convocado pelo Papa Francisco para a Igreja no mundo todo, que culminará na Assembleia Ordinária do Sínodo, no Vaticano, em outubro de 2023. Na cerimônia de abertura, Dom Walmor Oliveira de Aze vedo, Arcebispo de Belo Ho rizonte (MG) e Presidente da CNBB, destacou que os quase 300 bispos reunidos na casa da Padroeira do Brasil para reflexão e oração “confirmam a vocação da Igreja de anunciar o Reino de Deus no coração do mundo”. Brasil (DGAE), a serem votadas na 60ª Assembleia Geral da CNBB, em 2023. Trata-se da continuidade de um pro cesso de escuta, que foi iniciado na etapa virtual da Assembleia e que envolve os 19 regionais da CNBB.

O episcopado brasileiro está reunido desde a noite do domin go, 28 de agosto, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Apa recida, para a realização da etapa presencial da 59ª Assembleia Ge do a de Deus no coração do DOIS ANOS, O

Até o fim deste ano, por for ça da Emenda Constitucional 123, promulgada pelo Congres so Nacional em julho, os 20,2 milhões de beneficiários do Auxílio Brasil receberão men salmente parcelas maiores do benefício – ao menos R$ 600 (e não o mínimo R$ 400 que é o valorTambémfixo). a partir de setem bro, esses beneficiários poderão ter acesso a crédito consignado, com a possibilidade de compro meter até 40% do valor fixo do benefício no parcelamento de empréstimos financeiros con traídos por esta modalidade.

veram em alta, caso de Alimentação e Bebidas“Quando(+1,30%).analisamos outros índices de preços, percebemos que a inflação acumulada no ano gira em torno de 5,5%, a de alimentos por volta de 13%, incidindo diretamente no dia a dia das famílias brasileiras. E, enquanto isso fi zer parte da realidade dessas famílias, dificilmente as finanças domésticas me lhorarão”, analisou, ao O SÃO PAULO, a economista Cristiane Mancini, mestra em Economia pela PUC-SP. Também para o economista Ricardo Hammoud, professor de Macroecono mia no Ibmec SP, esse cenário de de flação não se manterá até dezembro. “É algo bem pontual, que talvez dure por três meses, em decorrência do impacto da redução dos impostos na energia e nos combustíveis. Para o ano, a expecta tiva é de uma inflação de 7%”, analisou. “A inflação está aliviando um pouco para os consumidores, mas os preços conti nuam subindo. Se olharmos o IPCA-15, das nove categorias, apenas em três o preço reduziu”, prosseguiu.

Apesar da deflação apontada pelo IPCA em julho, o custo dos alimentos ainda impacta de modo significativo o orçamento das famílias

Esses dois fatos, somados aos registros de que em julho o País teve deflação, podem dar a impressão de maior poderio financeiro às camadas mais pobres da população, aumen tando o risco da ampliação de endividamentos, uma realida de que já afeta 77% das famí lias do País, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Em meio a este cenário incerto sobre as altas dos preços ao consumidor final, o Governo Federal publicou, em 12 de agosto, o decreto que regulamentou as concessões de empréstimo consignado a beneficiários do Auxílio Brasil. O limite mensal a ser descontado nas parcelas de empréstimo é de 40% do valor fixo de R$ 400, ou seja R$ 160,00. A preocupação de que mais pessoas se endividem diante dessa possibilidade levou entidades jurídicas e que atuam em defesa do consumidor a apresentar, em 15 de agosto, a “Nota em Defesa da Integridade Econômica da População de Vulneráveis”, pedindo o adiamento da liberação do empréstimo consignado a beneficiários de programas de transfe rência de renda. “Se os valores atuais são insuficientes para garantir uma vida dig na, a possibilidade de comprometer até 40% desse valor com empréstimos con

Cristiane listou alguns cuidados para que o consumidor não se veja envolto em uma escalada de endividamentos: “Sempre é preciso obter informações na tomada de empréstimos, em contratos de financiamentos, ter o conhecimento da taxa de juros a pagar nos próximos meses ou anos, tomar nota de todos os gastos para que haja controle do quanto ainda há a pagar e se há possibilidade de se comprometer com outros gastos. A organização financeira deve estar sem pre presente”. Tânia Rêgo/Agência Brasil

Com mais verbas disponíveis, beneficiários do Auxílio Brasil devem ter atenção a endividamentos DANIEL osaopaulo@uol.com.brGOMES

CENÁRIO INCERTO QUANTO AO CUSTO DOS ALIMENTOS Mensalmente, a Associação Brasilei ra de Supermercados (Abras) monitora os preços dos alimentos na chamada Cesta Abrasmercado, composta por 35 produtos. Em nota à reportagem, a enti dade disse ainda não haver condições de mensurar o impacto futuro na redução do preço dos combustíveis no custo final dos itens ao consumidor. “A cadeia produtiva de alimentos é extensa, a formação dos custos é com plexa e qualquer tentativa de fixar ou estimar um percentual pode incorrer em erros, pois é preciso uma análise mais aprofundada e individualizada de cada cadeia produtiva, pois há uma inflação global no preço de alimentos devido ao aumento de demanda internacional, fa tores de sazonalidades e climáticos, va lorização cambial, efeitos do aumento do preço do petróleo decorrentes da guerra entre a Rússia e a Ucrânia que afetam as commodities, os insumos (fertilizan tes derivados do petróleo) e a oferta de grãos e cereais”, observou a Abras, apon tando, ainda que o preço do óleo diesel é o que mais impacta o valor do frete, mas incide também em toda a cadeia de produção.Jáoíndice de preços Ceagesp tem apresentado quedas recorrentes desde abril. Em julho, a redução geral foi de -2,38% em relação ao mês anterior. O destaque ficou com o setor de verduras. “De uma maneira geral, o setor vem pas sando por um processo de realocação dos preços devido aos altos valores re gistrados no início do ano”, informou a Ceagesp. “A quantidade de chuvas e de frio nas regiões produtoras e a diminui ção da oferta dos cítricos irão modular os preços do mês de agosto”, também consta no informe da entidade.

DEFLAÇÃO: POR QUE E COM QUAIS IMPACTOS? Em julho, pela primeira vez em 24 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasi leiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou deflação (-0,68%). Também o IPCA-15, a prévia da inflação do mês de agosto, divulgado no dia 24, re gistrou queda de -0,73%. Apurado mensalmente em 16 grandes cidades do País, o IPCA indica a variação de pre ços de uma cesta de produtos e serviços essenciais: alimenta ção, habitação, artigos de resi dência, vestuário, transportes, saúde, despesas pessoais, edu cação e comunicação. A defla ção apurada neste índice, bem como no IPCA-15, vem sendo atribuída por economistas aos efeitos da Lei Complementar Federal 194, por meio da qual foram limitadas entre 17% e 18% as alíquotas máximas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, energia elétrica, transportes coletivos e comunicações.Osgrupos Transportes (-4,51%) e Habitação (-1,05%) puxaram a deflação em julho mensurada pelo IPCA, mas ou tros grupos que pesam no custo mensal das famílias se manti

OPORTUNIDADES E RISCOS DO CRÉDITO CONSIGNADO

denará essas famílias ainda mais à misé ria”, consta na nota. Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), por meio de nota, ponderou que a extensão da consignação aos be neficiários do programa permitirá “que recursos de benefícios sociais estejam à disposição das pessoas que necessitem de recursos financeiros de forma rápi da e mais barata”, mas observou que “a procura por uma operação de crédito deve ser avaliada cautelosamente pelos bancos e por parte do beneficiário, a fim de prevenir o superendividamento”. Em comunicados anteriores, a entidade recomenda que antes de efetivar qual quer empréstimo, o consumidor avalie se a parcela poderá caber no orçamento mensal e se não comprometerá o paga mento de outras contas. Este cenário também é visto com preocupação por Cristiane Mancini: “Existem dois lados desse produto. Um é o maior acesso ao crédito à população de baixa renda, de forma legalizada e protegida. No entanto, o cidadão pode comprometer até 40% de seu benefício descontado antes mesmo de receber pagamento. Exatamente esse é o ponto em que deve ser evitado, se não houver conhecimento suficiente, se não compre ender o que de fato está sendo feito com o benefício para que, a posteriori, não haja a ilusão de que o cidadão foi enga nado ou que não recebe mais o montante que recebia”, comentou.

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Aos domingos, no horário das 11h30, quem partici pa da missa na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na Vila Mariana, se comove com a história de Leonardo Nunes Dantas da Silva, 18, estudante, músico e deficiente visual, que com sua voz e talento ajuda a animar as celebrações no coro de música. Entre uma nota e outra, ele contou à reportagem do O SÃO PAULO sua trajetória na música, sonhos e apren dizados no Instituto de Cegos Padre Chico, onde cursa o 9o ano.

NA IGREJA Desde 2018, Leonardo participa na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, onde, inicialmente, era leitor. No mes mo ano, ingressou no grupo de jovens e, atualmente, a cada 15 dias, com a parceria de Hosana da Silva, canta e toca teclado na missa dominical das 11h30.

SONHOS Leonardo tem o sonho de ser um cantor reconheci do nacional e internacionalmente. “Hoje canto em casa, na igreja, no Instituto Padre Chico, em festas familiares e onde me convidam”, disse, ressaltando que pretende cur sar a faculdade de Música, ser DJ, locutor e dublador. “Nem tudo até agora foi fácil, há vários desafios. Gosto de ler, mas a acessibilidade de livros em braile, no Brasil, merece atenção e políticas mais eficazes”, lembrou o mú sico, que aproveita os livros do Instituto de Cegos Padre Chico para aprimorar seus conhecimentos.

ouvir que meu filho não iria enxergar.

“Tudo pra mim se traduz em música. Quando ga nhei meu primeiro violão e, depois, o teclado, fiquei fe liz porque ali – entre um acorde e outro – encontro paz, tranquilidade e segurança”, afirmou Leonardo. Ele é dono de uma voz afinada e tem facilidade para entender o tom de uma canção e acompanhar as notas musicais de ouvido.

A MÚSICA

Leonardo também faz o som do trompete utilizando a boca. “Quem ouve procura em volta o instrumento e fica surpreso quando vê que faço com a emissão da minha voz”, disse o jovem, que já compôs três músicas, uma no estilo piseiro (correspondente ao forró eletrônico) e duas composições no estilo forró.

O jovem aprendeu a tocar violão e teclado praticamen te sozinho e em 2009 começou a fazer aulas de Música para aprimorar os conhecimentos e técnicas musicais.

A visão faz falta, mas meu filho nunca reclamou e nem reclama de nada. Ele é um guerreiro que ‘corre atrás’ dos próprios sonhos. Todos os dias, aprendemos algo novo com a sabedoria que lhe é nata. Ele não vê com os olhos, ele vê por meio da música”, disse, emocionada, a mãe.

A pandemia de COVID-19 mudou um pouco a rotina de Leonardo. Na fase mais aguda, a do isolamento social, ele dedicou seus dias para estudar e aprimorar o talento musical. “Passava os dias cantando e ensaiando no meu quarto. Foram dias solitários e que garantiram uma cer teza: nunca desistam de seus sonhos, mesmo que eles pa reçam utópicos. Acreditem e lutem por eles. Não é uma pandemia ou outro obstáculo – no meu caso a deficiência visual – que vai me parar; pelo contrário, é um estímulo a mais para sair da zona de conforto e me lançar sem medo rumo à concretização dos objetivos”, disse.

“Com o apoio da minha família, da Hosana e dos padres Agostinianos Recoletos (congregação à frente da paróquia), consigo evangelizar por meio do talento que Deus me concede”, disse, ressaltando que fica fe liz com o carinho dos paroquianos. “Ao final da missa, eles vêm me agradecer – e penso comigo – ‘fui só um instrumento que possibilitou uma experiência de fé e encontro com Deus’”, destacou.

Luciney SÃO PAULO

Martins/O

DIAGNÓSTICO Leonardo é filho de José Nilton Dantas da Silva, 53, motorista, e de Maria das Graças Rocha Nunes, 50, do lar. Ele tem um irmão, Luan Nunes Dantas da Silva, 13. Aos 7 meses de idade, veio o diagnóstico de Leo nardo: deficiência visual. A família buscou apoio em vários centros especializados, mas era irreversível. Desde pequeno, Leonardo sempre manifestou inte resse pela música e tudo o que pegava nas mãos (gar rafas, bacias, panelas e brinquedos) sinalizava o talento musical.“Foidoloroso

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NO INSTITUTO PADRE CHICO Em 2009, Leonardo ingressou no Instituto de Cegos Padre Chico, dirigido pela Congregação das Filhas da Ca ridade de São Vicente de Paulo, que atende, gratuitamente, crianças e adolescentes cegos, com baixa visão ou ainda com outros comprometimentos de aprendizagem. “O Instituto é um divisor de águas na minha vida. Aqui eu aprendo a desenvolver minhas potencialida des, a resolver desafios, a desenvolver a autonomia para o engajamento social e, também, traçar perspectivas profissionais”, disse ele, que sonha em ser cantor e viver da música.Noinstituto, as aulas preferidas são as de música: “É o momento em que me conecto comigo mesmo. A música me faz sonhar, acreditar que tudo é possível, me faz sentir leve e feliz”.

LEONARDO DA SILVA, 18, É DEFICIENTE VISUAL E COLOCA A SERVIÇO DA IGREJA O TALENTO MUSICAL QUE DEUS LHE DEU ROSEANE WELTER ESPECIAL PARA O SÃO PAULO “Gosto de todos os estilos musicais. Aprecio e canto pop e sertanejo; Música Popular Brasileira (MPB) e for ró; músicas internacionais e pagode; as músicas católi cas estão em meu repertório também”, disse.

‘Entre um acorde e outro, encontro paz, tranquilidade e segurança’

Pastoral Carcerária - CNBB

Neste ano, a Pastoral Carce rária celebra cinco décadas de assistência a pessoas encarcera das e às suas famílias, a partir de dois pilares: a evangelização e a promoção da dignidade hu mana dentro das prisões. Ligada à Conferência Na cional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Pastoral está em todos os estados do País. “No trabalho de atendimento re ligioso às pessoas presas, os agentes pastorais promovem um serviço de escuta e acolhi mento, anunciam a Boa-Nova, contribuem com o processo de iniciação à vida cristã e para a vivência dos sacramentos”, disse, ao O SÃO PAULO, a Irmã Petra Silvia Pfaller, coor denadora nacional da Pastoral Carcerária.“Osagentes atuam no en frentamento das violações de direitos humanos e da dignida de humana que ocorrem den tro dos cárceres”, completou a Religiosa, que faz parte das Ir mãs Missionárias de Cristo. Atualmente, mais de 900 mil pessoas estão encarceradas no Brasil, conforme os dados mais recentes do Conselho Na cional de Justiça (CNJ).

EM AÇÃO DE GRAÇAS Por meio do amor ágape, aquele sem interesse, a Pastoral Carcerária fortalece o compro misso cristão de ser presença transformadora de Cristo e de sua Igreja nas prisões.

Pastoral Carcerária completa 50 anos de anúncio da Boa-Nova nas prisões brasileiras ROMÃO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

“Foi com a coordenação do Padre Chico (Padre Robert Francis Reardon), iniciada em 1988, que se organizou a Pastoral em um nível nacional”, comen tou Irmã Petra. Em 1997, com o tema “Fraternidade e os Encarcerados” e o lema “Cristo li berta de todas as prisões”, a Campanha da Fraternidade colocou o cárcere em pauta e impulsionou os trabalhos da Pastoral em todo o País, alguns em par ceria com outros organismos da Igre ja, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Indigenista Missio nário (Cimi) e a Pastoral da Mulher Marginalizada, entre outras. A Pastoral Carcerária também integra a Comissão Mundial de Pastoral Penitenciária Cató licaMais(ICCPPC).recentemente, em 2016, a Pas toral lançou a Agenda Nacional pelo De sencarceramento. “Percebemos que não é possível apenas buscar a melhora das prisões, pois elas são em si uma máquina de moer pessoas. É necessário o fim das prisões”, ressaltou Irmã Petra. MULHERES ENCARCERADAS O sistema prisional do Brasil tem cerca de 49 mil mulheres encarceradas, segundo dados do CNJ. Em meados de 2016, eram 42 mil. “Temos uma coordenadora nacional para a questão da mulher presa, a Rosil da Ribeiro, assim como coordenadoras estaduais e grupos de trabalho que dis cutem especificamente a questão da mu lher”, explicou Irmã Petra, ressaltando que o sistema prisional foi pensado para homens.“Asmulheres têm necessidades dife rentes dos homens. Sofrem muito mais com o abandono das famílias. As que são mães são separadas de seus filhos, a questão da saúde é muito mais grave, principalmente para as gestantes, entre muitas outras questões”, afirmou.

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“É lá [no cárcere] que de veríamos dar o testemunho do ágape e levar a catequese”, en fatizou Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida (SP), no domingo, 28 de agosto, na missa em ação de graças pelos 50 anos da Pastoral Carcerária, realizada no Santuário Nacio nal de DomAparecida.Orlando recordou que muitos agentes da Pastoral Carcerária faleceram durante a pandemia e fez um apelo para que outras pessoas ingressem nessa atividade de atenção aos encarcerados. “Lá também é uma porção da Igreja”, afirmou. Ao mencionar que José do Egito, Jesus, Pedro, Paulo e João Batista foram encarcerados, o Arcebispo indagou: “Como não se animar sem medo nenhum a fazer parte desta pastoral?”. PERCORRIDO Apesar de 2022 marcar o

CAMINHO

jubileu de ouro dessa Pastoral, o traba lho começou bem antes de 1972: “Há relatos de visitas às prisões por reli giosos na década de 1960, e essas visi tas deram corpo para a organização e a oficialização da Pastoral Carcerária”, contou Irmã Petra. “A data comemora tiva (1972-2022) é de quando a Igreja no Brasil começou a institucionalizar a Pas toral Carcerária como pastoral social da CNBB”,Irmãdetalhou.Petraexplicou que as conferên cias do episcopado latino-americano de Medellín 1968 e de Puebla 1979 deram amparo para o surgimento da Pastoral Carcerária e de outras pastorais sociais, por serem o marco fundamental para a concretização do Concílio Vaticano II e levarem a reflexões prévias e posteriores vistas na exortação apostólica Evangelii nuntiandi. Publicada em 1975 por São Paulo VI, essa exortação destaca a cen tralidade da pessoa na evangelização, a defesa e promoção dos direitos humanos e a opção preferencial pelos pobres. Padre Alfonso Pastore foi o primeiro sacerdote a se empenhar pela criação da Pastoral Carcerária no Brasil, que surgiu com este nome devido ao trabalho de senvolvido na época por leigos da Arqui diocese de Vitória (ES). Em 1972, foi publicada a primeira Apostila de Formação da Pastoral Car cerária, elaborada pelo Padre Paulo Ru ffier, jesuíta, a partir das visitas que ele fez à Casa de Detenção em São Paulo, em 1962. Já em 1973, no Rio de Janeiro, ocorreu o 1º Encontro Nacional da Pas toral Carcerária, que deu origem ao rela tório da CNBB, “Documento de Estudos N° 4”, publicado no ano seguinte e que mostra o norte missionário dos agentes pastorais.

A EVANGELIZAÇÃO NAS PRISÕES Érica da Silva e o marido, Anderson da Silva, ambos com 31 anos de idade, são agentes da Pastoral desde 2013, e vi sitam o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros (CDP), em São Paulo. “Nossas visitas são concentradas aos fins de semana, no CDP II e III. Fazemos um exercício de amor semanal. Dei xamos de almoçar com a nossa família solta para encontrar nossa família presa”, comentou Érica. Para ela, a atuação na Pastoral é um “presente de Deus”, pois esta “é uma pas toral que não exige nenhum tipo de dom especial. Apenas obediência ao manda mento mais importante que é amar o próximo como a si mesmo”. Érica aponta, porém, que a falta de agentes pastorais impede que se dê a devida atenção a todos os encarcerados. “O trabalho pastoral demanda uma fre quência, para conseguirmos criar víncu lo com a pessoa presa e estabelecer uma relação de confiança. Mas, mesmo indo toda semana, encontramos os mesmos presos apenas a cada 15 dias”, relatou. “Deixo o convite para que especial mente a juventude se anime a conhecer o nosso trabalho. Acredito que, ao conhe cê-lo, é impossível não se apaixonar pelo que fazemos”, assegurou.

IRA

EXPANSÃO Na década de 1990, a Pastoral Carce rária se firmou como organização nacio nal e internacional, sendo reconhecida como órgão de acompanhamento e mo nitoramento social dos presídios.

DESAFIOS ATUAIS Para Irmã Petra, o fechamento cada vez maior do cárcere às visitas, algo que foi intensificado durante a pandemia, é um dos maiores desafios enfrentados pela Pastoral Carcerária e pelos familia res dos presos. A superlotação carcerária também é um fator de preocupação. “Isso traz con sequências terríveis, com violações da dignidade humana em todas as dimen sões: falta de água, comida, atendimento à saúde, atrasos nos andamentos proces suais e falta de defensores públicos, já que a grande maioria das pessoas presas são pobres e dependem da Defensoria Públi ca”, relatou Irmã Petra. “Falta até espaço para dormir e um lugar decente para as necessidades pessoais em banheiros dig nos!”,Conheçalamentou.mais sobre a Pastoral Car cerária: https://carceraria.org.br

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Nos 12 últimos anos de sua vida, o Cardeal Cláudio Hummes (19342022), já como Arcebispo Emérito de São Paulo e ex-Prefeito da Congrega ção para o Clero, dedicou-se de modo especial à realidade dos povos origi nários na Amazônia e da presença da Igreja naquele território: a partir de 2011, presidiu a Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Na cional dos Bispos do Brasil (CNBB); em 2014, ajudou a fundar a Rede Ecle sial Pan-Amazônica (Repam), da qual foi o primeiro presidente; em 2019, foi Relator-geral do Sínodo dos Bispos para a Amazônia e, de julho de 2020 a março de 2022, presidiu a Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama). Morto em julho, aos 87 anos, em de corrência de um câncer, o Cardeal Hum mes desejava que a presença da Igreja na Amazônia e a realidade dos povos origi nários também fossem temas de atenção permanente no ambiente universitário. E isso agora começa a se concretizar. Em 24 de agosto, na Pontifícia Universidade Católica do Equador (PUCE), na cidade de Quito, aconteceu o lançamento da “Cátedra Universitária Amazônica Car deal Cláudio Hummes, OFM”. A Cátedra é parte do Programa Universitário Amazônico (Puam), co ordenado pela Ceama e a PUCE, que contempla uma sugestão presente no documento final do Sínodo dos Bispos para a Amazônia, de que haja um am biente universitário católico na Amazô nia, atento às realidades locais e com a participação dos povos originários e das comunidades.Nasolenidade de instalação da Cáte dra, Maurício Lopes, vice-presidente da Ceama, lembrou que esta leva o nome do Cardeal Hummes como reconhecimen to por tudo que o Purpurado fez, “mas, sobretudo, para que seu legado, seu tes temunho, continue vivo entre nós”. Padre Fernando Ponce Léon, SJ, Rei tor da PUCE, destacou que dar o nome de uma cátedra a uma pessoa não é algo trivial, mas indica que os trabalhos serão realizados tendo como inspiração os fei tos e pensamentos do Cardeal Hummes.

“Ele foi um amigo, um aliado dos po vos indígenas. Estava convencido dessa luta, desse processo, da necessidade de defender a Amazônia. Sabia do rumo do que ser feito, tinha muita alegria e humildade. Ele tinha tanta luz, essa era a sua personalidade, a sua forma de ser”, comentou.

DANIEL osaopaulo@uol.com.brGOMES de suas preocupações e sonhos para a re giãoOamazônica.Prof.Dr.Luis Liberman, fundador do Instituto Universitário de Água e Sane amento e do Instituto Diálogo Global da Cultura do Encontro, na Argentina, lem brou que a criação de um ambiente uni versitário que refletisse sobre a Amazônia foi um dos desejos de Dom Cláudio. Liberman se referiu ao Cardeal Hummes como “amigo, irmão, maestro, pastor e profeta”, alguém que sempre deu o testemunho cristão diante de cada pes soa que sofria. “A esperança estava per manentemente na linguagem de Dom Cláudio, mas não era uma esperança ingênua. Ele entendia que a esperança é um caminho a ser feito”, comentou. “Tenham a certeza de que esta Cá tedra é um espaço inspirador e que nos permitirá germinar o legado de Dom Cláudio para a Igreja latino-americana”, concluiu.

É DA CEAMA E DA

AMIGO E ALIADO DOS POVOS INDÍGENAS Patricia Gualinga, liderança do povo Sarayaku e integrante da Ceama, lem brou o quanto Dom Cláudio sempre buscou estar próximo dos indígenas da pan-amazônia, ouvindo suas preocupa ções de modo atento e preocupado com as maneiras pelas quais a Igreja poderia caminhar ao lado dos povos originários. Ela recordou a primeira vez em que teve contato com o Cardeal Hummes, em 2015, nos encontros iniciais da Re pam. “Depois que discursei, um senhor bem alto, com uma cruz bem grande no peito, eu não sabia que ele era o Cardeal Hummes, me disse com muita convic ção: ‘eu estou de acordo contigo, Patricia. Vamos trabalhar juntos para que essa Amazônia, que sempre foi marginaliza da, esteja no centro. Vamos fazer com que haja essa mudança’”, rememorou.

O ‘SÃO FRANCISCO DA AMAZÔNIA’ Também o Cardeal Pedro Barreto, Arcebispo de Huancayo, no Peru, Ex -presidente da Ceama, destacou que o Cardeal brasileiro, a quem sucedeu nesta conferência eclesial, nunca se distanciou de sua espiritualidade franciscana. “Ele vivia a espiritualidade de São Francisco de Assis: de sensibilidade, de humildade. Para mim, Dom Cláudio é o ‘[São] Fran cisco da Amazônia’”, comentou. Cardeal Barreto ressaltou que Dom Cláudio era um homem alegre e de es perança ativa, pela qual animava a todos aqueles com quem convivia, algo que nem a enfermidade foi capaz de lhe tirar: “Em nosso último encontro, meses antes de sua morte, ele estava debilitado, a voz já era tênue, mas seu espírito permanecia muito forte”, disse, lembrando, também, que Dom Cláudio “tinha coragem de so nhar novos Expressandocaminhos”.suaadmiração pelo Bis po, que já emérito se manteve ativo na Igreja e atento à causa amazônica, o Car deal Barreto recordou que, na Repam, “Dom Cláudio teve muita prudência, mas, ao mesmo tempo, muita firmeza para buscar novos caminhos. E na Cea ma, ele abriu o caminho para o que agora vivemos como uma graça muito espe cial”, concluiu.

A íntegra do lançamento pode ser vista no link https://cutt.ly/fXBIrBR

AS PREOCUPAÇÕESPRIMEIRAS DA CÁTEDRA

UM ESPAÇO INSPIRADOR Ao longo da cerimônia, três pessoas que acompanharam o Cardeal Hummes nos muitos trabalhos que realizou com a Igreja na Amazônia recordaram fatos da convivência com o Purpurado e algumas

Instalada a ‘Cátedra Universitária Amazônica Cardeal Cláudio Hummes, OFM’ INICIATIVA CATÓLICAUNIVERSIDADEPONTIFÍCIADOEQUADOR

O último conferencista no ato de lan çamento da Cátedra foi o Prof. Dr. Luiz Arriaga Valenzuela, irmão jesuíta, que preside a Associação das Universida des da Companhia de Jesus na América LatinaValenzuela(Ausjal). ressaltou que é urgente assegurar a dignidade dos povos originá rios da Amazônia e que a Igreja também deve se empenhar para tal, seguindo o mandato de Jesus de sempre direcionar o olhar para os mais pobres e jamais ser indiferente às realidades de desigualdade social e crises climáticas, também valori zando as experiências, a cultura e a histó ria das comunidades locais. O presidente da Ausjal destacou que os povos originários da América Lati na e do Caribe ocupam 400 milhões de hectares, sendo que 80% deste território é de área nativa e quase 50% é classifica do como intacto. “A conservação desses ecossistemas e a defesa dos direitos cole tivos dos povos originários são chaves na luta para deter e reverter a crise climática e de direitos”, opinou. Por fim, Valenzuela listou quatro pontos de atenção para a recém-criada cátedra: fazer do discurso e da prática dos direitos humanos o ponto de chega da de todas as ações; construir um olhar internacional e intercultural que permita à cátedra se conectar com os problemas globais e locais; que os estudos, espaços e ações sejam construídos tendo em conta a complexidade das situações vivencia das no território amazônico; e que os projetos de pesquisa derivados de ações concretas sejam estruturados a partir de olhar inter e transdisciplinar.

Luciney Martins/O SÃO PAULO - dez.2021

Ator se converte depois de interpretar Padre Pio Movimento de Católicos Solidariedade - mar. 2022 Manifestantes vão às ruas em protesto contra a legalização do aborto no país

“Sentia uma vergonha como nunca havia experimentado antes, aquela que faz você esquecer como respirar. Você não sabe para onde ir”, contou. Ao chegar ao local onde o filme foi gravado, “aconteceu uma mudança”, disse LaBeouf a Dom Robert Barron.

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Papa João Paulo I será beatificado em Roma

Liturgia e Vida 23º DOMINGO DO TEMPO COMUM 4 DE SETEMBRO DE 2022 A perseverança

O Consenso de Genebra foi pro movido pelo governo norte-ameri cano de Donald Trump, em outubro de 2020, e conta, hoje, com a adesão de 37 países, incluindo o Brasil. O documento destaca a importância dos direitos humanos e tem quatro pilares: defende iniciativas voltadas à saúde da mulher, ao fortalecimento da família e à proteção da vida hu mana, e estabelece a soberania das nações na criação de políticas pró prias de defesa da vida.

Vaticano

“Foi como se alguém tivesse me enga nado, não de um jeito ruim. De uma forma que eu não conseguia perceber. Estava tão perto que não conseguia perceber. Agora vejo de forma diferente que o tempo passou.” LaBeouf também afirmou que aprender sobre perdão e arrependimen to foi fundamental para sair da depres são e conhecer a misericórdia de Deus. “Vi que havia outras pessoas que pecaram além do que eu poderia imagi nar e que encontraram a Cristo. Isso me fazia sentir que tinha esperança”, disse. Na entrevista, que durou mais de uma hora, LaBeouf também revelou sua experiência com o Terço, a Eucaris tia, a leitura das “Confissões”, de Santo Agostinho, seu gosto pela missa tradi cional e a paz que encontrou depois de se reconciliar com sua mãe. (JFF)

Levar até o fim as boas obras é algo difícil e uma das coisas mais importantes desta vida. As coisas mais importantes que podemos cul tivar neste mundo, como o casamento, a voca ção, a prática da oração, a educação dos filhos, o cuidado de um doente, a fé e o amor a Jesus Cristo, exigem-nos a virtude da perseverança! Para essas coisas, não basta a empolgação do início. É necessária uma fidelidade sempre nova, que não nos deixe à mercê dos bons sen timentos (que vêm e vão), nem das circuns tâncias favoráveis (que podem mudar) e nem das facilidades (frequentemente momentâ neas). A perseverança nos compromissos as sumidos é o que coloca à prova e amadurece o nosso amor. Quanto mais dificuldades en contrarmos, mais amor será necessário para perseverarmos!SãoJosemaría dizia que “começar é de todos; perseverar é de santos”. Para perseve rarmos, precisamos estar com as “lâmpadas acesas” por um amor feito não apenas de sentimentos, mas de obras e do esquecimen to de si. Porque amou muito, Nossa Senhora perseverou ao lado de Cristo na Cruz. Porque amou muito, Nosso Senhor bebeu o cálice da Paixão até a última gota, até poder dizer “tudo está consumado” (Jo 19,30). Porque nos ama, Deus Pai permanece sempre bom e fiel, e não desistirá de nós. Aliás, este é o nosso destino sobre a terra: amar e lutar até o último suspiro. Não po demos desistir! Não podemos dizer “basta”, “jogar a toalha”, ainda que haja épocas muito difíceis. Em certos períodos, sentimos como se tudo corresse bem. Essas fases mais doces são um presente do Senhor, destinado a nos animar e encorajar. Contudo, haverá dificul dades! Será, então, a hora de perseverar por amor até podermos dizer: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7). É recomendável que peçamos diariamente a Deus a graça da perseverança final nas boas obras, isto é, o dom de permanecermos até a morte na fé, na esperança, no amor a Jesus Cristo e com um arrependimento sincero de todos os pecados. Pedimos também a Nossa Mãe do Céu que rogue por nós “agora e na hora da nossa morte”. Queremos que a morte nos encontre em estado de graça santifican te, depois de uma boa Confissão e tendo re cebido também, se Deus quiser, a Unção e a Eucaristia.OSenhor nos diz: “Qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar?” (Lc 14,28). Calculemos: temos material suficiente para chegar a pôr a “pedra final” de nossa vida? Oramos, exercitamos a paciência e a perseverança nas coisas peque nas? Vivemos pensando apenas neste mundo ou lembramos que nossas escolhas daqui terão implicações eternas? O que nos tem dificulta do perseverar na fé, no amor e nos compro missos assumidos? Coisas, pessoas ou vícios? O que nos leva ao desânimo e à inconstância? Para perseverarmos, vale sempre nos lem brarmos do Céu! Tudo nesta vida passa, mas a fidelidade a Deus e a perseverança nos com promissos assumidos darão frutos eternos! na fé

O governo de Gustavo Petro anun ciou, no dia 22, a retirada da Colômbia da Declaração do Consenso de Gene bra, um documento internacional pró -vida que nega que o aborto seja um “direito”.OMinistério

Fontes:ACIDigitaleIstoÉDinheiro

A Praça São Pedro acolherá, no do mingo, 4 de setembro, a cerimônia de beatificação de Dom Albino Luciani, o Papa João Paulo I. A celebração será às 10h30 (5h30 no horário de Brasília), presidida pelo Papa Francisco. Nos dias que antecedem a beatifi cação, será realizada uma conferência na Sala de Imprensa da Santa Sé, que contará com a presença de Candela Giarda, 22, a então menina argentina milagrosamente curada de uma ence falopatia em 2011, graças à intercessão do venerável João Paulo I, a mãe Roxa na Sousa e o Padre José Dabusti, Pároco da igreja próxima ao hospital de Buenos Aires, na Argentina, onde Candela esta va sendo tratada quando lhe sugeriram pedir a intercessão de João Paulo I. Nascido no dia 17 de outubro de 1912, o Papa João Paulo I teve o pa pado mais curto da história moder na, reinando sobre a Sé de Pedro por apenas 33 dias, vindo a falecer em 28 de setembro de 1978, aos 65 anos. Além disso, ele foi o primeiro Pontí fice a escolher um nome duplo, uma homenagem a seus dois antecessores: João XXIII e Paulo VI. Foi também o último da longa linhagem de Papas nascidos na Itália, que começou com Clemente VII, em 1523. (JFF)

Estados Unidos

A Colômbia aderiu ao Consenso de Genebra em maio deste ano, duran te o governo de Iván Duque, e agora o atual presidente, Gustavo Petro, revo gou a adesão do país ao documento, menos de um mês depois de ter toma do posse, mesma decisão tomada pelo presidente norte-americano Joe Biden, em fevereiro de 2021, que retirou os Estados Unidos dessa declaração.

Governo colombiano abandona declaração pró-vida internacional JOSÉ FERREIRA osaopaulo@uol.com.brFILHO

Fontes:GaudiumPresseAgênciaFides

O ator norte-americano Shia La Beouf, 36, conhecido por sua atuação na saga Transformers, disse que se con verteu ao catolicismo ao trabalhar no filme “Padre Pio”. No filme, LaBeouf interpreta o per sonagem principal, o santo sacerdote italiano que recebeu os estigmas de Cristo. As gravações foram feitas em ja neiro deste ano em Puglia, na Itália. Para se preparar para o papel, LaBeouf viveu em um mosteiro com frades capuchi nhos da Califórnia, Estados Unidos, experiência que o ajudou a despertar para novos horizontes no campo da fé. “Agora, eu sei que Deus estava usando meu ego para me atrair para Si, afastando-me dos desejos mun danos. Tudo estava acontecendo ao mesmo tempo”, disse LaBeouf em en trevista ao programa Word on Fire, que Dom Robert Barron, Bispo da Diocese de Winona-Rochester, nos Estados Unidos, mantém no YouTube. LaBeouf disse que pensava em sui cídio antes de começar a gravar o filme na Itália. Ele aceitou o papel para tentar salvar sua carreira. “Eu não teria tido nenhuma motiva ção para entrar no meu carro e dirigir até o mosteiro se não tivesse pensado ‘vou sal var minha carreira’.” O ator disse que tinha depressão e chegou a possuir “uma arma na mesa”: “Não queria mais estar vivo”.

das Relações Exte riores colombiano publicou um tuíte dizendo que, “de acordo com a Consti tuição Política e com a jurisprudência da Corte Constitucional, o direito ao aborto legal e seguro é parte integran te e indivisível dos direitos sexuais e reprodutivos e da saúde sexual e re produtiva da mulher”, que o governo “reconhece, protege e respeita”.

O vice-ministro da Saúde colom biano, Jaime Urrego, disse que o gover no Petro espera em cem dias ter as me didas prontas para dar cumprimento à sentença da Corte Constitucional, que em fevereiro deste ano descriminalizou o aborto até a 24ª semana de gestação.

Fonte:ACIPrensa Colômbia

Rede Aparecida de Comunicação anuncia o cancelamento do debate

Nos dias 24 e 25 de agosto, a Comissão Arquidiocesana de Liturgia (CAL) reali zou uma formação sobre a carta apostóli ca do Papa Francisco Desiderio desideravi, sobre a Sagrada Liturgia, publicada pelo Pontífice em 29 de junho. O evento, que aconteceu na modali dade on-line, teve como assessor o Padre Damásio Medeiros, sacerdote salesiano e liturgista, e contou com a participação de Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxi liar da Arquidiocese na Região Lapa e Re ferencial Arquidiocesano para a Liturgia. A formação foi acompanhada por mais de 5 mil pessoas por meio do canal da Cate dral da Sé no YouTube. Padre Damásio dividiu a exposição da carta apostólica em cinco momentos, Carta apostólica

Desiderio desideravi ressalta a beleza da verdade da celebração cristã 5 MIL PARTICIPARAMPESSOASDE MODO ON-LINE DA FRANCISCOPUBLICADOSOBREARQUIDIOCESANAFORMAÇÃOODOCUMENTOPELOPAPAEMJUNHO FERNANDOosaopaulo@uol.com.brARTHUR para que o Espírito, mergulhando-nos no mistério pascal, transforme toda a nossa vida, conformando-nos cada vez mais a Cristo”, afirmou. SENTIDO TEOLÓGICO Estrutura, formação e reflexão fo ram os três principais pontos propostos pelo Padre Damásio na segunda noite do encontro. Ele explicou que a Desi derio desideravi tem 65 parágrafos e é dividida em nove subtítulos, nos quais o Papa utiliza uma linguagem teológica acessível e expõe com clareza as orien tações da Sacrosanctum concilium, cita São Paulo VI e o Papa Pio XII, além da contribuição do Movimento Litúrgico, que precedeu o Concílio Vaticano II, e do teólogo Romano Guardini. O Pontí fice cita, ainda, São Leão Magno, Santo Agostinho, Santo Irineu de Lião, São Francisco de Assis, o Missal Romano e o Pontifical Romano, que contém os ritos de ordenação de bispos, presbíteros e di áconos, além de outros documentos do Magistério recente. Padre Damásio abordou também o sentido teológico da liturgia, definido pelo Papa Francisco como lugar de en contro com o Cristo e “antídoto para o veneno do mundanismo espiritual”. Por fim, o Sacerdote desejou aos par ticipantes reviverem “o espanto diante da beleza da verdade da celebração cris tã, a recordar a necessidade de uma au têntica formação litúrgica e a reconhe cer a importância da arte da celebração que está a serviço da verdade do misté rio pascal e da participação de todos os batizados, cada um com a especificidade da sua vocação”.

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Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publica dos recentemente.

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(TextoescritosobasupervisãodeFernandoGeronazzo) nos quais falou sobre o cenário eclesial em que a carta é apresentada, além de desta car seus objetivos e estrutura. Também ressaltou a formação litúrgica do povo de Deus e propôs algumas reflexões.

LITURGIA E ECLESIOLOGIA Na primeira noite, o liturgista discor reu sobre a relação entre a ação litúrgica e a vida da Igreja, no primeiro momento do encontro.“Paraindicar alguns pontos concretos da relação de circularidade entre a Litur gia e a Eclesiologia, podemos considerar as palavras como ‘mistério-sacramento’, ‘povo de Deus’, ‘corpo de Cristo’, ‘esposa de Cristo’ e as chamadas propriedades da Igreja: una, santa, católica, apostólica. Não se trata de privilegiar uma categoria em detrimento de outra, mas de afirmar a mútua e permanente inter-relação de identidade, natureza e complementarida de entre as duas realidades”, explicou.

O Salesiano ressaltou, ainda, que a circularidade entre a Liturgia e a Igreja tem o seu fundamento no mistério pascal. Também recordou orientações do Papa Francisco, feitas nas audiências gerais entre 8 de novembro de 2017 e 4 de abril de 2018, sobre a celebração eucarística e como rezar na liturgia, além dos discur sos e documentos do Magistério da Igreja sobre a compreensão da ação litúrgica. Padre Damásio completou que a liturgia é a vida da Igreja, “isto é, a co munidade daqueles que, no Batismo, encontraram a união com Cristo, e que a cada domingo se reúne para ce lebrar, com o presbítero, a memória do Senhor”.

BELEZA E VERDADE

24 | Geral | 31 de agosto a 6 de setembro de 2022 |

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Em um segundo momento, o liturgista explicou os objetivos da carta apostólica, destacando aos participantes que “se trata de um documento que reúne e reelabora, de forma original, as proposições advindas da sessão plenária do Dicastério para o Cul to Divino e a Disciplina dos Sacramentos”. Também exortou os participantes: “Somos chamados a redescobrir todos os dias a beleza da verdade da celebração cristã. Refiro-me, mais uma vez, ao seu significado teológico, como admiravel mente descrito no número 7 da [constitui ção conciliar] Sacrosanctum concilium: a Liturgia é o sacerdócio de Cristo revelado e que nos é dado na sua Páscoa, presente e atuante hoje por meio de sinais sensíveis (água, óleo, pão, vinho, gestos, palavras)

Francisco aos coroinhas: servir a Igreja é uma bela https://cutt.ly/yCqP4FZestefederaisQuasehttps://cutt.ly/OCqPZO3livresfuncionamentomudançaPrefeiturahttps://cutt.ly/BCqPTPoculturalporinternacionaisPapahttps://cutt.ly/rCqAz9Iaventuraseunea25artistasnoVaticanoaçõesdetransformaçãodeSPanuncianohoráriodedasfeiras90%dosdeputadostentamreeleiçãoano

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