O São Paulo - 3413

Page 1

‘Os

com o Pastor

Jesus se preocupa com a nossa salvação e deseja que ninguém se perca de Cristo na cruz resgata toda a humanidade

Começou na terça-feira, 13, e prossegue até a quinta-feira, 15, a visita apostólica do Papa ao Cazaquistão. O principal compromisso de sua agenda é a participação no VII Congresso de Dirigentes das Religiões Mundiais e Tradicionais, que reunirá 108 delegações religiosas, de 60 Atualmente,países.vivem nesta nação cerca de 120 mil católicos, algo em torno de 1% da população.

Na ocasião, houve o rito de dedicação do altar e do templo, que está sob os cuidados dos padres Saletinos, e a nomeação do atual Pároco, Padre Marcos Almeida, como primeiro Reitor do novo Santuário.

“Consagramos este templo para ser lugar de especial manifestação da graça e da presença do Senhor. O templo é o sinal de Deus no meio de nós”, disse o Arcebispo na homilia.

EncontroEditorial

Papa e o presidente Kassym-Jomart Tokayev Vatican Media Reprodução

Edith Stein, brisa de humanidade arejando uma razão reduzida e sufocante

O Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu, no sábado, 10, a missa em que a Igreja Nossa Senhora da Salette, na Região Episcopal Santana, foi elevada à dignidade de santuário arquidiocesano.

Espiritualidade

Páginas 12 e 13

Luciney Martins/ PAULO

Igreja Nossa Senhora da Salette é elevada a santuário arquidiocesano santuários são lugares de especial acolhida da presença e da ação de Deus entre os homens’, escreve Dom Odilo no decreto de criação do Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora da Salette

O SÃO

Página 19 O SÃO PAULO Coordenação editorial redação: José Ferreira Filho, Daniel Gomes Sueli Dal Belo. Diagramação: Jovenal Alves Pereira. Alexandre Gonçal ves, Alline Luiza de Abreu Silva, Bruno Muta Vivas, Diogo Chiuso, Gustavo Catania, Ivonete Kuerten, João Cortese, Luís Henrique Marques, Maria Nazaré Lins Barbosa, Rodrigo Pires Vilela da Silva Vandro Pisaneschi. Edição 02 14 de setembro de 2022 Atualmente, na cidade de São Paulo, nenhuma personalidade intelectual católica está tão presen te nas re exões acadêmicas e na espiritualidade de grupos movimentos como Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz, 12 de outubro de 1891 – de agosto de 1942), lósofa monja carmelita, santa católica de origem judia, morta num campo de concentração nazista, mártir da Igreja. Sua in uência cada vez mais sentida, tanto pela rique za de seu pensamento quanto pela profundidade O mundo universitário está repleto de pen sadores brilhantes, com vidas decepcionantes, militância social e política frequentemente nos brinda com vidas exemplares, mas com ideias so fríveis não são muito comuns os casos de perso nalidades que combinam pensamentos brilhantes com vidas exemplares. Os intelectuais que foram canonizados, como Edith Stein, quase sempre nos dão justamente um exemplo dessa síntese em que tanto vida quanto pensamento nos fascinam. Edith Stein viveu num período marcado tanto pelo êxito quanto pela tragédia tanto do raciona lismo quanto do empirismo modernos. Com o avanço da ciência, razão humana e o método ex perimental haviam conseguido seus maiores feitos tempo, nunca antes guerra morte haviam sido pareciam cada vez mais demonstrar que ser hu dicionado. A racionalidade cientí ca, ao mostrar toda sua força, exibia também seu grande limi te. Max Weber (1864-1920), no clássico A ciência como vocação de 1919, já citava Tolstói: “A ciência carece de sentido, pois não tem resposta alguma para única questão que nos interessa: que deve mos fazer? como devemos viver?”. de modernas já se desenhara no século XIX, particularmente com movimento romântico, continuou ao longo de todo século XX XXI. Transparece nos movimentos contraculturais, no interesse pela “inteligência emocional”, nos ques tionamentos ao próprio discernimento racional da realidade. A razão, cada vez mais, não era vista como janela aberta que permitia acesso ao real, mas, sim, como quarto fechado abafado, em que a própria realidade e consciência humana eram presas sufocadas pelo ar saturado de uma lógica O pensamento cristão frequentemente se tor nou também ele vítima dessa razão sufocante, na verdade uma pálida redução da verdadeira Razão que move o cosmo. A normatividade e os prin cípios cristalizados, não importa se justos ou in justos, pareciam não transmitir aquela riqueza de compreensão e afeto pela qual todo coração hu mano anseia. Nesse contexto, para muitos, Edith Stein vem sendo uma brisa de humanidade a re frescar quartinho abafado em que razão pare cia estar con nada. A Fenomenologia, linha ca qual aderiu, já representa uma das mais importantes tentativas modernas de superação dos limites de uma razão redutiva, que não se encontra mais com a realida de mesma, pois só consegue ver simulacros do real construídos intelectualmente. Mas, seria própria Fenomenologia capaz de descobrir o Amor que, si multaneamente, se revela e se oculta tanto na gran deza do cosmo quanto na banalidade do cotidia no? A graça do encontro, discipulado espiritual que ultrapassa barreira do tempo aproxima as duas Teresas, aquela que viveu em Ávila no século XVI aquela martirizada numa câmara de gás no século XX, foram fundamentais para que Filoso dade que se esconde no real. Essa a grandiosidade que Edith Stein, Santa Teresa Benedita da Cruz, irradia para tantos que têm seguido, como pensadora e como santa. Nes Caderno Fé Cultura lósofa Maria Cecília Parise, a psicóloga Sonia Maria B. A. Parente pedagoga Magna Celi M. da Rocha escrevem sobre o impacto do encontro com Edith Stein em suas vidas e em sua atividade pro ssional, en quanto Marcelo C. de Araújo comenta experi ência de conversão da Santa. Mas grandes mestres precisam de grandes discípulos para serem reconhecidos. Edith Stein não teria se tornando tão importante em São Paulo e no Brasil sem a contribuição da Prof Angela Alles Bello, da Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma, da Irmã Jacinta Turo lo Garcia, do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (IASCJ). Ambas circularam por mais de 20 anos pelas universidades brasileiras, difundindo obra de Edith Stein orientando acadêmicos que se interessavam pelo pensamen to losó co da Santa. Com gratidão, o Núcleo Fé Cultura da PUC-SP dedica elas edição deste pequeno Caderno.

No FranciscoCazaquistão,propõe a paz, o diálogo e a unidade

A santidade de vida no cotidiano é a saída para as crises da sociedade

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 67 | Edição 3413 | 14 a 20 de setembro de 2022 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00www.arquisp.org.br

Página 4 Página 2 Página 8

ODILOCARDEALPEDROSCHERER metropolitanoArcebispodeSãoPaulo

OEvangelho

nos sur preende sempre, basta acolhê-lo com atenção e abertura de coração. No capítulo 15 do Evangelho de São Lucas, encontramos as três parábo las, conhecidas geralmente como “parábolas da misericórdia”: da ove lha perdida, da moeda perdida e do lho perdido. Jesus é um bom conta dor de histórias, mas não se trata de historinhas para encantar e divertir. Por meio das parábolas, partindo do que acontece na vida real, Ele pas sa ensinamentos profundos de um jeito que todos podem compreen der. E quem escuta ou lê a parábo la, acaba sendo envolvido e situado dentroParadela.começar, é preciso olhar bem o contexto no qual Jesus conta as três parábolas. Ele está rodeado de publicanos e pecadores, que o escutam e até tomam refeição com Ele. Um pouco mais adiante, fari seus e mestres da Lei observam e criticam Jesus: “Este homem aco lhe os pecadores e faz refeição com

O lho mais velho não aceitou o convite e os apelos do pai e cou fora da festa. Pior ainda, deixou fora também o pai, que tentava conquis tá-lo para que entrasse. Mais que ninguém, era o lho mais velho que agora também estava necessitado da misericórdia do pai. O pai insiste, mas ele não aceita. E aqui estamos de novo no início das três parábolas: fariseus e doutores da Lei se acha vam fora da companhia de Jesus e o criticavam porque Ele estava ro deado de publicanos e pecadores. Jesus é a mão misericordiosa do Pai estendida a todos, pronta para aco lher no abraço do perdão a todos os pecadores. Escribas e fariseus não percebiam que eles próprios, mais que ninguém, também precisavam conhecer o amor, o perdão e a mi sericórdia de Deus, que reconcilia e salva os pecadores arrependidos.

São três histórias que envol vem a perda de algo, ou de alguém muito valioso para quem perdeu: a ovelha, a moeda e o lho. Nas três situações, há o sentimento da per da e a preocupação em procurar o que foi perdido: o pastor procura a ovelhinha; a mulher varre a casa cuidadosamente para ver se acha a moeda; o pai está preocupado com o lho perdido, esperando ansiosa mente que volte. Nas três situações, o “perdido” é encontrado e torna-se motivo de grande alegria e de festa contagiante. Nas parábolas da ove lha e da moeda, Jesus conclui que no céu, da mesma forma, haverá gran de alegria por um só pecador que faz penitência e se converte.

Mas há o irmão mais velho, que é “do bem” e ca revoltado com o pai, por causa do retorno do irmão e da festa oferecida pelo pai. O lho mais velho fazia tudo certinho e também estava bem consciente dos seus di reitos em relação ao pai. Mas tinha um coração duro e sem misericór dia. E não se deixou convencer nem mesmo pelo pai, que lhe suplicava para que também participasse da festa pelo retorno do irmão.

Um dos maiores pecados é a so berba, que leva a se achar dispensado ou não necessitado da misericórdia de Deus. É interessante reparar na palavra do pai ao Filho mais velho, que se queixa ao pai e cobra dele pe los seus méritos, supostamente não reconhecidos: “Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu tam bém” (Lc 15,31). Cobrar o pai pelos direitos foi algo muito mesquinho da parte do lho mais velho. O pai co nhece muito bem os méritos do lho, e este devia saber que o pai é bem ge neroso para recompensar o lho el bem mais que ele merece. Se espe ramos de Deus somente aquilo que merecemos, nossa recompensa será muito pequena! Deus é rico em mi sericórdia para com seus lhos éis. Mas Ele se preocupa também com os lhos “perdidos” e os quer salvar; os lhos “do bem” não devem ter ci úmes por isso, nem achar que o pai é injusto com eles.

É bom saber que não somos in diferentes aos olhos de Deus, que se preocupa com a nossa salvação e deseja que ninguém se perca para sempre. Mas é arriscado achar que não precisamos da misericórdia de Deus e que resolvemos a nossa sal vação por nossa própria conta; po deríamos car de fora da grande festa da vida eterna!

Perdidos e achados

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator-chefe: Daniel Gomes • Revisão: Padre José Ferreira Filho e Sueli Dal Belo • Opinião e Fé e Cidadania: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Administração e Assinaturas: Ma ria das Graças Silva (Cássia) • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: OESP Gráfica • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila Albertina - 02730-030 • São Paulo - SP - Brasil • Fone: (11) 3932-3739 - ramal 222 • Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700, 3760-3723 e 3760-3724 • Internet: www.osaopaulo. org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 3,00 • Assinaturas: R$ 90 (semestral) • R$ 160 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as car tas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

Mas o caso do lho perdido não termina bem assim. Certo, o pai ca muito feliz porque recuperou com vida o lho perdido, que já tinha contado como morto. E convoca uma festa boa, restituindo a digni dade perdida ao lho mais novo.

2 | Encontro com o Pastor | 14 a 20 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

eles!” (cf. Lc 15,1-2). Publicanos e pecadores eram tidos como “gente perdida” e como “impuros”. Jesus está em companhia dos “perdidos”. Escribas e fariseus eram tidos como “gente do bem”, que não se mistura va “com essa gente”... As pessoas de bem criticavam Jesus, que, então, conta as três parábolas.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL:

misericórdia”, pois sabem se compa decer diante da dor dos irmãos e não fecham seus corações ao sofrimento da humanidade.“Oqueasbem-aventuranças di zem para nós, no bicentenário da In dependência, para o futuro do nosso País? Temos muita tarefa pela frente, como cristãos, pessoas de fé, inspi rados nos ideais do Evangelho, que nos motiva e nos orienta a arregaçar mos as mangas e a participar todos os dias, cada um no seu âmbito, para construirmos um Brasil melhor”, exortou o Cardeal Scherer, reforçan do que o Reino de Deus é o grande bem para a sociedade.

Ao ler esta parábola, muitos estranham o fato de que “o senhor elogiou o administrador desonesto” que perdoara parte da dívida a seus credores. Contudo, o próprio Evangelho diz cla ramente que o que era digno de louvor não era a desonestidade, mas, sim, a sua “esperteza” ou “prudência”. “Prudente” é o homem capaz de, diante de uma situação importante ou difícil, perceber qual é a melhor coisa a ser feita e quais são os melhores meios para realizá-la.

O Evangelho recorda-nos de que não somos senhores absolutos do que possuímos e que, no dia do Juízo, soará aos nossos ouvidos: “Presta contas da tua administração!” Daremos conta a Deus do que tivermos feito com os bens e quali dades que na verdade eram Seus, pois, como diz o Salmo: “Ao Senhor pertence a terra e o que ela contém” (Sl 23,1). Lembrar-nos de que somos apenas “administradores” é, além disso, algo ne cessário em relação aos bens materiais, para que não os busquemos como a nalidade principal de nossa vida.

politano ressaltou que, mais do que o templo, a Paróquia é constituída pelas pessoas que dão vitalidade às ações pastorais, e lembrou que aque le era um momento de júbilo e gra tidão ao Senhor e, ao mesmo tempo,

Araújo)

25º DOMINGO DO TEMPO COMUM 18 DE SETEMBRO DE 2022

(por Daniel Gomes)

No m da celebração, foi lida a mensagem dos participantes da 59ª Assembleia Geral da Conferên cia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ao povo brasileiro sobre o momento atual.

“Um homem rico tinha um administrador acusado de esbanjar os seus bens…” (Lc 16,1). Esse “administrador” somos nós! Os bens ma teriais e espirituais que possuímos não são totalmente “nossos”. Dinheiro, propriedades, família, saúde, inteligência, tempo, a graça e as virtudes nos foram dados por Deus como a “administradores”, para que cuidemos deles e façamos fruti car. Ora, devemos confessar que às vezes não os guardamos como deveríamos; “esbanjamo-los”; tornamo-los estéreis; utiliza mo-los de modo egoísta!

PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

REINO DE DEUS

(Leia a reportagem completa na próxima edição do O SÃO PAULO)

Liturgia e Vida

de olhar para frente, “para que Deus nos dê a graça de escrever páginas bonitas nos próximos anos”.

Denilson Araujo

“pessoas excluídas dos benefícios da vida, do bem comum”.

Dom Odilo indica o caminho das bem-aventuranças para um Brasil melhor

Daqui vem outra consequência desta leitura: não basta sermos homens “bons”, precisamos ser “espertos” para praticar o bem! Não basta ter razão, é preciso saber como convencer; não basta querer evangelizar, é preciso saber como; não basta querer o bem do próximo, é preciso descobrir na prática – sem medo e sem ingenui dade – como lhe ajudar de modo efetivo! Por isso, Nosso Senhor constata com certa tristeza: “Os lhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os lhos da luz”. Quantas pessoas são hábeis e astutas para fazer o mal, para pecar, para lesar o próximo… E como, às vezes, somos lentos, medrosos e ine cientes para fazer o bem!

50 anos da Paróquia Santa Cruz

Atos da Cúria

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu, em 7 de setembro, a Missa pela Pátria e pelo Povo Brasi leiro, na comemoração do bicente nário da Independência do Brasil.

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Na manhã do domingo, 11, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presi diu missa na Paróquia Santa Cruz, no Parque Modelo, na Região Epis copal Santana, por ocasião do jubi leu de ouro paroquial.

Em seguida, o Cardeal re etiu so bre o quanto cada bem-aventurança ajuda a colocar em prática o Reino de Deus na sociedade, ao chamar a atenção para a realidade dos pobres,

O Cardeal Scherer presidiu missa, no domingo, 11, na Paróquia São Francisco de Paula e São Benedito, Setor Imirim da Região Episcopal Pároco.dePadreConcelebrouSantana.oAntônioPáduaSantos,

(por Denilson

Já em relação à promessa da felici dade aos que têm “fome e sede de jus tiça”, o Cardeal salientou que no Reino de Deus predominam a justiça, a paz, o respeito, a fraternidade. Também destacou que uma sociedade justa e fraterna é edi cada por aqueles que são misericordiosos, os quais, como promete Jesus, também “alcançarão

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Neste caso, a “prudência” do administra dor consistiu em dar as riquezas! Como o pró prio Senhor diz, ele “fez amigos” com os bens alheios, abrindo mão e perdoando débitos, pois acreditou que isso lhe valeria um auxílio no fu turo. Daqui, retiramos outra consequência do Evangelho: para compensar as “falhas” da nos sa administração, nada mais “prudente” do que sermosDemosgenerosos!esmolas; gastemos o tempo com o próximo; empreguemos nosso conhecimento em favor dos demais; perdoemos as ofensas so fridas; sacri quemo-nos pelos outros; ajamos com amor e generosidade. Sigamos o conselho do Senhor de “fazer amigos” que nos receberão nas moradas eternas. E porque nossa “adminis tração” certamente foi “in el” em alguns mo mentos, lembremo-nos de que “a caridade cobri rá uma multidão de pecados” (cf. 1Pd 4,8).

Em 05/08/2022, foi nomeado e pro visionado como Vigário Paroquial da Paróquia Santa Cruz, no bairro da Vila Rica, na Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre Kiyoharu Ojima, até que se mande o contrário

Luciney Martins/O SÃO PAULO

www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 14 a 20 de setembro de 2022 | Geral/Atos da Cúria/Fé e Vida | 3

Erigida em 1972, a Paróquia está desde a fundação sob os cuidados da Congregação Servos da Caridade (SdC) - Guanellianos, tendo como atual Pároco o Padre Flávio Demo liner, SdC, que foi um dos concele brantes da missa, assim como Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana; e o Padre Ciro Attanasio, Superior Pro vincial da Congregação Servos da Caridade.Namissa, o Arcebispo Metro

“Se na convivência humana os pobres não são lembrados, é preciso que nos convertamos”, enfatizou.

A Missa pela Pátria é prevista na liturgia entre os textos das “Missas para Diversas Circunstâncias”, por meio das quais o povo de Deus ofe rece orações e súplicas por realida des especí cas da Igreja e da socie dade. Uma das orações feitas nesta celebração pede a Deus que acolha “as súplicas que fazemos pela nossa pátria, para que sejam consolidadas a concórdia e a justiça, pela sabedo ria dos governantes e pela honesti dade do povo, trazendo-nos paz e prosperidade”.Nahomilia, Dom Odilo medi tou a partir do trecho do Evangelho segundo São Mateus, no qual Jesus anuncia as bem-aventuranças e o Reino de Deus. O Arcebispo, então, ressaltou como as convivências so cial, política e econômica poderiam ser melhores se as bem-aventuran ças fossem colocadas em prática.

Sobre a promessa da bem-a venturança aos a itos, Dom Odilo convidou todos a re etirem sobre as muitas a ições pelas quais passam a humanidade. “O Reino de Deus é garantia de que os a itos serão con solados”, disse.

‘Ele agiu esperteza…’com

(Lc 16,8)

Qualquer

Arte: Sergio Ricciuto Conte

4 | Ponto de Vista | 14 a 20 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

As opiniões expressas na seção“Opinião”são de responsabilidade do autor e não re etem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO

Por que precisamos de poesia? A poesia nos cria e faz viver

A poesia se ouve, se ama, se contem pla. A poesia nos serve de espelho. Nela, somos nutridos, encorajados. Com a poe sia, aprendemos a nos conhecer, a falar, a mergulhar na realidade mais verdadeira. Os poetas nem sempre sabem o que es crevem. Deixam-se levar por uma força de inspiração, um fogo poderoso, e procuram comunicar a visão que lhes é apresentada, a palavra que os invade. Eles se entregam à luz que penetra dentro deles e formula as linhas, as imagens, os espaços. Assim Deus escolheu pessoas sensíveis, capazes de ou vir o coração, capazes de se deixar levar por Ele e de proferir as palavras que Ele queria que fossem ditas; como o Cântico dos Cân ticos, o mais alto poema de amor que até agora inspira e canta a beleza das realida des mais humanas como o amor, o corpo, a natureza.Àsvezes, dizemos que a poesia é uma coisa romântica, não uma coisa real, para quem está desconectado da vida. E dize mos com um sorriso de ironia: ele é um poeta... Mas ποίησις quer dizer “fazer”... O que faz um poema? A poesia nos faz, nos cria e recria, verdadeiros, livres e belos. Deus precisava mesmo da poesia, dos poetas, para nos dizer de forma tão delicada o quanto nos ama e o quanto ama a nossa natureza humana, com tudo o que a constitui. Nenhum outro gênero literário poderia ter feito isso de forma tão convincente falando diretamente ao coração.“Quão doces são suas palavras ao meu paladar! São mais doces que o mel na mi nha boca” (Salmo 119,103).

o gênero literário signi ca compreen der melhor a palavra falada por Deus e a sua mensagem. Os gêneros literários na Bíblia são muitos: apocalípticos, históricos, escritos legislativos, ora ções, cartas, parábolas, histórias, pro vérbios, poemas, narrações...

Opinião

não tivesse uma importância decisiva em suas vidas. Hoje todos sabemos que a Ter ra não é o centro do universo e, contudo, vivemos como se todas as nossas esperan ças dependessem dela” (Tihamer Toth, Jesus Cristo Rei).

Para entrar num livro da Sagrada Es critura, como num palácio misterioso, é preciso conhecer a estrutura. As palavras de Deus são expressas com uma lingua gem humana, com os gêneros literários então em uso e no estilo da época. O gêne ro literário é como uma chave para entrar naquele palácio misterioso. Compreender

Em certo sentido, nossa época lem bra um pouco o crepúsculo do Império Romano, em que aquela grandiosa civili zação, outrora pujante, bambeava e ame açava ruir em seus fundamentos, pelo crescente cinismo e rejeição dos valores tradicionais. Muito antes da efetiva que da de Roma ante os bárbaros, os homens mais sábios, como um Santo Agostinho, entreviam a ruína iminente – e indica vam a saída: “‘Os tempos estão ruins, es tão cheios de problemas!’ – dizem os ho mens. Ora, passemos nós a viver bem, e os tempos serão bons. Nós somos os tempos: da forma com que nós vivermos, assim

O que o Brasil precisa Editorial

vivíamos. Com poucas palavras, o poeta transmite a riqueza e complexi dade da alma humana. Para entender os poemas, não há necessidade de es forço intelectual. A poesia é a lingua gem do coração. Basta ouvi-la... Para compreender uma poesia, é preciso amá-la, e esse amor revela a lingua gem do coração. Quando lemos po emas, eles nos ajudam a viver porque falam de nós. A poesia expressa o que queremos dizer do fundo do coração e com palavras que têm valor, que se transmite de coração para coração. Carregamos dentro de nós in nitos mundos, desejos de amor, de verdade, de beleza. Trazemos dor, decepção, rebelião. A poesia dá espaço a tudo o que é mais humano. Os Salmos são poesia. Eles são obviamente oração, mas que se expressa com a poesia.

Mas qual o motivo para um tal esfa celamento do tecido social? Sem dúvida que poderiam ser identi cados vários tipos de in uências: econômicas, ideo lógicas, culturais, mas, por trás de todas

um que observar um pouco a nossa sociedade brasileira não deixará de per ceber que os con itos e divi sões vão se tornando cada vez mais fre quentes: dos já corriqueiros episódios de violência física e falta de segurança pú blica, passando pelas rixas políticas que transformam antigos amigos em desafe tos e pelos atritos e desrespeitos mútuos entre instituições públicas, chegando até a discórdias ideológicas no próprio seio das nossas famílias – parece que, cada vez mais, o único ponto em que conse guimos concordar é que tem havido cada vez menos paz entre nós.

serão os tempos” (Sermão 80,8). A saída para estas nossas crises sociais – no Bra sil e em todo o Ocidente – não é outra, portanto, senão a santidade pessoal.

Esforcemo-nos, então, para sermos os santos de que tanto precisamos: santos pais e mães de família, santos professores e médicos, santos políticos e sacerdotes, santos trabalhadores e empreendedores, santos formadores de opinião e in uen ciadores que empenhem sua vida e sua honra para defender a vida, desde seu início até seu m natural, que promovam a honestidade na vida pública e privada, que lutem pela dignidade humana e con tra todo tipo de miséria, material como espiritual. Deus quer um punhado de homens e mulheres “seus” em cada ati vidade humana – e então, Pax Christi in regno Christi, “a paz de Cristo no reino de Cristo”.

Às vezes, perguntamo-nos: quem es creveu a Bíblia? Por que é chamada Palavra de Deus? Como pode ser que uma palavra escrita por homens possa ser chamada de Palavra de Deus? Na realidade, todas as verdades reveladas por Deus e contidas na Sagrada Escritura foram escritas sob a inspiração do Espírito Santo. Como diz São Pedro em sua carta: “Aqueles homens, movidos pelo Espírito Santo, falaram da parte de Deus” (2 Pedro 1,21). O reconhe cimento dos livros sagrados pela Igreja foi um processo que ocorreu ao longo dos séculos, mas já por volta do século IV os Padres da Igreja falavam de um “cânone” que é um elenco de livros considerados sa grados. A Igreja considera sagrados todos os livros do Antigo e do Novo Testamento porque os julga inspirados pelo Espírito Santo. A inspiração ou o sopro de Deus impelia uma pessoa a colocar à disposição seu próprio coração, sua própria mente, para que Deus pudesse soprar sua Palavra. Como diz a Dei Verbum DV, 11: “Os livros sagrados têm Deus como autor”. Deus nos escreveu uma linda carta de amor. Ele a escreveu por meio dos séculos, dos acon tecimentos, por meio das histórias huma nas com toda a realidade da existência. A Sagrada Escritura é rica de cores, formas, vozes. Está escrita com toda a riqueza das personalidades escolhidas por Deus.

MONJA BENEDITINA CAMALDOLENSE*

Falemos da poesia. Os poemas mais bonitos da Bíblia são os Salmos e o Cântico dos Cânticos. Poesia do grego ποίησις signi ca “criar, fazer”. É uma forma de arte que, com seu estilo de versos, ritmos, imagens, palavras justapostas e escolhidas, consegue gerar sentimentos em nós, colore a alma, evoca tudo o que escondemos no fundo do nosso coração. É como o chamado original de Deus para tra zer à luz a existência. A poesia revela a verdade de nós mesmos, as coisas que não sabíamos que tínhamos, que

* A autora é Monja Beneditina, na Itália. Seguindo uma tradição de algumas ordens contemplativas, ela pede que seus textos sejam publicados sem seu nome, em sinal de sua humildade e postura de silêncio.

elas, podemos a rmar, com segurança, que existe uma progressiva expulsão de Cristo do meio da sociedade e dos cora ções. O homem moderno, já há muitas décadas, decidiu apostar sua felicidade neste mundo: tanto o socialismo quanto os excessos de um capitalismo sem limi tes fazem consistir o sentido da vida hu mana no bem-estar mundano, material. Aplicamos todas as nossas energias na busca voraz por cada vez mais conforto e bem-estar, e deixamos de nos preocu par com o progresso moral e o cultivo do espírito. Nossos aparelhos se tornam cada vez mais “inteligentes” – temos smart TVs, celulares, relógios, assistentes pessoais e todo tipo de bugiganga –, mas nos trazem cada vez menos satisfação e verdadeira alegria. “Os antigos julgavam que o mundo girava à volta da Terra e, apesar disso, viviam como se esta Terra

Fé e CidadaniaComportamento

Rezemos, portanto, como nos ensina São Paulo, por “todos os que detêm a autoridade, a m de que levemos uma vida calma e serena, com toda pieda de e dignidade” (1Tm 2,2).

que as pessoas mais se exibem do que oram, aconselha que, “quando orarmos, entremos em nosso quar to e oremos em silêncio”. E Ele com pleta dizendo que “o Pai que escuta nossas preces em silêncio, não dei xa de nos Então,atender”.todotipo de oração che ga ao coração de Deus. Jesus foi mestre de oração, falando sobre a oração e Oremos,orando.pois, minha irmã.

lisar detidamente o problema e buscar um tratamento sério e uniforme no serPorderassocial,do.funçãotaaçãoindenizaçãoumsoçadacausardascessovolumeessajuntoparadual,rioumadvogadosquemparasasarImpedempoucacriandoJudiciáriomaagressorasAtualmente,País.asdemandasentopemosistededistribuiçãoelotamoemváriosestados,muitamorosidadeeeciênciadosistema.osjuízesdeatudeformacélereemcauquerealmenteimportamadefesadedireitosdetemdireitos.Emalgumassituações,agressoresforçamacordopoucosatisfatóaocliente,nocasoindivimasbastantevantajososimesmosnoseucondecasos.Narealidade,forçadoacordoestánodecasos,poisoexdedemandasparecidediversosautorespodeumapanegeralefornagestãodocontenciodaempresa.Semdúvida,danoenormepassíveldecontraessaatuquefogedalealecorreadministraçãodaJustiça,precípuadoadvogaNolugardepacicaçãoasdemandasagressotêmgeradoumasituaçãoconstantecaosnosistema.isso,cuidadoparanãopartedelas.

Cuidado para não ser parte de demandas agressoras

Você já foi contatado por um advogado por telefone ou por anúncios de redes sociais para demandas em massa, caso do “Limpe seu Nome” negativado no Serasa, com a proposta de declarar inexis tente uma dívida, ainda que seja existente e devida por você, com o pedido de inde nização por danos morais?

Eleições e a prática da oração intercessãode

No lugar de ajudar, essas demandas acabam prejudi cando o próprio cliente de mandante, que, muitas vezes, é condenado a pagar custas judiciais, perde a gratuidade de Justiça, tem desconsiderada sua insu ciência, paga hono rários advocatícios altos e arca com a litigância de má-fé.

Não se esqueça de que Ele, ao criticar a oração barulhenta, em

Simulam uma pretensão inexistente de uma parte con tra outra. São tratadas assim para atuar de forma agressora e criar di culdades a um se tor ou uma empresa, em um ou mais órgãos do Judiciário no estado ou no país, com te ses jurídicas e pedidos muito parecidos, de vários autores diferentes patrocinados pelo mesmo advogado ou grupo de advogados. Muitas vezes, essas demandas não contêm provas documentais dos fatos

Orar é nossa conversa com Deus. Oremos a sós. Oremos juntos. Ore

Essas demandas estão cando cada vez mais conheci das pelos tribunais que estu dam hoje modos de dissuadir as pessoas a não recorrerem ao Judiciário para se apro veitar de outrem, sob pena de grande perda ao próprio sistema judiciário. Alguns tri bunais no País já têm tratado essa atuação como deslealda de do advogado e captação ilícita de clientela, com apro veitamento da vulnerabilida de e ignorância de clientes. A questão é tão grave que o pró prio Conselho Nacional de Justiça (CNJ) parou para ana

Quando deixamos de rezar de forma séria e sincera por aqueles que nos governam, corremos o risco de deixar de acreditar que Deus tem o po der de mover o coração do ser humano na direção do Bem e da Verdade, particularmente no campo da política, e por causa disso, muitas vezes, somos tomados pela desesperança e pelo medo, di cul tando a nossa capacidade de avaliar a realidade de forma objetiva e comprometendo o próprio exer cício do voto, que, apesar de ser uma manifestação da liberdade e da consciência de cada um, também supõe a ação da Graça Divina e a con ança em um Amor maior que é capaz de fazer novas todas as coisas (cf. Ap 21,5).

Você Pergunta

PADRE CIDO

Aproximam-se as eleições de 2022, em que iremos participar do processo de escolha de gran de parte dos nossos representantes, abrangendo parlamentares e governantes no âmbito estadual e federal.Neste momento, uma importante questão que a Igreja sempre ensinou se coloca: a necessidade de rezarmos pelas autoridades, pelos governantes que serão eleitos, e que terão a responsabilidade de exercer funções legislativas e executivas pelos pró ximos quatro anos. Lembramos aqui de diversos momentos de intercessão pelas autoridades nas Sa gradas Escrituras, como quando Moisés intercedeu por Josué e este foi capaz de vencer os amalecitas (cf. Êxodo 17,8-16) ou quando a rainha Ester, após um período de oração e jejum de três dias e três noites feito por todos os israelitas, foi capaz de mo ver o coração do Rei da Pérsia, salvando o seu povo da morte certa (cf. Ester 4,16 – 9,19).

CrisleineYamajié advogada, doutora em Direito Civil e professora de Direito Privado. E-mail: direitosedeveresosaopaulo@gmail.com

Dessa forma, nestes tempos de polarização po lítica, em que as paixões têm sobressaído ao exer cício da reta razão, é imperativo assumirmos o compromisso de verdadeiramente rezarmos pelo processo eleitoral, pelos candidatos, e, sobretudo, por aqueles que serão eleitos, com ou sem o nosso voto.En m, podemos dizer que rezar pelos gover nantes é um verdadeiro “dever cívico-espiritual” que temos, em prol de que a Vontade de Deus se realize na esfera temporal, a favor do Bem Comum, especialmente dos mais necessitados.

MARCOS GREGÓRIO BORGES

Na oração, falamos e Deus nos escuta. Deus nos fala e nós escuta mos. E ore por quem pede oração. E ore por quem não nos pede. Orar por alguém é um ato de amor.

alegados ou procurações ne cessárias para a representação de clientes; são apenas alega ções pouco fundamentadas.

E não se esqueça: nossa oração tem sua mais bela expressão na Eu caristia. Jamais deixe de ir à missa, ao encontro com Deus e com os irmãos.

www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 14 a 20 de setembro de 2022 | Viver Bem/Fé e Vida | 5

mos com os irmãos de comunida de. Oremos por nós. Intercedamos uns pelos outros. Oremos pelos que não descobriram o valor da oração.

Cuidado! Essa pode ser uma demandaDiversamenteagressora.das deman das em massa decorrentes de uma efetiva e repetitiva lesão a uma série de pessoas, as de mandas agressoras são fabri cadas por um advogado, em grande volume ou em massa, sem uma efetiva lesão a um direito de alguém, mas com um fundamento comum, um pedido e uma indenização.

Os honorários cobrados costumam ser exorbitantes; a nal, se o cliente não iria ga nhar nada, ambos, advogado e cliente, terminarão poten cialmente com algum dinhei ro no bolso, enriquecendo à custa de outrem, ao menos por forçar um acordo.

Essa é a dúvida da Lourdes, da Vila Santa Maria. Minha irmã, não é de hoje que essa pergunta me é feita. E a resposta é simples. Não é porque Jesus a rma que “quando dois ou mais estão reunidos em seu nome Ele está no meio deles” que Ele negue o valor da oração em particular, feita a sós.

MarcosGregórioBorges é servidor público federal e atua com GestãodeProjetosnaáreadeCidadaniaFiscal.ÉintegrantedoProjetoVeritatisMater,queatuacomevangelizaçãonocampodacultura.

CRISLEINEosaopaulo@uol.com.brPEREIRAYAMAJI

Mas, a nal, o que é intercessão e por que reza mos uns pelos outros? De acordo com o Catecismo da Igreja Católica (CIC), “interceder, pedir em fa vor de outro, desde Abraão, é próprio de um cora ção que está em consonância com a misericórdia de Deus”, e que “não procura seus próprios inte resses, mas pensa sobretudo nos dos outros” (CIC, 2635). Não se trata, portanto, de algo simbólico, de um mero costume ou apenas de uma obrigação, mas nos remete ao Mistério de que Deus governa a História para além da liberdade e ação humanas. A prática da intercessão nos ajuda a lembrar que “n’Ele vivemos, nos movemos e somos”, e que, por ela podemos centrar nossa vida em Deus mais do que em nossas forças, e assim vivermos uma vida voltada para os outros, mais do que para nós mes mos, isto é, centrada na Caridade.

Deus nos ouve quando oramos sozinhos?

6 | Atos da Cúria | 14 a 20 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br Reprodução ReproduçãoReproduçãoReprodução

www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 14 a 20 de setembro de 2022 | Atos da Cúria | 7 Reprodução ReproduçãoReproduçãoReprodução

Fernando Fernandes

haver uma contradição no nome da celebração da Exalta ção da Santa Cruz.

Pascom paroquial

A gente costuma exaltar aquilo que agrada, que nos faz feliz: um prêmio, uma promoção... Não nos pas sa pela cabeça pensar que a cruz possa ser algo de bom. No entanto, sempre que nos benzemos, fazemos o sinal da Cruz; e nos protegemos do mesmo modo dian te do perigo, do mal. Quando pedimos a bênção, o padre faz o sinal da Cruz. Assim, a cruz é também sinal de bênção, proteção, salvação e segurança. Também signi ca o sacrifício puri cador da Cruz aceita por Cristo em resgate de toda a humanidade.

Parece

8 | Regiões Episcopais/Fé e Vida | 14 a 20 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

BELÉM

Jesus Cristo deve ser a nossa glória: Nele está nossa vida e ressurreição; foi Ele que nos salvou e libertou”. Lembra mos que o Arcanjo São Gabriel anun ciou a Maria que Jesus seria chamado Filho do Altíssimo e Deus daria a seu Filho o trono do rei Davi. Mas, no nal da vida, Jesus não sobe a um trono, mas é pregado numa cruz. Na verda de, essa cruz é o trono pelo qual Jesus conquistou o reino do Céu e triunfou sobre o pecado, a morte e a maldade humana. Jesus veio ao mundo para nos libertar do pecado e da morte e deixou intacta a dor, o sofrimento e a cruz. É interessante também reparar que Jesus se refere à cruz como a sua exaltação: “Quando eu for exaltado da terra, atrai rei tudo a mim!” (Jo 12,32). Como o Papa Francisco explica, “não se pode entender Cristo Redentor sem a cruz. Podemos mesmo chegar a pensar que é um grande profeta, que faz coisas boas, que é um santo. Mas Cristo Redentor sem a cruz não se pode entender” (Me ditação matutina, 26-IX-2014). Assim, Jesus quer ensinar que a sua morte na cruz não deveria ser considerada uma

[SANTANA] Na sexta-feira, 9, na Capela São Nicolau de Tolentino, pertencente à Pa róquia Santa Rita de Cássia, Setor Vila Maria, foi celebrado o primeiro dia do tríduo em honra do padroeiro. A missa foi presidida por Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Ar quidiocese na Região Santana, e concelebrada pelo Frei Pelayo Moreno Palacios, OSA, Vigário Paroquial. (por Fernando Fernandes)

A Casa Madre Assunta Marchet ti inaugurou, no dia 2, uma bibliote ca comunitária, que recebeu o nome de Biblioteca Irmã Angela Larini, em homenagem à religiosa missionária scalabriniana que chegou ao Bra sil, acompanhada de Madre Assunta Marchetti, cofundadora das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu (Scalabrinianas).Fundadaem7 de agosto de 1904 pelo Venerável Padre José Marchetti para aco lher os órfãos de imigrantes italianos, a Casa Madre Assunta Marchetti oferece

DOM CARLOS LEMA GARCIA BISPO AUXILIAR PARAVIGÁRIOARQUIDIOCESEDAEEPISCOPALAEDUCAÇÃOEAUNIVERSIDADE

Espiritualidade

Casa Madre Assunta Marchetti inaugura biblioteca comunitária

FERNANDO ARTHUR E PADRE ARLINDO TELES COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

Pascom Santo Afonso

proteção social aos assistidos. Por meio do Projeto Conviver, crianças e adoles centes de 5 a 13 anos são estimulados a desenvolver suas competências pesso ais, relacionais, espirituais, cognitivas e produtivas.PadreArlindo Teles, Pároco da Paró quia São José do Maranhão, no Tatuapé, presidiu uma missa na inauguração da biblioteca. Na homilia, recordou a histó ria e missão da religiosa que deu nome ao novo espaço. “O caminho da Irmã Angela foi luminoso e deixou para a his tória uma recordação admirável de con vicção, consistência, maturidade e coe rência, doando-se inteiramente à missão e sendo enfermeira das crianças órfãs e dos imigrantes”, a rmou.

derrota, mas um triunfo; da mesma forma, as dores e di culdades da vida não devem ser vistas como desgraças insuportáveis, mas como realidades que podem levar à identi cação com Deus. Cristo adverte os seus discípulos de que sofrerão perseguições e calami dades, “mas tende con ança: Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Por isso, precisa mos amadurecer em nossa maneira de encarar as dores e sofrimentos da nossa vida. São a nossa cruz. E se, ainda as sim, considerarmos a nossa cruz muito pesada, Jesus passará ao nosso lado e nos ajudará a carregá-la como Ele fez por nós no caminho do Calvário. São Josemaria nos anima: “Com que amor se abraça Jesus com o lenho que Lhe há de dar a morte! Não é verdade que, mal deixas de ter medo à Cruz, a isso que a gente chama de cruz, quando pões a tua vontade em aceitar a Vontade divina, és feliz, e passam todas as preocupações, os sofrimentos físicos ou morais? É verdadeiramente suave e amável a Cruz de Jesus. Não contam aí as penas; só a alegria de nos sabermos corredentores com Ele” (Via-sacra, II Estação).

Agora precisamos entender as ra zões pelas quais a Igreja vê a Cruz como algo positivo. Assim proclama a Litur gia da Missa: “A cruz de Nosso Senhor

[IPIRANGA] A Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, Setor Cursino, recebeu no do mingo, 11, o evento “Kairós para as famílias”, organizado pela Comunidade Católica Nova Via, de São José dos Campos (SP). Ao nal do encontro, houve uma celebração eucarística presidida pelo Padre Benedito Vicente de Abreu, Pároco. (por Pascom paroquial)

A data da celebração dessa festa re monta ao ocorrido com o imperador Heráclio, que, no dia 14 de setembro de 629, um ano depois de recuperar a Cruz que os persas haviam arrebatado da Ter ra Santa, foi a Jerusalém para recolocá -la no Calvário. Achava-se diante dos muros da cidade santa, quando saiu a recebê-lo Zacarias, Bispo de Jerusalém. O imperador quis imitar Jesus e carregar a Cruz até o local do Calvário. Mas não conseguia, porque a Cruz era pesada de mais. O Patriarca Zacarias explicou-lhe que, para carregar a Cruz de Cristo, se ria necessário se despojar das insígnias reais e das suas vestes. Heráclio despo jou-se de suas vestes, de sua coroa e das sandálias. E assim levou até o cume do monte Calvário o sagrado madeiro em que morreu o Salvador. A partir de en tão, todo o Ocidente passou a celebrar a festividade da Exaltação da Santa Cruz com mostras especiais de júbilo e ação de graças a Deus.

Cruz: sinal de bênção, proteção, salvação e segurança

Clero rende graças a Deus pelo aniversário natalício de Dom José Benedito

Lenivaldo Jacobino

Pascom paroquial www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 14 a 20 de setembro de 2022 | Regiões Episcopais | 9

Na ocasião também foram festejados os 38 anos de ordenação sacerdotal do Padre Geraldo Evaristo da Silva, Pároco da Paróquia Santa Maria Goretti, Setor Butantã, e a admissão do Padre Jaidan Gomes Freire, Pároco da Paróquia São Domingos Sávio, Setor Pirituba, ao Ca bido Metropolitano de São Paulo, uma

vez que foi instituído Cônego no dia 4, na Catedral da Sé.

[LAPA] No dia 3, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, Setor Pirituba, aconte ceu o encontro, conduzido pelo Assistente Eclesiástico do Setor Juventude da Região, Padre Eduardo Augusto de Andrade, com os jovens do Setor Juventude de Piritu ba, que participaram de uma tarde de re exão sobre vários assuntos, como o plano de ação e o trabalho de integração dos jovens nas comunidades pastorais, tanto em âmbito setorial quanto regional. (por Benigno Naveira)

Benigno Naveira paroquial

[SANTANA] No domingo, 11, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora da Penha, Setor Mandaqui, em ação de graças pelo dia da padroeira. Concelebrou o Padre Juarez Dalan, Adminis trador Paroquial, com assistência do Diácono Welton Thiago. (por Lenivaldo Jacobino)

Comunicação da Região Ipiranga Pascom

LAPA

BENIGNO NAVEIRA COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

A celebração eucarística foi presi dida por Dom José Benedito Cardoso e teve como concelebrantes os Padres Pedro Augusto Ciola de Almeida, Pá roco, e João Carlos Deschamps de Almeida, Vigário-geral Adjunto da Região Lapa, assistidos pelo Diácono Claudio Bernardo, com a presença do clero atuante na Região e éis da comunidade.Apósacelebração, todos foram con vidados para um almoço de confrater nização, que contou com a presença de Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e de Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade.

[IPIRANGA] A Paróquia Nossa Senhora da Esperança, Setor Vila Mariana, acolheu os éis da futura Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe para a celebração eucarística, no domingo, 11. A missa foi presidida pelo Frei José Maria Mohomed Junior, Coordenador de Pastoral da Região e responsável pela articulação da futura comunidade. O terreno em que será erigida a nova Paróquia, na Chácara Klabin, teve recentemente o sistema de água e esgoto ligado e o quadro de eletricidade instalado. Para angariar fundos, todos os me ses são feitas rifas, além de um bazar, cujas peças são expostas na entrada das paróquias que acolhem as missas mensais. No próximo dia 24, haverá o primeiro almoço bene cen te em prol da construção da nova igreja. (por Karen Eufrosino)

[BELÉM] No dia 5, a Paróquia Santa Teresa de Calcutá, Setor São Mateus, no extremo da zona Leste, celebrou sua padroeira, com missa presidida por Dom Cícero Alves de Fran ça, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, e concelebrada pelos Padres Elson Lopes, Pároco; Gerson de França Silva, Pároco da Paróquia Santíssima Trindade; e Pierre Rodrigues da Costa, Pároco da Paróquia São Benedito das Vitórias. (por Padre Elson Lopes)

Na quinta-feira, 8, na Paróquia Sa grado Coração de Jesus, no Parque Con tinental, Setor Butantã, celebrou-se a missa em ação de graças pelo aniversário natalício de Dom José Benedito Cardoso (2º à esq. da foto). Nascido em Angatuba (SP), em 12 de setembro de 1961, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa completou 61 anos.

artigo de Edson

Sampel lembra que o ensino religioso,

FREI MARIO TAGLIARI COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

[BRASILÂNDIA] No sábado, 10, a Paróquia Santos Apósto los, Setor São José Operário, encerrou as festividades do tríduo da Comunidade Nosso Senhor do Bon m, cujo tema deste ano foi “Nosso Senhor do Bon m, somos vossos servos, tratai-nos segundo a vossa misericórdia”. A celebração foi presidida pelo

[LAPA] Na Paróquia São Patrí cio, Setor Rio Pequeno, no dia 3, durante a celebração eucarística presidida pelo Padre Ernandes Alves da Silva Junior, Pároco, hou ve a acolhida de 58 crianças que iniciam a Catequese em prepara ção para a primeira Eucaristia, as quais foram assinaladas com a cruz e receberam uma Bíblia, ins trumento de leitura e guia para a caminhada de fé.

Para celebrar o fato, será celebrada uma missa no Convento São Francisco, nesse dia, às 12h, no Largo São Francisco, 133, centro de São Paulo.

Este patrimônio religioso e cultural se vincula à história da cidade de São Pau lo, que foi fundada no dia 25 de janeiro de 1554, com a celebração de uma mis

Pascom Paróquia Santos Apóstolos

10 | Regiões Episcopais/Vicariatos | 14 a 20 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

[SÉ] A Paróquia Nossa Senhora Achiropi ta, Setor Cerqueira César, promoverá, de 21 a 23 de outubro, a 84ª edição do Encontro de Casais com Cristo (ECC). Todos os casais unidos em Matrimônio que ainda não ze ram o ECC estão convidados a participar. As inscrições podem ser feitas pelo link (11)ouAlessandraOutrashttps://integracaoc.wixsite.com/encontroinformaçõescomocasalRogérioepelotelefone(11)99769-1864,naSecretariaParoquialpelotelefone3106-7235.

Um dos conventos mais antigos da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e da história do País completará no sábado, 17, na festa das chagas de São Francisco de Assis, 375 anos de existência, encerrando o ano jubilar

segue a rmando não ter dúvida de que “a injustiça social é uma das causas pre cípuas da violência que agela o Brasil, principalmente nos grandes centros, porém, estamos também convictos de que o ensino religioso nas escolas pú blicas, inculcando valores transcenden tais de respeito absoluto à dignidade humana, mitigará a animosidade. Por isso, bastante entusiasmados, engaja mo-nos na peleja em favor da imple mentação do direito constitucional ao ensino religioso e, desde já, contamos com a boa vontade das autoridades e dos líderes religiosos”. produzido de Luiz

que teve início nesta data no ano passado.

[SÉ] Os éis da Paróquia Nossa Senhora da Con ceição – Santa I gênia, Setor Catedral, celebram a festa de sua copadroeira, Santa I gênia, por meio de uma novena que começa no dia 13 e vai até o dia 21, todos os dias com a bênção do Santíssimo, às 17h45, e a missa às 18h. No dia 22, dedicado à padroeira, haverá uma missa às 12h, com a bên ção das chaves e, também, a bênção do Santíssi mo às 17h45 e a missa solene de encerramento às 18h, seguida de procissão. A Paróquia ca na Rua Santa I gênia, 30, Centro. Outras informações pe los telefones (11) 3229-6706 ou (11) 94856-8158.

Entre outros objetivos, a Comissão assume mais uma pauta constitucional: a implantação do ensino religioso nas escolas públicas de nível fundamental, consoante ao que determina o artigo 210, §1º da Carta Política.

“O ensino religioso é direito do povo brasileiro! Trata-se, destarte, da única disciplina albergada na Constituição fe deral, expressamente citada, pois a Car ta Magna não alude nem a Português,

(por Eva Yu Bertani)

Com missa, Convento São Francisco comemorará 375 anos

Sampel)

[SÉ] A Paróquia Assunção de Nossa Se nhora, Setor Cerqueira César, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, promoveu o 2º Mutirão da Solidariedade. Encerrado no domingo, 11, foram contabilizados cer ca de 800 atendimentos, entre consultas oftalmológicas, odontológicas e médicas em geral, assistência jurídica, massagens, cortes de cabelo e distribuição de cestas básicas. Além disso, foi oferecido acesso ao programa de ajuda ao microempreen dedor para a obtenção de nanciamentos subsidiados para diversos ns e, também, o cadastramento gratuito de per s de pro ssionais a m de os conectar às empresas participantes que buscam empregados.

(por Benigno Naveira)

Matemática, História, Geogra a ou a qualquer outra matéria escolar. A liça envergada pela Comissão Especial de Di reito Canônico da OAB-SP implicará o diálogo com as autoridades educacionais, lembrando-lhes da responsabilidade em face do comando constitucional, que tra duz antigo anelo dos brasileiros. Encetar -se-á, outrossim, o contato com os líderes de todas as religiões”, explica Edson Luiz Sampel, presidente da Comissão Especial de Direito Canônico da OAB-SP.

entre outros benefícios, “revela-se por tentoso antídoto contra a violência urba na. Há 28 anos, na monumental encíclica Evangelium vitae, São João Paulo II, após esconjurar a ‘cultura da morte’, impregna da na sociedade, propunha uma ‘virada cultural’: ‘O primeiro e fundamental pas so consiste na formação da consciência moral acerca do valor incomensurável de cada vida humana’ (nº 96). Especi camente acerca da relevância do ensino religioso, predicava o saudoso Cardeal Eugênio Salles que as aulas de religião comunicam valores, lapidam o caráter do adolescente e forjam manticostumes”.

Padre Jaime Izidoro de Sena, Pároco, que, em sua homilia, re forçou a importância da comunidade e os trabalhos pastorais para a Igreja, além de agradecer àqueles que ajudaram na fun dação da comunidade.

No dia 6, a Comissão se reuniu com Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxi liar da Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade.

Leandro Ambrusti

(Texto

Dom Carlos Lema Garcia tem reunião sobre ensino religioso na OAB-SP

a partir

(por Paulo Fernandes Rodrigues)

Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade

A 116ª Subseção da OAB-SP, presidi da pela Profª. Dra. Terezinha Fernandes de Oliveira, erigiu, em 4 de abril, a Co missão Especial de Direito Canônico, a primeira do País no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O presidente da Comissão Especial de Direito Canônico da OAB-SP pros

(por Pascom paroquial)

zembro de 1642, os frades ganharam um terreno, doado pela Câmara Muni cipal, de “oitenta braças de chão”, e de imediato deram início à construção do convento.Nodia 17 de setembro de 1647, foi inaugurado o Convento de São Francisco e de São Domingos, seu primeiro nome, então o maior já construído em São Paulo.

(por Diácono Antônio Monge)

Dois anos depois, no dia 24 de de

sa pelos padres Jesuítas no atual Pateo do Collegio. Uma disputa entre colonos e religiosos culminou com a expulsão dos Jesuítas em 1640. Naquele mesmo ano, chegava a São Paulo uma caravana de sete religiosos franciscanos, instalando-se numa casa em frente à Ermida de Santo Antônio, na atual Praça do Patriarca.

ATUAÇÃO ECUMÊNICA E INTER-RELIGIOSA

De igual modo, o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo promoveu um evento para recordar Dom Paulo em 4 de dezembro do ano passado. “O Cardeal Arns foi um grande intelectual, um es tudioso da História e dos Padres da Igreja e teve grande preocupa ção social, características que o de nem como uma personalidade marcante e digna desta homenagem”, a rmou Jorge Pimentel Cintra, presidente do Instituto.

Em 13 de setembro, a Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados realizou uma audi ência pública para celebrar o cente nário do nascimento de Dom Paulo.

Em junho de 2022, foi lançado o livro “Dom Paulo Evaristo Arns: um fran ciscano apaixonado pelo Reino de Deus na cidade”, da editora Educ

A edição de janeiro de 2022 da Re vista de Cultura Teológica foi inteira mente dedicada a Dom Paulo Evaris to Arns, com seis artigos que, a partir de diferentes enfoques, mapeiam e sistematizam aspectos da atuação do Cardeal Arns.

IMPRESSOS E AUDIOVISUAIS

zon, Diretor da Casa da Reconciliação, destacou que todos ali estavam para recordar “o homem de Deus que Dom Paulo Evaristo foi, é e será para nós. Também conhecido como bom pastor, ele chorou e sofreu com as pessoas que estavam sufo cadas nas pandemias da pobreza, do desemprego, da marginalização, da vulnerabilidade, do aban dono nas ruas, pontes e marquises dos prédios”.

ATOS PÚBLICOS

A seguir, apresentamos uma síntese dos principais eventos celebrativos do centenário de nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns.

Na celebração dos 73 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 10 de de zembro de 2021, ocorreu um ato inter-religioso no Parque da Juventude, na zona Norte, promo vido pela Frente Inter-Religiosa Dom Paulo Eva risto Arns, em parceria com a Comissão Justiça e Paz de São Paulo. Na ocasião, o Cônego José Bi

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA

Ele foi recordado em livros, jornais, eventos acadêmicos, solenidades públi cas e até em uma exposição fotográ ca. Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016), Arcebispo de São Paulo entre 1970 e 1998, teve a memória enaltecida des de setembro de 2021, por ocasião das comemorações do centenário de seu nascimento.Comuma

missa na Catedral da Sé, na quarta-feira, 14, às 12h, presidida pelo

Um ano de memórias e graças a Deus pela vida de Dom Paulo

O agir de Dom Paulo em favor do diálogo ecumênico e inter-religioso também foi enalte cido. Em 24 de outubro de 2021, a Comissão Nacional de Diálogo Religioso Católico-Judai co (DCJ) realizou o evento on-line “Dom Pau lo, pessoa de fé sem fronteiras”

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em setembro de 2021, a TvFrancisca nos iniciou a série de vídeos “Dom Paulo, Irmãos dos Pobres”.

Cardeal Odilo Pedro Scherer, será con cluído o ano comemorativo pelo cente nário de Dom Paulo, cujas atividades na Arquidiocese de São Paulo foram orga nizadas pela “Comissão do Centenário do Nascimento do Cardeal Paulo Evaris to Arns, OFM”, instituída por Dom Odi lo em abril de “Comemoramos2021.

EVENTOS ACADÊMICOS

Com a curadoria do Padre José Roberto Abreu de Mattos, Reitor da Basílica, e Padre José Ulisses Leva, e imagens do arquivo da própria Basílica, da Cúria Metropolitana, do Núcleo de Memória do Colégio Santo Américo e dos fotó grafos Douglas Mansur e Luciney Martins, a ex posição também foi levada à Sala do Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS) na estação Tira dentes do Metrô, de janeiro a março deste ano, e à Pinacoteca da cidade de Itanhaém (SP), em abril.

www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 14 a 20 de setembro de 2022 | Geral | 11

“Essa exposição ajudará a recordar a vida e o serviço prestado por Dom Paulo, dando, portan to, o devido reconhecimento a ele, mas, sobretu do, àquilo que acaba cando para a história como patrimônio, como bem da Igreja, que ca para a memória para as gerações que virão depois de nós”, a rmou Dom Odilo, na abertura da expo sição, em 28 de outubro de 2021

tos da pessoa e da ação de Dom Paulo, desejo lembrar que ele foi um homem de esperança, e seu serviço à Igreja e à comunidade humana teve sempre a marca da esperança, ainda que a cruz fosse pesada para ele e para o povo”, disse Dom Odilo, na missa de abertura das comemorações do centenário do “Cardeal da Esperança”, em 14 de setembro de 2021

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em 13 de setembro de 2021, o Senado Federal realizou uma sessão espe cial em homenagem ao centenário.

Ao longo do ano centenário, padres e bispos que conviveram com Dom Paulo gravaram testemunhos na rá dio 9 de Julho sobre Dom Paulo.

Em junho deste ano, o centenário de nascimento do Cardeal Arns foi o tema da Semana Teológica 2022 da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da PUC-SP, durante a qual foi lançado o livro “Dom Paulo Evaristo Arns: um franciscano apaixonado pelo Reino de Deus na cidade”, da editora Educ

DANIEL osaopaulo@uol.com.brGOMES

Também a Academia Paulista de Letras (APL) realizou uma sessão on-line para homenagear Dom Paulo em 23 de setembro de 2021 “Seu centenário é oportunidade para o Brasil recordar como a Igreja tem estado ao lado dos pobres e oprimidos”, disse na ocasião José Renato Nalini, presidente da Academia.

Em setembro de 2021, em seu calen dário “Grandes momentos e perso nalidades da ciência brasileira”, a Sociedade Brasileira para o Progres so da Ciência (SBPC) homenageou o Cardeal Arns.

o centenário do Cardeal Paulo Evaristo Arns e estamos aqui para recordá-lo, como um dom que Deus concedeu à humanidade e, particularmente, à Igreja e à comunida de de São Paulo. Entre os muitos aspec

O Cardeal Arns também foi recordado no ambiente acadêmico. Em 8 de setembro de 2021, a PUC-SP realizou o evento on-line “Dom Paulo Evaristo Arns e a PUC-SP: autonomia e compromisso social”, durante o qual a reitora da universidade, a professora Maria Amália Pie Abib Andery, lembrou que no período do Cardeal Arns “a universidade passou por enormes transformações. Muito do que hoje, para nós, é uma marca da PUC-SP, foi construído nessa época”.

Além disso, em 31 de maio deste ano, na Semana de Oração pela Unidade dos Cris tãos, a Casa da Reconciliação e o Centro Ecu mênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep) promoveram uma live sobre a dimensão ecumênica do Cardeal Arns.

O jornal O SÃO PAULO publicou em 14 de setembro de 2021 uma edição especial por ocasião do centenário de Dom Paulo; e em seu site, dedi cou uma página ao Cardeal https://osaopaulo.org.br/dom-pauloArns:

Em 20 de setembro, aconteceu uma sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo, que recordou os 100 anos de nascimento de Dom Paulo.

Na Basílica Menor de Sant’Ana ocorreu a ex posição fotográfica “De Esperança em Espe rança – Itinerário e Eclesiologia no Pastoreio de Dom Paulo Evaristo Arns”, com 40 imagens que retrataram o pastoreio de Dom Paulo na ci dade de São Paulo, desde sua chegada em 1966, como Bispo Auxiliar na Arquidiocese.

O Arcebispo acrescentou que, em bora Deus não precise dos templos para se manifestar, sua família – os cristãos –, necessita de uma casa para encontrar com o Senhor, por meio dos sacramen tos, da escuta e anúncio da Palavra e do testemunho da caridade. “Consagramos este templo para ser lugar de especial manifestação da graça e da presença do Senhor. O templo é o sinal de Deus no meio de nós”, completou.

Relíquias – Após a liturgia da Pala vra, depois da invocação da Ladainha de Todos os Santos, são depositadas no al tar as relíquias de santos e mártires, para signi car que o sacrifício dos membros do corpo de Cristo teve a sua origem no sacrifício daquele que é a Cabeça. Neste caso, foram depositadas as relíquias em primeiro grau de Santa Dulce dos Pobres (cabelo), de São Sebastião e Santa Lu zia (fragmento ósseo) e Beata Albertina Berkenbrock (parte do tendão).

Unção – O altar e as paredes da igre ja são ungidos com o óleo do Crisma. Pela unção, o altar se torna o símbolo de Cristo, o “Ungido” por excelência com o Espírito Santo. Já a unção da igreja, fei ta nas 12 cruzes xadas nas paredes, em recordação dos apóstolos, sinaliza que o templo é perpetuamente dedicado ao culto cristão.

PRESIDIUSCHERERCARDEALRITO DE DEDICAÇÃO DO ALTAR E DA ALTOLOCALIZADAPAROQUIAL,MATRIZNODESANTANA

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

A missa com o rito de dedi cação foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, e concelebrada por Dom Jorge Pie rozan, Bispo Auxiliar da Arqui diocese na Região Santana, além de diversos sacerdotes, entre os quais, os Missionários Saletinos, responsáveis pelos cuidados pas torais da paróquia.

No mesmo decreto, o Arce bispo determinou que, no novo Santuário, “sejam oferecidas com largueza aos peregrinos e frequentadores as riquezas da fé e da vida cristã; sejam pro

DEDICAÇÃO

córdia, os oprimidos alcancem a verda deira liberdade e todos sintam a dignida de de ser vossos lhos e lhas, até que, exultantes, cheguem à Jerusalém celeste”, diz um trecho da prece.

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Dom Odilo preside os ritos de dedicação do altar e da igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora da Salette, elevada a santuário arquidiocesano

movidas de maneira incansável a procla mação da Palavra de Deus, a formação na fé e na vida litúrgica, principalmente pela celebração da Eucaristia e a devoção à Santíssima Virgem Maria”.

Eucaristia – Preparado o altar, é ce lebrada a Eucaristia, parte principal e a mais antiga de todo o rito de dedicação de uma igreja.

SANTUÁRIOS

Os éis da Paróquia Nossa Senhora da Salette, no Alto de Santana, na zona Norte de São Paulo, festejaram a realização de um sonho cultivado há mais de oito décadas: a dedicação do altar de sua igreja matriz, ele vada à dignidade de santuário arquidiocesano, no sábado, 10.

No decreto por meio do qual a Igreja Nossa Senhora da Salette foi elevada a santuário (leia-o na página 6), Dom Odilo ressaltou que “os santuários são lugares de especial acolhida da presença e da ação de Deus entre os ho mens, que se dirigem ao seu en contro para adorar, agradecer, suplicar e fazer a experiência da misericórdia de Deus”.

RITO

Aspersão – o celebrante asperge água benta sobre o povo, templo espiritual. Depois, aspergem-se as paredes da igreja e o altar.

Revestimento e Iluminação – Por m, o altar é revestido como sinal de que aquele é o lugar do sacrifício eucarístico e a mesa do Senhor, em volta da qual o sa cerdote e os éis celebram o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Em seguida, o altar é iluminado com ve las, para recordar que Cristo é “luz para a revelação aos povos” e com sua claridade resplandece a Igreja. O templo também é iluminado simbolicamente com velas co locadas junto às cruzes que foram ungidas.

Igreja Nossa Senhora da Salette é elevada à dignidade de santuário arquidiocesano

Prece de Dedicação – O celebrante profere uma oração na qual manifesta a intenção de dedicar o templo a Deus para sempre, pedindo a sua bênção. “Que aqui os pobres encontrem miseri

O rito de dedicação do altar e de uma igreja consiste na consagração de um local construído exclusivamente para a celebração dos mistérios sagrados. An tes do Concílio Vaticano II (1962-1965), o rito de dedicação das igrejas e altares era comum nas catedrais e grandes san tuários, assim que eram inaugurados ou tinham suas obras concluídas. Após o Concílio, esse rito se estendeu às de mais igrejas, inclusive às que já estavam em funcionamento há mais tempo, para ressaltar a dignidade do templo e a sacra lidade do lugar de culto.

de Deus e morada do Espírito Santo.

O rito de dedicação do altar da igreja é rico de símbolos e gestos que expres sam a sacralidade do lugar de culto e a dignidade do povo que nele se reúne:

12 | Reportagem | 14 a 20 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

“Seja o Santuário lugar de acolhida e de intensa caridade para com os pobres, os enfermos e todos os que sofrem no corpo e na alma; cultive-se a piedade po pular nas formas caras à tradição católi ca e aprovadas pela Igreja, especialmente a devoção a Nossa Senhora da Salette”, acrescenta o decreto.

Na mesma ocasião, o Páro co da Paróquia Nossa Senhora da Salette, Padre Marcos Al meida, foi nomeado o primeiro Reitor do novo Santuário (leia o decreto na página 6).

O Cardeal enfatizou, ainda, que, no Santuário, deve ser propiciado aos éis o encontro com a misericórdia de Deus mediante o Sacramento da Reconcilia ção (Con ssão), “com ocasiões su cien tes e confessores disponíveis”.

Incensação – É queimado incenso sobre o altar para signi car que o sacri fício de Cristo “sobe para Deus em odor de suavidade”; mas também para expri mir que as orações dos éis sobem igual mente até o trono de Deus. Também toda a igreja é incensada, sinalizando que aquela é uma casa de oração, assim como o povo, templo vivo.

O Código de Direito Canôni co de ne como santuário “a igre ja ou outro lugar sagrado onde os éis, por motivo de piedade, em grande número acorrem em peregrinação” e, por isso, são designados pelo Bispo ou Arce bispo local como tais. Além dos santuários diocesanos, existem os santuários nacionais, como é o caso, no Brasil, do de Nossa Senhora Aparecida.

Na homilia, Dom Odilo explicou que a dedicação de uma igreja manifes ta aquilo que cada cristão é, pela con sagração do Batismo: templos vivos

O Saletino a rmou que as atividades do Centro Social são de caráter sócio-as sistencial, promocional, educacional e cultural. “Um dos vieses do atendimento se caracteriza pelo atendimento emer gencial: doação de remédios, cestas bá sicas e roupas. Outra proposta de atendi mento é a capacitação pro ssional com cursos técnicos de encanador, eletricista e administração de empresas”, explicou o Sacerdote.OCentro

DEVOÇÃO MARIANA

Referência de fé, devoção, ação pastoral e social na zona Norte de SP

No início de 1940, começaram as missas campais na igreja de madeira construída no local escolhido. Entretan to, somente em 1952 foi lançada a pedra fundamental da nova matriz.

AÇÃO PASTORAL E SOCIAL

Padre Marcos explicou que as ativi dades que são próprias da Paróquia per manecem e se renova o compromisso de, como Santuário, continuar a missão de conduzir os éis ao encontro com Deus, proporcionando aos romeiros e paro quianos o atendimento permanente do sacramento da Reconciliação.

Uilma Silva Fernandes, assistente so cial, ministra extraordinária da Sagrada Comunhão e coordenadora da Pastoral dos Idosos, destacou que, “embora o en torno paroquial aparente ser uma região ‘rica’, é, na verdade, rodeada de cortiços, porões e aglomerações de pessoas em si tuação de vulnerabilidade social”.

“Entre todas as atividades oferecidas, contamos com a escola de alfabetização de adultos; atividades direcionadas aos idosos, ações voltadas a 46 famílias mi grantes e refugiadas – nosso atendimen to tem o olhar voltado à família”, disse Uilma, destacando que mensalmente são atendidas 130 famílias cadastradas nas várias dimensões dos atendimentos dis ponibilizados pelo Centro Social.

“Por tantos motivos, não me canso de a rmar que somos uma referência de fé e atendimento gratuito e humanizador a milhares de pessoas”, a rmou o Pároco.

O marco inicial da missão dos Sa letinos no Brasil foi o desembarque do Padre Clemente Henrique Moussier, MS, em 1902, no Porto de Santos (SP). Após chegar à capital paulista e conhe cer o bairro de Santana e o seu povo simples e pobre, assumiu em 1904 a Paróquia Sant’Ana. Os Saletinos atua ram ali por 84 anos, entre 1904 e 1986, até a administração do templo voltar à Arquidiocese.Nonaldos

Segundo testemunho de alguns éis ouvidos pela reportagem, o Santuário aca bou se tornando uma referência à devoção mariana na Arquidiocese pelo zelo às ce lebrações eucarísticas, a ternura da Mãe da Salette, que é sentida neste templo, e a disponibilidade dos missionários que ali

Reprodução

Para a manutenção do Centro Social, ao longo do ano são promovidos baza res, chás bene centes, quermesses, festa da padroeira e atividades que visam a angariar fundos para a continuação dos projetos sociais.

Maria Aparecida mora em Itaquera, na zona Leste. Recentemente, seu lho faleceu após um acidente de trânsito. No Santuário da “Virgem das Lágrimas”, ela foi pedir acalento. “Como dói perder um lho. Vim aqui para, junto a Maria, que entregou seu Filho por nós, pedir forças para prosseguir a jornada com fé”, disse, emocionada.

Tradicionalmente, o mês de setem bro é muito festivo no Santuário Nossa Senhora da Salette, com uma vasta pro gramação em andamento.

A história deste templo se confunde com a construção do bairro de Santana e a chegada dos primeiros Saletinos ao Brasil. Na época, o bairro era composto por fazendas, chácaras e alguns conglomera dos de casas e famílias – muito diferente da realidade urbana de hoje, cercada por avenidas e grandes edifícios.

atuam diariamente no atendimento das Con ssões. Muitos lembraram, com cari nho, dos projetos sociais.

www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 14 a 20 de setembro de 2022 | Reportagem/Atos da Cúria | 13

Padre Marcos Almeida, Pároco e, ago ra, Reitor do Santuário, ressaltou que a Paróquia Nossa Senhora da Salette já nas ceu com a vocação e a missão de abrigar um santuário. “Ao longo destes 82 anos de fundação, atuamos com um misto de atividades que englobam as demandas de uma paróquia e de um santuário”, disse ao O SÃO PAULO

Social oferece à população dois médicos, dois psicólogos, siotera peuta, advogados, dentistas, um gabine te odontológico e pro ssionais de outras áreas da Saúde que atuam no atendimen to de forma voluntária.

ROSEANE WELTER ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Segundo o Padre, as igrejas paro quiais são lugares que acolhem a comu nidade, vivem a expressão da fé aliados à dinâmica de pastorais e movimentos ativos. “É a comunidade de comuni dades, lugar de encontro dos irmãos”, explica.JáoSantuário, segundo o Religioso, é um lugar de peregrinação. “Costuma-se ter uma rotatividade de éis que vêm em romaria para pedir e agradecer. É, tam bém, o local de busca de um sinal da ex periência de fé”, ressaltou.

O Reitor destacou que a Paróquia e o Santuário contam com a participação efetiva dos paroquianos nos vários movi mentos e pastorais, como da Comunica ção, da Catequese, do Dízimo, da Litur gia, dos Acólitos e Coroinhas; do Grupo de Oração, entre outras.

anos 1930, o então Arce bispo Metropolitano de São Paulo, Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva, manifes tou o seu desejo de criar uma paróquia, sob o título de Nossa Senhora da Salette e nela construir um santuário.

“Diariamente, dois padres estão à disposição para a Con ssão. Peregri nos de todos os cantos da Arquidiocese vêm ao Santuário em busca de paz, si lêncio e do sacramento da Reconcilia ção”,Parafrisou.adedicação e sua elevação a santuário, o templo passou por reformas: novos vitrais laterais, novo piso, novos altares para as imagens de São José, de Nossa Senhora das Dores com o Senhor Morto, de São Paulo, de Santana, ambas mantidas desde a fundação, em 1947. Além disso, houve a pintura da igreja, e a substituição da guarita do estaciona mento, que cava na entrada, por uma grande imagem da padroeira.

VOCAÇÃO DE SANTUÁRIO

No ano em que se celebram os 176 anos da aparição da Virgem de La Sa lette, dos 120 anos da presença dos Missionários de Nossa Senhora da Sa lette – padres Saletinos no Brasil – e 82 anos da fundação da paróquia, a igreja, agora Santuário Nossa Senhora da Salette, localizada na Rua Doutor Zuquim, 1.746, Região Santana, é con siderada um ponto de encontro para a transmissão da fé católica na zona Nor te da capital.

Ao lado da igreja ca o Centro de Assistência Social “Nossa Senhora da Sa lette”, fundado em 1963, com o objetivo de incluir e possibilitar novas oportu nidades para as famílias em situação de vulnerabilidade social.

14 | Publicidade | 14 a 20 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

carro de som em frente à Catedral da Sé indicava uma das preocupações centrais deste ano: “Por um Brasil li vre da fome”, em alusão ao fato de que, no País, milhões de pessoas se encon tram em algum nível de insegurança alimentar, conforme dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

osaopaulo@uol.com.brREDAÇÃO

Je erson Rudy/Agência Senado

No Ipiranga, reabertura do museu, shows e as ‘Vozes daRioBrasíliaapoiadoresdiscursaBolsonaroIndependência’aemenodeJaneiro

Após acompanhar o tradicional des le cívico-militar de 7 de setembro, o presidente da República, Jair Bolsonaro, discursou em um carro de som na Espla nada dos Ministérios, em Brasília (DF), para uma multidão, vestida de verde e amarelo, muitos tendo a bandeira do Brasil nas mãos.

I, ocorreu o des le cívico-militar, com as tropas das Forças Armadas brasileiras e também das Polícias Militar e Civil de SãoÀPaulo.tarde, o Parque da Independên cia se transformou num grande palco a céu aberto para o espetáculo “Vozes da

Em 7 de setembro, diversas ações ocorreram no Parque da Independência, onde se localiza o Museu do Ipiranga, que reabriu na última semana, após ser fechado em 2013 para obras de amplia ção e Pelarestauro.manhã, na Avenida Dom Pedro

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Grito dos Excluídos no centro de São Paulo Sessão solene pelos 200 anos no Congresso Ato em apoio a Jair Bolsonaro em Brasília

tura do País. À noite também ocorreram apresentações com artistas de diferentes estilos musicais e uma projeção de luzes na fachada do Museu do Ipiranga. e Câmara, G1, Folha de S.Paulo, BBC Brasil, do

Por sua vez, o presidente de Portu gal enalteceu o empenho dos brasileiros para a conquista da Independência do País e comentou que, em 1822, “Dom Pedro de Alcântara deu corpo ao arran que da vossa caminhada do futuro”.

www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 14 a 20 de setembro de 2022 | Pelo Brasil | 15

Também foram organizadores da sessão solene o presidente da Comissão Especial Curadora do Senado para o Bicentenário da Independência, o se nador Randolfe Rodrigues; e o coorde nador da Comissão Especial Curadora, o deputado federal Enrico Misasi.

Na abertura dos trabalhos, o sena dor Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e do Congresso Nacional, res saltou que a celebração do bicentenário da Independência é “um dos eventos cívicos de maior signi cado político da nossa ainda jovem e promissora nação. Sem dúvida, o enredo que culminou

Em seu discurso, Bolsonaro, que é candidato à reeleição, mencionou alguns dos feitos de seu governo, criticou opo sitores – sem citá-los nominalmente – e falou sobre valores que a rma ser carac terísticos da pátria brasileira: “Somos uma pátria majoritariamente cristã que não quer a liberação das drogas, que não quer a legalização do aborto, que não ad mite a ideologia de gênero. Um país que defende a vida desde a sua concepção, que respeita as crianças na sala de aula, que respeita a propriedade privada e que combate a corrupção para valer. Isso não é virtude. É obrigação de qualquer chefe do Executivo”.Natardedo mesmo dia, Bolsonaro participou de um ato público que lotou a Avenida Atlântica, na Praia de Copaca bana, no Rio de Janeiro (RJ). Não houve estimativa de público pelas autorida des estaduais. Apoiadores do presiden te falaram em centenas de milhares de participantes.Emdiferentes partes do País, pessoas foram às ruas vestidas de verde e amarelo em apoio ao presidente. Atos ocorreram em capitais como Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Maceió (AL), Porto Alegre (RS), Recife (PE), São Luís (MA), Salvador (BA) e Porto Velho (RO). Em São Paulo (SP), ações se concentraram na Avenida Paulista. Em alguns momen tos foi tocado o Hino Nacional e grupos rezaram a oração do Pai-nosso.

Também o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, relem brou a história do País e a permanente construção da identidade brasileira. “As celebrações do bicentenário da Inde pendência nos têm convidado a re etir sobre a Nação que construímos nos úl timos 200 anos. Olhando para o futuro, que país construiremos nos próximos 100 anos? Que Brasil desejamos que seja celebrado no Tricentenário da In dependência?”, indagou.

(CominformaçõesdasAgênciasBrasil,Senado

Independência”, que recordou a história do grito de Dom Pedro I às margens do rio Ipiranga, em 1822, e fez memória, de forma lúdica, de outros gritos de liber tação do povo. Houve, ainda, um “Balé de Drones”, que criou nos ares imagens de ícones do Brasil e realizações da cul

Isac Nóbrega/PR

ATOS NO BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

contraponto aos des les o ciais de 7 de setembro, a m de cobrar do poder público melhorias em políticas públicas de trabalho, moradia, acesso à terra e comida, além da defesa da democracia.

Nestes atos, com participação de jo vens, adultos e famílias inteiras, foram comuns manifestações favoráveis ao im peachment de ministros do STF e à cri minalização do comunismo no Brasil, bem como a defesa do voto impresso e ressalvas à parcialidde da imprensa. O presidente recebeu críticas por parte dos opositores pelo uso político dos atos de 7 de setembro.

no grito do Ipiranga é digno de orgu lho para todo o País”, comentou, desta cando que o ato fez o Brasil passar da condição de dependência, “ao patamar de igualdade e de respeito em relação às demais nações soberanas”.

(STF) – na segunda-feira, 12, com o tér mino de seu mandato, a Corte passou a ser presidida pela ministra Rosa Weber –, destacou que mesmo quando a Nação en frentou adversidades em sua história, “se consolidou como um País democrático, com instituições sólidas e harmoniosas”.

Para marcar as comemorações do bicentenário da Independência do Bra sil, aconteceu na quinta-feira, 8, uma sessão solene do Congresso Nacional, com a participação de representantes dos poderes Legislativo e Judiciário e autoridades de outras nações, entre as quais o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza.

No Congresso, autoridades enaltecem a soberania nacional

Com atos organizados por pastorais sociais, movimentos populares, orga nizações sociais, sindicatos e partidos políticos, aconteceu, no dia 7, a 28a edi ção do Grito dos Excluídos, com o lema “Brasil: 200 anos de (in)dependência.

Em São Paulo, os atos do Grito dos Excluídos foram na Praça da Sé, onde foi ofertado um café da manhã para 5 mil pessoas, especialmente àquelas em situação de rua. Uma faixa em um

ParaRealizadoquem?”. desde 1995, o Grito dos Excluídos tem como tema permanente “Vida em primeiro lugar” e surgiu em

Gazeta

Povo, Diário do Nordeste e Brasil de Fato) Grito dos Excluídos 2022: ‘Brasil: 200 anos de (in)dependência. Para quem?’

Já o ministro Luiz Fux, até então pre sidente do Supremo Tribunal Federal

CIRCULANTE

31/12/2021 31/12/2020

Outras contas a pagar 2.448 9.787 98.913 61.920

Caixa líquido proveniente das atividades de investimento (6.000)

BALANÇO PATRIMONIAL (Valores expressos em reais)

Benfeitorias em imóveis próprios 24.477 32.738 434.834 444.890

Côngruas (18.088) (20.889)

Descontos

Superávit do exercício 28.357 28.357

Receita operacional liquida

Artigos religiosos e imagens (5.365) (1.182) Espórtula de missa (6.168) (6.160) Vinhos e frascos (163) (468) (28.453) (15.082)

TOTAL DO ATIVO 472.440 532.747

Materiais para manutenção de imóveis (4.847) (1.011) Outras despesas administrativas (1.380) (2.286) (21.051) (12.320)

Todas as condições apresentadas são rigorosamente atendidas pela Fundação. • Impactos do COVID-19 (Coronavírus) do de emergência global em razão da disseminação da COVID-19.

ContribuiçõesTransporte a entidades de classe (657) (584) Gastos com eventos (4.477) (3.079)

Móveis e utensílios 9.348 11.143

Despesas com depreciação e amortizações (10.056) (10.056)

Artigos Religiosos e Donativos 9 221.939 212.768

Caixa líquido (aplicado nas) proveniente das atividades operacionais (53.389) (25.991)

Despesas com manutenções 15 (1.918) (855)

Despesas com liquidação de processos (6.000)(313.737) (245.935) (91.798) (33.167) 16 430 278 17 (5.932) (2.831) (5.502) (2.553) (97.300) (35.720)

• Demais ativos circulantes e não circulantes São apresentados ao valor líquido de realização. d. Ativo imobilizado

16 | Balanço | 14 a 20 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (Valores expressos em reais)

11. Despesas paroquiais

Despesas com pessoal 10 (232.458) (201.662)

Caixa e equivalentes de caixa 4 32.379 85.630

Valores pagos a fornecedores e prestadores de serviços (66.216) (35.779)

2021

2021

Tarifas bancárias (2.766) (2.445)

a distribuição de álcool gel em todos os ambientes e a implementação de alte manutenção de suas operações. manter um nível satisfatório de receitas. Ações de austeridade e controle das des da Fundação continua acompanhando os possíveis impactos em suas operações e tem trabalhado com a implementação de planos de contingências para manter a continuidade das atividades operacionais em uma situação de normalidade. Adi

2. Base de preparação (a) Declaração de conformidade (com relação às normas IFRS e às normas do CPC)

Outros recebimentos/pagamentos 430 278

Despesas bancárias (5.932) (2.831)

Outros resultados abrangentes

Encargos sociais (42.133) (36.578)

fícios sociais ofertados aos funcionários.

31/12/2021 31/12/2020 (97.300) (35.720)

NÃOImobilizadoCIRCULANTE 5

1. Contexto operacional

Despesas gerais de cobrança (3.014) (340) Juros e multas por atraso (57) (45) (5.932) (2.831)

Saldo em 31 de dezembro de 2019 478.19 0 28.357 506.547

Impostos a recuperar 144 144 Outros valores a receber 5.083 2.083 37.606 87.857

Rescisão contratua (1.683) (232.458) (201.662)

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (MÉTODO DIRETO) (Valores expressos em reais)

3. Resumo das principais práticas contábeis a. Apuração do superávit do exercício O reconhecimento das receitas e despesas é efetuado em conformidade com o regime contábil de competência de exercício. A receita com vendas de artigos religiosos são reconhecidas no resultado em função de sua realização. Uma receita não é reconhecida se há uma incerteza b. Estimativas contábeis ção e registro de estimativas contábeis. A Fundação revisa as estimativas e premissas pelo menos anualmente.

Patrimônio Superávits Resultado Líquido acumulado do exercício Total

Saldo em 31 de dezembro de 2020 506.547 (35.720) 470.827 (35.720) (97.300)35.720 (97.300)

resultado.

Fluxos de caixa das atividades operacionais

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Valores expressos em reais)

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (Valores expressos em reais)

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS ABRANGENTES

(Redução) Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa (53.250) (7.939) (Redução) Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa No início do exercício 85.630 93.569 32.380 85.630 (Redução) Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa (53.250) (7.939)

(c) Moeda funcional e moeda de apresentação cional da Fundação e atualmente usada no país.

Despesas administrativas e gerais 12 (21.051) (12.320)

Imóveis 401.009 401.009

Saldo em 31 de dezembro de 2021 470.827 (97.300) 373.527

434.834 444.890 6. Obrigações com pessoal e social 2021 2020 Salários a pagar 33.750 7.453 Férias e encargos a pagar 12.314 14.513 INSS sobre folha de pagamento a recolher 5.138 1.653 FGTS a recolher 2.707 1.591 PIS sobre folha de pagamento a recolher 345 195 54.254 25.405 Estas obrigações referem-se àquelas relacionadas com a remuneração de empre gados e os respectivos encargos sociais incidentes sobre essas remunerações. 7. Adiantamento de outras empresas 2021 2020 Mitra Arquidiocesana de São Paulo (a) 38.842 25.364 38.842 25.364 8. Patrimônio líquido ocorrem em dinheiro e são registradas em contas de resultado. O Patrimônio líqui 9. Receita operacional líquida 2021 2020 Artigos religiosos 44.006 39.801 Receita com doações 66.014 69.391 Receita com dízimos 43.671 43.912 Receita com arrecadações (eventos) 68.248 59.664 221.939 212.768

(b) Base de mensuração

Jornais e revistas (506)

13. Despesas com serviços de terceiros 2021 2020 Lavanderia (2.880)

Benefícios sociais (48.444) (40.854)

Saldo em 31 de dezembro de 2018 120.000 444.694 (86.504) 478.190

Valores recebidos por venda de artigos religiosos e doações 221.939 212.767

NÃOPATRIMÔNIOCIRCULANTELÍQUIDO

4. Caixa e equivalentes de caixa 2021 2020 Caixa e bancos conta movimento 3.406 203 32.379 85.630 (a). Essas aplicações possuem características de equivalentes de caixa em função de estarem em aplicações de curtíssimo prazo e livres de risco. 5. Imobilizado 2021 2020 Imóveis 401.009 401.009 Móveis e utensílios 19.007 19.007 Benfeitorias em imóveis próprios 94.232 94.232 514.248 514.248 Depreciações e amortizações (79.414) (69.358) Imobilizado líquido

Valores pagos a empregados (203.610) (200.426)

Limpeza patrimonial (700) (5.580)

Fornecedores a pagar 2.376 649

Despesas operacionais

CIRCULANTE

Incorporação do superávit do exercício anterior 28.357 (28.357) (35.720) (35.720)

TOTAL DO PASSIVO 472.440 532.747

Captação/amortização de empréstimos outras instituições 6.139 18.052

(Valores expressos em reais)

Resultados abrangentes do exercício (97.300) (35.720)

c. Ativo circulante e não circulante • Caixa e equivalentes de caixa

Fluxos de caixa das atividades de investimentos Compra de imobilizado (6.000)

15. Despesas com manutenções 2021 2020 Manutenção e reparos – infraestrutura e mobiliário (1.918) (855) Manutenção de máquinas e equipamentos (1.918) (855)

Salários e ordenados (100.132) (85.662)

Esses gastos referem-se a despesas com manutenção e reparos de bens. 2020 obtidos 278 2020

Obrigações sociais e trabalhistas 6 54.254 25.405

Incorporação do superávit acumulados 444.694 (444.694) (86.504) 86.504

PASSIVO Nota 31/12/2021 31/12/2020

430

Patrimônio social 8 470.827 506.547 (97.300) (35.720) 373.527 470.827

b.brasileiro.Aplicar

2021 2020 Velas (13.416) (7.153)

e. Passivo circulante e não circulante data do balanço.

Férias (12.758) (10.584)

12. Despesas administrativas e gerais 2021 2020 Alimentação (6.745) (3.795)

Despesas com serviços públicos 14 (8.221) (5.960)

CopaDonativosecozinha (998) (627) Material de escritório (971) (333) Material de Limpeza (470) (605)

Nota 31/12/2021 31/12/2020

Despesas com serviços de terceiros 13 (5.580)

10. Despesas com pessoal

2021 2020

13º salário (9.220) (7.095)

Caixa líquido proveniente das atividades 6.139 18.052

Adiantamentos de outras empresas 7 38.842 25.364

ATIVO Nota 31/12/2021 31/12/2020

Obrigações tributárias 993 715

Despesas paroquiais 11 (28.453) (15.082)

integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus ob c. Manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão. documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despe

14. Despesas com serviços públicos 2021 2020 Telecomunicações (1.510) (1.431) Energia elétrica (5.455) (3.059) Água e esgoto (1.256) (1.470) (8.221) (5.960)

18. Aprovação das Demonstrações Financeiras Diretoria Dom Odilo Pedro Scherer Presidente Pe. Zacarias José de Carvalho Paiva Edivaldo Batista da Silva Diretor Financeiro Contador - CRC 1SP212622/O-2 Fundação Capella Menino Jesus e Santa Luzia CNPJ nº 56.462.237/0001-49

“A morte encefálica é um diagnóstico já muito bem de nido pela Medicina há

março pela ABTO, o número de doadores de órgãos em 2021 foi 4,5% menor em comparação ao registrado no ano anterior: 3.207 pessoas ante 3.330 em 2020. Em 2019, foram 3.768 doadores. Destaque-se, porém, que no ano passado a quantidade de noti cações de potenciais doadores aumentou signicativamente, mas muitas doações não se efetivaram em razão das medidas adotadas para evitar a disseminação do coronavírus, entre as quais a não realização de transplantes de órgãos retirados de pessoas que morreram em consequência da TodosCOVID-19.osórgãos doados são destinados a pacientes que necessitam de um transplante e que estejam na lista única, de nida pela central de transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Com isso, busca-se evitar e coibir quaisquer tentativas de comércio de órgãos.

Um ato de generosa solidariedade a ser encorajado

HRSJC

Também(EV,15).aConferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de seu conselho permanente, posicionou-se sobre o tema em setembro de 2008:

RECORDE NA LISTA DE ESPERA

Na encíclica Evangelium vitae (EV), publicada em 1995, São João Paulo II manifesta apreço pela “doação de órgãos feita, segundo formas eticamente aceitáveis, para oferecer uma possibilidade de saúde e até de vida a doentes, por vezes já sem esperança” (EV, 86), mas ressalta que a extração dos órgãos deve respeitar “os critérios objetivos e adequados de certi cação da morte do doador”

UM PROCESSO CRITERIOSO E COM CONSENTIMENTO FAMILIAR

Quando da morte encefálica de pacientes assistidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), a família tem a palavra nal sobre a doação dos órgãos e tecidos, conforme detalham os artigos 17 e 20 do referido decreto federal.

“Qualquer pessoa com diagnóstico de morte encefálica é considerada uma potencial doadora, mas é somente a família quem autoriza essa doação. Portanto, é muito importante que as pessoas conversem com os seus familiares sobre esse desejo de doar o órgão, para que isso seja respeitado se a pessoa chegar à condição de morte encefálica”, explicou ao O SÃO PAULO o médico Gustavo Fernandes Ferreira, presidente da ABTO.

Você já parou para pensar se deseja que seus órgãos sejam doados quando morrer? Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, em agosto de 2021, com 1.976 pessoas, mostrou que 70% querem ser doadoras, mas destas 46% ainda não informaram à família esse desejo.Com

o objetivo de motivar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos e de conversar a respeito do assunto com familiares e amigos, é realizada anualmente no Brasil a campanha “Setembro Verde”, mês em que se comemora o Dia Nacional da Doação de Órgãos, em 27 de setembro.

A iluminação de monumentos e prédios públicos com a cor verde, a divulgação de mensagens em relógios e letreiros em vias públicas, sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, e um ato inter-religioso na Catedral da Sé, no sábado, 17, às 10h, são algumas das iniciativas do Setembro Verde 2022, campanha que tem como uma das promotoras a Associação Brasileira de Transplante de ÓrgãosConforme(ABTO).dados da Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, entre os órgãos que podem ser doados estão o rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão, e entre os tecidos a córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical. Destaque-se, ainda, que a doação de rins, partes do fígado e da medula óssea pode ocorrer em vida, conforme critérios clínicos especí cos.

A remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para ns de transplante e tratamento está prevista na lei federal 9.434/2007, regulamentada pelo decreto 9.175/2017.

Doação de órgãos: um gesto de amor fraterno em favor da vida

De acordo com o presidente da ABTO, atualmente mais de 50 mil pessoas aguardam por um transplante de órgão ou tecido no Brasil, uma quantidade recorde. “Esta é a primeira vez na história da atividade de transplantes do País que atingimos um número tão relevante. Infelizmente, a pandemia exacerbou estes números”, comentou, detalhando que a maior la de espera é de transplante renal: “São cerca de 28 mil pessoas no Brasil aguardando por um rim.”

www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 14 a 20 de setembro de 2022 | Reportagem | 17

Conforme dados divulgados em

à invalidez ou à morte de um ser humano, ainda que isso se faça para retardar a morte de outras pessoas”.

“Vemos na doação voluntária de órgãos um gesto de amor fraterno em favor da vida e da saúde do próximo”. Na nota, os bispos também encorajaram as famílias para “que – livre, conscientemente e com a devida proteção legal – doem órgãos como gesto de amor solidário em consonância com o evangelho da vida. Certamente, estamos diante de um gesto nobre e comovente: um sim à vida”. Entretanto, apontaram que a doação de órgãos “exige rigorosa observância dos princípios éticos que proíbem a provocação da morte dos doadores, a comercialização e o trá co de órgãos”.

Por meio de sua doutrina e nos posicionamentos dos papas e bispos, a Igreja tem se posicionado favoravelmente à doação de órgãos, desde que respeitados os limites morais, e que tal atitude não tenha nalidade de comercialização da vida“Ahumana.doação de órgãos após a morte é um ato nobre e meritório e deve ser encorajado como uma manifestação de generosa solidariedade”, consta no Catecismo da Igreja Católica (CIC, 2296), com a ressalva de que “não é moralmente aceitável se o doador ou os seus representantes não lhe tiverem dado o seu consentimento expresso. Para além disso, é moralmente inadmissível provocar diretamente a mutilação que leve

DANIEL osaopaulo@uol.com.brGOMES

Questionado sobre familiares que não autorizam a doação de órgãos por acreditar que a morte encefálica ainda possa ser reversível, Ferreira ressaltou que esse parecer é obtido por rigorosos critérios:

Também o Papa Francisco falou sobre o assunto em uma audiência em abril de 2019. “O signi cado da doa-

ção para o doador, para o receptor e para a sociedade não termina em sua utilidade, pois se trata de experiências profundamente humanas e cheias de amor e altruísmo. A doação signica olhar e ir além de si mesmo, além das necessidades individuais e abrir-se com generosidade a um bem mais amplo. Nessa perspectiva, a doação de órgãos não é apenas um ato de responsabilidade social, mas uma expressão de fraternidade universal que une todos os homens e mulheres”, a rmou o Pontí ce, ressaltando que este deve ser um gesto sempre gratuito, pois “toda forma de comercialização do corpo ou de uma parte dele é contrária à dignidade humana”. (DG)

décadas. Hoje, no Brasil, existem dois testes realizados por pro ssionais clínicos diferentes, associados a um exame de imagem, na maioria das vezes uma arteriogra a ou um ultrassom com doppler das artérias do cérebro, mostrando que não existe mais nenhuma atividade cerebral e, consequentemente, a morte é irreversível”.

“O nível de insegurança no país é mui to preocupante. Estamos passando pelo que pode ser considerado o capítulo mais sombrio de nossa história como nação”, alerta Dom Lucius Iwejuru Ugorji, Arce bispo de Owerri, Presidente da Conferên cia Episcopal da Nigéria (CBCN), em seu discurso de abertura da segunda Assem bleia Plenária dos Bispos nigerianos, que está sendo realizada no centro pastoral Sa grado Coração de Orlu, no estado de Imo.

Santa So a (do grego Haiga Sophie, Santa Sabedoria) é um dos edifícios religiosos mais conheci dos do mundo e se tornou patri mônio mundial por determinação da Unesco, em 1985.

No dia 13 de maio de 1920, o Papa Bento XV concedeu à imagem um decreto de coroação canônica. O rito de coroação foi executado em 24 de setembro de 1924 com o delegado apostólico, Guglielmo

Grande devoção a Nossa Senhora da Peñafrancia

Turquia

Fonte:AgênciaFides

A Associação de Arqueólogos Gregos solicita que a Organização das Nações Unidas para a Educa ção, a Ciência e a Cultura (Unesco) ajude a proteger a antiga Igreja de Santa So a, atualmente convertida em mesquita muçulmana, na cida de turca de Istambul.

“Pobreza extrema, taxa de desemprego crescente, in ação em espiral, uma econo mia em colapso, com uma carga de dívida e uma insegurança cada vez maiores se combinaram para complicar a situação do nigeriano médio, que parece condenado a uma vida de sofrimento intolerável e mi séria imerecida”, diz Dom Lucius.

FilipinasNigéria

O Arcebispo pediu às dioceses, paró quias e organizações eclesiais de todo o país que ajudem a aumentar a conscien tização sobre esse mal, acrescentando que uma das maneiras mais e cazes de conter a migração, a fuga de cérebros e o trá co de pessoas é por meio da boa governança. “Também pedimos às dioceses e a todas as pessoas de boa vontade que levem a sério as próximas eleições gerais de 2023. Todos devemos nos preparar para compartilhar nossos valores de boa governança com base no bem comum e usar nossos votos para eleger pessoas de integridade inata cável, que tenham o caráter, competência, capacidade e histórico para tirar nossa na ção da atual crise econômica”, pediu.

Arqueólogos gregos pedem ajuda para preservar a Basílica de Santa Sofia

Construída em estilo bizantino pelo Imperador Justiniano no sécu lo VI, Santa So a era originalmente uma basílica e o edifício religioso mais importante do Império Ro mano do Oriente.

Após um intervalo de dois anos sem ce lebrações devido à pandemia de COVID-19, cerca de meio milhão de devotos lotaram as ruas de Naga, nas Filipinas, para participar da procissão de Nossa Senhora da Peña francia, venerada na cidade desde 1710.

Iniciada na sexta-feira, 9, esta edição do evento segue o tema “Maria acompa nha nosso caminho rumo a uma Igreja si nodal”. As comemorações terão seu ápice no dia 17, com uma tradicional procissão uvial presidida pelo Cardeal José Advin cula, Arcebispo de Manila.

Arquidiocese de Cáceres

JOSÉ FERREIRA osaopaulo@uol.com.brFILHO

Por m, em 2020, após uma de cisão polêmica do atual presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o edifício foi transformado nova mente em mesquita.

Em sua homilia, o Arcebispo de Cáce res, Dom Rolando Tria Tirona, ressaltou a importância da comunhão de amor na família com a inspiração de Maria, que exempli ca a atenção, o alimento e o apoio genuíno a seu Filho.

Devido ao fato de que os jovens não têm futuro na Nigéria, eles estão procuran do o caminho da imigração ilegal, como lembra o Arcebispo: “O outro lado da his tória, que é mais uma vergonha nacional, consiste em milhares de jovens, homens e mulheres, que, em busca de pastos mais verdes, embarcam em perigosas jornadas para a Europa pelo deserto do Saara. Al guns morrem e são enterrados em covas

Em 1453, com a queda de Cons tantinopla, a igreja transformou-se em mesquita. Em 1934, Mustafa Kemal Ataturk, primeiro presiden te turco, converteu-a em museu.

Fonte: Gaudium Press

Fonte: Gaudium Press

anônimas. Essa desprezível escravidão moderna está crescendo porque se tornou um negócio lucrativo e também resultado do alto nível de corrupção que a sustenta”.

Piani. A festa solene é celebrada no dia 18 de setembro e a imagem é conservada no Santuário Nacional e Basílica Menor de Nossa Senhora da Peñafrancia. (JFF)

Em carta à diretora da Unesco, Audrey Azoulay, a associação pediu uma intervenção decisiva para pro teger o monumento histórico.

Com a alta a uência do público que frequenta o local para as ora ções diárias dos muçulmanos, o monumento vem se deteriorando e sendo vandalizado ao longo deste período.Nacarta, a entidade que congre ga os arqueólogos gregos denuncia as depredações e a falta de controle e de segurança por parte das auto ridades, o que denota uma indife rença em relação à preservação do monumento milenar. (JFF)

Situação de insegurança e corrupção no país preocupa bispos nigerianos

18 | Pelo Mundo | 14 a 20 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

A causa número um de preocupa ção para os nigerianos é a insegurança desenfreada. “O país continua a sangrar sem parar como resultado das atividades ímpias de insurgentes, bandidos, pastores militantes, pistoleiros desconhecidos, se questradores e agentes de segurança sem consciência de seu papel. Nenhum lugar parece seguro: casas, fazendas, mercados, estradas, locais de culto e presbitérios fo ram todos transformados em campos de sequestro e extermínio.”

partiu apressadamente”, o Papa convida a juventude a seguir os passos de Nos sa Senhora para encontrar Jesus e ir ao encontro de quem é diferente. Também recorda estes tempos difíceis marcados pela pandemia e pelo drama da guerra, e exorta a todos a deixar ecoar no coração o convite de Deus a se levantar, verbo

O Papa chegou a Nur-Sultan – a capital cazaque, conhecida anteriormente como Astana –, na terça-feira, 13, e foi recebido pelo presidente do país, Kassym-Jomart Tokayev, a quem fez uma visita de corte sia no palácio presidencial, imediatamente após a cerimônia de boas-vindas.

AGENDA

2003 (a edição de 2021 foi adiada devi do à pandemia de COVID-19), e que este ano recebe 108 delegações de vá rias religiões, oriundas de 60 países.

Na quinta-feira, 15, o Papa se reunirá em particular com os confrades da Com panhia de Jesus, depois se encontrará com os bispos, sacerdotes, diáconos, consa grados, seminaristas e agentes pastorais.

Muitos desses cristãos foram acolhi dos por famílias muçulmanas cazaques, provocando um sentimento natural de solidariedade e apreço que permanece até Oshoje.católicos, que representam 1% da população atual, estão presentes no país desde o século II. Após a queda da União Soviética, em 1991, a Igreja Católica foi res taurada no Cazaquistão e os éis começa ram a celebrar seus cultos publicamente. No entanto, um grande número de deportados retornou às suas casas e países nativos, com pelo menos 4 milhões de pessoas emigran do na era pós-soviética, fazendo com que a população cristã no país diminuísse. Ainda assim, eles continuam a manter uma pre sença consistente, e os laços inter-religiosos

Francisco vai ao Cazaquistão e busca promover a paz, o diálogo e a unidade

A quarta-feira, 14, começa com um momento de oração em silêncio, no Palá cio da Paz e da Reconciliação, junto com os líderes religiosos que participam do Congresso. Na abertura do evento, Fran cisco faz um discurso, e à tarde estará na Praça da Expo para a celebração da missa.

Com o lema “Mensageiros de paz e da unidade”, o Papa Francisco visita o Caza quistão, de 13 a 15 de setembro. Trata-se da 68ª viagem apostólica do Pontí ce des de que assumiu a cátedra de Pedro, em março de 2013.

HISTÓRIA

A presença do Cristianismo no país cresceu no século XIX, quando um gran de número de poloneses, bielorrussos, ucranianos e russos foram deportados pelos czares russos. Essa situação se in tensi cou ainda mais durante a perse guição religiosa de Joseph Stalin, que durante a era soviética enviou centenas de milhares de cristãos para campos de trabalho nos anos 1930 e 1940.

O Cazaquistão representa “uma en cruzilhada geopolítica signi cativa” e, como tal, tem “um papel fundamental a desempenhar na diminuição dos casos de con ito”, concluiu.

“Nestes últimos tempos tão difí ceis, em que a humanidade já pro vada pelo trauma da pandemia, e dilacerada pelo drama da guerra, Maria reabre para todos e em par ticular para vocês, jovens como Ela,

JMJ Lisboa 2023: Papa exorta os jovens a imitar a prontidão de Maria

são bons. De fato, a Conferência Episcopal da Ásia Central, criada em 2021 e da qual o Cazaquistão faz parte, vem crescendo e abrange vários países asiáticos.

o caminho da proximidade e do en contro. Espero e creio fortemente que a experiência que muitos de vo cês irão viver em Lisboa, no mês de agosto do próximo ano, representará um novo começo para vocês, jovens, com vocês e para toda a humanida de”, ressalta o Papa. (JFF)

O Papa elogiou a coexistência harmô nica das diversas comunidades do Caza quistão e enalteceu o compromisso do país com o desarmamento nuclear e a proteção do meio ambiente, bem como sua decisão, no ano passado, de abolir a pena de morte.

Um dos maiores países da Ásia Cen tral, o Cazaquistão conta com uma população de 19 milhões de pessoas, composta por aproximadamente 150 grupos étnicos. Cerca de 70% dos caza ques são muçulmanos e 26% são cris tãos, muitos dos quais pertencem às tra

A Santa Sé publicou na segunda-fei ra, 12, a mensagem de Francisco para a 37ª Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá nas igrejas particulares em 20 de novembro de 2022, Solenidade de Cristo Rei, e em Lisboa (Portugal), de 1º a 6 de agosto de 2023.

Com o tema “Maria levantou-se e

Em seguida, o Bispo de Roma se en controu com autoridades, membros da sociedade civil e o corpo diplomático, e a rmou que sua presença no país se dá “como um peregrino da paz, buscando diálogo e unidade”.

Outra razão da presença do Pontí ce no país é a proximidade do 30º aniversá rio do estabelecimento das relações diplo máticas entre a Santa Sé e o Cazaquistão, que ocorreu em 17 de outubro de 1992, pouco antes de completar um ano da in dependência do país, além de um acordo, assinado em 24 de setembro de 1998, que garantiu à Igreja Católica a liberdade de realizar atividades sociais, educativas, de saúde e de ter acesso aos meios de comu nicação social, entre outros.

MOTIVAÇÕES

JOSÉ FERREIRA osaopaulo@uol.com.brFILHO

Francisco fará o último discurso dessa viagem no Palácio da Paz e da Reconcilia ção, no qual será lida a declaração nal no encerramento do Congresso.

www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 14 a 20 de setembro de 2022 | Papa Francisco | 19

Segundo a agenda o cial, Francis co participa do VII Congresso de Di rigentes das Religiões Mundiais e Tra dicionais, um encontro inter-religioso realizado a cada três anos no país, desde

dições ortodoxa russa e católica grega.

que “signi ca também ressuscitar, des pertar para a vida”.

SolidariedadeFundohttps://cutt.ly/8CNmPdKlivroaprofundamentonoNohttps://cutt.ly/3CNQB4IElizabethpelaPontíhttps://cutt.ly/UCNQItzcemanifestapesarmortedaRainhaIImêsdaBíblia,IgrejaBrasilconvidaaododeJosuéNacionaldeaprovamais 37 https://cutt.ly/iCNm3RWdepararecebemJovenshttps://cutt.ly/FCNQdY4projetoslatino-americanosbênçãodeenvioidaaoeventoEconomiaFrancisco

do Latrão, catedral da Diocese de Roma.

A pandemia de COVID-19, porém, obrigou um novo adiamento.

Além de celebrarem nas ba sílicas de São Pedro e São Paulo, os bispos também costumam celebrar nas basílicas de Santa Maria Maior, onde se encontra o antigo ícone de Maria Salus Populi Romani, e de São João

O segundo momento signi cativo é o encontro pessoal dos bispos com o Papa, no qual tratam das questões con cernentes à vida das igrejas particula res e solidi cam a comunhão dos bis pos com o Pontí ce, em torno do qual constituem o Colégio Episcopal.

“O encontro com o Sucessor de Pe dro, primeiro guarda do depósito de verdade transmitido pelos apóstolos, tem como objetivo ressaltar a unidade da própria fé, esperança e caridade e a fazer conhecer e apreciar o imenso pa trimônio de valores espirituais e morais que toda a Igreja, em comunhão com o Bispo de Roma, difundiu em todo o mundo”, salienta o Diretório.

Este ano, a visita aos dicastérios tem um sentido ainda mais profundo, por ser a primeira após a promulgação da constituição apostólica Praedicate Evangelium, que sistematiza as várias reformas implementadas pelo Papa Francisco na Cúria Romana. Esse do cumento reforça a missão dos organis mos da Santa Sé na solicitude para com as igrejas particulares.

Desde maio, já realizaram a visita os bispos do Rio Grande do Sul, das regiões Norte, Nordeste e Centro-O este. Em outubro, será a vez dos bispos dos estados de Minas Gerais, Rio de Ja neiro, Espírito Santo e Santa Catarina. Os bispos do Paraná foram os únicos que chegaram a realizar a ad limina no início de 2020, antes das restrições da pandemia.

PROGRAMA

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Interrompidas em 2020 devido à pandemia, as visitas ad limina Apostolorum são retomadas e incluem o encontro dos bispos com o Papa

Bispos do Brasil de recente nomeação encontram o Papa

O terceiro compromisso é o conta to com os vários Dicastérios da Cúria Romana, órgãos da Igreja que ajudam diretamente o Papa no pastoreio da Igreja. Esse encontro nos dicastérios permite aos bispos conhecerem melhor a estrutura organizativa da Santa Sé, dos quais recebem orientações pasto rais e administrativas para as dioceses sob seus cuidados.

BISPOS DO BRASIL

www.osaopaulo.org.br

dotes, a situação dos seminários e das vocações, congregações religiosas, as celebrações litúrgicas, os ministérios leigos, a catequese, as escolas católicas, as pastorais e movimentos, as relações ecumênicas, a presença da Igreja nos meios de comunicação e o relaciona mento com o poder público, entre ou trasEssequestões.relatório é dividido pelos di castérios, de modo que os órgãos da Cúria Romana tenham essas infor mações como base para o diálogo com os bispos. Essa é também uma ocasião de cada diocese avaliar pe riodicamente sua vida e missão evangelizadora.Nessesentido, a visita ad limina não pode ser entendida como um simples ato jurídico-administrativo ou uma mera prestação de contas. É, na ver dade, “um ato que todo Bispo cumpre para o bem de sua própria diocese e de toda a Igreja, para favorecer a unidade, a caridade, a solidariedade na fé e no apostolado” (Diretório para a Visita ad limina).

Dado o fato de o estado de São Pau lo ter o maior número de dioceses do País, 42, o episcopado foi dividido em dois grupos. O primeiro compreende as províncias eclesiásticas (conjunto de diocese em torno de uma arquidiocese) de Aparecida, São Paulo e Sorocaba. Na semana seguinte, acontecem as visitas dos bispos das províncias de Botucatu, Campinas e Ribeirão Preto.

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

RELATÓRIOS

Entre os dias 19 e 23, os bis pos de várias dioceses paulis tas, entre as quais a Arquidio cese de São Paulo, participam da visita ad limina Apostolo rum, em Roma. Esse evento remonta a uma antiga tradição que consiste na peregrinação que os bispos fazem periodica mente “ao limiar dos Apósto los” – daí vem o nome –, isto é, ao túmulo dos Apóstolos São Pedro e São Paulo e para se encontrar com o Sucessor de Pedro, o NessePapa.caso, participarão da visita o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Pau lo, e os sete bispos auxiliares da Arquidiocese, juntamente com todos os bispos das dioceses paulistas.Essavisita acontece a cada cinco anos. No entanto, a últi ma vez que os bispos do esta do de São Paulo a realizaram foi em 2009, ainda no ponti cado do Papa Bento XVI. A seguinte estava prevista para acontecer entre 2014 e 2015, visto que as visitas dos bis pos brasileiros tomam pra ticamente o ano todo, pois passam de 300. Entretanto, com a eleição do Papa Fran cisco, em 2013, que teve um início de ponti cado marca do por inúmeras viagens e outros compromissos, a ad limina foi adiada para 2020.

Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publica dos recentemente.

20 | Geral| 14 a 20 de setembro de 2022 | www.arquisp.org.brwww.osaopaulo.org.br

COMUNHÃO COM PEDRO

Após 13 anos, bispos de dioceses paulistas realizam visita ad limina a Roma

O Diretório da Visita ad limina ressalta que a venera ção e a peregrinação às relí quias dos apóstolos Pedro e Paulo são praticadas desde a remota antiguidade cristã e “mantêm o seu profundo significado espiritual e de co munhão eclesial”.

A programação da visita se desenvolve em três mo mentos fundamentais. Em primeiro lugar, a peregrina ção aos túmulos de São Pedro e São Paulo, colunas da Igre ja, junto aos quais os bispos celebram a Eucaristia.

A visita ad limina é antecedida pelo envio de um relatório quinque nal elaborado por cada Bispo sobre a situação de sua diocese. Esse relatório abrange as questões administrativas, o ministério do Bispo, o funcionamento da Cúria Diocesana, a vida dos sacer

Antoine Mekary/ALETEIA

O desencanto com a ciência e a racionalida de modernas já se desenhara no século XIX, particularmente com o movimento romântico, e continuou ao longo de todo o século XX e XXI. Transparece nos movimentos contraculturais, no interesse pela “inteligência emocional”, nos ques tionamentos ao próprio discernimento racional da realidade. A razão, cada vez mais, não era vista como janela aberta que permitia o acesso ao real, mas, sim, como quarto fechado e abafado, em que a própria realidade e a consciência humana eram presas e sufocadas pelo ar saturado de uma lógica formalista e insensível.

O pensamento cristão frequentemente se tor nou também ele vítima dessa razão sufocante, na verdade uma pálida redução da verdadeira Razão que move o cosmo. A normatividade e os prin cípios cristalizados, não importa se justos ou in justos, pareciam não transmitir aquela riqueza de compreensão e afeto pela qual todo coração hu mano anseia. Nesse contexto, para muitos, Edith Stein vem sendo uma brisa de humanidade a re frescar o quartinho abafado em que a razão pare cia estar con nada.

Essa é a grandiosidade que Edith Stein, Santa Teresa Benedita da Cruz, irradia para tantos que a têm seguido, como pensadora e como santa. Nes se Caderno Fé e Cultura, a lósofa Maria Cecília I. Parise, a psicóloga Sonia Maria B. A. Parente e a pedagoga Magna Celi M. da Rocha escrevem sobre o impacto do encontro com Edith Stein em suas vidas e em sua atividade pro ssional, en quanto Marcelo C. de Araújo comenta a experi ência de conversão da Santa.

Edith Stein, brisa de humanidade arejando uma razão reduzida e sufocante

Mas grandes mestres precisam de grandes discípulos para serem reconhecidos. Edith Stein não teria se tornando tão importante em São Paulo e no Brasil sem a contribuição da Profa Angela Alles Bello, da Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma, e da Irmã Jacinta Turo lo Garcia, do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (IASCJ). Ambas circularam por mais de 20 anos pelas universidades brasileiras, difundindo a obra de Edith Stein e orientando acadêmicos que se interessavam pelo pensamen to losó co da Santa. Com gratidão, o Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP dedica a elas a edição deste pequeno Caderno.

A Fenomenologia, linha losó ca à qual aderiu, já representa uma das mais importantes tentativas modernas de superação dos limites de uma razão redutiva, que não se encontra mais com a realida de mesma, pois só consegue ver simulacros do real construídos intelectualmente. Mas, seria a própria

O mundo universitário está repleto de pen sadores brilhantes, com vidas decepcionantes, a militância social e política frequentemente nos brinda com vidas exemplares, mas com ideias so fríveis – não são muito comuns os casos de perso nalidades que combinam pensamentos brilhantes com vidas exemplares. Os intelectuais que foram canonizados, como Edith Stein, quase sempre nos dão justamente um exemplo dessa síntese em que tanto a vida quanto o pensamento nos fascinam. Edith Stein viveu num período marcado tanto pelo êxito quanto pela tragédia tanto do raciona lismo quanto do empirismo modernos. Com o avanço da ciência, a razão humana e o método ex perimental haviam conseguido seus maiores feitos em toda a história da humanidade. Mas, ao mesmo tempo, nunca antes a guerra e a morte haviam sido tão cienti camente calculadas. A razão e a ciência pareciam cada vez mais demonstrar que o ser hu mano era um feixe de instintos socialmente con dicionado. A racionalidade cientí ca, ao mostrar toda a sua força, exibia também seu grande limi te. Max Weber (1864-1920), no clássico A ciência

Atualmente, na cidade de São Paulo, nenhuma personalidade intelectual católica está tão presen te nas re exões acadêmicas e na espiritualidade de grupos e movimentos como Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz, 12 de outubro de 1891 – 9 de agosto de 1942), lósofa e monja carmelita, santa católica de origem judia, morta num campo de concentração nazista, mártir da Igreja. Sua in uência é cada vez mais sentida, tanto pela rique za de seu pensamento quanto pela profundidade de sua fé e o testemunho de sua vida.

O Caderno Fé e Cultura é uma publicação quinzenal do jornal “O SÃO PAULO”, com coordenação editorial do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP. Diretor responsável e editor: Padre Michelino Rober to. Coordenação editorial e redação: Francisco Borba Ribeiro Neto. Revisão: José Ferreira Filho, Daniel Gomes e Sueli Dal Belo. Diagramação: Jovenal Alves Pereira. Conselho editorial: Alexandre Gonçal ves, Alline Luiza de Abreu Silva, Bruno Muta Vivas, Diogo Chiuso, Gustavo Catania, Ivonete Kuerten, João Cortese, Luís Henrique Marques, Maria Nazaré Lins Barbosa, Rodrigo Pires Vilela da Silva e Vandro Pisaneschi. Edição 02 14 de setembro de 2022

como vocação, de 1919, já citava Tolstói: “A ciência carece de sentido, pois não tem resposta alguma para a única questão que nos interessa: que deve mos fazer? como devemos viver?”.

Fenomenologia capaz de descobrir o Amor que, si multaneamente, se revela e se oculta tanto na gran deza do cosmo quanto na banalidade do cotidia no? A graça do encontro, o discipulado espiritual que ultrapassa a barreira do tempo e aproxima as duas Teresas, aquela que viveu em Ávila no século XVI e aquela martirizada numa câmara de gás no século XX, foram fundamentais para que a Filoso a vencesse seus limites e a mística revelasse a ver dade que se esconde no real.

Use o QRCode para acessar o Caderno Cultural na Internet, com mais artigos e links citados.

Maria Cecilia Isatto Parise*

A pessoa, com suas escolhas, pode ou não caminhar em direção à realização de si mesma tornan do-se cada vez mais o que de fato é, exercitando a liberdade e a co ragem do Ser. Por isso, Stein a r ma que o ser humano participa do seu processo, podendo de nir sua formação e direcionar sua vida. Isso permite o fortalecimento das dimensões: da vontade, da com preensão e da memória que abrem caminho para o desenvolvimento espiritual.

2 | Fé e Cultura | 14 de setembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br/fé-culturawww.arquisp.org.br

so de espiritualidade carmelitana, por três anos, coordenado pelo Frei Patrício Sciadini. Ao conhe cer os santos do Carmelo – João da Cruz, Teresa de Jesus, Terezi nha, Edith Stein – cheguei à con clusão que a Filosofia tinha sido, em minha vida, apenas “vaidade dasContudo,vaidades”. sentia-me cindida, dividida entre o que tinha estu dado com tanto afinco por meio

Só quem vivencia a si mesmo como pessoa, como totalidade de sentido, pode compreender as outras pessoas (STEIN, Edith. Sobre el problema de la empatía. Editorial Monte Carmelo, Ediciones El Carmen, 2005).

Deus estava me guiando pela mão, mas eu não via isso e sofria muito.Abriu-se

Como Edith Stein transformou minha visão de mundo

Como a experiência do valor é a base do próprio valor, com os novos valores obtidos por empatia, o olhar se abre para valores desconhecidos na própria pessoa (STEIN, Edith. Sobre el problema de la empatía. Editorial Monte Carmelo, Ediciones El Carmen, 2005).

Pode-se compreender [uma visão de mundo] como uma imagem geral sobre tudo o que há, os ordenamentos e as conexões nas quais tudo se insere, sobretudo o posicionamento do ser humano no mundo, sua proveniência, seu destino (STEIN, Edith. “A Fenomenologia e seu signi cado de visão de mundo” [in] Textos sobre Husserl e Tomás de Aquino. São Paulo: Paulus, 2019)

mas também não deu certo. De pois de algumas tentativas frus tradas, decidi deixar de investir na carreira losó ca...

É possível observar que, no início de um processo terapêutico, a maio ria das pessoas tem pouco conhe cimento e consciência de si, sendo difícil para elas tomar decisões, fa zer escolhas, assumir e manter posi cionamentos na vida. Sua tendência é se colocar como sujeito passivo, produto da sua história, justi can do suas di culdades em função de situações vividas.

Que o ser humano possui uma dupla experiência de si mesmo, uma interna e outra externa, e que ambas se resumem em uma experiência unitária que engloba as duas, é algo que pertence à essência do ser humano mesmo (STEIN, Edth. La estructura de la persona humana. Madri: Biblioteca de Autores Cristãos, 2002).

Esta é uma breve apresentação de como algumas contribuições de Edith Stein estão presentes na mi nha experiência como psicotera peuta de orientação winnicottiana. Nessa caminhada, tenho percebi do que a atitude desenvolvida com base na noção de empatia, de Stein, permite acompanhar a pessoa para que possa ir se apropriando de suas experiências, re etindo sobre elas, ampliando o conhecimento e a consciência de si, levando a uma integração do seu sentir, pensar, co nhecer e agIrmã

Para Edith Stein, a tomada de consciência de si nos abre ao co nhecimento de si. Nesse sentido, a terapia é uma experiência na qual acontece o desvelamento do que “está inicialmente escondido na in terioridade” da pessoa.

Ser pessoa signi ca ser livre e espiritual. Que o homem é uma pessoa: é isso que o distingue de todos os seres da natureza (STEIN, Edith. La estructura de la persona humana. Madri: Biblioteca de Autores Cristãos, 2002).

A cada passo, a cada decisão, a cada escolha que uma pessoa faz vai dando uma direção à sua vida. Nesse momento, é preciso respei tar o tempo, o ritmo e as escolhas do paciente, reconhecendo e legi timando sua singularidade. Nosso bem mais profundo é a liberdade. Segundo Stein, somos seres

Santa Edith Stein, rogai por nós!

uma outra porta, por onde pude canalizar a minha sede de respostas a perguntas es senciais: De onde vim? Para onde vou? Quem sou eu? Fiz um cur

Há um corpo de verdades acessíveis à razão natural. Ela, porém, sozinha, já não basta para delimitar o seu próprio alcance, fazendose necessário o auxílio da razão sobrenatural [...] uma compreensão racional do mundo, a saber, uma metafísica – e nisso reside, secreta ou abertamente, a intenção de toda Filoso a – só pode ser adquirida pela ação conjunta da razão natural e sobrenatural (STEIN, Edith. “O que é Filoso a? Uma conversa entre Edmund Husserl e Tomás de Aquino” [in] Textos sobre Husserl e Tomás. São Paulo: Paulus, 2019).

Nasci em 1963, em uma família tradicional católica, em Porto Ale gre (RS) em pleno Concílio Vati cano II. Em minha terra, um esta do de fronteira, terra de Rodrigo Cambará e Ana Terra, a mensagem do Concílio foi interpretada “a fer ro e fogo”, se reduzindo a aspectos sociopolíticos que culminavam na luta armada. Isso me afastou da Igreja, com a idade de 21 anos. Como não conseguia pensar Deus sem Cristo, tampouco Cristo sem a Igreja, decidi tornar-me agnósti ca: “Deus é apenas uma criação da sociedade”. Ingressei na faculdade de Filosofia da UFRGS e fui buscar no estudo da natureza humana e da política respostas para as minhas inquietações.Comonão podia ser diferente, depois de seis anos, em um douto ramento em curso em Paris I, Sor bonne, percebi que a única possi bilidade de se pensar o ser humano como essencialmente diferente dos outros seres vivos – como um ser livre –, era pressupor um princípio transcendente, fora dele: Deus. Pro blemas pessoais não me permitiram nalizar o doutorado. Traduzi a tese e tentei defendê-la aqui no Brasil,

Edith Stein: algumas contribuições para a Psicologia Clínica

dotados de corpo, alma (psíquico) e espírito (dimensão dos valores). Dependemos do outro e da nossa comunidade para progredir e de senvolver nossas potencialidades. Só assim podemos, cada vez mais, nos tornar aquilo que devemos/po demos ser e realizar a nossa voca ção. O caminho do ser humano é se

aproximar do núcleo sempre nas cente que habita sua interioridade.

* Filósofa, com mestrado em Filoso a em História da Filoso a pela Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne, membro do GT “Edith Stein e o Círculo de Gotinga” (ANPOF) e do Grupo de Pesquisa “O pensamento de Edith Stein” (UNIFESP).

Sonia Maria B. A. Parente*

Ao procurar captar a essência especí ca do ser humano, Stein o reconhece como uma pessoa espi ritual capaz de sair de si pelo sentir, querer e conhecer em direção ao mais além, à transcendência. Cabe ao terapeuta oferecer um espaço/ tempo para que aconteça o desve lamento da marca única, pessoal e intransferível que cada um de nós traz impressa na alma.

* Doutora e Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atualmente atende em consultório e coordena os Seminários Investigativos sobre o pensamento de Edith Stein, vinculado ao Laboratório PROSOPON do Instituto de Psicologia da Universdade de São Paulo (IPUSP).

da razão e o que tinha recebido, gratuitamente, pela fé. Foi aí que conheci Edith Stein como filóso fa. Foi no Congresso do Carmelo Descalço Secular, em São Roque (SP), em novembro de 2002, na conferência da Irmã Jacinta Turo lo Garcia, doutora em Stein. Na quele momento eu escolhi Edith como minha “mestra para a vida”, pois via nela a união daquilo que era precioso para mim: a fé e a razão, ambas dons de Deus. Tudo que eu tinha aprendido pela Filo sofia, mas deixado represado na intelectualidade da mente, conse guia agora descer ao coração, tor nar-se vida e vivência. E foi assim que eu adquiri, ao longo destes 20 anos, uma nova visão de mundo, integrada e integradora, sem a ne cessidade de dar respostas defini tivas e cabais para todas as coisas, sem medo de encontrar-se com o mistério, Jesus Cristo.

e sobrenatural do ser humano, com repercussões muito concretas em seu modo de conceber a educação. Reco loca a dimensão religiosa no centro da questão, de uma forma elegante e in teligente. Em seus escritos, Pedagogia, Antropologia losó ca e teológica dia logam com uidez e sem cisões, pois entendia que seria necessário formar a interioridade, visando ao desenvolvi mento da individualidade, num pro cesso que acontece de dentro para fora, como atualização das potencialidades já existentes na pessoa.

samento e de uma Filoso a engendra da a partir da vivência relacional e do entendimento da natureza humana, tornado vivência prática na doação de si e na consagração religiosa.

Ao longo de seus estudos e pesqui sas, Stein fez algumas amizades que marcariam decisivamente sua vida. Uma delas foi com a lósofa Hedwi ge Conrad-Martius (1888-1966). Foi por meio dela que conheceu a obra de Teresa D’Ávila, especi camente O Livro da Vida. Atribui-se à leitura desse livro, em uma noite, como sen do o marco decisivo de sua conversão para o catolicismo. Ora, sem dúvida alguma, esse foi um marco importan te, porém, sua fé e espiritualidade são construídas ao longo de sua formação intelectual, e a Filoso a, especialmente a Fenomenologia, de certo contribui de forma signi cativa para sua adesão e conversão ao Cristianismo.

pessoas próximas, como seu orien tador Edmund Husserl (1859-1938), considerado o criador da Fenomeno logia, escola de Filoso a que busca o retorno aos fenômenos, como possibi lidade de conhecimento do real em si mesmo. Um detalhe interessante é que tanto Husserl quanto Conrad-Martius eram protestantes, enquanto Edith se aproximou do Cristianismo via Igreja Católica Apostólica Romana. Prova velmente a in uência da leitura do li vro de Teresa D´Ávila, com toda a es piritualidade, re exão e simplicidade preconizada pela Santa em sua obra e biogra a, trouxe Stein para comungar da religião romana.

Edith Stein e a Educação

Ele não é capaz de desenvolver-se plenamente se não tiver contato com a diversidade dos campos da cultura, e o indivíduo não poderá alcançar a meta de sua vocação se não chegar a conhecer o campo que lhe é indica do por seu talento natural. Entendia formação como preparação do ser humano para ser aquilo que deve ser, em um processo que abrange o corpo, a alma (psique) o espírito com todas as suasApósforças.suaconversão ao catolicismo, Edith Stein realiza uma síntese muito interessante entre a destinação natural

* Doutora e Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Assessora da Pastoral Universitária da PUC-SP e Professora convidada da Faculdade de Teologia (PUC-SP) nos cursos de Extensão em Ensino Religioso e O Papel da espiritualidade no pensamento de Edith Stein. Trabalha no Centro Universitário Ítalo Brasileiro.

A questão educativa perpassou gran de parte da vida e da obra de Edith Stein, embora seja um aspecto ain da pouco explorado e conhecido no conjunto de sua produção. Defendia uma reforma no sistema educacio nal alemão, que considerava em crise havia décadas, por estar fortemente marcado pelos ideais iluministas, que davam uma ênfase excessiva a um “saber enciclopédico”. Pressupunha -se que a alma não passava de uma tábula rasa em que deveria ser gra vado o máximo, seja pela assimila ção racional, seja pela memorização. Stein acreditava que mais valia educar a inteligência e a vontade para que as pessoas pudessem apropriar-se de qualquer matéria que viesse a ser im portante para elas.

Qual é a grande enfermidade de nosso tempo e de nosso povo? Na grande maioria das pessoas é a desintegração interna, a falta total de convicções e princípios rmes, à deriva sem direção e, por causa da insatisfação com esse tipo de existência, a busca de entorpecimento em novos prazeres cada vez mais so sticados [...] O remédio contra a doença de nosso tempo são seres humanos plenos [...] ncados no chão da eternidade não se deixam abalar em suas convicções e em seu agir por opiniões, asneiras e vícios da moda que grassam à sua volta (STEIN, Edith. A mulher: sua missão segundo a natureza e a graça. Bauru: EDUSC,1999).

O verdadeiro educador é Deus, o único que conhece cada homem singular em profundidade, que tem diante dos olhos o m de cada um e sabe de quais meios tem necessidade para conduzi-lo ao m. Os educadores humanos são instrumentos nas mãos de Deus (STEIN, Edith. La estructura de la persona humana. Madri: Biblioteca de Autores Cristãos, 2002).

Ela encontrou no catolicismo, em seu universo e nos elementos que o compõe, como a Eucaristia, uma fonte para seu desenvolvimento espiritual. Assumiu de forma integral o catolicis mo em sua vida, sentindo-se inclinada por sua espiritualidade a desenvolver a fé de forma conventual. Assim, deci

www.osaopaulo.org.br/fé-culturawww.arquisp.org.br

Deus é apresentado por Edith

A autora ressalta a necessidade de que o conhecimento capte a individu alidade das pessoas, pois não se de veria educar para a mesma nalida de, segundo um esquema geral, sem dar espaço para as especi cidades. Compreendia, ainda, que o espírito humano está direcionado à criação, à compreensão e ao gozo da cultura.

diu seguir os passos de Teresa D´Ávila, mãe do Carmelo Reformado e se tornar “noiva de Cristo”. Ingressa no Carmelo Descalço da Alemanha, vive em con vento e tem a autorização para prosse guir com seus estudos de Filoso a, po rém, praticando e exercendo toda sua fé no âmbito da disciplina seguida pelas carmelitas. Seu nome passou a ser Irmã Teresa Benedita da Cruz, em referência a Santa Teresa D’Ávila. Benedita indica va sua relação especial com São Bento; já Cruz, referia-se ao pai do Carmelo reformado, João da Cruz.

Para Edith Stein, todo ser huma no traz em si uma marca de eterni dade e anseia por ela. Uma educação que vise apenas ao imediato, o terre no, o provisório, não corresponde ao desejo mais profundo dos seres hu manos; não contribui para que cada um realize seu próprio caminho, sua própria via, contribuindo para o bem comum; ao contrário, busca uma padronização, ou uma competitivi dade, na qual os seres humanos não se reconhecem mais como irmãos, como vindo de uma raiz comum.

Em 1987, foi beati cada por São João Paulo II em Colônia. No dia 11 de outubro de 1998, foi canonizada pelo mesmo, sob o nome de Santa Teresa Benedita da Cruz. Em 1999, na Carta Apostólica em forma de “Motu Pro prio” Spes aedi candi, foi proclamada, juntamente com Santa Brígida da Sué cia e Santa Catarina de Siena, copadro eira da Europa. A sua celebração litúr gica na Igreja Católica é dia 9 de agosto.

Conciliar a ideia de Deus com o para digma da razão foi a contribuição mar cante do pensamento de Edith Stein (1891-1942), delineado pela origina lidade e pela vanguarda dentro de um período histórico marcado pelo desen volvimento e aprimoramento das ci ências modernas, mas conturbado por duas guerras mundiais.

| 14 de setembro de 2022 | Fé e Cultura | 3

Nascida em Breslávia, no Império Alemão, Edith Stein era a caçula en tre 11 lhos de uma família judaica de origem polonesa. Seu pai faleceu quan do tinha 2 anos de idade e sua mãe, uma pessoa fortemente religiosa, foi marcante em sua vida. Contudo, aos 13 anos, por decisão própria perdeu o hábito de rezar e até aos 20 anos se declaravaPodemosateia.nos perguntar como uma estudante de Filoso a, de origem judai ca, declaradamente ateia, pôde conver ter-se e devotar-se totalmente ao cato licismo? Ora, sem sombra de dúvida, a conversão de Edith Stein é a conclusão do desenvolvimento de todo um pen

* Professor de Sociologia, com mestrado e doutorado em andamento em Ciência da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Stein como o educador por excelên cia, por ser o único a conhecer o ser humano em profundidade e a ter diante dos olhos o m de cada um e os meios necessários para concretizá -lo. Os educadores humanos, se tive rem abertura e disponibilidade para prestar atenção em Seus sinais e se gui-los, podem ser instrumentos e cazes nas mãos de Deus para ajudar outros a descobrirem o seu caminho, realizarem a sua obra.

O encontro com a verdade: conversão de Edith Stein

Quem busca a verdade, busca Deus, quer o saiba ou não (Edith STEIN, em carta a uma monja beneditina).

Magna Celi Mendes da Rocha

Stein foi cristalizando sua espiritu alidade também por meio de outras

Meditação para a Festa da Exaltação da Santa Cruz: Ave Crux, Spes Unica!

boca dos vossos superiores. Ele fala-vos pelo suave sopro do Espírito Santo no fundo do vosso coração. Para permanecerdes éis ao vosso voto de obediên cia, deveis ouvir esta voz dia e noite e seguir as suas ordens. Contudo, isso signi ca cruci car diariamen te e de hora em hora a nossa vontade e amor-próprio.

“contemplar a Deus para sempre”. Ao mesmo tempo, Irmã Benedita, como era chamada entre suas companheiras de Ordem, nutria um profundo sentido de expiação e sacrifício. Tal como Cris to, morria pelo seu povo. Diz-se que, no momento em que foi capturada pelos o ciais da S.S., disse à Rosa, sua irmã de sangue: “Vem, vamos, pelo nosso povo”.

KAWA, Elisabe th. Edith Stein: a abençoada pela cruz. São Quadrante,Paulo:2017.

Redação

Edith Stein, já freira Carmelita Descalça, realizou essa meditação para suas irmãs de Ordem na Festa da Exaltação da Cruz, em 14 de setembro de 1939, logo após a invasão da Polônia pelos nazistas, início da Segunda Grande Guerra. A imagem que ilustra o texto é um quadro do pintor judeu Marc Chagall (1887-1985) e mostra Jesus cruci cado, utilizando um talit, espécie de xale hebraico usado pelos homens durante a oração, e tendo ao fundo cenas da perseguição aos judeus durante o período nazista.

A autora, ainda na introdução, mos tra a sensibilidade espiritual que regerá as páginas restantes, ao indicar que San ta Teresa Benedita da Cruz (nome ado tado por Edith Stein ao entrar no Car melo), com seu martírio, realiza o sonho

Stein, mas, sobretudo, realiza um agu do painel de sua espiritualidade, pro fundamente ligada à cruz, à expiação e ao abandono de si. “Ave, Crux, Spes Unica!”, repetia a Santa. Com a autora, podemos dizer que Stein amou de tal modo a Cruz que, de fato, fez dela sua vida – e talvez esse aspecto deva ser a chave interpretativa para as outras mui tas facetas desta grande Santa.

O mundo está em chamas. A con agração pode também chegar à nossa casa. Mas, acima de todas as chamas, a cruz está no alto. Eles não podem consu mi-la. É o caminho da terra para o céu. Ele elevará quem o abraça com fé, amor e esperança, para o seio da Trindade. O mundo está em chamas. És impelido a apagá-las? Olhai para a cruz.

4 | Fé e Cultura | 14 de setembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br/fé-culturawww.arquisp.org.br

visível. [...]

Em certo sentido, como mostra a autora ao longo das páginas do livro, Teresa da Cruz entregou-se voluntária e amorosamente ao martírio, a m de

Em nossos tempos atuais, o martírio parece apenas um sofrimento ao qual nenhum ser humano deveria ser submetido. Contudo, é a via mais extremada do seguimento e da entrega de si a Cristo. Como poderia uma lósofa contemporânea descobrir na cruz o sentido último de sua vida, o amor apaixonado buscado por todos os seres humanos?

A pequena biogra a de Elisabeth Kawa cumpre bem o papel de introdu zir o leitor no enredo da vida de Edith

de Santa Teresa d’Ávila e de Rodrigo, seu irmão. Ambos, quando crianças, fugiram de casa com pretensão de en tregar sua vida ao martírio, pelas mãos dos mouros; dizia a pequena de Ávila: “Pense bem, Rodrigo: para sempre! Os mártires contemplam a Deus para sem pre! Precisamos ser mártires”.

(Fonte: STEIN, Edith. Geistliche Texte II. Gesamtausgabe, Band 20. Tradução de Gabriel de Vitto)

Antes de vós, o Salvador está pendurado na cruz porque Ele se tornou obediente até o ponto da morte na cruz. Ele veio ao mundo não para fazer a Sua pró pria vontade, mas a vontade de seu Pai. Se preten deis ser a noiva do Cruci cado, também vós deveis renunciar completamente à vossa própria vontade e não ter mais nenhum desejo a não ser o de cumprir a vontade de Deus. Ele fala-vos na Santa Regra e nas Constituições da Ordem. Ele fala-vos por meio da

Com o crescimento dos estudos sobre Edith Stein, muito se fala sobre sua Fi loso a, sua relação com Edmund Hus serl e São Tomás de Aquino, ou, do ponto de vista mais biográ co, de sua origem judaica e da prematura morte em um campo de concentração nazis ta; contudo, em meio ao “tsunâmi de informações” que toma a atenção dos interessados em Stein, dá-se, muitas ve zes, pouca atenção à sua vida interior. O livro Edith Stein: a abençoada pela cruz, de Elisabeth Kawa, publicado pela Edi tora Quadrante, supre essa carência.

Este Caderno Fé e Cultura foi editado com o apoio da equipe do site

Gabriel de Vitto*

A paradoxal bênção do martírio

“Ave, Cruz, nossa única esperança!” (Ave Crux, Spes Unica!) – foi isso que a Santa Igreja nos convocou a exclamar durante o tempo de contemplação do sofrimento amargo de Nosso Senhor Jesus Cristo. A exclamação jubilosa do Aleluia da Páscoa silenciou o sério cântico da cruz. O sinal da nossa sal vação saudou-nos no meio do tempo da alegria pascal, pois recorda-nos a descoberta d’Aquele que não é mais

O Cruci cado olha-nos de cima da cruz e per gunta-nos se ainda estamos dispostos a honrar o que prometemos numa hora de graça. E Ele certamen te tem razões para perguntar. Mais do que nunca, a cruz é um sinal de contradição [...]. O Salvador olha hoje para nós, sondando-nos solenemente, e per gunta a cada um de nós: permanecereis éis ao Cru ci cado? Considerai atentamente! O mundo está em chamas, a batalha entre Cristo e o Anticristo entrou em campo aberto. Se decidirem por Cristo, poderá custar-vos a vida [...]

É o coração amoroso do teu Salvador que te convida a seguIrmã Exige a tua obediência, porque a vonta de humana é cega e fraca. Não pode encontrar o ca minho até se render inteiramente à vontade divina. Exige a pobreza, porque as mãos devem estar vazias dos bens da terra para receber os bens do céu. Exige castidade, porque só o coração desprendido de todo o amor terreno é livre por amor a Deus. Os braços do Cruci cado são estendidos para o atrair ao seu cora ção. Ele quer a sua vida para lhe dar a sua.

O Salvador, antes de vós, teve seu coração tres passado. Ele derramou o sangue do Seu coração para conquistar o teu coração. Se queres segui-lo na san ta pureza, o teu coração deve estar livre de qualquer desejo terreno. Jesus, o Cruci cado, deve ser o único objeto dos teus anseios, dos teus desejos, dos teus pensamentos.Estásagora alarmado com a imensidão do que os votos sagrados exigem de ti? Não precisais car alar mados. O que vos prometestes está de fato para além da vossa própria fraqueza, do vosso poder humano. Mas não está para além do poder do Todo-Poderoso – este poder tornar-se-á vosso se vos con ardes a Ele, se Ele aceitar o vosso penhor de delidade. Ele fá-lo-á no dia da tua santa pro ssão e fá-lo-á de novo hoje.

Marc CHAGALL, Cruci cação branca - Fonte Flickr

Ave Crux, Spes Unica!

* Mestrando em Filoso a pela PUC-SP, professor, tradutor e editor. Mantém a Editora A Outra Via, voltada à promoção da tradição intelectual cristã.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.