Em Roma, episcopado paulista renova a fé e a comunhão com o Papa
Os bispos das dioceses paulistas que inte gram as províncias eclesiásticas de São Pau lo, Aparecida e Sorocaba concluíram na sex ta-feira, 23, a visita ad limina Apostolorum. O ponto alto da peregrinação foi a audiência com o Papa, que dialogou com os bispos sobre a
vida e a missão de suas dioceses e questões de interesse da Igreja em todo o mundo.
Durante cinco dias, o grupo realizou visitas aos dicastérios da Cúria Roma na, onde pôde conhecer mais profunda mente a estrutura da Santa Sé e receber
Editoriais
orientações pastorais e administrativas.
“Voltamos ‘de junto dos Apóstolos’, com a fé renovada”, afirmou o Cardeal, ao comentar a vi sita, que também contou com celebrações nos túmulos dos apóstolos São Pedro e São Paulo.
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Deus é o verdadeiro Protagonista que faz as coisas acontecerem
Após dois anos de encon tros on-line, cerca de mil jovens economistas, empresários e atores sociais que participam da “Economia de Francisco” estiveram em Assis, na Itália, entre os dias 22 e 24, para par tilhar experiências e projetos com vistas a novos modelos econômicos centrados na dig nidade humana. Com o Pontí fice, eles assinaram o “Pacto pela Economia”.
Responder ao mal com o bem a partir do testemunho de amor autêntico
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Visita ad limina: um momento para fortalecer a comunhão eclesial
Nesta edição, apresenta mos um mapeamento das elei ções 2022, com números do eleitorado brasileiro e dos can didatos, detalhes sobre o pro cesso de votação, canais para a checagem de fatos e links para conteúdos já publicados que podem ser úteis para uma reflexão final antes da escolha em quem votar para os cargos do Executivo e do Legislativo estadual e federal.
Liturgia e Vida Encontro com o Pastor A liberdade política implica a responsabilidade na hora de votar
Papa Francisco e jovens compartilham os sonhos de uma nova economia
156,4 milhões de brasileiros vão às urnas no domingo, dia 2
‘Banho Vicentino’ e Liceu Sagrado Coração ajudam os ‘irmãos de rua’
Aos 90 anos, Padre Weber difunde a Palavra de Deus por meio da música
Papa Francisco recebe em audiência o grupo de bispos e arcebispos de 19 dioceses do estado de São Paulo, durante visita ad limina Apostolorum a Roma, entre os dias 19 e 23 de setembro
SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 67 | Edição 3415 | 28 de setembro a 4 de outubro de 2022 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00www.arquisp.org.br
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Vatican Media
ODILO PEDRO SCHERER
Visita ad limina: em comunhão com Pedro e Paulo
Durante
uma sema na, os bispos das dioceses que in tegram as provín cias eclesiásticas de São Paulo, Aparecida e Sorocaba realiza ram sua visita ad limina Apos tolorum, em Roma. Acompa nhou-nos também Dom Edgar Madi, bispo eparca da Eparquia de Nossa Senhora do Líbano, para os católicos de rito maro nita do Brasil, que tem sede em São Paulo. Foi uma semana in tensa de reuniões, celebrações e deslocamentos na cidade de Roma.
Em cada Dicastério visita do, houve uma reunião com os responsáveis por sua condução; nas reuniões, apresentamos as questões de nossas dioceses que dizem respeito a cada Dicasté rio: liturgia, clero, leigos, famí lia e vida, promoção humana integral, vida consagrada, cul
tura, educação, comunicação. Sempre houve um diálogo in teressante e intercâmbio dos bispos com a Santa Sé sobre as situações, desa os e êxitos do trabalho da Igreja em nossas dioceses. Da parte da Santa Sé, ouvimos também sobre as mes mas questões, vistas e sentidas a partir do “entorno” do Papa. Os Dicastérios da Cúria Romana, de fato, estão a serviço do Papa e de sua missão na Igreja e no mundo.
Fizemos visitas à Pontifícia Comissão para a América Lati na (CAL), que está integrada ao Dicastério para os Bispos, e ti vemos um diálogo interessante sobre a Igreja e a sociedade na América Latina. A CAL é um organismo que acompanha es pecialmente a vida da Igreja em nosso subcontinente, onde vive mais da metade dos católicos na atualidade.
Na Secretaria de Estado, por sua vez, tivemos um diálogo sobre as relações da Igreja com a sociedade, especialmente no
aspecto político, quer em nosso País, quer no mundo todo. Mais uma vez, ouvimos o incenti vo sobre a formação dos leigos para a participação organizada na vida política, tendo em base os critérios da Doutrina Social da Igreja. A ação diplomática da Santa Sé em todo o mundo é intensa, sobretudo por meio das numerosas Nunciaturas Apostólicas, coordenadas pela Secretaria de Estado.
A última audiência foi a do Papa Francisco, no dia 23 de se tembro. O Papa reservou duas horas para o diálogo com o nos so grupo. Sem discursos nem formalidades. Sempre sorriden te e alegre, pediu que todos se sentissem à vontade para falar com simplicidade e de modo direto aquilo que quisessem. E muitos o zeram, abordando as principais questões que dizem respeito à Igreja em nossas dio ceses e no Brasil. Por sua vez, o Papa respondia e abordava também, de modo direto e sem rodeios, os temas que o preocu
pam na Igreja toda e no mundo social, econômico e político. O diálogo poderia ter-se prolon gado por mais tempo, mas era preciso levar em conta que ha via mais gente na la, para ser atendida por Francisco, que está bem-disposto, apesar de suas dores no joelho.
Parte da visita ad limina fo ram também as celebrações nas quatro grandes basílicas papais: São Pedro, no Vatica no, São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros. Iniciamos em São Pedro e concluímos em São Paulo. Renovamos a nossa fé junto dos túmulos dos Apósto los, em comunhão com Pedro e seu Sucessor, que tem a mis são de con rmar a todos na fé e comunhão com Cristo e a Igreja, e na companhia de Pau lo, missionário apaixonado por Cristo que partiu para o meio dos povos, a m de levar-lhes a Boa-Nova da salvação de Jesus Cristo, Filho de Deus, nosso Salvador.
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CARDEAL
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Em Roma, Dom Odilo participa da celebração dos 40 anos da Comunidade Shalom
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
“Shalom: Amigos de Deus, Amigos dos Jovens e Amigos dos Pobres”. Com esta temática, acontece até quarta-feira, 28, a Convenção Shalom 40 anos, com momentos de adoração, oração e cate queses, além de missa nas principais ba sílicas de Roma.
Na segunda-feira, 26, os missionários tiveram uma audiência com o Papa Fran cisco (leia mais na página 24), e na ter ça-feira, 27, participaram da missa pre sidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, onde está o túmulo do apóstolo São Pau lo. O Arcebispo de São Paulo esteve em Roma nas últimas semanas para parti cipar da visita ad limina do episcopado paulista (veja mais nas páginas 12 e 13).
Dom Odilo, no começo da missa, lembrou que a Basílica de São Paulo Fora dos Muros foi construída nos primeiros séculos do Cristianismo, mas que após um incêndio, no século XIX, precisou ser reconstruída. Ao longo dos anos, por tanto, muitos cristãos, incluindo santos e beatos, até lá peregrinaram para reno var o amor a Jesus Cristo, à Igreja e ao Evangelho.
“Nós estamos na companhia de todos eles! Não estamos sozinhos. Somos dessa Igreja que caminha ao longo do tempo. Depois de nós, virão outros, isso se for mos missionários, como foram os que nos precederam. Portanto, hoje, é ocasião para renovarmos a vocação missionária que está dentro de nós, e que é tão bo nita na Comunidade Shalom”, disse Dom Odilo, destacando o trabalho que a co munidade realiza de modo especial com os jovens.
Ao recordar o exemplo do apósto lo São Paulo, que perseverou na fé para anunciar o Evangelho aos diferentes po vos, nem sempre sendo bem recebido nos lugares aonde chegava, Dom Odilo recomendou que os missionários se man tenham rmes no anúncio da fé, inde pendentemente das circunstâncias, pois cada pessoa tem seu próprio momento
para o encontro com a Graça de Deus.
“Em sua missão, a Igreja não trabalha em função do sucesso. A religião de Jesus Cristo é a da cruz, é a do testemunho do Ressuscitado na força do Espírito Santo”, comentou, apontando que o sucesso da missão não é mensurado pelas vangló rias pessoais dos missionários, mas nas pessoas que conseguiram fazer com que acolhessem a Deus em suas vidas.
A Comunidade Católica Shalom é uma Associação Privada Internacional de Fiéis, com personalidade jurídica re conhecida pela Santa Sé em fevereiro de 2007. Em 2012, seus estatutos tiveram a aprovação de nitiva. É formada por ho mens e mulheres que se engajam em uma vida comunitária e missionária com a nalidade de levar o Evangelho de Jesus Cristo a todas as pessoas, especialmente àquelas distantes de Cristo e da Igreja. Os missionários estão em diferentes países, incluindo o Brasil, onde foi fundada por Moysés Louro de Azevedo Filho.
Saiba mais sobre a Convenção Shalom 40 anos em: http://comshalom.org/40anos
Arquivo pessoal
Dom Odilo e Moysés, fundador da comunidade
www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | 28 de setembro a 4 de outubro de 2022 | Geral/Atos da Cúria | 3 Reprodução
A liberdade política Editoriais
Oregime democrático não impõe orientações ideológicas. Todos os cidadãos têm a liberda de de escolher periodicamente, nas urnas, seus representantes no Exe cutivo e no Legislativo. Essa liber dade não é recortada pelo fato de alguém ter convicções rmes sobre a dignidade humana, a família e a sociedade. Os católicos têm a mes ma liberdade política que todos os demais cidadãos.
Entre outros aspectos, essa li berdade política implica grave responsabilidade na hora de votar. O voto não é mera obrigação for mal. Todos os cidadãos são cha mados a zelar pelo bem comum.
A vida humana é sempre rela cional, é sempre social, é sempre estar e conviver com os outros.
Essa dimensão de fraternidade e comunhão é especialmente refor çada pela fé em Deus. Temos um Pai comum, somos todos irmãos. Não cabe a um cristão ser indi ferente em relação aos rumos da sociedade: aos rumos da família, do bairro, da cidade, do Estado, do país, do mundo. O que afeta a um, afeta a todos.
O católico tem plena liberdade de votar em quem quiser: em quem a sua consciência considera que é a melhor opção para os diferentes car gos políticos disputados numa elei ção. Não há voto de cabresto. Não há voto por coação moral. O que há é a exigência ética de votar bem, de votar com responsabilidade, de vo tar sabendo em quem se está votan do. Acreditar na vida eterna – saber que a vida aqui na terra é passageira – não diminui a responsabilidade com o presente e o futuro da socie dade. Ao contrário, a fé faz-nos ver a enorme relevância da vida na terra.
O modo como vivemos aqui de ne nosso destino eterno.
Deus não nos criou para o egoísmo. Criou-nos para o amor e convida-nos continuamente a assumirmos a responsabilidade de cuidar dos demais. A vocação cristã é vocação de serviço. “Eu não vim para ser servido, mas para servir e para entregar a minha vida pela salvação de todos”, disse Je sus Cristo (Mc 10,45). Os deveres cívicos, como o voto, são ocasiões muito especiais de serviço. Servi mos votando com liberdade e com responsabilidade.
Para isso, não basta o desejo de votar bem. O exercício responsável dos direitos políticos não se alcan ça com mera aspiração positiva, tampouco com o conhecimento da doutrina católica. Certamente, ter a consciência bem formada é requisi to necessário – conhecer, por exem plo, a Doutrina Social da Igreja –, mas não é su ciente.
É preciso conhecer as diversas funções públicas. O voto é sempre para um cargo especí co, que tem exigências e atribuições próprias. Há, por óbvio, requisitos comuns para todos os cargos; por exemplo, competência e honestidade. Mas cada função pública requer compe tências especí cas. Um governador tem atribuições muito diferentes das de um presidente da República. Um deputado estadual tem compe tências muito diferentes das de um deputado federal ou de um sena dor. Ter esse mapa de atribuições é fundamental para uma escolha responsável, que sempre envolve a ponderação de diversos aspectos. Essa ponderação pessoal é o núcleo da liberdade (e da responsabilida de) política.
Outro aspecto muito pessoal
Responder ao mal com o bem
– diretamente relacionado com o exercício responsável dos direitos políticos – é a compreensão das prioridades concretas em uma so ciedade e dos caminhos para sua realização. Não há uma fórmula católica, não há um único caminho político legítimo. Há critérios fun damentais, que orientam o olhar do cristão – como a dignidade da vida humana –, mas isso não exclui o dever de ponderar e escolher en tre as diferentes opções. A liberda de política não é mero slogan. Cada um tem o dever de estudar, pensar, ponderar, dialogar e decidir livre e responsavelmente, sem nenhuma coação. Esse estudo deve incluir as questões sociais e políticas (de forma a que cada um elabore o seu diagnóstico sobre essas questões), bem como as propostas dos dife rentes candidatos e partidos.
Não nos curvemos à pregui ça ou à indiferença. Eleições são uma ocasião especial de maturi dade e de autonomia, de cuidado para com a coletividade, de servi ço ao próximo e de amor a Deus. “Quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4,20).
Circula
pelas redes sociais um vídeo, gravado em São Paulo, no qual duas jovens nuas fazem uma atuação em torno de uma cruz. Apesar da porcentagem de cristãos na população brasileira ser próxima a 80%, casos como esse se tornaram comuns tanto em nossas mídias quanto nas redes sociais.
Muitas vezes, trata-se de um gesto intencional, procurando não apenas escandalizar, mas também enfraquecer a mentalidade cristã no País. Outras vezes, são gestos que, apesar de provocativos, nascem mais da ignorância e da falta de em patia de pessoas que não se dão con ta daquilo que estão fazendo. Seja uma alternativa, seja a outra, cabe a pergunta: como esses gestos podem ser cada vez mais comuns numa so ciedade que prega o respeito a todos e a abertura ao diferente, que con dena toda forma de constrangimen to e intolerância?
Numa espantosa inversão ideo lógica, para os que praticam esses atos, o desrespeito vem justificado
justamente pelo fato de ocorrer contra uma religião majoritária. As minorias vulneráveis devem ser protegidas e amparadas (e, nesse ponto, todos concordamos), mas as maiorias teriam como que suportar todas as provocações. No discurso ideológico, todo cristão fervoroso é culpado das injusti ças e dos atos desumanos pratica dos ao longo da história, como se governos, partidos, forças econô micas e movimentos sociais não tivessem sua dose de culpa nos desmandos que existiram e conti nuam existindo.
Quando os cristãos se sentem atacados e protestam, sua reivindi cação por respeito é tratada como sinal de intolerância e autoritaris mo – servindo para legitimar novos ataques e mais gestos de desrespeito. Alguns gestos são feitos justamente com a intenção de provocar reações indignadas dos cristãos, permitin do que seus realizadores ganhem projeção midiática e se apresentem como vítimas e não como desres peitadores. Por isso, certas reações
exaltadas só servem para piorar a si tuação. Sendo assim, podemos nos perguntar: o que fazer?
O Papa Bento XVI, comentan do a passagem do Evangelho em que Jesus convida a “dar a outra face” (cf. Lc 6,29), explica que essa ideia não consiste em se entregar nas mãos daquele que é mal, mas, sim, em responder ao mal com o bem (cf. Rm 12,17-21). Mas, en tão, nossa pergunta muda um pouco: como responder a essas provocações com o bem?
Quando esses atos de desrespei to, por maldade ou ingenuidade, são protagonizados por jovens, po demos nos perguntar: quais são os valores cultivados pela juventude?
O quanto as correntes e tendências ideológicas da atualidade têm man chado a consciência dos jovens a respeito da dignidade de seus cor pos, que, como enfatizou o Papa Francisco, são “o lugar do nosso chamado ao amor autêntico”, onde “não há espaço para a super ciali dade” (cf. Audiência Geral de 31 de outubro de 2018)?
A indignação, diante dessas si tuações, pode ser compreensível, mas a raiva sempre é má conselhei ra. Ela não nos conduz ao bem, mas nos faz potencializar o mal. Antes de condenar o erro, cabe-nos teste munhar o amor e a virtude. Vive mos uma batalha pelo coração do ser humano, pelo nosso coração, pelo coração de nossos jovens... E só o amor pode conquistar nosso coração para Cristo. Um amor que é capaz de trazer a alegria e o ver dadeiro gosto de viver – pois não nos enganemos: todo ser humano, inclusive os jovens de hoje e as pes soas que nos agridem, quer uma vida que tenha gosto, que valha a pena ser vivida.
Essa não é uma tarefa só das au toridades eclesiásticas, dos padres ou dos professores. Todos nós so mos chamados a ser um testemunho da “alegria do Evangelho”, a calar as provocações não com agressivida de, mas com a força do encontro que acolhe e mostra um caminho de realização de vida mais plena e cheia de beleza.
4 | Ponto de Vista | 28 de setembro a 4 de outubro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fé e CidadaniaComportamento
Liberdades, direitos e o livre-arbítrio
LUIZ VIANNA
Liberdades e direitos são al guns dos temas mais comuns que temos tratado nas discussões do dia a dia nas redes sociais e nas conversas entre amigos.
Para nós, cristãos, esses temas são de particular familiaridade; a nal, somos chamados a meditar sobre eles desde os primeiros pas sos de nossa instrução catequética.
Foi já no ato da Criação que Deus, que criou tudo o que é visível e in visível, presenteou o homem e a mulher com esse dom extraordi nário: o livre-arbítrio.
Com o livre-arbítrio, Deus nos assegura a mais absoluta de todas as liberdades. Com ela, podemos fazer nossas escolhas livremente, até mesmo em nossa relação com o próprio Deus criador. Foi-nos dada a liberdade para amá-lo ou não, de recebê-lo ou de rejeitá-lo. Deus em nada nos limita, em nada nos aprisiona.
É também na narrativa do Gê nesis que aprendemos logo cedo que a liberdade, quando mal exer cida, traz consequências danosas, como foi com o pecado original, que nos afastou de Deus.
Paulo sintetiza com mestria e simplicidade esse ensinamento na sua Carta aos Coríntios: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém” (1Cor 6,12).
Assim, se por um lado Deus nos dá a absoluta liberdade para agirmos em tudo, sem limites, por outro aprendemos que nossas es colhas vão gerar consequências, algumas vezes indesejadas. Por
esse motivo, socorremo-nos da sa bedoria para nos ajudar a escolher bem como exercer tal liberdade.
Ao contrário da liberdade, pre sente já na Criação, o “direito”, por sua vez, é consequência da neces sidade de um regramento social que regulamenta a forma de se viver em coletividade, e que gerou constituições e leis. Nelas, o “direi to” é entendido como sendo “aqui lo que é garantido ao indivíduo por razão da lei”.
Durante muitos séculos, a maio ria dos conceitos desse campo do Direito que conhecemos hoje foram in uenciados e moldados pela cris tandade, objetivando gerar modelos justos e harmonizados com a lei na tural. Assim, muitos acharam pru dente escrever na lei que o homem tem o direito à liberdade.
Mas, se no princípio o direito era completo, no campo humano deci dimos de nir o conceito de liberda de em compartimentos. Em nossa Constituição, por exemplo, temos de nições separadas para liberda des de consciência e crença religio sa, de expressão e de associação.
Mesmo que ainda de forma im perfeita, o entendimento manteve um conceito original, de que a li berdade deva ser garantida, mas que, quando mal exercida, deve ter como consequência uma puni ção, que deveria inibir aquele que utilizou inadequadamente de sua liberdade.
Contudo, mais recentemente, temos notado uma interpretação bem diferente daquela que nós cristãos aprendemos desde a Cria ção. Essa abordagem tendenciosa
defende que liberdades e direitos não são absolutos, ou seja, são limitados.
Essa linha relativista ataca em cheio nosso modelo de sociedade, a nal a liberdade de expressão ou o direito à vida não seriam abso lutos. Haveria situações em que a livre expressão não deveria ser permitida ou que o direito à vida deveria ser limitado.
Quem irá de nir as situações em que a livre expressão deve ser coibida, ou ainda pior, quem po deria determinar quais situações em que a vida de um ser humano deve ser “garantida” ou ceifada?
Não precisamos de liberdades diminuídas ou direitos controla dos. Como planejou o Criador, precisamos que o regramento de na as consequências do mau exercício das liberdades. No caso da expressão, são exemplo as leis de calúnia e difamação. O indiví duo é punido por falar mal, difa mar inadequadamente outrem.
No caso da vida, isso é ainda mais grave. Não podemos aceitar a hipótese de que, em qualquer si tuação, alguém não tenha o direi to de viver ou que outro indivíduo possa ter o poder de decidir sobre a vida ou a morte de outra pessoa!
Note-se que a sociedade, em diversos campos, vem sendo em purrada em direção a um tipo de “iluminismo do século XXI”, no qual um grupo seleto de pessoas “iluminadas” pretende rede nir a verdade, a moral, os costumes ou a vida e a morte.
Pouco a pouco, vão revendo um conceito aqui, alterando um costu me ali ou cerceando um direito acolá. E vamos dando espaços. Quando reagimos, somos cha mados de intolerantes.
Com medo de ser mos cancelados, dei xamos que continuem. E isso nunca vai parar.
Não precisamos de rede nições ou gran des resets, a nal foi a cristandade e os valo res judaico-cristãos que moldaram o mundo moderno.
É hora de dar um basta e nos voltarmos para Jesus! Nossa mo ral vem do decálogo, nossos costumes vêm da tradição e a verdade para nós é o Cristo.
Luiz Vianna é engenheiro, pós-graduado em Marketing e CEO da Mult-Connect, uma empresa de tecnologia. Autor dos livros“Preparado para vencer”e“Social Transfor mation e seu impacto nos negócios”; é também músico e pai de três lhos.
A diferença entre militante e miliciano
PADRE ALFREDO JOSÉ GONÇALVES, CS
Às vésperas das eleições, convém distinguir dois conceitos aparentemente sinônimos, mas bem dis tintos: militante e miliciano. Ambos estão sendo uti lizados na campanha eleitoral, seja pelos candidatos, seja pelos meios de comunicação ou pela opinião pú blica. Aparecem às vezes de forma indiscriminada e, o que é pior, como termos intercambiáveis. Convém, pois, buscar o auxílio dos dicionários. Segundo estes, militante “é aquele que milita, combate, defende ati vamente uma causa”. Miliciano, por sua vez, tem a ver com a noção de milícia, ou seja, “uma organização ou grupo de cidadãos, por vezes armados”, mesmo não sendo integrante das forças o ciais, “mas que podem vir a ser organizados e treinados como soldados”. No interior das próprias milícias, faz-se necessá ria outra distinção. Existem aquelas que atuam no campo religioso, utilizando “a armadura de Deus”, o “cinturão da verdade”, “a couraça da justiça” e o “es cudo da fé”, como se pode ler na Carta de São Paulo aos Efésios (cf. Ef 6,13-17). Verdade que, mesmo na trajetória das religiões, muitas vezes foi usada a es pada na formação de exércitos para eliminar os “in éis” de um lado ou de outro. Hoje, porém, o termo milícia designa particularmente grupos e organiza ções criminosas, que usam armamento pesado para defender interesses pessoais, familiares, ou corpo rativos, intimidando a população e tra cando com terrenos, moradias, serviços públicos, drogas, armas, pessoas e órgãos humanos, entre outras mercadorias. Voltando à distinção entre militante e miliciano, enquanto este último mira o controle sobre determi nados agrupamentos humanos, muitas vezes ruas e bairros inteiros, no sentido de manipular e explo rar os moradores por meio de pressões constantes – o militante tem como horizonte causas de ordem socioeconômica que se orientam ao bem-estar da população. Um semeia medo e terror, valendo-se do ódio e de ameaças, para obter obediência cega e irrestrita. Outro se abre e se junta a grupos, movi mentos, entidades e organizações similares, agindo em prol da conquista e defesa dos direitos humanos, privilegiando os pobres, excluídos e vulneráveis. São justamente esses últimos rostos, des gura dos pelo desemprego, pobreza, miséria e fome, as vítimas principais dos milicianos. Populações de baixa renda, sem vez e sem voz, caem facilmente nas armadilhas e na violência de grupos armados. A ferro e fogo, eles subjugam e recrutam jovens de amplos territórios periféricos, na busca de lucros fá ceis, especialmente com a compra e venda de armas e entorpecentes. Seu olhar se volta sobre o próprio umbigo, procurando enriquecer a todo custo, rou bando e assaltando se possível, adquirindo imóveis, carros e bens de luxo – sem qualquer responsabili dade pelas consequências deletérias de suas ações.
Diferentes são os objetivos do que chamamos de militância. Neste caso, estão em jogo as necessidades básicas das populações de baixa renda. Suas ativida des giram em torno da conscientização, organização e mobilização dos envolvidos, no sentido de fazê-los caminhar com as próprias pernas. A partir de uma constante análise da realidade social, movimentos e pastorais, em parceria com numerosas organizações não governamentais, procuram soluções conjuntas e participativas. Trata-se, no fundo, de uma política do bem viver comunitário, em contraste com a polí tica do viver bem egocêntrico.
PadreAlfredoJoséGonçalves,CS, pertence à Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos).
Divulgação
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[BRASILÂNDIA] Na sexta-feira, 23, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Zatt, Setor Pereira Barreto, houve a celebração inculturada em louvor ao Beato Padre Victor, organizada e promovida pela Pastoral Afro da Região Brasilândia. Presidida pelo Cônego José Renato Ferreira e concelebrada pelo Padre Márcio Chen, com a assistência do Diácono Benedito Camargo, teve como tema: “Educar para o amor e a vida contra o preconceito e a fome”. (por Vitória Peixoto)
[BELÉM] Na sexta-feira, 23, Dom Cícero Alves de França re etiu, na rádio 9 de Julho, sobre a memória litúrgica de São Pio de Pietrelcina. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém rezou com os ouvintes a oração que São Pio rezava constantemente, inti tulada “Fica comigo, Senhor”. O Prelado exortou que os éis acolham o Senhor em suas vidas. A íntegra do programa pode ser ouvida em: https://cutt.ly/YVS0pcq (por Fernando Arthur)
[SÉ] A Paróquia Nossa Senhora Apare cida dos Ferroviários, Setor Brás, inicia as festividades da padroeira no sábado, 1º de outubro, das 15h às 19h, com bingo be ne cente e venda de lanches, tanto para consumo no local quanto para viagem. A Paróquia ca na Rua Almirante Brasil, 125, perto da estação Bresser-Mooca do Metrô. Informações adicionais pelo telefone (11) 99858-1742.
(por Solange Domingues)
[LAPA] No dia 17, na Paróquia Santíssi ma Trindade, Setor Rio Pequeno, a comu nidade paroquial participou da Festa da Primavera. Realizado em prol da reforma do salão paroquial, o evento contou com mais de 600 visitantes. No dia 22, os pa roquianos comemoraram os 15 anos de ordenação sacerdotal do Padre Marcos Roberto Pires, Pároco, com uma missa em ação de graças presidida por ele.
(por Benigno Naveira)
[IPIRANGA] No domingo, 25, a Paró quia Nossa Senhora Aparecida, em Mo ema, Setor Vila Mariana, realizou a sua 2ª Cãominhada Solidária, com a bênção dos animais de estimação das famílias.
(por Teresa Geribello)
[SÉ] No domingo, 25, houve um retiro no Centro Pastoral da Paróquia Santíssimo Sacramento, Setor Paraíso, para os partici pantes do curso “De Alfa a Ômega – A ca minho da alegria”, que acontece todos os sábados na Catedral da Sé e aborda temas importantes da fé cristã e conta com apro ximadamente 60 participantes.
(por Padre Luiz Claudio de Almeida Braga)
[SANTANA] Por ocasião do 3º aniversá rio de ordenação episcopal de Dom Jor ge Pierozan, Bispo Auxiliar de São Paulo na Região Santana, será celebrada uma missa em ação de graças, na quarta-feira, 28, às 20h, no Santuário Arquidiocesa no de Nossa Senhora da Salette, que ca na Rua Doutor Zuquim, 1.746, no Alto de Santana. (por Denilson Araujo)
Casarão da Cidadania completa 100 anos
No 17, na Capela Santo Aníbal, per tencente à Paróquia São Pedro Apóstolo, no Central Parque, aconteceu a missa em ação de graças pelo centenário do Casarão da Cidadania, presidida pelo Padre Geral do Tadeu Furtado, RCJ, Superior Provin cial; e concelebrada pelos Padres Bruno Rampazzo, RCJ, Superior-geral; Marcos Lourenço Cardoso, RCJ, Pároco e Conse lheiro Provincial; além de outros Padres Rogacionistas. Também participaram reli giosos e noviços da Congregação e mem bros da comunidade paroquial.
Localizado no bairro da Água Branca, o Casarão da Cidadania foi construído em
1922, no terreno da Vidraria Santa Ma rina. Por volta dos anos 1960, serviu de locação durante sete anos para a Escola Paulo VI, fundada pelo Padre José Estrela Cartaxo Rolim. Em 1968, a Escola Paulo VI encerrou suas atividades e foi fechada. O proprietário do imóvel na época o colo cou à venda em 1969. Na ocasião, o Padre Antônio Chirulli, que era Ecônomo da Congregação dos Rogacionistas do Cora ção de Jesus, iniciou as negociações para a compra do Casarão, que hoje é a sede da Província Rogacionista São Lucas.
Entre as participantes da missa esta va a moradora mais antiga da rua Santa Marina e paroquiana da comunidade dos Rogacionistas, Vielda Brugnera, de 102 anos (foto).
[IPIRANGA] No dia 20, a Paróquia Santa Cândida, Setor Ipiranga, após uma novena preparatória, comemorou sua padroeira. Com uma celebração solene, seguida de uma procissão, os Padres An derson Marçal, Pároco, e João Gualberto Ribeiro, Vigário Paroquial, seguiam com os éis, abençoando as casas e conduzindo orações diante dos Hospitais Ipiranga e São Camilo. (por Tatianna Porto) [IPIRANGA] A Paróquia Santa Ângela e São Serapião, Setor Cursino, realizou no domin go, 25, um retiro espiritual para quase 200 agentes de pastoral e paroquianos em geral. O evento aconteceu na Capela Três Cruzes, novo centro de evangelização da Comunidade Anjos da Vida, e contou com pregações, Con ssões e adoração ao Santíssimo Sacramen to, além da missa presidida pelo Padre José Lino Mota Freire, Pároco, e concelebrada pelo Padre Christopher Velasco, Vigário Paroquial. (por Padre Christopher Velasco)
BENIGNO NAVEIRA COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
[BELÉM] No dia 21, foi celebrada a festa do padroeiro da Paróquia São Mateus Apósto lo, Setor São Mateus, com missa presidida pelo Padre Edivaldo Batista, Pároco, e conce lebrada pelo Padre José Florentino Correia de Melo, Vigário Paroquial, com a assistência dos Diáconos Gilmar Freire e Ricardo Donizeti dos Santos. (por Diácono Gilmar Freire)
[BRASILÂNDIA] No domingo, 25, na Paróquia Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã, aconteceu o Mutirão Bíblico, no qual se re etiu sobre o livro de Josué, com a participação dos padres e éis das paróquias que compõem o Setor São José Operário. (por Pascom setorial)
Breno Gonçalves
Benigno Naveira
Comunidade
Pascom Setor São José Operário
Pascom paroquial
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LAPA
Anjos da Vida
BRASILÂNDIA
Setor Dom Paulo Evaristo promove mutirão bíblico
tigo por onde quer que andes” (Js 1,9).
A Paróquia São José Operário, no Jar dim Damasceno, acolheu, no domingo, 25, o Mutirão Bíblico do Setor Dom Pau lo Evaristo, com a presença dos padres, diáconos e todo o povo de Deus das sete paróquias que o compõem.
O livro bíblico re etido foi o de Josué, conforme determinado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o Mês da Bíblia deste ano, devido à comemoração dos 200 anos da Inde pendência do Brasil, tendo como tema geral: “O Senhor, teu Deus, está con
Durante o evento, cada Paróquia apresentou um tema em releitura da assembleia de Siquém: Habitação (Pa róquia Bom Pastor), Título da terra no Brasil (Paróquia Santa Rita), Pessoas em situação de rua (Paróquia Nossa Se nhora do Carmo), Desemprego no País (Paróquia Santa Teresinha), Vítimas da COVID-19 (Paróquia Santo Antônio) e Fome no País (Paróquia São Francisco de Assis).
Houve, também, a participação da Pastoral Afro regional, representando todas as mulheres que lutam em defesa da vida.
BELÉM
2 mil pessoas participam da romaria anual da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt
MARIA DE CÁSSIA BATISTA COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
No sábado, 24, mais de 2 mil pere grinos da Região Belém participaram da romaria anual da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt ao santuário mariano, em Atibaia (SP).
Com o tema “Pai, con amos em Ti e caminhamos na Tua presença”, a romaria contou com um momento de espiritualidade e procissão, além da Adoração Eucarística e da missa de encerramento.
A celebração foi presidida pelo Pa dre Lauro Wisnieski, Assistente Eclesi ástico da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt na Região, e concelebra da pelos Padres Everton Augusto de Souza, Rommanus Hami, SVD, Yuri
[SANTANA] No sábado, 24, na Cúria Regional de Santana, foi realizado o en contro da coordenação da Pastoral da Comunicação (Pascom) regional. Os co ordenadores setoriais se reuniram para apurar a programação e as atividades que estão sendo desenvolvidas pelos mem bros da Pastoral. (por Denilson Araujo)
[IPIRANGA] A Paróquia Nossa Senhora das Mercês, Setor Anchieta, celebrou sua padroeira no sábado, 24. Além da novena preparatória, as comemorações contaram com quermesse em todos os ns de se mana de setembro e carreata no encerra mento no domingo, 25.
(por Pascom paroquial)
[SÉ] A Paróquia Santa Teresa de Jesus, no Itaim Bibi, Setor Jardins, em preparação à me mória de sua padroeira, promove uma novena entre os dias 6 e 14 de outubro, às 19h30 (exceto nos dias 9 e 12, que será às 20h), com o tema “Andarilha da Igreja – A sinodalidade na vida e na doutrina de Santa Teresa de Jesus”. O objetivo é propiciar a re exão e a comu nhão com a realização do Sínodo dos Bispos e o sínodo arquidiocesano. No sábado, 15, dedicado a Santa Teresa, haverá missas às 7h e às 19h30 (solene), com a colocação do ca pelo e bênção dos professores, encerrando com a 40ª edição da Festa dos Povos, das 18h às 22h, e, no dia seguinte, domingo, 16, das 10h às 20h. (por Pascom paroquial)
[SANTANA] No sábado e no domingo, dias 24 e 25, a Paróquia Nossa Senhora de Fá tima, Setor Tremembé, realizou um retiro espiritual para membros de suas pastorais, mi nistrado pela teóloga, professora e doutora Alzirinha Sousa, na Lareira São José – Casa das Irmãs Passionistas, com o tema “Acendedores de Esperança”. (por Lene Zuza)
PADRE GILSON FELICIANO FERREIRA, SV COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
[SÉ] Com a participação de cerca de 60 pessoas, a Paróquia Santa Francisca Xavier Cabri ni, Setor Santa Cecília, promoveu no sábado, 24, uma palestra sobre as Sagradas Escritu ras na vida do cristão, com a assessoria da professora Maria Antônia Marques, doutoranda em Bíblia, do Instituto de Teologia para Leigos da Região Sé (Itelsé).
(por Padre Luiz Claudio de Almeida Braga)
Keon, SVD, e Claudinês Venâncio da Silva, com a participação dos seminaris tas Yago Ferreira e Davidson Luan.
Na homilia, Padre Lauro enfatizou a importância de retomar a missão e não ter medo de sair e servir. Além disso,
exortou os éis a “levarem o vinho que falta às famílias, que estão sedentas de Deus”.
Lene Zuza
Padre Luiz Claudio de Almeida Braga
Carlos Henrique Pazin
Jackeline Gasparine
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Migrantes e refugiados celebram seu dia na Igreja Nossa Senhora da Paz
A pedido de várias conferências epis copais, o Papa Francisco, em 2018, trans feriu o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado para o último domingo de se tembro. Assim, no domingo, 25, a Igreja celebrou esta data tão signi cativa e atual.
O tema proposto pelo Pontí ce para re exão deste ano foi “construir o futu ro com os migrantes e os refugiados”. Na mensagem para a ocasião, o Papa ressalta: “Ninguém deve ser excluído. O plano divino é essencialmente inclusivo e coloca, no centro, os habitantes das pe riferias existenciais. Entre estes, há mui tos migrantes e refugiados, deslocados e vítimas de trá co humano”.
No contexto deste 108° Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, várias enti dades da Igreja Católica que atuam com
estas pessoas em São Paulo se reuniram para a celebração eucarística na Igreja Nossa Senhora da Paz, que foi presidida pelo Padre Alfredo Gonçalves, CS.
Durante a missa, algumas crianças,
lhas de imigrantes, acenderam quatro velas colocadas ao redor da Bíblia, sig ni cando a luz que vem da Palavra. Na oração do Pai-nosso, pessoas de mais de 15 nacionalidades se colocaram na
frente do altar em sinal de comunhão. No nal, antes da bênção, se apresen taram os representantes das instituições católicas que atuam com imigrantes e re fugiados na Arquidiocese de São Paulo.
Espiritualidade
Deus os levava para pregar o Evangelho fora das fronteiras do Oriente
Paulo,
Silas, Timóteo e Lucas percorriam muitas cidades nas quais iam transmitindo as de cisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros em Jerusalém. Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número a cada dia. Paulo e seus com panheiros viajaram pela região da Frígia e da Galácia e foram impedidos pelo Es pírito Santo de pregar a Palavra na pro víncia da Ásia.
Chegando à fronteira da Mísia, ten taram entrar na Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu. Então, contornaram a Mísia e desceram a Trôade. Durante a
noite, Paulo teve uma visão, na qual um homem da Macedônia estava em pé e lhe suplicava: “Passe à Macedônia e aju de-nos”. Depois que Paulo teve essa vi são, prepararam-se imediatamente para partir para a Macedônia, concluindo que Deus os tinha chamado para lhes pregar o Evangelho. Saindo de Trôade, navega ram diretamente para Samotrácia e, no dia seguinte, para Neápolis. Dali parti ram para Filipos, na Macedônia, que era colônia romana e a principal cidade da quele distrito. Ali caram vários dias. No sábado, saíram da cidade e foram para a beira do rio, onde esperavam encontrar um lugar de oração. Sentaram-se e co meçaram a conversar com as mulheres que haviam se reunido ali.
Uma das que ouviram era uma mu lher temente a Deus chamada Lídia, ven dedora de tecido de púrpura, da cidade de Tiatira. O Senhor abriu seu coração para atender à mensagem de Paulo. Ten do sido batizada, bem como os de sua casa, ela os convidou, dizendo: “Se os senhores me consideram uma crente no
Senhor, venham car em minha casa”. E os convenceu a ir... Paulo foi convencido duas vezes, atendendo a dois apelos: um, vinha de uma visão; outro, de uma mu lher convertida, que parecia ser a razão do que tinha visto. Tudo porque Paulo tinha planos, mas estava preparado para abandoná-los se se convencesse de que Deus queria coisa diferente. E seria de se perguntar, a nal, como é que Paulo poderia ter certeza de que Deus queria alguma coisa em especial?
Crer em visões como se fossem ma nifestações inequívocas da vontade de Deus não parece ser um caminho seguro. Como é que Paulo podia ter certeza? E aí está a grande questão, porque Paulo não tinha como ter certeza. Ainda não existia o Catecismo da Igreja, nem o Código de Direito Canônico e, mesmo a Sagrada Escritura, ainda não tinha os textos do Novo Testamento. Tudo o que sabiam ao certo consistia na fé que tinham e no ensinamento transmitido oralmente pe los Apóstolos. Paulo, porém, tinha uma convicção de que Deus os estava guian
do para fazer aquilo que Ele esperava de seus discípulos. E eles não tinham muito como entender o porquê de Deus dirigir os passos de sua viagem para a Macedô nia, aonde eles não pretendiam ir.
Depois que tudo aconteceu, foi mais fácil entender que Deus os levava para pregar o Evangelho fora das fronteiras do Oriente, que, por causa dessa mudan ça de rumos, tiveram a oportunidade de batizar o primeiro cristão do Ocidente, que era uma mulher chamada Lídia. Essa mulher daria grande impulso à pregação do Evangelho ali na Macedônia. Apesar de Paulo ter sido agredido e preso na quela cidade, Filipos seria a cidade para quem escreveria palavras cheias de afei ção para com aquela comunidade e de revelações profundas sobre sua vida e sobre Cristo presente nela. Ele não po dia ter certeza, mas tinha fé. E depois de se lançar em viagem, seguindo sua fé, descobriu que tudo tinha sentido, e que tinha valido a pena mudar seus pla nos para seguir o que acreditava ser o plano de Deus.
MIguel Ahumada
PADRE PAOLO PARISE COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
[BRASILÂNDIA] No domingo, 25, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Zatt, Setor Pereira Barreto, ocorreu um encontro bíblico como encerramento do Mês da Bíblia, com a assessoria de Cleide Giusti para a re exão à luz do livro de Josué. (por Priscila Rocha)
[BRASILÂNDIA] Foi realizado no domingo, 25, de forma híbrida (presencial e virtu al), no Santuário Sião Jaraguá, com a participação de mais de 400 pessoas, o Mutirão Bíblico 2022 do Setor Jaraguá, com a presença dos assessores Padre Cilto José Rosem bach e Padre Gleidson Novaes, além dos demais padres e éis das paróquias que com põem o Setor. (por Edneia Pereira)
Priscila Rocha Edneia Pereira
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DOM ROGÉRIO AUGUSTO DAS NEVES BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO SÉ
SÉ
JOSÉ HENRIQUE
‘Sou um missionário Verbita que canta a essência da Palavra de Deus unida à Liturgia’
ROSEANE WELTER ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Ele deu vida a canções como “Prova de amor maior não há”, “Eu vim para que todos tenham vida”, “Sim, eu que ro”, entre tantas conhecidas nacional e internacionalmente.
Padre José Henrique Weber com pletou 90 anos de idade no dia 23 de setembro. O Sacerdote da Congregação dos Missionários do Verbo Divino, Pa dres Verbitas, é formado em Música pelo Pontifício Instituto de Música Sacra em Roma, com ênfase em canto gregoriano e composição, e especialista em Músi ca pelo Institut Catholique de Paris, na França. Foi ainda Assessor de Música Litúrgica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Aos 90 anos, ele tem vários projetos em andamento e outros ainda em produ ção. “Parar, nem pensar! Enquanto Deus me conceder vitalidade e forças, quero continuar propagando o Evangelho por meio da música litúrgica”, disse em en trevista ao O SÃO PAULO
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Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publica dos recentemente.
Na quinta-feira, 29, às 20h, haverá um concerto em comemoração dos 90 anos do Sacerdote, na Basílica Menor de Sant’Ana (Rua Voluntários da Pátria, 2.060).
VOCAÇÃO
Padre Weber nasceu em Anitápolis (SC). É lho de Samuel Henrique e Ben ta Matos dos Santos Weber.
Na Paróquia São Bonifácio, recebeu os sacramentos do Batismo, Eucaristia e Crisma. Ele recordou que, na sua in fância, por causa das distâncias, na sua comunidade eclesial havia missa a cada dois meses, e que, aos domingos, seu pai era quem conduzia a “reza” do Terço e puxava as “cantorias”.
Bollettino Siciliano, com editoria voltada à música sacra, e na Psalterium, com edi toria voltada à música contemporânea”, recordou.
MÚSICA LITÚRGICA
Entre 1967 e 1983, foi Assessor de Música Litúrgica da CNBB. Como com positor litúrgico, já musicou todo o Novo Testamento, inclusive a literatura episto lar do Apóstolo Paulo.
Padre Weber também se destacou no trabalho intenso que desenvolveu para a tradução dos Salmos e sua posterior musicalização para a edição brasileira da Liturgia das Horas.
atuei em Iguape, no litoral Sul, direta mente na Pastoral dos Pescadores. Lá, também, fundei a Cooperativa de Pesca Prainha, que existe até hoje”, recordou o Missionário.
Em Ilha Comprida (SP), Padre We ber ajudou a fundar a Paróquia Nossa Senhora Estrela do Mar. “Foi um período em que visitamos todos os paroquianos da ilha e pude sentir de perto a realidade desse povo de fé e batalhador”, contou.
Padres
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Em
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Autorizada
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Conheça
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Iniciativas
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Era desejo de seu pai que um dos nove lhos seguisse a vocação religiosa. Aos 10 anos de idade, José Henrique ingressou no Seminário Menor dos Missionários do Verbo Divino, em Ponta Grossa (PR), onde cursou as etapas do antigo Colegial. Com 16 anos, foi para o Seminário no bairro de Santo Amaro, onde professou os votos religiosos temporários, estudou Filoso a e Teologia e foi ordenado sacer dote em 1959.
No seminário, era responsável por tocar os instrumentos musicais e ensinar aos demais seminaristas. Aos 16 anos, já tocava harmônio e dirigia a banda do se minário, com 25 instrumentos. “A músi ca é um dom de Deus. Sinto que sou um missionário Verbita que canta a essência da Palavra de Deus unida à Liturgia. Essa é minha missão na Igreja.”
NO VATICANO
Recém-ordenado, ele foi enviado a Roma para estudar Música no Pontifício Instituto de Música Sacra, onde se dedi cou por oito anos ao Canto Gregoriano e Composição. No mesmo período, por dois anos, foi bibliotecário da Biblioteca de Música do Instituto.
“Na Itália, fui corredator de duas im portantes revistas de música italiana: o
O Verbita explicou que a música pos sui uma variedade de estilos e categorias destinada a ns e ocasiões especí cos, como é o caso da música sacra, com suas qualidades próprias. “Existe música para dormir, música de balada, para se diver tir, e assim por diante. Mas existe, princi palmente, a música que exprime a nossa fé, que é a música litúrgica, a música sa cra”, destacou.
Ainda sobre a importância da mú sica, enfatizou que ela compõe o nos so cotidiano nas várias circunstâncias: ouve-se música no rádio, no celular, no trânsito. Ele reforçou que, na Igreja, “o canto litúrgico tem a função de promo ver a comunhão, a alegria e a esperança. É uma via do encontro de Deus conos co e do encontro pessoal com Cristo”. Frisou, também, que “a música litúrgi ca expressa a natureza da própria ação sacramental”.
JUNTO COM O POVO
Após 11 anos de colaboração na CNBB, Padre Weber atuou na Verbo Fil mes e foi Reitor do seminário da congre gação em Santo Amaro.
“A missão Verbita é estar no meio do povo, morei no bairro Valo Velho, no limite dos municípios de Itapece rica da Serra e São Paulo. Por 11 anos,
Quando completou 75 anos, retornou para a Casa de Idosos da congregação Ver bita em Santo Amaro, onde retomou sua grande paixão: a música. “Desde então, es tou me dedicando a compor, viajar o Brasil para as formações sobre o canto litúrgico. Está sendo um período fecundo, durante o qual compilei 25 volumes de cantos para o coro e para o povo; além de musicar todo o Novo Testamento”, destacou.
EXPRESSÃO DE FÉ
Atualmente, Padre Weber se dedica, juntamente com o maestro Delphin Re zende Porto, a convite da Escola de Can tores da Catedral da Sé, à composição de novas músicas para as antífonas do Mis sal Romano.
“Estamos procurando fazer o melhor para que a música litúrgica seja a expres são de fé do povo católico”, a rmou, o Sacerdote, recordando o intenso traba lho na Catedral de São Paulo e, também, as gravações e produções musicais que estão em andamento.
Padre Weber expressou que “a mú sica é uma arte construída ao longo dos séculos e que ela não pode ser artigo de museu preso ao passado, mas atualizada ao contexto atual sem perder a essência”. Ele se diz feliz com todo o legado que deixa e com o lançamento de mais um livro “O canto e a música litúrgica no pós-Concílio”.
Recentemente, o Padre foi contem plado com a Medalha São Paulo Apósto lo na categoria Serviço Sacerdotal.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Aos 90 anos, Padre José Weber compõe novas músicas para as antífonas do Missal Romano, a convite da Escola de Cantores da Catedral da Sé
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PADRE
WEBER
Papa rea rma solidariedade a povo ucraniano e chama de ‘loucura’ o uso de armas nucleares https://cutt.ly/SVDVCvP
e irmãos Palotinos realizam sua XXII Assembleia Geral
Recife, procissão uvial marca os preparativos para o 18º Congresso Eucarístico Nacional
a concessão de crédito consignado para bene ciários do Auxílio Brasil
as ações da Campanha Missionária 2022
para pessoas em situação de rua recebem o ‘Prêmio 19 de Agosto’
Em Assis, jovens compartilham sonhos e realizações da ‘Economia de Francisco’
PARTICIPANTES
DA MOBILIZAÇÃO
INTERNACIONAL MOTIVADA PELO
PAPA SE REUNIRAM PRESENCIALMENTE
PARA PENSAR
ECONÔMICAS
QUE ESTEJAM
NA DIGNIDADE
HUMANA
DANIEL GOMES osaopaulo@uol.com.br
Repensar o modelo eco nômico global. Este foi o cha mado do Papa Francisco aos jovens de todo o mundo em maio de 2019, em um pro cesso que o Pontí ce nomeou de “Economia de Francisco” (Economy of Francesco - EoF) – nome alusivo a São Francis co de Assis, que viveu de modo coerente o Evangelho nas di mensões social e econômica.
O ponto alto dessa inicia tiva seria um encontro pre sencial, na cidade de Assis, na Itália, em março de 2020, mas que precisou ser adiado em
razão da pandemia. Mais de dois anos depois do previsto, cerca de mil pesso as, de 120 países, a maioria jovens eco nomistas, empresários e atores sociais, reuniram-se na cidade italiana, entre os dias 22 e 24, para partilhar experiências já consolidadas e projetos com vistas a novos modelos econômicos em que a dignidade do ser humano seja sempre a meta principal.
Desde 2020, eles têm participado de encontros on-line nas 12 “aldeias” – grupos temáticos – da “Economia de Francisco”: “Trabalho e cuidado”; “Ges tão e doação”; “Finanças e humanida de”; “Agricultura e justiça”; “Energia e pobreza”; “Vocação e lucro”; “Políticas para a felicidade”; “CO2 da desigual dade”; “Negócios e Paz”; “Economia é mulher”; “Empresas em transição”; e “Vida e estilos de vida”.
Nesses três dias em Assis, eles con solidaram as re exões tratadas nas vi las, dialogaram com especialistas a res peito de questões econômicas e outros desa os contemporâneos, revisitaram os passos de São Francisco de Assis e externaram seus sentimentos a respeito do planeta em que vivem e daquele que querem deixar às futuras gerações.
“O mundo vai em uma direção completamente diferente da nossa, pois, enquanto o mundo se fecha e se assusta, os jovens querem um mundo de encontros, de abraços, de universa lidade e em que se construam pontes, não muros”, disse Luigino Bruni, mem bro do comitê organizador e diretor
cientí co do encontro internacional, ao saudar os participantes.
“Jovem, te apoiamos nesta missão e estamos aqui para escutar ideias, soluções e propostas para um mundo melhor”, destacou a Irmã Alessandra Smerilli, secretária do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Huma no Integral.
POR UMA ECONOMIA DE PAZ E AMIGA DA TERRA
No sábado, 24, os jovens tiveram o aguardado encontro com o Papa Fran cisco, durante o qual assinaram com o Pontí ce o “Pacto pela Economia” (leia mais na página 11).
Antes, o Santo Padre falou-lhes sobre a urgência de se construir “uma nova economia, que, inspirada em Francisco de Assis, hoje pode e deve ser uma eco nomia amiga da terra e uma economia de paz. Trata-se de transformar uma economia que mata em uma economia da vida, em todas as suas dimensões”.
Para tal, exortou o Papa, é preciso que os jovens sejam criativos e man tenham o otimismo ao longo desse processo, com especial atenção para a questão ambiental: “É este o tempo de uma nova coragem para abandonar as fontes fósseis de energia, de acelerar o desenvolvimento de fontes com impac to zero ou positivo”.
O Santo Padre lembrou, ainda, que não se conseguirá salvar o planeta se os modelos econômicos ignorarem as pes soas que mais sofrem: “O grito da terra
e o grito dos pobres é o mes mo. A poluição que mata não é somente aquela provocada pelo dióxido de carbono, mas também a desigualdade polui o nosso planeta. As calamidades ambientais não podem cance lar as calamidades da injustiça social e da injustiça política”, a rmou, destacando que na “Economia de Francisco”, os pobres devem sempre ser colo cados como prioridade.
O Pontí ce também aler tou para o risco futuro de uma humanidade que não se abre à vida: “O resultado é o inverno demográ co, pelo qual se pre fere ter relações afetivas com cães e gatos. E as mulheres são as primeiras a serem punidas por terem que optar entre lhos e carreira. O consumismo atual procura preencher o va zio das relações humanas com mercadorias sempre mais so sticadas, as solidões são um negócio do nosso tempo!”.
Por m, o Papa deixou três indicações para que os jo vens continuem no percurso da “Economia de Francisco”: olhar o mundo com os olhos dos mais pobres; investir para criar trabalho digno para to dos; e se esforçar para que to das as ideias se transformem em ação.
Media
Papa a participantes da ‘Economia de Francisco’: vejam o mundo com os olhos dos mais pobres, invistam em trabalho digno para todos e façam com que as ideias se transformem em ação
10 | Reportagem | 28 de setembro a 4 de outubro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
PRÁTICAS
CENTRADAS
Vatican
O ‘Pacto pela Economia’ do Papa Francisco com os jovens
Ao nal do encontro da “Eco nomia de Francisco”, o Santo Pa dre e os mais de mil participantes, de 120 países, entre os quais jovens economistas, empreendedores, agentes de transformação social, assinaram o chamado “Pacto pela Economia”, no qual se comprome tem, individual e coletivamente, com uma economia que se torne “uma economia do Evangelho”. Os signatários enfatizam: “Nós cremos nesta economia. Não é uma utopia, porque já a estamos construindo”.
ELES PACTUARAM A BUSCA DE UMA ECONOMIA:
De paz, não de guerra;
Que se oponha à proliferação de armas, especialmente as mais destrutivas;
Que cuide da Criação e não faça mau uso dela;
Em que o cuidado substitua o descarte e a indiferença;
Que esteja a serviço da pessoa humana, da família e da vida, respeitosa com cada mulher, homem, criança, ancião e, espe
cialmente, com os mais frágeis e vulneráveis;
Que não deixe ninguém para trás e que esteja voltada a cons truir uma sociedade em que as pedras descartadas pela menta lidade dominante se convertam em pedras angulares;
Que reconheça e proteja o tra balho digno e seguro para todos;
Em que a nança seja amiga e aliada da economia real e do tra balho, e não contra eles;
Que saiba valorizar e preservar as culturas e as tradições dos po vos, todas as espécies viventes e os recursos naturais da Terra;
Que combata a miséria em to das as suas formas, reduza as desigualdades e possa dizer com Jesus e com Francisco: “Bem-aventurados os pobres”;
Que seja guiada pela ética da pes soa e aberta à transcendência; E que crie riqueza para todos, que gere alegria e não só bem -estar, porque uma felicida de que não é compartilhada é incompleta. (DG)
As percepções de 4 brasileiros
Dos mais de mil jovens participantes do encontro internacional da “Economia de Francisco”, em Assis, cerca de cem eram brasileiros.
Alan Faria Andrade Silva, advogado e doutorando em Direito pela PUC-SP, contou que foi fundamental ter esse con tato presencial com os demais jovens e conhecer projetos que já estão sendo re alizados em diferentes partes do mundo.
Ao comentar o trecho do “Pacto pela Economia”, em que há o compromisso de se buscar uma economia “em que o cui dado substitui o descarte e a indiferença”, o advogado avaliou que isso só será pos sível com o verdadeiro acolhimento e di álogo às demais pessoas, como foi visto em Assis, quando “os jovens acolheram as propostas de outros jovens – economistas, empresários, ativistas sociais atuantes na ‘Economia de Francisco’, atores importan tes nessa mudança que se quer fazer”.
Integrante da Articulação Brasileira
pela Economia de Francisco e Clara, Pe terson Prates, morador da zona Leste de São Paulo, analisou ao O SÃO PAULO que o chamado do Papa aos jovens é para uma mudança efetiva, “de uma econo mia que mata, para uma economia que gera a vida; de uma economia que exclui, para uma economia que inclui; de uma economia que destrói, para uma econo mia que constrói novos laços e redes de fraternidade”.
Sobre o “combate à miséria em todas a suas formas”, que consta no Pacto, Prates avaliou que isso requer que todos tenham consciência de que vivem no mesmo pla neta, a casa comum; além da construção de políticas públicas de acesso à renda e de centralidade do trabalho, bem como do uso comunitário da terra. “Assim, conse guiremos construir uma nova consciência a partir do que São Francisco nos apresen ta como pobreza, ou seja, uma vida do es sencial, uma vida austera.”
Os profetas da mudança em diferentes partes do mundo
Modelos econômicos mais justos, hu manos, a serviço das pessoas e do meio ambiente, como se propõe na “Economia de Francisco”, já são realidade em muitos locais, a partir de iniciativas lideradas pelos jovens.
Alguns desses projetos foram relatados ao Papa Francisco no sábado, 24, em As sis. Henri Totin, diretor executivo de uma ONG em Benin, no continente africano, comentou que, motivado pela “Economia de Francisco”, desenvolveu uma ação pela qual transformou uma erva daninha da ora local em fertilizante, bras e biogás: “Promovemos o empreendedorismo ver de, que limita as emissões de gases de efeito estufa, minimiza a poluição e dinamiza a economia local”.
Facundo Pascutto, jornalista argentino e mestre em Segurança Internacional e Não Proliferação de Armas de Destruição, falou sobre o projeto “100 Assis”, que vem sendo disseminado por um grupo de assessores nanceiros para repensar a economia, por meio de um amplo diálogo com diferentes atores sociais, como sindicatos, associações de bairro e universidades, cooperativas e unidades prisionais.
Recém-formado em Economia e Es tatística, o queniano Samuel Lekado, do povo Maasai, tem atuado para melhorar as perspectivas econômicas de sua comuni dade: “Eu cuido de um grupo de 20 crian ças que foram resgatadas do analfabetismo e enviadas para a escola. Aumentamos a conscientização sobre as questões ambien tais e de saúde. Também mudamos a ma neira de se praticar a pastorícia, para que pastores que antes dependiam apenas das vacas e das estações do ano, agora tenham alternativas na agricultura sustentável”.
O polonês Mateusz Ciasnocha com partilhou a experiência das “Fazendas de Francisco”, que aliam agricultura e justiça social, com amplo engajamento dos jovens para a proteção dos biomas locais, algumas delas instaladas em cinco vilarejos na Ni
géria. “Nós, jovens da ‘Economia de Fran cisco’, somos os profetas da mudança. Sabe mos que é de suma importância aumentar o número de pessoas de espírito crítico, a m de mudar os nossos sistemas alimenta res, desenvolvendo uma economia frater na”, destacou.
A jovem economista italiana Serena Io nata testemunhou que, após ler a encíclica Laudato si’ (2015) e a carta do Papa aos jo vens, em 2019, se sentiu impelida a prosse guir nos estudos da economia voltados ao bem comum: “Que não nos conformemos com o que reunimos até agora, mas que jo guemos nossas redes no mar do novo, pois, apesar de ainda estarmos no meio de mui tas tempestades, não estamos sozinhos”.
NOVOS RUMOS DE VIDA
A tailandesa Lily Ralyn Satidtanasarn, de 14 anos, ativista ambiental, disse ter en contrado na “Economia de Francisco” uma oportunidade para ressoar a sua luta contra a poluição gerada pelo lixo plástico, tendo obtido uma grande vitória: em 2020, uma lei nacional passou a proibir o uso indis criminado de sacolas plásticas em 70 redes varejistas da Tailândia.
Zavarona, uma professora afegã de 20 anos de idade e ativista de direitos hu manos, obteve apoio dos participantes da “Economia de Francisco” para deixar seu país, após o Talibã retomar o controle do Afeganistão e cercear a liberdade das mulheres. Ela e o esposo estão refugiados na Itália.
Preso há nove anos, o jovem Andrea trabalha na cooperativa agrícola de uma unidade prisional. A partir das re exões da “Economia de Francisco”, tem aprofun dado o entendimento de que o trabalho é capaz de restaurar a dignidade humana. “Todo ser humano tem um grande poten cial que precisa ser descoberto. As pessoas que saem das prisões devem ser transfor madas de um item de custo em um recurso para a sociedade”, enfatizou. (DG)
Criadores do projeto “Educação Fi nanceira para a Vida” (EFV), gestado ao longo do processo da “Economia de Francisco” (EoF), o casal Augusto Luís Pinheiro Martins e Ana Carolina Fer nandes Alves esteve em Assis.
“A percepção da realidade econô mica por parte da maioria dos jovens que participaram do encontro foi de que o atual sistema econômico gera desigualdades, injustiças, explorações e morte”, a rmaram a mestra em Eco nomia e o lósofo, teólogo e pós-gra duado em Análise Comportamental e Clínica, destacando, ainda, que muitos dos jovens já se empenham em seus territórios para que haja um olhar prio ritário aos excluídos e abandonados, e que “trabalham arduamente por coisas novas, uma economia diferente, com alma, solidária, fraterna e justa, na qual a dignidade humana é colocada no cen tro juntamente com a vocação originá
ria da humanidade de cuidar de toda a criação (ecologia integral)”.
Ao comentar o trecho do Pacto a respeito de “uma economia que cria ri queza para todos, que gera alegria e não só bem-estar”, o casal pondera para que todos possam desfrutar da riqueza co mum, dos bens universais, “é necessário distribuição, partilha, justiça social, po líticas públicas e, principalmente, uma educação que forme para a cultura e a mística do Bem Comum, em que tudo está interligado, os problemas e as solu ções. A consciência nítida de que somos todos irmãos e irmãs, da mesma família humana, tem suas consequências prá ticas no campo socioeconômico e am biental, pois sem assumirmos o compro misso e a responsabilidade do cuidado mútuo, continuaremos a explorar uns aos outros e a todas as criaturas. E, por m, para que isso aconteça, precisamos incluir os pobres no centro”. (DG)
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‘Voltamos de junto dos Apóstolos, com a fé renovada’
AFIRMOU O CARDEAL ODILO SCHERER, NA CONCLUSÃO DA VISITA AD LIMINA DOS BISPOS PAULISTAS A ROMA
Papa Francisco recebe em audiência, na sextafeira, 23, arcebispos e bispos das dioceses paulistas que integram as províncias eclesiásticas de São Paulo, Aparecida e Sorocaba, durante a visita ad limina Apostolorum
São Paulo e as Dioceses de Campo Limpo, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Osasco, Santo Amaro, Santo André, Santos e São Miguel Paulista); Aparecida (Arquidiocese de Aparecida e as Dioceses de Lorena, São José dos Campos, Taubaté e Caraguatatuba); e Soro caba (Arquidiocese de Sorocaba e as Dioceses de Jundiaí, Itapeva, Registro e Itapetininga), além do Bispo da Eparquia Nossa Senho ra do Líbano, dos católicos de rito maronita no Brasil, renovaram a sua profissão de fé.
Além da Basílica de São Paulo, os bispos peregrinaram à Basíli ca de São Pedro, onde está sepultado São Pedro; Santa Maria Maior, onde se encontra o antigo ícone de Maria Salus Populi Romani, e de São João do Latrão, catedral da Diocese de Roma.
Com uma Eucaristia na Basílica São Paulo Fora dos Muros, na tarde da sexta-fei ra, 23, os bispos de 19 dioce ses e arquidioceses do estado de São Paulo concluíram a visita ad limina Apostolorum, iniciada no dia 19. Pela ma nhã, os prelados tiveram um encontro de duas horas com o Papa Francisco, renovando sua delidade e comunhão com o sucessor de Pedro.
Diante do túmulo do “Apóstolo dos Gentios”, os arcebispos e bispos das dioceses que integram as províncias eclesiásticas de São Paulo (Arquidiocese de
DIÁLOGO COM O PAPA
No Palácio Apostólico, o grupo foi recebido pelo Santo Padre, que, como observou ao O SÃO PAULO o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, estava “bem-disposto, sorridente e alegre”, como de costume, apesar das limitações de locomoção causadas pelas dores no joelho.
Dom Odilo sublinhou, ainda, que o Pontí ce pediu que todos se sen tissem à vontade para falar “com simplicidade e de modo direto” aquilo que quisessem. “E muitos o zeram, abordando as principais questões que dizem respeito à Igreja em nossas dioceses e no Brasil”, acrescentou (leia mais na coluna “Encontro com o Pastor”, na página 2).
Ao se dirigir a Francisco, Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Mogi das Cruzes e Presidente do Regional Sul 1 da Conferência Na cional dos Bispos do Brasil (CNBB), sintetizou as diferentes realida des das três províncias eclesiásticas representadas e destacou seus principais desa os: “A cultura urbana e a evangelização na cidade, a transmissão dos valores cristãos num mundo secularizado, a plurali dade cultural e o trânsito religioso, causado pelos éis católicos que deixam nossa Igreja”.
“Estamos preocupados e empenhados no cuidado com a formação do clero, dos consagrados e de um laica to consciente e comprome tido. O Sínodo de 2023, na perspectiva de uma Igreja sinodal, com vistas à comu nhão, participação e missão, veio em auxílio de nossas Dioceses e seus planos pas torais”, salientou Dom Pe dro, recordando o empenho do Regional Sul 1 também na missão além-fronteira, por meio do projeto de co operação missionária em dioceses da Amazônia e em Moçambique.
O Pontí ce, por sua vez, também compartilhou com os bispos os temas que o preocupam na Igreja toda e no mundo social, econômico e político. “Perguntamos sobre as grandes preocupações do Papa, as questões da huma nidade, da guerra e da paz. Falamos sobre a reforma da Cúria Romana, que já mostra bons frutos. O Papa nos re comendou mais uma vez que
FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
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Padre Michel dos Santos/Regional Sul 1
voltássemos ao Documen to de Aparecida, que ainda tem muito para nos ajudar”, completou o Cardeal Sche rer, lembrando que o Santo Padre coordenou a equipe de redação desse documen to conclusivo da V Confe rência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribe nho, realizada em 2007, em Aparecida.
O Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, res saltou o pedido do Papa aos irmãos no episcopado para ser dada atenção especial à for mação dos padres e à promo ção das vocações sacerdotais e religiosas. Francisco também orientou os bispos no caminho da comunhão e do acompa nhamento do rebanho paulis ta, reforçando que “a proximi dade é o estilo de Deus” e que, por isso, “não se pode ser pas tor sem estar próximo”.
COMUNHÃO
“Encontramos Pedro, aquele que nos con rma na fé e pelo qual estamos uni dos em nosso ministério episcopal. Nesta comunhão está todo o fundamento da colegialidade apostólica e também da sinodalidade que estamos vivendo”, a rmou Dom Edmilson Amador Caetano, Bispo de Guarulhos e Vice-presidente do Regio nal Sul 1, ao Vatican News.
O Arcebispo de São Pau lo completou que o encontro do episcopado paulista com Francisco manifesta a comu nhão eclesial e con rma que a Igreja, “mais do que uma organização bem estrutura da, com doutrinas e leis bem elaboradas, com instituições visíveis, é a comunidade dos discípulos, testemunhas e missionários de Jesus Cristo e do seu Evangelho no mun do, formada de pessoas, uni das pelos laços da fé comum e da comunhão com aqueles que representam e carregam a responsabilidade maior pela sua vida e missão”, e concluiu: “O Papa representa a comunhão universal da fé da Igreja”.
Essa comunhão também foi expressa por meio das saudações de cada bispo ao Papa, oportunidade de rápi das conversas, entrega de pre sentes e pedido de orações. O Bispo de Registro, Dom Ma noel Ferreira dos Santos, por exemplo, entregou ao Pontí ce uma réplica da imagem
do Senhor Bom Jesus de Iguape, cujos 375 anos do encontro, no litoral paulista, estão sendo comemorados. “Rezamos para que o Bom Jesus cure o joelho do nosso Santo Padre e lhe dê muita saúde de corpo e de alma para poder nos orientar”, disse o Bis po ao Vatican News
Em um vídeo publicado nas redes so ciais do Regional Sul 1, Dom Jorge Piero zan, Bispo Auxiliar de São Paulo na Região Episcopal Santana, a rmou que os bispos tiveram uma boa impressão da fraternida de e zelo apostólico do Papa. Já Dom Car los Silva, OFMCap, Bispo Auxiliar de São Paulo na Região Episcopal Brasilândia, re sumiu o encontro com o Santo Padre com a palavra “proximidade”. “Deus que se faz próximo de nós e, como representantes dele, como Igreja em saída, queremos es tar cada vez mais próximos do povo”, disse, também nas redes sociais.
VISITA AOS DICASTÉRIOS
Durante os cinco dias da ad limina, os prelados realizaram uma série de visitas aos dicastérios da Cúria Romana, isto é, aos organismos que colaboram diretamen te com o Papa no exercício do seu minis tério de pastor universal da Igreja. Esses encontros permitiram que os bispos co nhecessem mais profundamente a estrutu ra organizativa da Santa Sé, além de terem recebido orientações pastorais e adminis trativas para as dioceses sob seus cuidados.
Os bispos, portanto, visitaram, nesta ordem, os dicastérios para: os Leigos, a Família e a Vida; a Promoção do Desen volvimento Humano Integral; os Bispos; a Doutrina da Fé; os Institutos de Vida Con sagrada e Sociedades de Vida Apostólica; o Culto Divino e a Disciplina dos Sacra mentos; o Clero; a Cultura e a Educação; a Evangelização e a Comunicação.
O grupo também esteve na Secretaria de Estado, onde foram acolhidos por Dom Paul Richard, Secretário para as Relações com os Estados da Santa Sé. Nesse encon tro, foram tratadas as relações da Igre ja com as autoridades estatais e políticas. “Mais uma vez, ouvimos o incentivo sobre a formação dos leigos para a participação organizada na vida política, tendo em base os critérios da Doutrina Social da Igreja”, comentou o Cardeal Scherer.
Também houve um encontro com os membros da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), organismo que inte gra o Dicastério para os Bispos, que acom panha mais de perto a vida e a missão da Igreja nessa parte do continente americano.
Tanto o encontro com o Papa quanto as reuniões nos dicastérios da Cúria tiveram como base as informações contidas nos re latórios quinquenais enviados antecipada mente por cada bispo, sobre sua respectiva diocese. Esses relatórios abrangem ques tões administrativas, o ministério do bispo, o funcionamento da Cúria Diocesana, a vida dos sacerdotes, a situação dos seminá rios e das vocações, congregações religio sas, as celebrações litúrgicas, os ministérios leigos, a catequese, as escolas católicas, as pastorais e movimentos, as relações ecu mênicas, a presença da Igreja nos meios
Papa Francisco recebe em audiência, na sexta-feira, 23, arcebispos e bispos das dioceses paulistas que integram as províncias eclesiásticas de São Paulo, Aparecida e Sorocaba, durante visita ad limina Apostolorum, eles também foram a dicastérios da Cúria Romana e celebraram missas em Roma
de comunicação e o relacionamento com o poder público, entre outras questões.
“Voltamos ‘de junto dos Apósto los’, com a fé renovada e com alegria, levando conosco uma renovada per cepção da nossa missão, a ser desem penhada em comunhão com o Após tolo Pedro. A Igreja não é obra de uns
poucos heróis, mas, sim, fruto da co munhão assumida em comunhão de fé e de amor”, a rmou o Cardeal Scherer.
Na segunda-feira, 26, teve início a visita ad limina do segundo grupo de bispos paulistas, agora das províncias eclesiásticas de Botucatu, Campinas e Ribeirão Preto, que se concluirá na sexta-feira, 30.
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Fotos: Padre Michel dos Santos/Regional Sul 1
Monsenhor Algacir Munhak asssumirá a Diocese de São Miguel Paulista em janeiro
REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.br
Os éis e o clero da Diocese de São Mi guel Paulista, cujo território abrange parte do extremo da zona Leste da cidade de São Paulo, já se preparam para acolher o seu novo Bispo: o Monsenhor Algacir Munhak, CS, que foi nomeado bispo diocesano pelo Papa Francisco, no dia 21. Na ocasião, o Pontí ce aceitou a renúncia, por motivo de idade, de Dom Manuel Parrado Carral, que estava à frente da Diocese desde 2008. Ante riormente, desde 2001, foi Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo.
No domingo, 25, em missa na Catedral de São Miguel, por ocasião da festa do pa droeiro daquela Diocese, Dom Manuel anunciou que o Monsenhor Algacir será ordenado bispo em 17 de dezembro, às 9h, em Cascavel (PR), sua cidade natal, e toma rá posse canônica da Diocese de São Miguel Paulista em 8 de janeiro de 2023, às 15h.
Monsenhor Algacir tem 56 anos de idade e é missionário da Congregação de São Car
los (CS), Scalabrinianos, desempenhando atualmente a função de Superior da Região Sul-Americana Nossa Senhora Mãe dos Mi grantes dos Missionários de São Carlos.
“Nossa Diocese é formada por diferentes realidades pastorais, com uma riqueza de tradições, de história e de intenso trabalho de evangelização. Em nossa ação apostólica, como discípulos missionários, queremos seguir a Jesus Caminho, Verdade e Vida, na proximidade e solidariedade com os que mais sofrem. São Miguel Arcanjo e Nossa Senhora da Penha nos indiquem o caminho do discipulado e do anúncio do Evangelho de Jesus”, disse o Monsenhor, em carta na qual se dirigiu à Diocese de São Miguel Pau lista pela primeira vez.
Na sexta-feira, 23, o Bispo Eleito esteve na Diocese para uma visita inicial, sendo acolhido por Dom Fernando Legal, SDB, Bispo Emérito, e por Dom Manuel, que exercerá a função da Administração Apos tólica até a posse do Monsenhor Algacir, a partir de quando passará a ser também con siderado Bispo Emérito.
ACN Brasil celebra os 25 anos de seu escritório no País
Em ação de graças pelos 25 anos de seu escritó rio de atividades no País, benfeitores, colaboradores, bispos e padres que participam no Brasil da funda ção pontifícia Ajuda a Igreja que Sofre (ACN Brasil) participaram no domingo, 25, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, da missa pelo jubileu de prata.
A Eucaristia foi presidida por Dom Bernardino Marchió, Bispo Emérito de Caruaru (PE), tendo entre os concelebrantes Dom José Nelson Westrupp, Emérito de Santo André (SP); Dom José González Alonso, Emé rito de Cajazeiras (PB); Dom Estevam dos Santos Silva Filho, Bispo de Ruy Barbosa (BA); e Dom Romualdo
Matias Kujawski, Bispo de Porto Nacional (TO); Frei Rogério Lima, O. Carm., Assistente Eclesiástico da ACN Brasil, e Frei Hans Stapel, da Fazenda da Espe rança, que já desempenhou esta mesma função.
Em 1997, com uma missa no mesmo Santuário Na cional, a ACN iniciava os trabalhos de seu escritório no Brasil, já tendo apoiado desde então mais de 6,9 mil pro jetos no País. Antes mesmo de ter um escritório físico, a ACN já enviava ajuda a projetos da Igreja no Brasil des de 1962. Atualmente, a ACN, fundada em 1947, e que se tornou fundação pontifícia em 2011, tem 23 escritórios espalhados pelo planeta.
Livro comemorativo conta os 60 anos da história da ADCE no Brasil
principais ações e sua repercussão na sociedade.
Para marcar seus 60 anos de funda ção, a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE) lançou um livro que reúne a sua história no Brasil.
O evento aconteceu no dia 15, na sede da Federação das Indústrias do Es tado de São Paulo (Fiesp) e contou com a presença de membros da entidade e representantes da sociedade civil e dos poderes públicos.
Fundada em 29 de março de 1961, em São Paulo, por um grupo de empre sários cristãos, a ADCE é uma entidade sem ns lucrativos que congrega empre sários, dirigentes e empreendedores cris tãos, com o propósito de estudar, difun dir e aplicar na atividade econômica os princípios da Doutrina Social da Igreja, pela formação dos empreendedores e li deranças empresariais.
A ADCE integra a União Internacio
nal Cristã de Dirigentes de Empresas, mais conhecida pela sigla em francês Uniapac, presente em 40 países, com regionais distribuídas na Europa, Ásia, África e América Latina. No Brasil, a ADCE-Uniapac conta com 20 regionais em vários estados.
UNIR, GUIAR E INSPIRAR
“O propósito da Uniapac é unir, guiar e inspirar líderes para, por meio do trabalho digno, construir uma sociedade mais jus
ta, humana e sustentável em prol do bem comum, en m uma economia que esteja a serviço da pessoa humana e que permita o desenvolvimento dos seus dons e uma vida digna”, destacou a presidente da AD CE-Brasil, Maria Virginia Cavalieri.
O livro “ADCE no Brasil, Valores Transformando o Trabalho” é um relato histórico, ilustrado, comemorativo dos 60 anos de presença da ADCE-Uniapac no Brasil. Procura mostrar uma linha do tempo, a história da entidade com suas
O conteúdo não se limita às páginas do livro. Ao longo da obra, há QRCodes por meio dos quais o leitor pode acessar com o celular ou outro dispositivo móvel informações complementares e depoi mentos de pessoas que zeram parte da história da ADCE.
Filha de Newton Cavalieri, um dos fundadores da ADCE, Maria Virginia enfatizou que os dirigentes cristãos de empresas são convocados pelo Papa Francisco a usar da criatividade empre sarial e encontrar uma nova economia inclusiva, que atenda a todos e não so mente a alguns. “Olhar para dentro das nossas empresas, mas também lembrar os que estão no entorno do serviço prin cipal e ajudar a fortalecer a cadeia de valores. Usemos nossa rede de relaciona mento e a nossa positiva in uência para juntos mudarmos a cultura do individu alismo”, concluiu.
(por Redação)
Diocese de São Miguel
Luciney Martins/
SÃO PAULO
Monsenhor Algacir Munhak, Dom Fernando Legal e Dom Manuel Parrado Carral
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FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
ACN
O
Externato Popular São Vicente de Paulo Mantenedora do Colégio Luiza de Marillac
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO
Estrutura, desempenho e atuação
Estrutura
BALANÇOS PATRIMONIAIS
Ativo Nota 2021 2020 Circulante
Desempenho Operacional no último triênio (2021/2020/2019)
Receita operacional bruta 31/12/21 31/12/20 31/12/19 4.823.264 5.881.939 5.681.079 Deduções (2.231.706) (2.440.410) (2.386.590)
Receita operacional líquida 2.591.558 3.441.529 3.294.489 Despesas operacionais
Total das Despesas operacional (2.542.506) (2.415.689) (2.746.957)
Resultado operacional antes dos devedores duvidosos, depreciação 49.052 1.025.840 547.532 e amortização, contingências e
Resultado operacional antes dos devedores duvidosos, depreciação
Total circulante 550.597 570.263 Não circulante
Total não circulante 2.490.518 2.369.604
Passivo e patrimônio líquido Nota 2021 2020 Circulante
Resultado do exercício (69.207) 575.100 207.213
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS
Nota 2021 2020
Receita operacional líquida 17 2.591.558 3.441.529 Despesas operacionais (2.581.716)(2.774.443) (79.049) (91.986) (69.207) 575.100
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS
Nota 2021 2020
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS ABRANGENTES 2021 2020 - -
Superávit abrangente total do exercício (69.207) 575.100
DEMONSTRAÇÕES DOS
Fluxo de caixa das atividades
DE CAIXA ( MÉTODO DIRETO
2021 2020
Total circulante 2.637.872 2.367.214 Não circulante
Total não circulante 1.072.182 1.172.385
Patrimônio líquido
Total do passivo e patrimônio líquido 3.041.115 2.939.867
Receita operacional líquida 17 2.591.558 3.441.529 Despesas operacionais (2.581.716)(2.774.443) (79.049) (91.986) (69.207) 575.100
Saldos em 31
Saldos em 31 de dezembro de
Saldos em 31 de dezembro de
Caixa líquido
das atividades
Caixa líquido
Aumento
Aumento
Aumento
DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
(364.478)
(328.646)
(9.297) (72.302)
(1.495.506) 113.461 (1.382.045)
(1.382.045) 207.213 (1.174.832)
(1.174.832) 575.100 (599.732)
Saldos em 31 de dezembro de 2021 (599.732) (69.207) (668.939)
O Externato Popular São Vicente
Paulo
Mensagem da administração do Externato Popular São Vicente
Paulo
Presidência do Externato Popular São Vicente de Paulo
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de
de
Objeto social e missão O Colégio Luiza de Marillac O Colégio Luiza de Marillac tem como compromissos:
de dezembro de 2018
2019
2020
FLUXOS
)
operacionais
359.361
(aplicado nas) proveniente
operacionais
400.327
aplicado nas atividades de investimento
(Redução) líquido de caixa e equivalentes de caixa (156.216) 186.883
(Redução) líquido de caixa e equivalentes de caixa
(Redução) líquido de caixa e equivalentes de caixa(156.216) 186.883 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 1 Contexto operacional 1.1 Contexto operacional Unidade Educacional – Colégio Luiza de Marillac (“Marillac”) Seus objetivos principais são: (i) Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) (ii) Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
Externato Popular São Vicente de Paulo
•
mantido dentro
relativos
Custo
seja
Instrumentos Financeiros - Política aplicável a partir de 1º de janeiro de 2018
16 | Balanço | 28 de setembro a 4 de outubro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br (iii) Programa de Integração Social (PIS) (iv) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) (v) Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) (vi) Contribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) 1.4 Impactos do COVID-19 (Coronavírus) 2 Base de elaboração e apresentação das demonstrações a. Declaração de conformidade b. Base de mensuração c. Moeda funcional e de apresentação d. Uso de estimativas e julgamentos 3 Principais políticas contábeis (i) Reconhecimento e mensuração inicial
É
de um modelo de negócios cujo objetivo
man que são
somente ao pagamento de principal e juros sobre o valor principal em aberto.
amortizado nhos e perdas: (iii) Compensação b. Reconhecimento de receitas e bolsas de estudo concedidas a) Prestação de serviços educacionais b) Bolsas de estudos concedidas (gratuidade) c) Receita de juros d) Subvenções e doações e) Mensalidades antecipadas c. Caixa e equivalentes de caixa e. Contas a receber f. Imobilizado 2021 2020 g. Provisões a) Geral b) Provisões para riscos judiciais c) Avaliação do valor recuperável dos ativos d) Redução ao valor recuperável (impairment) (i) Mensuração das perdas com crédito esperadas vinculadas 2021 2020 74.631 230.847 (i) 5 Contas a receber de alunos Descrição 2021 2020 Subtotal 1.774.536 1.670.066 Total 343.815 298.066 5.1 Composição por vencimento - Unidade educacional Taxa média 31 de dezembro de 2021 Saldo contábil ponderada Provisão bruto de perda para perda estimada esperada Vencidos 1.774.536 80,6% (1.430.721) Taxa média 31 de dezembro de 2020 Saldo contábil ponderada Provisão bruto de perda para perda estimada esperada Vencidos 1.670.066 82,2% (1.372.000)
www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Externato Popular São Vicente de Paulo
15 Empréstimos de outras instituições 2021 2020
Total 590.000 590.000
(1.372.000) (68.649) 9.928 (1.430.721)
(1.189.544) (183.182) 726 (1.372.000)
2.389.536 2.253.527
Total
líquido líquido
100.982 116.077
7.2 Movimentação dos custos e das depreciações acumuladas 31.12.2020 Adições Baixas Transferências 31.12.2021
Custo
Total 425.238 9.296 434.534 31.12.2020 Adições Baixas Transferências 31.12.2021
Total (309.161) (24.392) (333.552)
Total líquido 116.077 (15.095) 100.982 31.12.2019 Adições Baixas Transferências 31.12.2020
Custo
Total 352.936 72.302 425.238 31.12.2019 Adições Baixas Transferências 31.12.2020 Depreciação
Total (289.341) (19.820) (309.161)
Total líquido 63.595 52.482 116.077
16 Patrimônio líquido
Excedente
Total
Total
Total
Total
Total
17 Receita operacional líquida 2021 2020
Receita bruta de serviços prestados 4.823.265 5.881.939 Bolsas de estudos (2.231.707) (2.440.410)
Receita operacional líquida 2.591.558 3.441.529
Obrigações de desempenho e políticas de reconhecimento de receita Tipo de produto Prestação de serviços educacionais
18 Despesas com pessoal 2021 2020 (2.370.952) (2.227.406)
19 Despesas com serviços de terceiros 2021 2020 (214.624) (181.223)
20 Despesas administrativas e gerais 2021 2020 (41.995) (33.562)
| 28 de setembro a 4 de outubro de 2022 | Balanço | 17 Descrição 2020 Constituição Reversão 2021
Descrição 2019 Constituição Reversão 2020
6 Depósitos judiciais 2021 2020
Visão geral a. Risco de crédito Exposição a risco de crédito
7 Imobilizado 7.1 Composição do saldo 2021 2020 Custo Custo Descrição Custo Depreciação
434.534 (333.552)
8 Obrigações com pessoal 2021 2020 Total 209.462 207.284 9 Contribuições sociais 2021 2020 Total 337.424 358.423 10 Obrigações tributárias 2021 2020 Total 1.949.615 1.913.889 2021 2020
de depósitos judiciais (solicitado devolução) 926.365 790.356 11 Fornecedores 2021 2020
129.368 30.911 12 Adiantamento de mensalidade e matrículas 2021 2020
177.841 168.135 13 Adiantamento de outras empresas 2021 2020 Total 105.971 105.971 13.1 Movimentação 2020 Adições Pagamento 2021 Total 105.971 105.971 14 Contingências judiciais 2021 2020 Descrição Provisão Provisão
7.048 157.048 14.1 Movimentação 2020 Adições Baixa 2021
157.048 (150.000) 7.048 2019 Adições Pagamento 2020
27.072 136.484 (6.508) 157.048
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Externato Popular São Vicente de Paulo
Valor contábil Valor justo por Outros
Em 31 de dezembro de 2021 meio do Custo passivos mensurados ao valor justo 74.631 475.966 550.597 mensurados ao valor justo 2.871.285 2.871.285 Valor contábil Valor justo por Outros Em 31 de dezembro de 2020 meio do Custo passivos
mensurados ao valor justo 230.847 339.416 570.263 mensurados ao valor justo 2.534.800 2.534.800 e.1 Hierarquia do valor justo
alterada pela Lei nº 12.868/2013:
Número de alunos pagantes 239 235
Relação com alunos pagantes 34,3% 34,5%
alterada pela Lei nº 12.868/2013:
Número de alunos pagantes 295 288
Relação com alunos pagantes 27,5% 28,1% 2021 2020
Valor efetivamente recebido 3.882.465 4.581.099 Gratuidade e custo do atendimento gratuito:
Percentual total das gratuidades concedidas 34,43% 29,15% 2021 2020
23 Cobertura de seguros
24 Gratuidade por meio de bolsas de estudo e projetos
Superávit do exercício ajustado 184.480 930.471 Variações nos ativos e passivos (331.279) (375.131) (181.847) (155.013)
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais (328.646) 400.327
Você Pergunta
PADRE CIDO PEREIRA osaopaulo@uol.com.br
A pergunta acima foi enviada pela Maria Aparecida, da Vila Prudente. Minha irmã, é claro que você pode ler a Bíblia do começo ao m. Eu penso, porém, que vale a pena começar pelos santos Evangelhos, pois eles nos trazem a Boa-Notícia de Jesus. Uma vez conhe cido bem os quatro Evangelhos, uma vez criada a consciência da pessoa de Jesus, aí nós podemos, pouco a pouco, dar conta de como o Antigo Testamento prepara o Novo Testamento.
Vamos percebendo, também, que Deus criou tudo o que existe e criou o homem à sua imagem e semelhança; que o pecado entrou no mundo pela desobediência de nossos primeiros pais;
que ao ser expulso do paraíso Deus não desistiu do homem, não o abandonou a si mesmo e lhe promete um salva dor; que, para preparar a vinda deste Salvador, formou um povo nascido de Abraão; que esse povo se tornou escravo no Egito, e Deus foi em seu socorro; que, ao libertar espetacularmente esse povo, Deus lhe deu sua lei para que ele nunca mais fosse escravo; que Deus conduziu esse povo pelo deserto à terra prometi da; que, na terra prometida esse povo, quando caía na tentação de adorar os ídolos, era castigado e, no castigo, Deus lhe enviava juízes; que esse povo um dia quis ter seus reis; que diante da in deli dade desse povo, ele acabou escravo na Babilônia; que, na escravidão, Deus lhe enviou profetas que o sustentou na es perança... Que, quando chegou o tempo
certo, Deus fez nascer seu lho de um resto el de Israel...
Viu, Maria Aparecida? E tem mais, nós podemos rezar como rezava o povo do Antigo Testamento por meio dos 150 Salmos, e nos enriquecer com os livros sapienciais que revelam a sabedoria do povo que vivia da fé...
Portanto, sugiro a você, primeiro, conhecer melhor a Jesus e, depois, des cobrir que Jesus é mesmo aquele que foi prometido no Antigo Testamento e anunciado pelos profetas.
Outra coisa, Maria Aparecida, en contre um grupo de pessoas e forme um círculo bíblico com elas e faça a leitura orante da Bíblia. Vocês escolhem um texto, que pode ser o Evangelho do do mingo, o leem bem e o relacionam com outros textos conhecidos. Entendem
bem o que Deus está dizendo para vo cês. Perguntem o que o texto faz vocês dizerem a Deus e, a partir disso, orem por vocês e por todos. Fique com Deus, minha irmã!
Luciney Martins/O SÃO PAULO
18 | Balanço/Fé e Vida | 28 de setembro a 4 de outubro de 2022 |
Nota Explicativa nº 2021 2020 Total 418.446 528.913 b. Risco de liquidez 2021 não derivativos contábil ou menos meses anos anos 5 anos Total 921.670 222.768 93.399 605.503 c. Risco de taxa de juros Instrumentos de taxa variável 2021 2020 Total (717.671) (359.153) Análise de sensibilidade à variação da taxa do CDI Cenário Cenário I - Cenário II provável Deterioração Deterioração de 25% de 50% d. Estimativa do valor justo e. Estimativa do valor justo Valor justo versus valor contábil
À espera da vacina contra a COVID-19 para crianças de 6 meses a 3 anos
DANIEL GOMES osaopaulo@uol.com.br
As crianças menores de 3 anos de idade caram por últi mo na la de vacinação contra a COVID-19, mas a hora de serem imunizadas pode estar próxima: em 16 de setembro, a Agência Nacional de Vigilân cia Sanitária (Anvisa) aprovou que aquelas entre 6 meses e 4 anos de idade podem receber o imunizante da P zer. Até ago ra, doses pediátricas de vacina contra o coronavírus só estavam autorizadas para crianças de 3 a 4 anos, com a Coronavac, e de 5 a 11 anos, com a P zer.
A vacinação das crianças a partir dos 6 meses de vida ainda depende da autorização do Mi nistério da Saúde. Estava agen dada para sexta-feira, 30, uma reunião do Comitê Técnico As sessor em Imunizações do Pro grama Nacional de Imunizações (PNI) mas a atividade foi des marcada pelo Ministério e não há novo prazo para que aconte ça. Quando esse Comitê der pa recer favorável à vacinação para essa faixa etária, o assunto será encaminhado à Secretaria de Vigilância em Saúde e ao Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública do Ministé rio, para posterior aval do mi nistro Marcelo Queiroga para que, assim, os estados iniciem a vacinação.
É SEGURA E EFICAZ?
A autorização feita pela Anvisa no dia 16 ocorreu após concluir que a vacina é segura e e caz para essa faixa etária, com base em uma detalhada análi se dos dados e estudos clínicos apresentados pela P zer.
Além disso, a Anvisa contou com a consultoria e o acom panhamento de um grupo de especialistas da Associação Brasileira de Saúde Coleti va (Abrasco) e das sociedades brasileiras de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), de Infectolo gia (SBI), de Imunologia (SBI), de Imunizações (SBIm) e de Pediatria (SBP).
Em um informativo de 24 de junho, a SBP a rma que “as vacinas Coronavac e P zer são seguras para a sua aplicação em crianças e adolescentes. A segurança com o uso dessas va cinas nessa população tem sido demonstrada em estudos pré e pós seu licenciamento. Eventos adversos comuns às vacinas po dem ocorrer, como febre, dor
local, mal-estar, entre outros; em geral leves e transitórios”.
No mesmo documento, a entidade pediátrica refutou que a tecnologia usada para a produção da vacina da P zer possa causar danos futuros às crianças: “Esta tem sido uma das muitas fake news dissemina das por quem faz esta danosa prática. Não há plausibilidade biológica desse evento, já que o RNA viral [tecnologia usada para produção do imunizante] não tem capaci dade de alterar nosso DNA, pois ele não adentra o núcleo das nossas células. Além disso, ele se degrada em poucas horas”.
Países como Austrália, Canadá e Es tados Unidos já aplicam vacinas contra a COVID-19 em crianças a partir dos 6 meses de vida, sendo raros os registros de efeitos colaterais graves.
78,66%, ou seja, 852 mil crianças de 5 a 11 já tinham tomado a 2a dose.
Entretanto, para as crianças de 3 a 4 anos, cuja vacinação começou em julho para as com comorbidades, de ciência permanente e indígenas, e um mês depois, em 20 de agosto, para todas nessa faixa etária, 28,22% (88 mil crianças) haviam tomado a 1a dose até o dia 21, mas somen te 2,76% (8.599) receberam a 2a dose.
A VACINA SALVA VIDAS
“Vacinar as crianças é fundamental para protegê-las e para proteger o seu entorno, pois elas acabam funcionando como um vetor de transmissão, já que caram por último na la da vacinação. Vaciná-las, agora, portanto, tem o ob jetivo de fechar este ciclo de vacinação
que lado a infecção a conduzirá. Com a criança vacinada, essa angústia é menor, pois é ín ma a probabilidade de um va cinado evoluir para uma forma grave da doença”, assegurou o infectologista.
INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO
Suleiman defende que haja “uma campanha maciça de divulgação para mostrar aos pais e responsáveis que o fato de a vacinação ser em mais de uma dose não deve ser impeditivo para que levem as crianças para ser vacinadas”.
Por e-mail, a reportagem questionou a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo sobre como estão os preparati vos para a campanha de vacinação contra a COVID-19 para a nova faixa etária, tão logo haja a autorização do Ministério da
DOSAGEM DIFERENCIADA
A vacina da P zer para crianças entre 6 meses e 4 anos de idade terá dosagem diferente daquela utilizada para outras faixas etárias, sendo aplicada em três doses de 0,2mL cada. As duas primeiras serão administradas com o intervalo de três semanas, e a 3a dose ao menos oito semanas após a 2a dose.
Para diferenciá-la das demais, essa va cina virá em um frasco com a tampa na cor vinho. Para o público de 5 a 11 anos, a cor é laranja, e, para acima de 12 anos, roxa.
BAIXA ADESÃO À VACINAÇÃO INFANTIL
Até 16 de setembro, cerca de 9,4 mi lhões de crianças entre 5 e 11 anos já haviam tomado as duas doses da vacina contra a COVID-19, 35,86% da popula ção brasileira nesta faixa etária.
No estado de São Paulo, até o dia 21, cerca de 71% desse público já estava com o esquema vacinal completo, sendo que na capital paulista o percentual era de
da população contra um vírus que afeta humanos e que não escolhe faixa etária”, explicou ao O SÃO PAULO o infectolo gista Jamal Suleiman, do Instituto de In fectologia Emílio Ribas (IIER), destacan do, ainda, que “a função da vacina é a de proteger os indivíduos das formas graves da doença”.
De acordo com um levantamento do Observatório da Primeira Infância, desde o início da pandemia morreram por dia, em média no Brasil, duas crian ças menores de 5 anos em decorrência da COVID-19. Segundo dados do Mi nistério da Saúde, entre janeiro e 10 de setembro deste ano, 439 crianças até 5 anos faleceram no País por complica ções da doença.
“De maneira geral, as crianças com COVID-19 apresentam uma síndrome gripal, mas se deve considerar que essa situação traz uma angústia muito gran de para os pais, pois o caminho que essa criança vai ter de percorrer com o vírus é absolutamente escuro, não se sabe para
Saúde. A Secretaria informou que segue as diretrizes e recomendações dos Pro gramas Nacional e Estadual de Imuniza ções e que, “com relação à vacinação con tra a COVID-19 para crianças a partir de 6 meses, a SMS está com as equipes trei nadas e possui insumos su cientes para dar início a essa nova fase da campanha, aguardando apenas a inclusão no calen dário e o recebimento das doses por parte do Ministério da Saúde (MS)”.
A secretaria, porém, não respondeu a outros questionamentos, entre os quais se a vacinação se dará nos mesmos locais onde são aplicadas vacinas às demais fai xas etárias; se pretende realizar mutirões de vacinação; se crianças com doses em atraso para outras doenças poderão ser imunizadas contra a COVID-19; e como pretende informar a população a respeito das peculiaridades dessa vacina da P zer, entre as quais a que deve ser aplicada em três doses e não em duas como as demais adotadas até o momento para as crianças de 3 a 11 anos.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
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20 | Publicidade | 28 de setembro a 4 de outubro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
O BRASIL VAI ÀS URNAS
DANIEL GOMES osaopaulo@uol.com.br
A poucos dias do 1o turno das elei ções gerais, em 2 de outubro, o jornal O SÃO PAULO apresenta um mapeamen to das eleições 2022, com números ge rais, detalhamentos sobre o processo de votação, canais para a checagem de fatos relativos às eleições e links para conteú dos já publicados no semanário da Ar quidiocese de São Paulo e que podem ser úteis para uma re exão nal antes da escolha em quem votar.
AS ELEIÇÕES EM NÚMEROS
Dia: 2 de outubro
Horário: das 7h às 17h (seguindo o horá rio de Brasília, em todos os pontos do País)
Estrutura: serão 577 mil urnas eletrô nicas, em 460 mil locais de votação nos 5.568 municípios brasileiros, envolven do o trabalho de 2,2 milhões de mesá rios. Há, ainda, 2.228 seções eleitorais no exterior.
O QUE LEVAR E O QUE NÃO LEVAR
Para votar, o eleitor NÃO PRECISA estar com o título de eleitor, MAS É RECOMENDÁVEL levá-lo, pois nele es tão informações sobre a zona e seção eleitoral. Além do título em papel, já existe o e-Título, cujo download gra tuito pode ser feito na Play Store ou Apple Store
O eleitor DEVE apresentar um docu mento o cial original com foto: RG, Passaporte, CNH, Certi cado de Re servista ou a Carteira de Trabalho.
O eleitor PODE ir votar trajando adesivos, camisetas e adereços dos candidatos.
156,4 milhões de pessoas estão aptas a votar – a maioria, 53%, é de mulheres *34,6 milhões de eleitores estão no esta do de São Paulo
O voto é obrigatório para pessoas a partir de 18 anos e facultativo para analfabetos, maiores de 70 anos e ado lescentes entre 16 e 17 anos.
28,2 mil é o número aproximado de candidatos (incluindo os vices e os suplentes)
Serão eleitos:
1 presidente da República (e seu vice) –pode haver 2o turno em 30/10
27 governadores (e seus vices) – pode haver 2o turno
27 senadores (com dois suplentes para cada um deles)
513 deputados federais (70 dos quais pelo estado de São Paulo)
1.059 deputados estaduais (91 destes para a Assembleia Legislativa de São Paulo)
NÃO SERÁ PERMITIDO entrar na cabine de votação portando telefone celular, câmera fotográ ca ou qualquer outro aparelho eletrônico. Estes devem ser entregues aos mesários, junto com o documento de identi cação.
É PROIBIDO entrar na seção eleitoral portando armas.
COMO SABER O LOCAL DE VOTACÃO?
App e-Título – o download precisa ser feito antes do dia das eleições Disque Eleitor (148)
No site do TRE-SP (para os eleitores do estado de São Paulo)
Mesmo quem ainda não tenha feito o
A CONFIABILIDADE DAS URNAS
cadastro biométrico PODERÁ VOTAR nestas eleições. A ausência às urnas para as pessoas obrigadas a votar resul ta em multa aplicada pela Justiça Elei toral no valor de R$ 3,51.
CHECAGEM DE INFORMACÕES
SOBRE AS ELEIÇÕES
Pelos canais a seguir é possível checar se uma informação recebida sobre as elei ções e os candidatos é verdadeira ou falsa:
Página Fato ou Boato https://cutt.ly/IVP9x1v
Tira-Dúvidas Eleitoral do WhatsApp Pelo contato (61) 99637-1078
A ORDEM DE VOTAÇÃO
O eleitor irá escolher seus representantes para 5 cargos, nesta ordem:
Deputado federal (quatro números)
Deputado estadual (cinco números)
Senador (três números)
Governador (dois números)
Presidente da República (dois números) Paraoscargosdedeputadoépossívelvotarnalegenda partidáriadigitandoapenasosdoisprimeirosnúmeros
REFLEXÕES E APROFUNDAMENTOS
Desde o início do ano, o jornal O SÃO PAULO tem publicado uma série de reportagens e entrevistas de aprofun damento para ajudar o eleitor, em espe cial o católico, na escolha de seus repre sentantes aos cargos no Executivo e no Legislativo.
ENTREVISTAS COM
Os 3 mais bem colocados nas pesquisas para o governo de SP https://cutt.ly/PVWWYTa
Os 3 mais bem colocados nas pesquisas para senador por SP
https://cutt.ly/6VWWOFX
Fábio Lacerda: ‘A religião sempre foi uma força mobilizada durante as eleições’ https://cutt.ly/BVWWA4Q
REPORTAGENS
CNBB disponibiliza subsídio impresso e em podcast sobre as eleições 2022 https://cutt.ly/QVWWFYy
E as pessoas com deficiência serão priorizadas pelos candidatos?
Antes de serem enviadas aos locais de votação, as urnas eletrônicas pas sam por inúmeros testes de seguran ça e são lacradas. No dia das eleições, outras medidas são tomadas para as segurar a con abilidade do processo eleitoral:
Todas as urnas operam no modo of f-line, ou seja, sem conexão com a internet ou quaisquer redes de infor mação e acesso remoto.
Relatório Zerésima: antes de iniciar a votação, os mesários, na presença de scais dos partidos e de testemunhas, ligam a urna e imprimem o relatório
Zerésima, que comprova que nela es tão registrados todos os candidatos e que não há voto algum computado, ou seja, a urna tem “zero voto”. Teste Público de Integridade (vo tação paralela): na véspera das elei ções, seções eleitorais são escolhidas por sorteio e as respectivas urnas são buscadas e instaladas imediata mente nos Tribunais Regionais Elei torais (TREs) para auditoria. As ur nas retiradas das seções são lmadas ininterruptamente e protegidas por força policial. No dia da eleição, du rante o horário da votação, todos os
números dos candidatos são inseri dos nas urnas, garantindo que todos os nomes em disputa são realmente passíveis de serem escolhidos. Auditorias paralelas: no dia da elei ção, o Tribunal de Contas da União (TCU) fará a auditoria de 4.161 urnas, para assegurar que todo o processo eleitoral foi feito de modo transparente, sem prejudicar ne nhum candidato. Expediente similar será feito pelas Forças Armadas, em cerca de 300 urnas, com base nos bo letins de urna divulgados pelo Tribu nal Superior Eleitoral (TSE).
CONHEÇA AS PROPOSTAS DOS CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA:
Leia os planos de governo registrados no TSE pelos candidatos à Presidência da República (em ordem alfabética do nome civil):
Ciro
https://cutt.ly/rVWbgMO
https://cutt.ly/OVWbxsM
https://cutt.ly/5VWbUbF
Kelmon Luís (PTB – 14)
https://cutt.ly/CVWbSbK
https://cutt.ly/fVWWJ5C
‘Esquecidos’ pelos eleitores, senadores e deputados são indispensáveis para a democracia https://cutt.ly/YVWWZ90
Uma agenda para cuidar de quem cuida: a família https://cutt.ly/9VWWCRq
ARTIGOS
As eleições e a conversão https://cutt.ly/sVWWB4G
As eleições não são uma guerra https://cutt.ly/NVWWM9T
Eleições e a prática da oração de intercessão
https://cutt.ly/4VWW2Nk
Leonardo Péricles (UP – 80)
https://cutt.ly/2VWbKNr
Luiz Felipe d’Avila (Novo – 30)
https://cutt.ly/NVWbMHH
Luiz Inácio Lula da Silva (PT – 13)
https://cutt.ly/3VWb38F
Simone Tebet (MDB – 15)
https://cutt.ly/KVWnpB8
(União Brasil – 44)
https://cutt.ly/TVWngaq
Vera Lúcia (PSTU – 16)
https://cutt.ly/JVWnjPe
https://cutt.ly/bVWnrJq (PCB – 21)
No que o católico deve pensar antes de eleger o futuro governador?
https://cutt.ly/PVWW3MI
O católico diante das eleições para o Senado
https://cutt.ly/nVWW7b5
Quando não existe candidato ideal https://cutt.ly/WVWEqbi
Luciney
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Gomes (PDT – 12)
(PL – 22)
(DC – 27)
Martins/O SÃO PAULO
‘Banho Vicentino’ e Liceu Sagrado Coração de Jesus fazem ações sociais permanentes na região da ‘Cracolândia’
ROSEANE WELTER ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Quem anda pelas ruas do centro de São Paulo se impressiona com o alto índice de pessoas em situação de vulne rabilidade e em drogadição. Por lá, tam bém, as várias ações caritativas espalham amor e devolvem um pouco de digni dade a quem, por vários motivos, está à margem da sociedade.
O SÃO PAULO apresenta iniciativas que vêm transformando a vida dessas pessoas: o ‘Banho Vicentino’ e as ações so ciais no Liceu Sagrado Coração de Jesus.
BANHO VICENTINO
Criado em 2020, no auge da pande mia, o Banho Vicentino é uma iniciativa dos leigos consagrados da Conferência Sagrado Coração de Jesus, ligados à So ciedade de São Vicente de Paulo, com atuação e extensão missionária vincu lada ao Santuário Sagrado Coração de Jesus, no bairro Campos Elísios, Região Episcopal Sé.
O Santuário está inserido em uma região permeada de cortiços, próxima à ‘antiga’ Cracolândia, e ladeada pela pre sença signi cativa de pessoas em situa ção de rua e dependência de drogas.
Os leigos vicentinos, em parceria com os Padres Salesianos, paroquianos e voluntários do Santuário, começaram uma série de ações visando a amenizar o sofrimento e a fome desses irmãos, ini cialmente, com a distribuição de cerca de 800 marmitas e kits de higiene.
AJUDAR OS IRMÃOS
O Banho Vicentino nasceu após a doação de um valor em dinheiro que foi destinado à compra de um trailer que, atualmente, oferece, além do banho, roupa limpa (incluindo roupas íntimas), alimentação, kits de higiene e, principal mente, o acolhimento humano.
O trailer é composto por duas cabi nes com dois chuveiros de água quente e três pias. “O trailer do Banho Vicentino foi pensado com o objetivo de devolver a dignidade a essas pessoas que, para muitos, são invisíveis para a sociedade. Dignidade por meio de um banho e de uma roupa limpa”, ressaltou Elizabeth Magalhães de Gasperi, leiga vicentina e voluntária do banho solidário.
“Além da necessidade do banho, es ses assistidos recebem o corte de cabelo, barba e refeição”, lembrou Elizabeth, fri sando que a iniciativa atende o “clamor evangélico de ir ao encontro do próximo e que permite ser uma Igreja em saída que acolhe o irmão que sofre”, disse.
O banho solidário é oferecido à po pulação a cada 15 dias, aos domingos, no estacionamento do Santuário. Em um único domingo, o projeto atende em mé dia 50 pessoas e já ultrapassou a marca de mais de mil banhos solidários.
A missão do projeto é proporcionar a pessoa em situação de rua o direito a um banho digno, embaixo de um chuveiro, com todo o suporte higiênico necessário. “Com as ações realizadas, não queremos incentivar a estada nas ruas, mas ameni zar a situação de quem não tem um teto”, disse a voluntária, a rmando que o pro jeto é mantido por meio de doações.
ALIVIAR O SOFRIMENTO
Elisabeth destacou que, por estarem em situação de rua, muitas pessoas as sistidas cam dias e até longos períodos sem tomar banho. “Interessante ver que as pessoas ali chegam, tomam banho, comem, conversam, fazem sua higiene pessoal e, acima de tudo, saem dali com a autoestima elevada”, ressaltou.
“O banho edi ca o ser humano”, com pletou, referindo-se à passagem bíblica do Bom Samaritano (cf. Lucas 10,25-37), “na parábola, lemos ‘viu e sentiu compai xão’, essa é uma atitude cristã de acolher e estender as mãos aos irmãos que se en contram caídos pelas ruas e viadutos da nossa cidade”.
Tiago Pinheiro foi um dos bene ciados com a ação concreta do Banho Vicentino. “Além do banho, ganhei uma roupa limpa e dignidade”, disse com um sorriso largo.
“Atuamos neste local permeado pela realidade da pobreza e é aqui que busca mos a Cristo no rosto de nossos irmãos, dando-lhes o pequeno alívio de um ba nho, uma refeição, uma conversa, um olhar carinhoso”, nalizou a voluntária.
No dia 16 deste mês, o projeto Ba nho Vicentino foi um dos contemplados com o Prêmio 19 de Agosto, na categoria Pessoa Jurídica, oferecido pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cida dania (SMDHC) a instituições e pessoas que desenvolvem iniciativas em favor das pessoas em situação de rua.
NOVAS ATIVIDADES NO LICEU
Após 137 anos de atividades, a escola do Liceu Sagrado Coração de Jesus anun ciou que vai encerrar suas atividades. A unidade de ensino – uma das mais tradi cionais do País – está localizada próxima à Praça Princesa Isabel, onde tem havi do grande concentração de dependentes químicos e pessoas em situação de rua da conhecida “Cracolândia”.
O fechamento da escola, fundada em 1885, pelos primeiros Religiosos Salesia nos que chegaram ao Brasil, retrata, en tre outros fatores, a realidade da insegu rança do local. A instituição já teve mais de 3 mil alunos, e, atualmente, conta com menos de 200.
Padre Cássio Rodrigo de Oliveira, Porta-voz da Inspetoria Salesiana de São Paulo, ressaltou que o Liceu Coração de Jesus é um “centro de missão que tem como princípio a transformação social, sobretudo da juventude mais pobre. Por muito tempo, mantivemos o foco de nossa atuação nesse espaço em ativida des escolares, mas, entendemos que nes te momento, precisamos olhar com mais carinho para a situação atual do territó rio”, disse.
O Sacerdote enfatizou que as ativida des que bene ciam as pessoas em situa ção de vulnerabilidade social englobam as dimensões da geração de empregos, a formação pro ssional, espiritual e para a vida, pautados sempre nos princípios de São João Bosco.
AS AÇÕES VÃO CONTINUAR
O imóvel do Liceu Sagrado Coração de Jesus passará por uma reestruturação e, a partir de 2023, se concentrará ainda mais em atividades sociais voltadas para
a população em situação de vulnerabili dade.
A instituição continuará oferecen do as atividades por meio do serviço do Abrigo Dom Bosco Catadores de Reci cláveis, referência nesse espaço, e o Cen tro de Educação Infantil (CEI) Coração de Jesus – uma creche conveniada com a Prefeitura de São Paulo.
Padre Cássio ressaltou que o Abrigo foi criado há 22 anos, com o objetivo de promover autonomia, por meio das atividades oferecidas a pessoas em si tuação de rua, catadores e carroceiros. Pelo Abrigo já passaram mais de 1,5 mil pessoas.
Segundo o Sacerdote, no Abrigo Dom Bosco são 55 conviventes, que dia riamente são contemplados com duas alimentações (café da manhã e lanche noturno), além de atividades como acompanhamento individual por meio da assistente social; de saúde, com apoio e presença dos agentes de saúde com agendamento de exames e de consultas na Unidade Básica de Saúde (UBS) local; acompanhamento de convivência por meio dos Orientadores Socioeducativos; acompanhamento das rotinas do Abri go, com normas e regras de convivência interna; momentos de formação, com palestras, o cinas, rodas de conversas, jogos cooperativos, momentos de entre tenimento e lazer.
O CEI Coração de Jesus possui, atu almente, 109 atendidos, com idade até 3 anos e 11 meses. Para essas crianças, são oferecidas 545 refeições diárias, cerca de 10,9 mil refeições mensais.
“Há muito tempo, o centro de São Paulo é impactado pelo grande número de pessoas em situação de vulnerabilida de social. A drogadição é uma temática que precisa ser vista por toda a socieda de com um olhar de saúde pública e que, quando não tratada adequadamente, provoca situações de violência, degra dação do espaço público e, também, na perda da capacidade de um olhar huma no para com essas pessoas”, nalizou o Sacerdote.
PROJETOS OFERECEM – ALÉM DOS SERVIÇOS DE HIGIENE – CORTE DE CABELO, DOAÇÃO DE ROUPAS, ALIMENTAÇÃO E EDUCAÇÃO, POSSIBILIDADES QUE PROMOVEM O RESGATE DA DIGNIDADE E CONTRIBUEM PARA A CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MAIS HUMANO
Banho Vicentino
22 | Reportagem | 28 de setembro a 4 de outubro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Liturgia e Vida
Cardeal de Jong recebe homenagem por defender os judeus durante conflito mundial
JOSÉ FERREIRA FILHO osaopaulo@uol.com.br
O Cardeal neerlandês Johannes de Jong (1885-1955) recebeu uma homenagem póstuma do governo de Israel por sua oposição ao regime nazista e seu apoio ao povo judeu du rante a 2ª Guerra Mundial.
O Prelado foi reconhecido com o título “Justo entre as Nações”, ou torgado pelo memorial do Holo causto de Yad Vashem, em Israel. O título é considerado uma das hon rarias israelenses mais importantes
para os não judeus e é concedido aos que correram perigo ao defen der os judeus durante a persegui ção nazista.
O certi cado e a medalha foram entregues à família do Cardeal de Jong pelo embaixador de Israel nos Países Baixos, Modi Efraim.
O Cardeal de Jong era Arcebispo de Utrech durante a 2ª Guerra Mun dial. Desde 1936 até sua morte, ele foi um duro crítico do nazismo e teve um papel importante na resistência da Igreja contra as políticas de perse guição de Hitler.
Segundo a Arquidiocese de Utre ch, o Cardeal guardava nos cofres de sua circunscrição eclesiástica, de ma neira criptografada, informações de lhos de judeus escondidos.
Juntamente com outros Bispos, o Cardeal escreveu uma carta pastoral denunciando os crimes da Alemanha nazista, atitude considerada por mui tos como temerária, pois resultou no aumento da perseguição aos judeus nos Países Baixos e terminou com a prisão e a morte de 245 judeus, entre os quais Edith Stein.
(CominformaçõesdeGaudiumPress)
Governo cria norma para demover grávidas de abortar Hungria Israel
Entrou em vigor na Hungria uma lei que exige que os médicos façam com que as mães que queiram abortar tenham que ouvir o som do batimen to cardíaco do bebê antes de qualquer procedimento. Os médicos devem assinar um documento para compro var que as grávidas receberam “uma indicação claramente identi cável dos sinais vitais do feto”, numa tentativa de demovê-las de interromper a gestação.
O decreto anunciado pelo pri meiro-ministro húngaro Viktor Or ban surge no momento em que os lí deres do país tentam melhorar a taxa de natalidade.
Num comunicado de 12 de setem bro, o Ministério do Interior disse que “quase dois terços dos húngaros asso ciam o início da vida de uma criança ao primeiro batimento cardíaco”.
Ele também a rmou que equipa mentos modernos podem detectar bati
mentos cardíacos no início da gravidez, o que pode fornecer “informações mais completas para mulheres grávidas”.
Em 2012, a Hungria adotou uma nova Constituição, que diz que “um feto deve ser protegido desde a con cepção”. No mesmo ano, o governo húngaro proibiu o uso da pílula aborti va do dia seguinte.
O primeiro-ministro Orban pro
moveu várias políticas pró-família desde que assumiu o cargo em 2010, oferecendo estímulos para melhorar a vida familiar, incluindo incentivos scais, subsídios de moradia, creches nanciadas pelo Estado, três anos de licença parental remunerada, fé rias subsidiadas e educação infantil gratuita. (JFF)
(CominformaçõesdeACIDigital)
A pedido das autoridades, Caritas encerra suas atividades no país Argélia
A Igreja Católica na Argélia anun cia com pesar o encerramento de to das as atividades e instalações caritati vas da Caritas Argélia a partir de 1º de outubro. O encerramento “completo e de nitivo” foi divulgado em um co municado da Arquidiocese de Argel, assinado por Dom Paul Desfarges, Ar cebispo Emérito de Argel e Presidente da Associação Diocesana da Argélia. O comunicado, redigido em estilo formal, a rma simplesmente que a medida foi tomada a pedido das auto ridades argelinas. “É claro”, diz o texto, “a Igreja Católica permanece el à sua missão caritativa a serviço da fraterni dade”, ou seja, “em relação com todas as pessoas de boa vontade”.
“A Igreja Católica”, conclui o co municado, “gostaria de agradecer a todos aqueles que, ao longo dos anos e de diferentes formas, contribuí ram para a realização deste trabalho a serviço dos mais vulneráveis e do povo argelino”.
A decisão de interromper as ati vidades da Caritas Argélia foi toma da pelas autoridades responsáveis sem dar uma justi cativa o cial detalhada aos bispos da Igreja Ca tólica. Acredita-se, no entanto, que a Caritas provavelmente foi alvo dessas medidas restritivas por ser considerada uma organização não governamental estrangeira. Todas as comunicações do governo faziam
referências gerais ao fato de que a Igreja Católica estaria supostamente “encobrindo” uma organização não autorizada envolvida em atividades “ilegais”, sem fazer referências espe cí cas a quaisquer artigos da lei su postamente violados.
No entanto, representantes da co munidade católica local descartam que as medidas impostas pelas autoridades sejam alimentadas por sentimentos de hostilidade em relação à Igreja Católi ca e sua presença no país. Em vez disso, eles veem uma conexão com a política geral de restrições que foi recente mente imposta a ONGs estrangeiras e multinacionais. (JFF)
Fonte:AgênciaFides
‘Servos inúteis’
PADRE JOÃO BECHARA VENTURA
Hoje facilmente nos iludimos pelo desejo de sermos “protagonistas”. Valorizam-se pes soas “independentes”, que vivem “por conta própria”. Aos jovens, incute-se a pretensão de serem “originais”; de trilharem o seu próprio caminho e de romperem com os padrões. Criou-se uma moral falsa que identi ca o bem e a felicidade com a originalidade e a independência.
Para uma cabeça formatada desse modo, são chocantes e incompreensíveis as palavras do Senhor: “Quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; zemos o que devíamos fazer’” (Lc 17,10). A verdade é que somos “servos”, dependentes de Alguém maior do que nós; e somos “inúteis”, dispensáveis, facilmente substituíveis. O ver dadeiro Protagonista, que faz as coisas aconte cerem, é Deus. Somos, quando muito, colabo radores (cf. 1Cor 3,9). Somente Ele pode dizer “sem Mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5).
Diante do bem praticado, ninguém pode se vangloriar. É preciso levantar as mãos e agradecer Àquele que é a Fonte de todo o bem: “Não a nós, Senhor, não a nós; mas ao vosso Nome seja a glória!”. Deus é quem nos capa cita, inspira e sustenta na prática do bem e, se ainda não praticamos mais coisas boas, é por que não correspondemos a todas as graças que Ele nos dá. Se o zéssemos, seríamos já santos.
Particularmente no que se refere à fé, é preciso reconhecer humildemente que, como bons “servos”, nada mais temos a fazer do que preservar com delidade aquilo que recebe mos do Senhor: “Guarda o precioso depósito, com a ajuda do Espírito Santo que habita em nós” (2Tm 1,14). Com “fortaleza, amor e so briedade” (2Tm 1,7), aprendemos a praticar a fé católica nos diferentes lugares e momentos da vida. Porém, isso não signi ca “inventar” uma nova religião, “refundar” a Igreja a cada geração ou viver a “minha fé” subjetiva… Nosso trabalho é apenas receber e transmitir o tesouro deixado pelos Apóstolos: “Usa um compêndio das palavras sadias que de mim ouviste em matéria de fé e de amor em Cristo Jesus” (2Tm 1,13).
A ideia de querer ser sempre “original” é por si só pueril, e chega a ser ridícula e mun dana quando invade os corações dos homens de Deus. A nal, somos “servos inúteis”, não protagonistas de revoluções ou gênios com a missão de reinventar a roda. A Escritura nos pede apenas que imitemos Jesus e os Santos que nos precederam: “Lembrai-vos de vos sos dirigentes, que vos pregaram a Palavra de Deus; considerando o m de sua vida, imitai -lhes a fé. Jesus Cristo é o mesmo, ontem hoje e sempre” (Hb 13,7-8).
Às vezes, ouve-se que a Igreja precisaria sobretudo “mudar”! “Mudar” a disciplina, a organização, a moral, “mudar”, “mudar”… Teria que ser mais “original”, “dar protagonis mo” a este ou àquele grupo (e não a Cristo!) etc. Nessas vozes não há sabedoria. Não ecoa o Espírito de Jesus. Ignoram que somos “ser vos dos mistérios de Deus”. E o que se requer dos servos não é que sejam “originais” ou que “protagonizem” algo, mas, sim, “que sejam éis” (1Cor 4,2).
27º DOMINGO DO TEMPO COMUM
OUTUBRO
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2 DE
DE 2022
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Adorar a Deus e não a si mesmos
FILIPE DOMINGUES ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA
Em viagem à cidade italiana de Matera, por causa da conclusão do 27° Congresso Eucarístico Nacional, o Papa Francisco recordou que Cristo “fez-se pão para nós”, mas que “nem sempre este pão é dividido”. Assim, o desa o permanente da Eucaristia é “adorar a Deus, e não a si mesmos”, é “colocar Deus no centro, e não a vaidade do próprio eu”.
A Eucaristia, disse o Papa no domingo, 25, “nos re corda de que só o Senhor é Deus e todo o resto é dom do
seu amor”, pois, “se adoramos a nós mesmos, morremos na as xia do nosso pequeno eu”, enquanto que, “se ado ramos as riquezas deste mundo, essas se apossam de nós e nos tornam escravos”. Ainda, “se adoramos o deus da aparências e nos embriagamos no desperdício, cedo ou tarde a vida presta contas”.
Por m, “se adoramos o Senhor Jesus na Euca ristia, recebemos um olhar novo também na nossa vida: eu não sou as coisas que possuo ou os sucessos que consigo obter; o valor da minha vida não depen de de quanto consigo exibir nem diminui quando encontro os fracassos”. Em vez disso, “sou um lho
amado, eu sou abençoado por Deus, Ele quis me revestir de beleza e me quer livre, me quer livre de qualquer escravidão”.
Uma “Igreja Eucarística”, portanto, é uma Igreja que supera as indiferenças e se abre para a partilha do pão com os que mais sofrem, avalia o Papa. A Eucaristia ce lebrada no altar deve encontrar espaço na vida, no mun do, pois “Jesus nos pede para nos empenharmos para que haja uma efetiva conversão: conversão da indife rença à compaixão, conversão do desperdício à partilha, conversão do egoísmo ao amor, conversão do individu alismo à fraternidade”, a rmou, na homilia.
Um convite à Comunidade Shalom a ‘permanecer em Cristo’
O segredo para não desanimar na fé e “contagiar” os ambientes por onde se passa é “permanecer em Cristo”. Assim falou o Papa Francisco aos membros da Comuni dade Católica Shalom, em audiência na se gunda-feira, 26. Re etindo sobre o Evan gelho segundo São João, em que Cristo diz “permanecei em mim” e ”permanecei no meu amor” (15,4.9), o Papa a rmou: “Se permanecemos unidos a Cristo como ra mos na videira, nós perseveramos e tam bém ‘contagiamos’ [os outros]”.
Para isso, é preciso “permanecer n’Ele na oração, na escuta da Palavra, na adora ção, no Terço, e então a linfa do Espírito Santo passa por Ele em nós e podemos per severar”, acrescentou. “O fruto é o amor, e
é o amor de Cristo que toca o coração das pessoas, onde quer que estejamos, em cada ambiente. A nós cabe o empenho de per manecer n’Ele, o resto faz o Espírito Santo.”
Nas palavras de Francisco, o Espírito Santo é o protagonista da transformação na Igreja. Vivendo os dons do Espírito e valorizando a ação dos jovens, a Comu nidade foi convidada a se manter rme a seus princípios fundantes, sem se afastar dos bispos que os acompanham e se man tendo el à Igreja como corpo.
“Eu exorto vocês a permanecer dóceis à ação do Espírito, abertos à escuta recíproca e às orientações da Igreja, para discernir da melhor forma como prosseguir no seu ca minho”, disse o Pontí ce. (FD)
Cardeal Tolentino é o novo responsável por Cultura e Educação no Vaticano
Abrindo uma nova onda de nomeações para os Dicas térios da Cúria Romana após a publicação da constitui ção apostólica Praedicate Evangelium, em março, o Papa Francisco escolheu o Cardeal José Tolentino de Mendonça como Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação. Teólogo, biblista, poeta e professor universitário, ele também cou conhecido por ter pregado um retiro es
piritual para o Papa e a Cúria Romana em 2018. Poucos meses depois, Francisco o nomeou Arcebispo de Arqui vista da Santa Igreja Romana, responsável pelos arquivos históricos do Vaticano. Em 2019, ele foi feito Cardeal, tor nando-se um dos mais jovens no colégio cardinalício. Agora, o Cardeal Tolentino assume o novo Dicastério para a Cultura e a Educação com o desa o de uni car dois
departamentos que antes eram separados: o Pontifício Conselho para a Cultura e a Congregação para a Educa ção Católica. Para o cargo de Arquivista, o Papa nomeou o Monsenhor Vincenzo Zani, que até o momento era Secre tário na Congregação para Educação Católica. E nomeou um novo secretário, o Monsenhor Giovanni Cesare Paga zzi, teólogo e professor de Eclesiologia. (FD)
Vatican Media
24 | Papa Francisco | 28 de setembro a 4 de outubro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br