O São Paulo - 3424

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‘Pascom em Ação’: um dia para pensar o uso das mídias na evangelização

No sábado, 26, a Pastoral da Comunicação arquidiocesana realizou o “Pascom em Ação”, com oficinas práticas sobre como comunicar e evangelizar nos diferentes meios. Confira os destaques do evento e o histórico dessa Pastoral.

‘Escutar com o ouvido do coração’

à Igreja: possibilitam a sua manifesta ção ao mundo; promovem, no seio da mesma Igreja, o diálogo; nalmente, põem-na ao corrente da mentalidade das pessoas de hoje, às quais ela deve anunciar o evangelho, mas usando uma linguagem compreensível ao mundo e partindo da problemática que agita o gênero humano”. A comunicação se torna assim alternada: a Igreja se comunica ao mundo; os vários componentes da Igreja se comunicam entre si; o mun do comunica à Igreja. Seria, portanto, muito apressado pensar o testemunho cristão na comunicação como simples processodetecnologiascomunicativas ou uma criação de produtos católicos. Já a Aetatis Novae apresenta os primeiros “elementos para um plano

rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 2014 e cuja atualização foi aprovada na última semana pelo Conselho Permanente da mesma entidade. O documento de ne a Pascom como “eixo transversal de todas as pas torais”, que se concretiza como “uma pastoral a serviço da comunhão”. O documento destaca as seguintes carac terísticas da Pascom: 1) colocar-se a serviço de todas as pas torais para dinamizar suas ações co municativas; 2) promover o diálogo e a comunhão das diversas pastorais; 3) capacitar os agentes de todas as pas torais na área da comunicação, es pecialmente a catequese e a liturgia;

Ujucasp homenageia o jurista Ignácio Velasco

A União dos Juristas Católicos de São Paulo (Uju casp) conferiu no sábado, 26, o Prêmio Santo Ivo ao jurista e professor Ignácio Maria Poveda Velasco.

A cerimônia de entrega ocorreu na Capela da Ordem Terceira de São Francisco, no Largo São Francisco. Criado em 2015, o Prêmio Santo Ivo ho

menageia personalidades da sociedade civil que se empenham no serviço da causa do bem comum, com imparcialidade de juízo, na melhoria do bem -estar do próximo e na defesa da integridade da vida, à luz dos ensinamentos cristãos.

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Pastoral da Saúde enfatiza a atenção plena aos enfermos

Após ser realizado nos dois últimos anos de modo on-line, o Congresso Estadual da Pastoral da Saúde voltou a ocorrer pre sencialmente, no sábado, 26, no Memorial da América Latina, na capital paulista.

A vivência da vocação pelo agente de pastoral, a espirituali dade e o perdão para a recupe ração dos enfermos, o papel das práticas integrativas e comple mentares em saúde foram alguns dos assuntos tratados, além da preocupação de como assegurar a manutenção do Sistema Único de Saúde (SUS).

Devemos viver cada momento do nosso hoje tendo em vista a eternidade

Um tempo para acolher o Deus que vem e para irmos ao seu encontro

Nos seus dias, a justiça paz (cf. Sl 71)

Editorial Encontro com o Pastor Espiritualidade Liturgia e Vida Comportamento

Celulares e tablets não devem ser ‘chupetas

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somente nós, individualmente, podemos dar’

“Quero unir as minhas lágri mas às suas e dizer-lhes que não passa um dia sem que eu não esteja próximo a vocês e lhes carregue no meu coração e na minha oração”, disse o Pontífice, na sexta-feira, 25. Página 17

Ele recebeu a ordenação episcopal e tomou posse da Dio cese, no sábado, 26, na Cate dral Santuário Sagrada Família, na zona Sul da capital paulista. Página 20

O diretor de 2023 a 2025 será o Diácono Márcio José Ribeiro. Também houve um balanço das ações realizadas em 2022.

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 67 | Edição 3424 | 30 de novembro a 6 de dezembro de 2022
www.arquisp.org.br
www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00
Papa diz que partilha a dor do povo ucraniano afetado pela guerra
Dom Valdir José é ordenado bispo e assume a Diocese de Campo Limpo
Nova diretoria da Caritas Arquidiocesana é eleita em assembleia
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Páginas 12 e 13
Ignácio Maria Poveda Velasco, ao lado do Cardeal Scherer, de Dom Carlos Lema Garcia e de Luiz Gonzaga Bertelli, presidente da Ujucasp
Fernando Geronazzo 30 de novembro de 2022 EDIÇÃO 03 No sábado, 26, a Pastoral da Co municação (Pascom) da Arquidiocese de São Paulo realizou mais uma edição do evento Pascom em Ação, voltado para a formação de agentes de pasto ral sobre a evangelização através dos meios e processos de comunicação. Após dois anos sem ser realizado presencialmente, devido às restrições da pandemia, o Pascom em Ação des te ano aconteceu na Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus, na Freguesia do Ó, e foi organizado pela Pascom da Região Episcopal Ipiranga. Este ano, o evento teve como tema “Escutar com o ouvido do coração”, inspirado na mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Co co em nossas vidas e na vida pastoral de nossa Igreja local!”, a rmou o Padre Luiz Cláudio Braga, Assistente ecle siástico da Pascom Arquidiocesana. Neste caderno especial, O SÃO PAULO apresenta os principais desta ques do Pascom em Ação 2022. O QUE É PASCOM? A expressão “Pastoral da Comu nicação” nasce da conjunção de duas realidades que interagem reciproca mente: comunicação e pastoral. A pa lavra “pastoral” tem sua raiz no verbo “apascentar”, “pastorear”, e no termo “pastor”. A Pascom, como é popularmente conhecida no Brasil, surgiu em respos ta à urgente necessidade da Igreja em utilizar e evangelizar os meios de co municação social. Muitos especialistas consideram sua pedra fundamental a
Congresso Estadual da Pastoral da Saúde trata do tema ‘A alegria do presencial novamente’, dia
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ESPECIAL PARA O SÃO PAULO Reprodução Luciney Martins/O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO

Deus vem ao nosso encontro

“Tenho medo de que Deus venha ao meu encontro e eu não o reconhe ça nem lhe dê atenção”. Seria grande perda para nós perder a chance do encontro salvador com Deus!

ANovena de Natal, pre parada pela Arqui diocese de São Paulo, neste ano segue um tema central na fé cristã e na vi vência do Advento: nosso Deus é o “Deus-que-vem” ao nosso encon tro. Não é uma divindade ausen te, distante, reclusa em sua glória e pouco interessada em nós e no mundo. Ele veio, vem e virá. Veio ao encontro do seu povo e se ma nifestou a ele, caminhou com ele, dialogou com seu povo e fez his tória com ele. E assim continua a fazer com a humanidade toda.

Deus enviou seu Filho ao mun do, não apenas para as pessoas de uma época, mas também para nós, e nos chama a nos envolvermos com esse evento singular, que mar cou e continua a marcar a história da humanidade e nossa história pessoal. Os personagens do Natal, como Maria, José, os Pastores, os Reis Magos, Herodes e outros nos questionam sobre o jeito que nós, hoje, acolhemos em nosso meio o Deus-que-vem e se faz Deus-conos co. Santo Agostinho disse um dia:

A Novena traz os textos do Evangelho, referentes ao Natal de Jesus, e convida a contemplar e meditar o Mistério da Encarna ção, celebrado no Natal: Deus se faz um conosco por meio de Jesus, para nos tirar de nossa solidão e nos abrir horizontes que, por nós, nem poderíamos sonhar. Jesus, o Filho de Deus, nasce humanamen te de Maria, abre-nos horizontes de esperança e de futuro, que nos enchem de alegria e paz. Como cristãos, temos muita coisa boni ta a comunicar e testemunhar ao mundo sobre a nossa fé. A celebra ção do nascimento de Jesus renova a esperança e a alegria de viver e nos convida a compartilhar a ale gria e a esperança com as pessoas ao nosso redor.

A Novena deste ano traz uma novidade: além da preparação do Natal, aparece também um roteiro de celebrações em família e breves encontros para o tempo que segue a festa do Natal, até a Epifania. De fato, o Natal não termina no dia 25 de dezembro, nem, muito menos, na noite de 24 de dezembro. A li turgia católica prevê celebrações festivas do dia 25 de dezembro até

a festa da Epifania. Isso enriquece rá a vivência do tempo do Natal, sobretudo nas famílias.

Parte importante da preparação do Natal e do seu anúncio público são os presépios que se preparam nas casas das famílias e outros am bientes, mesmo públicos e comer ciais. O Papa Francisco escreveu, em dezembro de 2019, a breve e bonita carta apostólica Admirabi le signum (sinal admirável) sobre o signi cado e valor do presépio, que é, por si só, um anúncio e um testemunho daquilo que cremos. É desejável que em todos os lares seja feito um presépio durante o perío do do Advento, completando-se na vigília do Natal com a introdução do personagem principal: o me nino Jesus na manjedoura. O en volvimento de crianças e jovens na preparação do presépio pode ser ocasião para uma catequese bonita e para uma experiência inesque cível para eles. O presépio deveria permanecer durante todo o tempo litúrgico do Natal, até a Epifania.

O tempo do Advento não deve ria ser marcado apenas por sinais exteriores e preocupações com a festa, a ceia e os presentes. Para nós, cristãos, este é um tempo de penitência e de conversão, de preparação pessoal e comunitária para acolher o Deus que vem e para irmos ao seu encontro bem

-dispostos. A Liturgia do Adven to nos convida, desde o primeiro Domingo, a crescer “no desejo de possuir o reino celeste” e de ir “com nossas boas obras ao en contro do Cristo que vem” (Ora ção do Dia). E convida “cami nhar entre as coisas que passam, abraçando as que não passam”, aprendendo “a amar desde agora o que é do céu” (Oração depois da Comunhão).

Fazem parte da vivência do Advento a oração mais intensa, a participação assídua na Eucaristia, a leitura e acolhida da Palavra de Deus, as obras de misericórdia e de solidariedade para levar a boa notícia do Natal também às pesso as que sofrem mais e aos que dela têm maior necessidade. Uma boa con ssão não deve faltar na prepa ração pessoal para o Natal.

O Natal também deve ser um tempo de paz entre as pessoas que Deus ama (cf. Lc 2,14). E Deus ama a todos! O profeta Isaías anunciou que o tempo do Messias seria de paz e que as armas seriam destruí das e refundidas em instrumentos de trabalho (cf. Is 2,4). Por isso, o perdão, a reconciliação e a paz en tre as pessoas e na sociedade. Para o encontro com o Deus que vem, as armas de todo tipo não servem e devemos estar desarmados inte rior e exteriormente.

2 | Encontro com o Pastor | 30 de novembro a 6 de dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER metropolitano de São Paulo
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NOMEAÇÃO

Dom Odilo preside missa na festa patronal da Paróquia Nossa Senhora das Graças

No domingo, 27, os éis da Paróquia Nossa Senhora das Gra ças, Setor Casa Verde da Região Santana, celebraram sua padroei ra, com missa presidida por Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e concelebrada pelo Padre Maurício José de Lima, Pároco, assistidos pelo Diácono José Luiz Silvério e Diácono Semi narista Nilo Massaaki Shinen.

“Neste novo tempo, do Ad

Atos da Cúria

E PROVISÃO

DE ASSISTENTE PASTORAL:

Em 18/11/2022, foi nomeado e pro visionado como Assistente Pastoral do Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Aparecida, no bairro do Ipi ranga, na Região Episcopal Ipiranga, o Diácono seminarista Felipe Batista da Silva, pelo período de 1o de novembro

de 2022 até 31 de dezembro de 2022

POSSE CANÔNICA:

Em 20/11/2022, foi dada a posse canôni ca como Vigário Paroquial da Paróquia Jesus Ressuscitado, no bairro do Jardim Santa Bárbara, na Região Episcopal Be lém, ao Reverendíssimo Frei Padre Pe dro Félix Rodrigues de Matos, OSA

vento, nos colocamos em atitude de espera do Salvador, o anúncio da Salvação, vivemos a espera do Deus que vem...”, a rmou o Car deal Scherer na homilia.

“Hoje, nós olhamos para Nos sa Senhora, que é padroeira desta Paróquia, com o título bonito de Nossa Senhora das Graças. Que graças são essas? Nossa Senhora que nos trouxe o autor das graças, Jesus Cristo, Filho de Deus, que se tornou por ela, lho de Maria e Fi lho do Homem, ou seja, da huma nidade”, conclui o Arcebispo.

CARDEAL

HÁ 15 ANOS - No Consistório de 24 de novembro de 2007, na Basílica de São Pedro, sete meses depois de tomar posse como sétimo Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer recebeu o barrete cardinalício das mãos do Papa Bento XVI. Ao retornar de Roma e ser acolhido na Catedral da Sé pelo povo e o clero arquidiocesano, em missa solene no dia 2 de dezembro do mesmo ano, o Cardeal Scherer a rmou: “O título cardinalício representa um presente para esta Arquidiocese na celebração de seu centenário”. Ao longo destes 15 anos, celebrados na quinta-feira, 24, Dom Odilo exerceu inúmeras funções como Cardeal da Igreja, entre as quais a participação no Conclave que elegeu o Papa Francisco, em março de 2013.

Espiritualidade

Aliturgia deste 2º Domingo do Advento nos ilumina e nos aju da a caminhar, construindo um futuro bom. No caminho, se, de um lado, encontramos gente poderosa se achando dona do mundo, fazendo estragos que geram morte; de outro lado, encontra mos muitos sinais de vida gestada por gente humilde, buscando fazer deste mundo um lugar bom para viver, lugar do sonho de Deus.

O profeta Isaías, escrevendo de forma poética, nos fala de um sonho em que, do tronco de Jessé surgiria um broto e do broto uma or – o Messias –, e sobre ele repou saria o espírito do Senhor. Ele não julgaria pelas aparências, traria justiça aos homens humildes e pací cos e destruiria o mau com o sopro dos seus lábios. Ele restauraria o paraíso perdido, e nele toda a criação se reconciliaria: o lobo com o cordeiro, o leo pardo com o cabrito, o bezerro com o leão, a vaca com o urso e a criança brincaria com a serpente. Aqueles que antes se atacavam e se devoravam agora caminharão juntos sem nenhum perigo, e o principal de tudo: serão conduzidos por um menino. É o que nos ensina o Salmo 71, que diz: “Nos seus dias, a justiça orirá e grande paz, até que a lua per ca o brilho! Libertará o indigente que suplica e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. Terá pena do indigente e do infeliz e a vida do hu milde salvará”.

Em tempo de ofensas, hostilidades, agressões verbais e físicas com o uso in devido e mentiroso da Palavra de Deus, é preciso voltar às fontes e acolher o sonho de Deus. Aí poderemos cantar com todas as forças pulmonares: “Do tronco da vida, mesmo ferida, surge uma or rindo da dor”.

E, quando o sonho está por se realizar,

surge João Batista no deserto, pregando a conversão porque o tempo se cumpriu e o Reino dos Céus se aproxima. Com seu jei to de ser, denuncia uma sociedade marcada pela aparência e super cialidade. Quando as pessoas o procuravam para o batismo, percebia que algumas eram ngidas e não queriam mudanças. João não amaciava nas palavras e chamava de cobras venenosas as que queriam o batismo, mas não aceitavam fazer as mudanças necessárias. Ainda mais, com imagens fortes, retiradas do mundo agrícola – machado para cortar árvore que não der fruto bom e garfo para separar o grão da palha do trigo – mostrava que não bastava ser da linhagem de Abraão, mas era preciso produzir frutos de conversão.

Escrevendo aos Romanos, Paulo faz uma proposta de conversão a uma comu nidade muito dividida. Certa rivalidade foi sendo construída, e dois grupos começaram a se enfrentar. Um acusava o outro por ser muito relaxado e o outro por ser muito ri goroso e atrasado. Paulo procura iluminar este ambiente con ituoso mostrando que todos precisavam se converter de tal modo que houvesse “concórdia uns com os outros”, bem como, acolhida “acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo vos acolheu”.

Estamos no Advento, tempo especial de se deixar modelar pela Palavra que hoje nos chama à conversão. Tendo concluído o sí nodo arquidiocesano, o grande desa o para que possamos avançar e colocar em prática o que escrevemos no papel é perceber que cada um de nós precisa fazer mudanças (converte-se), para caminharmos na unida de, renovando o que for necessário.

O sonho da criação reconciliada profe tizada por Isaías, a proposta de uma convi vência harmoniosa e acolhedora dita pelo apóstolo Paulo e o desa o de conversão pro posto por São João Batista é o que precisa mos alimentar para celebrar bem o Natal do Senhor. Faz bem fazer uma boa Con ssão e se reunir com outras pessoas para realizar a novena de Natal. Se a preparação for boa, poderemos continuar rezando e meditando até a Epifania do Senhor. O livro da nossa novena tem um singelo roteiro para cele brarmos estes dias jubilosos.

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DOM JOSÉ BENEDITO CARDOSO BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO LAPA
Reprodução
2007
José Henrique Monfré L’Osservatore Romano-nov.

Otempo litúrgico do Ad vento (do latim adven tus, “vinda”, “chegada”), que acabamos de come çar, volta o nosso olhar à realidade da chegada do Senhor: por um lado, à sua chegada discreta de 2 mil anos atrás, no escondimento da gruta de Belém, quando apenas poucos pastores e os reis magos caram sa bendo que o Messias, en m, havia vindo; mas, por outro lado, a Igreja nos propõe igualmente, neste tem po que prepara o Natal, contemplar mos a segunda vinda de Cristo, em que Ele de novo há de vir em sua gló ria, para julgar os vivos e os mortos De fato, as leituras que ouvimos no último domingo insistiram no tema do que acontecerá nos últimos tempos (cf. Is 2,2): já é hora de des pertar, nos dizia São Paulo, pois a noite já vai adiantada e o dia vem

Editorial

chegando (cf. Rm 13,11-12). E o próprio Evangelho nos mostra Jesus nos colocando em alerta para a vin da do Filho do Homem: será como no tempo de Noé, em que veio o dilú vio e arrastou a todos os que viviam descuidados, preocupados somente com comer, beber e arrumar seus parceiros (cf. Mt 24,37-44).

É interessante notarmos que, sempre que fala de sua vinda futura, Jesus se preocupa em não nos dar detalhes precisos sobre como os acontecimentos se desdobrarão. Ele simplesmente alude a eventos e pro fecias do Antigo Testamento, e nos diz que será como no dilúvio – não porque a Terra vá ser coberta pe las águas, mas porque muitos serão pegos desprevenidos. Essa postura de Nosso Senhor deve nos prevenir contra uma vã curiosidade sobre o m dos tempos: no fundo, não nos

importa tanto quantos dias, meses ou anos faltam até o Juízo Final, ou quais serão os sinais nos céus, ou onde vão estourar as guerras... O que impor ta, de fato, é que eu e você estejamos prontos, espiritualmente, para este momento: que o fogo de nosso amor a Deus esteja aceso, e que tenhamos o óleo da fé. Já faz quase 2 mil anos des de que a Igreja espera a volta do Se nhor – e, até onde sabemos, pode ser que este evento demore ainda outros dois; o que sabemos, com certeza, é que nossa alma será levada ao encon tro de Jesus no momento de nossa morte, e aquilo será, para nós, o juízo.

Se o Senhor nos convida a car mos atentos, portanto, isso signi ca que devemos viver cada momento do nosso Hoje tendo em vista a eterni dade. Esse pensamento nos mostra o enorme preço do tempo: “O tempo é como que a moeda da eternidade”,

nos diz Garrigou-Lagrange. Esta nos sa breve vida tem um preço enorme: é “um tempo muito curto, de 60 ou 80 anos, do qual depende uma eterni dade – é um brevíssimo prefácio para um livro sem m” (La Providence et la Con ance en Dieu).

Aproveitemos este Advento, en tão, para alimentarmos nossa vida espiritual. Podemos aumentar o tem po de oração diária; ou, quem sabe, escolher alguma pequena penitência associada ao sono: assim como Israel vigiava à espera do Salvador, tam bém nós podemos fazer pequenas vigílias por amor ao Menino que es peramos no Natal. E, se não estamos em dia com a Con ssão, este é um maravilhoso presente para darmos ao Menino Deus, que trará grande júbilo ao Céu (cf. Lc 15,7). Assim preparados, cantemos alegres: Veni, veni, Emmanuel!

Opinião

O tempo da vida é irrevogável

PATRÍCIA MIDÕES DE MATOS

A maior re exão que o mês das missões, realizado em outubro, nos trouxe, é a de que o nosso trabalho não acaba com as datas comemorati vas. O tempo passa e reforça a nossa missão: amar a Deus sobretudo, como primeiro mandamento, e ao próximo sem medidas. “A falta de amor é a maior de todas as pobrezas”, nos dei xou a mensagem de Madre Teresa; e “Não tenhais medo!”, de São João Paulo II (Mc 6,45-52). Ambos marca ram o nosso tempo com suas guras e ações – dentro e fora da Igreja, viven do o Evangelho na missão de servir ao próximo.

Da Índia ao mundo, considerada a maior missionária do século XX, em 20 anos o trabalho missionário de Madre Teresa estava espalhado em diversos países, como Albânia, Rús sia, Cuba, Canadá, Palestina, Bangla desh, Austrália, Sri Lanka, Itália, sem contar ainda com os Estados Unidos. Ela abriu casas de caridade nos países comunistas como a antiga União So viética e China. São João Paulo II teve papel importante para o m do comu nismo na Polônia e em outros países da Europa e, nos anos 1980 e 1990, in uenciou a restauração da democra cia e liberdades religiosas. A primeira encíclica, Redemptor hominis, explica a ligação entre a redenção por Cristo e a dignidade humana.

Desde então, todas as outras recor

dações devem nos encher de carida de, prazer e orgulho em servir. É essa a verdadeira irmandade herdada da liação divina que nos une. Um dis curso rememorado nos diz: “Deus, dai-nos a coragem para proteger a criança no ventre de sua mãe. Pois a criança é o maior presente de Deus para a família, para a nossa nação e para o mundo inteiro”. Ou, “A Igreja olha o futuro com con ança”

Em 1997, Madre Teresa sofreu um ataque cardíaco. A nota geral di vulga que ela preparava um serviço em homenagem à Princesa Diana, Lady Di, membro da família real bri tânica, e sua amiga pessoal. Lady Di

faleceu em 31 de agosto do mesmo ano – e a Madre atuava ainda dentro do período do 7º dia. Madre Teresa morreu em Calcutá, e seu funeral foi tratado como o de um chefe de Esta do. Vários foram os representantes do mundo que quiseram estar presentes para prestar-lhe homenagem. As te levisões do mundo inteiro transmiti ram ao vivo, durante uma semana, os milhões que queriam vê-la no estádio Netaji.

A lembrança desses dois grandes santos nos deixou aceso um rastro de memórias que marcam profun damente a alma. Embora seja uma realidade dura, e com desculpas ao

spoiler, fato é que “nossos dias estão contados” (Jó 14,5). Porque os dons quanto ao chamado de Deus, o tempo da vida é irrevogável (Rm 11,29). Pas sam santos, chefes de Estado, rainhas e princesas.

Assim lembramos, “pobres sempre haveis de ter” (Mc 14,7) e “o que zeres a um desses, a mim o farei” (Mt 25,40). E ca o eco da Santa das sarjetas: “Eu digo para mim mesma: este é Jesus com fome, eu tenho que alimentá-lo. Este é Jesus doente [...] eu tenho que cuidar dele. Eu sirvo porque eu amo Jesus”.

Líderes das grandes potências, com os melhores economistas do mundo, renomados pelas melhores universidades, não deram conta de resolver a pobreza no mundo. Precisa mos ver às luzes da palavra de Cristo e compreender totalmente a dimensão transcendente desse trabalho.

Em 2005, o Papa Bento XVI, na encíclica Deus caritas est, cita Madre Teresa, recordando a passagem bíblica “Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1Jo 4,16). Concluímos que os santos não teriam conseguido se não fosse assim. Como exemplos de oração e ao mesmo tempo de fé operativa. Hoje, devemos compreender melhor que eles celebram a alegria de poder com partilhar o amor de Deus.

4 | Ponto de Vista | 30 de novembro a 6 de dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
As opiniões expressas na seção“Opinião”são de responsabilidade do autor e não re etem,
O SÃO
necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal
PAULO
Patrícia Midões de Matos é mestre em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero. Especialista em Ciências Humanas pelo Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS). Arte: Sergio Ricciuto Conte

Fé e Cidadania Comportamento

A tecnologia e as crianças pequenas

Inicio aqui uma dupla de artigos que pretendo escrever sobre a in u ência da tecnologia, em especial dos tablets e celulares em nossa família. Este primeiro texto faço pensando nas crianças bem pequenas, e no próxi mo mais focado em pré-adolescentes.

Note-se que o que pretendo aqui é dividir a experiência de um pai de três pequenos, que teve de enfrentar esse dilema em família. Não trato de estudos de “especialistas” ou outros que, dependendo de suas intenções, mais confundem do que ajudam. Nunca podemos nos esquecer de que, no mundo capitalista em que vivemos, muitos estudos podem trazer em si algum viés, adicionado justamente por aqueles que os paga ram para que sejam realizados.

Entrando no tema, o que nós, como pais, temos como desa o, é saber como proteger nossos lhos no uso dessas tecnologias que, ao mesmo tempo, será importante que dominem no futuro. Que dilema!

O que aprendemos, eu e minha esposa, se deu pela vivência pessoal, mas, principalmente, pela escolha de uma linha da pediatria muito pou co conhecida, mas que em muito se assemelha aos métodos mais antigos de ensino, mesmo que nossos avós não os tivessem tratado como uma metodologia. Nela, todo o foco da ação dos pais é para que a criança possa adquirir a habilidade de lidar sozinha com seus próprios desa os.

Comecemos por uma coisa bastante comum que todos conse guimos perceber, e confesso que me incomoda muito. Já notaram a quantidade de crianças bem peque nas que são mantidas “coladas” em celulares e tablets em restaurantes? Por que elas estão lá?

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

A FUNDAÇÃO CAPELLA MENINO JESUS E SANTA LUZIA, CNPJ/MF nº 56.462.237/0001-49, nos termos do arti go 7º, primeira parte, do Estatuto altera do e consolidado em 16.12.2003, livro nº

ral Ordinária a realizar-se em sua sede à Avenida Higienópolis nº 890, sala 12,

A resposta que já obtive ao ques tionar (com muito carinho) foi que os pais precisam almoçar, e as crian ças cam inquietas quando acabam de comer. Parece justo, a nal, que os pais tenham um minuto de sossego, correto?

Bom, a resposta mal-educada seria: mas qual a nossa prioridade: sermos pais ou termos o tal “mo mento de sossego?”. Posso falar isso sem qualquer constrangimento, a nal com três meninos com idades muito próximas, no m do dia não há “momentos de sossego”.

Vemos as crianças coladas na tela do celular, quase sem piscarem os olhos, absorvendo toda a infor mação que recebem daquele portal multicolorido. De cara, podemos perceber que, enquanto os pais pen sam “ganhar um momento”, quem perde o momento é justamente a criança.

Perde o momento raro de curtir seus pais, mesmo sem entenderem as palavras e temas tratados. Aos poucos, percebem como os pais se tratam e o que acontece ao redor. Começam a perceber que são parte de um todo, que existem outras ao seu redor, mas que não estão ali tão próximos como uma família.

Indo mais adiante, pensando no crescimento das crianças (você sabe que elas vão crescer, correto?), veja uma questão curiosa que o nosso pediatra nos propôs numa ocasião. Na época, discutíamos sobre aqui lo que os pais fazem repetidas ve zes para “atender” ou “acalmar” as crianças, seja na mesa ou na hora de dormir.

A pergunta direta é: “Até quan do vocês pretendem fazer isso?”. “Como assim?” (era sempre a mi nha fala). “Ué”, continuou ele, “se sempre que isso acontece você acal

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

A FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAU LISTA, CNPJ/MF nº 50.951.847/0001-20, nos termos do artigo 8º, caput, primeira parte, do Estatuto alterado e consolidado em 30.03.2017, devidamente registrado

ma a criança com determinada ati tude, em que momento vão parar? Quando ele tiver 30 anos, você vai continuar fazendo isso?”

Pode parecer esquisito, mas faz sentido. Em algum momento, a criança vai ter de parar de usar o celular na mesa do jantar, e isso vai começar quando? A conclusão que virou frase basilar para nós foi: “Nunca comece a fazer com o seu lho algo que não pretenda fazer a vida toda!”.

Assim, nessa onda, é chato para a criança car parada após o almo ço? Sim, é. Ela vai car frustrada de car ali parada sem fazer nada, ou sem poder sair dali? Sim, vai. Mas não será a única vez que terá de enfrentar algumas chatices da vida. Não será a última frustração que terá. Então, é bom que aprenda a li dar com isso.

Logo, vamos querê-los sentados à nossa mesa trocando ideias, mas, se desde cedo ensinarmos que a tec nologia é a grande companheira do jantar, como explicar quando forem maiores que é necessário colocá -la de lado? Perguntarão: Por que podia antes, e agora não? Por que quei mais velho? Que coisa chata! E lá vai mais um motivo para um adolescente reclamar.

Em resumo: nunca use a tec nologia como que uma “chupeta tecnológica” para acalmar ou si lenciar a criança. Que os olhos de nossos lhos não encontrem calma e amparo nas telas repletas de ideo logias, mas em nossos olhares e no tom de nossa voz. É isso que uma família faz.

LuizVianna é engenheiro, pós-graduado em marketingeCEOdaMult-Connect,umaempresa de tecnologia. Autor dos livros“Preparado para vencer”e“SocialTransformation e seu impacto nos negócios”; é músico e pai de três lhos.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

A FUNDAÇÃO SANTA TEREZINHA, CNPJ/MF nº 69.273.050/0001-49, nos termos do artigo 7º, parágrafos primeiro e segundo, do Estatuto alterado e con solidado em 16.12.2003, livro nº 1485,

sua Mesa Administrativa para a Assem sua sede à Avenida Higienópolis nº 890,

Acerca de uma obra sobre Ciência e Fé

Há pouco tempo, a editora Loyola publicou um livreto, escrito pelo eminente teólogo e Car deal Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, denominado Darwin e o Papa. O falso dilema entre criação e evolução (São Paulo: Loyola). Leitura acessível, recomen dada a qualquer católico.

Confesso, porém, que quei incomodado com o termo “falso”. De um lado, o uso é próprio, pois, em termos do dogma católico, fé e razão humana não podem se contradizer. Por outro lado, em termos históricos, essa premissa pode levar a concordismos fáceis. O autor aponta a postura de diálogo dos papas, principalmente a partir de São João Paulo II, respeitada a autono mia das diferentes esferas de conhecimento: “a ciência se dedica aos fatos, aos dados; à ‘cena’, ao ‘como’; a metafísica e a religião se consagram aos valores, aos signi cados últimos, ao ‘fundamen to’, ao ‘porquê’” (p. 28).

Acontece que toda teoria cientí ca de longo alcance, como é o caso da teoria da evolução por seleção natural, inevitavelmente inclui questões losó cas que são, reconheçamos, de difícil so lução. Como compatibilizar uma narrativa cien tí ca da evolução das espécies no planeta, e dos mecanismos que operam em nível molecular na seleção natural, com a doutrina da providência divina, como o autor procura fazer? O próprio Darwin resvalou para um agnosticismo, pois não conseguiu conciliar a noção de um Deus amoro so com o excesso de mal evidenciado na natureza e na morte da lha que ele mais amava.

Presidente

da Fundação Capella Menino Jesus e Santa Luzia

Dom Odilo Pedro Scherer Presidente Santa Luzia

realizar-se em sua sede à Av. Higienópolis

Presidente da Fundação Metropolitana Paulista.

de 2022. Provedor da Fundação San ta Terezinha

É preciso levar “Darwin a sério”, como diz Michael Ruse, um dos mais eminentes estudiosos do darwinismo (apesar de agnóstico, ele também escreveu Pode um Darwinista ser Cristão?, com uma resposta a rmativa). Ele sugere distinguir mos a evolução como fato (passado e presente), como caminho (o curso temporal), como me canismos (causas) e como teoria cientí ca. Sob cada um desses aspectos, surgem inúmeras ques tões que desa am o senso comum (a vida como tendo nalidade) e as crenças (por exemplo, na lei natural). Contrariando o senso comum, além disso, o registro fóssil hoje cumpre papel menor nos estudos sobre evolução, destacando-se a bio logia molecular e estudo/manipulação do DNA. Com a manipulação genética, inclui-se um novo nível de re exão, o da moral, além daquele da metafísica e da teoria do conhecimento. Qual quer diálogo se torna tenso e sobrecarregado de informação e avaliações. Mas permaneço pelo momento no plano do entendimento do real. Aí o velho problema do mal e da falta de nalidade dos processos naturais surge com força, e a cren ça na Providência se mostra incapaz de dar conta das dúvidas. Nesse momento, falta uma re exão de cunho mais cristológico: Cristo não morreu só por nossos pecados, pelos males humanos, mas experimentou a cruz também para redimir o mal e a falta de esperança no mundo. A angús tia de Jesus no Horto das Oliveiras pode surgir como analogia forte para a tensão vivida pelo cristão no trato com a visão de mundo desencan tada da ciência, e valoriza o papel da fé na vida do pesquisador cristão.

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Asopiniõesexpressasnaseção“FéeCidadania”sãode responsabilidadedoautorenãore etem, necessariamente, os posicionamentoseditoraisdojornal OSÃOPAULO
Dom

BELÉM

Dom Cícero: ‘Maria nos dá a grande graça do seu Filho’

Na manhã do domingo, 27, Dom Cí cero Alves de França presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Antonieta, na festa da padroeira. Na ocasião, ele conferiu os sacramentos da Iniciação Cristã (Batismo, Eucaristia e Crisma) a dois adultos e instituiu 20 ministros extraordinários da Sagrada Comunhão. A missa foi concelebrada pelo Padre Valdir João Silveira, Pároco, e contou com centenas de éis.

Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arqui

do Prof. Osmar de Carvalho. Padre Roberto Moura, Pároco, relembrou que as apresentações das bandas marciais das escolas eram tradicionais nas festividades da igre ja no passado. As festividades foram nalizadas com mais um dia de Festa na Praça. (por Taíse Cortês)

Dom Cícero salientou que este tem po litúrgico deve ser vivido como uma experiência de conversão e mudança ra dical de vida, para perceber os sinais que Deus dá.

Acerca de Nossa Senhora das Graças, o Bispo ressaltou que a palavra graça no Antigo Testamento signi ca “Deus” e no Novo Testamento equivale a “Jesus”. Ele recordou a visita do Arcanjo Gabriel a Maria, chamando-a de “cheia de Graça”.

“A grande graça que Maria nos dá é a graça do seu Filho, que nos tira da me diocridade e de uma vida sem graça, de uma vida que não tem Deus”, concluiu.

BRASILÂNDIA

Pastoral Afro faz evento celebrativo pelo Dia da Consciência Negra

No sábado, 26, a Pastoral Afro Bra sileira Dom José Maria Pires, da Região Episcopal Brasilândia, realizou um en contro celebrativo da Consciência Negra na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Zatt.

“O Negro na mídia” foi o tema do encontro, que contou com homenagens a protagonistas negros nos diversos seto res da arte, como a cantora Elza Soares e o curador de arte Emanoel Araújo, am bos falecidos neste ano.

Também houve recordações sobre expoentes do cinema como Grande Ote lo, Ruth de Souza, Lázaro Ramos e Viola Davis. No campo acadêmico, destacou -se o trabalho de Djamila Ribeiro. Al cione, Milton Nascimento e Paulinho da Viola também foram recordados.

Houve apresentações do bailarino Vagner em homenagem a Ingrid Silva, bailarina brasileira que cou mundial mente conhecida por pintar as sapatilhas com a cor da sua pele. Também partici pou a Irmã Rosa Maria Martins, jorna lista e missionária scalabriniana que atua no trabalho com imigrantes.

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[SANTANA] No sábado, 26, no Teatro do Colégio Salesiano Santa Teresinha, 52 jovens e adultos, vinculados à Paróquia Santa Teresinha e ao Colégio Madre Mazzarello, recebe ram, pelas mãos de Dom Jorge Pierozan, o sacramento da Crisma. A missa foi presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana e concelebrada pelos Padres Sil vio César da Silva, Pároco, e José Adilson Morgado, Diretor do Colégio, assistidos pelo Diácono Diego da Silva. (por Christian Pito) [SANTANA] No domingo, 27, na Paróquia Nossa Senhora da Candelária, Setor Vila Maria, Dom Jorge Pierozan presidiu a missa durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a 30 jovens e adultos. Concelebrou o Padre Octaviano Pinto da Silva, SCJ, Pároco, assistidos pelo Diácono Marcelo Reis. (por Fernando Fernandes) [LAPA] Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, no sábado, 26, na Paróquia São Francisco de Assis, Setor Butantã, presidiu missa na qual conferiu a 29 adultos o sacramento da Con rmação. Concelebrou o Padre Edilberto Alves da Costa, Pároco, assistido pelo Diácono André Iasz. (por Benigno Naveira) [IPIRANGA] Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, conferiu o sacramento da Crisma a 12 jovens e adultos, durante missa por ele presidida na Paróquia Nossa Senhora do Sião, Setor Ipiranga, no domingo, 27. Concelebrou o Padre Celso Paulo Torres, Pároco. (por Pascom paroquial) DANIELE ISIDORO DA SILVA ALVES COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO [BRASILÂNDIA] A Paróquia São Luís Gonzaga, no Setor Pereira Barreto, deu continui dade às celebrações dos 50 anos de dedicação de sua igreja, abertura do ano jubilar de 60 anos da Paróquia e centenário da Vila Pereira Barreto. No sábado, 26, houve a Jornada Regional da Juventude da Brasilândia, seguida do evento Festa na Praça, com apresen tações musicais, culturais e barracas com comidas e brincadeiras preparadas pelas pas torais. No domingo, 27, foi realizada a 1º Corrida e Caminhada São Luís Gonzaga e São Luisinho (voltada para as crianças). A abertura foi animada com apresentação do grupo de fanfarra de alunos e ex-alunos da Escola Estadual Prof. Milton da Silva Rodrigues, sob a regência diocese na Região Belém destacou o início do Advento, ressaltando que neste tempo “somos convidados a nos preparar para a chegada de Jesus” e que um dos aspectos deste momento é se ater a não viver a vida de maneira corriqueira, medíocre. [BELÉM] Os éis da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Jardim Elba, celebraram sua padroeira no domingo, 27, com uma missa presidida por Dom Cícero Alves de França e concelebrada pelo Padre José Alves de Souza, Pároco. (por Fernando Arthur) Vitor Garcia Paróquia Nossa Senhora do Sião Fernando Fernandes Taíse Cortês AWM Produções Christian Pito

BRASILÂNDIA

500 pessoas participam da Jornada Regional da Juventude

A manhã do sábado, 26, foi de mui ta animação, alegria e oração, com mais de 500 jovens participando da abertura da Jornada Regional da Juventude (JRJ), realizada na praça da Paróquia São Luís Gonzaga, Setor Pereira Barreto.

O evento foi preparatório para as ati vidades do 3º Ano Vocacional do Bra sil, que prossegue até 26 de novembro de 2023. Na Região Brasilândia, esses jovens e muitos outros participarão de gincanas e outras atividades entre os seis setores pastorais.

Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasi lândia, ressaltou a importância de mostrar ao jovem que a vocação não se limita ao sacerdócio ou à vida religiosa consagrada, mas, sim, servir à Igreja. Assim como a jo vem Virgem Maria, os jovens devem dizer o seu sim a esse projeto de Deus e anunciar sem medo, com seu vigor e entusiasmo, o Nosso Senhor Jesus Cristo.

Por m, houve a missa presidida por Dom Carlos Silva. O segundo encontro da JRJ está marcado para o dia 21 de maio de 2023 no Santuário Mãe e Rainha do Jara guá. Toda a programação está disponível no site https://jrjbrasilandia.com.br

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[LAPA] Em missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolita no, no sábado, 26, na Paróquia São Francisco de Assis, no Jaguaré, 40 jovens receberam o sacramento da Con rmação. Concelebrou o Padre Edilberto Alves da Costa, Pároco, assis tidos pelos Diáconos Marcos Adriano de Souza e Nilo Shinen. (por Benigno Naveira) [SÉ] Na sexta-feira, 25, na Paróquia Rainha dos Apóstolos, Setor Aclimação, Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, conferiu o sacramento da Con rmação a 42 jovens e adultos. Concelebrou o Padre José Elias Fadul, SAC, Pároco. (por Natanael Maia) [SANTANA] No sábado, 26, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Setor Santana, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a mis sa em que 20 jovens receberam o sacramento da Crisma. Concelebrou o Padre Hum berto Robson de Carvalho, Pároco. (por Fernando Fernandes) [SANTANA] Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a missa, no domingo, 27, na Capela Santa Teresinha, pertencente à Paróquia Nos sa Senhora da Piedade, Setor Jaçanã, durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a 21 jovens. Concelebrou o Padre Luís Izidoro Molento, Pároco. (por Denilson Araujo) [SANTANA] No Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora da Salette, Setor Santana, aconteceu, no sábado, 26, a celebração eucarística presidida por Dom Jorge Pierozan, durante a qual houve a investidura de 51 jovens que se tornaram cerimoniários para atuar nas paróquias da Região. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana cha mou-os a serem missionários, elogiou-lhes o zelo, o senso de dever e a responsabilidade que têm ao desempenhar o serviço do altar. Exortou-os, também, a continuarem sendo evangelizadores, a trazerem suas famílias de volta para a Igreja e a não se esquecerem do versículo bíblico: “Não nos cansemos de fazer o bem. Se não desanimarmos, no tem po devido colheremos” (Gl 6,9). (por Roberto Amadio) [BRASILÂNDIA] Os éis da Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Carolina, ce lebraram a festa da padroeira entre os dias 18 e 27 de novembro. O encerramento foi com missa presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia. (por Gisele Lima)
[BELÉM] Na manhã do sábado, 26, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São Roque e conferiu o sacramento da Con rma ção a 51 jovens e adultos. Concelebraram os Freis José Edison Biazio, OFMCap., Pároco, e Francisco Erlânio Gomes Ribeiro, OFMCap., Vigário Paroquial; assistidos pelo Diácono Elias Júlio da Silva. (por Fernando Arthur)
Regional Benigno Naveira Gisele Lima
Fernandes Fernando Arthur Denilson Araujo
Amadio
Maia
Pascom
Fernando
Roberto
Natanael

SANTANA

2,2 mil ministros extraordinários da Sagrada Comunhão recebem a investidura

No domingo, 27, no ginásio do Colégio Salesiano Santa Teresinha, na zona Norte, em missa presidida por Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, 2.251 ministros receberam a inves tidura e o envio para a missão, referentes ao biênio de 2023-2024.

A celebração contou, também, com a

presença de muitos padres, diáconos, se minaristas e familiares, numa manifestação de unidade e disposição para o serviço ao povo de Deus.

A missa marcou a conclusão das forma ções presenciais, após dois anos suspensas em virtude da pandemia de COVID-19, promovidas pela Pastoral para a Liturgia da Região Santana, baseadas na carta apostólica A Eucaristia e a Igreja, de São João Paulo II, e o Documento de Aparecida

[BELÉM] Na tarde da sexta-feira, 25, cerca de 150 pessoas da Rede Mundial de Oração do Papa (Apostolado da Oração) presen te na Região Episcopal Belém se reuniram no Centro Pastoral São José. O encontro contou com a participação de Dom Cícero Alves de França e do Padre Arlindo Teles, Pároco da Paróquia São José do Maranhão e Assessor Eclesiástico da Rede na Região Belém. O Sacerdote presidiu a missa con clusiva do encontro. (por Giane Falavigna)

[BRASILÂNDIA] Na noite do domin go, 27, em missa na Paróquia Nossa Se nhora das Dores, presidida por Dom Car los Silva, OFMCap., 51 jovens receberam o sacramento da Crisma. Eles zeram o processo de preparação na Paróquia São Luís Maria Grignion de Montfort, nas áreas Pastorais São Pio, Santo Antônio e na Paró quia Nossa Senhora das Dores.

(por Roberto Bueno e Padre Walter Merlugo)

[BELÉM] Na noite do domingo, 27, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Califórnia. Concelebrou o Padre Fran cisco Reginaldo Henriques de Miranda, Pároco. (por Larissa Bernardo)

[BELÉM] No domingo, 27, o Setor Con quista realizou uma Caminhada Missioná ria, em comunhão com o Ano Jubilar Mis sionário. A caminhada se deu na Paróquia Santa Adélia e percorreu as ruas do bairro do Jardim Santa Adélia. Antes do evento, o Pároco, Padre Jonatas Mariotto, presidiu missa e abençoou os missionários. Tam bém participou da caminhada o Padre Vidal Valentín, CSS. Os missionários pas saram pelas casas conversando e rezando com os moradores. (por Nilton Gomes)

No domingo, 27, os éis da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Setor Imigrantes, celebraram sua padro eira, com quatro missas ao longo do dia. Uma delas foi presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, e concelebrada pelo Padre Ubaldo Steri, Pároco. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga destacou a fé, a atitude de servi ço aos irmãos e a perseverança da Virgem Maria como exemplo para os cristãos de hoje, além da história e o sentido das apa rições de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, em Paris, na França, em1830. (por Nei Márcio Oliveira de Sá)

[BELÉM] No dia 20, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia São Pe dro Apóstolo, no Jardim Independência. Concelebraram o Cônego José Bizon e o Padre Edélcio Otaviani. Após a celebração, o Bispo visitou a Comunidade Imaculado Coração de Maria.

(por Alysson Carvalho)

[BELÉM] No dia 19, os coroinhas e acó litos das paróquias e comunidades do Setor Conquista se reuniram para um dia de espiritualidade, oração e formação. O encontro aconteceu nas dependências do Cepac (Obra Social dos Freis Agostinianos) e contou com a presença de cerca de 200 pessoas. (por Fernando Arthur)

[IPIRANGA] No sábado, 26, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, no Planalto Pau lista, Setor Vila Mariana, foram entregues cestas básicas para as 140 famílias cadastra das, totalizando 2,5 toneladas de alimentos e cerca de 700 pessoas assistidas.

(por Diácono José Mário Garcia Corral)

[SÉ] Depois de quase dois anos de pre paração, no domingo, 27, na Paróquia Nossa Senhora Achiropita, 33 crianças re ceberam o sacramento da Eucaristia pela primeira vez. A missa foi presidida pelo Padre Antônio Sagrado Bogaz, Pároco, e concelebrada pelo Padre Edson Teixeira de Lima, Vigário Paroquial.

(por Modesto Chaves Maciel)

[LAPA] No dia 20, na Paróquia São José, Setor Pirituba, o Padre Messias de Moraes Ferreira, Pároco, presidiu missa durante a qual 17 crianças receberam o sacramento da Eucaristia pela primeira vez.

(por Benigno Naveira)

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[IPIRANGA] PADRE ROBERTO FERNANDO COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO [LAPA] Na Paróquia São Pedro Apóstolo, no Central Parque, Setor Lapa, no dia 20, acon teceu a missa presidida por Dom José Benedito Cardoso, que teve como concelebrante o Padre Marcos Lourenço Cardoso, RCJ, Pároco. Na ocasião, realizou-se a instituição de 13 ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, que tiveram seu trabalho missioná rio renovado por mais dois anos. (por Benigno Naveira) [LAPA] Na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, do Conjunto Habitacional Turístico, que pertence à Paróquia Santa Luzia, Setor Pirituba, Dom Mosé João Pontelo, CSSP, Bispo Emérito de Cruzeiro do Sul (AC), presidiu missa, no dia 20, durante a qual conferiu o sa cramento da Con rmação a 13 adultos. (por Benigno Naveira) [LAPA] No dia 20, na Paróquia São José, Setor Pirituba, 16 jovens receberam o sacra mento da Crisma, durante missa presidida por Dom José Benedito Cardoso. Concelebrou o Padre Messias de Moraes Ferreira, Pároco. (por Benigno Naveira) [IPIRANGA] Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, esteve, no dia 22, na Fundação Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga (Funsai) e presidiu a missa pelos 126 anos da entidade, fundada pelo Conde José Vicente de Azevedo, onde ainda hoje são mantidos projetos sociais para crianças, jovens e idosos. Concelebraram o Padre Israel Mendes Pereira, Pároco da Paróquia Santa Paulina e Cape lão da Funsai; e o Padre Tárcio Luiz Ferreira, SJ, Diretor do Colégio São Francisco Xavier. (por Padre Israel Mendes Pereira) Robson Francisco Ivan Almeida Rogério Froet Pascom paroquial Katiuscia Teodoro Arquivo paroquial Nilton Gomes Lucimar Rodrigues do Santos

Em assembleia, é eleita a nova diretoria da Caritas Arquidiocesana

NA OCASIÃO, TAMBÉM HOUVE UM BALANÇO DAS AÇÕES REALIZADAS

EM 2022, COM

DESTAQUE PARA A ATENÇÃO COM OS MAIS POBRES E O APOIO A REFUGIADOS

O Diácono Márcio José Ribeiro, 61, será o novo diretor da Caritas Arqui diocesana de São Paulo (CASP) para o triênio 2023-2025. Ele foi eleito em as sembleia realizada no dia 23, na sede do organismo, no bairro da Parada Inglesa, na zona Norte.

A assembleia foi conduzida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebis po de São Paulo e Presidente da CASP; e pelo Padre Marcelo Maróstica, atual Diretor da Caritas. Entre os participan tes também estavam Dom Carlos Silva, OFMCap., Dom Ângelo Ademir Mez zari, RCJ, Dom Jorge Pierozan e Dom Cícero Alves de França, bispos auxilia res da Arquidiocese.

A NOVA DIRETORIA

Além do Diácono permanente Már cio José, que atua na Região Episcopal Santana, tomarão posse em 1o de janei ro de 2023 como membros da diretoria da CASP: como Vice-diretor, o Padre Marcelo Maróstica Quadro, 54, Pároco da Paróquia São José, na Região Belém; como tesoureiro e vice-tesoureiro, os se nhores Fábio Henrique Krubiniki e Car los Augusto Camargo, respectivamente; e como secretária e vice-secretária, as senhoras Fabrícia Paes e Maria Inês Le andro, respectivamente.

Para o Conselho Fiscal, foram eleitos os Diáconos Permanentes Orlando Lu ciano da Silva e Rogério Lopes Camargo, além do senhor Ricardo Lanzoni.

Ao O SÃO PAULO, o Diácono Már cio Ribeiro salientou que a CASP “se apresenta com a desa adora missão de ser o braço estendido da Igreja, atuando na sensibilização, animação, articulação e promoção da caridade”.

O Diácono recordou as palavras do Papa Francisco, ditas em 2016, de que a Caritas deve ser “estímulo e ânimo a m de que toda a comunidade cresça na caridade e saiba encontrar caminhos novos para estar próxima aos pobres, seja capaz de ler e enfrentar as situações que oprimem milhões de éis em todo o mundo”.

O diretor eleito da CASP destacou a presença motivadora do Cardeal Scherer neste organismo da Igreja, agradeceu o empenho dos bispos auxiliares na presi dência de cada um dos seis núcleos re gionais, bem como a atuação dos volun tários, e assegurou que a nova diretoria

dará continuidade aos projetos que estão sendo realizados.

BALANÇO DAS AÇÕES

Antes da eleição da nova diretoria, foi feito um balanço das atividades realiza das em 2022. As formações sobre Econo mia Popular Solidária; Fundo Rotativo e Banco Comunitário; Doutrina Social da Igreja; Terapias Integrativas; Mis são e Identidade da Caritas; Campanha da Fraternidade; Lei Geral de Proteção de Dados foram destacadas pelo Padre Marcelo Maróstica.

Por meio de seus núcleos nas seis re giões episcopais, a CASP também foi a presença da ação caritativa da Igreja em São Paulo, com a distribuição de cerca de 1,7 mil cestas básicas; outros 295kg de ali mentos; mais de 5 mil peças de roupas; 500 máscaras descartáveis; aproximadamente mil cobertores; e 50 bíblias bilíngues.

Houve, ainda, bazares solidários, a formação de novos grupos do Credipaz, plantão social, rodas de escuta, a Campa nha do Agasalho – que bene ciou cerca de 800 pessoas – e iniciativas emergen ciais em favor das populações de Petró polis (RJ) e Franco da Rocha (SP), afeta das por tragédias climáticas.

A Caritas Arquidiocesana também realizou ações no VI Dia Mundial dos Pobres, em novembro, apoiou o Amparo Maternal e promoveu a Festa das Nações com os refugiados.

O fortalecimento dos núcleos regio nais também foi mencionado pelo Pa dre Marcelo, assim como a atuação do Departamento de Assistência Social da CASP, realizado pela Irmã Sônia Martins, MSC, que ao longo do ano visitou proje tos do organismo, como a Horta do Beco, em São Bernardo do Campo (SP), e a La vanderia 08 de Março, em Santos (SP).

ACOLHIDA E ORIENTAÇÃO

A REFUGIADOS

O Serviço de Acolhida e Orientação para Refugiados (SAOR) da Caritas tam bém teve destaque no relatório de ações. Padre Marcelo Maróstica mencionou as visitas sociais às comunidades em que se encontram refugiados, como a Ocupação

Chácara das Corujas, em Parelheiros, e a Ocupação Porto Príncipe, no Ipiranga.

Outra ação do serviço de acolhida foi a participação do 2º Mutirão Pop Rua Jud, na Praça da Sé, entre os dias 21 e 23 deste mês, durante o qual houve atendi mento para a regularização da situação de refugiados no Brasil.

Além disso, o SAOR realizou atendi mentos em Campinas (SP) e em Bauru (SP), com a entrega de doações a famílias do povo Warao, bem como a venezuela nos e cubanos.

Outras ações do SAOR mencionadas pelo Padre Marcelo Maróstica foram: Projeto Labores: que, em parce ria com o Ministério da Justiça, ofertou cursos profissionali zantes e oficinas de artetera pia a pessoas em situação de refúgio;

Projeto Jovens: feito em parcei ra com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Hu manos, com workshops de língua inglesa; e em parceria com o Cursinho da Poli, ofe recendo 10 bolsas de estudo para pré-vestibular; Reestabelecimento de Laços Fami liares: em parceria com a Cruz Vermelha, proporcionou a dis tribuição de chips telefônicos e ligações internacionais; Refúgio nas Escolas: consistiu em palestras nas escolas, para tratar de temas de migração e refúgio, com o intuito de com bater a xenofobia e o precon ceito nas futuras gerações.

De acordo com o Sacerdote, os pro gramas de Assistência Social, Integração Local, Proteção Local e Saúde Mental te rão continuidade no SAOR, assim como as visitas às comunidades em que vivem os refugiados.

No próximo ano, também se prevê a assinatura de um termo de cooperação com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) para elaboração de uma documentação sobre a História do Refúgio em São Paulo e a disponibi lização de arquivos para pesquisadores.

OLHAR ESPECIAL AOS REFUGIADOS AFEGÃOS

Padre Marcelo também apresen tou uma planilha com todas as ações da CASP, desde agosto de 2021, em atenção aos refugiados afegãos que chegaram à capital paulista. O aten dimento a eles oferecido consistiu de orientações coletivas sobre integração, assistência, proteção e saúde. Além disso, eles puderam realizar curso de português.

A Casa de Acolhida “Todos Irmãos”, mantida em parceria com a Caritas Gua rulhos, o Alto Comissariado das Na ções Unidas para Refugiados (Acnur) e a Prefeitura de Guarulhos, também foi citada, pois ali 131 refugiados realizam aulas de português, atividades de lazer, rodas de conversa, além de terem sido vacinados.

Padre Marcelo destacou que, até o momento, no SAOR foram atendidas cerca de 4 mil pessoas, de 43 nacio nalidades, sendo a maioria afegãos e venezuelanos. Ele enfatizou a res posta analítica, rápida e estratégica perante o grande fluxo de afegãos e a capacitação de pessoas em situação de refúgio.

PLANO DE AÇÃO PARA 2023

Por fim, foram listadas algumas das prioridades de ação para o ano de 2023:

Continuação do processo de forta lecimento dos núcleos regionais; Elaboração e execução do projeto -piloto de Economia Popular Soli dária da CASP; Assumir a Campanha da Fraterni dade 2023 como eixo transversal nas ações da CASP;

Formação permanente dos agentes e voluntários;

Reformulação do Estatuto e Regi mento da CASP;

Formar voluntariado para atuar em ações emergenciais;

Aprofundamento do Código de Ética e da Política de Combate a Discriminação e Assédio Moral e Sexual da CASP.

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Luciney Martins/O SÃO PAULO Diácono Márcio José e Padre Marcelo Maróstica, eleitos diretor e vice-diretor da CASP, com Dom Odilo, bispos auxiliares e outros membros

Anote na agenda: 8 de dezembro é o Dia do Amparo

DATA

BUSCA A OBTENÇÃO DE DOAÇÕES PARA A CONTINUIDADE DAS ATIVIDADES DO CENTRO DE ACOLHIDA VOLTADO A GESTANTES, BEBÊS E PUÉRPERAS

A Associação Amparo Ma ternal, que tem por missão aco lher mulheres gestantes em situ ação de vulnerabilidade, incluirá em seu calendário institucional o Dia do Amparo, a ser comemo rado em 8 de dezembro, na Sole nidade da Imaculada Conceição de Maria.

Neste primeiro ano, a data destacará a campanha “Amparo pela Vida de 2022”, iniciada em maio e que tem arrecadado recur sos para a instituição prosseguir com as atividades do Centro de Acolhida, que existe há 83 anos.

Sediada na Vila Clementino, na zona Sul da capital, o Amparo Maternal acolhe gestantes e seus bebês de forma integral e huma nizada, oferecendo residência e atendimento especializado para a reinserção social.

“A instituição é reconhecida por dar apoio à formação de ci dadãos éticos e íntegros para a sociedade. Ela salva vidas, pro move dignidade”, disse, ao O SÃO PAULO, Lorenna Pirolo, diretora-presidente da institui ção e cofundadora da associação católica de éis Missionários da Redenção.

Lorenna enfatiza que o Am paro Maternal foca o “ser” de cada mulher, a m de que “se veja perante a si mesma, o mun do e a sociedade; e, assim, possa se recolocar e saber quais são os valores necessários para uma vida em abundância, aquela pre gada por Cristo. A meta é que ela possa ser e sair daqui com auto nomia e protagonismo”.

Para promover tudo isso, além de manter parceiros que auxiliam as atividades desenvol vidas, a instituição conta com a generosidade de voluntários e doadores.

Atualmente, o Centro de

Acolhida tem trabalhado em parceria com a Secretaria Municipal de Assistên cia e Desenvolvimento Social (SMADS), realizando 50 acolhimentos simultâneos, somando mães e bebês.

Apenas em 2022, o Centro de Acolhi da resgatou das ruas da capital 187 vidas. “Nos últimos cinco anos, tiramos das ruas 900 vidas, mulheres e bebês que moraram conosco por mais de seis meses”, comenta Lorenna.

ACOLHIMENTO

As gestantes chegam ao Centro de Acolhida encaminhadas pela Prefeitura, responsável por regular as vagas.

“Quando a Prefeitura é acionada para socorrer uma gestante em situação de vul nerabilidade, seja por sofrer violência do méstica, con itos familiares ou situação de rua, uma assistente social vai até essa mu lher. Somente depois ela é encaminhada para cá”, explica Lorenna.

No Centro de Acolhida, a assistida pode entrar a partir do primeiro mês de gestação. Após o parto, ela permanece até o sexto mês de vida do bebê.

“Esse período pode ser prorrogado conforme cada caso. Hoje, por exemplo, temos na casa mães com bebês que já estão completando quase nove meses de permanência. Elas estão no processo que chamamos de saída quali cada”, detalha Lorenna, reforçando que o objetivo do trabalho é que a mulher acolhida não volte para as ruas, mas que vá para uma mora dia autônoma ou para a família.

VIDAS RESGATADAS

Ana Paula Pereira Santos, 44, viveu em situação de rua por mais de quatro anos na Cracolândia. Ela chegou ao Centro de Acolhida em junho de 2021, no sétimo mês de gestação, e lá permaneceu até julho deste ano, quando o lho já tinha 11 meses de vida.

“Eu estava no fundo do poço, sendo consumida pelo vício das drogas. Lembro que fazia quatro dias que não conseguia

levantar do chão nem para comer. Mas pedia muito a Deus, por mim e pelo meu lho, para não me deixar morrer daquele jeito”, conta.

Ela conseguiu pedir ajuda a uma as sistente social da Prefeitura, durante uma abordagem e, assim, chegou ao Centro de Acolhida. “Agradeci a Deus e z um com promisso com o meu Senhor, não queria voltar a viver daquele jeito”, lembra.

Ana Paula acredita que, se não tivesse sido acolhida, hoje não estaria com o lho. “Eu teria doado ele. E estaria na mesma si tuação de antes, nas drogas”, assegura. “O Amparo foi a mãe que me acolheu na hora que eu mais precisava”, relata. “Lá eu me encontrei, me fortaleci e me reergui. Voltei a ser eu, revivi”, acrescenta.

Ana Paula destaca o amplo apoio que recebeu na casa. “Todos estavam ali o tempo todo, desde a faxineira até a dire tora. Conversando e me ajudando a me lembrar de mim. E, assim, ressurgiu a Ana Paula que sempre fui: trabalhadora, que luta e que vai atrás.”

Quando saiu do Centro de Acolhida, Ana Paula foi morar com uma sobrinha. Estava trabalhando como cozinheira em um centro de permanência para idosos. Hoje, ela trabalha em outra empresa, como auxiliar de limpeza, área em que já tinha experiência, e, por isso, acredita que terá mais possibilidades de crescer pro ssionalmente.

SERVIÇOS OFERTADOS

O Centro de Acolhida oferece abriga mento, o cinas, apoio pedagógico, psico lógico, serviço social e atividades socioe ducativas. “Além da alimentação e todo o material básico para sobrevivência, para que, de fato, o serviço seja considerado inte gral e que promova dignidade”, diz Lorenna.

A gestante é recebida na casa por uma equipe técnica composta de psicólogo, pe dagogo, assistente social e a gerência. “No primeiro momento, a prioridade é saber como está a saúde dela e do bebê.”

Por meio de um amplo diálogo, é le

vantado o histórico da mulher atendida, para entender suas demandas e quais ati vidades serão necessárias. “Começa uma busca para saber se ela já passou por ou tro centro de acolhida, se há alguma outra questão. Assim, ela ca com relatório na Secretaria Municipal”, explica.

Entre os serviços ofertados estão três o cinas de capacitação – informática, ca beleireiro e corte e costura –, realizadas por meio de parcerias e voluntários.

“Nas o cinas, mostramos habilidades especí cas que poderão servir como um apoio para as mulheres entrarem no mer cado de trabalho”, diz Lorenna.

Além de autonomia e autoconheci mento, é reforçado o vínculo familiar, e, para quem deseja, há a promoção de ati vidades voltadas à espiritualidade. “Temos missa toda última terça-feira de cada mês para quem deseja participar.”

DIA DO AMPARO

Em 8 de dezembro, o Dia do Amparo, a instituição preparou uma programação especial. A casa cará aberta das 9h às 18h, para visitação guiada. “Assim, voluntários e apoiadores terão a oportunidade de co nhecer o espaço”, diz Lorenna.

“Tentaremos fomentar a consciência de que a união fraterna de pessoas que acreditam e que defendem uma causa como essa, que é a vida na sua totalidade, pode fazer a diferença, seja fazendo uma doação em espécie, seja estimulando a do ação”, destaca.

Lorenna ainda enfatiza que o objetivo é conduzir as pessoas para uma corres ponsabilidade social, a m de manter a instituição de portas abertas e aumentar a capacidade de acolhimento.

Haverá um co ee-break às 16h, mo mento em que serão destacadas as ben feitorias feitas ao longo do ano, graças às doações voluntárias, como “a reforma de três ambientes e a implementação de um banheiro com acessibilidade”.

Para fazer a sua doação, acesse o site: https://amparopelavida.com.br/

10 | Reportagem | 30 de novembro a 6 de dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
O SÃO PAULO
Luciney Martins/ Apenas em 2022, Centro de Acolhida do Amparo Maternal resgatou das ruas da capital paulista 187 vidas, entre gestantes, puérperas e bebês

‘Escutar com o ouvido do coração’

sa Igreja local!”, a rmou o Padre Luiz Claudio Braga, Assistente Eclesiástico arquidiocesano da Pascom.

No sábado, 26, a Pastoral da Co municação (Pascom) da Arquidiocese de São Paulo realizou mais uma edição do evento “Pascom em Ação”, voltado para a formação de agentes de pasto ral sobre a evangelização pelos meios e processos de comunicação.

Após dois anos sem ser realizado presencialmente, devido às restrições da pandemia, o “Pascom em Ação” deste ano aconteceu na Paróquia Nos sa Senhora Mãe de Deus, na Freguesia do Ó, e foi organizado pela Pascom da Região Episcopal Brasilândia.

O evento teve como tema “Escutar com o ouvido do coração”, inspirado na mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2022. Ao longo do dia, os agentes participaram de palestras, de bates, momentos de oração e o cinas temáticas.

“Quando pensei no ‘Pascom em Ação’, vislumbrava uma oportunidade para os agentes pastorais poderem tro car ideias, se conhecerem e conhecer melhor a Arquidiocese em que vivem, pois o encontro é itinerante, sendo realizado a cada ano em uma região episcopal, o que lhe dá movimento, ti rando da rotina. Mas, hoje, o encontro se tornou o grande evento de comu nicação da Arquidiocese, atraindo in clusive dioceses vizinhas a participar! Sinto-me feliz e percebo que o evento engrenou e se tornou um marco em nossas vidas e na vida pastoral de nos

Neste caderno especial, O SÃO PAULO apresenta os principais desta ques do Pascom em Ação 2022.

O QUE É A PASCOM?

A expressão “Pastoral da Comu nicação” nasce da conjunção de duas realidades que interagem reciproca mente: comunicação e pastoral. A pa lavra “pastoral” tem sua raiz no verbo “apascentar”, “pastorear”, e no termo “pastor”.

A Pascom, como é popularmente conhecida no Brasil, surgiu em respos ta à urgente necessidade da Igreja em utilizar e evangelizar os meios de co municação social. Muitos especialistas consideram sua pedra fundamental a encíclica Miranda prorsus (Os mara vilhosos progressos), escrita pelo Papa Pio XII, em 1957. No entanto, o passo mais signi cativo para uma perspec tiva pastoral sobre a comunicação é, sem dúvida, o decreto Inter Miri ca, promulgado durante o Concílio Vati cano II, em 1963, que ampliou os ho rizontes da Igreja sobre os meios e a cultura da comunicação.

Após o decreto conciliar, duas ins truções pastorais da Santa Sé sobre os meios de comunicação – Communio et Progressio (1971) e Aetatis Novae (1992) – ajudaram a fundamentar a organização e missão da Pascom.

A Communio et Progressio a rma que “os meios de comunicação social prestam um tríplice serviço à Igreja:

possibilitam a sua manifestação ao mundo; promovem, no seio da mesma Igreja, o diálogo; nalmente, põem-na ao corrente da mentalidade das pesso as de hoje, às quais ela deve anunciar o Evangelho, mas usando uma lin guagem compreensível ao mundo e partindo da problemática que agita o gênero humano”.

A comunicação se torna, assim, alternada: a Igreja se comunica ao mundo; os vários componentes da Igreja se comunicam entre si; o mun do comunica à Igreja. Seria, portanto, muito apressado pensar o testemunho cristão na comunicação como simples processo de tecnologias comunicativas ou uma criação de produtos católicos.

Já a Aetatis Novae apresenta os primeiros “elementos para um plano de Pastoral para as comunicações so ciais” e enfatiza que “o trabalho dos meios de comunicação católicos não é só uma atividade complementar que se vem juntar às outras ativida des da Igreja: a comunicação social tem, com efeito, um papel a desem penhar em todos os aspectos da mis são da Igreja”.

O texto reforça, ainda, que não é su ciente ter um plano pastoral de comunicação, “mas é necessário que a comunicação faça parte integrante de todos os planos pastorais, visto que a comunicação tem, de fato, uma contri buição a dar a qualquer outro aposto lado, ministério ou programa”.

Essa perspectiva é ressaltada pelo Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, promulgado pela Confe

rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 2014 e cuja atualização foi aprovada na última semana pelo Conselho Permanente da mesma entidade.

O documento de ne a Pascom como “eixo transversal de todas as pas torais”, que se concretiza como “uma pastoral a serviço da comunhão”. O documento destaca as seguintes carac terísticas da Pascom:

1) Colocar-se a serviço de todas as pastorais para dinamizar suas ações comunicativas;

2) Promover o diálogo e a comunhão das diversas pastorais;

3) Capacitar os agentes de todas as pas torais na área da comunicação, espe cialmente a Catequese e a liturgia;

4) Favorecer o diálogo entre a Igreja e os meios de comunicação, para dar maior visibilidade à sua ação evangelizadora;

5) Envolver os pro ssionais e pesqui sadores da comunicação nas re e xões da Igreja, para colaborar no aprofundamento e atualização dos processos comunicativos;

6) Desenvolver as áreas da comunica ção, como a imprensa, a publicida de e as relações públicas.

Sobre o agente da Pascom, o Dire tório de ne como “aquele que teste munha o seu encontro com a Pessoa de Jesus Cristo e encontra nele a força para a sua missão”. Para isso, essa Pas toral deve se apoiar em quatro eixos: espiritualidade, formação, articulação e produção, que são dimensões do projeto nacional da Pascom.

30 de novembro de 2022 EDIÇÃO 03 Gerd Altmann/Pixabay

No período da manhã, a progra mação do “Pascom em Ação” contou com re exões sobre temas como o sentido da escuta no processo comu nicativo, com a ajuda da psicóloga e “pasconeira” Marta Gonçalves.

A palestrante principal foi a Irmã Maria Nilza Pereira da Silva, consagra da do Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt. Jornalista e mes tre em Filoso a da Linguagem, ela é co ordenadora nacional da comunicação do Movimento Apostólico de Scho enstatt e coordena a equipe internacio nal de comunicação de seu Instituto. A partir da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Co

municações e de outros documentos da Igreja, Irmã Nilza destacou que a escuta é também comunicação, mas, para isso, é preciso que seja uma escu ta feita com o coração.

“Nosso trabalho pastoral é reple to de fala: falamos com textos, ima gens, áudios. Só é possível realizar bem essa missão se tivermos o ouvi do atento. Caso contrário, falaremos somente de nós mesmos. Para co municar bem, é preciso escutar com amor”, ressaltou.

A consagrada sublinhou que os membros da Igreja são “portadores e mediadores da voz da Igreja, da paró quia, da comunidade”.

“Como os apóstolos, podemos re petir: ‘O que vimos e ouvimos nós vos anunciamos’ (1Jo 1,3)”, prosseguiu.

Para que essa escuta seja e caz, a

jornalista reforçou que é importante, em primeiro lugar, a escuta atenta de Deus em sua Palavra, na oração, nos ensinamentos da Igreja, na própria consciência, nos acontecimentos e nas pessoas.

REDES SOCIAIS

Em seguida, houve uma mesa-re donda sobre o tema “Redes Sociais e a Evangelização”, com a participação de: Padre Francisco Galvão – religio so Paulino, doutorando em comu nicação social, autor dos livros de espiritualidade, produz conteúdo diariamente para o Instagram e Tiktok, com milhares de seguidores.

Evelyn Malzoni – formada em Relações Públicas, destacou o uso estratégico das redes sociais para a evangelização.

Bia Rabelo – missionária do movi mento Jovens Sarados, in uencia dora digital católica, re etiu sobre os pontos de conexão com os jo vens nas redes sociais.

Fernando Geronazzo – Assessor de Imprensa da Arquidiocese de São Paulo, abordou o desa o da comu nicação institucional nas mídias digitais da Arquidiocese.

OFICINAS TEMÁTICAS

O período da tarde foi dedicado à realização de o cinas temáticas sobre diferentes áreas da comuni cação. Algumas delas aconteceram na redação integrada e estúdios da rádio 9 de Julho e jornal O SÃO PAULO, assessoradas por pro ssio nais desses meios arquidiocesanos. Con ra na página ao lado.

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Gasparini/Pascom
Jackeline Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Como fazer a Pascom

Ministrada pelo Padre Cilto Ro sembach, essa o cina ofereceu orien tações práticas sobre a implantação da Pascom paroquial, a partir das diretri zes do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, com destaques para os eixos da organização, formação, espiri tualidade e produção. Foi ressaltada a importância de formar uma equipe e fazer um levantamento sobre a realida de paroquial e suas necessidades, colo cando-se a serviço das pastorais.

Rádio – Produção de Podcast/Áudio

Assessorada pela jornalista Cleide Barbosa e a gestora de mídias Kátia Maderic, a o cina apresentou o rá dio e sua importância e evolução en tre os meios de comunicação. Foram destacadas algumas características da produção radiofônica, como objetivi dade, sensorialidade, construção da imagem acústica, proximidade do ou vinte, estimulando os participantes a falarem de suas memórias sobre pro gramas de rádio.

Houve, ainda, a participação ao vivo em um dos programas da emissora, transmitido pelas redes sociais. “O re sultado da participação na live foi mui to bom. Eles puderam testar as emo ções, a postura diante do microfone e das câmeras”, destacou Katia Maderic.

Jornal – Produção e edição de texto

Essa o cina foi assessorada pelo jornalista Daniel Gomes, redator-che fe do semanário Arquidiocesano, que tratou de questões como os critérios de noticiabilidade dos fatos e eventos da Igreja, dicas da estrutura de texto jornalístico, escolha de títulos e hie rarquização da informação. Houve ainda um exercício prático de redação noticiosa.

Fotografia – A imagem que comunica

Assessorada pelas agentes da Pas com na Região Brasilândia Jackeline Gasparini e Taíse Cortês, a o cina apresentou conceitos básicos de foto gra a, re exões e referências fotográ cas e a prática no local do evento que desa ou os participantes a aplicarem os conceitos aprendidos de acordo com os assuntos sugeridos: o sagrado, o belo e o tempo, de modo a apurarem a técnica e o olhar.

TikTok na evangelização

Assessorada pela jornalista Ma riana Carvalho, jornalista, membro da Comunidade Canto de Maria, a o cina focou na plataforma TikTok, rede social para compartilhamento de vídeos curtos bastante acessada pelos jovens. Buscou-se desmisti car os “pré-conceitos” que as pessoas têm sobre a plataforma, mostrando que ela pode ser uma forte aliada na evan gelização dos jovens.

Os participantes demonstraram bastante interesse no assunto e, no nal da o cina, foi proposta uma atividade prática de produção de conteúdo para o TikTok.

Produção de Artes Visuais na prática Assessorada pelo agente da Pas

com Antônio Dominici, a o cina se dedicou ao aplicativo Canva, ferra menta gratuita de design grá co on -line, muito usada para criar conteúdo para redes sociais, apresentações, car tazes, vídeos.

Foram destacadas noções de design, como cores, tipogra as e funcionalida des. Foi uma oportunidade de escla recer dúvidas e para pedir indicações de so ware para imagens e sons, bem como sua utilização prática na Igreja.

Comunicação acessível

No m da tarde, Maria Inês Le andro, membro da Coordenação da Pastoral do Surdo do Regional Sul 1 da CNBB, re etiu com os participantes sobre a acessibilidade na comunicação.

“A comunicação acessível per passa todos os espaços e está ligada a todas as pessoas, de diferentes ida des e condições de vida. Todos somos comunicadores e temos a missão de comunicar a verdade de Jesus Cristo ressuscitado... Para isso, é necessária uma comunicação inclusiva e empá tica”, ressaltou.

Avaliações dos participantes

Edneia Pereira

Os palestrantes e assessores das o cinas foram bem escolhidos e souberam transmitir o conhecimen to para aqueles que estão começan do na caminhada nas paróquias.

Marta Gonçalves

Como “pasconeira”, senti-me parte de uma Pascom maior, além do microcosmo da paróquia. Isso aumentou o sentido de pertença à Arquidiocese.

José Henrique Monfré

Participei de todas as edições do “Pascom em Ação”. Todas marca ram positivamente, pois possibili taram um encontro em que foram vivenciadas as diferenças e riquezas das várias experiências vividas nas diferentes regiões. Saímos enrique cidos com todas as partilhas e mais irmanados no trabalho comum pela evangelização ao qual nos propo mos.

Gustavo Oliveira de Jesus

Minha expectativa era baixa, pois imaginava que seria mais um dia de palestras e palestras. Porém fui sur preendido com a mesa-redonda em que foram respondidas as perguntas dos participantes. Outro ponto que surpreendeu foram as o cinas. Numa escala de 0 a 10, eu colocaria 10.

Paulo Ramicelli

Tive a oportunidade de partici par de todas as edições do “Pascom em Ação”. Foi um evento que per mitiu maior integração das regiões com uma riqueza muito grande e intercâmbio de experiências.

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Jackeline Gasparini/Pascom Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

‘O nosso trabalho na comunicação deve ser movido pelo encontro pessoal com Cristo’

Consagrada há 38 anos no Insti tuto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt, Irmã Maria Nilza Pe reira da Silva, 60, foi uma das pales trantes do evento “Pascom em Ação”, realizado no sábado, 26, na Paró quia Nossa Senhora Mãe de Deus. Jornalista e mestre em Filoso a da Linguagem, atualmente, ela é coordenadora nacional da comuni cação do Movimento Apostólico de Schoenstatt no Brasil, consultora da comunicação internacional e coor denadora da equipe internacional de comunicação de seu Instituto.

Em entrevista ao O SÃO PAU LO, ela contou como iniciou seu trabalho com a comunicação, o que ela considera uma vocação a serviço da evangelização. Con ra.

O SÃO PAULO – Como a senhora começou a trabalhar no campo da comunicação?

Irmã Maria Nilza Pereira da Silva – Eu sempre trabalhei com comunicação no Instituto, embora ainda não tivesse formação na área ou manifestado interesse por esse serviço. Porém, desde o início, me colocaram para colaborar na pro dução de publicações impressas do instituto. Até que comecei a coor denar o Secretariado da Campa nha da Mãe Peregrina, que abrange 14 estados do Brasil e era também responsável pela publicação desse secretariado desde a editoração até o envio para as famílias. Como a ti ragem dessa publicação era muito grande, 2 milhões, a legislação exi gia na época que, a partir de uma determinada tiragem, era necessária a assinatura de um jornalista pro s sional. Então o Instituto me propôs estudar Jornalismo. Num primei ro momento, me assustei, pois me perguntava se levava jeito para isso. Quando comecei a estudar, contudo, me dei conta de que estava me pro ssionalizando em algo que sempre havia feito e me identi quei com a comunicação. Portanto, foi por uma necessidade do Instituto que eu me tornei jornalista. Eu z Jor nalismo quando a internet estava se popularizando.

A partir daí, nunca mais deixou a comunicação?

Nunca mais. Já durante o curso de Jornalismo, percebi a necessi dade de ter um site o cial da obra Schoenstatt. Eu sou da turma do ano 2000, quando a internet estava se popularizando e nós ainda não tínhamos nada na rede mundial. Os assessores e superiores da obra ainda não percebiam a necessida de da presença on-line. Então, em

2003, eu montei o site do movi mento, que ainda não era o cial, mas tinha o apoio dos superiores da minha comunidade. Era um site da Mãe Peregrina, porém, já tinha a ideia de promover a comunhão da obra de Schoenstatt no Brasil. Isso foi crescendo e se tornando, de fato, uma referência internacio nal do movimento, mesmo sem ser o cial, até que os diretores da obra o cializaram.

Em todos esses anos de experiên cia, a senhora consegue identifi car o diferencial do fazer comunicação na Igreja?

Em primeiro lugar, a comunica ção católica, da Igreja, vem de um chamado de Deus. Portanto, nós a entendemos como uma vocação pro ssional a serviço da evange lização. Em segundo lugar, como comunicadora da Igreja, aquilo que comunico faz parte dos valores mais essenciais da minha própria vida, enquanto um comunicador de outra organização pode fazer comunica ção institucional e não ser compro metido com os valores dessa insti tuição. Para nós, esse testemunho deveria ser muito natural, porque anunciamos algo que dá sentido à nossa vida e que temos a certeza de que pode dar sentido a tantas outras vidas. Aquilo que nós comunicamos não se trata de uma informação ape nas para a razão, para a venda de um produto, mas, sim, respostas para a busca do sentido da vida. Por isso, precisamos muito do Espírito Santo.

Nesse sentido, o que o agente da comunicação católica deve cultivar na própria vida?

O nosso trabalho na comunica

ção deve ser movido pelo encontro pessoal com Cristo, de onde tudo deve partir. Esse é o ideal, pois “a boca fala daquilo que o coração está cheio”. Para ser, de fato, um comu nicador católico, é preciso dar es paço e tempo para si mesmo. Esse encontro pessoal com Cristo se dá na vida de oração, no conhecimento dos fundamentos da fé, pela Sagrada Escritura, os documentos da Igreja, a sua tradição e hierarquia, estando, portanto, em comunhão com a Igre ja. Além disso, irradiamos tudo isso com muita qualidade. Daí vem o compromisso da missão em diálogo com o mundo, o que a escuta. Por que, se aquilo que vamos transbor dar dará sentido à vida das pessoas, é preciso saber quem são essas pes soas e o mundo em que elas vivem, a mídia que consomem, as platafor mas com que se comunicam. Não posso querer ajudar a responder aos anseios da pessoa, porém, usando métodos antiquados. É preciso fazer tudo isso também em diálogo com a tecnologia.

Partindo da relação entre comu nicação e comunhão, como a se nhora vê o desafio de promover a comunhão e da unidade no campo das mídias?

Diversidade de pensamentos e interpretações não é só do nos so tempo. Sempre existiu. Quando lemos sobre a vida de Jesus, vemos que Ele entra em choque com fa riseus, com outras linguagens ju daicas da época. Então, haver di ferenças não é negativo, é natural e positivo. Porque quando outra pessoa pensa diferente, isso enri quece o meu pensamento. Porém, é preciso que essas diferenças não

sejam adversárias, mas, sim, com plementares. Surpreende-me que justamente a internet, que permite que todos tenham voz, que todas as diferenças sejam contempladas, e que, assim, deveria gerar uni dade, forme bolhas fechadas que acabam lutando umas contra as outras. Na Igreja, isso é um contra testemunho. Na Igreja, a unidade deve ser, em primeiro lugar, com o Papa. Nós cremos que o Espírito Santo conduz a Igreja por meio do Santo Padre. Posso ter um pensa mento ou opinião diferente da hie rarquia… Porém, esse pensar dife rente não pode colocar em postura de adversário. No lugar certo, com respeito e de modo certo, posso expor a minha opinião. Porém, o que vai prevalecer é a unidade com a legítima autoridade da Igreja.

Como os comunicadores podem ser ‘artesãos de comunhão’ na Igreja?

É nossa tarefa dialogar para conhecer, como diz o Papa, “ouvir com o coração” o que está por trás de uma crítica e procurar auxiliar quem a faz a encontrar respostas, porque, muitas vezes, aquilo que as pessoas criticam ou se opõem é por falta de conhecimento ou por uma interpretação diferente da realidade. Para isso, nem sempre é preciso pu blicar um longo artigo com grandes fundamentos em documentos. Às vezes, ajudamos as pessoas a encon trar respostas por meio de uma pu blicação que conte a história de vida de outra pessoa.

Que mensagem a senhora deixa para os agentes da comunicação na Igreja?

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a cada um. A comuni cação na nossa Igreja é carregada por voluntários que se doam pela missão eclesial. Que procurem atuar em comunhão com a Igreja. Nunca deixem em segundo plano a sua vida pessoal de oração e o vínculo com a sua família, porque são essas relações com a oração e as pessoas mais próximas que nos fortalecem e formam o nosso teste munho. E, juntamente com a vida de oração, comunhão sacramental e eclesial, aproximem-se de Ma ria. Ela é onde a Palavra divina se torna carne, deixa de ser teoria e se torna pessoa, encontro. Quanto cultivamos o amor a Nossa Senho ra, ela nos humaniza. Maria coloca os nossos pés no chão e passa para nós a ternura. Por isso, ela é um meio para que a nossa comunica ção nunca deixe de ser humana e não seja apenas técnica.

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ESPECIAL PARA O SÃO PAULO Jackeline Gasparine/Pascom

Juristas católicos conferem Prêmio Santo Ivo a Ignácio Maria Poveda Velasco

8ª EDIÇÃO DO PRÊMIO ACONTECEU NO SÁBADO, 26, NA CAPELA DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO, NO CENTRO, COM A PRESENÇA DO CARDEAL SCHERER

A União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp) realizou no sábado, 26, a entrega do Prêmio Santo Ivo, que, este ano, homenageou o jurista, advogado e professor Ignácio Maria Poveda Velasco.

O evento, na Capela da Ordem Tercei ra de São Francisco, no Largo São Fran cisco, contou com a presença do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropo litano; de Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar de São Paulo e Diretor Eclesiásti co da Ujucasp; do Frei Mário Luiz Tagliari, Pároco e Reitor do Santuário São Francis co; do Padre João Paulo Rizek, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Arapuá, além de demais diretores e membros da entidade, e familiares e ami gos do homenageado.

O Prêmio Santo Ivo foi criado em 2015 e homenageia personalidades da sociedade civil que tenham se destaca do no empenho pelo serviço da causa do bem comum, com imparcialidade de juízo, na melhoria do bem-estar do pró ximo, a rmando a integridade da vida, à luz dos ensinamentos cristãos.

A premiação recorda Santo Ivo, que é o padroeiro dos advogados e dos mem bros do Judiciário, conhecido como o “advogado dos pobres”. O Santo exerceu seu ministério sacerdotal e a advocacia, servindo às pessoas vulneráveis, inclusi ve as viúvas e os órfãos.

Na ocasião, foi lançado o livro “Santo Ivo - Padroeiro dos advogados e juristas”, de autoria do presidente da Ujucasp, o professor doutor Luiz Gonzaga Bertelli. A obra narra a história do Santo, que primou pela defesa da verdade e da justiça, colo cando-se a serviço dos pobres e indefesos.

HOMENAGEADO

Ignácio Maria Poveda Velasco é pós -doutor pela Università degli Studi de Roma I - La Sapienza. Tem experiência na área do Direito, com ênfase em Histó ria do Direito e Direito Romano, atuan do principalmente nos seguintes temas: direito contratual romano (compra e venda); direito processual romano, com destaque para a proteção do devedor; história do direito antigo e medieval, com ênfase no estudo das fontes; história do direito brasileiro, particularmente no que diz respeito ao direito de família, à propriedade territorial e à historiogra a jurídica brasileira.

Natural de Valência, na Espanha, Ig nácio Poveda chegou ao Brasil na década de 1970 para cursar Direito no Largo São Francisco, ali ingressando em 1978 e dei xando os bancos da graduação em 1982.

Atualmente, é procurador-geral e superintendente de Relações Institu cionais da Universidade de São Paulo (USP), membro do Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), membro conselheiro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro do Conselho Curador da Universidade Vir tual do Estado de São Paulo (Univesp).

PRÊMIO SANTO IVO

O homenageado recebeu o prêmio das mãos de Dom Odilo e do presidente da Ujucasp. O reconhecimento é repre sentado por uma estátua com a imagem do Santo Ivo, de autoria do artista plásti co Claudio Pastro (morto em 2016) e por um diploma.

Ao agradecer, Ignácio Maria Poveda Velasco ressaltou que o reconhecimento da premiação é motivo de gratidão. “Sin to-me honrado com a premiação que muito me alegra. O prêmio é, acredito, uma consequência natural daquilo que procurei fazer ao longo da minha vida pro ssional: colocar os ensinamentos do Evangelho em prática, além de fruti car as oportunidades e os talentos que Deus me concedeu.”

O homenageado recordou que Santo Ivo é modelo e inspiração para os pro ssionais da área do Direito. “Ele viveu o labor de ser ‘sal e luz do mundo’ (Mt 5,13-14), no exercício do trabalho pro ssional, colocando em prática os ensi namentos cristãos, sendo para nós um exemplo que estimula, de modo parti cular, nos tempos de hoje cercados por tantas realidades de injustiça e de falta de amor pelo próximo”, declarou.

Ao saudar o homenageado, o Carde

al Scherer manifestou a importância de Santo Ivo na Igreja e para a história da Ad vocacia. A rmou, também, seu desejo de que premiações como estas possam incen tivar os advogados iniciantes na carreira a fazer de sua pro ssão, a exemplo de Santo Ivo, um caminho de santidade.

“Santo Ivo foi um exemplo no cam po da Justiça para servir as pessoas, de modo especial, as mais pobres, que aca bam não tendo acesso ao Direito. Há muito o que lutar pela justiça, lutar pelo que fere o direito e a dignidade da pessoa em todos os sentidos”, disse Dom Odilo, recordando que um dos apelos do síno do arquidiocesano é a participação dos leigos na sociedade e na Igreja a serviço de forma voluntária.

O Arcebispo manifestou o incentivo e o desejo de ver grupos de juristas e ad vogados em ações voluntárias. “É uma possibilidade de proporcionar a justiça social para as pessoas que não têm acesso a esses direitos, estender a mão e ajudar a missão de Santo Ivo”, disse, convocando os presentes.

Ao cumprimentar o premiado, o Ar cebispo o mencionou como “um bom católico, presente na missa e nas ações da Igreja”, ressaltou que o professor Ignácio, “em suas atividades acadêmicas e jurídi cas, exerce seu testemunho de leigo que vive coerentemente a sua fé”.

UJUCASP

A União dos Juristas Católicos de São Paulo foi criada em 20 de março de 2012, em cerimônia o cial realizada na Igreja Nossa Senhora do Brasil, com o objetivo de contribuir para a atividade judiciária, legislativa e administrativa, ocupando-se das questões do mundo contemporâneo, sob a ótica dos princípios da ética cató lica. Sua missão é destacar os valores da família, da vida, da dignidade humana e do bem comum.

Entre os membros da Ujucasp magis

trados participam membros do Minis tério Público, advogados, bem como os bacharéis e estudantes de Direito convi dados pelo Arcebispo e sediados em São Paulo.

PADROEIRO DOS ADVOGADOS E JURISTAS

A obra de Luiz Gonzaga Bertelli re corda a história e a trajetória de Yves He lori de Kermartin, Santo Ivo, que nasceu na França, em 17 de outubro de 1253, e morreu no dia 19 de maio de 1303. Foi canonizado pelo Papa Clemente VI, em 1347. Desde cedo, se dedicou aos estu dos de Teologia e Direito Canônico, ten do sido aluno de Santo Tomás de Aquino e São Boaventura.

Como advogado, Santo Ivo cou co nhecido pela defesa de pessoas sem re cursos e atuava gratuitamente. Santo Ivo foi nomeado juiz e o autor do primeiro “Decálogo do Advogado”. Foi o primeiro a criar uma república de estudantes.

“Pesquisar e escrever a obra sobre Santo Ivo é uma possibilidade de ofere cer aos leitores a história de um santo que se dedicou à caridade e ajudava os mais necessitados com amor e alegria”, disse o autor, ressaltando que Santo Ivo foi quem instituiu no mundo o primeiro escritório de assistência jurídica gratuito. “Essa iniciativa é o que hoje conhecemos - e muitas entidades fazem: a lantropia e a assistência social, bene ciando mui tas pessoas em situação de vulnerabilida de”, disse.

SOBRE O LIVRO

Santo Ivo - Padroeiro dos Advogados e Juristas

Autor: Luiz Gonzaga Bertelli

Prefácio: Dom Odilo Pedro Scherer

Dom Carlos Lema Garcia

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | 30 de novembro a 6 de dezembro de 2022 | Reportagem | 11
Apresentação: Luciney Martins/O SÃO PAULO Jurista Ignácio Maria Poveda Velasco recebe do Cardeal Scherer o Prêmio Santo Ivo, conferido pela União dos Juristas Católicos de São Paulo

Em congresso estadual, Pastoral da Saúde destaca a atenção integral aos enfermos

Após ser realizado de modo on-line em 2020 e 2021, nas fases mais críticas da pandemia de COVID-19, o Con gresso Estadual da Pastoral da Saúde do Regional 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) voltou a ocor rer presencialmente, no sábado, 26.

Aproximadamente 400 pessoas esti veram no auditório da Secretaria Esta dual dos Direitos da Pessoa com De ci ência, no Memorial da América Latina, na zona Oeste de São Paulo. O tema “A alegria do presencial novamente” fez alu são ao próprio evento e à retomada gra dual das visitas presenciais dos agentes da Pastoral da Saúde aos enfermos. Já o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16), o mesmo da Campanha da Fraternidade de 2023, mantém a tradição da Pastoral de ressoar a CF ao longo de todo o ano e não somente na Quaresma.

A vivência da vocação por parte do agente de pastoral, a espiritualidade e o perdão como caminhos para a recupe ração dos enfermos, bem como o papel das práticas integrativas e complementa res em saúde, foram alguns dos assuntos tratados, além da constante preocupação em como assegurar a manutenção do Sistema Único de Saúde (SUS).

SEGUIDORES DO MANDATO DE JESUS

O Congresso foi iniciado com a missa presidida pelo Padre João Inácio Mild ner, Assistente Eclesiástico da Pastoral da

Saúde no Regional Sul 1 e também na Ar quidiocese de São Paulo. Concelebraram padres que assessoram a Pastoral, que está presente em todas as dioceses do Regional Sul 1 e nos 645 municípios paulistas.

No começo da missa, o Cardeal Odi lo Pedro Scherer, Arcebispo Metropoli tano de São Paulo, dirigiu uma palavra de gratidão e encorajamento aos agentes da Pastoral da Saúde.

“Continuem, com coragem e união, porque quanto mais vocês estiverem unidos nos projetos, nos propósitos da Pastoral da Saúde, mais vocês vão poder

caminhar e trazer frutos para suas comu nidades. A Igreja se preocupa com que os doentes não sejam abandonados, desas sistidos, e esta também é a preocupação de Jesus, pois Ele não os deixa sozinhos, abandonados, sem uma palavra, sem um gesto, sem uma oração”, recordou o Arcebispo, que também enalteceu o fato de a Pastoral da Saúde sempre atuar com um foco bem de nido e ter iniciativas concretas onde estão os enfermos, além de se empenhar por melhorias nas polí ticas públicas de Saúde.

Padre João Mildner, na homilia, res

saltou que a Pastoral da Saúde não inter rompeu atividades durante a pandemia e recordou que em todo o mundo, nesse período, muitos médicos, voluntários e agentes morreram servindo aos doentes. “Hoje, rendemos graças a Deus por já ser possível retomarmos as nossas ativida des presenciais nas casas, nos asilos, nas clínicas de idosos, nos hospitais. Quere mos agradecer a Deus também por po dermos estar sicamente presentes junto daqueles que estão sofrendo. A Pastoral da Saúde é o rosto misericordioso de Je sus com aqueles que sofrem”, enfatizou.

A preocupação com o SUS

Na mesa de abertura do Congresso, foi externada a preocupação com a desti nação de recursos para o Sistema Único de Saúde, especialmente se for mantida a Emenda Constitucional 95, que desde 2016 determinou o congelamento, por 20 anos, dos gastos públicos em áreas como Saúde e Educação.

“A saúde pública é um direito do cida dão e um dever do Estado. O SUS não é de partidos políticos, não é um programa de governo, é um programa do Brasil. Temos, portanto, a responsabilidade de nos enga jarmos nas políticas de saúde e lutarmos para que este SUS continue vivo e atuan

do preferencialmente em favor dos mais pobres e abandonados”, enfatizou o Padre João Mildner, que também é membro do Conselho Estadual de Saúde e Capelão do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

José Gimenes, coordenador da Pasto ral da Saúde no Regional Sul 1, lembrou que essa Pastoral tem se empenhado nas discussões para que o SUS seja cada vez melhor, e, para tal, dialoga com as autoridades do Poder Executivo e com aqueles com cargos no Legislativo. “As segurar o nanciamento para a saúde é uma das nossas metas, bem como ver os compromissos dos governantes com as

políticas públicas de saúde”, enfatizou ao O SÃO PAULO

Dois integrantes da equipe de transi ção do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva participaram do evento. Juliana Cardoso, vereadora na capital paulista e eleita deputada federal, destacou que a Proposta de Emenda Constitucional que o futuro governo busca que seja aprovada pelo Congresso Nacional pretende libe rar recursos para áreas como a Saúde. Ela externou a preocupação com a necessida de de maiores gastos no setor, motivada por razões diversas, como o aumento de pessoas com sequelas da COVID-19 e a

necessidade de se resolver problemas re correntes como a demora para a marca ção de consultas e a realização de exames, estruturação dos recursos humanos na rede hospitalar e a falta de medicamentos.

Por meio de mensagem de vídeo, Ale xandre Padilha, deputado federal reeleito e ex-ministro da Saúde, recordou a neces sidade de se retomar os bons índices de cobertura vacinal no Brasil, combater a desnutrição e ter maior atenção aos ido sos. “A Pastoral da Saúde será fundamen tal para nos ajudar na reconstrução dos programas na área da Saúde”, assegurou. (DG)

12 | Reportagem | 30 de novembro a 6 de dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO Cerca de 400 pessoas participam do Congresso Estadual da Pastoral da Saúde, realizado no Memorial da América Latina, no sábado, dia 26 Dom Odilo saúda e encoraja os agentes da Pastoral da Saúde do Regional Sul 1 Padre João Mildner fala sobre as políticas em defesa do Sistema Único de Saúde

Vocação, espiritualidade e perdão

No Congresso Estadual da Pastoral da Saúde também ocorreram palestras temáticas. Uma delas foi sobre “A Pasto ral da Saúde e a vocação”, com re exões conduzidas pelo Pa dre Washington Conceição, da Diocese de Jales (SP), que tam bém é médico geriatra.

“Antes de cada um de nós termos uma vocação particu lar, todos temos uma vocação comum que o Senhor nos con vidou: a de ser santos. Apenas quando conseguimos dar sen tido a essa vocação universal é que vamos conseguir responder às nossas vocações particula

enfermo a atribuir signi cado à doença em sua vida. “Não im porta o sentido que a pessoa dê a uma enfermidade, mas esse sentido a ajudará. Recordo-me de um paciente com 28 anos de idade, com câncer na cabeça, e que me disse ‘Padre, Deus me colocou este câncer para poder unir a minha família. Eu nun ca passei um Natal com meu pai e minha mãe juntos, pois desde que nasci eles se separa ram, sempre viveram brigando. Hoje, estamos aqui em Barretos e este é o primeiro ano que pas samos um Natal juntos’. Hoje este paciente já está curado e res”, enfatizou.

O Sacerdote comentou que a santida de deve ser vivenciada pelas pessoas no cotidiano, por meio de atitudes concre tas, as quais, muitas vezes, podem estar em choque com as conveniências da so ciedade e envolvem sacrifícios pessoais. Ele também lembrou que a santidade é alimentada pela constância nos sacra mentos e por uma vida de oração, para que se tenha sempre como referência os exemplos deixados pelo próprio Cristo.

“Nós, que estamos aqui hoje, também fomos chamados a um modo universal de vida: Deus nos chamou a cuidar da quele que está caído: o enfermo, o doen te. Essa é a nossa ação pastoral. Quando uma pessoa tem Jesus como o Senhor de sua vida, a graça que recebe não pode car só para si, é preciso que passe aos outros. Por isso é que nos engajamos em uma pastoral”, explicou, enfatizando que santidade, estado de vida e trabalho pas

toral devem estar em constante diálogo, para que se viva a vocação na dimensão do encontro com o próximo.

ESPIRITUALIDADE E RECUPERAÇÃO DO ENFERMO

A partir de sua experiência como Capelão do Hospital de Amor, em Bar retos (SP), referência no tratamento para pessoas com câncer, o Padre Túlio Gam barato falou sobre “A espiritualidade na recuperação do enfermo”.

Ele explicou que tal recuperação não deve ser entendida como a cura de uma enfermidade, mas, sim, como o reavivar do ânimo, da alegria e da esperança dian te da doença. “Muitas vezes, o enfermo não terá a cura total, mas quando você, agente da Pastoral da Saúde, apresenta a ele o Deus vivo e verdadeiro, se apro xima e leva uma palavra de conforto, esse enfermo vai se sentir encorajado, e, quando isso acontece, o modo como ele

se coloca diante da enfermidade muda.”

Padre Túlio também comentou que a saúde humana não se resume às dimen sões física e mental, pois a espiritualida de também deve ser considerada. “Não se trata apenas de ter saúde no corpo, mas em todo o ser. E é aqui que se en caixa a espiritualidade, ou seja, aquilo que dá sentido, signi cado, ao nosso ser”, destacou. “Somos um tripé: corpo, men te e espírito, que precisa ser cuidado nes tas três dimensões”, prosseguiu.

O Capelão do Hospital de Amor também lembrou que a vivência da reli giosidade/espiritualidade faz com que o enfermo enfrente a doença com a fé de que Deus o ajudará a se recuperar; que se abra para hábitos mais saudáveis; que cultive emoções positivas, como o amor, esperança e alegria perante as adversi dades; e que consiga melhor discernir quanto a decisões sobre a própria saúde.

Além disso, a espiritualidade ajuda o

Práticas integrativas e complementares em Saúde OS

Por muitas décadas, práticas como a acupuntura, homeopatia, biodança, meditação, ioga, hipnoterapia e o uso de toterápicos foram vistas como estratégias paralelas para a prevenção de doenças e a recupera ção da saúde. Desde 2006, porém, estas e outras Prá ticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) estão institucionalizadas e gradualmente vêm sendo ofertadas no SUS.

Essa temática foi tratada no evento por Raquel Bac chiega, graduada em Direito, pós-graduada em Psicaná lise Clínica e Neurociência e professora de PICS.

“As práticas integrativas e complementares em saúde são tecnologias em saúde voltadas ao cuidado, equilí brio e bem-estar do Ser Integral, o indivíduo considera do como um todo – física, mental, emocional e espiritu almente. Sua atenção é voltada à pessoa e não ao doente, à saúde e não à doença. Seus métodos de ação, viabili zados por meio de técnicas naturais, acessíveis, muitas vezes não invasivas e sem efeitos colaterais agressivos, privilegiam a busca do cuidado das causas para reti cação do desa o ou do enfrentamento de demandas na saúde”, explicou Raquel à reportagem.

A especialista enfatizou, porém, que as PICS não substituem nem excluem tratamento médico conven cional. “Costumo dizer que as PICS são gentis ao pon to de nos fazer repensar nosso modo de viver, pensar e agir, e que tais métodos de saúde não impõem; antes, propõem formas de cuidado que nunca foram apenas alternativos, secundários ou de menor importância, mas assertivos em razão dos benefícios que oportuni zam”, prosseguiu.

Raquel comentou, ainda, que as PICS “permitem com que cada um de nós, experimentando seus bene fícios, se conheça melhor, e, praticando doses de auto conhecimento e autocuidado, consiga de nir melhor seus caminhos com mais lucidez, com menos dor, seja mental, seja emocional. E, mesmo aquela angustiante sensação de vazio, muitas vezes relatada por nossos assistidos, vai cando para trás e abrindo novo cam po, novos horizontes”.

Ao longo do evento, Raquel também falou das ex periências que tem conduzido sobre PICS, entre as quais o Projeto Terapias Integrativas na Comunida de, iniciado em maio deste ano nos bairros do Belém e da Vila Matilde, na zona Leste da capital paulista, por meio de atividades como o cinas de autocuida do, rodas de terapia com meditação e atendimentos ambulatoriais, uma iniciativa do estabelecimento te rapêutico Espaço Buon Vivere e da Pastoral da Saúde do Regional Sul 1. O projeto também tem realizado o cinas formativas no Centro Pastoral São José, na Região Episcopal Belém.

A especialista fez votos de que mais pessoas na Pas toral da Saúde conheçam as PICS e possam ser capa citadas para difundir os benefícios que proporcionam. Ela lembrou que o Projeto Terapias Integrativas na Comunidade conta com um Centro de Formação de Voluntários, no qual são disponibilizados cursos de for mação terapêutica e de integração. Interessados podem obter informações pelo telefone (11) 94919-1160, ou pelo Facebook na página “Projeto Terapias Integrativas na Comunidade”. (DG)

em casa”, contou.

Por m, Padre Túlio lembrou que a espiritualidade também ajuda a dar o sentido à morte, de modo que a pessoa não a olhe como derrota. “A morte não é o m, mas o começo de uma nova histó ria de vida em Deus.”

PERDOAR A SI E AO PRÓXIMO

Uma temática a m à espiritualidade do enfermo foi tratada na palestra “A importância do perdão”, conduzida por Maria Gabriela Alves de Oliveira, leiga consagrada com atuação no Santuário Nossa Senhora da Salette, em São Paulo.

Maria Gabriela recordou que o amor, o perdão e a reconciliação são valores centrais da fé cristã, lições deixadas pelo próprio Cristo, e que devem ser seguidas por todos, para que perdoem o próximo e a si mesmo, postura que gera impactos positivos na saúde de quem o faz. (DG)

BENEFÍCIOS DE PLANTAS MEDICINAIS

Também participante do evento, Luciene Correa, que trabalha na fabricação de chás e medicamentos medicinais, comentou à reportagem que é possível que a pessoa obtenha mais qualidade de vida conhecendo melhor as riquezas proporcionadas pela natureza.

Ela citou o exemplo das sementes de melancia, que são ricas em zinco, mas que acabam sendo simplesmente jogadas no lixo pela maioria das pessoas. “Temos de imaginar que o nosso corpo é um castelo cheio de soldadinhos. Quando ingerimos mais componentes para fortalecê-lo, ou seja, ‘adicionamos soldadinhos’, estaremos mais bem preparados para nos defender de agentes causadores de doenças”, comentou. No entender de Luciene, é fundamental que o agente da Pastoral da Saúde conheça as propriedades medicinais das plantas, para que repasse essa informação aos enfermos e estimule que estes dialoguem com o médico a respeito da possível utilização. “O que sempre ensinamos aos agentes é que eles podem indicar um chá, uma prática integrativa para o familiar de um doente, mas sempre é preciso que a pessoa converse com o médico e com o nutricionista antes de fazer tal uso”, concluiu.

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

Coleta para a Evangelização auxilia iniciativas pastorais e catequéticas

Na celebração do 3o Domingo do Advento, no m de semana dos dias 10 e 11 de dezembro, a Igre ja no Brasil realizará a Coleta para a Evangelização, como parte da Campanha para a Evangelização, iniciada em 20 de novembro, com o tema “Evangelizar: graça e mis são que se dá no encontro”.

A campanha busca mobilizar os católicos para a corresponsabili dade na sustentação das atividades evangelizadoras da Igreja. O tema desta edição está em sintonia com o 3º Ano Vocacional do Brasil –“Vocação: Graça e Missão”.

Com os recursos da Coleta para a Evangelização, muitas são as ini ciativas que podem ser apoiadas, entre as quais projetos de formação e atualização de catequistas, acom panhamento às equipes de Ani

mação Bíblica da Pastoral nos 19 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), for talecimento da organização dos lei gos do Brasil, incluindo a produção de material e a organização de en contros do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB).

O dinheiro obtido com a cole ta a ser feita em todas as paróquias e comunidades no Brasil nos dias 10 e 11 será assim distribuído: 45% permanece na diocese para subsi diar a ação missionária, evangeli zadora e pastoral da própria Igreja local; 20% é encaminhado para os regionais da CNBB, com a mesma nalidade, sustentar as estrutu ras regionais de evangelização; e os 35% restantes vai para a CNBB nacional, para garantir iniciativas e estruturas evangelizadoras em todo o Brasil, especialmente nas regiões mais carentes. Fonte: CNBB

Peça teatral propõe reflexões sobre o cotidiano das pessoas com deficiência

No mês em que se celebra o Dia Internacional da Pessoa com De ciên cia, em 3 de dezembro – iniciativa que busca conscientizar a sociedade para a igualdade de oportunidades a todos os cidadãos e a ampla inclusão a respeito desse segmento da população –, serão realizadas apresentações do Projeto Se gismundo Extemporâneo, idealizado por Arthur Acosta Baldin, ator, escri tor e professor de teatro, e João Paulo Lima, ator e diretor.

Segismundo é um dos personagens da “Vida é Sonho”, peça escrita por Cal derón De’lla Barca. Sua questão princi

pal é a liberdade, dado que era o lho renegado do príncipe da Polônia e vivia preso em uma torre.

As falas de Segismundo, persona gem criado no século XVII, estarão em diálogo com as falas de uma pes soa com de ciência que vive no século XXI. Este trata sobre a falta de espaço que uma pessoa com de ciência tem, abordando a falta de acessibilidade ati tudinal/arquitetônica, falta de espaço para essas pessoas na mídia, no merca do de trabalho e nas artes, comprome tendo, consequentemente, sua liberda de de viver em sociedade.

DIAS E LOCAIS DE APRESENTAÇÃO:

Sábado, 10/12, 15h –Parque Estadual Jacuí; Domingo, 11/12, 14h –Conjunto Habitacional Padre Manoel da Nóbrega (Rua Padre Estevão de Oliveira, 15);

Sábado, 17/12, 15h – Praça da Rua Olga Artacho, 44; Domingo, 18/12, 14h – Praça do Morcegão, na Rua Padre Estevão de Oliveira, 15.

Definidos o tema da CF 2024 e a data da 60ª assembleia geral da CNBB

O Conselho Permanente da Con ferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) concluiu sua última reunião do ano, de forma virtual, na quinta-feira, 24. Na ocasião, os bispos decidiram sobre o formato de realização da 60ª Assembleia Geral da entidade e de niram o tema e o lema da Campanha da Fraternidade de 2024 (CF 2024).

A assembleia geral terá dez dias de duração, presencialmente, de 19 a 28 de abril. Uma novidade é que os bispos poderão deliberar sobre a realização de uma etapa virtual, a ser realizada em agosto, caso haja necessidade.

Até o momento, há oito temas na pauta da Assembleia, entre eles, a elei ção dos membros da Presidência e dos presidentes das 12 Comissões Episcopais Pastorais. Assim, a escolha pelo forma to presencial levou em consideração a necessidade de debater os assuntos, ga rantir os momentos de oração e de con vivência entre o episcopado.

Para a CF 2024, quando serão ce lebrados os 60 anos de realização das Campanhas da Fraternidade, foram es colhidos o tema “Fraternidade e amizade social” e o lema “Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23,8).

Ainda na reunião, o assessor político institucional da CNBB, Padre Paulo Re nato Campos, falou do acompanhamento de projetos em tramitação no Congresso Nacional; o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e representante da CNBB no Conselho Episcopal Lati no-Americano e Caribenho, divulgou a publicação do texto com re exões e pro postas pastorais a partir da 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe; e Dom Dimas Lara Barbosa, Arcebispo de Campo Grande (MS), falou dos próxi mos passos para a institucionalização da rede de entidades católicas bene centes de assistência social.

14 | Pelo Brasil | 30 de novembro a 6 de dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fonte: CNBB
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Pessoas em situação de rua assistem ao novo documentário sobre Santa Teresa de Calcutá

Para marcar a estreia no Brasil do documentário “Madre Teresa - Amor Maior Não Há”, exibido nos cinemas em sessões exclusivas nos dias 21, 22, 28 e 29, a Arquidiocese de São Paulo, em parceria com a Kolbe Arte Produções, promoveu, no dia 23, uma sessão espe cial para a população em situação de rua acolhida no Arsenal da Esperança, no bairro da Mooca.

Financiado e produzido pela organi zação Cavaleiros de Colombo, o docu mentário narra a história da religiosa de origem albanesa que fundou, em 1950, a congregação das Missionárias da Cari dade, na cidade de Calcutá, na Índia.

Filmado nos cinco continentes, “Ma dre Teresa - Amor Maior Não Há” conta a história dessa Santa a partir da missão por ela iniciada e que permanece viva. O lme traz imagens inéditas de arqui vos institucionais e do apostolado das Missionárias da Caridade em diversos países, inclusive no Brasil, como o tra balho com os imigrantes venezuelanos em Roraima e o atendimento aos depen dentes de crack no Rio de Janeiro. A obra intercala imagens da própria Santa, com depoimentos e testemunhos de pessoas que tiveram suas vidas transformadas pelo testemunho de fé e caridade de Ma dre Teresa.

O documentário também mostra o depoimento do brasileiro Marcílio Ha ddad Andrino, paulista curado de uma grave enfermidade, por intercessão de Madre Teresa, fato reconhecido pela Santa Sé como o milagre que garantiu a canonização da Madre pelo Papa Fran cisco em 2016.

ENTRE OS POBRES

Angela Morais, diretora-executiva e fundadora da Kolbe Arte Produções, responsável pela distribuição do lme no Brasil, explicou que a iniciativa de realizar uma sessão especial para a po pulação em situação de rua partiu do

diálogo com as Missionárias da Carida de, que manifestaram “o desejo de que aqueles que Madre Teresa mais amava tivessem a oportunidade de assistir ao documentário”.

O documentário foi exibido na tenda erguida no pátio do Arsenal da Esperança durante o período mais restritivo da pan demia. Com direito a pipoca, a sessão es pecial teve sala cheia e despertou a emoção dos acolhidos, como Ederson Francisco de Lima, 48, que vive há quatro meses no Arsenal da Esperança. “Eu já tinha ouvido falar em Madre Teresa, mas nunca tinha visto nada dela. O que mais me tocou foi o amor que ela tinha pelos mais vulneráveis. Ela realmente se doou pelos pobres. É in crível esse chamado”, relatou.

Fundada em 1996, por iniciativa do italiano Ernesto Olivero e de Dom Lu ciano Pedro Mendes de Almeida (19302006), na época Bispo Auxiliar de São Paulo, a entidade é administrada pela Fraternidade da Esperança.

Diariamente, são acolhidos 1,2 mil homens que antes estavam em situação

de rua por razões diversas, como a falta de trabalho, moradia ou suporte familiar. Lá, eles podem descansar, tomar banho, se alimentar e frequentar cursos pro s sionalizantes, além de usufruir de mui tos outros serviços, como o acompanha mento do serviço social.

BIOGRAFIA

Agnes Bojaxhiu nasceu em Skopje, hoje capital da Macedônia do Norte, em 26 de agosto de 1910. Aos 18 anos, Ag nes sentiu o desejo de consagrar sua vida a Deus e ingressou na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto, na Irlanda. Fez sua pro ssão religiosa em 24 de maio de 1931, quando adotou o nome Teresa, em homenagem a Santa Teresa de Lisieux, padroeira dos missionários. Em seguida, foi transferida para Calcutá (Índia), onde, por 17 anos, se dedicou ao ensino como professora.

Na Índia, sentiu o apelo de se doar em favor dos pobres ao se deparar com pessoas, entre elas crianças em situação de extrema pobreza, fome, doenças.

Conseguiu, em 1948, a licença para dei xar as Irmãs de Loreto. Mantendo sua condição de religiosa, mudou-se para Calcutá, onde se empenhou exclusiva mente à sua nova missão, ajudando aos mais necessitados. Dedicada aos po bres, vivia também de forma humilde, somente com o básico. Na Eucaristia, buscava as forças para se manter el. Em 1979, foi homenageada com o Prêmio Nobel da Paz. Morreu em 5 de setembro de 1997. Foi beati cada em 19 de outubro de 2003, por São João Pau lo II, e canonizada em 4 de setembro de 2016.

MISSIONÁRIAS DA CARIDADE

A missão caritativa iniciada por Ma dre Teresa de Calcutá, em 1946, é levada adiante pelas Missionárias da Caridade, presentes em mais de 130 países. Os tra balhos das irmãs variam conforme as necessidades do local: em algumas ca sas, assistem moradores em situação de rua; em outras, mantêm creches, abrigos para mulheres ou portadores de HIV, abrigos para idosos e pessoas em situa ção de rua.

Atualmente, existem 764 “taberná culos” das Missionárias da Caridade em todo o mundo, como Madre Teresa costumava se referir às casas da congre gação, ressaltando a fonte eucarística de sua missão.

No Brasil, a primeira obra da congre gação foi fundada pela própria Madre Teresa, em 1979, em Salvador (BA), e se espalhou para outras regiões do País, como Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Aracaju (SE), Manaus (AM), Vitó ria (ES) e Brasília (DF).

Em São Paulo, a congregação atua no Jardim Peri, na periferia da zona Norte, onde um grupo de religiosas dirige um abrigo para homens enfermos. A atua ção pastoral se estende às visitas às famí lias, grupos de Catequese, distribuição de cestas básicas e marmitas.

Para saber mais sobre “Madre Te resa - Amor Maior Não Há”, acesse: https://kolbearteproducoes.com/catalogo

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Luciney Martins/O SÃO PAULO Acolhidos no Arsenal da Esperança assistem ao documentário ‘Madre Teresa – Amor Maior Não Há’

O Papa à Ucrânia: ‘Minhas lágrimas se unem às suas’

Nove meses após o início da guerra na Ucrânia, in vadida pela Rússia em 24 de fevereiro, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao povo ucraniano na qual ma nifestou sua dor e solidariedade. “Sobre a sua terra, há nove meses, se desencadeou no seu território a loucura da guerra”, diz ele. “Quero unir as minhas lágrimas às suas e dizer-lhes que não passa um dia sem que eu não esteja próximo a vocês e lhes carregue no meu coração e na minha oração”, acrescentou.

No texto, publicado na sexta-feira, 25, o Papa men cionou, em detalhes, diferentes grupos da sociedade ucraniana atingidos pela guerra – entre eles, as crianças, as mulheres, os jovens e os voluntários. Estima-se que ao menos 40 mil pessoas tenham sido mortas, entre milita res e civis, no con ito com a Rússia. Além disso, a guerra deixou mais de 14 milhões de refugiados ucranianos.

“Muitas histórias trágicas voltam-me à mente. Primei ro de tudo, dos mais pequenos: quantas crianças mortas, feridas ou órfãs, arrancadas das suas mães!”, a rma. “Em

cada um deles, toda a humanidade é derrotada. Agora es tão no ventre de Deus, eles veem as vossas a ições e rezam pelo m delas. Mas como podemos não sentir angústia por eles e por aqueles, pequenos e grandes, que foram de portados? A dor das mães ucranianas é incalculável.”

Recentemente, a Rússia vem sofrendo derrotas mi litares no Sul da Ucrânia, que recebe ajuda militar e nanceira dos países da Europa e dos Estados Unidos. Por outro lado, a Rússia tem compensado suas perdas em batalha destruindo usinas elétricas que abastecem cidades da Ucrânia. Embora pareça viver um momen tum favorável, pois o inverno tende a di cultar o tra balho dos invasores, segundo especialistas ainda não é possível a rmar que a Ucrânia vá vencer a guerra brevemente.

“Em poucas semanas será Natal e a tensão do sofri mento se sentirá ainda mais. Mas eu gostaria de voltar com vocês a Belém”, escreveu o Pontí ce, “à provação que a Sagrada Família teve que enfrentar naquela noite, que parecia só fria e escura. Em vez disso, a sua luz che gou: não dos homens, mas de Deus; não da terra, mas do Céu”, disse.

Decreto remove liderança da ‘Caritas Internationalis’ para relançar sua missão

Após solicitar uma apuração detalhada sobre a situ ação das instituições ligadas ao Dicastério para a Pro moção do Desenvolvimento Humano Integral, no Va ticano, o Papa Francisco decidiu relançar a missão da Caritas Internationalis (CI).

A instituição, diretamente ligada à Santa Sé, é uma confederação de 162 organizações de caridade católicas espalhadas por mais de 200 países. Elas atuam no socor ro a emergências, em projetos de desenvolvimento e em serviços sociais.

O Papa Francisco decidiu afastar os líderes atuais da CI

e nomeou um “comissário” temporário, que governará a organização até a sua próxima assembleia plenária, previs ta para maio de 2023. O consultor italiano Pier Francesco Pinelli assumirá as funções de direção, auxiliado pela pro ssional de “advocacy” Maria Amparo Alonso Escobar, com apoio espiritual do Padre Manuel Morujão, jesuíta.

O Cardeal Luís Antonio Tagle, até então presidente da CI, deixa o cargo, mas será mediador entre as gestões.

O motivo informado para a reestruturação, confor me comunicado do Dicastério, foi a carência de “bem -estar” nos ambientes de trabalho da Caritas Internatio

Aos padres: ‘Cuidado com o vício ao celular’

Re etindo sobre o sentido de “ser dis cípulos”, em encontro com sacerdotes es tudantes em Roma, e moradores do Colé gio Pio Latino, o Papa Francisco alertou-os sobre o risco de se tornarem dependentes

dos telefones celulares. “Não se esqueçam de voltar a Deus, toda noite, depois de um dia longo. Mas, atenção, a Ele, não à tela de um celular”, disse o Pontí ce, em men sagem que vale para todos os cristãos.

nalis. Embora não se tenha identi cado problemas de cunho nanceiro nem de abuso sexual, encontrou-se problemas que requerem “ação urgente” de caráter ad ministrativo, que vinham prejudicando “o espírito de equipe e o moral” dos trabalhadores.

O decreto papal, que foi recebido com surpresa na Caritas e na imprensa internacional, a rma privilegiar a defesa “dos valores católicos da dignidade humana e do respeito por cada pessoa”. Na estrutura do Dicastério, a Caritas está sob supervisão do Cardeal Michael Czerny, Prefeito, e da Irmã Alessandra Smerilli, Secretária. (FD)

“Dói-me muito quando vejo que um sacerdote bom, trabalhador, se cansa e se esquece de passar pelo sacrário [no m do dia]”, completou. “Quantas vezes escapam para uma tela de celular? A tela nos afasta

das coisas. Por favor, não sejam viciados neste mundo de fuga. Sejam viciados no encontro com Jesus. Ele sabe o que nos faz falta, e tem uma palavra para nos dizer em cada ocasião”, a rmou. (FD)

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Vatican Media
FILIPE DOMINGUES ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA

Haiti/República Dominicana

República Dominicana expulsa centenas de crianças haitianas

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) recebeu pelo menos 1,8 mil crianças desacompanhadas no Haiti, entregues pelas autoridades de imigração dominicanas desde o início do ano. O movimento é parte de uma ampla

campanha do governo dominicano para a remoção de suspeitos de migração irregular.

14.801 pessoas foram enviadas da Repú blica Dominicana para o Haiti, o que dá uma média de 477 pessoas por dia.

Catar

Como é ser um padre católico no país-sede da Copa do Mundo 2022

Quando o Padre Charbel Mhan na, 53, precisa adquirir vinho para a celebração da missa, ele deve usar um cartão especial emitido pelo go verno do Catar e comprá-lo no único local que vende álcool para residen tes no país, de maioria muçulmana e no qual exibições públicas da religião cristã são proibidas.

Padre Charbel mora no Catar há nove anos. Originalmente do Líba no, ele ministra aos católicos maro nitas que vivem no país, bem como às comunidades de línguas italiana e francesa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Doha.

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No site do jornal O SÃO PAULO, você acessa conteúdos atualizados sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algu mas notícias e artigos publicados re centemente.

Dioceses brasileiras receberão indicativos da próxima etapa do Sínodo Universal https://cutt.ly/D1WQtds

Câmara aprova projeto que proíbe uso de técnicas de construção hostis em espaços públicos https://cutt.ly/G1WQgIv

HIV/Aids mataram quase 110 mil crianças e adolescentes no ano passado https://cutt.ly/o1WmbsN

Região Episcopal Santana promove mostra on-line sobre presépios https://cutt.ly/P1WmAio

UBSs da capital paulista intensi cam ações para tratar diabéticos https://cutt.ly/s1WmBFG

O que signi ca a Imaculada Conceição de Nossa Senhora? https://cutt.ly/M1WQKcq

A República Dominicana vem ten tando reduzir, há bastante tempo, a população haitiana dentro do seu terri tório. No entanto, a última onda de de portações ocorreu de forma acelerada, o que gerou duras críticas de observadores internacionais, que acusaram o governo da nação caribenha de “discriminação racial, execução caótica e desrespeito aos direitos humanos“. Ainda não está cla ro se as crianças foram expulsas sem os pais, se se separaram durante a viagem ou fugiram sozinhas do Haiti.

Segundo dados da organização de ajuda haitiana Groupe d’Appui des Ra patriés et Refugiés (GAAR, da sigla em francês, Grupo de Apoio à Repatriação dos Refugiados), só no mês passado,

Em nota divulgada no dia 20, o Mi nistério das Comunicações do Haiti pe diu a seu vizinho que respeite a “digni dade humana”. O órgão governamental mencionou as imagens nas mídias so ciais, as quais classi cou como “impres sionantes”, chamando a atenção para o tratamento desumano e degradante in igido aos cidadãos haitianos na Repú blica Dominicana.

Há relatos de que os detidos são mantidos em centros prisionais su perlotados, sem possibilidade de con testar sua detenção e sem acesso a co mida ou banheiros, às vezes por dias, antes de serem libertados ou deporta dos para o Haiti.

China /Vaticano

País rompe acordo e instala bispo em diocese não reconhecida pela Santa Sé

O Vaticano acusa a China de desres peitar um acordo rmado entre as partes em 2018, segundo o qual todas as nome ações de líderes católicos no país seriam feitas em comum acordo.

Segundo a Santa Sé, o governo chinês nomeou Dom John Peng Weizhao, até então Bispo de Yujiang, para ocupar o cargo de Bispo Auxiliar de Jiangxi, uma diocese que não é o cialmente reconhe cida pela Igreja Católica. O Prelado ha via sido nomeado pelo Papa Francisco em 2014, antes mesmo de o acordo en trar em vigor, porém, na quinta-feira, 24, as autoridades chinesas decidiram pela mudança por conta própria.

“Na verdade, este evento não ocor reu de acordo com o espírito de diálogo”, a rmou o Vaticano, em um comunicado divulgado no sábado, 26, referindo-se ao

fato de não ter sido consultado sobre a decisão. No texto, a Santa Sé diz ainda esperar que “episódios semelhantes não se repitam”.

A China e o Vaticano não mantêm relações diplomáticas formais desde 1951, em meio à ascensão dos comunis tas ao poder e à consequente expulsão dos religiosos estrangeiros do país. Nos últimos anos, porém, as partes retoma ram timidamente o diálogo, levando ao acordo de 2018.

Nesse cenário, os católicos chineses se dividem em dois grupos distintos. Uma parte segue o catolicismo sancio nado pelo Estado e sujeito às regras do Partido Comunista Chinês (PCC). A ou tra se mantém leal ao Pontí ce e pratica a religião de forma clandestina.

Fonte: ACI Digital

“Não há sinos nem cruzes nas igrejas do Catar e não é possível pre gar ou conceder o sacramento do Batismo aos descendentes de não cristãos ou converter de uma religião para outra”, disse o Sacerdote.

Ele acrescentou que “as igrejas são consideradas embaixadas” e, por isso, têm que lidar com o Ministério das Relações Exteriores do Catar.

As procissões religiosas só po dem ocorrer dentro das paredes do Qatar Religious Complex, um complexo inaugurado em 2008 que abriga seis igrejas diferentes: católica romana, anglicana, ortodoxa síria, ortodoxa grega, ortodoxa copta e um grupo interdenominacional para cristãos expatriados das comunida des indianas.

“A Bíblia somente pode ser distri buída dentro do campus do comple xo da igreja”, disse o Padre Mhanna.

O Sacerdote destacou que a Eu caristia pode ser dada aos pacientes nos hospitais e é possível rezar nos cemitérios, que possuem túmulos para os não muçulmanos. No entan to, quando se trata do Matrimônio, o Padre só pode celebrar um casamen to entre dois cristãos. “Se um cristão quer se casar com um muçulmano, eles não podem fazê-lo em nossa igreja. Costumamos convidá-los para casarem em outro país”, a r mou o Sacerdote.

O Vicariato Apostólico da Arábia do Norte estima que cerca de 200 mil a 300 mil católicos vivam no Catar. Todos são trabalhadores migrantes, principalmente das Filipinas e da Índia.

De acordo com o Vicariato, as regras de emprego e acampamento podem impossibilitar a participação nas liturgias católicas para alguns desses trabalhadores. A comuni dade católica também luta com as restrições ao número de padres per mitidos no país e com a capacida de limitada de sua igreja dentro do complexo religioso.

18 | Pelo Mundo/Geral | 30 de novembro a 6 de dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fonte:CatholicNewsAgency–CNA
Georges Harry Rouzier/UNICEF

Ao realizar milagres, Jesus às vezes requeria um gesto de colaboração: a do ação de uns pães (cf. Jo 6,9); o ato de es tender a mão (cf. Lc 6,8.10); o pedido do que se necessita (cf. Mc 10,51). Deus é onipotente e pode realizar prodígios sem ajuda alguma, mas não prescinde de nossa cooperação. Isso se dá não ape nas em relação às graças extraordinárias. A ordem estabelecida por Deus na cria ção mostra que a colaboração humana – ainda que mínima – é requerida para recebermos os bens mais importantes.

ORDENAÇÕES

Liturgia e Vida

A vida é um mistério cuja origem se encontra em Deus. Ele, porém, conta com o amor humano e a generosidade dos cônjuges para trazer ao mundo no vos lhos. A manutenção da existência é um ato da Providência. O Senhor, po rém, requer que nos alimentemos, tra balhemos e repousemos. A inteligência é um tesouro que nos foi dado. Mas, para colher os seus frutos, temos de nos empenhar fatigadamente. Algo seme lhante se veri ca no que diz respeito à nossa salvação eterna.

O maior exemplo disso é a Anuncia ção. Deus já havia disposto o seu mara vilhoso plano para salvar o mundo. Não quis realizá-lo, porém, sem a colaboração de uma criatura: a Virgem santa de Naza ré. Ele quis que, por meio da cooperação de sua inteligência e vontade humanas, Ela desse o livre consentimento que bene ciaria a todos: “Faça-se em mim segun

do a tua palavra” (Lc 1,38). Esse simples “sim”, que Nossa Senhora deu como Mãe ao Arcanjo Gabriel, precisa ser repetido individualmente por cada um ao longo de nossas vidas.

A salvação é um dom de Deus, ob tido por Cristo na Cruz e in nitamente superior às forças humanas. Jamais pode ríamos nos salvar a nós mesmos, por me lhores e mais empenhados que fôssemos. O Pai, contudo, nos pede algo pequeno como um grão de mostarda, e essencial: a fé. Sem ela, bloquearíamos a ação mara vilhosa do Criador. O Espírito Santo con tinuamente vem em nosso auxílio, para nos iluminar, conduzir e derramar profu samente todos os seus frutos e dons. No entanto, Ele não agirá se não lhe dermos uma só coisa: docilidade.

Pois bem, este é o sentido das palavras de São João Batista “preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mt

3,3): temos que fazer a nossa parte! Ela é pequenina, em vista do imenso bem que receberemos. Mas compete somente a nós. Ninguém deve pensar que o Senhor lhe pede algo tão grande que não possa ser dado, nem tão pequeno que deva ser des prezado. Deus nos pede algo que somente nós, individualmente, podemos dar.

O que Ele pede? Con ança, agrade cimento, oração, reconhecimento dos pecados, desejo sincero de estar com Ele, cumprimento dos deveres de estado… em síntese, amor! Pede também as virtu des humanas, que, como um vale aplaina do, tornam a alma capaz de amar: humil dade, temperança, sinceridade, lealdade, penitência, ruptura total com o pecado, sobretudo mortal. Se zermos o pouco que nos compete, Deus fará muito mais. E, então, “o Senhor descobrirá o seu braço e os con ns da terra verão a sua salvação” (Is 52,10).

Na sexta-feira, 25, o seminaristas e os candidatos ao diaconato permanente que receberão a ordenação diaconal em 10 de dezembro zeram a pro ssão de fé e o juramento de delidade diante do Arcebispo Metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, na ca pela de sua residência.

O ato previsto pela legislação canônica foi realiza do pelos seminaristas Alysson Antunes Carvalho, Miguel Lisboa, Aguiar Marcondes, Romulo Freire Barroso e Yago Barbosa Ferreira e os candidatos ao diaconato permanente Luiz Ângelo Fortuna e Wal mir Cardoso dos Santos.

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2º DOMINGO DO ADVENTO 4 DE DEZEMBRO DE 2022 ‘Preparai os
PADRE JOÃO BECHARA VENTURA Arquivo pessoal Divulgação Divulgação

Dom Valdir José de Castro é ordenado bispo e toma posse na Diocese de Campo Limpo

Na tarde do sábado, 26, Dom Valdir José de Castro, SSP, recebeu a ordenação episcopal e tomou posse como 3º Bispo da Diocese de Campo Limpo, em missa na Catedral Santuário Sagrada Família, na zona Sul da capital paulista.

O ordenante principal foi o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metro politano de São Paulo, e os coordenan tes foram Dom Luiz Antônio Guedes, agora Bispo Emérito de Campo Limpo, e Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo de Piracicaba (SP), diocese de origem do novo Bispo.

A celebração contou com a presença de cerca de 4 mil pessoas, entre elas 17 bispos, centenas de padres diocesanos e religiosos, como os membros da Socie dade São Paulo (Paulinos), congrega ção da qual Dom Valdir faz parte, assim como religiosas e leigos da Família Pauli na. Os inúmeros éis puderam acompa nhar a celebração também por meio de telões instalados do lado de fora da Cate dral. Entre as autoridades civis, estava o prefeito da capital, Ricardo Nunes.

O primeiro bispo de Campo Limpo, Dom Emílio Pignoli, prestes a completar 90 anos, também esteve presente e, emo cionado, desejou que o novo Bispo seja conduzido pelo Espírito Santo. “Estou contente de estar aqui, desejo que este novo governo alcance as necessidades da diocese e que o Espírito Santo conduza Dom Valdir”, a rmou.

BISPO PAULINO

Por escolha de Dom Valdir, a cele bração aconteceu na data da memória do Bem-aventurado Tiago Alberione (1884-1971), sacerdote fundador da Fa mília Paulina em 20 de agosto de 1914, em Alba, na Itália.

O Superior-geral dos Paulinos, Pa dre Domenico Soliman, veio da Itália para participar da ordenação e cou in cumbido de ler e apresentar o mandato pontifício (bula) da nomeação episcopal, conforme previsto pelo rito. Em junho, Padre Domenico sucedeu ao próprio Dom Valdir no cargo que ocupou à fren te da congregação desde 2015.

“Para nós, Padres Paulinos, Dom Valdir como bispo abre uma nova perspectiva, uma nova fronteira para viver a nossa missão e apostolado dentro da Igreja. Não podemos imagi nar como será a experiência de Dom Valdir como bispo, mas, com seu es tilo paulino, seguramente trará algo de novo para a evangelização e para o povo de Deus”, a rmou o Superior, re ferindo-se ao fato de o novo Bispo ser o primeiro paulino da história a rece ber a nomeação episcopal.

ESCOLHIDO PELO SENHOR

A data da celebração coincidiu, ainda, com o início do tempo do Advento, que

abre o novo ano litúrgico da Igreja. Na homilia, Dom Odilo destacou esse tempo de preparação para o Natal, convidando todos a uma atitude vigilante sem se dei xar levar pelas distrações do mundo.

Dirigindo-se ao novo Bispo, o Car deal recordou que Dom Valdir foi eleito para o serviço e deve sempre se lembrar das palavras de Cristo aos apóstolos: “Quem vos ouve, a mim ouve, quem vos despreza, a mim despreza, e quem me despreza, despreza Aquele que me en viou”, disse, enfatizando que um bispo deve ser reconhecido pelo serviço.

“Quanto a ti, caríssimo irmão, Padre Valdir, escolhido pelo Senhor, lembra -te que fostes tirado dentre os homens e colocado a serviço deles nas coisas de Deus. O episcopado é um serviço, não uma honra”, continuou o Arcebispo.

RITO DE ORDENAÇÃO E POSSE

São muitos os momentos marcantes durante o rito de ordenação episcopal, entre eles aquele em que o eleito se pros tra diante do altar enquanto toda a as sembleia invoca a intercessão dos santos.

A imposição das mãos, gesto cen tral da ordenação, foi realizada pelos ordenantes, seguida dos demais bispos, como sinal de comunhão no ministério episcopal. A Prece de Ordenação profe rida pelo ordenante principal, enquanto

o livro dos Evangelhos é colocado aber to sobre a cabeça do eleito, emocionou muitos presentes.

A unção da cabeça de Dom Valdir com o óleo do Crisma e a entrega das insígnias episcopais – anel, mitra e bácu lo –, pelos irmãos do novo Bispo, foram acompanhadas em profundo silêncio e atentamente pela multidão. Esta foi a pri meira vez que ocorreu uma ordenação episcopal na Diocese de Campo Limpo, nos seus 33 anos de existência.

Após receber o báculo, Dom Valdir tomou posse da Diocese ao se sentar na cátedra diocesana. A partir desse mo mento, Dom Odilo passou a presidên cia da missa para ele, que, visivelmente emocionado, foi aclamado com calorosa salva de palmas por todos.

TUDO POR CAUSA DO EVANGELHO

Em seu primeiro pronunciamento como bispo, Dom Valdir rendeu graças a Deus pelo chamado ao serviço episcopal. “Agradeço ao Supremo Pastor, que, não obstante minhas limitações, me chamou ao ministério episcopal. A Ele eu louvo e rendo ação de graças”, disse.

Em seguida, Dom Valdir agradeceu a Dom Odilo, aos coordenantes, aos ou tros bispos presentes, ao clero, membros da Família Paulina, familiares, amigos de perto e de longe e ao povo da Diocese,

que ocupou cada espaço disponível da Catedral. “É bonito quando uma cele bração busca unir a Igreja para a gente caminhar junto, fazendo da nossa vida uma grande celebração como Diocese.”

Ao falar sobre o lema escolhido para seu episcopado – “Omia propter Evan gelium (Faço tudo pelo Evangelho)” –, o Bispo explicou sua inspiração: “O Evan gelho é, antes de tudo, Jesus, e, na linha e nos passos do apóstolo Paulo e de tantos santos e santas, quero fazer esse caminho de viver e anunciar o Evangelho”.

Esse lema também está gravado em seu báculo pastoral, entalhado na ma deira abaixo das imagens do apóstolo São Paulo, que tem o livro dos Evan gelhos em uma das mãos, enquanto a outra segura a mão de Jesus, o Divino Mestre, referenciais da espiritualidade paulina.

Sem deixar de falar sobre sinodalida de e a comunicação, o novo Bispo deu as diretrizes de seu pastoreio. “É preciso fazer o caminho sinodal de caminhar juntos na missão de evangelizar, valori zando o caminho da comunicação. Não existe caminho sinodal sem comunica ção, com o espírito e entre nós. Precisa mos ser ‘artesãos de comunhão’, que cada um de nós possa dar a sua parte, viver a unidade na diversidade.”

20 | Reportagem | 30 de novembro a 6 de dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Luiz Carlos da Silva/ Diocese de Campo Limpo Luiz Carlos da Silva/ Diocese de Campo Limpo Érica Viana/ Diocese de Campo Limpo Cardeal Scherer ordena Dom Valdir José de Castro, nomeado 3º Bispo da Diocese de Campo Limpo (SP), da qual tomou posse na mesma celebração

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