O São Paulo - 3425

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Sacerdotes para anunciar a Palavra, santificar o povo e pastorear a humanidade

Pela imposição das mãos do Cardeal Odi lo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, foram ordenados sacerdotes, no sábado, 3, na Catedral da Sé, os até então di áconos Allan Santos Leite, 34, Cleyton Pontes da Silva, 27, Lucas Antonio Silva Martinez, 27, Nilo Shinen, 44, e Elias Honório, 27.

“Vocês, ao serem ordenados sacerdotes,

irão agir em nome da Igreja, não em função de si próprios. Somos ‘emprestados’ à pessoa de Jesus Cristo, que age por meio de seus minis tros”, afirmou o Arcebispo, acrescentando que a vocação sacerdotal é uma grande graça con cedida pela vontade e misericórdia de Deus.

Dom Odilo ressaltou, ainda, que os sacer dotes são ordenados para anunciar a Palavra

das mais variadas formas, santificar o povo e pastorear a humanidade para o encontro com o Divino Pastor.

Em entrevistas ao O SÃO PAULO, os re cém-ordenados falaram sobre o discernimen to à vocação sacerdotal e externaram a ale gria em servir o povo de Deus e a Igreja. Páginas 14 e 15

caderno do O SÃO PAULO , que analisa o impacto dos 82,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos gerados no País e as soluções pensadas no Brasil e em outras partes do mundo para atenuar os efeitos nocivos do simples hábito do “joga fora no lixo”.

o

a

Laudato

total,

Resíduos Sólidos 2021, da Associação Brasileira de Em presas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 45,3% é de lixo orgânico, 33,6% de materiais que po deriam ser reciclados – papel, plástico, vidro, alumínio, aço e embalagens – e 14,1% não são passíveis de reciclagem ou reaproveitamento.

De todo este montante de resíduos, 40%, cerca de 30,3 milhões de tonela das,têmodestinoadequado.Osimples descarte do restante causa impactos imediatos no meio ambiente, quando o destino são os lixões, ou custos adi cionaisparaquesejageridonosaterros controlados ou nos aterros sanitários, cuja vida útil é de cerca de 20 anos.

Diante disso, o que fazer? Na Lau dato si Francisco indica algumas ações, como evitar o uso de plásti co e papel, diferenciar aquilo que irá para o lixo, cozinhar apenas o que razoavelmente se poderá comer, bem utilizar algo em vez de desperdiçá-lo rapidamente (cf. LS, 211), atitudes de responsabilidade do homem com o cuidado da Criação, uma vez que este é “chamado a exercer um governo res ponsável para conservar [a Criação], fazer

porém, de uma estrutura de alto custo para o poder público e que precisa ser monitorada por décadas após ser Sancionadodesativada. em abril deste ano, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) – decreto 11.043/2022 – traz entre suas metas elevar para 48%

de descarte, além do mo nitoramento das questões ambientais

de estabilização, retirada de umidade, compostagem –, além de uma rota tecnológica para a recuperação ener gética daquilo que não foi tratado por estas outras tecnologias. A cidade de São Paulo, por meio do Planclima [Plano do Clima] prevê essa rota tec nológica, e temos

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 67 | Edição 3425 | 7 a 13 de dezembro de 2022 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00 www.arquisp.org.br Editorial Encontro com o Pastor Avançando para águas mais profundas na evangelização O sínodo aponta os caminhos para a missão da Igreja em São Paulo Página 4 Páginas 12 e 13 Página 2 Assembleia sinodal arquidiocesana é concluída com 118 propostas de ação Esta
reflexão central deste
Como gerir e reduzir o grande volume de lixo produzido no Brasil? Edição 01 7 de dezembro de 2022 “Produzem-se anualmente centenas de milhões de toneladas de resíduos, muitos deles não biodegradáveis: resí duos domésticos e comerciais, detritos de demolições, resíduos clínicos, ele trônicos e industriais, resíduos alta mente tóxicos e radioativos. A terra, nossa casa, parece transformar-se cada vezmaisnumimensodepósitodelixo.”
é a
O alerta do Papa Francisco no parágrafo 21 da encíclica
si (LS), de 2015, é também válido para o Brasil, onde
cada ano são produzidos 82,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos. Desse
confor me
Panorama dos
‘Joga fora no lixo’:a solução mais
céu aberto nos quais todo tipo de lixo é jogado e não há qualquer forma de tratamento para que se reduza seu im pacto no meio ambiente. Já os aterros controlados, geralmente próximos a lixões, recebem intervenções do poder público, como uma cobertura de solo, e controle do que é depositado, a m de tentar amenizar os impactos am bientais. Diferente destes são os aterros sani tários, grande áreas tecnicamente pre paradas para receber resíduos e com o devido monitoramento, evitando que o lixo que exposto a céu aberto e que contamine o solo e o lençol freático. Trata-se,
recoberta de lixo, a uma altura de 53 metros. Assim seria ao nal de um ano se dia após dia as 12 mil to neladas de lixo geradas na cidade de São Paulo fossem para lá destinadas, totalizando 3,6 milhões de toneladas anuais. Mas o destino é outro para esse montante de resíduos domiciliares e os de varrição coletados. Eles vão para três aterros sanitários, dois deles privados e um funcionando em
regi me de concessão. Além disso, o poder público monitora aterros que já encer ram suas atividades, caso o Aterro São João, na zona Leste, que funcionou até outubro de 2009, e o Aterro Bandei rantes, em Perus, que recebeu resíduos até março de 2007. “Existe um monitoramento da área para evitar invasões e para que não vire ponto
essa visão da me lhor segregação na fonte, para que se separe cada vez mais o resíduo seco do orgânico, a m de que possamos, por meio de tecnologias, dar o trata mento adequado a cada uma dessas frações de resíduos”, prosseguiu o ge rente da SP Regula. Ainda de acordo com Nieri, a Pre feitura tem buscado intensi car os trabalhos de educação ambiental nas escolas, ampliando os locais para o re cebimento de recicláveis e de descarte dos itens, como os ecopontos, além de cobrar dos grandes geradores
Arquivo Brasil Reprodução
Padres Allan Santos Leite, Cleyton Pontes da Silva, Lucas Antonio Silva Martinez, Nilo Shinen e Elias Honório, ordenados pelo Cardeal Odilo Scherer, na Catedral da Sé, no sábado, 3 Luciney Martins/O SÃO PAULO

No dia 3 de dezembro passado, a assembleia sinodal arquidiocesa na realizou sua últi ma sessão, votando 118 propostas sinodais sobre os mais diversos as pectos da vida e da missão da Igreja de São Paulo. As propostas foram elaboradas ao longo de três sessões anteriores por comissões temáticas e submetidas a dois momentos de votação, para colher o parecer e o consenso da assembleia. O resul tado desse trabalho será publicado em breve, para o conhecimento da Arquidiocese.

Mas o sínodo arquidiocesano ainda não se encerrou: teremos ain da a fase do discernimento sobre as propostas sinodais para discernir sobre os anseios do povo de Deus expressos nas propostas sinodais e, sobretudo, para “ouvir a voz do Espírito Santo”, que indica os cami nhos da Igreja e a conduz na reali zação de sua vida e missão. O en cerramento dos trabalhos sinodais será celebrado, com a participação das forças vivas de toda a Arquidio cese, no dia 25 de março de 2023. Naquela ocasião, também será en

A fase decisiva do sínodo arquidiocesano

tregue à Arquidiocese uma carta pastoral pós-sinodal, com diretri zes e orientações abrangentes, que levarão em conta todo o processo sinodal feito durante quase 6 anos.

Segue, depois, a fase pós-sino dal, dedicada a colocar em prática as diversas indicações do sínodo, que não pode ser visto como um momento fechado sobre si mes mo: ele é um processo que tem a nalidade de desencadear outros processos, para produzir os frutos que se esperam. O próprio tema do sínodo – “caminho de comu nhão, conversão e renovação mis sionária” – já indica os principais elementos e metas desse processo sinodal. Por sua vez, o lema do sí nodo – “Deus habita esta cidade, somos suas testemunhas” – in dica outros aspectos e metas do processo sinodal.

As propostas pastorais elabo radas pela assembleia sinodal são indicações especí cas para cada dimensão da vida pastoral para tornar operativa a grande propos ta do sínodo, que está expressada no seu lema. A fase pós-sinodal envolverá o conjunto da Arqui diocese e cada expressão de vida eclesial presente nela: regiões episcopais, paróquias, comunida des menores, comunidades reli

giosas, comunidades “novas”, mo vimentos e associações de éis, “pastorais” tradicionais, famílias e pessoas. Mas também as estru turas organizativas, como a Cúria, com todos os seus serviços, a or ganização pastoral, os seminários e instituições de educação e for mação. As orientações e iniciati vas pastorais precisam renovar-se, à luz das questões que o sínodo trouxe à luz, bem como a vida ad ministrativa e econômica da Ar quidiocese. Tudo precisa ser mar cado pela “comunhão, conversão e renovação missionária”.

Há muito tempo, a Igreja re conhece que a “comunhão” é um elemento essencial da sua identi dade e da sua vida. Ela é “o povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Lu men gentium 4). Essa comunhão e unidade fundante não apenas não deve ser rompida, como pre cisa ser aprofundada e expressada nas muitas formas de a Igreja ser e agir no mundo. Nesse sentido, temos muito a trabalhar em nosso tempo, para sermos uma “Igreja -comunhão”, que tem apenas um Pai, um mesmo Mestre e se deixa animar e conduzir pelo mesmo Espírito de Deus.

A conversão a Cristo e ao Evan

gelho do Reino de Deus é necessá ria para sermos verdadeiramente a Igreja de Cristo, sendo um proces so contínuo e permanente. A con versão pessoal de cada membro da Igreja é necessária e, também, a conversão dos modos de agir da Igreja, de se organizar. A partir da Conferência de Aparecida, fala mos de “conversão pastoral”, um processo importante para rever e adequar os métodos e prioridades da ação e organização pastoral. Essa conversão leva a responder de maneira adequada às diversas situ ações e novos desa os que a Igreja enfrenta em cada tempo e lugar e torna possível a renovação na vida e ação da Igreja.

Finalmente, trata-se de uma conversão missionária, em vista das situações e urgências enfren tadas pela Igreja em nosso tempo. Sem uma profunda e abrangente renovação missionária, nada vai mudar. Essa conversão missioná ria precisa envolver toda a ação da Igreja e deve levar a escolher prio ridades que ajudem a alcançar tal meta. Como dá para perceber, o trabalho do sínodo continua. Ali ás, está apenas no seu início! Que o Espírito Santo nos ilumine e con duza nesse caminho da nossa Igre ja em São Paulo.

2 | Encontro com o Pastor | 7 a 13 de dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
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Dom Odilo preside missa no jubileu da Paróquia Imaculado Coração de Maria

No sábado, 3, os éis da Paróquia Imaculado Coração de Maria, Setor São José Operário da Região Brasilândia, se reuniram para o encerramento das co memorações dos 30 anos da fundação da Paróquia, em uma missa realizada no Colégio Coronel José Hermínio Rodri gues, no bairro Jardim Tereza.

A Eucaristia foi presidida pelo Car deal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, tendo como concelebrantes os sacerdotes da Congregação dos Cônegos Regulares Lateranenses, Padres Dorival Leite, Ma rio Scopel, Juscelino Santana; e o Padre Gilson Feliciano, da Congregação de São Vicente de Paulo.

Na homilia, Dom Odilo ressaltou a importância de ser paróquia dentro

e fora dos templos, lembrou que Jesus Cristo está no meio do povo e reúne a todos como família de Deus, como seus discípulos, comunidade de bati zados que professam a fé e caminham conforme o Evangelho e os Dez Man damentos.

Após a missa, houve uma encenação teatral conduzida pelo grupo de Cris

ma, com atos até a coroação da ima gem do Imaculado Coração de Maria. O primeiro ato retratou a Criação; o segundo, o nascimento de Jesus; o ter ceiro, representou o Espírito Santo que repousa sobre a comunidade de Jerusa lém; o quarto, teve a entrada da imagem de Nossa Senhora, Mãe do Imaculado Coração; e, por m, no quinto, ocor

reu a coroação da imagem mariana.

HISTÓRICO

Na década de 1970, a Paróquia Ima culado Coração de Maria – a Capela da PUC-SP –, na Região Sé, doou um ter reno para a construção de um espaço celebrativo no Jardim Princesa, na zona Noroeste.

Em dezembro de 1992, essa comu nidade, então pertencente à Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Sou za, tornou-se igreja matriz da Paróquia Imaculado Coração de Maria, que desde 1984 estava sob os cuidados pastorais da Congregação de São Vicente de Paulo. Os Vicentinos, como são mais conheci dos, estiveram à frente da Paróquia até fevereiro de 2021, quando os cuidados pastorais passaram à Congregação dos Cônegos Regulares Lateranenses.

(CominformaçõescomplementaresdoportalArquiSP)

“Empenhar-se

frutos de justiça, retidão, caridade e misericórdia”, a rmou. (por Mônica Salle)

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No domingo, 4, no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Aparecida, no Ipiranga, Dom Odilo Pedro Scherer ministrou o sacramento da Crisma a 22 adultos e 18 adolescen tes, durante missa por ele presidida e concelebrada pelo Padre Zacarias José de Carvalho Paiva, Pároco e Reitor. Na homilia, o Arcebispo Metropolitano chamou a atenção para a beleza das verdades escatológicas contidas na leitura do profeta Isaías, e orientou que to dos devem estar preparados para o encontro com Deus e buscar a observância dos Man damentos no cotidiano, sem a procura de atalhos, com a ajuda constante do Espírito San to. na conversão também é preciso, pois, segundo o Evangelho de hoje, que menciona a missão de João Batista, não se pode ter uma religião ngida. Deus espera No domingo, 4, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu missa no 6º dia da novena da padroeira da Basílica Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Tatuí (SP), Diocese de Itapetininga. Concelebrou o Padre Élcio Roberto Góes, Pároco e Reitor. A festa em 2022, que prosseguirá até o dia 11, comemora o bicentenário de criação do templo, por isso o tema escolhido foi “Com Maria, há 200 anos colaborando com o Reino de Deus!”. (por Redação) CRISMAS NO SANTUÁRIO ARQUIDIOCESANO NOSSA SENHORA APARECIDA FESTA DA BASÍLICA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, EM TATUÍ (SP)
Reprodução
Jessica Silva Pascom da Basílica Nossa Senhora da Conceição Varlindo dos Santos Rocha Reprodução

Editorial

O percurso percorrido desde sua convocação, em 15 de junho de 2017, “uma saudável sacudida – um ‘vento impetuoso de Pentecostes’ – na Igreja de São Paulo e um forte impulso para ‘avan çar para águas mais profundas’ no exer cício da missão evangelizadora e da vida da Igreja”, como a rmou o próprio Dom Odilo, naquela ocasião.

O o condutor desse processo é seu tema: “Caminho de comunhão, conver são e renovação missionária”, o que re força que a Igreja não é uma realidade

assembleia do sínodo arqui diocesano chegou à sua 7ª e última sessão no sábado, 3. Esta ainda não é a conclusão do sínodo, o que acontecerá somente no dia 25 de março de 2023, quando o Arcebispo Metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, apresentará suas orienta ções pastorais para a Igreja de São Paulo, discernidas a partir das propostas elabo radas durante a assembleia.estática, mas um caminho. Esse, inclu sive, foi o primeiro nome atribuído aos seguidores de Jesus (cf. At 9,2). A reno vação missionária é uma necessidade permanente da Igreja, e não acontece sem antes haver a conversão, primeiro, de cada coração e, por consequência, das comunidades, organizações, estruturas e serviços de comunhão.

O sínodo realizado na Arquidioce se, em sintonia como caminho propos to pelo Papa Francisco para a Igreja no mundo todo, con rma que ser missio nário é um elemento constitutivo de to dos os âmbitos da vida da Igreja, e não apenas uma dimensão entre tantas. A Igreja cumpre o mandato de Cristo: “Ide, pois, e fazei discípulos todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-os a obser var tudo o que vos mandei. Eis que es tou convosco todos os dias, até o m dos tempos” (Mt 28,16-20).

Esse trecho bíblico, proclamado na

última sessão da assembleia sinodal, ajuda a compreender a essência missio nária da Igreja. Antes do envio apostó lico, Nosso Senhor a rma: “Hoje foi-me dada toda autoridade no céu e na terra”. O Evangelho que devemos anunciar não consiste apenas em um conjunto de ensi namentos e normas, mas é, na verdade, expressão de uma autoridade que pro vém de Deus.

Hoje, vivemos em um tempo marca do por expressões humanas que se colo cam acima da autoridade divina, como ideias, ideologias, moralismos ou uma sociologia excessivos. Entretanto, a ca pacidade de determinar as coisas boas, belas e verdadeiras não vem do ser hu mano, mas de Deus. E nisso consiste a ação evangelizadora: ajudar as pessoas a discernir qual é a vontade de Deus para a humanidade, isto é, a salvação.

É por isso que, ao anunciar o Evange lho, não se pode escolher apenas aquela parte que convém ou agrada, mas o seu

Opinião

A importância da educação litúrgica para os leigos

Arte: Sergio Ricciuto Conte

todo, a manifestação da verdade procla mada por Jesus com a autoridade dada pelo Pai.

Jesus exorta, ainda, a ensinar as pes soas a “observar tudo o que vos mandei”, ou seja, a conhecer as razões e o sentido da Lei divina, para que, então, seja se guida com liberdade e plena adesão da vontade.

Por m, na última frase desse trecho bíblico, há três expressões que são ver dadeiros estímulos para aquilo que deve pautar o caminho sinodal: “estou con vosco” (presença) “todos os dias” (cons tância) e “até o m” (perseverança).

A Igreja em São Paulo, por meio de cada batizado e de suas múltiplas expres sões de apostolado, deve ter a rme con ança na presença constante do Senhor, não se deixando levar pelas variações do tempo e das modas do momento pre sente, perseverando até o m no teste munho Daquele que veio para salvar a humanidade e habitar esta cidade.

ANA LYDIA SAWAYA

Esta mudança, que ainda vivemos, deixa muitas questões sobre como ce lebrar a fé e o anúncio cristão de for ma persuasiva para as pessoas de hoje. Muitas vezes, tentamos reconhecer a importância do povo de Deus, sobre o qual o Espírito Santo atua, com uma espécie de “clericalização” do leigo, dando-lhe tarefas para realizar junto com o presbítero nas celebrações litúr gicas dominicais, mas colocando em segundo plano os modos e os tempos para ajudar o leigo a viver sua vida de fé por meio de um acesso mais profun do ao conhecimento da Bíblia, da tra dição da Igreja e da liturgia.

A vida de uma comunidade ce

lebrante puri ca continuamente a tradição litúrgica por meio da expe riência e contribuição de muitas sen sibilidades, sobretudo daqueles que têm qualidades artísticas excepcio nais. Muitas vezes, na urgência e no afano de viver melhor o ser comuni dade orante, comunidades paroquiais ou não lançam mão de canções, pin turas, esculturas, gestos litúrgicos, feitos à última hora por pessoas sem grandes dons artísticos e, sobretu do, com pouco conhecimento da arte e da tradição litúrgica, de modo que este empobrecimento litúrgico

se traduz, inevitavelmente, também no empobrecimento da experiência eclesial. Há uma diferença entre um canto litúrgico, uma pintura sacra ou uma escultura que permanecem ao longo dos séculos por sua qualidade artística e beleza, ou seja, por sua ca pacidade de mover e mudar o coração humano, e aquelas obras de arte, se podemos chamá-las assim, que de pois de pouco tempo nos cansam, e por isso são rapidamente esquecidas ou postas de lado.

Por isso, é urgente multiplicar es paços que ensinem liturgia aos leigos e que sejam adequados à realidade de quem trabalha ou tem família. Os cursos litúrgicos para leigos pode riam, além de explicar o que, como, por que se celebra e outros aspectos importantes para a compreensão da liturgia da missa, ensinar aos leigos a Liturgia das Horas, a música litúrgi ca, a arte sacra e sua história. A Igreja desenvolveu, por meio da experiência da fé leiga, especialmente monástica, uma liturgia muito profunda e rica que sustentou homens e mulheres na fé durante milênios, mas que hoje é quase desconhecida pelos leigos. Não nos esqueçamos de que a fé, para so breviver e ser testemunhada, precisa de uma vida que seja litúrgica!

AnaLydiaSawaya émonjabeneditina camaldolense do Mosteiro da Encarnação, emMogidasCruzes(SP).

4 | Ponto de Vista | 7 a 13 de dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Um impulso para ‘avançar para águas mais profundas’ na evangelização As opiniões expressas na seção“Opinião”são de responsabilidade do autor e não re etem,necessariamente,osposicionamentoseditoraisdojornal O SÃO PAULO
O Concílio Vaticano II estimulou a leitura da Bíblia e o estudo da Teo logia para os leigos; ao mesmo tempo que teólogos e exegetas se dedicaram, ao longo do século XX, a estudar os antigos textos patrísticos e da tradição da Igreja, colocando-os à disposição de todos em língua vernácula, por meio de sua tradução e livre acesso. Mas não só isso: o Concílio mudou também a forma como a Igreja se concebe a si mesma e o seu caminho na história como povo de Deus, que, unido nos seus vários carismas e res ponsabilidades, recebe, por in uên cia do Espírito Santo, a força para o anúncio de Cristo Senhor do cosmos e da história. Na América Latina, incluindo o Brasil, a escassez de padres e paró quias, o grande crescimento de co munidades evangélicas ou mesmo de novas comunidades leigas cató licas tornou-se uma realidade cada vez mais notável. É reconhecido por muitos que as novas comunidades leigas representam hoje a experiência mais efervescente da Igreja em mui tos países. E aqui é essencial, ainda que brevemente, levantar a questão da importância de se conhecer a tra dição litúrgica. A

Fé e Cidadania Comportamento

Natal em Família – o presépio no centro da festa

Frequentemente, trago aqui o importante e insubstituível papel da família na formação dos lhos.

No seio da família, aprendem -se as primeiras e maiores lições, forja-se o caráter, vivem-se valores, aprendem-se virtudes... Precisa mos aproveitar cada situação, cada momento de convívio, para pro porcionar aos lhos essas aprendi zagens que serão a estrutura funda mental que levarão para a vida.

No entanto, com o passar do tempo, observo muitas teorias e métodos educativos que são am plamente divulgados e acabam por confundir os pais e complicar o processo de formação dos lhos.

Quero chamar a atenção de vocês, pais cristãos, para uma van tagem que temos, que deveria ser um forte farol em nossa atuação parental, tirando-nos das con fusões educativas modernas que se instauram: temos um tutorial.

Deus, em Sua enorme sabedoria e generosidade, mostra-nos o cami nho seguro para educarmos nossos lhos e fazermos deles pessoas de bem. Basta que olhemos para as lições que recebemos desde o nas cimento do próprio Filho de Deus que se fez homem e veio ao mundo no seio de uma família.

Vamos aproveitar esse momen to tão sublime do ano, em que Jesus vem a nós, para aprendermos mui tas das lições que seu nascimento nos traz e buscarmos viver esses ensinamentos em família.

No presépio, Deus, rei do uni verso, nasce na mais suprema

pobreza, sem casa, sem roupas adequadas, sem berço... Tem o fun damental: um pai e uma mãe que lhe provêm o que necessita de mais importante – amor, aconchego, calor e alimento. Será que nos lem bramos de contar essa história para os nossos lhos, e com ela mostrar mos o que realmente é importante?

Talvez seja um momento ade quado para promovermos uma re exão em casa:

1. O que temos de realmente ne cessário, o que temos que nem precisaríamos tanto, mas gos tamos de fazer um exercício diário de valorizar, agradecer e, quem sabe, o propósito de não reclamar ou de não pedir o que não for, de fato, necessário. Oportunidade de estimularmos a virtude da gratidão. Hoje, a palavra de ordem é “quero”. Ou ve-se “quero” milhares de vezes ao dia entre adultos e crianças. Muito se quer, mas muito pou co valor se dá ao que se tem. Va mos ensiná-los a agradecer pela casa, pela comida, pelos brin quedos, pela família, pela saúde.

2. Quantas crianças, hoje, como Jesus, não têm um lugar ade quado para morar, comida para comer, brinquedos para brin car? Vamos promover a virtude da generosidade. Que tal esco lhermos, junto com eles, um brinquedo em bom estado, algo que gostamos de comer, uma roupinha que está bonita, mas cando pequena para levarmos a um abrigo ou orfanato junto com as crianças? Ver a realidade de outros é uma

Você Pergunta

experiência muito rica até mesmo entre os menores. Preparar para a vida é isso: tratar com naturalidade a realidade, não a escondendo das crianças; mostrando a elas como podemos contribuir para melhorar aquilo que não está bom; promo vendo vivências que possibilitem que elas pensem nos outros e não somente em si mesmas, pois de experiências como essas brotam sementes do verdadeiro amor.

Vamos nos propor a montar um presépio junto com as crian ças, contando de modo lúdico a história do Deus que nos ama in nitamente e está muito perto de nós. Podemos criar o hábito de cumprimentar Jesus cada vez que passamos por Ele no presépio. Cumprimentar Nossa Senhora, São José. Pedir a eles por alguém que conhecemos e que precisa de nossa oração, um amigo com di culdades escolares, alguém doente da família, alguém que vimos na rua em alguma necessidade. Essa prática coloca a criança em relação com o sobrenatural, com a possi bilidade de se aproximar de Jesus, crescendo em amizade com Ele. De con ar na sua ajuda e, com isso, crescer na fé, valor tão importante a plantarmos no coração dos lhos.

Que preparemos nossas casas e nossos corações para que Jesus seja recebido e traga todas as mudan ças que precisamos para ter uma vida mais alinhada com o que Ele espera de nós.

Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudiólogaeeducadora.Mantém o site www.simonefuzaro.com.br Instagram:@sifuzaro

A oração feita em programas gravados é válida?

“Acompanho rádios e tevês cató licas. A oração feita junto com pro gramas gravados é válida?”.

Essa é a dúvida da Sônia, do bairro do Jaraguá. Minha irmã, escute esta história. Um padre foi almoçar com uma família. Após o almoço, o dono da casa disse a ele que agora está bom demais, porque agora já é até possível assistir à missa pela televisão. “A mis

sa pela televisão vale, não é padre?”

E o padre, já velhinho, disse àquele homem: “Olhe, eu vou fazer uma ‘churrascada’ lá em casa, mas você não precisa ir, não. Eu lhe mando o vídeo”. O homem entendeu o recado.

As pessoas idosas, enfermas, com di culdades para se locomo ver, podem e devem alimentar a sua fé pela televisão e pelas mídias so ciais. Também a dona de casa pode acompanhar os programas de ora ção pela TV. Entretanto, nenhuma

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

Pelo presente edital convoca-se Sra. MARIA LIBIA GIUSTI (endereço desconhecido) para que compareça de terça à sexta feira, das 13h às 16h, ao Tribunal Eclesiástico Inter diocesano de São Paulo, sito à Av. Nazaré, 993 – Ipiranga –São Paulo – SP (telefone 3826-5143), para tratar de assunto que lhe diz respeito. São Paulo 29 de novembro de 2022

Mons. Sérgio Tani Vigário Judicial do TEI-SP

Casamento e união estável como ato jurídico e solene

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, pro clamada em 1948 pela ONU, reconhece, em seu artigo 1º, que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”. Da mesma forma, a Constituição Federal do Brasil, de 1988, tem por objetivo fundamen tal erradicar a marginalização e reduzir as desigualdades, bem como promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (artigo 3º).

De acordo com a Constituição, a lei deve facilitar a conversão da união estável em casamento, e o Código Ci vil dispõe que deve ser feito pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.

Dessa forma, a m de uniformizar procedimentos e garantir segurança jurídica aos casais que mantêm união estável, a Corregedoria Nacional de Justiça editou em 2013 um provimento que disciplina o registro da união estável nos cartórios de Registro Civil. De acordo com a norma, a constituição e a extinção da união estável poderão ser publicizadas, por meio do registro realizado pelo O cial de Registro Civil das Pessoas Naturais. A publicidade tor na mais fácil a prova sobre a união estável e, consequen temente, a produção dos efeitos pessoais e patrimoniais decorrentes do vínculo e a proteção dos entes familiares.

De fato, a família, como base da sociedade, merece es pecial atenção e proteção do Estado (art. 226 da Constitui ção). Registre-se, o casamento é a forma solene de consti tuição de uma família, e as formas que o regulamentam são de ordem pública (art. 226 da Constituição, e arts. 71 a 76 da Lei dos Registros Públicos). É de veri car que a na lidade do casamento é estabelecer uma comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges (art. 226 da Constituição, e art. 1.511, do Código Civil).

Cumpre destacar, o casamento, como todo ato jurídi co, está sujeito a comprovação. A lei estabelece um rigoro so sistema de prova da sua existência, em decorrência de sua repercussão na órbita privada e dos efeitos relevantes e deveres que dele de uem, como, por exemplo, a condi ção de cônjuge meeiro e de herdeiro legítimo, a presunção de paternidade dos lhos nele havidos, a comunhão dos bens adquiridos na sua constância; a obrigação de prestar alimentos ao consorte, o estabelecimento de um regime de bens entre os cônjuges, a con guração da nulidade de outras núpcias posteriores etc. Por consequência, é possí vel concluir que a principal nalidade do dispositivo é a proteção da família e da prole direcionando a cada qual o seu devido direito garantido por lei.

oração feita por esses meios substi tui a presença da família de Deus na igreja. Deus é um Pai amoroso e nos quer juntos em oração, em torno da mesa do altar. Qual o pai, qual a mãe que se contenta em falar com seus lhos pela internet, pelo Facebook e pelo WhatsApp?

Toda oração é importante. As orações feitas ou gravadas ajudam muito. Entretanto, não pode ser deixada de lado a oração litúrgica. Fique com Deus, minha irmã.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

Pelo presente edital convoca-se Sra. ROSANGELA FRANÇA DA SILVA (endereço desconhecido) para que compareça de terça à sexta feira, das 13h., às 16h, ao Tribu nal Eclesiástico Interdiocesano de São Paulo, sito à Av. Nazaré, 993 – Ipiranga – São Paulo – SP (Telefone 38265143), para tratar de assunto que lhe diz respeito. São Paulo 29 de novembro de 2022

Mons. Sérgio Tani Vigário Judicial do TEI-SP

Inadequado seria esquecer, o casamento é investido de formalidades previstas no Código Civil e na Lei de Regis tros Públicos e visto por muitos como um ato solene. Im pende salientar, o Código Civil de 2002, nos artigos 1.533 e 1.535, trata da prova do casamento.

Portanto, o casamento como ato jurídico possui forma solene (possui protocolos preestabelecidos que devem ser seguidos para serem válidos), precisa também ser público (de portas abertas) para ter e cácia, além de ser um ato complexo, pois envolve regras mistas e especiais.

É a Constituição, e não o Código Civil, que dá unida de, segurança jurídica e estabilidade ao sistema. O Código Civil deve ser interpretado em conformidade com os va lores e princípios constitucionais. Assim, o Código Civil, iluminado pelos valores maiores que foram projetados nas normas constitucionais, cumprirá sua vocação. Por isso, novas mudanças do Código Civil devem ser efetuadas em tempo prudencial.

RodrigoGastalhoMoreiraéformadoemDireitopelaUniversidade FederaldoRiodeJaneiro(UFRJ),compós-graduaçãoemTeologia AplicadapelaUniversidadedeOxford,ReinoUnido.

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IPIRANGA

Crianças anunciam o sentido do Natal aos moradores da Vila Guarani

Na Paróquia São João Batista, na Vila Guarani, Setor Imigrantes, um projeto de Catequese desenvolvido jun to com a Pastoral Familiar reúne as famílias e as crianças para atividades diversi cadas, além dos encontros de formação doutrinal.

O ponto alto é a missa dominical das 10h, presidida pelo Padre Ricardo Pinto, Pároco, com a participação de dezenas de crianças. Geralmente, as homilias ocorrem com encenações, dinâmicas e uma linguagem para que as crianças possam compreender e viver a Palavra de Deus, com atitudes evangelizadoras e solidárias.

Neste período de preparação para o Natal, ativida des especiais estão sendo realizadas. As crianças me nores, em idade de pré-catequese, são animadas pelos membros do Movimento dos Focolares no grupo GEN4 (foto). No primeiro domingo do Advento, em 27 de no vembro, junto com os pais, elas re etiram sobre o ver dadeiro sentido do Natal. Depois, confeccionaram ima

gens do Menino Jesus em gesso, pintaram e colocaram em uma manjedoura com uma mensagem. No segundo domingo do Advento, no dia 4, elas foram para uma cal çada movimentada do bairro e entregaram as imagens às pessoas que passavam, falando quem é Jesus e sobre o nascimento dele no Natal.

Já os da Catequese para a primeira Eucaristia estão pintando um desenho do Presépio para ser doado aos idosos de uma casa de acolhida em que as catequistas dirigem anualmente um dos dias da Novena de Natal. E, com os pais, estão arrecadando cem latas de goiabada para serem colocadas nas cestas das famílias assistidas pela Paróquia.

Além disso, os que já zeram a primeira Comunhão e formam o grupo JBteen (João Batista adolescente) ar recadaram com as famílias e amigos dezenas de caixas de bombons para colocarem nas sacolas dos presentes das crianças acompanhadas pela Pastoral da Criança. No dia da festa, eles acolheram os participantes e ajuda ram na entrega das sacolas.

BELÉM

Jovens se reúnem para discutir necessidades atuais e ações futuras

No sábado, 3, os líderes da juventude na Região Belém se reuniram no Centro Pas toral São José, no Belenzinho, com o ob jetivo de discutir as necessidades para que os grupos e movimentos juvenis se desen volvam nas paróquias e setores da região.

O encontro foi conduzido pelo Pa dre Pierre Rodrigues da Costa, Assessor Eclesiástico para a Juventude na Região Belém e Pároco da Paróquia São Bene

dito das Vitórias, que destacou a Jorna da Mundial da Juventude em 2023, que acontecerá em Lisboa, Portugal.

A reunião também contou com a presença de João Lucas, líder da equipe de jovens “Ekoar”, da Paróquia São Be nedito das Vitórias, que palestrou sobre a vocação missionária. O grupo de jovens “Amor de Cristo nos Uniu” (ACNU) realizou, também, uma dinâmica com os jovens, fazendo-os re etir sobre os principais desa os e soluções para a ju ventude na Igreja, além de fortalecer seu engajamento nas paróquias.

[SÉ] Em 19 de novembro, os éis da Pa róquia Imaculado Coração de Maria, Setor Perdizes – também conhecida como Ca pela da PUC-SP –, receberam Dom Rogé rio Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, para presidir a missa durante a qual 30 pessoas, entre jovens e adultos, receberam o sacramento da Crisma. Concelebrou o Padre Valeriano dos Santos Costa, Pároco.

(por Padre Valeriano dos Santos Costa)

[BELÉM] Em 30 de novembro, os éis da Paróquia Santo André Apóstolo, no Jar dim Santo André, celebraram seu padro eiro com uma missa presidida pelo Padre Neidson Gomes, Administrador Paroquial. Além dos paroquianos da matriz, a cele bração contou com a presença de éis das Comunidades São Pedro, São Filipe Após tolo e São Francisco de Assis. (por Padre Neidson Gomes)

NOTA DE FALECIMENTO

A Congregação das Missionárias de Jesus Cruci cado informou o falecimento da Irmã Maria da Conceição Villac, no domingo, 4. Nascida em 18 de abril de 1926, ela tinha 96 anos de idade, dos 77 foram como religiosa consagrada. Ela foi sepultada na segunda -feira, 5, no Cemitério São Paulo, no bairro de Pinheiros. Na Arquidiocese de São Paulo, ela teve especial atuação na Região Episco pal Brasilândia, colaborando em formações nas áreas litúrgica, musical, e também na Pastoral Carcerária. (por Redação)

[SÉ] No dia 26 de novembro, na Paróquia São Gabriel Arcanjo, no Jardim Paulista, Setor Jardins, durante a missa das 10h, um grupo de 32 crianças recebeu Jesus Eucarís tico pela primeira vez. A celebração foi pre sidida pelo Padre Vittorio Moregola, Vigário Paroquial. (por Cônego Sérgio Conrado)

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[SANTANA] No domingo, 4, na Paróquia Santo Antônio, Setor Mandaqui, Dom Jorge Pie rozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a missa durante a qual con feriu o sacramento da Crisma a 17 jovens e adultos. Concelebrou o Padre Geremias Gomes dos Santos, Pároco, com a assistência do Diácono Durval Bueno. (por Lenivaldo Jacobino) [LAPA] Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, conferiu o sacramento da Crisma a 30 jovens e adultos em missa na Paróquia São João Maria Vianney, Setor Lapa, em 26 de novembro. Concelebrou o Padre Raimundo Rozi mar Vieira da Silva, Pároco. (por Benigno Naveira) Elvis Wanderley Aline Imércio Arquivo paroquial Arquivo pessoal Benigno Naveira Lenivaldo Jacobino

Pastoral do Menor regional realiza retiro para seus membros

No sábado, 3, foi realizado, na Comunidade São Francisco e Santa Teresinha, pertencente à Paróquia Di vino Espírito Santo, o retiro da Pastoral do Menor da Região Sé.

Organizada pela Irmã Josefa Ferreira da Silva e conduzida pelo Monsenhor Sérgio Tani, Pároco da Pa róquia Bom Jesus, no Brás, a atividade contou com a participação dos membros da coordenação da Pastoral,

coordenadores paroquiais, agentes de pastoral e os mis sionários do projeto de evangelização na unidade Ruth Pistori da Fundação Casa.

O tema escolhido foi “O Bom Samaritano”, que ins pirou as meditações do dia. “Silenciar nos ajuda a ouvir a Deus e compreender o que Ele vai falar”, expressou o Monsenhor Sérgio, ao motivar as re exões do grupo. Ele falou, também, sobre como viver o amor ao próximo, o amor de Deus como sentido da existência e alertou para o grande problema mundial da atualidade: “O mundo mo derno não ama a Deus sobre todas as coisas”, lamentou.

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[BELÉM] Na noite do sábado, 3, Dom Cícero Alves de França conferiu o sacramento da Con rmação a 18 jovens e adultos na Paróquia Menino Deus, na Vila Formosa. Conce lebrou o Padre Luis Gutierrez Pardo, Pároco. (por Fernando Arthur) [IPIRANGA] A Paróquia Santa Ângela e São Serapião, Setor Cursino, recebeu Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, para a celebração do sacramento da Crisma, ministrado a 22 jovens e adultos, no sábado, 3. A missa foi concelebrada pelos Padres José Lino Mota Freire, Pároco, e Christopher Costa Velasco, Vigário Paroquial. (por Angela Akemi Lavado) [SANTANA] No sábado, 3, a Paróquia São Francisco Xavier, Setor Medeiros, rece beu Dom Jorge Pierozan para presidir a missa em honra do padroeiro, durante a qual também foram acolhidos os novos coroinhas. Concelebraram os Padres Jorge Silva, Pároco, e Helias de Oliveira, da Diocese de Joinvile (SC), assistidos pelo Diácono Ailton Machado Mendes. (por Robson Francisco) [LAPA] No dia 27 de novembro, na Paróquia São Domingo Sávio, Setor Pirituba, após dois anos de estudos via on-line, 45 pessoas da 3ª turma da Escola de Forma ção de Catequistas da Região Lapa concluíram sua preparação. O evento iniciou-se com uma missa presidida por Dom José Benedito Cardoso, e teve como concelebran tes o Padre Geraldo Raimundo Pereira, Assistente Eclesiástico da Comissão de Anima ção Bíblico-Catequética, Coordenador do Curso de Catequese e Pároco da Paróquia Santa Domitila; e o Cônego Jaidan Gomes Freire, Pároco. Após a missa, no salão paro quial, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa entregou os certi cados de conclusão do curso. (por Benigno Naveira) [LAPA] Em 26 de novembro, na Paróquia São João Gualberto, Setor Pirituba, 28 jovens e adultos receberam, pelas mãos de Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Ar quidiocese na Região Lapa, o sacramento da Con rmação, durante missa por ele presi dida. Concelebrou o Padre Ailton Bernardo de Amorim, Pároco, assistidos pelo Diácono Seminarista Cleyton Pontes Silva. (por Benigno Naveira) [IPIRANGA] No domingo, 4, um grupo de 39 jovens e adultos recebeu o sacramento da Crisma na Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, Setor Cursino, durante missa presi dida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipi ranga, e concelebrada por Padre Benedito Vicente de Abreu, Pároco. (por Márcio Carvalho) Pascom paroquial [SÉ] No domingo, 4, Dom Rogério Augusto das Neves presidiu a missa na Paróquia San ta Teresinha do Menino Jesus, em Higienópolis, durante a qual foram crismados 14 jovens e adultos, preparados segundo o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (Rica), implantado há 16 anos na Paróquia por Dom Rubens Sevilha, atual Bispo de Bauru (SP). Concelebrou o Frei Everaldo Pontes Abril, OCD, Pároco. (por Frei Everaldo Pontes Abril) [SANTANA] Dom Jorge Pierozan presidiu no domingo, 4, missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Setor Tremembé, durante a qual conferiu o sacramento da Con r mação a 33 jovens e adultos. Concelebrou o Padre Francisco Ferreira da Silva, Pároco, assistidos pelo Diácono Geraldo Aparecido Braga. (por Lene Zuza) paróquia Santa Teresinha Robson Batista dos Santos Robon Francisco Pascom proquial Benigno Naveira Benigno Naveira Márcio Carvalho Lene Zuza e Cirlei Cunha

NOTA DE FALECIMENTO

A Congregação das Irmãs da Providência de GAP informou o falecimento da Irmã Maria Stella Sanches Coelho, ocorrido na quinta-feira, dia 1º. Ela tinha 96 anos de idade, 75 dos quais como religiosa consa grada. O corpo da Irmã foi velado na casa da congregação, no bairro do Limão, onde houve a missa de corpo presente, na sexta -feira, 2, com sepultamento no mesmo dia no Cemitério da Vila Nova Cachoeirinha. Natural da Itajubá (MG), ela teve intensa atuação na Arquidiocese de São Paulo du rante o episcopado de Dom Paulo Evaristo Arns, tendo destacado engajamento na Pastoral da Educação e nas atividades de comunicação, com atuação no jornal O SÃO PAULO no período em que o semaná rio arquidiocesano sofreu perseguições do regime militar. Leia a íntegra da notícia em https://cutt.ly/k12FZgE (por Redação)

Na manhã do domingo, 4, um grupo de 24 pessoas que participou da preparação da Catequese para Adultos (Catecumenato) na Paróquia São

[BELÉM] No dia 26 de novembro, mem bros da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt na Região Belém participaram de uma missa em ação de graças pelo tra balho missionário realizado em 2022. A ce lebração aconteceu na Paróquia Cristo Rei, no Tatuapé, e foi presidida pelo Padre Lauro Wisnieski, Pároco, e Assessor Eclesiástico da Campanha da Mãe Peregrina de Schoens tatt na Região. (por Maria de Cássia Batista)

[IPIRANGA] Em missa no domingo, 4, na Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino, Setor Vila Mariana, fo ram crismados por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, 38 jovens e adultos, entre eles três pessoas com de ciência auditiva. Concelebrou o Frei Valdecir Schwambach, OFM, Pároco, que agradeceu a presença do Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Re gião Ipiranga e o carinho que nutre pela comunidade. (porDaviddeMagalhães)

[BELÉM] Em parceria com o Serviço Brasi leiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Paróquia São Pedro Apóstolo, no Jardim Independência, realiza sua 1ª Feira de Natal São Pedro, que acontecerá no dia 17 de dezembro, das 14h às 22h. O evento tem como missão fortalecer e valorizar os empre endedores locais. (por Elaine Rezende)

[LAPA] No dia 26 de novembro, na Pa róquia Santa Mônica, Setor Pirituba, 24 crianças receberam a primeira Eucaristia, em missa presidida pelo Padre Flávio Heli ton da Silva, Pároco. (por Marcos Grego)

[SÉ] Em 27 de novembro, na Paróquia Santa Cecília, Dom Rogério Augusto Dias Neves, Bispo Auxiliar da Arquidio cese na Região Sé, conferiu o sacramen to da Crisma a 50 jovens e adultos, sen do 36 da Paróquia Santa Cecília e 14 da Paróquia Imaculado Coração de Maria. Concelebraram o Cônego Alfredo Lima, Pároco, e o Padre Eduardo dos Santos, assistidos pelo Diácono Francisco Ku magai.

(por Diácono Francisco Kumagai)

[SÉ] Encerrando as comemorações do mês da Consciência Negra, o Memo rial Achiropita-Orione e a Pastoral Afro Achiropita, ambos da Paróquia Nossa Senhora Achiropita, na Bela Vista, pro moveram no domingo, 4, o lançamento do livro “Um preto no altar – Resistên cia e protagonismo em um território de disputas” (Editora Vozes), de autoria do Frei Alvaci Mendes da Luz, OFM.

(por Cida Godoy)

Espiritualidade

[IPIRANGA] O Padre Nilo Massaaki Shi nen, ordenado no sábado, 3, na Catedral da Sé, pela imposição das mãos do Carde al Odilo Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu suas primeiras celebrações euca rísticas na Região Ipiranga no domingo, 4. Pela manhã, no Mosteiro de Santa Teresa (foto), no Jabaquara, concelebrada pelo Padre Agnaldo Costa Júnior, MSFS, Cape lão. A segunda missa foi na Paróquia Nos sa Senhora da Saúde, concelebrada pelos Padres Frei Adilson Gomes dos Passos Miranda, OAR, Pároco, e Pedro Kuniharu Iwashita, CSSp. (por Karen Eufrosino)

Maranatha

Há alguns dias, a liturgia de nossa Igreja iniciou um novo ano litúrgico, propondo-nos a prestimosa re exão sobre nossa caminhada de fé de acordo com a economia da salvação. E o tempo litúrgi co que inaugura o novo ano é o Advento. Este é composto de quatro domingos,

sendo que os dois primeiros evidenciam a dimensão escatológica e a nossa pre paração para a espera da vinda gloriosa de Cristo, e os últimos dois acentuam a primeira vinda de Jesus entre os homens, a encarnação do Verbo.

Neste tempo forte, nossa comunida de é chamada a viver uma espiritualida de própria, marcada pela espera vigilante e alegre, pela esperança e pela conversão. Advento é o tempo da espera porque Deus manifestou em Jesus Cristo sua delidade aos homens. É o tempo de re zarmos: “Vem, Senhor Jesus” (Ap 22,1720). Advento é o tempo da esperança, pois nossa comunidade cristã celebra este Deus que é esperança, e vivemos sua alegria. Advento é, pois, o tempo da conversão; a nal, como não nos lem

brarmos do convite que João Batista faz à conversão para prepararmos os cami nhos, endireitarmos as veredas e acolher o Senhor que se aproxima?

Por isso, certamente, o Advento é o tempo extraordinário do encontro, é o tempo de fazermos uma experiên cia única e autêntica de Cristo. E, nessa perspectiva, nosso Papa Francisco dis se em certa ocasião que todo encontro com Cristo muda, transforma nossa vida. Dessa maneira, o tempo do Ad vento recorda esse momento de nos en contrarmos com o Senhor que já veio e que virá. Seria salutar, em vista disso, buscarmos viver esse tempo privile giado não a partir da dinâmica comer cial do Natal, mas de nos comprome termos a levar os valores e atitudes de

nossa vida tendo em vista o eschaton Portanto, o sagrado tempo do Adven to é um sinal pulsante para o encontro com Cristo, à mudança das visões que não nos comprometem com Deus. Este tempo litúrgico é o momento de servir mos a nossos irmãos de forma a prepa rarmos já na terra a realidade celeste, o mundo futuro. É, pois, o tempo de olhar mos para o profeta Isaías e, como ele, eco armos a esperança que conforta o povo. É o tempo de olharmos para o profeta João Batista e, como ele, prepararmos os caminhos e apontarmos para Cristo. É o tempo de olharmos para Maria, e vermos nela o exemplo superior da cooperação no mistério da redenção e darmos nossa contribuição para a realização do Reino de Deus no hoje de nossa história.

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DOM CARLOS SILVA, OFMCAP. BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO BRASILÂNDIA [SÉ] No domingo, 4, na Paróquia Santo Inácio de Loyola e São Paulo Apóstolo, na Vila Mariana, Dom Rogério Augusto das Neves presidiu a missa durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a 27 pes soas, entre jovens, adultos e idosos. Con celebraram os Padres Mário Pizetta, Admi nistrador Paroquial, e Benedito da Silva. (por Padre Mário Pizetta) [BRASILÂNDIA] Luís Gon zaga, Setor Pereira Barreto, recebeu o sacramento do Crisma pelas mãos de Dom Car los Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia. Concelebrou o Padre Roberto Moura, Pároco. (por Taíse Cortez e Rosana Avilez) [BELÉM] Na manhã do domingo, 4, um grupo de 26 jovens recebeu o sacramento da Crisma na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Água Rasa, pelas mãos de Dom Cícero Alves de França. Concelebrou o Padre Juliano Gonçalves, Pároco. (por Fernando Arthur)
Arquivo pessoal
Rami Borba Pascom paroquial Karen Eufrosino Silvia Regina Carlos Henrique
pazin
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Exposição fotográfica sobre a Amazônia homenageia o Cardeal Hummes na PUC-SP

Para homenagear o Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo de São Paulo entre 1998 e 2006, falecido em julho passado, e seu empenho missionário pela Igre ja e os povos amazônicos, a Fundação São Paulo, mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), abrirá ao público na sexta -feira, 9, a exposição fotográ ca “Sonhos para a Amazônia”.

Inspirada nos quatro sonhos – social, cultural, ecológico e eclesiástico – ex pressos pelo Papa Francisco na exortação apostólica pós-sinodal Querida Ama

zonia, a mostra reúne imagens de uma Amazônia pouco revelada, vistas pelas lentes do fotógrafo Fernando Ricci.

A maioria dos registros de Ricci foi feita de forma jornalística, de dentro do barco de uma organização não governa mental, que percorreu o Rio Envira, no Acre, levando atendimento clínico, psi cológico e odontológico às populações ribeirinhas e indígenas.

DOM CLÁUDIO

Nascido em 8 de agosto de 1934 no atual território da cidade de Salva dor do Sul (RS), à época pertencente ao município de Montenegro (RS), o Cardeal Cláudio Hummes ingressou na

Ordem dos Frades Menores (Francis canos) em 1952, sendo ordenado sacer dote em 1958.

Em 1975, São Paulo VI o nomeou Bispo da Diocese de Santo André (SP). Em 1996, foi nomeado por São João Pau lo II como Arcebispo de Fortaleza (CE). Em 1998, o mesmo Pontí ce o nomeou 6º Arcebispo de São Paulo, cargo que exerceu até 2006, quando o Papa Bento XVI o nomeou Prefeito da Congregação para o Clero, no Vaticano.

Em 2010, Dom Cláudio retornou ao Brasil, após renunciar ao cargo na San ta Sé por atingir o limite de idade de 75 anos. Então, foi nomeado presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia

da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cargo que exerceu até 2019. Foi a partir do trabalho em nome da CNBB que ele conheceu de perto a realidade amazônica. Em 2014, ajudou a criar a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), da qual foi o primeiro presi dente. Em seguida, foi relator-geral do Sínodo para a Amazônia e, de julho de 2020 a março de 2022, presidiu a então recém-criada Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama).

A exposição acontece no saguão da biblioteca do campus Monte Ale gre da PUC-SP (Rua Monte Ale gre, 894, Perdizes). Informações: https://www.fundasp.org.br

Coleta para a Evangelização acontece nos dias 10 e 11 em todo o Brasil

No sábado, 10, e no domingo, 11, acontece em todas as igrejas do Brasil a Coleta para a Evangelização, gesto concreto de solidariedade realizado durante a Campanha para Evangeli zação, que ocorrerá este ano até 11 de dezembro.

Com o tema “Evangelizar: graça e missão que se dá no encontro”, a cam panha de 2022, promovida pela Con ferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é inspirada na encíclica do Papa Francisco Fratelli tutti, buscando mobilizar os católicos para a correspon sabilidade na sustentação das atividades evangelizadoras da Igreja.

Os recursos arrecadados durante a Coleta para a Evangelização serão distribuídos da seguinte forma: 45% do montante permanece na diocese para subsidiar a ação missionária, evangelizadora e pastoral da própria Igreja local; 20% do total arrecadado

é encaminhado para os regionais da CNBB, com a mesma finalidade, e para sustentar as estruturas regionais

de evangelização; e os demais 35% se destinam à CNBB nacional, para ga rantir iniciativas e estruturas evange

lizadoras em todo o Brasil, especial mente nas regiões mais carentes.

Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo comemora 50 anos

Em 2022, a Comissão Justiça e Paz da Arquidio cese de São Paulo comemora 50 anos de fundação. Para marcar o jubileu, haverá, na segunda-feira, 12, no teatro Tucarena (Rua Bartira, 347, Perdizes), às 14h, um encontro com pessoas e instituições que fazem parte das cinco décadas do organismo.

O evento será aberto pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, e con

tará com pronunciamento de autoridades e membros históricos da entidade.

Criada em 1972 pelo Cardeal Paulo Evaris to Arns (1921-2016), então Arcebispo de São Paulo, a Comissão Justiça e Paz nasceu com o objetivo de denunciar e combater as violações de direitos humanos durante o regime militar brasileiro e, desde então, tem participado ativa

mente dos principais movimentos da história. Entre os convidados para o evento estarão o advogado Antonio Funari Filho, atual presiden te da entidade, e integrantes históricos, como Margarida Genevois; os ex-ministros da Justiça José Carlos Dias e José Gregori; e os professo res Fabio Konder Comparato e Maria Victoria Benevides.

Arcebispo Greco-Ortodoxo visita o Brasil e estreita diálogo com a Igreja Católica

O Arcebispo Greco-Ortodoxo de Buenos Aires, Primaz e Exarca da Amé rica do Sul, Dom Iosif Borch, estará em São Paulo nesta semana, entre os dias 5 e 9 de dezembro. Esta viagem faz parte da programação de sua visita pastoral ao Brasil, que inclui, também, Santa Catari na e Rio de Janeiro.

Na terça-feira, 6, ele presidiu missa

solene da festa de São Nicolau com a comunidade grega na Igreja Greco-Or todoxa de São Pedro, no Brás, em São Paulo.

Natural de Córdoba, Argentina, Dom Iosif é o 3º Arcebispo de Buenos Aires e da América do Sul. Esta Arquidiocese é uma circunscrição ligada ao Patriarca do Ecumênico de Constantinopla. Com

sede na capital argentina, seu território também abrange Brasil, Bolívia, Chi le, Equador, Paraguai, Peru, Suriname, Guiana, Guiana Francesa e Uruguai. Em São Paulo, essa Igreja integra o Movi mento de Fraternidade de Igrejas Cristãs (Mo c).

Esta é a terceira visita pastoral de Dom Iosif ao Brasil desde que foi

nomeado Arcebispo, em 2019. A pri meira foi em novembro de 2021 e a segunda em março e abril passados, quando visitou as comunidades de Brasília (DF) e São Paulo. Na ocasião, realizou visitas fraternas aos arcebis pos de Brasília, Cardeal Paulo Cezar Costa, e de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer.

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Fonte: CNBB
CNBB

‘Joga fora no lixo’: a solução mais

“Produzem-se anualmente centenas de milhões de toneladas de resíduos, muitos deles não biodegradáveis: resí duos domésticos e comerciais, detritos de demolições, resíduos clínicos, ele trônicos e industriais, resíduos alta mente tóxicos e radioativos. A terra, nossa casa, parece transformar-se cada vez mais num imenso depósito de lixo.”

O alerta do Papa Francisco no parágrafo 21 da encíclica Laudato si’ (LS), de 2015, é também válido para o Brasil, onde a cada ano são produzidos 82,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos. Desse total, confor me o Panorama dos Resíduos Sólidos 2021, da Associação Brasileira de Em presas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 45,3% é de lixo orgânico, 33,6% de materiais que po deriam ser reciclados – papel, plástico, vidro, alumínio, aço e embalagens – e 14,1% não são passíveis de reciclagem ou reaproveitamento.

De todo este montante de resíduos, 40%, cerca de 30,3 milhões de tonela das, têm o destino adequado. O simples descarte do restante causa impactos imediatos no meio ambiente, quando o destino são os lixões ou custos adi cionais para que seja gerido nos aterros controlados ou nos aterros sanitários, cuja vida útil é de cerca de 20 anos.

Diante disso, o que fazer? Na Lau dato si’, Francisco indica algumas ações, como evitar o uso de plásti co e papel, diferenciar aquilo que irá para o lixo, cozinhar apenas o que razoavelmente se poderá comer, bem utilizar algo em vez de desperdiçá-lo rapidamente (cf. LS, 211), atitudes de responsabilidade do homem com o cuidado da Criação, uma vez que este é “chamado a exercer um governo res ponsável para conservar [a Criação], fazer fruti car e cultivar, encontrando os recursos necessários para uma exis tência digna de todos”, conforme des tacou o Papa Bento XVI na audiência geral de 26 de agosto de 2009.

Nesta edição do “Caderno Laudato si’ – por uma Ecologia Integral”, o jor nal O SÃO PAULO discute o destino nal do lixo, os impactos sobre as co munidades próximas a aterros e lixões e soluções para atenuar os efeitos noci vos do descarte de resíduos.

EM BUSCA DE MUDANÇAS

Embora proibidos no Brasil des de 1991, ainda há 2,5 mil lixões em operação no País, ou seja, ambientes a céu aberto nos quais todo tipo de lixo é jogado e não há qualquer forma de

tratamento para que se reduza seu im pacto no meio ambiente. Já os aterros controlados, geralmente próximos a lixões, recebem intervenções do po der público, como uma cobertura de solo, e controle do que é depositado, a m de tentar amenizar os impactos ambientais.

Diferente destes são os aterros sani tários, grande áreas tecnicamente pre paradas para receber resíduos e com o devido monitoramento, evitando que o lixo que exposto a céu aberto e que contamine o solo e o lençol freático. Trata-se, porém, de uma estrutura de alto custo para o poder público e que precisa ser monitorada por décadas após ser desativada.

Sancionado em abril deste ano, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) – decreto 11.043/2022 –traz entre suas metas elevar para 48% até 2040 o percentual de reciclagem no Brasil – atualmente inferior a 4% – e pôr m até o ano de 2024 a todos os lixões e aterros controlados.

Também a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – lei 12.305/2010 – aponta que todos os en volvidos na produção dos resíduos –produtor, consumidor e gestor público – se responsabilizem pela sua destina ção nal ambientalmente adequada. A meta é que o resíduo que será enviado aos aterros sanitários contenha apenas aquilo que não possa ser reutilizado, reciclado, recuperado ou convertido em alguma forma de energia.

A METRÓPOLE DE 12 MIL TONELADAS DE LIXO POR DIA

Imagine toda a Avenida Paulista recoberta de lixo, a uma altura de 53

metros. Assim seria ao nal de um ano se dia após dia as 12 mil toneladas de lixo geradas na cidade de São Paulo fossem para lá destinadas, totalizando 3,6 milhões de toneladas anuais.

Mas o destino é outro para esse montante de resíduos domiciliares e os de varrição coletados. Eles vão para três aterros sanitários, dois deles priva dos e um funcionando em regime de concessão. Além disso, o poder público monitora aterros que já encerram suas atividades, caso do Aterro São João, na zona Leste, que funcionou até outubro de 2009, e do Aterro Bandeirantes, em Perus, na zona Noroeste, que recebeu resíduos até março de 2007.

“Existe um monitoramento da área para evitar invasões e para que não vire ponto de descarte, além do mo nitoramento das questões ambientais que é feito pela Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo]. O monitoramento continuará a ser feito até que o material que está deposita do lá deixe de existir”, explicou, ao O SÃO PAULO, Mauro Haddad Nieri, gerente de saneamento ambiental da SP Regula, agência da Prefeitura de São Paulo responsável pela regulação e scalização de serviços de coleta de lixo na cidade. Ele também assegurou que há constantes estudos de tecnolo gias para o tratamento e redução do envio de cargas orgânicas para os ater ros sanitários.

“O Plano Nacional de Resíduos Sólidos prioriza a não utilização de resíduos, o reúso, a reciclagem, a am pliação da coleta seletiva, bem como a logística reversa, o tratamento bioló gico do resíduo orgânico – por meio de estabilização, retirada de umidade,

compostagem –, além de uma rota tecnológica para a recuperação ener gética daquilo que não foi tratado por estas outras tecnologias. A cidade de São Paulo, por meio do Planclima [Plano do Clima] prevê essa rota tec nológica, e temos essa visão da me lhor segregação na fonte, para que se separe cada vez mais o resíduo seco do orgânico, a m de que possamos, por meio de tecnologias, dar o trata mento adequado a cada uma dessas frações de resíduos”, prosseguiu o ge rente da SP Regula.

Ainda de acordo com Nieri, a Pre feitura tem buscado intensi car os trabalhos de educação ambiental nas escolas, ampliando os locais para o re cebimento de recicláveis e de descarte dos itens, como os ecopontos, além de cobrar dos grandes geradores de resí duos – aqueles que produzem mais de 200 quilos de lixo por dia – que façam a coleta e destinação de seus resíduos.

Outra frente de ação é a de que a cadeia produtiva realize a logística re versa, ou seja, se responsabilize para que os itens que produz ou comercia lize voltem ao seu setor de origem a m de serem reaproveitados ou des cartados corretamente. “Por exemplo, quando alguém precisa de um pneu novo para o carro, aquele usado ca na borracharia ou na loja especializada para que haja o destino correto. Além disso, há uma parceria com o Governo federal para localmente recolhermos eletrônicos, e temos conversado com o setor de embalagens para que entre efetivamente na logística reversa. A meta é sempre evitar que o item vá para um aterro, ou que haja o descarte irregular”, concluiu Nieri.

Edição 01 7 de dezembro de 2022
Arquivo Agência Brasil

O aterro sanitário é o melhor destino para os resíduos?

Defensores da causa ambiental e aqueles que vivem ou já viveram próximos a um aterro falam sobre os impactos inerentes a essa solução utilizada pelos municípios para o descarte de resíduos sólidos

Qual o destino do lixo após ser re colhido nas residências? Talvez poucos saibam essa resposta com precisão ou nem pensem no im pacto que o resíduo que descartam causa no meio ambiente e nas vidas de quem mora próximo aos aterros sanitários.

Um grande volume de resíduos sólidos chega todos os dias a esses locais. Somente a Central de Tra tamento de Resíduos Leste (CTL), situada no bairro da Terceira Divi são, em São Mateus, na zona Leste da capital, recebe diariamente cer ca de 7 mil toneladas de resíduos gerados por quase 6,5 milhões de moradores.

Atualmente, a CTL é único ater ro sanitário localizado na capital paulista. Não faz muito tempo, porém, o município contava com outros dois grandes aterros, hoje desativados e em fase de monitora mento, que recebiam cerca de 6 mil toneladas de lixo por dia, cada um. São eles: o Aterro São João, locali zado ao lado da CTL, em São Ma teus, que funcionou até 2009, e o Aterro Bandeirantes, em Perus, na zona Noroeste, inativo desde 2007,

conhecido popularmente como “Lixão de Perus”.

Tanto os aterros em funciona mento quanto os inativos são sca lizados e licenciados pela Compa nhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que assegurou à reportagem que “vem atuando con tinuamente para a implantação das Políticas Federal e Estadual de Re síduos Sólidos, buscando a melho ria da gestão dos resíduos sólidos no estado, incluindo a de nição do regramento para o licenciamento de outras tecnologias de recuperação e tratamento de resíduos”.

IMPACTOS

“Ainda que legalizado e em con formidade com as normas da Ce tesb, um aterro causa impactos am bientais na vizinhança em que está inserido, pois os moradores dessas regiões sofrem com desconfortos como, por exemplo, o barulho de caminhões que circulam dia e noite”, a rmou, ao O SÃO PAULO, Éder Francisco Silva, 43, especialista em educação ambiental, gestão da água e de resíduos sólidos.

Para Silva, os desconfortos gera dos pelos aterros impactam diferen tes áreas da vida daqueles que resi dem em suas proximidades, “como o lazer, a saúde e a segurança. Em especial na vida dos mais velhos que lá estão e que sofreram com os pri meiros anos da atividade do aterro, com doenças virais e bacterianas”, diz o membro da coordenação da Pastoral da Ecologia Integral da Re gião Episcopal Belém e do Regional

Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Outro alerta é para os riscos trazidos para as comunidades pelo intenso tráfego de caminhões. “Na periferia, onde geralmente estão os aterros, muitas crianças brincam nas ruas por falta de espaços de lazer e, assim, cam vulneráveis a acidentes [de trânsito]”, comentou Silva.

O especialista em gestão ambien tal alerta, ainda, que há a possibili dade do contato dessa população com o lixo: “Muitas vezes, caem [re síduos] no caminho ou até mesmo são derramados líquidos de mate riais que são prensados nos cami nhões coletores.”

TER O ATERRO COMO ‘VIZINHO’

Os apontamentos de Silva são re forçados pelas queixas de quem vive ou já viveu próximo a um aterro sanitário.

A assistente social Marcela Bar bosa de L. Servilha, 39, mora no Jar dim Arantes, a 900 metros do Ater ro São João.

Embora avalie a gestão do aterro como e ciente, uma vez que, segun do ela, “não ocorrem vazamentos de substâncias tóxicas para a nature za, ao contrário dos antigos lixões”, Marcela, que cresceu nessa região, diz que ainda existem demandas a serem resolvidas.

“Há a questão do constante odor, que, na verdade, advém dos gases tóxicos. São males que não são visí veis a olho nu, mas que precisam ser sanados”, diz.

A moradora acredita que as so

luções para essas demandas “devem ser pensadas e analisadas por equi pes especializadas, a m de dimi nuir os impactos ambientais”.

O gerente de serviços, Gilson Vieira, 48, mora no Jardim Bandei rantes, a cerca de 3km da Central de Tratamento de Resíduos Leste. Ele assegura que o uxo de caminhões de lixo é intenso nas principais vias da região e que a comunidade tem buscado reivindicar políticas compensatórias do poder público.

“Principalmente a melhoria do [sis tema] viário, que é dani cado com frequência por causa do grande vo lume de caminhões”, acentua.

Vieira acrescenta que “a comuni dade reivindica que o lixo seja devi damente tratado, uma vez que ainda é possível sentir forte odor, princi palmente no período noturno”.

Para ele, essas são demandas que exigem soluções em médio e longo prazo, entre as quais “investir for temente na coleta seletiva do lixo, bem como fazer um trabalho de educação ambiental no território”.

O morador do Jardim Bandei rantes frisa, ainda, que seria impor tante “o poder público mapear áreas que estejam fora do conglomera do urbano, de forma a diminuir a quantidade de lixo que é destinada para esse aterro”.

LIDANDO COM OS PROBLEMAS

Em Perus, quando o Aterro Ban deirantes ainda estava ativo, a popu lação também enfrentava problemas em decorrência das atividades.

Severina Maria de Souza Neta,

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Vista panorâmica da Central de Tratamento de Resíduos Leste, na capital paulista; o odor e o barulho dos caminhões incomodam moradores Luciney Martins/O SÃO PAULO

70, que há dois anos mora em Caruaru (PE), viveu com a famí lia cerca de 40 anos na Vila Ci dade das Crianças, nas proximi dades do Aterro Bandeirantes.

“Passávamos muito mal por causa do mau cheiro, e as crian ças sofriam com alergias na pele, com coceira. Havia muitas mos cas”, recorda à reportagem.

Ela destaca que eram visíveis no aterro as labaredas oriundas da extração dos gases produzi dos pela decomposição do lixo: “Existiam tubos para puxar e queimar os gases para não haver risco de explosão. Mesmo com os seguranças vigiando o local, as crianças do bairro costuma vam brincar no terreno do lixão. Tínhamos medo de que elas caíssem naqueles tubos ou se queimassem”.

A dona de casa Sandrelma Teotônio de Souza, 50, é lha de Severina. Ela mora no Jardim do Russo, em Perus, mas passou a adolescência e parte da vida adulta vivendo com a família próxima ao aterro.

“Era muita poeira no ar, que entrava nas casas com a circula ção dos caminhões”, relembra. “Sem falar do odor, que era ain da mais forte quando eles me xiam na área, principalmente no período de calor. Ficava muito abafado e subia aquele morma ço”, acrescenta.

O jornalista e líder comuni tário Cláudio Oliveira de Mes sias, 62, mais conhecido como Cláudio do Valença, menciona outros impactos. “Por causa da quantidade de caminhões, o trânsito em nossa região era difícil. Sem falar que houve des valorização de imóveis, como na Vila Nova Perus”, relata.

Na época, para lidar com to das essas questões, os morado res se organizaram por meio dos movimentos “SOS Fora Lixão” e “Lixão, Mais Um Não”, exi gindo o fechamento do Aterro Bandeirantes.

Messias, integrante da co missão que organizou os mo vimentos, conta que na ocasião já estava no planejamento do município tirar o lixão de Perus,

mas, em contrapartida, seria instalada uma usina de compos tagem e incineração próxima ao Parque Anhanguera: “Fizemos vários manifestos. O primeiro, do qual participaram cerca de 4 mil pessoas, foi feito para que se fechasse o lixão. E conseguimos acelerar o bloqueio de seu fun cionamento no nosso bairro”.

“Mas não foi uma conquista imediata. Como havia a questão da implantação da usina, tive mos que continuar a fazer mani festos mais fortes”, relata.

“Passamos a nos manifestar de outra forma. Acampamos em frente à entrada do lixão, onde permanecemos cerca de 60 dias. Até que saiu o resultado favorá vel ao encerramento de suas ati vidades”, recorda.

CONSCIENTIZAÇÃO

Luiz Antônio R. dos Santos, 70, membro do atual Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz, em São Mateus, na zona Leste, avalia a manuten ção de aterros sanitários como “uma luta vencida”, uma vez que “tem ocorrido o crescimento da população no entorno das regi ões em que os aterros estão lo calizados, e o aumento de con sumo que, consequentemente, resulta na geração de mais lixo”.

Contudo, Santos, que inte gra a Pastoral da Ecologia Inte gral da Região Episcopal Belém, acredita que “conscientizar am bientalmente a população é a so lução” para reduzir a quantidade de resíduos enviados aos aterros e os impactos causados por eles. “Uma sensibilização por meio de uma educação ambiental nas escolas, nas comunidades católi cas e em empresas”, enfatiza.

“Aqui na região, o ‘fundão’ de São Mateus, vivemos de modo muito forte essa problemática do lixo. São montanhas de lixo nos aterros, que vêm de várias partes da cidade e que poucas pessoas têm consciência da exis tência”, comenta o homem, que mora em São Mateus há mais de 40 anos.

“Se trabalharmos a questão

ambiental, partindo da separa ção do lixo, encaminhando ma teriais para reciclagem, poderí amos diminuir ao menos 50% de todo o lixo recebido aqui na Central de Tratamento de Re síduos Leste”, analisa, acrescen tando que o maior incentivo à reciclagem também pode repre sentar mais ganhos aos catado res desses materiais.

Outro ponto frisado por Santos é o de conscientizar a população para que scalize se o aterro em atividade está traba lhando em conformidade com a lei e, ainda, que esteja atenta para impedir o surgimento de lixões irregulares.

Questionada pela reporta gem como ocorre efetivamente o trabalho de scalização, a Ce tesb informou que esses empre endimentos “são rotineiramente scalizados por meio da reali zação de vistorias periódicas”, e acrescentou que, “em caso de qualquer registro de reclama ções da população ou demandas de outros órgãos, são realizadas vistorias por agentes credencia dos da Companhia para veri car a ocorrência de alguma des conformidade”.

ENVOLVIMENTO PASTORAL

Na visão de Santos, para que haja uma conscientização efeti va da população a partir do tra balho da Pastoral da Ecologia, é fundamental que os membros atuem em parceria com outras pastorais, sobretudo as sociais, como as da Juventude, do Me nor e Fé e Política.

Ele comenta que o trabalho da Pastoral da Ecologia tem a perspectiva de conscientizar as comunidades, católicas ou não, para a necessidade da preserva ção da natureza, não só na re gião, mas em toda a cidade.

Por m, Santos espera que os cristãos possam se engajar mui to mais na causa ambiental. “O Papa Francisco nos orienta que levemos a preservação do meio ambiente em respeito à vida para os trabalhos pastorais. Pre cisamos seguir essa orientação”, conclui.

cidades investe para que lixo seja transformado em energia

Nas últimas décadas, o Consórcio Inter municipal do Vale do Paranapanema (Ci vap), em São Paulo, tem buscado encontrar tecnologias para acabar com a necessida de de aterros sanitários nos municípios consorciados.

Há cerca de dez anos, o Civap realizou uma licitação para produzir, a partir do lixo que não é nem orgânico nem reciclável, o CDR, combustível que pode ser usado em fornos industriais, como o de cimenteiras e de caldeiras de usinas açucareiras.

“Após termos feito todos os planos mu nicipais e um plano regional da destinação dos resíduos, encontramos a oportunidade de celebrar uma parceria público-privada. Para tal, o Civap buscou uma parceria com a Companhia Paulista de Desenvolvimento (CPD), que desenvolve projetos que pos sam ser utilizados no setor público e busca eventuais interessados em nanciá-los. As sim, a CPD preparou o projeto, encontrou os parceiros e cumprimos toda a parte ju rídica para que chegássemos ao edital, que foi vencido por um consórcio formado por três empresas. Elas já assinaram o contrato conosco e estamos na fase do início de im plementação da usina”, detalhou, ao O SÃO PAULO, Oscar Gozzi, prefeito de Tarumã (SP) e presidente do consórcio, que existe desde 1985. Das cidades que participam do Civap, 14 fazem parte desse projeto.

BENEFÍCIO AMBIENTAL E ECONÔMICO

Inicialmente, na usina instalada na cida de de Palmital (SP) será gerado o CDR, e, em uma segunda etapa, energia elétrica. “Os 14 municípios farão a entrega de 300 tonelada/ dia de resíduos. A empresa receberá R$ 85,00 por tonelada, e cada município custeará o transporte até lá, sendo que a distância máxi ma é de 70 quilômetros”, explicou Gozzi.

O prefeito de Tarumã detalha o quanto será economizado: “Hoje, nosso município recolhe o resíduo e leva para um aterro sa nitário que está na cidade de Quatá, a cerca de 75 quilômetros daqui. Apenas para a dis posição no aterro, Tarumã paga R$ 119,00 a tonelada, e há ainda os custos com o trans porte. Com este novo projeto, o valor por tonelada cai para a R$ 85,00 e vai diminuir o custo do transporte, pois a distância até a usina é a metade da que percorremos até chegar ao aterro”.

Gozzi lembra, ainda, que as cidades manterão suas estratégias de coleta seletiva, separação de recicláveis e compostagem de lixo orgânico para que enviem à usina ape nas os resíduos que não podem ter outro destino.

Além disso, todo o crédito de carbo no gerado pela operação de destinação e tratamento do resíduo na usina se torna rá um ativo para um fundo mantido pelo consórcio, e que será aplicado em projetos ambientais de coleta seletiva e de educação ambiental nos municípios.

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Daniel
Luciney Martins/ O SÃO PAULO

O que aprender com a comunidade internacional

Embora a correta destinação de to dos os resíduos sólidos produzidos no Brasil ainda se apresente como um objetivo a ser alcançado, a experi ência internacional tem demonstrado que algumas ideias podem se tornar soluções aplicáveis por aqui. A seguir, o jornal O SÃO PAULO apresenta algumas dessas iniciativas bem-su cedidas, divulgadas pelas agências da Organização das Nações Unidas (ONU), imprensa especializada e pela empresa Ouro Verde, que atua no tratamento de resíduos sólidos no Distrito Federal.

ALEMANHA

Líder mundial em tecnologias e políticas de resíduos sólidos, a Ale manha quer alcançar, até o m desta década, a recuperação completa dos

produtiva de resíduos emprega mais de 250 mil pessoas. Estima-se que 13% dos produtos comprados pela indústria alemã sejam feitos a partir de matérias-primas recicladas. Várias universidades oferecem formação em gestão de resíduos, além de cursos técnicos pro ssionalizantes.

CINGAPURA

Em pouco mais de 50 anos, após passar por um processo de inten sa modernização, Cingapura teve que encarar as consequências des se rápido progresso: a demanda por recursos fez com que a poluição e o lixo produzidos alcançassem níveis alarmantes.

A quantidade de resíduos sólidos gerados aumentou consideravelmen te de 460 mil toneladas, na década de

de tão ecológica, se tornou o lar de mais de 700 espécies de plantas e ani mais em perigo de extinção.

JAPÃO

Junto com o crescimento econômi co, a partir da década de 1960, o Japão se viu diante do desa o de encontrar um destino para o lixo. Graças a uma série de iniciativas, tornou-se um dos países mais avançados nesse campo.

Em 1970, entrou em vigor a Lei de Gestão de Resíduos, primeiro pas so em direção ao atual sistema, que envolve toda a cadeia da produção e destinação do lixo, encarada a partir dos conceitos de reduzir, reciclar e reaproveitar. O transporte foi aperfei çoado, com um sistema de estações de transferência, em que o lixo passa de caminhões pequenos ou médios

tes resultados a partir de soluções que se adaptam às necessidades de cada localidade.

A organização aplica alguns parâ metros básicos, como assegurar que, mesmo quando terceirizados, os ser viços de remoção sejam coordenados por funcionários públicos; combater o despejo ilegal de lixo; promover campanhas educativas para pessoas e instituições; xar rotinas de cole tas organizadas pelas comunidades em microempresas de reciclagem; e criar fazendas orgânicas nas quais agricultores são treinados no uso de compostagem.

Um dos grandes problemas do país é não aproveitar bem o resíduo orgâ nico. Lima, capital peruana, produz 8 mil toneladas diárias de lixo doméstico (um terço do total nacional), das quais 55% são matéria orgânica; e concentra quatro dos nove aterros sanitários do Peru, ainda assim insu cientes para acomodar os resíduos produzidos. Por isso, a reciclagem tem sido muito incentivada, e cerca de 300 municípios já adotam a coleta seletiva, graças a incentivos federais. Com isso, no ano passado foram recuperadas mais de 10 mil toneladas de recicláveis por mês no país, mais que o triplo do alcançado apenas três anos antes.

SUÉCIA

A Suécia tem uma geração rela tivamente alta de lixo (1,6kg por dia per capita) e, por isso, a gestão de resí duos sólidos vem sendo encarada, há décadas, como prioridade.

resíduos sólidos urbanos, zerando a necessidade de envio aos aterros sa nitários (hoje, o índice já é inferior a 1%). Desde junho de 2005, a remessa de lixo doméstico sem tratamento ou da indústria em geral para os aterros está proibida.

Entre 2002 e 2010, o total de resí duos urbanos domésticos produzidos pela Alemanha caiu de 52,8 milhões para 49,2 milhões de toneladas. Em 2011, de acordo com o Eurostat, ór gão de estatísticas da União Europeia, 63% de todos os resíduos urbanos foram reciclados na Alemanha (46% por reciclagem e 17% por composta gem), contra uma média continental de 25%. Se entre seus vizinhos, 38% do lixo acaba em aterros sanitários, na Alemanha a taxa é virtualmente zero, graças, em grande parte, ao fato de que oito a cada dez quilos do lixo não reaproveitado são incinerados, gerando energia.

Em 1970, a Alemanha tinha cerca de 50 mil lixões e aterros sanitários. Hoje, são menos de 200. A cadeia

1970, para 3,125 milhões de toneladas em 2016. Em 2021, a quantidade total desses resíduos – que incluem papel, plástico, vidro e têxteis – aumentou 18% em relação ao ano anterior, atin gindo 6,944 milhões de toneladas, o que representa mais de 19 mil tonela das de lixo sólido por dia.

A adoção de mecanismos para contornar o problema com o lixo co meçou com o trabalho de conscien tização que abrangeu tanto a popu lação quanto as empresas, indústrias e comércio, fazendo com que o país inteiro aprendesse a separar o lixo produzido, que depois é coletado e reciclado. Os resíduos provenientes desse processo são levados a usinas para incineração, reduzindo 90% o volume de lixo sólido, produzindo-se energia capaz de acionar turbinas que geram eletricidade.

As cinzas provenientes do lixo sólido incinerado e até mesmo os de jetos não incineráveis são levados a estações de transformação e, depois, a uma ilha arti cial sobre o mar, que,

para veículos coletores maiores, após ser comprimido.

Desde 1997, as emissões de dio xinas e outros poluidores de usinas de incineração foram reduzidas 98%. São mais de 1,2 mil usinas em ativida de, a maioria adaptada ao conceito de alto controle de poluição e alta e ci ência energética. Uma dessas usinas, por exemplo, ca no populoso distri to de Shibuya, em Tóquio, e processa 200 toneladas diárias de lixo, gerando energia usada na própria cidade.

Garrafas PET são produzidas no Japão a partir de 100% de resina re ciclada, reduzindo 90% o uso de no vos plásticos e 60% as emissões de dióxido de carbono. A resina é usada também em material de construção, móveis, equipamentos e utensílios.

PERU

Há 14 anos, a Ciudad Saludable (Cidade Saudável) – uma organiza ção peruana voltada à preservação do meio ambiente por meio da gestão de resíduos sólidos –, consegue excelen

Uma das mais inovadoras inicia tivas começou em 1961. Em Estocol mo, a capital, em que 100% dos do micílios contam com coleta seletiva, as residências dispõem de lixeiras conectadas a uma rede de tubos que conduzem os resíduos a uma área de coleta. Um sensor instalado detec ta quando a lixeira está cheia e, por meio de um sistema a vácuo, o lixo é sugado e transportado para o local de acumulação de resíduos, onde é reali zado a coleta seletiva.

Sacos de lixo podem ser deposita dos, a qualquer momento, nos coleto res de recicláveis e não recicláveis. Pela sucção, os sacos viajam a uma velocida de de 70 km/h pela rede subterrânea de tubos. Ao chegarem à central, são sepa rados e compactados em contêineres, de onde seguirão para reaproveitamen to, compostagem, incineração, entre outros. O ar que circula no sistema de tubos passa por ltros antes de retornar à atmosfera.

As vantagens são evidentes: os diferentes tipos de resíduos não são misturados durante a coleta; o nú mero de caminhões de lixo em cir culação é menor; a poluição sonora e atmosférica é reduzida; e, nalmen te, há uma economia de 30% a 40% dos gastos municipais com o serviço de coleta.

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UNEP GRID Arendal/Lawrence Wislop

‘Não espere até sentir na pele’

ROSEANE WELTER

PAULO

Com mais de 185 mil novos casos por ano, segundo o Instituto Nacional de Cân cer (INCA), o câncer de pele é o de maior incidência no Brasil e o mais comum entre os seres humanos.

No País, o câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doen ça. Os tipos mais comuns são os carcino mas basocelulares e os espinocelulares. O melanoma é o tipo mais agressivo e cor responde a 8,4 mil casos, anualmente.

A doença é provocada pelo crescimen to anormal e descontrolado das células que compõem a pele.

DEZEMBRO LARANJA

Com o tema “Não espere até sentir na pele”, a Sociedade Brasileira de Dermato logia (SBD), desde 2014, dedica o mês de dezembro – início do verão – à campanha de prevenção ao câncer de pele.

A campanha tem como foco alertar para a necessidade de cuidados de preven ção permanentes, seja nos momentos de lazer (na praia, nos parques, na piscina), seja durante a rotina diária, inclusive nos afazeres do trabalho, e busca orientar a população para manter hábitos adequados

de proteção solar (fotoproteção) e a reali zar regularmente visitas ao dermatologista para obter uma avaliação especializada.

Tatiana Blumetti, oncologista cutâ nea e assessora da campanha Dezembro Laranja da SBD, lembrou que a principal causa do desenvolvimento da doença é a exposição excessiva aos raios solares, e que neste ano a campanha ressalta os trabalha dores urbanos e rurais que estão diaria mente expostos aos raios solares em sua pro ssão e em horários de lazer.

TIPOS DE CÂNCERES DE PELE

Segundo a médica dermatologista Li gia Kogos, o carcinoma basocelular é o câncer de pele mais frequente na popula ção, correspondendo a cerca de 70% dos casos. Ele surge nas células basais, encon tradas na camada mais profunda da epi derme (a camada superior da pele). Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce.

O carcinoma espinocelular equivale a mais ou menos 20% dos casos da doença. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas su periores da pele. Assim como outros tipos de câncer de pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa. Alguns casos da do ença estão associados a feridas crônicas e

cicatrizes na pele, entre outros fatores.

Já o melanoma corresponde a 10% dos casos e, a princípio, tem o pior prognóstico e o mais alto índice de letalidade. Embora seu diagnóstico normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, pois pode evo luir para metástase – espalhamento do tumor para outros órgãos do corpo hu mano – e levar à morte, se for detectado precocemente as chances de cura são de mais de 90%.

O melanoma, em geral, tem a apa rência de uma “pinta” ou de um sinal na pele que cresce e muda de cor e formato gradativamente.

“É importante que homens e mulheres, de todas as faixas etárias, observem com cuidado a própria pele constantemente, e a qualquer sinal de anormalidade, procu rem imediatamente um dermatologista”, disse Ligia, destacando que “uma lesão, verruga ou sinal considerado ‘normal’ para a pessoa, pode ser suspeito para um médico”, disse, recomendando o mapea mento e cuidado com a pele.

A dermatologista reforçou que pes soas de pele clara e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol têm mais risco de desenvolver a doença, embora indivíduos de pele negra, ain da que mais raramente, também sejam

diagnosticados.

Ainda segundo a especialista, a heredi tariedade tem papel central no desenvol vimento do melanoma: “Pessoas que têm histórico familiar da doença devem se sub meter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos regis trados em familiares de primeiro grau”.

ATENÇÃO AOS SINAIS

Lucedile Antunes, 48, coach espe cializada no desenvolvimento de So Skils, recebeu o primeiro diagnóstico de câncer de pele há três anos, após um mapeamento das “pintas” em seu corpo. Desde então, já são quatro diagnósticos de câncer de pele que foram mapeados em exame preventivo.

“Inicialmente, o diagnóstico me assus tou. Apesar da complexidade, o tratamen to me possibilitou a cura de três e, recen temente, iniciei o tratamento do quarto melanoma”, disse, salientando ter histórico do mesmo tipo de câncer na família.

Há diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer de pele. A modali dade escolhida varia de acordo com o tipo e a extensão da doença, mas, geralmente, são tratadas com procedimentos como cirurgia excisional, curetagem e eletrodis secção, cirurgia a laser entre outros.

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | 7 a 13 de dezembro de 2022 | Reportagem | 11
Dezembro Laranja GRANDE FESTA SANTA LUZIA 13 DEZ 120 anos Luz dos Olhos Rua Tabatinguera, 104 Centro - São Paulo – Ao lado do metrô Sé 011 3104-8032 – @capelasantaluziasp MISSAS COMIDAS E BEBIDAS BAZAR BENEFICENTE BINGO E ATRAÇÕES Venha participar SANTA LUZIA CAPELA MISSAS DO DIA 13/12/22 07h30 Monsenhor Jonas 08h30 Padre Luiz Claudio 10h Padre Luiz Claudio 12h Padre José Henrique 14h Dom Rogério Augusto 15h Dom Carlos Lema 16h Padre Rubens Pedro

SESSÃO DA ASSEMBLEIA SINODAL ARQUIDIOCESANA

Participantes votam nas propostas finais do relatório geral do 1º sínodo arquidiocesano

Os trabalhos da assembleia sinodal arquidiocesana foram concluídos no sábado, 3, com a realização de sua 7a e última ses são, no auditório da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comu nicação (Fapcom), na zona Sul, quando houve a apresentação e votação das propostas nais que irão compor o relatório geral do 1o sínodo arquidiocesano de São Paulo: caminho de comu nhão, conversão e renovação missionária.

O relatório com as propostas da assembleia sinodal será pu blicado em 25 de março de 2023, na solene celebração de conclu são do sínodo arquidiocesano, quando o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolita no, apresentará suas indicações para a Arquidiocese a partir do sínodo, que tem natureza con sultiva e não deliberativa.

Na sessão do sábado, foram lidas e apreciadas 118 propos tas, 12 a menos que a primeira versão do relatório apresentada em novembro. No conteúdo emerge a preocupação com a formação permanente dos éis, com a acolhida aos que procu ram a Igreja, o compromisso com a evangelização missio nária na cidade e a necessida de de diálogo da Igreja com o poder público, especialmente no que se refere à atenção aos mais vulneráveis da sociedade.

“As propostas estão bem ob jetivas. Elas foram trabalhadas, retrabalhadas e revisadas com esse propósito”, comentou o Cô nego José Arnaldo Juliano dos Santos, um dos relatores gerais

do sínodo, destacando ainda que na ses são anterior foram apresentadas 400 su gestões de emendas ao texto preliminar do relatório geral.

ABRIR-SE À AUTORIDADE DE DEUS

Como nas demais sessões, a abertura das atividades foi com a celebração da Palavra, desta vez presidida por Dom Ro gério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese. Ele recordou que todos os trabalhos do sínodo foram orientados pelo esforço de ouvir o que o Espírito Santo diz à Igreja em São Paulo, e que houve uma tomada de consciência sobre os novos horizontes e desa os da missão eclesial na cidade.

Na homilia, aludindo ao Evangelho proclamado (Mt 28,16-20), no qual Jesus fala aos seus discípulos que toda a auto ridade lhe foi dada por Deus e que eles devem ir aos povos para batizá-los e ensi ná-los na fé, o Bispo enfatizou que a capa cidade de determinar as coisas não vem do ser humano, mas, sim, de Deus, ca bendo a todos a tarefa de discernir a von tade do Pai e, com liberdade, responder ao chamado e transmitir o que receberam como graça de Deus. “Temos de ter con ança de que não estamos sós, e não nos deixar levar pelas variações do tempo, do momento presente, mas perseverar, para que nossa missão seja verdadeiramente cumprida até o m”, enfatizou.

A IGREJA É SEMPRE

CHAMADA A SE RENOVAR

Em sua fala inicial, o Cardeal Scherer lembrou que, ao longo do sínodo, a Igreja em São Paulo se pôs a escutar a voz do Espírito Santo, com vistas a uma cons tante conversão e renovação missionária. Ele enfatizou, também, que a Igreja não é uma estrutura estática, mas que se renova sempre para caminhar com Jesus nas di ferentes realidades humanas.

Dom Odilo comentou ainda a respei to das três dimensões propostas no ca minho do sínodo arquidiocesano. Sobre

a comunhão, o Arcebispo lembrou que essa é uma realidade própria da Igreja, unida na comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo, presente nas muitas expressões da vida eclesial.

Sobre a conversão, o Cardeal lembrou que este é um chamado permanente tan to em âmbito pessoal quanto diante das diferentes realidades, que devem ser con frontadas pelos cristãos à luz do Evange lho, a m de que possam discernir sobre o que fazer.

A renovação missionária – apontou o Arcebispo – é a consequência de todo o ca minho percorrido. “A Igreja não se renova simplesmente renovando estruturas, pois ela é feita de pessoas. Temos de procurar renovar a vida das pessoas nas comunida des, nas expressões da vida eclesial”, desta cou. “A Igreja que não se faz missionária está morrendo e vai morrer”, alertou.

“Esperamos que aquilo que hoje va mos votar como expressão da assembleia sinodal possa depois levar a muitos fru tos, iniciativas para a renovação da mis são em nossa Arquidiocese”, desejou.

VOTAÇÃO DAS PROPOSTAS

Após a leitura das 118 propostas nais da assembleia sinodal, 213 participantes com direito a voto preencheram indivi dualmente uma folha-gabarito, com as seguintes opções para cada item: sim (in dicando o pleno aceite de uma proposta), sim com reservas (se o aceite fosse com alguma ressalva) ou não (no caso de dis cordância da proposta).

A votação não teve a nalidade de alcançar um acordo majoritário, mas, sim, de veri car o consenso dos mem bros sinodais sobre cada proposta. Foi ainda lembrada a natureza consultiva do sínodo arquidiocesano, uma vez que, conforme consta no regulamento da as sembleia sinodal arquidiocesana, “cabe ao Arcebispo de São Paulo acolher, com liberdade, ‘coram Deo’ (em consciência, diante de Deus), as indicações sinodais formuladas pelos membros da assem

PRÓXIMOS PASSOS

Concluída a assembleia sinodal ar quidiocesana, a Comissão de Escrutí nios do sínodo iniciará já nesta semana a contagem dos votos dados nas 118 pro postas. Depois, se passará ao trabalho da Comissão de Redação, dos relatores e da Comissão de Coordenação geral para a elaboração do texto nal das propostas da assembleia sinodal.

“Esse texto vai ser entregue a Dom Odilo, que fará suas observações, vai se reunir com uma equipe especí ca que convocar para trabalhar a teologia do tex to, que ele mesmo irá redigir a partir das conclusões da assembleia. É o Arcebispo que fará as deliberações documentais do sínodo e o documento nal que vai ser apresentado na celebração em 25 de março de 2023”, explicou à reportagem o Padre Tarcísio Mesquita, Secretário-geral do sínodo arquidiocesano.

“Segue-se, agora, o trabalho ainda de discernir, e eu o farei, pois, como previs to, o bispo convoca o sínodo para ouvir a diocese e depois dá as orientações a par tir do sínodo. Eu quero elaborá-las para poder passá-las à Arquidiocese, prova velmente na forma de uma carta pastoral. Portanto, uma coisa são as propostas si nodais aqui feitas, outra é a carta pastoral com as indicações para a Arquidiocese a partir do sínodo”, explicou Dom Odilo Scherer.

Por m, o Arcebispo agradeceu a to dos que se empenharam para a realiza ção do sínodo arquidiocesano desde que começou a ser pensado, em 2017, pas sando, nos anos seguintes, pelas etapas nas paróquias, regiões episcopais e vica riatos ambientais. Dom Odilo motivou que se preserve a memória em textos e fotos de todo esse processo realizado, bem como se tenha sempre em conta os dados e re exões produzidas ao longo do sínodo.

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bleia e emanar as declarações e decretos sinodais”. Luciney Martins/
O SÃO PAULO

Um contínuo caminho de comunhão, conversão e renovação missionária

A conclusão da assembleia sinodal arquidiocesana, no sá bado, 3, não representa o m do caminho proposto pelo 1o síno do arquidiocesano de São Pau lo, conforme apontou o próprio Cardeal Scherer e alguns dos participantes da assembleia ouvi dos pelo O SÃO PAULO

“A assembleia sinodal acabou, mas a sinodalidade da Igreja em São Paulo continua. Agora o ca minho prossegue com uma ação pastoral mais contundente e a partir dos clamores que surgi ram nestes cinco anos de síno do arquidiocesano, a m de que façamos realmente um caminho de comunhão, conversão e re novação pastoral missionária”, avaliou o Cônego José Arnaldo Juliano dos Santos, um dos rela tores gerais do sínodo. “Estamos em uma cidade cosmopolita, de modo que a urbanidade da evangelização deve ser assumida para respondermos a tudo o que o Magistério da Igreja nos pede”, prosseguiu.

Para a Irmã Ivonete Kurten, FSP, que integra o grupo de pe ritos do sínodo, as sessões da assembleia sinodal mostraram que é preciso haver um agir mais incisivo da Igreja, principalmen te com o testemunho de vida nas comunidades. “Cada comissão que assumir as propostas do sí nodo deverá retomar os números da pesquisa de campo, pois nela há alguns indicadores que são importantes. Eu me recordo de um que é sobre a vivência frater na dentro da Igreja, no qual se in dica que nós vivemos juntos, mas não somos fraternos, não somos irmãos. Isso nos chama à questão do testemunho”, observou.

A religiosa paulina lembrou, ainda, que no relatório geral nal da assembleia sinodal emergem preocupações sobre a atenção da Igreja em São Paulo com os jovens, a necessidade de mais formações para a iniciação à vida cristã, a urgência de um proces

so catecumenal que leve a um maior engajamento pastoral e a necessidade de uma formação de lideranças para atuar em atenção àqueles que ainda não são plena mente acolhidos na comunidade eclesial, como é o caso das pesso as em situação de rua.

MAIOR SENSIBILIDADE PASTORAL

No entender do Padre Tarcí sio Mesquita, Secretário-geral do sínodo arquidiocesano, ao longo das sessões mensais da assem bleia sinodal, os participantes adquiriram maior consciência da incidência da Igreja na cida de, com sua gama de atividades e serviços que envolvem os mi nistros ordenados, os religiosos consagrados e o laicato.

“Creio que as pessoas que participaram deste processo co meçaram a compreender que aquilo que elas fazem tem vín culos com outras atividades que, às vezes, podem não estar tão visíveis. Esse senso de que todos temos de nos considerar como irmãos, tenho certeza de que se tornou mais amadurecido aqui neste grupo da assembleia sino dal”, a rmou Padre Tarcísio, que também é Coordenador-Geral do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral.

Integrante do grupo de peri tos do sínodo arquidiocesano, o Cônego Antonio Manzatto ava liou que, apesar da maior cons cientização que a caminhada sinodal proporcionou sobre a presença e a incidência da Igreja na metrópole, ainda há muitos espaços missionários a serem desbravados. “Não se pretende, após estes anos de sínodo, chegar à solução de todas as questões, de todos os problemas, mas, sim, indicar uma direção pela qual a Igreja possa se converter, se tor nar ambiente de participação missionária. Nesse sentido, acre dito que há espaços missioná rios, clamores do povo que ainda

precisam ser ouvidos, espaços em que a estrutura eclesial pode se converter, justamente para se colocar a serviço daqueles ‘presé pios contemporâneos’ que estão em todos os cantos da cidade de São Paulo.”

Ainda de acordo com o Cô nego, ao chegar à conclusão da 7a sessão da assembleia sinodal arquidiocesana, é tempo de se voltar às inquietações iniciais sobre a situação dos cristãos na cidade e a presença da Igreja, para saber se as 118 propostas apresentadas respondem a tais questões. “Lembro, ainda, que no meio deste caminho tivemos uma pandemia, mas estamos conversando sobre estruturas de pastoral como se a pandemia não tivesse acontecido, como se isso não tivesse modi cado a situação das pessoas, as formas de relacio namento, ou seja, como se fosse simplesmente um hiato que já passou e que voltaremos ao que era antes. Eu quero crer que mais para frente, consigamos levar em consideração muito daquilo que foi vivenciado em razão da pan demia”, comentou.

Na fala aberta no plenário da última sessão, o Arcebispo con vidou os participantes a expres sarem as percepções do percur so realizado ao longo deste ano na assembleia sinodal. Magna da Rocha, assessora da Pasto ral Universitária da PUC-SP, foi uma das que falaram, externando um sentimento de muitos outros membros da assembleia: “Sinto que, ainda que tenhamos dado tudo que nos era possível neste caminho, a sensação é como a daquele menino que entrega a Jesus tudo que tinha – os cinco pães e dois peixes [cf. Jo 6,1-15]. Aqui vimos quanta urgência há nesta Arquidiocese, mas somos tão limitados, pequenos. Fica ram essas 118 propostas e de positamos cinco pães e os dois peixinhos com o desejo de que o milagre aconteça”.

LINHA DO TEMPO DA ASSEMBLEIA SINODAL ARQUIDIOCESANA

10/04 O Cardeal Scherer realiza a convocação dos membros da assembleia sinodal arquidiocesana para as sete sessões, marcadas para o 1º sábado de cada mês, na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom);

04/05 Publicação da versão atualizada do Regulamento da assembleia sinodal arquidiocesana;

07/05 Celebração de abertura da assembleia sinodal arquidiocesana, presidida pelo Arcebispo Metropolitano na Catedral da Sé;

04/06 1ª sessão, com a leitura do Regulamento da assembleia sinodal arquidiocesana e a apresentação do relatório geral sobre o caminho sinodal percorrido até então;

02/07 2ª sessão, voltada à tomada de consciência sobre a realidade cultural, social, econômica e política da cidade de São Paulo;

06/08 3ª sessão, com a proposta de lançar um olhar conjuntural sobre a Igreja em geral e mais especificamente sobre a Igreja em São Paulo, à luz da Palavra de Deus, do Magistério da Igreja e das circunstâncias atuais;

03/09 4ª sessão, com os participantes divididos em 25 comissões temáticas para pensar sobre a questão missionária na Arquidiocese e elaborar propostas evangelizadoras pastorais a partir de todas as reflexões realizadas até então;

01/10 5ª sessão, com a apresentação das propostas elaboradas anteriormente e nova reorganização dos participantes nas 25 comissões temáticas para amadurecer e complementar as propostas;

05/11 6ª sessão, com a apresentação da 1ª versão do relatório geral final, com 130 propostas, as quais foram votadas pelos participantes, com a possibilidade de sugestões de emendas ao conteúdo de cada uma delas;

04/12 7ª sessão, com a apresentação da versão final do relatório geral, contendo 118 propostas, para votação e manifestação de consenso pelos membros da assembleia sinodal.

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Cardeal Scherer fala aos participantes da 7ª sessão da assembleia sinodal arquidiocesana, no sábado, dia 3 Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Arquidiocese de São Paulo tem cinco novos sacerdotes

A Catedral da Sé estava lotada na tarde do sábado, 3, para a ordenação de cinco pa dres para a Arquidiocese de São Paulo. Pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropo litano, receberam o segundo grau do sacramento da Ordem os até então diáconos Allan Santos Leite, 34; Cleyton Pon tes da Silva, 27; Lucas Antonio Silva Martinez, 27; Nilo Shi nen, 44; e Elias Honório, 27. A missa contou com a pre sença dos bispos auxiliares, padres, familiares e inúme ros éis das comunidades por onde os novos padres pas saram durante o período de formação.

DOM E MISTÉRIO

Na homilia, Dom Odilo meditou sobre o mistério da vo cação sacerdotal como dom de Deus concedido à humanidade.

“Somos sacerdotes em Cristo Sacer dote. Vocês, ao serem ordenados sacer dotes, irão agir em nome da Igreja, não em função de si próprios. Nós somos ‘emprestados’ à pessoa de Jesus Cristo, que age por meio de seus ministros”, a rmou o Arcebispo, acrescentando que a vocação sacerdotal é uma gran de graça não merecida, mas que Deus escolhe e concede livremente segundo sua vontade e misericórdia. “Jesus es colheu aqueles que Ele quis e, assim, continua a chamar”, disse.

O Cardeal ressaltou, ainda, que os sacerdotes são ordenados para anun ciar a Palavra de Deus das mais varia das formas, santi car o povo, especial mente por meio dos sacramentos, e pastorear a humanidade para o encon tro com o Divino Pastor. “Sejam bons pastores, a exemplo de Jesus, o Bom Pastor”, exortou aos novos padres.

ANO VOCACIONAL

Destacando a realização do 3º Ano Vocacional no Brasil, Dom Odilo con vidou todos a re etirem sobre o mis tério do chamado de Deus e tomarem renovada consciência da grandeza e beleza da vocação, sobretudo daquelas

de especial consagração para o serviço ao povo de Deus.

“Todos são chamados a se colocar em posição de escuta e correspondên cia, para dizer o alegre ‘sim’ de cada dia à própria vocação e, desta maneira, colabo rarem na edi cação do corpo de Cristo, que é a Igreja”, acrescentou o Arcebispo, sublinhando a necessidade de valorizar, em primeiro lugar, a vocação batismal e o chamado universal à santidade.

RITO

No rito de ordenação, logo após a proclamação do Evangelho, os candi datos são chamados a se apresentarem diante do Arcebispo. Em seguida, após serem interrogados pelo Cardeal e fa zerem suas promessas sacerdotais, os diáconos se prostraram diante do altar enquanto toda a assembleia invoca a intercessão de todos os santos.

O momento central da ordenação é a imposição das mãos sobre os eleitos, seguida da prece de ordenação, na qual o Arcebispo invoca a força do Espírito Santo para constituí-los na dignidade de presbíteros.

Após serem revestidos dos para mentos litúrgicos sacerdotais – a esto

la e a casula –, os novos pa dres têm suas mãos ungidas com o óleo do Crisma, que, como sublinha a oração do ri tual, os reveste de poder para “a santi cação do povo el e para oferecer a Deus o santo sacrifício”.

Em seguida, os recém-or denados recebem o pão e o vinho que serão oferecidos a consagrados no Corpo e San gue de Cristo, na missa. “Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais cele brar, conformando tua vida ao ministério da cruz do Senhor”, disse o Arcebispo, segundo prevê o rito.

No m da celebração, foi anunciada em quais regiões episcopais os novos padres ini ciarão seu ministério:

Padre Allan, na Região Santana;

Padre Cleyton, na Região Brasilândia;

Padre Lucas, na Região Lapa; Padre Nilo, na Região Sé; Padre Elias, na Região Belém.

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Fotos: Luciney Martins/ O SÃO PAULO Pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Scherer, os diáconos Alan, Cleyton, Lucas, Nilo e Elias receberam o segundo grau do sacramento da Ordem, no sábado, dia 3, na Catedral da Sé

Deus chama em qualquer tempo e lugar

A ordenação sacerdotal é também ocasião de contemplar a ação divina na vida de jovens que um dia foram interpe lados por Deus em contextos concretos de suas histórias.

Para o Padre Alan, esse chamado aconteceu por volta de 2007, em uma comunidade da zona Sul de São Paulo, na Diocese de Campo Limpo. Nessa época, ele fazia cursinho pré-vestibular e, como a maioria dos jovens, desejava constituir uma família e ter uma carrei ra pro ssional.

“Eu participava do TLC [Treinamen to de Liderança Cristã], movimento de encontros querigmáticos muito forte em áreas de vulnerabilidade social, e da Renovação Carismática Católica (RCC). Um dia, eu participava de um momento de oração em preparação para uma vigí lia para jovens quando, diante de Jesus Sacramentado, ‘senti’ o chamado, algo inusitado”, contou.

A partir de então, iniciou o discerni mento vocacional, até ingressar no semi nário arquidiocesano, em 2014.

Já o Padre Nilo, natural de São Paulo, teve o despertar vocacional por volta dos 20 anos, após receber o sacramento da Con rmação. Na época, cursava a facul

dade de Odontologia. No entanto, ele se formou e seguiu o caminho pro ssional. Anos depois, quando seu pai estava in ternado no Hospital do Câncer, sentiu-se tocado pelo testemunho de um sacerdote que levou a Unção dos Enfermos e a Eu caristia ao seu pai antes da morte. “Este foi um momento forte em minha vida”, rela tou o neossacerdote, destacando que essa é também uma forma de levar Jesus às “pe riferias existenciais” das quais fala o Papa Francisco. Ele, então, decidiu deixar a car reira pro ssional e ingressar no seminário.

Foi o exemplo de um sacerdote que também atraiu o Padre Lucas para a vo cação sacerdotal, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Butantã. “Desde pequeno, acompanhava meus pais às missas. Na juventude, comecei a me engajar na paróquia a partir de um reti ro de jovens. Depois, passei a tocar nas missas e grupos de oração e a ajudar na liturgia. Porém, nunca tinha pensado em ser padre. Acompanhando o pároco em suas atividades pastorais, pude per ceber que Deus me chamava para algo que ainda não sabia o que era. Após o discernimento, percebi que a vontade Dele era que eu pudesse segui-lo de maneira mais próxima, por meio do sa

cramento da Ordem”, contou o jovem, que ingressou no seminário em 2013, aos 17 anos, quando cursava o primei ro semestre da Faculdade de Adminis tração e trabalhava num escritório de contabilidade.

A comunidade paroquial também foi o lugar onde o Padre Cleyton sentiu a primeira chama do chamado vocacional. Desde criança, participava da Paróquia São João Gualberto, em Pirituba, e tinha envolvimento com as atividades eclesiais. “Com o passar do tempo, tive maior en gajamento e passei a ajudar na Cate quese, movimentos, grupo de jovens, coroinhas. Entre 2012 e 2013, conheci o trabalho da Comunidade Eucarística Voz dos Pobres e, nesse contato com os mais humildes, além da adoração Euca rística, senti cada vez mais forte o cha mado ao caminho presbiteral”, relatou.

Enquanto cursava o terceiro ano do Ensino Médio, Cleyton seguia o acom panhamento da Pastoral Vocacional, até que ingressou no seminário em 2014.

Já o despertar vocacional do Padre Elias se deu em sua terra natal, Brasília (DF). “A história da minha vocação está intimamente ligada à história de fé que me foi transmitida pelos meus pais. As

LEMA SACERDOTAL

sim, podendo crescer dentro da Igreja em uma família numerosa e rezando com meus pais, pude receber os ensina mentos e ver como era uma maravilha viver em uma comunidade cristã”, rela tou o jovem que, aos 15 anos, após um tempo de crises internas próprias da adolescência, ingressou numa Comuni dade Neocatecumenal, na qual, segundo ele, Deus lhe falou forte ao coração, pela vida e a história dos irmãos, pela Palavra e os sacramentos.

“Durante um bom tempo, resisti ao chamado ao presbiterato, porém, via que Deus havia me dado muitas graças e não poderia guardá-las somente para mim. Então, com 17 anos, no contexto de uma convivência em comunidade, senti a força da Palavra que me cha mava a entregar minha vida totalmen te a Cristo. Tive, ainda, muitos medos e reservas, porém, via como Deus me chamava concretamente a poder ser vi-lo por meio do sacerdócio”, disse Elias, que ingressou, com 18 anos, no Seminário Missionário Internacional Redemptoris Mater São Paulo Apóstolo, ligado ao Caminho Neocatecumenal e destinado à formação de padres dioce sanos para as missões.

Para o Padre Elias, o lema escolhi do foi: “Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te con sagrei. Eu te constituí profeta para as nações” (Jr 1,5). “Vejo como o amor de Deus me antecede, me acompanha e me ultrapassa. Não é simplesmente algo pontual, mas tudo é um caminho para que eu possa me encontrar profunda mente com Ele. Até agora, o Se nhor tem me amado muito, e eu devo dar a minha liberdade em servi-lo e levar essa Palavra a todos aqueles que necessitam”, a rmou.

Padre Alan escolheu o versículo “Para Deus, nada é impossível” (Lc 1,37). “Escolhi esse lema porque, quando olho para a minha vida, vejo perseverança. Apesar das minhas fragilidades, limitações e pecados, Deus me amou ao extremo, a ponto de crer que o impossível dele ultra passa o meu possível. Desejo en carnar esse lema em minha vida de tal forma que meu ministério sacerdotal possa introjetar fé e esperança nas pessoas”, a rmou.

Padre Nilo escolheu o versículo “Nele não sereis confundidos” (Rm 10,11), pois expressa seu desejo de ser sacerdote “para levar Jesus, transparecer sua luz num mundo cada vez mais en volto pelas trevas do ateísmo e hedonismo”.

“A Verdade é o que sempre bus quei. No mundo, só vi super cialidade, é Jesus a única Verda de”, completou.

“Onde está o teu tesouro, aí es tará o teu coração” (Mt 6,21) é o lema do Padre Cleyton “Este versículo sempre chamou minha atenção. Todas as vezes que o leio, lembro que o meu coração deve estar no próprio Cristo. Ele é o autêntico tesouro e não as preocupações e as futi lidades da vida. Ele deve ser o centro em que o nosso coração precisa repousar”, destacou.

O lema do Padre Lucas – “Sei que o semeador saiu a semear” (Mt 13,3) – destaca a relação do sacerdote com o semeador da Palavra de Deus. “Percebo, desde já, que, na verdade, o semeador é um instrumento da própria Pa lavra, ou seja, a força e o poder de fruti car brotam da própria semente. Quero, portanto, ser, por meio do sacerdócio, como esse semeador do Evangelho: um cooperador de Cristo na se meadura do Reino.” (FG)

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AO SEREM ORDENADOS, OS CANDIDATOS ESCOLHEM UM LEMA SACERDOTAL, EM GERAL, TIRADO DE UM TEXTO BÍBLICO, QUE RESUME E INSPIRA A CAMINHADA VOCACIONAL E COMO BUSCAM VIVER O MINISTÉRIO. Luciney Martins/O SÃO PAULO

Pela lei, por governos e por extremistas, a perseguição aos cristãos continua implacável

África, Ásia, Oriente Médio, além da Rússia, houve piora na opressão e perse guição aos cristãos.

Conforme explicou ao O SÃO PAULO Valter Callegari, diretor-exe cutivo da ACN Brasil, para distinguir situações de opressão ou perseguição por motivação religiosa de outras em que os cristãos sofram com violências

independentemente da fé que profes sem, “a ACN utiliza como critério o preconceito religioso referente a cada situação e avalia cada caso de acordo com as quatro dimensões da liberdade religiosa incluídas no artigo 18 da De claração Universal dos Direitos Huma nos da ONU: ter ou não ter uma reli gião; poder mudar de religião; viver de

acordo com ela em público e em priva do; viver de acordo com ela individual e coletivamente. Para ser considerado uma violação do direito à liberdade religiosa ou de crença, cada incidente deve ter um preconceito religioso”.

Apresentamos, a seguir, uma síntese sobre a situação em cada região mapeada no relatório.

RELATÓRIO ‘PERSEGUIDOS, MAS NÃO ESQUECIDOS: 2020-22’, PUBLICADO PELA ACN, MOSTRA QUE, EM 75% DOS 24 PAÍSES PESQUISADOS, A OPRESSÃO AOS QUE PROFESSAM A FÉ EM CRISTO SE INTENSIFICOU NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS

Ter a casa invadida, sofrer constantes intimidações e ameaças de morte e ver seus locais de culto vandalizados são al gumas das realidades enfrentadas pelos cristãos em diferentes partes do mundo, conforme descreve o relatório “Perse guidos, mas não esquecidos: 2020-22”, publicado em novembro pela funda ção Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).

Em 75% dos 24 países analisados na

Ásia, o autoritarismo estatal é o que mais preocupa

No continente asiático, o nacionalis mo religioso desencadeou uma crescen te violência contra os cristãos, conforme mostra o relatório da ACN, ao analisar a situação no Afeganistão, China, Coreia do Norte, Paquistão, Índia, Maldivas, Vietnã, Mianmar e Sri Lanka.

Na Coreia do Norte, a perseguição se materializa em assassinatos, abortos for çados, infanticídio e repressão à prática da fé. “Quando nossa Bíblia foi encon trada, ela foi imediatamente destruída. Porque somos cristãos, fomos exilados para uma aldeia remota sem chance de sair. O trabalho aqui é penoso. A comida é limitada”, escreveu à ACN uma das víti mas, presa e enviada a trabalhos forçados por ser cristã.

A repressão também é recorrente na China, com prisões, fechamento dos lo cais de culto e legislações rígidas contra os cristãos que não aderem aos organis mos criados pelo regime comunista para controlar as atividades das igrejas. Existe até um banco de dados de pessoas reli giosas e “certidões de clérigos” para que se faça tal controle.

Valter Callegari destacou que os go

vernos chinês e norte-coreano buscam controlar cada passo dos éis: “Isso sig ni ca que um cidadão não pode sequer celebrar o Natal de forma pública. A impressão de Bíblias também só acon tece com a permissão do governo. Em novembro de 2021, um casal cristão foi condenado a sete anos de prisão, além de uma multa equivalente a R$ 172 mil simplesmente por imprimir materiais religiosos. Na Coreia do Norte, possuir uma Bíblia implica risco de vida, fazer uma oração coletiva é praticamente im possível e, nas escolas, ensinam que os missionários cristãos são espiões que buscam invadir o país”.

No Paquistão, houve o aumento dos relatos de assédio, violência e persegui ção, sob a alegação de que os cristãos blasfemam a fé islâmica. “A legislação [leis da blasfêmia] inclui as seções 295B e 295C, que, respectivamente, impõem prisão perpétua por profanação de tex tos corânicos e sentença de morte por desrespeitar o Profeta Islâmico Maomé”, consta no relatório.

No Afeganistão, desde a volta do Tali bã ao poder, em 2021, os cristãos buscam

esconderijos, por medo de prisões, tor turas e execuções. Segundo a ACN, há relatos de ataques às casas de recém-con vertidos ao Cristianismo. Além disso, as mulheres cristãs temem ser espancadas, vendidas ou terem de se casar contra a própria vontade com um muçulmano.

Já na Índia, no período analisado, houve o recorde de incidentes de violên cia anticristã, com 710 registros. A alta nas perseguições pode ser explicada pelo crescimento da Hindutva, uma vertente do nacionalismo hindu que prega que a Índia não deve tolerar outras religiões e culturas. Foi o que ocorreu, por exem plo, em uma escola católica no estado de Madhya Pradesh, em dezembro de 2021: “O diretor da escola, Irmão Anthony Pynumkal, disse que, à tarde, uma multi dão armada com barras de ferro e pedras chegou. Eles cantavam enquanto vanda lizavam a propriedade da escola. O caso foi precedido de acusações postadas por ‘Aayudh’, no YouTube, que diziam que a escola estava convertendo estudantes hindus”, consta no relatório.

No Vietnã, o que mais chamou a atenção foi o fato de a COVID-19 ser

usada pelas autoridades como pretexto para restringir a atividade religiosa, com algumas comunidades sendo respon sabilizadas pela disseminação do vírus. Além disso, a Lei da Crença e de Reli gião, em vigor desde 2018, tem restrin gido a liberdade religiosa no país, com a interrupção de missas e cultos.

Em Mianmar, entre fevereiro de 2021 e junho de 2022, os militares destruíram ao menos 132 locais de oração dos cris tãos e dos budistas, sob a alegação de que neles havia proteção aos que resistiam ao governo instituído. Já nas Maldivas, demonstrações públicas de símbolos cristãos e a importação de Bíblias, por exemplo, podem resultar em prisão. No Sri Lanka, por sua vez, há o forte nacio nalismo budista cingalês, inclusive com monges intimidando cristãos a inter romperem missas e cultos.

Vizinha ao continente asiático, na Rússia também há relatos sobre di culdades impostas pelo governo para a prática da religião. Pregações, momentos de oração e divulgação de informações sobre a religião, por exemplo, só podem ocorrer em locais determinados. (DG)

16 | Reportagem | 7 a 13 de dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Na
ACN ACN
Freira ajoelha-se pedindo que a polícia não atire em jovens que se refugiaram na Catedral de São Columbano, em março de 2021, em Mianmar

No Oriente Médio, as migrações forçadas têm feito as comunidades desaparecerem

Em fevereiro de 2021, o Mosteiro Ortodoxo Romeno em Jerusalém sofreu quatro ataques no espaço de um mês, e uma tentativa de incên dio destruiu a entrada da igreja.

No Egito, os cristãos têm encon trado grande hostilidade por parte dos radicais islâmicos, mesmo com o governo do país ampliando a per missão para a construção de igrejas e regularizando mais locais de ora ção. Permanecem, porém, os casos de sequestro e conversão forçada das cristãs cooptas para abusos se xuais e casamentos.

A extrema opressão aos cris tãos também é recorrente no Irã. Um exemplo foi o que ocorreu em janeiro de 2020 com Fatemeh (Mary) Mohammadi, uma cristã convertida: “Durante protestos em Teerã, ela foi levada pelo Centro de Detenção Vozara, e espanca da tão intensamente por guardas homens e mulheres que ela cou com hematomas por três semanas.

Na África, cristãos são os alvos preferenciais dos terroristas

Nos seis países mapeados pelo rela tório na África – Máli, Sudão, Eritreia, Nigéria, Etiópia e Moçambique –, os indicadores de perseguição aos cristãos pioraram nos últimos dois anos, espe cialmente por causa da violência terro rista de militantes não estatais.

“Os governos locais não conseguem oferecer segurança à população. Grupos como o Boko Haram, na Nigéria, e outras rami cações do grupo Estado Islâmico tentam estabelecer califados na região do Sahel. Muitas vezes, existem outros inte resses por trás dessa perseguição, como a cobiça pelos recursos naturais dos países, fazendo com que a perseguição religio

Na região de Tigré, que envolve os territórios da Eritreia e da Etiópia, pré dios de igrejas cristãs foram vandaliza dos. “Tropas da Eritreia são acusadas de uma campanha, etnicamente motivada, de ‘limpeza cultural’, participando em massacres de cristãos na Etiópia, como o de Aksum; assim como a destruição de antigos mosteiros e prédios da Igreja”, consta no relatório.

A perseguição a sacerdotes também é recorrente na Etiópia. Um dos relatos dá conta de que “alguns dos padres cam de pé segurando as suas cruzes, então eles [soldados] cortam as suas mãos. E quando pedem aos padres para remove sa seja usada como uma ‘cortina de fumaça’. No entanto, mesmo quando a perseguição religiosa não é o fator principal, um cristão continua sendo assassinado simplesmente por ser cristão”, explicou Valter Callegari.

“Uma crise migratória ameaça a so brevivência de algumas das comunidades cristãs mais antigas do mundo, localiza das no Iraque, na Síria e na Palestina”, diz a ACN em seu relatório, no qual também analisa a perseguição aos cristãos na Tur quia, Irã, Catar, Egito, Arábia Saudita e Israel.

A situação mais preocupante é a da Síria, onde a opressão islamita e ataques a aldeias e cidades de maioria cristã têm levado à emigração dos cristãos, que des pencaram de 10% para 2% do total da população.

“Onze anos após a eclosão da guer ra que deixou centenas de milhares de mortos, milhões de deslocados e cidades destruídas, a crise econômica e social é mais profunda do que nunca. Metade da população síria, que era de 23 milhões no início do con ito, fugiu de suas casas. Cerca de 5,5 milhões deles estão vivendo como refugiados, enquanto 6,7 milhões estão deslocados internamente”, ressaltou Valter Callegari. “No momento, a popula ção síria precisa de segurança e alimenta ção, além do apoio espiritual para reconstruir suas vidas. Na ACN, estamos dedi cando a campanha de Natal para ajudar famílias cristãs na Síria que já não têm mais alimento”, prosseguiu.

No Iraque, também tem sido veri ca da a redução no número de cristãos: dos 300 mil, em 2014, para os atuais 150 mil. No entanto, as comunidades cristãs estão aos poucos se reconstruindo, ainda que ocorram perseguições por parte de jiha distas, e haja um cenário cultural hostil aos cristãos. “Tratados como cidadãos de segunda classe, discriminados na esco la ou no trabalho, com salário baixo ou desempregados, muitos desejam buscar uma vida fora do país”, consta no relatório da ACN.

Em Israel e em territórios da Pales tina, os cristãos sofrem com as ações do Hamas, e há aparente tentativa de forçar a saída da comunidade cristã de Jerusalém.

Em 18 de janeiro de 2021, ela foi presa novamente pela polícia da moralidade, que disse que suas calças estavam muito apertadas, seu lenço na cabeça não estava bem colocado e que seu casaco es tava desabotoado”, informa a ACN em seu relatório.

Já na Turquia, chama a atenção a política do governo local de “reis lamizar” locais cristãos históricos, como a Hagia Sophia, de Istambul, originalmente uma basílica orto doxa grega, mas que em 2020 foi transformada em uma mesquita. Há relatos de discriminação aos católicos, profanação de templos, e a Igreja Católica não é reconhecida como uma entidade jurídica.

Na Arábia Saudita, embora haja compromissos formais com a garantia da liberdade religiosa, os cristãos têm visto o banimento de seus locais de adoração e encon tram resistências para demonstrar publicamente a fé. Conforme a Lei Geral de Governança, em vigor desde 1992, “locais não islâmicos de adoração são proibidos, assim como a expressão pública de credos não muçulmanos”, recorda o relató rio da ACN.

No Catar, aqueles que se con vertem ao Cristianismo têm en frentado pressão de familiares e da comunidade muçulmana. “A lei ‘criminaliza o proselitismo em nome de uma organização, socie dade ou fundação de qualquer re ligião que não seja o Islã, e prevê punição de até dez anos de prisão’. Também proíbe as congregações de anunciar serviços religiosos – e no Complexo Religioso Mesayme er, cruzes, estátuas e quaisquer ou tros símbolos cristãos que sejam ‘visíveis ao público’ são proibidos”, recorda a ACN. (DG)

Um dos locais que mais preocupa é a Nigé ria: entre janeiro de 2021 e junho de 2022, cerca de 7,6 mil cristãos foram assassinados; e 5,2 mil, sequestrados. De acordo com o relatório, a Nigéria “está à beira de se tornar um estado falido, com sequestros, prisões de pa dres e ataques mortais a igrejas se tornando cada vez mais frequentes”.

Em 5 de junho deste ano, um ataque à Igreja de São Francisco Xavier, no estado de Ondo, duran te a missa do Domingo de Pentecostes, resultou na morte de 40 pessoas. Tam bém têm sido recorrentes os ataques do Boko Haram a assentamentos civis para realizar sequestros, na maioria das vezes de meninas e jovens mulheres, que pos teriormente são forçadas a se casar com estes extremistas e se converter ao Islã.

O sequestro de meninas também vem sendo registrado em Moçambique. Além disso, no período analisado, os ata ques islamistas levaram ao deslocamento de cerca de 800 mil pessoas e à morte de 4 mil cristãos, além do ataque a aldeias cristãs e destruição de igrejas.

rem seus chapéus e eles dizem que não, são baleados”. Em julho de 2022, bispos na Etiópia alertaram que no Tigré igrejas estão sendo fechadas, com padres e frei ras forçados a fugir.

No Máli, o que mais preocupa é que os radicais extremistas tomaram áreas centrais do país, tentando impor o Islã nas comunidades cristãs; e no Sudão, apesar de a apostasia – suposto aban dono da fé anteriormente professada – deixar de ser punida com a pena de morte desde 2020, os que se convertem ao Cristianismo são perseguidos pelos extremistas islâmicos. (DG)

‘A fé provada no fogo mostra seu ouro’

Valter Callegari destacou à reporta gem que “os cristãos perseguidos conti nuam sendo testados na fé enquanto nós, que temos liberdade religiosa, somos tes tados no amor. Assim como no passado, o Cristianismo continua a orescer onde ele mais sofre”.

Ainda de acordo com o diretor-exe cutivo da ACN-Brasil, “o ensinamento que esses cristãos trazem é que a fé, quan do provada no fogo, mostra o seu ouro; ouro que muitas vezes nós carregamos aqui sem dar muito valor. Nesses países,

vemos pessoas que arriscam suas vidas para participar de uma missa dominical, enquanto aqui, muitos deixam que uma simples chuva os afaste da celebração. Esses nossos irmãos nos ensinam o que é ter fé. Nós temos que retribuir sendo a voz desses cristãos perseguidos e ajudan do-os com nossos recursos”, concluiu.

Anualmente, a ACN apoia os cris tãos que são perseguidos, oprimidos ou pastoralmente necessitados em todo o mundo. Saiba como colaborar: https://www.acn.org.br/doacao (DG)

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Ismael Martínez Sánchez/ACN Ismael Martínez Sánchez/ACN Cristã em momento de oração na Terra Santa De 2021 a junho de 2022, 7,6 mil cristãos são mortos na Nigéria Cristã em momento de oração na Terra Santa

Peças no jardim são a novidade da exposição de presépios do MAS/SP

A tradicional exposição de presépios do Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS/SP) já está aberta e poderá ser vi sitada até 8 de janeiro de 2023. Este ano, porém, em vez de ocupar uma única sala, a exposição está no espaço da mostra de longa duração do Museu e, também, no jardim, onde foi montado um presépio de tamanho natural, com peças feitas de alumínio e tecido, de autoria dos artistas plásticos Icaro Hueza e Vagner Rodrigues.

Com o tema “Tradicionais, Moder nos e Contemporâneos – Presépios MAS 2022”, a mostra é composta de dez con juntos do acervo do Museu, de origens distintas, criados em técnicas diversi ca das e em diferentes períodos, que vão do século XVII ao XXI.

“Temos, por exemplo, um presépio equatoriano do século XVII, três por

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Diariamente, no site do jornal O SÃO PAU LO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Bra sil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

6ª plenária estadual da Semana Social Brasileira acontece em SP

https://bityli.com/cAwgfYklM

CNBB divulga o hino da Campanha da Fraternidade 2023

https://bityli.com/qwtRPnTbyf

Mais pobres continuam sem acesso à internet apesar de crescimento da rede https://bityli.com/cCLNWgjiw

tugueses do século XVIII, um presépio francês do século XX e um brasileiro produzido em Sorocaba (SP), um presé pio caixa, feito de madeira, tecido, papel e barro cozido, que é uma Sagrada Fa mília do século XIX”, contou ao O SÃO PAULO João Rossi, conservador e res taurador do MAS.

A MOSTRA

Os presépios foram colocados no Museu de acordo com o contexto da época, seguindo a cronologia do acervo.

“Temos um corredor com obras do século XVII. No nal dele, há um presé pio que é a transição do século XVII para o XVIII. No século XVIII, a mesma coi sa”, exempli cou Rossi, frisando que as obras do MAS são criações datadas até o século XX.

O século XXI é representado pelo presépio exposto no jardim do MAS, formado pela junção de peças criadas por Vagner Rodrigues, tramadas em alumínio, que inserem a contempo raneidade ao ambiente histórico, e os itens elaborados por Icaro Hueza que se destacam por sua representação el e com ricos detalhes das imagens tra dicionais.

“Os três magos (feitos por Hueza) têm uma inspiração mais tradicional, que vem dos presépios napolitanos, as questões da vestimenta e dos acaba mentos”, comentou Rossi. “Já a Sagrada Família, os animais e alguns anjos (feitos por Rodrigues) têm uma interpretação bem mais contemporânea, um presépio aramado, em alumínio, anunciando o nascimento de Cristo.”

Uma cúpula multicolorida que acaba representando a estrebaria em que Cris to nasceu “reforça a pegada contempo rânea desse presépio” e permite maior interação do público.

DESTAQUES

A mostra conta ainda com um Presé pio Napolitano composto de 1,6 mil pe ças italianas do século XVIII, e que ca exposto de modo permanente, ocupan do 110 metros quadrados de uma sala do MAS.

Além da tradicional cena da nativi dade de Jesus de Nazaré, as peças desse enorme presépio representam diversos pro ssionais urbanos (como ferreiro, sapateiro, barbeiro, verdureiro, entre ou tros), pastores, homens do campo, além de objetos, utensílios e móveis.

IDENTIDADE VISUAL

Rossi comentou sobre os dois códi gos que foram utilizados na montagem da exposição para marcar e destacar os presépios. “Utilizamos vermelho com dourado nas bases, e, em cada presépio montado, temos um anjo sobre ele, in dicando e anunciando o nascimento de Cristo.”

Ele também frisou que a escolha do vermelho se deu por ser uma cor muito utilizada no Natal, bem como na Pai xão de Cristo. “Optamos por manter as marcações nos corredores em verme lho para que as pessoas consigam iden ti car, mesmo quem não tem familiari dade nenhuma com Arte Sacra ou com presépio.”

VISITAÇÃO

Segundo Rossi, a rota comum para contemplar a exposição do Museu é vi sitar os presépios que estão espalhados pelo acervo e na sequência ir ao Napoli tano permanente.

“Assim, a visita se encerra da melhor forma possível, que é vendo esse tradi cional presépio que é mágico, pois tem uma bela interpretação e retrata o Divi no de uma das melhores formas possí veis”, concluiu.

SERVIÇO

O Museu de Arte Sacra de São Paulo está localizado na Avenida Tiradentes, 676, bair ro da Luz, próximo à estação Tiradentes do Metrô (Linha 1 Azul). Permanece aberto de terça a domingo, das 9h às 17h (com acesso permitido até as 16h30).

O ingresso custa R$ 6,00, es tudante paga meia (R$ 3,00), e aos sábados a visita é gratui ta. Mais informações pelo site: http://museuartesacra.org.br

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Iran Monteiro/Museu de Arte Sacra de São Paulo

Coreia do Sul

200 bilhões de dólares são gastos em incentivo à natalidade, porém população não quer ter filhos

A Coreia do Sul recentemente quebrou seu próprio recorde de taxa de fertilidade mais baixa do mundo. Dados divulgados em novembro mostram que o número médio de lhos que uma mulher sul-coreana terá ao longo da vida caiu para 0,79. Mesmo em comparação com a taxa de outros países desenvolvidos, como Estados Unidos (1,6) e Japão (1,3) – este também com a taxa mais baixa de sua história –, a situação se mostra alarmante. Em 2020, pela primeira vez o país registrou mais mortes do que nascimentos, o que signi ca que o número de habitan tes encolheu, no que é chamado de “cruz da morte da população”.

Isso signi ca que a população da Coreia do Sul está envelhecendo, indicando um declínio demográ co que os especialistas temem deixar o país com pouquíssimas pessoas em idade ativa para sustentar sua crescente população idosa, tanto pagando impostos e preenchendo empregos em áreas como saúde e as sistência domiciliar quanto manten do viável o sistema previdenciário.

Para manter uma população es tável em longo prazo, os países pre cisam de uma taxa de fertilidade de 2,1 lhos por mulher. Em alguns pa íses africanos, nos quais essas taxas são as mais altas do mundo, o nú mero é de 5 ou 6. Atualmente, a taxa de fertilidade no Brasil é de 1,63 lho por mulher.

O presidente sul-coreano Yoon

Irã

Suk Yeol admitiu que mais de 200 bilhões de dólares foram gastos ten tando aumentar a população nos últimos 16 anos. Esse montante in clui apoio nanceiro às famílias, e o governo anunciou que o subsídio mensal para pais com bebês de até 1 ano de idade aumentará dos atuais 300 mil won para 700 mil won (de 230 dólares para 540 dólares) em 2023 e para 1 milhão de won (770 dólares) até 2024.

Muitos especialistas acreditam que a abordagem atual – de in centivar a natalidade por meio de compensações nanceiras – é mui to unidimensional e ine caz, e o que é necessário, em vez disso, é o apoio contínuo ao longo da vida da criança.

Após onda de manifestações, governo anuncia extinção da polícia da moralidade

“As mesmas pessoas que criaram a polícia da mora lidade, a desmantelaram”, anunciou o procurador-geral do país, Hojatolislam Mohammad Jafar Montazari. Nos últimos anos, a ação desta polícia moral, fundada em 2005, foi fortemente criticada por suas prisões violentas contra jovens mulheres que não se vestiam adequada mente aos costumes do país, principalmente no que diz respeito ao porte do véu islâmico.

As manifestações começaram em setembro para protes tar contra a morte, durante sua detenção, de Mahsa Amini, de 22 anos, presa pela polícia da moralidade exatamente por desrespeitar o uso do véu islâmico.

O surgimento de uma conotação política e uma vio lenta repressão também marcaram as manifestações que abalaram a república islâmica, ganhando visibilidade e movimentos de apoio em diversos países.

O Ministério do Interior iraniano informou no sá bado, 3, mais de 300 mortes desde o início das mani festações, entre membros das forças de segurança,

manifestantes e de grupos armados quali cados como contrarrevolucionários.

O procurador-geral também anunciou que o Parla mento, liderado pelo presidente Ebrahim Raissi, estaria avaliando uma modi cação da lei sobre a obrigatorieda de do uso do véu islâmico, sem especi car, no entanto, em que sentido o texto será alterado. O resultado será divulgado em 15 dias.

De acordo com um deputado, a polícia poderia evitar as detenções ao aplicar multas pelo desrespeito ao uso do véu. Desde o início dos protestos, a presença de mu lheres iranianas nas ruas, especialmente jovens, sem o véu e que não são abordadas pela polícia tem se tornado cada vez mais frequente.

Mais do que isso, desde então algumas mulheres têm sido vistas em público vestindo calças e jaquetas, e já não se propõem a usar nem ao menos lenços simples cobrindo a cabeça, para evitarem problemas com a polícia. (JFF)

Ucrânia

Militares russos prendem dois padres católicos

Dois sacerdotes foram presos pela milícia russa na cidade de Berdyansk, na Ucrânia: Padres Ivan Levitskyi e Bohdan Geleta, abade e capelão da Igreja da Natividade da Bem-Aventu rada Virgem Maria, respectivamente. Eles foram detidos devido a supostos explosivos encontrados na igreja pe los guardas russos, com acusações de atividades “subversivas”, “guerrilhei ras” e “terroristas” dirigidas contra os representantes das tropas russas. No entanto, no momento da busca à igreja e à casa paroquial ad jacente, ambos os sacerdotes já se

encontravam detidos, ou seja, não podiam de forma alguma controlar essas instalações e a ação das tropas russas, o que signi ca que não po deriam assumir qualquer respon sabilidade pelas armas e munições supostamente encontradas naqueles locais.

Os padres redentoristas presos pelos russos têm prestado assistência pastoral às paróquias greco-católicas e católicas romanas e estão entre os poucos que ainda permaneceram nos territórios ocupados pela Rússia.

De acordo com um comunicado

assinado por Dom Stepan Meniok, do Exarcado de Donetsk da Igreja Greco-Católica Ucraniana, a deten ção foi infundada e ilegal. “A acu sação de ato terrorista por posse de armas e explosivos pelos clérigos foi fabricada, e todo o golpe foi organiza do por razões propagandísticas”, diz.

“Os sacerdotes estão no ministé rio sacerdotal há mais de três anos e realizam suas legítimas atividades pastorais na paróquia local, procla mando a ordem da paz para cada pes soa”, explica Dom Stepan. (JFF)

Liturgia e Vida

3º DOMINGO DO ADVENTO 11 DE DEZEMBRO DE 2022

a terra que era deserta’

PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

Multidões vão a Jerusalém todos os anos. A geogra a local é árida; o deserto é inóspito; a fauna e a ora são pobres; a água é escassa e cara. Mesmo assim, peregrinos se alegram por estar lá, apesar das contrariedades. Cada um que lá esteve pode dizer com o salmo: “Se de ti, Jerusalém, eu me esquecer, ai de mim!” (Sl 137,5). Para além da aridez, é possível enxer gar naquela Cidade o lugar por onde passou e onde morreu e ressuscitou o Senhor; a Cidade de Davi; a “pupila dos olhos” dos profetas; um destino plurissecular de cristãos.

A fé transforma um lugar simples e árido em santuário. Isso se dá também na vinda do Menino Jesus. A fé permite aos pastores, em meio à noite, serem envolvidos pela luz angé lica; mostra aos magos a estrela e leva-os a se prostrarem diante de um Menino; guia Maria e José por um caminho inesperado, dando-lhes a certeza de que “para Deus, nada é impossí vel” (Lc 1,37). Com o nascimento do Senhor, o mundo continuou exteriormente o mesmo: Belém, o deserto, Jerusalém, o Jordão… Po rém, para quem tem fé, não apenas a Galileia e a Judeia, mas toda a terra jamais foi a mesma.

No Domingo Gaudete (“Alegrai-vos”), a Igreja diz: “Alegre-se a terra que era deserta e intransitável” (Is 35,1). É um convite a olhar mos para a realidade com os olhos da fé. Com a presença de Jesus e do Espírito Santo, nenhuma vida humana será “deserta e intransitável”! Se o mundo, as pessoas, o trabalho e as di culdades nos parecem desinteressantes e áridos, talvez tenhamos nos esquecido do mais importante: a presença e a bondade do Senhor.

Entre os milagres realizados por Jesus e por meio dos santos, muitos cegos foram curados. Deus talvez repita esse prodígio para nos lem brar de que precisamos superar a “cegueira” espiritual, a cegueira da falta de fé. E também a cegueira de não reconhecermos as cores, a altura, o comprimento, a profundidade e o vo lume que a fé confere ao mundo que nos cerca e a nós mesmos. Por isso, lemos que “se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos” (Is 35,5). Que o Senhor nos conce da ver o mundo com os seus olhos, ver “a glória do nosso Deus” (Is 35,2).

A simplicidade e o silêncio da vinda de Jesus nos ensinam a deixar de lado o olhar mundano que leva a se considerar apenas o que é atraente aos sentidos. Cristo cura os olhos apegados às coisas materiais e passagei ras e concede a fé. Como água benfazeja, a fé arrefece as paixões; extingue muitos medos; dá fecundidade a obras e palavras; previne pecados e tentações. Como luz, dá a certeza do caminho a seguir; desmascara os pecados; esclarece a consciência; torna palpável a pre sença do Senhor.

Ele vem para nos salvar! Ele nos comuni cará mais fé, “fortalecerá os corações” (Tg 5,8), rmará “as mãos enfraquecidas e os joelhos debilitados” (Is 35,3)! E poderemos, então, com a Virgem, exultar: “Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é Ele que vem para vos salvar” (Is 35,4). Alegremo-nos Nele!

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‘Alegre-se
Fonte: RFI Brasil
Fontes: ACN Brasil e Gaudium Press

‘Obra de Bento XVI é fecunda e operante’ No Advento, olhar para João Batista, o santo ‘alérgico à duplicidade’

O Santo que acompanha os cristãos durante o tempo litúrgico do Advento, que prepara a chegada do Natal, é João Batista. Na visão do Papa Francisco, que re etiu sobre o Santo no Angelus do domingo, 4, o motivo disso é que São João Batista, que “pregava a proximidade do Reino” de Cristo, vivia de modo aus tero e radical. “Na verdade, ele é mais que um homem duro, é um homem alérgico à duplicidade”, declarou o Pontí ce.

Diante dos poderosos e orgulhosos, João Batista anunciava a conversão a uma “vida nova” de justiça. “João dizia a eles: ‘façam frutos dignos de conversão’. É um grito de amor, como aquele de um pai que vê o lho se arruinar e diz: ‘não jogue fora a sua vida!’”,

comparou o Papa, acrescentando que “a hipocrisia é um perigo grave” e, por isso, “João Batista, como Je sus, é duro com os hipócritas”.

O Papa Francisco convidou os éis a re etir sobre “as alergias de João Batista”, ou seja, sobre suas aversões, especialmente à hipocrisia. A rmou que é preciso re conhecer as próprias falhas, primeiro, para si mesmos e, depois, diante de Deus. “Talvez olhemos para os ou tros de cima para baixo, pensando ser melhores do que eles, de ter nas mãos a nossa vida, de não precisar todos os dias de Deus, da Igreja, dos irmãos”, disse.

O Advento, continuou Francisco, é o tempo ide al para “retirar as máscaras”, convencer-se de não ser autossu cientes, e recomeçar. “Jesus está do seu lado, recomeça, sempre há possibilidade de fazer um passo a mais. Ele nos espera e não se cansa nunca de nós”, completou.

Testemunhar ‘a alegria de ser família’

Aproveitando a oportunidade da cerimônia de entre ga do Prêmio Ratzinger, o Papa Francisco a rmou que a obra intelectual do Papa Emérito Bento XVI, seu an tecessor, “continua a ser fecunda e operante”. Na quinta -feira, dia 1º, Francisco presidiu o evento, cujo prêmio foi conferido ao Padre Michel Fédou, teólogo católico, e ao professor Joseph Halevi Horowitz Weiler, estudioso do Judaísmo e o primeiro judeu a recebê-lo.

“Como vocês sabem, não faltam para mim momen tos de encontro pessoal, fraterno e afetuoso com o Papa Emérito”, disse Francisco. “Além disso, todos sentimos sua presença espiritual e o seu acompanhamento na ora ção pela Igreja inteira: aqueles olhos contemplativos que sempre mostra.”

Nas palavras do Papa Francisco, Bento XVI, que suce deu a São João Paulo II no papado, foi responsável por re alizar uma leitura de “reforma na continuidade” da Igreja, dando sua contribuição teológica a uma “Igreja viva, que está sempre a caminho, guiada pelo Espírito Santo”. (FD)

Em encontro com um fórum de associações familiares, na sex ta-feira, 2, o Papa Francisco agra deceu por testemunhar “a alegria de ser família”. Isso quer dizer, a r mou, que, embora as famílias não sejam sempre feitas “de momen tos felizes”, existe “uma alegria que pode atravessar todas as situações, porque está em um nível mais profundo, e que vem do ‘ser famí lia’, percebido como dom, com um senso íntimo de gratidão”.

Ele lembrou que não existe um modelo de “família ideal” para ser vivido hoje, pois “cada família tem sua história”. Disse, ainda, que é preciso cultivar po líticas que incentivem as famí lias, inclusive que as ajudem a ter lhos nos países que vivem um “inverno demográ co”, isto é, cuja população está envelhe cendo e nos quais os casais têm poucos lhos, até diminuindo em número. (FD)

Papa viajará à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul

Cancelada anteriormente pela pan demia e por problemas de saúde do Papa Francisco, a viagem apostólica à Repú blica Democrática do Congo e ao Sudão do Sul foi con rmada pelo Vaticano na

quinta-feira, dia 1º. Ela deve ocorrer en tre 31 de janeiro e 5 de fevereiro de 2023. Na primeira etapa, está prevista a ida a Kinshasa, no Congo, onde o Pontí ce cará até 3 de fevereiro.

Em seguida, realizará uma peregrina ção ecumênica com o Arcebispo de Can tuária, líder da Igreja Anglicana. Com o moderador da Igreja da Escócia, eles irão a Juba, no Sudão do Sul, para promover a

paz na região. Por causa das dores no jo elho, o Papa ainda passa por di culdades para caminhar, mas o programa da via gem é quase o mesmo daquele divulgado anteriormente. (FD)

20 | Papa Francisco | 7 a 13 de dezembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Vatican Media

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